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Rafael Vergili
Doutor em Ciências da Comunicação (PPGCOM) pela Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo (ECA/USP). E-mail: rafaelvergili@usp.br
D
iante do aumento da capacidade de processamento das tecnologias,
pesquisadores e profissionais da área de Comunicação lidam com
um grande número de dados, muitas vezes sem qualquer tipo de or-
ganização prévia, com o intuito de apresentar, ao final do processo,
informação estruturada, que possa gerar benefícios acadêmicos ou corporati-
vos. Nesse sentido, por meio de revisão de literatura, o artigo promove reflexão
acerca da importância das Literacias de Mídia e Informação (MIL) na formação
em Comunicação para que os profissionais da área tenham autonomia e prota-
gonismo na “Era do Big Data”.
Palavras-chave: Internet das Coisas; Big Data; Literacias de Mídia e Informação
(MIL); Competências Digitais; Formação em Comunicação.
1. Versão preliminar
apresentada no
“II Encontro
de Tecnologia,
Comunicação e
Ciência Cognitiva”,
da Universidade
Metodista de São Paulo
(Umesp), e publicada
nos Anais do evento.
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Artigo 39
Introdução
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3. Já dissemina-
O mundo conectado e a Internet das coisas (IoT) do em muitos
países, inclusive
no Brasil, o RFID
Cada vez mais temos observado o avanço do uso das Tecnologias de In- (Radio Frequency
formação e Comunicação (TIC) em diversos setores da sociedade. É comum Identification) é
um termo utilizado
observar o desenvolvimento e implementação de projetos nos quais as TIC pa- para identificar o
uso da frequência de
recem facilitar as empresas e seus negócios e trazer benef ícios para o consumi- rádio para capturar
dor. Em 1999, Kevin Ashton (2009) utilizou o termo “Internet of Things” (IoT) dados. O uso mais
comum do RFID é
pela primeira vez em uma apresentação que ele fez na Procter & Gamble (P&G) a armazenagem de
para relacionar a ideia de RFID (Radio Frequency Identification)3 com a cadeia informações com
um número de série
de suprimentos da P&G. em um microchip,
Naquele momento (considerar a publicação do texto no ano de 2009, já in- o que permite a
captura desses
dicada neste artigo), Ashton (2009, tradução nossa) empregou o termo “Internet dados por dispo-
of Things” para dizer que: sitivos eletrônicos
por meio de sinais
de radiofrequência
Os computadores hoje – e, portanto, a Internet – são quase totalmente e identificação de
objetos e pessoas
dependentes dos seres humanos para informação. Cerca de quase todos os
(Ashton, 2009).
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desconfianças, a expectativa para o uso das redes é cada vez maior. Segundo
estudos, o próximo grande passo será a interconexão entre objetos para criar
um ambiente inteligente. Somente em 2011, o número de dispositivos em rede
superou o atual número da população mundial. Atualmente, já há mais de 9
bilhões de dispositivos interconectados e há expectativa de alcançar 24 bilhões
até 2020 (Gubbia et. al., 2013).
[...] conteúdo de origem digital gerado pelo usuário (como bilhões de fotos
no Flickr), usuários de comunicação on-line (comentários sobre as fotos),
metadados (tags) criados por usuários e os dados de transação (quando e
de onde as fotos foram enviadas). Esse conteúdo da Web e os dados são
infinitamente maiores do que todo o patrimônio cultural já digitalizado, e [...]
está em constante crescimento. (Manovich, 2011, p. 2, tradução nossa).
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Considerações finais
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