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RESUMO
O presente artigo objetivou analisar o papel do Professor na implementação da “Aprendizagem
Cooperativa nos alunos da 3ª classe com dificuldades de Leitura, surge pela existência de inúmeras
dificuldades de implementação de aprendizagem cooperativa dos professores do 2º ciclo na Escola
Primária Completa das Palmeiras, cidade da Beira – Moçambique, onde os métodos tradicionais têm
sido prioritários no processo educativo, condicionando de certa forma a prática de leitura dos alunos da
3ª classe. Para materialização desta pesquisa, recorremos a pesquisa qualitativa, auxiliada às técnicas
de observação e entrevista. Quanto a amostra, foram escolhidos aleatoriamente 08 professores e 50
alunos da 3ª classe. Os resultados da pesquisa, evidenciam que o desconhecimento das metodologias
adequadas para ensino de leitura constitui dificuldades de implementação da aprendizagem
cooperativa nos alunos da 3ª classe na escola em estudo, nesta perspectiva, sugerimos o treinamento
dos professores em matéria de metodologias de ensino diferenciadas, métodos cooperativos e técnicas
de leitura para o melhoramento do processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa intitulado o papel do Professor na implementação da
Aprendizagem Cooperativa nos alunos da 3ª classe com dificuldades de leitura. Com isso pretendemos
analisar o papel do professor na implementação da aprendizagem cooperativa nos alunos da 3ª classe
com dificuldade de leitura de textos básicos e que orienta a sua aprendizagem.
A pesquisa foi realizada na Escola Primária e Completa de Palmeiras, localizada da Cidade da
Beira – Moçambique e surge pelo fato de existir a nível da escola inúmeras dificuldades dos professores
implementar as estratégias de aprendizagem cooperativa nas aulas com alunos da 3º classe/série,
onde maior parte dos professores recorrem a métodos tradicionais para o processo de ensino e
aprendizagem da leitura no ensino fundamental.
Embora maior parte dos professores da escola em estudo recorrem a métodos tradicionais para
o processo de ensino e aprendizagem, denota-se o seu empenho no descobrimento de outras práticas
de aprendizagem que possa favorecer a aprendizagem de leitura dos alunos, mas as suas limitações
faz com que se opte ou se agarrem somente ao método expositivo que no seu figurino não unifica o
equilíbrio do processo de assimilação e acomodação da matéria dada na sala de aula.
Diante do cenário descrito anteriormente, levanta-se a seguinte pergunta de partida: Qual é o
papel do Professor na Implementação da Aprendizagem Cooperativa nos alunos com dificuldade de
leitura na Escola Primária e Completa das Palmeiras, na cidade da Beira - Moçambique?
METODOLOGIA
Para materialização desta pesquisa, foi usado o método bibliográfico e embasado por uma
abordagem qualitativa e auxiliado com as técnicas de observação e a entrevista para o levantamento
de dados junto a escola, aos professores e alunos. Sendo assim, o estudo utilizou uma amostra
constituída por 08 professores e 50 alunos do 3º classe da Escola Primária Completa das Palmeiras,
na cidade da Beira, Moçambique.
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amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será
capaz de fazer sozinha amanhã.
Aqui é possível elaborar estratégias pedagógicas para que a criança possa evoluir no
aprendizado. Esta é a zona cooperativa do conhecimento. O mediador ajuda a criança a concretizar o
desenvolvimento que está próximo, ou seja, ajuda a transformar o desenvolvimento potencial em
desenvolvimento real.
Trabalhar cooperativamente permite aos alunos desenvolver a auto-estima, melhorar o
relacionamento interpessoal e prevenir algumas indisciplinas típicas de sala de aulas. Ao aprender a
trabalhar com os outros e para os outros o aluno mune-se de ferramentas indispensáveis a uma
intervenção individual e comunitária na sociedade. Prepara-se ainda, para empregos seguros e
duradouros em que o trabalho em equipa é o segredo para a competitividade.
Para PIAGET (1952, p. 7), a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento
"total" do organismo, pois do ponto de vista biológico, a organização é inseparável da adaptação: Eles
são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno
do ciclo da qual a adaptação constitui o aspecto externo.
ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO
Segundo Piaget (1996, p. 13), “assimilação é uma integração à estruturas prévias, que podem
permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem
descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente
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acomodando-seà nova situação. Isto significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos
estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento”.
Entrando agora na operação cognitiva da acomodação, é dada por PIAGET (1996, p. 18),
“acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de
assimilação sob ainfluência de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam”
Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um
esquema existente. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a
acomodação, a criança podetentar assimilar o estímulo novamente, e uma vez modificada a estrutura
cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado.
EQUILIBRAÇÃO
Segundo LIMA (1994, p. 147), as três formas básicas de equilibração, são elas:
Em função da interação fundamental de início entre o sujeito e os objetos, há
primeiramente a equilibração entre a assimilação destesesquemas e a acomodação
destes últimos aos objetos. 2. Há, em segundo lugar, uma forma de equilibração que
assegura as interações entre os esquemas, pois, se as partes apresentam
propriedades enquanto totalidades, elas apresentam propriedades enquanto partes.
Obviamente, as propriedades das partes diferenciam- se entre si. Intervêm aqui,
igualmente, processos de assimilação e acomodação recíprocos que asseguram as
interações entre dois ou mais esquemas que, juntos, compõem um outro que os
integra. 3. Finalmente, a terceira forma de equilibração é a que assegura as
interações entre os esquemas e a totalidade. Essa terceira forma é diferente da
Segunda, pois naquela a equilibração intervém nas interações entre as partes,
enquanto nesta terceira a equilibração intervém nas interações das partes com o
todo. Em outras palavras, naSegunda forma temos a equilibração pela diferenciação;
na terceira temos a equilibração pela integração.
Dessa forma, podemos ver a integração em um todo, segundo a teoria da equilibração
como uma tarefa de assimilação, enquanto a diferenciaçãopode ser vista como uma tarefa de
acomodação. Há, contudo, conservação mútua do todo e das partes.
planeadas para o grau de ensino frequentado. No entanto, “o docente não se deve deixar
deslumbrar pelo progresso metodológico. Deve ter sempre em atenção que não existe
nenhum método que seja totalmente eficaz com todos os seus alunos e que todos os
métodos podem ajudar na aprendizagem. Vários professores adaptam métodos e
ferramentas utilizadas para o ensino da alfabetização, e cabe aos mesmos ter várias
ferramentas para ensinar os alunos a ler e a escrever, da palavra à letra, da letra à
palavra, passando pelas sílabas, chegando à construção de frases e textos com os
conhecimentos necessários adquiridos. (DIAS 2013, p. 22)
IMPORTÂNCIA DE LEITURA
O livro leva a criança a desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a sociabilidade, o senso
crítico, a imaginação criadora, e algo fundamental, o livro leva a criança a aprender o português. É
lendo que se aprende a ler, a escrever e interpretar. É por meio do texto literário (poesia ou prosa) que
ela vai desenvolver o plano das ideias e entender a gramática, suporte técnico da linguagem. Estudá-
la, desconhecendo as estruturas poético-literárias da leitura, é como aprender a ler, escrever e
interpretar, e não aprender a pensar. (PRADO, 1996, p. 19-20)
A ação de ler não é somente para entretenimento ou uso académico, é também, uma óptima
ferramenta que oferece ao leitor uma visão ampla do mundo, onde o sujeito pode contextualizar suas
próprias experiências com o texto lido.
Então, a leitura é fundamental e necessária para a criação de um indivíduo crítico, apto para
discutir seus pontos de vista, por estar preparado e equipado com uma carga intelectual, superior a
outro indivíduo que não obteve a mesma carga literária.
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Mediante a apresentação dos dados acima notamos que, dos 8 entrevistados, 2 professores
afirmaram positivamente que sim, têm trabalhados diretamente em contexto de sala de aula com alunos
que evidenciam dificuldades de aprendizagem na leitura da seguinte maneira, prestam atenção no
aluno com dificuldade de leitura e, 6 professores afirmaram que sim, têm trabalhados diretamente em
contexto de sala de aula com alunos que evidenciam dificuldades de aprendizagem na leitura,
justificaram, dizendo que, acontece devido o mau comportamento durante a introdução da leitura e
escrita das vogais.
Tabela 2: As metodologias usadas na sala de aula para alunos com dificuldade de leitura
Professor da 3ª classe Respostas Entrevistados
Elaboração Conjunta, expositiva e
interrogativa, colocar perto do 6
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Total 8
Fonte, autores, 2022
Analisando os dados acima, na questão atinente “as metodologias que têm usado na sala de
aula para alunos com dificuldade de leitura”, denotamos que, as metodologias ora usadas respondem
as dificuldades de leitura dos alunos. Não obstante, eles substanciam-se aos métodos propostos por
autor acima citados, apesar que os alunos estão na 3ª classe, entendemos que, no ensino de leitura
poderia se diversificar os métodos, usando por um lado métodos globais ou analíticos, e por outro lado,
os métodos sintéticos ou fónicos e os mistos que juntam analítico e sintético em consonância com o
uso das vogais e as consoantes.
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Contudo, é preocupante aos professores que não responderam essa questão, mesmo o dado
da nossa observação evidencia esse comportamento, durante a nossa assistência das aulas era notória
a utilização das metodologias de ensino de leitura com uma insegurança, o que de certa forma, significa
esses professores ainda precisam rever os métodos acima referenciados.
Dos dados acima revelam que, dos 50 entrevistados, 9 alunos responderam que têm
cooperados com seus colegas e professor na aprendizagem de leitura por meio de exercícios em grupo,
40 alunos revelam que não têm cooperados com seus colegas e professor na aprendizagem de leitura
e cada um sozinho devido Covid-19 e, 1 aluno revelou que tem cooperado com seus colegas e
professor na aprendizagem de leitura através da cópia no quadro e da leitura conjunta na sala de aula.
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Os dados em alusão revelam que, dos 50 entrevistados, 10 alunos ` afirmaram que têm domínio
de leitura e seu professor costuma-lhes ensinar a ler com vogais e juntar as vogais com consoantes
como: m + a = ma; f + a = fa; as também em casa aprender a ler com explicador, 34 alunos disseram
que não têm domínio de leitura, pois seus professor diz para copiar o que está no quadro e depois para
ler e, 6 alunos afirmaram que sim, e tentam ler pequenas palavras do texto, sempre o professor diz
para ler quadro silábico (ma-me-mi-mo-um; pa-pe-pi-po-pu; na-ne-ni-no-nu, etc.).
Aqui é possível elaborar estratégias pedagógicas para que a criança possa evoluir no
aprendizado. Esta é a zona cooperativa do conhecimento. O mediador ajuda a criança a concretizar o
desenvolvimento que está próximo, ou seja, ajuda a transformar o desenvolvimento potencial em
desenvolvimento real.
Segundo PIAGET (1996), a assimilação é uma integração à estruturas prévias, que pode
permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem
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descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente
acomodando-seà nova situação. Isto significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos
estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento.
Entrando agora na operação cognitiva da acomodação, é dada por PIAGET (1996, p. 18),
“acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de
assimilação sob ainfluência de situações exteriores (meio) aos quais se aplicam”
Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novoesquema ou modificar um
esquema existente. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a
acomodação, a criança podetentar assimilar o estímulo novamente, e uma vez modificada a estrutura
cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do estudo feito, entendemos que, os professores são pilares básicos que interliga seus
princípios normativos que regem o regulamento interno da escola, que conhece as metodologias que
quando aplicadas pode alavancar e minimizar o problema de leitura dos alunos.
A essência da presente pesquisa circunscreve-se com a realidade que acontece na sala de aula
com os professores e alunos no dia-a-dia, pois seu conhecimento faculta o controlo do trabalho
psicopedagógico na escola, permitindo resolver as dificuldades de aprendizagem, especificamente de
leitura.
Analisando o papel do professor na implementação da aprendizagem cooperativa nos alunos
da 3ª classe com dificuldade de leitura na Escola Primaria Completa das Palmeiras, cidade da Beira -
Moçambique, constatamos que, as dificuldades do reconhecimento desses signos dificultam a leitura
dos alunos. Obviamente, a maior parte dos professores muitas vezes não conseguem especificar essas
dificuldades de leitura a que metodologias que possam dar solução desta problemáticas.
Ainda na mesma senda, as formas de implementação de aprendizagem cooperativa no ensino
de leitura dos alunos da 3ª classe na escola em estudo, são confundidas com dificuldades de
aprendizagem de alunos, para o efeito, sugerimos a capacitação dos professores em matéria de
metodologias de ensino diferenciadas, cooperativas e de leitura e que os professores reservem o tempo
para acompanhamento de leitura dos seus educando na sala de aula; Implementem a aprendizagem
cooperativa aos alunos com dificuldades de leitura, usando as diferentes metodologias conciliadoras
que possam equilibrar o nível de assimilação da matéria na sala de aula, Supervisionem as atividades
de leitura dadas pelos seus explicadores, aos alunos sugere-se que, desenvolvam o gosto de leitura
de livro.
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REFERÊNCIAS
DIAS, M. O papel da consciência fonológica nas Dificuldades Específicas de Leitura e Escrita
(DELE): na perspectiva dos docentes do 1.º CEB. Lisboa: (Tese de Mestrado em Ciências
da Educação na Especialidade em Domínio Cognitivo Motor) Escola Superior de Educação João
de Deus. 2013
FONTES, A. & FREIXO, O. Vygotsky e a Aprendizagem Cooperativa. S/edição, Livros Horizonte,
Lisboa. 2004
FREITAS, L. V. & FREITAS, C. V. Aprendizagem cooperativa. S/edição, Asa, Porto, 2003)
WADSWORT, B.J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 1996.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Tradução Álvaro Cabral. 2. ed. Rio de Janeiro: Jahar
Editores, 1975
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