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Aos meus filhos: Rafaela, Luca e Helena! Vocês são mi-
nha bênção e herança. Motivo que me faz dar as melhores
gargalhadas e sentir os maiores carinhos. Vocês fazem tudo
valer a pena! Obrigada por serem quem são e por me faze-
rem sentir o amor do Pai ao amar vocês!
Aos meus pais/avós Alzira e Ildefonso: sem vocês,
certamente, este livro não existiria. A Nanda não existiria.
Obrigada por me construírem. Eu honro, reconheço e agra-
deço a vida que me deram.
Ao meu querido tio Nael (ou Lali): se não fossem aque-
las leituras de livros na infância... Lembra? Uma página você,
uma página eu... Talvez você não saiba, mas esse brincar de
ler foi o ensaio deste livro. Foi minha iniciação e encanta-
mento à leitura. Hoje, então, leia meu reconhecimento e
meu obrigada com todo carinho que tenho!
A minha mãe, Noemi, que demostra seu amor por mim
a cada colo, consolo, brincadeira e cuidado impecável com
meus filhos. Eu sinto e sei o que isso significa. Obrigada
por ser incansável e por se doar tanto pela minha família,
mãezinha! Te amo!
As minhas irmãs e dindas dos meus filhos: Renata e
Ana! Obrigada pelo amor, incentivo diário e pela parceria
de sempre, pra tudo! Amo vocês e os dias com vocês!
As minhas amigas desde bebê até a velhice: Anie e Mi!
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Obrigada por eu poder ser quem sou quando estou com vo-
cês mesmo quando eu não tenho um lado bom pra mostrar!
Nossa amizade é um tesouro para mim!
A você, minha leitora, meu muitíssimo obrigada pelo
prazer de poder dividir com você aquilo que já experimen-
tei e o que continuo aprendendo. O objetivo desse livro é
abençoá-la! Parece que já conheço você!
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Sumário
Prefácio 13
Introdução 17
Capítulo 1:
A sua essência 23
Capítulo 2:
Você não é vítima; você é uma pessoa forte. 37
Capítulo 3:
A preparação para a bênção 63
Capítulo 4:
Você pode desistir! 75
Capítulo 5:
Um novo coração, uma nova identidade,
uma nova personalidade. 79
Capítulo 6:
Você só precisa de uma mochila! 87
Capítulo 7:
A dor revela poderes 95
Capítulo 8:
O que você quer? 109
Capítulo 9:
Interprete os sinais! 127
Capítulo 10:
Como é você? Quem é você? 141
Capítulo 11:
O quebra-cabeças 157
Capítulo 12:
Hora de agir! 169
Capítulo 13:
Mente Mestra 187
Por fim....
...que é só começo 199
Prefácio
13
Se tão somente essa leitura servir para ressignificar
traumas, já valeria o tempo investido. Mas não tenho dúvi-
das que será além. Desejo que, ao finalizar esse livro, você
seja profundamente transformada, abençoada, como eu
fui, e esteja preparada e motivada a também abençoar vi-
das, como uma vitoriosa mulher improvável que é.
Pega a pipoca... o lencinho... e vem!
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Introdução
Nanda Fernandes
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(e ainda me fazem) experimentar as delícias de me sentir
aceita, amada, única, abençoada, próspera.
Nem sempre foi assim.
Minha infância foi marcada por alguns eventos que me
fizeram entender que eu não era bonita, agradável e digna de
carinho, pelo menos, não muito. Talvez por não ter tido aquela
família da propaganda de margarina (sabe aquela?), cresci me
sentindo diferente, deslocada, inadequada. Você já sentiu algo
parecido?
Então, nos entendemos bem. E por isso mesmo, você
pode confiar em mim. Não falarei aqui de transformações
ao estilo Cinderela. Falarei de essências do tipo Nanda, An-
tônia, Martina e outros nomes fictícios de mulheres impro-
váveis, que trarão, ao longo desta leitura, histórias reais de
transformação. Elas servirão para mostrar a você que algu-
mas pessoas não nascem privilegiadas, tampouco têm uma
vida de conto de fadas, mas podem experimentar uma res-
tauração completa em suas vidas quando entendem quem
as fez e para que foram feitas.
Agora, chegou o seu momento! O “Era uma vez...” da
sua história.
Tá certo! Parece muito poético, eu sei! Talvez até fan-
tasioso, irreal... O famoso: muito bom pra ser verdade! Pen-
saria assim também se estivesse em seu lugar. Na verdade,
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estive! Por isso, eu sei bem o que se passa na sua cabeça.
Você quer acreditar nisso, mas parece tão difícil... Acertei?
Calma! Um passo de cada vez! Tenho aprendido que
milagres também acontecem em forma de processo. Viva
o seu! Comece-o. Por hoje, é o que basta. E creia: isso já
representa muita coisa!
Mas se você é como eu, do tipo afobadinha, permita-
-me dar uma espécie de spoiler dos próximos acontecimen-
tos: não se espante se a partir de agora sua história não se
parecer tanto com a que foi contada sobre sua vida. Mais
uma vez, esse alerta tão real quanto motivador: creia! As
coisas podem sim mudar!
Já não importa mais se não acreditaram em você e no
que poderia se tornar. E tudo bem se até você já se sen-
tiu ou ainda se sente... digamos... uma mulher improvável.
Deus escolheu você mesmo assim. Na verdade, o que faz
com que você sinta uma improvável ou algo do tipo, pode
ser exatamente o que Deus a confiou como treinamento
para um tempo de vitória. E é esse tempo que você está
prestes a viver: Um tempo de amor, propósito e felicidade.
Um momento em que tudo faz sentido. Que você consegue
ligar os pontos e perceber que nada foi em vão. Vou repetir,
leia em voz alta: nada foi em vão!
Você não tem ideia do quanto estou feliz por viver o
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início desse tempo com você!
Para isso, faremos alguns acordos, certo?
Acordo número 1: Comprometa-se a não emprestar
este livro a ninguém. Eu sei, parece egoísmo. Mas não é
esta a minha intenção. Ao contrário, quero dividir com o
maior número de pessoas possível os segredos (que não
são segredos, mas que muitas não sabem) de uma vida res-
taurada.
Então, se assim como eu, você deseja compartilhar
esses conhecimentos com outras mulheres, adquira novos
exemplares e presenteie-as com o livro. Sei que esta su-
gestão pode parecer muito conveniente a mim, mas o faço
porque o livro que está em suas mãos foi destinado a você.
Faça dele um caderno de estudo. Risque e rabisque. Tome
nota dos seus insights. Escreva-o comigo preenchendo as
linhas em branco. Desabafe, conte o que você está apren-
dendo, como está se transformando. Este espaço é seu e de
mais ninguém. Combinado?
Acordo número 2: Desafie-se a concluir este livro. Na
verdade, a partir de agora, desafie-se a concluir tudo o que
começar (o que lhe convém, obviamente). Já tomou nota de
quantos livros bons você iniciou e não terminou? Conve-
nhamos, quase todas nós poderíamos apresentar uma curta
coleção de livros inacabados. Mas o que fizemos até agora
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não determina o que continuaremos fazendo, certo? Se as
palavras aqui contidas fizerem sentido a você, não se sabo-
te dessa vez; conclua sua leitura. Dê a si mesma a oportuni-
dade de experimentar novos resultados em sua vida.
Acordo número 3: Realize as atividades propostas.
Tudo o que você encontrará nas próximas páginas foi pen-
sado e preparado para você. É como se eu pudesse enxer-
gá-la, sabe? Nós duas, sentadas em um sofá daqueles bem
confortáveis, tomando um delicioso chá e falando sobre
como viveremos a partir de agora. Então, confie em mim. Se
parecer pouco, confie nas transformações relatadas aqui.
Confie em um Deus que pode todas as coisas. E faça a sua
parte: realize as tarefas. Vai valer a pena, eu garanto.
Observação: este é um livro digital. Mesmo assim,
você encontrará espaços a serem preenchidos por você.
Sim, partes deste livro serão escritas pela Mulher Imprová-
vel que o lê.
Você poderá escrever nas linhas em branco contidas
em algumas páginas (caso deseje imprimir tais páginas) ou
poderá seguir minha sugestão: carregar com você (pra cima
e pra baixo) um caderninho da Mulher Improvável, onde
poderá escrever tanto as respostas solicitadas pelas tarefas
quanto suas anotações do início ao fim do livro. Talvez, de-
pois de concluir este livro, muitas páginas sejam esquecidas
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por você, mas os seus próprios insights serão mais difíceis
de apagar da sua memória, concorda?
(Adoro fazer isso: começar um projeto novo, ir na pa-
pelaria, comprar um caderninho qualquer e torná-lo uma
experiência especial.)
Preparada?
Ah... Que privilégio, para mim, ajudá-la na descoberta
do seu potencial, de quem você é de verdade e dos sonhos
que Deus tem para você.
Sabe aquela vida que você imaginou um dia? Pois bem,
você não só a experimentará como construirá uma nova
história... Que, nada mais é, do que a sua própria vida, a sua
essência, fazendo o que sempre deveria ter feito: vivendo
de maneira abundante!
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CAPÍTULO 1:
A sua essência
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Pare a leitura por um instante e lembre o que pensava.
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vinha, mas já havia vivido o bastante para sentir tudo isso.
Mas tudo isso não entrava no meu futuro imaginário.
Lá eu era livre e linda. Segura, inteligente e cativante. Lá eu
era a personagem principal da minha história.
Acho que escrevi alguns filmes sobre mim na minha
imaginação. Lembro como se fosse hoje a euforia interna
que sentia segundos antes de eu ir para o meu quarto, fe-
char a porta, deitar na minha cama cheia de cobertas para
me aquecer no frio do Rio Grande do Sul, fechar os olhos
e dar início à imaginação da vez. Cada dia era um contexto
diferente. O cenário mudava, mas eu sempre arrasava… Na
verdade, eu era quem eu era. Era feliz. Livre. E, para mim,
não havia melhor sensação que essa.
Sem nem saber o que significava potencial, me conec-
tava com o meu. Me imaginava fazendo e acontecendo.
Assim fui imaginando a mulher que eu seria. E posso falar,
digo, confessar? Ela era melhor do que eu sou hoje.
Você se identifica?
Não estou falando, aqui, de contexto de vida. Estou
falando da própria vida. Da mulher que você é, que eu sou.
Do potencial que temos.
Não fique triste não. De maneira alguma.
Na verdade, acho ótimo e animador sabermos que ain-
da não somos tudo o que poderíamos ser. Quero dizer, o
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que já somos mas não praticamos, sabe? O que podemos e
(ainda) não vivemos.
Se por um lado podemos ficar tristes por termos per-
dido um certo tempo (muito, em alguns casos), por outro,
nos encorajamos a prosseguir até nos encontrarmos, nos
devolvermos. A recuperarmos essa vida que um dia foi tão
nossa em pensamento. A tornar realidade o que já foi nosso
sentimento.
Preciso falar a você e a mim mesma uma coisa: isso
tudo é possível. Sim, isso tudo que você imaginou. Essa vida
toda que você sentia; a sua alegria e energia. Essa força,
essa liberdade, esse frescor. Essa sensação de “vida bem
boa”, de intensidade e simplicidade ao mesmo tempo. Você
me entende?
Se isso fizer sentido para você como faz para mim, eu
“nos” falo: não vamos deixar essa vida toda passar. Ela é nos-
sa! Ela já foi autorizada na vida real ao caber em nossa mente.
Sim, minha querida. Não sei se você já se deu conta
disso, mas as coisas que não são para você viver, nem pas-
sam por você. Elas vão direto a outras mentes, a outros co-
rações. Criam morada em quem as pode dar vida. O que
está em você é para você; é você. Na verdade, é ainda muito
mais. Mais do que tudo o que você já viu, mais do que tudo
o que você ouviu, mais do que tudo o que já conseguiu de-
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sejar... Tudo isso é o que está esperando por você. (1ª Co-
ríntios 2:9) Mais uma vez... Creia!
Ah, mas no meu caso, só por um milagre, você pode
estar pensando!
Calma! Como você já sabe, milagres também aconte-
cem em forma de processo. E para dar início ao seu, o que
você precisa fazer agora é voltar a ser quem era. Como uma
criança que imagina nada ser tão difícil… Volte a sonhar. Se
encontre de novo. Você era irresistível quando transmitia
sua essência. Deixe ela vir à tona novamente e se imagine
livre. Apenas imagine!
Vamos... Faça isso durante um tempinho. Acredite,
você merece isso.
Vá para aquela sua poltrona ou para a varanda. Se pre-
ferir, vá para a cama, como eu fazia quando me escondia e
me encontrava… e encontre você.
Continuando...
A verdade é que você pode nunca chegar a ser quem
você é de verdade. Ou, se preferir, você pode começar a
viver esse processo hoje mesmo!
Curioso esse conceito, não? De nos transformarmos
em quem já somos na essência. Ok, talvez precisemos usar
uma dose de didática para que possamos entender melhor.
Um pouco melhor, pelo menos.
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Imagine que, em sua frente, encontra-se você aos 6
anos de idade. Eu, criança, junto a mim, agora adulta? Isso
mesmo, perfeito! Você entendeu muito bem essa parte.
Agora, continue... Essa criança merece todo seu tempo e
atenção. Invista nela! Talvez pela primeira vez, repare em
cada detalhe seu! Olhe para você criança, atente para o seu
jeitinho. Consegue sentir carinho por ela? Observe-a bem!
A expressão, o olhar... Considere o potencial que tem.
Agora, imagine um futuro para ela. Feche seus olhos
para que consiga ver essa criança ainda mais de pertinho.
Vamos tentar captar a sua essência. Como é o seu coração?
Com o que ela sonha? Observe como ela é forte e gracio-
sa ao mesmo tempo... Ainda que tímida ou com medo, ela
transmite liberdade, não é mesmo?
Observação: faça uma pausa na leitura por alguns mi-
nutos e realize este exercício de imaginação. Você não vai
perder a oportunidade de ter um encontro com você, vai?
Pode ser que sua criança esteja feliz ou triste, empol-
gada ou constrangida. A minha estava com medo. Ainda
assim, era corajosa. Forte! Essa criança era eu e eu esta-
va mais perto da minha essência, embora as circunstâncias
não fossem das mais favoráveis na época. Apenas 6 anos
e alguns meses que eu havia sido feita por Deus. A força,
o potencial e o amor dEle ainda estavam muito latente em
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mim. Ah, se não fosse isso...
Você já observou uma criança por algum tempo? Mes-
mo cada uma tendo o seu jeitinho, crianças, de um modo
geral, são seres diferenciados. São especiais. São divinos.
Nós também somos quando adultos. O criador continua
o mesmo. Porém, somos contaminadas com o que ouvimos e
presenciamos ao longo da nossa história. Algumas experiên-
cias nos marcam. Dessas, algumas não são nada boas.
Seguimos crescendo e acreditando que somos aquilo que
falaram a nosso respeito. Sem saber ao certo distinguir ver-
dades de mentiras, apenas confiamos. Ingênuo engano nos-
so, muitas vezes. Erro intencional ou não de pais, familiares,
aproveitadores, professores desavisados, amigos ou outros.
Como um recipiente a ser abastecido, aceitamos o alimento
que recebemos. Nesse período da vida, ainda não dominamos
qualquer tipo de seleção.
Você está começando a entender que realmente muita
coisa não é culpa sua?
Certa vez, uma mulher que veio a ser minha cliente, me
procurou através da internet para agendar um atendimen-
to. Vamos chamá-la de Joana.
Ela respondeu com uma pergunta a um texto em que
eu falava sobre autoestima. Chamou-me a atenção seu
questionamento: “É difícil recuperar a autoestima? Será
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que conseguiria novamente me olhar no espelho e me
achar bonita depois de ser chamada de lixo, bucho, mons-
tro, etc.?”. Imediatamente respondi que sim e marcamos
nosso primeiro encontro para a semana seguinte.
Durante os dias em que me preparava para recebê-
-la, imaginei que esses xingamentos todos viessem de um
ex-marido ou namorado em um momento de discussão (o
que já seria um absurdo). Assim que Joana chegou em meu
escritório, porém, revelou que ouvira essas e outras inver-
dades ainda piores da sua própria mãe.
Dificilmente uma criança não acredite em sua mãe. As-
sim como confia na voz doce da mamãe lhe chamando de
amada, linda e inteligente, também acredita quando essa
voz é pesada e a chama de feia, preguiçosa, incômodo ou bur-
ra. Fico constrangida em escrever essas palavras de tão baixo
calão, mas, infelizmente, elas não são raras em meios familia-
res. É possível que você já tenha ouvido piores, inclusive!
Imagine duas crianças de idades iguais. A primeira
ouve diariamente verdades, como: você é amada, querida,
bela, competente. A segunda é ofendida todos os dias com
palavrões como os citados no parágrafo anterior.
Na sua opinião, qual das duas crianças terá mais pro-
babilidade de, no futuro, apresentar uma autoestima sau-
dável, ter sucesso nos relacionamentos e a autoconfiança
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necessária para desenvolver uma carreira bem-sucedida?
Agora, pense sobre isso e me responda outra vez: a
criança ofendida é realmente um lixo ou o lixo está dentro
de quem a ofende dessa maneira?
Sei que é ruim falar assim de qualquer pessoa, mas no
caso de Joana, o lixo estava dentro de sua mãe, mais preci-
samente, dentro do coração de sua mãe.
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com poucos líquidos, o que falaram a você? Palavras que a
elevaram ou palavras que a destruíram?
Eu poderia apostar que hoje você vive de acordo com
isso. Não conforme tudo o que ouviu, mas de acordo com
tudo o que ouviu e acreditou.
Observação: mais para frente falaremos sobre outros
insultos. Sobre outros inibidores de potenciais bem dolo-
ridos, por sinal. Você conhecerá Martina. Pouco ela relata
sobre falas. Mas sua história é marcada por ações que po-
deriam impedir que hoje fosse feliz. Não impediram. Mar-
tina, uma improvável como nós, foi mais forte do que tudo
o que tentou derrubá-la.
Por enquanto, foquemos em algo bem comum: as pa-
lavras. Nossas falas para nossos filhos. As falas de nossos
pais para nós. A incrível alavanca que elas podem represen-
tar em nossas vidas, mas também a estagnação de grandes
potenciais que elas podem causar. Falaremos, agora, rapi-
damente, sobre este último efeito.
Certos xingamentos entraram pelo seu ouvido esquer-
do e, graças a Deus, saíram pelo direito. Outros, porém,
criaram morada em seu coração. E, simples (e dolorido) as-
sim, você passou a viver dessa maneira. Por quê?
Somos seres coerentes. Não desejaremos comer uma
maçã e descascaremos uma banana (a menos que não te-
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nha maçãs em casa). Não pensaremos em uma coisa e fa-
remos outra. Agimos conforme pensamos e sentimos. Você
age de acordo com o que está no seu coração. Lembre-se,
porém, de que aí dentro existem conteúdos verdadeiros e
também mentiras, falsos conceitos que plantaram em você
(mesmo sem intenção) e você acreditou. No momento em
que acredita, você passa a viver assim.
Não é que você seja burra, minha querida. É que fala-
ram e você acreditou.
Duvide de si mesma quando vier o pensamento ou a
fala de que não é boa o suficiente, não é capaz, é medrosa,
preguiçosa, tem o dedo podre ou é azarada. É bem provável
que a pessoa que disse essas palavras tão duras a você se
sentisse incapaz. Ou, talvez, ela estivesse com medo. Talvez
tenha sido chamada de preguiçosa a vida inteira. Talvez não
tivesse conseguido um grande amor. Talvez se sentisse sem
sorte. O que ela não queria, ainda sem saber, era se sen-
tir assim sozinha. Ela precisava de uma companhia. Nesse
caso, você.
Não era a sua verdade. Nem se tratava de você.
Sabe o que você é de verdade? Especial, admirável e
maravilhosa! E eu posso (e vou) provar isso a você. Mal pos-
so esperar que você chegue até o capítulo 10.
Antes, preciso pedir algo importantíssimo a você.
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Certa vez ouvi dizer que a prova de qualquer aprendi-
zado é a mudança. Mudou? É porque realmente aprendeu.
Portanto, aprenda o que acabou de ler. Volte e leia nova-
mente se for preciso. Na verdade, leia quantas vezes for
preciso. Leia até entender. Entenda isso e vire uma chave!
Sim, você precisa ser intencional. Precisa decidir não parar
até conseguir. Precisa determinar que dessa vez não passa,
que chegou a hora da mudança. Caso contrário você não
sairá do lugar.
Lerá novos livros, ouvirá vários conselhos, sentirá até
um certo consolo, mas a força para mudar sua imagem nes-
se contexto irá ficando cada vez menor. Por quê? Porque
você se acostumará com essa sensação (mais tarde falare-
mos sobre isso). Por enquanto, acredite em mim:
A culpa não é sua; você foi uma vítima. O lixo não está
em você.
E se você estiver pensando agora: Nanda, mas no meu
caso é diferente. Sim, a culpa é minha. Errei, falhei. Não sou
vítima!
Calma! Como diz a minha avó, pra tudo tem um jeito.
Deus faz novas todas as coisas. Eu disse todas as coi-
sas. Todas.
Continuemos com essa certeza: grandes coisas vão
acontecer!
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CAPÍTULO 2:
Você não é
vítima; você é
uma pessoa
forte.
“Sabe-se que os maiores guerreiros são
submetidos aos piores treinamentos;
e guerreiros são treinados para vencer”.
Nanda Fernandes
Você pode ter sido uma vítima, mas esta não é sua con-
dição permanente. Ao contrário: você passou por situações
que pareciam pesadas demais para você suportar, eu sei...
Mas o fez. Aguentou firme. Chegou até aqui. Você pode até
pensar que não, mas você é uma guerreira. E das boas! Sim,
você é.
A questão agora é como você irá tirar vantagem de
tudo o que viveu. Afinal, você não sofreu em vão, certo?
Quando você descobrir como pode beneficiar a si mesma
e às pessoas a sua volta e, por que não, inúmeras pessoas
com a sua história, você estará bem perto, mas bem perto
mesmo, de encontrar seu propósito de vida.
E aí, tudo muda. Você entende o treinamento. Mais do
que isso, em determinado ponto (nível) do processo, você
consegue agradecer pelas dores. E, surpreenda-se: chega o
dia em que você se alegra por ter sofrido. Não pelo sofrimen-
to em si, mas por ter sido escolhida para uma missão muito
maior do que qualquer prejuízo que tenham causado a você.
Não, minha querida. Você não está em desvantagem
por ter sido isso ou aquilo ou por ter passado pelo que pas-
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sou. Ou ainda, não está condicionada a assumir uma identi-
dade prejudicada pela falta, por não ter sido ou não ter tido
alguma coisa. Definitivamente, você não está destinada a
permanecer onde está por ter sido marcada por situações
tristes ou injustas.
Seu criador planejou bom futuro para você (Provér-
bios 23:18). Não está tão bom assim? Isso pode ser sinal
de que está na hora de mudanças acontecerem e o seu
futuro chegar!
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Tudo o que você leu neste capítulo poderia se resumir
nessa frase:
Ressignifique o passado. Em outras palavras: dê um
novo significado ao que você viveu. Por quê?
Essa é a única maneira de você aproveitar o presente,
reconhecer os benefícios das dores anteriores e construir o
futuro que você pode sonhar.
Tudo bem se você não sabe como fazer isso ainda! Ali-
ás, estou aqui para isso... E o livro está apenas começando.
Continue a leitura no seu ritmo, mas de maneira sequencial e
continuada. Um pouquinho por dia... Um capítulo a cada dia,
talvez! Preste toda a sua atenção nos passos que virão a se-
guir como sugestão a você. Eles têm um poder transformador.
Pode acreditar!
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Conscientemente, sabia que não era culpa minha, mas
minhas emoções se misturavam, de modo que perdia a
clareza e organização de meus pensamentos. Quando me
dava conta, estava triste, desanimada, me sentindo feia e
inadequada.
Eu precisava me perdoar por uma culpa que não era
minha, mas que carregava como se fosse. E, graças a Deus,
assim o fiz. Decidi iniciar o processo de liberação de per-
dão a mim mesma para tirar a carga indevida de culpa, que,
diga-se de passagem, estava ficando pesada demais para
carregar nas costas.
O perdão a você mesma é tão necessário quanto o
perdão aos outros.
Perdoe-se por tão ter tido a família ideal. Perdoe-se
por não ter tido condições financeiras favoráveis. Perdo-
e-se por sua aparência. Perdoe-se por não ter lutado em
algum momento. Perdoe-se por ter se calado. Perdoe-se
pelas intenções, pensamentos, sentimentos equivocados.
Perdoe-se!
Também perdoe a si mesma se o erro foi efetivamen-
te seu. Esse tipo de perdão parece mais fácil de entender,
mas pode ser mais difícil de efetuar. Mesmo assim, se per-
doe por ter falhado, por ter sido injusta, por ter ofendido
ou ferido alguém. Você pode se perdoar por absolutamente
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qualquer coisa que tenha feito, pois o próprio Deus oferece
seu perdão a você. E se Ele a perdoa, minha querida, me
responda: por que mesmo você não poderia se perdoar?
Falando nisso, imagino que você já deva ter tido al-
gumas conversas com Deus que a fizeram chorar, se arre-
pender do que fez e do que deixou de fazer. Ah, eu já tive
algumas!
Se você ainda não experimentou um momento como
este, eu a encorajo a fazê-lo. Você não precisa decorar
frases nem se preocupar se está orando certo ou errado.
Oração é uma conversa com Deus. Fale o que está no seu
coração enquanto o inclina para que esteja sensível ao que
Deus quer falar com você. Após esse momento, você se
sentirá leve. Imagine um peso saindo das suas costas para
que você possa caminhar melhor. É mais ou menos isso que
sentirá quando entregar suas culpas (legítimas ou não), me-
dos e anseios para Deus em uma conversa entre Pai e filha.
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segue esquecer o que fizemos! Siga Seu exemplo e decida
perdoar a si mesma.
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(Complete. Não economize palavras. Esse livro é seu. Você não
precisa mostrá-lo a ninguém.)
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Passo número 2: Acredite: você foi escolhida.
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você nem conheça, as dores que compõem a sua história.
Dito isso, fica mais fácil de você me entender: você
não foi escolhida para sofrer, você foi escolhida para agir
através do seu sofrimento ou apesar de todo o seu sofrer.
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(Coragem! Complete, é necessário!)
Assine: ________________________________
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Nesse momento, leia o que acabou de escrever (desde
quem você decide perdoar até sua assinatura). Considere
essa leitura como uma declaração única e definitiva. É isso
que ela será.
Na prática: não pense mais na pessoa em questão.
Isso, na verdade, é um tiro no pé, concorda? Não é justo
você ter sofrido tanto e ainda carregar dor em suas memó-
rias constantes. Quando os pensamentos e os sentimentos
vierem, repreenda-os e faça outra coisa. Afinal, você já per-
deu muito tempo e energia com isso. E fazer qualquer coisa
é preferível a voltar a sofrer a mesma dor.
A partir de agora, é liberar espaço para uma vida nova,
inclusive (e primeiramente) nos seus pensamentos.
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Passo número 4: Prepare-se, reconheça e usufru-
as as recompensas.
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te. Ninguém consegue avançar se estiver amarrado ao início
da estrada. Nesse caso, você nem mesmo irá sair do lugar.
Você continuará, ainda que dentro de você, naquele mes-
mo lugar de sofrimento, de angústia, de solidão, de pobreza
(seja lá de que tipo for)… Os seus pensamentos continuarão
a prender você em uma teia de pensamentos limitantes a seu
respeito. Esses pensamentos (nesse caso, tudo o que você
acredita sobre você mesma, que em nada contribui para o
seu desenvolvimento) associados aos seus sentimentos po-
dem paralisar você. Podem fazer com que você, ainda que
tenha crescido e até mudado de cidade ou país, se encontre
no mesmo contexto emocional, o qual prende você, segura e
a impede de ter a vida que você deseja e merece.
Você prestou atenção ao que acabou de ler? Ainda que
seu contexto físico tenha sido alterado, seu contexto emo-
cional pode permanecer o mesmo. As mesmas dores são
reconhecidas e vivenciadas por você novamente. Tudo de
novo, repetidamente (não é redundância, é um ciclo mes-
mo). Triste, não? O seu corpo não precisa estar literalmente
presente em um determinado local para que sua mente es-
teja, e com ela, suas emoções.
Você precisa sair desse lugar de dor agora mesmo!
Antony Robbins alerta em seu Best-Seller: Desperte
seu Gigante Interior, que a maioria das pessoas resiste a
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mudanças rápidas porque elas podem, de certa forma, con-
tradizer seu sofrimento. Afinal, como uma pessoa que so-
freu ou viveu desse jeito, em determinada situação durante
anos, pode simplesmente mudar num instante? Funciona
como se a dificuldade em mudar testificasse o tamanho do
problema. Pois então, eu tenho um desafio a você:
Na prática:
Nas próximas páginas escreva sua história! Escreva
tudo o que lhe aconteceu. Não poupe os detalhes nem te-
nha pressa. Se trata da sua história!
Literalmente, registre sua dor na intensidade que você
realmente sofreu. Chore, se permita sentir essa dor nova-
mente enquanto escreve e, então, queime depois de ler.
Risque, rasgue, corte em pedacinhos. Em uma representa-
ção, destrua, acabe com esse gigante (que não é do bem).
Fale para você mesma ouvir como você escolhe ser daqui
para frente.
Você terá como testemunha desse momento, Deus,
que vê todas as coisas. É o que basta.
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53
A forma mais eficaz de continuar como prisioneira às
dores do passado, é continuar regando com lágrimas o que
aconteceu. É continuar alimentando, dando força àquilo
que já foi muito penoso. E, sem perceber, dar continuida-
de a um serviço feito contra si própria. Quem age assim,
permite que grande parte de sua energia permaneça com-
prometida ao que foi, ao que passou, ao seu histórico, ao
seu trauma. Utiliza sua dor passada para justificar a falta de
perspectiva, ânimo e produtividade.
Se você se sente assim, eu entendo você. É como se
esse passado todo funcionasse com um ímã atraindo toda
sua energia do presente.
É como se você tivesse corrido muito já. Está cansada,
exausta. Olha para o lado e vê pessoas dispostas, cheias
de vida e ansiosas para seguir em frente certas de que o
melhor ainda está por vir. Isso chega a dar uma raiva, eu sei!
Mas permita-se apresentar uma boa nova!
A forma mais linda de você se tornar livre de toda in-
justiça e sofrimento que passou, é fazendo com que a sua
vida, a partir de agora, seja extraordinária. E é exatamente
isso que acontecerá. Alegre-se e decore: Grandes coisas es-
tão por vir! O melhor está por vir para você também. Creia!
Adote como lema de vida esse princípio: NÃO VIVER
DO PASSADO… Nem se ele for bom, nem se for ruim. Você
54
não precisa continuar carregando cargas ou usando “rou-
pas” que não combinam com as estações que passará a vi-
ver de agora em diante.
55
vida. Você irá vivê-la uma única vez. Eis aí o motivo para dei-
xar aquela sua mochilinha pra trás. Pesada ela, não? Se você
a deixar, irá caminhar mais rápido, mais longe e mais feliz.
Recupere o tempo perdido, vivendo uma vida inten-
samente feliz e realizada a partir desse momento! E não
espere pela segunda-feira. Comece agora (se hoje não for
segunda-feira). Faça tudo valer a pena a partir de momento!
Uma curiosidade: nunca fui fã de novela, mas deixei
de assistir completamente quando percebi que os perso-
nagens principais nunca estavam sentados assistindo a tal
da novela! Eles estavam vivendo… E eu ali, parada, contem-
plando a vida deles, que nem real era.
Para o seu próprio favor, entenda que viver bem ou
viver mal (ou viver médio) dá o mesmo trabalho! Você pode
construir a vida que você considera boa, plena. Ou, então,
você pode viver uma vida inteira a desejar... A literalmente
desejar enquanto assiste outros vivendo (como na novela)...
E só! Eu tenho certeza: isso é pouco para você. E suponho
que você comece a ficar desconfiada disso também.
Entenda que você já passou pelo treinamento e agora
pode viver um outro momento em sua história. A bênção
está a caminho. Prepare-se para recebê-la.
Mas o que você faz enquanto espera?
56
Faça as pazes com você!
57
que cai em mim a ficha de que o presente é, de fato, o
nosso presente diário. Que os nossos feitos de hoje, esses,
que nem percebemos, que não passam de detalhes, que
compõem a rotina… serão nossa saudade. A gargalhada
de um filho… ou a nossa… Aquela bagunça que fica na
sala (ou o motivo dela)… Aquele beijo todo babado do ca-
çula… Um abraço bem apertado (mas apertado mesmo…
e demorado), um olhar (daqueles que dispensa palavras)…
Um “Bom dia”, um “Pega as crianças na escola?”, um “Vol-
ta logo…”. Acredite, essa vida agitada e corrida, a que es-
pera pelo final da semana pra descansar, a que espera o
mês terminar, a que espera o próximo ano, a transferên-
cia, a aprovação no concurso, a formatura… a que espera
o final de algumas coisas pra que se iniciem outras… Essa
é a que (já) lembramos como que em câmera lenta. Parece
tão bom o que vivemos “ontem”… Passada a nostalgia, li-
gamos no automático e seguimos… esperando o próximo
final de semana.
A questão é que… o período de espera não tem muito
glamour mas tem realidade. Sim. A espera representa a
sua vida. Os dias normais, os dias “sem produção” são os
que contêm os detalhes que (em breve) se tornarão lem-
brança… lembrança e saudade. Muita saudade…
O futuro? É digno do nosso planejamento. O pre-
58
sente? Digno da nossa vida. Dos nossos risos, do nosso
entusiasmo, da nossa satisfação… ainda que ele não seja
como será o nosso futuro. O apartamento está pequeno,
as crianças estão numa fase bem agitada, o dia-a-dia está
cansativo… E quando o futuro chegar e trouxer a casa dos
sonhos, as crianças tiverem crescido (e ido…) e os dias es-
tiverem bem parados. Ah… que saudade no nosso apar-
tamento (leia-se: das crianças e da loucura que era tudo
aquilo).
Uma coisa é certa: o presente irá virar passado. Ama-
nhã ele já será história. Cada dia é único (e está passando
tão rápido…). Os filhos crescem, os vinte e poucos anos
voam (já os perdi de vista), e a espera um dia acaba. Ou-
tra coisa é certa: não tem como “rebobinar a fita” (expres-
são dos de mais de trinta). Se chegou o dia, se chegou o
ano, se chegou o que se queria… é porque o futuro chegou
de mãos dadas com novos futuros antecipados de novas
esperas.
Resumo da ópera: Nossa vida é feita de esperas. De
dias comuns. De rotina. De detalhes. De realidade. De im-
perfeições.
Sacou? O futuro tão aguardado mal chega e já vira
presente… e mesmo assim estamos sempre de olho nele,
sem perceber que ontem sonhávamos tanto com nosso
59
presente.
O futuro é meio que correr na esteira. A espera pode
trazer de presente um passado muito bem vivido.
As imperfeições também sabem deixar saudades!
A questão é que, se hoje sua vida mudasse como tal-
vez você já tenha desejado, você perderia muita coisa… Por
isso, tenho me encantado por processos. Eles são uma boa
maneira de preservar o que está dando certo, e alterar ou
melhorar o que ainda não está. E essa é a boa notícia!
Mas agora uma notícia que não é boa nem ruim. Al-
guns processos não acabam nunca. E antes que você desa-
nime, um alento: você pode gostar do processo.
Faça as pazes com seu cenário atual para que ele pos-
sa ser melhorado e você tenha condições de enxergar esse
avanço. É como se assim você aceitasse a possibilidade ver-
dadeira de sair do contexto atual (interno) e viver o proces-
so respeitando as regras, que talvez você nem saiba, mas
são as suas próprias regras. Para isso, o autoconhecimento
é imprescindível.
Você pode ser do estilo rápido ou devagar e não estar
errada de modo algum. O seu processo pode ser lento e está
tudo bem. É preciso enxergar beleza em cada parte da vista
da estrada… isso fará você sair do lugar sem perder a vida de
onde está. Temos todo o tempo do mundo, do seu mundo.
60
Como não respeitarmos os limites do seu processo?
Você não precisa correr. Pelo menos, não sempre!
A vida é bela e é feita de processos; encontre beleza
neles!
CAPÍTULO 3:
61
A preparação
para a bênção
- 1 ano de Ester -
“O tratamento de beleza das moças durava
um ano; durante seis meses eram usados
perfumes de mirra e, no resto do ano, outros
perfumes e produtos de beleza”.
Ester 2:12a
Essas palavras se referem a Ester. Acredite, estão na
Bíblia! O contexto (próprio da época, é claro), era que o rei
Xerxes iria eleger uma nova rainha… Iria se casar novamen-
te. Algumas moças selecionadas como candidatas, entre
elas, Ester, passaram por um tempo de preparação de um
ano. Após esse período, o rei escolheu Ester como esposa
e rainha.
Ok! Você não é candidata a ser esposa de ninguém,
muito menos rainha. Não tem um ano inteiro só para se
arrumar e ficar mais bonita. Precisa levantar cedo, cuidar
das crianças, arrumar a casa e fazer o almoço. Talvez ir para
o trabalho, voltar e continuar com a arrumação dos outros.
O dia-a-dia é puxado e você quase não tem tempo para
pensar em um processo de transformação, quanto mais, vi-
vê-lo. Acertei?
Bem, eu não estou falando (apenas) da aparência física.
Aliás, beleza mesmo vem de dentro… Do interior para o que
é externo. Se estamos nos sentindo bem, refletimos isso.
Então, nossa preparação aqui ocorrerá na parte inter-
na da nossa “casa”.
65
Por isso...
“Alimente-se”!
É impossível encher um recipiente cheio. É preciso li-
berar espaço para receber um conteúdo diferente. O velho
dar lugar ao novo.
Se você sente que ainda há algo antigo e indesejado
em seu recipiente, em sua alma e sua mente, volte ao ca-
pítulo 1 e repita o processo de esvaziar-se. Não existe a
necessidade de leitura rápida deste livro. Há pouquíssima
vantagem em concluir uma leitura apenas para somar ao
número de livros lidos este ano (ou na vida toda, para al-
guns). Um único livro, porém, se explorado e vivido, pode
revelar um poder transformador. Mas lembre-se: você já é
a pessoa que conclui tudo o que começa. Iniciou este livro?
Então, vá até o fim... Aproveitando a jornada, fazendo valer
a pena cada palavra.
Mas se você realizou com sucesso a primeira etapa
e liberou espaço para uma nova você, chegou o tempo
da sua preparação. Sim, claro, o treinamento faz parte da
preparação, mas agora você viverá um novo tempo, uma
nova parte do processo. E me alegro em dizer que esta
parte é bem menos dolorida. Quem passa por ela se ele-
va a um outro nível como pessoa. Essa parte do processo
representa a conquista da vitória. O problema é que mui-
66
tas pessoas passam pelo treinamento achando que estão
lutando. Não estão. Estão sendo treinadas. E sinto alegria
em informar-lhe: depois do treinamento que teve, o pró-
ximo passo é saber que está lutando para vencer. É sobre
isso que se trata essa parte do processo. O treinamento
é para a luta. A preparação é para vitória. Você já passou
pelo treinamento (acredite, a parte mais difícil) e agora se
encontra no meio da luta, sabia? Conclua essa parte e con-
quiste logo sua vitória. Por que você iria querer passar a
vida toda lutando?
Não pense que não faço essas perguntas a mim tam-
bém! Temos muito em comum!
67
Desenvolvendo uma visão a longo prazo
Nanda Fernandes
68
Bem, talvez as frases que se seguem consigam conver-
sar com a sua resposta. Ouso, eu, desejar que elas a con-
vençam de que, sim, Deus faz novas todas as coisas, inclu-
sive para você. Inclusive você!
A história que você vai ler agora mexe muito comigo.
Sempre mexeu. Talvez você já a conheça, talvez se surpre-
enda. Eu já a conheço e me surpreendo cada vez que a leio.
Por quê? Talvez por essa ideia aprendida a respeito de Jesus
Cristo (um dos personagens da história) como sendo um
cara sereno e tranquilo, que tratava a todos com carinho
e seria impossível (essa palavra fica um pouco inadequada
em se tratando de Jesus, não é? Troquemos.), improvável
que ferisse qualquer pessoa.
E falando nisso, a história que você irá ler agora é de
mais uma improvável como nós. Não foi uma parábola (nar-
rativa que comunica recado indireto, através de analogias e
comparações – prática esta muito utilizada por Jesus, por
sinal). Foi uma história verídica, realmente aconteceu.
Por que aconteceu? Por que uma história que se inicia
assim está escrita na Bíblia (como confirmamos abaixo)? A
minha resposta poderia vir com outra pergunta: será que
poderíamos enumerar os motivos? Talvez, você, ao ler a
história (e imaginar tal cena acontecendo com o homem
mais amoroso de todos os tempos) entenda o que Ele quis
69
(e quer) dizer a você. O que eu entendi como moral da his-
tória? Convido você a ler primeiro. Prometo que revelo a
mensagem que veio a mim, logo em seguida.
A mulher estrangeira
Mateus 15:21-28
Jesus saiu dali e foi para a região que fica perto das
cidades de Tiro e de Sidom. Certa mulher cananeia, que
morava naquela terra, chegou perto dele e gritou:
— Senhor, Filho de Davi, tenha pena de mim! A minha
filha está horrivelmente dominada por um demônio!
Mas Jesus não respondeu nada. Então os discípulos
chegaram perto dele e disseram:
— Mande essa mulher embora, pois ela está vindo
atrás de nós, fazendo muito barulho!
Jesus respondeu:
— Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas
do povo de Israel.
Então ela veio, ajoelhou-se aos pés dele e disse:
— Senhor, me ajude!
Jesus disse:
70
— Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo para
os cachorros.
— Sim, senhor, — respondeu a mulher — mas até mes-
mo os cachorrinhos comem as migalhas que caem debai-
xo da mesa dos seus donos.
— Mulher, você tem muita fé! — disse Jesus. — Que
seja feito o que você quer!
E naquele momento a filha dela ficou curada.
71
Mesmo já estando perto, ela grita. Parece uma mis-
tura antagônica de alívio e desespero. Assim, como quem
sente que tem um problema impossível de resolver, mas
se depara com quem resolve justamente os problemas im-
possíveis.
Ela, já de cara, se apresenta sem máscaras. Sem se im-
portar com as pessoas (e eram muitas pessoas) que a ou-
viriam falar sobre o que afligia seu coração, que ficariam
sabendo que sua filha estava dominada por um demônio,
ela se detém à verdade. Ela não disfarçou, não suavizou a
dificuldade do problema. Como quem sabe que não tem
tempo a perder, ela foi direta em mostrar a sua dor.
Ela insistiu ao silêncio de Jesus e resistiu ao desejo de
ordem de afastamento dos discípulos.
(Confesso que aqui, acho que eu iria para casa. Não me
considero uma pessoa tímida, e nem o medo em falar em
público me paralisa. Acho eu, que no lugar da mulher, tam-
bém buscaria me destacar na multidão. Faria de tudo para
chegar perto de Jesus e me atreveria a falar com Ele. Sim,
também iria direto ao ponto, afinal, todos têm suas fraque-
zas, falhas e limitações e o homem que conhecia corações
não se escandalizaria com o meu problema. Agora, receber
o silêncio de Jesus, poderia bastar para mim. Para aquela
mulher, não.)
72
Ela permaneceu ali como quem espera que a autori-
dade que estava a sua frente quebrasse de uma vez aquele
silêncio (que, na verdade, foi o seu primeiro não.)
E assim Ele o faz. Mas não como ela esperava.
E o seu segundo não foi ainda pior.
(Bem, a essa altura dos fatos, sério: eu estaria em casa,
chorando, desesperada – se é que ainda teria forças para
chorar. O homem que é Deus me tratou mal. Não sou digna
de nada, nem de ninguém, certamente pensaria! Ainda bem
que as pessoas pensam diferente.)
E maior do que o seu grito foi a sua insistência.
Ela muda a postura. Se lança aos pés de Jesus. Se ajo-
elha. Mostra toda a sua humildade em se curvar e toda sua
força em persistir. Troca o grito por clamor: “Senhor, me
ajude!” - Você consegue imaginá-la?
Ele, por sua vez, é ainda mais firme – e eu nem preciso
abrir parênteses aqui para dizer que eu não teria chegado
a este ponto da história mesmo. O próprio Jesus compara
aquela pobre mulher com cachorros. Ele sabia até onde
podia ir.
E a mulher estrangeira, tendo uma linda e lúcida noção
do tamanho de quem estava a sua frente, se diz satisfeita
com as migalhas de quem tem o poder de oferecer um ban-
quete.
73
Então, ela recebe o banquete.
Ela sabia o que queria. Ela teve a atitude que precisava.
Ela foi até onde poucos iriam. Ela ganhou o que queria, o
que pediu e o que “lutou” para conseguir.
Talvez, a mulher estrangeira não tenha seu nome es-
crito na Bíblia para que ela pudesse se chamar ora eu, ora
você. Para que ainda hoje possa ser reconhecida na vida de
muitas mulheres improváveis espalhadas por aí.
Então me diga: o que é mesmo que você quer e até
onde está disposta a ir para conseguir o que deseja?
74
CAPÍTULO 4:
Você pode
desistir!
77
Se você não se sente tão confiante ainda como a Mu-
lher Estrangeira e, por mais que não queira, resiste a mu-
danças ou já desenvolveu o costume de desistir, calma, que
o livro ainda está no início.... Permaneça atenta e continue
a leitura. Acredite: você já está mais forte do que quando
começamos a conversar.
E vamos logo para o próximo capítulo porque sua vida
não se encaixa muito bem por aqui.
78
CAPÍTULO 5:
Um novo coração,
uma nova identidade,
uma nova personalidade.
81
apenas uma única fala de mim para mim, e eu falava várias
delas, repetidas vezes, todos os dias. Imagina o efeito?!
Não sei se sua Síndrome Gabriela é do tipo Orgulhosa
(“esse é o meu jeito, minha personalidade e pronto”) ou do
Tipo Jururu, como era a minha. O que eu sei é que de um
jeito ou de outro, essa síndrome tem cura! Você, talvez di-
ferente do que tenha imaginado a vida toda, pode mudar de
personalidade sim.
A sua essência foi dada por Deus e, acredite, ela é en-
cantadora. É linda. É parecida com Ele (leia Gênesis 1:27).
O problema é que assim como um recipiente que recebe lí-
quidos bons e líquidos ruins, somos abastecidas desde que
nascemos, diariamente, com conceitos bons e ruins. Nos-
so coração, identidade e personalidade sofrem influência
constante do meio em que vivemos. E/mas nenhum dos
três é imutável.
A sua identidade tem muito a ver com sua essência, o
problema é que ela pode ter sido contaminada. Talvez por
isso não sejam raras nossas crises de identidade! Temos
algo lá dentro que confirma quem somos, mas já passamos
a acreditar que somos quem nos tornamos.
A boa notícia é que você pode receber uma nova iden-
tidade que tem tudo a ver com a sua essência e que será
impulsionada pelo seu potencial. Ah, seu potencial! Certo
82
que falaremos sobre isso nos próximos capítulos. Por en-
quanto, tenha em mente que Deus faz, mesmo, novas todas
as coisas.
Até mesmo um coração?
Em Salmos 51:10a, Davi pede a Deus um coração puro.
83
chava os olhos, ainda vinha a minha mente, uma linha mu-
lher de 40 anos, no caso, eu, daqui a um tempo (risos).
Veja bem! Eu, que sempre soube do poder transforma-
dor de Deus... Eu, que vinha estudando muito sobre desen-
volvimento pessoal... Eu, que aconselhava tantas mulheres
(clientes e amigas) a se transformarem... Justo eu, passava a
acreditar na mentira de que, para os outros seria possível,
para mim, talvez não.
E não que eu duvidasse do poder de Deus, mas tal-
vez, sem querer, duvidasse do seu amor por mim. Sim, isso
é triste e injusto, eu sei. Ainda mais depois dEle ter dado
tantas provas bem doloridas para mostrar o Seu amor por
todas (e todos) nós.
Mas aí eu olhava para mim, lembrava do meu passado,
e meus pensamentos, parecendo tomar o controle, me con-
duziam a conclusões que eu não queria tomar, mas tomava:
eu não sou merecedora; eu não sou digna; eu não sou ama-
da. Eu sou uma improvável!
De onde vinham esses pensamentos? Lá do passado.
Eu não tinha noção do que isso representava, mas um pas-
sado distante permanecia perto de mim. Melhor dizendo...
Ainda que passassem os anos, eu permanecia lá atrás so-
brevivendo dos efeitos que ele teria para me oferecer eter-
namente. Começava a sentir que lá era o meu lugar...
84
Não era.
Mas voltemos a falar sobre você. Antes de continuar-
mos, sinta-se à vontade para responder:
85
Existe um tempo certinho para todas as coisas.
Você não sofreu em vão. Ainda irá aproveitar as re-
compensas e benefícios das suas lágrimas. Na verdade, ain-
da poderá dividir, compartilhar esses benefícios, o que seria
sua maior recompensa. E como já falamos, poderíamos cha-
mar tudo isso de “Seu Propósito de Vida”.
Mas, Nanda! Eu fui a culpada. Eu traí! Eu abandonei! Eu
agredi! E isso é o que faz com que eu não me sinta merece-
dora, digna ou amada.
Permita-me ser um tanto repetitiva: os que não são
culpados não precisam de perdão. Volte ao Passo 1 do Ca-
pítulo 1 e, agora, ciente de tudo o que conversamos, peça
a Deus o perdão e peça a Deus a capacidade de aceitar Seu
perdão. De se perdoar. Sentir-se perdoada. Liberta da cul-
pa. Livre da carga.
Você não precisa continuar sendo o que sempre foi.
Lembre-se: Deus faz novas todas as coisas, inclusive você.
86
CAPÍTULO 6:
Você só precisa
de uma mochila!
89
Se fosse assim, você pararia em cada esquina; cansada,
choraria; triste, pensaria em desistir.
Bem, definitivamente, este não seria o melhor passeio
para você.
Pense nesse passeio como a sua vida. Você pode co-
nhecer novas pessoas, viver outras experiências, adquirir
novos sentimentos. Mas para isso, você não poderá estar
cheia do seu passado. É preciso liberar espaço.
A seleção:
Olhe para trás agora. Escolha “a dedo” o que entrará
na sua mochila.
Como um filme que passa em sua mente, um filme da
sua vida, congele imagens marcantes. Tire delas aquilo que
convém a você.
90
De traumas a dias especiais, retire aprendizado, força,
energia e guarde na mochila. Guarde também gratidão. As-
sista com carinho sua própria história, por mais difícil que
ela seja. Lembre-se que esses sofrimentos, além de dores,
te oferecem algo de bom. Se você observar bem, poderá
enxergar proveitos, benefícios mesmo nos dias difíceis. En-
tão, deixe as dores no lugar delas. Deixe a dor naquele lugar
escuro. Carregue com você apenas o motivo. Está ficando
confuso, eu sei. Deixe-me explicar.
Se você passou por sofrimentos e injustiças, não há
como voltar atrás e apagá-los. Mas, como já falamos por
aqui, você não passou por tudo isso em vão. Você não so-
freu só por sofrer e pronto. Isso seria horrível. Havia um
objetivo por trás disso envolvendo a sua vida. Esse era o
seu treinamento. A questão é: você foi treinada para quê?
Pegue essa resposta e guarde em sua mochila.
Antes de concluirmos este capítulo, uma informação
importante: você pode usar sua história como palco para
o seu propósito de vida. Não estou dizendo que é o que
acontecerá com você. Mas existe a chance de este ser o
seu caso, mesmo que você nunca tenha pensado a respeito.
No capítulo seguinte, você conhecerá uma de nós que
recebeu um treinamento rigoroso, resistiu e venceu e tem
vencido.
91
Hoje, ela divide sua história com outras de nós. É emo-
cionante! Já assisti a uma palestra dela em que fala sobre
seu testemunho de vida e posso garantir que, quando sua
história é contada, vidas são abençoadas. Tenho certeza
que você também será.
Bem, o que quero dizer com isso?
Há quem sofra, supere, aprenda e siga em frente se
distanciando a cada dia de seus sofrimentos. Essas pesso-
as constroem suas vidas em novos caminhos, geralmente
opostos ao que trilharam (ou foram obrigadas a trilhar) até
aqui. São pessoas que parecem ter apagado de suas me-
mórias os traumas, as dores, os dias maus. Funciona como
se esse passado estivesse realmente ficado lá atrás e uma
porta fosse fechada. A partir daí um novo ciclo se inicia.
Uma nova vida. Normalmente, essas pessoas nem falam
sobre o assunto. Preferem pensar que isso nem faz parte
da sua história. Não negam, mas também não enfatizam o
que aconteceu. Não sabemos como se dá esse processo em
suas mentes, nem o que Deus sonha para elas, mas o que
parece ficar claro é que a elas o evento em si deixa a força
e a lição para uma vida melhor, e pronto.
Há, porém, quem passe por sofrimentos que são trei-
namentos para um determinado propósito. Algo específico
que se torna evidente a todos em algum momento de suas
92
vidas. Para essas pessoas, o passado é a base da missão que
lhes cabe.
Elas continuam sofrendo o resto de suas vidas? Não.
Essas pessoas pegam as dores vividas e as transformam
em vantagens a elas e a outras pessoas. Essas vantagens
podem ter ainda mais efeitos do que as dores sofridas. É
como se elas invertessem o jogo. Embora acessando com
frequência o contexto do sofrimento para viverem seu pro-
pósito de vida, elas não assumiram o dano como condição
permanente. O que fazem, é trabalhar com as cicatrizes
que não as proporcionam sofrimento, mas oportunidades
de fazer valer seu sofrimento. Não estou falando de justiça,
estou falando de não desperdiçar o treinamento.
93
CAPÍTULO 7:
A dor revela
poderes
“Continuar sofrendo por algo que já acabou
é a maneira mais eficaz de fazer
injustiça consigo mesma”.
Nanda Fernandes
Você já observou a trajetória dos heróis? Dos super-
-heróis? Desses, tipo: Homem Aranha, Batman, etc. Se re-
parou bem, deve ter percebido que suas histórias de suces-
so começam antes do sucesso. Eles têm em comum uma
primeira fase, um primeiro estágio... Que, por sinal, nem
sempre é tão fantástico quanto o segundo. Às vezes, in-
clusive, um grande problema acontece em suas vidas. Um
trauma, uma dor intensa. Em outros casos, parece tudo dar
errado. Os personagens mais incríveis eram os azarados, os
tímidos, os fracos, os que tinham uma família que não os
apoiava, os que eram escanteados, zombados, rejeitados...
Os improváveis. Em outras palavras, eram aqueles com um
grande potencial que ninguém conseguia ver, reconhecer,
muito menos valorizar.
Imagine se eles nunca passassem pelo processo que os
levou a descobrirem seus poderes! Imagine, ainda, se eles
nunca passassem pela necessidade de colocar esses pode-
res em prática. O Homem Aranha ainda moraria com a sua
avó e o Super Homem ainda manteria seu amor platônico
por Lois Lane. Tudo bem morar com a avó ou gostar da Lois
97
Lane, você deve estar pensando... Concordaria com você,
se não pensasse nas inúmeras pessoas que deixariam de
ser beneficiadas (ainda que na ficção) se esses homens não
se transformassem no que, na essência, já eram: heróis.
Impossível falar em heróis, ainda mais, em super-heróis,
e não falar em Jesus Cristo. Como um autêntico herói, e, di-
ga-se de passagem, dos bons, e ainda poderíamos dizer, o
maior de todos, Ele também passou pela dor para que hoje
o reconhecêssemos como Super-Herói. E aqui está o que eu
quero falar para você, o ponto chave da nossa reflexão sobre
heróis e heroínas. Todos eles têm, por “natureza”, seus pode-
res. A dor, porém, vem antes para revelá-los. Jesus ressusci-
tou depois de morrer. Seu poder não foi revelado pela cruz,
mas pela ressurreição. Todavia, se não fosse a cruz, ou seja,
se não fosse por sua morte, não haveria ressurreição.
Você já “pegou” a moral da história? Assim como para
os super-heróis, a dor não representa a derrota, mas o está-
gio que antecede a vitória. E, mesmo durante a fase da dor,
você já tem poderes, só que às vezes ninguém os vê. Talvez
nem você reconheça que os tem, mas se não tivesse, não
teria aguentado até aqui.
Você pode ter passado por algumas (ou muitas) situa-
ções realmente difíceis em sua vida. Dessas, que fazem seu
futuro parecer improvável. Talvez você, assim como eu, tenha
98
se sentido “menos” ou tenha se considerado inferior às outras
pessoas por ter que passar por algumas dessas situações. Mas
na verdade, minha querida, você sempre foi uma escolhida.
Você recebeu do seu próprio Criador poderes necessá-
rios para passar por essas dores. Dores, essas, necessárias
para revelar esses poderes... E para em um futuro, poderem
ser visíveis a todos. É como se os poderes dependessem
das dores. Não há solução sem que haja um problema. Não
há vitória sem que haja luta.
Até agora você pode ter vivido sem ter percebido que
foi treinada para lutar e vencer. Para isso, recebeu pode-
res do próprio Deus em momentos específicos de sua vida.
Não se trata de mim ou de você. Se trata dAquele que con-
fiou poderes a mim e a você.
Já precisei usar esses poderes algumas vezes. Imagino
que você também, embora até agora você possa ter vivido
sem reconhecer os seus. Mas o fato é que você fez uso deles
para prevalecer. Os problemas podem ter acabado, mas você
permaneceu.
Você acha que Deus daria as mesmas lutas a todas as
pessoas? Você acha que Ele permitiria que todos passas-
sem pelos mesmos treinamentos se as lutas são diferentes?
Ele sabe o que você suporta. Sabe a força que tem por-
que Ele mesmo a colocou em você. Assim como no caso
99
da Mulher Estrangeira, Ele sabe até onde você aguenta ir...
Sabe também onde quer te levar. No caso da Estrangeira,
Ele a trouxe até mim e você.
Observe as histórias dos super-heróis do tipo reais.
Sim, os da vida real. Desses que passam por você nas ruas
sem qualquer capa que indique seus poderes, mas que ven-
ceram ou enfrentam grandes lutas. Homens e Mulheres
que transformaram suas dores em espadas de poder. Pes-
soas comuns que lutaram por causas nobres, que fizeram
o que a maioria acha muito difícil, talvez até impossível. Se
você pudesse enxergar suas dores, poderia chegar à con-
clusão que uma grande dor pode ser capaz de promover um
grande efeito recompensador. Uns afundam em sofrimen-
tos; outros, sobem a lugares altos demais para quem não é
treinado conseguir chegar.
Está na hora de virar a chave! Já reparou que se chegou
até aqui é porque de um jeito ou outro vem vencendo até
agora?
Eu desconfio, inclusive, que a Mulher Maravilha não
seria capaz de suportar sofrimentos que você suportou.
Ah, minha querida... Talvez você nunca tenha pensado
a respeito, mas você é uma guerreira, e como falei antes,
das boas!
Martina também é.
100
A conheço há um bom tempo, mas só agora pude ver
quem ela realmente é, quem sempre foi; a força que sempre
teve, a que faz parte da sua essência. Não será difícil você
identificar a origem dessa Força.
Sua mãe a abandonou recém-nascida. Sabe essas his-
tórias que assistimos em noticiários e que cortam o nosso
coração, sobre mães que abandonam seus bebês em sacos
de lixo no meio do mato? Em um desses sacos, estava Mar-
tina. Imagine a Força que já estava com esse bebê...
Após ser resgatada, a mãe volta. Sim, a mesma que fez
esse ato cruel se apresenta para cuidar do seu bebê, e como
você já pode supor, essa foi a única coisa que ela não fez.
Martina cresceu em meio a abusos, cenas de violência
e outras cenas que nunca desejaríamos que uma garotinha
de um, dois, três aninhos presenciasse.
Choro enquanto escrevo. Dias antes de registrar as li-
nhas que você continuará lendo, entrevistei uma das maiores
heroínas que já vi. Dessas, que deixaria a Mulher Maravilha
no chinelo! Essa é Martina. Tenho certeza que você irá adorar
conhecê-la.
Durante uma hora e trinta minutos de entrevista, que
na verdade foi uma conversa, choramos, rimos, agradece-
mos. Reconhecemos a presença de Deus na vida de Mar-
tina o tempo todo, por maior que tenham sido seus sofri-
101
mentos. E o melhor, começamos a identificar os propósitos
de tudo isso. Compartilhamos gratidão por hoje Martina ter
uma vida maravilhosa! Além disso, uma expectativa muito
grande tomou conta de nós ao percebermos que os por-
quês estão aparecendo e é chegada a hora de frutificar e
aproveitar os frutos. Explicarei mais sobre essa relação da-
qui a pouco. Por enquanto, console-se ou encoraje-se com
a história de Martina. Não, minha querida, ela ainda não
acabou. Poderia, mas isso não foi o bastante. Espero, de
todo o coração, que um dia a história de Martina não seja
apenas resumida nestas linhas, mas detalhadas em um livro
autobiográfico. Eu, sem dúvidas, seria a primeira a comprar.
Sigamos...
Aos 3 anos, Martina presencia a morte da mãe. Aquela
cena, aquele sangue todo e as ameaças do assassino fize-
ram Martina se calar por um bom tempo.
A polícia chegou, o assassino foi preso, o corpo da mãe
foi retirado do local e Martina, com o irmão, foi para a casa
da vizinha.
Um detalhe um tanto quanto curioso: até hoje, Mar-
tina ama mingau. Naquela noite, a vizinha ofereceu para
Martina e o irmão, um tão simples, como delicioso, mingau.
“Ah, eu estava há tanto tempo sem comer, Nanda!” Rela-
ta, Martina.
102
Sim, mesmo dentro de sua casa, vivendo com a própria
mãe, a menina passou muita fome. Não comia há dias, e na-
quele momento, depois daquela cena tão forte, um mingau
quentinho lhe pareceu uma boa oferta.
Talvez não fosse só o mingau. Talvez nem fosse só a
fome saciada. Talvez fosse o carinho recebido! Quando não
temos muita coisa, valorizamos tudo o que temos, não é
mesmo?
Bem, assim como você, eu também já estava me ale-
grando a essa altura dos acontecimentos, querendo imagi-
nar que a vizinha poderia ter ficado com os irmãos, ou, pelo
menos, os encaminhado a um orfanato ou coisa assim. Mas
não foi o que aconteceu.
A vizinha alegou que não poderia ficar com os irmãos,
pois já tinha filhos para cuidar. E, então, mandou que as
duas crianças saíssem da sua casa. A única opção para os
dois? A rua!
Durante dois anos, Martina soube o que era fome in-
tensa e frio intenso. Aprendeu a dormir em bancos de pra-
ças e a sobreviver pela bondade momentânea de quem lhe
ofertasse uns centavos ou comida.
Ainda que estivesse sem falar pelo trauma, já tinha
experiência em conseguir uma coisa ou outra na rua. En-
quanto morava com a mãe, era obrigada a pedir dinheiro no
103
sinal. Para que não apanhasse muito na volta, realmente se
esforçava para que os trocos fossem razoáveis. (Aqui, uma
observação que só piora a situação: o dinheiro que con-
seguia não era para comida, mas para alimentar o vício da
mãe por bebida alcoólica.)
Assim, Martina e o irmão sobreviveram durante dois
anos aos desafios que a falta de uma casa e uma família
trazem.
“Foi difícil o tempo em que estivemos na rua, Nanda,
mas o orfanato foi bem pior”, disse Martina.
Em suas palavras, “alguém parecida com uma assis-
tente social” encontra Martina e o irmão na rua. Martina é
encaminhada para um orfanato. O irmão, com quem nunca
mais teve contato, para uma família.
No orfanato: surras, xingamentos e tortura.
“Existia uma mulher que “cuidava” das crianças. Ela
batia muito na gente. Às vezes, ela formava uma fila das
crianças que davam mais trabalho em frente a um tanque
cheio de água. Eu era a primeira da fila. Ela dizia: “mu-
dinha louca, você vem primeiro!” Então, ela me segurava
pelo cabelo e mergulhava minha cabeça no tanque.
Depois de vários mergulhos e de muito me debater,
era a vez da próxima criança”.
104
Até os 7 anos, Martina passou por 6 casas em tentati-
vas de adoção. Algumas famílias não a aceitaram por mo-
tivos mais comuns, como de adaptação ou não aceitação
por parte dos filhos já existentes. Ou ainda por um mais
peculiar:
“Hoje, sabe-se que uma criança de 4, 5, 6 anos que
não controle seu esfíncter e faça xixi na calça, pode ter
sido vítima de abuso. Na época, não se falava muito sobre
isso. Algumas famílias se incomodavam pelo trabalho que
isso causa e me devolviam ao orfanato”.
Em outras, porém, o problema era mais sério; grave,
melhor dizendo. Abusos e violência física.
“Parecia que Deus sempre mandava a conselheira
tutelar quando eu já não aguentava mais”.
Uma vez, em uma das casas, após ter sido abusada
e oferecido resistência, apanhou tanto que ficou com um
olho roxo e marcas do espancamento pelos braços e corpo
todo.
Perto da hora da visita da conselheira tutelar, a “mãe”
da vez veste Martina com um abrigo de mangas compridas.
Detalhe: naquele dia fazia muito calor. A conselheira perce-
beu que havia algo errado, tirou-lhe o abrigo e viu as mar-
cas da sua dor – as visíveis. E mais uma vez, volta a menina
ao orfanato.
105
A restauração
106
Eu sou uma delas. Umas das pessoas que foi abenço-
ada pelo seu sofrimento e sua força. E ainda, por entender
como Deus restaura vidas. Traz cura e alegria.
107
Não interessa o que tentaram fazer ou fizeram com
você. Deus usa o seu sofrimento para lhe entregar poder.
E não interessa como você está, Deus faz novas todas as
coisas, inclusive a sua vida. É a segunda fase, e permanente,
de uma boa heroína!
108
CAPÍTULO 8:
111
Conheci meu pai com 25 anos de idade. Sonhava des-
de os 5 anos que um dia o conheceria e que esse encontro
seria perfeito. Sem medo, sem achar que seria impossível,
sem nem pensar que pudesse ser difícil. Apenas sonhava.
Crianças são mestres nisso. Veem como simples o que para
nós parece complicado. Então, várias vezes que eu ia para
o meu lugar preferido, era para sonhar com isso. Imaginava
como ele seria.
Nos meus pensamentos, criei um pai que estivesse
sempre sorrindo. Nunca, nunca, nunca o imaginei me rejei-
tando ou sendo frio comigo. E veja bem: para um homem,
de repente saber que tem uma filha de 25 anos, poderia ser
um tanto quanto assustador, não? Não! Não foi. Foi como
nos meus sonhos. Ele sorriu e me abraçou. Era o que eu
precisava. Era o que eu sonhava. Era o que eu queria.
E agora, minha querida, eu te pergunto: o que você
quer?
Veja outra história - bem curiosa e inteligentíssima,
por sinal:
Jesus já estava chegando perto da cidade de Jericó.
Acontece que um cego estava sentado na beira do cami-
nho, pedindo esmola. Quando ouviu a multidão passando,
ele perguntou o que era aquilo.
112
— É Jesus de Nazaré que está passando! — respon-
deram.
Aí o cego começou a gritar:
— Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!
As pessoas que iam na frente o repreenderam e man-
daram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais:
— Filho de Davi, tenha pena de mim!
Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quan-
do ele chegou perto, Jesus perguntou:
— O que é que você quer que eu faça?
— Senhor, eu quero ver de novo! — respondeu ele.
Então Jesus disse:
— Veja! Você está curado porque teve fé.
No mesmo instante o homem começou a ver e, dan-
do glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram
isso começaram a louvar a Deus.
(Lucas 18: 35 – 43)
113
que queria. Ainda assim Ele pergunta:
— O que é que você quer que eu faça?
Mas o que seria? É claro que o homem não pediria
umas moedas como de costume. Isso, qualquer um poderia
dar a ele! Dessa vez, ele estava diante do Homem mais po-
deroso que poderia passar por ele.
Pediu por pena, mas Jesus o provocou a traduzir este
pedido de pena.
Então, ele é específico: “eu quero ver!”
Agora, me diga você, que comprou este livro querendo
ser mais feliz.
Se Jesus estivesse na sua frente, e aproveite, por que
Ele está, como você traduziria seu pedido de felicidade?
Assim como Jesus mostrou ao cego, se você não sou-
ber o que realmente quer, você não saberá o que pedir. Leia
novamente esta frase.
O cego era também um mendigo. Um pedido por pena
poderia ser o pedido de uma casa ou de uma família ou de
alimento abundante. Ele precisava saber o que queria pedir.
E o que ele queria mesmo era ver.
Se Jesus perguntasse a você: o que você quer? Qual
seria sua resposta? O que você pediria a alguém com o po-
der de fazer o impossível?
Ouse, escreva, peça:
114
Eu realmente quero:
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115
do inteiro não possuem uma meta. Acho curioso o fato de
pesquisas apontarem que 10% da população mundial re-
tém 90% do capital mundial. Seria coincidência?
Talvez você associe uma meta a algo extremamente
prático e datado. E é. Mas eu gostaria de falar sobre o que
acontece em um período pré-meta:
116
Daqui a alguns capítulos, trabalharemos essa estraté-
gia ao transformarmos nossos sonhos em planos. Mas an-
tes você precisa saber sobre algumas e uma delas é:
O que cabe a você?
O farol
117
inúmeras dificuldades no meio do caminho. Mas com o fa-
rol, apesar de todas as intempéries e imprevistos, o mari-
nheiro sabe o caminho. O simples fato de poder olhar para
o seu farol o motiva, o alimenta, o dá forças para continuar.
Ele sabe onde deve chegar. Seu farol já o orientou.
E você... qual é o seu farol? Você tem um farol?
Para quem ainda não descobriu o seu farol, não vou
dizer que a jornada é mais difícil. Ela se torna quase impos-
sível. É a velha história:
Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve.
Ou como diria Tiago, o irmão mais novo de Jesus Cristo:
118
Percebemos então a enorme importância de conhecer
o seu farol. E mais ainda, ter certeza de onde ele está.
Mas como saber o caminho verdadeiro, no meio de tan-
tas oportunidades? Como saber o seu maior objetivo de vida,
se as pessoas estão tentando viver a sua vida por você?
Infelizmente está faltando coragem. E como eu sei dis-
so? Ouvi de uma especialista. Ou melhor, li em seu livro.
Bronnie Ware é uma enfermeira australiana especializada
em cuidados a pacientes terminais. Passou a sua vida in-
teira cuidando, conversando, ouvindo estes pacientes. Pes-
soas lúcidas e conscientes de que o final da jornada estava
logo à frente e que esse fim seria irremediável.
Com tanta experiência, ela resolveu escrever um livro:
“The top five regrets of the dying”, que no Brasil foi lança-
do com o título: “Antes de partir: os 5 principais arrependi-
mentos que as pessoas têm antes de morrer”.
Vou dar uma chance de você adivinhar qual foi o prin-
cipal arrependimento. Aquele que foi o mais citado duran-
te todo o período que a autora dedicou a conversar com
estas pessoas.
Sim, eu sei que você acertou. Não ter chegado ao seu
farol. Na verdade, não ter tido força para remar e impulsio-
nar o seu barco até lá.
Para ser mais preciso, o arrependimento campeão foi
exatamente este:
119
“Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida
fiel a mim mesmo e não ao que os outros esperavam de
mim”. O grifo da palavra coragem fica por minha conta.
Perceba que estas pessoas reconheceram a sua culpa.
Admitiram que foram elas mesmas que não tiveram forças
para vencer a interferência do mundo em suas vidas. Não
transferiram a responsabilidade para o marido, os filhos, o
chefe, as amigas. Também não colocaram a culpa no gover-
no, na crise, na falta de oportunidades ou nos problemas
que aconteceram no meio do caminho. Simplesmente en-
xergaram que elas poderiam ter vencido tudo isso... e não
o fizeram. Admitiram que poderiam ter assumido o volante,
mas preferiram sentar no banco do carona. Reconheceram
que foram atores e atrizes coadjuvantes, quando deveriam
ter ganho o Oscar pela brilhante atuação como protagonis-
ta no filme da sua vida.
Dizem que há um momento de lucidez no final da vida,
o qual permite ver com clareza toda a trajetória (penso que
isso tenha sido criado por Deus não para entristecer quem
já está terminando o caminho, mas para que nós, que ainda
estamos no meio dele, tenhamos ainda uma chance). Este
momento vai chegar para você e para mim.
Eu não sei você, mas eu já fiz um acordo com Deus. Eu
já prometi que vou me esforçar para aprender com os trei-
120
namentos que as outras pessoas passam, para que, então,
eu não precise passar pelo mesmo treinamento.
Estou brincando, claro. Mas realmente tenho estado
atento. Essa informação, do principal arrependimento, to-
cou fundo no meu coração. Não vou contar aqui a minha
história, mas acredite: mudou o rumo da minha vida.
O que estou querendo te dizer é que:
Se você ainda não descobriu o seu farol, não perca
mais tempo!
Comece hoje a procurar desesperadamente o seu ob-
jetivo de vida. É lá que estão escondidas muitas riquezas
para você. Este lugar, que foi criado para você, está lá, espe-
rando, brilhando, tentando chamar a sua atenção.
E como começar? Onde devo procurar?
Eu já contei que decidi aprender com o treinamento
dos outros, não é mesmo? O principal arrependimento de
pacientes terminais já nos deu a dica:
Procure dentro.
121
Aqui entendemos o primeiro e principal passo para en-
contrar o seu farol: o autoconhecimento. Sei que ao longo
deste livro a Nanda já tem feito perguntas a você. Respon-
da-as com sinceridade. Para isso é necessário que você faça
algo que peço em todas as aulas a meus alunos: pare para
pensar na vida!
Isso mesmo! Você não conseguirá avaliar o que é im-
portante para você se estiver no meio da multidão, na cor-
reria do dia a dia, ou em frente àquela terrível intrusa, a
televisão.
Pergunte-se, sempre que tiver a chance de estar sozi-
nha: o que eu realmente quero fazer da minha vida? O que
eu faria de graça? Se todos os trabalhos do mundo pagas-
sem a mesma coisa, o que eu estaria fazendo?
Pense no seu passado. Em quais momentos você se
sentiu bem? Em quais momentos você teve sucesso? Em
quais situações sentiu-se realizada?
Aqui vai mais uma dica para você: não pense em mo-
mentos nos quais você estava usufruindo de algo. Pense
em momentos nos quais você estava servindo a alguém.
Sim. Esta é uma dica imprescindível. Seu farol está li-
gado a servir pessoas. Esta é a verdadeira Inteligência Espi-
ritual, pois o homem mais inteligente que já existiu, Jesus
Cristo, disse assim:
122
“Eu não vim para ser servido, mas para servir.”
Mateus 20:28a
123
Sim. Algumas você já tem. Deus já a fabricou com
elas. Mas algumas habilidades ainda terão que ser desen-
volvidas. Para o seu objetivo, você precisa falar inglês? Vá
aprender inglês. Para chegar no seu farol você precisa fa-
zer uma pós-graduação? Procure a melhor que encontrar.
Para chegar ao destino você precisa mudar algum traço de
personalidade? Saiba que isso é possível e existem algumas
técnicas para isso. Pesquise a respeito.
Para iniciar a caminhada você precisa perder o medo?
Seja qual for o medo: medo de fracassar, medo do que as
outras pessoas vão pensar, medo de desistir no meio do
caminho...
Então pense no seu farol. Agora você já o conhece e
assim como alimenta o marinheiro na hora da dificuldade,
ele te ajudará a vencer o medo. Pense em quantas pessoas
serão beneficiadas quando você chegar ao seu farol. Elas
precisam de você. Elas estão te esperando. Só você pode
ajudá-las, pois este lugar foi desenhado para você.
E se tudo isso não funcionar e você ainda estiver com
medo? Bem, o que posso te dizer...
Vai com medo mesmo.
O que não pode acontecer é você desistir do seu farol.
O mundo perderá com isso.
124
Falando nisso, me lembrei de dizer algo a você. Lá
no seu farol, você vai realmente sentir a plena realização.
Aquele lugar foi feito para você. Se você está tendo dificul-
dades emocionais em relação ao seu trabalho, ou se você
tem passado por dificuldades financeiras, alegre-se: no fa-
rol não existem estes problemas. Este lugar é só seu e lá
não há concorrência. Como já mencionei, as suas riquezas
(emocional, profissional, financeira, ...) moram lá.
Adoraria falar muito mais a você sobre o seu farol, o
seu propósito de vida. Pois este é o meu farol. Mas este
livro não é meu. Sou um convidado aqui. Mas deixa eu te
dar um último recado:
Você é um ser humano único! Não há outro igual a
você. O Autor da vida te desenhou com características que
ninguém mais tem. Não há outra igual. Não há uma cópia
de segurança. Se você não fizer aquilo que foi projetada
para fazer, ninguém mais fará.
Anime-se e comece hoje! Deus está contando com você.
Luciano Fernandes
125
CAPÍTULO 9:
Interprete os
sinais!
129
ríamos ter saído, por sinal. Estamos falando de contexto
espiritual. É um nível que está acima de nós. Não conse-
guimos mesmo entender como os impossíveis daqui tor-
nam-se possíveis (e até mesmo, fáceis) quando estamos
diante de Deus. Mas isso acontece. É uma questão de fé.
E perde, sem saber o quanto perde, quem não a tem.
Bem, se você começa a sentir certa frustração por pen-
sar que esse negócio de fé não é o seu forte, um incentivo:
peça!
Continuando...
Você irá reconhecer seus pontos fortes. Até alguns de-
feitos que achava que tinha, poderão, se lapidados, se tor-
nar vantagens em suas mãos. Ao mesmo tempo, será mais
fácil mudar o que realmente precisa ser mudado.
Aqui está o clímax deste livro.
A mulher improvável, agora, sabe quem é e por quem
foi criada. Reconhece sua identidade e sabe (ou busca sa-
ber) qual seu propósito de vida.
130
Eu poderia apostar que no capítulo 1, escondido em
suas respostas, podemos encontrar a sua ideia central per-
manente. Essa ideia pode ser identificada de várias manei-
ras. Talentos, vontades e dores, são algumas delas. Para mim,
teve um pouco de tudo, mas o que destaco aqui: dores.
Não entendia por que precisava ser diferente das mi-
nhas amigas. Do físico ao emocional. Da família à condição
financeira. Eu me via diferente. E era diferente. Para mim,
sempre foi fácil me ver como vítima. Afinal, meu contexto
me mostrava isso: dores emocionais, falta e abandono. E
isso, convenhamos, parece ser a roupagem ideal para qual-
quer vítima de fundamento.
Mal sabia eu, que todo aquele cenário seria motivo de
honra para mim. Eu havia sido escolhida, não minhas amigas.
Por isso, elas não precisariam passar pelas mesmas coisas
que eu. Elas haviam sido escolhidas para outras vitórias! Se-
riam treinadas para batalhas que eu não venceria, elas sim.
Você foi criada para viver algo que só você poderá vi-
ver. Um exemplo? Digamos que seu propósito envolve você
se tornar palestrante e utilizar sua história de sofrimento
para incentivar outras pessoas a superarem suas dores.
Tudo bem que várias pessoas podem se tornar palestran-
tes. Mas o que você iria falar, com os detalhes, sentimentos,
verdades e acontecimentos que só você viveu, só caberia
131
mesmo a você. Com o seu jeitinho, no tempo específico,
com a sua bagagem, com o seu treinamento, com as suas
características. Você é única sem ser clichê e sem ser clichê
você é insubstituível. Tudo bem, você não precisa se tornar
palestrante, mas...
Você foi escolhida para fazer algo. Para ser instrumen-
to. Para servir. Para se encher até transbordar. Para dividir.
Para abençoar.
Sua missão de vida pode estar estritamente ligada ao
treinamento que passou. É o que acontece comigo, por si-
nal. Hoje, você lê este livro porque passei por situações aqui
relatadas e muitas outras que um dia dividirei com você. E
por viver todas elas, me tornei sensível para registrar as his-
tórias que você leu. Acumulei experiências que me propor-
cionam empatia ao falar com mulheres que hoje passam ou
passaram por treinamentos semelhantes aos meus. Esse é
o meu propósito de vida e eu o identifiquei pela minha ideia
central permanente.
Como fiz isso? Coloquei em uma espécie de liquidifica-
dor o que vivi, o que tive e o que não tive, as minhas carac-
terísticas pessoais e o que sempre esteve em meu coração.
Deu no que deu: este livro chegou até você.
Pode ser que este não seja o seu caso. Como falamos
anteriormente, você pode ter passado por treinamentos
132
que fizeram que você se tornasse mais forte e aprendesse
lições. E, com certeza, isso já é muita coisa! Pode ser que
para você exista um propósito de vida que exija o aprendi-
zado que obteve com suas dores, mas que não fale neces-
sariamente sobre suas dores, entende? Mas saiba de uma
coisa: todas nós possuímos um propósito de vida. Ligue seu
liquidificador e descubra o seu.
133
suem finais felizes. Garanta que sua escrita não terminará
com sofrimentos ou desânimos. Tampouco em mediocrida-
de. É a sua vez de protagonizar, de ser o personagem prin-
cipal! Sabemos que podemos fazer o nosso possível para
que nosso futuro seja bom, mas que ele pertence a Deus.
Por isso, registre detalhes do seu passado e do seu presen-
te. Sobre seu futuro (final da sua história), você poderia es-
crever algo assim: confio que os pensamentos de Deus são
maiores e melhores que os meus. Ele me ama e tem planos
de me abençoar. Trabalharei para me tornar a pessoa que
terá seus planos abençoados por Ele (Provérbios 16:3) e já
consigo me imaginar assim...
Se Deus assim permitir, ainda serei:
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Se Deus assim permitir, ainda farei:
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Muito bem! Mas como histórias não são feitas apenas
de finais felizes, registre-a por completo. Sei que agora já
será diferente. Sei que você não registrará a dor pela dor
em si, mas por um propósito. Mesmo sem saber como es-
tará fazendo isso, você fará. Tudo o que leu até agora foi
sendo guardado na sua mente, no seu coração. Confio que
Deus tenha falado com você durante essa leitura... E quan-
do Ele fala...
136
Vamos lá, essa é a história da sua vida! Escreva-a nas
linhas abaixo, como se estivesse vivendo seu propósito de
vida e ajudando alguém ao relatá-la.
Como se estivesse compartilhando os poderes que as
dores revelaram, conte-me sua história. Lembre-se, porém:
toda heroína passa por baque antes de ser Super Alguma
Coisa... Nem por isso seu discurso é derrotado. Aliás, eu
diria que, se não fosse o baque, não existiria qualquer dis-
curso de vitória.
Minha história:
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138
Mas nosso exercício ainda não chegou ao fim. O que
você acabou de escrever, conta a história da sua vida, mas
não deixa totalmente claro quem é você!
Calma! Você não precisará escrever outro texto. Mas
assim como o registro da sua história, é fundamental que
você tenha conhecimento e admire como Deus a fez. Para
isso, você precisa saber ou lembrar de qual é a sua essência.
Como nos tempos da escola, em que o intervalo dividia
as atividades trabalhadas em aula, vamos deixar este exer-
cício para o próximo período, ou melhor, capítulo, certo?
Tome uma água ou um cafezinho antes de retomar a leitu-
ra. Faça uma pausa. Reflita sobre sua história, mas focando
nas coisas que ainda virão. Em quem você se tornará. No
que você fará e terá. Você pode não ter costume de fazer
isso, mas comece. Tenha como versículo de leitura diária,
Provérbios: 4:23. Se você pensar que sua vida continuará a
mesma, que não haverá bom futuro para você, assim será.
O contrário também é verdadeiro, para o nosso alívio.
Relaxe e medite. Vá para um lugar silencioso, tranquilo.
Sozinha! Fique um tempo a sós com Deus, em quem não
há limites. Permita que sua mente a leve a lugares em que
jamais foi. Imagine-se feliz, sorrindo, leve, contente. Imagi-
ne-se próspera, satisfeita e entusiasmada. Imagine-se tra-
balhando, ajudando, servindo. Imagine-se realizada. Ima-
139
gine-se vivendo o que ama com pessoas que amam você.
Imagine Deus olhando para você e gostando do que vê.
Que sensação incrível essa, não? Continue pensando nisso,
pois é o que irá acontecer.
140
CAPÍTULO 10:
Como é você?
Quem é você?
143
O Deus maravilhoso criou alguém maravilhosa, e creia,
Ele não erra.
Você é admirável.
Que belo começo, hein? Saber que o Deus perfeito
criou você dessa maneira!
A seguir, eu trago algumas palavras de impacto retira-
das do livro “Maximize seu Potencial” de Myles Munroe. Já
li este trecho do livro dezenas de vezes. Cada vez que leio,
me arrepio. Penso em mim, penso no meu fabricante: Deus.
Com certeza, é minha indicação de leitura para você.
Contextualizando... O autor do livro estava visitando
a Alemanha para ministrar uma série de seminários no pe-
ríodo de três meses. Pois bem! Uma das experiências de
Munroe em sua viagem, se deu na estrada. Mais precisa-
mente na famosa autopista da Alemanha: a “autobahn”, que
é conhecida, por sua vez, por ser uma rede de rodovias sem
limite de velocidade. De carona com seu anfitrião, nosso
autor é desafiado a experimentar a sensação de dirigir sem
limites. Sua resposta imediata: sim.
Vamos seguir com as palavras do próprio Munroe. É
um trecho um pouco longo, mas vale cada linha. Peço licen-
ça a você e ao próprio autor para fazer uso desta experiên-
cia completa. Talvez ela faça diferença na sua vida como fez
na minha. E como fez!
144
No início estava animado, entusiasmado e ansioso
à medida que sentia a adrenalina correr por todo o meu
corpo. Mas o sentimento de ter a responsabilidade pelo
poder sem a imposição de qualquer limite externo tam-
bém me trouxe outras emoções, incluindo uma confusão
temporária. Tudo o que eu havia aprendido em minha
vida a respeito de limites de velocidade, medo de infração
e restrições impostas pela lei como eu a conhecia come-
çou a brigar com minha liberdade há pouco encontrada.
Basicamente, a possibilidade de usar o poder máximo era
desafiada pelo meu conhecimento de limite aprendido.
Fiquei aprisionado pelo condicionamento do meu passa-
do e com dificuldade em função do medo das possibilida-
des ilimitadas.
Enquanto a pressão do meu pé acelerava o motor,
dei uma olhada no velocímetro e notei que estava mar-
cando 130 Km. Sendo um motorista experiente por mais
de 25 anos, devo confessar que há havia dirigido acima
de 130 km anteriormente, e até mesmo já me aventurara
com 145 km em uma ocasião. Agora, lá estava eu com
um convite aberto para maximizar a capacidade do carro.
Enquanto outros carros passavam em grande velocidade
por mim com a facilidade de um jato voando baixo, ob-
servei que o velocímetro mostrava um pouco mais de 130
145
km. Meu anfitrião sorriu e perguntou, “Do que você tem
medo? Ainda nem nos mexemos”.
Sem querer me sentir intimidado por aquela oportuni-
dade, afundei o pedal e senti a emoção de um carro viajan-
do a 185 km. Palavras não poder descrever o incrível orgu-
lho e poder que senti ao controlar a velocidade e a direção
com tamanha habilidade. Estava começado a sentir orgu-
lho de mim mesmo enquanto corria pelas montanhas e fo-
lhagens verdes exuberantes da Floresta Negra. Estava no
topo do mundo. Quem poderia me alcançar agora? Tinha
conseguido. Eu era o rei da rodovia, o mestre da autopista.
146
piloto passar?” Lá estava eu. Havia alcançado o máximo.
Tinha batido meu próprio recorde. Já havia ultrapassado
todos os outros. Eu era o melhor.
De repente, após cerca de 20 minutos dirigindo, um
Mercedes-Benz avançou devagar me ultrapassando a
240 km, surgindo aparentemente do nada. Imediatamen-
te, senti como se estivesse parado. Meu anfitrião virou-se
para mim e disse com um riso abafado, “Então, você per-
cebe, não está viajando tão rapidamente quanto pode,
mas apenas na velocidade que deseja”.
147
estima baixa se apresenta em cargas disfarçadas. Não existe
uma grande etiqueta com o dizer: “cuidado! Baixa autoesti-
ma”. Não. Essa carga simplesmente permanece ali, no meio
das outras, sem se identificar. Você a carrega junto muitas
vezes sem saber que tem baixa autoestima. Mas um detalhe
bem importante: a etiqueta não pesa em nada. O que pesa é
o conteúdo. O que quero dizer é que, mesmo se você achar
que não “sofre de autoestima baixa”, como já ouvi assim dize-
rem, pode ser que esteja carregando essa carga pesada sim.
Examine-se. Fica bem difícil resolvermos o problema se não
identificarmos o problema, concorda?
Você tem um potencial incrível dado por Deus. Por que
razão você faria uso de apenas uma pequena parte dele?
Eu sei por quê. Além da não identificação das cargas
que dificultam o andar da carruagem, você pode estar acos-
tumada a andar em velocidade baixa. Você pode ir mais rá-
pido. Você é dotada desta capacidade. O Seu fabricante a
criou para velocidades altas, mas você se acostumou com
menos (talvez bem menos) do que isso.
Veja se você, assim como eu, se identifica:
Como falei, meu marido é médico cirurgião. Assim
como todo marido que comenta sobre como foi o dia de
trabalho, ele menciona, quando pergunto, alguns casos de
pacientes. Muitos, após a cirurgia ter sido realizada com
148
êxito, o elogiam, agradecem, o presenteiam com flores. Um
caso, porém, nos chamou muito a atenção. A história é de
uma senhora que sofreu dores durante muito tempo da sua
vida e, após ter sido operada com sucesso, voltou ao con-
sultório para o acompanhamento pós-cirúrgico. Para es-
panto do meu marido, ao perguntar-lhe como ela estava se
sentindo após a cirurgia, eis que a senhora responde: sinto
saudade da dor.
Como? Saudade da dor? Saudade do que dói? Pare-
ce absurdo, eu sei. No entanto assim o fazemos, muitas
vezes, com nossas dores internas, as dores da alma. No
início, estranhamos. Sentimos elas machucarem, nos fe-
rirem... Não gostamos. O tempo vai passando, as dores
continuam ali... Aceitamos. Aprendemos a conviver com
elas. Nem reconhecemos oportunidades de nos livrarmos
dessas amarras, desses pesos do passado, dessas cargas
que já não estão sob nossa responsabilidade (se é que um
dia realmente estiveram). Continuamos a carregar nossas
dores porque estamos adaptadas a elas. Nos acostuma-
mos a viver assim.
De repente, quando nos damos conta, parece ser essa
a nossa condição, nosso estado permanente: sou depres-
siva, sou abatida, sou desanimada, sou amargurada, sou...
Nos tornamos os rótulos que nós mesmas nos damos.
149
Ei! Essa não é a sua condição, sabia? Deus não a fez
assim, portanto, esse não é o seu estado natural. Você está
caminhando com uma bagagem pesada demais que sequer
é sua! Você não é o que vem sendo; você é o que nasceu
para ser.
Para saber o que você é hoje e o que pode se tornar (ou
voltar a ser, se pensarmos em essência divina), você precisa
se conhecer. Precisa ir para frente do espelho, literalmen-
te também, e ver quem está ali. Enxergar e reconhecer, de
fato, como é essa pessoa. Quem é essa pessoa!
Propus esta prática para uma cliente de coaching. Em
cima da mesa, em meu escritório, posicionei um lindo es-
pelho com moldura branca estilo antigo. Assim que minha
cliente chegou, pensou em voltar para casa. Ela olhou para
o espelho e disse como quem não consegue disfarçar sua
insegurança antes mesmo que a fizesse qualquer proposta:
“Ah não...” (Percebi sua voz tremer.) Era muito para ela, o
encarar-se. Sim, eu usei a palavra certa. Algumas pessoas
admiram seu reflexo, outras, precisam se encarar primeiro,
para depois admirarem-se.
Um detalhe: ela é linda. Tudo em seu rosto é propor-
cional e o sorriso dela é encantador. Por que ela não iria
querer olhar-se no espelho, então? Talvez, para não enxer-
gar o que está por trás do seu rosto. Sua estima própria
150
estava abalada e sua vida correspondia ao que acreditava
sobre si mesma.
Baixa autoestima não é apenas um sentimento do tipo
“pra baixo” que você sente de vez em quando, fazendo com
que você não queira passar batom. Autoestima é muito
mais do que isso. É a estima, o amor, importância que você
dá a si mesma. Envolve você ter carinho por você... Tratar-
-se bem em honra ao Deus que a criou e ao preço que Jesus
pagou para que você pudesse ter uma vida em abundância.
Eu te faço uma proposta: agradeça a Deus por sua vida
neste instante. Agradeça por Ele tê-la feito assim como
você é. Lembre-se que Ele não erra e para tudo há um pro-
pósito.
Em seguida, vá para frente do espelho e agradeça a
si mesma. Reconheça-se. As marcas que você carrega são
de treinamentos, lutas, esforço, de vitórias, de vida. A sua
expressão conta o que você viveu e suportou. Faça as pazes
com você, com a sua aparência. Se o interior resolver apare-
cer, aproveite e faça as pazes com ele também! Ao mesmo
tempo, concorde que você será mais amada, mais linda e
mais feliz a cada dia. Um melhorar contínuo seguido do que
já é maravilhoso! Nada mal, hein?
Meu filho de três anos sempre fala: mamãe, te amo!
Amo o papai e a mana. E eu me amo.
151
Acho tão saudável isso! Na verdade, é bíblico amar-
mos ao próximo como amamos a nós mesmos. Quando
você aprender a se amar, saberá como amar seu filho, seu
marido, seu pai, sua irmã, sua amiga, seu chefe ou funcio-
nário. Você saberá amar aquele que precisa de você, que
vem até você. Não será apenas serviço, será amor através
do serviço.
O amor a Deus e o amor ao próximo como a nós mes-
mos foi o resumo dos ensinamentos que Jesus nos deixou.
152
Tenha em sua mente o nosso carinhoso alerta:
“A verdadeira capacidade de um produto não é deter-
minada pelo usuário, mas pelo fabricante”.
O que ele quer dizer com isso? Não sei a você, mas a
mim ele diz assim:
Nanda, não se trata de você. Não é a sua força. É a for-
ça de quem criou você. Não é o seu mérito. É a garantia de
ser sido criada por quem não erra.
Você foi criada pelo melhor fabricante de todos. Você
é especial não porque você é assim ou assado, tem isso ou
aquilo. Você é especial porque Deus a fez. Você é especial
porque Deus a fez parecida com Ele. E você há de convir
que essa certeza já é mais do que suficiente para quebrar
qualquer crença de autoestima baixa, não é mesmo?
É claro que você pode aprender a corresponder à
criação divina. Aprender a ser uma pessoa cada dia melhor,
mais bonita, mais capacitada, mais amorosa, mais feliz etc.
Sim, devemos aprender a cuidar daquilo que já re-
cebemos, do que já nos foi confiado. E antes de dizer isso a
você, escrevo e leio essas palavras a mim, confesso!
Bem, mas voltando a falar em você, quero conhecê-la
melhor! Sobre quem é você hoje. Estou curiosa! Conte-me
um pouco a seu respeito. Além de maravilhosa e admirá-
vel, como é você?
153
Sim, escreva nas linhas abaixo suas características. É
uma sensação muito boa, eu garanto. Não temos o costume
de listar nossas qualidades. Parece que falar dos defeitos
é mais fácil não é mesmo? Eu a desafio a não pensar em
defeitos ou qualidades, mas em características. Pense e re-
gistre o maior número de características que puder. Depois,
reflita sobre o que as pessoas falam a seu respeito. Elogios,
comentários, críticas construtivas. Você pode pensar: eu
não me considero uma pessoa simpática, mas minhas ami-
gas sempre dizem que eu sou. Então, você é! Sua autoesti-
ma abalada pode não estar permitindo que você reconheça
essa qualidade como sua, mas ela nada mais é do que uma
característica que compõe você. Aceite-a.
Registre essas informações em seu coração e, em se-
guida, nas linhas abaixo. Faça isso em forma de lista ou tex-
to ou palavras soltas, como preferir.
Eu sou:
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Bom trabalho! Agora volte e leia o que você mesma
disse a seu respeito nos exercícios que realizou até agora.
O que essas falas têm em comum?
Talvez parte da sua ideia central permanente esteja
descrita em suas respostas, em destaque ou nas entreli-
nhas. Mantenha-se alerta enquanto lê sobre você.
Você não sofreu em vão nem tem essas características
à toa. E a nova você sabe quem é e para o que foi criada.
Talvez, quando você concluir a leitura deste livro, seu pro-
pósito de vida esteja claro para você, e seja fácil reconhecer
o verdadeiro sentido da sua vida. Se for este o caso, fico ra-
diante por você. Mas lembre-se que este é só o começo. De
nada adianta você saber o que deve fazer, se não o fizer. Na
verdade, seria preferível nem saber. Tenho certeza, porém,
que Deus realizará grandes obras através da sua vida.
Continue sua jornada, seja forte e corajosa! Dizem que
a vida começa aos 40... Acredito que ela começa mesmo
quando descobrimos e aceitamos o propósito por trás (ou
à frente) dela.
156
CAPÍTULO 11:
O quebra-cabeças
159
Não conseguimos ter a visão do todo. Do quebra-ca-
beças montado. Somos limitadas, entre outras coisas, pelo
tempo. Vemos o que já aconteceu e o que está aconte-
cendo, e assim mesmo, com nossos filtros de emoções e
traumas, que, muitas vezes, geram uma visão embaçada e
distorcida.
Deus vê nitidamente. Deus vê os três tempos de uma
só vez. Ele vê o todo. Deus está vendo você daqui a vinte
anos. Quanto mais perto dEle, mais nítida fica a sua visão
das coisas que já aconteceram e maior é a sua segurança de
que tudo se encaixa no final.
Com isso, percebemos que cada peça tem a sua im-
portância. Todas têm sua função. Pode ser que uma pecinha
seja escura, com uma imagem indefinida, aparentemente
feia. Se essa peça não fizer parte do quebra-cabeças, ele
ficará incompleto. Ela é fundamental, assim como todas as
outras. Não deve ser subestimada nem deve ser superva-
lorizada.
Não estou falando que você não terá dias inesquecí-
veis e momentos mais importantes que outros em sua vida.
O dia do seu casamento, do nascimento dos seus fi-
lhos... Ah, sei que você lembra deles tim-tim por tim-tim. E
o que falar da sua formatura, do primeiro dia do seu filho
na escola? E a sua primeira viagem sozinha? Inesquecível. O
160
dia que você decidiu entregar sua vida a Cristo e realmente
se relacionar com Ele para sempre? Incomparável, eu sei.
Observação: se você ainda não viveu este dia, está fal-
tando a peça central em seu quebra-cabeças. Você pode
montá-lo sem ela, mas não terá sentido completo. Tenha
como preferência na sua vida buscar a peça chave que liga
todas as outras. Você pode continuar montando seu que-
bra-cabeças pelos cantos, mas enquanto o centro não for
preenchido sentirá que está faltando vida em você.
Continuando...
Quando eu falo em não subestimar ou supervalorizar,
estou falando, principalmente dos momentos ruins, daque-
les dias cinzas. Eles precisavam acontecer. Contam a sua
história. São peças necessárias como todas as outras e você
não tem o poder de alterar o que já passou. Mas tenha em
mente que aquele trauma é apenas uma peça. Dê a ele ape-
nas a importância que merece. Não mais do que isso. Encai-
xe-o logo para enxergar o porquê daquela pecinha escura.
Pode ser que, no fim, esse lado do seu quebra-cabeça seja
um dos mais expressivos sobre você ou para você.
Quando você conseguir encaixar essa pecinha em seu
quebra-cabeças, acontecerá algo transformador e ao mesmo
tempo aquietador. Você aceitará essa pecinha escura em sua
vida. Você encontrará espaço para o que já aconteceu.
161
Cada vivência, experiência que você teve, exige um
espaço na sua vida. É como se aquele trauma procurasse
um lugar para descansar... Para ali, quieto, permanecer. En-
quanto você se nega a aceitá-lo, ele perturba você. Ocupa
lugares indevidos em sua vida. Ele rouba espaço em seus
pensamentos e em suas emoções, que deveriam ser de paz,
satisfação ou entusiasmo. Ele chama a sua atenção de tem-
pos em tempos (e, em algumas pessoas, constantemente),
roubando sua energia e disposição. Ele rouba a sua vida.
Chega!
Coloque essa pecinha no seu devido lugar. Acomode-
-a ali e volte sua atenção a outras peças. Partes que ainda
estão por chegar. Prepare o seu quebra-cabeças para rece-
ber o novo. Cada pecinha tem o seu espaço específico. O
“novo” só chegará quando você preparar lugar para ele.
Disposta a fazer isso agora e não perder mais um dia
sequer?
Então, vamos lá!
No início da leitura combinamos que este livro é ape-
nas seu e de mais ninguém, certo? Guarde-o sempre em
algum lugar de fácil acesso a você, mas que só você tenha
acesso. Por que isso? Para você resgatar tudo o que está
debaixo do tapete e, agora mesmo, guardar dores, sofri-
mentos e alegrias nos seus devidos lugares.
162
Alegrias? Você disse alegrias, Nanda?
Sim, minha querida! Assim como existe quem se ali-
menta de: “o meu passado não me deixa viver”, há quem
viva do passado.
Você conhece alguém assim? Eu conheço: Antônia! Vi-
veu um grande amor e não decide encerrar essa história
dentro do seu coração. Assim, ela não consegue liberar es-
paço e começar uma nova história. O seu lema: “eu era feliz
e não sabia”. Todos os namorados são submetidos a compa-
rações com o ex e nenhum está à altura. Por mais que ela
queira viver um novo amor, sabota todo o relacionamento
que inicia. Antes que o novo amor se instale, a pecinha “ex”
vem e lhe rouba o lugar. Ela ainda não entendeu que o ex-a-
mor só se encaixa em seu lugar apropriado. Não é uma peça
adaptável que se encaixa em qualquer lugar. Por tentar, fica
machucada, triste, com sentimento de insatisfação e inade-
quação. Parece que sua vida toda está errada. Ah... se ela
encaixasse de uma vez essa pecinha...
Voltando...
Coisas ruins e coisas boas ocupam lugares nas nossas
vidas. Existem lugares certos para tudo. Quando você en-
caixa uma pecinha em seu quebra-cabeças, de certa forma,
você se despede dela. Sim, ela sempre estará ali. Quando
você quiser usá-la, ela estará ali, disponível para ser útil,
163
não dolorosa a você, entende?
Clarinha levava consigo a pecinha do abandono. Para
onde ia, estava sempre segurando essa pecinha. Na ver-
dade, Clarinha estava acostumada a sentir a dor do aban-
dono. Lembra quando falamos sobre nos acostumarmos a
tudo... Até mesmo às coisas que nos fazem mal? Era o caso
de Clarinha. Sempre que falava em sua história, levantava
bem alto a pecinha. Quando via uma oportunidade de mu-
dança... Lá estava a pecinha em sua mão lhe mostrando
que não poderia. Observe a ironia. Clarinha estava segu-
rando essa peça porque não aceitava a peça em sua vida.
Porém, ao não aceitá-la, ela vivia carregando-a em suas
mãos.
Hoje, Clarinha tem as mãos livres. Já encaixou várias
outras peças desde que encontrou um lugarzinho para esse
abandono. Ela não se sente abandonada mais. Reconhe-
ceu que esse fato aconteceu e acabou. Aceitou, encaixou e
pronto. Entendeu que era inevitável este abandono encon-
trar lugar em sua vida, afinal de contas, ele já havia acon-
tecido. Quando ela realmente percebeu que não poderia
voltar no tempo e não ter vivido aquele dia triste... Quando
ela confirmou este dia, despediu-se e o encaixou no lugar
feito para ele, Clarinha liberou suas mãos para segurar e
encaixar novas peças.
164
Sabe quando Clarinha acessa essa pecinha escura?
Quando deseja fazer uso dela para abençoar outras vidas
com sua história. O que roubava sua alegria, agora é útil
para Clarinha.
Que tal fazer como Clarinha?
Despeça-se dessa peça. Ela estará ali para contar a sua
história sempre que desejar, mas você não precisa carre-
gá-la como sua bagagem de mão por onde andar. Ela não
precisa te acompanhar sempre. Lembra quando falamos em
selecionar o que levar na mochila? Pois é, não convém que
ela fique na sua mochila. O melhor lugar para ela é no pas-
sado. Diferente de você, é lá onde ela deve estar.
165
Continue...
Hoje, dia _____/_____/_____ eu deixo em seu lugar (no
passado) uma parte da minha história.
Decido:
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Assinatura: ___________________________________________
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CAPÍTULO 12:
Hora de agir!
171
condê-los até mesmo de você? Bem, o que passou, para
nós, já não interessa tanto. O que importa é o que faremos
de agora em diante, certo? Então, abra sua gaveta dos so-
nhos e tire logo um de lá para dar vida a ele.
A propósito, você sabia que a gaveta dos sonhos po-
deria ser chamada de cemitério dos sonhos? É triste falar
assim, eu sei. Mas sei também de muitas histórias de so-
nhos lindos que permaneceram lá até que seus donos já
não tivessem mais vida para realizá-los.
Antes que seja tarde, abra esta gaveta, retire um sonho
importante para você (por mais simples que seja) e mãos à
obra!
Responda em voz alta; em seguida, escreva:
O sonho que escolho tirar da gaveta é:
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Muito bem! Agora você tem um destino. Um ponto B.
Mas para isso, você precisa sair do ponto A. Saber o que
precisa para chegar lá e caminhar. E antes que você me diga
que não está entendendo bulhufas dessa história de ponto
A e ponto B, preciso que você saiba de algo:
173
guem sair do ponto A, querem sair do tal ponto A. E isso é o
princípio de tudo: você precisa querer.
Você é um ser emocional. Sim, eu sei. Sempre ouviu
dizer que nós, humanos, somos conhecidos por sermos
racionais, não? Claro que sim, concordo com você. Temos
nossa razão dada por Deus como uma riqueza concedida.
Mas temos também nossas emoções, e digamos que elas
são maiores que a nossa razão.
Como um iceberg, nossa razão é o que “enxergamos”,
reconhecemos facilmente. A parte interna e maior do ice-
berg, que fica escondida na água, podemos comparar com
nossas emoções. Fortes, podem nos derrubar, nos destruir.
Mas não devemos pensar delas assim. Podemos fazer uso
dessa força para superar problemas, vencer desafios. Para
isso, porém, precisamos conhecer nossas emoções e saber
da importância delas nas nossas vidas e, ainda, aproveitá-las.
Por isso, não vamos fazer da decisão de lutar por nos-
sos sonhos, uma decisão estritamente racional. Sejamos es-
pertas. Vamos, intencionalmente, envolver nossas emoções
no jogo.
Aquela vontade, aquela empolgação, a frustração de
ontem, aquele constrangimento que você passou, o “não”
que recebeu, o trauma a que sobreviveu ou superou, a falta
de recursos, de incentivo ou de afeto, a presença de sofri-
174
mento, de injustiça, de dificuldades. Todo esse lado emo-
cional, quer seja positivo ou “negativo”, pode ser aprovei-
tado agora.
Atenção: quando racionalmente você cansar, conside-
rar desistir, acreditar que a situação parece desfavorável à
conquista, essas emoções poderão derrubar você confir-
mando esses pensamentos.
Há, porém, outra opção: usar essas emoções como ala-
vanca. E nesse caso você entraria em vantagem. É que você
quer muito sair do ponto A e suas emoções a farão lembrar
disso muito bem. Vamos fazê-las trabalhar a nosso favor.
Para isso, pense e escreva nas linhas abaixo o motivo
que faz você querer realizar esse sonho. Pense nas suas
emoções. O que indigna você por continuar como está? O
que faz seu coração bater mais forte só de pensar em mu-
dar?
O que você sente nesse instante?
Escreva por que você não aceita mais continuar no
ponto A.
E, se você não aceitar realmente, sairá desse lugar (por
mais improvável que um dia tenha parecido).
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Quero e vou sair dessa zona de conforto porque:
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meta. Agora vamos implementá-la, para usufruir dos seus
benefícios.
Mas, antes, me diga... Você sabe o que significa a pala-
vra “meta”? É um objetivo que pode ser definido e mensu-
rado. Ou seja, você sabe exatamente o que e quando acon-
tecerá. Acrescentaria ainda: como acontecerá.
E nesse momento você deve se encontrar em um diá-
logo interno.
Pensamento 1: “Ah, seria tão bom abrir minha gaveta
dos sonhos, tirar aquele sonho de lá e definir quando e
como realizá-lo!”
Pensamento 2: “Ah, tá, boba! Acha que é simples as-
sim? Você acha mesmo que tem esse poder?”
Não sei você, mas devo confessar que luto quase dia-
riamente contra pensamentos do tipo 2. Confesso ainda
mais: se dependesse apenas de mim, acho que cederia a
eles. Mas quando tiramos o foco do “produto” e o coloca-
mos na Palavra do “Fabricante”, podemos ver ela nos enco-
rajar assim:
177
Veja bem, você precisa ter planos... Não apenas sonhos.
Sonhos estão no campo da ilusão. É onde nascem e crescem.
E crescem tanto, até que tenham que se transformar em pla-
nos. Estes, por sua vez, são submetidos à bênção de Deus.
Por que planos e não sonhos?
Os planos indicam o que você irá fazer, quando irá fa-
zer e como irá fazer. Indicam que está disposta a trabalhar,
lutar por isso. Que está ciente da sua parte na história. Que
fará o que for possível (ecologicamente falando) para torná-
-los sua realidade.
Planos são abençoados por Deus.
Todos? Nem todos.
178
ta certa vem de Deus. Ele que vê o agora e o depois.
A aprovação ou não dos nossos planos vem de Deus.
Isso deve soar a você como algo tranquilizador. Para mim,
pelo menos, é o que acontece: me sinto encorajada a fazer
tantos planos... Sei que Deus, que está vendo lá na frente,
irá me dizer quais irei realizar.
Mas como Ele poderá aprová-los se não os apresen-
tarmos a Ele? E como apresentá-los a Ele se não fizermos
planos?
Além do mais, não sei se você observou: o versículo 1
dá o aviso: a resposta vem de Deus. O versículo 3 dá a fór-
mula: para que eles deem certo, peça que Deus os abençoe.
Nessa bênção podem vir correções, mudança de rota,
alterações no tempo de execução e até mesmo no objetivo
propriamente dito. Ou seja, não se preocupe: os planos po-
dem ser alterados. Se você estiver bem pertinho de Deus,
poderá percebê-lo dirigindo você quanto ao que precisa fa-
zer e o que precisa deixar de fazer.
Ele deseja abençoar seus planos. Para isso, faça planos
e peça que Ele os abençoe.
Pronta?
Pense em ações datadas que levarão você a realizar
seu sonho. Ou seja: para que meu sonho se torne minha
realidade, eu preciso fazer o quê?
179
Pensou?
Então, escreva essas ações cronologicamente forman-
do seu plano de ação:
Ação: Data:
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Muito bem! Estou orgulhosa de você. Mas ainda não
acabamos.
Nosso plano será muito bem elaborado. Vamos anali-
sar os desafios que poderão aparecer. Sim, desafios e difi-
culdades aparecerão. Mas lembra? Você foi treinada. Você
é forte o bastante e essa força é legítima. Vem de quem
criou você.
Então, ciente de que nem tudo serão flores, pense e
escreva os desafios que você já sabe que enfrentará duran-
te a jornada de realização deste sonho.
Exemplos? Pressão da família, questões financeiras, li-
mitações físicas, críticas... Ah, você sabe disso melhor que
eu. Bora lá identificar as barreiras a serem vencidas.
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“Um dia você sentirá falta disso tudo.
Chegue onde deseja...
Mas enquanto não chega, aproveite a vista.
Ela sabe como deixar saudades!”
Nanda Fernandes
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zerosa. Na próxima vez, pode ser um pouco menos difícil
recusar o sono da tarde. Tá certo que, se tiver um chocolate
na mesa de estudos todas as tardes, criamos outro proble-
ma... Só eu me identifico aqui? (Risos.)
É um exemplo simples para mostrá-la que nossa mente
pode oferecer resistência a mudanças, à saída da zona de
conforto! Isso por que ela é má? Não. Ao contrário: porque
ela tenta nos proteger. O problema é que a mente tem uma
“visão” a curto prazo e às vezes, como no caso do estudo,
queremos resultados a médio ou longo prazo. Aí é que sur-
gem os conflitos! Precisamos de autoconhecimento para
sabermos o quão maravilhosas, completas, Deus nos fez.
Aprendemos tanta coisa... Estudamos tanto... Que tal dedi-
car um tempinho para aprendermos sobre o nosso funcio-
namento?
Por enquanto, prepare o presentinho, a ida ao cinema,
o café com amigas... Enfim! O que preferir para comemorar
cada pequena vitória e estimular sua mente a te ajudar du-
rante a jornada inteira.
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Vamos lá! Você encerra esse capítulo.
Abaixo, repita as ações da tabela anterior e acrescente
seu souvenir!
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CAPÍTULO 13:
Mente Mestra
189
E agora, leia as perguntas a seguir bem devagar en-
quanto imagina suas respostas.
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O meu trabalho aqui é conduzir você a um trabalho de
conscientização e clareza de pensamentos, além de lhe pro-
porcionar conhecimentos capazes de revelar quem você é e
para que viveu tudo o que viveu, ou seja, manifestar sua iden-
tidade e propósito.
E as respostas?
As respostas estão aí, com você. E eu tenho certeza
que você saberá reconhecê-las. Mãos à obra! Reflita sobre
os questionamentos acima!
Imaginou? Refletiu? Então, agora, chegou a hora de re-
gistrar as respostas.
Aqui cabe outra observação bem relevante: pesquisas
apontam que quando tomamos nota de nossos pensamen-
tos, objetivos... Aumentamos cerca de 37% a chance de re-
alizá-los. Pegue seu lápis!
Essas respostas escritas contribuirão para a clareza de
seus pensamentos. Ajudarão você a entender o que deve
ser feito e o que não deve ser feito. Servirão de aviso indi-
cando se está no caminho certo ou não.
Para isso, acesse esse livro diariamente. Sim! Todos os
dias leia suas próprias palavras escritas nele. Pensamentos,
sentimentos e falas suas estão aqui para lhe mostrar o que
realmente é importante para você. Nos dias de confusão,
que virão, além da Bíblia, você já sabe que livro abrir – o
191
livro que você mesma ajudou a escrever. Me sinto uma pri-
vilegiada por estar nessa com você!
Aponte seu lápis e capriche nas respostas dessas três
perguntas. Elas não estão aí à toa! Escreva bem do seu jei-
tinho, da maneira mais completa possível. O que interessa
é você entender o que respondeu. Mais do que isso, é você
concordar com o que responder.
Então, não se preocupe em ser politicamente correta;
se preocupe em ser verdadeira. Essa clareza fará grande di-
ferença em sua vida.
Pergunta número 1:
O que deixaria de fazer e o que começaria a fazer?
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Pergunta número 2:
O que deixaria de pensar e o que começaria a pensar?
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Pergunta número 3:
O que deixaria de falar e o que começaria a falar?
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Leia novamente as suas respostas. Sem as perguntas –
somente as respostas. Atenção: leia em ordem decrescen-
te. Sim, comece pela última: “o que falar”. Suas falas deter-
minarão seus pensamentos, que, por sua vez, guiarão suas
atitudes.
E então... Leu o que você mesma falou sobre a sua vida?
Percebeu o quanto ela poderia ser ainda melhor? Como po-
deria ser mais feliz, mais intensa e mais correta? E ainda:
quão mais sua vida poderia corresponder ao seu criador?
Viu só como você mesma sabe o que deve ser feito?
Lembro que no início do livro falei isso a você... Que
meu papel aqui seria compartilhar com você o que há pou-
co havia aprendido... O que havia feito diferença para mim!
Espero que tenha feito para você.
Já você... O seu papel foi fundamental! Você uniu os
pontos. Aceitou os fatos. Decidiu. Perdoou. Você encerrou
ciclos. Iniciou novas fases... Você desejou viver os planos
de bênção que Deus tem para você e se preparar para isso!
Para isso, você compreendeu que algumas coisas precisa-
riam ser diferentes.
Que orgulho! Quanta coisa você já fez!
Ninguém sentou na sua frente para lhe dizer que está
errada, que deveria estar fazendo isso ou aquilo. Você mes-
ma assinou. Você mesma constatou o que está perdendo
194
de viver e o que que está perdendo por viver assim. E o fez
sozinha! Mas falando bem a verdade... Ah, como eu gosta-
ria de estar aí com você agora... Sim, de certa forma, estou!
Mas gostaria de estar conversando com você sobre todas
essas questões. Você também gostaria disso? Então, aguar-
de um pouquinho...
Pronto! Pensei aqui e bolei um plano (risos). Já, já eu
conto. Por enquanto, siga a leitura!
Mais do que respostas profundas, verdadeiras e ela-
boradas, você mesma já apontou um passo a passo do que
fazer (e deixar de fazer) para mudar a sua vida e alcançar
seus objetivos.
Uau!!! Que grande salto você deu! Agora, você tem o
que, infelizmente, muitas mulheres (e homens) não têm. A
consciência do que precisariam mudar em suas vidas para
conseguirem o que desejam, ou a vida que desejam.
Essa consciência é um grande poder. Convenhamos:
sem querer ser redundante, sabendo o que você deve pen-
sar, fica mais fácil pensar o que você deve pensar, não é
mesmo? E se a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos...
195
Você não está só! (o plano)
196
da, sem abrir mão da sua casa para realizar seu propósito de
vida e vice-versa.
Ah! Já ia me esquecendo... O ambiente também é para
mulheres improváveis... Para quem erra... Para quem já pen-
sou em desistir. Quem já sentiu vergonha de seu contexto
de vida. Quem deseja corrigir as coisas... Aparar as arestas. É
para quem deseja ser uma nova mulher! Se não fosse assim,
eu mesma não poderia fazer parte deste ambiente. Sério!
Ok, existem exceções. Mas de uma maneira geral, po-
demos ser completas, sabia? Podemos ser eficazes em nos-
so propósito de vida e ajudar o filho com a tarefa de casa
depois de buscá-lo na escola, sabendo que esse também é
nosso propósito de vida!
Você acha difícil? Então será difícil para você. Você
pensa que isso é impossível? “Tenha cuidado...” E volte ao
início do livro. Mas esse já é um assunto para o nosso am-
biente MMM.
Por enquanto...
Não deixe morrer (ou adormecer) em você o conheci-
mento adquirido nestas páginas. Pratique-o enquanto diri-
ge sua vida na contramão.
Sim, minha querida! Haverá dias em que tudo isso
parecerá uma grande utopia. Algumas amigas dirão que a
197
vida não é nada disso. Problemas parecerão maiores do que
você. Mas quer saber? Ainda que esses dias, amigas e pro-
blemas sejam a maioria, insista em seguir na contramão.
Faça o que a maioria não faz. Diga o que a maioria não
diz. Pense o que a maioria não pensa. Como diria a sua mãe,
“você não é todo mundo” e eu acrescentaria: nem a maio-
ria! Você é uma escolhida. Corresponda a este título!
O que tentaram fazer contra você foi pouco frente a
quem Deus te fez.
Você é forte. Você é linda. Você é única. Você é amada.
Você é uma improvável que venceu, afinal, você che-
gou até aqui!
Enquanto você pensar que pode ser mais, seja. Não
descanse. Não desanime.
Você foi feita à imagem divina. Ainda há muita vida es-
perando por você. E sempre haverá!
Portanto...
VIVA!
Com um carinho de verdade...
Nanda!
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Por fim....
...que é só
começo:
Jesus, este em quem falamos tanto durante a leitura
deste livro, provou que a ama demais. Tanto, que nem você
nem eu conseguimos entender. Quando entendemos pelo
menos um pouquinho do que esse amor significa... Quan-
do conseguimos ter uma rasa noção da dimensão que ele
tem... Então, um constrangimento parece tomar conta do
nosso ser! Você já se sentiu assim?
Você sabia que Jesus a amou tanto, mas tanto, que
chegou a morrer por você? E você já parou para pensar para
quê Ele fez isso?
Uma das ações necessárias para termos uma vida ple-
na, completa, feliz, é entendermos o que realmente é a
vida: por que estamos aqui, quem somos e para onde va-
mos. Existem alguns fatos já esclarecidos: Deus criou você
para viver pertinho dEle e Jesus morreu por você para levar
você de volta para pertinho de Deus! Existe mais um fato:
você ainda está viva. Existe ainda uma possibilidade: uma
vida abundante.
Aqui eu preciso ser direta, pois talvez nunca mais tenha
a chance de dizer isso a você: somente quando você conhe-
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cer e desenvolver um relacionamento com Cristo a ponto
de não conseguir mais viver sem Ele... Quando você decidir
se entregar a Ele e realmente o seguir, você viverá essa vida
sem limites... Essa vida que pode ser mais! Muito mais.
Uma vida que, na verdade, está só começando! Que
não para por aqui....
Se você quer saber mais sobre isso, entre em con-
tato com o mesmo número oferecido no capítulo 13 (55
981384588), vá a uma Igreja Cristã ou converse com um
amigo cristão. Ou, se preferir ir direto à fonte, converse
com Deus (assim, como se conversa com um amigo íntimo)
e permita que Ele converse com você: leia a Bíblia. Lá exis-
tem vários livros. Que tal começar lendo Mateus (o primeiro
livro do Novo Testamento)? Este livro explica quem é Jesus
e o que ele veio fazer aqui na Terra por você.
Tudo bem se até agora você não sabia sobre isso. Há
tempo para tudo. Chegou o seu momento. Uma nova você
de verdade, em todos os sentidos! Você merece isso!
Existe mais vida para você. E eu estou falando, sobre a
questão principal: o centro de tudo, a fonte da vida. Quan-
do você tiver essa vida, não faltará mais nada a você. Eu, no
seu lugar, não esperaria mais um dia sequer.
Encerro este livro com algumas mensagens que, ao
longo da minha jornada (não que ela já tenha acabado), me
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deram forças e não me deixaram ficar pelo caminho!
Que elas acompanhem você também!
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tão me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos
ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando
me buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias
29: 11 – 13
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