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Daí a selecção do tema faixas etárias e interesses de leitura para este trabalho.
Partindo de interesses profissionais, enquanto professoras e professoras-biblitecárias
tentaremos ser breves nesta temática:
Educação Pré-
Leitor "lúdico" A criança ainda não lê, mas ouve histórias, torna-se um Escolar
participante/actor num mundo de fantasia.
Leitor como A criança é a figura central de uma história que ela Do 1º/2º Ciclo
Herói/ constantemente reescreve à medida que relaciona com a
Heroína imagem que tem do mundo.
Pensamento hipotético –
dedutivo, (cria hipóteses e tira
Operações 11/12 - 15 conclusões). Capacidade de Mistério, Aventura,
formais Anos síntese, individualização e novela de acção,
generalização. romance.
No livro de José António Gomes, da Nascente à Voz, 1996, é apresentado um
quadro sobre o desenvolvimento da personalidade e da leitura, de Ana Maria Filipouski,
aqui são apresentadas outras idades para estádios de desenvolvimento, são referidos
outros interesses de leitura, para as idades adolescentes:
Fantasia como
instrumento para
compreensão e adaptação
ao real.
Operações concretas, Leitura interpretativa.
pensamento descentrado
8 – 11 Anos
da percepção e acção.
Capacidade de classificar,
enunciar e ordenar.
11 – 13 Anos Operações formais – Interesses de leitura:
domínio das estruturas detectives, fantasmas,
lógicas do pensamento ficção científica.
abstracto. Maior
orientação para o real.
Permanência eventual da
fantasia. Leitura
informativa.
13 – 15 Anos Operações formais, Interesses de leitura:
descoberta do mundo Aventuras
interior. Formação de intelectualizadas,
juízos de valor. Leitura narrativas de viagens,
crítica. conflitos psicológicos,
conflitos sociais,
biografias, crónicas,
contos.
No livro, Como um romance, Daniel Pennac questiona, através da recriação
ficcional do ambiente de uma sala de aula, a razão pela qual os jovens não gostam de
ler. Baseado nas suas próprias experiências enquanto professor, ele ensina a recuperar o
gosto pela leitura junto dos alunos, um acto esquecido neste fim de século dominado
pela comunicação em massa. Acima de tudo, Pennac quer mostrar que o acto de ler é
um acto de prazer e não de dever.
«Casa vazia, pais deitados, televisão apagada, então ele encontra-se só...
diante da página 48. E essa “ficha de leitura” para apresentar amanhã...
Amanhã... Rápido cálculo mental: 446 – 48 =398 – Trezentas e noventa e oito
páginas a engolir durante a noite!
“A escola não pode ser um local de prazer, já que este supõe uma boa dose
de gratuitidade” (pág.75)
”(…)tudo, absolutamente tudo na vida escolar-programas,
notas,exames,classificações,orientações,sessões-afirma a finalidade
competitiva da instituição, ela própria induzida pelo mercado de trabalho.”
(pág.75 e 76)
O autor cria também uma espécie de catálogo, constituído não de deveres, mas
de direitos imprescindíveis ao leitor: entre eles o direito de ler qualquer coisa, e de só
ler o que se gosta, o de ler em qualquer lugar e até mesmo o direito de não se gostar de
ler. Enfim é no prazer de ler que está a chave-mestra.
(1) Retirada da Obra: Para uma outra pedagogia da leitura, GFEN (Grupe Français
D`Éducation Nouvelle).