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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS- DFCH
CURSO DE BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

KELMY PEREIRA LIMA

ECONOMIA INTERNACIONAL

MACAPÁ-AP
2019
Resumo do Capitulo I “Economia e Constituição das Teorias de Comércio
Internacional”, do livro Economia Internacional de Edgar Carmo.

O capitulo está dividido em cinco subtemas para explicar as principais teorias


que fundamentaram o comércio internacional. São elas o mercantilismo, a escola
clássica de David Ricardo e Adam Smith, a escola neoclássica e a crítica a CEPAL.

MERCANTILISMO E A RELAÇÃO COM O COMÉRCIO INTERNACIONAL

O mercantilismo aparece como o primeiro conjunto de ideias que procurava


explicar o funcionamento do comércio entre países, no contexto de consolidação e
fortalecimento de Estados absolutistas, apesar de não se caracterizar como uma
escola de pensamento econômico propriamente dita.
O quadro histórico de consolidação das ideias mercantilistas é no período em
que houve uma queda na produção feudal e foi necessário que os Estados se
arriscassem a conseguir produtos em outros Estados, para tal, era necessário ter um
exercito numeroso e acumulo de riquezas. Então, o mercantilismo entendia
necessário aos países buscar o aumento constante das exportações e implementar
restrições as importações com o objetivo de obter sucessivos superávit na balança
de comércio.
Então, apesar de o mercantilismo não ser considerado uma escola de
pensamento econômico, foi fundamental para a ascensão da burguesia comercial
contra a nobreza, fato que tem como desdobramento a passagem do modo de
produção feudal para a capitalista.

ESCOLA CLÁSSICA: ADAM SMITH E A TEORIA DAS VANTAGENS


ABSOLUTAS

Com Adam Smith o estudo da economia passou a ter status cientifico, ele
criticou a teoria mercantilista por identificar que a riqueza das nações não estava
pautada somente no comercio. Para ele, a produção é o fator-chave para explicar a
origem da riqueza das nações, desse modo os países deveriam intensificar
processos produtivos que possibilitassem o aumento da produção, assim, o
fundamento de riqueza das nações seria a capacidade de elaborar a produção.
Então, tem-se a criação da teoria das compensações que nada mais é do que
a criação de novas oportunidades de negócios e a ampliação do comércio externo
que levariam ao desenvolvimento da economia. Além desta teoria, destaca-se
também os conceitos de divisão do trabalho e a mão invisível que influenciaram a
tradição econômica até os dias atuais.
Ele criou também a teoria das vantagens absolutas, que consiste na demanda
de algum produto em cuja produção houvesse uma vantagem absoluta, ou seja,
essa nação deveria necessariamente ter condições de produção mais favoráveis
que as do país para o qual pretende exportar.

ESCOLA CLÁSSICA: DAVID RICARDO E A TEORIA DAS VANTAGENS


COMPARATIVAS

Ricardo também foi um grande contribuidor para a economia e para a


compreensão do comércio internacional. Ele procura demonstrar que a manutenção
das leis de terra estava provocando um aumento nos custos de produção de
alimentos de tal modo que causava uma elevação de renda dos proprietários de
terra, promovendo paralelamente a queda das taxas de lucro na economia.
A partir desta concepção, ele cria a teoria das vantagens comparativas que
diz que cada nação deveria se especializar na produção de itens para os quais
possuísse maiores vantagens comparativas, porque não basta que a nação tenha
vantagem absoluta com relação a produção comparado a nação vizinha.
Ele procura ressaltar nesta teoria que no âmbito de trocas internacionais é de
fundamental importância que os países se especializem na produção dos itens para
os quais tenham maiores vantagens na produção.

ESCOLA NEOCLÁSSICA: TEORIA DA DOTAÇÃO RELATIVA DOS FATORES

Essa teoria foi desenvolvida pelos autores suecos Heckscher em 1919 e


posteriormente por Ohlin em 1933. Ela representa a explicação da tradição
neoclássica para a dinâmica do comércio internacional, principalmente tendo em
vista as limitações das teorias clássicas.
A proposição básica dessa teoria é a de que cada país se especializa na
produção do item para qual há maior utilização do fator mais abundante na
economia. demonstra que o comércio internacional tende a favorecer o fator de
produção mais disponível no país em detrimento daquele em escassez.
De acordo com esta teoria, no comércio internacional a proporção dos fatores
de produção de cada país irá determinar o se padrão de importação e exportação. O
processo de troca entre duas nações deve observar o fato de eu os países sempre
tendem a exportar mercadorias provenientes de seus recursos produtivos mais
abundantes e tendem a importar bens cujos recurso sejam mais escassos.

CRITICA DA CEPAL E DETERIORAÇÃO DOS TERMOS DE TROCAS

Com o processo de reconstrução do pós-guerra que teve como grande indutor


o plano Marshall, os países latino-americanos perceberam que poderiam enfrentar
dificuldades com a escassez do dólar e que isso poderia implicar a restrição da
capacidade de importação e impossibilitar o processo de industrialização desses
países, em função disto foi criada a CEPAL (comissão econômica para a América
Latina e Caribe).
Devido ao comércio internacional está influenciado pela tradição neoclássica,
isso perpetuaria na miséria da América Latina por conta da elevação dos preços dos
produtos industrializados produzidos pelos países centrais e paralelamente a
estagnação do preço dos produtos primários. Isso significa que os países periféricos
precisam produzir quantidades de bens primários cada vez mais maiores para que
possam importar os bens industrializados demandados pela sociedade.
Deste modo tende a ocorrer a deterioração dos termos de troca, os países
periféricos precisam exportar quantidades cada vez maiores para que possam
manter sua capacidade de importação. Assim, os países da América Latina
deveriam desenvolver paulatinamente estratégias de desenvolvimento baseadas em
processos de industrialização, principalmente a partir de forte atuação do Estado.
Resumo do capítulo II “Barreiras ao Livre Comércio: esquemas protecionistas”
do livro “Economia Internacional” de Edgar Carmo.

A livre troca de mercadorias como defendem as teorias de comércio


internacional, ainda não foi atingida. As relações comerciais entre os países estão
impregnadas de práticas protecionistas que inibem a livre circulação de mercadorias.

Do ponto de vista liberal, entende-se que o mercado funciona melhor quanto


menor for a intervenção do Estado no ambiente econômico, sendo necessário deixar
que os agentes privados cuidem da livre alocação de recurso. Segundo avaliações,
as medidas protecionistas existem porque há grupos de pressão que se beneficiam
de tais restrições e ganham muito com isso.

Um dos argumentos mais utilizados por protecionistas e aceito por alguns


liberais, é o que defende a necessidade de proteção da indústria nascente. Com
essa abordagem, sustenta-se que a indústria nacional não plenamente desenvolvida
– em função do pouco tempo de vida -, sem escala de produção suficiente para
concorrer em condições de igualdade com os produtos das empresas internacionais,
deve se beneficiada por esquemas protecionistas.

Outro argumento nessa linha de raciocínio é o do estímulo a substituição de


importações. A prática protecionista nesse caso desestimularia a importação de
produtos industrializados, criando um cenário favorável para que tais produtos
fossem produzidos localmente. Visto isto, existem várias formas de se praticar o
protecionismo, entre elas temos as tarifas, as cotas de importação e os subsídios.

TARIFAS

Tarifas são tributos cobrados sobre as importações de mercadorias, no Brasil


é chamada de imposto de importação. Este imposto faz com que a produção de
algum setor dentro do país aumente, já que automaticamente a população vai
começar a comprar mais produtos nacionais já que os importados estão mais caros.

A aplicação de uma tarifa pode aumentar a receita governamental de duas


formas: a) de forma indireta, pois quando um setor é protegido, a produção tende a
aumentar, elevando a arrecadação de impostos desse setor / indústria; b) de forma
direta por meio do aumento da arrecadação de imposto de importação, caso a
demanda pelo produto importado seja inelástica, isto é, a queda na quantidade
importada do produto seja menor que o aumento de preço em função da aplicação
da tarifa.

COTAS DE IMPORTAÇÃO

Essas cotas são práticas protecionistas que restringem o livre comercio


limitando a quantidade física permitida para a importação de determinada
mercadoria. Semelhante aos esquemas tarifários, o objetivo principal é proteger um
segmento industrial ou agrícola.

A determinação de cotas também produz efeitos sobre o preço da


mercadoria, tendo em vista que, restringindo-se a oferta, ocorre diminuição da
concorrência e os preços tendem a aumentar. Há também consequências sobre a o
balanço de pagamento e o câmbio. Os efeitos dessa prática sobre a economia são
muito parecidos com os que ocorrem com esquemas tarifários, todavia existem
algumas diferenças.

As cotas de importação não geram receitas diretas para o governo, outro


ponto é que o sistema de cotas é mais impositivo, procurando determinar
diretamente a oferta do produto, isto é, tendo sido definida a quantidade a ser
importada, não se coloca alternativa ao importador. É por isso que o sistema de
cotas é mais efetivo que os esquemas tarifários.

SUBSIDIOS

Qualifica-se como subsídio toda a transferência de recursos financeiros


realizada pelo estado ao produtor ou algum segmento empresarial. O objetivo é
oferecer as empresas privadas alguma vantagem monetária para o desenvolvimento
de setores estratégicos, de regiões geográficas ou simplesmente para manutenção
de determinada atividade industrial.

Há três formas comuns de subsídios: a) pagamento em dinheiro direto ao


produtor, por unidade exportada; b) concessão de benéficos fiscais, reduzindo-se
impostos; c) financiamento com taxa de juros subsidiada. Os subsídios podem ser
concedidos aos exportadores, aos setores econômicos internos que sofrem
concorrência de mercadorias importadas, ou aos compradores estrangeiros
incrementando-se as exportações locais.
Apesar de a prática de subsídio ser bastante difundida em vários países, ela é
mais francamente adotada em países ricos. Isso se deve a capacidade arrecadadora
dos governos desses países, que tem muito mais condições para efetuar
transferências de recursos.

BARREIRAS TECNICAS

Barreiras técnicas considerando o estipulando pela OMC, são barreiras


comerciais derivadas da utilização de normas ou regulamentos não embasados em
normas internacionalmente aceitas, ou ainda, decorrentes da adoção de
procedimentos de avaliação de conformidade não transparentes e/ou
demasiadamente dispendiosos, bem como de inspeções excessivamente rigorosas.

Os regulamentos são aprovados por órgãos governamentais, cujo conteúdo


determina as características de um produto ou dos processos e métodos de
produção relacionados a eles. Estes regulamentos estão relacionados a requisitos
relativos a embalagem, rotulo, informação do produto e outros requisitos técnicos.

TAXAS MULTIPLAS DE CAMBIO, ACORDO VOLUNTARIO DE RESTRIÇAO A


EXPORTAÇÃO (AVRE), AÇÕES ANTIDUMPING E CONTROLES SANITARIOS E
FITOSSANITARIOS NAS IMPORTAÇÕES

No esquema de taxas de cambio diferenciados que o país adota, tem como


objetivos estimular a importação de determinadas mercadorias, enquanto
desestimula outras. O Brasil adotou essa prática em metade da década de 1950,
quando possuía dez taxas diferentes para estimular o processo de substituição de
importações.

Já o AVRE como o próprio nome indica, trata-se de um acordo não de uma


restrição unilateral. O país exportador se compromete “voluntariamente” a reduzir a
quantidade exportada ao mercado importador.

O dumping é uma situação de mercado na qual uma empresa vende a


mercadoria abaixo do custo – ou quando o preço praticado pela empresa no
mercado externo é mais baixo que o praticado no mercado interno -, com o objetivo
de eliminar os produtores locais, após o que se estabelece uma situação favorável
de monopólio. Assim, a empresa de fora alcança uma situação privilegiada a custa
da falência da produção local. Por conta disso, alguns países tem adotado leis
antidumping para que não ocorra a falência da produção local e o trabalho escravo e
infantil que afeta a composição dos preços do produto e sua produção.

Por último, temos os controles sanitários e fitossanitários que nada mais é do


que a imposição dessas normas na importação de produtos de origem animal e
vegetal, em virtude de registro de contaminação por febre aftosa, preste de rebanho
suíno ou de incidência de algum tipo de inseto na lavoura que indique riscos para a
saúde humana.

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