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HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO

A história do pensamento econômico é uma jornada intelectual que se


estende por séculos e é marcada por diversas escolas de pensamento
e teorias que moldaram a compreensão da economia. Neste resumo,
destacaremos os principais marcos e pensadores ao longo dessa
história.

1. Economia Clássica (século XVIII - século XIX):

• Adam Smith: Considerado o pai da economia moderna, Smith


escreveu “A Riqueza das Nações”, onde enfatizou a importância da livre
concorrência e do laissez-faire, defendendo que o egoísmo individual
pode levar ao benefício da sociedade como um todo.
• David Ricardo: Desenvolveu a teoria das vantagens
comparativas, argumentando que o comércio internacional é benéfico
para todas as nações, mesmo que algumas sejam menos eficientes na
produção de certos bens.

2. Escola Clássica Marxista (século XIX):

• Karl Marx: Autor de “O Capital”, Marx criticou o capitalismo,


argumentando que ele leva à exploração da classe trabalhadora. Ele
propôs a abolição da propriedade privada dos meios de produção e a
transição para uma sociedade comunista.
3. Neoclássicos (final do século XIX - século XX):

• Alfred Marshall: Introduziu o conceito de oferta e demanda


como determinantes dos preços e desenvolveu a teoria do equilíbrio
geral, que analisa a economia como um todo.
• Leon Walras e Vilfredo Pareto: Contribuíram para a teoria do
equilíbrio geral e para a criação da teoria do bem-estar social.

4. Escola Keynesiana (século XX):


• John Maynard Keynes: Autor de “A Teoria Geral do Emprego,
do Juro e da Moeda”, Keynes argumentou que o mercado nem sempre
se autorregula e que o governo deve intervir na economia para combater
o desemprego e estimular a demanda agregada.

5. Escola Monetarista (século XX):

• Milton Friedman: Defensor da estabilidade da oferta de moeda


como principal instrumento de política econômica. Ele acreditava que o
governo deveria ter um papel limitado na economia.

6. Economia Neoclássica Moderna (século XX - atualidade):


• Paul Samuelson e Kenneth Arrow: Contribuíram para o
desenvolvimento da teoria do equilíbrio geral e da teoria do bem-estar
social, refinando os modelos econômicos.
• Economia Comportamental: Esta abordagem incorpora
insights da psicologia e reconhece que os agentes econômicos nem
sempre tomam decisões racionais, destacando a importância do
comportamento humano na economia.

7. Escola de Desenvolvimento Econômico (século XX - atualidade):


• Amartya Sen e outros: Enfatizam a importância do
desenvolvimento humano, da equidade e da capacidade das pessoas
como medidas de progresso econômico.

O PENSAMENTO ECONÔMICO

A história do pensamento econômico é caracterizada por debates e


evoluções constantes, refletindo as mudanças sociais e políticas ao
longo do tempo. Essas diferentes escolas de pensamento contribuíram
para a formação das políticas econômicas em todo o mundo e continuam
a influenciar as discussões sobre economia e sociedade até os dias
atuais.
É fundamental para compreender como a legislação e a regulamentação
governam as atividades econômicas em uma sociedade.

Definição de Direito Econômico:

O Direito Econômico é uma área do direito que se concentra na


regulamentação das atividades econômicas, buscando equilibrar os
interesses individuais e coletivos na economia de um país. Ele abrange
as leis e regulamentações que governam setores como concorrência,
comércio, investimentos, mercado financeiro, proteção ao consumidor e
propriedade intelectual.

Objetivos do Direito Econômico:


1. Promover o Desenvolvimento Econômico: Visa criar um
ambiente propício para o crescimento econômico, o investimento e a
geração de empregos.
2. Garantir a Justiça Social: Busca reduzir desigualdades
econômicas e promover a distribuição equitativa dos recursos.
3. Proteger a Concorrência: Evita práticas anticompetitivas que
prejudicariam a concorrência leal e o acesso a mercados.
4. Assegurar a Estabilidade Financeira: Busca prevenir crises
financeiras e proteger a estabilidade do sistema financeiro.
5. Proteger o Meio Ambiente: Envolve regulamentações para
garantir que as atividades econômicas não causem danos significativos
ao meio ambiente.
Atuação do Direito Econômico:

O Direito Econômico é aplicado por meio de agências reguladoras,


tribunais e órgãos governamentais que monitoram e fazem cumprir as
leis econômicas. Essas instituições têm o papel de fiscalizar empresas,
impor sanções por violações das regulamentações e proteger os direitos
dos consumidores.
O Direito Econômico desempenha um papel essencial na governança
das atividades econômicas, buscando equilibrar interesses individuais e
coletivos, promover o desenvolvimento econômico e proteger os direitos
dos cidadãos em um ambiente econômico em constante evolução.

O DIREITO ECONÔMICO E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL


O Direito Econômico na Constituição Federal define as bases para a
organização econômica do Brasil. A Constituição Federal de 1988,
também conhecida como a “Constituição Cidadã”, estabelece os
fundamentos do Direito Econômico no Brasil. Ele está inserido na ordem
econômica e financeira (Título VII da Constituição), cujos princípios
gerais são alicerçados nos artigos 170 a 192.

Art. 170. A Ordem Econômica, fundada na valorização do trabalho


humano e na livre-iniciativa, tem por fim as-segurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País.

Tais fundamentos são base do sistema econômico, destacando que a


existência digna “é a principal finalidade da Ordem Econômica, e existe,
de acordo com o regulado pela CF, quando o objetivo da Justiça Social
é alcançado” (Del Masso, 2012).

Princípios Fundamentais:

Princípios Constitucionais: A Constituição Federal estabelece


diversos princípios que norteiam a ordem econômica, incluindo a busca
pelo pleno emprego, a defesa do consumidor, a valorização do trabalho
humano, a livre concorrência, a função social da propriedade, entre
outros.

Sistema Financeiro Nacional (SFN): O SFN é um conjunto de


instituições financeiras e órgãos reguladores que supervisionam e
regulamentam o sistema financeiro do Brasil. Isso inclui bancos,
seguradoras, bolsas de valores, entre outros.

Intervenção do Estado: A Constituição prevê que o Estado brasileiro


tem o papel de regular a economia e intervir quando necessário para
corrigir distorções e promover o interesse público. Isso inclui a
possibilidade de estabelecer políticas monetárias, fiscais e cambiais.
Defesa da Concorrência: A livre concorrência é um dos princípios
fundamentais da ordem econômica brasileira. Órgãos como o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) trabalham para evitar
práticas anticoncorrenciais que prejudiquem a competição no mercado.

Função Social da Propriedade: A propriedade privada deve cumprir


uma função social, o que significa que não pode ser utilizada de forma a
prejudicar o interesse coletivo. Isso se aplica, por exemplo, à
propriedade rural, que deve respeitar normas de reforma agrária.

Política Monetária e Cambial: O Banco Central do Brasil tem a


responsabilidade de implementar a política monetária e cambial do país,
controlando a oferta de moeda e a taxa de câmbio para manter a
estabilidade econômica.

Desenvolvimento Sustentável: A ordem econômica brasileira também


inclui o compromisso com o desenvolvimento sustentável, o que implica
a promoção de práticas econômicas e financeiras que não prejudiquem
o meio ambiente e garantam um futuro sustentável para o país.

Políticas de Atuação:

1. Política Monetária e Cambial: O governo tem o poder de regular


a moeda e a taxa de câmbio para controlar a inflação e promover o
comércio internacional.
2. Política Fiscal: O Estado pode utilizar medidas fiscais, como
impostos e gastos públicos, para influenciar a economia.
3. Política Industrial e Tecnológica: São estabelecidas diretrizes
para o desenvolvimento tecnológico e industrial do país.
4. Política Agrícola e Fundiária: Regulamenta o uso da terra e
promove a agricultura.
5. Política Urbana: Regula o crescimento das cidades e a
habitação.
6. Defesa da Concorrência: Combate práticas monopolistas e
preserva a livre concorrência.
7. Proteção ao Meio Ambiente: Promove a preservação
ambiental.
8. Defesa do Consumidor: Regulamenta direitos do consumidor e
práticas comerciais.

Setor Público e Setor Privado:

A Constituição estabelece a importância da parceria entre o setor público


e privado na promoção do desenvolvimento econômico. Ela reconhece
a necessidade de empresas estatais e regulamenta sua atuação.

Regime Econômico:
A Constituição adota um regime econômico misto, com participação do
Estado na economia, especialmente em setores estratégicos, e a
proteção da livre iniciativa.

Responsabilidade Social das Empresas:

Empresas têm a responsabilidade de cumprir seu papel social,


promovendo empregos, respeitando direitos trabalhistas e contribuindo
para o desenvolvimento do país.

Desta feita o Direito Econômico é crucial que busca equilibrar os


interesses econômicos com os sociais e ambientais. Ele estabelece as
bases para uma economia justa e inclusiva, promovendo o
desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida de seus
cidadãos. A Constituição de 1988 reflete os valores democráticos e a
busca pela justiça social na ordem econômica do Brasil.

DA ORDEM ECONÔMICA INTERNACIONAL

A Ordem Financeira Internacional refere-se ao conjunto de regras,


instituições e acordos que regem as transações financeiras e
econômicas entre países a nível global. Ela desempenha um papel
fundamental no funcionamento da economia mundial e no comércio
internacional. Alguns pontos-chave incluem:
Moedas e Taxas de Câmbio: A ordem financeira internacional envolve
a gestão de moedas e taxas de câmbio entre países. Instituições como
o Fundo Monetário Internacional (FMI) auxiliam na estabilização das
moedas e no fornecimento de financiamento em crises cambiais.

Comércio Internacional: A ordem financeira internacional está


interligada ao comércio global, com normas que regulam os pagamentos
e transações internacionais. Acordos comerciais, como a Organização
Mundial do Comércio (OMC), facilitam a cooperação e a resolução de
disputas comerciais entre nações.

Política Monetária e Fiscal: As políticas monetárias e fiscais de cada


país afetam a estabilidade econômica global. A coordenação entre
nações é importante para evitar desequilíbrios macroeconômicos que
possam prejudicar a economia mundial.

Dívida Soberana: A ordem financeira internacional lida com questões


relacionadas à dívida soberana, ou seja, os empréstimos feitos por
governos. Ela define diretrizes para reestruturação de dívidas e
negociações com credores.

Regulação Financeira: Regras e regulamentações globais,


supervisionadas por entidades como o Banco de Compensações
Internacionais (BIS), buscam garantir a estabilidade do sistema
financeiro internacional e prevenir crises sistêmicas.
Fluxos de Investimento: A ordem financeira internacional também se
relaciona com o investimento estrangeiro direto (IED) e a circulação de
capitais entre países. Acordos bilaterais e tratados multilaterais ajudam
a facilitar esses fluxos.

Desenvolvimento Sustentável: Questões de desenvolvimento


sustentável, como financiamento para projetos ambientais e sociais em
países em desenvolvimento, também fazem parte da ordem financeira
internacional.

A ordem financeira internacional é um campo complexo e em constante


evolução, influenciado por fatores políticos, econômicos e sociais. A
cooperação entre países desempenha um papel fundamental na
manutenção da estabilidade econômica global e na promoção do
crescimento sustentável.

A GÊNESE DO CAPITALISMO

Este é um tema complexo na história dos sistemas econômicos. Para


entender essa evolução, é fundamental analisar os sistemas
econômicos que precederam o capitalismo e os eventos que o
moldaram.

Sistemas Econômicos Anteriores:


1. Economia Agrária Feudal (Idade Média): Durante a Idade Média, a
Europa era dominada pelo feudalismo. A economia era baseada na
agricultura, com senhores feudais controlando a terra e os camponeses
trabalhando em troca de proteção e uso da terra. Não havia uma
economia de mercado livre.

2. Mercantilismo (séculos XVI-XVIII): O mercantilismo foi uma


abordagem econômica que predominou na Europa no período inicial do
capitalismo. Enfatizava a acumulação de ouro e prata como riqueza
nacional e o papel ativo do Estado na promoção das exportações e na
proteção da indústria nascente.

Fatores-chave para a Gênese do Capitalismo:


1. Revolução Comercial: A expansão dos mercados globais, a
exploração colonial e o aumento do comércio internacional no século
XVI foram cruciais para a transição do mercantilismo para o capitalismo.
O crescimento do comércio criou oportunidades para acumulação de
capital.

2. Revolução Industrial (século XVIII): A Revolução Industrial marcou


uma mudança significativa, com a transição da produção manual para a
produção industrializada. A inovação tecnológica, como a máquina a
vapor, permitiu uma produção em larga escala e a criação de fábricas.
3. Livre Mercado e Capitalismo Liberal: A teoria econômica de Adam
Smith e a publicação de "A Riqueza das Nações" em 1776 defendiam a
ideia de um mercado livre, onde a busca do interesse próprio dos
indivíduos poderia levar a uma alocação eficiente de recursos. Isso
marcou o surgimento do capitalismo liberal.

4. Propriedade Privada e Acumulação de Capital: No capitalismo, a


propriedade privada dos meios de produção e a busca do lucro são
fundamentais. Os empreendedores podiam investir e acumular capital,
impulsionando o crescimento econômico.

Características do Capitalismo:
- Propriedade Privada: Os recursos de produção são de propriedade
privada, como fábricas e empresas.

- Economia de Mercado: A alocação de recursos é determinada pela


oferta e demanda em mercados competitivos.

- Busca do Lucro: Empresas visam ao lucro como seu principal


objetivo.

- Concorrência: A livre concorrência é incentivada, pois leva à eficiência


econômica.
- Individualismo: Os indivíduos buscam seus próprios interesses
econômicos.

- Inovação e Tecnologia: O capitalismo promove inovação e avanços


tecnológicos para aumentar a produtividade.

- Mão de Obra Livre: O trabalho é vendido como uma mercadoria, e os


trabalhadores são livres para escolher empregos.

O capitalismo surgiu da evolução de sistemas econômicos anteriores,


impulsionado pela Revolução Comercial, Industrial e pelo pensamento
de economistas como Adam Smith. Essa transição trouxe uma
economia baseada na propriedade privada, no mercado livre e na busca
do lucro, moldando profundamente a estrutura econômica e social do
mundo moderno.

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