Você está na página 1de 5

A notícia é uma forma de ver, perceber e conceber a realidade.

É um autêntico sintoma social


e a análise de sua produção lança muitas pistas sobre o mundo que nos cerca (Fontcuberta,
1993,p.12). A informação ganha cada vez mais importância na contem-poraneidade. Um
cidadão mais informado criará uma melhor e mais completa democracia (Schudson, 1996,
p.205).

Notícia é uma representação social da realidade cotidiana produzida institucionalmente e que


se manifesta na construção de um mundo possível (Alsina,1996, p.185).

Notícia é a informação transformada em mercadoria com todos os seus apelos estéticos,


emocionais e sensacionais; para isso a informação sobre um tratamento que a adapta às
normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do
subjetivismo. (Marcondes Filho, 1986, p.13)

A função da notícia é orientar o homem e a sociedade num mundo real. Na medida em que o
consegue, tende a preservar a sanidade do indivíduo e a permanência sociedade (Park, 1972,
p.183).

FORMAS DE REDAÇÃO

Aqui reuni metodologias compartilhadas por renomados autores e instituições de diferentes


veículos de comunicação. Sim, cada uma destas (jornal impresso, TV, online, rádio etc.)
possuem suas especificidades. Aqui concentram-se dicas abrangentes que cercam essas
mídias.
Lembrando ainda que se trata da comunicação jornalística informativa – o foco são as
notícias. Há ainda, de uma perspectiva, a comunicação persuasiva, a artístico-cultural, a
educativa etc. De outro prisma há os textos de opinião, as reportagens, resenhas, jornalismo
de dados, investigativo e assim vai.
NOTÍCIA

Então vamos começar pela noção de notícias. E vamos chamar para a conversa o professor
Mário L. Erbolato. Em seu livro “Técnicas de codificação em jornalismo” (2004) ele reflete
sobre a polêmica sem consenso sobre o conceito de notícia.
De modo amplo, argumenta: “a notícia deve ser recente, inédita, verdadeira, objetiva e de
interesse público” e deve responder a 6 perguntas básicas, conforme veremos neste primeiro
tópico.
A construção do primeiro parágrafo da notícia é conhecida como lide no jornalismo e
sintetiza as principais informações do fato a ser revelado. Os questionamentos a serem
indicados são:
1. Quem?

2. O que?

3. Por quê?

4. Como?

5. Onde?

6. Quando?

SINTAXE – atenção a escolha das palavras

Atenção a sintaxe, ao sentido. Parece bobo dizer, mas “frase é toda palavra ou conjunto de
palavras capaz de transmitir uma mensagem e estabelecer uma comunicação”. (Terra, 2017)
No texto jornalístico cada palavra tem suma importância.
VERBO

Redigir as frases no estilo direto. Isso diz respeito à estrutura das frases: sujeito + predicado
(verbo + objeto).
Exemplo: Bianca é jornalista. / Catarina não conteve a emoção ao receber a homenagem da
família.
Ainda aqui, use os apostos com moderação. No texto escrito ele pode ser bem evidente e de
fácil compreensão. Já se a notícia está sendo falada essas intercalações de orações podem
deixar as frases confusas para o ouvinte.
Flexão do verbo: o estudo das flexões do verbo é enorme e aqui serão dadas dicas em
relação a flexão de tempo, modo e a de voz.
• Tempo: o mais indicado é o uso do verbo conforme o tempo real: presente, pretérito e
futuro.

• Modo: apresenta o fato como certo, preciso. Independente da flexão de tempo.

• Voz: estabelece a relação gramatical entre o verbo e o seu sujeito. O indicado para a escrita
jornalística é a construção da frase na voz ativa: quando o sujeito executa a ação expressa
pelo verbo: Bia comeu o brigadeiro.

Assim, evite o uso da voz passiva, pois pode deixar o texto obscuro em uma leitura dinâmica.
Seguindo o exemplo uma das formas seria: O brigadeiro foi comido pela Bia.
ESCANEABILIDADE

Um recurso muito usado em artigos online é muito conhecido como técnica de


escaneabilidade, que visa favorecer a experiência de leitura do usuário. Esse artifício de
otimização do texto inclui: uso de parágrafos curtos, listas (tópicos) e para destacar palavras
são indicadas as formatações negrito ou itálico.
Ainda aqui vale um destaque especial para os Títulos, Subtítulos e Intertítulos. A dica é
ressaltada no guia publicado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Prefeitura
Municipal do Rio de Janeiro (RJ): “Para um Manual de Redação do Jornalismo On-line”.
Escolha Títulos e Subtítulos - Curtos, objetivos, atraentes e precisos. O leitor só passará à
leitura da matéria se essa frase de destaque o convencer de que vale a pena.
Os subtítulos são conhecidos como linha-fina na mídia impressa e servem bem para
complementar o título e nunca deve repeti-lo. Aproveite essa frase “extra” para acrescentar
uma curiosidade e despertar o interesse do leitor.
Intertítulo: “É um pequeno título que aparece no meio de textos longos para tornar a leitura
mais fácil. É extremamente importante no jornalismo on-line.” Eles criam bloco de texto e
potencializam a leitura dinâmica do conteúdo, a “varredura” daquela redação.
CHAMADAS

Nesse guia para jornalismo online são as Chamadas: “texto curto que resume as
informações publicadas pelo texto a respeito de um assunto. Remete o leitor para as páginas
que trazem a cobertura extensiva”.
OBJETIVIDADE

“Tenha sempre presente: o espaço hoje é precioso; o tempo do leitor, também. Despreze as
longas descrições e relate o fato no menor número possível de palavras. Também não é justo
exigir que o leitor faça complicados exercícios mentais para compreender o texto. Seja claro,
preciso, direto, objetivo e conciso”, define o Manual de Redação e Estilo do Jornal Estado
(Jornal Estadão, 2021)
SIMPLICIDADE

Escreva em vernáculo. Esse termo se refere a linguagem comum do país, valorizando os


termos nacionais. Assim, evite palavras rebuscadas, erudição desnecessária, pedantismo
vocabular, palavras técnicas ou estrangeiras...
O jornalista Willian Bonner, que não carece de maiores apresentações, resume em seu livro
“Jornal Nacional: Modo de Fazer”: a maneira mais indicada de aproximar um texto do
universo do espectador é através da escrita simples, aquela que recorre a mecanismos que
você utiliza instintivamente para contar alguma coisa a alguém. Ou seja, escrever textos
parecido com o falar das pessoas de maneira sintética e clara. (Bonner, 2009)
Sendo importante mencionar algum termo técnico ou termos estrangeiros, é indicado dar a
explicação do termo logo a seguir. “Caso contrário por não entenderá a frase, irritar-se-á e
poderá até desistir de ir até o final da matéria. Alguns órgãos da imprensa popular chegam a
aportuguesar certas palavras”. (Erbolato, 2004)
SIGLAS

Nunca esqueça de explicar as siglas, mesmo que pareçam títulos já populares. As pessoas
podem não associar a sigla imediatamente ao referente que o texto pretendia. O que deixará a
informação sem nexo para o público.

É muito comum encontrar textos com siglas de termos em inglês sem que tenha qualquer
contextualização. Na teoria, o escritor acredita que todos compreendem aquele significado.
Mas as generalizações são perigosas. Na prática, a informação fica vazia de sentido. O
melhor é explicar sempre.
EXCESSO DE ADJETIVO

Recorrendo a gramática para melhor orientar: “adjetivo é a palavra que caracteriza o


substantivo (ou um pronome), indicando-lhe qualidade, estado, modo de ser ou aspecto”.
(Terra, 2017)
Essa intenção de atribuir características ou particularidades pode prejudicar a imparcialidade
e neutralidade do texto jornalístico informativo. Em outros estilos de texto eles são muito
bem-vindos. Neste caso, aqui o melhor é refrear o uso de adjetivos não necessários ao
sentido da frase. Quando relevantes, colocá-los depois dos substantivos.
REPETIÇÕES E CLICHÊS

Abstenha-se de repetições de palavras. Fuja dos modismos sem originalidade, dos clichês
(chavão ou lugar-comum). Opte por sinônimos ou termo semelhantes. Isso demonstra
riqueza vocabular e gera personalidade ao texto.
https://pt.linkedin.com/pulse/t%C3%A9cnicas-de-reda%C3%A7%C3%A3o-jornal
%C3%ADstica-para-textos-mais-atraentes-piquet.

Você também pode gostar