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HISTÓRIA DA RADIODIFUSÃO

A radiodifusão é a transmissão de ondas de radiofrequência que por sua vez são moduladas,
estas se propagam eletromagneticamente através do espaço. É um meio de telecomunicação
ao qual a maioria da população tem acesso como ouvinte. O receptor de rádio, por se tratar de
um instrumento de baixo custo, pequeno porte e programações diversificadas, exerce uma
maior incidência na vida diária das pessoas, tanto em zonas urbanas quanto rurais.

A radiocomunicação iniciou como telégrafo sem fio, por volta de 1912. Todavia, com a
invenção da modulação se iniciaram as primeiras experiências de radiocomunicação e
radiodifusão, que a partir deste ponto ganhou espaço comercial.

Para o desenvolvimento da radiodifusão, contribuíram cientistas e técnicos de muitos países,


com seus estudos sobre Electromagnetismo (eletromagnetismo) a partir do final do século
XIX. Na época, já existiam dois meios de comunicação rápida e a longa distância: o telégrafo
e o telefone, que enviavam sinais eletromagnéticos através de fios.

Aleksander Stepanovitch Popov, Henry Bradwardine Jackson e Oliver Joseph Lodge,


conseguiram em 1895 e 1896, transmitir sinais de rádio a pequenas distâncias.

Guglielmo Marconi registrou em junho de 1896, em Londres, a primeira patente de um


sistema de radiocomunicação, inventado com base em pesquisas anteriores de Michael
Faraday, James Maxwell, Heinrich Hertz e outros.

Marconi aproveitou o coesor de Edouard Branly, a antena de Aleksandr Popov e a sintonia


desenvolvida por Oliver Lodge que permitia selecionar o recebimento de apenas uma
frequência específica entre as inúmeras que podem ser captadas por uma antena.
Em julho de 1896, Marconi emitiu sinais de radiofrequência até aproximadamente cem
metros do ponto de transmissão. Essa distância ampliou-se, no mesmo ano, para dois
quilômetros. Em maio de 1897, 13 km. No início do século XX, o Atlântico Norte já era
cruzado por sinais de radiotelegrafia.

No Brasil, o padre gaúcho Roberto Landell de Moura realizou, em 1893, do alto da Avenida
Paulista ao morro de Sant'Anna, em São Paulo, numa distância de oito quilômetros, a
primeira experiência de radiotelefonia de que se tem registro, embora não haja documentos
que comprovem o fato a não ser a primeira biografia sobre o padre cientista, escrita por
Ernani Fornari. Já em 1899 e 1900, jornais citam a experiência, dando fé do pioneirismo do
brasileiro na transmissão de sinais sonoros.

O AVANÇO DA TECNOLOGIA

Com a invenção da válvula termiônica, foi possível melhorar a transmissão e reprodução do


sinal de rádio. Começaram as emissões radiofônicas com mais qualidade.

Em 1908, Lee De Forest realizou, do alto da torre Eiffel, uma emissão ouvida nos postos
militares da região até Marselha. Um ano depois, a voz do tenor Enrico Caruso era
transmitida do Metropolitan Opera House. Em 1916, De Forest instalou uma estação
emissora experimental em Nova York. No final da primeira guerra mundial, a radiofonia já
estava em pleno funcionamento no mundo inteiro.

AS PRIMEIRAS TRANSMISSÕES COMERCIAIS


Em novembro de 1919, foi inaugurada uma emissora de rádio regular em Rotterdam. Em
1920, inaugurou-se a primeira radiodifusora comercial, em Pittsburgh, Estados Unidos.

O transporte marítimo, que já vinha utilizando a radiotelegrafia desde o início do século XX,
passou a utilizar também a radiotelefonia, além disto, começaram a surgir estações amadoras
que transmitiam programas musicais. O interesse do público pelos receptores aumentou.

ERA DO OURO DA RÁDIO

Em 1922, por ocasião do Centenário da Independência do Brasil, foi inaugurada a


radiodifusão brasileira, com a primeira transmissão realizada no Rio de Janeiro.

No mesmo ano, nos Estados Unidos, surgiu a primeira emissora comercial, a WEAF, de
Nova Iorque, criada pela companhia telefônica American Telephone and Telegraph (atual
AT&T). A primeira emissora do Brasil foi a Rádio Sociedade, no Rio, fundada por Roquette
Pinto e Henrique Morize.

Em um Brasil ainda sem televisão, viveu-se a época do auge do sucesso desse meio de
comunicação, a chamada Era do Rádio, onde nomes famosos, como o do gaitista Maurício
Einhorn começaram a destacar-se (Revista Veja, 2.11.2005, pág.114).

A disseminação pelo mundo

Na década de 1920, vários países montaram transmissores de rádio, como Alemanha,


Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos,
Finlândia, Reino Unido, França, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Suíça, Checoslováquia e
União Soviética.
A partir das primeiras emissões de radio, começaram a ser notados os primeiros fenômenos
de radiopropagação. Ainda não se sabia da influência da ionosfera e da troposfera na
propagação das ondas de rádio, e nem se conheciam os efeitos de reflexão ionosférica,
espalhamento e canalização.

Os fenômenos de radiopropagação começaram a empolgar técnicos e engenheiros, pois as


emissoras de então, começaram a receber correspondências de que estavam sendo captadas
em cidades e países distantes. O que de certa forma, acelerou as pesquisas e ajudou a
disseminar mais ainda a radiodifusão.

O CAOS NOS ESTADOS UNIDOS

As frequências das emissoras de rádio foram regulamentadas pelo Departamento de


Comércio dos Estados Unidos que passou a determinar as horas em que podiam operar.
Houve contestação, o caso foi aos tribunais em 1924, o Departamento de Comércio perdeu a
questão. O espectro se transformou num caos que durou por três anos. Em 1927 o congresso
americano foi obrigado a intervir criando uma comissão federal de radiocomunicações, que
regulamentou o sistema.

DÉCADAS DE 1930 E 1950


Entre as décadas de 1930 a 1950, o rádio viveu sua chamada Era de Ouro, como o principal
meio para divulgação de informações, artistas e talentos, junto ao Cinema. A autorização do
governo Vargas para a veiculação de publicidade no rádio, em 1932, deu ao novo meio um
impulso comercial e popular. No mesmo ano, o governo começou a distribuir concessões de
canais a indivíduos e empresas privadas. Em 1934, surgiu a Rádio Mayrink Veiga, no Rio de
Janeiro, uma das mais importantes do país pelas três décadas seguintes. No ano seguinte,
foram criadas a Rádio Jornal do Brasil e a Rádio Tupi, duas emissoras históricas que existem
até hoje. Em 1936, aparece a Rádio Nacional, que liderou audiência por 20 anos e
transformou os padrões de linguagem do rádio brasileiro.

A ORGANIZAÇÃO EUROPEIA

Na mesma época na Europa, as estações que se interferiam eram de países e línguas


diferentes, a regulamentação tinha que ser de caráter internacional. Isso foi feito a partir de
1925 pela União Radiotelegráfica Internacional (URI). Os governos uniram-se, definiram as
frequências e o emprego mais eficaz da radiodifusão. A primeira regulamentação entrou em
vigor em novembro de 1926.

O TRANSITOR

Em 1948, com a invenção do transístor aconteceu uma revolução na radiodifusão, apareceram


os receptores portáteis. O rádio passou a substituir os jornais como meio de veiculação de
notícias, principalmente em países de grande território e população dispersa.
BIBLIOGRAFIA

BAUM, Ana (org.). Vargas, agosto de 54 – a história contada pelas ondas do rádio. Rio de
Janeiro: Garamond, 2004.

BURBAGE, Robert e outros - Os meios de comunicação nos Estados Unidos - Imprensa -


Rádio - Televisão, Rio, Agir, 1973.

FEDERICO, Maria Elvira Bonavita. História da comunicação - rádio e TV no Brasil.


Petrópolis: Vozes, 1982.

FOGOLARI: Elide Maria. Laboratório de Rádio: a arte de falar e ouvir. São Paulo: SEPAC/
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MUÑOZ, José Javier, GIL César. La Radio: teoría y práctica. Madrid: Instituto oficial de
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VAMPRÉ, Octavio Augusto. Raízes e evolução do rádio e da TV: cronologia. Porto Alegre:
Fundação Educacional Padre Landell de Moura/RBS, 1979.

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