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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

MARIA DAS GRAÇAS SOARES


TARCÍSIO REGIS
2022
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 4
1 CULTURA DIGITAL .......................................................................................................... 4
2 A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO .............................................................................. 7
3 ÉTICA DA CULTURA DIGITAL ........................................................................................ 11
4 A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES NO AMBIENTE VIRTUAL .......................................... 13
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 14
APRESENTAÇÃO

Olá, estimado (a) estudante! Bem-vindo(a) ao bloco VI! Nele, vamos explorar as
concepções da crise ética em relação a cultura digital e seus desdobramentos. A
importância da informação, a ética na cultura digital e a importância das relações no
ambiente virtual. Previamente, já falamos em temas como globalização e informação.
Poderemos agora concatenar as informações e compreender a importância das relações
no mundo virtual.
Vamos lá!

1 CULTURA DIGITAL

Com a evolução do capitalismo, nós nos habituamos a acreditar que deveríamos ser mais
produtivos. Neste contexto, as sociedades buscaram, em suas histórias, formas para que
fossem extraídos o máximo possível de seus agentes e atores. A busca contínua da
ciência por inovação nos fez compreender que a evolução era necessária, sendo assim,
passamos por vários períodos até chegarmos no momento que nos encontramos hoje.
Pretto (2010, p. 306), traz que:
A evolução científica e tecnológica das duas últimas décadas mudou qualitativamente
as relações humanas, a sociabilidade e a relação entre as sociedades. O aumento do
ritmo das transformações conduziu, nos seus limites, ao achatamento do tempo e à
contração do espaço, um possibilitando o outro, reciprocamente, constituindo-se em
um verdadeiro labirinto espaço-temporal (PRETTO, 2010, p.306).

Objetivamente, podemos dizer que é difícil viver sem os nossos computadores ou


smartphones. Para Markowettz (2015), em média, as pessoas passam três horas por dia
nos seus smartphones. O autor explica que a praticidade do smartphone faz com que
possamos acessar tudo em qualquer lugar, coisas que outros dispositivos não permitem.
Em linhas gerais, os smartphones nos possibilitam agregar muito conteúdo e
ferramentas em um único espaço portátil.
Nos habituamos a utilizar notebooks e computadores para uma determinada finalidade,
mas com o passar do tempo, os smartphones buscaram o seu espaço. Este processo é,

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naturalmente, mais um passo em termos de evolução da nossa cultura, que, com o
passar do tempo, tornou-se cada vez mais digital.
Podemos dizer que a cultura digital está atrelada ao conceito de Ciberespaço.
Para Júnior (2009), a cultura digital é um termo novo e que vem crescendo. Este termo
vem sendo utilizado por diversos setores e apresenta percepções sobre os impactos das
tecnologias e do ambiente virtual na vida cotidiana das pessoas.
Observa-se que, na percepção do autor, as atividades pensadas e desenvolvidas
no ambiente virtual irão acarretar impactos na vida das pessoas. Dentro de uma
perspectiva temporal, observa-se que desde que o texto foi lançado, a cultura digital
realmente trouxe diversos rebatimentos econômicos e sociais nas sociedades
contemporâneas. Economicamente, podemos ilustrar que desenvolvimento de práticas
digitais trouxe possibilidades de ganhos em escala para as empresas, além do
desenvolvimento dos meios de comunicação. Da perspectiva social, as interações no
ambiente virtual aproximaram as pessoas e tornaram os processos humanos mais
interativos, tal qual o desenvolvimento gradual das redes sociais.
Por exemplo, imagine as atividades bancárias, lembra como eram as filas nas
décadas passadas, ou até mesmo a utilização de cartão de crédito? Nos dias atuais,
pessoas com engajamento em tecnologia utilizam aplicativos para otimizar as suas
transações. Isso é muito bom para o cliente, mas também propicia um ganho para as
instituições financeiras. Vejam como o número de funcionários reduziu nos últimos
cinco anos. Também podemos citar as tecnologias de vídeo conferência, empresas de
grande porte que tinham o hábito de reunir colaboradores, não realizam essas
atividades com a mesma frequência, as opções tecnológicas criaram novas
possibilidades e isso se converte em economia para a empresa.
Pode-se debater uma série de implicações positivas para o desenvolvimento da
cultura digital, inclusive no interesse em se desenvolver aplicativos para remediar
diversos problemas do cotidiano, além da possibilidade da criação de moedas virtuais e
descentralizadas tais quais o Bitcoin ou Ethereum. Porém, podemos dizer que nem tudo
são flores, o ambiente virtual pode também ser utilizado com propósitos ruins. Parte
das pessoas utilizam as redes para desagregação, críticas sem fundamento e desrespeito
com os outros.
Portanto, baseado no exposto, faz-se necessário abordar os aspectos éticos
tratados em todos os nossos blocos de texto, de como a ética torna a nossa sociedade
melhor, sob diversas premissas diferentes, incluindo o que nós conhecemos como o
ambiente virtual.
Observa-se continuamente, a utilização de perfis falsos para desagregar ideias e
conturbar a disseminação de ideias no ambiente virtual. Claro que podemos pensar que
nem no ambiente físico, nem o ambiente virtual apresentarão interações perfeitas, mas

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observa-se que a prática deliberada no ambiente virtual é mais difundida, afinal de
contas, como identificar quem está por trás daquele determinado perfil?

Qual a sua opinião sobre os perfis falsos em redes sociais? (Falaremos sobre isso no
fórum 06).

Vídeo 01 – Perfis falsos

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=mZ9sH7jduD4

Trouxemos acima, o debate sobre os aspectos positivos e negativos sobre o ambiente


virtual. No fim das contas, as ferramentas e o ambiente virtual em si foram criados com
uma finalidade, mas a falta de ética de algumas pessoas compromete o bom
funcionamento e a harmonia neste ambiente.
Com a evolução das práticas, criou-se uma infinidade de uso das tecnologias
digitais, inclusive a nossa disciplina. No começo dos anos 1990, era inimaginável ter
aulas simultâneas com a estabilidade e qualidade que temos hoje. A necessidade da
evolução sob o ponto de vista do capitalismo e do ganho de tempo, fez com que nos
desenvolvêssemos a tal ponto, agora nós temos muitas soluções práticas.
Posso citar, como exemplo, o nosso estado de Pernambuco e seus 185
municípios. Historicamente, observa-se que o desenvolvimento parte da capital para os
demais municípios. Vejam, nós que residimos na região metropolitana somo
privilegiados, temos acesso à educação superior com mais facilidade (não é a única
coisa, mas para fins de exemplo, usarei a educação superior).
Hoje, as pessoas conseguem estudar à distância, no fim das contas o que pode
não ser uma solução para mim, pode ser para outra pessoas, o ponto é: abriu-se uma

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gama de possibilidades em termos de educação, por mais que existam ressalvas
pessoais, esta é uma solução que satisfaz necessidades.
Quem aqui na turma já realizou algum curso a distância? (Falaremos sobre isso no
fórum 06 ou na aula).

2 A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO

Ao longo do desenvolvimento da humanidade, as pessoas foram possuindo


necessidades diferentes, na era do uso de informações em larga escala, não poderia ser
diferente. Podemos contextualizar que, diariamente, são geradas e armazenadas
grandes quantidades de dados. Além disso, do ponto de vista das comunicações,
observa-se a crescente dificuldade de filtrar e refletir se todas as informações que
recebemos terá de fato alguma serventia.
Wersig e Neveling (1975) definem a informação como a adequação de um
processo de comunicação que se efetiva entre o emissor e o receptor de uma
determinada mensagem. Assim, a informação vai derivar deste processo interativo, do
processo da comunicação.

Embora o texto em questão tenha sido escrito em um período em que não havia
a predominância das atividades computacionais, refletindo atualmente, o processo
permanece inalterado. A diferença é que com a sistematização da informação, existe
um número absurdo de emissores de mensagem e de receptores, ocasionando um
grande alcance para qualquer eixo temático a ser debatido.

Vídeo 02 – Informação e conhecimento

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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fuGAcDLmHZU

De acordo com o professor Cortella, no vídeo 02 acima, as pessoas precisam


compreender o que é a informação e o que é de fato o conhecimento. A informação é
gerada, coletada e armazenada com algum tipo de finalidade ou com o objetivo de se
transformar em conhecimento. Obviamente, os conceitos estão interligados, mas não
se pode assumir que toda informação que encontramos na internet é de fato
transformada em conhecimento.
Com a facilidade de acesso, observa-se que o fenômeno da informação passa por
alguns problemas:
O fluxo de informação excede as habilidades humanas limitadas na percepção e
processamento de informações;
Existe uma grande quantidade de informação redundante (o chamado "ruído de
informação"), o que dificulta a percepção de informações úteis para o consumidor;
As barreiras econômicas, políticas e outras impedem a disseminação da informação.

Comentando os três pontos citados acima:


O primeiro, no que diz respeito ao fluxo de informações geradas, observa-se que
existem incontáveis páginas da internet e nas redes sociais que postam conteúdos por
todo o tempo, seja em qualquer campo temático. Nós até podemos gostar dos temas,
mas nossa capacidade individual de ler tudo, pensar nas mensagens e extrair
conhecimento nesse contexto é muito limitada. Muito provavelmente, enquanto eu
escrevia este comentário, diversas outras notícias surgiam ao mesmo tempo. Em geral,
humanamente, é impossível atribuir conhecimento neste volume massivo de
informação.

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Sobre o ponto dois, de fato, existe uma grande quantidade de informação redundante,
normalmente quando uma página posta uma notícia, muitos outros o seguem, fazendo
com que por muitas vezes, não exista tempo hábil em editar e modificar as notícias,
ocasionando assim, uma grande repetição de informações.

Imagem 01 – Redundância de informação

Fonte: www.Google.com (2022)

As empresas podem até modificar o texto de maneira parcial, mas a notícia vai ser
repetitiva para as pessoas conhecerem. Este volume de informação gerado se tornará
inútil, a partir do momento que você já conhece a informação por um dos veículos
citados.
E o terceiro e último ponto, sobre as barreiras econômicas e políticas que impedem a
disseminação da informação, podemos parar para pensar nos artigos acadêmicos, os
melhores períodicos do mundo, com os trabalhos mais recentes e com melhor avaliação,
são pagos. Nós, como estudantes, professores, achamos certo a existência de barreiras
para o conhecimento? Podemos ir ainda mais fundo: por que existem dados sobre
gastos públicos que são ocultos? Já se perguntaram para onde vai o dinheiro da
educação básica, será que ele realmente chega na sua finalidade?
Em linhas gerais, podemos dizer que a informação é um produto com muito valor
na atualidade, quanto mais as empresas nos conhecem, mais elas moldam a forma como
elas nos oferecem um produto ou serviço. Economicamente, as nossas preferências se
tornaram um produto. Quando, por exemplo, nós utilizamos algum mecanismo de busca
na internet ou procuramos por algum produto específico, estamos expondo as nossas
preferências ou até mesmo a nossa privacidade. Jamais devemos acreditar que algum

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serviço online é gratuito, quando algum produto ou serviço é gratis, nós é que somos o
produto.
As grandes empresas ligadas à gestão de informação salvam nossas preferências,
armazenam, geram perfis e vendem as informações para atividades comerciais.
Exemplo: pessoas de 18 a 30 anos costumam pesquisar sobre tênis, dentro deste perfil
de público, 35% são universitários, dentre os universitários, a predominância é de
mulheres e, assim, sucessivamente.
A liberdade de acesso à informação deveria tornar os indivíduos semelhantes aos
seus pares, diante de um ambiente democrático é necessário que as pessoas tenham
acesso as mesmas bases de informação.
De acordo com Angeli (2016):
O Brasil foi uma das últimas democracias a regulamentar a abertura de informações públicas, embora
o seu marco legal estivesse estabelecido desde a Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo
o 5º, inciso XXXIII, garantiu ao cidadão o direito de acesso às informações públicas produzidas ou
custodiadas pelo Estado brasileiro – the right to know– princípio fundamental de governo aberto
(ANGELI, 2016, p.24).

Já Marquez (2014) reforça que a transparência constitui um importante


elemento para informações públicas:
[...] a transparência se refere à condução aberta da administração da res publica, oferecendo aos
cidadãos a capacidade de controlar o Estado e a atuação de seus agentes por meio do
aprimoramento das estruturas de fiscalização, de denúncia e de punição daqueles que causarem
prejuízos ao interesse coletivo (MARQUES, 2014, p. 6).

As visões dos autores se complementam, tendo em vista que é benéfico para a


sociedade que questões ligadas a informações do ambiente público são matérias de
interesse de todos. Ainda, pode-se argumentar que a melhoria contínua da alocação de
recursos é de interesse da sociedade como um todo, ocasionando, assim, aumento de
bem-estar coletivo.

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3 ÉTICA DA CULTURA DIGITAL

A cultura digital representa todas as nossas atividades no ambiente


virtual. De maneira prática, a sociedade fez com que nos tornássemos mais
produtivos e esta revolução é um processo de transformação que se incorporou
nas culturas prévias.
É preciso compreender que a qualidade das relações e do ambiente virtual
deve ser preservada e incentivada, porém, pode-se dizer que nem todos
possuem a mesma visão sobre a importância da ética no ambiente virtual.

Pires (2001):
Entende ethos como uma consciência ética universal (em alemão: Weltethos).
Significa a atitude moral básica do homem, considerado individual ou
coletivamente. Para o autor, o ethos universal deve ser constituído por meio da
luta pela preservação da Declaração dos Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) e por uma globalização solidária, em escala planetária
(2001, p.3; 14).

Vejam que, para o autor, a ética é um componente universal, ele não menciona
se há variações entre tipos de ambiente. Quando observamos as atitudes
implicadas no ambiente virtual, devemos nos questionar se faríamos a mesma
coisa em um ambiente físico, respeitando sempre os direitos individuais e as
percepções coletivas.

Vídeo 03 – Ética no ambiente virtual

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=80LpRwOi-eI

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O vídeo 03 acima, traz a percepção do professor Cortella sobre o comportamento
das pessoas no ambiente virtual, bem como suas posições sobre os critérios
adotados pelas pessoas ao se expressar no ambiente virtual. Devemos sempre
buscar debater com respeito, empatia e compromisso em transmitir mensagens
que contribuam com a vida digital e evitar preconceitos, mentiras e reprodução
de comportamentos que não respeitem as pessoas coletivamente.
De acordo com Silva e Bezerra (2017):
Infelizmente não existe ainda um código de ética oficial para regular as relações
na internet como ocorre nas áreas da Medicina ou do Direito e mesmo porque,
se houvesse, não abrangeria a todos os internautas devido à globalização e à
pluralidade de usuários da rede.

Ainda para os mesmos autores, diante da ausência de um código de ética


específico, podemos indicar outros meios éticos de uso da internet em uma espécie de
metalinguagem:

Não use o computador para prejudicar as pessoas;


Não interfira no trabalho de outras pessoas;
Não se intrometa nos arquivos alheios;
Não use o computador para roubar;
Não use o computador para obter falsos testemunhos;
Não use nem copie softwares pelos quais você não pagou;
Não use os recursos de computadores alheios sem pedir permissão;
Não se aproprie de ideias que não são suas;

Você considera que as pessoas utilizam a internet de maneira ética?


(Vamos debater no fórum 06)

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4 A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES NO AMBIENTE VIRTUAL

É fato que o ambiente virtual foi criado para as pessoas e para a interação entre elas.
Essa interação acontece, em grande parte, pelo compartilhamento de ideias e de
opiniões. Ao analisar a palavra compartilhar, chegamos à palavra “partilhar”, que, por
sua vez, relaciona-se a “partilha”, “repartir”. Assim, para Baratto e Crespo (2013, p. 18),
“participar da cibercultura também é um ato de partilhar informações, sejam em redes
sociais, entre amigos ou em redes profissionais, com o mercado”.
Através das plataformas digitais, das redes sociais e de diversos outros
ambientes virtuais, podem-se criar redes e relações de trabalho, de interesses em
comum, aproximar famílias e amigos distantes e até mesmo estudar. A Educação à
Distância (EAD), por exemplo, surge nesse contexto, como um ambiente virtual que
estabelece relações na área da educação.
[...] É importante lembrar que a EAD se instituiu no cenário internacional com base no
princípio da democratização da educação, [...] público esse disperso
geograficamente e impossibilitado de se deslocar para os centros de formação [...]
(CORRÊA ,2007, p.10 apud BARATTO; CRESPO, p. 19).

Refletindo sobre isso, no nosso próprio exemplo de estarmos numa disciplina em


formato EAD, temos a oportunidade de criar fóruns de discussão e conhecer pessoas de
outros cursos, todos que necessitam discutir as reflexões sobre ética, afinal ela é
necessária e primordial para qualquer futura profissão que possamos exercer e até
mesmo é essencial nas nossas vidas e relações cotidianas.
Aproximando esse debate ainda mais para nós, vamos refletir: Como você pensa
essa realidade do estudo da ética neste ambiente virtual? Como você percebe as
relações que são construídas neste ambiente? De que forma essas relações podem
melhorar o vínculo com a realidade debatida e com outros atores da sala de aula virtual?
Outro exemplo de relações traçadas no ambiente virtual são a criação de grupos
de compras, que propiciam a circulação da moeda e de pessoas com interesses em
comum, que conseguem negociar produtos a bons preços para quem está comprando e
para quem está vendendo, de sites para busca de empregos, com compartilhamento de
vagas por amigos virtuais, além das plataformas e APPs para dietas saudáveis, onde as
pessoas compartilham dicas sobre receitas, atividades domésticas, compartilham metas
e motivações etc. Todas essas relações foram propiciadas pela cibercultura e pelo
compartilhamento de ideias e notícias.

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No entanto, assim como existem diversos benefícios e efeitos positivos dessas relações
traçadas no ambiente virtual, também existem alguns efeitos negativos provenientes
dessas relações virtuais. O primeiro deles é o compartilhamento das chamadas Fake
News. Estas apresentam duas características principais, de acordo com Recuero e Gruzd
(2019), que são: 1) a falta de autenticidade das informações e 2) o propósito de enganar.
Assim, a fake news “não se trata apenas de uma informação pela metade ou mal
apurada, mas de uma informação falsa intencionalmente divulgada, para atingir
interesses de indivíduos ou grupos” (RECUERO; GRUZD, 2019, p. 32).
Outro efeito negativo que tem ocorrido nos ambientes virtuais são as fraudes e
golpes direcionados a usurpar contas de redes sociais e valores monetários das vítimas.
Além de outras formas de golpes, como clonagens de cartões de crédito, que
geralmente são feitas em ambientes e sites de compras online.
Assim, é preciso ter muito cuidado nas formas com as quais nos relacionamos nos
ambientes virtuais, sempre conferindo a autenticidade das informações, das fontes e
das pessoas com as quais nos comunicamos.
E você? Já sofreu algum golpe ou fraude online? Conhece alguém que tenha sofrido?
Já acreditou em alguma notícia e depois descobriu que era uma Fake News? O que
pensa sobre as relações nos ambientes virtuais?
Com base no exposto, ficam demonstradas as implicações do uso das tecnologias e da
necessidade de informação por parte da sociedade. Observamos que a ética se faz
presente em todos os aspectos e ambientes em que circulamos, incluindo o ambiente
virtual.

Conclusão
Na nossa disciplina, abordamos diversos aspectos que norteiam e contextualizam a
ética, esperamos que nossas discussões e exemplos tragam a reflexão necessária para
esta disciplina. Sabe-se que pensar em ética e agir eticamente são questões que a
sociedade necessita, então, esperamos que este momento seja o ponto de partida para
a nossa contribuição e engajamento com questões de interesse público ou até mesmo
no nosso ambiente privado. A ética está na nossa capacidade de reflexão seja em
qualquer lugar, dia ou momento.

REFERÊNCIAS

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