Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Faculdade de Direito
Trabalho de Economia Internacional
INTEGRANTES
2º ANO
TURMA-A
PERIODO-DIURNO
SALA-SO101
Docente
_________________
Índice
No século XVI, como consequência das descobertas de que vários países europeus se
beneficiaram, se consciencializou a não coincidência do espaço económico com as
fronteiras territoriais e políticas, os estados-nações passaram a preocupar-se com os
efeitos da concorrência internacional sobre a prosperidade dos respectivos países. A
partir daqui e durante os séculos seguintes aparecem diferentes correntes doutrinárias
sobre o comércio internacional, os seus fundamentos, as suas causas e razões, os seus
benefícios, adversidades, etc. As trocas internacionais são examinadas frequentemente
sob diversos pontos de vista, surgindo, assim, as doutrinas mercantilistas, do livre-
cambismo e proteccionistas que representam o ponto essencial das posições doutrinárias
nesta matéria.
1- As Teses Mercantilistas
O Mercantilismo floresceu no contexto do capitalismo comercial da Europa dos séculos
XVI e XVII e apresentava como cerne o desenvolvimento do comércio, o qual deveria
procurar tornar as balanças comerciais excendentárias.
A era mercantilista pode ser definida como um conjunto de doutrinas e políticas
económicas cujo cerne de preocupação visava o enriquecimento da Nações através do
entesouramento de metais preciosos.
O mercantilismo assumiu duas expressões: uma que defendia a protecção da indústria
nacional, regulamentando-se e incentivando-se a sua actividade e outra que se centrava
no comércio, em particular no comércio internacional.
O Mercantilismo industrial ficou conhecido por Colbertismo, cujo objectivo era o da
fabricação de bens industriais exportáveis para os países ricos em prata e ouro, com os
quais deveriam pagar os produtos exportados.
O Mercantilismo comercial foi desenvolvido pela Inglaterra dos séculos XVII e XVIII,
e teve como expoente máximo Cromwel que estabeleceu como objectivo estratégico da
política comercial do país a obtenção duma Balança de Pagamentos sustentadamente
excedentária.
Os princípios gerais dessa doutrina são:
2 – As teses Livre-Cambistas
Poucos são os países que aceitam um comércio internacional totalmente livre. Como
resultado da tese do livre comércio defendida por Adam Smith – o pai da Economia –
os economistas têm defendido o livre comércio como um ideal das relações económicas
internacionais, existindo inclusive um argumento marginal para o livre comércio
segundo o qual: ainda que não seja um modelo perfeito de organização do comércio
externo, é melhor do que qualquer outro que os governos possam adoptar.
O que subjaz como determinante dos ganhos de comércio nas teses do livre-cambismo é
o princípio da especialização com base nas dotações internas de factores. O que os
países devem preferencialmente fazer é especializarem-se nas exportações para as quais
apresentem vantagens relativas fortes e importar todos os restantes produtos para os
quais as suas capacidade internas sejam relativamente mais reduzidas.
Na explanação dos argumentos a favor do livre-cambismo encontram-se as traves-
mestras da oposição ao proteccionismo:
-O proteccionismo destrói o espírito de concorrência porque facilita o desperdício de
recursos, fomenta o tráfico de influências e ajuda a corrupção;
- O proteccionismo prejudica os consumidores uma vez que os bens importados chegam
ao mercado com preços mais elevados e os bens nacionais normalmente não contêm
padrões de qualidade comparáveis.
3. As teses proteccionistas
Durante os séculos XVII e XVIII as teses proteccionistas aparecem e se desenvolvem
enquanto pensamento económico estruturado. Os defensores do proteccionismo
advogam o emprego duma política fiscal comercial estratégica que olha para a
economia numa perspectiva de longo prazo, procurando,por meio de medidas
adequadas, reforçar o mercado interno, aumentar a produtividade dos factores de
produção e construir uma competitividade estrutural. Na base desta política comercial
estão os argumentos da protecção à indústria nascente,da redução do desemprego, da
substituição das importações e a diminuição do diferencial dos salários.
Não é fácil fazer uma opção definitiva pelo modelo proteccionista, porque contraria o
movimento de globalização das economias, contraverte as convenções internacionais de
liberalização do comércio, pode ser ineficiente em termos de afectação de recursos. No
entanto, apresenta argumentos válidos, que a política de desenvolvimento deve
contemplar num processo sinergético com a liberalização do comércio
3.7-Tipos de protecionismo
a) Proteccionismo Ofensivo: é um proteccionismo que procura, através dum conjunto de
medidas e políticas condignas, criar uma base industrial forte que propicie uma disputa
do mercado internacional em condições de relativa igualdade económica.
b) Proteccionismo Defensivo: acaba por ser o pior dos proteccionismos, sendo
liminarmente rejeitado pelos aderentes de livre-cambismo, E uma solução ineficiente e
tem sido aplicado por países que não conseguem encontrar uma solução estrutural.
c) Proteccionismo Orçamental: Os países em desenvolvimento normalmente apresentam
sistemas fiscais muito frágeis e precários, baseados fundamentalmente em impostos
indiretos devido à fragilidade das suas estruturas económicas e aos baixos níveis de
crescimento económico. O comércio externo acaba, assim,por ser uma alternativa para o
aumento das receitas fiscais por intermédio das taxas aduaneiras.
d)Proteccionismo para Aproveitamento de Recursos: pretende ser um proteccionismo
incentivador do aproveitamento de recursos naturais internos que na ausência dum
ambiente adequado podem permanecer inaproveitáveis. É uma modalidade de
protecionismo selectivo porquanto pode ser direcionado para determinado tipo de
recursos naturais, os mais abundantes ou os que suscitem uma maior procura
internacional.
e) Proteccionismo Natural é uma modalidade de proteccionismo cada vez mais em
desuso porque se pretende basear nas distâncias e no anacronismo dos sistemas de
transportes internacionais. Com efeito, em épocas passadas as distâncias e os deficientes
sistemas de transportes internacionais acabavam por exercer um certo efeito de proteção
de certas economias situadas nas periferias do sistema capitalista mundial.
Nos tempos de hoje ocorre uma clara diminuição deste proteccionismo natural devido à
sistemática redução dos custos de transporte por evolução das técnicas de transporte
internacional.
Em suma, podemos dizer que todas as correntes doutrinárias contribuíram de certa forma para o
florescimento do comércio internacional, mas reconhecemos igualmente que ainda há muita
coisa por se fazer, ainda existem muitas desigualdades no comércio internacional e certas
doutrinas são consideradas nocivas para a prática do comércio internacional, no entanto, uma
coisa é certa,o conjunto de todas estas correntes doutrinárias que foram surgindo ao longo do
tempo criou um forte alicerce na economia internacional e o comércio internacional dos dias
actuais é mais forticado do que dos séculos passados.
Referências Bibliográficas