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Atividade Formativa
2.1.1 - Evolucionismo
A teoria do evolucionismo cultural esteve fortemente presente em meados do século XIX até
o início do século XX, período em que as relações entre colonizadores e colonizados
estruturou o pensamento antropológico da época. O conhecimento das sociabilidades e grupos
colonizados, de suas crenças, práticas e estilos de vida tornou-se crucial para o êxito de
explorações praticadas por colonizadores em terras estranhas a estes, ou seja , as relações de
poder sobre o “outro” permearam a disciplina desde seu limiar. O evolucionismo na
perspetiva antropológica compreende quatro grandes linhas de pensamento: o evolucionismo
unilinear, o evolucionismo multilinear, evolucionismo universal e o neodarwinismo. Os
autores que suportam o evolucionismo unilinear consideram que a cultura se desenvolve de
uma forma uniforme e progressiva. Nesta aceção, todas as sociedades passariam por um
conjunto de estádios, de desenvolvimento cultural até atingirem a civilização, o mais elevado
grau de cultura (sendo a sociedade Ocidental considerava a mais proeminente). Os principais
temas trabalhados pelos autores evolucionistas foram a família, o contrato social e as questões
de religião, no qual o totemismo assumiu particular relevância. Entre autores que tentaram
apresentar um esquema evolutivo destacam-se :
Henry James Maine (1822 – 1888): analisou a evolução do Estado desde a organização
baseada no parentesco até as estruturas complexas, defendendo que a família patriarcal era a
forma original e universal da vida social.
Lewis Henry Morgan (1818 – 1881): Systems of Consanguinity and Affinity (1871) trabalho
devotado as classificações do parentesco, Morgan aprofunda o campo de estudo comparativo
dos sistemas de parentesco. Nele introduz o conceito de terminologias classificatórias e
descritivas. No sistema classificatório um mesmo termo é empregue para designar um
conjunto variado de parentes, enquanto no sistema descritivo um determinado termo é
específico de uma relação. Ancient Society (1877), o seu livro mais famoso, que delineou a
evolução da sociedade desde o seu princípio até a sua época (a sociedade Vitoriana,
considerada o ponto mais alto da civilização). A proposta comtemplava a divisão do
desenvolvimento cultural da humanidade em três fases: baixa, média e alta. Ele desenvolve
igualmente, na sequência de seu trabalho anterior, os conceitos de parentesco, usando a
terminologia classificatória e a descritiva.
Edward Burnett Tylor (1832 – 1917): seu trabalho mais conhecido foi Primitive Culture
(1871), onde apresenta ideais essenciais que marcaram a teoria evolucionista. O autor, que se
consagrou sobretudo ao estudo da religião, defendeu a ideia de que era possível reconstruir os
estádios da evolução humana através da análise das “sobrevivências”. Tudo que existia na
sociedade contemporânea que não tivesse uma função era uma “sobrevivência” de um período
anterior. Um segundo aspeto da sua teoria, relacionado com a religião, propunha a origem
desta no animismo, que terá evoluído para o politeísmo e finalmente o monoteísmo.
James Frazer (1854 – 1941): Estudou a religião, postulando três etapas na evolução de toas
as sociedades: magia, religião e ciência.
2.1.2 - Difusionismo
Difusionismo inglês: apresenta duas facetas: por um lado os autores da escola heliocêntrica,
hiperdifusionista ou “de Manchester”1 e, por outro lado, os autores como W. H. R. Rivers
(1864 – 1922) da Universidade de Cambridge. No caso dos dois primeiros, a noção de
criatividade humana era rejeitada, caracterizando-se por um dogmatismo baseado na
especulação. Rivers é um autor muito mais respeitado pelos princípios de estudo que
introduziu e pelo facto de ter sido um formador de muitos dos antropólogos ingleses de escola
funcionalista.
Escola Heliocêntrica:
1Não confundir com a Escola de Manchester, designação relativa ao trabalho desenvolvido já no século XX com
o antropólogo Max Glukman.
Friedrich Ratzel (1877 – 1904): fundador da Antropologia geográfica, desenvolveu o
método histórico – cultural. Desenvolvimento da cultura efetuava-se através das migrações e
das conquistas de povos mais fracos por povos mais fortes e culturalmente avançados.
Leo Frobernius, Willi Foy (1873 – 1929) : As ideias de Ratzel, nomeadamente as noções
incipientes e “áreas culturais” vão ser desenvolvidas por Frobernius que trabalha a ideia de
círculos culturais, áreas culturais que se espalham pelo globo e que se sobrepõem a outras
anteriores. Frobernius fica conhecido pela sua preocupação com a educação e a alma de uma
cultura (que esta na base da sua configuração). Africanista; é a divisão que faz entre a visão
do mundo Etiópica e a visão hamítica; cultivo, patriliniaridade, culto aos antepassados, culto
da terra, etc.
Fritz Grabner (1877 – 1934): Ásia Urkultur (centro de cultura) e daí se difundindo através
de migrações para o resto do mundo.
Pe. Wilhelm Schmidt (1868 – 1954): defende a cultura moderna, o resultado de uma série de
esquemas originais que apresentam três fases:
Historicismo
Ramo do Difusionismo
Com mentores: Franz Boas (1858 – 1942), Clark Wissler (1870 – 1947) & Alfred L. Kroeber
(1876 – 1960).
Boas promoveu a cultorologia, o argumento segundo o qual a cultura teria uma vida própria,
desprovido de sentido a interação humana, bem como de evitar as generalizações teóricas.
Wisller formulou o conceito de padrão de cultura: a cultura distribui-se por padrões resultado
do agrupamento de traços e complexos que formam uma organização maior, de configurações
distintas.
Kroeber, primeiro aluno de Boas doutorado em Antropologia, vai aprofundar a temática dos
traços culturais de forma a definir uma área cultural.
Ralph Linton com seu livro “The Study of Man: Na Introduction” de 1936, tomando como
ponto de partida a experiência do cidadão comum.
Ruth Benedict (1887 – 1948): Padrão de cultura (1934). O crisântemo e a Espada (1946).
Na esteira relativista, considerava que não havia culturas superiores ou inferiores, mas apenas
diferentes estilos de vida determinados culturalmente.
Margaret Mead (1891 – 1981): Comming of Age in Samoa (1928) - Confrontou as ideias
prevalecentes sobre os adolescentes, nomeadamente sobre a liberdade sexual que
caracterizava as relações entre jovens antes do casamento, sem stress emocional, pelo que não
haveria rebeldia adolescente, resultando que esta não seria devido a fatores biológicos da
puberdade. Groninga Up in New Guinea (1930) e Sex and Temperament in Three Primitive
Societies (1935). Aluna de Ruth Benedict, vai trabalhar o tema da influência da cultura na
personalidade e no desenvolvimento social humano.
No final do século XIX não havia distinção clara entre antropologia e sociologia. Deste modo
alguns autores deste período são considerados como “pais” de ambas as disciplinas e as suas
ideias fortificaram tanto uma como outra. Autores que se destacam:
2.1.5 - Estruturalismo
O neofuncionalismo
Roy Rappaport (1926- 1996) – representa uma tendência mais ecológica, pelo que o seu
trabalho também é inserido na denominada ecologia cultural. O antropólogo defende que
as leis da biologia ecológica podem aplicar-se ao estudo das populações humanas.
Anos 60
Anos 70
As ideias de Darwin são retomadas pela sociobiologia. Esta não é uma abordagem
exclusiva da antropologia, mas biológica. Trata-se de uma explicação do comportamento
humano com base na teoria evolucionista de Darwin, razão porque também que é
denominada neodarwinista. Esta corrente diz que os diferentes sucessos reprodutivos
moldam a evolução do comportamento de todos os organismos, incluindo o humano.
A sociobiologia é influenciada pelos estudos de comportamento animal que se difundiram
nos anos 50 e 60 com investigadores, como Konrad Lorenz. O autor divulgado desta
corrente é Edward O. Wilson (1929 -) com a publicação em 1975: Sociobiology: The
New Syntesis e de Richard Dawkins (1941 -) com The Selfish Gene de 1976.
Pós- estruturalismo
Anos 70
Anos 80
Bibliografia
2 Como compreender que Heidegger fosse um apologista dos Nazis durante a II Grande Guerra.