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RÁDIO E HISTÓRIAS

Aluna: Jeisiele C. Martins C.


e Sara Cristine
Turma: 31N
Como surgiu:
Bem antes da criação dele foi necessárias
outras descobertas.
 Em 1888, um alemão chamado Heinrich
Hertz provou a existência das ondas
eletromagnéticas.
 Logo após Thomas Edison usou o
eletromagnetismo para criar o
Grasshopper Telegraph, um equipamento
que funcionava como um telégrafo sem
fio.
 Em 1893, o cientista Nikola Tesla fez a
primeira demonstração pública de uma
transmissão sem fios.
 A tecnologia de Tesla foi retomada anos
depois, pelo italiano Guglielmo Marconi,
que patenteou a transmissão-recepção
eletrônica em 1896.
 Em 1897 por Oliver Lodge, tornou-se
possível usar o rádio como ferramenta de
comunicação entre dois pontos distantes.
 No começo, o rádio enviava e recebia
mensagens em Código Morse.
Foi só em 1906 que Lee de Forest criou a
válvula de três elementos e permitiu a
amplificação das ondas eletromagnéticas,
produzindo som em volume suficiente para
ser transmitido e recebido.
Com isso, o rádio se tornou uma
ferramenta extremamente útil no contexto
militar.
 Ele serviu como meio de comunicação
entre os fronts de batalha
na Primeira Guerra Mundial, foi usado
para transmitir avisos às cidades que
estavam próximas aos locais de guerra e,
mais adiante, virou forma de comunicação
entre os aviões que sobrevoavam campos
inimigos e as bases militares.

Rádio no Rio Grande do sul:

Em 03 de abril de 1924, o jornal A


Federação, órgão do Partido Republicano
Rio-grandense, publicava:
“Irradiações fônicas a domicílio - Um
grupo de jovens aqui residentes pretende
instalar, nesta capital, um serviço de
irradiações fônicas a domicílio,
mediante modesta mensalidade, a fim de
que possam gozar de tão importante
melhoramento até mesmo as pessoas menos
abastadas”.
“As irradiações fônicas consistem na
transmissão a domicílio da
radiotelefonia recebida do Rio, Buenos
Aires e Montevidéu. Também serão
transmitidas a domicílio: concertos,
discursos, conferências, séries
humorísticas, poesias, audições
teatrais, receitas úteis para as
famílias, notícias importantes e tudo
aquilo que possa interessar às
famílias.”
A primeira emissora comercial de Porto
Alegre e segunda do Rio Grande do Sul,
foi a Rádio Sociedade Gaúcha. Criada no
dia 8 de fevereiro de 1927 pelo
empresário Carlos Ribeiro de Freitas ao
reunir em sua residência um grupo de
interessados, formado por: Alcides
Cunha, Leovegildo Veloso, Gabriel
Fagundes Portela, Olavo Ferrão, Manuel
Luís Borges da Fonseca, José Batista
Pereira, Álvaro Soares e Ivo Barbedo.
A intenção era a criação e implantação
de uma estação e de escolas
radiofônicas.
Os estatutos foram aprovados na
assembléia em 27 de agosto, quando
também foram convidados para integrar o
conselho diretor, Fernando Martins,
Alberto Sousa Gomes, Pedro César de
Oliveira e Elói Morais. A comissão
técnica foi formada por Edson Ganzo e
Artur Hentz.
Em setembro, a emissora entrou em fase
experimental, no sexto andar do Grande
Hotel, na praça da Alfândega, então o
principal da cidade, e no dia 19 do
mesmo mês foi oficialmente inaugurada,
com o prefixo PRA-Q, acrescentado pelo
bordão “A voz dos pampas”.
A solenidade foi presidida por Otávio
Rocha, intendente da capital, entre
outras autoridades. A orquestra de
câmara de Sotero Cosme, da qual era
integrante Radamés Gnatalli, como
segundo violino, completou o ato
festivo.
A direção artística foi confiada a Paulo
Franco dos Reis e a administração a Luís
Corcione. A equipe de locutores era
formada por Nero Leal, Antônio Spetzold,
Alfredo Pirajá Weiss, Amaro Júnior e
Renaux Jung. Já faziam parte do quadro
musical da emissora, entre outros,
alguns nomes que se destacariam nos anos
seguintes no rádio e da música porto-
alegrenses, como os cantores Nilo
Ruschel (também locutor e futuro diretor
da emissora), Ivan Castro, Carlos Nobre,
Chico Lopes, Léo Romano, Cândida
Linharese Alcides Gonçalves (futuro
parceiro de Lupicínio Rodrigues em
músicas como Cadeira Vazia, Maria
Rosa e Quem Há de Dizer), e de
instrumentistas como o saxofonista e
clarinetista Paulino Mathias e os
pianistas Britinho (Rubens Brito) e
Paulo Coelho.
A potência do transmissor era de apenas
50 watts, enquanto o restante da
aparelhagem se constituía de uma vitrola
a manivela e microfone, além de alguns
discos importados de 78 rpm.
Inicialmente, a única fonte de recursos
se resumiu à contribuição mensal de
alguns poucos ouvintes.
Em outubro, a emissora mudou-se para um
espaço maior, no primeiro andar da
Farmácia Carvalho, no prédio vizinho,
quando foram adquiridos novos
equipamentos técnicos e aberto o espaço
publicitário e a adoção de patrocínio a
programas musicais e noticiosos. Ainda
assim, a emissora iniciava as
transmissões somente às 11 horas da
manhã. Um novo transmissor de 250 watts
foi adquirido e um toca-discos que podia
ser acoplado diretamente ao transmissor,
o que resultou na primeira mesa de som
do rádio gaúcho.
Em 1928, mudou-se novamente, dessa vez
para um chalé de madeira no bairro
Moinhos de Vento, ali sendo instalado um
transmissor de 1kw, passando o prefixo
para PRC-2. Uma torre de madeira, que
depois se constituiu numa atração
turística, completava o cenário.

Porto Alegre Hidráulica dos Moinhos de Vento torres


Rádio Sociedade Gaúcha déc1940

Em 1930, Alfredo Pirajá Weiss lançou o


primeiro programa regionalista, ao vivo,
denominado Contos gauchescos.
Nesse mesmo ano, durante os graves
movimentos políticos no Rio Grande do
Sul, o noticiário da
Gaúcha passou a ser controlado pelo
exército revolucionário, que apenas
permitiu a divulgação de comunicados
oficiais, depois de assinados pelo
general Góis Monteiro, chefe das tropas
em operação.
Ao completar quatro anos em 1931, a
emissora realizou a primeira transmissão
externa, irradiando diretamente do
antigo Estádio da Baixada, em Porto
Alegre, atual Parque Henrique Luís
Roessler, conhecido como Parcão, o jogo
Grêmio 3 x Seleção do Paraná 1.

Em fevereiro do ano seguinte, foi a vez


de uma transmissão externa fora de Porto
Alegre, ao narrar a Festa da Uva,
diretamente de Caxias do Sul.
Festa da Uva de 1932: Nilo Rushel (irmão de Ernani) e
Bolivar da Fontoura, o Duque de Antena, primeiro
locutor da Rádio Gaúcha, durante a transmissão em
Caxias
Rádio no RGS / Reprodução

Ainda em 1932, quando a Revolução


Paulista mobilizou o país, com reflexo
direto no Rio Grande do Sul, a rádio
tornou-se o grande veículo de
informação, embora sob censura.
O levante comunista de 1935 e a
manifestação integralista de 1937, assim
como a implantação do Estado Novo e a
deflagração da Segunda Guerra Mundial,
foram outros fatores que aumentaram
significativamente a sintonia da
emissora. Em 1935, Brenno Caldas assumiu
o controle acionário da rádio e convidou
o locutor Oduvaldo Cozzi, do Rio de
Janeiro, para ampliar o departamento
esportivo. Em 1940, os estúdios foram
transferidos para a rua Sete de
Setembro, enquanto as novas torres de
ferro eram instaladas no bairro Cristal.
Em 1943, Arnaldo Ballvê assumiu a
direção geral enquanto muitos nomes,
como Heron Domingues, Ivan Castro, Adão
Carrazzoni, Cândido Norberto, Jaime
Copstein, Sérgio Jockymann, Rui
Figueira, Luís Gualdi, Pepe Hornes e
Fábio Silveira, entre outros, começaram
a se destacar.
Programas como A pensão da
Fefeca, Artes e travessuras e Os serões
de dona Generosa alcançaram grande
popularidade na época. Com as
dificuldades de reposição de peças
impostas pela guerra, o tempo de
irradiação foi reduzido para o período
das 11 às 22 horas. O bordão passou a
ser “sua amiga por tradição”.
Em 1949, Cândido Norberto participou da
primeira jornada esportiva
internacional, no Estádio Centenário de
Montevidéu, ao narrar o jogo Grêmio 3 x
Nacional 2.
As transmissões em ondas curtas tiveram
início em 1951, quando foi inaugurado o
novo estúdio e auditório no edifício
União, no centro da cidade. Essa fase
foi marcada pela apresentação de
radionovelas e programas de auditório.
Ernâni Behs, Válter Ferreira, Cândido
Norberto e Zaíra Acauan eram as vozes
principais. Na área esportiva, as
transmissões dos jogos entre as seleções
da Rússia e da Hungria, em Moscou,
transmitidas ao vivo, aumentaram o
prestígio da emissora. O controle
acionário passa ao publicitário Sílvio
Motolla.
Em 1957, Maurício Sirotsky Sobrinho e
Arnaldo Ballvê, que possuía a Rede de
Emissoras Reunidas no interior,
juntamente com seu filho Frederico,
assumem a direção da Rádio Sociedade
Gaúcha criando o grupo RBS, empresa de
comunicação multimídia que passou a
operar no Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. No mesmo ano, associam-se ao
grupo Eduardo Esquemazzi, Manuel
Arrochelas Galvão e Nestor Rizzo, assim
surgindo a Rádio Gaúcha. Em 1973, a
potência foi elevada para 100kw, dez
vezes mais que a anterior, abrangendo
todo o território nacional. Após o golpe
militar de 1964, a RBS de Maurício
Sirotsky Sobrinho se associou às
organizações de Roberto Marinho, o que
representou um grande salto para a Rádio
Gaúcha, que assim teve condições de
adquirir um transmissor de 100kw,
inaugurado em 1973. Em 1976 foi
inaugurada a Rádio Gaúcha ZH FM, que
marcou início da formação das rádios FM
da RBS.
Em 1986, passou a irradiar através da
maior antena de rádio do Brasil, com 230
metros de altura. Instalações de
transmissão de alta tecnologia
acompanham essa fase. Em 1994, durante a
cobertura da Copa do Mundo nos Estados
Unidos, inaugurou as transmissões via
satélite, formando uma rede de 358
emissoras em todo o Brasil. A 20 de
março de 1995 formou a Rede Gaúcha SAT.
Em 2009, a rede via satélite da Gaúcha
era integrada por 51 emissoras
afiliadas, 37 delas no Rio Grande do
Sul, cinco em Santa Catarina, quatro no
Paraná, duas em Mato Grosso e duas em
Mato Grosso do Sul. Havia ainda uma
empresa de clipping (coleta de notícias)
em Brasília. Em 1997, foi implantado o
sistema de áudio digital.
Durante a década de 1990 a sua
programação era basicamente informativa.
O programa Gaúcha repórter, apresentado
desde 1983, marcou o início desse
estilo. Essa mudança valeu-lhe vários
reconhecimentos, como o Prêmio Top
Nacional de Marketing e a medalha de
bronze na edição de 1995 do The New York
Radio Festivals (Festival Internacional
do Rádio). A emissora já havia sido
vencedora em quatro edições do mesmo
festival, ganhando medalha de bronze
pela cobertura do impeachment do
presidente Fernando Collor e
certificados de finalista nas coberturas
do assassinato do deputado José Antônio
Daudt, da Guerra do Golfo e das eleições
presidenciais em 1989. Pelo
programa Memórias de um menino de rua,
foi premiada em 1995 com a medalha de
prata na categoria “Melhor história de
interesse humano”.
A rádio era a cabeça da Rede Gaúcha SAT,
com 127 afiliadas em 10 Estados
brasileiros. A emissora, segundo dados
do IBOPE (Instituto Brasileiro de
Pesquisa de Opinião e Estatística),
possuía em 2005 cerca de 60% da
audiência no setor de radiojornalismo e
disponibilizava a sua programação também
na internet.

FONTES: BORGES, L.F.R.


Apontamentos; Diário de Notícias (1942 a
1960); DILLENBURG, S. R. Os
anos; Federação (1927 a 1938); INF.
Cândido Norberto e Ernâni Behs; Jornal
do Comércio (8/5/86); Memória RBS; Museu
de Comunicação Social; Seminário
Internacional de Radiojornalismo; Portal
clicRBS. Rádio Gaúcha 600 AM + FM 93,7.
Disponível em :
<http://www.clicrbs.com.br>. Acesso em :
16 out. 2009; Portal do Grupo RBS.
Disponível em : <http://www.rbs.com.br>.
Acesso em : 16 out. 2009; Revista
Imprensa; VAMPRÉ, O. A. Raízes; Zero
Hora (4/6/86 e 24/3/89).
https://m.letras.mus.br/blog/a-historia-
do-radio/

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