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ECONOMIA APLICADA, ADMINISTRAÇÃO E

CONTABILIDADE
Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLIACADA ............................... 3

CONCEITO E OBJETO ........................................................................... 6

CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA ............................................................... 7

ADMINISTRAÇÃO ................................................................................... 8

O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA ..................................... 13

CONTABILIDADE .................................................................................. 20

CONTABILIDADE PÚBLICA .................................................................. 21

ADMINISTRAÇÃO ................................................................................. 23

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 34

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLIACADA
Desde a antiguidade existiam regras que buscavam disciplinar
fenômenos relacionados à economia. Não se podia à época, contudo, falar-se
em direito econômico propriamente dito.

Conforme veremos, a ideia de direito econômico está intimamente


associada à noção moderna de Estado, assim como ao reconhecimento de que
o mercado não é capaz de autorregular-se. Naquela época, portanto, não faria
muito sentido a questão sobre o grau e espécie de intervenção do Estado na
economia razão pela qual não havia um ramo do direito dedicado ao tema.

A própria etimologia do termo economia aponta nesse sentido (oikos


nomos regras para a administração do lar) Com o surgimento do Estado
moderno e do desenvolvimento da economia enquanto ciência, a discussão
sobre a relação entre Estado e atividade econômica começa a ganhar relevo,
sob a forma do liberalismo clássico.

O liberalismo clássico (ou liberalismo econômico) somente admitia a


intervenção do Estado na economia de forma bastante reduzida (alguns autores
inclusive classificam o liberalismo econômico como não intervencionista), pois
partia do pressuposto de que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido
aos agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais
(leia-se livre iniciativa), maior seria o crescimento da economia de um país.

Ainda que o liberalismo clássico possua suas nuances, pode-se dizer


que, em linhas gerais, essa corrente de pensamento defende que os fenômenos
econômicos são regidos por leis quase tão precisas quanto as leis das ciências
físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção estatal apenas tenderia a
perturbar a “ordem natural” da economia.

Esse modelo fundamentou o funcionamento da economia até o final do


século XIX, quando as deficiências do liberalismo clássico tornaram-se mais
evidentes, levando os Estados a procurarem desenvolver regulações
sistemáticas para as atividades econômicas. Vejamos aqui dois exemplos:
Europa e Estados Unidos. Na Europa, predominava um modelo de liberalismo

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em que o Estado atuava apenas para adquirir novas colônias como forma de
garantir mercado para as indústrias de seu país e obter insumos baratos para
sua produção industrial.

Conforme os territórios a serem conquistados foram tornando-se


escassos, esse modelo de capitalismo imperialista foi chegando a seu limite, ao
mesmo tempo em que os conflitos entre potências europeias em busca de novas
colônias aumentava (especialmente entre países que haviam iniciado
anteriormente sua expansão colonial e países cuja expansão colonial ocorreu de
forma tardia, como a Alemanha), desembocando posteriormente na Primeira
Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, o liberalismo clássico também mostrou-se
falho.

Ao invés do predomínio da livre concorrência, percebia-se no país um


número cada vez maior de monopólios, levando ao surgimento do Sherman Act
- uma Lei Antitruste que busca evitar a exploração dos trabalhadores, bem como
a elevação exacerbada de preços.

Todavia, a dissolução dos monopólios gerou grande circulação das


ações de empresas, o que se mostrou problemático, haja visto que à época não
havia uma regulação devidamente estabelecida para o mercado financeiro. Daí
resultaram crises econômicas, com destaque para a queda da bolsa de Nova
Iorque em 1929. Duas lições podem ser extraídas dos casos das economias
europeia e norte-americana no período do final do século XIX para o começo do
século XX:

(i) o mercado não é capaz de regular a si mesmo;

(ii) alguma intervenção do estado na economia (ainda que regulatória)


faz-se necessária.

Teremos, a partir de então, as primeiras tentativas sistemáticas de


intervenção do Estado na economia. Nos Estados Unidos pós-crise de 1929,
ganharam força as teses de John Maynard Keynes, que buscava corrigir as
falhas de mercado por meio da intervenção estatal.

Caberia ao Estado atuar como indutor do crescimento com vistas a


conduzir o país ao pleno emprego. Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o

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Estado de bem-estar social (Welfare State) que associou a promoção de política
social ao desenvolvimento econômico de um país inclusive como forma de se
contrapor à expansão do regime socialista.

A crítica mais dura e mais radical ao liberalismo econômico ocorreu nos


países socialistas, sob inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais
países desenvolveram um modelo planificado de economia com forte
intervenção estatal e pouco espaço para a autonomia individual e à iniciativa
privada.

Tal modelo, naturalmente, não se sustentou com o passar do tempo. Por


fim, mesmo os países em desenvolvimento desenvolveram sua crítica ao
liberalismo. Por meio da teoria de substituição de importações da Comissão
Econômica para a América Latina (CEPAL), defendeu-se que tais países apenas
conseguiriam desenvolver suas economias caso houvesse alguma forma de
intervenção do Estado que permitisse o desenvolvimento da indústria nacional e
a diminuição da dependência de produtos manufaturados vindos dos países do
primeiro mundo.

Importante notar que, junto com essas novas concepções acerca da


relação entre estado e atividade econômica vieram novas regulações jurídicas,
que não somente reconheciam a insuficiência do direito privado para
regulamentar fenômenos como o desemprego e as crises econômicas, como
também implicavam a revisão de “dogmas” do liberalismo, e.g., a concepção
absoluta do direito de propriedade, sendo incorporado a este instituto a noção
de função social. Os direitos dos trabalhadores também passaram a ter
tratamento especifico, merecendo destaque as Constituições mexicana (1917) e
de Weimar (1919), nas quais se percebe um forte teor social. Surgia, assim, a
codificação do direito econômico.

O reconhecimento de que o mercado é falho também ocorrera no plano


internacional. Especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, diversas
organizações foram criadas com lastro nessa premissa.

Apenas para citar algumas: Banco Mundial (fomentar o desenvolvimento


de países do então terceiro mundo), Fundo Monetário Internacional (socorrer
países em dificuldades financeiras); Acordo Geral e Tarifas e Comércio e,

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posteriormente, Organização Mundial do Comércio (estabelecer regulações para
o comércio internacional).

Mais adiante analisaremos concepções contemporâneas da atuação


estatal, especialmente aquelas voltadas para a ideia de regulação da economia
(ao invés de uma intervenção direta). Passemos agora ao conceito e objeto do
direito econômico.

CONCEITO E OBJETO
Para isso, trago a definição dada por Eros Roberto Grau: “sistema
normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação,
sob o ponto de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir
uma disciplina destinada à efetivação da política econômica estatal”.

Em outras palavras, o Direito Econômico é a disciplina que cuida das


normas que serão aplicadas pelo Estado nas práticas econômicas, incluindo os
meios de políticas de intervenção no domínio econômico, regulação, fiscalização
e participação estatal na atividade econômica, bem como a disciplina das
relações de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos dessas
relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos.

A partir dos conceitos acima, é possível definir várias áreas de atuação


do Direito Econômico:

 Desenvolvimento e equilíbrio econômicos


 Instrumentos e objetos de política econômica.
 Tutela dos valores concorrenciais, das relações de dominação e
dos sujeitos que dela participam. Ex: consumidoress
 controle de variáveis econômicas, como taxa de juros, bem como
controle de quaisquer atividades que possam afetar a economia,.
Ex: investimentos estrangeiros.
 Direito Econômico: o Estado fiscaliza, regula e participa da
atividade econômica.

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Embora o direito econômico também regule as atividades privadas,
impondo limites à autonomia da vontade, outros fatores justificam sua
localização no ramo do direito público:

i)regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo


Estado;

ii) rege condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras;

iii) imposição de obrigações fundamentadas no interesse sociais.

CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA

O conceito de Constituição Econômica

A Constituição Econômica nasce formalmente ao início do século XX,


oriunda da positivação de um feixe de normas constitucionais (expressas e
implícitas) que disciplinam a natureza do sistema econômico em determinado
Estado e firmam a sua ordem jurídica da economia, inclusive a interação estatal
na economia privada.

Mas o conceito de Constituição Econômica não encontra unanimidade


na doutrina. Na definição de VITAL MOREIRA, é o “conjunto de preceitos e
instituições jurídicas que, garantindo os elementos definidores de um
determinado sistema económico, institui uma determinada forma de organização
e funcionamento e constitui, por isso mesmo, uma determinada ordem
económica”.

Ao seu tempo, GOMES CANOTILHO adota um conceito mais restrito:


“o conjunto de disposições constitucionais – regras e princípios – que dizem
respeito à conformação da ordem fundamental da economia.”84 Já em sua obra
conjunta, VITAL MOREIRA e GOMES CANOTILHO descem a minúcias e
propõem o seguinte:

“Trata-se do conjunto de normas e de princípios constitucionais que caracterizam


basicamente a organização económica, determinam as principais regras do seu funcionamento,
delimitam a esfera de acção dos diferentes sujeitos económicos, prescrevem os grandes

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objectivos da política económica, enfim, constituem as bases fundamentais da ordem jurídico-
política da economia.”

Portanto, a ideia central do conceito reside no foro em que estão


localizadas as normas (constitucional) em face da matéria acerca da qual
dispõem (organização econômica, política econômica, poder econômico,
intervenção estatal na economia etc.).

Trata-se da disciplina jurídico-constitucional dos princípios que regem a


vida econômica em determinado Estado.

ADMINISTRAÇÃO
Simultaneamente à positivação e ao desenvolvimento doutrinário da
ideia de Constituição Econômica, foi sendo elaborada a noção de Direito
Econômico (e suas variações). A seguir, analisar-se-á com brevidade o conceito
e as características dessa disciplina.

A convivência entre o Direito Econômico, o Direito Comercial e o


Direito Civil

Num primeiro momento, acentue-se que o Direito Econômico não exclui


nem derroga o Direito Privado (Civil, Comercial e desdobramentos), que
envolvem negócios jurídicos com efeitos econômicos. Nem sequer o poderia,
apesar de ser nítido que todas essas disciplinas envolvem matéria econômica.

O que se dá é um corte transversal, a seccionar simultaneamente as


diversas ramas da ordem jurídica (no que diz respeito à ordem
jurídicoeconômica), como se infere da doutrina de ALFREDO DE ASSIS
GONÇALVES NETO:

O Direito comercial, regulando as relações entre comerciantes (empresários) e entre


esses e os destinatários de suas atividades no âmbito privado, tem com o Direito Econômico
pontos de tangência nas normas que delimitam, na órbita do interesse público, os direitos e as
obrigações daqueles no exercício da atividade profissional e que definem as suas relações com
os consumidores, com os investidores, com os demais empresários e assim por diante.

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“Já o Direito Econômico tem de buscar no Direito Comercial, dentre outras, as noções
sobre formas societárias, grupos de empresas, contratos de integração e interdependência
econômica, poder de controle interno e externo no seio empresarial.”

A peculiaridade reside em que tais ramos tradicionais do Direito Privado


regulam a vida e a interação jurídica dos particulares, tendo como objetivo
imediato a coordenação de interesses disponíveis. A não ser frente às exceções
juridicamente positivadas, em que se dá a indisponibilidade dos direitos (p. ex.,
os interesses dos absolutamente incapazes – C. Civil, art. 3º), a ideia da ordem
jurídica privada remonta basicamente aos conceitos originários do Estado
Liberal: homens livres dispondo sem peias acerca de seus bens e direitos. Assim
deve-se entender na origem o Direito Civil ou o Direito Comercial, que existiam
muito tempo antes de surgirem as cogitações acerca do Direito Econômico.

O que se dá é que a faceta econômica das disciplinas jurídicas privadas


configura um efeito reflexo ou mediato da incidência das normas às respectivas
hipóteses fáticas.

Enquanto isso, o Direito Econômico envolve os mesmos assuntos sob


um ângulo econômico primário ou imediato – além de dispor acerca de matérias
estranhas ao Direito Privado propriamente dito. Como leciona MODESTO
CARVALHOSA, a atividade econômica em sentido estrito reveste-se “de um
valor de conduta de dever ser econômico juridicamente atribuindo-se-lhe uma
função no complexo das próprias aspirações estatais.”

Há, portanto, um envolvimento entre fatos econômicos específicos, aos


quais o Estado (Legislador e mesmo a Administração) atribui maior dimensão
axiológica, conferindo-lhes uma dimensão social de tal relevância que culmina
na sua definição e subsunção a previsões de Direito Público. WASHINGTON
PELUSO ALBINO DE SOUZA fornece um exemplo ilustrador: o conceito de
“preço” e suas derivações.

O fato econômico “preço” tem um regime, uma concepção e respectivas


consequências precisas no Direito Econômico (v.g., expressão de uma política
governamental ou definidor da posição de poder dominante em determinado
mercado).

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Além disso, possui outras tantas características equivalentes e
absolutamente diversas no Direito Civil ou Comercial (prestação relativa ao valor
de troca da mercadoria). A mesma realidade abordada sob dois prismas não-
excludentes, mas complementares.

O mesmo pode ser dito em relação ao Direito do Trabalho, em se


considerando o trabalho como um fator da produção (um custo, um preço) ou
objeto de uma política governamental macroeconômica (contenção do
desemprego).

O Direito do Trabalho não vislumbra de forma imediata a relação


macroeconômica que se põe entre empregados e empregadores – o aspecto de
que ele se ocupa não está no plano político-econômico, mas nas relações
laborais stricto sensu objeto do contrato de trabalho e as consequências jurídicas
daí derivadas (férias, salário, indenizações etc.). Questões que assumem um
colorido ainda mais vivo se examinadas as próprias diversidades entre a Ciência
do Direito e a Ciência da Economia.

O Direito Administrativo da Economia como integrante do Direito


Econômico

Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia é apenas uma


parcela específica do Direito Econômico como um todo. A sua definição
dependerá do sistema jurídico analisado e as respectivas premissas adotadas
pelo doutrinador, mas é possível proceder a uma sistematização genérica.

Num primeiro momento, confira-se a definição de ANTÓNIO CARLOS


DOS SANTOS, MARIA EDUARDA GONÇALVES e MARIA MANUEL LEITÃO
MARQUES, para quem o objeto da disciplina do Direito Econômico pode ser
definido como:

o estudo da ordenação (ou regulação) jurídica específica da organização e direcção da


atividade económica pelos poderes públicos e (ou) pelos poderes privados, quando dotados de
capacidade de editar ou contribuir para a edição de regras com carácter geral, vinculativas dos
agentes económicos.

Esse conceito genérico abrange todas as áreas de incidência do Direito


Econômico. Envolveria normas estruturais (de organização) e de conduta (de

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direção) relativas à integralidade dos comportamentos dos agentes econômicos
(de caráter vinculativo).

Não se fixa num só emissor normativo (o Estado), mas também na


regulação emitida pelos próprios particulares (que podem editar ou meramente
contribuir para a edição de prescrições vinculantes aos demais agentes).

O Direito Administrativo da Economia, vislumbrado como aquele


conjunto de normas de Direito Público (Administrativo) com objeto e/ou conteúdo
econômico, estaria inserido numa parcela desse conceito amplo.

O que põe em foco a doutrina que subordina o Direito Administrativo da


Economia a uma das áreas abrangidas pelo Direito da Economia (que envolveria
toda a ordem jurídica econômica interna).

Nesse sentido, ANTÓNIO SOUSA FRANCO, para quem o Direito da


Economia “cobre áreas normativas bem distintas:

“a) O Direito Internacional Económico, que compreende o Direito


produzido por fontes normativas internacionais e cujo conteúdo é formado pela
regulamentação normativa da ordem económica e das instituições económicas.

“b) O Direito interno da Economia (ou Direito da Economia ‘stricto


sensu’), que, por sua vez, integra, em Portugal e nos países com ordenamentos
jurídicos afins, duas áreas normativas bem delimitadas:

“b1) O Direito Administrativo da Economia, isto é, a parte do Direito


Administrativo que regula as formas específicas da actuação e intervenção do
Estado, sob forma administrativa;

“b2) O Direito Económico, isto é, o ramo do ordenamento jurídico que


regula, segundo princípios próprios, a ordem económica e as suas instituições
económicas fundamentais.

O Direito Administrativo da Economia não consubstanciaria a essência


de uma disciplina jurídico-econômica originária, pois há princípios e normas
próprias do Direito Administrativo que não têm nenhum relacionamento com
tópicos específicos do Direito interno da Economia (p. ex., o Direito da
Concorrência e o Direito dos Consumidores).

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O que faria com que o núcleo central da disciplina do Direito da
Economia fosse constituído pelo Direito Econômico em sentido estrito, definido
por SOUSA FRANCO como: “o ramo de Direito (e a respectiva disciplina de
Ciência Jurídica) que contém o regime próprio e específico dos elementos
jurídicos do sistema (e do regime) económico, do equilíbrio económico entre o
Estado, grupos sociais e entidades privadas e o enquadramento e regime geral
das instituições económicas fundamentais.”

A “crise” do Direito Administrativo e o Direito Administrativo da


Economia

A fim de ampliar a argumentação (e a compreensão), importante é


destacar a doutrina de EDUARDO PAZ FERREIRA, para quem a definição de
SOUSA FRANCO “parte de uma concepção de direito administrativo que está
em crise”, pois envolveria “um direito de autoridade em que a posição da
Administração é profundamente diferente da dos particulares, quando, na
realidade, aquilo a que assistimos é a um crescente recurso das administrações
públicas aos instrumentos privatísticos”. Constatação que afastaria ou atenuaria
substancialmente a incidência dessa espécie de atividade administrativa da
atividade econômica.

A rigor, é bem verdade que o espraiamento das normas de Direito


Público (Constitucional e Administrativo) na economia e a ampliação da ação do
Estado na esfera econômica fizeram com que fossem implementadas novas
formas de ação dos agentes econômicos e mesmo do Estado (terceiro setor,
contratos de gestão, soft law etc.), tornando possível que o Direito Administrativo
da Economia admita uma concepção que se poderia denominar de ultrapassada
(ou às vésperas de o ser).

Deu-se uma mutação e há setores outrora clássicos que muitos


sustentam alheios ao Direito Administrativo contemporâneo (p. ex., os serviços
públicos e a sua sucessão pelos serviços econômicos de interesse geral).

Porém, fato é que o Direito Administrativo (ao menos o brasileiro) ainda


não experimentou uma ampla disseminação dessa flexibilidade normativa, nem
uma institucionalização dos instrumentos de Direito Privado no manejar diuturno

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da Administração ou tampouco uma derrogação de sua antiga configuração
normativa.

As relações de Direito Administrativo (inclusive o da Economia)


permanecem sendo substancialmente caracterizadas como vínculos de
subordinação o que é essencial à intervenção, regulação, controle e disciplina
do poder econômico.

A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade


do interesse público continuam colocando sob tensão todas as relações de
administração – que podem ser instrumentalizadas de modo mais brando, porém
com o mesmo retesamento existencial.

Caso contrário, não se estará diante de intervenção ou regulação da


economia, mas frente a agentes econômicos administrando livremente os seus
interesses egoísticos. Por outro lado, os fenômenos da “fuga para o Direito
Privado” (e viceversa da “publicização do Direito Privado”) não merecem ser
desprezados, pois, como o próprio PAZ FERREIRA acentua,

“As mutações do papel do Estado têm uma primeira tradução na compressão do


princípio da autonomia privada e na crescente subordinação dos particulares a regras
imperativas estabelecidas normativamente tendo em vista o interesse geral, mas que podem,
também, prosseguir o interesse dos próprios sujeitos económicos isolados” [...] “muito mais do
que uma simples actividade correctiva ou conformadora da actividade privada, é a acção pública
directa que vai passar a constituir uma instância privilegiada para o reequilíbrio das forças,
através de uma profunda ampliação do papel do Estado na satisfação de necessidades da
sociedade”.

O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA

Ora, o Direito Administrativo é o direito que rege a Administração Pública


(ou quem lhe faça as vezes), no exercício da função administrativa. Cria e
disciplina o conteúdo e os limites da competência possível de ser exercitada pelo
Estado-Administração no cumprimento às finalidades normativas.

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Desenvolve-se intra e extra ao corpo orgânico da Administração e dentre
os campos nela abrangidos estão as relações que se põem entre o Estado e a
economia.

O qualificativo “da Economia” quer significar o setor cognitivo por onde


se desdobra a incidência de uma parcela das normas típicas de Direito
Administrativo. Nesse sentido, o Direito Administrativo da Economia fixa a
organização e as finalidades da ação da Administração Pública com
repercussões no domínio econômico, bem como o que diz respeito às relações
jurídicas entre esta e as pessoas privadas.

Trata-se do exercício da função administrativoeconômica do Estado. Ou


seja: a ratio dessa disciplina consiste em prestigiar a ação econômica estatal
infralegal – seja ela concreta (atos administrativos, leis-medida, processo
administrativo etc.), seja geral e abstrata (regulamentos administrativos), tendo
o Direito Administrativo como um instrumento para a implementação de políticas
públicas ou para a correção de desvios dos agentes econômicos.

Não se trata do ramo do Direito Administrativo que envolve apenas o


trato do “poder de polícia” (ou “competência fiscalizadora”, nas palavras de
LUCIA VALLE FIGUEIREDO ou “Direito Administrativo Ordenador”, na lição de
CARLOS ARI SUNDFELD), mas também o fomento, a indução e o
intervencionismo empresarial ativo.

Quando o Estado intervém no domínio econômico constitucionalmente


reservado às pessoas privadas,102 assim o faz através do manejo de
competências de Direito Administrativo. O “toque de Midas” da Administração
Pública igualmente confere natureza pública às relações jurídicas por ela
desenvolvidas no campo da economia (o que parcialmente não ocorre sob as
exceções do art. 173, devido às mitigações lá previstas).

A Administração não poderia ignorar o Direito Administrativo no exercício


de suas funções, nem mesmo quando interage no espaço econômico reservado
às pessoas privadas. Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia não
exclui nem atenua o Direito Administrativo tradicional, mas desdobra a incidência
deste num outro plano normativo e cognitivo prestigiando o eixo central da
disciplina. Isso tanto no sentido orgânico (a Administração Pública ou quem lhe

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faça as vezes), como no sentido material (o regime jurídico de Direito
Administrativo).

Ademais, não suprime as normas específicas de regimes jurídicos


típicos (como o Direito da Concorrência ou o Direito dos Consumidores), mas
nelas lança luzes de uma normatividade toda própria: a natureza jurídica de um
Direito Administrativo aplicado aos setores econômicos onde diretamente
interage o Estado ou onde há determinado tipo de controle ou incentivos do
Estado.

A locução Direito Administrativo da Economia é a que melhor designa as


relações jurídicas disciplinadoras do vínculo de Ordem Econômica que se
desenvolve entre Estado e particulares. Por todos, a definição de ANDRÉ DE
LAUBADÈRE:

“O direito administrativo económico é constituído pelas regras e instituições relativas


aos órgãos administrativos dotados de atribuições em matéria de economia (é a ‘administração
económica’ no sentido orgânico da expressão) e, sobretudo, pelo conjunto dos princípios e regras
de fundo aplicáveis às relações dos administrados com a administração por ocasião das
intervenções económicas desta última. Embora o direito constitucional económico tenha a sua
importância, é sem dúvida o direito administrativo económico que constitui a parte mais rica do
direito público económico.”

O Direito Administrativo da Economia disciplina e estuda as relações que


se põem entre o poder econômico particular e o poder político-econômico do
Estado. Fixa em especial a forma de inserção da Administração Pública na
atividade econômica: se através de intervenção, serviços públicos, atividade
econômica privada ou regulação normativa da economia privada.

A visão jurídica do cenário econômico

Em contrapartida, a visão puramente jurídica não ignora a concepção


econômica, mas a aborda sob um outro ângulo: o Direito é essencialmente um
sistema autopoiético, que se auto-refere e constrói os seus conceitos. Como que
numa atribuição excludente, o Direito propõe e positiva os termos específicos ao
seu universo: as normas jurídicas.

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A hermenêutica jurídica interpreta o Direito posto na tentativa de
harmonizar internamente o seu próprio sistema: os atos e fatos jurídicos têm a
sua existência, validade, perfeição e eficácia oriundas da norma jurídica.

Ainda que absolutamente diversas as correntes doutrinárias em


constante debate (os “normativistas puros”, os “jusnaturalistas”, o “Direito
alternativo” etc.), as “verdades” para o jurista têm por alicerce comum o
Ordenamento Jurídico previamente positivado em regras e princípios (estes
implícitos ou explícitos no sistema).

As teorias visam a aplicar ou a negar aplicação ao Direito às normas


jurídicas componentes do sistema posta à análise do hermeneuta. Pouco
importa o motivo do acolhimento ou a negativa: o que está em jogo é o direito
positivo. Nesse sentido, importante é destacar a conclusão lançada por TERCIO
SAMPAIO FERRAZ JR.:

“Como se vê, seja como norma-proposição, seja como norma-prescrição, seja como
norma-comunicação, o conceito de norma jurídica é um centro teórico organizador de uma
dogmática analítica. Mesmo sem desconhecer que o jurista, ao conceber normativamente as
relações sociais, a fim de criar condições para a decidibilidade de seus conflitos, também é um
cientista social, há de se reconhecer que a norma é o seu critério fundamental de análise,
manifestando-se para ele o fenômeno jurídico como um dever-ser da conduta, um conjunto de
proibições, obrigações, permissões, por meio das quais os homens criam entre si relações de
subordinação, coordenação, organizam seu comportamento coletivamente, interpretam suas
próprias prescrições, delimitam o exercício do poder etc. Com isto é também possível encarar as
instituições sociais, como a família, a empresa, a administração pública, como conjuntos de
comportamentos disciplinados e delimitados normativamente.”

A análise jurídica das teorias e fenômenos econômicos objeto de


prescrições normativas tem como ponto de partida o Direito já positivado e a
finalidade visada pela norma jurídica, interpretada como unidade incindível de
um sistema harmônico (e não a “administração de recursos escassos” ou as
teorias que a expliquem e a incrementem).

A Constituição e demais normas balizam a cognição jurídica de qualquer


fenômeno social (família, trabalho, economia etc.). Por isso que muitas vezes há
uma dissociação e mesmo uma oposição intransponível entre a mens legislatoris
e a mens legis. A contemplação recíproca entre o Direito e a economia auxilia o

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ato de esclarecer e compreender o plano fático, integrando-o ao jurídico para
sua melhor e mais eficiente aplicação.

Descobre-se o cenário axiológico inerente à percepção do conteúdo


normativo (fatos, valores e normas); os valores que a ele estão subjacentes e a
sua integração/aplicação ao mundo do ser. Pode possibilitar a revelação da
razão de ser da positivação da norma. Porém, insista-se que a construção
científica do Direito tem como marco zero... o próprio Direito. O que se lê são
textos que resultam em normas jurídicas a ser aplicadas. De maneira
especialmente categórica, firmou GERALDO ATALIBA:

“Daí o terrível engano dos que pensam que a economia e o direito podem estudar um
mesmo objeto, o tributo, por exemplo, intercambiando informações, observações, princípios e
técnicas de compreensão, operação e aplicação. O conceito de tributo, para o direito, nasce e
esgota-se no universo jurídico.”

Levando-se em conta o exemplo citado, para o jurista o conceito de


tributo é um conceito oriundo, aplicado e exaurido no mundo do Direito. Deve
gerar efeitos de fato, é bem verdade, mas a partir daí a análise jurídica stricto
sensu é próxima do impertinente.

Quaisquer outros fatos ou detalhes são irrelevantes às suas cogitações.


A solução está na compreensão harmônica da Constituição e das leis, lidas e
interpretadas de acordo com o contexto histórico vivido pelo intérprete.

O que não significa o desprezo ao mundo dos fatos, nem uma rejeição
à contemplação valorativa do fenômeno normativo. Permanece a hermenêutica
jurídica do Direito, mas sem uma refutação ao mundo que o cerca (incluindo-se
aí o da economia). Porém, é importante destacar que não se trata de uma
compreensão serena e harmônica. Já há algum tempo, EROS ROBERTO GRAU
escreveu: “Impossível, no entanto, a compreensão do fenômeno tributário se o
consideramos exclusivamente pelo seu aspecto jurídico. [...] Imprescindível,
portanto, a consideração, ao lado do jurídico, do conceito econômico de tributo.”

Tais dissensões reacendem a questão acerca do relacionamento entre


Direito e economia. Não há dúvidas de que as disciplinas caminham lado a lado
no domínio econômico, interagindo, sofrendo influência recíproca e instaurando
conflitos, muitas vezes estudando e pretendendo disciplinar as mesmas relações

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sociais sob ângulos diversos. Porém, cada uma delas tem o seu próprio ponto
de partida, a sua metodologia e o seu ponto de chegada.

Enquanto ciência, o Direito não pode simplesmente desprezar a


economia, mas deve dela se valer para descortinar o porquê e a finalidade de
algumas de suas próprias normas (a produção normativa certamente não atua
com tamanho desprezo).

Com isso não se está a defender uma teoria econômica pura do Direito:
a integração transparente aprimora ambas as disciplinas e não implica subjugar
uma à outra, nem tampouco alterar/contaminar os respectivos pressupostos de
cognição (ou paradigmas). Mas isso não significa consagrar que a atividade
hermenêutica seja destinada a implementar as teorias econômicas. A leitura das
normas jurídicas não é ancilar à Ciência Econômica a elas porventura
subjacente.

Para o jurista, não é só a economia que interpreta o Direito (dizendo o


que está contido nesta ou naquela norma). O que se deseja firmar é o fato de
que a compreensão teleológica dos preceitos de Direito Econômico e Direito
Administrativo da Economia não pode prescindir do recurso (ou mesmo da ajuda)
da Ciência da Economia. Como firmou FÁBIO KONDER COMPARATO acerca
do “poder de controle” societário:

“Efetivamente, a análise do fenômeno não deve reduzir-se unicamente aos textos


legais, sob pena de mirrar-se numa exegese estéril de palavras. O exercício do poder, em
qualquer sociedade, nem sempre se ajusta ao modelo normativo. Há poderes de fato e poderes
de direito, assim como há soberanias efetivas e soberanias meramente formais, destituídas de
qualquer efetividade."

A História do Brasil está repleta de exemplos da aplicação de teorias


econômicas e os seus paradigmas através de normas jurídicas. Porém, mesmo
em casos de comoção nacional, as normas jurídicas permaneceram sendo
interpretadas à luz da Constituição (gerando debates e dissensões radicais, é
bem verdade).

A referência mais clara diz respeito aos Planos Econômicos (“Cruzado”,


“Bresser”, “Verão”, “Collor” etc.) e o respectivo controle jurisdicional. Caso a
economia servisse de matriz hermenêutica ao Direito, dificilmente teria ocorrido

18
a desconsideração jurídica dos expurgos de correção monetária, dos
empréstimos compulsórios, dos congelamentos, das “tablitas” de deflação e da
retenção dos ativos financeiros.

Indo avante, e rigorosamente, em muitas hipóteses é próximo do


impossível conhecer o Direito sem um estudo prévio da economia (e vice-versa).
Há casos em que a leitura da norma jurídica não prescinde do conhecimento
econômico, sem que isso signifique a submissão daquela a este.

As mutações atuais operadas no mundo do Direito comprovam a


assertiva. Por exemplo, é francamente inviável a perfeita compreensão das
autoridades reguladoras independentes sem a cognição prévia do que venha a
ser a regulação econômica, os marcos regulatórios, os monopólios, o
compartilhamento de infraestruturas, a teoria da captura etc.

O jurista que pretendesse ignorar essas realidades estaria destinado a


interpretar as normas sem se aperceber do porquê de sua existência (e mesmo
o seu sentido, conteúdo e alcance). Significaria apreender um outro mundo,
ainda diverso daquele do ser e do dever-ser: um mundo interno à própria
alternativa individual de cognição excludente adotada pelo intérprete. Ao excluir
peremptoriamente a economia de seu universo hermenêutico, o jurista criaria o
seu mundo peculiar e exclusivo, recheado de normas jurídicas para as quais a
economia não existe (ou não gera quaisquer efeitos).

Caso se descarte o conhecimento da motivação econômica de tais fatos


disciplinados pelo Direito, estar-se-á diante de uma análise parcial de um
fenômeno multifacetado correndo-se o sério risco de propor soluções jurídicas
dissociadas da realidade.

E o hermeneuta não pode abstrair da realidade para interpretar o Direito.

Não pode se contentar com uma explicação científica analítica parcial,


que não compreenda os valores subjacentes à norma e abstraiase da qualidade
política do Direito Administrativo da Economia. Além disso, há determinados
momentos em que o Direito simplesmente não dispõe dos conceitos básicos a
autorizar uma compreensão normativa imediata e estrita do fenômeno
econômico (nem tampouco pode o leitor os criar livremente).

19
Claro que sempre se pode lançar mão do recurso, e.g., ao Direito
Romano para explicar o pedágio em rodovias objeto de concessão ou ao iter das
célebres máximas hermenêuticas de SAVIGNY (interpretação histórica, literal,
sistemática e teleológica) para descobrir o significado do princípio da
universalização do serviço de telecomunicações, mas a natureza atributiva do
Direito e de sua interpretação tenderiam a carecer de qualquer substância.

CONTABILIDADE

A Contabilidade é uma ciência que monitora as variações do patrimônio,


desde a formação da empresa, e que pode ser utilizada para acompanhar a
saúde financeira do negócio.

Com isso, a contabilidade funciona a partir da recolha e processamento


da informação financeira, enquanto a empresa realiza suas operações de
faturamento com vendas, ou gastos com matérias-primas.

Estas informações são distribuídas em diferentes documentos, que


servem para análise dos gestores internos, mas principalmente, agentes
externos à empresa, como investidores, por exemplo.

Além disso, os dados financeiros são recolhidos para todos os tipos de


transações e tratados conforme a regulamentação do país.

Diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade


Gerencial

A Contabilidade Financeira e a Gerencial diferenciam-se na maneira que


são feitas, devido aos diferentes usuários da informação contábil da empresa.

De maneira simples, enquanto a Contabilidade Financeira é feita para


apreciação de usuários externos, a Contabilidade Gerencial é utilizada
internamente pelos gestores da empresa.

20
Sendo assim, a Financeira é quem formam os valores que aparecem nas
demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial, a partir de princípios e
normas que devem ser seguidas.

Na Contabilidade Gerencial o foco é voltado ao planejamento e controle


do uso de recursos, utilizando os valores da Contabilidade Financeira na
interpretação e tomada de decisão da administração.

CONTABILIDADE PÚBLICA

Define-se Contabilidade Pública como sendo o ramo da contabilidade


que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos
da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações.

Portanto, seu escopo relaciona-se ao controle e gestão dos recursos


públicos. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei
Complementar 101/2000), a Contabilidade Pública alçou uma maior importância
e valorização.

Diferença Contabilidade Societária x Contabilidade Pública

A Contabilidade Societária, relacionada com a atividade privada, rege-


se pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo Código Civil, que estabelecem
regras de procedimentos contábeis. Já a contabilidade pública é regulada
pela Lei 4.320/1964, que é a Lei das Finanças Públicas.

A Contabilidade Societária tem como foco principal o patrimônio e as


suas avaliações, de tal forma que a principal peça é o balanço patrimonial.

Porém, na Contabilidade Pública, o mais relevante é o balanço de


resultados, que trata da despesa e da receita, ou seja, de que forma foi
arrecadado o dinheiro e como foi aplicado.

21
Outra diferença é que a contabilidade da área societária tem como visão
o patrimônio e o lucro. Já na área pública, a visão é a gestão.

INOVAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório


Resumido da Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como
se publica essa informação.

Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa


demonstrar se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de
responsabilidade fiscal. Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas
vinculadas tenham a contabilização de onde está evidenciado o que já foi
aplicado e qual é o saldo.

A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à


contabilidade.

CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE PÚBLICA

A Contabilidade Pública - seja na área Federal, Estadual, Municipal ou


no Distrito Federal - tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que
instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.

A Lei 4.320/64 está para a Contabilidade Aplicada à Administração


Pública assim como a Lei das Sociedade por Ações (Lei 6.404/76) está para a
Contabilidade aplicada à atividade empresarial.

A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da


despesa, estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício,
escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação
entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações
de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as
variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio.

A Contabilidade pública está interessada também em todos os atos


praticados pelo administrador, sejam de natureza orçamentária (previsão da

22
receita, fixação da despesa, empenho, descentralização de créditos etc.) ou
sejam meramente administrativos (contratos, convênios, acordos, ajustes, avais,
fianças, valores sob responsabilidade, comodatos de bens, etc.) representativos
de valores potenciais que poderão afetar o patrimônio no futuro.

O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. A Contabilidade


Pública não está interessada somente no patrimônio e suas variações, mas,
também, no orçamento e sua execução (previsão e arrecadação da receita e a
fixação e a execução da despesa).

A Contabilidade Pública, além de registrar todos os fatos contábeis


(modificativos, permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados pelo
administrador, que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio.

O objetivo da Contabilidade Pública é o de fornecer aos gestores


informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de decisões, aos
órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da legislação e às
instituições governamentais e particulares informações estatísticas e outras de
interesse dessas instituições.

ADMINISTRAÇÃO

O estudo de Administração Financeira Orçamentária/Orçamento Público


está relacionado ao estudo do Direito Financeiro.

Direito Público

Direito Financeiro

Administração Financeira e Orçamentária

Mas o que é o Direito Financeiro?

O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a atividade


financeira do Estado. Abrange, dessa forma, a receita pública (obtenção de
recursos), o crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão
de recursos) e a despesa pública (dispêndio de recursos).

23
Para financiar a despesa, é preciso receita. A atividade financeira do
Estado tem duas dimensões importantes: captação de recursos por meio das
receitas públicas e a aplicação desses recursos que se materializa por meio das
despesas. Quando a receita não é suficiente, o Estado tem de pegar dinheiro
emprestado, o que é chamado de crédito público.

O estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com um enfoque


administrativo. A Administração Financeira e Orçamentária é a disciplina que
estuda a atividade financeira do Estado e sua aplicação na Administração
Pública.

Vale ressaltar que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro. E aí alguém no fundo da sala
pergunta: professor, e os Municípios? Compete aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local e suplementar à legislação federal e à estadual no
que couber.

Assim, apesar de não concorrerem com a União e os Estados, os


Municípios legislam naquilo que for de interesse local e suplementam a
legislação federal e a estadual, sem contrariá-las.

Atualmente, ainda é a Lei n. 4.320/1964 que estatui normas gerais de


Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

A Lei n. 4.320/1964 possui o status de lei complementar, já que trata de


normas gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza
normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuiu-lhe a natureza de lei
ordinária em sentido formal e lei complementar em sentido material. CF/1988,
Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar:

I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a


elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da


administração direta e indireta bem como condições para a instituição e
funcionamento de fundos.

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Conforme nos ensina Abrúcio, “o orçamento é um instrumento
fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através
dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos
extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais,
conforme seu peso ou força política.

Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma


ordem democrática como representação e accountability estão presentes”.

O orçamento reflete as ideologias da classe política dominante. O


professor destaca, por exemplo, que o modelo orçamentário do PT difere do
modelo orçamentário do PSDB, pois as ideologias são diferentes. Um prioriza a
parte social e outro a questão econômica.

Existem três tipos de accountability:

• Horizontal (controle que envolve os Poderes);

• Vertical (controle feito pelos cidadãos);

• Societal (controle feito pela mídia).

Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder


Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a
execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e
outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a
arrecadação das receitas já criadas em lei.

Giacomoni entende que, de acordo com o modelo de integração entre


planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-se em instrumento, de
curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio
prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais
em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e
as políticas básicas.

Finanças Públicas na Constituição de 1988:

Principais dispositivos acerca das finanças públicas na Constituição


Federal de 1988

25
Normas gerais: artigo 163 e artigo 164 da Constituição Federal:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações


e demais entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e


indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da


União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das
voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida


exclusivamente pelo banco central.

§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente,


empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja
instituição financeira.

§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do


Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de
juros.

§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco


central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou
entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

Orçamentos: artigo 165 até artigo 169 da Constituição Federal:

26
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma


regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e


prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital
para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento


de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos


nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,


órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta


ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e


órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos
e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo


regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,

27
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia.

§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,


compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir
desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à


previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração


e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da


administração direta e indireta bem como condições para a instituição e
funcionamento de fundos.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e


Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e


sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais,


regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento
e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões
do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre


elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas
Casas do Congresso Nacional.

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§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos
que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes


orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes


de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e


Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não


poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao


Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este
artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja
alteração é proposta.

§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias


e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao
Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165,
§ 9º.

§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não


contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo
legislativo.

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes

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poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária


anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que


excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,


ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º,
bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de


uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos


orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit
de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

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IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de


empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e
Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com
pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de


que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício


financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem
lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício


financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subseqüente.

§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para


atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos


impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os
arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia
à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na

31
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos
em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração,


a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras,
bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos
e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo
único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às


projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste


artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente
suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste


artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes
providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional,
o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará


jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de
serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será


considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na


efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

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REFERÊNCIAS

CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário. 16ª Edição, Ano 2013, Ed.
Saraiva

OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Manual de Direito Financeiro. 6ª


Edição, Ano 2014, Ed. RT.

PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 8ª Edição,


Ano 2013, Ed. Campus.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO

Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007.

Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como


funciona. 6ª edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005.

Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição –


Rio de Janeiro: QualityMark Ed, 2000.

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