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Teoria dos usos e gratificações

A teoria dos usos e gratificações adotou outro ponto de vista acerca da pesquisa sobre a
relação entre a mídia e seus receptores. Essa mudança ocorreu a partir do final da década de
1940, quando as pesquisas passaram a considerar a escolha da população em consumir, ou
não, produtos midiáticos; quais fatores levavam a essas escolhas e no que elas implicavam.
Dessa forma, as pesquisas, nessa teoria, “rejeitam os efeitos totais” dos meios de
comunicação sobre o usuário, considerando apenas que esses efeitos dependem de como o
uso da mídia satisfaz as necessidades do receptor.
O cientista comportamental Bernard Berelson foi um dos pioneiros na observação dos
aspectos que levavam as pessoas a optarem por consumir algum meio de comunicação. São
eles:
1. A busca por informação sobre questões públicas.

2. A busca por orientação acerca de questões públicas.

3. A procura por uma válvula de escape da realidade pessoal.

4. A tentativa de obter “status social” por meio da informação.

5. A necessidade de ter um contato com outras pessoas. [5]

Wilbur Schramm, estudioso do campo de comunicação de massa, também observou que a


busca da população pelo consumo das mídias de massa estava relacionada à necessidade que
as pessoas têm de estarem em contato com outras e de se sentirem parte da vida social. [6]
Katz, Blumler e Gurevich, em um artigo de 1970, definiram os principais aspectos da teoria
dos usos e gratificações. São eles:
1. Não somente a mídia é ativa, a audiência também é ativa e faz escolhas sobre o que ela
quer, ou não, ver.

2. No processo de recepção, grande parte das escolhas é feita pelo receptor.

3. Os meios de comunicação não satisfazem completamente o receptor, visto que ele tem
necessidades que a mídia não é capaz de satisfazer.

4. A mídia proporciona ao indivíduo aquilo que ele diz que deseja consumir.

5. É o receptor quem define o juízo de valor da mídia. Ele decide como irá interpretar aquilo
que absorveu do emissor. [7]
O pesquisador alemão Karl Rosengreen reuniu essas características dos usos e gratificações
de modo que o receptor ficasse no centro do processo de comunicação, diferentemente do
modelo de Lasswell, no qual a mídia era o centro ou o ponto de partida.

Martino, L. M. S. (2011). Teoria da Comunicação - Ideias, escolas e métodos.


Petrópolis: Vozes

SERRA, J. Paulo (2007). Manual de Teoria da Comunicação (PDF). Covilhã: Universidade


de Beira Interior. 2014 páginas. Consultado em 5 de outubro de 2020

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