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All content following this page was uploaded by João Antonio de Moraes on 05 March 2023.
Adriano Matilha
Graduado em Comunicação Social pela UNIMAR e em Filosofia pela FAJOPA. Possui experiência
em tecnologias educacionais aplicadas à educação no ensino básico e superior.
Apresentação
1
(BELLI; HORA, 2023).
2
(STONEMAN, 2011).
3
(PLATÃO, 2013).
4
(STONEMAN, 2011, p. 15).
1
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
5
(BIG DATA CORP, 2021).
2
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
6
(MORAES, 2019).
7
Cf. Digital 2023 Global Overview Report.
8
Idem.
3
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
9
(MORAES; TESTA, 2020).
10
(BARBOSA; SILVA, 2010, p. 23).
4
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
intuito de fornecer elementos para um olhar crítico sobre esta tecnologia, faz-se
necessário compreender melhor aspectos técnicos da IA que subjaz os modelos de PLN.
A IA está situada no âmbito da Ciência Cognitiva, área de investigação
interdisciplinar envolvendo Filosofia, Computação, Neurociência, Linguística, entre
outras. Seu objeto de estudo é a mente humana. Ela surge nos anos 1950 influenciada
pelos estudos de Turing sobre máquinas computacionais e inteligência, a partir dos quais
postulou a tese segundo a qual “pensar é computar”11. Após a apresentação da tese de
Turing, a mente passou a ser concebida na Ciência Cognitiva como um sistema
processador de informação simbólica, capaz de armazenar, transportar e representar
informação. Nesse contexto, o pressuposto central da Ciência Cognitiva de que “conhecer
é fazer” ganha força, iniciando o desenvolvimento de modelos computacionais para
explicar a natureza dos processos e estados mentais. Mas até que ponto é possível simular
a mente humana em um modelo computacional? A busca por responder tal questão deu
origem a vertentes na Ciência Cognitiva, das quais destacamos: a IA simbólica e as Redes
Neurais Artificiais (RNA).
A IA simbólica se desenvolveu a fim de identificar as estruturas simbólicas
responsáveis pelo desempenho das atividades da mente humana, direcionando a
construção de modelos capazes de reconhecer de padrões formais. Neste contexto, a os
modelos computacionais assumiram o papel de terias explicativas. Contudo, apesar do
entusiasmo dos estudos da Ciência Cognitiva na década de 1960, críticas de que os
modelos não seriam capazes de manipular qualquer conteúdo. Como consequência não
há “entendimento” e “conhecimento” por tais modelos, apenas processamento de
símbolos sem conteúdo.
Com a evolução da IA, surgiram diversas tecnologias computacionais para tentar
superar as limitações apontadas pelos críticos, tais quais as RNA, que possuem a
capacidade de “aprender” a reconhecer padrões por meio de treinamento. Estas redes
lidariam com o conteúdo dos sinais contido nos padrões informacionais emergentes da
ativação de certos “neurônios” da rede ativada pelo sinal recebido no input12. As RNA
são compostas por camadas de entrada (input), de saída (output) e as “intermediarias”
(responsáveis pela mediação entre o input e o output). As camadas intermediárias
possuem um papel importante no processamento de informação das RNA, pois nelas
11
(TURING, 1950).
12
(RUMELHART; MACLELLAND, 1989).
5
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
13
(CHURCHLAND, 1992).
6
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
14
(KAUFMAN, 2022).
15
https://www.datacamp.com/blog/what-we-know-gpt4.
7
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
internet até 202116, o que inclui desde fontes consideradas “confiáveis”, como artigos e
livros, até aquelas que não possuem credibilidade confirmada, como textos de sites,
postagens de redes sociais e de fóruns de discussão, etc.. Os dados refletem aspectos
culturais de diferentes lugares do mundo, sejam os positivos ou negativos, como
preconceitos presentes na sociedade. São também as três partes da resposta que permitem
atribuir analogias ao ChatGPT como: uma grande enciclopédia, uma “mente coletiva”,
um polvo com tentáculos que se estendem por todo o mundo digital, ou até mesmo um
oráculo digital.
Alguém poderia defender a ideia de que o ChatGPT é um oráculo digital a partir
das seguintes características: a) ambos são capazes de fornecer respostas para perguntas,
embora com diferentes níveis de precisão e fontes de conhecimento; b) em algumas
culturas, os oráculos são considerados misteriosos; da mesma forma, o ChatGPT pode
ser percebido como tecnologia sofisticada e misteriosa; e c) tanto o ChatGPT quanto um
oráculo são capazes de expandir o conhecimento e fornecer insights úteis e novas
informações para os usuários. No entanto, em (a) o ChatGPT não entende o que diz,
apenas combina estatisticamente um conjunto de palavras; sobre (b) entendemos que
qualquer processo de mistério e falta de transparência acerca das bases de conhecimento
do ChatGPT deve ser problematizado; já em (c) entendemos que não há um processo
criativo desempenhado pelo sistema, não extrapolando seu banco de dados17.
Apesar de estudiosos18 indicarem limitações técnicas do ChatGPT, sua utilização
já tem gerado impactos na sociedade. Os âmbitos da Educação e do Jornalismo têm sido
os setores de grande discussão quando se trata dos alcances da GPT-3, inclusive pelo
alerta de tais profissões ficarem, em algum grau, obsoletas no futuro19.
No contexto da Educação, graças à qualidade da elaboração de textos complexos
e à grande base de dados na qual o GPT-3 foi treinado, o que tem chamado a atenção é o
potencial de uso do ChatGPT para situações de trapaça. A facilidade na manipulação do
ChatGPT pode promover seu uso para realização de trabalhos escolares por estudantes,
com a cópia do conteúdo que é elaborado pelo sistema (o qual é resultado da reformulação
de textos disponíveis na internet sem atribuir suas fontes). A qualidade do que é gerado
dificulta a identificação da trapaça pelos professores. Tal é a qualidade que o ChatGPT
16
(HERNANDES, 2023).
17
(KAUFMAN, 2023).
18
(FLORIDI; CHIRIATTI, 2020).
19
(HERN, 2022).
8
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
20
(ROMANI, 2023).
21
(O GLOBO, 2023).
22
(SCHENDES; CAPOZZI, 2023).
23
(MILLER et al, 2022).
24
(BELLI; DA HORA, 2023).
9
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
Considerações finais
A relação entre indivíduos e tecnologias digitais tem se tornado cada dia mais
próxima. As ações da vida cotidiana dos indivíduos estão repletas de uso de ferramentas
e sistemas que envolvem IA: Siri (da Apple) e Alexa (da Amazon), como assistentes de
voz; o Google Translator como ferramenta de tradução; e algoritmos presentes em
25
(G1, 2023).
26
(KAUFMAN, 2022).
10
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
Referências
11
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
12
Aceito para publicação na HUMANITAS (2675-5262), abril, 2023.
https://olhardigital.com.br/2023/02/10/pro/chatgpt-e-aprovado-em-exame-nacional-de-
medicina-dos-eua/. Acesso em: Acesso em: 27 fev. 2023.
SOPRANA, P. Interação com robôs sobe até 200% durante a pandemia de coronavírus.
Folha de S. Paulo, 8/8/20. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/08/interacao-com-robos-sobe-ate-200-
durante-a-pandemia.shtml. Disponível em: 27 fev. 2023.
STONEMAN, R. The Ancient Oracles: Making the Gods Speak. Yale University
Press, 2011.
TURING, A.M. Computing machinery and intelligence. Mind, v.59, p.433-460, 1950.
13