Você está na página 1de 12

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

O Efeito de Agenda na Televisão e a Construção de Sociabilidade 1

Wandra Cibelle Araujo2

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Resumo

Este artigo trata da importância do jornalismo televisivo para a construção do


efeito de agenda, conforme os resultados de uma pesquisa de audiência realizada junto a
estudantes universitários de Belo Horizonte. A investigação aponta a televisão como um
meio com alto grau de confiabilidade capaz de corresponder às expectativas dos
estudantes a respeito de determinados temas de relevância social. A pesquisa mostrou
também que o jornalismo televisivo exerce grande influência nas interações sociais.
Assim, o efeito de agenda, associado a motivações específicas, é substancial no
contexto televisivo. Discutimos, também, a questão do agendamento no jornalismo
impresso em comparação com o efeito de agenda pela televisão.

Palavras -chave

Agendamento; Jornalismo Televisivo; Sociabilidade.

Introdução

Os efeitos dos meios de comunicação de massa é um tema complexo e importante para


a pesquisa em comunicação. A partir dos anos 30, o estudo destes efeitos ganhou espaço
com pesquisas relevantes. O sociólogo Paul Lazarsfeld e seus colegas do Bureau of
Applied Social Research constituíram um modelo que dominou o campo da
comunicação por várias décadas, o chamado paradigma dos efeitos limitados.
O paradigma dos efeitos limitados foi desenvolvido a partir de pesquisas sobre a
formação da opinião pública durante eleições presidenciais nos Estados Unidos e sobre
a influência dos líderes de opinião. Lazarsfeld e seus colaboradores tinham por objetivo
descobrir como as campanhas veiculadas pelos meios de comunicação influenciavam
opiniões e atitudes, que são efeitos específicos e de curto prazo. O paradigma de
Lazarsfeld mostrou que os meios de comunicação de massa geralmente não afetam a
1
Trabalho apresentado ao INTERCOM Júnior.
2
Estudante de graduação do 5º período do curso de Comunicação Social - Gestão da Comunicação Integrada, na
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Integrante do Grupo de Pesquisa, Recepção, Audiência e Opinião
Pública. Email: wandrash@yahoo.com.br

1
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

audiência como se acreditava anteriormente, ou seja, que os efeitos políticos e sociais da


mídia são pouco significativos.
Outras pesquisas que precederam as de Lazarsfeld e seus colaboradores sobre os efeitos
dos meios de comunicação de massa, entendiam estes efeitos como consequências de
longo prazo, que levam os indivíduos a modificar a sua representação da realidade
social e onde os processos comunicativos e simbólicos são pressupostos da
sociabilidade.
Uma das hipóteses relevantes para a compreensão destes efeitos a longo prazo é a
hipótese do estabelecimento de agenda. Em uma pesquisa junto a estudantes
universitários de Belo Horizonte esta hipótese se mostrou significativa no contexto
televisivo, concedendo ao telejornalismo um papel de destaque como interventor e
articulador de interações sociais. Outra hipótese que também contribui para a percepção
dos meios de comunicação como detentores de influência no que diz respeito a
sociabilidade é a hipótese da espiral do silêncio de Noelle- Neumann.

Hipóteses que afirmam o efeito social da mídia

O conceito de Agendamento ou Agenda Setting foi exposto pela primeira vez em um


artigo de uma revista norte-americana (McCombs e Shaw, 1972). Os autores
desenvolveram uma pesquisa onde foram selecionados cinco jornais diários, sendo um
com circulação nacional, dois semanários e dois telejornais, e paralelamente analisaram
as opiniões de uma amostra de 100 eleitores da cidade de Chapel Hill no estado da
Carolina do Norte nos Estados Unidos durante a eleição presidencial de 1968. As
opiniões dos eleitores demonstraram uma forte correlação entre a ordem de importância
concedida pelos meios de comunicação a determinados assuntos, com a dos eleitores
que os utilizaram. McCombs e Shaw descobriram também que os eleitores indecisos
ficavam atentos às informações difundidas pelos meios de comunicação durante a
campanha.
A partir desta pesquisa McCombs e Shaws propuseram, através da hipótese do agenda
setting, que as pessoas compreendem grande parte da realidade social através dos meios
de comunicação de massa. As notícias veiculadas por estes meios configuram-se em
assuntos sobre os quais é necessário ter uma opinião e discutir:

2
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

em consequência da acção dos jornais, da televisão e dos outros meios de


informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou
negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm
tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que os
mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o
público tende a atribuir àquilo que esse conteúdo inclui uma importância que
reflecte de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos
problemas, às pessoas. ( SHAW, apud WOLF, 1999, p. 144 )

Levando-se em consideração as conclusões destes pesquisadores é possível afirmar que


a hipótese do agendamento é um tipo de efeito social da mídia de longo prazo, que se
contrapõe ao paradigma dos efeitos limitados de Lazarsfeld .
A tematização, ou seja, a colocação de assuntos distintos sob a atenção do público, é um
procedimento informativo que se insere no agendamento de forma particular, pois, a
tematização é responsável pela salientação de questões específicas em rela ção ao fluxo
de informações não-tematizadas. A imprensa, devido às suas atribuições, se destaca
neste ponto, pois é através dela que se dá a seleção dos tópicos e dos enquadramentos
das questões a serem tematizadas.
Em 1958 a hipótese do agenda setting temático foi enunciada pela primeira vez por
Norton Long:

De certa forma o jornal é o primeiro motor da fixação da agenda territorial. Ele


tem grande participação na definição do que a maioria das pessoas conversarão,
o que as pessoas pensarão que são os fatos e como se deve lidar com os
problemas. (LONG, apud FILHO, 2001, p. 175)

Uma outra hipótese que também se contrapõe ao paradigma dos efeitos limitados é a
hipótese da espiral do silêncio da professora alemã Elizabeth Noelle-Neumann. Esta
hipótese defende que as pessoas tendencialmente, por medo do isolamento social,
evitam expressar opiniões que não estejam em concordância com a opinião dominante,
ou seja, há uma tendência das pessoas silenciarem-se quando possuem uma opinião
minoritária. A tendência ao silêncio é cíclica e progressiva, pois quanto maior for o grau
de dominação de uma opinião dentro de um universo social, maior será a tendência ao
silêncio, ou melhor, à não manifestação de opiniões discordantes. Para que o processo
da espiral se desenvolva é necessário que se tenha uma opinião dominante, ou seja, uma
seleção de temas e abordagens impostas, o medo do isolamento por parte daqueles que
discordam desta opinião e que estes percebam qual é a opinião em dominância, neste

3
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

ponto a mídia aparece nesta hipótese, pois segundo Noelle-Neumann as opiniões


dominantes são em grande parte impostas pelos meios de comunicação.

Capacidades de agendamento: jornal impreso e jornalismo televisivo

Os dois meios de comunicação, telejornal e jornal impresso, apesar de possuírem o


propósito em comum de divulgar notícias apresentam características bem distintas. A
informação escrita, dos jornais impressos, é mais detalhada, podendo ser portanto mais
rica do que a informação dos telejornais, que se limita a espaços pré-determinados de
tempo devido a programação das emissoras, apresentando uma abordagem mais concisa
do assunto tratado. Isto permite dizer que a notícia na televisão está organizada no
tempo, enquanto a notícia escrita está organizada no espaço. Outra diferença está ligada
ao fato de os telejornais serem tanto auditivos quanto visuais, enquanto o jornal
impresso é apenas visual.
Em uma pesquisa3 sobre a campanha presidencial de 1972 para as eleições dos Estados
Unidos McClure e Patterson (1976) observaram diferentes capacidades de agendamento
entre a televisão e o jornal impreso. Foi detectado que o efeito de agenda na televisão é
menos influente do que a informação escrita. É preciso destacar que vários fatores
contribuíram para este resultado, entre eles o alto hábito de leitura dos norte-americanos
e o baixo custo de um jornal diário neste país. Para se ter idéia, em 1997, os Estados
Unidos detinham a mais forte difusão diária ocidental, consumindo um quarto dos
jornais publicados no mundo. Já a imprensa brasileira apresenta alguns fatos que
também chamam a atenção: a baixa relação jornal/habitante, que corresponde a um
exemplar para cada vinte pessoas, tiragem reduzida de jornais e revistas, nenhum deles
ultrapassa 250 mil exemplares em dias úteis e ausência de publicações diárias de
circulação nacional (AMARAL, 1997). Uma outra informação que merece destaque é o
número de residências com aparelho de televisão no Brasil que, de acordo com a síntese
de indicadores sociais de 2004 chega a 90,3%.
Uma pesquisa4 realizada junto a estudantes universitários de Belo Horizonte sugere,
diferentemente da pesquisa de McClure e Patterson, que o agendamento entre os

3
Esta pesquisa compreende uma análise de conteúdo de jornais diários locais, de telejornais, de três blocos de
entrevistas feitas antes das eleições e de uma entrevista por telefone feita após as elições. A pesquisa foi realizada
sobre uma amostra de 626 indivíduos.
4
Recepção e Audiência no contexto da PUC TV. BH: PUC Minas, relatório não publicado, 2005. Pesquisa de campo
aplicada a alunos do 5º período de diversos cursos da PUC Minas. 424 alunos responderam a um questionário auto-
aplicado.

4
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

estudantes (se houver), se dá principalmente através da televisão, que apresentou na


pesquisa um índice de audiência três vezes maior do que o índice de leitura a jornais
impressos. Os estudantes consideraram os telejornais como fonte confiável de
informação e se sentem motivados a assistir televisão para obter informações gerais
sobre o mundo e assuntos que auxiliem nas conversações.
Na escala que vai até uma hora por dia de exposição encontrou-se 34,7% para a
televisão, enquanto 11,1% afirmaram ler jornais todos os dias. 92,2% dos respondentes
consideram a televisão como sendo um importante meio que fornece informações sobre
o que acontece no mundo e 63,9% citaram os telejornais como um dos programas que
mais gostam de assistir.
Os resultados da pesquisa apontaram uma provável inversão do veículo através do qual
o efeito de agenda pode ocorrer. As respostas obtidas sugerem que na possibilidade de
existência do efeito de agenda entre os entrevistados, ela seria formada principalmente
pela televisão, ou melhor, pelo jornalismo televisivo, já que a exposição à televisão é
significativamente maior do que a leitura de jornais diários, sendo que os programas que
os respondentes mais gostam de assistir na televisão são os telejornais.

Jornalismo Televisivo como articulador de sociabilidade

A pesquisa com os estudantes apontou que 42,5% dos alunos consideram ser a televisão
um meio de informação confiável, enquanto 67,2% consideram os telejornais como
fonte confiável de informação e de boa qualidade noticiosa. A confiabilidade verificada
nos telejornais demonstram que eles são capazes de correspoder às expectativas dos
estudantes a respeito de informações com boa qualidade e merecedoras de credibilidade.
73,1% dos entrevistados consideram que a televisão esclarece sobre fatos diários que
ajudam na conversação com outras pessoas.
Silverstone (2002) cita a confia nça como uma das dimensão da capacidade dos meios de
comunicação de massa de propiciar uma estrutura para a condução da vida social e para
a busca de identidade e segurança no dia-a-dia. Sobre a confiança, ele afirma que:

A confiança é essencial para a administração da vida cotidiana; para nossa


própria sensação de segurança pessoal num mundo complexo; para nossa
capacidade de agir, de lidar um com o outro, de compartilhar, de cooperar, de
pertencer. (SILVERSTONE, 2002, p. 218)

5
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

Em seu estudo anterior (Silverstone, 1994) defende o papel do rádio e da televisão,


principalmente, como construtores e sustentadores da confiança, seja nas instituições
sociais ou na vida rotineira. Baseando-se nos estudos de Silverstone, é válido afirmar
que a confiança representa um aspecto motivacional para a audiência, conforme
observado na pesquisa.
Um dos fatores que condiciona o agendamento é a “necessidade de orientação do
receptor” (FILHO; BARTOLOZZI, 2001, p. 203), que busca através dos meios de
comunicação especializados em noticiar acontecimentos, uma orientação para sua
comunicação interpessoal, talvez como uma estratégia para evitar o isolamento em seu
grupo social. “O ser humano tem horror ao isolamento opinativo. Sustentar uma opinião
contrária à da maioria traz desconforto.” (FILHO; BARTOLOZZI, 2001, p. 220). Com
esta afirmação Filho e Bartolozzi se referem à hipótese da espiral do silêncio, indicando
que para evitar o isolamento as pessoas precisam saber qual é a opinião dominante.
Segundo a autora desta hipótese, Noelle-Neumann, os meios de comunicação são os
principais responsáveis pela imposição das opiniões dominantes, isto sugere que as
pessoas com medo de sentirem-se excluídas se expõem aos meios de comunicação
buscando, provavelmente inconscientemente, perceber qual a opinião em dominância
para apoiá-la e portanto não correrem o risco de serem isoladas. A necessidade de
orientação e o medo do isolamento são características do comportamento humano, isto
elege os meios de comunicação, em especial os telejornais, como possíveis guias para o
estabelecimentos de relações entre as pessoas ou grupos, diminuindo a sensação de
insegurança que estas características podem impor.
Cohen (1963) ainda antes de McCombs e Shaws afirmava que a imprensa pode até não
determinar como as pessoas devem pensar, mas que ela determina sobre o quê deve-se
pensar. Esta afirmação de Cohen relacionada às respostas dos estudantes, coloca os
telejornais como os principais tematizadores, dizendo sobre o quê deve-se pensar para
poder se relacionar com outras pessoas e interagir socialmente. Há aqui uma provável
busca de segurança por parte dos estudantes que, conforme percebido na pesquisa,
retiram dos telejornais elementos que asseguram à sua orientação no que diz respeito
aos assuntos relevantes que estão sendo tratados em seu meio social. Assim eles se
asseguram de que saberão discutir ou pelos menos estar por dentro das questões
levantadas, diminuindo as chances de uma possível marginalização em seu grupo
social.

6
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

Os resultados da pesquisa, onde os estudantes buscam nos telejornais informações para


a conversação com outras pessoas, sugerem que o efeito de agenda, existindo neste
contexto, é reforçado pelo jornalismo televisivo que no ambiente da pesquisa é a
principal fonte de informação dos estudantes, que obtém dos telejornais assuntos e
temas para pensar e discutir socialmente. Pode -se extrair dos resultados que os
estudantes buscam nos telejornais uma orientação para lidar com os confrontos da
realidade, servindo também como apoio para organizarem o seu ambiente.
Outro dado constatado na pesquisa que afirma a importância da televisão como
articuladora de sociabilidade são os 54,9% entrevistados que julgaram que a televisão
esclarece sobre como agir em relacionamentos. Os estudantes demonstraram receber
dos telejornais informações sobre a realidade, o que permite uma construção de sentidos
que os leva a se posicionarem perante os outros indivíduos. A sociabilidade tem, então,
o telejornalismo como fator desencadeante, pois ele fornece subsídios para que as
pessoas se relacionem e interajam.
É através dos telejornais que o efeito de agenda, se houver, se concretiza junto aos
respondentes da pesquisa, e o papel de mediador da realidade do jornalismo televisivo é
substancial num ambiente onde o consumo de informação escrita é consideralvemente
menor do que a audiência à televisão. O jornalismo televisivo apresenta neste contexto
grande importância no tocante às relações sociais, pois ele estimula as interações
humanas em sociedade, servindo também como referência e constituindo um campo de
interferências na vida cotidiana.

Considerações Finais

Neste artigo há uma indicação de que o efeito de agenda, se comprovado no contexto da


pesquisa, é proporcionado principalmente pela televisão. Esta indicação pode ser
estendida a nível nacional, levando-se em consideração que a televisão tem uma
presença considerável na vida dos brasileiros, lembrando que 90,3% dos lares possuem
o aparelho, e que, algumas informações da pesquisa realizada com os estudantes levam
a entender que os telejornais são instrumentos de sociabilidade, interferindo nas suas
conversações e relacionamentos com outras pessoas. Pode -se supor que havendo a
existência do efeito de agenda, a televisão no contexto da pesquisa, é mais influente na
sua determinação.

7
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

Verificar a existência do efeito de agenda no Brasil e descobrir em qual meio ele se dá


prioritariamente são pesquisas fundamentais para a compreensão deste fenômeno no
país e suas singularidades, pois os hábitos culturais dos brasileiros se diferem daqueles
onde as pesquisas para a elaboração e contribuição com a hipótese do agendamento
foram realizadas. Uma pista percebida na pesquisa junto aos estudantes, é o fato da
televisão, e em especial os telejornais, serem mais influentes no consumo de
informações.
Outra pista que aponta a relevância da realização destas pesquisas diz respeito às
caracteríticas dos telejornais, que segundo a pesquisa são a principal fonte de
informação dos entrevistados. As notícias veiculadas nos telejornais são menos ricas,
mais breves e mais concisas. Por isso é relevante saber qual o impacto destas
características das informações transmitidas pela televisão sobre grupos sociais e/ou
pessoas que recebem prioritariamente este tipo de informação, que de acordo com
McClure e Paterson citados por Wolf (1999, p. 148) reduzem “a importância e o
significado do que é transmitido.”

8
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

Anexos

TABELA 1 - Com que freqüência lê jornais durante a semana


Freqüência GERAL
UMA VEZ POR SEMANA 166 39,2%
DUAS VEZES POR SEMANA EM MEDIA 54 12,7%
TRES VEZES POR SEMANA EM MEDIA 41 9,7%
QUATRO VEZES POR SEMANA EM MEDIA 23 5,4%
TODOS OS DIAS 47 11,1%
NAO LEIO JORNAIS 93 21,9%
TOTAL 424 100,0%

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

TABELA 2 – Audiência diária, em média, à TV


Freqüência GERAL
ATE 1 HORA DIARIA 147 34,7%
DE 1 A 4 HORAS DIARIAS 216 50,9%
ACIMA DE 4 HORAS DIARIAS 17 4,0%
NAO ASSISTO 44 10,4%
TOTAL 424 100,0%

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

TABELA 3 - Tipos de programas que mais gosta de assistir


Freqüência GERAL
TELEJORNAIS 271 63,9%
FILMES 265 62,5%
DOCUMENTARIOS 147 34,7%
PROGRAMAS DE ENTREVISTAS 132 31,1%
NOVELAS 113 26,7%
ESPORTES 90 21,2%
SERIADOS 87 20,5%
PROGRAMAS HUMORISTICOS 56 13,2%
DESENHOS ANIMADOS 53 12,5%
PROGRAMAS DE AUDITORIO 2 0,5%
NS/NR 10 2,4%
TOTAL 424 100%
• O PERCENTUAL DE RESPOSTAS MÚLTIPLAS NÃO TOTALIZA NECESSARIAMENTE 100%

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

9
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

TABELA 4 - Fornece informações sobre o que acontece no mundo


Quanto tempo gasta assistindo à televisão
Freqüência GERAL todos os dias?
ATE 1 DE 1 A 4 ACIMA DE NAO
HORA HORAS 4 HORAS ASSISTO
DIARIA DIARIAS DIARIAS
NADA IMPORTANTE 7 1,7% 1,9% 6,8%
POUCO IMPORTANTE 7 1,7% 2,0% 5,9% 6,8%
MODERADAMENTE IMPORTANTE 14 3,3% 1,4% 4,6% 4,5%
IMPORTANTE 341 80,4% 85,0% 80,1% 82,4% 65,9%
MUITO IMPORTANTE 50 11,8% 9,5% 13,0% 11,8% 13,6%
NS/NR 5 1,2% 2,0% 0,5% 2,3%
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
BASE 424 424 147 216 17 44

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

TABELA 5 - Esclarece sobre fatos diários que ajudam nas conversas com outras pessoas
Quanto tempo gasta assistindo à televisão
todos os dias?
Freqüência
GERAL ATE 1 DE 1 A 4 ACIMA DE NAO
HORA HORAS 4 HORAS ASSISTO
DIARIA DIARIAS DIARIAS
NADA IMPORTANTE 23 5,4% 3,4% 3,7% 5,9% 20,5%
POUCO IMPORTANTE 27 6,4% 10,2% 3,2% 5,9% 9,1%
MODERADAMENTE 58 13,7% 15,6% 13,4% 5,9% 11,4%
IMPORTANTE
IMPORTANTE 288 67,9% 63,3% 72,7% 82,4% 54,5%
MUITO IMPORTANTE 22 5,2% 4,8% 6,5% 2,3%
NS/NR 6 1,4% 2,7% 0,5% 2,3%
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
BASE 424 424 147 216 17 44

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

TABELA 6 - Esclarece como agir em relacionamentos


Quanto tempo gasta assistindo à televisão
todos os dias?
Freqüência
GERAL ATE 1 DE 1 A 4 ACIMA DE NAO
HORA HORAS 4 HORAS ASSISTO
DIARIA DIARIAS DIARIAS
NADA IMPORTANTE 152 35,8% 35,4% 32,9% 23,5% 56,8%
POUCO IMPORTANTE 81 19,1% 22,4% 15,3% 41,2% 18,2%
MODERADAMENTE 88 20,8% 19,7% 23,6% 17,6% 11,4%
IMPORTANTE
IMPORTANTE 96 22,6% 19,7% 27,8% 17,6% 9,1%
MUITO IMPORTANTE 3 0,7% 0,7% 0,5% 2,3%
NS/NR 4 0,9% 2,0% 2,3%
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
BASE 424 424 147 216 17 44

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

10
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

TABELA 7 - Fornece informações confiáveis


Quanto tempo gasta assistindo à televisão
todos os dias?
Freqüência
GERAL ATE 1 DE 1 A 4 ACIMA DE NAO
HORA HORAS 4 HORAS ASSISTO
DIARIA DIARIAS DIARIAS
NADA IMPORTANTE 106 25,0% 27,9% 19,4% 17,6% 45,5%
POUCO IMPORTANTE 59 13,9% 14,3% 16,2% 11,8% 2,3%
MODERADAMENTE 73 17,2% 17,7% 18,5% 11,8% 11,4%
IMPORTANTE
IMPORTANTE 173 40,8% 36,1% 44,0% 58,8% 34,1%
MUITO IMPORTANTE 7 1,7% 2,0% 1,4% 2,3%
NS/NR 6 1,4% 2,0% 0,5% 4,5%
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
BASE 424 424 147 216 17 44

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

TABELA 8 - Transmite telejornais confiáveis e de boa qualidade


Quanto tempo gasta assistindo à televisão
todos os dias?
Freqüência
GERAL ATE 1 DE 1 A 4 ACIMA DE NAO
HORA HORAS 4 HORAS ASSISTO
DIARIA DIARIAS DIARIAS
NADA IMPORTANTE 40 9,4% 6,1% 7,9% 11,8% 27,3%
POUCO IMPORTANTE 35 8,3% 10,9% 7,4% 6,8%
MODERADAMENTE 60 14,2% 17,7% 14,8% 5,9% 2,3%
IMPORTANTE
IMPORTANTE 269 63,4% 59,9% 67,1% 76,5% 52,3%
MUITO IMPORTANTE 16 3,8% 3,4% 2,8% 5,9% 9,1%
NS/NR 4 0,9% 2,0% 2,3%
TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
BASE 424 424 147 216 17 44

Fonte: Grupo de Pesquisa em Audiência, Recepção e Opinião Pública (PUC Minas, 2005)

11
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

Referências bibliográficas

WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 5. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1999. 271p.

TRAQUINA, Nelson. O estudo do jornalismo no século XX. 2. ed. São Leopoldo: Unisinos,
2003. 220p.

SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia?. 1. ed. São Paulo: Edições Loiola, 2002.
302p.

AMARAL, Luiz. Jornalismo matéria de primeira página. 5. ed. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1997. 234p.

FILHO, Clóvis de Barros; BARTOLOZZI, Pedro Lozano. Ètica na Comunicação: da


informação ao receptor. São Paulo: Moderna, 1995. 239p.

PORTO, M. P., A pesquisa sobre recepção e os efeitos da mídia - propondo um enfoque


integrado . In: XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2003, Belo Horizonte.

Síntese de Indicadores Sociais 2004 disponível em: <


http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sintese
indicsociais2004/indic_sociais2004.pdf > Acesso em 29 de junho de 2005.

12

Você também pode gostar