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Fichamento Ernst Cassirer - A filosofia do Iluminismo

O Pensamento da era do Iluminismo.

1§​ -​ D'alembert em “​Elementos de Filosofia​” identifica que o movimento


intelectual inicia-se na Renascença no séc XV, reforma religiosa no séx XVI,
início do pensamento iluminista no séc XVIII baseado no cartesianismo do séc
XVII.

2§ - Equipara a revolução cartesiana metodológica a revolução científica


iluminista, equipara epistemologicamente com a preferência do iluminismo
pelo apego às ciências naturais observáveis em detrimento das ciências
tradicionais, filosóficas.

3§ - Ressalta a mudança de pensamento através da aquisição das novas


ciências da natureza, como a geometria, a física, a astronomia.

4§ - “O estudo das ciências da natureza parece ser frio e tranquilo, por que a
satisfação que ele ocasiona é um sentimento uniforme, contínuo e sem
abalos(...)”

5§ - Essa nova efervescência acadêmica perpassa não só o reino da academia


como o modo de vida desses homens cientistas, “(...)desde as disputas
escolásticas de teólogos até os objetos do comércio(...)”

6§ - Dalembert e sua palavra “(...)nos fornece uma idéia da índole e da direção


de toda a vida intelectual de sua época”. Dalembert se empenha em estudar
esse movimento, entender sua origem e seu futuro.

7§ - O conhecimento não era mais focado nos resultados de tal empenho


científico, senão mais no modo como era produzido (desenvolvimento
epistemológico das ciências naturais)

8§ - Se apresenta o problema do “progresso” intelectual, onde o progresso do


século XVIII se dá de forma qualitativa e não quantitativa, onde a forma e o
método são mais importantes para alcançar tal progresso. equipara-se a
filosofia platônica onde se substitui o conceito de busca pela verdade por
encontro com a ‘razão’. A ‘razão’ é a expressão máxima e final de todos
desejos e esforços acadêmicos do século XVIII.
9§ - O historiador do séc XVIII não verá a razão da mesma forma como
veremos hoje, esse conceito está na sua origem, “para o historiador é a
questão”.

10§ - Questiona as diferenças estruturais da expressão ‘razão’ para o séc XVIII


e para o tempo atual em relação ao paradigma filosófico anterior. Se no séc
XVII a estrutura do pensamento filosófico funciona através da dedução
sistemática e progressiva do conhecimento usando dados abstratos e
pressuposições teóricas, de forma rígida, estruturada e uniforme, ‘se x, então
y’, no séc XVIII essa formatação é renunciada, a dedução rigorosa dá lugar a
outra concepção de verdade estruturada, não de forma que rivaliza com a
anterior dedutiva, mas ampliada e reorganizada, baseada na física newtoniana,
a via da análise.

11§ - Newton não usa princípios definidos a fim de deduzir com raciocínios
abstratos verdades e conhecimentos científicos. Newton faz o caminho
inverso, onde os fenômenos observáveis são os dados que precisam ser
estudados e descobertos como operam e quais seus sentidos. o método da
física contemporânea jamais poderá partir de uma pressuposição abstrata e
arbitrária, de modo que cada um seria capaz de criar realidades distintas todas
igualmente lógicas e funcionais dentro de suas bolhas, equivalentes e
cientificamente corretas porém inválidas na realidade concreta observável.

12§ -Para Newton então só é possível partimos de pressuposições


inequívocas se elas forem fundamentadas pela experiência e observação,
gerando então um aprimoramento do método científico cartesiano, e não o
contrapondo. Newtonismo pressupõe como objeto e condição inviolável da
investigação a ordem e a legalidade perfeita da realidade empírica.

13§ - A teoria do conhecimento iluminista se ocupa inteiramente em criar essa


distinção epistemológica do método científico do séc XVIII para o método
cartesiano. Não se trata de uma subestimação ou marginalização, apenas
distinção e aprimoramento

14§ - Newton conclui o pensamento de kepler e galileu ao comprovar suas


descobertas cosmológicas, partindo da observação dos fenômenos celestes.
Newton é a continuação e não a superação da ciência de galileu e kepler,
levando essas comprovações a um nível de exatidão matemática.

15§ - A filosofia iluminista passa a transpor seu método de análise para todas
as ciências, não apenas as naturais-observáveis. vê a ferramenta intelectual
do conhecimento físico-matemático como instrumento necessário para todo
tipo de pensamento.
16§ - “O tratado de metafísica”, o “discurso preliminar” da enciclopédia e “as
Investigações sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral”,
respectivamente de Voltaire, D’alembert e Kant falam da mesma linguagem, o
método da verdadeira metafísica harmonizada por Newton na física
contemporânea. Voltaire compara o acesso ao método científico do
iluminismo para o cientista como um homem idoso que ganha acesso a uma
bengala, onde o método o auxilia a alcançar seu objetivo, tal qual D’alembert
relaciona a ideia de razão com a verdade platônica.

17§ - ‘inteligibilidade da natureza’ : o caminho do conhecimento da natureza


desenrola-se indefinidamente, sua direção permanece fixada com firmeza (seu
ponto de partida e seu destino são determinados pela natureza do objeto mas
também agora pela forma e forças específicas da razão).

18§ - Mudança da ideia de razão em relação ao séc XVII: para os grandes


sistemas metafísicos seiscentista (Descartes, Malebranche, Spinoza e Leibniz)
a razão é a região das “verdades eternas” , verdades comum ao espírito
humano e o espírito divino, relação de comunhão com a divindade quando
experiencia-se o conhecimento. Razão iluminista do séc XVIII rompe com essa
ideia.

19§ - A razão iluminista não é o conhecimento nato sendo acessado, e muito


mais um modelo de raciocínio universal que deve ser aplicado de modo a se
adquirir qualquer conhecimento, tornando a razão iluminista mais modesta,
acessível, menos sagrada e mais moldável, questionável, refutável e
disputável. o séc XVIII concebe a razão no sentido de “não a tem [a razão] em
conta de um conteúdo determinado de conhecimentos, de princípios, de
verdades, preferindo considerá-la uma energia, uma força que só pode ser
plenamente percebida em sua ação e em seus efeitos.”

20§ - Tal qual o tratado de Pascal Do espírito geométrico da matemática, o séc


XVIII cria o espírito geométrico para tudo, a razão sendo o denominador desta
equação, podendo aplicar esse espírito de análise pura para todas as
problemáticas.

A Filosofia Política do Século XVIII

21§ - Eliminam o dualismo de Locke na relação psicológica e social (sensação


e reflexão) para dar lugar a uma análise usando o novo método, Berkeley,
Hume criam o conceito percepção, Condillac amplia a decomposição da
observação natural do ser humano, inclui não só o estado, o ser, mas a
atividade desse ser
22§ - Realidades psíquica e material se encontram analisadas como
construtos dos mesmos materiais, usando as mesmas leis e o mesmo método
de análise (a razão)

23§ - Estado e sociedade - o Homem nasce na sociedade, e não participa do


ato de criá-la ou organizá-la, apenas se defronta com ela com a expectativa
dos outros homens que se adapte a essa realidade social. Munido da razão, o
homem passa a entrar em conflito com a sociedade. “ A sociedade é intimada
a comparecer ao tribunal da razão, interrogada sobre a legitimidade de seus
títulos, sobre os fundamentos de sua verdade e de sua validade”

24§ - Considera que o Estado agora é criado pelas partes individuais que o
gere, a vontade geral do mesmo é um amálgama da vontade de todos os
indivíduos, podendo ver o Estado como um “corpo” (Hobbes), devemos reatar
a vontade geral do Estado com o consenso das vontades individuais que o
formam,o cálculo políticos de Hobbes.

25§ - A teoria política do séc XVIII aceitou a forma hobbesiana na teoria do


contrato social, sociologia se constrói à imagem das ciências naturais.

26§ - Montesquieu - analisa as formas de poder, as decompõe e a reconstrói


analisadas a partir do que as faz forte - surge o governo ideal para
Montesquieu, um misto de todos governos, usando a teoria da tripartição dos
três poderes (presentes já em Locke), onde cada poder colocar o outro em
check.

27§ - Absolutismo francês não resiste ao embate da razão.

28§ - Iluminismo é um fenômeno francês, ambiente já dominado pelo


Cartesianismo, símbolo do espírito analítico, onde tal doutrina evolui para
todos os aspectos da vida humana.

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