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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

MARIA DAS GRAÇAS SOARES


TARCÍSIO REGIS
2022
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 5
1 ÉTICA DA COMUNICAÇÃO ............................................................................................. 5
2 COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL .................................................................................. 8
3 TOLERÂNCIA E DIVERSIDADE ....................................................................................... 10
4 RESPONSABILIDADE COLETIVA .................................................................................... 11
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 15
APRESENTAÇÃO

Olá, estimado (a) estudante! Bem-vindo(a) ao Bloco V da disciplina Ética e


Responsabilidade Social!

Esta disciplina fornecerá a base teórica e as estruturas de pensamento que lhe


permitirão compreender as noções básicas sobre ética, analisar os processos de tomada
de decisão, bem como refletir sobre a determinação do valor e do significado de ações
individuais e coletivas em diferentes contextos.

Neste bloco, vamos explorar os aspectos da ética da comunicação, da comunicação


intercultural, da tolerância e diversidade e da responsabilidade coletiva na sociedade,
bem como compreender os aspectos teóricos que podem ser implementados ou
compreendidos no cotidiano da nossa realidade.

1 ÉTICA DA COMUNICAÇÃO

Não poderíamos iniciar a discussão sobre a relação da ética e da comunicação sem


abordar os aspectos que definem estes campos temáticos. A ética já foi e vem sendo
abordada neste conjunto de materiais de estudo, mas a comunicação é definida como
o processo interativo em que ocorre o envio de alguma mensagem para um receptor.
Esta abordagem permite ao emissor e ao receptor trocar informações e interagir nos
ambientes físicos ou virtuais.
Para Castells (2009, p. 87):
Comunicar é compartilhar significados via intercâmbio de informação. Ainda
para o mesmo autor, O processo de comunicação se define pela tecnologia da
comunicação, pelas características dos emissores e receptores da informação,
pelos seus códigos culturais de referência, pelos seus protocolos de
comunicação e pelo alcance do processo.

De acordo com o descrito acima, a comunicação pode ter diversas formas,


dependendo dos aspectos abordados e das características dos agentes
envolvidos no processo da troca de informações.
Para Castells (2009), em relação ao alcance do processo de comunicação, este pode ser
categorizado em duas formas diferentes: a comunicação interpessoal e a comunicação

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social. A comunicação interpessoal pode ser compreendida como a relação entre a
comunicação de duas pessoas, ou seja, os atores da comunicação (emissor e receptor).
Já a comunicação social pode ser compreendida como a interação de uma pessoa com
a sociedade, em um formato de comunicação de massas e difusão de informação em
escala.
Pode-se compreender que, em ambos os casos citados, existe a emissão das
informações, mas esta emissão pode perder elementos no caminho. Como exemplo:
lembram-se da brincadeira de telefone sem fio? Na brincadeira, as crianças ficavam
perfiladas e a primeira criança falava algo para a segunda, a segunda falava para a
terceira e este processo se repetia “n” vezes. O objetivo final era que a mensagem
chegasse intacta na última pessoa perfilada, mas por diversos motivos, poderia dar
errado.
Analogamente à brincadeira, as relações sociais da comunicação podem ou não se
manterem intactas, todos os dias nós somos soterrados com um volume exacerbado de
informações das quais, muito possivelmente, boa parte delas é parcial ou incompleta.
Na brincadeira do telefone sem fio, não existe a tentativa de manipulação, são apenas
crianças se divertindo, mas no mundo real, informações distorcidas têm poder de
controlar a sociedade.
Com o avanço da tecnologia da informação, as pessoas ficaram aptas a transmitir
informações em massa sem nenhuma forma de organização, isto acarretou no que
podemos chamar de fenômeno das “Fake News”. Gelfert (2018), traz em seus estudos
a contribuição sobre o novo campo das notícias falsas, o autor explora a intenção do
emissor da mensagem de ludibriar o receptor. Afirmações disfarçadas de notícias com
o único objetivo de enganar as pessoas. Em outras palavras, podemos dizer que as “fake
news” são criadas e pautadas na intenção de manipular o conhecimento das pessoas
sobre determinado problema.
Abaixo, o vídeo 01 irá exemplificar de forma simples, a maneira como as pessoas
costumam compartilhar este tipo de notícia:
Vídeo 01 – Fake News

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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=xRWcW0RtYjY

Pode-se perceber que a nossa sociedade vem sofrendo muito com a disseminação de
notícias falsas. Podemos utilizar, como exemplo, as diversas interações nas redes sociais,
inclusive as relativas à iniciativas científicas, como vimos nas diversas campanhas para
deslegitimar a nossa vacinação no período do Covid-19.
É preciso compreender a profundidade destas notícias nas vidas das pessoas, de que
forma as pessoas creem nas notícias que lhes são encaminhadas, pois, de certa forma,
compartilhar notícias é uma responsabilidade. Assim, pergunto: vocês costumam
checar as informações antes de compartilhar algo nas redes sociais? (Fórum 05).
Criticar as notícias falsas é um exercício de ética na nossa sociedade, partindo do
pressuposto de que as pessoas deveriam priorizar o ganho argumentativo com
mensagens que fizessem com que a sociedade se interessasse por determinada causa,
e não o de tentar influenciar pessoas com menor oportunidade de acesso à informação.
A informação na nossa sociedade representa o poder para compreender as diversas
facetas do capitalismo. À medida em que as pessoas consomem informações imprecisas
ou falsas, elas tomam piores decisões nos campos econômico e social.
Eticamente falando, deveríamos, enquanto sociedade, buscar a justiça, o bem, os
valores e bons costumes, assim, despertando o interesse das pessoas em aspectos
positivos das mensagens e não sobre a falsa sensação de razão, não sobre a ideia de que
o mundo inteiro está errado e apenas você mesmo é o correto.
A comunicação digital possui o poder de conectar pessoas nos mais diversos
locais do mundo, a ideia primordial das redes sociais pode potencializar ganhos e reduzir
custos nas mais diversas atividades econômicas. Obviamente, existe o contraponto da
forma como recebemos a informação, mas com o uso ético das plataformas, muitos
destes problemas poderiam ser reduzidos. Mas aí eu pergunto a vocês: estamos
fazendo a nossa parte para um melhor uso das redes de comunicação? (Fórum 05).

Vídeo 02 – Ética nas redes sociais

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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uFuCswONTn0

O vídeo 02, traz a reflexão sobre como devemos nos comportar nas redes sociais, desde
interações básicas, como curtir e compartilhar postagens ou notícias, até o impacto que
significam os nossos comentários ou opiniões nas interações das pessoas.
Positivamente, podemos destacar a possibilidade de produzir conteúdos de nossa
autoria, uma liberdade com custos baixos para divulgar artistas e produtos. Em
contrapartida, possui o poder de também destruir ou de atribuir pensamentos e falas às
carreiras dos outros. Em suma, o problema não são as ferramentas em si, elas estão
disponíveis para serem utilizadas, o problema é a forma como essas ferramentas,
aplicativos e plataformas são utilizadas, por isso, a importância da ética.

2 COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL

As sociedades modernas encontram mais facilidade para se comunicar, como visto no


tópico anterior. Ramos (2009) enfatiza que com o aumento da globalização, as
sociedades se deparam com uma diversidade cultural, principalmente nos campos da
cultura. Ainda segundo o mesmo autor, com o passar do tempo, a diversidade cultural
irá cada vez mais se proliferar.
Para Ramos (2009):

A crescente diversidade cultural e interculturalidade, nas sociedades atuais, faz com que
as mulheres e os homens do século XXI mantenham múltiplas pertenças e redes
transnacionais, desenvolvam novas formas de relações sociais e interculturais e novas
práticas de cidadania, tenham conquistado novos direitos, mas conheçam, igualmente,

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novos conflitos, novos problemas identitários e de comunicação e novas formas de
discriminação e de exclusão (RAMOS, 2009, p.11-12).

A diversidade cultural está amplamente ligada ao desenvolvimento e ao acesso das


pessoas, de culturas diferentes, ao conhecimento em nível global. Este movimento
possibilita que a comunidade internacional conheça e consuma elementos inerente às
culturas que antes eram desconhecidas para eles. Observa-se que este movimento
ocorre de maneira natural, nenhuma cultura pode ser considerada como superior à
outra, mas os indivíduos podem decidir consumir elementos culturais de outras fontes.
Como exemplo, podemos citar a expansão da música americana no Brasil ou até mesmo
o conhecimento da Bossa Nova na Europa. O fato de que existe a possibilidade de
conhecer e consumir uma variedade maior de culturas, não inviabiliza os elementos
domésticos já consolidados na formação cultural do cidadão, apenas agrega novos
conhecimentos com base nos interesses particulares das pessoas.
Em linhas gerais, obter mais cultura sempre é um bom caminho para reforçar elementos
de educação. A diversidade cultural também pode ser observada internamente em um
país, no aspecto regional ou até mesmo no aspecto estadual.
Em termos de Brasil, podemos citar que existe uma grande diversidade de culturas. As
festas do norte do país possuem caráter localizado, o nosso frevo de Pernambuco, as
escolas de samba no sudeste do país, dentre tantos outros eventos diferentes, que
possuem predominância em uma região específica.
E está tudo bem com isso, parando para pensar, seria muito chato se todos nós
soubéssemos as mesmas coisas e tivéssemos interesses pelas mesmas atividades. Outro
aspecto que podemos destacar da diversidade cultural é a influência que as migrações
exercem sobre os países, regiões e estados.
O processo dinâmico de migração agrega valores subjetivos a uma sociedade, quando
uma pessoa migra de país “A” para o país “B”, ela carrega consigo uma infinidade de
costumes e culturas, fazendo com que o ambiente que ele viverá em “B” se adapte a,
pelo menos, parte de seus costumes, enquanto isso, precisará se adaptar aos costumes
locais que já existiam antes de sua chegada. Em um contexto prático, existirá a
miscigenação ou inter-relação das culturas em um mesmo ambiente, a qual é chamada
de Multiculturalismo ou Pluralismo Cultural, mas falando em migração, devemos pensar
esta hipótese multiplicada por milhões de vezes, assim, observa-se a importância do
aspecto migratório na difusão da cultura.
Para Kunsch (2017, p.341):
Com o desenvolvimento tecnológico, a globalização da economia e a superação das
fronteiras, há uma migração generalizada da população e, consequentemente, um

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avanço do multiculturalismo. Faz-se necessário aprender a trabalhar em conjunto com
culturas diferentes e enfrentar novas realidades nos mais diversos campos de atuação
(KUNSCH, 2017, p.341).

3 TOLERÂNCIA E DIVERSIDADE

Após estudar um pouco sobre cultura e sua relação com as formas de comunicação que
propiciam o diálogo entre diferentes grupos e culturas, é possível compreender que a
inter-relação traçada entre tais grupos só é possível com o exercício de um elemento de
extrema importância para o pluralismo cultural, este elemento é a tolerância.
Para Saraceno (2011), a tolerância é um paradigma iluminista que nos acompanha desde
a Revolução Francesa. Ela representa a aceitação de outro elemento de suma
importância: a diversidade. É um esforço ético, moral e intelectual, pelo qual se busca
compreender o diferente, praticado por todos que pertencem à razão, à norma e à
maioria.
Assim, a tolerância surge como um esforço moral e, portanto, ético, mas com o passar
do tempo deve se converter em exigência ética para o estabelecimento da norma e dos
direitos dos diferentes povos e culturas.
Saraceno (2011, p. 99) afirma que “a tolerância deverá exercitar-se com menos ênfase
sobre a boa vontade dos indivíduos e muito mais sobre a afirmação dos direitos
substanciais protegidos pelas coletividades e por suas organizações públicas”. Isso
significa que a tolerância deve ultrapassar seu entendimento apenas como princípio
ético, para ir além e se configurar como um requisito constitucional necessário para o
exercício da cidadania, ou seja, partimos do entendimento que para o desenvolvimento
das sociedades e intercâmbios culturais, a tolerância é um requisito extremamente
necessário para as normas e condutas éticas e para as relações das pessoas na vida
cotidiana.
A cidadania é uma forma de tolerância que não é baseada na vontade nobre de uma minoria
iluminada, mas, sim, na capacidade de organização dos recursos e das instituições que existem na
comunidade. A tolerância como ética do respeito da igualdade dos seres humanos se transforma em
ética de acesso às oportunidades materiais e afetivas de que uma comunidade dispõe. (SARACENO,
2011, p. 99).

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Afinal, o que seria do nosso país, por exemplo, se não houvesse um nível mínimo de
tolerância entre as variadas populações que aqui habitam, com seus valores e culturas
típicas e diferenças regionais?
É falha a visão, promovida pela lógica capitalista e pela globalização, que a sociedade
deve procurar se homogeneizar e criar padrões, eliminando as diferenças culturais e
impondo comportamentos pelos grupos dominantes. Exemplo disso foram as formas de
embranquecimento sofridas pela população latino-americana, que tiveram influências
do padrão europeu e americano, fazendo com que, por exemplo, muitas mulheres,
durante décadas, buscassem formas de seguir determinado padrão de beleza, nos
corpos e cabelos, quando a diversidade da mulher brasileira é tão grande. Para Haonat
e Costa (2020, p. 54), “a ideia de uniformização cultural, bastante promovida pelos
estados liberais com objetivos meramente econômicos e políticos de apropriação,
desconstituem a diversidade e acabam por construir a imagem do outro na condição de
inimigo”.
É importante destacar que a tolerância, como um esforço ético e uma virtude que
permite a paz entre as pessoas, para que vivam respeitando suas crenças e atitudes, não
significa dizer que tudo pode ser tolerado, principalmente quando tomamos como
exemplo o caso das religiões. A tolerância não pode ser confundida com uma completa
permissividade. Afinal, a tolerância não pode permitir o intolerável! Tal como aponta
Spica (2020, p. 4):
A tolerância não tolera o intolerável. Ou seja, apesar de ser uma virtude que nos leva a suportar modos
de vida e crenças diferentes das nossas, ela não é um simples “viva e deixe viver”. Há coisas que a
tolerância não exige que suportemos como, por exemplo, assassinatos e atitudes como racismo,
terrorismo e outros. Esses tipos de atitudes não são toleráveis por serem contrários à ideia de
tolerância. Se eles fossem tolerados, a tolerância perderia o sentido.

Falar sobre tolerância, requisita de nós um posicionamento ético. No Brasil também


muitos casos de intolerância religiosa têm provocado posicionamentos preconceituosos
e violentos, desde sua formação sócio-histórica. Para tanto, é preciso considerar a
diversidade cultural e o respeito no nosso país, através da prática da tolerância.
Nesse sentido, vamos refletir: para você, que exemplos temos, atualmente, de
situações de intolerância? Como a tolerância pode ser exercitada no nosso cotidiano?

4 RESPONSABILIDADE COLETIVA

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A ideia de responsabilidade foi estudada por Jonas (2006), que reflete sobre os
elementos que norteiam a teoria. Para o autor, a ideia de responsabilidade deve ter
ênfase no futuro, transpassando por reconhecimentos de uma identidade histórica.
Assim, surgem questões como: O que vem agora? Para onde vamos? O que houve
antes?
É preciso compreender que a responsabilidade individual possui aspectos históricos
também, mas detém um foco muito específico na vivência dos indivíduos. A ideia de
responsabilidade deve, assim, abordar os aspectos individuais e coletivos, formando a
compreensão do que chamamos de responsabilidade total.

De acordo com Jonas (2006, p. 186):


A responsabilidade, seja ela por vias individuais ou coletivas, deverá ocupar-se com a
vida, com o hoje e o mundo de amanhã. “Mas essa óbvia inclusão do amanhã no hoje,
que tem a ver com a temporalidade como tal, adquire uma dimensão e uma qualidade
totalmente nova no contexto da responsabilidade total” (JONAS, 2006, p.186).

Observa-se que o estudo da responsabilidade é diverso e amplo, podendo-se


compreender que é atribuída importância tanto para a responsabilidade individual,
quanto para a responsabilidade coletiva. Jonas (2006) enfatiza a relevância do fator
temporal para a análise. Para o autor, é importante conhecer o que houve no passado,
sejam acertos ou erros, para compreender os impactos deste movimento no futuro. Em
linhas gerais, a ideia de responsabilidade total faz com que pensemos no futuro e não
apenas no hoje.
A pertinência do que o autor explana nos diz muito sobre os dias atuais, muito embora
pareça óbvio, nem todas as pessoas têm essa ideia de responsabilidade fixadas no seu
modo de viver. Por exemplo, nós sabemos que os recursos naturais são finitos.
Individualmente, podemos fazer a nossa parte, sabemos que isso contribui bastante,
mas coletivamente, a sociedade precisa enxergar o problema através das mais variadas
esferas de atuação.

Responsabilidade Individual (cidadão)

+
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Responsabilidade Coletiva (sociedade)

=
Devemos pensar da seguinte maneira: Não deveríamos ser mais conscientes com os
mais diversos aspectos do campo ambiental? Em quantas gerações, tais recursos irão se
esgotar? Será que os nossos netos conhecerão determinado animal? Por mais óbvio que
pareça, diversos países praticam a caça esportiva. Onde se encontra o senso de
responsabilidade coletiva?
Podemos também exemplificar a campanha de vacinação. Quando eu tomo a minha
vacina, estou me cuidando e pensando que outras pessoas podem se beneficiar
também, quando você toma a sua vacina, teremos impactos positivos para aliviar
hospitais, diminuir a chance de casos graves, uma série de benefícios, embora esta
argumentação pareça fazer sentido, existem casos de pessoas que simplesmente optam
por não assumir esta responsabilidade individual. A sociedade como um todo
argumenta criticamente sobre aspectos controversos da campanha de vacinação e de
quem é a responsabilidade?

Vídeo 03 – A importância da vacinação

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nXsRGqQ4EpU

O vídeo 03 traz a discussão sobre os aspectos que tangem a vacinação.


Interpretativamente, podemos dizer que se vacinar é assumir a responsabilidade
consigo e com o próximo.

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Outro exemplo importante sobre a ideia da responsabilidade coletiva é o
comportamento das pessoas no trânsito. A segurança no trânsito exige que a sociedade
se envolva (SILVA, 2021). Podemos verificar que é preciso participação do poder público
(controle e organização), das pessoas (atores no processo diário), da educação e da
sociedade como um todo.
Podemos debater que quando há um acidente no trânsito, por motivos diversos, dentre
eles: o uso do celular ao dirigir, fumar ao conduzir um veículo ou dirigir estando
alcoolizado são atitudes individuais que significam a desresponsabilização do sujeito
tanto no nível individual, por este poder ferir a si mesmo, como no âmbito coletivo, uma
vez que pode ferir e até matar pessoas que estejam circulando em outros veículos ou
pedestres. O poder público também deve manter o nível adequado das estradas e
rodovias pois um simples buraco pode causar acidentes catastróficos. Bem como
pedestres necessitam se atentar às leis do trânsito para não colocarem em risco suas
vidas e também de pessoas ao seu redor.
Em resumo, todos têm em sua medida um nível de responsabilidade que perpassa tanto
o individual como o coletivo e que deve ser compreendido do ponto de vista ético para
sua análise de responsabilidade total. Que outros exemplos você tem a respeito do
exercício da responsabilidade individual ou coletiva?

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REFERÊNCIAS

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GELFERT, Axel. Fake News: A Definition. Informal Logic, Vol. 38, N. 1. 2018.

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KUNSCH, Margarida M. Krohling. Comunicação intercultural e cidadania em tempos de


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2020.

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TIEMI, Ana. O papel da cultura de segurança no trânsito na prevenção de
acidentes. Veltec, 2019.

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