Você está na página 1de 154
ee Fi - minha amiga € garantia de tranquilidade e bem estar'!... pare na serena beleza que assegura a tranquilidade desta bda conselheira.. de seus dias € o pei O brilho dos cabelos, a pure- bem estar de sua vida em za dos olhos,a mocidade cr todos os periodos do ciclo pitando no fogo dos labios... menstrual. Ela faz uso de OTORENO- Iador feminino ideal- OFORENO JA manka fria — ¢ junho — a neblina esgarca-se “eopordsa ao longo do macico vérde-negro das ei- A planicie ficou para trds, agora via comecar & Gsubide. OF serra de Petrdpolis, serra da Estréta na Simapa, deslumbromento de meus othos de infante ¢ ad0- reste! No, hoje nfo quero o transparéncia azul de de seus riachos cascateando em surdina; nie, hoje fido quero 0 sul, 0 bronco,'o rosa ow 0 matisado das Gobérbas horlénsias no orvathads tapéte de owas verdes € suaves encostas. Pobtes, pontdes ow pontinhas, nao Guero saber se voces x80 de aco, cimento armado om toddira; pasiem depressa, 6 claros inesperados que mé devolvem 0 cspelho liquide do Guanabora, o “Dede de Deus”, o “Corcovado”, a Metrépole inteira! Mas dé-me as’ suos eriangas, os seus menincs ¢ meiinas, que €x quero ainds uma vez rever néles a perdida infancia, 6 minha proustiona serra de Petropolis, serra da Es- fréle no moja! Onde ettdo éles, as pequenos serratios? Nilo & pos- Sivel que 0 frio os tenka afugentodo; imposstvel ia bém que se fenkam esquecido que hi um trem de 9,5. Dormiréo ainda? Oude esto os meus pequeios str- ronos? — Nal Nal! Nott Ah, 1 véws. Um, dois, trés, quatro, cinco... Perea Gconta. Agora sto um bardo a surgir de tédas ax cur War e inelinagées do terreno, onde se aninham casebres. Stir gritinhos de aves implumes, agitando as asas — Nol! Nal! Nal! — tém ressondncias agudos no fino or ‘matinal. Umm senhor avermelhade, o julgar pela aparéicia wm fiel sidito de Sua Majestade Briténica, natwralmente jorasteiro, fica 0 olkislos com um sorriso inginuo grande csponto. Imagina, sem diivida, que aguilo é sma soudaro ou brincadeira dos pequenos serranos, Tira 6 cachimbo com fleugma: — Well! Bye, bye! Quanto a mim réo-igndto 6 que significa todd aguéle alarido. Pedem jornais, que, wendidos @ quilo, dar-thes-30 alywis nigucis para comer. A composgde avanca. — Nal! Nal? No Os primeiros tio ficando, mas de coda casinholo, clarcira, desvio, continwam a aparecer, rwidocos coma um bando de pardois, vidos pardais. Men olhar, de sibito, encontra-se com wm par de olhos, muito ‘brie thantes, num rostinko morcno, @ franjinha coindo-lhe na testa. — Nal Natt Natt Vejo as veias do pescoco intumesceremethe, na wa~ Uencia do esférco. Atirocthe wm jornal. O pequeno por- dat corre 00 encalgo do objeto precios. Some=st... A composigéo distancia-se, Men Deus, onde est @ cabeca para fora do vagdo. Noda. E se fi as rodas, que fis! Ruidoso, ¢ composigdo avatca, dire Querendo ajudé-lo, quer ver que the fis mal. Enfim, respiro? Bielo de novo, sem jornal € wer~ dade, mas ci-to de novo. Dow-the wm adeus. De pé, 6 bre uma pedra grande, 0 miniscule pordal olho-me de esguelha, gritando sempre. Insisto no meu aceno de odeus, Nao me responde, Mostro-the um wiguel, que lanco na ditecéo déle, Ladino, num relance me | €oti- Pretnde: éi-lo que deixa 0 pedra de um salto, agitande Wa ar o jornal que me havia ocultado... XAVIER PLACER A CIGARRA-Magasine | S| Cigar O MENSARIO DE MAIOR CIRCULAGAO DO BRASIL Numero 193 Abril 1950 Diretor: FREDERICO CHATEAUBRIAND CONFIANTE Seeretirie: ARY VASCONCELOS . Assistente: HERBERTO SALES: tomando CRONICA GRAVIDINA A NOVELA COMPLETA’ DO MES. PE FLAOANTE MOUNT rs Mee Pome 4 ith CONTOS Bema Meith RENEITALOE Beoraue' Neves pee eimense pa peo, NO FUNDO..... ae a ee a et! ences ae SiarEeS4O goth i tt isc bates 2s ESEAT Mencia A base de ferro, REPORTAGENS Tan errr. Reamer fosforo € calcio, © BRASIL PROCURA UM HOMEM. Jone Leal VAMOS CONHECER NOSSOS VIZINHOS#..-.G, Damaia 16 MERCADORES. DE. ILUSOES: Moy ‘Ge Lacerda 34 ‘ PENTEADOS FUTURISTAS. cere Maree Mia Usado hé mais A-CASA DE SANTOS DUMONT José Bandeira 30 de 30 anos SEGOES DIVERSAS SINAL DOS TEMPOS. CALEIDOSCOPIO---. = e CANTAM AS. CIGARRAS, EiNaata 34 TEATRO. Leccdeaneh| geauutedts ee Renato P. "Bittencourt 3 tel. Aceloly Netto 16 i u A DANCA DAS IDRIAS...-...” Constantino Pateologo ie prsenis’ ee: A MEDICINA AO, ALCANCE DH TODOS, .Dr. Ewiz Murgel LABORATORIO LIcoR UME TESTE PARA 08 'SEUS_ connbciatesros. : 28 UMA MISTORIA” VERADICA. OECACAUXAVIERS.A. See i CRANICA DE LIVROS, A CIGARRA. FEMININ’ FOSTE ESCRITO...... MISTRRIOS DA VIDA HORAS DE RECRELO. Para Pais e Professires oc" be paMAs..- i MBIA NOITE es: E CONCERTO... salie DRASIL EM TEMPO DE SAMBA ua AQUL JAZZ.» . ist A revista pedagigia didities AC CHRNCTA Bit MARCHA rr Por " ie maior slrculagdo no Brasil ESPORTE EM REVISTA, Bs Disarorns SSE MUNDO Lou 1h CocmILoS Dos OUTROS. ea dee Parpaxioo Tuorra ~Larorars Tarr. A CIGARRA. Propriedade da Emprésa Grifics © CRUZEIRO AsswaTINAs annie S. A. Presidente: Amnélia Whitaker Gondim de Ollvetra. Dirs- Betis Federal. Crs-15,00 Cierente: Leda Gondim de Oliveira, Dirctor-SecretArio ae Austregésllo de Athayde. Director Responakvel:. Frederico C) Estados see Cr$ 20,00 teaubriand. Secretdrio-Redator Chefe: Ary Vasconcelos. As- ‘ ‘ e sistente de Redaglo: Herberto Sales, Assistente ‘Teenico! Mi. Roa Sere vx Serewno, 20 uel Lopes de Olivelrs. Diretor do Publicidsda: Francisco 32 axpan= Rio Chateaubriand, Assistente de Publicidade: Hélio Lo Bianco. REDAGAO E ADMINISTRACAO: Rua do Livramento, 203. 2° hndar. ‘Telefone: 43-4971 (Réde Internn). FUBLICIDADE: Ri Sieadure Cabral, 102, 6% andar. Telefone: 41-7209. RIO DE UM LIVRO; JANEIRO. D. FP, Sucursals: Em Sic Paulo: Rua Sete de : Abril, 230. Telefone: (HBL. Em Belo Horizonte: Rua Golss 34. ‘Feletone: 2-1806, Bm Recife: Praca da Independencia, 12 HIROSHIMA Pubiicldade em Si Paulo: “Servigas de Imprensa Lida. (SILA), Rua Seta de Abr, 299, 2° andar, Baifielo dos “Dikriog de John H Seine inte asa Mel * e racy Asiniura, anual "pars 0.0 Banal. “sob rexistro medico 2 foaturn kntinl soO registro pars. Portugal @ Co- Tradugio de Wee "Cia 20.0 Ages tea as eliades do. Brasil ¢ Correspondentes ng ‘principals eldades da mundo. Tiragem Ary Vasconcelos do présente mimero pela qual nos responsabilizamos: 60.000 RIO — Abril de 1950 Se. redator Estou remetendo © meu voto para a segio “A Opiniao do Leitor’, 0 ul espero sein compuiado Mario Silva Salvador — Ba. * 0 sen cole nos chegow ds indos depois de encerrado 0 praca para spuracdo final, o que se dew, con- forme fora deliberado, em 28 de dezembro de 1949. Em virtude dis- 40, deixamos de computd-lo, coma também os que nos foram r Mapeiilatocss A.B. Cosa ira, Claro. Sampaio Androde Nelo Restier Germiani, Manso, Arlindo Corréa Lobi vio Arowha de Mowra, Ee Zeitar, Daurea Moreno Pinta, son de Sousa Filho, Haroldo Aswvedo Lima, Fernando Avaéjo Qucirs, Jacira Garcia Badecci Maria Datew Coctho, Maria Claret Barbosa, Genovews Barbosa, Maria Tez Carneiro Barboso, Jodo Bos- “¢6 Carieiro, Maria Filomena de Jésus, Rosa Maria Braganca, Nel- foi Brites Lemos, Maria Anton fimardes Oliveira, Vanda Siwdes ‘avaleanti, Benedita Corréa, Maria “Maciel « Osealdo Junqueiea. ‘Sr. redator: Veuho solictar-the providéncias “tigvsentido de que me seja_pago o “premio de Cr$ 200,00 (duzentos Gniteiros) que me coube pela pu- bleagio de tima carla de mina pac sna segio “Minha vida cm nimero de julho de é 0 momei to, tome’ a liberdade presente. Lauro -M. Barreto “Tremembé — S. P. © 0 pagamento foi providenciato inediatamente, Ao que parece, deve ter havido algum extravio da Por isso mesmo fot ¢: dida wma owtra, que The de chegar ds mios denfra de- breves dias, “ Sr. reat: NEVRALGICAS Ficaria agradecido pelo seu pro- sobre a entrega do e » da reportagem publicada nt novembro de 1949, ¢ até © momen- REUMATICAS to ainda nfo recebido. Almir Soares e Campos — R. J. ~ oe LUXAGOES dencormar orden $e pasoncnsr. | || TORCICOLO oa CONTUSOES Pela presente, vetino consults Bdlsome analgési- co estimulante da cirevlagde local. * Qucira remeternos-o_ seu a na Amazonia, mente do concurso. mantido por esta, revista, Gostaria de saber qual © mimero de fotografias a serem remetidas, bem assim qual a muneragio a que eu teria direito Expedite Machado Abactetaba — Pari es * Sabre a possibitidude de publi tasitecuna cogio, mada podemos dizer, ia@oRATaip-tasok Sr, redalor: DE CACAU XAVIER $4 istio V. Lite — Sorocaba Paulo — Dispondo de dois exemplares de A CIGARRA que © sethor solfeta, posso remeter-the uum, caso sé comunique comiga, | através da caixa postal 112, Paulo Lima Caxias do Sul — RB. G. S. NA PAGINA 34: Xe nesta forte egradecemes 0 | , tice | A ELEGANTE ram a remessa de niimeros atrasa~ ane inexistentes em massa re- V | 0 Ee A N T E 3 | * Novela completa de MARCEL PROUST Traducao de JOAO TAVORA Veter uma vide i parte dentro da comunidade. Proccupam-se mals tam » policromia do vestuirio ¢ a seguranca das suas pitorescas barracas. GUIA SECRETO DO RIO - Vil ANN NORTE Texto de HELIOPHILO TERRA Fotos de EDGAR MEDINA DADEIRA cidade » corrida a0 voto, Prometem dgu E quanto mais foguete DE CATUMBI » Reslenge sucedém-se os acampaméntos, Qs singar consarvam as tradigdes da patria danubiana ¢ 350 vidos por dinheiro Mas em nenhum pore a fidelidade conjugal & tao réligiosamente cultuada TODO GAROTO da xona norte & a. Mai lc, tura.* Nasce ma pelada, correnda rest eh que a book i, Hiovinha dade discutivel. Quanda fracas tide nas planicies do sertio carioca pt dostreza ¢ rezistincia acima do norm: PUIN. que 6 & bandeira do sew partido: 2 Uniio Demoerstica Nacional | presidenciai E até agora, CATETE cet no mesmo tu- ger de sempre, com que a tantos parentes fez bem em to pouco tempo, € tem sob 0 stu ambiclonado teto o General Du- “ANA (2° ZONA) ENTE JES ALVES FIL Sean Ty rc) _ OTTA | Semen s teve nas eleigdes de 1946 569.818 votes, Foi um candidate apresen- tado apenas para crisr confusio urop0cx LOBO, 126-18 nena ae © GENERAL ELEITO em 46 po votes, “S6 gov: xade pela Con: prorrogacio de = 0 BRASH, PROCURA tn HOMEM Reportagem de JOSE LEAL tra, que estd governando ha ba tante tempo. Quem ser o se nor depols que © atual mar suas malas ¢ afastar-se do eargo? — Exerevc na cailida manhé. de 7 de mare té agora ningwdm sabe Os momes. dos candidatos que con- correrfio as eleigées de 3. de ou- tubro prosimo, Desde que o Ge- ROLIM TELES © QUARTO candidate § Presidén- cia foi mal sucedide: apenas 10,001 brasileires deram a éle seus ter, Espetacular derrota BERNARDES CANROBERT ARTUR MINISTRO da Guerra do Govéeno EX-PRESIDENTE da Repiblica. Seu Dutra. Um homem correto, patrio- govérne marcow épeca — @ nin= ta 0 um soldsdo de fibra. Seria um bom presidente pars @ Brasil tuém esti esquecido. E* deputado polo PR. Fora do pirco sucessério. MANGABEIRA SEU NOME cstive em cogitacées, mas dentro da prépria UDN, de qual fax parte, houve oposigio Bostivel candidatura. Bom homem. QUAL DESTES GOVERNARA 0 BRASIL? Ue eT ed Grice eee oe Seether a MEREU DEUS nes livee. Um dos mais pl eados alunos da escola ditaterial Nio interessa, E como vice-pre- sidonte jj mos encheu as medi SC) Peet ay Pee ae) Seay ery Cy JOSE’ PESSOA* CORAJOSO, france, General de Di- jo do Exército. Nio chegou » ser consultado, mas seu nome é1- five na béca dos articuladores Ze’ AMERICO UM GRANDE brasileiro, mesmo na opiniso dos seus inimiges. Ge- tlio © considera como uma das fi- guras mais decentes do nosso pais. VALTER JOBIM COVERNADOR do Rio Crande do Sul, cleito pelo PSD por 229.129 ige com acérta 9 grande vel 3degaich. ISRAEL PINHEIRO DEPUTADO minciro dos. Antes, powcos © conheciam a0 pleite de 3 de outubro préxi Ce oem cae tty Cee wee ee SMa an, ene Oo ca ete eens jades da patria, ¢ néle votarmox. ‘OVIDIO DE ABREU ATUAL Presidente do Banca do Brasil, incluido na Ho coments da férmula mineira. Muito mais eapax do que Israel Pinkei RIO — Abril de 1950 A ARANHA CARLOS LUZ GOIS MONTEIRO GRANDE prestigio-no estrangeiro, FORMULA mincira. Deputado fe- SEMPRE desejou ocupar o Catete prineipalmente nox Estador Uni- deral pelo seu Estado, ex-ministro Mas ainda nfo ird desta vex. E dex. Ex-ministro de Exterior no da Justica do General Dutra e cx- mio iri nunca mais. Foi eleite tempo de Coritio Que tal éle? presidente da Caixa Econgmica. _senador pelo seu Estado, Alstoas ADEMAR MILTON CAMPOS SALGADO FILHO © ALEGRE © sabido governador INTELIGENTE, culto, cleito gover- UM DOS lideres do Partido Tra~ bandeirante sacudiu ox nader de Minas Gerais pelos parti- balhista Brasileira, ex-ministro da politica nacional, Chefe UDN, PDC, PTN e PRD. Acrondutica, amigo intimo de Ge- do Partide Social Progr tad © acatade pelo seu pave, tlio, que nio criow inimixades Precisamos de um homem que co- do Brasil um pais respeitade no trabalhande pelo nosso progres ee eC eee i ee ier oe recor ee ee ee ee ee eee ee ee ee ee er en ek re een eect dos mds umo situacho de seguran- chefo que governe ee eee ies ee eee ee er eee rr a ee Es A MELO VIANA GETULIO ETCHEGOYEN MINEIRO, vice-presidente do Se- @ SENADOR mais caro da Repi- NOME de grande cartar no Rio ge nado, ex-vieo-presidente da Re- lies. Deixow e Monroe pelos cam- Janeiro. Chegou 2 ocupar as pri= publica. Tem suas aspiracées ocul- pos de Ita, onde come churraz- —meiras paginas de alguns jornaix tas pelo carge de presidente. cos de ovelhs @ recebe os amigos, cariocas, Mas no pastou disso i¢ hétal Dutra Iniclou o s¢u tercel- 0 ano de govérno qlie se fa}a em sucesso, € a5 conversacdes, 05 ‘Seardas, os encontros entre os It- deres das altws correntes, 05 con- shaves, as discussdes, os desen- fendimentss ¢ entendimentos, henhum resultado pratica ti Tam até hoje. No Brasil, smen- te no Brasil, pafs privilegiads im uma porcio de coisas erra- das, accntece 0 que estd aconte- endo: ninguém se entende mes- mo — 6 todos sic ambiciosos, a matoria Intransigente @ cada unt colocando acima de tudo os seus interésces pessoals; quando pelo direito deveriam colocar os in gue também niio ira para 0 o- tete nas eleiges futuras. Os Pessedistas querem um candidato Seu, © que significa direr que 0s homens que se aproveitaram em fordas sinecuras no govérno atual, continuariam a ganhar grandes. ordenados’ em magnifi- cos empregos. Significa dizer que teriames mais um longo periodo dos afilhados ¢ protegidos em tOda parte. Os udenistas conti- Nuam, com excegdes, a chamar pelo nome limpo do Brigadeiro Eduardo Gomes, candidate der- rotade em 48, que continua pres- tigiado como reserva moral bra- sleira. Por outro lado, outra BENEDITO VALADARES UM DOS homens mais conhecidos no pais. De hi muita esti envolvide ne problema da sucess: siden como simples espectader teses da Patria, pensar no bem a Pétria, nos seus destinos, no eu futuro. Mas nilo ¢ ito oq eTeM 8 OK508 politico! uta que transformou a suce: idencisl numa peca As veges ica.E ho paleo do tenure brio estfio af os artistas, dh nipenhan chegaram até af nt do Senhor Gol f ata presidir esta Re nizante, chein de e ists, Mas ora como intermedisria de negociag5es, ora mas ssmpre envolvida. pre- gura tao limpa quanto Eduardo Gemes, 6 General Canrobert, ¢ ancada ¢omo candidato por um tito Insignificante que 6 0 Partido Orientador ‘Trabalhista, © visto com simpatia por multe: outros, Canrobert, entretanto, de- clarou que s6 seria candidate ‘se eseothiedo mdés part como el iatério, nento co As- im sendo, 0 POT estragou 0 eal do, intrometen: seessirio pi mo ja decor Adem: no ballado ar de que- mado na PRESIDENTE da Unido Democritica Nacional dos mais eficientes deputados da Figura de pros nas articulacSex sucosséria atitudes formidiveis, ¢ falhou em algumas ceasiées A CIGARRA - Magazin felto até 0 momento em que re- eiijo estas mal tragadas linhas ‘Milton Campos conferenciou eon Jutra em Petropolis, ¢ 0 resulta do nfo pessou de mais um blu/. Mangabeira manteve coléquic: com o Chefe da Nagho, Nere. com, ambos, Géls mandou bilheti- mhos romianticos a Getttlo, B nedito. foi nomeado articulador ad hot do problema, Kelly en- trou em acho, Marcial Terra wei 80 Rio, Canrobert det entrevis- De fato, uns dezenove nom surgiram até hoje como prov els candidates, inclusive o vi PRADO KELLY iatura, Teve ex-presidente Artur Bernardes, que J estéve no Catete e de culo govérmo ninguém esquece, sabe por qué. Walter Jobim, que acério vem administrando a ¢ mumidade gaticha, teve 0 se nome ventilado, Falaram em 0: valdo Aranha, nosso notivel lomata que gora de grande pularidade e prestigio no estr geiro, principalmente nos Esta Unidos. Cogitou-se de Mangabei a, um dos mais operoros admi- nistradores, que na Bahia vem mostrando do quanto ¢ capa PO aca Tere ULL) ee Brewed Lins COVHECER \OSSOS ViZINHOS? Texto de GASPARINO DAMATA = -:--—>Fotos de IRINEU BARRETO APARICIO DE LIMA @ estudante ats com afineo ine wuldade de Medi ae Pe LC LS BAe Connie) ee eas, JV ORAS om apariamentas'6 a 4" granae mania do carioca; Mania que se tornou uma doen- Nos bon- #8 perigosa, incurivel des, nas repartigs fas casas de uiu um formldavel em Co- a. Sala, tres quartas, co- Sobem os pregas dos vas" se tornam astrond- sas! Dd pena ver a metropol mentos, osaz curlosa: ah, CALMA, ENSOLARADA, &° BEM 2 OPOSTO DOS APARTAMEN. MTS SUFOCANTES DA CiDape “Morar, apa de a gente nio conhece hos, nem os vizinhos eat 1 a gente. Cada um vive como quer Mas, pergunta MOS ¢uriosos, existird porventiira ‘cols melhor, mais _saboros humana do bitagto um “bom zinho e somos por cados mais t numa: ha- ‘onde récebemo ero de um vi de ndo-Ihe ui INIMA’ DE PAULA é mincito « um pintor dos mais talentosos. da neva geracio de artistas brasileiros. NO SEU ATELIER éle prepa- CENAS COMO ESSAS tio comuns MADAMA JOSEFINA & modista © rao café matinal © muitas nas habitsgdee colotivas, onde to- vizinha excelente. Trabatha © ov véres at prépriasrefeicées dos x4 antendem hs mil maravithas. novelas de radio, para x6 disteal 3 1» cabelos alvorocados, olhande para ¢ tete, come AQUI, SENTADO A MESA, c caia do céu, 0 produtor espreme ot festeje experande que alguma FERCADORES DE ILUSOES Texto de MOACYR DE LACERDA Fotos de ROGER PARDINI Como se fa vela radiof6n ques, minficias de uma emissOra — Inyasiio dos Marcianos 4 1] maior programa j. duzido no mundo pelo ator Orson Welles, © RAPAZ DO MIMEOGRAFO te ESTA’ PRONTO O PRIMEIRO CAPITULO. © director artistico ouve © encarrega do tirar t8daz a cépiat, argumentes do produtor. Tudo esti bem. A histéria pode ser spres NO QUADRO ENVIDRACADO, a tabela do sorvice Quem entrars no primeiro capitulo? fel fixeds Que € produeiio radiofé nica? Como se desenvolve? Estas si algumas das ini as pergun| wir por éste mass tiouvintes, ulgar 0. mi trab s que se fazem mundo afora incalewlével de sem ao menos 8 que seja do dos estrénu is dos produt res de uma emissora, Fi uma ney: Hioteatro nifi de uma rad do é escrever, alhos "ao telo, estam: 0 Pensando num romance personage de radiote Que eser um: rel diz le novel: antil, de tu: mor ou de horror?! primeiro episi- TUDO ESTA’ PRONTO para ir a0 ar. Ox art Gstio no estiidio © diretor nie quer falhas artistico, que depois de yiri horas de pale mmentagdes do produat novela pode ser entie apreser dos fatéres de ora o de uma — emissor controlar seus artist bi um quadro envidrag » estar iso, oras exatas que mas, Os ensaios por sua ve se realizam 4 wista do direto artistico sem que ao menos dle xe de as pi indo. pr perecber uma falha. sc A VOZ BOMBASTICA do locutor anuncia: Esti no ‘emocionante ar um nove capitulo dx quer dos personagens ¢ Jos para a rept a ein quest fone, 0 locutor aten: nente com a sonoplas aguarda o momento de uma frag gundos para anunciar nov 11 que entrari no ar através Jas ondas curtas ¢ longas da do Io: narragio FOLMAS skeas dando » ites necess: indmet nutcias, para os el perfeico io produzidos pelo gra o homem cu rulhos neve! In, radiofor nofar as. suas. 08 nun onde lidades. di tro de am estidio. silenciosa despertando no fa de iotea~ tro, aquela ansiedade, aquel emogio de evers alguém tit responsabi- lidade € produzir todos os ba- se pode rer ou resultado de uma bri UM RUIDO que impressions: indio com caiza de charutos © OPERADOR esti atento com os discos escolhides Mil © uma ilustrogSes Jo realixadas em 30 minutos. ga emocionante. Mas, 14 no ri dio, diante dos microfones alguns metros distantes uns dos outros, os personagens drama tizam Seu Chora iv, Para constatar que o seu_perfe tornando si quase reais, principalmente (Continua Na Pic. © RADIO, que leva 403 lar ut ANTISSEPTICO ADSTRINGENTE BACTERICIDA CALMANTE € EXPECTORANTE IM PRODUTO CREDENCIADD PELO. ‘SIMBOLO OE CONFIANCA A CIGARRA- Magazine 0 Brasil procura um homem {Cowmmmvagio va rio. 14) gado Pilho, sem divide um gran- de brasileiro, seria o candidate com o apoio integral de Getilio ou seja do PTB e de outros par- tidos. O General José Pessoa, que tem brilhado com sua fran- ‘queza expasta em varias entre- vistas e discursos, nfio chegou a ‘ser consultado a respeito, mas ‘seu nome estéve na béca dos al euladores da sueessio, Etche- goyen, outro general de fibra, chegou a ter manchetes nos jor- nais. Melo Viana tem suas aspl ragdes ocultas, mas os partidos niio tomaram’ em _consideragio seus desejos de ocupar o Catete. ‘A férmula mineira apresentada com Bias Fortes, Ovidio de Abreu, Carlos Luz e¢ Israel Pinheiro — morreu devagarinho. Zé Amérl- 60 também niio ird. De modo que fs atengdes do povo brasileiro esto concentradas :Obre os no- mes de Getilio, Ademar, Milton Campos e Canrobert. Uns acham que © ex-ditador deseja voltar a ser 0 Chefe. Nao acredito. Ade- mar, o alegre Ademar da “caixi- nha”, tem a seu favor um gran- de .exéreito de eleitores do PSP e de outros partidos. E Milton Campos, homem probe, decente culto, estd 1h nas. Alterosas, em seu Palacio da Liberdade, a es- pera das solugdes a que chéga- Tem 05 altos dirigentes da poli- tica nacional. Quanto ao Gene- ral Canrobert, nfo tenho dividas de que conta com grandes possi- bilidade:. Mas alguns dizem que @le é militar e que o Brasil pre- cisa agora de um presidente cl- vil. Minha opinifio é¢ outra. Preeisamos, senhores, eum homem que saiba governar de- moeriticamente, que obedeca e cumpra a Wonstitulesc da Repi- tiles, Queremos um homem que zele pelos interésses do povo e que se faga cerear de nuxiliares capazes, hone:tos e bons admi- nistradores. Necessitamos de um Chefe que seja Chefe de fato dentro do regime democratico, salvaguardando’ as liberdades do povo, e assegurando a liberdace de imprensa. Queremos um ho- mem enérgico, inteligente, que nfio se delxe manobrar pélos per- nicioscs, que saiba administrar éste pais de moda a fazé-lo uma Nagio respeitada e acatada, Pre- elsamos de um homem que aca- be com tanta miséria ¢ que cor- te as rédeas de certos poderosos, pessibilitando uma vida melhor aos mais humildes. E' de um governante asim que © Brasil necesita. Um homem que solu- clone dé vez o problema da as Um poeta sonhou... Um artista criou... E surgiu VALISERE A CIGARRA - Magazine PERDIDO NUMA FLORESTA PRE- HISTORICA™ - nome do pénteado. PENTEADOS PUTURISTAS | Texto de MARCO VINICIO Fotos Sam Goldstein (I.N.S.) | "GORAGAO NEGRO E SANGRENTO “TUA VOZ, MINHA SOMBRA RIO — Abril de 1950 © NINHO BO PASSARO" come se intitulo dite, Mat “Explosto Atémiea” do exprimis melhor? PENTEADOS OURO at) Committe) RIO — Abril de 1950 Geragas & ago revigorante do Fésforo contide em IOFOSCAL, 0 sistema nervoso se restabelece rapidamen- fe Péla ago conjunta exercida pelos outros elementos de IOFOSCAL, entre os quais se destacam 0 iodo € 0 cilcio, o organismo recupera todo 6 seu vigor fisieo e © cérebro readquire seu poder meneal ALBERTO SANTOS DUMONT é@ desconhecide na sua terra natal... CONCURSO PERMANENTE DE REPORTAGENS 1 CASA DE - f ANTOS DUMONT sca Se i Texto e folos de JOSE BANDEIRA A CASA DE CABANGU, onde nasceu ¢ pti da avia- UMA FOTOGRAFIA HISTORICA: reunids 2 Cor Ge, #86 ve franstormando em legitima tapera. Gltimos preparatives para © “minute memorable de 10 — Abril de 1950 i ‘A ESTACAO FERROVIARIA onde © visitante salts pras ver ¢... 9. rls UDO o que existe sébre a ¢Pego ao amigo ainda ésté f vida gloriosa de Alberto yor de ver para o mell Santos Dumont jit foi dito. Re meus interésses o que petir os seus feitos glorigsos « conseguir pela venda inolvidaveis seria como que ras, MENOS> ‘(esta p quer uma porta acha-se duplamente subi arom aberta, Porém, nia é¢do corajo- pelo aulor) <0 paslo qu so acronaula patricio que fala~ em frente da casa, 0 p: em si, € 0 fica entre a Est altecer-Ihe © mé- © 9 mato ¢ toda an nll f ae, n0 guardo assim como a ¢ esperanga de fazer uma Feportagem sobre ‘a ca: rei do jovem br Diz Ribas Cedaval que ée er principio do século, me que the dew inventor atengiio do mundo com sua: a 20 de julho de 18) sor da avingh uma peque vega reportar-me apenas & Casa Serra da Mantiqu pangu; Acasa em que ou- “ap quilémetro 34 x brincou menino Albe iga © Rio a Belo Ho: tos Dumont; éle quer olvendo material que s¢ realizagio de um mu: térico, —deparou-se-me 1 carta datada de 23 de se 1928, eserita por metros que fall uada na éxima pois a el os Dumont a um amigo, de € alé o distrito onde extraio trecho que se S¢- jf est conelut Hue, © qual bem prova a esti- i a mé-vontade das ma que éle tinha para com a idades locais em cooperar casa de Cabangu: AConrinva wa pha, 52 ESTA PLACA é © Gnico vestigio de Santos Dumont na casa de ye) WE FO SFFERECIDA ta (aati CLL LT ae Beriveiitis, scar DOS EUS TRABALHD: cv) heels © A CIGARRA - Magazine A casa de San ‘os Dumont (Conreneatho 28 rhcins St 4 ontribuir om um minim de esfdreo na pa- tridtica campanha. A realizacio dessa rodovi muito iria facilitar a afluéncia de turisias aque~ — Ie histérieo e pitoresco lugar, x em estado deplort gu. Milagrosamente fiando 0 tempo, com suas portas ¢ janclas fe: om o mato a The tapar a frente — ‘a Casa de Cabangu em completo no! Alé um artificial, que tos Dumont mais. Esti completamente séco, que The conduziam a agua, bem como muti reliquias de inestimavel valor documental ¢ his- térico, foram criminasamente rou coisa que ainda existe naquele Ings ME FOL OFE- ACIONAL, CO: SS TRABALHOS. SAN. |ADECIDO.» Ss nos ler jleiro, Até agora, pouco se Em 1938 a casa f econstr vigo do Patriménio Historica al, cujo atual lire neiro, Dr. Rodrigues Melo Franco de A\ ide, que & um dos poucos que ida pelo Antes, 0 cheiro dos inseticidas comuns ndo permitia seu uso ne dormitério, em por Cabangu, vem de a ‘armérios ou guorda-comidas... mvitas vezes, defesa, no valor de nove dentro em breve terio inicio. Iss é manchavam © asoolho eos méveis en | Rony ag muito que o lugar © ¢ de um movimento pari de Santos Dumont e o jornalista Castelo Brane¢ ue, incansdvel, corajosa e sistemati y de Thi muito, se bat transformar aque historico, p: que existe xa manchas ¢ copioso material que pertenceu a Santos Du mont, ¢ que me foi por éle mostrado quando 0 procurei para esta re , Sob. sua responsabili cartas, mévels, objetos de art postais autografados, fotogra inventor, f dathas, enfim tudo que se rel vernizados. Agora, Neocip Em PO pode ser usado em qualquer lugar e sobre qualquer, superfic até mesmo sobre roupa branea...ndo dei- Dumont, esti euidadosarhente rando que, algum dia, o Govérno Feder dual ou Municipal, coneretize o desejo de todos desejam ver fundado aquéle museu. M a pedir demais. Aos homens q am, pouco importa que Santos Dr ja ou ‘nai lembrado. Poca hoje mesma NEOCID EM PO na farmdcia, E’ deplorivelmente irénico confessar-se que |, no armazem on em qualquer loja de ferragem na terra natal do homem que dew as: ¢ verificeré, também, como a aplicagto € mais | mem, nao exista um campo ogradivel para livrarse de baratas, formigas, gonhos, dizer que aqui néo existe, em praca publica, soube clevar o nome do Brasi oportuno frisar que, em m bustoescquer aquele que, Ho E também ntos Dumont, a «S¢ bulges, ‘percevejos ¢ tracas. s mana da Asas é obscuramente lem! DESCOBRIOORES DO ODT Se fosse algo humilhante e yergonhos A guisa de inqui lerroguei trés jo vens sandumonens hes um retrato inventor, perguntando-Ihes se o conheciam. Du delas. ponderam categdricamente que nao. A terccira, que por sinal era normolista is (C ONTAM os livros do pas- sado — de histérias ver- bocado. — Rela as, que um dia monge, empreenderam juntos uma ‘Viagem. Depois ide terem viajado certo tempo, aeonteceu, por deliberacao di- ‘ying, que tiveram de passe numa regido pouco se- ‘Temendo serem agredi- dos por animais ferozes, resol- ‘yeram que cada um_ déles daria algum tempo por 5 © primeiro_a velar fot earpintelro. Enquanto os ou- ros dorm! sentius invadido de cansaco e, pa ar 0 sono, tomou de seus instrumentos. Derrubou uma ‘ore delgada, pos-se 2 ta- ra madeira, e acabou for- mando uma figura de donze- la, com a cabeca, a3 mAos ¢ os pes Depols fol a vex do ourlves ‘Ap cabo de certo tempo, tam- rém Este sen! ) € pro- curou alguma oc 0, Seu olhar encontrow entao a don- zila de pau talhada pe’o car- pintelro. Aumirou a arte com CONTO DE ABERTURA LLNAME, ou seja, “0 Livro do Pepe a a fayaiia au UL, # UMA NOITES, cam ae quals avpesenia 0 titulo ela Seco. ci iniroducdlo Gos contor, ‘nat un baa como a testem fANOITES, exia série de historias 9s da fn nie @ precede por meio de uma adapt cio forma de 9 turca, ‘tr traduedo ale DAS PAPAGAIE! RIAS, tomo | (kéereria Jo eP (Tradugio de AURELIO BUARQUE DE HOLANDA e PAULO RONAL. 34 . A NOVELA COMPLETA DO MES VISCONDESSA de Styria era generos ¢ terna ¢ en _cantava todo mundo com sua araca, Seu: mario, 0 Visconde, inhi ‘uma disposigao muito vie va ¢ feigées de uma admirdyel regularitsde. Mas 0 primeiro nadciro que aparecesse se ‘a mais sensivel e-inenos vul- r do que éle. No ristieo do- Ge Slyria, #les. crlaram hia Violante, afsstada do mundo, Bela € viva como 0 pai, cai e misterjosamen- ie’ sedutora como a mie, ela parecia reunir nas proporgies mais harmoniosas, 0 melhor ele um_e da outra sages. varlavel de cu itagie ¢ de seu espi- rilo nao encontravam —nela una vontade que as guiasse sein eibaraga-las, impedindo que Violante se tornasse 0 seu vneantador e frigil —joguete. Essa falta de forca de vontade inspirava €m sia mie temores que, com o tempo, teriam, sem divide, produsido fruto, se, wn dia, durante uma excada, a vis- condessa ¢ o marido nfo en- contrassem morte violenta, dei xando Violante érfi aos qninze anu: Vivendo quase inteciramente ‘$6, sob ir vigilineia atenta, 10.3 inabil do velho Augustin, seu tutor € intendente do Castelo de Styria, por falln de amigos, Violante fazia de seus sonhos ageadiveis companheiros, ja- rando permanecer-Ihes fiel due rante tOda a v les a fteon panhavam em todos os passeios, ao longo das ayeni- das do parque, através dox ampos, on mandriavamm com ela no ferrago que, seyarando © dominio de Styria, dava_pa- ra o Levantada por éles por assim dizer acima de >i propria, iniciada por éles, Vio Tante era sensivel a tédas us as visivels, ¢ setitia, até jo ponte, o invisivel. Sta egria era infinila, interrom: pida por momentos de tristeza que excediam em dogura a pré- pria alegria. Exectuando Augustine al- gumas criangas nascidas Styria, Violante nao via nin- udm. SO uma irmi mais noca de sua mie, qué vivia no. Cas-/ telo de Julianges, situado 2 cérca de mein hora de distin- cia, ia visitd-la esporadicamen- te, Um dia, indg ver sia sobri- nha, numa dessas visitas espo- ridicas, fét-se acompanhar de umNovem amigo. Tinka dezes- seis anos de idade e Chatnava- se Honoré, Ble nto agtadou a Violante, mas voltou. Enquanto passeavam. pelns avenidas do parque, “Honor falowlhe de coisas extrema- mente improprias de que cla nem a0 menos suspeitara ale entio, Essas coisas lhe davam um prazer estranbo, do qual entretanto, ela se sentia ime- diatamente envergonhada, Mais farde, depois do quando éles j4 hw nhado durante muito tempo, Sentarani-se num baneo pi admirar’o sol ebr-de-rosa_re- fletidy no mar, Honoré ximoif-se muito de nium gesto intencional, aper- fou-the a manta em volta do pescoro ¢ sugerin-lhe que pu Sessem em pri amesm?, es teorias que Cle Ihe estivera ensinando no parque. Ihe num murnuirto, com os labios perto do ouvido, © cla nfo se afastava, Mas ou viram um rufdo entre ax f0- Thos. 7 = Nin & nda — trangiili- zou Honoré ternamente, av eeon volta, Be MARCEL Proust —F iniinha fia — disse Vioe sobressal Fora’ o vento. Mas Violante, que se levaiara, muito opor- tunamente arrefecida por aque+ Je sOpro de vento, nZiq quis mals senfar-se e deixou Hono- re ouagrad ¢ duns noites seguidas custow intito para dormir, Sea contidente era o seu travessci+ To ardente, que cla virava e tornava a virar. Dois dins de- pois, Honoré aparecen outra ver © pediu para the falar. Ela mandou responder-lhe que fo ra passear. Honoré, compreens dendo que nfo era verdade, re+ No verdio seguinte cla pensou em Honoré com ternura © pe- na, pois sabia que fora para o mar como marinheiro, Depois do por do sol, sentada no ban- co onde éstiveram juntos um ano atris, Violante tentou lem brar-se dos labios de Honoré \estendides para ela, de seus hos verdes: semiccrrados, de scus oll como, raivs cobrindo-a com seu ca lore sun luz ardente, E, em noites agradiveis, em vastas noiles secrelas, quando # eer: teza de que ninguém a podia yer exeltava 0 seu desejo, ou via a voz de Honoré murmu- rando-Ihe coisas proibidas a0 ouvide, Conjurava-o inleiro, importuno e entregue como uma tentagio, Uma noite, ao Jantar, suspirou olhando par: © tutor que estava na suia frene te. — Estow muito tr do Augustin — (Conn te, quer ete 58) RUA A Traducio de JOAO TAVORA 0 — Abril de 1950 / | 1 Tlustrador: ERRICO BIANCO 36 A CICARRA Magozine Historia da donzela de pall eae ses adoradores que estava ¢, para nio eeder & sonoléncia, também deu pro- vas de sua habilidade, fabri- cando para a estdtua brincos, braceletes e outros adornos femininos, com os quals a en feltou mazavilhosamente, Terminada a vigilia do ot rives, o alfaiate, por seu tu ‘NO, ao se-erguer do sono, avis- tou com certa surprésa o lin- do figurino ¢ exelamou: — Eu também tenho de mostrar a minha arte. E logo fez um encantador vestido de festa, apropriado deliclosa estatura da donzela, e vestiu-a da cabeca aos pés. Quem a tivesse Tst6 sem saber que era apenas uma figura es- culplda, tomi-la-ia por um ser_vivo, to parecida estava com um espirito encarnada. Quando a vigilia do alfaiate chegou ao fim, éle despertou o monge e fol deltar-se. ‘Mal o monge abriu os olhos, vin q formosa figura, Teve a impressio de um viandante a euijos olhos, em meio as trevas notumias, de repente rebrilha uma luz, ¢ aproximou-se dela, Que viu? Uma linda figura, — de tal forniosura. — que nem ascetag — ¢ anacorctas — a deixariam de adorar; — uma bela — donzela, — sem par; suas sobrancelhas, um orat rio, para o amante — supli- cante — rezar; — os rubis dos labios numa tez de marfim — prometiam prazeres sem fim, — Logo 0 monge os bracos al- cou, — implorande a Quem as almas eriou: — © Deus todo-poderoso, — que do selo do nada brumoso — pitra, os campos floridds do ser — arrancaste 0 homem e a. mulher, — tu, s6 tu, tens o poder de fazer brotar do cértice duro — o fruto d fofo, maduro; — 6 Dé monstra-me tua prac me precipites na desztaca, ante os meus companhel no me humilhes; eu te invo- co, — empresta alma a ésse a fim de que go- — exaltan- do a tua ¢leméncia, Assim rezava com profundo fervor Como €ra_homem de puro, @ Senhor dew acolhimento sua prece, ua Anesgotavel. miserl- cordia, 0 Eterno presentea a estétua com uma glmae man- (Covvinwac dou-a viver. Ela se tornou uma linda donzela, — com i vida Hgada a uma brilhante estréla; — comecou @ andar, = a se balancear, — comio os ciprestes oscilam ‘no ar, — € sem démora pos-se a falar, — e tudo 0 que dizia era gaio — como a palestra de um papa- Baio. ‘Ao chegar da aurora e, com + ela, o Sol, delicla do mundo, ‘0s olhos dos quatra viandantes cairam sobre o idolo arrebats- dor chamado & vida durante a noite. Apenas viram a esplén- dida_ mulher, — uma louca paixiio Ihes invadiu o ser; — ‘os antls de seus cabelos pren- deram-nos em cadelas, — e, feltos méscas a0 redor de can- deias, — voaram em térno dela, dementes, — ¢, de pai- xo ‘doentes, — os quatro co- mecarsm a brigar. — Sow ey — disse o carpin- telro — dé sua vida o autor verdadeiro, — Meu direlto a yos outro vence; — a mim, #6 2 mim, ela pertence. Mas o ourives falow assim: — Nao the del brinees, bra- celetes, dinhelro enfim? Isso, coma todos devels saber, — é metade da alma de uma mulher. — Ora, se tanto fiz por ela, — claro qie é minha esta. donzela. Disse 0 alfaiate por sua ver: — Despesas com ela minha bélsa também féz; — vestew de séda e brocado, — tornan- do seu encanto perfeito © aca- bado, — comunicando-Ihe um brilho tal — que acenden nela achama vital. — Portanto Sou eu O seu dono, — ¢ a nin= guém a abandono, — Mas o monge exclamiout —— Nao! — Tudo o que dis- seste é vac. — Por que razio esqueces: — que sua vida ¢ fruto de minhas preces? — Fol a mim que a deu o Supre- mo Julzo, — como antegéza das hurls do Paraiso. — Para mim a requesto; — meu direl- to € manifesto! , Em poucas palavras, niio encontraram outra solugio a nao ser a de submeter suas relvindieagées A declsio de wm tribunal, e lam-se enea- minhar so’ mals préximo, quando apareceu diante déles um dervis viandante, vestido de pano de crina. ‘Logo os quatro mo tazé-lo ar- bitro de sua divergénela e aceltar qualquer sentenca que @le pronunciasse. Chamaram= no, pois, e contaram-!he mi- nuclosamente todo o sucedido. Mal, porém, o daroés viu a Ii da donzela, — apaixonau-se Jogo por ela, — e, coma flauta plangente, — comecou a gf mer de repente; refletiu um momento, — e, para curar © Seu préprio tormento, — ft assim aos quatro viajantes: 6 mugulmanos, que palavras -estultas acabais de pronun- ciar! Nao teméis 0 Todo-'o~ deroso a0 cometer tamanho erime, quérendo-me roubat minha legitima espésa? Um de Vos até ousa pretender havi- Ja talhado na madeira; outro, ter pronunciado uma prece por ela. Dizel, afinal, algo de razoavel, algo de possivel se- gundo a lei divina! Esta é a minha mulher, as yestes ¢ os objetos que ela usa fui ew que mandel fazd-los, Ha al- guns dias, houve entre nds ums briga sem importancle; aborreclda por ésse , motivo, minha mulher deixou a cast esta noite. O desejo de encon- tri-la féz-me sair A procura dela, Gragas 2 Deus, conse- gui encontré-In, efetivamente. ‘Vos outros, pois, culdai de nao ‘yos tornar ridiculos com tals conversas, destitufdas de qual- quer fundamento, Assim, © deryis, em vez de resolver & contenda, sobrepu- Jou as reivindicagdes dos qua- tro Viandantes; ¢ entio foram cinco a pretender cada um estar com @ razio contra os demais, Em contendas e bri- gas chegaram # uma cidade, « sem demora se dirigiram ao ehefe de polfcia para expor a seu caso. Mal o chefe de poli- cla viu a Jovem, apalxonou-: logo por ela com veeméne’ mil vézes maior do que as ein- co forastelros, e, no intuito de obté-la para si, investiu déste modo contra éles: — Homens pérfidos, esta erlaturs era mulher de meu irm&o mais velho. ste foi morto por ladr6es, que lhe roubaram @ espésa,” Mas, gra- gas a Deus, sangue derramado iho s¢ perde, e vossos proprio pés vos conduzirio x0 jaco. Destarte o chefe de policia termino por ser um rivél mals Impetuoso ainda que o3 BLO — Abril de 1950 ¥ UM DESAFIO AOS LEITORES! © CRIME DE VINCENT Freitas — Uma histori DOOM — Will Qursler — Traducio de Geraldo de palpitante live @ tente decifrar @ mistério encerrado mex suas paginas. Preco: Cr8 12,00. dos iltimos tempas Newhum 2 ultima pagina desta ACASA DO MISTERIO — Kurt Stect — i? Tradugbo 4@ Laie Duarte Nunes — No chic SES. eadiver de um komem 30 pé de uma Sen ada. Quem © teria avtastinade? / LE, Vela se voce capar de identificar © assai- [F sino entre os inameros Personagons suspeitos. 4 GP — Prego: CrS. 18,00 ‘ ja: DRACULA, de Gaston Leroux, em traducio de Ls NOVAS AVENTURAS DO SANTO. de Leslie Charteris, em tradu= so de Marcelo Lustosa de Andi Ay — 0 FANTASMA DA OPERA, de Caston Leroux, em tra Hi} dughe de Lucio Cardose — Prego: Cr$ 15,00 sare sh Em tOdae a1 livrarias ow pelo reembalio Livramente, 203 — Rio de Janci 38 outros cinco; maadou-o citar sem demora perante a jusiica, e de mesmo os acompanhou fo edd, Cada um se esforcaya por explicar a sua pretensio Aquela respeltavel personagem, quando éle de stiblto olhow para > rosto de mulher ¢ Surstu-ine ente es ones f Bos pis. & cabega — sraciosa, divinat Altive. elpeste, perdi clxava, Entermo de quem w fitaya. formors [menina ©: files movendo, patrara a jemeng Por edbre 9 universe, de monies Wdenerncn. ‘Quando cla ve expunha na fel do famor, ‘ML nlmay so davam por spu eo:p0 (em flor. Be 0 mor de uss 18 Gomoaca Unvestia, Quebraram-m os diques di eabsdo- rte: Doveres, virtudes, tam do roldio, Da hefira o-caitelo tragavn-o “a Tpaisio, Quando, pols, o edt viu disnte de si essa eriatura, sen= tlu-se présa do desejo de pos- sul-la. — Meus amigos — assim fa- Jou & companhia — a conten- da que estais levantando ¢ nula. Esta linda mulher ¢ uma eseraya, creselda em mi- nha casa e. tratada desde exianga como se fOsse minha dilha, Seduzida por homens maus, abandonou-me, levando as jdias ¢ as vestes com que & védes, Gragas sejam dadas ao Altissimo, que ma restitul mercé de vossa_obsequiosida- de. Espero que Deus, que tudo Sabe, levard em conta o ser- ‘vigo que acabais de me prestar € Vos dara o metecido prémio. Ao ouvir estas palavras, qua- tro dos competidores se apar- faram, porque sablam que o e&di thes podia infligir humi- Thaghes e castigos sem que éles ‘Se pudessem defender. Mas o daroés teve coragem para Ie- ‘vantar a vou: —_Achas conveniente, ilus- tre Senhor, tu que pretendes estar sentado no tapiie do Profeta, niio resolver uma con= ténda de mugulmanos ortodo- xos segundo a lel sngrada, mas, pelo contrario, levantar tu mesmo uma pretensio, pro- curando- arrebatar-nos esta donzela sob pretexto de que fol tua escrava? Que religiio autoriza semelhante injust!- — tu faces para enganar as gentes; tu que pretendes fazer crer que andas eurvado pelo temor de Deus, olha o provérblo que diz: “Um bom ‘mentiroso deve ter nig 36: ex- eelente meméria mas termbém vung Inteligénela penetrante € aguda.” Onde esta a tua inie- ligéncik? Querendo contar-n03* patranhas, procura, 20 menos, @ar-Ihes uma aparéncia de- cente! Sera el ety ser humano de um pedago smadeira? Renuneia @ preten= séeg tAo ridiculas ¢ vai-te ra onde quiseres, Bt mente recuperel a es “fHavia no patio do tribunal alguns cldadtos que assistiam — & disputa, Referindo-se a és- tes, disse o monge: Os cldadiios aqui presen= tes, como ignoram o verdaei- ro estado das colsas, dovem ‘supor, 0 cadi, que a verdade esta Contigd. Mas nds outros sabemos bem o que aconteceu, Teme, pois, a Deus, e, em res- pelto a0 Santo Profeta, decide ‘0 proceso segundo a lei si- O cad replicou ao monge, 0 monge por sua vee respondew zo cidi com as palavras que The pareseram mais violeitas, € 0 didlozo transformou-se lo- go em veemente discussiio. Os sete homens, todos mortal~ mente apaixonados, prepara- yam-se para a luta. Porém os mais, razoaycis“dos essis- tentes decidiram reconeilis- los entte si, ¢ disseram-Ihes: — 6 mugulmanos, a yossa contenda é um nd Inextricivel e Insolvel, a menos que o Magnifico se digne degaté-lo. Portanto, atendendo ao cons¢- Tho de um ditado do Profeta que nos fol transmitido: Be a um ¢aso da vida hilo mbes Taghar sotticse, Consulta os que do:mem sew scuo [debaixo €o cto, vamos todos juntos no cemité- rio; ali vos rezareis ¢ nés pro- nuhelaremas 0 amém, Destar- te eo pode esperar que Aqué- Je-que-tudo-segura elucide Cee propos e transpo sa todos ao 'ce- mitérlo, Onde o monge, er- guendo 0s bracos ao céu com Jagrimas nos olhos, pronun- clou com o mais intenso fer- vor esta oracio: — 6 Fortissimo, cufo poder nfio tem Inds, —' que os pen- samentos mals secretos des- Hndas, — cuja mente de an- temao conhece — a nossa. pre- ce, — implorames-te que de- sates o nd — que nos causa tanto dé — e-declares bondo- A CIGARRA Magezine samente — quem diz a verda- dee quem mente. Quando Aeabou de pronun- clar estas palavras, téca a a: sombléia exclainou a wma vo: — Amen! ‘Nesse. instante gcontecey que uma grande drvere, a qual se recostara-a linda don= aeia durante a oragio, fen= dou-se' do sibito, engolin a @onzela, © novainente se fe- chou, ficands como dantes. janelra 2c verificou @ verdade ca “Todas 5 coisas voliam & sua ori- pera.” ‘Tal desfecho pos fim a toda ~e qualquer discussio. Com os olhgs: da certeza, todos reco= nheceram que os quatro vian- dantes haviam dito a verdade € C5 trés ontros homens ti- nham mentido. ‘Assim a razio dos peregri- nes se manifesta — e desmas- eara-se a fraude infesta. — 0 daroés, o chefe de policia e 0 cadi all ficaram —e que ram, — de todos despresadas —e envergonhados. — Mas os quatro “peregrines — apaixo- nados pelo lindo figurino — ficgram perplexos ao ver a virgem — tornar destarte sua origem, A ELEGANTE VIOLANTE (Conrnvagio oa whens 34), cenion: — Nio tenho ninguém que: me ame, — E, contudo — respondeu Augustin — na senona passa- dla, quand fui a Sulianges pa ra’ cuidar da biblioteca, ouvi alguém dizer a seu respeitot «Como é bela!» — Quoin disse isso? — per= guntou Violante tristemente. Um vago sorriso. Ihe levan« tou o-canto da hica, como sé fevanta uma_cortina para dei- xar entrar um potico da ale- aria do dia, — Foi © moco que veio aqui no ano pasa, 0 Sr. Honotee. — Eu pensei que éle esti ‘se no m: disse Violante. —6 voltou — informou Au- sustin, Violante deixou a mesa apressadamente ¢ encaminhou- S¢ a passes inseguros para 0 seu quarto, onde escreveu a Honoré convidanda-o a que a visitasse.-Ao pegat ua pena ex: perimentou uma sensagio que estava dispondo de sua da um pouco de acbrdo com seu préprig capricho e para seu proprio prazer; que, afinal de contas, podia dar um pe- RIO — Abril de 1950 gueno impulsy con o dedo as le seus dois destinos, qu epareciam —té-los mantidl ueinicamente separados: que éle apareceria finaimente’ no Merragy « nfo como, no, eruel iixlase de seu’ deseja fhxatis- feito; que, entre a sua ternura a ress — seu perpétuo ro- ¢ interior — © as coisas 4 re -existiam atenidas de co caini- “mwnicacio pelas a ria para o impos eu a “Tespo: Tremen: do, foi Ké-ln no Hinnce onde le a beljara. . «Ab! — replicou Augustin = ‘yoct Ihes esti dando, proposi= tadamente a sua mocidade. Vor é nunca vollark para a sua co contiae Beni nutrida primeiro pela vaidade, no desde @ 01 dio: e essa forge ¢ 0 hibito. 44 RODRIGO M. ELAZARTE eomlouz ‘Voe? 6 misien, ¢ do con- inde Ii da_ayen'- ia , par isso hii-le se divertir com 0 caso. O- maestre ‘ maesire Un Timista dum retas, isso sim, MG m ena Hatig éle estr inhi de Gi mig sei. Chegow ad stro. Mas como nao ti no particular, a especie de escola de iene e serala_numé avenida Rangel P lino Braz. Cinco rfil you tn wha bastante nou réis 1 fo instrumento, O maestr: sinava Inde, canto, pian, violino, ho, sanfons th que nem rio no Negro teny migtar, 0 Marchese mi ania dot sou de tomar uns professdres de ajuda. A SIGARRA Magesine F. DE ANDRADE ESCOLHEU Mesmo no Braz co muito bonzi que estudava vio com 6 y colega de yoo 0 maest Marchese chama Carlos di Silva Gomes, € cou seu Gomes como professor de viola ¢ artinha no conse rid. Ta me esquecendo ile ontar que a tal escola se eh com Puce’ A omy gente sa progtedia, ALB ¢ ada ¢ tando 9s is pecto ¢ carecia de acom, har uém na cidade, O Marche: ésse enlio virou rei da music . No cinema tore’ porque a orquest nao prestava: e 0 saxofone desafinado, No dia seaui le falava pra seu ‘6 que o saxofone estava de- safinailo e crocold! maré vaza- va pro pesado do saxofone. uma. signified ‘agora so publicow an iintee iderarmos a qualidade désze ivr a-ae verdadelrame niervar de hd multe esgotado. ¢ase volt eno qual 2¢ acl stado da vida literdrie, mum ficattea na rua éncurdtel mode ieivos’ Desc Manto de tucéea que na genrra al per SIENINA DE OLUO nur ret a, pois ¢ dle uma figura trrectri- eunidos alguns dor ~ an mento. que #6 oncantra justi Rodrigo Bt. F. de pribiico. E* posst orocurar no Serviga do carge, nda ‘saiba io que ali se cneontra cefa ts letras com o seu exce: ‘por modes eo Grande. cacritor. NO FUNDO. ‘opartwildade de ter un ras. do fo miandava falar nao carceian 1 xofoné ma orquestr quem. arranjava novo? Ja sabe: o maest eSE » no dodo marehesinhos coin io na barriga sala-tle-visitas: no lve com piano a nto do Giacomo estro bem que gostava r com tidas as alunas que Ihe pareciam gente m: arranjada, porém quando a, fi- Tha do Bermudes foi se ma tricular, parafusou, Usoul ¢ afinal achou melhor colocar ora NO curso de seu Gores. que a Dolores sempre Hotusa uinas olhadas pra é Pascoalin: ra coisa de que a gente fizesse oz desconfi nio Por isso 0 maestro falow pra mie da mocinha que a sinhora Ropaico M. F. RIO — Abril de 1950 vai vedere que num stontino sua filha fiea una artista, lo xiuro! Seu Gomes @ un prot sore molto bon, ah questo!. ta minha scuol: A mie da Dolores aié saiu hem contente porque tinha vine ilo pro bairro, fazia tempo, cém-casada ainda... Sabia que a familia de seu Gomes cra gente fina, parente tos Prados. Tinham continuado — pabres. Ela, da casinha de porta e ja- nela fora subindo até aquéic nimero. assobradado. E agora a filha estava sprendendo com © parente dos Prados, Sorrin muito satisfeita que the incha va toda a banha, oiteata-e-nove quilox pra mats, Tirou o cha- péu de renda preta, prorurou na manga da blusa o leno marcada ML. S. B., Marina Sarti Bermudes, ¢ limpou o orvalho do bigodinho. Foi no q ay colhen niio sei quantas de margaritas,” hotow momma cesta € mandou a criada levar na casa de seu Gomes que a fia mandava, Dolores era um désses tipos que o Brasil importa a mie ¢ o pai pra banear que também di moca linda. Direitinho cer= tas indistrias de Sia Paulo. Da terra e da nossa raca nia linha nada, porém se pode aftr mar que tinka o demais, p que nao havia ninguém mais brasileiro que cla, Falassem mal do Brasil perto dela pra ver 9 que sucedia! va logo com amaldic ‘que vem comer 9 pi afora! praqu’ nfo ficou bi shia terra morrendo dle fomet vi saindo!... Ah! perto de mim voct nio fala do Brasil io, porque eu dow pra ips, sabe! Eu sel bem que a Ttilia € mais bonita, mais bonita o quél... uma porcariada de ca- Sas velhas, isso sim, ¢ gente riim, 86 calabrds assassino ¢ que se ve! amor de estacio da Taz anti Vor’ nunca, aposto, que ii entrou ‘No teatro Municipal! Se et trou, fol pro galinkeiro, Nia vino falaér? Thalia... A nos- sa catedral... aquilo & gitien, sabe! nio esti achada mas fa- Joram pra mim que vai ter as 47 es mais compridas do mun- do! E Dolores ficava muito. ho ita na itritacio, com cada ‘Stho enorme li no funda rel meando que nem esineralda, Era uma belezinha, Esguta, dem feita, com tudo saltadinho, ‘hros descidos, pesenen ne- nujado de iereré, Entiio do pes- ogo pra cima! Morena, com cada jam’sinho marturando nas faces que se 2 gente provasse uma vez 90, virava no sufra- ginte Yucapirama do amor. ELabelo edr-de-castanha «pra mais claro, chefo d cae chos de verdade que ela 9 da nilo tivera coragem de cor tar pra seguir a moda das ami-" gas. Quando for pra stspender, eu corty em ver (le suspender, falava. B aquttes erespos Ihe ordeavait tio bem a edr! dan- to pra boniteza cela uma es- amuisitice rara com que a gente primeiro carecia’ se. acostumar. A béca nao era grande coise mas nfo prejudicav os ‘olhos, Nossa Senhor verde de bréde com estrelando por cima, num Ceu- zeiro do Sul de notte e dia, Estaya pra fazer dezesseis. Era bem educadinha, isto é... jinha seguido 0 curs) dum co- Jéaio meip econdmico mas bem freqiientatlo. Ainda se obstina- ya no francés, como ns amigas faziam, ¢ experimenta as dan- eas da moda coma melhor pro- fesséra da cidade. Contava mul- nha sbre elas a as- respeitivel de quem reformar vestido. Era natural que rovolucio- nasse o curso de seu Gomes, ‘pois foi. J4 sabia seus vibratos de violino, aprendido no colé- gio, © até terceira posigin ia hem direitinho, Faltava afina~ jo mas nao faltava inteligen- ia, O Gomes principiow ali- ‘mentando a idéia de que a Da- lores era bem eapaz de fazer a notoriedade déle como pro- fessor. Logo simp zara com ela. pre assim: por mais pura que se¢ja a amizade déle por aluno, ha sempre uma esperancinha de perpetuacio enfeando o sen- timento. Nie dizem, porém, a fente percebe que cstiio proce- densa como se dissessem: Isto quem fé fal ett. Sen Gomes imaginow euc a Dolores ia fa- zer a cclebridade sléle © teve simpatia por.ela, Em amor niio pensou e, franqueza: nem sen- tin nada dinnte dela, Era sos- segado, mefa timido e chesara aos vinte-e-quntro sem nunca ter chamego por ningwém, Nem sha se ensava on nio, Tinha primeiro que arronjar reputagio de professor bom, 0 A CICARRA Max dific ejuvenal>, como Taam aos solteirdes no Nordes- te. Alias, sem querer, outro! dia, seu Gomes levantara ox olhios, saudara a vizinha, uma ereio' que mo i fara porque péu pro. y “foi is Fepente. Ans, uma vez e continuoit sai 6. importante aca- bou por destruir.qualquer von- tade que le pudesse ter de se engiticar pela Dolores, Ela, cra vizinha, foi logo se chegando pra maiores intimidades. Qué que @le havia de fazer! tinta que falar «muito obrigados por causa das margaridas, por cau sa dos cravos, por causa dos holinhos que era quase toda sc mana iam parar na casa déle. — Entio o senhor gostou, @?2 Ainda hei-de mandar pro senhor mas ¢ um bélo que cu fago, ésse sim! Mas precisa fi- gos cristalizados e o empério no tinha. Quando eu for na cidade, trago, Papal? a gente encomenda pra éle, 0 pobre! esquece... — Mas dona Dolores. .. — Praqué o senhor me cha- ma «dona, fica tio feio! Pois nio sou sua aluna! Fale «, , € pronto! Fle are graga naquela yor de er — Pais patho chamo. Ta di zenclo quie vacé niio deve se in- comotar assim comigo. — Me incomodar! Nio fale isso, seu Carlos! — Mas sua mie, Dolores... = Dores! «Doloress ¢ espa- nhol, nio gosto! Sou tio brasi- Jeira' comp o senhor, fique sa- bendo! Ji niio basta éste Bere mudes tho feio que nfo posso mudar... Fale ! Sio tio bonitus os nomes brasil ros... Carlos da Silva Gomes! Ab, se ett fivesse um nome as- sim! — Pois ew acho Dolores um home bem bonito, — Ora, seu, Garlost... 0 se- nhor vai_me chamar eDores>, chama? Nao custa nada pro se- nhor ¢ fico tao feliz! Diga que chama! — Pois chamo,.. a senhora. — Olhe! . deixe eu_me acostumar, No co- mico a gente confunde... Do res, Ele fechou as ombros numa expréssin de gi-to alegre. Rite — Do que vors est rindo?

Você também pode gostar