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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

TÍTULO: O IMPACTO DO CHATGPT NO ENSINO SUPERIOR1

Diego Góes

RESUMO

O uso do ChatGPT está registrando crescimento cada vez maior na sociedade


em todo o planeta, em diversos segmentos e também por parte de estudantes
e professores. Na Educação, a ferramenta deve ser utilizada como instrumento
auxiliar aos estudos, com o objetivo de melhorar o ambiente de aprendizado e
a interação entre docentes e discentes. Neste artigo, vamos abordar o impacto
do uso do chatbot por alunos de nível superior, já que, especialistas em
Inteligência Artificial apontam que o artefato está mudando a forma de fazer
pesquisa científica e diversas plataformas já estão disponíveis para os usuários
e as IAs estão selecionando, resumindo, apontando pontos principais, fazendo
conexões com a literatura e respondendo perguntas dos pesquisadores. Diante
disso, as instituições precisam desenvolver mecanismos de regulação ética
para preservar as fontes e assegurar à concepção e à certificação desse
sistema. A metodologia utilizada para a construção do presente trabalho é a
pesquisa bibliográfica de autores que dialogam e debatem sobre inteligência
artificial, ChatGPT, e aplicação de tecnologia em educação, a exemplo de
Peirce (2008), Cortiz (2022 e 2023), Santaella (2023), Sampaio e Perish
(2023), Han (2018). Por enquanto, o momento é de incertezas, porém, os
profissionais de educação e de outras áreas estão em alerta sobre o futuro da
inteligência arterial. Contudo, os pesquisadores citados apontam que o
chatGPT e outros tipos de IA vieram para mudar a forma de os professores
ensinarem e de os alunos aprenderem.
PALAVRAS-CHAVE: ChatGPT, Inteligência Artificial, Ensino Superior,
Tecnologia.

ABSTRACT

The use of ChatGPT is registering increasing growth in society across the


planet, in various segments and also by students and teachers. In Education,
1
Artigo apresentado pelo Mestrando em Educação, Diego Oliveira Santos de Góes, para a disciplina
Educação e Cibercultura, ministrada pela Profª Dra. Cristiane de Magalhães Porto, do Programa de Pós -
graduação em Educação – PPED (UNIT).
the tool should be used as an auxiliary tool for studies, with the aim of improving
the learning environment and interaction between teachers and students. In this
article, we are going to address the impact of the use of the chatbot by higher
education students, since specialists in Artificial Intelligence point out that the
artifact is changing the way of doing scientific research and several platforms
are already available to users and AIs are selecting, summarizing, pointing out
main points, making connections with the literature and answering questions
from researchers. Given this, institutions need to develop ethical regulation
mechanisms to preserve sources and ensure the design and certification of this
system. The methodology used for the construction of the present work is the
bibliographical research of authors who dialogue and debate about artificial
intelligence, ChatGPT, and application of technology in education, such as
Peirce (2008), Cortiz (2022 and 2023), Santaella (2023), Sampaio and Perich
(2023), Han (2018). For now, the moment is one of uncertainty, however,
education professionals and other areas are on the alert about the future of
arterial intelligence. However, the cited researchers point out that chatGPT and
other types of AI came to change the way teachers teach and students learn.
KEYWORDS: ChatGPT, Artificial Intelligence, Higher Education, Technology.

1 INTRODUÇÃO

O uso do ChatGPT está cada vez mais frequente no desenvolvimento


das atividades laborais em diversos segmentos da sociedade. Entre os
estudantes, não é diferente. Várias discussões estão em questão no atual
contexto político e econômico, a respeito da utilização desta ferramenta, que,
na Educação, deve ser utilizada como instrumento auxiliar aos estudos, com o
objetivo de melhorar o ambiente de aprendizado e a interação entre
professores e alunos, de acordo com o que prevê a OpenAI, empresa criadora
do chatbot, lançado em novembro de 2022.
Contudo, neste artigo, vamos discutir o impacto do uso do ChatGPT
pelos alunos de ensino superior, que, segundo Cortiz 2023, vem sendo
utilizado com bastante frequência. Os principais motivos para o uso da IA foram
o aumento da produtividade e a melhoria das habilidades de escrita acadêmica
e linguísticas.
Neste trabalho, também vamos destacar que, segundo a OpenAI, a
introdução da ferramenta traz uma nova dimensão à forma como os alunos
podem acessar informações. Além disso, a facilidade de uso e a rápida
resposta às dúvidas tornaram-se um recurso valioso para os estudantes que
buscam suporte em suas pesquisas e tarefas acadêmicas.
Por conta dos avanços tecnológicos, Sampaio e Perich (2023) reafirmam
o conceito da OpenAi e acrescentam que as inteligências artificiais (IAs)
disponíveis para a pesquisa acadêmica estão mudando o jogo e todo o
paradigma atual da pesquisa científica está em plena alteração diante de nós,
já que agora temos “robôs” capazes de interagir relativamente bem com seres
humanos e responder em uma linguagem razoavelmente humana.
Entre as mudanças na forma de fazer pesquisa científica estão a busca,
seleção e leitura de artigos, escrita, apresentação e análise de dados. Diversas
plataformas já estão disponíveis para os usuários e as IAs estão selecionando,
resumindo, apontando pontos principais, fazendo conexões com a literatura e
respondendo perguntas dos pesquisadores, isso tudo como parte regular do
processo da pesquisa acadêmica para os próximos anos.
Mas, também, é fundamental entender que novas mudanças podem
acontecer com o uso do chatbot na relação da aprendizagem. Para isso, as
instituições precisam desenvolver mecanismos de regulação ética para
preservar as fontes e assegurar à concepção e à certificação desse sistema.
O trabalho está dividido em introdução, mais três seções e
considerações finais, para que o leitor possa compreender melhor a proposta.
A primeira seção, trata-se da forma como a inteligência artificial está sendo
utilizada pelos alunos de ensino superior e os benefícios do ChatGPT na
produção dos trabalhos acadêmicos.
Na segunda, a abordagem explica os cuidados e as limitações do
ChatGPT. Na terceira, o leitor conhece mais sobre a Cibercultura e o
Colonialismo de Dados. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica de
autores que dialogam e debatem sobre inteligência artificial, ChatGPT,
colonialismo de dados e economia da atenção. Todos esses assuntos estão
entrelaçados com a cibercultura e o momento atual.
Dito isto é importante ressaltar que o ChatGPT chegou para promover
mais uma “transformação” na sociedade e em especial, na Educação.
Santaella (2023) relata que a IA mudou de figura, de fato, muito especialmente
no que diz respeito à educação. A autora, também relata outra preocupação e
demonstra que o que está em questão neste momento de incertezas é que, em
cada situação e cada condição específica de ensino-aprendizagem, devem ser
negociadas regras para o uso sadio e para isso é preciso estabelecer relações
de confiança entre professores e alunos.
Porém, ao utilizar o ChatGPT é preciso que tomemos alguns cuidados e
prestemos atenção a algumas limitações deste tipo de inteligência artificial,
quanto à transmissão de informações, tendo em vista que algumas estão
desatualizadas no banco de dados da empresa criadora deste artefato. Além
disso, muitos fatos recentes, ocorridos nos anos de 2022 e 2023 nem constam
na plataforma.
Diante disso, Cortiz (2022), chama a atenção e diz que a qualidade das
respostas transmitidas pelo ChatGPT impressiona e até faz o usuário fantasiar
sobre o potencial da tecnologia. No entanto, o próprio autor alerta para que os
usuários tenham cuidado na hora de julgar a máquina para entender suas
limitações e checar todas as informações apresentadas na pesquisa.
Santaella (2023) reforça que os seres humanos não devem permanecer
na ignorância, mas sempre precisam estar atentos as transformações e à
tecnologia. Ainda segundo a pesquisadora, as transformações e os avanços
tecnológicos são importantes, porém causam receio e perplexidade nas
sociedades quando surgem, como já aconteceu com a calculadora científica, o
computador pessoal, a internet e o google.
Outro ponto importante destacado no presente trabalho é a mudança de
comportamento da sociedade, com os avanços tecnológicos e no contexto da
Cibercultura, além da nova forma de ensinar e aprender, da captura de dados e
do colonialismo de dados.
Silveira, Souza, Cassino (Org 2021) afirmam que as questões citadas se
assemelham as mesmas práticas predatórias do colonialismo histórico, só que
agora trata-se de um novo tipo de apropriação, no qual as pessoas ou as
coisas passam a fazer parte de infraestruturas de conexão informacionais e os
novos tipos de relações humanas é que permitem a extração de informações
pessoais que nós mesmos fornecemos, para a exploração lucrativa no
mercado capitalista e neoliberalista.

2 O USO DO CHATGPT NA PRODUÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS


DE NÍVEL SUPERIOR
Desde o lançamento, em novembro de 2022, o ChatGPT tem causado
discussões importantes em todo o planeta, principalmente na dúvida se este
tipo de inteligência Artificial (IA) irá substituir os seres humanos, se vai fazer
desaparecer algumas profissões, se os estudantes vão deixar de escrever,
pensar e, simplesmente, copiar os conteúdos das atividades escolares, entre
outros questionamentos, a exemplo da proibição e/ou regulação de uso da
ferramenta em escolas, desde o Ensino Infantil até a produção de trabalhos
científicos no Ensino Superior.
Neste artigo, vamos discutir o impacto do uso do ChatGPT pelos alunos
de ensino superior, que, segundo Cortiz 2023, o chatbot vem sendo utilizado
com bastante frequência. Os principais motivos para o uso da IA foram o
aumento da produtividade e a melhoria das habilidades de escrita acadêmica e
linguísticas.
Em artigo publicado no último mês de maio, intitulado Estudantes estão
ansiosos com falta de diretrizes de uso do ChatGPT, Diogo Cortiz divulgou uma
das primeiras pesquisas em larga escala, que investigou a atitude de
estudantes em relação ao ChatGPT no ensino superior.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Chalmers University of
Technology e contou com a participação de quase 6 mil alunos de
universidades na Suécia. A maioria das respostas demostrou uma atitude
positiva no uso da IA. Quase todos os participantes afirmaram estar
familiarizados com a o ChatGPT, sendo que 35% dos estudantes afirmaram
usar o chatbot regularmente.
No entanto, quando questionados sobre a permissão de utilizar a
ferramenta, a maioria dos estudantes (62% dos alunos) considera o uso do
ChatGPT durante avaliações como uma forma de trapaça, mas o problema é
que ninguém sabe ao certo quais são os limites e fronteiras.
É importante enfatizar também neste trabalho que a OpenAI, empresa
criadora do ChatGPT, justifica que este artefato tem o objetivo de melhorar o
ambiente de aprendizado e a interação entre professores e alunos, no caso do
uso deste aplicativo nas escolas.
Para isso, a empresa apresenta uma série de informações sobre o
impacto do uso do ChatGPT no ensino superior e diz que a introdução da
ferramenta traz uma nova dimensão à forma como os alunos podem acessar
os conteúdos. Além disso, a facilidade de uso e a rápida resposta às dúvidas
tornaram-se um recurso valioso para os estudantes que buscam suporte em
suas pesquisas e tarefas acadêmicas.
Outro ponto destacado pela empresa é que o ChatGPT aprimora a
colaboração entre estudantes e professores. Assim como, os discentes têm a
oportunidade de obter feedback instantâneo e aprofundar seu entendimento
dos tópicos abordados em sala de aula.
Ainda de acordo com a OpenAI, com o uso deste tipo de inteligência
artificial, o aluno tem uma abordagem personalizada, com capacidade de
entender as necessidades individuais, por meio de um conteúdo relevante e
desafiador para promover uma aprendizagem mais significativa.
Por conta dos avanços tecnológicos, Sampaio e Perich (2023) reafirmam
o conceito da OpenAi e acrescentam que as inteligências artificiais (IAs)
disponíveis para a pesquisa acadêmica estão mudando o jogo e todo o
paradigma atual da pesquisa científica está em plena alteração diante de nós,
já que agora temos “robôs” capazes de interagir relativamente bem com seres
humanos e responder em uma linguagem razoavelmente humana.
Entre as mudanças na forma de fazer pesquisa científica estão a busca
e seleção de artigos, leitura de artigos, análise dos dados, escrita e
apresentação dos dados. Diversas plataformas já estão disponíveis para os
usuários e as IAs estão selecionando, resumindo, apontando pontos principais,
fazendo conexões com a literatura e respondendo perguntas dos
pesquisadores, isso tudo como parte regular do processo da pesquisa
acadêmica para os próximos anos.
Sampaio e Perich (2023) pressupõem que os futuros pesquisadores
provavelmente saberão ainda menos de autores e fontes. Dominarão ainda
menos a literatura acadêmica e a base dos métodos de pesquisa e
programação.
Em contrapartida, provavelmente conseguirão lidar com bases de
dados muito maiores e gerar resultados mais rápidos e em certos pontos mais
precisos e substantivos. Tais efeitos irão acontecer no curto prazo e a
academia e a ciência brasileira precisam se preparar para tanto, porém é
importante ressaltar que o uso de tecnologias na educação não é algo novo e
agora estamos vivendo na era das redes e da performatividade algorítmica.
Santaella 2023 reforça a afirmativa de Sampaio e Perich (2023) e
pontua que as instituições educacionais precisam desenvolver mecanismos de
regulação ética para preservar as fontes e assegurar à concepção e à
certificação desse sistema. A autora, também relata outra preocupação e
demonstra que o que está em questão neste momento de incertezas é que, em
cada situação e cada condição específica de ensino-aprendizagem, devem ser
negociadas regras para o uso sadio e para isso é preciso estabelecer relações
de confiança entre professores e alunos.
Quanto a permissão ou proibição do uso do ChatGPT nas escolas,
Diogo Cortiz também defende que sejam criadas regras e que os estudantes
utilizem a ferramenta de forma responsável e seja um aplicativo auxiliar aos
estudos, já que a tecnologia está diante dos nossos olhos e é um caminho sem
volta.
Banir não é uma opção, então precisamos assumir a
responsabilidade e criar diretrizes de uso em nossas
instituições, para que os estudantes possam explorar a
ferramenta com responsabilidade. Sei que é um caminho
desconhecido até para nós, mas não podemos deixar
nossos estudantes navegando sozinhos (CORTIZ, 2023).

2.1 – OS CUIDADOS E AS LIMITAÇÕES DO USO DO CAHTGPT

Ao utilizar o ChatGPT é preciso que tomemos alguns cuidados e


prestemos atenção a algumas limitações deste tipo de inteligência artificial,
quanto à transmissão de informações, tendo em vista que algumas estão
desatualizadas no banco de dados da empresa criadora deste artefato. Além
disso, muitos fatos recentes, ocorridos nos anos de 2022 e 2023 nem constam
na plataforma.
Diante disso, Cortiz (2022), chama a atenção e diz que a qualidade das
respostas transmitidas pelo ChatGPT impressiona e até faz o usuário fantasiar
sobre o potencial da tecnologia, porém, o próprio autor alerta para que os
usuários tenham cuidado na hora de julgar a máquina para entender suas
limitações e checar todas as informações apresentadas na pesquisa.
O autor descreve também que muitas matérias jornalísticas relacionam o
ChatGPT como sendo o futuro do google e ele discorda desta afirmação, já que
o Google busca as fontes e as organiza e o conteúdo exibido ao usuário é
primariamente o acesso ao original ou um trecho copiado.
Com o ChatGPT, segundo Cortiz (2022), o mecanismo funciona
completamente diferente. Ele explica que os algoritmos se baseiam em LLM
(Large Language Models), modelos gigantescos que basicamente leem muitas
informações e tentam representá-las de uma forma matemática, como se cada
palavra fosse um pontinho em um espaço multidimensional e as palavras
parecidas ficam próximas, porém a IA não sabe muito bem o que cada coisa
significa, mas sabe combiná-las para escrever frases convincentes.
Portanto, ele conclui que, diferente de um buscador como o google, que
nos provê acesso ao conteúdo original, o que o ChatGPT nos entrega é um
‘entendimento’ sobre o assunto, que pode estar totalmente errado e ressalta
ainda que o processo de interação também é outro, tendo em vista que em um
buscador os usuários têm acesso a uma variedade de fontes. Ele pontua que
um dos desafios dos chatbot é que eles ainda tendem a simplificar as
respostas, o que limita o humano entender a pluralidade da realidade.
Para dar legitimidade as informações apresentadas acima, por Cortiz
2022, apresento uma pesquisa por meio dos dois mecanismos de busca
(Google e ChatGPT) e os resultados apresentados estão relacionados a seguir.
A pergunta foi: O ChatGPT pode ser uma ferramenta útil para estudantes em
trabalhos acadêmicos de nível superior?
O Chatbot, no entanto, descreveu que: o ChatGPT, ou qualquer modelo
de linguagem semelhante, pode ser uma ferramenta útil para estudantes em
trabalhos acadêmicos de nível superior, mas é essencial usá-lo de maneira
adequada e ética. Aqui estão algumas maneiras pelas quais o ChatGPT pode
ser usado com responsabilidade:

1- Pesquisa preliminar: O ChatGPT pode ser usado para


realizar pesquisas preliminares em um tópico específico. Ao
fazer perguntas ao modelo, você pode obter uma visão geral
dos conceitos-chave e referências iniciais, o que pode ser útil
para entender melhor o tema e identificar possíveis fontes de
pesquisa.
2- Geração de ideias: O modelo pode ser usado como uma
ferramenta para gerar ideias e insights sobre como abordar um
determinado problema ou tópico. Isso pode ajudar a
desenvolver a estrutura do trabalho acadêmico e a elaborar as
principais questões de pesquisa.
3- Auxílio na compreensão: Se houver partes do material
acadêmico que você está tendo dificuldade em compreender,
você pode utilizar o ChatGPT para esclarecer conceitos ou
explicar termos complexos.
4- Verificação de gramática e estilo: O ChatGPT pode ser
usado como uma ferramenta de revisão para verificar a
gramática e a clareza do texto. No entanto, é importante
lembrar que o modelo pode não ser 100% preciso nessa tarefa
e que uma revisão humana ainda é essencial.
5- Gerar exemplos ou citações: O modelo pode ser utilizado
para fornecer exemplos ou citações relevantes em suporte aos
argumentos apresentados no trabalho acadêmico. No entanto,
é fundamental garantir que essas citações sejam de fontes
confiáveis e citadas corretamente (OPENAI, 2023).

O primeiro site apresentado na lista do google,


(www.querobolsa.com.br), traz um artigo intitulado Chat GPT: ajuda ou
atrapalha nos estudos? Saiba como usar! produzido e assinado por Isabella
Baliana, em 30 de janeiro de 2023 diz:

A grande facilidade e rapidez do robô, de interpretar e


responder todo tipo de pergunta, fazer diálogos realistas e
construir textos únicos em qualquer formato, muito
semelhantes àqueles redigidos pela mente humana, chamou
atenção sobretudo do meio educacional.
Sendo assim, esse seria um cenário positivo ou negativo para
os milhões de estudantes em escolas e universidades de todo
o mundo? A Revista Quero conversou com especialistas da
área para entender se, de fato, o Chat GPT poderia mais
ajudar ou atrapalhar nos estudos, confira!
O que é o Chat GPT?
O Chat GPT, criado pela empresa Open AI, utiliza algoritmos
de Machine Learning que processam a linguagem e
possibilitam a interação humana de uma forma mais natural e
cada vez mais realista, uma vez que a própria ferramenta
aprende e se aprimora com as exigências que são feitas.
Na prática, você consegue "conversar" e pedir para a
ferramenta criar desde poemas até mesmo debater assuntos
complexos. É possível inclusive especificar a quantidade de
linhas de um texto, o formato, e todos os assuntos que devem
ser abordados. E cada resposta será única e mais aprimorada
que a anterior, formulada em poucos segundos.
Como acessar o Chat GPT?
Para acessar o Chat GPT, basta entrar no site oficial da
ferramenta, neste link, criar uma conta utilizando um endereço
de e-mail e senha ou até mesmo utilizando um e-mail já logado
no seu computador e pronto! Não é preciso pagar para utilizar
a IA.
Em alguns casos, não será possível acessar tão rapidamente a
ferramenta porque, segundo o próprio site, o Chat GPT está
recebendo muitos acessos simultâneos. Neste caso, é possível
tentar entrar novamente depois de um tempo ou esperar um
pouco e recarregar a página.
Qual o impacto do Chat GPT na educação?
De acordo com o CEO e fundador da Educa, Jaime Ribeiro, os
educadores, no geral, se sentem divididos sobre a revolução
que essa inteligência artificial pode causar, justamente porque
o modelo de educação atual é, em grande parte, moldado pela
avaliação do resultado e não pelo processo. E o resultado
agora pode ser facilmente copiado da IA.
O CEO explica que, assim como os professores na década de
90 tiveram que aprender a conviver com as calculadoras
modernas, os educadores de hoje, principalmente aqueles de
português e redação, também terão que conviver com uma
ferramenta que simula uma escrita fluida e perfeita por meio da
inteligência artificial.
Dessa forma, para ele, um grande impacto será a valorização
do processo e da criatividade ao invés do resultado puro.
"Questões de múltiplas escolhas perdem o sentido, já que a IA
consegue respondê-las. Isso impacta a maioria das provas e
simulados, em especial os que são realizados online", pontua.
Para o professor Marcelo Dias, coordenador de Graduação da
ESEG - Faculdade do Grupo Etapa, a utilização do Chat GPT
pelos estudantes ainda precisa ser bem discutida e trabalhada
antes de adentrar as instituições de ensino.
Chat GPT pode mais atrapalhar ou ajudar nos estudos?
Segundo o CEO da Educa, Jaime Ribeiro, a IA pode ser uma
boa ferramenta para melhorar os estudos, servindo como uma
assistência personalizada para alunos com dificuldades e
dúvidas sobre conceitos, fórmulas, regras e informações
científicas.
Além disso, o Chat GPT pode ser utilizado como uma
"excelente fonte de inspiração que proporciona aos alunos um
ponto de partida". Neste pensamento, a ferramenta não deve
ser utilizada somente para copiar e colar, mas sim como uma
ajuda para desenvolver ideias.
O professor Marcelo Dias também compartilha do mesmo
pensamento. Entretanto, segundo ele, é necessário que o
estudante faça uma ponderação sobre quais assuntos,
matérias e informações a ferramenta pode auxiliar com mais
segurança.
"Em alguns temas mais técnicos e já estabelecidos há muito
tempo, pode ajudar. Por exemplo, sobre relevo em Geografia,
em que as informações são mais precisas. Já em temas
relacionados com sociologia, em que há necessidade de maior
análise crítica, podem ocorrer problemas com muitos vieses na
informação", explica. (BALIANA, 2023).
Contudo, a partir desta pesquisa comparativa, realizada nos dois
mecanismos de busca é possível compreender em detalhes a afirmação feita
por Cortiz 2022 em que diz que o google provê acesso ao conteúdo original, e
o que o ChatGPT nos entrega é um ‘entendimento’.
Na pesquisa feita no goggle é possível acessar um conteúdo mais
detalhado, que permite ao leitor maior compreensão sobre o uso do chatbot.
Além disso, apresenta as informações com a fonte que produziu o texto. Dessa
maneira, torna-se mais fácil a identificação do autor e, se por ventura, houver
alguma inverdade, os responsáveis podem ser penalizados.

2.2 – A CIBERCULTURA E O COLONIALISMO DE DADOS

Santaella (2023) reforça que os seres humanos não devem permanecer


na ignorância, mas sempre precisam estar atentos as transformações e à
tecnologia. Ela defende que a ignorância surge a partir do oportunismo de
alguns, que desejam que o mundo continue sempre igual, como garantia de
permanência de seus privilégios e outros que são vítimas da falta de
oportunidades devido à condição de vulnerabilidade a que as injustiças sociais
os relegam.
Ainda segundo a pesquisadora, as transformações e os avanços
tecnológicos são importantes, porém causam receio e perplexidade nas
sociedades quando surgem, como já aconteceu com a calculadora científica, o
computador pessoal, a internet e o google.
Outro ponto importante que devemos destacar neste artigo, a respeito
do avanço da tecnologia no atual contexto da era digital em 2023 é a mudança
de comportamento da sociedade, da nova forma de ensinar e aprender, da
captura de dados e do colonialismo de dados. Silveira, Souza, Cassino (Org
2021) afirmam que as questões citadas se assemelham as mesmas práticas
predatórias do colonialismo histórico, só que agora trata-se de um novo tipo de
apropriação, no qual as pessoas ou as coisas passam a fazer parte de
infraestruturas de conexão informacionais.
Siveira, Souza, Cassino (2021) vão mais além e afirmam que os novos
tipos de relações humanas é que permitem a extração de informações
pessoais que nós mesmos fornecemos, para a exploração lucrativa no
mercado capitalista e neoliberalista.
Dessa maneira, a vida social tornou-se um recurso que pode ser
extraído e utilizado pelo capital como forma de acumulação de riquezas. Não
importam a cultura, a religião, a ideologia. Tudo gera dados capturáveis, que
são armazenados e utilizados para formatação de perfis. As pessoas passam a
considerar essa captura como algo normal, natural.
Porém, ainda segundo os autores, um dos efeitos mais marcantes sobre
os novos sujeitos que são colonizados é o fato de que eles passam a ficar
atados a julgamentos alicerçados em seus próprios dados. Não sabem quais
de seus dados são coletados, como são usados nem mesmo quais as fontes
coletoras.
Os autores, na obra Colonialismo de dados: como opera a trincheira
algorítmica na guerra neoliberal também chamam a atenção sobre o poder de
influência das tecnologias informacionais nos países subdesenvolvidos e nos
países desenvolvidos. O questionamento é se o efeito sobre as populações é
igual em todo o planeta.
A partir de análises dos próprios autores, como no colonialismo histórico,
no colonialismo digital, os produtores de tecnologia se importam com os
consumidores do Sul Global apenas para o recebimento de feedback para
melhorias de seus próprios produtos ou com alguns nichos lucrativos.
Para eles, no entanto, o que importa são os dados coletados. Por isso,
as mudanças que ocorrem nesta sociedade globalizada, digital e dataficada,
tem favorecido o abismo entre as nações mais ricas e as mais pobres.
Ainda sobre o colonialismo de dados e a liberdade, o filósofo sul-
coreano, Byung-Chul Han constrói uma elaboração teórica voltada para a
relação entre o neoliberalismo e a vida psicológica dos indivíduos. O
argumento fundamental é a autoexploração como aspecto da condição no
regime neoliberal. Segundo o autor é a exploração da liberdade que produz o
maior lucro.
No contexto político e econômico do capitalismo e do neoliberalismo, o
filósofo diz que o sujeito é um empreendedor de si mesmo, incentivado a agir
sempre individualmente e, dessa maneira, não é capaz de estabelecer relações
livres de propósito, já que, segundo Han (2018), entre sujeitos neoliberais não
se cultiva amizade desinteressada.
Nesse aspecto, o Han acena mais uma provocação: liberdade e amigo
possuem a mesma raiz indo-europeia, isto é, a palavra liberdade remete, em
sua origem, a estar entre amigos. Isso implica dizer que o isolamento
exacerbado, característico do neoliberalismo, é contraditório com a essência
relacional da liberdade. Han 2018b).

2.3- A ECONOMIA DA ATENÇÃO NA ERA DIGITAL

Bentes (2021) afirma que entender e gerenciar a atenção é, na era da


cibercultura (era digital) o fator determinante que mais importa, inclusive para
garantir o sucesso de um negócio. Este valor econômico da atenção na
temporalidade se dá com a produção de hábitos e subjetividades
contemporâneos.
Ainda segundo a autora, estamos vivenciando o funcionamento de um
mundo econômico acelerado e ininterrupto e o que está em evidência é um
excesso de presente que paulatinamente faz desaparecer a relação com o
passado e aparece uma relação intensa com o futuro, pela urgência do aqui e
agora de demandas intermináveis, a exemplo das redes sociais, em que os
usuários sentem a necessidade de acompanhar tudo em tempo real ou o mais
próximo possível do tempo real. O que importa é estar antenado nas ações dos
seus seguidores 24horas.
Mesmo apresentando conteúdos com certo delay cronológico, seja no
feed ou no Story, as redes sociais consomem o tempo de seus usuários pela
apresentação daquilo mais próximo do “em tempo real” daqueles que seguem.
Combinado a isso, o ansioso desejo de continuar vendo o que virá em seguida
retém a atenção e nutre a regularidade do acesso aos aplicativos.
De um modo geral, em termos de visualização, não faz diferença entrar
nas redes sociais pela manhã, à tarde ou à noite, ontem ou amanhã, tendo em
vista que os conteúdos serão diferentes, mas sempre serão desconhecidos e
possivelmente interessantes.
Portanto, nas redes sociais, o conteúdo postado não envelhece e inunda
a vida subjetiva de expectativas e ansiedades sobre o que está por vir. Para o
capitalismo, esse regime 24 horas por dia, sete dias por semana (24/7) faz com
as pessoas desenvolvam um desempenho maquínico da produtividade, que
não revela o custo humano exigido para sustentar sua eficácia (CRARY, 2014).

Em sua temporalidade impossível, a lógica 24/7 torna plausível,


até normal, a ideia de trabalhar sem pausa. O trabalho não
apenas deve seguir sem repouso, mas a gestão eficiente do
tempo e da atenção é entendida, sobre os pilares da cultura
empreendedora e dos princípios do neoliberalismo, sobretudo,
como uma responsabilidade individual. BENTES (2021).

CONCLUSÃO

No presente artigo, foi discutido o uso do ChatGPT pelos estudantes de


ensino superior, como um instrumento complementar para a produção dos
trabalhos acadêmicos, com o objetivo de melhorar o ambiente de aprendizado
e a interação entre professores e alunos.
Assim como, foram abordadas as mudanças na forma de fazer pesquisa
científica. Outro ponto importante evidenciado no presente trabalho é a
mudança de comportamento da sociedade, além da nova forma de ensinar e
aprender, da captura de dados, do colonialismo de dados e a economia da
atenção no contexto atual da cibercultura.
Diante de tantas mudanças e incertezas, por conta do avanço
tecnológico, o uso da inteligência artificial pelos estudantes está causando
discussões em todo o planeta. O ChaGPT ainda é uma ferramenta nova, que
está causando polêmica a respeito da autoria dos trabalhos, ética e, acima de
tudo, a relação entre a IA e inteligência humana.
Ao utilizar o ChatGPT é preciso que tomemos alguns cuidados e
prestemos atenção a algumas limitações, a exemplo de informações falsas ou
desatualizadas. Por isso, o usuário deve checar sempre as respostas
apresentadas pela IA. Como também, avaliar a qualidade das informações.
Cortiz (2022), chama a atenção e acrescenta que as pessoas não devem ficar
impressionadas ou fantasiar sobre o potencial da tecnologia, mas utilizá-la com
cautela e entender as limitações da máquina.

REFERÊNCIAS

BALIANA, Isabella. Chat GPT: ajuda ou atrapalha nos estudos? Saiba


como usar! 30 jan 2023 Disponível em: https://querobolsa.com.br/revista/chat-
gpt-ajuda-ou-atrapalha-nos-estudos-saiba-como-usar. Acesso em: 17 jul 2023.

BENTES, Anna. Quase um tique: economia da atenção, vigilância e


espetáculo em uma rede social. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2021.

CORTIZ. Estudantes estão ansiosos com falta de diretrizes de uso do


chat. 15 maio 2023. Disponível em: https://diogocortiz.com.br/estudantes-
estao-ansiosos-com-falta-de-diretrizes-de-uso-do-chatgpt/#more-1044. Acesso
em: 5 jun 2023

CORTIZ, Diogo. Entre as fantasias e as limitações do ChatGPT. 12 dez 2022.


Disponível em: https://diogocortiz.com.br/entre-as-fantasias-e-as-limitacoes-do-
chatgpt/ Acesso em: 17 jul 2023.

HAN, Byung – Chul. Psicopolítica: O neoliberalismo e as novas técnicas de


poder. Tradução Maurício Liesen. Editora Âyiné. Belo Horizonte. 2018.

OPNAI. O ChatGPT pode ser uma ferramenta útil para estudantes em


trabalhos acadêmicos de nível superior? 17 jul 2023. Disponível em:
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BOOK_ChatGPT_-_Conquista.pdf?utm_campaign=campanha_e-book_chat_gpt_-
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Acesso em: 13 maio 2023

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