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Objetivos específicos
Fazer uma leitura crítica da Mídia enquanto veículo de comunicação que reflete valores e interesses
de pequenos grupos socialmente prestigiados.
1. O DISCURSO MIDIÁTICO...................................................................................................................................... 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................................................11
MAPA MENTAL................................................................................................................................................................12
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................12
INTRODUÇÃO
Nos aprofundaremos em um tipo específico de discurso: o midiático. Em primeiro lugar faremos uma
breve conceituação sobre a mídia, depois ampliaremos nossa discussão analisando a maneira como
valores e interesses de pequenos grupos são atrelados a ela.
A Mídia equivale a um conjunto de diversos meios de comunicação que tem a função de transmitir
informações e conteúdos diversos, para disseminar informações no universo midiático temos, por
exemplo, os jornais, televisão, revistas, internet, rádio, propaganda entre outros.
Vale acrescentar que como a mídia exerce uma influência muito grande sobre a sociedade contem-
porânea, muitas empresas e profissionais liberais investem nela para fazerem propaganda de seus
negócios. Além disso, uma das principais características da mídia é a manipulação de informações
e neste ponto ela se configura como uma forma de poder, na medida em que pode influenciar a
opinião das pessoas a respeito de temas específicos ou de disputas políticas, atuando em alguns
momentos em favor de partidos políticos ou grupos específicos.
Logo, percebemos que a mídia não busca apenas propagar informações e garantir a comunicação
entre as pessoas, ela busca também influenciar a forma como o leitor ou telespectador pensa e age,
tendo certo poder para legitimar ou não alguns discursos.
Abordaremos também a questão da manipulação da mídia baseados nas ideias de Chomsky e Her-
man que fazem uma denúncia a respeito da distorção das notícias no espaço midiático em atendi-
mento a fins específicos e a ideologias e valores de determinados grupos sociais, por meio do que
eles chamam de “cinco filtros”.
Logo após falaremos da influencia da mídia acerca dos estereótipos sociais, bem como de sua
influencia sobre a subjetividade das pessoas. Abordaremos nesta parte do estudo a questão dos
padrões estéticos e culturais europeus que foram incutidos em nossa sociedade por intermédio dos
meios de comunicação e que são capazes de determinar os modos de agir e pensar da coletividade.
Levantaremos também uma pequena reflexão a respeito da responsabilidade da mídia para com a
sociedade e seu potencial para interferir de modo positivo nas questões de interesse público, em
consonância com os Princípios de Camdem e dos Direitos Humanos.
Por fim discutiremos sobre os benefícios da mídia e da necessidade dela para muitas atividades co-
tidianas, desde um simples lazer até tarefas profissionais, sem com tudo desconsiderar o potencial
persuasivo deste meio e a necessidade de fazermos uma leitura mais crítica dos discursos midiáticos.
2. O DISCURSO MIDIÁTICO
A mídia faz parte do nosso dia a dia desde a antiguidade e a origem deste nome vem do latim “me-
dia” que é o plural de “medium” e significa “meio” ou “forma”, porém na língua portuguesa, o termo
citado se originou a partir do inglês media que seria uma maneira mais simples de dizer mass me-
dia, expressão usada para se referir aos meios de comunicação em massa.
Os tipos de mídia se dividem em duas categorias atualmente, são elas: analógica e digital. No pri-
meiro caso temos a mídia tradicional em que o processo de comunicação é unilateral, ou seja, o
receptor não tem a possibilidade de responder ou interagir com a informação ou conteúdo que re-
cebe já no segundo caso ele tem. Com o advento da internet, por exemplo, na mídia digital as redes
sociais de internet proporcionam a seus usuários algo que revolucionou os meios de comunicação:
a interação instantânea entre seus usuários, facilitando a troca de informações entre estes.
O fato é que nos últimos tempos nossa cultura passou a ser regida pelo discurso midiático que se
legitima pela transformação de acontecimentos cotidianos em espetáculos, tais como podemos
perceber nos telejornais que expõem tragédias passionais, programas de auditório que expõe situa-
ções delicadas de famílias humildes e as redes sociais que compartilham notícias extraordinárias e
muitas vezes mentirosas que viralizam (se replicam) em segundos. Logo, qualquer acontecimento,
comum ou não, ganha proporções gigantescas e torna-se um evento.
Atenção
Deste modo o totalitarismo linguístico proporciona o apagamento do pas-
sado, a precipitação do futuro e se subordina a regras do tempo presente,
interferindo diretamente sobre o imaginário das minorias sociais que ten-
tam recuperar seus valores socioculturais através das subjetividades materializadas nas mani-
festações culturais ou na resistência à violência empreendida pelo Estado contra elas.
Daí podemos pensar que a Mídia em muitos casos contribui para a reiteração de valores e interesses
de pequenos grupos socialmente prestigiados, na medida em que ela provoca distorções concei-
tuais e se torna instrumento de propagandas totalitárias, negando a diversidade de realidades his-
tóricas e estético-sociais existentes e sustentando um padrão estético que prioriza a unidade das
formas, discursos e ações.
No jornalismo cultural, por exemplo, as críticas das obras de arte levam em consideração a im-
posição de modelos que reduzem as expressões estéticas de diferentes povos às leis do mercado
editorial e o gosto estético se restringe à lógica da sociedade do espetáculo.
O autor acima retoma a questão do “espetáculo”, ou seja, da maneira como o discurso midiático
transforma os acontecimentos ou coisas em “espetáculo” e isso se dá pelo fato de que a Mídia
moderna converte tudo em mercadoria. Neste caso, as críticas às obras de arte não consideram as
sensibilidades sociais, pelo contrário, elas são negadas em nome da “democratização” do acesso
às culturas clássicas, que na verdade configura conceitos que reforçam a veneração das mercado-
rias da indústria cultural. Logo, textos, sons e imagens obedecem a regras de transmissão em que
o Estado introduz e organiza “novas práticas culturais” e associa a noção de cultura ao consumo,
menosprezando a cultura das pessoas pobres e relegando-as a um patamar de lazer e de chacota.
O primeiro deles trata da questão da propriedade e dá origem a uma discussão a respeito da rela-
ção entre mídia e mercado de consumo, posto que as grandes empresas sejam as proprietárias da
maioria dos principais meios de comunicação de massa. Os autores afirmam, contudo, que a Mídia
está a serviço dos interesses das grandes empresas e investe em assuntos que geram lucro para ela.
O segundo aborda a reflexão a respeito do financiamento, pois a maior parte da renda dos meios
de comunicação decorre da publicidade (paga por grandes empresas) e não de seus receptores ou
leitores, ou seja, mais uma vez as informações e mensagens veiculadas nos meios de comunicação
ficam a mercê dos interesses de pequenos grupos de pessoas e não dos interesses de seu público.
Logo, os meios de comunicação são instituições que visam lucro, neste caso, não seria surpreenden-
te se os jornais, por exemplo, publicassem apenas notícias que se atrelam à vontade e aos valores
das empresas que os financiam.
O terceiro filtro, entretanto, aborda a questão de que a mídia depende dessas instituições enquanto
fornecedoras de informações para a publicação de notícias e que, neste caso, as principais infor-
mações são geradas pelas grandes empresas e isto muitas vezes ocasiona uma organização que se
No quarto filtro, porém, discutisse a respeito da pressão sofrida pelos meios de comunicação de
massa para que eles não saiam de uma linha editorial convergente com os interesses de grandes
grupos, em muitos casos à revelia dos interesses da sociedade.
E por fim chegamos ao quinto filtro em que se questiona o anticomunismo. Chomsky e Herman
afirmam que o comunismo tem sido um fantasma que amedronta os proprietários de imóveis, pois
ameaça sua posição de classe e status. Partindo de tal ideia, na maioria dos meios de comunicação
procura-se subestimar esta forma de governo, enfraquecer os movimentos sociais e fortalecer o
controle político.
É importante lembrar que embora os meios de comunicação funcionem como um sistema de pro-
paganda descentralizado, isso não se trata de uma conspiração contra a sociedade. A verdade é
que do ponto de vista dos autores acima, no sistema de propaganda as pessoas que o entregam
não se unem exclusivamente com o objetivo de lesar a sociedade (mesmo que isso aconteça), ou
seja, não existe uma intenção conspiratória ainda que a sociedade seja - quase sempre - a maior
prejudicada neste caso.
Logo, os autores afirmam que existe certa reciprocidade entre a mídia e seu público, porém não
podemos nos esquecer do poder que ela tem. E quanto a esta última ideia Chomsky e Herman nos
deu uma ótima lição. Deste modo devemos lembrar que o sistema de propaganda é capaz de criar
consensos entre a elite da sociedade, inclusive sobre questões de interesse público e fazer com que
tais questões tenham uma aparência de consentimento democrático. Entretanto, bem sabemos que
isto acontece sempre à custa da sociedade e em interesse de uma pequena elite.
Os profissionais do jornalismo contribuem sobremaneira para que isto aconteça, na medida em que
muitas vezes priorizam o prestígio de sua carreira de maneira proporcional ao seu salário. Deste
modo eles veiculam uma determinada notícia mesmo que em prejuízo da sociedade (que é subme-
tida à manipulação dos fatos) com o objetivo de atender ao mercado, obter prestígio e proporcio-
na-lo ao canal para o qual trabalham.
Não são raras - em nosso cotidiano - situações que nos levam a perceber as afirmações anteriores.
Nos telejornais, por exemplo, percebemos que quando algo ruim acontece a alguma personalidade
notória dentre a elite a imprensa supervaloriza a investigação dos culpados e dedica vários dias
(às vezes semanas) para a cobertura de tal matéria, mas quando isso ocorre com pessoas comuns
na sociedade a imprensa minimiza o fato e em certos casos até distorce o acontecimento, além de
dedicar pouquíssimo tempo à matéria.
gia: considerações sobre a influência da internet na subjetividade”, diz que as mídias determinam
modos de existência e subjetividade, contudo a nova mídia: internet (embora digam ser um espaço
de autonomia subjetiva) amplia o potencial de produção da subjetividade, pois ela modifica as ex-
periências físicas, mentais e sociais dos indivíduos e altera as noções de tempo e espaço, rompendo
com as barreiras geográficas e temporais.
Podemos desta maneira, dizer que em certa medida a nossa subjetividade pode ser afetada por
ideologias e valores que se reiteram nas mídias em geral, tendo a internet maior potencial de
persuasão. Logo, devemos lançar um olhar bastante crítico para esses meios de comunicação e
interação. Nas redes sociais de internet, por exemplo, vemos com muita frequência a replicabilidade
do discurso do ódio, não é raro vermos pessoas ou grupos de pessoas serem ofendidos nas redes
sociais por questões de raça ou religião.
Tais discursos se baseiam, na maioria das vezes, na intolerância, tendem a justificar a privação de
direitos de determinados grupos e causam confrontos na convivência social diária. Daí pensarmos
na importância de nossas discussões nesta disciplina, no sentido de que se faz necessária uma lei-
tura menos ingênua dos discursos midiáticos de modo a percebermos as diferentes vozes que se
encontram em um mesmo discurso e quais são as ideologias e valores que elas nos trazem.
Para tanto vamos tentar compreender de fato qual é a responsabilidade dos meios de comunicação
para com a sociedade e diante desta compreensão vamos refletir a respeito das diferentes mídias
que temos a nossa disposição, bem como a respeito dos discursos que nela se veiculam para per-
cebermos se tais discursos ou veículos de comunicação se adéquam ao que veremos em um docu-
mento bastante importante denominado “Princípios de Camden”.
Logo quando dizemos liberdade de expressão e igualdade isso se refere a toda uma sociedade, ou
seja, todas as camadas e grupos sociais que de acordo com os Princípios de Camdem tem o direito
de falar e serem ouvidos e não apenas ouvir e se adequar a padrões sociais que muitas vezes não
traduzem a realidade vivida pelos mesmos.
O material em questão: “Princípios de Camdem”, que teve início a partir de discussões feitas por um
grupo de oficiais da ONU e de outras organizações, bem como por especialistas em direito interna-
cional dos direitos humanos, da academia e da sociedade civil foi motivado pelo desejo de promo-
ver um maior consenso global sobre a relação apropriada entre o respeito à liberdade de expressão
e a promoção da igualdade. Vamos observar um trecho do princípio nove deste documento que fala
sobre a responsabilidade dos meios de comunicação:
Neste caso a citação acima coloca em questão os cuidados que devem ser destinados quanto aos
excessos na veiculação de informações que possam de alguma maneira subjulgar pessoas ou gru-
pos sociais. Existe, contudo, uma preocupação que se relaciona ao compromisso das mídias e dos
meios de comunicação para com a sociedade, de maneira que estes se adaptem no sentido de não
reprodução, disseminação e consolidação do discurso do ódio.
Kumov (2004) enriquece a nossa discussão quando fala a respeito do chamado “Crime de Ódio”,
explicando que este se trata de um ato motivado, total ou parcialmente, pelo ódio, intolerância ou
preconceitos, ou seja, para que tal crime se constitua o agressor deve cometê-lo em virtude da raça,
cor, religião, procedência nacional, opção sexual, sexo ou na incapacidade de determinado grupo
ou indivíduo. Logo, podemos compreender que a violência contra minorias, que se percebe nos dis-
cursos de ódio muitas vezes alimentados pelas mídias, de maneira lamentável, se reflete em ações
cotidianas de crimes de ódio que, em alguns casos, levam pessoas inocentes à morte.
No Brasil, por exemplo, não existe ainda uma lei específica para crimes de ódio e por esse motivo
inúmeros crimes que se enquadram nesta categoria não chegam ao conhecimento da coletivida-
de com essa designação, mas recebem a denominação de: homicídio qualificado por motivo fútil
ou torpe, crime hediondo ou qualquer outro título. Nos meios de comunicação, em especial nos
noticiários, percebemos claramente a banalização deste tipo de violência e a não constatação da
presença do ódio no mesmo, porém é importante salientar que esse posicionamento (dos meios de
comunicação) diante dos fatos enfraquece a discussão acerca da exclusão das minorias e reitera a
violência contra elas. Reportagens sobre agressão ou assassinato de mendigos, mulheres, negros
ou homossexuais, por exemplo, são televisionadas de maneira superficial e se viralizam nas redes
sociais de internet em segundos, mas sem incentivo a qualquer reflexão sobre o assunto, como se
a pessoa ali violentada fosse apenas mais uma.
O discurso de ódio surge da ideia de que existem pessoas ou grupos de pessoas superiores a outros,
deste modo os grupos que gozam de maior prestígio social e econômico se sobrepõem aos outros
causando no âmbito social: disputas, exclusões e até mesmo tentativas de supressão de grupos
minoritários.
Contudo, devemos pensar que as mídias em geral são necessárias e contribuem com o processo
de transmissão de informações, ao longo da história da humanidade e se tornam cada vez mais
eficazes, rompendo barreiras espaciais e proporcionando o diálogo e a troca de informações entre
pessoas de diferentes pontos do planeta, a realização de cursos à distância, de atividades econô-
micas, entre outras coisas.
Pense comigo
È inegável a utilidade das mídias para a sociedade contemporânea e embo-
ra tenhamos discutido sobre alguns aspectos negativos dos meios de comu-
nicação de massa, no sentido de que muitas vezes eles contribuem para a reiteração de discursos
opressores, não devemos aqui apontá-los como vilões, mas apenas aproveitar as reflexões feitas
para fazermos uma leitura menos ingênua de tais meios, afinal as mídias também podem contri-
buir para combater exclusões e desigualdades sociais, desde que seus usuários ou aqueles que as
dirigem tenham em mente a responsabilidade social que tem nas mãos: em parágrafos anteriores
nós falamos um pouco sobre esta questão da responsabilidade a partir dos Princípios de Camdem.
As redes sociais de internet, por exemplo, são espaços em que seus usuários se mobilizam por
causas nobres em prol de pessoas necessitadas e, além disso, o ciberespaço nos coloca em uma
situação de interatividade que nos permite criar coisas ou opinar sobre questões diversas, logo está
também em nossas mãos reiterar ou não discursos opressores ainda que enevoados em supostos
discursos humorísticos.
“ Com certeza, a relação entre a mídia e seu público é de uma ação recíproca.
Entretanto, apenas enfatizar o fato de que os usuários da mídia são criadores ativos,
e desprezar totalmente as influências da mídia, seria o mesmo que o populismo,
e uma falsa ideologia que erroneamente dá rédeas ao poder da mídia. Nossas
escolhas também dependem muito daquilo que a mídia oferece. E como a mídia
ganha um papel cada vez maior na sociedade, é por meio dela que boa parte da
discussão e da comunicação pública acontece, é por meio dela que obtemos muitas
de nossas ideias e a mídia deveria ser, portanto, um instrumento importante para a
democracia”. (FEILITZEN, 1999. p. 25)
Vamos finalizar refletindo a respeito da citação acima, que, aliás, vai ao encontro daquilo que dize-
mos anteriormente, embora tenhamos uma relativa liberdade de criar e opinar em algumas mídias
e saibamos o quanto isso pode contribuir para que possamos exercer nossa responsividade diante
de questões sociais diversas, contribuindo para combater injustiças e desigualdades, não devemos
nos esquecer de que a mídia tem um grande poder de persuasão e neste caso, reitero a sugestão
de que façamos daqui por diante uma leitura menos ingênua das mídias em geral para que não
sejamos conduzidos a reiterar inconscientemente discursos com os quais não concordamos. A este
respeito Bourdieu nos dá uma grande lição quando afirma que a violência simbólica é uma violên-
cia que se baseia muitas vezes em acordos sociais inconscientes, ou seja, podemos exercer este tipo
de violência sem sequer perceber, como por exemplo, quando compartilhamos ou curtimos textos
humorísticos que estereotipam pessoas ou grupos sociais.
“O que denomino de violência simbólica ou dominação simbólica, ou seja, formas
de coerção que se baseiam em acordos não conscientes entre as estruturas
objetivas e as estruturas mentais” (Bourdieu, 2012: 239).
Após todas as discussões feitas, podemos dizer que as mídias atuais atendem em certa medida ao
mercado de consumo e consequentemente reproduzem ideologias e valores de uma elite dominan-
te, logo esta é uma realidade que precisa ser constantemente discutida para chegarmos ao respeito
aos Princípios de Camdem e a observância dos Direitos Humanos, já demos nosso primeiro passo na
discussão desta problemática, esperamos que elas possam fomentar novas discussões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mídia é essencial para a vida em sociedade, ela nos conecta ao mundo e em alguns setores de
trabalho ela é imprescindível. O contexto social contemporâneo nos leva ao contato cotidiano com
o rádio, a televisão e com as redes socais de internet, vivemos em uma era tecnológica em que
conseguimos ver em tempo real acontecimentos de todo o mundo.
Não há, porém, como desconsiderar que essa tecnologia influencia a vida em sociedade e a este
respeito às opiniões se dividem e em alguns casos coincidem, pois alguns estudiosos defendem as
influências positivas da mídia e outros defendem as influencias negativas e ainda há aqueles que
conseguem perceber benefícios e malefícios em tal meio.
O fato é que a mídia possui relevância inigualável para a manutenção da democracia, entretanto,
muitas vezes ela se utiliza deste artifício para manipular ou controlar a opinião pública, ainda que
de forma discreta, de modo a levar a massa social num determinado sentido, fazendo-os reitera-
rem uma ideia ou ponto de vista sobre determinada questão.
Deste modo devemos nos questionar a respeito do equilíbrio na atuação da mídia, para que esta não
exceda aos limites de um Estado democrático. E isto consiste em não transformar telespectadores
em massa de manobra, ou seja, não sobrecarregá-los com informações sobre determinado assunto
na intenção de conseguir seu apoio para algo que seja lucrativo, em alguns casos apenas para a
própria mídia.
Um dos problemas pelos quais passamos atualmente pelo excesso de poder dado às mídias, é o
fato de que muitas notícias veiculadas não são verdadeiras, ou seja, muitos acontecimentos noti-
ciados não possuem qualquer relação com o que aconteceu realmente. E muitas vezes isso ocorre
porque dizer a verdade em algumas situações não dá ibope, daí a necessidade de tornar a notícia
mais intrigante, mais lucrativa.
Contudo, precisamos de parâmetros éticos mais rígidos para a veiculação de informações na mídia,
em especial nas redes sociais de internet, local em que não apenas os administradores destas sele-
cionam o que deve ou não ser veiculado, mas uma gama incontável de usuários pode fazê-lo. Desta
maneira a ética profissional, bem como humana, não deve se pautar apenas no interesse individual,
profissional ou de determinado grupo, mas no interesse de toda a sociedade e no compromisso com
a verdade.
Enfim, a mídia não deveria ter como finalidade influenciar as pessoas, mas apenas transmitir in-
formações de modo que elas pudessem efetivamente formar suas próprias convicções, opiniões e
conclusões sobre determinado assunto. Isto é o que se espera de uma mídia que se coloca de fato
a serviço da sociedade e da democracia.
MAPA MENTAL
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