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A ESCOLA NORMAL E A FORMAÇÃO DOCENTE EM MINAS GERAIS:

DIAMANTINA, 1913 A 1938

Gabriela Marques de SOUSA1


Juliano Guerra ROCHA2

RESUMO

O presente trabalho está vinculado às pesquisas do campo da História e da Historiografia da


Educação e teve o objetivo de compreender a trajetória da Escola Normal Regional Américo
Lopes, entre os anos de 1913 a 1938, que deu origem a Escola Normal Oficial de Diamantina,
com a oficialização em 1928. Essa instituição está localizada em Minas Gerais, na cidade de
Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, considerada um munícipio importante para o
desenvolvimento do norte mineiro, desde o século XVIII. Logo, a delimitação temporal está
fundamentada no surgimento da Escola Normal Regional Américo Lopes, em 1913, até a sua
supressão pelo Decreto nº. 63 de 15 de outubro de 1938. A metodologia do trabalho tem como
aporte teórico-metodológico a micro-história, utilizando-se de fontes oficiais do Estado de
Minas Gerais e também dos periódicos que circulavam na cidade de Diamantina.

Palavras-chaves: Escola Normal. Formação de professores. Diamantina.

THE NORMAL SCHOOL AND TEACHER’S TRAINING IN MINAS GERAIS:


DIAMANTINA, 1913 TO 1938

ABSTRACT

The present study is tied to the researches of History and Historiography of Education fields,
and has as objective to comprehend the path of Américo Lopes Regional Normal School,
between the years of 1913 and 1938, which gave rise the Normal Scholl of Diamantina. This
institution is located in Minas Gerais, in the city of Diamantina into the Vale do Jequitinhonha
being considered as an important county to the northern Minas Gerais development since the
18th century. Therefore, the temporal delimitation is substantiated on the emergence of
Américo Lopes Regional Normal School in 1913 until its suppression by the decree no. 63 of
January 15, 1938. The methodology of the work has as a theoretical and methodological
contribution to the micro history, using official sources from the Minas Gerais State and also
from the periodicals that circulated in the city of Diamantina.

Keywords: Normal School. Teacher’s formation. Diamantina.

1
Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Pesquisadora vinculada aos grupos de
pesquisa: “História da Alfabetização: Lugares de formação, Cartilhas e Modos de fazer” (UFU); “Grupo de
Estudos e Pesquisas Sócio-Históricas em Educação dos Vales” (UFVJM). Bolsista da Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG. gabrielamar.sousa@gmail.com
2
Doutorando em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia. Professor da Prefeitura de Itumbiara/GO e
Secretaria de Estado de Educação de Goiás. Pesquisador vinculado aos grupos de pesquisa: “História da
Alfabetização: Lugares de formação, Cartilhas e Modos de fazer” (UFU); “Grupo de Pesquisa em História e
Historiografia da Educação Brasileira” (UFU). professorjulianoguerra@gmail.com
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1 INTRODUÇÃO

A promulgação do Ato Adicional, no Brasil, em 12 de agosto de 1834, fez com se


concretizasse o pacto federativo entre as províncias e o Império, ocorrendo uma
sistematização da instrução primária que não existira até então. Esse processo de constituição
da educação à brasileira foi permeado de tensões, sendo baseado no modelo europeu de
escolas, desfavorecendo a discussão sobre o assunto no âmbito político.
As primeiras instituições escolares surgidas nesse período acompanharam o modelo
pedagógico da Europa, com a utilização de métodos que fossem capazes de instrumentalizar a
educação e formar a sociedade brasileira. Contudo, a instauração da República em meados de
novembro de 1889 não causou mudanças no que tange à estrutura da educação, mas sim, uma
transformação de seu caráter, sendo destinada a formação de um novo homem, norteado pela
razão e baseado na cultura escrita.
Para o nascimento desse novo homem brasileiro seria necessária uma política de
formação de professores que atendessem a demanda do Estado republicano, o que na prática
não aconteceu, uma vez que a responsabilidade pela formação docente era atribuída às
províncias, que na maioria das vezes, não tinham condições de arcar com os custos. Assim, a
promulgação da Constituição em 1891 não modificou sistematicamente a educação e não
trouxe novidades quanto aos métodos e organização escolar. Ela sublinhou a descentralização
da mesma (PAIVA, 2003), atribuindo ao munícipio as responsabilidades sobre a instrução e a
formação de professores.
Com efeito, nesse cenário educacional no período de transição entre o Império e a
República houve diversas discussões em torno da questão da educação, surgindo assim
movimentos que a consideravam o remédio necessário para curar o Brasil das mazelas do
atraso. O otimismo e o entusiasmo pedagógicos, que emergiram durante a transição de regime
político, foram fortemente propagados na década de 1920. Os intelectuais da Escola Nova
tinham papel fundamental na divulgação desses ideais, tendo como objetivo o combate à
ignorância, de modo que possibilitasse colocar o país nos rumos do progresso (NAGLE,
2001).
Acompanhando esses movimentos no contexto macro da história do Brasil,
Diamantina/MG se localiza em um cenário pormenorizado das discussões sobre a
implantação de instituições educativas, que promovessem a formação de professores e
também a escolarização da sociedade. Dessa maneira, buscamos nesse trabalho compreender
a Escola Normal Regional Américo Lopes (ENRAL), localizada em Diamantina, a partir da
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sua fundação em 1913, articulando com as discussões sobre a educação e os movimentos
educacionais que permearam junto a trajetória da instituição, até a sua oficialização em 1928,
pelo Decreto nº. 8.820 de 12 de outubro.
O objetivo desse trabalho, portanto, é compreender essa instituição no cenário
educacional diamantinense, no que tange à formação de professores e aos processos de
escolarização da região, entre o período de 1913 a 1928, fazendo uma busca dialogada com os
acontecimentos políticos e sociais no Brasil e no Estado de Minas Gerais.

2 O CENÁRIO EDUCACIONAL MINEIRO NOS PRIMEIROS ANOS DA


REPÚBLICA: AS AÇÕES POLÍTICAS-ADMINISTRATIVAS NA CIDADE DE
DIAMANTINA NO FINAL DO SÉCULO XIX

Após a homologação da Lei nº. 16, de 12 de agosto de 1834, consagrou-se a ampliação


das ideias liberais no Estado Imperial, modificando-se a Constituição anterior datada de 1824,
permitindo alterações na Carta Magna. Conhecido como Ato Adicional, funcionou como
importante mecanismo de manutenção do poder monárquico e uma trégua nas disputas entre a
centralização e descentralização política-administrativa, dando a autonomia para as províncias
em detrimento do centralismo da Corte.
Esse projeto liberal redigido por Bernardo Pereira de Vasconcelos é considerado a
materialização das ideias federalistas que esteve presente nas discussões políticas,
transfigurado em um pacto federal entre as províncias e o Estado Imperial. As transformações
causadas pela Lei nº. 16 criaram duas forças políticas divergentes, a primeira representada
pela figura do presidente da província, sendo este nomeado pelo governo central, e o segunda
pelas Assembleias Legislativas, elegidas através das eleições censitárias.
As Assembleias Legislativas conquistaram autonomia para legislar sobre os mais
diversos assuntos referentes as questões provinciais, entre elas a instrução primária, o que
representou em uma descentralização do sistema educacional do Brasil:

Art. 10. Compete ás mesmas Assembléas legislar:


§ 2º Sobre instrucção publica e estabelecimentos proprios a promove-la, não
comprehendendo as faculdades de Medicina, os Cursos Juridicos, Academias
actualmente existentes e outros quaesquer estabelecimentos de instrucção que para o
futuro forem creados por lei geral (BRASIL, 1834, on-line).

Os poderes dados às Assembleias Provinciais nesse período, tiraram a autonomia dos


governos municipais, sendo a Câmara controlada pelo poder legislativo, legitimando a

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fiscalização dos órgãos públicos para as províncias, configurando uma diferenciação entre o
poder central e os regionais.
A descentralização do Poder Moderador deu espaço para as províncias criarem
condições para a implementação de uma instrução primária, mas devido aos altos custos
sugiram em Minas Gerais, durante o século XIX, apenas nove instituições escolares
responsáveis pela formação de professores3. Dentre essas, a Escola Normal de Diamantina,
criada pelo artigo nº. 6 da Lei 2.476, de 09 de novembro de 1878, e instalada em 07 de
fevereiro de 1879 (MINAS GERAIS, 1892, p. 30). Segundo Mourão (1959, p. 15), a
publicação do Regulamento nº. 84, de 21 de março de 1879, legitimou a ação da escola na
região diamantinense, que em 1882 chegou a ter 98 alunos matriculados.
De certo modo, a criação de Escola Normal nesse município acompanhou as tradições
políticas-administrativas que ocorrera naquela região desde a descoberta do ouro e do
diamante, onde os cuidados da Corte se redobraram, transformando Diamantina em um polo
cultural e social do Jequitinhonha.
Mourão (1959), após o diagnóstico feito sobre Minas Gerais através das análises dos
relatórios dos Presidentes de Província, sistematiza um extenso quadro da situação
educacional do Estado, onde assinala questões relativas à legislação, à organização
burocrático-institucional, aos recursos didático-metodológicos, à situação dos professores e,
principalmente, traça a história das instituições educativas que se instalaram na região
mineira. O autor aponta que a precariedade da rede oficial de ensino da instrução pública
mineira deu lugar à entrada maciça de ordens e congregações religiosas, que se
responsabilizaram pela formação das normalistas e também pela ordenação de novos
religiosos.
Apesar da precariedade do ensino apontada pelo autor, Diamantina se destaca como
um centro de referência da instrução pública da região, apresentando média acima do normal
para a região no que diz respeito à alfabetização, tanto na área urbana como rural nesse
período.

3
Segundo o Relatório Geral da Secretaria do Interior de Minas Gerais, de 1894 (MINAS GERAIS, 1894), entre
os anos de 1871 a 1888, foram criadas as Escolas Normais em: Ouro Preto e Campanha (Lei nº. 1.769 de 04 de
abril de 1871); Montes Claros e Paracatu (Regulamento nº. 84 de 21 de fevereiro de 1879); Uberaba (Lei nº.
2.783 de 22 de setembro de 1880); Sabará (Lei nº. 2.794 de 03 de outubro de 1881); Juiz de Fora (Lei nº. 2.815
de 22 de outubro de 1887) e São João D’El-Rey (Lei nº. 3.116 de 06 de outubro de 1888). Vale ressaltar que o
ano de criação não corresponde ao ano de instalação e funcionamento, tendo geralmente um espaço de tempo
variável.
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Após a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, o Brasil se encontrava
em uma crise financeira, que seria o resultado da política do encilhamento que iniciara ainda
no Império, o que prejudicava a imagem do país no contexto mundial (PANDOLFI, 2003).
Os primeiros governos republicanos, ao tentarem equacionar a inflação, culparam o
novo sistema político pela crise da República. Nesse momento, além de existir a busca pela
recuperação econômica ainda se tinha a necessidade de melhorar a imagem do país no
exterior, criando-se assim a “República dos Conselheiros”, que tinha como objetivo causar
transformações no modo de vida e costumes, ou seja, a recuperação da imagem do país no
exterior também deveria acontecer a partir da perspectiva sociocultural (OLIVEIRA, 1990).
Nesse sentido, há uma necessidade de os governos federais e estaduais criarem
políticas de implantação da instrução pública, mas em um modelo que se encaixasse ao novo
sistema de economia e que ao mesmo tempo consolidasse uma sociedade capitalista, sendo
necessários homens que fossem preparados para o trabalho.
O Decreto nº. 1.960, de 16 de dezembro de 1906, que regulamentava a Instrução
pública primária e no Ensino Normal, e também legitimava a Lei nº 490, de 28 de setembro
do mesmo ano, conhecida como Reforma João Pinheiro, conduziu a educação por meio de um
processo de constituição e legitimação de uma nova cultura escolar que tinha na sua
centralidade a organização dos grupos escolares. Através dele foram reformuladas práticas,
processos de controle, tempos, etc., na investida de simbolizar e instituir os modernos
processos de escolarização (FARIA FILHO, 1999).
No ano seguinte fundou-se, pelo Decreto nº. 2.091 de 20 de setembro, o primeiro
Grupo Escolar de Diamantina, acompanhando o movimento educacional brasileiro assentado
na crença do poder da educação para a regeneração social, baseado na ideia liberal e nos
princípios científicos, que fossem capazes de dar fôrma a uma sociedade republicana
(CARVALHO, 1998).
Apesar da investida do governo mineiro na instrução pública primária, o mesmo não
ocorreu no que tange à formação de professores pelas Escolas Normais oficiais, já que houve
um movimento contrário do que previa o decreto. Isso pode ser constatado nos anais do
senado mineiro de 1906. Durante a quarta sessão da quarta legislatura relatou-se que

O ensino normal official era ministrado até 1904 em 10 escolas, que funcionavam
em Ouro Preto, Diamantina, Sabará, Arassuahy, Juiz de Fóra, São João D’El-Rey,
Montes Claros, Uberaba e Campanha. O funccionamento dessas escolas foi
suspenso pela lei n. 395, de 23 de dezembro de 1904, cujas disposições relativas ao
assumpto foram postas em execução pelas instruções approvadas pelo Dec. n. 1.778,
de 31 de janeiro de 1905 (MINAS GERAIS, 1906, p. 26).

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Com a supressão da Escola Normal de Diamantina em 1905, consolidou-se o
funcionamento e atuação do Colégio Nossa Senhora das Dores no cenário educacional
diamantinense, concedendo a ele, através do Decreto nº 1.845 de 15 de setembro de 1905, as
regalias de uma Escola Normal Municipal. Além disso, a administração do estabelecimento
de ensino estava sob responsabilidade das Irmãs Vicentinas, o que acarretava em despesas
onerosas para as famílias menos abastadas.
Nesse sentido, esse movimento não ocorreu apenas na região de Diamantina, mas
também nas outras oito cidades onde possuíam Escolas Normais oficiais de Minas Gerais.
Gradativamente, o ensino normal foi sendo assumido pela iniciativa particular, e, em 1906,
estava sob a responsabilidade de:

[...] três escolas municipaes e 9 collegios equiparados ás Escolas Normaes. As


escolas municipaes são as de Barbacena, Três Pontas e Minas Novas; os collegios
são: de <<Maria Auxiliadora>>, de Ponte Nova, da <<Immaculada Conceição>>,
em Barbacena, da <<Providencia, em Mariana>>, de <<N. Senhora da
Conceição>>, em Silvestre Ferraz, da <<Visitação>>, em Pouso Alegre, de <<N. S.
das Dôres>>, em Diamantina, de <<N. S. de Oliveira>>, em Oliveira, de <<N. S.
das Dôres>>, em S. João d’El-Rey, de <<Sion>>, na Campanha, e o <<Lavrense>>,
em Lavras (MINAS GERAIS, 1906, p. 26).

Podemos perceber que a educação básica não teve uma estruturação sistematizada
durante a Primeira República, apenas foi incorporada em um projeto liberal ao longo da
década de 1920. A proposta de organização social foi caracterizada como elitista, pois fora
conduzida pelos intelectuais e técnicos da educação.
Igualmente, na primeira fase do regime republicano, a formação de professores não
sofreu grandes alterações estruturais desde as últimas regulamentações imperiais.
Compreendendo-os como “apóstolos da civilização”, a formação do professor no final do
século XIX era baseada na valorização social na formação do povo, na profissionalização e
em uma escola renovada com novos docentes (CARVALHO, 1998). Ainda assim, após a
criação dos grupos escolares, o trabalho docente foi enquadrado no novo sistema republicano,
caracterizado pela feminização do magistério e a consolidação das Escolas Normais para a
formação dos profissionais da educação.
Contudo, a reforma que modificaria, sistematizando a formação docente, só seria feita
anos depois, com a reorganização do ensino feita por Francisco Campos em 1931, em que
houve uma maior preocupação com a organicidade do ensino e a formação docente. É nesse
cenário de tensões políticas-administrativas que surge, em 1913, a Escola Normal Regional
Américo Lopes, uma instituição particular que formou professores para a região dos
diamantes até 1928, ano em que foi oficializada pelo Estado mineiro.
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3 DE ESCOLA NORMAL REGIONAL AMÉRICO LOPES A ESCOLA NORMAL
OFICIAL DE DIAMANTINA: SURGIMENTO, OFICIALIZAÇÃO E SUPRESSÃO
DA INSTITUIÇÃO, 1913 A 1938

Com a supressão da Escola Normal Oficial de Diamantina (ENOD), em 1905, e a


equiparação do Colégio Nossa Senhora das Dores às Escolas Normais Oficiais do Estado
mineiro, o acesso à instrução ficara restrito apenas as famílias mais abastadas da cidade
diamantinense. O alto custo para manter os filhos e filhas nas escolas particulares impedia a
permanência dessas crianças nas instituições. Logo, a insatisfação da população com o
fechamento da ENOD fica evidente através do jornal O Jequitinhonha, publicado logo após o
decreto:

Frequentada todos os annos por duzendos e mais alumnos, que nesta cidade só
tinham esse meio de instrucção ao alcance de todos, e que muito elevou o nível
moral e intelectual deste povo; a sua suspensão causou transtorno tal no ensino, que
produziu abatimento profundo nos paes de família, cujos filhos eram destinados a
receber nella educação [...] Esta suspensão, se tiver grande dura será um desastre
para os filhos do povo, que aqui se educavão e se preparavam para os labores da
vida, se aperfeiçoando na moral e nos deveres do cidadão, quando não se aplicavam
ao professorado, fim principal do insitututo. E’ tal catastrophe, cujo resultado virá
ferir o fundo os meios de instrucção nesta terra [...]. (O JEQUITINHONHA, 20 jan.
1905, p. 1).

Desta forma, Diamantina sofreu com uma defasagem na oferta de escolarização,


contando apenas com a instrução primária pública, promovida pelo primeiro Grupo Escolar
da Cidade de Diamantina, inaugurado dois anos após o fechamento, pelo Decreto nº. 2091, de
20 de dezembro de 1907, seguindo as mudanças promovidas com a Reforma João Pinheiro. O
ensino secundário e a formação de professores ficaram a cargo exclusivamente das
instituições particulares, sendo prejudicial para o cenário educacional diamantinense que
restringia o acesso da população pobre a essas escolas.
Oito anos após o fechamento da Escola Normal Oficial do Estado, em 12 de outubro
de 1913, por iniciativa particular do professor Leopoldo Luiz de Miranda4 com apoio de
alguns amigos, foi criada a ENRAL:

Secundando o idealismo de Leopoldo, convidaram alguns amigos para fundar, em


1913, uma Escola Normal, que se denominou “Américo Lopes”, e que prestou
durante muito tempo, serviços à população pobre da região, pois o Colégio Nossa

4
Leopoldo Luiz de Miranda nasceu no dia 31 de outubro de 1868, na cidade Senador Mourão, MG. Faleceu em
10 de novembro de 1947, em Belo Horizonte, MG. Foi escrivão da coletoria e Procurador Geral de Diamantina.
Casou-se com a filha de Olímpio Mourão, Maria Mercedes Corrêa de Oliveira Mourão, e fundou a Escola
Américo Lopes, onde também foi professor.
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Senhora das Dores só aceitava meninas internas, ficando muito dispendioso para os
pais que tinham família grande. (MIRANDA, 1999, p. 12).

Apesar não termos muitos vestígios sobre o funcionamento dessa instituição por falta
de documentos do seu período de funcionamento, uma das filhas de Leopoldo Miranda relata
no livro de memórias por ela escrito – Frivolité (MIRANDA, 1999) – que a ENRAL contava
com normalistas atuando como professoras na instituição, sendo Ritinha Leite – professora de
música, Yayá Leite – professora de português, Mercedes – aritmética e geometria e Dulce
Leão – desenho e secretaria. Além disso, o quadro docente da escola tinha ainda os
professores Siô Mandacaru – contabilidade, José Augusto Neves – geografia, Redelvim
Andrade – tesoureiro e Leopoldo Miranda – diretor e professor de história (MIRANDA, 1999,
p. 12).
No ano seguinte a sua criação, pelo Decreto nº. 4.183 de 04 de maio de 1914, o
governo mineiro concedeu a essa escola as regalias que tem uma Escola Normal Regional
Oficial. Segundo os impressos que circulavam na cidade nesse período ficou comprovada a
importância da ENRAL para a cidade, que proporcionou a escolarização para mais de mil
discentes e obtenção de cerca de duzentos diplomas de normalistas a estudantes “quase todos
de famílias pouco abastadas” (DIAMANTINA, 04 jan. 1929, p. 1).
Quinze anos depois da inauguração, por meio do Decreto nº. 8.820 de 12 de outubro
de 1928, sancionado pelo então Presidente de Estado Antônio Carlos Ribeiro de Andrada,
oficializou-se o estabelecimento de ensino criado em 1913, originando-se assim uma escola
de primeiro grau, modificando sua nomenclatura para Escola Normal Oficial de Diamantina
(ENOD). A instauração desse “novo” estabelecimento de ensino representou uma tentativa de
suprir a falta de professores normalistas destinados ao ensino primário e aumentar o acesso a
escolarização da região.
No discurso da imprensa diamantinense, esse ato foi considerado magnífico,
concebido pelo Presidente do Estado como a oportunidade que há tanto era esperada pela
sociedade em reparação à supressão da antiga Escola Normal de Diamantina, em 1905:

Somos devedores ao Presidente Antônio Carlos da realização de mais ardentes


aspirações do povo diamantinense: a criação da Escola Normal Official de
Diamantina. Um gesto magnifico do eminente do Chefe do Executivo Mineiro. [...]
Assignando, nesta cidade, o decreto de creação da escola normal oficial de
Diamantina, s. exc. Crystallizou na mais bela realidade um dos almos anseios dos
filhos do velho e glorioso Tijuco, restituindo-nos o instituto de ensino que
premências financeiras do Estado haviam tirado há vinte e tantos anos, e reatando
tradições de cultura que jamais sofreremos ver interrompidas no solo diamantinense
(DIAMANTINA, 04 jan. 1929, p. 01).

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A oficialização da ENRAL trouxe modificações significativas para a estruturação da
instituição. A Escola Normal da cidade recebeu investimentos para a contratação de
professores e a construção de um edifício adequado para a formação das normalistas. Segundo
o jornal Diamantina, publicado em 01 de março de 1929, a crescente procura pelo diploma de
normalista e, consequentemente, o aumento de alunos matriculando-se na instituição,
necessitaria de um prédio maior, uma vez que o espaço provisório mostrava-se pequeno para
abarcar tantos alunos:

[...] o número de candidatos à matricular cresce dia a dia, de tal maneira que os
salões do edifício em que provisoriamente terá ella de funcionar, vão ser pequenos
para a frequência que se anuncia. Dissemos em o número passado já haver cerca de
duzentas moças e rapazes que desejam fazer o curso normal; não é exagero esse
cálculo. (DIAMANTINA, 01 mar. 1929a, p. 1).

Em consonância, Prates (2000) aponta que, nesse período, a formação de professores


era, predominantemente, do gênero feminino em busca de uma nova colocação social, além
de propiciar instrução necessária para o lar:

As normalistas tinham prestígio social e a formação das moças era cercada de


cuidados especiais pelas famílias. Quando não moravam em cidades que possuíssem
um curso normal – particular, de freiras, porque estudar em escolas públicas não era
então muito bem visto – essas moças eram, geralmente, enviadas a internatos
católicos. Esses apresentavam-se aos pais como aglutinadores de várias vantagens:
permitiam a instrução da moça, aprimoravam-na em conhecimentos e hábitos
religiosos e não a deixavam correr qualquer risco quanto à sua integridade física e
moral. (PRATES, 2000, p. 70).

O modelo republicano de instruir e educar o novo homem trabalhador e cidadão


influenciou até na arquitetura dos estabelecimentos de ensino. Para atender essa demanda de
formação de uma sociedade civilizada, pautada na moralidade e na higiene, a construção no
espaço escolar da ENOD foi recomendada pelo próprio presidente do Estado para ser feita
pelo engenheiro Arthur Seixas, auxiliado pelo desenhista Werneck Machado, e que
acompanhassem as tradições coloniais de Diamantina, preservando-se a fachada, mas
modernizando os espaços da escolarização.
O prédio escolhido para abarcar a nova Escola Normal foi o antigo quartel do 3º
Batalhão da cidade, respeitando os traços característicos, porém evidenciando o lugar em que
se instaurava a educação:

[...] um magnífico edifício de dois andares, com quarenta e cinco metros de frente,
em que as linhas características de nossas casas, - onde o austero das portas ferradas
se une ao gracioso das sacadas de rendados de ferro, - se combinam em um todo
harmonioso e belho, verdadeira obra prima do estylo que se poderá talvez
denominar tijucano [...]. (DIAMANTINA, 01 mar. 1929b, p. 01).

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Paulatinamente, a ENOD contribuiu para consolidar a cidade como centro de
formação de normalistas da região e importante local para escolarização da população das
circunvizinhanças. O reconhecimento desse fato pode ser constatado por meio do Decreto n.º
11.334, publicado em 14 de maio de 1934, em que a escola foi elevada ao 2º grau, acarretando
na ampliação de sua atuação no que se refere à educação e formação docente.
No entanto, a mudança do cenário político-administrativo ocorrido no Brasil, após a
Revolução de 1930, com o governo de Getúlio Vargas, o país sofreu profundas
transformações no que tange, principalmente, às questões educacionais. A centralização do
poder e a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), em 1931, fez com que
a educação passasse a ser o centro das discussões no sentido de criação de uma unidade
nacional.
Igualmente, com as questões sociais em evidência, Vargas criou uma aliança com as
classes mais desfavorecidas, utilizou-se do ideal da educação para a formação de um cidadão
voltado para a moralidade e civismo, modificando a imagem do Estado. Segundo Peixoto:

O período que se estende entre 1930 e 1937 marca a atuação do governo provisório
e as lutas ideológicas sobre a forma que deveria assumir o regime no campo político;
a atuação do governo no setor econômico (tentativas de superação da crise
econômica), no setor social e educacional (tentativa de solução para os problemas
relacionados ao disciplinamento da força de trabalho). Trata-se de um período muito
rico em debates e em medidas no campo institucional, no sentido do
estabelecimento, pela primeira vez no país, desde o Ato Adicional, das bases para
uma política nacional de educação. (PEIXOTO, 2000, p. 87).

Por mais que a educação no período varguista tenha sido tratada de forma diferente
comparada à Primeira República, as ações governamentais se restringiam apenas a expansão e
manutenção das escolas. Essa tendência seria adotada também em Minas Gerais, em que o
governo apenas procurava minimizar o seu significado e seus efeitos na educação escolar
(PEIXOTO, 2000).
Assim, devido à precariedade de investimento no setor educacional associada aos altos
custos demandados pelas Escolas Normais, a ENOD foi suprimida pelo governador Benedito
Valadares, em 15 de janeiro de 1938, por meio do Decreto nº. 63, sob três justificativas: 1)
reforma do ensino normal do estado, de modo que assegurasse a formação do professor; 2) a
existência de grande número de Escolas Normais reconhecidas pelo Estado; 3) a existência de
outros estabelecimentos oficiais, em que os alunos poderiam continuar o curso sem prejuízo
ao ensino (Decreto-lei nº. 63, de 15 de janeiro de 1938). Defronte a esses argumentos,

O sr. Governador do Estado baixou, em data do 15 do cadente, os seguintes


decretos-lei:

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Nº. 63 – Supprimindo as Escolas Normaes de Diamantina, Montes Claros, Curvello,
Campanha, Uberaba e Itabira. Motivou o decreto a projectada reforma do ensino
normal.
Nº. 63 – Suprime os internatos nos Gymnásios de Barbacena e Uberlandia.
Nº. 65 – Suspende o ensino no Gymnasio Mineiro de Pará de Minas, que funcionou
anteriormente em Mumzambinho. (VÓZ DE DIAMANTINA, 22 jan. 1938, p. 2).

De fato, a ENOD fora fechada. Todavia, o outro estabelecimento educacional público


que a cidade de Diamantina dispunha era, ainda, o primeiro Grupo Escolar, que ofertava o
ensino primário e não o ensino normal, ficando este último a cargo do Colégio Nossa Senhora
das Dores, o que poderia significar que não se teria prejuízo para a escolarização da região,
uma vez que o seguimento primário e normal ainda continuaria sendo oferecido na cidade.
Durante treze anos a ENOD ficou fechada, sendo seu reestabelecimento apenas em
1951, pela Lei nº. 840, de 26 de dezembro de 1951, no governo de Juscelino Kubistchek, em
que foram restauradas as mesmas condições anteriores ao seu fechamento, recebendo
novamente atenções especiais do Estado mineiro e se reposicionando junto ao cenário
educacional diamantinense.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As discussões em torno da questão da educação e a instrução primária iniciais ainda no


Império tiveram repercussão até a instauração da República, não causando grandes
modificações na estrutura no sistema de ensino brasileiro. As heranças deixadas pelo período
anterior foram sentidas pela descentralização do poder, dando liberdade para as províncias
brasileiras legislarem sobre a criação de escolas e a formação de professores, impossibilitando
o surgimento de uma unidade nacional que fosse capaz de consolidar o novo regime.
A Escola Normal Regional Américo Lopes, que está inserida nesses processos macro
de construção de uma educação brasileira, se consolidou como uma instituição significativa
para o cenário educacional diamantinense, tendo suas raízes ligadas nas discussões em torno
da educação durante a Primeira República, através da necessidade de se formar docentes
destinados ao ensino primário, que funcionassem como um dos pilares para instrução de um
novo homem, que tivesse gosto pelo trabalho e a par do novo modelo econômico.
Ainda assim, essa instituição que deu origem à Escola Normal Oficial de Diamantina,
através da sua oficialização em 1928, tem influências até os dias atuais, com a mudança de
nomenclatura através da Lei nº. 5.175, de 06 de maio de 1969, que denominou Escola
Estadual Professor Leopoldo Miranda. A mudança de nome demonstra a ligação direta que

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esta teve com seu passado, dando legitimidade ao ato do professor Leopoldo Miranda quando
inaugurou em 1913, a ENRAL.
Ao compreender a trajetória da instituição eleita como objeto desse estudo, pudemos
perceber que os marcos históricos da ENRAL são frutos de embates de cunho político-
administrativo tanto do estado como do país e também no próprio município de Diamantina.
O seu surgimento em 1913 e sua oficialização em 1928 são reflexos da necessidade de se
formar professores normalistas nessa região, constituindo parte das ações governamentais de
Minas Gerais. Logo, com a mudança de cenário com o governo de Benedito Valadares, a
ENOD – como ficou denominada depois de 1928 –, foi suprimida dez anos depois, sendo
reestabelecida apenas em 1951. Portanto, podemos constatar que os reflexos dos debates
nacionais em torno da educação interferiram nos rumos dessa escola.
Apesar de o trabalho nos apontar para os indícios sobre a importância e trajetória dessa
instituição, a falta de documentos da própria ENRAL prejudica entender como ela funcionava
e qual foi seu papel no que se refere à formação de professores para a região de Diamantina.
Todavia, os marcos legais que são demarcados e evidenciados durante os vários momentos
nos dão o horizonte de possibilidades de pesquisas para se constituir um quadro para a
compreensão dos processos educativos ocorridos na cidade de Diamantina e do entendimento
da mesma como centro da região do Jequitinhonha.

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Recebido em: 31 de março de 2018


Aceito em: 05 de junho de 2018

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