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DIFUSIONISMO

Origem

O difusionismo predominou no período entre 1900 e 1930, mas foi na década de 20 que
obtevesua maior aceitação e popularidade.

O termo difusionismo foi empregado pela primeira vez em 1930 para “designar a
correnteantropológica que procurava explicar o desenvolvimento cultural através do processo
de difusãode elementos culturais de uma cultura para outra, enfatizando a relativa raridade de
novasinvenções e a importância dos constantes empréstimos culturais na história da
humanidade”.

Procuraram dar aos métodos da Antropologia Cultural maior rigor científico,


desenvolvendovárias técnicas de pesquisa de campo, principalmente a observação
participante. Conhecidotambém pelo termo historicismo

Conceito de Difusionismo

Difusionismo é a teoria que trata do desenvolvimento de culturas e tecnologias,


particularmentena história antiga. A teoria sustenta que uma determinada inovação foi
iniciada numa culturaespecífica, para só então ser difundida de várias maneiras a partir desse
ponto inicial. De acordo com o difusionismo, presume-se que uma inovação maior (como por
exemplo, ainvenção da roda) foi criada num tempo e local particular para então ser passada
para populaçõesvizinhas através de imitação, negociação, conquista militar ou outras
maneiras. Dessa forma, ainovação irradia lentamente de seu ponto de partida. A teoria pode
ser aplicada a temas artísticos,crenças religiosas ou qualquer outro aspecto da cultura
humana.

Esse método tem sido usado para investigar inovações, traçando rotas até presumidos pontos
departida, localizando assim sua origem em culturas distintas e mapeando a história de sua
difusão.

Características do Difusionismo:

Uma de suas mais fortes características é que não admitia a recta constante e ascendente
culturaldefendida pelos evolucionistas. Portanto, a cultura para o difusionismo era um
mosaico de traçosadvindos de outras culturas precursoras com várias origens e histórias.
Principais correntes do Difusionismo

Dentro do difusionismo existia duas correntes principais: uma britânica e outra alemã.

Difusionismo inglês ou hiperdifusionismo:

• Caracteriza-se pelo dogmatismo e atitude anticientífica.

• Existia apenas um centro cultural(difusão heliocêntrica), do qual todos os traços


culturaiseram difundidos. Atribuiu ao Egito o local único da origem da cultura.

• Acreditava que a cultura do mundo todo era idêntica, em consequência da difusão cultural.

Difusionismo Alemão-Austríaco ou histórico-cultural

• A cultura humana ter-se-ia desenvolvido em alguma parte do interior da Ásia (centro


decultura) e daí se difundiu para as mais longínquas partes do mundo.

• Traços culturais difundiam-se em círculos para outras regiões e pessoas através de centros
culturais variados.

• Seus autores não fizeram qualquer tentativa para demonstrar como eles se
originaram,quando e onde existiram como entidades do passado e como se teriam difundido
em áreastão distantes.

Ambos grupos afirmavam que povos que não possuíam traços que podiam ser
consideradoscivilizados haviam degenerado e perdido os mesmos.

Difusionismo Norte-Americano ou historicismo

• Tentativa de entender a natureza da cultura a partir da origem dos traços culturais, e


daexpansão destes de uma sociedade para outra.

Franz Boas (1858-1942)

Era oriundo de uma família judia alemã. Sensível a questão do racismo, ele mesmo fora
vítimado anti-semitismo de alguns de seus colegas de universidade.
Estudou em diversas universidades da Alemanha, primeiramente cursando física,
depoismatemática e finalmente geografia (física e humana). Em 1883/84, ele participou de
uma expedição entre os Esquimós da terra de Baffin. Ele partiu como geógrafo, com
preocupações de geógrafo (estudar o efeito do meio físico sobre a sociedadeesquimó) e
percebeu que a organização social era determinada mais pela cultura do que peloambiente
físico. Retornou à Alemanha decidido a se consagrar, a partir de então, principalmente à
antropologia.

• Franz Boas enfatizava que traços culturais não deviam ser vistos como
casualidade,mascomo períodos de um processo histórico relativamente único, que se
originaria de umaprimeira introdução de um traço cultural, até a origem do mesmo tornar-se
obscura.

• Ele buscou entender os traços culturais por dois processos históricos: a difusão e a

modificação.

• Para Boas, a Cultura consistia de incontáveis linhas de costura afrouxadas, de origens


indeterminadas (originada em regiões distintas), mas que estavam entrelaçadas entre sipara
ajustar-se em um novo contexto cultural. A partir deste pensamento ele defendia
queelementos distintos de diversas culturas passariam a estar interrelacionados com o
passardo tempo.

• Ele desenvolveu a ideia de que cada cultura tem uma história particular. Cada cultura estaria
associada à sua própria história, e para compreender a cultura é preciso reconstruira história.

• Nega que as condições geográficas sejam determinantes da cultura; elas podem estimularas
condições culturais existentes, mas não possuem força criativa.

• Várias formas de pensamento e acção considerados universais são na verdade características


de uma cultura específica. Cabe à antropologia estudar justamente estavariedade das culturas.

Kroeber

Área cultural: para definir área cultural estabeleceu uma série de itens, cada um em sua
própriacultura, a fim de poder comparar e analisar as relações históricas entre as diferentes
populaçõesestudadas.
Wissler (1870-1947)

Área de idade: a análise de áreas, onde se difundiram traços e complexos, permite verificar
aidade desses elementos, uns em relação aos outros, no âmbito da mesma região.

Segue-se, assim, que se dois traços de uma mesma fonte se difundiram por áreas
desiguais,aquele que for encontrado mais distante será o mais antigo.

Padrão cultural: o agrupamento de complexos e traços, que formam uma organização maior,
defeições distintas, que caracterizam uma cultura.

Referência

1) BOAS, Franz. Antropologia Cultural. Tradução: Celso Castro. 6ed. Rio de Janeiro, Zahar,

2010.

2) ERIKSEN, Thomas H. NIELSEN, Finn S. História da Antropologia. Tradução: Euclides

Luiz Calloni. Petrópolis, Editora Vozes, 2007.

3) DA MATA, Roberto (1993) Relativizando uma introdução a antropologia social. Rocco.

4) FERNANDES, Florestan, (1961), A Unidade das Ciências Sociais e a Antropologia. São

Paulo: Anhembi.

5) Manual de antropologia do IFAPA.

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