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CIDADANIA DIGITAL. O QUE É? PARA QUE SERVE?

Buscando entender o conceito de Cidadania Digital e sua inserção na


sociedade global, bem como as transformações resultantes dessa interação.

Dennis Alonso de Paula Brandão1

RESUMO

Nosso trabalho tem o objetivo de discorrer sobre o que é Cidadania Digital - conceito esse que
ganhou força com o surgimento da internet e que hoje é alvo de estudos e dissertações nas
mais variadas áreas do meio acadêmico, sem esquecer, claro, da importância e do poder que a
mesma possui em nossa vida como um todo. Entendemos que a chegada da internet e dos
equipamentos que facilitam seu uso deram voz e vez a vários segmentos que antes não
conseguiam se fazer ouvir nem representar, permitiu que as pessoas explanem suas opiniões
sobre tudo, questionem governos e o status quo do que antes era visto com naturalidade; não a
toa, a internet hoje enfrenta tentativas de cerceamento e regulações por parte de governos e
sistemas políticos, tendo estes sucesso em alguns casos, e fracassado na maioria das vezes. É
preciso salientar entretanto que, mesmo com o uso da internet aliançado ao surgimento da
globalização, que permitiu encurtar as distâncias da comunicação e informação, ainda temos
um número relevante de pessoas que não têm acesso ao espaço virtual, os chamados
infoexcluídos - portanto, os que não podem ser considerados cidadãos digitais, ainda que a
internet tenha conseguido se tornar um território habitado que transcende os conceitos de
espaço, Nação e geografia, uma vez que é usado por pessoas de diferentes nacionalidades,
etnias, credos, ultrapassando fronteiras do espaço geográfico global. Dessa forma, deixamos
claro que não pretendemos esgotar o assunto, antes, analisar alguns de seus aspectos que serão
apresentados no decorrer do trabalho.

Palavras-chave: Cidadania Digital. Internet. Comunicação. Informação. Nação. Geografia.

1
Licenciatura em História. Especialização em História do Brasil, com ênfase em História do Ceará. Mestrando
em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University. E-mail: Dbrando82@gmail.com
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ABSTRACT

Our work aims to discuss what Digital Citizenship is - a concept that gained strength with the
emergence of the internet and which today is the subject of studies and dissertations in the
most varied areas of academia, without forgetting, of course, the importance and power that it
has in our life as a whole. We understand that the arrival of the internet and the equipment that
facilitate its use gave voice and opportunity to various segments that previously could not be
heard or represented, allowed people to explain their opinions about everything, question
governments and the status quo of what used to be seen naturally; no wonder, the internet
today faces attempts to curtail and regulate by governments and political systems, which
succeed in some cases, and fail most of the time. However, it is necessary to emphasize that,
even with the use of the internet allied to the emergence of globalization, which made it
possible to shorten communication and information distances, we still have a relevant number
of people who do not have access to the virtual space, the so-called infoexcluded - therefore,
those who cannot be considered digital citizens, even though the internet has managed to
become an inhabited territory that transcends the concepts of space, Nation and geography,
since it is used by people of different nationalities, ethnicities, creeds, surpassing the
boundaries of the global geographic space . In this way, we make it clear that we do not intend
to exhaust the subject, rather, to analyze some of its aspects that will be presented in the
course of the work.

Keywords: Digital Citizenship. Internet. Communication. Information. Nation. Geography.

1 Introdução

A internet é o meio de comunicação que mais ganhou espaço nessas últimas décadas,

segundo Nunes (2018) devido à eficiência e a agilidade de seus recursos técnicos. A utilização

dessa ferramenta já é uma realidade, alcançando público em todas as idades, nacionalidades,

grupos étnicos e está presente em diversos ramos da atividade humana, na educação, no

trabalho, nas mais diversas relações sociais, inclusive em atividades que antes exigiam o

encontro físico ou presencial entre duas pessoas ou mais, como um encontro amoroso ou

jogos desportivos. De fato, a humanidade sempre foi submetida a mudanças estruturais que,

invariavelmente caminhavam, de forma paralela e compassadamente com as diferentes fases

das evoluções tecnológicas emergentes que terminavam por alterar as conformações sociais.
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Exemplo disso é o que podemos observar na fala de Filho e Ladeira (2021, pág. 71) que

destaca que

A Primeira Revolução Industrial substituiu a força muscular por máquinas e, ao


mesmo tempo, contribuiu para alterar a conformação social da sociedade estamental
por uma sociedade com alguma mobilidade social, mas que, ao mesmo tempo, gerou
uma extensa massa operária que pressionou por mudanças legislativas, culminando
com direitos sociais. (Filho & Ladeira, 2021, pág. 71).

Em uma sociedade como a nossa, marcada pela tecnologia e pelos equipamentos que a

acompanha, novos desafios se colocam aos sujeitos que deverão se preparar - ou ser

preparados para um novo modelo de cidadania - a cidadania digital. Apesar de todas as

oportunidades e das transformações produzidas pela tecnologia, podemos citar aqui o fato de

que hoje a sociedade da informação exige que os seus detentores não apenas tenham acesso

às mesmas, mas as transformem em conhecimento efetivo (Álvaro, 2011, s/n). Entretanto,

apesar de toda essa evolução tecnológica e da globalização, o que deveria significar uma

provável democratização ou facilidade de acesso à tecnologia, ainda existe o problema da

exclusão social - que reverbera em uma exclusão digital, e do isolamento por que passam

aqueles que, por problemas socioeconômicos ou por quaisquer outras razões não tem

condições ou acesso à tecnologia para usufruir de suas vantagens, o que se pode chamar de

infoexclusão (Álvaro, 2011, s/n) é diante dessa realidade presente, intensamente

influenciada e permeada pela tecnologia, que emerge o conceito de “cidadania digital - mais

abrangente, pluridimensional e sem limitações geográficas” (Álvaro, 2011, s/n).

Atualmente a internet, por meio de equipamentos e ferramentas como aplicativos de

usos variados e mais especificamente das redes sociais, influencia a vida das pessoas

ultrapassando em muitos casos, como já temos testemunhado, limites legais e éticos como as

invasões de intimidade, exposições e linchamentos virtuais, cancelamentos, chegando a

afrontar a cidadania em virtude do “imenso número de conteúdos e informações postados e


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compartilhados com mensagens geradas a partir de usuários mal-intencionados” (Nunes,

2018, pág. 16). O fato é que as relações sociais, impulsionadas pelo uso da internet, não

somente se reformulam e continuam se reinventando como avançam de forma mais rápida

do que a legislação que, teoricamente, deveria zelar pela sua regulação e proteção. Com a

ampliação da liberdade de expressão, graças ao uso das tecnologias de comunicação e de

informação, muitos indivíduos e grupos ganharam voz; entendemos que o tema por si só é

muito abrangente e que abarca uma série de reflexões sobre os usos que podem ser feitos da

internet e como esses usos trazem resultados - benéficos ou prejudiciais - para a sociedade

como um todo; não é nossa intenção esgotar esse tema, mesmo por que não haveria tempo

hábil nem espaço para tanto, já que isso iria requerer uma considerável quantidade de

leituras e conhecimento de conceitos que precisariamos nos familiarizar. Nesse sentido, o

objetivo do nosso trabalho visa trazer a comento o tema da cidadania digital e dos seus usos

sob um aspecto positivo: Abordar a inclusão digital, em perspectivas atuais, como não sendo

apenas uma necessidade de se estar conectado à rede, mas de saber explorá-la e utilizá-la

para fins educativos e qualificativos para o trabalho; além disso, abordar quais os deveres e

direitos são possíveis e permitidos em um ambiente que, por existir para além de uma

fronteira com limites físico-geográficos, pode passar a ideia de “terra sem lei”, o que implica

a importância de se trazer à tona a responsabilidade de se cultivar o exercício de proteção

dos direitos individuais e coletivos fundamentais, bem como a preservação e coexistência da

dignidade da pessoa humana. Nosso trabalho foi produzido a partir da leitura de

bibliografias que analisam o tema sob variadas perspectivas, desde a ótica da educação,

passando pelas ciências sociais e pelo direito. Começaremos abordando o conceito de

Cidadania e sua evolução histórica até chegar a cidadania digital; posteriormente

abordaremos o direito ao acesso e por último analisaremos os elementos da cidadania digital.


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2 Cidadania Digital e Infoinclusão

2. 1 Abordando o conceito de Cidadania na História

Atualmente, assistimos ao florescimento de uma sociedade em rede, que se caracteriza

por uma nova noção do espaço e do tempo e por uma crescente interatividade entre as pessoas

mediada pela tecnologia. nas palavras de Álvaro (2011, pág, 25) através da internet “o tempo,

o espaço, a informação, a comunicação e as relações humanas alteraram-se profundamente,

dando lugar à abolição de fronteiras e à criação de espaços e comunidades virtuais abertas a

uma nova sociabilidade, logo a uma nova concepção de cidadania”. A origem da ideia

tradicional de cidadania está intimamente ligada ao conceito de democracia e remonta à

Grécia antiga e ao desenvolvimento das pólis (cidades-estado). Ali, era imprescindível a

participação política dos cidadãos; estes tinham o direito e o dever de participar da vida

política, sendo que só era considerado cidadão àqueles que eram descendentes dos fundadores

da pólis, ou seja, haviam critérios de distinção social, pautadas na hereditariedade. Os

cidadãos eram uma minoria que detinha o poder e certos privilégios, inclusive o de ditar os

rumos políticos da pólis. Mulheres, crianças e escravos não eram considerados cidadãos,

portanto não tinham direitos políticos. Na Roma Antiga, o conceito de cidadania era

semelhante; estava ligada fortemente ao Estado e aos direitos políticos, dominados pelos

Patrícios, Elite político-social formada por descendentes dos antigos fundadores de Roma.

Podemos concluir portanto que o conceito de cidadania tem sua origem na Antiguidade

Clássica, onde o cidadão não era somente o que nascia na cidade, mas sobretudo, descendente

daqueles que fundaram a cidade; dessa forma, tinham privilégios sociais e políticos num

momento histórico onde a igualdade de direitos, apesar do conceito, não se verificava.


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Os maiores progressos em relação à cidadania entretanto, podem ser vistos a partir do

século XVIII, como resultados das revoluções americana e francesa que, baseadas nos ideais

de liberdade e igualdade, acabaram por lançar os fundamentos para o que seria o surgimento

de um novo tipo de poder político e terminaram aproximando o conceito de cidadania ao de

Estado-Nação, ou seja, a cidadania, a partir daqui, depende de uma entidade política que

representa um grupo de pessoas (os cidadãos) que constituem uma nação, no caso, “um grupo

de pessoas que partilham uma cultura e um território próprio” (Álvaro, 2011, pág. 26).

Entretanto, é mister explicar que apesar dos conceitos de cidadania e de nacionalidade

andarem amalgamados, ainda persistem as desigualdades econômicas e sociais onde grupos

como mulheres, crianças e minorias continuam a ser excluídos dos direitos que conferem o

estatuto do cidadão.

2. 2 Cidadania digital e o direito ao acesso.

Em seu artigo Cidadania digital ou ditadura algorítmica? contradições do mundo

digitalizado e os desafios da regulação, página 74, Florêncio Filho e Ladeira assim

descrevem a internet

A internet é o maior espaço público do mundo; somente no Facebook são 2,8 bilhões
de usuários ativos, com receita de 28 bilhões de dólares em 2020 (...), local em que
concentra o terceiro maior número de pessoas, inferior apenas à população da China e
Índia. A internet iniciou um mundo novo, sem fronteiras, mas o crescimento da
internet tem sido acompanhado da tentativa dos Estados de impor sua soberania a este
território, o que, até o momento, se revela ineficaz (Filho & Ladeira, 2021, pág. 74)

O fato é que com o surgimento da internet e sua capacidade de difundir comunicação e

informação livre dos modelos tradicionais conferiu poder aos cidadãos que a utilizam

remodelando, nas palavras de Filho e Ladeira, as relações entre direito e democracia (2021,
7

pág. 74). A partir da internet, determinadas instituições formais foram perdendo protagonismo

político primordial na luta e enfrentamento de injustiças e desigualdades - como partidos

políticos, sindicatos, igrejas, Ongs - e a preeminência foi assumida por indivíduos anônimos

que ao se unirem, operaram movimentos públicos que se tornaram relevantes

internacionalmente, como a Primavera Árabe, uma onda revolucionária de manifestações e

protestos que ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África a partir de 18 de dezembro de

2010, para citar um exemplo. O ciberespaço sozinho não provoca mudanças, porèm “a

internet permitiu o renascimento do espaço público como local de debate de ideias e

expressão de inconformismo e clamor por mudanças sociais e este renascimento do espaço

público é o aspecto positivo da internet” ( Filho & Ladeira, 2021, pág. 75). A concepção de

cidadania digital não considera a internet como um objeto mas como

Um instrumento mutável de formação da própria personalidade a partir da constatação


que os indivíduos imersos no mundo virtual agem e comunicam-se e conformam-se
em uma nova realidade; a relação dos indivíduos com a rede é mais essencial que a
relação com os demais objetos tangíveis e intangíveis pois a internet tornou-se um
espaço de existência, uma parte essencial do existir é realizado virtualmente, o que
leva à conclusão de que se trata de um espaço vital sem o qual o desenvolvimento
individual é obstruído; negar o espaço virtual da existência é recusar ao indivíduo uma
parte essencial de seu próprio ser que neste mundo em transformação só se conforma
em uma realidade na conjunção real-virtual (Filho & Ladeira, 2021, pág. 75).

A partir desse entendimento sobre a internet é que podemos inferir que a concepção de

cidadania digital deve ser compreendida como um direito fundamental a que todos possuem

de acessar o mundo virtual, “reconhecendo-o como um instrumento jurídico-institucional de

garantia de liberdade na rede e de restrição a controles indevidos externos” (Filho e Ladeira,

2021, pág. 76). O direito de acesso é o cerne do conceito de cidadania digital, podendo ser
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decomposto inclusive no direito à neutralidade e à vedação a quaisquer atividades de teor

censório. Por fim, podemos concluir que

O direito de acesso é o direito de estar livre na internet, portanto, exige a vedação de


qualquer forma de censura, para que seja assegurada a busca e a transmissão de informação,
mas também o direito de difundir a informação, direito este reconhecido no artigo 19 da
Declaração Universal de Direitos Humanos (1948) como a possibilidade de “procurar, receber
e difundir” informação. (Filho e Ladeira, 2021, pág. 77).

2. 2 Os Nove elementos e o exercício da cidadania digital na escola

Os Nove Elementos da Cidadania Digital, desenvolvido por Mike Ribble (2005)

compõem todo um sistema que tem por objetivo auxiliar educadores a compreender a

variedade de ambientes que constituem a formação para a cidadania digital e promover uma

maneira organizada para a sua abordagem nas escolas, funcionando como um guia. Uma vez

utilizado, os nove elementos ajudarão os usuários de tecnologia a entender - e superar os

desafios que se apresentarem. Conforme aponta Carneiro (2020), os nove elementos podem

ser considerados “um ponto de partida para uma visão mais clara desses desafios e de como

melhor abordá-los, para uma convivência cidadã no ambiente virtual, dentro e fora da escola”

(Carneiro, 2020, pág. 118).

Figura 01 - Os Nove Elementos da Cidadania Digital

Fonte: 9 ELEMENTS. In: Carneiro, 2021, pág. 119


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Os Nove Elementos funcionam como uma espécie de Manual ou Guia, apresentando e

direcionando a formação dos jovens dentro da escola, a partir de uma série de diretrizes

educacionais, ficando sob a responsabilidade da própria escola quais diretrizes serão

escolhidas e trabalhadas. É preciso destacar que nem todos os elementos precisam ou podem

ser trabalhados ou desenvolvidos no ambiente escolar, ficando a cargo da gestão escolar a

seleção daqueles que lhe apetecem. O ponto principal a ser destacado é “a necessidade de

mostrar aos usuários os porquês do correto e produtivo uso da Internet, dentro e fora da

escola” (Carneiro, 2021, pág.119). Como a educação está no âmago de qualquer sociedade,os

elementos da cidadania digital envolvem o uso da tecnologia para fins educacionais; os

alunos são o alvo no sentido de serem educados no uso da tecnologia de forma responsável,

de forma a garantir e promover a segurança do ambiente digital para todos, inclusive as

gerações futuras. Alguns desses aspectos ou elementos estão relacionados à vida dos alunos

fora da escola, enquanto outros são referentes ao modo como eles utilizam a tecnologia no

espaço da sala de aula. Ao discorrermos rapidamente sobre cada elemento, podemos apontar

suas características. Dessa forma temos:

1. Acesso Digital Embora vivamos em uma era digital, constatamos que nem
todos têm acesso aos recursos tecnológicos. Com os avanços
escolares em escala global, os professores são desafiados a
oferecer aulas que envolvam e motivem os alunos por meio
da inclusão da tecnologia nas mesmas. Cabe também aos
educadores oferecerem alternativas adequadas à realidade de
cada aluno, uma vez que nem todos os alunos têm acesso ou
podem pagar por um computador ou smartphone ou tenha
um plano de acesso à internet.
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2. Comércio Digital Refere-se à compra e venda de artigos on-line e à


necessidade de lidar com questões de segurança no mundo
digital. A tecnologia pode ser usada em sala de aula para
mostrar aos estudantes caminhos possíveis na escolha de
suas futuras carreiras, abrindo caminho para um futuro
emprego. Um dos pré-requisitos é entender como funciona o
e-commerce, tanto como clientes potenciais quanto como
empreendedores.

3. Comunicação Digital A comunicação virtual tornou-se tão comum que às vezes o


aluno esquece que está fazendo isso em um espaço virtual. É
essencial saber como e o que dizer, pois erros de
comunicação acontecem o tempo todo em um ambiente
on-line. Atualmente, o espaço virtual dá voz a quem precisa,
permitindo às pessoas expressarem-se livremente, o que
exige que os alunos sejam empáticos e reajam de maneira
adequada tanto online quanto offline.

4. Alfabetização Digital Estarmos cientes das outras pessoas enquanto estamos


online ou offline é importante para o nosso crescimento
pessoal. Isso contribui para aumentar a conscientização
sobre como tratamos uns aos outros em qualquer espaço.

5. Etiqueta Digital Basicamente, é a importância de educar os alunos afim de


que eles adquiram melhor a chamada “fluência digital”. Esse
aprendizado moldará seu comportamento online e eles terão
uma reação positiva a qualquer comentário. Dessa forma, a
atitude online se reflete no mundo real e vice-versa.

6. Direito Digital Assim como na vida real, no ambiente online existem regras
que todos devem seguir. O direito digital lida com direitos e
as restrições legais que regem o uso da tecnologia. Como
cidadãos digitais, os alunos precisam conhecer as regras
para prevenir qualquer tipo de crime on-line (bullying
cibernético, hackers), sem importar a gravidade.

7. Responsabilidades e O mundo online, assim como no real, tem suas regras e leis.
direitos Digitais Significa dizer que um usuário possui não só direitos quanto
deveres (responsabilidades). Existem políticas que nos
tornam responsáveis pelos nossos atos e ações no mundo
online que devem ser seguidas. As escolas podem e devem
abordar esse tema em sala de aula com o objetivo de
prevenir comportamentos nocivos e denunciar qualquer má
conduta no ambiente virtual.
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8. Saúde e bem-estar Vivemos tanto no mundo online quanto no mundo real, de


Digitais forma que as exigências e liberdades individuais devem ser
estendidas também ao mundo digital. Todos aqueles
presentes no mundo virtual precisam contribuir para que
haja o bem-estar coletivo. O uso de recursos online é um
grande benefício, desde que se saiba como utilizá-los de
forma benéfica, sem causar possíveis danos contra os outros.
Dessa forma, o estudante deve ser ensinado como se
proteger e proteger os outros contra possíveis danos.

9. Segurança Digital A segurança no mundo online é importante, pois as escolas


também são vulneráveis a ataques cibernéticos. É necessário
tomar precauções para garantir a segurança da comunidade
escolar, incluindo os alunos. Ao se usar dispositivos
eletrônicos na escola ou em casa, os alunos precisam estar
cientes sobre as consequências dos seus usos e de possíveis
ataques. Os professores devem explicar como evitar que
esses ataques aconteçam e como proteger seus dispositivos.
Fonte: www.cypherlearning.com/pt/br/blog/k-20/os-nove-elementos-da-cidadania-digital.

3 Considerações Finais
(descrever como os objetivos foram atendidos e fique atento, pois o ideal é que esse tópico
tenha no máximo 2 (dois) parágrafos e sem citação)

Nosso trabalho teve como objetivo discorrer sobre o que é Cidadania Digital - conceito esse

que ganhou força com o surgimento da internet e que hoje é alvo de estudos e dissertações nas

mais variadas áreas do meio acadêmico - sem esquecer da importância e do poder que a

mesma possui em nossa vida como um todo. Entendemos que a chegada da internet e dos

equipamentos que facilitam seu uso deram voz e vez a vários segmentos que antes não

conseguiam se fazer ouvir nem representar, permitiu que as pessoas explanem suas opiniões

sobre tudo, questionem governos e o status quo do que antes era visto com naturalidade; não a

toa, a internet hoje enfrenta tentativas de cerceamento e regulações por parte de governos e

sistemas políticos, tendo estes sucesso em alguns casos, e fracassado na maioria das vezes. É

preciso salientar entretanto que, mesmo com o uso da internet aliançado ao surgimento da
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globalização, que permitiu encurtar as distâncias da comunicação e informação, ainda temos

um número relevante de pessoas que não têm acesso ao espaço virtual, os infoexcluídos -

portanto, os que não podem ser considerados cidadãos digitais, ainda que a internet tenha

conseguido se tornar um território habitado que transcende os conceitos de espaço, nação e

geografia, uma vez que é usado por pessoas de diferentes nacionalidades, etnias, credos,

ultrapassando fronteiras do espaço geográfico global. Dessa forma, deixamos claro que não

pretendemos esgotar o assunto, antes, analisar alguns de seus aspectos que serão apresentados

no decorrer do trabalho. Nesse sentido, o objetivo do nosso trabalho buscou trazer o tema da

cidadania digital e dos seus usos sob um aspecto positivo: Abordar a inclusão digital, em

perspectivas atuais, como não sendo apenas uma necessidade de se estar conectado à rede,

mas de saber explorá-la e utilizá-la para fins educativos e qualificativos para o trabalho; além

disso, abordar quais os deveres e direitos são possíveis e permitidos em um ambiente que, por

existir para além de uma fronteira com limites físico-geográficos, pode passar a ideia de “terra

sem lei”, o que implica a importância de se trazer à tona a responsabilidade de se cultivar o

exercício de proteção dos direitos individuais e coletivos fundamentais, bem como a

preservação e coexistência da dignidade da pessoa humana.

4 Referências Bibliográficas

Álvaro, A., M., D. (2011). Cidadania Digital: O papel das TIC no Exercício da Cidadania dos

Adultos. Coimbra, Portugal. Esec. Instituto Politécnico de Coimbra.

Carneiro, F., C. (2020). A formação para a cidadania digital como responsabilidade


compartilhada por escola e família. Belo Horizonte. Tese (Doutorado) PUC - MG.

Costa. D. (2019). A educação para a cidadania digital na escola: análise multidimensional da


atuação dos professores enquanto mediadores da cultura digital nos processos de ensino e de
aprendizagem. São Paulo. PUC. Tese (Doutorado).
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Filho, M., A., F. & Ladeira, F., O. (2021). Cidadania digital ou Ditadura algorítmica?
Contradições do mundo digitalizado e os desafios da regulação. São Paulo, Brasil.

Nunes, D., H. (2018). Sociedade da informação e Cidadania digital. Ribeirão Preto, SP.
UNAERP, Direito. tese (Doutorado)

Pereira., A., C. (2022). Os Nove elementos da cidadania digital que os seus alunos precisam
conhecer. Disponível em:
www.cypherlearning.com/PT-BR/blog/K-20/os-nove-elementos-da-cidadania-digital.
Acessado em 18 de Julho de 2013.

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