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Servidor público militar, Bacharel em Direito e Especializando em Direito Constitucional
Contemporâneo, ambos pela Faculdade Meridional - IMED de Passo Fundo. E-mail:
wagberton@hotmail.com. Este artigo é fruto da participação do Grupo de Estudo:
Desenvolvimento, inclusão e multiculturalismo - coordenador por: Prof. Dr. Neuro José
Zambam.
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Doutor em Filosofia pela PUCRS. Professor dos Cursos de Direito e Administração da
Faculdade Meridional - Imed. Coordenador de Grupo de Estudos: Desenvolvimento, inclusão e
multiculturalismo. Pesquisador integrado ao Grupo de Pesquisa: Novas Tecnologias, marcos
regulatórios e reconhecimento de direitos na diversidade cultural. E-mail:
neurojose@hotmail.com.
Palavras-chaves: Multiculturalismo. Reconhecimento. Democracia. Mediação.
Direito.
A vida humana está cada dia mais informatizada, e isto nos mais
diversos enfoques – social, jurídico, econômico, privado, etc. – sendo, portanto,
inegável que a sociedade está em uma nova era, a Era da Informação,
caracterizada pelo tráfego de informações jamais visto, o que despontou na
globalização, onde o planeta já não impõe mais barreiras geográficas a país
algum, devido a popularização dos meios de telecomunicação.
Hoje em dia, tem-se acesso a tudo pela grande Rede – filmes, música,
jogos, conversação, compras -, enfim, praticamente tudo o que diz respeito ao
entretenimento, trabalho, comércio ou cultura, tornando desnecessário o
cidadão sair de sua residência. O que pode confirmar esta afirmativa é o fato
de 66 milhões de usuários brasileiros terem acessado a Internet em 2009, eis a
tabela comparativa segundo dados do IBOPE 3:
Milhões 2006 2007 2008 2009
Usuários4 de 32,5 39 62,3 66,3
Internet
3
Fonte: IBOPE Nielsen Online.
4
Total de pessoas com mais de 16 anos com acesso à Internet em qualquer ambiente (casa,
trabalho, escolas, universidades e outros locais).
5
BRÜSEKE, Franz Josef. A técnica e os riscos da modernidade. Florianópolis: Ed. da UFSC,
2001, p. 168.
6
DUPAS, Gilberto. O mito do progresso ou progresso como ideologia. São Paulo: Ed. UNESP,
2006, p. 126.
7
Apud BOFF, Salete Oro; PIMENTEL, Luíz Otávio. (Orgs.). Propriedade Intelectual, Gestão da
Inovação e Desenvolvimento: patentes, marcas, software, cultivares, indicações geográficas,
núcleos de inovação tecnológica. Passo Fundo: IMED, 2009, p. 15.
Isto se dá, em razão do avanço tecnológico distanciar os que possuem
acesso às novidades dos que permanecem alheios ao desenvolvimento, já que
para estar inserido neste processo, o sujeito deve ser capaz de suportar custos
elevados, algo que não é possível para toda a sociedade. 8
Deste tema, decorrem medidas que, em boa parte das situações visam
tão somente proposições imediatistas e ilusórias para o problema do
congestionamento das vias da prestação jurisdicional, e por conseguinte,
acabam por prestar um verdadeiro desserviço na procura de um remédio
jurídico adequado para a quase falência do Poder Judiciário. Isto por que,
desvia-se o objetivo inicial da Carta Magna em se obter uma justiça efetiva e
seriamente comprometida com os anseios sociais.
13
JÚNIOR, José Alcebíades de Oliveira; BAGGIO, Moacir Camargo. Jurisdição: da litigiosidade
à mediação. In: Direitos Culturais - Revista do programa de pós-graduação em Direito –
Mestrado – v.1, n.1. Santo Ângelo: EDIURI, 2007, p. 112.
14
Ibid., p. 112.
surgimento das expressões da diferença, é essencial que se
reconheça a necessidade de suporte ao conflito, do eterno assistir e
solucionar, adequadamente, as discussões e divergências da
pluralidade e da multiculturalidade.15
SAMPAIO, Lia Regina Castaldi; NETO, Adolfo Braga. O Que é Mediação de Conflitos. São
18
19
TAYLOR, 1994, p. 93.
Como se percebe, o campo de ação dos meios complementares de
solução de conflitos não é somente aquele destinado a desafogar o Judiciário.
Trata-se de um novo ramo do Direito que busca reinventar a própria maneira
de se fazer Direito, de uma forma comprometida com princípios de
solidariedade, igualdade e fraternidade, resgatando os ideais estampados na
Carta Magna.
4 Considerações finais
Como, então, esperar que situações tão complexas como estas sejam
revertidas por um Estado que mal pode gerir-se? Como resolver a questão do
aumento incontrolável por respostas judiciais à demandas que muitas vezes
geram custos maiores do que o próprio bem da vida pleiteado? É difícil crer
que o poder estatal conseguirá por si só prestar um serviço jurídico célere e
eficiente com instrumentos paliativos que muitas vezes propõe.
Este breve estudo sugere então, um convite para que cada individuo
venha a assumir sua parcela de responsabilidade perante o Estado
Democrático de Direito ao qual fazemos parte e, desta forma, buscar por meios
complementares de solução de conflitos a fim de devolver dignidade e
humanidade àqueles envolvidos em controvérsias sócio-culturais, e por
conseguinte, desafogar o Poder Judiciário da litigiosidade.
REFERÊNCIAS
MELO, Luís Gonzaga de. Antropologia Cultural: iniciação, teoria e temas. 11.
Ed. Petrópolis: Vozes, 1987.