O documento discute a Hipótese do Agenda Setting, que sugere que a mídia influencia quais assuntos o público considera importantes. A hipótese foi proposta inicialmente por McCombs e Shaw em 1972 e desde então muitos estudos confirmaram que a hierarquia de temas da mídia afeta a percepção pública. O documento também discute conceitos e estudos anteriores relacionados à capacidade da mídia de definir a agenda pública.
O documento discute a Hipótese do Agenda Setting, que sugere que a mídia influencia quais assuntos o público considera importantes. A hipótese foi proposta inicialmente por McCombs e Shaw em 1972 e desde então muitos estudos confirmaram que a hierarquia de temas da mídia afeta a percepção pública. O documento também discute conceitos e estudos anteriores relacionados à capacidade da mídia de definir a agenda pública.
O documento discute a Hipótese do Agenda Setting, que sugere que a mídia influencia quais assuntos o público considera importantes. A hipótese foi proposta inicialmente por McCombs e Shaw em 1972 e desde então muitos estudos confirmaram que a hierarquia de temas da mídia afeta a percepção pública. O documento também discute conceitos e estudos anteriores relacionados à capacidade da mídia de definir a agenda pública.
Com origem americana, o primeiro estudo foi desenvolvido pelos
pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw em 1972, embora sua essência tenha sido indicada no ano de 1922 por Walter Lippmann em sua obra clássica Public Opinion.
Maxwell McCombs e Donald Shaw, pioneiros na apresentação da
hipótese do agendamento, ao tratar deste tema, confirmam que a mídia tem a capacidade de influenciar a projeção dos acontecimentos na opinião pública.Seja ela por meio da televisão,do rádio,da mídia impressa,via internet ou até mesmo através das conversas interpessoais.
É como vemos até hoje. Todos os dias somos submetidos a uma
“enxurrada” de informações, que mal temos tempo para processar direito e já jogam outra avalanche sobre nossas cabeças. É como quando vemos um determinado estilo de roupa que está se usando em uma novela e logo vemos várias pessoas usando nas ruas, ou quando ouvimos a mesma música tocar todos os dias nas rádios, e vamos rapidamente colocar em nossos celulares!
Muitos, principalmente os jovens julgam fazer isso por estar na
moda, mas isso nada mais é do que o agenda setting.Nosso cérebro reage da seguinte maneira:
-As noticias faladas uma vez e depois não mais comentadas é
separada como não importantes. Então nosso cérebro automaticamente “descarta” e não pensamos mais sobre o assunto.
-As noticias repetidas cotidianamente são separadas como algo
importante. Então nosso cérebro fica sob estado de “alerta” e nos lembra a todo o momento de tal fato.
É mais ou menos assim que funciona o processamento do nosso
cérebro.
Não podemos descartar de que a mídia é extremamente importante
para a sociedade, pois é ela que nos mantém informados e antenados do mundo em que vivemos, mais temos que tomar cuidado quando o jornalismo ultrapassa o seu objetivo principal que é de informar, e começa a nos influenciar em nossas decisões e escolhas!
Sofremos há pouco tempo atrás o puro efeito do agenda setting em
nosso país!No final de 2008 para 2009 só se ouvia falar que o Brasil estava em crise, em todos os noticiários e jornais. Para onde olhávamos haviam pessoas preocupadas, com seus empregos, e com o que aconteceria diante de tanto falatório. Realmente algumas empresas multinacionais, e bancos não estavam em seus melhores dias, mas essa crise era efeito dos EUA ,(o que não é necessário ressaltar aqui),mais a mídia alertou de forma exagerada,causando a impressão de que estávamos todos perdidos.Gerando uma preocupação desnecessária a todos.
A mídia é apresentada como agente modificador da realidade
social, apontando para o público receptor sobre o quê se deve estar informado. Na perspectiva dos autores, esta construção configura-se como um poder que os meios de comunicação exercem sobre a opinião pública, a sociedade.
Essa hipótese a principio, segundo Maxwell McCombs e Donald Shaw
tinham o propósito de investigar a capacidade de agendamento que a mídia tinha na campanha presidencial de 1968 nos Estados Unidos. Os autores pretendiam averiguar também se as idéias que os votantes julgavam como temas mais relevantes eram moldadas pela cobertura jornalística dos meios de comunicação.
Para a realização da pesquisa, foi feita uma pergunta de triagem
com a finalidade de identificar os eleitores que não tinham seu candidato definido. A opção por estes eleitores justifica-se como sendo provavelmente os mais abertos ou suscetíveis à informação eleitoral.
Na seqüência da entrevista pediu-se para os entrevistados
ordenarem as questões que eles achavam mais importantes. A questão era colocada da seguinte maneira: "O que é que o tem preocupado mais durante estes dias? Isto é, sem ter em conta aquilo que os políticos dizem, quais são as duas ou três questões sobre cuja resolução acha que o Governo deveria se empenhar?".
Paralelamente à realização das entrevistas, foi feita uma
análise de conteúdo nos meios de comunicação local, regional e nacional. O material analisado foi codificado entre mais importante e menos importante. Os itens menos importantes eram notícias de natureza política, mais reduzidas em termos de espaço, tempo ou divulgação. Na codificação de conteúdos mais importantes, McCombs e Shaw classificaram como segue abaixo:
Televisão: qualquer notícia de 45 segundos ou mais e/ou
uma das três notícias de abertura. Jornais: qualquer notícia que surgisse como manchete na primeira página ou em qualquer página sob um cabeçalho a três colunas em que pelo menos um terço da notícia (num mínimo de cinco parágrafos) fosse dedicado à cobertura de caráter político. Revistas informativas: qualquer notícia com mais de uma coluna ou qualquer item que surgisse no cabeçalho no início da seção noticiosa da revista. Cobertura da Página Editorial de jornais e revistas: qualquer item na posição do editorial principal (o canto superior esquerdo da página editorial), mais todos os itens em que um terço (pelo menos cinco parágrafos) de um comentário editorial ou de um colunista era dedicado à cobertura de campanha política.
Neste estudo, McCombs e Shaw concluíram que o mundo político é
reproduzido de modo imperfeito pelos diversos órgãos de informação. Contudo, as provas deste estudo, de que os eleitores tendem a partilhar a definição composta dos meios de comunicação acerca do que é importante, sugerem fortemente a sua função de agendamento. Weaver (1996) descreve que McCombs e Shaw (1972) encontraram uma forte correlação entre a hierarquia dos temas estabelecidos pelos meios de comunicação e a hierarquia temática expressada pelos votantes. Esta conclusão sugere que a mídia tem uma boa influência sobre os eleitores ou uma sensibilidade acerca das preocupações dos eleitores. Se avaliado desta forma, os meios teriam uma influência direta sobre as opiniões das pessoas, retornando à teoria hipodérmica. Mas a essência do agenda setting procura identificar se os temas que são expostos na grande mídia tornam-se importantes para os receptores, assim como se são pauta das conversas diárias.
Apesar da hipótese do agenda setting ter sido avançada por
McCombs e Shaw (1972), muitos pesquisadores já estudavam a atenção que o público dirigia para os temas propostos pela imprensa. Em 1922, Walter Lippmann, em Public Opinion, já destacava o papel da imprensa no enquadramento da atenção dos leitores em direção a temas por ela impostos como "de maior interesse coletivo". Também antecipando a idéia central da hipótese do agenda setting, Park (1925), em sua obra The City, destacava que os meios de comunicação definiam uma certa ordem de preferências temáticas. Já em 1958, em artigo escrito por Long, a hipótese do agendamento temático foi claramente enunciada: "o jornal é o primeiro motor da fixação da agenda territorial. Ele tem grande participação na definição do que a maioria das pessoas conversarão, o que as pessoas pensarão que são os fatos e como se deve lidar com os problemas". De acordo com McCombs e Shaw ,o conceito mais sucinto, anterior ao primeiro estudo empírico do agenda setting, é formulado por Cohen em 1963: "embora a imprensa, na maior parte das vezes, possa não ser bem sucedida ao indicar às pessoas como pensar, é espantosamente eficaz ao dizer aos seus leitores sobre o que pensar". Dentro da perspectiva histórica de estudos pré-McCombs e Shaw sobre o agenda setting, Lang e Lang (1966) também denunciavam a hierarquização temática dos meios de comunicação:“Os meios de comunicação centram a atenção em certas questões. Constroem imagens públicas de figuras políticas. Apresentam constantemente objetos que sugerem em que deveríamos pensar, o que deveríamos saber e o que deveríamos sentir....Os materiais que os meios de comunicação selecionam podem nos dar uma semelhança de um 'conhecimento' do mundo político”. Todos estes estudos já identificavam a coincidência dos temas da mídia e dos temas das conversas interpessoais, mas não conceitualizavam como agenda setting. Muito antes de se ter o conceito de agenda setting, a imprensa já exercia seu papel de "estruturadora" de percepções e cognições a respeito dos acontecimentos da realidade social.
Em estudos realizados por autores brasileiros (Golembiewski,
2001; Jahn, 2001; Hohlfeldt, 1997), alguns conceitos básicos são apontados e utilizados para determinar o efeito do agenda setting. Baseado em estudos anteriores, Hohlfeldt aponta os seguintes conceitos:
Acumulação: capacidade que a mídia tem de dar relevância a
um determinado tema, destacando-o do imenso conjunto de acontecimentos diários; Consonância: apesar de suas diferenças e especificidades, os mídias possuem traços em comum e semelhanças na maneira pela qual atuam na transformação do relato de um acontecimento que se torna notícia; Onipresença: um acontecimento que, transformado em notícia, ultrapassa os espaços tradicionalmente ocupados a ele. O acontecimento de polícia pode ser abordado em outras editorias dos meios de comunicação; Relevância: quando um determinado acontecimento é noticiado por todos os diferentes mídias, independente do enfoque que lhe seja atribuído; Frame Temporal: o período de levantamento de dados das duas ou mais agendas (isto é, a agenda da mídia e a agenda pública, por exemplo); Time-lag: é o intervalo decorrente entre o período de levantamento da agenda da mídia e a agenda do público, ou seja, como se pressupõe a existência e um efeito da mídia sobre o público; Centralidade: capacidade que os mídias têm de colocar como algo importante determinado assunto; Tematização: está implicitamente ligado à centralidade, pois é a capacidade de dar o destaque necessário (sua formulação, a maneira pela qual o assunto é exposto), de modo a chamar a atenção. Um dos desdobramentos deste item é a suíte de uma matéria, ou seja, múltiplos enfoques que a informação vai recebendo para manter presa a atenção do receptor; Saliência: valorização individual dada pelo receptor a um determinado assunto noticiado; Focalização: é a maneira pela qual a mídia aborda determinado assunto, utilizando uma determinada linguagem, recursos de editoração.
Sintetizando as idéias expostas, verifica-se que o conceito de
agendamento é muito mais abrangente e complexo do que o proposto inicialmente. O artigo de McCombs e Shaw proporcionou diversas linhas de investigação em torno da hipótese. Nesta perspectiva, segundo o filósofo da ciência James Conant:- "a marca distintiva de uma teoria de sucesso é a sua capacidade para gerar continuamente novas questões e identificar novos percursos de pesquisa acadêmica".
Desta forma, o estudo da hipótese do agenda setting é apenas uma
maneira de se observar as relações mídia-sociedade. Conforme a sociedade e os meios de comunicação modifiquem-se, surgiram novas perspectivas para o entendimento desta relação. E assim, poderão complementar os estudos e a teoria do agendamento.