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ATOS DE SIGNIFICAÇÃO

Adeilson Inácio, Brenda Freitas, Carlos Toledo, Daiane Alves, Daniel José, Marcela Katz, Maria
Beatriz Alves, Maria Renata de Oliveira, Rhudá Lopes, Társis Eduardo
Jerome Bruner
(1915-2006)

Psicólogo, Professor e Pedagogo

Pioneiro nos estudos da Psicologia


Cognitiva
-REVOLUÇÃO -O nascimento não é
COGNITIVA 1950 garantia de
humanidade
-INVESTIGAÇÃO DO
INDIVÍDUO  -Estados intencionais

-CONSTRUÇÃO DA -Psicologia cultural


PSICOLOGIA
CULTURAL
SISTEMAS SIMBÓBICOS E
IMPACTO DA LINGUAGEM
Kit de ferramentas comunitárias

Importância dos sistemas simbólicos “Sem o papel constitutivo da cultura nós somos
monstruosidades não trabalháveis... animais
incompletos ou inacabados que completam ou
Surgimento da Cultura acabam através da cultura” - Geertz

Divisor na evolução humana

Consequências
“Em virtude da participação na cultura, o significado é tornado público e compartilhado. Nosso meio de
vida culturalmente adaptado depende da partilha de significados e conceitos. Depende igualmente de
modos compartilhados de discurso para negociar diferenças de significado e interpretação.” - Bruner

A CULTURA DEVE CONSTITUIR UM


CONCEITO CENTRAL DA
PSICOLOGIA:
Papel da Psicologia Popular
Argumentos constitutivos
Revolução Cognitiva
Psicologia Cultural

Psicologia Popular
Características da Narrativa

Não tem o tempo medido por relógios  Sentido para narrativa que não
é direto 
As ações têm motivos 
Existe espaço para uma certa
Não possuem uma única interpretação contestação 

Pode ser real ou imaginária 


“As histórias provavelmente são a matéria da vida daqueles cujo comportamento
os psicólogos estudam” - Bruner
LIGAÇÃO ENTRE O EXCEPCIONAL E O
COMUM
LIGAÇÃO ENTRE O EXCEPCIONAL E
O COMUM
Regra da situação e o Comportamento de correio

“Quando as pessoas vão ao correio, elas assumem o comportamento correio” -


Barker

Princípio cooperativo de Paul Grice


Respostas breves, perspicazes, relevantes e verdadeiras
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DA
NARRATIVA

Quinteto essencial formador


Qualidade dramática, usando como de uma história: um ator, uma Histórias assumem uma
base o “dramatismo” de Kenneth ação, uma meta, um cenário e posição moral, mesmo que
Burke. um instrumento. seja contra outras posições
morais.
BIGNOTTO, Cilza. Reescrevendo a narrativa: racismo em livros infantis da época de Monteiro Lobato*. Revista Brasileira de Literatura Comparada, [s.l.], 18
jun. 2021. DOI https://doi.org/10.1590/2596-304x20212343cb. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rblc/a/cQnMN7HBKNpcxwkGjZRspwK/#. Acesso em: 11
fev. 2023.
“PAISAGEM DUAL” DA NARRATIVA
Afinidade entre a narrativa “ficcional” e “empírica”

HIPÓTESES DO
AUTOR :

É mais fácil nos identificarmos com É mais fácil conviver com versões
histórias “subjuntivas” alternativas de uma história
PAPEL DA PSICOLOGIA
POPULAR
NARRATIVIZADA
ESQUEMATIZAÇÃO DAS
Regulação do afeto
EXPERIENCIAS
        Controla os esquemas da memória
  Armazenar experiências na memória de
uma forma narrativa
        Impressão digital dos esquemas
  Sofre influências
Depende da sua literariedade

NATUREZA DA
NARRATIVA COMO Utiliza de ferramentas

UMA FORMA DE  Precisa ser concreta e se utilizar de alguns


LINGUAGEM elementos

Significado subjetivo
QUESTIONAMENTO 1 – (Dell)

Na formação da mente e dos significados que são unidos a ela, a linguagem seria um dos
principais auxílios e instrumentos dessa construção. Ela não apenas transmite, ela cria
realidades, e fornece meios para a explicação e investigação do mundo dentro de cada
contexto. Dada essa importância, vê-se também seu potencial como instrumento de poder
e opressão, na obra “Notas sobre a atualidade da ferida colonial” de Alexandre Silva de
Jesus ele mesmo cita que o escravizado está na sociedade dos falantes mas não a possui,
assim acho pertinente questionar sobre como o artificio da tradução posta pelo
colonizador na interação com os povos indígenas colonizados é capaz de causar
apagamentos na subjetividade local de diversos povos onde significados tão únicos se
tornaram generalizados?
QUESTIONAMENTO 2 – (Daiane)

A narrativa é composta por três elementos: estados mentais, uma sequência singular
de eventos e acontecimentos envolvendo pessoas como personagens ou atores, e
assim, configuram um enredo ou fábula. A partir da interpretação desse enredo,
podemos extrair significado da sua composição. Entendendo isso, vocês acreditam
que o populismo penal midiático, formado por repórteres policiais (como Sikêra
Júnior, Bacci e Datena) e programas policiais corroboram para compor uma narrativa
racista e preconceituosa da periferia e de pessoas pretas?
QUESTIONAMENTO 3 – (Marcela)

De acordo com Bruner, a narrativa pode ser "real“ ou "imaginária", sem perder seu
poder e significância como história. Ainda nesse sentido, Bruner ressalta que a história
possui a função de atenuar ou de tornar compreensível um comportamento que se afasta
do socialmente aceito. Assim, quando a ação de uma pessoa é mal vista pelos outros,
essa pessoa quase sempre contará uma história que possui razões e explicações para sua
atitude. Nessa lógica, vocês acreditam que pessoas racistas utilizam esse mecanismo
como uma ferramenta para "justificar" o seu racismo, quando essas são acusadas por
outras pessoas de serem racistas? e por que elas se sentem confortáveis para fazer isso?
QUESTIONAMENTO 4 – (Brenda)

“Os judeus não têm olhos? Os judeus não têm mãos, órgãos, dimensões, sentidos, inclinações,
paixões? Não ingerem os mesmos alimentos, não se ferem com as armas, não estão sujeitos às
mesmas doenças, não se curam com os mesmos remédios, não se aquecem e refrescam com o
mesmo verão e o mesmo inverno que aquecem e refrescam os cristãos? Se nos espetardes, não
sangramos? Se nos fizerdes cócegas, não rimos? Se nos derdes veneno, não morremos? E se
nos ofenderdes, não devemos vingar-nos? Se em tudo o mais somos iguais a vós, teremos de
ser iguais também a esse respeito.” De acordo com BRUNER (1997), a narrativa é um
instrumento natural para a psicologia popular, já que lida com a ação e a intencionalidade
humana; além de tornar o excepcional compreensível e afastar o que é estranho para o grupo
popular analisado. Nesse contexto, e com a reflexão do princípio da igualdade proposta por
Shakespeare em "O mercador de Veneza" no início do questionamento, como a narrativa pode
combater o racismo dentro da psicologia popular, visto que a sua respectiva base sócio-
histórica é racista?
QUESTIONAMENTO 5 – (Inácio)

De acordo com o texto de Bruner, tudo é produto da matriz institucional que a


sociedade construiu. Essa construção é o meio usado para a imposição de uma versão
particular do que constitui a realidade. São, na verdade, significados culturais que
orientam e controlam os nossos atos individuais. O texto traz o exemplo do grupo
semântico “negligência”, “carteira de motorista" e "policial". Quais exemplos práticos
vocês conseguem pensar como permeadores da matriz institucional que nos é imposta
na construção de nossa sociedade estruturalmente racista?
Referências:

BIGNOTTO, Cilza. Reescrevendo a narrativa: racismo em livros infantis da época de Monteiro Lobato*. Revista
Brasileira de Literatura Comparada, [s.l.], 18 jun. 2021. DOI https://doi.org/10.1590/2596-304x20212343cb.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rblc/a/cQnMN7HBKNpcxwkGjZRspwK/#. Acesso em: 11 fev. 2023.

BRUNER, Jerome. Atos de significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990 p.Disponível em: https://
www.dropbox.com/s/d4f21qht5xiv0nu/Bruner-1997-atos-de-significacao.pdf?dl=0

CORREIA, Mônica F. B. A constituição social da mente: (re)descobrindo Jerome Brunere construção de significados.
Universidade Federal da Paraíba., Estudos de Psicologia2003, 8(3), 505-2013. Disponível em https://
www.scielo.br/pdf/epsic/v8n3/19973.pdf

JESUS, A. S. Notas sobre a atualidade da ferida colonial. Recife: Titivillus


editor, 2022.

SHAKESPEARE, William. O Mercador de Veneza. [S. l.]: EBooksBrasil.com, Agosto 2000. 143 p. Disponível em:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/mercador.pdf. Acesso em: 11 fev. 2023.

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