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Bertrand Russell, reverente filósofo e matemático britânico, sobrelevou, em

"Ideais Políticos", que a disseminação de críticas na contemporaneidade é reflexo


de uma sociedade extremamente dinâmica e interdependente nos mais diversos
segmentos das relações humanas. Apesar disso, no Brasil, alguns debates éticos
são travados acerca da cultura do cancelamento em diversas redes sociais, visto
que a falta de um questionamento contundente pela esfera federativa acerca da
temática é uma marca constante neste país. Desse modo, é profícuo analisar tal
quadro, intrinsecamente ligado a aspectos políticos e sociais. 
Em primeiro plano, é válido analisar que o panorama supracitado mostra-se
atrelado a manutenção, nos cernes governamentais, de preceitos ligados a
questões ideológicas e comportamentais. Consoante o sociólogo Sérgio Buarque
de Holanda, o brasileiro é, desde a colonização, marcado por um individualismo
exacerbado que o leva a se apropriar do público para fins particulares. Nesse
viés, essa característica contribui para que muitos políticos pouco ajam para
entender os anseios do povo, como criar mecanismos legislativos para amparar os
cidadãos que sofrem cancelamento injustos e sem a chance de se redimir dos
erros que cometeram. Dessa forma, infelizmente, há uma reduzida atuação do
Estado em busca de um ambiente virtual mais democrático e livre de opressão.
Em segundo plano, é imperioso analisar a falta de entendimento da sociedade a
respeito do assunto em questão. Segundo Carllo Cartane, filósofo italiano, a
educação e o meio são, respectivamente, fatores determinantes na formação de
um indivíduo. Dessa maneira, é incontestável destacar que a escassez de recursos
informacionais destinados à formação de um ideário que alerte o perigo de
ataques revestidos de ofensas – como, em muitos casos, é feito pelo "Tribunal da
Internet" — também ora edifica uma conjura perniciosa a representatividade, ora
demonstra que a escola emerge como um decisivo agente de socialização, já que,
ao formar cidadãos mais centrados, contribui para mitigar conjecturas e sanções
de teor destrutivos na internet.
Portanto, é urgente a adoção de medidas para mitigar o problema. Nesse sentido,
o Poder Legislativo –instituição de notória importância para o país – deve, por
intermédio de um acordo assinado, realizar fiscalizações mais frequentes e
severas nas redes sociais, como Facebook e Twitter, a fim de se garantir um
ambiente virtual mais justo e aberto ao diálogo distante da cultura nociva do
cancelamento. Ademais as escolas devem promover palestras e campanhas para
mudar paulatinamente a visão antropocêntrica ainda presente cidadãos. Com isso,
espera-se que todos os indivíduos vivam em um espaços cibernético livre de
discursos de ódio e injustiças, mantendo uma sociabilização harmônica.

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