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Assim, na sequência dos aspetos que foram lidos e analisados no ponto
anterior relativamente à questão da formação ao longo da vida e das novas
literacias, temo de pensar que cada vez mais essa aprendizagem se faz
através do recurso às novas tecnologias da informação e da comunicação
(TIC) e que para as utilizar, como vimos, é indispensável saber fazer uso de
novas competências, sobretudo as que se prendem com a capacidade de
procurar, selecionar e usar a informação que nos interessa, em função de
determinados objetivos que temos.
Ora, sabemos também que o acesso a essas novas tecnologias ainda não está
generalizado. E esta situação tem criado novas formas de exclusão, contra as
quais é preciso lutar. É neste quadro que se insere a preocupação com a
inclusão digital, pois se a formação e a aprendizagem são necessárias, torna-
se antes de mais urgente que se tenha acesso às ferramentas que hoje em dia
nos facilitam o acesso a essa formação.
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todos possam ter acesso à inclusão digital. O “Programa Acesso”
(acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais), da Agência para a
Sociedade do Conhecimento, é disso um exemplo.
Pode explorar o site do Programa Acesso, onde encontra muita informação sobre
este tema: http://www.acesso.umic.pt/
Iniciativas como a do PC Conectado são louváveis - mas não é só entregar máquinas, conforme
bons e maus exemplos em outros países nos ensinam. Veja aqui a opinião de vários autores com
quem conversamos.
Por Paulo Rebêlo (reportagem)
O erro de interpretação é comum, porque muita gente acha que incluir digitalmente
é colocar computadores na frente das pessoas e apenas ensiná–las a usar
Windows e pacotes de escritório. A analogia errônea tende a irritar os especialistas
e ajuda a propagar cenários surreais da chamada inclusão digital, como é o caso
de comunidades ou escolas que recebem computadores novinhos em folha, mas
que nunca são utilizados porque não há telefone para conectar à internet ou porque
faltam professores qualificados para repassar o conhecimento necessário.
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ações do Comitê como exemplo em palestras mundo afora.
Outro problema apontado por Garcez é a baixa escolaridade dos instrutores, que às
vezes são os jovens da própria comunidade. E é justamente aí que entra o papel da
inclusão digital como indutor à inclusão social. Chico Science já dizia que os
computadores fazem arte. Os especialistas concordam e acrescentam: também
fazem cidadania.
Pensadores como Manuel Castells, um dos ícones nos estudos sociais a partir de
novas tecnologias, pondera que a sociedade está passando por uma revolução
informacional que pode ser comparada às grandes guinadas da História. Na
clássica trilogia “A Era da Informação“, o autor é enfático em mesclar economia,
cultura e informação a partir de uma inclusão digital de verdade.
Muitos imaginam que, em países pobres, não se deveria nem falar em inclusão
digital enquanto há pessoas com fome e desempregadas na rua. O problema é que
são as nações pobres as quais, justamente, costumam se beneficiar melhor das
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ações includentes.
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bastante as atividades do CDI.
Parece incrível, mas os números sociais da Índia são piores do que no Brasil. De
acordo com dados divulgados pelo governo, apenas 0,5% da Índia está conectada
à web. Com uma população beirando um bilhão de pessoas, parece muita gente,
mas em termos relativos está longe de chegar aos 11% que existe no Brasil,
segundo o Ibope/ Netratings. No setor de telefonia, a Índia tem apenas 2,2 linhas
telefônicas para cada cem habitantes, em média.
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Outro exemplo é a Costa Rica, um país com a economia baseada em agricultura.
Hoje, exporta mais circuitos integrados (chips) do que produtos agrícolas, uma
situação impensável anos atrás. O país carrega o apelido de República do Silício,
pois hospeda uma fábrica da Intel desde 1998.
A União Europeia tem também nos seus objetivos recentes uma preocupação
com a inclusão digital, pois este é um caminho a que todos deverão ter
oportunidade de aceder. Várias iniciativas têm sido desenvolvidas, existindo um
site da EU para a inclusão digital, onde se encontram descritas as diferentes
iniciativas que têm surgido neste domínio e articulando-se com diferentes áreas
da cultura e da educação em geral.
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Site da EU para a inclusão digital:
http://ec.europa.eu/information_society/activities/einclusion/index_en.htm
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Este manifesto destaca a importância dos valores de liberdade de expressão e
de acesso à informação, no contexto da Internet, e sublinha o papel da
biblioteca pública como meio privilegiado de acesso à Internet.
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ACTIVIDADE FORMATIVA 5
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da vida. Refira-se de forma mais desenvolvida a este problema,
podendo articular com a sua experiência pessoal.
Bom trabalho!
Ana Nobre
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