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Gabriel Kaplún
Comunicador e educador, pesquisador e docente da
Universidade da República (Uruguai) e de outras
universidades latino-americanas.
E-ninil: gkaplun@chasque.net
MATERIAL EDUCATIVO1:
APRENDIZADO
Três eixos p~ilri ~inlílisee çonstrut;ão de mensagens educativns: o
eixo çonccitunI, o pedagógico e o coi~~unicacional
etomamos aqui um aspecto experiência de mudança e enriquecimen-
b) Está claro que, por isso mesmo, atC que uma só pessoa seja capaz de reunir
mesmo um objeto que só proporcione in- rodos eles; costuma haver um complexo
formação pode ser educativo, desde que desafio no que tange 3 formação das equi-
seja utilizado num contexto tal que lhe pos- pes ou no estabelecimento de formas de
sibilite cumprir esta função. Deve-se notar trabalho que permitam efetivamente arti-
que, ademais, muitos materiais que não cular estes saberes e não simplesmente
foram elaborados com intencional idade somá-losou organizá-los em justaposição.
educativa podem cumprir essa função, des-
de que utilizados adequadamente. Assim
pcde suceder com obras literárias, cine- Nota-se que temos usado até aqui
matográficas, plásticas. Desde um o t e m nzaferial e não me~lrzsrrgenz
videoclipe a um conto de Garcia Márquez, eduçativa. Segundo a definiqão
ou uma caricatura de Quino, uma grande
diversidade d e materiais podem ser que se adote de um teimo ou de
educativos em um contexto determinado. outro. qualquer uim dos dois p d e
Por sua vez, e frequente que muitos ma-
ser visto corno mais amplo e
teriais elaborados com fins educativos não
consigam cumprir essa função. Finalmen- como contendo o outro.
te, muitos bons materiais propriamente
educativos procuram afastar-se d o Pode-se entender, por exemplo, o ma-
didatismo, e tendem mais a parecer-se terial como o portador ou veículo de uma
com aqueles outros que não foram reali- mensagem, o suporte ntciiterinl, precisa-
zados com final idade educativa expressa. mente. Em princípio, e para os efeitos
c) O processo de prdução de um mate- destas reflexões, vamos torná-los como
rial educativo é uma tríplice aventura: a da uma unidade, utilizando um ou outro dos
criação, a do próprio material e a do uso termos segundo o uso mais habitual em
posterior, que muitas vezes escapa is inten- cada caso. O que apresentaremos então
ções iniciais e aos cálculos dos criadores3. seria aplicável tanto a um pacote de ma-
Vamos aqui nos deter em parte nessa teriais de um curso a distância para pe-
primeira aventura e em alguns aspectos quenos empresários, quanto um video para
da segunda: a aventura interna, a que o um curso de química orgânica, um
material narra, e como cria-Ia. Remetemos radioteatro para a organização sindical dos
o leitor ao trabalho mencionado, para um camponeses ou um clipe publicitário so-
olhar mais a fundo sobre as outras duas. bre Aids dirigido a jovens urbanos, em-
Convém dizer, com respeito à primeira, bora provavelmente os dois primeiros cos-
que, habitualmente, uma criação de quali- tumem ser chamados mnterinis e os dois
dade requer a conjunção de vários sakres: últimos ntensngens. Note-se que, por ou-
çonceptuais, educativos, comunicacionais, tro lado, mesmo esta denominação depen-
artísticos, tdcnicos. É dificil, no entanto, derá, seguramente, do uso concreto e do
3. Esta idéia de "tríplice aventura" estS baseada em texto de AMPUERO, J. Refi~xiriries.cobre Ia rr~~irriiiirariíiii
y In
edirroriríii íhoiri1n6riic1.vgrfifiíhor (Reflexks sobre a comunicação e a educaqáo com meios grificm). In.: Los médios
si pueden educar (Sim, a rnidia pcdc cducar). Lima: Calandria, 1992.
Material educativo: a experiência de aprendizado
social etc. Implica realizar um trabalho melhor, ou pela primeira vez, que a
de pré-alimeriração4 da mensagem informática realiza uma série de tarefas
educativa a elaborar, saber o q u e sabem, que consomem muitas horas além das que
o que querem, o que pensam, imaginam, dedica ao seu trabalha remunerado, e que
ignoram do tema em questão, e a quais isso não é uma coisa tão natural como ele
necessidades nosso material poderia res- imaginava. Finalmente, terão ficado aber-
ponder. Isto será decisivo para construir tos caminhos que ele pode petcomr na
o que chamaremos aqui de eixo pedngó- compreensão dos usos da informática ou
g i m . Significa, além de tudo, conhecer dos papéis do gênero.
seus códigos e seu universo cultural. Isso Mas ele não consegue ter idéia do rumo:
facilitará e muito a construção do que o caminho tem duas pontas e, para delineá-
aqui chamaremos o eixo cumunicncionnL 10, é preciso conhecer bem o ponto de
partida. Parafraseando Alice no pois dos
ntarnvilhas, pode-se dizer q u e "se não
sabes de onde partes, o caminho é indife-
rente". Neste caso, o ponto de partida é
O eixo pedagógico é, ou deveria ser, vital e determinante, porque é precisamen-
segundo nos parece, o articulador princi- te o lugar onde o destinatário está, relati-
pal de um material educativo, se é que que- vamente ao eixo conceitual proposto.
remos que ele seja realmente educativo. E Como dizem, com razão, sob diversos
através dele que estabeleçerernos um pon- matizes e nomes, as correntes constniti-
to de partida e um ponto de chegada, em vistas, para que qualquer aprendizado seja
termos de tentativa, para o destinatário do possível, é fundamental conhecer as "idéi-
material. Ou seja, é assim que lhe propo- as prévias" dos sujeitos, com respeito ao
mos um caminho, que ele é convidado a tema a ser abordado" Ou,como preferi-
percorrer uma nova perspectiva que que- mos aqui, as "idéias çonstnitoras" dos su-
remos abrir para ele, ou que lhe propo- jeitos: aquelas sobte as quais, com as quais
mos que descubra. Ao fim desse caminho e, frequentemente, contra as quais se vai
pdlerá ele, ou não, ter efetivamente mu- tentar construir urna nova prcepqão, uma
dado ou enriquecido algumas de suas con- nova conceituaiização, habilidade etc.
cepções, percepções, valores etc. De qual- Quando este diagnóstico é feito com
quer modo, pelo menos a possibilidade rigor, costuma aparecer um leque de pro-
estar5 aberta. blemas complexos, que p d e m obrigar-
Por exemplo, o destinatário compreen- nos a revisar o rumo proposto inicialmente
derá melhor, o u pela primeira vez, que os e o próprio eixo çonceitual, obrigando,
sistemas informáticos lhe oferecem algu- inclusive, novas pesquisas neste terreno.
mas possibilidades q u e ele não conhecia, E mesmo quando o rumo tenha sido çon-
e não lhe oferecem outras que ele imagi- firmado, é muito provável que o caminho
nava que tinham. E ainda, compreenderá tenha que ser modificado. Não é a mesma
4. KAPLÚN, M.Unia pedagogia de ia tomunlcaci6n.(Um pedagogia da comunimçio). Madri: Ed.de La Torre, 1998.
5 . AUSUBEL, D.,NOVAK, J. 11.. HANNESIAN, H. Psicologia educativa um punto de vista cogn~scitivo.(hico-
logia educativa: um ponto de vista cognoscitivo). Mfxico: Li Trillas, 1987.
Material educativo: a experiência de aprendizado
coisa ir a La Paz saindo d e Lima que acreditou que a informática mudaria tudo
saindo de Buenos Aires. e logo se desiludiu. Descobriu, por exern-
Para a pesquisa sobre as idéias cons- plo, tarde demais, que não saberia util izá-
trutoras dos destinatários podem existir Ia, que tinha que contratar alguém, enca-
muitos caminhos sistemáticos\ mas, no recendo os custos, para ler, finalmente,
mínimo, é preciso conversar sobre o tema numa planilha eletrônica, as mesmas con-
com os sujeitos que serio, potencialmente, tas que até então fazia no caderno, a mão,
usuários do material. Às vezes, bastlir5 ape- e sem grandes dificuldades,.. Conhecer
nas recordar algumas conversas quejá lenha- bem este e outros casos de fracassos com
mos feito com alguns deles anteriormente. a infomática será um elemento chave para
Em qualquer caso, seri muito conveniente, que pensemos nosso material.
na hora da resenha, expressar as idéias o Qual é o caminho a ser proposto, então,
mais fielmente possível, segundo a maneira a partir daqui? Neste caso, em princípio,
que os próprios sujeitos o fizeram. surgem dois e i m pedngrig icos simulteneos,
Tomemos como exemplo o caso do ma- o que toma mais complexa a tarefa:
terial sobre infomiitica para a pequena em- - Da informática como traste inútil e
presa7. Poderíamos encontrar. ao menos. cusioso h sua valorização como fer-
duas idéias construtoras contraditórias: ramenta que melhora os processos e
- A ir?forn~rificn níio vni ??teservirpnrri poupa esforços no manejo da infor-
iindn. i? pum conversa mole prn nr- maçio de uma pequena empresa.
rnizcor rijillieiro da gente. - Da informática como varinha m5gi-
das concepções iniciais, o que não é o mes- primeira instância, ou daquele que o
mo que destrui-las: com esse mesmo ma- ordenamento sequencial "lógico" costu-
teria1 de base, teremos que realizar tam- ma propor. Por exemplo:
bém a nova construção ou rec~nstnição'~.
A partir daqui, é possível pensar em - Definir os conceitos básicos (siste-
diversos itinerários pedagógicos, a serem mas de infomaqão etc.)
propostos com o material. Por exemplo" : -Ver os usos da infomática na peque-
- identificação das idéias construtoras na empresa
dos sujeitos, com exemplos concre- - (Eventualmente, apresentar pergun-
tos que as expressem. O caso do fra- tas ou exercícios que permitam ava-
casso mencionado pode ser ideal, liat o que foi apendido).
porque reúne ambas as tendências
principais. Um percurso deste tipo não só é mais ári-
- Apresentação do contraste entre as do, como também corre o risco de não pos-
idéias construtoras, mostrando, por sibilitar nenhuma mudança conceitual pm-
exemplo, as saídas possíveis para o funda, funcionandocomo uma rnetotlologin
fracasso inicial e analisando algumas da sripelfici~lidncie'',na qual os sujeitos
de suas causas. continuam, basicamente, pensando que a
- Introdução, de modo gradual e aces- infomática é mágica ou inútil
sivel, de conceitos utilizados pelos
peritos nesta irea, úteis para a toma-
da de decisões sobre a introducão da É necess6xjo fazer nota- trimb6n1
informática nas pequenas empresas: que a pesquisa sobre idéiris
sistema d e informação, sofrwnrc, coiistrutoras ficar só
Iznrdwflre,desenvolvimento.
- Atividades que permitam a aplica- no p01it0 de pai-ticia.
ção destes conceitos aos exemplos e Frequentemente, e necessh~io
contra-exemplos iniciais, e sobretu-
explorá-las, tairibém, nos pontos
do a outros casos, incluindo os dos
próprios
- .
usuários do de inturnedi$rios do ~aiiiillli0.
modo a facilitar a sua apropriação.
Por exemplo: que pensarão os sujeitos
Como se vê, este caminho difere mui- sobre os sistemas d e informação? Pode-
to do de expor, simplesmente, Q que o remos encontrar coisas como estas:
eixo conceitual poderia ter sugerido e m - Sei 15... o que será isso ?
13. Es!e exemplo foi tomado. com algumas modifícações, de um capíiulo de uma série de audidramas para uso
radial e gnipl, escrita e dirigida pelo autor: Mrdin Num~rjo.Mrrjrrer tmbojnrlrirnr. (Meia laranja. Mulhcrcs traba-
lhadoras). Montevidtu: Grupo Apones. IT393.
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-
Material educativo: a experiência de aprendizado
vemos que ele ficou longe... Estamos indo aglutine o conjunto e que se ligue bem com
muito mpidamente, e pot um lindo caminho, nosso eixo pedagógico. Talvez seja preciso
só que esse caminho nos leva para o outro começar a trabalhar com os personagens e
lado. E a cesta de pp5is volta a funcionar... situações e ver o que acontece. Por onde
A história tem que agradar-nos (se não, a começar? Podemos experimentar primeiro
quem agradará?), mas não fitarna exreven- o decepcionado, que é um personagem
do (só}para n6s mesmos. O pecado esteticista ideal porque passou do otimismo i n f o d t iça
é quase taodaninhocomo o didatista. Apenas à tecnofobia, os dois extremos sobreos quais
quase: seguramente,destas idkias iniciais (que queremos trabalhar, em busca de uma alter-
é m e l h o r n ã o d ~ t m l m n t e@)em sair, nativa equilibrada. Vejamos :
afinal, as que nos ajudarão a construir nosso - Alfredo tem uma pequena fábrica de
eixo cornunicacional: a figura retórica ou massas alimentícias, que toca com
@tica, a metáfora adequada. sua mulher e dois empregados. Tra-
Talvez, para o nosso material sobre siste- balham em local alugado, tem uma
mas de informação para a pequena empresa rn5quina de amassar, uma máquina
baste criar alguns personagens que tenham de fazer espaguete, uma de ravioli, a
um vinculo verossímil entre si: pequenos caixa registradora e todos os utensi-
empw6rios de uma mesma localidade, des- lios necessários para a fabricação. 0 s
confiados, entusiasmados ou desiludidos empregados trabalham no preparo
com as possibilidades da infomática. Reu- das massas e um deles faz também
ni-los, onde? Num bar em que costumam as entregas. A mulher atende a fre-
encontrar-se? Na sede de uma associação guesia, cobra , recebe os pedidos te-
profissional que os congrega? O primeiro é lefônicos e se ençatrega das compras.
um pouco batido, o segundo pode ser força- Alfredo dirige tudo: desde empaco-
do... O negocio é encontrar oportunidades tar as massas até atender aos domin-
para que comentem suas aventuras e des- gos, quando tem mais gente, inclusi-
venturas informáticas de modo natural e ve consertar qualquer máquina que
convincente. A tontura que causou a um esteja com defeito ou verificar as con-
deles, um vendedor exagerado, desses que, tas. Agora está pensando em ampliar
quando vamos comprar um micro, nos que- o negócio: comprar, talvez, mais uma
rem convencer de que o melhor é uma rede máquina, ou um computador, que até
com vários terminais e um par de impresso- agora não tiveram. É nroder-
ras a laser. Ou ainda a simpatia inicial de nizar-se, diz ele. Por isso, foi pedir
outro vendedor, desses que nos vendem sem- crédito no Banco. Exigiram-lhe um
pre a mais barato, sendo que, dois meses monte de papéis e dados: a media do
depois, percebemos que não pdemos car- faturamento mensal, os custos de pro-
regar nem mais um programa, porque a má- dução, o s ativos fixos ...Muitas
quina dh pnu a cada dez minutos... perguntas ele não soube responder.
O funcionirio do Banco disse qual-
quer coisa como 'Se ele tinhnpm-
blenilas com seu sistema de infomtn-
A história vai tomando cor. Falta- os ain- çiio". Alfredo pensou: "que dinbo
da, no entanto, um eixo, uma idéia forte que serh isso ? Eu niio fenl~onenhurn
Material educativo: a experiência de aprendizado
-Você deve estar ruim da cabeça. Como se vê, o recurso permite que se
-O que é que te deu, de repente? abordem ambos os eixos: o da invisibi lidade
M n m - Não, nem estávamos lou- e o da naturalidade dos papéis.
cas, nem aquilo tinha dado de repen- Recordemos, portanto:
te ... Tínhamos pensado muito, foi - eixo çonceitual: a dupla jornada da
custoso, mas, afinal, resolvemos ... mulher trabalhadora
Vozes de homens e de çrinnçns, - eixo pedagógico: da invisibilidade à
superposrns. visibilidade do trabalho doméstico
- Bem, esta cozinha esta um lixo! das mulheres
- Mãe, não tem café? - eixo comunicacional: a greve "dos
- Raquel, olha a criança, ela está pratos caídos".
chorando ... S e preferirmos tomar o eixo peda-
- Cadê a marmita pra levar pro gógico d a naturalidade d o trabalho
trabalho? doméstico, poder-se-ia optar pelo
Mnrta - Quando começamos a tra- recurso do absurdo: um mundo em que
tar do assunto, a coisa toda não me se invertessem os papéis tradicionais.
convencia. E, na verdade, ainda não Também aqui caberiam doses abundantes
tenho muita certeza... de humor e uma aguda oportunidade
Roberto (o rnnrido de MnfiaJ- O para a reflexãot5.
que? Greve de dona de casa? Eu sa- A propósito, digamos que o humor e o
bia que esse negócio de trabalhar absurdo costumam ser ferramentas de
fora não ia dar certo... Está aí, já. grande utilidade para provocar conflitos
virou a cabeça ... conceptuais não destrutivos: se consegui-
mos rir de uma situação que de algum
Parece que funciona. E urna greve é uma modo nos inclui, conseguiremos rir de nós
boa oporlunidade para introduzir pouco a mesmos, primeiro passo para começar a
pouco muitos elementos sobre os p a e i s e pensar-nos criticamente.
sua naturalidade, sobre como as próprias
mulheres o assumem, sobre a função da
educaç50 e dos meios de comunicação nes- O absurdo, c10 exagerar ou i~tveitet.
sa interiorização etc. P d e haver negocia- uma sihizição, ao seguir at6 o filial
ções (quantas horas deveriam ser pagas pelo um princípio aparentemente
trabalho domésrico?), rnedidas de apoio sim-
bólico (a professora que ensina as crianças natural e eçom'lirneiite aceito, põe
"papai n m s n a mssn "1, declarações do em quest5o essa naturalidade e
Ministério do Trabalho ... Num delicado
essa aceitaç50.
equilíbrio entre o bom humor e a reflexão,
o dia de greve p d e ir transcomendo, sem
mudar nada imediatamente, mas pmuran- Está claro que o eixo comunicacional
do que não fique tudo igual... não é meramente instrumental, puro
15. Esta 6 a opção adotada por J. h p e z Vigil, para um tema muito semelhante. em um capitulo de sua skric para o
hdio. Um paisano me conto (Um companheiro me contou) Quito: ALER, s d.
Material educativo: a experiência de aprendizado
I 6 Sobre e s u questiio. veja: VYGQTSKI. L Penmmento e linguagem. São Paulo: Manins Fontcs, 1987. Também
RRUNER,.! Açción, pensamiento y Icnguaje (Açào, pcnsmento e linguagrn). Barcelona: Alianza, 19M.
1 7. KAPLUN, G. Mntrr1nle.i " p d f l rnirivcrr ... cip. ri!.
"
Comunicaçao & Educação,São Paulo, (27): 46 a 60, maiolago.2003
2. Pedagógico
Este tipo de mensagens planas 3. Comunicacional
é o que costuma sair de uma 4. Conçei tual-Pedagógico
equipe integrada 5. Conceitual-comunicacionaE
6. Pedagógico-comunicacional
exclusiva~~lente por peritos no
tema, seni a preseqa de As três primeiras são versões lineares,
com um único eixo, as t&s últimas são pla-
educadores, comunicadores, ou nas, articuladas sobre dois eixos. Mas um
eduçomunicadores, como bom material educativo é tridiiensional.
alguns preferirnos chamar-nos. Digamos finalmente que, utilizada para
a planificação e prdução de mensagens, a
ferramenta dos eixos pode ajudar a guiar
Claro que também há achatamento so- os processos de investigação prévios e de
bre o pedagógico ou sobre o comuni- avaliação posterior e, sobretudo, serve de
cacionnl, materiais pouco sólidos bússola durante o processo criativo. Utili-
conceitualmente ou invertebrados peda- zada corno ferramenta de análise, permite
gogicamente... Enfim, imagine o leitor o detectar as incongniencias e acharnmen-
que sucederia em cada um dos seis possi- tos, localizandoas dimensões descuidadas.
veis achatamentos. Quando a dimensão débil é a pedagógica,
o material pode ter, além de problemas de
Eixos presentes pertinência, o defeito de perder de vista o
1. Conceitual sujeito ao qual está destinado.
PESQUISA PK&ALIMENTACÃO
rP ~ I ~ O S T T I
TEMATICA
EXTOS
I DI.~GN~STICO
SUJ EITOSICOYTEXTOS
I
cbnrcos
ID~~A CONSTRLTTOR,\S
S UNiVERSO CU CTtrR?\L
I I
CONFLITOS ÇOVCEITUAIS
1
I
-
Criatiridade jogn
I
EIXO CONCEITUAL EIXC) COMIJNICACIOWAL
I
DESENVOLVIMENTO
ORGANIZAÇÃO
TEMÁTICA
ITINERÁRIO
PEDAGOGICO
< > NARRATIVO
Material educativo: a experiência de aprendizado