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INSTITUTO SUPERIOR DE ARTES E CULTURA

Faculdade de Estudos Culturais


Licenciatura em Cinema e Audiovisual

2º.Ano

Tema: Resumo sobre conceitos de Antropologia

Docentes: Vânia Pedro


Belichior
Fernando Tivane

Discente:
Nelo João Mundai
Quadro Conceptual

1.Determinismo Geográfico
Conforme Ferreira (1995)1, o determinismo pode ser dado como a relação entre os
fenômenos. O termo acima é consubstanciado por Giovannetti e Lacerda (1996)2, que
pode ser traduzido, ainda, como próprio dentro do pensamento corrente no mundo
científico particularmente no século XIX, que buscava descobrir fatores ou leis
determinantes em diferentes ciências. Por sua vez, Febvre (1991)3, define Determinismo
Geográfico como sendo à formatação dos seres humanos, partícipes de uma região
comum, a partir das condições do meio em que vivem, incidindo sobre sua condição
fisiológica, psíquica e intelectiva, conduzindo ao progresso ou ao descenso de uma
sociedade. De ressaltar que um dos grandes percursores desta teoria é o Frederic Ratzel.

2.Determinismo Biológico
Entende-se por determinismo biológico o conjunto de teorias segundo as quais a posição
ocupada por diferentes grupos nas sociedades ou comportamentos e variações das
habilidades, capacidades, padrões cognitivos e sexualidade humanos derivam de limites
ou privilégios inscritos na constituição biológica. (Citeli, 2001)4.

3. Evolucionismo Cultural

De acordo com Santos (2002)5 foi influenciado pelo darwinismo e pela teoria da evolução
das espécies. Esta escola ou corrente antropológica afirma que a espécie humana evolui
lentamente e que se podem classificar todas as sociedades existentes em função do estádio
de desenvolvimento alcançado. A ideia parte do princípio enunciado por Charles Darwin,
segundo o qual, o mundo vivo é resultado de uma longa acumulação de mutações e
evolução das espécies, isto é, na visão dos autores representantes desta corrente
antropológica, tal como as espécies animais evoluem, as culturas também evoluem com
o tempo. As culturas evoluem através de mutações, interagindo ou não com o meio
exterior

1
Ferreira, A.B. (1995). Dicionário Aurélio básico da línguan portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira.
2
Giovannetti, G; Lacerda, M. (1996). Dicionário de geografia. São Paulo: Melhoramentos,
3
Febvre, L. (1922). A Terra e Evolução Humana. Lisboa. Cosmos.
4
Citeli, M.T. (2001). Fazendo diferenças: teorias sobre gênero, corpo e comportamento. Revista Estudos
Feministas, Florianópolis.
5
Santos, A. (2002) Antropologia Geral: etnografia, Etnologia, Antropologia Socal. Universiadade
Aberta

2
4.Difusionismo
De acordo com Markoni (1998)6, defende que o Difusionismo foi um movimento de reação
ao Evolucionismo do séc. XIX. Mesmo afectando a orientação técnica dos procedimentos
metodológicos, esta não rejeitou completamente os conteúdos básicos formulados pelo
Evolucionismo.
Para Martinez (2000)7, o Difusionismo está dentro do período crítico, isto é, entre 1900- 1930.
Mas foi a década de 20 que obteve sua maior aceitação e popularidade. O Difusionismo
preocupou-se em tornar os métodos da Antropologia Cultural mais rigorosos, mais
científicos; pelo que desenvolveu-se a pesquisa de campo com intensidade considerável.

5.Etnocentrismo
Com base na Rezende (2012)8, é a supervalorização da própria cultura em detrimento das
demais. De referir que o etnocentrismo gerou e ainda gera muita intolerância, preconceito
e discriminação. De facto, quando julgamos a cultura do outro, entendemos que a nossa
cultura e a única correta e que o outro precisa modificar-se e seguir os nossos ideais
perfeitos. A título de exemplo, o nazismo e um exemplo de etnocentrismo, posto que os
alemães supervalorizaram a sua cultura e afirmavam pertencer a uma raça pura, assim,
praticaram atrocidades contra todos aqueles que não pertenciam ao mesmo modelo de
perfeição que eles. Inúmeros judeus foram assassinados em campos de concentração
durante a Segunda Guerra Mundial, vítimas dessa intolerância.

6.Relativismo cultural
Com base em Martinez (2007), consiste na capacidade de compreender cada cultura dentro
do seu contexto e da sua realidade, segundo os seus padrões, os seus moldes e processos. Isso
faz com que uma pessoa de determinada cultura não veja a outra ou as outras como algo
exótico, estranho e insignificante. O relativismo cultural não considera uma cultura superior
às demais. Além do mais, hoje, razões humanitárias nos dizem que cada grupo humano tem
o direito à autonomia e a desenvolver a sua cultura de acordo com os próprios princípios e
tradições, sem sofrer interferências forçadas e pressões externas. Cada povo ou cultura tem
direito de pensar e agir de forma autônoma e diferente dos demais.

6
Marconi, m.a. (1998). Antropologia: uma introdução.
7
Martinez, f. l. (2007). Antropologia cultural: guia para estudo. Paulinas editorial, 5ª edição, Maputo.
8
Rezende, p. (2012). Antropologia cultural.1a.edição, Revista Curitiba, pr: Iesde brasil,

3
7.Enculturação
Herskovits, citado por Martinez (2003)9, diz que enculturação são os aspectos da experiência
de aprendizagem que distinguem o homem das outras criaturas e por meio dos quais,
inicialmente, e mais tarde na vida consegue ser competente em sua cultura. É através deste
processo que um neonato aprende os caminhos culturais que a sua sociedade espera que ele
seja, ou seja, a partir deste processo que se consegue a adaptação à vida social, que o indivíduo
se habitua aos modos de vida do seu grupo aprendendo as suas formas de comportamento.

8. Particularismo Histórico
Segundo o Manual de Antropologia V, é a Escola norte-americana, dominada por Boas,
que rejeitou o evolucionismo e dominou a antropologia durante a primeira metade do séc.
XX. O paradigma fundamental era que cada cultura tem uma história particular e que a
difusão de traços culturais pode ter lugar em qualquer direcção. A evolução pode
acontecer também do complexo para o simples. O relativismo cultural é uma afirmação
antropológica básica e a investigação antropológica deve estar baseada no trabalho de
campo, no terreno do próprio antropólogo. Disponível: www.pdfcoffee.

PARTE II – Secção de Perguntas

a) A contribuição da Teoria de evolução de Darwin na definição de Cultura de


Eduard Taylor
O Darwin (1809-1882), Advoga que a evolução das culturas era resultado da evolução
biológica, que tinha como princípio fundamental o princípio da sobrevivência dos mais
aptos. Esta era uma ideia darwinista materializada na obra “A Origem das Espécies”. Esse
postulado influenciou Eduard Taylor na medida em que este formula a evolução da
religião, interessando-se, particularmente, pela religião e pelo animismo. Vindo a seguir
a seguinte linha: animismo – feiticismo – idolatria – politeísmo – monoteísmo. Além
disso, criou uma das definições mais divulgadas de cultura como objecto da antropologia:
“A cultura ou civilização, em sentido etnográfico alargado, e aquele todo aquele
complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes,
e quaisquer outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem, enquanto membro de
uma sociedade”.

9
Martinez, F. L. (2003). Antropologia Cultural: guia para estudo. Paulinas Editorial, 5ª edição, Maputo.

4
b) A contribuição de Alfred Kroeber na ampliação do conceito da Cultura.
b.a) A biologia configura o comportamento?
Com base no Difusionismo, o empréstimo cultural seria um mecanismo básico de
evolução cultural, Defende que as diferenças e semelhanças culturais eram causa da
tendência humana para imitar e a absorver traços culturais. A diversidade cultural explica-
se pelas relações de empréstimo e não pela invenção independente.

c) Qual a contribuição de Franz Boas para o desenvolvimento do conceito de Cultura


Para Boas, a tarefa do antropólogo era investigar as tribos primitivas que careciam de
história escrita, descobrir restos pré-históricos, estudar tipos humanos e a linguagem.
Cada cultura teria a sua própria história. Para compreender a cultura teríamos que
reconstruir a história de cada cultura.
 Defendeu que não há culturas superiores nem inferiores (relativismo cultural). Os
sistemas de valores devem compreender-se dentro do contexto de cada cultura e não de
acordo com os padrões da cultura do antropólogo.
 Estudou as teorias da evolução, sobre as quais se mostrou céptico, e defendeu a
difusão da cultura.
 Impulsionou a ideia de que os antropólogos deviam dominar as línguas dos povos
estudados, com o objectivo de conhecer o mapa da organização básica do intelecto
humano.
 Em vez da prática evolucionista de enquadrar dados etnográficos em categorias
pré-definidas,

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9.Referências Bibliográficas

 Citeli, M.T. (2001). Fazendo diferenças: teorias sobre gênero, corpo e


comportamento. Febvre, L. (1922). A Terra e Evolução Humana. Lisboa. Cosmos.
 Ferreira, A.B. (1995). Dicionário Aurélio básico da línguan portuguesa. São
Paulo: Nova Fronteira.
 Giovannetti, G; Lacerda, M. (1996). Dicionário de geografia. São Paulo:
Melhoramentos,
 Marconi, M.A. (1998). Antropologia: uma introdução.
 Martinez, F. L. (2003). Antropologia Cultural: guia para estudo. Paulinas
Editorial, 5ª edição, Maputo.
 Martinez, f. l. (2007). Antropologia cultural: guia para estudo. Paulinas editorial,
5ª edição, Maputo.
 Rezende, p. (2012). Antropologia cultural.1a.edição, Revista Curitiba, pr: Iesde
Brasil, Revista Estudos Feministas, Florianópolis.
 Santos, A. (2002) Antropologia Geral: etnografia, Etnologia, Antropologia Socal.
Universidade Aberta

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