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META:
Apresentar as mudanças histórias recentes por que passou o Estado –
destacando o seu papel atual
Objetivos:
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz
de:
Introdução
Na Aula anterior pudemos observar que existem diferentes tipos,
conceitos e instituições vinculadas ao Estado. A cada localidade, a cada
momento histórico, ele apresenta uma especificidade, que o distingue e o
aproxima daquilo que é entendido como tal – Estado.
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Mas além da discussão sobre sua conceituação e tipologia, há ainda
diferentes compreensões sobre o papel que o Estado deve desempenhar na
economia e sociedade.
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transformações no modo de produção e nas relações sociais dos países que a
realizaram, em relação aos outros países da época. É importante destacar que
a produção industrial se iniciou na Inglaterra e se expandiu pelo mundo,
principalmente no noroeste europeu e Estados Unidos. No entanto, em cada
país, se desenvolveu em um ritmo específico baseado nas características do
lugar.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Charlie_Chaplin_-
_Modern_Times_(mechanics_scene).jpg Foto: SoWhy
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Figura 2.1: Charles Chaplin no filme tempos modernos. O Filme é um
clássico da cinematografia internacional e exemplifica o processo produtivo do
início da revolução industrial.
Fonte:
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:AdamSmith.jpg?uselang=pt-br
Adam Smith (1723-1790) foi um filosofo e economista escocês,
considerado por muitos o pai das ciências econômicas. Smith começou sua
carreira acadêmica como professor de Filosofia Moral na universidade de
Glasgow e em 1759 escreveu sua primeira obra de impacto “Teoria dos
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Sentimentos Morais” que buscou explicar a aprovação ou desaprovação moral.
Esse livro fazia parte do seu projeto literário que pretendia cobrir todas as
áreas tratadas em sua disciplina “Filosofia moral”. Entre as áreas a serem
examinadas estavam os princípios de economia e a política econômica, as
quais foram abordadas em seu livro mais conhecido “A riqueza das Nações:
uma investigação sobre a sua natureza e suas causas”, publicado em 1776.
Este livro procurou demonstrar que a riqueza das nações provinha da ação dos
próprios indivíduos que impulsionados pelo seu auto interesse promoviam o
crescimento econômico. O Autor defendeu em seu livro que a iniciativa privada
deveria agir livremente, sem intervenção Estatal, pois a competição entre os
fornecedores levaria à queda do preço das mercadorias e a inovações
tecnológicas gerando uma “mão invisível” que levaria conduziria a economia e
a sociedade ao bem-estar.
FIM DO boxe
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fábricas eram exaustivas, cumpridas por homens, mulheres e crianças que
recebiam salários com níveis próximos a subsistência.
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Neste cenário de agitação e mudança social, os governos de diferentes
países para tentar conter a proposta revolucionária rumo ao socialismo,
ampliaram os direitos políticos da população, especialmente através da
universalização do voto, que até então estava restrito aos homens com
determinado nível de renda. Assim, diferentes países europeus e os Estados
Unidos, com o intuito de manter o sistema capitalista, afrouxando as
pretensões revolucionárias, permitiram que as classes trabalhadoras
mantivessem representantes no governo, que defendessem os seus
interesses. Esses representantes e seus representados passaram a demandar
do Estado uma qualidade de vida digna à população garantida por meio das
ações governamentais. Os movimentos trabalhadores e seus representantes
políticos passaram a exigir uma série de serviços públicos como saneamento,
limpeza, iluminação e obras de infraestrutura urbana que vão colaborar para o
desenvolvimento econômico e social e o avanço da industrialização.
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Obra chamada “emancipação trabalhista”. Na bandeira é possível ler a
frase: trabalhadores de todo o mundo, uni-vos.
VERBETE
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:John_Maynard_Keynes.jpg
Foto: IMF
John Keynes (1883-1946) foi um dos mais influentes economistas do
século XX. Nascido em Cambridge teve diferentes cargos públicos em seu
país, o que inclui o de diretor do Banco Britânico. Em 1936, publicou seu livro
de maior impacto: “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, em que
defendeu a proposta de um Estado intervencionista, através da qual os
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governos usariam medidas fiscais e monetárias para lidar com os diferentes
ciclos econômicos (recessão, depressão e booms).
Sua teoria macroeconomia foi aplicada em quase todos os países
ocidentais pós-segunda guerra mundial, tendo recuado a partir de 1970.
FIM DO VERBETE
Fonte:
http://www.flickr.com/photos/cassanaya/7063411241/sizes/n/in/photostream/
Foto: Cass Anaya
Figura 2.2: Neste período foi iniciada a Guerra Fria, que se tratava de
uma disputa de estratégias e conflitos indiretos entre Estados Unidos e União
Soviética por zonas de influência e pelo desenvolvimento do seu sistema
econômico, respectivamente, capitalista democrático e socialista ditatorial.
A guerra foi chamada de “fria” pois não ocorreu conflito direto entre as
duas potencias, entretanto, a corrida armamentista marcou toda a sua duração.
Foi nesta guerra que os países capitalistas ampliaram o fornecimento de
serviços sociais, com o objetivo de enfrentar as propostas socialistas e
demostrar a superioridade do seu sistema econômico.
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A Guerra Fria foi marcada por um amplo crescimento econômico, tanto
que muitos historiadores definem essa época como os “30 anos gloriosos” ou
como a “Era de Ouro do capitalismo”. Entre 1945 e 1975 houve um
crescimento e desenvolvimento econômicos elevados e sustentados em todo o
mundo, inclusive na Europa Ocidental e países da Ásia Oriental,
acompanhados do pleno emprego.
Atividade 1
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Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Daens_poster.jpg Foto: Universal
Pictures Benelux
“Sob essa nova ordem socioeconômica, homens, mulheres e crianças,
para sobreviverem, viram-se obrigadas a vender o único bem que lhes
restavam: sua força de trabalho.
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Com base no que você aprendeu nesta Aula e na sinopse do filme,
explique porque os trabalhadores se organizaram em sindicatos e associações
no final do século XIX. Aponte suas principais reivindicações.
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BOX de curiosidade
Leis dos Pobres
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Fonte:
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Snapshot_of_poor_law_of_1834.gif
Figura 2.3: Cartaz da Lei dos pobres (“Poor Law”) na Inglaterra em 1834.
As leis dos pobres inglesas foram estabelecidas pela Rainha Elizabeth em
1601, a partir de um aperfeiçoamento de leis anteriores que haviam sido
estabelecidas já em 1348. A lei promulgada pela rainha estabelecia que as
igrejas tivessem a função de zelar, acolher e capacitar os pobres. Nesse caso,
nas igrejas eram montados abrigos ou hospitais que acolhiam os mais
necessitados, os ensinava uma profissão e o oficio religioso, para que se
tornassem obedientes e aptos ao trabalho.
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Essas pessoas deveriam trabalhar para o Estado ou para a igreja e em
troca recebiam auxilio monetário do Governo, possível a partir da construção
de um fundo monetário para essa ação.
Dado a necessidade trabalhar para obter auxílio do Estado e a punição
estabelecida para os desocupados ou frequentadores eventuais dos abrigos,
muitos autores consideram essa uma iniciativa contratual.
A lei dos pobres no Reino Unido foi modificada em 1834, para centralizar
no governo e não nas instituições eclesiásticas as decisões, mas só foi extinta
durante o Estado de bem-estar social.
FIM DO boxe
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com toda essa diversidade é possível apontar alguns aspectos sob os quais se
estrutura a viabilidade do Estado de bem-estar social em todas as sociedades.
VERBETE
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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Henry_ford_1919.jpg Foto:
Hartsook
Figura 2.4: Fotografia de Henry Ford
O paradigma Fordista refere-se aos sistemas de produção idealizados
pelo empresário Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company.
Esses sistemas estão baseados em inovações técnicas e métodos de gestão
que se articulam com o objetivo de realizar a produção e permitir o consumo de
massa. Seu método está ancorado na linha de montagem através da
padronização e simplificação. Nesse processo os funcionários ficam parados,
realizando as mesmas atividades, enquanto os objetos que se movimentam
pela fábrica. Buscava-se assim a eliminação do movimento inútil e o
barateamento da mão de obra, ao passo que o funcionário não precisava ter
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qualificação para executar uma atividade simples. Por outro lado essa
metodologia exigia muitos investimentos no desenvolvimento e aquisição de
máquinas para movimentar o objeto. O fordismo teve seu ápice no segundo
pós-guerra (1945-1968), mas entrou em declínio nos anos de 1970, quando a
produção em massa é substituída pela produção enxuta.
FIM DO VERBETE
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Coldwar.png?uselang=pt-br
Foto: Anybody
Figura 2.5: A Guerra Fria contribuiu para a construção dessa
solidariedade, pois os conflitos entre as duas superpotências com propostas
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econômicas e ideológicas excludentes faziam com que os aliados se
aproximassem e colaborassem.
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• O Estado Providencia social-democrata é marcado por uma
universalização dos direitos. Nesse caso, há uma igualdade na
distribuição de direitos e deveres básicos para que todos tenham as
mesmas oportunidades. Os países adeptos desse modelo são Suécia,
Finlândia e Noruega.
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passou a ser o responsável pela manutenção dos seus direitos sociais e da sua
segurança. Ou seja, o Estado passou a interferir nas relações econômicas e
contratuais entre patrões e empregados, garantindo a esses últimos melhores
condições de vida.
Atividade 2
Aponte os quatro pilares sobre os quais o Estado de bem estar social está
ancorado.
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para as mulheres), a partir de 1937 até 1945 se transformou em uma ditadura,
suprimindo a democracia e os direitos civis, ampliando fortemente, contudo, os
benefícios sociais e a intervenção do Estado na economia.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Carteiradetrabalho.jpg
Foto: Marcello Casal Jr/ABr
Figura 2.6: Com o Governo Vargas ficou instituído no Brasil a jornada de
oito horas, criou-se a carteira de trabalho, foi regulamentado o trabalho dos
menores e o salário mínimo.
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o “Nacional Desenvolvimentismo”. Essa proposta era caracterizada pela
expansão da intervenção do Estado, pela descentralização do setor público e
pela criação de várias autarquias e sociedades de economia mista. Foram
realizados investimentos públicos em setores considerados estratégicos, como
a produção de minérios e energia, e foi organizada uma política fiscal e de
controle das importações buscando estimular a produção interna. A
industrialização era entendida como o principal caminho para superação do
subdesenvolvimento, sendo incentivada a entrada da tecnologia e capital
estrangeiros.
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(FGTS). O primeiro unificava o sistema de aposentadorias, com exceção do
funcionalismo público civil e militar. O segundo funcionava como seguro
desemprego para o trabalhador e era a principal fonte de financiamento das
políticas de desenvolvimento urbano do Governo. Em 1974 foi instituído o
Ministério da Previdência e Assistência Social, englobando também a
preocupação com a saúde.
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A expansão e continuidade do clientelismo, da ineficiência e da corrupção
foram possíveis devido à forte centralização da gestão e dos recursos, e à
ausência de participação e controle da sociedade sobre as ações do Estado,
que caracterizaram o governo militar.
Atividade 03
Aponte a diferença entre o Estado de Bem estar social dos países ricos e
o Nacional desenvolvimentismo, levado a cabo no Brasil até o final da década
de 1970.
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BOX explicativo
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De uma forma ou de outra, as críticas ao Estado de bem estar social se
tornavam cada vez mais frequentes ao mesmo tempo em que o esgotamento
econômico do modelo gerava inflação, endividamento do Estado e a
ineficiência dos serviços oferecidos para a população. Ao lado das criticas às
propostas Keynesianas emergia um novo paradigma, que amimava as
recomendações de reforma do Estado: o neoliberalismo.
Início verbete
O neoliberalismo propunha a liberdade de ação do mercado e a restrição
à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores
imprescindíveis e num grau mínimo. Deveria ser realizada uma redução da
carga tributária, a privatização das empresas estatais e redução do poder do
Estado de fixar ou autorizar preços.
Fim verbete
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Paralelamente às mudanças proporcionadas pelo ideário neoliberal
ocorreram transformações sociais que impulsionaram ainda mais as alterações
no papel dos Estados. Entre as mudanças mais importantes está o processo de
globalização.
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Já as empresas, nesse contexto, adquirem grandes vantagens, como
melhores opções de mobilidade, podendo se estabelecer nos países que lhes
oferecerem encargos menores e condições melhores, reduzindo os custos de
seus produtos.
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Fonte: http://teca.cecierj.edu.br/popUpVisualizar.php?id=51536
Figura 2.8: A falta de inclusão digital contribui para a manutenção da
pobreza.
Fim da imagem
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promovendo a livre circulação do capital. Além disso, passou a atribuir ao
indivíduo a responsabilidade por si mesmo, reduzindo os programas de
proteção social.
Contudo, devido ao fato que muitos ficaram de fora das beneficies gerada
pela globalização, e até foram prejudicados por ela – devido à expansão do
desemprego –, o Estado ainda precisa prestar alguns serviços, mas agora
focado no modelo gerencial de administração pública, voltado para a eficiência
e com foco no cidadão.
Atividade 4
Explique as razões para a emergência do ideário neoliberal e o papel do
Estado a partir de então.
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cultura do empreendedorismo, que se consolidou nas últimas décadas do
século XX. Esse movimento se estruturou por meio da organização das
atividades de forma a garantir o controle, a eficiência e a competitividade dos
serviços públicos.
BOX explicativo
Consenso de Washington
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IMAGEM: http://lahistoriadeldia.files.wordpress.com/2011/03/consenso-de-
washington.jpg
Legenda: lista de recomendações oferecidas pelo Banco Mundial e FMI.
O Consenso de Washington foi formulado em 1989. Trata-se de um
conjunto de recomendações de política econômica que deveriam ser aplicadas
nos países da América Latina para estabilizar sua economia e saírem da crise
inflacionaria e de governabilidade que se encontravam. Essas medidas foram
definidas por instituições financeiras baseadas em Washington D.C. como o
Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Departamento do
Tesouro dos Estados Unido. O receituário era ancorado em políticas de caráter
neoliberal, como a desregulamentação e a privatização.
A rápida difusão dessas ideias foi facilitada pela decadência do socialismo
soviético, sendo o planejamento e a intervenção estatal apontados como
razões para o fracasso econômico.
Muitos países subdesenvolvidos implementaram as medidas sugeridas
pelo Consenso de Washington, em vários graus. No entanto, o resultado
gerado pela sua aplicação tem sido muito debatido.
FIM DO BOX
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Mesmo assim, a sequência, o ritmo e o conteúdo das mudanças sofreram
variações significativas, que não foram ditadas por critérios exclusivamente
técnicos, obedecendo também decisões de natureza política dos países.
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b) a delimitação mais precisa da área de atuação do Estado,
estabelecendo-se uma distinção entre as atividades exclusivas, não exclusivas
e a produção de bens e serviços para o mercado;
c) a distinção entre as atividades do núcleo estratégico, que devem ser
efetuadas por políticos e altos funcionários, e as atividades de serviços, que
podem ser objeto de contratações externas, através da terceirização;
d) a separação entre a formulação de políticas e sua execução;
e) maior autonomia e para as atividades executivas exclusivas do Estado
que adotarão a forma de "agências executivas";
f) maior autonomia para os serviços sociais e científicos do Estado, que
deverão ser transferidos para "organizações sociais", isto é, um tipo particular
de organização pública não-estatal, sem fins lucrativos, contemplada no
orçamento do Estado (como no caso de hospitais, universidades, escolas,
centros de pesquisa, museus, etc.);
g) assegurar a responsabilização (accountability) através da
administração por objetivos e de vários mecanismos de democracia direta ou
de controle social;
e) terceirização de empresas públicas
IMAGEM:
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LINK: http://3.bp.blogspot.com/-
YZO6tgWFiUA/T7OnRmJHajI/AAAAAAAACAs/Xj845k82WoU/s1600/shapeima
ge_2.png
Legenda: Reforma do Estado brasileiro
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ideias e ferramentas da administração privada no Estado, buscando introduzir a
proposta da qualidade e a busca da eficiência nos serviços públicos.
Atividade 5
Quais são os principais papéis do Estado estabelecido na reforma
gerencial de 1995?
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Mesmo antes da ditadura militar já havia uma pressão por parte da
população para a sua participação no processo político. Movimentos sociais
como os da “Direta já”, exigiam não apenas o direito ao voto secreto e direto
nas eleições para os políticos do Brasil, como alertavam para o maior interesse
da população em decidir os rumos da política no país.
BOX explicativo
Diretas já
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Diretas_Já.jpg?uselang=pt-
br Foto: Agência Brasil
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mediante os enormes apelos populacionais. Com isso, por uma diferença de
apenas 22 votos e um vertiginoso número de abstenções, o Brasil manteve o
sistema indireto para as eleições de 1985. Assim, concorreram ao cargo de
presidente do Brasil dois civis: Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB).
Esse último venceu a disputa, mas faleceu, assumindo o cargo o seu vice-
presidente José Sarney. As primeiras eleições diretas para presidente realizada
no Brasil após o regime militar foram as eleições de 1989, para a qual
concorreram 22 candidatos, tendo vencido Fernando Collor.
FIM DO BOX
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implementar um projeto político que procura ampliara participação dos atores
sociais na definição da agenda política, criando instrumentos para possibilitar
um maior controle social sobre as ações estatais e desmonopolizando a
formulação e a implementação das ações públicas.
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De acordo com Martins et al. (2008) os conselhos e as propostas de
democratização da participação, mobilizadas pelo Estado societal, têm
diferentes significados sociais:
• A participação passa a adquirir o significado de participação da
sociedade no governo, disputando espaço tanto no aparato
governamental quanto na definição das políticas públicas.
• Significa pôr em questionamento o monopólio do Estado como
gestor da coisa pública.
• Significa ainda construir espaços públicos não estatais, afirmando
a importância do controle público sobre o Estado, da gestão
participativa, da co-gestão, dos espaços de interação de Estado e
sociedade
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• A participação representa também a explicitação de diferenças e
conflitos, com a possibilidade inclusive de discutir e problematizar o que
é justo e injusto, certo e errado, permitido e proibido, o razoável e o não
razoável.
• Significa, por fim, a construção de uma cultura participativa, que
admite, reivindica e valoriza a participação social.
IMAGEM:
Link: http://3.bp.blogspot.com/-
UDjLE6Zc9gI/UJvIfq4qj8I/AAAAAAAACEw/LITqhKGWYZg/s1600/democracia-
participativa-e1322938827542.jpg
Legenda: A participação é fundamental para que os interesses populares
se transformem em ação governamental.
Fim da IMAGEM
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planilha orçamentária, entre outros). Além disso, diferentemente do enfoque
gerencial de governo, ela não apresenta uma proposta para a organização do
aparelho do Estado. Ou seja, o Estado societal criou canais e mecanismos de
participação, mas a estrutura e organização governamental é a mesma da
vertente gerencial (focada na centralização das decisões, na eficiência e com o
foco nos resultados).
Atividade 6
Destaque três diferenças entre as propostas de Estado gerencial e Estado
societal.
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O estado não deve mais ser um guia onipotente e onipresente da
modernização, mas também não deve se privar da responsabilidade de
interferir no mercado ou sociedade. De acordo com Amaral (2003) ele deve ser
o coordenador dos esforços em prol do desenvolvimento, revalorizando as
pessoas, sendo parceiro da iniciativa privada, das organizações e dos
membros da sociedade.
Fonte: http://teca.cecierj.edu.br/popUpVisualizar.php?id=48621
Figura 2.9: Com coordenação os diferentes interesses podem caminhar
juntos para o bem comum.
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Atividade Final
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8. Considerações finais
Nesta Aula foi possível observar as mudanças no papel do Estado ao
longo dos últimos 100 anos. A análise esteve centrada nos Estados Ocidentais,
com foco nos processos de transformação que ocorreram no Brasil.
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cenário internacional: o neoliberalismo. De acordo que esse ideário o papel do
Estado deveria ser reduzido frente ao mercado, ele deveria privatizar suas
empresas e promover uma reforma na sua administração, de forma a se tornar
mais eficiente.
No entanto, como foi visto, a vertente societal não tem uma proposta
concreta de administração governamental e por essa razão convive com a
vertente gerencial em busca de um equilíbrio entre as ações centralizadoras e
eficientes, com as disputas características da ampliação da democracia.
Resumo
Nesta Aula aprendemos que o Estado pode ter diferentes papeis e que
eles variam não apenas com a localidade do Estado ou período histórico, mas
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também com a ideologias em voga na sociedade e governo. Conhecemos as
origens do Estado de bem estar social, suas características e diferenças na
implementação nos países ocidentais mais ricos e na América Latina.
Verificamos que no Brasil ocorreu o nacional desenvolvimentismo, com o
Estado promovendo as maiores ações para fomentar a indústria brasileira
através da importação de máquinas e equipamentos e da aquisição de
empréstimos. Compreendemos as principais razões da crise do Estado de bem
estar social e sua substituição para o Estado Mínimo, característico do ideário
neoliberal. Vimos que no Brasil, juntamente com o ideário neoliberal foi
realizada uma reforma gerencial na administração pública que convive até hoje
com a proposta do Estado societal, mais participativo e democrático. Esses
dois modelos são organizados por um Estado coordenador que deve equilibrar
as propostas mais democráticas e participativas com a gestão eficiente de
recursos, com vistas ao resultado dos serviços públicos.
Bibliografia
AMARAL, Ana Valeska. Terceiro setor e políticas públicas. Revista do
Serviço Público/Fundação Escola Nacional de Administração Pública, v.1, n.1
(nov. 1937) – Ano 54, n.2 (Abr-Jun/2003).
46
FIORI, José Luís. Estado de bem-estar social: padrões e crises.
Physis,Rio de Janeiro , v. 7, n. 2, Dec. 1997 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
73311997000200008&lng=en&nrm=iso>.access on 20 Oct. 2013.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73311997000200008.
SILVA Junior, Gilson Lopes da.A Lei dos Pobres 1601: Primeira Lei
Assistencialista e Política de Bem Estar Social. Disponível
em:http://www.webartigos.com/artigos/a-lei-dos-pobres-1601-primeira-lei-
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CASTRO, A.B. e SOUZA, F.E.P. A Economia Brasileira em Marcha
Forçada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. p. 190.
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