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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Resultado das entrevistas: As práticas pedagógicas e a realidade escolar

Giselle Santos Silva


RA: 3502340
Kevin Henrique Barbosa de Santana
RA: 3356504
Melquisedeque da Silva Romano
RA: 3441252
Rozana de Jesus Lima Silva
RA: 1510444
História - 6°Semestre
Prof° Maria Cecília Martinez

São Paulo
2022
Fizemos algumas entrevistas durante nossos estágios, levando em
consideração as perguntas e levantamentos feitos pela professora Maria Cecília,
nos deparamos com linhas de trabalho pedagógicos muito próximos, claro,
caminham de formas diferentes, mas em amplo aspecto direcionam seus esforços
para uma prática pedagógica que baseada em uma lógica que centraliza o aluno,
assim podemos levantar questões que nos são muito caras, tanto na construção de
práticas pedagógicas nossas como em um processo de compreender as realidade
escolar de forma mais profunda, seguimos com os comentários e a entrevista.

METODOLOGIA E BASES DO PLANEJAMENTO

Professora Cláudia: Aula expositiva com uso de slides, sala invertida, dinâmicas e
conversa sobre o assunto.

Professor Renatto Costa: Conhecer o aluno, estabelecer proximidade, oralidade,


trabalho com objetos e visual, instigar investigação científica.

Coordenadora Renata Rospi: Avaliação de entrada, detalhamento do


planejamento (flexível, professores podem remanejar aulas para bimestres
subsequentes), foco nas habilidades em defasagem (utilizando também a BNCC).

Professor David: Construir uma proximidade com o aluno e usar elementos de sua
realidade para deixar a aula atrativa.

Seguindo os levantamentos do roteiro é necessário notar que as falas dos


professores e coordenadores é muito sintomática de uma educação em frangalhos,
mais ainda de uma educação que passou por dois anos de defasagem com a
pandemia, então se a educação sempre respirou por aparelhos no Brasil, depois da
pandemia ela entrou em estado vegetativo, seja pelos constantes ataques do
neoliberalismo e precarização das estruturas físicas ou não, como apontou a
coordenadora, esse conjunto de questões, como a exaustão do professor ligada ao
acúmulo de burocracia, legando assim uma secundarização do trabalho pedagógico
consequentemente uma má compreensão e desafagem acumulda, ainda mais um
desinteresse e incapacidade de notar a educação como caminho de transformação
para sua vida pelos aluno, os relatos abaixo são sintomáticos.
Alguns professores utilizam muito a prática do ouvir e participar e em
contrapartida temos professores que utilizam de uma aula mais tradicionais, porém
com aberturas pontuais, constituindo espaços de escuta moderados, sobre outros
pilares se constrói a prática que identificamos na entrevista com uma coordenadora,
em que a preocupação se apresenta pelo acolhimento efetivo, buscando a partir de
uma avaliação, uma sondagem inicial, facilitar o trabalho do professor na construção
de seu planejamento ao identificar as habilidades e dificuldades do aluno, assim
identificamos a construção de um trabalho em conjunto e direcionado em uma
caminho muito parecido, de cumprir e direcionar a educação ao aluno.

DIFICULDADES EM RELAÇÃO À METODOLOGIA E PLANEJAMENTO

Professora Cláudia: Compreensão dos alunos, se perdem no meio do assunto ou


não absorvem alguns detalhes importantes.

Professor Renatto Costa: Dispersão principalmente com o celular, utilizo como


ferramenta em sala, é acessível, mas acaba desviando o foco muito rápido.

Coordenadora Renata Rospi: Recursos, na maior parte do tempo/escolas em que


estive essa era a maior barreira para se implementar qualquer projeto ou trazer
melhorias para dentro deste planejamento, na escola atual isso foi reduzido. Atrair o
aluno dentro desse planejamento é uma preocupação e dificuldade.

Professor David: os alunos sempre alegam desconhecer os temas lecionados no


ano anterior, as retomadas são constantes, o celular embora seja esporadicamente
utilizado para pesquisas em sala acabam dispersando a atenção.

Agravada pela pandemia de Covid-19 mas também a nossa mudança como


sociedade, reflexo do perfil de aluno que temos em sala hoje. São alunos que por
mais que se interessem por certas matérias ou tenham afeto pela
escola/professores, acabam perdendo a atenção ou não absorvendo
completamente os conteúdos. Esse cenário destaca ainda mais o modelo
ultrapassado de escola que temos, onde, por mais que se queira integrar a
tecnologia de modo esporádico, não o faz de modo realista, aceitando sua parcela
de influência e importância na vida dos estudantes de modo geral.
De modo geral, como apontado pela coordenadora entrevistada as escolas
tem muitos desafios em relação à recursos financeiros, esta divisão tem princípios
elitistas, principalmente em relação à região que se encontram e classe social às
quais ensinam.
Logo, as dificuldades encontradas para se colocar em prática o planejamento
não depende tão somente da boa vontade ou profissionalismo dos
professores/coordenação, mas passa pelas dificuldades estruturais e formativas que
fazem parte da trajetória do ensino brasileiro.

POTENCIALIDADES EM RELAÇÃO À METODOLOGIA E PLANEJAMENTO

Professora Cláudia: Com a abertura da aula para os comentários e ideias dos


alunos no geral, a formalidade é quebrada de um modo proveitoso, nisso os alunos

Professor Renatto Costa: No desenvolvimento da investigação científica percebo


que a criatividade e rapidez das ideias, questionamentos e conclusões são
riquíssimos dentro do processo de aprendizagem e afloram dentro desse modo de
trabalho.

Coordenadora Renata Rospi: Deste modo conseguimos realizar um


acompanhamento mais detalhado do trabalho dos professores e também abrir de
modo mais específico para que eles peçam ajuda. Podemos definir melhores
materiais e programar aulas dinâmicas. Com a avaliação de entrada podemos
recuperar o que não foi bem trabalhado com os alunos utilizando bem delineados e
trabalhando para formar bem aqueles que se interessam pelo aprendizado.

Professor David: Quando os alunos se percebem como sujeitos históricos, passam


a ter mais atenção e interagem muito mais.

Se apresenta no decorrer de nossa entrevista uma preocupação constante


com construir uma ponte entre aluno e aprendizagem, ou melhor uma ponte entre
aluno e o conhecimento proposta, característica mais presente ainda nesse tópico
da entrevista que coloca em questão as potencialidade de um planejamento, nesse
sentido a centralização do aluno delimita a centralidade nesse planejamento, mas é
cercado por escolhas individuais do professorado e coordenação, para esse
segundo a importância de uma avaliação de sondagem e a posterior construção de
um planejamento derivado, como para os professores a centralidade e participação
do aluno, que essa participação do aluno se transfigure na identificação do aluno
com a história, como um agente histórico.

DIÁLOGO COM OS ALUNOS

Professora Cláudia: Aberto para participação nas aulas

Professor Renatto Costa: Frequente, fora das aulas. Estabelecer proximidade no


dia a dia escolar. Abraçar cotidiano e as falas que vem com ele, assuntos, opiniões
e curiosidades fora do tema ou do esperado para a aula, são ocorrências frequentes
e não vejo como um empecilho para o aprendizado ou como uma distração, a
descontração torna a aula mais proveitosa a meu ver.

Coordenadora Renata Rospi: Com o aumento das funções burocráticas não


consigo ter um tempo muito longo dedicado aos alunos. Mas sempre que estou
disponível os alunos são bem-vindos a falar comigo, nos corredores. Acompanho
alguns tutorandos e tenho feedback dos tutores dos alunos, sempre que
manifestarem que precisam de algum tipo de ajuda ou quando precisam colocar
suas opiniões/ideias.

Professor David: Sempre disposto a dialogar, o acolhimento é fundamental e


necessário para que o aluno se sinta importante e pertencente àquele lugar não
apenas de conhecimento mas de socialização.

Por fim é válido ressaltar novamente a presença da centralização do aluno no


planejamento e na aula, pela importante participação como aponta o professor
Renatto e a professora Cláudia, em que a participação é se não a coisa mais
importante da aula, em que a educação toma as vias da realidade e não da
idealização conteudista em que entender a necessidade independente de qual
esfera ela esteja se torna o principal, o que a nós é a prática pedagógica mais
refinada possível, compreender a necessidade do aluno em amplo aspecto, porém a
grande problemática gira em torno da burocracia acumulada, como cita a
coordenadora, tal dificuldade ronda o também o professorado e se constitui como
uma ataque e precarização da educação, é objetivo dado ao modelo de governo
brasileiro a intenção de privatizar por completo a educação, de maximizar os lucros
das grandes donas da educação, tanto pelo distanciamento e a exaustão do
professor, como os mais diretos cortes de gastos, neste tom podemos concluir que
mesmo o professor tendo o direcionamento correto, com uma metodologia coesa e
assertiva não é o bastante é necessário transformar o ambiente escolar em um
ambiente de luta política, da participação do aluno e professor contra a destruição
da educação pública.

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