Você está na página 1de 842

APOSTI

LADI
GITAL PDF

TRANSPETRO
EMPRESA PETROBRASTRANSPORTES.
A

PROFISSI
ONALTRANSPETRO-JÚNIOR
-ÊNFASE:MANUTENÇÃO-INSTRUMENTAÇÃO


VELMÉDI
O

EDI
ÇÃO 2023
QUEM SOMOS

A Domina Concursos, especialista há 8 anos no desenvolvimento e


comercialização de apostilas digitais e impressas para Concurso Públicos, tem
como foco tornar simples e eficaz a forma de estudo. Com visão de futuro,
agilidade e dinamismo em inovações, se consolida com reconhecimento no
segmento de desenvolvimento de materiais para concursos públicos. É uma
empresa comprometida com o bem-estar do cliente. Atua com concursos
públicos federais, estaduais e municipais. Em nossa trajetória, já
comercializamos milhares de apostilas, sendo digitais e impressas. E esse
número continua aumentando.

MISSÃO

Otimizar a forma de estudo, provendo apostilas de excelência, baseados nas


informações de editais dos concursos públicos, para incorporar as melhores
práticas, com soluções inovadoras, flexíveis e de simples utilização e
entendimento.

VISÃO

Ser uma empresa de Classe Nacional em Desenvolvimento de Apostilas para


Concursos Públicos, com paixão e garra em tudo que fazemos.

VALORES

• Respeito ao talento humano


• Foco no cliente
• Integridade no relacionamento
• Equipe comprometida
• Evolução tecnológica permanente
• Ambiente diferenciado
• Responsabilidade social
PROIBIDO CÓPIA

Não é permitida a revenda, rateio, cópia total ou parcial sem autorização da


Domina Concursos, seja ela cópia virtual ou impressa. Independente de manter
os créditos ou não, não importando o meio pelo qual seja disponibilizado: link
de download, Correios, etc…

Caso houver descumprimento, o autor do fato poderá ser indiciado conforme


art. 184 do CP, serão buscadas as informações do responsável em nosso banco
de dados e repassadas para as autoridades responsáveis.
Conhecimentos básicos
“É melhor você tentar algo,
vê-lo não funcionar e
aprender com isso, do que
não fazer nada.”
Mark Zuckerberg
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Interpretação De Texto

Como Interpretar Textos

É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de tex-
tos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em
provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relaci-
onadas a textos.

TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).

CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informa-
ção que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do
conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacio-
namento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e anali-
sada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores


através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identifica-


ção de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo,


de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do tex-


to.

3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.

EXEMPLO

TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES

"O HOMEM UNIDO ” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO


A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE
A UNIÃO DO HOMEM
HOMEM + HOMEM = MUNDO
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)

Condições Básicas Para Interpretar

Fazem-se necessários:

a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;

b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;


OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, de-
notação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

c) Capacidade de observação e de síntese e

d) Capacidade de raciocínio.

Interpretar X Compreender

INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA

- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO


CONCLUSÕES, DEDUZIR. AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.
- TIPOS DE ENUNCIADOS - TIPOS DE ENUNCIADOS:
• Através do texto, INFERE-SE que... • O texto DIZ que...
• É possível DEDUZIR que... • É SUGERIDO pelo autor que...
• O autor permite CONCLUIR que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRA-
• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar DA a afirmação...
que... • O narrador AFIRMA...

Erros de Interpretação

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes
são:

a) Extrapolação (viagem)

Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimen-
to prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução

É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um


conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.

c) Contradição

Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, consequentemente, errando a questão.

OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.

COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pro-
nome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu ante-
cedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semânti-
co, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo ade-
quado a cada circunstância, a saber:

que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase.

Qual (neutro) idem ao anterior.

Quem (pessoa)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto possuído.

Como (modo)

onde (lugar)

quando (tempo)

quanto (montante)

exemplo:

Falou tudo QUANTO queria (correto)


Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).

• VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECIS-


MO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força
desse hábito cometem-se erros graves como:

- “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.


- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O .
- “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso

4 técnicas para virar um especialista em interpretação de texto

Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de
texto

Quantas vezes você já leu um texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e,
mesmo assim, ainda ficou com um nó na cabeça? Eu mesma já fiquei assim muitas vezes! Pensando
nisso, listamos 4 técnicas para fazer de você um mestre na interpretação! Depois disso, vai ficar fácil
entender até os mais complexos manuais de instrução (ok, talvez nem tanto, mas você vai arrebentar
no vestibular!).

Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira
abaixo:

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom
nível de leituras.

Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu
uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra
isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tem-
po o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando
para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.

– Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que iden-


tificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim
fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação
com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,
justificando o porquê.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

– Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de


paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar seti-
nhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto!

3) Leia no Papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um
tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que
aqueles que leram a mesma história em papel.

Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou
controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e
reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que apren-
demos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro,
fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi prova-
do também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificul-
dades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um
mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma
linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página)
para lembrar de informações chave de um livro.

Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se
adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler
mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de
entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links
e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”
(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minu-
tos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler.

Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da
leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

Antes de tudo, vamos explicar como se dá o processo de interpretação. A Hermenêutica, a área da


filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abor-
dagem eficaz de um texto:

a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios
sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do
3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assun-
to, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informa-
ções novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informa-
ção nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu en-
tendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a
explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.

c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compre-
endê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então
o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto.
Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

5 Dicas Poderosas de Melhorar Suas Chances de Atingir 100% em Interpretação de Texto

Opa, tudo bem? Como vai a vida? Hoje é um dia lindo para aprendermos a estudar interpretação de
textos, não acha? :)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Você pensa que domina essa matéria e que está tudo bem se ela for deixada de lado, até que PÁ:
tira uma nota RIDÍCULA em português e, justamente, percebe que errou a maioria das questões de
interpretação ou de gramática aplicada ao texto. Ou você realmente é muito ruim interpretando as
coisas mesmo.

Veja o exemplo de um Esquemeiro que me mandou uma dúvida sobre interpretação:

Tenho um grave problema com português, especialmente interpretação de texto. Meu desempenho
nunca é regular, sempre sendo 8 ou 80 ( quando vou bem tenho a sensação que pode ser mais no
chute do que racional).
Minha bronca é especificamente com o CESPE. Então, você teria alguma dica, material ou técnica de
estudo para eu quebrar essa barreira com a Língua Portuguesa?

Agradeço desde já sua atenção, tudo de bom ótima semana.

Alright, then! Tá beleza, então! Vamos aprender interpretação e mandar a banca para o beleléu.

1. Leia mais (eu sei que é clichê, então vou te dar alternativas bacanas)

Algumas pessoas mais espertas do que eu diziam o seguinte sobre leitura:

Quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê. (Monteiro Lobato)

O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)

Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come. (Victor Hugo)

Se você quiser interpretar melhor, você deve ter O QUE INTERPRETAR. Sabe, não adianta ficar
querendo tapar o sol com a peneira e pedir para divindades que tudo dê certo. Querer todo mundo
quer. Você tem que ter seu algo a mais, aqui. Leia.

“Pô, LER MAIS? Odeio ler!”

Não, você não odeia LER. Você odeia ler, sei lá, os livros que as pessoas em geral leem, ou aqueles
livros chatos que os professores da escola indicam/indicavam. Machado de Assis? Blergh! Olavo
Bilac? Parnasiano aguado! Manuel Bandeira? No, no, please!

É claro, então, que você odeia ler o que você odeia ler. Para fugir disso e melhorar sua interpretação
de textos, leia o que você achar delicioso. Vou te mostrar algumas boas opções para fugir do lugar-
comum.

Histórias Em Quadrinhos

Eu aprendi a ler com Turma da Mônica. Consegui interpretar desde cedo que o Cebolinha falava
“elado” porque ele era uma criança ainda aprendendo a falar com mais dificuldades do que as outras
crianças.

Sites de fofocas

Exemplo: Papel Pop: os sites de fofocas colocam duplo sentido em um milhão de textos, e isso é
fantástico para você. Toda vez que você não entender alguma coisa, pergunte-se: o que será que o
autor do texto quis dizer com isso? Você começa entendendo frases simples nesse tipo de site e
acaba conseguindo interpretar textos em provas de concursos. How great is that? Isso é muito legal,
né não? :)

Livros infantojuvenis com personagens maaaais ou menos infantis

Não é por acaso que Stranger Things é uma das séries originais da Netflix mais adoradas da atuali-
dade. Ela tem um ingrediente fascinante para qualquer pessoa de qualquer idade no mundo inteiro:
crianças pré-adolescentes ou adolescentes enfrentando coisas mais fortes do que elas. Come on.
Fala sério. Esse roteiro não é novo: existe em Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, E.
T., Sexto Sentido, Guerra dos Tronos (sim! Geral se interessou por Guerra dos Tronos por causa do

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Jon, da Dany, da Arya, da Sansa, do Jofrey, do Bran…) todo mundo adora uma creepy child (criança
esquisita), e os livros relacionados a elas são do tipo que você começa pela manhã e só termina
quando chega à última página.

Letras de Músicas

Você está a fim de decorar uma nova música? Pegue a letra dela, não tente decorar somente pela
cantoria da pessoa. Além de treinar sua interpretação, você treinará sua memória (é mais fácil deco-
rar uma letra entendendo o sentido dela).

Esse assunto de música nos leva ao próximo tópico.

2. Veja Se O Sentido Faz Sentido

Eu já ouvi um incontável número de pessoas cantando músicas que não condiziam com a letra origi-
nal, trocando totalmente o sentido da coisa. Isso acontece por dois motivos simples:

1. O som da música não permite que as pessoas entendam direito o que se fala; e

2. Ninguém interpreta o que está cantando.

Quer alguns exemplos?

O texto original fala:

Na madrugada a vitrola rolando um blues Tocando B. B. King sem parar

Não faz sentido, em um contexto comum, rolar um blues na madrugada e trocar de biquíni sem parar
ao mesmo tempo!

Outra:

O texto original fala:

Eu perguntava “Do you wanna dance?” (Você quer dançar?)

Faz sentido você estar em uma festinha belezera, conhecer alguém e perguntar as coisas em Holan-
dês? Só na Holanda, né?

Vou mandar mais um exemplo:

Ahahaha! Só na psicanálise para entender essa!

O texto original fala:

Analisando essa cadeia hereditária


Quero me livrar dessa situação precária

E há vááários outros exemplos! Amar a pé, amar a pé… (amar até, amar até); Ôh Macaco cidadão,
macaco da civilização… (Ôh pacato cidadão); Leste, oeste solidão… (S.O.S. solidão); São tantas
avenidas… (São tantas já vividas); e assim vai hehehe!

A dica que fica é: o que você interpretou não fez sentido? Então procure ENTENDER o que vo-
cê ouviu! Fazendo isso, você conseguirá conectar os fatos muito melhor e até memorizar mais rápido.

Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.

Eu vou repetir.

Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.

Você ouve “trocando” “de” “biquíni” “sem” “parar”. Só que, se você junta tudo isso, o troço não vai

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

fazer sentido algum! Não trate as palavras como se elas fossem alone in the dark (sozinhas no escu-
ro).

3. Pratique Com Frases de Motivação

Frases de motivação são umas lindas. Além de ensinar tudo sobre mindset(mentalidade de aprova-
dos) elas são ótimas professoras de interpretação. Veja os exemplos que eu trouxe (logo abaixo, há
os significados das frases, caso você ainda esteja com a interpretação em baixa):

Perfeição é uma palavra capciosa. Ela denota algo positivo, mas leva a resultados negativos.

Na busca pela perfeição ao estudarmos para concursos públicos, acabamos por perder tempo de-
mais com assuntos que não nos levarão a nada (aliás, essa é a minha grande lição no Ritmo de Es-
tudos, o meu curso oficial – eu ensino a excluir conteúdo que não interessa).

Perfeição é uma grande inimiga do resultado. Enquanto a maioria entra em concursos públicos pen-
sando que deve estudar todo o edital de uma mesma maneira, sem colocar os devidos pesos, poucos
são os que realmente conseguem grandes notas por terem sido mais espertos.

Não busque a perfeição. Busque os resultados. Seja real.

Essa frase é de George Eliot. O sr. Eliot mal saberia que muitos anos após sua morte, em um pa-
ís far, far away, grupos de concurseiros falariam coisas como:

“Eu tenho filhos.”

“Eu tenho pais.”

“Sou muito magro.”

“Sou muito gordo.”

“Não gosto de português.”

“Nunca me dei bem em matemática.”

Todos os dias eu recebo mensagens de pessoas que têm algum motivo sem noção para desistir (ou
para não entrar em ação). A idade é um dos campeões do desculpismo.

A verdade, entretanto, é só uma: ficar na inércia é que não vai trazer resultados a ninguém.

Colonel Sanders chegou a pensar no suicídio aos 65 anos de idade. Quando começou a escrever sua
carta de adeus, decidiu falar tudo o que faria diferente para que sua vida tivesse seguido o rumo que
ele sempre quis. Ao invés de se matar, Sanders começou a vender sua própria receita de frango frito
de porta em porta. Aos 88 anos, o fundador do Kentucky Fried Chicken (KFC), nos Estados Unidos,
tornou-se um bilionário.

Como fangirl da Apple, eu não poderia deixar de citar uma do Steve Jobs.

Nos concursos públicos, chegará um momento em que você achará que já sabe demais. Até você
passar, você perceberá, entretanto, que precisa sempre de honestidade para entender que não sabe
de tudo, e sempre deve correr atrás de mais e mais conhecimento.

E isso vale para depois que passar, também. Do contrário, você será daquele tipo de concursado
aposentado: morre aos 25 e só é enterrado aos 85.

Napoleon Hill estava no ápice da genialidade quando disso isso. Se você consegue ENTENDER al-
guma coisa, você consegue fazer essa coisa. Se você consegue entender o processo de passar em
concursos públicos, você conseguirá passar muito mais rápido.

Por fim, mas não menos importante: você só aprenderá a interpretar se você aplicar todas as dicas
que eu dei (e darei) neste artigo. Conhecimento só é válido quando se consegue agir sobre ele.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Basicamente: coloque a mão na massa

Existem milhares de outras frases de motivação por aí. Faça uma por dia. E, claro, interprete cada
uma delas.

4. Interprete as Coisas em sua Vida – E Reflita sobre O Que os Outros Falam

Existe um livro em inglês chamado Happy for No Reason (Feliz sem Ter Motivo), da autora Marci
Shimoff. De acordo com Shimoff, existem as pessoas que não são felizes, existem as pessoas que
são felizes por algum motivo (geralmente por estarem com outras pessoas) e existem as pessoas que
são felizes sem ter motivo.

No primeiro caso, de acordo com a autora, as pessoas estão em um estágio de depressão profunda;
no segundo caso, as pessoas estão felizes, mas, como estão felizes por um MOTIVO, esse motivo
pode ser retirado delas; e no terceiro caso as pessoas são felizes apenas por ser (entretanto, poucas
conseguem chegar lá).

Um dos casos em que as pessoas buscam a felicidade por um motivo (aquela que pode ser tirada
delas) é o da má interpretação. A pessoa se martiriza internamente por uma frase que pegou fora de
contexto, ou cria algum tipo de raiva por algo que ouviu falar por terceiros, e a infelicidade a encontra.

Por isso, interpretar o que ocorre em sua vida dentro de um contexto lógico também te ajudará em
provas de concursos públicos.

Em 90% dos casos, você perceberá que não é pessoal, e isso não será problema seu. Nos outros
10% (se for pessoal), o problema também não é seu.

5. Aprenda Gramática Aplicada ao Texto, e Não Gramática Pura

Querendo ou não, interpretar textos também significa aprender a Língua Portuguesa. Saber qual é o
sujeito, qual é o advérbio, qual é o objeto indireto poderá te salvar de várias situações ruins.

O lance é que a gramática pura (por si só) não te ajudará em basicamente nada se você não conse-
guir aplicá-la. E aprender gramática consiste no seguinte:

6. Dica Extra: Don’t Overthink! Não Pense Demais!

Um erro comum é pensar demais. Depois de muito treino (com todas as outras dicas), você estará
com a preparação em nível avançado na interpretação de textos.

Daí, chega o momento da prova e você começa a querer pensar demais: “e se não for realmente
isso? E se for um peguinha? E se? E se?”.

Para evitar que isso aconteça, só existe um remédio: fazer muitas provas de interpretação de textos,
e de preferência da banca que fará seu certame. Eu não estou falando de fazer duas, três provas. Eu
estou falando de 20, 30 provas, cada uma com 15, 20 questões, cada uma com 3, 4 textos. Lembre-
se: permaneça ignorante. Permaneça com fome.

Dicas Para Uma Boa Interpretação de Texto

Uma boa interpretação de texto é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, por isso
elaboramos algumas dicas preciosas para auxiliar você nos seus estudos.

Você tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for sim, não se desespere, você
não é o único a sofrer com esse problema que afeta muitos leitores.

Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o de-
senvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de
nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma
boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido.

O analfabetismo funcional está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código,


pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos al-
gumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.

Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos
de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, des-
cuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufici-
ente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois, uma se-
gunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente.

Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais presen-
tes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de
que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se
estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica
do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.

Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumenta-
tivos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na
superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e ines-
pecíficas.

Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler
com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma
boa leitura e bons estudos!

Interpretação de Texto: veja como fazer.

É o que mais cai no Enem.

Interpretação de Texto: veja os principais pontos nos quais você deve focar durante a leitura dos tex-
tos nas provas do Enem, dos vestibulares e do Encceja. Revise como interpretar um texto, e mande
bem nos Exames!

Saber ler e interpretar um texto é o primeiro passo na resolução de qualquer questão do Enem. A
compreensão do enunciado é uma chave essencial para iniciar a resolução dos problemas.

Por isso mesmo o tema da Interpretação de Texto é o que mais cai no Enem e nos Vestibulares. Aqui
vão algumas dicas que podem facilitar a compreensão e tornar o ato de interpretar um texto mais
rápido e eficaz.

A primeira coisa que deve ser feita na Interpretação de texto é decompor o texto em suas “ideias bá-
sicas”. Qual é o foco do texto e quais são os principais conceitos definidos pelo autor. Esta operação
fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor. É assim que se estuda interpretação de
texto para o Enem.

Veja neste exemplo:

• “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a for-
mação da personalidade humana”.

• Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique
humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos
anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e
Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895).

• Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado pela
psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta por
palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

• Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lin-
guagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos
na fase de vigília.

• “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.” (Salvatore D’Onofrio). IDEIAS – NÚCLEO. Veja a
seguir o Passo inicial da Interpretação de Texto

O Primeiro Conceito Do Texto:

• * “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a


formação da personalidade humana. Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas
camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente e subconsciente”.

• O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.

O Segundo Conceito Do Texto:

* “Começou estudando casos clínicos de comportamentos anômalos ou patológicos, com a ajuda da


hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos sobre a histeria,
1895). Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado
pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta
por palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais”.

A segunda ideia – núcleo mostra que Freud deu início à sua pesquisa estudando os comportamentos
humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método criou o das “livres
associações de ideias e de sentimentos”.

O Terceiro Contexto Do Texto:

* “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da língua
gemonírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
fase de vigília”.

Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da compreensão
dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do
dia a dia. É assim, passo a passo, que você faz a interpretação de texto.

Quarto Conceito Do Texto:

* “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi à apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.”.

Conclusão: Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a
novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.

A finalidade deste exemplo foi de mostrar como captar o foco central na interpretação do texto e cap-
tar a ideia transmitida pelo autor de forma sagaz. O ideal, na hora de interpretar um texto, é fazer uma
leitura dinâmica, a fim de captar sua ideia principal, para depois ler novamente para que possa ser
feita uma análise mais a fundo do mesmo.

Ler e interpretar um texto parece muito simples, e de fatoé. Mas, existem os segredos da Interpreta-
ção de Texto nas provas do Enem e similares. Foram estes segredos que você aprendeu nesta aula.

11 Dicas Para Fazer Interpretação De Texto

Provavelmente, você já errou algum exercício quando sabia o conteúdo da questão. A decepção
quando a gente erra uma questão por besteira é enorme, né?

A interpretação afeta o nosso relacionamento com amigos, familiares, colegas e professores. E tam-
bém a diversão ao assistir a um filme, ouvir uma música, ver uma série…

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

As próximas dicas tem a intenção de melhorar a sua capacidade interpretativa para as provas e tam-
bém para o dia a dia.

1. Aprenda A Interpretar Gráficos E Tabelas

Gráficos e tabelas caem com muita frequência no Enem, nos vestibulares e concursos públicos. Além
dos processos seletivos, eles também são bastante utilizados por jornais e pelo mercado de trabalho.

Entendê-los pode não ser fácil, mas não desista. Muitas vezes, ao se deparar com esse tipo de dado
em um exercício, a gente coloca barreiras como “não sei, sou de Humanas“. Mas não deve ser assim
Quando você aprender como eles funcionam, vai ser cada vez mais fácil fazer a interpretação desse
tipo de texto.

Com o passar do tempo (e depois de praticar bastante), é possível que você comece a gostar de criar
gráficos e tabelas. Eles são uma maneira prática de resumir um conjunto de informações importantes.

Obs: Você percebeu que recomendei uma aula de Português e outra de Matemática para aprender
gráficos? Esse conteúdo é frequente em questões interdisciplinares, incluindo a redação.

2. Coloque As Orações Na Ordem Direta

A ordem direta é a que organiza as palavras da seguinte forma: sujeito + predicado + complemento

Esse é o jeito objetivo de entender uma oração. Faça o exercício de reorganizar as orações que es-
tão na ordem indireta, principalmente os enunciados das questões.

3. Fique Atento A Todos Os Detalhes

Preste atenção a todos os tipos de texto (como infográficos, gráficos, tabelas, imagens, citações e
poemas).

Circule os nomes dos autores, livro e ano de publicação nas referências do texto. Tais detalhes talvez
revelem o tema da questão e até mesmo a resposta.

Basta olhar as referências para saber que o texto acima é relacionado aos Direitos Humanos, apro-
ximadamente sobre 2016.

Olhando o título, vejo que ele é sobre intolerância religiosa. Depois de analisar o infográfico e o gráfi-
co, tenho uma ideia das principais religiões discriminadas e da evolução da violência de 2013 a 2014.

Talvez eu não saiba que a liberdade para expressar a religião é um dos Direitos Humanos. Mas a
referência me ajuda a saber que existe uma relação entre os direitos humanos e a intolerância religi-
osa no Brasil (título do texto).

4. Pratique a Interpretação Com Posts das Redes Sociais

Provavelmente você já viu memes ou menes nas redes sociais. Para entender o que significam, é
preciso interpretar, no mínimo, a relação entre dois elementos, que podem ou não estar na imagem.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

No primeiro post, você precisa saber colocação pronominal segundo a norma culta e saber como são
entrevistas de emprego para entender a referência. No segundo post, deve conhecer o que é um
elétron e a marca Ricardo Eletro.

Para praticar, experimente anotar em um papel o que é engraçado no post e quais são os elementos
que causam esse efeito de sentido.

5. Leia Textos Longos Impressos (Como As Provas Do Enem)

Depois de um hora fazendo uma leitura densa, ficamos cansados. Precisamos ter resistência para
não fazer análises equivocadas dos textos. Uma das formas de desenvolver a resistência é se acos-
tumar a compreender textos longos.

Procure fontes relevantes para os assuntos que você estuda no dia a dia. As provas do Enem, além
de serem úteis para praticar e simular a avaliação deste ano, podem ajudar a acostumar com a leitura
desse tipo de texto.

Experimente baixá-las e interpretar os dados na coletânea da redação. Analise também os enuncia-


dos das questões de diferentes áreas do conhecimento.

Vale lembrar que a maneira que a gente lê um texto impresso e na tela do celular ou computador é
diferente. Se você irá fazer provas impressas, prefira ler textos assim.

Dica: lembre de reescrever as orações na ordem direta.

6. Compreenda Músicas

As músicas estão presentes no nosso dia a dia e utilizam muitas figuras de linguagem (a gente expli-
ca as principais neste outro artigo).

Depois de escutar uma música de que você gosta, reflita sobre a letra. O que o autor quis dizer com
ela? Pesquise a letra e tente interpretar o significado de cada estrofe.

7. Leia Tirinhas

O Enem costuma avaliar habilidades importantes na vida prática. Tirinhas são facilmente encontra-
das, são uma leitura leve, divertida e sempre precisam de interpretação.

Muitas vezes elas expõem algum problema social, histórico, ou tem uma crítica implícita.

8. Olhe Para Os Períodos, Versos E Parágrafos Em Conjunto

Escolha uma ou duas palavras que resumam o que você leu nos trechos menores, para se lembrar
depois.

Em seguida, procure relações entre o que você acabou de ler. Por exemplo: de oposição, causa e
consequência, adição.

Fazemos o procedimento acima para classificar orações subordinadas, mas ele também pode ser útil
para a interpretação como um todo.

9. Use Um Dicionário

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Quando estiver lendo em casa, tenha um dicionário por perto e pesquise o que não entender. Só
assim vai ser possível interpretar depois.

Para memorizar, anote as palavras que você descobriu o que significam em um caderninho. Elas
poderão ser úteis para resolver exercícios e também para a redação.

Algumas obras literárias utilizam palavras antigas e de difícil entendimento. Vale lembrar que existem
vestibulares que apresentam pequenos glossários nas questões. Então não dê muita atenção aos
termos arcaicos na hora da leitura.

10. Peça A Ajuda De Vídeo Aulas E Do Google

Todos nós já passamos por alguma situação confusa, que não fez muito sentido. Pode ser na hora de
resolver uma lista de exercícios ou em uma conversa com seus parentes, por exemplo.

Quando isso acontece, pode ser porque você não conseguiu interpretar corretamente. Então é útil
procurar ajuda em um dicionário, videoaula ou no Google.

11. Reescreva Ou Explique Para Você Mesmo

Reescreva o que você acabou de ler de maneira resumida e utilizando sinônimos. Se preferir, escre-
va em tópicos.

O objetivo desta dica é ter certeza de que você interpretou o texto e também consegue explicar de
maneira simples.

Interpretação De Textos

A interpretação de textos é um exercício que requer técnica e dedicação. Existem algumas dicas que
ajudam o leitor a aprimorar a compreensão dos mais variados gêneros textuais.

Letrado não é aquele que decodifica uma mensagem: letrado é o indivíduo que lê e compreende o
que lê.

No Brasil, infelizmente, grande parcela da população sofre com o analfabetismo funcional, que nada
mais é do que a incapacidade que um leitor tem de compreender textos — inclusive os textos mais
simples — de gêneros muito acessados no cotidiano.

O analfabeto funcional não transforma em conhecimento aquilo que lê, pois sua capacidade de inter-
pretação textual é reduzida.

Ao contrário do que muitos pensam, o problema atinge pessoas com os mais variados níveis de esco-
laridade, e não apenas aqueles cuja exposição ao estudo sistematizado foi reduzida.

Para que você possa aprimorar sua capacidade de interpretação, o sítio de Português elaborou al-
gumas dicas que vão te ajudar a alcançar uma leitura proficiente, livre de quaisquer mal-entendidos.
Boa leitura e bons estudos!

Cinco Dicas de Interpretação de Textos

Dica 1: Livre-Se Das Interferências Externas

Sabemos que nem sempre é possível ter a tranquilidade desejada para estudar, ainda mais quando
somos obrigados a conciliar várias atribuições em nossa rotina, mas sempre que possível, fique livre
de interferências externas e escolha ambientes adequados para a leitura.

Um ambiente adequado é aquele que oferece silêncio e algum conforto, afinal de contas, esses fato-
res influenciam de maneira positiva os estudos.

Ruídos e interferências durante a leitura reduzem drasticamente nossa capacidade de concentração


e, consequentemente, de interpretação.

Dica 2: Sempre Recorra A Um Bom Dicionário

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Quem nunca precisou interromper a leitura diante de um vocábulo desconhecido? Essa é uma situa-
ção corriqueira, mesmo porque o léxico da língua portuguesa é extenso. É claro que desconhecer o
significado de algumas palavras pode atrapalhar a interpretação textual, por isso, o ideal é que você,
diante de um entrave linguístico, consulte um bom dicionário.

Na impossibilidade de consultar um dicionário, anote a palavra para uma consulta posterior. É assim
que um bom vocabulário é construído, e acredite: ele sempre estará em construção, pois estamos
constantemente em aprendizado.

Dica 3: Prefira A Leitura No Papel

Sabemos que a tecnologia nos oferece diversos suportes que facilitam e democratizam a leitura e
que os livros digitais são uma realidade. Contudo, sempre que possível, opte por livros ou documen-
tos físicos, isto é, impressos.

O papel oferece a oportunidade de ser rabiscado, nele podemos fazer anotações de maneira rápida e
prática, além de ser a melhor opção para quem tem dificuldades de interpretação textual.

Dica 4: Faça Paráfrases

A paráfrase consiste em uma explicação livre e desenvolvida de um fragmento do texto e também


dele completo. Ao ler um parágrafo mais complexo, você pode fazer uma pausa para tentar explicá-lo
com suas próprias palavras: isso facilitará a compreensão e a assimilação daquilo que está sendo
lido.

Dica 5: Leia Devagar

Ler apressadamente é um exercício que dificilmente transformará informação em conhecimento. O


cérebro precisa de tempo para processar a leitura, por isso, evite ler em situações adversas. Uma
leitura feita com calma permitirá que você retome parágrafos e poucas coisas são mais eficientes
para a interpretação textual do que a releitura, consulte o dicionário e faça paráfrases e anotações, ou
seja, todas as dicas anteriormente citadas dependem, sobretudo, dessa leitura cuidadosa.

Explicações Preliminares

I) Para Interpretar Bem

Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Impor-
tante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os
itens abaixo.

1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas
telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção,
tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar.

2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios
de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedica-
da a isso.)

3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos
oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e
seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.

4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar res-
ponder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê- lo como um todo, e
isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada
leitura, novas idéias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois
tente resolver as questões propostas.

5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determi-
nado trecho) ou referir-se ao conjunto, às idéias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o
trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a
agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.

6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determi-
nada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa
pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi
dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.

II) Paráfrase

Chama-se paráfrase a reescritura de um texto sem alteração de sentido. Questões de interpretação


com frequência se baseiam nesse conhecimento, nessa técnica. Vários recursos podem ser utilizados
para parafrasear um texto.

1) Emprego de sinônimos.

Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. Conquanto retornasse cedo, deixava os
genitores preocupados.

2) Emprego de antônimos, com apoio de uma palavra negativa.

Ex.: Ele era fraco. Ele não era forte.

3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados no texto.

Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. Paulo e Antônio já saíram.
Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. Aquele = Paulo este = Antônio

4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa.

Ex.: É necessário que todos colaborem. É necessária a colaboração de todos. Quero o respeito do
grupo. Quero que o grupo me respeite.

5) Omissão de termos facilmente subentendidos.

Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante. Desejávamos missão mais deli-
cada e importante.

6) Mudança de ordem dos termos no período.

Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro me-
ses de investigação. Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro
meses de pesquisa, seria esquecido.

7) Mudança de voz verbal

Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) Uma roseira foi plantada pela mulher em
seu jardim. (voz passiva analítica)

Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase),
haverá duas mudanças possíveis.

Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)

Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética)

8) Troca de discurso

Ex.: Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto) Na-
quela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)

9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e vice-versa

Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

10) Troca de locuções por palavras e vice-versa:

Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. O homem urbano não conhece a lingua-
gem celeste.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem
mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particula-
ridades estilísticas do emissor da linguagem.

As figuras de linguagem exprimem também o pensamento de modo original e criativo, exploram o sen-
tido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam ora-
ções, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum
de seus elementos. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de
construção e figuras de palavras ou semânticas.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos estilísticos da linguagem utilizados para dar maior ênfase às
palavras ou expressões da língua, sendo classificadas de acordo com as características que querem
expressar, a saber:

Figuras de Pensamento: estas figuras de linguagem estão relacionadas ao significado (campo semân-
tico) das palavras, por exemplo: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, pro-
sopopeia e apóstrofe.

Figuras de Palavras: semelhantes às figuras de pensamento, elas também alteram o nível semântico
(significado das palavras), por exemplo: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e
antonomásia.

Figuras de Som: nesse caso, as figuras estão intimamente relacionada com a sonoridade, por exemplo:
aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.

Figuras de Sintaxe: também chamadas de “Figuras de construção”, estão relacionadas com a estrutura
gramatical da frase, as quais modificam o período, por exemplo: elipse, zeugma, hipérbato, anacoluto,
anáfora, elipse, silepse, pleonasmo, assíndeto e polissíndeto.

Figuras de Linguagem são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.

Elas são classificadas em

Figuras de palavras ou semânticas

Figuras de pensamento

Figuras de sintaxe ou construção

Figuras de som ou harmonia

Figuras de Palavras

Metáfora

Comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na
frase.

Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Na semântica, a metáfora representa uma das figuras de linguagem, ou seja, recursos linguísticos-
semânticos utilizados em diversos contextos a fim de dar mais ênfase aos enunciados.

Assim, a metáfora, considerada uma figura de palavra, utiliza os termos no sentido denotativo e os
transforma no modo figurado (conotativo), afim de estabelecer uma analogia (comparação metafórica),
tendo em vista a relação de semelhança entre eles.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
FIGURAS DE LINGUAGEM

Do grego, a palavra “metáfora” (metáfora) é formada pelos termos “metá” (entre), e “pherō” (carregar)
que significa transporte, transferência, mudança.

Da língua latina a palavra metáfora, representa a união dos termos “meta” (algo) e “phora” (sem senti-
do), no sentido literal é "algo sem sentido".

De acordo com estudos linguísticos, a metáfora é uma das figuras de linguagem mais utilizadas cotidi-
anamente.

Comparação

Comparação explícita. Ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
(como, assim, tal qual).

Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

A comparação (ou símile) é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de palavras.

Ela é determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação de dois termos ou
ideias num enunciado.

Geralmente, é acompanhada de elementos comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como,
assim, tão, quanto, parece, etc.

É muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos artísticos,
por exemplo, na música, na literatura e no teatro.

Além da comparação, temos as figuras de palavras:

metáfora, metonímia, catacrese, perífrase (ou antonomásia) e sinestesia.

Exemplos

Para compreender melhor a figura de linguagem comparação, confira abaixo alguns exemplos na litera-
tura e na música:

“É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves)

“Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)

“Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meireles)

“Eu faço versos como quem chora/De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira)

“A vida vem em ondas,/como um mar/Num indo e vindo/infinito.” (Música “Como uma onda” de Lulu
Santos)

“Avião parece passarinho/Que não sabe bater asa/Passarinho voando longe/Pareceborboleta que fugiu
de casa.” (Música “Sonho de uma flauta” de Teatro Mágico)

Comparação e Metáfora

É muito comum haver confusão entre as figuras de palavras: comparação e metáfora. Apesar de am-
bas utilizarem uma analogia entre termos, elas são diferentes.

Enquanto na metáfora ocorre uma comparação entre dois termos de forma implícita, na comparação
ela acontece de maneira explícita.

Importante ressaltar que a metáfora não utiliza um elemento comparativo, o qual surge na comparação.

Exemplos:

Nossa vida tem sido um mar de rosas. (metáfora ou comparação implícita)


Nossa vida tem sido como um mar de rosas. (comparação ou comparação explícita)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
FIGURAS DE LINGUAGEM

Metonímia

Transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.

Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

Na semântica, a metonímia é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de palavra, as
quais são largamente utilizadas para dar ênfase aos discursos.

Dessa maneira, a metonímia é um recurso linguístico-semântico que substitui outro termo segundo a
relação de contiguidade e/ou afinidade estabelecida entre duas palavras, conceitos, ideias, por exem-
plo:

Aquele homem é um sem-teto (nesse caso, a expressão “sem-teto”, representa a substituição de um


conceito referente às pessoas que não possuem casa.

Do grego, a palavra "metonímia" (metonymía) é constituída pelos termos “meta” (mudança) e “onoma”
(nome) que literalmente significa “mudança de nome”.

Exemplos de Metonímia

A metonímia pode ocorrer de inúmeras maneiras sendo as mais comum os casos abaixo:

Parte pelo todo: Ele possuía inúmeras cabeças de gado. (bois)

Causa pelo efeito: Consegui comprar a televisão com meu suor. (trabalho)

Autor pela obra: Li muitas vezes Camões. (obra literária do autor)

Inventor pelo Invento: Meu pai me presenteou com um Ford. (inventor da marca Ford: Henri Ford)

Marca pelo produto: Meu pai adora tomar Nescau com leite. (chocolate em pó)

Matéria pelo objeto: Passou a vida atrás do vil metal. (dinheiro)

Singular pelo plural: O cidadão foi às ruas lutar pelos seus direitos. (vários cidadãos)

Concreto pelo abstrato: Natália, a melhor aluna da classe, tem ótima cabeça. (inteligência)

Continente pelo conteúdo: Quero um copo d’água. (copo com água)

Gênero pela espécie: Os homens cometeram barbaridades. (humanidade)

Catacrese

Emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.

Exemplo: Embarcou há pouco no avião.

Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, em-
barcar é o utilizado.

A catacrese é uma figura de linguagem que representa um tipo de metáfora de uso comum que, com o
passar do tempo, foi desgastada e se cristalizou.

Isso porque ao utilizarmos tanto determinada palavra, não notamos mais o sentido figurado expresso
nela. Por exemplo: O pé da cadeiraestá quebrado.

O exemplo acima nos leva a pensar no sentido denotativo e conotativo das palavras. Ou seja, a cadeira
não possui um “pé”, que no sentido denotativo é uma extremidade do membro inferior encontrada nos
animais terrestres.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
FIGURAS DE LINGUAGEM

Lembre-se que o sentido denotativo é aquele encontrado nos dicionários, o qual representa o conceito
“real” da palavra. No exemplo acima, o pé da cadeira está no sentido conotativo (ou figurado) da pala-
vra.

Sendo assim, a catacrese é um tipo especial de metáfora que já foi incorporada por todos os falantes
da língua.

Mas, por ser uma expressão muito utilizada e, portanto, desgastada, estereotipada, viciada e pouco
original, ela é considerada uma catacrese.

Nesse sentido, utilizamos essa figura de linguagem por meio da aproximação ou semelhança da forma
de tal objeto.

Assim, a catacrese faz uma comparação e usa um determinado termo por não ter outro que designe
algo específico. De tal modo, a palavra perde seu sentido original.

Entenda mais sobre os conceitos de:

Conotação e Denotação

Metáfora

A catacrese está na categoria de figuras de palavras, ao lado da metáfora, metonímia, comparação,


antonomásia e sinestesia.

Exemplos de Catacrese

A catacrese é muito utilizada na linguagem coloquial (informal) e também em textos poéticos e músi-
cas. Pode ser considerada uma gíria, uma vez que facilita o processo comunicativo pelo uso de outras
palavras.

Confira abaixo alguns exemplos muito comuns de catacrese:

Árvore genealógica

Fio de óleo

Céu da boca

Boca do túnel

Boca da garrafa

Pele do tomate

Braço do sofá

Braço da cadeira

Braço de rio

Corpo do texto

Pé da página

Pé da cama

Pé da montanha

Pé de limão

Perna da mesa

Maçã do rosto

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
FIGURAS DE LINGUAGEM

Coroa do abacaxi

Asa da xícara

Asa do avião

Dentes do serrote

Dentes de alho

Cabeça do alho

Cabeça do prego

Cabeça do alfinete

Batata da perna

Exemplo de Catacrese na Literatura

“Dobrando o cotovelo da estrada, Fabiano sentia distanciar-se um pouco dos lugares onde tinha vivido
alguns anos.” (Graciliano Ramos em Vidas Secas.)

A expressão “cotovelo da estrada” é um tipo de catacrese, utilizada nos textos poéticos para oferecer
maior expressividade ao texto.

Exemplo de Catacrese na Música

“Usei a cara da lua/As asas do vento/Os braços do mar/O pé da montanha” (MPB-4 em “Composição
Estranha”)

As expressões “os braços do mar” e “o pé da montanha” são exemplos de catacrese.

Já as expressões “cara da lua” e “asas do vento” são exemplos de metáfora que ocorrem por meio de
uma relação de similaridade.

Curiosidades sobre Catacrese

Segundo a origem etimológica, a palavra catacrese vem do latim “catachresis” e do grego “katakhresis”
e significa “mau uso”.

Originalmente, o termo “embarcar” era utilizado para expressar a entrada num barco. Mas de tanto que
foi utilizada pelos falantes para entrar em outros meios de transporte, hoje a utilizamos sem notar seu
sentido original. Assim, a palavra “embarcar” trata-se de uma catacrese.

Da mesma forma, a palavra “azulejo” era utilizada para determinar ladrilhos azuis. Atualmente, a utili-
zamos para determinar qualquer cor de ladrilho. E, portanto, também se trata de uma catacrese.

Ainda temos a palavra “encaixar” que no sentido original significava “colocar em caixas”. O termo foi
tão utilizado pelos falantes da língua que hoje determina a colocação de algo num local que cabe per-
feitamente.

Sinestesia

Associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.

Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.

A frieza está associada ao tato e não à visão.

A sinestesia é uma figura de linguagem que faz parte das figuras de palavras. Ela está associada com
a mistura de sensações relacionadas aos sentidos: tato, audição, olfato, paladar e visão.

Sendo assim, essa figura de linguagem estabelece uma relação entre planos sensoriais diferentes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
FIGURAS DE LINGUAGEM

Ela é muito utilizada como recurso estilístico e, portanto, surge em diversos textos poéticos e musicais.
No movimento simbolista, a sinestesia foi muito empregada pelos escritores.

Além da sinestesia, outras figuras de palavras são: a metáfora, a metonímia, a comparação, a catacre-
se e a perífrase (ou antonomásia).

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de sinestesia na literatura:

“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frêmito alegre e doce.”
(Eça De Queiros)

“Por uma única janela envidraçada, (…) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras.” (Clari-
ce Lispector)

“Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-
me sons de cor e de perfumes.” (Mário de Sá-Carneiro)

“As falas sentidas, que os olhos falavam/ Não quero, não posso, não devo contar.” (Casimiro de Abreu)

“Esta chuvinha de água viva esperneando luz e ainda com gosto de mato longe, meio baunilha, meio
manacá, meio alfazema.” (Mário de Andrade)

“O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, deixan-
do-lhe o odor e a delícia da tarde.” (Gabriel Miró)

“Que tristeza de odor a jasmim!” (Juan Ramón Jiménez)

Sinestesia na Medicina

A sinestesia é um termo utilizado também na área da medicina. Trata-se de uma condição neurológica
(não é considerada doença), geralmente de causa genética (hereditária).

Ela faz com que um estímulo neurológico cognitivo ou sensorial provoque uma resposta numa outra via
cognitiva ou sensorial. Trata-se, portanto, de uma confusão mental.

Assim, um estímulo num determinado sentido provoca reações em outro, criando uma combinação
entre visão, audição, olfato, paladar e tato.

Pessoas que tem essa condição neurológica, por exemplo, ouvem cores e sentem sons.

Curiosidades

Do grego, o termo “synaísthesis” é formado pelos vocábulos “syn” (união) e “esthesia” (sensação). As-
sim, a palavra está relacionada com a união de sensações.

O termo “cinestesia” (com c) está relacionado com a percepção corporal por meio da ação dos múscu-
los e da sustentação do corpo.

Perífrase

Substituição de uma ou mais palavras por outra que a identifique.

Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é
ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)

A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está
na categoria de figuras de palavras.

A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa substituição é
feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
FIGURAS DE LINGUAGEM

Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso
estilístico em textos poéticos e musicais.

Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antono-
másia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (no-
mes próprios).

Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensamento de
modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.

Outras figuras de palavras são: metáfora, metonímia, comparação, catacrese e sinestesia.

Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.

Exemplos de Perífrase

A cidade luz foi atingida por terroristas nessa tarde. (Paris)

A terra da garoa está cada vez mais perigosa. (São Paulo)

Sampa é o grande centro financeiro do país. (São Paulo)

O país do futebol conquistou mais uma medalha nas olimpíadas. (Brasil)

O país do carnaval celebrou mais uma conquista política. (Brasil)

A cidade maravilhosa foi palco das olimpíadas 2016. (Rio de Janeiro)

O Timão venceu mais um campeonato. (Corinthians)

Mais ouro negro foi descoberto no Brasil. (Petróleo)

O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)

O pulmão do mundo está sofrendo com o desmatamento desenfreado. (Amazônia)

Exemplos de Antonomásia

O poeta dos escravos escreveu diversos poemas abolicionistas. (Castro Alves)

O rei do reggae recebeu em 1976 o prêmio de "Banda do Ano". (Bob Marley)

A dama do teatro brasileiro foi indicada ao Oscar de melhor atriz. (Fernanda Montenegro)

O divino mestre partilhou diversos ensinamentos. (Jesus)

O pai da aviação foi um grande inventor brasileiro. (Santos Dumont)

O poeta da vila é considerado um dos mais importantes músicos do Brasil. (Noel Rosa)

O show do Rei estava lotado. (Roberto Carlos)

O rei do pop faleceu em Los Angeles no ano de 2009. (Michael Jackson)

A rainha dos baixinhos nasceu na cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. (Xuxa)

O rei do futebol é considerado um dos maiores futebolistas da história mundial. (Pelé)

Perífrase Verbal

No âmbito da gramática, a perífrase verbal é uma locução verbal que substitui um verbo simples, por
exemplo:

Ele deve trabalhar essa noite. (verbo auxiliar e verbo principal)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
FIGURAS DE LINGUAGEM

Hipérbole

Exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.

Em outras palavras, a hipérbole é um recurso muito utilizado, inclusive na linguagem do dia-a-dia, a


qual expressa uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém, por exemplo: "Estou morrend
de sede".

Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.

Figuras de Pensamento

Hipérbole

Exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.

Em outras palavras, a hipérbole é um recurso muito utilizado, inclusive na linguagem do dia-a-dia, a


qual expressa uma ideia exagerada ou intensificada de algo ou alguém, por exemplo: "Estou morrendo
de sede".

Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.

Eufemismo

Forma de suavizar o discurso.

Exemplo: Entregou a alma a Deus.

Acima, a frase informa a morte de alguém.

O Eufemismo é uma figura de pensamento, que corresponde a um dos subgrupos das figuras de lin-
guagem, a qual está intimamente relacionada ao significado das palavras. Do grego, a palavra
“euphémein” é formada pelo termo “pheme” (palavra) e o prefixo "eu-" (bom, agradável), que significa
“pronunciar palavras agradáveis”.

Sendo assim, o eufemismo é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem coloquial bem como
nos textos literários com o intuito de atenuar ou suavizar o sentido das palavras, substituindo assim, os
termos contidos no discurso, embora o sentido essencial permanece, por exemplo: Ele deixou esse
mundo. (nesse caso, a expressão “deixou esse mundo”, ameniza o discurso real: ele morreu.)

Dessa forma, esse recurso é utilizado muitas vezes pelo emissor do discurso, para que o receptor não
se ofenda com a mensagem triste ou desagradável que será enunciada. No entanto, há expressões em
que notamos a presença do eufemismo, com um tom irônico, por exemplo: Ela vestiu o paletó de ma-
deira, frase indicando a morte da pessoa, de forma que a expressão “paletó de madeira” faz referência
ao objeto “caixão, ataúde, urna funerária”.

Note que o eufemismo se opõe a figura de pensamento denominada hipérbole, visto que ela é baseada
no exagero intencional do enunciador do discurso. Em outras palavras, enquanto o eufemismo suaviza
as expressões, a principal função da hipérbole é intensificar ou aumentar o sentido das palavras.

Litote

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
FIGURAS DE LINGUAGEM

Forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da
hipérbole.

Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.

Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.

Litote é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento. Ele é usado para
abrandar uma expressão por meio da negação do contrário. Ele permite afirmar algo por meio da ne-
gação, por exemplo:

Eu não estou feliz com a notícia da prefeitura. Nesse exemplo, a expressão “não estou feliz” atenua a
ideia de “ficar triste”.

Lembre-se que essas palavras de significados opostos são chamadas de antônimos, por exemplo: bom
e mau, feliz e triste, caro e barato, bonito e feio, rico e pobre, etc.

O litote é muito utilizado na linguagem coloquial (informal) e geralmente o locutor tem o intuito de não
dizer diretamente o que se pretende. Além disso, ele é empregado nos textos literários.

Isso porque algumas vezes a expressão pode soar desagradável ou mesmo ter um tom agressivo para
o ouvinte.

Exemplos

Joana pode não ser das melhores alunas da classe. (é ruim, ou seja, não é boa)

Luíza não é das mais bonitas. (é feia, ou seja, não é bonita)

Essa camisa não é cara. (é barata, ou seja, não é cara)

Seus conselhos não são maus. (são bons, ou seja, não são maus)

Rafael não está certo sobre o crime. (está errado, ou seja, não está certo)

Essa bebida não está quente. (está fria, ou seja, não está quente)

Sofia não é nada boba. (é esperta, ou seja, não é boba)

Samuel não é pobre pois tem uma grande casa na praia. (é rico, ou seja, não é pobre)

Manuela não dançou bem na apresentação da escola. (dançou mal, ou seja, não dançou bem)

O supervisor Marcos não está limpo. (está sujo, ou seja, não está limpo)

Litote e Eufemismo

O litote e o eufemismo são duas figuras que pensamento que podem causar confusão. Isso porque o
eufemismo também é usado para atenuar uma ideia, por exemplo: Salvador não está mais entre nós
(ele morreu).

Da mesma maneira, o litote suaviza um enunciado, mas lembre-se que ele ocorre mediante a negação
do contrário.

Sendo assim, o litote se opõe à figura de pensamento chamada hipérbole, uma vez que ela marca um
exagero intencional do enunciador.

Ironia

Representação do contrário daquilo que se afirma.

Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

Sarcasmo e Ironia

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
FIGURAS DE LINGUAGEM

O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.

Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.

Diferença entre Sarcasmo e Ironia

Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.

Sarcasmo e Ironia

O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.

Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.

Diferença entre Sarcasmo e Ironia

Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.

Em resumo, o sarcasmo e a ironia estão intimamente ligados, entretanto, diferem na intenção estabe-
lecida pelo escritor, ou seja, o sarcasmo sempre apresenta um tom provocador, mordaz e de zombaria,
que apela ao humor ou ao riso, todavia, a ironia apresenta um tom menos áspero, de forma que se
trata de uma contradição do sentido literal das palavras, sendo utilizada de forma mais amena, sutil.

Não obstante, para alguns estudiosos do tema, o sarcasmo corresponde a um tipo de ironia com um
teor provocativo, e por sua vez, a ironia pode ser classificada de três maneiras, a saber: a ironia oral,
que expressa a diferença entre o discurso e a intenção; a ironia dramática ou satírica, diferença entre a
expressão e a compreensão; e a ironia de situação que corresponde a diferença existente entre a in-
tenção e o resultado da ação.

Ambos termos são provenientes da língua grega: a palavra sarcasmo (sarkasmós) significa zombaria,
escárnio, enquanto a palavra ironia (euroneia) significa dissimular, fingir. Para o escritor contemporâ-
neo brasileiro Gabito Nunes: “Quando uso o humor como escudo, é ironia. Quando uso o humor como
arma, é sarcasmo”.

Exemplos

Para estabelecer melhor essa distinção entre o sarcasmo e a ironia, vejamos os exemplos abaixo:

Ela é tão inteligente que errou todas as questões da prova. (Ironia)

Sua maquiagem está linda, mas seu rosto é bem mais. (Sarcasmo)

Personificação

Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais.

Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Na língua portuguesa, a personificação (também chamada de prosopopeia ou animismo) é uma figura


de linguagem, mais precisamente, uma figura de pensamento muito utilizada nos textos literários.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
FIGURAS DE LINGUAGEM

Ela está diretamente relacionada com o significado (campo semântico) das palavras e corresponde ao
efeito de “personificar”, ou seja, dar vida aos seres inanimados.

Desse modo, a personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, ca-
racterísticas e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos inanimados ou
seres irracionais, por exemplo: O dia acordou feliz.

Segundo o exemplo, a característica de “acordar feliz” é uma característica humana, que, nesse caso,
está atribuída ao dia (substantivo inanimado).

Note que a personificação pode também atribuir qualidades de seres animados a outros seres anima-
dos, por exemplo, os animais: A cachorro sorriu para o dono.

A palavra personificação, derivada do verbo personificar, possui origem latina, sendo formada pelos
termos “persona” (pessoa, face, máscara) e o sufixo "–ção", que denota ação, ou seja, significa, ao pé
da letra, uma pessoa mascarada.

Da mesma maneira, a palavra prosopopeia, derivada do grego, é formada pelos termos “prosopon”
(pessoa, face, máscara) e “poeio” (finjo), ou seja, significa pessoa que finge.

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são recursos estilísticos muito utilizadas nos textos literários, de modo que o
enunciador (emissor, autor) pretende dar mais ênfase ao seu discurso. Assim, ele emprega as palavras
no sentido conotativo, ou seja, no sentido figurado, em detrimento do sentido real atribuído à palavra, o
sentido denotativo.

As figuras de linguagem são classificadas em:

Figuras de Palavras: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e antonomásia.

Figuras de Pensamento: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, personifica-
ção e apóstrofe.

Figuras de Sintaxe: elipse, zeugma, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, pleonasmo, anacoluto e
hipérbato.

Figuras de Som: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.

Exemplos de Personificação

Segue abaixo alguns exemplos em que a personificação é empregada:

O dia acordou feliz e o sol sorria para mim.


O vento assobiava esta manhã em que o céu chorava.
Naquela noite, a lua beijava o céu.
Após a erupção do vulcão, o fogo dançava por entre as casas.

Nos exemplos acima, nota-se a utilização da personificação, na medida em que características de se-
res animados (que possuem alma, vida) são atribuídas aos seres inanimados (sem vida).

Note que os verbos ligados os substantivos inanimados (dia, sol, vento, fogo e lua) são características
dos seres humanos: acordar, sorrir, assobiar, chorar e beijar.

Antítese

Uso de termos que têm sentidos opostos.

Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

A Antítese representa uma figura de pensamento, pertencente a um dos subgrupos que compõem as
figuras de linguagem, que por sua vez, são recursos estilísticos que buscam proporcionar maior ênfa-
se, destaque ou expressividade ao discurso proferido.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
FIGURAS DE LINGUAGEM

De tal modo, a antítese corresponde a aproximação de palavras com sentidos opostos, por exemplo: o
ódio e a amor andam de mãos dadas. (nesse caso, o termo “ódio” está posicionada ao lado de seu
termo contrário, o "amor")

Na história literatura, a linguagem do período barroco (1580-1756), escola literária baseada nos con-
trastes, conflitos, dualidades e excessos, utilizou a antítese como um dos principais recursos estilísti-
cos. Do grego, a palavra “antithèsis” é formada pelos termos “anti” (contra) e thèsis (ideia), que significa
literalmente ideia contra.

Diferença entre Antítese e Paradoxo

Muito comum haver confusão entre as figuras de pensamento denominadas antítese e paradoxo, uma
vez que ambas estão pautadas na oposição.

No entanto, a antítese apresenta palavras ou expressões que contenham significados contrários, en-
quanto o paradoxo (também chamado de oximoro) emprega ideias opostas e absurdas entre o mesmo
referente no discurso.

Para entender melhor essa diferença, observe os exemplos abaixo:

Durante a vida, acreditamos em muitas verdades e mentiras (antítese)

Para mim, a melhor companhia é a solidão. (paradoxo)

Ambos exemplos estão pautados na oposição, no entanto, o primeiro buscou expor palavras contrárias,
ou seja, "verdade" e "mentira", enquanto no segundo, a oposição ocorre no mesmo referente, por meio
da ideia absurda de que a solidão é boa companhia, o que contraria o conceito ruim associado à condi-
ção da solidão: não ter amigos ou companheiros, ser um dos principais motivos da depressão, suicí-
dios, dentre outros.

Exemplos de Antítese

Segue abaixo alguns exemplos em que a antítese é empregada. Note que os termos em destaque
apontam para seus opostos:

A relação deles era de amor e ódio.

O dia está frio e meu corpo está quente.

A vida e a morte: duas figuras de uma mesma moeda.

A tristeza e a felicidade fazem parte da vida.

Bonito para alguns, feio para outros.

Vivemos num paraíso ou num inferno?

Faça sol ou faça chuva, estarei no teatro.

O céu e a terra se fundem tal qual uma pintura.

A luz e a escuridão estavam presentes em sua obra.

Não sei dizer qual verdade reside na mentira.

Paradoxo

Uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).

Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.

Como é possível alguém estar cego e ver?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
FIGURAS DE LINGUAGEM

Na literatura, o paradoxo (também chamado de oximoro) é uma figura de pensamento baseada na


contradição.

Muitas vezes pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, expõem
uma ideia fundamentada na verdade.

Esse conceito é também utilizado em outras áreas do conhecimento, tal qual a filosofia, psicologia,
retórica, matemática e física.

Do latim, o termo paradoxo (paradoxum) é formado pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) e o sufixo
“doxa” (opinião), que literalmente significa opinião contrária.

Exemplo de Paradoxo

Para entender melhor o conceito de paradoxo, vejamos a seguir, o soneto do português Luís Vaz de
Camões (1524-1580).

O escritor utiliza o paradoxo como principal figura de linguagem, ao unir ideais contraditórias que, por
sua vez, apresentam uma coerência:

Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Gradação

Apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax).

Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.

No exemplo acima acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.

A gradação (ou clímax) é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de pensamento. Ela
ocorre mediante uma hierarquia dos termos que compõem a frase.

A gradação é empregada por meio da enumeração de elementos frasais. Tem o intuito de enfatizar as
ideias numa sentença de ritmo crescente, até atingir o clímax (grau máximo).

Ou seja, ela oferece maior expressividade ao texto utilizando uma sequência de palavras que intensifi-
cam uma ideia de maneira gradativa, e por isso recebe esse nome.

Essa figura de estilo é utilizada na linguagem artística, seja em textos poéticos ou musicais.

Classificação

Na gradação, essa hierarquia pode ocorrer na forma crescente ou decrescente. Quando ela ocorre de
maneira crescente é chamada de clímax ou gradação ascendente.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
FIGURAS DE LINGUAGEM

Por sua vez, se ocorre de maneira decrescente é chamada de anticlímax ou gradação descendente.
Para compreender melhor, confira abaixo os exemplos:

No restaurante, sentei, pedi, comi, paguei. (clímax)

Ana estava pelo mundo e chegou no país, no estado, na cidade, no bairro. (anticlímax)

Exemplos de Gradação

Veja abaixo exemplos de gradação na literatura e na música:

“Por mais que me procure, antes de tudo ser feito,/eu era amor. Só isso encontro./Caminho, navego,
voo,/- sempre amor.” (Cecília Meireles)

“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensangüentados (...).” (Ma-
chado de Assis)

“Em cada porta um freqüentado olheiro,/que a vida do vizinho, e da vizinha/pesquisa, escuta, espreita,
e esquadrinha,/para a levar à Praça, e ao Terreiro.” (Gregório de Matos)

“Oh, não aguardes, que a madura idade/Te converta em flor, essa beleza/Em terra, em cinza, em pó,
em sobra, em nada.” (Gregório de Matos)

“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)

“Ninguém deve aproximar-se da jaula, o felino poderá enfurecer-se, quebrar as grades, despedaçar
meio mundo.” (Murilo Mendes)

“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato)

“Carregando flores/E a se desmanchar/E foram virando peixes/Virando conchas/Virando seixos/Virando


areia.” (Música “Mar e Lua” de Chico Buarque)

“E o meu jardim da vida/Ressecou, morreu/Do pé que brotou Maria/Nem margarida nasceu.” (Música
“Flor de Lis de Djavan)

Apóstrofe

Interpelação feita com ênfase.

Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?

Apóstrofe é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de pensamento.

É caracterizada pelas expressões que envolvem invocações, chamamentos e interpelações de um


interlocutor (seres reais ou não).

Por esse motivo, a apóstrofe exerce a função sintática de vocativo, sendo, portanto, uma característica
dos discursos diretos.

De tal maneira, ela interrompe a narração com o intuito de invocar alguém ou algo que esteja presente
ou ausente no momento da fala.

A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.

Além da apóstrofe, as figuras de pensamento são: gradação (ou clímax), personificação(ou prosopo-
peia), eufemismo, hipérbole (ou auxese), litote, antítese, paradoxo (ou oxímoro) e ironia.

Exemplos

Ó Deus! Ó Céus! Porque não me ligou?

Senhor, tende piedade de nós.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
FIGURAS DE LINGUAGEM

Padre, posso me confessar?

Povo de São Paulo! Vamos vencer juntos.

Liberdade, Liberdade! É isso que pretendemos nessa luta.

Nossa! Como você conseguiu?

Minha Filha! Que linda você está!

Exemplos na Literatura

“Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa)

“Olha Marília, as flautas dos pastores,/Que bem que soam, como são cadentes!” (Bocage)

“Criança! não verás país nenhum como este:/Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo Bilac)

“Tende piedade de mim, Senhor, de todas as mulheres.” (Vinícius de Moraes)

“Deus, ó Deus! Onde estás, que não me respondes?” (Castro Alves).

“Supremo Senhor e Governador do universo, que às sagradas quinas de Portugal, e às armas e cha-
gas de Cristo, sucedam as heréticas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e a Deus?...” (Padre Antônio
Vieira)

Atenção!

Não confunda apóstrofe com apóstrofo. Enquanto o primeiro é uma figura de pensamento, o segundo é
um sinal gráfico (’) que indica a supressão de letras e sons, por exemplo: copo d’água.

A apóstrofe e o apóstrofo são palavras parônimas. Ou seja, termos que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas diferem no sentido.

Figuras de Sintaxe

Elipse

Omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.

Exemplo: Tomara você me entenda (Tomara que você me entenda).

A elipse é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está relacionada com a construção sintática dos enunciados.

Ela é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entan-
to, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.

Exemplo: Comi no restaurante da minha avó na semana passada.

No exemplo acima, sabemos que pela conjugação do verbo (primeira pessoa do singular), o termo
omitido foi o pronome pessoal (eu). Esse caso é chamado de “elipse de sujeito”. Além da omissão do
sujeito, a elipse pode ocorrer com outros termos da frase: verbos, advérbios e conjunções.

Utilizamos essa figura de linguagem (ou estilo) cotidianamente nos discursos informais (linguagem
oral).

Ela é também muito empregada nos textos de modo a oferecer maior fluidez textual, evitando, por
exemplo, a repetição de alguns termos nas frases. Importante notar que a ausência desses termos não
interfere na compreensão textual. Além da elipse, outras figuras de sintaxe são:

Zeugma, hipérbato, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, anacoluto e pleonasmo.

Exemplos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
FIGURAS DE LINGUAGEM

Confira abaixo alguns exemplos de elipse na música e na literatura:

“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis) – omissão do verbo “haver”. (Na
sala havia apenas quatro ou cinco convidados)

“A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade) – omissão
da conjunção “se”. (A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos)

“Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lobo)
– omissão do verbo “está”. (Onde está a minha namorada...)

“Quando olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei.” (música
“Atrás da porta”) –omissão dos pronomes “tu” e “eu” (Quando tu olhaste bem nos olhos meus/E o teu
olhar era de adeus, eu juro que não acreditei)

Elipse e Zeugma

A zeugma, tal qual a elipse, é figura de sintaxe. Ela é considerada um tipo de elipse.

A diferença entre elas consiste na identificação do termo na frase. Ou seja, na elipse, o termo pode ser
identificado pelo contexto, ou mesmo, pela gramática. Mas, na elipse esses termos não foram mencio-
nados anteriormente.

Já na zeugma, os termos que foram omitidos já foram mencionados. Para compreender melhor, veja
abaixo os exemplos:

Elipse: Andei por todo o parque. (Eu)

Zeugma: Anne comprou banana, eu, maçã. (Comprei)

Atenção!

Quando a zeugma é empregada, o uso da vírgula, do ponto e vírgula ou do ponto final é obrigatório.

Exemplos:

Na casa de Alfredo tinha jacuzzi; na minha, uma piscina. (omissão de “tinha”)

Na casa de Maria havia laranjeira. Na minha, limoeiro. (omissão de “havia”)

Mariana prefere artes plásticas, eu, cinema. (omissão de “prefiro”)

Curiosidades

Do grego, o termo “élleipsis” significa “omissão” ou “falta”.

Na matemática, o termo elipse define um tipo de forma ou de gráfico.

Na astronomia, as elipses designam órbitas planetárias.

Zeugma

Omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.

Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)

A Zeugma é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe ou de construção.
Isso porque ela interfere na construção sintática das frases.

Ela é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns
termos, como o verbo ou o substantivo.

Sendo assim, ela torna a linguagem do texto mais fluida. Quando é utilizada, o uso da vírgula torna-se
necessário.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
FIGURAS DE LINGUAGEM

A zeugma é utilizada na linguagem informal, e também é empregada em diversos textos poéticos e


musicais.

Exemplos

Confira exemplos de frases literárias e musicais em que a zeugma foi utilizada:

“O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.” (Raul Pompeia)

“Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção de selos.” (José Lins do Rego).

“A vida é um grande jogo e o destino, um parceiro temível.” (Érico Veríssimo)

“Pensaremos em cada menina/que vivia naquela janela;/uma que se chamava Arabela,/outra que se
chamou Carolina.” (Cecília Meireles)

“O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chico
Buarque)

Zeugma e Elipse: Diferenças

É muito comum haver confusão entre as duas figuras de sintaxe: zeugma e elipse. No entanto, elas
apresentam diferenças.

Para muito estudiosos do tema, a zeugma é considerada um tipo de elipse, visto que também é em-
pregada por meio da omissão de um ou mais termos na oração.

A elipse é a omissão de um ou mais termos do discurso que não foram expressos anteriormente. Mas
estes são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor). Já na zeugma, os termos já foram men-
cionados antes no discurso.

Confira abaixo os exemplos:

Ficamos ansiosos com o resultado. (pelo conjugação verbal podemos identificar a omissão do pronome
“nós”.) – elipse

Joaquim comprou duas calças, eu uma. (omissão do verbo no segundo período: comprei). – zeugma

Curiosidade

Do grego, o termo “zeygma” significa “ligação”.

Hipérbato

Alteração da ordem direta da oração.

Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)

O hipérbato ou inversão é uma figura de sintaxe que faz parte das figuras de linguagem. Ele é caracte-
rizado pela inversão brusca da ordem direta dos termos de uma oração ou período.

Na construção usual da língua, a ordem natural dos termos da oração vem posicionada dessa maneira:
sujeito + predicado + complemento.

Sendo assim, o hipérbato interfere na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos da
frase. Por exemplo: Feliz ele estava. Na ordem direta a frase ficaria: Ele estava feliz.

Note que o uso do hipérbato pode comprometer muitas vezes o entendimento, ou mesmo gerar ambi-
guidade.

Anástrofe e Sínquise

Outras figuras de sintaxe que invertem os termos da frase são: a anástrofe e a sínquise.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
FIGURAS DE LINGUAGEM

A anástrofe é uma inversão suave dos termos frasais. Já a sínquise é uma inversão mais acentuada e
que pode prejudicar o entendimento do período.

Por esse motivo, a anástrofe e a sínquise são consideradas por diversos estudiosos como tipos de
hipérbato.

Hipérbato e Anacoluto

Muitas vezes o hipérbato é confundido com o anacoluto, no entanto eles são diferentes. O anacoluto
apresenta uma irregularidade gramatical na estrutura gramatical do período, mudando de maneira re-
pentina a estrutura da frase.

Exemplo: Ele, parece que está passando mal.

Dessa maneira, temos a impressão de que o pronome “ele” não exerce sua função sintática correta-
mente visto a pausa do período. E de fato, ele não possui relação sintática com os outros termos da
frase.

O anacoluto altera, portanto, a sequência lógica do plano sintático dos termos da frase, o que não ocor-
re no hipérbato.

Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, e sim pela inversão sintática dos termos da frase.

Exemplos de Hipérbato

Tanto na literatura, como na música, o hipérbato é usado muitas vezes para auxiliar na rima e sonori-
dade dos versos.

Mas lembre-se que também utilizamos essa figura de linguagem no cotidiano, por exemplo:

Está pronta a comida. (na ordem direta: a comida está pronta)

Morreu meu vizinho (na ordem direta: meu vizinho morreu)

Hipérbato na Música

O hino nacional brasileiro é um exemplo notório em que o hipérbato foi utilizado muitas vezes. Analise
abaixo os trechos:

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”

“E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, /Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”

Ordem direta do primeiro trecho: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um
povo heroico.

Ordem direta do segundo trecho: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse
instante.

Hipérbato na Literatura

O hipérbato é utilizado com fins estilísticos para dar maior ênfase ou expressividade à linguagem literá-
ria.

“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada/E triste, e triste e fatigado eu vinha. /Tinhas a alma de sonhos
povoada, /E alma de sonhos povoada eu tinha...” (Olavo Bilac)

Na ordem direta, o poema de Olavo Bilac ficaria: E eu vinha triste, e triste e fatigado/ Tinhas a alma
povoada de sonhos/ E eu tinha a alma povoada de sonhos.

“Aquela triste e leda madrugada, /cheia toda de mágoa e de piedade, /enquanto houver no mundo sau-
dade, /quero que seja sempre celebrada.” (Luís de Camões)

Na ordem direta o primeiro verso do soneto de Camões ficaria: aquela madrugada triste e leda.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissíndeto

Uso repetido de conectivos.

Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

O polissíndeto é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe.

Ele é caracterizado pelo uso de síndetos, ou seja, de elementos conectivos (conjunções) nos períodos
compostos.

o polissíndeto forma as orações coordenadas sindéticas sendo que os elementos mais utilizados são:
e, ou, nem.

Essa figura de sintaxe é muito utilizada como recurso estilístico, sobretudo nos textos poéticos e musi-
cais.

Esse uso repetitivo das conjunções dá uma ideia de acréscimo, sucessão e continuidade, oferecendo
mais expressividade ao texto.

Exemplos

Confira abaixo alguns exemplos de frases com polissíndeto na música e na poesia:

“As ondas vão e vem/ E vão e são como o tempo.” (Música “Sereia” de Lulu Santos)

“Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ índios e padres e bichas, negros e mulheres/E
adolescentes fazem o carnaval.” (Música “Podre Poderes” de Caetano veloso)

“Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,/Porque o presente é todo o passado e todo
o futuro.” (Ode Triunfal de Fernando Pessoa)

“Do claustro, na paciência e no sossego,/Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (“A um poeta” de
Olavo Bilac)

Polissíndeto e Anáfora

A anáfora é uma figura de sintaxe que também está relacionada com a repetição.

O que a difere do polissíndeto é que essa repetição pode ser de palavras ou expressões, e não somen-
te de elementos conectivos. Geralmente, a anáfora aparece no início das frases.

Para compreender melhor, veja abaixo um exemplo de anáfora e polissíndeto:

"E o olhar estaria ansioso esperando


E a cabeça ao sabor da mágoa balançando
E o coração fugindo e o coração voltando
E os minutos passando e os minutos passando..."

("O olhar para trás", Vinícius de Moraes)

Acima, temos um exemplo em que as duas figuras de linguagem estão presentes por meio da repeti-
ção da conjunção "e".

Curiosidade: Você Sabia?

Do grego, o termo “polysýndeton” é formado pelo vocábulo “polýs” (muitos) e pelo verbo “syndéo” (unir,
ligar). Sendo assim, a palavra polissíndeto significa “muitas ligações”.

Assíndeto

Omissão de conectivos. É o contrário do polissíndeto.

Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
FIGURAS DE LINGUAGEM

O assíndeto é uma figura de linguagem, mais precisamente umafigura de sintaxe. Ela é caracterizada
pela ausência de síndeto.

O síndeto, nesse caso, é uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coorde-
nadas.

Logo, o assíndeto corresponde a uma figura de sintaxe marcada pela omissão de conjunções (conecti-
vos) nos períodos compostos.

Geralmente, no lugar dos conectivos são colocados vírgula ou ponto e vírgula, criando assim orações
coordenadas assindéticas.

Além de ser utilizada na linguagem oral, o assíndeto é empregado como recurso estilístico nos textos
poéticos e musicais com o intuito de aumentar a expressividade, bem como enfatizar alguns termos da
oração.

Exemplos de Assíndeto

“Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar. Pra lua, a taxa é alta.
Pro sol: identidade.” (música “Carimbador Maluco” de Raul Seixas)

“Por você eu largo tudo. Vou mendigar, roubar, matar./ Que por você eu largo tudo. Carreira, dinheiro,
canudo.” (música “Exagerado” de Cazuza)

“Nascendo, rompendo, rasgando, E tomando meu corpo e então...Eu... chorando, sofrendo, gostando,
adorando.” (música “Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)” de Gonzaguinha)

“A tua raça de aventura quis ter a terra, o céu, o mar/A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer,
voltar.” (“Epigrama nº 7” de Cecília Meireles)

“Tive ouro, tive gado, tive fazendas.” (“Confidência do Itabirano” de Carlos Drummond de Andrade)

“Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura.
Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos,
amarelos.” (“Angústia” de Graciliano Ramos)

Assíndeto e Polissíndeto: Diferenças

Enquanto o assíndeto é determinado pela omissão de uma conjunção (síndeto), o polissíndeto é mar-
cado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo).

Exemplos:

Maria correu, pegou o ônibus, foi para o trabalho. (Assíndeto)

Maria correu e pegou o ônibus e foi para o trabalho. (Polissíndeto)

Saiba mais sobre os Conectivos.

Curiosidade: Você sabia?

Do grego, o vocábulo “asýndetos” é composto pelo “a”, que indica uma negação, e pelo verbo “syn-
déo”, que significa “unir”, “ligar”. Portanto, o termo assíndeto significa a ausência de ligação.

Anacoluto

Mudança repentina na estrutura da frase.

Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)

O anacoluto é uma figura de linguagem que está relacionada com a sintaxe das frases. Por esse moti-
vo, é chamada de figura de sintaxe.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
FIGURAS DE LINGUAGEM

Ele é caracterizado por alterar a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no dis-
curso. Assim, o anacoluto realiza uma “interrupção” na estrutura sintática da frase.

Note que as figuras de linguagem são muito utilizadas nos textos poéticos. Isso porque elas oferecem
maior expressividade ao texto.

No caso do anacoluto, na maioria das vezes, ele enfatiza uma ideia ou mesmo uma pessoa do discur-
so.

Normalmente, o termo inicial fica “solto” na frase sem apresentar uma relação sintática com os outros
termos. Por exemplo: Meu vizinho, soube que ele está no hospital.

A expressão "meu vizinho" parece ser o sujeito da oração, mas quando terminamos a frase podemos
constatar que ele não possui essa função sintática estabelecida.

Além de ser usado na linguagem literária e musical, o anacoluto é utilizado na linguagem coloquial
(informal). Na linguagem cotidiana ele é empregado pela espontaneidade típica desses tipos de discur-
sos.

Para compreender melhor essa figura de sintaxe, veja abaixo alguns exemplos:

Exemplos

Anacoluto na Linguagem Oral

Eu, acho que estou passando mal.

Nora, lembro dela sempre que chego aqui.

A vida, não sei como será sem ele.

Crianças, como são difíceis de lidar.

Lúcia, ouvi dizer que está viajando.

Portugal, quantas lembranças tenho.

Anacoluto na Literatura

“Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.” (Manuel Bandeira)

“Eu, porque sou mole, você fica abusando.” (Rubem Braga)

“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”. (Ru-
bem Braga)

“Umas carabinas que guardavam atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestá-
veis.” (José Lins do Rego)

“A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha.” (Camilo Castelo Branco)

“E o desgraçado tremiam-lhe as pernas, sufocando-o a tosse.” (Almeida Garret)

Figuras de Sintaxe

Além do anacoluto, outras figuras de sintaxe (ou de construção) que interferem na estrutura gramatical
das frases são:

Elipse

Zeugma

Hipérbato

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
FIGURAS DE LINGUAGEM

Silepse

Assíndeto

Polissíndeto

Anáfora

Pleonasmo

Pleonasmo

Repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.

Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)

O pleonasmo é uma figura ou um vício de linguagem que acrescenta uma informação desnecessária
ao discurso, seja de maneira intencional ou não.

Do Latim, o termo “pleonasmo” significa superabundância.

Classificação

O pleonasmo é classificado de duas maneiras segundo a intenção do enunciador do discurso:

Pleonasmo Vicioso

Também chamado de redundância, o pleonasmo vicioso é utilizado como vício de linguagem.

Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das
normas gramaticais.

Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é
muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.

Exemplos:

subir para cima: o verbo “subir” já indica ir para cima, elevar-se.

descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.

entrar para dentro: o verbo “entrar” já indica passar para dentro.

sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.

encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já
estamos posicionados de frente.

ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma
vez que enxergamos com esse órgão

hemorragia de sangue: a “hemorragia” é um termo que indica derramamento de sangue. Quando utili-
zamos essa palavra, não é necessário utilizar o vocábulo sangue.

multidão de pessoas: a palavra “multidão” já determina um grande agrupamento de pessoas.

surpresa inesperada: a palavra “surpresa” já indica algo inesperado.

outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.

Pleonasmo Literário

Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressivida-
de ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
FIGURAS DE LINGUAGEM

Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e se-
mântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença
poética' para fazer essa ligação.

Exemplos:

“E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinicius de Moraes)

“E ali dançaram tanta dança” (Chico Buarque e Vinicius de Moraes)

“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)

“Morrerás morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias)

“Quando com os olhos eu quis ver de perto” (Alberto de Oliveira)

“Chovia uma triste chuva de resignação” (Manuel Bandeira)

Vícios de Linguagem

Os Vícios de Linguagem são desvios das normas gramaticais que podem ocorrer por descuido do fa-
lante ou por desconhecimento das regras da língua.

Tratam-se de irregularidades que ocorrem no dia-a-dia, das quais se destacam: pleonasmo, barbaris-
mo, ambiguidade, solecismo, estrangeirismo, plebeísmo, cacofonia, hiato, eco e colisão.

Silepse

Concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Há silepse de gênero, de número
e de pessoa.

Exemplos:

Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade
de São Paulo.)

A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioriados clien-
tes ficou insatisfeita com o produto.)

Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de
eles: Todos terminaram os exercícios)

A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases.

A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa
forma, ela não obedece às regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância
ideológica.

Classificação

Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em:

Silepse de Gênero: quando há discordância entre os gêneros (feminino e masculino);

Silepse de Número: quando há discordância entre o singular e o plural;

Silepse de Pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo,
que surge na primeira pessoa do plural.

Exemplos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
FIGURAS DE LINGUAGEM

Para compreender melhor, confira abaixo exemplos de silepse:

Silepse de Gênero: A velha São Paulo cresce a cada dia.

Silepse de Número: O povo se uniu e gritavam muito alto nas ruas.

Silepse de Pessoa: Todos os pesquisadores estamos ansiosos com o congresso.

No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculino (São Paulo) e feminino (velha).

No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e
gritavam (plural).

No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado-
res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural)..

Anáfora

Repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui
sempre para você.

A anáfora é uma figura de linguagem que está intimamente relacionada com a construção sintática do
texto. Por esse motivo, ela é chamada de figura de sintaxe.

A anáfora ocorre por meio da repetição de termos no começo das frases (ou dos versos). É um recurso
estilístico muito utilizado pelos escritores na construção dos versos com o intuito de intensificar uma
expressão.

Exemplos

A anáfora é muito utilizada na poesia, na música e nas propagandas publicitárias. Veja abaixo alguns
exemplos:

Anáfora na Música

"É o pau, é a pedra, é o fim do caminho


É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira"

(Trecho da música “Águas de Março” de Tom Jobim)

Anáfora na Literatura

"É preciso casar João,


é preciso suportar, Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,


é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,


é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
FIGURAS DE LINGUAGEM

É preciso viver com os homens


é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO."

(“Poema da Necessidade” de Carlos Drummond de Andrade)

Anáfora na Publicidade

"Tá na moda. Tá na mão, tá na C&A." (Publicidade da C&A - loja de vestuário)

Anáfora e Catáfora: Diferenças

Além da figura de linguagem anáfora, temos também a anáfora como mecanismo de coesão textual.

Nesse caso, ela retoma um componente textual, ou seja, faz referência a uma informação que já fora
mencionada no texto. Ela pode ser chamada de elemento anafórico.

Por sua vez, a catáfora antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico.

Figuras de Som

Aliteração

Repetição de sons consonantais.

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

A aliteração é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de som (ou de harmonia).

É definida pela repetição de fonemas consonantais num enunciado. Isso significa que esses sons po-
dem ser parecidos ou iguais e, geralmente, estão localizados no início ou no meio da palavra.

A aliteração produz um efeito sonoro interessante, marcando o ritmo e sugerindo alguns sons seme-
lhantes às palavras que compõem o texto.

Sendo assim, a aliteração é um recurso linguístico muito utilizado nos textos poéticos para enfatizar
determinado som oferecendo maior expressividade ao texto.

Exemplos de Aliteração

Confira abaixo alguns trechos que utilizam a aliteração.

“Vozes veladas, veludosas vozes,/Volúpias dos violões, vozes veladas/Vagam nos velhos vórtices
velozes/Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Souza) – repetição da consoante “v”.

“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”.

“O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”.

“Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.

“O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.” (provérbio popular) – repetição
da consoante “s”.

Paronomásia

Repetição de palavras cujos sons são parecidos.

Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)

A paronomásia é uma figura de linguagem que está definida na categoria de figuras de som.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
FIGURAS DE LINGUAGEM

Isso porque ela está relacionada com a sonoridade das palavras. Dessa forma, ela utiliza os parônimos
para enfatizar uma ideia e por isso recebe esse nome.

Lembre-se que as palavras parônimas apresentam sonoridade e são escritas de forma semelhante.
Mas o significado delas é muito diferente.

Geralmente a paronomásia é utilizada em textos literários, mas também pode ser usada na linguagem
oral e popular.

Palavras Parônimas

As palavras parônimas se assemelham no som e escrita. Mas fique atento, pois um erro pode causar
grande confusão. Veja abaixo algumas palavras parônimas:

Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)

Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)

Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)

Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)

Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)

Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)

Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)

Exemplos de Frases com Paronomásia

Eu vou te delatar se você não dilatar a pupila.

Aprendeu nas aulas por meio da apreensão dos conhecimentos.

José é um cavaleiro da fazenda muito cavalheiro.

O docente aplicou a prova essa tarde para os discentes.

Durante seu descanso o peão jogava pião com seus colegas.

Obs: O trava-línguas é um tipo de parlenda que faz parte da literatura popular. Um dos recursos estilís-
tico utilizado para dificultar o falante na recitação da frase é a paronomásia, por exemplo: "Fia, fio a fio,
fino fio, frio a frio".

Nesse caso, além da aproximação de palavras semelhantes, temos também a repetição da consoante
"f" e da vogal "o". Portanto, o uso das figuras de som: aliteração e assonância.

Assonância

Repetição de sons vocálicos.

Exemplo:

"O que o vago e incógnito desejo


de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

A assonância é um tipo de figura de linguagem, chamada de figura de som ou harmonia. Ela é caracte-
rizada pela repetição harmônica de sons vocálicos (vogais) numa frase.

É um recurso estilístico muito utilizado na literatura, na música e nos provérbios populares. Ela oferece
maior expressividade ao texto por meio da intensificação da musicalidade e do ritmo.

Além da assonância, as figuras de som mais importantes são: aliteração, paronomásia, onomatopeia.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
FIGURAS DE LINGUAGEM

Exemplos

Confira abaixo dois exemplos de assonância na música:

“Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei/E me arrastei e te arra-
nhei/E me agarrei nos teus cabelos” (Atrás da Porta – Chico Buarque) – repetição das vogais “ei”.

“Meu amor/O que você faria/Se só te restasse esse dia?/Se o mundo fosse acabar/Me diz o que você
faria” (O que você faria – Lenine) – repetição das vogais “ia”.

Aliteração e Assonância

Quanto às figuras de som, há duas que geram maior confusão. São elas a aliteração e a assonância.

Enquanto a assonância é a repetição de vogais, a aliteração é a repetição de consoantes. Para clarifi-


car melhor, veja abaixo os exemplos:

Aliteração: “O pato pateta pintou o caneco” (Vinícius de Moraes) – repetição das consoantes “p” e “t”.

Assonância: “Minha foz do Iguaçu/Pólo sul, meu azul/Luz do sentimento nu(Djavan) – repetição da
vogal “u”.

Há muitos casos em que elas são utilizadas num mesmo verso ou frase, por exemplo:

“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse…/O sol, celestial girassol, esmorece…/E as canti-
lenas de serenos sons amenos/Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos…” (Eugênio de Castro)

No exemplo acima notamos o uso de ambas figuras de som. A aliteração dos fonemas “ss” e “c”, além
da repetição das consoantes “f”. Já a assonância é marcada pela repetição das vogais tônicas “e”.

Onomatopeia

Inserção de palavras que imitam sons.

Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.

A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons
naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais.

Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e
nas histórias em quadrinhos.

Exemplo de onomatopeia nos quadrinhos

Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expres-
sam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.

Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein”
(fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.

Exemplos

Segue abaixo lista das principais onomatopeias:

Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)

Tic-tac: som do relógio

Toc-toc: som de bater na porta

Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando

Buááá: ruído de choro

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 27
FIGURAS DE LINGUAGEM

Atchim: barulho de espirro

Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina

Aaai: grito de dor

Cof-cof: som de tosse

Urgh: referente ao nojo

Nhac: ruído de mordida

Aff: som que expressa tédio e raiva

Grrr: som de raiva

Zzzz: som de homem ou animal dormindo

Tchibum: som de mergulho

Tum-tum: batidas do coração

Plaft: som de queda

Bum: ruído de explosão

Crash: som de batida

Smack: som de beijo

Au Au: som do cachorro

Miau: som do gato

Cocóricó: som do galo cantando

Piu-piu: som do passarinho

Vrum-vrum: som de motor (moto, carro, etc.)

Bang-bang: som de tiro

Bi-bi: som de buzina

Din-don: som da campainha

Blém-blém: badalar dos sinos

Trrrim-trrrim: ruído de telefone tocando

Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos
seus tipos.

Figuras de Palavras Figuras de Pensamento Figuras de Sintaxe ou cons- Figuras de Som


ou semânticas trução ou harmonia
Produzem maior Produzem maior expres- Produzem maior expressivi- Produzem maior
expressividade à sividade à comunicação dade à comunicação atra- expressividade à
comunicação atra- através da combinação vés da inversão, repetição comunicação
vés das palavras. de ideias e pensamentos. ou omissão dos termos na através da sono-
construção das frases. ridade.
metáfora hipérbole elipse aliteração
comparação eufemismo pleonasmo paronomásia
metonímia litote zeugma assonância
catacrese ironia hipérbato onomatopeia

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 28
FIGURAS DE LINGUAGEM

sinestesia personificação ou proso- silepse


perífrase ou anto- popeia polissíndeto
nomásia antítese assíndeto
paradoxo ou oxímoro anacoluto
gradação ou clímax anáfora
apóstrofe

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 29
CLASSES GRAMATICAIS

Classes Gramaticais

Entre as classes de palavras, existem dois tipos:

Palavras variáveis: são aquelas que mudam de acordo com o gênero (masculino ou feminino), o nú-
mero (singular ou plural), o grau (aumentativo ou diminutivo) ou o tempo (passado, presente ou futuro).

Palavras invariáveis: permanecem sempre iguais, independentemente do gênero, do número, do grau


ou do tempo.

As classes de palavras, também chamadas de classes gramaticais, consistem em uma categorização


que leva em conta as funções morfológicas dos vocábulos.

Substantivo

Os substantivos são palavras utilizadas para nomear seres, objetos, sentimentos, cores, entre outras
coisas. Costumam ser variáveis e são subdivididos em algumas categorias:

Comum: é o nome genérico que se dá a uma mesma categoria de seres ou de coisas. É escrito em
letra minúscula:

“O meu gato dorme muito.”

Próprio: é o nome específico que se dá a um indivíduo particular de uma categoria de seres ou de


coisas. É escrito em letra maiúscula:

“O meu gato Tomás dorme muito.”

Concreto: é aquele cuja existência independe do pensamento de outro ser. Pode ser real ou imaginário,
no entanto apresenta existência própria.

“O portão é azul.”

“Imagino um dragão azul.”

Abstrato: é aquele cuja existência depende de outro ser concreto, sem o qual não é possível produzir
o substantivo abstrato.

“Qual será a verdade?”

“O amor desses dois é lindo.”

Simples: possui apenas um radical, ou seja, é formado por apenas um elemento.

“Parece que teremos chuva.”

“A planta precisa de Sol.”

Composto: possui mais de um radical, formando uma única palavra a partir da junção de mais de uma
palavra.

“É melhor levar um guarda-chuva.”

“Você tem um girassol?”

Primitivo: é o substantivo cujo nome não se origina de outro nome, ou seja, é sua própria origem.

“Não ponha muito açúcar.”

“Ele toca piano muito bem.”

Derivado: é o nome que tem origem (deriva) em outro substantivo, estando normalmente relacionado
a ele.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CLASSES GRAMATICAIS

“Traga-me o açucareiro, por favor.”

“Ele é um ótimo pianista.”

Coletivo: são nomes dados para um grupo muito grande de seres ou de objetos de uma mesma cate-
goria.

“Ele viu um enxame se aproximando de nós.”

Artigo

O artigo é a palavra que costuma anteceder o substantivo, sendo adjunto adnominal. Varia em gênero
e número de acordo com o substantivo a que se refere. Pode ser classificado em:

Artigo definido: usado para indicar um ser ou coisa já conhecido ou específico.

“O homem veio aqui.”

“As garças estão imóveis.”

Artigo indefinido: usado para indicar um ser ou coisa não específico e não mencionado anteriormente.

“Um homem veio aqui.”

“Umas garças estão imóveis.”

Adjetivo

O adjetivo é usado para caracterizar o substantivo, atribuindo qualidades a ele. É uma palavra variável
que concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Pode ainda variar em grau.

“O meu filho é bonitinho.”

“As minhas filhas são bonitonas.”

Adjetivos pátrios: estão relacionados à origem geográfica.

“Eu sou paulista e ela é goiana. Nós somos brasileiros.”

Adjetivos primitivos: não se originam de substantivos.

“Ela tem um espírito livre.”

Adjetivos compostos: possuem mais de uma raiz.

“Meu boné é verde-escuro.”

Locução adjetiva: ocorre quando há junção de uma preposição e um substantivo (ou equivalente) com
valor de adjetivo.

“Eu sou uma mulher de fibra.” (ou seja, uma mulher forte)

Numeral

O numeral é a classe de palavras utilizada para quantificar algo, definindo valor numérico.

Cardinal: indica a quantidade de seres ou coisas.

“Eu preciso de sete tomates.”

“Este prédio tem mais de vinte andares.”

Ordinal: indica a ordenação, hierarquia, entre seres ou coisas em uma série.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CLASSES GRAMATICAIS

“Pegue o terceiro livro da estante.”

“Fui a primeira colocada.”

Multiplicativo: exprime a multiplicidade dos seres ou coisas. Os mais comuns são “dobro”, “duplo” e
“triplo”.

“Tinha o dobro da idade e o triplo da disposição.”

Fracionário: indica a fração de seres ou coisas. Os mais comuns são “meio”, “metade” e “terço”.

“Pediu metade do valor adiantado.”

Coletivo: é o substantivo que indica um número exato de seres ou coisas de determinada categoria.

“Eu gostaria de uma dúzia de ovos, por favor.”

“Havia algumas centenas de pessoas no evento.”

Pronome

Pronome é a classe de palavra que representa ou acompanha um substantivo. Pode ser classificado
em:

Pessoal: refere-se às pessoas do discurso, podendo ser do caso reto, do caso oblíquo tônico ou átono,
ou de tratamento.

“Ele era um grande amigo.”

“Não se fez de rogada.”

Possessivo: indica posse ou relação de afeto, estando associado ao pronome pessoal.

“Meu caro amigo, me perdoe por favor.” (Chico Buarque)

“Todas as nossas meias estão espalhadas pela casa.”

Demonstrativo: indica algo ou alguém que se aproxima ou se distancia no tempo e no espaço.

“Lia coisas incríveis para aquele lugar e aquele tempo.” (Augusto dos Anjos)

Indefinido: aplica-se especificamente à 3ª pessoa quando há efeito vago ou indeterminado.

“Ninguém me viu entrando.”

“Há algo a ser feito?”

“Está ciente de tudo.”

Interrogativo: é usado para fazer uma pergunta de maneira direta ou indireta.

“Quantos anos você tem?”

“Quem vem lá?”

Relativo: refere-se ao antecedente, ou seja, ao termo anterior no enunciado. Pode ser variável ou inva-
riável.

“Fui eu que escrevi essa história.”

“Passeias onde não ando.” (Fernando Pessoa)

Verbo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CLASSES GRAMATICAIS

O verbo expressa uma ação, um estado, um desejo, um acontecimento ou um fenômeno natural. Ele é
dividido em modo e tempo, isto é, os modos verbais (indicativo, subjuntivo e imperativo) e os tempos
verbais (passado, presente ou futuro em relação ao momento da fala).

Indicativo: verbos no modo indicativo correspondem a ações tidas como reais ou certas de se acontecer
ou de terem acontecido. Podem ser conjugados no presente, no passado (pretérito perfeito, pretérito
imperfeito e pretérito mais-que-perfeito) e no futuro (futuro do presente e futuro do pretérito).

Subjuntivo: verbos no modo subjuntivo são aqueles cuja ação verbal não é tida como certa, isto é, não
temos certeza se a ação ocorreu ou ocorrerá. Podem ser conjugados no presente, no passado (pretérito
imperfeito) e no futuro.

Imperativo: verbos no modo imperativo são usados para expressar ordem ou conselho, tanto no afir-
mativo como no negativo.

Os verbos são classificados de acordo com a conjugação, podendo ser regulares, irregulares, anôma-
los, defectivos ou abundantes.

Regular: apresenta conjugação que segue o mesmo padrão que a maioria dos outros verbos.

Eu estudo
Tu estudas
Ele estuda
Nós estudamos
Vós estudais
Eles estudam

Irregular: apresenta conjugação irregular, ou seja, que não segue o padrão mais frequente dos outros
verbos.

Eu venho
Tu vens
Ele vem
Nós vimos
Vós vindes
Eles vêm

Anômalo: apresenta conjugação que modifica profundamente o verbo, inclusive no próprio radical.

Eu vou
Tu vais
Ele vai
Nós vamos
Vós ides
Eles vão

Defectivo: não pode ser conjugado em todas as formas existentes para a maioria dos outros verbos;
portanto, não é regular e nem irregular. O verbo falir, por exemplo, só apresenta conjugação nas pes-
soas a seguir:

Nós falimos
Vós falis

Abundante: algumas de suas conjugações apresentam mais de uma forma aceita na norma-padrão da
língua portuguesa. É o caso do particípio passado do verbo imprimir: imprimido ou impresso (as duas
formas existem).

Advérbio

Os advérbios são palavras que complementam o sentido de verbos, adjetivos e de advérbios.

Lugar: serve para complementar o sentido de lugar ao qual o verbo se refere.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CLASSES GRAMATICAIS

“Eu venho de longe.”

Tempo: complementa o sentido de tempo ou de período referido pelo verbo.

“Nós nos veremos amanhã.”

Intensidade: serve para tornar a ação do verbo mais ou menos intensa.

“Eles falam demais.”

Modo: ajuda a transmitir o modo ou a maneira como a ação do verbo ocorreu.

“Elas se arrumaram rapidamente.”

Afirmação: complementa ou reforça o sentido de afirmação do verbo.

“Certamente tentou de tudo”

Negação: complementa ou reforça o sentido de negação do verbo.

“Não quis nenhum.”

Dúvida: complementa ou reforça o sentido de dúvida do verbo.

“Talvez eu volte.”

Preposição

Palavra invariável, a preposição serve para relacionar dois termos em um enunciado, gerando sentido
entre eles. São elas:

a – ante – após – até – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante – por – sem –
sob – sobre – trás

“Voltei para casa cedo.”

“Estive em algumas praias.”

Locução prepositiva: ocorre quando há junção de duas ou mais preposições.

“Passou por trás de uma igreja.”

Conjunção

Conjunções são palavras invariáveis que reúnem dois ou mais elementos ou orações no mesmo enun-
ciado, estabelecendo sentido.

Quando os elementos conectados criam relação de dependência, ou seja, precisam estar juntos para
o discurso fazer sentido, dizemos que há subordinação entre eles.

Nesse caso, as conjunções que ligam esses elementos são chamadas de conjunções subordinativas e
podem ser classificadas como:

Causal: inicia uma oração subordinada dando sentido de causa.

“Ele não sabia o conteúdo, porque faltou naquela aula.”

Concessiva: inicia uma oração subordinada dando sentido de oposição à ação principal (sendo, porém,
incapaz de impedi-la).

“Eles não se davam bem, embora fossem da mesma família.”

Condicional: inicia uma oração subordinada que é condição ou hipótese para a realização da ação da
oração principal.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CLASSES GRAMATICAIS

“Nós iremos se for perto daqui.”

Final: inicia uma oração subordinada indicando finalidade.

“Arrumou-se por horas para ser o destaque da festa.”

Temporal: inicia uma oração subordinada que indica circunstância de tempo.

“Parava de fazer qualquer coisa quando ficava cansado.”

Consecutiva: inicia uma oração subordinada estabelecendo relação de consequência.

“A fila demorou tanto que eu desisti de comer.”

Comparativa: estabelece comparação entre dois elementos.

“O projeto delas foi mais premiado do que fora previsto.”

Integrante: inicia uma oração que tem função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, com-
plemento nominal ou aposto da oração principal.

“Eu pensei que nós iríamos sair logo.”

Caso os elementos conectados sejam independentes, ou seja, o discurso continua compreensível


mesmo que os elementos apareçam isoladamente, as conjunções que os conectam são chamadas
de conjunções coordenadas e podem ser classificadas como:

Aditivas: estabelecem sentido de adição, soma entre elementos ou orações.

“Era uma companhia agradável e divertida.”

Alternativas: estabelecem sentido de alternância entre elementos ou orações.

“Podia ser uma companhia agradável ou divertida.”

Adversativas: estabelecem sentido de oposição entre elementos ou orações.

“Era uma companhia agradável, mas não divertida.”

Conclusivas: estabelecem sentido de conclusão e/ou consequência entre orações.

“Podia ser uma companhia divertida e, portanto, agradável.”

Explicativas: ligam uma oração que explica ou justifica outra.

“Era uma companhia agradável, porque era muito divertida.”

Interjeição

Interjeições são expressões autônomas que, por si só, tendem a ser consideradas enunciados comple-
tos, muitas vezes exclamativos.

Traduzem estados emocionais ou desejos, podendo ser apenas sons vocálicos espontâneos, palavras
isoladas ou locuções interjetivas:

“Ai! Está doendo muito!”

“Psiu! Silêncio!”

“Viva! Que maravilha essa notícia!”

“Ai de mim!”

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CLASSES DE PALAVRAS

Classes De Palavras

Bom, a língua portuguesa é um rico objeto de estudo – você certamente já percebeu isso. Por apre-
sentar tantas especificidades, é natural que ela fosse dividida em diferentes áreas, o que facilita sua
análise. Entre essas áreas, está a Morfologia, que é o estudo da estrutura, da formação e da classifi-
cação das palavras. Na Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente, desconsiderando-se a
função que exercem dentro da frase ou do período, estudo realizado pela Sintaxe. Nos estudos morfo-
lógicos, as palavras estão agrupadas em dez classes, que podem ser chamadas de classes de palavras
ou classes gramaticais. São elas:

Substantivo: palavra que dá nome aos seres em geral, podendo nomear também ações, conceitos
físicos, afetivos e socioculturais, entre outros que não podem ser considerados “seres” no sentido literal
da palavra;

Artigo: palavra que se coloca antes do substantivo para determiná-lo de modo particular (definido) ou
geral (indefinido);

Adjetivo: palavra que tem por função expressar características, qualidades ou estados dos seres;

Numeral: palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas etc.), ou a
posição que um ser ocupa em determinada sequência;

Pronome: palavra que substitui ou acompanha um substantivo (nome), definindo-lhe os limites de sig-
nificação;

Verbo: palavra que, por si só, exprime um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno) e localiza-o no
tempo;

Advérbio: palavra invariável que se relaciona com o verbo para indicar as circunstâncias (de tempo, de
lugar, de modo etc.) em que ocorre o fato verbal;

Preposição: palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas
relações de sentido e dependência;

Conjunção: palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em uma ora-
ção;

Interjeição: palavra (ou conjunto de palavras) que, de forma intensa e instantânea, exprime sentimen-
tos, emoções e reações psicológicas.

A classificação das palavras sofreu alterações ao longo do tempo, o que é normal, haja vista que a
língua é mutável, isto é, sofre alterações e adaptações de acordo com as necessidades dos falantes.
Classificar uma palavra não é tarefa fácil, porém, possível, prova disso é que na língua portuguesa
todos os vocábulos estão incluídos dentro de uma das dez classes de palavras. Conhecer a gramática
que rege nosso idioma é fundamental para aprimorarmos a comunicação. Foi por essa razão que o
Brasil Escola preparou uma seção voltada ao estudo das classes gramaticais. Nela você encontrará
diversos artigos que explicarão a morfologia da língua de maneira simples e direta por meio de textos
e variados exemplos.

A primeira gramática do ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava oito partes do
discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, pronome, advérbio e conjunção. Atualmente, são
reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio,
verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral e pronome.

Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de palavras. Isso
acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada pelos seus falantes o tempo
todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão
ocorrer. Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua portuguesa
estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das suas características. A
parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = es-
tudo), ou seja, o estudo da forma.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CLASSES DE PALAVRAS

Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que são empre-
gadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da palavra.

Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das classes gra-
maticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe de palavras:

SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente seres, como tam-
bém sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.

Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.

ARTIGO – classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os.

Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.

ADJETIVO – classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos
substantivos.

Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.

PRONOME – Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a
pessoa do discurso.

Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.

VERBO – palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.

Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.

ADVÉRBIO – palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.

Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.

NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.

Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.

PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.

Exemplo: em, de, para, por, etc.

CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação
ou subordinação.

Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.

INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas de
suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir as interjeições como pa-
lavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.

Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!

Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser analisadas e cataloga-
das em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas, sendo elas: substantivo, artigo, adje-
tivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Substantivo

Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre outros.
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo,
normal, aumentativo). Exercem sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos
(sujeito, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CLASSES DE PALAVRAS

Substantivos simples

• Casa;

• Amor;

• Roupa;

• Livro;

• Felicidade.

Substantivos compostos

• Passatempo;

• Arco-íris;

• Beija-flor;

• Segunda-feira;

• Malmequer.

Substantivos primitivos

• Folha;

• Chuva;

• Algodão;

• Pedra;

• Quilo.

Substantivos derivados

• Território;

• Chuvada;

• Jardinagem;

• Açucareiro;

• Livraria.

Substantivos próprios

• Flávia;

• Brasil;

• Carnaval;

• Nilo;

• Serra da Mantiqueira.

Substantivos comuns

• Mãe;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CLASSES DE PALAVRAS

• Computador;

• Papagaio;

• Uva;

• Planeta.

Substantivos coletivos

• Rebanho;

• Cardume;

• Pomar;

• Arquipélago;

• Constelação.

Substantivos concretos

• Mesa;

• Cachorro;

• Samambaia;

• Chuva;

• Felipe.

Substantivos abstratos

• Beleza;

• Pobreza;

• Crescimento;

• Amor;

• Calor.

Substantivos comuns de dois gêneros

• O estudante / a estudante;

• O jovem / a jovem;

• O artista / a artista.

Substantivos sobrecomuns

• A vítima;

• a pessoa;

• a criança;

• o gênio;

• o indivíduo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CLASSES DE PALAVRAS

Substantivos Epicenos

• a formiga;

• o crocodilo;

• a mosca;

• a baleia;

• o besouro.

Substantivos De Dois Números

• o lápis / os lápis;

• o tórax / os tórax;

• a práxis / as práxis.

Artigo

Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição ou a indefinição dos
mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), indicam
também o gênero e o número dos substantivos que determinam.

Artigos Definidos

• o;

• a;

• os;

• as.

Artigos Indefinidos

• um;

• uma;

• uns;

• umas.

Adjetivo

Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, característica,
aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural)
e grau (normal, comparativo, superlativo).

Adjetivos Simples

• vermelha;

• lindo;

• zangada;

• branco.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CLASSES DE PALAVRAS

Adjetivos Compostos

• verde-escuro;

• amarelo-canário;

• franco-brasileiro;

• mal-educado.

Adjetivo primitivo

• feliz;

• bom;

• azul;

• triste;

• grande.

Adjetivo Derivado

• magrelo;

• avermelhado;

• apaixonado.

Adjetivos Biformes

• bonito;

• alta;

• rápido;

• amarelas;

• simpática.

Adjetivos Uniformes

• competente;

• fácil;

• verdes;

• veloz;

• comum.

Adjetivos Pátrios

• paulista;

• cearense;

• brasileiro;

• italiano;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CLASSES DE PALAVRAS

• romeno.

Pronome

Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes substantivos) ou que
acompanham, determinam e modificam os substantivos, atribuindo particularidades e características
aos mesmos (pronomes adjetivos). Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número
(singular e plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).

Pronomes Pessoais Retos

• eu;

• tu;

• ele;

• nós;

• vós;

• eles.

Pronomes Pessoais Oblíquos

• me;

• mim;

• comigo;

• o;

• a;

• se;

• conosco;

• vos.

Pronomes Pessoais De Tratamento

• você;

• senhor;

• Vossa Excelência;

• Vossa Eminência.

Pronomes Possessivos

• meu;

• tua;

• seus;

• nossas;

• vosso;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CLASSES DE PALAVRAS

• sua.

Pronomes Demonstrativos

• este;

• essa;

• aquilo;

• o;

• a;

• tal.

Pronomes Interrogativos

• que;

• quem;

• qual;

• quanto.

Pronomes Relativos

• que;

• quem;

• onde;

• a qual;

• cujo;

• quantas.

Pronomes Indefinidos

• algum;

• nenhuma;

• todos;

• muitas;

• nada;

• algo.

Numeral

Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como a ordenação de
elementos numa série. Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural), outros são invariáveis.

Numerais Cardinais

• um;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
CLASSES DE PALAVRAS

• sete;

• vinte e oito;

• cento e noventa;

• mil.

Numerais Ordinais

• primeiro;

• vigésimo segundo;

• nonagésimo;

• milésimo.

Numerais Multiplicativo

• duplo;

• triplo;

• quádruplo;

• quíntuplo.

Numerais Fracionários

• um meio;

• um terço;

• três décimos.

Numerais Coletivos

• dúzia;

• cento;

• dezena;

• quinzena.

Verbo

Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar também uma ocorrência,
um estado ou um fenômeno. Podem ser flexionados em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou
3.ª pessoa do discurso), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e futuro),
aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Verbos Regulares

• cantar;

• amar;

• vender;

• prender;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
CLASSES DE PALAVRAS

• partir;

• abrir.

Verbos Irregulares

• medir;

• fazer;

• ouvir;

• haver;

• poder;

• crer.

Verbos Anômalos

• ser;

• ir.

Verbos Principais

• comer;

• dançar;

• saltar;

• escorregar;

• sorrir;

• rir.

Verbos Auxiliares

• ser;

• estar;

• ter;

• haver;

• ir.

Verbos de Ligação

• ser;

• estar;

• parecer;

• ficar;

• tornar-se;

• continuar;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
CLASSES DE PALAVRAS

• andar;

• permanecer.

Verbos Defectivos

• falir;

• banir;

• reaver;

• colorir;

• demolir;

• adequar.

Verbos Impessoais

• haver;

• fazer;

• chover;

• nevar;

• ventar;

• anoitecer;

• escurecer.

Verbos Unipessoais

• latir;

• miar;

• cacarejar;

• mugir;

• convir;

• custar;

• acontecer.

Verbos Abundantes

• aceitado / aceito;

• ganhado / ganho;

• pagado / pago.

Verbos Pronominais Essenciais

• arrepender-se;

• suicidar-se;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
CLASSES DE PALAVRAS

• zangar-se;

• queixar-se;

• abster-se;

• dignar-se.

Verbos Pronominais Acidentais

• pentear / pentear-se;

• sentar / sentar-se;

• enganar / enganar-se

• debater / debater-se.

Advérbio

Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circuns-
tância (tempo, lugar, modo, intensidade, …). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e nú-
mero. Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau.

Advérbio de lugar

• aqui;

• ali;

• atrás;

• longe;

• perto;

• embaixo.

Advérbio de Tempo

• hoje;

• amanhã;

• nunca;

• cedo;

• tarde;

• antes.

Advérbio De Modo

• bem;

• mal;

• rapidamente;

• devagar;

• calmamente;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
CLASSES DE PALAVRAS

• pior.

Advérbio De Afirmação

• sim;

• certamente;

• certo;

• decididamente.

Advérbio De Negação

• não;

• nunca;

• jamais;

• nem;

• tampouco.

Advérbio De Dúvida

• talvez;

• quiçá;

• possivelmente;

• provavelmente;

• porventura.

Advérbio de Intensidade

• muito;

• pouco;

• tão;

• bastante;

• menos;

• quanto.

Advérbio de Exclusão

• salvo;

• senão;

• somente;

• só;

• unicamente;

• apenas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
CLASSES DE PALAVRAS

Advérbio de Inclusão

• inclusivamente;

• também;

• mesmo;

• ainda.

Advérbio de Ordem

• primeiramente;

• ultimamente;

• depois.

Preposição

Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos da oração.
Através de preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo
(termo antecedente). São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

Preposições Simples Essenciais

• a;

• após;

• até;

• com;

• de;

• em;

• entre;

• para;

• sobre.

Preposições Simples Acidentais

• como;

• conforme;

• consoante;

• durante;

• exceto;

• fora;

• mediante;

• salvo;

• segundo;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
CLASSES DE PALAVRAS

• senão.

Preposições Compostas ou Locuções Prepositivas

• acima de;

• a fim de;

• apesar de;

• através de;

• de acordo com;

• depois de;

• em vez de;

• graças a;

• perto de;

• por causa de.

Conjunção

Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos de
uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São invariáveis, não
sendo flexionadas em gênero e número.

Conjunções Coordenativas Aditivas

• e;

• nem;

• também;

• bem como;

• não só...mas também.

Conjunções Coordenativas Adversativas

• mas;

• porém;

• contudo;

• todavia;

• entretanto;

• no entanto;

• não obstante.

Conjunções Coordenativas Alternativas

• ou;

• ou...ou;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
CLASSES DE PALAVRAS

• já…já;

• ora...ora;

• quer...quer;

• seja...seja.

Conjunções Coordenativas Conclusivas

• logo;

• pois;

• portanto;

• assim;

• por isso;

• por consequência;

• por conseguinte.

Conjunções Coordenativas Explicativas

• que;

• porque;

• porquanto;

• pois;

• isto é.

Conjunções Subordinativas Integrantes

• que;

• se.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Causais

• porque;

• que;

• porquanto;

• visto que;

• uma vez que;

• já que;

• pois que;

• como.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Concessivas

• embora;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
CLASSES DE PALAVRAS

• conquanto;

• ainda que;

• mesmo que;

• se bem que;

• posto que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Condicionais

• se;

• caso;

• desde;

• salvo se;

• desde que;

• exceto se;

• contando que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Conformativas

• conforme;

• como;

• consoante;

• segundo.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Finais

• a fim de que;

• para que;

• que.

Conjunções Subordinativas Adverbiais Proporcionais

• à proporção que;

• à medida que;

• ao passo que;

• quanto mais… mais,…

Conjunções Subordinativas Adverbiais Temporais

• quando;

• enquanto;

• agora que;

• logo que;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
CLASSES DE PALAVRAS

• desde que;

• assim que;

• tanto que;

• apenas.

Conjunções subordinativas adverbiais comparativas

• como;

• assim como;

• tal;

• qual;

• tanto como.

Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas

• que;

• tanto que;

• tão que;

• tal que;

• tamanho que;

• de forma que;

• de modo que;

• de sorte que;

• de tal forma que.

Interjeição

Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito. São invariáveis e
seu significado fica dependente da forma como as mesmas são pronunciadas pelos interlocutores.

Interjeições de alegria

• Oh!;

• Ah!;

• Oba!;

• Viva!;

• Opa!.

Interjeições de Estímulo

• Vamos!;

• Força!;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
CLASSES DE PALAVRAS

• Coragem!;

• Ânimo!;

• Adiante!.

Interjeições de Aprovação

• Apoiado!;

• Boa!;

• Bravo!.

Interjeições de desejo

• Oh!;

• Tomara!;

• Oxalá!.

Interjeições De Dor

• Ai!;

• Ui!;

• Ah!;

• Oh!.

Interjeições de Surpresa

• Nossa!;

• Cruz!;

• Caramba!;

• Opa!;

• Virgem!;

• Vixe!.

Interjeições de Impaciência

• Diabo!;

• Puxa!;

• Pô!;

• Raios!;

• Ora!.

Interjeições de Silêncio

• Psiu!;

• Silêncio!.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
CLASSES DE PALAVRAS

Interjeições de Alívio

• Uf!;

• Ufa!;

• Ah!.

Interjeições de Medo

• Credo!;

• Cruzes!;

• Uh!;

• Ui!.

Interjeições de Advertência

• Cuidado!;

• Atenção!;

• Olha!;

• Alerta!;

• Sentido!.

Interjeições de Concordância

• Claro!;

• Tá!;

• Hã-hã!.

Interjeições de Desaprovação

• Credo!;

• Francamente!;

• Xi!;

• Chega!;

• Basta!;

• Ora!.

Interjeições de Incredulidade

• Hum!;

• Epa!;

• Ora!;

• Qual!.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
CLASSES DE PALAVRAS

Interjeições de Socorro

• Socorro!;

• Aqui!;

• Piedade!;

• Ajuda!.

Interjeições de Cumprimentos

• Olá!;

• Alô!;

• Ei!;

• Tchau!;

• Adeus!.

Interjeições de Afastamento

• Rua!;

• Xô!;

• Fora!;

• Passa!.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Sintaxe Da Oração E Do Período

Apesar do tema pedir para abordar somente sobre a oração e o período, colocarei também um pouco
sobre frase para tornar o assunto mais completo.

Frase, período e oração:

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica
ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.

Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente,
pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove. Enquanto na
língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais
de pontuação.

Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de seus elemen-
tos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:

frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres fazer?

frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mãozinha!
– Faça-o sair!

frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo. / Que dia difícil!

frases declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.

Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois elementos essen-
ciais: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”.

O predicado é a parte da frase que contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num
nome, teremos um predicado nominal.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

A existência é frágil.

A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um pensamento completo
e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-exclamação e por reticências.

Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.

Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.

Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações mas uma só frase,
pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.

Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A
oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de um predicado, ao
qual pode ou não estar ligado um sujeito.

Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:

Rua!

Que é uma frase, não é uma oração.

Já em:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

“Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem.”

Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas não
satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um todo, com
sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

Chove.

A existência é frágil.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.

Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”

Cantei, dancei e depois dormi.

Sintaxe da oração e do período

A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções que as palavras
desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A sintaxe estuda também as
relações existentes entre as diversas orações que formam um período.

Estudo da relação entre os termos da oração

Segundo uma análise sintática, a oração se encontra dividida em:

termos essenciais;

termos integrantes;

termos acessórios.

Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.

Os termos integrantes da oração são o objeto direto, o objeto indireto, o predicativo do sujeito, o predi-
cativo do objeto, o complemento nominal e o agente da passiva.

Os termos acessórios da oração são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

Exemplos de análise sintática

Amanhã, a Madalena pagará suas dívidas ao banco.

Sujeito: a Madalena

Predicado: pagará suas dívidas ao banco

Objeto direto: suas dívidas

Objeto indireto: ao banco

Adjunto adverbial: amanhã

Adjunto adnominal: a, suas

O diretor está livre de compromissos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Sujeito: o diretor

Predicado: está livre de compromissos

Predicativo do sujeito: livre

Complemento nominal: compromissos

A roupa foi passada pela vizinha, uma senhora trabalhadora.

Sujeito: a roupa

Predicado: foi passada pela vizinha

Agente da passiva: vizinha

Aposto: uma senhora trabalhadora

Ela acusou-a de fofoqueira.

Sujeito: ela

Predicado: acusou-a de fofoqueira

Objeto direto: a

Predicativo do objeto: fofoqueira

Estudo da relação entre as orações

Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações
de coordenação ou de subordinação.

Período composto por coordenação

Os períodos compostos por coordenação são formados por orações independentes. Apesar de estarem
unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmente
porque apresentam sentidos completos.

As orações coordenadas são classificadas em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e expli-


cativas, conforme a ideia que transmitem: de adição, de oposição, de alternância, de conclusão e de
explicação relativamente à oração anterior.

Oração coordenada aditiva: Gabriel treinou e ganhou a corrida.

Oração coordenada adversativa: Gabriel treinou, mas não ganhou a corrida.

Oração coordenada alternativa: Ou Gabriel treina ou não ganha a corrida.

Oração coordenada conclusiva: Gabriel treinou, logo ganhou a corrida.

Oração coordenada explicativa: Gabriel ganhou a corrida porque treinou.

Período composto por subordinação

Os períodos compostos por subordinação são formados por orações dependentes uma da outra. Como
as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma se-
parada.

Conforme a função sintática que desempenham, as orações subordinadas são classificadas em subs-
tantivas, adjetivas ou adverbiais.

Oração subordinada substantiva subjetiva: Foi anunciado que Jorge será o novo diretor.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Oração subordinada substantiva objetiva direta: Nós não sabíamos que isso seria obrigatório.

Oração subordinada substantiva objetiva indireta: A empresa precisa de que todos os funcionários se-
jam assíduos.

Oração subordinada substantiva completiva nominal: Tenho esperança de que tudo será melhor no
futuro!

Oração subordinada substantiva predicativa: O importante é que minha filha é feliz.

Oração subordinada substantiva apositiva: Apenas quero isto: que você desapareça da minha vida!

Oração subordinada adverbial causal: Ele não pode esperar porque tem hora marcada no médico.

Oração subordinada adverbial consecutiva: A Luísa esperou tanto tempo que adormeceu no sofá

Oração subordinada adverbial final: Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em szgu-
rança.

Oração subordinada adverbial temporal: Mal você foi embora, ele apareceu.

Oração subordinada adverbial condicional: Se o Paulo vier rápido, eu espero por ele.

Oração subordinada adverbial concessiva: Embora eu esteja atrasada para o trabalho, continuarei e

perando por ele.

Oração subordinada adverbial comparativa: Júlia se sentia como se ainda tivesse dezesseis anos.

Oração subordinada adverbial conformativa: Ficaremos esperando por você, conforme combinamos
ontem.

Oração subordinada adverbial proporcional: Quanto mais eu estudava, mais tinha a sensação de não
saber nada.

Oração subordinada adjetiva explicativa: A Júlia, que é a funcionária mais nova da empresa, não teve
uma boa avaliação.

Oração subordinada adjetiva restritiva: Todos os funcionários que conhecem bem a empresa tiveram
uma boa avaliação.

Sintaxe De Concordância

A sintaxe de concordância estuda a concordância nominal e a concordância verbal que ocorrem na


oração.

Para haver concordância nominal é necessário que haja concordância de gênero e número entre os
diversos nomes da oração, ou seja, entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza, entre o substan-
tivo e o artigo que o determina, entre um pronome adjetivo e o substantivo,...

Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em gênero indica a flexão
em masculino e feminino.

Exemplos de concordância nominal

O vizinho novo;

A vizinha nova;

Os vizinhos novos;

As vizinhas novas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Para que haja concordância verbal é necessário que haja concordância em número e pessoa entre o
sujeito gramatical e o verbo.

Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em pessoa indica a flexão
em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.

Exemplos de concordância verbal

Eu li;

Ele leu;

Nós lemos;

Eles leram.

Sintaxe de regência

A sintaxe de regência estuda a regência nominal e a regência verbal que ocorre entre os diversos
termos de uma oração. Há um termo regente que apresenta um sentido incompleto sem o termo regido,
que atua como seu complemento.

A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu complemento
(termo regido) através do uso de uma preposição.

Exemplos de regência nominal

favorável a;

apto a;

livre de;

sedento de;

intolerante com;

compatível com;

interesse em;

perito em;

mau para;

pronto para;

respeito por;

responsável por.

A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemento
(termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos são o
objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado).

Exemplos de regência verbal preposicionada

assistir a;

obedecer a;

avisar a;

agradar a;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

morar em;

apoiar-se em;

transformar em;

morrer de;

constar de;

sonhar com;

indignar-se com;

ensaiar para;

apaixonar-se por;

cair sobre.

Sintaxe de Colocação Pronominal

A sintaxe de colocação pronominal estuda a forma como os pronomes pessoais oblíquos átonos se
associam aos verbos. Existem três formas de colocação pronominal:

Em próclise: pronome aparece antes do verbo;

Em ênclise: pronome aparece depois do verbo;

Em mesóclise: pronome aparece no meio do verbo.

A ênclise é a forma básica de colocação pronominal. Contudo, há um maior uso da próclise no portu-
guês falado no Brasil, sendo a forma de colocação pronominal privilegiada pelos falantes.

Assim, em muitas ocasiões torna-se facultativo o uso da próclise ou da ênclise, desde que não ocorra
nenhuma situação que exija um tipo específico de colocação pronominal.

É, por exemplo, obrigatório o uso da ênclise em orações iniciadas com verbos, estando errado iniciar
uma frase com um pronome oblíquo.

Além disso, há diversas palavras que exigem o uso da próclise, como palavras negativas, conjunções
subordinativas, pronomes relativos, indefinidos e demonstrativos, entre outras.

Exemplos de colocação pronominal

Fizeram-me uma grande surpresa no meu aniversário. (ênclise)

Todos me fizeram uma grande surpresa no meu aniversário. (próclise)

Eles far-me-ão uma grande surpresa no meu aniversário. (mesóclise)

Frase, oração e período

Estudar as diferenças entre Frase, Oração e Período é importante para que possamos compreender a
sintaxe da língua portuguesa, os enunciados e suas unidades.

Para que possamos compreender a sintaxe da Língua Portuguesa, ou seja, o conjunto das relações
que as palavras estabelecem entre si, é necessário, antes de tudo, estudarmos a respeito dos enunci-
ados e suas unidades, os quais apresentam características estruturais próprias: a Frase, a Oração e
o Período.

Vejamos cada um deles!

Frase

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

A frase pode ser definida por seu propósito comunicativo. Isso significa que Frase é todo enunciado
capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em um contexto de comunicação, de interação ver-
bal.

Observe algumas características das frases:

O início e o final da frase são marcados, na escrita, por pontuação específica (. ! ? …);

Na fala, o início e o final da frase são marcados por uma entoação característica. Não se esqueça de
que a entoação é a forma como os falantes associam o contorno da expressividade, como é visto na
frase interrogativa ou declarativa;

Podem ser elaboradas por uma única ou por várias palavras;

Podem apresentar um verbo ou não;

Na escrita, os limites da frase são indicados pela letra inicial maiúscula e pelo sinal de pontuação (. ! ?
…).

Observe alguns exemplos de frases:

– Ai!

– Socorro!

– O quê?

– Mas que coisa terrível!

– Quanta bagunça...

– Que tragédia!

– Como assim?

– Tenho muito a fazer.

– Fogo!

Tipos De Frases

Frases interrogativas: Entonação de pergunta. Geralmente, é finalizada com ponto de interrogação


(?). Exemplo: Que dia você volta?

Frases exclamativas: Entonação expressiva, reação mais exaltada. Geralmente, finalizada com ponto
de exclamação ou reticências (! …). Exemplo: Que horror!

Frases declarativas: Não são marcadas pela entonação expressiva ou intencional. Geralmente apre-
sentam declarações afirmativas ou negativas e são finalizadas com o ponto final (.). Exemplo: Amanhã
não poderei levantar.

Frases imperativas: Enunciado que traz um verbo no modo imperativo. Geralmente sugere uma ordem
e é finalizado pelos pontos de exclamação e final (! .). Exemplo: Fale mais baixo!

Oração

A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja estrutura caracteriza-se,
obrigatoriamente, pela presença de um verbo.

Na verdade, a oração é caracterizada, sintaticamente, pela presença de um predicado, o qual é intro-


duzido na língua portuguesa pela presença de um verbo. Geralmente, a oração apresenta um su-
jeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios.

Observe alguns exemplos de orações:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

– Corra!

– Esses doces parecem muito gostosos.

– Chove muito no inverno.

Período

O período é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado construído por uma ou mais orações e
possui sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela entonação e, na
escrita, são marcados pela letra maiúscula inicial e a pontuação específica que delimita sua exten-
são. Os períodos podem ser simples ou compostos. Vejamos cada um deles:

Período Simples

Os períodos simples são aqueles constituídos por uma oração, ou seja, um enunciado com apenas um
verbo e sentido completo. Exemplo: Os dias de verão são muito longos! (verbo ser)

Período Composto

Os períodos compostos são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais ver-
bos. Exemplo: Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde. (Período composto por três ora-
ções: verbos ligar, dizer e vir.)

Dicas De Sintaxe Para Provas De Concursos

Reconhecimento dos termos da oração

Na oração pode haver muitos termos. São eles:

Sujeito: é identificado com o questionamento de “quem é que”. O sujeito pode ser simples (único nú-
cleo), composto (mais de um núcleo), oculto (quando é a partir da desinência verbal que você encontra
o sujeito), indeterminado (verbos em terceira pessoa indicam a indeterminação do sujeito) e poderá
haver orações sem sujeito (com os verbos haver, acontecer, ser).

Predicativo: tudo que foi dito sobre o sujeito.

Predicado verbal: quando há predicativo e verbos sem ligação.

Predicado verbo-nominal: quando o verbo é significativo e há dois núcleos.

Objeto direto: complementa o sentido do também verbo direto, geralmente está acompanhado de arti-
gos.

Objeto indireto: aparece com preposição e complementa o sentido do verbo transitivo indireto.

Agente da passiva: inicia-se com “por”, “pelo”, “de” e pratica a ação verbal na voz chamada passiva.

Adjunto adverbial: são informações de tempo, dúvida, causa, modo, lugar, intensidade, ao verbo.

Adjunto adnominal: determina ou caracteriza o nome referido.

Complemento nominal: complementa o sentido de substantivos abstratos.

Aposto: resume e caracteriza o nome que está sendo referido.

Vocativo: isolado por vírgulas, serve para “chamar”.

Identificação da Oração no Período

Para que a frase seja classificada com oração, é preciso que se atente para duas características prin-
cipais: que exista um verbo ou locução verbal, e que promova o sentido completo. Por isso que, nem
sempre toda frase será oração. Veja:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Que noite bonita! -> mesmo que tenha sentido, não há verbo, portanto, é frase.

Maria fez a lição!

Justificação de casos de concordância nominal e verbal

Concordância verbal é quando o verbo se flexiona para concordar com o número e pessoa do sujeito.

A menina brincou de Barbie

As crianças brincaram muito

Lápis, caderno, livro, tudo é necessário para uma educação de qualidade (quando se refere a tudo,
ninguém ou nada, o verbo permanece no singular)

Vossa Excelência quer um chá? (pronomes de tratamento, o verbo fica em terceira pessoa)

A menina ou o menino vai ganhar (ideia de exclusão, o verbo continua no singular)

Concordância nominal: já a nominal concordará com os substantivos, conforme o gênero e número.

Os alunos novos precisam das apostilas que estão em meus dois armários da biblioteca

Estas revistas são caras. (adjetivo)

As revistas custaram caro. (advérbio)

A garota está meio gripada. (advérbio)

Comi meia pizza. (adjetivo)

É proibido entrada.

É proibida a entrada.

Distinção Entre Regentes e Regidos

Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que pertencem.
Quando um verbo exige a presença de outro termo na oração, ele se chama REGENTE e a palavra
que completa a sua significação chama-se REGIDO.

EX: O menino limpava (regente) o seu carrinho (regido).

Classificação dos verbos quanto a sua predicação

Transitivo direto: é acompanhado de um objeto direto sem preposição. Ex: Minha mãe reconquistou o
pai.

Transitivo indireto: é acompanhando de um objeto indireto com preposição. Ex: Vamos brincar de bo-
neca?

Transitivo direto e indireto: quando há tanto o objeto direto quanto indireto. Ex: O jornal dedicou uma
folha ao acidente.

Verbo de ligação: apresenta estado ou mudança do sujeito. Ex: Ela é linda.

Distinção entre ordem direta e ordem inversa

É possível que algumas orações se encontrem na ordem inversa (indireta) quando não seguem a es-
trutura direta, como veremos abaixo:

Eu fui ao casamento

No casamento, fui eu

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Geralmente, a ordem indireta aparece mais em poemas, textos literários e obras para que a cadência
fique mais fluida. O mesmo acontece com o nosso hino nacional, que em sua maioria está invertido. A
ordem direta está classificada como sujeito + verbo + complemento.

1. Sujeito e Predicado

Sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.

Predicado:termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.

Tipos de sujeito

Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode
ser explicitado.

Exemplo: A noite chegou fria.

O sujeito determinado pode ser:

Simples: tem um só núcleo: A caravana passa.

Composto: tem mais de um núcleo: A água e o fogo não coexistem.

Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível iden-
tificá-lo pelo contexto.

(?) Falaram de você.

(?) Falou-se de você.

Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.

Choverá amanhã.

Haverá reclamações.

Faz quinze dias que vem chovendo.

É tarde.

2. Termos ligados ao verbo

Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória.

Exemplo: Os pássaros fazem seus ninhos.

Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposição obrigatória.

Exemplo: A decisão cabe ao diretor.

Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que ocorre
a ação.

Exemplo: O cortejo seguia pelas ruas.

Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem executou
a ação.

Exemplo: O fogo foi apagado pela água.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

3. Termos ligados ao nome

Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de verbo.

Exemplo: As fortes chuvas de verão estão caindo.

Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e
do objeto.

Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um
equivalente do nome a que se refere.

Exemplo: O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.

Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o qual
se projeta a ação.

Exemplo: Procederam à remoção das pedras.

4. Vocativo:

Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite
a anteposiçãoo da interjeição ó.

Exemplo: Amigos, eu os convido a sentar.

Sintaxe Do Período

1. Orações subordinadas substantivas

São aquelas que desempenham a mesma função sintática do substantivo.

Exemplo: Os meninos observaram | que você chegou. (a sua chegada)

Subjetiva: exerce a funçãoo de sujeito do verbo da oração principal.

Exemplo: É necessário que você volte.

Objetiva direta: exerce a função de objeto direto da oração principal.

Exemplo: Eu desejava que você voltasse.

Objetiva indireta: exerce a função de objeto indireto do verbo principal.

Exemplo: Não gostaram de que você viesse.

Predicativa: exerce a funçãoo de predicativo.

Exemplo: A verdade é que ninguém se omitiu.

Completiva nominal: desempenha a função de complemento nominal.

Exemplo: Não tínhamos dúvida de que o resultado seria bom.

Apositiva: desempenha a função de aposto em relação a um nome.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Exemplo: Só nos disseram uma coisa: que nos afastássemos.

2. Orações subordinadas adjetivas

São aquelas que desempenham função sintática própria do adjetivo.

Exemplo: Na cidade há indústrias que poluem. (poluidoras)

Restritiva: É aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome
relativo e não vem entre vírgulas.

Exemplo: Serão recebidos os alunos que passarem na prova.

Explicativa: É aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma proprie-
dade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por
pronome relativo e vem entre vírgulas.

Exemplo: Os homens, que são racionais, não agem só por instinto.

3. Orações subordinadas adverbiais

São aquelas que desempenham função sintática própria do advérbio.

Exemplo: O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)

Causal: indica a causa que provocou a ocorrência relatada na oração principal.

Exemplo: A moça atrai a atenção de todos porque é muito bonita.

Consecutiva: indica a consequência que proveio da ocorrência relatada na oração principal.

Exemplo: A moça é tão bonita, que atrai a atenção de todos.

Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal.

Exemplo: Se você correr demais, ficará cansado.

Comparativa: estabelece uma comparação com o fato expresso na oração principal.

Exemplo: Lutou como luta um bravo.

Concessiva: concede um argumento contrário ao evento relatado na oração principal.

Exemplo: O time venceu embora tenha jogado mal.

Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração prin-
cipal.

Exemplo: Tudo ocorreu conforme os jornalistas previram.

Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.

Exemplo: Estudou para que fosse aprovado.

Temporal: indica o tempo em que se realiza o evento relatado na oração principal.

Exemplo: Chegou ao local, quando davam dez horas.

Proporcional: estabelece uma relação de proporcionalidade com o verbo principal.

Exemplo: Aprendemos à medida que o tempo passa.

4. Orações coordenadas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

São todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.

Exemplo: Chegou ao local // e vistoriou as obras.

As coordenadas podem ou nãoo vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas
sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que nã;o se iniciam.

Exemplo: Presenciei o fato, mas ainda não acredito. or. c. assindética or. c. sindética

As coordenadas assindéticas não se subclassificam.

As coordenadas sindéticas subdividem-se em cinco tipos:

Aditiva: estabelece uma relação de soma.

Exemplo: Entrou e saiu logo.

Adversativa: estabelece uma relação de contradição.

Exemplo: Trouxe muitas sugestões, mas nenhuma foi aceita.

Alternativa: estabelece uma relação de alternância.

Exemplo: Aceite a proposta ou procure outra solução.

Conclusiva: estabelece relação de conclusão.

Exemplo: Penso, portanto existo.

Explicativa: estabelece uma relação de explicação ou justificação. Contém sempre um argumento fa-
vorável ao que foi dito na oração anterior.

Exemplo: Ele deve ser estrangeiro, pois fala mal o português.

A sintaxe é o estudo das palavras dentro das frases ou orações, da relação que elas criam entre si para
compor o significado. É também o estudo da relação das orações dentro do período.

A sintaxe é a ferramenta usada para formar uma frase compreensível, por isso se as relações que as
palavras estabelecem entre si dentro de uma oração mudam, o sentido também muda, mesmo se usar-
mos as mesmas palavras.

Assim como na matemática, se você tem a operação 10 dividido por 2, o resultado será diferente caso
sejam invertidos os números. 10 dividido por 2 é igual 5, mas 2 dividido por 10 é igual a 0,2. Percebemos
que com a inversão dos números obtivemos um resultados diferentes.

Diferença Entre Frase, Oração E Período

Para entender melhor o sentido de sintaxe, é preciso compreender os conceitos de frase, oração e pe-
ríodo. Esses três elementos, apesar de possuírem significados diferentes. estão diretamente ligados.
São os elementos essenciais para a criação de um discurso. Comecemos pela frase, que possui um
significado muito mais aberto.

As frases têm o objetivo de transmitir uma mensagem, então elas podem ser formadas por apenas uma
palavra ou ter uma complexidade muito maior. Sempre é possível reconhecer o começo e o fim de uma
frase oralmente, e na escrita normalmente se identifica o começo por uma letra maiúscula e o final por
um ponto.

EXEMPLOS: “Socorro!” e “Eu preciso que alguém envie ajuda para atender uma senhora que foi atro-
pelada e já não está conseguindo respirar.”

Orações e períodos possuem conceitos mais definidos. Uma oração é uma frase ou um fragmento dela
que é formada por um verbo ou locução verbal. As frases compostas por orações são chamadas de
períodos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Os períodos podem ser simples ou compostos, esta definição depende do número de orações em sua
estrutura. Caso o período possua apenas uma oração, é chamado de período simples; se é formado
por duas ou mais orações, é um período composto.

EXEMPLOS: “Pare com isso” é um período simples. “Pare com isso que já ficou chato” é um período
composto.

Tipos De Frase

A frase tem o objetivo de transmitir um conteúdo para alguém, e existem diversas maneiras para se
fazer isso. Na língua portuguesa algumas dessas formas de se expressar já são muito comuns, e por
isso a entoação delas tornou-se previsível. Esses tipos comuns de frases podem ser classificados con-
forme as categorias a seguir:

Frases declarativas: Frases que declaram ou informam algo. Podem ser tanto no sentido positivo
quanto no negativo.

EXEMPLOS: frase declarativa afirmativa: “Isto vai cair”; frase declarativa negativa: “Isto não vai cair”.

Frases interrogativas: Frases através das quais se procura obter alguma informação ou faz-se um
questionamento. Podem ser diretas ou indiretas.

EXEMPLOS: frase interrogativa direta: “Isto vai cair?”; frase interrogativa indireta: “Queria saber se isto
vai cair”.

Frases imperativas: Normalmente empregadas em pedidos, ordens e conselhos. São frases que têm o
objetivo de influenciar as ações do receptor da mensagem. Também podem ser afirmativas e negativas.

EXEMPLOS: frase imperativa afirmativa: “Corra pelo campo”; frase imperativa negativa: “Não corra
pelo campo”.

Frases exclamativas: Frases usadas para expressar uma emoção ou estado emotivo.

EXEMPLO: “Isto vai cair em mim!”.

Frases optativas: Frases usadas para desejar algo.

EXEMPLO: “Que seu sonho se realize!”.

Elementos Da Sintaxe

O campo de estudo da sintaxe é composto por três elementos: frase, oração e período. Frase é muito
abrangente, logo não é necessário um estudo tão aprofundado. Oração e período, apesar de já terem
sido definidos, ainda podem ser estudados mais a fundo. A oração possui alguns elementos que são
fundamentais na sua constituição:

Sujeito

Predicado

Complemento

Adjunto

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Processo de Coordenação e Subordinação

A análise sintática "serve" para examinar o texto, as suas estruturas e os elementos que o compõem.
O texto é composto por orações e períodos. A oração é uma frase que possui verbo, enquanto o período
é o conjunto de orações. Exemplo:

A menina caiu da bicicleta quando fez a curva.

Nesse exemplo há duas orações porque há dois verbos (“cair” e “fazer”). Entenda que, cada termo da
oração tem uma função específica e é isso que a análise sintática tem como objetivo, determinar essa
função. E esses termos podem ser classificados como essenciais, integrantes e acessórios.

Essenciais: sujeito e predicado.

Integrantes: objeto direto e objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.

Acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.

Essenciais E Integrantes

Observe a frase:

A menina pegou a bola.

“A menina” é o sujeito e “pegou a bola” é o predicado. O verbo é o “pegar” que é classificado como
transitivo direto e “a bola” é o complemento do verbo, o objeto direto.

Uma forma de determinar a classificação dos objetos é perguntando ao verbo. Veja: quem pega, pega
alguma coisa. Quando a pergunta não necessita de uma preposição, o verbo é transitivo direto. Ob-
serve a diferença nessa frase:

Eu preciso de você.

O verbo precisar é transitivo indireto. Faça a pergunta: quem precisa, precisa “de” alguém. O termo
“de” é uma preposição, logo, a expressão “de você” é um objeto indireto.

O complemento nominal serve para complementar um termo que não seja verbo dentro da oração.
Diferentemente do objeto indireto, o complemento nominal completa um substantivo, adjetivo e advér-
bio e não um verbo. Por exemplo: A menina teve orgulho do pai. A expressão “do pai” complementa o
sentido de “orgulho”.

O agente da passiva sempre está acompanhado de duas preposições, “por” e “de”. Se o verbo estiver
na voz passiva, o agente será aquele que praticará a ação do verbo. Veja: O pássaro foi capturado
pelos agentes. A expressão “pelos agentes” é o agente da passiva.

Acessórios

Já os termos que são acessórios na oração caracterizam algo. O adjunto adnominal, por exemplo,
especifica o substantivo. Não há uma regra específica, pode ser artigos, locuções, pronomes, adjetivos
e mais. Exemplo: Seu olhar singelo é lindo. O termo “singelo” é o adjunto adnominal. Veja outro exem-
plo: O passeio de barco me cansou. A expressão “de barco” é um adjunto adnominal.

Por outro lado, o adjunto adverbial funciona como advérbio dentro da oração. Logo, vamos rever os
tipos de advérbios: afirmação, negação, intensidade, dúvida, tempo, companhia, causa, finalidade, lu-
gar, meio e assunto. Exemplo: Isso está muito difícil! O termo “muito” é um adjunto adverbial.

E o aposto explica um termo na oração. Exemplo: A Carol, menina sapeca, entrou na escola. A expres-
são “menina sapeca” está explicando quem é a Carol. A expressão é o aposto da oração.

Coordenação e Subordinação

Dentro da análise sintática, os períodos podem ser classificados em: composto por coordenação, su-
bordinação ou coordenação e subordinação.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

O período de coordenação é composto por orações que são autônomas, independentes entre si, mas
que juntas complementam o sentido da frase. Exemplo: Eu dormi e sonhei com você. Observe que
ambas as orações são independentes, isto é, fazem sentido se fossem separadas.

Já o período composto por subordinação apresenta orações que são dependentes entre si, são subor-
dinadas. Veja: O bolo que ela fez ainda deixava lembranças. As duas orações não podem ser separa-
das.

E ainda há o período composto por coordenação e subordinação que, nada mais é, a junção dos dois.
Exemplo: O juiz entrou na quadra e permitiu que o jogo começasse. Há três orações. As duas primeiras
são coordenadas e a terceira é subordinada.

Existem 5 tipos de classificações para orações coordenadas:

Oração coordenada aditiva: acresce uma informação. Ex: Eu dormi e sonhei.

Oração coordenada adversativa: apresenta um contraste. Ex: Eu passei no vestibular, mas não sei se
é isso que quero.

Oração coordenada alternativa: apresenta alternância. Ex: Ora você gosta de mim, ora você some.

Oração coordenada conclusiva: conclui a ideia. Ex: Não gosto daqui. Portanto, pedirei a minha demis-
são.

Oração coordenada explicativa: tem como objetivo explicar. Ex: Você está errado porque tenho provas.

Já no período de subordinação há duas categorias: orações subordinadas adjetivas (função de adjetivo)


e orações subordinadas adverbiais (função de advérbio).

Orações Subordinadas Adjetivas

Orações subordinadas adjetivas podem ser duas: restritivas e explicativas. As restritivas limitam o que
a frase quer dizer. Exemplo: Se não fosse pela mulher que me ajudou, não teria conseguido. O sentido
da “mulher” é único, não é generalizado, é específico, é uma mulher X. Já nas orações explicativas, o
sentido é mais abrangente: O homem, um ser racional, busca ser melhor em todos os campos da vida.
A expressão “um ser racional” está entre vírgulas e, portanto, está generalizando todos os homens não
apenas um.

Orações Subordinadas Adverbiais

Podem ter 9 classificações:

Oração subordinada adverbial causal: expressa causa. Ex: Não posso opinar, uma vez que não tenho
direito.

Oração subordinada adverbial concessiva: indica permissão. Ex: Você pode fazer isso, mesmo que não
tenha experiência.

Oração subordinada adverbial condicional: expressa condição. Ex: Se você conseguir, ganhará uma
recompensa.

Oração subordinada adverbial comparativa: indica uma comparação. Ex: Os olhos azuis são boni-
tos como o do pai.

Oração subordinada adverbial consecutiva: relação de causa e consequência. Ex: Acordei tão atra-
sado que não consegui entrar na faculdade.

Oração subordinada adverbial final: indica uma finalidade. Ex: Eu fiz isso para subir na vida.

Oração subordinada adverbial temporal: expressa tempo. Ex: Chorei por você quando foi embora.

Oração subordinada adverbial proporcional: indica proporção. Ex: Fui amolecendo à medida que per-
cebi que te amava.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Oração subordinada adverbial conformativa: expressa conformidade. Ex: Fiz o que você pediu con-
forme as regras.

Coordenação e Subordinação

Para compreender a estrutura sintática de uma frase, ou seja, a análise em relação à organização da
mesma, que é dividida em coordenação e subordinação; primeiramente deve-se entender o que é frase;
e, de acordo com Mattoso Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação linguística, caracte-
rizada [...] do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser suficiente pra defini-lo,
e do ponto de vista fonético – por uma entonação [...] que lhe assinala nitidamente o começo e o fim.”.

Seguindo a linha de definição acerca de frase escrita, Perini diz que se inicia com letra maiúscula e
finaliza com algum sinal de pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação etc),
todavia, outros gramáticos não delimitam a necessidade de pontuação para a constituição de frase.

O vocábulo definido acima ainda pode ser uma oração, mas a última não é sinônimo de frase; isto é,
uma oração possui verbo, mas uma frase não precisa de verbo para ser denominada como tal, sendo
assim, toda oração (ou conjunto de orações = período) é uma frase (exemplo: Abra o livro na página 4
e Faça um bolo e entregue a Maria), porém, nem toda frase é uma oração (exemplo: O caderno amarelo
da filha de João da Silva).

Quanto a período (ou enunciado) – que é a soma dos elementos estruturais da frase e tem a necessi-
dade da pontuação –, este pode ser simples ou composto; sendo por composição, será subdividido em
coordenação (semântica + sintática) e subordinação (“... é o emprego de um nível mais elevado no
lugar de outro de nível inferior”, BACK). Outro ponto a ser frisado é que composição por aposição difere-
se de composição por coordenação, pois a primeira admite expressões explicativas (isto é; quero dizer)
e expressões retificadoras (minto; aliás).

Ainda em relação à composição por aposição, Back enumera dois tipos de aposição: identificadora
(“Pedro Álvares Cabral, um almirante português, descobriu o Brasil.”) e retificadora (“João, minto, Pedro
veio até a sala.”), e ambas exercem a mesma função sintática.

A locução subordinante também tem duas classificações, podendo ser complexa ou unitária. A primeira
refere-se a uma locução verbal (Ex. Amanhã, todos os alunos irão fazer o teste), enquanto a segunda,
como o próprio nome diz, é composta por um único verbo (Ex. Ontem, Pedro fez o exame).

A explanação de alguns termos, como hipotaxe (subordinação) – estrutura muito complexa que pode
ser reduzida – e parataxe – termo equivalente para a coordenação –, hipertaxe – palavra que exerce
um grande significado, como, por exemplo, um substantivo com significado maior – é também bastante
válida para uma compreensão clara e coerente. Além disso, vale ressaltar que pronome sempre tem
função sintática.

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta. Por
exemplo:

A menina comprou chocolate.

Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes, coor-
denadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.

Por Exemplo: Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas ora-
ções, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).

Por Exemplo:

Não fui à aula porque estava doente.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Oração Principal Oração Subordinada

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.

Por Exemplo:

Fui à escola e busquei minha irmã que estava esperando.

Oração Coordenada Oração Coordenada Oração Subordinada

Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver outra
que dela dependa.

Por Exemplo:

Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando.

Coordenação x Subordinação

Sintaxe

Entender o processo de coordenação e subordinação e explicar o funcionamento das orações subor-


dinadas adjetivas explicativas fica muito mais lógico pela ótica da sintaxe

Sempre pergunto a meus alunos qual é a diferença entre orações coordenadas e subordinadas. Inva-
riavelmente, a resposta é que as primeiras são independentes, e, as segundas, dependentes.

Ora, quando se começa a operar a sintaxe, que é a movimentação das palavras do eixo paradigmático
para o sintagmático com a finalidade de gerar sentido, semântica, todas as palavras estabelecem, entre
seus pares sintagmáticos, uma indissociável subordinação.

Ou seja, na sintaxe, a relação entre as palavras quando contraem funções é de subordinação. Assim,
se digo “A menina vendia doces na praia”, todas as palavras dessa oração estão em relação de abso-
luta subordinação, quer sintática, quer semântica. E fonética, se a frase for falada.

É fácil confirmar essa asserção: quando empregamos o artigo A, ele necessariamente precisará do
substantivo a que se refere (menina) e ao qual é subordinado e ambos formam um sintagma nominal,
contraindo a função de sujeito, sintagma que exige, pois, a presença do predicado (“vendia doces na
praia”). Ao usarmos o verbo “vender” como núcleo do predicado, ele exige aqui o seu complemento, o
objeto direto, no caso “doces”.

Como o fato principal (“vender doces”) é de sentido amplo (por exemplo, onde?, quando?), é muito
conveniente, para completar a informação, que venha acompanhado de um fato secundário, a circuns-
tância. No caso de nossa oração, veio a circunstância de lugar, representada pelo adjunto adverbial “na
praia”, o qual, dentro de si, já traz subordinação do artigo ao substantivo, além da subordinação do
próprio adjunto ao verbo “vender”.

Como se percebe, subordinação absoluta dentro da sintaxe.

O “Amor” Entre as Palavras

A relação subordinante-subordinado é indispensável na sintaxe, nas contrações de funções pelas pa-


lavras, quer no período simples, quer no composto. Sem essa contração, essa simbiótica relação vo-
cabular, a sintaxe não cumpriria seu objetivo: gerar sentido.

Gladstone Chaves de Melo acha estranho que haja atração (e, no caso, subordinação) entre elementos
virtuais, quando analisa e rebate, em sua ótima Gramática Fundamental da Língua Portuguesa, Ed.
Livraria Acadêmica, Rio de Janeiro, 2. ed, 1970, p. 373, com certo inconformismo, o problema da atra-
ção de certas palavras a pronomes oblíquos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

“Ora, uma palavra não pode atrair outra, porque, uma vez pronunciada, deixa de existir, ao passo que
a outra, a supostamente atraída, ainda não existe. Isto, sem considerar que palavra é acidente de
acidente, momentâneo resultado da passagem do ar pelos órgãos articuladores em determinada mo-
mentânea posição.”

O grande mestre levou em consideração apenas a atração oral, mas o fato é que, apesar da estranheza
dele por essa atração “virtual”, há mesmo, no campo da fala, atrações entre o que existe e o que ainda
vai existir, e vice-versa. Digamos que seja algo que ocorre lá no pensamento — abstrato, portanto — e
jorra para o real, para o concreto, para o sonoro. Mas é preciso levar em conta também a atração
gráfica.

É só percebermos o verdadeiro papel de potente ímã que as palavras de sentido relativo exercem sobre
as palavras que lhe serão complementos. Ou a atração que o substantivo exerce sobre artigos, adjeti-
vos, pronomes etc. Há, entre as palavras, uma relação de amor infinito. Ou seja, uma palavra não tem
vida nem utilidade sem as demais palavras.

Mesmo uma simples palavra afixada sobre, digamos, um frasco esclarecendo o seu conteúdo, “ácido”,
por exemplo, só sobreviverá se, ao lermos, fizermos toda a cadeia de decodificação para entendermos:
“aqui tem ácido e isso representa perigo, é preciso cuidado” etc. E essa decodificação é feita, como se
viu, por muitas outras palavras. Amor, a atração das atrações, por ser inquestionável, é mesmo a pa-
lavra que define a relação entre as palavras.

A Diferença entre Subordinadas e Coordenadas

Visto isso, qual a diferença entre orações subordinadas e coordenadas? A diferença básica é que as
orações subordinadas são (exercem) funções sintáticas dentro da oração principal, e as coordenadas
não exercem funções sintáticas.

As Funções Sintáticas das Orações Subordinadas

De acordo com a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), as orações substantivas exercem, dentro
da oração principal, as seguintes funções sintáticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, predicativo e aposto; enquanto as orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto
adverbial dentro da oração principal; e as orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática
de adjunto adnominal.

Numa sequência como “Chegamos cedo, tomamos um cafezinho, conversamos sobre política e futebol
e, finalmente, fomos trabalhar”, temos quatro orações coordenadas, porque nenhuma delas exerce
função sintática dentro de outra. Mas é claro que, entre elas, há uma dependência semântica (além da
dependência sintática entre as funções que existem dentro de cada oração), sem a qual não transmiti-
ríamos essa informação.

Já em “Tenho medo de que ele sucumba”, temos duas orações, a primeira, chamada principal, é “Te-
nho medo”, cujo sujeito é “eu”, oculto, o verbo é transitivo direto e tem como objeto direto a pala-
vra “medo”. Esse substantivo“medo” é palavra de sentido relativo e solicita um complemento nominal,
que é a oração “de que ele sucumba”.

Portanto, essa oração é subordinada por exercer a função de complemento nominal do termo “medo”
dentro da oração anterior, que lhe é principal porque um dos seus termos a tem como complemento
nominal. A omissão da preposição, possível por se tratar de oração, não muda sua função sintática. Ou
seja, em “Tenho medo que ele sucumba”, a oração “que ele sucumba” continua sendo complemento
nominal do substantivo “medo”, que, por sua vez, é o núcleo do objeto direto do verbo “tenho”.

Nomenclatura Gramatical Brasileira

Criada em 1958, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) representou um grande avanço no ensino
do Português no Brasil ao padronizar padronizações e classificações. Até então, cada gramático utili-
zava denominações próprias para as funções sintáticas, orações subordinadas e classes gramaticais
— o objeto indireto, por exemplo, também era chamado de “complemento terminativo” ou “complemento
relativo” —, o que tornava quase impossível a homogeneidade no ensino de gramática.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

A NGB foi desenvolvida por uma comissão de grandes estudiosos da época (como Antenor Nascentes,
Rocha Lima e Celso Cunha) e estabeleceu uma divisão esquemática dos conteúdos gramaticais, uni-
ficando e fixando a nomenclatura a ser usada pelos professores no ensino escolar. Em 1959, o governo
de Juscelino Kubitschek, numa portaria recomendou sua adoção em todo o território nacional.

Adjetivos e Orações Adjetivas Restritivas e Explicativas

Antes da reforma gramatical imposta pela Nomenclatura Gramatical Brasileira, em 1959, os adjetivos
também eram classificados em restritivos e explicativos. É fácil notar a dife rença, por exemplo, do
adjetivo FRIO quando se relaciona a gelo ou a mão, e do adjetivo ESCURO quando se refere a noite
ou a pele. Necessariamente todo gelo é frio e toda noite é escura, mas nem toda mão é fria nem toda
pele é escura.

No primeiro caso (gelo frio e noite escura), os adjetivos são meros epítetos, meros qualificadores e não
elementos distintivos de substantivos de mesma espécie. Eram classificados como adjetivos explicati-
vos. Já no segundo caso (mão fria e pele escura), os adjetivos não só qualificam como também distin-
guem os respectivos substantivos, uma vez que nem toda mão é fria, nem toda pele é escura. Eram
classificados como adjetivos restritivos.

Essa classificação desapareceu para os adjetivos, mas foi mantida para as orações subordinadas ad-
jetivas, que funcionam como adjunto adnominal, geralmente do termo que antecede o pronome relativo.
Quando trabalhamos com orações subordinadas adjetivas restritivas, essa constatação da função delas
como adjunto adnominal não é problemática. Mais difícil é achar e aceitar a função de adjunto adnomi-
nal de uma explicativa.

Em “O gol que a Holanda marcou desmontou a seleção brasileira”, não fica nenhuma dúvida de que a
oração em destaque é adjunto adnominal do substantivo “gol” da oração anterior, qualificando e distin-
guindo o gol holandês de outro gol qualquer. Há nessa oração a grande força distintiva do adjetivo
nesse papel. A oração “que a Holanda marcou” pode até ser substituída pelo adjetivo holandês, “O gol
holandês”, como fiz logo acima.

Porém, em “O gol, que é a alegria e a tristeza no futebol, embeleza ainda mais o espetáculo”, a oração
destacada é adjetiva explicativa e atua apenas como um epíteto, um mero qualificador, isto é, não
distingue esse gol de outro gol. Sua função sintática é tão de adjunto adnominal como a do adjetivo frio
na frase “O gelo frio eriçava ainda mais os pelos de sua perna”.

Só que no caso do período em estudo, a oração se separa do substantivo a que se refere pelas vírgulas,
por dois basilares motivos.

Primeiro, por ser oração explicativa e, apesar de exercer função sintática, é meramente intercalada, ou
seja, algo que se coloca no meio de outra oração para algum esclarecimento, alguma qualificação;
segundo, pela necessária ênfase que esse esclarecimento traz na sua essência, responsável pela in-
formação implícita.

E não pode ser retirada do texto, como alguns professores ensinavam antigamente, porque sua omis-
são desvirtuaria a informação implícita que há nas orações adjetivas. Explicitamente, isto é, na super-
fície do texto, informa-se que o gol embeleza o espetáculo e que é a alegria ou a tristeza no futebol.

Implicitamente a oração adjetiva nesse texto mostra que qualquer gol provoca alegria ou tristeza, não
há distinção.

Na oração anterior, explicitamente informa-se que a seleção brasileira sofreu um gol e que esse gol a
desarticulou. Implicitamente a oração adjetiva distingue o gol holandês de outro gol qualquer, não foi
outro gol que desmantelou nossa seleção, mas o holandês. Em outras palavras, as orações adjetivas
também dizem nas entrelinhas, no não dito. São, pois, indispensáveis.

As Adjetivas Explicativas e a Causa

Os usuários que tenham, no mínimo, razoável competência linguística percebe que boa parte das ad-
jetivas explicativas apresenta um leve sabor de causa em relação ao que ocorre na oração principal.
Não, não, não são orações adverbiais causais. Apenas nos fazem sentir essa breve sensação de
causa, sem ser a causa. Vejamos alguns exemplos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

“O gol, que é a alegria e a tristeza no futebol, embeleza ainda mais o espetáculo.” (O gol, porque é a
alegria e a tristeza no futebol, embeleza ainda mais o espetáculo).

Com a adjetiva, apenas esclarecemos o papel embelezador do gol e apenas sugerimos a causa; com
o segundo exemplo, “porque é a alegria e a tristeza no futebol”, nossa intenção é realmente mostrar a
causa do embelezamento do espetáculo pelo gol. Essa mesma explicação vale para os exemplos
abaixo.

“Deus, que é nosso pai, perdoa nossos pecados.” (Deus, por ser nosso pai,).

“As emissoras de São Paulo, que deram a falsa notícia, serão punidas.” (As emissoras de São
Paulo, porque deram a falsa notícia,)

Aliás, na oração que demos acima com adjetivo explicativo, “O gelo frio eriçava ainda mais os pelos de
sua perna”, também se pode sentir esse saborzinho de causa no adjetivo frio: “O gelo, por ser frio,
eriçava ainda mais os pelos de sua perna”. Se colocássemos esse adjetivo entre vírgulas, o saborzinho
passaria já a sabor.

Só que agora o adjetivo pode ser percebido de duas maneiras: 1) com a mesma função de mero adjunto
adnominal do substantivo qualificado, ou 2) como a parte visível de uma oração adverbial causal: “O
gelo, frio, eriçava ainda mais os pelos de sua perna”, ou seja, “O gelo, por ser frio, eriçava ainda mais
os pelos de sua perna”.

Semântica

Semântica foi o tema da capa da edição 25 da CONHECIMENTO PRÁTICO LÍNGUA PORTUGUESA,


em texto assinado por Edmilson José Sá, que inicia o texto explicando: “Desde os escritos do pai da
Linguística, Ferdinand de Saussure, o conceito de significado figura entre os elementos-chave na re-
flexão linguística. De tão importante, ele ganhou até um ramo próprio para seu estudo. É a Semântica,
que se preocupa justamente com os sentidos adquiridos pelas palavras ou lexias ou pelos seus agru-
pamentos.”

Como se pode ver, há um insubstituível papel da morfologia e da sintaxe. A morfologia é a matéria-


prima manipulada pela sintaxe para, ao combinar as palavras, fazê-las contrair funções e gerar o ter-
ceiro elemento do tripé: a semântica. Agora, como essa semântica é demonstrada como resultado
dessa contração é questão de estilo individual, é papel da estilística.

As Adjetivas e o Aposto

Não por acaso o adjunto adnominal e o aposto são funções acessórias na sintaxe. Que fique claro aqui
que acessório em linguagem não é como um acessório num carro. Em linguagem, o acessório é tão
importante e tão indispensável quanto o essencial e o integrante. Por exemplo, nos nomes de ruas,
cidades ou outros elementos geográficos, temos um núcleo e um aposto, mas não podemos separar
um do outro. Assim, em Avenida São João, o “São João” é aposto de avenida e não pode, de forma
alguma, ser separado por vírgula ou suprimido.

Sabemos que um substantivo é modificado pelos seus adjetivos (artigo, adjetivo, numeral e pronome),
que funcionam como adjuntos adnominais na mesma função sintática em que esse substantivo é o
núcleo.

Porém, às vezes, essa força adjetiva é exercida por outro substantivo, ou seja, na mesma função sin-
tática há um núcleo substantivo e outro substantivo acrescentando uma ideia acessória qualquer a esse
núcleo. A esse papel de um substantivo atuando como adjetivo e exercendo a função sintática de ad-
junto adnominal, por causa da hierarquia (substantivo é sempre igual a outro substantivo em termos
hierárquicos) é que se dá o nome de APOSTO, ou seja, colocado um ao lado do outro. Em outras
palavras, o aposto é a função adjunto adnominal exercida por substantivo.

Em outras palavras, as orações adjetivas também dizem nas entrelinhas, no não dito. São, pois, indis-
pensáveis.

Causa: Nem Todas São Iguais...

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

É bom esclarecer que há adjetivas explicativas que não apresentam esse saborzinho de causa. Em “O
jovem, que esteve aqui hoje cedo, é o novo médico da família.”, frase só possível se o referido jovem
for o assunto da conversa entre o locutor e o interlocutor, a adjetiva explicativa destacada não passa o
mesmo sabor de causa dos exemplos anteriores, uma vez que o jovem não é o novo médico por ter
estado lá (aqui) hoje cedo.

E, como as anteriores, não pode ser dispensada porque sua informação implícita mostra um jovem
conhecido do locutor e do interlocutor, portanto, não distintiva. Essa mesma oração sem as vírgulas
(“O jovem que esteve aqui cedo é o novo médico da família.”) passa a ser restritiva porque acrescenta
a informação implícita distintiva, isto é, distingue esse jovem de outro e necessariamente representa
um contexto diferente da oração anterior, entre vírgulas.

E é por isso também que o aposto pode ser, como as orações adjetivas, restritivo ou explicativo. Se
dizemos, em 2010, “O presidente do Brasil, Lula, viajou bastantes vezes ao exterior”, o substantivo
Lula, exercendo o papel de adjunto adnominal, recebe o nome de aposto, exatamente por ser substan-
tivo modificando substantivo, e é explicativo porque não distingue esse presidente de outro presidente.
Em 2010, o presidente do Brasil era mesmo o Lula.

Porém, em qualquer momento, se dizemos “O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso


também viajou bastantes vezes ao exterior”, o substantivo Fernando Henrique Cardoso, exercendo o
mesmo papel de adjunto adnominal e também pelos mesmos motivos acima, é chamado de aposto, só
que agora restritivo, porque distingue esse ex-presidente dos demais ex-presidentes.

E é por isso que Lula, aposto meramente explicativo, está e deve vir entre vírgulas, e Fernando Henri-
que Cardoso, aposto distintivo, não está e não pode ser colocado entre vírgulas. Se o colocássemos
entre vírgulas, mudaríamos a informação implícita e diríamos a nosso ouvinte/leitor que, desde 1889,
só há um ex-presidente, o que é absolutamente falso.

Resta aqui enfatizar que num texto podemos captar informações explícitas e implícitas, ou seja, lemos
as linhas e as entrelinhas. Na superfície do texto, ou seja, nas linhas, captamos as informações explí-
citas; no profundo do texto, ou seja, nas entrelinhas, no não-dito, captamos as informações implícitas.
E as orações adjetivas atuam fortemente nas duas linhas, razão por que é preciso realmente tomar
cuidado com a pontuação, para que não se desvirtuem as informações implícitas.

Confusão entre Oração Adjetiva e Oração Apositiva

Esclarecido isso, e para encerrar, podemos tratar agora de uma confusão plausível entre oração su-
bordinada adjetiva e oração subordinada substantiva apositiva. Essa confusão é possível porque o
aposto, como vimos, é de fato um adjunto adnominal, só que exercido por substantivos ou equivalentes.

Vejamos como são semelhantes os fatos expressos nos dois períodos abaixo:

A ideia que ele nos deu acrescerá muito a nosso objetivo de lazer.

A ideia dele, que viajássemos a Portugal, acrescerá muito a nosso objetivo de lazer.

A primeira, equivalente ao adjetivo particípio DADA (“A ideia dada acrescerá muito a nosso objetivo de
lazer”) é adjetiva restritiva e funciona como adjunto adnominal do substantivo “ideia” da oração princi-
pal. A segunda, equivalente à expressão substantiva “uma viagem a Portugal”, é substantiva apositiva,
pois equivale a um substantivo (viagem) esclarecendo outro substantivo (ideia).

No primeiro caso, podemos substituir o “que” por “a qual”; na segunda, o que ocorre por parte do ou-
vinte/leitor é uma pergunta sobre algo que precisa ser esclarecido. A pergunta é: “que ideia?”. A res-
posta é um aposto:

“A ideia dele, uma viagem a Portugal, acrescerá muito a nosso objetivo de lazer”. Mas, como ela é
expressa por uma oração, temos oração subordinada substantiva apositiva. E isso também já desmonta
aquela asserção de que as orações apositivas vêm somente depois de dois pontos.

Como se vê, nossa língua apresenta tantos caminhos e soluções que jamais poderá ter a exatidão
matemática ou física. As linhas, entrelinhas e meandros de um texto provocam discursos sempre à

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

espera de que lhes captem as minúcias. Um usuário competente sabe manejá-la e atingir seus objeti-
vos.

Revendo a Coordenação e a Subordinação nas Gramáticas e no Ensino do Português

Este trabalho tem como objetivo uma re-análise dos processos de coordenação e subordinação a par-
tir dos compêndios gramaticais e difundidos nas aulas de Língua Portuguesa, cuja temática são os es-
tudos de análise das orações.

Considerando a análise dos manuais gramaticais no que toca à coordenação e à subordinação, per-
cebemos que tais fenômenos são abordados a partir de um corpus formado por frases isoladas e des-
contextualizadas que, às vezes, não mostram visão semântico pragmática.

A análise das orações está fundamentada nos critérios meramente sintáticos ou formais. Tais critérios,
sem os componentes semânticos e pragmáticos, não mostram, com clareza, o uso efetivo da língua.

Não podemos falar em coordenação ou subordinação sem fazermos referência às orações: coorde-
nada, principal e subordinada, uma vez que essa tripartição é constante nas gramáticas e nas aulas de
sintaxe do português.

Procedemos à análise de dez manuais gramaticais, considerando como são abordadas as orações
nesses manuais e, consequentemente, os exercícios de análise linguística do período composto quer
por coordenação quer por subordinação.

Referencial Teórico

A Gramática Tradicional traça diretrizes para o estudo das orações a partir da classificação dos consti-
tuintes oracionais em termos essenciais (sujeito e predicado), integrantes (complementos, agente da
passiva e predicativos) e acessórios (adjuntos e aposto), procurando inserir os elementos da oração
nessas funções. Cada termo recebe a classificação de acordo com a função exercida.

CARONE (1994: 11) considera como função a relação de dependência que os elementos da ora-
ção estabelecem entre eles.

Os constituintes de uma oração apresentam – se em dois processos: o processo de ordem e de de-


pendência.

De ordem, porque há uma sequência, e de dependência, porque os termos se articulam no processo


de hierarquia, para formar as frases.

Essa articulação é dada graças à conexão sintática, daí vem o processo da subordinação.

A Nomenclatura Gramatical Brasileira usa os termos coordenação e subordinação quando faz alu-
são ao período composto. Será que em uma oração não há tais processos sintáticos?

A Gramática Tradicional traça diretrizes para o estudo das orações a partir da classificação dos consti-
tuintes oracionais em termos essenciais (sujeito e predicado), integrantes (complementos, agente da
passiva e predicativos) e acessórios (adjuntos e aposto), procurando inserir os elementos da oração
nessas funções. Cada termo recebe a classificação de acordo com a função exercida.

Para AZEREDO (1995: 49), “o processo por excelência é, portanto, a subordinação, meio que con-
siste em prover as unidades que formam os sintagmas que constituem as orações”.

As palavras se organizam num processo de hierarquia, ou seja, num processo de subordinação. Ne-
nhuma língua viva ou morta conhece uma frase organizada por coordenação.

A subordinação é responsável pela estrutura da frase, como também pela interpretação semântica.

Orações Coordenadas

A doutrina tradicional e ortodoxa considera a oração coordenada como uma oração independente no
período. Esse conceito ainda hoje se apresenta em algumas gramáticas e difundido por alguns profes-
sores nas aulas de sintaxe.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

KOCH (1995: 124) diz que as coordenadas são orações independentes do ponto de vista estrutural, ou
seja, não há encaixe de uma oração em outra.

Apesar de uma coordenada apresentar autonomia sintática, ocorre uma combinação que estabelece
entre elas uma vinculação semântica, como por exemplo:

(1) Estudou, mas não obteve bom resultado.

As gramáticas consideram as duas orações independentes, sendo que a idéia de adversidade não está
apenas no conectivo, como afirmam os gramáticos, e sim entre as duas orações, ocorrendo as-
sim a vinculação semântica[1] (c.f. KOCH).

BARRETO (1994: 10) afirma que as orações coordenadas devem possuir a mesma estrutura sintático-
gramatical.

Na verdade, nestas orações há um mecanismo de encadeamento de idéias, ocorre uma dependência


semântica que estabelece entre elas uma subordinação.

GARCIA (1990: 21), analisando o processo da coordenação, afirma a existência de uma falsa coorde-
nação. Há, portanto, a coordenação gramatical e a subordinação psicológica.

BECHARA (1999: 476) considera a coordenação como um grupo oracional formado por orações inde-
pendentes do ponto de vista sintático.

KURY (1995: 16) reconhece as coordenadas como orações – frases, porque cada oração é capaz de
formar um período.

Essa afirmação,por apresentar uma série de interpretações e controvésias, não pode ser feita para to-
das as orações coordernadas.

Para CARONE (op. cit.), as coordenadas são duas orações que se encontram, uma não é parte da ou-
tra. Não há o processo de encaixamento entre elas.

Segundo FÁVERO (1990: 52), será necessária uma re análise nos conceitos de coordenação e subor-
dinação, uma vez que é estabelecido entre as orações um processo de interdependência no qual todas
elas são necessárias para o processo de análise e compreensão do texto.

As orações que constituem um período, não importa se são coordenadas ou subordinadas, estão in-
ter-relacionadas, formando um todo. É a “subordinação psíquica”.(c.f. Gili Y Gaya apud. FÁVERO op.
cit).

Embora as orações coordenadas sejam classificadas como independentes, exprimem uma rela-
ção semântica que exige a presença de duas ou mais orações, conforme podemos observar na sen-
tença:

Venha cedo, porque vai chover.

A explicação porque vai chover semanticamente está subordinada a venha cedo e vice-versa.

Os exercícios adotados pelas gramáticas para separação e classificação das orações, partindo apenas
da idéia expressa pelo conectivo, proporcionam um estudo fragmentado, como se o texto fosse um
emaranhado de frases, reforçando assim o mito da autonomia das orações. (grifo meu).

As Orações Subordinadas

Na subordinação, encontramos o binônimo: oração principal e oração subordinada.

Os exercícios para memorização estão fundados nos enunciados:

· Classifique as orações em destaque;

· Separe a oração subordinada e classifique – a.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Como separar uma oração que está encaixada na outra?

Que critérios usam os gramáticos para definir uma oração principal, considerando o processo de
uma oração está encaixada na outra?

Analisando alguns manuais gramaticais, encontra-mos vários conceitos para as orações subordinada
e principal.

Analisando alguns manuais gramaticais, encontra-mos vários conceitos para as orações subordinada
e principal.

Os estudos estão voltados para a estruturação e segmentação do período, como se as orações que
formam uma sentença não estivessem interligadas.

SPALDING (1980) retoma o conceito de oração principal na visão de alguns gramáticos, comparando
– os com os mais recentes, notamos que pouco mudou:

“Oração principal é a que tem sentido principal no período.” (Napoleão Mendes de Almeida).

“Oração principal é que encerra o pensamento fundamental no período.” (Francisco da Silveira Bu-
eno).

“Oração principal é a que exprime o sentido mais importante.” (Marques da Cruz).

“Oração principal é a que traz para si como dependente outra oração”. (Rocha Lima).

Como falarmos em oração principal, se existe, no período, um processo de interdependência?

Se as orações seguem uma as outras numa ordem lógica de modo que uma ajuda na compreen-
são da outra?

À luz da Linguística Moderna, podemos questionar o processo de subordinação numa v são mais prag-
mática e semântica.

Segundo KURY, (op.cit.) a oração principal, se analisada sozinha, é uma oração truncada e despro-
vida de sentido, havendo, portanto, sentido quando considerar o conjunto.

Para BECHARA (op.cit.), no período composto por subordinação, há uma unidade oracional, em que a
oração subordinada não passa de um termo sintático na oração complexa, sendo impossível separá-la
do período.

que seja feliz é um termo sintático na oração complexa e funciona como objeto direto do verbo desejar,
ocorrendo uma recursividade.

Separando a oração principal e a subordinada, nenhuma delas satisfaz as condições de sentido da


oração.

O período composto por subordinação, como uma oração complexa, composta ou geral con-
forme classificavam José Oiticica e Souza da Silveira., não é, portanto, aconselhável a separação arti-
ficial entre subordinada e principal.

A Nomenclatura Gramatical Portuguesa eliminou a designação de oração principal sob o argumento


de não fazer falta ao estudo desses processos e dar ensejos a duplas interpretações quer sejam
no plano lógico quer sejam no plano gramatical. (apud. CUNHA & CINTRA 1985: 580).

Concordamos com BARRETO (op.cit) na subordinação, as orações são dependentes quanto à fun-
ção e quanto ao sentido.

Trata – se de um processo de hierarquização, havendo uma dependência entre as orações.

Os conceitos de subordinação e de coordenação não são questionados por KOCH (op.cit) porque, “do
ponto de vista semântico – pragmático, as frases que formam um período composto são necessaria-
mente interdependentes”.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
PROCESSO DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

No processo de subordinação ou na oração complexa, temos termos representados sob forma de ora-
ção.

Baseados nos princípios acima, podemos afirmar que na subordinação há uma transposição, ou seja,
uma unidade de camada superior – oração independente – passa a ser uma inferior, funcionan-do
como membro de outra oração.

Assim só ocorrerá oração composta ou período composto quando houver coordenação (c.f. BECHA-
RA).

As coordenadas são orações que se encontram, uma não é parte da outra. Só a coordenação tem a
capacidade de relacionar orações, havendo o paralelismo.

A subordinação é um processo em que, na oração complexa, um dos seus termos funciona como ora-
ção, existindo assim uma oração ampliada.

Na maioria das gramáticas analisadas, encontramos o período composto por coordenação antece-
dendo o composto por subordinação.

Se o que ocorre é uma unidade oracional, na qual temos uma oração ampliada, justificase a subordi-
nação anteceder a coordenação, já que segundo, AZEREDO, CARONE e BECHARA, o termo perí-
odo composto é reservado à coordenação.

Segundo CARONE (op.cit), a coordenação forma sequências abertas e não sintagmas.

Para compreendermos como se relacionam as orações, seremos mais prudentes, se partirmos da su-
bordinação para a coordenação, contextualizando – as no texto, por ser o recurso mais completo e
adequado para as análises das relações na oração, haja vista a insuficiência da gramática frasal no
que tange à apreensão e à interpretação dos fatos da língua. (c.f. Elisa Guimarães).

A metodologia de separar, conceituar e classificar as orações a partir de conectivos como fazem alguns
gramáticos não possibilita uma análise coerente da conexão entre as orações que formam um período,
ou até mesmo um texto.

Tal metodologia nos mostra um ensino fragmentado e voltado para a análise sintática a partir da no-
menclatura e das funções consagradas pela NGB.

É necessário, aliados às aulas de sintaxe tradicional, considerarmos a integração entre a rede sintática
(tessitura textual) e o fio condutor da mensagem (plano lógico – semântico).

Nesse processo, estamos não vendo só a sintaxe do texto, como também a semântica, observando a
macro e a microestruturas nos planos linguístico e conceitual. (c.f. VAL – Redação e textualidade).

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância e Regência Verbal e Nominal

O verbo deve ser flexionado ("modificado") concordando com a pessoa do sujeito (eu, tu, ele/ela, nós,
vós/vocês, eles/elas) e o número (singular ou plural):

Sujeito simples: o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, estando o sujeito antes ou depois
do verbo.

Ex: foram embora, do nada, os meninos ("foram" concorda com "os meninos").

Sujeito composto: o verbo flexiona para o plural.

Ex: joana e carlos insistiram em vir (joana e carlos são duas pessoas, e não pode-se usar "insistiu",
mas sim "insistiram").

Sujeito composto de diferentes pessoas: o verbo vai para o plural na pessoa que prevalecer.

Ex: atiramos a pedra você e eu ("atiramos" concorda com "você e eu").

Sujeito constituído de pronomes de tratamento: verbo flexiona na 3ª.

Ex: vossa excelência necessita de algo?

Sujeito constituído pelo pronome relativo que: verbo concordará em número e pessoa com o antece-
dente.

Ex: somos nós que precisamos de você.

Núcleos do sujeito ligados por ou: o verbo ficará no singular sempre que houver ideia de exclusão.

Ex: rosa ou azul será a cor do quarto.

Verbo com o pronome apassivador se: o verbo concorda com o sujeito.

Ex: analisou-se o plano de reforma.

Sujeito formado por expressões: um e outro – o verbo fica no plural; um ou outro – o verbo fica no
singular; nem um nem outro – o verbo fica no singular.

Sujeito formado por número percentual: o verbo concordará com o numeral. Se a indicação de porcen-
tagem se seguir uma expressão com de + substantivo, a concordância faz-se com esse substantivo.

Ex: 50% dos camundongos morreram.

Verbos impessoais (haver, fazer, chover, nevar, relampejar...): por não possuírem sujeito, ficam na 3ª
pessoa do singular.

Ex: não havia flores mais belas.

Verbo ser: se um dos elementos referir-se a pessoa, o verbo concordará com ela.

Ex: minha ambição são os meus sonhos.

Concordância Nominal

É a concordância, em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural), entre o substantivo


(nomes) e seus determinantes ("partes" que acompanham os nomes): o adjetivo, o pronome adjetivo,
o artigo, o numeral.

O candidato talvez sinta dificuldade em assimilar o que sejam essas classes de palavras (adjetivo,
pronome adjetivo, numeral, artigo, etc), mas não se preocupe: concentre-se em entender os exemplos,
ou seja, concentre-se em entender o uso da língua.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Opções de concordância: o adjetivo concorda com o adjetivo mais próximo (eu dei de presente uma
bolsa e um tênis preto) ou o adjetivo refere-se a dois substantivos de gêneros diferentes – prevalece o
masculino e fica no plural (eu dei de presente uma bolsa e um tênis pretos).

As palavras bastantes, pouco, muito, caro e barato concordam com o substantivo quando têm valor de
adjetivo. Quando são advérbios, são invariáveis.

Ex: estas revistas são caras (adjetivo) e as revistas custaram caro (advérbio).

Anexo, mesmo, próprio, incluso: concordam com o substantivo a que se referem.

As expressões “é proibido”, “é necessário”, “é preciso” ficam invariáveis quando acompanhadas apenas


de substantivo. Porém, se o substantivo estiver determinado pelo artigo, a concordância é feita normal-
mente.

Lembre-se que a palavra ‘meia’ é um adjetivo, enquanto ‘meio’ é um advérbio, significando ‘um pouco’.

Obrigado/obrigada – concordam com o substantivo a que se referem.

Colocação Pronominal

É o modo como se dispõem os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, lhe(s), o(s), a(s), nos e
vos) em relação ao verbo. Trata-se de um dos assuntos popularmente "espinhosos" da língua portu-
guesa, os quais somos "forçados" a entender na escola. Mas basicamente, basta lembrar que as posi-
ções dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo ao qual se ligam denominam-se:

Ênclise (depois do verbo)

É a posposição do pronome átono ao vocábulo tônico ao que se liga. Ex: empreste-meo livro de mate-
mática.

Próclise (antes do verbo)

É a colocação do pronome quando antes do verbo há palavras que exercem atração sobre ele, como:

- não, nunca, jamais, ninguém, nada.

Ex: não o vi hoje.

- advérbios, locuções adverbiais, pronomes interrogativos ou indefinidos. Ex: sempre te amarei.

- pronomes relativos.

Ex: há filmes que nos fazem chorar.

- orações optativas, aquelas que exprimem desejo.

Ex: deus te ouça!

- com gerúndio precedido da preposição ‘em’.

Ex: em se tratando desse tema...

Mesóclise (no meio do verbo)

É a colocação do pronome quando o verbo se encontra no futuro do presente ou no futuro do pretérito


desde que não haja palavras que exerçam atração.

Ex: entregar-lhe-ei as informações. Na linguagem falada brasileira, o uso é quase inexistente.

Regência Verbal

Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que pertencem.
Quando o verbo (termo regente) se relaciona com os seus complementos (termos regidos) acontece

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

um "fenômeno" ao qual damos o nome de regência verbal. Selecionamos a seguir alguns verbos em
que há diferença de contexto na hora de se "fazer" a regência:

Agradecer

Alguma coisa (sem preposição): o palestrante agradeceu suas intervenções.

A alguém (preposição a): o paciente agradeceu ao médico.

Assistir

Dar assistência (sem preposição): o médico assistiu o doente.

Ver (preposição a): assisti a um bom filme.

Morar (preposição em): aquele homem assiste em são paulo.

Obedecer (desobedecer)

Sujeitar-se (preposição a): ele não obedeceu ao regulamento.

Preferir

Ter preferência por (preposição a): prefiro correr a nadar

Visar

Visar (preposição a): o comerciante visa ao lucro.

Assinar (sem preposição): o gerente do banco visou o cheque.

Mirar (sem preposição): o atirador visou o alvo e errou.

Regência Nominal

Já a regência nominal é a relação de um nome (substantivo, adjetivo) com outro termo. E a relação
pode vir ou não acompanhada de preposições. Por exemplo:

Horror a

Impaciência com

Atentado contra a

Medo de

Idêntico a

Prestes a

Longe de

Benéfico a

Podemos arriscar a dizer que - apesar de todas as "pegadinhas" da língua e apesar de que na fala
praticamos uma coisa e na escrita outra - de certa forma, já estamos um pouquinho acostumados a
utilizar a regência correta (ou pelo menos a mais aceita). É por essa razão que determinadas pessoas
- principalmente aquelas que ao longo da vida escolar demonstraram um pouco mais de "afinidade"
com língua portuguesa - chegam a perceber mais facilmente se uma construção está correta ou não.

Vale lembrar, por fim, que "correto" ou "incorreto" para nós não possui a conotação de "certo" ou "er-
rado", mas apenas a de "ser mais aceito socialmente" ou "não ser bem aceito socialmente", do ponto
de vista do chamado "padrão culto da língua portuguesa", utilizado no brasil (aquela língua defendida
pelos nossos melhores gramáticos).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus
complementos.

Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem
efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

Regência Verbal

Termo regente: verbo

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complemen-
tam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportuni-
dade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança
ou retirada de uma preposição. Observe:

A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar.

A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.

Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que:

O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da


regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sen-
tido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:

Cheguei ao metrô.

Cheguei no metrô.

No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utili-
zado. A oração "cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui,
no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a re-
gência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.

A língua portuguesa é considerada um idioma complexo por causa da grande quantidade de regras
existentes. Dentre essas regras, estão aregência verbal e a concordância verbal.

Regência é o ato de reger, que por sua vez significa governar, reinar, exercer a função de rei, regente,
governador, chefe, administrador.

Para memorizar isto, basta que você se lembre de uma orquestra ou de um concerto, em que o maestro
é quem rege (comanda todos os instrumentos musicais).

Neste mesmo sentido, podemos concluir que regência verbal é a relação de subordinação que ocorre
entre um verbo e seus complementos. O verbo “governa” os seus complementos.

Em outras palavras, o verbo somente aceita as palavras que ele quer. O verbo é o chefe! Ele é o
maestro que rege a orquestra.

Se um verbo não exigir complemento, então ele é chamado de verbo intransitivo.

Caso ele exija um complemento acompanhado de uma preposição, ele é chamado de verbo transitivo
indireto.

Mas se esse complemento não vier acompanhado de preposição, o verbo é chamado de transitivo
direto.

Verbo Intransitivo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Vejamos um exemplo:

Mariana chorou.

Note que a frase não precisa de complementos. Podemos entender claramente o sentido dela.

A principal característica dos verbos intransitivos é que eles dispensam qualquer complemento verbal.

Verbo Transitivo Indireto

Verbo transitivo indireto é aquele que exige um elo (preposição) entre ele e o seu complemento.

Observe a seguinte frase:

Maria gosta de aprender português.

Veja que o verbo da frase é gostar. Após o verbo, aparece a preposição “de“.

Quem gosta, gosta de algo ou de alguma coisa.

Por isso, podemos concluir que a regência verbal do verbo gostar exige a preposição “de“.

Vejamos agora o verbo acreditar.

Ana acredita em deus.

Quem acredita, acredita em algo ou em alguém. Então, podemos concluir que a regência do verbo
acreditar exige a preposição “em“.

Em análise mais detalhada, podemos afirmar que o verbo gostar e overbo acreditar são transitivos in-
diretos (pois exigem preposição). As expressões “de aprender português” e “em deus“ são os objetos
indiretos (complementos dos verbos transitivos indiretos: gostar e acreditar).

Verbo Transitivo Direto

Verbo transitivo direto é aquele que não exige um elo (preposição) entre ele e o seu complemento.
Vejamos um exemplo:

Marta comprou frutas.

Note que não há nenhuma palavra entre “comprou” e “frutas”. O verbo comprar é transitivo direito.
Quem compra, compra alguma coisa.

Concordância Verbal

Acabamos de ver que a regência verbal é a relação de subordinação em que o verbo é quem manda.

Agora veremos que a concordância verbal é a relação em que o verbo obedece!

Lembre-se do ditado:

Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Desta forma, o verbo deve concordar com o sujeito da oração, de acordo com a pessoa (eu, tu ele, nós,
vós, eles) e/ou com o número (singular ou plural).

Por exemplo…

O aluno aprende português.

O sujeito é o aluno, que está no singular. Por isso, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular -
> aprende.

Agora observe…

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Os alunos aprendem português.

O sujeito são os alunos (no plural). Por isso, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do plural -> aprendem.

Resumindo…

Regência verbal -> o verbo “manda”.

Concordância verbal -> o verbo “obedece”.

O que é "regência"?

"regência" é a função subordinativa de um termo (regente) sobre outro (regido ou subordinado). Esta é
a base fundamental de qualquer frase, pois é o que define seu sentido. A regência é estabelecida prin-
cipalmente pela posição dos termos na frase ou oração, pelos conectivos (como as preposições "e",
"de", "com", etc.) E pelos pronomes relativos (aquele, aquela, que, se, lhe, etc.).

São de fundamental importância as regências por preposições. O termo (regido) subordinado por uma
preposição atua como complemento ou adjunto a uma palavra anterior (regente).

Exemplos:

- deu um presente ao amigo.

Neste caso, "ao" é a junção da preposição "a" com o artigo definido masculino, "o", e a palavra "amigo"
tem a função de complemento de destinação, sendo, portanto, um objeto indireto.

- ele falou de você a mim.

Neste exemplo, "ti" e "maria" estão subordinados respectivamente às preposições "de" e "a". "ti" é um
complemento de referência e "maria" é um complemento de destinação.

Há também os complementos de lugar:

Eu vim de vitória.

João foi à cidade.

Pedro foi à casa de maria.

O que é "concordância"?

A concordância é um princípio pelo qual certos termos determinantes ou dependentes se adaptam às


categorias gramaticais de outros, determinados ou principais. Pode ser nominal ou verbal.

É uma concordância nominal quando o substantivo vem acompanhado por um adjetivo. Suponhamos
que o substantivo seja, por exemplo, "carro".

À frente, acrescenta-se uma palavra complementar - por exemplo, "vermelho". Temos aí a concordân-
cia nominal "carro vermelho", na qual "carro" é um substantivo e "vermelho" é uma palavra que, em
muitos casos, é um substantivo, mas neste se transforma em adjetivo e tem a função de complemento
nominal.

A concordância é verbal quando a forma do verbo combina com o sujeito. Usemos como exemplo o
verbo "trabalhar": "eu trabalho", "tu trabalhas", "joana trabalhou ontem", "eu trabalharei amanhã", etc.

A regência é o campo da língua portuguesa que estuda as relações de concordância entre os verbos
(ou nomes) e os termos que completam seu sentido. Ou seja, estuda a relação de subordinação que
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos.

A regência é necessário visto que algumas palavras da língua portuguesa (verbo ou nome) não pos-
suem seu sentido completo.

Observe o exemplo abaixo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Muitas crianças têm medo. (medo de quê?)


Muitas crianças têm medo de fantasmas.

Obs.: perceba que o nome pede complemento antecedido de preposição (“de” = preposição e “fantas-
mas” = complemento).

Importante: a regência estabelece uma relação entre um termo principal (termo regente) e o termo que
lhe serve de complemento (termo regido) e possui dois tipos: regência nominal e regência verbal.

Regência Nominal

Regência nominal é quando um nome (substantivo, adjetivo) regente determina para o nome regido a
necessidade do uso de uma preposição, ou seja, o vínculo entre o nome regente e o seu termo regido
se estabelece por meio de uma preposição.

Dica: a relação entre um nome regente e seu termo regido se estabelece sempre por meio de uma pre-
posição.

Exemplo:

- os trabalhadores ficaram satisfeito com o acordo, que foi favorável a eles.


Veja: "satisfeito" é o termo regente e "com o acordo" é o termo regido, "favorável" é o termo regente e
"a eles" é o termo regido.

Obs.: quando um pronome relativo (que, qual, cujo, etc.) É regido por um nome, deve-se introduzir,
antes do relativo, a preposição que o nome exige.

Exemplo:

- a proposta a que éramos favoráveis não foi discutida na reunião. (quem é favorável, é favorável a
alguma coisa/alguém)

Regência nominal: principais casos (mais utilizados nas provas)

Como vimos, quando o termo regente é um nome, temos a regência nominal.

Então pra facilitar segue abaixo uma lista dos principais nomes que exigem preposições, existem no-
mes que pedem o uso de uma só preposição, mas também existem nomes que exigem os uso de mais
de uma preposição. Veja:

Nomes que exigem o uso da preposição “a”:

Acessível, acostumado, adaptado, adequado, afeição, agradável, alheio, alusão, análogo, anterior,
apto, atento, atenção, avesso, benéfico, benefício, caro, compreensível, comum, contíguo, contrário,
desacostumado desagradável, desatento, desfavorável, desrespeito, devoto, equivalente, estranho, fa-
vorável, fiel, grato, habituado, hostil, horror, idêntico, imune, inacessível, indiferente, inerente, inferior,
insensível, junto, leal, necessário, nocivo, obediente, odioso, ódio, ojeriza, oneroso, paralelo, peculiar,
pernicioso, perpendicular, posterior, preferível, preferência, prejudicial, prestes, propenso, propício, pro-
veitoso, próximo, rebelde, rente, respeito, semelhante, sensível, simpático, superior, traidor, último, útil,
visível, vizinho...

Nomes que exigem o uso da preposição “de”:

Abrigado, amante, amigo ávido, capaz, certo, cheio, cheiro, comum, contemporâneo, convicto, cúm-
plice, descendente, desejoso, despojado, destituído, devoto, diferente, difícil, doente, dotado, duro,
êmulo, escasso, fácil, feliz, fértil, forte, fraco, imbuído, impossível, incapaz, indigno, inimigo, inocente,
inseparável, isento, junto, livre, longe, louco, maior, medo, menor, natural, orgulhoso, passível, piedade,
possível, prodígio, próprio, querido, rico, seguro, sujo, suspeito, temeroso, vazio...

Nomes Que Exigem a Preposição “Sobre”:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Opinião, discurso, discussão, dúvida, insistência, influência, informação, preponderante, proeminência,


triunfo,

Nomes Que Exigem a Preposição “Com”:

Acostumado, afável, amoroso, analogia, aparentado, compatível, cuidadoso, descontente, generoso,


impaciente, impaciência, incompatível, ingrato, intolerante, mal, misericordioso, obsequioso, ocupado,
parecido, relacionado, satisfeito, severo, solícito, triste...

Nomes Que Exigem a Preposição "Em":

Abundante, atento, bacharel, constante, doutor, entendido, erudito, fecundo, firme, hábil, incansável,
incessante, inconstante, indeciso, infatigável, lento, morador, negligente, perito, pertinaz, prático, resi-
dente, sábio, sito, versado...

Nomes Que Exigem a Preposição "Contra":

Atentado, blasfêmia, combate, conspiração, declaração, luta, fúria, impotência, litígio, protesto, recla-
mação, representação...

Nomes que exigem a preposição "para":

Mau, próprio, odioso, útil...

Regência Verbal

Dizemos que regência verbal é a maneira como o verbo (termo regente) se relaciona com seus com-
plementos (termo regido).

Nas relações de regência verbal, o vínculo entre o verbo e seu termo regido (complemento verbal) pode
ser dar com ou sem a presença de preposição.

Exemplo:

- nós assistimos ao último jogo da copa.


Veja: "assistimos" é o termo regente, "ao" é a preposição e "último jogo" é o termo regido.

No entanto estudar a regência verbal requer que tenhamos conhecimentos anteriores a respeito do
verbo e seus complementos, conhecer a transitividade verbal.

Basicamente precisamos saber que:

Um verbo pode ter sentido completo, sem necessitar de complementos. São os verbos intransitivos.
Há verbos que não possuem sentido completo, necessitam de complemento. São os verbos transitivos.

Exemplos:

- transitivo direto: quando seu sentido se completa com o uso de um objeto direto (complemento sem
preposição).

Exemplo: a avó carinhosa agrada a netinha.

"agrada" é verbo transitivo direto e "a netinha" e o objeto direto.

- Transitivo indireto: quando seu sentido se completa com o uso de um objeto indireto (complemento
com preposição).
Exemplo: ninguém confia em estranhos.
"confia" é verbo transitivo indireto, "em" é a preposição e "estranhos" é o objeto indireto.

- Transitivo direto e indireto: quando seu sentido e completa com os dois objetos (direto e indireto).
Exemplo: devolvi o livro ao vendedor. "devolvi" é verbo transitivo direto e indireto, "o livro" é objeto di-
reto e "vendedor" é objeto indireto.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência e o contexto (a situação de uso)

A regência de um verbo está ligada a situação de uso da língua. Determinada regência de um verbo
pode ser adequada em um contexto e ser inadequada em outro.

Quando um ser humano irá a marte?

Quando um ser humano irá em marte?

Em contextos formais, deve-se empregar a frase 1, porque a variedade padrão, o verbo “ir” rege pre-
posição a. Na linguagem coloquial (no cotidiano), é possível usar a frase 2.

Regência de alguns verbos

Para estudarmos a regência dos verbos, devemos dividi-los em dois grupos:

O primeiro, dos verbos que apresentam uma determinada regência na variedade padrão e outra regên-
cia na variedade coloquial;

2- e o segundo dos verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de uma regência.

Primeiro grupo - verbos que apresentam uma regência na variedade padrão e outra na variedade co-
loquial:

Verbo Assistir

- Sentido: “auxiliar”, “caber, pertencer” e “ver, presenciar, atuar como expectador”. É nesse último sen-
tido que ele é usado.

- Variedade padrão (exemplos): ele não assiste a filme de violência; pela tv, assistimos à premiação
dos atletas olímpicos. Assistir com significado de ver, presenciar: é verbo transitivo indireto (vti), apre-
senta objeto indireto iniciado pela preposição a. Quem assiste, assiste a (alguma coisa).

- Variedade coloquial (exemplos): ela não assiste filmes de violência. Assistir com significado de ver,
presenciar: é verbo transitivo direto (vtd); apresenta objeto direto. Assistir (alguma coisa)

Verbo Ir e Chegar

- Variedade padrão (exemplos): no domingo, nós iremos a uma festa; o prefeito foi à capital falar com
o governador; os funcionários chegam bem cedo ao escritório. Apresentam a preposição a iniciando o
adjunto adverbial de lugar: ir a (algum lugar), chegar a (algum lugar)

- Variedade coloquial (exemplos): no domingo, nós iremos em uma festa; os funcionários chegam bem
cedo no escritório. Apresentam a preposição em iniciando o adjunto adverbial de lugar: ir em (algum
lugar), chegar em (algum lugar)

Verbo Obedecer/Desobedecer

- Variedade padrão (exemplos): a maioria dos sócios do clube obedecem ao regulamento; quem deso-
bedece às leis de trânsito deve ser punido. São vti; exigem objeto indireto iniciado pela preposição a.
Obedecer a (alguém/alguma coisa), desobedecer a (alguém/alguma coisa)

- Variedade coloquial (exemplos): a maioria dos sócios do clube obedecem o regulamento; quem de-
sobedece as leis de trânsito deve ser punido. São transitivos direto (vtd); apresentam objeto sem pre-
posição inicial. Obedecer (alguém/alguma coisa), desobedecer (alguém/alguma coisa)

Verbo Pagar e Perdoar

- Sentido: obs.: se o objeto for coisa (e não pessoa), ambos são transitivos direto, tanto na variedade
padrão, como na coloquial. Exemplo: você não pagou o aluguel. O verbo pagar também é empregado
com transitivo direto e indireto. (pagar alguma coisa para alguém) a empresa pagava excelentes salá-
rios a seus funcionários.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

- Variedade padrão (exemplos): a empresa não paga aos funcionários faz dois meses; é ato de nobreza
perdoar a um amigo. São vti quando o objeto é gente; exigem preposição a iniciando o objeto indireto.
Pagar a (alguém), perdoar a (alguém)

- Variedade coloquial (exemplos): a empresa não paga os funcionários faz dois meses; é um ato de
nobreza perdoar um amigo. São vtd, apresentam objeto sem preposição (objeto direto): pagar (alguém),
perdoar (alguém)

Verbo Preferir

- Variedade padrão (exemplos): os brasileiros preferem futebol ao vôlei; você preferiu trabalhar a estu-
dar. Prefiro silêncio à agitação da cidade. É vtdi; exige dois objetos: um direto outro indireto (iniciado
pela preposição a. Preferir (alguma coisa) a (outra)

- Variedade coloquial (exemplos): os brasileiros preferem mais o futebol que o vôlei; você preferiu
(mais) trabalhar que estudar; prefiro (muito mais) silêncio do que a agitação da cidade. É empregado
com expressões comparativas (“mais...que”, “muito mais ...que”, “do que”, etc.). Preferir (mais) (uma
coisa) do que (outra).

Verbo Visar

- Sentido: o emprego mais usual do verbo “visar” é no sentido de “objetivar, ter como meta”.

- Variedade padrão (exemplos): todo artista visa ao sucesso; suas pesquisas visavam à criação de
novos remédios. É vti, com preposição a iniciando o objeto indireto. Visar a (alguma coisa)

- Variedade coloquial (exemplos): todo artista visa o sucesso; suas pesquisas visavam a criação de
novos remédios. É vtd, apresenta objeto sem preposição (objeto direto). Visar (alguma coisa)

Segundo grupo - verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de uma regência (dependendo
do sentido/significado em que são empregados:

Verbo Aspirar

- Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (sugar/respirar) verbo transitivo indireto (pretender)

- Exemplos: sentiu fortes dores quando aspirou o gás. O ex-governador aspirava ao cargo de presi-
dente.

Verbo Assistir

- Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (ajudar); verbo transitivo indireto (ver); verbo transitivo
indireto (pertencer)

- Exemplos: rapidamente os paramédicos assistiram os feridos. Você assistiu ao filme? O direito de


votar assisti a todo cidadão.

Verbo Informar

- Transitividade (sentido): verbo transitivo direto e indireto (passar informação)

- exemplos: algumas rádios informam as condições das estradas aos motoristas. Algumas rádios infor-
mam os motoristas das condições das estradas

Verbo Querer

- Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (desejar); verbo transitivo indireto (amar/gostar)

- Exemplos: todos queremos um brasil menos desigual. Isabela queria muito aos avós.

Verbo Visar

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

- Transitividade (sentido): verbo transitivo direto (mirar); verbo transitivo direto (pôr visto); verbo transi-
tivo indireto (objetivar)

- Exemplos: o atacante, ao chutar a falta, visou o ângulo do gol. Por favor, vise todas as páginas do
documento. Esta fazenda visa à produção de alimentos orgânicos.

Observações:

O verbo aspirar, como outros transitivos indiretos, não admite os pronomes lhe/lhes como objeto. De-
vem ser substituídos por a ele (s) /a ela (s). Ex.: o diploma universitário é importante; todo jovem devem
aspirar a ele.

No sentido de “ver presenciar”, o verbo assistir não admite lhe (s) como objeto, essas formas devem
ser substituídas por ele (s) ela (s). Ex.: o show de abertura das olimpíadas foi muito bonito; você assistiu
a ele?

No sentido de “objetivar, ter como meta”, o verbo visar (td) não admite como objeto a forma lhe/lhes,
que devem ser substituídas por a ele (s) a ela (s). Ex: o título de campeão rende uma fortuna ao time
vencedor, por isso todos os clubes visam a ele persistentemente.

Existem outros verbos que, na variedade padrão, apresentam a mesma regência do verbo informar.
São eles: avisar, prevenir, notificar, cientificar.

Dicas gerais sobre regência verbal e nominal para fixação:

‣ alguns nomes ou verbos da língua portuguesa não tem sentido completo.

‣ na regência nominal, a relação entre um nome regente e seu termo regido se estabelece sempre
por meio de uma preposição.

‣ na regência verbal, temos que conhecer a transitividade dos verbos, ou seja, se é direta (vtd-verbo
transitivo direto), se é indireta (vti- verbo transitivo indireto) ou se é, ao mesmo tempo, direta e indireta
(vtdi- verbo transitivo direto e indireto).

‣ observe sempre os verbos que mudam de regência ao mudar de sentido, como visar, assistir, aspi-
rar, agradar, implicar, proceder, querer, servir e outros.

‣ não se pode atribuir um mesmo complemento a verbos de regências distintas. Por exemplo: o verbo
assistir no sentido de “ver”, requer a preposição a e o verbo gostar, requer a preposição de. Não po-
demos, segundo a gramatica, construir frases como: “assistimos e gostamos do jogo. ”, temos que
dar a cada verbo o complemento adequado, logo, a construção correta é “assistimos ao jogo e gosta-
mos dele. ”

‣ o conhecimento das preposições e de seu uso é fator importante no estudo e emprego da regência
(nominal, verbal) correta, pois elas são capazes de mudar totalmente o sentido do que for dito. Ex.: as
novas medidas escolares vão de encontro aos anseios dos alunos. Os alunos da 3ª série foram ao
encontro da nova turma.

‣ pronomes oblíquos, algumas vezes, funcionam como complemento verbal.

‣ pronomes relativos, algumas vezes, funcionam como complemento verbal.

Silepse

A palavra “silepse” é originária do grego sýllepsis, que significa “ação de reunir”, “ação de tomar em
conjunto”, também pode ser entendida como a ação de compreender.

Ou seja, a silepse é a figura de sintaxe que consiste em uma concordância não fundamentada nas
regras gramaticais da língua, e sim com uma concordância ideológica dos sentidos que as palavras
expressam, ou ainda com o sentido que as relações entre elas revelam.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Conforme a concepção do termo, silepse referia-se somente à concordância de número. Contudo,


como a língua configura-se como um organismo vivo, as variações linguísticas a colocam em processos
de transformação, e agregaram outras formas de construção sintática com as concordâncias de gênero
e pessoa. Em resumo, a silepse abarca praticamente todo o campo da concordância, tomando como
princípio o aspecto ideológico da língua, e não a perspectiva gramatical.

Silepse de Número

A silepse de número pode ocorrer com todo substantivo singular compreendido como plural, pelo fa-
lante, e, em particular, com os coletivos dos nomes. A incidência desta silepse aumenta à medida que
o verbo se distancia do sujeito coletivo. É mais recorrente quando o coletivo está elíptico (subentendido)
na oração, assim:

A população manifestou-se contrária as mudanças políticas, foram às ruas e entoavam o hino nacional.

Após acidente de carro, a família saiu do hospital, estão bons.

Quando o sujeito de uma oração é um dos pronomes “nós” ou “vós” referindo-se a uma só pessoa, e
os adjetivos ou particípios a que eles estão ligados permanecem no singular, ocorre silepse de número,
da seguinte forma:

Impulsionado por um cenário político de complexo entendimento, nossos esforços neste estudo volta-
ram-se à análise dos diferentes contextos dos estados brasileiros. Oferecemos cuidados aos graduan-
dos em sociologia um completo manual, com o envolvimento de todos.

Silepse de Gênero

Os termos utilizados como forma de tratamento “vossa majestade”, “vossa excelência”, “vossa senho-
ria”, e similares a esses, apresentam-se sob o gênero feminino, porém são usadas com regularidade
para pessoas do sexo masculino. Neste caso, quando funciona como predicativo, o adjetivo que a elas
se refere vai sempre para o masculino, quando deveria concordar com a forma de tratamento e não
com a pessoa a quem a expressão está-se referindo:

Por exemplo, quando um juiz é um homem e usa-se a expressão “vossa excelência”, mas completa-se
a oração com palavras no masculino.

Vossa excelência é muito justo, cumpre com as normas e as leis.

Silepse de Pessoa

Quando a pessoa do discurso se inclui num sujeito enunciado na terceira pessoa do plural, o verbo
pode ir para a primeira pessoa do plural, exemplo: “esquece esse problema, que ainda havemos de ser
realizados os dois, com a nossa família e trabalho".

Quando o sujeito expresso na terceira pessoa do plural abrange a pessoa a quem o falante se dirige,
é lícito usarmos a segunda pessoa do plural. Exemplo: "todos falais em me julgar e condenar".

No português popular europeu, brasileiro e de países africanos de língua portuguesa, é comum a pa-
lavra “gente” transpor o verbo para a primeira pessoa do plural. Exemplo: "a gente necessita realizar
uma tarefa bem elaborada para verem que somos grandiosos".

Observação: para alguns gramáticos essa variação da língua se constitui como um desvio da regra, e
não como uma elipse.

Outra aplicação do termo "silepse"

Em estudos da narrativa, também conhecido por narratologia, o termo “silepse” é usado para conceituar
o processo de sintetizar o discurso, apresentando de um modo reduzido vários eventos associáveis
através de um recurso qualquer de aproximação temporal, espacial, temático.

A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção). Isso
porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa
forma, ela não obedece às regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância
ideológica.

Além da silepse, outras figuras de sintaxe são: elipse, zeugma, hipérbato, assíndeto, polissíndeto, aná-
fora, anacoluto e pleonasmo.

Classificação

Dependendo do campo gramatical que ela atua, a silepse é classificada em:

Silepse de gênero: quando há discordância entre os gêneros (feminino e masculino);

Silepse de número: quando há discordância entre o singular e o plural;

Silepse de pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo,
que surge na primeira pessoa do plural.

Exemplos

Para compreender melhor, confira abaixo exemplos de silepse:

Silepse de gênero: a velha são paulo cresce a cada dia.

Silepse de número: o povo se uniu e gritavam muito alto nas ruas.

Silepse de pessoa: todos os pesquisadores estamos ansiosos com o congresso.

No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculinos (são paulo) e feminino (velha).

No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e
gritavam (plural).

No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado-
res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural).

Exercícios

Indique qual tipo de silepse aparece nas frases abaixo:

O brasileiro, somos felizes.


B) rio de janeiro é divertida.
C) o público chegou e começaram a festejar.
D) são paulo é violenta.
E) todos preferimos o antigo prefeito.

A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no texto, mas sim com a
ideia que ele representa. É uma concordância anormal, psicológica, espiritual, latente, porque se faz
com um termo oculto, facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero

Os gêneros são masculinos e femininos. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz
com a ideia que o termo comporta. Exemplos:

A bonita porto velho sofreu mais uma vez com o calor intenso.
Nesse caso, o adjetivo bonita não está concordando com o termo porto velho, que gramaticalmente
pertence ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a cidade de porto velho).

2) vossa excelência está preocupado.


Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, que nesse caso é mascu-
lino, e não com o termo vossa excelência.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Silepse de Número

Os números são singulares e plurais. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não con-
corda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:

A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade de salvador.


Como vai a turma? Estão bem?
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.

Note que nos exemplos acima, os verbos andaram, estão e gritavam não concordam gramaticalmente
com os sujeitos das orações (que se encontram no singular, procissão, turma e povo, respectivamente),
mas com a ideia de pluralidade que neles está contida. Procissão, turma e povo dão a ideia de muita
gente, por isso que os verbos estão no plural.

Silepse de Pessoa

Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando
há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas
sim com a pessoa que está inscrita no sujeito. Exemplos:

O que não compreendo é como os brasileiros persistamos em aceitar essa situação.


Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.

"dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins públicos." (machado de assis)

Observe que os verbos persistamos, temos e somos não concordam gramaticalmente com os seus
sujeitos (brasileiros, agricultores e cariocas que estão na terceira pessoa), mas com a ideia que neles
está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e os cariocas).

Silepse de pessoa

A silepse de pessoa ocorre quando o verbo da frase não faz a concordância esperada com o sujeito
expresso, e sim com um sujeito oculto na sentença.

Exemplo de silepse de pessoa:

"nos anos 80, os brasileiros tínhamos receio de investir no mercado".

O tínhamos está na primeira pessoa do plural, concordando com a ideia de um "nós" oculto, enqua-
drando o autor da frase entre "nós, os brasileiros". Enquanto que a escrita padrão seria "tinham", na
terceira pessoa do plural.

Silepse de Gênero

A silepse de gênero ocorre quando há diferença entre o emprego do feminino e do masculino nos
adjetivos relacionados ao sujeito.

Exemplo de silepse de gênero:

"ele contava os dias para chegar à sua amada belo horizonte".

Sua amada está no feminino e concorda com "a cidade de belo horizonte", enquanto poderia ser "seu
amado belo horizonte", já que o termo "belo horizonte" seria masculino.

Silepse de número

A silepse de número acontece quando o verbo concorda com o sujeito oculto no singular ou plural, mas
que é diferente do sujeito que consta na frase.

Exemplo de silepse de pessoa:

"a fome chegou ao grupo e atacaram logo o buffet".

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

O grupo é singular e a concordância seria "o grupo atacou", mas como se trata de uma coletividade
poderia ter o termo "todos" que requer o uso do plural "atacamos".

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
CRASE

Crase

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que
se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o
artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele
(s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave (
` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das
duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e
nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a veri-
ficar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:

Vou a a igreja.
Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a
ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse
encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os
outros exemplos:

Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposi-
ção e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo
ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.

Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demons-
trativo "a" (s) após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a for-
ma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.

Veja os exemplos:

Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.


Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.

2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposição
diferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou
seja, se não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos:

- Penso na aluna.
- Apaixonei-me pela aluna.

- Começou a brigar. - Cansou de brigar.


- Insiste em brigar.
- Foi punido por brigar.
- Optou por brigar.

Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é
preciso provar que existem os dois.

Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá
crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- Diante de substantivos masculinos:

Andamos a cavalo.
Fomos a pé.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CRASE

Passou a camisa a ferro.


Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assisitimos a espetáculos magníficos.

- Diante de verbos no infinitivo:

A criança começou a falar.


Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque.
Estou disposto a ajudar.
Continuamos a observar as plantas.
Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenas
preposição, logo não ocorrerá crase.

- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das for-
mas senhora, senhorita e dona:

Diga a ela que não estarei em casa amanhã.


Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.
Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.
Isso não interessa a nenhum de nós.
Aonde você pretende ir a esta hora?
Agradeci a ele, a quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método
explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção
surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)


Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- Diante de numerais cardinais:

Chegou a duzentos o número de feridos.


Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- Diante de palavras femininas:

Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.


Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fique
subentendida):

O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.


Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- Na indicação de horas:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CRASE

Acordei às sete horas da manhã.


Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Ele saiu às duas horas.

Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa.

Por exemplo: Dormiram até as/às 14 horas.

- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Por


exemplo:

à tarde às ocultas às pressas à medida que

à noite às claras às escondidas à força

à vontade à beça à larga à escuta

às avessas à revelia à exceção de à imitação de

à esquerda às turras às vezes à chave

à direita à procura à deriva à toa

à luz à sombra de à frente de à proporção que

à semelhança de às ordens à beira de

Crase Diante de Nomes de Lugar

Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o arti-
go, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para
saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o
termo regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contra-
ção "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo:

Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)


Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)
Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)
Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:

Retornarei à São Paulo dos bandeirantes.


Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo

Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por
exemplo:

Refiro-me a aquele atentado.

Preposição Pronome

Refiro-me àquele atentado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CRASE

O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e
exige preposição, portanto, ocorre a crase.

Observe este outro exemplo:

Aluguei aquela casa.

O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre
nesse caso. Veja outros exemplos:

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.


Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo
que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da
crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculi-
no. Por exemplo:

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.


O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

Veja outros exemplos:

São normas às quais todos os alunos devem obedecer.


Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.
A sessão à qual assisti estava vazia.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"

A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada pela substitui-
ção do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:

Minha revolta é ligada à do meu país.


Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.
Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.
Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A Palavra Distância

Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:

Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui. (A palavra está determinada.)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CRASE

Os militares ficaram a distância.


Gostava de fotografar a distância.
Ensinou a distância.
Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância.

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:

Gostava de fotografar à distância.


Ensinou à distância.
Dizem que aquele médico cura à distância.

Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

- Diante de nomes próprios femininos:

Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o
uso do artigo. Observe:

Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.

A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.

Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos,
então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.

Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.

Contei a Laura o que havia ocorrido na noite pas- Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite pas-
sada. sada.

Contei à Laura o que havia ocorrido na noite pas- Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite
sada. passada.

- Diante de pronome possessivo feminino:

Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é faculta-
tivo o uso do artigo. Observe:

Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você.

A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você.

Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então pode-
mos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.

Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou esperando por ele.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CRASE

Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.

- Depois da preposição até:

Fui até a praia. ou Fui até à praia.

Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.

A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
PONTUAÇÃO

Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos de linguagem empregados na língua escrita edesempenham a


função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limitesde estruturas sintáticas nos tex-
tos escritos. Assim, os sinais de pontuação cumprem o papel dos recursos prosódicos, utilizados na
fala para darmos ritmo, entoação e pausas e indicarmos os limites sintáticos e unidades de sentido.

Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nossos ges-
tos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de pontuação
que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de sentidos dos enun-
ciados.

Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:

Ponto ( . )

Indicar o final de uma frase declarativa:

Gosto de sorvete de goiaba.

b) Separar períodos:

Fica mais um tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

Av. (Avenida)

V. Ex.ª (Vossa Excelência)

p. (página)

Dr. (doutor)

Dois-pontos ( : )

Iniciar fala de personagens:

O aluno respondeu:

– Parta agora!

b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam


e/ou resumem ideias anteriores.

Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.

Anote o número do protocolo: 4254654258.

c) Antes de citação direta:

Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”

Reticências ( ... )

Indicar dúvidas ou hesitação:

Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

Quem sabe se tentar mais tarde...

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PONTUAÇÃO

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecí-
lia - José de Alencar)

d) Suprimir palavras em uma transcrição:

“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

Parênteses ( )

Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula
ou o travessão:

Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922).

"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

Ponto de Exclamação ( ! )

Após vocativo

Ana, boa tarde!

b) Final de frases imperativas:

Cale-se!

c) Após interjeição:

Ufa! Que alívio!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

Que pena!

Ponto de Interrogação ( ? )

Em perguntas diretas:

Quantos anos você tem?

b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:

Não brinca, é sério?!

Vírgula ( , )

De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de fun-
ções. Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os
termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma uni-
dade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos da oração, não se pode
separá-los por meio de vírgula.

Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro
os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:

Sujeito de Predicado;

Objeto de Verbo;

Adjunto adnominal de nome;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PONTUAÇÃO

Complemento nominal de nome;

Predicativo do objeto do objeto;

Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).

Casos em que devemos utilizar a vírgula:

A vírgula no interior da oração

Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:

Ana, traga os relatórios.

O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.

b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:

Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem.

Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.

c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

Quando chegar do trabalho, procurarei por você.

Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.

d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração:

Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários.

Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.

e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas:

Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.

f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas:

Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado:

A ele, nada mais abala.

h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas:

Goiânia, 01 de novembro de 2016.

Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos:

É pau, é pedra, é o fim do caminho.

Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo:

Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PONTUAÇÃO

2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia
(polissíndeto):

E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.

3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de
adição (adversidade, consequência, por exemplo):

Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.

A vírgula entre orações

A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:

Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.

b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações inicia-
das pela conjunção “e”:

Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado.

Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.

c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se


estiverem antepostas à oração principal:

"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho." (O selvagem - José de Alencar)

d) Para separar as orações intercaladas:

"– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”

e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

Quando sai o resultado, ainda não sei.

Ponto e vírgula ( ; )

Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas:

O que dizer;

A quem dizer;

Como dizer;

Por que dizer;

Quais objetivos pretendo alcançar com este texto?

Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordena-
das nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso."
(O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

Travessão ( — )

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
PONTUAÇÃO

Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

A mãe perguntou ao filho:

— Já lavou o rosto e escovou os dentes?

b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

— Filho, você já fez a sua lição de casa?

— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.

c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários:

Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília.

d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:

Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria.

Aspas ( “ ” )

As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:

Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares:

A aula do professor foi “irada”.

Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

FIQUE ATENTO!

Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por
aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").

Veja agora algumas observações relevantes:

Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.

Observe:

Preferiram os sorvetes de creme, uva e morango.

Não gosto nem desgosto.

Não sei se prefiro Minas Gerais ou Goiás.

Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a fina-
lidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.

Observe:

Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Operações Fundamentais

Em um jogo de somar, as fichas são amarelas ou vermelhas.

Ao tirarmos uma ficha temos que adicionar o número tirado, se a ficha for amarela o número é positi-
vo e se a ficha for vermelha o número é negativo.

Ganha aquele jogador que conseguir ter maior quantidade de pontos.

Eduardo e Mônica começaram a jogar. Eduardo na primeira rodada ficou com +16 pontos, retirou nas

rodadas seguintes as fichas . Qual é a situação de Eduardo.

Vamos fazer os cálculos:

Portanto, Eduardo ao final do jogo estava com – 97 pontos.

Com os cálculos acima podemos concluir que:


Na soma de dois números inteiros com sinais iguais, o valor absoluto será a soma das parcelas, e o
sinal será o mesmo das parcelas.
Exemplo: (+ 5) + (+ 4) = + 9
(- 5) + (- 4) = - 9

Na soma de dois números inteiros com sinais diferentes, o valor absoluto será a diferença das parce-
las e o sinal será o da parcela de maior valor absoluto.
Exemplo: (- 5) + (+ 4) = - 1

A Soma de dois números inteiros opostos é ZERO.


Exemplo: (+ 10) + (- 10) = 0

Simplificando A Escrita:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Propriedades da Adição:

►Propriedade do fechamento

(+15) + (+8) = +23

(-34) + (+20) = -14

(-60) + (+60) = 0

A Soma De Dois Números Inteiros É Sempre Um Número Inteiro.

► Propriedade Comutativa

(+20) + (-43) = -23

(-43) + (+20) = -23

(+20) + (-43) = (-43) + (+20)

A ordem das parcelas não altera a soma

► Propriedade Associativa

[(+10) + (-6)] + (-80) (+10) + [(-6) + (-80)] =


= (+4) + (-80) = -76 (+10) + (-86) = -76

Numa adição de três ou mais parcelas, podemos associar as parcelas de formas diferentes,
que os resultados serão iguais.

►Elemento Neutro

(-32) + 0 = 0 + (-32) = -32


(+250) + 0 = 0 + (+250) = +250

O zero é o elemento neutro da adição.

Subtração

A subtração é uma operação básica da Matemática, sendo representada pelo sinal de –. O desenvol-
vimento da subtração entre números Naturais é de certa forma bem simples. Observe os exemplos:

10 – 2 = 8
12 – 6 = 6
22 – 10 = 12
52 – 12 = 40
101 – 10 = 91
200 – 189 = 11

As operações de subtração envolvendo os números Inteiros requerem algumas situações teóricas


que relacionam os possíveis sinais operatórios. Para realizar a subtração entre os números inteiros

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

precisamos ter conhecimento sobre o módulo de um número. Módulo de um número inteiro é calcula-
do obtendo o seu valor real. Observe:

Módulo de +1: representado por |+1| = 1


| – 3| = 3
| – 7| = 7

Regras operatórias:

Sinais Iguais: Soma E Conserva O Sinal.


Sinais Diferentes: Subtrai E Conserva O Sinal Do Maior Módulo.

Operações sem parênteses

+ 10 – 7 = + 3 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

– 3 – 3 = – 6 (Sinais iguais: soma e conserva o sinal)

+ 20 – 30 = – 10 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

– 12 + 3 = – 9 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

– 9 + 9 = 0 (operação entre números opostos, resultado sempre será 0)

– 25 + 24 = – 1 (Sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do maior módulo)

Operações Com Parênteses

Nesse caso, as operações de subtração podem ser resolvidas eliminando os parênteses, isso será
feito aplicando algumas regras que envolvem jogo de sinal, observe:

+ (+) = +
+ (–) = –
– (+) = –
– (–) = +

Eliminado os parênteses, passa a valer as regras operatórias:

(+10) – (–23) = +10 + 23 = + 33

(+20) – (+12) = +20 – 12 = + 8

(–32) + (–5) = – 32 – 5 = – 37

(–27) – (–30) = –27 + 30 = + 3

Multiplicação

Começando A Multiplicar

Já sabemos em quais situações podemos usar a operação Adição e também como. Imagine a se-
guinte situação: André está montando um álbum e compra seis pacotinhos de figurinhas. Cada paco-
tinho tem cinco figurinhas, você saberia dizer quantas figurinhas possui André no total?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

cada pacotinho possui cinco figurinhas e ele possui seis deles, podemos verificar o total de figurinhas
por meio da soma 5+5+5+5+5+55+5+5+5+5+5. Ou seja, vamos somar seis vezes o número cinco.

Este tipo de situação são mais comuns do que imaginamos, por isso inventaram um método para
resolver estas somas repetidas com mais facilidade, este método é conhecido como multiplicação.

Agora imagine que você deve adicionar trezentas vezes o número duzentos e cinquenta. Isso se-
ria 250+250+250+250+250+...+250250+250+250+250+250+...+250, 300300 vezes! Em vez de fazer
uma soma tão grande, podemos simplesmente realizar a multiplicação entre os núme-
ros 300300 e 250250. Trezentos, que é o número de vezes que devemos somare duzentos e cin-
quenta, que é o número que estamos somando. Agora você já entende o quanto é importante conhe-
cer bem esta nova operação.

Para representar a multiplicação entre dois números usamos o símbolo ××, que deve ser lido co-
mo "vezes". Voltando ao exemplo do André e das figurinhas, podemos representar a so-
ma 5+5+5+5+5+55+5+5+5+5+5 que é 6×56×5, que deve ser lida como "seis vezes cinco".

Partes da Multiplicação

Todos os números que estão numa multiplicação são nomeados para fim de identificação. Os que
estão sendo multiplicados são chamados de fatores, enquanto que o resultado da multiplicação é
conhecido como produto. Na multiplicação 6×5=306×5=30, 55 e 66 são os fatores e 3030 é o produto.

A Multiplicação e seus dígitos

Para encontrar o resultado de uma multiplicação devemos somar o segundo fator conforme está indi-
cando o primeiro.

Para ter um exemplo, vamos calcular quanto é 3×23×2. Lembre-se que o significado desta expressão
é "três vezes dois". Na imagem à esquerda você pode ver a quantidade dois repetida três vezes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Para obtermos o resultado é possível contar quantas unidades existem no total. A resposta é
seis: 3×2=63×2=6, ou seja "três vezes dois é igual a seis".

Aqui está outro exemplo: quanto é 5×45×4 ? Em primeiro lugar, devemos ler e entender o significado
da expressão 5×4,5×4, que é "cinco vezes quatro". Isso significa que temos que realizar a opera-
ção 4+4+4+4+4.

Se contamos a quantidade total de unidades, percebemos que 5×4=20.5×4=20. Da mesma forma


podemos calcular os produtos de todos os dígitos, por exemplo, 8×18×1, 9×79×7 ou 6×06×0 .

As Tábuas De Multiplicar E As Tabuadas

É muito comum resumir todas as multiplicações entre os dígitos numa tabuada. Para encontrar resul-
tado da multiplicação a×ba×b, basta encontrar a fileira do fator aa e a linha correspondente ao fator
bb. Por exemplo, se você quiser encontrar o produto 1×81×8, é necessário consultar a tabuada do
um.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

PrevNext

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

12345

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Você já deve ter visto que as duas tabuadas mais fáceis são as do um e a do zero, mas você sabe o
porquê?

No caso da do um somamos cada número uma só vez. 1×91×9 significa uma vez o número nove por
exemplo, e uma vez nove é nove, assim, 1×9=91×9=9. Devemos entender que, sempre que multipli-
camos um número pelo um, o resultado será o mesmo número.

Mas como entendemos que um número se some a si mesmo zero vezes? Por exemplo, 0×50×5 signi-
fica zero vezes cinco, ou seja, não está somando nada, por isso sempre que multiplicamos por zero o
resultado será zero.

A melhor maneira de aprender a tabuada é praticando, ou seja, fazendo as operações necessárias


para encontrar o resultado várias vezes.

É possível colocar todas as tabuadas em uma única tabela. Seu nome é Tábua de multiplicação ou
Tábua de Pitágoras, observe:

Para usá-la devemos fazer o seguinte: se precisamos encontrar o resultado da multiplicação


7×67×6, primeiro encontramos o primeiro fator, ou seja, o 77 na primeira coluna da esquerda para a
direita. Em seguida encontramos o segundo fator, ou seja, o 66 na primeira linha de cima para baixo.
O resultado será o número que estiver na linha correspondente ao 77 e na coluna correspondente
ao 6.6.Descobrimos que sete vezes seis é igual a quarenta e dois: 7×6=427×6=42.

É muito comum quando estamos aprendendo a multiplicar tentar memorizar todas as tabuadas. No
entanto, o melhor é praticar sem pressa, pois com o passar do tempo e com exercício constante,
você lembrará de tudo de uma forma automática. A coisa mais importante é praticar.

Multiplicar números grandes

Primeiro aprenderemos a multiplicar números com vários dígitos por outro de apenas um. Como
exemplo, faremos a multiplicação 157×3157×3 .

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Passo 1:

Assim como na adição e na subtração, você deve colocar os números um embaixo do outro fazendo
com que as unidades, as dezenas e as centenas fiquem correspondentes verticalmente. Ainda que a
ordem deste números não seja importante, é comum colocar o menor número embaixo dos maiores.

Passo 2:

Primeiro devemos multiplicar as unidades. Aqui, neste caso, temos que realizar a operação 3×73×7,
cujo resulta é 2121. O 11 deverá ser colocado na casa de resposta das unidades, e o 22 é passado
para ser adicionado na casa das dezenas.

No caso do 2121, o 11 representa uma unidade e o 22 representa duas dezenas. Por esta razão, o
um é colocado na caixa das unidades enquanto que o dois deve ser levado para ser adicionado à
casa das dezenas.

Passo 3:

Agora devemos multiplicar as dezenas, ou seja, fazer a operação 3×53×5. Como 3×5=153×5=15, e já
tínhamos um dois, o resultado será 1717. Colocamos o 77 no lugar das dezenas e passamos o um
para ser somado junto com as centenas.

Nesta multiplicação das dezenas em que o resultado é 1717, o 77 representa sete dezenas e o 11 um
grupo de dez dezenas, ou seja, uma centena. Agora colocamos o 77 na casa das dezenas e o um
para ser adicionado com as centenas.

Passo 4:

Finalmente multiplicamos as centenas calculando o produto 3×13×1. Como o resultado é


3×1=33×1=3, e somamos o 11 o resultado é 44 que deve ser colocado no lugar das centenas.

O resultado final da multiplicação é 157×3=471157×3=471.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Multiplicar por números de várias dígitos

Observe como realizamos a operação 243×256243×256. Como sempre, começamos colocando os


números nos lugares corretos, ou seja, colocando os valores posicionais um embaixo do outro verti-
calmente.

Passo 1:

Uma vez que os números estejam posicionados, multiplicamos as unidades do segundo fator pelo
primeiro. Neste caso, devemos realizar o 243×6243×6 .

Colocamos o resultado desta operação na parte inferior, da mesma forma que fizemos no exemplo na
página anterior.

Passo 2:

Em seguida multiplicamos o primeiro fator pela dezena do segundo, ou seja, 243×5243×5.

Colocamos o resultado 12151215 embaixo do resultado anterior, mas movemos um espaço para a
esquerda.

Passo 3:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

Em seguida, o primeiro fator é multiplicado pelas centenas do segundo, ou seja, 243×2243×2. Colo-
camos a resposta embaixo da anterior, lembrando que temos que mover um quadrado para a es-
querda do anterior.

Se os números que estamos multiplicando tiverem mais dígitos, continuamos multiplicando e colo-
cando os resultados na vertical sempre com um espaço à esquerda.

Agora que terminamos de fazer todas as multiplicações vamos somá-las:

Passo 3:

Os resultados obtidos são somados por colunas respeitando a posição em que estão. O resultado
desta soma será o resultado final da nossa multiplicação.

Assim, podemos dizer que 243×256=62.208243×256=62.208.

Como você deve ter percebido, este processo é mais longo do que os anteriores, mas quando já te-
mos um pouco de prática, conseguimos ver que ele é tão fácil quanto os outros.

Divisão

Segundo o dicionário Aurélio, divisão significa “partir ou distinguir em diversas partes; separar as di-
versas partes de.”

Na divisão utilizamos praticamente o mesmo método da multiplicação. Devemos, em primeiro lugar,


relembramos o jogo de sinais:

- Divisão de números com mesmo sinal = +


- Divisão de números com sinais diferentes = -

Numa divisão exata de dois números inteiros, o quociente é um número inteiro e o resto é igual a
zero.

►Quociente de dois números inteiros com sinais diferentes.

(- 45) : (+ 5) = - 9
(+45) : ( -5) = -9

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

O quociente de uma divisão exata entre dois números inteiros, com divisor diferente de zero e sinais
diferentes é um número inteiro de:
Valor absoluto: igual ao quociente dos valores absolutos dos termos.
Sinal: negativo (-).

►Quociente de dois números inteiros com sinais iguais.

(- 60) : (- 10) = + 6
(+ 60) : (+ 10) = + 6

O quociente de uma divisão exata entre dois números inteiros, com divisor diferente de zero e sinais
iguais é um número inteiro de:
Valor absoluto: igual ao quociente dos valores absolutos dos termos.
Sinal: positivo (+).

Acontece da mesma forma que na multiplicação, dividimos os valores absolutos e o sinal é conforme
a regra:
-:+=-
+:+=+
-:-=+

Observações:
• Não existe divisão por zero. Exemplo: 15 : 0, pois não existe um número inteiro cujo produto por
zero seja 15.

• Zero dividido por qualquer número é sempre zero.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
NUMEROS NATURAIS

Operação Com Números Naturais

Nas operações com números inteiros, fazemos cálculos que envolvem adição, subtração, divisão e
multiplicação.

Antes de tratarmos das operações com números inteiros, devemos recordar quais elementos fazem
parte desse conjunto. Pertencem ao conjunto dos números inteiros todos os números positivos,
negativos e o zero. Sendo assim:

Z = {… - 3, - 4, - 3, - 2, - 1, 0, + 1, + 2, + 3, + 4...}

As operações com números inteiros estão relacionadas com a soma, subtração, divisão e
multiplicação. Ao realizar alguma das quatro operações com esses números, devemos também
operar o sinal que os acompanha.

Números Naturais

Quando contamos uma quantidade de qualquer coisa (objetos, animais,estrelas,pessoas,etc)


empregamos os números 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,..........
Esses números são chamados de números naturais.
Existem infinitos números naturais os números que aparecem juntos, como na sequencia acima são
chamados números consecutivos. Por exemplo 12 e 13 são consecutivos 13 é o sucessor (vem
depois ) de 12 e 12 é o antecessor (vem antes) de 13

Observações:

1) todo número natural tem um sucessor (é o que vem depois)

2) todo número natural tem um antecessor (é o que vem antes), com exeção do zero

3) Um número natural e o seu sucessor são chamados números consecutivos.

par ou impar

Um número natural é par quando termina em 0,2,4,6 ou 8


Os números pares são: 0,2,4,6,8,10,12,14,16......
Um número é ímpar quando termina em 1,3,5,7, ou 9.
Os números ímpares são: 1,3,5,7,9,11,13,15.......

Propriedades Da Adição De Números Naturais

Vamos observar a seguinte situações:

1º) consideremos os números naturais 40 e 24 e vamos determinar a sua soma ?


(R: 40 + 24 = 64)
trocando a ordem dos números, vamos determinar a sua soma
24 + 40 = 64
De acordo com as situações apresentadas, podemos escrever
40 + 24 = 24 + 40
Esse fato sempre vai ocorrer quando consideremos dois números naturais
Daí concluímos

Numa adição de dois números naturais, a ordem das parcelas não altera a soma.
Essa propriedade é chamada PROPRIEDADE COMUTATIVA DA ADIÇÃO

2º) Consideremos os números naturais 16,20 e 35 e vamos determinar a sua soma:

16 + 20 + 35
=36 + 35
=71

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
NUMEROS NATURAIS

16 + 20 + 35
= 16 + 55=
=71
De acordo com as situações apresentadas, temos

(16 + 20) + 35 = 16 + (20 + 35)

Esse fato se repete quando consideramos três números naturais quaísquer

Então:

Numa adição de três ou mais números naturais quaisquer, podemos associar as parcelas de modo
diferentes.
Essa propriedade é chamada PROPRIEDADE ASSOCIATIVA DA ADIÇÃO

3º) Consideremos os números naturais 15 e 0 e vamos determinar a sua soma, independentemente


da ordem dos números:

15 + 0 = 15

0 + 15 = 15

Você nota que o número o não influi no resultado da adição. Então

Numa adição de um número natural com zero a soma é sempre igual a esse número natural.
Nessas condições, o numero zero é chamado elemento neutro da adição.

Subtração

Na matemática, a operação da subtração é empregada quando devemos tirar uma quantidade de


outrea quantidade.
veja o exemplo

O estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, tem capacidade para 40.000 pessoas. È também
na cidade de São Paulo que se encontra o estádio do Morumbi que tem capacidade para 138.000
pessoas.
Para se ter uma idéia do tamanho do Morumbi, se colocarmos nele 40.000 ainda sobrarão muitos
lugares. Quanto sobrarão? Dos 138.000 lugares devemos tirar os 40.000 assim

138.000 - 40.000 = 98.000

sobrarão 98.000 lugares.

Subtrair significa tirar,diminuir.

Na subtração anterior, o número 138.000 é chamado minuendo e 40.000 é o subtraendo, o resultado,


98.000, é chamado diferença ou resto.

Multiplicação

A multiplicação é uma adição de parcelas iguais.

veja

3+3+3+3 = 12

Podemos representar a mesma igualdade por

4 x 3 = 12 ou 4 . 3 = 12

Essa operação chama-se multiplicação e é indicada pelo sinal . ou x

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
NUMEROS NATURAIS

Na multiplicação 4 x 3 = 12

dizemos que;

4 e 3 são os fatores
12 é o produto

1º exemplo
Um edifício de apartamentos tem 6 andares. Em cada andar a 4 apartamentos. Quantos
apartamentos tem o edificio todo?

Resolução

Para resolver esse problema, podemos fazer

4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 24

Essa mesma igualdade pode ser representada por:

6 x 4 = 24

Logo podemos dizer que o edificio tem 24 apartamentos

2° Exemplo

A fase final do torneio de voleibol da liga nacional é disputado por 4 equipes. Cada equipe pode
inscrever 12 jogadores. Quantos jogadores serão inscritos para disputar a fase final desse torneio?

resolução
Para resolver esse problema podemos fazer 12 + 12 + 12 + 12 = 48

Essa mesma igualdade pode ser representada por:

4 x 12 = 48

Divisão

Consideremos dois números naturais, dados numa certa ordem, 10 é o primeiro deles e 2 é o
segundo.
Por meio deles determina-se um terceiro número natural que, multiplicado pelo segundo dá como
resultado o primeiro. Essa operação chama-se divisão e é indicada pelo sinal: Assim.

10:2 = 5 porque 5x2 = 10

Na divisão 10:2=5

dizemos que
10 é o dividendo
2 é o divisor
5 é o resultado ou quociente

Exemplo

Um cólegio levou 72 alunos numa excursão ao jardim zoológico e para isso repartiu igualmente os
alunos em 4 ônibus. Quantos alunos o colégio colocou em cada ônibus?

Para resolver esse problema, devemos fazer uma divisão 72 : 4 = 18 , sendo assim cada ônibus tinha
18 alunos.

Grandezas E Medidas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
NUMEROS NATURAIS

As grandezas e as medidas estão presentes em nossa sociedade desde a antiguidade. Graças ao


Sistema Internacional de Unidades (SI) sua padronização foi possível.

A matemática pode ser considerada uma grande invenção que foi sendo estruturada ao longo dos
séculos. Suas formulações e conjecturas surgiram para suprir as demandas sociais e científicas da
nossa sociedade, um exemplo disso são as grandezas e as medidas.

Em algum momento, ao logo da história, o homem sentiu a necessidade de determinar padrões


referentes a grandezas e medidas e foi da comparação entre as grandezas de mesma origem que
surgiu as ideias relacionadas à medida. Começamos a medir utilizando as partes do corpo, como
palmos, pés, dedos. Em determinadas civilizações, as medidas referentes ao corpo do rei eram
adotadas como padrão para as medições.

Por muito tempo a relação entre as civilizações foi muito difícil, pois cada nação adotava um padrão
para medir. Foi com o passar do tempo que obtivemos a padronizarão das medidas, que ocorreu por
meio do Sistema Internacional de Unidades (SI), sendo regulamentada na década de sessenta.

O sistema metro - quilograma – segundo foi utilizado como base e o SI reconhecido por diversas
nações. Todas as modificações nesse sistema são feitas por meio de acordos e é utilizado por
praticamente todo o mundo, exceto pelos países: Estados Unidos, Libéria e Myanmar.

No SI temos as medidas básicas e as derivadas, que recebem esse nome por utilizar como origem as
básicas. Devemos entender como grandeza aquilo que pode ser quantificado, como comprimento,
temperatura, massa, tempo, volume, força etc. Já medidas é o que mensura as grandezas, cada
medida possui o seu próprio símbolo.

Podemos então enumerar o que a área do conhecimento matemático estuda referente a grandezas e
medidas:

• Medida do comprimento

• Transformação das unidades da medida de comprimento

• Perímetro de polígonos

• Unidades de medidas das superfícies

• Área das figuras planas

• Medida do espaço

• Volume

• Unidade de medida do volume

• Transformações das unidades de medida de volume

• Unidade de medida para capacidade

• Unidade de medida de massa

• Transformações das unidades de medida para massa

• Ângulos

• Medidas de ângulos

• Operações com medidas de ângulos

• Estudo do Tempo

Conjuntos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
NUMEROS NATURAIS

Conjuntos, na matemática é uma coleção de elementos.

• O conjunto de todos os alunos de uma sala (A);

• O conjunto musical (M);

• O conjunto dos números inteiros (Ζ);

• O conjunto dos números naturais (Ν).

Por definição, qualquer conjunto é representado por uma letra do alfabeto em maiúsculo: A, B, C, ...,
Z.

Elemento de um conjunto é qualquer coisa que pertença a um determinado conjunto.

• 5 é um elemento do conjunto dos números inteiros (Ζ);

• 11 é um elemento do conjunto dos números primos (P);

• João é um elemento do conjunto dos alunos da sala (A);

• 0,6 é um elemento do conjunto dos números reais (R).

Por definição, um elemento é representado por uma letra minúscula d alfabeto: a, b, c, ..., z.

Pertinência é característica associada a um elemento ao qual faz parte de um conjunto. Símbolo:

• 1 pertence ao conjunto dos números naturais (N): 1 ∈ N;

• João pertence ao conjunto dos alunos da sala: João ∈ A;

• 0,5 pertence ao conjunto dos números reais: 0,5 ∈ R;

• 13 pertence ao conjunto dos números primos: 13 ∈ P.

Representação de conjuntos na matemática

A representação, na matemática, é bastante simples e é representado entre chaves ou, também,


pode ser representado pela forma geométrica.

1. A = {João, Paulo, Ana, Carla, …}

2. N = {1, 2, 3, 4, 5, …}

3. P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, …}

V = {a, e, i, o, u}

Um conjunto A também pode ser definido quando temos uma regra na qual podems verificar se um
dado elemento pertence ou não a A.

1. {x | x é uma vogal}

2. {x : x é um número inteiro}
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
NÚMEROS RACIONAIS

Números Racionais

Pertencem ao conjunto dos racionais os números positivos, negativos decimais, frações e dízimas
periódicas. Representamos esse conjunto por meio da letra Q maiúscula:

Lê-se: O conjunto dos números racionais é igual a x, tal que x é igual a (a) sobre (b), (a) pertence ao
conjunto dos inteiros e (b) pertence ao conjunto dos inteiros com a ausência do zero.

É possível realizar as quatro operações com os números racionais. Entre essas operações, podemos
destacar:

• Soma de duas ou mais frações:

Para somar duas ou mais frações, é necessário que o denominador em todas as frações seja o mes-
mo. Após verificar isso ou reduzir os denominadores a um mesmo valor por meio do Mínimo Múltiplo
Comum (MMC) ou das frações equivalentes, basta conservar o denominador e somar os expoentes.
Veja:

Utilizando o MMC para reduzir os denominadores:

1 + 2 + 4 = 1 + 2 + 4 = 3 + 4 + 24 = 31
2323166

Cálculo do MMC

2, 3, 1| 2
1, 3, 1| 3
1, 1, 1|

MMC (2, 3, 1) = 2 x 3 = 6

Para obter os números do numerador, foi feito o seguinte:

6:2=3x1=3
6:3=2x2=4
6 : 1 = 6 x 4 = 24

Utilizando as frações equivalentes:

1 x 3+ 2 x 2+ 4 x 6= 3 + 4 + 24 = 31
2 x 3 3 x 2 1 x6 6 6 6 6

• Soma de dois ou mais números decimais

Na soma de números decimais, juntamos número inteiro com inteiro, parte decimal com decimal,
parte centesimal com centesimal e assim por diante. Observe o exemplo abaixo:

2,57 + 1,63 =
2 e 1: partes inteiras
0,5 e 0,6: partes decimais
0,07 e 0,03: partes centesimais

Para resolver a soma de números decimais, podemos estruturar o algoritmo da adição.

2,57
+ 1,63
4,20

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
NÚMEROS RACIONAIS

Podemos também somar números decimais por meio de frações. Para isso, basta transformar cada
número decimal em uma fração. Confira o exemplo abaixo:

2,57 + 1,63 = → Represente os números decimais na forma de fração;


= 257 + 163 = → Como o denominador em ambas as frações é 100, podemos somá-los.
100 100
= 420 = → Realize a divisão de 420 por 100.
100
= 4,20

• Subtração de duas ou mais frações:

O processo de subtração de fração é semelhante ao da soma. A diferença está no sinal da operação,


que será de menos. Observe:

5 – 3 – 2 = 5 +( – 3 ) + ( – 2 )= 20 – 9 – 24 = – 13
3 4 3 ( 4 ) 12 12

Cálculo do MMC:

3, 4, 1| 2
3, 2, 1|2
3, 1, 1|3
1, 1, 1|

Para obter os números do numerador, fizemos o seguinte:

12 : 3 = 4 x 5 = 20
12 : 4 = 3 x – 3 = – 9
12 : 1 = 12 x – 2 = – 24

• Subtração de dois ou mais números decimais:

Devemos subtrair número inteiro com inteiro, parte decimal com decimal, parte centesimal com cen-
tesimal e assim por diante. Confira o exemplo abaixo:

3,15 – 2,04 – 1 =

Para resolver essa subtração de números decimais, devemos subtrair os dois primeiros termos da
esquerda para a direita (3,15 – 2,04).

3,15
- 2,04
1,11

Agora temos que subtrair 1,11 – 1 =

1,11
- 1,00
0,11

Podemos também resolver o exemplo anterior por meio da subtração de frações. Acompanhe:

3,15 – 2,04 – 1 = → Transforme os números 3,15 e 2,04 em frações.


= 315 – 204 – 1 = → Como os denominadores das frações são iguais, faça a subtração dos numera-
dores.

100 100
= 111 – 1 = → Como os denominadores das frações são diferentes, devemos reduzi-los ao mesmo
100 1 denominador. O MMC (100, 1) é 100.

= 111 – 100 = → Como reduzimos para o mesmo denominador, podemos subtrair os numeradores.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
NÚMEROS RACIONAIS

100
= 11 = → Faça a divisão de 11/100
100
= 0,11

• Multiplicação de frações

Na multiplicação de frações, devemos multiplicar os numeradores com numeradores e os denomina-


dores com denominadores. Confira:

3 x 6 = ( 3 x 6 ) = 18 → Como a fração não está na forma irredutível, temos que simplificá-la.


7 4 ( 7 x 4 ) 28

3 x 6 = ( 3 x 6 ) = 18 : 2 = 9
7 4 ( 7 x 4 ) 28 : 2 14

• Multiplicação de números decimais

Ao multiplicarmos números decimais, devemos estruturar o algoritmo. Para saber a posição da vírgula
no produto obtido, contamos quantas casas decimais possui cada número decimal e deslocamos a
vírgula em relação aos algarismos do produto da direita para a esquerda. Observe o exemplo:

2,4 x 1,2 = → Inicialmente estruture o algoritmo da multiplicação.

2,4
x 1,2
+ 48
24
2,88 → Observe que a vírgula ficou entre os algarismos 2 e 6. Isso aconteceu porque o número 2,4
possui uma casa decimal, e o número 1,2 também possui uma casa decimal. Assim, temos, no total,
duas casas decimais. Sendo assim, devemos deslocar a vírgula do produto obtido (288) duas casas
da direita para a esquerda (2,88).

Poderíamos também resolver esse exemplo por meio de frações.

2,4 x 1,2 = → Transforme os números decimais em frações.


= 24 x 12 = → Multiplique os numeradores (24 x 12) e os denominadores (10 x 10).
10 10
= 288 = → Faça a divisão de 288 por 100.
100
= 2,88

• Divisão de duas ou mais frações

Para dividirmos duas ou mais frações, utilizamos uma regra prática: conserva-se a primeira fração,
multiplicando-a pelo inverso da segunda. Recorde-se que o inverso de uma fração é dado ao trocar-
mos o seu denominador pelo numerador. Veja:

13 : 9 = 13 x 2 = 26
7 2 7 9 63

1 : 4 : 2 = (1 : 4 ) : 2 = ( 1 x 5 ) : 2 = 5 : 2 = 5 x 6 = 30 :2 = 15
2 5 6 ( 2 5 ) 6 ( 2 x 4 ) 6 8 6 8 x 2 16 : 2 8

• Divisão de dois ou mais números decimais

Para realizar a divisão de números decimais, devemos igualar a quantidade de casas decimais dos
números e efetuar a divisão. Confira o exemplo abaixo:

1,23 : 0,5 = → O número 1,23 possui duas casas decimais, e o número 0,5 possui uma casa decimal.
Para igualar a quantidade de casas decimais, devemos multiplicar ambos os números pelo termo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
NÚMEROS RACIONAIS

decimal, ou seja, 10, 100, 1000..., que possui a maior quantidade de casas decimais. Sendo assim,
temos que multiplicar 1,23 e 0,5 por 100.

(1,23 x 100) : (0,5 x 100) = 123 : 50 → Utilizando o algoritmo da divisão, temos 123 : 50.
123 |50
- 100 2,46
230
- 200
300
- 300
0

1,23 : 0,5 = 2,46

Veja agora como transformar os números decimais do exemplo anterior em frações:

1,23 : 0,5 = → Transforme os números decimais em frações.


= 123 : 5 = → Aplicando a regra aprendida anteriormente, conserve a primeira fração e
100 10 multiplique-a pelo inverso da segunda.
= 123 x 10 = → Faça o produto dos numeradores e dos denominadores.
100 5
= 1230 = → Realize a divisão de 1230 por 500.
500
= 2,46

• Soma, subtração, multiplicação e divisão de dízimas periódicas

A dízima periódica é um número decimal em que os algarismos após a vírgula repetem-se infinita-
mente. Exemplos: 1,222..., 1,2323..., 2,23562356...

A repetição desses algarismos após a vírgula é chamada de período. Veja:

• O período de 1,222... é 2.

• O período de 1,2323... é 23.

• O período de 2,23562356... é 2356.

Para realizar a soma, subtração, multiplicação e divisão de dízimas periódicas, devemos descobrir o
período e aplicar as definições aprendidas anteriormente para números decimais, haja vista que a
dízima periódica é um número decimal. Vejamos alguns exemplos:

• Soma de dízima periódica

2,333... + 1,555... =

O período de 2,333... é 3, e o período de 1,555... é 5. Realizando a soma, temos:


2,3
+1,5
3,8

• Subtração de dízima periódica

3,6565... - 1,222... =

O período de 3,6565... é 65, e o período de 1,222... é 2. Fazendo o algoritmo da subtração, temos:

3,65
- 1,22
2,43

• Multiplicação de dízima periódica

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
NÚMEROS RACIONAIS

5,2323... x 1,111... =

O período de 5,2323... é 23, e o período de 1,111... é 1. Efetuando o produto, temos:

5,23
x 1,11
523
+ 523
523
5,8053

A multiplicação resultou em: 5,2323... x 1,111... = 5,23 x 1,11 = 5,8053

• Divisão de dízima periódica

2,5252 … : 0,555... = O período de 2,5252... é 52, e o período de 0,555... é 5. Realizando a divisão,


temos:

2,52 : 0,5 = (2,52 x 100) : ( 0,5 x 100) = 252 : 50

252 | 50
- 250 5,04
200
- 200
0

A divisão de: 2,5252 … : 0,555... = 2,52 : 0,5 = 5,04

Números Racionais

Racionais Positivos e Racionais Negativos

O quociente de muitas divisões entre números naturais é um número racional absoluto.

Números racionais positivos e números racionais negativos que sejam quocientes de dois negativos
que sejam quocientes de dois números inteiros, com divisor diferente de zero.

Por exemplo:

(+17) : (-4) =

é um número racional negativo

Números Racionais Positivos

Esses números são quocientes de dois números inteiros com sinais iguais.

(+8) : (+5)

(-3) : (-5)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
NÚMEROS RACIONAIS

Números Racionais Negativos

São quocientes de dois números inteiros com sinais diferentes.

(-8) : (+5)

(-3) : (+5)

Números Racionais: Escrita Fracionária

têm valor igual a e representam o número racional .

Obs.: Todo número inteiro é um número racional, pois pode ser escrito na forma fracionária:

Denominamos número racional o quociente de dois números inteiros (divisor diiferente de zero), ou
seja, todo número que pode ser colocado na forma fracionária, em que o numerador e denominador
são números inteiros.

Os Números Irracionais (I) fazem parte do conjunto dos Números Reais (R) junto com os Números
Racionais (Q).

Entretanto, eles não são representados por meio de frações, pois não podem ser obtidos a partir da
divisão de dois números inteiros (Z).

Assim, os números irracionais são números decimais, infinitos e não-periódicos, por exemplo,
0,232526; 2,354224.

Interessante notar que a invenção dos Números Irracionais (I) fora considerado um marco nos estu-
dos da geometria. Isso porque preencheu lacunas ao ser descoberto a partir da diagonal de um qua-
drado.

Ao pensarmos no "Teorema de Pitágoras" em que “A soma dos quadrados dos catetos é igual ao
quadrado da hipotenusa” podemos calcular a diagonal do quadrado, supondo que o lado = 1, seu
resultado será a √2, um número irracional infinito e inconstante: √2: 1,414213562373.... Do mesmo
modo, outros números irracionais: √3 = 1,7320508.... √7 = 2,645751...

Deve-se ter cuidado para não confundir um Número Irracional (I) com as dízimas periódicas, conside-
radas Números Racionais (Q), uma vez que podem ser representados por meio de frações e seus
números são constantes, por exemplo: 0,03333... = 3/9.

Com isso, conclui-se que todas as dízimas não-periódicas são Números Irracionais (I).

Classificação dos Números Irracionais (I)

Outra importante descoberta feita pelos matemáticos acerca dos Números Irracionais (I) foi o estudo
da circunferência, resultando na repetição de alguns números.

Um Número Irracional muito conhecido é o famoso Número Pi=3,141592..., denominado de "Constan-


te de Arquimedes" que faz parte das "Constantes Irracionais" ou "Números Reais Transcendentais".

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
NÚMEROS RACIONAIS

Outros exemplos notórios de "Constantes Irracionais" são: o "Número Áureo" ou "Número de Ouro" =
1,618033... e a "Constante de Euler" ou "Número de Neper" = 2,718281...

Já os "Números Reais Algébricos Irracionais" são as raízes inexatas dos números racionais, por
exemplo:√2, √5, √17, √103, dentre outras.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
TEORIA DOS CONJUNTOS

Teoria dos Conjuntos

Teoria dos conjuntos ou de conjuntos é o ramo da lógica matemática que estuda conjuntos, que (infor-
malmente) são coleções de elementos. Embora qualquer tipo de elemento possa ser reunido em um
conjunto, a teoria dos conjuntos é, em geral, investigada com elementos que são relevantes para os
fundamentos da matemática.

O estudo moderno da teoria dos conjuntos foi iniciado por Georg Cantor e Richard Dedekind em 1870.
Após a descoberta de paradoxos na teoria ingênua dos conjuntos (i.e. sem formalização precisa), nu-
merosos sistemas axiomáticos foram propostos no início do século XX, dos quais a teoria dos conjun-
tos de Zermelo-Fraenkel, com ou sem o axioma da escolha, são os mais conhecidos e estudados.

A teoria dos conjuntos é comumente empregada como um sistema precursor da matemática, particu-
larmente na forma de teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel com o axioma da escolha. Além de
seu papel fundamental, a teoria dos conjuntos é um ramo da matemática em si própria, com uma co-
munidade de pesquisa ativa. Pesquisas contemporâneas em teoria dos conjuntos incluem uma diversa
coleção de temas, variando da estrutura da reta dos números reais ao estudo da consistência de gran-
des cardinais.

Um diagrama de Venn ilustrando a interseção de dois conjuntos.

Temas matemáticos geralmente surgem e evoluem através de interações entre muitos pesquisadores.
Teoria dos conjuntos, no entanto, foi fundada por um único artigo de 1874, por Georg Cantor: "A res-
peito de uma propriedade característica de todos os números algébricos reais".

Desde o século V a.C., começando com o matemático grego Zenão de Eleia no ocidente e os primei-
ros matemáticos indianos no oriente, os matemáticos têm se debatido com o conceito de infinito. Es-
pecialmente notável é o trabalho de Bernard Bolzano na primeira metade do século XIX.

A compreensão moderna do conceito de infinito começou em 1867–1871, com os trabalhos de Cantor


em teoria dos números, teoria das funções e séries trigonométricas. Um encontro em 1872 entre Can-
tor e Richard Dedekind influenciou o pensamento de Cantor e culminou no artigo de Cantor 1874.

O trabalho de Cantor inicialmente dividiu os matemáticos de sua época. Enquanto Karl Weierstrass e
Dedekind apoiavam Cantor, Leopold Kronecker, hoje visto como um dos fundadores do construtivismo
matemático, era contra.

A teoria dos conjuntos cantoriana, afinal, tornou-se amplamente difundida, devido à utilidade dos con-
ceitos cantorianos, tais como correspondência um-para-um entre conjuntos, sua prova de que há
mais números reais que inteiros, e a "infinidade de infinitos" ("paraíso de Cantor") que a operação con-
junto das partes dá origem.

A utilidade da teoria dos conjuntos desembocou em 1898 no artigo "Mengenlehre" de Arthur Schoen-
flies para a Enciclopédia de Ciências Matemáticas organizada por Felix Klein e Wilhelm Franz Meyer.

A onda de entusiasmo seguinte na teoria dos conjuntos chegou por volta de 1900, quando foi desco-
berto que algumas interpretações da teoria dos conjuntos Cantoriana dava origem a várias contradi-
ções, chamadas antinomias ou paradoxos. Bertrand Russell e Ernst Zermelo encontraram o mais sim-
ples e mais conhecido paradoxo, hoje chamado paradoxo de Russell: considere "o conjunto de todos
os conjuntos que não são membros de si mesmos".

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
TEORIA DOS CONJUNTOS

Isto leva a uma contradição, uma vez que ele deve ser e não ser um membro de si mesmo. Em 1899,
Cantor se questionou: "qual é o número cardinal do conjunto de todos os conjuntos?" e obteve um
paradoxo relacionado. Russell usou seu paradoxo como tema em sua revisão de 1903 da matemática
continental em seu livro "Os Princípios da Matemática" (não confundir com o Principia Mathematica).

A força da teoria dos conjuntos foi tal que o debate sobre os paradoxos não a levou ao abandono. O
trabalho de Zermelo em 1908 e Abraham Fraenkel e Thoralf Skolem em 1922 resultou na canônica te-
oria axiomática dos conjuntos ZFC. O trabalho de analistas, como Henri Lebesgue, demonstrou a
grande utilidade matemática da teoria dos conjuntos. Essa teoria é comumente usada como funda-
mento, embora em algumas áreas - como a geometria algébrica e a topologia algébrica - a teoria das
categorias seja considerada uma base preferencial.

Conceitos básicos

Teoria dos conjuntos começa com uma fundamental relação binária entre um objeto o e um conjunto A.
Se o é um membro (ou elemento) de A, escreve-se o ∈ A. Uma vez que conjuntos são objetos, a rela-
ção de pertinência também pode relacionar conjuntos.

Um conjunto é descrito listando seus elementos separados por vírgula ou através de alguma proprie-
dade que determine seus elementos.

Se todos os elementos do conjunto A também são elementos do conjunto B, então A é um subcon-


junto de B, denotado por A ⊆ B. Por exemplo, {1,2} é um subconjunto de {1,2,3}, mas {1,4} não é.

A partir desta definição, é evidente que um conjunto é um subconjunto de si mesmo; nos casos em que
se deseja evitar isso, o termo subconjunto próprio é definido para excluir esta possibilidade. Note que
{1} é subconjunto, e não elemento, de {1,2,3}; note também que 1 é membro, e não subconjunto, de
{1,2,3}.

Assim como a aritmética caracteriza operações binárias sobre números, a teoria dos conjuntos carac-
teriza operações binárias sobre conjuntos. Uma lista parcial de tais relações:

União dos conjuntos A e B, denotada por A ∪ B, é o conjunto de todos os objetos que são membros
de A, ou B, ou ambos. A união de {1, 2, 3} e {2, 3, 4} é o conjunto {1, 2, 3, 4}.

Interseção dos conjuntos A e B, denotada por A ∩ B, é o conjunto de todos os objetos que são mem-
bros de ambos A e B. A interseção de {1, 2, 3} e {2, 3, 4} é o conjunto {2, 3}.

Diferença de conjuntos de U e A, denotada por U \ A é o conjunto de todos os membros de U que não


são membros de A. A diferença de conjuntos {1,2,3} \ {2,3,4} é {1}, enquanto a diferença de conjuntos
{2,3,4} \ {1,2,3} é {4}. Quando A é um subconjunto de U, a diferença dos conjuntos U \ A é também
chamada de complemento de A em U.

Neste caso, se a escolha de U é clara a partir do contexto, a notação Ac é algumas vezes usada no
lugar de U \ A, particularmente se U é um conjunto universo como no estudo de diagramas de Venn.

Diferença simétrica dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os objetos que são membros de exata-
mente um de A e B (elementos que estão em um dos conjuntos, mas não em ambos). Por exemplo,
para os conjuntos {1,2,3} e {2,3,4}, o conjunto diferença simétrica é {1,4}. É o conjunto diferença da
união e da interseção, (A ∪ B) \ (A ∩ B).

Produto cartesiano de A e B, denotada por A × B, é o conjunto cujos membros são todos os possí-
veis pares ordenados (a,b) onde a é um membro de A e b é um membro de B.

Conjunto das partes de um conjunto A é o conjunto cujos membros são todos os possíveis subconjun-
tos de A. Por exemplo, o conjunto das partes de {1, 2} é {{}, {1}, {2}, {1,2}}.

Alguns conjuntos básicos de importância central são o conjunto vazio (o único conjunto que não contém
elementos), o conjunto de números naturais, e o conjunto de números reais.

Um pouco de ontologia

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
TEORIA DOS CONJUNTOS

Um conjunto é puro se todos os seus membros são conjuntos, todos os membros de seus membros
são conjuntos, e assim por diante. Por exemplo, o conjunto {{}} contendo apenas o conjunto vazio é um
conjunto puro não vazio.

Na teoria dos conjuntos moderna, é comum restringir a atenção para o universo de von Neumann de
conjuntos puros, e muitos sistemas da teoria axiomática dos conjuntos são projetados para axiomatizar
apenas os conjuntos puros.

Há muitas vantagens técnicas com esta restrição, e pequena generalidade é perdida, uma vez que,
essencialmente, todos os conceitos matemáticos podem ser modelados por conjuntos puros. Conjuntos
no universo de von Neumann são organizados em uma hierarquia cumulativa, com base em quão pro-
fundamente seus membros, os membros de membros, etc, são aninhados.

A cada conjunto nesta hierarquia é atribuído (por recursão transfinita) um número ordinal a, conhecido
como a sua 'classe'. A classe de um conjunto puro X é definida como sendo uma mais do que o menor
limitante superior das classes de todos os membros de X.

Por exemplo, ao conjunto vazio é atribuída a classe 0, enquanto ao conjunto {{}} contendo somente o
conjunto vazio é atribuída classe 1. Para cada a, o conjunto é definido como consistindo em todos
os conjuntos puros com classe menor que a. O universo de von Neumann como um todo é denotado
por V.

Teoria axiomática dos conjuntos

Teoria elementar dos conjuntos pode ser estudada de maneira informal e intuitiva, e por isso pode ser
ensinada nas escolas primárias usando, por exemplo, diagramas de Venn. A abordagem intuitiva pres-
supõe que um conjunto pode ser formado a partir da classe de todos os objetos que satisfaçam qual-
quer condição particular de definição.

Esta suposição dá origem a paradoxos, os mais simples e mais conhecidos dos quais são o paradoxo
de Russell e o paradoxo de Burali-Forti. A teoria axiomática dos conjuntos foi originalmente concebida
para livrar a teoria dos conjuntos de tais paradoxos.

Os sistemas mais amplamente estudados da teoria axiomática dos conjuntos implicam que todos os
conjuntos formam uma hierarquia cumulativa. Tais sistemas vêm em dois sabores, aqueles cuja onto-
logia consiste de:

Conjuntos sozinhos. Estes incluem a mais comum teoria axiomática dos conjuntos, teoria dos conjuntos
de Zermelo-Fraenkel (ZFC) com o axioma da escolha. Fragmentos da ZFC incluem:

Teoria de conjuntos de Zermelo, que substitui o esquema de axiomas da substituição com o da sepa-
ração;

Teoria geral dos conjuntos, um pequeno fragmento da teoria de conjuntos de Zermelo suficiente para
os axiomas de Peano e conjuntos finitos;

Teoria dos conjuntos de Kripke-Platek, que omite os axiomas da infinitude, conjunto das partes, e es-
colha, e enfraquece os esquemas de axiomas da separação e substituição.

Conjuntos e classes próprias. Estes incluem a teoria dos conjuntos de Von Neumann-Bernays-Gödel,
que tem a mesma força que ZFC para teoremas sobre conjuntos sozinhos, e ambas as teoria dos con-
juntos de Morse-Kelley e teoria dos connjuntos de Tarski-Grothendieck, que são mais fortes do que a
ZFC.

Os sistemas acima podem ser modificados para permitirem urelementos, objetos que podem ser mem-
bros de conjuntos, mas que não são eles próprios conjuntos e não tem nenhum membro.

Os sistemas de Novos Fundamentos NFU (permitindo urelementos) e NF (faltando eles) não são ba-
seadas em uma hierarquia cumulativa. NF e NFU incluem um "conjunto de tudo", em relação a qual
cada conjunto tem um complemento. Nestes sistemas os urelementos importam, porque NF, mas não
NFU, produz conjuntos para os quais o axioma da escolha não se verifica.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
TEORIA DOS CONJUNTOS

Sistemas da teoria dos conjuntos construtiva, como CST, CZF e IZF, firmam seus conjuntos de axiomas
na lógica intuicionista em vez da lógica clássica. No entanto, outros sistemas admitem por padrão a
lógica clássica, mas apresentam uma relação de pertencimento não padrão. Estes incluem a teoria dos
conjuntos aproximados e a lógica difusa, na qual o valor de uma fórmula atômica incorporando a rela-
ção de filiação não é simplesmente Verdadeiro ou Falso. Os modelos boolianos valorados de ZFC são
um assunto relacionado.

Um enriquecimento do ZFC chamado teoria interna dos conjuntos foi proposto por Edward Nelson em
1977.

Áreas de estudo

A teoria dos conjuntos é a principal área de pesquisa na matemática, com muitas subáreas inter-rela-
cionados. Ademais, a teoria dos conjuntos é mais do que simplesmente descrever conjuntos. Do
mesmo modo como, na aritmética, é possível aprender a aplicar operações aritméticas a números, por
exemplo, adição ou multiplicação, também é possível definir operações teóricas de conjuntos que ge-
rem novos conjuntos a partir de determinados conjuntos. Exemplificando, as uniões {1, 2} e {2, 3, 4}
tornam-se {1, 2, 3, 4}; as interseções {1, 2} e {2, 3, 4} tornam-se {2}. Também há a possibilidade de
formar Conjuntos de partes, ou seja, a família de todos os subconjuntos de um conjunto.

Teoria dos conjuntos combinatória

A teoria dos conjuntos combinatória preocupa-se com extensões da combinatória finita para conjuntos
infinitos. Isto inclui o estudo da aritmética de cardinais e o estudo de extensões do teorema de
Ramsey tais como o teorema de Erdos-Rado.

Teoria descritiva dos conjuntos

Teoria descritiva dos conjuntos é o estudo de subconjuntos da reta real e dos subconjuntos dos espa-
ços poloneses. Ela começa com o estudo das pointclasses na hierarquia de Borel e se estende ao es-
tudo de hierarquias mais complexas, como a hierarquia projetiva e a hierarquia de Wadge.

Muitas propriedades dos conjuntos de Borel podem ser estabelecidas em ZFC, mas a prova de que
essas propriedades se verificam para conjuntos mais complicados requer axiomas adicionais relacio-
nados com determinismo e grandes cardinais.

O campo da teoria descritiva dos conjuntos efetiva está entre a teoria dos conjuntos e a teoria da re-
cursão. Ele inclui o estudo de lightface pointclasses, e está intimamente relacionado com a teoria hipe-
raritmética. Em muitos casos, os resultados da teoria descritiva dos conjuntos clássica têm versões
efetivas; em alguns casos, novos resultados são obtidos provando pela versão efetiva primeiro e depois
estendendo-os ("relativizando-os") para torná-la mais amplamente aplicáveis.

Uma área recente de pesquisa diz respeito a relações de equivalência de Borel e relações de equiva-
lência decidíveis mais complicadas. Isto tem importantes aplicações para o estudo de invariantes em
muitos campos da matemática.

Teoria dos conjuntos nebulosos

Na teoria dos conjuntos como Cantor definiu e Zermelo e Fraenkel axiomatizaram, um objeto ou é um
membro de um conjunto ou não. Na teoria dos conjuntos fuzzy esta condição foi relaxada, e desta
forma um objeto tem um grau de pertinência em um conjunto, como número entre 0 e 1. Por exemplo,
o grau de pertinência de uma pessoa no conjunto de "pessoas altas" é mais flexível do que uma simples
resposta "sim" ou "não" e pode ser um número real, tal como 0,75.

Conjuntos fuzzy foram introduzidos simultaneamente por Lotfi A. Zadeh e Dieter Klaua em 1965 como
uma extensão da noção clássica de conjunto. Na teoria dos conjuntos clássica, a associação de ele-
mentos em um conjunto é avaliada em termos binários de acordo com uma condição bivalente - um
elemento ou pertence ou não pertence ao conjunto.

Por outro lado, a teoria dos conjuntos fuzzy permite a avaliação gradual da participação de elementos
em um conjunto, o que é descrito com a ajuda de uma função de pertinência valorada no intervalo
unitário real [0, 1].

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
TEORIA DOS CONJUNTOS

Conjuntos fuzzy generalizam conjuntos clássicos, visto que as funções indicadoras de conjuntos clás-
sicos são casos especiais das funções de pertinência de conjuntos fuzzy, se estes só podem tomar os
valores 0 ou 1. Na teoria dos conjuntos fuzzy, conjuntos clássicos bivalentes são geralmente chamados
conjuntos crisp. A teoria dos conjuntos fuzzy pode ser usada em uma ampla variedade de áreas em
que a informação é incompleta ou imprecisa, como na bioinformática.

Conjunto de partes

A família de todos os subconjuntos de um conjunto dado A, é chamado de conjunto de partes (ou con-

junto potência ) de A, denotado por .

Teoria do modelo interno

Um modelo interno da teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel (ZF) é uma classe transitiva que inclui
todos os ordinais e satisfaz todos os axiomas de ZF. O exemplo canônico é o Universo construível L de-
senvolvido por Gödel. Uma das razões que torna o estudo de modelos internos interessante é que ele
pode ser usado para provar resultados de consistência.

Por exemplo, pode-se mostrar que, independentemente se um modelo V da ZF satisfaz a hipótese do


continuum ou o axioma da escolha, o modelo interno L construído dentro do modelo original irá satis-
fazer tanto a hipótese do continuum generalizada quanto o axioma da escolha. Assim, a suposição de
que ZF é consistente (tem qualquer modelo que seja) implica que ZF juntamente com estes dois prin-
cípios é consistente.

O estudo de modelos de interior é comum no estudo do determinismo e grandes cardinais, especial-


mente quando se considera axiomas que contradizem o axioma da escolha. Mesmo que um modelo
fixo da teoria dos conjuntos satisfaz o axioma da escolha, é possível que um modelo interno falhe em
satisfazer o axioma da escolha.

Por exemplo, a existência de cardinais suficientemente grandes implica que há um modelo interno sa-
tisfazendo o axioma do determinismo (e, portanto, não satisfazendo o axioma da escolha).

Grandes cardinais

Um grande cardinal é um número cardinal transfinito cujo caráter de "muito grande" está dado por uma
propriedade extra, denominada propriedade de grande cardinal. Muitas destas propriedades são parti-
cularmente estudadas, incluindo cardinais inacessíveis, cardinais mensuráveis, cardinais compactos,
entre outras. A existência de um cardinal com uma dessas propriedades não pode ser demonstrada na
teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel, ZF, se ZF é consistente.

Determinismo

Determinismo refere-se ao fato de que, sob os pressupostos adequados, certos dois jogadores são
determinados desde o início no sentido de que um jogador deve ter uma estratégia vencedora. A exis-
tência dessas estratégias tem conseqüências importantes na teoria descritiva dos conjuntos, como a
suposição de que uma classe mais ampla de jogos ser determinada muitas vezes implica que uma
classe mais ampla de conjuntos possui uma propriedade topológica.

O axioma do determinismo (AD) é um importante objeto de estudo, embora incompatível com o axioma
da escolha, AD implica que todos os subconjuntos da reta real são bem comportados (em particular,
mensuráveis e com a propriedade de conjunto perfeito). AD pode ser usado para provar que os graus
de Wadge têm uma estrutura alinhada.

Forçamento

Paul Cohen inventou o método de forçamento enquanto procura por um modelo de ZFC em que o axi-
oma da escolha ou a hipótese do continuum falhe. Forçando a adição de conjuntos adicionais a algum
determinado modelo da teoria dos conjuntos de modo a criar um modelo maior, com propriedades
determinadas (isto é "forçadas") pelo modelo original e pela construção.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
TEORIA DOS CONJUNTOS

Por exemplo, a construção de Cohen uniu subconjuntos adicionais dos números naturais sem mudar
qualquer dos números cardinais do modelo original. Forçamento é também um dos dois métodos para
provar consistência relativa por métodos finitístico, sendo o outro os modelos de valores Booleanos.

Invariantes cardinais

Invariante cardinal é uma propriedade da reta real medida por um número cardinal. Por exemplo, uma
invariante bem estudado é a menor cardinalidade de uma coleção de conjuntos magros de reais cuja
união é toda a reta real. Estes são invariantes no sentido de que quaisquer dois modelos da teoria dos
conjuntos isomorfos devem dar o mesmo cardinal para cada invariante. Muitos invariantes cardinais
foram estudados, e as relações entre eles são muitas vezes complexas e relacionadas com os axiomas
da teoria dos conjuntos.

Topologia

Topologia estuda questões de topologia geral que são de teoria dos conjuntos em sua natureza ou que
requerem métodos avançados da teoria dos conjuntos para sua solução. Muitos desses teoremas são
independentes de ZFC, exigindo axiomas mais fortes para a sua prova. Um famoso problema é o pro-
blema do espaço de Moore, uma questão na topologia geral que foi objeto de intensa pesquisa. A
resposta para este problema acabou por ser provada ser independente de ZFC.

Objeções à teoria dos conjuntos como fundamento para a matemática

Desde o início da teoria dos conjuntos, alguns matemáticos se opuseram a ela como um fundamento
para a matemática, argumentando, por exemplo, que é apenas um jogo que inclui elementos de fanta-
sia. A objeção mais comum à teoria dos conjuntos, um manifesto de Kronecker dos primeiros anos da
teoria dos conjuntos, começou a partir da visão construtivista de que a matemática é vagamente rela-
cionada à computação.

Se este ponto de vista for admitido, então o tratamento de conjuntos infinitos, tanto na teoria ingênua
dos conjuntos quanto na teoria axiomática dos conjuntos, introduz em matemática métodos e objetos
que não são computáveis.

Ludwig Wittgenstein questionou a forma como a teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel manipulava
infinitos. As visões de Wittgenstein sobre os fundamentos da matemática foram mais tarde criticadas
por Georg Kreisel e Paul Bernays, e minuciosamente investigadas por Crispin Wright, entre outros.

Teóricos das categorias propuseram a teoria de topos como uma alternativa à tradicional teoria axio-
mática dos conjuntos. A teoria de topos pode interpretar várias alternativas para aquela teoria, tais
como o construtivismo, a teoria dos conjuntos finitos, e a teoria dos conjuntos computáveis.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Conjuntos Numéricos

Os Números Naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...}


são números inteirospositivos (não-negativos) que se agrupam num conjunto chamado
de N, composto de um número ilimitado de elementos.

Quando o zero não faz parte do conjunto, é representado com um asterisco ao lado da letra N e,
nesse caso, esse conjunto é denominado de Conjunto dos Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}.

• Conjunto dos Números Naturais Pares = {0, 2, 4, 6, 8...}

• Conjunto dos Números Naturais Ímpares = {1, 3, 5, 7, 9...}

O conjunto de números naturais é infinito. Todos possuem um antecessor (número anterior) e um


sucessor (número posterior), exceto o número zero (0). Assim:

• o antecessor de 1 é 0 e seu sucessor é o 2;

• o antecessor de 2 é 1 e seu sucessor é o 3;

• o antecessor de 3 é 2 e seu sucessor é o 4;

• o antecessor de 4 é 3 e seu sucessor é o 5.

Cada elemento é igual ao número antecessor mais um, exceptuando-se o zero. Assim, podemos
notar que:

• o número 1 é igual ao anterior (0) + 1 = 1;

• o número 2 é igual ao anterior (1) + 1 = 2;

• o número 3 é igual ao anterior (2) + 1 = 3;

• o número 4 é igual ao anterior (3) + 1 = 4.

A função dos números naturais é contar e ordenar. Nesse sentido, vale lembrar que os homens,
antes de inventarem os números, tinham muita dificuldade em realizar a contagem e ordenação das
coisas.

O conjunto dos números naturais é formado por todos os números inteiros não negativos. Em
outras palavras, todo número que é inteiro e positivo é natural, além disso, como o zero é inteiro,
mas não é negativo, ele também é um número natural.

Assim, a lista dos números naturais é a seguinte:

0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, …

E assim por diante, seguindo esse mesmo padrão de formação.

Note que essa sequência numérica é a que usamos para contar. Cada um desses símbolos
representa uma quantidade, portanto, partindo do nada, uma unidade, duas unidades etc. Uma outra
maneira de representar esse conjunto é usando a notação específica para conjuntos, na qual as
reticências significam que a sequência continua nessa mesma ordem e padrão de formação:

N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, …}

Nessa notação, N é o símbolo que representa o conjunto dos números naturais.

A ideia de sucessor

O conjunto dos números naturais é formado apenas por números inteiros e não contém números
repetidos, por isso, é possível escolher, entre dois números naturais distintos, aquele que é maior e

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CONJUNTOS NUMÉRICOS

aquele que é menor. Quando um número natural x é maior do que um número natural y em uma
unidade, dizemos que x é sucessor de y. Assim:

x é sucessor de y se x + 1 = y

Se olharmos na lista dos números naturais, colocada em ordem crescente, o sucessor de um


número natural n é sempre o próximo número à sua direita. Logo:

O sucessor de 7 = 8

O sucessor de 20 = 21

etc.

Perceba também que todo número natural possui sucessor, assim, o sucessor do zero é 1, o
sucessor de 1 é 2 …

Essa característica garante que, independentemente do número natural escolhido, e por maior que
ele seja, sempre existirá um número natural uma unidade maior que ele. Portanto, o conjunto dos
números naturais é infinito.

A ideia de antecessor

Quando um número natural x é menor que um número natural y em uma unidade, dizemos que x é
o antecessor de y. Assim:

x é antecessor de y se x – 1 = y

Olhando a lista de números naturais em ordem crescente, verificamos que o antecessor de um


número natural n é o número à sua esquerda. Logo:

O antecessor de 7 = 6

O antecessor de 20 = 19

etc.

Nem todo número natural possui antecessor. Na realidade, apenas o zero não possui, pois ele é o
primeiro número natural e também porque 0 – 1 = – 1, que não é um número natural. Assim sendo,
concluímos que o conjunto dos números naturais é limitado.

Sim, é possível que um conjunto seja limitado e infinito ao mesmo tempo. O conjunto
dos números naturais é limitado inferiormente pelo zero, mas ilimitado superiormente e, por isso, é
infinito.

Subconjuntos dos números naturais

O conjunto dos números naturais possui alguns subconjuntos muito conhecidos:

1 – Conjunto dos números primos (P): é formado por todos os números que são divisíveis apenas
por 1 e por si mesmo.

P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, …}

2 – Conjunto dos números compostos (C): é formado por todos os números que não são primos.

C = {4, 6, 8, 10, 12, 14, 15, 16, …}

3 – Conjunto dos quadrados perfeitos (Q): é formado por todos os números que são resultados de
uma potência em que o expoente é 2.

Q = (1, 4, 9, 16, 25, 36, …)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Números Inteiros

Os números inteiros são os números reais, positivos e negativos, representados no conjunto da


seguinte maneira:

Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

Os pontos significam a infinidade dos números anteriores e posteriores existentes.

O conjunto dos números inteiros é representado pela letra Z (maiúscula).

Os números inteiros negativos são sempre acompanhados pelo sinal (-), enquanto os números
inteiros positivos podem vir ou não acompanhados de sinal (+).

O zero é um número neutro, ou seja, não é um número nem positivo e nem negativo.

Assim, a relação de inclusão no conjunto dos inteiros envolve o conjunto dos números naturais (N)
junto com os números negativos.

Classificação dos Números Inteiros (Z)

• Inteiros não-nulos: todos os números inteiros, com exceção do zero.

• São representados pelo acréscimo do '*' ao lado do Z: Z* = {-3,-2,-1, 1, 2, 3, 4, ...}

• Inteiros não-negativos: todos os números inteiros, com exceção dos negativos.

• São representados pelo acréscimo do '+' ao lado do Z: Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, ...}.

• Inteiros não-positivos : todos os números inteiros, com exceção dos positivos.

• São representados pelo acréscimo do '-' ao lado do Z: Z_= {..., -4,-3,-2,-1, 0}

• Inteiros positivos: todos os números inteiros, com exceção dos negativos e do zero.

• São representados pelo acréscimo de '*' e '+' ao lado do Z: Z*+ = {1,2,3,4, 5...}

• Inteiros negativos: todos os números inteiros, com exceção dos positivos e do zero.

• São representados pelo acréscimo de '*' e '-' ao lado do Z: Z*_= {..., -4,-3,-2,-1}

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Operações entre Números Inteiros

O conjunto dos números inteiros é formado pelos algarismos inteiros positivos e negativos e o zero.
Eles são importantes para o cotidiano, principalmente nas situações envolvendo valores negativos,
como escalas de temperatura, saldos bancários, indicações de altitude em relação ao nível do mar,
entre outras situações. As adições e subtrações envolvendo estes números, requerem a utilização de
regras matemáticas envolvendo os sinais positivos (+) e negativos (–). Devemos também dar ênfase
ao estudo do módulo de um número, que significa trabalhar o valor absoluto de um algarismo,
observe:

Vamos determinar o módulo dos números a seguir:

Módulo de + 4 = |+4| = 4
Módulo de –6 = |–6| = 6
Módulo de –10 = |–10| = 10
Módulo de +20 = |+20|=20

Adição e subtração de números inteiros sem a presença de parênteses.

1ª propriedade → sinais iguais: soma e conserva o sinal.

2ª propriedade → sinais diferentes: subtrai e conserva o sinal do número de maior módulo.

+ 5 + 6 = + 11 →1ª propriedade
+ 9 + 10 = +19 → 1ª propriedade
– 6 + 2 = – 4 → 2ª propriedade
+ 9 – 7 = +2 → 2ª propriedade
– 3 – 5 = –8 →1ª propriedade
–18 – 12 = –30 → 1ª propriedade

Adição e subtração de números inteiros com a presença de parênteses.

Para eliminarmos os parênteses devemos realizar um jogo de sinal, observe:

+(+)=+
+(–)=–
–(+)=–
–(–)=+

Após a eliminação dos parênteses, basta aplicarmos a 1ª ou a 2ª propriedade.

+ (+9) + (–6) → + 9 – 6 → + 3

– (– 8) – (+6) → +8 – 6 → +2
+ (– 14) – (– 8) → –14 + 8 → – 6

– (+ 22) − (– 7) → –22 + 7 → –15

– ( + 9 ) + (– 12) → – 9 – 12 → – 21

O conjunto dos Números Naturais N

O conjunto dos números naturais, inicialmente composto por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... O primeiro povo
a fazer a representação do zero, os babilônios, a fizeram há mais de dois milênios antes de Cristo.
Hoje, temos este conjunto formado da seguinte maneira: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}. A partir
destes elementos podemos formar infinitas quantidades, apenas agrupando-os de maneira que cada
um represente determinado valor de acordo com a sua posição.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CONJUNTOS NUMÉRICOS

É importante destacar, que o nosso sistema de numeração é decimal, isto é, a cada dez unidades
formaremos uma dezena, a cada dez dezenas formaremos uma centena, a cada dez centenas
formaremos um milhar, e assim sucessivamente.

Ancorando-se nos valores posicionais, podemos escrever números astronômicos e saber o que cada
um dos seus algarismos de composição representa naquele contexto. Vejamos um exemplo de
análise dos valores dos algarismos componentes de certo número.

Observem detalhadamente, que no número 2568, o algarismo 2 tem valor 2000, o 5 vale 500, o 6
vale 60 e 8 vale 8. Tudo isso se dá de acordo com a posição ocupada por cada um: o 8 ocupa a casa
das unidades simples, por isso vale apenas 8 unidades; o 6 ocupa a casa das dezenas, valendo 6
dezenas (6 x 10), 60 unidades; o 5 ocupa a casa das centenas, valendo 5 centenas (5 x 100), 500
unidades; e, por fim, o 2 ocupa a casa das unidades de milhar, valendo 2 milhares (2 x 1000), 2000
unidades.

Uma conclusão imediata deste fato é uma curiosidade que intriga a cabeça dos que com ela se
depara. Imagine se alguém lhe perguntasse “quem é maior: 1 ou 3?” Os apressados responderiam “3,
é claro”. Mas até que ponto isso está correto? Bem, a melhor resposta, ou pelos menos a mais
cautelosa, seria responder que para saber se 1 é maior ou menor que 3 seriamos obrigados a saber
do contexto no qual eles estão inseridos, por exemplo: no número 321, o 3 é maior que o 1, pois
enquanto o três representa 3 centenas, o 1 representa apenas uma unidade simples; já no caso do
número123, enquanto o 1 representa uma centena, o 3 representa apenas 3 unidades simples,
sendo, portanto, 1 maior que 3. Veja a resposta ideal:

- Marcos, quem é maior, o 3 ou o 1?

- Isso depende, Paulo. Antes que eu responda, preciso saber em qual número eles estão inseridos.

Podemos ainda representar um subconjunto dos Números Naturais utilizando a linguagem moderna
dos conjuntos. Este seria o conjunto dos Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,
9...}. Neste novo conjunto, apenas omitimos a presença do zero.

Destaco também algumas características do conjunto dos Números Naturais, dentre elas temos: a
multiplicação é sempre permitida neste conjunto – toda multiplicação ou adição entre números
naturais resulta sempre outro número natural; a divisão nem sempre é permitida dentro deste
conjunto – nem toda divisão entre naturais resulta em outro número natural (1/2, 3/5, 5/9 etc.); a
subtração nem sempre é permitida em N – nem toda subtração entre naturais resulta em um número
natural (1 - 2, 6 - 9, 5 - 8).

Muitas representações já foram feitas dos Números Naturais. Cada povo os representava de acordo
com os seus sistemas de escrita, suas interpretações das quantidades e dos recursos disponíveis à
época. A forma como escrevemos esses números hoje foi criada na Índia e difundida na Arábia,
sendo, por isso, chamados de Números Indo-Arábicos.

Últimas Considerações

Dá pra ver que a matemática sempre esteve, assim como qualquer outra ciência, a favor do homem
em suas tomadas de decisões e nas resoluções de problemas. Os artifícios matemáticos que
conhecemos hoje, e que achamos tão simples de compreender, foram criados numa época em que
as estruturas basilares do conhecimento, que nos levam a profundas interpretações, eram muito
escassas, mas nem por isso o homem deixou de criar, de inventar.

Somos uma espécie dotada de tanta sabedoria e inteligência, porém nem mesmo somos capazes de
medir essas características estampadas em nós mesmos. O fato é que raciocinamos, refletimos,
comparamos e relacionamos. Tudo isso em campos reais ou fictícios, através de um poder de

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CONJUNTOS NUMÉRICOS

conversão do abstrato a ideias palpáveis, facilmente compreendidas sem muito esforço por leitores
secundários.

Através da matemática, e do raciocínio aguçado que o seu estudo nos traz, podemos desenvolver
ainda mais as percepções desse mundo de complexidades e realidades ainda pouco exploradas.
Podemos nos fortalecer como intelectuais, autoridades naquilo que nos propusermos a defender,
proprietários de um vasto conhecimento e compartilhadores dos saberes adquiridos ao longo das
várias jornadas acadêmicas.

Relação de Ordem

Sejam a e b dois números reais quaisquer. Dizemos que a é menor que b e escrevemos ,

quando é positivo. Geometricamente, isto significa que o número a está à esquerda do


número b na reta numerada. Equivalentemente, dizemos que b é maior que a e escrevemos b > a .

Logo, somente três casos podem acontecer: ou , ou ou .Neste sentido

dizemos que o conjunto dos números reais é ordenado. O símbolo , lê-se a é menor ou
igual a b , (ou b a, lê-se b é maior ou igual a a ) significa que ou a < b ou a = b ( b > a ou b = a ).

Se a , b e c são números reais, podemos demonstrar que:

( i ) Se a < b e b < c então a < c .

( ii ) Se a < b então .

( iii ) Se e então .

( iv ) Se e c > 0 então .

( v ) Se a < b e c < 0 então a c > b c .

( vi ) Se 0 < a < b então .

Regras de Divisibilidade

Dentre as propriedades operatórias existentes na Matemática, podemos ressaltar a divisão, que


consiste em representar o número em partes menores e iguais. Para que o processo da divisão
ocorra normalmente, sem que o resultado seja um número não inteiro, precisamos estabelecer
situações envolvendo algumas regras de divisibilidade. Lembrando que um número é considerado
divisível por outro quando o resto da divisão entre eles é igual a zero.

Regras de divisibilidade

Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Divisibilidade por 2
Todo número par é divisível por 2, para isto basta terminar em 0, 2, 4, 6 ou 8. Exemplo:

24 : 2 = 12
132 : 2 = 66
108 : 2 = 54
1024 : 2 = 512

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de 3.
Exemplo:

33 : 3 = 11, pois 3 + 3 = 6
45 : 3 = 15, pois 4 + 5 = 9
156 : 3 = 52, pois 1 + 5 + 6 = 12
558 : 3 = 186, pois 5 + 5 + 8 = 18

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando for par e a metade do último algarismo adicionado ao penúltimo
for um número par ou terminar com zero nas duas últimas casas. Exemplo:

48 : 4 = 12, pois 8/2 + 4 = 8


288 : 4 = 72, pois 8/2 + 8 = 12
144 : 4 = 36, pois 4/2 + 4 = 6
100 : 4 = 25, pois possui na última e antepenúltima casa o algarismo 0.

Divisibilidade por 5
É todo número terminado em 0 ou 5.

25 : 5 = 5
100 : 5 = 20
555 : 5 = 111
75 : 5 = 15

Divisibilidade por 6
São todos os números divisíveis por 2 e 3 no mesmo instante.

24 : 6 = 4, pois 24 : 2 = 12 e 24 : 3 = 8
36 : 6 = 6, pois 36 : 2 = 18 e 36 : 3 = 12
132 : 6 = 22, pois 132 : 2 = 66 e 132 : 3 = 44
564: 6 = 94, pois 564 : 2 = 282 e 546 : 3 = 188

Divisibilidade por 7
Um número é divisível por 7 quando estabelecida a diferença entre o dobro do último e os demais
algarismos, constituindo um número divisível por 7. Exemplo:

161 : 7 = 23, pois 16 – 2*1 = 16 – 2 = 14


203 : 7 = 29, pois 20 – 2*3 = 20 – 6 = 14
294 : 7 = 42, pois 29 – 2*4 = 29 – 8 = 21
840 : 7 = 120, pois 84 – 2*0 = 84

Divisibilidade por 8
Um número é divisível por 8 quando termina em 000 ou os últimos três números são divisíveis por 8.
Exemplo:

1000 : 8 = 125, pois termina em 000


208 : 8 = 26, pois os três últimos são divisíveis por 8

Divisibilidade por 9

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de
9. Exemplo:

81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27

Divisibilidade por 10
Todo número terminado em 0 é divisível por 10.

100 : 10 = 10
500 : 10 = 50
500 000 : 10 = 50 000
2000 : 10 = 200

Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o número
formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2 algarismos,
resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas (11, 22, 33, 5555,
etc.) são múltiplas de 11.

1342 : 11 = 122, pois 134 – 2 = 132 → 132 – 2 = 11


2783 : 11 = 253, pois 278 – 3 = 275 → 27 – 5 = 22
7150: 11 = 650, pois 715 – 0 = 715 → 71 – 5 = 66

Divisibilidade por 12
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.

192 : 12 = 16, pois 192 : 3 = 64 e 192 : 4 = 48


672 : 12 = 56, pois 672 : 3 = 224 e 672 : 4 = 168

Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.

1470 é divisível por 15, pois 1470:3 = 490 e 1470:5 = 294.


1800 é divisível por 15, pois 1800:3 = 600 e 1800:5 = 360.

Máximo divisor comum (mdc)

O máximo divisor comum é o maior divisor entre dois números, para identificar esse máximo
divisor é necessário realizar um processo de fatoração.

Para estudarmos o máximo divisor comum entre dois termos, precisamos saber o que é divisor de um
número. Todo número natural possui divisores, isto é, se ao dividirmos um número A pelo número B e
obtermos resto zero podemos afirmar que B é divisor de A. Por exemplo:

16 : 2 é igual a 8 e resto 0.
25 : 5 é igual a 5 e resto 0.

Podemos concluir que 2 e 5 são divisores de 16 e 25 respectivamente.

Exemplos de divisores de um número:

Divisores de:
32 = 1, 2, 4, 8, 16, 32
15 = 1, 3, 5, 15
45 = 1, 3, 5, 9, 15, 45

O MDC entre dois ou mais números é o maior divisor comum a eles.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Exemplos:

MDC(12,36)
Divisores de 12 = 1, 2, 3, 4, 6, 12
Divisores de 36 = 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18, 36
Podemos verificar que o maior divisor comum entre 12 e 36 é o próprio 12.

MDC(18,24,54)
Divisores de 18 = 1, 2, 3, 6, 9, 18
Divisores de 24 = 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24
Divisores de 54 = 1, 2, 3, 6, 18, 27, 54
O maior divisor comum a 12, 24 e 54 é o 6.

Processo prático para a obtenção do máximo divisor comum

MDC(12,36)

Os números destacados na fatoração estão dividindo os dois números ao mesmo tempo, então
devemos realizar uma multiplicação entre eles para descobrirmos o máximo divisor comum.
2 x 2 x 3 = 12
MDC(12,36) = 12

MDC(70,90,120)

O máximo divisor comum a 70, 90 e 120 = 2 x 5 = 10

Mínimo Múltiplo Comum

Para entendemos o que é mínimo múltiplo comum, temos que saber achar os múltiplos de um
número.

Por exemplo, quais são os múltiplos de 2?


São todos os números que resultam da multiplicação de um número natural por 2. Veja:

2 x 1 = 2 → 2 é múltiplo de 2.
2 x 5 = 10 → 10 é múltiplo de 2.
2 x 12 = 24 → 24 é múltiplo de 2.
2 x 30 = 60 → 60 é múltiplo de 2


Natural

E quando é dado um número como iremos fazer pra saber se esse número será múltiplo de 2,3,4,5,6,
e assim por diante?
Basta fazer a operação inversa à multiplicação: divisão. Veja:

• 1232 será múltiplo de 2?


Neste caso podemos usar a operação de divisão pra descobrir ou usar a regra seguinte:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Todo número múltiplo de 2 tem que terminar em número par. Então 1232 termina em par, ele será
múltiplo de 2.

• 1232 será múltiplo de 3?


Como no múltiplo de 2 podemos utilizar a operação da divisão pra descobrir ou usar a seguinte
regra: todo número múltiplo de 3, a soma de seus algarismos resulta em um número múltiplo de 3.
Se somarmos os algarismos do número 1232 teremos 1+2+3+2 = 8. 8 não é múltiplo de 3, então
1232 também não vai ser.

• 1232 é múltiplo de 5?
Para descobrir se um número é múltiplo de 5 além de usar a operação da divisão, também podemos
utilizar uma regra: todo número múltiplo de 5 termina em 0 ou 5. Então 1232 termina em 2, assim não
é múltiplo de 5.

Para descobrir se 1232 é múltiplo de outros números devermos utilizar a divisão se essa operação
der exata (resto igual a zero) é por que ele será múltiplo.

Agora o que é mmc? Calculamos o mmc de 2 ou mais números. Consistem em achar o menor
múltiplo comum (tirando o zero) entre esses números. Por exemplo:

MMC(15, 20) = ?
Devemos em primeiro lugar acharmos os múltiplos de 15 e depois de 20.

M(15) = 15, 30, 45, 60, 75, 90, ...


M(20) = 20, 40, 60, 80, 100, ...

Observando os seus múltiplos vemos que o menor múltiplo comum é o 60, portanto:

MMC(15, 20) = 60.

Existe outro método para acharmos o mmc de números. Ele consiste em dividir os números por
números primos, veja como funciona.

Número primo é aquele número que é divisível apenas por um e por ele mesmo. Como
2,3,5,7,11,13,17,19,23, e assim por diante. É interessante ressaltar que o único número par primo é o
2, os outro são todos ímpares.

Para calcularmos o mmc(15,20) utilizando esse método ficará assim:

Dividimos o 15 e 20 apenas por números primos em seqüência. Pegamos os números primos 2, 2,3
,5 é multiplicamos: 2 x 2 x 3 x 5 = 60 então o mmc(15,20) = 60.

Decomposição em fatores primos

A fatoração está diretamente relacionada com a multiplicação, haja vista que os fatores são os
termos que multiplicamos para gerar o produto. Veja:

2 → fator 26 → fator
x 3 → fator x 7 → fator
6 → Produto 182 → Produto

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Os fatores primos da decomposição são obtidos por meio de divisões sucessivas. Recorde-se de
que, para um número ser primo, ele deve ser divisível somente por 1 e ele mesmo, logo, os números
2, 3, 5, 7 e 11 são primos. O número primo é considerado um fator quando ele for o divisor no
algoritmo da divisão. A estrutura do algoritmo da divisão é a seguinte:

Dividendo | Divisor
Resto Quociente

Realizando a divisão de 4 por 2, temos a seguinte situação:

Utilizando as divisões sucessivas, obtemos a fatoração completa, que representa a decomposição de


um número em fatores primos. Veja um exemplo de divisões sucessivas do número 112 e, em
seguida, a fatoração completa.

Exemplo: Decomponha o número 112 em fatores primos:

112| 2
0 56 | 2
0 28 | 2
0 14 | 2
0 7|7
0 1

Toda vez que for realizar a decomposição de um número em fatores primos, lembre-se de que o
divisor sempre será um número primo e a ordem de sucessão desses divisores, que são fatores, é
crescente. Mudamos o número primo do divisor somente quando não é mais possível utilizá-lo na
divisão. No exemplo acima, houve a mudança do divisor de número 2 para sete, uma vez que o
dividendo passou a ser o sete e o único divisor para 7 é o próprio 7.

Ainda sobre o exemplo acima, a fatoração completa de 121 é:

112 = 2 . 2 . 2 . 2 . 7 = 24 . 7

Além da estrutura do algoritmo da divisão, existe outra que pode ser utilizada para fatorar um número.
Veja os três exemplos a seguir:

Exemplo: Encontre a forma fatorada completa dos números 234, 180 e 1620:

234|2
117|3
39|3
13|13
1|

A forma fatorada completa do número 234 é: 2 . 3 . 3 . 13 = 2 . 32 . 13

Observe que todos os fatores são números primos e que a sucessão dos fatores acontece de forma
crescente.

180|2
90|2
45|3
15|3
5|5
1|

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
CONJUNTOS NUMÉRICOS

A forma fatorada completa do número 180 é: 2 . 2 . 3 . 3 . 5 = 22 . 32 . 5

Todos os termos que compõem a fatoração são números primos.

1620|2
810|2
405|3
135|3
45|3
15|3
5|5
1|

A forma fatorada completa do número 1620 é: 2 . 2 . 3 . 3 . 3 . 3 . 5 = 22 . 34 . 5

Todos os números que compõem a fatoração são primos.

Números racionais

O conjunto Q dos números racionais é formado por todos aqueles números que podem ser
expressos na forma de fração a/b, em que o e b são números inteiros e b é diferente de 0.

Ao calcular a expressão decimal de um número racional, dividindo o numerador pelo denominador,


obtêm-se números inteiros ou decimais.

Os números decimais podem ter:

• Um número finito de algarismos, número decimal exato, se os únicos divisores do denominador


forem 2 ou 5.

• Um número infinito de algarismos, que se repetem de forma periódica.

o a partir da vírgula, decimal periódico simples, se 2 ou 5 forem divisores do denominador;

o a partir do algarismo dos décimos, centésimos…, decimal periódico composto, se entre os


divisores do denominador estiver o 2 ou o 5 e houver, além desses, outros divisores.

Reciprocamente, qualquer número decimal exato ou periódico pode ser expresso na forma de fração.

Exemplo:

Expressar na forma de fração os seguintes números decimais:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Representação canônica de um número racional

Dada uma fração, existem infinitas frações equivalentes a ela.

é o conjunto das frações equivalentes à fração irredutível .

Um conjunto de frações equivalentes representa um único número racional.

Cada fração do conjunto é um representante do número racional, e a fração irredutível com


denominador positivo é o representante canônico.

Assim, o número racional é formado pela fração e todas as suas equivalentes:

Todas elas são representantes do número racional .

Portanto, e o representante canônico.

Números irracionais

O conjunto I dos números irracionais é formado pelos números que não podem ser expressos em
forma de fração. São números cuja expressão decimal tem um número infinito de algarismos que não
se repetem de forma periódica.

Existem infinitos números irracionais: é irracional e, em geral, é irracional qualquer raiz não-
exata, como

também é irracional e podem-se gerar números irracionais combinando seus algarismos decimais;
por exemplo, o = 0,010010001… ou b = 0,020020002…

Com esses números, podem-se calcular soluções em equações do segundo grau (x2 = 2 —> x
= que não é racional), o comprimento de uma circunferência (C = 2 r, em que não é
racional) etc.

Teorema de Pitágoras

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Os números irracionais do tipo , sendo o um número natural, podem ser representados de


maneira exata na reta numérica utilizando-se o Teorema de Pitágoras; para os demais, calcula-se
sua expressão decimal e representa-se uma aproximação.

Exemplo:

Verificar se cada um dos seguintes números é racional ou irracional.

a) ; portanto, é um numero racional.

b) é um número irracional; se fosse um número racional poderia ser representado na forma de

uma fração irredutível: , em que a e b não têm fatores comuns.

que significa que a2 é divisível por b2, ou seja, têm divisores comuns,

contradizendo o fato de que a fração seja irredutível. Demonstra-se essa afirmação por absurdo.

Números complexos

Os números complexos formam um conjunto numérico que é mais abrangente que os números
reais. Eles surgiram após inúmeros estudos, sobretudo após tentativas de se resolver equações do
segundo e do terceiro grau. Nessa época, os matemáticos se depararam raízes quadradas de
números negativos, que não podem ser expressas no conjunto dos números reais. Assim, os
matemáticos passaram a denotar essas raízes usando a letra “i”. A base principal foi
adotar i=−1−−−√.

Definição

Quando vamos solucionar equações do tipo x2+1=0, nos deparamos com x=±−1−−−√. Como não
existe raiz quadrada de número negativo no conjunto dos números reais, convencionou-se utilizar a
notação i2=−1 para representar esse número negativo. Com isso, o resultado da equação anterior
seria x=±i. Esse número “i” é conhecido como unidade imaginária.

Assim, um número complexo, que chamamos de Z, tem a forma

z=a+bi, a,b∈R

Chamamos o número a de parte real, Re(Z) = a, e b de parte imaginária, Im(Z) = b. Esta notação é
chamada de forma algébrica.

Adição de números complexos

A adição de números complexos é realizada através da adição dos termos semelhantes, ou seja,
somamos as partes reais de cada número e depois as partes imaginárias. Sejam z1 e z2 dois
números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.

Definiremos a adição de z1 e z2 da seguinte forma:

z1+z2=(a+bi)+(c+di)

z1+z2=(a+c)+(b+d)i

Exemplo:

Se z1=3+2i e z2=5−3i a soma será:

z1+z2=(3+5)+(2−3)i

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
CONJUNTOS NUMÉRICOS

z1+z2=8−i

Subtração de números complexos

A subtração de números complexos é análoga à adição. Calculamos a diferença entre as partes reais
de cada número e depois as partes imaginárias.

Sejam z1 e z2 dois números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.

Definiremos a subtração de z1 e z2 da seguinte forma:

z1−z2=(a+bi)−(c+di)

z1−z2=(a−c)+(b−d)i

Exemplo:

Se z1=7+10i e z2=3+6i a diferença será:

z1−z2=(7−3)+(10−6)i

z1−z2=4−4i

Multiplicação de números complexos

Para multiplicar números complexos utilizamos o mesmo método adotado na expansão de um


produto notável, multiplicando cada termo do primeiro fator por todos os membros do segundo fator.
Assim:

Sejam z1 e z2 dois números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di.

Definiremos a multiplicação de z1 e z2 da seguinte forma:

z1⋅z2=(a+bi)⋅(c+di)

z1⋅z2=(ac−bd)+(ad+bc)i

Exemplo:

Se z1=2+5i e z2=1+3i o produto será:

z1⋅z2=(2+5i)+(1+3i)

z1⋅z2=2⋅1+2⋅3i+5i⋅1+5i⋅3i

z1⋅z2=2+6i+5i+15i2

z1⋅z2=2+6i+5i+15⋅(−1)

z1⋅z2=2+6i+5i−15

z1⋅z2=(2−15)+(6+5)i

z1⋅z2=−13+11i

Divisão de números complexos

Para dividir números complexos multiplicamos o dividendo e o divisor pelo conjugado do divisor. O
conjugado de um número complexo z1=a+bi será z1=a−bi.

Sempre que multiplicamos um número complexo pelo seu conjugado, o denominador será um
número real.

Sejam z1 e z2 dois números complexos, tais que: z1=a+bi e z2=c+di

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Definiremos a divisão de z1 e z2 da seguinte forma:

z1z2=a+bic+di⋅c−dic−di

z1z2=(a+bi)⋅(c−di)c2−(di)2

z1z2=(ac−bd)+(ad+bc)ic2+d2=ac−bdc2+d2+ad+bcc2+d2i

Exemplo

Se z1=1+2i e z2=2+3i a divisão será:

z1z2=1+2i2+3i⋅2−3i2−3i

z1z2=(1+2i)⋅(2−3i)22−(3i)2

z1z2=8−i4+9=8−i13=813−113i

Argumento e módulo de um número complexo

Podemos representar um número complexo em um sistema de coordenadas. Esse sistema de


coordenadas é chamado de Plano de Argand-Gauss. É composto por dois segmentos de reta
perpendiculares. O segmento horizontal comporta as partes reais dos números complexos e o
segmento vertical, as partes imaginárias. Como exemplo, observe como será representado o número
complexo z=a+bi no Plano de Argand-Gauss:

O segmento de reta OZ é chamado de módulo do número complexo, representado por |z|. Na figura
abaixo, o ângulo entre o eixo Ox e o segmento OZ é chamado de argumento de Z, representado
por θ.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Argumento de Z

No Triângulo retângulo formado pelos vértices OâZ, temos que:

sen(θ)=b|z|

cos(θ)=a|z|

Sendo θ o argumento de Z.

Para encontrar o argumento de Z, podemos utilizar θ=arcsen(b|z|) ou θ=arcos(a|z|).

Módulo de Z

Aplicando o teorema de Pitágoras teremos:

(|z|)2=a2+b2

Então:

|z|=a2+b2−−−−−−√

Forma trigonométrica de um número complexo

Cada número complexo pode ser expresso em função do seu módulo e argumento. Quando isso
acontece dizemos que o número complexo está na forma trigonométrica ou polar.

Considere o número complexo z=a+bi, em que z ≠ 0,

Como vimos anteriormente:

sen(θ)=b|z|⟹b=|z|⋅sen(θ)

cos(θ)=a|z|⟹a=|z|⋅cos(θ)

Substituindo os valores de a e b no complexo z=a+bi.

z=a+bi

z=|z|⋅cos(θ)+|z|⋅sen(θ)i

z=|z|⋅(cos(θ)+i⋅sen(θ))

Produto de números complexos na forma polar

Considere dois números complexos na forma polar:

z1=|z1|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))

z2=|z2|⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))

O produto entre será:

z1⋅z2=[|z1|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))]⋅[|z2|⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))]

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)+i⋅sen(θ1))⋅(cos(θ2)+i⋅sen(θ2))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)+cos(θ1)⋅i⋅sen(θ2)+i⋅sen(θ1)⋅cos(θ2)+i⋅sen(θ1)⋅i⋅sen(θ2))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)+i⋅cos(θ1)⋅sen(θ2)+i⋅sen(θ0)⋅cos(θ2)+i2⋅sen(θ1)⋅sen(θ2))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1)⋅cos(θ2)−sen(θ1)⋅sen(θ2)+i(sen(θ1)⋅cos(θ2)+sen(θ2)⋅cos(θ1)))

z1⋅z2=|z1|⋅|z2|⋅(cos(θ1+θ2)+i⋅sen(θ1+θ2))

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
CONJUNTOS NUMÉRICOS

Assim, para multiplicar dois números complexos na forma polar, basta multiplicar seus módulos e
somar seus argumentos.

Exemplo:

Se z1=2(cos(π6)+i⋅sen(π6)) e z2=3(cos(π3)+i⋅sen(π3)):

z1⋅z2=2⋅3(cos(π6+π3)+i⋅sen(π6+π3))

z1⋅z2=6(cos(π2)+i⋅sen(π2))

Potência de um número complexo

Como vimos anteriormente, para multiplicar números complexos, basta multiplicar seus módulos e
somar seus argumentos.

Se multiplicarmos um número complexo Z por ele mesmo n vezes, teremos:

|z|⋅|z|⋅|z|⋅|z|⋅…⋅|z|=(|z|)n

θ+θ+θ+…+θ=n⋅θ

Assim, elevando Z a uma potência n, teremos que:

zn=(|z|)n⋅(cos(nθ)+i⋅sen(nθ))

Exemplo:

Calcular z3, sendo z=2(cos(π4)+i⋅sen(π4)).

z3=23(cos(3⋅π4)+i⋅sen(3⋅π4))

z3=8(cos(3π4)+i⋅sen(3π4))

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

Função Logarítmica e Exponencial

Na matemática, o logaritmo de um número é o expoente a que outro valor fixo, a base, deve ser ele-
vado para produzir este número. Por exemplo, o logaritmo de 1 000 na base 10 é 3 porque 10 elevado
ao cubo é 1 000 (1 000 = 10 × 10 × 10 = 103). De maneira geral, para quaisquer dois números reais b
e x, onde b é positivo e b ≠ 1,

O logaritmo da base 10 (b = 10) é chamado de logaritmo comum (ou decimal) e tem diversas aplicações
na ciência e engenharia. O logaritmo natural (ou neperiano) tem a constante irracional e (≈ 2,718) como
base e é utilizado na matemática pura, principalmente em cálculo diferencial. Ainda há o logaritmo bi-
nário, no qual se usa base 2 (b = 2), que é importante para a ciência da computação.

O conceito de logaritmo foi introduzido por John Napier no ano de 1614, a fim de simplificar cálculos,
daí a nomenclatura logaritmo neperiano. Ele foi rapidamente adotado por navegadores, cientistas, en-
genheiros e outros profissionais para facilitar seus cálculos, através do uso de réguas de cálculo e ta-
belas logarítmicas. Algumas etapas tediosas da multiplicação com vários dígitos podem ser substituí-
das por consultas a tabelas ou por somas mais simples devido ao fato de o logaritmo de um produto
ser o somatório dos logaritmos dos fatores:

A atual noção de logaritmo advém de Leonhard Euler, que o relacionou com a função exponencial no
século XVIII. As escalas logarítmicas permitem reduzir grandezas de elevada amplitude para valores
menores. Por exemplo, o decibel é uma unidade logarítmica que indica a proporção de uma quantidade
física (geralmente energia ou intensidade) em relação a um nível de referência, isto é, estabelece uma
razão entre a quantificação da energia liberada e a amplitude.

Em química, o potencial hidrogeniônico (pH) mede a acidez e a alcalinidade de soluções aquosas. Os


logaritmos ainda são comuns em fórmulas científicas, na teoria da complexidade computacional e de
figuras geométricas chamadas fractais. Eles descrevem intervalos musicais, aparecem em fórmulas
que contam os números primos, informam vários modelos da psicofísica e podem auxiliar na perícia
contábil.

Do mesmo modo como o logaritmo é o inverso da exponenciação, o logaritmo complexo é a função


inversa da função exponencial aplicada a números complexos. O logaritmo discreto é outra variante;
ele é utilizado na criptografia assimétrica.

Razão e Definição

A ideia dos logaritmos é reverter a operação de exponenciação, isto é, elevar um número a uma potên-
cia. A título de exemplo, a potência de três (ou o cubo) de 2 é 8, porque 8 é o produto dos três fatores
de 2:

Disso resulta que o logaritmo de 8 na base 2 é 3, ou seja: log2 8 = 3.

Exponenciação

A potência de três de qualquer número b é o produto de três fatores de b. De forma mais geral, ele-
var b à enésima potência, quando n é um número natural, se realiza pela multiplicação de n fatores
de b. A enésima potência de b é escrita como bn, que significa:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

A exponenciação pode ser estendida para by, onde b é um número positivo e o expoente y é qual-
quer número real. Por exemplo, b−1 é o inverso de b, ou seja, 1/b.

Definição

O logaritmo de um número positivo real x, na base b, é o expoente pelo qual b deve ser elevado para
se chegar a x, sendo b um número positivo real diferente de 1. Em outras palavras, o logaritmo de x na

base b é a solução de y na equação :

Onde

Exemplos

Os logaritmos também podem ser negativos:

porque:

Um terceiro exemplo é: log10(150) é aproximadamente 2,176, que se localiza entre 2 e 3, da mesma


forma como 150 está entre 102 = 100 e 103 = 1 000. Finalmente, para qualquer base b, logb(b) =
1 e logb(1) = 0, pois b1 = b e b0 = 1, respectivamente.

Identidades Logarítmicas

Várias fórmulas são importantes para relacionar um logaritmo a outro, e essas relações são chamadas
de identidades logarítmicas ou leis de log.

Produto, quociente, potência e raiz

A tabela a seguir lista algumas identidades logarítmicas com exemplos, sendo que todas podem ser

derivadas após a substituição da definição de logaritmo nos primeiros


membros.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

Fórmula, Descrição e Exemplo.

Mudança de base

O logaritmo logb(x) pode ser calculado a partir dos logaritmos de x e de b, ambos com uma base
arbitrária k, utilizando a seguinte fórmula:

As típicas calculadoras científicas calculam os logaritmos nas bases 10 e e. Logaritmos com respeito a
qualquer base b podem ser determinados usando qualquer um desses logaritmos, segundo a fórmula:

Dado um número x e seu logaritmo logb(x), a base desconhecida b é dada por:

Para justificar a definição de logaritmo, é necessário mostrar que a equação tem a solução x
e que esta é única, desde que y seja positivo e b seja positivo e diferente de 1. Uma prova para este
fato requer o teorema do valor intermediário do cálculo elementar. Este teorema afirma que uma função
contínua que produz dois valores m e n também produz qualquer valor que se situe entre m e n. Uma
função é contínua quando ela não dá “saltos”, isto é, quando seu gráfico pode ser desenhado sem se
levantar a caneta.

Pode-se demonstrar que esta propriedade se aplica à função f(x) = bx. Como f assume valores positi-
vos arbitrariamente grandes e arbitrariamente pequenos, qualquer número y > 0 situa-se entre f(x0)
e f(x1) para apropriados x0 e x1. Logo, o teorema do valor intermediário garante que a equação f(x)
= y tem uma solução. Além disso, há apenas uma solução para essa equação, porque a função f é es-
tritamente crescente (para b > 1) ou estritamente decrescente (para 0 < b < 1).

A única solução x é o logaritmo de y na base b, logb(y). A função que atribui a y o seu logaritmo é
chamada de função logarítmica ou, simplesmente, logaritmo. A função logb(x) é essencialmente carac-
terizada pela fórmula do produto:

Mais precisamente, o logaritmo em qualquer base b > 1 é a única função crescente f dos números reais
para os reais que satisfaçam f(b) = 1 e

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

O gráfico de uma função logarítmica logb(x) (azul) é obtido pela reflexão do gráfico de uma função
exponencial bx (vermelho) em relação à linha diagonal ( x = y).

Função Exponencial

Chama-se função exponencial a função em que

O número a é chamado de base da função. A função exponencial {\textstyle f(x)=a^{x}}


pode ser crescente ou decrescente a depender do valor da base. Se , a função é crescente.
Caso a função é decrescente.

Esboço do gráfico de uma função exponencial

Definição formal

A função exponencial pode ser caracterizada como uma extensão do processo de potenciação para
expoentes não inteiros. Quando n é um número natural maior do que 1, a potência an indica a multipli-
cação da base a por ela mesma tantas vezes quanto indicar o expoente n, isto é,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

Esta definição implica as seguintes propriedades:

A fim de estender estas propriedades para expoente zero, expoentes negativos e racionais, definem-
se:

A função exponencial pode ser então definida para todo expoente x através dos seguintes limites:

De fato, a função y = ax é a única função contínua y=f(x) que satisfaz:

No entanto, mais comumente, a função exponencial é definida em termos da função exponencial natu-
ral e sua inversa, o logaritmo natural:

A função exponencial satisfaz sempre os seguintes axiomas básicos de definição:

A partir destes axiomas, podemos extrair as seguintes propriedades operacionais:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

Propriedades da função exponencial

A função exponencial de base , tem as seguintes propriedades:

para todo ;

é função crescente se, e somente se, ;

é função decrescente se, e somente se, ;

é injetiva;

é ilimitada superiormente;

é contínua;

é sobrejetiva;

é bijetiva, isto é, possui uma função inversa, o logaritmo, denominada .

Função exponencial crescente

Função exponencial decrescente

Demonstrações das propriedades

Propriedade 1

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

Mostraremos, primeiro, que para todo . Com efeito, notamos que .

Suponhamos, por contradição, que para algum .

Mas, daí temos , uma contradição. Concluímos que para todo

Como consequência para todo , uma vez que .

Propriedade 2

Sejam . Suponhamos, sem perda de generalidade, que . Tomamos, então,


tal que . Segue que . Pela propriedade 1, temos
se, e somente se, . Como se, e somente se .

Concluímos que, se, e somente se, .

Propriedade 3

Segue raciocínio análogo à demonstração da propriedade 2.

Propriedade 4

Consequência imediata das propriedades 2 e 3.

A função exponencial natural

Esboço do gráfico da função exponencial natural

A função exponencial natural é a função exponencial cuja base é o número de Euler. Denotado
por ex ou exp(x), a função exponencial natural é uma das mais importantes funções da matemática e
pode ser definida de pelo menos duas maneiras equivalentes: a primeira, como uma série infinita; a
segunda, como limite de uma seqüência:

Aqui, n! corresponde ao fatorial de n e x é qualquer número real ou complexo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
FUNÇÃO LOGARÍTMICA E EXPONENCIAL

O valor da base da exponencial natural, e, é aproximadamente 2.718281828.

A exponencial natural satisfaz as seguinte propriedades:

A função y = ex é contínua e diferenciável para todo x.

A derivada da função y = ex é a própria função função y = ex.

A função y = ex é positiva e crescente para todo número real x.

ex+y = ex ey

A curva y = ex jamais toca o eixo x, embora se aproxime de zero para valores negativos de x, isto é:

Os valores de y=ex crescem ilimitadamente, isto é:

A função y=ex cresce mais rápido que qualquer potência, isto é, para todo n natural, temos:

A função é igual a sua derivada, i.e.:

Usando o logaritmo natural, pode-se definir funções exponenciais mais genéricas, como abaixo:

Para todo .

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
SISTEMAS LINEARES

Sistemas Lineares

Equação Linear

É toda equação que possui variáveis e apresenta na seguinte forma a1x1 + a2x2 + a3x3 + ...+ anxn =
b, em que a1, a2, a3, ....., são os coeficientes reais e o termo independente e representado pelo
número real b.

Exemplos:

x + y + z = 20
2x –3y + 5z = 6
4x + 5y – 10z = –3
x – 4y – z = 0

Sistema Linear

Um conjunto de p equações lineares com variáveis x1, x2, x3,....,xn formam um sistema linear com p
equações e n incógnitas.

Exemplos:

x+y=3
x–y=1

Sistema linear com duas equações e duas variáveis.

2x + 5y – 6z = 24
x – y + 10z = 30

Sistema linear com duas equações e três variáveis.

x + 10y – 12z = 120


4x – 2y – 20z = 60
–x + y + 5z = 10

Sistema linear com três equações e três variáveis.

x – y – z + w = 10
2x + 3y + 5z – 2w = 21
4x – 2y – z + w = 16

Sistema linear com três equações e quatro variáveis.

Solução de um sistema linear

Dado o sistema:

x+y=3
x–y=1

Dizemos que a solução deste sistema é o par ordenado (2,1), pois ele satisfaz as duas equações do
sistema linear. Observe:

x=2ey=1

2+1=33=3
2–1=11=1

Dado o sistema:

2x + 2y + 2z = 20

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SISTEMAS LINEARES

2x – 2y + 2z = 8
2x – 2y – 2z = 0

Podemos dizer que o trio ordenado (5, 3, 2) é solução do sistema, pois ele satisfaz as três equações do
sistema linear. Veja:

2 * 5 + 2 * 3 + 2 * 2 = 20 10 + 6 + 4 = 20 20 = 20
2*5–2*3+2*2=8 10 – 6 + 4 = 8 8=8
2*5–2*3–2*2=0 10 – 6 – 4 = 0 0=0

Classificação De Um Sistema Linear

Todo sistema linear é classificado de acordo com o número de soluções apresentadas por ele.

SPD – Sistema Possível e Determinado – possui apenas uma solução.


SPI – Sistema Possível e Indeterminado – possui infinitas soluções.
SI – Sistema Impossível – não possui solução.

Associando um sistema linear a uma matriz

Um sistema linear pode estar associado a uma matriz, os seus coeficientes ocuparão as linhas e as
colunas da matriz, respectivamente. Veja exemplo 1:

O sistema:

x+y=3
x–y=1

pode ser representado por duas matrizes, uma completa e outra incompleta.

Matriz completa

1 1 3
1 -1 1
Matriz incompleta

1 1
1 -1
Exemplo 2

x + 10y – 12z = 120


4x – 2y – 20z = 60
–x + y + 5z = 10

Matriz completa

1 10 -12 120
4 -2 -20 60
-1 1 5 10
Matriz incompleta

1 10 -12
4 -2 -20
-1 1 5
Obs.: O sistema também pode possuir uma representação matricial. Observe o sistema de equações
lineares:

x + 10y – 12z = 120


4x – 2y – 20z = 60
–x + y + 5z = 10

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
SISTEMAS LINEARES

Equação matricial do sistema:

Equação Linear

Equação linear é toda equação da forma:

a1x1 + a2x2+ a3x3 + ... + anxn = b

em que a1, a2, a3, ... , an são números reais, que recebem o nome de coeficientes das incógnitas x1,
x2,x3, ... , xn, e b é um número real chamado termo independente (quando b=0, a equação recebe o
nome de linear homogênea).

Veja alguns exemplos de equações lineares:

3x - 2y + 4z = 7

-2x + 4z = 3t - y + 4

(homogênea)

As equações a seguir não são lineares:

xy - 3z + t = 8
2
x - 4y = 3t - 4

Sistema Linear

Um conjunto de equações lineares da forma:

é um sistema linear de m equações e n incógnitas.

A solução de um sistema linear é a n-upla de números reais ordenados (r1, r2, r3,..., rn) que é,
simultaneamente, solução de todas as equações do sistema.

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
SISTEMAS LINEARES

Sistemas Lineares são conjuntos de equações associadas entre elas que apresentam a forma a seguir:

A chave do lado esquerdo é o símbolo usado para sinalizar que as equações fazem parte de um
sistema. O resultado do sistema é dado pelo resultado de cada equação.

Os coeficientes amxm, am2xm2, am3xm3, ... , an, an2, an3 das incógnitas x1, xm2,xm3, ... , xn, xn2, xn3 são
números reais.
Ao mesmo tempo, b também é um número real que é chamado de termo independente.

Sistemas lineares homogêneos são aqueles cujo termo independente é igual a 0 (zero): a1x1 + a2x2 = 0.
Portanto, aqueles que apresentam termo independente diferente de 0 (zero) indica que o sistema não é
homogêneo: a1x1 + a2x2 = 3.

Classificação

Os sistemas lineares podem ser classificados conforme o número de soluções possíveis. Lembrando
que a solução das equações é encontrado pela substituição das variáveis por valores.

 Sistema Possível e Determinado (SPD): há apenas uma solução possível, o que acontece quando o
determinante é diferente de zero (D ≠ 0).

 Sistema Possível e Indeterminado (SPI): as soluções possíveis são infinitas, o que acontece
quando o determinante é igual a zero (D = 0).

 Sistema Impossível (SI): não é possível apresentar qualquer tipo de solução, o que acontece
quando o determinante principal é igual a zero (D = 0) e um ou mais determinantes secundários são
diferentes de zero (D ≠ 0).

As matrizes associadas a um sistema linear podem ser completas ou incompletas. São completas as
matrizes que consideram os termos independentes das equações.

Os sistemas lineares são classificados como normais quando o número de coeficientes é o mesmo que
o número de incógnitas. Além disso, quando o determinante da matriz incompleta desse sistema não é
igual a zero.

Exercícios Resolvidos

Vamos resolver passo a passo cada equação a fim de classificá-las em SPD, SPI ou SI.

Exemplo 1 - Sistema Linear com 2 Equações

Exemplo 2 - Sistema Linear com 3 Equações

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
SISTEMAS LINEARES

Se D = 0, podemos estar diante de um SPI ou de um SI. Assim, para saber qual a classificação correta,
vamos ter de calcular os determinantes secundários.

Nos determinantes secundários são utilizados os termos independentes das equações. Os termos
independentes substituirão uma das incógnitas escolhidas.

Vamos resolver o determinante secundário Dx, por isso, vamos substituir o x pelos termos
independentes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
SISTEMAS LINEARES

Como o determinante principal é igual a zero e um determinante secundário também é igual a zero,
sabemos que esse sistema é classificado como SPI.

Em Matemática, recebe o nome de sistemaum conjunto de equações em que as variáveis


representadas por uma mesma letra possuem o mesmo valor. Uma das formas mais conhecidos e
usadas para encontrar os valores numéricos dessas incógnitas é o método da substituição. Por esse
método, encontramos o valor algébricode uma das incógnitas para, em seguida, substituirmos esse
valor na outra equação.

Os sistemas com duas equações e duas incógnitas são representados por uma equação sobre a
outra dentro de uma “{”, como no exemplo a seguir:

Nesse exemplo, temos que x = 20 e y = 10 para ambas as equações.

Para demonstrar como encontrar resultados de sistemas pelo método da substituição, faremos o
seguinte passo a passo:

Solução De Sistemas Pelo Método Da Substituição

Passo 1: Escolher uma incógnita e calcular seu valor algébrico.

O valor algébrico é encontrado quando uma incógnita é isolada. Qualquer incógnita, em qualquer uma
das equações, pode ser escolhida, entretanto, escolher uma incógnita com coeficiente 1 facilita muito
os cálculos.

Observe, por exemplo, o sistema abaixo. Nele, optamos por encontrar o valoralgébrico da incógnita y
na primeira equação.

Passo 2: Substituir o valor algébrico da incógnita na outra equação.

É muito importante que essa substituição seja feita na equação que ainda não foi usada, pois, só
assim o resultado será encontrado. No caso do exemplo, como usamos a primeira equação para
calcular o valor algébrico de y, então usaremos a segunda equação para substituir esse valor. Assim,
onde aparecer y, colocaremos (40 – 2x) no lugar:

Passo 3: Calcular o valor numérico de uma das incógnitas.

Observe que, ao substituir o valor numérico de y na segunda equação do exemplo, o resultado foi
uma equação do primeiro grau com uma incógnita. Por meio da resolução dessa equação,
encontraremos o valor numérico de x.

1ª Obs.: Sempre que escolhermos uma incógnita para encontrar o valor algébrico, a outra terá seu
valor numérico revelado primeiro.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
SISTEMAS LINEARES

2ª Obs.: Se o valor algébrico de y for substituído na mesma equação usada para encontrá-lo, o
resultado será algo do tipo 0 = 0 ou 1 = 1.

Passo 4: Substituir o valor numérico de x em qualquer uma das duas equações e encontrar o
valor numérico de y.

Sugerimos que a equação com coeficientes menores seja escolhida para facilitar os cálculos. No
exemplo, escolhemos a primeira equação:

A solução dos sistemas geralmente é representada por um par ordenado ou pela notação de
conjuntos com a mesma ordem dos pares ordenados: S = {x,y}. No caso do exemplo acima: S = {15,
10}.

2º Exemplo: Encontre a solução do sistema a seguir:

Solução: Primeiramente, escolha uma incógnita para isolar. Para esse sistema, isolaremos y
na primeira equação. Observe os cálculos na seguinte imagem:

Por meio dos passos 2 e 3, substitua y na outra equação e encontre o valornumérico de x, como na
imagem:

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
SISTEMAS LINEARES

Após encontrar o valor numérico de x, escolha uma das equações para cumprir o quarto e último
passo: obter o valor numérico de y. Escolhemos, para isso, a primeira equação. Observe:

A solução desse sistema é S = {5, 2}.

Um Sistema de Equações Lineares é um conjunto ou uma coleção de equações com as quais é


possível lidar de uma única vez. Sistemas Lineares são úteis para todos os campos da matemática
aplicada, em particular, quando se trata de modelar e resolver numericamente problemas de diversas
áreas. Nas engenharias, na física, na biologia, na química e na economia, por exemplo, é muito comum
a modelagem de situações por meio de sistemas lineares.

De maneira geral, um Sistema de Equações Linearespode ser definido como um conjunto


de m equações, sendo m ≥ 1, com n incógnitas x1, x2, x3, … xn, de forma que:

a11x1 + a12x2 + … + a1nxn = b1

a21x1 + a22x2 + … + a2nxn = b2

am1x1 + am2x2 + … + amnxn = bm

Sendo que: a1, …, an e b são números reais. Os números aij são os coeficientes angulares e bi é
o termo independente e quando este é nulo a equação linear é chamada homogênea.

Exemplo:

O sistema linear acima possui três equações, três incógnitas (x, y, z) e os termos independentes, que
são – 7, 3 e 0. Além disso, no sistema acima há uma equação homogênea (4x + y + z = 0).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
SISTEMAS LINEARES

Um sistema linear também pode ser escrito em forma matricial. A seguir, a função apresentada no
exemplo anterior será exposta em forma de matriz:

Percebe-se que a forma matricial de um sistema linear é igual ao produto matricial entre a matriz
formada pelos coeficientes angulares e a matriz formada pelas incógnitas, cujo resultado é a matriz
formada pelos termos independentes.

Solução De Um Sistema Linear

A solução de um sistema linear é um conjunto de valores que satisfaz ao mesmo tempo todas as
equações de um sistema linear, ou seja, a ênupla ordenada (sequência ordenada de n elementos) é
solução de um sistema linear S, se for solução de todas as equações de S.

Exemplo:

Os valores que satisfazem as duas equações são x = 2 e y = 1, logo, a solução do sistema é o par
ordenado (2,1), como mostra a representação gráfica do sistema linear apresentado como exemplo.

Quando um ocorre um Sistema Linear Homogênio, aquele que possui todas as equações com termos
independentes nulos, ele admite uma solução nula (0, 0, … , 0) chamada de solução trivial. Mas, um
sistema linear homogênio pode ter outras soluções além da trivial.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
SISTEMAS LINEARES

O sistema linear acima é homogêneo, portanto, a priori, já temos a solução trivial dada pelo conjunto
(0, 0, 0). Contudo, também se admite como solução desse sistema o conjunto (0, 1, – 1).

A partir de agora, serão apresentados dois métodos para a obtenção do conjunto verdade de um
sistema: a Regra de Cramer e o Escalonamento.

Regra de Cramer

É aplicável na resolução de um sistema n x n incógnitas, no qual o determinante diferente de zero (D ≠


0). Ou seja: (x1 = D1 / D, x2 = D2 / D, … , xn = Dn / D). Sendo que, ao considerar o sistema:

Percebe-se que os coeficientes a1 e a2se relacionam com a incógnita x, enquanto b1 e b2 e se


relacionam com a incógnita y. Agora, a partir da matriz incompleta:

É possível obter o determinante (D) desta matriz e substituindo os coeficientes de x e y que o compõe
pelos termos independentes c1e c2 é possível encontrar os determinantes Dx e Dy para que se aplique
a Regra de Cramer. Abaixo estão os referidos determinantes:

Exemplo:

Então: x = Dx/D = -10/-5 = 2 e y = Dy/D = -5/-5 = 1, portanto, como foi mostrado anteriormente, inclusive
graficamente, o par ordenado (2,1) é o resultado do sistema linear acima.

Escalonamento

Um sistema está escalonado quando de equação para equação, no sentido de cima para baixo,
houver aumento dos coeficientes nulos situados antes dos coeficientes não nulos. Exemplo:

O sistema acima está escalonado e substituindo as incógnitas das equações pelos seus respectivos é
possível encontrarmos o conjunto solução (1,1,1).

Para escalonar um sistema é necessário que se coloque como primeira equação aquela que tenha o
coeficiente de valor 1 na primeira incógnita. Caso não haja nenhuma equação assim, será necessário
dividir membro a membro aquela que está como primeira equação pelo coeficiente da primeira
incógnita. Nas demais equações, é necessário que se obtenha zero como coeficiente da primeira
incógnita, somando cada uma delas com o produto da primeira equação pelo oposto do coeficiente
dessa incógnita, até que se possam verificar os valores de cada uma das incógnitas e, por fim,
encontrar o conjunto solução.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
SISTEMAS LINEARES

Sistemas Lineares

 Definição 1: Seja n um inteiro positivo. Chama-se equação linear a n incógnitas toda equação do
tipo a1x1 + a2x2 + ... + anxn= b em que a1, a2, ..., an, b são constantes reais e x1, x2, ..., xn são incógnitas.
Chamamos cada a1 de coeficiente de x1 e b de termo independente da equação.

 Definição 2:Sejam m e n inteiros positivos. Chama-se sistema linear a m equações e n incógnitas


todo sistema com m equações lineares, todas às mesmas n incógnitas. Denotaremos o sistema citado
como se segue:

Chama-se solução do sistema toda lista ordenada (x1, x2, ..., xn) de números reais que satisfaz a todas
as equações do sistema linear e chama-se conjunto solução do sistema o conjunto constituído de todas
as soluções.

Dizemos que o sistema linear é, respectivamente, impossível, possível determinado ou possível


indeterminado conforme seu conjunto solução seja vazio, unitário ou tenha pelo menos dois elementos.

Método Do Escalonamento

O método do escalonamento consiste em transformar uma matriz qualquer em uma matriz na forma
escada através de operações elementares com linhas. O objetivo disso é resolver sistemas lineares.
Para tanto, devemos saber que cada sistema linear tem duas matrizes correspondentes: uma
chamada matriz dos coeficientes ou matriz incompleta do sistema e outra chamada matriz completa
do sistema.

Listemos a seguir as matrizes referentes a um sistema genérico:

Matriz incompleta

Matriz completa

Se A é a matriz dos coeficientes, X = eB= , então o sistema pode ser representado


(matricialmente) pelas seguintes equações:

O método do escalonamento para resolver um sistema linear cuja matriz completa é C consiste em
encontrar uma matriz C’, tal que C’ seja linha-equivalente a C e o sistema cuja matriz é C’ já explicite o
seu conjunto solução. Para tanto, essa matriz deverá estar na forma escada.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
SISTEMAS LINEARES

Exemplo: Resolvamos o sistema ,que tem a seguinte matriz completa;

Devemos operar essa matriz com linhas, de maneira a deixar a matriz dos coeficientes na forma
escada.

Assim, o sistema inicial é equivalente a . Portanto, está resolvido.

Observações:

 Um sistema linear AX = B chama-se homogêneo se B = O. Isto é, se todos os termos independentes


são nulos. Neste caso, uma solução óbvia é a trivial, composta apenas de zeros. (Por exemplo, para n
= 3, a solução trivial é (0,0,0).)

 Se, num sistema linear homogêneo, o número de incógnitas é maior do que o número de equações,
ele admite solução não trivial.

 Se m = n, então o sistema linear AX = B tem uma única solução, então A é linha equivalente a I n.

 Se m = n, então o sistema linear AX = B tem uma única solução, então A é linha-equivalente a In.

Regra De Cramer

A regra de Cramer é utilizada para a resolução de um sistema linear a partir do cálculo de


determinantes. Vamos considerar aqui um sistema linear Ax = B, sendo x uma matriz de incógnitas.

Seja A uma matriz invertível n x n e seja B n. Seja Ai a matriz obtida substituindo a i-ésima coluna
de A por B. Se x for a única solução de Ax = B, então

Com i variando até n, é possível encontrar as matrizes-solução do sistema, e descobrir se ele é


possível determinado (quando há somente uma matriz-solução), possível indeterminado (infinitas
matrizes-solução) ou impossível (nenhuma solução).

Exemplo: Considerando o sistema de equações:

Solução:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
SISTEMAS LINEARES

Então temos como solução a matriz x = e o sistema é possível determinado.

Questões

1) Determine os valores de k tais que o sistema nas incógnitas x, y e z tenha: (i) única solução, (ii)
nenhuma solução, (iii) mais de uma solução.

a)

b)

2) Ache as soluções dos problemas dados ou prove que não existem soluções

c)

d)

e)

f)

3) Dado o sistema:

a) Encontre uma solução dele sem resolvê-lo (atribua valores para x, y, z e w).

b) Resolva efetivamente o sistema, isto é, encontre sua matriz-solução.

c) Resolva também o sistema homogêneo associado.

d) Verifique que toda matriz-solução obtida em (b) é a soma de uma matriz-solução encontrada em (c)
com a solução particular que você encontrou em (a).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
SISTEMAS LINEARES

4) Dado o sistema linear:

a) Discuta a solução do sistema.

b) Acrescente a equação 2z + kw = 9 a este sistema, encontre um valor de k que torne o sistema


impossível.

5) Dê o conjunto solução do seguinte sistema linear:

Antes de entendermos o conceito de sistemas lineares, precisamos entender as equações lineares.

Equação Linear

Uma equação linear é aquela que possui variáveis e se apresenta da seguinte maneira:

A1x1 + a2x2 + a3x3 +… anxn = b

Sendo que a1, a2, a3, …, são coeficientes reais e b é o termo independente.

Confira abaixo alguns exemplos de equações lineares:

x + y + z = 15

2x – 3y + 5z = 2

X – 4y – z = 0

4x + 5y – 10z = -3

Sistema Linear

Tendo esse conceito em mente, agora podemos partir para a segunda parte: os sistemas lineares.

Quando falamos em sistemas lineares, estamos falando de um conjunto p de equações lineares com
variáveis x1, x2, x3, …, xn que formam esse sistema.

Por exemplo:

X+y=3

X–y=1

Este é um sistema linear com duas equações e duas variáveis.

2x + 5y – 6z = 24

X – y + 10z = 30

Este, por sua vez, é um sistema linear com duas equações e três variáveis:

X + 10 y – 12 z = 120

4x – 2y – 20z = 60

-x + y + 5z = 10

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
SISTEMAS LINEARES

E o sistema linear com três equações e três variáveis.

X – y – z + w = 10

2x + 3y + 5z – 2w = 21

4x – 2y – z + w = 16

Neste caso, por fim, temos um sistema linear com três equações e quatro variáveis.

Como Solucionar?

Mas como devemos resolver um sistema linear? Confira o exemplo abaixo para melhor entendimento:

X+y=5

X–y=1

Neste caso, a solução do sistema linear é o par ordenado (3, 2), pois consegue solucionar as duas
equações. Confira:

X= 3 y = 2

3+2=5

3–2=1

Classificação Dos Sistemas Lineares

Os sistemas lineares são classificados de acordo com a quantidade de soluções que apresenta. Com
isso, podem ser classificados como:

 Sistema Possível e Determinado, ou SPD: quando possui apenas uma solução;

 Sistema Possível e Indeterminado, ou SPI: quando possui infinitas soluções;

 Sistema Impossível, ou SI: quando não possui solução.

Regra De Cramer

Um sistema linear com n x n incógnitas pode ser resolvido com a regra de Cramer, desde que o
determinante seja diferente de 0.

Quando temos o seguinte sistema:

Neste caso, a1 e a2 se relacionam com a incógnita x, e b1 e b2 se relacionam com a incógnita y.

A partir disso, podemos elaborar a matriz incompleta:

Ao substituirmos os coeficientes de x e y que o compõe pelos termos independentes c 1 e c2 podemos


encontrar os determinantes Dx e Dy. Com isso será possível aplicar a regra de Cramer.

Por exemplo:

Quando temos o sistema a seguir

Podemos tirar disso que:

Com isso chegamos a: x = Dx/D, ou seja, -10/ -5 = 2; y = Dy/D = -5/-5 = 1.

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
NÚMEROS COMPLEXOS

Números Complexos

Definições Vimos na resolução de uma equação do 2º grau que se o discriminante é negativo, ela não
admite raízes reais. Por exemplo, a equação

x2 + 9 = 0

não admite raízes reais. Se usarmos os métodos que conhecemos para resolvê-la, obtemos

x2 = -9

mas é inaceitável tal resultado para x; os números negativos não têm raiz quadrada.

Para superar tal impossibilidade e poder, então, resolver todas equações do 2º grau, os matemáticos
ampliaram o sistema de números, inventando os números complexos.

Primeiro, eles definiram um novo número

Isso conduz a i2 = -1. Um número complexo é então um número da forma a + bi onde a e b são números
reais

Para a equação acima fazemos

As raízes da equação x2 + 9 = 0 são 3i e - 3i.

Definição

Um número complexo é uma expressão da forma

a + bi

onde a e b são números reais e i2 = -1.

No número complexo a + bi, a é a parte real e b é a parte imaginária.

Exemplos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
NÚMEROS COMPLEXOS

Um número como 12i, com parte real 0, chama-se número imaginário puro. Um número real como -9,
pode ser considerado como um número complexo com parte imaginária 0

Igualdade de números complexos

Os números complexos a + bi e c + di são iguais se suas partes reais são iguais e suas partes imagi-
nárias são iguais, isto é:

Exemplos

Se x e y são números reais e x + yi = 7 - 4i, então x = 7 e y = - 4.

Aritmética dos números complexos

Adição e Subtração Adição

Subtração

Exemplos

(3 + 4i) + (- 7 + 8i) = (3 - 7) + (4 + 8) i

= - 4 + 12i

Na prática, fazemos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
NÚMEROS COMPLEXOS

Na prática fazemos

Multiplicação

Exemplos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
NÚMEROS COMPLEXOS

O conjugado e a divisão Divisão de números complexos é semelhante à racionalização do denominador


de uma fração com

Exemplos

Quando multiplicamos um número complexo z = a + bi pelo seu conjugado = a - bi, o resultado que se
obtém é um número real não negativo:

Usamos essa propriedade para expressar o quociente de dois números complexos na forma a + bi.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
NÚMEROS COMPLEXOS

Exemplo

Multiplicamos o numerador e o denominador pelo conjugado do denominador, para obter um número


real no denominador.

Potências de i

Temos:

Observe que as quatro potências de i na coluna da esquerda, repetem-se nos quatro casos seguintes
na coluna da direita. Este ciclo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
NÚMEROS COMPLEXOS

1, i, -1, -i

repete-se indefinidamente.

Então, para simplificar ix para x > 4, buscamos o maior múltiplo de 4 contido em x; por exemplo

O caso da raiz quadrada

Sabemos que um número real positivo r tem duas raízes quadradas

Os números reais negativos também tem duas raízes quadradas.

Por exemplo, 2i e - 2i são as raí zes quadradas de - 4 porque

(2i)2 = 22 . i2 = 4 . (-1) = - 4

(- 2i)2 = (- 2)2 . i2 = (- 2)2 . i2 = 4 . (- 1) = - 4

De um modo mais geral, se r > 0 é um número real, o número real negativo - r, tem duas raízes qua-
dradas, porque

Exemplos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
NÚMEROS COMPLEXOS

Observação

Entretanto, se usarmos a propriedade temos

Representação dos números complexos

Um número complexo é constituído por duas componentes: a parte real e a parte imaginária. Isso su-
gere a utilização de dois eixos para representá-lo: um para a parte real e o outro para a parte imaginária.
Esses dois eixos chamam-se eixo real e eixo imaginário, respectivamente. O plano determinado por
esses dois eixos chama-se plano complexo.

Para desenharmos o gráfico do número complexo a + bi, marcamos o ponto (a; b) no plano.

Exemplo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
NÚMEROS COMPLEXOS

Módulo de número complexo O módulo (ou valor absoluto) do número complexo a + bi é distância de
a + bi à origem do plano complexo.

Exemplos

O módulo do número complexo - 3 + 4i é

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
RACIOCÍNIO LÓGICO

Raciocínio Lógico

Em lógica, pode-se distinguir três tipos de raciocínio lógico: dedução, indução e abdução. Dada
uma premissa, uma conclusão, e uma regra segundo a qual a premissa implica a conclusão, eles po-
dem ser explicados da seguinte forma:

Dedução corresponde a determinar a conclusão. Utiliza-se a regra e a sua premissa para chegar a
uma conclusão, por exemplo: "Quando chove, a relva fica molhada. Hoje choveu, portanto, a relva está
molhada." É comum associar-se os matemáticos a este tipo de raciocínio.

Indução é determinar a regra. É aprender a regra a partir de diversos exemplos de como a conclu-
são segue da premissa. Exemplo: "A relva ficou molhada em todas as vezes que choveu. Então, se
chover amanhã, a relva ficará molhada." É comum associar os cientistas a este estilo de raciocínio.

Abdução significa determinar a premissa. Usa-se a conclusão e a regra para defender que a pre-
missa poderia explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a relva fica molhada. A relva está mo-
lhada, então deve ter chovido." Associa-se este tipo de raciocínio aos médicos e detetives etc.

Método dedutivo

Método dedutivo o raciocínio dedutivo é a maneira de tirar inferências dedutivas. Uma inferência é de-
dutivamente válida se sua conclusão segue logicamente de suas premissas, ou seja, se é impossível
que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Por exemplo, a inferência das premissas
"todos os homens são mortais" e "Sócrates é um homem" para a conclusão "Sócrates é mortal" é
dedutivamente válida. Um argumento é sólido se é válido e todas as suas premissas são verdadeiras.
Alguns teóricos definem a dedução em termos das intenções do autor: tem que ter a intenção de que
as premissas ofereçam apoio dedutivo à conclusão. Com a ajuda desta modificação, é possível distin-
guir o raciocínio dedutivo válido do inválido: é inválido se a crença do autor sobre o apoio dedutivo é
falsa, mas mesmo o raciocínio dedutivo inválido é uma forma de raciocínio dedutivo.

A psicologia está interessada no raciocínio dedutivo como um processo psicológico, ou seja, como as
pessoas realmente tiram inferências. A lógica, por outro lado, concentra-se na relação dedutiva de con-
sequência lógica entre as premissas e a conclusão ou como as pessoas devem tirar inferências. Exis-
tem diferentes maneiras de conceituar esta relação. De acordo com a abordagem semântica, um argu-
mento é dedutivamente válido se e somente se não há uma interpretação possível deste argumento
em que suas premissas são verdadeiras e sua conclusão falsa.

A abordagem sintática, por outro lado, sustenta que um argumento é dedutivamente válido se e so-
mente se sua conclusão pode ser deduzida de suas premissas usando uma regra de inferência válida.
Uma regra de inferência é um esquema de tirar uma conclusão de um conjunto de premissas com base
apenas em sua forma lógica. Há várias regras de inferência, como o modus ponens e o modus tollens.
Os argumentos dedutivos inválidos, que não seguem uma regra de inferência, são chamados de falá-
cias formais.

As regras de inferência são regras definitórias e contrastam com as regras estratégicas, que especifi-
cam quais inferências se precisa tirar para chegar a uma conclusão pretendida. O raciocínio dedutivo
contrasta com o raciocínio não dedutivo ou ampliativo. Para argumentos ampliativos, como argumen-
tos indutivos ou abdutivos, as premissas oferecem um apoio mais fraco para sua conclusão: elas a
tornam mais provável, mas não garantem sua verdade. Eles compensam essa desvantagem ao serem
capazes de fornecer informações genuinamente novas ainda não encontradas nas premissas, ao con-
trário dos argumentos dedutivos.

A psicologia cognitiva investiga os processos mentais responsáveis pelo raciocínio dedutivo. Um de


seus tópicos diz respeito aos fatores que determinam se as pessoas tiram inferências dedutivas válidas
ou inválidas. Um fator é a forma do argumento: por exemplo, as pessoas têm mais sucesso com argu-
mentos da forma modus ponens do que com o modus tollens. Outro é o conteúdo dos argumentos: as
pessoas são mais propensas a acreditar que um argumento é válido se a afirmação feita em sua con-
clusão é plausível. Uma descoberta geral é que as pessoas tendem a obter melhor resultados em casos
realistas e concretos do que em casos abstratos. As teorias psicológicas do raciocínio dedutivo visam
explicar essas descobertas fornecendo uma explicação dos processos psicológicos subjacentes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
RACIOCÍNIO LÓGICO

As teorias da lógica mental sustentam que o raciocínio dedutivo é um processo semelhante à lingua-
gem que acontece através da manipulação de representações utilizando regras de inferência. As teo-
rias dos modelos mentais, por outro lado, afirmam que o raciocínio dedutivo envolve modelos de pos-
síveis estados do mundo sem o meio da linguagem ou das regras de inferência. De acordo com as te-
orias do processo dual do raciocínio, há dois sistemas cognitivos qualitativamente diferentes responsá-
veis pelo raciocínio.

O problema do raciocínio dedutivo é relevante para vários campos e questões. A epistemologia tenta
entender como a justificação é transferida da crença nas premissas para a crença na conclusão no
processo de raciocínio dedutivo. A lógica probabilística estuda como a probabilidade das premissas de
uma inferência afeta a probabilidade de sua conclusão. A controversa tese do dedutivismo nega que
existem outras formas corretas de inferência além da dedução.

A dedução natural é um tipo de sistema de prova baseado em regras de inferência simples e evidentes.
Em filosofia, o método geométrico é uma forma de filosofar que parte de um pequeno conjunto de
axiomas evidentes e tenta construir um sistema lógico abrangente utilizando o raciocínio dedutivo.

O raciocínio dedutivo, também chamado de método dedutivo, é o processo psicológico de tirar inferên-
cias dedutivas. Uma inferência é um conjunto de premissas juntamente com uma conclusão. Este pro-
cesso psicológico começa a partir das premissas e raciocina para uma conclusão baseada e apoiada
por essas premissas. Se o raciocínio foi feito corretamente, resulta em uma dedução válida: a verdade
das premissas garante a verdade da conclusão.

Por exemplo, no argumento silogístico "todas as rãs são répteis; nenhum gato é réptil; portanto, ne-
nhum gato é rã", a conclusão é verdadeira porque suas duas premissas são verdadeiras. Mas mesmo
argumentos com premissas erradas podem ser dedutivamente válidos se obedecerem a este princípio,
como em "todas as rãs são mamíferas; nenhum gato é mamífero; portanto, nenhum gato é rã". Se as
premissas de um argumento válido são verdadeiras, então é chamado de argumento sólido.

A relação entre as premissas e a conclusão de um argumento dedutivo é geralmente chamada de


"consequência lógica". Segundo Alfred Tarski, a consequência lógica tem 3 características essenciais:
é necessária, formal e cognoscível a priori. É necessária no sentido de que as premissas de argumen-
tos dedutivos válidos tornam necessária a conclusão: é impossível que as premissas sejam verdadeiras
e a conclusão falsa, independentemente de quaisquer outras circunstâncias.

A consequência lógica é formal no sentido de que depende apenas da forma ou da sintaxe das premis-
sas e da conclusão. Isto significa que a validade de um argumento em particular não depende do con-
teúdo específico deste argumento. Se for válido, então qualquer argumento com a mesma forma lógica
também é válido, não importa quão diferente seja no nível de seu conteúdo.

A consequência lógica é cognoscível a priori no sentido de que nenhum conhecimento empírico do


mundo é necessário para determinar se uma dedução é válida. Portanto, não é necessário envolver-se
em qualquer forma de investigação empírica.

Alguns lógicos definem a dedução em termos de mundos possíveis: uma inferência dedutiva é válida
se e somente se, não há um mundo possível no qual sua conclusão seja falsa enquanto suas premissas
forem verdadeiras. Isto significa que não há contra-exemplos: a conclusão é verdadeira em todos esses
casos, não apenas na maioria dos casos.

Tem sido argumentado contra esta e outras definições semelhantes que eles não conseguem distinguir
entre raciocínio dedutivo válido e inválido, ou seja, deixam em aberto se há inferências dedutivas invá-
lidas e como defini-las. Alguns autores definem o raciocínio dedutivo em termos psicológicos para evitar
esse problema.

De acordo com Mark Vorobey, se um argumento é dedutivo depende do estado psicológico da pessoa
que faz o argumento: "Um argumento é dedutivo se, e somente se, o autor do argumento acredita que
a verdade das premissas faz necessária (garante) a verdade da conclusão". Uma formulação seme-
lhante sustenta que o falante afirma ou pretende que as premissas ofereçam apoio dedutivo para sua
conclusão. Isto é às vezes categorizado como uma definição de dedução determinada pelo falante
(speaker-determined definition), pois depende também do falante se o argumento em questão é dedu-
tivo ou não.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
RACIOCÍNIO LÓGICO

Para as definições sem falante (speakerless definitions), por outro lado, apenas o argumento em si
importa independentemente do falante. Uma vantagem deste tipo de formulação é que permite distin-
guir entre argumentos dedutivos bons ou válidos e maus ou inválidos: o argumento é bom se
a crença do autor sobre a relação entre as premissas e a conclusão é verdadeira, caso contrário é
mau. Uma consequência dessa abordagem é que os argumentos dedutivos não podem ser identifica-
dos pela lei de inferência que utilizam.

Por exemplo, um argumento da forma modus ponens pode ser não dedutivo se as crenças do autor
são suficientemente confusas. Isso traz consigo uma importante desvantagem desta definição: é difícil
de aplicar a casos concretos, já que as intenções do autor geralmente não são declaradas explicita-
mente.

O raciocínio dedutivo é estudado na lógica, na psicologia e nas ciências cognitivas. Alguns teóricos
enfatizam em sua definição a diferença entre estes campos. Nesta visão, a psicologia estuda o racio-
cínio dedutivo como um processo mental empírico, ou seja, o que acontece quando os seres humanos
se envolvem no raciocínio. Mas a questão descritiva de como o raciocínio real acontece difere da ques-
tão normativa de como deve acontecer ou o que constitui o raciocínio dedutivo correto, que é estudado
pela lógica.

Isto é às vezes expresso ao afirmar que, estritamente falando, a lógica não estuda o raciocínio dedutivo,
mas a relação dedutiva entre as premissas e uma conclusão conhecida como consequência lógica.
Mas esta distinção nem sempre é observada com precisão na literatura acadêmica. Um aspecto impor-
tante desta diferença é que a lógica não está interessada em saber se a conclusão de um argumento
é sensata.

Assim, da premissa "a impressora tem tinta" pode-se tirar a conclusão inútil "a impressora tem tinta e a
impressora tem tinta e a impressora tem tinta", que tem pouca relevância do ponto de vista psicológico.
Em vez disso, os raciocinadores reais geralmente tentam remover informações redundantes ou irrele-
vantes e tornar as informações relevantes mais explícitas.

O estudo psicológico do raciocínio dedutivo também se ocupa de quão boas as pessoas são para tirar
inferências dedutivas e dos fatores que determinam seu desempenho. As inferências dedutivas são
encontradas tanto na linguagem natural quanto em sistemas lógicos formais, como a lógica proposici-
onal.

Concepções de dedução

Os argumentos dedutivos diferem dos argumentos não dedutivos pois a verdade de suas premissas
assegura a verdade de sua conclusão. Há duas concepções importantes do que isto significa exata-
mente. Elas são chamadas de abordagem sintática e semântica. De acordo com a abordagem sintá-
tica, se um argumento é dedutivamente válido depende apenas de sua forma, sintaxe ou estrutura.
Dois argumentos têm a mesma forma se utilizam o mesmo vocabulário lógico na mesma ordem, não
importa se seu conteúdo é diferente. Por exemplo, os argumentos "se chove, então a rua estará mo-
lhada; chove; portanto, a rua estará molhada" e "se a carne não é resfriada, então apodrecerá; a carne
não é resfriada; portanto, apodrecerá" têm a mesma forma lógica: seguem o modus ponens. Sua forma
pode ser expressa mais abstratamente como "se A então B; A; portanto B" para tornar explícita a sin-
taxe comum. Existem várias outras formas lógicas válidas ou regras de inferência, como o modus tol-
lens ou a eliminação da disjunção.

A abordagem sintática sustenta que um argumento é dedutivamente válido se e somente se sua con-
clusão pode ser deduzida de suas premissas usando uma regra de inferência válida. Uma dificuldade
para a abordagem sintática é que geralmente é necessário expressar o argumento em uma linguagem
formal para avaliar se é válido.

Mas como o problema da dedução também é relevante para as linguagens naturais, isto muitas vezes
traz consigo a dificuldade de traduzir o argumento da linguagem natural para uma linguagem formal,
um processo que vem com vários problemas próprios. Outra dificuldade se deve ao fato de que a abor-
dagem sintática depende da distinção entre características formais e não formais. Embora exista um
amplo acordo sobre os casos paradigmáticos, há também vários casos controversos em que não está
claro como esta distinção deve ser feita.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
RACIOCÍNIO LÓGICO

A abordagem semântica sugere uma definição alternativa de validade dedutiva. Baseia-se na ideia de
que as sentenças que constituem as premissas e conclusões devem ser interpretadas para determinar
se o argumento é válido. Isto significa que se atribui valores semânticos às expressões utilizadas nas
sentenças, como a referência a um objeto para termos singulares ou um valor de verdade para senten-
ças atômicas. A abordagem semântica também é chamada de abordagem teórica dos modelos, já que
o ramo da matemática conhecido como teoria dos modelos é frequentemente usado para interpretar
essas sentenças.

Normalmente, muitas interpretações diferentes são possíveis, como se um termo singular se refere a
um objeto ou a outro. De acordo com a abordagem semântica, um argumento é dedutivamente válido
se e somente se não houver interpretação possível onde suas premissas são verdadeiras e sua con-
clusão é falsa.

Algumas objeções à abordagem semântica são baseadas na afirmação de que a semântica de uma
linguagem não pode ser expressa na mesma linguagem, ou seja, que uma metalinguagem mais rica é
necessária. Isto implicaria que a abordagem semântica não pode fornecer um relato universal de de-
dução para a linguagem como um meio abrangente.

Um exemplo de um argumento dedutivo:

Todos os homens são mortais.

Sócrates é um homem.

Portanto, Sócrates é mortal.

A primeira premissa afirma que todos os objetos classificados como "homens" têm o atributo "mortal".
A segunda premissa afirma que "Sócrates" é classificado como um "homem" - um membro do conjunto
de "homens". A conclusão afirma então que "Sócrates" tem de ser "mortal" porque ele herda esse
atributo de sua classificação como um "homem".

Regras de inferência

O raciocínio dedutivo geralmente acontece aplicando regras de inferência. Uma regra de inferência é
uma forma ou esquema de tirar uma conclusão a partir de um conjunto de premissas. Isto acontece
normalmente com base apenas na forma lógica das premissas. Uma regra de inferência é válida se,
quando aplicada a premissas verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa. Um argumento particular é
válido se segue uma regra de inferência válida. Argumentos dedutivos que não seguem uma regra de
inferência válida são chamados de falácias formais: a verdade de suas premissas não garante a ver-
dade de sua conclusão.

Em alguns casos, se uma regra de inferência é válida depende do sistema lógico que se está utilizando.
O sistema lógico dominante é a lógica clássica e as regras de inferência listadas aqui são todas válidas
na lógica clássica. Mas as chamadas lógicas desviantes fornecem uma abordagem diferente de quais
inferências são válidas. Por exemplo, a regra da inferência conhecida como eliminação da dupla nega-
ção é aceita na lógica clássica, mas rejeitada na lógica intuicionista. Esta regra estabelece que se uma
proposição não é não verdadeira, então ela é verdadeira.

Falácias

Várias falácias formais foram descritas. São formas inválidas de raciocínio dedutivo. Um aspecto adici-
onal delas é que parecem ser válidas em algumas ocasiões ou na primeira impressão. Assim, elas
podem seduzir as pessoas a aceitá-las e cometê-las. Um tipo de falácia formal é afirmar o consequente,
como em "se João é solteiro, então é homem; João é homem; portanto, João é solteiro".Isso é seme-
lhante à regra de inferência válida chamada modus ponens, mas a segunda premissa e a conclusão
são trocadas, razão pela qual é inválida.

Uma falácia formal semelhante é negar o antecedente, como em "se Otelo é solteiro, então é homem;
Otelo não é solteiro; portanto, Otelo não é homem". Isto é semelhante à regra de inferência válida
chamada modus tollens, com a diferença de que a segunda premissa e a conclusão são trocadas.
Outras falácias formais incluem afirmar uma disjunção, negar uma conjunção e a falácia do meio não
distribuído. Todas elas têm em comum que a verdade de suas premissas não garante a verdade de

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
RACIOCÍNIO LÓGICO

sua conclusão. Mas ainda pode acontecer por coincidência que tanto as premissas quanto a conclusão
das falácias formais sejam verdadeiras.

Regras definitórias e estratégicas

As regras de inferência são regras definitórias: determinam se um argumento é dedutivamente válido


ou não. Mas os raciocinadores geralmente não estão apenas interessados em fazer qualquer tipo de
argumento válido. Em vez disso, eles geralmente têm um ponto ou uma conclusão específica que de-
sejam provar ou refutar. Assim, dado um conjunto de premissas, eles são confrontados com o problema
de escolher as regras de inferência relevantes para que sua dedução chegue à conclusão preten-
dida. Esta questão pertence ao campo das regras estratégicas: a questão de quais inferências se deve
tirar para apoiar a própria conclusão. A distinção entre regras definitórias e estratégicas não é exclusiva
da lógica: também é encontrada em vários jogos.

No xadrez, por exemplo, as regras definitórias estabelecem que os bispos só podem se mover diago-
nalmente, enquanto as regras estratégicas recomendam que se deve controlar o centro e proteger
o rei se a pessoa pretende ganhar. Neste sentido, as regras definitórias determinam se alguém joga
xadrez ou outra coisa, enquanto as regras estratégicas determinam se a pessoa é boa ou má como
jogador de xadrez. O mesmo se aplica ao raciocínio dedutivo: ser um raciocinador eficaz envolve do-
minar tanto as regras definitórias quanto as estratégicas.

Formas importantes

Modus ponens

O modus ponens (também conhecido como lei do destacamento) é a primeira forma de raciocínio de-
dutivo. Uma única instrução condicional é feita, e uma hipótese (P) é indicado. A conclusão (Q) é então
deduzida da premissa. A forma mais básica é listada abaixo:

P → Q (instrução condicional)

P (hipótese prevista)

Q (conclusão deduzida)

No raciocínio dedutivo, podemos concluir Q a partir de P usando a lei do destacamento. No entanto, se


a conclusão (Q) é dada em vez de a hipótese de (P), então não há nenhuma conclusão definitiva.

O seguinte é um exemplo de um argumento que utiliza o modus ponens:

Se está chovendo, então há nuvens no céu.

Está chovendo.

Portanto, há nuvens no céu.

Modus tollens

O modus tollens tem forma seguinte: se a conclusão de uma sentença condicional é falsa, então a
hipótese deve ser falsa também. A forma geral é:

P → Q.

~ Q.

Portanto, podemos concluir ~ P (~Q→~P).

Por exemplo:

Se estiver chovendo, então há nuvens no céu.

Não há nuvens no céu.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
RACIOCÍNIO LÓGICO

Assim, não está chovendo.

Lei do silogismo

A lei do silogismo leva duas premissas condicionais e forma uma conclusão, combinando a hipótese
(premissas) com a conclusão. Assim:

P→Q

Q→R

Por isso, P→ R.

Por exemplo:

Se Larry está doente, então ele vai estar ausente.

Se Larry está ausente, então ele vai perder a sua escola.

Portanto, se Larry está doente, então ele vai perder a sua escola.

Deduzimos a conclusão, combinando a hipótese da primeira premissa com a segunda premissa.

Método indutivo

Na lógica, método indutivo ou indução é o raciocínio que, após considerar um número suficiente de
casos particulares, conclui uma verdade geral. A indução, ao contrário da dedução, parte de dados
particulares da experiência sensível.

De acordo com o indutivista, a ciência começa com a observação. A observação, por sua vez, fornece
uma base segura sobre a qual o conhecimento científico pode ser construído, e o conhecimento cien-
tífico é obtido a partir de proposições de observação por indução. Afirmações a respeito da construção
do conhecimento rigorosas como esta sofrem de dificuldades quanto a sua validade, como demonstra
o problema da indução.

Próprio das ciências naturais também aparece na Matemática através da Estatística. Utilizando como
exemplo a enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo baseado na contagem.

É importante que a enumeração de dados (que correspondem às experiências feitas) seja suficiente
para permitir a passagem do particular para o geral. Entretanto, a indução também pressupõe a proba-
bilidade, isto é, já que tantos se comportam de tal forma, é muito provável que todos se comportem
assim.

Em função desse "salto", há maior possibilidade de erro nos raciocínios indutivos, uma vez que basta
encontrarmos uma exceção para invalidar a regra geral. Por outro lado, é esse mesmo "salto" em dire-
ção ao provável que torna possível a descoberta, a proposta de novos modos de compreender o
mundo. Por isso, a indução é o tipo de raciocínio mais usado em ciências experimentais.

Dedução e indução

A lógica diferencia duas classes fundamentais de argumentos: os dedutivos e os indutivos. Os argu-


mentos dedutivos são aqueles em que as premissas fornecem um fundamento definitivo da conclusão,
enquanto nos indutivos as premissas proporcionam somente alguma fundamentação da conclusão,
mas não uma fundamentação conclusiva, identificando dessa maneira os conceitos de dedução e raci-
ocínio válido.

Uma outra maneira de expressar essa diferença é dizer que numa dedução é impossível que as pre-
missas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, mas no raciocínio indutivo no sentido forte isso é possí-
vel, mas pouco provável. Num raciocínio dedutivo a informação da conclusão já está contida nas pre-
missas, de modo que se toda a informação das premissas é verdadeira, a informação da conclusão
também deverá ser verdadeira. No raciocínio indutivo a conclusão contém alguma informação que não
está contida nas premissas, ficando em aberto a possibilidade de que essa informação a mais cause a
falsidade da conclusão apesar das premissas verdadeiras.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
RACIOCÍNIO LÓGICO

Indução e método científico

Raciocinar indutivamente é partir de premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal, por
exemplo:

O ferro conduz eletricidade

O ferro é metal

O ouro conduz eletricidade

O ouro é metal

O cobre conduz eletricidade

O cobre é metal

Logo os metais conduzem eletricidade.

Os indutivistas acreditam que as explicações para os fenômenos advêm unicamente da observação


dos fatos.

O princípio de indução não pode ser uma verdade lógica pura, tal como uma tautologia ou um enunci-
ado analítico, pois se houvesse um princípio puramente lógico de indução, simplesmente não haveria
problema de indução, uma vez que, neste caso, todas as inferências indutivas teriam de ser tomadas
como transformações lógicas ou tautológicas, exatamente como as inferências no campo da Lógica
Dedutiva.

Outro exemplo:

Todo cão é mortal.

Todo gato é mortal.

Todo peixe é mortal.

Todo pássaro é mortal.

Cães, gatos, peixes e pássaros são animais.

Logo, todo animal é mortal.

Esse é um exemplo de indução completa.

Abdução

A abdução é uma das três formas canônicas de inferência para estabelecer hipóteses científicas. As
outras duas são a indução e a dedução. A abdução foi a noção que Charles Sanders Peirce adaptou,
usando-a no suposto sentido aristotélico, e contemporaneamente é utilizada em pesquisas acadêmi-
cas, principalmente na Semiótica e nas Ciências da Comunicação.

A forma lógica é a seguinte: Tem-se observado B (um conjunto de dados ou factos) e A podendo ex-
plicar B. É provável que A esteja certo. Assim, a abdução é a inferência a favor da melhor explicação.
A hipótese A, ao ser verdadeira, explica B. nenhuma outra hipótese pode explicar tão bem B como A.
Logo, A é provavelmente verdadeira.

Na abdução utilizam-se certos dados para se chegar a uma conclusão mais ampla, como acontece nas
inferências da melhor explicação.

Na abdução, o que está implicado não é uma função de verdade, mas antes uma relação de causali-
dade. A abdução estabelece a probabilidade da conclusão da inferência e não necessariamente a sua
verdade. O facto de um conjunto de dados B poder ser o efeito da causa A, pode não permitir inferir

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
RACIOCÍNIO LÓGICO

categoricamente uma ilação de A sobre B, dado ser uma causa possível entre muitas outras. O mesmo
efeito pode ser consequência de diferentes causas.

Mesmo naqueles casos em que a massa de dados disponível a favor de uma dada hipótese seja tão
grande quanto possamos desejar, é sempre possível imaginar consistentemente que outra causa ori-
ginou o conjunto de efeitos conhecido. A seleção de uma dada hipótese causal tem de depender de
outros critérios de escolha, como por exemplo a simplicidade da explicação.

Assim, o objetivo de um processo abdutivo é o de alcançar uma explicação para um determinado acon-
tecimento ou conjunto de acontecimentos. Um exemplo poderia ser ao se deparar com pegadas de um
equino, estando num país não africano, a abdução mais provável seria de que esta marca pertencesse
a espécie Equus ferus caballus, ou seja, um simples cavalo, do que uma zebra.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
POLINÔMIOS

Polinômios

Os polinômios são expressões algébricas formadas por números (coeficientes) e letras (partes literais).
As letras de um polinômio representam os valores desconhecidos da expressão.

Exemplos

a) 3ab + 5
b) x3 + 4xy - 2x2y3
c) 25x2 - 9y2

Monômio, Binômino e Trinômio

Os polinômios são formados por termos. A única operação entre os elementos de um termo é a multi-
plicação.

Quando um polinômio possui apenas um termo, ele é chamado de monômio.

Exemplos

a) 3x
b) 5abc
c) x2y3z4

Os chamados binômios são polinômios que possuem somente dois monômios (dois termos), separa-
dos por uma operação de soma ou subtração.

Exemplos

a) a2 - b2
b) 3x + y
c) 5ab + 3cd2

Já os trinômios são polinômios que possuem três monômios (três termos), separados por operações
de soma ou subtração.

Exemplos

a) x2 + 3x + 7
b) 3ab - 4xy - 10y
c) m3n + m2 + n4

Grau dos Polinômios

O grau de um polinômio é dado pelos expoentes da parte literal.

Para encontrar o grau de um polinômio devemos somar os expoentes das letras que compõem cada
termo. A maior soma será o grau do polinômio.

Exemplos

a) 2x3 + y

O expoente do primeiro termo é 3 e do segundo termo é 1. Como o maior é 3, o grau do polinômio é 3.

b) 4 x2y + 8x3y3 - xy4

Vamos somar os expoentes de cada termo:

4x2y => 2 + 1 = 3
8x3y3 => 3 + 3 = 6
xy4 => 1 + 4 = 5

Como a maior soma é 6, o grau do polinômio é 6

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
POLINÔMIOS

Obs: o polinômio nulo é aquele que possui todos os coeficientes iguais a zero. Quando isso ocorre, o
grau do polinômio não é definido.

Operações com Polinômios

Confira abaixo exemplos das operações entre polinômios:

Adição de Polinômios

Fazemos essa operação somando os coeficientes dos termos semelhantes (mesma parte literal).

(- 7x3 + 5 x2y - xy + 4y) + (- 2x2y + 8xy - 7y)


- 7x3 + 5x2y - 2x2y - xy + 8xy + 4y - 7y
- 7x3 + 3x2y + 7xy - 3y

Subtração de Polinômios

O sinal de menos na frente dos parênteses inverte os sinais de dentro dos parênteses. Após eliminar
os parênteses, devemos juntar os termos semelhantes.

(4x2 - 5ky + 6k) - (3x - 8k)


4x2 - 5xk + 6k - 3xk + 8k
4x2 - 8xk + 14k

Multiplicação de Polinômios

Na multiplicação devemos multiplicar termo a termo. Na multiplicação de letras iguais, repete-se e


soma-se os expoentes.

(3x2 - 5x + 8) . (-2x + 1)
-6x3 + 3x2 + 10x2 - 5x - 16x + 8
-6x3 + 13x2 - 21x +8

Divisão de Polinômios

Obs: Na divisão de polinômios utilizamos o método chave. Primeiramente realizamos a divisão entre
os coeficientes numéricos e depois a divisão de potências de mesma base. Para isso, conserva-se a
base e subtraia os expoentes.

Fatoração de Polinômios

Para realizar a fatoração de polinômios temos os seguintes casos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
POLINÔMIOS

Fator Comum em Evidência

ax + bx = x (a + b)

Exemplo

4x + 20 = 4 (x + 5)

Agrupamento

ax + bx + ay + by = x . (a + b) + y . (a + b) = (x + y) . (a + b)

Exemplo

8ax + bx + 8ay + by = x (8a + b) + y (8a + b) = (8a + b) . (x + y)

Trinômio Quadrado Perfeito (Adição)

a2 + 2ab + b2 = (a + b)2

Exemplo

x2 + 6x + 9 = (x + 3)2

Trinômio Quadrado Perfeito (Diferença)

a2 - 2ab + b2 = (a - b)2

Exemplo

x2 - 2x + 1 = (x - 1)2

Diferença de Dois Quadrados

(a + b) . (a - b) = a2 - b2

Exemplo

x2 - 25 = (x + 5) . (x - 5)

Cubo Perfeito (Adição)

a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = (a + b)3

Exemplo

x3 + 6x2 + 12x + 8 = x3 + 3 . x2 . 2 + 3 . x . 22 + 23 = (x + 2)3

Cubo Perfeito (Diferença)

a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 = (a - b)3

Exemplo

y3 - 9y2 + 27y - 27 = y3 - 3 . y2 . 3 + 3 . y . 32 - 33 = (y - 3)3

Um dos tipos mais simples de funções que se constrói mediante a aplicação repetida das operações
elementares, adição e multiplicação, são as funções racionais ou polinômios.

Aplicando-se estas operações a uma variável independente x e a um conjunto de números reais ou


complexos obtém-se os polinômios:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
POLINÔMIOS

Onde n é um número natural e x também chamado de variável independente, pode assumir valores re-
ais ou complexos.

Portanto:

n N

x C

são chamados Coeficientes.

são chamados Termos.

São exemplos de polinômios as funções constante, do 1º grau e do 2º grau, assim como outras:

Exemplos:

a) , onde:

=1

=-6

= 11

=-6

b) , onde:

=7

=0

=-3

=0

=1

Valor Numérico

Seja o polinômio P( x ) genérico dado por , fazendo-se x=

c , obtemos o número complexo , que é denominado valor


numérico de P( x ) para x = c .

Chama-se raiz de um polinômio ao valor da variável x para o qual P( x ) = 0 ( P( x ) se anula ) .

Exemplo:

Seja o polinômio:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
POLINÔMIOS

P( 0 ) = - 6

P(- 1 ) = - 24

P( 1 ) = 0

P( 2 ) = 0

P( 3 ) = 0

Logo: 1, 2 e 3 são raízes de P( x ).

Dado o polinômio: que possui pelo menos um

coeficiente , diz-se que o polinômio P( x ) possui grau i se, e somente se, e todos os
coeficientes , com (coeficientes maiores que i ) são nulos. Quando todos os coeficientes de
um polinômio P( x ) são nulos, não define-se o grau de P( x ) .

Exemplos:

a)

Grau de P = 3

b)

Grau de P = 10

c) P( x ) = 0

Não grau de P

No exemplo do item c, temos P( x ) = 0 , neste caso, dizemos que o polinômio é identicamente nulo e
define-se P( x ) identicamente nulo se e somente se, todos os seus coeficientes são nulos.

P( x ) 0 =0

P( x ) 0 lê-se P( x ) idêntico a zero .

P( x ) 0 P( x ) = 0

Identidade entre Polinômios

Sejam os polinômios M( x ) e N( x ) conforme abaixo:

M( x ) =

N( x ) =

Podemos afirmar que M e N são idênticos e indicaremos por M ( x ) N( x ) se, e somente se, =

para qualquer i N.

M( x ) N( x ) = i N

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
POLINÔMIOS

Temos ainda que:

M( x ) N( x ) M( x ) = N( x ) x C

Operações

Sejam M( x ) e N( x ) os polinômios:

M( x ) =

N( x ) =

Define-se a soma de dois polinômios P( x ) = M( x ) + N( x ) como:

ou

P( x ) =

Exemplo:

M( x ) =

N( x ) =

P( x ) = M( x ) + N( x )

P( x ) =

Sejam M( x ) e N( x ) os mesmos indicados anteriormente, define-se o produto de dois polinômios:

P( x ) = M( x ) . N( x ) como:

P( x ) =

O qual é obtido multiplicando-se cada termo de M( x ) , por todos os termos de N( x ) e somando-se os


resultados obtidos.

Exemplo:

M( x ) = x - 1 grau 1

grau 2

P( x ) = M( x ) . N( x )

grau 3

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
POLINÔMIOS

Note que no produto de dois polinômios, o grau do produto é igual a soma dos graus dos polinômios
multiplicandos, logo se M( x ) tem grau m e N( x ) grau n , então P( x ) = M( x ) . N( x ) terá grau m + n.

Divisibilidade de polinômios

Um polinômio M( x ) de grau m é divisível por outro polinômio N( x ) de grau n , com , se existir


um polinômio Q( x ) tal que M( x ) N( x ) . Q( x ) .

Exemplo:

Sejam:

N( x ) = x + 1 grau 1

M( x ) é divisível por N( x ) pois grau M( x ) = 3 , grau de N( x ) = 1 e existe:

Máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum de polinômios

Define-se m.d.c. de polinômios como o produto dos fatores comuns aos mesmos, tomando cada fator
uma única vez com o menor expoente com que aparece na decomposição dos polinômios.Define-
se m.m.c. de polinômios como o produto dos fatores comuns e não comuns aos mesmos, tomando
cada fator uma única vez, com o maior expoente que aparece na decomposição dos polinômios.

Divisão de polinômios

Dados dois polinômios D( x ) e d( x ) 0 , dividir D( x ) por d( x ) , significa obter outros dois polinô-
mios Q( x ) e R( x ) tais que: D( x ) d( x ) . Q( x ) + R( x ) com: grau de R( x ) < grau de d( x ) ou R( x
) 0 onde:

D( x ) é o dividendo.

d( x ) é o divisor.

Q( x ) é o quociente.

R( x ) é o resto.

O grau do quociente Q( x ) é dado por:

grau D( x ) = grau ( d( x ) . Q( x ) + R( x ) )

grau D( x ) = grau ( d( x ) . Q( x ) )

pois o grau de R( x ) < grau de d( x ) logo:

grau D( x ) = grau d( x ) + grau Q( x )

grau Q( x ) = grau D( x ) - grau d( x )

Ou seja, o grau do quociente é igual a diferença entre os graus do dividendo e do divisor. Podemos
obter o quociente e o resto da divisão de dois polinômios pelo método da chave, também conhecido
como divisão EUCLIDEANA ou pelo método dos coeficientes a determinar, também conhecido como
método de DESCARTES. Poderíamos citar outros métodos, porém, para este estudo bastam os que
seguem.

Sejam D( x ) e d( x ) dois polinômios a serem divididos, com D( x ) sendo o dividendo e d( x ) o divisor.

Apresentamos a seguir o algorítmo de EUCLIDES:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
POLINÔMIOS

1) Ordenar os polinômios D( x ) e d( x ), segundo potências decrescentes de x.

2) Dividir o primeiro termo de D( x ) pelo primeiro termo de d( x ), para obter o primeiro termo de Q(x).

Multiplicar o primeiro termo de Q( x ) obtido por d( x ) e subtrair o resultado desta operação de D(x).

3) Repetir o segundo passo até que o grau do resto seja menor que o grau de d(x).

Exemplo:

Efetuar pelo método Euclideano a divisão de:

Portanto:

R( x ) = 3x - 2

Método Descartes

Este método consiste em considerar um polinômio genérico:

Q( x ) = onde é indeterminado e k é conhecido, pois


sabemos os graus de D( x ) e d( x ).

Logo: k = grau D( x ) - grau d( x ).

Adotaremos um resto genérico.

R( x ) =

Onde é indeterminadado e h é conhecido pois grau de R < grau de d .

Exemplo:

Determinar pelo método de Descartes o quociente e o resto da divisão de:

por .

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
POLINÔMIOS

pois grau Q( x ) = grau D( x ) - grau d( x )

grau Q( x ) = 4 - 3 = 1 e grau R( x ) < grau d( x ), grau R( x ) < 3, grau R( x ) = 2.

Assim temos:

Logo:

=1

então:

=2

=-3

=-1

=4

Concluindo temos:

Q( x ) = x + 2

R( x ) =

Teorema de Bézout ou Teorema do Resto

O resto da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio ( x -a ) é igual a P(a) .

Demonstração: O quociente da divisão de P(x) por ( x -a ) é um polinômio Q(x) de grau inferior de uma
unidade ao do polinômio P(x) e o resto R(x) é um número constante R , assim podemos escrever:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
POLINÔMIOS

P(x) = ( x -a ) . Q(x) + R

Para x = a temos:

P(a) = (a -a ) . Q(a) + R

Logo: P(a) = R

c.q.d.

Corolário

Se é uma raiz do polinômio P(x) , isto é , se P(a) = 0 , P(x) é divisível por ( x -a ) e pode ser posto sob
a forma de produto: P(x) = ( x -a ) . Q(x)

Exemplo:

O polinômio anula-se para x = 1 , ou seja , P(1) = 0 , logo , o polinô-


mio P(x) é divisível por x - 1 .

Assim:

Algorítmo de BRIOT-RUFFINI

Sejam:

o quociente da divisão de P(x) por ( x -

a ) , cujo resto denominaremos .

Aplicando a relação fundamental da divisão, temos:

Pelo princípio da identidade de polinômios, efetuando-se o produto e igualando-se membro a membro


os coeficientes com a mesma potência, obtemos o algorítmo de BRIOT-RUFFINI.

( resto )

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
POLINÔMIOS

O esquema abaixo é mais prático pois dispõe os coeficientes de forma a economizar tempo com ope-
rações:

Para os passos seguintes é só repetir o passo anterior.

Este algorítmo é bastante prático e versátil, podemos aplicá-lo em situações particulares, porém bas-
tante usuais:

Na divisão de P(x) por ax + b

P(x) = ( ax + b ) . Q(x) + R(x)

P(x) = ( x + ) . a . Q(x) + R(x)

Neste caso considere a como sendo - e ou seja, após obter o resul-

tado , divida Q(x) por a .

Exemplo:

P(x) = ( 2x - 1 ) . Q(x) + R

P(x) = ( x - ) . 2 . Q(x) + R

2.Q(x) = Q(x) =

Logo:

então:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
POLINÔMIOS

Se P(x) é divisível por ( x -a ) e o quociente Q(x) da divisão de P(x) por ( x -a ) também é divisível por

( x - a ), então,

P(x) = ( x -a ) . Q(x)

Q(x) = ( x -a ) .

P(x) = ( x -a ) . ( x -a ) .

Neste caso, aplica-se o algorítmo de BRIOT-RUFFINI duas vezes.

Exemplo:

Teorema Fundamental da Álgebra

Todo polinômio de grau n , com , admite pelo menos uma raiz real ou complexa. Este Teorema
é demonstrado em álgebra superior, vamos aqui admiti-lo sem demonstração.Com base neste Teo-
rema anterior, demonstra-se o seguinte

Teorema:

Todo polinômio de grau n, , decompõe-se em fatores lineares da forma ( x -a ) e um fator igual

ao coeficiente de .

Demonstração:

Seja P(x) um polinômio de grau n dado por: .

Valendo-nos do Teorema Fundamental da Álgebra, este polinômio tem pelo menos uma raiz que de-

nominaremos . Valendo-nos também do teorema de Bézout, podemos escrever:

Onde tem grau n - 1 e também tem uma raiz que denominaremos .

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
POLINÔMIOS

Procedendo-se assim n vezes, teremos; , onde é um polinô-

mio de grau zero , ou seja , uma constante. Essa constante será igual a pois foi o único termo que
restou de P(x). Desta forma podemos expressar P(x) da seguinte forma:

Sendo as raízes de P(x).

Observa-se que nenhum outro valor diferente de pode ser raíz do polinômio,
visto que nenhum fator do segundo membro se anula para valores diferentes destes.

Logo, todo polinômio de grau n não pode ter mais do que n raízes diferentes.

Se alguns fatores da divisão de um polinômio de grau n se repetem, então podemos agrupá-los e de-
compor o polinômio, da seguinte forma:

Onde:

E neste caso dizemos que é uma raíz de multiplicidade

Exemplo:

P(x) = ( x - 1 ) . ( x - 1 ) . ( x - 2 )

Logo é uma raíz dupla e é uma raíz simples.

Se o polinômio tem uma raíz múltipla de ordem k , então ele tem k raízes iguais.Portanto todo polinômio
de grau n, , tem exatamente n raízes reais ou complexas , múltiplas ou não.

Nota:

Até o momento temos tratado do polinômio como função, porém o que foi dito até aqui sobre raízes,
vale também para a equação algébrica:

=0

As raízes de P(x) podem ser reais ou complexas e vale o seguinte Teorema:

Teorema:

Se a + bi é uma raíz complexa de um polinômio P(x) de coeficientes reais, este polinômio tem também
como raíz o número conjugado a - bi.

Demonstração:

Seja Z = a + bi raíz de P(x) então: P(Z) = 0

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
POLINÔMIOS

P(Z) =

Lembrando as propriedades dos números complexos:

Ou seja a soma dos conjugados é igual ao conjugado da soma.

Assim:

Utilizando-se as propriedades acima e sabendo-se que o conjugado de um número real é igual a ele
mesmo, então:

Logo:

c.q.d.

Se o número a + bi é uma raíz múltipla de ordem k de P(x) , então o número conjugado a - bi é também
uma raíz múltipla de ordem k . Todo polinômio de coeficientes reais e grau ímpar, admite pelo menos
uma raíz real ou um número ímpar de raízes reais. Uma adaptação deste Teorema permite afirmar que

se o número irracional é raíz de P(x) , então também será raíz, desde que o poli-
nômio tenha coeficientes racionais e a e b sejam pertencentes a Q .

Relações entre os coeficientes e as raízes de um polinômio

Os coeficientes de um polinômio possuem informações sobre as raízes deste à medida que os relaci-
onam as raízes.

Seja: dividindo-se P(x) por , suas raízes não são alte-


radas e temos:

1) Define-se a soma das raízes de P(x) , como sendo igual a:

2) Define-se a soma dos produtos das raízes tomadas duas a duas,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
POLINÔMIOS

como sendo igual a .

À seguir teremos os produtos das raízes tomadas três a três, quatro a quatro, e assim por diante.

Produto 3 a 3 igual a:

Produto 4 a 4 igual a :

Finalmente o produto das n raízes do polinômio, é igual a .

Essas relações, associadas a outras ferramentas permitem que avaliemos possíveis raízes de P(x) .

Exemplos:

1) Sejam a , b e a as raízes de um polinômio P(x) de 3º grau, cujo coeficiente de é 1 . Calcu-


lar P(1) dado que a + b + c = 7 , a . b + a . c + b . c = 14 e a . b . c = 8 .

Onde:

Portanto: P(1) = 1 - 7 + 14 - 8 = 0

x = 1 é raíz de P(x) .

2)

Sejam as raízes de P(x) , se P(x) tem duas raízes opostas, então: .

Sabemos que:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
POLINÔMIOS

temos:

c.q.d.

DICA: Você deve ter notado que no item anterior o sinal dos coeficientes do polinômio se alterna entre
+ e - , para fornecer as relações entre as raízes e os coeficientes. Uma regra prática é lembrar da
relação:

e alternar sinais + e - , partindo da maior potência com sinal + .

Um método que permite pesquisar possíveis raízes racionais, consiste em investigar se


com p e q inteiros e primos entre si, é raíz de P(x) com coeficientes inteiros sendo

com .

Se é raíz de P(x) então pelo Corolário do Teorema de Bézout temos:

Multiplicando ambos os membros por temos:

Assim podemos escrever as duas expressões que seguem:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
POLINÔMIOS

1)

2)

Sabendo-se que são inteiros, assim como p e q , temos que:

Logo:

Mas são primos entre si, então p é divisor de e q é divisor de .

Note que se = 1 as possíveis raízes racionais de P(x) são inteiras.

Note também que o método anterior não garante a existência de raízes racionais para P(x) com coefi-
cientes inteiros, somente sugere um critério de pesquisa das mesmas.

Exemplo:

Vamos aplicar o método anterior.

p é divisor de

q é divisor de

Divisores de :

Divisores de :

À partir deste ponto temos que testar as possíveis raízes, vamos adotar a = 2 como possível raíz.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
POLINÔMIOS

Q(x) possui raízes iguais a ou seja:

Então:

Localização de Raízes Reais em um Intervalo.

Vamos analisar o comportamento de um polinômio P(x) em um intervalo real .

1) Se P(a) e P(b) tem sinais contrários, então P(x) possui um número ímpar de raízes reais no intervalo

A informação acima significa que P(x) "cruzou" o eixo x uma vez ou um número ímpar de vezes.

Exemplos:

2) Se P(a) e P(b) têm o mesmo sinal, então P(x) possui um número par de raízes reais ou não existe
nenhuma

raíz real no intervalo .

Exemplos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
POLINÔMIOS

Exemplo:

P(-1) = - 10

P(1) = 6

P(-1) . P(1) = - 60 < 0

Logo: existe um número ímpar de raízes entre , como o grau de P(x) é igual a 3 , o número
máximo de raízes de P(x) também é igual a 3 , portanto podemos ter 1 ou 3raízes no inter-

valo .

Teorema fundamental da álgebra (T.F.A)

3. Teorema fundamental da álgebra (T.F.A.).

Qualquer equação algébrica, de grau restritamente positivo, aceita no campo complexo pelo menos
uma raiz.

Em relação a este teorema vamos considerar apenas as observações e exemplos abaixo:

a) O teorema fundamental da álgebra apenas garante a existência de pelo menos uma raiz, ele não
demonstra qual o número de raízes de uma equação algébrica nem como resolver tais raízes.

b) O T.F.A. somente tem valor para C, já para R este teorema não é válido. Isso quer dizer que em uma
equação algébrica a condição de existência de raiz R é incerta, já em R é certeza que sempre terá pelo
menos uma raiz.

c) Exemplo: A equação x2 + 1 = 0 não possue raiz real, porém aceita no campo complexo os números
i e – i como raízes.

Teorema da decomposição de um polinômio

O teorema fundamental da álgebra para equações polinomiais garante que “todo polinômio de graun ≥
1 possui pelo menos uma raiz complexa”. A demonstração desse teorema foi feita pelo matemático
Friedrich Gauss, em 1799. A partir dele, podemos demonstrar o teorema da decomposição de um po-
linômio, o qual garante que qualquer polinômio pode ser decomposto em fatores de primeiro grau.
Tome o seguinte polinômio p(x) de grau n ≥ 1 e an ≠ 0:

p(x) = an xn + an-1 xn-1 + … + a1x1 + a0

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
POLINÔMIOS

Através do teorema fundamental da álgebra, podemos afirmar que esse polinômio possui pelo menos
uma raiz complexa u1, tal que p(u1) = 0. O teorema de D'Alembert para a divisão de polinômios afirma
que, se p(u1) = 0, então p(x) é divisível por (x – u1), resultando em um quociente q1(x), que é um poli-
nômio de grau (n – 1), o que nos leva a afirmar:

p(x) = (x – u1) . q1(x)

A partir dessa equação, é preciso destacar duas possibilidades:

Se u = 1 e q1(x) é um polinômio de grau (n – 1), então q1(x) possui grau 0. Como o coeficiente domi-
nante de p(x) é an, q1(x) é um polinômio constante do tipo q1(x) = an. Portanto, temos:

p(x) = (x – u1) . q1(x)


(x) = (x – u1) . an
p(x) = an . (x – u1)

Mas se u ≥ 2, então o polinômio q1 possui grau n – 1 ≥ 1 e vale o teorema fundamental da álgebra.


Podemos afirmar que o polinômio q1 possui pelo menos uma raiz n2, o que nos leva a afirmar
que q1 pode ser escrito como:

q1(x) = (x – u2) . q2(x)

Mas como p(x) = (x – u1) . q1(x), podemos reescrevê-lo como:

p(x) = (x – u1) . (x – u2) . q2(x)

Repetindo sucessivamente esse processo, teremos:

p(x) = an. (x – u1) . (x – u2) … (x – un)

Dessa forma, podemos concluir que todo polinômio ou equação polinomial p(x) = 0 de grau n ≥ 1 possui
exatamente n raízes complexas.

Exemplo: Seja p(x) um polinômio de grau 5, tal que suas raízes sejam – 1, 2, 3, – 2 e 4. Escreva esse
polinômio decomposto em fatores de 1° grau, considerando o coeficiente dominante igual a 1. Ele deve
ser escrito na forma estendida:

Se – 1, 2, 3, – 2 e 4 são raízes do polinômio, então o produto das diferenças de x por cada uma dessas
raízes resulta em p(x):

p(x) = an.(x + 1).(x – 2).(x – 3).(x + 2).(x – 4)

Se o coeficiente dominante an = 1, temos:

p(x) = 1.(x + 1).(x – 2).(x – 3).(x + 2).(x – 4)


p(x) = (x + 1).(x – 2).(x – 3).(x + 2).(x – 4)
p(x) = (x² – x – 2).(x – 3).(x + 2).(x – 4)
p(x) = (x³ – 4x² + x + 6).(x + 2).(x – 4)
p(x) = (x4 – 2x³ – 7x² + 8x + 12).(x – 4)
p(x) = x5 – 6x4 + x³ + 36x² – 20x – 48

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
PRODUTOS NOTÁVEIS

Produtos Notáveis

Os produtos notáveis são expressões algébricas que aparecem com muita frequência no cálculo algé-
brico. São utilizados no processo de fatoração de polinômios no processo de simplificação dos mesmos.

Os produtos notáveis que vamos estudar são:

O quadrado da soma de dois termos;

O quadrado da diferença de dois termos;

O produto da soma pela diferença de dois temos;

O cubo da soma de dois termos;

O cubo da diferença de dois termos.

Alguns conceitos que estão acima precisam ficar mais claros:

Quadrado: quando elevamos ao expoente 2;

Cubo: quando elevamos ao expoente 3;

Diferença: quando subtraímos duas ou mais coisas;

Produto: quando multiplicamos duas ou mais coisas.

Propriedades dos Produtos Notáveis

Vamos entender passo a passo cada um dos produtos notáveis.

O quadrado da soma de dois termos

O quadrado da soma de dois termos utiliza-se da potenciação para elevar a soma de dois termos ao
quadrado. Assim, temos a seguinte expressão:

(a + b)² = (a + b) . (a + b)

Onde:

a: representa o primeiro termo da expressão;

b: representa o segundo termo da expressão.

Utilizando a propriedade distributiva da multiplicação, podemos mostrar que o quadrado da soma de


dois termos é a primeiro termo ao quadrado, mais a soma dos produtos do primeiro termo com o se-
gundo, mais o segundo termo ao quadrado.

Então, temos que:

(a + b)² = (a + b) . (a + b) = a² + ab + ab + b² = a² + 2ab + b²

Para exemplificar melhor estude a imagem abaixo e veja como funciona:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PRODUTOS NOTÁVEIS

A área de um quadrado é a medida do lado elevado ao quadrado. A área de um retângulo é a multipli-


cação da medida de dois dos seus lados.

O quadrado da diferença de dois termos

O quadrado da diferença de dois termos também que se utiliza da potenciação para elevar a subtração
de dois termos ao quadrado. Então, temos a seguinte expressão:

(a – b)² = (a – b) . (a – b)

Onde:

a: representa o primeiro;

b: representa o segundo.

Utilizando os conhecimentos da potenciação e da multiplicação, mais precisamente da propriedade


distributiva, vamos desenvolver o problema.

Então:

(a – b)² = (a – b) . (a – b) = a² – ab – ab + b² = a² – 2ab + b²

Assim, o quadrado da diferença de dois termos é o primeiro termo ao quadrado, pela diferença de duas
vezes o produto do primeiro termo com o segundo, mais o segundo termo ao quadrado.

Pela imagem podemos entender melhor:

O produto da soma pela diferença de dois temos

O produto da soma de dois termos pela diferença ocorre quando multiplicamos uma soma entre dois
termos com a subtração entre outros dois termos. Então, temos a seguinte expressão:

(a + b) . (a – b)

Assim:

(a + b).(a – b) = a² – ab + ab – b² = a² – b²

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PRODUTOS NOTÁVEIS

O produto da soma pela diferença é o primeiro termo ao quadrado menos o segundo termo ao qua-
drado. Veja na imagem para entender melhor:

O cubo da soma de dois termos

O cubo da soma de dois termos já fica um pouco mais complexo para entender. É a soma de dois
termos elevado a potência de 3.

Para facilitar vamos exemplificar mostrando as potências:

(a + b)³ = (a + b).(a + b).(a + b)

ou

(a + b)³ = (a + b)².(a + b)

Então:

(a + b)³ = (a + b) . (a² + 2ab + b²) = a³ + 3a²b + 3ab² + b³

O cubo da soma de dois termos é o primeiro termo ao cubo, mais 3 vezes o primeiro termo ao quadrado
vezes o segundo termo, mais 3 vezes o primeiro termo vezes o segundo termo ao quadrado, mais o
segundo termo ao cubo.

Para entender melhor veja a imagem:

Lembrando que a área do cubo é o valor de seu lado elevado a 3.

O Cubo Da Diferença De Dois Termos

O cubo da diferença de dois termos utiliza-se também a potenciação para elevar ao expoente 3 a
subtração de dois termos.

Para facilitar vamos exemplificar mostrando as potências:

(a – b)³ = (a – b).(a – b).(a – b)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PRODUTOS NOTÁVEIS

ou

(a – b)³ = (a – b)².(a – b)

Então, chegaremos a seguinte expressão:

(a – b)³ = (a – b) . (a² – 2ab + b²) = a³ – 3a²b + 3ab² – b³

O cubo da diferença de dois termos é o primeiro termo ao cubo, menos 3 vezes o primeiro termo ao
quadrado vezes o segundo termo, mais 3 vezes o primeiro termo vezes o segundo termo ao quadrado,
menos o segundo termo ao cubo.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

Equações De 1 Grau

Quatro passos para resolver equações do primeiro grau

Para facilitar seu aprendizado, apresentamos quatro passos para resolver equações do primeiro
grau.

Neste texto ensinaremos um método para resolver equações do primeiro grau em quatro passos.
Antes de apresentarmos o passo a passo, é importante abordarmos algumas definições básicas das
equações.

 Definições básicas das equações

Toda equação possui igualdade e incógnita. A incógnita é um número desconhecido representado por
uma letra (geralmente x). Resolver uma equação é encontrar o valor de x que torna essa igualdade
verdadeira.

Dada uma equação do primeiro grau qualquer, o conjunto de números, incógnitas e operações disposto
à esquerda da igualdade é conhecido como primeiro membro da equação; e o que está à direita da
igualdade é chamado de segundo membro da equação. Por exemplo, dada a equação:

7x + 80 = 4x – 7

O primeiro membro é composto por 7x + 80, e o segundo membro, por 4x – 7. Além disso, cada
parcela que é somada ou subtraída em uma equação é chamada de termo. Logo, tomando o mesmo
exemplo acima, os termos dessa equação são: 7x, 80, 4x e 7.

De posse dessas definições, seguem os quatro passos para resolver uma equação do primeiro grau.

 Os quatro passos da resolução de equações do primeiro grau

Passo 1 – Colocar no primeiro membro todos os termos que possuem incógnita.

Reescreva a equação colocando todos os termos que possuem incógnita no primeiro membro. Para
tanto, utilize a seguinte regra: Trocou de membro, trocou de sinal. Observe o exemplo:

7x + 80 = 4x – 7

O termo 4x está no segundo membro e deve ser colocado no primeiro. Assim, troque 4x de membro
trocando também seu sinal:

7x + 80 = 4x – 7

7x – 4x + 80 = – 7

Passo 2 – Colocar no segundo membro todos os termos que não possuem incógnita.

Repita o procedimento do passo anterior para transferir termos que não possuem incógnita do primeiro
para o segundo membro. No exemplo abaixo (continuação do exemplo anterior), observe que + 80 é
um termo que não possui incógnita. Portanto, deve ser colocado no segundo membro. Ao fazer isso,
lembre-se da regra: Trocou de membro, trocou de sinal.

7x – 4x + 80 = – 7

7x – 4x = – 7 – 80

Passo 3 – Simplificar as expressões em cada membro.

Para esse passo, basta realizar as operações indicadas na equação. Para tanto, lembre-se de como
devem ser realizadas as somas de números inteiros.

7x – 4x = – 7 – 80

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

3x = – 87

Passo 4 – Isolar a incógnita no primeiro membro.

Em alguns casos, como no exemplo acima, a incógnita aparece sendo multiplicada (ou dividida) por um
número qualquer. Para isolar a incógnita no primeiro membro da equação, deve-se considerar a
seguinte regra: Caso o número esteja multiplicando a incógnita, passá-lo para o segundo membro
dividindo. Caso o número esteja dividindo a incógnita, passá-lo para o segundo membro multiplicando.
Por exemplo:

3x = – 87

Observe que a incógnita x está sendo multiplicada por 3. Portanto, 3 deve passar para o segundo
membro dividindo. Logo, o quarto passo terá o seguinte resultado:

3x = – 87

x = – 87
3

x = – 29

Exemplo:

Qual é o valor de x da equação seguinte?

2x + 9 = 4x – 18
4 4

Primeiro passo:

2x – 4x + 9 = – 18
4 4

Segundo passo:

2x – 4x = – 18 – 9
4 4

Terceiro passo (Clique aqui para saber como somar frações):

– 2x = – 27
4

Quarto passo: deve ser feito duas vezes, uma para o 4 que está dividindo e outra para o 2 que está
multiplicando.

– 2x = – 27
4

– 2x = – 27·4

– 2x = – 108

x = – 108
–2

x = 54

Equação Do 1º Grau Com Uma Incógnita

Exemplo de equação do primeiro grau com duas incógnitas e seus coeficientes

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

Utilizamos uma equação para calcular o valor de um termo desconhecido, que geralmente é
representado por uma letra. As equações possuem sinais operatórios como adição, subtração,
multiplicação, divisão, radiciação e igualdade. O sinal de igualdade divide a equação em dois
membros, os quais são compostos de elementos de dois tipos:

Elemento de valor constante: representado por valores numéricos;


Elemento de valor variável: representado pela união de números e letras.

Exemplos De Equações Do Primeiro Grau

Observe exemplos de equações do 1º grau com uma incógnita:

a) x + 1 = 6

b) 2x + 7 = 18

c) 4x + 1 = 3x – 9

d) 10x + 60 = 12x + 52

Solução De Equações Do Primeiro Grau

Para resolver uma equação, precisamos conhecer algumas técnicas matemáticas. Vamos, por meio de
resoluções comentadas, demonstrar essas técnicas.

Exemplo 1:

4x + 2 = 8 – 2x

Em uma equação, devemos separar os elementos variáveis dos elementos constantes. Para isso,
vamos colocar os elementos semelhantes em lados diferentes do sinal de igualdade, invertendo o sinal
dos termos que mudarem de lado. Veja:

4x + 2x = 8 – 2

Agora aplicamos as operações indicadas entre os termos semelhantes.

6X = 6

O coeficiente numérico da letra x do 1º membro deve passar para o outro lado, dividindo o elemento
pertencente ao 2º membro da equação. Observe:

x=6
6
x=1

Portanto, o valor de x que satisfaz a equação é igual a 1. A verificação pode ser feita pela substituição
do valor de x na equação. Observe:

4x + 2 = 8 – 2x
4*1+2=8–2*1
4+2=8–2
6 = 6 → sentença verdadeira

Todas as equações, de uma forma geral, podem ser resolvidas dessa maneira.

Exemplo 2:

10x – 9 = 21 + 2x + 3x
10x – 2x – 3x = 21 + 9
10x – 5x = 30
5x = 30
x = 30

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

5
x=6

Verificando:

10x – 9 = 21 + 2x + 3x
10 * 6 – 9 = 21 + 2 * 6 + 3 * 6
60 – 9 = 21 + 12 + 18
51 = 51 → sentença verdadeira

O valor numérico de x que satisfaz à equação é 6.

Exemplo 3:

3x – 2x + 10 = 10 + 5x – 40
3x – 2x – 5x = 10 – 40 – 10
3x – 7x = –40
– 4x = – 40

Nos casos em que a parte da variável é negativa, precisamos multiplicar os membros por –1.

– 4x = – 40 * (–1)
4x = 40
x = 40
4
x = 10

Verificando:

3x – 2x + 10 = 10 + 5x – 40
3 * 10 – 2 * 10 + 10 = 10 + 5 * 10 – 40
30 – 20 + 10 = 10 + 50 – 40
20 = 20 → sentença verdadeira

Exemplo 4:

10 – (8x – 2) = 5x + 2(– 4x + 1) → aplicar a propriedade distributiva da multiplicação:

10 – 8x + 2 = 5x – 8x + 2
– 8x – 5x + 8x = + 2 – 10 – 2
– 13x + 8x = – 10
– 5x = – 10 * (–1)
5x = 10
x = 10
5
x=2

Verificando:

10 – (8x – 2) = 5x + 2(– 4x + 1)
10 – (8 * 2 – 2) = 5 * 2 + 2(– 4 * 2 + 1)
10 – (16 – 2) = 10 + 2(–8 + 1)
10 – (14) = 10 + 2(–7)
10 – 14 = 10 – 14
– 4 = – 4 → sentença verdadeira

Equações Do 1º Grau Com Uma Variável

Introduçao

Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade. A palavra
equação tem o prefixo equa, que em latim quer dizer "igual". Exemplos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

2x + 8 = 0

5x - 4 = 6x + 8

3a - b - c = 0

Não são equações:

4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta)

x - 5 < 3 (Não é igualdade)

(não é sentença aberta, nem igualdade)

A equação geral do primeiro grau:

ax+b = 0

onde a e b são números conhecidos e a diferente de 0, se resolve de maneira simples:


subtraindo b dos dois lados, obtemos:

ax = -b

dividindo agora por a (dos dois lados), temos:

Por exemplo, considere a equação 2x - 8 = 3x -10.

A letra é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa "desconhecida". Na equação acima, a


incógnita é x; tudo que antecede o sinal da igualdade denomina-se 1º membro, e o que sucede,
2º membro.

Qualquer parcela, do 1º ou do 2º membro, é um termo da equação.

Equação do 1º grau na incógnita x é toda equação que pode ser escrita na forma ax=b,
sendo a e b números racionais, com a diferente de zero.

Equação Do Primeiro Grau

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

As equações de primeiro grau são equações matemáticas que estabelecem relações de igualdade
entre termos, representadas sob a forma:

ax+b = 0

Donde a e b são números racionais, sendo a um valor diferente de zero (a ≠ 0).

Note que a incógnita ou o termo variável designa o valor desconhecido. Assim, as equações de
primeiro grau podem apresentar mais de uma incógnita.

Os termos variáveis são expressos por uma letra qualquer, sendo que as mais utilizadas são x, y, z,
como observamos abaixo:

2x=4, nesse caso, a incógnita é o x:

2x=4
x=4/2
x=2

Como Resolver A Equação De Primeiro Grau

Para resolver a equação de primeiro grau é importante observar que seu objetivo principal é o de
descobrir o valor da incógnita na relação de igualdade estabelecida. É por isso que é utilizado o sinal
de igual.

Para encontrar o valor da incógnita, deve-se isolar o x, ou seja, separar os elementos


variáveis dos elementos constantes.

Sendo a e b as chamadas "constantes reais", (a diferente de 0) e o x, o elemento variável. Entretanto,


alguns conceitos matemáticos são primordiais para a resolução das equações.

Primeiramente, a expressão situada à esquerda da igualdade denomina-se 1º membro da equação.


Por outro lado, a expressão da direita do sinal de igual chama-se 2º membro da equação.

Assim, ao isolar o x (incógnita), situada no primeiro membro da equação, para que os elementos
semelhantes fiquem juntos, inverte-se o sinal do termo.

Isso quer dizer que ao mudar os elementos para antes e depois do sinal de igual, devemos alterar o
sinal do termo (soma e subtração, multiplicação e divisão). Por exemplo:

8x-3=5
8x=5+3
8x=8
x=8/8
x=1

Observe que ao isolar o x de um lado, o número 3 mudou de sinal. O 8 que estava multiplicado pelo x
(8 * x) passou para o 2º membro da equação dividindo o termo.

Outra regra básica para o desenvolvimento das equações de primeiro grau determina o seguinte:

Se a parte da variável ou a incógnita da equação for negativa, devemos multiplicar todos os membros
da equação por –1. Por exemplo:

– 9x = – 90 (-1)
9x=90
X=10

Leia também Inequação.

Exercícios Resolvidos

Exercício 1

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
EQUAÇÕES DE 1 GRAU

Ana nasceu 8 anos depois de sua irmã, Natália. Em determinado momento da vida, Natália possuía o
triplo da idade de Ana. Calcule a idade das duas nesse momento.

Para resolver esse tipo de problema, utiliza-se uma incógnita para estabelecer a relação de igualdade.

Assim, denominemos a idade de Ana como o elemento x; sendo que se ela possui oito anos a mais
que Natália, logo: x+8

Por conseguinte, a idade de Natália vezes 3 será igual à idade de Ana: 3x=x+8

Estabelecida essas relações, ao subtrair o x dos dois lados, tem-se:

3x - x = x + 8 – x
2x=8
x=8/2
x=4

Portanto, como x é a idade de Ana, naquele momento ela terá 4 anos. Enquanto isso, Natália terá 12
anos, o triplo da idade de Ana (8 anos a mais).

Exercício 2

Resolva as equações abaixo:

a) x-3=9
x=9+3
x=12

b) 4x – 9=1 – 2x
4x+2x=1+9
6x=10
x=10/6

c) x + 5=20-4x
x+4x = 20-5
5x=15
x=15/5
x=3

d) 9x-4x+10 =7x–30
9x-4x-7x=-10-30
-20x=-40 (-1) multiplica-se os termos por -1
20x=40
x=40/20
x=20

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Equações Polinomiais do 2 Grau

Equação polinomial ou algébrica é toda equação da forma p(x) = 0, em que p(x) é um polinômio:
p(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + a0 de grau n, com n ≥ 1. Veja alguns exemplos:

x4 + 9x2 – 10x + 3 = 0

10x6 – 2x5 + 6x4 + 12x3 – x2 + x + 7 = 0


x8 – x6 – 6x + 2 = 0
x10 – 6x2 + 9 = 0

As raízes de uma equação polinomial constituem o conjunto solução da equação. Para as equações
em que o grau é 1 ou 2, o método de resolução é simples e prático. Nos casos em que o grau dos
polinômios é 3 ou 4, existem expressões para a obtenção da solução.

Teorema Fundamental da Álgebra (TFA)

Toda equação polinomial p(x) = 0, de grau n onde n ≥ 1, admite pelo menos uma raiz complexa.

Exemplo 1

Determine o valor do coeficiente K, sabendo que 2 é a raiz da equação:

2x4 + kx3 – 5x2 + x – 15 = 0

Se 2 é raiz da equação, então temos:

2(2)4 + k(2)3 – 5(2)2 + 2 – 15 = 0


2*16 + k*8 – 5*4 + 2 – 15 = 0
32 + 8k – 20 + 2 – 15 = 0
8k + 34 – 35 = 0
8k – 1 = 0
8k = 1
k = 1/8

Temos que o valor do coeficiente k é 1/8.

Exemplo 2

Determine o valor de m, sabendo que –3 é raiz da equação: mx3 + (m + 2)x2 – 3x – m – 8 = 0.

Temos que:

m(–3)3 + (m + 2)( –3)2 – 3(–3) – m – 8 = 0


m(–27) + (m + 2)(9) + 9 – m – 8 = 0
–27m + 9m + 18 + 9 – m – 8 = 0
–27m + 9m – m = 8 – 18 – 9
– 19m = –19
m=1

O valor de m é 1.

A equação do segundo grau recebe esse nome porque é uma equação polinomial de grau dois, cujo
termo de maior grau está elevado ao quadrado.

É representada sob a forma:

ax2 + bx + c = 0

Donde x é a incógnita (termo variável), a, b e c são números reais e coeficientes da equação, sendo
“a” um valor diferente de 0 (a ≠ 0).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A equação de 2º grau também recebe o nome de equação quadrática.

Fórmula de Bhaskara

Observe que a equação de 2º Grau busca encontrar valores reais, denominados de raiz da equação.

A Fórmula de Bhaskara é a fórmula geral para resolução da equação do segundo grau, uma vez que
determina as raízes (valores) de uma equação quadrática:

O discriminante da equação designa a letra grega delta (Δ) que equivale à expressão valor b2 – 4ac.

Importante ressaltar que se o valor de Δ for maior que zero (Δ > 0), a equação terá duas raízes reais e
distintas.

Se Δ for igual a zero (Δ = 0), a equação apresentará somente uma raiz.

E se Δ for menor que zero (Δ < 0), a equação não apresentará raízes reais.

Equações do Segundo Grau Completas e Incompletas

Na equação de segundo grau completa utiliza-se a fórmula de Bhaskara.

Os coeficientes a, b e c são diferentes de zero (a, b, c ≠ 0). Por exemplo:

5 x2 + 2x + 2 = 0

a=5
b=2
c=2

Uma equação é incompleta do segundo grau quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0. Para resolver uma


equação deste tipo pode-se ou não utilizar a fórmula de Bhaskara.

Por exemplo:

2 x2 = 0
a=2
b=0
c=0

Leia também Inequação .

Expressões Algébricas

Expressões algébricas são expressões matemáticas que apresentam números, letras e operações.

As expressões desse tipo são usadas com frequência em fórmulas e equações.

As letras que aparecem em uma expressão algébrica são chamadas de variáveis e representam um
valor desconhecido.

Os números escritos na frente das letras são chamados de coeficientes e deverão ser multiplicados
pelos valores atribuídos as letras.

Exemplos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

a) x + 5
b) b2 – 4ac

Cálculo de uma Expressão Algébrica

O valor de uma expressão algébrica depende do valor que será atribuído às letras.

Para calcular o valor de uma expressão algébrica devemos substituir os valores das letras e efetuar as
operações indicadas. Lembrando que entre o coeficiente e a letras, a operação é de multiplicação.

Exemplo

O perímetro de um retângulo é calculado usando a fórmula:

P = 2b + 2h

Substituindo as letras com os valores indicados, encontre o perímetro dos seguintes retângulos

Simplificação de Expressões Algébricas

Podemos escrever as expressões algébricas de forma mais simples somando seus termos semelhan-
tes (mesma parte literal).

Para simplificar iremos somar ou subtrair os coeficientes dos termos semelhantes e repetir a parte
literal.

Exemplos

a) 3xy + 7xy4 - 6x3y + 2xy - 10xy4 = (3xy + 2xy) + (7xy4 - 10xy4) - 6x3y = 5xy - 3xy4 - 6x3y
b) ab - 3cd + 2ab - ab + 3cd + 5ab = (ab + 2ab - ab + 5ab) + (- 3cd + 3cd) = 7ab

Fatoração de Expressões Algébricas

Fatorar significa escrever uma expressão como produto de termos.

Transformar uma expressão algébrica em uma multiplicação de termos, frequentemente nos permite
simplificar a expressão.

Para fatorar uma expressão algébrica podemos usar os seguintes casos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Fator comum em evidência: ax + bx = x (a.b)

Agrupamento: ax + bx + ay + by = x . (a + b) + y . (a + b) = (x + y) . (a.b)

Trinômio Quadrado Perfeito (Adição): a2 + 2ab + b2 = (a + b)2

Trinômio Quadrado Perfeito (Diferença): a2 – 2ab + b2 = (a – b)2

Diferença de dois quadrados: (a + b) . (a – b) = a2 – b2

Cubo Perfeito (Soma): a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = (a + b)3

Cubo Perfeito (Diferença): a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 = (a - b)3

Monômios

Quando uma expressão algébrica apresenta apenas multiplicações entre o coeficiente e as letras (parte
literal), ela é chamada de monômio.

Exemplos

a) 3ab
b) 10xy2z3
c) bh (quando não aparece nenhum número no coeficiente, seu valor é igual a 1)

Os monômios semelhantes são os que apresentam a mesma parte literal (mesmas letras com mesmos
expoentes).

Os monômios 4xy e 30xy são semelhantes. Já os monômios 4xy e 30x 2y3 não são semelhantes, pois
as letras correspondentes não possuem o mesmo expoente.

Polinômios

Quando uma expressão algébrica possui somas e subtrações de monômios não semelhantes é cha-
mada de polinômio.

Exemplos

a) 2xy + 3 x2y - xy3


b) a + b
c) 3abc + ab + ac + 5 bc

Operações Algébricas

Soma e subtração

A soma ou a subtração algébrica é feita somando-se ou subtraindo-se os coeficientes dos termos se-
melhantes e repetindo a parte literal.

Exemplo

a) Somar (2x2 + 3xy + y2) com (7x2 - 5xy - y2)

(2x2 + 3xy + y2) + (7x2 - 5xy - y2) = (2 + 7) x2 + (3 - 5) xy + (1 - 1) y2 = 9x2 - 2xy

b) Subtrair (5ab - 3bc + a2) de (ab + 9bc - a3)

É importante observar que o sinal de menos na frente dos parênteses inverte todos os sinais de dentro
dos parênteses.

(5ab - 3bc + a2) - (ab + 9bc - a3) = 5ab - 3bc + a2 - ab - 9bc + a3 =


(5 - 1) ab + (- 3 - 9)bc + a2 + a3 = 4ab -12bc + a2 + a3

Multiplicação

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A multiplicação algébrica é feita multiplicando-se termo a termo.

Para multiplicar a parte literal, usamos a propriedade da potenciação para multiplicação de mesma
base: "repete-se a base e soma-se os expoentes".

Exemplo

Multiplicar (3x2 + 4xy) com (2x + 3)

(3x2 + 4xy) . (2x + 3) = 3x2 . 2x + 3x2 . 3 + 4xy . 2x + 4xy . 3 = 6x3 + 9x2 + 8x2y + 12xy

Divisão de um polinômio por um monômio

A divisão de um polinômio por um monômio é feita dividindo os coeficientes do polinômio pelo coefici-
ente do monômio. Na parte literal, usa-se a propriedade da divisão de potência de mesma base (repete-
se a base e subtrai os expoentes).

Exemplo

Para saber mais, leia também:

Expressões Numéricas

Produtos Notáveis

Função Polinomial

A função determina uma relação entre os elementos de dois conjuntos. Podemos defini-la utilizando
uma lei de formação, em que, para cada valor de x, temos um valor de f(x). Chamamos x de domínio e
f(x) ou y de imagem da função.

A formalização matemática para a definição de função é dada por: Seja X um conjunto com elementos
de x e Y um conjunto dos elementos de y, temos que:

f: x → y

Assim sendo, cada elemento do conjunto x é levado a um único elemento do conjunto y. Essa ocorrên-
cia é determinada por uma lei de formação.

A partir dessa definição, é possível constatar que x é a variável independente e que y é a variável
dependente. Isso porque, em toda função, para encontrar o valor de y, devemos ter inicialmente o valor
de x.

Tipos de Funções

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

As funções podem ser classificadas em três tipos, a saber:

Função Injetora ou Injetiva

Nessa função, cada elemento do domínio (x) associa-se a um único elemento da imagem f(x). Todavia,
podem existir elementos do contradomínio que não são imagem. Quando isso acontece, dizemos que
o contradomínio e imagem são diferentes. Veja um exemplo:

Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-1,5, +2, +8}

Conjunto dos elementos da imagem da função: Im(f) = {A, C, D}

Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD(f) = {A, B, C, D}

Função Sobrejetora ou sobrejetiva

Na função sobrejetiva, todos os elementos do domínio possue um elemento na imagem. Pode aconte-
cer de dois elementos do domínio possuírem a mesma imagem. Nesse caso, imagem e contradomínio
possuem a mesma quantidade de elementos.

Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-10, 2, 8, 25}

Conjunto dos elementos da imagem da função: Im (f) = {A, B, C}

Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD (f) = {A, B, C}

Função bijetora ou bijetiva

Essa função é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora, pois, cada elemento de x relaciona-se a um
único elemento de f(x). Nessa função, não acontece de dois números distintos possuírem a mesma
imagem, e o contradomínio e a imagem possuem a mesma quantidade de elementos.

Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-12, 0, 1, 5}


2

Conjunto dos elementos da imagem da função: Im (f) = {A, B, C, D}

Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD (f) = {A, B, C, D}

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

As funções podem ser representadas graficamente. Para que isso seja feito, utilizamos duas coorde-
nadas, que são x e y. O plano desenhado é bidimensional. A coordenada x é chamada de abscissa e
a y, de ordenada. Juntas em funções, elas formam leis de formação. Veja a imagem do gráfico do eixo
x e y:

Do último ano do Fundamental e ao longo do Ensino Médio, geralmente estudamos doze funções, que
são:

1 – Função constante;

2 – Função par;

3 – Função ímpar;

4 – Função afim ou polinomial do primeiro grau;

5 – Função Linear;

6 – Função crescente;

7 – Função decrescente;

8 – Função quadrática ou polinomial do segundo grau;

9 – Função modular;

10 – Função exponencial;

11 – Função logarítmica;

12 – Funções trigonométricas;

13 – Função raiz.

Mostraremos agora o gráfico e a fórmula geral de cada uma das funções listadas acima:

1 - Função constante

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Na função constante, todo valor do domínio (x) tem a mesma imagem (y).

Fórmula geral da função constante:

f(x) = c

x = Domínio

f(x) = Imagem

c = constante, que pode ser qualquer número do conjunto dos reais.

Exemplo de gráfico da função constante: f(x) = 2

2 – Função Par

A função par é simétrica em relação ao eixo vertical, ou seja, à ordenada y. Entenda simetria como
sendo uma figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes coincidem-se per-
feitamente.

Fórmula geral da função par:

f(x) = f(- x)

x = domínio

f(x) = imagem

- x = simétrico do domínio

Exemplo de gráfico da função par: f(x) = x2

3 – Função ímpar

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A função ímpar é simétrica (figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes
coincidem-se perfeitamente) em relação ao eixo horizontal, ou seja, à abscissa x.

Fórmula geral da função ímpar

f(– x) = – f(x)

– x = domínio

f(– x) = imagem

- f(x) = simétrico da imagem

Exemplo de gráfico da função ímpar: f(x) = 3x

4 – Função afim ou polinomial do primeiro grau

Para saber se uma função é polinomial do primeiro grau, devemos observar o maior grau da variável x
(termo desconhecido), que sempre deve ser igual a 1. Nessa função, o gráfico é uma reta. Além disso,
ela possui: domínio x, imagem f(x) e coeficientes a e b.

Fórmula geral da função afim ou polinomial do primeiro grau

f(x) = ax + b

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função polinomial do primeiro grau: f(x) = 4x + 1

5 – Função Linear

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

A função linear tem sua origem na função do primeiro grau (f(x) = ax + b). Trata-se de um caso particu-
lar, pois b sempre será igual a zero.

Fórmula geral da função linear

f(x) = ax

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente

Exemplo de gráfico da função linear: f(x) = -x/3

6 – Função crescente

A função polinomial do primeiro grau será crescente quando o coeficiente a for diferente de zero e
maior que um (a > 1).

Fórmula geral da função crescente

f(x) = + ax + b

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente sempre positivo

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função crescente: f(x) = 5x

7 – Função decrescente

Na função decrescente, o coeficiente a da função do primeiro grau (f(x) = ax + b) é sempre negativo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Fórmula geral da função decrescente

f(x) = - ax + b

x= domínio/ incógnita

f(x) = imagem

- a = coeficiente sempre negativo

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função decrescente: f(x) = - 5x

8 – Função quadrática ou polinomial do segundo grau

Identificamos que uma função é do segundo grau quando o maior expoente que acompanha a variável
x (termo desconhecido) é 2. O gráfico da função polinomial do segundo grau sempre será uma pará-
bola. A sua concavidade muda de acordo com o valor do coeficiente a. Sendo assim, se a é posi-
tivo, a concavidade é para cima e, se for negativo, é para baixo.

Fórmula geral da função quadrática ou polinomial do segundo grau

f(x) = ax2 + bx + c

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente que determina a concavidade da parábola.

b = coeficiente.

c = coeficiente.

Exemplo de gráfico da função polinomial do segundo grau: f(x) = x2 – 6x + 5

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

9 – Função modular

A função modular apresenta o módulo, que é considerado o valor absoluto de um número e é caracte-
rizado por (| |). Como o módulo sempre é positivo, esse valor pode ser obtido tanto negativo quanto
positivo. Exemplo: |x| = + x ou |x| = - x.

Fórmula geral da função modular

f(x) = x, se x≥ 0

ou

f(x) = – x, se x < 0

x = domínio

f(x) = imagem

- x = simétrico do domínio

Exemplo de gráfico da função modular: f(x) =

10 – Função exponencial

Uma função será considerada exponencial quando a variável x estiver no expoente em relação à base
de um termo numérico ou algébrico. Caso esse termo seja maior que 1, o gráfico da função exponen-
cial é crescente. Mas se o termo for um número entre 0 e 1, o gráfico da função exponencial é decres-
cente.

Fórmula geral da função exponencial

f(x) = ax

a > 1 ou 0 < a < 1

x = domínio

f(x) = imagem

a = Termo numérico ou algébrico

Exemplo de gráfico da função exponencial crescente: f(x) = (2)x, para a = 2

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

Exemplo de gráfico da função exponencial decrescente: f(x) = (1/2)x para a = ½

11 - Função logarítmica

Na função logarítmica, o domínio é o conjunto dos números reais maiores que zero e o contradomínio
é o conjunto dos elementos dependentes da função, sendo todos números reais.

Fórmula geral da função logarítmica

f(x) = loga x

a= base do logaritmo
f(x) = Imagem/ logaritmando
x = Domínio/ logaritmo

Exemplo de gráfico da função logarítmica: f(x) = log10 (5x - 6)

12 – Funções trigonométricas

As funções trigonométricas são consideradas funções angulares e são utilizadas para o estudo dos
triângulos e em fenômenos periódicos. Podem ser caracterizadas como razão de coordenadas dos
pontos de um círculo unitário. As funções consideradas elementares são:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

- Seno: f(x) = sen x

- Cosseno: f(x) = cos x

- Tangente: f(x) = tg x

Exemplo de gráfico da função trigonométrica seno: f(x) = sen (x + 2)

Exemplo de gráfico da função trigonométrica cosseno: f(x) = cos (x + 2)

Exemplo de gráfico da função tangente: f(x) = tg (x + 2)

13 – Função raiz

O que determina o domínio da função raiz é o termo n que faz parte do expoente. Se n for ímpar, o
domínio (x) será o conjunto dos números reais; se n for par, o domínio (x) será somente os números
reais positivos. Isso porque, quando o índice é par, o radicando (termo que fica dentro da raiz) não
pode ser negativo.

Fórmula geral da função raiz

f(x) = x 1/n

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU

f(x) = Imagem

x = domínio/ base

1/n = expoente

Exemplo de gráfico da função raiz: f(x) = (x)1/2

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Função de Probabilidade

O que é função ou distribuição de probabilidade?

Função ou distribuição de probabilidade de uma experiência aleatória é a função que a cada evento
possível faz corresponder a probabilidade do evento ocorrer.

Exemplo: Vamos construir a distribuição de probabilidade do sexo do grupo de filhos de uma famílias
com 5 filhos.

Sexo do conjunto de filhos Casos Probabilidade


M F possíveis
5 0 1 0,03125
4 1 5 0,15625
3 2 10 0,3125
2 3 10 0,3125
1 4 5 0,15625
0 5 1 0,03125
Total 32 1

Gráfico da distribuição de probabilidade.

O que se entende por Lei dos Grandes Números ?

Quando o número de experimentos aumenta muito, a freqüência relativa de um evento tende a estabi-
lizar-se num valor considerado a probabilidade do evento. Esta é a Lei dos Grandes Números.

O que é a Curva de Gauss ?

A Curva de Gauss é uma curva de distribuição de probabilidades para um grande número de observa-
ções aleatórias.

Cálculo da média em função da probabilidade.

Considere uma distribuição de probabilidades onde a média é x e xn é um valor observado com proba-
bilidade pn .

Cálculo do desvio padrão em função da probabilidade.

Considere uma distribuição de probabilidades onde o desvio padrão é , a média é x e xn é um valor


observado com probabilidade pn.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Qual é o aspecto da Curva de Gauss ?

O aspecto da Curva de Gauss está mostrado na figura.

Quais são as propriedades da Curva de Gauss ?

1- máximo da função corresponde à média x


2- simétrica em relação ao eixo vertical que passa pela média.
3- a área total entre a curva e o eixo horizontal corresponde ao total das observações realizadas ou
seja à probabilidade 1 ou 100%.
4- a área entre a curva e o eixo horizontal no intervalo | x –  ; x +  | corresponde a uma probabili-
dade 0,68 ou 68%.
5- a área entre a curva e o eixo horizontal no intervalo | x – 2 ; x + 2 | corresponde a uma probabili-
dade 0,96 ou 96%.

O que é a zona de normalidade ?

É o conjunto de valores considerados normais correspondentes a 68% dos valores observados e com-
preendidos no intervalo | x – ; x + | .

Qual é a equação da Curva de Gauss ?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

A equação da Curva de Gauss em função dos resíduos em relação à média é:

Qual é o gráfico da Curva de Gauss considerando os resíduos em relação à média ?

O gráfico da Curva de Gauss considerando os resíduos em relação à média é:

Como calcular a probabilidade para um determinado resíduo em relação à média ?

O cálculo da probabilidade de ocorrência de um determinado resíduo em relação à média é realizado


utilizando a função mostrada em EST040109.
Exemplos:

Como calcular a probabilidade para um determinado intervalo de resíduos em relação à média?

A probabilidade de ocorrência num determinado intervalo de resíduos corresponde à área entre a curva
e o eixo horizontal sendo calculado pela integral:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Conceitos básicos sobre distribuições de probabilidade

O objetivo desta sessão é mostrar o uso de funções do R em problemas de probabilidade. Exercícios


que podem (e devem!) ser resolvidos analiticamente são usados para ilustrar o uso do programa e
alguns de seus recursos para análises numéricas.

Os problemas nesta sessão foram retirados do livro:


Bussab, W.O. & Morettin, P.A. Estatística Básica. 4a edição. Atual Editora. 1987.
Note que há uma edição mais nova: (5a edição, 2003 - Ed. Saraiva)

EXEMPLO 1 (adaptado de Bussab & Morettin, página 132, exercício 1)


Dada a função

• mostre que está função é uma f.d.p.

• calcule a probabilidade de que X > 1

• calcule a probabilidade de que 0.2 < X < 0.8

Para ser f.d.p. a função não deve ter valores negativos e deve integrar 1 em seu domínio. Vamos
começar definindo esta função como uma função no R para qual daremos o nome de f1. A seguir faze-
mos o gráfico da função. Como a função tem valores positivos para x no intervalo de zero a infinito
temos, na prática, para fazer o gráfico, que definir um limite em x até onde vai o gráfico da função.
Vamos achar este limite tentando vários valores, conforme mostram os comandos abaixo. O gráfico
escolhido e mostrado na Figura 16 foi o produzido pelo comando plot(f1,0,5).

> f1 <- function(x) {


+ fx <- ifelse(x < 0, 0, 2 * exp(-2 * x))
+ return(fx)
+}
> plot(f1)
> plot(f1, 0, 10)
> plot(f1, 0, 5)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Figura 16: Gráfico da função de probabilidade do Exemplo 1.

Para verificar que a a integral da função é igual a 1 podemos usar a função integrate() que efetua
integração numérica. A função recebe como argumentos o objeto com a função a ser integrada e os
limites de integração. Neste exemplo o objeto é f1 definido acima e o domínio da função é [0,∞]. A saída
da função mostra o valor da integral (1) e o erro máximo da aproximação numérica.

> integrate(f1, 0, Inf)

1 with absolute error < 5e-07

Para fazer cálculos pedidos nos itens (b) e (c) lembramos que a probabilidade é dada pela área sob a
curva da função no intervalo pedido. Desta forma as soluções seriam dadas pelas expressões

cuja representação gráfica é mostrada na Figura 17. Os comandos do R a seguir mostram como fazer
o gráfico de função. O comando plot() desenha o gráfico da função. Para destacar as áreas que cor-
respondem às probabilidades pedidas vamos usar a função polygon(). Esta função adiciona a um grá-
fico um polígono que é definido pelas coordenadas de seus vértices. Para sombrear a área usa-se o
argumento density. Finalmente, para escrever um texto no gráfico usamos a função text() com as co-
ordenadas de posição do texto.

> plot(f1, 0, 5)
> polygon(x = c(1, seq(1, 5, l = 20)), y = c(0, f1(seq(1, 5, l = 20))),
+ density = 10)
> polygon(x = c(0.2, seq(0.2, 0.8, l = 20), 0.8), y = c(0, f1(seq(0.2,
+ 0.8, l = 20)), 0), col = "gray")
> text(c(1.2, 0.5), c(0.1, 0.2), c(expression(p[b], p[c])))

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Figura 17: Probabilidades pedidas nos itens (b) e (c) do Exemplo 1.

E para obter as probabilidades pedidas usamos integrate().

> integrate(f1, 1, Inf)

0.1353353 with absolute error < 2.1e-05

> integrate(f1, 0.2, 0.8)

0.4684235 with absolute error < 5.2e-15

EXEMPLO 2 (Bussab & Morettin, página 139, exercício 10)


A demanda diária de arroz em um supermercado, em centenas de quilos, é uma v.a. X com f.d.p.

• Calcular a probabilidade de que sejam vendidos mais que 150 kg.

• Calcular a venda esperada em 30 dias.

• Qual a quantidade que deve ser deixada à disposição para que não falte o produto em 95% dos
dias?

Novamente começamos definindo um objeto do R que contém a função dada em 3.

Neste caso definimos um vetor do mesmo tamanho do argumento x para armazenar os valores de f(x) e
a seguir preenchemos os valores deste vetor para cada faixa de valor de x.

> f2 <- function(x) {


+ fx <- numeric(length(x))
+ fx[x < 0] <- 0
+ fx[x >= 0 & x < 1] <- 2 * x[x >= 0 & x < 1]/3
+ fx[x >= 1 & x <= 3] <- (-x[x >= 1 & x <= 3]/3) + 1
+ fx[x > 3] <- 0
+ return(fx)
+}

A seguir verificamos que a integral da função é 1 e fazemos o seu gráfico mostrado na Figura 18.

> integrate(f2, 0, 3)

1 with absolute error < 1.1e-15

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

> plot(f2, -1, 4)

1 with absolute error < 1.1e-15

Figura 18: Gráfico da função densidade de probabilidade do Exemplo 2.

Agora vamos responder às questões levantadas. Na questão (a) pede-se a probabilidade de que sejam
vendidos mais que 150 kg (1,5 centenas de quilos), portanto a probabilidade P[X > 1, 5]. A probabili-
dade corresponde à área sob a função no intervalo pedido ou seja P[X > 1, 5] = ∫ 1,5∞f(x)dx e esta inte-
gral pode ser resolvida numericamente com o comando:

> integrate(f2, 1.5, Inf)

0.3749999 with absolute error < 3.5e-05

A venda esperada em trinta dias é 30 vezes o valor esperado de venda em um dia. Para calcular a
esperança E[X] = ∫ xf(x)dx definimos uma nova função e resolvemos a integral. A função integrate re-
torna uma lista onde um dos elementos ($value) é o valor da integral.

> ef2 <- function(x) {


+ x * f2(x)
+}
> integrate(ef2, 0, 3)

1.333333 with absolute error < 7.3e-05

> 30 * integrate(ef2, 0, 3)$value

[1] 40

Na questão (c) estamos em busca do quantil 95% da distribuição de probabilidades, ou seja o valor
de x que deixa 95% de massa de probabilidade abaixo dele. Este valor que vamos chamar de k é dado
por:

Para encontrar este valor vamos definir uma função que calcula a diferença (em valor absoluto) entre
0.95 e a probabilidade associada a um valor qualquer de x. O quantil será o valor que minimiza esta
probabilidade. Este é portanto um problema de otimização numérica e para resolvê-lo vamos usar a
função optimize() do R, que recebe como argumentos a função a ser otimizada e o intervalo no qual
deve procurar a solução. A resposta mostra o valor do quantil x = 2.452278 e a função objetivo com
valor muito próximo de 0, que era o que desejávamos.

> f <- function(x) abs(0.95 - integrate(f2, 0, x)$value)


> optimise(f, c(0, 3))

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

$minimum
[1] 2.452278

$objective
[1] 7.573257e-08

A Figura 19 ilustra as soluções dos itens (a) e (c) e os comandos abaixo foram utilizados para obtenção
destes gráficos.

> par(mfrow = c(1, 2), mar = c(3, 3, 0, 0), mgp = c(2, 1, 0))
> plot(f2, -1, 4)
> polygon(x = c(1.5, 1.5, 3), y = c(0, f2(1.5), 0), dens = 10)
> k <- optimise(f, c(0, 3))$min
> plot(f2, -1, 4)
> polygon(x = c(0, 1, k, k), y = c(0, f2(1), f2(k), 0), dens = 10)
> text(c(1.5, k), c(0.2, 0), c("0.95", "k"), cex = 2.5)

Figura 19: Gráficos indicando as soluções dos itens (a) e (c) do Exemplo 2.

Finalmente lembramos que os exemplos discutidos aqui são simples e não requerem soluções numé-
ricas, devendo ser resolvidos analiticamente. Utilizamos estes exemplos somente para ilustrar a obten-
ção de soluções numéricas com o uso do R, que na prática deve ser utilizado em problemas mais
complexos onde soluções analíticas não são triviais ou mesmo impossíveis.

O que é a função de densidade de probabilidade (FDP)?

A função de densidade de probabilidade ajuda a identificar regiões de probabilidades superiores e in-


feriores para os valores de uma variável aleatória.

Exemplo de uma FDP discreta

Para uma variável discreta, a FDP fornece os valores de probabilidade para determinados valores de
x. Por exemplo, um fabricante de doces produz um único tipo de doce em várias cores. 30% das balas
são produzidas em amarelo, 10% são laranja, 10% são vermelhas, 20% são verdes e 30% são azuis.

FDP discreta

Este gráfico de barras exibe a FDP para a cor doces. Cada barra representa a probabilidade dos doces
daquela cor expressos como uma porcentagem.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Exemplo de uma FDP contínua

A função de densidade de probabilidade (FDP) é uma equação que representa a distribuição de pro-
babilidade de uma variável aleatória contínua. Por exemplo, uma máquina que corta rolhas para garra-
fas de vinho produz rolhas com diâmetros diferentes. No gráfico de barras a seguir para os diâmetros
das rolhas, cada barra representa a porcentagem de rolhas com o diâmetro correspondente.

FDP contínua

A curva é a FDP para o diâmetro da rolha. Use a FDP para identificar as áreas de probabilidades
superiores e inferiores para os valores de uma variável aleatória. Por exemplo, apenas uma pequena
porcentagem das rolhas (1%) tem um diâmetro inferior a 2,8 cm.

FDP contínua com limites de especificação

Se os limites de especificação para diâmetro de rolha forem de 2,85 cm a 3,15 cm, o FDP pode indicar
valores de densidade de probabilidade de todas as rolhas deste processo que atendam às especifica-
ções.

A forma da FDP é diferente para as diferentes distribuições. A familiar curva em forma de sino repre-
senta a FDP para uma distribuição normal. Enquanto diâmetro da rolha segue uma distribuição normal,
outras medições, como a força necessária para tirar a rolha da garrafa de vinho, pode seguir uma
distribuição diferente. Por exemplo, a FDP para uma distribuição lognormal tem uma cauda direita
longa.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

FDP lognormal

Como uma garrafa de vinho ocasionalmente requer uma quantidade incomum de força para a retirada
da rolha, as medidas desta força muitas vezes seguem uma distribuição com uma longa cauda direita
como a distribuição lognormal.

A função de distribuição acumulada nos dá uma maneira de descrever como as probabilidades são
associadas aos valores ou aos intervalos de valores de uma variável aleatória. De forma geral, consi-
dere o espaço de probabilidade .

Definição 2.1.1:

A função de distribuição acumulada de uma variável aleatória X é uma função que a cada número real
x associa o valor

A notação é usada para designar o conjunto , isto é, denota a imagem


inversa do intervalo pela variável aleatória X. Com isso, podemos observar que a função de
distribuição acumulada tem como domínio os números reais e imagem o intervalo .

O conhecimento da função de distribuição acumulada é suficiente para entendermos o comportamento


de uma variável aleatória. Mesmo que a variável assuma valores apenas num subconjunto dos reais,
a função de distribuição é definida em toda a reta. Ela é chamada de função de distribuição acumulada,
pois acumula as probabilidades dos valores inferiores ou iguais a x.

Exemplo 2.1.1:

Consideremos o Exemplo 2.1. Vamos encontrar a função distribuição acumulada de : "número de


caras obtidas nos três lançamentos".

Os valores que pode assumir são e . Portanto,

Portanto,

Desta forma, temos que a função de distribuição acumulada de é dada por

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Exemplo 2.1.2:

O tempo de validade, em meses, de um óleo lubrificante num certo equipamento está sendo estudado.
Seja . Uma variável de interesse é o próprio tempo de validade e, nesse
caso, definimos . Por exemplo, podemos tomar a seguinte função de distribuição
acumulada de :

Observe que neste exemplo, definimos diretamente a Função de Distribuição Acumulada (FDA) ao
invés da probabilidade. Na maioria das aplicações, partimos da FDA para definirmos o modelo proba-
bilístico. Como exercício, mostre qe esta FDA nos fornece um modelo probabilístico .

A função de distribuição acumulada de uma variável aleatória têm três propriedades básicas:

1. , e ;

2. é não decrescente.

3. é uma função contínua à direita e tem limite à esquerda.

Demonstração:

(1) Se , então e assim . Se , en-


tão e assim .

(2) não decrescente é equivalente


a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

(3) é contínua a direita é equivalente a se , então é um sequência decrescente de

eventos aleatórios e , pois se, e somente se, . Assim,


concluímos que

Exemplo 2.1.3:

Para o lançamento de uma moeda, temos que e que .


Definimos uma variável aleatória da seguinte forma:

Para obter a função de distribuição acumulada da variável aleatória , é conveniente separar os vários
casos, de acordo com os valores da variável.

Para , , uma vez que o menor valor assumido pela variável é . No inter-
valo , temos que . E, para , temos
que . Dessa forma, foi definida para
todo real. Assim, temos

Note que as propriedades de função de distribuição são facilmente verificadas e que é não de-
crescente para todo real e, portanto, vale a propriedade 2. O seguinte resultado, nos diz que qualquer
função que satisfaz as propriedades básicas é uma função de distribuição acumulada de alguma
variável aleatória na reta. A demonstração deste resultado será colocada na próxima subseção, junta-
mente com o conceito de -álgebra de Borel na reta.

Teorema 2.1.1:

Toda função satisfazendo as propriedades básicas é uma função de distribuição acumulada de al-
guma variável aleatória.

Exemplo 2.1.4:

Seja X uma variável aleatória com distribuição de Poisson, parâmetro . Mostre que a função de
distribuição de é

Temos: se ,

usando a integração por partes tomando o que implica que e o que


implica que , então temos que

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

no qual .

Exemplo 2.1.5:

Seja X uma variável aleatória com densidade

(a) Determine o valor da constante c.

(b) Ache o valor tal que .( é o primeiro quartil da distribuição de X.)

Exemplo 2.1.6:

Uma variável aleatória X tem função de distribuição

Qual é a densidade de X?

quando F for diferenciável em então

Exemplo 2.1.7:

Verifique que a função de Cantor é uma função de distribuição?

A função de cantor é uma função de distribuição, pois


(i) É não-decrescente o que implica que , .

(ii) É contínua a direita o que implica que , .

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

(iii) ,

toda função que satisfaz (i), (ii) e (iii) é a distribuição de alguma variável aleatória.

Exemplo 2.1.8:

Seja X uma variável aleatória com densidade

Seja , no qual é uma constante .


(a) Ache a função de distribuição de Y.

Vamos dividir em três etapas primeiramente


(a1) isso implica que

(a2) o que implica que

(a3) o que implica que

Assim,

(b) Decomponha em suas partes discreta, absolutamente contínua e singular.

(b1) Parte discreta , temos que

(b2) tal que

então

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

(b3) Agora como , temos

então .

Exemplo 2.1.9:

Se é uma variável aleatória com distribuição exponencial de parâmetro , qual a distribuição da


variável aleatória ? Faça a decomposição de .

Temos que (para mais detalhes ver 6.12 )%http://www.portalaction.com.br/probabilida-


des/612-distribuicao-exponencial
(a) Distribuição de Y é dada por

(a1) e
(a2) temos que

(a3)

b) Decomposição de

(b1)

(b2) . Então,

Então,

e então, o que implica que para qualquer .

Exemplo 2.1.10:

Determine a densidade de , no qual . É a densidade da distribuição


uniforme em , e escrevemos . Faça o gráfico da função de distribuição de Y.
Agora

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Agora , então

e então

Exemplo 2.1.11:

Se X tem densidade , , qual a distribuição de ?

Então temos que .

Exemplo 2.1.12:

Cinco pontos são escolhidos, independentemente e ao acaso, do intervalo . Seja o número de


pontos que pertencem ao intervalo no qual . Qual a distribuição X?

É a repetição de ensaios com mesma probabilidade de sucesso de e independentes, no qual

Então, . (para mais detalhes sobre Binomial veja seção 5.1 )

Exemplo 2.1.13:

Determine a distribuição do tempo de espera até o segundo sucesso em uma sequência de ensaios de
Bernoulli com probabilidade de sucesso.

Seja a variável aleatória que designa o tempo de espera até o segundo sucesso. Note que a proba-
bilidade de ocorrer 2 sucessos em é . Agora o último ensaio ocorre na última
posição então o primeiro ensaio pode ocorrer em qualquer das posições anteriores. Assim,

Exemplo 2.1.14:

Uma massa radioativa emite partículas segundo um processo de Poisson a uma taxa média de 10
partículas por segundo. Um contador é colocado ao lado da massa. Suponha que cada partícula emitida
atinge o contador com probabilidade de , que o contador registra todas as partículas que o atingem,
e que não há iteração entre as partículas(elas se movimentam independentemente).

(a) Qual a distribuição de número de partículas emitidas até o tempo ?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Temos é a probabilidade de Poisson então

(b) Prove que tem distribuições de Poisson, onde é o número de partículas registradas (conta-
das) até o tempo t, . Qual o parâmetro?

Agora

o que implica que

Agora,

Então

Então,

Esta é uma distribuição que se caracteriza por ter uma função de taxa de falha constante. A distribuição
exponencial é a única com esta propriedade. Ela é considerada uma das mais simples em termos
matemáticos. Esta distribuição tem sido usada extensivamente como um modelo para o tempo de vida
de certos produtos e materiais. Ela descreve adequadamente o tempo de vida de óleos isolantes e
dielétricos, entre outros.

Definição 6.12.1:

A variável aleatória tem distribuição Exponencial com parâmetro , , se tiver função densi-
dade de probabilidade dada por:

em que é o parâmetro de taxa da distribuição e deve satisfazer . Neste caso, é o tempo


médio de vida e é um tempo de falha. O parâmetro deve ter a mesma unidade do tempo da falha .
Isto é, se é medido em horas, também será medido em horas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

A função de distribuição acumulada é dada por

Utilizamos a notação .

Observação 6.12.1:

A distribuição Exponencial pode ser parametrizada de uma forma alternativa segundo a função densi-
dade de probabilidade dada por

Neste caso, dizemos que é o parâmetro de escala da distribuição e é o inverso do parâmetro


taxa na definição acima. Neste definição alternativa, a variável aleatória pode ser interpretada como
a duração de tempo em que um sistema mecânico ou biológico sobrevive. Para este caso, denota-
mos e, infelizmente, esta definição alternativa torna-se ambígua. Neste caso, devemos
verificar qual das duas especificações está sendo utilizada quando escrevemos . Ou seja,
devemos sempre verificar se está se referindo ao parâmetro taxa ou ao parâmetro escala da distri-
buição.

Deixamos claro aqui que, a menos que especifiquemos o contrário, sempre que escreve-
mos estamos nos referindo à parametrização em que é o parâmetro taxa.

Observação 6.12.2:

Notem que a função exponencial, na verdade, é um caso particular da função Gama, pois
se , então

O gráfico abaixo mostra a distribuição exponencial com parâmetros e .

Figura 6.12.1: Gráfico da função densidade para distribuição Exponencial.

Exemplo 6.12.1:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

O tempo até a falha do ventilador de motores a diesel tem uma distribuição Exponencial com parâme-
tro horas. Qual a probabilidade de um destes ventiladores falhar nas primeiras 24000 horas
de funcionamento?

Ou seja, a probabilidade de um destes ventiladores falhar nas primeiras horas de funcionamento


é de, aproximadamente, 56,7%.

Exemplo 6.12.2:

Suponha que o tempo de vida de uma determinada espécie de inseto tenha uma distribuição exponen-
cial de parâmetro dia. Suponha também que estes insetos atinjam a maturidade sexual
após dias de seu nascimento. Qual a função densidade de probabilidade, em dias, dos insetos que
conseguem se reproduzir? E qual a probabilidade de que um inseto reprodutor viva mais de dias?

Seja a distribuição do tempo de vida dos insetos, e a distribuição do tempo de vida dos insetos
que chegam a reprodução. Observem que , assim

Portanto, a função densidade de probabilidade de é dada por

Agora falta encontramos qual a probabilidade de que o inseto reprodutor dure mais de 24 dias. Usando
a densidade acima temos que

Exemplo 6.12.3:

Uma fábrica utiliza dois métodos para a produção de lâmpadas. 70% das lâmpadas são produzidas
pelo método e as demais pelo método . A duração da lâmpada depende do método pelo qual ela
foi produzida, sendo que as produzidas pelo método seguem uma distribuição exponencial com pa-
râmetro e as do método seguem uma exponencial de parâmetro . Qual a probabilidade
de que, se escolhermos uma lâmpada ao acaso, ela dure mais de horas?

Sejam e e considere os evento C={Uma lâmpada durar mais


de 100 horas}, A={A lâmpada ter sido fabricada pelo método A} e B={A lâmpada ter sido fabricada pelo
método B}. Assim usando o teorema 1.4.2 obtemos que

e, portanto,

Portanto a probabilidade de que uma lâmpada escolhida ao acaso dure mais de 100 horas é de 31%.

Exemplo 6.12.4:

Sabendo que , qual a função densidade de probabilidade de .

Sabemos que a densidade de é dada por

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Assim

e, portanto, concluímos que

Portanto segue uma distribuição uniforme em (0,1).

Função Geradora de Momentos, Valor Esperado e Variância

Seja uma variável aleatória com distribuição exponencial com parâmetro . Então sua função gera-
dora de momentos é dada por:

Temos que o valor esperado e a variância de uma variável aleatória X com distribuição exponencial
com parâmetro λ são dados, respectivamente, por

e, resolvendo esta integral por partes concluímos que

Portanto, o valor esperado de é . Para encontrar a variância de , vamos primeiramente calcular


o valor esperado de .

e, resolvendo a integral por partes, obtemos que

Portanto a variância de é dada por

Assim, o valor esperado e a variância de são dados, respectivamente por:

Podemos calcular também o valor esperado e a variância utilizando a função geradora de momentos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

Portanto, o valor esperado e a variância podem ser calculados por

Observação 6.12.3:

Quando estamos trabalhando com a distribuição exponencial parametrizada com o parâmetro es-
cala temos que

Distribuição Exponencial (ou exponencial negativa)

A distribuição exponencial pode ser associada com a distribuição geométrica. Porém antes de tratar-
mos das similaridades da propriedade dessas duas distribuições avaliaremos as características da va-
riável aleatória.

De uma forma bastante resumida imagine uma variável aleatória Poisson, onde temos a contagem do
número de ocorrências em um intervalo. Suponha agora que estejamos interessados em verificar a
probabilidade do tempo transcorrido entre duas ocorrências consecutivas. Essa última é considerada
uma variável aleatória exponencial.

Essa distribuição contínua que pode ser utilizada para descrever as probabilidades envolvidas no tempo
que decorre para que um determinado evento aconteça. Existe uma conexão muito próxima entre a
distribuição exponencial e a de Poisson. Ou seja, é Utilizada para descrever o tempo entre as ocorrên-
cias de sucessivos eventos de uma distribuição de Poisson.As relações entre as distribuições podem
ser associadas a um processo estocástico, chamado de processo de poisson.

Para simplicar a abordagem imagine um processo de chegada sendo monitorando ao longo do tempo
(sendo o tempo uma variável contínua).

Onde a taxa de chegada é um parâmetro associado λλ por unidade de tempo.

Para esse exemplo podemos estar interessados em algumas quantidades, como o número de chega-
das em um determinado intervalo (contínuo). Essa quantidade é descrita por uma variável aleatória
Poisson. Outra quantidade de interesse poderia ser a distribuição do tempo entre chegadas, onde essa
quantidade é uma variável aleatória Exponencial.

Variável Aleatória Generalizada

Seja XX a distância/tempo entre contagens sucessivas de um processo de Poisson.

Exemplos

Dado um experimento aleatório ee, de acordo com a v.a.d. XX:

• Seja XX o tempo entre as avarias de um equipamento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

• Seja XX o tempo entre as chegadas de táxis a uma interseção movimentada.

• Seja XX o tempo entre as chegadas de aeronaves a um aeroporto específico.

• Seja XX a distância entre duas falhas sucessivas em uma fita magnética.

• Seja XX a distância entre grandes buracos em uma rodovia movimentada.

Função Densidade de Probabilidade

fX(x)=λe−λx0≤x<∞fX(x)=λe−λx0≤x<∞

Sendo λ>0λ>0

Função de Distribuição Cumulativa

FX(x)=P(X≤x)=1−e−λxx≥0FX(x)=P(X≤x)=1−e−λxx≥0

Sendo λ>0λ>0

Valor Esperado e Variância

E[X]=1λV(X)=1λ2E[X]=1λV(X)=1λ2

Seja XX uma variável aleatória exponencial X∼Exp(λ)X∼Exp(λ), a forma da distribuição e determinada


pelo valor de λλ.

Code

A distribuição exponencial permite caracterizar o tempo/distância entre as ocorrências oriundas de um


processo de poisson.

Imagine que estejamos analisando um jogo de futebol e temos interesse em caracterizar o número de
gols por partida, essa variável aleatória é uma Poisson. Podemos ainda caracterizar o tempo entre
essas ocorrências, e essa v.a. é uma Exponencial.

Exemplo - Exponencial 1

Suponha que XX tenha uma distribuição exponencial, com λ=2λ=2. Determine,

a. P(X≤0)P(X≤0)

b. P(X≤1)P(X≤1)

c. P(x≥2)P(x≥2)

d. P(1<X<2)P(1<X<2)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE

e. Encontre o valor de xx tal que a P(X<x)=0.05P(X<x)=0.05 ***

Solução

Code

a. P(X≤0)P(X≤0)

P(X≤0)=∫00λe−λxdx=0P(X≤0)=∫00λe−λxdx=0

b. P(X≤1)P(X≤1)

P(X≤1)=∫102e−2xdx=−e−2x|10=1−e−2=0.8647

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
POTENCIAÇÃO

Potenciação

A potenciação ou exponenciação é a operação matemática que representa a multiplicação de fato-


res iguais. Ou seja, usamos a potenciação quando um número é multiplicado por ele mesmo várias
vezes.

Para escrever um número na forma de potenciação usamos a seguinte notação:

Sendo a ≠ 0, temos:

a: Base (número que está sendo multiplicado por ele mesmo)


n: Expoente (número de vezes que o número é multiplicado)

Para melhor entender a potenciação, no caso do número 23 (dois elevado a terceira potência ou dois
elevado ao cubo), tem-se:

23 = 2 x 2 x 2 = 4 x 2 = 8

Sendo,

2: Base
3: Expoente
8: Potência (resultado do produto)

Exemplos de Potenciação

52: lê-se 5 elevado à segunda potência ou 5 ao quadrado, donde:

5 x 5 = 25

Logo,

A expressão 52 equivale a 25.

33: lê-se 3 elevado à terceira potência ou 3 ao cubo, donde:

3 x 3 x 3 = 27

Logo,

A expressão 33 equivale a 27.

Propriedades da Potenciação

 Toda potência com expoente igual a zero, o resultado será 1, por exemplo: 50=1

 Toda potência com expoente igual 1, o resultado será a própria base, por exemplo: 81 = 8

 Quando a base for negativa e o expoente um número ímpar, o resultado será negativo, por
exemplo: (- 3)3 = (- 3) x (- 3) x (- 3) = - 27.

 Quando a base for negativa e o expoente um número par, o resultado será positivo, por
exemplo: (- 2)2 = (- 2) x (- 2) = +4

 Quando o expoente for negativo, inverte-se a base e muda-se o sinal do expoente para posi-
tivo, por exemplo: (2)- 4 = (1/2)4 = 1/16

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
POTENCIAÇÃO

 Nas frações, tanto o numerador quanto o denominador ficam elevados ao expoente, por
exemplo: (2/3)3 = (23 / 33) = 8/27

Multiplicação e Divisão de Potências

Na multiplicação das potências de bases iguais, mantém-se a base e soma-se os expoentes:

ax . ay = ax+y
52.53= 52+3= 55

Na Divisão das potências de bases iguais, mantém-se a base e subtrai-se os expoentes:

(ax) / (ay) = ax-y

(53) / (52) = 53-2 = 51

Quando a base está entre parênteses e há outro expoente fora (potência de potência), mantém-se a
base e multiplica-se os expoentes:

(ax)y = ax.y
(32)5= 32.5 = 310

Potenciação: Propriedades e Exemplos

Potenciação ou exponenciação é a forma de abreviar a multiplicação de uma sequência de fatores


iguais.

Dessa forma, quando multiplicamos um número sucessivas vezes, podemos abreviar elevando-o a
quantidade de vezes que o número é multiplicado.

Definição de potenciação

Seja um número real a e um número natural n, com n > 1, chamamos de potência de base a e expo-
ente n o número an, isto é, o produto de n fatores iguais a a.

Exemplo:

 a² = a.a, com n = 2;

 a³ = a.a.a, com n = 3;

 a5 = a.a.a.a.a, com n = 5;

Chamamos a de base e n de expoente, e a multiplicação sucessiva após a igualdade chamamos de


potência.

A base nesse caso é o número que se repete, o expoente é a quantidade de vezes que esse número
se repetiu e a potência é o resultado.

Potência com expoente negativo

Seja a um número real diferente de zero, e n um número natural, chamamos de potência de base a e
expoente -n o número a-n, que é o número inverso de an.

Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
POTENCIAÇÃO

Seja a multiplicação 3 x 3 x 3 x 3, temos uma sequência do número 3 multiplicado 4 vezes. Assim, po-
demos simplificar da seguinte forma:

Leia-se: três elevado a quatro é igual a oitenta e um

onde, 3 é o número multiplicado e 4 a quantidade de vezes que ele foi multiplicado.

Agora com expoente negativo.

Outros tipos de potência

Expoente inteiro maior que 1.

Neste caso é o produto de vários fatores iguais à base de acordo com quantas forem as unidades do
expoente.

Exemplo:

 4³ = 4 x 4 x 4 = 64

 5² = 5 x 5 = 25

Expoente igual a 1.

Neste caso, todas as potências com expoente 1 é igual a base. Logo:

 a¹ = a

Exemplo:

 2¹ = 2;

 25¹ = 25

Expoente igual a zero.

Neste caso, todas as potências com expoente igual a zero é igual a 1. Logo:

 a0 = 1

Exemplo:

 30 = 1

 80 = 1

Casos particulares de potenciação:

Sendo n um número inteiro, podemos ter:

 a = 0 e n > 0 ⇒ an = 0

 a = 0 e n < 0 ⇒ não existe an ∈ R

 a > 0 ⇒ an > 0

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
POTENCIAÇÃO

 a < 0 e n par ⇒ an > 0

 a < 0 e n ímpar ⇒ an < 0

Propriedades da potenciação

Considerando as bases a e b números reais, e os números naturais para m e n. Temos as seguintes


propriedades:

Qualquer número real elevado ao expoente natural 1 é igual ao próprio número.

Exemplo: 5¹ = 5

Qualquer número real não-nulo elevado ao expoente natural 0 é igual a 1.

Exemplo: 30 = 1

Qualquer potência que possui na base o número 1 é igual a 1.

Exemplo: 1100 = 1

Qualquer potência que tem na base o número 10, o resultado é o número 1 seguido da quantidade de
zeros, de acordo com o valor do expoente.

Exemplo: 105 = 100000

Veja que a quantidade de zeros foi definida pelo expoente 5.

Um potência com expoente negativo indica que temos uma inversão entre o numerador com o denomi-
nador.

Veja que a potência foi para o denominador sem o sinal, e o numerador é representado pelo número 1
(oculto) do denominador.

Uma potência negativa no denominador é equivalente ao numerador vezes o denominador com o sinal
da potência trocado.

Exemplo:

No primeiro caso o 1 (um) pode ser omitido porque não altera o valor do produto, 1 x 5² = 5² = 25.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
POTENCIAÇÃO

Propriedades operatórias da potenciação

É importante conhecer as propriedades operatórias para auxiliar e simplificar os cálculos envolvendo


potenciação.

Produto de potências de mesma base

Ao multiplicar duas ou mais potências de mesma base, devemos proceder da seguinte forma: conser-
var a base e somar os expoentes.

 am.an = am + n

Exemplo: 52.53 = 52 + 3

Divisão de potências de mesma base

Ao dividirmos potências não-nulas de mesma base, devemos proceder da seguinte forma: conservar a
base e subtrair os expoentes.

Exemplo:

Base negativa e expoente ímpar

Quando a base é negativa e o expoente é ímpar o resultado será negativo, veja o jogo de sinais
em subtração.

Exemplo: (-2)3 = -8

Base negativa e expoente par

Quando a base é negativa e o expoente é par o resultado é positivo, veja o jogo de sinais em subtração.

Exemplo: (-5)2 = 25

Potência de potência

Neste caso, devemos conservar a base e multiplicar os expoentes.

Exemplo:

Potência de um produto

Devemos atribuir o expoente aos fatores do produto.

 (a . b)n = (an . bn)

 Exemplo: (2 . 3)2 = (22 . 32) = 2 . 2 . 3 . 3 = 36

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
POTENCIAÇÃO

Divisão de potências de mesmo expoente

Numa divisão com expoente devemos elevar tanto o numerador quanto o denominador ao expoente.

Exemplo:

Multiplicação de potências com o mesmo expoente

Quando multiplicarmos uma potência com o mesmo expoente podemos conservar o expoente e multi-
plicar as bases.

 (an . bn) = (a . b)n

 Exemplo: (32 . 22) = (3 . 2)2

Observação:

As propriedades que foram apresentadas acima também servem para os expoentes m e n inteiros.

Exemplos:

23 . 2-2 = 23 + (-2) = 2¹

5-3 . 2-3 = (5 . 2)-3 = 10-3

Casos especiais de potências

1. (-a)n e -an

Essas potências (-a)n e -an geralmente apresentam resultados diferentes, pois:

(-a)n = (-a) . (-a) . (-a) . … . (-a) (n vezes)

-an = – (a . a . a . … . a) (n vezes)

Exemplos:

o (-2)² = (-2) . (-2) = 4

o -2² = – (2 . 2) = – 4

o (-2)³ = (-2) . (-2) . (-2) = -8

o -2³ = – (2 . 2 . 2) = -8

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
POTENCIAÇÃO

O uso dos parênteses indica que o sinal pertence ao número e deve ser multiplicado junto.

2. (am)n e amn

Essas potências (am)n e amn geralmente apresentam resultados diferentes, pois:

(am)n = (am) . (am) . … . (am) (n vezes)

am . m . … . m (n vezes)

Exemplos:

o (5²)³ = (5²) . (5²) . (5²) = 52.3 = 56

o 523 = 52 . 2 . 2 = 58

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
REGRA DE TRÊS

Regra de Três

Um Pouco De História

Estuda-se em proporção a relação entre grandezas. Em alguns casos vemos que as grandezas são
diretamente proporcionais, ou seja, o aumento de uma implica o aumento da outra, em outros, inver-
samente proporcionais, isto é, o aumento de uma implica a redução da outra. Seja em quaisquer dos
casos anteriores, podemos resolver grande parte dos problemas relacionados às grandezas proporci-
onais utilizando regra de três simples ou composta.

O conhecimento e a utilização de conceitos semelhantes à regra de três são muito antigos, tendo sua
provável origem na China antiga, podendo ser observados em tempos muito distantes. Vários pro-
blemas envolvendo manipulações muito próximas do que hoje conhecemos como regra de três po-
dem ser vistos no Papiro Rhind, documento confeccionado no Egito há cerca de 3000 anos. Mais
recente que o Papiro Rhind, o livro Liber Abaci do matemático italiano Leonardo Fibonacci (1175-
1250) revela vários problemas envolvendo a regra de três.

Apesar de sua criação ser tão remota, as aplicações relativas à regra de três são as mais variadas.
Tratando da matemática utilitária, podemos dizer que a regra de três é primordial a nossa vida, pois
soluciona questões corriqueiras com muita simplicidade e economia de tempo.

Vejam abaixo alguns problemas envolvendo regra de três simples e composta, direta e inversamente
proporcionais.

1. Um quilo (usarei “quilo” simplificadamente para representar quilograma (Kg)) de farinha de trigo é
suficiente para fazer 12 pães. De quanta farinha necessito para fazer 18 pães?

2. Quatro pedreiros constrói uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirá a mesma casa
em quanto tempo?

3. Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15 homens
levarão quantos dias para montar 50 máquinas?

4. Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo serão
produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?

Grandezas Diretamente Proporcionais

Dizemos que duas grandezas são diretamente proporcionais quando o aumento de uma implica o
aumento da outra. Ao dobrarmos uma grandeza, a outra também será dobrada, ao triplicarmos uma,
a outra também será triplicada. Em outras palavras, grandezas diretamente proporcionais variam
sempre na mesma razão.

Vejam o exemplo

NÚMERO DE PESSOAS DE CERTA DESPESA SEMANAL COM ALI- RAZÃO


FAMÍLIA MENTAÇÃO (R$)

4 200 1/50

5 250 1/50

Observação: A tabela acima é meramente ilustrativa e supõe que com o ingresso de mais um mem-
bro nesta família aumentará proporcionalmente sua despesa semanal.

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas são inversamente proporcionais quando o aumento de uma implica na redução da
outra, ou seja, quando dobramos uma delas, a outra se reduz a metade; quando triplicamos uma
delas, a outra fica reduzida a terça parte, etc.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
REGRA DE TRÊS

Os números racionais x, y e z são inversamente proporcionais aos números racionais a, b e c, res-


pectivamente, quando se tem: x . a = y . b = z . c

Veja o exemplo:

NÚMERO DE OPERÁRIOS DE CER- DIAS GASTOS PARA CONCLUI-LA RELAÇÃO x.a = y.b
TA OBRA (DIAS)

12 60 12 . 60 = 720

6 120 6 . 120 = 720

Razão:

12/6 = 2/1

60/120 = 1/2

Note que 12/6 e 60/120 possuem razões inversas, isto é, 2/1 é o inverso de 1/2.

Regra de três simples

Quando, em uma relação entre duas grandezas, conhecemos três valores de um problema e desco-
nhecemos apenas um, poderemos chegar a sua solução utilizando os princípios da regra de três sim-
ples. Para isso, basta que multipliquemos os meios entre si e os extremos também entre si. Acompa-
nhem:

Exemplo: os números 6 e 10 são diretamente proporcionais a 12 e x respectivamente. Nessas condi-


ções, vamos encontrar o valor de x que torne essa afirmação verdadeira.

Vamos à solução dos problemas (1) e (2) propostos no início deste trabalho.

(1) Um quilo de farinha de trigo é suficiente para fazer 12 pães. De quanta farinha necessito para
fazer 18 pães?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x emontar uma tabela contendo os valores.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
REGRA DE TRÊS

Inicialmente teremos que analisar se as grandezas quantidade de farinha de trigo e número de pães-
são inversa ou diretamente proporcionais.

 Se duplicarmos a quantidade de farinha de trigo, a quantidade de pães também duplicará. Se tripli-


carmos a farinha, os pães também serão triplicados, e assim por diante. Sendo assim, somos levados
a concluir que essas duas grandezas são diretamente proporcionais;

 Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro acima e partir
para sua solução;

 As flechas no mesmo sentido indicam que as grandezas são diretamente proporcionais.

Conclusão: para fazer 18 pães precisaremos de 1,5 kg de farinha de trigo.

(2) Quatro pedreiros constroem uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirão a mesma
casa em quanto tempo?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x emontar uma tabela contendo os valores.

Como no caso anterior, teremos que analisar se as grandezas quantidade de pedreiros e dias gastos
na construção são inversa ou diretamente proporcionais.

 Se aumentarmos o número de pedreiros, a duração da obra será reduzida, portanto, essas grande-
zas são inversamente proporcionais;

 Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro acima e partir
para sua solução;

 Como as grandezas são inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;

 As setas contrárias indicam que as grandezas são inversamente proporcionais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
REGRA DE TRÊS

Conclusão: se reduzirmos o número de pedreiro a dois, teremos a obra concluída em 180 dias.

Regra de Três Composta

Quando trabalhamos com três grandezas, direta ou inversamente proporcionais e, num determinado
problema, existem seis valores, dos quais cinco são conhecidos e apenas um desconhecido, pode-se
encontrar o valor da incógnita através da regra de três composta.

Vamos à solução dos problemas (3) e (4) propostos no início deste trabalho.

(3) Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15 homens
levarão quantos dias para montar 50 máquinas?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo os valores:

Analisemos as grandezas a fim de saber se são direta ou inversamente proporcionais entre si.

 Fixando a grandeza quantidade de homens, vamos relacionar as grandezas tempo de monta-


gem com número de máquinas. Se dobrarmos o tempo de montagem, dobraremos o número de má-
quinas. Logo, essas duas grandezas são diretamente proporcionais.

 Fixando a grandeza número de máquinas, vamos relacionar as grandezas quantidade de ho-


mens com tempo de montagem. Se dobrarmos o número de homens, teremos reduzido à metade o
tempo de montagem. Logo, essas duas grandezas são inversamente proporcionais.

 Sabendo dessas informações, basta escrevermos a proporção de acordo com a tabela acima;

 Como temos grandezas inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;

Conclusão: Com 15 homens, serão construídas 50 máquinas em 20 dias.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
REGRA DE TRÊS

(4) Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo serão
produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?

● Chamaremos o valor desconhecido de x:

Vamos fazer a análise dos dados contidos na tabela acima.

 Fixando a grandeza dias de trabalho, vamos relacionar as grandezas número de operá-


rios com quantidade de peças. Ao dobrarmos o número de operários, dobraremos também o número
de peças fabricadas. Dessa forma, essas duas grandezas são diretamente proporcionais;

 Fixando a grandeza número de operários e relacionando as grandezas dias de traba-


lho com quantidade de peças, temos: ao dobrarmos o número de dias de trabalho, dobraremos tam-
bém a quantidade de peças produzidas, ou seja, estas grandezas também são diretamente proporci-
onais;

 Portando esses dados, deveremos escrever a devida proporção de acordo com a tabela acima;

 Como temos grandezas diretamente proporcionais, manteremos as frações em suas formas origi-
nais.

Conclusão: com 7 operários, em 9 dias serão produzidas 840 peças.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Juros Simples e Composto

Ao longo dos tempos constatou-se que o problema econômico dos governos; das instituições; das
organizações e dos indivíduos, decorria da escassez de produtos e/ou serviços, pelo fato de que as
necessidades das pessoas eram satisfeitas por bens e serviços cuja oferta era limitada. Ao longo do
processo de desenvolvimento das sociedades, o problema de satisfazer as necessidades foi solucio-
nado através da especialização e do processo de troca de um bem pelo outro, conhecido como es-
cambo.

Mais tarde surgiu um bem intermediário, para este processo de trocas que foi a moeda. Assim, o valor
monetário ou preço propriamente dito, passou a ser o denominador comum de medida para o valori-
zar os bens e os serviços e a moeda um meio de acúmulo deste valor constituindo assim a riqueza ou
capital.

Constatou-se assim, que os bens e os serviços poderiam ser consumidos ou guardados para o con-
sumo futuro. Caso o bem fosse consumido ele desapareceria e, caso houvesse o acúmulo, surgiria
decorrente deste processo o estoque que poderia servir para gerar novos bens e/ou riqueza através
do processo produtivo.

E começou a perceber que os estoques eram feitos não somente de produtos, mas de valores mone-
tários também, que se bem administrado poderiam aumentar gradativamente conforme a utilidade
temporal. Surge-se daí a preocupação e a importância do acúmulo das riquezas em valores monetá-
rios como forma de investimento futuro e aumento do mesmo conforme o surgimento das necessida-
des.

Com o passar dos tempos essa técnica foi sendo melhorada e aperfeiçoada conforme as necessida-
des de produção e tão quanto à necessidade mercantis que aflorava cada vez mais tornando os pro-
dutores mais competitivos quanto ao aumento de oferta de suas produções.

Atualmente a técnica utilizada para compreensão de como o capital se comporta em uma aplicação
ao longo do tempo é realizado pela Matemática Financeira. De uma forma simplificada, podemos
dizer que a Matemática Financeira é o ramo da Matemática Aplicada e/ou Elementar, que estuda o
comportamento do dinheiro no tempo. A Matemática Financeira busca quantificar as transações que
ocorrem no universo financeiro levando em conta, a variável tempo, quer dizer, o valor monetário no
tempo (time value money).

As principais variáveis envolvidas no processo de quantificação financeira são: o capital, a taxa de


juros e o tempo.

Capital

Capital é todo o acúmulo de valores monetários em um determinado período de tempo constituindo


assim a riqueza como expresso anteriormente. Normalmente o valor do capital é conhecido como
principal (P). A taxa de juro (i), é a relação entre os Juros e o Principal, expressa em relação a uma
unidade de tempo. (n)

Juros

Deve ser entendido como Juros, a remuneração de um capital (P), aplicado a uma certa taxa (i), du-
rante um determinado período (n), ou seja, é o dinheiro pago pelo uso de dinheiro emprestado. Por-
tanto, Juros (J) = preço do crédito.

A existência de Juros decorre de vários fatores, entre os quais destacam-se:

a)inflação: a diminuição do poder aquisitivo da moeda num determinado período de tempo;


b) risco: os juros produzidos de uma certa forma compensam os possíveis riscos do investimento.
c)aspectos intrínsecos da natureza humana: quando ocorre de aquisição ou oferta de empréstimos a
terceiros.

Costuma-se especificar taxas de juros anuais, trimestrais, semestrais, mensais, entre outros, motivo
pelo qual deve-se especificar sempre o período de tempo considerado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial, dizemos que te-
mos um sistema de capitalização simples (Juros simples).

Quando a taxa de juros incide sobre o capital atualizado com os juros do período (montante), dizemos
que temos um sistema de capitalização composta (Juros compostos).

Na prática, o mercado financeiro utiliza apenas os juros compostos, de crescimento mais rápido (ve-
remos adiante, que enquanto os juros simples crescem segundo uma função do 1º grau – crescimen-
to linear, os juros compostos crescem muito mais rapidamente – segundo uma função exponencial).

Juros Simples

O regime de juros simples é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital inicial. Este sis-
tema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a análise desse tema, como introdu-
ção à Matemática Financeira, é de uma certa forma, importante.

Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n

períodos.

Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos escrever a seguinte
fórmula, facilmente demonstrável:

J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros por período igual
a i.

No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos juros produzi-
dos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é denominado MONTANTE (M).
Logo, teríamos:

Exemplo:

A quantia de R$ 3.000,00 é aplicada a juros simples de 5% ao mês, durante cinco anos. Calcule o
montante ao final dos cinco anos.

Solução:

Temos: P = 3000,

i = 5% = 5/100 = 0,05 e

n = 5 anos = 5 x 12 = 60 meses.

Portanto, M = 3.000,00 x (1 + 0,05 x 60) = 3.000,00 x (1+3) = R$ 12.000,00.

A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da função juros
simples, senão vejamos:

Façamos P.i = k.

Teremos, J = k.n, onde k é uma constante positiva. (Observe que P . i > 0)

Ora, J = k.n é uma função linear, cujo gráfico é uma semi-reta passando pela origem. (Porque usei o
termo semi-reta ao invés de reta?). Portanto, J/n = k, o que significa que os juros simples J e o núme-
ro de períodos n são grandezas diretamente proporcionais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Daí infere-se que o crescimento dos juros simples obedece a uma função linear, cujo crescimento
depende do produto P.i = k, que é o coeficiente angular da semi-reta J = kn.

M = P + J = P + P.i.n = P(1 + i.n)

0 mese
s
1º 2º 3º 4º
mês mês mês mês

É comum nas operações de curto prazo onde predominam as aplicações com taxas referenciadas em
juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos o número de dias pode ser
calculado de duas maneiras:

• Pelo tempo exato , pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro exato, que é aquele que é
obtido quando o período (n) está expresso em dias e quando o período é adotada a conversão de
ano civil (365 dias)
• Pelo ano comercial, pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro comercial que é aquele
calculado quando se adota como base o ano comercial (360 dias)

Exercício Proposto 01:

Calcule o montante ao final de dez anos de um capital R$ 10.000,00 aplicado à taxa de juros simples
de 18% ao semestre (18% a.s).

Resposta: R$ (?)

Vimos anteriormente, que se o capital (P) for aplicado por (n) períodos, a uma taxa de juros simples
(i), ao final dos n períodos, teremos que os juros produzidos serão iguais a J = Pin e que o montante
(capital inicial adicionado aos juros do período) será igual a M = P(1 + in).

O segredo para o bom uso destas fórmulas é lembrar sempre que a taxa de juros i e o período n têm
de ser referidos à mesma unidade de tempo.

Assim, por exemplo, se num problema, a taxa de juros for i =12% ao ano = 12/100 = 0,12 e o período
n = 36 meses, antes de usar as fórmulas deveremos colocá-las referidas à mesma unidade de tempo,
ou seja:

a) 12% ao ano, aplicado durante 36/12 = 3 anos , ou


b) 1% ao mês = 12%/12, aplicado durante 36 meses, etc.
Exemplos:

01 – Quais os juros produzidos pelo capital R$ 12.000,00 aplicados a uma taxa de juros simples de
10% ao bimestre durante 5 anos?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Solução 01:

Temos que expressar i e nem relação à mesma unidade de tempo.

Vamos inicialmente trabalhar com BIMESTRE (dois meses):

i = 10% a.b. = 10/100 = 0,10

n = 5 anos = 5 x 6 = 30 bimestres (pois um ano possui 6 bimestres) Então: J = R$ 12.000,00 x 0,10 x


30 = R$ 36.000,00
Solução 02:

Para confirmar, vamos refazer as contas, expressando o tempo em meses.

Teríamos:

i = 10% a x b = 10/2 = 5% ao mês = 5/100 = 0,05 n = 5 anos = 5 x 12 = 60 meses

Então: J = R$ 12.000,00 x 0,05 x 60 = R$ 36.000,00

02 – Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa mensal de 5%. Depois de
quanto tempo este capital estará duplicado?

Solução 01:

Temos: M = P(1 + in). Logo, o capital estará duplicado quando M = 2P. Logo, vem:

2P = P(1 + 0,05n); (observe que i = 5% a.m. = 5/100 = 0,05). Simplificando, fica:

2 = 1 + 0,05n 1 = 0,05n, de onde conclui-se n = 20 meses ou 1 ano e oito meses.

Exercício Proposto 02:

Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa anual de 10%. Depois de quanto
tempo este capital estará triplicado?

Resposta: (?) anos.

Juros Compostos

O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas modali-
dades, a saber:

a) Juros simples – ao longo do tempo, somente o principal rende juros;

b) Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua
vez, a render juros. Também conhecido como "juros sobre juros".

O regime de juros compostos considera que os juros formados em cada período são acrescidos ao
capital formando um montante, capital mais juros, do período.

Este montante, por sua vez, passará a render juros no período seguinte formando um novo montante
e assim sucessivamente. Pode-se dizer então, que cada montante formado é constituído do capital
inicial, juros acumulados e dos juros sobre juros formados em períodos anteriores.

Este processo de formação de juros compostos é diferente daquele descrito para os juros simples,
onde somente o capital rende juros, não ocorrendo remuneração sobre os juros formados em perío-
dos anteriores.

Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compos-
tos, com um exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Suponha que R$ 1.000,00 são empregados a uma taxa de 20% a.a.,por um período de 4 anos a juros
simples e compostos Teremos:

P= R$ 1.000,00 i= 20% a.a n= 4 anos

n Juros Simples Juros Compostos

Juros por periodo Montante Juros por periodo Montante

1 1.000,00 x 0,2 = 200 1.200,00 1.000,00 x 0,2 = 200 1.200,00

2 1.000,00 x 0,2 = 200 1.400,00 1.200,00 x 0,2 = 240 1.440,00

3 1.000,00 x 0,2 = 200 1.600,00 1.440,00 x 0,2 = 288 1.728,00

4 1.000,00 x 0,2 = 200 1.800,00 1.728,00 x 0,2 = 346 2.074,00

O gráfico a seguir permite uma comparação visual entre os montantes no regime de juros simples e
de juros compostos. Verificamos que a formação do montante em juros simples é linear e em juros
compostos é exponencial:

Fonte: Elaborado pelo autor

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimen-
to segundo juros compostos é EXPONENCIAL, portanto tem um crescimento muito mais "rápido".

Exemplo 2:

Um empresário faz uma aplicação de R$ 1.000,00 a taxa composta de 10% ao mês por um prazo de
dois meses.

1º Mês:

O capital de R$ 1.000,00 produz um juros de R$ 100,00 (10% de R$ 1.000,00), pela fórmula dos juros
simples já estudada anteriormente, ficaria assim:

M = C x (1 + i) M = 1.000,00 x (1 + 0,10) M = 1.100,00

2º Mês:

O montante do mês anterior (R$ 1.100,00) é o capital deste 2º mês servindo de base para o cálculo
dos juros deste período. Assim:

M = 1.100,00 x (1 + 0,10) M = 1.210,00

Tomando-se como base a fórmula dos juros simples o montante do 2º mês pode ser assim decom-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

posto:

M = C x (1 + i ) x (1 + i ) M = 1.000,00 x (1 + 0,10 ) x (1 + 0,10 )

M = 1.000,00 x (1 + 0,10)2 M = 1.210,00

Exemplo 3:

A loja São João financia a venda de uma mercadoria no valor de R$ 16.00,00, sem entrada, pelo
prazo de 8 meses a uma taxa de 1,422. Qual o valor do montante pago pelo cliente.

M = C x (1 + i) n M = 16.000,00 x (1 + 1,422)8 M = 22.753,61

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as


quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros com-
postos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (P) R$ 1.000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10%
(i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:

• Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1+0,1)


• Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1+0,1)2
• Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3
Dando continuidade ao raciocínio dos juros compostos, a evolução dos juros que incide a um capital
para cada um dos meses subseqüentes Após o nº (enésimo) mês o montante acumulado ao final do
período atingiria :

S = 1000 (1 + 0,1) n

De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a uma taxa de juros compostos i du-
rante o período n :

Ou

Onde:

S / M = montante;

P / C = principal ou capital inicial ; i = taxa de juros e

n = número de períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado.

NOTA: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem
de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido!
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês
durante 3 x 12=36 meses.

Taxa Nominal e Taxa Real

Taxa nominal

A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira, pode ser calculada pela expressão:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, deve ser quitado ao final de um ano, pelo
valor monetário de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:

Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 =


0,50 = 50%
Taxa Real

A taxa real expurga o efeito da inflação.

Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive, negativas!

Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um
determinado capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa nominal in .

O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).Consideremos agora que durante o
mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido por esta
taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).

A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada ao montante S2, produzirá o montante
S1. Poderemos então escrever:

S1 = S2 (1 + r)

Substituindo S1 e S2 , vem: P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)

Daí então, vem que:

(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:

in = taxa de juros nominal

j = taxa de inflação no período r = taxa real de juros

Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e
real são coincidentes.

Veja o exemplo a seguir:

Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em
um ano com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se
calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.

Teremos que a taxa nominal será igual a:

in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =


25%

Portanto in = 25%

Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:

(1 + in) = (1+r). (1 + j)

(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)

1,25 = (1 + r).1,10

1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364

Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros: (1 + 0,25) = (1

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

+ r).(1 + 0,30)

1,25 = (1 + r).1,30

1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615

Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa!

Valor Presente e Valor Futur

Deve ser acrescentado ao estudo dos juros compostos que o capital é também chamado de valor
presente (PV) e que este não se refere necessariamente ao momento zero. Em verdade, o valor pre-
sente pode ser apurado em qualquer data anterior ao montante também chamado de valor futuro
(FV).

As fórmulas do valor presente (PV) e do valor futuro (FV) são iguais já vistas anteriormente, basta
trocarmos seus correspondentes nas referidas fórmulas, assim temos:

ou

Onde (1 + i) n é chamado de fator de capitalização do capital, FCC (i,n) a juros compostos, e 1 / (1 +


i) n é chamado de fator de atualização do capital, FAC (i,n) a juros compostos.

A movimentação de um capital ao longo de uma escala de tempo em juros compostos se processa


mediante a aplicação destes fatores, conforme pode ser visualizado na ilustração abaixo:

Observe que FV no período n é equivalente a PV no período zero, se levarmos em conta a taxa de


juros i. Esta interpretação é muito importante, como veremos no decorrer do curso. É conveniente
registrar que existe a seguinte convenção: seta para cima, sinal positivo (dinheiro recebido) e seta
para baixo, sinal negativo (dinheiro pago).

Esta convenção é muito importante, inclusive quando se usa a calculadora HP 12C. Normalmente, ao
entrar com o valor presente VP numa calculadora financeira, o fazemos seguindo esta convenção,
mudando o sinal da quantia considerada como PV para negativo, usando a tecla CHS, que significa
uma abreviação de "change signal", ou seja, "mudar o sinal".

É conveniente ressaltar que se entrarmos com o PV positivo, a calculadora expressará o FV como um


valor negativo e vice versa, já que as calculadoras financeiras, e aí se inclui a HP 12C, foram projeta-
das,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

considerando esta convenção de sinais. Usaremos sempre a convenção de sinal negativo para VP e
em conseqüência, sinal positivo para FV. Veremos com detalhes este aspecto, no desenvolvimento
do curso.

Exemplos Práticos:

Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8 meses à
taxa de juros composta de 3,5% a .m.?

Solução:

PV = R$ 12.000,00

n = 8 meses

i = 3,5 % a . m. FV = ?

FV= PV (1 + i) n FV= 12.000,00 (1+0,035)8

FV= 12.000,00 X 1,316 FV= R$ 15.801,71

Se uma pessoa deseja obter R$ 27.500,00 dentro de um ano, quanto deverá ela depositar hoje numa
poupança que rende 1.7% de juros compostos ao mês?

Solução:

FV = R$ 27.500,00

n = 1 ano (12 meses) i = 1.7% a . m.

PV = ?

PV = FV.

PV = 27.500,00.

PV = 27.500,00 (1 + i) n(1 + 0,017) 12 1,224

PV = 22.463,70

Exercícios Propostos 03:

Aplicando-se R$ 1.000,00 por um prazo de dois anos a uma taxa de 5% ao semestre, qual será o
montante no fim do período?

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 04:

Um capital de R$ 2.000.000,00 é aplicado durante um ano e três meses à taxa de 2% a.m. Quais os
juros gerados no período?

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 05:

Determinado capital aplicado a juros compostos durante 12 meses, rende uma quantia de juros igual
ao valor aplicado. Qual a taxa mensal dessa aplicação?

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 06:

Calcule o montante de R$1.000,00 aplicados a 10% a.a. durante 50 dias.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Resposta: R$ (?)

Equivalência Financeira

Diz-se que dois capitais são equivalentes a uma determinada taxa de juros, se os seus valores em
um determinado período n, calculados com essa mesma taxa, forem iguais.

Exemplo 01:

1º Conjunto 2º Conjunto

Capital (R$) Vencimento Capital (R$) Vencimento

1.100,00 1 º a.a 2.200,00 1 º a.a

2.420,00 2 º a.a 1.210,00 2 º a.a

1.996,50 3 º a.a 665,5 3 º a.a

732,05 4 º a.a 2.196,15 4 º a.a

Verificar se os conjuntos de valores nominais, referidos à data zero, são equivalentes à taxa de juros
de 10% a.a.

Para o 1.º conjunto:

P0 = 1.100 x FAC (10%; 1) + 2.420 x FAC (10%; 2) +

+ 1.996,50 x FAC (10%; 3) + 732,05 x FAC (10%; 4)

P0 = 1.000 + 2.000 + 1.500 + 500

P0 = 5.000,00

Para o 2.º conjunto:

P0 = 2.200 x FAC (10%; 1) + 1.210 x FAC (10%; 2) +

+ 665,50 x FAC (10%; 3) + 2.196,15 x FAC (10%; 4)

P0 = 2.000 + 1.000 + 500 + 1.500

P0 = 5.000,00

Logo os dois conjuntos de capitais são equivalentes, pois P0 de um é igual ao P0 de

outro.

Exemplo 02 :

Seja um capital de R$ 10.000,00, que pode ser aplicado alternativamente à taxa de 2%

a.m ou de 24% a.a. Supondo um prazo de aplicação de 2 anos, verificar se as taxas são equivalen-
tes:

Solução:

Aplicando o principal à taxa de 2% a.m. e pelo prazo de 2 anos teremos:

J1 = R$ 10.000,00 x 0,02 x 24 = R$ 4.800,00

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Agora se aplicarmos o principal à taxa de 24% a.a. e pelo prazo de 2 anos teremos:

J2 = R$ 10.000,00 x 24 x 2 = R$ 4.800,00

OBS: Na utilização das fórmulas o prazo de aplicação (n) e a taxa (i) devem estar expressos na
mesma unidade de tempo. Caso não estejam, é necessário ajustar o prazo ou a taxa.

Descontos Simples

Existem dois tipos básicos de descontos simples nas operações financeiras: o desconto comercial e o
desconto racional. Considerando-se que no regime de capitalização simples, na prática, usa-se sem-
pre o desconto comercial, este será o tipo de desconto a ser abordado a seguir.

• Desconto Racional: Nesta modalidade de desconto a “recompensa pela liquidação do título antes de
seu vencimento é calculada sobre o valor a ser liberado (Valor Atual).Incorpora os conceitos e rela-
ções básicas de juros simples. Veja”:

J = P . i . n => D = VD . d . n

• Desconto Comercial: Nesta modalidade de desconto a “recompensa pela liquidação do título antes
de seu vencimento é calculada sobre o Valor Nominal do título. Incorpora os conceitos de juros ban-
cários que veremos detalhadamente a seguir”:

J = P . i . n => D = VN . d . n

Vamos considerar a seguinte simbologia:

N = valor nominal de um título. V = valor líquido, após o desconto.

Dc = desconto comercial. d = taxa de descontos simples. n = número de períodos.

Teremos:

V = N - Dc

No desconto comercial, a taxa de desconto incide sobre o valor nominal N do título.

Logo:

Dc = Ndn Substituindo, vem: V = N(1 - dn)

Exemplo:

Considere um título cujo valor nominal seja R$10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser conce-
dido para um resgate do título 3 meses antes da data de vencimento, a uma taxa de desconto de 5%
a.m.

Solução:

V = 10000 . (1 - 0,05 . 3) = 8500

Dc = 10000 - 8500 = 1500

Resp: valor descontado = R$ 8.500,00; desconto = R$1.500,00

Desconto Bancário

Nos bancos, as operações de desconto comercial são realizadas de forma a contemplar as despesas
administrativas (um percentual cobrado sobre o valor nominal do título) e o IOF - imposto sobre ope-
rações financeiras. É óbvio que o desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes
do vencimento, através desta técnica, faz com que o valor descontado seja maior, resultando num
resgate de menor valor para o proprietário do título.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Exemplo:

Um título de R$ 100.000,00 é descontado em um banco, seis meses antes do vencimento, à taxa de


desconto comercial de 5% a.m. O banco cobra uma taxa de 2% sobre o valor nominal do título como
despesas administrativas e 1,5% a.a. de IOF. Calcule o valor líquido a ser recebido pelo proprietário
do título e a taxa de juros efetiva da operação

Solução:

Desconto comercial: Dc = 100000 . 0,05 . 6 = 30000

Despesas administrativas: da = 100000 . 0,02 = 2000

IOF = 100000 . (0,015/360) . 180 = 750

Desconto total = 30000 + 2000 + 750 = 32750

Daí, o valor líquido do título será: 100000 - 32750 = 67250 Logo, V = R$ 67.250,00

A taxa efetiva de juros da operação será: i = [(100000/67250) - 1].100 = 8,12% a. m.

Observe que a taxa de juros efetiva da operação, é muito superior à taxa de desconto, o que é am-
plamente favorável ao banco.

Duplicatas

Recorrendo a um dicionário encontramos a seguinte definição de duplicata: Título de crédito formal,


nominativo, emitido por negociante com a mesma data, valor global e vencimento da fatura, e repre-
sentativo e comprobatório de crédito preexistente (venda de mercadoria a prazo), destinado a aceite
e pagamento por parte do comprador, circulável por meio de endosso, e sujeito à disciplina do direito
cambiário.

Observação:

a) A duplicata deve ser emitida em impressos padronizados aprovados por Resolução do Banco
Central.

b) Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.


Considere que uma empresa disponha de faturas a receber e que, para gerar capital de giro, ela diri-
ja-se a um banco para trocá-las por dinheiro vivo, antecipando as receitas. Entende-se como duplica-
tas, essas faturas a receber negociadas a uma determinada taxa de descontos com as instituições
bancárias.

Exemplo:

Uma empresa oferece uma duplicata de R$ 50000,00 com vencimento para 90 dias, a um determina-
do banco. Supondo que a taxa de desconto acertada seja de 4% a. m. e que o banco, além do IOF de
1,5% a.a. , cobra 2% relativo às despesas administrativas, determine o valor líquido a ser resgatado
pela empresa e o valor da taxa efetiva da operação.

Solução:

Desconto comercial = Dc = 50000 . 0,04 . 3 = 6000

Despesas administrativas = Da = 0,02 . 50000 = 1000 IOF = 50000(0,015/360).[90] = 187,50

Teremos então:

Valor líquido = V = 50000 - (6000 + 1000 + 187,50) = 42812,50

Taxa efetiva de juros = i = [(50000/42812,50) - 1].100 = 16,79 % a.t. = 5,60% a.m. Resp: V = R$
42812,50 e i = 5,60 % a.m.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Exercícios Propostos 07:

Um título de R$ 5.000,00 vai ser descontado 60 dias antes do vencimento. Sabendo-se que a taxa de
juros é de 3% a.m., pede-se calcular o desconto comercial e o valor descontado.

Resposta: R$ (?)

Exercícios Propostos 08:

Um banco realiza operações de desconto de duplicatas a uma taxa de desconto comercial de 12% a .
a., mais IOF de 1,5% a . a. e 2% de taxa relativa a despesas administrativas. Além disto, a título de
reciprocidade, o banco exige um saldo médio de 10% do valor da operação. Nestas condições, para
uma duplicata de valor nominal R$ 50000,00 que vai ser descontada 3 meses antes do vencimento,
pede-se calcular a taxa efetiva de juros da operação. Resposta: R$ (?)

Fluxo de Caixa

Conjunto de entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Um diagrama de fluxo de caixa,
é simplesmente a representação gráfica numa reta, dos períodos e dos valores monetários envolvi-
dos em cada período, considerando-se uma certa taxa de juros i.

Traça-se uma reta horizontal que é denominada eixo dos tempos, na qual são representados os valo-
res monetários, considerando-se a seguinte convenção:

• dinheiro recebido seta para cima


• dinheiro pago seta para baixo.
Exemplo:

Veja o diagrama de fluxo de caixa a seguir:

O diagrama da figura acima, por exemplo, representa um projeto que envolve investimento inicial de
800, pagamento de 200 no terceiro ano, e que produz receitas de 500 no primeiro ano, 200 no se-
gundo, 700 no quarto e 200 no quinto ano.

Convenção: dinheiro recebido flecha para cima valor positivo

dinheiro pago flecha para baixo valor negativo

Vamos agora considerar o seguinte fluxo de caixa, onde C0, C1, C2, C3, ..., Cn são capitais referidos
às datas, 0, 1, 2, 3, ..., n para o qual desejamos determinar o valor presente (PV).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

O problema consiste em trazer todos os capitais futuros para uma mesma data de referencia. Neste
caso, vamos trazer todos os capitais para a data zero. Pela fórmula de Valor Presente vista acima,
concluímos que o valor presente resultante - NPV - do fluxo de caixa, também conhecido como Valor
Presente Líquido (VPL), dado será:

Esta fórmula pode ser utilizada como critério de escolha de alternativas, como veremos nos exercí-
cios a seguir.

Exercícios:

1 - Numa loja de veículos usados são apresentados ao cliente dois planos para pagamento de um
carro:

Plano A: dois pagamentos, um de $ 1.500,00 no final do sexto mês e outro de $ 2.000,00 no final do
décimo segundo mês.

Plano B: três pagamentos iguais de $ 1.106,00 de dois em dois meses, com início no final do segun-
do mês.

Sabendo-se que a taxa de juros do mercado é de 4% a.m., qual o melhor plano de pagamento?

Solução:

Inicialmente, devemos desenhar os fluxos de caixa correspondentes:

Plano A:

Plano B:

Teremos para o plano A:

Para o plano B, teremos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Como o plano A nos levou a um menor valor atual (ou valor presente), concluímos que este plano A é
mais atraente do ponto de vista do consumidor.

Exercício:

1 - Um certo equipamento é vendido à vista por $ 50.000,00 ou a prazo, com entrada de $ 17.000,00
mais três prestações mensais iguais a $ 12.000,00 cada uma, vencendo a primeira

um mês após a entrada. Qual a melhor alternativa para o comprador, se a taxa mínima de atrativida-
de é de 5% a.m.?

Solução:

Vamos desenhar os fluxos de caixa:

À vista:

A prazo:

Vamos calcular o valor atual para esta alternativa:

Como o valor atual da alternativa a prazo é menor, a compra a prazo neste caso é a melhor alternati-
va, do ponto de vista do consumidor.

Exercício:

1 - Um equipamento pode ser adquirido pelo preço de $ 50.000,00 à vista ou, a prazo conforme o
seguinte plano:

Entrada de 30% do valor à vista, mais duas parcelas, sendo a segunda 50% superior à primeira, ven-
cíveis em quatro e oito meses, respectivamente. Sendo 3% a.m. a taxa de juros do mercado, calcule
o valor da última parcela.

Solução

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Teremos:

Resolvendo a equação acima, obtemos x = 19013,00

Portanto, o valor da prestação é $19013,00.

Exercício Proposto 09:

Uma loja vende determinado tipo de televisor nas seguintes condições: R$ 400,00 de entrada, mais
duas parcelas mensais de R$ 400,00, no final de 30 e 60 dias respectivamente. Qual o valor à vista
do televisor se a taxa de juros mensal é de 3% ?

Resposta: R$ (?)

Noção Elementar de Inflação e Saldo Médio Bancário

Outro conceito importante no estudo da Matemática Financeira é o de inflação.

Entenderemos como INFLAÇÃO num determinado período de tempo, como sendo o aumento médio
de preços, ocorrido no período considerado, usualmente medido por um índice expresso como uma
taxa percentual relativa a este mesmo período.

Para ilustrar uma forma simples o conceito elementar de inflação apresentamos acima, vamos consi-
derar a tabela abaixo, onde está indicado o consumo médio mensal de uma determinada família em
dois meses distintos e os custos decorrentes associados:

Indicadores Mês 01 Mês 02

Produto Quantidade Preço ($) Subtotal Preço ($) Subtotal

Arroz 5 kg 1,20 6,00 1,30 6,50

Carne 15 kg 4,50 67,50 4,80 72,00

Feijão 4 kg 1,69 6,76 1,80 7,20

Óleo 2 latas 2,40 4,80 2,45 4,90

Leite 20 litros 1,00 20,00 1,10 22,00

Café 1 kg 7,60 7,60 8,00 8,00

Açúcar 10 kg 0,50 5,00 0,65 6,50

Passagens 120 0,65 78,00 0,75 90,00

TOTAL ********** 195,66 ********** 217,10

A variação percentual do preço total desta cesta de produtos, no período considerado é igual a:

V = [(217,10 / 195,66) - 1] x 100 = 0,1096 = 10,96 %

Diremos então que a inflação no período foi igual a 10,96 %.

Notas:

a) Para o cálculo de índices reais de inflação, o número de itens considerado é bastante superior e

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

são obtidos através de levantamento de dados em determinadas amostras da população, para se


determinar através de métodos estatísticos, a "cesta de mercado", que subsidiará os cálculos;
b) A metodologia sugerida no exemplo acima é conhecida como método de Laspeyres ;
c) Podemos entender agora os motivos que determinam as diferenças entre os índices de inflação
calculados entre instituições distintas tais como FIPE, FGV, DIEESE, entre outras.

Juros e Saldo Médio em Contas Correntes

Vamos considerar o caso de uma conta corrente, da qual o cliente saca e deposita recursos ao longo
do tempo. Vamos ver nesta seção, a metodologia de cálculo do saldo médio e dos juros mensais
decorrentes da movimentação dessa conta.

As contas correntes associadas aos "cheques especiais" são exemplos corriqueiros da aplicação
prática da metodologia a ser apresentada.

Juros em contas correntes (cheques especiais)

Considere os capitais C1, C2, C3, ... , Ck aplicados pelos prazos n1, n2, n3, ... , nk, à taxa de juros
simples i. A fórmula abaixo, permite o cálculo dos juros totais J produzidos no período considerado:

J = i.(C1.n1 + C2.n2 + C3.n3 + ... + Ck.nk)

O cálculo dos juros pelo método acima (conhecido como "Método Hamburguês") é utilizado para a
determinação dos juros sobre os saldos devedores dos "cheques especiais".

Serie de Pagamentos

Série de pagamentos - é um conjunto de pagamentos de valores R1, R2, R3, ... Rn,

distribuídos ao longo do tempo correspondente a n períodos, podendo esses pagamentos

serem de valores constantes ou de valores distintos. O conjunto de pagamentos (ou recebimentos) ao


longo dos n períodos, constitui - se num fluxo de caixa. Vamos resolver a seguir, os problemas nos
quais R1 = R2 = R3 = ... Rn = R, ou seja: pagamentos (ou recebimentos) iguais.

Quando a série de pagamentos (ou recebimentos) se inicia um período após a data

zero, o fluxo recebe o nome de POSTECIPADO. Quando o início dos pagamentos ou recebimentos
ocorre na data zero, o fluxo recebe o nome de ANTECIPADO.

Exemplos:

1 - Pagamentos no início dos períodos: Fluxo ANTECIPADO

2 - Pagamentos no final dos períodos: Fluxo POSTECIPADO

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Fator de acumulação de capital – FAC

O problema a resolver é o seguinte:

Determinar a quantia S acumulada a partir de uma série uniforme de pagamentos iguais a R, sendo i
a taxa de juros por período

Vamos considerar dois casos: fluxo postecipado e fluxo antecipado.

NOTA: na calculadora HP12C, R é expressa pela tecla PMT (pagamentos periódicos).

Portanto R e PMT possuem o mesmo sentido, ou seja, a mesma interpretação. Da mesma forma, S
corresponde a FV na calculadora HP 12C.

A) Fluxo postecipado

Considere o fluxo de caixa postecipado a seguir, ou seja: os pagamentos são feitos nos finais dos
períodos.

Vamos transportar cada valor R para o tempo n, supondo que a taxa de juros é igual a i, lembrando
que se trata de um fluxo de caixa POSTECIPADO, ou seja, os pagamentos são realizados no final de
cada período.

Teremos:

S = R(1+i)n-1 + R(1+i)n-2 + R(1+i)n-3 + ... + R(1+i) + R

Colocando R em evidencia, teremos:

S = R[(1+i)n-1 + (1+i)n-2 + (1+i)n-3 + ... + (1+i) + 1]

Observe que a expressão entre colchetes é a soma dos n primeiros termos de uma progressão geo-
métrica de primeiro termo (1+i)n-1, último termo 1 e razão 1/(1+i).

Aplicando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica, teremos:

Nota: em caso de dúvida, consulte sobre Progressão Geométrica (1+i)n-1 + (1+i)n-2 + (1+i)n-3 + ... +
(1+i) + 1 =

Substituindo o valor encontrado acima, vem finalmente que:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

• o fator entre colchetes é denominado Fator de acumulação de capital – FAC(i,n).


• assim, teremos: S = R . FAC(i,n). Os valores de FAC(i,n) são tabelados. Na prática, utilizam-se as
calculadoras científicas ou financeiras, ao invés das tabelas.

Usando-se a simbologia adotada na calculadora HP 12C, onde R = PMT e S = FV, teremos a fórmula
a seguir:

Fator de valor atual – FVA

Considere o seguinte problema:

Determinar o principal P que deve ser aplicado a uma taxa i para que se possa retirar o valor R em
cada um dos n períodos subseqüentes.

Este problema também poderia ser enunciado assim: qual o valor P que financiado à taxa i por perío-
do, pode ser amortizado em n pagamentos iguais a R?

Fluxo postecipado (pagamentos ao final de cada período, conforme figura a seguir):

Trazendo os valores R para o tempo zero, vem:

O fator entre colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica de
primeiro termo 1/(1+i), razão 1/(1+i) e último termo 1/(1+i)n.

Teremos então, usando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica.

O fato r entre colchetes será então igual a:

Substituindo, vem finalmente:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

• o fator entre colchetes é denominado Fator de valor atual – FVA(i,n);


• assim, teremos: P = R . FVA(i,n). Os valores de FVA(i,n) são tabelados;
• observe que P corresponde a PV e R corresponde a PMT na calculadora HP 12C.
Usando a simbologia da calculadora HP 12C, a fórmula acima ficaria:

Sistema De Amortização De Empréstimos

Sistema De Amortização Constante – (SAC)

Nesse sistema as parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados a cada perío-
do multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente no período.

• Amortização numa data genérica t


Os valores são sempre iguais e obtidos por A= P/n onde A1 = A2 = A3 = ... An = A = cte e n = prazo
total

Isso implica que a soma das n amortizações iguais seja:

• Saldo Devedor numa data genérica t


No sistema SAC o saldo devedor decresce linearmente em um valor igual à amortização A = P/n .
Assim, o saldo devedor, logo após o pagamento da prestação (AMORTIZAÇÃO + JUROS ) corres-
pondente, será:

Assim, o valor dos juros pagos na referida data será:

ou então:

Jt = Ai (n – t + 1)

Onde: n = prazo total

t = o momento desejado

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Somatório Dos Juros

Como a variação de juros no Sistema SAC se trata de uma progressão aritmética, o somatório dos
juros de um determinado período se faz utilizando a fórmula do somatório dos n termos de uma P.A.

Com isso:

Prestação Numa Data Genérica T

Soma-se a amortização do momento desejado (que é constante em todos os momentos) como os


juros referentes a este momento.

R1 A + J1

R2 A + J2

R3 A + J3

Rt A + Jt

Assim , o pagamento de um financiamento pelo sistema SAC, num prazo de n períodos e à uma taxa
i por período seria como o diagrama e a tabela abaixo:

DATA S aldo Devedor Juros Amortização P res tação

T P t = P t- 1 - A Jt = P t- 1 . i At = A = P / n Rt = A + Jt

0 P0=P - - -

1 P1=P–A J1 = P . i A1 = A R1 = A + J1

2 P2=P1–A J2 = P 1 . i A2 = A R2 = A + J2

3 P3=P2–A J3 = P 2 . i A3 = A R3 = A + J3

4 P t = P t- 1 – A Jt = P t- 1 . i At = A R4 = A + J4

n P n = P n- 1 – A Jn = P n- 1 . i An = A Rn = A + Jn

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Orde m de
Obte nção
2.º 3.º 1.º 4.º
das Parc e las

Vejamos agora um exemplo numérico:

P = $ 1.000,00

n = 4 prestações i = 2% a.p.

t Saldo Devedor Amortização Juros P res tação

0 1.000,00 - - -

1 750,00 250,00 20,00 270,00

2 500,00 250,00 15,00 265,00

3 250,00 250,00 10.00 260,00

4 0,00 250,00 5,00 255,00

Sistema De Prestações Constantes - (PRICE) Prestação Numa Data Genérica T

No sistema PRICE a prestação é constante e em qualquer data t o seu valor é dado por:

Rt = R1 = R2 = ... = Rn = cte.

Rt = R = P x FPR(i,n) = constante

Juros Numa Data Genérica T

Os juros de um determinado período são calculados sobre o saldo devedor do período anterior.

Ou Jt = Rt - At Rt = R = cte.

Jt = R - At

Ou Jt = R - At = R - A1(1 + i)t-1 A1 = R – J1 = R – P.i

Assim: Jt = R – ( R – P.i ) ( 1 + i )t-1

Amortização numa data genérica t

No sistema PRICE o crescimento das amortizações é exponencial ao longo do tempo.

Dado que At=R – Jt e J= P.i, então:

DATA 1 – final do 1.º período

Juros = J1 = P.i

Amortização = A1 = R – J1 = ( R - P.i)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

DATA 2 – final do 2.º período

Juros = J2 = P1.i = [ P (1 + i) – R ].i = [ P (1 + i).i – R.i ]

Amortização = A2 = R – J2 = R - P.( 1 + i).i + R = R.(1 + i ) – P.(1 + i).i

= (R – P.i) . (1 + i) = A2 = A1 (1 + i)

DATA 3 – final do 3.º período

Juros = J3 = P2.i = P.i – A1.i – A1 (1 + i).i

Amortização = A3 = R – J3 = R - [P.i – A1.i - A1 (1 + i).i] A3 = (R - P.i) + A1.i + A1 (1 + i).i

= A1 + A1.i + A1 (1 + i).i

= A1 (1 + i) + A1 (1 + i).i

= A1 (1 + i).(1 + i)

A3 = A1 (1 + i)2

Então teríamos:

A2 = A1 ( 1 + i ) A3 = A1 ( 1 + i )2 A4 = A1 ( 1 + i )3

... ..... ... An = A1 ( 1 + i )n-1

O que comprovaria a expressão:

At = A1.(1 + i)t-1 ; para uma data genérica t ou At = A1. FPS(i%, ( t - 1))

Para testar a consistência da fórmula acima:

A1 = 22.192 t=3

i = 8% a.a. A3 = ?

At = A1.(1 + i)t-1 A3 = 22.192.(1 + 0,08)2 A3 = 22.192 x 1,1664 = 25.884,75

Ou

At = A1 x FPS [ i , (t-1) ] pois (1 + i)t-1 = FPS [ i , (t-1) ] desse modo, no exemplo

anterior teríamos:

A3 = 22.192 x FPS( 8%,2) = 22.192 x 1,1664 = 25.884,75

Saldo Devedor numa data genérica t

O Saldo devedor de um determinado período é dado pela diferença entre o saldo devedor do período
anterior e a amortização do período.

Assim para um empréstimo P ;a taxa de juros i por período com um prazo de N períodos ; podería-
mos elaborar seguinte

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

Saldo Devedor Juros P res taçõ es Cons Amortização


tantes
Datas

(t ) P t = P t- 1 - At Jt = P t- 1 . i Rt = R At = R – Jt

0 Po=P - - -

1 P 1 = P – A1 J1 = P .i R A1 = R – J1

2 P 2 = P 1 – A2 J2 = P 1.i R A2 = R – J2

3 P 3 = P 2 – A3 J3 = P 2.i R A3 = R – J3

T P t = P t- 1 – At Jt = P t- 1.i R At = R – Jt

. .... .... .... ....

N P n = P n- 1 – An Jn = P n- 1.i R An = R – Jn

n R n.R t n

TOTAIS Jt n.R P At P

1 t 1

Ordem de
obtenção
4.º 2 .º 1.º 3 .º
de parcelas

Vejamos agora um exemplo numérico:

P = 1.000,00

i = 2% a.p.

n = 4 prestações

t Saldo Devedor Amortização Juros P res tação

0 1.000,00 - - -

1 757,38 242,62 20,00 262,62

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

2 509,91 247,47 15,15 262,62

3 257,49 252,42 10,20 262,62

4 - 257,49 5,15 262,62

Um financiamento pelo Sistema Price pode ser calculado utilizando-se máquinas financeiras, pois
suas prestações são constantes.

Sistema De Amortização Mista – (SAM)

Aqui o valor da prestação é obtido através da média aritmética das prestações obtido através do sis-
tema PRICE e SAC.

Ex.:

P = 1.000,00 i = 8 % a.a. n = 4 anos

S IS T. P RICE

ANO Juros P res tação Amotização S aldo Final

S A LDO
DEVEDOR

1.000,00

1 1.000,00 80,00 301,92 221,92 778,08

2 778.08 62,25 301,92 239,67 538,41

3 538,41 43,07 301,92 258,85 279,56

4 270,56 22,36 301,92 279,56

S IS T. SAC

ANO Juro s P res tação Amotização S aldo Final

S A LDO
DEVEDOR

1.000,00

1 100,00 80,00 330,00 250,00 750,00

2 750,00 60,00 310,00 250,00 500,00

3 500,00 40,00 290,00 250,00 250,00

4 250,00 20,00 270,00 250,00

SIST. SAM

Ano P res t . P RICE P REST. SAC S OMA P REST. S AM

1 301,92 330,00 631,92 315,96

2 301,92 310,00 611,92 305,96

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
JUROS SIMPLES E COMPOSTO

3 301,92 290,00 591,92 295,96

4 301,92 270,00 571,92 285,96

Essa modalidade de pagamento é conhecida como Sistema de Amortização Mista

(SAM) e vem sendo utilizada na liquidação de financiamento imobiliário.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão e Proporção

Na matemática, a razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, sendo o coeficiente entre
dois números.

Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões, ou ainda, quando duas razões pos-
suem o mesmo resultado.

Note que a razão está relacionada com a operação da divisão. Vale lembrar que duas grandezas são
proporcionais quando formam uma proporção.

Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos cotidianamente os conceitos de razão e propor-
ção. Para preparar uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais entre os ingre-
dientes.

Atenção!

Para você encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de medida terão de ser as mesmas.

Exemplos

A partir das grandezas A e B temos:

Razão: ou A : B, onde b≠0

Proporção: , onde todos os coeficientes são ≠0

Exemplo 1

Qual a razão entre 40 e 20?

Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e o denominador, o de baixo.

Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo porcentagem, também chamada de razão
centesimal.

Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima é chamado de antecedente (A), en-
quanto o de baixo é chamado de consequente (B).

Exemplo 2

Qual o valor de x na proporção abaixo?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
RAZÃO E PROPORÇÃO

3 . 12 = x
x = 36

Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos descobrir o quarto, também chamado de
“quarta proporcional”.

Na proporção, os elementos são denominados de termos. A primeira fração é formada pelos primeiros
termos (A/B), enquanto a segunda são os segundos termos (C/D).

Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de três, utilizamos o cálculo da proporção
para encontrar o valor procurado.

Propriedades da Proporção

O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por exemplo:

Logo:

A·D = B·C

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por exemplo:

é equivalente

Logo,

D. A = C . B

O que é razão?

A razão é a forma mais comum e prática de se fazer a comparação relativa entre duas grandezas. Para
isto, é necessário que ambas estejam na mesma unidade de medida.

Por exemplo: só poderemos obter a razão entre o comprimento de duas ruas, se as duas estiverem em
quilômetros, mas não poderemos obtê-la caso uma esteja em metros e a outra em quilômetros, ou
qualquer outra unidade de medida diferente. Neste caso, é preciso escolher uma unidade de medida e
converter uma das grandezas para a escolhida.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
RAZÃO E PROPORÇÃO

Para obtermos a razão entre dois números a e b, por exemplo, dividimos a por b. Vale ressaltar que b
deve ser diferente de zero. Ou seja, chamamos de razão entre a e b o quociente a/b=k. (Lê-se “a está
para b”).

O numerador a recebe o nome de antecedente, e o denominador b é denominado consequente dessa


razão.

Veja o exemplo a seguir:

Exemplo: Uma loja tem 1200m² de área construída e 3000m² de área livre. Qual é a razão da área
construída para a área livre?

Para resolvermos o problema, aplicamos a razão = área construída/área livre = 1200/3000 = 2/5.

Ou seja, isto significa que a área construída representa 2/5 = 0,4 ou 40% da área livre.

O conceito de razão é ainda aplicado para calcularmos escala, velocidade média e densidade.

O que é proporção?

A proporção é a expressão que indica uma igualdade entre duas ou mais razões. Dados quatro núme-
ros racionais A, B, C e D diferentes de zero, a proporção pode ser expressa da seguinte forma: A/B =
C/D.

O antecedente da primeira razão (A) e o consequente da segunda (D) são chamados de extremos,
enquanto o consequente da primeira razão (B) e o antecedente da segunda razão (C) são chamados
de meios.

A Propriedade Fundamental da Proporção

Uma proporção também pode ser escrita como a igualdade entre os produtos, da seguinte maneira:
A.D = B.C. Esta é a propriedade fundamental da proporção, em que o produto dos meios é igual ao
produto dos extremos.

Exemplo: Na sala A de uma determinada escola, temos 3 meninas para cada 4 meninos, ou seja, temos
a razão de 3 para 4, cuja divisão é igual a 0,75.

Na sala B da mesma escola, temos 6 meninas para cada 8 meninos, ou seja, a razão é de 6 para 8,
que é igual a 0,75. Ambas as razões são iguais a 0,75 e, por isso, são chamadas de proporção.

Usamos razão para fazer comparação entre duas grandezas. Assim, quando dividimos uma grandeza
pela outra estamos comparando a primeira com a segunda.

Definição: Sabendo que existe duas grandezas a e b, a razão entre a e b, com b diferente de zero, é o
quociente entre a e b: a:bou

Exemplo:

Seja a = 18 e b = 12, qual a razão entre a e b?

mas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
RAZÃO E PROPORÇÃO

que são todas razões equivalentes. Primeiro, dividimos por 2, o menor número possível (com exceção
do 0 e 1), o numerador e o denominador, e depois dividimos por 3 o resultado da divisão anterior, que
era o mínimo possível que podíamos dividir tanto o numerador quanto o denominador.

Assim, podemos dizer que a:b = 3:2 ou

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões (equivalências entre razões). Ou seja, se dissermos que as
razões

São iguais é o mesmo que dizer que elas formam uma proporção.

Propriedade Fundamental da Proporção

O produto dos meios é igual ao produtos dos extremos.

Então, ao escrevermos

Dizemos que a e d são os extremos da proporção e b e c são os meios da proporção.

Levando em conta o conjunto dos números reais, podemos concluir algumas equivalências entre as
proporções. Portanto, para

com a, b, c, d ∈ R*, temos que:

Esta teoria será discutida por meio da resolução dos exercícios a seguir apresentados de Razão e
Proporção, e de aulas gratuitas dos professores do Curso Enem Gratuito. No final, tem um simulado
para você testar seu nível.

Exemplos de Regra de Três:

Exemplo 01 – Uma máquina varredeira limpa uma área de 5.100 m2 em 3 horas de trabalho. Esta é a
descrição da situação. Agora, vamos à pergunta que temos de resolver: Nas mesmas condições, em
quanto tempo limpará uma área de 11.900 m2?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
RAZÃO E PROPORÇÃO

Vamos ao raciocínio para a a resolução: Há aqui duas grandezas: a área e o tempo. Dobrando a área
também se dobra o tempo; triplicando a área também se triplica o tempo, e assim por diante.

Desse modo, são grandezas diretamente proporcionais e, assim, têm o quociente constante. Veja
abaixo como representar com flechas as grandezas para facilitar o raciocínio de Razão e Proporção.

Grandezas Diretamente Proporcionais

Apenas como recurso didático, utilizam-se duas flechas de mesmo sentido para identificar que as gran-
dezas são diretamente proporcionais. É um fundamento para você praticar bem Razão e Proporção.
No exemplo deste exercício temos duas grandezas ( área e tempo) que são diretamente proporcionais.

Veja como utilizar as flechas: Assim, com esta representação que utiliza as
flexas para ‘montar o problema’, fica mais fácil também para trabalhar o cérebro e seguir adiante.

Veja o próximo passo, e a solução do problema:

A solução clássica você já sabe: Você faz a multiplicação cruzada, montando (x . 5100) = (3 . 11900).
Em seguida você verifica que 5100.x = 35700 e, ao isolar o x, você fica com 35700 dividido por 5100
para chegar ao resultado final: x é igual a 7 horas.

Exemplo 02 de Razão e Proporção

Um muro foi construído por 8 operários em 30 dias.

Quantos dias seriam necessários para a construção deste mesmo muro, se fossem utilizados 12 ope-
rários?

Acompanhe a Resolução: Novamente estamos diante de duas grandezas: operários e dias. Mas, aqui,
ao tempo em que uma aumenta (operários) a outra diminui (dias). Pensando em Razão e Proporção,
você poderia escrever que elas têm uma relação inversa neste caso: são grandezas inversamente
proporcionais, e por isso as setas invertidas.

Veja: Uma maneira de resolver é utilizando o conceito de grandezas, que são


inversamente proporcionais: produto constante.

Pode ser assim:

Dica de resolução > Outra forma é usar o recurso didático das flechas, como indicado acima. Se são
inversamente proporcionais, as flechas são colocadas em sentido contrário.

A seguir criou-se uma proporção, mantendo-se a fração onde se encontra a incógnita e invertendo-se
a outra.

Regra de Três Composta

Agora vamos mudar de patamar um pouco, e aprender (ou revisar) Regra de Três Composta. Uma
regra de três é considerada composta quando envolver três ou mais grandezas para que se estabele-
çam entre elas a Razão e a Proporção.

Exemplos para você não esquecer Razão e Proporção

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
RAZÃO E PROPORÇÃO

Exemplo 01 – Uma casa é construída por 40 operários trabalhando 9 horas por dia durante 6 dias. Em
quantos dias 24 operários poderiam construir a mesma casa, trabalhando 5 horas por dia?

Resolução: Perceba que ao contrário do exemplo 01 agora nós temos 3 (tres) grandezas para trabalhar:
operários, as horas trabalhadas por dia, e os dias (duração da obra):

Inicia-se colocando uma flecha para baixo na grandeza que possui a incógnita (dias) e a seguir com-
para-se com as outras duas. Operários e dias são grandezas inversamente proporcionais e horas por
dia e dias também são inversamente proporcionais.

Portanto, as flechas nessas grandezas devem ter sentido contrário:

Para finalizar esse dispositivo prático, iguala-se a fração que contém a incógnita ao produto das demais,
respeitando o sentido das flechas.

Veja como “armar a conta” bem certinho, observando o sentido das flechas:

Em seguida, Resolva o Simulado Enem de Regra de Três

Gostou da aula? Agora é ir para o desafio do Simulado de Regra de Três!

Simulado Enem Gratuito de Regra de Três

Resolva os 10 exercícios do Simulado Enem de Regra de Três para se qualificar para a Matemática do
Enem. O Gabarito sai na hora, e você tem aulas de reforço quando não acerta a questão.

Há muitas situações cotidianas, seja na vida cotidiana, na ciência ou negócios que requerem o uso de
razões e proporções. Por exemplo, na cozinha, se há a intenção de acrescentar ou diminuir algum
ingrediente, as razões e proporções são usadas para determinar isso – “3 ovos para cada suas duas
colheres de farinha”.

Pode-se verificar outro uso quando farmacêuticos ministram medicamentos, eles devem ter muita aten-
ção às proporções dos fármacos.

Razão

A etimologia latina de razão, ratio, não possui ralação com a ideia de faculdade que permite a distinguir
a relação entre as coisas da realidade ou juízo, mas sim a ideia de quociente, divisão, a noção que a
matemática assimilou. Por isso, razão é o quociente entre dois números A e B, com B ≠ 0. Assim, a
razão entre os números A e B pode ser dita “razão de A para B” e representada como:

Uma razão também pode identificada pela representação A : B. É importante saber que, em uma razão,
A sempre será chamado de antecedente, enquanto B será sempre chamado de consequente.

Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
RAZÃO E PROPORÇÃO

Se uma bicicleta possui 54 dentes em uma coroa dianteira e 27 dentes na coroa traseira, a razão da
marcha da bicicleta será 54 : 27 ou 2 : 1. Isso significa que a roda traseira gira duas vezes cada vez
que o pedal gira uma vez. Então, se a razão for de 54 : 11, por exemplo, a roda traseira vai girar
aproximadamente cinco vezes para cada vez que o pedal girar.

Proporção

Dados quatro números racionais A, B, C e D diferentes de zero, proporção é a expressão que indica
uma igualdade entre duas ou mais razões e pode ser expressa da seguinte forma:

Uma proporção também pode ser expressa como a igualdade entre os produtos (A . D) e (B . C), da
seguinte forma: A.D = B.C.

É importante saber que os números A, B, C e D são denominados termos, sendo que os números A e
B são os dois primeiros termos e os números C e D são os dois últimos termos da relação de proporção.
Os números A e C são os antecedentes de cada razão, enquanto os números B e D são os consequen-
tes de cada razão que compõem a relação de proporção. Em uma relação de proporção A e D são os
extremos B e Csão os meios. Além disso, a divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é uma constante
K, denominada constante de proporcionalidade K da razão.

Quarta Proporcional

Dados três números A, B e C, nesta ordem, é um número X para completar com os outros três uma
relação de proporção, obtém-se:

Observando a relação acima é possível concluir que a Quarta Proporcional é, simplesmente a chamada
Regra de Três.

Proporção Contínua

É aquela que tem os termos meios iguais: A.D = B.C, com B = C. O valor comum dos meios é chamado
média proporcional (ou média geométrica) dos extremos, pois, por exemplo:

Sendo assim, é possível perceber que a média proporcional entre 2 e 8 é 4, já que:

8.2 = 4.4

Grandezas Diretamente Proporcionais

É um tipo de proporção que envolve duas grandezas e quando uma delas é aumentada a outra também
aumenta na mesma proporção ou diminuindo uma delas a outra também diminui na mesma proporção.
Sendo duas grandezas A e B diretamente proporcionais, então, a relação estabelecida entre elas é:
A/B = K ou A = B.K.

Grandezas Inversamente Proporcionais

É o tipo de proporção que envolve duas grandezas e quando uma delas aumenta a outra diminui na
mesma proporção ou diminuindo uma delas a outra aumenta na mesma proporção. Sendo duas gran-
dezas A e B inversamente proporcionais, então, a relação estabelecida entre elas é: A.B = K ou A =
K/B.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
PORCENTAGEM

Porcentagem

A porcentagem é uma das áreas da matemática mais conhecidas. Praticamente é utilizada em todas
as áreas, quando queremos comparar grandezas, estimar o crescimento de algo, expressar uma
quantidade de aumento ou desconto do preço de alguma mercadoria. Vemos porcentagem a todo
momento e, mesmo quando não percebemos, estamos fazendo uso dela.

A porcentagem é uma razão cujo o denominador é igual a 100.

k100

Porcentagens são chamadas, também de razão centesimal ou de percentual.

As porcentagens costumam ser indicadas pelo símbolo “%”, lê-se “por cento”.

Podemos representar uma fração na forma fracionária, decimal, ou acompanhada do símbolo %.


Veja:

4%=4100=0,04

As porcentagens podem ser utilizadas quando queremos expressar que uma quantidade é uma parte
de outra, por exemplo, imagine que umq produto que custava R$ 80,00 foi vendido a vista, com 5%
de desconto. Esse desconto de 5% de R$ 80,00 significa 5 partes das 100 em que 80 foi dividido, ou
seja, R$ 80,00 será dividido em 100 partes, e o desconto será igual a 5 partes dessa divisão. Assim,

5% de R$ 80,00 = 5⋅80100=5⋅0,8=4

Portanto, 5% de R$ 80,00 será R$ 4,00. E esse será o valor a ser descontado.

Poderíamos, também, calcular de outra forma:

5% de R$ 80,00 = 5⋅80100=5100⋅80=0,05⋅80=4

Daí, concluímos que calcular a% de x, corresponde a fazer:

a100⋅x

Podemos usar, também, a seguinte proporção:

{100%5%⟶80⟶x

100x=80⋅5

100x=400

x=400100

x=4%

Percentagem ou Porcentagem (do latim per centum, significando "por cento", "a cada centena") é
uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma proporção ou uma relação
entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de uma fração cujo denominador é
100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Ponto percentual (pp) é o nome da unidade na qual pode ser expressa o valor absoluto da diferença
entre quaisquer pares de porcentagens.

Por exemplo: se uma determinada taxa de juros cair de 24% ao ano para 12% ao ano, pode-se dizer
que houve redução de 50% (valor inicial-valor final):valor inicial, mas não que houve redução de 12%.
Dizer que houve uma redução de 12% implica que o valor final seja de 12% menor que o valor inicial,
no nosso exemplo, a taxa final seria 21,12% ao invés de 12%.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PORCENTAGEM

O ponto percentual é uma unidade que pode expressar essa diferença; voltando ao nosso exemplo, é
correto dizer que houve redução de 12 pp na tal taxa de juros.

Como Calcular Porcentagens

Existem muitas formas de se calcular porcentagem. Podemos utilizar Regra de 3 ou multiplicando.


Por exemplo:

Qual é o valor de 25% de 50?

100% representa o total, ou seja, 50. E 25% representa X. Fazendo a regra de três, temos:

X/25 = 50/100

100X = 50 . 25

100X = 1250

X = 1250/100

X = 12,5

Portanto, 25% de 50 é 12,5.

A questão da porcentagem é muito utilizada no mercado financeiro, seja na hora de obter um descon-
to, calcular o lucro na venda de um produto ou medir as taxas de juros. Na Engenharia, por exemplo,
a porcentagem pode ser utilizada para definir o quanto já foi construído de um prédio. Em Administra-
ção, pode ser usada para medir as quotas de participação dos sócios em um negócio e por aí vai.

O cálculo percentual nada mais é que a multiplicação de um valor qualquer pelo percentual deseja-
do.

Exemplo 1:

Carlos jogou fora 20% das 10 laranjas que ele tinha. Quantas laranjas foram pro lixo?

10 x 20/100 (vinte por cento) = 2 laranjas

Portanto, 2 laranjas foram jogadas fora por Carlos.

Uma boa dica para entender melhor porcentagem é saber utilizar o Fator de multiplicação.

Fator de multiplicação pode ser um acréscimo ou um decréscimo no valor do produto.

Se um produto aumentou 10% então seu fator de multiplicação é de 1 + taxa de acréscimo, sendo
essa taxa de 0,1. Portanto, seu fator de multiplicação é de 1,1.

Se um produto teve um desconto de 10% então seu fator de multiplicação é de 1 - taxa de decrésci-
mo, sendo essa taxa de 0,1. Portanto, seu fator de multiplicaçao é de 0,9.

Continuou com dúvidas? Segue abaixo uma tabela com fatores de multiplicação:

Fator de Multiplicação
Acréscimo

10% 1,1

15% 1,15

18% 1,18

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PORCENTAGEM

Fator de Multiplicação
Acréscimo

20% 1,2

63% 1,63

86% 1,86

100% 2

Vendendo um ingresso que custou R$40,00 com um acréscimo de 20% temos:


40 * 1,2 = R$48,00

Decréscimo Fator de Multiplicação

10% 0,9

15% 0,85

18% 0,82

20% 0,8

63% 0,37

86% 0,14

100% 0

Descontando 10% no valor de R$30,00 temos:


30 * 0,90 = R$27,00

Porcentagem é um substantivo feminino que indica uma taxa ou proporção calculada em relação ao
número 100 (por cem). A porcentagem consiste em uma fração em que o denominador é 100 e é
representada pelo símbolo %.

Por exemplo, se num grupo de 100 pessoas existem 55 mulheres e 45 homens, podemos dizer que a
porcentagem de mulheres é 55%, enquanto a porcentagem de homens é 45%. No âmbito
da matemática, o cálculo de uma percentagem é feito através da regra de 3 simples.

Porcentagem também pode querer dizer uma comissão, ou seja, uma quantidade de dinheiro que é
recebida ou paga por algum produto ou serviço. É uma palavra frequentemente usada no contexto
dos negócios, porque é a base do cálculo de lucros, prejuízos e descontos.

Ex: Neste ano, os lucros da empresa aumentaram 15% em relação ao ano anterior.

Uma porcentagem também pode estar relacionada com uma taxa de juros. No caso de juros simples,
se uma pessoa pede um empréstimo de 1000 R$ com uma taxa de 10% de juros ao mês, e consegue
pagar o empréstimo depois de um mês, terá que pagar 1100 R$, ou seja 1000 R$ do dinheiro recebi-
do, mais 100 R$ dos juros (100 é 10% de 1000).

Porcentagem ou Percentagem

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PORCENTAGEM

Muitas pessoas têm dúvidas entre porcentagem e percentagem. As duas formas estão corretas, sen-
do que percentagem é mais comum no português de Portugal, enquanto porcentagem é mais usada
no Brasil.

A operação matemática do cálculo da porcentagem é conhecida há vários séculos, mas o que pouca
gente sabe é que o símbolo de porcentagem como o conhecemos hoje “%” é uma criação relativa-
mente recente.

A origem da palavra Porcentagem vem da expressão latina por centum, e posteriormente do Italia-
no per cento, ao qual se remonta a origem de percentagem, que no Brasil acabou sendo adaptado
para porcentagem.

Sabe-se que em 1425, não havia qualquer símbolo para expressar a porcentagem. Frequentemente,
os índices de porcentagem eram referidos com as palavras “p 100” ou mesmo “p cento” em tratados
matemáticos arcaicos.

Alguns historiadores acreditam que a origem do símbolo moderno “%” esteja relacionada com a ex-
pressão X/100, como uma espécie de simplificação da expressão através dos séculos, por outro lado,
é possível verificar diferentes maneiras de expressar o índice através dos tratados matemáticos, e ao
que parece, o símbolo simplesmente surgiu como uma maneira de simbolizar o índice. A partir do
século XVIII ele passa a ser usado se uma maneira semelhante a conhecida hoje, exceto que a barra
ao invés de transversal, ainda é horizontal.

Diferentes versões do Símbolo de Porcentagem

Porcentagem como era expressa em 1425

Expressão da porcentagem em meados de 1650

Símbolo de porcentagem a partir do século XVIII

Símbolo de porcentagem moderno, padronizado em 1925 por D.E. Smith

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
PORCENTAGEM

A porcentagem é de grande utilidade no mercado financeiro, pois é utilizada para capitalizar emprés-
timos e aplicações, expressar índices inflacionários e deflacionários, descontos, aumentos, taxas de
juros, entre outros. No campo da Estatística, possui participação ativa na apresentação de dados
comparativos e organizacionais.

Os números percentuais possuem representações na forma de fração centesimal (denominador igual


a 100) e, quando escritos de maneira formal, devem aparecer na presença do símbolo de porcenta-
gem (%). Também podem ser escritos na forma de número decimal. Observe os números a seguir,
que serão demonstrados por meio das três formas possíveis:

A melhor forma de assimilar os conteúdos inerentes à porcentagem é com a utilização de exemplos


que envolvem situações cotidianas. Acompanhe os exemplos a seguir:

Exemplos de aplicação da Porcentagem

1º) Uma mercadoria é vendida em, no máximo, três prestações mensais e iguais, totalizando o valor
de R$ 900,00. Caso seja adquirida à vista, a loja oferece um desconto de 12% sobre o valor a prazo.
Qual é o preço da mercadoria na compra à vista?

Solução:

Podemos utilizar a razão centesimal ou o número decimal correspondente:

12% = 12/100 = 0,12

• Razão centesimal

12/100 x 900 = 12x900/100 = 1080/100 = 10800/100 = 108 reais


900 – 108 = 792 reais

• Número decimal

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
PORCENTAGEM

0,12 x 900 = 108 reais

900 – 108 = 792 reais

A utilização de qualquer procedimento fica a critério próprio, pois os dois métodos chegam ao resulta-
do de forma satisfatória e exata. No caso do exemplo 1, o desconto no pagamento à vista é de R$
108,00, portanto, o preço é de R$ 792,00.

2º) O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é um direito do trabalhador com carteira as-
sinada, no qual o empregador é obrigado por lei a depositar em uma conta na Caixa Econômica Fe-
deral o valor de 8% do salário bruto do funcionário. Esse dinheiro deverá ser sacado pelo funcionário
na ocorrência de demissão sem justa causa. Determine o valor do depósito efetuado pelo emprega-
dor sabendo que o salário bruto do funcionário era R$ 1.200,00.

Solução:

8% = 8/100 = 0,08

• Razão centesimal

8/100 x 1200 = 8x1200 / 100 = 9600 / 100 = 96 reais

• Número decimal

0,08 x 1200 = 96 reais

O depósito efetuado foi de R$ 96,00.

3º) Em uma sala de aula com 52 alunos, 13 utilizam bicicletas como transporte. Expresse em porcen-
tagem a quantidade de alunos que utilizam bicicleta.

Solução:

Podemos utilizar uma regra de três simples.

Alunos → 13 ---------- 52
Porcentagem → x ----------- 100%

52*x = 13*100
52x = 1300
x= 1300/52
x = 25%

Portanto, 25% dos alunos utilizam bicicletas.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
GRANDEZAS PROPORCIONAIS

A Proporcionalidade Entre Grandezas

Encontrar a razão entre duas grandezas é uma tarefa simples, que serve para que seja possível avaliá-
las de um ponto de vista comparativo, extraindo ainda dados e mesmo outras grandezas em seu resul-
tado.

Quando encontramos uma igualdade entre duas diferentes razões, resultado da divisão de duas gran-
dezas, a chamamos de proporção.

Dessa forma, consideramos a relação entre as grandezas como proporcional. Para os cálculos que
utilizam a regra de três, é esse o raciocínio lógico utilizado.

Esse tipo de relação significa que, à medida que uma grandeza varia, a outra também irá variar na
mesma taxa. Ou seja, se um automóvel se move em uma distância X a uma velocidade Y, significa
que, quando a velocidade é dobrada, a distância percorrida mudará na mesma proporção, igualmente
dobrada.

Grandezas Diretamente e Inversamente Proporcionais

Agora que você já entendeu como se dão as proporções entre diferentes grandezas, é hora de compli-
car um pouco. Isso porque a relação de proporção nem sempre é assim tão clara.

Como você já viu, duas grandezas são consideradas proporcionais se for possível construir duas rela-
ções que sejam equivalentes entre si, em dois momentos e medidas distintas.

O que ainda não contamos é que essa relação pode se dar de maneira direta ou inversa.

Grandezas Diretamente Proporcionais

Quando duas grandezas são consideradas proporcionais, isso significa que quando uma varia uma
taxa X, a outra variará na mesma taxa — ou proporção.

Quando isso acontece de maneira diretamente proporcional, a grandeza B aumentará na mesma pro-
porção que a grandeza A aumentar.

Isso ocorre também na medida em que as grandezas diminuírem. Ou seja, se você reduzir a velocidade
de um carro pela metade, sua distância percorrida também será reduzida pela metade, mantendo a
proporcionalidade entre as grandezas “velocidade” e “distância”.

Isso significa que é possível encontrar uma proporção entre as grandezas avaliadas. Ou seja: no exem-
plo dado, velocidade e distância percorrida são grandezas diretamente proporcionais.

Grandezas Inversamente Proporcionais

É aqui que as coisas começam a se complicar. Enquanto a relação entre duas grandezas diretamente
proporcionais é clara e, de certa maneira, óbvia, a relação entre grandezas inversamente proporcio-
nais demanda um raciocínio um pouco mais apurado.

Consideramos duas grandezas inversamente proporcionais quando, assim como a anterior, variam
juntas na mesma proporção. Entretanto, a relação inversa significa que, à medida que uma medida au-
menta em dada taxa X, a outra diminuirá na mesma proporção. Como uma aumenta à medida que a
outra diminui, a relação de proporcionalidade é chamada de inversa.

Esse tipo de relação é melhor entendido a partir de exemplos.

Considere uma fábrica de chocolates que produz X barras de doce em 10 horas, com 20 funcionários.
Se o número de funcionários dobrar, a mesma quantidade X de barras de chocolate será produzida na
metade do tempo, ou seja, 5 horas.

Ainda que possa parecer óbvio que, dobrando o número de funcionários, o trabalho será realizado na
metade do tempo, a forma como esse tipo de assunto é tratado nos concursos e vestibulares pode ser
um pouco mais elaborada.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Grandezas proporcionais: Enem

Na prova de Matemática do Enem, uma das habilidades mais exploradas pelo concurso é o raciocínio
lógico. E é muito recorrente que sejam cobradas questões que envolvam, por exemplo, a aplicação
da regra de três para se descobrir uma das grandezas de uma proporção.

Regra de Três

A regra de três é o cálculo utilizado para descobrir uma dada grandeza em uma relação de proporcio-
nalidade, independentemente de essa relação ser direta ou inversa.

Quando as grandezas possuem uma relação diretamente proporcional, a montagem do cálculo é feita
de maneira direta. Por exemplo, se um carro percorre 100 km a uma velocidade de 50 km/h, qual seria
a distância percorrida por ele se estivesse a 75 km/h?

50 — 100

75 — x

Nesse caso, a relação está montada de maneira diretamente proporcional, já que a distância aumentará
quando aumentarmos a velocidade do veículo. A resolução da equação é feita de maneira simples, cru-
zando as variáveis. Ou seja:

50x = 100 . 75

x = 7500 ÷ 50

x = 150 km

Temos então que, se esse veículo aumentar sua velocidade para 75 km/h, percorrerá, nessa relação,
150 km.

Já quando as grandezas são inversamente proporcionais, o cálculo é feito de maneira semelhante, mas
com uma peculiaridade: uma das frações deve ser invertida de modo que seja possível encontrar a
razão correta. Um exemplo:

Um veículo a 50 km/h gasta 2 horas para chegar ao seu destino. Se ele aumentar a velocidade para
75 km/h, em quantas horas completará o mesmo percurso?

50 — 2

75 — x

Invertendo uma das frações, temos:

50 — x

75 — 2

Assim, a resolução do cálculo é:

75x = 50 . 2

x = 100 ÷ 75

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
GRANDEZAS PROPORCIONAIS

x = 1,33 h

Isso significa que, para percorrer o mesmo percurso a 75 km/h, o veículo gastará 1 hora e 20 minutos.
Lembre-se de que, quando realizamos esse tipo de cálculo, dados de tempo devem ser transformados
da base decimal para horas. Ou seja, 0,33 h é igual a um terço de hora, que corresponde a 20 minutos.

Uma grandeza é algo que pode ser medido. As grandezas não são os objetos que podem ser medidos,
mas estão ligadas ao tipo de medida que pode ser obtida nesses objetos. Suponha, por exemplo, que
a tela de um celular tenha 5,5 polegadas. Isso significa que a medida da diagonal dessa tela é igual a
5,5 polegadas e que a grandeza usada aqui foi o comprimento.

A proporcionalidade entre duas grandezas pode acontecer de duas formas: direta – e as grandezas
são chamadas diretamente proporcionais – ou inversa – e as grandezas são chamadas inversamente
proporcionais. Para o estudo das grandezas diretamente proporcionais, é importante saber sobre a
proporcionalidade entre grandezas, conteúdo que será explicado a seguir.

Proporcionalidade entre Grandezas

Duas grandezas são ditas proporcionais se for possível construir duas razões equivalentes entre elas,
de medidas distintas e em momentos distintos.

Exemplo: um automóvel move-se a 60 km/h e, em determinado período de tempo, consegue percorrer


240 km. Se esse automóvel estiver a 120 km/h, ele conseguirá percorrer 480 km no mesmo período de
tempo.

Nesse caso, foram observadas duas situações diferentes para as grandezas velocidade e distância.
Na primeira situação, podemos escrever a seguinte razão entre essas grandezas:

60
240

Na segunda situação, podemos escrever a seguinte razão entre essas grandezas:

120
480

Observe que ambas as razões têm como resultado o número 0,25, portanto elas formam a seguinte pro-
porção:

60 = 120
240 480

Podemos dizer, portanto, que as grandezas velocidade e distância são proporcionais.

Grandezas Diretamente Proporcionais

Quando duas grandezas são proporcionais, deve-se avaliar se essa proporcionalidade é direta ou indi-
reta, especialmente para exercícios em que não houver uma das medidas da proporção e é necessário
encontrá-la (isso pode ser feito de diversas maneiras, a mais conhecida é a regra de três).

Dadas as grandezas proporcionais X e Y, a variação na grandeza X gera uma variação na grandeza Y,


na mesma proporção. No exemplo anterior, do automóvel, ao dobrarmos a velocidade, a distância per-
corrida também dobrará.

Duas grandezas são diretamente proporcionais quando um aumento na medida da primeira gera um
aumento na medida da segunda, ou quando uma diminuição da medida da primeira gera uma diminui-
ção da medida da segunda.

São exemplos de grandezas diretamente proporcionais:

Velocidade e distância;

Gravidade e peso.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Regra de Três

Quando a regra de três envolve grandezas diretamente proporcionais, basta aplicar a propriedade fun-
damental das proporções (também conhecida como multiplicar cruzado) para transformar a proporção
em uma equação com solução facilitada.

Exemplo: um automóvel está movendo-se a uma velocidade de 60 km/h e percorre 240 km em deter-
minado período de tempo. Quantos quilômetros percorrerá a uma velocidade de 90 km/h?

Solução: Aumentando a velocidade, aumentamos também a distância percorrida pelo automóvel. Por-
tanto, as grandezas são diretamente proporcionais. Para solucionar esse problema, basta construir a
proporção entre elas e aplicar a propriedade fundamental das proporções:

60 = 90
240 x

60x = 90·240

60x = 21600

x = 21600
60

x = 360

Serão percorridos 360 km.

Uma grandeza é um referencial que pode ser usado para comparar medidas diversas. As grandezas fí-
sicas mais conhecidas e usadas no dia a dia são o comprimento, ou a distância, a massa (mais conhe-
cida como peso), a velocidade e o volume. É possível construir razões entre as medidas de duas gran-
dezas distintas, e, quando duas dessas razões são iguais, as grandezas são chamadas de proporcio-
nais. Dizemos que elas são diretamente ou inversamente proporcionais de acordo com o comporta-
mento observado em uma delas em relação a uma variação na medida da outra.

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas são chamadas de diretamente proporcionais quando o aumento na medida de uma
delas causa um aumento na medida da outra na mesma proporção, ou quando uma redução na medida
de uma das grandezas causa uma redução na medida da outra na mesma proporção.

1º Exemplo: as grandezas velocidade e distância percorrida são diretamente proporcionais. Isso acon-
tece porque aumentar a velocidade de um objeto faz com que a distância percorrida por ele (no mesmo
período de tempo) aumente também.

Observe que reduzir a velocidade de um objeto faz com que a distância percorrida por ele, em um
determinado período de tempo, também reduza. É por isso que velocidade e distância percorrida
são grandezas diretamente proporcionais.

2º Exemplo: a quantidade de funcionários em uma fábrica e o número de produtos fabricados. Aumen-


tando o número de funcionários (em condições ideais de produção), aumenta-se também o número de
itens produzidos.

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas são chamadas inversamente proporcionais quando o aumento na medida de uma das
grandezas causa uma redução na medida da outra, e vice-versa.

Exemplo: as grandezas velocidade e tempo são inversamente proporcionais. Aumentando a velocidade


de um objeto, ele gastará menos tempo para percorrer determinado percurso.

É importante lembrar que as variações sempre ocorrem na mesma proporção, ou seja, se dobrarmos
a velocidade do objeto, o tempo gasto por ele, em um mesmo percurso, cai pela metade.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Regra de Três

A regra e três é um meio de usar a propriedade fundamental das proporções para determinar uma das
quatro medidas de duas grandezas, quando se conhece as outras três. O modo de encontrar essa
medida não é o mesmo para grandezas diretamente proporcionais e inversamente proporcionais.

Quando duas grandezas são proporcionais, basta aplicar essa propriedade fundamental sobre uma
proporção para encontrar a medida que falta.

Exemplo: digamos que um automóvel esteja a 50 km/h e, em determinado período de tempo, percorra
250 km. Quantos quilômetros percorreria se sua velocidade fosse 75 km/h?

Montando a proporção e aplicando a propriedade fundamental das proporções, teremos:

250 = 50
x 75

50x = 75·250

50x = 18750

x = 18750
50

x = 375 km.

Quando as duas grandezas são inversamente proporcionais, deve-se montar a proporção e inver-
ter uma das razões antes de aplicar a propriedade fundamental das proporções.

Exemplo: um veículo, a 120 km/h, gasta 2 horas em determinado percurso. Qual seria sua velocidade
se o tempo gasto nesse percurso fosse de 6 horas?

Aumentando o tempo gasto na viagem, a velocidade do automóvel diminui, portanto, essas grande-
zas são inversamente proporcionais. Montando a proporção entre elas, teremos:

120 = 2
x 6

Antes de aplicar a propriedade fundamental das proporções, é necessário inverter uma das razões.
Observe que cada uma delas está relacionada a uma das grandezas. Caso a montagem da proporção
seja feita de forma diferente, a solução estará errada.

120 = 6
x 2

6x = 2·120

6x = 240

x = 240
6

x = 40 km/h

Uma grandeza é um ente que está relacionado às medidas dos objetos. Não aos objetos em si, mas
aos tipos de medidas que podem ser observadas neles. Em uma barra de metal, por exemplo, é pos-
sível perceber diversas grandezas: comprimento, massa (peso), volume etc. Assim, as grandezas não
são as medidas, os objetos que podem ser medidos ou os objetos usados para medir, mas aquilo que
dá nome à medida que está sendo observada.

Duas grandezas proporcionais podem apresentar essa proporcionalidade de forma direta ou inversa.
Antes de discutir esse tema, é importante lembrar o que são proporções.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Grandezas Diretamente Proporcionais

É pelo fato de duas grandezas serem proporcionais que, quando há variação dos valores de uma delas,
os valores da outra também variam na mesma proporção.

Então, dadas as grandezas A e B, dizemos que elas são diretamente proporcionais quando o aumento
na medida da grandeza A implica em um aumento na medida da grandeza B, na mesma proporção.
Também existe a possibilidade em que, considerando as grandezas A e B diretamente proporcionais,
diminuir a medida da grandeza A implica em diminuir a medida da grandeza B, na mesma proporção.

Exemplo: uma empresa produz 500 peças por dia com seus 14 funcionários. Se aumentarmos o nú-
mero de funcionários, o número de peças produzidas por dia deverá aumentar também, por conse-
quência e na mesma proporção. Suponha que a empresa contrate outras 14 pessoas, dobrando, assim,
o número de funcionários. O número de peças produzidas também dobrará e passará a ser 1000 por
dia.

Grandezas Inversamente Proporcionais

Dadas as grandezas A e B, dizemos que elas são inversamente proporcionais quando um aumento na
medida da grandeza A faz com que a medida da grandeza B diminua na mesma proporção, ou vice-
versa.

Exemplo: suponha que uma fábrica de sapatos produza uma determinada quantidade de pares, a cada
12 horas, com 24 funcionários. Se aumentarmos o número de funcionários, o número de horas gastas
para produzir essa mesma quantidade de pares diminuirá. Agora, considere que a fábrica tenha con-
tratado outros 24 funcionários. Como o número de funcionários dobrou, o tempo para a produção da
mesma quantidade de sapatos cairá pela metade, passando a ser igual a 6 horas.

Regra de Três

A regra de três é o método usado para descobrir uma das quatro medidas de uma proporção (entre
grandezas ou não) quando as outras três são conhecidas.

Digamos que uma empresa possua 14 funcionários e produza 500 peças de um produto em determi-
nado período de tempo. Se a diretoria dessa empresa contratar mais sete funcionários, quantas peças
passam a ser produzidas no mesmo período de tempo?

Observe que o número de funcionários e o número de peças produzidas são grandezas direta-
mente proporcionais. Para resolver esse tipo de problema, basta montar a proporção entre as medidas
apresentadas, representando aquela que queremos descobrir com alguma letra, e aplicar a proprie-
dade fundamental das proporções.

Para que nada dê errado, prefira colocar informações relativas a uma grandeza em uma única fração e
cuide para que a ordem das medidas não fique errada na proporção. Nesse exemplo, note que no
segundo momento a empresa terá 14 + 7 = 21 funcionários.

14 = 500
21 x

14x = 21·500

14x = 10500

x = 10500
14

x = 750 peças.

Se as grandezas forem inversamente proporcionais, deveremos inverter uma das frações da proporção
antes de aplicar a propriedade fundamental das proporções.

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Sistema Métrico Decimal

As medidas de comprimento, superfície, volume e capacidade do sistema métrico decimal:

1. Medidas de comprimento

No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir comprimentos é o metro, cuja abrevi-
ação é m. Existem os múltiplos e os submúltiplos do metro, veja na tabela:

Múltiplos Unidade Fun- Submúltiplos


damental

quilômetro hectômetro decâmetro metro Decímetro centímetro Milímetro

km hm dam m Dm cm mm

1 000 m 100 m 10 m 1m 0,1 m 0,01 m 0,001 m


Existem outras unidades de medida mas que não pertencem ao sistema métrico decimal. Vejamos as
relações entre algumas dessas unidades e as do sistema métrico decimal:

1 polegada = 25,4 milímetros


1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Obs: valores aproximados

1.1 – Transformação de unidades de comprimento

Observando o quadro das unidades de comprimento, podemos dizer que cada unidade de compri-
mento é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior, isto é, as sucessivas unidades variam
de 10 em 10. Concluí-se então que para transformar uma unidade para um submúltiplo, basta multi-
plicar por 10n onde n é o número de colunas à direita do número na tabela. Já para passar para um
múltiplo, basta dividir por 10n onde n é o número de colunas à esquerda do número na tabela.

Por exemplo: 7 m = 7 x 102 cm = 700 cm

500 m = 500 x 10-3 km = 0,5 km

2. Medidas de superfície

No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir superfícies é o metro quadrado, cuja
representação é m2 . O metro quadrado é a medida da superfície de um quadrado de um metro de
lado. Como na medida de comprimento, na área também temos os múltiplos e os submúltiplos:

Múltiplos Unidade.fundamental Submúltiplos

km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2

1 000 10 100 m2 1 m2 0,01 m2 0,0001 m2 0,000001 m2


000 m2 000 m2

2.1 – Transformação de unidades de superfície

Analogamente à transformação de unidades da medida de comprimento, faremos para a medida de


área, porém para cada devemos multiplicar ou dividir por 102 e não 10. Veja os exemplos:

5 m2 = 5 x 102 dm2 = 500 dm2

3 km2 = 3 x 106 m2 = 3 000 000 m2

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

20 000 m2 = 20 000 x 10-6 km2 = 0,02 km2

obs. Quando queremos medir grandes porções de terra (como sítios, fazendas etc.) usamos
uma unidade agrária chamada hectare (ha).

O hectare é a medida de superfície de um quadrado de 100 m de lado.

1 hectare (há) = 1 hm2 = 10 000 m2

Em alguns estados do Brasil, utiliza-se também uma unidade não legal chamada alqueire.

1 alqueire mineiro é equivalente a 48 400 m2.

1 alqueire paulista é equivalente a 24 200 m2.

3. Áreas das figuras geométricas planas

Constantemente no estudo de gráficos, precisamos determinar a área compreendida entre a curva e


o eixo-x. Daremos aqui as fórmulas, para o cálculo da área, das figuras mais utilizadas na Física.

4. Medidas de volume

No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir volume é o metro cúbico, cuja abrevi-
atura é m3 . O metro cúbico (m3) é o volume ocupado por um cubo de 1 m de aresta. Como nas me-
didas de comprimento e de área, no volume também temos os múltiplos e os submúltiplos:

Múltiplos Unidade.fundamental Submúltiplos

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

1 000 000 1000 1000 m3 1 m3 0,001 m3 0,000001 m3 0,000000001 m3


000 m3 000 m3

As mais utilizadas, além do metro cúbico, são o decímetro cúbico e o centímetro cúbico.

4.1 – Transformação de unidades de volume

Analogamente à transformação de unidades da medida de comprimento, faremos para a medida de


área, porém para cada devemos multiplicar ou dividir por 103 e não 10. Veja os exemplos:

8,2 m3 = 8,2 x 103 dm3 = 8 200 dm3

500 000 cm3 = 500 000 x 10-6 m3 = 0,5 m3

5. Medidas de capacidade

A unidade fundamental para medir capacidade de um sólido é o litro.

De acordo com o Comitê Internacional de Pesos e Medidas, o litro é, aproximadamente, o volume


equivalente a um decímetro cúbico, ou seja:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

1 litro = 1,000027 dm3

Porém, para todas as aplicações práticas, simples, podemos definir:

1 litro = 1 dm3

Veja os exemplos:

1) Na leitura do hidrômetro de uma casa, verificou-se que o consumo do último mês foi de 36 m3.
Quantos litros de água foram consumidos?

Solução: 36 m3 = 36 000 dm3 = 36 000 litros

2) Uma indústria farmacêutica fabrica 1 400 litros de uma vacina que devem ser colocados em ampo-
las de 35 cm3 cada uma. Quantas ampolas serão obtidas com essa quantidade de vacina?

Solução: 1 400 litros = 1 400 dm3 = 1 400 000 cm3 (1 400 000 cm3) : (35 cm3) = 40 000 ampolas.

5.1 – Outras unidades para medir a capacidade

São também utilizadas outras unidades para medir capacidade, que são múltiplos e submúltiplos do
litro:

Múltiplos Unidade.fundamental Submúltiplos

hectolitro decalitro litro decilitro centilitro mililitro

hl dal l dl cl ml

100 l 10 l 1l 0,1 l 0,01 l 0,001 l

Obs. 1) Não é usado nem consta da lei o quilolitro.

Obs. 2) Além do litro, a unidade mais usado é o mililitro (ml), principalmente para medir pequenos
volumes, como a quantidade de líquido de uma garrafa, de uma lata ou de uma ampola de injeção.

5.1.1 – Transformação de unidades de capacidade

Observando o quadro das unidades de capacidade, podemos verificar que cada unidade de capaci-
dade é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior, isto é, as sucessivas unidades variam
de 10 em 10.

Veja os exemplos:

1) Expressar 15 l em ml.

Solução: 15 l = (15 x 103) ml = 15 000 ml

2) Expressar 250 ml em cm3.

Solução: 250 ml = 0,25 l = 0,25 dm3 = 250 cm3

Unidades de Medida de Comprimento

De acordo com o SI (sistema internacional de medidas), o metro é considerado a unidade principal de


medida de comprimento, seguido de seus múltiplos e submúltiplos. Os múltiplos do metro são o qui-
lômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam) e os submúltiplos são decímetro (dm), centímetro
(cm) e milímetro (mm).

São estabelecidos alguns critérios de conversão, de acordo com a tabela a seguir:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

À medida que as unidades seguem a orientação da direita, os valores são multiplicados por 10. E à
medida que seguem a orientação da esquerda, os valores são divididos por 10. Essa tabela de con-
versão existe para que as valores estejam sempre na mesma unidade. Vamos realizar as seguintes
transformações:

10 km em metros → 10 * 10 * 10 * 10 = 10 000 metros

7 hm em dam → 7 * 10 = 70 decâmetros

5 m em cm → 5 * 10 * 10 = 500 centímetros

10 cm em m → 10 : 10 : 10 = 0,1 metros

1000 m em km → 1000 : 10 : 10 : 10 = 1 quilômetro

1 m em hm → 1 : 10 : 10 = 0,01 hectômetro

2 hm em mm → 2 * 10 * 10 * 10 * 10 * 10 = 200 000 milímetros

5 mm em m → 5 : 10 : 10 : 10 = 0,005 metros

4 km em mm → 4 * 10 * 10 * 10 * 10 * 10 * 10 = 4 000 000 milímetros

Exemplo

Algumas medidas foram fornecidas à empresa responsável pela construção de casas populares. As
informações trazem as dimensões das casas em várias unidades de comprimento diferenciadas. Fa-
ça a transformação das unidades de forma que as unidades fiquem padronizadas. Observe as di-
mensões das casas populares:

Casa 1
Comprimento: 120 dm
Largura: 700 cm

Casa 2
Comprimento: 0,8 dam
Largura: 90 dm

Casa 3
Comprimento: 10 000 mm
Largura: 0,009 km

Casa 4
Comprimento: 7 000 mm
Largura: 11 dm

Vamos realizar a conversão para a unidade padrão: o metro.

Casa 1
120 dm em m = 120 : 10 = 12 metros
700 cm em m = 700 : 10 : 10 = 7 metros

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Casa 2
0,8 dam em m = 0,8 * 10 = 8 metros
9 dm em m = 90 : 10 = 9 metros

Casa 3
10 000 mm em m = 10 000 : 10 : 10 : 10 = 10 metros
0,009 km em m = 0,009 : 10 : 10 : 10 = 9 metros

Casa 4
7 000 mm em m = 7 000 : 10 : 10 : 10 = 7 metros
110 dm em m = 110 : 10 = 11 metros

Conversão de Medidas de Superfície

As medidas de superfície estão diretamente ligadas ao nosso cotidiano, ao comprar um lote, pintar
uma parede, ladrilhar um piso ou azulejar uma parede, o primeiro fato que precisamos saber é a me-
dida da área das superfícies. Pelo SI (Sistema Internacional de Medidas), a unidade padrão usada
para expressar uma medida de área é o metro quadrado (m²). A área de uma superfície é calculada
através do produto entre o comprimento e a largura. Os múltiplos e submúltiplos do metro quadrado
(m²) são:

Múltiplos: quilômetro quadrado (km²), hectômetro quadrado (hm²), decâmetro quadrado (dam²).
Submúltiplos: decímetro quadrado (dm²), centímetro quadrado (cm²), milímetro quadrado (mm²).

As unidades de medidas de superfície podem aparecer em qualquer uma das unidades citadas, de
modo que podem ser transformadas de uma unidade para outra. Isso deverá ocorrer com base na
tabela de transformações demonstradas a seguir:

Transformando 2m² em cm² = 2 x 100 x 100 = 20 000 cm²


Transformando 1km² em m² = 1 x 100 x 100 x 100 = 1 000 000 m²
Transformando 3hm² em dm² = 3 x 100 x 100 x 100 = 3 000 000 dm²
Transformando 4km² em mm² = 4 x 100 x 100 x 100 x 100 x 100 x 100 = 4 000 000 000 000 mm²
Transformando 4m² em dam² = 4 : 100 = 0,04 dam²
Transformando 100cm² em m² = 100 : 100 : 100 = 0,01 m²
Transformando 35 000 000m² em km² = 35 000 000 : 100 : 100 : 100 = 35km²

Medidas Agrárias

As medidas agrárias estão relacionadas às áreas de terras e a unidade padrão é o hectare, que cor-
responde a 10 000 m². O alqueire também é muito utilizado, mas sua medida varia de acordo com
cada estado, observe:

Unidades de Medida

As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como com-
primento, capacidade, massa, tempo e volume.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no
sistema métrico decimal, o SI surgiu da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na
maior parte dos países.

Medidas de Comprimento

Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.

No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimen-
to da distância percorrida pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um
segundo.

Os múltiplos e submúltiplos do metro são: quilômetro (km), hectômetro (hm), decâmetro (dam), decí-
metro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).

Medidas de Capacidade

A unidade de medida de capacidade mais utilizada é o litro (l). São ainda usadas o galão, o barril, o
quarto, entre outras.

Os múltiplos e submúltiplos do litro são: quilolitro (kl), hectolitro (hl), decalitro (dal), decilitro (dl), centi-
litro (cl), mililitro (ml).

Medidas de Massa

No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o quilograma (kg). Um cilindro de platina


e irídio é usado como o padrão universal do quilograma.

As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigra-
ma (dg), centigrama (cg) e miligrama (mg).

São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada
equivalente a 1000 kg.

Medidas de Volume

No SI a unidade de volume é o metro cúbico (m3). Os múltiplos e submúltiplos do m3 são: quilômetro


cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), decâmetro cúbico (dam3), decímetro cúbico (dm3), centímetro
cúbico (cm3) e milímetro cúbico (mm3).

Podemos transformar uma medida de capacidade em volume, pois os líquidos assumem a forma do
recipiente que os contém. Para isso usamos a seguinte relação:

1 l = 1 dm3

Tabela de conversão de Medidas

O mesmo método pode ser utilizado para calcular várias grandezas.

Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas bases das
grandezas que queremos converter, por exemplo:

Capacidade: litro (l)

Comprimento: metro (m)

Massa: grama (g)

Volume: metro cúbico (m3)

Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi
e mili correspondem respectivamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente
a dez, cem e mil vezes a unidade fundamental.

Medida
Múltiplos Submúltiplos
Base

quilo (k) hecto (h) deca (da) deci (d) centi (c) mili (m)

decalitro mililitro
quilolitro (kl) hectolitro (hl) litro (l) decilitro (dl) centilitro (cl)
(dal) (ml)

quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro


(km) (hm) (dam) (m) (dm) (cm) (ml)

quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama


(kg) (hg) (dag) (g) (dg) (cg) (mg)

quilômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro


hectômetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
cúbico (hm3)
(km3) (dam3) (m3) (dm3) (cm3) (mm3)
Exemplos

1) Quantos mililitros correspondem 35 litros?

Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade.
Lembrando que a medida pode ser escrita como 35,0 litros . A virgula e o algarismo que está antes
dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso é o litro.

kl hl dal l dl cl ml

3 5, 0
Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará
sempre atrás do algarismos que estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.

kl hl dal l dl cl ml

3 5 0 0 0,
Assim 35 litros correspondem a 35000 ml.

2) Transforme 700 gramas em quilogramas.

Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada,
neste caso g e os demais algarismos nas casas anteriores

kg hg dag g dg cg mg

7 0 0, 0
Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilogra-
ma. A vírgula passa então para atrás do algarismo que está na casa do quilograma.

kg hg dag g dg cg mg

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

0, 7 0 0
Então 700 g corresponde a 0,7 kg.

3) Quantos metros cúbicos possui um paralelepípedo de 4500 centímetros cúbicos ?

Nas transformações de volume (m3), iremos proceder da mesma maneira dos exemplos anteriores.
Contudo, devemos colocar 3 algarismos em cada casa.

Escrevemos a medida como 4500,0 cm3.

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

4 500, 0
Agora completamos com 3 algarismos cada casa até chegar a unidade pedida.

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

000, 004 500


Encontramos que 4500 cm3 correspondem a 0,0045 m3.

E o Tempo?

A unidade de medida base do tempo no SI é o segundo (s). Atualmente o segundo é definido como o
tempo de duração de 9.192.631.770 vibrações da radiação emitida pela transição eletrônica entre os
níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.

Os múltiplos do segundo são o minuto, a hora e o dia. Essas medidas não são decimais, por isso
usa-se as seguintes relações:

1 minuto (min) = 60 segundos (s)


1 hora = 3 600 segundos (s)
60 minutos (min) = 1 hora (h)
24 horas (h) = 1 dia (d)

Os submúltiplos do segundo são:

Décimo de segundo = 0,1 s ou 1/10 s


Centésimo de segundo = 0,01 s ou 1/100 s
Milésimo de segundo = 0,001 s ou 1/1000 s

Unidades de Medidas de Tempo

Dia, hora, minutos e segundos

Um dia é um intervalo de tempo relativamente longo, neste período você pode dormir, se alimentar,
estudar, se divertir e muitas outras coisas.

Muitas pessoas se divertem assistindo um bom filme, porém se os filmes tivessem a duração de um
dia, eles não seriam uma diversão, mas sim uma tortura.

Se dividirmos em 24 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um dia, cada uma destas frações de
tempo corresponderá a exatamente uma hora, portanto concluímos que um dia equivale a 24 horas e
que 1/24 do dia equivale a uma hora.

Uma ou duas horas é um bom tempo para se assistir um filme, mas para se tomar um banho é um
tempo demasiadamente grande.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo correspondente a uma hora, cada uma destas
60 partes terá a duração exata de um minuto, o que nos leva a concluir que uma hora equivale a 60
minutos, assim como 1/60 da hora equivale a um minuto.

Dez ou quinze minutos é um tempo mais do que suficiente para tomarmos um bom banho, mas para
atravessarmos a rua este tempo é um verdadeiro convite a um atropelamento.

Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um minuto, cada uma destas partes
terá a duração exata de um segundo, com isto concluímos que um minuto equivale a 60 segundos e
que 1/60 do minuto equivale a um segundo.

Das explicações acima podemos chegar ao seguinte resumo:

Conversões entre Unidades de Medidas de Tempo

O texto acima foi escrito por pura formalidade, pois todo mundo está cansado de saber que um dia
possui 24 horas e que um minuto possui 60 segundos, mas muitos se confundem quando querem
passar de uma unidade para outra, não sabem se dividem ou se multiplicam. Vamos raciocinar um
pouco em cima disto.

Como nós sabemos um dia é maior que uma hora, que é maior que um minuto, que é maior que um
segundo. Para realizarmos a conversão de uma unidade de tempo maior para uma unidade de tempo
menor, devemos realizar uma multiplicação.

Obviamente para transformarmos de uma unidade menor para uma unidade maior, devemos realizar
a operação inversa, ou seja, devemos realizar uma divisão.

Se você preferir apenas multiplicar, também pode seguir as instruções da tabela abaixo:

Tabela para Conversão entre Unidades de Medidas de Tempo

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medidas de Tempo

Converta 25 minutos em segundos

A unidade de tempo minuto é maior que a unidade segundo, já que 1 minuto contém 60 segundos,
portanto, de acordo com o explicado acima, devemos realizar uma multiplicação, mas devemos multi-
plicar por quanto?

Ora, devemos multiplicar por 60, pois cada minuto equivale a 60 segundos:

Visto que:

Então:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Sistema monetário brasileiro: problemas

O sistema monetário brasileiro é composto por regras e bancos comerciais e estatais responsáveis
pela circulação da moeda. Os sistemas monetários costumam ser de responsabilidade de cada país e
administrados como parte da política econômica nacional. No Brasil, a moeda vigente é o Real e o
banco responsável pela administração e produção de cédulas e notas é o Banco Central. Na Europa,
por exemplo, é diferente: existe um sistema transnacional que atende pelo nome de zona do euro,
pois vários países da mesma região compartilham da mesma moeda.

O sistema monetário brasileiro, tal como os demais em todo o mundo, é organizado em torno de dois
componentes: moeda de conta e moeda de pagamento ou real/ideal. O sistema de moeda de conta
não existe materialmente, isto é, serve apenas como unidade de cálculo, por meio do qual é anuncia-
do o valor dos produtos ou serviços. Quando se diz que um sorvete custa R$ 2 estamos fazendo uso
da moeda enquanto conta. Já a moeda de pagamento ou real/ideal é a que serve como intermediária
nas operações, de fato, e é composta por espécies metálicas e notas. Ou seja, no exemplo acima,
uma nota de R$ 2, ou duas moedas de R$ 1, oito de R$ ,025 e assim por diante.

Parte desse sistema bancário, os bancos comerciais e estatais têm a capacidade de criar a chamada
moeda escritural (saldo em conta corrente com depósitos à vista), o que permite a realização de tran-
sações sem necessidade da utilização de moeda em espécie. A moeda escritural só existe mediante
a autorização do Banco Central.

Para o funcionamento da economia, os bancos têm um papel dos mais importantes. O Banco Central
é responsável por emitir o papel-moeda e controlar a liquidez, ou seja, controlar a velocidade e facili-
dade com as quais um ativo (bens, valores, etc.) pode ser convertido em caixa. Já os banqueiros
“salvam” instituições bancárias em última instância, quando estão a correr perigo e quebrar. Foi o que
aconteceu em algumas delas durante a crise econômica de 2008.

Para se ter uma ideia sobre a importância de um sistema monetário, a Grécia, por exemplo, que pas-
sa por uma grave crise financeira, manteve seus bancos fechados por vários dias. O motivo era um
só: se todos os correntistas decidissem sacar seus recursos de uma vez, as instituições não teriam
dinheiro suficiente para pagá-los. O Banco Central grego não possui dinheiro para salvar todos os
bancos comerciais de lá. Ou seja, a tal da liquidez.

Perímetros de Figuras Planas

Os perímetros de figuras planas indicam o valor da medida do contorno da figura. Ou seja, o conceito
de perímetro corresponde à soma de todos os lados de uma figura geométrica plana.

Principais Figuras Planas

Triângulo: figura plana formada por três lados e ângulos internos. De acordo com a medida dos lados
eles podem ser:

Triângulo Equilátero: lados e ângulos internos iguais (60°);

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Triângulo Isósceles: dois lados e dois ângulos internos congruentes;

Triângulo Escaleno: todos os lados e ângulos internos são diferentes.

E, de acordo com a medida dos ângulos, eles são classificados em:

Triângulo Retângulo: um ângulo interno de 90°;

Triângulo Obtusângulo: dois ângulos agudos internos (menor que 90°), e um ângulo obtuso interno
(maior que 90°);

Triângulo Acutângulo: três ângulos internos menores que 90°.

Quadrado: figura plana formada por quatro lados congruentes (mesma medida). Possui quatro ângu-
los internos de 90° (ângulos retos).

Retângulo: figura plana formada por quatro lados, donde dois deles são menores. Também possui
quatro ângulos internos de 90°.

Círculo: figura plana que também é chamada de disco. É formado pelo raio (distância entre o centro e
a extremidade da figura) e o diâmetro (segmento de reta que passa pelo centro e vai de um lado ao
outro da figura.

Trapézio: figura plana formada por quatro lados. Apresenta dois lados e bases paralelas, sendo uma
menor e outra maior. De acordo com a medida dos lados e ângulos eles são classificados em:

Trapézio Retângulo: possui dois ângulos de 90º;

Trapézio Isósceles ou Simétrico: os lados não paralelos possuem a mesma medida;

Trapézio Escaleno: todos os lados possuem medidas diferentes.

Losango: figura plana formada por quatro lados iguais. Possui lados e ângulos opostos congruentes e
paralelos.

Perímetro e Área de Figuras Planas

É comum haver confusão entre o conceito de área e perímetro. No entanto, a área é a medida da
superfície de uma figura plana. Já o perímetro é soma das medidas dos lados da figura.

Fórmulas dos Perímetros

Para calcular cada uma das figuras planas apresentadas acima, utilizam-se as seguintes fórmulas:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
MEDIA ARITMÉTICA

Média Aritmética

Média

Você escuta a todo momento nos noticiários a palavra média.

Exemplo:
A média de idade da seleção brasileira é 23 anos.
A média de preço da gasolina é 1,33 reais.

Média Aritmética

Média aritmética de dois ou mais termos é o quociente do resultado da divisão da soma dos números
dados pela quantidade de números somados.

Exemplos:

1. Calcule a média aritmética entre os número 12, 4, 5, 7.

observe o que foi feito, somamos os quatro número e dividimos pela quantidade de números.

2. O time de futebol do Cruzeiro de Minas Gerai, fez 6 partidas amistosas, obtendo os seguintes
resultados, 4 x 2, 4 x 3, 2 x 5, 6 x 0, 5 x 3, 2 x 0. Qual a média de gols marcados nestes amistoso?

Média Aritmética Ponderada

Exemplo:
1. Um colégio resolveu inovar a forma de calcular a média final de seu alunos.

1 bimestre teve peso 2.


2 bimestre teve peso 2.
3° bimestre teve peso 3.
4° bimestre teve peso 3.

Vamos calcular a média anual de Ricardo que obteve as seguintes notas em historia. 1° bim = 3, 2°
bim = 2,5, 3° bim = 3,5 e 4° bim = 3

Este tipo de média é muito usada nos vestibulares, você já deve ter ouvido algum colega falar assim,
a prova de matemática para quem faz engenharia é peso 3 e historia é peso 1, isto é devido a
engenharia ser um curso ligado a ciências exatas. Este peso varia de acordo com a área de atuação
do curso.

Progressão Aritmética

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
MEDIA ARITMÉTICA

Progressão aritmética

Chamamos de progressão aritmética, ou simplesmente de PA, a toda seqüência em que cada


número, somado a um número fixo, resulta no próximo número da seqüência. O número fixo é
chamado de razão da progressão e os números da seqüência são chamados de termos da
progressão.

Observe os exemplos:

50, 60, 70, 80 é uma PA de 4 termos, com razão 10.

3, 5, 7, 9, 11, 13 é uma PA de 6 termos, com razão 2.

-8, -5, -2, 1, 4 é uma PA de 5 termos, com razão 3.

156, 152, 148 é uma PA de 3 termos, com razão -4.

100, 80, 60, 40 é uma PA de 4 termos, com razão -20.

6, 6, 6, 6,..... é uma PA de infinitos termos, com razão 0.

Numa PA de 7 termos, o primeiro deles é 6, o segundo é 10. Escreva todos os termos dessa PA.

6, 10, 14, 18, 22, 26, 30

Numa PA de 5 termos, o último deles é 201 e o penúltimo é 187. Escreva todos os termos dessa PA.

145, 159, 173, 187, 201

Numa PA de 8 termos, o 3º termo é 26 e a razão é -3. Escreva todos os termos dessa PA.

32, 29, 26, 23, 20, 17, 14, 11

Numa PA, o 1º termo é 45 e o 2º termo é 80. Qual a razão dessa PA.

Numa PA, o 5º termo é -7 e o 6º termo é 15. Qual a razão dessa PA.

Símbolos Usados Nas Progressões

Em qualquer seqüência, costumamos indicar o primeiro termo por a1, o segundo termo por a2, o
terceiro termo por a3, e assim por diante. Generalizando, o termo da seqüência que está na posição n
é indicado por an.

Veja alguns exemplos

Na PA 2, 12, 22, 32 temos: a1 = 2, a2 = 12, a3 = 22 e a4 = 32

Quando escrevemos que, numa seqüência, tem-se a5 = 7, por exemplo, observe que o índice 5 indica
a posição que o termo ocupa na seqüência. No caso, trata-se do 5º termo da seqüência. Já o símbolo
a5 indica o valor do termo que está na 5º posição. No caso o valor do quinto termo é 7.

A razão de uma PA é indicada por r, pois ela representa a diferença entre qualquer termo da PA e o
termo anterior.

Observe os exemplos:

Na PA 1856, 1863, 1870, 1877, 1884 a razão é r = 7, pois:

a2 – a1 = 1863 - 1856 = 7

a3 – a2 = 1870 – 1863 = 7

a4 – a3 = 1877 – 1870 = 7

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
MEDIA ARITMÉTICA

a5 – a4 = 1884 – 1877 = 7

Na PA 20, 15, 10, 5 a razão é r = -5, pois:

a2 – a1 = 15 – 20 = -5

a3 – a2 = 10 – 15 = -5

a4 – a3 = 5 – 10 = -5

Classificação Das Progressões Aritméticas

Uma PA é crescente quando cada termo, a partir do segundo, é maior que o termo que o antecede.
Para que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja positiva.

Exemplo:

(7, 11, 15, 19,...) é uma PA crescente. Note que sua razão é positiva, r = 4

Uma PA é decrescente quando cada termo, a partir do segundo, é menor que o termo que o
antecede. Para que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja negativa.

Exemplo:

(50, 40, 30, 20,...) é uma PA decrescente. Note que sua razão é negativa, r = -10

Uma PA é constante quando todos os seus termos são iguais. Para que isso aconteça é necessário e
suficiente que sua razão seja igual a zero.

Exemplo:

Determine x para que a seqüência (3+ x, 5x, 2x + 11) seja PA.

5x – ( 3 + x ) = 2x + 11 – 5x

5x – 3 – x = 2x +11 – 5x

5x – x – 2x + 5x = 11 + 3

7x = 14

x = 14/7 = 2

Fórmula do termo geral da PA

an = a1 + (n – 1).r

Determinar o 61º termo da PA (9, 13, 17, 21,...)

r = 4 a1 = 9 n = 61 a61 = ?

a61 = 9 + (61 – 1).4

a61 = 9 + 60.4 = 9 + 240 = 249

Determinar a razão da PA (a1, a2, a3,...) em que a1 = 2 e a8 = 3

an = a1 + ( n – 1 ).r

a8 = a1 + (8 – 1 ).r

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
MEDIA ARITMÉTICA

a8 = a1 + 7r

3 = 2 + 7r

7r = 3 – 2

7r = 1

r = 1/7

Determinar o número de termos da PA (4,7,10,...,136)

a1 = 4 an = 136 r = 7 – 4 = 3

an = a1 + (n – 1).r

136 = 4 + (n – 1).3

136 = 4 + 3n – 3

3n = 136 – 4 + 3

3n = 135

n = 135/3 = 45 termos

Determinar a razão da PA tal que:

a1 + a4 = 12 e a3 + a5 = 18

a4 = a1 + (4 – 1).r a3 = a1 + (3 – 1).r a5 = a1 + 4r

a4 = a1 + 3r a3 = a1 + 2r

a1 + a1 + 3r = 12

a1 + 2r + a1 + 4r = 18

2a1 + 3r = 12

2a1 + 6r = 18

3r = 6

r = 6/3 = 2

Interpolar (inserir) cinco meios aritméticos entre 1 e 25, nessa ordem .

Interpolar (ou inserir) cinco meios aritméticos entre 1 e 25, nessa ordem, significa determinar a PA de
primeiro termo igual a 1 e último termo igual a 25.

(1,_,_,_,_,_,25)

a7 = a1 + 6r

25 = 1 + 6r

6r = 24

r = 24/6

r=4

(1, 5, 9, 13, 17, 21, 25)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
MEDIA ARITMÉTICA

Representação genérica de uma PA

PA de três termos:

(x, x + r, x + 2r)

ou

(x – r, x , x + r), em que a razão é r

PA de quatro termos:

(x, x + r, x + 2r, x + 3r)

ou

(x – 3r, x – r, x + r, x + 3r), em que a razão é 2r

Cálculo da soma dos n primeiros termos de uma PA

Em uma pequena escola do principado de Braunschweig, Alemanha, em 1785, o professor Buttner


propôs a seus alunos que somassem os números naturais de 1 a 100. Apenas três minutos depois,
um gurizote de oito anos de idade aproximou-se da mesa do senhor Buttner e, mostrando-lhe sua
prancheta, proclamou: “ taí “. O professor, assombrado, constatou que o resultado estava correto.
Aquele gurizote viria a ser um dos maiores matemáticos de todos os tempos: Karl Friedrich Gauss
(1777-1855). O cálculo efetuado por ele foi simples e elegante: o menino percebeu que a soma do
primeiro número, 1, com o último, 100, é igual a 101; a soma do segundo número, 2 , com o
penúltimo, 99 , é igual a 101; também a soma do terceiro número, 3 , com o antepenúltimo, 98 , é
igual a 101; e assim por diante, a soma de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual a soma
dos extremos.

1 2 3 4..................................97 98 99 100

4 + 97 = 101

3 + 98 = 101

2 + 99 = 101

1 + 100 = 101

Como são possíveis cinqüenta somas iguais a 101, Gauss concluiu que:

1 + 2 + 3 + 4 + .......................... + 97 + 98 + 99 + 100 = 50.101 = 5050

Esse raciocínio pode ser estendido para o cálculo da soma dos n primeiros termos de uma
progressão aritmética qualquer:

Calcular a soma dos trinta primeiros termos da PA (4, 9, 14, 19,...).

a30 = a1 + (30 – 1).r

a30 = a1 + 29r

a30 = 4 + 29.5 = 149

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
MEDIA ARITMÉTICA

Calcular a soma dos n primeiros termos da PA (2, 10, 18, 26,...).

an = 2 + (n – 1).8

an = 2 + 8n – 8

an = 8n – 6

Determine a soma dos termos da PA (6, 10, 14,..., 134).

Calcule a soma dos múltiplos de 7 compreendidos entre 100 e 300.

Múltiplos de 7 (0, 7, 14, 21, 28,...).

O primeiro múltiplo de 7 compreendido entre 100 e 300 é o 105.

O último múltiplo de 7 compreendido entre 100 e 300 é o 294.

294 = 105 + (n – 1).7

294 = 105 + 7n – 7

7n = 294 – 105 + 7

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
MEDIA ARITMÉTICA

7n = 196

n = 196/7 = 28

Progressão Geométrica

Denominamos de progressão geométrica, ou simplesmente PG, a toda seqüência de números não


nulos em que cada um deles, multiplicado por um número fixo, resulta no próximo número da
seqüência. Esse número fixo é chamado de razão da progressão e os números da seqüência
recebem o nome de termos da progressão.

Observe estes exemplos:

8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024 é uma PG de 8 termos, com razão 2.

5, 15, 45,135 é uma PG de 4 termos, com razão 3.

3000, 300, 30, 3 é uma PG de 4 termos, com razão 1/10

Numa PG de 5 termos o 1º termo é 2 e o 2º termo é 12. Escreva os termos dessa PG.

2, 12, 72, 432, 2592

Numa PG de 4 termos, o último termo é 500 e o penúltimo é 100. Escreva os termos dessa PG.

4,20,100,500

Numa PG de 6 termos, o 1º termo é 3 e a razão é 10. Qual o 6º termo dessa PG.

3,30,300,3000,30000,300000

a6 = 300000

Numa PG de 5 termos, o 3º termo é -810 e a razão é -3. Escreva os termos dessa PG.

-90,270,-810,2430,-7290

Numa PG, o 9º termo é 180 e o 10º termo é 30. Qual a razão dessa PG.

q = 30/180 = 3/18 = 1/6

A razão é 1/6

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
MEDIA ARITMÉTICA

Fórmula do termo geral de uma progressão geométrica.

Determinar o 15º termo da progressão geométrica (256, 128, 64,...).

Determinar a razão da PG tal que:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
MEDIA ARITMÉTICA

Determinar o número de termos da PG (128, 64, 32,......, 1/256).

Determinar a razão da PG tal que:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
MEDIA ARITMÉTICA

Representação genérica de uma PG:

a) PG de três termos, (x, xq, xq²) em que a razão é q;

(x/q, x, xq), com razão q, se q ≠ 0.

b) PG de quatro termos, (x, xq, xq², xq³), com razão q;

(x/q³, x/q, xq, xq³), com razão q², se q ≠ 0.

Determinar a PG de três termos, sabendo que o produto desses termos é 8 e que a soma do segundo
com o terceiro termo é 10.

Soma dos n primeiros termos de uma PG:

Sendo Sn a soma dos n primeiros termos da PG (a1,a2, a3,...an,...) de razão q, temos:

Se q = 1, então Sn = n.a1

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
MEDIA ARITMÉTICA

Calcular a soma dos dez primeiros termos da PG (3, 6, 12,....).

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
ESTATÍSTICA

Estatística

Estatística é a ciência que utiliza-se das teorias probabilísticas para explicar a frequência da ocorrên-
cia de eventos, tanto em estudos observacionais quanto em experimentos para modelar a aleatorie-
dade e a incerteza de forma a estimar ou possibilitar a previsão de fenômenos futuros, conforme o
caso.

A estatística é uma ciência que se dedica à coleta, análise e interpretação de dados. Preocupa-se
com os métodos de recolha, organização, resumo, apresentação e interpretação dos dados, assim
como tirar conclusões sobre as características das fontes donde estes foram retirados, para melhor
compreender as situações.

Algumas práticas estatísticas incluem, por exemplo, o planejamento, a sumarização e a interpretação


de observações. Dado que o objetivo da estatística é a produção da melhor informação possível a
partir dos dados disponíveis, alguns autores sugerem que a estatística é um ramo da teoria da deci-
são.

Devido às suas raízes empíricas e seu foco em aplicações, a estatística geralmente é considerada
uma disciplina distinta da matemática, e não um ramo dela.

Etimologia

O termo "estatística" surge da expressão em latim statisticum collegium palestra sobre os assuntos
do Estado, de onde surgiu a palavra em língua italiana statista, que significa "homem de estado",
ou político, e a palavra alemã Statistik, designando a análise de dados sobre o Estado. A palavra foi
proposta pela primeira vez no século XVII, em latim, por Schmeitzel na Universidade de Jena e ado-
tada pelo acadêmico alemão Godofredo Achenwall. Aparece como vocabulário na Enciclopédia Britâ-
nica em 1797, e adquiriu um significado de coleta e classificação de dados, no início do século XIX.

De acordo com a Revista do Instituto Internacional de Estatística, Cinco homens, Hermann Conring,
Gottfried Achenwall, Johann Peter Süssmilch, John Graunt e William Petty já receberam a honra de
serem chamados de fundadores da estatística por diferentes autores.[4]

Alguns autores dizem que é comum encontrar como marco inicial da estatística a publicação
do "Observations on the Bills of Mortality" (Observações sobre os Censos de Mortalidade, 1662) de
John Graunt. As primeiras aplicações do pensamento estatístico estavam voltadas para as necessi-
dades de Estado, na formulação de políticas públicas, fornecendo dados demográficos e econômicos.
A abrangência da estatística aumentou no começo do século XIX para incluir a acumulação e análise
de dados de maneira geral. Hoje, a estatística é largamente aplicada nas ciências naturais, e sociais,
inclusive na administração pública e privada.

Seus fundamentos matemáticos foram postos no século XVII com o desenvolvimento da teoria das
probabilidades por Pascal e Fermat, que surgiu com o estudo dos jogos de azar. O método dos míni-
mos quadrados foi descrito pela primeira vez por Carl Friedrich Gauss, aproximadamente no ano de
1794. O uso de computadores modernos tem permitido a computação de dados estatísticos em larga
escala e também tornaram possível novos métodos antes impraticáveis.

Fundamentos

Ligações para estatística observacional fenômeno são coletados pelos fenômenos estatísticos.

• Estatística inferencial é o conjunto de técnicas utilizadas para identificar relações entre variáveis que
representem ou não relações de causa e efeito;

• Estatística robusta é o conjunto de técnicas utilizadas para atenuar o efeito de outliers e preservar a
forma de uma distribuição tão aderente quanto possível aos dados empíricos.

A estatística não é uma ferramenta matemática que nos informa sobre o quanto de erro nossas ob-
servações apresentam sobre a realidade pesquisada. A estatística baseia-se na medição do erro que
existe entre a estimativa de quanto uma amostra representa adequadamente a população da qual foi
extraída. Assim o conhecimento de teoria de conjuntos, análise combinatória e cálculo são indispen-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
ESTATÍSTICA

sáveis para compreender como o erro se comporta e a magnitude do mesmo. É o erro (erro amostral)
que define a qualidade da observação e do delineamento experimental.

A faceta dessa ferramenta mais palpável é a estatística descritiva. A descrição dos dados coletados é
comumente apresentado em gráficos ou relatórios e serve tanto a prospecção de uma ou mais variá-
veis para posterior aplicação ou não de testes estatísticos bem como a apresentação de resultados
de delineamentos experimentais.

Nós descrevemos o nosso conhecimento de forma matemática e tentamos aprender mais sobre aqui-
lo que podemos observar. Isto requer:

• O planejamento das observações por forma a controlar a sua variabilidade (concepção do experi-
mento);

• Sumarização da coleção de observações;

• Inferência estatística - obter um consenso sobre o que as observações nos dizem sobre o mundo
que observamos.

Em algumas formas de estatística descritiva, nomeadamente mineração de dados (data mining), os


segundo e terceiro passos tornam-se normalmente mais importantes que o primeiro.

A probabilidade de um evento é definida como um número entre zero e um.

Normalmente aproximamos a probabilidade de alguma coisa para cima ou para baixo porque elas são
tão prováveis ou improváveis de ocorrer, que é fácil de reconhecê-las como probabilidade de um ou
zero. Entretanto, isso pode levar a desentendimentos e comportamentos perigosos, porque é difícil
distinguir entre, uma probabilidade de 10−4 e uma de 10−9, a despeito da grande diferença numérica
entre elas. Por exemplo, se você espera atravessar uma estrada 105 ou 106 vezes na sua vida, definir
o risco de atravessá-la em 10−9 significa que você está bem seguro pelo resto da sua vida. Entretanto,
um risco de 10−4 significa que é bem provável que você tenha um acidente, mesmo que intuitivamente
um risco de 0,01% pareça muito baixo.

Estatística Computacional

O crescimento rápido e sustentados no poder de processamento dos computadores a partir da se-


gunda metade do século XX teve um forte impacto na prática da estatística. Os modelos estatísticos
mais antigos eram quase sempre lineares, mas os computadores modernos, junto
com algoritmos numéricos apropriados, causaram um aumento do interesse nos modelos não-
lineares (especialmente redes neurais e árvores de decisão) assim como na criação de novos tipos,
como o modelo linear generalizado e o modelo multi-nível.

O aumento na capacidade de computação também tem levado à popularização de métodos que de-
mandam muitos cálculos baseados em reamostragem (em inglês e no jargão do meio resampling),
como testes de permutação e bootstrap, enquanto técnicas como a amostragem de Gibbs tem feito
com que os métodos de Bayes fiquem mais fáceis. A revolução informática também tem levado a um
aumento na ênfase na estatística "experimental" e "empírica". Um grande número de softwares esta-
tísticos, de uso tanto geral como específico estão disponíveis no mercado.

A Estatística é o ramo da Matemática responsável por métodos e técnicas de pesquisa envolvendo


experimentos, coleta de dados, processamento, representações gráficas, análise e divulgação das
informações.

O crescente aperfeiçoamento e desenvolvimento da estatística no decorrer da história sempre visa-


ram à melhora nos processos de obtenção e recolhimento de informações, permitindo o estudo ade-
quado de diversos fenômenos, fatos, eventos e ocorrências nas diversas áreas do conhecimento
humano. Portanto, a estatística tem como objetivo principal fornecer ferramentas que ao serem utili-
zadas permite lidarmos com situações sujeitas a incertezas.

Os povos da Antiguidade utilizavam das técnicas estatísticas a fim de obter informações sobre o nú-
mero de habitantes, riquezas, casos de doenças, entre outras situações que levassem ao enfraque-
cimento do poderio militar dos povos. Os governantes passaram a realizar pesquisas estatísticas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ESTATÍSTICA

referentes às variáveis econômicas: comércio, alimentos, produção de bens, exportações de produtos


entre outras.

No Brasil, órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e instituições como a
FGV (Fundação Getúlio Vargas) têm por objetivo a coleta, análise e divulgação de informações rela-
cionadas ao meio político, econômico, social, segurança, educacional, saúde e diversos ramos da
sociedade.
Os levantamentos estatísticos são divulgados em jornais, Internet, noticiários de televisão e revistas,
comumente possuem relação direta com a vida das pessoas, pois envolvem temas relacionados a
hábitos da população em geral.

O estatístico é um especialista no ramo da matemática voltado para a coleta, a análise e a interpreta-


ção de dados numéricos no estudo de fenômenos naturais, econômicos e sociais.

Ele planeja e coordena o levantamento de informações por meio de questionários, entrevistas, medi-
ções e análise desses dados. Organiza, analisa e interpreta os resultados para explicar fenômenos
sociais, econômicos ou naturais, e ajudar na tomada de decisões em empresas públicas e privadas.
Monta banco de dados para os mais diversos usos.

Na indústria, acompanha testes de qualidade e ajuda a fazer a previsão de vendas com base em
modelos matemáticos.

Em teoria das probabilidades e estatística, a função densidade de probabilidade (FDP), ou densidade


de uma variável aleatória contínua, é uma função que descreve a probabilidade relativa de uma vari-
ável aleatória tomar um valor dado. A probabilidade da variável aleatória cair em uma faixa particular
é dada pela integral da densidade dessa variável sobre tal faixa - isto é, é dada pela área abaixo da
função densidade mas acima do eixo horizontal e entre o menor e o maior valor dessa faixa. A função
densidade de probabilidade é não negativa sempre, e sua integral sobre todo o espaço é igual a um.
A função densidade pode ser obtida a partir da função distribuição acumulada a partir da operação
de derivação (quando esta é derivável).

Se uma variável aleatória tem densidade dada por f(x), então o intervalo infinitesimal [x, x+dx]
tem probabilidade f(x) dx. Formalmente, a função densidade de probabilidade (ou fdp), denotada
por fx(x), de uma variável aleatóriacontínua X é a função que satisfaz

Os termos função distribuição de probabilidade e função de probabilidade por vezes foram sido utili-
zados para denotar a função de densidade de probabilidade. No entanto, esse uso não é padrão en-
tre estatísticos. Em outras fontes, função de distribuição de probabilidade pode ser utilizado quando
a distribuição de probabilidade é definida como uma função sobre conjuntos de valores, ou pode refe-
rir-se a função distribuição acumulada, ou ainda pode ser uma função massa de probabilidade (FMP),
em vez de densidade. Existem outras confusões da terminologia porque função densidade também
tem sido usado para o que é aqui chamado de função massa de probabilidade (FMP). Em geral, po-
rém, a FMP é usada no contexto de variáveis aleatórias discretas (variáveis aleatórias que tenham
valores de um conjunto discreto), enquanto FDP é usado no contexto de variáveis aleatórias contí-
nuas.

Exemplo

Suponhamos que uma espécie de bactérias normalmente vive por 4 a 6 horas. Qual é a probabilidade
de que uma bactéria viva exatamente 5 horas? A resposta é de 0%. Muitas bactérias vivem
por aproximadamente 5 horas, mas não há nenhuma chance de que qualquer bactéria morra
em exatamente 5.000000000 horas.

Em vez disso, poderíamos perguntar: qual é a probabilidade de que a bactéria morra entre 5 horas e
5,01 horas? Vamos dizer que a resposta é de 0,02 (ou seja, 2%). A seguir: qual é a probabilidade de
que a bactéria morra entre 5 horas e 5.001 horas? A resposta é provavelmente em torno de 0,002,
uma vez que este é um décimo do intervalo anterior. A probabilidade de que a bactéria morre entre 5
horas e 5.0001 horas é provavelmente cerca de 0,0002, e assim por diante.

Nestes três exemplos, a relação (probabilidade de morrer durante um intervalo)/(período de duração


do intervalo) é aproximadamente constante, e igual a 2 por hora (ou 2 horas-1). Por exemplo, há uma
probabilidade de 0,02 de morte no intervalo de 0,01 horas entre 5 e 5,01 horas, e (0,02 de probabili-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
ESTATÍSTICA

dade / 0,01 horas) = 2 horas-1. Esta quantidade de 2 horas-1 é chamada de densidade de probabilida-
de para a morte em cerca de 5 horas.

Portanto, em resposta à pergunta qual é a probabilidade de que a bactéria morra em 5 horas?, a res-
posta literalmente correta, mas inútil, é 0, mas uma melhor resposta pode ser escrita como (2 horas-
1
) dt. Esta é a probabilidade de que a bactéria morra dentro de um pequeno (infinitesimal) a janela de
tempo de cerca de 5 horas, onde dt é a duração da janela.

Por exemplo, a probabilidade de que ela viva por mais do que 5 horas, mas menos do que (5 horas +
1 nanossegundo), é (2 horas-1) x (1 nanosegundo) ≃ 6 × 10-13 (usando a conversão de unidade 3,6 ×
1012 nanossegundos = 1 hora).

Existe uma função de densidade de probabilidade com f sendo f (5 horas) = 2 horas-1.


A integral de f sobre qualquer janela de tempo (não apenas janelas infinitesimais, mas também gran-
des janelas) é a probabilidade de que a bactéria morra nessa janela.

Diferença entre "função de probabilidade" e "função densidade de probabilidade"

O conceito de "função densidade de probabilidade" é muito semelhante ao conceito de "função de


probabilidade", que serve para o caso de variáveis aleatórias discretas. No entanto, é preciso enten-
der bem a diferença entre eles.

Uma variável aleatória discreta tem um número definido de possíveis ocorrências. Por exemplo,
a variável aleatória "resultado de um dado" tem apenas 6 possíveis ocorrências: 1,2,3,4,5 e 6. Por
isso, a função de probabilidade a ela associada também só pode assumir 6 valores (1/6 cada uma, se
o dado não for viciado), que necessariamente somarão 1.

Uma variável aleatória contínua, ao contrário, tem um número infinito de ocorrências. Por exemplo,
a variável aleatória "idade de cada empregado de uma empresa" pode assumir infinitos valores, por
exemplo 18,1 anos, 18,23 anos, 20,341 anos, 30,3167 anos etc. Por isso, se simplesmente tentarmos
calcular p(x=x) como faz uma função de probabilidade para uma variável aleatória discreta, chegare-
mos ao seguinte:

Ou seja, a probabilidade de a variável aleatória contínua X assumir um determinado valor x é zero.


Por isso, a "função densidade de probabilidade" não trabalha com valores pontuais, e sim com inter-
valos infinitesimais - ela informa a probabilidade de a variável X assumir um valor naquele intervalo.

No caso univariado contínuo acima, a medida de referência é a medida de Lebesgue. A função mas-
sa de probabilidade de uma variável aleatória discreta é a densidade no que diz respeito à medida
contável sobre o espaço da amostra (normalmente o conjunto de números inteiros, ou um subconjun-
to dos mesmos).

Note-se que não é possível definir uma densidade referindo a uma medida arbitrária (por exemplo,
não se pode escolher a medida contável como uma referência para uma variável aleatória contínua).
Além disso, quando ela existe, a densidade é em quase todos os lugares únicas.

Nem toda distribuição de probabilidade tem uma função densidade: as distribuições de variáveis alea-
tórias discretas não possuem; nem a distribuição de Cantor, mesmo ela não tendo qualquer compo-
nente discreto, isto é, não atribui probabilidade positiva para qualquer ponto individual.

Se uma distribuição de probabilidade admite uma densidade, então a probabilidade de cada conjunto
de um ponto {a} é zero; o mesmo vale para conjuntos finitos e contáveis.

Duas densidades de probabilidade f e g'’ representam precisamente a mesma distribuição de probabi-


lidade se eles diferem apenas em um conjunto com medida de Lebesgue zero.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
ESTATÍSTICA

No campo da física estatística, uma reformulação não formal da relação acima entre a derivada da
função distribuição acumulada e a função densidade de probabilidade é geralmente utilizada como a
definição da função densidade de probabilidade.

Ligação Entre Distribuições Discretas E Contínuas

É possível representar certas variáveis aleatórias discretas, bem como variáveis aleatórias que envol-
vem tanto uma parte contínua e uma parte discreta com uma função densidade de probabilidade ge-
neralizada, usando a função delta de Dirac. Por exemplo, considere uma variável aleatória discreta
binária tendo uma distribuição de Rademacher – isto é, assumindo valores −1 ou 1, com probabilida-
de ½ cada.

Isso unifica substancialmente o tratamento de distribuições de probabilidade discretas e contínuas.


Por exemplo, a expressão acima permite determinar características estatísticas de uma variável dis-
creta (tais como a sua média e variância), a partir das fórmulas dadas para uma distribuição contínua
da probabilidade.

Famílias De Densidades

É comum para funções densidade de probabilidade (e funções massa de probabilidade) serem para-
metrizadas, isto é, serem caracterizadas por parâmetros não especificados. Por exemplo, a distribui-
ção normal é parametrizada em termos da média e da variância, denotada, É importante ter em men-
te a diferença entre o domínio de uma família de densidades e os parâmetros da família. Diferentes
valores dos parâmetros descrevem diferentes distribuições de diferentes variáveis aleatórias no
mesmo espaço de amostra (o mesmo conjunto de todos os valores possíveis da variável); este espa-
ço de amostra é o domínio da família de variáveis aleatórias que esta família de distribuições descre-
ve.

Um determinado conjunto de parâmetros descreve uma única distribuição dentro da família comparti-
lhando a forma funcional da densidade. Do ponto de vista de uma dada distribuição, os parâmetros
são constantes e termos de uma função densidade que contêm apenas os parâmetros, mas não vari-
áveis, são partes do fator de normalização de uma distribuição (o fator multiplicativo que garante que
a área sob a densidade - a probabilidade de algo no domínio ocorrer - é igual a 1). Este fator de nor-
malização é fora do kernel da distribuição.

Uma vez que os parâmetros são constantes, re parametrizar uma densidade em termos de diferentes
parâmetros, para se obter uma caracterização de uma variável aleatória diferente na família, significa
simplesmente substituir os novos valores de parâmetros para a fórmula em lugar dos antigos. Alterar
o domínio de uma densidade de probabilidade, no entanto, é mais complicado e exige mais trabalho:
consulte a seção abaixo sobre a mudança de variáveis.

Uma estatística é uma função (qualquer) das variáveis observáveis que não contém qualquer parâ-
metro desconhecido.

Mais formalmente, a Teoria Estatística define uma estatística como uma função de uma amostra em
que a função por si mesma é independente da distribuição que gerou a amostra.

Este termo é utilizado usualmente tanto para a função quanto para o particular valor numérico da
função aplicada a uma dada amostra observada.

Uma estatística não representa o mesmo conceito que um parâmetro estatístico, que não é calculável
da amostra. Por exemplo, a média amostral é uma estatística, enquanto que a média de uma popula-
ção é um parâmetro. Em geral utiliza-se um estimador (caso particular de estatística) para chegar
num valor numérico que estima um parâmetro. No exemplo anterior, o estimador para a média da
população é a média amostral.

A palavra estatística é do latim e significa “estado”. Este termo provém do primeiro uso da estatística
eu tinha como função o registro de dados (nº de habitantes da população, nº de casamentos...) e a
elaboração de tabelas e gráficos para descrever resumidamente um determinado país em números.

Passado muito tempo a estatística evoluiu, tornando-se uma ampla e complexa ciência, tirando con-
clusões sobre o conjunto todo a partir de amostras representativas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
ESTATÍSTICA

Uma boa definição de estatística é a de ser um conjunto de métodos especialmente apropriados à


coleta, à apresentação (organização, resumo e descrição), à análise e à interpretação de dados de
observação, tendo como objetivo a compreensão de uma realidade específica para a tomada da de-
cisão.

Mais precisamente a estatística se preocupa com:

-A coleta, a organização, a sintetização e a apresentação de dados;

-A medição da variação nos dados e levantamento de dados;

-A estimativa dos parâmetros da população e a determinação da precisão das estimativas;

-A aplicação dos testes de hipótese em relação aos parâmetros;

-A análise da relação entre duas ou mais variáveis.

A estatística trabalha com dois conjuntos de dados: o universo e a amostra. Apesar de a estatística se
preocupar em obter informações sobre a população, dificilmente ela estuda todos os componentes da
mesma (censo).

Não existem estatísticas especiais, como bioestatística e estatística econômica, mas sim aplicações
específicas de estatística em determinadas áreas, o que leva a dividir a estatística especificamente
para questões didáticas.

A Estatística Pode Ser Dividida Em Duas:

-Estatística descritiva: é a parte que procura os melhores métodos para coletar, ordenar e sumarizar
os dados dos experimentos.

-Estatística experimental: é a parte que fornece os métodos de análise e interpretação dos resultados
dos experimentos.

Distribuições estáveis paretianas têm propriedades atraentes para modelagem empírica em finanças,
porque incluem a distribuição normal como um caso especial, mas também pode permitir caudas
mais pesadas e assimetria.

Uma razão principal para a pouca utilização dessa distribuição em trabalhos acadêmicos aplicados é
devido ao fato de que, em geral, não há expressão de "forma fechada" para a a função de densidade
de probabilidade, e que as aproximações numéricas computacionais são não-triviais e computacio-
nalmente extensivas.

Nesse post vou mostrar como é possível calcular a função densidade de probabilidade via Fast-
Fourier Transform (FFT).

O trabalho original sobre esse assunto foi produzido por Mittnik, Doganoglu e Chenyao (1999).

A Distribuição Alfa-Estável.

A distribuição alfa-estável, em geral, não possui expressão analítica para sua função densidade de
probabilidade (f.d.p) ou ainda para a sua função distribuição acumulada (f.d.a), mas pode ser escrita
por meio de sua função característica (Rachev e Mittnik, 2000 ):

onde é o expoente da distribuição ou índice de cauda, é o parâmetro de


assimetria, é o parâmetro de escala e é o parâmetro de locação, a função é
dada por:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
ESTATÍSTICA

A distribuição alfa-estável representada acima e definida pela notação é denominada


parametrização segundo Nolan (2010).

A função densidade de probabilidade pode ser aproximada utilizando o método FFT (Fast Fourier
Transform) o qual é computacionalmente eficiente e permite um processo de aproximação mais rápi-
do do que expansão por séries (Bergström, 1952) ou integração direta (Nolan, J. P., 2001. Maximum
likelihood estimation of stable parameters. Manuscrito não publicado.).

Segundo Durrett (2010) página 106 uma função densidade de probabilidade pode ser escrita pe-
la Transformada de Fourier da função característica, em outras palavras:

A integral acima pode ser calculada para pontos igualmente espaçados com distância e soma
resultante pode ser computada por meio do método FFT (Fast Fourier Transform). Mittnik e Dogano-
glu (1999) sugerem que os valores de e devem ser respectivamente e para que
uma boa aproximação seja possível.

A distribuição normal conhecida também como distribuição gaussiana é sem dúvida a mais importan-
te distribuição contínua. Sua importância se deve a vários fatores, entre eles podemos citar o teorema
central do limite, o qual é um resultado fundamental em aplicações práticas e teóricas, pois ele garan-
te que mesmo que os dados não sejam distribuídos segundo uma normal a média dos dados conver-
ge para uma distribuição normal conforme o número de dados aumenta.

Além disso diversos estudos práticos tem como resultado uma distribuição normal. Podemos citar
como exemplo a altura de uma determinada população em geral segue uma distribuição normal. En-
tre outras características físicas e sociais tem um comportamento gaussiano, ou seja, segue uma
distribuição normal.

A variação natural de muitos processos industriais é realmente aleatória. Embora as distribuições de


muitos processos possam assumir uma variedade de formas, muitas variáveis observadas possuem
uma distribuição de frequências que é, aproximadamente, uma distribuição de probabilidade Normal.

Probabilidade é a chance real de ocorrer um determinado evento, isto é, a chance de ocorrer uma
medida em um determinado intervalo. Por exemplo, a frequência relativa deste intervalo, observada à
partir de uma amostra de medidas, é a aproximação da probabilidade. E a distribuição de frequências
é a aproximação da distribuição de probabilidades.

A palavra probabilidade deriva do Latim probare(provar ou testar). Informalmente, provável é uma das
muitas palavras utilizadas para eventos incertos ou conhecidos, sendo também substituída por algu-
mas palavras como “sorte”, “risco”, “azar”, “incerteza”, “duvidoso”, dependendo do contexto.

A probabilidade é um número que varia de 0 (zero) a 1 (um) e que mede a chance de ocorrência de
um determinado resultado.

Quanto mais próxima de zero for a probabilidade, menores são as chances de ocorrer o resultado e
quanto mais próxima de um for a probabilidade, maiores são as chances.

As probabilidades podem ser expressas de diversas maneiras, inclusive decimais, frações e percen-
tagens. Por exemplo, a chance de ocorrência de um determinado evento pode ser expressa como
10%; 5 em 10; 0,20 ou 1/7.

Experimento Aleatório

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
ESTATÍSTICA

Experimento é qualquer atividade realizada que pode apresentar diferentes resultados. Um experi-
mento é dito aleatório quando não conseguimos afirmar o resultado que será obtido antes de realizar
o experimento. Um experimento é dito equiprovável se todos os possíveis resultados possuem a
mesma chance de ocorrer.

Espaço Amostral E Evento

Em uma tentativa com um número limitado de resultados, todos com chances iguais, devemos consi-
derar:

Espaço Amostral (E)

Espaço amostral é o conjunto E cujos elementos são todos os possíveis resultados que podem ser
obtidos na realização de um experimento.

Evento (A)

Evento é qualquer subconjunto de um espaço amostral.

Cálculo De Probabilidades

Seja um evento A de um espaço amostral referente a um experimento aleatório e equiprovável.

A probabilidade P(A) de se obter o evento A é dada por:

Onde:

▪ n(A) é o número de elementos do evento A;

▪ n(E) é o número de elementos do espaço amostral

Estatística

A Estatística está presente em todas as áreas da ciência que envolvam o planejamento do experi-
mento, a construção de modelos, a coleta, o processamento e a análise de dados e sua consequente
transformação em informação, para validar hipóteses científicas sobre um fenômeno observável. Des-
ta forma, a Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem a partir de dados.

A aplicação de técnicas estatísticas a dados meteorológicos tem a vantagem de compactar o enorme


volume de dados, medidos, por exemplo, em uma estação, em uma simples tabela ou uma equação,
capaz de sumariar todas as informações de modo a facilitar as inferências sobre os dados.

Definição

A estatística é uma coleção de métodos para planejar experimentos, obter dados e organiza-los, re-
sumi-los, analisá-los, interpretá-los e deles extrair conclusões.

Noções De Estatística

Amostra

São elementos coletados dentro do vasto universo.

ROL

É toda sequência de dados numéricos.

Exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
ESTATÍSTICA

Os cincos alunos de uma amostra apresentaram as seguintes notas na prova bimestral de matemáti-
ca 6; 4; 8; 7; 8. Apresentando esses dados em rol, temos: (4; 6; 7; 8; 8) ou (8; 8; 7; 6; 4).

Classes

Qualquer intervalo real que contenha um rol da amostra.

Medidas De Posição

São as estatísticas que representam uma série de dados orientando-nos quanto à posição da distri-
buição em relação ao eixo horizontal do gráfico da curva de frequência.

As medidas de posições mais importantes são as medidas de tendência central ou pro mé-
dias (verifica-se uma tendência dos dados observados a se agruparem em torno dos valores cen-
trais).

As medidas de tendência central mais utilizadas são: média aritmética, moda e mediana.

Média Aritmética

É igual ao quociente entre a soma dos valores do conjunto e o número total dos valores.

Média Aritmética Ponderada

Consideremos uma coleção formada por n números, de forma que cada um esteja sujeito a um peso
(valor que indica a quantidade de vezes em que cada número se repete).

A média aritmética ponderada desses n números é a soma dos produtos de cada um por seu peso,
dividida pelos somatórios dos seus pesos, isto é:

Nota: “peso” é sinónimo de “ponderação

Moda: (MO)

É o valor que ocorre com maior frequência.

Quando dois valores ocorrem com a mesma frequência, cada um deles é chamado de uma moda, e o
conjunto se diz BIMODAL.

Se mais de dois valores ocorrem com a mesma frequência máxima, cada um deles é uma moda e o
conjunto é MULTIMODAL.

Quando nenhum valor é repetido o conjunto não tem moda

Mediana (MD)

Valor do meio do conjunto de dados, quando os valores estão dispostos em ordem crescente ou de-
crescente; divide um conjunto de dados em duas partes iguais.

Para calcular:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
ESTATÍSTICA

▪ Disponha os valores em ordem (crescente ou decrescente)

▪ Se o número de valores é ímpar, a mediana é o número localizado no meio da lista.

▪ Se o número é par, a mediana é a média aritmética dos dois valores do meio.

Medidas De Dispersão

Existem algumas medidas chamadas medidas de dispersão, que procuram mostrar como os elemen-
tos do conjunto se comportam em torno da região central, ou seja, medidas que mostram se eles
estão mais ou menos dispersos.

Por exemplo, num jogo de duplas de tênis, são conhecidas as idades dos jogadores:

Equipe A Equipe B

O jogador 1 tem 26 anos; O jogador 1 tem 45 anos;

O jogador 2 tem 24 anos. O jogador 2 tem 5 anos.

Veja que, nos dois casos, a média das idades é a mesma, ou seja, 25 anos.

No entanto, as idades da equipe B estão bem mais dispersas em torno da média do que as idades da
equipe A.

Duas medidas de dispersão são chamados de Variância e Desvio-Padrão.

Variância

Veja, por exemplo, o conjunto de dados:

2, 5, 6, 8, 14,

Onde a média aritmética é 7. A diferença entre cada valor é a média é chamada desvio. Assim,
os desvios para o nosso conjunto de dados serão:

Observação: a soma dos desvios é sempre nula.

Chamamos variância de um conjunto de dados a média aritmética dos quadrados dos desvios. No
nosso exemplo, temos:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
ESTATÍSTICA

A variância é :

Desvio-Padrão

O desvio-padrão é definido como a raiz quadrada da variância, sendo indicado por

Assim, no nosso exemplo, temos:

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
GRÁFICOS E TABELAS

Gráficos e Tabelas

Os gráficos são recursos utilizados para representar um fenômeno que possa ser mensurado,
quantificado ou ilustrado de forma mais ou menos lógica. Assim como os mapas indicam uma
representação espacial de um determinado acontecimento ou lugar, os gráficos apontam uma
dimensão estatística sobre um determinado fato.

Por esse motivo, interpretar corretamente os gráficos disponibilizados em textos, notícias, entre
outras situações, é de suma importância para compreender determinados fenômenos. Eles,
geralmente, comparam informações qualitativas e quantitativas, podendo envolver também o tempo e
o espaço.

Existe uma grande variedade de tipos de gráficos, dentre os quais podemos destacar os de coluna,
em barras, pizza, área, linha e rede.

Gráficos De Coluna

Juntamente aos gráficos em barra, são os mais utilizados. Indicam, geralmente, um dado quantitativo
sobre diferentes variáveis, lugares ou setores e não dependem de proporções. Os dados são
indicados na posição vertical, enquanto as divisões qualitativas apresentam-se na posição horizontal.

Gráfico em colunas apontando as maiores populações do mundo por país

Gráficos em barra

Possuem basicamente a mesma função dos gráficos em colunas, com os dados na posição
horizontal e as informações e divisões na posição vertical.

Gráfico em barras indicando a taxa de mortalidade infantil no Brasil

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
GRÁFICOS E TABELAS

Gráficos Em Pizza

É um tipo de gráfico, também muito utilizado, indicado para expressar uma relação de
proporcionalidade, em que todos os dados somados compõem o todo de um dado aspecto da
realidade.

Gráfico em pizza com a distribuição da água e da água doce no mundo

Semelhantes aos gráficos de pizza, existem os gráficos circulares. A lógica é a mesma, a divisão de
uma esfera em várias partes para indicar as diferentes partes de um todo em termos proporcionais.

Gráficos Em Linhas

O gráfico de linha é utilizado para demonstrar uma sequência numérica de um certo dado ao longo do
tempo. É indicado para demonstrar evoluções (ou regressões) que ocorrem em sequência para que o
comportamento dos fenômenos e suas transformações seja observado.

Distribuição residencial da população brasileira em um exemplo de gráfico em linhas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico De Áreas

É semelhante ao gráfico em linhas, diferenciando-se apenas por evidenciar uma noção de proporção
sobre o todo. É também usado para apontar a relação dos diferentes dados entre si.

Gráfico ilustrativo sobre as taxas populacionais em casos de transição demográfica

Gráfico Em Rede

Esse tipo de gráfico não é tão comum na disciplina geográfica, sendo mais frequentemente utilizado
para medição de termos especificamente estatísticos e até em jogos de videogames, on-line ou do
tipo RPG. Sua utilidade é comparar valores distintos de uma mesma variável.

Gráfico em rede sobre a distribuição das atividades no meio rural em um país fictício

Além desses tipos acima apresentados, existem outras várias formas de representar dados e
informações sobre a realidade. O mais importante, além de conhecer cada tipo de gráfico, é procurar
observar com calma todos os dados fornecidos para uma correta leitura das informações disponíveis.

Evolução Do Número De Alunos Da Escola

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
GRÁFICOS E TABELAS

Esse exemplo revela claramente que para cada informação que se quer comunicar há uma
linguagem mais adequada- aí se incluem textos, gráficos e tabelas. "Eles são usados para facilitar a
leitura do conteúdo, já que apresentam as informações de maneira mais visual", explica Cleusa
Capelossi Reis, formadora de Matemática da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do
Sul, na Grande São Paulo.

Logo no início do Ensino Fundamental, as crianças precisam aprender a ler e interpretar esses tipos
de recurso com o qual elas se deparam no dia a dia. Além disso, esse é um conteúdo importante da
Matemática que vai acompanhá-las durante toda a escolaridade no estudo de diversas disciplinas.

Um Gráfico Mais Adequado Para Cada Tipo De Informação

Barras

Usado para comparar dados quantitativos e formado por barras de mesma largura e comprimento
variável, pois dependem do montante que representam. A barra mais longa indica a maior quantidade
e, com base nela, é possível analisar como certo dado está em relação aos demais.

Os Prédios Mais Altos Do Mundo

As espécies animais ameaçadas de extinção na mata Atlântica

Setor

Útil para agrupar ou organizar quantitativamente dados considerando um total. A circunferência


representa o todo e é dividida de acordo os números relacionados ao tema abordado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
GRÁFICOS E TABELAS

Evolução do desmatamento na região da Amazônia

Linhas

Apresenta a evolução de um dado. Eixos na vertical e na horizontal indicam as informações a que se


refere e a linha traçada entre eles, ascendente, descendente constante ou com vários altos e baixos
mostra o percurso de um fenômeno específico.

Regularidades Ajudam a Compreender Os Fenômenos

Existem vários tipos de gráficos (como os de barras, de setor e de linha) e tabelas (simples e de
dupla entrada). O uso de cada um deles depende da natureza das informações. É importante que os
alunos sejam apresentados a todos eles e estimulados a interpretá-los. "Aqui tem mais quantidade
porque esta torre (barra) é maior que a outra" e "a pizza está dividida em três partes. Então são três
coisas representadas" são falas comuns e que revelam o quanto a turma já sabe a respeito.

Na EMEB Donald Savazoni, na capital paulista, Cláudia de Oliveira pediu que os estudantes do 3º
ano pesquisassem gráficos e tabelas em diversos portadores de texto, como os jornais, e analisou o
material com eles. Além dos diferentes visuais, ela trabalhou elementos imprescindíveis, como o título
(que indica o que está sendo representado), a fonte (que revela a origem das informações) e, no caso
dos gráficos, especificamente, a legenda (que decodifica as cores, por exemplo).

De que assunto trata o gráfico? Quantos dados são apresentados? Como eles aparecem? Esses são
questionamentos pertinentes para fazer aos alunos. Essas intervenções, apoiadas em exemplos, são
uma forma de encaminhar a turma a notar que há certas regularidades que permitem a interpretação
independentemente do conteúdo.

Por exemplo: num gráfico de barras verticais, é a altura que mostra a variação de quantidade e não a
largura das barras. No caso dos eixos, presentes no gráfico de barras e no de linhas, os intervalos
entre as marcações são sempre do mesmo tamanho. Isso serve para garantir a proporcionalidade
das informações apresentadas.

Quanto às tabelas, há diversas formas de usá-las para organizar as informações. Elas podem
aparecer em ordem crescente ou decrescente, no caso de números, ou em ordem alfabética, quando
são compostas de nomes, por exemplo.

Ao selecionar o material para trabalhar em sala, lembre-se de atentar para a complexidade de cada
um. "Quanto mais informações reunirem, mais complicados são. Para essa faixa etária, melhor usar
material com poucos dados, dando preferência aos números absolutos", explica Leika Watabe,
assessora técnica educacional da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Escolher temas e assuntos que fazem parte do universo da garotada também é importante. Para as
crianças do 3º ano, Cláudia organizou um estudo do tempo de vida de uma série de animais e
organizou os dados em uma tabela e um gráfico de barras. Na tabela, elas tinham de identificar o

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
GRÁFICOS E TABELAS

assunto tratado e verificar as informações sobre os bichos, relacionando os dados. Depois,


compararam no gráfico as diferenças entre a expectativa de vida de cada um deles. Por fim, a
educadora propôs alguns problemas para que todos calculassem a diferença de idade entre dois
animais. Os alunos confrontaram os resultados com o gráfico e concluíram que os valores eram
proporcionais ao intervalo entre as barras que representavam os bichos.

Importante: gráficos e tabelas podem ser explorados com muitos conteúdos, de diversas disciplinas -
desde que o material não seja simplesmente exposto em um cartaz na sala. Trabalhar a interpretação
é fundamental. Somente com essa estratégia em jogo, o grupo vai criar familiaridade com esse tipo
de representação, se apropriar dele com segurança e seguir em frente, construindo seus próprios
gráficos e tabelas.

Simples

Usada para apresentar a relação entre uma informação e outra (como produto e preço). É formada
por duas colunas e deve ser lida horizontalmente.

De Dupla Entrada

Útil para mostrar dois ou mais tipos de dado (como altura e peso) sobre um item (nome). Deve ser
lida na vertical e na horizontal simultaneamente para que as linhas e as colunas sejam relacionadas.

De Dupla Entrada

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Matemática Financeira

A matemática financeira é a área da matemática que estuda a equivalência de capitais no tempo, ou


seja, como se comporta o valor do dinheiro no decorrer do tempo. Sendo uma área aplicada da Mate-
mática, estuda diversas operações ligadas ao dia a dia das pessoas. Por esse motivo, conhecer suas
aplicações é fundamental.

Como exemplos dessas operações podemos citar as aplicações financeiras, empréstimos, renegocia-
ção de dívidas, ou mesmo, tarefas simples, como calcular o valor de desconto num determinado pro-
duto.

Conceitos Básicos da Matemática Financeira

Capital (C)

Representa o valor do dinheiro no momento atual. Este valor pode ser de um investimento, dívida ou
empréstimo.

Juros (J)

Representam os valores obtidos pela remuneração de um capital. Os juros representam, por exemplo,
o custo do dinheiro tomado emprestado.

Ele pode também ser obtido pelo retorno de uma aplicação ou ainda pela diferença entre o valor à vista
e a prazo em uma transação comercial.

Montante (M)

Corresponde ao valor futuro, ou seja, é o capital mais os juros acrescidos ao valor.

Assim, M = C + J.

Taxa de Juros (i)

É o percentual do custo ou remuneração paga pelo uso do dinheiro. A taxa de juros está sempre asso-
ciada a um certo prazo, que pode ser por exemplo ao dia, ao mês ou ao ano.

Cálculos Básicos da Matemática Financeira

Porcentagem

A porcentagem (%) significa por cento, ou seja, uma determinada parte de cada 100 partes. Como
representa uma razão entre números, pode ser escrita na forma de fração ou como número decimal.

Por exemplo:

Muitas vezes utilizamos a porcentagem para indicar aumentos e descontos. Para exemplificar, vamos
pensar que uma roupa que custava 120 reais está, nesse período do ano, com 50% de desconto.

Como já estamos familiarizados com esse conceito, sabemos que esse número corresponde à metade
do valor inicial.

Então, essa roupa no momento está com custo final de 60 reais. Vejamos assim, como trabalhar a
porcentagem:

50% pode ser escrito 50/100 (ou seja, 50 por cem)

Assim, podemos concluir que 50% equivale a ½ ou 0,5, em número decimal. Mas afinal o que isso
significa?

Bem, a roupa está com 50% de desconto e, portanto, ela custa metade (½ ou 0,5) de seu valor inicial.
Logo, a metade de 120 é 60.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Mas vamos pensar noutro caso, em que ela está com 23% de desconto. Para tanto, temos que calcular
quanto é 23/100 de 120 reais. Lógico que por aproximação podemos fazer esse cálculo. Mas aqui a
ideia não é essa.

Logo,

Transformamos o número percentual em número fracionário e multiplicamos pelo número total que
queremos identificar o desconto:

23/100 . 120/1 - dividindo o 100 e 120 por 2, temos:

23/50 . 60/1 = 1380/50 = 27,6 reais

Portanto, o desconto de 23% numa roupa que custa 120 reais será de 27,6. Assim, o valor que você
irá pagar é de 92,4 reais.

Agora vamos pensar no conceito de aumento, ao invés de desconto. No exemplo acima, temos que a
comida subiu 30%. Para isso, vamos exemplificar que o preço do feijão que custava 8 reais teve um
aumento de 30%.

Aqui, temos que saber quanto é 30% de 8 reais. Da mesma forma que fizemos acima, vamos calcular
a porcentagem e, por fim, agregar o valor no preço final.

30/100 . 8/1 - dividindo o 100 e 8 por 2, temos:

30/50 . 4/1 = 120/50 = 2,4

Assim, podemos concluir que o feijão nesse caso está custando mais 2,40 reais. Ou seja, de 8 reais
seu valor foi para 10,40 reais.

Variação Percentual

Outro conceito associado ao de porcentagem é o de variação percentual, ou seja, a variação das taxas
percentuais de acréscimo ou decréscimo.

Juros

O cálculo de juros pode ser simples ou composto. No regime de capitalização simples, a correção é
feita sempre sobre o valor do capital inicial.

Já nos juros compostos, a taxa de juros é aplicada sempre sobre o montante do período anterior. Note
que esse último é muito utilizado nas transações comerciais e financeiras.

Juros Simples

Os juros simples são calculados levando em consideração um determinado período. Ele é calculado
pela fórmula:

J=C.i.n

Onde:

C: capital aplicado
i: taxa de juros
n: período que corresponde os juros

Logo, o montante dessa aplicação será:

M=C+J
M=C+C.i.n
M = C . (1 + i . n)

Juros Compostos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
MATEMÁTICA FINANCEIRA

O sistema de juros compostos é chamado de capitalização acumulada, pois, ao final de cada período
os juros que incidem sobre o capital inicial são incorporados.

Para calcular o montante em uma capitalização a juros compostos, usamos a seguinte fórmula:

Mn = C (1+i)n

Regra de Três

A regra de três simples é muito utilizada em situações cotidianas que envolvam proporções entre gran-
dezas, sendo também muito utilizada em situações que envolvam cálculos financeiros, misturas quími-
cas, conversões de grandezas na Física.

Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1

Em dois litros de água foram misturados 150 gramas de certa substância para se obter uma mistura
homogênea. Calcule quantos gramas deverão ser adicionadas em 1,2 litros de água para que a mistura
continue no padrão homogênea.

Grandezas diretamente proporcionais

Regra De Três Composta

A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversa-
mente proporcionais.

Exemplos

1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão


necessários para descarregar 125m3?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada
linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Identificação dos tipos de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna).

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x. Observe que, aumentando o
número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversa-
mente proporcional (seta para cima na 1ª coluna).

Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de caminhões. Portanto, a relação é di-
retamente proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo x
com o produto das outras razões de acordo com o sentido das setas.

Algumas situações envolvendo porcentagem podem ser resolvidas por meio de uma regra de três sim-
ples. Entendemos por porcentagem uma razão centesimal (fração com denominador igual a 100) que
é denominada de taxa percentual e é representada pelo símbolo % (por cento). Por exemplo, se temos
45%, podemos representá-lo das seguintes formas:

45% = 45
100

ou

9
20

ou 0,45

Sempre que utilizarmos a regra de três no intuito de determinar porcentagens, devemos relacionar a
parte do todo com o valor de 100%.

Capitalização Simples e Composta e Descontas

Regimes De Capitalização

Regime de capitalização é a forma em que se verifica o crescimento do capital, este pode ser pelo
regime de capitalização simples ou composta.

No regime de capitalização simples os juros são calculados utilizando como base o capital inicial (VP),
já no regime de capitalização composta as taxas de juros são aplicadas sobre o capital acumulado dos
juros.

Exemplos:

a) Empréstimo de R$ 10.000,00 por seis meses, a taxa de 3% a.m.

Juros Simples

O regime de capitalização simples mostra que o capital aumenta de forma linear.

Em nosso país este regime de capitalização não é muito utilizado por instituições financeiras, pois com
o regime de capitalização composta se obtém lucros maiores em empréstimos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Fórmulas

J=VP*i*n (juro = Valor Presente * taxa * período)

Como montante é igual à Capital + juros, temos:

VF=VP* (1+i*n)

b) Certos Bancos cobram 3,0% ao mês (juro simples) para pagamentos em atraso de duplicatas. Cal-
cular o montante de liquidação das duplicatas abaixo.

Valor Duplicata Vencimento Pagamento Montante

R$ 2.345,00 01/03/2009 30/05/2009 ?

R$ 3.456,00 02/04/2009 30/05/2009 ?

R$ 6.543,00 05/05/2009 30/05/2009 ?

Lembre-se de formatar as células nos formatos devidos, vencimento e pagamento no formato data, e
as demais como moeda.

Juro Exato e Juro Comercial

Para juro exato temos que utilizar o número de dias do calendário, entretanto o mercado utiliza o nú-
mero de dias do mês sendo 30 e o ano com 360 dias, portanto ao calcular juros onde datas são men-
cionadas devemos fazer o ajuste conforme o exemplo abaixo.

=DIAS360(data inicial; data final), resulta em 90 dias.

No entanto se subtrairmos as duas datas, = data final - data inicial, o resultado será 92 dias, nesse caso
os meses que tem 31 dias serão contados.

Juros Compostos

No caso da capitalização composta, o cálculo é efetuado através do método exponencial, ou seja, juros
são computados sobre os juros anteriormente calculados.

Equações:

VF = VP* (1+i)^n Valor Futuro

VP = VF/(1+i)^n Valor Presente

I = (VF/VP)^(1/n) – 1 Taxa

n = LOG10(VF/VP)/LOG10(1+i) Período

A planilha possui várias funções prontas para calcular todos esses valores, mas é importante que sai-
bamos manipular as fórmulas, pois muitas vezes é mais fácil construir uma fórmula que gravar a apli-
cação de cada função, vou deixar para cada um fazer a sua escolha. Mais tarde veremos como cada
função pode ser usada.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
MATEMÁTICA FINANCEIRA

c) Tomo um empréstimo de R$10.000,00 por 12 meses, a uma taxa de 5% a.m. Qual seria o montante
a ser desembolsado para o pagamento do empréstimo?

Nesse caso vamos construir o resultado através da equação do valor futuro

Um item relevante da planilha é o assistente de funções onde se encontra formulações matemática,


trigonométricas, estatísticas, financeiras entre outras. Para acessar esta função basta acionar o me-
nuInserir e selecionar a opção Função (fx).

Poderíamos ter resolvido a atividade acima utilizando essa ferramenta.

Para utilizar o assistente de função basta seguir os passos abaixo:

1. Depois de explicitar os dados do problema, selecione a célula onde vamos calcular o valor futuro
clique em Inserir / Função ou “Ctrl F2”, ou ainda clicar no ícone na barra de fórmulas, a caixa de
fórmulas ira se abril, em Categoria, escolha Financeiras, procure por VF (valor futuro) clique em Pró-
ximo, uma nova caixa ira se abrir como na figura abaixo:

No local da Taxa, clique na célula que corresponde a taxa na planilha, NPER é o prazo PGTO são
pagamentos, nesse caso deixe em branco e em VP clique no valor presente e depois em OK.

Teremos o resultado abaixo:

Negativo devido ao fluxo de caixa, pois o VP é positivo.

Poderíamos ter colocado os valores na fórmula ao invés de vinculá-lo a uma célula na caixa de fórmula,
mas nesse caso o resultado não seria interativo.

Depois de fazer a fórmula, qualquer um dos dados iniciais poderá ser alterado, alterando também o
valo futuro.

Da mesma maneira acima poderemos calcular o valor presente (VP) o prazo (NPER) e a taxa, usando
as equações ou as fórmulas da planilha.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Outro exemplo, onde foi calculado o Valor Presente, com os dados abaixo.

Para calcular o período no caso acima subtrair a data final da data inicial, para transformar em meses
dividir o resultado em dias por 30. Transformamos o prazo em meses devido à taxa estar em mês. O
período sempre deve estar de acordo com o período da taxa.

Taxas de Juros

Taxa Nominal

É a taxa de juros em que a unidade referencial de seu tempo não coincide com a unidade de tempo
dos períodos de capitalização. A taxa nominal é sempre fornecida em termos anuais, e os períodos de
capitalização podem ser semestrais, trimestrais, mensais ou diários. São exemplos de taxas nominais:

12% ao ano, capitalizados mensalmente;

24% ao ano, capitalizados semestralmente;

10% ao ano, capitalizados trimestralmente;

18% ao ano, capitalizados diariamente.

A taxa nominal, apesar de bastante utilizada no mercado, não representa uma taxa efetiva e, por isso,
não deve ser usada nos cálculos financeiros, no regime de juros compostos.

Toda taxa nominal traz em seu enunciado uma taxa efetiva implícita, que é a taxa de juros a ser aplicada
em cada período de capitalização. Essa taxa efetiva implícita é sempre calculada de forma proporcio-
nal, no regime de juros simples.

Conforme podemos observar, a taxa efetiva implícita de uma taxa nominal anual é sempre obtida o
regime de juros simples. A taxa anual equivalente a essa taxa efetiva implícita é sempre maior que a
taxa nominal que lhe deu origem, pois essa equivalência é sempre feita no regime de juros compostos.
Essa taxa anual equivalente será tanto maior quanto maior for o número de períodos de capitalização
da taxa nominal.

Taxa Efetiva

É a taxa de juros em que a unidade referencial de sue tempo coincide com a unidade de tempo dos
períodos de capitalização. São exemplos de taxas efetivas:

2% ao mês, capitalizados mensalmente;

3% ao trimestre, capitalizados trimestralmente;

6% ao semestre, capitalizados semestralmente;

10% ao ano, capitalizados anualmente.

Nesse caso, tendo em vista a coincidência nas unidades de medida dos tempos da taxa de juros e dos
períodos de capitalização, costuma-se simplesmente dizer: 2% ao mês, 3% ao trimestre, 6% ao se-
mestre e 10% ao ano.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
MATEMÁTICA FINANCEIRA

A taxa efetiva é utilizada nas calculadoras financeiras e nas funções financeiras das planilhas eletrôni-
cas.

Taxas Equivalentes

São taxas de juros fornecidas em unidades de tempo diferentes que ao serem aplicadas a um mesmo
principal durante um mesmo prazo produzem um mesmo montante acumulado no final daquele prazo,
no regime de juros compostos.

O conceito de taxas equivalentes está, portanto, diretamente ligado ao regime de juros compostos.

Assim, a diferença entre taxas equivalentes e taxas proporcionais se prende exclusivamente ao regime
de juros considerado. As taxas proporcionais se baseiam em juros simples, e as taxas equivalentes se
baseiam em juros compostos.

Taxas Proporcionais

São taxas de juros fornecidas em unidades de tempo diferentes que, ao serem aplicadas a um mesmo
principal durante um mesmo prazo, produzem um mesmo montante acumulado no final daquele prazo,
no regime de juros simples.

12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre;

1% ao mês é proporcional a 12% ao ano.

Taxa Real

A taxa real de juros nada mais é do que a apuração de ganho ou perda em relação a uma taxa de in-
flação ou de um custo de oportunidade. Na verdade, significa dizer que taxa real de juros é o verdadeiro
ganho financeiro.

Se considerarmos que uma determinada aplicação financeira rendeu 10% em um determinado período
de tempo, e que no mesmo período ocorreu uma inflação de 8%, é correto afirmar que o ganho real
desta aplicação não foram os 10%, tendo em vista que o rendimento correspondente sofreu uma des-
valorização de 8% no mesmo período de tempo; desta forma temos de encontrar qual o verdadeiro
ganho em relação à inflação, ou seja, temos de encontrar a taxa real de juros.

Taxa Aparente

A taxa aparente é a taxa que se obtém numa operação financeira sem se considerar os efeitos da
inflação.

Se a inflação for zero, a taxa aparente e a taxa real são iguais.

Rendas Uniformes e Variáveis

Rendas em Matemática Financeira

Renda, também conhecida como anuidade, é todo valor utilizado sucessivamente para compor um ca-
pital ou pagar uma dívida. As rendas são um dos principais conceitos que baseiam os financiamentos
ou empréstimos. Nessas rendas são realizadas uma série de pagamentos (parcelas ou termos) para
arrecadar um fundo de poupança, pagar dívidas, financiar imóveis, etc.

No caso da poupança, para acumularmos determinado valor, realizamos vários pagamentos que geram
um montante ao final, chamado de montante equivalente da renda.

Já no pagamento de uma dívida, os débitos são feitos posteriormente, ou seja, as prestações são pagas
ao credor com períodos e parcelas determinadas. Um exemplo, é o pagamento de um aluguel. Esse
pagamento de dívidas é chamado de amortização.

Existem diversos tipos de sistemas de amortização, são eles: Sistema de Amortização Francês, Sis-
tema de Amortização Constante (SAC), Sistema de Amortização Alemão, etc., sendo que cada um têm
sua particularidade.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Dentro da renda, são trabalhados os seguintes conceitos:

Número de prestações ou termos de renda: quantidade de pagamentos ou recebimentos feitos;

Valores dos termos de renda: valor de cada termo da renda;

Período de Vencimento: data de vencimento ou pagamento dos termos da renda.

As rendas de acordo com as formas de pagamento podem ser divididas em:

Rendas Certas

As rendas certas, também chamadas de séries periódicas uniformes, são aquelas em que todos os
elementos já estão pré-determinados e podem ser classificados de acordo com o tempo, a variação
dos elementos, o valor, o período do vencimento, etc, que por sua vez podem ser divididas em:

Rendas Postecipadas: Rendas em que o pagamento é feito apenas ao final de cada período.

Ex.: faturas de cartão de crédito, empréstimos e financiamentos, etc.

Rendas Antecipadas: Rendas em que há a exigência do pagamento ser feito no início de cada período.

Ex.: financiamentos pagos à vista.

Rendas Diferidas: O período de pagamento está num prazo entre o início da compra do período de
pagamento da primeira parcela.

Ex.: Essas séries são utilizadas em promoções de “Compre hoje e comece a pagar em tal dia.”

Rendas Aleatórias

As rendas aleatórias são utilizadas quando alguns de seus elementos não podem ser previamente
determinados.

Ex.: o seguro de vida, com relação ao valor do seguro (de acordo com a causa da morte) e a data do
recebimento (data da morte) que não podem ser determinados durante o fechamento do contrato.

Classificação Das Rendas

Como foi dito, as rendas são uma sucessão de pagamentos ou depósitos em determinado período e
tempo. Mas, ainda de acordo com cada tipo de elemento que estiver determinado no contrato, elas
podem ser classificadas de formas diferentes. Veja:

Rendas Temporárias: quando os pagamentos possuem um prazo para acabar.

Rendas Perpétuas: quando os pagamentos são infinitos.

Rendas Fixas ou Uniformes: quando os pagamentos são iguais.

Rendas Variáveis: quando os pagamentos mudam.

Rendas Constantes: quando os termos são constantes. Ex.: Prestações.

Rendas Variáveis: quando as rendas são variáveis. Ex.: Depósitos crescentes na poupança.

Rendas Imediatas: quando o primeiro pagamento é feito no primeiro período (mês) da série.

Planos de Amortização de Empréstimos e Financiamentos

Sistema de Amortização Constante (SAC)

No Sistema de Amortização Constante (SAC), as parcelas de amortização do principal são sempre


iguais (ou constantes). O valor da amortização (A) é calculado através da divisão do capital emprestado
(PV) pelo número de amortizações (n). Os juros são calculados, a cada período, multiplicando-se a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
MATEMÁTICA FINANCEIRA

taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente sobre o período anterior, assumindo valores de-
crescentes nos períodos. A prestação, a cada período, é igual à soma da amortização e dos encargos
financeiros (juros, comissões, etc.), sendo periódica, sucessiva e decrescente em progressão aritmé-
tica, de razão igual ao produto da taxa de juros pela parcela de amortização.

Sistema Francês de Amortização ou Sistema Price

O Sistema Francês foi desenvolvido pelo matemático e físico belga Simon Stevin no Século XVI. Foi
utilizado pelo economista e matemático inglês Richard Price, no Século XVIII, no cálculo previdenciário
inglês da época, e ficou conhecido no Brasil como Sistema Price.

O Sistema Francês ou Sistema Price é o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo comércio
em geral. Nesse sistema, o mutuário obriga-se a devolver o principal mais os juros em prestações iguais
e periódicas, a partir do instante em que começam a ser pagas. A amortização é crescente em pro-
gressão geométrica de razão igual a (1+i), e o juro é decrescente.

Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno, mais comumente conhecida pela sigla TIR, ou em inglês IRR (Internal Rate
of Return) é uma métrica utilizada para analisar o percentual de retorno de um projeto.

Para entender a TIR é necessário ter claro o conceito de “valor do dinheiro no tempo”. Esse conceito
surge da relação entre juros e tempo, uma vez que uma quantia aplicada, por um determinado período,
pode ser remunerada a uma taxa de juros pré-acordada. Com isso: R$ 100,00 investidos a uma taxa
de 10,0% ao ano (a.a.) durante um ano renderia um montante de R$ 110,00 ao final do ano ou R$
100,00 investidos a uma taxa de 21,3% a.a. durante 6 meses renderia um montante de R$ 110,00 ao
final dos 6 meses.

Nesse exemplo podemos afirmar o seguinte:

A TIR de um investimento de um ano que aumenta o capital de R$100 para R$110 é 10,0% a.a.

A TIR de um investimento de 6 meses que aumenta o capital de R$100 para R$110 é 21,3% a.a.

Cálculo Da Tir Dos Investimentos Nexoos.

Para se ter o percentual exato da TIR é preciso que a carteira de investimentos analisada possua todos
os seus prazos e fluxos de valores definidos. No caso da Nexoos não podemos estimar desta forma,
pois há o risco de atraso ou até mesmo não pagamento por parte das empresas, portanto, para aferir
diariamente a rentabilidade esperada fazemos um pressuposto dos fluxos futuros dos empréstimos,
considerando essas variáveis.

Baseado na evolução da carteira Nexoos e comportamento do mercado, implantamos a seguinte escala


de provisionamento para estimar os fluxos futuros:

até 29 dias de atraso no empréstimo: não provisionamos saldo devedor e incluímos juros corridos por
atraso, pois é baixa a probabilidade de inadimplência.

de 30 a 59 dias de atraso no empréstimo: 50% de provisionamento do saldo devedor incluindo juros


corridos por atraso. A probabilidade de inadimplência passa a ser considerável, estimamos que metade
do saldo devedor será recuperado.

de 60 a 119 dias de atraso no empréstimo: 75% de provisionamento do saldo devedor incluindo juros
corridos por atraso. A probabilidade de inadimplência é alta, estimamos que somente 25% do saldo
devedor será recuperado.

acima de 120 dias de atraso no empréstimo: 100% de provisionamento do saldo devedor incluindo juros
corridos por atraso, estimamos que o saldo devedor será perdido.

Adicionalmente, caso o tomador tenha realizado um pagamento nos últimos 40 dias, mesmo possuindo
um boleto de data anterior atrasado, consideramos este um caso de recuperação e a data de paga-
mento do boleto dos últimos 40 dias é usada para calcular o novo atraso na régua de provisionamento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Essa escala de provisionamento é uma estimativa da Nexoos e não garantimos a recuperação dos
empréstimos em atraso, contudo afirmamos que essa escala é conservadora.

A TIR é a taxa de desconto que aplicada ao fluxo de caixa das parcelas do empréstimo (representado
abaixo), trazidas ao valor presente iguala o investimento inicial.

Para calcular a TIR utilizamos seguinte fórmula:

Onde:

Investimento: valor do investimento inicial (valor bruto do empréstimo)


Parcela: parcelas vencidas e pagas incluindo encargos moratórios (multa e mora)
Saldo: Saldo de principal do empréstimo
Juros corridos: juros corridos da última parcela paga até hoje
Prov.: Provisionamento
N: números de dias desde o início do empréstimo
n: números de dias entre o início do empréstimo e a data de pagamento da parcela

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
GEOMETRIA PLANA

Geometria Plana

A geometria plana ou euclidiana é a parte da matemática que estuda as figuras que não possuem
volume.

A geometria plana também é chamada de euclidiana, uma vez que seu nome representa uma home-
nagem ao geômetra Euclides de Alexandria, considerado o “pai da geometria”.

Curioso notar que o termo geometria é a união das palavras “geo” (terra) e “metria” (medida); assim, a
palavra geometria significa a "medida de terra".

Conceitos De Geometria Plana

Alguns conceitos são de suma importância para o entendimento da geometria plana, a saber:

Ponto

Conceito adimensional, uma vez que não possui dimensão. Os pontos determinam uma localização e
são indicados com letras maiúsculas.

Reta

A reta, representada por letra minúscula, é uma linha ilimitada unidimensional (possui o comprimento
como dimensão) e pode se apresentar em três posições:

horizontal

vertical

inclinada

Dependendo da posição das retas, quando elas se cruzam, ou seja, possuem um ponto em comum,
são chamadas de retas concorrentes.

Por outro lado, as que não possuem ponto em comum, são classificadas como retas paralelas.

Segmento de Reta

Diferente da reta, o segmento de reta é limitado pois corresponde a parte entre dois pontos distintos.

A semirreta é limitada somente num sentido, visto que possui início e não possui fim.

Plano

Corresponde a uma superfície plana bidimensional, ou seja, possui duas dimensões: comprimento e
largura. Nessa superfície que se formam as figuras geométricas.

Ângulos

Os ângulos são formados pela união de dois segmentos de reta, a partir de um ponto comum, chamado
de vértice do ângulo. São classificados em:

ângulo reto (Â = 90º)

ângulo agudo (0º < Â < 90º)

ângulo obtuso (90º < Â < 180º)

Área

A área de uma figura geométrica expressa o tamanho de uma superfície. Assim, quanto maior a super-
fície da figura, maior será sua área.

Perímetro

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
GEOMETRIA PLANA

O perímetro corresponde a soma de todos os lados de uma figura geométrica.

Figuras Da Geometria Plana

Triângulo

Matemática › Geometria

Geometria Plana

A geometria plana ou euclidiana é a parte da matemática que estuda as figuras que não possuem
volume.

A geometria plana também é chamada de euclidiana, uma vez que seu nome representa uma home-
nagem ao geômetra Euclides de Alexandria, considerado o “pai da geometria”.

Curioso notar que o termo geometria é a união das palavras “geo” (terra) e “metria” (medida); assim, a
palavra geometria significa a "medida de terra".

Conceitos De Geometria Plana

Alguns conceitos são de suma importância para o entendimento da geometria plana, a saber:

Ponto

Conceito adimensional, uma vez que não possui dimensão. Os pontos determinam uma localização e
são indicados com letras maiúsculas.

Reta

A reta, representada por letra minúscula, é uma linha ilimitada unidimensional (possui o comprimento
como dimensão) e pode se apresentar em três posições:

horizontal

vertical

inclinada

Dependendo da posição das retas, quando elas se cruzam, ou seja, possuem um ponto em comum,
são chamadas de retas concorrentes.

Por outro lado, as que não possuem ponto em comum, são classificadas como retas paralelas.

Segmento De Reta

Diferente da reta, o segmento de reta é limitado pois corresponde a parte entre dois pontos distintos.

A semirreta é limitada somente num sentido, visto que possui início e não possui fim.

Plano

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
GEOMETRIA PLANA

Corresponde a uma superfície plana bidimensional, ou seja, possui duas dimensões: comprimento e
largura. Nessa superfície que se formam as figuras geométricas.

Ângulos

Os ângulos são formados pela união de dois segmentos de reta, a partir de um ponto comum, chamado
de vértice do ângulo. São classificados em:

ângulo reto (Â = 90º)

ângulo agudo (0º < Â < 90º)

ângulo obtuso (90º < Â < 180º)

Área

A área de uma figura geométrica expressa o tamanho de uma superfície. Assim, quanto maior a super-
fície da figura, maior será sua área.

Perímetro

O perímetro corresponde a soma de todos os lados de uma figura geométrica.

Polígono (figura plana fechada) de três lados, o triângulo é uma figura geométrica plana formada por
três segmentos de reta.

Segundo a forma dos triângulos, eles são classificados em:

Triângulo equilátero: possui todos os lados e ângulos internos iguais (60°);

Triângulo isósceles: possui dois lados e dois ângulos internos congruentes;

Triângulo escaleno: possui todos os lados e ângulos internos diferentes.

No tocante aos ângulos que formam os triângulos, eles são classificados em:

triângulo retângulo: possui um ângulo interno de 90°;

triângulo obtusângulo: possui dois ângulos agudos internos, ou seja, menor que 90°, e um ângulo ob-
tuso interno, maior que 90°;

triângulo acutângulo: possui três ângulos internos menores que 90°.

Quadrado

Polígono de quatro lados iguais, o quadrado ou quadrilátero é uma figura geométrica plana que pos-
suem os quatro ângulos congruentes: retos (90°).

Retângulo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
GEOMETRIA PLANA

Figura geométrica plana marcada por dois lados paralelos no sentido vertical e os outros dois paralelos,
no horizontal. Assim, todos os lados do retângulo formam ângulos reto (90°).

Círculo

Figura geométrica plana caracterizada pelo conjunto de todos os pontos de um plano. O raio (r) do
círculo corresponde a medida da distância entre o centro da figura até sua extremidade.

Trapézio

Chamado de quadrilátero notável, pois a soma dos seus ângulos internos corresponde a 360º, o trapé-
zio é uma figura geométrica plana.

Ele possui dois lados e bases paralelas, donde uma é maior e outra menor. São classificados em:

Trapézio retângulo: possui dois ângulos de 90º;

Trapézio isósceles ou simétrico: os lados não paralelos possuem a mesma medida;

Trapézio escaleno: todos os lados de medidas diferentes.

Losango

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
GEOMETRIA PLANA

Quadrilátero equilátero, ou seja, formado por quatro lados iguais, o losango, junto com o quadrado e o
retângulo, é considerado um paralelogramo.

Ou seja, é um polígono de quatro lados os quais possuem lados e ângulos opostos congruentes e
paralelos.

Geometria Espacial

A Geometria Espacial é a área da matemática que estuda as figuras que possuem mais de duas di-
mensões.

Assim, o que a difere da geometria plana (que apresenta objetos bidimensionais) é o volume que essas
figuras apresentam, ocupando um lugar no espaço.

Polígonos

Polígonos são figuras geométricas planas que são formadas por segmentos de reta a partir de uma
sequência de pontos de um plano, todos distintos e não colineares, onde cada extremidade de qualquer
um desses segmentos é comum a apenas um outro.

Eles podem ser côncavos ou convexos. Dados dois pontos A e B, interiores ao polígono, ele será
convexo se, e somente se, o segmento de reta AB¯¯¯¯¯¯¯¯ estiver contido inteiramente no polígono.
Caso contrário, ele será côncavo.

Polígono Convexo.

A reta AB¯¯¯¯¯¯¯¯ está inteiramente contida no polígono.

Polígono côncavo ou não convexo.

A reta CD¯¯¯¯¯¯¯¯ não está inteiramente contida no polígono.

Polígonos Simples

Dizemos que um polígono é simples quando quaisquer dois lados não consecutivos não se interceptam.
Quando o polígono não é simples, dizemos que ele é complexo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
GEOMETRIA PLANA

Os polígonos A1A2A3A4A5 e B1B2B3B4B5 são polígonos simples.

Os polígonos C1C2C3C4C5 e D1D2D3D4D5 são polígonos complexos.

Polígonos Regulares E Irregulares

Um polígono que possui os lados congruentes é chamado de equilátero. Quando possui os ângulos
congruentes, é chamado de equiângulo.

Um polígono convexo é regular se for equilátero e equiângulo, ou seja, quando seus lados são todos
iguais (possuem a mesma medida) e seus ângulos internos também são iguais.

Nome Dos Polígonos

Podemos dar nomes aos polígonos de acordo com a quantidade de lados que ele possui. Abaixo, uma
tabela apresentando o nome de cada polígono considerando seus lados.

# de Lados Nome
3 Triângulo ou trilátero
4 Quadrângulo ou quadrilátero

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
GEOMETRIA PLANA

5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Hendecágono ou Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono
n n-látero

Geralmente, para polígonos com lados maiores que 20, nos referimos a ele apenas explicitando o seu
número de lados. Por exemplo, um polígono de 27 lados.

Círculo E Circunferência

que, dado um ponto fixo C, possuem a mesma distância até o ponto C. Em outras palavras, dada a
distância “r” e o ponto fixo C, qualquer ponto A que possui a distância de A até C igual a r é um ponto
pertencente à circunferência. Matematicamente, podemos representar essa última relação da seguinte
maneira:

dAC = r

Tendo em vista a distância entre dois pontos obtida na Geometria Analítica e considerando as coorde-
nadas de A (x,y) e de C (a,b), a relação acima pode ser reescrita da seguinte maneira:

dAC = r

√[(a – x)2 + (b – y)2] = r

(a – x)2 + (b – y)2 = r2

Na Geometria Analítica, essa equação é chamada de equação da circunferência com centro C (a,b) e
raio r.

O ponto C é conhecido como centro da circunferência e a distância r é chamada de raio. A figura geo-
métrica formada por um conjunto de pontos desse tipo é a seguinte:

Circunferência de centro C e raio r

O ponto C não pertence à circunferência, pois a circunferência é apenas o círculo verde. O ponto A,
por sua vez, pertence à circunferência.

Definição de Círculo

O círculo, por sua vez, é uma figura geométrica plana que é definida da seguinte maneira:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
GEOMETRIA PLANA

Círculo é o conjunto de pontos resultantes da união entre uma circunferência e seus pontos internos.
Em outras palavras, o círculo é a área cuja fronteira é uma circunferência.

Círculo: área colorida

Tomando novamente os conhecimentos vindos da Geometria Analítica, a equação do círculo é pratica-


mente igual à equação da circunferência. A diferença encontra-se no fato de o círculo ser um conjunto
de pontos menor ou igual ao raio. A partir disso, temos a seguinte equação:

dAC ≤ r

√[(a – x)2 + (b – y)2] ≤ r

(a – x)2 + (b – y)2 ≤ r2

Dessa maneira, a diferença fundamental entre círculo e circunferência é que o círculo é toda a área
interna de uma circunferência. Já essa última é apenas o contorno de um círculo.

Propriedades Básicas Do Círculo E Da Circunferência

O ponto C, centro da circunferência, não pertence a ela, mas pertence ao círculo. Dessa maneira, dado
um ponto A qualquer (lembrando que dAC é a distância entre A e C), as posições relativas entre A e
uma circunferência são:

1 – A é ponto da circunferência, se dAC = r;


2 – A é ponto externo à circunferência, se dAC > r;
3 – A é ponto interno à circunferência, se dAC < r;

As posições relativas entre A e o círculo são:

1 – A é ponto do círculo, se dAC ≤ r


2 – A é ponto externo ao círculo, se dAC > r

Qualquer segmento que liga dois pontos pertencentes a uma circunferência é chamado de corda.
Quando uma corda contém o centro da circunferência, ela também é chamada de diâmetro. Desse
modo, o diâmetro tem o comprimento igual ao comprimento de dois raios e, além disso, é a maior corda
encontrada em qualquer circunferência.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
GEOMETRIA PLANA

Circunferência contendo um exemplo de corda e um exemplo de diâmetro

Dividindo o comprimento de uma circunferência pelo comprimento de seu raio, o número encontrado
sempre será, aproximadamente, 6,28. Dessa maneira, pode-se escrever a seguinte relação:

C = 6,28
r

Dividindo ambos os membros por 2, obtemos o seguinte resultado:

C = 3,14
2r

Esse resultado é o mesmo da divisão anterior, mas realizado com o diâmetro da circunferência no lugar
do raio. Dessa maneira, é possível encontrar o comprimento de uma circunferência tendo em mãos
apenas o comprimento de seu raio (ou diâmetro). Assim, é possível definir a fórmula para o compri-
mento da circunferência:

C = 2πr, em que π é aproximadamente 3,14

O mesmo se aplica ao cálculo do comprimento ou perímetro de um círculo. Contudo, não é possível


calcular a área de uma circunferência. A área que é calculada, na realidade, é a área do círculo, e a
fórmula utilizada para isso é a seguinte:

A = π.r2

Elementos Do Círculo E Da Circunferência

O compasso é um objeto usado para desenhar círculos e circunferências

Para um dado ponto C, chamado centro, uma circunferência é o conjunto de todos os pontos que pos-
suem uma distância fixa até C. Essa distância geralmente é representada pela letra r. Os círculos, por
sua vez, são compostos por todos os pontos de uma circunferência e por seus pontos interiores. A
imagem a seguir ilustra uma circunferência e um círculo.

Destacamos a seguir os elementos dessas duas figuras, que possuem grande importância para a Ge-
ometria:

1 – Raio

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
GEOMETRIA PLANA

O raio é a distância entre um ponto de uma circunferência e seu centro. O raio do círculo é a distância
entre a borda do círculo e seu centro.

Dizemos que um ponto é interior a uma circunferência quando a sua distância até o centro é menor que
o raio; o ponto é externo quando a distância entre o centro e ele é maior que o raio; e, por fim, dizemos
que um ponto pertence a uma circunferência quando sua distância até o centro é igual ao raio.

O raio da circunferência (e/ou do círculo) é indispensável em cálculos, como comprimento, área etc.

O comprimento da circunferência é dado pela seguinte fórmula:

C = 2πr

E a área do círculo é obtida pela fórmula a seguir:

A = πr2

Em ambos os casos, r é o raio da circunferência (ou do círculo) e π é uma constante de aproximada-


mente 3,1415.

2 – Cordas

Em uma circunferência, a corda é qualquer segmento de reta que liga dois de seus pontos. Atenção: o
centro não é ponto da circunferência!

Dessa maneira, as cordas, em um círculo, podem ser compreendidas como segmentos de reta que
ligam dois pontos distintos de sua borda.

3 – Diâmetro

O diâmetro é uma corda da circunferência que contém o centro. Dessa maneira, o diâmetro é a maior
corda possível em uma circunferência e sua medida é igual a duas vezes o raio.

d = 2·r

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
GEOMETRIA PLANA

O resultado da divisão entre o comprimento de uma circunferência e o seu diâmetro sempre será igual
a uma constante, representada pela letra grega π, que é aproximadamente 3,14. Isso independe do
tamanho da circunferência, pois seu comprimento e seu diâmetro são proporcionais e a razão de pro-
porcionalidade é igual a π.

4 – Comprimento

O comprimento de uma circunferência é a medida da própria circunferência em alguma unidade de


medida conhecida. Esse comprimento pode ser obtido pela fórmula:

C = 2πr

Nessa fórmula, π é uma constante (aproximadamente 3,14) e r é a medida do raio da circunferência.

5 – Arco

Considere os pontos A e B sobre uma circunferência. As duas partes formadas que vão de A até B são
chamadas de arcos da circunferência, como demonstrado na figura a seguir:

Em outras palavras, o arco é uma parte de uma circunferência limitada por dois pontos.

6 – Setor Circular

É o equivalente ao arco, porém para o círculo. Em dados dois raios distintos de um círculo, o setor cir-
cular é a parte limitada por eles.

O setor circular é algo que se parece com uma fatia de pizza. A parte restante também é chamada de
setor circular.

7 – Ângulo Central

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
GEOMETRIA PLANA

É um ângulo cujo vértice está no centro de um círculo e os lados são seus raios. Um ângulo cen-
tral está ligado a um arco no círculo onde foi definido. A imagem seguinte mostra um exemplo de ângulo
central.

8 – Coroa Circular

A coroa circular é uma figura geométrica limitada por dois círculos que possuem o mesmo centro (con-
cêntricos) de raios diferentes. Essa figura é a que mais se assemelha a um anel, como mostra a ima-
gem abaixo.

Congruência De Figuras Geométricas

Figuras congruentes são aquelas que possuem lados e ângulos correspondentes com medidas iguais.
As medidas são iguais, mas os lados e ângulos não são. É como comparar paredes e ângulos de duas
casas distintas. As medidas podem ser iguais, mas isso não quer dizer que as paredes da primeira
casa sejam iguais às paredes da segunda. Imagine que a primeira casa é verde e a segunda é branca!

Do mesmo modo, não é possível afirmar que duas figuras congruentes são iguais. A igualdade entre
elas é apenas entre as medidas de seus lados e de seus ângulos. Por isso, dizer que duas figuras são
iguais significa dizer que a primeira figura é exatamente igual à segunda figura. Afirmar que duas figuras
são congruentes é equivalente a dizer que a primeira figura possui medidas de ângulos e lados corres-
pondentes de igual valor.

As duas figuras acima são congruentes por serem polígonos regulares de lado 1 cm e por possuírem
todos os ângulos iguais a 120 graus, entretanto, a imagem seguinte torna a correspondência entre
lados e ângulos mais óbvia.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
GEOMETRIA PLANA

Imagine que o pentágono da direita é uma versão do pentágono da esquerda de cabeça para baixo.
Observe que:

1- O lado AB é correspondente ao lado FG e que AB = FG = 2 cm.

2- O lado BC é correspondente ao lado GH e BC = GH = 1,41 cm.

3- Seguindo esse raciocínio, podemos escrever outros pares de lados congruentes: CD = IH, DE = IJ e
EA = JF.

Com relação aos ângulos, observe que os ângulos correspondentes seguem o mesmo padrão dos
lados. Por exemplo, o ângulo “a”, localizado no vértice A, é de 135 graus e é correspondente ao ângulo
“f”, localizado no vértice F. Representando os ângulos pelos vértices correspondentes em letras minús-
culas, teremos as correspondências: a = f, b = g, c = h, d = i, e = j.

Existem figuras congruentes cujas medidas correspondentes não são tão óbvias. Repare na figura a
seguir:

Observe que os ângulos correspondentes agora ocupam posições não tão óbvias quanto anterior-
mente. Observe as relações de congruência: a = i, d = j, c = k e b = l.

As relações de congruência entre os lados agora são as seguintes: AB = IL, BC = LK, CD = KJ e DA =


IJ.

Portanto, duas figuras geométricas são congruentes quando as medidas de seus lados corresponden-
tes são congruentes e, além disso, quando as medidas dos ângulos correspondentes são congruentes.

Congruência E Semelhança De Triângulos

Temos que dois triângulos são congruentes:


Quando seus elementos (lados e ângulos) determinam a congruência entre os triângulos.
Quando dois triângulos determinam a congruência entre seus elementos.

Casos de congruência:

1º LAL (lado, ângulo, lado): dois lados congruentes e ângulos formados também congruentes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
GEOMETRIA PLANA

2º LLL (lado, lado, lado): três lados congruentes.

3º ALA (ângulo, lado, ângulo): dois ângulos congruentes e lado entre os ângulos congruente.

4º LAA (lado, ângulo, ângulo): congruência do ângulo adjacente ao lado, e congruência do ângulo
oposto ao lado.

Através das definições de congruência de triângulos podemos chegar às propriedades geométricas


sem a necessidade de efetuar medidas. A esse método damos o nome de demonstração.

Dizemos que, em todo triângulo isósceles, os ângulos opostos aos lados congruentes são congruentes.
Os ângulos da base de um triângulo isósceles são congruentes.

Relações Métricas No Triângulo Retângulo

As relações métricas relacionam as medidas dos elementos de um triângulo retângulo (triângulo com
um ângulo de 90º).

Os elementos de um triângulo retângulo estão apresentados abaixo:

Sendo:

a: medida da hipotenusa (lado oposto ao ângulo de 90º)


b: cateto
c: cateto
h: altura relativa à hipotenusa
m: projeção do cateto c sobre a hipotenusa
n: projeção do cateto b sobre a hipotenusa

Semelhança E Relações Métricas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
GEOMETRIA PLANA

Para encontrar as relações métricas, utilizaremos semelhança de triângulos. Considere os triângulos


semelhantes ABC, HBA e HAC, representados nas imagens:

Como os triângulos ABC e HBA são semelhantes ( ), temos as seguintes proporções:

Usando que encontramos a pro-


porção:

Da semelhança entre os triângulos HBA e HAC encontramos a proporção:

Temos ainda que a soma das projeções m e n é igual a hipotenusa, ou seja:

Teorema de Pitágoras

A mais importante das relações métricas é o Teorema de Pitágoras. Podemos demonstrar o teorema
usando a soma de duas relações encontradas anteriormente.

Vamos somar a relação b2 = a . n com c2 = a . m, conforme mostrado abaixo:

Como a = m + n, substituindo na expressão anterior, temos:

Assim, o Teorema de Pitágoras pode ser enunciado como:

A hipotenusa ao quadrado é igual a soma dos quadrados dos catetos.

Exemplos

1) Encontre o valor de x e de y na figura abaixo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
GEOMETRIA PLANA

Primeiro calcularemos o valor da hipotenusa, que na figura está representado por y.

Usando a relação: a = m + n

y=9+3
y = 12

Para encontrar o valor de x, usaremos a relação b2 = a.n, assim:

x2 = 12 . 3 = 36

2) A medida da altura relativa à hipotenusa de um triângulo retângulo é 12 cm e uma das projeções


mede 9 cm. Calcular a medida dos catetos desse triângulo.

Primeiro vamos encontrar o valor da outra projeção usando a relação: h2 = m . n

Vamos encontrar o valor da hipotenusa, usando a relação a = m + n


a = 16 + 9 = 25

Agora é possível calcular o valor dos catetos usando as relações b2 = a . n e c2 = a . m

Fórmulas

Na tabela abaixo, reunimos as relações métricas no triângulo retângulo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
GEOMETRIA PLANA

Relações Métricas Nos Polígonos Regulares

Polígono inscrito e polígono circunscrito em uma circunferência

Quando os vértices de um polígono estão sobre uma circunferência (figura 1), dizemos que:

• o polígono está inscrito na circunferência;

• a circunferência está circunscrita ao polígono.

Quando os lados do polígono são tangentes a uma circunferência (figura 2), dizemos que:

• o polígono está circunscrito à circunferência;

• a circunferência está inscrita no polígono

2. Polígonos regulares

Um polígono é chamado de equiângulo quando possui todos os ângulos internos congruentes, e equi-
látero quando possui todos os lados congruentes.

Exemplos:

a) O retângulo tem todos os ângulos internos congruentes. Logo, o retângulo é equiângulo.

Propriedade Dos Polígonos Regulares

• Se uma circunferência for dividida em três ou mais arcos congruentes, então as cordas consecutivas
formam um polígono regular inscrito na circunferência.

• Se uma circunferência for dividida em três ou mais arcos congruentes, então as tangentes aos pontos
consecutivos de divisão formam um polígono regular circunscrito à circunferência.

Na circunferência ao lado, traçamos dois diâmetros perpendiculares entre si. A circunferência ficou
dividida em quatro arcos congruentes.

As cordas consecutivas formam um quadrado inscrito na circunferência.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
GEOMETRIA PLANA

As tangentes pelos pontos de divisão formam um quadrado circunscrito à circunferência.

Desse modo, podemos dizer que, se um polígono é regular, então existe um circunferência que passa
por todos os seus vértices e uma outra que tangencia todos os seus lados.

• Todo polígono regular é inscritível numa circunferência.

•Todo polígono regular é circunscritível a uma circunferência.

Elementos De Um Polígono Regular

Se um polígono é regular, consideramos:

•Centro do polígono é o centro da circunferência circunscrita a ele (ponto O).


•Raio do polígono é o raio da circunferência circunscrita a ele (OC).
• Apótema do polígono é o segmento que une o centro do polígono ao ponto médio de um de seus
lados (OM)
•Ângulo central é aquele cujo vértice é o centro do
polígono e cujo lados são semi-retas que contêm
dois raios consecutivos (CÔD)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
GEOMETRIA PLANA

Relações Métricas No Círculo

Conceitos básicos:

Uma CORDA é todo segmento de reta cujas extremidades pertencem à circunferência.

Uma reta que tenha um único ponto em comum com uma circunferência é uma reta TANGENTE a essa
circunferência.

Uma reta que tenha dois pontos em comum com uma circunferência é uma SECANTE a essa circun-
ferência.

Relações Métricas No Círculo

A circunferência possui algumas importantes relações métricas envolvendo segmentos internos, se-
cantes e tangentes. Através dessas relações obtemos as medidas procuradas.

Cruzamento Entre Duas Cordas

O cruzamento de duas cordas na circunferência gera segmentos proporcionais, e a multiplicação entre


as medidas das duas partes de uma corda é igual à multiplicação das medidas das duas partes da
outra corda. Observe:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
GEOMETRIA PLANA

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
GEOMETRIA PLANA

Confira A Aula Selecionada Para Ampliar Os Seus Estudos.

Relações Métricas Na Circunferência: Relação Entre Cordas

Relações métricas são propriedades que possibilitam o cálculo de medidas de comprimento de algu-
mas figuras geométricas e de seus elementos. Assim, a partir da relação entre cordas de uma circun-
ferência, é possível encontrar algumas medidas do comprimento dessas cordas por meio de uma pro-
priedade bem definida com cálculo simples.

Para facilitar a compreensão dos cálculos, relembraremos, primeiro, as definições básicas de circunfe-
rência e corda.

Definição De Circunferência E De Corda

Para dado ponto O, chamado centro, a circunferência de raio r é o conjunto de pontos cuja distância até
o ponto O é igual a r. Um de seus elementos é a corda, definida como segmento de reta que liga dois

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
GEOMETRIA PLANA

pontos pertencentes a uma circunferência. Assim, um diâmetro fica definido como a maior corda que
uma circunferência possui, ou como a corda que passa pelo centro dela.

Cordas no interior de uma circunferência

Relação Entre Cordas

Na imagem a seguir, observe a circunferência c, de raio r e centro O. Nessa figura, construímos duas
cordas, o segmento AB e o segmento CD, que se encontram no ponto P.

Nessas circunstâncias, os segmentos formados pelas cordas são proporcionais conforme a igualdade:

AP = CP
DP BP

Usando a propriedade fundamental das proporções, temos:

AP·BP = CP·DP

Essas igualdades podem ser usadas para encontrar a medida de um dos quatro segmentos de reta
definidos pelas cordas da circunferência quando as medidas dos outros três são conhecidas.

Exemplo: Determine o valor de x na imagem abaixo:

Solução: Basta usar uma das igualdades dadas acima para descobrir o valor de x.

AP·BP = CP·DP

8·3 = x·4

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
GEOMETRIA PLANA

24 = x
4

x=6

Demonstração Da Proporcionalidade Das Cordas

Dada a circunferência c, cortada pelas cordas AB e CD que se cruzam no ponto P, temos a formação
de alguns ângulos, como mostra a seguinte imagem:

Observe que construímos também os segmentos AC e BD para formar dois triângulos dentro da cir-
cunferência: ACP e BDP. Os ângulos formados no ponto P em destaque na figura são opostos pelo
vértice, por isso, suas medidas são iguais.

Os ângulos α e β também são congruentes. Isso acontece porque eles são ângulos inscritos da circun-
ferência e relacionam-se ao mesmo arco.

Como os dois triângulos possuem dois ângulos congruentes, então, essas figuras são semelhantes
pelo caso de semelhança ângulo-ângulo. É por esse motivo que os lados desses triângulos são pro-
porcionais.

Área De Polígonos Regulares

são figuras geométricas planas que são formadas por segmentos de reta a partir de uma sequência de
pontos de um plano, todos distintos e não colineares, onde cada extremidade de qualquer um desses
segmentos é comum a apenas um outro.

Um polígono convexo é regular quando seus lados são todos iguais (possuem a mesma medida) e
seus ângulos internos também são iguais.

Na geometria plana, existem diferentes tipos de polígonos e, para muitos deles, há uma fórmula mate-
mática para se calcular sua área.

Área De Um Triângulo Regular

Um triângulo regular é também chamado de triângulo equilátero. Obtemos a sua área através da se-
guinte fórmula matemática: A=a23√4.

Onde a é a medida do lado do triângulo. Obtemos essa fórmula da seguinte maneira:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
GEOMETRIA PLANA

Considere o triângulo regular ABC, de lado a:

Vamos nos concentrar em um dos triângulos retângulos que foram formados, ABD e aplicar o Teorema
de Pitágoras.

a2=h2+(a2)2

a2=h2+a24

h2=a2−a24

h2=3a24

h=3a24−−−√

h=a3√2

Agora, como a área de um triângulo qualquer é: A=b⋅h2, teremos:

A=a⋅(a3√2)2=a33√2⋅12=a33√4

Assim, em todo triângulo regular encontramos a sua área utilizando a fórmula A=a33√4.

Área De Um Quadrado

Um quadrado, por si só, já é regular pois, por definição, é um quadrilátero cujos lados são sempre
iguais.

Calculamos a sua área multiplicando a sua base pela sua altura:

A=b⋅h

Área De Um Hexágono Regular

Vamos considerar um hexágono regular de lado L e apótema a.

O hexágono é o único polígono regular onde todos os seus 6 triângulos são também regulares (equilá-
teros).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
GEOMETRIA PLANA

Assim, para calcular a área de um dos triângulos basta utilizar a fórmula: A=a23√4.

Como temos 6 triângulos que formam o hexágono, a sua área será, então:

A=6⋅a23√4=3⋅a23√2

A=3a23√2

Fórmula Geral Para Cálculo Da Área De Qualquer Polígono Regular

Existe uma fórmula que nos dá a área de qualquer polígono regular. A fórmula é a seguinte:

A=n⋅L⋅a2

Onde n é a quantidade de lados do polígono, L é a medida do lado desse polígono e a é a medida do


apótema, quase sempre dado.

Para chegarmos à fórmula, vamos considerar o hexágono abaixo e suponhamos que não sabemos da
existência de uma fórmula específica pra ele (como vimos anteriormente).

Um hexágono é um polígono regular de 6 lados. Podemos dividir esse polígono em 6 triângulos idênti-
cos. Assim, para determinar a área desse hexágono, basta determinar a área de um dos triângulos e,
em seguida, multiplicar o resultado por 6.

A área de um triângulo qualquer é calculada multiplicando-se a sua base pela sua altura e dividindo
esse resultado pela metade, ou seja, A=b⋅h2.

No caso desse hexágono, a base do triângulo em destaque será L e a altura será a, que é o apótema
do hexágono.

O apótema é a medida do segmento que parte do centro do polígono e forma ângulo de 90° com um
de seus lados. Nesse caso, o apótema a desse polígono tem a mesma medida que a altura do triângulo
em destaque.

Assim, a área será: A=L⋅a2.

Como o hexágono é composto por 6 triângulos iguais ao destacado, para encontrar a área do hexá-
gono, devemos multiplicar a área do triângulo por 6: A=6⋅L⋅a2.

Veja que, se fosse um polígono de 5 lados, teríamos 5 triângulos e, por isso, multiplicaríamos a área
do triângulo por 5. O mesmo aconteceria com um polígono regular de 10 lados: teríamos 10 triângulos
e a área seria multiplicada por 10.

Considerando, então, um polígono de n lados, teríamos n triângulos iguais e a área deveria ser multi-
plicada por n. Assim, A=n⋅L⋅a2.

Observe que, ajeitando a fórmula para A=n⋅L⋅a2, temos que n⋅L é, na verdade, o perímetro do polí-
gono. Como o perímetro é a soma de todos os lados e temos n lados iguais a L, o perímetro será P=n⋅L.
Assim, também podemos expressar essa fórmula como:

A=P⋅a2

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
GEOMETRIA PLANA

Se a medida do apótema não for dada, teremos que o encontrá-la.

Apótema

Para calcular o apótema vamos considerar um polígono regular de 6 lados, um hexágono, cujo lado
mede 3 cm.

360o6=60o

60o2=30o

Primeiro precisamos saber qual será o ângulo no ponto de onde sai o apótema. Para isso, pasta dividir
360° pela quantidade de lados do polígono, no nosso caso, 6 lados. Assim, teremos 60°.

O apótema sempre divide o ângulo em dois outros ângulos de mesma medida, no nosso caso, 30°.
Agora, podemos usar algumas relações trigonométricas para encontrar o valor do apótema:

tg(30o)=cateto opostocateto adjacente

tg(30o)=L2a

a⋅tg(30o)=L2

a=L2⋅tg(30o)

a=32⋅3√3=3⋅32⋅3√=92⋅3√

a=923√⋅sqrt33√=93√2⋅3=33√2

Generalizando para o caso onde temos um polígono de lado n lados de medida L:

O ângulo do apótema será dado por 360on. Como temos que dividir esse ângulo por 2, teremos:
360on2=360on⋅12=180on.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
GEOMETRIA PLANA

Aplicando trigonometria para encontrar o apótema:

tg(180on)=L2a

a⋅tg(180on)=L2

a=L2⋅tg(180on)

Com essa fórmula do valor do apótema, a nossa fórmula A=n⋅L⋅a2 pode ser escrita como:

A=n⋅L⋅(L2⋅tg(180on))2=n⋅L⋅L2⋅tg(180on)2=nL22tg(180on)⋅12

A=nL24tg(180on)

Essa é a fórmula geral para se calcular a área de qualquer polígono regular.

Exemplos

1. Qual a área de um polígono regular de 12 lados, onde cada lado mede 4 cm?

Aplicando a fórmula obtida teremos:

A=nL24tg(180on)

A=12⋅424tg(180o12)

A=12⋅164tg(15o)

A=1924⋅(2−3√)

A=482−3√

A=179,13cm2

2. Qual a área de um polígono regular de 4 lados, que tem 6 como medida de cada lado?

Temos um quadrado de lado 6, cuja área pode ser calculada por:

A=L2=62=36cm2

Mas vamos calcular utilizando a fórmula obtida anteriormente:

A=nL24tg(180on)

A=4⋅624tg(180o4)

A=4⋅364tg(45o)

A=361=36cm2

Cálculo Do Perímetro E Área De Polígonos

Superfícies como uma mesa e sólidos geométricos como o dado, estão presentes no espaço que nos
cerca. Realizar a medição dessas regiões pode ser necessário, para isso utilizamos o cálculo do perí-
metro e da área.

Perímetro

Definimos perímetro como sendo a soma das medidas dos lados de um polígono. Considere polígono
como sendo uma figura fechada plana constituída por segmento de reta. Veja um exemplo:

Calcule o perímetro do polígono:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 27
GEOMETRIA PLANA

Pontos: A, B, C, D, E, F, G

Segmentos de reta: AB, BC, CD, DE, EF, FG, GA.

Perímetro do polígono ABCDEFG:

P = 5 cm + 8 cm + 6 cm + 7 cm + 10 cm + 8 cm + 8 cm

P = 52 cm

Área De Polígonos

Utilizamos o cálculo de área para dimensionar as superfícies planas. Para cado polígono é utilizado
uma fórmula, a unidade de medida resultante do cálculo da área é sempre elevada ao quadrado. As
figuras geométricas planas que apresentam fórmula definida para o cálculo de área são: Retângulo,
quadrado, paralelogramo, triângulo, trapézio, losangolo e círculo. Observe como calculamos a área do:
retângulo, quadrado, paralelogramo e triângulo:

Retângulo

Área do retângulo = medida da base x medida da altura

Ar=b⋅h

Exemplo:

Elementos do retângulo:

Pontos: A, B, C, D

Segmentos de reta: AB, BC, CD, CA

Segmentos paralelos: AB\\CD e AC\\BD


Obs. Segmentos paralelos são congruentes, possuindo a mesma medida

Base do retângulo: BD = 10 cm

Altura do retângulo: CD = 5 cm

Área do retângulo = medida da base x medida da altura

Ar=b⋅h

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 28
GEOMETRIA PLANA

Ar=10cm⋅5cm

Ar=50cm2

Quadrado

Área do quadrado = medida do lado x medida do lado

Aq=l⋅l

Aq=l2

Exemplo

Elementos do quadrado

Pontos: A, B, C, B

Segmentos de reta: AB, BC, CD, CA

Segmentos paralelos: AB\\CD e AC\\BD

Lados do quadrado: AB = 5 cm, BC = 5 cm, CD = 5 cm, CA = 5 cm

Área do quadrado = medida do lado x medida do lado

Aq=l⋅l

Aq=l2

Aq=(5cm)2

Aq=25cm2

Paralelogramo

Área do paralelogramo = medida da base x medida da altura

Ap=b⋅h

Exemplo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 29
GEOMETRIA PLANA

Elementos do paralelogramo

Pontos: B, C, D, E, F

Segmentos paralelos: BC\\DE e CD\\BE

Base do paralelogramo: BE = 6 cm

Altura do paralelogramo: EF = 7 cm

Área do paralelogramo = medida da base x medida da altura

Ap=b⋅h

Ap=6cm⋅7cm

Ap=42cm2

Triângulo

Área do triângulo = base⋅altura2

At=b⋅h2

Exemplo

Elementos do triângulo

Pontos: A, B, C, D

Base do triângulo: BC = 8 cm

Altura do triângulo: AD = 5 cm

Área do triângulo = At=b⋅h2

At=8cm⋅5cm2

At=40cm22

At=20cm2

Área do Polígono Regular

Polígonos regulares são aqueles que possuem lados e ângulos internos congruentes. Para calcular a
área desse tipo de polígono, é possível usar uma fórmula que relaciona a medida de seu apótema e
lado com a medida da área. A demonstração dessa fórmula é uma alternativa para esse cálculo, uma
vez que se pode obter também a área de um polígonoregular qualquer por meio dela.

A seguir, demonstraremos a fórmula para calcular a área do polígono regular e apresentaremos um


exemplo resolvido desse cálculo.

Área Do Polígono Regular

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 30
GEOMETRIA PLANA

A área de um polígono regular pode ser obtida pela seguinte fórmula:

A = P·a
2

Na qual, A é a área do polígono, P é o perímetro e a é o apótema desse polígono. Se essa fórmula for
reorganizada, podemos dizer que a área do polígono regular é igual à metade do perímetro – também
chamada semiperímetro – multiplicada pelo apótema. Assim, essa fórmula pode ser interpretada da
seguinte maneira:

A área do polígono regular é igual ao produto do semiperímetro

desse polígono pela medida de seu apótema.

Demonstração Da Fórmula

Dado um polígono regular de lado l e que possui n lados, encontre seu centro P e construa os segmen-
tos que ligam cada um de seus vértices a esse ponto. Para tanto, basta construir as mediatrizes de dois
lados quaisquer. Essas retas encontrar-se-ão no centro do polígono.

A imagem a seguir representa uma parte de um polígono que possui n lados e que cada um desses
lados tem medida representada pela letra l.

Nesse polígono, foram formados n triângulos e todos eles são isósceles e congruentes. Para ter certeza
disso, basta construir a circunferência que circunscreve esse polígonoe notar que todos os segmentos
construídos são raios dela e, por isso, possuem a mesma medida. Além disso, todos os ângulos cen-
trais formados são congruentes e medem 360°/n.

Como os triângulos são congruentes, para calcular a área do polígono, basta calcular a área de um dos
triângulos e multiplicar esse resultado por n, que é tanto o número de lados do polígono como o número
de triângulos obtidos. Portanto, calcularemos a área do triângulo ABP.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 31
GEOMETRIA PLANA

O apótema é um segmento de reta que liga o centro de um polígono ao ponto médio de um de seus
lados. Como o triângulo ABP é isósceles, o apótema também é altura e bissetriz nesse triângulo. Sendo
assim, base e altura desse triângulo já são conhecidos: respectivamente, lado do polígono e apótema
do triângulo.

A área do triângulo ABP, portanto, é:

At = l·a
2

E, como dito anteriormente, a área do polígono é igual a n vezes a área do triângulo ABP:

A = n·At = n·l·a
2

Note apenas que o número de lados multiplicado pelo comprimento dos lados é igual ao perímetro P
do polígono. Assim, podemos substituir n·l por P:

A = P·a
2

Exemplo:

Um eneágono regular tem lado igual a 6 centímetros. Qual a medida de sua área?

Solução: O perímetro desse polígono é igual a 6·9 = 54 cm. Em seguida, será necessário encontrar a
medida do apótema desse polígono. Para isso, faremos a mesma construção anterior em um eneá-
gono:

Construindo o apótema que divide o lado AB em duas partes iguais e que também é altura e bissetriz,
teremos o triângulo retângulo OKB. Observe que o ângulo AÔB é igual a 360°/9, pois o eneágono
é regular.

360° = 40°
9

Observe também que o apótema é bissetriz desse ângulo. Assim, β = 20°. Para descobrir o compri-
mento do apótema a, basta calcular a tangente de β nesse triângulo.

tg β = 3
a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 32
GEOMETRIA PLANA

tg 20° = 3
a

No texto Tabelas de razões trigonométricas, há uma aproximação de tg 20° = 0,364. Substituindo esse
valor na fórmula, teremos:

0,364 = 3
a

a= 3
0,364

a = 8,24 cm, aproximadamente.

Usando a fórmula para área do polígono regular, teremos:

A = P·a
2

A = 54·8,24
2

A = 444,96
2

A = 222,48 cm2

Observe que o maior trabalho desse exercício foi encontrar a medida do apótema. Caso essa medida
fosse dada, todo o cálculo deveria resumir-se a essa última parte.

Áreas Das Figuras Planas – Geometria Básica

Área ou superfície de uma figura plana tem a ver com o conceito (primitivo) de sua extensão (bidimen-
sional).

Usamos a área do quadrado de lado unitário como referência de unidade de área, chamando de metro
quadrado (m²) sua unidade de medida principal.

Área do Quadrado

Área do Retângulo

Área do Paralelogramo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 33
GEOMETRIA PLANA

Área do Losango

Área do Trapézio

Triângulos Quaisquer

Triângulo Retângulo

Triângulo Equilátero

Fórmula de Heron

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 34
GEOMETRIA PLANA

Área do Círculo

Área da Coroa Circular

Área Setor Circular

Área Segmento Circular

Dica! Muitos exercícios de áreas cobram conhecimen-tos de tópicos anteriores, principalmente rela-
ções métricas e semelhança; portanto fique atento.

Área do Setor Circular

A área total de um círculo é proporcional ao tamanho do raio e pode ser calculada pela expressão π *
r², na qual π equivale a 3,14 e r é a medida do raio do círculo. O círculo pode ser dividido em infinitas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 35
GEOMETRIA PLANA

partes, as quais recebem o nome de arcos (partes de um círculo). Os arcos de uma região circular são
determinados de acordo com a medida do ângulo central, e é com base nessa informação que calcu-
laremos a área de um segmento circular.

Uma volta completa no círculo corresponde a 360º, valor que podemos associar à expressão do cálculo
da área do círculo, π * r². Partindo dessa associação podemos determinar a área de qualquer arco com
a medida do raio e do ângulo central, através de uma simples regra de três. Observe:

360º ------------- π * r²
θº ------------------ x

Onde:
π = 3,14
r = raio do círculo
θº = medida do ângulo central
x = área do arco

Exemplo 1

Determine a área de um segmento circular com ângulo central de 32º e raio medindo 2 m.
Resolução:

360º ------------- π * r²
32º ------------------ x

360x = 32 * π * r²
x = 32 * π * r² / 360
x = 32 * 3,14 * 2² / 360
x = 32 * 3,14 * 4 / 360
x = 401,92 / 360
x = 1,12

A área do segmento circular possui aproximadamente 1,12 m².

Exemplo 2

Qual a área de um setor circular com ângulo central medindo 120º e comprimento do raio igual a 12
metros.

360º ------------- π * r²
120º ------------------ x

360x = 120 * π * r²
x = 120 * π * r² / 360
x = 120 * 3,14 * 12² / 360
x = 120 * 3,14 * 144 / 360
x = 54259,2 / 360
x = 150,7

A área do setor circular citado corresponde, aproximadamente, a 150,7 m².

Área da Coroa do Círculo

Quando duas ou mais circunferências possuem o mesmo centro, são denominadas concêntricas.
Nesse caso elas podem ter raio de tamanhos diferentes. Observe:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 36
GEOMETRIA PLANA

Ao unirmos duas circunferências de mesmo centro com raios R e r, considerando R > r, temos que a
diferença entre as áreas é denominada coroa circular. Observe:

A área da coroa circular representada pode ser calculada através da diferença entre as áreas totais
das duas circunferências, isto é, área do círculo maior menos a área do círculo menor.

Área da coroa = Área do círculo maior – Área do círculo menor

Área da coroa = (π * R²) – (π * r²)

Área da coroa = π * (R² – r²)

Observação: Os resultados podem ser dados em função de π, caso seja necessário substitua π por
seu valor aproximado, 3,14.

Exemplo 1

Determine a área da coroa circular da figura a seguir, considerando o raio da circunferência maior igual
a 10 metros e raio da circunferência menor igual a 8 metros.

A = π * (R² – r²)
A = π * (10² – 8²)
A = π * (100 – 64)
A = π * 36
A = 36π m²
ou
A = 36 * 3,14
A = 113,04 m²

Exemplo 2

Um cavalo está amarrado em uma árvore através de uma corda de 20 metros de comprimento. A área
total da pastagem possui raio de 50 metros de comprimento. Considerando a área de pastagem máxima
do cavalo, determine a área não utilizada na alimentação do cavalo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 37
GEOMETRIA PLANA

A = π * (50² – 20²)
A = π * (2500 – 400)
A = π * (2100)
A = π * 2100
A = 2100π m²
ou
A = 2100 * 3,14
A = 6594 cm²

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 38
GEOMETRIA ESPACIAL

Geometria Espacial

A Geometria Espacial corresponde a área da matemática que se encarrega de estudar as figuras no


espaço, ou seja, aquelas que possuem mais de duas dimensões.

De modo geral, a Geometria Espacial pode ser definida como o estudo da geometria no espaço.

Assim, tal qual a Geometria Plana, ela está pautada nos conceitos basilares e intuitivos que chamamos
“conceitos primitivos” os quais possuem origem na Grécia Antiga e na Mesopotâmia (cerca de 1000
anos a.C.).

Pitágoras e Platão associavam o estudo da Geometria Espacial ao estudo da Metafísica e da religião;


contudo, foi Euclides a se consagrar com sua obra “Elementos”, onde sintetizou os conhecimentos
acerca do tema até os seus dias.

Entretanto, os estudos de Geometria Espacial permaneceram estanques até o fim da Idade Média,
quando Leonardo Fibonacci (1170-1240) escreve a “Practica Geometriae”.

Séculos depois, Joannes Kepler (1571-1630) rotula o “Steometria” (stereo: volume/metria: medida) o
cálculo de volume, em 1615.

Características Da Geometria Espacial

A Geometria Espacial estuda os objetos que possuem mais de uma dimensão e ocupam lugar no es-
paço. Por sua vez, esses objetos são conhecidos como "sólidos geométricos" ou "figuras geométricas
espaciais". Conheça melhor alguns deles:

• Prisma
• Cubo
• Paralelepípedo
• Pirâmide
• Cone
• Cilindro
• Esfera

Dessa forma, a geometria espacial é capaz de determinar, por meio de cálculos matemáticos, o volume
destes mesmos objetos, ou seja, o espaço ocupado por eles.

Contudo, o estudo das estruturas das figuras espaciais e suas inter-relações é determinado por alguns
conceitos básicos, a saber:

Ponto: conceito fundamental a todos os subsequentes, uma vez que todos sejam, em última análise,
formados por inúmeros pontos. Por sua vez, os pontos são infinitos e não possuem dimensão mensu-
rável (adimensional). Portanto, sua única propriedade garantida é sua localização.

Reta: composta por pontos, é infinita nos dois lados e determina a distância mais curta entre dois pontos
determinados.

Linha: possui algumas semelhanças com a reta, pois é igualmente infinita para cada lado, contudo, têm
a propriedade de formar curvas e nós sobre si mesma.

Plano: é outra estrutura infinita que se estende em todas as direções.

Figuras Geométricas Espaciais

Segue abaixo algumas das figuras geométricas espaciais mais conhecidas:

Cubo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
GEOMETRIA ESPACIAL

O cubo é um hexaedro regular composto de 6 faces quadrangulares, 12 arestas e 8 vértices sendo:

Área lateral: 4a2

Área total: 6a2

Volume: a.a.a = a3

Dodecaedro

O Dodecaedro é um poliedro regular composto de 12 faces pentagonais, 30 arestas e 20 vértices


sendo:

Área Total: 3√25+10√5a2

Volume: 1/4 (15+7√5) a3

Tetraedro

O Tetraedro é um poliedro regular composto de 4 faces triangulares, 6 arestas e 4 vértices sendo:

Área total: 4a2√3/4

Volume: 1/3 Ab.h

Octaedro

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
GEOMETRIA ESPACIAL

O Octaedro é um poliedro regular de 8 faces formada por triângulos equiláteros, 12 arestas e 6 vértices
sendo:

Área total: 2a2√3

Volume: 1/3 a3√2

Icosaedro

O Icosaedro é um poliedro convexo composto de 20 faces triangulares, 30 arestas e 12 vértices sendo:

Área total: 5√3a2

Volume: 5/12 (3+√5) a3

Prisma

O Prisma é um poliedro composto de duas faces paralelas que formam a base, que por sua vez, podem
ser triangular, quadrangular, pentagonal, hexagonal.

Além das faces o prima é composto de altura, lados, vértices e arestas unidos por paralelogramos. De
acordo com sua inclinação, os prismas podem ser retos, aqueles em que a aresta e a base fazem um
ângulo de 90º ou os oblíquos compostos de ângulos diferentes de 90º.

Área da Face: a.h

Área Lateral: 6.a.h

Área da base: 3.a3√3/2

Volume: Ab.h

Onde:

Ab: Área da base

h: altura

Pirâmide

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
GEOMETRIA ESPACIAL

A pirâmide é um poliedro composto por uma base (triangular, pentagonal, quadrada, retangular, para-
lelogramo), um vértice (vértice da pirâmide) que une todas as faces laterais triangulares.

Sua altura corresponde a distância entre o vértice e sua base. Quanto à sua inclinação podem ser
classificadas em retas (ângulo de 90º) ou oblíquas (ângulos diferentes de 90º).

Área total: Al + Ab

Volume: 1/3 Ab.h

Onde:

Al: Área lateral

Ab: Área da base

h: altura

Curiosidades

A palavra "geometria" vem do grego e corresponde a união dos termos "geo" de terra e "metria" de
medida, que significa "medir terra."

Os cálculos mais comuns em Geometria espacial são para determinar o comprimentos de curvas, áreas
de superfícies e volumes de regiões sólidas.

Outras figuras geométricas espaciais: cilindro, cone, esfera.

Os "Sólidos Platônicos" são poliedros convexos conhecidos desde a antiguidade clássica. Os cinco
"sólidos platônicos" são: tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro, icosaedro.

Noções primitivas de Geometria: ponto, reta, plano e espaço

As noções primitivas da Geometria são o modo como compreendemos os elementos matemáticos que
dão base para a construção dos conhecimentos geométricos.

Esses elementos são ponto, reta, plano e espaço. Explicar cada um deles não é tarefa fácil, pois temos
apenas noções primitivas sobre esses elementos, ou seja, não existe uma definição precisa para eles.

Quando tentamos encontrar uma definição para elementos de uma figura ou sólido geométrico e, de-
pois, a definição de elementos desses elementos e continuamos trilhando esse caminho, fatalmente
chegaremos a uma dessas noções primitivas.

O cubo, por exemplo, é um sólido geométrico chamado de prisma reto cujos lados são todos quadra-
dos. O quadrado, por sua vez, é uma figura geométrica que possui quatro lados congruentes e ângulos
de 90°. Os lados de um quadrado são segmentos de reta. Já a reta é uma noção primitiva que não
possui definição, mas possui características e propriedades.

Exemplo da trilha de definições dadas acima: cubo, quadrado, segmento de reta e reta

Sabendo disso, não é necessário pensar muito em como explicar esses elementos (ponto, reta,
plano e espaço). O importante é conhecer sua utilidade para a Geometria e o modo como os sólidos e
figuras comportam-se diante dessas noções primitivas.

Ponto

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
GEOMETRIA ESPACIAL

O ponto é um objeto que não possui definição, dimensão e forma. Por isso, é impossível encontrar
qualquer medida nele, como comprimento, largura, altura, área, volume etc. O ponto é a base de toda
a Geometria, pois é a partir de conjuntos deles que são formadas as figuras geométricas.

Usualmente representamos o ponto com um “pingo” ou uma bolinha, mas é importante saber que isso
é apenas uma representação geométrica.

Os pontos são usados para representar localizações no espaço. Como não possuem tamanho ou
forma, uma localização em algum espaço fica bem definida quando está em algum ponto.

Reta

Retas são conjuntos de pontos compreendidos como linhas infinitas que não fazem curvas. Embora
sejam formadas por pontos, também não possuem definição, mas apenas essa característica. Obvia-
mente, são necessários infinitos pontos para construir uma reta.

Nessa construção, note que é possível medir a distância entre dois pontos específicos que estão sobre
uma reta. Entretanto, continua não sendo possível medir a largura da reta, pois os pontos que a formam
não possuem dimensões. Por essa razão, dizemos que a reta é um objeto unidimensional, ou seja, que
possui uma única dimensão.

Outras figuras unidimensionais são as semirretas e os segmentos de reta, que, respectivamente, são
uma reta que possui começo, mas não possui fim, e uma parte da reta que possui ponto inicial e ponto
final.

Exemplos de reta, semirreta e segmento de reta

Plano

Também não há definição para plabno, entretanto, podemos estudar sua formação e algumas de suas
características.

Assim como a reta é a figura formada pela justaposição de pontos, o plano é o objeto formado pelo
enfileiramento de retas, do modo exemplificado na figura a seguir:

Enfileiramento de retas que forma um plano

Um plano, portanto, é um conjunto infinito e ilimitado de retas. Bons exemplos de pedaços de pla-
nos são encontrados em qualquer superfície reta, como a superfície de uma mesa, telas de smartpho-
nes, portas etc.

É dentro dos planos que são definidas as figuras geométricas bidimensionais, pois é como se
o plano fosse uma “extensão perpendicular da reta”. Sendo assim, o plano é o objeto no qual as figuras
construídas contam com a possibilidade de ter largura e comprimento.

Espaço

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
GEOMETRIA ESPACIAL

Assim como o plano é uma justaposição de retas no “sentido perpendicular”, o espaço é uma justapo-
sição de planos “no sentido perpendicular”. Os planos são colocados um sobre o outro, de modo que
dois planos não possuam nenhum ponto em comum, mas que estejam tão próximos a ponto de serem
confundidos.

O espaço é o local onde toda a Geometria espacial acontece e faz sentido, onde todos os sólidos e
figuras geométricas podem ser construídos. É todo o espaço que nos envolve e que segue infinita e
ilimitadamente do ponto onde estamos para todas as direções.

Trata-se da extensão natural do plano para a terceira dimensão e, por isso, sólidos geométricos cons-
truídos no espaço podem ter profundidade, além de largura e comprimento.

A figura a seguir mostra um plano em perspectiva e um cubo sobre ele. Note que a face do cubo que
toca o plano – um quadrado – possui largura e comprimento, mas a profundidade está além das dimen-
sões aceitas por ele.

Posições relativas

As figuras planas e espaciais são formadas pela intersecção de retas e planos pertencentes ao espaço.
Dentre as posições relativas, podemos destacar:

Posição relativa entre duas retas

Duas retas distintas irão assumir as seguintes posições relativas no espaço:

Retas paralelas: duas retas são paralelas se pertencerem ao mesmo plano (coplanares) e não possu-
írem ponto de intersecção ou ponto em comum.

Retas coincidentes: pertencem ao mesmo plano e possuem todos os pontos em comum.

Retas concorrentes: duas retas concorrentes possuem apenas um ponto comum. Não é necessário
que pertençam ao mesmo plano.

Retas concorrentes perpendiculares: são retas que possuem ponto em comum formando um ângulo
de 90º.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
GEOMETRIA ESPACIAL

Retas reversas: estão presentes em planos distintos.

Posição relativa entre reta e plano.

Uma reta e um plano poderão ter as seguintes posições relativas:

Reta paralela ao plano: considere uma reta t e um plano β, eles serão paralelos se não tiverem nenhum
ponto em comum.

Reta contida no plano: considerando uma reta t e um plano β. t está contido em β se todos os infinitos
pontos de t pertencerem a β.

Retas e planos secantes ou concorrentes: a reta t será concorrente ao plano β se possuírem um ponto
em comum.

Posição entre dois Planos

Dois planos irão assumir no espaço as seguintes posições relativas entre si:

Planos paralelos: dois planos são considerados paralelos se não possuírem pontos em comum ou se
uma reta pertencente ao plano α (alfa) for paralela a uma reta pertencente ao plano β (beta).

Planos secantes: dois planos são secantes quando forem distintos e a intersecção entre eles formar
uma reta.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
GEOMETRIA ESPACIAL

Planos coincidentes: planos coincidentes equivalem a um mesmo plano, ou seja, todos os seus infinitos
pontos e planos pertencem ao outro.

Posição Relativa entre Reta e Plano

Dois objetos matemáticos de qualquer natureza podem relacionar-se de diferentes formas. Quando
estão no espaço, a quantidade de pontos de encontro entre eles e o modo como estão dispostos é o
que chamamos de posição relativa. Quando esses objetos são uma reta e um plano, a análise de suas
posições, tomando um dos dois como referência, é o que chamamos de posição relativa entre reta e
plano.

Tanto reta quanto plano são objetos primitivos. Isso porque não é possível defini-los de forma satisfa-
tória: sabemos que eles existem e imaginamos seus formatos. Assim, reta é um conjunto de pontos
(outro objeto de noção primitiva) no plano, e plano é um conjunto de retas ou de pontos no espaço.

Planos e Retas Paralelos

Dizemos que uma reta é paralela a um plano quando não existe ponto de encontro entre os dois. A
representação dessa situação é dada por uma parte do plano e dareta, uma vez que ambos são infini-
tos.

Exemplo de reta paralela ao plano

Um resultado importante que pode ser extraído dessa definição é o seguinte: Se uma reta r é paralela
a uma reta s e a reta s está totalmente contida em um plano, então, esse plano é paralelo à reta r.

Planos e Retas Concorrentes

Dizemos que uma reta é concorrente ou secante a um plano quando existe apenas um ponto de inter-
secção, isto é, quando a reta toca o plano em apenas um ponto.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
GEOMETRIA ESPACIAL

Reta e plano que possuem apenas um ponto em comum

Tomando uma reta concorrente a um plano que o toca no ponto L, dizemos que a reta é perpendicu-
lar ao plano se for perpendicular a todas as retas desse plano que passam por L.

Exemplo de reta perpendicular a todas as retas que passam pelo ponto L

Plano que Contém a Reta

Dizemos que o plano contém a reta ou que a reta está contida no plano quando todos os pontos da
reta também são pontos desse plano.

Exemplo de reta em que todos os pontos pertencem a um plano

Poliedro

Os poliedros são figuras que fazem parte da geometria espacial, ou seja, possuem três dimen-
sões (comprimento, largura e altura), formados de vértices, arestas e faces.

As faces do poliedro são formadas por polígonos (figura plana composta de n lados) e as arestas e os
vértices correspondem aos lados e aos vértices dos polígonos.

Teorema de Euler

O Teorema ou Relação de Euler é válido somente para poliedros regulares, os quais todas as faces
possuem o mesmo número de arestas e são compostos de polígonos regulares, ou seja, cada um com
o mesmo número de lados.

Ademais, nos polígonos regulares, para cada vértice, converge um mesmo número de arestas. Não
obstante, o Teorema de Euler estabelece uma relação entre o número de faces, vértices e arestas, a
saber:

F + V = 2 + A ou V - A + F = 2

Donde,

F: número de faces
V: número de vértices
A: número de arestas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
GEOMETRIA ESPACIAL

Classificação dos Poliedros

Os poliedros são classificados em regulares e não regulares. Dessa forma, os poliedros regulares sur-
gem quando suas faces formam polígonos regulares e congruentes.

Por sua vez, os poliedros não regulares são formados por polígonos regulares e irregulares.

Poliedros Regulares

Os poliedros regulares convexos são formados pelos cinco “Sólidos Platônicos” ou “Poliedros de Pla-
tão”, a saber: tetraedro, hexaedro (cubo), octaedro, dodecaedro, icosaedro.

• Tetraedro: sólido geométrico formado por 4 vértices, 4 faces triangulares e 6 arestas.

• Hexaedro: sólido geométrico formado por 8 vértices, 6 faces quadrangulares e 12 arestas.

• Octaedro: sólido geométrico formado por 6 vértices, 8 faces triangulares e 12 arestas.

• Dodecaedro: sólido geométrico formado por 20 vértices, 12 faces pentagonais e 30 arestas.

• Icosaedro: sólido geométrico formado por 12 vértices, 20 faces triangulares e 30 arestas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
GEOMETRIA ESPACIAL

Poliedros Não Regulares

Os poliedros não regulares são sólidos geométricos com faces formadas por polígonos regulares e
irregulares, os mais conhecidos são o prisma e a pirâmide.

Prisma: sólido geométrico formado por uma face superior e inferior planas e congruentes. Ademais,
suas laterais são compostas de paralelogramos ou quadriláteros. Importante destacar que dependendo
da inclinação das arestas laterais, os prismas são classificados em retos ou oblíquos.

Pirâmide: sólido geométrico formado por uma base poligonal e um vértice (vértice da pirâmide) que une
todas as faces laterais triangulares. Note que o número de lados do polígono da base corresponde o
número de faces laterais da pirâmide.

Poliedros Regulares

Poliedros são sólidos geométricos limitados por polígonos, que, por sua vez, são figuras geométricas
planas limitadas por segmentos de reta. Um poliedro é dito regular quando obedece às três exigências
seguintes:

1) é convexo;

2) é também poliedro de Platão;

3) Os polígonos que o formam, chamados de faces, são regulares e congruentes.

Todo poliedro regular é um poliedro de Platão, mas existem poliedros de Platão que não são regulares.
Veja a seguir uma explicação sobre cada uma das condições para que um poliedro seja regular.

→ O que é um poliedro convexo?

Para compreender a ideia de poliedro convexo, é preciso saber a seguinte definição dos planos no
espaço: Todo plano divide o espaço em dois semiespaços. Essa propriedade é parecida com a de
semirreta. É comparável ainda com uma secção no espaço que o divide ao meio. Qualquer face de um
poliedro está contida em um plano – por ser uma figura plana – e, por isso, determina um corte no
espaço, dividindo-o.

Um poliedro é convexo quando está inteiramente contido em um dos dois semiespaços determinados
por qualquer uma de suas faces.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
GEOMETRIA ESPACIAL

A figura acima é um poliedro convexo. Para ilustrar isso, colocamos um plano na cor lilás em uma de
suas faces, mas a mesma ideia aplica-se para qualquer face.

Dessa maneira, quando há pelo menos uma face de um poliedro que determina dois semiespaços, nos
quais existem partes do poliedro, esse poliedro não é convexo.

A figura acima não é convexa, pois existe uma face, contida no plano representado pelo quadrilátero
roxo, que determina dois semiespaços. Como existem partes do poliedro em ambos, ele não é convexo.

→ O que é um poliedro de Platão?

Os poliedros de Platão são aqueles que possuem as seguintes propriedades:

1) Todas as faces apresentam o mesmo número de arestas;

2) Todos os vértices possuem o mesmo número de arestas, isto é, se um vértice é a extremidade de


três arestas, por exemplo, então todos serão também.

3) É convexo;

4) Seja o número de faces igual a F, de arestas igual a A e de vértices igual a V, então vale a seguinte
relação, chamada de relação de Euler:

V–A+F=2

Existem infinitos poliedros de Platão, contudo, todos eles são um dos cinco seguintes, variando apenas
em dimensões:

1) Tetraedro regular;

2) Hexaedro regular, mais conhecido como cubo;

3) Octaedro regular;

4) Dodecaedro regular;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
GEOMETRIA ESPACIAL

5) Icosaedro regular.

Imagens dos poliedros mencionados acima

→ O que é um polígono regular?

São polígonos convexos que possuem todos os lados e ângulos congruentes. A imagem abaixo ilustra
um polígono convexo.

Prisma - Figura Geométrica

O prisma é um sólido geométrico que faz parte dos estudos de geometria espacial.

É caracterizado por ser um poliedro convexo com duas bases (polígonos iguais) congruentes e parale-
las, além das faces planas laterais (paralelogramos).

Composição do Prisma

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
GEOMETRIA ESPACIAL

Ilustração de um prisma e seus elementos

Os elementos que compõem o prisma são: base, altura, arestas, vértices e faces laterais.

Assim, as arestas das bases do prisma são os lados das bases do polígono, enquanto que as arestas
laterais correspondem aos lados das faces que não pertencem às bases.

Os vértices do prisma são os pontos de encontro das arestas e a altura é calculada pela distância entre
os planos das bases.

Entenda mais sobre:

• Formas Geométricas

• Poliedro

• Paralelogramo

Classificação dos Prismas

Os primas são classificados em Retos e Oblíquos:

• Prisma Reto: possui arestas laterais perpendiculares à base, cujas faces laterais são retângulos.

• Prisma Oblíquo: possui arestas laterais oblíquas à base, cujas faces laterais são paralelogramos.

Prisma reto (A) e prisma oblíquo (B)

Bases do Prisma

De acordo com o formato das bases, os primas são classificados em:

• Prisma Triangular: base formada por triângulo.

• Prisma Quadrangular: base formada por quadrado.

• Prisma Pentagonal: base formada por pentágono.

• Prisma Hexagonal: base formada por hexágono.

• Prisma Heptagonal: base formada por heptágono.

• Prisma Octogonal: base formada por octógono.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
GEOMETRIA ESPACIAL

Figuras de prisma segundo suas bases

Importante ressaltar que os chamados “prismas regulares” são aqueles cujas bases são polígonos re-
gulares e, portanto, formados por prismas retos.

Note que se todas as faces do prisma forem quadrados, trata-se de um cubo; e, se todas as faces são
paralelogramos, o prisma é um paralelepípedo.

Saiba mais sobre a Geometria Espacial.

Fique Atento!

Para calcular a área da base (Ab) de um prisma deve-se levar em conta o formato que apresenta. Por
exemplo, se for um prisma triangular a área da base será um triângulo.

Fórmulas do Prisma

Áreas do Prisma

Área Lateral: para calcular a área lateral do prisma, basta somar as áreas das faces laterais. Num
prisma reto, que possui todas as áreas das faces laterais congruentes, a fórmula da área lateral é:

Al = n . a

n: número de lados
a: face lateral

Área Total: para calcular a área total de um prisma, basta somar as áreas das faces laterais e as áreas
das bases:

At = Sl+ 2Sb

Sl: Soma das áreas das faces laterais


Sb: soma das áreas das bases

Volume do Prisma

O volume do prisma é calculado pela seguinte fórmula:

V = Ab.h

Ab: área da base


h: altura

Tronco da Pirâmide

O tronco da pirâmide é o sólido formado por uma secção transversal em uma pirâmide. A secção trans-
versal é o corte feito por um plano paralelo à base da pirâmide, como mostra a figura a seguir:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
GEOMETRIA ESPACIAL

Feita a secção transversal, o conjunto de pontos que fica entre essa secção e a base é o tronco da
pirâmide.

Elementos do Tronco da Pirâmide

• Base maior: é a base da pirâmide, o polígono que se opõe ao vértice dela;

• Base menor: é o polígono formado pela secção transversal;

• Altura: é a distância entre a base maior e a base menor;

• Todos os elementos da pirâmide: arestas, arestas laterais, arestas da base, vértices, faces, faces
laterais etc.

O tronco da pirâmide é chamado de tronco regular quando é obtido de uma pirâmide regular. Para o
tronco regular, valem as seguintes propriedades:

a) As arestas laterais são congruentes;

b) As bases são semelhantes e, além disso, são polígonos regulares;

c) Todas as faces laterais são formadas por trapézios isósceles congruentes;

d) A altura de uma face lateral qualquer é chamada de apótema.

Área do Tronco da Pirâmide

A área do tronco da pirâmide é determinada pela soma das áreas de todos os polígonos que o formam.
Observe que a base menor e a base maior de um tronco podem ser qualquer polígono, mas as faces
laterais são trapézios e, em alguns casos, podem ser até isósceles. Então, basta multiplicar o número
de lados da base pela área de um dos trapézios isósceles para obter a área lateral do tronco da pirâ-
mide. Depois disso, é necessário calcular a área das bases e, por fim, somar as três áreas. Assim, a
expressão a seguir deve ser usada para calcular a área do tronco da pirâmide:

A = AB + Ab + Al

• A é a área do tronco;

• AB é a área da base maior;

• Ab é a área da base menor;

• Al é a área lateral da pirâmide.

Volume do Tronco da Pirâmide

O melhor caminho para calcular o volume do tronco de uma pirâmide é subtrair do volume da pirâ-
mide o volume do outro sólido formado pela secção transversal. Esse sólido é uma segunda pirâmide,
menor que a primeira, cuja área da base será aqui representada por A2. A área da base da pirâmide
maior será representada por A1.

Também existe uma fórmula pela qual é possível encontrar o volume do tronco, a saber:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
GEOMETRIA ESPACIAL

V = h(A1 + √[A1·A2] + A2)


3

*h é a altura do tronco.

Fórmulas para Cálculo de Volume de sólidos

Podemos encontrar o volume de todos os sólidos geométricos. O volume corresponde à “capacidade”


desse sólido. Tente imaginar alguns sólidos geométricos, é possível preenchê-lo com algum material,
como a água? Se existe essa possibilidade, podemos realizar o cálculo do volume para cada objeto
pensado. Se por acaso é impossível preencher a figura que você imaginou, é porque, provavelmente,
ela é uma figura plana bidimensional, como um quadrado, um triângulo ou um círculo. Vejamos então
algumas fórmulas para o cálculo de volume de sólidos:

1. Volume de um prisma qualquer

O volume de um prisma qualquer pode ser calculado multiplicando-se a área da base pela altura

Um prima é um poliedro que possui uma base inferior e uma base superior. Essas bases são paralelas
e congruentes, isto é, possuem as mesmas formas e dimensões, e não se interceptam. Para determi-
narmos o volume de um prisma qualquer, nós calculamos a área de sua base para, em seguida, multi-
plicá-la pela sua altura. Sendo assim:

V = (área da base) . altura

Na imagem acima, a área do prisma de base retangular pode ser calculada por:

V=a.b.c

Já a área do prisma de base triangular é dada por:

V=a.b.c
2

2. Volume de um cilindro

O volume de um cilindro é calculado multiplicando-se a área da base pela altura

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
GEOMETRIA ESPACIAL

Assim como ocorre com os prismas, para calcular o volume do cilindro, multiplicamos a área da base
pela altura. Podemos definir novamente:

V = (área da base) . altura

Para o cilindro da figura acima, podemos calcular seu volume como:

V = π . r2 . a

3. Volume de um cone

O volume de um cone é calculado multiplicando-se a área da base por um terço da altura

O cone tem uma diferenciação das outras formas vistas até aqui. Ao calcularmos o volume do cone,
nós multiplicamos a área da base por um terço da sua altura. Podemos definir:

V = (área da base) . 1/3 altura

Para o cilindro da figura acima, podemos calcular seu volume como:

V = π . r2 . a
3

4. Volume de uma pirâmide

O volume de uma pirâmide é calculado através do produto da área da base por um terço da altura

A pirâmide assemelha-se ao cone em relação ao cálculo do volume. Para calcular o volume da pirâ-
mide, multiplicamos a área da base por um terço da sua altura. Definimos novamente:

V = (área da base) . 1/3 altura

Para a pirâmide da figura acima, podemos calcular seu volume como:

V = b. c . a
2 3

V=b.c.a
6

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
Conhecimentos específicos
“Camuflar um erro seu é
anular a busca pelo
conhecimento. Aprenda
com eles e faça novamente
de forma correta.”
Nara Nubia Alencar
METROLOGIA

Metrologia

Leitura e Interpretação de Paquímetros

O paquímetro é um instrumento usado para medir com precisão as dimensões de pequenos objetos.
Trata-se de uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. O paquímetro
possui dois bicos de medição, sendo um ligado à escala e o outro ao cursor.

Para que serve um paquímetro?

Com um paquímetro podemos medir diversos objetos, tais como: parafusos, porcas, tubos, entre ou-
tros. Para realizar tal medição basta aproximar o objeto do bico superior e deslizar o cursor até que a
peça fique justa.

Quem inventou o paquímetro e como são suas medida?

O paquímetro possui normalmente uma graduação em centímetros e outra em polegadas para que
possamos realizar as medições. O cursor móvel tem uma escala de medição que se denomina nônio
ou vernier. A escala é chamada de nônio ou vernier em homenagem aos seus criadores: o português
Pedro Nunes e o francês Pierre Vernier. O vernier (nônio) possui uma escala com n divisões para X
mm da escala fixa.

No exemplo ao lado, o nônio está dividido em 10 partes iguais e que equivalem a 9mm, ou seja, o
primeiro traço do nônio está 1/10 mm antes do traço da escala fixa, o segundo está a 2/10 e assim por
diante.

Elementos Do Paquímetro

Em um paquímetro temos:

1. Orelha fixa

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
METROLOGIA

2. Orelha móvel

3. Nônio ou vernier *(polegada)

4. Parafuso e trava

5. Cursor

6. Escala fixa

7. Bico fixo

8. Encosto fixo

9. Encosto móvel

10.Bico móvel

11.Nônio ou vernier (milímetro)

12.Impulsor

13.Escala fixa de milímetros

14.Haste de profundidade

Tipos de Paquímetros

Existem diversos tipos de paquímetro no mercado. Abaixo listamos os principais instrumentos, suas
respectivas características e uma imagem representativa.

Exemplo Do Uso Do Paquímetro

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
METROLOGIA

Na animação acima é possível ver o funcionamento de um paquímetro e a forma que é realizada a


medição. É dessa maneira que é feita a leitura do paquímetro.

Como usar o Paquímetro

Para ser usado de forma correta, o paquímetro precisa:

• Ter seu cursor e encosto limpos e a peça a ser medida precisa estar bem posicionada entre seus
bicos;

• Não expor o instrumento a luz solar direta;

• Não desmontar o equipamento;

• Evitar choques ou movimentos bruscos;

• Evitar um aperto forte dos bicos sobre o objeto que seá medido

Aplicações Usuais do Paquímetro

Acima uma imagem que ilustra sete formas de utilizar o paquímetro. Exemplos de medição interna,
externa e de profundidade. A figura mostra várias maneiras de utilizar o instrumento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
METROLOGIA

O paquímetro é encontrado em qualquer loja de ferramentas de precisão, casa de máquinas, acessó-


rios de ferramentas, casas de parafusos e outros locais onde é comercializados ferramentas de preci-
são.

Existem no mercado e em vários seguimentos de mecânicas modelos variados de paquímetros desti-


nados aos serviços que estão e serão executados:

Na figura abaixo mostra, vários modelos de paquímetros:

Os paquímetros Universais, digitais, com relógio comparador são para medirem comprimentos, diâme-
tros, profundidades, larguras, diâmetros externos, internos, etc.

No nosso artigo usaremos por hora o universal.

Este tipo de paquímetro atende todos os requisitos de medidas que os demais e na mesma precisão.

Conhecendo o paquímetro

O paquímetro é um instrumento para medir comprimentos que permite leituras de frações de milímetros
e de polegadas, através de uma escala chamada vernier ou nônio.

No sistema métrico, a escala fixa é dividida em intervalos de 1 mm e existe Vernier com 10, 20 e 50
divisões. Tem-se, portanto, paquímetros com as seguintes sensibilidades:

Vernier com 10 divisões: S = 1 / 10 -» S = 0,1mm


Vernier com 20 divisões: S = 1 / 20 -» S = 0,05mm
Vernier com 50 divisões: S = 1 / 50 -» S = 0,02mm

N “sistema inglês de polegadas fracionárias, a menor fração é 1/16” e o Vernier tem 8 divisões:

S = (1/16”)/8 -» S=(1/16")*(1/8) -» S=1/128"

Utiliza-se “para medições em peças cujo grau de precisão é aproximado até 0,02 mm, 1/128” ou 0,001".

Corpo Fixo e Móvel do Paquímetro

Veja abaixo um modelo de paquímetro universal, ele é composto de duas partes principais: corpo fixo
e corpo móvel ( cursor ).

Estas partes são constituídas por:

• Vernier (lê se Verniê), Escala com leituras em polegadas;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
METROLOGIA

• Nônio ou vernier – Escala com leituras em milímetros;

• Régua – Com duas escalas: polegadas e milímetros;

• Haste – para medir profundidades;

• Orelhas – uma fixa e outro móvel (cursor), indicado para medidas internas;

• Bicos – um fixo e outro móvel (cursor), para medidas externas;

• Impulsor e trava do cursor, este ultimo não está localizado nesta figura, porque o impulsor também
serve como trava do cursor. Veja mais detalhes na figura abaixo:

Na pratica, a escala mais usual é a de milímetros, por estarmos no Brasil e seguir normas brasileiras
como do INMETRO e ser de fácil leitura, já que a conhecemos. Mas, para conhecer todas as escalas
do paquímetro rapidamente, basta para isso treinar e memorizar as escalas de milímetros e polegadas.

Como Usar o Nônio

O Nônio ou Vernier (pronuncia-se verniê) é um dispositivo tecnológico que aumenta a sensibilidade de


uma escala, por subdividir a menor divisão dela. Neste simulador, o nônio tem dez espaços entre as
linhas verticais. Ele divide por dez o milímetro (obtendo décimo de milímetro) que é a menor divisão da
escala principal.

Na metrologia da área metal mecânica, é usado vários instrumentos de medição, dentre eles: paquí-
metro, micrômetro e goniômetro ou transferidor de graus.

Exemplos de simulações de medidas do paquímetro:

Neste simulador, o nônio é a escala de baixo, a que desliza sob a escala principal (escala 1:100 do
metro - isto significa que os números da escala principal expressam os centímetros, contudo, como
esta dimensão linear está subdividida por outras dez linhas, a menor divisão da escala principal é o
milímetro).

Os traços do nônio que se alinhar com um dos traços da escala principal darão a medida decimal, que
deve ser somada à medida inteira da escala principal (quantos intervalos entre os traços o zero (0) do
nônio deixou à sua esquerda).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
METROLOGIA

Observe que quando o zero do nônio não está perfeitamente alinhado com alguma marca da escala
principal não temos certeza da posição que ele ocupa (ex.: 2 mm) na figura 3, nós podemos afirmar
que o valor apontado é maior que 2,0 mm e menor que 3,0mm. Contudo, os valores, propriamente
ditos, só podem supor: 2,4?, 2,5?; 2,6?; 2,7?

Uma solução possível seria dividir o espaçamento da escala principal, de modo que houvesse mais
marcações, aumentando a chance do zero do nônio alinhar com alguma delas (ex.: 2 ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ † ¡ ¡ ¡ 3 =
2,6!). Contudo, esta solução está restrita às limitações da visão humana.

Tecnicamente, o que o nônio faz é aumentar a sensibilidade da escala principal, ao subdividir sua
menor divisão.

Resolução

Por definição, a resolução é a menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode
ser significativamente percebida. Deste modo, a menor medida que pode ser lida num instrumento é
chamada resolução.

Podemos determinar a resolução do instrumento dividindo a menor divisão da escala fixa pelo número
de divisões do nônio.

Neste simulador a menor divisão da escala é o milímetro, que é dividido pelas dez divisões do nônio.
A resolução deste simulador é 0,1mm.

Nesta primeira demonstração, temos registrado na escala principal uma medida correspondente a
2,mm, Pois a escala do nônio está oculta, então fica impossível saber a medida exata.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
METROLOGIA

Agora repare na figura abaixo:

Podemos identificar através da figura, precisamente a medida 2,6 mm, repare que o nônio está dividido
em 9 partes de 0 a 10, e o 6º traço coincidiu com o traço da escala da régua do paquímetro.

Características construtivas do nônio

Há duas possibilidades para a construção do nônio, o chamado nônio ou vernier direto (o adotado neste
simulador) e o nônio ou vernier retrógrado.

Nônio direto - o mais comumente encontrado, as (N) divisões do nônio direto correspondem a (N-1)
divisões da escala principal.

Nônio retrógrado - No nônio retrógrado suas (N) divisões correspondem a (N+1) divisões da escala
principal (o nônio do goniômetro ou transferidor de graus é um nônio retrógrado).

Na Pratica Como Medir Com o Paquímetro

Veja nos exemplos nas figuras abaixo, onde serão mostrados maneiras corretas de medir com o pa-
químetro:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
METROLOGIA

Erros Que Devem Ser Evitados Quando Está Medindo Com O Paquímetro

Algumas precauções que devem ser seguidas ao medir com o paquímetro. Por exemplo, as escalas
devem ser lidas perpendicularmente ao instrumento, e de frente, evitando-se o erro de paralaxe ou de
visada. Veja a figura:

Uso do paquímetro com nônio em polegada fracionária

Compreendendo e Medindo

Como ler e usar um paquímetro com nônio para a leitura e interpretação de polegada fracionária?

Vernier ou nônio: simulador de leitura e interpretação em polegada fracionária resolução 1/128.

Cada divisão da escala principal representa 1/16 (um dezesseis avos) de polegada.

Este espaço é dividido pelo nônio por 8 (oito) e o valor da medida é obtido pela soma do inteiro, à fração
da escala principal e à fração do nônio. Com o aperfeiçoamento trazido pela prática, esta álgebra se
torna automática. Contudo, nem sempre temos tempo para aperfeiçoar estas coisas todas.

Algumas Dicas de Medidas

Interpretação em polegada fracionária resolução 1/128 que a engenharia do uso do nônio está em
identificar em qual parte da distância entre duas marcas (de 1/16") o zero do nônio está, por exemplo:
quando ele está na metade da distância entre uma marca e outra, soma-se metade de 1/16” (1/16 * 1/2
= 1/32) à medida da escala principal. O número 4 (que é metade de 8) do nônio alinhado indica isto.

Na figura abaixo, a quinta marca do nônio indica que deveremos somar 5/128 à medida da escala
principal:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
METROLOGIA

Maneiras fáceis de elaborar este raciocínio

Na escala principal, conte o número de marcas depois da polegada inteira e antes do zero do nônio e
multiplique este valor por 1/16 (7 marcas * 1/16 = 7/16);

Veja qual é a marca do nônio que está alinhada e multiplique por 1/128 (5ª marca * 1/128 = 5/128);

Some estes valores ao inteiro da escala principal, (7/16 = 14/32 = 28/64 = 56/128 + 5/128 + 1 =
1.61/128);

Como 61 é número ímpar não dá para simplificar.

Esta álgebra toda, pode no início, deixar alguém incomodado e com medo de realizar estas contas na
hora da verdade. Mas, ainda a uma maneira prática e mais fácil de ler estas medidas:

Cada marca da escala principal é equivalente a 8/128 (1/16 = 2/32 = 4/64 = 8/128 - veja no nônio um
número 8 para ajudar a lembrar) assim:

Na escala principal, conte o número de marcas depois da polegada inteira e antes do zero do nônio e
multiplique este valor por 8/128 (7 marcas * 8/128 = 56/128);

Veja qual marca do nônio está alinhada e multiplique por 1/128” (5ª marca * 1/128 = 5/128);

Some estes valores com o inteiro da escala principal (56/128 + 5/128 + 1 = 1.61/128)

Para numeradores pares simplifique a fração dividindo tanto o numerador como o denominador por
dois até que fique ímpar.

Com a experiência, vá observando que se a marca do nônio que alinhou for um número par dá para
simplificar antes de iniciar os cálculos, facilitando ainda mais as contas. Vamos supor que a quarta
marca do nônio estivesse alinhada na figura anterior, (dá para inferir que o resultado será igual à medida
que calculamos diminuída de 1/128), mas vamos fazer lendo e interpretando. Vamos lá:

Veja qual marca está alinhada no nônio e multiplique por 1/128 (4ª marca * 1/128 = 4/128);

Simplifique esta fração: 4/128 = 2/64 = 1/32

1/32 (“lembra que é a metade de 1/16”)

Na escala principal, conte o número de marcas depois da polegada inteira e antes do zero do nônio e
multiplique este valor por 2/32 (7 marcas * 2/32 = 14/32);

Some estes valores ao inteiro da escala principal (1/32 + 14/32 + 1 = 1.15/32)

Nota: Se o denominador for: 32 cada marca da escala principal deve ser multiplicada por 2/32; se for
64 cada marca da escala principal deve ser multiplicada por 4/64 e se for 128 cada marca da escala
principal deve ser multiplicada por 8/128

"Pratique todos os dias, só assim é possível aprender".

O que é um Micrômetro

Para medições depeças de pequenas dimensões com grande precisão, você deve saber o que é um
micrômetro e como utilizar este instrumento de medição

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
METROLOGIA

Para momentos em que é necessário fazer a medição de objetos e verificar a sua espessura quando
em pequenas dimensões, você deve saber o que é um micrômetro, o qual também consegue verificar
a sua altura, largura e profundidade. O seu amplo uso se dá, em especial, na indústria mecânica, onde
é usado para medir peças de máquinas. O seu formato assemelha-se a um parafuso micrométrico,
obtendo mais precisão nos resultados do que o paquímetro – instrumento também usado para medir
pequenos objetos.

As principais partes do micrômetro são denominadas de arco, isolante térmico, parafuso micrométrico,
faces de medição, bainha, tambor, porca de ajuste, catraca e trava. O instrumento é, ainda, usado por
relojoeiros e cientistas para medir o diâmetro exterior de objetos esféricos. Os micrômetros são alta-
mente sensíveis a choques térmicos ou mecânicos, o que exige de seus usuários cuidados especiais
ao guardá-los, mantendo o instrumento em locais com temperatura ambiente, para que não descali-
brem.

Como Funciona o Micrômetro

Com o micrômetro pode-se ter medidas lineares, sendo normalmente usado quando a medição exige
uma precisão acima da possibilitada com um paquímetro. O princípio de medição do micrômetro ba-
seia-se no deslocamento axial de um parafuso micrométrico com passo de alta precisão dentro de uma
rosca ajustável.

Em outras palavras, o seu mecanismo consiste no sistema porca-parafuso, no qual, o parafuso avança
ou retrocede na porca na medida em que o parafuso é girado em um sentido ou noutro em relação à
porca. A circunferência de rosca (tambor) é dividida em 50 partes iguais, possibilitando leituras de
0,01mm a 0,001mm.

Como Usar Um Micrômetro e Fazer a Leitura

Confira o passo a passo a seguir para entender como usar o micrômetro.

Passo 1. Colocar o objeto a ser medido entre o pistão e o suporte.

Passo 2. Girar o controle do pistão até que ele toque o objeto.

Passo 3. Girar o controle do pistão com mais cuidado, até ouvir três cliques.

Passo 4. Verificar se tanto o pistão quanto o suporte estão tocando o objeto uniformemente.

Passo 5. Acionar a trava do dedal enquanto o objeto está dentro.

Passo 6. Remover o objeto do micrômetro.

Para entender como fazer a leitura, segue um exemplo: imagine que a medida vai começar com o
número inteiro 2. Siga os passos:

Passo 1. Olhe na marca dos décimos de polegadas na régua, digamos que seja 2,5.

Passo 2. Olhe a marca de 25 milésimos próxima a dos décimos de polegadas, digamos que seja ,025.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
METROLOGIA

Passo 3. Encontre o número e a marca correspondente na escala do dedal próxima, mas ainda inferior
à linha de medida na régua, digamos que seja 20.

Passo 4. Adicione isto à marca de 25 milésimos. Até agora, a medida se encontra em 2,545.

Passo 5. Vire o micrômetro para ver a marca dos centésimos de polegada.

Passo 6. Ache a marca na régua que está alinhada com a marca no dedal (3), para ter uma medida
final no nosso exemplo de 2,5453.

Dicas para usar o micrômetro

Para alcançar um resultado mais próximo da realidade na hora de usar o micrômetro, é aconselhável
praticar várias vezes para desenvolver a sensibilidade de fazer uma medida precisa. O ideal é realizar
diferentes medições com intervalos de tempo diferentes para ter mais certeza da medida.

Curiosidades sobre o micrômetro

Jean Louis Palmer foi quem apresentou o micrômetro pela primeira vez. Com o passar dos anos, o
instrumento foi aperfeiçoado, permitindo medições mais rigorosas e exatas do que o paquímetro. Na
França, em homenagem ao seu inventor, o micrômetro tem o nome de palmer.

Já em 1890, Laroy S. Starrett patenteou um micrômetro mais aperfeiçoado, com uma tampa para a
haste, um módulo que aumentou a velocidade de medição, entre outras melhorias. Esse mesmo per-
sonagem é fundador da Starrett, hoje em dia, uma das maiores fabricantes de ferramentas e instru-
mentos de medição do mundo, com sede em diversos países.

Origem e Função de Um Micrômetro

Imagine a situação: Um mecânico queria medir um eixo da melhor maneira possível, tentou a medição
com paquímetro, mas não funcionou muito bem, pois esse instrumento não tinha resolução adequada.
Pediu a ajuda de um colega do setor de metrologia, o colega resolveu o problema oferecendo-lhe um
micrômetro que, naquele caso, era o instrumento mais adequado à medição desejada.

Jean Louis Palmer apresentou, pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua patente. O instru-
mento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira simples.

Com o passar do tempo, o micrômetro foi aperfeiçoado e possibilitou medições mais rigorosas e exatas
do que o paquímetro.

De modo geral, o instrumento é conhecido como micrômetro. Na França, porém, em homenagem ao


seu inventor, o micrômetro é denominado palmer.

Princípio de Funcionamento

O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e porca. Há uma


porca fixa e um parafuso móvel que, se der uma volta cal ao seu passo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
METROLOGIA

Desse modo, dividindo-se a cabeça do parafuso, pode-se avaliar frações menores que uma volta e,
com isso, medir comprimentos menores do que o passo do parafuso.

Nomenclatura

A figura a seguir mostra os componentes de um micrômetro.

Vamos ver os principais componentes de um micrômetro

▪ O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para eliminar tensões inter-
nas.

▪ O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão de calor das mãos
para o instrumento.

▪ O fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado para garantir exatidão do
passo da rosca.

▪ As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se rigorosamente planos
e paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de metal duro, de alta resistência ao desgaste.

▪ A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é necessário.

▪ O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso micrométrico. Portanto, a
cada volta, seu deslocamento é igual ao passo do fuso micrométrico.

▪ A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante.

▪ A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada.

Características

Os micrômetros caracterizam-se pela:

▪ capacidade;

▪ resolução;

▪ aplicação.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
METROLOGIA

A capacidade de medição dos micrômetros normalmente é de 25 mm (ou 1″), variando o tamanho do


arco de 25 em 25 mm (ou 1 em 1″). Podem chegar a 2000 mm (ou 80″).

A resolução nos micrômetros pode ser de 0,01 mm; 0,001 mm; .001″ ou .0001″.

No micrômetro de 0 a 25 mm ou de 0 a 1, quando as faces dos contatos estão juntas, a borda do tambor


coincide com o traço zero (0) da bainha.

A linha longitudinal, gravada na bainha, coincide com o zero (0) da escala do tambor. Para diferentes
aplicações, temos os seguintes tipos de micrômetro.

De Profundidade

Conforme a profundidade a ser medida, utilizam-se hastes de extensão, que são fornecidas juntamente
com o micrômetro.

Com Arco Profundo

Serve para medições de espessuras de bordas ou de partes salientes das peças.

Com Disco nas Hastes

O disco aumenta a área de contato possibilitando a medição de papel, cartolina, couro, borracha, pano
etc. Também é utilizado para medir dentes de engrenagens.

Para Medição de Roscas

Especialmente construído para medir roscas triangulares, possui as hastes furadas para que seja pos-
sível encaixar as pontas intercambiáveis, conforme o passo para o tipo da rosca a medir.

Com Contato em Forma de V

É especialmente construído para medição de ferramentas de corte que possuem número ímpar de
cortes (fresas de topo, macho, alargadores etc.). Os ângulos em V dos micrômetros para medição de
ferramentas de 3 cortes é de 60º; 5 cortes, 108º e 7 cortes, 128º34.17″.

Para Medir Parede de Tubos

Este micrômetro é dotado de arco especial e possui o contato a 90º com a haste móvel, o que permite
a introdução do contato fixo no furo do tubo.

Contador Mecânico

É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador mecânico. Facilita
a leitura independentemente da posição de observação (erro de paralaxe).

Digital Eletrônico

Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle estatístico de proces-
sos, juntamente com microprocessadores.

Relógio Comparador

Medir a grandeza de uma peça por comparação é determinar a diferença da grandeza existente entre
ela e um padrão de dimensão predeterminado. Daí originou-se o termo medição indireta.

Dimensão da peça = Dimensão do padrão ± diferença

Também se pode tomar como padrão uma peça original, de dimensões conhecidas, que é utilizada
como referência.

O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação, dotado de uma escala e um


ponteiro, ligados por mecanismos diversos a uma ponta de contato.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
METROLOGIA

O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por comparação. As diferenças perce-


bidas nele pela ponta de contato são amplificadas mecanicamente e irão movimentar o ponteiro rotativo
diante da escala.

Quando o ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a diferença é
positiva. Isso significa que a peça apresenta maior dimensão que a estabelecida. Se o ponteiro girar
em sentido anti-horário, a diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor dimensão que a
estabelecida.

Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem resolução de 0,01 mm.
O curso do relógio também varia de acordo com o modelo, porém os mais comuns são de 1 mm, 10
mm, .250" ou 1".

Em alguns modelos, a escala dos relógios se apresenta perpendicularmente em relação a ponta de


contato (vertical). E, caso apresentem um curso que implique mais de uma volta, os relógios compara-
dores possuem, além do ponteiro normal, outro menor, denominado contador de voltas do ponteiro
principal.

Alguns relógios trazem limitadores de tolerância. Esses limitadores são móveis, podendo ser ajustados
nos valores máximo e mínimo permitidos para a peça que será medida.

Existem ainda os acessórios especiais que se adaptam aos relógios comparadores. Sua finalidade é
possibilitar controle em série de peças, medições especiais de superfícies verticais, de profundidade,
de espessuras de chapas etc.

As próximas figuras mostram esses dispositivos destinados à medição de profundidade e de espessu-


ras de chapas.

Os relógios comparadores também podem ser utilizados para furos. Uma das vantagens de seu em-
prego é a constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão do diâmetro ou de defeitos, como
conicidade, ovalização etc.

Consiste basicamente num mecanismo que transforma o deslocamento radial de uma ponta de contato
em movimento axial transmitido a um relógio comparador, no qual pode-se obter a leitura da dimensão.
O instrumento deve ser previamente calibrado em relação a uma medida padrão de referência.

Esse dispositivo é conhecido como medidor interno com relógio comparador ou súbito.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
METROLOGIA

Condições de uso

Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro corresponde a um deslocamento
de 1 mm da ponta de contato. Como o mostrador contém 100 divisões, cada divisão equivale a 0,01
mm.

Antes de medir uma peça, devemos nos certificar de que o relógio se encontra em boas condições de
uso.

A verificação de possíveis erros é feita da seguinte maneira: com o auxílio de um suporte de relógio,
tomam-se as diversas medidas nos blocos-padrão.

Em seguida, deve-se observar se as medidas obtidas no relógio correspondem às dos blocos. São
encontrados também calibradores específicos para relógios comparadores.

Observação: Antes de tocar na peça, o ponteiro do relógio comparador fica em uma posição anterior a
zero. Assim, ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o ajuste do zero.

Colocar o relógio sempre numa posição perpendicular em relação à peça, para não incorrer em erros
de medida.

Relógio Apalpador

Como o próprio nome indica, trata-se de um instrumento que determina uma medida apalpando a peça.

Semelhante aos relógios comparadores, eles dependem de algum tipo de suporte, sem o qual fica
impossibilitado de prestar suas múltiplas aplicações no controle dimensional.

Os relógios apalpadores, permitem uma solução simples e rápida para os seguintes situações:

Controle de excentricidade, controle de paralelismo, perpendicularidade, conicidade, alinhamento ou


centragem de peças, além do controle de dimensões.

Características do Instrumento

Faixa de Medição

Ë definida como a faixa de utilização do instrumento, dentro do qual se admite que o erro do instrumento
de medição mantém se, dentro dos limites especificados. Para os relógios apalpadores é o movimento
completo da haste de medição.

Resolução

Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente perce-
bida, ou seja menor leitura do instrumento. Nos relógios apalpadores é a menor divisão do mostrador.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
METROLOGIA

Sendo resolução de 0,01 (m) ou 0,001 mm por exemplo, no catálogo do fabricante será possível iden-
tificar outros modelos

Leituras

Observemos um relógio apalpador com faixa de operação de 0.8 mm e resolução de 0,01 mm.
Cada graduação do mostrador representa 0,01 mm. A cada 10 graduações está numerado, portanto
10 significa 0,10 mm, o número 20 significa 0,20 mm, e assim por diante.

Conservação/Recomendação

Limpar a face de medição do relógio apalpador;

Limpar a superfície da peça a ser medida;

Confira o alinhamento entre a ponta de contato do relógio apalpador e a peça para se obter uma medi-
ção correta. A ponta de contato do relógio apalpador deverá estar perpendicular à peça a ser medida.

Usar suportes rígidos e estáveis.

Para verificar a excentricidade de uma peça cilíndrica a ponta de contato deverá estar tangenciando
com a superfície de revolução da peça.

Utilizar pontas de contatos adequadas.

Súbito

Súbito é um instrumento utilizado para a medição de diâmetros internos de orifícios de diferentes pro-
fundidades. É composto por uma haste, ligada a um relógio comparador em uma extremidade e a uma
ponta de contato horizontal na outra. A ponta de contato pode ser modificada de acordo com o diâmetro
do orifício a ser medido.

O aparelho é inserido no furo e o relógio comparador apresenta a menor medida encontrada. Também
é possível verificar a conicidade, ovalização e cilindricidade.

Altímetro

O altímetro é o instrumento usado para medir alturas ou altitudes, geralmente em forma de um barô-
metro aneroide destinado a registrar alterações da pressão atmosférica que acompanham as variações
de altitude.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
METROLOGIA

O Altímetro é um instrumento básico exigido para todas as aeronaves a serem certificadas. Ele mede
a pressão atmosférica e apresenta-a como altitude em pés (feet = ft), metros ou quilômetros. Esta alti-
tude é denominada nível médio do mar (NMM) ou (MSL Mean Sea Level) uma vez que ela é a referência
média do nível da maioria dos oceanos.

A medição da altitude baseia-se na tabela de Atmosfera Padrão e mede em pressão com as mudanças
de altitude que é dada.

O Altímetro de bordo é um instrumento barométrico constituído de uma cápsula aneroide com vácuo
parcial interno, para medida da pressão ambiente, instalada em uma câmara blindada (sistema pitot-
estático a pressão estática é alimentada por uma linha que tem origem na tomada de ar do sistema) ou
não, neste caso a tomada do ar estático faz-se da própria cockpit através de perfuração existente na
câmara do instrumento.

Em ambos os casos no interior há pressão estática. A cápsula aneroide, como tal, sofre as variações
da pressão atmosférica circundante. Tais variações produzem um movimento de dilatação e contração
da cápsula que é transmitido, através de um mecanismo e convertido o valor da pressão estática para
uma escala linear, representada em pés (feet ou ft) ou metros (m), existente no mostrador para leitura
da altitude ou altura indicada.

Assim, a dilatação da cápsula aneroide aumenta com a diminuição da pressão ambiente que é conver-
tida para a escala do mostrador, indicando altitudes (ou alturas) maiores; enquanto que a contração da
cápsula aneroide ocorre com o aumento da pressão ambiente, indicando altitudes (ou alturas) menores.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
Vocabulário Internacional
de Metrologia
Conceitos fundamentais e gerais e
termos associados (VIM 2012)

Traduzido por grupo de trabalho luso-brasileiro

Inmetro
Rio de Janeiro
Edição Luso-Brasileira
2012
© 2012 Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO)

É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.

Título original em inglês:


International Vocabulary of Metrology
Basic and general concepts and associated terms - JCGM 200:2012

Inmetro

João Alziro Herz da Jornada


Presidente

Humberto Siqueira Brandi


Diretor de Metrologia Científica e Industrial

Américo Bernardes
Chefe do Centro de Capacitação

José Carlos Valente de Oliveira


Chefe da Divisão de Metrologia Mecânica

Desenvolvimento e Edição

José Carlos Valente de Oliveira - Inmetro


António Cruz - IPQ
Coordenadores da tradução da 1ª edição luso-brasileira

Alciene Salvador
Coordenação Editorial

André Rocha
Capa

Catalogação na fonte elaborada pelo Serviço de Documentação e Informação do Inmetro

V872 Vocabulário Internacional de Metrologia: Conceitos fundamentais e gerais e termos


associados (VIM 2012). Duque de Caxias, RJ : INMETRO, 2012.
94 p.

Inclui índice.
Traduzido de: International Vocabulary of Metrology: Basic and general concepts
rd
and associated terms – JCGM 200:2012. 3 . ed. 2012.
Traduzido por: grupo de trabalho luso-brasileiro
ISBN: 978-85-86920-09-7.

1. Vocabulário controlado. 2. Metrologia. I. INMETRO II. Título

CDD 025.4962
Serviço Público Federal

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR


INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA - INMETRO

Portaria n.º 232, de 08 de maio de 2012

O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE


E TECNOLOGIA - INMETRO, no uso de suas atribuições, conferidas no § 3º do artigo 4º da
Lei n.º 5.966, de 11 de dezembro de 1973, nos incisos I e IV do artigo 3º da Lei n.º 9.933, de
20 de dezembro de 1999, e no inciso V do artigo 18 da Estrutura Regimental da Autarquia,
aprovada pelo Decreto n° 6.275, de 28 de novembro de 2007;
Considerando que o Brasil é membro signatário da Convenção do Metro formalizada
em Paris, em 20 de maio de 1875, criando a Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) e
o Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM);
Considerando a necessidade de se uniformizar a terminologia utilizada no Brasil, no
campo da metrologia, e de se minimizar ao máximo as diferenças de seu uso em relação a
Portugal, resolve baixar as seguintes disposições:
Art. 1º Adotar, no Brasil, a 1a edição luso-brasileira do Vocabulário Internacional de
Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012), em anexo,
baseada na 3a edição internacional do VIM – International Vocabulary of Metrology – Basic
and general concepts and associated terms – JCGM 200:2012, elaborada pelo Bureau
Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), pela Comissão Internacional de Eletrotécnica
(IEC), pela Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial (IFCC), pela
Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios (ILAC), pela Organização
Internacional de Normalização (ISO), pela União Internacional de Química Pura e Aplicada
(IUPAC), pela União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP) e pela Organização
Internacional de Metrologia Legal (OIML), com a devida adaptação ao nosso idioma, às reais
condições existentes no País e às já consagradas pelo uso.
Art. 2º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da
União, ficando revogada a Portaria Inmetro no 319, de 23 de outubro de 2009, publicada no
D.O.U., em 09 de novembro de 2009, seção 01, páginas 129 a 142.

JOÃO ALZIRO HERZ DA JORNADA


a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais


e gerais e termos associados
(VIM 2012)

a a
(1 edição luso-brasileira, autorizada pelo BIPM, da 3 edição internacional do VIM - International
Vocabulary of Metrology — Basic and general concepts and associated terms - JCGM 200:2012)

Concepção do Documento Original


BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas
IEC Comissão Internacional de Eletrotécnica
IFCC Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial
ILAC Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios
ISO Organização Internacional de Normalização
IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada
IUPAP União Internacional de Física Pura e Aplicada
OIML Organização Internacional de Metrologia Legal

Grupo de Trabalho luso-brasileiro para tradução do documento International Vocabulary of


Metrology — Basic and general concepts and associated terms - JCGM 200:2012

Brasil - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e


Portugal - Instituto Português da Qualidade, IPQ
Tecnologia, Inmetro

Coordenador: António Cruz Coordenador: José Carlos Valente de Oliveira

Antonio Carlos Baratto


Eduarda Filipe
Sérgio Pinheiro de Oliveira
Olivier Pellegrino
Victor Manuel Loayza Mendoza

iv
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

a
Prefácio da 1 edição luso-brasileira do VIM 2012

1. Origem desta edição


a
Esta versão em português corresponde à 3 edição internacional do VIM (International vocabulary of
metrology – Basic and general concepts and associated terms JCGM 200:2012), edição bilíngue em
inglês e francês, publicada em 2012 pelo JCGM (Joint Committee for Guides in Metrology), o comitê
para guias de metrologia do BIPM (Bureau International des Poids et Mesures). Identificada como
JCGM 200:2012, esta versão engloba o conteúdo da versão publicada em 2008 (JCGM 200:2008) e
as alterações propostas em seu “Corrigendum” de maio de 2010. Paralelamente à versão identificada
como JCGM 200:2008, foi publicado conjuntamente pelas organizações ISO (International
Organization for Standardization) e IEC (International Electrotechnical Commission), sob a mesma
denominação e com o mesmo conteúdo, o documento ISO/IEC Guia 99:2007.
2. Antecedentes
O VIM surge no contexto da metrologia mundial da segunda metade do século XX como uma
resposta e uma fuga à síndrome de Babel: busca a harmonização internacional das terminologias e
definições utilizadas nos campos da metrologia e da instrumentação. São desse período três
importantes documentos normativos cuja ampla aceitação contribuiu sobremaneira para uma maior
harmonização dos procedimentos e da expressão dos resultados no mundo da medição. São eles o
próprio VIM, o GUM (Guia para a Expressão da Incerteza de Medição, de 1993) e a norma ISO Guia
25 (1978) que, revisada e ampliada, resultou na norma ISO/IEC 17025, Requisitos Gerais para a
Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração, de 2000. A adoção destes documentos auxilia
a evolução e a dinâmica do processo de globalização das sociedades tecnológicas e contribui para
uma maior integração dos mercados, com uma consequente redução geral de custos. No que se
refere ao interesse particular de cada país, pode alavancar uma maior participação no mercado
mundial e nos mercados regionais.
A disseminação da cultura metrológica constitui uma das mais importantes missões do Inmetro e do
IPQ. Nesse sentido, alguns de seus técnicos e pesquisadores dedicaram cerca de 15 meses de
trabalho e muita discussão para que o público de língua portuguesa ligado à metrologia e aos
diversos ramos da ciência possa ter acesso ao VIM no seu idioma nativo, sem incorrer em
desvantagem em relação àqueles que dominam a língua das publicações originais. O resultado deste
trabalho estará aberto ao crivo crítico dessa comunidade metrológica, que poderá contribuir
futuramente para sanar as imperfeições que certamente serão identificadas. Algumas dessas
imperfeições poderão ser imputadas ao próprio texto original; outras, certamente a maioria, a nós
mesmos – os tradutores.
meses, em consulta pública tendo em vista
Portugal
obter contribuições para a sua melhoria. Foi
A Direcção-Geral da Qualidade publicou, em então editada uma 2ª edição do VIM, com
1985, a 1ª Edição do VIM, depois de um base no trabalho desenvolvido
trabalho de consenso a que em boa hora a internacionalmente pelo Grupo de Trabalho,
Comissão Técnica Portuguesa de no qual participaram oito organizações
Normalização de Metrologia (CT 62) meteu consagradas e para a qual contribuíram
mãos à obra, conseguindo num prazo notável peritos nacionais, individual e coletivamente,
elaborar e aprovar a tradução portuguesa do quer através do Laboratório Nacional de
Vocabulário Internacional de Metrologia Metrologia, quer através do Organismo
editado em 1984 por quatro organizações Nacional de Normalização.
internacionais: BIPM, IEC, ISO e OIML. Na Posteriormente, foi editada a 1ª edição do VIM
sua versão final, colaboraram inúmeras 2008, fruto da tradução da 3ª edição
entidades do campo da ciência e da internacional do VIM por peritos do Laboratório
investigação, além de outras Comissões Central de Metrologia do IPQ. Esta edição
Técnicas de normalização. após um período de três meses em versão
Em 1996, o IPQ promoveu a elaboração de provisória foi objecto de comentários e editada
uma 2ª Edição, com base na revisão efetuada então com distribuição gratuita em versão
em 1994 à 2ª Edição internacional. Essa nova eletrónica pelo IPQ, através de download no
edição, uma vez extinta a CT 62, foi preparada seu sítio www.ipq.pt.
no seio da Comissão Permanente para a
Metrologia do Conselho Nacional da
Qualidade, e permaneceu, durante quatro
v
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Brasil Com a publicação da 3ª edição internacional


do VIM pelo JCGM do BIPM, em 2008,
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia,
montou-se no Inmetro um grupo de trabalho
Qualidade e Tecnologia) publicou
para elaborar uma versão brasileira deste
anteriormente cinco impressões da tradução
novo documento. A partir do trabalho desse
brasileira da 2ª edição do International
grupo, o Inmetro publicou, em novembro de
Vocabulary of Metrology (VIM), de 1993.
2009, uma primeira edição brasileira do VIM
Essas impressões foram identificadas como
2008, tendo ficado disponível no sítio
1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª edições (brasileiras) do VIM.
www.inmetro.gov.br.

A presente publicação deve ser referenciada como 1ª edição luso-brasileira do VIM 2012 ou, de forma
mais resumida e informal, quando o contexto não permitir interpretações equivocadas, como VIM3.
Esta forma se refere à 3ª edição internacional do VIM. As expressões “3ª edição” e “3ª edição do
VIM”, que aparecem no corpo deste trabalho, referem-se também à 3ª edição internacional do VIM.

Esclarecimentos e complementos julgados convenientes aparecem como notas dos tradutores.

Os tradutores

3. Objetivo desta edição


a
A versão que se apresenta agora, 1 edição luso-brasileira do VIM 2012, em língua portuguesa, tem
em consideração as recomendações do Acordo Ortográfico de 1990. Foi elaborada no âmbito do
entendimento entre o Inmetro e o IPQ, por uma equipe de técnicos de ambos os Institutos. Foi feito
um esforço máximo de harmonização das versões já existentes, traduzidas por ambos os Institutos,
tendo ficado alguns termos residuais não harmonizados devido às fortes tradições já enraizadas num
e noutro país. Neste sentido, ficaram presentes as diferenças existentes nos termos não abrangidos
pelo Acordo Ortográfico, sob a forma de notas de rodapé. Esta edição permite assim uma divulgação
para o mundo lusófono mais ampla e com maior rigor dos conceitos introduzidos pelo VIM 2012.
Algumas das divergências estão consagradas no próprio Acordo Ortográfico, como, por exemplo, as
da acentuação em algumas palavras (em Portugal com acento agudo e no Brasil com acento
circunflexo). Outras divergências pontuais são anotadas ao longo do texto, em notas de rodapé.
Em atenção às bastante conhecidas e numerosas peculiaridades e diferenças lexicais entre o
português de Portugal e aquele do Brasil (por exemplo, “mensurando” e “mensuranda”, “fenómeno” e
“fenômeno”, “ião” e “íon”), optou-se por um texto único, porém em duas versões, cada uma
respeitando os registros lexicais próprios de cada país. Assim, ao acessar o documento, o leitor
poderá escolher entre uma versão adequada ao falar de Portugal ou ao falar do Brasil. A menos das
diferenças nos registros lexicais e de algumas peculiaridades da linguagem cotidiana própria de cada
país, o texto, inclusive as formas sintáticas, é o mesmo, tendo constituído o maior desafio para o
grupo de trabalho justamente a busca do melhor acordo sobre o fundamental na tradução de um
documento desse tipo: a identificação dos conceitos e sua correta interpretação, a sintaxe, a clareza e
a concisão. Serão diferentes também, em cada documento, a ordem dos termos.
Por exemplo:

- Na versão do Brasil - Na versão de Portugal

2.14 2.14
veracidade de medição ; justeza de medição justeza de medição ; veracidade de medição
veracidade ; justeza justeza ; veracidade

Ao longo do texto deste documento, escreve-se “kilometro” (sem a acentuação) e “kilograma”, tendo
em vista a reintrodução do “k” no alfabeto português, assim como a observância à regra de escrita do
SI que estabelece a junção simples dos prefixos aos nomes das unidades. Por conta desta regra,
além do uso de “kilometro” no lugar de “kilômetro”, escreve-se também, ao longo do texto deste
documento, “milimetro” e “centimetro”, respectivamente, no lugar de “milímetro” e “centímetro”.

vi
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Tal ação tem como objetivo, a adaptação gradual da comunidade metrológica à grafia do prefixo “kilo”
no lugar de “quilo” e dos prefixos, de maneira geral, associados às unidades de medida do SI. Por
conta disso, este documento na versão em uso no Brasil não tenciona, neste momento, impor tal
forma de escrita, dando também a opção de se continuar escrevendo prefixos associados às
unidades de medida do SI na forma convencionada e adotada ao longo de anos.
Para ampliar a utilização deste documento no âmbito dos países lusófonos e ainda do Sistema
Interamericano de Metrologia (SIM), foram incluídos, abaixo dos termos em português, os
correspondentes termos originais em inglês e francês, assim como em espanhol da tradução feita
pelo Centro Español de Metrología (CEM). No final do texto, além do português, foram incluídos os
índices alfabéticos em inglês, francês e espanhol. Os termos em negrito são os termos preferenciais
para utilização.
Estas inclusões foram autorizadas pelo Diretor do BIPM.
Na elaboração desta versão, mais que uma transcrição literal, buscou-se o objetivo primordial de
captar e transpor para o português os significados mais profundos dos conceitos. Visando facilitar a
compreensão daqueles que se valerão da presente versão, procurou-se garantir que a rigorosa
exegese dos termos viesse acompanhada também pela clareza e fluência do texto. Na transposição
dos termos escolheu-se, dentre as diversas opções aventadas e discutidas, aquela que, ademais de
parecer adequada segundo seu uso na linguagem comum, guardasse também uma semelhança
fonética ou morfológica com o termo inglês original. Não é demais lembrar que isso nem sempre foi
possível, pelo menos no âmbito da capacidade e do esforço empenhados pela equipe. Em alguns
casos, tornou-se imperativo inclusive o recurso ao uso de neologismos, como o adjetivo “definicional”,
usado como qualificativo em “incerteza definicional”.
Este documento está disponível, gratuitamente, nos sítios do Inmetro (www.inmetro.gov.br) e do IPQ
(www.ipq.pt).
Desta página em diante, com exceção dos termos e índices nas outras línguas, o documento é uma
tradução tão fiel quanto possível do documento original do JCGM. Esclarecimentos e complementos
que os tradutores julgaram conveniente acrescentar aparecem como notas dos tradutores.

Caparica, 20 de maio de 2012 Rio de Janeiro, 20 de maio de 2012

Jorge Marques dos Santos João Alziro Herz da Jornada


Presidente do IPQ Presidente do Inmetro

vii
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Conteúdo
a
Prefácio da 1 edição luso-brasileira do VIM 2012 ............................................................................. v
Prefácio da edição internacional do VIM JCGM 200:2012 ............................................................... ix
Introdução .............................................................................................................................................. x
Convenções .......................................................................................................................................... xi
Âmbito .................................................................................................................................................... 1
1 Grandezas e unidades ....................................................................................................................... 2
2 Medição ............................................................................................................................................. 16
3 Dispositivos de medição ................................................................................................................. 34
4 Propriedades dos dispositivos de medição .................................................................................. 37
5 Padrões de medição ........................................................................................................................ 46
Anexo A ................................................................................................................................................ 54
Bibliografia ........................................................................................................................................... 69
Lista de Siglas ..................................................................................................................................... 72
Índice alfabético (em português) ....................................................................................................... 73
Índice alfabético (em inglês) .............................................................................................................. 75
Índice alfabético (em francês) ............................................................................................................ 78
Índice alfabético (em espanhol) ......................................................................................................... 80

viii
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Prefácio da edição internacional do VIM JCGM 200:2012

Em 1997, o Comitê Conjunto para Guias em Metrologia (JCGM), presidido pelo Diretor do BIPM, foi
formado pelas sete Organizações Internacionais que haviam preparado as versões originais do Guia
para a Expressão da Incerteza de Medição (GUM) e do Vocabulário Internacional de Termos
Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM). O JCGM foi composto originalmente por representantes
do Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), da Comissão Internacional de Eletrotécnica
(IEC), da Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial (IFCC), da
Organização Internacional de Normalização (ISO), da União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC), da União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP) e da Organização
Internacional de Metrologia Legal (OIML). Em 2005, a Cooperação Internacional de Acreditação de
Laboratórios (ILAC) juntou-se oficialmente às sete organizações internacionais fundadoras.

O JCGM tem dois grupos de trabalho. O Grupo de Trabalho 1 (JCGM/WG1), sobre o GUM, tem a
tarefa de promover seu uso e de preparar Suplementos do GUM para ampliar seu campo de
aplicação. O Grupo de Trabalho 2 (JCGM/WG 2), sobre o VIM, tem a tarefa de revisá-lo e de
promover seu uso. O Grupo de Trabalho 2 é formado por até dois representantes de cada
a
organização-membro, complementado por um número limitado de especialistas. Esta 3 edição
internacional do VIM foi preparada pelo Grupo de Trabalho 2.
a
Em 2004, uma minuta desta 3 edição internacional do VIM foi submetida, para comentários e
propostas, às oito organizações representadas no JCGM que, na maioria dos casos, consultaram
seus membros ou afiliados, incluindo numerosos Institutos Nacionais de Metrologia. Os comentários
foram estudados e discutidos, levados em consideração, quando apropriado, e respondidos pelo
a
JCGM/WG 2. Uma proposta final da 3 edição foi submetida em 2006 às oito organizações para
comentários e aprovação.

Todos os comentários seguintes foram examinados e eventualmente levados em conta pelo Grupo de
Trabalho 2.
a
Esta 3 edição do VIM foi aprovada por unanimidade pelas oito organizações-membro do JCGM.
a a
Esta 3 edição cancela e substitui a 2 edição de 1993.

ix
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Introdução

Geralmente um vocabulário é um “dicionário terminológico que contém designações e definições de


um ou mais campos específicos” (ISO 1087-1:2000, 3.7.2). O presente Vocabulário concerne à
metrologia, a “ciência da medição e suas aplicações”. Cobre também os princípios básicos que
regulam as grandezas e as unidades. O campo das grandezas e das unidades pode ser tratado de
muitas maneiras diferentes. O capítulo 1 deste Vocabulário é um de tais tratamentos e é baseado nos
princípios estabelecidos nas diversas partes da ISO 31, Grandezas e unidades, atualmente sendo
substituída pelas séries 80000 da ISO e 80000 da IEC Grandezas e unidades, e na brochura do SI, O
Sistema Internacional de Unidades (publicado pelo BIPM).
a
A 2 edição do Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM) foi
publicada em 1993. A necessidade de abordar pela primeira vez medições em química e em
medicina laboratorial, bem como de incorporar conceitos, tais como aqueles que se referem à
a
rastreabilidade metrológica, à incerteza de medição e às propriedades qualitativas, levou a esta 3
edição. O novo título, agora Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos Fundamentais e
Gerais e Termos Associados (VIM), procura enfatizar o papel primordial dos conceitos no
desenvolvimento de um vocabulário.

Neste Vocabulário, assume-se que não há diferença fundamental nos princípios básicos de medição
em física, química, medicina laboratorial, biologia ou engenharia. Além disso, foi feita uma tentativa
para atender a necessidades conceituais de medição em campos tais como bioquímica, ciência
alimentar, ciência forense e biologia molecular.
a a
Diversos conceitos que apareciam na 2 edição internacional do VIM não aparecem nesta 3 edição
porque não são mais considerados como básicos ou gerais. Por exemplo, o conceito “tempo de
resposta”, utilizado para descrever o comportamento temporal de um sistema de medição, não está
a
incluído. Para conceitos relacionados aos dispositivos de medição que não são cobertos por esta 3
edição internacional do VIM, recomenda-se que o leitor consulte outros vocabulários, tal como o IEC
60050, Vocabulário Eletrotécnico Internacional (IEV - sigla em inglês). Para conceitos relacionados à
gestão da qualidade, a acordos de reconhecimento mútuo relativos à metrologia ou à metrologia
legal, o leitor é direcionado para os documentos listados na bibliografia.
a
O desenvolvimento desta 3 edição internacional do VIM levantou algumas questões fundamentais
sobre diferentes filosofias e descrições de medição atuais, como será resumido abaixo. Estas
diferenças algumas vezes acarretam dificuldades no desenvolvimento de definições que sejam
a
compatíveis com as diferentes descrições. Nesta 3 edição, nenhuma preferência é dada a qualquer
abordagem particular.

A mudança no tratamento da incerteza de medição de uma Abordagem de Erro (algumas vezes


chamada de Abordagem Tradicional ou Abordagem do Valor Verdadeiro) a uma Abordagem de
a
Incerteza levou à reconsideração de alguns dos conceitos relacionados que apareciam na 2 edição
do VIM. O objetivo da medição na Abordagem de Erro é determinar uma estimativa do valor
verdadeiro que esteja tão próxima quanto possível deste valor verdadeiro único. O desvio do valor
verdadeiro é composto de erros aleatórios e sistemáticos. Os dois tipos de erros, supostos como
sendo sempre distinguíveis, têm que ser tratados diferentemente. Nenhuma regra pode ser
estabelecida quanto à combinação dos mesmos para se chegar ao erro total caracterizando um
determinado resultado de medição, tido geralmente como a estimativa. Geralmente apenas um limite
superior do valor absoluto do erro total é estimado, sendo, algumas vezes e de maneira imprópria,
denominado “incerteza”.

A Recomendação CIPM INC-1 (1980) sobre a Expressão de Incertezas Experimentais sugere que as
componentes da incerteza de medição sejam agrupadas em duas categorias, Tipo A e Tipo B,
dependendo de como elas foram avaliadas, isto é, por métodos estatísticos ou por outros métodos, e
que sejam combinadas para se obter uma variância de acordo com as regras da teoria matemática da
probabilidade, tratando as componentes do Tipo B também em termos de variâncias. O desvio-
padrão resultante é uma expressão da incerteza de medição. Uma descrição da Abordagem de
Incerteza foi detalhada no Guia para a Expressão da Incerteza de Medição (GUM), no qual se
enfocou o tratamento matemático da incerteza de medição utilizando um modelo explícito da medição
sob a suposição de que o mensurando pode ser caracterizado por um valor essencialmente único.

x
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Além disso, no GUM, bem como nos documentos da IEC, são dadas orientações sobre a Abordagem
de Incerteza no caso de uma única leitura de um instrumento calibrado, situação normalmente
encontrada na metrologia industrial.

O objetivo da medição na Abordagem de Incerteza não é determinar um valor verdadeiro tão melhor
quanto possível. Preferencialmente, supõe-se que a informação oriunda da medição permite apenas
atribuir ao mensurando um intervalo de valores razoáveis, com base na suposição de que a medição
tenha sido efetuada corretamente. Informações adicionais relevantes podem reduzir a amplitude do
intervalo de valores que podem ser razoavelmente atribuídos ao mensurando. Entretanto, mesmo a
medição mais refinada não pode reduzir o intervalo a um único valor, devido à quantidade finita de
detalhes na definição de um mensurando. A incerteza definicional, portanto, estabelece um limite
mínimo a qualquer incerteza de medição. O intervalo pode ser representado por um de seus valores,
denominado “valor medido”.

No GUM, a incerteza definicional é considerada desprezável no que diz respeito às outras


componentes da incerteza de medição. O objetivo da medição é, portanto, estabelecer, com base nas
informações disponíveis a partir da medição, uma probabilidade de que este valor essencialmente
único se encontre dentro de um intervalo de valores da grandeza medida.

Os documentos da IEC focalizam-se sobre medições com leituras únicas, que permitem investigar se
grandezas variam em função do tempo pela determinação da compatibilidade de resultados de
medição. A IEC trata também do caso de incertezas definicionais não desprezáveis. A validade dos
resultados de medição é altamente dependente das propriedades metrológicas do instrumento,
determinadas pela sua calibração. O intervalo de valores atribuídos ao mensurando é o intervalo de
valores de padrões que teriam fornecido as mesmas indicações.

No GUM, o conceito de valor verdadeiro é mantido para descrever o objetivo de uma medição,
porém, o adjetivo “verdadeiro” é considerado redundante. A IEC não utiliza o conceito para descrever
este objetivo. Neste Vocabulário, o conceito e o termo são mantidos tendo-se em conta o seu uso
frequente e a importância do conceito.

_____________
Nota dos tradutores: O documento original Guide to the expression of uncertainty in measurement (GUM) foi publicado em
1993, corrigido e reimpresso em 1995. A primeira edição no Brasil foi publicada em 1997 e teve uma edição revisada em
agosto de 2003. Em Portugal não foi traduzido.
O BIPM disponibiliza gratuitamente a última edição do GUM, em inglês e francês, nos acessos -
http://bipm.org/en/publications/guides/gum.html - e - http://bipm.org/fr/publications/guides/gum.html - respectivamente.

xi
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Convenções

Regras de terminologia

a
As definições e os termos abordados nesta 3 edição, assim como seus formatos, atendem, tanto
quanto possível, às regras de terminologia indicadas nas normas ISO 704, ISO 1087-1 e ISO 10241.
Em particular, o princípio da substituição se aplica: é possível substituir, em qualquer definição, um
termo que se refere a um conceito definido em outra parte do VIM pela definição correspondente
àquele termo, sem gerar contradição ou circularidade.

Os conceitos são listados em cinco capítulos e em ordem lógica em cada capítulo.

Em algumas definições, o uso de conceitos não definidos (também denominados “primitivos") é


inevitável. Neste Vocabulário, tais conceitos não definidos incluem: sistema, componente, fenômeno,
corpo, substância, propriedade, referência, experimento, exame, magnitude, material, dispositivo e
sinal.

Para facilitar a compreensão das diferentes relações entre os vários conceitos dados neste
Vocabulário, foram introduzidos diagramas conceituais. Eles são apresentados no anexo A.

Número de referência
a a a
Os conceitos que aparecem na 2 e na 3 edição têm um número de referência duplo. Na 3 edição, o
a
número de referência é impresso em negrito e a referência anterior da 2 edição é dada entre
parênteses e com fonte simples.

Sinônimos

Vários termos para o mesmo conceito são permitidos. Se mais de um termo é apresentado, o
primeiro termo é o preferido e é utilizado ao longo do texto na medida do possível.

Negrito

Os termos que designam um conceito a ser definido são impressos em negrito. No texto de um
determinado item, os termos correspondentes a conceitos definidos em outra parte do VIM são
também impressos em negrito na primeira vez que aparecem.

Aspas

Neste documento, as aspas duplas (“…") são utilizadas para citações ou para pôr em evidência uma
palavra ou um conjunto de palavras.

Símbolo decimal

O símbolo decimal adotado neste documento é a vírgula.

Termos em francês “mesure” e “mesurage” (respectivamente, “medida” e “medição”)

A palavra francesa “mesure” tem diversos significados no dia-a-dia na língua francesa. Por este
motivo, no documento original, não é utilizada sem que a ela seja associada uma qualificação. Pelo
mesmo motivo, foi introduzida a palavra francesa “mesurage” para descrever o ato de medição.
Entretanto, a palavra francesa “mesure” aparece muitas vezes neste documento para formar termos,
seguindo o uso corrente e sem apresentar ambiguidade. Exemplos: instrument de mesure, appareil
de mesure, unité de mesure, méthode de mesure. Isto não significa que o uso da palavra francesa
“mesurage” no lugar de “mesure” em tais termos não seja permissível, caso apresente vantagens.
_____________
Nota dos tradutores: A palavra em português “medida” tem múltiplos significados. Assim, neste Vocabulário (como nas edições
anteriores), é utilizada a palavra “medição” para significar o ato da medição e a palavra “medida”, em regra, está associada ao
resultado da medição.
Nesta versão, adotou-se a palavra “medida” para compor apenas quatro termos. São eles: unidade de medida, unidade de
medida fora do sistema, rastreabilidade metrológica a uma unidade de medida e medida materializada.

xii
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Símbolo de igualdade por definição

O símbolo := significa “é por definição igual a”, como indicado nas séries ISO 80000 e IEC 80000.

Intervalo

O termo “intervalo” e o símbolo [a; b] são utilizados para designar o conjunto dos números reais x tal
que a ≤ x ≤ b, onde a e b > a são números reais. O termo “intervalo” é utilizado aqui como “intervalo
fechado”. Os símbolos a e b indicam as extremidades do intervalo [a; b].

EXEMPLO [-4; 2]

As duas extremidades 2 e −4 do intervalo [−4; 2] podem ser indicadas como −1 ± 3. A última expressão não
designa o intervalo [−4; 2]. Entretanto, −1 ± 3 é utilizado frequentemente para designar o intervalo [−4; 2].

Amplitude do intervalo
Amplitude

A amplitude do intervalo [a; b] é a diferença b - a e é representada por r[a; b].

EXEMPLO r[−4; 2] = 2 − (−4) = 6

NOTA Em inglês, o termo “span” é algumas vezes utilizado para este conceito.

xiii
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Âmbito

Este Vocabulário fornece um conjunto de definições e termos associados em português e de


termos associados em inglês, francês e espanhol, para um sistema de conceitos fundamentais
e gerais utilizados em metrologia, além de diagramas conceituais para ilustrar as suas
relações. Para muitas definições, são fornecidas informações adicionais sob a forma de
exemplos e notas.

Este Vocabulário pretende ser uma referência comum para cientistas e engenheiros – incluindo
físicos, químicos, cientistas médicos – assim como professores e técnicos envolvidos no
planear e realizar medições, independentemente do nível de incerteza de medição e do campo
de aplicação. Ele também se propõe a ser uma referência para organismos governamentais e
intergovernamentais, associações comerciais, organismos de acreditação, agências
reguladoras e associações profissionais.

Conceitos utilizados em diferentes abordagens para descrever as medições são apresentados


conjuntamente. As organizações-membro do JCGM podem selecionar os conceitos e
definições de acordo com as suas terminologias respectivas. Contudo, este Vocabulário
pretende promover a harmonização global da terminologia utilizada em metrologia.

1
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1 Grandezas e unidades

1.1 (1.1)
grandeza
quantity
grandeur
magnitud

Propriedade dum fenômeno dum corpo ou duma substância, que pode ser expressa
quantitativamente sob a forma dum número e duma referência.

NOTA 1 O conceito genérico de “grandeza” pode ser dividido em vários níveis de conceitos
específicos, conforme apresentado na tabela a seguir. O lado esquerdo da tabela mostra
conceitos específicos do conceito de “grandeza”. Estes, por sua vez, são conceitos genéricos
para as grandezas individuais situadas na coluna à direita.

comprimento, l raio, r raio do círculo A, rA ou r(A)


comprimento de onda, λ comprimento de onda da radiação D do sódio,
λD ou λ(D; Na)
energia, E energia cinética, T energia cinética da partícula i num dado
sistema, Ti
calor, Q calor de vaporização da amostra i de água, Qi
1
carga elétrica, Q carga elétrica do próton , e
2
resistência elétrica, R resistência elétrica do resistor i num dado
circuito, Ri
3
concentração em quantidade de substância concentração em quantidade de substância de
dum constituinte B, cB etanol na amostra i de vinho, ci(C2H5OH)
concentração em número da entidade B, CB concentração em número de eritrócitos na
amostra i de sangue, C(Eris; Bi)
dureza Rockwell C, HRC dureza Rockwell C da amostra i de aço, HRCi

NOTA 2 A referência pode ser uma unidade de medida, um procedimento de medição,


um material de referência ou uma combinação destes.

NOTA 3 As séries ISO 80000 e IEC 80000 Quantities and units fornecem os símbolos das
grandezas. Os símbolos das grandezas são escritos em itálico. Um dado símbolo pode indicar
diferentes grandezas.

NOTA 4 O formato preferido pela IUPAC-IFCC para designar as grandezas na área de


medicina laboratorial é “Sistema-Componente; natureza duma grandeza”.
4
EXEMPLO “Plasma (Sangue)–Íon sódio; concentração em quantidade de
substância igual a 143 mmol/L numa determinada pessoa, num determinado instante”.

NOTA 5 Uma grandeza, conforme aqui definida, é um escalar. No entanto, um vetor ou um


tensor, cujas componentes são grandezas, são também considerados grandezas.

NOTA 6 O conceito “grandeza” pode ser genericamente dividido em, por exemplo,
“grandeza física”, “grandeza química” e “grandeza biológica”, ou grandeza de base e
grandeza derivada.

1
Nota dos tradutores: uso em Portugal “protão”, no Brasil “próton”.
2
Nota dos tradutores: uso em Portugal “resistência”, no Brasil “resistor”.
3
Nota dos tradutores: uso em Portugal “quantidade de matéria”, no Brasil “quantidade de
substância”.
4
Nota dos tradutores: uso em Portugal “ião”, no Brasil “íon”.
2
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1.2 (1.1, NOTA 2)


natureza duma grandeza
natureza
kind of quantity ; kind
nature de grandeur ; nature
naturaleza de una magnitud ; naturaleza

Aspecto comum a grandezas mutuamente comparáveis.

NOTA 1 A divisão de “grandeza” de acordo com “natureza duma grandeza” é de certa


maneira arbitrária.

EXEMPLO 1 As grandezas diâmetro, circunferência e comprimento de onda são


geralmente consideradas grandezas da mesma natureza, isto é, da natureza da
grandeza denominada comprimento.

EXEMPLO 2 As grandezas calor, energia cinética e energia potencial são geralmente


consideradas grandezas da mesma natureza, isto é, da natureza da grandeza
denominada energia.

NOTA 2 Grandezas da mesma natureza, num dado sistema de grandezas, têm a mesma
dimensão. Contudo, grandezas de mesma dimensão não são necessariamente da mesma
natureza.

EXEMPLO As grandezas momento duma força e energia não são, por convenção,
consideradas da mesma natureza, apesar de possuírem a mesma dimensão. O mesmo
ocorre para capacidade térmica e entropia, assim como para número de entidades,
permeabilidade relativa e fração mássica.

NOTA 3 Nesta versão, os termos para as grandezas situados na metade esquerda da


tabela em 1.1, NOTA 1, são utilizados frequentemente para designar as correspondentes
naturezas das grandezas.

1.3 (1.2)
sistema de grandezas
system of quantities
système de grandeurs
sistema de magnitudes

Conjunto de grandezas associado a um conjunto de relações não contraditórias entre estas


grandezas.

NOTA Grandezas ordinais, tais como dureza Rockwell C, geralmente não são
consideradas como pertencentes a um sistema de grandezas porque estão relacionadas a
outras grandezas mediante relações meramente empíricas.

1.4 (1.3)
grandeza de base
base quantity
grandeur de base
magnitud de base ; magnitud básica

Grandeza dum subconjunto escolhido, por convenção, de um dado sistema de grandezas, no


qual nenhuma grandeza do subconjunto possa ser expressa em função das outras.

NOTA 1 O subconjunto mencionado na definição é denominado “conjunto de grandezas de


base”.

EXEMPLO
O conjunto de grandezas de base do Sistema Internacional de Grandezas (cuja sigla
em inglês é ISQ) é dado em 1.6.

3
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 2 As grandezas de base são consideradas como mutuamente independentes, visto


que uma grandeza de base não pode ser expressa por um produto de potências de outras
grandezas de base.

NOTA 3 “Número de entidades” pode ser considerado como uma grandeza de base em
qualquer sistema de grandezas.

1.5 (1.4)
grandeza derivada
derived quantity
grandeur dérivée
magnitud derivada

Grandeza, num sistema de grandezas, definida em função das grandezas de base desse
sistema.
EXEMPLO Num sistema de grandezas que tenha como grandezas de base o
5
comprimento e a massa, a massa específica é uma grandeza derivada definida pelo
quociente duma massa por um volume (comprimento ao cubo).

1.6
Sistema Internacional de Grandezas
ISQ
International System of Quantities ; ISQ
Système international de grandeurs ; ISQ
Sistema Internacional de Magnitudes ; ISQ

Sistema de grandezas baseado nas sete grandezas de base: comprimento, massa, tempo,
corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de substância e intensidade
luminosa.

NOTA 1 Este sistema de grandezas está publicado nas séries ISO 80000 e IEC 80000
Quantities and units.

NOTA 2 O Sistema Internacional de Unidades (SI) (ver 1.16) é baseado no ISQ.

1.7 (1.5)
dimensão duma grandeza
dimensão ; dimensional duma grandeza
quantity dimension ; dimension of a quantity ; dimension
dimension ; dimension d'une grandeur
dimensión de una magnitud ; dimensión

Expressão da dependência duma grandeza em relação às grandezas de base dum sistema


de grandezas, na forma dum produto de potências de fatores correspondentes às grandezas
de base, omitindo-se qualquer fator numérico.

EXEMPLO 1 No ISQ, a dimensão da grandeza força é representada por


-2
dim F = LMT .
-3
EXEMPLO 2 No mesmo sistema de grandezas, dim ρB = ML é a dimensão da
-3
grandeza concentração em massa do constituinte B, e ML é também a dimensão da
grandeza massa específica, ρ.

EXEMPLO 3 O período T dum pêndulo de comprimento l num lugar com aceleração


da gravidade local g é

l
T = 2π ou T = C( g ) l
g

5
Nota dos tradutores: uso em Portugal “massa volúmica”, no Brasil “massa específica”.
4
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)


onde C(g) =
g

Logo dim C (g ) = L− 1/ 2 T .

NOTA 1 Uma potência dum fator é o fator elevado a um expoente. Cada fator é a dimensão
duma grandeza de base.

NOTA 2 Por convenção, a representação simbólica da dimensão duma grandeza de base é


uma letra maiúscula única em caractere romano direito, sem serifa. Por convenção, a
representação simbólica da dimensão duma grandeza derivada é o produto de potências das
dimensões das grandezas de base conforme a definição da grandeza derivada. A dimensão
duma grandeza Q é representada por dim Q.

NOTA 3 Para estabelecer a dimensão duma grandeza, não se leva em conta o seu caráter
escalar, vetorial ou tensorial.

NOTA 4 Num dado sistema de grandezas,


- grandezas de mesma natureza têm a mesma dimensão,
- grandezas de diferentes dimensões são sempre de naturezas diferentes e
- grandezas que têm a mesma dimensão não são necessariamente da mesma
natureza.

NOTA 5 No ISQ, os símbolos correspondentes às dimensões das grandezas de base são:

Grandeza de base Símbolo da dimensão


comprimento L
massa M
tempo T
corrente elétrica I
temperatura termodinâmica Θ
quantidade de substância N
intensidade luminosa J

Portanto, a dimensão duma grandeza Q é representada por dim Q = Lα Mβ Tγ Iδ Θε Nξ Jη onde


os expoentes, denominados expoentes dimensionais, são positivos, negativos ou nulos.

1.8 (1.6)
grandeza adimensional
grandeza de dimensão um ; grandeza sem dimensão
quantity of dimension one ; dimensionless quantity
grandeur sans dimension ; grandeur de dimension un
magnitud de dimensión uno ; magnitud adimensional

Grandeza para a qual todos os expoentes dos fatores correspondentes às grandezas de


base, na sua dimensão, são nulos.

NOTA 1 O termo “grandeza sem dimensão” é comumente utilizado e mantido por razões
históricas, tendo por origem o fato de que todos os expoentes são nulos na representação
simbólica da dimensão de tais grandezas. O termo “grandeza de dimensão um” reflete a
convenção segundo a qual a representação simbólica da dimensão de tais grandezas é o
6
símbolo 1 (ver ISO 80000-1:2009, 3.8) .

NOTA 2 As unidades de medida e os valores de grandezas adimensionais são números,


mas tais grandezas contém mais informação do que um simples número.
6
Nota dos tradutores: no VIM 2012 original está referida a norma ISO 31-0:1992, entretanto
substituída pela ISO 80000-1:2009.
5
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 3 Algumas grandezas adimensionais são definidas como razões entre duas
grandezas da mesma natureza.

EXEMPLOS Ângulo plano, ângulo sólido, índice de refração, permeabilidade relativa,


fração mássica, coeficiente de atrito, número de Mach.

NOTA 4 Números de entidades são grandezas adimensionais.

EXEMPLOS Número de espiras numa bobina, número de moléculas numa dada


amostra, degenerescência de níveis de energia dum sistema quântico.

1.9 (1.7)
unidade de medida
unidade
measurement unit ; unit of measurement ; unit
unité de mesure ; unité
unidad de medida ; unidad

Grandeza escalar real, definida e adotada por convenção, com a qual qualquer outra grandeza
da mesma natureza pode ser comparada para expressar, na forma dum número, a razão entre
as duas grandezas.

NOTA 1 As unidades de medida são designadas por nomes e símbolos atribuídos por
convenção.

NOTA 2 As unidades de medida das grandezas da mesma dimensão podem ser


designadas pelos mesmos nome e símbolo, ainda que as grandezas não sejam da mesma
natureza. Por exemplo, joule por kelvin e J/K são, respectivamente, o nome e o símbolo das
unidades de medida de capacidade térmica e de entropia, que geralmente não são
consideradas como grandezas da mesma natureza. Contudo, em alguns casos, nomes
especiais de unidades de medida são utilizados exclusivamente para grandezas duma
natureza específica. Por exemplo, a unidade de medida “segundo elevado ao expoente menos
um” (1/s) é chamada hertz (Hz) quando utilizada para frequências, e becquerel (Bq) quando
utilizada para atividades de radionuclídeos.

NOTA 3 As unidades de medida de grandezas adimensionais são números. Em alguns


casos, são dados nomes especiais a estas unidades de medida, por exemplo, radiano,
7
esferorradiano e decibel, ou são expressos por quocientes tais como milimol por mol, que é
-3 8 -9
igual a 10 , e micrograma por kilograma , que é igual a 10 .

NOTA 4 Para uma dada grandeza, o termo abreviado “unidade” é frequentemente


combinado com o nome da grandeza como, por exemplo, “unidade de massa”.

1.10 (1.13)
unidade de base
base unit
unité de base
unidad de base ; unidad básica

Unidade de medida que é adotada por convenção para uma grandeza de base.

NOTA 1 Em cada sistema coerente de unidades, há apenas uma unidade de base para
cada grandeza de base.

EXEMPLO No SI, o metro é a unidade de base de comprimento. No sistema CGS, o


9
centimetro é a unidade de base de comprimento.

7
Nota dos tradutores: uso em Portugal “a mole”, no Brasil “o mol”.
8
Nota dos tradutores: uso em Portugal “kilograma”, no Brasil “kilograma” ou “quilograma”.
9
Nota dos tradutores: uso em Portugal “centimetro”, no Brasil “centimetro” ou “centímetro”.
6
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 2 Uma unidade de base pode também servir para uma grandeza derivada de
mesma dimensão.

EXEMPLO A precipitação pluvial, quando definida como volume por área, tem o
metro como uma unidade derivada coerente no SI.

NOTA 3 Em relação ao número de entidades, o número um, de símbolo 1, pode ser


considerado como uma unidade de base em qualquer sistema de unidades.

1.11 (1.14)
unidade derivada
derived unit
unité dérivée
unidad derivada ; unidad de medida de una magnitud derivada

Unidade de medida duma grandeza derivada.

EXEMPLOS O metro por segundo, de símbolo m/s, e o centimetro por segundo, de


símbolo cm/s, são unidades derivadas de velocidade no SI. O kilometro por hora, de
símbolo km/h, é uma unidade de medida de velocidade fora do SI, porém aceite para uso
com o SI. O nó, igual a uma milha náutica por hora, é uma unidade de medida de
velocidade fora do SI.

1.12 (1.10)
unidade derivada coerente
coherent derived unit
unité dérivée cohérente
unidad derivada coherente

Unidade derivada que, para um dado sistema de grandezas e para um conjunto escolhido de
unidades de base, é um produto de potências de unidades de base, sem outro fator de
proporcionalidade além do número um.

NOTA 1 Uma potência duma unidade de base é a unidade de base elevada a um


expoente.

NOTA 2 A coerência só pode ser determinada com respeito a um sistema de grandezas


particular e a um dado conjunto de unidades de base.

EXEMPLOS Se o metro, o segundo e o mol são unidades de base, o metro por


segundo é a unidade derivada coerente da velocidade quando a velocidade é definida
pela equação das grandezas v = dr/dt, e o mol por metro cúbico é a unidade derivada
coerente da concentração em quantidade de substância quando a concentração em
10
quantidade de substância é definida pela equação das grandezas c = n / V. O kilometro
por hora e o nó, dados como exemplos de unidades derivadas em 1.11, não são
unidades derivadas coerentes neste sistema de grandezas.

NOTA 3 Uma unidade derivada pode ser coerente com respeito a um sistema de
grandezas, mas não a um outro.

EXEMPLO O centimetro por segundo é a unidade derivada coerente da velocidade


num sistema de unidades CGS, mas não é uma unidade derivada coerente no SI.

NOTA 4 A unidade derivada coerente para toda grandeza adimensional derivada num
dado sistema de unidades é o número um, símbolo 1. O nome e o símbolo da unidade de
medida um são geralmente omitidos.

10
Nota dos tradutores: uso em Portugal “kilometro”, no Brasil “kilometro” ou “quilômetro”.

7
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1.13 (1.9)
sistema de unidades
system of units
système d’unités
sistema de unidades

Conjunto de unidades de base e de unidades derivadas, juntamente com os seus múltiplos e


submúltiplos, definidos de acordo com regras dadas, para um dado sistema de grandezas.

1.14 (1.11)
sistema coerente de unidades
coherent system of units
système cohérent d’unités
sistema coherente de unidades

Sistema de unidades, baseado num dado sistema de grandezas, em que a unidade de


medida para cada grandeza derivada é uma unidade derivada coerente.

EXEMPLO Conjunto de unidades SI coerentes e as relações entre elas.

NOTA 1 Um sistema de unidades só pode ser coerente com respeito a um sistema de


grandezas e às unidades de base adotadas.

NOTA 2 Para um sistema coerente de unidades, as equações de valores numéricos têm


a mesma forma, incluindo os fatores numéricos, que as equações das grandezas
correspondentes.

1.15 (1.15)
unidade de medida fora do sistema
unidade fora do sistema
off-system measurement unit ; off-system unit
unité hors système
unidad fuera del sistema

Unidade de medida que não pertence a um dado sistema de unidades.


11 -19
EXEMPLO 1 O elétron-volt (cerca de 1,602 18 x 10 J) é uma unidade de medida
de energia fora do sistema com respeito ao SI.

EXEMPLO 2 O dia, a hora e o minuto são unidades de medida de tempo fora do


sistema com respeito ao SI.

1.16 (1.12)
Sistema Internacional de Unidades
SI
International System of Units ; SI
Système international d’unités ; SI
Sistema internacional de Unidades ; Sistema SI ; SI

Sistema de unidades, baseado no Sistema Internacional de Grandezas, com os nomes e os


símbolos das unidades, incluindo uma série de prefixos com seus nomes e símbolos, em
conjunto com regras de utilização, adotado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas
(CGPM).

NOTA 1 O SI é baseado nas sete grandezas de base do ISQ. Os nomes e os símbolos


das unidades de base estão contidos na tabela seguinte.

11
Nota dos tradutores: uso em Portugal “eletrão-volt”, no Brasil “elétron-volt”.

8
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Grandeza de base Unidade de base


Nome Nome Símbolo
comprimento metro m
massa kilograma kg
tempo segundo s
corrente elétrica ampere A
temperatura termodinâmica kelvin K
quantidade de substância mol mol
intensidade luminosa candela cd

NOTA 2 As unidades de base e as unidades derivadas coerentes do SI formam um


conjunto coerente, denominado “conjunto de unidades SI coerentes”.

NOTA 3 Para uma descrição e uma explicação completas do Sistema Internacional de


Unidades, ver a mais recente edição da SI brochure publicada pelo Bureau International des
Poids et Mesures (BIPM), disponível no sítio do BIPM na Internet www.bipm.org.

NOTA 4 Na álgebra das grandezas, a grandeza “número de entidades” é frequentemente


considerada uma grandeza de base com a unidade de base igual a um, de símbolo 1.

NOTA 5 Os prefixos SI para os múltiplos e submúltiplos das unidades são:

Prefixo
Fator
Nome Símbolo
24
10 yotta Y
21
10 zetta Z
18
10 exa E
15
10 peta P
12
10 tera T
9
10 giga G
6
10 mega M
3 12
10 kilo k
2
10 hecto h
1
10 deca da
-1
10 deci d
-2
10 centi c
-3
10 mili m
-6
10 micro µ
-9
10 nano n
-12
10 pico p
-15
10 femto f
-18
10 atto a
-21
10 zepto z
-24
10 yocto y

12
Nota dos tradutores: uso em Portugal “kilo”, no Brasil “kilo” ou “quilo”.

9
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1.17 (1.16)
múltiplo duma unidade
multiple of a unit
multiple d’une unité
múltiplo de una unidad

Unidade de medida obtida pela multiplicação duma dada unidade de medida por um inteiro
maior que um.

EXEMPLO 1 O kilometro é um múltiplo decimal do metro.

EXEMPLO 2 A hora é um múltiplo não-decimal do segundo.

NOTA 1 Os prefixos SI para múltiplos decimais das unidades de base e das unidades
derivadas do SI são dados na Nota 5 de 1.16.

NOTA 2 Os prefixos SI referem-se estritamente a potências de 10 e não devem ser


utilizados para potências de 2. Por exemplo, 1 kilobit não deve ser utilizado para representar
10
1024 bits (2 bits), que é 1 kibibit.

Os prefixos para múltiplos binários são:

Fator Prefixo
Nome Símbolo
10 8
(2 ) yobi Yi
10 7
(2 ) zebi Zi
10 6
(2 ) exbi Ei
10 5
(2 ) pebi Pi
10 4
(2 ) tebi Ti
10 3
(2 ) gibi Gi
10 2
(2 ) mebi Mi
10 1
(2 ) kibi Ki
Fonte: IEC 80000-13.

1.18 (1.17)
submúltiplo duma unidade
submultiple of a unit
sous-multiple d’une unité
submúltiplo de una unidad

Unidade de medida obtida pela divisão duma dada unidade de medida por um inteiro maior
que um.
13
EXEMPLO 1 O milimetro é um submúltiplo decimal do metro.

EXEMPLO 2 Para um ângulo plano, o segundo é um submúltiplo não-decimal do


minuto.

NOTA Os prefixos SI para submúltiplos decimais das unidades de base e das unidades
derivadas do SI são dados na Nota 5 de 1.16.

13
Nota dos tradutores: uso em Portugal “milimetro”, no Brasil “milimetro” ou “milímetro”.

10
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1.19 (1.18)
valor duma grandeza
valor
quantity value ; value of a quantity ; value
valeur d’une grandeur ; valeur
valor de una magnitud ; valor

Conjunto, formado por um número e por uma referência, que constitui a expressão quantitativa
duma grandeza.

EXEMPLO 1 Comprimento duma determinada haste: 5,34 m ou 534 cm

EXEMPLO 2 Massa dum determinado corpo: 0,152 kg ou 152 g


-1
EXEMPLO 3 Curvatura dum determinado arco: 112 m

EXEMPLO 4 Temperatura Celsius duma determinada amostra: -5 ºC

EXEMPLO 5 Impedância elétrica dum determinado elemento de circuito a uma dada


frequência, onde j é a unidade imaginária: (7+3j) Ω

EXEMPLO 6 Índice de refração duma determinada amostra de vidro: 1,32

EXEMPLO 7 Dureza Rockwell C duma determinada amostra: 43,5 HRC

EXEMPLO 8 Fração mássica de cádmio numa determinada amostra de cobre: 3 µg/kg


-9
ou 3 x 10
2+
EXEMPLO 9 Molalidade de Pb numa determinada amostra de água: 1,76 µmol/kg

EXEMPLO 10 Concentração arbitrária em quantidade de substância de lutropina numa


determinada amostra de plasma sanguíneo humano (utilizando a norma internacional
80/552 da OMS): 5,0 UI/L, onde “UI” significa “Unidade Internacional da OMS”

NOTA 1 De acordo com o tipo de referência, o valor duma grandeza é

- um produto dum número e uma unidade de medida (ver os EXEMPLOS 1, 2, 3,


4, 5, 8 e 9); a unidade um é geralmente omitida para as grandezas
adimensionais (ver EXEMPLOS 6 e 8);

- ou um número e uma referência a um procedimento de medição (ver


EXEMPLO 7);

- ou um número e um material de referência (ver EXEMPLO 10).

NOTA 2 O número pode ser complexo (ver EXEMPLO 5).

NOTA 3 O valor duma grandeza pode ser representado por mais duma forma (ver
EXEMPLOS 1, 2 e 8).

NOTA 4 No caso de grandezas vetoriais ou tensoriais, cada componente tem um valor.

EXEMPLO Força atuante sobre uma determinada partícula, por exemplo, em


coordenadas cartesianas (Fx; Fy; Fz) = (-31,5; 43,2; 17,0) N.

11
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1.20 (1.21)
valor numérico duma grandeza
valor numérico
numerical quantity value ; numerical value of a quantity ; numerical value
valeur numérique ; valeur numérique d'une grandeur
valor de una magnitud ; valor

Número, na expressão do valor duma grandeza, diferente de qualquer número que sirva
como referência.

NOTA 1 Para grandezas adimensionais, a referência é uma unidade de medida que é


um número e este número não é considerado como fazendo parte do valor numérico.
EXEMPLO Para uma fração molar igual a 3 mmol/mol, o valor numérico é 3 e a
unidade é mmol/mol. A unidade mmol/mol é numericamente igual a 0,001, mas este
número 0,001 não faz parte do valor numérico, que permanece como 3.

NOTA 2 Para grandezas que têm uma unidade de medida (isto é, aquelas diferentes das
grandezas ordinais), o valor numérico {Q} duma grandeza Q é frequentemente representado
como {Q} = Q/[Q], onde [Q] representa a unidade de medida.

EXEMPLO Para um valor duma grandeza de 5,7 kg, o valor numérico é


{m} = (5,7 kg)/kg = 5,7. O mesmo valor pode ser expresso como 5700 g, onde o valor
numérico {m} = (5700 g)/g = 5700.

1.21
álgebra das grandezas
quantity calculus
algèbre des grandeurs
álgebra de magnitudes

Conjunto de regras e operações matemáticas aplicadas a outras grandezas que não sejam as
grandezas ordinais.

NOTA Na álgebra das grandezas, as equações das grandezas são preferidas em


relação às equações de valores numéricos porque as equações das grandezas são
independentes da escolha das unidades de medida, enquanto as equações de valores
numéricos não o são (ver ISO 80000-1:2009, 3.21).

1.22
equação das grandezas
quantity equation
équation aux grandeurs
ecuación entre magnitudes

Relação matemática entre grandezas num dado sistema de grandezas, independentemente


das unidades de medida.

EXEMPLO 1 Q1 = ζ Q2 Q3, onde Q1, Q2 e Q3 representam diferentes grandezas e ζ é


um fator numérico.
2
EXEMPLO 2 T = (1/2) mv , onde T é a energia cinética e v é a velocidade duma
partícula específica de massa m.

EXEMPLO 3 n = It/F onde n é a quantidade de substância dum composto univalente, I


é a corrente elétrica, t a duração da eletrólise e F é a constante de Faraday.

12
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

1.23
equação das unidades
unit equation
équation aux unités
ecuación entre unidades

Relação matemática entre unidades de base, unidades derivadas coerentes ou outras


unidades de medida.

EXEMPLO 1 Para as grandezas no EXEMPLO 1 do item 1.22, [Q1] = [Q2] [Q3] onde
[Q1], [Q2] e [Q3] representam as unidades de medida de Q1, Q2 e Q3, respectivamente, na
condição de que estas unidades de medida estejam num sistema coerente de
unidades.
2 2
EXEMPLO 2 J := kg m /s , onde J, kg, m e s são, respectivamente, os símbolos do
joule, do kilograma, do metro e do segundo. (O símbolo := significa “é por definição igual
a”, como indicado nas séries ISO 80000 e IEC 80000.)

EXEMPLO 3 1 km/h = (1/3,6) m/s.

1.24
fator de conversão entre unidades
conversion factor between units
facteur de conversion entre unités
factor de conversión entre unidades

Razão entre duas unidades de medida correspondentes a grandezas da mesma natureza.

EXEMPLO km/m = 1000 e, por consequência, 1 km = 1000 m.

NOTA As unidades de medida podem pertencer a diferentes sistemas de unidades.

EXEMPLO 1 h/s = 3600 e, por consequência, 1 h = 3600 s.

EXEMPLO 2 (km/h)/(m/s) = (1/3,6) e, por consequência, 1 km/h = (1/3,6) m/s.

1.25
equação de valores numéricos
numerical value equation ; numerical quantity value equation
équation aux valeurs numériques
ecuación entre valores numéricos

Relação matemática entre valores numéricos, baseada numa dada equação das grandezas
e unidades de medida especificadas.

EXEMPLO 1 Para as grandezas no EXEMPLO 1 do item 1.22, {Q1} = ζ {Q2} {Q3} onde
{Q1}, {Q2} e {Q3} representam os valores numéricos de Q1, Q2 e Q3, respectivamente, na
condição de que sejam expressos em unidades de base ou em unidades derivadas
coerentes ou em ambas.
2
EXEMPLO 2 Para a equação da energia cinética duma partícula, T = (1/2) mv , se
2
m = 2 kg e v = 3 m/s, então {T} = (1/2) x 2 x 3 é uma equação de valores numéricos, a
qual fornece o valor numérico 9 para T, em joules.

1.26
grandeza ordinal
ordinal quantity
grandeur ordinale ; grandeur repérable
magnitud ordinal

Grandeza, definida por um procedimento de medição adotado por convenção, que pode ser
ordenada com outras grandezas de mesma natureza, de acordo com a ordem crescente ou

13
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

decrescente das suas expressões quantitativas, mas para a qual não há qualquer relação
algébrica entre estas grandezas.

EXEMPLO 1 Dureza Rockwell C.

EXEMPLO 2 Índice de octano para combustíveis.

EXEMPLO 3 Magnitude dum tremor de terra na escala Richter.

EXEMPLO 4 Nível subjetivo de dor abdominal numa escala de zero a cinco.

NOTA 1 As grandezas ordinais somente podem aparecer em relações empíricas e não têm
unidades de medida nem dimensões. Diferenças e razões entre grandezas ordinais não
possuem significado físico.

NOTA 2 As grandezas ordinais são classificadas de acordo com as escalas ordinais (ver
1.28).

1.27
escala de valores
quantity-value scale ; measurement scale
échelle de valeurs ; échelle de mesure
escala de valores ; escala de medida

Conjunto ordenado de valores de grandezas duma determinada natureza, utilizado para


classificar grandezas desta natureza de acordo com as suas expressões quantitativas.

EXEMPLO 1 Escala de temperatura Celsius.

EXEMPLO 2 Escala de tempo.

EXEMPLO 3 Escala de dureza Rockwell C.

1.28 (1.22)
escala ordinal
ordinal quantity-value scale ; ordinal value scale
échelle ordinale ; échelle de repérage
escala ordinal de una magnitud ; escala ordinal

Escala de valores para grandezas ordinais.

EXEMPLO 1 Escala de dureza Rockwell C.

EXEMPLO 2 Escala dos índices de octano para combustíveis.

NOTA Uma escala ordinal pode ser estabelecida por medições, conforme um
procedimento de medição.

1.29
escala de referência convencional
conventional reference scale
échelle de référence conventionnelle
escala de referencia convencional

Escala de valores definida por um acordo oficial.

1.30
propriedade qualitativa
nominal property
propriété qualitative ; attribut
propiedad cualitativa ; cualidad

14
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Propriedade dum fenômeno, corpo ou substância, a qual não pode ser expressa
quantitativamente.

EXEMPLO 1 Sexo dum ser humano.

EXEMPLO 2 Cor duma amostra de tinta.

EXEMPLO 3 Cor de “spot test” em química.

EXEMPLO 4 Código ISO de país com duas letras.

EXEMPLO 5 Sequência de aminoácidos num polipeptídeo.

NOTA 1 Uma propriedade qualitativa tem um valor que pode ser expresso em palavras, por
meio de códigos alfanuméricos ou por outros meios.

NOTA 2 O valor duma propriedade qualitativa não deve ser confundido com o valor
nominal duma grandeza.

15
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

2 Medição

2.1 (2.1)
medição
measurement
mesurage ; mesure
medición ; medida

Processo de obtenção experimental dum ou mais valores que podem ser, razoavelmente,
atribuídos a uma grandeza.

NOTA 1 A medição não se aplica a propriedades qualitativas.

NOTA 2 A medição implica a comparação de grandezas ou a contagem de entidades.

NOTA 3 A medição pressupõe uma descrição da grandeza que seja compatível com o uso
pretendido dum resultado de medição, segundo um procedimento de medição e com um
sistema de medição calibrado que opera de acordo com o procedimento de medição
especificado, incluindo as condições de medição.

2.2 (2.2)
metrologia
metrology
métrologie
metrología

Ciência da medição e suas aplicações.

NOTA A metrologia engloba todos os aspectos teóricos e práticos da medição, qualquer


que seja a incerteza de medição e o campo de aplicação.

2.3 (2.6)
14
mensurando ; mensuranda
measurand
mesurande
mensurando

Grandeza que se pretende medir.

NOTA 1 A especificação dum mensurando requer o conhecimento da natureza da


grandeza e a descrição do estado do fenômeno, do corpo ou da substância da qual a
grandeza é uma propriedade, incluindo qualquer constituinte relevante e as entidades químicas
envolvidas.

NOTA 2
a
Na 2 edição do VIM e na IEC 60050-300:2001, o mensurando é definido como a “grandeza
a
particular submetida à medição”. Na 2 edição do Brasil, a grandeza era adjetivada de
específica, em vez de particular.

NOTA 3 A medição, incluindo o sistema de medição e as condições sob as quais ela é


realizada, pode modificar o fenômeno, o corpo ou a substância, de modo que a grandeza que
está sendo medida pode diferir do mensurando como ele foi definido. Neste caso, é necessária
uma correção adequada.

EXEMPLO 1 A diferença de potencial entre os terminais duma bateria pode diminuir


quando na realização da medição é utilizado um voltímetro com uma condutância interna
significativa. A diferença de potencial em circuito aberto pode ser calculada a partir das
resistências internas da bateria e do voltímetro.

14
Nota dos tradutores: uso em Portugal “mensuranda”, no Brasil “mensurando”.

16
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

EXEMPLO 2 O comprimento duma haste de aço em equilíbrio com a temperatura


ambiente de 23 ºC será diferente do comprimento à temperatura especificada de 20 ºC,
que é o mensurando. Neste caso, é necessária uma correção.

NOTA 4 Em química, “analito”, ou o nome duma substância ou dum composto, são termos
utilizados algumas vezes para “mensurando”. Tal uso é errôneo porque esses termos não se
referem a grandezas.

2.4 (2.3)
princípio de medição
measurement principle ; principle of measurement
principe de mesure
principio de medida

Fenômeno que serve como base para uma medição.

EXEMPLO 1 Efeito termoelétrico aplicado à medição de temperatura.

EXEMPLO 2 Absorção de energia aplicada à medição da concentração em


quantidade de substância.

EXEMPLO 3 Redução da concentração de glucose no sangue dum coelho em jejum


aplicada à medição da concentração de insulina numa preparação.

NOTA O fenômeno pode ser de natureza física, química ou biológica.

2.5 (2.4)
método de medição
measurement method ; method of measurement
méthode de mesure
método de medida

Descrição genérica duma organização lógica de operações utilizadas na realização duma


medição.

NOTA Os métodos de medição podem ser qualificados de vários modos, como:


- método de medição por substituição,
- método de medição diferencial, e
- método de medição “de zero”;
ou
- método de medição direto, e
- método de medição indireto.

Ver IEC 60050-300:2001.

2.6 (2.5)
procedimento de medição
measurement procedure
procédure de mesure ; procédure opératoire
procedimiento de medida

Descrição detalhada duma medição de acordo com um ou mais princípios de medição e com
um dado método de medição, baseada num modelo de medição e incluindo todo cálculo
destinado à obtenção dum resultado de medição.

NOTA 1 Um procedimento de medição é geralmente documentado em detalhes suficientes


para permitir que um operador realize uma medição.

NOTA 2 Um procedimento de medição pode incluir uma declaração referente à incerteza-


alvo.

NOTA 3 Um procedimento de medição é algumas vezes chamado em inglês standard


operating procedure, abreviado como SOP. A 2ª edição do VIM em francês usava a expressão
17
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

“mode opératoire de mesure”. O termo usado no Brasil é “procedimento operacional padrão”,


abreviado como POP. Em Portugal, utiliza-se o termo “Procedimento Técnico”.

2.7
procedimento de medição de referência
reference measurement procedure
procédure de mesure de référence ; procédure opératoire de référence
procedimiento de medida de referencia

Procedimento de medição considerado capaz de fornecer resultados de medição


adequados para a avaliação da veracidade de medição de valores medidos obtidos a partir
de outros procedimentos de medição para grandezas de mesma natureza, em calibração ou
em caracterização de materiais de referência.

2.8
procedimento de medição primário
procedimento de referência primário ; procedimento de medição de referência primário
primary reference measurement procedure ; primary reference procedure
procédure de mesure primaire ; procédure opératoire primaire
procedimiento de medida primario ; procedimiento primario

Procedimento de medição de referência utilizado para obter um resultado de medição sem


relação com um padrão duma grandeza de mesma natureza.

EXEMPLO O volume de água duma pipeta de 5 mL a 20 ºC é medido através da


pesagem da água vertida da pipeta num béquer, levando-se em conta a massa total do
béquer e da água, menos a massa do béquer vazio, e corrigindo-se a diferença de
massa para a temperatura real da água por intermédio da massa específica.

NOTA 1 O Comitê Consultivo de Quantidade de Substância - Metrologia em Química


(CCQM) utiliza para este conceito o termo "método de medição primário".

NOTA 2 O CCQM (5ª Reunião de 1999) definiu dois conceitos subordinados, que podem
ser denominados "procedimento de medição primário direto" e "procedimento de medição
primário de razões”.

2.9 (3.1)
resultado de medição
measurement result ; result of measurement
résultat de mesure ; résultat d’un mesurage
resultado de medida ; resultado de una medición

Conjunto de valores atribuídos a um mensurando, juntamente com toda outra informação


pertinente disponível.

NOTA 1 Um resultado de medição geralmente contém “informação pertinente” sobre o


conjunto de valores, alguns dos quais podem ser mais representativos do mensurando do que
outros. Isto pode ser expresso na forma duma função densidade de probabilidade (FDP).

NOTA 2 Um resultado de medição é geralmente expresso por um único valor medido e


uma incerteza de medição. Caso a incerteza de medição seja considerada desprezável para
alguma finalidade, o resultado de medição pode ser expresso como um único valor medido. Em
muitos domínios, esta é a maneira mais comum de expressar um resultado de medição.

NOTA 3 Na literatura tradicional e na edição anterior do VIM, o resultado de medição era


definido como um valor atribuído a um mensurando obtido por medição, que podia se referir a
uma indicação, ou um resultado não corrigido, ou um resultado corrigido, de acordo com o
contexto.

18
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

2.10
valor medido duma grandeza
valor medido
measured quantity value ; value of a measured quantity ; measured value
valeur mesurée
valor medido de una magnitud ; valor medido

Valor duma grandeza que representa um resultado de medição.

NOTA 1 Para uma medição envolvendo indicações repetidas, cada indicação pode ser
utilizada para fornecer um valor medido correspondente. Este conjunto de valores medidos
individuais pode ser utilizado para calcular um valor medido resultante, como uma média ou
uma mediana, geralmente com uma menor incerteza de medição associada.

NOTA 2 Quando a amplitude de valores verdadeiros tidos como representativos do


mensurando é pequena em relação à incerteza de medição, um valor medido pode ser
considerado uma estimativa dum valor verdadeiro essencialmente único, sendo
frequentemente uma média ou uma mediana de valores medidos individuais, obtidos por meio
de medições repetidas.

NOTA 3 Nos casos em que a amplitude dos valores verdadeiros, tidos como
representativos do mensurando, não é pequena em relação à incerteza de medição, um valor
medido duma grandeza é frequentemente uma estimativa duma média ou duma mediana do
conjunto de valores verdadeiros.

NOTA 4 No GUM, os termos “resultado de medição” e “estimativa do valor do mensurando”


ou apenas “estimativa do mensurando” são utilizados para “valor medido duma grandeza”.

2.11 (1.19)
valor verdadeiro duma grandeza
valor verdadeiro
true quantity value ; true value of a quantity ; true value
valeur vraie ; valeur vraie d’une grandeur
valor verdadero de una magnitud ; valor verdadero

Valor duma grandeza compatível com a definição da grandeza.

NOTA 1 Na Abordagem de Erro para descrever as medições, o valor verdadeiro duma


grandeza é considerado único e, na prática, impossível de ser conhecido. A Abordagem de
Incerteza consiste no reconhecimento de que, devido à quantidade intrinsecamente incompleta
de detalhes na definição duma grandeza, não existe um valor verdadeiro único, mas sim um
conjunto de valores verdadeiros consistentes com a definição. Entretanto, este conjunto de
valores é, em princípio e na prática, impossível de ser conhecido. Outras abordagens evitam
completamente o conceito de valor verdadeiro duma grandeza e avaliam a validade dos
resultados de medição com auxílio do conceito de compatibilidade metrológica.

NOTA 2 No caso particular duma constante fundamental, considera-se que a grandeza


tenha um valor verdadeiro único.

NOTA 3 Quando a incerteza definicional, associada ao mensurando, é considerada


desprezável em comparação com as outras componentes da incerteza de medição, pode-se
considerar que o mensurando possui um valor verdadeiro “essencialmente único”. Esta é a
abordagem adotada pelo GUM e documentos associados, onde a palavra “verdadeiro” é
considerada redundante.

19
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

2.12
valor convencional duma grandeza
valor convencional
conventional quantity value ; conventional value of a quantity ; conventional value
valeur conventionnelle ; valeur conventionnelle d’une grandeur
valor convencional de una magnitud ; valor convencional

Valor atribuído a uma grandeza por um acordo, para um dado propósito.


-2
EXEMPLO 1 Valor convencional da aceleração da gravidade, gn = 9,806 65 m.s .
-1
EXEMPLO 2 Valor convencional da constante de Josephson, KJ-90 = 483 597,9 GHz.V .

EXEMPLO 3 Valor convencional dum dado padrão de massa, m = 100,003 47 g.

NOTA 1 O termo “valor verdadeiro convencional” é algumas vezes utilizado para este
conceito, porém seu uso é desaconselhado.

NOTA 2 Um valor convencional duma grandeza é algumas vezes uma estimativa dum
valor verdadeiro.

NOTA 3 Geralmente considera-se que um valor convencional duma grandeza está


associado a uma incerteza de medição convenientemente pequena, que pode ser nula.

2.13 (3.5)
exatidão de medição
exatidão
measurement accuracy ; accuracy of measurement ; accuracy
exactitude de mesure ; exactitude
exactitud de medida ; exactitud

Grau de concordância entre um valor medido e um valor verdadeiro dum mensurando.

NOTA 1 A “exatidão de medição” não é uma grandeza e não lhe é atribuído um valor
numérico. Uma medição é dita mais exata quando fornece um erro de medição menor.

NOTA 2 O termo “exatidão de medição” não deve ser utilizado no lugar de veracidade de
medição, assim como o termo “precisão de medição” não deve ser utilizado para expressar
exatidão de medição, o qual, contudo, está relacionado a ambos os conceitos.

NOTA 3 A “exatidão de medição” é algumas vezes entendida como o grau de concordância


entre valores medidos que são atribuídos ao mensurando.

2.14
15
veracidade de medição ; justeza de medição
veracidade ; justeza
measurement trueness ; trueness of measurement ; trueness
justesse de mesure ; justesse
veracidad de medida ; veracidad

Grau de concordância entre a média dum número infinito de valores medidos repetidos e um
valor de referência.

NOTA 1 A veracidade de medição não é uma grandeza e, portanto, não pode ser expressa
numericamente. Porém, a norma ISO 5725 apresenta características para o grau de
concordância.

15
Nota dos tradutores: uso em Portugal “justeza de medição”, no Brasil “veracidade de
medição”.

20
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 2 A veracidade de medição está inversamente relacionada ao erro sistemático,


porém não está relacionada ao erro aleatório.

NOTA 3 Não se deve utilizar o termo “exatidão de medição” no lugar de “veracidade de


medição”.

2.15
16
precisão de medição ; fidelidade ou precisão de medição
precisão ; fidelidade ou precisão
measurement precision ; precision
fidélité de mesure ; fidélité
precisión de medida ; precisión

Grau de concordância entre indicações ou valores medidos, obtidos por medições repetidas,
no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições especificadas.

NOTA 1 A precisão de medição é geralmente expressa numericamente por características


como o desvio-padrão, a variância ou o coeficiente de variação, sob condições especificadas
de medição.

NOTA 2 As “condições especificadas” podem ser, por exemplo, condições de


repetibilidade, condições de precisão intermediária ou condições de reprodutibilidade
(ver ISO 5725–1:1994).

NOTA 3 A precisão de medição é utilizada para definir a repetibilidade de medição, a


precisão intermediária de medição e a reprodutibilidade de medição.

NOTA 4 O termo “precisão de medição” é algumas vezes utilizado, erroneamente, para


designar a exatidão de medição.

2.16 (3.10)
erro de medição
erro
measurement error ; error of measurement ; error
erreur de mesure ; erreur
error de medida ; error

Diferença entre o valor medido duma grandeza e um valor de referência.

NOTA 1 O conceito de “erro de medição” pode ser utilizado:

a) quando existe um único valor de referência, o que ocorre se uma calibração


for realizada por meio dum padrão de medição com um valor medido cuja
incerteza de medição é desprezável, ou se um valor convencional for
fornecido; nestes casos, o erro de medição é conhecido;

b) caso se suponha que um mensurando é representado por um único valor


verdadeiro ou um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezável;
neste caso, o erro de medição é desconhecido.

NOTA 2 Não se deve confundir erro de medição com erro de produção ou erro humano.

2.17 (3.14)
erro sistemático
systematic measurement error ; systematic error of measurement ; systematic error
erreur systématique
error sistemático de medida ; error sistemático

16
Nota dos tradutores: uso em Portugal “fidelidade ou precisão de medição”, no Brasil
“precisão de medição”.

21
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Componente do erro de medição que, em medições repetidas, permanece constante ou varia


de maneira previsível.

NOTA 1 Um valor de referência para um erro sistemático é um valor verdadeiro, ou um


valor medido dum padrão com incerteza de medição desprezável, ou um valor
convencional.

NOTA 2 O erro sistemático e suas causas podem ser conhecidos ou desconhecidos. Pode-
se aplicar uma correção para compensar um erro sistemático conhecido.

NOTA 3 O erro sistemático é igual à diferença entre o erro de medição e o erro aleatório.

2.18
17
tendência de medição ; erro de justeza
measurement bias ; bias
biais de mesure ; biais ; erreur de justesse
sesgo de medida ; sesgo

Estimativa dum erro sistemático.

2.19 (3.13)
erro aleatório
random measurement error ; random error of measurement ; random error
erreur aléatoire
error aleatorio de medida ; error aleatorio

Componente do erro de medição que, em medições repetidas, varia de maneira imprevisível.

NOTA 1 O valor de referência para um erro aleatório é a média que resultaria dum
número infinito de medições repetidas do mesmo mensurando.

NOTA 2 Os erros aleatórios dum conjunto de medições repetidas formam uma distribuição
que pode ser resumida por sua esperança matemática ou valor esperado, o qual é geralmente
assumido como sendo zero, e por sua variância.

NOTA 3 O erro aleatório é igual à diferença entre o erro de medição e o erro sistemático.

2.20 (3.6, NOTAS 1 e 2)


condição de repetibilidade de medição
condição de repetibilidade
repeatability condition of measurement ; repeatability condition
condition de répétabilité
condición de repetibilidad de una medición ; condición de repetibilidad

Condição de medição num conjunto de condições, as quais incluem o mesmo procedimento


de medição, os mesmos operadores, o mesmo sistema de medição, as mesmas condições
de operação e o mesmo local, assim como medições repetidas no mesmo objeto ou em objetos
similares durante um curto período de tempo.

NOTA 1 Uma condição de medição é uma condição de repetibilidade apenas com respeito
a um conjunto especificado de condições de repetibilidade.

NOTA 2 Em química, o termo “condição de precisão intrassérie” é algumas vezes utilizado


para designar este conceito.

2.21 (3.6)
repetibilidade de medição
repetibilidade
measurement repeatability ; repeatability
répétabilité de mesure ; répétabilité
repetibilidad de medida ; repetibilidad

17
Nota dos tradutores: uso em Portugal “erro de justeza”, no Brasil “tendência de medição”.
22
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Precisão de medição sob um conjunto de condições de repetibilidade.

2.22
18
condição de precisão intermediária ; condição de fidelidade ou precisão intermédia
intermediate precision condition of measurement ; intermediate precision condition
condition de fidélité intermédiaire
condición de precisión intermedia de una medición ; condición de precisión intermedia

Condição de medição num conjunto de condições, as quais compreendem o mesmo


procedimento de medição, o mesmo local e medições repetidas no mesmo objeto ou em
objetos similares, ao longo dum período extenso de tempo, mas pode incluir outras condições
submetidas a mudanças.

NOTA 1 As condições que podem variar compreendem novas calibrações, padrões,


operadores e sistemas de medição.

NOTA 2 É conveniente que uma especificação referente às condições contenha, na


medida do possível, as condições que mudaram e aquelas que não.

NOTA 3 Em química, o termo “condição de precisão intersérie” é algumas vezes utilizado


para designar este conceito.

2.23
19
precisão intermediária de medição ; fidelidade ou precisão intermédia de medição
precisão intermediária ; fidelidade ou precisão intermédia
intermediate measurement precision ; intermediate precision
fidélité intermédiaire de mesure ; fidélité intermédiaire
precisión intermedia de medida ; precisión intermedia

Precisão de medição sob um conjunto de condições de precisão intermediária.

NOTA Termos estatísticos pertinentes são apresentados na ISO 5725-3:1994.

2.24 (3.7, Nota 2)


condição de reprodutibilidade de medição
condição de reprodutibilidade
reproducibility condition of measurement ; reproducibility condition
condition de reproductibilité
condición de reproducibilidad de una medición ; condición de reproducibilidad

Condição de medição num conjunto de condições, as quais incluem diferentes locais,


diferentes operadores, diferentes sistemas de medição e medições repetidas no mesmo
objeto ou em objetos similares.

NOTA 1 Os diferentes sistemas de medição podem utilizar procedimentos de medição


diferentes.

NOTA 2 Na medida do possível, é conveniente que sejam especificadas as condições que


mudaram e aquelas que não.

2.25 (3.7)
reprodutibilidade de medição
reprodutibilidade
measurement reproducibility ; reproducibility
reproductibilité de mesure ; reproductibilité
reproducibilidad de medida ; reproducibilidad

Precisão de medição conforme um conjunto de condições de reprodutibilidade.

18
Nota dos tradutores: uso em Portugal “condição de fidelidade ou precisão intermédia”, no
Brasil “condição de precisão intermediária”.
19
Nota dos tradutores: uso em Portugal “fidelidade ou precisão intermédia de medição”, no
Brasil “precisão intermediária de medição”.
23
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA Termos estatísticos pertinentes são apresentados na ISO 5725-1:1994 e na


ISO 5725-2:1994.

2.26 (3.9)
incerteza de medição
incerteza
measurement uncertainty ; uncertainty measurement ; uncertainty
incertitude de mesure ; incertitude
incertidumbre de medida ; incertidumbre

Parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um


mensurando, com base nas informações utilizadas.

NOTA 1 A incerteza de medição inclui componentes provenientes de efeitos sistemáticos,


tais como componentes associadas a correções e a valores atribuídos a padrões, assim como
a incerteza definicional. Algumas vezes, não são corrigidos efeitos sistemáticos estimados
mas, em vez disso, são incorporadas componentes de incerteza de medição associadas.

NOTA 2 O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio-padrão denominado incerteza-


padrão (ou um de seus múltiplos) ou a metade da amplitude dum intervalo tendo uma
probabilidade de abrangência determinada.

NOTA 3 A incerteza de medição geralmente engloba muitas componentes. Algumas delas


podem ser estimadas por uma avaliação do Tipo A da incerteza de medição, a partir da
distribuição estatística dos valores provenientes de séries de medições e podem ser
caracterizadas por desvios-padrão. As outras componentes, as quais podem ser estimadas por
uma avaliação do Tipo B da incerteza de medição, podem também ser caracterizadas por
desvios-padrão estimados a partir de funções de densidade de probabilidade baseadas na
experiência ou em outras informações.

NOTA 4 Geralmente para um dado conjunto de informações, subentende-se que a


incerteza de medição está associada a um determinado valor atribuído ao mensurando. Uma
modificação deste valor resulta numa modificação da incerteza associada.

2.27
incerteza definicional
definitional uncertainty
incertitude définitionnelle
incertidumbre debida a la definición ; incertidumbre intrínseca

Componente da incerteza de medição que resulta da quantidade finita de detalhes na


definição de um mensurando.

NOTA 1 A incerteza definicional é a incerteza mínima que se pode obter, na prática, em


qualquer medição de um dado mensurando.

NOTA 2 Qualquer modificação nos detalhes descritivos conduz a uma outra incerteza
definicional.

NOTA 3 No Guia ISO/IEC 98-3:2008, D.3.4 e na IEC 60359, o conceito “incerteza


definicional” é denominado “incerteza intrínseca”.

2.28
avaliação do Tipo A da incerteza de medição
avaliação do Tipo A
Type A evaluation of measurement uncertainty ; Type A evaluation
évaluation de type A de l’incertitude ; évaluation de type A
evaluación tipo A de la incertidumbre de medida ; evaluación tipo A

Avaliação duma componente da incerteza de medição por uma análise estatística dos
valores medidos, obtidos sob condições definidas de medição.

24
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 1 Para diversos tipos de condições de medição, ver condição de repetibilidade,


condição de precisão intermediária e condição de reprodutibilidade.

NOTA 2 Ver, por exemplo, o Guia ISO/IEC 98-3 para informações sobre análise estatística.

NOTA 3 Ver também o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.2, a ISO 5725, a ISO 13528, a ISO/TS
21748 e a ISO 21749.

2.29
avaliação do Tipo B da incerteza de medição
avaliação do Tipo B
Type B evaluation of measurement uncertainty ; Type B evaluation
évaluation de type B de l’incertitude ; évaluation de type B
evaluación tipo B de la incertidumbre de medida ; evaluación tipo B

Avaliação duma componente da incerteza de medição determinada por meios diferentes


daquele adotado para uma avaliação do Tipo A da incerteza de medição.

EXEMPLOS Avaliação baseada na informação:


-associada a valores publicados por autoridade competente,
-associada ao valor dum material de referência certificado,
-obtida a partir dum certificado de calibração,
-relativa à deriva,
-obtida a partir da classe de exatidão dum instrumento de medição
verificado,
-obtida a partir de limites deduzidos da experiência pessoal.

NOTA Ver também o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.3.

2.30
incerteza-padrão
standard measurement uncertainty ; standard uncertainty of measurement ; standard uncertainty
incertitude-type
incertidumbre típica de medida ; incertidumbre estándar de medida ; incertidumbre típica ; incertidumbre estándar

Incerteza de medição expressa na forma dum desvio-padrão.

2.31
incerteza-padrão combinada
combined standard measurement uncertainty ; combined standard uncertainty
incertitude-type composée
incertidumbre típica combinada de medida ; incertidumbre típica combinada ; incertidumbre estándar combinada

Incerteza-padrão obtida ao se utilizarem incertezas-padrão individuais associadas às


grandezas de entrada num modelo de medição.

NOTA Em caso de correlações entre grandezas de entrada num modelo de medição, as


covariâncias também devem ser levadas em consideração no cálculo da incerteza-padrão
combinada; ver também o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.4.

2.32
incerteza-padrão relativa
relative standard measurement uncertainty
incertitude-type relative
incertidumbre típica relativa de medida ; incertidumbre estándar relativa de medida ; incertidumbre estándar relativa

Incerteza-padrão dividida pelo valor absoluto do valor medido.

25
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

2.33
balanço de incerteza
planilha de incerteza
uncertainty budget
bilan d’incertitude
contribuciones a la incertidumbre

Formulação e apresentação duma incerteza de medição e de suas componentes, assim como


de seu cálculo e combinação.

NOTA Convém que, num balanço de incerteza, sejam incluídos o modelo de medição,
as estimativas e incertezas de medição associadas às grandezas consideradas no modelo de
medição, as covariâncias, os tipos de funções de densidade de probabilidade utilizadas, os
graus de liberdade, os tipos de avaliação da incerteza de medição e qualquer fator de
abrangência.

2.34
incerteza-alvo
incerteza de medição pretendida
target measurement uncertainty ; target uncertainty
incertitude cible ; incertitude anticipée
incertidumbre objetivo ; incertidumbre límite

Incerteza de medição especificada como um limite superior e escolhida de acordo com o uso
pretendido dos resultados de medição.

2.35
incerteza de medição expandida
incerteza expandida
expanded measurement uncertainty ; expanded uncertainty
incertitude élargie
incertidumbre expandida de medida ; incertidumbre expandida

Produto duma incerteza-padrão combinada por um fator maior do que o número um.

NOTA 1 O fator depende do tipo de distribuição de probabilidade da grandeza de saída e


da probabilidade de abrangência escolhida.

NOTA 2 O termo “fator” nesta definição se refere ao fator de abrangência.

NOTA 3 A incerteza de medição expandida é chamada de “incerteza global” no parágrafo 5


da Recomendação INC-1 (1980) (ver o GUM) e simplesmente “incerteza” nos documentos IEC.

2.36
20
intervalo de abrangência ; intervalo expandido
coverage interval
intervalle élargi
intervalo de cobertura

Intervalo, baseado na informação disponível, que contém o conjunto de valores verdadeiros


de um mensurando, com uma probabilidade determinada.

NOTA 1 Um intervalo de abrangência não está necessariamente centrado no valor


medido escolhido (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008/Supl.1).

20
Nota dos tradutores: uso em Portugal “intervalo expandido”, no Brasil “intervalo de
abrangência”.

26
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 2 Não é recomendável que um intervalo de abrangência seja denominado "intervalo


de confiança" para evitar confusão com o conceito estatístico (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008,
6.2.2).

NOTA 3 Um intervalo de abrangência pode ser deduzido duma incerteza de medição


expandida (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.5).

2.37
21
probabilidade de abrangência ; probabilidade de expansão
coverage probability
probabilité de couverture
probabilidad de cobertura

Probabilidade de que o conjunto de valores verdadeiros dum mensurando esteja contido


num intervalo de abrangência especificado.

NOTA 1 Esta definição se refere à Abordagem de Incerteza como apresentado no GUM.

NOTA 2 Não é recomendável que este conceito seja confundido com o conceito estatístico de
nível de confiança, embora o termo “confidence level” seja utilizado em inglês no GUM.

2.38
22
fator de abrangência ; fator de expansão
coverage factor
facteur d’élargissement
factor de cobertura

Número maior do que um pelo qual uma incerteza-padrão combinada é multiplicada para se
obter uma incerteza de medição expandida.

NOTA Um fator de abrangência é geralmente simbolizado por k (ver também o Guia


ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.6).

2.39 (6.11)
calibração
calibration
étalonnage
calibración

Operação que estabelece, sob condições especificadas, numa primeira etapa, uma relação
entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações
correspondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação
para estabelecer uma relação visando a obtenção dum resultado de medição a partir duma
indicação.

NOTA 1 Uma calibração pode ser expressa por meio duma declaração, uma função de
calibração, um diagrama de calibração, uma curva de calibração ou uma tabela de
calibração. Em alguns casos, pode consistir duma correção aditiva ou multiplicativa da
indicação com uma incerteza de medição associada.

NOTA 2 Convém não confundir a calibração com o ajuste dum sistema de medição,
frequentemente denominado de maneira imprópria de “auto-calibração”, nem com a
verificação da calibração.

NOTA 3 Frequentemente, apenas a primeira etapa na definição acima é entendida como


sendo calibração.

21
Nota dos tradutores: uso em Portugal “probabilidade de expansão”, no Brasil “probabilidade
de abrangência”.
22
Nota dos tradutores: uso em Portugal “fator de expansão”, no Brasil “fator de abrangência”.

27
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

2.40
hierarquia de calibração
calibration hierarchy
hiérarchie d’étalonnage
jerarquía de calibración

Sequência de calibrações desde uma referência até ao sistema de medição final, em que o
resultado de cada calibração depende do resultado da calibração precedente.

NOTA 1 A incerteza de medição necessariamente aumenta ao longo da sequência de


calibrações.

NOTA 2 Os elementos duma hierarquia de calibração são um ou mais padrões e sistemas


de medição operados de acordo com um procedimento de medição.

NOTA 3 Para esta definição, a “referência” pode ser uma definição duma unidade de
medida por meio de sua realização prática, um procedimento de medição, ou um padrão.

NOTA 4 Uma comparação entre dois padrões pode ser considerada como uma calibração
se ela for utilizada para verificar e, se necessário, corrigir o valor e a incerteza de medição
atribuídos a um dos padrões.

2.41 (6.10)
rastreabilidade metrológica
rastreabilidade
metrological traceability
traçabilité métrologique
trazabilidad metrológica

Propriedade dum resultado de medição pela qual tal resultado pode ser relacionado a uma
referência através duma cadeia ininterrupta e documentada de calibrações, cada uma
contribuindo para a incerteza de medição.

NOTA 1 Para esta definição, a “referência” pode ser uma definição duma unidade de
medida por meio de sua realização prática, ou um procedimento de medição que inclui a
unidade de medida para uma grandeza não-ordinal, ou um padrão.

NOTA 2 A rastreabilidade metrológica requer uma hierarquia de calibração estabelecida.

NOTA 3 A especificação da referência deve incluir a data em que ela foi utilizada no
estabelecimento da hierarquia de calibração, juntamente com qualquer outra informação
metrológica relevante sobre a referência, tal como a data em que foi realizada a primeira
calibração da hierarquia de calibração.

NOTA 4 Para medições com mais duma grandeza de entrada num modelo de medição,
cada valor de entrada deveria ter sua própria rastreabilidade e a hierarquia de calibração
envolvida pode formar uma estrutura ramificada ou uma rede. O esforço envolvido no
estabelecimento da rastreabilidade metrológica para cada valor da grandeza de entrada deve
ser correspondente à sua contribuição relativa para o resultado de medição.

NOTA 5 A rastreabilidade metrológica dum resultado de medição não assegura a


adequação da incerteza de medição para um dado objetivo ou a ausência de erros humanos.

NOTA 6 Uma comparação entre dois padrões pode ser considerada como uma calibração
se ela for utilizada para verificar e, se necessário, corrigir o valor e a incerteza de medição
atribuídos a um dos padrões.

NOTA 7 O ILAC considera que os elementos necessários para confirmar a rastreabilidade


metrológica são uma cadeia de rastreabilidade ininterrupta a um padrão internacional ou a

28
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

um padrão nacional, uma incerteza de medição documentada, um procedimento de medição


documentado, uma competência técnica reconhecida, a rastreabilidade metrológica ao SI e
intervalos entre calibrações (ver ILAC P-10:2002).

NOTA 8 O termo abreviado “rastreabilidade” é, às vezes, utilizado com o significado de


“rastreabilidade metrológica”, assim como de outros conceitos, tais como “rastreabilidade duma
amostra, rastreabilidade dum documento, rastreabilidade dum instrumento ou rastreabilidade
dum material”, em que o histórico (o “rasto”) dum item está em causa. Portanto, é preferível
utilizar o termo completo “rastreabilidade metrológica” para evitar risco de confusão.

2.42 (6.10, NOTA 2)


cadeia de rastreabilidade metrológica
cadeia de rastreabilidade
metrological traceability chain ; traceability chain
chaîne de traçabilité métrologique ; chaîne de traçabilité
cadena de trazabilidad metrológica ; cadena de trazabilidad

Sequência de padrões e calibrações utilizada para relacionar um resultado de medição a


uma referência.

NOTA 1 Uma cadeia de rastreabilidade metrológica é definida através duma hierarquia de


calibração.

NOTA 2 Uma cadeia de rastreabilidade metrológica é utilizada para estabelecer a


rastreabilidade metrológica dum resultado de medição.

NOTA 3 Uma comparação entre dois padrões pode ser considerada como uma calibração
se ela for utilizada para verificar e, se necessário, corrigir o valor e a incerteza de medição
atribuídos a um dos padrões.

2.43
rastreabilidade metrológica a uma unidade de medida
rastreabilidade metrológica a uma unidade ; rastreabilidade a uma unidade de medida
metrological traceability to a measurement unit ; metrological traceability to a unit
traçabilité métrologique à une unité de mesure ; traçabilité métrologique à une unité
trazabilidad metrológica a una unidad de medida ; trazabilidad metrológica a una unidad

Rastreabilidade metrológica em que a referência é a definição duma unidade de medida


através da sua realização prática.

NOTA A expressão “rastreabilidade ao SI” significa “rastreabilidade metrológica a uma


unidade de medida do Sistema Internacional de Unidades”.

2.44
verificação
verification
vérification
verificación

Fornecimento de evidência objetiva de que um dado item satisfaz requisitos especificados.

EXEMPLO 1 Confirmação de que um dado material de referência, como declarado, é


homogêneo para o valor e para o procedimento de medição em questão, até uma
porção, do material sob medição, com massa de 10 mg.

EXEMPLO 2 Confirmação de que as propriedades relativas ao desempenho ou aos


requisitos legais são satisfeitas por um sistema de medição.

EXEMPLO 3 Confirmação de que uma incerteza-alvo pode ser obtida.

29
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 1 Quando aplicável, recomenda-se que a incerteza de medição seja levada em


consideração.

NOTA 2 O item pode ser, por exemplo, um processo, um procedimento de medição, um


material, um composto ou um sistema de medição.

NOTA 3 Os requisitos especificados podem ser, por exemplo, as especificações dum


fabricante.

NOTA 4 Em metrologia legal, a verificação, conforme definida no VIML, e geralmente na


avaliação da conformidade, compreende o exame e a marcação e/ou a emissão dum
certificado de verificação para um sistema de medição.

NOTA 5 A verificação não deve ser confundida com calibração. Nem toda verificação é
uma validação.

NOTA 6 Em química, a verificação da identidade duma entidade, ou duma atividade,


necessita duma descrição da estrutura ou das propriedades daquela entidade ou atividade.

2.45
validação
validation
validation
validación

Verificação na qual os requisitos especificados são adequados para um uso pretendido.

EXEMPLO Um procedimento de medição, habitualmente utilizado para a medição


da concentração mássica de nitrogênio em água, pode também ser validado para a
medição da concentração mássica de nitrogênio no soro humano.

2.46
comparabilidade metrológica
comparabilidade metrológica de resultados de medição
metrological comparability of measurement results ; metrological comparability
comparabilité métrologique
comparabilidad metrológica de resultados de medida ; comparabilidad metrológica

Comparabilidade de resultados de medição que, para grandezas duma dada natureza, são
rastreáveis metrologicamente à mesma referência.

EXEMPLO Resultados de medição, para as distâncias entre a Terra e a Lua e entre


Paris e Londres, são comparáveis metrologicamente quando ambas são rastreáveis
metrologicamente à mesma unidade de medida, por exemplo o metro.

NOTA 1 Ver a NOTA 1 de 2.41, rastreabilidade metrológica.

NOTA 2 A comparabilidade metrológica não necessita que os valores medidos e as


incertezas de medição associadas sejam da mesma ordem de grandeza.

2.47
compatibilidade metrológica
compatibilidade metrológica de resultados de medição
metrological compatibility of measurement results ; metrological compatibility
compatibilité de mesure ; compatibilité métrologique
compatibilidad metrológica de resultados de medida ; compatibilidad metrológica

Propriedade dum conjunto de resultados de medição correspondentes a um mensurando


especificado, tal que o valor absoluto da diferença entre os valores medidos de todos os

30
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

pares de resultados de medição é menor que um certo múltiplo escolhido da incerteza-padrão


desta diferença.

NOTA 1 A compatibilidade metrológica substitui o conceito tradicional de “manter-se dentro


do erro”, já que ela representa o critério de decisão se dois resultados de medição referem-se,
ou não, a um mesmo mensurando. Num conjunto de medições de um mensurando
considerado constante, se um resultado de medição não é compatível com os demais, é
porque a medição não está correta (por exemplo, a sua incerteza de medição avaliada é
pequena demais) ou porque a grandeza medida variou entre as medições.

NOTA 2 A correlação entre as medições influencia a compatibilidade metrológica. Se as


medições são totalmente não correlacionadas, a incerteza-padrão da diferença entre os valores
dos resultados delas é igual à média quadrática das incertezas-padrão (raiz quadrada da soma
dos quadrados), enquanto que se forem correlacionadas, ela é menor para uma covariância
positiva ou maior para uma covariância negativa.

2.48
modelo de medição
modelo matemático da medição
measurement model ; model of measurement ; model
modèle de mesure ; modèle
modelo de medición ; modelo

Relação matemática entre todas as grandezas que se sabe estarem envolvidas numa
medição.

NOTA 1 Uma forma geral dum modelo de medição é a equação h(Y, X1, ..., Xn) = 0, onde Y,
a grandeza de saída no modelo de medição, é o mensurando, cujo valor deve ser deduzido
da informação sobre as grandezas de entrada no modelo de medição X1, ..., Xn.

NOTA 2 Em casos mais complexos onde há duas ou mais grandezas de saída, o modelo
de medição consiste em mais do que apenas uma equação.

2.49
função de medição
measurement function
fonction de mesure
función de medición

Função de grandezas cujo valor, quando calculado a partir de valores conhecidos das
grandezas de entrada num modelo de medição, é um valor medido da grandeza de saída
no modelo de medição.

NOTA 1 Se um modelo de medição h(Y, X1, ..., Xn) = 0 pode ser escrito explicitamente
como Y = f(X1, ..., Xn), onde Y é a grandeza de saída no modelo de medição, a função f é a
função de medição. Mais geralmente, f pode simbolizar um algoritmo que fornece, para os
valores das grandezas de entrada x1, ..., xn, um valor da grandeza de saída único
correspondente y = f (x1, ..., xn).

NOTA 2 Uma função de medição também é utilizada para calcular a incerteza de medição
associada ao valor medido de Y.

2.50
grandeza de entrada num modelo de medição
grandeza de entrada
input quantity in a measurement model ; input quantity
grandeur d’entrée dans un modèle de mesure ; grandeur d’entrée
magnitud de entrada en un modelo de medición ; magnitud de entrada

31
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Grandeza que deve ser medida, ou grandeza cujo valor pode ser obtido de outro modo, para
calcular um valor medido de um mensurando.

EXEMPLO Quando o comprimento duma haste de aço a uma temperatura


especificada é o mensurando, a temperatura real, o comprimento na temperatura real e o
coeficiente de dilatação térmica linear da haste são grandezas de entrada.

NOTA 1 Uma grandeza de entrada num modelo de medição é frequentemente uma


grandeza de saída dum sistema de medição.

NOTA 2 As indicações, as correções e as grandezas de influência são grandezas de


entrada num modelo de medição.

2.51
grandeza de saída num modelo de medição
grandeza de saída
output quantity in a measurement model ; output quantity
grandeur de sortie dans un modèle de mesure ; grandeur de sortie
magnitud de salida en un modelo de medición ; magnitud de salida

Grandeza cujo valor medido é calculado utilizando-se os valores das grandezas de entrada
num modelo de medição.

2.52 (2.7)
grandeza de influência
influence quantity
grandeur d’influence
magnitud de influencia

Grandeza que, numa medição direta, não afeta a grandeza efetivamente medida, mas afeta a
relação entre a indicação e o resultado de medição.

EXEMPLO 1 Frequência na medição direta da amplitude constante duma corrente


alternada com um amperímetro.

EXEMPLO 2 Concentração em quantidade de substância de bilirrubina numa medição


direta da concentração em quantidade de substância de hemoglobina no plasma
sanguíneo humano.

EXEMPLO 3 Temperatura dum micrômetro utilizado na medição do comprimento


duma haste, mas não a temperatura da própria haste que pode fazer parte da definição
do mensurando.

EXEMPLO 4 Pressão ambiente na fonte iônica dum espectrômetro de massa durante


uma medição duma fração molar.

NOTA 1 Uma medição indireta compreende uma combinação de medições diretas, em que
cada uma delas pode ser afetada por grandezas de influência.
a
NOTA 2 No GUM, o conceito “grandeza de influência” é definido como na 2 edição do
VIM, contemplando não somente as grandezas que afetam o sistema de medição, como na
definição acima, mas também aquelas que afetam as grandezas efetivamente medidas. Além
disso, no GUM, este conceito não está limitado a medições diretas.

2.53 (3.15) (3.16)


correção
correction
correction
corrección

Compensação dum efeito sistemático estimado.

32
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 1 Ver o ISO/IEC Guide 98-3:2008, 3.2.3, para uma explicação do conceito de “efeito
sistemático”.

NOTA 2 A compensação pode assumir diferentes formas, tais como a adição dum valor ou
a multiplicação por um fator, ou pode ser deduzida a partir duma tabela.

33
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

3 Dispositivos de medição

3.1 (4.1)
instrumento de medição
measuring instrument
instrument de mesure ; appareil de mesure
instrumento de medida

Dispositivo utilizado para realizar medições, individualmente ou associado a um ou mais


dispositivos suplementares.

NOTA 1 Um instrumento de medição que pode ser utilizado individualmente é um sistema


de medição.

NOTA 2 Um instrumento de medição pode ser um instrumento de medição indicador ou


uma medida materializada.

3.2 (4.5)
sistema de medição
measuring system
système de mesure
sistema de medida

Conjunto dum ou mais instrumentos de medição e frequentemente outros dispositivos,


23
compreendendo, se necessário, reagentes e insumos , montado e adaptado para fornecer
informações destinadas à obtenção dos valores medidos, dentro de intervalos especificados
para grandezas de naturezas especificadas.

NOTA Um sistema de medição pode consistir em apenas um instrumento de medição.

3.3 (4.6)
instrumento de medição indicador
instrumento indicador
indicating measuring instrument
appareil de mesure indicateur ; appareil indicateur
instrumento de medida con dispositivo indicador ; instrumento indicador

Instrumento de medição que fornece um sinal de saída contendo informações sobre o valor
da grandeza medida.

EXEMPLOS Voltímetro, micrômetro, termômetro, balança eletrônica.

NOTA 1 Um instrumento de medição indicador pode fornecer um registro da sua


indicação.

NOTA 2 Um sinal de saída pode ser apresentado na forma visual ou acústica. Ele também
pode ser transmitido a um ou mais dispositivos.

3.4 (4.6)
24
instrumento de medição mostrador ; instrumento de medição afixador
displaying measuring instrument
appareil de mesure afficheur ; appareil afficheur
instrumento de medida con dispositivo visualizador ; instrumento visualizador

Instrumento de medição indicador em que o sinal de saída é apresentado na forma visual.

23
Nota dos tradutores: uso em Portugal “alimentação”, no Brasil “insumo”.
24
Nota dos tradutores: uso em Portugal “instrumento de medição afixador”, no Brasil
“instrumento de medição mostrador”.
34
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

3.5 (4.17)
escala dum instrumento de medição mostrador ; escala dum instrumento de medição
25
afixador
scale of a displaying measuring instrument
échelle d’un appareil de mesure afficheur ; échelle
escala de un instrumento de medida con dispositivo visualizador ; escala de un instrumento visualizador

Parte dum instrumento de medição mostrador que consiste num conjunto ordenado de
marcas, eventualmente associadas a números ou a valores de grandezas.

3.6 (4.2)
medida materializada
material measure
mesure matérialisée
medida materializada

Instrumento de medição que reproduz ou fornece, de maneira permanente durante sua


utilização, grandezas duma ou mais naturezas, cada uma com um valor atribuído.
26
EXEMPLOS Peso-padrão , medida de capacidade (que fornece um ou mais valores,
com ou sem escala de valores), resistor-padrão, escala graduada, bloco-padrão,
gerador-padrão de sinais, material de referência certificado.

NOTA 1 A indicação duma medida materializada é o valor a ela atribuído.

NOTA 2 Uma medida materializada pode ser um padrão.

3.7 (4.3)
transdutor de medição
measuring transducer
transducteur de mesure
transductor de medida

Dispositivo, utilizado em medição, que fornece uma grandeza de saída, a qual tem uma
relação especificada com uma grandeza de entrada.

EXEMPLOS Termopar, transformador de corrente elétrica, extensômetro, eletrodo de


pH, tubo de Bourdon, tira bimetálica.

3.8 (4.14)
sensor
sensor
capteur
sensor

Elemento dum sistema de medição que é diretamente afetado por um fenômeno, corpo ou
substância que contém a grandeza a ser medida.

EXEMPLOS Bobina sensível dum termômetro de resistência de platina, rotor dum


medidor de vazão (caudal) de turbina, tubo de Bourdon dum manômetro, bóia dum
instrumento de medição de nível, fotocélula dum espectrômetro, cristal líquido
termotrópico que muda de cor em função da temperatura.

NOTA Em alguns domínios, o termo “detector” é utilizado para este conceito.

25
Nota dos tradutores: uso em Portugal “escala dum instrumento de medição afixador”, no
Brasil “escala dum instrumento de medição mostrador”.
26
Nota dos tradutores: em Portugal usa-se também “massa marcada”.

35
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

3.9 (4.15)
detector
detector
détecteur
detector

Dispositivo ou substância que indica a presença dum fenômeno, corpo ou substância quando
um valor limiar duma grandeza associada for excedido.

EXEMPLOS Detector de fuga de halogênio, papel de tornassol.

NOTA 1 Em alguns domínios, o termo “detector” é utilizado para o conceito de sensor.

NOTA 2 Em química, o termo “indicador” é frequentemente utilizado para este conceito.

3.10 (4.4)
cadeia de medição
measuring chain
chaîne de mesure
cadena de medida

Série de elementos dum sistema de medição que constitui um único caminho para o sinal, do
sensor até o elemento de saída.

EXEMPLO 1 Cadeia de medição eletroacústica composta por um microfone, um


atenuador, um filtro, um amplificador e um voltímetro.

EXEMPLO 2 Cadeia de medição mecânica composta por um tubo de Bourdon, um


sistema de alavancas, duas engrenagens e um mostrador mecânico.

3.11 (4.30)
ajuste dum sistema de medição
ajuste
adjustment of a measuring system ; adjustment
ajustage d’un système de mesure ; ajustage
ajuste de un sistema de medida ; ajuste

Conjunto de operações efetuadas num sistema de medição, de modo que ele forneça
indicações prescritas correspondentes a determinados valores duma grandeza a ser medida.

NOTA 1 Diversos tipos de ajuste dum sistema de medição incluem o ajuste de zero, o
27
ajuste de defasagem (às vezes chamado ajuste de “offset”) e o ajuste de amplitude (às vezes
chamada ajuste de ganho).

NOTA 2 O ajuste dum sistema de medição não deve ser confundido com calibração, a
qual é um pré-requisito para o ajuste.

NOTA 3 Após um ajuste dum sistema de medição, tal sistema geralmente deve ser
recalibrado.

3.12
ajuste de zero
zero adjustment of a measuring system ; zero adjustment
réglage de zéro
ajuste de cero de un sistema de medida ; ajuste de cero

Ajuste dum sistema de medição de modo que o mesmo forneça uma indicação igual a zero
correspondente a um valor igual a zero da grandeza a ser medida.

27
Nota dos tradutores: uso em Portugal “ajuste de desvio”, no Brasil “ajuste de defasagem”.

36
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

4 Propriedades dos dispositivos de medição

4.1 (3.2)
indicação
indication
indication
indicación

Valor fornecido por um instrumento de medição ou por um sistema de medição.

NOTA 1 Uma indicação pode ser representada na forma visual ou acústica ou pode ser
transferida a um outro dispositivo. A indicação é frequentemente dada pela posição dum
ponteiro sobre um mostrador para saídas analógicas, por um número apresentado num
mostrador ou impresso para saídas digitais, por uma configuração codificada para saídas em
código ou por um valor atribuído a medidas materializadas.

NOTA 2 Uma indicação e o valor correspondente da grandeza medida não são


necessariamente valores de grandezas da mesma natureza.

4.2
indicação do branco
blank indication ; background indication
indication du blanc ; indication d’environnement
Indicación de blanco ; Indicación de fondo

Indicação obtida a partir dum fenômeno, corpo ou substância semelhante ao fenômeno, ao


corpo ou à substância em estudo, mas, para a qual supõe-se que a grandeza de interesse não
esteja presente ou não contribua para a indicação.

4.3 (4.19)
intervalo de indicações
indication interval
intervalle des indications
intervalo de indicaciones

Conjunto de valores compreendidos entre duas indicações extremas.

NOTA 1 Um intervalo de indicações é geralmente expresso em termos do seu valor menor


e do seu valor maior, por exemplo “99 V a 201 V”.

NOTA 2 Em alguns domínios, o termo adotado no Brasil é “faixa de indicações”.

4.4 (5.1)
intervalo nominal de indicações
intervalo nominal
nominal indication interval ; nominal interval
intervalle nominal des indications ; intervalle nominal ; calibre
intervalo nominal de indicaciones ; intervalo nominal

Conjunto de valores compreendidos entre duas indicações extremas arredondadas ou


aproximadas, obtido com um posicionamento particular dos comandos dum instrumento de
medição ou sistema de medição e utilizado para designar este posicionamento.

NOTA 1 Um intervalo nominal de indicações é geralmente expresso em termos de seu


menor e maior valor, por exemplo “100 V a 200 V”.

NOTA 2 Em alguns domínios, o termo inglês é “nominal range” e o adotado no Brasil é


“faixa nominal”.

37
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

4.5 (5.2)
amplitude de medição
amplitude nominal
range of a nominal indication interval
étendue de mesure ; étendue nominale
amplitud de un intervalo nominal de indicaciones ; amplitud nominal

Valor absoluto da diferença entre os valores extremos dum intervalo nominal de indicações.

EXEMPLO Para um intervalo nominal de indicações de -10 V a +10 V, a amplitude


de medição é 20 V.

NOTA A amplitude de medição é algumas vezes denominada, em inglês, “span of a nominal


interval” e, em francês, o termo “intervalle de mesure” é, por vezes, impropriamente
empregado. No Brasil, o termo “intervalo de medição” é, por vezes, erradamente utilizado no
lugar de amplitude de medição.

4.6 (5.3)
valor nominal
nominal quantity value ; nominal value
valeur nominale
valor nominal

Valor arredondado ou aproximado duma grandeza característica dum instrumento de


medição ou dum sistema de medição, o qual serve de guia para sua utilização apropriada.

EXEMPLO 1 O valor 100 Ω marcado numa resistência-padrão.

EXEMPLO 2 O valor 1000 mL marcado num frasco ou balão volumétrico que possui
um traço único.

EXEMPLO 3 O valor 0,1 mol/L da concentração em quantidade de substância duma


solução de ácido clorídrico, HCl.

EXEMPLO 4 O valor -20 ºC de temperatura Celsius máxima para armazenamento.

NOTA Em inglês, não convém utilizar “nominal quantity value” e “nominal value” para o
valor duma propriedade qualitativa (em inglês, “nominal property value”).

4.7 (5.4)
intervalo de medição
measuring interval ; working interval
intervalle de mesure
intervalo de medida

Conjunto de valores de grandezas da mesma natureza que pode ser medido por um dado
instrumento de medição ou sistema de medição com incerteza de medição instrumental
especificada, sob condições determinadas.

NOTA 1 Em alguns domínios, o termo inglês é "measuring range" ou "measurement range".


O termo francês "étendue de mesure" é, por vezes, impropriamente empregado. No Brasil, o
termo adotado para "intervalo" é "faixa". Em Portugal, o termo "gama", adjetivado de "de
medição", "de operação", ou "de trabalho", era por vezes utilizado seja com sentido de
amplitude de medição, seja como intervalo de medição.

NOTA 2 O limite inferior dum intervalo de medição não deve ser confundido com limite de
detecção.

38
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

4.8
condição de regime estável
condição de regime permanente
steady-state operating condition
condition de régime établi ; condition de régime permanent
condición de régimen estacionario

Condição de funcionamento dum instrumento de medição ou dum sistema de medição na


qual a relação estabelecida pela calibração permanece válida, até mesmo quando o
mensurando varia com o tempo.

4.9 (5.5)
condição estipulada de funcionamento
rated operating condition
condition assignée de fonctionnement
condición nominal de funcionamiento

Condição de funcionamento que deve ser cumprida durante uma medição para que um
instrumento de medição ou um sistema de medição funcione como projetado.

NOTA As condições estipuladas de funcionamento geralmente especificam os intervalos


de valores para a grandeza medida e para as grandezas de influência.

4.10 (5.6)
condição limite de funcionamento
condição limite
limiting operating condition
condition limite de fonctionnement ; condition limite
condición límite de funcionamiento

Condição extrema de funcionamento que um instrumento de medição ou sistema de


medição deve suportar sem dano e sem degradação das suas propriedades metrológicas
especificadas quando, subsequentemente, é operado nas suas condições estipuladas de
funcionamento.

NOTA 1 As condições limites de funcionamento podem diferir para armazenamento,


transporte e funcionamento.

NOTA 2 As condições limites de funcionamento podem compreender valores limites para a


grandeza medida e para as grandezas de influência.

4.11 (5.7)
condição de funcionamento de referência
condição de referência
reference operating condition ; reference condition
condition de fonctionnement de référence ; condition de référence
condición de funcionamiento de referencia ; condición de referencia

Condição de funcionamento prescrita para avaliar o desempenho dum instrumento de


medição ou dum sistema de medição ou para comparar resultados de medição.

NOTA 1 As condições de funcionamento de referência especificam os intervalos de


valores do mensurando e das grandezas de influência.

NOTA 2 Na IEC 60050-300, item 311-06-02, o termo “reference condition” refere-se a uma
condição de funcionamento na qual a incerteza de medição instrumental especificada é a
menor possível.

39
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

4.12 (5.10)
sensibilidade dum sistema de medição
sensibilidade
sensitivity of a measuring system ; sensitivity
sensibilité
sensibilidad de un sistema de medida ; sensibilidad

Quociente entre a variação duma indicação dum sistema de medição e a variação


correspondente do valor da grandeza medida.

NOTA 1 A sensibilidade dum sistema de medição pode depender do valor da grandeza


medida.

NOTA 2 A variação do valor da grandeza medida deve ser grande quando comparada à
resolução.

4.13
seletividade dum sistema de medição
seletividade
selectivity of a measuring system ; selectivity
sélectivité
selectividad de un sistema de medida ; selectividad

Propriedade dum sistema de medição, utilizado com um procedimento de medição


especificado, segundo a qual o sistema fornece valores medidos para um ou vários
mensurandos, tais que os valores de cada mensurando sejam independentes uns dos outros
ou de outras grandezas associadas ao fenômeno, corpo ou substância em estudo.

EXEMPLO 1 Aptidão dum sistema de medição composto por um espectrômetro de


massa para medir a razão entre correntes iônicas geradas por dois compostos
especificados, sem perturbação proveniente de outras fontes especificadas de corrente
elétrica.

EXEMPLO 2 Aptidão dum sistema de medição para medir a potência duma


componente dum sinal a uma determinada frequência sem sofrer perturbação de
componentes do sinal ou de outros sinais, em outras frequências.

EXEMPLO 3 Aptidão dum receptor para discriminar entre um sinal desejado e sinais
não desejados, tendo muitas vezes frequências ligeiramente diferentes da frequência do
sinal desejado.

EXEMPLO 4 Aptidão dum sistema de medição de radiação ionizante para responder a


uma radiação particular a ser medida na presença de radiação concomitante.

EXEMPLO 5 Aptidão dum sistema de medição para medir a concentração em


quantidade de substância de creatinina no plasma sanguíneo por um procedimento de
Jaffé sem ser influenciado pelas concentrações de glucose, urato, cetona e proteínas.

EXEMPLO 6 Aptidão dum espectrômetro de massa para medir as abundâncias em


28 30
quantidade de substância do isótopo Si e do isótopo Si no silício proveniente dum
29
depósito geológico sem influência mútua ou do isótopo Si.

NOTA 1 Em física, frequentemente, existe apenas um mensurando; as outras grandezas


da mesma natureza do que a do mensurando são grandezas de entrada para o sistema de
medição.

NOTA 2 Em química, as grandezas medidas envolvem frequentemente constituintes


diferentes do sistema submetido à medição e estas grandezas não são necessariamente da
mesma natureza.

40
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 3 Em química, a seletividade dum sistema de medição é obtida geralmente para


grandezas associadas a constituintes selecionadas em concentrações dentro de intervalos
estabelecidos.

NOTA 4 O conceito de seletividade em física (ver NOTA 1) é próximo daquele da


especificidade, como às vezes é utilizado em química.

4.14
resolução
resolution
résolution
resolución

Menor variação da grandeza medida que causa uma variação perceptível na indicação
correspondente.

NOTA A resolução pode depender, por exemplo, de ruído (interno ou externo) ou de


atrito. Pode depender também do valor da grandeza medida.

4.15 (5.12)
28
resolução dum dispositivo mostrador ; resolução dum dispositivo afixador
resolution of a displaying device
résolution d’un dispositif afficheur
resolución de un dispositivo visualizador

Menor diferença entre indicações mostradas que pode ser significativamente percebida.

4.16 (5.11)
limiar de mobilidade
mobilidade
discrimination threshold
seuil de discrimination ; seuil de mobilité ; mobilité
umbral de discriminación ; movilidad

Maior variação do valor duma grandeza medida que não causa variação detectável na
indicação correspondente.

NOTA O limiar de mobilidade pode depender, por exemplo, de ruído (interno ou externo)
ou de atrito. Pode depender também do valor da grandeza medida e de como a variação é
aplicada.

4.17 (5.13)
zona morta
dead band
zone morte
zona muerta

Intervalo máximo no qual o valor duma grandeza medida pode ser variado em ambas as
direções sem produzir uma mudança detectável na indicação correspondente.

NOTA A zona morta pode depender da taxa de variação.

4.18 (4.15, NOTA 1)


limite de detecção
detection limit ; limit of detection
limite de détection
límite de detección

28
Nota dos tradutores: uso em Portugal “resolução dum dispositivo afixador”, no Brasil
“resolução dum dispositivo mostrador”.

41
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Valor medido, obtido por um dado procedimento de medição, para o qual a probabilidade de
declarar falsamente a ausência dum constituinte num material é β, sendo α a probabilidade de
declarar falsamente a sua presença.

NOTA 1 A IUPAC recomenda valores por defeito para α e β iguais a 0,05.

NOTA 2 [Aplicável unicamente ao texto em inglês].

NOTA 3 O termo “sensibilidade dum sistema de medição” não deve ser empregado no
sentido de limite de detecção.

4.19 (5.14)
estabilidade dum instrumento de medição
estabilidade
stability of a measuring instrument ; stability
stabilité ; constance
estabilidad de un instrumento de medida ; estabilidad

Propriedade dum instrumento de medição segundo a qual este mantém as suas


propriedades metrológicas constantes ao longo do tempo.

NOTA A estabilidade pode ser expressa quantitativamente de diversas maneiras.

EXEMPLO 1 Pela duração dum intervalo de tempo ao longo do qual uma propriedade
metrológica varia numa dada quantidade.

EXEMPLO 2 Pela variação duma propriedade ao longo dum dado intervalo de tempo.

4.20 (5.25)
29
tendência instrumental ; erro de justeza instrumental
instrumental bias
biais instrumental ; erreur de justesse d'un instrument
sesgo instrumental ; sesgo

Diferença entre a média de repetidas indicações e um valor de referência.

4.21 (5.16)
deriva instrumental
deriva
instrumental drift
dérive instrumentale
deriva instrumental

Variação da indicação ao longo do tempo, contínua ou incremental, devida a variações nas


propriedades metrológicas dum instrumento de medição.

NOTA A deriva instrumental não está relacionada a uma variação na grandeza medida,
nem a uma variação de qualquer grandeza de influência identificada.

4.22
variação devida a uma grandeza de influência
variation due to an influence quantity
variation due à une grandeur d’influence
variación debida a una magnitud de influencia

Diferença entre indicações correspondentes a um mesmo valor medido, ou entre valores


fornecidos por uma medida materializada, quando uma grandeza de influência assume
sucessivamente dois valores diferentes.

29
Nota dos tradutores: uso em Portugal “erro de justeza instrumental”, no Brasil “tendência
instrumental”.

42
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

4.23 (5.17)
30
tempo de resposta a um degrau ; tempo de resposta a um escalão
step response time
temps de réponse à un échelon
tiempo de respuesta a un escalón

Intervalo de tempo entre o instante em que um valor de entrada dum instrumento de


medição ou dum sistema de medição é submetido a uma variação brusca entre dois valores
constantes especificados e o instante em que a indicação correspondente se mantém entre
limites especificados em torno do seu valor final em regime estável.

4.24
incerteza de medição instrumental
incerteza instrumental
instrumental measurement uncertainty
incertitude instrumentale
incertidumbre instrumental

Componente da incerteza de medição proveniente do instrumento de medição ou do


sistema de medição utilizado.

NOTA 1 A incerteza de medição instrumental é obtida por meio da calibração do


instrumento de medição ou do sistema de medição, exceto para um padrão primário, para o
qual são utilizados outros meios.

NOTA 2 A incerteza de medição instrumental é utilizada na avaliação do Tipo B da


incerteza de medição.

NOTA 3 As informações referentes à incerteza de medição instrumental podem ser


fornecidas nas especificações do instrumento.

4.25 (5.19)
classe de exatidão
accuracy class
classe d’exactitude
clase de exactitud

Classe de instrumentos de medição ou de sistemas de medição que satisfazem requisitos


metrológicos estabelecidos, destinados a manter os erros de medição ou as incertezas de
medição instrumentais dentro de limites especificados, sob condições de funcionamento
especificadas.

NOTA 1 Uma classe de exatidão é usualmente caracterizada por um número ou por um


símbolo adotado por convenção.

NOTA 2 O conceito de classe de exatidão aplica-se a medidas materializadas.

4.26 (5.21)
erro máximo admissível
31
erro máximo permissível ; erro máximo tolerado ; limite de erro
maximum permissible measurement error ; maximum permissible error ; limit of error
erreur maximale tolérée ; limite d’erreur
error máximo permitido ; error máximo tolerado

Valor extremo do erro de medição, com respeito a um valor de referência conhecido,


admitido por especificações ou regulamentos para uma dada medição, instrumento de
medição ou sistema de medição.

30
Nota dos tradutores: uso em Portugal “tempo de resposta a um escalão”, no Brasil “tempo de
resposta a um degrau”.
31
Nota dos tradutores: no Brasil admite-se o uso dos termos “erro máximo permissível”, “erro
máximo tolerado” e “limite de erro”.
43
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 1 Usualmente, no Brasil, o termo “erros máximos admissíveis”, “erros máximos


permissíveis”, “erros máximos tolerados” ou “limites de erro” são utilizados onde há dois valores
extremos.

NOTA 2 O termo “tolerância” não deve ser utilizado para designar erro máximo admissível.

4.27 (5.22)
erro no ponto de controle
datum measurement error ; datum error
erreur au point de contrôle
error en un punto de control

Erro de medição dum instrumento de medição ou dum sistema de medição num valor
medido especificado.

4.28 (5.23)
erro no zero
zero error
erreur à zéro
error en cero

Erro no ponto de controle quando o valor medido especificado é zero.

NOTA Não deve confundir-se “erro no zero” com a ausência de erro de medição.

4.29
incerteza de medição no zero
null measurement uncertainty
incertitude de mesure à zéro
incertidumbre de medida en el cero

Incerteza de medição quando o valor medido especificado é zero.

NOTA 1 A incerteza de medição no zero é associada a uma indicação zero ou próxima de


zero e abrange um intervalo em que não se sabe se o mensurando é demasiado pequeno
para ser detectado ou se a indicação do instrumento de medição é devida apenas ao ruído.

NOTA 2 O conceito de “incerteza de medição no zero” também se aplica quando uma


diferença é obtida entre a medição duma amostra e a dum branco.

4.30
diagrama de calibração
calibration diagram
diagramme d’étalonnage
diagrama de calibración

Expressão gráfica da relação entre uma indicação e o resultado de medição correspondente.

NOTA 1 Um diagrama de calibração é a região do plano definida pelo eixo das


indicações e pelo eixo dos resultados de medição, que representa a relação multívoca entre
uma indicação e um conjunto de valores medidos. A largura da região para uma indicação
dada fornece a incerteza de medição instrumental.

NOTA 2 Expressões alternativas da relação incluem uma curva de calibração e as


incertezas de medição associadas, uma tabela de calibração ou um conjunto de funções.

NOTA 3 Este conceito é referente a uma calibração quando a incerteza de medição


instrumental é grande em comparação com as incertezas de medição associadas aos valores
de padrões.

44
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

4.31
curva de calibração
calibration curve
courbe d’étalonnage
curva de calibración

Expressão da relação entre uma indicação e o valor medido correspondente.

NOTA Uma curva de calibração expressa uma relação biunívoca que não fornece um
resultado de medição, pois ela não contém informação a respeito da incerteza de medição.

45
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

5 Padrões de medição

5.1 (6.1)
padrão de medição
padrão
measurement standard ; etalon
étalon
patrón de medida ; patrón

Realização da definição duma dada grandeza, com um valor determinado e uma incerteza de
medição associada, utilizada como referência.

EXEMPLO 1 Padrão de medição de massa de 1 kg com uma incerteza-padrão


associada de 3 µg.

EXEMPLO 2 Resistor-padrão de 100 Ω com uma incerteza-padrão associada de 1 µΩ.

EXEMPLO 3 Padrão de medição de frequência de césio com uma incerteza-padrão


-15
relativa associada de 2 x 10 .

EXEMPLO 4 Solução-tampão de referência com um pH de 7,072 e uma incerteza-


padrão associada de 0,006.

EXEMPLO 5 Conjunto de soluções de referência de cortisol no soro humano, para o


qual cada solução tem um valor certificado com uma incerteza de medição.

EXEMPLO 6 Material de referência que fornece valores com incertezas de medição


associadas para a concentração em massa de dez proteínas diferentes.

NOTA 1 A “realização da definição duma dada grandeza” pode ser fornecida por um
sistema de medição, uma medida materializada ou um material de referência.

NOTA 2 Um padrão de medição serve frequentemente de referência na obtenção de


valores medidos e incertezas de medição associadas para outras grandezas da mesma
natureza, estabelecendo assim uma rastreabilidade metrológica através da calibração de
outros padrões, instrumentos de medição ou sistemas de medição.

NOTA 3 O termo “realização” é empregado aqui no sentido mais geral. Designa três
procedimentos de “realização”. O primeiro, a realização stricto sensu, é a realização física da
unidade de medida a partir da sua definição. O segundo, chamado “reprodução”, consiste,
não em realizar a unidade a partir da sua definição, mas em construir um padrão altamente
reprodutível baseado num fenômeno físico, por exemplo, o emprego de laseres estabilizados
em frequência para construir um padrão do metro, o emprego do efeito Josephson para o volt
ou o emprego do efeito Hall quântico para o ohm. O terceiro procedimento, chamado “adoção”,
consiste em adotar uma medida materializada como padrão. É o caso do padrão de 1 kg.

NOTA 4 A incerteza-padrão associada a um padrão é sempre uma componente da


incerteza-padrão combinada (ver o Guia ISO/IEC 98-3:2008, 2.3.4) num resultado de
medição obtido ao se utilizar o padrão. Esta componente é frequentemente pequena em
comparação a outras componentes da incerteza-padrão combinada.

NOTA 5 O valor da grandeza e a incerteza de medição devem ser determinados no


momento em que o padrão é utilizado.

NOTA 6 Várias grandezas da mesma natureza ou de naturezas diferentes podem ser


realizadas com o auxílio dum único dispositivo, chamado também de padrão.

NOTA 7 A palavra “embodiment” é algumas vezes utilizada em inglês no lugar de


“realização”.

46
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

NOTA 8 Em ciência e tecnologia, a palavra inglesa “standard” é utilizada com pelo menos
dois significados diferentes: como uma especificação, uma recomendação técnica ou uma
norma (em francês “norme”), e como um padrão de medição (em francês “étalon” e em inglês
“measurement standard”). Somente o segundo significado é pertinente para o presente
Vocabulário.

NOTA 9 O termo “padrão” (“standard”, em inglês) é às vezes utilizado para designar outras
ferramentas metrológicas como, por exemplo, programa informático padrão (“software
measurement standard”, ver a ISO 5436-2).

5.2 (6.2)
padrão de medição internacional
padrão internacional
international measurement standard
étalon international
patrón internacional de medida ; patrón internacional

Padrão de medição reconhecido pelos signatários dum acordo internacional, tendo como
propósito a sua utilização mundial.

EXEMPLO 1 O protótipo internacional do kilograma.


o
EXEMPLO 2 Gonadotrofina coriônica, 4 padrão internacional da Organização Mundial
de Saúde (OMS), 1999, 75/589, 650 unidades internacionais por ampola.

EXEMPLO 3 Água oceânica média normalizada de Viena (VSMOW2) distribuída pela


Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para medições das razões molares
diferenciais de isótopos estáveis.

5.3 (6.3)
padrão de medição nacional
padrão nacional
national measurement standard ; national standard
étalon national
patrón nacional de medida ; patrón nacional

Padrão de medição reconhecido por uma entidade nacional para servir dentro dum Estado ou
economia, como base para atribuir valores a outros padrões de medição de grandezas da
mesma natureza.

5.4 (6.4)
padrão de medição primário
padrão primário
primary measurement standard ; primary standard
étalon primaire
patrón primario de medida ; patrón primario

Padrão de medição estabelecido com auxílio dum procedimento de medição primário ou


criado como um artefato, escolhido por convenção.

EXEMPLO 1 Padrão de medição primário de concentração em quantidade de


substância preparado pela dissolução duma quantidade de substância conhecida dum
constituinte químico num volume conhecido de solução.

EXEMPLO 2 Padrão de medição primário de pressão baseado em medições


separadas de força e área.

EXEMPLO 3 Padrão de medição primário para as medições das razões molares de


isótopos, preparado por meio da mistura de quantidades de substância conhecida de
isótopos especificados.

47
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

EXEMPLO 4 Padrão de medição primário de temperatura termodinâmica constituído


por uma célula de ponto triplo da água.

EXEMPLO 5 O protótipo internacional do kilograma como um artefato escolhido por


convenção.

5.5 (6.5)
padrão de medição secundário
padrão secundário
secondary measurement standard ; secondary standard
étalon secondaire
patrón secundario de medida ; patrón secundario

Padrão de medição estabelecido por intermédio duma calibração com referência a um padrão
de medição primário duma grandeza da mesma natureza.

NOTA 1 A calibração pode ser obtida diretamente entre o padrão de medição primário e o
padrão de medição secundário, ou envolver um sistema de medição intermediário calibrado
pelo padrão de medição primário, que atribui um resultado de medição ao padrão de medição
secundário.

NOTA 2 Um padrão cujo valor é atribuído por um procedimento de medição primário de


razão é um padrão secundário.

5.6 (6.6)
padrão de medição de referência
padrão de referência
reference measurement standard ; reference standard
étalon de référence
patrón de medida de referencia ; patrón de referencia

Padrão de medição estabelecido para a calibração de outros padrões de grandezas da


mesma natureza numa dada organização ou num dado local.

5.7 (6.7)
padrão de medição de trabalho
padrão de trabalho
working measurement standard ; working standard
étalon de travail
patrón de medida de trabajo ; patrón de trabajo

Padrão de medição que é utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar instrumentos de


medição ou sistemas de medição.

NOTA 1 Um padrão de medição de trabalho é geralmente calibrado em relação a um


padrão de medição de referência.

NOTA 2 Um padrão de medição de trabalho utilizado em verificação é também algumas


vezes denominado de “padrão de verificação” ou “padrão de controle”.

5.8 (6.9)
padrão de medição itinerante
padrão itinerante
travelling measurement standard ; travelling standard
étalon voyageur
patrón viajero de medida ; patrón viajero

Padrão de medição, algumas vezes de construção especial, destinado para ser transportado
entre diferentes locais.

EXEMPLO Padrão de frequência de césio 133, portátil e funcionando a bateria.

48
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

5.9 (6.8)
dispositivo de transferência
transfer measurement device ; transfer device
dispositif de transfert
dispositivo de transferencia

Dispositivo utilizado como intermediário para comparar padrões.

NOTA Algumas vezes, os padrões podem servir como dispositivos de transferência.

5.10
padrão de medição intrínseco
padrão intrínseco
intrinsic measurement standard ; intrinsic standard
étalon intrinsèque
patrón intrínseco de medida ; patrón intrínseco

Padrão baseado numa propriedade intrínseca e reprodutível dum fenômeno ou duma


substância.

EXEMPLO 1 Padrão de medição intrínseco de temperatura termodinâmica constituído


duma célula de ponto triplo da água.

EXEMPLO 2 Padrão de medição intrínseco de diferença de potencial elétrico baseado


no efeito Josephson.

EXEMPLO 3 Padrão de medição intrínseco de resistência elétrica baseado no efeito


Hall quântico.

EXEMPLO 4 Padrão de medição intrínseco de condutividade elétrica constituído por


uma amostra de cobre.

NOTA 1 O valor dum padrão de medição intrínseco é atribuído por consenso e não
necessita de ser estabelecido em relação a outro padrão da mesma natureza. A sua incerteza
de medição é determinada ao se considerarem duas componentes: a primeira associada ao
seu valor de consenso e a outra associada à sua construção, implementação e manutenção.

NOTA 2 Um padrão de medição intrínseco geralmente consiste num sistema produzido de


acordo com os requisitos dum procedimento de consenso e submetido a uma verificação
periódica. O procedimento de consenso pode conter orientações para a aplicação de
correções necessárias à implementação.

NOTA 3 Os padrões de medição intrínsecos que são baseados em fenômenos quânticos


geralmente possuem uma estabilidade excepcional.

NOTA 4 O adjetivo “intrínseco” não significa que tal padrão possa ser implementado e
utilizado sem cuidado especial ou que ele seja imune a influências internas e externas.

5.11 (6.12)
conservação dum padrão
manutenção dum padrão
conservation of a measurement standard ; maintenance of measurement standard
conservation d’un étalon ; maintenance d’un étalon
conservación de un patrón de medida ; mantenimiento de un patrón de medida

Conjunto de operações necessárias para a preservação das propriedades metrológicas dum


padrão dentro de limites estabelecidos.

NOTA Geralmente a conservação compreende a verificação periódica de propriedades


metrológicas pré-definidas ou a calibração, armazenamento em condições adequadas e
cuidados específicos para a sua utilização.

49
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

5.12
32
calibrador ; ---
calibrator
---
calibrador

Padrão de medição utilizado em calibrações.

NOTA O termo “calibrador” (“calibrator”, em inglês) é utilizado apenas em certos


domínios.

5.13 (6.13)
material de referência
MR
reference material ; RM
matériau de référence ; MR
material de referencia ; MR

Material, suficientemente homogêneo e estável em relação a propriedades específicas,


preparado para se adequar a uma utilização pretendida numa medição ou num exame de
propriedades qualitativas.

NOTA 1 O exame duma propriedade qualitativa dum material fornece um valor a essa
propriedade e uma incerteza associada. Esta incerteza não é uma incerteza de medição.

NOTA 2 Os materiais de referência com ou sem valores atribuídos podem ser utilizados
para controlar a precisão de medição, enquanto que apenas os materiais de referência com
valores atribuídos podem ser utilizados para a calibração ou para o controle da veracidade de
medição.

NOTA 3 Os materiais de referência compreendem os materiais que dão suporte a


grandezas e a propriedades qualitativas.

EXEMPLO 1 Exemplos de materiais de referência que dão suporte a grandezas:

a) Água de pureza determinada, cuja viscosidade dinâmica é utilizada


para a calibração de viscosímetros;

b) Soro humano sem valor atribuído à concentração do colesterol


intrínseco, utilizado apenas para o controle da precisão de medição;

c) Tecido de peixe que contém uma fração mássica determinada de


dioxina, utilizado como padrão numa calibração.

EXEMPLO 2 Exemplos de materiais de referência que dão suporte a propriedades


qualitativas:

a) Carta de cores com indicação duma ou mais cores especificadas.


33
b) DNA contendo uma sequência especificada de nucleotídeos.

c) Urina contendo 19-androstenediona.

NOTA 4 Um material de referência está algumas vezes incorporado a um dispositivo


fabricado especialmente.

EXEMPLO 1 Substância cujo ponto triplo é conhecido numa célula de ponto triplo.

32
Nota dos tradutores: não há uso generalizado em Portugal, no Brasil "calibrador".
33
Nota dos tradutores: uso em Portugal “ADN”, no Brasil “DNA”.
50
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

EXEMPLO 2 Vidro de densidade óptica conhecida num suporte de filtro de


transmissão.

EXEMPLO 3 Esferas de granulometria uniforme colocadas sobre uma lâmina de


microscópio.

NOTA 5 Certos materiais de referência têm valores atribuídos que são metrologicamente
rastreáveis a uma unidade de medida fora dum sistema de unidades. Tais materiais
compreendem vacinas às quais foram atribuídas Unidades Internacionais (UI) pela
Organização Mundial da Saúde.

NOTA 6 Numa dada medição, um dado material de referência pode ser utilizado apenas
para calibração ou para garantia da qualidade.

NOTA 7 Convém incluir nas especificações dum material de referência a sua


rastreabilidade, a qual indique a sua origem e o seu processamento (Accred. Qual. Assur.:
2006).

NOTA 8 A definição da ISO/REMCO é análoga, porém utiliza o termo “processo de


medição” (em inglês “measurement process”) para indicar “exame” (ABNT NBR NM ISO
15189:2008, 3.4) que envolve ao mesmo tempo a medição da grandeza e o exame duma
propriedade qualitativa.

5.14 (6.14)
material de referência certificado
MRC
certified reference material ; CRM
matériau de référence certifié ; MRC
material de referencia certificado ; MRC

Material de referência acompanhado duma documentação emitida por uma entidade


reconhecida, a qual fornece um ou mais valores de propriedades especificadas com as
incertezas e as rastreabilidades associadas, utilizando procedimentos válidos.

EXEMPLO Soro humano com valor atribuído para a concentração de colesterol e


incerteza de medição associada, indicados num certificado, e que servem como padrão
numa calibração ou como material de controle da veracidade de medição.

NOTA 1 A “documentação” mencionada é emitida sob a forma dum “certificado” (ver o Guia
ISO 31:2000).

NOTA 2 Os procedimentos para a produção e a certificação de materiais de referência


certificados são dados, por exemplo, nos Guias ISO 34 e ISO 35.

NOTA 3 Na definição, o termo “incerteza” pode designar a “incerteza de medição” ou a


“incerteza associada ao valor duma propriedade qualitativa”, tal como a identidade ou a
sequência. O termo “rastreabilidade” pode designar tanto a “rastreabilidade metrológica do
valor duma grandeza”, como a “rastreabilidade do valor duma propriedade qualitativa”.

NOTA 4 Os valores de grandezas especificadas dos materiais de referência certificados


exigem uma rastreabilidade metrológica com uma incerteza de medição associada (ver Accred.
[45]
Qual. Assur.:2006) .
[45]
NOTA 5 A definição do ISO/REMCO é análoga (Accred. Qual. Assur.:2006) , porém em
inglês utilizam-se os modificadores "metrological" e "metrologically", tanto para se referir a uma
grandeza, quanto a uma propriedade qualitativa.

51
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

5.15
comutatividade dum material de referência ; comutatibilidade dum material de
34
referência
commutability of a reference material
commutabilité d’un matériau de référence
conmutabilidad de un material de referencia

Propriedade dum material de referência expressa pelo grau de concordância entre, por um
lado, a relação entre os resultados de medição obtidos para uma dada grandeza desse
material a partir de dois dados procedimentos de medição e, por outro lado, a relação entre
os resultados de medição para outros materiais especificados.

NOTA 1 O material de referência em questão é geralmente um padrão de medição e os


outros materiais especificados são geralmente amostras comuns.

NOTA 2 Os procedimentos de medição mencionados na definição são o que precede e o


que sucede o material de referência utilizado como padrão numa hierarquia de calibração
(ver a ISO 17511).

NOTA 3 A estabilidade dos materiais de referência comutáveis deve ser verificada


regularmente.

5.16
dado de referência
reference data
donnée de référence
dato de referencia

Dado relacionado a uma propriedade dum fenômeno, corpo ou substância, ou a um sistema de


constituintes de composição ou estrutura conhecida, obtido a partir duma fonte identificada,
avaliado criticamente e verificado em relação à exatidão.

EXEMPLO Dados de referência relacionados à solubilidade de compostos químicos,


publicados pela IUPAC.

NOTA 1 Na definição, o termo exatidão pode designar tanto a exatidão de medição


quanto a “exatidão do valor duma propriedade qualitativa”.

NOTA 2 Em inglês, “data” é uma forma plural cujo singular é “datum”. “Data” é utilizado
normalmente no sentido singular no lugar de “datum”.

5.17
dado de referência normalizado
standard reference data
donnée de référence normalisée
dato de referencia normalizado

Dado de referência emitido por uma entidade reconhecida.

EXEMPLO 1 Valores das constantes físicas fundamentais avaliadas e recomendadas


pelo CODATA do ICSU.

EXEMPLO 2 Valores das massas atômicas relativas dos elementos, denominados


também de valores de pesos atômicos, avaliados a cada dois anos pela IUPAC-
CIAAW, aprovados pela Assembléia Geral da IUPAC e publicados no Pure Appl.
Chem.

34
Nota dos tradutores: uso em Portugal “comutatibilidade dum material de referência”, no Brasil
“comutatividade dum material de referência”.
52
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

5.18
valor de referência duma grandeza
valor de referência
reference quantity value ; reference value
valeur de référence
valor de referencia de una magnitud ; valor de referencia

Valor duma grandeza utilizado como base para comparação com valores de grandezas da
mesma natureza.

NOTA 1 O valor de referência pode ser um valor verdadeiro dum mensurando, sendo
nesse caso desconhecido. Caso seja um valor convencional, ele é conhecido.

NOTA 2 Um valor de referência com a sua incerteza de medição associada é geralmente


relacionado a:

a) um material, por exemplo, um material de referência certificado,


b) um dispositivo, por exemplo, um laser estabilizado,
c) um procedimento de medição de referência,
c) uma comparação de padrões.

53
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Anexo A
(informativo)

Diagramas conceituais

Os 12 diagramas conceituais neste anexo informativo têm o objetivo de fornecer:

• uma apresentação visual das relações entre os conceitos definidos e denominados nos
capítulos precedentes;
• uma possibilidade de verificar se as definições apresentam relações adequadas;
• um quadro para identificar outros conceitos necessários; e
• uma checagem de que os termos são suficientemente sistemáticos.

Convém lembrar, entretanto, que um dado conceito pode ser descrito por muitas
características e somente as características essenciais delimitadoras estão incluídas na
definição.

A área disponível numa página limita o número de conceitos que podem ser apresentados de
forma legível, mas todos os diagramas estão em princípio inter-relacionados a outros
diagramas, como se indica em cada diagrama por referências entre parênteses.

As relações empregadas são de três tipos como definido na ISO 704 e na ISO 1087-1. Dois
são hierárquicos, isto é, têm conceitos superiores e subordinados; o terceiro é não-hierárquico.

A relação hierárquica designada por relação genérica (ou relação gênero-espécie) conecta um
conceito genérico e um conceito específico; este último herda todas as características do
anterior. Os diagramas mostram tais relações como uma árvore,

onde uma ramificação curta com três pontos indica que um ou mais conceitos específicos
existem, mas não estão incluídos na representação, e uma linha grossa inicial de uma árvore
indica uma dimensão terminológica separada. Por exemplo,

onde um terceiro conceito pode ser “unidade de medida fora do sistema”.

54
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

A relação partitiva (ou relação parte-todo) é também hierárquica e conecta um conceito


abrangente a dois ou mais conceitos partitivos os quais constituem juntos o conceito
abrangente. Os diagramas mostram tais relações na forma de um ancinho ou colchetes, e uma
linha de base contínua sem dente significa um ou vários conceitos partitivos adicionais que
não são discutidos.

Uma par de linhas próximas indica que existem vários conceitos partitivos de um dado tipo e
uma linha tracejada mostra que seu número é indeterminado. Por exemplo:

Um termo entre parênteses indica um conceito que não é definido no Vocabulário, mas é
tomado como um conceito primitivo geralmente compreensível.

A relação associativa (ou relação pragmática) é não-hierárquica e conecta dois conceitos que
têm algum tipo de associação temática. Há muitos subtipos de relações associativas, mas
todos são indicados por uma seta dupla. Por exemplo,

55
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Para evitar diagramas demasiado complicados, não são mostradas todas as relações
associativas possíveis. Os diagramas evidenciam que os termos derivados nem sempre
possuem uma estrutura sistemática, frequentemente porque a metrologia é uma disciplina
antiga cujo vocabulário evoluiu por aumento gradual, e não por ter sido criado desde o início
sob a forma de um conjunto completo e coerente.

56
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.1 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 1 relativa ao termo “grandeza”

57
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.2 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 1 relativa ao termo “unidade de
medida”

58
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.3 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 2 relativa ao termo “medição”

59
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.4 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 2 relativa ao termo “valor
duma grandeza”

60
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.5 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 2 relativa ao termo “precisão
de medição”

61
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.6 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 2 relativa ao termo “incerteza
de medição”

62
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.7 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 2 relativa ao termo


“calibração”

63
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.8 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 2 relativa ao termo “valor
medido duma grandeza”

64
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.9 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 3 relativa ao termo “sistema
de medição”

65
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.10 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 4 relativa ao termo “propriedades
metrológicas dum instrumento de medição ou sistema de medição”

66
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.11 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 4 relativa ao termo “condição
estipulada de funcionamento”

67
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Figura A.12 — Esquema conceitual para a parte do Capítulo 5 relativa ao termo “padrão de
medição”

68
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Bibliografia
1)
[1] ISO 31-0:1992 , Quantities and units — Part 0: General principles
2)
[2] ISO 31-5 , Quantities and units — Part 5: Electricity and magnetism
3)
[3] ISO 31-6 , Quantities and units — Part 6: Light and related electromagnetic radiations
4)
[4] ISO 31-8 , Quantities and units — Part 8: Physical chemistry and molecular physics
5)
[5] ISO 31-9 , Quantities and units — Part 9: Atomic and nuclear physics
6)
[6] ISO 31-10 , Quantities and units — Part 10: Nuclear reactions and ionizing radiations
7)
[7] ISO 31-11 , Quantities and units — Part 11: Mathematical signs and symbols for use
in the physical sciences and technology
8)
[8] ISO 31-12 , Quantities and units — Part 12: Characteristic numbers
9)
[9] ISO 31-13 , Quantities and units — Part 13: Solid state physics

[10] ISO 704:2000, Terminology work — Principles and methods

[11] ISO 1000:1992/Amd.1:1998, SI units and recommendations for the use of their
multiples and of certain other units

[12] ISO 1087-1:2000, Terminology work — Vocabulary — Part 1: Theory and application

[13] ISO 3534-1, Statistics — Vocabulary and symbols — Part 1: General statistical terms
and terms used in probability

[14] ISO 5436-2, Geometrical Product Specifications (GPS) — Surface texture: Profile
method; Measurement standards — Part 2: Software measurement standards

[15] ISO 5725-1:1994/Cor.1:1998, Accuracy (trueness and precision) of measurement


methods and results — Part 1: General principles and definitions

[16] ISO 5725-2:1994/Cor.1:2002, Accuracy (trueness and precision) of measurement


methods and results — Part 2: Basic method for the determination of repeatability and
reproducibility of a standard measurement method

______________________________

1) Em revisão como ISO 80000-1, Quantities and units — Part 1: General.

2) Publicada como IEC 80000-6:2008, Quantities and units — Part 6: Electromagnetism.

3) Em revisão como ISO 80000-7, Quantities and units — Part 7: Light.

4) Em revisão como ISO 80000-9, Quantities and units — Part 9: Physical chemistry and molecular
physics.

5) Em revisão como ISO 80000-10, Quantities and units — Part 10: Atomic and nuclear physics.

6) Em revisão como ISO 80000-10, Quantities and units — Part 10: Atomic and nuclear physics.

7) Em revisão como ISO 80000-2, Quantities and units — Part 2: Mathematical signs and symbols
to be used in the natural sciences and technology.

8) Em revisão como ISO 80000-11, Quantities and units — Part 11: Characteristic numbers.

9) Em revisão como ISO 80000-12, Quantities and units — Part 12: Solid state physics.

69
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

[17] ISO 5725-3:1994/Cor.1:2001, Accuracy (trueness and precision) of measurement


methods and results — Part 3: Intermediate measures of the precision of a standard
measurement method

[18] ISO 5725-4:1994, Accuracy (trueness and precision) of measurement methods and
results — Part 4: Basic methods for the determination of the trueness of a standard
measurement method

[19] ISO 5725-5:1998/Cor.1:2005, Accuracy (trueness and precision) of measurement


methods and results — Part 5: Alternative methods for the determination of the
precision of a standard measurement method

[20] ISO 5725-6:1994/Cor.1:2001, Accuracy (trueness and precision) of measurement


methods and results — Part 6: Use in practice of accuracy values

[21] ISO 9000:2005, Quality management systems — Fundamentals and vocabulary

[22] ISO 10012, Measurement management systems — Requirements for measurement


processes and measuring equipment

[23] ISO 10241:1992, International terminology standards — Preparation and layout

[24] ISO 13528, Statistical methods for use in proficiency testing by interlaboratory
comparisons

[25] ISO 15189:2007, Medical laboratories — Particular requirements for quality and
competence

[26] ISO 17511, In vitro diagnostic medical devices — Measurement of quantities in


biological samples — Metrological traceability of values assigned to calibrators and
control materials

[27] ISO/TS 21748, Guidance for the use of repeatability, reproducibility and trueness
estimates in measurement uncertainty estimation

[28] ISO/TS 21749, Measurement uncertainty for metrological applications — Repeated


measurements and nested experiments

[29] ISO 80000-3:2006, Quantities and units — Part 3: Space and time

[30] ISO 80000-4:2006, Quantities and units — Part 4: Mechanics

[31] ISO 80000-5:2007, Quantities and units — Part 5: Thermodynamics

[32] ISO 80000-8:2007, Quantities and units — Part 8: Acoustics

[33] ISO Guide 31:2000, Reference materials — Contents of certificates and labels

[34] ISO Guide 34:2000, General requirements for the competence of reference material
producers

[35] ISO Guide 35:2006, Reference materials — General and statistical principles for
certification

[36] ISO/IEC Guide 98-3:2008, Uncertainty of measurement — Part 3: Guide to the


expression of uncertainty in measurement (GUM:1995)

[37] ISO/IEC Guide 98-3:2008/Suppl.1, Uncertainty of measurement — Part 3: Guide to the


expression of uncertainty in measurement (GUM:1995) — Supplement 1: Propagation
of distribution using the Monte Carlo method

70
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

[38] IEC 60027-2:2005, Letter symbols to be used in electrical technology — Part 2:


Telecommunications and electronics

[39] IEC 60050-300:2001, International Electrotechnical Vocabulary — Electrical and


electronic measurements and measuring instruments — Part 311: General terms
relating to measurements — Part 312: General terms relating to electrical
measurements — Part 313: Types of electrical measuring instruments — Part 314:
Specific terms according to the type of instrument

[40] IEC 60359:2001, Ed. 3.0 (bilingual), Electrical and electronic measurement equipment
— Expression of performance

[41] IEC 80000-13, Quantities and units — Part 13: Information science and technology

[42] BIPM, The International System of Units (SI), 8th edition, 2006

[43] BIPM, Consultative Committee for Amount of Substance (CCQM) — 5th Meeting
(February 1999)

[44] P.J. MOHR, B.N. TAYLOR, D.B. NEWELL Recommended Values of the Fundamental
Physical Constants: 2006, Rev. Modern Physics, 80, 2008, pp. 633-730
http://physics.nist.gov/constants

[45] EMONS, H., FAJGELJ, A., VAN DER VEEN, A.M.H. and WATTERS, R. New definitions
on reference materials. Accred. Qual. Assur., 10, 2006, pp. 576-578

[46] Guide to the expression of uncertainty in measurement (1993, amended 1995)


(published by ISO in the name of BIPM, IEC, IFCC, IUPAC, IUPAP and OIML)

[47] IFCC-IUPAC: Approved Recommendation (1978). Quantities and Units in Clinical


Chemistry, Clin. Chim. Acta, 1979:96: 157F:183F

[48] ILAC P-10 (2002), ILAC Policy on Traceability of Measurement Results

[49] J.K. BÖHLKE, R. DE LAETER, P. DE BIEVRE, H. HIDAKA, H.S. PEISER, K.J.R.


ROSMAN, P.D.P. TAYLOR Isotopic Composition of the Elements, 2001, J. Phys.
Chem. Ref. Data, 34, 2005, pp. 57-67

[50] IUPAP–25: Booklet on Symbols, Units, Nomenclature and Fundamental Constants.


Document IUPAP–25, E.R. Cohen and P. Giacomo, Physica 146A, 1987, pp. 1- 6810)

[51] IUPAC: Quantities, Units and Symbols in Physical Chemistry (1993, 2007)

[52] IUPAC, Pure Appl. Chem., 75, 2003, pp. 1107-1122

[53] OIML V1:2000, International Vocabulary of Terms in Legal Metrology (VIML)

[54] WHO (OMS, em português) 75/589, Chorionic gonadotrophin, human, 1999

[55] WHO (OMS, em português) 80/552, Luteinizing hormone, human, pituitary, 1988

71
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Lista de Siglas

BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas

CCQM Comitê Consultivo de Quantidade de Substância — Metrologia em


Química

CGPM Conferência Geral de Pesos e Medidas

CODATA Comitê de Dados para Ciência e Tecnologia

GUM Guia para a Expressão da Incerteza de Medição

IAEA Agência Internacional de Energia Atômica

ICSU Conselho Internacional para a Ciência

IEC Comissão Internacional de Eletrotécnica

IFCC Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial

ILAC Cooperação Internacional de Acreditação de Laboratórios

ISO Organização Internacional de Normalização

ISO REMCO Organização Internacional de Normalização, Comitê de Materiais de


Referência

IUPAC União Internacional de Química Pura e Aplicada

IUPAC/CIAAW União Internacional de Química Pura e Aplicada — Comissão de


Abundâncias Isotópicas e Pesos Atômicos

IUPAP União Internacional de Física Pura e Aplicada

JCGM Comitê Conjunto para Guias em Metrologia

JCGM/WG 1 Comitê Conjunto para Guias em Metrologia, Grupo de Trabalho 1 sobre


o GUM

JCGM/WG 2 Comitê Conjunto para Guias em Metrologia, Grupo de Trabalho 2 sobre


o VIM

OIML Organização Internacional de Metrologia Legal


a
VIM, 2 edição Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (1993)
a
VIM, 3 edição Vocabulário Internacional de Metrologia — Conceitos Fundamentais e
Gerais e Termos Associados (this publication) - VIM

VIML Vocabulário Internacional de Metrologia Legal

OMS (em português) Organização Mundial da Saúde

72
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Índice alfabético (em português)

A erro máximo permissível 4.26


erro máximo tolerado 4.26
ajuste 3.11 erro no ponto de controle 4.27
ajuste de zero 3.12 erro no zero 4.28
ajuste dum sistema de medição 3.11 erro sistemático 2.17
álgebra das grandezas 1.21 escala de referência convencional 1.29
amplitude de medição 4.5 escala de valores 1.27
amplitude nominal 4.5 escala dum instrumento de medição mostrador;
avaliação do Tipo A 2.28 escala dum instrumento de medição afixador 3.5
avaliação do Tipo A da incerteza de medição 2.28 escala ordinal 1.28
avaliação do Tipo B 2.29 estabilidade 4.19
avaliação do Tipo B da incerteza de medição 2.29 estabilidade dum instrumento de medição 4.19
exatidão 2.13
B exatidão de medição 2.13

balanço de incerteza 2.33 F

C fator de conversão entre unidades 1.24


fator de abrangência; fator de expansão 2.38
cadeia de medição 3.10 função de medição 2.49
cadeia de rastreabilidade 2.42
cadeia de rastreabilidade metrológica 2.42 G
calibração 2.39
calibrador 5.12 grandeza 1.1
classe de exatidão 4.25 grandeza adimensional 1.8
comparabilidade metrológica 2.46 grandeza de base 1.4
comparabilidade metrológica de resultados de grandeza de dimensão um 1.8
medição 2.46 grandeza de entrada 2.50
compatibilidade metrológica 2.47 grandeza de entrada num modelo de medição 2.50
compatibilidade metrológica de resultados de grandeza de influência 2.52
medição 2.47 grandeza de saída 2.51
comutatividade dum material de referência; grandeza de saída num modelo de medição 2.51
comutatibilidade dum material de referência 5.15 grandeza derivada 1.5
condição de funcionamento de referência 4.11 grandeza ordinal 1.26
condição de precisão intermediária; condição de grandeza sem dimensão 1.8
fidelidade intermédiária 2.22
condição de referência 4.11 H
condição de regime estável 4.8
condição de regime permanente 4.8 hierarquia de calibração 2.40
condição de repetibilidade 2.20
condição de repetibilidade de medição 2.20 I
condição de reprodutibilidade 2.24
condição de reprodutibilidade de medição 2.24 incerteza 2.26
condição estipulada de funcionamento 4.9 incerteza-alvo 2.34
condição limite 4.10 incerteza de medição 2.26
condição limite de funcionamento 4.10 incerteza de medição expandida 2.35
conservação dum padrão 5.11 incerteza de medição instrumental 4.24
correção 2.53 incerteza de medição no zero 4.29
curva de calibração 4.31 incerteza de medição pretendida 2.34
incerteza definicional 2.27
D incerteza expandida 2.35
incerteza instrumental 4.24
dado de referência 5.16 incerteza-padrão 2.30
dado de referência normalizado 5.17 incerteza-padrão combinada 2.31
deriva 4.21 incerteza-padrão relativa 2.32
deriva instrumental 4.21 indicação 4.1
detector 3.9 indicação do branco 4.2
diagrama de calibração 4.30 instrumento de medição 3.1
dimensão 1.7 instrumento de medição mostrador; instrumento
dimensão duma grandeza 1.7 de medição afixador 3.4
dimensional duma grandeza 1.7 instrumento de medição indicador 3.3
dispositivo de transferência 5.9 instrumento indicador 3.3
intervalo de abrangência; intervalo expandido 2.36
E intervalo de indicações 4.3
intervalo de medição 4.7
equação das grandezas 1.22 intervalo nominal 4.4
equação das unidades 1.23 intervalo nominal de indicações 4.4
equação de valores numéricos 1.25 ISQ 1.6
erro 2.16
erro aleatório 2.19
erro de medição 2.16
erro máximo admissível 4.26

73
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

L repetibilidade 2.21
repetibilidade de medição 2.21
limiar de mobilidade 4.16 reprodutibilidade 2.25
limite de detecção 4.18 reprodutibilidade de medição 2.25
limite de erro 4.26 resolução 4.14
resolução dum dispositivo mostrador; resolução
M dum dispositivo afixador 4.15
resultado de medição 2.9
manutenção dum padrão 5.11
material de referência 5.13 S
material de referência certificado 5.14
medição 2.1 seletividade 4.13
medida materializada 3.6 seletividade dum sistema de medição 4.13
mensurando; mensuranda 2.3 sensibilidade 4.12
método de medição 2.5 sensibilidade dum sistema de medição 4.12
metrologia 2.2 sensor 3.8
mobilidade 4.16 SI 1.16
modelo de medição 2.48 sistema coerente de unidades 1.14
modelo matemático da medição 2.48 sistema de grandezas 1.3
MR 5.13 sistema de medição 3.2
MRC 5.14 sistema de unidades 1.13
múltiplo duma unidade 1.17 Sistema Internacional de Grandezas 1.6
Sistema Internacional de Unidades 1.16
N submúltiplo duma unidade 1.18

natureza 1.2 T
natureza duma grandeza 1.2
tempo de resposta a um degrau; tempo de
P resposta a um escalão 4.23
tendência de medição; erro de justeza 2.18
padrão 5.1 tendência instrumental; erro de justeza
padrão de medição 5.1 instrumental 4.20
padrão de medição de referência 5.6 transdutor de medição 3.7
padrão de medição de trabalho 5.7
padrão de medição internacional 5.2 U
padrão de medição intrínseco 5.10
padrão de medição itinerante 5.8 unidade 1.9
padrão de medição nacional 5.3 unidade de base 1.10
padrão de medição primário 5.4 unidade de medida 1.9
padrão de medição secundário 5.5 unidade de medida fora do sistema 1.15
padrão de referência 5.6 unidade derivada 1.11
padrão de trabalho 5.7 unidade derivada coerente 1.12
padrão internacional 5.2 unidade fora do sistema 1.15
padrão intrínseco 5.10
padrão itinerante 5.8 V
padrão nacional 5.3
padrão primário 5.4 validação 2.45
padrão secundário 5.5 valor 1.19
planilha de incerteza 2.33 valor convencional 2.12
precisão; fidelidade 2.15 valor convencional duma grandeza 2.12
precisão de medição; fidelidade de medição 2.15 valor de referência 5.18
precisão intermediária; fidelidade intermédiária 2.23 valor de referência duma grandeza 5.18
precisão intermediária de medição; fidelidade valor duma grandeza 1.19
intermédiária de medição 2.23 valor medido 2.10
princípio de medição 2.4 valor medido duma grandeza 2.10
probabilidade de abrangência; probabilidade de valor nominal 4.6
expansão 2.37 valor numérico 1.20
procedimento de medição 2.6 valor numérico duma grandeza 1.20
procedimento de medição de referência 2.7 valor verdadeiro 2.11
procedimento de medição de referência primário 2.8 valor verdadeiro duma grandeza 2.11
procedimento de medição primário 2.8 variação devida a uma grandeza de influência 4.22
propriedade qualitativa 1.30 veracidade de medição; justeza de medição 2.14
veracidade; justeza 2.14
verificação 2.44
R
Z
rastreabilidade 2.41
rastreabilidade a uma unidade de medida 2.43 zona morta 4.17
rastreabilidade metrológica 2.41
rastreabilidade metrológica a uma unidade 2.43
rastreabilidade metrológica a uma unidade de
medida 2.43

74
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Índice alfabético (em inglês)

A input quantity 2.50


input quantity in a measurement model 2.50
accuracy 2.13 instrumental bias 4.20
accuracy class 4.25 instrumental drift 4.21
accuracy of measurement 2.13 instrumental measurement uncertainty 4.24
adjustment 3.11 intermediate measurement precision 2.23
adjustment of a measuring system 3.11 intermediate precision 2.23
intermediate precision condition 2.22
intermediate precision condition of measurement 2.22
B
international measurement standard 5.2
International System of Quantities 1.6
background indication 4.2 International System of Units 1.16
base quantity 1.4 intrinsic measurement standard 5.10
base unit 1.10 intrinsic standard 5.10
bias 2.18 ISQ 1.6
blank indication 4.2
K
C
kind 1.2
calibration 2.39 kind of quantity 1.2
calibration curve 4.31
calibration diagram 4.30 L
calibration hierarchy 2.40
calibrator 5.12 limit of detection 4.18
certified reference material 5.14 limit of error 4.26
coherent derived unit 1.12 limiting operating condition 4.10
coherent system of units 1.14
combined standard measurement uncertainty 2.31
M
commutability of a reference material 5.15
combined standard uncertainty 2.31
maintenance of a measurement standard 5.11
conservation of a measurement standard 5.11
material measure 3.6
conventional quantity value 2.12
maximum permissible error 4.26
conventional reference scale 1.29
maximum permissible measurement error 4.26
conventional value 2.12
measurand 2.3
conventional value of a quantity 2.12
measured quantity value 2.10
conversion factor between units 1.24
measured value 2.10
correction 2.53
measurement 2.1
coverage factor 2.38
measurement accuracy 2.13
coverage interval 2.36
measurement bias 2.18
coverage probability 2.37
measurement error 2.16
CRM 5.14
measurement function 2.49
measurement method 2.5
D
measurement model 2.48
measurement precision 2.15
datum error 4.27 measurement principle 2.4
datum measurement error 4.27 measurement procedure 2.6
dead band 4.17 measurement repeatability 2.21
definitional uncertainty 2.27 measurement reproducibility 2.25
derived quantity 1.5 measurement result 2.9
derived unit 1.11 measurement scale 1.27
detection limit 4.18 measurement standard 5.1
detector 3.9 measurement trueness 2.14
dimension 1.7 measurement uncertainty 2.26
dimension of a quantity 1.7 measurement unit 1.9
dimensionless quantity 1.8 measuring chain 3.10
discrimination threshold 4.16 measuring instrument 3.1
displaying measuring instrument 3.4 measuring interval 4.7
measuring system 3.2
E measuring transducer 3.7
method of measurement 2.5
error 2.16 metrological comparability 2.46
error of measurement 2.16 metrological comparability of
etalon 5.1 measurement results 2.46
expanded measurement uncertainty 2.35 metrological compatibility 2.47
expanded uncertainty 2.35 metrological compatibility of measurement results 2.47
metrological traceability 2.41
I metrological traceability chain 2.42
metrological traceability to a measurement unit 2.43
indicating measuring instrument 3.3 metrological traceability to a unit 2.43
indication 4.1 metrology 2.2
indication interval 4.3 model 2.48
influence quantity 2.52 model of measurement 2.48

75
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

multiple of a unit 1.17 S

N scale of a displaying measuring instrument 3.5


secondary measurement standard 5.5
national measurement standard 5.3 secondary standard 5.5
national standard 5.3 selectivity 4.13
nominal indication interval 4.4 selectivity of a measuring system 4.13
nominal interval 4.4 sensitivity 4.12
nominal property 1.30 sensitivity of a measuring system 4.12
nominal quantity value 4.6 sensor 3.8
nominal value 4.6 SI 1.16
null measurement uncertainty 4.29 stability 4.19
numerical quantity value 1.20 stability of a measuring instrument 4.19
numerical quantity value equation 1.25 standard measurement uncertainty 2.30
numerical value 1.20 standard reference data 5.17
numerical value equation 1.25 standard uncertainty 2.30
numerical value of a quantity 1.20 standard uncertainty of measurement 2.30
steady-state operating condition 4.8
O step response time 4.23
submultiple of a unit 1.18
off-system measurement unit 1.15 system of quantities 1.3
off-system unit 1.15 system of units 1.13
ordinal quantity 1.26 systematic error 2.17
ordinal quantity-value scale 1.28 systematic error of
ordinal value scale 1.28 measurement 2.17
output quantity 2.51 systematic measurement error 2.17
output quantity in a measurement model 2.51
T
P
target measurement uncertainty 2.34
primary measurement standard 5.4 target uncertainty 2.34
primary reference measurement procedure 2.8 traceability chain 2.42
primary reference procedure 2.8 transfer device 5.9
primary standard 5.4 transfer measurement device 5.9
principle of measurement 2.4 travelling measurement standard 5.8
travelling standard 5.8
Q true quantity value 2.11
true value 2.11
quantity 1.1 true value of a quantity 2.11
quantity calculus 1.21 trueness 2.14
quantity dimension 1.7 trueness of measurement 2.14
quantity equation 1.22 Type A evaluation 2.28
quantity of dimension one 1.8 Type A evaluation of measurement uncertainty 2.28
quantity value 1.19 Type B evaluation 2.29
quantity-value scale 1.27 Type B evaluation of measurement uncertainty 2.29

R U

random error 2.19 uncertainty 2.26


random error of measurement 2.19 uncertainty budget 2.33
random measurement error 2.19 uncertainty of measurement 2.26
range of a nominal indication interval 4.5 unit 1.9
rated operating condition 4.9 unit equation 1.23
reference condition 4.11 unit of measurement 1.9
reference data 5.16
reference material 5.13
V
reference measurement procedure 2.7
reference measurement standard 5.6
validation 2.45
reference operating condition 4.11
value 1.19
reference quantity value 5.18
value of a measured quantity 2.10
reference standard 5.6
value of a quantity 1.19
reference value 5.18
variation due to an influence quantity 4.22
relative standard measurement uncertainty 2.32
verification 2.44
repeatability 2.21
repeatability condition 2.20
repeatability condition of measurement 2.20 W
reproducibility 2.25
reproducibility condition 2.24 working interval 4.7
reproducibility condition of measurement 2.24 working measurement standard 5.7
resolution 4.14 working standard 5.7
resolution of a displaying device 4.15
result of measurement 2.9
RM 5.13

76
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

zero adjustment 3.12


zero adjustment of a measuring system 3.12
zero error 4.28

77
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Índice alfabético (em francês)

A erreur à zéro 4.28


erreur aléatoire 2.19
ajustage 3.11 erreur au point de contrôle 4.27
ajustage d'un système de mesure 3.11 erreur de justesse 2.18
algèbre des grandeurs 1.21 erreur de justesse d'um instrument 4.20
appareil afficheur 3.4 erreur de mesure 2.16
appareil de mesure 3.1 erreur maximale tolérée 4.26
appareil de mesure afficheur 3.4 erreur systématique 2.17
appareil de mesure indicateur 3.3 étalon 5.1
appareil indicateur 3.3 étalon de référence 5.6
attribut 1.30 étalon de travail 5.7
étalon international 5.2
B étalon intrinsèque 5.10
étalon national 5.3
biais 2.18 étalon primaire 5.4
biais de mesure 2.18 étalon secondaire 5.5
biais instrumental 4.20 étalon voyageur 5.8
bilan d'incertitude 2.33 étalonnage 2.39
étendue de mesure 4.5
C étendue nominale 4.5
évaluation de type A 2.28
calibre 4.4 évaluation de type A de l'incertitude 2.28
capteur 3.8 évaluation de type B 2.29
chaîne de mesure 3.10 évaluation de type B de l'incertitude 2.29
chaîne de traçabilité 2.42 exactitude 2.13
chaîne de traçabilité métrologique 2.42 exactitude de mesure 2.13
classe d'exactitude 4.25
commutabilité d'un matériau de référence 5.15 F
comparabilité métrologique 2.46
compatibilité de mesure 2.47 facteur de conversion entre unités 1.24
compatibilité métrologique 2.47 facteur d'élargissement 2.38
condition assignée de fonctionnement 4.9 fidélité 2.15
condition de fidélité intermédiaire 2.22 fidélité de mesure 2.15
condition de fonctionnement de référence 4.11 fidélité intermédiaire 2.23
condition de référence 4.11 fidélité intermédiaire de mesure 2.23
condition de régime établi 4.8 fonction de mesure 2.49
condition de régime permanent 4.8
condition de répétabilité 2.20 G
condition de reproductibilité 2.24
condition limite 4.10 grandeur 1.1
condition limite de grandeur de base 1.4
fonctionnement 4.10 grandeur de dimension un 1.8
conservation d'un étalon 5.11 grandeura de sortie 2.51
constance 4.19 grandeur de sortie dans un modèle de mesure 2.51
correction 2.53 grandeur d'entrée 2.50
courbe d'étalonnage 4.31 grandeur d'entrée dans un modèle de mesure 2.50
grandeur dérivée 1.5
D grandeur d'influence 2.52
grandeur ordinale 1.26
dérive instrumentale 4.21 grandeur repérable 1.26
détecteur 3.9 grandeur sans dimension 1.8
diagramme d'étalonnage 4.30
dimension 1.7 H
dimension d'une grandeur 1.7
dispositif de transfert 5.9 hiérarchie d'étalonnage 2.40
donnée de référence 5.16
donnée de référence normalisée 5.17 I

E incertitude 2.26
incertitude anticipée 2.34
échelle 3.5 incertitude cible 2.34
échelle de mesure 1.27 incertitude de mesure 2.26
échelle de référence conventionnelle 1.29 incertitude de mesure à zéro 4.29
échelle de repérage 1.28 incertitude définitionnelle 2.27
échelle de valeurs 1.27 incertitude élargie 2.35
échelle d'un appareil de mesure afficheur 3.5 incertitude instrumentale 4.24
échelle ordinale 1.28 incertitude-type 2.30
mesure afficheur 3.5 incertitude-type composée 2.31
équation aux grandeurs 1.22 incertitude-type relative 2.32
équation aux unités 1.23 indication 4.1
équation aux valeurs numériques 1.25 indication d'environnement 4.2
erreur 2.16 indication du blanc 4.2

78
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

instrument de mesure 3.1 système de mesure 3.2


intervalle de mesure 4.7 système d'unités 1.13
intervalle des indications 4.3 Système international de grandeurs 1.6
intervalle élargi 2.36 Système international d'unités 1.16
intervalle nominal 4.4
intervalle nominal des indications 4.4 T
ISQ 1.6
temps de réponse à un échelon 4.23
J traçabilité métrologique 2.41
traçabilité métrologique à une unité 2.43
justesse 2.14 traçabilité métrologique à une unité de mesure 2.43
justesse de mesure 2.14 transducteur de mesure 3.7

L U

limite de détection 4.18 unité 1.9


limite d'erreur 4.26 unité de base 1.10
unité de mesure 1.9
M unité dérivée 1.11
unité dérivée cohérente 1.12
maintenance d'un étalon 5.11 unité hors système 1.15
matériau de référence 5.13
matériau de référence certifié 5.14 V
mesurage 2.1
mesurande 2.3 valeur 1.19
mesure 2.1 valeur conventionnelle 2.12
mesure matérialisée 3.6 valeur conventionnelle d'une grandeur 2.12
méthode de mesure 2.5 valeur de référence 5.18
métrologie 2.2 valeur d'une grandeur 1.19
mobilité 4.16 valeur mesurée 2.10
modèle 2.48 valeur nominale 4.6
modèle de mesure 2.48 valeur numérique 1.20
MR 5.13 valeur numérique d'une grandeur 1.20
MRC 5.14 valeur vraie 2.11
multiple d'une unité 1.17 valeur vraie d'une grandeur 2.11
validation 2.45
N variation due à une grandeur d'influence 4.22
vérification 2.44
nature 1.2
nature de grandeur 1.2 Z

P zone morte 4.1

principe de mesure 2.4


probabilité de couverture 2.37
procédure de mesure 2.6
procédure de mesure de référence 2.7
procédure de mesure primaire 2.8
procédure opératoire 2.6
procédure opératoire de référence 2.7
procédure opératoire primaire 2.8
propriété qualitative 1.30

réglage de zéro 3.12


répétabilité 2.21
répétabilité de mesure 2.21
reproductibilité 2.25
reproductibilité de mesure 2.25
résolution 4.14
résolution d'un dispositif afficheur 4.15
résultat de mesure 2.9
résultat d'un mesurage 2.9

sélectivité 4.13
sensibilité 4.12
seuil de discrimination 4.16
seuil de mobilité 4.16
SI 1.16
sous-multiple d'une unité 1.18
stabilité 4.19
système cohérent d'unités 1.14
système de grandeurs 1.3
79
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

Índice alfabético (em espanhol)

A escala de un instrumento de medida con dispositivo


visualizador 3.5
ajuste 3.11 escala de un instrumento visualizador 3.5
ajuste de cero 3.12 escala de valores 1.27
ajuste de cero de un sistema de medida 3.12 escala ordinal 1.28
ajuste de un sistema de medida 3.11 escala ordinal de una magnitud 1.28
álgebra de magnitudes 1.21 estabilidad 4.19
amplitud de un intervalo nominal de indicaciones 4.5 estabilidad de un instrumento de medida 4.19
amplitud nominal 4.5 evaluación tipo A 2.28
evaluación tipo A de la incertidumbre de medida 2.28
C evaluación tipo B 2.29
evaluación tipo B de la incertidumbre de medida 2.29
cadena de medida 3.10 exactitud 2.13
cadena de trazabilidad 2.42 exactitud de medida 2.13
cadena de trazabilidad metrológica 2.42
calibración 2.39 F
calibrador 5.12
clase de exactitud 4.25 factor de cobertura 2.38
comparabilidad metrológica 2.46 factor de conversión entre unidades 1.24
comparabilidad metrológica de resultados de función de medición 2.49
medida 2.46
compatibilidad metrológica 2.47 I
compatibilidad metrológica de resultados de
medida 2.47 incertidumbre 2.26
condición de funcionamiento de referencia 4.11 incertidumbre debida a la definición 2.27
condición de precisión intermedia 2.22 incertidumbre de medida 2.26
condición de precisión intermedia de una incertidumbre de medida en el cero 4.29
medición 2.22 incertidumbre estándar de medida 2.30
condición de referencia 4.11 incertidumbre estándar combinada de medida 2.31
condición de régimen estacionario 4.8 incertidumbre estándar relativa 2.32
condición de repetibilidad 2.20 incertidumbre estándar relativa de medida 2.32
condición de repetibilidad de una medición 2.20 incertidumbre expandida 2.35
condición de reproducibilidad 2.24 incertidumbre expandida de medida 2.35
condición de reproducibilidad de una medición 2.24 incertidumbre instrumental 4.24
condición límite de funcionamiento 4.10 incertidumbre intrínseca 2.27
condición nominal de funcionamiento 4.9 incertidumbre límite 2.34
conmutabilidad de un material de referencia 5.15 incertidumbre objetivo 2.34
conservación de un patrón de medida 5.11 incertidumbre típica 2.30
contribuciones a la incertidumbre 2.33 incertidumbre típica combinada 2.31
corrección 2.53 incertidumbre típica combinada de medida 2.31
cualidad 1.30 incertidumbre típica de medida 2.30
curva de calibración 4.31 incertidumbre típica relativa 2.32
incertidumbre típica relativa de medida 2.32
D indicación 4.1
Indicación de fondo 4.2
dato de referencia 5.16 Indicación en vacío 4.2
dato de referencia normalizado 5.17 instrumento de medida 3.1
deriva instrumental 4.21 instrumento de medida con dispositivo indicador 3.3
detector 3.9 instrumento de medida con dispositivo visualizador 3.4
diagrama de calibración 4.30 instrumento indicador 3.3
dimensión 1.7 instrumento visualizador 3.4
dimensión de una magnitud 1.7 intervalo de cobertura 2.36
dispositivo de transferencia 5.9 intervalo de indicaciones 4.3
intervalo de medida 4.7
E intervalo nominal 4.4
intervalo nominal de indicaciones 4.4
ecuación entre magnitudes 1.22 ISQ 1.6
ecuación entre unidades 1.23
ecuación entre valores numéricos 1.25 J
error 2.16
error aleatorio 2.19 jerarquía de calibración 2.40
error aleatorio de medida 2.19
error de cero 4.28 L
error de medida 2.16
error en un punto de control 4.27 límite de detección 4.18
error máximo permitido 4.26
error máximo tolerado 4.26 M
error sistemático 2.17
error sistemático de medida 2.17 magnitud 1.1
escala de medida 1.27 magnitud básica 1.4
escala de referencia convencional 1.29 magnitud de dimensión uno 1.8
magnitud adimensional 1.8

80
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
a
1 edição luso-brasileira do VIM 2012 (JCGM 200:2012)

magnitud de base 1.4 resultado de medida 2.9


magnitud de entrada 2.50 resultado de una medición 2.9
magnitud de entrada en un modelo de medición 2.50
magnitud de influencia 2.52 S
magnitud de salida 2.51
magnitud de salida en un modelo de medición 2.51 selectividad 4.13
magnitud derivada 1.5 selectividad de un sistema de medida 4.13
magnitud ordinal 1.26 sensibilidad 4.12
mantenimiento de un patrón de medida 5.11 sensibilidad de un sistema de medida 4.12
material de referencia 5.13 sensor 3.8
material de referencia certificado 5.14 sesgo 2.18
medición 2.1 sesgo de medida 2.18
medida 2.1 sesgo instrumental 4.20
medida materializada 3.6 SI 1.16
mensurando 2.3 sistema coherente de unidades 1.14
método de medida 2.5 sistema de magnitudes 1.3
metrología 2.2 sistema de medida 3.2
modelo 2.48 sistema de unidades 1.13
modelo de medición 2.48 Sistema Internacional de Magnitudes 1.6
movilidad 4.16 Sistema internacional de Unidades 1.16
MR 5.13 submúltiplo de una unidad 1.18
MRC 5.14
múltiplo de una unidad 1.17 T

N tiempo de respuesta a un escalón 4.23


transductor de medida 3.7
naturaleza 1.2 trazabilidad metrológica a una unidad 2.43
naturaleza de una magnitud 1.2 trazabilidad metrológica a una unidad de medida 2.43
trazabilidad metrológica 2.41
P
U
patrón 5.1
patrón de medida 5.1 umbral de discriminación 4.16
patrón de medida de referencia 5.6 unidad 1.9
patrón de medida de trabajo 5.7 unidad básica 1.10
patrón de referencia 5.6 unidad de base 1.10
patrón de trabajo 5.7 unité de base, f
patrón internacional 5.2 unidad de medida 1.9
patrón internacional de medida 5.2 unidad de medida de una magnitud derivada 1.11
patrón intrínseco de medida 5.10 unidad derivada 1.11
patrón nacional 5.3 unidad derivada coherente 1.12
patrón nacional de medida 5.3 unidad fuera del sistema 1.15
patrón primario 5.4
patrón primario de medida 5.4 V
patrón secundario 5.5
patrón secundario de medida 5.5 validación 2.45
patrón viajero 5.8 valor 1.19
patrón viajero de medida 5.8 valor convencional 2.12
precisión 2.15 valor convencional de una magnitud 2.12
precisión de medida, f 2.15 valor de referencia 5.18
precisión intermedia 2.23 valor de referencia de una magnitud 5.18
precisión intermedia de medida 2.23 valor de una magnitud 1.19
principio de medida 2.4 valor medido 2.10
probabilidad de cobertura 2.37 valor medido de una magnitud 2.10
procedimiento de medida 2.6 valor nominal 4.6
procedimiento de medida de referencia 2.7 valor numérico 1.20
procedimiento de medida primario 2.8 valor numérico de una magnitud 1.20
procedimiento primario 2.8 valor verdadero 2.11
propiedad cualitativa 1.30 valor verdadero de una magnitud 2.11
variación debida a una magnitud de influencia 4.22
R veracidad 2.14
veracidad de medida 2.14
repetibilidad 2.21 verificación 2.44
repetibilidad de medida 2.21
reproducibilidad 2.25 Z
reproducibilidad de medida 2.25
resolución 4.14 zona muerta 4.1
resolución de un dispositivo visualizador 4.15

81
JCGM © 2012 - Reservados todos os direitos
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

Transmissão e Transmissores Pneumáticos e Eletrônicos

Classificação de Instrumento por Sinal de Transmissão ou Suprimento

• Pneumático

• Hidráulico

• Elétrico/Eletrônico

• Digital

Sinal Pneumático

Nesse tipo de instrumento é utilizado um gás comprimido, cuja pressão é alterada conforme o valor que
se deseja representar. Nesse caso a variação da pressão do gás é linearmente manipulada numa faixa
específica, padronizada internacionalmente, para representar a variação de uma grandeza desde seu
limite inferior até seu limite superior.

O padrão de transmissão ou recepção de instrumentos pneumáticos mais utilizado é de 0,2 a 1,0


kgf/cm2 (aproximadamente 3 a 15 psi no Sistema Inglês).

Vantagem

Utilizar os instrumentos pneumáticos está no fato de se poder operá-los com segurança em áreas onde
existe risco de explosão (centrais de gás, por exemplo).

Desvantagens

a) Necessita de tubulação de ar comprimido (ou outro gás) para seu suprimento e funcionamento.

b) Necessita de equipamentos auxiliares tais como compressor, filtro, desumidificador, etc ..., para for-
necer aos instrumentos ar seco, e sem partículas sólidas.

c) Devido ao atraso que ocorre na transmissão do sinal, este não pode ser enviado à longa distância,
sem uso de reforçadores. Normalmente a transmissão é limitada a aproximadamente 100 m.

d) Vazamentos ao longo da linha de transmissão ou mesmo nos instrumentos são difíceis de serem
detectados.

e) Não permite conexão direta aos computadores.

Sinal Hidráulico

Similar ao tipo pneumático e com desvantagens equivalentes, o tipo hidráulico utiliza-se da variação de
pressão exercida em óleos hidráulicos para transmissão de sinal. É especialmente utilizado em aplica-
ções onde torque elevado é necessário ou quando o processo envolve pressões elevadas.

Vantagens

a) Podem gerar grandes forças e assim acionar equipamentos de grande peso e dimensão.

b) Resposta rápida.

Desvantagens

a) Necessita de tubulações de óleo para transmissão e suprimento.

b) Necessita de inspeção periódica do nível de óleo bem como sua troca.

c) Necessita de equipamentos auxiliares, tais como reservatório, filtros, bombas, etc...

Sinal Elétrico/Eletrônico

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

Assim como na transmissão pneumática, o sinal é linearmente modulado em uma faixa padronizada
representando o conjunto de valores entre o limite mínimo e máximo de uma variável de um processo
qualquer.

Vantagens

a) Permite transmissão para longas distâncias sem perdas.

b) A alimentação pode ser feita pelos próprios fios que conduzem o sinal de transmissão.

c) Não necessita de equipamentos auxiliares.

d) Permite fácil conexão aos computadores.

e) Fácil instalação.

f) Permite de forma mais fácil realização de operações matemáticas.

g) Permite que o mesmo sinal (4~20mA) seja “lido” por mais de um instrumento.

Desvantagens

a) Necessita de técnico especializado para sua instalação e manutenção.

b) Exige utilização de instrumentos e cuidados especiais em instalações localizadas em áreas de riscos

c) Os cabos de sinal devem ser protegidos contra ruídos elétricos.

Sinal Digital

Nesse tipo de sinal, “pacotes de informações” sobre a variável medida são enviados para uma estação
receptora, através de sinais digitais modulados e padronizados. Para que a comunicação entre o ele-
mento transmissor receptor seja realizada com êxito é utilizada uma “linguagem” padrão chamado pro-
tocolo de comunicação.

Vantagens

a) Não necessita ligação ponto a ponto por instrumento.

b) Pode utilizar um par trançado ou fibra óptica para transmissão dos dados.

c) É imune a ruídos externos.

d) Permite configuração, diagnósticos de falha e ajuste em qualquer ponto da malha.

e) Menor custo final.

Desvantagens

a) Existência de vários protocolos no mercado, o que dificulta a comunicação entre equipamentos de


marcas diferentes.

b) Caso ocorra rompimento no cabo de comunicação pode-se perder a informação e/ou controle de
várias malha.

Telemetria

Técnica de transportar dados a distância.

À medida que os processos controlados se multiplicaram, surgiu a necessidade da operação se realizar


à distância e de forma centralizada.

Vantagens

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

a) Os instrumentos agrupados podem ser consultados mais facilmente e rapidamente, possibilitando à


operação uma visão conjunta do desempenho da unidade.

b) Podemos reduzir o número de operadores com simultâneo aumento da eficiência do trabalho.

c) Cresce consideravelmente a utilidade e a eficiência dos instrumentos face as possibilidades de pron-


ta consulta, manutenção e inspeção, em situação mais acessível, mais protegida e mais confortável.

Sinais Padrão de Transmissores

_ Pneumático: 3 a 15 psi, 0,2 a 1 kgf/cm2

_ Elétrico/Eletrônico: 4 a 20 mA

_ Digital: Hart, Fieldbus, Profibus PA etc.

_ Todas faixas possuem zero vivo. O Zero Vivo serve para detectar avarias no sinal de transmissão
(detecção de erros) e facilitar a calibração no início da faixa.

_ Digital e analógico podem ser superpostos aproveitando as vantagens de padronização e resposta


rápida da transmissão analógica e as de auto diagnose, facilidade de recalibração e alteração de pa-
râmetros da parte digital.

Transmissão Pneumática

Em geral, os transmissores pneumáticos geram um sinal pneumático variável, linear, de 3 a 15 psi (li-
bras força por polegada ao quadrado) para uma faixa de medidas de 0 à 100% da variável.

• Nos países que utilizam o sistema métrico decimal, utilizam-se as faixas de 0,2 a 1 kgf/cm2 que equi-
valem aproximadamente de 3 a 15 psi.

• Note que o valor mínimo do sinal pneumático não é zero, e sim, 3 psi ou 0,2 kgf/cm2. Deste modo,
conseguimos calibrar corretamente o instrumento e detectar vazamentos de ar nas linhas de transmis-
são.

Foundation Fieldbus

A rede Fieldbus Foundation apresenta as seguintes características:

•Cabo Par - trançado com 2 fios e uma blindagem, trafegando sinal e alimentação

•Até 32 dispositivos sem alimentação e 16 com alimentação

•Velocidades de 31,25 kbits/s

•Máxima distância de 1900m conforme número de dispositivos

•Permite várias topologias

Profibus DP

A rede Profibus - DP apresenta as seguintes características:

•Cabo Par - trançado com 2 fios e uma blindagem somente para sinal

•Até 128 dispositivos divididos em 4 segmentos com repetidores

•Velocidades ajustáveis de 9600 à 12 Mbits/seg

•De 100 a 1200 m conforme a velocidade

•Sistema de comunicação mestre – escravo

A rede Profibus - PA apresenta as seguintes características:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

•Cabo Par - trançado com 2 fios e uma blindagem, trafegando sinal e alimentação

•Até 32 dispositivos sem alimentação e 16 com alimentação

•Velocidades de 31,25 kbits/s

•Máxima distância de 1900 m conforme número de dispositivos

•Permite várias topologias

Instrumentação é definida como “a ciência que estuda, desenvolve e aplica instrumentos de medição e
controle de processos”.

A instrumentação é utilizada para se referir à área de trabalho dos técnicos e engenheiros que lidam
com processos industriais (técnicos de operação, instrumentação, engenheiros de processamento, de
controle e de automação), mas também pode estar relacionada aos vários métodos e técnicas possí-
veis aplicadas aos instrumentos.

Para controlar um processo industrial (independentemente de qual seja o produto fabricado ou a sua
área de atuação) é necessária a medição e o controle de uma série de variáveis físicas e químicas;
para isso, é utilizada a instrumentação. O engenheiro que desenvolve, projeta e especifica os instru-
mentos que realizam estas medições é o engenheiro de instrumentação.

A instrumentação é relacionada com os seguintes equipamentos: caldeira, reator químico, bomba cen-
trífuga, coluna de destilação, forno, queimador industrial, refrigerador, aquecedor, secador, condiciona-
dor de ar, compressor, trocador de calor e torre de resfriamento

História

Nos primórdios do controle de processos, os indicadores, os elementos de controle assim como as


válvulas eram monitorados por um operador que passava em todas as malhas de controle e ajustava a
abertura ou fechamento das válvulas para obter a variável (temperatura, pressão, vazão, etc.) deseja-
da.

Com o surgimento de instrumentos pneumáticos na década de 1940 de transmissão e controle foi pos-
sível a monitoração e controle de forma automatizada. O operador já não precisava mais abrir ou fe-
char todas as válvulas manualmente. Isto reduziu o tempo que os operadores necessitavam para moni-
torar o processo.

Inicialmente os controladores eram instalados próximos ao transmissor e à válvula de controle que


pertenciam a sua malha de controle. Com o passar dos anos estes controladores de campo começa-
ram a ser reunidos em uma sala que centralizava os elementos de controle. Nascia a sala de controle
de processo. Os sinais dos elementos de medição que se localizavam instalados no processo, eram
enviados à sala de controle por um transmissor, o controlador processava este sinal e enviava de volta
para o campo um sinal para o posicionador, que movimentaria a válvula de controle. Todos os instru-
mentos utilizados nestas malhas de controle eram pneumáticos.

O sinal de entrada e saída para estes instrumentos variava entre 3 a 15 psi (com incrementos de 3 psi
entre cada faixa de valor, totalizando 5 faixas) e utilizavam uma alimentação de ar de 20 psi. O incon-
veniente deste tipo de instalação são os vazamentos que ocorrem devido a trincas ou corrosão nas
tubulações de cobre ou aço carbono, ou trincas por ressecamento para tubulações de vinil. Estes va-
zamentos poderiam acarretar uma falha na malha de controle, ou até mesmo a parada da produção.

Com o avanço da eletrônica nos anos de 1950 e 1960, foi possível a construção de instrumentos ele-
trônicos para a substituição dos pneumáticos. A partir de 1970 iniciou-se a fabricação destes instru-
mentos. Inicialmente o sinal de entrada e saída destes equipamentos não eram padronizados. Cada
fabricante desenvolvia o seu padrão.

Em busca da padronização posteriormente se padronizou este sinal em um sinal de corrente que varia-
va de 4 a 20 mA (com incrementos de 4 mA entre cada faixa de valor, totalizando cinco faixas, criando
uma equivalência com a escala de psi) e alimentação elétrica de 24 VDC para transmissores e posicio-
nadores, com casos especiais utilizando-se 110 VAC. Aos poucos as plantas industriais migraram para

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

o controle se utilizando de equipamentos eletrônicos, o que reduziu os custos de manutenção devido a


robustez destes equipamentos e por estes não possuírem partes mecânicas, como nos instrumentos
pneumáticos. Também foi possível aumentar a precisão das medições o que melhorou o controle das
malhas.

A próxima evolução da Instrumentação, ocorreu com o surgimento da computação. Com o elevação da


complexidade dos processos industriais, a necessidade de mais processamentos e de mais malhas de
controle, tornava-se inviável ter centenas de malhas de controle utilizando-se de instrumentos discre-
tos, pois cada instrumento está sujeito a falhas e necessita de manutenção.

O Sistema de Controle Distribuído (na sigla em inglês DCS), possibilitou reunir em estações de controle
várias malhas de controle. O sistema permite o controle de várias salas de controle através de uma
estação, que podem estar a quilômetros de distância uma da outra.

Agora o operador opera uma enorme gama de malhas através de uma tela de computador. Atualmente
existem muitos instrumentos trabalhando através de redes industriais, dentre as várias redes desta-
cam-se: AS-Interface, Profibus, Fieldbus Foundation, Modbus. Também vale lembrar que em algumas
plantas industriais, usam-se instrumentos de medição e controle que se comunicam através de redes
sem fio.

Elementos de medição

Um instrumento é um dispositivo que é utilizado para medir, indicar, transmitir ou controlar grandezas
características de sistemas físicos ou químicos.

As variáveis medidas são praticamente todas as variáveis mensuráveis relacionadas com as ciências
físicas. A tabela exibe algumas variáveis que podem ser controladas com a instrumentação:

Variáveis de medição
Pressão Temperatura Nível Vazão
Densidade Viscosidade pH Condutividade
Corrente elétrica Tensão elétrica Resistência Vibração mecânica
Analítica

Nas indústrias de processo as variáveis de temperatura, pressão, vazão e nível são as principais variá-
veis (delas podemos obter muitas outras). Um instrumento pode ser visto simplesmente como um apa-
relho que ao receber um estímulo na “entrada” produz uma “saída”. Por exemplo, se colocarmos uma
termorresistência num meio quente, ela faz variar uma grandeza qualquer de saída. No caso
da termorresistência a sua “saída” é um valor de resistência elétrica.

Transmissão e recepção

O transmissor, converte uma variável física ou química, em outra de mais fácil mensuração. Este é
responsável em encaminhar o sinal de saída do elemento de medição (entende-se como o valor medi-
do da variável de processo), até o instrumento controlador da malha de controle. Este instrumento pode
ser físico (um controlador em um painel na sala de controle) ou virtual (através de um sistema supervi-
sório). O transmissor pode ser fabricado no mesmo invólucro do elemento de medição em alguns ca-
sos. Os sinais de transmissão padronizados típicos são apresentados a seguir:

Sinais Analógicos Sinais Digitais


Corrente Tensão
Pneumáticos Protocolo HART
(em mili Ampères) (em Volts)
3-15 psi 4-20 1-5 Modbus
0-5 Foundation Fieldbus
0-10 Profibus

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

Esta padronização do sinal é feita para reduzir custos de projeto e se ter instrumentos intercambiáveis.
O sinal de um transmissor é enviado até o sistema de controle onde será recepcionado por um instru-
mento que decodifica o sinal e o converte em unidade de engenharia, facilitando a leitura do sinal para
uma linguagem que o operador entenda sem realizar conversões ele próprio.

Exemplo: um transmissor de pressão envia um sinal de 8 mA para um instrumento receptor que efetua
a conversão de 8 mA para uma unidade de engenharia, que neste caso será 2Kgf/cm2. Os instrumen-
tos de recepção podem ser:

Instrumentos de controle e alarme

Controlador

Instrumentos de indicação e registro

Indicador

Registrador

Instrumentos de conversão entre sinais (Transdutores)

Conversor de corrente para pressão (I/P)

Conversor de pressão para corrente (P/I)

Conversor de tensão para corrente (V/I)

Conversor de tensão para pressão (V/P)

Controle de processo

Controlar um processo industrial pode tanto parecer simples como pode ser bastante complicado, de-
pendendo da complexidade do comportamento do sistema a ser controlado, ou seja, do Sistema de
Controle.

Os instrumentos estão ligados a um sistema de controle, o qual analisa a medição enviada pelo instru-
mento. A resposta programada no sistema de controle vai atuar nos dispositivos de controle inseridos
no processo. Este ciclo de atualização dos valores das variáveis manipuladas, medida dos valores das
variáveis controladas para se gerar a resposta adequada é a forma mais simples de descrever os con-
ceitos associados ao controle de processos.

Os dispositivos de controle utilizados são normalmente considerados como parte integrante da instru-
mentação, e podem ir desde os mais simples CLPs até aos já mais avançados DCSs. As entradas
nestes dispositivos podem variar desde um pequeno número de variáveis medidas, até a ordem dos
milhares.

O controlador recebe o sinal padrão do transmissor. Executa cálculos com o sinal, o set-point (valor
desejado da variável medida), parâmetros como o clássico PID (Proporcional, Integral e Derivativo), ou
até algoritmos complexos e inteligentes envolvendo redes neurais. Controladores podem ser pneumáti-
cos, elétricos/eletrônicos ou microprocessados utilizando redes de comunicação.

Elemento final de controle

Válvula de Controle com atuador pneumático

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

O elemento final de controle é o instrumento responsável por corrigir a variável medida, baseado no
resultado do cálculo realizado pelo controlador. Considera-se então que a variável está controlada.

São exemplos de elementos finais de controle: válvulas, motores etc.

Podem ser simples como uma válvula solenoide (digital) ou altamente complexos e custosos como
posicionadores (analógicos).

Outros instrumentos

Uma malha de controle pode ainda possuir outros instrumentos de apoio, segurança ou acessórios,
que realizam funções específicas como: indicação, registro, alarme, segurança, conversão de sinais,
etc.

Profissões associadas

As duas principais profissões associadas à especialidade de instrumentação são o engenheiro de ins-


trumentação e o técnico em instrumentação ou instrumentista. Estas duas profissões são responsáveis
por projetar, montar e manter os sistemas de instrumentação nos processo industriais.

Instrumentação X Automação

Embora essas duas áreas possuam itens em comum, em sua essência possuem definições e concei-
tos diferentes. A instrumentação trata de dispositivos e técnicas de controle de processos com o objeti-
vo de otimizar o desempenho dos processos industriais, ou o aumento da segurança de equipamentos
e pessoas. A automação, em essência, estuda dispositivos e técnicas para eliminar, reduzir ou otimizar
o uso da mão-de-obra em qualquer processo.

Exemplo: seria muito arriscado enviar um homem a outro planeta, com a missão de exploração, ou um
homem para desarmar uma bomba. Por isso utilizam-se robôs controlados remotamente de um ambi-
ente seguro. Contudo, as duas modalidades se completam, e geralmente a grade curricular de um cur-
so de instrumentação possui a matéria "automação". O contrário também é verdadeiro, ou seja, a grade
curricular de um curso de automação, geralmente possui a matéria de "instrumentação".

Enfim, em 2008, o MEC, com a justificativa de excesso de nomenclaturas para cursos técnicos, elimi-
nou a nomenclatura dos cursos técnicos na área de instrumentação industrial, padronizando todos com
o nome "Automação Industrial", o que gerou e continua gerando polêmica entre os profissionais do
setor e as empresas que contratam esses profissionais.

Fabricantes de instrumentos

ABB

Endress+Hauser

Honeywell

Metso

Smar Equipamentos Industriais

Yokogawa Electric

Siemens

Emerson

Invensys

Novus Automation

Vega

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
TRANSMISSÃO E TRANSMISSORES
PNEUMÁTICOS E ELETRÔNICOS

Instrumentos Lince

Um transmissor é um dispositivo eletrônico que, com a ajuda de uma antena, propaga um si-
nal eletromagnético, podendo ser de rádio, televisão, ou outras telecomunicações.

O transmissor de rádio é composto por um circuito amplificador e um circuito de saída. Mediante um


transmissor de rádio é possível comunicar com outra pessoa que tenha um receptor de rádio e cujo
receptor de rádio esteja sintonizado na mesma frequência de transmissão. Pode transmitir-
se voz e dados por meio de um transmissor de rádio.

O transmissor pode também transmitir vídeo, mas a sua engenharia é ligeiramente diferente do trans-
missor de rádio, possibilitando ao mesmo transmitir imagens.

O transceptor é o acrônimo de transmissor e receptor e na sua engenharia ele é composto por ambos
elementos, possibilitando a recepção e transmissão de sinais de rádio.

Elementos de um transmissor

Amplificador de RF (rádio-frequência)

Oscilador de RF e

Antena

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

Elementos Finais De Controle

Plantas industriais possuem em seu projeto físico malhas de controle, que permitem monitorar e con-
trolar variáveis de processo como temperatura, vazão ou pressão, entre outras. Para que tudo isto
ocorra de forma correta, são necessários alguns procedimentos como medição de uma variável de
processo ou “PV” e comparação desta variável com o seu valor desejado (Set Point – SP) e caso haja
algum erro deve-se corrigi-la, enviando um sinal para o elemento final de controle, que neste caso é
uma válvula de controle, para que a mesma proceda a abertura ou fechamento no fluxo e mantenha os
valores dentro de um valor pré-estabelecido.

Em áreas classificadas de risco alto, onde a presença humana é restringida por aspectos de segurança,
o controle é realizado por meio remoto e automático, eliminando assim, potenciais riscos à vida humana
e erros de controle, que possam ocorrer em operações manuais.

Como a válvula de controle é um dispositivo que tem por objetivo causar uma obstrução na tubulação,
permitindo assim uma maior ou menor passagem do fluxo de um determinado fluído, sua seleção é
importante para o perfeito desempenho dentro da malha de controle, pois a válvula será a responsável
pela modificação de valores diversos, para que a variável de processo sob controle seja mantida no
valor desejado (CHAVES, 2002).

Mathias (2014) explica que, para a seleção correta de uma válvula de controle, deve-se conhecer sua
função no processo de acordo com o tipo de fluído e queda de pressão desejada, por seu tamanho e
capacidade de vazão no processo. Também é preciso considerar sua taxa de fluxo e a pressão dife-
rencial, dependendo do estado físico do fluído, se é líquido ou gasoso.

As informações referentes a pressão, vazão e função de uma válvula de controle precisam ser definidas
com precisão, para garantir desempenho adequado do sistema, devido ao fato de que quando super-
dimensionada ou subdimensionada, a válvula afeta consideravelmente o controle de medição de fluxo,
além do risco de ocorrer cavitação (líquidos) ou fluxo turbulento (gases e vapores) (MATHIAS, 2014).

Existem duas classificações possíveis para as válvulas: deslocamento linear, geralmente utilizadas
para fluídos limpos; e deslocamento rotativo, utilizadas para fluídos considerados sujos. Dentre essas
duas classificações, existem válvulas de diversos tipos como: válvula globo convencional, globo tipo
gaiola, diafragma, borboleta, esfera e várias outras, cada tipo possuindo aplicações específicas, van-
tagens e desvantagens de acordo com o processo a ser implementado e suas funções.

3. Controle De Processos: Elementos De Uma Malha De Controle

Um processo é um método produtivo, aplicado a um conjunto de equipamentos que, mediante uma


sequência operacional, realiza a transformação de uma matéria-prima, seja de ordem dimensional ou
de composição. O processo pode ser definido como o conjunto de funções e/ou operações utilizadas
no tratamento de um material ou matéria-prima (SENAI-SP, 2015).

Existem várias condições internas e externas que afetam o desempenho do processo. Estas condições
são denominadas de variáveis de processo e representam grandezas físicas, tais como: temperatura,
pressão, nível, vazão, volume, etc. Também devem ser incluídas nas variáveis de processo as condi-
ções do ambiente externo (CHAVES, 2002).

Em um controle automático de processo, compara-se essas variáveis de processo, ou seja, o valor


atual (medido) da variável a ser controlada (PV) é comparado ao valor desejado (SP). Após a compa-
ração dessas variáveis, utiliza-se o desvio (ERRO) para a geração de um sinal de correção (Variável
Manipulada – MV) (SENAI-SP, 2015).

Pode-se definir os passos de processo na sequência:

medir uma variável (PV – Variável de Processo);

comparar está variável medida (PV) com um valor desejado (SP – Set Point);

corrigir o desvio e enviar um sinal para o valor desejado (MV – Variável Manipulada).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

Para exemplificar o funcionamento, é ilustrado na figura 1, o diagrama de blocos do funcionamento de


um controle automático.

Os elementos finais de controle têm na válvula de controle o seu principal componente, responsável
pela manipulação do fluxo de matéria, afim de atuar no processo de modo que possa corrigir a variável
controlada, sempre que houver necessidade, em relação ao valor desejado. Na figura 2, está ilustrada
uma válvula de controle dentro de uma malha de controle (BEGA, 2006).

4. Válvula De Controle

Quando um sinal é enviado pelo controlador através de uma variável manipulada, a válvula de controle
provoca uma obstrução na tubulação com o objetivo de permitir maior ou menor passagem de fluído
reduzindo ao máximo o desvio (ERRO) (SENAI-ES; CST, 1999)

Uma válvula de controle funciona como uma resistência variável na tubulação e é definida por alguns
autores como um orifício de dimensões variáveis (SENAI-SP, 2016).

Complementando (BEGA, 2006), a válvula de controle varia a vazão, introduzindo uma restrição no
circuito, dissipando uma parte da energia proveniente de uma fonte de pressão, que normalmente é
uma bomba centrífuga. A válvula reduz a pressão na descarga da bomba, de modo análogo a um
resistor, o qual faz cair a tensão desenvolvida por uma fonte de energia elétrica.

As principais funções de uma válvula de controle inerentes ao controle automático de fluídos líquidos e
gasosos são (SENAI-SP, 2016):

Conter o fluído de processo, suportando todos os rigores das condições de operação como pressão,
temperatura, corrosão, erosão, sujeira e contaminantes do fluído;

Responder ao sinal do controlador, aplicado no atuador da válvula, que converte em uma força movi-
mentando sua haste;

Variar a área de passagem de fluído, manipulando a vazão pela alteração de sua abertura, atendendo
as necessidades do processo;

Absorver a queda de pressão na linha para compensar as variações de pressão a montante ou a ju-
sante dela.

A figura 3 ilustra uma válvula de controle e seus componentes principais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

As válvulas de controle são classificadas em dois grupos (como ilustra o Quadro 1), de acordo com o
movimento no seu dispositivo de fechamento e abertura:

No deslocamento linear, a válvula possui uma peça móvel vedante, que realiza um movimento retilíneo,
acionada por uma haste deslizante, proveniente do sinal de um controlador, conforme mostrado na
figura 4(a) (SENAI-SP, 2016). Este tipo de válvula de controle é muito utilizado na indústria petroquí-
mica, onde a maioria dos fluídos utilizados são chamados de “Fluído Limpo” (BEGA, 2006).

No deslocamento rotativo (SENAI-SP, 2016), a válvula é provida de uma peça móvel vedante, que
realiza um movimento rotativo, acionada por um eixo de rotação axial proveniente do sinal de um con-
trolador. Na figura 4(b) é mostrada sua forma construtiva (BEGA, 2006). Este tipo de válvula é muito
utilizado na indústria de celulose, mineração, química, siderúrgica, etc., por manipularem fluídos deno-
minados “Fluído Sujo”.

Quadro 1 – Tipos de válvulas de acordo com o grupo

5. APLICAÇÃO DE VÁLVULAS DE CONTROLE

Deve-se considerar para qual aplicação a válvula de controle será utilizada, podendo determinar a va-
riação da vazão do fluído (característica de vazão), ou seja, qual o tipo de abertura deve ser utilizado.
Na figura 5, um gráfico ilustra as curvas das principais características de controle de abertura utilizadas
em um sistema: abertura rápida, abertura linear e abertura igual porcentagem.

O controle (on-off), é utilizado para a abertura rápida no controle de liga-desliga, quando a vazão inicial
deve se aproximar do valor máximo, e no caso de bloqueio, interrupção em tempos próximos de t=0.

Para o controle de fluídos compressíveis, geralmente é utilizado o controle de abertura linear, que pro-
duz iguais mudanças de vazão para iguais mudanças de abertura, e perda de pressão constante. Seu
funcionamento pode ser verificado nas equações 1 e 2:

Para o controle de fluídos líquidos, geralmente é utilizado o controle de abertura igual porcentagem,
onde existe um bom controle de abertura até 50%, a partir disto permite um maior aumento de vazão,
como percebido nas equações 3 e 4:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

6. DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DE VÁLVULAS DE CONTROLE

O dimensionamento de uma válvula de controle é efetuado através de softwares específicos em que


são consideradas todas as fórmulas e todos os fatores de correção envolvidos, para que a capacidade
da válvula de controle seja a mais precisa possível.

Tabela 1 – Dados para cálculo de válvula de controle

Inicialmente, para o dimensionar e selecionar uma válvula de controle, necessita-se do conhecimento


das condições de operação da mesma. São necessários alguns dados para o correto dimensionamento
de uma válvula de controle, conforme demonstrado na tabela 1.

Sendo o valor de Cf uma função da geometria da válvula (tipo) e das condições de fluxo, é o coeficiente
de recuperação de pressão e indica quando a mesma cai abaixo da pressão a vapor (BEGA, 2006). Na
tabela 2 são mostrados os valores de Cf para alguns tipos de válvulas.

Tabela 2 – Valores comparativos de Cf

As condições de escoamento do fluído, seja ela no estado líquido ou gasoso, requer um valor da pres-
são a vapor.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

A definição de pressão a vapor é “a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio
termodinâmico com o líquido que lhe deu origem, ou seja, a quantidade de líquido que evapora é a
mesma que se condensa”.

A pressão de vapor varia de acordo com o tipo de fluído para a mesma temperatura, quando não pos-
suímos o valor da pressão a vapor, faz-se necessário consultar tabelas específicas, como a tabela 3.

Ao determinar a pressão a vapor utiliza-se a equação 5, para obter o valor da condição de escoamento
do fluído.

onde:

P1 = Pressão a montante;

Pv = Pressão de vapor;

Pc = Pressão crítica (Consultar tabelas específicas - Tabela 4).

Para a condição de escoamento do fluído do tipo líquido, efetua-se a seguinte análise:

Se ΔP < Cf2 * ΔPs, o fluxo é subcrítico (condição normal de vazão);

Se ΔP ≥ Cf2 * ΔPs, o fluxo é crítico (condição de cavitação ou flashing).

ΔP (pressão a montante – pressão a jusante).

Já na condição de escoamento do fluído do tipo gás / vapor, é realizado a comparação abaixo:

Se ΔP < 0,5 * Cf2 * P1, o fluxo é subcrítico (condição normal de vazão);

Se ΔP ≥ 0,5 * Cf2 * P1, o fluxo é crítico (condição de cavitação ou flashing).

ΔP (pressão a montante – pressão a jusante);

P1 (pressão a montante).

Verificado as condições de escoamento para um determinado tipo de fluído e classificarmos o seu tipo
de fluxo como segue abaixo, calcula-se o seu coeficiente de vazão (Cv).

Fluxo crítico: queda de pressão na válvula > variação de pressão crítica;

Fluxo subcrítico: queda de pressão na válvula < variação de pressão crítica.

O coeficiente de vazão (Cv), determina a geometria interna do corpo e dos componentes internos de
uma válvula de controle e sua definição é compreendida como a “vazão de água (60ºF) em galões

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

(americanos) por minuto (GPM) que passa por uma válvula totalmente aberta, quando a queda de
pressão for da ordem de 1 psi” (MATHIAS, 2014).

Para conversão em sistema métrico, utilizamos o fator de fluxo (Kv), que é medido em m3/h com queda
de pressão de 1 bar. Para realizarmos a conversão procedemos conforme a equação 6 e 7.

Para encontrar o valor do coeficiente de vazão do fluído líquido, no fluxo subcrítico utiliza-se a equação
8 e para o fluxo crítico a equação 9.

Onde:

Q = vazão, m3/h;

Gf = densidade relativa do líquido (Consultar tabelas específicas – Tabela 4)

P1 = pressão a montante (bar);

P2 = pressão a jusante (bar);

ΔP = queda de pressão = P1 – P2 (bar);

Cf = coeficiente de recuperação de pressão (Consultar tabela 2).

Tabela 4 – Propriedade dos Líquidos Comuns

No caso de o coeficiente de vazão ser para o fluído gás / vapor, no fluxo subcrítico utiliza-se a equação
10 e para o fluxo crítico a equação 11.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

Para o vapor saturado seu valor de coeficiente de vazão, é dada pela equação 12 no fluxo subcrítico e
equação 13 no fluxo crítico.

W = vazão mássica do vapor (ton/h).

A fim de depurar o dimensionamento de válvulas de controle, são utilizados fatores de correção, de


forma que se torne possível encontrar uma válvula com a menor capacidade de vazão e compatível
com a real necessidade do processo.

Os fatores de correção podem variar entre os fabricantes, pois dependem da geometria interna do
corpo, da área de passagem do anel sede e do obturador. Sendo os principais fatores de correção:

Fator de recuperação de pressão - Fl (Capacidade da válvula de converter a velocidade de escoamento


de um fluído na vena contracta* de volta em pressão);

Fator de correção da queda de pressão - Fp (Quando a bitola da válvula é menor que a da tubulação e
são utilizados cones de redução e expansão para os flanges de entrada e saída);

Fator da razão da pressão crítica dos líquidos – Ff (Razão da pressão aparente na vena contracta* sob
condições de vazão bloqueada, para a pressão a vapor do líquido na temperatura de entrada);

Fator de expansão Y (Corrige mudanças na densidade do fluído devido a sua compressibilidade,


quando este passa da entrada da válvula para o ponto de vena contracta);

Fator da razão dos calores específicos - Fk (Corrige o escoamento de um fluxo de gás diferente do ar);

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
ELEMENTOS FINAIS DE CONTROLE

Fator da razão da queda de pressão total – xT (Parâmetro designado da relação entre a pressão crítica
e a limitação da massa de fluxo através da válvula. Utilizado somente quando a válvula possui a mesma
bitola da tubulação);

Fator da razão da queda de pressão para a pressão de entrada – X (Razão da pressão diferencial para
a pressão estática na entrada. Quando a pressão diferencial aumenta e a pressão de entrada é mantida
constante, ocorre uma taxa de fluxo maior através da válvula);

Fator Kc (indica o início da cavitação incipiente, que é definido como ponto de partida inicial de um
relacionamento proporcional entre a queda de pressão e capacidade de vazão da válvula de controle);

Fator de correção para fluxo crítico de líquidos - Fy (Relação entre a pressão diferencial máxima capaz
de produzir fluxo para efeito de dimensionamento e a pressão diferencial real conforme é requerido
pelo processo);

Fator Fd (Denominado fator indicador em função do tipo de válvula, corrige o número de Reynolds
devido aos contornos geométricos do corpo);

Fator do número de Reynolds (Corrige a linearidade da vazão em uma válvula que opera somente com
líquido. Quanto menor ele for, maior será a viscosidade do fluído);

Fator de compressibilidade Z (Fator de correção da pressão crítica em relação à temperatura crítica do


gás).

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Instrumentação Industrial

A instrumentação industrial é a ciência que estuda, desenvolve e aplica instrumentos de medição e


controle de processos na indústria. A eficiência dos processos que envolvem a indústria que você atua
dependem da qualidade da instrumentação, da confiabilidade dos equipamentos e do suporte dos me-
lhores fornecedores.

A Instrumentação Industrial, quando utilizada de maneira criteriosa e planejada, reduz custos, aumenta
a produtividade e contribui com a qualidade e a segurança da produção em que você trabalha. No dia
a dia, principalmente da Indústria de Transformação, o trabalho de um instrumentista é fundamental
na Pirâmide de Automação Industrial.

Cada um dos instrumentos usados no processo industrial é importante. Seja na medição de nível, va-
zão, temperatura, pressão ou qualquer outra grandeza. É por isso que achamos importante trazer até
você um material completo sobre uma área tão importante como é a Instrumentação Industrial.

A indústria vem aumentado a demanda de controle de processos a cada dia. Fique atento. Manter um
controle adequado dos processos tem se tornado cada vez mais importante não apenas para operado-
res de campo, mas também para a empresa como um todo, incluindo executivos e gerentes dos mais
diversos setores.

Isso é resultado de dois fatores: redução dos custos de produção e aumento do foco em segurança do
trabalho. Um dos principais objetivos da Instrumentação Industrial é manter o controle do processo
produtivo seja em volume, peso, densidade, vazão etc. Se a sua medição é eficiente, você terá como
resultado um maior rendimento da produção, pois os processos serão feitos sem interrupções.

A medição adequada de uma grandeza é um elemento fundamental dentro de um sistema de calibração


de tanques, por exemplo. Uma instrumentação precisa aumenta significativamente a eficiência da
planta.

Por exemplo, levando em consideração a medição de nível, se um silo de grãos precisa estocar uma
certa quantidade de material o tempo inteiro, mas não é preenchido em sua capacidade máxima por
falhas na medição, a unidade de produção poderá precisar de silos adicionais, acarretando despesa
de compra e manutenção desnecessárias.

Muitos processos necessitam de um fluxo contínuo, entrada e saída de materiais. É inviável obter um
fornecimento consistente com taxas variáveis ou se houver incidentes na linha de abastecimento.

Segurança Do Trabalho Na Instrumentação Industrial

A Instrumentação Industrial também é feita por razão de segurança. Imagine o transbordamento aci-
dental de um tanque de ácido causado por uma medição imprecisa de um instrumento.

Assim como falamos de um incidente envolvendo ácido, também poderíamos extrapolar para diversos
outros tipos de materiais comuns na indústria, como inflamáveis, reagentes, dentre outros.

Prevenir transbordamentos, detectar vazamentos, evitar incêndios, dentre outras ocorrências também
é importante para a indústria e seus processos de adequarem diante de todas as regulações ambien-
tais.

Qual é a diferença entre Automação e Instrumentação Industrial?

A Automação Industrial estuda técnicas e medidas para diminuir a utilização de mão de obra humana
em um processo, ou seja, trata-se de uma forma eficaz de substituir o trabalho manual pela máquina
ou robótica.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

A Instrumentação Industrial está preocupada com o aperfeiçoamento do controle e/ou desempenho dos
processos industriais, como o aumento de segurança de máquinas e pessoas.

Automação, Instrumentação E Controle De Processo

A automação de um modo geral vem trazendo ao longo do tempo uma série de benefícios nos mais
diversos setores da indústria e da própria sociedade. É sinônimo de conforto e facilidade.

Nas indústrias, a urgência no aumento da produção a fim de responder à crescente demanda com
custos cada vez mais baixos e à fabricação constante de novos produtos, acarretou no crescimento do
número de processos completamente automatizados.

A Automação Industrial, mais precisamente a instrumentação industrial, quando utilizada com critério e
de forma planejada, reduz custos, aumenta a produtividade e contribui com qualidade, controle e se-
gurança na produção.

A principal melhoria alcançada pela automação envolve a mão de obra. Toda instrumentação faz com
que os trabalhadores se livrem de atividades monótonas, repetitivas e, principalmente, perigosas. É
uma melhoria tanto para o financeiro quanto para a segurança do trabalho no setor industrial.

Embora a tecnologia que implementa processos ou sistemas automatizados modernos exija diferentes
graus de investimento, os resultados são definitivamente garantidos e extremamente recompensado-
res. Por essa razão é que as indústrias que ainda resistem a essa realidade estão condenadas ao total
fracasso.

A automação é classificada de acordo com suas diversas áreas. Além da automação industrial, temos
a automação bancária, comercial, agrícola, predial, de comunicações e de transportes.

Focaremos na Automação Industrial, principalmente no que diz respeito à Instrumentação Industrial.


Mas para chegarmos lá é preciso entender os segmentos que a Automação Industrial percorre até
chegarmos propriamente na Instrumentação Industrial e nas especificidade da medição de nível, pres-
são, vazão e temperatura.

Automação De Processos

Nos tópicos anteriores falamos bastante a respeito de processo, mas não definimos o conceito para o
âmbito da automação industrial.

Processo é uma operação ou uma série de operações realizadas por um determinado conjunto de
equipamentos, onde varia, pelo menos, uma característica física ou química de um material para ob-
tenção de um produto final.

Ou seja, uma operação unitária, como são os casos da destilação, filtração ou aquecimento, é consi-
derada um processo. Quando se trata de controle, uma tubulação por onde escoa um fluido, um reser-
vatório que contém água, um aquecedor ou um equipamento qualquer é o que entendemos como pro-
cesso.

Automação De Processos Contínuos

O processo contínuo é aquele que operam ininterruptamente grande quantidade de produtos e materi-
ais nas mais diversas formas sem manipulação direta. São processos caracterizados por tubulações,
tanques, trocadores de calor, misturadores, reatores, entre outros.

As indústrias química, petroquímica, alimentícia e de papel e celulose, são algumas áreas que os pro-
cessos contínuos atuam.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Um processo pode ser controlado por meio da medição de variáveis que representam o estado dese-
jado e pelo ajuste automático de outras variáveis, de maneira a se conseguir o valor que se deseja para
a variável controlada. As condições ambientais devem sempre ser incluídas na relação de variáveis de
processo.

As variáveis de processo são as grandezas físicas que afetam o desempenho de um processo e podem
mudar de valor espontaneamente em virtude de condições internas ou externas. Por essa razão, essas
variáveis típicas de processos contínuos necessitam de controle.

As principais variáveis medidas e controladas nos processos contínuos são: pressão, vazão, tempera-
tura, nível, pH, condutividade, velocidade e umidade.

Automação De Processos De Manufatura

A automação de processos de manufatura são aquelas em que o produto é manipulado direta ou indi-
retamente, ao contrário do ocorre nos processos contínuos.

Nos processos de manufatura identificamos máquinas e sistemas sequenciais característicos da indús-


tria automobilística, eletroeletrônica, alimentícia, farmacêutica, etc.

O funcionamento básico de um processo de manufatura requer os seguintes componentes:

Sensores: responsáveis pela medição de desempenho do sistema de automação ou uma propriedade


particular de algum de seus elementos. Exemplos: sensores de posição e óticos;

Controle: a informação dos sensores é usada para controlar o sequenciamento de uma determinada
operação. Os robôs são bons exemplos, pois o controle de suas posições é determinado por informa-
ções de sensores e por uma rotina de sequenciamento, acionando-se um conjunto de motores. Sof-
twares de controle são conjuntos de instruções organizados de forma sequencial na execução de tare-
fas programadas;

Acionamento: provê o sistema de energia para atingir determinado objetivo. É o caso dos motores elé-
tricos, servoválvulas, pistões hidráulicos etc.

Não Confunda Automação Com Mecanização

A mecanização é um processo que consiste no uso de máquinas para realizar um trabalho repetitivo,
substituindo, assim, o desgaste laboral do homem.

Já na automação o esforço é transferido ao trabalho realizado por meio de máquinas controladas au-
tomaticamente, capazes de se regularem sozinhas, como robôs, máquinas de Comando Numérico
Computadorizado (CNC) e sistemas integrados de desenho e manufatura (CAD/CAM).

A instrumentação industrial é a ciência que estuda, desenvolve e aplica instrumentos de medição e


controle de processos na indústria. É empregada tanto em processos usuais como a medição de nível
em indústrias sucroalcooleiras quanto em processos críticos como reatores nucleares.

A obtenção de medidas precisas e com o menor custo possível depende do instrumento empregado,
da qualificação do usuário e do tratamento matemático que as medições sofrem.

Dessa forma, para o emprego de instrumentos e a interpretação correta dos seus resultados é funda-
mental que a pessoa encarregada dessa tarefa entenda os princípios de medição dos instrumentos
para que possam ser feitas medições confiáveis dentro das faixas possíveis e características do instru-
mento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Instrumento é um dispositivo que transforma uma variável física de interesse em um formato passível
de medição pela instrumentação industrial.

O sensor é o elemento de destaque para o processo de medição. A função do sensor é converter o


sinal da variável física em um sinal da variável de saída apropriado.

Os sinais das variáveis devem ser escolhidos de modo que possam ser manipulados e transmitidos em
circuitos elétricos elétricos, preferencialmente, para uma leitura direta ou para serem armazenados em
computadores de uma forma histórica. Antes de iniciarmos nosso estudo sobre medição de nível, é
essencial a apresentação de conceitos básicos de controle de processo, em que a medição das variá-
veis de processo é fundamental.

Controle De Processos

A função fundamental do controle de processos é manter uma determinada variável em um valor de-
sejado mesmo quando ela for submetida a perturbações externas.

Os controles de processo levam em consideração duas formas de funcionamento, uma mais inteligente,
com controle automático; e outra mais tradicional, com controle manual do processo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Ainda temos o controle de processo manual. É um sistema mais rudimentar, lento e trabalhoso. Basi-
camente consiste em uma pessoa observando o valor atual do nível e fazendo a comparação com o
valor desejado.

Se o valor medido é maior, abre-se a válvula, aumentando a vazão de saída. Se o nível estiver menor
que o valor desejado, fecha-se a válvula, reduzindo a vazão de saída, fazendo com que o nível atual
observado seja elevado.

Essas operações são feitas repetidamente pelo responsável técnico para que o nível fique o mais pró-
ximo possível do valor desejado.

Tipos De Controle

Quando se fala em controle, deve-se, necessariamente, subentender a medição de uma variável qual-
quer do processo e a sua atuação no sentido de mantê-la constante; isto é, a informação recebida pelo
controlador é comparada com um valor preestabelecido (set point). Verifica-se a diferença entre ambos
e age-se para diminuir ao máximo essa diferença.

Essa sequência de operações caracterizam a chamada malha de controle, dividida em controles de


malha aberta e malha fechada.

Malha Aberta

O controle com malha aberta tem a ação de controle independente da saída. Ou seja, a saída não tem
efeito na ação de controle.

Nessa espécie de controle não existe elemento de realimentação, a saída nem ao menos é medida ou
comparada com uma entrada para efetuar a ação de controle.

É o contrário do controle em malha fechada.

Malha Fechada

Feedback ou controle em malha fechada é o controle no qual o processo pode ser realizado e compen-
sado antes ou depois de afetar a variável controlada.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Trata-se da forma de controle usualmente mais empregada. Consiste na medição da variável de pro-
cesso, passando pela aferição do set point (valor desejado) e ao fim alcançando um erro. O sinal de
erro é transmitido a um controlador que faz a correção.

Etapas e conceitos fundamentais no controle de processos

Grande parte dos sistemas de controle realiza as seguintes etapas:

Medição de um estado ou condição de um processo;

Um controlador calcula uma ação com base em um valor medido de acordo com um valor desejado;

Um sinal de saída resultante dos cálculos do controlador é utilizado para manipular uma ação do pro-
cesso na forma de um atuador;

O processo reage ao sinal aplicado, mudando o seu estado ou condição.

Termos específicos mais usados em controle de processo

Faixa de medida (range) é conjunto de valores da variável de medida compreendido dentro do limite
superior e inferior ou de transmissão do instrumento.

Alcance (span) é diferença algébrica entre o valor superior e inferior da faixa de medida do instrumento.

Variável de processo (PV) é a variável a ser controlada em um processo. Trata-se de uma condição do
processo que pode alterar a produção de alguma maneira. Exemplos para variáveis de processo: pres-
são, vazão, nível, temperatura, densidade etc.

Variável manipulada (MV) é a grandeza modificada com o intuito de manter a variável de processo
desejado (set point).

Set point (SP) é o valor a ser mantido para a variável de processo.

Carga é uma espécie de perturbação que acontece em decorrência da variação em variável secundária
que altera a variável do processo.

Perturbações são alterações inerentes a qualquer processo. Existem dois tipos de perturbações: carga
e set point.

Erro (offset) é a diferença existente entre a variável de processo e o set point, podendo ser positiva ou
negativa. Vale ressaltar que a redução ou a extinção do erro é o propósito fundamental de um sistema
de controle.

Exatidão é o maior valor de erro estático que um instrumento pode alcançar no período de sua faixa de
trabalho. Consiste no grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do
mensurando.

Zona morta é a variação máxima que a variável pode ter sem provocar alterações na indicação ou no
sinal de saída de um instrumento ou em valores absolutos do seu range.

Histerese é a diferença máxima apresentada por um instrumento para um mesmo valor, em qualquer
ponto da faixa de trabalho, quando a variável percorre toda a escala no sentido ascendente e descen-
dente. É expressa em porcentagem do span.

Repetibilidade é a máxima diferença entre diversas medidas de um mesmo valor variável, adotando
sempre o mesmo sentido de variação. Expressa-se em porcentagem do span.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Linearidade é a característica desejada na variável tanto em relação à entrada quando à saída de de-
terminado instrumento.

Sensibilidade (ganho) é a medida da resposta do instrumento, expressa como variação na saída sobre
variação na entrada. É o valor resultante do span de saída dividido pelo span de entrada.

Resolução é a menor diferença substancialmente percebida entre indicações de um dispositivo mos-


trador.

Ajuste é uma operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho
compatível com a sua utilização.

Calibração é um conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas, a relação entre os
valores indicados por um instrumento, ou sistema de medição, ou valores representados por uma me-
dida materializada, ou material de referência com os valores correspondentes às grandezas estabele-
cidas por padrões.

Incerteza de medição é um parâmetro que expressa o intervalo no qual estão os valores que poderão
ser razoavelmente atribuídos ao mensurando dentro de uma probabilidade específica.

A incerteza de medição também é caracterizada pela indicação quantitativa da qualidade dos resulta-
dos da medição, sem a qual estes não poderiam ser comparados com os valores de referência espe-
cificados ou com um padrão. Deve-se levar em consideração que o resultado de uma medição é so-
mente uma estimativa do valor do mensurando. Dessa forma, a expressão que representará o valor de
tal mensurando deverá incluir a incerteza de medição.

Padrão é a medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de medi-


ção destinados a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma
grandeza para servir como referência.

Erro combinado é o desvio máximo entre a reta de referência e a curva de medição, incluindo os efeitos
de não linearidade, histerese e repetibilidade. É expresso em porcentagem do sinal de saída nominal.

Além de conhecer os conceitos básico da Instrumentação Industrial, o instrumentista precisa entender


como funciona toda a simbologia aplicada aos equipamentos e processos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

As etapas de um processo químico de transformação devem ser controladas para se obter o produto
final desejado. Cada uma das etapas do processo é monitorada por instrumentos.

Diagramas de instrumentação podem ser utilizados em uma grande variedade de processos, desde
petroquímicos, gás, alimentos, etc.

Os diagramas P&I (Piping and Instrumentation) são fundamentais em automação de processos, pois
sua formulação é uma das etapas mais importantes no projeto de processos industriais. Esses diagra-
mas são largamente utilizados para a descrição detalhada de projetos de malhas de controle. Eles
descrevem os elementos de medida utilizados, tipos de controle, esquemas de controle e, principal-
mente, a sua interconexão com o processo propriamente dito.

Símbolos são utilizados no P&I para representar elementos individuais, como sensores e válvulas, ou
a combinação de elementos, como malhas de controle.

Existem diversos padrões para a simbologia P&I, e também é possível que algumas companhias utili-
zem uma convenção própria para a descrição de seus processos. Para este estudo é utilizada a Norma
ISA-S5.1, a mais aceita internacionalmente e frequentemente utilizada no dia a dia das indústrias.

Nos diagramas P&I, um círculo representa instrumentos de medida individuais, como transmissores e
sensores.

Para indicar os mostradores e tipos de controladores é utilizado um quadrado com um círculo interno.
Essa simbologia serve para representar instrumentos que, além de efetuarem medições, executam
alguma tarefa de controle.

Quando o símbolo é um hexágono, a representação diz respeito às funções de controladores e tipos


de CLPs.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Também temos os sinais empregados na simbologia P&I.

Identificação De Instrumentação

As normas de instrumentação ISA S-5.1, 5.2, 5.3, 5.4, de 1992, estabelecem símbolos, gráficos e con-
dições para a identificação alfanumérica de instrumentos ou funções programadas que deverão ser
utilizados nos diagramas e malhas de controle de projetos de instrumentação.

As letras de identificação na simbologia ISA determinam:

A variável a ser medida

A função do dispositivo

Modificadores

Todo instrumento ou função programada deve ser identificado por um conjunto de letras (identificação
funcional) e um conjunto de algarismos (malha ou função programada).
Às vezes é necessário completar a identificação do instrumento com um sufixo.

A identificação funcional é formada por um conjunto de letras, sendo elas responsáveis por identificar
qual é o tipo de medição ou indicação que se está realizando. A primeira letra identifica a variável
medida. Assim, um controle de temperatura se inicia com a letra T, o mesmo para pressão P.

Mas Fique Alerta:

A letra usada para o controle de nível é L, pois a classificação é a partir da língua inglesa na qual Nível
é Level.

Dessa maneira, a primeira letra da identificação funcional é selecionada de acordo com a variável me-
dida e não com a variável manipulada. A variável manipulada é a variável controlada pela variável
medida; logo, uma válvula de controle comandada por um controlador de nível, que altera a vazão para
controlar o nível, é identificada com LV, e não como FV.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

As letras subsequentes às das variáveis identificam as funções do instrumentos, sendo classificadas


como:

Funções passivas: elemento primário, orifício de restrição, poço

Funções de informação: indicador, registrador, visor

Funções ativas ou de saída: controlador, transmissor, chave e outros

Funções modificadoras: alarmes ou indicação de instrumento multifunção

As letras subsequentes de funções modificadoras podem atuar ou complementar o significado da letra


precedente. A letra modificadora altera a primeira ou uma das subsequentes.

No caso de LILL, deve-se explicar que o instrumento em questão está indicando um nível muito
baixo(LL). Por isso é usada uma quarta letra, um L de Low (“baixo” em inglês). Se o instrumento indi-
casse um alarme de nível alto ou extremamente alto as letras subsequentes seriam, respectivamente,
H e HH, High.

Assim, temos que as letras subsequentes caracterizam as funções dos instrumentos na seguinte or-
dem:

Letras que indicam funções passivas ou de informação

Letras que indicam funções ativas ou saídas

Letras que modificam a função do instrumento ou que funcionam como complemento de explicação de
função

A identificação funcional deve ser composta por no máximo 3 letras. A quarta letra só será admitida em
caso de extrema necessidade, como são os seguintes casos:

Instrumentos mais complexos, permitindo ainda as letras serem divididas em subgrupos

No caso de um instrumento com indicação e registro da mesma variável, a letra I pode ser omitida

Letras de identificação (ISA)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Medição de Nível

Nível é a medida em altura do conteúdo líquido ou sólido de um reservatório.

A medição de nível permite:

A avaliação do estoque de tanques de armazenamento;

O controle dos processos contínuos em que existam volumes líquidos ou sólidos, de acumulação tem-
porária, amortecimento, mistura, resistência etc.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

A medição de nível faz parte dos processos de automação e sua decorrente instrumentação industrial.
Para entender melhor tudo que envolve a medição de nível é importante entender que ela está inserida
no contexto da automação industrial e serve para o controle de processos.

Métodos de medição de nível de líquido e de sólidos

Basicamente, a medição de nível se divide em:

Medição de Nível Direta

Medição de Nível Descontínua

Medição de Nível Indireta

Medição de Nível Direta

A Medição de Nível Direta é um tipo de medição de nível que adota como pontos de referência a posi-
ção superior da substância medida.

Principais formas de medição direta

Observação visual direta por meio de uma escala graduada

Posição do detector sobre a superfície do produto a ser medido (Ex: Boia)

Eletrodo com a superfície livre do nível a ser medido

Feixe de luz enviado para célula fotoelétrica, pela interposição entre o emissor e a célula do produto
mensurado

Reflexão de ondas de rádio ou sônicas na superfície livre do produto

Medição De Nível Descontínua

Os medidores de nível que utilizam o método de medição descontínua de nível são compostos por duas
partes principais: um detector de nível e um circuito de saída, que pode estar energizado ou desener-
gizado.

O detector deste instrumento informa ao circuito de saída a presença ou ausência do produto em de-
terminada posição; cabe ao circuito estabilizar o sinal de saída em função dessa informação.

Os medidores são empregados para fornecer indicação apenas quando o nível atinge os pontos fixos
desejados. Assim sendo, esses medidores podem ligar uma bomba, acionar um alarme ou desenca-
dear uma sequência de operações automáticas quando o nível atinge um ponto fixo cujo valor pode ser
previamente ajustado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Medição de Nível Indireta

A Medição de Nível Indireta é um tipo de medição que utiliza propriedades físicas ao nível para fazer
suas mensurações.

Levando em consideração as propriedades físicas e os instrumentos utilizados no processo, a medição


de nível indireta ocorre por:

Medição de Nível por Pressão

Medição de Nível com Borbulhador

Medição de Nível por Empuxo

Medição de Nível com Interface

Medição de Nível por Capacitância

Medição de Nível por Ultrassom

Medição de Nível com Raios Gama

Métodos de medição de nível de sólidos

Medir o nível dos sólidos também é possível. Geralmente os sólidos medidos se apresentam na forma
de pó ou grãos.

É possível medir o nível de sólidos por:

Medição Eletromecânica

Medição por pás rotativas ou lâminas vibratórias

Medição de Pressão

A Medição de Pressão é uma das variáveis de medida mais importantes da Instrumentação Industrial
porque atua no Controle de Processos e o seu princípio fundamental pode ser utilizado em outros tipos
de medida além da pressão. Medidas de nível, vazão e densidade podem ser realizadas com o mesmo
princípio da Medição de Pressão.

A pressão pode ocorrer pela expansão de gases e vapores ou pela elevação de colunas líquidas. Dessa
forma, temos que:

A Pressão é o resultado de uma força (F) sobre uma superfície (A).

Levando em consideração que P é pressão; F é força; e A corresponde a área; o cálculo da pressão


se dá pela seguinte expressão:

Unidades De Pressão

Já descobrimos como encontrar o valor da pressão através de uma fórmula simples. Agora o desafio é
entender como o resultado dessa expressão é apresentado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

De acordo com o Sistema Internacional, a unidade de medida que representa a força é o Newton (N);
a unidade de área é o m2; e, finalmente, a pressão é medida pela unidade Pascal (Pa). Por-
tanto, 1Pa equivale à força de 1N aplicada sobre uma superfície com área 1 m2.

A pressão também pode ser medida por bar, que equivale à força aplicada de 106 dinas sobre um
superfície de 1 cm2:

Para ficar mais claro, a relação das unidades bar e Pa é a seguinte:

Medição por coluna de líquido

Outra forma de medir a pressão é pela altura de uma coluna de líquido necessária para equilibrar a
pressão aplicada. Assim, a medição de pressão utiliza as seguintes unidades:

mmHg (milímetros de mercúrio);

cmHg (centímetros de mercúrio);

inHg (polegadas de mercúrio);

péHg (pés de mercúrio);

mmca (milímetros de coluna de água);

mca (metros de coluna de água);

inca (polegadas de coluna de água);

Escalas de Pressão

A variável física pressão pode apresentar escalas caracterizadas como atmosférica, relativa e absoluta.

Pressão Atmosférica

Pressão atmosférica é a pressão exercida pela atmosfera terrestre em decorrência do peso da camada
de gases que envolvem o planeta levando em consideração uma altitude de até 50 km.

Pressão Relativa

Pressão relativa é a pressão que tem como unidade de referência de sua medição a pressão atmosfé-
rica. A pressão relativa pode ser positiva (pressão efetiva) ou negativa (vácuo).

Pressão Absoluta

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Pressão absoluta é a pressão medida a partir do vácuo absoluto. É uma soma da pressão relativa mais
a pressão atmosférica.

Pressão Estática

Pressão estática é a pressão exercida por um fluido em repouso ou em movimento, desde que a to-
mada de pressão seja perpendicular ao escoamento.

Pressão Cinética

Pressão cinética é a pressão exercida por um fluido em movimento. Esse tipo de pressão é medido
pela tomada de impulso de forma que receba o impacto do fluxo.

Pressão Diferencial

Pressão diferencial é a diferença entre duas pressões, sendo representada pelo símbolo ΔP (delta P).
Esse tipo de pressão é utilizado principalmente para a medição de vazão, nível, densidade e também
pressão.

Medição De Vazão

Determinar o controle e o balanço de materiais é importantíssimo para diversas operações na indústria.


Por isso que a Medição de Vazão é valorizada pela Instrumentação Industrial. As principais variáveis
encontradas em processos contínuos são medidas a partir de sua vazão.

A medição da vazão inclui no seu sentido mais amplo a determinação da quantidade de líquidos, gases
e sólidos que passa por um determinado local na unidade de tempo. Podem também ser incluídos os
instrumentos que indicam a quantidade total movimentada em um intervalo de tempo.

A quantidade total movimentada pode ser medida em unidades de volume (litros, mm3, cm3, m3, ga-
lões, pés cúbicos), ou em unidades de massa (g, Kg, toneladas, libras), e a vazão instantânea, por uma
das unidades anteriormente citadas dividida por unidade de tempo (litros/min, m3/hora, galões/min).

Comparativo De Unidades De Vazão

1m3 = 1.000 litros


1 libra = 0,4536 kg
1 pé cúbico = 0,0283168 m3
1 galão (americano) = 3,785 litros

Quando se mede a vazão em unidades de volume, devem ser especificadas as condições base consi-
deradas. Assim, no caso de líquidos, é importante indicar que a vazão se considera nas condições de
operação, ou a 0 °C, 20 °C, ou a outra temperatura qualquer.

Na medição de gases é comum indicar a vazão em kg/h (Quilogramas por hora), Nm3/h (metros cúbi-
cos normais por hora) ou SCFM (pés cúbicos standard por minuto).

Tipos de Vazão

Vazão volumétrica (Q) é o volume de líquido que passa em um determinado ponto em uma determinada
quantidade de tempo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Vazão mássica (Qm) é a quantidade de massa de um fluido que atravessa a seção transversal de uma
tubulação por unidade de tempo.

Métodos De Medição De Vazão

A Instrumentação Industrial possibilita uma enorme variedade de medidores de vazão. A especificação


e a seleção correta do medidor de vazão não é uma tarefa muito simples, pois exigem conhecimentos
e informações precisas sobre o fluido, características de operação e instalação.

A enorme oferta de medidores e técnicas de medição é outro fator decisivo nesse processo de escolha,
pois devem ser considerados, além de critérios econômicos, inúmeros critérios técnicos, como:

Vazão operacional

Diâmetro da tubulação

Precisão

Rangeabilidade

Características do fluido

Características de operação

Tipo de instalação

Perda de carga

Os 8 Principais Métodos de Medição de Vazão

1. Medição por Pressão Diferencial (elementos deprimogênios)

Placa de orifício

Tubo Venturi

Bocal de vazão

Tubo Pilot

Tubo Annubar

2. Medição por Área Variável (rotêmetro)

3. Medição por Frequência (pulsos)

Vortex

Turbina

4. Medição por Tensão Induzida (medidor magnético)

5. Medição Mássica

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Efeito Coriolis

Térmicos

6. Medição por Ultrassom

Efeito Doppler

Por tempo de trânsito

7. Medição por Deslocamento Positivom

Disco nutante

Pistão oscilante

Medidor rotativo oval

8. Medição em Canais Abertos

Calha Parshall

Vertedores

Agora o assunto vai esquentar! Vamos falar sobre a parte da instrumentação que cuida da medição de
temperatura dos processos industriais.

Medição De Temperatura

Temperatura é a propriedade da matéria que reflete a média da energia cinética dos átomos.

O conceito de temperatura está relacionado ao movimento de vibração e/ou deslocamento dos átomos
de um corpo. Todas as substâncias são constituídas de átomos que, por sua vez, se compõem de um
núcleo e um elétrons.

Usualmente, estes átomos possuem certa energia cinética que se traduz na forma de vibração ou no
mesmo deslocamento, como no caso de líquidos e gases.

A energia cinética de cada átomo em um corpo não é igual nem constante, pois continuamente altera
seu valor durante um processo de intercâmbio de energia interna própria.

Na prática, a temperatura é representada em uma escala numérica, onde, quanto maior o seu valor,
maior é a energia cinética média dos átomos do corpo em questão.

Não confunda Energia Térmica com Calor!

Energia Térmica é a somatória das energias cinéticas dos seus átomos; além de depender da tempe-
ratura, depende também da massa e do tipo de substância.

Calor é a energia que se transfere de um corpo para o outro por diferença de temperatura.

A temperatura é uma das variáveis mais importantes na indústria de processamento. Praticamente


todas as características físico-químicas de qualquer substância alteram-se de forma bem-definida com
a temperatura. Isso acontece nos seguintes casos:

Dimensões (comprimento, volume)

Estado físico (sólido, líquido, gás)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Densidade

Viscosidade

Radiação térmica

Reatividade química

Condutividade

pH

Resistência mecânica

Maleabilidade, ductibilidade

A Medição de Temperatura ou Termometria vai da criometria a pirometria.

Criometria é a medição de baixas temperaturas, ou seja, aquelas próximas ao zero absoluto de tempe-
ratura.

Pirometria é a medição de altas temperaturas, na faixa onde os efeitos de radiação térmica passam a
se manifestar.

Mercado de Trabalho em Automação e Instrumentação Industrial

As grandes corporações têm encontrado dificuldade na hora de preencher o seu quadro de vagas e
têm buscado cada vez mais por profissionais capacitados em automação e instrumentação industrial.

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) fez um estudo em 2012 e constatou que até o ano de
2015 o Brasil vai precisar de mais de 7 milhões de trabalhadores técnicos. A instituição também cons-
tatou que mais de 1 milhão dessas oportunidades serão para jovens que ainda nunca trabalharam.

As atribuições de um técnico na área de automação e instrumentação industrial consiste na elaboração


de desenhos técnicos e diagramas lógicos à calibração de máquinas em campo. Trata-se um profissi-
onal importantíssimo em diversas áreas de plantas industriais, cuidando do planejamento técnico de
seu setor, da execução de projetos e das manutenções preventivas e preditivas.

10 atividades do técnico em automação e instrumentação industrial

Elaboração de diagramas lógicos e arquitetura de sistemas;

Preparação de listas de I/O

Elaboração de telas em IHM (Interfaces Homem Máquina) e supervisórios;

Especificação de hardwares de Controladores Lógico-Programáveis (CLPs) e programar neles;

Configuração de redes, comissionamento de máquinas e realização dos start-ups na planta;

Trabalho de campo (painéis elétricos, partidas de motores);

Instalação e manutenção de painéis elétricos e de redes industriais (como a Ethernet);

Parametrização de inversores de frequência, soft-starters, transmissores, relés, multimedidores etc.

Manutenção corretiva elétrica, preditiva e programada;

Teste de funcionalidade e elaboração de relatórios técnicos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Uma variável manipulada, também conhecida como variável independente, é uma parte de um experi-
mento que você pode alterar para ver como outras variáveis respondem.

Veja os três tipos de variáveis em um experimento:

Variável manipulada: a variável que você controla e altera com base no experimento.

Variável controlada: a variável que permanece constante durante todo o experimento torna seu experi-
mento mais preciso. Por exemplo, se um surfista encontra o número de ondas que consegue surfar
com sucesso, as variáveis que permanecem inalteradas podem ser o tipo de prancha que usa e as
condições meteorológicas.

Variável de resposta: a variável que ocorre como resultado da variável manipulada e controlada.

Por exemplo, se um jogador de basquete está examinando o número de pontos que obtém em cada
jogo, a variável manipulada pode ser sua técnica de arremesso, a variável de controle pode ser seu
nível de fadiga e o tempo que está jogando durante o dia, e a variável de resposta é a porcentagem de
tiros que eles dão durante um jogo.

O que é uma variável manipulada no controle de processo?

Controle de processo é a prática de usar experimentos para identificar maneiras de tornar um processo
mais eficiente e produtivo.

Você pode usar variáveis manipuladas em experimentos para identificar mudanças ou entender melhor
um processo específico.

Normalmente, o indivíduo que cria e gerencia um experimento de controle de processo é um operador


de processo.

Às vezes, as empresas usam sistemas de controle para realizar experimentos de controle de processo.

Por exemplo, os engenheiros podem usar o controle do processo para identificar maneiras de produzir
mais projetos em um determinado período de tempo.

Confira os dois tipos de variáveis no controle de processo:

Variáveis manipuladas: a entrada que um operador de processo ou sistema de controle gerencia que
mostra quais mudanças podem ajudar um processo a funcionar melhor.

Variáveis de perturbação: a variável que permanece constante ao longo do experimento e muda com
base nos efeitos da variável manipulada.

Aqui estão vários motivos pelos quais é importante incluir variáveis manipuladas em um experimento:

Oferece uma visão sobre experimentos e pesquisas

O uso de variáveis manipuladas fornece aos indivíduos as informações de que precisam para apoiar
suas suposições. Se fizerem uma suposição, que os cientistas às vezes chamam de hipótese, eles
podem criar um experimento usando uma variável manipulada. Isso permite que eles descubram novas
informações.

Identifica Mudanças

As variáveis manipuladas mostram onde as mudanças ocorrem e oferecem uma visão sobre como
melhorar as técnicas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Por exemplo, se um profissional de negócios pode criar um experimento para entender melhor as ma-
neiras pelas quais ele pode enviar trabalhos com mais rapidez, ele pode conduzir um experimento.

O tempo que leva para enviar seu trabalho é a variável de resposta, a variável manipulada são as
diferentes formas como eles enviam seu trabalho, como eletronicamente ou pessoalmente, e a variável
de controle é o tipo de trabalho que eles estão enviando, como documentos ou relatórios.

Mostra O Impacto De Uma Única Mudança

Normalmente, os experimentos têm uma variável manipulada, embora possam ter várias variáveis con-
troladas ou variáveis de resposta. Incluir uma variável manipulada em seu experimento permite que
você veja o impacto de uma única mudança.

Se você estiver examinando várias variáveis manipuladas, pode não ser capaz de identificar qual vari-
ável causou uma mudança específica.

Exemplos de variáveis manipuladas

Aqui estão alguns exemplos de variáveis manipuladas:

Exemplo Um

Um técnico de beisebol universitário deseja examinar a média de rebatidas de um jogador de beisebol


para ver a probabilidade de ele acertar um home run durante um jogo. Para realizar este experimento,
o treinador de beisebol usa as seguintes variáveis:

Variável manipulada: é o estilo de rebatidas que o jogador de beisebol usa. O jogador usa várias técni-
cas de rebatidas para ver qual estilo os torna mais propensos a acertar um home run.

Variável controlada: O campo em que eles estão praticando e as condições meteorológicas são as
variáveis controladas. Estas são as variáveis que podem afetar as variáveis manipuladas e devem per-
manecer constantes a cada vez que o jogador bate.

Variável de resposta: A porcentagem de home runs que Justin acerta usando cada técnica é a variável
de resposta. Esta variável muda como resultado da variável manipulada, uma vez que o número de
home runs que Justin acerta depende das técnicas de rebatidas que ele usa.

Exemplo Dois

Um estudante do ensino médio deseja entender melhor como a quantidade de tempo que passam
estudando afeta suas notas. Para fazer isso, eles realizam um experimento em que estudam por um
período diferente de tempo em três exames distintos para ver em qual deles pontuam melhor. Confira
as variáveis do experimento:

Variável manipulada: é a quantidade de tempo gasto no estudo. Eles passam quatro horas estudando
para o primeiro exame, cinco horas estudando para o segundo exame e seis horas estudando para o
terceiro exame.

Variável controlada: é o local onde o estudo ocorre, a quantidade de pausas que eles fazem durante o
estudo e os materiais de estudo que utilizam.

É importante que essas variáveis permaneçam as mesmas para cada sessão de estudo, de modo que
as notas dos exames sejam afetadas apenas pela quantidade de tempo que ela passou estudando, e
não por uma condição de estudo diferente.

Variável de resposta: significa as pontuações que recebem em cada exame, uma vez que esta variável
muda com base nos impactos das variáveis manipuladas e controladas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL

Exemplos de variáveis manipuladas no controle de processo

Aqui estão alguns exemplos de variáveis manipuladas em experimentos de controle de processo:

Exemplo Um

Um pesquisador automotivo quer entender melhor a relação entre os freios de um carro e o fluido de
freio. Eles acham que, se usarem mais fluido de freio, os freios podem funcionar melhor e, se um carro
estiver com pouco fluido, os freios podem ser mais difíceis de usar. Aqui estão as variáveis do experi-
mento:

Variável manipulada: O fluido de freio, já que o pesquisador automotivo pode alterar a quantidade de
fluido de freio em um carro

Variável de perturbação: o estado dos freios, uma vez que podem analisar como os freios respondem
à quantidade de fluido de freio que o carro usa

Exemplo Dois

Um soldador deseja identificar a temperatura necessária para aquecer placas de aço. Para conduzir o
experimento, eles usam um maçarico com diferentes configurações de temperatura para aquecer o
aço. Aqui estão as variáveis do experimento:

Variável manipulada: A temperatura do maçarico, já que o soldador pode configurá-lo para diferentes
temperaturas para ver como o aço reage Variável de perturbação: As placas de aço, uma vez que o
soldador usa a mesma placa de aço durante todo o experimento, e as placas mudam conforme o ma-
çarico as aquece.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Simbologia Da Norma ISA 5.1

A norma ISA S5.1 foi publicada em 1949, revista, afirmada e publicada em 1984,reafirmada em 1992 e
foi lançada uma proposta para consulta pública como rascunho(draft) em dezembro de 2008.

Todas as revisões tiveram o escopo de acomodar os avanços na tecnologia de instrumentação e refletir


a experiência coletiva adquirida neste período. Em 1949 a instrumentação era principalmente pneumá-
tica e começava a se usar a instrumentaçãoeletrônica analógica. Em 1984 já havia aplicações dos pri-
meiros instrumentos digitais compartilhados, em configurações distribuídas. Em 1992 já se aplicava de
modo intensivo e extensivo a instrumentação digital, com computadores, controladores lógicoprogra-
máveis, redes digitais. E agora, em 2009 a moda é a transmissão sem fio.

Esta norma ISA 5.1 não era aceita ou aplicada em todas as indústrias e o pessoalachava (erradamente)
que era exclusivamente dirigida para os processos contínuos daindústria petroquímica, de petróleo e
gás. Esta percepção, mesmo que não pretendida,resultou do fato que o pessoal que escreveu o original
e as revisões posteriores trabalhava principalmente nestas indústrias. Realmente, a norma ISA 5.1
pode ser aplicada e usada em Indústrias químicas, petróleo e gás natural, geração de potência, refino
de metal, papel e celulose e várias outras contínuas e de batelada, processamento de peças discretas
e manipulação de material.

Esta revisão de 2008 tenta consolidar esta norma em sua função com uma ferramenta de comunicação
em todas as indústrias que dependem de sistemas de medição e controle para operar e proteger seus
processos de fabricação, máquinas eoutros equipamentos. Quando integrada em um sistema, as de-
signações e símbolos apresentados aqui formam uma linguagem resumida e dedicada que comunica
conceitos, fatos, intenções, instruções e conhecimento acerca dos sistemas de medição e controle em
todas as indústrias.

A prática recomendada (1949) e a norma (1984 e 1992) foram publicadas como não mandatórias (vo-
luntárias). Sua principal vantagem era que elas poderiam ser usadas de modo amplo e interdisciplinar.
Sua principal desvantagem era que elas nãoeram suficientemente específicas, em alguns casos, para
satisfazer as exigências especiais de determinados grupos de interesse. Esta revisão é publicada como
uma norma consensual e contem declarações mandatórias e não-mandatórias, que devemser revistas
e aprovadas por um grande grupo experiente e especialista de praticantesda instrumentação e controle.

Para acompanhar as mudanças e fornecer novos símbolos foram editadas normas suplementares,
como

ISA 5.2, Diagramas Lógicos Binários para Operações de Processo, (1976,1981), que trata dos símbolos
lógicos e é pouco usada.

ISA 5.3, Símbolos gráficos para Instrumentação de Display para Controle Distribuído e Compartilhado,
Sistemas Lógicos e de Computador, (1983), quetrata de símbolos e identificação de instrumentos digi-
tais compartilhados, computadores e sistemas de intertravamento.

ISA 5.4, Diagramas de Malha de Instrumentos (1991), que trata de símbolos eidentificação de diagra-
mas de malha.

ISA 5.5, Símbolos Gráficos para Displays de Processo, (1985), que trata de símbolos gráficos para
serem usados em telas de vídeo em interface humano-máquina.

Esta nova revisão da ISA D 5.1 (2008) importa e incorpora vários símbolos e idéias destas normas
paralelas, melhorando e ampliando alguns conceitos e detalhando outros, como se a partir de agora,
só se precisa usar esta norma ISA. A norma ISA 5.1 (1992) possui 72 páginas e o rascunho desta norma
possui 130 páginas,ainda sem a tabela de conteúdo, nomes dos participantes e das empresas (a tra-
dução feita pelo autor.contém 131 páginas).

A norma ISA 5.1 é aplicada nos P&I, que também têm significados diferentes. Noinício (década de 50),
P&I significava Piping and Instruments (Tubulação e Instrumentos). A partir de determinada data, P&I
passou a significar Process and Instruments. Há também a forma mais extensa, P&ID, onde D é dia-
grama. Aliás, é interessante como a criatividade brasileira adapta os significados dos acrósticos ame-
ricanos. A norma de classificação mecânica de invólucros, IEC 60 659, utiliza as letras IP N1N2, que
significam Ingress Protection e os brasileiros interpretam-nas comoÍndice de Proteção.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Objetivo e escopo

A norma apresenta definições ou significados mandatórios para letras de identificação e para símbolos
usados em apresentações gráficas de equipamentos demedição e controle e funções são dadas. Por
exemplo, o tag de instrumento PT significa obrigatoriamente transmissor de pressão, TIC significa obri-
gatoriamente Controlador Indicador de Temperatura. Há letras com significados livres, à escolha do
usuário. Por exemplo, XI pode significar Indicador de condutividade, desde que o usuário mostre na
legenda que X = condutividade. YV pode significar uma válvula solenóide, desde que o usuário mostre
na legenda ou ao lado do símbolo, Y = solenóide.

Consistência é um critério que deve orientar a seleção e aplicação de identificação e esquemas gráfi-
cos. Por exemplo, se é usado o tag de PCV para válvulaauto-atuada de redução de pressão e PV para
válvula de controle de pressão atuada por sinal proveniente do controlador, isso deve ser aplicado em
todos os documentos de toda a planta e em todas as empresas do mesmo grupo. Outro exemplo, o
símboloda linha de transmissão analógica pode ser uma linha tracejada ou uma linha cortada por três
pequenos traços. Se for escolhida a linha tracejada, ela deve ser usada extensivamente em todos os
outros documentos.

Os símbolos e designações são usados como ajudas conceituais, ferramentas deprojeto, objeto de
treinamento e meios simples e específicos de comunicação em todosos tipos e espécies de documen-
tos técnicos, engenharia, comissionamento, partida, construção, operação e manutenção (e não ape-
nas em P&IDs). No passado, a norma ISA 5.1 foi flexível suficiente para servir a todos os usos descritos
anteriormente e esta revisão deverá continuar fazendo isso no futuro.

Formato

Esta revisão muda extensivamente o formato da norma ISA 5.1 1984 (R 1992). Cláusulas 4, 5 e 6
(Roteiro do sistema de identificação, Tabelas e Desenhos) e os

Anexos informativos A e B são novos ou revistos extensivamente.

Cláusula 4 (Tabelas de Letras de Identificação) eram previamente a Cláusula 5, (Tabelas). É quase a


mesma que a versão anterior e trata somente da Tabela 4 (Letrasde Identificação), que era previamente
a Tabela 1 (Letras de Identificação).

Cláusula 5, (Conjuntos de Símbolos Gráficos) é uma nova cláusula que contêmnovos símbolos e os
símbolos que estavam previamente na Cláusula 6, (Desenhos) apresentados em um formato de tabela
que inclui texto descrevendo a aplicação dossímbolos, mas não dava exemplos de seu uso.

Cláusula 6, (Dimensões de símbolos gráficos), é uma nova cláusula que estabelece as dimensões
mínimas mandatórias para os símbolos mostrados nas tabelas da Clausula 5 quando usados na prepa-
ração de desenhos de engenharia emtamanho pleno (A0).

Anexo A, (Recomendações para o Sistema de Identificação), era previamente aCláusula 4, (Roteiro do


Sistema de Identificação), e apresenta os métodos de identificação de instrumentação e função mais
comumente usadas.

Foram incluídas tabelas (Combinação de letras de malha e função permitida) eadicionadas tabelas
(Esquema de letra de malha permitido).

Anexo B, Recomendações do Sistema de Símbolo Gráfico é uma nova cláusula que substitui os exem-
plos anteriormente dados na Cláusula 6, Desenhos, para forneceralguma ajuda limitada na aplicação
dos símbolos na Cláusula 5.

Definições para letras de identificação e símbolos são agora mandatórios parareduzir a confusão cau-
sada por dar significados para identificação e símbolos não incluídos nesta norma.

As diferenças de formatação e conteúdo da norma ISA S 5-1 (1992) e da ISA D 5-1 (2008) estão mos-
tradas, de modo simplificado na tabela 1.

Tabela 1 – Comparação das normas 5-1, versão 1992 e 2008

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Diferenças básicas

O número de simbologia e balões de tagueamento requeridos para mostrar um esquema de medição


ou controle era permitido para variar de tudo deve ser conhecido para o mínimo requerido para
atender a instrumentação e funcionalidaderequeridas. Agora são fornecidas recomendações para aju-
dar na aplicação de identificação e simbologia e para incluir alguns métodos alternativos.

Os significados de Display Compartilhado, Controle Compartilhado e ControleLógico Programá-


vel foram explicados e expandidos por causa das mudanças da tecnologia e uso desde sua publicação
na ISA 5.3-19832, Símbolos Gráficos para Controle Distribuído, Instrumento com Display Comparti-
lhado, Lógica e Sistemas de Computador.

Os significados comumente assumidos de círculo no quadrado como funções desistema de controle


distribuído (SDCD), e losango no quadrado como funções de controlador lógico programável não são
mais exatas, pois elas não mais refletem os significados atualmente aceitáveis. SDCS e PLC podem
ambos executar funções de controle contínuos e binários. As mesmas funções são executadas por
computadorespessoais (PCs) e por equipamentos de campo microprocessados.

Os dois símbolos círculo no quadrado e losango no quadrado são classificadoscomo display comparti-
lhado e controle compartilhado. Agora círculo no quadrado irámostrar

Escolha de sistema de controle primário ou

BPCS, sistema de controle de processo básico (basic process control system).

Losango no quadrado irá mostrar

Escolha de sistema de controle alternativo ou

(b) SIS, Sistema Instrumentado de Segurança (Safety Instrumented System).

Usuários que continuam a usar os símbolos, como no passado, devem mudarpara os significados re-
vistos, o mais cedo possível.

Símbolos e descrições de símbolos de processamento de sinais ou blocos de função ou designadores


da SAMA foram adaptados na norma ISA 5.1-1984 (R 1992) para uso em diagramas esquemáticos de
malha. Esta revisão adiciona diagramas parainstrumento, malha e funções de programas de aplicação.

Recomendações para um número limitado de aplicações dos símbolos serãoencontradas no Anexo B,


Recomendações para Sistemas com Símbolos Gráficos(informativo).

Os símbolos de linhas binárias, que foram introduzidas na ISA 5.1-1984 (R 1992)para ajudar as indús-
trias com processos de batelada, foram eliminados por causa de sua falta de uso geral e aceitação e
as várias objeções ao seu uso. Se seu uso para desejado dentro das indústrias com processos de
batelada, um Relatório Técnico da ISA poderia ser produzido para cobrir esta necessidade única.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Os vários exemplos contidos na Seção 6 da ISA 5.1-1984 (R 1992) foramreduzidos em número e são
agora localizados no Anexo B.

É esperado que Relatórios Técnicos da ISA sejam preparados baseados nestanorma para cobrir a
aplicação de identificação e métodos de simbolização e práticasnos detalhes requeridos por usuários
nestas várias indústrias além das indústrias deprocesso.

Os elementos chave da ISA 5.2-1976 foram incorporados e integrados com ossímbolos lógicos da
SAMA PMC 22.1-1981 para simbolizar e descrever funções binárias.

Os elementos chave da ISA 5.3-1983 foram incorporados na ANSI ISA 5.1-1984(R1992) e têm sido
expandidos nesta revisão.

Recomendações para sistema binário estão no Anexo B, Recomendações paraSistema de Símbolos


Gráficos.

Acréscimos importantes

A norma ISA D 5-1 (2008) é muito mais elaborada, explicativa, cuidada e didáticaque a versão anterior
ISA S 5-1 (1992). Ambas possuem 6 cláusulas, levemente diferentes. Adicionalmente, a norma ISA D
5-1 possui um prefácio e uma introdução (com 25 notas) e dois apêndices excelentes que dão reco-
mendações e roteiro para o sistema de identificação e para os símbolos gráficos. Todas estas seções
são informativas e não normativas.

Na cláusula Escopo, a nova versão introduz uma interessante classificação da instrumentação, como
primária, secundária, auxiliar e acessória. Ainda no escopo, háas novidades de Extensão da Simboli-
zação e Inclusão e modificação desta norma emdocumento de engenharia e projeto do usuário.

Vale a pena mostrar esta classificação de instrumentação.

Instrumentação primária

Instrumentação primária consiste de equipamentos e dispositivos para medir, monitorar, controlar ou


calcular e suas funções inerentes e funções de programa que incluem, mas não são limitadas a, trans-
missores, registradores, controladores, válvulasde controle, equipamentos de segurança e controle
auto-atuados e funções de programa de aplicação que requerem ou permitem ao usuário atribuir iden-
tificações.

Instrumentação secundária

Instrumentação secundária consiste de equipamentos e dispositivos de medição,monitoração e controle


que incluem, mas não são limitados a, visores de nível, manômetros, termômetros e reguladores de
pressão.

Instrumentação auxiliar

Instrumentação auxiliar consiste de equipamentos e dispositivos que medem,controlam ou calculam e


que são necessários para a operação efetiva da instrumentação primaria ou secundaria, elas incluem
mas não são limitados a, equipamentos de calculo, purgadores, sistemas de manipulação de amostra
econjuntos de filtro-regulador de ar de instrumentos.

Instrumentação acessória

Instrumentação acessória consiste de equipamentos e dispositivos que não medem ou controlam mas
são necessários para a operação efetiva do sistema de medição, monitoração ou controle, elas incluem
mas não são limitadas a tubos retos para medição de vazão, retificadores e condicionadores de vazão
e potes de selagem.

Novas definições

A norma introduz conceitos e definições novos, tais como: datalink, link de comunicação, BPCS e
HLCS, SIS. São melhorados os conceitos de SDCD: sistema decontrole distribuído (SDCD em portu-
guês e DCS em inglês) e de CLP: Controlador Lógico Programável, controle e display compartilhados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Datalink

Um fio, cabo ou rede eletromagnética ou sistema de barramento que liga equipamentos localizados no
campo com microprocessadores dedicados de modo queeles compartilham uma base de dados comum
e se comunica de acordo com um protocolo rígido em uma relação hierárquica ou ponto a ponto (peer-
to-peer) para outroequipamento ou sistemas compatíveis baseados em microprocessador; ver também
link de comunicação.

Link de comunicação

Um fio, cabo ou circuito eletromagnético ou sistema de barramento (bus) que conecta sistemas dedi-
cados baseados em microprocessador ou baseado em computador tal que eles compartilham uma
base de dados comum e se comuniquem de acordo com um protocolo rígido em uma relação hierár-
quica ou ponto a ponto (peer-to-peer); ver datalink.

Link de programa

A interligação de componentes do sistema via rede de comunicação ou funçõesvia programa ou instru-


ção de teclado.

BPCS - Sistema Básico de Controle de Processo

Instrumentação e sistema que são instalados para monitorar e controlar operações de produção nor-
mais usados mas não limitados a combinações de simplesmonitores de malha pneumática e eletrônica
e controladores, controladores lógico programáveis e sistemas de controle distribuídos.

Um BPCS é necessário para operar uma planta ou processo.

HLCS – Sistema de controle de alto nível

Sistema de controle de alto nível fornece sofisticação acima do BPCS.

Suas funções são tipicamente baseadas em computador de processo ou equipamento de mais alto
nível que interage com o processo pela manipulação depontos de ajuste no BPCS.

Por exemplo, funções de controle no HLCS:

Controle Estatístico de Processo e

Controle preditivo antecipatório (feedforward).

Sistema Instrumentado de Segurança (SIS)

Sistema Instrumentado de Segurança é o composto de sensores, resolvedores delógica e elementos


finais de controle com o objetivo de levar o processo para um estado seguro quando condições pré-
determinadas forem violadas.O tipo do Sistema Instrumentado de Segurança (Sistema Instrumentados
de Segurança) depende do SIL(Nível de Integridade de Segurança)

SDCD

SDCD é a instrumentação, equipamentos de entrada e saída, equipamentos de controle e equipamen-


tos de interface do operador, que executa as funções de controlee indicação estabelecidas. O sistema
permite a transmissão de controle, medição e informação de operação para e de locais únicos ou múl-
tiplos especificados pelo usuário, ligado por um ou vários links de comunicação.

CLP

CLP é um controlador, usualmente com várias entradas e saídas, que contem umprograma alterável
que é tipicamente usado para controlar lógica discreta ou binária oufunções seqüenciais e pode também
ser usado pra fornecer funções de controle continuas.

Importados da norma ISA 5.2, são apresentadas as definições de

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Controle compartilhado

controle compartilhado é uma característica de um equipamento de controle ou função que contem um


número de algoritmos pré-programados, que são recuperáveis,configuráveis e conectáveis pelo usuário
e permite que estratégias ou funções de controle definidas pelo usuário sejam implementadas.

Geralmente usada para descrever as características de controle de um sistema de controle distribuído,


controlador lógico programável ou outro sistema baseadoem microprocessador ou computador main-
frame.

Controle de múltiplas variáveis de processo pode ser implementado. compartilhando as capacidades


de um único equipamento desta espécie.

Display compartilhado

Display compartilhado é o equipamento de interface com o operador, um vídeo, diodo emissor de luz,
cristal liquido ou outra unidade de display, usada para mostrar a informação de controle de processo
de um número de fontes ao comando do operador.Geralmente é usado para descrever as característi-
cas visuais de um sistema de controle distribuído, controlador lógico programável ou outro sistema
baseado em microprocessador ou em computador mainframe.

Tabelas

No Brasil, são encontradas e usadas duas tabelas para identificação de funções evariáveis de processo.
Há uma tabela antiga, onde as seguintes letras possuem os significados: C = condutividade elétrica, D
= Densidade ou massa especifica,

M = Umidade e V = Viscosidade

Na tabela nova, que deve ser utilizada, as letras C, D e M são de livre escolha dousuário e a letra V
significa Vibração mecânica. Corretamente, a norma considera quecondutividade, densidade, umidade
e viscosidade são tipos de Análise e, portanto

deve-se usar a letra A para identificá-las. Como sobrou a letra V, ela passou a significarvibração me-
cânica, variável importante na monitoração de máquinas rotativas.

Na nova versão a cláusula 5: Tabela de símbolos gráficos fornece as tabelas a serem usadas para
aplicações comuns, com notas explicativas. Nada mudou nos símbolos de equipamento e funções de
instrumentação, onde são mostrados os instrumentos analógicos e digitais, dedicados e compartilha-
dos, computadores e instrumentos de segurança, locais de montagem no campo e na sala de controle
e na sala, em painéis acessíveis e não-acessíveis e no campo, painéis auxiliares acessíveise não-aces-
síveis.

Símbolos de linhas de ligação

A grande alteração se deu nos símbolos da linha de conexão entre instrumentos.

Na norma antiga, havia linhas diferentes para sinais analógicos e discretos; na nova versão, não há
distinção do símbolo para sinais analógicos ou discretos. Aqui vale ressaltar a grande confusão feita
por projetistas e instrumentistas quanto ao conceito de sinais analógico, discretos e digitais. A maioria
das pessoas chama os sinais discretos, que saem das chaves e entram nos módulos de entrada dos
sistemas digitais, de digitais. Isso não é correto, pois os sinais digitais entram nos sistemas digitais
através de redes de comunicação digital. Sinais digitais são bi-direcionais e por isso são simultanea-
mente de entrada e de saída e por isso não podem entrar em módulos de entrada e nem sair em
módulos de saída. Quando um CLP não possuir uma porta digital em sua CPU, geralmente possui um
modulo de comunicação digital para a entrada e saída simultânea dos sinais digitais. Os sinais prove-
nientes das chaves devem entrar em módulos de entrada de sinais discretos. Mutatis mutandis, os
sinais que vão para solenóides e partidas de motores devem sair dos módulos de saídade sinais dis-
cretos. Lógico, não? Convencidos e cooptados?

Tabelas de dimensão do símbolo gráfico

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

A nova versão ISA d 5.1 fornece unidades de medição para dimensionar parâmetros que são necessá-
rios para construir os símbolos gráficos, úteis e necessárias para os desenhistas profissionais. Por
exemplo, o tamanho tradicional deum balão para representar um instrumento está entre 10 e 12 mm de
diâmetro.

Exemplo de tabela com dimensões:

Fig. 3. Tabela com dimensões mínimas de símbolos.

Tabelas de letras combinadas

As tabelas de combinações de letras que eram mostradas nas Tabela 2, na versão nova estão no
Apêndice A e três tabelas antigas foram transformadas em 14tabelas atuais.

Aplicações de símbolos gráficos

Na versão nova, há um Apêndice B que fornecem representação da instrumentação e funções reque-


ridas pelo processo, maquinas ou equipamentos, taiscomo medição, indicação, controle, modulação,
chaveamento de variáveis. Os usos mais comuns para:

Diagramas de instrumento são fluxogramas de processo (PFD), diagramas detubulação e instrumentos


(P&ID), fluxogramas de engenharia (EFS) e fluxogramas mecânicos (MFD).

Diagramas funcionais são detalhes de equipamento e função da malha e detalhes de programa de


aplicação para sistemas de controle e monitoraçãobaseados em microprocessador.

Esquemas elétricos são diagramas elétricos para controle de motor e outroscontroles liga-desliga .

Diagramas lógicos binários são intertravamentos completos e são ferramentaspara programação lógica
e programa de aplicação para sistemas lógicos binários baseados em microprocessadores.

Fig. 4. Exemplo de um controlador multivariável multifunção desenhado combalões para entradas das
variáveis medidas, funções do controlador e indicador eelementos finais de controle, por exemplo:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
SIMBOLOGIA DA NORMA ISA 5.1

Fig. 5. Diagrama de instrumentos do anexo B.13.2.

Fig. 6. Diagrama funcional do anexo B.13.3.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
PRESSÃO E TEMPERATURA

Pressão e Temperatura

Estudo dos Gases

Com exceção dos gases nobres, que são formados por átomos isolados a maioria dos gases são
compostos moleculares. Fisicamente, os gases possuem grande capacidade de compressão e ex-
pansão, não possuindo nem forma nem volume definidos, pois ocupam o volume a forma do recipi-
ente que os contém.

Há uma diferença entre gás e vapor: o vapor é capaz de existir em equilíbrio com a substância em
estado líquido e até mesmo sólido; o gás, por sua vez, é um estado fluido impossível de se liquefa-
zer.

Temperatura

É a medida da agitação das partículas.


Nos estudos dos gases utiliza-se a escala Kelvin (K), cuja fórmula de conversão em relação à tempe-
ratura em graus Celsius (C) é:

K = C+273

Pressão

É a força por unidade de área. No caso dos gases a pressão é resultante do movimento das partícu-
las em choque com as paredes do recipiente que contém o gás. As unidades de medida para a pres-
são atmosférica medida ao nível do mar são:

Volume ocupado por um gás


Igual ao volume do recipiente que o contém. As unidades são:

Mol
Quantidade de uma substância:

CNTP – condições normais de temperatura e pressão (273 K e 1 atm). Nessas condições 1 mol de
gás ocupa 22,4 L (volume molar de gases).

Transformações Gasosas

Isotérmica (temperatura constante); caso se diminua o volume do gás (diminuindo o volume do recipi-
ente que o contém), a pressão aumenta:

Isobárica (pressão constante); caso se aumente a temperatura o volume também aumenta:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PRESSÃO E TEMPERATURA

Isocórica ou Isovolumétrica (volume constante); ao se aumentar a temperatura a pressão também


aumenta

Equação geral dos gases ideais: se as três propriedades (volume, pressão e temperatura) variarem, a
equação será:

É chamado de gás ideal a todo gás que se comporta conforme as equações acima descritas. Na mai-
oria das vezes os gases não se comportam como gases ideais, e são chamados de gases reais.
Usam-se as equações acima, fazendo a adaptação para os casos de gases reais.

Equação de estado dos gases perfeitos


Mesmo que haja transformações pode-se usar a equação geral dos gases a qualquer momento:

A equação acima relaciona o número de mols de um gás com a temperatura, pressão e volume; ou
seja, dados, por exemplo, a pressão, o volume e a temperatura de um gás, é possível calcular quan-
tos mols de gás estão presentes nesse volume.

Mistura de gases

Toda mistura de gases é um sistema homogêneo. A pressão final alcançada será a soma de todas as
pressões parciais dos gases misturados. Por exemplo, caso misturemos 3 gases com pressões parci-
ais de 1, 2 e 3 atm a pressão final será 6 atm.

Para mistura de n gases a equação será:

Por generalização:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PRESSÃO E TEMPERATURA

Fração molar de cada um dos gases da mistura é a razão entre o número de mols desse gás e o nú-
mero total de mols.

Teoria cinética dos gases


Dentro do estudo dos gases, a Teoria Cinética inicia-se com o conceito de gás ideal ou perfeito. O
comportamento dos gases reais aproxima-se, em certas condições, do comportamento dos gases
ideais, obedecendo à lei dos gases (relação entre pressão, volume e temperatura). Os postulados da
teoria cinética dos gases estabelecem que as moléculas do gás ideal ou perfeito:

1º) movem-se desordenadamente (caos molecular) e apresentam velocidades variáveis, cuja média
está relacionada com a temperatura do gás.

2º) não exercem ação mútua, isto é, não interagem, exceto durante as colisões.

3º) chocam-se elasticamente entre si e com as paredes do recipiente, não havendo, portanto, perda
energética nessas colisões.

4º) apresentam volume próprio total desprezível, em comparação com o volume ocupado pelo gás.

O comportamento dos gases reais se aproxima do previsto para o modelo ideal quando em altas tem-
peraturas e baixas pressões. A pressão exercida pelo gás é resultado do bombardeio que as molécu-
las, em seu movimento caótico, determinam sobre as paredes do recipiente.

Então, à primeira vista, pode parecer estranho que um gás, em alta temperatura (alto grau de agita-
ção molecular), exerça baixa pressão, de acordo com a condição estabelecida para que o gás real
tenha comportamento próximo do ideal. No entanto, a baixa pressão é possível desde que a quanti-
dade de moléculas no recipiente seja pequena. Em outros termos, podemos dizer que a referida con-
dição exige que se tenha um gás real rarefeito em alta temperatura. O gás real nessa situação se
comporta de modo aproximado como ideal porque, havendo poucas moléculas em temperatura ele-
vada, a distância média entre as moléculas é muito grande, sendo pequena a intensidade das forças
de ação entre elas. A quantidade pequena de moléculas faz com que o volume próprio delas seja
desprezível quando comparado com o volume total ocupado pelo gás.

Variáveis de Estado

A temperatura absoluta (T), a pressão (p) e o volume (V) são as denominadas variáveis de estado de
um gás ideal. Qualquer equação que englobe as três variáveis constitui uma equação de estado do
gás.

As chamadas “condições normais de temperatura e pressão” (CNTP) correspondem ao estado de um


gás, caracterizado por:

CNTP:
p = 1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg (milímetros de mercúrio)
T = 273 K (0ºC)

Equação De Clapeyron

A equação de estado para o gás perfeito ou ideal é a denominada equação de Clapeyron, dada por:
p⋅V=n⋅R⋅T

Nessa equação, n representa o número de moIs do gás, que corresponde à relação entre a massa m
do gás (expressa em gramas) e a massa molar M:
n=mM

R é a constante universal dos gases perfeitos, não dependendo da natureza do gás. Seu valor de-
pende das unidades usadas na medida da pressão e do volume. Os valores usuais são:
R = 0,082 atm.l/mol.K

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PRESSÃO E TEMPERATURA

R = 8,31 J/mol.K
R = 2,0 cal/mol.K

Lei Dos Gases

Uma transformação gasosa é toda alteração provocada em uma quantidade fixa de gás. Suponha
um dado gás, encerrado em um recipiente fechado que é tampado por um êmbolo móvel, sendo as-
sim possível a variação do seu volume. Visto que o recipiente é fechado, o número de mols presente
nesse gás é constante. Desta forma, através da equação de estado dos gases ideais, podemos ob-
servar o seguinte:

pV=nRT⇒pVT=nR=constante

Como queríamos demonstrar, pVT=constante⇒

p0V0T0=P1V1T1

Essa equação traduz matematicamente a Lei geral dos gases perfeitos, relacionando os valores
das variáveis de estado de dois estados quaisquer de um gás ideal (chamados de estado 0 e estado
1), supondo não haver alteração de massa durante o processo de variação de pressão, volume e
temperatura, isto é, durante a transformação gasosa ocorrida.

A temperatura é definida como a medida do nível de energia térmica de um material, ou seja, é a me-
dida do nível ou grau de agitação das partículas constituintes (átomos ou moléculas). Quanto mais
agitadas estiverem essas partículas, maior será o valor da temperatura.

Assim como a massa e o volume, que podem ser medidos com o auxílio de alguns equipamentos,
como balanças e vidrarias graduadas, a temperatura também é uma grandeza e pode ser medida por
meio de um termômetro digital ou de mercúrio. O termômetro de mercúrio é feito de um fino tubo de
vidro com mercúrio dentro. Esse líquido dilata-se com o aumento da temperatura e assim indica seu
valor na graduação, que fica na parte externa do tubo.

Essas graduações são chamadas de escalas termométricas e são três as mais utilizadas: graus Cel-
sius (ºC), Kelvin (K) e Fahrenheit (ºF). Veja como converter essas unidades umas nas outras no
texto Conversão de Escalas Termométricas.

No caso do estudo da temperatura dos gases ideais, considera-se somente a escala Kelvin, que tam-
bém é chamada de zero absoluto ou zero termodinâmico. Isso porque a escala Kelvin não possui va-
lores negativos para a temperatura como ocorre com a escala Celsius. O zero absoluto, que corres-
ponde à temperatura de -273,15 ºC, nunca foi atingido. Acredita-se que, nesse ponto, a agitação das
partículas para completamente, estando todas as substâncias no estado sólido, e que, no caso dos
metais, eles tornam-se supercondutores, ou seja, a resistência elétrica deles é igual a zero.

A temperatura é considerada uma propriedade intensiva porque não depende da massa da amostra.
Se você medir a temperatura de uma panela cheia de água, por exemplo, e, depois, retirar um copo
dessa água e medir novamente, a temperatura será a mesma. Essa é uma das propriedades que di-
ferenciam o calor da temperatura, pois o calor depende da massa do material. Ele, na verdade, é a
energia térmica em trânsito, isto é, quando essa energia flui de modo espontâneo de um corpo de
maior temperatura para um de menor temperatura. Assim, quanto maior for a massa do material de
maior temperatura, maior será o calor fornecido.

A temperatura também é uma das variáveis de estado dos gases, assim como a pressão e o volume.
A variação dessas três grandezas exerce grande influência sobre as propriedades e comportamento
das substâncias gasosas. Só faz sentido mencionarmos o volume do gás, por exemplo, se fornecer-
mos também a sua pressão e temperatura.

Quando a pressão é mantida constante (Transformação isobárica), a temperatura varia proporcional-


mente com a variação do volume. Isso ocorre porque, se a temperatura aumenta, significa que a agi-
tação das partículas constituintes do gás está maior. Com isso, a tendência é haver a expansão do
gás, isto é, o volume aumenta com o aumento da temperatura.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
PRESSÃO E TEMPERATURA

A transformação isobárica acima mostra que, quando a temperatura aumenta o dobro do inicial, o vo-
lume também dobra

Agora quando o volume é mantido constante (Transformação isocórica ou isovolumétrica), a tem-


peratura varia proporcionalmente com a variação da pressão. Isso quer dizer que, se aumentarmos a
temperatura, a pressão dentro do recipiente que contém o gás também aumentará e vice-versa. Isso
ocorre porque a pressão é resultado das colisões das partículas do gás com as paredes do recipi-
ente, assim, quanto mais colisões, maior será a pressão. Se a temperatura aumentar, a energia ciné-
tica das partículas também aumentará, e elas se movimentarão com maior velocidade, aumentando a
pressão.

Em uma transformação isotérmica, provoca-se a variação do volume e da pressão de determi-


nado gás, porém mantém-se a temperatura constante; daí a origem do nome isotérmico (do
grego: iso = igual; thermo = calor).

Os cientistas Boyle e Mariotte, de modo isolado, fizeram experiências semelhantes e o resultado ob-
tido foi: à medida que se aumenta a pressão, o volume do gás diminui.

É só pensarmos, por exemplo, no êmbolo de uma seringa. Se aplicarmos uma pressão externa sobre
este êmbolo, ou seja, se aumentarmos a pressão, o volume do ar ocupado dentro da seringa diminu-
irá, e vice-versa.

O volume e a pressão são inversamente proporcionais: no quadrinho da esquerda, a pressão é pe-


quena e o volume ocupado pelo ar é grande. Já no da direita, quando se aplica uma maior pressão
sobre o êmbolo da seringa, o volume diminui.

Isso não é um caso isolado, é algo que se repete com uma regularidade comum para os gases. Por
isso, esse fato foi enunciado na forma de uma lei, que pode ser descrita assim:

Lei de Boyle ou Lei de Boyle-Mariotte: Sob temperatura constante, o volume ocupado por de-
terminada massa fixa de um gás é inversamente proporcional à sua pressão.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
PRESSÃO E TEMPERATURA

Isso significa que se dobrarmos a pressão de um gás, seu volume reduzirá pela metade e assim por
diante. Quando duas grandezas como essas são inversamente proporcionais, o seu produto é uma
constante; desse modo, matematicamente, essa relação pode ser representada assim:

P.V = k

Onde k = constante.

Assim, se em uma primeira situação temos o valor da pressão de determinado gás como sendo P1 e
seu respectivo volume como V1, então temos que:

P1 . V1 = k

Se aumentarmos essa pressão para P2, seu volume também será alterado para V2 e novamente te-
remos que:

P2 . V2 = k

Desse modo, chegamos à conclusão:

P1 . V1 = P2 . V2

Essa constância pode ser vista pelo exemplo dado na tabela abaixo, das pressões e volumes de um
gás com massa fixa:

Representando graficamente esses valores, veremos a formação de uma curva.

A representação gráfica de uma transformação isotérmica será sempre uma hipérbole, independente
dos valores da pressão e do volume e da temperatura em que foi realizado o experimento. Essa hi-
pérbole é chamada de isoterma; de modo que, conforme pode ser visto no gráfico abaixo, diferentes
temperaturas originam diferentes isotermas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
PRESSÃO E TEMPERATURA

Sistemas gasosos: Lei dos gases. Equação geral dos gases ideais

No final da postagem tem uma videoaula bem interessante, vale a pena conferir.

E você, qual o concurso você vai fazer? Faça um comentário para mim, pois posso fazer postagens
direcionadas para ele e te ajudar mais. Aproveita também para inscrever seu e-mail para receber con-
teúdos todos os dias.

As leis de gás foram criadas no final do século XVIII, quando os cientistas começaram a perceber que
nas relações entre a pressão, o volume e a temperatura de uma amostra de gás pode ser obtida uma
fórmula que seria válida para todos os gases. Eles comportam-se de forma semelhante numa ampla
variedade de condições, devido à boa aproximação com moléculas que estão mais afastadas, e
agora a equação de estado para um gás ideal é derivada da teoria cinética. Agora as leis anteriores
de gás são como casos especiais da equação do gás ideal, com uma ou mais das variáveis mantidas
constantes.

Lei de Boyle: Relação pressão-volume (transformação isotérmica)

A Lei de Boyle-Mariotte, proposta pelo químico e físico irlandês Robert Boyle (1627-1691), apresenta
a transformação isotérmica dos gases ideais, de modo que a temperatura permanece constante, en-
quanto a pressão e o volume do gás são inversamente proporcionais. Assim, a equação que ex-
pressa a lei de Boyle:

P.V= K OU P= K/V

Donde,

p: pressão da amostra

V: volume

K: constante de temperatura (depende da natureza do gás, da temperatura e da massa)

Lei de Gay – Lussac: Transformação Isobárica

A Lei de Gay-Lussac, proposta pelo físico e químico francês, Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850),
apresenta a transformação isobárica dos gases, ou seja, quando a pressão do gás é constante, a
temperatura e o volume são diretamente proporcionais, expressa pela fórmula:

V= K.T OU K= V/T

Donde,

V: volume do gás

T: temperatura

k: constante da pressão (isobárica)

Lei de Charles: Relação temperatura-volume (transformações isométricas)

A Lei de Charles, proposta pelo físico e químico francês Jacques Alexandre Cesar Charles (1746-
1823), apresenta a transformação isométrica ou isocórica dos gases perfeitos, ou seja, o volume do
gás é constante, enquanto a pressão e a temperatura são grandezas diretamente proporcionais. A
partir disso, a fórmula que expressa a lei de Charles:

P= KT OU K=P/T

Donde,

P: pressão

T: temperatura

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
PRESSÃO E TEMPERATURA

K: constante de volume (depende da natureza, do volume e da massa do gás)

Equação de Clapeyron

A Equação de Clapeyron foi formulada pelo físico-químico francês Benoit Paul Émile Clapeyron
(1799-1864). Essa equação consiste na união das três leis dos gases, na qual relaciona as proprieda-
des dos gases dentre: volume, pressão e temperatura absoluta.

P.V= n.R.T

Donde,

P: pressão

V: volume

n: número de mols

R: constante universal dos gases perfeitos: 8,31 J/mol.K

T: Temperatura

Equação Geral dos Gases Perfeitos

A Equação Geral dos Gases Perfeitos é utilizada para os gases que possuem massa constante (nú-
mero de mols) e variação de alguma das grandezas: pressão, o volume e a temperatura, estabelecida
pela seguinte expressão:

Donde,

P: pressão

V: volume

T: temperatura

K: constante molar

P1: pressão inicial

V1: volume inicial

T1: temperatura inicial

P2: pressão final

V2: volume final

T2: temperatura final

Combinação e as leis dos gases ideais:

A lei geral dos gases ou equação geral dos gases, está formada pela combinação das Leis de
Boyle e Charles, e mostra a relação entre pressão, volume e temperatura de uma massa fixa de gás:

Com a adição da lei de Avogadro, a lei dos gases em geral torna-se a lei dos gases ideais:

Onde a constante, agora chamada de R, é a constante dos gases, com um valor de 0,08206
(atm∙L)/(mol∙K)

Uma formulação equivalente a esta lei é:

PV=KNT

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
PRESSÃO E TEMPERATURA

onde

K é a constante de Boltzmann (1.381×10−23 J·K−1 em unidades SI)

N é o número de moléculas.

Estas equações só são precisas para um gás ideal, que não leva em conta os efeitos diversos inter-
molecular (ver gás real). No entanto, a lei do gás ideal é uma boa aproximação para a maioria dos ga-
ses sob pressão e temperatura moderada.

Esta lei tem as seguintes consequências importantes:

Se a temperatura e a pressão permanecem constantes, o volume do gás é diretamente proporcional


ao número de moléculas do gás.

Se a temperatura e o volume permanecem constantes, a pressão do gás é diretamente proporcional


ao número de moléculas do gás.

Se o número de moléculas de gás e a temperatura permanecem constantes, a pressão é inversa-


mente proporcional ao volume.

Se as mudanças de temperatura e o número de moléculas de gás permanecem constantes, então ou


a pressão ou volume (ou ambos) vão mudar em proporção direta com a temperatura.

Quando estudamos um gás, temos que estudar suas três grandezas fundamentais: pressão, vo-
lume etemperatura. Essas grandezas são chamadas de variáveis de estado dos gases porque elas
influenciam grandemente suas propriedades e comportamento. Por exemplo, só faz sentido mencio-
narmos o volume do gás se fornecermos também qual é a sua pressão e temperatura.

Vejamos cada uma dessas três variáveis de estado:

1. Pressão:

A pressão é definida como a força exercida na direção perpendicular sobre uma dada superfície em
relação à área dela. No caso dos gases, a pressão exercida é provocada pelos choques de suas par-
tículas contra as paredes do recipiente.

A primeira pressão de um gás a ser determinada experimentalmente foi a pressão do ar atmosférico,


que, na verdade, é uma mistura de gases. A pressão atmosférica foi obtida pela primeira vez em
1643 pelo cientista italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) por meio de seu barômetro de mercúrio.

Ele preencheu um tubo de vidro de 1 metro com mercúrio e o emborcou sobre um recipiente que tam-
bém continha mercúrio (Hg). A coluna de mercúrio do tubo desceu até parar em determinada altura.
Torricelli verificou que ao nível do mar o nível do mercúrio no interior do tubo se estabilizava em 76
cm ou 760 mm. Por isso, o valor da pressão atmosférica ao nível do mar ficou sendo de 760 mm Hg.

Experimento de Torricelli com tubo de mercúrio para determinar a pressão atmosférica

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
PRESSÃO E TEMPERATURA

Atualmente, a unidade do SI para pressão é o Pascal (Pa = N/m 2), mas ainda existem outras que são
muito usadas, como o atm e o torr. Veja abaixo a relação entre essas unidades:

Tabela De Equivalências Entre As Unidades De Pressão

Ao nível do mar, temos uma espessura de cerca de 800 km de ar, exercendo essa pressão sobre os
corpos. Mas o valor da pressão atmosférica varia com a altitude, pois à medida que vamos para luga-
res mais elevados que o nível do mar, a pressão atmosférica vai diminuindo e vice-versa.

Abaixo temos a imagem de um barômetro usado atualmente para medir a pressão do ar atmosférico:

Barômetro usado para medir a pressão do ar atmosférico

2. Volume:

O volume é dado pela multiplicação do comprimento pela altura e pela largura de um corpo, conforme
mostrado no caso do cubo abaixo:

Volume De Um Corpo

No caso dos gases, eles tendem a ocupar o volume do recipiente que os contém, em virtude da sua
grande capacidade de expansão.

A unidade de volume no SI é o metro cúbico (m 3), mas a mais usada em Química costuma ser o litro
(L). Veja algumas relações entre várias unidades usadas para volume:

Tabela de equivalências entre as unidades de volume

3. Temperatura:

A temperatura dos gases mede a agitação de suas moléculas. Quanto maior a velocidade delas,
maior a temperatura. O aparelho usado para medir a temperatura é o termômetro, geralmente o de
mercúrio, que possui uma graduação com escalas termométricas no tubo de vidro na parte exterior e,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
PRESSÃO E TEMPERATURA

por dentro, o mercúrio líquido. Quando a temperatura aumenta, esse líquido se dilata e indica a me-
dida da temperatura.

A unidade no SI é o Kelvin (k), também chamada de escala absoluta. Porém, no Brasil, a mais usada
é o graus Celsius (ºC) e, em outros países, usa-se a escala Fahrenheit (°F).

0°C equivale a 273 K, e 373K corresponde a 100°C. Isto significa que para se converter o grau Cel-
sius em Kelvin, basta somar 273: TK = T°C + 273.

Abaixo temos a imagem de um termômetro que possui duas escalas termométricas, a escala Celsius
(°C) e a escala Fahrenheit (°F):

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

A Medição de Pressão

A medição de pressão é ponto de interesse da ciência há muitos anos. No final do século XVI, o italiano
Galileo Galilei (1564-1642) recebeu patente por um sistema de bomba d’água usada na irrigação (Cu-
riosidade: em 1592, usando apenas um tubo de ensaio e uma bacia com água, Galileo montou o pri-
meiro termômetro.

Ele colocou um tubo com a boca para baixo, semi-submerso na água. Assim, quando o ar de dentro do
tubo esfriava, o volume diminuía e subia um pouco de água dentro do cilindro de vidro. Quando o ar
esquentava, o volume aumentava e a água era empurrada para fora. O nível da água, portanto, media
a temperatura do ar. ).

O coração de sua bomba era um sistema de sucção que ele descobriu ter a capacidade de elevar a
água no máximo 10 metros. A causa desse limite não foi descoberta por ele, o que motivou outros
cientistas a estudarem esse fenômeno.

Em 1643, o físico italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) desenvolveu o barômetro. Com esse apa-
relho, avaliava a pressão atmosférica, ou seja, a força do ar sobre a superfície da terra. Ele fez uma
experiência preenchendo um tudo de 1 metro com mercúrio, selado de um dos lados e mergulhado em
uma cuba com mercúrio do outro.

A coluna de mercúrio invariavelmente descia no tubo até cerca de 760 mm. Sem saber exatamente o
porquê deste fenômeno, ele o atribuiu a uma força vinda da superfície terrestre. Torricelli concluiu tam-
bém que o espaço deixado pelo mercúrio no começo do tudo não continha nada e o chamou de “va-
cuum” (vácuo).

Cinco anos mais tarde, o francês Blaise Pascal usou o barômetro para mostrar que no alto das monta-
nhas a pressão do ar era menor.

Em 1650, o físico alemão Otto Von Guericke desenvolveu a primeira bomba de ar eficiente, com a qual
Robert Boyle realizou experimentos sobre compressão e descompressão e depois de 200 anos, o físico
e químico francês, Joseph Louis Gay-Lussac, verificou que a pressão de um gás confinado a um volume
constante é proporcional à sua temperatura.

Em 1849, Eugene Bourdon recebeu patente pelo Tubo de Bourdon, utilizado até hoje em medições de
pressões relativas. Em 1893, E. H. Amagat utilizou o pistão de peso morto em medições de pressão.

Nas últimas décadas, com o advento da tecnologia digital, uma enorme variedade de equipamentos se
espalhou pelo mercado em diversas aplicações. A caracterização de pressão só teve seu real valor a
partir do momento em que conseguimos traduzi-la em valores mensuráveis.

Todo sistema de medição de pressão é constituído pelo elemento primário, o qual estará em contato
direto ou indireto ao processo onde se tem as mudanças de pressão e pelo elemento secundário
(Transmissor de Pressão) que terá a tarefa de traduzir esta mudança em valores mensuráveis para uso
em indicação, monitoração e controle.

Princípios Básicos da Medição de Pressão

Vejamos o conceito de Pressão Estática. Tomemos como base a figura 3, onde temos um recipiente
com um líquido onde este exerce uma pressão em um determinado ponto proporcional ao peso do

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 1


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

líquido e à distância do ponto à superfície (o princípio de Arquimedes: um corpo submerso em um


líquido fica sujeito a uma força, conhecida por empuxo, igual ao peso do líquido deslocado.

Por exemplo, baseado neste princípio, pode determinar o nível, onde se usa um flutuador que sofre o
empuxo do nível de um líquido, transmitindo para um indicador este movimento, por meio de um tubo
de torque. O medidor deve ter um dispositivo de ajuste para densidade do líquido, cujo nível está sendo
medido, pois o empuxo varia com a densidade).

A pressão estática P é definida como sendo a razão entre força F, aplicada perpendicularmente a uma
superfície de área A: P = F/A [N/ m2]

Dado um paralelepípedo, conforme a figura 4, onde temos a área de um lado A e comprimento L, a


pressão em sua face superior e em sua face inferior são dadas respectivamente por PD = hρg e PU =
(h + L) ρg. A pressão resultante sobre o mesmo é igual a PU - PD = Lρg. A pressão que exerce uma
força perpendicular à superfície do fluído é a chamada pressão estática.

O princípio de Pascal diz que qualquer aumento de pressão no líquido será transmitido igualmente a
todos os pontos do líquido. Esse princípio é usado nos sistemas hidráulicos (por ex, nos freios dos
carros) e pode ser ilustrado pela figura 5. Em outras palavras: As forças aplicadas têm intensidades
proporcionais às áreas respectivas.

Vale ainda citar a Lei de Stevin (1548 - 1620): Em um fluido homogêneo e incompressível em equilíbrio
sob a ação da gravidade, a pressão cresce linearmente com a profundidade; a diferença de pressão
entre dois pontos é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de nível entre os pontos
considerados.

Vejamos agora, a pressão exercida pelos fluídos em movimento na seção transversal de um tubo.
Tomemos a figura 6, onde:

F1 = força aplicada à superfície A1


P1 = razão entre F1 e A1;
ΔL1 = distância que o fluido deslocou;
v1 = velocidade de deslocamento;
h1 = altura relativa à referência gravitacional

F2 = força aplicada à superfície A2


P2 = razão entre F2 e A2;
ΔL2 = distância que o fluido deslocou;
V2 = velocidade de deslocamento;
h2 = altura relativa à referência gravitacional

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 2


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

Supondo um fluido ideal, que não possui viscosidade, ele desloca-se sem atritos e portanto sem perdas
de energia.
O trabalho realizado pela resultante das forças que atuam em um sistema é igual à variação da energia
cinética, teorema trabalho-energia. Com isto, temos:

P1+ (1/2) ρ . v12 + ρ . g . h1 = P2 + (1/2)ρ . v22 + ρ . g . h2

Esta é a equação de Bernoulli que comprova que o somatório das pressões ao longo de um tubo é
sempre constante para um sistema ideal. O interessante aqui é que nesta equação pode-se reconhecer
as seguintes pressões:

• P1 = Pressão Aplicada

• (1/2) ρ. v12 = Pressão Dinâmica

• ρ. g. h1 = Pressão Estática

Rearranjando essa relação chegamos à equação:

Essa relação é muito útil para o cálculo da velocidade do fluído, dadas a pressão de impacto e a pressão
estática. A partir dessa relação, pode-se calcular, por exemplo, a vazão do fluído:

Onde C = vazão_real/ vazão_teórica

Os valores de C são resultados experimentais e para cada tipo de elemento deprimogênio e sistema
de tomada de impulso, C varia em função do diâmetro (D) da tubulação, do N° de Reynolds (Rd) e da
relação dos diâmetros referentes a seção A1 e A2 ( )

C = f(D,Rd,β)

Unidades de Pressão no Sistema Internacional (SI)

O Pascal [Pa] é a unidade de pressão do Sistema Internacional de unidades(SI).

Um Pa é a pressão gerada pela força de 1 Newton agindo sobre uma superfície de 1 metro quadrado
à Pa = N/m2.

A tabela 1 mostra as principais unidades e a conversão entre as mesmas.

inH2O atm bar kPa kgf/cm2 mmH2O mmHg inHg psi


@20oC @20oC @0oC @32oF

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 3


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

inH2O 1 0,0025 0,00249 0,24864 0,00254 25,4000 1,86497 0,07342 0,03606


@20oC

atm 407,513 1 1,01325 101,325 1,03323 10350,8 759,999 29,9213 14,6959

bar 402,185 0,98692 1 100,000 1,01972 10215,5 750,062 29,5300 14,5038

kPa 4,02185 0,00987 0,01000 1 0,01020 102,155 7,50062 0,29530 0,14504

kgf/cm2 394,407 0,96784 0,98066 98,0662 1 10017,9 735,558 28,9590 14,2233

mmH2O 0,03937 0,00010 0,00010 0,00979 0,00010 1 0,07342 0,00289 0,00142


@20oC

mmHg 0,53620 0,00132 0,00133 0,13332 0,00136 13,6195 1 0,03937 0,01934


@0oC

inHg @ 13,6195 0,03342 0,03386 3,38638 0,03453 345,935 25,4000 1 0,49115


32oF

psi 27,7296 0,06805 0,06895 6,89475 0,07031 704,333 51,7149 2,03602 1

Tipos mais usuais de Medição de Pressão

Em função da referência pode-se classificar a medição de pressão como: manométrica, absoluta e


diferencial ou relativa. Temos como referência a figura 7:

• Pressão absoluta: é medida com relação ao vácuo perfeito, ou seja, é a diferença da pressão em um
determinado ponto de medição pela pressão do vácuo (zero absoluto). Normalmente quando se indica
esta grandeza usa-se a notação ABS. Ex. : A pressão absoluta que a atmosfera exerce ao nível do mar
é de 760mmHg.

• Pressão diferencial: é a diferença de pressão medida entre dois pontos. Quando qualquer ponto
diferente do vácuo ou atmosfera é tomado como referência diz-se medir pressão diferencial. Por exem-
plo, a pressão diferencial encontrada numa placa de orifício.

• Pressão manométrica (Gauge): é medida em relação à pressão do ambiente ou seja em relação a


atmosfera. Ou seja, é a diferença entre a pressão absoluta medida em um ponto qualquer e a pressão
atmosférica. É sempre importante registrar na notação que a medição é relativa. Exemplo: 10Kgf/cm2
Pressão Relativa.

Note que a pressão manométrica é dada pela diferença entre a absoluta e a atmosférica.

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 4


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

Sensores Utilizados na Medição de Pressão

Em geral os sensores são classificados conforme a técnica usada na conversão mecânica da pressão
em um sinal eletrônico proporcional. Toda a tecnologia tem um só propósito que é transformar a pres-
são aplicada em um sensor, em um sinal eletrônico proporcional a mesma:

• Capacitância Variável (Capacitivos)

• Piezo-resistivo (Strain Gage)

• Potenciométrico

• Piezo-elétrico

• Relutância Variável

• Ressonante

• Ótico

• Outros

Vamos comentar alguns destes sensores e princípios brevemente.

Piezo-resistivo ou Strain Gage

A piezo-resistividade refere-se à mudança da resistência elétrica com a deformação/contração como


resultado da pressão aplicada. Na sua grande maioria são formados por elementos cristalinos (strain
gage) interligados em ponte (wheatstone) com outros resistores que provém o ajuste de zero, sensibi-
lidade e compensação de temperatura. O material de construção varia de fabricante para fabricante e
hoje em dia é comum sensores de estado sólido.

Desvantagens: faixa limitante de temperatura de operação, aplicável em ranges baixos de pressão por
gerarem um sinal muito baixo de excitação, muito instável.

Atualmente existe o chamado “Film Transducer”, o qual é construído com a deposição de vapor ou
injeção de elementos strain gage diretamente em um diafragma, o que minimiza a instabilidade devida
ao uso de adesivos nas ligas nos modelos “Bonded Wire”. A grande vantagem é que já produz um sinal
eletrônico num nível maior, porém em altas temperaturas são totalmente vulneráveis, já que a tempe-
ratura afeta o material adesivo utilizado ao colar o silício ao diafragma.

Várias técnicas baseadas na fabricação de sensores de silício piezo-resistivo (silicon substrate) estão
emergindo, mas são susceptíveis a degradação de seus sinais em função da temperatura e exigem
circuitos complicados para a compensação, minimização do erro e sensibilidade do zero. Totalmente
inviáveis em aplicações sujeitas a temperatura altas por longo períodos, uma vez que a difusão degrada
os substratos em altas temperaturas.

Piezo-elétrico

O material piezo-elétrico é um cristal que produz uma tensão diferencial proporcional a pressão a ele
aplicada em suas faces: quartzo, sal de Rochelle, titânio de bário, turmalina etc. Este material acumula
cargas elétricas em certas áreas de sua estrutura cristalina, quando sofrem uma deformação física, por
ação de uma pressão. A piezo-eletricidade foi descoberta por Pierre e Jacques Curie em 1880.

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 5


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

Tem a desvantagem de requerer um circuito de alta impedância e um amplificador de alto ganho,


sendo susceptível a ruídos.
Além disso, devido à natureza dinâmica, não permite a medição de pressão em estado sólido. Porém,
tem a vantagem de rápida resposta.

A relação entre a carga elétrica e a pressão aplicada ao cristal é praticamente linear:

q = Sq x Ap
p - pressão aplicada, A - área do eletrodo, Sq - sensibilidade,
q - carga elétrica, C - capacidade do cristal, Vo - tensão de saída

Ressoantes

Possuem em geral o princípio da tecnologia que é conhecida como “vibrating wire”. Uma mola de fio
magnético é anexada ao diafragma que ao ser submetido a um campo magnético e ser percorrido
por uma corrente elétrica entra em oscilação. A frequência de oscilação é proporcional ao quadrado da
tensão (expansão/compressão) do fio.

No sensor Silício Ressonante, não se usa fio e sim o silício para ressonar com diferentes frequências
que são funções da expansão/compressão (é uma função do tipo 1/f2).

O sensor é formado por uma cápsula de silício colocada em um diafragma que vibra ao se aplicar um
diferencial de pressão, e a frequência de vibração depende da pressão aplicada. Alguns sensores res-
sonantes exigem técnicas de compensação em temperatura via hardware/software complicadas, au-
mentando o número de componentes, o que em alguns equipamentos exigem mais placas eletrônicas.

Capacitivos

Estes são os sensores mais confiáveis e que já foram usados em milhões de aplicações. São baseados
em transdutores onde a pressão aplicada a diafragmas sensores faz com que se tenha uma variação
da capacitância entre os mesmos e um diafragma central, por exemplo.

Esta variação de capacitância tipicamente é usada para variar a frequência de um oscilador ou usada
como elemento em uma ponte de capacitores. Esta variação de capacitância pode ser usada para
variar a frequência de um oscilador.

Esta frequência pode ser medida diretamente pela CPU e convertida em Pressão. Neste caso não
existe conversão A/D o que contribui na exatidão e eliminação de drifts embutidos nas conversões ana-
lógicas/digitais. Vale a pena lembrar que este princípio de leitura totalmente digital é utilizado pela Smar
desde meados da década de 80(a Smar, é a única empresa brasileira e uma das poucas no mundo a

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 6


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

fabricar este tipo de sensores). Possuem respostas lineares e praticamente insensíveis a variações de
temperatura, sendo os mais indicados em instrumentação e controle de processos, já que possuem
excelentes performance em estabilidade, em temperatura e pressão estática. Algumas de suas vanta-
gens:

• Ideais para aplicações de baixa e alta pressão.

• Minimizam o Erro Total Provável e consequentemente a variabilidade do processo.

• Ideais para aplicações de vazão.

• Por sua resposta linear, permite alta rangeabilidade com exatidão.

Óticos – São ainda pouco difundidos mas vejamos abaixo alguns marcos da evolução da fibra ótica:

• Foi inventada em 1952 pelo físico indiano Narinder Singh Kanpany.

• 1970: Corning Glass produziu alguns metros de fibra ótica com perdas de 20 db/km.

• 1973: Um link telefônico de fibras óticas foi instalado no EUA.

• 1976: Bell Laboratories instalou um link telefônico em Atlanta de 1 km e provou ser praticamente
possível a fibra ótica para telefonia.

• 1978: Começa em vários pontos do mundo a fabricação de fibras óticas com perdas menores do que
1,5 dB/km.

• 1988: Primeiro cabo submarino de fibras óticas mergulhou no oceano e deu início à super-estrada da
informação.

• 2004: A fibra ótica movimenta cerca de 40 bilhões de dólares anuais.

• 2007: Fibra óptica brasileira faz 30 anos e o mercado americano de sensores com fibra ótica movi-
mentou 237 milhões de dólares

• 2014: perspectiva de movimento de 1,6 bilhões de dólares no mercado americano de sensores com
fibra ótica

A sensitividade dos sensores a fibra, ou seja, o distúrbio menos intenso que pode ser medido, pode
depender de:

• Variações infinitesimais em algum parâmetro de caracterização da fibra usada, quando a fibra é o


próprio elemento sensor;

• Mudanças nas propriedades da luz usada, quando a Fibra é o canal através do qual a luz vai e volta
do local sob teste.

Os sensores a Fibras Óticas são compactos e apresentam sensitividades comparáveis ao similares


convencionais. Os Sensores de pressão são construídos com o emprego de uma membrana móvel

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 7


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

numa das extremidades da fibra. Podemos citar as seguintes vantagens destes sensores: alta sensibi-
lidade, tamanho reduzido, flexibilidade e resistência, baixo peso, longa vida útil, longa distância de
transmissão, baixa reatividade química do material, ideal para operar em ambientes com risco de ex-
plosão e intrinsecamente seguros, isolamento elétrico, ideal para operar em ambientes com alta tensão,
imunidade eletromagnética, multiplexação de sinais (uma única fibra pode possuir dezenas de senso-
res: pode medir vibração, pressão, temperatura, fluxo multifásico, deformação, etc. …).

Uma técnica utilizada em construção de sensores óticos é o Interferômetro Fabry-Perot: este dispositivo
é usado geralmente para medidas de comprimentos de onda com alta precisão, onde essencialmente
dois espelhos parcialmente refletores (de vidro ou quartzo) são alinhados e se obtém o contraste de
franjas máximo e a distância entre os mesmos pela variação mecânica. Esta variação da distância
poderia ser gerada por pressão e, com isso, teríamos um sensor de pressão.

Equipamentos Industriais para Medição de Pressão

Na indústria, dentre os diversos equipamentos usados para medir pressão podemos destacar dois de-
les: o manômetro e o transmissor de pressão.

O manômetro é usado para leituras locais da pressão, possuindo normalmente uma conexão com o
processo e um display (quando eletrônico) ou ponteiro (quando mecânico) para que se possa ler a
pressão localmente. Normalmente são dispositivos de baixo custo e são usados quando a pressão não
precisa ser transmitida para um sistema de controle e não se precisa exatidão. Por exemplo, pressões
estáticas, pressões de bomba, etc. Existem também modelos diferenciais, vacuômetrros, sanitários,
etc.

Um transmissor de pressão inteligente combina a tecnologia do sensor mais sua eletrônica.

Tipicamente, deve prover as seguintes características:

• Sinal digital de saída ;

• Interface de comunicação digital (HART/4-20mA, Foundation Fieldbus, Profibus-PA);

• Compensação de pressão e de temperatura ;

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 8


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

• Estabilidade;

• Deve permitir fácil e amigável calibração;

• Re-range com e sem referência;

• Auto Diagnósticos;

• Fácil instalação e calibração;

• Alta confiabilidade;

• Baixos custos e curtos tempos de instalação e manutenção;

• Redução na intrusão/penetração(processo);

• Economizar espaços na instalação;

• Permitir upgrades para a tecnologia Foundation Fieldbus e Profibus PA.

• Recursos de interface EDDL e FDT/DTMs.

• Protetor de transiente, sem polaridade de alimentação,

• Trava física para transferência de custódia, etc.

Alguns pontos que os usuários devem estar atentos, para não pagarem a mais por algo que não vão
usar ou que sua aplicação não exija:

• Exatidão & Rangeabilidade: se é necessário equipamentos com tais requisitos, analise as fórmulas
de exatidão e veja que às vezes a exatidão não é a anunciada em toda a faixa. Veja outras caracterís-
ticas também como tempo de resposta, Totalização, PID block, etc, pois podem ser mais úteis nas
aplicações.

• Proteção ao investimento: analise o preço de sobressalentes, intercambiabilidade entre modelos,


simplicidade de especificação, atualização para outras tecnologias (Fieldbus Foundation, Profibus PA),
prestação de serviços, suporte técnico, prazo de reposição, etc. São fatores que podem fazer com que
a disponibilidade da planta possa ficar comprometida.

Os transmissores de pressão microprocessados possuem a grande vantagem de permitirem uma me-


lhor interação com o usuário, com interfaces amigáveis. Além disso, possuem características de auto-
diagnose que facilitam a identificação de problemas.

Com o advento das redes fieldbuses, pode-se agora extrair ao máximo os benefícios da tecnologia
digital. Estes transmissores possuem melhor exatidão, uma estabilidade eletrônica superior aos mode-
los analógicos, além de facilitarem ajustes e calibrações. A tecnologia digital também permite que po-
derosos algoritmos possam ser implementados a favor da melhoria de performance e exatidão da me-
dição e a monitoração on-line da vida do equipamento.

Medição de Vazão

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 9


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

A vazão é a terceira grandeza mais medida nos processos industriais. As aplicações são muitas, indo
desde aplicações simples como a medição de vazão de água em estações de tratamento e residências,
até medição de gases industriais e combustíveis, passando por medições mais complexas. A escolha
correta de um determinado instrumento para medição de vazão depende de vários fatores. Dentre es-
tes, pode-se destacar:

- Exatidão desejada para a medição

- Tipo de fluido: líquido ou gás, limpo ou sujo, número de fases,

- Condutividade elétrica, transparência, etc.

- Condições termodinâmicas: por exemplo, níveis de pressão e temperatura nos quais o medidor deve
atuar

- Espaço físico disponível

- Custo, etc.

A medição de vazão de fluidos sempre esteve presente em nosso dia-a-dia. Por exemplo. o hidrômetro
de uma residência, o marcador de uma bomba de combustível nos veículos, etc.

Na História, grandes nomes marcaram suas contribuições. Em 1502 Leonardo da Vinci observou que
a quantidade de água por unidade de tempo que escoava em um rio era a mesma em qualquer parte,
independente da largura, profundidade, inclinação e outros. Mas o desenvolvimento de dispositivos
práticos só foi possível com o surgimento da era industrial e o trabalho de pesquisadores como Ber-
noulli, Pitot e outros.

Vejamos inicialmente alguns conceitos para entendermos melhor a medição de vazão.

Como podemos definir vazão

Vazão pode ser definida como sendo a quantidade volumétrica ou mássica de um fluido que escoa
através de uma seção de uma tubulação ou canal por unidade de tempo.

Vazão Volumétrica – É definida como sendo a quantidade em volume que escoa através de certa
secção em um intervalo de tempo considerado. As unidades volumétricas mais comuns são: m3/s,
m3/h, l/h, l/min, GPM (galões por minuto), Nm3/h (normal metro cúbico por hora), SCFH (normal pé
cúbico por hora), entre outras.

onde: V = volume, t = tempo, Q = vazão volumétrica

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 10


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

Vazão mássica – É definida como sendo a quantidade em massa de um fluido que escoa através de
certa secção em um intervalo de tempo considerado. As unidades de vazão mássica mais utilizadas
são: kg/s, kg/h, t/h, lb/h.

onde: m = massa, t = tempo, Qm = vazão mássica

Conceitos físicos para medição de vazão

Para medição de vazão se faz necessário rever alguns conceitos relativos a fluidos, pois os mesmos
influenciam na vazão de modo geral. A seguir, os principais deles:

Calor Específico

Define-se calor específico como o quociente da quantidade infinitesimal de calor fornecido a uma uni-
dade de massa de uma substância pela variação infinitesimal de temperatura resultante deste aqueci-
mento.

Na prática, temos: A quantidade de calor necessária para mudar a temperatura de 1 grama de uma
substância em 1ºC.

Viscosidade

É definida como sendo a resistência ao escoamento de um fluido em um duto qualquer. Esta resistência
provocará uma perda de carga adicional que deverá ser considerada na medição de vazão.

Número de Reynolds

Número adimensional utilizado para determinar se o escoamento se processa em regime laminar ou


turbulento. Sua determinação é importante como parâmetro modificador do coeficiente de descarga.

onde :

v – velocidade (m/s)
D – diâmetro do duto (m)
ν - viscosidade cinemática (m2/s)

Observação:

Na prática, se Re > 2. 320, o fluxo é turbulento, caso contrário é sempre laminar.

Nas medições de vazão na indústria, o regime de escoamento é na maioria dos casos turbulento com
Re > 5. 000.

Distribuição de Velocidade em um Duto

Em regime de escoamento no interior de um duto, a velocidade não será a mesma em todos os pontos.
Será máxima no ponto central do duto e mínima na parede do duto.

Regime Laminar

É caracterizado por um perfil de velocidade mais acentuado, onde as diferenças de velocidades são
maiores

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 11


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

Regime Turbulento

É caracterizado por um perfil de velocidade mais uniforme que o perfil laminar. Suas diferenças de
velocidade são menores.

Tipos dos Medidores de Vazão

Resumidamente, podemos classificar os medidores de vazão, segundo o quadro


abaixo:

Equações para o Cálculo da Vazão

As equações para o cálculo da vazão podem ser obtidas genericamente para os três tipos de medidores
apresentados. Aplica-se a Equação da Conservação da Massa, bem como a Equação da Conservação
da Energia, sendo esta última na sua forma simplificada, que é a Equação de Bernoulli. Assim para o
escoamento através de uma redução de área, considerando-o ideal e tomando uma linha de corrente
entre os pontos 1 e 2, conforme a figura 5.

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 12


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

A equação de Bernoulli aplicada ao escomento ideal, entre os pontos 1 e 2 da figura, resulta na equação
seguinte:

Onde o primeiro termo representa a energia cinética, o segundo a energia de pressão, proveniente do
trabalho de escoamento, enquanto o terceiro termo representa a energia potencial. Idênticas parcelas
existem do lado direito, para o ponto 2.

Esta igualdade significa que a soma das três parcelas é uma constante ao longo de uma linha de
corrente, não havendo perdas por atrito. Para o escoamento na posição horizontal, não há variação de
energia potencial, sendo z1 = z2. Usando a equação da conservação da massa entre as seções 1 e 2,
para o escoamento incompressível, tem-se que:

Sendo A a área da seção transversal e β a razão entre os diâmetros do medidor e da tubulação, β =


D2/D1 (ou d/D, conforme a notação), pode-se isolar uma das velocidades na equação (1), obtendo-se
a equação seguinte:

A vazão pode ser então obtida, multiplicando-se esta velocidade pela respectiva área, equação (4). A
vazão no caso é uma vazão ideal, pois foi obtida através da equação de Bernoulli, para o escoamento
ideal.

Tomando-se o caso mais extremo, em que o ponto 2 está situado sobre a vena contracta, pode-se
definir um coeficiente de contração da veia principal, que é a razão entre a área da vena contracta A2,
e a área de passagem do medidor, Am. Assim:

A vazão real pode ser obtida multiplicando-se a vazão ideal por um coeficiente de correção Cv. Este
coeficiente inclui as correções relativas à perda de energia entre os pontos 1 e 2, entre os quais se
obtém o diferencial de pressão.

Parte deste diferencial é decorrente da aceleração do escoamento e parte provém da perda de carga.
Esta última age sempre no sentido de aumentar o diferencial, razão pela qual o valor de Cv é sempre
inferior à unidade. Assim, tendo em conta estas correções e a área do medidor Am, a equação para a
vazão é dada por:

O coeficiente Cc difere da unidade apenas na placa de orifício, quando as tomadas de pressão não são
as de canto (corner taps). No caso deste tipo de tomada a vena contracta existe, mas a pressão está

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 13


A MEDIÇÃO DE PRESSÃO E VAZÃO

sendo lida junto à placa, de forma que a área A2 pode ser considerada como a área do orifício Am. Em
função da dificuldade de se determinar todos os coeficientes da equação (6), prefere-se ignorar o pró-
prio Cc e introduzir os coeficientes C e K, de modo que esta equação assuma as seguintes formas:

Exemplos de medição de vazão com transmissor de pressão diferencial

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW. DOMINACONCURSOS. COM. BR 14


DEFINIÇÕES E UNIDADES

Definições e Unidades

Pressão (símbolo p) é a relação entre uma determinada força e sua área de distribuição.

O termo pressão é utilizado em diversas áreas da ciência como uma grandeza escalar que mensura a
ação de uma ou mais forças sobre um determinado espaço, podendo este ser líquido, gasoso ou
mesmo sólido. A pressão é uma propriedade intrínseca a qualquer sistema, e pode ser favorável ou
desfavorável para o homem: a pressão que um gás ou vapor exerce sobre a pá de uma hélice, por
exemplo, pode ser convertida em trabalho. Por outro lado, a pressão da água nas profundezas do
oceano é um dos grandes desafios para os pesquisadores que buscam novas fontes de recursos
naturais.

Sendo a definição de pressão: força por unidade de área, analogamente a unidade


será newton por metro quadrado (N/m2). Em homenagem a Blaise Pascal, por suas diversas
contribuições relativas à pressão, pressão mecânica e hidrostática, a unidade no Sistema
Internacional para medir pressão é o Pascal (Pa).

Em geral, a unidade é encontrada na forma de milhar(kPa), uma vez que as medidas de pressão
geralmente apresentam valores altos dessa unidade. A pressão exercida pela atmosfera ao nível do
mar, por exemplo, corresponde a aproximadamente 101.325 Pa (pressão normal), e esse valor é
normalmente associado a uma unidade chamada atmosfera padrão(atm).

Outras unidades

• Atmosfera é a pressão correspondente a 0,760m (760mm) de Mercúrio, com densidade de 13,5951


g/cm³ a uma aceleração gravitacional de 9,80665 m/s².

• Bária é a unidade de pressão no Sistema CGS de unidades e vale uma dyn/cm².

• Bar é um múltiplo da bária, onde 1 bar = 106 bárias.

• PSI (pound per square inch), libra por polegada quadrada, é a unidade de pressão no sistema
inglês/americano, onde 1 psi = 0,07 bar.

• milibar ou hectoPascal é um multiplo do pascal, onde 1 hPa = 100 Pa. Geralmente utilizado
na meteorologia.

• mmHG, também chamada de Torricelli, é uma unidade de pressão antiga inventada com o
surgimento do barômetro, onde 1 mmHG = 133,332 Pa.

• mH2O é uma unidade relativa a pressão necessária para elevar em um metro o nível de uma coluna
de água em um barômetro, sendo 1 mH2O = 9806,65 Pa.

• kgf/cm² representa o peso normal do ar ao nível do mar por cm², sendo 1 kgf/cm² = 98066,52 Pa.

• Tabela de conversão de unidades

Nomencla Atmosf milibar ou hecto


Pascal Bária Bar mmHg mH2O kgf/cm²
tura era pascal

kgf/cm
Unidade Atm Pa Ba Bar mBar / hPa mmHg mH2O
²

1,01325× 1,01325× 1,0132


Atmosfera 1013,25 760,0 10,33 1,033
105 106 5

9,869× 7,501× 1,020× 1,019×


Pascal 10 10-5 0,01
10-6 10-3 10-4 10-5

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
DEFINIÇÕES E UNIDADES

9,869× 7,501× 1,020× 1,020×


Bária 0,1 10-6 0,001
10-7 10-4 10-5 10-2

Bar 0,9869 100000 1000000 1000 750,1 10,20 1,020

mBar ou 9,869× 1,020×


100 1000 0,001 0,7501 10,20
hPa 10-4 10-2

1,316× 1,333× 1,360×


mmHg 133,3 1333 1,333 13,60
10-3 10-3 10-2

9,678× 9,807×10 9,807×


mH2O 9807 98,06 73,56 0,100
10-2 4 10-2

9,810×10 9,810×10
kgf/cm² 0,968 4 5 0,9810 981,0 735,8 10,00

Instrumentos de Medição

Manômetro

O manômetro é um instrumento utilizado para medir a pressão de um líquido ou de um gás.

A experiência pode ser feita de várias maneiras, inclusive o arranjo dos equipamentos pode variar. A
técnica para medir a pressão de um fluido consiste em manter o líquido (geralmente mercúrio, devido a
sua alta densidade) dentro de um recipiente com duas extremidades que permitam manejar a pressão
na entrada e a sua abertura ou fechamento. Nessas extremidades podemos colocar gases ou outros
líquidos, dependendo da experiência em questão. De acordo com a altura da coluna de líquido, pode-
se estimar a pressão que ela exerce sobre a pressão de entrada (geralmente é a pressão atmosférica)
utilizando a equação que relaciona altura e densidade do líquido à pressão que ele exerce no meio.

Outro tipo de manômetro mais sofisticado consiste em um tubo flexível com uma extremidade ligada a
um ponteiro e a outra aberta para a passagem de determinado gás ou líquido. Conforme o recipiente
enche, a pressão no tubo deforma a geometria do recipiente, que por sua vez acaba deslocando o
ponteiro. Esse tipo de manômetro tem um caráter mais prático, e o outro mais didático.

Piezômetro

O piezômetro é um aparelho utilizado para medir a pressão que a água(ou sua ausência) exerce na
composição do solo. O equipamento consiste em um tubo no qual uma extremidade é conectada a um
recipiente com algum líquido(geralmente mercúrio, devido a sua alta densidade) e a outra é revestida
por algum material poroso, como uma esponja, por exemplo. O tubo é então preenchido com água, e o
líquido de medição é separado da água por vácuo ou gás. Quando o solo está seco, a água do tubo é
absorvida pela terra e a coluna de líquido de medicação sobe. Quando o solo está muito umido o
processo contrário ocorre, enchendo completamente o tubo com água e diminuindo a coluna de líquido.

Com a equação para medir pressão em líquidos podemos calcular a poro-pressão(ou carga
piezométrica) do solo. Esse tipo de medida é muito útil, pois permite monitorar a umidade do solo e
evitar situações extremas, como deslizamentos devido a erosão do solo.

Barômetro

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
DEFINIÇÕES E UNIDADES

O barômetro é um equipamento que nos permite calcular algumas grandezas indiretamente através da
pressão.

O primeiro barômetro consistia em um tubo com um lado fechado e o outro fixado em algum recipiente,
de forma a permitir a passagem de algum fluido desse recipiente para dentro do tubo. Adicionando ao
pequeno reservatório algum líquido (geralmente mercúrio, devido a sua alta densidade) para que este
sirva como um indicador. Conforme sabemos da hidrostática, um líquido exerce pressão igual para
todos os lados. Assim sendo, quando a parte externa do recipiente for submetida a determinada
pressão, o líquido vai exercer a mesma pressão na parte interna do tubo. Caso essa pressão externa
seja maior que a interna, a coluna do líquida vai subir a fim de nivelar o sistema. Caso contrário, a
coluna desce e a parte de cima fica com vácuo.

Partindo da equação que relaciona a diferença de altura do líquido com a sua pressão, e sabendo qual
a pressão interna do tubo, podemos calcular quanto vale a pressão externa em qualquer lugar. Através
dessa experiência (conhecida como experiência de Torricelli) podemos determinar a altura do local
onde estamos com relação ao nível do mar. Sabe-se que uma coluna de mercúrio, por exemplo, mede
76cm ao nível do mar, e que esse valor diminui quando alcançamos altitudes maiores, pois a pressão
atmosférica é menor.

Pressão em gases

Simulador de pressão.

Segundo a teoria cinética dos gases, um gás é composto por um grande número de moléculas que se
movimentam muito rápido e de forma aleatoria, causando frequentes colisões entre as moléculas do
gás e com as paredes de qualquer tipo de recipiente. Essas moléculas apresentam um certo momento,
dado pelo produto entre a massa e a velocidade da molécula. No instante em que uma molécula colide
com uma parede, as moléculas transmitem momento à superfície, e como consequencia produzem
uma força perpendicular à essa superfície. A soma de todas essas forças oriundas de colisões em uma
determinada superfície, dividida pela área da mesma, resulta na pressão exercida por um gás em um
determinado recipiente.

Algumas aplicações da pressão nos gases podem ser observadas na utilização da pressão que o vapor
da água exerce sobre determinada superfície quando confinado em um espaço fechado. Esse
processo pode ser encontrado em usinas nucleares, onde uma pá gira com a pressão do vapor e
converte essa energia em eletricidade. Além disso, observamos a pressão em gases sendo utilizada
diariamente no freio do ônibus, por exemplo. O freio de veículos pesados conta com um sistema que
usa ar comprimido para cessar o movimento.

Pressão em fluidos

Vasos comunicantes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
DEFINIÇÕES E UNIDADES

Panela de pressão.

Um corpo no estado líquido é caracterizado por apresentar uma distância entre suas moléculas que
permite ao corpo adequar-se ao ambiente em que se encontra. As características da pressão nos
líquidos são semelhantes a que encontramos nos gases: o líquido exerce pressão para todos os lados
de um recipiente e em qualquer corpo que for imerso nele.

Segundo o princípio de Pascal, ao exercermos pressão em um fluido confinado em um recipiente, essa


é transmitida integralmente a o ponto desse recipiente. Umas experiências que pode ajudar a
compreender esse princípio é a dos vasos comunicantes: Ao armazenarmos algum líquido em uma
estrutura com colunas de volumes diferentes podemos observar que o líquido preenche todas as
colunas a mesma altura, desconsiderando as diferenças de volume. Isso prova que o fluido se espalha
uniformemente, portanto, exerce pressão igual em todas as direções. Essa demonstração foi muito
importante para o surgimento dos sistemas hidraulicos, essenciais nos dias de hoje.

A pressão em líquidos tem algumas diferenças da pressão nos gases. Com os gases, quanto maior a
altitude menor a pressão, já com os líquidos, quanto maior a profundidade, maior a pressão. Isso é facil
de ser evidenciado - basta mergulhar e automaticamente sentimos a pressão aumentando. É instintivo
pensar que ao furar uma garrafa de água, a vazão de um furo na sua base será maior do que a de um
furo lateral (considerando que ambos tem a mesma área). Essa diferença é devida a maior pressão no
fundo da garrafa, devido a altura da coluna de água.[3]

Outra característica marcante da pressão nos líquidos e demais estados da matéria é sua propriedade
de alterar os outros elementos do conjunto: temperatura, pressão e volume. Podemos perceber isso ao
cozinhar feijão em uma panela de pressão: o vapor da água aumenta a pressão no interior da panela, e
isso provoca uma alteração do ponto de ebuliçãoda água, que passa a ferver acima dos 100°C. Isso
agiliza o processo de cozimento do grão do feijão, que seria muito mais lento se não fosse o advento
da panela de pressão.

Pressão em sólidos

Existe uma área da física que aborda o assunto pressão com restrição aos corpos rígidos. Esse
assunto é estudado profundamente devido as suas extremas importâncias. A tensão mecânica, como é
chamada, estuda todos os tipos de pressões e tensões que são encontradas dentro ou sobre um corpo
material, sendo elas:

• Tensão de tração;

• Tensão de compressão;

• Tensão de cisalhamento;

• Tensão elástica;

• Tensão plástica;

• Tensão de escoamento.

Diferente da pressão nos fluidos, em corpos rígidos os átomos não têm tanta liberdade e acabam tendo
seus movimentos restringidos, ou seja, não exercem pressão ao seu redor. Se pegarmos uma pedra e
largarmos em uma superfície, a única pressão que a pedra exerce no sistema é a resultante de sua

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
DEFINIÇÕES E UNIDADES

força peso e da área da sua base, que pressiona a mesa. Portanto, percebemos que a pressão dos
sólidos é ocasionada necessariamente por uma força(a própria força peso, por exemplo) que usa
o sólido como recurso para ampliar sua força e área. Este conjunto de informações é suficiente para
refletir sobre as consequências dessas tensões no ambiente em que vivemos.

Uma aplicação para essas observações são os patins. A patinação sobre o gelo utiliza dos artifícios da
pressão para proporcionar menos aderência aos praticantes do esporte. Vamos entender por quê:

O metal utilizado como lâmina na sola do sapato de patinação é muito fino, e sua área é muito pequena
frente ao peso do patinador. Como a pressão é inversamente proporcional a área de abrangência da
força, quanto menor o metal mais pressão será feita sobre o gelo.

Assim como a água, o gelo sofre algumas mudanças de características. A que estamos interessados
no momento revela que o gelo sobre os patins está sobre uma pressão tão intensa que acaba trocando
de estado da matéria e vira liquido mesmo a temperaturas abaixo de zero. Graças a isso, os patins
utilizam a força peso do patinador para derreter uma fina camada de gelo em baixo da lâmina quando
esta está deslizado, aumentando sua velocidade e lubrificando o caminho.

Alguns fenômenos naturais como os glaciares também tem alguns fatores relacionados a pressão que
os cubos de gelo exercem um sobre o outro, fazendo com que o gelo mais em baixo derreta e o gelo
que está por cima faça uma trilha de água e escoe os blocos até algum rio ou oceano(ou até que
sequem).

Temperatura é uma grandeza física que mensura a energia cinética média de cada grau de
liberdade de cada uma das partículas de um sistema em equilíbrio térmico.

Em sistemas constituídos apenas por partículas idênticas essa definição associa-se diretamente à
medida da energia cinética média por partícula do sistema em equilíbrio térmico. Esta definição é
análoga a afirmar-se que a temperatura mensura a energia cinética média por grau de liberdade de
cada partícula do sistema uma vez consideradas todas as partículas de um sistema em equilíbrio
térmico em um certo instante. A rigor, a temperatura é definida apenas para sistemas em equilíbrio
térmico.

O Sistema Internacional de Unidades estabelece uma escala específica para a temperatura absoluta.
Utiliza-se a escala kelvinpara a mensura, com o ponto triplo da água a 273,16 K como o ponto
fundamental de fixação. Outras escalas forem sendo utilizadas historicamente. A escala de Rankine,
que utiliza o grau Fahrenheit como unidade de intervalo, está ainda em uso como parte do sistemas
de unidades inglesas de engenharia em alguns campos de estudo nos Estados Unidos. A Escala
Internacional de Temperaturas de 1990 (ITS-90) fornece meios práticos de se estimar a temperatura
termodinâmica com um elevado grau de precisão.

Noções Gerais

Historicamente, dois conceitos de temperatura foram desenvolvidos: um, macroscópico, fornecido


pela termodinâmica, e um, microscópico, fornecido pela física estatística. Segundo a termodinâmica —
que se fundamenta no estudo de grandezas necessariamente macroscópicas — a temperatura é um
parâmetro físico (uma variável termodinâmica) descritivo de um sistema que, vulgarmente associada às
sensações de frio e quente, relaciona-se diretamente à lei zero da termodinâmica e ao conceito
de equilíbrio termodinâmico de um sistema ou sistemas.

Sua mensurabilidade deriva-se diretamente da mensurabilidade das transferências de energia


térmica entre sistemas na forma de calor e da segunda lei da termodinâmica. Entretanto a física
estatística provê uma compreensão mais profunda não só do conceito de temperatura mas também
das demais grandezas termodinâmicas, a exemplo a pressão, por associá-las diretamente às
grandezas fundamentais oriundas da mecânica clássica que são diretamente aplicadas ao estudo de
sistema de partículas visto que a física estatística considera explicitamente a matéria como uma
coleção de um grande número de partículas.

Neste contexto a estatística provê as ferramentas para compreensão microscópica das variáveis
termodinâmicas macroscópicas a partir das médias ou valores totais das grandezas mecânicas
diretamente associadas a cada partícula microscópica do sistema.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
DEFINIÇÕES E UNIDADES

A temperatura não é uma medida de calor, mas a diferença de temperaturas é a responsável pela
transferência da energia térmica na forma de calor entre dois ou mais sistemas. Quando dois sistemas
estão à mesma temperatura diz-se que estão em equilíbrio térmico e neste caso não há calor. Quando
existe uma diferença de temperatura, há calor do sistema em temperatura maior para o sistema em
temperatura menor até atingir-se o equilíbrio térmico. Este calor pode dar-se
por condução, convecção ou irradiação térmica. As influências precisas da temperatura sobre os
sistemas são estudadas pela termodinâmica e esta é uma das principais grandezas
intensivas encontradas na área.

A temperatura absoluta é diretamente proporcional à quantidade de energia térmica em um sistema, e


assim quanto mais energia térmica há em um dado sistema maior é a sua temperatura. Um aumento
na energia térmica acarreta aumento proporcional na temperatura absoluta, e uma diminuição na
energia térmica, a exemplo mas não necessariamente por calor, provoca uma diminuição na
temperatura do sistema. Em escala microscópica o calor corresponde à direta transmissão da agitação
térmica entre átomos e moléculas no sistema.

Assim, uma elevação de temperatura de um sistema em função de calor decorre de um aumento das
velocidades de agitação térmica dos átomos deste sistema às custa da diminuição da velocidades das
partículas do outro sistema mediante transferência direta da energia térmica associada. Pede-se
atenção para o fato de que, embora temperaturas maiores representem velocidades maiores para as
partículas, dois sistemas distintos à mesma temperatura não têm necessariamente partículas se
movendo com as mesmas velocidades. A relação entre energia cinética média e temperatura não é
restrita somente a gases ideais, entretanto ressalva dever ser feita para temperaturas extremamente
próximas ao zero kelvin, pois uma temperatura de zero kelvin não implica repouso absoluto em função
de um fenômeno quântico conhecido por energia de ponto zero.

O movimento das partículas e a energia cinética associados à temperatura não ficam restritos a
trajetórias retilíneas ou balísticas e também têm como parcelas o movimento e a energia associados
à vibração ou rotação das partículas. Até mesmo os elétrons podem mostrar-se importantes na
determinação da temperatura ou no estudo do calor, como ocorre para os metais.

Praticamente todas as propriedades físicas da matéria, a exemplo seu estado físico (sólido, líquido,
gasoso, plasma, condensado de Fermi-Dirac ou condensado de Bose-Einstein), a densidade, a
solubilidade, a pressão de vapor e a condutibilidade elétrica relacionam-se intrinsecamente com a
temperatura. A temperatura tem também papel importante na cinética das reações químicas; as
reações bioquímicas que nos mantêm vivos processam-se em uma velocidade ideal quando o corpo
humano encontra-se a uma temperatura de 36,7°C, a exemplo.

A temperatura é fator determinante da radiância espectral, a quantidade de radiações emitidas por


um corpo negro por unidade de área e tempo, e também determina sua cor, ou seja, a frequência para
a qual a radiância espectral é máxima. Uma aplicação direta da radiação de corpo negro é a lâmpada
incandescente, em que o filamento de tungstênio é aquecido eletricamente até uma temperatura onde
uma quantidade notável de luz visível é emitida.

A temperatura é medida com termômetros que podem ser calibrados em uma grande variedade de
escalas de temperatura. Praticamente em todo o mundo com a exceção dos Estados
Unidos, Belize, Mianmar e Libéria, usa-se a escala Celsius para os mais variados fins. Entretanto, em
se tratando de trabalhos científicos, é obrigatório o uso da escala Kelvin visto que esta é a única que
liga-se de forma direta à energia cinética média por partícula do sistema em estudo e às definições
estatística e termodinâmica de temperatura, sendo por razões óbvias denominada escala natural ou
escala absoluta de temperaturas.

Muitos acham que uma maneira bem imediata de estimar-se a temperatura é através dos
nossos sentidos, mas além de imprecisa, já que a sensação térmica varia de pessoa para pessoa, o
nosso sentido associado não é um termômetro, não sendo portanto sensível à temperatura, e sim ao
calor. O difundido procedimento de olhar se alguém encontra-se com febre tocando-lhe a testa com a
mão é fisicamente incorreto.

Embora sejam requeridos equipamentos laboratoriais bem sofisticados para medir-se diretamente o
movimento "termal" das partículas, as colisões entre partículas com minúsculos objetos suspensos em
um fluido produzem o movimento browniano, fenômeno que pode ser facilmente observado com o

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
DEFINIÇÕES E UNIDADES

auxílio de um microscópio comum e cujo estudo, juntamente com o estudo do comportamento quântico
da luz, valeu a Albert Einstein o Prêmio Nobel em 1921. Os movimentos "termais" de átomos são muito
rápidos, e seus movimentos somente podem ser vistos diretamente quando a temperatura está
próxima do zero absoluto.

O aumento da temperatura irá provocar a elevação da energia cinética média e como consequência
um deslocamento retilíneo mais veloz. Também causará, por meio da equipartição, o aumento do
movimento vibratório e rotacional. Assim sendo, para um gás diatômico, que pode adquirir movimentos
vibracionais e rotacionais, será necessária uma quantidade maior de energia para atingir uma certa
temperatura. Em outras palavras, um gás diatômico tem uma capacidade calorífica maior do que um
gás monoatômico.

O processo de resfriamento envolve remoção de energia de um sistema. Quando não há mais energia
a ser retirada, a temperatura do sistema está em zero absoluto, que é o ponto de partida
da temperatura termodinâmica, onde, através do ponto de vista da física clássica, toda a energia
cinética das partículas cessa e, portanto, as partículas estão imóveis. A visão de partículas
completamente imóveis não é considerada a mais satisfatória para atrelar-se ao zero kelvin atualmente
já que a mecânica quântica prevê que existe movimento e energia cinética mesmo que a temperatura
esteja em zero absoluto. Entretanto, esta energia no zero absoluto, conhecida por energia de ponto
zero, não pode ser removida do sistema, de forma que ainda vale a sentença: quando não há mais
energia a ser retirada, a temperatura do sistema está em zero absoluto. Por definição, o zero absoluto
é precisamente 0 Kelvin (-273,15 °C ou -459,68 °F).

A temperatura é uma propriedade intensiva, isto é, não depende do tamanho (volume) ou massa do
sistema (da escala do sistema). Por outro lado, a massa, volume e a entropia são propriedades
extensivas, pois dependem das dimensões do sistema. A exemplo considere dois sistemas exatamente
idênticos isolados entre si, ambos com a mesma massa, mesmo volume, mesma pressão, mesma
energia interna, mesma entalpia, mesma temperatura, etc. Unindo-se os dois a fim de formar-se um
sistema maior, os valores do volume, da massa, da entalpia, da energia interna, e de todas as
grandezas ditas extensivas irão ter seus valores duplicados no novo sistema formado. Já ao
considerarmos a temperatura, a pressão, e qualquer outra das grandezas intensivas, ter-se-á que seus
valores no sistema formado são os mesmos medidos antes nos sistemas individuais, sendo portanto
independentes da dimensão do sistema.

Aplicações científicas

A água congela a 0°C (à pressão atmosférica ao nível do mar). O gelo nesta foto está a uma
temperatura de -17°C.

A termodinâmica e em consequência as grandezas a ela diretamente associadas desempenham no


contexto científico um papel certamente o mais relevante visto que, ao contrário de outras teorias, que
encontram aplicações bem relevantes apenas em certas áreas e enfoques de estudo, as leis da
termodinâmicas são leis universais e são obedecidas por todos os sistemas naturais, quer o enfoque
de estudo esteja no campo específico desta área ou não.

Neste contexto a temperatura reflete a veracidade de tal afirmação e tem papel o mais importante em
quase todos os campos da ciência, incluindo física, geologia, química, ciências atmosféricas e biologia.
Não há como se imaginar a biologia ou a química desvinculadas do conceito de temperatura, tão pouco
a física ou qualquer outra área que tenha por foco o estudo de sistemas (naturais). Praticamente todas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
DEFINIÇÕES E UNIDADES

as propriedades físicas dos materiais, incluindo-se os estados físicos da


matéria (sólido, líquido, gasoso e plasma), a densidade, a solubilidade, a pressão de
vapor e condutividade elétrica, dependem explicitamente da temperatura.

A temperatura também tem um papel importante na determinação das velocidades e afeta o equilíbrio
das reações químicas. Esta é uma entre as razões do corpo humano ter vários mecanismos de
manutenção da temperatura corporal em 36,7 °C; temperaturas ligeiramente mais altas podem causar
reações prejudiciais com sérias consequências, ou mesmo reduzir a velocidade das reações mediante
a desnaturação de suas enzimas (catalisadores), a exemplo. Temperaturas mais baixas reduzem as
velocidades das reações a patamares muitas vezes mortais. A temperatura também controla o a
distribuição em frequência e a intensidade da radiação térmica emitida pela superfície de um corpo
negro. Uma aplicação deste efeito é a lâmpada incandescente, na qual um filamento de tungstênio é
aquecido eletricamente para uma temperatura na qual quantidades significativas de luz visível são
emitidas, além de determinar a sua cor.

A maior temperatura já obtida artificialmente foi de 4 trilhões de graus Celsius, por meio de um
acelerador de partículas, quando cientistas do Laboratório Nacional de Brookhaven obtiveram em 15
de fevereiro de 2010, esta temperatura recorde por alguns milésimos de segundos. Essa temperatura é
suficiente para desintegrar a matéria, podendo "derreter" prótons e nêutrons[4][5] A menor temperatura
obtida foi de 700 nK (1 nK = 10−9 K) pelos cientistas do National Institute of Standards and
Technology (NIST), por meio de laser para resfriar adiabaticamente átomos de césio.

Metrologia

A medição da temperatura usando os modernos termômetros científicos e escalas de temperatura tem


suas origens no século XVIII, quando Gabriel Fahrenheit adaptou um termômetro de mercúrio a uma
escala de temperatura desenvolvida pelo dinamarquês Ole Rømer. A escala Fahrenheit é ainda usada
em alguns países, incluindo os Estados Unidos, para propósitos não-científicos.

Muitos métodos foram desenvolvidos para medir temperaturas, tanto direta quanto indiretamente. A
maior parte dos termômetros utiliza o equilíbrio térmico entre o termômetro e o meio no qual se
encontra. Um dos dispositivos mais utilizados para medir a temperatura é o termômetro de vidro, que
utiliza a dilatação de variados líquidos para se medir a temperatura; consiste em um tubo de vidro
contendo mercúrio ou outro líquido. A subida da temperatura provoca a expansão do líquido, e a
temperatura pode ser determinada medindo o volume do líquido. Tais termômetros normalmente são
calibrados, e assim podem mostrar a temperatura simplesmente observando o nível do líquido no
termômetro.

Existe ainda uma variedade de outros tipos de termômetros, como os termômetros de gás, que utiliza a
expansão de um gás qualquer conforme o aumento da temperatura, termômetros termorresistores, que
se beneficiam da alteração da resistência elétrica conforme a temperatura, termistores, que utilizam
materiais semicondutores que possuem propriedades de mudanças positivas ou negativas da
resistência elétrica conforme a temperatura, e o pirômetro, que mede temperaturas acima de 600 °C
com base na quantidade de radiação térmica emitida e na análise dos comprimentos de
onda predominantes.

Temperatura Negativa

Em termos macroscópicos, relevante para a maior parte das pessoas, a temperatura negativa ocorre
quando a temperatura é menor do que zero na escala em consideração. Por exemplo, a temperatura
de 100 Kelvin é equivalente a -173,15 °C, uma temperatura negativa na escala Celsius. A temperatura
de sistemas macroscópicos pode ter valores negativos nas escalas onde o zero da escala em uso
corresponda a uma temperatura superior ao zero Kelvin. Em princípio, temperaturas negativas são
impossíveis quando considerada a escala Kelvin.

Há entretanto, para alguns sistemas específicos e dentro de certas condições que em geral implicam
que o sistema não esteja em seu equilíbrio termodinâmico, a possibilidade de expressar-se uma
configuração do sistema mediante uma temperatura absoluta numericamente menor do que o zero
absoluto. No entanto, em tal situação, um sistema com temperatura negativa não é "mais frio" do que o
zero absoluto; ao contrário, é "mais quente" do que qualquer outro sistema com temperatura absoluta
positiva envolvido no problema.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
DEFINIÇÕES E UNIDADES

Radiação cósmica de fundo e temperatura do vácuo

É possível usar a definição de igualdade de temperaturas fornecida pela lei zero da


termodinâmica para determinar a temperatura de sistemas aos quais, a rigor, o conceito de
temperatura não se aplicaria: a exemplo, para o vácuo perfeito, onde não há partículas, ou para
sistemas compostos por "partículas" que não possuam massa de repouso, como os sistemas
compostos apenas por fótons, partículas diretamente associadas às ondas eletromagnética. Como
todos os objetos emitem radiação de corpo negro, um termômetro posto no vácuo em um local
hipotético onde não haja ondas eletromagnéticas iria irradiar a sua própria energia térmica, o que
levaria a um decréscimo gradual em sua temperatura até que esta alcance o limite da energia de ponto
zero. Neste momento poder-se-ia dizer que o termômetro entrou em equilíbrio com o vácuo, e por
definição, estão portanto à mesma temperatura: a temperatura de vácuo perfeito (onde não há,
inclusive, ondas eletromagnéticas) é portanto zero Kelvin.

Mais realisticamente, não há vácuo com estas características. A exemplo, um termômetro em uma
câmara de vácuo mantida a uma certa temperatura (a câmara de vácuo está normalmente em um
laboratório à temperatura ambiente) irá entrar em equilíbrio com a radiação térmica oriunda das
paredes da câmara, e com o tempo, o termômetro alcançará a temperatura da própria câmara. Se um
termômetro que orbita a Terra for exposto à luz solar, então tal termômetro entrará em equilíbrio em
uma temperatura para a qual a energia total recebida do Sol é exatamente igual à energia irradiada
pelo termômetro em virtude da irradiação térmica, sendo esta última muito dependente da temperatura
do termômetro. Para um corpo negro sob radiação idêntica à que a Terra recebe do Sol, esta
temperatura de equilíbrio seria de cerca de 281 K (8 °C).

Esta análise, quando aplicada à Terra, é em verdade um pouco mais complicada visto que a terra
apresenta um albedo diferente de 0, isto é, tem um nível de refletividade de cerca de 30 %, e há
também o efeito estufa, o que implica uma temperatura média global junto à superfície do planeta um
pouco maior do que a citada, cerca de 15 °C. Entretanto sempre verifica-se que a energia recebida
iguala-se à irradiada para a temperatura de equilíbrio nestas condições. Mesmo para um termômetro
bem distante do de qualquer fonte de radiação térmica, ou seja, bem distante do Sistema Solar e de
qualquer outra estrela ou corpo material, ainda obter-se-ia uma temperatura de equilíbrio diferente de
zero kelvin em virtude da radiação cósmica de fundo em micro-ondas. A temperatura de equilíbrio para
tal termômetro nestas condições é, na atual situação de expansão do universo, de 2,725 K, sendo esta
a temperatura do gás de fótons que, análogo ao que seria produzido por um corpo negro à citada
temperatura, constitui a radiação cósmica de fundo.

Vazão ou caudal (ou ainda, "débito") é o volume e/ou massa de determinado fluido que passa por uma
determinada seção de um conduto livre ou forçado, por unidade de tempo. Ou seja, vazão é
a rapidez com a qual um volume e/ou massa escoa. Vazão corresponde à taxa de escoamento, ou
seja, quantidade de material transportado através de conduto livre ou forçado, por unidade de
tempo. Ainda outra definição é a de um fluxo volumétrico.

Um conduto livre pode ser um canal, um rio ou uma tubulação. Um conduto forçado pode ser uma
tubulação com pressão positiva ou negativa. Assim, pode-se escrever a vazão.

Com a área a em m² e a velocidade de escoamento v em m/s, vazão é dada em m³/s.

Unidades de medida

Fluxos de gás e líquido podem ser medidos com volumes,


como litros por segundo ou quilogramas por segundo. Essas unidades podem ser mutuamente
conversíveis, sabendo-se a densidade do material, sendo que a densidade de um líquido não depende
tanto de suas condições. Já nos gases a densidade depende de uma série de
fatores: pressão, temperatura e da natureza ou composição do gás.

Vazão Normal

É muito utilizada para medição de gases com unidades como Nm³/h (Normal metro cúbico por hora). A
medição de vazão de gás ou vapor não é tão trivial quanto a medição de vazão de líquidos, isso
acontece porque a massa específica se altera conforme as condições de pressão e temperatura
(Líquidos também possuem sensibilidade a tais variáveis, porém a variação final é praticamente
irrisória). A maneira mais sensata então de se medir e/ou comparar vazão de gás ou vapor é utilizando

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
DEFINIÇÕES E UNIDADES

a CNPT (Condição normal de temperatura e pressão, dai o termo "normal"), nessa condição pode-se
estabelecer a massa específica do fluído a 273,15K e 101,325 kPa. Conhecendo-se a vazão normal,
pode-se calcular a vazão real utilizando a equação de Clapeyron (PV=NRT).

Líquido

Para líquidos, várias unidades são usadas, a depender da aplicação (galões por minuto, litros por
segundo, bushels por minuto, cumec (metros cúbicos por segundo) ou acre-feetpor dia.

Em oceanografia, uma unidade comum para medir o transporte de volume (volume de água, por
exemplo) é sverdrup (Sv), onde um sverdrup equivale a 106 m3 / s.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
DENSIDADES E MASSAS

Densidades E Massas

Comparação Da Densidade Máxima De Uma Mistura Asfáltica A Quente Utilizando O Método


Teórico E O Método Rice

Introdução

O método de dosagem mais utilizado no Brasil é o método Marshall, através do qual é escolhido o
teor de projeto do ligante asfáltico. A escolha é baseada principalmente no volume de vazios da
mistura.

A determinação do volume de vazios depende da densidade máxima da mistura asfáltica, que pode
ser calculada através de uma ponderação das densidades rais dos materiais constituintes (método
teórico) ou determinada em laboratório utilizando uma bomba de vácuo (método Rice).

A densidade calculada pelo método teórico é chamada densidade máxima teórica (DMT) e definida
na norma brasileira de dosagem de misturas asfálticas NBR 12891. O valor da DMT leva em
consideração os componentes da mistura asfáltica na proporção que ocupam dentro da mistura,
porém de forma separada, ou seja, não leva em conta a penetração de parte do ligante nos
agregados. Segundo esta concepção, o ligante apenas envolveria os agregados, não penetrando nos
seus poros.

Já a densidade determinada pelo método Rice, chamada de densidade máxima medida (DMM),
segue as instruções da norma americana ASTM D2041. A DMM é dada pela razão entre a massa do
agregado mais ligante asfáltico e a soma dos volumes dos agregados, dos vazios impermeáveis, dos
vazios permeáveis não preenchidos com asfalto e do total de asfalto. A vantagem do método é a
obtenção da densidade da mistura asfáltica sem a necessidade da obtenção das densidades dos
seus constituintes separadamente, além de já considerar a absorção de ligante pelos agregados.

Castelo Branco (2004), Marques (2004) e Vasconcelos e Soares (2005) encontraram diferenças
consideráveis nos valores de teor de ligante de projeto de misturas asfálticas ao utilizar o método
teórico ou o método Rice. Também verificaram que quanto maior a porosidade dos agregados, maior
a diferença encontrada entre DMT e DMM.

Justificativa

A densidade máxima de uma mistura asfáltica é utilizada nos cálculos do volume de vazios, da
absorção de asfalto pelos agregados, da massa específica efetiva do agregado e do teor de asfalto
efetivo da mistura.

As possíveis diferenças nos valores da densidade máxima obtidos pelo método teórico e pelo método
Rice influenciam os parâmetros volumétricos e, consequentemente, a escolha do teor de projeto do
ligante asfáltico.

A escolha de um teor acima do ideal irá reduzir o volume de vazios, causando a instabilidade da
mistura e a exsudação do ligante asfáltico. Já a escolha de um teor abaixo do ideal irá aumentar o
volume de vazios, tornando o pavimento excessivamente permeável e acelerando o processo de
deterioração do mesmo.

Logo, é necessária cautela na determinação da densidade máxima de uma mistura asfáltica, para
que o teor de projeto do ligante asfáltico escolhido elimine o risco de patologias, garantindo a
segurança dos usuários da estrada.

Objetivos

Objetivo Geral

Comparar o método teórico de determinação da densidade máxima de uma mistura asfáltica a quente
ao método Rice, analisando a influência dos resultados na escolha do teor de projeto do ligante
asfáltico.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
DENSIDADES E MASSAS

Objetivos Específicos

a) determinar a densidade máxima de uma mistura asfáltica a quente pelo método teórico;

b) determinar a densidade máxima de uma mistura asfáltica a quente pelo método Rice;

c) analisar a influência da densidade máxima na escolha do teor de projeto do ligante asfáltico.


Revisão De Literatura

Densidade Máxima

A densidade máxima é utilizada nos cálculos de volume de vazios, absorção de ligante pelos
agregados, massa específica efetiva do agregado e teor de asfalto efetivo da mistura asfáltica
(BERNUCCI et al, 2007).

Este parâmetro pode ser calculado através de uma ponderação das densidades reais dos materiais
constituintes, método teórico definido pela NBR 12891 (ABNT, 1993) ou determinado em laboratório
utilizando uma bomba de vácuo, método Rice apresentado na norma americana ASTM D2041
(American Society for Testing and Materials - ASTM, 2000).

Método Teórico

No método teórico, a densidade máxima da mistura asfáltica é obtida através de uma ponderação das
densidades de todos os materiais constituintes, agregados e ligante, e suas respectivas proporções
(BERNUCCI et al, 2007).

O valor da DMT leva em consideração os materiais constituintes da mistura asfáltica na proporção


que eles ocupam dentro da mistura, porém de forma separada, ou seja, não leva em conta a
penetração de parte do ligante nos agregados. Segundo esta concepção, o ligante apenas envolveria
os agregados, não penetrando nos seus poros (MARQUES, 2004).

Método Rice

No método Rice, a densidade máxima é obtida pela razão entre o peso ao ar de um volume de
mistura asfáltica não compactada a uma temperatura fixa e o peso de um volume igual de água
destilada livre de ar a uma temperatura também fixa (MARQUES, 2004).

O ensaio é realizado em temperatura ambiente, que é insuficiente para desestruturar os grumos entre
agregados e ligante. O vácuo apenas expulsa o ar entre eles, os vazios entre agregados e ligante não
se alteram durante o ensaio (FREITAS, 2007).

O valor da DMM considera o volume de ligante absorvido pelo agregado durante sua mistura,
refletindo o valor da densidade efetiva da mistura (BERNUCCI et al, 2007).

Na equação da DMM, cujo valor é obtido de um único ensaio, utiliza-se o valor da densidade efetiva
do agregado. Desta forma o valor esperado para a DMT deverá ser numericamente superior ao
obtido pela DMM. A exclusão dos vazios permeáveis não preenchidos com ligante leva a maiores
valores da DMT (MARQUES, 2004).

A vantagem do método Rice é a obtenção da massa específica da mistura asfáltica sem a


necessidade da obtenção das massas específicas dos seus constituintes separadamente, além de já
considerar a absorção de ligante pelos agregados (BERNUCCI et al, 2007).

Influência Da Densidade Máxima Na Escolha Do Teor De Projeto De Ligante Asfáltico

Marques (2004) comparou valores de DMT e DMM de misturas compostas por agregados com baixa
absorção (0,6%) e misturas compostas por agregados com alta absorção (4,5%), e verificou que
quanto maior a porosidade dos agregados, maior a diferença encontrada entre DMT e DMM. Devido
aos baixos valores das densidades reais dos agregados obtidos pelos ensaios convencionais, através
dos quais não há eliminação total dos vazios de ar dos poros.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
DENSIDADES E MASSAS

Assim, Marques (2004) recomenda bastante cautela na adoção da densidade máxima de misturas
asfálticas, principalmente no caso de agregados porosos, já que este parâmetro influencia nos
valores de todos os parâmetros volumétricos a serem calculados na dosagem e consequentemente
na obtenção do teor de ligante de projeto. Coloca também o fato da imprecisão na determinação do
valor da DMT, que, por ser obtido da média

ponderada entre as densidades de cada componente da mistura, acumula os erros envolvidos em


todos os ensaios, enquanto a DMM é determinada a partir de um único ensaio e ainda apresenta
resultado mais adequado para a obtenção dos parâmetros volumétricos.

Castelo Branco (2004) também encontrou diferenças consideráveis nos valores de teor de ligante de
projeto de misturas asfálticas ao utilizar DMT ou DMM. Além de também verificar que para algumas
misturas dosadas em função das DMT os parâmetros volumétricos não atendiam os requisitos
normalizados pela DNIT-ES 031 (DNIT, 2006).

Vasconcelos e Soares (2005) mostram que o método teórico e o método Rice podem levar a uma
variação de teor de projeto de asfalto de até 0,4% para agregados pouco porosos. Quando utilizados
agregados muito porosos, essa variação aumenta em função da absorção de asfalto pelo agregado.

Metodologia

Caracterização Dos Materiais

Os agregados e o ligante asfáltico foram submetidos aos ensaios de caracterização física


normalizados pelo DNIT.

Agregados

A mistura asfáltica teve como agregados graúdos brita I e pedrisco e como agregados miúdos pó de
pedra e areia natural. Os ensaios de caracterização física dos agregados contemplaram
granulometria, massa específica, absorção, massa unitária, coeficiente de inchamento, adesividade
ao ligante asfáltico, equivalente de areia, teor de material pulverulento e índice de forma das
partículas.

Ligante Asfáltico

O ligante asfáltico utilizado CAP 50/70, foi submetido aos ensaios de penetração, viscosidade, ponto
de amolecimento e densidade.

Dosagem Marshall

A dosagem das misturas asfálticas a quente seguiu a norma DNER – ME 043 (DNIT, 1995). Após a

caracterização física do CAP e dos agregados, selecionou-se a faixa granulométrica de trabalho.


Optou-se pela utilização da faixa granulométrica C da norma DNIT-ES 031 (DNIT, 2006).

Densidade Máxima Teórica

A densidade máxima teórica foi calculada de acordo com a norma brasileira NBR 12891
(ABNT,1993).

De posse das densidades dos agregados e do CAP e suas respectivas porcentagens na mistura
asfáltica, a densidade máxima foi calculada pela Equação 1:

Onde:

DMT - densidade máxima teórica

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
DENSIDADES E MASSAS

%a - porcentagem de ligante asfáltico

%Ag, %Am e %f - porcentagens do agregado graúdo, agregado miúdo e fíler, respectivamente,


expressas em relação à massa total da mistura asfáltica

Ga, GAg, GAm e Gf - massas específicas reais do asfalto, do agregado graúdo, do agregado miúdo e
do fíler, respectivamente

Densidade Máxima Medida

A densidade máxima medida foi determinada de acordo com os procedimentos da norma norte-
americana ASTM D2041 (ASTM, 2000).

Inicialmente, calibrou-se o frasco kitazato com água a temperatura ambiente, determinando-se “B”,
conforme Figura 1.

Figura 1: Calibração do kitazato

Então, preparou-se a mistura asfáltica, deixando-a numa condição solta e pesou-se a amostra seca
ao ar, determinando-se “A”. Conforme Figura 2.

Figura 2: Mistura asfáltica em estado solto

Colocou-se a amostra dentro do kitazato, onde foi submersa com água a temperatura ambiente, de
acordo com a Figura 3.

Figura 3: Amostra submersa

Em seguida, colocou-se o kitazato sobre um agitador mecânico e aplicou-se uma pressão de vácuo

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
DENSIDADES E MASSAS

residual de aproximadamente 60 mmHg por um período de 15 minutos, a fim de se expulsar o ar


existente entre os agregados recobertos pelo filme de ligante asfáltico. A Figura 4 apresenta o
sistema para aplicação de pressão de vácuo residual composto pela bomba de vácuo e pelo agitador
mecânico.

Figura 4: Sistema para aplicação de pressão de vácuo residual

Após o período de vácuo foi restabelecida a pressão ambiente no kitazato e completou-se o volume
do recipiente com água a temperatura ambiente, evitando a inclusão de bolhas de ar.

O conjunto recipiente, mistura asfáltica e água foi pesado, determinando-se “C”. Conforme Figura 5.

Figura 5: Pesagem Final

Por fim, anotou-se a temperatura da água

destilada, para determinação de “D”.

A densidade máxima foi obtida pelas relações entre massas e volumes determinados, de acordo com
Equação 2:

(2)

Onde:

DMM – densidade máxima medida A – massa da amostra seca ao ar (g)

B – massa do recipiente com volume completo com água (g)

C – massa do recipiente com amostra submersa em água (g)

D – densidade da água na temperatura do ensaio

Análise E Discussão Dos Resultados

Caracterização Dos Materiais

Os resultados dos ensaios de caracterização física dos agregados atenderam aos requisitos mínimos
exigidos pelas normas pertinentes e estão de acordo com outros autores citados. Apenas o resultado
do ensaio de absorção excedeu o recomendado por outros autores, o que implicará na absorção de
CAP pelos agregados e, consequentemente, maior consumo do mesmo.

O ligante asfáltico também atendeu a todos os requisitos mínimos exigidos pelas normas vigentes.
Somente o resultado do ensaio de adesividade não foi satisfatório, sendo recomendada a realização
de novos testes a fim de se determinar o tipo e a quantidade do aditivo melhorador de adesividade a
ser utilizado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
DENSIDADES E MASSAS

Dosagem Marshall

A partir da análise granulométrica dos agregados foi possível enquadrar a mistura dentro dos limites
da faixa de trabalho C do DNIT.

Por meio de tentativas, procurou-se proporcionar os agregados de modo que as frações respeitassem
os limites da faixa de trabalho, encontrando-se uma proporção de 26% de brita I, 22% de pedrisco,
32% de pó de pedra e 20% de areia natural. A Figura 6 apresenta a proporção de cada agregado
dentro da mistura.

Figura 6: Faixa de trabalho

Densidade Máxima teórica

Após a moldagem dos corpos de prova, determinaram-se densidade máxima teórica, massa
específica aparente, volume de vazios, vazios com betume, vazios do agregado mineral, relação
betume vazios, estabilidade e fluência. Resultando na Tabela1.

De acordo com a Tabela 1 o teor de CAP 6% foi o único que apresentou volume de vazios entre 3% e
5% e relação betume vazios entre 75% e 82%, atendendo às exigências do DNIT. Quanto à
estabilidade, todos os teores apresentaram valor superior a 500 kgf, sendo que a máxima ficou entre
os teores de CAP 4,5% e 5%.

A escolha do teor de ligante de projeto baseada em parâmetros volumétricos apontaria para o teor de
CAP de 6%. Porém, é um teor muito alto, durante a moldagem dos corpos de prova foi possível
perceber o excesso de ligante asfáltico, a mistura estava muito brilhosa e o corpo de prova muito
pegajoso.

A Tabela 2 apresenta um resumo das características do teor de ligante de projeto escolhido.

Tabela 2: Características do teor de projeto do traço

por DMT Teor de projeto (%) 5,50

Tabela 1: Características dos corpos de prova por DMT

DMT 2,59

Gmb (g/cm³) 2,44

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
DENSIDADES E MASSAS

VV (%) 5,96

VAM (%) 19,16

RBV (%) 68,91

Estabilidade (kgf) 620,08

Fluência (mm) 3,46

VV VCB VAM RBV Estabilidade Fluência


Teor de CAP Gmb
DMT

(%) (g/cm³) (%) (%) (%) (%) (kgf) (mm)

4,00 2,66 2,39 10,07 9,42 19,49 48,31 518,95 2,79

4,50 2,63 2,41 8,80 10,65 19,45 54,78 730,60 3,14

5,00 2,61 2,42 7,40 11,92 19,32 61,71 721,49 3,27

5,50 2,59 2,44 5,96 13,20 19,16 68,91 620,08 3,46

6,00 2,57 2,45 4,81 14,46 19,27 75,06 570,90 3,57

Densidade Máxima Medida

Definido o teor de projeto de ligante asfáltico pelo método teórico, determinou-se a densidade máxima
medida pelo método Rice e calculou-se massa específica aparente, volume de vazios, vazios com
betume, vazios do agregado mineral, relação betume vazios, e determinaram-se estabilidade e
fluência.

Resultando na Tabela 3.

Segundo a Tabela 3, os teores de CAP 4% e 5% apresentaram volume de vazios em conformidade


com o DNIT, mas apenas o teor de CAP de 5% apresentou-se relação betume vazios de acordo com
as exigências do mesmo. Quanto à estabilidade, todos os teores apresentaram resultado superior a
500 kgf, atendendo ao DNIT.

Os teores de CAP 5,5% e 6% apresentaram volume de vazios inferiores a 3% e relação betume


vazios superior a 82%. Além disso, todos os teores apresentaram vazios do agregado mineral inferior
a 16%, sendo este o limite mínimo exigido pelo DNIT. Esses resultados incoerentes podem ser
explicados pelo não atendimento de algumas condições na execução do método Rice. A pressão não
atingiu 30 mmHg conforme recomendado pela ASTM, a bomba de vácuo utilizada chegou a apenas
60 mmHg. Além disso, os corpos de prova possuíam uma camada de parafina que foi incorporada à
mistura asfáltica e a água utilizada no ensaio não era destilada.

Analisando-se o gráfico de estabilidade, o teor de CAP 4,7% apresentou maior valor com 750 kgf.
Também respeitou a relação betume vazios com 75% e o volume de vazios com 4,10%. Atendendo

Tabela 4: Características do teor de projeto do traço por DMM

Teor de projeto (%) 4,70

DMM 2,51

Gmb (g/cm³) 2,41

VV (%) 4,10

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
DENSIDADES E MASSAS

VAM (%) 15,24

RBV (%) 75,00

Estabilidade (kgf) 750,00

Fluência (mm) 3,20

Comparação Dos Métodos De Determinação Da Densidade Máxima

A Tabela 5 compara a densidade máxima obtida pelo método teórico e pelo método Rice para cada
teor de CAP.

Como pode ser observado na Tabela 5, as densidades máximas obtidas pelo método Rice foram
numericamente inferiores às obtidas pelo método teórico. Em média, a DMM foi 4,31% inferior a DMT.
Resultados satisfatórios, já que era esperado que a consideração dos vazios não preenchidos com
CAP levasse a menores valores de DMM.

Com a redução dos valores de densidade máxima houve, consequentemente, a redução do volume
de vazios. A Tabela 6 compara o volume de vazios obtido pelo método teórico e pelo método Rice
para cada teor de CAP.

DMT. Além disso, na dosagem em função da DMT apenas o teor de CAP 6% atendeu aos requisitos

Conforme a Tabela 6, a utilização da DMM reduziu em média 4,18% o volume de vazios da mistura
asfáltica quando comparada à utilização da Tabela 3: Características dos corpos de prova por DMM

Sendo o volume de vazios o principal parâmetro para determinação do teor de projeto do ligante
asfáltico, a variação entre os dois métodos de dosagem foi de 0,8% de CAP. Segundo o método

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
DENSIDADES E MASSAS

teórico, o teor de projeto de ligante seria 5,5% e para o método Rice 4,7%.

Os resultados obtidos através do método Rice relacionam de forma coerente os parâmetros de


escolha do teor de ligante de projeto. Os teores que apresentaram melhores parâmetros
volumétricos, também apresentaram estabilidades mais altas.

Diferente, dos resultados obtidos pelo método teórico, onde não foi possível relacionar volume de
vazios, relação betume vazios e estabilidade, encobrindo os resultados e dificultando a escolha do
teor ideal.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Manutenção Preventiva e Corretiva

Os Diversos Tipos De Manutenção Preventiva

A definição de manutenção preventiva é um dos tipos de manutenção mais importantes dentro de uma
planta industrial e que requer esforços de planejamento e treinamento das equipes especializadas,
sempre com o intuito de manter os equipamentos na mais extrema disponibilidade, com base em pro-
cedimentos de confiabilidade. Seja em ações isoladas ou em grandes paradas, o ideal é que a manu-
tenção preventiva seja uma das maiores prioridades dos gestores nas indústrias e empresas ao realizar
o escopo de trabalho, o que ainda é uma realidade um pouco distante do que acontece atualmente em
muitas organizações.

Embora os conceitos sobre a necessidade de realização da manutenção preventiva, preditiva, corretiva


ou manutenção planejada, bem como de manutenção centrada em confiabilidade, já façam parte do
cotidiano de muitos engenheiro e supervisores, ainda é grande o número de companhias e de gestores
que vêem a manutenção como um custo adicional nos gastos da empresa. Na realidade, revendo os
conceitos de manutenção preventiva, os procedimentos de manutenção são capazes de diminuir os
custos e ainda aumentar a lucratividade da companhia.

Isso porque as ações preventivas de reparos, trocas de máquinas e substituição de peças garantem
um processo de produção sempre contínuo, com o mínimo de interrupções e paralisações por conta
de falhas e avarias que porventura aconteçam. Principalmente na manutenção preventiva industrial, a
necessidade de desenvolver e implantar planos de manutenção específicos, associados aos conceitos
de Kaizen, Kanban, Seis Sigma, Lean Manufacturing e com base nos mais diversos tipos de requisitos
e indicadores de manutenção é o que pode assegurar uma produção contínua, de qualidade e com
total padronização, sem a obrigação de constantes intervenções.

Manutenção Preventiva Elétrica

Muitas pessoas pensam erroneamente que a falta de peças móveis significa poucos problemas podem
acontecer com os sistemas elétricos. Mas a taxa de falha de componentes elétricos é três vezes maior
para os sistemas sem programas de manutenção preventiva elétrica.

As principais causas por quase metade de todas as perdas elétricas são falhas de distribuição elétrica,
conexões frouxas e exposição à umidade. Ambos os problemas podem ser corrigidos com um abran-
gente programa de manutenção elétrica preventiva (MEP). Devem-se considerar os seguintes fatores
ao planejar um programa de manutenção:

Pessoal Qualificado

As pessoas que realizam o seu programa de manutenção preventiva elétrica devem ser devidamente
treinadas para lidar com o equipamento específico que está sendo mantido ou testado. Eles devem ter
uma compreensão completa das práticas de segurança elétrica e procedimentos.

Manutenção Programada

Os trabalhos de inspeção, testes e manutenção do equipamento devem ser feitos em uma base regular,
pelo menos uma vez a cada três anos e com mais frequência com relação aos componentes críticos.

Relatório E Ordem De Manutenção

Para cada componente de circuito elétrico ou sistema elétrico a ser vistoriado e submetido à manuten-
ção, é necessário que o eletricista, técnico de manutenção elétrica ou outro profissional emita uma

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

ordem de trabalho e providencie o relatório após os serviços serem realizados. Estes documentos au-
xiliam a identificar as tarefas a serem desenvolvidas e quais sistemas já passaram por manutenção
preventiva.

Execução Do Trabalho

Registros de sistema de manutenção claros, concisos e completos irão ajudar a garantir que todo o
trabalho seja feito conforme o regulamento de segurança. Resultados dos testes de monitoramento ao
longo do tempo também podem, muitas vezes, identificar uma falha em potencial que pode ser corrigida
antes que ela aconteça.

A manutenção preventiva elétrica possui alto custo-benefício, uma vez que melhora a eficiência do
equipamento e reduz as contas de serviços públicos. O sistema de distribuição de energia elétrica não
deve ser negligenciado. Um programa de MEP deve ser considerado antes que uma falha em circuitos
elétricos ocorra e cause acidentes, além de ser algo muito dispendioso.

Manutenção Preventiva De Elevadores

Como Fazer A Manutenção De Elevadores E Escadas Rolantes

Todos os tipos de elevadores exigem a substituição de alguns de seus componentes em um momento


ou outro. Uso e desgaste em última instância tem seu preço, e, ao longo do tempo o zelador ou o
proprietário vai precisar procurar peças de boas e de qualidade para o elevador. No entanto, a progra-
mação adequada de uma manutenção preventiva de elevadores e procedimentos de funcionamento
regular de fato ajudam a prolongar a vida útil do elevador e sua durabilidade.

Quando um cliente compra um novo elevador, a maioria vem com um padrão de um ano de garantia
de peças e perfeito funcionamento, incluindo instalação. Em alguns casos ele pode ser instalado pelo
instalador autorizado do fabricante, que pode fornecer ao cliente anos adicionais de garantia de subs-
tituição. Garantia e um bom programa de manutenção preventiva do elevador é uma obrigação, de
modo a garantir a segurança para os usuários. O sistema deve ser sempre mantido em perfeito funci-
onamento e livre de qualquer problema.

De um modo geral, a melhor maneira de alcançar uma vida longa para um elevador é colocar em prática
um processo agendado de inspeções regulares. Essas inspeções, se executadas por um engenheiro
especialista em elevadores, tem inúmeros benefícios, por exemplo, garantias de segurança, perfeito
funcionamento, e não exigirá a manutenção de emergência, que acaba se tornando bem mais cara,
além dos transtornos que causa, e assim por diante.

Técnicos de elevadores bem treinados sempre operaram o mecanismo conforme previsto em procedi-
mento. Uma vez que há uma variedade de marcas de elevadores no mercado, componentes que aten-
dam às suas exigências individuais variam muito. No entanto, um elevador sob um regime de manu-
tenção preventiva é realmente a chave para a longa vida e trabalho adequado, sem sustos tanto em
pessoas quanto no bolso do condomínio.

Plano De Manutenção Preventiva Total De Elevadores

Um plano de manutenção total inclui toda a parte hidráulica, casa de máquinas e outras partes do
elevador. Normalmente cobre a manutenção regular mais reparos e até mesmo substituições. É possí-
vel citar um plano de serviço completo que abrange quase tudo, mas antes de fazer, é necessário
inspecionar fisicamente o elevador, geralmente sem nenhum custo para o condomínio. A finalidade da
inspeção é ser capaz de chegar ao melhor preço possível. Uma vez que avaliado o elevador, deve ser
feita uma proposta com base no estado do elevador tais como idade, condições geral e histórico de
serviços anteriores.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Manutenção Preventiva Industrial

Máquinas industriais falham a menos que as pessoas planejem implementar um programa de manu-
tenção preventiva industrial, tais como limpezas de regulares ou de segurança e inspeções regulamen-
tares. Máquinas costumam dar alertas antecipados quando se aproxima uma falha.

As pessoas responsáveis pela manutenção preventiva industrial costumam usar lubrificação e análise
de vibração, ultra-som e outros instrumentos de previsão para detectar padrões que aparecem antes
das avarias.

Como esses especialistas aprendem a interpretar os dados, eles também aprendem a antecipar falhas
e reparos, via uma manutenção preventiva. Este método de análise é fundamental para departamentos
de manutenção de classe mundial.

Operação e manutenção tradicionalmente estão em confronto, pois os primeiros querem ampliar a pro-
dução, muitas vezes a qualquer custo sem concordar com paradas de equipamentos para manutenção.

Reparos são vistos como males necessários quando eles pedem para parar as máquinas sem aviso
prévio. Em vez disso, um plano de manutenção preventiva eficaz dá uma estrutura para a manutenção
corretiva e preditiva, definindo os principais inconvenientes em cenários operacionais diferentes. Em
alguns casos, um funcionário da operação é designado como responsável, mas em outros casos, será
conduzido pela manutenção.

Muitas vezes é necessário estocar peças e demais suprimentos para que estejam preparados para a
manutenção preventiva industrial. Uma metodologia mais eficaz para os trabalhadores de manutenção
é armazenar apenas as quantidades adequadas. Cada item deve ser marcado pelo número de identi-
ficação das partes, bem como os locais e os centros de custo que os utilizam.

Vantagens Da Manutenção Preventiva

Quais As Vantagens E Desvantagens Da Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva é simplesmente uma manutenção programada de equipamentos ou instala-


ções. As tarefas podem variar de acordo com o projeto, mas em geral inclui limpeza, fazer ajustes nas
máquinas, substituição de componentes que são usados, lubrificarem as partes móveis e checagem
de uso e desgaste. Um programa completo terá inspeções regulares, atividades de manutenção pro-
gramada, de “testes não destrutivos”, e reparo ou substituição dos problemas encontrados.

O Tempo Certo Para Agendamento Da Manutenção Preventiva

O agendamento para a manutenção de equipamentos pode ocorrer quando as máquinas estão no


menor uso ou quando não estão em uso. Manutenção preventiva planejada tem vários benefícios. As
máquinas são menos propensas a quebrar quando em uso. Se uma máquina parar de funcionar ao
mesmo tempo em que está produzindo, a produção é interrompida até que seja reparada.

Os funcionários não podem ser produtivos e, muitas vezes devem receber horas extras depois que o
equipamento é reparado. A produção fica atrasada e isso pode causar problemas de serviços ao cliente
se você tiver um pedido para um determinado número de produtos, e não puder entregar porque a
máquina quebrou.

Custos Da Manutenção Preventiva

Equipamentos ou instalações que têm regularmente manutenção programada podem economizar


muito dinheiro. Por exemplo, se uma pessoa olhar para a estrutura de um edifício a cada três meses,
ele pode identificar problemas antes que eles piorem e, posteriormente, se tornem mais caro o reparo.
Se um pequeno vazamento é encontrado no telhado, pode ser corrigido.

Se deixado sem manutenção, o vazamento pode destruir produtos, paredes interiores, pisos e criar até
mesmo um perigo para a saúde. Nesse exemplo, se o vazamento não fosse detectado precocemente
pela manutenção preventiva, a água poderia entrar no prédio e uma pessoa poderia escorregar e cair,
causando um problema de segurança.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Qualidade Pela Manutenção Preventiva

Planos de manutenção preventiva de máquinas podem incluir recalibração que melhora a qualidade e
reduz a rejeição dos produtos

Manutenção preventiva de empilhadeiras

Como Fazer A Manutenção Preventiva De Empilhadeiras Elétricas E A Gás

Sem manutenção preventiva, uma empilhadeira pode realmente se tornar um perigo para o operador
da empilhadeira, bem como aqueles nos arredores da operação desse equipamento. A manutenção
preventiva da empilhadeira deve ser feita de acordo com cronograma definido.

Os fabricantes de empilhadeiras as projetaram para suportar o uso rigoroso, como a manipulação de


materiais pesados. No entanto, peças extras de sua empilhadeira desgastam e precisam ser substituí-
das através de uma manutenção preventiva adequada. Os fabricantes de empilhadeiras têm uma aná-
lise detalhada de engenharia para saber quanto tempo e que partes devem sofrer manutenção. É por
isso que eles têm projetado planos de manutenção preventiva para lidar com esses componentes que
podem precisar de substituição ou reparo antes que falhem.

Manter Registros De Manutenção Preventiva Das Empilhadeiras

É importante manter registros detalhados das manutenções preventivas realizadas em sua empilha-
deira. Esta informação deve incluir, mas não limitado quando o serviço foi realizado, levante das horas
de operação e custos para tal serviço ou reparo. Esta informação auxilia na determinação do custo total
de propriedade e é útil na tomada de decisões sobre compras diretas ou locação de empilhadeiras.

Reduzir As Despesas E Eliminação De Interrupções Dispendiosas

Muitas vezes as empresas que compram uma determinada marca de empilhadeira nova e optam por
não adquirir um contrato de serviço de manutenção preventiva de empilhadeira. Isto é como jogar roleta
russa com sua conta bancária. Não só vai suportar os custos de reparos, mas você poderá estar per-
dendo muitos milhares de reais em tempo de inatividade, enquanto que a empilhadeira não é operaci-
onal. Tempo é dinheiro, e para muitas empresas, uma empilhadeira não-operacional significa que os
caminhões não estão sendo carregados e frete não está sendo enviado.

A manutenção preventiva de empilhadeiras adequada pode reduzir significativamente suas despesas


de reparação antes de se tornarem um item de grande custo.

Plano De Manutenção Preventiva

A criação de um plano de manutenção preventiva, geralmente não é difícil de fazer. Mas a criação de
um programa de manutenção abrangente que é eficaz coloca alguns desafios interessantes. Seria difícil
para apreciar as sutilezas do que faz um plano de manutenção eficaz, sem a compreensão de como o
plano faz parte do ambiente de manutenção total.

É importante entender a diferença entre um plano de manutenção normal e um bom programa de ma-
nutenção eficaz.

Profissionais de manutenção em toda a indústria usam termos de manutenção que podem significar
coisas diferentes. Então, para nivelar o campo, é necessário explicar o modo pelo qual alguns destes
termos têm sido utilizados para assegurar um entendimento comum por todos. Deve-se enfatizar, no

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

entanto, que esta é a interpretação preferida do autor desses termos, e não deve necessariamente ser
tomado como verdade absoluta.

No jargão esportivo, a política de manutenção define as “regras do jogo”, enquanto que a estratégia de
manutenção define o “plano de jogo” para esse jogo ou temporada.

Política de manutenção – o mais alto-nível do documento, normalmente se aplica a todo o site

Estratégia de manutenção – O nível seguinte para baixo, tipicamente revisto e atualizado a cada 1-2
anos

Programa de manutenção – Aplica-se a um sistema de equipamento ou centro de trabalho, descreve o


pacote total de todos os requisitos de manutenção para cuidar desse sistema

Checklist de manutenção – Lista de tarefas de manutenção (preventiva ou preditiva) tipicamente deri-


vados através de alguma forma de análise, gerados automaticamente como ordens de trabalho em
uma frequência predeterminada.

Plano de manutenção de curto prazo (por vezes chamado de “horário de trabalho”) – Seleção de listas
de verificação e outras ordens de trabalho agrupadas para serem emitidos para uma equipe de oficina
para conclusão durante um período de manutenção definidos, normalmente abrangendo uma semana
ou um turno.

É uma boa prática para realizar alguma forma de análise para identificar as tarefas de manutenção
adequada para cuidar de seu equipamento. A análise vai resultar em uma lista de tarefas que precisam
ser classificadas e agrupadas em pedaços sensatos, que cada forma o conteúdo de um checklist. Às
vezes pode ser necessário fazer alguma suavização e racionalização destes grupos de tarefas de modo
iterativo.

O passo seguinte é a mais óbvia para agendar as ordens de trabalho geradas pelo sistema em um
plano de trabalho para as equipes de oficina.

Menos comum, porém, é usar esses dados para criar um checklist plano de longo prazo dos trabalhos
de manutenção previstos. Este plano serve para dois propósitos:

Os resultados podem ser usados para determinar o futuro exigências de trabalho, e

Eles alimentam o plano de produção.

O cronograma de trabalhos planejados é emitido para a oficina e o trabalho é concluído. Os comentários


destas ordens de serviço, juntamente com os detalhes das eventuais falhas de equipamentos, são
capturados no CMMS para finalidades de relato histórico.

A resposta lógica para esse feedback do chão de fábrica é que o conteúdo das listas de verificação
deve ser refinado para melhorar a qualidade da manutenção preventiva, especialmente para prevenir
a recorrência de falhas.

Um erro comum, no entanto, é ir direto a partir do feedback para ordens de serviço e imediatamente
mudar as palavras sobre as listas de verificação. Quando isso acontece, a integridade do programa de
manutenção preventiva é imediatamente comprometida porque as palavras revistas no checklist não
têm base científica defensável. Isso deve ser evitado sempre que possível.

A abordagem muito melhor para evitar este jogo de adivinhação é rotear todas as alterações no chec-
klist através da análise mesmo que foi usado originalmente para criar as listas de verificação inicial.
Isto significa que a integridade do plano de manutenção é sustentada no longo prazo. Implícita nesta
abordagem, porém, é a necessidade de ter um sistema robusto em que o conteúdo da análise pode
ser capturado e atualizado facilmente.

Finalmente, toda a informação que é capturada no CMMS deve ser posto ao uso bom senão é uma
perda de tempo. Este é o valor de relatórios gerenciais que podem ser criados a partir de informações
de manutenção.

Contrato De Manutenção Preventiva

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Com poucas exceções, a maioria das fábricas analisa a questão da necessidade de um contrato de
manutenção preventiva, ou terceirização de manutenção. Neste artigo, iremos destacar qual tipo de
manutenção deve ou não ser contratado e as razões para a escolha de uma ou outra opção.

Variabilidade Na Carga De Trabalho

Grandes variações na carga de trabalho levam a uma má utilização de recursos e excesso de pessoal.
Isso muitas vezes gera discussões sobre o contrato de manutenção. No entanto, a contratação de
recursos de manutenção não muda em nada. O contratante deve fornecer um sistema melhor para as
pessoas que trabalham na empresa, caso contrário, não será mais eficaz do que o seu sistema exis-
tente.

Aumento Da Carga De Trabalho Temporário Previsto

Durante paradas programadas e interrupções maiores, é natural que a empresa faça um contrato de
manutenção preventiva com uma empresa terceirizada. Isto pode ser muito rentável, não só pelos re-
cursos para a execução do trabalho, mas também pela possibilidade de planejar e agendar grandes
paradas de manutenção. No entanto, paralisações periódicas de uma máquina de papel, por exemplo,
a cada cinco a sete semanas pode, muito provavelmente, ser mais bem geridos pelos próprios gestores
da indústria.

Filosofia de negócio: Fornecedores de contratos de manutenção, muitas vezes, argumentam, como um


ponto de negociação, que a manutenção não é um negócio. Bem, se você é um fábrica de celulose e
papel, ou qualquer outra fábrica, gostaria de desafiar essa afirmação.

Ao observar os contratos de manutenção isoladamente, é preciso ficar atento às “tarefas de equipa-


mentos de confiabilidade” como um core business. A confiabilidade do equipamento é o resultado de
trabalhos de manutenção, e inclui como elementos essenciais a manutenção de prevenção, a lubrifica-
ção, a filtração, o alinhamento, a limpeza e as práticas operacionais. Também inclui as atividades de
manutenção preventiva, tais como análise de vibração, inspeções básicas, e assim por diante. Acredita-
se que todas as atividades que levem à confiabilidade do equipamento devem ser realizadas com re-
cursos internos.

Falta de equipes especializadas – Se sua organização não possui equipes especializadas em manu-
tenção preventiva, é necessária a contratação desse serviço com recursos externos.

Competição saudável – Quase sem exceção, departamentos de manutenção nunca tiveram uma ver-
dadeira concorrência. Eles têm monopólio sobre a maior parte do trabalho na planta industrial ou na
usina. Um empreiteiro deve ser visto como um concorrente à sua própria organização. Enquanto sua
empresa for competitiva, a terceirização de manutenção não será uma alternativa válida.

Manutenção Preventiva Veicular

Manutenção preventiva veicular feita em uma base regular irá assegurar o bom funcionamento do au-
tomóvel e certamente irá evitar que sérios problemas mecânicos se desenvolvam no futuro. A filosofia
de manutenção preventiva pode muito facilmente se aplicar a um veículo a motor. A checagem e a
manutenção regulares das áreas mais importantes que estão envolvidas na operação de um carro ou
caminhão provavelmente irão evitar a ocorrência de problemas mecânicos mais dispendiosos posteri-
ormente. Os itens que devem ser verificados em uma base regular estão listados abaixo:

Óleo:

A troca de óleo é essencial de seis em seis meses, ou a cada cinco mil quilômetros rodados. Isto
assegura o bom funcionamento do motor.

Fluidos:

Verificar todos os fluidos regularmente. É necessário verificar o óleo, o anticongelante, o fluido de dire-
ção e o fluido de freio regularmente. Também é uma boa idéia checar o fluido do limpador. É de extrema
importância que o carro fique sem óleo ou fluídos, pois isto pode destruir o motor. O fluido anticonge-
lante deve ser alterado uma vez a cada dois anos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Fluido De Transmissão:

Este é um fluido importante para o funcionamento do carro e deixar de substituí-lo quando necessário
pode resultar em alguns mais reparos caros futuramente. A quantidade deste líquido também é medida
por um indicador. O motor deve estar em execução ao fazer este procedimento. Se o nível de líquido
cai abaixo do limite “aceitável”, deve-se colocar mais fluido de transmissão no motor do veículo.

Refrigeração:

Este suprimento deve ser verificado regularmente, e se o nível no reservatório que contém esse líquido
estiver baixo, em seguida, a adição de maior quantidade de refrigerante é algo indicado. Um suprimento
anticongelante deve ser usado durante o tempo extremamente frio, já que o uso de água pura pode dar
resultados ineficazes.

Rodas:

Verifique a pressão dos pneus, pelo menos uma vez por semana. Compre um calibrador de pneus
simples, então é só colocá-lo na haste da válvula para obter uma leitura. A quantidade de pressão nos
pneus deve estar calibrada, sendo que a baixa pressão é perigosa porque pode causar perda de con-
trole e explosões. É preciso também verificar se os pneus apresentam desgaste desigual.

É também importante trocar as pastilhas de freio regularmente.

Filtro De Ar E Bateria:

Outros dois fatores importantes a verificar são o filtro de ar e a bateria. A bateria durará geralmente
cerca de cinco anos ou mais. É ideal checar a bateria para ver se há alguma corrosão em torno dos
cabos da bateria ou da própria bateria.

O filtro de ar é o que mantém o ar que corre através do motor totalmente limpo. O filtro pode ficar muito
sujo, e substituí-lo vai fazer com que o carro funcione melhor. Muitas vezes, o filtro de ar está em uma
caixa de plástico perto da frente ou no meio do motor com um ou dois fixadores para mantê-lo fechado.

Manutenção Preventiva Sistemática

Pode-se atingir o nível de falha zero em equipamentos e máquinas, mas não podemos fazê-lo sem
estratégias bem pensadas de manutenção preventiva sistemática. Quando uma máquina inicia um
turno de produção, ela deve funcionar sem interrupção, não quebrar e não ocasionar uma parada não
programada.

Gestores de equipamentos bem-sucedidos sabem que a sua organização deve reduzir avarias nas
máquinas e melhorar a confiabilidade. Programas de manutenção devem ser completos, envolvendo
reparos e reformas realizados conforme os padrões de qualidade rigorosos, e as decisões de substitui-
ção necessitam de serem programadas para garantir que a frota seja tão confiável quanto possível.

Bons gerentes enfatizam a prevenção sistemática em vez de “remediar”, e entendem que as ações de
manutenção preventivas sistemáticas tomadas antes da falha apresentam uma relação de custo-bene-
fício mais eficaz, é menos prejudicial ao andamento da produção e mais fácil de gerenciar do que as
ações de reparo tomadas depois que a máquina quebrou, permitindo definir melhor o tempo e o local
para o reparo urgente.

Por outro lado, muitos acreditam que a substituição de componentes e a adoção de medidas antes da
falha é uma coisa conservadora e dispendiosa de fazer. Se um componente é programado para funci-
onar 5.000 horas, por que o substituís com 4.500 horas de uso? Reparos são fáceis, se a máquina está
quebrada, isso precisa ser corrigido no mesmo momento. Tudo o que é necessário fazer é gastar a
quantidade necessária de horas de forma tão eficaz quanto possível sob condições de crise.

A Pior Coisa Sobre A Reparação É O Dano Colateral Causado Pela Avaria.

Um rolamento de “X” reais pode arruinar um componente de transmissão de “2X” reais, uma mangueira
de 100 reais pode causar uma perda de R$ 2.000 em produção. Custos colaterais são extremamente

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

difíceis de medir. Eles não aparecem nos relatórios de custos e muitas vezes é objeto de debate. Inde-
pendentemente disso, não há dúvida de que eles existem e que têm um enorme impacto sobre o custo
final e a produtividade.

A manutenção preventiva é definida como aquelas ações que são tomadas antes da falha, a fim de
prevenir falhas ou prolongar a vida útil do equipamento ou componente. A manutenção preventiva, em
primeiro lugar, exige disciplina. A rotina das ações sistemáticas é definida em listas de verificação de
manutenção; o tempo é definido pelo ciclo de manutenção, e o trabalho é realizado de acordo com um
cronograma pré-determinado. Gastos podem ser vistos como um investimento e não como um custo.
Sem a manutenção preventiva eficaz, uma empresa realmente não pode esperar por sucesso. Na me-
dida de reparo antes da falha, as ações são executadas para substituir os componentes antes de per-
derem sua confiabilidade.

A necessidade de gerenciar os custos dos equipamentos, sem sacrificar a confiabilidade, faz com que
os gestores de equipamentos se esforcem para implementar um programa de manutenção mecânica,
que se concentra no reparo antes da falha e faz a ponte entre a manutenção preventiva e a manutenção
corretiva ou reparação. É preciso ter coragem e um firme compromisso com a excelência na gestão de
máquinas e equipamentos.

Software De Manutenção Preventiva

Software de manutenção preventiva trabalha em diversas maneiras, dependendo do que está sendo
mantido, mas a maioria dos tipos de software de manutenção preventiva opera nos mesmos princípios.
A principal diferença entre os modelos de software de manutenção preventiva para diferentes indústrias
é o bem ou o equipamento que está sendo submetido à manutenção. O conceito básico por trás da
manutenção preventiva para um automóvel e uma máquina industrial é geralmente o mesmo.

A faixa de preço para o software de manutenção preventiva varia de acordo com seu uso. Os programas
podem custar cerca de R$ 400,00 para alguns ativos de software pessoal até R$ 100.000,00 ou mais
para softwares utilizados em instituições e empresas de grande porte, bem como em indústrias. Embora
grande parte da programação de manutenção preventiva seja automática e computadorizada, ainda é
importante que as pessoas estejam interadas sobre os aspectos físicos da manutenção, como substi-
tuição de peças antigas, sempre seguindo as recomendações do software.

A manutenção preventiva (MP) é definida como o trabalho planejado feito em um sistema para identifi-
car e corrigir quaisquer avarias que ocorram antes que se tornem grandes problemas. O conceito de
manutenção preventiva se aplica a muitos setores diferentes. A manutenção preventiva é feita muitas
vezes em prédios, vários tipos de máquinas, computadores e demais bens.

Um exemplo comum de manutenção preventiva é um carro que precisa ter seu óleo trocado. Normal-
mente, isso é feito quando o carro está em boas condições de funcionamento para evitar quaisquer
problemas futuros decorrentes do uso de óleo já velho e contaminado.

No passado, a manutenção preventiva era realizada exclusivamente por equipes especializadas e com
uso de instrumentos específicos, mas a tecnologia recente propiciou que os computadores pudessem
gerenciar grande parte do processo. Programas de computador podem agendar a manutenção e enviar
alertas para os funcionários, avisando sobre quando o trabalho é necessário. Outro nome para software
de manutenção preventiva é de software de gestão de manutenção (CMMS).

Estes são programas de software que permitem aos usuários identificar e corrigir problemas potenciais.
Algumas aplicações comuns para a manutenção preventiva envolvem equipamentos médicos, equipa-
mentos de informática, máquinas industriais, instalações correcionais e bens pessoais.

Reflexos Do Planejamento De Manutenção Predial

Consoante preconiza a norma NBR 5674/99 da ABNT - Manutenção em Edificações é o conjunto de


atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de
suas partes constituintes de atender as necessidades e segurança de seus usuários.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Também se pode entender a Manutenção em Edificações como o conjunto de atividades técnicas,


operacionais e administrativas que garanta o melhor desempenho da edificação para atender as ne-
cessidades dos usuários, com confiabilidade e disponibilidade, ao menor custo possível, consoante
definição do livro "Técnicas de Inspeção e Manutenção Predial" editado pela PINI em 2006.

Tais definições destacam o caráter técnico da atividade para o bom desempenho funcional e o caráter
humano para atender as necessidades dos usuários.

Assim sendo, a ausência ou falhas da manutenção predial podem prejudicar o bom funcionamento ou
até mesmo impedir a utilização da edificação, nos casos mais graves, afetando diretamente os usuá-
rios, trazendo graves prejuízos. Porém, a cultura da manutenção é incipiente no Brasil, sendo raros os
prédios que recebem os serviços adequados dessa atividade.

Tipologias E Procedimentos

A manutenção se desenvolve basicamente através de dois tipos de procedimentos:- corretivos e pre-


ventivos.

A manutenção corretiva é aquela efetuada após a falha (não planejada) ou do desempenho inferior a
uma condição mínima (planejada), enquanto a preventiva baseia-se em critérios pré-determinados para
evitar a falha.

A manutenção preventiva pode ser preditiva quando se baseia na análise da evolução de um sintoma
ou de uma degradação, cujo maior exemplo é a substituição de lâmpadas pouco antes do final da vida
útil, e, finalmente a preventiva detectiva, quando desenvolvida por meio de ensaios para apurar falhas
ocultas.

O planejamento dos serviços de manutenção requer a elaboração de uma previsão detalhada dos mé-
todos de trabalho, ferramentas e equipamentos necessários, condições especiais de acesso, crono-
grama de realização e duração dos serviços de manutenção, consoante recomendações da norma de
Manutenção de Edificações - NBR- 5674/99 da ABNT.

O planejamento deve ser definido em planos de curto, médio e longo prazos, de maneira a:

coordenar os serviços de manutenção para reduzir a necessidade de sucessivas intervenções;

b) minimizar a interferência dos serviços de manutenção no uso da edificação e a interferência dos


usuários sobre a execução dos serviços de manutenção;

c) otimizar o aproveitamento de recursos humanos financeiros e equipamentos.

O tipo de planejamento predial, representado pela previsão detalhada dos métodos de trabalho a ser
implantado na edificação, depende do objetivo pretendido, verba disponível e de informações para ser
corretamente elaborado.

Assim sendo, deve-se fazer o levantamento das informações da edificação, recomendando-se deter-
minar as seguintes condições:-

Técnica
< tipo do imóvel (residencial, comercial, industrial, serviços, etc)
< idade (real, aparente, de utilização, etc)
< padrão construtivo (baixo, médio, fino, etc)
< áreas (construída, útil, privativa, comum, etc)
< utilização (habitada, em uso, etc)
< funcionamento (horários, população fixa e temporária)
< equipamentos (relações, especificações, etc)
< anomalias construtivas e desempenhos

Operacional
< procedimentos de rotina e serviços;
< controles;
< registros;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Administrativa
< tipologia da manutenção (corretiva, preventiva, detectiva, preditiva, etc)
< nível de confiabilidade
< nível de disponibilidade
< equipe e treinamento
< diagnóstico técnico atualizado
< documentação disponível
< custos

Definidos os objetivos e a verba disponível para a manutenção pode-se implantar o tipo de planeja-
mento mais adequado para a edificação, com base nas seguintes metodologias:-

< conservador - parâmetro exclusivamente técnico - baseia-se na vida útil - número de horas de funci-
onamento de cada sistema e equipamento;

< arrojado - baseia-se na combinação de parâmetros técnicos da edificação e econômicos da atividade


empresarial. Exemplo típico são as eventuais prorrogações dos prazos de manutenção recomendados
pelos fabricantes, pois o menor tempo na operação é compensado pelo ganho gerado pelo negócio
nesse prazo, que transforma o "prejuízo" da redução de vida útil em maior ganho empresarial.

Falhas Do Planejamento Da Manutenção

As falhas da manutenção incidem nos aspectos técnicos, operacionais e administrativos, porém, a


maior delas consiste na ausência ou impropriedade do plano de manutenção predial.

O plano de manutenção deve conter, no mínimo, o método de trabalho, a verba disponível e o objetivo
pretendido, pois tais fatores são essenciais a qualquer atividade que se pretenda bem-sucedida. Tal
qual o vôo de aeronave, o desconhecimento do modo de pilotar (método), do combustível disponível
(verba disponível) e do destino (objetivo), em geral, resultam em catástrofe, o mesmo se diga com a
manutenção sem plano.

O funcionamento da edificação sem plano de manutenção é precário e temerário. Precário, pois a dis-
ponibilidade de uso costuma ser comprometida pelas constantes paralisações de equipamentos (ele-
vadores, bombas de piscina, interfones, etc), redução do desempenho condominial (falta de água e luz,
etc) e desconfortos (entupimentos, sujidades em paredes, etc). Temerário, pois a segurança sempre
fica comprometida quando a manutenção falha, exemplo do mau funcionamento dos elevadores, for-
necimento de água contaminada, vazamento de gás e outras mazelas.

Porém, apesar da importância da manutenção predial, lamentavelmente, grande parcela das edifica-
ções brasileiras não possui qualquer plano de manutenção, devido à falta dessa cultura condominial
na administração predial. Muitos consideram como despesa qualquer atividade de manutenção, princi-
palmente aquelas preventivas, desconhecendo que a ausência ou falha de manutenção redunda, inva-
riavelmente, em desvalorização e redução da vida útil da edificação. De se registrar que a verba média
necessária à manutenção predial gira em torno de 1% (um por cento) ao ano do custo total da edifica-
ção.

Tal valor deveria ser acrescido ao montante da verba anual de despesas usuais do condomínio (paga-
mentos de impostos, salários, insumos de limpeza, etc), que também fica em torno de 1% (um por
cento), ou seja, a estimativa média do valor da taxa de condomínio no Brasil é a metade do que deveria
ser, caso se incluísse a verba destinada à manutenção predial.

A principal falha de planejamento na manutenção predial, portanto, é a ausência de qualquer previsão


orçamentária na taxa condominial, com graves conseqüências para a manutenção de longo prazo.

Análise De Necessidades Para Os Serviços De Manutenção Predial

O edifício sede da ALC (Área de Livre Comércio) de Boa Vista/RR, no estado de Roraima, foi concluído
em agosto de 2015, para substituir o antigo prédio que até então servia à SUFRAMA. E durante todo
esse tempo foram alternados dois momentos: vigência de contrato de manutenção predial preventiva
e corretiva e atualmente, de ausência de qualquer serviço de manutenção. Apesar de ser, faz-se ne-
cessário o estabelecimento de um contrato de manutenção preventiva e corretiva para manter o edifício
em perfeito estado de conservação e em pleno funcionamento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Considerando que os serviços de manutenção são imprescindíveis e de natureza contínua. Ademais,


existem fatores diversos que influenciam na preservação da edificação, fatores esses que vão desde o
envelhecimento natural do prédio até a deterioração por acidentes, acompanhados pela dinâmica cres-
cente de modernização e desenvolvimento tecnológico, e, considerando-se também as necessidades
dos usuários, é necessária a contratação de empresa especializada para prestação de serviços de
manutenção predial, garantindo a disponibilidade e o desempenho dos sistemas prediais através de
serviços de reparos, manutenções, avaliações de funcionamento com constante substituição de com-
ponentes defeituosos, entre outros, com a finalidade de se resguardar-se de interrupções não previstas
nas atividades da ALC de Boa Vista/RR.

Desenvolvimento

De acordo com IBAPE/SP – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo
(2005) as anomalias construtivas e descuidos com a manutenção predial são causadores de danos
pessoais e materiais significativos, tanto aos usuários e proprietários das edificações, como a socie-
dade em geral, devido à deterioração urbana que favorece o crime, afasta o turismo e reduz a auto-
estima dos cidadãos.

Na oportunidade da visita foi constatado que o prédio, segundo a tabela de depreciação de Heidecke,
enquadra-se no quesito de novo em relação ao estado de conservação, sendo necessários os serviços
de manutenção predial apenas para minimizar os efeitos da deterioração ao longo dos anos possibili-
tando uma maior vida útil.

Figura 1- Prédio Sede da Alc-Boa Vista (2015)

Desabamentos, incêndios, quedas de marquises e fachadas, vazamentos, infiltrações e tantas outras


mazelas provenientes dos descuidos com as edificações podem ser evitadas com medidas preventivas,
simples, de longo prazo, através de um planejamento que se inicia com a inspeção predial, para a
posterior implantação do plano de manutenção, que garante a boa performance do prédio, a segurança
e conforto dos seus usuários. (IBAPE/SP – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia
de São Paulo, 2005).

Foram realizados levantamentos da situação, registros fotográficos, análises e medições, visando agru-
par todos os elementos necessários para a elaboração do Projeto de Manutenção.

Atualmente a área de manutenção existe para que não haja manutenção, ou ainda, o trabalho da ma-
nutenção atual está sendo enobrecido e cada vez mais as equipes devem estar qualificadas e prepa-
radas para evitar as quebras ou falhas e não mais para corrigi-las, porem para que uma empresa al-
cance sucesso na administração das áreas de manutenção é necessário que efetuemos uma manu-
tenção profunda de mentalidade e postura. (Arcuri, Cabral e Kardek, 2002).

Levantamento De Necessidades

Observando os itens descritos no Art. 12 da Lei 8.666/93:

Segurança;

funcionalidade e adequação ao interesse público,

economia na execução, conservação e operação,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço,

adoção de Normas Técnicas,

avaliação de Impacto Ambiental.

O programa de necessidades foi dividido em três áreas para sistematizar e entendimento dos serviços
e ações propostas, contendo recomendações, soluções e ações necessárias.

Parte Da Construção Civil

O Prédio apresenta atualmente boas condições estruturais não necessitando de reparos, porém se
fazem necessárias as manutenções recorrentes, em virtude do seu uso e do desgaste causado em
função do tempo e das características ambientais ao qual está disposto.

Salienta-se que na última visita técnica realizada em 15/08/2016 foi observada a existência de pontos
de infiltração e vazamentos que chegaram a danificar o forro de gesso em alguns ambientes.

Figura 2 – Vista interna do prédio (2015)

Superestrutura

O edifício é novo e não apresenta problemas relacionados à estrutura, contudo se faz necessário con-
templar materiais para correção de problemas que são os mais usuais em obras de concreto.

Recomendação: Reservar materiais para correções de problemas de estruturais de pequenos portes,


tipo fissuras e trincas, utilizando materiais tais como: grout, cal hidratada, areia e cimento.

Instalações Hidrossanitária

Tubulações em boas condições, porem os materiais possuem grande desgaste e têm fácil possibilidade
de serem danificados.

Recomendação: Prever os materiais para possibilitar a troca em caso de danos, tais como: tubulações
das diversas bitolas, conexões, registros, materiais acessórios, limpeza da fossa, desinfecção e lim-
peza do reservatório superior e poço artesiano.

2.2.3 Fechamentos

As divisões de ambientes e layout já estão adequadas à utilização do edifício por parte dos servidores
as SUFRAMA, sendo construído em alvenaria de meia vez com chapisco reboco e emboça composto
de areia e cimento acrescido de cal.

Recomendação: Devido à possibilidade de futuros ajustes e visando atender pequenos reparos inclu-
são de materiais: cimento, areia, aditivo de argamassa, cal e madeiramento.

Pisos E Revestimentos

Os pisos e revestimentos encontram-se em estado de conservação novo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Recomendação: Prever revestimento de parede, azulejo e piso, argamassa, rejunte, soleiras e vergas
para substituição em caso de dano.

Esquadrias

As esquadrias externas encontram-se em bom estado de conservação, porém é necessária a previsão


de materiais visando a manutenção do prédio.

Recomendação: Antever os materiais necessários as correções, tais como: Gonzo, fechaduras, vidros,
perfis metálicos, solda e soldador.

Louças E Metais

As louças e metais encontram-se em estado de conservação novo.

Recomendação: Prognosticar materiais para substituição em caso de dano, tais como: torneira de pia,
pia, vaso sanitário, sifão, engate e válvulas.

Equipamentos

Devido à natureza de reforma e inspeção continua se faz necessário acessar telhado e locais de tra-
balhos em altura. Observar a manutenção preventiva do poço artesiano e da bomba submersa.

Recomendação: Indicar no orçamento andaime e equipamentos de EPI, com as devidas obediências


às normas e leis vigentes; Prever a possibilidade de recuperação e troca da bomba submersa.

Pinturas

O prédio foi completamente pintado e encontra-se em bom estado de conservação na parte de pintura.

Recomendação: Fazer um rodízio de áreas com retoques de pinturas para garantir a integridade e
manutenção da pintura ao longo do ano, reservando materiais: tinta, selador, zarcão, massa acrílica,
massa PVA, gesso, pinceis e trinchas.

Cobertura E Telhado

A sede possui alguns pontos de infiltração causados pela chuva.

Recomendação: devido o alto índice pluviométrico da localidade, prever: Telhas novas, Madeiramento,
pregos, cumeeira e flange.

Impermeabilização

As áreas molhadas e expostas a umidades estão impermeabilizadas.

Recomendações: devido o alto índice pluviométrico da localidade, prever: manta asfáltica, aditivo im-
permeabilizante, membrana flexível polimérica e veda calha e massa de vedação.

O tipo de planejamento predial, representado pela previsão detalhadas dos métodos de trabalho a ser
implantados na edificação, depende do objetivo pretendido, verba disponível e de informações para ser
corretamente elaborados. (Gomide, Neto e Pujadas, 2006).

Instalações Elétricas

A manutenção preventiva se faz necessário para um acompanhamento do equilíbrio de cargas, rea-


perto de contatos, verificação da resistência da malha de aterramento, instalação dos aparelhos tipo
split, verificação da qualidade da energia fornecida pela concessionária e demais atividades que con-
tribuem para o perfeito funcionamento dos aparelhos eletroeletrônicos, observando os preceitos e o
preconizado na NBR 5410:2004, corrigida em 2008, e da NR 10 – que trata da Segurança em Instala-
ções e Serviços em Eletricidade.

De acordo com estatísticas do corpo de bombeiros (2007), no estado de São Paulo as instalações
elétricas são a segunda maior causa de incêndios.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Associam-se as condições encontradas falta de manutenção das condições básicas de segurança e


preservação, bem como a manutenção recorrente, além dos riscos de incêndio no prédio.

Todo o cabeamento elétrico, caixas de passagem, luminárias e alimentação foram instalados recente-
mente, inclusive a malha de aterramento.

Recomendação: Reservar materiais de cabeamento, caixas, luminárias, conectores e fio de cobre, para
possibilidade troca em caso de danos com curto-circuito na rede elétrica.

Entrada De Energia Elétrica Polifásica E Malha De Aterramento

Realização de medições e ações periódicas de manutenção das fases do quadro de distribuição de


entrada de energia elétrica bem como do transformador, necessitando de um acompanhamento perió-
dico quanto à medição e verificação dos contatos elétricos, evitando o aquecimento e maus contatos,
e conseqüentemente minimizando o risco de incêndio e surtos na instalação.

Lâmpadas

Realização de contratação de empresa especializada de manutenção preventiva e corretiva, bem como


a troca de peças e equipamentos que podem falhar ao longo do uso, dando preferência às lâmpadas
LED, visando à economia de energia e desgastes do cabeamento.

Iluminação Externa No Entorno Do Terreno

Constar nos serviços em manutenção predial preventiva e corretiva, visando garantir a segurança no-
turna, preservação dos bens e patrimônio da Autarquia, e dos servidores e colaboradores alocados da
ALC de Boa Vista/RR.

As soluções apresentadas para estes itens contribuirão para a não deterioração em maior grau dos
equipamentos eletroeletrônicos, a segurança e o conforto dos servidores, prestadores de serviço, de-
vendo para isso serem observados e providenciando o perfeito funcionamento das luminárias com pre-
visão de lâmpadas e substituição de algumas em caso de dano irreversível, observados os preceitos
da NR 10 – que trata da Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

Instalações Mecânicas

Foi previsto no contrato de manutenção a instalação dos equipamentos de refrigeração por empresa
de manutenção preventiva e corretiva especializada, respeitando o equilíbrio das cargas no quadro
elétrico, bem como sua manutenção durante o tempo de uso que está incluso no período do contrato
de manutenção do Termo de Referência.

Devem constar no orçamento os materiais usuais a serem utilizadas nos reparos e manutenção pre-
ventiva dos equipamentos das centrais de ar condicionado.

Deve-se contemplar conserto que se fizer necessário para o correto e contínuo funcionamento, bem
como limpeza dos condicionadores e evaporadores, observando as recomendações de instalação con-
tidas no Manual de Instalação, Operação e Manutenção e as normas pertinentes aos serviços, cons-
tando no termo de referencia uma lista de materiais utilizados nos consertos das centrais de ar condi-
cionados.

Instalações De Combate À Incêndio

As instalações de combate à incêndio são compostas por um hidrante localizado na parte externa do
prédio e por extintores de incêndio que estão recarregados e dentro do prazo de validade.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Figura 3 – Extintores de incêndio (2015)

Recomendação: Prever materiais de reposição em caso de peças danificadas como mangueiras de


incêndio, esguicho, chave storz de manobra, adaptadores storz, união de engate rápido, sinalizações
de emergência, extintores de incêndio, etc…

Figura 4 – Armário para mangueira de incêndio (2015)

Conclusão

Pelas descrições acima, apresenta-se as necessidades de serviços e matérias, justificando-se a ne-


cessidade de estabelecimento de um contrato de manutenção preventiva e corretiva no prédio da ALC
de Boa Vista/RR, visando o prolongamento da vida útil do imóvel, preservação do patrimônio, melhoria
na estética da unidade, proporcionando melhores condições de trabalho e maior segurança aos funci-
onários e ao público, atendendo os requisitos mínimos contido nesse programa.

Salienta-se que a manutenção deve-se atuar independente de estado de conservação do imóvel, pois
tem como finalidade proporcionar conservar a estrutura e funcionalidade existente.

Acrescenta-se que a periodicidade e definição das manutenções preventivas e corretivas devem fazer
parte do Termo de referencia. Os atendimentos da manutenção, dos extintores de incêndio devem
contar em orçamento para propiciar a segurança necessária ao bom funcionamento da repartição pu-
blica.

Como Mencionado No Presente Estudo, Foram Observados Os Requisitos Das Normas Técnicas Da
ABNT/NBR Pertinentes.

Tipos De Manutenção Industrial: Corretiva, Preventiva E Preditiva

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, define a manutenção como: “a combinação de


ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item
em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida”.

Há tempos que a manutenção deixou de ser uma atividade de apoio e passou a fazer parte da estraté-
gia de custos e gestão de ativos de uma empresa. Mesmo que ainda não seja exatamente comum, o
PCM ou planejamento e controle da manutenção, tem uma função desejada por qualquer organização:
a confiabilidade.

Confiabilidade é um conceito qualitativo que é transformado pela manutenção em dados quantitativos.


Através dos tipos de manutenção corretiva, preventiva e preditiva, planeja-se uma estratégia que visa
o aproveitamento ótimo dos equipamentos e máquinas.

Manutenção Corretiva

A mais comum das manutenções é a corretiva. É a mais simples também, pois se trata de “quebrou,
consertou”. Podemos dizer que é dividida em:

Manutenção corretiva urgente: é aquela conhecida situação de “apagar incêndios”, onde a máquina ou
equipamento quebrou e a manutenção (conserto) precisa ser feito mais rapidamente possível.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Manutenção corretiva programada: é quando a máquina quebra, mas sua manutenção será feita de
forma programada. É feito um planejamento após a quebra e o equipamento então ficará em pane até
a data prevista.

Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva está relacionada com periodicidade. Faz-se um planejamento da manutenção


levando-se em conta dados estatísticos de uso da máquina ou equipamento.

Indicado principalmente quando existe um desgaste contínuo. Seguindo as instruções do fabricante, a


manutenção vai ocorrer naquele ponto de desgaste limite – e com segurança – antes da quebra ou
falha.

Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva alcançou popularidade ao mostrar um caminho diferente dos outros dois tipos.
Ela tem como filosofia a monitoração dos equipamentos continuamente.

Essa monitoração é feita através tanto de aparelhos e instrumentação como também com os próprios
sentidos humanos. Exige maior conhecimento do profissional que através de análises térmicas, de óleo,
entre outras, consiga “sentir” o que está acontecendo.

Pode ser uma vibração anormal, um som diferente do normal ou um encaixe fora do lugar. Aliada da
tecnologia que capta as sutilezas no monitoramento, a manutenção preditiva tem seu uso mais fre-
quente em casos críticos de equipamentos essenciais à um sistema.

Conclusão

Não existe uma receita de bolo perfeita para escolher o tipo de manutenção ideal. Na maioria das vezes
a melhor estratégia é utilizá-las em conjunto e de acordo com cada situação. À primeira vista pode-se
pensar que a manutenção preventiva seja a ideal. Mas não, nem sempre. Pois quando seu custo for
maior que a corretiva, por exemplo, no final das contas, ela será a mais custosa. A decisão correta virá
de uma análise constante e da modelagem da confiabilidade.

Os tipos de manutenção devem ser vistos como opções específicas para cada caso. Ela adquire um
lugar estratégico quando deixa de ter apenas eficiência, e passa a ter eficácia.

Os 6 Tipos De Manutenção Na Indústria

Por Que Fazer Manutenção?

Com o tempo, cada parte da máquina ou equipamento sofre desgastes durante a operação. Estes
desgastes podem ser dos mais diversos tipos como: abrasão, corrosão, erosão, envelhecimento, con-
taminação, dano, erro de funcionamento, etc. Os desgastes possuem um limite em cada equipamento
e toda vez que este limite é ultrapassado, o equipamento quebra. A única atividade que é capaz de
corrigir estas condições é a manutenção, que consegue restaurar os desgastes e condição inicial dos
equipamentos, mantendo os mesmos em níveis satisfatórios que garantem a operação da planta.

Em uma indústria de processo contínuo, a manutenção torna-se crítica porque uma pausa no processo
custa muito dinheiro, uma vez após a quebra do equipamento, leva-se um tempo considerável para
restabelecer o ciclo do processo. Em muitos casos ainda, durante o restabelecimento, consome-
se muita matéria-prima sem produzir nada. Como exemplo, podemos citar o combustível que é consu-
mido pelo gerador de vapor durante a operação de arranque de uma central de energia que não gera
até que a qualidade exigida de vapor gerada esteja ideal para a geração de energia.

Objetivos Da Manutenção

Os diferentes tipos de manutenção, apesar de se diferenciarem nos seus aspectos, possuem alguns
objetivos comuns, dentre os quais podemos citar:

Assegurar a disponibilidade de equipamentos com qualidade nos serviços;

Corrigir eficiências perdidas de forma a proporcionar o menor custo de produção;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Garantir a segurança de equipamento operacional e a segurança das pessoas que trabalham na em-
presa.

Os 6 Tipos De Manutenção

Tradicionalmente, podemos elencar 6 tipos de manutenção, que se diferenciam pela natureza das ati-
vidades, que por sua vez podem ou não ser planejadas. Na Figura abaixo, podemos ver como os tipos
de manutenção são definidos.

Figura 1 – Os tipos de manutenção

Manutenção Preventiva (PM)

A manutenção preventiva, dentre os tipos de manutenção, se destaca por manter o nível dos equipa-
mentos, programando intervenções periódicas a fim de reduzir as deteriorações dos equipamentos.

A manutenção preventiva combina os métodos com base no tempo e nas condições para manter o
equipamento funcionando e a partir das intervenções ela consegue manter o desempenho dos materi-
ais estruturais, previne a corrosão, a fadiga e outras formas de deterioração.

Uma característica importante deste tipo de manutenção é que a inspeção ou intervenção no equipa-
mento é feita periodicamente mesmo que ele não problemas.

Manutenção De Parada (BM)

A manutenção de parada também é chamada de manutenção por melhoria ou prevenção de manuten-


ção. São paradas ou grandes paradas de equipamentos que tem como objetivo fazer com que os mes-
mos atinjam o estado de novo. São feitas revisões e reparos em todos os itens de forma a assegurar,
com alta probabilidade, um bom desempenho do equipamento por um longo período de tempo.

Manutenção Corretiva (Mc)

O conjunto de atividades destinadas a corrigir defeitos encontrados em diferentes equipamentos é a


característica da manutenção corretiva, onde ela começa com os usuários ou operadores do equipa-
mento relatando defeitos e comunicando ao planejamento do departamento de manutenção, que que
por sua vez, providencia um técnico especializado para fazer a correção devida do problema.

Manutenção De Quebra (MQ)

Diferentemente do tipo de manutenção planejada, a manutenção de quebra, está entre os tipos de ma-
nutenção onde não há planejamento de atividades. Isto significa que o intuito é deixar o equipamento
operar até o mesmo quebre para então consertá-lo. A manutenção de quebra é aplicada quando as fa-
lhas não afetam significativamente a operação, produção ou não geram qualquer perda financeira.

Manutenção Baseada No Tempo (TBM)

A manutenção baseada no tempo consiste na inspeção visual, lubrificação, limpeza do equipamento e


na substituição de peças para prevenir as falhas repentinas e os problemas de processo. Estes tipos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

de manutenção geralmente não exigem especialização, podendo ser realizadas pelos próprios opera-
dores mediante um treinamento básico. No TPM, ela faz parte das atividades de manutenção autô-
noma e da manutenção especializada.

Manutenção Baseada Nas Condições (CBM)

Como implica o próprio nome, a manutenção baseada nas condições é desencadeada pelas condições
reais do equipamento mais do que pela transcorrência de um intervalo de tempo predeterminado. A
principal ferramenta utilizada aqui é a manutenção preditiva e ela consiste em coletar e reportar infor-
mações que se baseiam em certos valores conhecidos dos equipamentos.

Alguns exemplos são: coleta da temperatura através de termografia, análise da vibração através da
utilização de acelerômetros e análise da qualidade do óleo em laboratórios. Com o monitoramento
constante, é possível intervir nos equipamentos assim que as variações são detectadas, de forma a
corrigir as falhas antes que o equipamento quebre. Estes tipos de manutenção exigem conhecimentos
técnicos avançados da equipe e geralmente é terceirizado por empresas especialistas em cada seg-
mento.

Como Encontrar, Dentre Os Diferentes Tipos De Manutenção, A Ideal?

Devido aos vários tipos de manutenção, algumas pessoas tem a dificuldade de especificar qual a ideal
para cada equipamento. A dica é: Não podemos pensar em somente uma forma de manter o equipa-
mento e sim tentar mesclar os tipos de manutenção de forma a encontrar a relação ideal de custo e
benefício para cada máquina.

Assim, para um motor em particular, nós podemos aplicar a lubrificação (manutenção preventiva perió-
dica) e se for um equipamento muito importante em que a produção dependa dele, podemos gastar um
pouco mais e monitorar a vibração e a temperatura (manutenção preditiva ou baseada nas condições).

Nós podemos também planejar uma parada anual para este motor e nesta ocasião, fazer todas as
revisões e reparos necessários (manutenção de parada e manutenção corretiva). Por outro lado, caso
este motor não for importante para a produção, como por exemplo o motor do exaustor que quando
quebra, causa somente o desconforto de menor ventilação no ambiente, a equipe pode simplesmente
deixar ele operar até quebrar (manutenção de quebra).

No final das contas, você pode perceber que a mistura mais adequada dos tipos de manutenção será
ditada por razões rigorosas relacionadas com o custo das perdas de produção que podem ocorrer em
uma parada, o custo deste reparo e o impacto no ambiente, na segurança e na qualidade de um produto
ou um serviço, entre outros. Veja que são vários os fatores que podem interferir e realmente deve-se
ter uma análise detalhada caso a caso. Algumas ferramentas como planilhas de priorização podem ser
aplicadas, mas vou deixar está assunto para outro post.

Manutenção de compressores

Um compressor é um tipo de equipamento industrial com a finalidade de aumentar a pressão de um


fluido em estado gasoso, podendo ser constituído em vários modelos, como compressores rotativos,
de parafusos, parafusos duplos, simples, herméticos, semi-herméticos, de palheta, entre outros. A ma-
nutenção dos compressores feita de forma periódica garante o bom funcionamento dos equipamentos,
por isso, os compressores devem ser planejados de forma a facilitar a manutenção e instalação das
peças.

Muitas empresas contam com equipes de técnicos de manutenção especializados em fazer a manu-
tenção preventiva e corretiva em compressores dos fabricantes Atlas Copco, Wayne, Sabroe, Sullair e
Ingersoll Rand. A manutenção de compressores garante a mínima paralisação do equipamento, ou
seja, o compressor pode funcionar a pleno vapor, mantendo a continuidade da produção.

A manutenção de compressores de ar comprimido, tanto nos compressores de ar usados quanto nos


novos, deve sempre ser feita por profissionais e empresas qualificadas que possam dar garantias do
serviço prestado.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Os compressores de ar não são apenas convenientes ferramentas que usamos em ambientes domés-
ticos, comerciais ou industriais, mas são investimentos, e para tirar o máximo proveito deste investi-
mento, é preciso manter adequadamente o equipamento. Aqui estão algumas dicas fáceis de aplicar
na manutenção de um compressor fazendo com que ele possa ter sua vida útil prolongada.

Primeiro, limpe todas as aberturas de admissão. Esta é uma das coisas mais importantes que se pode
fazer para manter corretamente o funcionamento da máquina. Poeira e partículas no ar causam estra-
gos no equipamento por gerar entupimento dos canais de abertura.

As mangueiras são como artérias dos compressores – sem elas o equipamento pode não funcionar
corretamente. Verifique as mangueiras periodicamente e observe todos os pontos possíveis de racha-
duras ou dobras. Encontrando-se alguma, deve-se substituir as mangueiras imediatamente ou pode se
acabar arriscando colocar uma tensão desnecessária na máquina.

Tire toda a umidade dos tanques. A compressão de ar é um processo e durante este processo, a
máquina irá coletar a umidade. Isto é especialmente verdadeiro durante os meses de verão, quando o
clima é muito mais úmido, ou em uma região que experimenta durante todo o ano a umidade.

Todos os compressores de ar vêm com uma válvula especificamente para libertar o ar e a umidade do
tanque. Verifique semanalmente e escorra quando necessário. Esta é uma das coisas mais importantes
a fazer para manter seu equipamento e garantir uma vida longa a ele.

Se o compressor de ar especial utiliza o óleo, ele deve ser coberto antes de o utilizar. E, como em um
carro, se tem de trocar completamente o óleo com determinada periodicidade. A orientação geral é de
que o óleo deve ser trocado depois de 500 – 1000 horas de uso.

Manutenção da Bomba d’água

Como fazer manutenção Básica de sua Bomba d’água?

A grande maioria das residências possuem uma bomba d’agua, e como todo equipamento elétrico ou
mecânico, este também necessita de manutenção.

A quebra deste equipamento pode representar um grande incomodo, pois, na maioria dos casos a
motobomba é responsável pelo abastecimento do reservatório superior (caixa dágua).

Com uma simples atitude de se fazer a manutenção básica na motobomba uma série de problemas
podem ser evitados.

Tratamos este equipamento com o nome de Bomba, mas na verdade trata-se de um conjunto Moto-
bomba, ou seja, Motor (parte elétrica) e a Bomba (parte mecânica).

Aqui vamos abordar como fazer uma manutenção preventiva da bomba d’água.

Este é o tipo de manutenção mais importante. Ela é programada para ser feita de forma a prevenir
possíveis quebras no equipamento.

Manutenção Básica de Bomba d’Água – Parte Mecânica

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Fazendo a manutenção na bomba d’água, você a manterá sempre em bom estado, ou seja, com um
bom desempenho.

– Avaliação Visual da bomba d’água

Verifique o desgaste do equipamento, sua carcaça, fiação e tubulações.

Com o uso frequente da motobomba, sempre haverá alguma alteração nestes itens.

Corrija os defeitos.

– Desmontagem da Bomba d’água

Antes de desmontar a bomba é necessário se certificar de que você possui todas as ferramentas ne-
cessárias.

Tenha também à mão as peças mais comuns que trocamos na manutenção, como por exemplo: rola-
mentos, juntas e etc.

Desmonte a bomba, avaliando as condições de todas as peças.

A avaliação visual neste caso é fundamental, pois, a maioria das peças que estarão danificadas, irão
apresentar um defeito estético ou dificuldade em um funcionamento manual.

Em geral, quando desmontamos uma bomba d’água, trocamos todos os rolamentos, juntas e retentores
para evitar um problema futuro.

– Rolamentos

OBS : Verifique a numeração do rolamento no caso de uma possível troca .

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Verificação das Peças na manutenção da bomba d’água

Observe as condições da carcaça da motobomba, verifique possíveis corrosões ou alterações que po-
dem alterar o seu perfeito funcionamento.

– Verifique os anéis de vedação e o selo mecânico :

O anel de vedação, foto á esquerda, impede que vaze a água que está circulando sob pressão na
bomba (parte mecânica).

O selo mecânico é responsável pela vedação entre o eixo e a bomba, não permitindo que a água
penetre no motor .

Este selo é instalado entre o motor e o rotor.

– Verifique os rolamentos e sua lubrificação:

É necessário observar se os rolamentos estão com folga no eixo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Manualmente também, verifique se está fazendo algum barulho.

Atenção: a observação deste rolamento deve ser feita também antes de desmontar a bomba, pois, com
as rotações mais elevadas é mais fácil descobrir se o rolamento está com defeito.

Verifique as condições dos parafusos de fixação da carcaça:

Se os parafusos estiverem danificados, não haverá uma perfeita fixação do corpo da bomba, isso po-
derá acarretar problemas futuros.

Manutenção da Parte Elétrica da Bomba d’agua

Verifique toda a fiação ligada à bomba e observe as condições da mesma, pois, no caso de um curto
circuito, a bomba pode ser danificada.

Verifique também o contato do disjuntor e todas as emendas referente ao trecho de instalação.

Emenda da Fiação

Lembre-se que se trata apenas de uma manutenção básica.

No caso de um problema de maiores proporções, o equipamento deve ser encaminhado para um pro-
fissional habilitado a resolver o problema.

Se não tiver conhecimento para resolver o problema, não tente.

Pois, uma tentativa de conserto frustrada por parte do cliente pode elevar o preço da manutenção da
bomba.

Manutenção de caldeiras

Como sabemos, caldeiras são equipamentos geradores de energia que funcionam sempre sob alta
pressão, por isso são susceptíveis a falhas que, em casos mais graves, podem até ocasionar sérias
explosões.

Além do mais, qualquer empresa que fica parada em decorrência de alguma manutenção não realizada
na caldeira, impactará perda econômica que precisa ser evitada.Assim, para evitar que esses proble-
mas persistam é imprescindível que se faça uma eficiente manutenção de caldeirasbaseada na NR-13.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Importância da eficiência na manutenção de caldeiras

A manutenção de caldeiras representa um processo fundamental em todo tipo de empresa devido a


diversas razões que indicam o quão importante é a preocupação com este equipamento.

A primeira razão tem relação direta com a segurança das operações da empresa. Caldeiras trabalham
sempre sob alta pressão, por isso elas têm diversos sistemas de segurança que garantem o bom fun-
cionamento do equipamento. Entretanto, por falta de manutenção e inspeção preventivos, tais sistemas
podem não funcionar como devem, acarretando em problemas.

Outra razão relaciona-se com as paradas do equipamento devido a alguma falha que inviabiliza o uso
da caldeira. Este fato precisa ser evitado com uma boa manutenção de caldeiras, visto que qualquer
equipamento parado por falta de manutenção significará perda de dinheiro, comprometendo o dia a dia
das atividades e a geração de renda da indústria.

Ainda sobre a questão econômica, o investimento em bons equipamentos de caldeiraria costuma ser
bem alto, assim priorizar a manutenção de caldeiras significará fazer jus ao alto investimento, garan-
tindo que a caldeira irá trabalhar durante a sua vida útil sugerida pelo fabricante sem maiores proble-
mas.

Em virtude desses aspectos, manter a manutenção de caldeiras sempre em dia é imprescindível, pois
irá prevenir acidentes, gerar energia para a indústria sem longas interrupções e fazer valer o investi-
mento.

NR13 – Fundamental para garantir uma boa manutenção

Os aspectos anteriormente citados são evitados quando toda a operação das caldeiras é submetida à
NR-13, aprovada pela Portaria n° 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego.

Esta norma regulamentadora estabelece de forma clara e inequívoca os requisitos mínimos que preci-
sam ser atendidos pelas empresas para a gestão das caldeiras a vapor, vasos de pressão e suas
tubulações de interligação.

Estes requisitos relacionam-se aos aspectos relacionados às questões ligadas à instalação, inspeção,
operação e principalmente manutenção de caldeiras, visando maior segurança e saúde dos trabalha-
dores. Conhecer e cumprir as exigências da NR-13 é, sem dúvidas, a melhor forma de evitar sérios
problemas com caldeiras.

Para isso, a NR-13 indica que as medidas de segurança e um eficiente processo de manutenção de
caldeiras irão evitar a ocorrência de acidentes, além de eventos trágicos, causando ferimentos e até a
morte de trabalhadores.

Etapas relacionadas à manutenção de caldeiras

Para uma eficiente manutenção de caldeiras os profissionais designados a essa importante ação, de-
vem seguir o exigido pela NR-13. A partir disso, devem elaborar um plano de manutenção de caldeiras.

Neste plano devem ser descritos a periodicidade de manutenções, definição de instrumentos e siste-
mas de controle, além da atribuição de profissionais com competência legal para executar este tipo de
atividade.

Vale lembrar que estes profissionais devem receber treinamentos específicos quanto a aplicação da
NR-13, assim como sempre realizar cursos de reciclagem periodicamente.

Os responsáveis pela inspeção e manutenção de caldeiras precisam realizar várias tarefas fundamen-
tais. Neste sentido, alguns itens merecem atenção máxima, tanto que estão descritos como obrigatórios
na NR-13. A Secamaq realiza um PROJETO AÇÃO, onde realizam um plano de manutenção preventiva
e corretiva de caldeiras ‘in loco’, em vários clientes e também outras marcas de fabricante. É feito esse
serviço em todas as unidades frigoríficas de carnes da JBS.

As tarefas que não podem passar despercebidas durante a inspeção e manutenção de caldeiras são:

Inspeção dos cruzamentos de solda da fornalha;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA

Exame visual nos espelhos frontal e traseiro da caldeira;

Limpeza dos eletrodos tanto da garrafa de nível quanto do corpo da caldeira;

Verificação de toda a fiação elétrica;

Verificação do sistema de alimentação de água;

Verificação da saída de vapor;

Calibragem e manutenção de todos os dispositivos de segurança, como: válvula de segurança, manô-


metros, pressostatos, controladores de nível, indicadores de temperatura de gases da chaminé;

Manutenção no quadro elétrico;

Análise do estado de conservação da tubulação de água da caldeira, além da análise do tratamento da


água juntamente com o profissional competente;

Realização de testes nos sistemas de emergência.

Essas atividades são fundamentais e devem ser realizadas segundo o disposto no plano de manuten-
ção de caldeiras, garantindo a integridade do equipamento e dos trabalhadores.

Caldeiras industriais são uma grande aquisição e investimento para a empresa e, ao contrário das cal-
deiras domésticas, essas máquinas são projetadas para criar uma incrível quantidade de calor e vapor
de água quente num período de vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. As caldeiras que
são empregadas dentro de complexos industriais e empresa geralmente atendem a uma grande quan-
tidade de escritórios, ou até mesmo todo um edifício de apartamentos.

Empresas que precisam de caldeiras industriais passam por várias etapas, que vão desde operar até
fazer a manutenção destas caldeiras. As empresas contam com uma equipe de pessoas que procuram
e pesquisam as opções disponíveis, então o painel de especialistas vai analisar o que eles precisam,
o tamanho de sua construção, as necessidades e as demandas da unidade às quais terão de cumprir,
e muito mais. Uma vez que esta é uma grande compra, uma boa garantia é muito importante, e eles
vão precisar de algum tipo de garantia na unidade também. Felizmente estes são elementos que estão
sempre presentes neste tipo de compra de uma caldeira industrial para a indústria, ou para o ambiente
comercial (menos potente).

Uma vez adquirido e instalado, a empresa vai contratar uma equipe de pessoas para cuidar da unidade
para se certificar de que a caldeira industrial está sempre em bom estado de conservação. Uma vez
que esta unidade estará em uso o tempo todo, a proteção do investimento das empresas de forma
consistente significa a verificação da unidade em relação aos problemas apresentados pelo equipa-
mento, e até mesmo ter certeza que ele está trabalhando em plena eficiência. A maioria das unidades
industriais funciona a partir de uma fonte de combustível que é aproveitado, como no caso do gás
natural. A eletricidade pode ser usada para acender a caldeira, mas diferentes tipos de caldeiras funci-
onam eficientemente com gás e estão constantemente sendo verificados em prol da segurança por
causa dos desgastes.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Controlador Lógico Programável, Conceitos e Módulos

Controlador Lógico Programável (CLP) ou do inglês PLC (Programmable Logic Controller) é um dos
controladores mais utilizados na indústria. Conceitualmente, CLP é um equipamento projetado para
comandar e monitorar máquinas ou processos industriais. Mais a fundo, é um computador especiali-
zado, baseado em um microprocessador que desempenha funções de controle através de softwares
desenvolvidos pelo usuário (cada CLP tem seu próprio software) PB.

É amplamente utilizado na indústria para o controle PE de diversos tipos e níveis de complexidade.


Deve possuir um processador com software de controle e hardware que suporte operação em ambien-
tes industriais. Este software, que é específico para automação e controle, possui um sistema opera-
cional de tempo real, algo indispensável para controle de processos de alto risco como os que se en-
contram nas indústrias. Já o Hardware deve suportar as condições extremas de trocas temperatura,
umidade, pressão entre outras situações as quais um computador padrão não suportaria.

Geralmente as famílias de Controladores Lógicos Programáveis são definidas pela capacidade de pro-
cessamento pelo número de pontos de Entradas e/ou Saídas (E/S). Também são classificados em
compactos, nos quais todos os pontos de entrada e saída estão juntos em uma mesma unidade, e
modulares onde os pontos de entrada e saída podem ser conectados e desconectados para alterar a
estrutura e controlar outro processo. Além deste tipo de classificação, também podemos dividir os
CLP’s em relação ao tipo de controle entre outras categorias.

Controlador Lógico Programável segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), é um


equipamento eletrônico digital com hardware e software compatíveis com aplicações industriais. Se-
gundo a NEMA (National Electrical Manufacturers Association), é um aparelho eletrônico digital que
utiliza uma memória programável para armazenar internamente instruções e para implementar funções
específicas, tais como lógica, sequenciamento, temporização, contagem e aritmética, controlando, por
meio de módulos de entradas e saídas, vários tipos de máquinas ou processos.

Um CLP é o controlador indicado para lidar com sistemas caracterizados por eventos discretos (SEDs),
ou seja, com processos em que as variáveis assumem valores zero ou um (ou variáveis ditas digitais,
ou seja, que só assumem valores dentro de um conjunto finito). Podem ainda lidar com variáveis ana-
lógicas definidas por intervalos de valores de corrente ou tensão elétrica. As entradas e/ou saídas digi-
tais são os elementos discretos, as entradas e/ou saídas analógicas são os elementos variáveis entre
valores conhecidos de tensão ou corrente.

Os CLP's estão muito difundidos nas áreas de controle de processos e de automação industrial. No
primeiro caso a aplicação se dá nas indústrias do tipo contínuo, produtoras de líquidos, materiais ga-
sosos e outros produtos, no outro caso a aplicação se dá nas áreas relacionadas com a produção em
linhas de montagem, por exemplo na indústria do automóvel.Num sistema típico, toda a informação
dos sensores é concentrada no controlador (CLP) que de acordo com o programa em memória define
o estado dos pontos de saída conectados a atuadores.

Os CLPs têm capacidade de comunicação de dados via canais seriais. Com isto podem ser supervisi-
onados por computadores formando sistemas de controle integrados. Softwares de supervisão contro-
lam redes de Controladores Lógicos Programáveis. Tem canais de comunicação nos que permitem
conectar os CLP's à interface de operação (IHM), computadores, outros CLP´s e até mesmo com uni-
dades de entradas e saídas remotas. Cada fabricante estabelece um protocolo para fazer com seus
equipamentos troquem informações entre si. Os protocolos mais comuns são Modbus (Modicon -
Schneider Eletric), EtherCAT (Beckhoff), Profibus (Siemens), Unitelway (Telemecanique - Schneider
Eletric), DeviceNet (Allen Bradley) RAPIEnet (LSis - LGis), PROFINET (Siemens e Phoenix Contact)
entre muitos outros.

Redes de campo abertas como MODBUS-RTU, PROFIBUS, e mais recente PROFINET são de uso
muito comum com CLPs permitindo aplicações complexas na indústria automobilística, siderúrgica, de
papel e celulose, e outras.

História

Os Controladores Lógicos Programáveis (CLP’s) foram desenvolvidos na década de 60, nos Estados
Unidos, com a finalidade de substituir painéis de relés que eram muito utilizados nas indústrias auto-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

mobilísticas para executar controles baseados em lógicas combinacional e sequencial. Por serem ele-
tromecânicos, os relés que eram utilizados nos dispositivos de controle apresentavam diversas des-
vantagens como problemas nos contatos, desgastes devido ao contato repetitivo, dificuldade na modi-
ficação da lógica de controle e necessidade de manutenções periódicas.

A GM (General Motors), montadora americana de automóveis, tinha dificuldade em atualizar seus


sistemas automáticos de montagem, pois sempre que mudava um modelo de automóvel ou método de
produção, os técnicos passavam horas e até mesmo semanas fazendo alterações em painéis de con-
trole, mudando fiação e instalando mais relés, algo que trazia à empresa grande ociosidade e baixa
produtividade. Diante desses e outros inconvenientes, e com a evolução dos processadores, a GM
desenvolveu o primeiro projeto de CLP para automatizar de forma eficiente os processos em sua linha
de montagem.

A partir deste momento, várias outras indústrias adotaram CLP’s em suas linhas de produção e nos
anos seguintes, com a aceleração de tecnologias eletrônicas os controladores lógicos programáveis
foram cada vez mais difundidos.

A ideia inicial do CLP foi de um equipamento com seguintes características resumidas:

1. Facilidade de programação;

2. Facilidade de manutenção com conceito plug-in;

3. Alta confiabilidade;

4. Dimensões menores que painéis de Relés, para redução de custo

5. Preço competitivo;

6. Expansão em módulos;

7. Mínimo de 4000 palavras na memória.

Podemos didaticamente dividir os CLP's historicamente de acordo com o sistema de programação por
ele utilizado:

1ª Geração: Os CLP's de primeira geração se caracterizam pela programação intimamente ligada ao


hardware do equipamento. Aagem utilizada era o Assembly que variava de acordo com o processador
utilizado no projeto do CLP, ou seja, para poder programar era necessário conhecer a eletrônica do
projeto do CLP. Assim a tarefa de programação era desenvolvida por uma equipe técnica altamente
qualificada, gravando-se o programa em memória EPROM, sendo realizada normalmente no laborató-
rio junto com a construção do CLP.

2ª Geração: Aparecem as primeiras “Linguagens de Programação” não tão dependentes do hardware


do equipamento, possíveis pela inclusão de um “Programa Monitor “ no CLP, o qual converte (no jargão
técnico, “compila”), as instruções do programa, verifica o estado das entradas, compara com as instru-
ções do programa do usuário e altera o estados das saídas. Os Terminais de Programação (ou maletas,
como eram conhecidas) eram na verdade Programadores de Memória EPROM. As memórias depois
de programadas eram colocadas no CLP para que o programa do usuário fosse executado.

3ª Geração: Os CLP's passam a ter uma Entrada de Programação, onde um Teclado ou Programador
Portátil é conectado, podendo alterar, apagar, gravar o programa do usuário, além de realizar testes
(Debug) no equipamento e no programa. A estrutura física também sofre alterações sendo a tendência
para os Sistemas Modulares com Bastidores ou Racks.

4ª Geração: Com a popularização e a diminuição dos preços dos microcomputadores (normalmente


clones do IBM PC), os CLP's passaram a incluir uma entrada para a comunicação serial. Com o auxílio
dos microcomputadores a tarefa de programação passou a ser realizada nestes. As vantagens eram a
utilização de várias representações das linguagens, possibilidade de simulações e testes, treinamento
e ajuda por parte do software de programação, possibilidade de armazenamento de vários programas
no micro, etc.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

5ª Geração: Atualmente existe uma preocupação em padronizar protocolos de comunicação para os


CLP's, de modo a proporcionar que o equipamento de um fabricante “converse” com o equipamento
outro fabricante, não só CLP's, como Controladores de Processos, Sistemas Supervisórios, Redes In-
ternas de Comunicação e etc., proporcionando uma integração a fim de facilitar a automação, gerenci-
amento e desenvolvimento de plantas industriais mais flexíveis e normalizadas, fruto da chamada Glo-
balização. Existem Fundações Mundiais para o estabelecimento de normas e protocolos de comunica-
ção. A grande dificuldade tem sido uma padronização por parte dos fabricantes.

Com o avanço da tecnologia e consolidação da aplicação dos CLPs no controle de sistemas automati-
zados, é frequente o desenvolvimento de novos recursos dos mesmos.Com os CLP's temos um au-
mento na praticidade de processos industriais, não mais necessitando de relés eletromagnéticos, com
isso aumentando a velocidade e produtividade de processos industriais.

Vantagens

Dentre as vantagens de um Controlador Lógico Programável podemos citar:

• Redução do custo: em razão do grande número de relés e da necessidade de manutenção os CLP’s


tornam-se uma opção mais viável.
• Imunidade a ruídos eletromagnéticos: o CLP conta com um sistema de isolamento contra ruídos
elétricos.
• Facilmente configurável: com racks modulares, é possível trocar módulos de entrada e saída de
acordo com uma necessidade específica.
• Facilmente programável: as linguagens utilizadas (Ladder e Blocos de Funções, por exemplo) são
de fácil aprendizagem e utilização facilitando a construção da lógica de controle. Além dessa facili-
dade, as linguagens permitem a realização de operações mais complexas que as feitas através de
relés.
• Grande flexibilidade: em razão das linguagens utilizadas torna-se mais simples modificar a lógica
do processo.
• Maior controle: por ser um equipamento microprocessado, traz ao usuário a facilidade de interação
com o hardware via software, assim se torna muito prática e fácil a localização de falhas.
• Monitoramento on-line: podemos ter vários controladores conectados mantendo uma comunicação,
e através dessa conexão podemos monitorar em tempo real os processos.
• Manutenção simples: muitas vezes o próprio CLP indica a existência de erros, como ausência de
um sinal de entrada, por exemplo.
• Recursos para processamento em tempo real e multitarefa: o controle em tempo real permite uma
exatidão muito maior na execução das tarefas.

Especificações

Ciclo de Varredura

Durante o seu funcionamento o PLC realiza uma sequência de operações denominada de ciclo de
varredura.

O tempo que o CLP leva para completar um ciclo denomina-se Tempo de Varredura ou Scan Time, os
fabricantes em geral fornecem o tempo de varredura para executar 1024 (1K) instruções de lógica
booleana. Todas as tarefas realizadas pelo processador são executadas de forma sequencial e cíclica
enquanto estiver sendo alimentado.

Inicialização

No momento em que é ligado o CLP executa uma série de operações pré– programadas: verifica o
funcionamento eletrônico da CPU, memórias e circuitos auxiliares; Verifica o estado das chaves princi-
pais ( RUN / STOP /PROG) e verifica a existência de um programa de usuário.

Verificação do Estado das Entradas[editar | editar código-fonte]

O CLP lê os estados de cada uma das entradas, verifica seus respectivos acionamentos e atualiza
seus estados.

Programa

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

O CLP armazena os resultados obtidos no decorrer do processamento e compara com as instruções


definidas no programa do usuário.

Atualizar o Estado das Saídas

O CLP escreve o valor contido na memória nas saídas, atualizando as interfaces ou módulos de saída,
ou seja, liga ou desliga as saídas conforme seu programa. Inicia - se então, um novo ciclo de varredura.

Leitura/escrita de valores analógicos

Os sinais analógicos são variações de níveis de um valor mínimo ao valor máximo.

Exemplo:

0 à 10V (Volts)

-10 à +10V

Nos registros podemos armazenar valores de até 16 bits de resolução, ocupando assim os 4 dígitos.

Se a resolução for de 1bit – Significa que podemos dividir o sinal analógico em dois (2) estados “0” e
“1”.

Exemplo:

0V = 0 10V = 1 (porém nesse caso o sinal ainda é considerado digital).

Se a resolução de 2bit – Significa que podemos dividir o sinal analógico em quatro (4) estados “00”,
“01”, “10” e “11”.

Exemplo:

0V = 00 ; 3,3V = 01 ; 6,6V = 10 ; 10V = 11.

Assim quanto mais bits de resolução, em mais partes podemos dividir a variação analógica.

Para cada CLP existem registros associados às entradas e saídas analógicas e o conteúdo desses
registros são alterados instantaneamente à medida que se altera o sinal analógico.

Os valores analógicos são lidos no CLP como informações no formado 'word'. O acesso a estas pala-
vras realiza-se, por exemplo, com os operandos:

%IW 64 = Palavra de entrada analógica 64

%QW 80 = Palavra de saída analógica 80

Cada valor analógico ("canal") ocupa uma palavra de entrada ou saída. O formato é 'Int' um número
inteiro integral. O endereçamento das palavras de entrada ou saída orienta-se conforme o endereça-
mento na visualização do dispositivo.

Quando um valor de entrada analógica estiver disponível com o valor digitalizado, geralmente ele ainda
precisa ser normalizado para que os valores numéricos correspondam às variáveis físicas do processo.
Da mesma forma, a saída analógica realiza-se na palavra de saída periférica somente após a normali-
zação do valor de saída.

Componentes de um CLP

CPU

A unidade central de processamento é o cérebro do CLP, tem a função de ler os valores lógicos pre-
sentes nas entradas, executar as instruções que constituem o programa e transferir para as saídas as
ordens provenientes dessas instruções. É formada por duas partes fundamentais: o(s) processador(es)
e as memórias. Pode conter também outros elementos, como portas de comunicação, circuitos de di-
agnóstico, fontes de alimentação.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Fonte de Alimentação

Tem por função fornecer as tensões adequadas ao funcionamento do CPU (geralmente ligada aos 220
V da rede). Normalmente as fontes são projetadas para fornecer várias tensões de alimentação para
os módulos. O processador normalmente necessita de uma alimentação de 5 V. Cartões de entradas
e saídas digitais precisam de alimentação auxiliar para os elementos de chaveamento e conversão.

Processador

O processador possui como tarefa principal a execução do programa realizado pelo usuário, entretanto
possui também outras tarefas, como o gerenciamento da comunicação e execução dos programas de
auto-diagnósticos. Para poder realizar todas estas tarefas, o processador necessita de um programa
escrito pelo fabricante, denominado sistema operacional. Este programa não é acessível pelo usuário
e se encontra gravado na memória não volátil que faz parte da CPU. Existem atualmente CLP’s que
utilizam mais de um processador, conseguindo assim, dividir tarefas e com isso ganhar maior veloci-
dade de processamento e facilidade de programação.

Memória

O sistema operacional, o programa de aplicação, as tabelas de entradas e saídas e os registros internos


estão associados a diferentes tipos de memória. A capacidade de armazenamento de uma memória
costuma ser quantificada em bits, bytes ou words. O sistema operacional é gravado pelo fabricante, e
como deve permanecer inalterado e o usuário não deve ter acesso, armazena-se em uma memória
como as ROM, EPROM ou EEPROM, que são memórias cujo conteúdo permanece inalterável mesmo
na ausência de alimentação.

O programa construído pelo usuário deve permanecer estável durante o funcionamento do equipa-
mento e também deve ser fácil de ler, escrever ou apagar. Por isso é que para seu armazenamento
usam-se memórias tipo RAM ou EEPROM. No caso de serem usadas memórias tipo RAM, será ne-
cessário também o uso de baterias, já que este tipo de memória se apaga na ausência de alimentação.
Como a velocidade exerce um papel importante na velocidade de operação do CLP, são utilizadas
memórias tipo RAM. Em síntese, a memória é responsável pelo armazenamento de todas as informa-
ções necessárias ao funcionamento do CLP.

Módulo de Entradas e Saídas

Os CLPs antigos tratavam apenas de entradas e saídas discretas e isso acarretava em um controle
parcial dos sistemas. Com o passar dos anos, e devido a necessidade de melhorar o controle dos
processos acontecendo no chão de fábrica, foram implementadas ao mercado os chamados módulos
de entradas e saídas analógicas e então possibilitou-se um melhor controle do que se queria mensu-
rar/atuar, pois entradas e saídas analógicas permitem um número infinito de valores, enquanto as dis-
cretas limitam a significância das informações que podem ser tratadas tanto na entrada quanto na
saída.

No controlador lógico programável (CLP), existe um componente que é tão fundamental quanto o pro-
cessador e a memória, este componente é chamado de módulo de entradas e saídas. Este módulo
pode ser separado em duas partes: a parte das entradas de sinais e a parte das saídas de sinais. E
cada uma dessas duas partes pode ainda ser subdividida em dois grupos: o módulo específico que
trata dos dados digitais, e o módulo específico que trata das informações analógicas.

Módulo de Entradas

As entradas são os meios de comunicação do CLP com o processo a ser controlado. São as interfaces
que permitem ao CLP receber informações sobre o processo, é onde entram os sinais de um termos-
tato, chaves fim-de-curso, botoeiras, medidores de pressão, vazão, e todos os tipos de dispositivos
usados para monitorar o processo e fornecer um retorno de informação ao CLP.

As entradas podem ser digitais ou analógicas e ainda podem ser internas ou externas. As entradas
externas são aquelas por onde entrará o sinal enviado por um sensor ao CLP e as internas são aquelas
que recebem sinal de outro, como por exemplo, o contato de um temporizador utilizado para ligar outro
componente interno ou uma saída externa.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Quando o CLP está em funcionamento, este realiza uma sequência de operações que se chama ciclo
de varredura. No início de um ciclo de varredura, o CLP lê os valores que são disponibilizados pelo
módulo de entradas e os salva em sua memória.

Os modelos de CLPs mais recentes já estão sendo fabricados por padrão com algumas entradas para
sinais digitais integradas diretamente à unidade central de processamento e contam com a dinâmica
modular para prover flexibilidade e reduzir espaço na montagem, sendo que para expandir a quantidade
de entradas basta plugar diretamente no barramento do processador um ou mais módulos de expansão
compatíveis com o CLP em questão. A motivação para a popularização de entradas modulares pode
ser explicada pela fácil substituição, em caso de defeito ou manutenção, do bloco específico e não do
equipamento como um todo, também em casos de ampliação da planta, faz-se oportunamente a adição
de blocos extras diretamente em um slot ou conector no rack.

Tais módulos contêm terminais individuais para cada conexão de entrada, além de LEDs indicadores
de estado para os mesmos e bornes exclusivos com tensão proveniente do módulo de alimentação
para fornecer energia necessária para o funcionamento dos dispositivos que enviarão algum sinal para
posterior tomada de decisão pelo processador.

O número de entradas em cada módulo de expansão pode ser de 8, 16, 32 ou 64, separadas por um
bloco com bornes rosqueáveis (conhecido como borneira) para a conexão dos dispositivos através de
fios nos respectivos terminais de entrada. A seção das portas de entrada para informações pode ser
dividida de acordo com o tipo de sinal que será disponibilizado pelo dispositivo de campo em dois
grandes grupos, separados pelo mundo do discreto e pelo mundo do contínuo:

Módulo de Entradas de Sinas Discretos

É o tipo de módulo mais comum nas aplicações gerais de uma indústria, abrange uma faixa definida
de informação que é da natureza TUDO/NADA, como botões de comando, chaves seletoras e sensores
verdadeiro/falso. A informação entra no módulo de maneira determinística de modo a indicar o estado
de algum contato externo, ou informar a presença ou ausência de alimentação no circuito em processo.

Em geral, módulo de entradas de sinais discretos trabalham em faixas constantes de tensão, que po-
dem ser 24Vdc e 110 a 220Vac. Dependendo da aplicação, existe uma grande desvantagem em rela-
ção ao módulo de entrada de sinais analógicos, que é a deficiência em reconhecer a amplitude do sinal.

Módulo de Entradas de Sinais Analógicos

É o tipo de módulo de entradas mais recente no mercado e também o mais sofisticado para aplicações
que exigem valores precisos das amplitudes das leituras feitas pelos sensores. Na prática, a entrada
de sinais analógicos é de suma importância quando se fala principalmente de processos que envolvem
controle de temperatura, aferição de pressão e medição de vazão, e em boa parte dos casos são os
transmissores/transdutores que tratam sinais dos sensores para posterior encaminhamento, geral-
mente na forma de tensão ou corrente (normalmente 0-10V e 0-20mA respectivamente) para as entra-
das do módulo do CLP.

Com a informação analógica disponível nos bornes de entrada do módulo do controlador, uma medida
para discretizá-lo deve ser tomada para só então o processamento ocorrer. De fato o que acontece é
a transformação de um sinal analógico (sinal de entrada) para um sinal digital por um conversor analó-
gico-digital (A/D).

Os CLPs possuem limitações de tensão e corrente para que seus componentes não se danifiquem. A
tensão analógica de entrada dos módulos pode ser de dois tipos: unipolar e bipolar. Os módulos uni-
polares podem receber apenas sinais de entradas que variam positivamente; por exemplo, um sinal
que varia entre 0V e 10V é um sinal unipolar. Sinais bipolares oscilam entre um valor máximo negativo
e um valor máximo positivo; por exemplo, um sinal que varia entre -10V e 10V é um sinal bipolar.

A resolução de um canal de entrada analógico refere-se a menor variação da amplitude do sinal que
pode ser detectada e é representada pelo número de bits utilizado na representação do sinal; por exem-
plo, uma resolução de 2mV significa que a cada variação positiva ou negativa de 2mV do sinal haverá
variação positiva ou negativa do 1 bit menos significativo que representa o sinal digitalmente, respecti-
vamente. Um sinal bipolar de -10V a 10V lido por um canal com resolução de 12 bits, por exemplo,
pode ser detectado em intervalos de 20V/2¹² (aproximadamente 4,9mV).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Os dispositivos para entradas analógicas deverão ser compatíveis com as entradas analógicas do CLP,
em relação ao tipo de sinal (corrente ou tensão) e a faixa de valores deste sinal, fornecendo ao CLP
sinais elétricos variáveis, proporcionais à variação da grandeza física que está sendo medida.

Módulo de Saídas

Em geral, tais módulos de comunicação externa são uma via de mão dupla, enquanto um capta infor-
mação dos sensores, o outro a devolve para os atuadores no chão de fábrica. As saídas são os cami-
nhos pelos quais a CPU envia uma informação ao processo, resultado do processamento do programa
do usuário. São as interfaces através das quais o CLP pode alimentar uma carga. Assim como as
entradas, as saídas também podem ser digitais ou analógicas. As saídas, assim como as entradas,
podem ser externas ou internas. As saídas externas são aquelas por onde se comanda um motor, por
exemplo. Isto é, o controlador irá enviar um sinal elétrico para um componente externo a ele, enquanto
que uma saída interna pode ser a bobina de um temporizador interno.

A respeito da sequência de operações denominada anteriormente por ciclo de varredura, após ter lido
os valores que são disponibilizados pelo módulo de entradas e tê-los salvo na memória, o processa-
mento acontece de acordo com instruções definidas no decorrer do programa. No passo seguinte é
atualizada a interface/módulo de saídas com os resultados processados da memória. Analogamente
ao que acontece com as entradas, as portas de saída para informações pode ser dividida de acordo
com o tipo de sinal que será disponibilizado ao dispositivo de campo em dois grandes grupos, separa-
dos pelo mundo do discreto e pelo mundo do contínuo:

Módulo de Saídas de Sinais Discretos

Os módulos de saída discretos são utilizados para ligar ou desligar um dispositivo de campo e podem
ser usados para controlar qualquer dispositivo de dois estados (ligado/desligado). Eles estão disponí-
veis nas versões CA e CC, com vários valores de tensão e corrente, e podem funcionar através de
transistor, triac ou relé na saída. As saídas com triac só podem ser utilizadas para o controle de dispo-
sitivos CA, enquanto as saídas com transistor, só para o controle de CC. O módulo de saída discreto
por relés utiliza o eletromecanismo (bobina) como elemento de chaveamento. Esses relés na saída
podem ser utilizados com dispositivos CA ou CC, mas eles têm um tempo de chaveamento bem menor
comparado com o das saídas de estado sólido.

Módulo de Saídas de Sinais Analógicos

O módulo de saídas de sinais analógicos funciona basicamente de forma inversa ao módulo de entrada.
Ele recebe dados digitais do CPU, com sua representação binária de tamanho referente à sua resolu-
ção; por exemplo um módulo de saída analógico de 12 bits pode enviar para a sua saída 2¹² = 4096
valores distintos dentro de sua faixa de operação. Os dados recebidos são convertidos proporcional-
mente em um sinal analógico por meio de um conversor digital-analógico (D/A). Os dispositivos comu-
mente controlados por um módulo de saída analógico são válvulas de controle, registradores gráficos,
acionadores eletrônicos e outros atuadores proporcionais (que respondem a sinais analógicos).

Módulos Alternativos

Existem vários tipos de módulos diferenciados, que não se limitam apenas a distinguir e produzir valo-
res discretos e analógicos, mas também a realizar funções diferenciadas. Entre eles, temos:

Módulo contador de alta velocidade (para contar pulsos em velocidade não suportada pelo processador
do CLP);

Módulo Thumbweel (chave mecânica);

Módulo TTL (para a transmissão e recepção de sinais TTL);

Módulo contador decodificador (encoder);

Módulo Basic ou ASCII (funciona com programas escritos em Basic ou C);

Módulo para motor de passo;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS

Módulo de saída BCD (para operar dispositivos que exigem sinais com o código BCD, como displays
de sete segmentos);

Módulo PID (módulo proporcional-integral-derivativo para trabalhar com algorítmos PID);

Módulo de controle de movimento e posição (para controle de máquinas de alta precisão);

Módulo de comunicação serial.

Especificações dos Módulos de Entradas e Saídas

Especificações das E/S Discretas

A tensão nominal do módulo de entrada discreto significa a amplitude do sinal que pode ser colocado
na entrada (por exemplo, 5 V, 24 V, 230 V) e o seu tipo (CA ou CC).

A tensão de entrada limiar diz a respeito da mínima tensão fornecida na entrada para que seja reco-
nhecida a lógica LIGADO e a máxima tensão para que o valor DESLIGADO seja reconhecido, já que
na prática o valor 0V, que representaria exatamente a lógica DESLIGADO, nunca é alcançado.

Tempo de resposta refere-se ao tempo que o CPU do CLP leva para reconhecer que um dispositivo de
campo foi LIGADO ou DESLIGADO.

Tensão de saída especifica o tamanho e o tipo de tensão fornecidos pelo CLP, dentro dos limites que
o módulo foi criado para funcionar.

Especificações das E/S Analógicas

As faixas de tensão/corrente de entrada referem-se aos valores de tensão ou corrente dentro dos limites
de funcionamento do módulo (que o CLP pode reconhecer), e devem estar de acordo com a variação
dos sinais de corrente ou de tensão gerados pelos sensores analógicos ligados às entradas do módulo.

As faixas de tensão/corrente de saída definem as faixas de sinais de corrente ou tensão cujo módulo
consegue detectar (máxima e mínima) e funcionar segundo um programa de controle. As faixas de
saídas devem estar de acordo com a variação dos sinais de tensão ou corrente que serão necessários
para acionar os dispositivos analógicos na saída conectados ao módulo. Quando um CLP possui muitas
saídas, ocasionalmente pode ocorrer de a máxima corrente fornecida pela saída não ser suficiente para
alimentar os dispositivos de campo, sendo necessário a utilização de uma fonte externa junto a saída
do CLP, geralmente acionada por um relé.

A resolução de um módulo de E/S de sinal analógico especifica com que precisão um sinal analógico
pode ser representado digitalmente dentro do programa, determinando a menor unidade de medição
de corrente ou tensão (como já citado anteriormente). Quanto maior a resolução (comumente utilizada
em bits), maior será a precisão do valor analógico representado no CPU do CLP.

Dispositivo de Programação

É o dispositivo através do qual o programa é inserido na memória do processador, são bastante utili-
zados para manutenção de CLP’s em campo. Apesar disto os computadores pessoais são os disposi-
tivos de programação mais utilizados devido ao monitor do computador ser capaz de mostrar na tela
mais lógicas que os dispositivos compactos, facilitando a visualização.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
LINGUAGEM LADDER

Linguagem Ladder

Exemplo Prático De Como Funciona A Linguagem

Um frigorífico de abate de aves tinha um problema intermitente no final da linha de embalagem. As


embalagens de miúdos (asa, coxa, pés) passava pelo detector de metais antes de serem encaixotadas.
Caso o detector verificasse presença de algum metal na embalagem, ele enviava um sinal que acionava
uma solenóide que por sua vez ativava um pistão pneumático a fim de expulsar a embalagem da linha
para o devido tratamento. Veja este exemplo na figura abaixo:

No entanto, ocorreu um problema onde mesmo que algumas embalagens acusassem metal ao passar
pelo detector, elas passavam normalmente pela esteira sem haver a expulsão. Após algumas investi-
gações foi detectado que a duração do pulso que detectava o metal era de ¾ de segundos. O CLP,
que faz o reconhecimento deste sinal, controla várias estações e possui um programa muito extenso.

E vasculhando o status do CLP, foi possível identificar que o tempo de varredura do CLP está ligeira-
mente inferior a 1 segundo. Então seria muito provável que o pulso enviado pelo detector não estava
sendo detectado pelo CLP. O pulso do detector poderia ser anulado no início do tempo de varredura
do CLP, fazendo com que a lógica não reconhecesse o mesmo e para ele tudo estava normal.

A solução: O técnico examinou o programa em linguagem ladder e verificou que a entrada aonde che-
gava o pulso do detector era atualizada a cada 1/2 segundo. Caso a entrada do detector estivesse
atuada, uma bobina interna ficava ligada por pelo menos 1,5 segundos.

O programa foi então revisado de forma a aumentar o tempo de pulso do detector e armazenar o sinal
na memória de forma a acionar a solenoide e consequentemente acionar o cilindro para expulsar a
embalagem com metal.

O problema relatado acima é típico de um técnico que trabalha com automação industrial. Para que
você seja capaz de resolver o mesmo, você deverá compreender a linguagem ladder, que é a lingua-
gem de programação mais utilizada nos CLPs de mercado e que se baseia em diagramas de circuitos
eletromecânicos combinados em um esquema de comando. Vou explicar para você como isso funciona
com exemplos a seguir detalhando contatos, bobinas e blocos lógicos.

A linguagem ladder foi a primeira linguagem de programação desenvolvida para os CLPs e, como a
criação destes foi uma necessidade de substituição do controle de sistemas com reles lógicos, nada
mais natural que a linguagem ladder fosse similar aos diagramas utilizados para documentar a lógica
por relês.

Utilizando esta abordagem, os engenheiros e técnicos responsáveis pela programação dos CLPs não
precisariam de treinamentos extensos para entender ou desenvolver um programa. Desta forma, a lin-
guagem ladder se baseia em interruptores simples que se conectam em linhas com bobinas de maneira
a compor circuitos lógicos.

Assim, cada interruptor (entrada) recebe uma identificação (tag) assim como as bobinas (saídas). Tam-
bém é possível utilizar memórias internas, temporizadores, comparadores e blocos lógicos. Veremos
todos estes elementos a seguir.

Exemplo 1: Circuito OR (OU). Duas chaves identificadas como A e B são conectadas em paralelo de
forma a controlar uma lâmpada conforme Figura 2. Devemos implementar esta função em linguagem
Ladder no CLP onde as 2 chaves deverão ser entradas individuais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
LINGUAGEM LADDER

Figura 2 – Circuito com chaveamento paralelo (a) e tabela verdade (b)

Solução: A ação do circuito proposto pode ser descrita como: “A lâmpada acende quando a chave A
está acionada (fechada) ou a chave B está acionada (fechada). Todas as possíveis combinações das
duas chaves e o acionamento da lâmpada pode ser visualizado na tabela da Figura 2(b). Abaixo pode-
mos ver como seria este circuito e sua representação lógica:

(A) Circuito Equivalente com Relés

Figura 3 – Representação do circuito com reles (a), diagrama com reles em logicar ladder (b) e lingua-
gem ladder implementada em CLP (c) para a lógica OU

Na Figura 3 (a), você pode verificar que os reles AR, BR e LR possuem contatos normalmente abertos.
As chaves A e B são as entradas do circuito e quando A ou B estão fechadas, a bobina do relé corres-
pondente AR ou BR é energizada, fechando o contato e fornecendo energia para a bobina do relé LR
que quando energizado fecha contato fornecendo energia para a lâmpada.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
LINGUAGEM LADDER

Veja que tanto A quanto B, quando fechadas, energizam a lâmpada mostrando de fato a lógica OU. A
lâmpada por sua vez é acionada pela bobina do relé LR dando a característica de isolação entre as
saídas e entradas, permitindo assim que as entradas A ou B possam ser utilizadas várias vezes na
lógica.

Um relé típico de controle industrial pode ter até 12 polos ou conjunto de contatos por bobina. Por
exemplo, se o relé AR tiver 6 polos, no nosso exemplo, somente 1 está sendo utilizado na lógica da
Figura 3. Assim, os outros 5 podem ser usados para continuar compondo uma lógica maior. Antes do
desenvolvimento dos CLPs, era exatamente desta maneira que era composta uma lógica nos projetos
elétricos. O nome dado a este tipo de implementação foi diagrama com reles em lógica Ladder.

Já a linguagem ladder para o CLP, Figura 3(c), acabou resumindo bastante a representação do dia-
grama, pois a lógica implementada no CLP assume que as entradas (chaves no nosso exemplo) estão
conectadas por entradas discretas (equivalente as bobinas dos reles AR e BR na Figura 3(b)). A saída
também é conectada à uma saída discreta (equivalente ao contato normalmente aberto de LR na figura
3(a).

O nome mostrado em cima do contato não é o nome do contato e sim o controle para a bobina que
aciona o contato. A saída ou bobina é representada pelo lado direito da linha devido ao fato de que a
energia circula do lado esquerdo para o direito.

Assim, podemos interpretar da seguinte forma: Quando a chave A é acionada, a Lâmpada L acende
ou quando a chave B é ligada, a Lâmpada L também acende, exatamente como representado no cir-
cuito simplificado da Figura 2.

Exemplo 2: Circuito E (AND) – Duas chaves nomeadas A e B são ligadas em série de forma a controlar
uma lâmpada conforme mostrada na Figura 3. Implementar esta função em programação ladder onde
as 2 chaves são entradas individuais.

Figura 4 – Circuito com chaveamento paralelo (a) e tabela verdade (b)

Solução: A ação no circuito é descrita como: “A lâmpada está ligada quando a chave A está fechada
(ligada) e a chave B está fechada (ligada), Todas as possíveis combinações entre as chaves A e B
podem ser visualizadas na tabela verdade da Figura 4(b).

Para implementar esta função utilizando reles, a única modificação se comparado com o exemplo 1 é
que aqui os contatos normalmente abertos dos controles dos reles AR e BR foram ligados em série
com o controle da lâmpada (Figura 5(a)).

A ligação das chaves A e B e a ligação da lâmpada não muda.

O diagrama com reles em lógica ladder mostrado na Figura 5(b) é diferente do da Figura 3(b) apenas
na terceira linha e como no exemplo anterior, novamente a linguagem ladder do CLP é resumida em
uma linha apenas com a seguinte interpretação: Quando a chave A está ligada e a chave B está ligada,
a lâmpada deverá ser ligada.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
LINGUAGEM LADDER

Figura 5 – Representação do circuito com reles (a), diagrama com reles em logicar ladder (b) e lingua-
gem ladder implementada em CLP (c) para a lógica E

Exemplo 3: Neste terceiro exemplo, considere a implementação da lógica não (NOT). Suponha que a
lâmpada precisa ser ligada quando a chave A está ligada (fechada) e a chave B está desligada (aberta).
Implementar esta função em linguagem ladder no CLP onde as duas chaves são entradas individuais.

Solução: A Figura 6 mostra a tabela verdade, o diagrama com reles e a logica ladder para o CLP neste
exemplo.

A única diferença entre a implementação em relé da Figura 6(a) e a Figura 5(a) é a ligação dos contatos
do relé BR. A lógica NOT para a chave B é conseguida com o contato normalmente fechado (NF) do
relé BR.

A linguagem ladder no CLP da Figura 6(c) comparada à da Figura 5(c) se diferem apenas no segundo
contato podendo ser interpretada como: “Quando a entrada (chave) A está ligada (fechada) e a entrada
(chave B) está desligada (aberta) então a lâmpada será ligada.

Este exemplo em particular é impossível de ser implementado sem a utilização de reles e com a com-
binação de apenas duas chaves normalmente abertas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
LINGUAGEM LADDER

Figura 6 – Circuitos com a Lógica Não (NOT); (a) tabela verdade; (b) circuito equivalente com reles; (c)
linguagem ladder no CLP.

Bom, estamos evoluindo no entendimento melhor da lógica de programação e pelos exemplos que
vimos até agora temos os seguintes conceitos:

Lógica E ou AND – Conexão em série de contatos;

Lógica OU ou OR – Conexão em paralelo de contatos;

NA ou NO – Contato Normalmente Aberto (Normally Open). O contato fica aberto quando não há ener-
gia no circuito e se fecha quando recebe energia.

NF ou NC – Contato normalmente fechado (Normally Closed). O contato fica fechado quando não há
energia no circuito e se abre quando recebe energia.

Estes conceitos são a chave para que você comece a entender e implementar as lógicas em linguagem
ladder. Para muitas pessoas, eles parecem simples, e para outras, estranho à primeira vista. No en-
tanto, eles começarão a ficar mais natural quando você trabalhar com as implementações nas soluções.

Será possível observar a facilidade em lidar com esta abordagem devido ao fato de que a linguagem
ladder é uma linguagem gráfica e visual, muito diferente das linguagens de programação C++, Fortran,
Basic e Java. Em contrapartida a linguagem ladder acaba por apresentar mais limitações se comparada
às linguagens citadas.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
DIAGRAMA DE BLOCOS

Diagrama De Blocos

Diagrama de bloco é uma forma padronizada de representar os diversos fluxos que um algoritmo pode
ter através de um conjunto de símbolos com significado específico, podemos sinalizar a intenção do
algoritmo em cada etapa, criando uma espécie de mapa.

Veja cada símbolo e seu significado na imagem abaixo:

Para montar qualquer fluxo basta que se coloque o símbolo de acordo com sua finalidade e também a
descrição do fluxo dentro da imagem.

Algoritmo para chupar uma bala, mas somente se ela NÃO for de morango.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
DIAGRAMA DE BLOCOS

Para quem precisar montar diagramas para algum trabalho de faculdade/curso ou apenas deseja trei-
nar, segue um site gratuito que facilita a criação de diagramas de bloco.

O diagrama de blocos ou fluxograma é uma forma padronizada eficaz para representar os passos lógi-
cos de um determinado processamento (algoritmos).

Com o diagrama podemos definir uma sequência de símbolos, com significado bem definido. Portanto,
sua principal função é a de facilitar a visualização dos passos de um processamento.

O fluxograma é uma ferramenta usada e desenvolvida pelos profissionais de análise de sistemas, bem
como, por alguns profissionais de Organização, Sistemas e Métodos. Tem como finalidade descrever
o fluxo seja manual ou mecânico, especificando os suportes usados para os dados e informações. Usa
símbolos convencionais, permitindo poucas variações.

Representado por alguns desenhos geométricos básicos, os quais indicarão os símbolos de entrada
de dados, do processamento dedados e da saída de dados, acompanhados dos procedimentos reque-
ridos pelo analista de sistemas e a serem realizados pelo programador por meio do desenvolvimento
do raciocínio lógico, o qual deverá solucionar o problema do programa a ser processado pelo compu-
tador.

É uma ferramenta de uso em diversas áreas do conhecimento humano, por traduzir em formato gráfico
algum procedimento ou norma escrita.

Desenvolvimento

Conforme citamos anteriormente, o fluxograma nada mais é do que uma representação gráfica do al-
goritmo, através de formas geométricas, facilitando a compreensão da lógica utilizada pelo profissional.
Existem atualmente vários padrões para definir as formas geométricas a serem utilizadas para as di-
versas instruções (passos) a serem seguidos pelo sistema.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
DIAGRAMA DE BLOCOS

O fluxograma tem como conceito uma técnica de representação gráfica que se utiliza símbolos previa-
mente convencionados, permitindo a descrição clara e precisa do fluxo, ou sequência, de um processo,
bem como sua análise e redesenho.

O fluxograma é utilizado também de várias outras maneiras, não somente como representação gráfica
de um algoritmo, é utilizado muito também nas empresas para se demonstrar os processos de entrada,
processamento e saída de uma produção ou de um projeto.

Os principais aspectos nessa forma de utilização do fluxograma são: padronizar a representação dos
métodos e os procedimentos administrativos; Maior rapidez na descrição dos métodos administrativos;
Facilitar a leitura e o entendimento; Facilitar a localização e a identificação dos aspectos mais impor-
tantes; Maior flexibilidade; e melhor grau de análise.

Um fluxograma é um tipo de diagrama e pode ser entendido como uma representação esquemática de
um processo. Constitui uma representação gráfica que ilustra de forma descomplicada a sequência de
execução dos elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como a documentação dos
passos necessários para a execução de um processo qualquer.

Existem varias formas de símbolos, vejamos agora algumas das formas mais utilizadas no desenvolvi-
mento de um fluxograma:

Existe ainda o retângulo tracejado que delimita a seção de declaração de variáveis .

Figura 2: Forma para declaração de variáveis

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
DIAGRAMA DE BLOCOS

O Diagrama de Chapin também conhecido como Diagrama de Nassi-Shneiderman tal como o fluxo-
grama, permite a visualização do fluxo lógico do algoritmo e é voltado para a programação estruturada.

Vejamos a simbologia utilizada no Diagrama de Chapin:

Figura 3: Simbologia do Diagrama de Chapin

O Diagrama de Chapin, do criador Ned Chapin, é a substituição do fluxograma tradicional por diagrama
que apresenta uma visão hierárquica e estruturada da lógica do programa.

Sua maior vantagem é a representação das estruturas que tem um ponto de entrada e um ponto de
saída e são compostas pelas estruturas básicas de controle de sequência, seleção e repartição.

Vantagens e Desvantagens nas formas de representação gráfica (Fluxograma e Chapin)

Vantagens:

Maior clareza no fluxo de execução;

Linguagem visualização.

Desvantagens:

Requer conhecimento de convenções gráficas;

Mais trabalho em decorrência de seus desenhos;

Dificuldade para fazer correções.

Exemplos das representações gráficas (fluxograma, diagrama de blocos e diagrama de Chapin)

Vamos mostrar agora como ficaria um fluxograma para ilustrar um dia de domingo de uma certa pessoa,
que conterá passos que serão realizados durante o dia e uma condição que dependendo do caso dará
uma resposta diferente.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
DIAGRAMA DE BLOCOS

Figura 4: Exemplo de fluxograma de um dia de domingo

Outro exemplo: fluxograma de um programa para ler dois números aleatórios diferentes de zero, cal-
cular a média dos mesmos e mostrar o resultado encontrado.

Figura 5: Fluxograma de programa para cálculo de média

Um outro exemplo agora de um fluxograma, só que com uma estrutura de repetição.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
DIAGRAMA DE BLOCOS

Figura 6: Fluxograma com laço de repetição

Vamos mostrar agora um exemplo do Diagrama de Chapin, onde se realizará o cálculo da média de
dois números.

Figura 7: Diagrama de Chapin para cálculo de média

Agora um Diagrama de Chapin com uma estrutura de repetição.

Figura 8: Diagrama de Chapin com laço de repetição

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
DIAGRAMA DE BLOCOS

Concluímos com esse artigo que o fluxograma é muito importante no processo de desenvolvimento de
algoritmos, pois tem uma melhor representação gráfica do que a forma escrita formal, sendo assim, de
mais fácil entendimento de todos.

Vimos que o Fluxograma é muito utilizado pelas empresas por ter essa visualização mais rápida dos
passos do processo a ser analisado, porém vimos que o fluxograma apresenta algumas desvantagens
tanto no momento do desenho, quanto no momento da correção do mesmo.

Sobre o Diagrama de Chapin vimos que ele é menos utilizado do que o Fluxograma (Diagrama de
Blocos), pois sua utilização se dá mais na programação estruturada, então quem mais utiliza essas
formas de visualizações gráficas são os profissionais da área da computação que desenvolvem ou
analisam softwares, como por exemplo, os Analistas de Sistema, e os profissionais da Ciência da Com-
putação.

Um diagrama de blocos é uma forma de representação visual de um circuito que mostra a construção
geral de um dispositivo ou sistema eletrônico. Além disso, também usamos diagramas de blocos para
visualizarmos uma versão simplificada de um circuito, separando as suas partes principais em partes
menores e mostrando como essas partes são interconectadas.

No geral, usamos um diagrama de blocos para exibir as conexões entre pequenos circuitos em um
dispositivo maior, ou entre diversos dispositivos em um sistema grande. Trata-se de uma ferramenta
extremamente útil para engenheiros, técnicos e projetistas de equipamentos e dispositivos eletrônicos.

Diagramas Funcionais

Quando um diagrama de blocos traz discriminada em cada bloco sua função dentro do circuito, pode-
mos chamá-lo de diagrama funcional. Desta forma, também obtemos uma explicação simples do fun-
cionamento do circuito ou dispositivo. Caso seja necessário um nível maior de informação, podemos
empregar um diagrama esquemático.

No geral, ao projetar um circuito de um dispositivo eletrônico complexo, começamos desenhando um


diagrama de blocos que mostre suas partes constituintes e como elas se relacionam.

Após a confecção do diagrama de blocos, o projetista pode passar à fase seguinte, que consiste em
criar o diagrama esquemático (esquema) do circuito com detalhes de sua construção e componentes
constituintes – comumente, bloco a bloco.

A ilustração a seguir mostra o diagrama de blocos de uma fonte de alimentação bem simples, composta
de três estágios: transformador, retificador e filtro de saída DC:

Neste tipo de diagrama convenciona-se ler o fluxo de corrente da esquerda para a direita. Desta forma,
no diagrama mostrado:

A corrente elétrica “entra” no circuito pela entrada AC

Passa pelo estágio Transformador, onde o nível de tensão é alterado (por exemplo, abaixado)

A tensão é aplicada ao estágio Retificador, onde é transformada em corrente pulsante (ainda não con-
tínua)

Na sequência, passa por um estágio de Filtro, onde obtemos tensão contínua satisfatória

E então a corrente contínua (retificada) “sai” pelo conector de Saída DC.

Não é uma regra obrigatória ler o fluxo de corrente sempre da esquerda para a direita. Se for necessário
representar esse fluxo em outra direção, aconselha-se usar setas em vez de linhas simples, para evitar
confusão na interpretação do diagrama.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
DIAGRAMA DE BLOCOS

Vejamos outro exemplo de diagrama de blocos. Consideremos um rádio receptor AM simples (ampli-
tude modulada):

Este circuito é mais complexo que o anterior, e por isso possui mais blocos distintos de circuitos. Note
que usamos setas na maioria das conexões, de modo a denotar o fluxo de corrente que, às vezes, é
mostrado em direções diferentes da convencional. Alguns símbolos de dispositivos eletrônicos também
podem aparecer em diagramas de blocos, como o símbolo da antena e do alto-falante em nosso exem-
plo.

E como interpretamos esse diagrama de blocos? Da seguinte forma:

Sinais de rádio frequência são captados pela antena e enviados ao filtro de RF

O filtro seleciona uma frequência específica (sintoniza uma estação) e envia esse sinal ao circuito mixer

A saída de um circuito oscilador é aplicada ao mixer também.

O mixer, em conjunto com o oscilador, forma um circuito para alteração de frequência, gerando um
sinal de frequência intermediária (FI) de cerca de 455 kHz

O sinal de FI é amplificado no estágio seguinte.

O sinal de FI amplificado é então enviado ao demodulador de AM, que irá descartar o sinal de onda
portadora RF e recuperar o sinal de áudio sintonizado (estação que desejamos ouvir).

Uma parte do sinal de áudio é retroalimentada ao amplificador de FI por meio de um circuito AGC (ou
CAG – Controle Automático de Ganho), o qual permite que as estações tenham o mesmo nível de
intensidade de áudio independente do nível de potência do sinal captado (há estações mais “fortes” e
mais “fracas”).

O sinal de áudio é enviado a um pré-amplificador, para aumentar seu nível de amplitude.

O sinal pré-amplificado é então enviado a um estágio amplificador de potência para que se torne audí-
vel.

E, finalmente, o sinal irá alimentar um alto-falante para reprodução do áudio.

Quanta informação! Mas veja que, dividindo o circuito em blocos funcionais, fica muito mais fácil enten-
der o funcionamento geral do circuito, e a interação entre cada estágio, o que ajuda consideravelmente
nas etapas de projeto, construção e também em uma eventual manutenção do dispositivo.

Note que esse diagrama de blocos não está 100% completo – falta, por exemplo, o estágio de alimen-
tação (fonte), não representado na figura por se tratar de uma funcionalidade totalmente distinta da que
queremos mostrar com este diagrama em particular.

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Sistema de Controle a Malha Aberta e Malha Fechada

É aquele em que a saída ou resposta não possui nenhuma influência sobre a entrada.

Sistema De Controle A Malha Fechada

É aquele em que a saída ou resposta influencia a entrada do sistema.

O sistema de malha fechada é composto por um sensor que detecta a variável de processo (PV), um
transmissor que converte o sinal do sensor em um sinal adequado (um sinal do tipo ar pressurizado em
sistemas pneumáticos ou um sinal elétrico em sistemas eletrônicos) e o transmite para um controlador
que compara o valor da variável de processo (PV) com o valor do Set Point (SP) desejado e produz um
sinal de controle apropriado e um elemento final de controle que muda a variável manipulada (MV).
Usualmente o elemento final de controle é uma válvula de controle operada por ar que abre e fecha
modificando uma razão de fluxo.

O sensor, transmissor e válvula de controle estão localizados fisicamente no campo, onde está o pro-
cesso. O controlador é usualmente localizado em um painel ou computador em uma sala de comando
distante do processo. A ligação entre o painel e o campo é feita através de sinais elétricos que são
enviados do transmissor para o controlador e do controlador para o elemento final de controle.

Os equipamentos de controle utilizados em plantas químicas ou em plantas típicas da área de petróleo


são analógicos (de pressão ou eletrônicos) ou digitais. Os sistemas analógicos utilizam sinais de ar
pressurizado (3 a 15 psi) ou sinais de corrente/tensão (4-20 mA, 10-50 mA, 0-10 VDC). Sistemas pneu-
máticos transmitem sinais através de pequenos tubos, enquanto sistemas eletrônicos usam fios.

Visto que muitas válvulas são ainda acionadas por ar pressurizado, sinais de corrente são usualmente
convertidos para ar pressurizado. Um conversor I/P (corrente para pressão) é usado para converter
sinais de 4-20 mA em sinais de 3-15 psi.

Um controlador industrial possui um modo de operação manual (malha aberta) ou automático (malha
fechada). Durante a partida ou em condições anormais, o operador do processo pode utilizar o modo
de operação manual, determinando a abertura da válvula de controle, independentemente do controla-
dor. O chaveamento é usualmente feito no painel de controle ou no computador.

Além disso, o ganho do controlador pode ser feito negativo ou positivo selecionando-se entre ação
direta e reversa do controlador. Um ganho positivo resulta em uma saída do controlador decrescendo
a medida que a variável do processo cresce (ação reversa). Já um ganho negativo resulta em uma
saída do controlador crescendo a medida que a variável do processo cresce (ação direta).

A escolha correta entre ação direta e reversa depende da ação do transmissor (que é usualmente
direta), da ação da válvula (ar para abrir, AO, ou ar para fechar, AC) e do efeito da variável manipulada
(MV) na variável de processo (PV). A idéia fundamental a ser seguida para a escolha correta da ação
do controlador, é que a ação tomada pelo controlador deve levar a variável de processo (PV) a se
aproximar do Set Point (SP).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Em resumo, um controlador industrial deve possuir as seguintes características:

Indicar o valor da Variável de Processo (PV): o sinal que chega do transmissor

Indicar o valor do sinal enviado para a válvula: a saída do controlador (usualmente nominada MV)

Indicar o Set Point (SP)

Ter um chave para selecionar entre modo manual ou automático

Ter uma forma de alterar o valor do SetPoint quando o controlador está em automático

Ter uma forma de alterar o sinal para a válvula quando o controlador está em manual

Ter um modo de seleção entre ações direta e reversa do controlador

Sistema de Controle de Malha Fechada

Fórmula de Ganho de Mason

Qualquer função de transferência entre um nó de entrada e um nó de saída pode ser calculada utili-
zando a fórmula de ganho de Mason:

onde:

Ganho total entre um nó de entrada e um nó de saída

Ganho do k-ésimo caminho direto

Determinante do gráfico = 1 - (soma de todos os ganhos dos laços individuais) - (soma dos produtos
dos ganhos de todas as combinações possíveis de dois laços que não se tocam) + (soma dos produtos
dos ganhos de todas as combinações possíveis de três laços que não se tocam) - ...

Cofator do k-ésimo determinante de caminho direto do gráfico com os laços que tocam o k-ésimo ca-
minho direto removidos, isto é, o cofator k é obtido de  removendo os laços que tocam o caminho
Pk.

Critério de Estabilidade de Routh

Considere a seguinte função de transferência de malha fechada:

Montar a seguinte tabela:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

onde:

O cálculo dos b’s continua até que os restantes sejam nulos. Para os c’s, d’s e e’s, temos:

O processo continua até que a n-ésima linha tenha sido completada.

Características Em Malha Fechada

Existem basicamente duas grandes vantagens em utilizarmos um sistema de controle a malha fechada
ao invés de malha aberta: redução da sensibilidade do sistema à variações de parâmetros e maior
rejeição à distúrbios

Por outro lado, existem também desvantagens em se utilizar realimentação, tais como: maior número
de componentes e perda de ganho.

Estas vantagens e desvantagens serão analisadas neste item.

Sensibilidade à Variação de Parâmetros

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Para ilustrar o efeito da variação de parâmetros, consideraremos uma mudança de G(s) na função de
transferência da planta G(s).

Para o caso de um sistema em malha aberta a mudança correspondente na saída será

No caso de um sistema de malha fechada, temos:

Então, a mudança na saída será

Quando GH(s)  GH(s) , temos

Ou seja, a mudança na saída é reduzida por um fator que é usualmente muito


maior que 1 na faixa de frequências de interesse.

A sensibilidade de um sistema é definida como a razão entre a mudança percentual na função de


transferência de malha fechada Gmf (s) e a mudança percentual na função de transferência da planta

G(s)

No limite, para pequenas variações incrementais, temos:

Assim, a sensibilidade da função de transferência de malha fechada a variação em G é:

e a sensibilidade à variação em H é:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Quando GH é elevado, a sensibilidade aproxima-se da unidade e as mudanças em H(s) afetam direta-


mente a resposta do sistema. Assim, é necessário utilizar componentes precisos na malha de reali-
mentação.

Efeito De Perturbações

Ocorre uma redução no efeito de perturbações na saída do sistema quando o mesmo está em malha
fechada em relação a malha aberta.

Existem algumas vantagens adicionais em se utilizar realimentação, as quais serão discutidas futura-
mente: possibilidade de estabilização, de melhoria no desempenho transitório e de melhoria no desem-
penho em regime permanente de um sistema.

O Custo da Realimentação

As vantagens introduzidas com o uso da realimentação têm um custo, o qual deve ser analisado.

Basicamente, as principais desvantagens da realimentação em relação a malha aberta são:

Aumento da Complexidade

Em malha fechada tem-se a necessidade do uso de um maior número de componentes no sistema.


Como exemplo, citamos o sensor, geralmente o componente mais caro em um sistema de controle.

Perda De Ganho

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

O ganho de um sistema de malha fechada é reduzido por um fator 1/1+GH em relação a um sistema
de malha aberta.

Possibilidade De Instabilidade

Um sistema que em malha aberta é estável, pode não ser sempre estável em malha fechada. Como
exemplo, citamos o exemplo do controle de nível visto anteriormente, onde a estabilidade do sistema
em malha fechada dependia do ganho do amplificador K.

Teoria Da Realimentação

A estrutura geral dum amplificador realimentado pode ser representada pelo seguinte diagrama de fluxo
de sinal, em que x pode representar quer um sinal de tensão, quer de corrente.

O amplificador básico a (ao qual é aplicada realimentação) tem transmissão unilateral com um ganho a,
pelo que xo = a xi.

O bloco b representa a malha de realimentação que, pode ser tão simples como um simples fio de
ligação ou ter uma configuração complexa. A saída xo alimenta quer a carga, quer o bloco de realimen-
tação, que admitimos ter transmissão unilateral com um valor b (designado factor de realimentação),
pelo que produz uma amostra da saída xf = b xo.

A forma como a saída alimenta o bloco de realimentação designa-se amostragem e pode revestir duas
formas: amostragem de tensão ou amostragem de corrente.

O sinal de realimentação xf é subtraído ao sinal da fonte xs, produzindo um sinal xi que é a entrada do
amplificador básico: xi = xs – xf. A realização prática desta subtracção denomina-se comparação ou
mistura e pode ser feita de duas formas: em série ou em paralelo.

Assim, da combinação dos dois tipos de amostragem com os dois tipos de comparação, resultam as
quatro topologias possíveis dum amplificador realimentado: tensão-série, tensão-paralelo, corrente-sé-
rie e corrente-paralelo.

Tendo em conta que xo = a xi, que xf = b xo e definindo como af = xo / xs o ganho realimentado (ou em
malha fechada) do amplificador global, resulta facilmente:

Que é a expressão fundamental da realimentação.

Notemos que, uma vez que b = 0 significa a abertura da malha de realimentação, o ganho do amplifi-
cador básico a representa, afinal, o ganho em malha aberta do amplificador global, i.e.:

À quantidade - b a chamamos, apropriadamente, ganho em anel. Na verdade, trata-se do ganho ao


longo do anel ou malha de realimentação. Se o ganho em anel for negativo, a realimentação diz-se
negativa ou degenerativa. Vemos que, sendo - b a < 0, a quantidade 1 + b a >1, pelo que, af < a, i.e.,
o ganho realimentado é menor do que o ganho em malha aberta.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Faz, assim, sentido chamar a 1 + b a quantidade de realimentação.

A realimentação diz-se positiva ou regenerativa, se o ganho em anel for positivo. No estudo dos ampli-
ficadores lineares usa-se, quase exclusivamente, realimentação negativa.

Notemos ainda que, com realimentação negativa, se o ganho em anel for elevado, sendo b a » 1, en-
tão af @ 1 / b , que é um resultado interessantíssimo, pois mostra que o ganho realimentado é quase
inteiramente determinado pela malha de realimentação, em geral constituída por simples resistências
passivas, que são dos componentes mais estáveis e invariáveis que conseguimos fabricar.

Por outro lado, o ganho realimentado resulta praticamente independente do ganho do amplificador bá-
sico, esse sim, fortemente condicionado pelas variações dos parâmetros dos transístores que o cons-
tituem. Apenas se requere que o amplificador básico tenha um ganho suficientemente elevado para
que seja b a » 1. É por esta razão que se fabricam ampops com ganhos muito elevados.

A análise dum amplificador realimentado pode fazer-se usando o método habitual de análise dum am-
plificador, i.e., recorrendo às leis dos circuitos para a obtenção dos valores dos seus parâmetros: ganho,
resistência de entrada e de saída. Todavia, a análise clássica não permite extrair facilmente conclusões
da dependência dos parâmetros do amplificador em relação aos valores dos componentes utilizados e
à topologia do circuito, aspecto que é crucial em fase de projecto.

Em contrapartida, a expressão fundamental da realimentação, acima apresentada, indica, relativa-


mente ao ganho desejado, como poderemos obtê-lo actuando sobre os valores do ganho em malha
aberta e do factor de realimentação.

Acresce que, relativamente às resistências de entrada e de saída, se obtêm expressões que mostram
como a partir do conhecimento dos valores dessas resistências, em malha aberta, se podem derivar os
valores em malha fechada, uma vez mais recorrendo ao conhecimento de b e de a.

Assim (designando por rx a resistência em malha aberta e por rxf a resistência em malha fechada), pode
obter-se:

Estas expressões põem em evidência algumas das propriedades da realimentação negativa: a amos-
tragem de tensão reduz a resistência de saída, enquanto a amostragem de corrente a aumenta; a
comparação série reduz a resistência de entrada e a comparação paralelo aumenta-a.

Desta forma, um método de análise baseado na determinação de b e de a reveste-se de grande utili-


dade prática, apesar do pequeno erro inerente ao processo, decorrente de, num circuito real, não se
verificar exatamente a unilateralidade nem do amplificador básico, nem do bloco de realimentação.

A maioria dos sistemas físicos incorpora alguma forma de realimentação. É interessante observar, con-
tudo, que a teoria da realimentação negativa foi desenvolvida por engenheiros eletrônicos. Em sua
busca de métodos para o projeto de amplificadores com ganho estável para o uso em repetidores de
telefone, harold black, engenheiro eletrônico da western eletric company, inventou o amplificador com
realimentação em 1928.

Desde essa época, a técnica tem sido tão largamente usada que é quase impossível pensar em ciruitos
eletrônicos sem alguma forma de alimentação, implícita ou explícita. Além disso, o conceito de reali-
mentação e sua teoria associada são empregados frequentemente em outras áreas na modelagem

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

fora do campo da engenharia, como no de sistemas biológicos. A realimentação pode ser negativa
(degenerativa) ou positiva (regenerativa). No projeto de um amplificador, a realimentação negativa é
aplicada para obter uma ou mais das seguintes propriedades:

1) dessensibilidade do ganho; isto é, fazer o valor do ganho menos sensível às variações no valor dos
componentes do circuito, como variações causadas pela mudança de temperatura.

2) redução da distorção não-linear, ou seja, fazer a saída proporcional à entrada (em outras palavras,
fazer o ganho constante independente do nível do sinal).

3) redução do efeito do ruído; ou seja, minimizar a contribuição na saída de sinais elétrico indesejáveis,
gerados tanto pelos componentes do circuito como por interferências externas.

4) controle das impedâncias de entrada e saída; isto é, aumentar ou diminuir as impedâncias de entrada
e de saída pela seleção apropriada da topologia da realimentação.

5) estender a faixa de passagem do amplificador. Todas as propriedades anteriores são desejáveis e


obtidas na troca da redução no ganho. O fator de redução do ganho, chamado quantidade de realimen-
tação, é o fator pelo qual o circuito é dessensibilizado, a impedância de entrada é aumentada, a faixa
de passagem é estendida e assim por diante. Em resumo, a idéia básica da realimentação negativa é
negociar o ganho por outras propriedades desejadas.

Sob certas condições, a realimentação negativa em um amplificador pode tornar-se positiva e com
amplitude capaz de provocar uma oscilação. No entanto, não se deve assumir que a realimentação
positiva sempre leva à instabilidade. Na verdade, a realimentação positiva é muito útil em várias apli-
cações não regenerativas, como no projeto de filtros ativos. Quase todos os circuitos que utilizam o
ampop também empregam a realimentação negativa.

Outra aplicação popular da realimentação negativa é no uso da resistência de emissor para estabilizar
o ponto de polarização do transistor bipolar e para aumentar a resistência de entrada, a faixa de pas-
sagem e a linearidade de um amplificador diferencial com tbj. Além disso, o seguidor de emissor e o
seguidor de fonte empregam grande quantidade de realimentação negativa. [1] iii. Materiais utilizados
• gerador de tensão dc instrutherm fa - 3030; • gerador de funções icel gv-2002; • multímetro; • oscilos-
cópio; • protoboard; • resistores de 2kΩ(1), 10kΩ(2), 15kΩ(1), 30kΩ(1) e 1mΩ(2); • diodo zener de 10v
(2); • ampop 741(1). Iv. Parte experimental com a realimentação negativa conseguiremos efeitos real-
mente impressionantes. Utilizando um único ampop de uso geral 741 conseguiremos implementar cir-
cuitos com resistência de entrada tão alta como 200mΩ (muito maior que a resistência de entrada do
próprio ampop) ou tão baixa como 0, 1Ω (quase um curto circuito).

Conseguiremos fazer o ampop trabalhar como fonte de tensão ou como fonte de corrente quase ideal.
Em todos os circuitos lineares, onde o ampop opera não saturado, podemos afirmar que o ampop está
submetido a uma realimentação negativa.

Fonte de tensão se a carga for instalada entre o terminal de saída do ampop e o terra, teremos uma
fonte de tensão quase ideal, ou seja, a tensão de saída não varia com a variação da carga. • montar o
circuito conforme o diagrama esquemático da figura 1.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Conferir as ligações, principalmente a de alimentação. • ligar a alimentação de ±15v . • ajustar o multí-


metro para medir tensão contínua de até 20v dc. • medir a tensão de saída. Para io = 6ma:

Segundo a teoria,

A pequena diferença encontrada se deve à tensão de entrada não ser exatamente 15v e devido à
tolerância dos resistores ri e rf . A corrente fornecida pelo ampop é 6ma, soma da corrente na malha
de realimentação if = ii = vi/ri = 1ma, com a corrente fornecida à carga il = vo/rl = 5ma. • retirar a carga
do circuito e medir vo novamente. Para io = 1ma:

Com a retirada da carga, haverá uma redução da corrente fornecida pelo ampop, ∆io = 5ma, que pro-
vocará uma pequena variação de tensão de saída. Vo = vo(1ma)−vo(6ma) . Provavelmente não será
possível medir qualquer variação através de multímetro de 3.1/2 dígitos. A resistência de saída deste
circuito será:

Este valor muito baixo comprova que o ampop funciona como fonte de tensão quase ideal ou fonte de
tensão firme. B. Fonte de corrente se a carga for instalada entre o terminal de saída e o terminal de
entrada inversora do ampop, teremos uma fonte de corrente quase ideal, ou seja, a corrente não varia
com a variação da carga. • montar o circuito conforme o diagrama esquemático da figura 2. O circuito
é semelhante ao anterior, porém, a carga é instalada na malha de realimentação negativa do ampop.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Medir a corrente il. Para vf ∼= 10v :

Esta corrente será bem próxima de:

A tensão de saída será aproximadamente 10v , que poderá ser confirmada através de um outro multí-
metro ou através do osciloscópio ajustado em:

Curto-circuitar rf e medir il novamente. Para vl = 0v : 5)il = ma a tensão de saída deve ser aproximada-
mente 0v . A resistência de saída deste circuito, vista pela carga, é um valor muito alto, comprovando
a característica deste circuito como fonte de corrente quase ideal. ∆vl = 10v .

Função de transferência 1) ligar o canal ch1 do osciloscópio (x) ao sinal de entrada vi (saída do gerador
de funções). 2) ligar o canal ch2 (y) ao sinal de saída vo. 3) aumentar o sinal de entrada para 9v de
pico (18vpp). 4) ajustar o osciloscópio para o modo x-y

Estaremos observando a função de transferência do circuito. Esta curva indica que: a) enquanto não
ocorrer a saturação o amplificador é linear. B) a inclinação para a esquerda indica inversão de fase φ
= 180o . Mesmo alterando o sinal para senoidal, a função de transferência não muda. D. Pontos de
teste de modo geral, os pontos de teste nos circuitos eletrônicos devem ser os pontos de baixa impe-
dância. Agindo desta forma evitamos interferências que instrumentos de medidas podem provocar nos
circuitos.

Nos circuitos com ampop, o ponto de teste geralmente é o terminal de saída do ampop. Como os
terminais de entrada do ampop são muito sensíveis, eles não devem ser tocados, mesmo com as pon-
tas de prova dos multímetros ou osciloscópio, sob pena de provocar grandes perturbações no sinal de
saída. Se este circuito estiver em operação no sistema, poderemos provocar sérios problemas, inclu-
sive acidentes. Ajustes do osciloscópio:

Montar o circuito da figura 3 e tocar, com o dedo, um dos terminais de entrada do ampop. Observar o
sinal de saída. Quando o sincronismo da varredura do osciloscópio é feito pelo sinal da rede (tri-
gger=ext-line) e o sinal

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

Observado estiver “parado” na tela, significa que este sinal está relacionado com a rede de alimentação.

Ligar a alimentação e repetir a experiência. O sinal de saída será bem menor, comprovando que: quanto
menor a resistência, menor será o ruído e interferência no circuito. E. Acoplamento dc sempre que
possível utilize o acoplamento dc. Montar o circuito da figura 4.

Os canais verticais ch1 e ch2 devem monitorar o mesmo sinal de saída e devem estar no modo de
acoplamento dc para que a forma de onda possa ser observada, com a componente ac mais a compo-
nente dc. O sinal de saída deverá ser contínuo, de aproximadamente 14v , positivo ou negativo. O
ampop está saturado. Se retirarmos o resistor rb1, ou seja, entrada inversora aberta, o 741 irá saturar
positivamente. Retirando rb2, entrada não-inversora aberta, o 741 irá saturar negativamente. Se o aco-
plamento destes canais estivesse em ac, não poderíamos afirmar isso. Estaria indicando sempre 0. •
tocar uma das entradas do ampop com o dedo. Você deverá estar observando uma onda quadrada na
saída do ampop. Os dois canais devem apresentar a mesma forma de onda obviamente. • mudar o
modo de acoplamento do canal ch2 para ac. A distorção em ch2-ac se deve ao acoplamento ac. O
acoplamento ac distorce o sinal em baixa frequência. F. Terra virtual com a realimentação negativa, o
potencial da entrada inversora é igual ao potencial da entrada não-inversora, desde que o ampop não

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

esteja saturado. É um curto-circuito virtual. Se o terminal da entrada não-inversora estiver no potencial


da terra, o terminal da entrada inversora também estará no potencial do terra. É como se a entrada
inversora estivesse aterrada, daí o termo terra virtual. • montar o circuito da figura 5, sem os diodos
zener.

Ajustes do osciloscópio:

Ch1=5v/div, dc; pos.central

ch2=5v/div; dc; pos.central

vertival mode: both, chopper.

Base de tempo=1ms/div

Trigger=ch2; auto, slope-.

Gerador de funções (gf): triangular, 200hz; 5vp manter a amplitude do gf em 0v até ligar a alimentação
de ±15v . Ajustar o gf somente depois de energizar o ampop. • observar o sinal de entrada e o sinal de
saída. O sinal de saída está invertido e tem o dobro da amplitude em relação ao sinal de entrada. •
aumentar o sinal de entrada até o sinal de saída ceifar. O ceifamento deve ocorrer em aproximada-
mente 14v , que é a tensão de saturação deste ampop. • mudar ch1 para o terminal da entrada inversora
e− (pino 2 do 741). Observe que exatamente no intervalo onde o ampop está saturado, a entrada in-
versora apresenta uma tensão. Este terminal deixa de ser terra virtual quando o ampop entra em satu-
ração. • instale os dois diodos zener de 10v , back to back, como indicado no diagrama esquemático
da figura 5.

Mesmo com a tensão de saída ceifada em 10, 5v , a entrada inversora do ampop permanece como
terra virtual. Os diodos zener evitam a saturação do ampop mesmo com “over drive” (sinal de entrada
suficiente para levar o ampop à saturação). Evitar a saturação do ampop é a condição para garantir o
terra virtual. Além desta vantagem, os diodos zener limitam a tensão de saída dentro dos níveis de
−10v e +10v , um padrão industrial. O diodo zener evita a saturação do ampop, e garante o terra virtual.
• diminuir a amplitude de vi para 5v de pico. Observe que o sinal de saída não está ceifado. A tensão
da entrada inversora (e−) é praticamente 0 (terra virtual). Diminuindo o sinal de entrada, de forma que
não ocorra a saturação do ampop, a entrada inversora volta a ser terra virtual em todo intervalo.

Não significa que a tensão neste terminal seja zero. Se alterarmos ch1=5mv/div poderemos ver um
sinal, provavelmente quadrado. • mude a escala de ch1 (e−) para 50mv/div e aumente a frequência
para 1khz. O sinal de saída continua triangular de 10v de pico e a tensão e− aumentou. O 741 apresenta
um ganho de tensão em malha aberta de 100.000 (ou 100db) até a frequência de 10hz. Acima desta
frequência o ganho diminui numa taxa de 20db por década (diminui 20db ou 10 vezes a cada aumento
de frequência em 10 vezes). Acima desta frequência de corte, o ampop se comporta não como um

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
AMPLIFICADORES OPERACIONAIS EM
MALHA FECHADA E REALIMENTAÇÃO NEGATIVA

amplificador escalar, e sim como um “integrador”. Acima da frequência de corte (10hz no 741) a tensão
na entrada inversora do ampop será:

Para um sinal senoidal, teríamos uma outra onda senoidal defasada 90o (um coseno). Abaixo de 10hz
a forma de onda da entrada inversora (e−) seria igual ao de saída (vo) com fase invertida. Vo = aol(e+
− e−) mas como a entrada não-inversora (e+) está aterrada.

E− = − vo aol

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
CONTROLE DE PROCESSOS

Controle de Processos

Instrumentação industrial e controle de processos são cruciais na produção

Com plantas industriais cada vez maiores, a manutenção de bons índices de produção e rentabili-
dade dependem da instrumentação industrial. O Brasil possui ampla variedade industrial como auto-
mobilística, aeronáutica, farmacêutica, petroquímica, cimento, construção, têxtil, bebidas, alimentos,
mineração e outras nas quais é muito utilizada a instrumentação.

Podemos comparar esta análise a uma consulta médica, na qual o médico utiliza diversos equipa-
mentos para avaliar se tudo está bem com o paciente, o mesmo acontece na instrumentação, o enge-
nheiro usa variados instrumentos para avaliar e manter a alta performance da indústria. A eficiência
dos processos sempre garante vantagens competitivas e bons resultados produtivos e econômicos.
Nos últimos anos, o setor de controle de processos acompanhou a tecnologia e o resultado foi apare-
lhos de medição, transmissão e automação cada vez mais rápidos, precisos e duráveis.

A instrumentação industrial é composta por um grupo de dispositivos para medir, registrar e converter
variáveis de um processo industrial. Em geral, são equipamentos que mensuram características físi-
cas (fluxo, pressão, força, temperatura, vazão, velocidade, peso, umidade e ponto de orvalho) ou quí-
micas (pH e condutividade). Após a medição, tais dados/características são avaliados e controlados
de acordo com os padrões técnicos. Existem ainda produtos complementares de automação, dedica-
dos a tornar os processos de medição e controle cada vez mais velozes e eficientes. Os dispositivos
de medição e controle são empenhados em máquinas, tais como aquecedores, reatores, bombas,
prensas, fornos, refrigeradores, condicionadores de ar, compressores e uma grande diversidade de
equipamentos ou instalações. A instrumentação industrial gera resultados superiores quanto à utiliza-
ção de recursos, máquinas, desempenho, rentabilidade, proteção ambiental e segurança, entre ou-
tros, em uma unidade de produção.

Os sistemas de controle de combustão, por exemplo, oferecem o controle coordenado de disparo, da


demanda de combustível, ar e água para as caldeiras utilitárias e industriais, aprimorando a eficiência
de combustão e simplificando a operação da caldeira/forno.A instrumentação também é aplicada para
dar suporte aos operários no controle das funções do maquinário, oferecendo uma garantia a mais
contra acidentes de trabalho. Até alguns anos atrás era necessário que o operador fosse a campo
inspecionar de perto o funcionamento das máquinas e as possíveis variáveis em todo o processo, o
colocando em risco.

Os avanços na tecnologia de dispositivos, oferece a opção de os profissionais montarem salas de


controle, aonde recebe sinais eletrônicos através de transmissores. Assim é possível verificar o nível
de medição de fluxos, pressão, temperatura, densidade e demais variáveis, sem riscos.

A Importância da Instrumentação

A medição e o controle de processos são fundamentais para gerar, em última análise, os melhores
resultados possíveis quanto à utilização de recursos, máquinas, desempenho, rentabilidade, proteção
ambiental e segurança, entre outros, em uma unidade de produção.

Para efeito de comparação, os médicos medem as principais características do funcionamento do


corpo humano para atestar que tudo está bem ou, se houver qualquer mudança, começar a pesquisar
as causas para a "máquina" para seguir com saúde e bom desempenho.

Se o corpo pertence a um atleta de alta performance (como deveria ser uma indústria em um mer-
cado competitivo), é ainda mais importante manter o desempenho para garantir rendimentos e evitar
riscos para a segurança.

A instrumentação industrial refere-se ao grupo de equipamentos e dispositivos que servem a enge-


nheiros ou técnicos para medir com precisão, registrar e converter variáveis de um processo industrial
e, em seguida, transmiti-los, avaliá-los e controlá-los para tais fins.

Em geral, os dispositivos de medição e controle de processos industriais mensuram características


físicas (fluxo, pressão, força, temperatura, vazão, velocidade, peso, umidade e ponto de orvalho) ou
químicas (pH e condutividade).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CONTROLE DE PROCESSOS

Além disso, existem produtos complementares de automação que são dedicados à aquisição de da-
dos para tornar os processos de medição e controle cada vez mais rápidos e eficientes e a custos re-
duzidos.

A implementação de um sistema pode ser complexa para medir, controlar e monitorar todos os ele-
mentos de uma unidade industrial com alta precisão e profundidade bem como para automatizar es-
ses processos e, por sua vez, garantir a repetibilidade das medições e estruturas de resultados.

Os dispositivos de medição e controle são aplicados a máquinas, tais como aquecedores, reatores,
bombas, prensas, fornos, refrigeradores, condicionadores de ar, compressores e uma grande varie-
dade de equipamentos ou instalações.

Ou seja, os instrumentos de medição são ferramentas para mensurar grandezas físicas ou químicas
por meio de unidades de medida (em amperes, volts, m/s, Celsius, metros cúbicos, litros, newton ou
quilograma-força, pascal-segundo, etc.) de maneira apropriada para detectar, visualizar, registrar e,
assim, usar essas informações.

As várias medidas seguem as definições e especificações standard como o Sistema Internacional (SI)
ou o sistema de Inglês no que se refere a exatidão, precisão, reprodutibilidade, resolução, lineari-
dade, ruído, tempo de resposta, massa e peso, calibração, entre outros, para ter validade técnica.
Essa é a importância da qualidade dos dispositivos, bem como dos testes periódicos de exatidão e
da calibração para que os dados obtidos possam continuar confiáveis. Isto é, de acordo com as nor-
mas (padrões) reconhecidas pela ciência.

O Brasil tem ampla variedade industrial como automobilística, aeronáutica, farmacêutica, petroquí-
mica, cimento, construção, têxtil, bebidas, alimentos, mineração e outras nas quais, aliás, é muito utili-
zada a instrumentação.

No entanto, nos últimos anos, o mundo da instrumentação e do controle de processos entrou em uma
era de mudança total, em que os equipamentos de medição, transmissão e automação são cada vez
mais rápidos, precisos e duráveis.

Assim, a inteligência industrial desfruta também de transmissão sem fio em tempo real e pode usar as
informações em comparação com grandes bases de dados e padrões para tomar as decisões mais
fundamentadas na busca pelos melhores resultados.
Além disso, os avanços na tecnologia de dispositivos, equipamentos e sistemas de medição e con-
trole de processos industriais exigem dos gestores a atualização de seus ambientes de produção
para manterem-se competitivos no mercado.

A eficiência dos processos sempre garante vantagens competitivas e bons resultados produtivos e
econômicos. Como exemplo, seguem detalhes sobre duas grrandezas (entre muitas outras já menci-
onadas neste texto) altamente consideradas na medição industrial.

Conceitos Básicos em Instrumentação e Controle

Variáveis Físicas

Conceito e Finalidades

Nos últimos tempos, a necessidade do aumento de produção para atender a sempre crescente de-
manda e o baixo custo, a criação e fabricação de novos produtos, propiciou o aparecimento de um
número cada vez maior de indústrias. Estas indústrias só puderam surgir devido ao Controle Automá-
tico de Processos Industriais, sem o qual a produção não seria de boa qualidade e mesmo alguns
produtos não poderiam ser fabricados.

O Controle Automático dos Processos Industriais é cada vez mais empregado por aumentar a produ-
tividade, baixar os custos, eliminar erros que seriam provocados pelo elemento humano e manter au-
tomática e continuamente o balanço energético de um processo.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CONTROLE DE PROCESSOS

Para poder controlar automaticamente um processo precisamos saber como está ele se comportando
para poder corrigi-lo, fornecendo ou retirando dele alguma forma de energia, como por exemplo: pres-
são ou calor. Essa atividade de medir e comparar grandezas é feita por equipamentos ou instrumen-
tos que veremos a seguir.

Instrumentação: é a arte e a ciência que projeta, constrói, instala, opera e mantêm os instrumentos.

Instrumentos: medem variáveis de processo. Em instrumentação, quando dizemos "medir" geral-


mente queremos dizer indicar, registrar, totalizar ou controlar. Medida é o tipo mais comum de con-
trole. Os instrumentos de controle industrial, trabalham só ou em combinação para sentir e controlar o
trabalho das variáveis do processo. Os mostradores são os indicadores e registradores.

Variáveis de Processos: são fenômenos físicos que chamamos simplesmente variáveis, por exemplo:
vazão, temperatura, pressão, nível, densidade, etc. Cada sistema de Instrumentos pode ser compre-
endido em termos do que ele faz, por exemplo: indicar temperatura ou totalizar vazão ou registrar
pressão, ou controlar nível. Cada uma dessas questões é a base da descrição de sistema de instru-
mentos.

Processo: operação ou série de operações no qual o valor de uma quantidade ou condição é contro-
lada. Inclui todas variáveis das funções que, direta ou indiretamente, afetam o valor da Variável Con-
trolada.

Definição das Unidades

O Sistema Internacional de Unidades, abreviação SI, é o sistema desenvolvido na conferência geral


de pesos e medidas e é adotado em quase todas as nações industrializadas do mundo.

METRO: é o comprimento igual a 1.650.763,73 comprimentos de onda no vácuo de radiação, corres-


pondente à transição entre os níveis 2p10 e 5d5 do átomo de Criptônio - 86. SEGUNDO: é a duração
de 9.192.631.770 períodos de radiação, correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do
estado fundamental do átomo de Césio -133. QUILOGRAMA: é a unidade de massa. NEWTON: é a
força que dá a um corpo de quilograma de massa, a aceleração de um metro por segundo ao qua-
drado. WATT: é a potência que dá origem à produção de energia na taxa de um joule por segundo.
JOULE: é o trabalho realizado quando o ponto de aplicação de uma força igual a um Newton desloca-
se de um metro na direção da força.

1.2.1 RELAÇÕES IMPORTANTES

Área A= b.h (retângulo)

4 (círculo)

A= L2

Volume

V= π.r2.h (cilindro V=A.h) V= a3 (cubo)

V= a.b.cV=

π (esfera)

Sistema De Unidade

É todo conjunto de unidades das grandezas que intervém no setor de ciência considerado. Existem
sistemas de unidades mecânicas, termo lógicas, ópticas, elétricas, etc.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CONTROLE DE PROCESSOS

Cada grandeza física liga-se a outras mediante uma definição ou uma Lei, (exemplo: sistemas CGS,
MKS e FPS são base de comprimento, massa e tempo. Sistema MK*S são base de comprimento,
força e tempo).

MKS(metro,kilograma,segundo) Sistema internacional

massa:quilograma (kg)

tempo: segundo (s)

Velocidade:m/s

aceleração: m/s2

-Unidades fundamentais comprimento: metro (m) -Unidades derivadas gravidade normal: 9,81 m/s2

força: kg.m/s2

trabalho: N.m (Joule)

potência:J/s (Watt)

pressão: N/m2 (Pascal)

MTS (metro, tonelada, segundo)

comprimento:metro (m)

massa: tonelada (t)

tempo: segundo (s)

-Unidades fundamentais

força: t.m/s2 (Steno: sth)

trabalho: sth.m (kilojoule)

potência:kj/s (kilowatt)

pressão: sth/m2 (Piezo)

-Unidades derivadas velocidade, aceleração e gravidade normal são iguais ao sistema MKS.

FPS (Foot, Pound, second)

comprimento:pé (foot)

massa: libra (pound)

tempo: segundo (second)

-Unidades fundamentais

velocidade: pé/s (ft/s)

aceleração:pé/s2

gravidade: 32,17 pé/s2

força: lb.pé/s2 (pdl)

trabalho: pdl.pé

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CONTROLE DE PROCESSOS

potência: pdl.pé/s

-Unidades derivadas pressão: pdl/pé2

CGS(centímetro, grama, segundo)

comprimento:centímetro (cm)

massa: grama (g)

tempo: segundo (s)

-Unidades fundamentais

Velocidade:cm/s

aceleração: cm/s2

força: g.cm/s2 (dina)

trabalho: dina.cm (erg)

potência:erg/s

pressão: dina/cm2

-Unidades derivadas gravidade normal: 981 cm/s2

Hidrostática

A hidrostática estuda as propriedades dos líquidos em repouso. A hidrodinâmica estuda os fluidos em


movimento. Fluído é uma substância que se pode escoar e, assim o termo inclui líquidos e gazes que
se diferenciam profundamente quanto à compressibilidade: um gás é facilmente comprimido, en-
quanto o líquido, praticamente incompressível. Portanto, as principais características dos líquidos
são:

a) não possuem forma própria; b) são incompressíveis.

Massa específica

Massa específica é a massa de fluído contida numa unidade de volume do mesmo.

ρ=m

As unidades principais da massa específica são: - CGS: g/cm3

- MKS: kg/m3

Peso específico Peso específico de um líquido é o peso da unidade de volume desse líquido.

= γonde mgP=

As unidades principais do peso específico são: - CGS: dina/cm3

MKS:N/m3

- MK*S: kgf/m3

Relação entre massa específica e peso específico

Sabemos que :

ρ = m v (definição de massa específica)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CONTROLE DE PROCESSOS

γ(definição de peso específico)

P=mg (definição de peso, onde m é a massa do corpo e g é a aceleração da gravidade)

= PV γ = (mg)V

g== gγρ.

Densidade

Densidade de um líquido é a comparação que se faz entre o peso deste líquido e o peso de igual vo-
lume de água destilada a 4ºC. A densidade é adimensional, podendo

também ser definida como a razão entre as massas específicas, ou entre os pesos específicos, ou
entre os pesos.

A densidade do mercúrio é 13,6 , isto significa que um certo volume de mercúrio é 13,6 vezes mais
pesado que o igual volume de água destilada a 4ºC.

dr = (massa específica do corpo)

(massa específica da agua) dr = (peso específico do corpo )

(peso específico da aguaH2O)

Peso específico de alguns líquidos

Líquido Y(kgf/m3) Líquido Y(kgf/m3) Ácido clorídrico1190Éter etílico 0ºC740 Ácido nítrico 1520 Glice-
rina 1280 Ácido sulfúrico1850Gasolina (15ºC)680 a 760 Acetona (20ºc)790Leite (15ºC)1030

Álcool Etílico (15ºC) 790 Mercúrio (15ºC) 13600 álcool metílico (4ºC) 810Óleo de oliva910 água desti-
lada (4ºC) 1000Óleo lubrificante900 a 930

Água do mar 1027Óleo de cânfora910

Águas residuais 1001 a 1005Óleo de algodão (15ºC) 920

Azeite840 a 941Óleo de rícino970 Resina (0ºC) 900Petróleo (20ºC)930 Clorofórmio1520Quero-


sene790 a 820 Cerveja1020 a 1040Vinho2450 a 2650

Conceito e Definição de Pressão

Pressão de um líquido sobre uma superfície é a força que este líquido exerce sobre a unidade de
área dessa superfície.

Pressão Atmosférica

Imaginando, por exemplo, um mergulhador a uma dada profundidade, a pressão exercida pela água
sobre ele é a mesma seja qual for a direção em que nade. Entretanto, se ele mergulhar mais fundo,
seu corpo sofrerá uma compressão maior porque aumenta o peso da coluna de água acima dele.

A palavra atmosfera designa a camada gasosa que envolve o globo terrestre.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CONTROLE DE PROCESSOS

Considerando que o globo é envolvido por uma camada de ar com uma espessura considerável de
50km, podemos afirmar que vivemos submersos em um fluido que exerce uma força em toda superfí-
cie da terra.

Esta pressão é chamada de pressão atmosférica ou barométrica. A pressão atmosférica normal, re-
duzida a 0ºC e submetida a intensidade normal da gravidade, medida por uma aceleração de 9,80665
metros por segundo ao quadrado, é igual à pressão de uma coluna de mercúrio de 760 m de altura.

Medição da Pressão Atmosférica

Em 1643, Torricelli inventou o primeiro barômetro, que permitiu medir a pressão exercida sobre a
terra pelas camadas gasosas que a envolvem. Para realizar esse aparelho, usa-se um tubo de vidro
(figura) com o comprimento em torno de 90cm, fechado em uma das extremidades. O tubo deve ser
lavado com ácido e secado em vácuo, após o que, é cheio de mercúrio puro e seco.

Princípio do Barômetro de Mercúrio

Emborcando o tubo de vidro, com o polegar obstruindo a extremidade aberta, e colocando-o num va-
silhame contendo mercúrio puro, nota-se que o mercúrio desce no tubo e se estabiliza a uma certa
altura. Através de uma régua graduada em milímetros, tendo a parte inferior pontiaguda tocando na
superfície do mercúrio contido no vasilhame, mede-se a pressão atmosférica em milímetros de mer-
cúrio.

As pressões exercidas em A e B são iguais, pois estão no mesmo nível, no mercúrio. A pressão em A
é a pressão atmosférica; a pressão em B é a pressão da coluna de mercúrio. Desde que as pressões
em A e B são iguais, a pressão atmosférica é igual à pressão exercida pela coluna de mercúrio.

Ao lado do barômetro, coloca-se um termômetro para eliminar o erro devido à dilatação do mercúrio
sob a ação da leitura exata. É necessário conhecer outras influências de ordem local, tais como lati-
tude, altitude e aquela própria de cada instrumento, proveniente da depressão capilar.

Pressão Efetiva ou Pressão Relativa

É a pressão medida em relação à pressão atmosférica existente no local, podendo ser positiva ou ne-
gativa. A pressão efetiva recebe ainda o nome de pressão relativa e pressão manométrica. Quando
se fala em pressão relativa ou efetiva, subentende-se que a pressão é medida tomando-se por refe-
rência a pressão atmosférica; e o VÁCUO, como sendo uma pressão negativa em relação à pressão
atmosférica.

Quando aplicamos uma pressão de 20psi no pneu de um automóvel, chamamos essa pressão de re-
lativa, porque ela é medida em relação à pressão atmosférica. Esvaziando o pneu, teremos, no
mesmo, a pressão atmosférica, isto é, zero de pressão relativa ou

efetiva. Convencionou-se que toda medição de pressão indique, simplesmente o seu valor, ficando
implícito que se trata de relativa. Toda vez que tivermos um fluido escoando em um duto, devido à
ação de um ventilador, bomba, exaustor etc., devemos considerar três tipos de pressão.

Pressão Estática

É o peso por unidade de área exercido por líquido em repouso ou que esteja fluindo perpendicular-
mente à tomada de impulso.

dr = 0,8 Fluido em Repouso

Fluido em Movimento

Pressão Dinâmica ou Cinética

É a pressão exercida por um fluido em movimento. É medida fazendo a tomada de impulso de tal
forma que recebe o impacto do fluxo. A expressão resultante da força viva do fluido pode ser calcu-
lada pela fórmula:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CONTROLE DE PROCESSOS

Pd V N m

Pd Vg kgf

Pd = pressão dinâmica ρρρρ = massa específica do fluido V = velocidade do fluido

ϒϒϒϒ = peso específico do fluido g = aceleração da gravidade

Exercício: Calcule a pressão dinâmica da água, a qual está escoando = 4,5 m/s.

Pressão Total

É a soma das pressões estática e dinâmica. O instrumento que mede as pressões estática, dinâmica
e total é o tubo de Pitot.

Pressão Estática, Dinâmica e Total

Pressão Diferencial

É a diferença entre duas pressões, também chamada de (delta p). Criando-se um obstáculo à passa-
gem do fluido, obtemos um diferencial de pressão.

P1 P2

Pressão Diferencial em uma Restrição.

No caso da figura anterior, existe uma diferença entre a pressão na entrada da placa de orifício e a
pressão na saída. Já no exemplo que se segue, tem-se o delta P obtido da diferença entre dois pon-
tos tomados em um tanque.

10 m dr = 1

P = 5kgf/cm 2

Pressão Diferencial em um Reservatório

Pressão Absoluta

É a pressão positiva, a partir do vácuo perfeito; ou seja, a soma da pressão atmosférica do local e
pressão efetiva.

2.3 DIAGRAMA COMPARATIVO ENTRE AS ESCALAS RELATIVA E ABSOLUTA

O diagrama, a seguir, mostra claramente que, para cada pressão, podem ser atribuídas duas medi-
das diferentes, dependendo da escala escolhida.

Exemplo: suponhamos P = 2000 kgf/m2 na escala relativa. Se a pressão atmosférica for 10330
kgf/m2, então: Pabs = 2000 + 10330 kgf/m2 = 12330 kgf/m2 (abs).

Note que na indicação da pressão, na escala absoluta, é necessário acrescentar "(abs)" após a uni-
dade de pressão. Nas escalas relativas não é necessário que se indique: já fica subentendido.

O que é importante observar é que, na escala relativa, poderemos ter pressões negativas, isto é, infe-
riores à pressão atmosférica. Tais pressões como vimos, chamaremos de vácuo. Nunca teremos, po-
rém, pressões absolutas negativas, pois a menor pressão absoluta que se pode alcançar é o zero ab-
soluto, indicador do vácuo perfeito.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
CONTROLE DE PROCESSOS

Exemplo: - Foi colocado no pneu do automóvel uma pressão absoluta? (Pressão atmosférica local =
14,7psi) Pressão absoluta = 18 psi + 14,7 psi = 32,7 psia.

Teorema De Stevin

Enunciada do Teorema do Stevin: "Á diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso
é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de cota entre os dois pontos".

hpp ⋅=− γ21 Segue então que todos os pontos situados na profundidade "h", em um recipiente, estão
submetidos a uma igual pressão. Temos então planos paralelos na superfície livre do líquido, cujos
pontos têm, todos, a mesma pressão. Consideremos os tanques abaixo cheios de água:

2m2m

0,5m 0,5m 1m

1m 2m 2m

Volume do tanque A = 2m3 Volume do tanque B = 1m3 Volume do tanque c = 4m3

m mk gf•=

m mk gf•=

m mk gf•=

Pressão no fundo dos tanques:

Pressão = P

Tanque A: p

Tanque B: p

Tanque C: p

Conclui-se portanto que a pressão no fundo dos tanques possui o mesmo valor. Em seguida, temos a
demonstração matemática do conceito do Teorema de Stevin:

Pressão =

For Peso Aça Area Area

Peso = Peso específico . volume = γ V Então:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
CONTROLE DE PROCESSOS

pV

Mas, V = área . altura = A . h, resultando:

P Ah

Pressão no fundo do tanque = γ•h

Conclui-se, portanto, que a pressão no fundo dos tanques possui o mesmo valor. Esta expressão é
chamada de carga de pressão, sendo dada pelo Teorema de Stevin.

A expressão ph=•γ é muito importante em instrumentação, na medição de nível de tanques. Ela sim-
plifica os cálculos, porque, para determinar-se a pressão, basta apenas o peso específico do líquido e
da altura da coluna líquida.

Enunciado do Teorema de Stevin: "A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso
é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de cota entre os dois pontos".

Princípio de Pascal

No século XVII, Pascal elaborou a lei que forma a base da hidráulica moderna:

"A pressão exercida em qualquer ponto por um líquido em forma estática transmite-se integralmente
em todas as direções e produza mesma força em áreas iguais".

Podemos demonstrar este princípio, utilizando uma esfera oca, provida de vários orifícios, distribuídos
em vários pontos de sua superfície. Em um desses orifícios, temos acoplado um cilindro, dentro do
qual, podemos deslocar um Êmbolo, conforme a figura abaixo.

Transmissão de Pressão Em Um Líquido

Exercendo-se uma pressão adequada no êmbolo, veremos que os jatos de água que saem pelos ori-
fícios são iguais. Isso significa que a pressão exercida é igual em todos os orifícios. Podemos consi-
derar os fluidos praticamente incompressíveis, a força mecânica desenvolvida em um fluido sob pres-
são pode ser transmitida, multiplicada ou controlada.

Conforme a figura a seguir, podemos verificar que, ao aplicarmos uma força de 10 kgf sobre o pistão
1 o pistão 2 levantará um peso de 50 kgf devido a ter o mesmo uma área 5 vezes maior que a área
do pistão 1.

10 Kgf 50 Kgf

PP12=

e assim

=AhAh1122•=•

Na prensa hidráulica da figura anterior, que é uma aplicação do princípio de Pascal, podemos verifi-
car que o pistão 2 se movimentará cinco vezes mais lento que o pistão 1, em razão da diferença de
áreas.

É no princípio de Pascal que se baseiam as máquinas hidráulicas para calibração de instrumentos


utilizados pela instrumentação, macacos hidráulicos, servo mecanismos, controles hidráulicos etc.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
CONTROLE DE PROCESSOS

A2 F2

A1 F1

P2P1

1) P F

=2) P

Fazendo-se 1 = 2, tem-se:

ComoAAFF1212>→>

2cm2 10cm2

Princípio De Arquimedes

"Todo corpo mergulhado em um fluido sofre a ação de uma força vertical dirigida de baixo para cima,
igual ao peso do volume do fluido deslocado".

A esta força exercida pelo fluido no corpo nele submerso ou flutuando, chamamos de empuxo.

E=V

E = Peso do líquido deslocado V = Volume do líquido deslocado γγγγ = Peso específico do líquido
deslocado

Sobre o corpo estarão atuando, então, o empuxo E e o peso W do próprio corpo. Neste caso, ocor-
rerá um dos três fatos seguintes. - Se tivermos E = W, o corpo ficará em equilíbrio, no interior do lí-
quido, na posição em que o abandonarmos; - Se ocorrer que E < W, o corpo afundará quando o
abandonarmos (como acontece com uma pedra na água) e, - Se acontecer que E > W, o corpo subirá
(como acontece com um pedaço de isopor em um reservatório com água) até aflorar na superfície.
Neste último caso, o empuxo irá diminuindo à medida que o corpo aflora e, no momento em que se
tiver E = W, a resultante das forças que atuam no corpo será nula. Esta será a posição na qual o
corpo flutuará, em equilíbrio, sobre o líquido.

W O valor do Empuxo que atua no Corpo é igual ao Peso do Fluido Deslocado pelo Corpo.

Vejamos a condição para que cada uma das três situações anteriores ocorra. Se designarmos por γc
e Vc o peso específico e o volume do corpo, respectivamente, sabemos que o seu peso pode ser es-
crito como

Por outro lado, sendo γL o peso específico do líquido e vd o volume do líquido deslocado pelo corpo,
temos, pelo princípio de Arquimedes:

E = peso do líquido deslocado = γL . vd

Mas, quando o corpo está totalmente mergulhado no líquido (figura), o volume deslocado é igual ao
volume do próprio corpo, isto é, vd = vc. Então, para este caso, vem: E

= γL . vc Comparando esta expressão com P = γc Vc, vemos que elas diferem apenas pelas densida-
des do corpo e do líquido. Então, se γL = γc, teremos o primeiro caso onde E = W .

Se γL < γc, ocorrerá o segundo caso onde E < W e o terceiro caso, onde E > W, será observado
quando γL > γc. Desta maneira, você percebe que, de posse apenas de uma tabela de densidade,
você poderá dizer se um determinado sólido irá flutuar ou afundar em um líquido.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
CONTROLE DE PROCESSOS

Consultando uma tabela, verifique que a cortiça deve flutuar em gasolina, mas o gelo afundará nela,
ao passo que flutuará em água (como você já sabe). O ferro afundará em água, mas flutuará em mer-
cúrio, enquanto o ouro e a platina afundarão neste líquido.

Demonstração Experimental

Podemos demonstrar experimentalmente o empuxo, utilizando uma balança (figura e substituindo um


dos seus pratos por dois cubos, denominados de C-1 e C-2, os quais estão ligados entre si. Sendo C-
2 um cubo maciço de material de peso específico maior do que o do líquido do reservatório, C-1 é um
cubo oco e com um volume interno igual ao volume externo de C-2.

Colocamos um determinado peso (C-1 e C-2) no prato da balança fazendo com que o sistema fique
em equilíbrio da balança causado pelo empuxo.

Teremos o equilíbrio restabelecido quando preenchermos o cubo C-1 com o mesmo líquido do reser-
vatório, neutralizando o empuxo com um peso igual ao do volume do líquido deslocado.

C2 kg

Exemplo de exercício:

1 - Um corpo é pesado no ar, em uma balança de molas, e esta indicar 2,0 kgf. Em seguida, o mesmo
corpo é pesado estando totalmente mergulhado na água e a balança indica 1,5 kgf.

a) Qual é o valor do empuxo que o corpo recebeu da água? Evidentemente, o empuxo que atuou no
corpo será dado pela diferença entre as duas leituras da balança, isto é: E = 2,0 kgf - 1,5 kgf donde E
= 0,50 kgf b) Qual foi o volume de água deslocado pelo corpo? - Como o corpo recebeu um empuxo
E = 0,50 kgf, concluímos, pelo princípio de Arquimedes, que ele deslocou 0,50 kgf de água, isto é, ele
deslocou uma massa de 500 gramas de água. Como o p da água é 1,0 gramas/cm3, o corpo terá p=
massa específica.

Terminologia e Simbologia

De um modo geral os elementos de controle são:

ELEMENTO PRIMÁRIO- componente que está em contato com a variável de processo e tem por fun-
ção, transformá-la em uma grandeza mensurável por um mecanismo.

INDICADOR- instrumento que nos fornece o valor de uma variável de processo, na forma de um pon-
teiro e uma escala, ou números, ou bargraph, etc...

REGISTRADOR- instrumento que registra, o valor da variável de processo em uma carta gráfica, por
meio de um traço contínuo ou pontos.

TRANSMISSOR- instrumento que mede uma determinada variável, e envia um sinal proporcional a
distância, a um indicador, registrador, controlador, etc.

ELEMENTO FINAL DE CONTROLE- dispositivo que está em contato direto com a variável manipu-
lada, modificando-a em resposta a um sinal de comando.

CONTROLADOR- instrumento que tem por função, manter o valor da variável de processo, igual ao
valor estabelecido em seu mecanismo, enviando um sinal de saída ao elemento final de controle.

CONVERSOR- instrumento que recebe e envia um sinal padrão em instrumentação, de grandezas


diferentes.

RELÊ DE COMPUTAÇÃO- instrumento que recebe um ou mais sinais de outros instrumentos, realiza
operações matemáticas, de lógica ou de seleção de sinais e envia o resultado a um instrumento.

TRANSDUTOR- termo aplicado ao instrumento que não trabalha com sinal na entrada e saída pa-
drão. Como é possível observar o elemento primário, transmissor entre outros, podem ser considera-
dos um transdutor, porém estes elementos possuem funções específicas com nomes específicos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
CONTROLE DE PROCESSOS

Terminologia

As definições, a seguir adotadas, são aceitas por todos os que intervêm, direta ou indiretamente, ao
campo da instrumentação industrial, com o objetivo de promover uma mesma linguagem. As defini-
ções e os termos empregados foram elaborados pela S.A.M.A. (Scientific Apparatus Makers Associa-
tion), em sua norma PMC 20.

EX.:100 - 500ºC

Faixa de Medida (Range): - Conjunto de valores da variável medida, que estão compreendidos dentro
do limite superior e inferior da capacidade de medida ou de transmissão do instrumento. Expressa-se
determinando os valores extremos. 0 - 20 PSI

Alcance (Span) - É a diferença algébrica entre o valor superior e inferior da faixa de medida do instru-
mento. Ex.: Em instrumento com range de 100 a 500ºC.

Erro: É a diferença entre o valor lido ou transmitido pelo instrumento, em relação ao valor real da vari-
ável medida. Se tivermos o processo em regime permanente, chamaremos de erro estático, que po-
derá ser positivo ou negativo, dependendo da indicação do instrumento, o qual poderá estar indi-
cando a mais ou a menos.

Quando tivermos a variável variando, teremos um atraso na transferência de energia do meio para o
medidor. O valor medido estará geralmente atrasado em relação ao valor real da variável. Esta dife-
rença entre o valor real e o valor medido é chamado de ERRO DINÂMICO. Quando a variável não
estiver variando, podemos ter somente o ERRO ESTÁTICO. Quando a variável estiver variando, po-
deremos ter o ERRO DINÂMICO e o ERRO ESTÁTICO.

Valor Indicado Valor Medido Curva Ideal Erro

Precisão

Podemos definir como sendo o maior valor de erro estático que um instrumento possa ter ao longo de
sua faixa de trabalho. Podemos expressá-la de diversas maneiras:

Em porcentagem do alcance (Span) Um instrumento que possui um SPAN de 100ºC e está indicando
80ºC; sua precisão é de 0,5% por exemplo,sabemos que a temperatura estará entre 79,5ºC e 80,5ºC.

Podemos ter também a precisão dada diretamente em unidades da variável. Ex.: Precisão de ± 2ºC.

Em porcentagem do valor medido Ex.: Precisão de ± 1%. Para 80ºC teremos uma margem de ±
0,8ºC.

Em porcentagem do valor máximo da escala do instrumento. Ex.: Precisão de 1%. Range de 50 a


150ºC. A precisão será de ± 1,5ºC.

Em porcentagem do comprimento da escala. Ex.: Se o comprimento da escala de um instrumento


fosse de 30cm, com range de 50 a 150ºC e precisão de 1%, teríamos uma tolerância de ± 0,3cm na
escala do instrumento.

Podemos ter a precisão variando ao longo da escala de um instrumento, podendo o fabricante indicar
seu valor em algumas faixas da escala do instrumento.

Ex.: Um manômetro pode ter uma precisão de ± 1% em todo seu range e ter na faixa central de sua
escala uma precisão de 0,5%.

Zona Morta

É a máxima variação que a variável possa ter, sem que provoque variação na indicação ou sinal de
saída de um instrumento ou em valores absolutos do range do mesmo. Ex.:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
CONTROLE DE PROCESSOS

3 9 psi9,2 psi

Sensibilidade

É a razão entre a variação do valor indicado ou transmitido por um instrumento e a variação da variá-
vel que o acionou, após ter alcançado o estado de repouso. Pode ser dada em porcentagem do al-
cance de medida.

2 S1 =

S1 =

1kgf/cm2

1kgf/cm2

10kgf/cm2 kgf/cm 2

Histeresis

É o erro máximo apresentado por um instrumento, para um mesmo valor, em qualquer ponto da faixa
de trabalho, quando a variável percorra toda a escala nos sentidos ascendente e descendente. Ex-
pressa-se em porcentagem do SPAN, no instrumento.

Ex.: Num instrumento com range de - 50ºC a 100ºC e histeresis de ± 0,3%. o erro será de 0,3% de
150ºC = ± 0,45ºC. Devemos destacar que o termo "zona morta" está incluído na histeresis.

Curva ideal valor indicado ou sinal de saída variável medida ascendente descendente MÁX

Repetibilidade

É a máxima diferença entre diversas medidas de um mesmo valor da variável, adotando sempre o
mesmo sentido de variação. Expressa-se em porcentagem do SPAN, no instrumento. O termo repeti-
bilidade não inclui a histeresis.

Curva ideal valor indicado ou sinal de saída variável medida ascendente descendente MÁX MÍN

Identificação e Símbolos de Instrumentos

As normas de instrumentação estabelecem símbolos gráficos e codificação para identificação alfanu-


mérica de instrumentos ou funções programadas, que deverão ser utilizados nos diagramas de ma-
lhas de controle de projetos de instrumentação.

Para facilitar o entendimento do texto deste trabalho, mostra-se a seguir, a essência da norma S.5.1
(Instrumentation Symbols and Indentification) da Instrument Society of America (ISA). De acordo com
esta norma, cada instrumento ou função programada será identificado por um conjunto de letras que
classifica funcionalmente (Ver tabela.) é um conjunto de algarismos que indica a malha à qual o ins-
trumento ou na função programada pertence.

Eventualmente, para completar a identificação, poderá ser acrescido um sufixo. A figura mostra um
exemplo de instrumento identificado de acordo com a norma em

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
CONTROLE DE PROCESSOS

Grupo De Letras2 Grupo De Letras

Exemplo de identificação de instrumento Onde: T - variável medida ou iniciadora: temperatura; R -


função passiva ou de informação: registrador; C - função ativa ou de saída: controlador; 210 - área de
atividades, onde o instrumento ou função programada atua; 02 - número seqüencial da malha; A - su-
fixo

Símbolos Típicos de Instrumentos

As figuras abaixo mostram os símbolos gerais utilizados para representar instrumento ou função pro-
gramada, os símbolos e funções de processamento de sinais e os símbolos utilizados para represen-
tar linhas para Instrumento ou função programada, de acordo com a norma em referência.

Σ/x Σ OU +

DOUd dt f(x) n nf(t)

* As abreviações seguintes são sugeridas para denotar o tipo de alimentação. Essas designações
também podem ser aplicadas para alimentação de fluido de purga.

PA - Ar da plantaOpcional

AS - Ar de alimentação IA - Ar de instrumento ES - Alimentação elétrica GS - Alimentação de gás HS


- Alimentação Hidráulica NS - Alimentação de Nitrogênio S - Alimentação de vapor WS - Alimentação
de água

O nível de alimentação pode ser adicionado na linha de alimentação do instrumento, exemplo: ou


S-100 AR

Alimentação Elétrica De 24 Volts Contínua.

** O símbolo de sinal pneumático aplica-se para qualquer gás de médio sinal. Se um outro gás é
usado, este pode ser identificado por uma nota no símbolo do sinal ou de outra maneira.

*** Fenômeno eletromagnético inclui aquecimento, ondas de rádio, radiação nuclear e luz.

Placa de orifício com tomada de pressão na própria flange de medição.

FE 69

Placa de orifício com tomada de pressão na flange de medição, ligada a um indicador de vazão do
tipo pressão diferencial.

FE 70

FI 70

Flange de medição com placa de orifício e tomada de pressão vena contrata conectada ao transmis-
sor de vazão do tipo pressão diferencial. FT 73

Flange de medição com tomada de pressão vena contrata sem placa de orifício. FP74A FP 74B

Placa de orifício montada numa conexão de troca rápida. FE

Tubo pitot ou tubo pitot-venture. FE

Elemento de medida, sem o poço termo métrico TE 166

Elemento de medida, com poço termo métrico. TE 167

Válvula auto reguladora de impulso interno, para redução de pressão

PCV 17

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
CONTROLE DE PROCESSOS

Indicador local de temperatura, tipo capilar, com o poço termo métrico.TI 168

Indicador local de temperatura, tipo vidro, bimetálico ou outros não classificados.TI 169

Transmissor de temperatura por termopar, cm sinal elétrico na saída.T

253 Receptor

Fluxogramas são as representações simbólicas do processo para fins de localização, identificação e


análise do funcionamento de seus componentes. Os fluxogramas são desenhos esquemáticos sem
escala que mostram toda a rede de tubulações e os diversos vasos, bombas, instrumentos e todo
equipamento pertencente ao processo.

Nos fluxogramas de processo deve estar contido o seguinte. - As tubulações principais com indicação
do fluido contido e do sentido do fluxo;

- As principais válvulas de bloqueio, regulagem, controle, segurança, alívio etc.

- Todos os vasos (tanques, torres, tambores, reatores etc.) com indicação das características básicas,
como tipo, dimensões principais, temperatura e pressão de trabalho, número de bandejas etc.

- Todos os equipamentos importantes (bombas, compressores, ejetores, filtros, trocadores de calor


etc.) com indicação das características básicas, como vazão, temperatura, pressão, carga térmica
etc.

- Todos os instrumentos principais deverão estar indicados por sua simbologia e nomenclatura.

Para todos os tipos usuais de vasos, equipamentos, válvulas, instrumentos etc., existem convenções
de desenho, geralmente de acordo com as convenções da Sociedade de Instrumentos da América -
ISA - e podem ser encontradas nas documentações distribuídas por esta sociedade.

Introdução à instrumentação

Introdução

A instrumentação é a base para o controle de processos na indústria. No entanto, também está pre-
sente em muitos tipos de aquecedores de água do- mésticos e HVAC*, onde a temperatura variável é
medida e utilizada para controlar o fluxo de gás, óleo ou eletricidade para o aquecedor de água ou
para sistema de aquecimento, ou ainda para controlar a energia elétrica utilizada pelo compressor
para a refrigeração. Além disso, a instrumenta- ção é utilizada em aplicações de controle de proces-
sos industriais comple- xas, como as utilizadas na indústria de petróleo ou química.

No controle industrial, um grande número de variáveis, que com- preende desde a vazão, tempera-
tura e pressão até o tempo e a distância, pode ser detectado simultaneamente. Todas podem ser va-
riáveis interde- pendentes em um único processo que exige sistemas microprocessados com- plexos e
desempenham um controle total. Devido aos rápidos avanços na tecnologia, os instrumentos atual-
mente em uso podem se tornar obsoletos em um futuro próximo, visto que novas técnicas de medição
mais eficientes são constantemente concebidas.

Essas mudanças são impulsionadas pela necessidade de melhorar a exatidão, qualidade, precisão e
desempenho. Para medir parâmetros de for- ma precisa, foram desenvolvidas técnicas que eram im-
possíveis há poucos anos.

Controle de Processo

Para produzir um produto com qualidade consistentemente alta, um con- trole de processo adequado
é necessário. Um exemplo de controle de pro- cesso de fácil compreensão seria o fornecimento de
água a uma série de estações de tratamento, onde a temperatura da água deve ser mantida cons-
tante, independentemente da demanda.

Um bloco de controle simples é mostrado na Fig. 1.1a, onde vapor e água fria são aplicados em um
tro- cador de calor, de modo que o calor do vapor d’água é usado para aquecer a água fria até a tem-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
CONTROLE DE PROCESSOS

peratura de operação necessária. Um termômetro é utilizado para medir a temperatura da água (variá-
vel medida), a partir do processo ou do trocador. A temperatura é monitorada por um operador que
ajusta o fluxo de vapor (variável manipulada) no trocador de calor para manter a água que sai deste
dispositivo em uma temperatura constante. Essa operação é conhecida como controle de processo e,
na prática, pode ser automatizada, como é mostrado na Fig. 1.1b.

Controle de processo é o controle automático de uma variável de saída por meio da medição da ampli-
tude do parâmetro de saída a partir do proces- so, comparando-a com um valor desejado ou estabele-
cido e realimentando um sinal de erro no intuito de controlar uma variável de entrada, que nesse

FIGURA 1.1 Controle de processo. (a) Controle manual envolvendo uma malha de processo em um troca-
dor de calor simples. (b) Controle automático envolvendo uma malha de processo em um trocador de calor.

FIGURA 1.2 Diagrama de blocos de uma malha de controle de processo.

Caso é o vapor. Observe a Fig. 1.1b. Um sensor de temperatura conectado à tubulação de saída mede
a temperatura da água. À medida que a demanda de água quente aumenta ou diminui, a mudança na
temperatura da água é detectada e convertida em um sinal elétrico, o qual, por sua vez, é amplifi- cado
e enviado a um controlador que o avalia e envia um sinal de correção para um atuador. O atuador
ajusta o fluxo de vapor para o trocador de calor, a fim de manter a temperatura da água no valor prede-
terminado.

O diagrama da Fig. 1.1b representa uma malha de realimentação sim- plificada, a qual é mostrada de
forma expandida na Fig. 1.2. Em qualquer processo, há uma série de entradas, isto é, há desde produ-
tos químicos até elementos sólidos. Estes são manipulados no processo, sendo que um novo produto
químico ou componente surge na saída. As entradas controladas do processo e os parâmetros de sa-
ída medidos no processo são chamados de variáveis.

Em uma instalação com controle de processo, o controlador não é ne- cessariamente limitado a uma
variável, mas pode medir e controlar mui- tas variáveis. Um exemplo adequado da medição e controle
multivariável encontrado no dia a dia é o processador existente no motor de automóvel. A Fig. 1.3
lista algumas das funções desempenhadas pelo processador do motor. A maioria das variáveis con-
troladas consiste em seis ou oito dis- positivos, dependendo do número de cilindros do motor. O pro-
cessador do motor deve ser capaz de executar todas essas funções em cerca de 5 ms. Esse exemplo
de controle do motor pode ser relacionado com as operações desempenhadas no controle de proces-
sos.

Definições Dos Elementos em Uma Malha De Controle

A Fig. 1.4 divide os elementos individuais dos blocos existentes em uma malha de controle de pro-
cesso. O elemento de medição é constituído por um sensor, um transdutor e um transmissor que
possui a sua pró- pria fonte de alimentação regulada. O elemento de controle possui um atuador, um

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
CONTROLE DE PROCESSOS

circuito de controle de alimentação e sua própria fonte de alimentação. O controlador possui um pro-
cessador com memória e um circuito somador para comparar o ponto de ajuste com o sinal medido
de modo a gerar um sinal de erro. O processador usa então o sinal de erro para gerar um sinal de
correção que controla o atuador e a variável de entrada. A função e a operação dos blocos em dife-
rentes tipos de aplicações serão discutidas nos Capítulos 11, 12 e 14. A definição desses blocos é
dada a seguir.

FIGURA 1.3 Motor de automóvel com identificação de algumas variáveis medidas e controladas.

A malha de realimentação é o percurso do sinal da saída até a entrada para corrigir qualquer variação
entre o valor da saída e o nível defi- nido. Em outras palavras, a saída de um processo é continua-
mente monitorada, o erro entre o ponto de ajuste e o parâmetro de saída é de- terminado, e um sinal de
correção é, em seguida, enviado de volta para uma das entradas do processo, buscando corrigir eventu-
ais alterações no parâmetro de saída.Variável controlada ou medida é a variável de saída monitorada
a par- tir de um processo. O valor do parâmetro de saída monitorado é nor- malmente mantido dentro
de certos limites estabelecidos.

Variável manipulada é a variável de entrada ou parâmetro de um pro- cesso que é alterado por um
sinal de controle proveniente do proces- sador para um atuador. Ao alterar a variável de entrada, o
valor da variável medida pode ser controlado.

FIGURA 1.4 Diagrama de blocos dos elementos que constituem o caminho de realimentação em uma ma-
lha de controle de processo.

Ponto de ajuste* é o valor desejado do parâmetro de saída ou variável a ser monitorada por um sen-
sor. Qualquer desvio em relação a este valor gerará um sinal de erro.

Instrumento é o nome dado a qualquer um dos vários tipos de dispositi- vos usados na indicação ou me-
dição de grandezas físicas ou condições, desempenho, posição, direção, entre outros parâmetros se-
melhantes.

Sensores são dispositivos capazes de detectar as variáveis físicas, tais como a temperatura, a intensi-
dade luminosa ou movimento, possuindo a capacidade de fornecer uma saída mensurável que varia em
relação à amplitude da variável física.

O corpo humano possui sensores nos dedos das mãos, que podem detectar a rugosidade da superfície, a
temperatura e a força. Um termômetro é um bom exemplo de um sensor de linha de visão, o qual fornece
uma indicação visual da temperatura exata. Em ou- tros sensores, como um sensor de pressão de mem-
brana, um transdutor de pressão pode ser necessário para converter a deformação do diafrag- ma num
sinal elétrico ou pneumático antes que possa ser medido.

Transdutores são dispositivos que podem converter uma forma de energia em outra como, por exem-
plo, um termômetro de resistência que converte a temperatura em resistência elétrica, ou ainda um ter-
mopar que converte a temperatura em tensão. Ambos esses disposi- tivos fornecem uma saída que é
proporcional à temperatura. Muitos transdutores são classificados como sensores.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
CONTROLE DE PROCESSOS

Conversores são dispositivos usados para alterar o formato de um sinal sem provocar alterações na
forma de energia, isto é, uma conversão de uma tensão em um sinal de corrente. Atuadores são dis-
positivos usados para controlar uma variável de entrada em resposta a um si- nal proveniente de um
controlador. Um exemplo de atuador típico é uma válvula de controle de vazão, capaz de controlar a
taxa de vazão de um fluido de forma proporcional à amplitude de um sinal elétrico fornecido pelo con-
trolador. Outros tipos de atuadores são relés mag- néticos, que conectam e desconectam o forneci-
mento de energia elé- trica. Exemplos desses são os atuadores que controlam a alimentação de venti-
ladores e compressores em um sistema de ar condicionado em resposta a sinais obtidos por sensores
de temperatura ambiente.

Controladores são dispositivos que monitoram sinais de transdutores e atuam de forma adequada
para manter o processo dentro de limites especificados de acordo com um programa predefinido, ati-
vando e con- trolando os atuadores necessários.

Controladores lógicos programáveis** (CLP) são usados em aplicações de controle de processo e são
sistemas microprocessados. Pequenos sistemas têm a capacidade de monitorar diversas variáveis e con-
trolar diversos atuadores, com capacidade de expansão para monitorar de 60 a 70 variá-veis e controlar um
número de atuadores correspondente, o que pode ser necessário em uma refinaria petroquímica. Os
CLPs, os quais possuem a capacidade de utilizar a informação de entrada na forma analógica ou digital,
bem como sinais de controle de saída analógicos ou digitais, po- dem se comunicar globalmente com ou-
tros controladores, são facilmente programados on-line ou off-line, e fornecem uma ampla quantidade
de dados e informações para o operador. Redes em escada (ladder) são nor- malmente usadas para
programar os controladores.

Um sinal de erro é a diferença entre o ponto de ajuste e a amplitude da variável medida.

Um sinal de correção é o sinal utilizado para controlar a energia envia- da ao atuador para definir o ní-
vel da variável de entrada.

Transmissores são dispositivos utilizados para amplificar e forma- tar sinais, sendo adequados para a
transmissão em grandes distân- cias com perda nula ou mínima de informação. O sinal transmitido
pode possuir vários formatos como, por exemplo, pneumático, digital, tensão analógica, corrente ana-
lógica ou como um sinal modulado em radiofrequência (RF). A transmissão digital é mais adequada em
siste- mas mais recentes porque o controlador é um sistema digital, e como os sinais analógicos po-
dem ser digitalizados com precisão, os sinais di- gitais podem ser transmitidos sem perda de informação.
O controlador compara a amplitude do sinal do sensor com um ponto de referência pré-determinado,
o que na Fig. 1.1 corresponde à amplitude do sinal do sensor de água quente. Então, o controlador en-
viará um sinal que é proporcional à diferença entre a referência e o sinal transmitido para o atuador, de
modo que este deva abrir ou fechar a válvula de controle do fluxo de vapor d’água para ajustar a tem-
peratura da água no res- pectivo valor de referência.

EXEMPLO 1.1 A Fig. 1.5 mostra o diagrama de blocos de um sistema de con- trole de vazão em ma-
lha fechada. Identifique os seguintes elementos: (a) o sensor, (b) o transdutor, (c) o atuador, (d) o
transmissor, (e) o controlador, (f) a variável manipulada e (g) a variável medida.

FIGURA 1.5 Controle do processo com um regulador de vazão utilizado no Exemplo 1.1.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
CONTROLE DE PROCESSOS

O sensor corresponde à célula de pressão no diagrama. (b) O transdu- tor corresponde ao conversor.
Existem dois tipos de transdutores de pressão: um para converter pressão em corrente e outro para
converter corrente em pressão para operar o atuador. (c) O atuador nesse caso é a válvula pneumá-
tica. (d) O transmissor é a conexão de acionamento. (e) O controlador é deno- minado CLP. (F) A
variável manipulada é a pressão diferencial desenvolvida pelo fluido que circula através da constrição
da placa de orifício. (g) A variável controlada é a taxa de vazão do líquido.

Sistemas de controle de processo simples e ideais têm sido amplamente discutidos. No controle de
processos práticos, os cenários são muito mais com- plexos, com muitos aspectos e variáveis a serem
considerados, como a estabili- dade, o tempo de reação e a precisão a ser considerada. Muitos dos pro-
blemas básicos são discutidos nos capítulos seguintes.

Considerações Sobre Processos Em Instalações

A instalação de processo possui certo número de requisitos básicos que incluem as medidas de se-
gurança e fornecimento regulado e confiável de água, energia elétrica e ar.

Uma fonte de energia elétrica é necessária para todos os sistemas de controle e deve obedecer às
normas em vigor na planta. A integridade da fonte de alimentação é mais importante. Muitas instala-
ções possuem sistemas de suporte (backup) para fornecer uma fonte de alimentação inin- terrupta
(uninterruptible power supply – UPS) que possa atuar em caso de perda de fornecimento de energia
externo. A falta de energia pode implicar o desligamento da planta e perda da produção completa. Um
transforma- dor de isolamento deve ser utilizado nas linhas de alimentação para evitar que a interferên-
cia eletromagnética (electromagnetic interference – EMI) gerada por motores, contatores, relés e ou-
tros equipamentos se propague através das linhas de transmissão e afetem instrumentos de controle
ele- trônicos sensíveis.

O aterramento é uma medida muito importante em uma instalação por razões de segurança. Todas
as variações do potencial da terra entre equipamentos eletrônicos podem causar erros significativos
nos níveis dos sinais. Cada equipamento deve ser ligado a um barramento de cobre pesado que deve
ser devidamente aterrado. Malhas de terra também devem ser evitadas, aterrando-se cabos e cone-
xões de retorno de sinal em um único ponto. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de isolado-
res de sinal para minimizar os problemas de conexão com a terra em dispositivos ele- trônicos e equi-
pamentos.

Uma fonte de ar é necessária para acionar atuadores pneumáticos na maioria das instalações. Instru-
mentos a ar em equipamentos pneumáticos devem atender aos padrões de qualidade, sendo que o ar
deve ser livre de sujeira, óleo, agentes contaminantes e umidade.

A umidade congelada, a sujeira e outros fatores semelhantes podem obstruir total ou parcialmente se-
ções e bocais estreitos, fornecendo leituras falsas de parâmetros ou provo- cando a falha do equipa-
mento como um todo. Compressores de ar são equipados com secadores de ar e filtros, possuindo tam-
bém um tanque reserva-tório com capacidade suficientemente grande para manter o fornecimento por
vários minutos em caso de falha do sistema. O ar seco e limpo é forne- cido a uma pressão de 90 psig
(630 kPag) e com ponto de orvalho de 20 °F (10 °C) abaixo da temperatura operacional de inverno mí-
nima à pressão atmosférica. Maiores informações sobre a qualidade do ar em instrumentos podem ser
encontradas na norma ANSI/ISA-7.0.01-1996, Quality Standard for Instrument Air (Padrão de Quali-
dade de Instrumentos a Ar).

O abastecimento de água é necessário em muitas operações de limpeza e resfriamento, além da ge-


ração de vapor. O abastecimento doméstico de água contém grandes quantidades de partículas e impu-
rezas e pode ser ade- quado para resfriamento, mas não para a maioria das operações de limpe- za. A
filtragem e outros processos semelhantes podem remover alguns dos agentes contaminantes, tornando
a água adequada para algumas operações de limpeza. Entretanto, para obter água ultrapura, um sis-
tema de osmose reversa pode ser necessário.

A instalação e a manutenção devem ser consideradas durante a lo- calização de instrumentos, válvu-
las e outros elementos.

Cada dispositivo deve possuir fácil acesso para manutenção e inspeção. Também pode ser necessá-
rio instalar válvulas manuais de modo que o equipamento possa ser substituído ou consertado sem o

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
CONTROLE DE PROCESSOS

desligamento da planta completa. Pode ser necessário contratar serviços de manutenção de determi-
nados equipa- mentos ou solicitar ao fornecedor a instalação do equipamento, caso não se disponha
de pessoal devidamente treinado para tal.

A segurança é uma prioridade em uma instalação. O material corre- to deve ser usado na construção
de recipientes, encanamento, vedações e gaxetas para prevenir a corrosão e falhas que podem levar
a escapes e derramamentos de materiais perigosos. Todos os equipamentos elétricos devem ser ins-
talados corretamente para a devida atuação dos disjuntores. Sistemas elétricos devem possuir extinto-
res nas proximidades, em caso de incêndios de natureza elétrica. Mais informações podem ser encontra-
das na norma ANSI/ISA-12.01.01-1999, Definitions and Information Pertaining to Electrical Instru-
ments in Hazardous Locations (Definições e Informações Referentes a Instrumentos Elétricos em Lo-
cais Perigosos).

Unidades e Normas

Assim como em todas as disciplinas, um conjunto de normas tem evoluído ao longo dos anos para ga-
rantir a consistência das informações e evitar confusões. A instituição ISA (Instrument Society of
America – Sociedade de Instrumentação da América) tem desenvolvido uma lista completa de sím- bo-
los para instrumentos, identificação do tipo de instrumento e diagramas de controle de processo, os
quais serão discutidos no Capítulo 15.

As unidades de medidas são classificadas em dois sistemas distintos: o sistema britânico, ou inglês, e
o sistema internacional, ou SI (Systeme International d’Unités), baseado em unidades do sistema mé-
trico, mas existem algumas diferenças. O sistema britânico é o padrão normalmente usado nos Esta-
dos Unidos, mas o SI tem sido progressivamente adotado, portanto os alunos devem estar cientes de
ambos os sistemas de unidades e ser capazes de converter as unidades de um sistema para o outro*.
Pode haver confusão no caso de algumas unidades, como a massa em libra e o peso em libra**.

A unidade de massa em libra é denominada slug (cuja utilização atualmente não é comum), que é o
equivalente do quilograma do SI. Por outro lado, a unidade de peso em libra corresponde a uma força
semelhante ao newton, que é a unidade de força no sistema SI. O fator de conversão de 1 lb0,454 kg,
que é usado para converter a massa (peso) entre os dois sistemas, efetivamente significa que uma
força de 1 lb cor- responde a uma massa de 0,454 kg; isto é, essa massa é capaz de produzir uma
força de 4,448 N ou uma força de 1 lb. Deve-se tomar cuidado para não misturar unidades dos dois
sistemas, pois em algumas equações pode haver a necessidade de conversão de valores de modo a
se obter um resul- tado consistente.

A Tabela 1.1 apresenta uma lista das unidades básicas utilizadas em instrumentação e medição nos
sistemas britânico e SI, bem como os devidos fatores de conversão. Outras unidades são derivadas destas
unidades básicas.

EXEMPLO 1.2 Quantos metros há em 110 jardas?

110 jardas 330 ft (330 0,305) m 100,65 m

EXEMPLO 1.3 Qual é o comprimento equivalente a 2,5 m em polegadas?

2,5 m (2,5/0,305) ft 8,2 ft 98,4 polegadas

EXEMPLO 1.4 O peso de um objeto é 2,5 lb. Qual é a força equivalente e a mas- sa no sistema de
unidades SI?

2,5 lb (2,5 4,448) N 11,12 N

2,5 lb (2,5 0,454) 1,135 kg

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
CONTROLE DE PROCESSOS

A Tabela 1.2 fornece uma lista de algumas unidades comumente usadas nos sistemas britânico e SI, o fator
de conversão entre as unidades, bem como sua relação com as unidades básicas. Como foi explicado an-
teriormente, a li- bra (lb) é usada tanto como unidade de massa quanto como unidade de força. Assim, a
unidade libra em energia e potência corresponde à massa, en- quanto a unidade libra em pressão é cor-
responde à força, onde lb (força)

lb (em massa) g (força da gravidade).

EXEMPLO 1.5 Qual é a pressão equivalente a 18 psi em unidades do SI?

Prefixos padrão são normalmente usados para representar vários múl- tiplos e submúltiplos em gran-
dezas, de modo que seja possível representar uma vasta gama de valores usados em unidades de me-
dida. Esses prefixos são dados na Tabela 1.3.

TABELA 1.2 Unidades comuns aos sistemas britânico e SI

Sistema britânico SI

Grandeza Nome Símbolo Unidades Nome Símbolo Unidades

Frequência Hertz Hertz Hz J N s−1


Joule
Energia Pé-libra ft lb lb lb ft2/s2 lb Newton kg m2/s2 kg m/s2
ft/s2
Força Re- Libra Ohm Ohm Volt V kgm2 por (s3 A2) A
sistência
N/m2
Potencial Volt
Elétrico Pascal Pa

Pressão Libra por polegada psi lb/ As

quadrada polegada2 Coulomb C H F kgm2 por (s2 A2) s4


Henry A2 por (kg m2) Vs
Carga Coulomb Farad Wb W
Weber J/s
Indutância Henry

Capacitância Farad
Watt
Fluxo Mag-
nético

Potência Horsepower hp lb ft2/s3

(“Cavalo de Força”*)

Conversão para o SI 1 ft lb 1,356 J

1 lb (F) 4,448 N

1 psi 6897 Pa

1 hp 746 W

* N. de T.: Cavalo-vapor (cv) é uma unidade de medida de potência, não sendo uma unidade reconhe-
cida no SI. Horse-power (hp ou cavalo de força) é uma unidade de origem inglesa, aproximadamente
equivalente ao cv. Porém, não são iguais: o hp 1,38% é maior que o cv, isto é: 1 hp 1,0138 cv 745,7 W

1 cv 0,9863 hp 735,5 W

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
CONTROLE DE PROCESSOS

TABELA 1.3 Prefixos padrão

Múltiplo Prefixo Símbolo Múltiplo Prefixo Símbolo

1012 tera T 10−2 centi cm

npfa
109 giga G 10−3 milli

106 mega M 10−6 micro

103 kilo k 10−9 nano

102 hecto h 10−12 pico

10 deka da 10−15 femto

10−1 deci d 10−18 atto

Parâmetros De Instrumentos

A precisão de um instrumento ou dispositivo é a diferença entre o valor in- dicado e o valor real. A pre-
cisão é determinada pela comparação de uma lei- tura indicada com um padrão conhecido. Padrões po-
dem ser obtidos a par- tir de dispositivos calibrados ou diretamente do NIST (National Institute of Stan-
dards and Technology – Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia) *. Essa é a organização governa-
mental responsável pelo ajuste e manu- tenção de padrões e desenvolvimento de novas normas à me-
dida que a nova tecnologia exige. A precisão depende da linearidade, histerese, deslocamen- to, desvio e
sensibilidade. A discrepância resultante é estabelecida como um desvio a partir do valor real, sendo nor-
malmente especificada como uma porcentagem da leitura ou deflexão correspondente ao valor total
(“fun- do”) da escala (full scale deflection – %FSD). A precisão também pode ser expressa como a
porcentagem do alcance ou span, a porcentagem de leitura ou um valor absoluto.

EXEMPLO 1.6 Um manômetro possui escala que varia de 0 a 50 psi, sendo que a pior variação obtida
nas leituras é de 4,35 psi. Qual é a precisão %FSD?

%FSD (4,35 psi/50 psi) 100 8,7

A faixa de um instrumento especifica as leituras menores e maiores que podem ser medidas, ou seja,
um termômetro cuja escala varia de 40 °C a 100 °C tem uma faixa de 40 °C a 100 °C.

O alcance ou span de um instrumento corresponde à faixa que varia do valor mínimo ao valor má-
ximo da escala, isto é, um termômetro cuja escala varia de 40 °C a 100 °C possui span de 140 °C.
Quando a precisão é expressa como uma porcentagem do span, corresponde ao desvio em rela- ção
ao valor real expresso em porcentagem do span.

A precisão de leitura é o desvio do valor real no ponto onde a leitu- ra é obtida e é expressa como
uma porcentagem, ou seja, se um desvio de 4,35 psi no Exemplo 1.6 foi medido em 28,5 psi, a preci-
são da leitura seria (4,35/28,5) 100 15,26%.

EXEMPLO 1.7 Na folha de dados de uma balança capaz de pesar até 200 kg, a precisão é dada
como 2,5% de uma leitura. Qual é o desvio nas leituras de 50 lb e 100 lb e qual é a precisão %FSD?

Desvio em 50 lb (50 2,5/100) lb 1,25 lb Desvio em 100 lb (100 2.5/100) lb 2,5 lb

O desvio máximo ocorre em FSD, isto é, 5 lb ou FSD% 2,5%.

A precisão absoluta do instrumento é o desvio do valor real expresso como um número, e não como
uma porcentagem, ou seja, se um voltímetro tem uma precisão absoluta de 3 V na escala de 100

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
CONTROLE DE PROCESSOS

volts, o desvio é de 3 V em todos os valores da escala, por exemplo, 10 3 V, 70 3 V e assim por di-
ante.

Precisão refere-se aos limites em que um sinal pode ser lido, o que pode ser um tanto subjetivo. No
instrumento analógico mostrado na Fig. 1.6, a escala é graduada em divisões de 0,2 psi, a posição da
agulha pode ser estimada em até 0,02 psi, e, por conseguinte, a precisão do instrumento é de 0,02 psi.
Em uma balança digital, o último dígito pode mudar em incremen- tos de 0,01 psi, de modo que a preci-
são é de 0,01 psi.

Reprodutibilidade é a capacidade de um instrumento ler repetidamen- te o mesmo sinal ao longo do


tempo e fornecer o mesmo valor de saída nas mesmas condições. Um instrumento pode não ser pre-
ciso, mas pode ter uma boa reprodutibilidade, ou seja, um instrumento pode exibir o valor de 20 psi ao
longo de 20 leituras consecutivas, embora possua faixa de 17,5 psi a 17,6 psi.

A sensibilidade é uma medida da mudança na saída de um instrumento em virtude da alteração da vari-


ável medida, sendo conhecida como função de transferência. Isto é, quando a saída de um transdutor
de pressão muda em 3,2 mV para uma mudança de pressão de 1 psi, a sensibilidade é de 3,2.

FIGURA 1.6 Medidores. (a) Manômetro com escala. (b) Curva de histerese de um instrumento.

mV/psi. A alta sensibilidade em um instrumento é desejável, pois confere a capacidade de obtenção de


maiores amplitude de saída, mas este parâmetro deve ser ponderado considerando a linearidade, o al-
cance e a precisão.

Offset é a leitura de um instrumento com entrada nula.

Deslocamento é a variação na leitura de um instrumento de variável fixa ao longo do tempo.

Histerese é a diferença nas leituras obtidas quando um instrumento aproxima-se de um sinal a partir
de direções opostas, isto é, se um instru- mento lê um valor na metade da escala a partir do zero,
pode-se obter um valor diferente após a realização da leitura do valor máximo da escala. Isso ocorre
devido a esforços induzidos no material do instrumento, alterando a sua forma quando ocorre a deflexão
de zero até o valor máximo da escala.

EXEMPLO 1.8 Um manômetro está sendo calibrado. A pressão é obtida de 0 psi a 100 psi e as medi-
ções retornam a 0 psi. As seguintes leituras foram obtidas com o medidor:

A Fig. 1.7a mostra a diferença nas leituras quando estas são obtidas a partir de 0 até FSD e quando os
valores são lidos a partir de FSD até 0. Existe uma diferença entre as leituras de 6 psi, ou uma diferença
de 6% de FSD, isto é, 3% de forma linear. Resolução é a menor quantidade de uma variável que um
instrumento pode medir, ou seja, a menor mudança em uma variável para a qual o instrumento irá res-
ponder. Repetibilidade é uma medida do grau de concordância entre um nú- mero de leituras (10 a 12)
obtido consecutivamente de uma variável,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
CONTROLE DE PROCESSOS

FIGURA 1.7 Imprecisões dos instrumentos. (a) Erro de histerese em um manômetro. (b) Não lineari-
dade em um transdutor de pressão para tensão que a variável tenha tempo para mudar. A leitura mé-
dia é calculada e a diferença no valor das leituras é obtido.

O desvio do valor real em um instrumento pode ser causado por um dos fatores supracitados ou até
por uma combinação deles, podendo deter- minar a escolha do instrumento para uma dada aplica-
ção.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
CONTROLADORES PID

Controladores PID

Controladores Série

Em geral, o projeto de controladores série é mais simples que o de controladores (compensadores) por
realimentação. Entretanto, normalmente exige amplificadores adicionais para aumentar o ganho do
sistema.

Exemplos:

controladores não-lineares: relé, relé com histerese, etc.

controladores lineares: combinação das ações PID (Proporcional, Integral, Derivativa), atraso de fase,
avanço de fase.

Controladores Por Realimentação

Em geral, o número de componentes necessários na compensação por realimentação será menor que
o número de componentes na compensação série.

Exemplos:

Realimentação tacométrica, realimentação dos estados.

Ações de Controle PID

Controle Proporcional (P)

onde: e(t)= r(t) - y(t) = SP – PV

O controlador proporcional é um amplificador, com ganho ajustável (K);

O aumento do ganho K, diminui o erro de regime;

Em geral, o aumento de K torna o sistema mais oscilatório, podendo instabilizá-lo;

Melhora o regime e piora o transitório, sendo bastante limitado.

Ex:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CONTROLADORES PID

Para entrada degrau unitário:

O erro será nulo somente para K 0, o que nem sempre é possível.

Muitos instrumentos usam um termo alternativo, Banda Proporcional (PB), ao invés do ganho:

O termo Banda Proporcional se refere à faixa sobre a qual o erro deve variar para que a saída do
controlador (MV) excurcione em toda a sua faixa.

O ganho do controlador pode ser feito positivo ou negativo. Um ganho positivo resulta em uma saída
do controlador (MV) diminuindo quando a variável de processo (PV) está crescendo (ação REVERSA).
Para um ganho negativo a saída do controlador (MV) diminui quando a variável de processo (PV) cresce
(ação DIRETA).

O sinal correto depende da ação do transmissor (usualmente direta), da ação do válvula (ar-para-abrir
(AO) ou ar-para-fechar (AC)) e do efeito do sinal de controle (CS) na variável de processo (PV).

Como exemplo suponha o processo de temperatura da saída de um trocador de calor mostrado na


figura abaixo:

Neste caso, a ação correta do controlador é a ação REVERSA (ganho positivo), pois todas as outras
ações envolvidas são positivas.

Controlador Proporcional + Integral (PI)

A ação integral do controlador move a variável de controle (CS) baseada na integral no tempo do erro

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CONTROLADORES PID

Onde é o tempo integrativo ou tempo de reset com unidade da ordem de minutos.

Zera o erro de regime, pois aumenta o tipo do sistema em 1 unidade;

É utilizado quando temos resposta transitória aceitável e resposta em regime insatisfatória;

Adiciona um pólo em p = 0 e um zero em z = - Ki/Kp;

Como aumenta a ordem do sistema, temos possibilidade de instabilidade diferente do sistema original.
Pode degradar o desempenho do controlador em malha fechada.

Para entrada degrau unitário:

Muitos controladores são calibrados em minutos (ou minutos/repetição, um termo que se origina do
teste de colocar o controlador em um erro fixo e verificar quanto tempo a ação integral leva para produzir
a mesma mudança na saída do controlador que o controlador proporcional tem com ganho 1; a integral
repete a ação do controlador proporcional).

Controlador Proporcional + Derivativo (PD)

onde Kd= d é a constante derivativa em minutos.

Leva em conta a taxa de variação do erro;

É utilizado quando temos resposta em regime aceitável e resposta transitória insatisfatória;

Adiciona um zero em z = - Kp/Kd;

Introduz um efeito de antecipação no sistema, fazendo com que o mesmo reaja não somente à magni-
tude do sinal de erro, como também à sua tendência para o instante futuro, iniciando, assim, uma ação
corretiva mais cedo;

A ação derivativa tem a desvantagem de amplificar os sinais de ruído, o que pode causar um efeito de
saturação nos atuadores do sistema.

Ex:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CONTROLADORES PID

Controlador Proporcional + Integral + Derivativo (PID)

É utilizado quando temos resposta transitória e em regime insatisfatórias;

Adiciona um pólo em p=0 e 2 zeros, que dependem dos parâmetros do controlador;

A ação derivativa pode ser usada sobre o sinal de erro (SP-PV) ou sobre a variável de processo (PV).
Usualmente é usada sobre esta última. Além disso, geralmente a ação derivativa é separada da ação
PI (veja figura abaixo).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CONTROLADORES PID

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Protocolos de Redes Industriais

Redes industriais são formas de comunicação automatizada para gerenciar os processos industriais.
Podem ser utilizados equipamentos como: atuadores, computadores, máquinas, sensores e interfaces.
Eles transmitem informações, compartilhando dados entre si. Esta tecnologia pode ser adaptada para
cada empresa.

Tal controle de informações torna-se necessário visto o grande fluxo de atividades realizadas diaria-
mente na indústria. Para ter uma planta industrial eficiente, é muito importante a coleta de dados. Todo
sistema de controle industrial necessita dessa ação para processar variáveis e realizar acionamentos
como abertura e fechamento de válvulas, por exemplo.

Existem duas maneiras para fazer a coleta: a primeira é uma forma menos utilizada hoje em dia, com
um meio físico para cada acionamento. Ou seja, em uma fábrica havia um número elevado de cabos
para fazer acionamentos individuais de cada dispositivo.

A segunda maneira de coletar, mais apropriada, é a partir de uma rede de comunicação, que necessita
de poucos cabos para fazer os acionamentos. Assim, um meio físico praticamente único trabalha com
diversas variáveis, formando uma rede industrial. As redes industriais podem atuar em diferentes níveis,
desde o chão de fábrica até os setores administrativos. Elas servem para interligar diversos equipa-
mentos que executam tarefas automatizadas.

Quais são as vantagens do uso de redes industriais?

Há inúmeras vantagens de trabalhar com uma rede de comunicação na indústria. A comunicação em


rede facilita, reduz custos e gera confiabilidade em todas as etapas do processo produtivo.

Com o uso das redes industriais, obtêm-se benefícios como:

diagnóstico de problemas em tempo real, possibilitando a correção rápida de desvios e falhas decor-
rentes da produção;

redução de tempos ociosos e de parada;

diminuição de gastos com energia e instalações elétricas;

gerenciamento remoto;

aumento de produtividade e de qualidade na fabricação, com o processo industrial fluindo melhor –


graças à troca de informações rápida e ágil.

Além disso, a fábrica torna-se mais segura, já que atividades mais complexas são realizadas por equi-
pamentos, e não mais por mão de obra humana.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Nas redes industriais existem vários protocolos que transportam os dados. Cada um tem suas caracte-
rísticas específicas.

Também possuem determinado número de camadas que realizam as ações necessárias para trans-
portar os dados.

Aqui vamos citar os mais difundidos na indústria nacional:

Sensorbus

Este protocolo de comunicação leva dados de atuadores e sensores digitais aos CLPs (Controladores
Lógicos Programáveis).

Geralmente transmite dados de baixas dimensões. Comunica-se rapidamente com dispositivos por
meio de sinais discretos. Cobre pequenas distâncias.

Devicebus

As redes do tipo Devicebus interligam os controladores industriais. Transmitem dados em formato de


bytes e cobrem distâncias de até 500m.

Muito usadas com servo motores e outros equipamentos escravos.

Fieldbus

Aceita um nível maior de transmissão de informações, como parâmetros e programas.

É capaz de conectar um número maior de equipamentos, a distâncias também maiores.

Este protocolo contém as camadas OSI – sigla em inglês para Open System Interconnection (Sistema
Aberto de Interconexão).

Rede Ethernet

Amplamente utilizada, esta tecnologia é considerada simples, eficiente e de baixo custo. Ela aceita
atuar com diversos protocolos de comunicação.

Além do uso industrial, também é bastante adotada em âmbito doméstico. Trabalha enviando e rece-
bendo pacotes de dados.

Necessita de componentes como switches, gateways e firewalls, entre outros. Este tipo de rede está
em constante evolução.

A rede ideal é aquela que está sempre pronta para acompanhar o desenvolvimento da empresa, arma-
zenando seu alto fluxo de dados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Existem vários tipos de redes, e devem ser analisados qual o melhor para cada indústria.

Os objetivos de uma empresa ao implementar uma rede devem ser claros. As informações que têm
valor e utilidade para o negócio devem ser definidas. É preciso observar as reais necessidades e se o
projeto é viável técnica e economicamente. Para escolher o tipo de rede mais adequado, é preciso
ainda considerar fatores como: qual será o CLP (Controlador Lógico Programável) utilizado.

Protocolos De Comunicação Na Indústria 4.0

Tecnologias que aumentam a eficiência do processo industrial são conceitos intrínsecos da Indústria
4.0. O Blog Conecta cita as tecnologias que já fazem parte do nosso dia a dia, como a Inteligência
Artificial, a Biotecnologia e a Bitcoin.

As redes de comunicação estão inseridas neste contexto, apresentando protocolos cada vez mais se-
guros e ágeis. Todo tipo de diálogo que ocorre entre dispositivos é feito por meio de algum protocolo
de comunicação. Estes protocolos, por sua vez, são divididos em camadas – com funções variadas.

Com eles, é possível que os dispositivos conversem entre si, um enviando uma mensagem para o outro
e vice-versa, efetuando uma importante troca de informações.

Esse padrão de comunicação é essencial para conectar sensores, motores e placas.

Concluímos que as redes industriais têm a importante missão de transmitir informações para gerenciar
todo o processo industrial. Vimos que os benefícios de seu uso vão além da diminuição de gastos e
permitem até aumentar a produtividade, tão buscada pelas empresas. Pudemos notar também o quanto
é relevante estabelecer o que se espera com o uso das redes industriais, para escolher o melhor tipo.

Fieldbuses

Fieldbuses são protocolos desenvolvidos até os anos 80 obedecendo as camadas OSI. Entretanto, a
maior parte possui meio físico (topologia, conectores, cabos) diferentes um do outro. Além disso, cada
um foi feito por um fabricante para atender uma aplicação. As principais são:

As-Interface

Feita para ser simples e prática. Dessa maneira, se posiciona como uma das mais simples aplicações
para máquinas e equipamentos de pequeno porte. Na sua instalação, através de cabo chato auto-
regenerante de duas vias, trafega a transmissão de dados no mesmo par de fios. Com isso, a Rede
AS-Interface carrega velocidade de conexão para pontos analógicos e digitais.

Apesar das afirmações sobre essa rede apontarem que ela estava com seus dias contados no mercado,
atualmente o ASi está lançando sua versão 5, sucessora da versão 3.

Com essa reinvenção, garante um futuro com mais vantagens que se comparam a redes baseadas em
Ethernet:

Módulos ASi podem ter mestres IO-Link

Facilidade de montagem

Maior segurança

Economia garantida

Canopen

O objetivo da CANopen é atender projetos mais exigentes. Por exemplo na área médica, navegação
naval, ferrovias, etc.

Normalmente, a topologia Mestre / Escravo consegue suprir as necessidades de uma aplicação, mas
nesses casos, é necessário uma operação multimestre, com os mais altos requisitos de complexidade
e segurança de dados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Possui preços razoavelmente competitivos, até por conta dos componentes e equipamentos que a
acompanham.

Oferece um bom ganho de performance, mas por ser dotada de uma velocidade de comunicação mé-
dia, proporciona dificuldades à medida que o painel elétrico fica distante dos nós de rede. Mas se
houver uma distância curta, essa aplicação é a ideal nesses casos.

Devicenet

É impossível falar dessa rede sem citar intercambialidade e interconectividade. Em outras palavras,
o DeviceNet facilitou que diversos fabricantes desenvolvessem dispositivos e componentes preparados
para transmissão de dados.

Outra característica importante, é que oferece até 64 nós de conexão em topologia do tipo tronco/deri-
vação.

De acordo com o estudo feito pela HMS Industrial Networks, retratado no nosso artigo “A Evolução da
Ethernet Industrial”, a taxa DeviceNet utilizados nas aplicações é de somente 4%. Isso se deve ao fato
de que as vantagens contidas nessa rede foram transferidas para a sua evolução, a Ethernet IP. Vere-
mos mais a seguir.

Profibus

Atualmente, uma das maiores redes disponíveis. Foi desenvolvida a partir da necessidade de um Fi-
eldbus específico para a comunicação industrial.

A tecnologia Profibus permite integrar equipamentos de diversos fabricantes em uma mesma rede. É
independente de fornecedores e permite uma ampla aplicação em processos. Se destaca por ser parte
de um padrão internacional de protocolo aberto, que visa muitos ganhos. Redução de custos, segu-
rança, flexibilidade em diversas aplicações, entre outras coisas.

Para atender sistemas de controle e comunicações entre os sistemas de automação e equipamentos


descentralizados, como os módulos de IO, surgiu o PROFIBUS DP, que conta com uma alta velocidade.

Essa evolução destaca a flexibilidade dessa rede, pois foi desenvolvida exclusivamente para casos que
demandam uma conexão diferenciada. Hoje, cerca de 90% das aplicações envolvendo PROFIBUS
utiliza-se PROFIBUS DP.

Também existe a PROFIBUS-FMS e PROFIBUS-PA, que atendem outras seleções de funções, depen-
dendo das necessidades do projeto.

Modbus

Uma das Redes Industriais abertas mais antigos utilizadas em todo o mundo é o Modbus. Adequa-se
a diversos meios físicos e possibilita inúmeras aplicações que necessitam de um Fieldbus incorporado,
para garantir controle, acionamento e leitura de sinais ao longo de uma instalação.

No entanto, é utilizado em equipamentos que precisam adotar modelos de transmissão de dados com
baixo custo. Por isso, sua utilidade é priorizada para empresas que querem construir aplicações padro-
nizadas com comunicação de IO de dispositivos sem se preocupar em ultrapassar o orçamento.

Porém, estima-se que por conta de revisões tecnológicas, o Modbus pode cair no esquecimento em
algum tempo.

Ethernet Industrial

Por obter uma grande disponibilidade de dados com diferentes pontos de acesso em vários locais da
linha de produção, a Ethernet Industrial conseguiu atingir um espaço importante entre as aplicações.

Em relação ao ano de 2018, alcançou um crescimento de 22%. Realizamos uma análise sobre isso no
artigo “A Evolução da Ethernet Industrial.” (link)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Os protocolos nessa categoria foram desenvolvidos nos anos 2000 e seguem o modelo TCP/IP. Seus
meios físicos são os mesmos o que facilitam o projeto e a instação. Iremos conhecer mais sobre eles
na listagem abaixo:

Profinet

Baseada no padrão de Ethernet Industrial, a PROFINET, sucessora da PROFIBUS, proporciona comu-


nicação em tempo real, segurança integrada, integração com a web e muito mais.

Inclusive, no nosso texto “Conheça sobre Profinet, Protocolos de Rede Industrial”, foi abordado de
forma mais aprofundadas sobre os ganhos declarados em implantar a PROFINET e também algumas
versões dessa rede (Profinet IO, Profinet IRT, Profinet Energy e Profinet Safe).

Ethernet/IP

Conta com uma disponibilidade de dados grande de pontos de acessos em diferentes locais da linha
de produção.

Pronta para oferecer soluções em nível corporativo e capacidade de conexão no chão de fábrica, a
história da origem do EtherNet IP, traz informações importantes sobre a automação.

Substituta da rede Devicenet, atualmente lidera as aplicações entre as redes EthetNet.

Isso se deve ao fato de apresentar vantagens como: Dispositivos Ethernet integrados à rede, facilidade
de utilizar um único arquivo de configuração para todos os dispositivos de redes, diagnóstico local e via
CLP, entre outros benefícios.

Modbus TCP

Por ser um dos protocolos de Redes Industriais mais usado, o Modbus excedeu os limites da automa-
ção das indústrias e hoje é requisitado até mesmo para instrumentos e máquinas laboratoriais e auto-
mação de navios.

É considerado uma excelente solução por apresentar:

Possibilidade de utilização da estrutura Ethernet existente

Diagnóstico rápido e fácil

Redução de custos com estrutura

Outro ponto referente a ao Modbus, são os conversores. Existem diversos conversores para outras
redes que funcionam com facilidade, tanto para EtherNET/IP quanto para Profibus.

Ethercat

Uma excelente oportunidade de instalação em ambientes híbridos, típicos de projetos de grande porte
para planta industrial.

A condição de configuração remota dos agentes de rede EtherCat proporciona grande flexibilidade na
instalação, substituição de componentes de rede e velocidade de comunicação. Em relação ao custo,
apesar de serem menores em comparação a PROFINET, ainda não se pode afirmar que a EtherCaT
tenha um custo baixo de adoção.

Temos um artigo completo com este assunto: “Conheça sobre EtherCat, Protocolo de Rede Industrial”.

Protocolos Da Indústria 4.0

A Indústria 4.0 criou novas necessidades. Dispositivos precisam enviar suas informações para a nu-
vem. A comunicação precisa ficar ainda mais rápida. Para isso estão sendo propostas novas redes
industriais. OPC/UA e TSN são duas delas.

Opc/Ua

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Garante um bom equilíbrio entre sistemas digitais. Baseada no princípio cliente-servidor, permite a
comunicação dos sensores até a nuvem.

Com um protocolo independente da plataforma, apresenta um mecanismo de segurança incorporado.


Sua independência e flexibilidade o tornam ideal para a indústria 4.0. O interessante do OPC UA (Uni-
fied Architecture) é que os dados são transferidos através de um único protocolo. Em outras palavras,
está eliminando a necessidade de Fieldbus tradicionais.

Tsn

Além dos protocolos PROFINET e EtherNet/IP, o TSN (Time Senstive Networking) é um conjunto de
normas que dará a capacidade para a EtherNet trabalhar em tempo real. A Siemens, por exemplo,
acredita que o Profinet baseado em EtherNet com TSN será a rede utilizada no chão de fábrica, com o
auxilio do OPC UA, que será responsável por transmitir os dados para a nuvem.

Pirâmide Isa:

Os cinco níveis estão divididos em:

Nível 1 – Aquisição de dados e controle manual: Dispositivos de campo

Nível 2 – Controle Individual: Equipamentos que realizam o controle automatizado, como CLP (contro-
lador lógico programável), SDCD’s (sistema digital de controle distribuído) e relés.

Nível 3 – Controle de célula, supervisão e otimização do processo: Supervisão executada por uma
determinada célula de trabalho em uma planta. Na maioria dos casos, obtém suporte de um banco de
dados.

Nível 4 – Controle fabril total, produção e programação: Auxilia tanto no controle de processos indus-
triais quanto na logística de suprimentos.

Nível 5 – Planejamento estratégico e gerenciamento corporativo: Administração dos recursos da em-


presa. Neste nível encontram-se softwares para gestão de venda, gestão financeira e BI (Business
Intelligence)

Como elas possuem a função de realizar a aquisição dos dados do campo até o CLP, estão entre os
controladores e os dispositivos, entre a primeira e a segunda camada.

As múltiplas vantagens das Redes Industriais

Ao contrário do que pode-se imaginar, as Redes Industriais não visam somente a transmissão de da-
dos. Com a indústria 4.0, muitas fábricas irão precisar se readaptar e com certeza as redes industriais
serão grandes aliadas neste processo.

As Redes Industriais trazem vantagens que garantem uma maior produtividade:

Redução de instalações elétricas do tamanho do painel elétrico;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Modularização de máquinas e equipamentos;

Possuir diagnóstico real time em supervisório e de local de falhas;

Flexibilidade da ampliação e modulação

Não somente essas, mas também outras otimizações ocasionadas pela aplicação das redes, simplifi-
cam muitos processos de uma planta industrial.

Investir em tecnologia além de ser um diferencial, auxilia na identificação de um possível problema.


Dessa forma, até os funcionários são beneficiados. Suas rotinas podem ser dedicadas a outras ativi-
dades lucrativas, ao invés de dispor de um tempo para solucionar algum erro que poderia ter sido
evitado.

Existem módulos na automação, como o Cube67 e o Impact, que conectados a essas redes, definida
de acordo com o CLP do projeto, transmitem informações diretas.

Se há alguma falha no painel ou dentro da máquina, ela é identificada e é possível receber essas
informações em um Notebook ou celular. Mas não somente isso, até é possível receber um direciona-
mento de onde esta o problema para que ele possa ser corrigido, evitando que muitas horas de trabalho
fossem utilizadas somente para encontrar essa falha.

Com a indústria 4.0, facilidades como essa tendem a ser prioridade. Muitas tecnologias irão surgir para
revolucionar o mercado industrial. Após este breve descritivo sobre as definições de tipos de Redes
Industriais, você deve estar se perguntando como identificar qual a mais adequada para ser aplicada
no seu projeto de máquina e equipamento.

Primeiramente, é preciso focar na tecnologia que controla uma grande parte da operação da máquina
ou equipamento: O CLP. Se já existe uma definição de quais são as marcas e modelos de CLP possí-
veis de serem utilizados nas suas aplicações, a decisão sobre quais Redes Industriais devem ser ava-
liadas fica muito mais simples.

Ter esta base como parâmetro facilitará sua busca, devendo somente ficar alerta sobre limitantes críti-
cos de cada Rede Industrial defendida pelo fabricante de CLP que você utiliza. Porém, se não existe
esta definição de marca de CLP a ser utilizado, precisará fazer uma avaliação partindo das variáveis
típicas de definição de Redes Industriais que são:

Quantidade

Tipo e distribuição dos pontos

Distância entre os pontos e o painel elétrico

Latência suportada no comando

Tecnologia de CLP adotada pelo cliente ou por sua empresa

O Uso de Conectores Industriais para Rede de Dados

Após a aplicação das Redes Industriais, é essencial garantir que os dados transitem com confiabilidade.

Parece óbvio, mas, nada irá acontecer na sua máquina ou equipamento (que use Rede Industrial para
a transmissão de dados) se os dados não trafegarem de forma eficaz. Portanto, o uso de Conectores
Industriais para Rede Industrial é fundamental. Não importa se utiliza uma Rede Industrial baseada
em Fieldbus ou Ethernet, os cabos e conectores precisam ser especificados e preparados para sua
aplicação.

É imprescindível não somente compreender que sempre será possível aprimorar os seus processos,
mas também estar constantemente analisando riscos e criando cenários para manter-se seguro.

Conectores para as Redes Fieldbus

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
PROTOCOLOS DE REDES INDUSTRIAIS

Profibus, DeviceNet, CANopen e diversas outras Redes Industriais baseadas em Fieldbus exigem que
conectores específicos sejam utilizados. Além de características de conexão de dados, estes Conec-
tores Industriais para Rede de Dados precisam ser capazes fisicamente de suportar as aplicações.

Conectores específicos para cada tipo de Rede Industrial possuem indicações para mitigar erros de
montagem, possibilitando um trabalho com mais garantias.

Importante considerar também a resistência física e química dos conectores e seus cabos. Quando se
trata de aplicação IP20, por exemplo, como os conectores estarão instalados dentro do painel elétrico,
o impacto é reduzido. Mas em aplicações em IP67, a resistência física do conector é essência.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

Eletrônica Analógica e Digital

Analógico e Digital

Por que digital? Esta é certamente a primeira pergunta que qualquer leitor que está “chegando agora”
e tem apenas alguma base teórica sobre Eletrônica faria ao encontrar o nosso curso.

Por este motivo, começamos justamente por explicar as diferenças entre as duas eletrônicas, de modo
que elas fiquem bem claras. Devemos lembrar que em muitos equipamentos, mesmo classificados
como analógicos ou digitais, encontraremos os dois tipos de circuitos. É o caso dos computadores, que
mesmo sendo classificados como “máquinas estritamente digitais” podem ter em alguns pontos de seus
circuitos configurações analógicas.

Uma definição encontrada nos livros especializados atribui o nome de Eletrônica Digital aos circuitos
que operam com quantidades que só podem ser incrementadas ou decrementadas em passos finitos.

Um exemplo disso é dado pelos circuitos que operam com impulsos. Só podemos ter números inteiros
de pulsos sendo trabalhados em qualquer momento em qualquer ponto do circuito. Em nenhum lugar
encontraremos “meio pulso” ou “um quarto de pulso”.

A palavra digital também está associada a dígito (do latim digitu, dedo) que está associado à represen-
tação de quantidades inteiras. Não podemos usar os dedos para representar meio pulso ou um quarto
de pulso.

Na Eletrônica Analógica trabalhamos com quantidades ou sinais que podem ter valores que variam de
modo contínuo numa escala. Os valores dos sinais não precisam ser inteiros. Por exemplo, um sinal
de áudio, que é analógico, varia suavemente entre dois extremos, enquanto que um sinal digital só
pode variar aos saltos, observe a figura 1.

Conforme o leitor pode perceber, a diferença básica entre os dois tipos de eletrônica está associada
inicialmente ao tipo de sinais com que elas trabalham e no que elas fazem com os sinais.

De uma forma resumida podemos dizer que:

A Eletrônica Digital trabalha com sinais que só podem assumir valores discretos ou inteiros.

A Eletrônica Analógica trabalha com sinais que podem ter qualquer valor entre dois limites.

1.2 - LÓGICA DIGITAL

Os computadores e outros equipamentos que usam circuitos digitais funcionam obedecendo a um tipo
de comportamento baseado no que se denomina Lógica.

Diferentemente dos circuitos amplificadores comuns que simplesmente amplificam, atenuam ou reali-
zam algum tipo de processamento simples dos sinais, os circuitos digitais usados em computadores e
outras máquinas não processam os sinais baseados em uma finalidade simples determinada quando
são fabricados.

COMPUTADORES: os computadores atuais são digitais em sua totalidade e praticamente não é usado
outro tipo de configuração. No entanto, nem sempre foi assim. Nas primeiras décadas deste século,
quando os circuitos eram ainda valvulados, os primeiros computadores eram máquinas analógicas. A
imprecisão e algumas outras dificuldades técnicas que estes computadores apresentavam fizeram com
que logo fossem substituídos pelos circuitos digitais hoje usados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

Os circuitos digitais dos computadores e outros equipamentos são capazes de combinar os sinais to-
mando decisões segundo um comportamento lógico.

É evidente que se o leitor deseja realmente entender como as coisas acontecem nos circuitos digitais,
deve partir exatamente do aprendizado do comportamento lógico. Podemos dizer que a lógica nos
permite tirar conclusões ou tomar decisões a partir de fatos conhecidos.

Por exemplo, a decisão de “acender uma lâmpada quando está escuro” é uma decisão lógica, pois a
proposição e a conclusão são fatos relacionados.

Ao contrário, a decisão de “acender uma lâmpada, porque está chovendo” não é uma decisão lógica,
pois os fatos envolvidos não têm relação.

Evidentemente, os fatos relacionados acima são simples e servem para exemplificar como as coisas
funcionam.

Na eletrônica dos computadores, o que temos é a aplicação da lógica digital, ou seja, de circuitos que
ope-ram tomando decisões em função de coisas que acontecem no seu próprio interior. É claro que os
computadores e seus circuitos digitais não podem entender coisas como está escuro ou está chovendo
e tomar decisões.

Os circuitos lógicos digitais trabalham com sinais elétricos. Assim, os circuitos lógicos digitais nada
mais fazem do que receber sinais com determinadas características e em função destes tomar decisões
que nada mais são do que a produção de um outro sinal elétrico.

Mas, se os sinais elétricos são digitais, ou seja, representam quantidades discretas e se a lógica é
baseada em tomada de decisões, o próximo passo no entendimento da Eletrônica Digital, é partir para
o modo como as quantidades discretas são representadas e entendidas pelos circuitos eletrônicos.

1.3 - Sistemas De Numeração

O modo como contamos as quantidades vem do fato de possuirmos 10 dedos. Assim, tomando os
dedos das mãos podemos contar objetos com facilidade até certo ponto.

O ponto crítico ocorre quando temos quantidades maiores do que 10. O homem resolveu o problema
passando a indicar também a quantidade de mãos ou de vezes em que os dez dedos eram usados.

Assim, quando dizemos que temos 27 objetos, o 2 indica que temos “duas mãos cheias” ou duas de-
zenas mais 7 objetos. O 2 tem peso 10.

Da mesma forma, quando dizemos que temos 237 objetos, o 2 indica que temos “duas dezenas de
mãos cheias” ou duas centenas, enquanto o 3 indica que temos mais 3 mãos cheias e finalmente o 7,
mais 7 objetos, figura 3. Em outras palavras, a posição dos algarismos na representação dos números
tem um peso e em nos-so sistema de numeração que é decimal este peso é 10, veja a figura 4.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

O que aconteceria se tivéssemos um número diferente de dedos, por exemplo 2 em cada mão?

Isso significaria, em primeiro lugar, que em nosso sistema de base 4 (e não base 10) só existiriam 4
algarismos para representar os números: 0, 1, 2 e 3, confira a figura 5.

Para representar uma quantidade maior do que 4 teríamos de usar mais de um algarismo.

Assim, para indicar 7 objetos na base 4, teríamos “uma mão cheia com 4” e mais 3. Isso daria 13, figura
6.

Veja então que no “13” na base 4,

1. o 1 tem peso 4, enquanto que o 3 tem

2. o seu valor normal.

De uma forma generalizada, dizemos que dependendo da base do sistema os algarismos têm “pesos”
que correspondem à sua posição no número e que estes pesos são potências da base. Por exemplo,
para a base 10, cada algarismo a partir da direita tem um peso, que é uma potência de 10 em ordem
crescente, o que nos leva à unidade (dez elevado a zero), à dezena (dez elevado ao expoente um), à
centena (dez elevado ao quadrado), ao milhar (dez elevado ao cubo) e assim por diante, conforme a
figura 7.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

Em Eletrônica Digital costumamos dizer que o dígito mais à direita, por representar a menor potência
ou ter menor peso, é o dígito ou bit* menos significativo ou LSB (Less Significant Bit) enquanto que o
mais à esquerda é o mais significativo ou MSB (Most Significant Bit). Para a base 4, con-forme obser-
vamos na figura 8, os dígitos têm potências de 4.

*O bit que é o dígito binário (na base 2) será estudado mais adiante.

1.4 - Numeração Binária

Os circuitos eletrônicos não possuem dedos. É evidente também que não seria muito fácil projetar
circuitos capazes de reconhecer 10 níveis de uma tensão ou de outra grandeza elétrica sem o perigo
de que qualquer pequeno problema fizesse-os causar qualquer confusão.

Muito mais simples para os circuitos eletrônicos é trabalhar com um sistema de numeração que esteja
mais de acordo com o seu princípio de funcionamento e isso realmente é feito. Um circuito eletrônico
pode ter ou não corrente, ter ou não tensão, pode receber ou não um pulso elétrico. Ora, os circuitos
eletrônicos são mais apropriados para operar com sinais que tenham duas condições possíveis, ou
seja, que representem dois dígitos ou algarismos. Também podemos dizer que as regras que regem o
funcionamento dos circuitos que operam com apenas duas condições possíveis são muito mais sim-
ples. Assim, o sistema adotado nos circuitos eletrônicos digitais é o sistema binário ou de base 2, onde
são usados apenas dois dígitos, correspondentes a duas condições possíveis de um circuito: 0 e 1.
Mas, como podemos representar qualquer quantidade usando apenas dois algarismos?

A ideia básica é a mesma usada na representação de quantidades no sistema decimal: atribuir pesos
aos dígitos conforme sua posição no número. Assim, vamos tomar como exemplo o valor 1101 que em
binário representa o número 13 decimal e ver como isso ocorre.

O primeiro dígito da direita nos indica que temos uma vez o peso deste dígito ou 1.

O zero do segundo dígito da direita para a esquerda indica que não temos nada com o peso 2. Agora
o terceiro dígito da direita para a esquerda e que tem peso 4 é 1, o que indica que temos “uma vez
quatro”.

Finalmente, o primeiro dígito da esquerda que é 1 e está na posição de peso 8, nos diz que temos “uma
vez oito”.

Somando uma vez oito, com uma vez quatro e uma vez um, temos o total, justamente a quantidade
que conhecemos em decimal como treze.

Veja então, conforme indica a figura 9, que na numeração binária, os dígitos vão tendo pesos da direita
para a esquerda que são potências de 2, ou seja, dois elevado ao expoente zero que é um, dois elevado
ao expoente 1 que é 2, dois ao quadrado que é 4 e assim por diante.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

Basta lembrar que a cada vez que nos deslocamos para a esquerda, o peso do dígito dobra, figura 10.

Como não existe um limite para os valores dos pesos, isso significa que é posível representar qualquer
quantidade em binário, por maior que seja, simplesmente usando o número apropriado de dígitos.

Para 4 dígitos podemos representar números até 15; para 8 dígitos podemos ir até 255; para 16 dígitos
até 65 535 e assim por diante.

O leitor deve lembrar-se desses valores limites para 4, 8 e 16 dígitos de um número binário, pois eles
têm uma grande importância na Informática. A seguir damos a representação binária dos números
decimais até 17 para uma melhor ilustração de como tudo funciona:

Decimal Binário Decimal Binário

0 0 9 1001

1 1 10 1010

2 10 11 1011

3 11 12 1100

4 100 13 1101

5 101 14 1110

6 110 15 1111

7 111 16 10000

8 1000 17 10001

Para o leitor que pretende entender de Eletrônica Digital aplicada aos computadores há momentos em
que é preciso saber converter uma indicação em binário para o decimal correspondente.

Podemos dar como exemplo o caso de certas placas que são usadas no diagnóstico de computadores
e que possuem um conjunto de LEDs que acende indicando um número correspondente a um código
de erros. Os LEDs apagados indicam o algarismo 0 e os LEDs acesos, o algarismo 1. Vamos supor
que num diagnóstico a sequência de acendimento dos LEDs seja 1010110. É preciso saber por onde
começar a leitura ou seja, se o de menor peso é o da direita ou da esquerda.

Nas indicações dadas por instrumentos ou mesmo na representação da valores binários, como por
exemplo na saída de um circuito, é preciso saber qual dos dígitos tem maior peso e qual tem menor
peso. Isso é feito com uma sigla adotada normalmente e que se refere ao dígito, no caso denominado
bit. Assim, conforme citado anterior-mente, para o dígito de menor peso ou bit menos significativo é
adotada a sigla LSB (Less Significant Bit) e para o mais significativo é adotada a sigla MSB (Most
Significant Bit), figura 11.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

O que fazemos é somar os valores dados pelos dígitos multiplicados pelo peso de sua posição. No
caso do valor tomado como exemplo, 1010110, temos:

Dígito x Peso = Valor

1 x 64 =64

0 x 32 = 0

1 x 16 =16

0x8=0

1x4=4

1x2=2

0x1=0

Somando os valores teremos: 64 + 16 + 4 + 2 = 86

O valor decimal de 1010110 é 86.

Assim, tudo que o leitor tem de fazer é lembrar que a cada dígito que saltamos para a esquerda seu
peso dobra na sequência 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, etc.

Na prática também pode ocorrer o problema inverso, transformação de um valor expresso em decimal
(base 10) para a base 2 ou binário.

Para esta transformação podemos fazer uso de algoritmo muito simples que memorizado pelo leitor
pode ser de grande utilidade, dada sua praticidade.

Para os que não sabem, algoritmo nada mais é do que uma sequência de operações que seguem uma
determinada regra e permitem realizar uma operação mais complexa. Quando você soma os números
um sobre o outro (da mesma coluna) e passa para cima os dígitos que excedem o 10, fazendo o co-
nhecido “vai um”, você nada mais está fazendo do que usar um algoritmo.

Os computadores usam muitos tipos de algoritmos quando fazem suas operações, se bem que a mai-
oria não precise ser conhecida dos leitores. Assim, para a conversão de um decimal para binário, como
por exemplo o 116, o que fazemos é uma série de divisões sucessivas, figura 12.

Vamos dividindo os números por 2 até o ponto em que chegamos a um valor menor que 2 e que
portanto, não pode mais ser dividido.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

O resultado desta última divisão, ou seja, seu quociente é então o primeiro dígito binário do número
convertido. Os demais dígitos são obtidos lendo-se os restos da direita para a esquerda da série de
divisões que realizamos.Tudo muito simples e rápido.

1.5 - Binários Menores Que 1

Para o leitor talvez seja difícil en-tender como usando quantidades que só podem ser inteiras, como
dado pela definição de digital no início desta lição, seja possível representar quantidades menores que
um, ou seja, números “quebrados” ou fracionários.

É claro que isso é possível na prática, pois se assim não fosse os computadores e as calculadoras não
poderiam realizar qualquer operação com estes números e sabemos que isso não é verdade.

O que se faz é usar um artifício que consiste em empregar potências negativas de um número inteiro
para representar quantidades que não são inteiras. Assim é possível usar dígitos binários para repre-
sentar quantidades fracionárias sem problemas.

Vamos dar um exemplo tomando o número 0,01101 em binário. A própria existência de um “0,” já nos
sugere que se trata de um número menor que 1 e portanto, fracionário. Ocorre que os dígitos deste
número têm pesos que correspondem a potências de 2 negativas, que nada mais são do que frações,
conforme a seguinte sequência:

Dígito x Peso = Valor

0, x 1 =0

0 x 1/2 = 0

1 x 1/4 = 0,25

1 x 1/8 = 0,0625

0 x 1/16 = 0

1 x 1/32 = 0,03125

Somando os valores relativos teremos:

0,25 + 0,0625 + 0,03125 = 0,625

O número decimal representado é portanto 0,625.

Veja que usando tantos dígitos quantos sejam necessários podemos representar com a precisão de-
sejada um número decimal.

1.6 - Formas Diferentes De Utilizar O Sistema Binário

A utilização de circuitos eletrônicos com determinadas características e a própria necessidade de adap-


tar o sistema binário à representação de valores que sejam convertidos rapidamente para o decimal e
mesmo outros sistemas, levou ao aparecimento de algumas formas diferentes de utilização dos biná-
rios.

Estas formas são encontradas em diversos tipos de equipamentos digitais, incluindo os computadores.

Sistema BCD (Decimal Codificado em Binário)

BCD é a abreviação de Binary Coded Decimal e se adapta melhor aos circuitos digitais.

Permite transformar cada dígito decimal de um número numa representação por quatro dígitos binários
(bits) independentemente do valor total do número que será representado.

Assim, partimos da seguinte tabela:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

Dígito decimal BCD

0 0000

1 0001

2 0010

3 0011

4 0100

5 0101

6 0110

7 0111

8 1000

9 1001

Se quisermos representar em BCD o número 23,25 não o convertemos da forma convencional por
divisões sucessivas mas sim, tomamos cada dígito e o convertemos no BCD equivalente, conforme
segue:

2 3, 2 5

0010 - 0011 - 0010 - 0101

Veja então que para cada dígito decimal sempre teremos quatro dígitos binários ou bits e que os valores
1010, 1011, 1100, 1101 e 1111 não existem neste código.

Esta representação foi muito interessante quando as calculadoras se tornaram populares, pois era pos-
sível usá-las para todas as operações com números comuns e os 5 códigos não utilizados dos valores
que não existiam foram adotados para indicar as operações! (figura 13)

O leitor também perceberá que usando representações desta forma, operavam os primeiros computa-
dores, apropriadamente chamados de computadores de “4 bits”.

Outros Códigos

Outros códigos binários, mas não tão importantes neste momento, são:

1. o Código Biquinário, em que cada dígito tem um peso e são sempre usados 7 bits para sua repre-
sentação e

2. O Código Gray Que Aparece Em Diversas Versões

O Código Gray se caracteriza pelo fato da passagem de qualquer número para o seguinte sempre ser
feita com a mudança de um único dígito. Assim, por exemplo, quando passamos de 0111 (7 em deci-
mal) para 1000 (8 em decimal) os quatro dígi-tos mudam. No Código Gray a passagem do 7 para 8

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

muda apenas um dígito, pois o 7 é 0100 e o 8 é 1100. Podemos ainda citar os Códigos de Paridade de
Bit e o Código de Excesso 3 (XS3) encontrados em aplicações envolvendo circuitos digitais.

1.7 - Sistema Hexadecimal

Os bits dos computadores são agrupados em conjuntos de 4, assim temos os computadores de 4, 8,


16 e 32 bits.Também observamos que com 4 bits podemos obter representações binárias de 16 núme-
ros e não somente de 10. Vimos que os 5 excedentes poderiam ser usados para representar operações
nas calculadoras.

Isso significa que a representação de valores no sistema hexadecimal ou de base 16 é mais compatível
com a numeração binária ou operação binária dos computadores. E de fato isso é feito: abrindo muitos
programas de um computador, vemos que suas características como posições de memória ou quanti-
dade de memória são feitas neste sistema.

Isso significa que o técnico precisa conhecer este sistema e mais do que isso, deve saber como fazer
conversões dele para o decimal e vice-versa, além de conversões para o sistema binário. Na tabela
abaixo damos as representações dos dígitos deste sistema com equivalentes decimais e binários:

Decimal Binário Hexadecimal

0 0000 0

1 0001 1

2 0010 2

3 0011 3

4 0100 4

5 0101 5

6 0110 6

7 0111 7

8 1000 8

9 1001 9

10 1010 A

11 1011 B

12 1100 C

13 1101 D

14 1110 E

15 1111 F

Observe que como não existem símbolos para os dígitos 10, 11, 12, 13, 14 e 15, foram usadas as letras
A,B,C,D,E e F. Como fazer as conversões: os mesmos procedimentos que vimos para o caso das
conversões de decimal para binário e vice-versa são válidos para o caso dos hexadecimais, mudando-
se apenas a base.

Vamos dar exemplos:

Como converter 4D5 em decimal:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL

Os pesos no caso são: 256, 16 e

1. (a cada dígito para a esquerda multiplicamos o peso do anterior por 16 para obter novo peso).

Temos então: 4D5 = (4 x 256)+(13x16)+(1x5) = 1237 Observe que o “D” corresponde ao

13. O número decimal equivalente ao 4D5 hexadecimal ou “hex”, como é muitas vezes representado,
é 1237.

4D5 (hex) = 1237 (dec)

A conversão inversa, ou seja, de decimal para hexadecimal é feita por divisões sucessivas.Tomemos
o caso de 1256, apresentado na figura 14.

Veja que basta ler o quociente final e depois os restos das divisões sucessivas, sempre lembrando que
os que excederem 10 devem ser “trocados” pelas letras equivalentes.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Mecânica dos Fluídos

Pode-se entender como fluido o nome geral que é dado a líquidos e gases. O ramo da Física que
estuda o comportamento de substâncias fluidas em condições de repouso ou de movimento é denomi-
nado de Mecânica dos Fluidos.

Os fluidos respeitam a conservação de massa, quantidade de movimento ou momentum linear e mo-


mentum angular, de energia, e de entropia. A conservação de quantidade de movimento é expressa
pelas equações de Navier Stokes. Estas equações são deduzidas a partir de um balanço de for-
ças/quantidade de movimento a um volume infinitesimal de fluido, também denominado de elemento
representativo de volume.

Atualmente, o estudo, análise e compreensão da fenomenologia da maior parte dos problemas em di-
nâmica de fluidos e em transferência de calor, como macro-áreas que compõem a dinâmica de fluidos,
são desenvolvidos através da Modelagem Computacional. Nesta, um modelo matemático é desenvol-
vido, com base na fenomenologia do problema considerado.

A partir deste modelo, geralmente um sistema de equações diferenciais parciais ou equações diferen-
ciais ordinárias, é desenvolvido um modelo computacional ou utilizado um código computacional co-
mercial, para a execução de simulações numéricas, em fluidodinâmica computacional, obtendo-se as-
sim projeções temporais da solução do problema. Esta solução é condicionado pelas condições inici-
ais e condições de contorno do problema, que estabelecem as condições de evolução deste no tempo
e no espaço.

A Teoria do Contínuo fundamenta a conceituação teórica que justifica a maior parte das análise em
CFD. O fluido, um meio contínuo, é discretizado com base no modelo das partículas fluidas. Esta abs-
tração conceitua um elemento representativo de volume (representative element of volume, REV).
Neste elemento de volume, de micro ou nanodimensões, uma propriedade ou quantidade física man-
tem um valor médio, sob as mesmas condições, passível de reprodução em laboratório, sob as mesmas
solicitações externas ao fluido.

Assim uma partícula representativa de um volume de fluido, o REV, é o menor volume em que as
propriedades do fluido se mantém. As moléculas de um contínuo vibram constantemente, cessando
esta vibração somente no estado de repouso termodinâmico, o zero absoluto. Fisicamente em um REV
o caminho médio percorrido pelas moléculas do fluido entre duas sucessivas é no mínimo da ordem de
grandeza das próprias moléculas deste fluido.

Hoje em dia os modernos aviões usam um artifício para driblar a formação de vórtices nas pontas das
asas, como o winglet, um pequeno leme na extremidade da asa, permitindo que pelo menos um metro
e meio de asa seja aproveitada na sustentação da aeronave, que é perdida para os vórtices que se
formam na sua ausência. O vórtice ocorre quando o ar mais denso que flui abaixo da asa escapa para
a parte superior menos densa, prejudicando sua sustentação naquela ponta de asa. Vórtices no sentido
horário surgem na ponta da asa esquerda, anti-horário na asa direita. Nos profundores não se formam
vórtices, pois não há diferença entre densidades do ar nos dois lados da empenagem.

Experiências recentes dão conta de que uma superfície irregular da fuselagem, tipo "bola de golfe",
com aqueles sulcos em concha, tem mais fluidodinâmica do que a mesma superfície quando plana e
polida. Este efeito se verifica com as asas das aves, onde a superfície apresenta um arrasto mínimo,
mesmo com a aparente irregularidade das penas.

Também se faz experiência com bordos de ataque enrugados, tais como as nadadeiras de uma baleia,
com reais vantagens para as mesmas áreas quando lisas e retas, por exemplo. Em ambos os casos,
diminui-se a resistência do meio e melhora a performance e o consumo de energia de empuxo.

Os navios mais rápidos hoje construídos são aqueles em que o roda de proa (chapa enformada onde
convergem a quilha, as balizas reviradas e as longarinas de proa; que é a parte do navio que corta a
água) possui uma longa protuberância ogival abaixo da linha d'água, que permite uma excelente hidro-
dinâmica ao anular a formação das ondas com outras ondas de valores contrários.

A Hidrostática á parte da Mecânica de Fluidos que analisa substâncias nestas condições em condições
de repouso. Fundamenta-se em três Princípios básicos, a saber:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
MECÂNICA DOS FLUIDOS

a) Princípio de Arquimedes

Filho do astrônomo Fídias, Arquimedes nasceu em 287 a.C., em Siracusa, na Sicília, que então fazia
parte da Grécia ocidental ou Magna Grécia. Dono de fantástica habilidade para as Ciências, Arquime-
desdeparou-se com um problema proposto pelo Rei Hierão. Ao encomendar uma coroa de ouro para
homenagear uma divindade, suspeitou que o ourives o enganara, não utilizando ouro maciço em sua
confecção. Como descobrir, sem danificar o objeto, se seu interior continha uma parte feita de prata?
Para resolver este problema, Arquimedes desenvolve o Princípio que leva o seu nome. Em linhas ge-
rais, os fluidos exercem uma força chamada Empuxo nos objetos nele imersos que pode ser calculado
pela seguinte relação:

E = r.V.g

onde r é a massa específica do fluido, V é o volume do objeto que está imerso no fluido e g é a acele-
ração da gravidade no local.

b) Princípio de Pascal

Nascido a 19 de junho de 1623, Blaise Pascal na vida adulta após diversos estudos, desejava verificar
a validade da experiência de Torricelli. Esta empreitada levou Pascal ao terreno difícil da mecânica dos
fluidos, na qual pôde enunciar o princípio da constância da transmissão de pressão no interior dos
líquidos. Isto é, em um fluido, se for aplicada uma pressão em um dos pontos deste fluido, esta se
transmitirá integralmente por todo o fluido.

c) Princípio de Stevin

Filho ilegítimo de ricos cidadãos flamengos, iniciou sua carreira profissional como coletor de impostos.
Deu importantes contribuições ao desenvolvimento da mecânica, principalmente no estudo da hidros-
tática. Explicou o paradoxo da hidrostática, onde a pressão de um líquido independe da forma do reci-
piente, depende apenas da altura da coluna líquida. Matematicamente, a conclusão de Stevin pode ser
escrita da seguinte forma:

ΔP = r.g.h

onde ΔP é a variação da pressão em virtude da variação no comprimento da coluna fluida, r é a massa


específica do fluido, g é a aceleração da gravidade no local e h é o desnível.

No caso de líquidos em movimento, o ramo de estudos é conhecido como Hidrodinâmica. Esta se


fundamenta em alguns pressupostos iniciais que fogem ao escopo deste texto. Fundamenta-se em dois
princípios:

c.1) Equação da Continuidade

No caso de um determinado sistema hidráulico que tenha fonte e sumidouro de fluido, a vazão de fluido
neste sistema deve ser constante.

c.2) Equação de Bernoulli

Radicada em Basiléia, Suíça, a família Bernouilli foi a família que mais “produziu” cientistas que se
destacaram nos meios científicos dos séculos XVII e XVIII. Para ser mais exato, nesta família foram
originados dez cientistas eminentes, que deram contribuições significativas à Física e à Matemática do
período. Daniel Bernoulli - simultaneamente filósofo, físico, fisiologista, médico, botânico e matemático

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
MECÂNICA DOS FLUIDOS

– é o autor da equação de Bernoulli como sendo uma aplicação da Lei da Conservação da Energiaa-
plicada a sistemas onde há deslocamento de Fluido. Matematicamente, a Equação pode ser escrita da
seguinte forma:

Onde P é a pressão absoluta (não manométrica), r é a massa específica do fluido, g é a aceleração da


gravidade no local, v é a velocidade com que o fluido está se deslocando e y é o desnível.

Existem outros resultados que dizem respeito à Mecânica dos Fluidos (Como a Equação de Navier –
Stokes), assim como consequência mais complexas (como o deslocamento caótico de fluidos) que
estão em um nível maior de complexidade

Tipos de Escoamentos

Os escoamentos podem ser classificados quanto à compressibilidade e quanto ao grau de mistura ma-
croscópica.

Um escoamento em que a densidade do fluido varia significativamente é um escoamento compressível.


Se a densidade não variar significativamente então o escoamento é incompressível.

O grau de mistura de um fluido em escoamento depende do regime de escoamento, que pode ser la-
minar, turbulento ou de transição.

No regime laminar, as linhas de fluxo são paralelas ao escoamento, fazendo com que o fluido escoe
sem que ocorra mistura. Em um duto circular, o escoamento é laminar até um Coeficiente de Rey-
nolds de aproximadamente 2100.

Na transição entre os regimes laminar e turbulento, percebe-se que as linhas de fluxo se tornam ondu-
ladas, o que indica que começa a haver mistura entre uma camada e outra. Para um duto circular, esse
regime ocorre para um valor de Re entre 2100 e 2300.

Para valores de Re acima de 2300, têm-se regime turbulento. Nesta fase, percebe-se uma mistura
entre as camadas de fluxo.

Métodos Experimentais

O escoamento de fluidos é actualmente estudado por velocimetria laser e por velocimetria por imagem
de partículas.

Abordagem Computacional

A dinâmica de fluidos tem sido solicitada a fornecer soluções a problemas complexos em hidrodinâ-
mica, projetos de edificações, aeronaves, navios e veículos espaciais, em hemodinâmica e em biofí-
sica. Nestas áreas a obtenção e o de tratamento de soluções considera um elevado número de dados,
informações e variáveis, resultando em densos sistemas de equações. A modelagem computacio-
nal propõe um conjunto de métodos e técnicas para a abordagem destes problem

Leis da Hidrodinâmica

O que se passa com as asas do avião é que a sua periferia é feita de tal forma que o ar que passa por
cima da asa tem que percorrer um maior percurso em relação ao ar que passa por baixo da asa. Ou
seja, o ar sobre a asa move-se a uma velocidade maior. Dado este fato, a equação de Bernoulli prediz
que a pressão acima da asa torna-se menor que abaixo da asa e, por este motivo, a uma determinada
velocidade, a diferença de pressão é suficiente grande para fazer o avião levantar voo.

O mesmo se passa no perfume: ao passar sobre a "boca" do frasco, o tubo estreita-se, sendo o ar
nesse ponto obrigado a circular a uma velocidade maior. Assim, isso cria uma variação de pressão que
empurra o perfume para a sua superfície, sendo depois disparado para o ar.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
MECÂNICA DOS FLUIDOS

As equações de Bernoulli não possuem aplicação soberana na mecânica dos fluidos. As complexas
Equações de Navier-Stokes são também utilizadas na análise da Mecânica dos fluidos.

Elas são não-lineares e com uma infinidade de soluções não-analíticas, ou seja, somente obtidas com
aporte computacional. São equações que relacionam densidade dos fluidos, acelerações, varia-
ção de pressão, viscosidade e gradientes de velocidade.

Contudo, estas equações podem aproximar boas soluções algébricas quando feitas as devidas aproxi-
mações. Assumir, por exemplo, que o fluido é incompressível e sem viscosidade (idealização) faz com
que estas equações sejam simplificadas e permitem soluções mais simples

Equações de Navier-Stokes

As equações de Navier Stokes são equações diferenciais que descrevem o escoamento de fluidos.
São equações a derivadasparciais que permitem determinar os campos de velocidade e de pres-
são num escoamento. Foram denominadas assim após Claude-Louis Navier e George Gabriel Stokes
desenvolverem um conjunto de equações que descreveriam o movimento das substâncias fluidas tais
como líquidos e gases. Estas equações estabelecem que mudanças no momento e aceleração de
uma partícula fluída são simplesmente o produto (resultado) das mudanças na pressão e forças visco-
sas dissipativas (similar a fricção) atuando no fluido. Esta força viscosa se origina na interação mole-
cular.

Estas são um dos mais úteis conjuntos de equações, pois descrevem a física de um grande número de
fenômenos de interesse econômico e acadêmico, inclusive em diversos ramos da engenharia. São
usadas para modelar o clima, correntes oceânicas, fluxos da água em oceanos, estuários, lagos e rios,
movimentos das estrelas dentro e fora da galáxia, fluxo ao redor de aerofólios (asas) de automóveis e
de aviões, propagação de fumaça em incêndios e em chaminés industriais (dispersão).

Também são usadas diretamente nos projetos de aeronaves e carros, nos estudos do fluxo sanguíneo
(hemodinâmica), no projeto de usinas hidrelétricas, nos projetos de hidráulica marítima, na análise dos
efeitos da poluição hídrica em rios, mares, lagos, oceanos e da dispersão da poluição atmosférica, etc.
O modelo matemático muitas vezes deve ser complementado por um modelo físico num laboratório de
hidráulica ou num túnel de vento, tendo em vista as suas limitações práticas para representar escoa-
mentos tridimensionais.

As equações de Navier-Stokes, juntamente com as equações de Maxwell, podem ser úteis para a mo-
delagem e para estudos na magnetohidrodinâmica.

Estas são equações diferenciais que descrevem o movimento do fluido, e que diferentemente das
equações algébricas, não procuram estabelecer uma relação entre as variáveis de interesse (por exem-
plo. velocidade e pressão). Em vez disto, elas estabelecem relações entre as taxas de variação ou flu-
xos destas quantidades. Em termos matemáticos, estas razões correspondem a suas derivadas. As
equações de Navier-Stokes para o caso mais simples de um fluido ideal com viscosidade zero, esta-
belecem que a aceleração (a razão de variação da velocidade) é proporcional a derivada da pressão
interna.

Isto significa que as soluções das equações de Navier-Stokes para um dado problema físico devem ser
obtidas com a ajuda do cálculo. Em termos práticos, somente os casos mais simples podem ser resol-
vidos desta forma e suas soluções exatas são conhecidas. Estes casos freqüentemente envolvem fluxo
não-turbulento em estado estacionário (o fluxo não varia como o tempo) no qual a viscosidade do fluido
é grande ou sua velocidade pequena (número de Reynolds pequenos).

Para situações mais complexas, tais como um sistema de clima global como o El Niño ou a sustenta-
ção em uma asa, as soluções para a equação de Navier-Stokes freqüentemente devem ser encontra-
das com a ajuda de computadores. Este é um campo da ciência conhecido como CFD, sigla do inglês
Computational Fluid Dynamics ou Dinâmica dos Fluidos Computacional.

Embora estas equações foram escritas no século 19, ainda não foi comprovado que, a três dimensões
existem sempre soluções , ou que, se elas existem, então não contêm qualquer singularidade (ou infi-
nito ou descontinuidade). Existe um prêmio de U$ 1.000.000 que foi oferecido em Maio de 2000 pelo
o Instituto de Matemática Clay para qualquer um que fizer progressos substanciais na direção de uma
matemática teórica que possa ajudar a entender este fenômeno.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Suposições Básicas

Antes de entrar nos detalhes da equação de Navier-Stokes, é necessário fazer várias suposições
acerca dos fluidos. A primeira é que um fluido é um meio continuo. Isto significa que ele não contém
vazios, como por exemplo, bolhas dissolvidas no gás, ou que ele não consiste de partículas como na
neblina atmosférica. Outra hipótese necessária é que todas as variáveis de interesse tais como pres-
são, velocidade, densidade, temperatura, etc., são diferenciáveis (isto é, não tem transição de fase). O
que exclui as situações como os escoamentos com superfície livre, por exemplo da água em torno de
casco de um barco, ou com cavitação, como ocorre por vezes nos propulsores de embarcações.

Estas equações são obtidas a partir de princípios básicos de conservação da massa, momento, e ener-
gia. Para tornar mais fácil a aplicação destes princípios é útil considerar um volume arbitrário finito,
chamado volume de controle. Este volume é representado por {\displaystyle \Omega } e sua superfície
de confinamento por {\displaystyle \partial \Omega }. O volume de controle permanece fixo no espaço
ou pode mover-se como o fluido, o que conduz a considerações especiais, como será mostrado a
seguir. Se for conveniente, pode ser considerado que se trata de um volume elementar, suficientemente
pequeno para que no seu seio as propriedades do fluido sejam relativamente homogéneas, quase
como se tratasse de uma partícula homogénea.

Propriedades

Não Linearidade

As equações de Navier-Stokes são equações diferenciais parciais não-lineares em praticamente todas


as situações reais. Em alguns casos, tais como no fluxo unidimensional e no escoamento de Stokes,
estas equações podem ser simplificados em equações lineares.[3] A não linearidade faz com que a
maioria dos problemas sejam difíceis ou impossíveis de resolver e é o principal contribuinte para a
turbulência que o modelo de equações.

Turbulência

Na mecânica de fluidos, turbulência ou fluxo turbulento é um regime de fluido caótico, caracterizado


por alterações de propriedades de natureza estocástica.

O regime turbulento pode ocorrer em variadas situações de fluxo, tanto com superfície livre como em
escoamento confinado, sendo habitual em situações de caudal elevado. O parâmetro mais utilizado
para a verificação da existência deste regime é o número de Reynolds, sendo que caso o valor deste
seja superior a 2500, o regime é considerado turbulento.

A Derivada Material

As mudanças nas propriedades de um fluido em movimento podem ser medidas de duas formas dife-
rentes. Isso será ilustrado através da medição da velocidade do vento na atmosfera: uma forma de
medir estas mudanças é com a ajuda de um anemômetro em uma estação climática, outra forma seria
pela liberação de um balão atmosférico, que esteja a flutuar em equilíbrio perfeito no ar, praticamente
sem massa nem inércia, só se deslocando se o fluido o arrastar. Claro que o primeiro caso é mais
indicado para medição da velocidade de todas as partículas que passam através de um ponto fixo no
espaço. Contudo, no segundo caso o instrumento mede mudanças na velocidade à medida que o balão
se move com o fluido.

Também mede mudanças na densidade, na temperatura, na pressão, etc. No estudo da variação das
propriedades dos fluidos interessa relacionar as variações ao longo do tempo num ponto fixo, com as
variações ao longo de um trajeto num instante fixo, como que conjugando o anemômetro e o balão. A
derivada de um campo com respeito a uma posição fixa no espaço é conhecida como derivada espa-
cial ou de Euler. A derivação acompanhando o movimento de uma partícula é chamada de deri-
vada substantiva ou Lagrangiana.

A derivada material, englobando os termos de Euler e de Lagrange, é definida pelo operador:

onde {v} } é a velocidade do fluido. O primeiro termo do lado direito da equação é a derivada tradicional
de Euler, isto é, a derivada em ordem ao tempo num ponto fixo do espaço. O segundo termo representa
as mudanças devidas ao movimento do fluido.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Leis de Conservação

As equações de Navier-Stokes são derivadas dos princípios da conservação da:

Massa

Energia

Momento Linear

Momento Angular

Adicionalmente, é necessário assumir uma relação constitutiva ou equação de estado para o fluido.

Na sua forma mais geral, uma lei de conservação estabelece que a razão de mudança de uma propri-
edade continua {\displaystyle L} definida em todo volume de controle deve ser igual aquilo que é per-
dido através das fronteiras do volume, carregado para fora pelo movimento do fluido, mais o que é
criado/consumido pelas fontes e sorvedouros dentro do volume de controle.

Equação de Momento

A equação de momento é uma afirmação decorrente da Segunda Lei de Newton e diz respeito à soma
das forças que atuam sobre um elemento de fluido para a sua aceleraçãoou a taxa de variação do mo-
mento. Na mecânica dos fluidos, não fica claro que as partículas constituintes do fluido (como molécu-
las e átomos isolados, como no caso de hélio e outros gases nobres líquidos) se deslocam em massa
de fluido seguindo a equação {\displaystyle F=m.a} que é usada na análise de mecânica dos sólidos re-
lacionando a força aplicada para a aceleração resultante, e deve-se usar assim uma forma diferente da
equação.

A equação de momento (também podendo ser tratada como equação de momento linear) pode ser
desenvolvida a partir da Segunda Lei de Newton a qual estabelece que a soma de todas as forças deve
ser igual a taxa no tempo da alteração de momento, o que é dado por:

{\displaystyle \Sigma F={\frac {d(mV)}{dt}}}

Equacionamentos

O somatório de forças acima é facilmente aplicável na mecânica de partículas, mas para fluidos, ele se
torna mais complexo devido ao volume de controle (e não partículas individuais). A variação do mo-
mento se comporá de duas partes, o momento no interior do volume de controle, e o impulso de atra-
vessar a superfície. Este conceito pode ser escrito como:

{\displaystyle \Sigma F={\frac {\partial }{\partial t}}\int _{VC}\rho {\textbf {V}}dV+\int _{SC}{\textbf {V}}\rho

{\textbf {V}}\cdot {\textbf {n}}dA}

Onde

ΣF representa a soma de todas as forças (forças no corpo de superfície) aplicadas ao volume de con-
trole.

V é o vetor velocidade.

n é a vetor normal unidade direcionado para o exterior.

dV é o diferencial de volume.

dA é o diferencial de área.

A atual derivação desta equação é omitida, porém pode ser obtida com facilidade devido ao uso do Te-
orema do Transporte de Reynolds.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Pode-se considerar o caso mais simples, para um fluido no qual somente o gradiente de pressão tér-
mica ({\displaystyle \nabla P}) seja responsável pelo movimento. Neste cenário, a equação do balanço
de forças atuante é dado pela equação:

{\displaystyle {\frac {dv}{dt}}={\frac {1}{\rho }}\nabla P=-\nabla {\frac {P}{\rho }}-{\frac {P}{\rho ^{2}}}\nabla
\rho }

Tornando a equação anterior discreta, tem-se:

{\displaystyle {\frac {dv_{a}}{dt}}=-\sum _{b=1}^{N}m_{b}{\frac {P_{b}}{\rho _{b}^{2}}}\nabla _{a}w_{ab}=-


{\frac {P_{a}}{\rho _{a}^{2}}}\sum _{b=1}^{N}m_{b}\nabla _{a}w_{ab}}

Deve-se notar que na equação anterior há a implicação da conservação do momento.

O que são fluídos?

Consideramos como fluídos todas as substâncias que estejam em estado líquido ou gasoso. Com isso,
direcionamos nosso estudo às duas áreas da Mecânica dos fluídos.

No estudo da Física, fluidos correspondem a substâncias cujas forças de coesão interna são muito
pequenas. Por isso, eles geralmente não possuem forma própria e precisam de um recipiente para
contê-los.

Na figura acima, suponha haver um objeto em movimento dentro de um líquido ou gás, isto é, no interior
de um fluido. A experiência mostra que o corpo sofre a ação de uma força que se opõe ao movimento
do objeto, a qual chamamos de força de resistência do fluido.

Embora essa força possua um comportamento complexo, podemos, de uma forma aproximada, deter-
miná-la através da seguinte equação matemática:

Fr=k.vn

Na equação acima temos:

v – módulo da velocidade
n – constante que vale 1 para velocidades baixas; e para velocidades altas vale 2
k – constante que depende da natureza do fluido, do formato do corpo e da área da maior seção reta
perpendicular ao movimento

Essa força de resistência pode aparecer em diferentes momentos. Em muitos casos, é interessante
diminuir o valor de k a fim de diminuir o valor da força de resistência. Por exemplo, para um esquiador
na neve é interessante que ele realize seu percurso sempre agachado, pois, dessa forma, reduz-se a
área A e, assim, reduz-se a resistência do ar.

Já os esquiadores aéreos, também conhecidos com paraquedistas com pranchas, ficam deitados de
braços abertos a fim de aumentar a área A e, assim, aumenta-se a resistência do ar.

Massa Específica

A massa especídifca de um fluido é a relação entre a massa e o volume por ela ocupado: {\displaystyle
\rho \;=\;{\frac {m}{V}}}. A unidade SI de densidade é o kg/m3. Também é muito utilizada a densi-
dade,que é a relação (adimensional) entre a massa específica do fluido e a massa específica da da
água a 4° C (1000 kg/m3). Por exemplo, a densidade do mercúrio é 13,6.

Sistemas e volumes de controle

Em mecânica dos fluidos, um sistema é definido como uma quantidade fixa de massa; os limites de um
sistema podem ser, por sua vez, fixos ou mutáveis, mas nenhuma quantidade de massa cruza esses
limites. Esse conceito corresponde ao de sistema fechado usado em termodinâmica. Calor pode entrar
ou sair de um sistema.

Um volume de controle, por sua vez, é um volume arbitrário no espaço por onde pode fluir massa; o
limite de um volume de controle é chamado de superfície de controle. Esse conceito corresponde ao

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
MECÂNICA DOS FLUIDOS

de sistema aberto usado em termodinâmica. Tanto calor quanto massa podem cruzar uma superfície
de controle.

Forças e Tensões

Um elemento do fluido pode experimentar dois tipos de forças: forças de superfície, que são geradas
por contato com outros elementos do fluido, partículas ou superfícies sólidas (por exemplo, força de
compressão, força de cisalhamento, força de fricção); e forças do corpo, que são experimentadas atra-
vés do próprio elemento (por exemplo, peso, força de Coriolis e forças de natureza eletromagnética).
As forças de superfície são aplicadas externamente ao elemento e, portanto, dão origem a tensões no
interior do fluido. A dimensão da tensão é a mesma da pressão (força/área).

Hidrostática

Chamamos de hidrostática a área da mecânica dos fluídos responsável pela análise das substâncias
fluídas em condições de repouso. Dentro dela, devemos aprender três princípios básicos que lhe dão
fundamentação:

Princípio de Arquimedes

Ao ter que calcular se a coroa de um rei havia sido feita apenas com ouro ou se dentro possuía uma
parte de prata sem estragar a peça, Arquimedes desenvolveu esse princípio. Por meio da equação E
= r.V.g, ele conseguiu descobrir que os fluídos exercem o empuxo nos objetos nele imersos e que a
formula traria esse resultado. (considere que r é a massa específica do fluído, V é o volume do objeto
imerso no fluído e g é a aceleração da gravidade no local.

Princípio de Pascal

Pascal buscou, por meio de seu princípio, verificar a validade da experiência de Torricelli – ele enuncia
o princípio da constância de transmissão de pressão no interior dos líquidos.

Princípio de Stevin

Com Stevin vieram importantes contribuições para a física mecânica. Foi ele quem explicou o paradoxo
da hidrostática, conde a pressão de um líquido depende, independentemente da forma do recipiente,
da altura da coluna líquida, conforme demonstrado na equação: ∆P = r.g.h.

Considere que ∆P é a variação da pressão que varia de acordo com o comprimento da coluna, r é a
massa específica do fluído e h é o desnível.

Hidrodinâmica

A hidrodinâmica fundamenta-se em dois princípios e é o ramo que estuda os líquidos quando em mo-
vimento.

Equação da Continuidade

A vasão de fluído de um sistema com um determinado sistema hidráulico que seja fonte e tenha sumi-
douro e fluído.

Equação de Bernoulli

O físico á autor da equação de Bernoulli – Lei da Conservação da Energia, aplicadas aos locais com
deslocamento de fluído.

Nessa equação, considere que P é a pressão absoluta, r massa específica do fluído, g é a aceleração
da gravidade no local, v é a velocidade em que o fluído desloca-se, e y é o desnível.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Estudo de Trocador de Calor por Tubos Concêntricos

nos estudos relacionados a termodinâmica e a transferência de calor e massa, são muitas as aborda-
gens necessárias para a compreensão dos diversos fenômenos envolvidos quando se estuda este
assunto. Assim ter a disposição um equipamento que dê apoio no desenvolvimento das atividades
práticas de ensino é fundamental a formação dos estudantes.

Este equipamento foi desenvolvido para apoiar a realização das atividades teórico-práticas de labora-
tório relacionadas ao estudo da termodinâmica e transferência de calor e massa em trocadores de calor
do tipo tubos concêntrico.

Durante sua utilização o equipamento, permite estabelecer diferentes condições de operação na vazão
do fluido quente, na vazão do fluido frio, no sentido do fluxo dos fluidos em escoamento co-corrente e
contracorrente e na temperatura do fluido quente.

Sua utilização permite abordagens relacionadas ao estudo do coeficiente global de troca de calor, ao
estudo das eficiências nas trocas térmicas, ao estudo da quantidade de calor trocado no processo, e
demais estudos relacionados a transferência de calor e massa como medida de vazão e princípio da
continuidade.

Características

O equipamento é constituído por uma bancada horizontal, com estrutura e tampo em aço e rodízios
para facilitar sua mobilidade. Esta estrutura dá suporte ao sistema de aquecimento, ao conjunto de
rotâmetros, ao conjunto trocador de calor na linha de fluxo, ao conjunto de indicação de temperatura,
ao painel de comando elétrico e demais partes estruturais.

O sistema de aquecimento é responsável pelo suprimento do fluido aquecido necessário à realização


das atividades, é construído aquecedor a gás com ajuste de aquecimento e vazão instalado junto a
tubulação de água quente e a rede de abastecimento de água do laboratório.

O conjunto de rotâmetros, destinado a medida das vazões que circulam pelo sistema é composto por
dois rotâmetros com capacidade de medida de até 8 litros por minuto interligados à rede de forneci-
mento de água, a bancada e as tubulações do equipamento. Junto aos rotâmetros estão instaladas
válvulas do tipo globo para regulagem das vazões de fluido quente e frio.

O conjunto trocador de calor é o caminho por onde os fluidos circulam, tem sua construção em tubos
de aço inox 304, com duas seções de 1,2 metros instalados em série. Possui uma montagem do tipo
tubos concêntricos e estão conectados as tubulações de fornecimento de fluido quente e fluido frio.
Possui ao longo de sua extensão 8 pontos nos quais estão instalados os sensores de temperatura.

O conjunto de indicação de temperatura e comando elétrico do equipamento possui 8 indicadores de


temperatura para os sensores instalados ao longo do conjunto trocador de calor e demais componentes
de acionamento, e segurança conforme NBR5410.

Especificações técnicas

Dimensões do equipamento: 2750mm x 750mm x 1850mm (LxPxH);

Trocador de calor do tipo tubos concêntricos em aço inox 304 com tubo de água quente de 38mm, tubo
de água fria de 57mm e 4 válvulas tipo esfera para manobra do fluxo;

Tubulação de fornecimento de água fria em PPR e PVC 20mm;

Tubulação de descarte da água quente em PPR 20mm;

Sistema de aquecimento a gás, capacidade 8 l/min a 65ºC;

Rotâmetros com válvulas tipo globo, capacidade até 8 l/min;

Conjunto com 8 sensores de temperatura e indicadores digitais;

Conjunto de amostra de tubos em aço inox avulsos para estudo da geometria;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Instalação elétrica no equipamento conforme NBR 5410;

Manual de instalação e operação;

Roteiros de aulas práticas.

Observações:

Há necessidade de conexão à rede hidráulica para fornecimento de água ao equipamento;

Há necessidade de uma rede de esgoto no local para descarte da água após e/ou durante a utilização
do equipamento;

Há necessidade de conexão à rede de fornecimento de gás para operação do equipamento;

Há necessidade de conexão à rede de fornecimento de energia elétrica para operação do equipamento.

Aplicações

O equipamento TC02 - Estudo de Trocador de Calor por Tubos Concêntricos, permite a realização de
atividades práticas de apoio, as abordagens teóricas relacionadas a:

Determinação de coeficientes globais de troca de calor (U), para várias condições de operação, vari-
ando as correntes de fluido;

Determinação da eficiência de troca térmica (ef), para várias condições de operação;

Determinação das quantidades de calor(qt) trocado (recebido e cedido) pelos fluidos frio e quente, para
várias condições de operação;

Comparação do comportamento das variáveis: coeficiente convectivo global, eficiência de troca térmica
e quantidade de calor trocado em escoamento co-corrente e contracorrente;

Avaliação das perdas térmicas ocorridas em cada condição de operação utilizada;

Comportamento do sistema de aquecimento a gás no aquecimento de água em diferentes fluxos;

Medição de vazão com uso de rotâmetro;

Estudo do princípio da continuidade nos escoamentos.

Tração e Compressão

Esforços Internos

0 objetivo principal deste capitulo é estudar o que pode ser chamado de esforços (efeitos) internos de
forças que estão agindo em um corpo. Os corpos considerados não são supostos perfeitamente rígidos
como se admite na Mecânica Racional; considerando-se os corpos deformáveis de diferentes formas
e submetidos a carregamentos diversos. 0 cálculo das respectivas deformações é, também, um dos
objetivos da Resistência dos Materiais.

Barra Axialmente Carregada

Inicialmente, considera-se uma barra prismática (de eixo reto e seção transversal constante) sob a ação
de duas forças iguais e opostas, coincidentes com o seu eixo (lugar geométrico dos centros de gravi-
dade das seções transversais). Diz-se que a barra é tracionada quando aquelas forças são dirigidas
para fora da barra: em caso contrário, diz-se que a barra é comprimida. Os dois casos estão indicados
na Fig. 1. Sob a ação dessas forças externas, originam-se esforços internos no interior da barra; para
o seu estudo, pode-se imaginar que a barra seja cortada ao longo de uma seção transversal qualquer
(este corte não deve, porém, ser efetuado nas proximidades das seções transversais extremas, por
motivo que se apresentará mais tarde); o plano de corte a-a é indicado na Fig. 2(a). Se se supõe remo-
vida a parte do corpo que se situa, por exemplo, à direita do corte efetuado, tem-se a situação indicada
na Fig. 2(b), onde está representada a ação que esta parte suprimida exercia sobre a restante. Por

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
MECÂNICA DOS FLUIDOS

meio deste artifício, um corte, os esforços interno, na seção considerada, transformam-se em externos,
relativamente à parte do corpo que se conservou. Para que não se altere o equilíbrio, estes esforços
devem ser equivalentes à resultante, também axial, de intensidade I?; além disso, supõe-se que eles
atuem, em cada ponto da seção, paralelamente ao eixo da barra, isto é, sejam perpendiculares à seção
transversal considerada.

Distribuição dos Esforços Internos

Introduz-se, agora, a hipótese da distribuição uniforme, desses esforços resistentes, ao longo de todos
os pontos da seção transversal, embora, na realidade, ela talvez nunca se verifique. Assim, nos mate-
riais metálicos, que de certa forma podem ser assimilados a materiais homogêneos, não se tem rigo-
rosa homogeneidade por causa das diferentes orientações de seus componentes cristalinos. 0 valor
exato do esforço que atua em cada ponto é, a rigor, uma função da natureza cristalina e da orientação
dos cristais, nesse ponto

Todavia. para fins práticos, a hipótese da distribuição uniforme é, para diversos materiais, perfeitamente
satisfatória.

Tensão Normal

0 termo esforço interno resistente é mais geral do que aquele que se considerou no exemplo citado,
pois não implica, necessariamente, fixar que a sua direção seja perpendicular à seção transversal.
Quando isso se dá, como no caso do exemplo em questão, este esforço, que atua em cada ponto da
seção transversal, recebe o nome de tensão normal. A tensão tem a mesma unidade de uma pressão,
isto é, força por unidade de área. No caso em questão, a intensidade da tensão normal, em qualquer
ponto da seção transversal, é obtida dividindo-se o valor de P pela área da seção transversal. Se P é
de tração, a tensão normal correspondente também é de tração; em caso contrário, a tensão normal é
de compressão. É essencial, para a hipótese de distribuição uniforme das tensões normais, que a
força P seja axial; em caso contrário, não estariam satisfeitas as condições de equilíbrio.

Corpos de Prova

0 carregamento axial da Fig. 2 ocorre freqüentemente no dimensionamento de peças de máquinas ou


de estruturas. Este carregamento pode ser realizado em corpos de prova que se adaptam, em labora-
tório, às garras das máquinas de ensaio.

Com finalidade de padronizar os ensaios, existem métodos de ensaio elaborados pela Associação
Americana de Ensaios de Materiais (abreviadamente ASTM) e de uso corrente nos Estados Unidos. A
forma e as dimensões dos corpos de prova variam conforme o material que se considere (metálico ou
não-metálico), ou o tipo de ensaio a realizar (tração ou compressão axial). Para exemplificar, apresenta-
se, na Fig. 3, o corpo de prova utilizado em ensaios de placas metálicas de espessura maior do que
5mm; na Fig. 4, apresenta-se o corpo de prova para o ensaio de peças metálicas de diâmetro ou es-
pessura acima de 4cm pol. As dimensões aí indicadas são as adotadas pela ASTM; as extremidades
dos corpos de prova podem variar, com a condição de se adaptarem às garras das máquinas de ensaio.

A parte central do corpo de prova tem seção transversal menor do que as das extremidades, a fim de
se garantir que a ruptura se dê nessa região. As superfícies de concordância, entre a parte central e as
laterais, devem ser fixadas levando-se em conta o não aparecimento daquilo que se denomina de con-
centração de tensões.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Ordinariamente, um comprimento de referência, para a medida das variações de comprimento do corpo


de prova, pode ser fixado por intermédio de duas pequenas ranhuras, ou marcas, executadas na su-
perfície da barra; são os comprimentos de 20cm e 5 cm representados, respectivamente, nas Figs. 3 e
4.

Deformação Linear

Admita-se que se ensaie um desses corpos de prova por intermédio de forças axiais de tração, gradu-
almente crescentes, e que, para os diversos acréscimos das forças aplicadas, se meçam os correspon-
dentes

acréscimos sofridos pelo comprimento inicial, de referência; essas medidas podem ser efetuadas por
intermédio de diversos aparelhos que se denominam, em geral, de tensômetros. A variação unitária de
comprimento, que é denominada deformação linear se representa com a letra , obtém-se, simples-
mente, dividindo-se a variação de comprimento pelo comprimento inicial l, isto é: . Trata-
se, portanto, de uma grandeza adimensional: A expressão deformação total, embora incorreta é, às
vezes, empregada para exprimir o alongamento , cuja dimensão, evidentemente, é a de um com-
primento.

Diagrama Tensão-Deformação

É possível, então, medirem-se os diversos , correspondentes aos acréscimos da carga axial apli-
cada à barra, e realizar o ensaio até a ruptura do corpo de prova. Chamado de S a área da seção
transversal inicial do corpo de prova, a tensão normal, , pode ser determinada, para qualquer valor
da carga axial, P, com a fórmula:

Obtidos, assim, diversos pares de valores e , pode-se determinar a função que os relaciona, a
qual, na representação gráfica, recebe o nome de diagrama tensão-deformação do material para esse
tipo de carregamento. Na Fig. 5, apresentam-se diversos diagramas, característicos dos materiais mais
comuns, utilizados em obras de engenharia. Para um aço doce, os resultados experimentais seguem,
aproximadamente, a curva da Fig. 5(a); para um material frágil, como é o caso do ferro fundido, a curva
tem o aspecto indicado na Fig. 5(b).

Materiais Dúcteis e Frágeis

Os materiais metálicos utilizados em Engenharia classificam-se em dúcteis e frágeis. Material dúctil é


aquele que apresenta grandes deformações antes de se romper (por exemplo, o aço e o alumínio),
enquanto que o material frágil é aquele que se deforma relativamente pouco antes de se romper. Como
limite entre materiais dúcteis e frágeis é usual considerar-se, arbitrariamente, a deformação de ruptura
igual a 5%. 0 ferro fundido e o concreto são exemplos de materiais frágeis.

Lei de Hooke

Nos materiais cujo diagrama é o da Fig. 5(a), observa-se ser linear a função tensão-deformação no
trecho OP. Esta relação linear, entre os deslocamentos e as cargas axiais (visto que essas quantidades
são divididas, respectivamente, pelas constantes l e S para se transformarem em e e ), foi apresen-
tada por Robert Hooke em 1678 e é conhecida por Lei de Hooke. Para representar esse trecho linear
do diagrama tensão-deformação, pode-se escrever

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
MECÂNICA DOS FLUIDOS

E onde E representa a tangente trigonométrica do ângulo que a reta OP forma com o eixo dos (Fig.
5(a)).

Módulo de Elasticidade

A constante E, relação entre e , é o módulo de elasticidade do material, sob tração, e é chamado,


às vezes, de módulo de Young. Em diversos manuais de engenharia, encontram-se as tabelas que
fornecem o módulo de elasticidade de diferentes materiais. Desde que é adimensional, segue-se que
a dimensão de E é a mesma de , isto é, força por unidade de área. Para diversos materiais, o valor
de E é o mesmo, quer sob tração, quer sob compressão. Deve-se observar que os materiais que se
consideram neste capitulo são somente aqueles (a não ser referência em contrário) que satisfazem à
lei de Hooke.

Propriedades Mecânicas

0 diagrama tensão-deformação da Fig. 5(a) permite caracterizar diversas propriedades do material, que
a seguir se definem.

Limite de proporcionalidade: a tensão correspondente ao ponto p recebe o nome de limite de proporci-


onalidade e representa o valor máximo da tensão, abaixo da qual o material obedece à lei de hooke.
Para um material cujo diagrama é o da fig. 5(b) não existe limite de proporcionalidade.

Limite de elasticidade: muito próximo a p, existe um ponto, na curva tensão-deformação, ao qual cor-
responde o limite de elasticidade; ele representa a tensão máxima que pode ser aplicada à barra. Sem
que apareçam deformações residuais, ou permanentes, após a retirada integral da carga externa. Para
muitos materiais os valores dos limites de elasticidade e de proporcionalidade são praticamente iguais
e esses termos são, então, empregados como sinônimos. Nos casos em que eles são diferentes, em
geral o limite de elasticidade é maior do que o de proporcionalidade.

Região elástica: 0 trecho da curva tensão-deformação, compreendido entre a origem e o limite de pro-
porcionalidade, recebe o nome de região elástica.

Região plástica: chama-se região plástica o trecho do diagrama compreendido entre o limite de propor-
cionalidade e o ponto correspondente à ruptura do material.

Limite de escoamento: a tensão correspondente ao ponto y tem o nome de limite de escoamento. A


partir desse ponto aumentam as deformações sem que se altere, praticamente, o valor da tensão.
Quando se atinge o limite de escoamento, diz-se que o material passa a escoar-se. Alguns materiais
apresentam dois pontos para os quais aumentam as deformações sob tensão constante. Esses pontos,
em geral muito próximos um do outro, recebem os nomes de limites de escoamento superior e inferior.

Limite de resistência ou resistência à tração: a tensão correspondente ao ponto u (maior tensão atingida
no ensaio) recebe o nome de limite de resistência ou resistência à tração.

Limite de ruptura: a tensão correspondente ao ponto b recebe o nome de limite de ruptura; é a que
corresponde à ruptura do corpo de prova.

Módulo de resiliência: chama-se módulo de resiliência à energia que o corpo armazena, por unidade
de volume, quando, a partir de zero, se eleva o valor da tensão até o limite de proporcionalidade. Seu
valor pode ser obtido calculando-se a área hachurada da Fig. 5(a), é evidente que a dimensão do
módulo de resiliência é a de um trabalho. Assim, a resiliência de um material é a sua capacidade de
absorver energia na região elástica.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Módulo de tenacidade: chama-se módulo de tenacidade à energia que o corpo armazena, por unidade
de volume, quando, a partir de zero, se eleva o valor da tensão até o limite de ruptura. Seu valor pode
ser obtido, no diagrama tensão-deformação, com o cálculo da área limitada pela curva, os eixos coor-
denados e a ordenada correspondente ao ponto de ruptura. A tenacidade de um material é a sua ca-
pacidade de absorver energia ,na região plástica.

Redução percentual de área: a relação, em porcentagem; entre a diminuição de área da secção trans-
versal (relativamente à área inicial), por ocasião da ruptura, e a área inicial, recebe o nome de redução
percentual da área da seção transversal. Observa-se que na tração axial, ou tração simples, a área da
seção transversal diminui, mas nos cálculos de a introduz-se, sempre, a área original. Por esse motivo
é que a curva tensão-deformação tem o aspecto indicado na fig. 5(a). Quanto mais crescem as defor-
mações, mais importante é considerar os valores correspondentes da área da seção transversal (que
diminui) e, se se levar isso em conta, obtém-se um diagrama real, em lugar do convencional. Esse
diagrama tem o aspecto da curva que se representa, em pontilhado, na fig. 5(a).

Alongamento percentual: se se exprime, em porcentagem, o acréscimo de comprimento (de referên-


cia), depois da ruptura, em relação ao comprimento inicial, tem-se o alongamento percentual. Quer a
redução percentual da área, quer o alongamento percentual, servem para caracterizar, também, a duc-
tibilidade do material.

Tensão admissível as propriedades mecânicas, relativas à resistência, permitem que se fixe a tensão
admissível do material. Neste capitulo, todas as tensões admissíveis estão na região elástica. Obtém-
se essa tensão dividindo-se ou o limite de escoamento ou o limite de resistência por um número, maior
que a unidade, denominado coeficiente de segurança. A fixação do coeficiente de segurança é feita
nas normas de cálculo e, algumas vezes, pelo próprio calculista, baseado em experiências e de acordo
com o seu critério.

Endurecimento de deformação: se um material dúctil pode ser tensionado consideravelmente além do


limite de escoamento, sem ruptura, dizemos que endurece sob deformação. Isto se verifica para muitos
metais estruturais.

A curva tensão-deformação de um material frágil, isto é, não linear, como se indica na fig. 5(b), carac-
teriza diversas outras propriedades, que se distinguem daquelas que correspondem ao diagrama linear
e que a seguir se definem.

Limite de escoamento: denomina-se, agora, limite de escoamento a tensão que corresponde a uma
deformação permanente, pré-fixada, depois do descarregamento do corpo de prova. Essa deformação
permanente é, às vezes, fixada em 0,002 cm/cm e, às vezes, em 0,035 cm/cm. Esses valores são
arbitrários mas, em geral, fixados nas especificações. Na fig. 5(b) fixou-se a deformação permanente
e,; para determinar o limite de escoamento, traça-se a reta o'y paralela à tangente à curva que passa
pela origem. Sua interseção, com a curva, determina o ponto y que corresponde ao limite de escoa-
mento procurado.

Módulo tangente: a tangente trigonométrica, do ângulo que a tangente à curva tensão-deformação, na


origem, forma como eixo dos e, recebe o nome de módulo tangente.

Existem outras características do material, que são utilizados no cálculo e no dimensionamento das
peças. São as que a seguir se indicam.

Coeficiente de Dilatação Linear

É a variação unitária de comprimento entre dois pontos situados num corpo submetido à variação de
um grau, em sua temperatura. 0 valor desse coeficiente independe da unidade adotada para os com-
primentos mas varia com a escala de temperatura. Se chamarmos de a o coeficiente de dilatação linear
do aço, seu valor é a = 11,7 X 1 0-6/C (isto é, por grau centígrado). As variações de temperatura,
sofridas por uma estrutura, podem dar lugar a tensões, semelhantes às que correspondem à aplicação
de esforços externos.

Coeficiente de Poisson

Quando uma barra é submetida à tração simples, verifica-se um acréscimo de comprimento, na direção
paralela à carga, e um decréscimo nas dimensões transversais, perpendiculares ao eixo da barra. A

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
MECÂNICA DOS FLUIDOS

relação entre a deformação transversal e a longitudinal recebe o nome de Coeficiente de Poisson, e se


designa com a letra Para diversos metais, o seu valor é compreendido entre 0,25 e 0,35.

Forma Geral da Lei de Hooke

Considerou-se, anteriormente, o caso particular da lei de Hooke aplicável ao caso simples de solicita-
ção axial. Nesse caso, tem-se, para as deformações longitudinal e transversal, respectivamente:

No caso mais geral, em que um elemento do material está solicitado por três tensões normais sigma x,
sigma y, sigma z, perpendiculares entre si, às quais correspondem, respectivamente, as deformações
ex, cy, cz, a lei de Hooke se escreve:

com similares equaciones para y e z

Analise Elástica e Analise Plástica

Tensões e deformações nas regiões plásticas dos materiais são freqüentemente permitidas em certas
estruturas. Algumas normas construtivas permitem que certos membros estruturais sofram deforma-
ções plásticas e certos componentes de aviões e mísseis são projetados deliberadamente para agir na
região plástica de modo a se obter menores pesos. Além disto, muitos processos de conformação
mecânica dos metais involvem na sua -deformação plástica. Para pequenas deformações plásticas de
aços estruturais de baixo e médio carbono, a curva de tensão-deformação da Fig. 5(a) é normalmente
representada por duas linhas retas, uma com inclinação definida por E, representando a região elástica,
outra horizontal, representando a região plástica. Tal gráfico, mostrado na Fig. 6, representa um, assim
chamado, material elástico e perfeitamente plástico. Não leva em consideração deformações plásticas
ainda menores que ocorrem na região mostrada na porção à direita da curva tensão-deformação da
Fig. 5(a).

Classificação dos Materiais

Tudo o que foi apresentado baseia-se na hipótese de que o material satisfaça a duas condições, isto
é, seja;

Material Homogêneo

Com as mesmas propriedades (mesmos E e v), em todos os seus pontos.

Material Isótropo

Com as mesmas propriedades, qualquer que seja a direção escolhida, no ponto considerado. Nem
todos os materiais são isótropos. Se um material não possui qualquer espécie de simetria elástica, ele
é chamado anisótropo e, à vezes, aelótropo. Em lugar de dias constantes elásticas (E e v), que definem
o sólido isótropo que obedece à lei de Hooke, tal substância terá 21 constantes elásticas. Se o material
possui três planos de simetria elástica, perpendiculares entre si, ele recebe o nome de ortótropo. Nesse
caso, o número de constantes independentes é 9. Aqui se consideram somente os materiais isótropos
e homogêneos que obedecem à lei de Hooke.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Estado Plano de Tensão

Na mecânica de meios contínuos, diz-se que um material está sob o Estado Plano de Tensão quando
o vector de tensão normal a uma superfície particular é zero. Quando esta situação ocorre sobre um
elemento de estrutura inteiro, como é o caso de placas finas, a análise de tensões simplifica-se consi-
deravelmente, já que o estado de tensão pode ser representado por um tensor de dimensão 2 (apre-
sentável através de uma matriz de 2 × 2 em vez de uma matriz 3 × 3). Uma noção relacionada, estado
plano de deformação, é também aplicável em membros muito espessos.

O estado plano de tensão ocorre tipicamente em placas finas que são sujeitas apenas a forças de carga
paralelas a elas. Em certas situações, uma placa ligeiramente curvada pode ser assumida como tendo
estado plano de tensão para propósitos de análise de tensões. Este é o caso, por exemplo, de um
cilindro de paredes finas ocupado por um fluido sob pressão. Em tais casos, as componentes de tensão
perpendiculares à placa são negligenciáveis quando comparadas com aquelas que são paralelas à
mesma.

Em outras situações, contudo, a tensão de flexão de uma placa fina não pode ser desprezada. A análise
pode ser simplificada através do uso de um domínio bidimensional, mas o tensor de estado plano de
tensão para cada ponto deve ser complementado com os termos de flexão.

Estado Plano de Tensão em Superfícies Curvas

Em certos casos, o modelo de estado plano de tensão pode ser usado na análise de superfícies ligei-
ramente curvas. Por exemplo, considere-se um cilindro de paredes finas sujeito a uma força de com-
pressão axial distribuída uniformemente ao longo do seu aro, estando este ocupado por um fluido pres-
surizado. A pressão interna gerará uma tensão cilíndrica na parede, uma tensão de tracção normal
directamente perpendicular ao eixo do cilindro e tangencial à sua superfície. O cilindro pode ser con-
ceptualmente desenrolado e analisado como uma placa rectangular fina sujeita a uma tensão de trac-
ção numa direcção e a uma tensão de compressão na outra direcção, ambas paralelas à placa.

Estado Plano de Deformação

Análise de Tensões e Deformações

Análise de tensões e deformações ou análise de solicitações é uma disciplina da engenharia que avalia
o estado de tensões em materiais e estruturas sujeitas à forças ou cargas aplicadas estática ou dina-
micamente (em sistemas estáticos lineares, a análise pode ter objetivo equivalente em determinar
as deformações em vez das tensões).

Objetivos

O objetivo da análise é geralmente determinar se os itens ou coleção de itens, o que chamamos de es-
trutura, pode suportar com segurança as forças sobre ele incidentes. Isto é conseguido quando as
tensões produzidas por tensões aplicadas estão abaixo dos limites de tensão (de tração e compressão
ou fadiga) que o material é capaz de suportar, tendo em conta a prática habitual na técnica, um fator
de segurança adequado.

O termo análise de tensões também é relacionado aos métodos matemáticos ou computacionais ade-
quados a prever o estado de tensões em estruturas ainda em fase de projeto.

A análise de tensão também pode ser realizada através da aplicação de forças sobre uma estrutura
existente e determinando a tensão/esforço produzido fazendo uso de sensores, mas, neste caso, é

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
MECÂNICA DOS FLUIDOS

mais propriamente referida como ensaio (destrutivo ou não-destrutivo) da estrutura. Neste caso, a apli-
cação controlada da carga estática ou dinâmica requer o uso de dispositivos especiais, tais como tú-
neis, mecanismos hidráulicos, ou simplesmente pesos.

Quando as forças são aplicadas, ou são esperadas serem aplicadas, em um modo repetitivo, cíclico,
então quase todos os materiais irão atingir o estado de ruptura ou colapso em níveis de tensões mais
baixas do que em outras diferentes condições. A análise das tensões sob essas condições de carga
cíclica é chamada de análise de fadiga. Este tipo de análise é muitas vezes aplicado a estruturas aero-
náuticas.

Transferência de Carga

A avaliação das cargas e tensões dentro das estruturas tem o objetivo de identificar os percursos de
transferência de carga. As cargas são transferidas através do contato físico entre as várias partes com-
ponentes dentro da estrutura. Em estruturas simples, os percursos de transferência podem ser identi-
ficados e explicados. Para estruturas mais complexas, esse trabalho requer o uso de ferramentas mais
complexas de análise, tanto do tipo teórico da mecânica dos sólidos como computacionais (métodos
numéricos de análise). Entre estes inclui-se o método dos elementos finitos.

O objetivo da análise é a determinação da tensão crítica máxima ou em qualquer parte da estrutura, e


compará-los com a condição de contorno (resistência à deformação, desgaste ou fadiga) do material

Diagrama Força Cortante e Momento Fletor

Considerações:

Momento fletor é o momento que deforma um corpo. Pegue uma régua, por exemplo, e coloque sobre
duas canetas em suas extremidades. Ao se pressionar o centro da régua, repare que ela vai se defor-
mar mais onde você pressionou (maior momento fletor). Veja que as extremidades que estão apoiadas
não se deformam, por isso que o momento em x=0 é 0.

em x=0 o momento é zero pois só existe momento se existir distância em relação ao eixo de rotação
nesse caso como não há distância perpendicular da força em relação ao eixo logo não há momento no
ponto B existe uma distância de 4 metros por isso que existe momento no ponto B

Relação Entre Carga, Força Cortante E Momento Fletor

Seja um elemento de viga, formado por duas seções disstantes dx uma da outra:

Devido à carga q atuando no elemento, o esforço cortante e o momento fletor variam com a grandeza
x, logo terão valores ligeiramente diferentes na face à diteita, em relação à face esquerda.

Fazendo equilíbrio de forças:

Logo,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
MECÂNICA DOS FLUIDOS

\ , (1)

ou seja, a taxa de variação do esforço cortante em relação a x é –q. Quando q = 0, V = constante.

Desprezando os produtos diferenciais, chaga-se a:

, (2)

ou seja, a taxa de variação do momento fletor em relação a x é igual ao esforço cortante V (se carga
concentrada atuando na viga).

Logo, substituindo (2) em (1), obtêm-se:

ou .

Observa-se que o momento máximo ocorre quando , ou seja, quando V = 0.

Considerar a carga distribuída a > 0, para baixo positiva ¯ Å.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Efetua-se uma seção na viga e obtém-se a expressão para o esforço cortante com sendo:

e .

\ ,

observações:

· quando não há força cortante atuando na viga, então e M = constante;

· cargas concentradas produzem descontinuidades nos diagramas de esforço cortante (DEC);

· binários produzem descontinuida nos diagramas de momento fletor (DMF);

· se houver somente cargas distribuídas atuando na viga, ou ente cargas concentradas, ;

· ;

· , varia linearmente com x (DEC é uma reta);

· , varia parabolicamente com x (DEC é uma parábola do 2o grau);

Como , se somente houver cargas distribuídas atuando na viga ou entre cargas concen-
tradas, têm-se:

· , varia linearmente com x (DMF é uma reta);

· , o DMF é uma parábola do 2o grau;

· , o DMF é uma parábola do 3o grau.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Flexão (física)

Na mecânica, flexão é um esforço físico onde a deformação ocorre perpendicularmente ao eixo do


corpo, paralelamente à força atuante.

A linha que une o centro de gravidade de todas as seções transversais constitui-se no eixo longitudinal
da peça, e o mesmo está submetido a cargas perpendiculares ao seu eixo. Este elemento desenvolve
em suas seções transversais o qual gera momento fletor.

Momento fletor: O momento fletor representa a soma algébrica dos momentos relativas a seção YX,
contidos no eixo da peça, gerados por cargas aplicadas transversalmente ao eixo longitudinal. Produ-
zindo esforço que tende a curvar o eixo longitudinal, provocando tensões normais de tração e compres-
são na estrutura.

Em engenharia se denomina flexão ao tipo de deformação que apresenta um elemento estrutural alon-
gado em uma direção perpendicular a seu eixo longitudinal. O termo "alongado" se aplica quando uma
dimensão é dominante frente às outras. Um caso típico são as vigas, as que estão projetadas para
trabalhar, principalmente, por flexão. Igualmente, o conceito de flexão se estende a elementos estrutu-
rais superficiais como placas ou lâminas.

A característica mais proeminente é que um objeto submetido a flexão apresenta uma superfície de
pontos chamada linha ou eixo neutro tal que a distância ao longo de qualquer curva contida nela não
varia em relação ao valor antes da deformação. O esforço que provoca a flexão se denomina momento
fletor.

Flexão em Vigas e Arcos

As vigas ou arcos são elementos estruturais pensados para trabalhar predominantemente em flexão.
Geometricamente são prismas mecânicos cuja rigidez depende, entre outras coisas, do momento de
inércia da seção transversal das vigas. Existem duas hipótese cinemáticas comuns para representar a
flexão de vigas e arcos:

A hipótese de Euler-Bernoulli.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
MECÂNICA DOS FLUIDOS

A hipótese de Timoshenko.

Teoria de Euler-Bernoulli

A teoria de Euler-Bernoulli para o cálculo de vigas é a que deriva da hipótese cinemática de Navier-
Bernouilli, e pode ser empregada para calcular tensões e deslocamentos sobre uma viga ou arco de
comprimento de eixo maior comparada com a aresta máxima ou altura da seção transversal.

Para escrever as fórmulas da teoria de Navier-Bernouilli convém tomar um sistema de coordenadas


adequado para descrever a geometria, uma viga é de fato um prisma mecânicosobre o qual se podem
considerar as coordenadas (s, y, z) com s a distância ao longo do eixo da viga e (y, z) as coordenadas
sobre a seção transversal. Para o caso de arcos este sistema de coordenadas é curvilíneo, ainda que
para vigas de eixo recto pode-se tomar como cartesiano (e nesse caso s se nomeia como x). Para uma
viga de seção reta a tensão no caso de flexão composta biaxial a tensão é dada pela fórmula de Navier:

Teoria de Timoshenko

Esquema de deformação de uma viga que ilustra a diferença entre a teoria de Timoshenko e a teoria
de Euler-Bernouilli: na primeira θi e dw/dxi não tem necessariamente que coincidir, enquanto que na
segunda são iguais.

A diferença fundamental entre a teoria de Euler-Bernouilli e a teoria de Timoshenko é que na primeira


a rotação relativa da seção se aproxima mediante a derivada do deslocamento vertical, isto constitui
uma aproximação válida só para peças grandes em relação às dimensões da seção transversal, e
então ocorre que as deformações devidas ao esforço cortante são desprezadas frente às deformações
ocasionadas pelo momento fletor. Na teoria de Timoshenko, onde não se desprezam as deformações
devidas ao cortante e portanto é válida também para vigas curtas, a equação da curva elástica é dada
pelo sistema de equações mais complexo:

Derivando a primeira das duas equações anteriores e substituindo nela a segunda chegamos à equa-
ção da curva elástica incluindo o efeito do esforço cortante:

Flexão em placas e lâminas

Uma placa é um elemento estrutural que pode apresentar flexão em duas direções perpendiculares.
Existem duas hipóteses cinemáticas comuns para representar a flexão de placas e lâminas:

A hipótese de Love-Kirchhoff

A hipótese de Reissner-Mindlin.

Sendo a primeira o análogo para placas da hipótese de Navier-Bernouilli e a segunda o análogo da


hipótese de Timoshenko.

Teoria de Love-Kirchhoff

A teoria de placas de Love-Kirchhoff é a que é derivada da hipótese cinemática de Love-Kirchhoff para


as mesmas e é análoga à hipótese de Navier-Bernouilli para vigas e portanto tem limitações similares,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
MECÂNICA DOS FLUIDOS

e é adequada só quando a espessura da placa é suficientemente pequena em relação a seu compri-


mento e largura.

Para uma placa de espessura constante h empregaremos um sistema de coordenadas cartesianas


com (x, y) segundo o plano que contém a placa, e eixo z deve ser toado segundo a direção perpendi-
cular à placa (tomando z = 0 no plano médio). Com esses eixos de coordenadas as tensões segundo
as duas direções perpendiculares da placa são:

Onde:

Para encontrar a flecha que aparece na equação anterior é necessário resolver uma equação em deri-
vadas parciais que é o análogo bidimensional equação da curva elástica:

se chama rigidez flexional de placas.

Teoria de Reissner-Mindlin

A teoria de Reissner-Mindlin é o análogo para placas da teoria de Timoshenko para vigas. Assim, nesta
teoria, a diferença da teoria mais aproximada de Love-Kirchhoff, o vetor normal ao plano médio da
placa uma vez deformada a placa não tem porque coincidir com o vetor normal à superfície média
deformada.

Computação Científica

Computação científica (ou ciência computacional) é o campo de estudo interessado na construção de


modelos matemáticos e técnicas de soluções numéricas utilizando computadores para analisar e re-
solver problemas científicos e de engenharia. De forma prática, é a aplicação de simulação computaci-
onal outras formas de computação para problemas em diversas disciplinas científicas.

O campo é distinto da ciência da computação, o estudo matemático da computação, dos computadores


e do processamento de informação. Também é diferente da teoria e experimentação, formas tradicio-
nais de ciência e engenharia. Cientistas e engenheiros desenvolvem programas de computador que
modelam sistemas sendo estudados e os executam com diversos conjuntos de parâmetros de entrada.
Tipicamente, tais modelos requerem uma grande quantidade de cálculo, e são geralmente executados
em supercomputadores ou plataformas de computação distribuída.

A computação científica é atualmente considerada como um terceiro modo da ciência, complementado


a experimentação (observação) e a teoria.

Aplicações

Elementos do domínio de problemas para a computação científica incluem a simulação numérica, que
pode ser usada para reconstruir ou entender eventos conhecidos, como um desastre natural, e para
prever o futuro ou situações não observadas, como o tempo. Outra aplicação é a adequação de mode-
los e a análise de dados, como o uso da teoria de grafos para modelar redes. Uma outra aplicação é o
uso de diversos parâmetros em um modelo computacional para encontrar cenários otimizados.

Implementação

Linguagens de programação geralmente usadas para aspectos mais matemáticos da computação ci-
entífica incluem Fortran, MATLAB, GNU Octave e PDL. Para aspectos mais intensos computacional-
mente são geralmente utilizadas variações de C ou Fortran.

Hidráulica

Hidráulica é uma palavra que vem do grego e é a união de hydro = água, e aulos = condução/tubo é,
portanto, uma parte da física que se dedica a estudar o comportamento dos fluidos em movimento e
em repouso. É responsável pelo conhecimento das leis que regem o transporte, a conversão de ener-
gia, a regulação e o controle do fluido agindo sobre suas variáveis (pressão, vazão, temperatura, vis-
cosidade, etc).

A hidráulica pode ser dividida em três capítulos, para efeito de estudo apenas: a hidrostática que trata
dos fluidos parados, a hidrocinética, que estuda os fluidos em movimento, levando em consideração os

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
MECÂNICA DOS FLUIDOS

efeitos da velocidade e a hidrodinâmica que leva em consideração as forças envolvidas no escoamento


dos fluidos (forças da gravidade, da pressão, da tensão tangencial, da viscosidade, da compressibili-
dade e outras).

A hidráulica pode ser também dividida em: teórica e prática. A hidráulica teórica também é conhecida
na física como Mecânica dos Fluidos e a hidráulica prática ou hidráulica aplicada é, normalmente, tam-
bém intitulada de Hidrotécnica. Dentre as aplicações da hidráulica destacam-se as máquinas hidráuli-
cas (bombas e turbinas), as grandes obras de saneamento, fluviais ou marítimas, como as de usinas
hidrelétricas, como a Usina hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, diques, pôlderes, molhes, quebra-ma-
res,portos , vias navegáveis, emissários submarinos, estações de tratamento de água e de esgotos,
etc.

Para estudos hidráulicos complexos de grandes obras e estruturas utilizam-se os chamados mode-
los físicos e/ou matemáticos em laboratórios.

Aerodinâmica

Aerodinâmica é o estudo dos fluidos gasosos em movimento, relativo às suas propriedades e caracte-
rísticas, e da interação destes com corpos neles imersos.

Aerodinâmica é também a parte da Física que estuda a força do ar sobre os corpos sólidos em movi-
mento e a dinâmica dos fluidos.

De uma forma geral, a aerodinâmica, como ciência específica, só passou a ganhar importância indus-
trial com o surgimento dos aviões e dos automóveis (aerodinâmica automotiva) pois estes precisavam
se locomover tendo o menor atrito possível com o ar pois assim seriam mais rápidos e gastariam me-
nos combustível.

O estudo de perfis aerodinâmicos, ou aerofólios, provocou um grande salto no estudo da aerodinâmica.


Neste início o desenvolvimento da aerodinâmica esteve intimamente ligado ao desenvolvimento da hi-
drodinâmica que apresentava problemas similares, e com algumas facilidades experimentais, uma vez
que já havia tanques de água circulante na época embora não houvesse túneis de vento. George Cay-
ley

Forças da aerodinâmica da aviação

Esquema das quatro forças da aerodinâmica, atuando na asa de um avião.

Peso

O peso é uma força que é sempre dirigida para o centro da terra: trata-se da força da gravidade. A
magnitude desta força depende de todas as partes do avião, mais a quantidade de combustível, mais
toda a carga (pessoas, bagagens, etc.).

O peso é gerado por todo o avião. Mas nós podemos simplesmente imaginá-la como se atuasse num
único ponto, chamado centro de gravidade. Em voo, o avião gira sobre o centro de gravidade, e o sen-
tido da força do peso dirige-se sempre para o centro da terra. Durante um voo, o peso do avião muda
constantemente à medida que o avião consome combustível.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
MECÂNICA DOS FLUIDOS

A distribuição do peso e do centro de gravidade pode também mudar, e por isso o piloto deve constan-
temente ajustar os controles, ou transferir o combustível entre os depósitos, para manter o avião equi-
librado.

Sustentação

Para fazer um avião voar, deve ser gerada uma força para compensar o peso. Esta força é cha-
mada sustentação e é gerada pelo movimento do avião através do ar. A sustentação é uma força ae-
rodinâmica ("aero" significa ar, e " dinâmica" significa movimento).

A sustentação é perpendicular (em ângulo reto) à direção do escoamento incidente (vento).

O escoamento incidente e o sentido/direção do voo não são necessariamente os mesmos, sobretudo


em manobras. Tal como acontece com o peso, cada parte do avião contribui para uma única força de
sustentação, mas a maior parte da sustentação do avião é gerada pelas asas. A sustentação do avião
funciona como se atuasse num único ponto, chamado centro de pressão.

O centro de pressão é definido tal como o centro de gravidade, mas usando a distribuição da pressão
em torno de toda a aeronave, em lugar da distribuição do peso.No centro de pressão atuam somente
forças. Além do centro de pressão, outro ponto no aerofólio é de grande importância no projeto de uma
aeronave: o centro aerodinâmico. Neste, além das forças, surge um momento chamado Momento de
Arfagem. O coeficiente de momento de arfagem não varia quando variamos o ângulo de ataque. O

coeficiente de momento é um coeficiente adimensional que qualifica e quantifica se, para certo aero-
fólio, há um momento picante ou cabrante sobre o engaste da asa. Este momento é fundamental, por
exemplo, na determinação das cargas aerodinâmicas para definição da estrutura e para o projeto de
sistemas de controle, como o profundor.

Arrasto

Modelo em escala de um caça F-18num túnel de vento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Teste de aerodinâmica automotiva do protótipo Schlörwagen.

À medida que o avião se move através do ar, há uma outra força aerodinâmica presente. O ar resiste
ao movimento do avião, e esta força de resistência é denominada arrasto (ou atrito). Tal como a sus-
tentação, há muitos fatores que afetam a magnitude da força de arrasto, como a forma do avião, a
viscosidade do ar e a velocidade. E tal como acontece com a sustentação, consideram-se usualmente
todos os componentes individuais como se estivessem agregados num único valor de arrasto de todo
o avião. O sentido da força de arrasto é sempre oposto ao sentido do voo, e o arrasto atua através do
centro de pressão.

Quando um avião aumenta o ângulo de ataque, aumenta também a sustentação; mas há uma geração
de gradientes de pressão adversos. A partir de um certo ângulo de ataque, estes gradientes de pressão
adversos resultam no descolamento da camada limite, cuja geração de vórtices de von Kárman carac-
teriza o fenômeno conhecido como estol. No estol, perde-se sustentação, e o arrasto aumenta signifi-
cantemente. É por este fato que, na fase de decolagem de um aeromodelo, não se deve fazê-lo subir
em ângulo muito acentuado.

Algumas aeronaves, principalmente aquelas com projeto de cauda em T, correm o risco de sofrerem
"deep stall" (estol profundo), pois a esteira gerada na asa durante o estol cobre o estabilizador horizon-
tal, fazendo-a perder capacidade de controle e impedindo que a aeronave retorne para sua altitude
inicial. Por este motivo, além disso, aeronaves acrobáticas devem possuir um projeto de empenagem
que garanta a saída do estol e parafuso. Aeronaves com sistemas de controle mais complexos, como
os caças e jatos comerciais, em geral possuem sistemas automáticos para proteção de estol, como o
"shaker", o "Giardino", o "pusher" e os "winglets".

Empuxo

Para superar o arrasto, a maioria de aviões tem algum tipo de propulsão para gerar uma força cha-
mada empuxo. A intensidade da força de empuxo depende de muitos fatores associados com o sistema
de propulsão:

O tipo de motor;

O número de motores;

O ajuste da aceleração;

A hélice

A velocidade.

O sentido da força de empuxo depende de como os motores estão colocados no avião. Na figura mos-
trada acima, dois motores a jactoestão posicionados sob as asa, paralelos à fuselagem, com a força
atuando ao longo da linha central da aeronave. Em alguns aviões (tal como o Harrier) o sentido do
impulso pode ser orientado para ajudar o avião a descolar numa distância muito curta. Para os motores
de jacto, pode parecer confuso considerar que a pressão do avião é uma reação ao gás quente que se
escapa da turbina. O gás quente é expelido pela parte traseira, originando uma força de reação em
sentido contrário: o empuxo. Esta ação-reação é explicada pela terceira lei do movimento formulada
por Newton.

Os motores mais conhecidos são os motores de explosão (Ciclo Otto) e os motores a jato (Ciclo Bray-
ton). Mas também se utilizam motores elétricos e motores de foguete. Os motores elétricos e de explo-
são atuam usualmente por intermédio de hélices. Os motores a jacto e de foguete atuam pela força da
reação.

Um planador é um tipo especial de avião que não tem nenhum motor. Alguma fonte externa da potência
tem que ser aplicada para iniciar o movimento. Os aviões de papel são um exemplo óbvio, mas há
muitos outros tipos de planadores. Alguns planadores são pilotados e rebocados para o alto por um
outro avião, e a seguir são deixados livres para deslizar em distâncias longas antes de aterrar (moto-
planadores decolam indenpendentemente). Uma vez no alto, a energia cinética é responsável pelo im-
pulso, mas ela para se manter gasta energia potencial. No entanto os planadores recorrem também a
uma outra fonte de energia disponibilizada pela natureza: as correntes de ar ascendente que fazem o

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
MECÂNICA DOS FLUIDOS

planador ou avião ganhar energia potencial sem perda de energia cinética e assim se manterem mais
tempo no ar sem uso de motores.

Fluido Newtoniano

Um fluido newtoniano é um fluido cuja viscosidade, ou atrito interno, é constante para diferentes taxas
de cisalhamento e não variam com o tempo. A constante de proporcionalidade é a viscosidade.[1] Nos
fluidos newtonianos a tensão é diretamente proporcional à taxa de deformação. Apesar de não existir
um fluido perfeitamente newtoniano, fluidos mais homogêneos como a água e o ar costumam ser es-
tudados como newtonianos para muitas finalidades práticas.

Fluido Não-Newtoniano

O fluido não-newtoniano é um fluido cuja viscosidade varia proporcionalmente à energia cinética que
se imprime a esse mesmo fluido, respondendo de forma quase instantânea. Para exemplo temos a
mistura do amido de milho com água que, dependendo da pressão que recebe, pode ser um sólido ou
um líquido, apresentando característica viscosa. Com pressão suficiente torna-se um sólido e com me-
nor pressão volta ao estado líquido.[

Fluido Complexo

Um fluido complexo é um fluido cujas propriedades de transporte só podem ser determinadas a partir
do conhecimento detalhado da sua estrutura microscópica.

Fluidodinâmica Computacional

Fluidodinâmica computacional ou dinâmica dos fluidos computacional (em inglês: Computational Fluid
Dynamics — CFD), pode ser descrita de forma generalizada como a simulação numérica de todos
aqueles processos físicos e/ou físico-químicos que apresentam escoamento.

A predição dos campos de concentração, velocidades, pressão, temperaturas e propriedades turbulen-


tas, é efetuada através de modelos microscópicos baseados nos princípios de conservação de massa,
da energia e da quantidade de movimento, no domínio do espaço e do tempo.

A seguir algumas aplicações representativas de CFD:

Simulação computacional de difusão e convecção de substâncias em bacias hidrográficas e aqüíferos;

Planejamento e gestão de recursos hídricos;

Aerodinâmica e aerotermodinâmica de veículos aeroespaciais;

Aerodinâmica de veículos terrestres (trens, caminhões, carros, etc);

Refrigeração de reatores nucleares;

Indústria de petróleo;

Caracterização de poluição ambiental, análise e simulação de lançamento de poluentes e contaminan-


tes em correntes hídricas;

Hidrodinâmica e hemodinâmica computacionais;

Previsão de tempo;

Projeto de sistemas propulsivos e de geração de energia em geral.

A Teoria do Contínuo fundamenta a conceituação teórica que justifica a maior parte das análise em
CFD. O fluido, um meio contínuo, é discretizado com base no modelo das partículas fluidas. Esta abs-
tração conceitua um elemento representativo de volume, ou representative element of volume, REV.
Neste elemento de volume, de micro ou nanodimensões, uma propriedade ou quantidade física man-
tem um valor médio, sob as mesmas condições, passível de reprodução em laboratório, sob as mesmas
solicitações externas ao fluido.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Assim uma partícula representativa de um volume de fluido, o REV, é o menor volume em que as
propriedades do fluido se mantém. As moléculas de um contínuo vibram constantemente, cessando
esta vibração somente no estado de repouso termodinâmico, o zero absoluto. Fisicamente em um REV
o caminho médio percorrido pelas moléculas do fluido entre duas sucessivas é no mínimo da ordem de
grandeza das próprias moléculas deste fluido.

Exemplos de Softwares CFD

Advanced Simulation Library

Coolfluid

deal.II

Gerris

Nektar++

OpenFOAM

SU2 code

Relação Constitutiva

Na ciência física, uma relação constitutiva é uma relação entre duas grandezas físicas que é especí-
fica de um material ou classe de materiais, ou de uma substância ou classe de substâncias, e que não
se segue diretamente de uma lei física.

Geralmente estas relações recaem em dois tipos:

Aquelas definidas por relações simplesmente fenomenológicas

Aquelas definidas por primeiros princípios.

Alguns Exemplos

São alguns exemplos de relações constitutivas:

A Lei de Ohm

A lei que rege a força de atrito

A lei que rege a condutividade térmica

A lei de Fick da difusão

As leis que regem a capacidade calorífica, tanto para os calores sensíveis e latente

A lei que rege o arrasto

As leis que regem a vida permissividade e a permeabilidade

A lei que rege a elasticidade linear (lei de Hooke)

Difusão Molecular

A difusão molecular, frequentemente chamada exemplo de fenômeno de transporte de matéria onde


um soluto é transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido (líquido ou gás), pelo
movimento térmico de todas as partículas a temperaturas acima do zero absoluto. Estes movimentos
fazem com que, do ponto de vista macroscópico, o soluto passe das zonas mais elevada de concen-
tração para zonas de baixa concentração.

A difusão molecular de um solvente ocorre no sentido inverso, ou seja, de uma solução menos concen-
trada para uma solução mais concentrada. Quando esta difusão do solvente ocorre através de uma

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 27
MECÂNICA DOS FLUIDOS

membrana semi-permeável é denominada de osmose. A solução menos concentrada é denominada hi-


potônica e a mais concentrada de hipertônica. Este processo de difusão do soluto ou solvente é extre-
mamente importante na absorção de nutrientes pelas células, através da membrana celular. A difusão
acontece até as duas soluções ficarem "isotônicas", isto é, com a mesma concentração.

A taxa deste movimento é uma função da temperatura, viscosidade do fluido e o tamanho (massa) das
partículas, mas não é função da concentração. Difusão explica o fluxo líquido (o balanço) de moléculas
de uma região de concentração mais alta para uma de concentração mais baixa, mas é importante se
notar que difusão também ocorre onde não existe um gradiente de concentração.O resultado da difusão
é uma gradual mistura de materiais. Em uma fase com temperatura uniforme, ausência de forças ex-
ternas líquidas atuando sobre as partículas, o processo de difusão acabará por resultar em mistura
completa.

A difusão molecular é tipicamente descrita matematicamente usando-se as leis de Fick da difusão.

Classificações

Para efeitos de classificação, e dos equacionamentos específicos, a difusão é dividida quanto à homo-
geneidade ou heterogeneidade das espécies em difusão como autodifusão, quando a difusão se dá
entre átomos de mesma espécie (como entre seus isótopos) e interdifusão, quando a difusão se dá
entre átomos de espécies diferentes.

Exemplificando: quando se tem duas misturas gasosas, consideradas a mesma pressão e temperatura,
formadas apenas de hidrogênio prótio e seu isótopo mais pesado, com um nêutron a mais no nú-
cleo, deutério, mas de composições destes diferentes, e que são colocadas em contato, a difusão dos
isótopos na mistura trata-se de autodifusão.

Quando temos carbono em liga de ferro, e este migra para outra parte da liga com menor concentração
de carbono, como os átomos são de diferentes elementos, de núcleos de diferentes números de pró-
tons, trata-se de interdifusão.

Aplicações

Difusão é de importância fundamental em muitas disciplinas de física, química e biologia. Alguns exem-
plos de aplicações da difusão são:

Sinterização para produzir materiais sólidos (metalurgia do pó, produção de cerâmicas)

Projeto de reatores químicos

Projeto de catalisadores em indústria química

Aço pode passar por processos que incluam difusão (e.g., com carbono ou nitrogênio) para modificar
suas propriedades

Aplicação de dopantes durante a produção de semicondutores.

Significância

Representação esquemática da mistura de duas substâncias por difusão.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 28
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Difusão é parte dos fenômenos de transportes. Dos mecanismos de transporte de massa, a difusão
molecular é conhecida como a mais lenta.

Em Biologia

Em biologia celular, difusão é a principal forma de transporte para materiais necessários tais como ami-
noácidos no interior das células.[1] A difusão de água (H2O) através de uma parcialmente permeável
membrana é classificada como osmose.

O metabolismo e a respiração dependem, em parte, da difusão, além de processos em massa ou ati-


vos. Por exemplo, nos alvéolos de pulmões de mamíferos, devido à diferenças em pressões parciais
através da membrana dos capilares do alvéolo, o oxigênio difunde-se no sangue e o dióxido de car-
bono difunde-se para o exterior. Pulmões possuem uma grande área de superfície para facilitar este
processo de troca gasosa.

Difusão de marcador e química

Autodifusão, exemplificada com um marcador isotópico do isótopo radioativo 22Na.

Exemplo de difusão química (clássica, de Fick, ou de Fickian) de cloreto de sódio em água.

Fundamentalmente, dois tipos de difusão são distinguidos:

Difusão de marcador, a qual é uma mistura espontânea de moléculas tomando lugar na ausência de
gradiente de concentração (ou potencial químico). Este tipo de difusão pode ser acompanhado usando-
se marcadores isotópicos, daí seu nome. A difusão do marcador normalmente é assumido como sendo
idêntico a autodifusão (assumindo-se que não há significativo efeito isotópico). Esta difusão pode ocor-
rer sob equilíbrio.

Difusão química ocorre na presença de gradiente de concentração (ou potencial químico) e resulta no
transporte de massa em balanço, líquido. Esta difusão é sempre um processo em não equilíbrio, au-
mentando a entropia do sistema, e conduz o sistema mais próximo do equilíbrio.

Os coeficientes de difusão para estes dois tipos de difusão são geralmente diferentes porque o coefici-
ente de difusão para difusão química é binário e inclui os efeitos devido à correlação do movimento de
diferentes espécies em difusão.

Sistemas em não Equilíbrio

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 29
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Ilustração de baixa entropia (topo) e alta entropia (abaixo)

Porque difusão química é um processo de transporte em balanço, o sistema no qual ele toma lugar é
um sistema em equilíbrio (i.e.não está em repouso até o momento). Muitos resultados na termodinâ-
mica clássica não são facilmente aplicados a sistemas em desequilíbrio (não em equilíbrio). No entanto,
há vezes em que ocorrem os chamados estados quase-estacionários, onde o processo de difusão não
muda no tempo, onde os resultados clássicos podem aplicar-se localmente. Como o nome sugere, este
processo não é um verdadeiro equilíbrio dado que o sistema ainda está evoluindo.

Sistemas fluidos em desequilíbrio podem podem ser modelados com sucesso com a hidrodinâmica
flutuante de Landau-Lifshitz. Neste quadro teórico, a difusão é devida às flutuações cujas dimensões
variam de escala molecular à escala macroscópica.[2]

Difusão química aumenta a entropia do sistema, i.e. difusão é um processo espontâneo e irreversível.
As partículas podem espalhar-se por difusão, mas não de forma espontânea reporganizar-se (ausência
de alterações no sistema, assumindo que não há criação de novas ligações químicas, e de ausência
de forças externas atuando sobre as partículas).

Um Experimento para Demonstrar Difusão

A difusão não é fácil de se observar, porque outros fenômenos de transporte, especialmente a convec-
ção, são mais eficientes em escalas de comprimento acima de milímetros. Difusão é mais importante
em escalas microscópicas.

Difusão pode ser demonstrada com um tubo de vidro longo, papel, duas rolhas de cortiça, uma certa
quantidade de algodão embebido em solução de amônia e alguns pedaços de papel de tornassol ver-
melho. Fixa-se o algodão numa das rolhas e diversos pedaços de papel harmoniosamente espaçados
numa linha ou barbante preso na outra, por exemplo, com alfinetes. Arrolhando-se as duas extremida-
des do tubo de vidro com as rolhas e seus anexos, tomando-se o cuidado do fio com os papéis de
tornassol se alongar pelo comprimento do tubo, e deitando o tubo na mesa (o que elimina a ação da
gravidade), sem nenhuma agitação, pode-se observar que o papel de tornassol vermelho fica azulado.

Isto ocorre porque as moléculas de amônia viajam por difusão da extremidade com mais alta concen-
tração no algodão para a extremidade de mais baixa concentração no restante do tubo de vidro. Isso
não significa que as partículas não se movimentam em outras direções, mas há um fluxo líquido (em
balanço) da região de concentração mais alta para a região de concentração mais baixa. Como a so-
lução de amônia é alcalina, o papel tornassol vermelho torna-se azul. Pela alteração da concentração
de amônia, a taxa de mudança da cor dos papéis de tornassol pode ser alterada. Note-se que a taxa
de difusão em si não é aumentada, mesmo quando existe um gradiente de concentração mais acentu-
ado, pois não é função da concentração. O que é realmente maior é o fluxo.

Difusão "coletiva" dependente da concentração

Difusão coletiva é a difusão de um grande número de partículas, mais frequentemente num solvente.

Ao contrário do movimento browniano, o qual é a difusão de uma única partícula, interseções entre
partículas pode ter de ser considerada, a menos que as partículas formem uma mistura ideal com o
seu solvente (condições de mistura ideal correspondem ao caso onde as interações entre o solvente e
as partículas são idênticas às interações entre partículas e as interações entre as Moléculas do sol-
vente, neste caso, as partículas não interagem quando no interior do solvente).

No caso de uma mistura ideal, a equação de difusão da partícula mantém-se verdadeira e o coeficiente
de difusão D, a velocidade de difusão na equação de difusão da partícula é independente da concen-
tração da partícula. Em outros casos, resultando em interações entre partículas no solvente irão sofrer
os seguintes efeitos:

O coeficiente de difusão D, na equação de difusão da partícula torna-se dependente da concentração.


Para uma interação atrativa entre as partículas, o coeficiente de difusão tende a diminuir à medida que
aumenta a concentração. Para uma interação repulsiva entre as partículas, o coeficiente de difusão
tende a aumentar à medida que aumenta a concentração.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 30
MECÂNICA DOS FLUIDOS

No caso de uma interação atrativa entre as partículas, as partículas apresentam uma tendência a se
fundirem e formares clusters, se a sua concentração encontra-se acima de um certo limite. Isso é equi-
valente a uma reação química de precipitação (e se as partículas consideradas em difusão são molé-
culas químicas em solução, então é uma precipitação.

Difusão Molecular de Gases

Transporte de material em fluido estagnado ou através de linhas de fluxo de um fluido em fluxo laminar
ocorre por difusão molecular. Duas compartimentos adjacentes, separados por partição contendo ga-
ses puros A e B podem ser previstos. Movimento aleatório de todas as moléculas de modo a que, após
um período, moléculas são encontradas distante das suas posições originais. Se a partição é removida,
algumas moléculas de A movem-se em direção à região ocupada por B, seu número depende do nú-
mero de moléculas no ponto considerado. Simultaneamente, moléculas de B difundem-se para os re-
gimes anteriormente ocupado por A puro.

Finalmente, a mistura completa ocorre. Antes deste ponto no tempo, uma variação gradual na concen-
tração de A ocorre ao longo do eixo, designado x, o qual une os compartimentos originais. Esta varia-
ção, expressa matematicamente -dCA/dx, onde CA é a concentração de A. O sinal negativo surge por-
que a concentração de A diminui à medida que a distância x aumenta. Similarmente, a variação na
concentração de gás B é -dCB/dx.

A taxa de difusão de A, NA, depende do gradiente de concentração a a velocidade média com a qual
as moléculas de A movem-se na direção x. Esta relação é expressa pela lei de Fick onde D é a difusi-
vidade de A em B, proporcional à velocidade molecular média e, portanto, dependente da temperatura
e de pressão dos gases. A taxa de difusão NA, é geralmente expressa como o número de moles em
difusão através de da unidade de área na unidade de tempo. Tal como acontece com a equação básica
de transferência de calor, indica que a taxa de força é diretamente proporcional à força motriz, que é o
gradiente de concentração.

Esta equação básica é aplicada a diversas situações. Restringindo o debate exclusivamente para o
estado de equilíbrio, em que nem dCA/dx ou dCB/dx altera-se com tempo, a contradifusão equimolecu-
lar é considerada primeiro.

Contradifusão Equimolecular

Se nenhum fluxo massivo ocorre num elemento de comprimento dx (lembrando que trata-se de uma
difusão, não de um deslocamento de massas de gás), as taxas de difusão de dois gases A e B devem
ser iguais e opostas, o que é NA=NB.

A pressão parcial de A altera-se por dPA na distância dx. Similarmente, a pressão parcial de B altera-
se dPB. Como não existe diferença na pressão total através do elemento (nenhum fluxo massivo, em-
bora possa haver uma alteração de densidade, exatamente pela alteração de composição), dPA/dx
deve igualar-se a -dPB/dx. Para um gás ideal a pressão parcial é relacionada à concentração molar
pela relação

onde nA é o número de moles de gás A em um volume V. Como a concentração molar CA é igual


a nA/V portanto

Consequentemente, para o gás A,

onde DAB é a difusividade de A em B. Similarmente,

Portanto, permite que DAB=DBA=D. Se a pressão parcial de A em x1 é PA1 e x2 é PA2, integração da


equação acima,

Um equação similar pode ser derivada da contradifusão do gás B. jailton

Convecção

Convecção é o movimento ascendente ou descendente de matéria em um fluido (i.e. líquidos, ga-


ses e rheids). Advecção é o termo empregado para o movimento horizontal, em particular para massas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 31
MECÂNICA DOS FLUIDOS

de ar. Ambos não podem ter lugar em sólidos uma vez que, por definição, nem correntes de massa
nem taxas de difusão significativos podem ocorrer em sólidos.

A convecção térmica é uma expressão que engloba a soma dos dois fenômenos físicos - convecção e
subtração - desde que induzidos por diferença de temperaturas no fluido. Ocorre em função da depen-
dência da intensidade do fluido com a temperatura, ou seja, da dilatação térmica, e das regras de flu-
tuabilidade (menos denso ascende; mais denso descende).

Embora usualmente coloque-se em foco a ascensão horizontal do fluido, a convecção térmica carac-
teriza-se de fato por uma corrente fechada de matéria, que por si implica um aumento significativo de
frio entre as regiões envolvidas se comparado ao calor entre elas esperado apenas pelo fenômeno
de condução térmica. Fala-se em calor por convecção.

A convecção térmica só ocorre em presença de gravidade; especificamente, em presença de desace-


leração do sistema.

Princípios Físicos

Convecção é um processo de transporte de massa caracterizado pelo movimento de um fluido devido


à sua diferença de densidade, especialmente por meio de calor. Outras formas de transmissão de calor
são a condução térmica e a irradiação térmica. Na química há um fenômeno semelhante conhecido
como decantação onde um soluto insaturado, de maior densidade, tende a se acumular, através
da força da gravidade, nas camadas inferiores da solução. Pela mesma razão, solutos da atmosfera de
maior densidade específica (CO2,O2) tendem a se concentrar nas camadas baixas da atmosfera en-
quanto os solutos mais leves (CH4 e H2) tendem a se acumular nas camadas mais altas da atmosfera,
ocasionando a falta de oxigênio nas montanhas mais altas....

A convecção é um dos principais modos de transferência de calor e transferência de massa. Transfe-


rência convectiva de calor e massa ocorrem tanto através de difusão - o movimento Browniano aleató-
rio de partículas individuais no fluido - e, por advecção, na qual matéria ou o calor são transportados
pelo movimento de grande escala de correntes no fluido. No contexto da transferência de calor e massa,
o termo "convecção" é usado para referir-se à soma de transferências advectivas e difusivas.[2]

Transmissão de Calor

Quando uma certa massa de um fluido é aquecida, as suas moléculas passam a mover-se mais rapi-
damente, afastando-se, em média, uma das outras. Como o volume ocupado pela massa fluida au-
menta, esta torna-se menos densa. A tendência desta massa menos densa no interior do fluido como
um todo é sofrer um movimento de ascensão ocupando o lugar das massas do fluido que estão a uma
temperatura inferior. A parte do fluido mais fria (mais densa) move-se para baixo tomando o lugar que
antes era ocupado pela parte do fluido anteriormente aquecido. Este processo repete-se inúmeras ve-
zes enquanto o aquecimento é mantido dando origem às chamadas correntes de convecção. São as
correntes de convecção que mantêm o fluido em circulação.

Células de Convecção

Células de convecção em um campo gravitacional.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 32
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Uma célula de convecção, também conhecida como uma célula de Bénard é um padrão característico
de fluxo de fluido em muitos sistemas de convecção. Um corpo ascendente de fluido normalmente
perde calor, porque ele encontra uma superfície fria. Em líquidos isso ocorre porque ele troca calor com
o líquido mais frio através da troca direta. No exemplo da atmosfera da Terra, isto ocorre porque ela
irradia calor. Devido a isso a perda de calor do fluido torna-o mais denso do que o fluido debaixo dela,
que ainda está em ascensão. Uma vez que não pode descer através do fluido em ascensão, ele se
move para um lado. A uma certa distância, a sua força para baixo ultrapassa a força ascendente por
baixo dele, e o fluido começa a descer. À medida que desce, se aquece de novo e o ciclo repete-se.

Transferência convectiva de calor e seus tipos

Um dissipador de calor proporciona uma grande área de superfície para convecção para eficientemente
transferir o calor.

Um uso comum do termo convecção deixa de fora a palavra "calor", mas, no entanto, refere-se ao calor
por convecção: isto é, o caso no qual calor é a entidade de interesse a ser advectada (conduzida), e
difundida (dispersada). Existem dois tipos principais de convecção do calor:

Calor causa o movimento do fluido (via expansão e pela força de flutuação), enquanto ao mesmo tempo
também fornece o próprio calor a ser transportado por esse movimento mássico do fluido devido a
simples diferenças de densidade.

Este processo é chamado convecção natural, ou convecção livre. A convecção natural é considerada
como ocorrendo obrigatoriamente na vertical e é ocasionada devido a uma força de empuxo. Com a
convecção natural, transporte de calor (e o relacionado transporte de outras substâncias no fluido de-
vido a ele) é geralmente mais complexo.

O calor é transportado passivamente por um movimento fluido que ocorreria de qualquer maneira sem
o processo de aquecimento. Este processo de transferência de calor é frequentemente chamado con-
vecção forçada ou, ocasionalmente, advecção de calor. A convecção forçada acontece devido a ação
de forças externas pelo movimento forçado mecanicamente, por bombas ou ventiladors, como por
exemplo nos coolers de computadores, poços de ventilação em minas, chaminés de fábricas com tira-
gens forçadas, etc.

Tanto os tipos de convecção, forçada e natural, podem ocorrer em conjunto (neste caso sendo deno-
minada convecção mista). Transferência convectiva de calor é um mecanismo de transferência de ca-
lor ocorrendo por causa do movimento de massa (movimento observável) de fluidos (ver convecção
para detalhes do conceito).

Isso pode ser comparado com tranferência de calor conductiva, que é a transferência de energia atra-
vés de vibrações em um nível molecular por meio de um sólido ou fluido, e transferência de calor por ir-
radiação, a transferência de energia através de ondas eletromagnéticas.

Convecção Natural

Transferência de calor por convecção natural

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 33
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Papeis suspensos por um fluxo convectivo de ar quente de um radiador.

Quando calor é transferido pela circulação de fluidos devido a flutuação devido a mudanças de densi-
dade induzidas pelo próprio calor, então o processo é conhecido como convecção natural ou convec-
ção livre.

Exemplos conhecidos são o fluxo ascendente de ar devido a um incêndio ou um objeto quente e circu-
lação de água em uma panela, que é aquecida por baixo.

Para uma experiência visual de convecção natural, um copo cheio de água quente contendo corante
alimentício vermelho pode ser colocado dentro de um aquário com água limpa e fria. As correntes de
convecção do líquido vermelho serão vistas com a ascensão e movimento descendente também, então
eventualmente revertem seu sentido, o que ilustra o processo como gradientes de calor são dissipados.

Estabelecimento da Convecção Natural

A convecção natural ocorre quando um sistema torna-se instável e consequentemente inicia-se um


processo de mistura pelo movimento de massa. Uma observação comum de convecção é da convec-
ção térmica em um recipiente de água fervente, na qual a água quente e menos densa na camada do
fundo ergue-se em plumas, em movimentos de baixo para cima, e a água fria e mais densa perto do
topo do pote igualmente afunda.

O estabelecimento do processo de convecção natural é determinado pelo número de Rayleigh (Ra).


Este número adimensional é dado por

onde

é a diferença em densidade entre as duas parcelas de material que estão se misturando

é a aceleração gravitacional local

é o comprimento-medida característico de convecção: a profundidade do recipiente em ebulição, por


exemplo

é a difusividade da característica que está causando a convecção, e

é a viscosidade dinâmica.

Convecção natural será mais provável e/ou mais rápido com uma maior variação em densidade entre
os dois fluidos, uma maior aceleração devido a gravidade que impulsiona a convecção, e/ou uma dis-
tância maior através do meio convectivo. Convecção será menos provável e/ou menos rápida com uma
difusão mais rápida (assim afastado o gradiente de difusão que está causando a convecção) e/ou um
mais fluido viscoso ("espesso").

Para convecção térmica devido ao aquecimento de baixo, como descrito no recipiente fervendo acima,
a equação é modificada para expansão térmica e da difusividade térmica. Variações de densidade,
devido à expansão térmica são dadas por:

onde

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 34
MECÂNICA DOS FLUIDOS

é a densidade referência, geralmente escolhida para ser a densidade média do meio,

é o coeficiente de expansão térmica, e

é a diferença de temperatura através do meio.

A difusividade geral, é redefinida como uma difusividade térmica.

A inserção dessas substituições produz um número de Rayleigh que podem ser usado para prever a
convecção térmica.

Convecção forçada

Convecção de calor natural (também chamada "convecção livre") é distinguida de vários tipos de con-
vecção forçada de calor, a qual refere-se a advecção de calor por um fluido o qual é quente devido a
forças naturais de flutuação induzidas por aquecimento. Em convecção de calor forçada, a transferên-
cia de calor é devido ao movimento no fluido o qual resulta de muitas outras forças, tais como (por
exemplo) um ventilador ou bomba. Assim, um forno de convecção funciona por convecção forçada,
como um ventilador que circula rapidamente ar quente força calor em alimento mais rápido do que seria
natural acontecer, devido ao simples aquecimento sem o ventilador. Aquecimento aerodinâmico é uma
forma de convecção forçada. Sistemas comuns de radiador de calor por fluido, e também de aqueci-
mento e resfriamento de partes do corpo por circulação do sangue, são outros exemplos familiares de
convecção forçada. As orelhas dos elefantes africanos são um exemplo de estrutura desenvolvida pelo
processo evolutivo com vistas à refrigeração pela convecção forçada de corrente sanguínea.[4][5]

Chamas E Convecção

Em um ambiente de gravidade zero, podem não haver forças de empuxo (flutuação) e, portanto, sem
convecção natural (livre) possível, então chamas em muitas circunstâncias sem gravidade, sufocam-
se em seus próprios gases residuais. No entanto, as chamas podem ser mantidas com qualquer tipo
de convecção forçada (brisa); ou (em ambientes ricos em oxigênio "ainda" gasosos) inteiramente a
partir do mínimo de convecção forçada, que ocorre como expansão (não flutuação) induzida por calor
em gases permitindo a ventilação da chama, como gases residuais movendo-se em afastamento e
resfriamento, e gases frescos com alto teor de oxigênio movendo-se para regiões de baixa pressão
criadas quando a água expelida pela chama condensa.

Convecção Induzida Por Flutuação Não Devida Ao Calor

O termo geral para isto é convecção gravitacional. Convecção de calor natural é apenas uma forma de
convecção gravitacional. Forças de empuxo diferenciais de convecção em campos de gravidade podem
resultar de fontes não térmicas de variação de densidade, como a composição variável. Por exemplo,
convecção gravitacional pode ser vista na difusão de uma fonte de sal seco descendente em solo
úmido, devido ao empuxo da água doce em meio salino.[7] Salinidade variável na água e no conteúdo
variável de água nas massas de ar (umidade), são causas frequentes de convecção nos oceanos e
atmosfera, as quais não envolvem calor, ou envolvem outros fatores adicionais de densidade em função
da composição que as mudançs de densidade pela expansão térmica (ver circulação termoalina). Si-
milarmente, composição variável no interior da terra as quais ainda não tenham atingido a máxima
estabilidade e mínima energia (em outras palavras, com partes mais densas mais profundas) continua
a causar uma fração da convecção da rocha fluida e de metal fundido no interior da Terra (veja abaixo).

Convecção Nos Mares E Oceanos

Radiação solar também afeta os oceanos. Água quente do equador tende a circular em direção aos po-
los, enquanto a água polar fria avança em direção ao equador. Convecção oceânica também é fre-
quentemente dirigida por diferenças de densidade, devido à variação de salinidade, conhecida como
convecção termoalina, e é de importância crucial na economia global circulação termoalina. Neste
caso, é bem possível que a água relativamente quente, salina, afunde, e a mais fria, mais doce suba,
invertendo o transporte normal de calor.

Nos mares a convecção dá origem às grandes correntes marítmas continentais, onde as águas mais
frias dos pólos Ártico e Antártico correm em direção aos trópicos e vice-versa, também influenciadas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 35
MECÂNICA DOS FLUIDOS

pelo movimento de rotação da Terra e pela geografia dos continentes e dos oceanos. Pode ser verifi-
cada na costa oriental da América do Sul, onde a corrente marítima de Humboldt contribui com a for-
mação do deserto do Atacama.

Convecção na Atmosfera

Representação idealizada da circulação global na Terra.

Na atmosfera, a convecção natural dá origem à turbulência térmica e intensa, conhecida como convec-
ção livre. Esse tipo de turbulência é conhecida pela capacidade de realizar a mistura de propriedades
conservativas da atmosfera, como da temperatura potencial entre parcelas de ar, do vapor de água, do
momento linear, vorticidade, etc. O fenômeno da Inversão Térmica[8], capaz de confinar grandes quan-
tidades de poluentes numa estreita camada da atmosfera, é um fenômeno onde a convecção natural é
submetida a uma inversão do gradiente de temperatura necessário para a livre convecção natural dos
solutos quentes (embora pesados) devido a um pequeno, ou mesmo um gradiente positivo de densi-
dade atmosférica, em função da altitude, confinando-os a uma estreita camada fluida, rica em poluen-
tes.

Quando há uma grande diferença de calor entre as camadas inferiores da atmosfera e as camadas
superiores, a convecção natural pode ocasionar os grandes ciclones, responsáveis pelo regime de ven-
tos superficiais terrestres da meteorologia. Fenômenos mais intensos desse gradiente de temperatura
são responsáveis pela formação de cúmulus-Nimbus, tornados e furacões que ganham movimento cir-
culatório devido à grande velocidade de ascensão concatenada com o movimento de rotação da Terra.
Nas atmosferas existem o fenômeno de formação de células de convecção, regiões onde se processam
os fenômenos de circulação das massas esfriadas e aquecidas, podendo cobrir um hemisfério inteiro [9],
sendo na Terra tratadas dentro de modelos de comportamento atmosférico que incluem as células de
Hadley. Modelos atmosféricos incluindo células de convecção são apresentados para planetas gigantes
gasosos, como Júpiter e Saturno.

Condições Meteorológicas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 36
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Como é produzido um Foehn.

Alguns fenômenos mais localizados do que o movimento atmosférico global são também devidos à
convecção, incluindo o vento e alguns dos ciclos hidrológicos. Por exemplo, um vento foehn é um vento
alpino que ocorre no lado sotavento de uma montanha.

Ela resulta do aquecimento adiabático de ar, que caiu mais em sua umidade em encostas de barla-
vento.[11] Devido às diferentes taxas de lapso adiabático de ar úmido e seco, o ar nas encostas de
sotavento torna-se mais quente do que o na mesma altura nas encostas de barlavento.

Uma coluna térmica (ou termal) é uma seção vertical de ar ascendente nas altitudes mais baixas da
atmosfera da Terra. As térmicas são formadas pelo aquecimento desigual da superfície da Terra, a
partir da radiação solar. O ar mais quente se expande, tornando-se menos denso do que a massa de
ar circundante e criando uma depressão térmica.[12][13] A massa de ar mais leve sobe, e como o faz,
esfria-se por expansão em pressões de ar inferiores. Para de elevar-se quando se tenha esfriado à
mesma temperatura que o ar circundante. Associado com uma térmica está um fluxo descendente em
torno da coluna térmica. O exterior de movimentação descendente é causado pelo ar mais frio a ser
deslocado na parte superior da térmica. Outro efeito de clima conduzido pela convecção é o brisa do
mar.

Fases da vida de uma tempestade.

O ar quente tem uma densidade menor que o ar frio, então ar quente sobe dentro de um ar mais
frio, similar a balões de ar quente. Nuvens se formam como o ar relativamente mais quente transpor-
tando aumentos de umidade dentro de um ar mais fresco. À medida que o ar úmido sobe, ele esfria,
fazendo com que algo do vapor de água na massa de ar ascendente condense.[18] Quando a umidade
condensa, ela libera energia conhecida como calor latente de fusão que permite que a massa de ar
ascendente esfrie menos do que o seu ar circundante, [19]continuando a ascensão da nuvem.

Convecção por Vibração em Campos Gravitacionais

Convecção induzida por vibração ocorre em pós e materiais granulados em recipientes sujeitos à vi-
bração, em um campo gravitacional. Quando o recipiente acelera para cima, o fundo do recipiente
empurra todo o conteúdo para cima. Em contraste, quando o recipiente acelera para baixo, os lados do
recipiente empurram o material adjacente descendente por atrito, mas o material mais remoto dos lados
é menos afetado. O resultado é umacirculação lenta de partículas para baixo para os lados, para cima
no meio.

Se o recipiente contém partículas de tamanhos diferentes, a região do movimento descendente para


os lados muitas vezes é mais estreita do que as partículas maiores. Assim, as partículas maiores ten-
dem a ser classificadas para o topo de tal mistura. Ver efeito castanha-do-pará.

Escala e Taxa de Convecção

Convecção pode ocorrer em fluidos em todas as escalas maiores que uns poucos átomos. A convecção
ocorre em grande escala na atmosfera terrestre e planetárias, oceanos, e manto planetários. Movi-
mento atual durante a convecção pode ser imperceptivelmente lento, ou pode ser óbvio e rápido, como
em um furacão. Existem processos de convecção estelares [20], formando também células de convec-
ção, como evidenciado no Sol. O Sol se não tivesse rotação não apresentasse uma zona de convecção

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 37
MECÂNICA DOS FLUIDOS

provavelmente não apresentaria manchas nem ciclos de atividade, e é atribuída à convecção solar ob-
servável a circulação de material a ser fundido em seu núcleo,[21][22], e responsável pelos sismossolares,
que podem servir para analisar-se os seus processos convectivos.[23]

Em escalas astronômicas, convecção de gás e poeira é considerada como podendo ocorrer nos discos
de acreção de buracos negros, a velocidades que podem se aproximar da velocidade da luz.[24][25][26]

Modelagem Computacional

Modelagem computacional é uma área de conhecimento multidisciplinar que trata da aplicação de mo-
delos matemáticos e técnicas da computação à análise, compreensão e estudo da fenomenologia de
problemas complexos em áreas tão abrangentes quanto as engenharias, ciências exatas, biológicas,
humanas, economia e ciências ambientais.

A modelagem computacional é a área que trata da simulação de soluções para problemas científicos,
analisando os fenômenos, desenvolvendo modelos matemáticos para sua descrição, e elaborando có-
digos computacionais para obtenção daquelas soluções. É área em expansão, de ampla aplicação, em:

desenvolvimento de produtos industriais,

pesquisas científicas básicas e aplicadas,

simulações e previsões temporais e espaciais de fenômenos,

matemática, física, química,

engenharia e tecnologia,

biologia e saúde,

meio ambiente e ecologia,

oceanografia e geofísica, dentre outras.

Algumas áreas de atividade econômica que auferem benefícios da modelagem computacional são:

Agroindústria,

Medicina,

Construção civil e estruturas,

Aeronáutica, engenharia naval e indústria automobilística,

Hidráulica

Engenharia Hidráulica

Engenharia de Petróleo, Engenharia de Reservatório, Elevação de Petróleo, Geofísica e Petrofísica

Sedimentologia

Mecânica dos fluidos

Indústria do petróleo e petroquímica, entre outras áreas de aplicação.

Motivação

A sofisticação dos problemas com que a humanidade tem se deparado nas últimas décadas, em áreas
tão diversas como as megaestruturas e a mecânica do contínuo, a nanotecnologia, a genômica e a
bioinformática, a computação quântica, a ecologia, e a astrofísica, em novos materiais e em desenvol-
vimento sustentado, a título de exemplo, nos apresenta exigência de respostas exponencialmente mais
complexas com relação àquelas que precisamos gerar no passado, apresentando para a ciência e para

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 38
MECÂNICA DOS FLUIDOS

a comunidade científica um desafio: a necessidade de obtenção de resposta cada vez mais sofistica-
das, objetivando tratar aquela complexidade, em tempo sucessivamente menor e por meio de solução
de problemas complexos.

Problemas Complexos

Problemas complexos, ou de grande grau de complexidade, resultam em inflação da quantidade de


variáveis físicas a manipular e controlar no processo de estabelecimento do problema, estabelecimento
de hipóteses para o modelo, proposição de teorias, postulados e teoremas, guias para a busca de so-
lução do problema, controle, aferimento e aproximação da solução. Usualmente problemas complexos
demandam forte esforço de cálculo, a partir do estabelecimento de modelos matemáticos robustos ou
do estabelecimento de teias de relações entre variáveis em diversas escalas de observação, desde a
nano, passando pela micro, até o macro. O eixo de estabelecimento do modelo de solução de proble-
mas complexos tem sido a observação do problema, de sua fenomenologia e a concepção do modelo
físico e do modelo fenomenológico que antecede o desenvolvimento do modelo matemático, desenvol-
vimento do sistema de equações que regem o problema, e sua solução computacional mediante um
código apropriado. O estabelecimento desta concepção de tratamento e abordagem de problemas
complexos em ciência, bem como de sua solução a partir deste modelo, considerando uma diversidade
de modelos qualitativos, e sobretudo modelos quantitativos, em abordagem numérica usualmente com-
putacional, busca assim superar a incerteza na trajetória de evolução do problema sob análise, e sobre
as variáveis do problema.

Modelos matemáticos estabelecidos a partir de modelos fenomenológico, recaem em sistemas de


equações diferenciais parciais ou de equações diferenciais ordinárias de elevado número de incógnitas,
demandando forte esforço computacional na sua solução. A aproximação das soluções dessas equa-
ções por procedimentos numéricos tornou-se necessária à medida que as ciências ambientais, enge-
nharias, tecnológicas e as ciências niológicas e da saúde avançavam no sentido da satisfação das
necessidades humanas.

Abordagem de Soluções

Captura de tela de uma experiência computacional tridimensional, 3D, animada com uma criação do
modelo sobre base isolation, Charlottesville, U.S.

A abordagem computacional é a adotada na modelagem computacional. Trata-se de área Interdiscipli-


nar para o estabelecimento de modelos, com adoção de formulações matemáticas na solução de pro-
blemas científicos em estreita aliança e integração com as linhas de pesquisa que definem as áreas de
conhecimento associadas aos problemas complexos. Os resultados projetados oferecem uma metodo-
logia para a determinação, no tempo e no espaço do impacto de intervenções humanas, como por
exemplo no desmatamento de mata nativa e implantação de indústrias, com base no conhecimento do
fluxo das substâncias ou materiais envolvidos nas emissões industriais e no transporte destas no am-
biente, das taxas de acumulação nas áreas de influência e projeção dos efeitos sobre as populações
afetadas.

Tal abordagem compõe a área de modelagem computacional, na interface com as engenharias, a ma-
temática computacional, a física computacional, e com a computação científica, pertinente á aborda-
gem de soluções para problemas complexos, pertinente à mecânica do contínuo. Na modelagem com-
putacional os problemas tratam de elevado número de variáveis, propondo-se a adoção de métodos
numéricos de tratamento do problema, associado à ferramenta computacional, e às técnicas de pro-
gramação avançadas, adequadas à otimização da busca das soluções dos problemas complexos. Tal

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 39
MECÂNICA DOS FLUIDOS

procedimento é adequado tanto a meios contínuos, homogêneos como heterogêneos, bem como a
sistemas discretos, determinísticos e probabilísticos, incorrendo em menor custo computacional.

Abrangência e Interfaces

A área que aqui conceituamos, é também denominada como simulação computacional científica e me-
cânica computacional. Trata-se de área que engloba o conjunto de conhecimentos relacionados
aos métodos numéricos que envolvem os procedimentos de análise e solução de problemas comple-
xos relacionados à Mecânica do Contínuo, às Ciências Exatas e às Ciências Naturais e Ciências do
Meio Ambiente, a Fenômenos Biológicos, e à Mecânica Orgânica. Diz respeito ao estudo de áreas di-
versas, particularmente a Mecânica dos Sólidos e a Mecânica dos Fluidos, a Biofísica e Biomecânica,
a Sistemas Ecológicos e Populacionais. Seu campo de aplicação, e escalas de observação, abrange
as escalas espacial e do tempo, transientes e estacionários. A modelagem computacional, destina-se
à solução de problemas complexos regidos por equações diferenciais ordináriase equações diferenci-
ais parciais, e a problemas de valores iniciais e de problemas de valores de contorno.

Origem e Aplicações

Reunindo um grupo de conhecimentos originados na Mecânica Clássica e na Engenharia Mecânica,


passou a superá-las, e tem sido utilizado no meio acadêmico e técnico, denominando o conjunto de
conhecimentos fortemente associados ao emprego de computadores na solução de problemas cientí-
ficos e particularmente métodos numéricos, tais como:

nas Engenharias, em Ciências Tecnológicas, e nas Ciências Exatas: abrangendo a mecânica do con-
tínuo, mecânica dos sólidos, mecânica dos fluidos, mecânica das estruturas, nanotecnologia e nanofí-
sica, mecânica dos solos e fundações, mecânica da fratura, teoria da elasticidade, teoria das estrutu-
ras e resistência dos materiais, aspectos de teoria de projetos e projeto auxiliado por computador, en-
genharia assistida por computador, plasticidade e viscoelasticidade, escoamento de fluidos, escoa-
mento e mecânica dos meios porosos, otimização e programação linear, métodos variacionais e méto-
dos numéricos, algoritmos genéticos, computação paralela e computação distribuída, visualização ci-
entífica, modelagem molecular, teoria do caos, e a álgebra em suas diversas teorias, dentre outras apli-
cações.

em Ciências Ambientais: em ecologia computacional, em modelagem de ecossistemas e biomas, na


simulação e modelagem de trocas de massa e energia entre populações, destas para o meio ambiente,
e entre ecossistemas, no desenvolvimento de métodos numéricos de solução de sistemas de EDOs e
EDPs, estudos de impacto de desmatamento de mata nativa, das alterações ambientais decorrentes,
simulação e projeção temporal. Modelos de implantação de indústrias, e simulação de impacto ambi-
ental determinada pela implantação de sistemas de produção. Simulação, análise, modelagem e pro-
jeção temporal e espacial do fluxo das substâncias ou materiais envolvidos nas emissões industriais e
no transporte destas no ambiente, das taxas de acumulação nas áreas de influência e projeção dos
efeitos sobre as populações afetadas

em Ciências Biológicas e da Saúde: abrangendo a genômica e a proteômica computacionais, simula-


ção de ação de proteínas e de sequências de códigos genético, visualização espacial de sequências
genéticas, modelagem espacial de proteínas, modelagem estrutural de vírus e bactérias, análise de
movimentos de seres microscópicos, modelagem hemodinâmica, de sistemas orgânicos, da ação far-
macológica e da simulação virtual de drogas terapêuticas ou curativas. Modelos computacionais odon-
tológicos, protéticos e de implantes. Modelagem de sistemas orgânicos biofísicos, biomecânicos e ce-
lulares.

Deve ser observado, também, que não se trata de área da Ciência da Computação, ainda que com
esta inter-relacionada, e sim da possibilidade de aplicação de conceitos e ideiasabrangendo as etapas
de análise e compreensão do fenômeno sob estudo, estabelecimento de sistema de equações ade-
quado a simulação do fenômeno em questão, desenvolvimento de softwares adequados à solução do
problema científicos abordado, e aplicação à estudo teórico ou prático, compreendendo análise crítica
dos resultados e calibração do modelo desenvolvido.

Métodos e Técnicas

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 40
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Alguns dos métodos estudados na modelagem computacional com direcionamento à solução de pro-
blemas típicos das engenharias, das ciências exatas, biológicas e ambientais, são: Métodos dos Ele-
mentos Finitos, Métodos dos Elementos de Contorno, Método dos Volumes Finitos, Métodos das Dife-
renças Finitas, Método Integral e Variacional, Métodos Autoadaptativos, computação distribuída, Re-
des e Grids Computacionais, Computação Vetorial e Paralela Aplicada, Pré e Pós-processamento Grá-
fico e Otimização, Sistemas de Orientação Espacial, Modelagem do Espaço Humano, Simulação Com-
putacional, realidade virtual e Protótipos Computacionais.

A modelagem computacional utiliza um conjunto de métodos, ferramentas e formulações direcionadas


à solução de problemas complexos, envolvendo grande número de variáveis, volumosa massa de da-
dos, processamento e manipulação de imagens. Desenvolvimento de modelos matemáticos e de mé-
todos numéricos, bem como discretização e tratamento de meios contínuos estão no seu campo de
abrangência.

A Modelagem Científica Computacional aplica então a computação a outras áreas do conhecimento.


Ela permite que se criem modelos computacionais para situações em que é impossível ou muito caro
testar ou medir as diversas soluções possíveis para um fenômeno a partir de modelos experimentais
ou por solução analítica. Viabiliza a adoção de abordagem computacional, avançando além das limita-
ções, completando e integrando-se a estas outras abordagens e muitas vezes sendo a única opção, à
abordagem experimental e à analítica.

Por modelagem científica concebe-se não só a modelagem relacionada ao desenvolvimento de méto-


dos numéricos e variacionais, como também à compreensão e desenvolvimento de modelos associa-
dos à fenomenologia física dos problemas complexos, aplicação de modelos já desenvolvidos, simula-
ção, previsão e projeções temporais e espaciais do desenvolvimento de soluções para aqueles proble-
mas.

Limitações em Ciência Cognitiva

Podem surgir problemas quando se simula processos cognitivos, por causa das limitações do compu-
tador. Foi sugerido por Palmer e Kimchi que se pode especificar uma teoria sucessivamente com mais
detalhe até chegar ao ponto de ser possível escrever um programa de computador e que deve ser
possível também de separar a partir de que ponto é que a implementação é dependente da linguagem
de programação e máquina, em vez de ser depender do cérebro. É que o programa vai ter sempre
aspetos que não estão relacionados com a teoria psicológica, mas que a tecnologia disponível impõe
ao pesquisador. Um exemplo são as funcionalidades que são incluídas no programa para saber qual é
o seu estado interno a determinada altura enquanto corre, e que, obviamente, não estão relacionadas
com o funcionamento do cérebro.

O desempenho também pode ser problemático, porque também é limitado com a tecnologia disponível,
sendo impossível comparar diretamente as velocidades de respostas de ambos máquina e cérebro,
embora possa haver uma relação de proporcionalidade entre os dois, ou no mínimo o produto de ambos
deve estar bastante próximo.

Modelo Físico

Modelos físicos ou modelos reduzidos em escalas são ferramentas usadas em diversos ramos da en-
genharia mecânica, engenharia civil , engenharia naval, Engenharia nuclear e em outros ramos para
se projetar um protótipo, como por exemplo, um avião, um navio, uma plataforma de petróleo, um au-
tomóvel, bombas e turbinas hidráulicas, uma usina hidrelétrica, barragens, eclusas, prédios sujeitos
a ventos ou a terremotos. Normalmente este tipo de modelagem física é utilizado para complementar
os cálculos dos modelosmatemáticos durante um projeto muito grande e complexo. Assim no modelo
físico podemos estudar , em escala, reduzida ou aumentada, diversos fenômenos físicos.

A construção de modelos físicos, em escalas reduzidas, embora tentada anteriormente por Arquime-
des, Leonardo Da Vinci e outros estudiosos só foi possível após a descoberta da Teoria da Semelhança
Mecânica por Isaac Newton e do Teorema de Bridgman.

Tipos de Modelos

Um modelo é uma representação ou interpretação simplificada da realidade, ou uma interpretação de


um fragmento de um sistema segundo uma estrutura de conceitos. Um modelo apresenta "apenas"

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 41
MECÂNICA DOS FLUIDOS

uma visão ou cenário de um fragmento do todo. Normalmente, para estudar um determinado fenômeno
complexo, criam-se vários modelos.

Em Teoria de modelos um modelo é uma estrutura composta por um conjunto universo e por constan-
tes, relações e funções definidas no conjunto universo.

Além dos modelos meramente conceituais, que facilitam e norteiam a compreensão e a visualização
dos fenômenos naturais intervenientes, dois métodos de simulação podem servir de instrumento para
o estudo de fenômenos físicos na natureza, tais como, por exemplo, a qualidade de águas fluviais,
estuariais e costeiras: modelos físicos e modelos matemáticos. A aplicação de um método (físico ou
matemático) não exclui o emprego do outro.

Modelos físicos - Pode servir de referência para a calibração do modelo matemático como, por exem-
plo, nos estudos de jatos (modelos semiempíricos). Estes modelos podem ser uni, bi e tridimensionais.
A escolha das hipóteses simplificadoras e do tipo de modelo é fundamental para a validade dos resul-
tados obtidos. Os modelos físicos têm a vantagem de não apresentarem uma discretização do pro-
blema, pois este é continuo e pode ter uma representação geométrica tridimensional sem dificuldades.

Modelos matemáticos - Representam os fenômenos da natureza por meio de equações. Estas equa-
ções matemáticas dos fenômenos físicos são, em alguns casos, de difícil representação e solução.
Além disso, necessitam seguidamente do uso de coeficientes desconhecidos que deverão ser medidos
na natureza ou em modelos físicos. Como a resolução das equações completas nem sempre é possí-
vel, faz-se necessário desprezar certos termos e ainda formular hipóteses sobre a distribuição espacial
de certas grandezas (modelos integrais) ou discretizar o espaço e o tempo (modelos numéricos).

Modelos híbridos - Apesar de possuírem custos iniciais elevados, se apresentam como uma solução
para reduzir os custos de operações devido à sua grande flexibilidade, pois permite a realização de
vários ensaios em pouco tempo. São basicamente modelos físicos comandados por computadores.

Exemplo de Modelos

Modelos aerodinâmicos - Nos modelos aerodinâmicos de aviões e automóveis a semelhança aplicada


é a de Mach, nos modelos hidrodinâmicos de escoamentos em condutos forçados, como turbinas e
bombas, utiliza-se a chamada semelhança de Reynolds e nos condutos livres ( canais, usinas hidrelé-
tricas, vertedores, eclusas de navegação, molhes, diques, quebra-mares, portos), utiliza-se a seme-
lhança de Froude.

Modelos hidráulicos - Praticamente nenhuma grande obra hidráulica, como molhes, diques, quebra-
mares, portos, uma ampliação de praia artificial ou uma usina hidrelétrica, é projetada sem estudos de-
talhados em vários tipos de modelos matemáticos de diversas categorias e tipos como modelos de hi-
drologia, hidráulica, mecânica dos solos.

Também são muitíssimo utilizados a construção de vários modelos físicos específicos para molhes,
diques, quebra-mares, turbinas, casa de força, vertedouros, eclusas , escada de peixe, etc. Estes mo-
delos podem ser bidimensionais ou tridimensionais (modelo de conjunto).

No projeto da Usina hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, os estudos em modelos reduzidos foram
conduzidos no Laboratório Saturnino de Brito, no Rio de Janeiro, durante um período de oito anos.

Método dos Elementos Finitos

O Método dos Elementos Finitos (MEF) (em inglês: Finite Element Method - FEM) é um procedimento
numérico para determinar soluções aproximadas de problemas de valores sobre o contorno de equa-
ções diferenciais. O MEF subdivide o domínio de um problema em partes menores, denominadas ele-
mentos finitos.

Conceitos Básicos

A subdivisão de um domínio geral em partes simples tem diversas vantagens:[1]

representação precisa de geometrias complexas;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 42
MECÂNICA DOS FLUIDOS

inclusão de propriedades distintas em materiais dissimilares;

identificação de efeitos localizados (concentração de tensões).

Uma aplicação típica do método envolve (1) dividir o domínio do problema em uma coleção de subdo-
mínios, sendo cada subdomínio representado por um conjunto de equações que são elemento do pro-
blema original, seguido de (2) recombinar sistematicamente todos os conjuntos de equações do ele-
mento num sistema global de equações para o cálculo final. O sistema global de equações tem técnicas
de solução conhecidas, e pode ser calculado desde o(s) valor(es) iniciais do problema original, para
obter uma resposta numérica. Esse procedimento pode ser visto com mais detalhes para o caso de ele-
mentos finitos na mecânica estrutural.

Método Das Diferenças Finitas

O método das diferenças finitas é um método de resolução de equações diferenciais que se baseia na
aproximação de derivadas por diferenças finitas. A fórmula de aproximação obtém-se da série de Tay-
lor da função derivada.

O operador de diferenças finitas para derivada pode ser obtido a partir da série de Taylor

Método Dos Volumes Finitos

Em física, o método dos volumes finitos é um método de resolução de equações às derivadas parciais
baseado na resolução de balanços de massa, energia e quantidade de movimento a um determi-
nado volume de meio contínuo.

Este método evoluiu das diferenças finitas, outro método de resolução de equações diferenciais, e não
apresenta problemas de instabilidade ou convergência, por garantir que, em cada volume discretizado,
a propriedade em questão (por exemplo, a massa) obedece à lei da conservação.

Este método é largamente utilizado na resolução de problemas envolvendo transferência de ca-


lor ou massa e em mecânica dos fluidos.

Modelo Das Partículas Fluidas

O modelo das partículas fluidas é um modelo generalizado que permite representar um fluido por par-
tículas discretas. Também denominadas de elemento representativo de volume (R.E.V), estas partícu-
las discretas são abstrações do contínuo, em acordo com a Teoria do Contínuo.

Partículas fluidas são abstrações, uma vez que um fluido é composto por moléculas que interagem
entre sí. Uma partícula fluida pode ser tratada como a menor parte do fluido que mantem as proprieda-
des deste fluido, e o aspecto de contínuo. Há dois sistemas de referência para o estudo de partículas
fluidas: o Lagrangeano e o Euleriano. A fluidodinâmica, sub-área de conhecimento da mecânica dos
fluidos é a área de conhecimento que trata do estudo de fluidos em movimento. A partir dos anos 80
do século XX, a fluidodinâmica computacional tem aplicado métodos numéricos no estudo da dinâmica
de fluidos e do modelo de partículas fluidas. É uma área abrangente de conhecimento, como a sua co-
irmã, a mecânica dos sólidos, com aplicações em pesquisas na indústria, meio ambiente, aerodinâ-
mica, sedimentologia.

Pesquisadores de diversas instituições, como Flávio Pietrobon Costa da Universidade Estadual de


Santa Cruz, situada em Ilhéus, Estado da Bahia, têm buscado expandir suas áreas de aplicação, rein-
tepretando as variáveis primitivas, características dos fluidos, como velocidade, pressão e carga hi-
dráulica. A proposta deste último trabalho tem sido desenvolvida sob a orientação dos pesquisadores
do Laboratório Nacional de Computação Científica, LNCC, prof. Augusto C. N. R. Galeão e prof. Luiz
Bevilacqua, de ampla experiência e produtividade na área.

Outros pesquisadores do LNEC, em Lisboa, como os profs. Luís Veiga da Cunha, Jorge Paes Rios e
João Bau estudaram o transporte de sedimentos em rios, na natureza e em laboratórios, em modelos
físicos.

Casos Particulares

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 43
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Dinâmica de partículas com dissipação

Dinâmica de partículas com dissipação e relaxação

Microfluido

Os microfluidos são uma área de investigação e desenvolvimento que abrange o desenvolvimento de


microdispositivos de análise química. Estes dispositivos permitem realizar análises químicas comple-
xas, com reacção, separação e análise de produtos de reacção, num único chip.

Estes chips são produzidos por processos análogos aos utilizados para produzir chips de computado-
res.

Hidráulica Aplicada A Tubulações

Hidráulica Aplicada a Tubulações é o estudo da passagem forçada de fluidos por tubulações. O esco-
amento está sujeito a rugosidades das paredes da tubulação que influi na vazão do fluido que o per-
corre. As equações de Colebrook-White e de Darcy-Weisbach visam avaliar a influência desta rugosi-
dade.

A hidráulica de tubulações, apresenta aspectos práticos que envolvem a análise do escoamento de


fluidos incompressíveis em condutos forçados e uniformes, em regime permanente levando em consi-
deração as condições de escoamento que tratam de vazão, velocidade, diâmetro e perda de carga.

Entende-se por conduto forçado aquele no qual o fluido escoa à plena seção e sob pressão. Muitas
vezes os condutos de seção circular são chamados de tubos ou tubulações. Um conduto é dito uniforme
quando a sua seção transversal não varia com o seu comprimento. Se a vazão do fluido em qualquer
seção do conduto não variar com o tempo, o regime de escoamento é dito permanente.

A densidade dos líquidos, ao contrário do que se passa com os gases, varia muito pouco quando se
varia a sua pressão ou temperatura. A título de exemplo, considerando que a água tem compressibili-
dade igual a 5.10−5 cm2/kgf, isto significa que em condições normais seria necessário um incremento
de pressão de 20 kgf/cm2 para que um litro de água se reduza de 1 cm 3, ou seja, para que sua densi-
dade aumente um milésimo. Por isto, do ponto de vista prático, a densidade da água e da maioria dos
líquidos é independente da temperatura e da pressão.

Diante dessa reduzidíssima variação da densidade, nos escoamentos de líquidos em regime perma-
nente considera-se que os mesmos se comportam como incompressíveis. Neste contexto se in-
cluem querosene, gasolina, álcool, óleo diesel, água, vinho, vinhoto, leite e muitos outros, aos quais se
aplicam os conceitos aqui comentados.

Escoamento

É conveniente ressaltar que um escoamento se classifica também como turbulento ou laminar. No es-
coamento laminar há um caminhamento disciplinado das partículas fluidas, seguindo trajetórias regu-
lares, sendo que as trajetórias de duas partículas vizinhas não se cruzam. Já no escoamento turbulento
a velocidade num dado ponto varia constantemente em grandeza e direção, com trajetórias irregulares,
e podendo uma mesma partícula ora localizar-se próxima do eixo do tubo, ora próxima da parede do
tubo.

Em geral, o regime de escoamento na condução de líquidos no interior de tubulações é turbulento,


exceto em situações especiais, tais como escoamento a baixíssimas vazões, como ocorre em goteja-
dores de irrigação, onde o escoamento é laminar.

Sempre que um líquido escoa no interior de um tubo de um ponto para outro, haverá uma certa perda
de energia denominada perda de pressão ou perda de carga. Esta perda de energia é devida
ao atrito com as paredes do tubo e devida à viscosidade do líquido em escoamento. Quanto maior for
a rugosidade da parede da tubulação, isto é, a altura das asperezas, maior será a turbulência do esco-
amento e, logo, maior será a perda de carga.

Teoria

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 44
MECÂNICA DOS FLUIDOS

Já há cerca de dois séculos estudos e pesquisas vem sendo realizados, procurando estabelecer leis
que possam reger as perdas de carga em condutos. Várias fórmulas empíricas foram estabelecidas no
passado e algumas empregadas até com alguma confiança em diversas aplicações de engenharia,
como as fórmulas de Hazen-Williams, de Manning de Flamant, etc. Mas, trabalhos de diversos investi-
gadores tem mostrado que, em sua totalidade, são mais ou menos incorretas. A incorreção dessas
fórmulas é tanto maior quanto mais amplo é o domínio de aplicação pretendido por seus autores.

Atualmente a expressão mais precisa e usada universalmente para análise de escoamento em tubos,
que foi proposta em 1845, é a conhecida equação de Darcy-Weisbach:

Equações explícitas para o fator de atrito de Darcy-Weisbach

Quando um fluido escoa de um ponto para outro no interior de um tubo, haverá sempre uma perda de
energia, denominada queda de pressão (gases) ou perda de carga (líquidos). Esta perda de energia é
devida ao atrito do fluido com a superfície interna da parede do tubo e turbulências no escoamento do
fluido. Portanto quanto maior for a rugosidade da parede da tubulação ou mais viscoso for o fluido,
maior será a perda de energia.

Com o intuito de estabelecer leis que possam reger as perdas de carga em condutos, já há cerca de
dois séculos estudos e pesquisas vêm sendo realizados. Atualmente a expressão mais precisa e utili-
zada universalmente para análise de escoamento em tubos, e que foi proposta em 1845, é a conhe-
cida equação de Darcy-Weisbach:

A equação de Colebrook-White tem sido considerada como a mais precisa lei de resistência ao escoa-
mento e vem sendo utilizada como padrão referencial. Mas, apesar disto, e de todo o fundamentalismo
e embasamento teórico agregado à mesma, tem uma particularidade a alguns pouco conveniente: é
implícita em relação ao fator de atrito, ou seja, a grandeza está presente nos dois membros da equação,
sem possibilidade de ser explicitada em relação às demais grandezas. Sua resolução requer um pro-
cesso iterativo.

Isto resultou em motivos para que muitos pesquisadores, de quase toda parte do mundo, se empe-
nhassem em encontrar equações explícitas, que pudessem ser utilizadas como alternativas à equação
de Colebrook-White. Algumas mais compactas e simples, mais fáceis de serem memorizadas, contudo
com grandes desvios; outras, menos compactas e complexas, mais difíceis de serem memorizadas,
porém com desvios menores; outras tantas combinando simplicidade e precisão, com erros até bem
reduzidos, em relação ao fator de atrito calculado com a equação de Colebrook-White.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 45
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Saúde e Segurança no Ambiente de Trabalho

A segurança e a saúde, quando consideradas no ambiente de trabalho, estão muito próximas se refe-
rentes ao colaborador e às condições em que ele labora. Sobretudo porque ambas apresentam um
objetivo maior comum: a proteção e a promoção do bem-estar do trabalhador como características de
sua qualidade de vida laboral.

No entanto, são ciências diferentes — cada uma com os seus instrumentos de intervenção. Apesar
disso, também são igualmente reguladas pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho.

A Segurança no Trabalho

Quando se fala em segurança no trabalho refere-se às medidas que devem ser adotadas para se pre-
servar o bem-estar do trabalhador e proteger a sua vida de possíveis acidentes no ambiente laboral. A
segurança, portanto, tem natureza preventiva. Esse aspecto de prevenção da segurança no trabalho é
sua característica mais marcante.

Desse modo, a segurança preocupa-se com as instalações para que não apresentem riscos de aciden-
tes.

Da mesma forma, procura orientar os procedimentos adotados no trabalho para que não permitam
situações de risco. Para esse fim, indica o modo mais seguro de se proceder, a ferramenta mais ade-
quada, o equipamento de proteção necessário para aquela atividade.

Essas atribuições de analisar, orientar e decidir sobre segurança no trabalho são restritas ao Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho e ao Técnico em Segurança do Trabalho.

A Saúde no Trabalho

Por sua vez, a saúde no trabalho está diretamente relacionada às possíveis doenças ocupacionais e
profissionais. No entanto, vai muito além das doenças, e visa a preservação da qualidade de vida do
trabalhador, considerando sua saúde física, mental e social.

Por outro lado, deve avaliar a capacidade laborativa do funcionário e as condições de saúde com que
iniciou suas atividades na empresa, assim como quando sair. Esse objetivo é alcançado através da
realização dos exames ocupacionais que ocorrem, principalmente, na sua admissão, na demissão e
na mudança ou retorno de função. Além disso, também conduz exames periódicos de acompanha-
mento de determinados aspectos de saúde.

Essas atribuições são restritas ao Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.

Saúde e Segurança no Trabalho

Saúde e segurança no trabalho atuando juntas se complementam e respondem por garantir um ambi-
ente de trabalho melhor, mais seguro e mais saudável. O resultado é mais qualidade de vida para o
trabalhador e melhor desempenho de suas atribuições. Também resultam menor absenteísmo e, con-
sequentemente, maior produção.

De modo geral, esses dois segmentos estão reunidos no Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho, dentro da empresa, e genericamente conhecido por sua sigla
SESMT.

São os profissionais do SESMT que avaliam, por exemplo, se determinada atividade de um trabalhador
da empresa se enquadra nas previsões normativas para a percepção do adicional de insalubridade ou
de periculosidade.

Por sua vez, profissionais de segurança e saúde no trabalho se congregam com os trabalhadores,
juntamente com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (a famosa CIPA), quando da realiza-
ção da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, todos os anos.

Normas Regulamentadoras - Segurança e Saúde do Trabalho

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância


obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indi-
reta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho


acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas obrigações com
a segurança do trabalho.

As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas adiante (clique no link para acessar a respectiva
norma):

NR 01 - Disposições Gerais

NR 02 - Inspeção Prévia

NR 03 - Embargo ou Interdição

NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho

NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI

NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional

NR 08 - Edificações

NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 - Máquinas e Equipamentos

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

NR 14 - Fornos

NR 15 - Atividades e Operações Insalubres

NR 16 - Atividades e Operações Perigosas

NR 17 - Ergonomia

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR 19 - Explosivos

NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

NR 21 - Trabalho a Céu Aberto

NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

NR 23 - Proteção Contra Incêndios

NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR 25 - Resíduos Industriais

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

NR 26 - Sinalização de Segurança

NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela Portaria


GM n.º 262/2008)

NR 28 - Fiscalização e Penalidades

NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicul-


tura, Exploração Florestal e Aquicultura

NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval

NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria
MTE 191/2008)

NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria
MTE 191/2008)

NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual - EPI(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

Segurança e Saúde no Trabalho:


Uma Questão Mal Compreendida

Acompanhando, há quase 30 anos, a trajetória dos programas de Segurança do Trabalho concebidos


e implementados no Brasil, observou-se a falta de consistência e desenvoltura encontradas nos demais
segmentos das gestões empresariais, sobretudo, no que se refere à organização da produção.

Essa impressão é fruto de vivências técnico-pedagógicas estabelecidas não só com operários em


quase todos os ramos de atividades econômicas, mas também com profissionais dos serviços Especi-
alizados de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, e que passam pelas médias gerências até
os mais elevados escalões de empresas, em diversas regiões do País.

Na Fundacentro, teve-se a oportunidade de acompanhar e, na maioria das vezes, de participar, direta


ou indiretamente, de grande parte das tentativas de concepção e desenvolvimento de um sistema de
gestão de segurança que garantisse o trato da questão da saúde/segurança do trabalhador nas em-
presas, com a importância que o tema merece.

Desde a experiência frustrante com o Mapa de Riscos – que não produziu os resultados esperados –,
resolveu-se reunir informações, entrevistar pessoas, estudar programas de segurança e saúde do tra-
balhador de empresas, realizando coleta sistemática de informações que se levasse a entender melhor
as razões do insucesso das diversas iniciativas de criação de um sistema eficaz de gestão de segu-
rança do trabalho, já que as existentes nunca se apresentaram como ideais. A consistência desses
dados permitiu aventar algumas idéias, opiniões e conclusões, exportar a seguir.

Tentar-se-á elucidar que dificuldades interferem no sucesso dessas iniciativas, impedindo-as de romper
as barreiras que as situam em segundo plano nas organizações.

O ponto de partida para essa empreitada é a definição de alguns elementos que compõem os progra-
mas de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – SST, nas empresas brasileiras, que constituirão
o objeto dessa observação. Em função da importância, em especial para a implementação dos referidos
programas, irá se tratar de três elementos que, no entender, são decisivos para o sucesso ou insucesso

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

desses programas. Daí a necessidade de compreendê-los melhor. Trata-se, entre outros, dos três ele-
mentos básicos de qualquer programa de gestão – no caso específico, da segurança e saúde no tra-
balho –, que formam os pilares nos quais se sustentam as ações dos programas, quais sejam:

- aspectos culturais ou a forma como as partes interessadas – trabalhadores, empregadores, profissi-


onais do ramo e governo – vislumbram e abordam a questão;

- conteúdos técnicos ou ferramentas utilizadas na identificação e controle dos riscos do trabalho;

- aspectos ligados aos resultados.

Em função do que se pretende debater no presente artigo, abordar-se-á os aspectos culturais.

Aspectos Culturais:
Vieses e Acertos

O que se segue objetiva levantar e analisar algumas questões, consideradas críticas, sobre o jeito de
SER e de AGIR da maioria das empresas brasileiras quando o assunto é segurança e saúde no traba-
lho. O texto procura ainda indagar: onde se está e para aonde provavelmente se irá?

Dos diversos elementos que compõem um programa de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho –
SST, os três aqui apontados – cultura, ferramentas e objetivos –, se avaliados conforme a importância,
sem dúvida, os aspectos culturais representam, de longe, o que há de mais significativo, facilitando,
inibindo ou inviabilizando seu sucesso.

Por mais elaborado que seja um programa de SST e por melhores que sejam as ferramentas por ele
disponibilizadas para o diagnóstico e a solução dos riscos do trabalho, se não houver disposição e
participação compromissada de todos os envolvidos em suas ações, especialmente do corpo gerencial
da empresa, os resultados por ele produzidos serão limitados, tanto do ponto de vista quantitativo,
quanto qualitativo.

Pior do que os parcos resultados na correção dos riscos do trabalho é o baixo desempenho na manu-
tenção das medidas corretivas porventura implementadas.

No entanto, em função dos traços da cultura de SST ainda predominante na maioria das empresas
brasileiras, mesmo nas de grande porte, a questão da segurança e saúde no trabalho não é tratada
como deveria ser, tanto por parte da empresa – na pessoa de seus prepostos – , como por parte dos
trabalhadores.

Esse mesmo ponto de vista pode ser observado pelas falas de trabalhadores e de prepostos dos em-
pregadores, colhidas nas empresas por meio de questionários aplicados com essa finalidade. Os prin-
cipais problemas ainda existentes na maioria das empresas, que dificultam e, em certas circunstâncias,
até mesmo inviabilizam a implementação dos programas de SST, segundo o que se pode levantar,
são:

Envolvimento da Alta Direção da Empresa

Não é praxe, no Brasil, o envolvimento direto da alta direção das empresas com as questões da segu-
rança e saúde no trabalho, salvo quando da ocorrência de acidentes graves, que, além de danos ma-
teriais, provocam ranhuras na imagem de suas empresas, atingindo-os de forma direta.

De maneira não muito diferente, seus prepostos, gerentes de todos os escalões, por não se conside-
rarem ou não terem sido considerados pelo empregador como responsáveis diretos pela promoção da
segurança e saúde no trabalho, esquivam-se, de todas as formas possíveis, de assumir o papel de
gestores e responsáveis pelos programas de SST – diga-se de passagem, caros – propostos, às vezes,
pelo próprio empregador.

É certo que essa postura vem declinando, sobretudo nas grandes empresas, nos últimos anos, mas
não a ponto de já ter amadurecido uma nova experiência em que as questões da segurança e saúde
no trabalho sejam consideradas como parte integrante do sistema produtivo, recebendo dos dirigentes
das empresas o mesmo valor conferido aos itens de produção, por exemplo, e administradas por quem
dispõe de poderes para intervir nos processos produtivos – o corpo gerencial da empresa.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Programas de SST Orientados para O Atendimento à Legislação

Os programas de segurança e saúde no trabalho, em função da cultura dominante na maioria das


empresas, são concebidos e orientados normalmente para o atendimento à legislação que dispõe sobre
a matéria.

Programas fundamentados nesse princípio são, em geral, pobres e de baixo desempenho, por várias
razões, mas, principalmente, porque privilegiam as situações de risco que se apresentam em franco
desacordo com a Lei e que podem transformar-se em objeto de fiscalização pelo Ministério do Trabalho
e Emprego ou gerar algum tipo de passivo, de natureza trabalhista ou reparatória, em detrimento de
outras que podem ser muito mais nocivas à saúde do trabalhador, mas não facilmente perceptíveis.

Outro aspecto negativo dos denominados programas "legalistas", que combinados com a abordagem
reducionista ou "minimizadora" dos riscos do trabalho reforçam seu lado negativo, é o fato de que não
há cobertura total de fiscalização pelo Ministério do Trabalho e Emprego em razão do reduzido número
de auditores fiscais para cobrir o universo de empresas onde existem trabalhadores expostos, cotidia-
namente, aos riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho.

Sem contar, o que é pior, a postura assumida por muitos gerentes de empresas, que acreditam ser o
cumprimento das notificações do Ministério do Trabalho e Emprego a forma de restabelecer a confor-
midade legal da empresa em relação aos instrumentos legais regulamentadores da segurança e saúde
do trabalhador, postura que restringe ainda mais as ações de segurança do trabalho na empresa. Essa
estreiteza de visão, além de comprometer a segurança dos trabalhadores, é extremamente nociva a
todos os envolvidos com os processos de trabalho na empresa por ser absolutamente equivocada.

Para ser isso verdade, seria necessário ao auditor fiscal avaliar, na empresa fiscalizada, todos os itens
de SST em desacordo com as normas legais vigentes e transfomá-los em notificações. A inviabilidade
desse princípio não esbarra apenas em questões de natureza técnica, mas, principalmente, na missão
da fiscalização.

O "Ato Inseguro" Como Causa Preponderante dos Acidentes do Trabalho

Ainda em relação aos traços da cultura de SST predominante na maioria das empresas brasileiras,
outro aspecto relevante que contribui negativamente para o baixo desempenho da maioria dos atuais
programas de SST é o estabelecimento do nexo causal dos acidentes, tomando-se como base o com-
portamento dos trabalhadores.

Relacionar o comportamento do trabalhador com a prevenção ou a ocorrência de acidentes no trabalho


– não importando se o impacto for uma intoxicação aguda ou uma fratura óssea ou coisa do mesmo
gênero – não é tarefa difícil nem mesmo para os leigos no assunto, quanto mais para quem milita no
ramo da promoção da segurança e saúde do trabalhador. Tal fato, todavia, não ocorre quando se pre-
tende elucidar os determinantes do comportamento dos indivíduos, o que, em última instância, é o que
interessa a quem lida com a gestão da segurança no trabalho.

É sabido que quantidade apreciável dos acidentes do trabalho ocorridos, no Brasil ou em qualquer
parte do mundo, origina-se no comportamento das vítimas. Quanto a isso, não há nenhuma dúvida; o
que é mal interpretado ou às vezes compreendido erroneamente, de propósito, é por que as pessoas
se expõem, de maneira passiva, sem os devidos cuidados, a uma condição de risco que possa lesá-
las ou matá-las.

Afora os equívocos ou as intenções que os orientam, a alteração do comportamento do trabalhador em


relação ao que se qualifica como o corretamente esperado não deixa de ser um sério agravante na
exposição aos riscos ocupacionais, sobretudo, quando eles não são tão conhecidos, qualificados e
avaliados corretamente. E, pior, controlados de modo inadequado ou nem mesmo controlados.

A incidência de acidentes relacionados ao cometimento de erros no trabalho não é pequena no universo


dos acidentes registrados e estudados. Milhares de trabalhadores morrem ou mutilam-se todos os anos
no Brasil e em outras partes do mundo, em decorrência de acidentes do trabalho cujas causas vão
desde a precariedade das condições físicas do ambiente onde o trabalho se realiza, às diversas formas
de distorções em sua forma de organização até os comportamentos inadequados dos trabalhadores,
traduzidos em erros comprometedores na execução de suas tarefas. A inclusão do comportamento dos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

trabalhadores no conjunto dos fatores causais de acidentes do trabalho, quando cabível, de forma al-
guma significa debitar aos trabalhadores acidentados a culpa pelos acidentes e, consequentemente,
pelos danos deles decorrentes, incluindo invalidez e morte.

Na arte de prevenir acidentes, o comportamento do trabalhador, como foi expresso na ação do aci-
dente, ainda que tenha sido a causa preponderante, é de importância secundária, às vezes até irrele-
vante. O que deve ser levado em conta – e, por todos os meios possíveis, valorizados e cuidadosa-
mente estudados – são os determinantes do comportamento, ou seja, o que o motivou: o que havia de
errado no ambiente, nas relações de trabalho e ainda na vida do trabalhador que interferiam, direta ou
indiretamente, no relacionamento dele com o todo de seu trabalho, definindo posturas traduzidas em
atitudes corretas ou equivocadas.

A figura do "Ato Inseguro" – que tanto serviu e continua, em alguns ambientes, servindo para respon-
sabilizar e até mesmo para culpar trabalhadores pelos acidentes sofridos – não serviu para outra coisa
senão para ocultar e/ou mascarar, em algumas empresas, sinais de agravos à saúde do trabalhador e,
da mesma forma, distorções na organização do trabalho do que propriamente às finalidades para as
quais se propunha, que era estabelecer nexo entre os acidentes ocorridos e suas reais causas. O
questionamento em relação à figura do "Ato Inseguro" não se refere ao comportamento do trabalhador,
expresso no cometimento de erros no trabalho, mas à parcialidade com que foi utilizado na definição
causal dos acidentes.

O erro na execução do trabalho, embora indesejável, é passível de ocorrer, e todos, indistintamente,


nele podem incorrer. Não é, por conseguinte, o erro, como erro, que interessa a quem lida, com espírito
construtivo, com a prevenção de acidentes, mas as causas do erro, não importando sua clarividência
– se visíveis ou ocultas, se imediatas ou remotas.

A abordagem da segurança do trabalho valendo-se do raciocínio de que o trabalhador erra ao executar


suas tarefas porque é displicente, indisciplinado, negligente, imperito ou simplesmente imprudente –
princípios nos quais se fundamentam as teses do "Ato Inseguro" – é tão nociva à gestão da segurança
no trabalho quanto o é a crença de que o trabalhador, por sua conta e risco, nunca erra. E, quando
erra, é porque foi induzido ao erro por motivos totalmente alheios não apenas a sua condição de traba-
lhador, mas também de humano.

Ambas as linhas de raciocínio falham e em nada contribuem para a segurança no trabalho porque, de
um lado, constrói-se a idéia de um trabalhador anárquico, irresponsável e indisciplinado em relação ao
cumprimento de normas de trabalho – normas, na maioria das vezes, elaboradas por quem não está
diretamente envolvido com os processos de trabalho e, por desconhecimento, não define o que deve
ser rígido ou flexibilizado nas normas. Daí a explicação da "desobediência", parcial ou total, do traba-
lhador a seu cumprimento.

De outro lado, retrata-se um trabalhador, em todos os sentidos, duplamente vitimado. Vitimado em


relação aos impactos do acidente ou da doença, o que é absolutamente verdadeiro, e vitimado em
relação a suas causas, nas quais, ele, na condição de cidadão e de sujeito, com sua cultura e seu jeito
de ser em todas as relações de trabalho, parece não existir.

E, se existe, é desprovido de autodeterminação quanto a seus atos, ainda que na defesa da saúde e
da vida. Não há dúvida que qualquer julgamento, premeditado ou não, acerca da causalidade aciden-
tária, que tome como base os extremos dos dois pontos de vista aqui mencionados, é suscetível de
falhas, uma vez que desvia o ponto de atenção e de análise das condições ambientais nas quais o
trabalho realiza-se e dos elementos fundamentais de sua organização.

Comportamento do Trabalhador e Sua Relação com A Organização do Trabalho

É certo que o trabalhador age, de um lado, orientado pelos ditames da empresa; de outro, em função
das condições de trabalho, mas também, e principalmente, pela consciência da realidade na qual ele
está inserido.

Daí não ser correto supor que o comportamento do trabalhador, decorrente ou não das circunstâncias
já mencionadas, não contribui para a ocorrência dos acidentes no trabalho – isso entendendo que o
que se pretende com a investigação não é culpar o trabalhador pelo acidente, mas, pura e simples-
mente, estabelecer nexo entre o acidente e seus determinantes causais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Um modelo de gestão de segurança do trabalho que permite relacionar a ocorrência de acidentes do


trabalho ao comportamento do trabalhador, definindo-o como displicente, imperito, negligente e/ou im-
prudente, na definição causal dos acidentes, sem considerar as condições físicas do ambiente laboral
e, principalmente, seus elementos determinantes na organização formal ou informal, certamente, estará
tratando a questão da SST de forma superficial, parcial e, o que é pior, às vezes, inconsequente.

Embora, por essa via, a análise pode privilegiar o comportamento da vítima, desvinculado dos fatores
que o tenham determinado, em detrimento da investigação científica que procura, isenta de parciali-
dade, desvendar e correlacionar os determinantes causais dos acidentes.

A definição da causa dos acidentes do trabalho pela via do "Ato Inseguro" não peca apenas por privi-
legiar o comportamento do trabalhador como causa preponderante dos acidentes do trabalho, em de-
trimento da qualidade dos ambientes e de sua organização, mas, sobretudo, por supor que os erros
cometidos pelo trabalhador na execução de suas tarefas derivam-se, pura e simplesmente, de suas
próprias limitações, não guardando, por isso, qualquer relação com a forma de ser e de agir da em-
presa.

Essa estreiteza de imaginação ou imaginação intencional, combinada com o extremo de supor que o
comportamento do trabalhador, não importando as razões que o determinem, não deve ser abordado
como causa de acidente – porque ele, em todos os sentidos, deve ser visto e tratado como vítima –
não apenas empobrece qualquer iniciativa na área de gestão de SST, mas concorre para reforçar as
teses que sustentam não ser a segurança do trabalho problema de gestão da produção, mas problema
relacionado à qualidade da mão-de-obra da empresa.

Daí a preocupação em se reforçarem as práticas de treinamento em prevenção de acidentes, desvin-


culadas dos processos produtivos, acreditando que a capacitação do trabalhador para fazer segurança
seja a solução mais produtiva na prevenção de acidentes, o que nem sempre ocorre. O treinamento
em prevenção de acidentes produz excelentes resultados, não há dúvidas, quando associado à melho-
ria contínua dos ambientes e da organização do trabalho.

Outro aspecto negativo na abordagem do acidente do trabalho com base no comportamento do traba-
lhador, na visão do "Ato Inseguro", reside no equívoco de se supor que o trabalhador comete erros no
trabalho simplesmente porque, em determinado momento, decide, por conta própria, como se compor-
tar no trabalho, improvisando condições alternativas para a realização das tarefas, ignorando procedi-
mentos normativos previamente definidos para o mesmo – procedimento ou prática padrão.

Afirmar que o trabalhador decide por conta própria como se comportar em relação às normas que
orientam o trabalho, sem considerar as variáveis que o envolve, revela não apenas uma inversão de
papéis, mas, sobretudo, uma demonstração clara da forma como o trabalho é organizado naquele am-
biente, bem como as incongruências de seus sistemas de controle.

A organização da produção e o que dela decorre: fazer o quê, por quê, como, onde e especialmente
por quem, sempre foi tarefa indelegável da empresa e não dos trabalhadores. Não se concebe que o
trabalhador, em nenhuma empresa brasileira, em face da cultura do trabalho ainda predominante no
Brasil, disponha de poderes para decidir, individualmente, como deve comportar-se no trabalho, inde-
pendentemente das determinações normativas impostas pela empresa. O que se afigura como mais
provável, nesse particular, são as falhas de controle que a empresa exerce sobre o trabalho em decor-
rência de deficiências em seu sistema de organização, em especial em relação à organização formal
do trabalho.

Inserção dos Trabalhadores nos Programas: Treinamento

Ainda em relação aos aspectos culturais vinculados à segurança e saúde do trabalhador, ao longo dos
anos em que se lidou com essa questão, constatou-se algo, de certa forma, paradoxal, porém verda-
deiro e importante: tão nefastas quanto as doenças e os acidentes do trabalho são as formas escolhidas
por algumas empresas para com eles lidar. O enfrentamento dessa questão, por sua complexidade e
multicausalidade, não passa apenas pelo treinamento específico de trabalhadores para fazer segu-
rança, independentemente das condições físicas onde o trabalho se realiza.

Acredita-se até que treinar trabalhadores para o estrito cumprimento de normas – em ambientes agres-
sivos, desfavoráveis à vida, onde a organização do trabalho em nada favorece o seu exercício correto
– sem lhes oferecer as condições necessárias e abertura para discutir, ponderar e propor medidas de

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

melhorias, tanto no ambiente quanto na organização do trabalho, é exacerbar o estado de angústia que
caracteriza a exposição, consciente, a riscos potencialmente capazes de gerar danos à saúde.

Isso porque, uma coisa é expor-se a uma situação de risco à saúde e/ou à integridade física, sem saber
o que isso significa; outra, bem diferente, é ter consciência do problema e ter que a ele expor-se sem
condições para agir. Nesse caso, o dano não se restringe apenas àquele provocado pelo risco em
questão, mas, também, pelo sofrimento de natureza mental de não poder proteger-se. Oferecer essa
condição ao trabalhador, na expectativa de que ela seja um caminho alternativo para a solução do
problema acidentário, além de não representar solução alguma, aprofunda ainda mais o fosso que
separa os propósitos da empresa em relação ao tema do engajamento voluntarioso e compromissado
dos trabalhadores.

Nada mais danoso a qualquer programa de gestão de SST do que o constrangimento sofrido por tra-
balhador submetido a treinamento específico de segurança promovido pela própria empresa, mas que,
ao tentar praticar as lições aprendidas, é impedido de fazê-lo, ora por decisão de suas chefias imedia-
tas, sem justificativas convincentes para tal, ora por impedimento das próprias condições de trabalho.
No caso da segunda hipótese, o conflito está intimamente relacionado ao fato de o conteúdo do treina-
mento não ter considerado as peculiaridades do ambiente e do trabalho. Em todos os sentidos, a ocor-
rência desse fato pode ser debitada à desvinculação da SST dos processos produtivos e da própria
organização do trabalho. Iguais a isso, ou pior, são determinadas posturas assumidas, de forma con-
tundente, por alguns gerentes ao reivindicarem direitos legalmente instituídos para proteger trabalha-
dores, habitual e permanentemente, expostos a agentes nocivos à saúde, como os adicionais de insa-
lubridade e periculosidade. E, da mesma forma, a aposentadoria especial.

Paradoxos da SST: Adicionais de Insalubridade e Aposentadoria Especial

Quanto à última afirmativa, não nos parece que o gerente não deva reivindicar, por razões éticas, di-
reitos decorrentes da exposição a riscos do trabalho ou a redução do tempo para aposentadoria,
quando cabíveis, mesmo porque a concessão desses "benefícios" depende da aplicação da legislação
pertinente. A questão é que essa postura, principalmente advinda dos gerentes, reforça, ainda mais,
as teses que vinculam a segurança do trabalho à monetarização da saúde dos trabalhadores por meio
de pagamento de adicionais de insalubridade, em detrimento da melhoria das condições de trabalho.

Quanto a essa afirmação, testemunhou-se diversas iniciativas, por parte de algumas empresas, cujo
propósito era a eliminação de determinadas condições insalubres passíveis disso, seguidas da supres-
são do adicional de insalubridade constante da folha de pagamento dos trabalhadores e por eles ter-
minantemente rejeitadas. É imprescindível para quem deseja, de modo imparcial, aprofundar no as-
sunto, questionar os motivos que ainda direcionam uma parcela considerável de trabalhadores a tal
posicionamento.

O que foi possível observar, por meio de pesquisas realizadas em diversas empresas de ramos de
atividades diferentes, é que, nas categorias de trabalhadores em que o salário é por demais reduzido,
os trabalhadores não abrem mão do referido adicional, por ser ele parte considerável de seus ganhos
– como o são, da mesma forma, as horas extras. Já nas categorias em que os salários são mais ele-
vados, o pleito pelo adicional de insalubridade associa-se à idéia de que por meio dele se assegura, na
Previdência Social, a obtenção da aposentadoria especial.

Quanto ao primeiro posicionamento, a despeito da desumanidade que o caracteriza, embora inaceitá-


vel, é perfeitamente compreensível; já o segundo trata-se de desinformação, uma vez que a aposenta-
doria especial, hoje, depende da efetiva comprovação técnica de que a condição de trabalho é prejudi-
cial à saúde do trabalhador, seguida do pagamento de seu respectivo custeio. De qualquer forma,
independentemente das razões alegadas, a monetarização da saúde não deveria, em hipótese alguma,
por razões humanas e morais, ser objeto de negociações que não objetivassem sua supressão. Evi-
dentemente, essa supressão não se restringe à figura jurídica da insalubridade, mas, sobretudo, às
condições de trabalho que a ensejam.

Todavia, a opinião é que, entre se expor a uma condição agressiva à saúde sem nada receber e tendo
como única alternativa a ela se expor, o melhor será fazê-lo; no entanto, por isso recebendo.

Entre os diversos aspectos negativos da cultura brasileira relacionada à segurança do trabalho, a mo-
netarização da saúde – pelo nefasto adicional de insalubridade – e a redução do tempo de serviço para

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

a aposentadoria, sem o devido custeio feito pelas empresas,2 representam o que há de pior. Conven-
cer os trabalhadores de que melhor do que quaisquer ganhos monetários decorrentes da exposição
aos riscos no trabalho são as medidas saneadoras desses riscos é tarefa difícil, por vários motivos,
mas, principalmente pelo fato de os trabalhadores, ao longo do tempo, terem associado, de forma er-
rônea, a concessão da aposentadoria especial à percepção do adicional de insalubridade.

Ordenamento Formal do Trabalho e Os Conflitos de Poder

Outro aspecto importante, fruto dos traços da cultura ainda predominante nas empresas, que interfere,
de maneira negativa, no desempenho da gestão da segurança e saúde do trabalhador, é o dualismo
vivenciado cotidianamente pelos trabalhadores no cumprimento do ordenamento formal do trabalho. O
fosso que ainda separa o discurso formal do trabalho (normas escritas) da diversidade de formas prá-
ticas – nem sempre conforme o que está escrito – de realização das tarefas, por parte dos trabalhado-
res, relaciona-se, possivelmente, a três fatores distintos:

- condições de trabalho nem sempre compatíveis com as exigências contidas nos procedimentos es-
critos;

- deficiência na capacitação técnica dos trabalhadores para a correta execução das tarefas conforme
prescrições normativas;

- duplicidade de orientação sobre como realizar as tarefas.

Dos três fatores enumerados, sem nenhuma dúvida, a duplicidade de orientação é a que mais confunde
os trabalhadores no exercício de seu trabalho. A maioria dos trabalhadores brasileiros aprendeu a tra-
balhar seguindo orientações orais – ordens – de suas chefias imediatas. Poucas eram as ordens escri-
tas passadas aos trabalhadores, o que difere da atualidade, em que praticamente todas as atividades
são normalizadas, seguem prescrições sobretudo contidas nos programas de qualidade. No dia-a-dia
das empresas, o que se verifica, na prática, porém, é uma espécie de rito de passagem das formas
antigas de comando, orientadas por meio da fala imperativa, dos encarregados para uma comunicação
formal, conformada por normas de procedimentos escritos. Com isso, o gerente que exercia um papel
caracteristicamente de mando transforma-se, aos poucos, numa espécie de facilitador.

O problema é que essa experiência é recente demais e tanto os gerentes quanto os trabalhadores
ainda não se adaptaram suficientemente a ela a ponto de fazê-la funcionar sem conflitos, em especial,
nas relações de comando.

Outro fator relevante que não pode ser desprezado na compreensão do fenômeno (teoria e prática),
em razão de sua importância, é a dificuldade de estabelecerem parâmetros entre a realização de uma
atividade prática, por um ou mais trabalhadores, reproduzindo experiências acumuladas ao longo do
tempo, sem orientação formal, e a realização da mesma atividade conforme prescrições formalizadas.

Isso porque, uma coisa é a realização de uma atividade de maneira informal, em que a aprendizagem
dá-se por experimentações, ou seja, por tentativas que envolvem erros e acertos; outra coisa, muito
diferente, é a realização da mesma atividade segundo prescrições formais. Em decorrência disso, ve-
rificam-se ainda, e com razoável frequência, conflitos entre trabalhadores e supervisores no ordena-
mento dos trabalhos. Há momentos em que trabalhadores defrontam-se, sem saber como agir, com
conflitos surgidos entre eles e suas chefias imediatas em relação a que ou a quem obedecer, seguir os
procedimentos escritos determinados pela própria empresa, ou acatar as ordens de suas respectivas
chefias – ordens que, muitas vezes, passam ao largo das determinações formais.

As origens desses conflitos estão nas dificuldades de transformarem, em curto prazo, as experiências
construídas e vivenciadas ao longo de gerações em relações formalizadas, em que prevalece não o
que se verbaliza oralmente, mas o que está escrito.

Postura das Chefias em Relação à SST

Como ilustração das dificuldades de lidar com questões de segurança e saúde dos trabalhadores nas
empresas, com base na visão de seus gestores, aqui são retratadas algumas falas recolhidas por in-
termédio de pesquisas em seis grandes empresas mineiras, dos ramos de metalurgia, siderurgia, mi-
neração e serviços, realizadas nos anos de 1995 e 1996. Ressalte-se que os mesmos itens abordados
na época foram objeto de estudos no ano de 2001 e os resultados obtidos, comparados à primeira

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

pesquisa, não sofreram alterações substanciais, como se imaginava que acontecesse em face da mo-
vimentação, ocorrida no mesmo período, em decorrência da implantação dos programas de qualidade
e meio ambiente apoiados nas séries ISO 9000 e 14000.

Tanto a primeira quanto a segunda pesquisa foram elaboradas com 30 perguntas, seguidas de seis
alternativas de respostas que afirmaram ou negavam o que estava sendo perguntado, e o entrevistado
pôde escolher até três alternativas de respostas, com ordem crescente de afirmação ou de negação.

Resumo da Fala dos Gerentes: O Que Pensam e o Que Fazem

Entre os trinta itens abordados nas duas pesquisas, elegeu-se dez para apoiar os comentários que
serão feitos a seguir.

Foi tomado como referência apenas os itens que obtiveram mais de 60% de respostas afirmativas entre
os 312 gerentes entrevistados. Denominou-se gerentes todos os ocupantes de cargo que tivessem,
direta ou indiretamente, a função de mando e/ou de facilitador do trabalho de outrem, como: gerente
técnico, supervisor, encarregado e líder de equipes.

Os itens são os seguintes:

- Os gerentes que trabalham de forma direta com riscos potencialmente capazes de gerar danos à
saúde dos trabalhadores não dispõem do conhecimento necessário para com eles lidar de modo ade-
quado.

- Os gerentes que convivem com riscos, mesmo sabendo de sua existência, não assumem o compro-
misso de corrigi-los pelo simples fato de ser essa uma tarefa de competência do SESMT.

- Os gerentes que lidam com os riscos podem saber de sua existência, mas não se esforçam para
corrigi-los porque suas chefias superiores não lhes dão apoio para as ações necessárias.

- A situação de risco é mantida porque sua existência não atrapalha; se atrapalha, não impede a reali-
zação do trabalho.

- A exposição, por longo tempo, a determinada condição de risco, sem o controle devido, termina indu-
zindo as pessoas a enxergá-la como normal e aceitável.

- A situação de risco é mantida porque ninguém toma qualquer providência para corrigi-la.

- A situação de risco é mantida porque todas as preocupações e recursos são voltados prioritariamente
para o atendimento às finalidades do negócio.

- A situação de risco é mantida porque as gerências das áreas alegam não dispor de recursos (orça-
mentários e de mão-de-obra) para sua solução.

- A situação de risco é mantida em razão da descrença das pessoas com ela envolvidas, por falta de
respostas às inúmeras solicitações de correção.

- A situação de risco é mantida e, às vezes, agrava-se em função da indefinição do trabalhador em


relação a quê ou a quem obedecer – se aos procedimentos escritos ou às ordens dos supervisores.

Como contribuição ao tema e em contrapartida às impressões colhidas dos gerentes, foram enumera-
das – conforme a seguir – 20 considerações extraídas da fala de 1.372 trabalhadores, de cinco ramos
de atividades econômicas diferentes, por ocasião da última pesquisa. Ressalte-se que todas as afirma-
ções aqui resumidas foram recolhidas do conjunto de respostas que obtiveram mais de 50% de afirma-
ção. As constatações são as que se seguem:

- A segurança no trabalho é mais importante no discurso da direção da empresa do que propriamente


nas áreas onde ela deveria, de fato, ser realizada.

- A Segurança do Trabalho, na prática, só adquire importância nos momentos de crise (quando ocorre
acidente grave que pode comprometer principalmente a imagem da empresa).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

- O fosso que separa o discurso (SST como valor) da prática (o que efetivamente é feito) constitui o
mais importante obstáculo no desenvolvimento das ações de SST na empresa.

- A forma errada como sempre se trabalhou, acreditando que se trabalhava correto, dificulta e/ou invi-
abiliza, a curto prazo, a prática de procedimentos corretos.

- As tarefas são descritas (Tarefa Padrão – TP ou Procedimento Operacional Padrão – POP) com base
no que é desejável, no que às vezes é necessário. Não são consideradas, porém, pelo menos como
deveria, as dificuldades que os trabalhadores encontram na execução das tarefas conforme prescritas.

- O treinamento para o cumprimento das TPs é, em geral, inadequado, porque não leva – ou pouco
leva – em conta a realidade do ambiente de trabalho e as dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores
para o pronto atendimento aos padrões estabelecidos.

- A empresa expressa por meio das TPs o que ela deseja. Na prática, as condições de trabalho ofere-
cidas ao trabalhador dificultam ou não lhe permitem o cumprimento do que está prescrito na tarefa.

- O trabalhador sabe que o que é mais importante para a empresa não é como o trabalho está sendo
executado – embora o correto fosse o desejável, ou seja, o que está escrito nos procedimentos – mas
o resultado dele advindo (a produção).

- O trabalhador não é cobrado pela forma como desenvolve seu trabalho, mas pelos resultados. Disso
resulta o fato de os supervisores não verem ou fingirem que não vêem o cometimento de "erros" na
execução da tarefa.

- Supervisão ambígua. O supervisor é cônscio do trabalho a ser desenvolvido (consta nos procedimen-
tos). Sabe operacionalizar conforme prescrito; no entanto, faculta-lhe fazer com base nas experiências
consolidadas ao longo do tempo, porque compreende que o mais importante para a empresa não é
como fazer, mas fazer (a produção é prioridade).

- Ambiguidade entre o que se determina e o que é executável. O trabalhador encontra dificuldade


enorme em definir ao que ou a quem obedecer – se a prescrição das tarefas ou a fala do supervisor.

- O trabalhador, às vezes, prefere, de forma silenciosa, correr o risco oferecido pela atividade a correr
o risco de ser mal-entendido, taxado de medroso e frouxo pelos colegas ou mesmo pela chefia em caso
de reclamação ou de recusa ao trabalho.

- É consenso entre trabalhadores e supervisores que, se o risco de determinada tarefa é considerado


leve ou moderado, é preferível a ele expor-se para agilizar a execução da tarefa do que executar con-
forme o prescrito, gastando-se mais tempo em sua execução.

- O trabalhador, embora sabendo (consta nos procedimentos) que pode recusar-se a executar tarefa
perigosa sem a prevenção devida, prefere executá-la em desobediência à norma pelo fato de desco-
nhecer qual seria a reação da empresa (sua chefia) em face de sua recusa.

- A avaliação inadequada do risco (minimizar ou exagerar) dificulta a tomada de decisões corretas em


relação a seu controle, especialmente por parte das chefias.

- Por não ser a segurança parte integrante das atividades produtivas, quem cria ou mantém a situação
de risco (chefias das áreas operacionais) não se sente responsável por sua correção.

- Por ser a produção prioritária, seus responsáveis sempre alegam não dispor de recursos para a cor-
reção de situações de risco, ainda que o recurso seja apenas o comprometimento.

- A segurança do trabalho é exigida pelas chefias, desde que não interfira nos cronogramas de produ-
ção.

- Grande parte das situações de riscos poderia ser resolvida se houvesse interesse e comprometimento
da chefias em resolvê-las.

- Uma dificuldade importante do trabalhador no enfrentamento dos riscos do trabalho reside nas fre-
quentes alterações de funções para atendimento às demandas de trabalho, por causa do reduzido
número de trabalhadores.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

A definição de fatores culturais como obstáculos ao avanço das questões da saúde e segurança no
trabalho nas empresas constitui problema não apenas nos países onde as relações entre capital e
trabalho ainda se encontram em estágios atrasados. Mesmo nas economias altamente desenvolvidas,
o problema existe e manifesta-se, em alguns pontos, tal como ocorre no Brasil e em outros países em
vias de desenvolvimento.

Como exemplo, vale apresentar uma relação de 15 itens, elaborada por Hale e Glendon (1997), com a
qual o leitor poderá fazer uma comparação e elaborar suas conclusões:

- limitação de recursos para remoção do perigo;

- ultrapassagem dos limites das tarefas ou atribuições dos profissionais;

- aceitação dos perigos como inevitáveis;

- influência do clima social;

- tradição na indústria;

- falta de competência técnica para remoção do perigo;

- incompatibilidade de demandas (produção, custos, qualidade versus segurança);

- dependência do trabalhador;

- falta de autoridade para fazer alguma coisa;

- situações contingentes;

- gestão ou gerenciamento de fatores do sistema de segurança;

- sobrecarga de tarefa;

- práticas, políticas e regras das empresas;

- falta de informação (quebra de comunicação);

- inexistência de obrigação legal.

Comparando os itens aqui apresentados e os dos pesquisadores holandeses, Hale e Glendon, verifi-
cou-se que há enorme semelhança entre eles. A justificativa da escassez de recursos para solucionar
problemas pertinentes à segurança do trabalho não relaciona-se propriamente à sua falta, mas à im-
portância que se dá ao emprego.

Hale e Glendon (1997) verificaram que tal alegação para corrigir situações de risco no trabalho não
procedia apenas das médias e pequenas empresas holandesas, mas também das grandes, com inclu-
são das estatais. E mais, que o fenômeno não se verificava apenas na Holanda, mas em todos os
países da União Européia por eles visitados.

Outro item da listagem holandesa que despertou atenção foi o que se refere à falta de autoridade para
decidir sobre a intervenção no ambiente de trabalho, isto é, na correção dos riscos. Contudo, a pesquisa
de Hale e Glendon (1997) não define de quem é a falta de poder para intervir nas condições de trabalho,
se dos trabalhadores ou dos gerentes das áreas de riscos.

Outro fator importante não elucidado pelos autores é o que se refere aos aspectos de gerenciamento
da segurança do trabalho. Como esse gerenciamento é conduzido, se separado dos processos produ-
tivos, como é o caso brasileiro, ou se integrado a todo o complexo produtivo e de responsabilidade das
chefias das áreas.

De acordo com o que foi visto até aqui, pode-se afirmar, sem receio de cometer injustiças, que o juízo
que os trabalhadores fazem dos aspectos de sua segurança e saúde no trabalho relaciona-se, intima-
mente, aos conteúdos e à maturidade dos programas de segurança e saúde desenvolvidos nas em-
presas nas quais trabalham.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Nas empresas em que os programas de SST são concebidos e implementados para o estrito cumpri-
mento das exigências legais sobre a matéria, a representatividade dos trabalhadores em relação a eles
certamente se limitará ao que lhes é exigido por parte da empresa.

É pouco provável que os trabalhadores de uma empresa que não vislumbra a segurança do trabalho
como valor agregado a seu negócio, que não apresentam seus programas de SST alinhados ao sistema
produtivo – promovendo a melhoria contínua das condições e procedimentos de trabalho e investindo
pesadamente na educação dos trabalhadores e de seu corpo gerencial para o correto exercício do
trabalho – possam enxergar a segurança do trabalho como valor que se equipara a outros itens relaci-
onados diretamente ao negócio, como produção, por exemplo.

As experiências demonstram que a participação dos trabalhadores nos programas de SST vincula-se
intimamente à cultura da empresa relacionada com o tema e sobretudo ao conjunto de ações que ela
desenvolve, em especial na área de educação, para incorporá-los aos seus programas. Nas empresas
em que os programas de segurança desvinculam-se das atividades produtivas, organizados e imple-
mentados pelas equipes de segurança (o SESMT), é comum trabalhadores associarem as ações de
segurança do trabalho com o vivenciado no cotidiano – como, por exemplo, uso de equipamentos de
proteção individual (EPI) e realização de exames médicos, principalmente os periódicos.

Fora isso, restam as atividades da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, que também
são de seu conhecimento. Num ambiente dessa natureza, dificilmente os trabalhadores associam as
ações de segurança à promoção da qualidade de vida ou algo que possa melhorar o seu relaciona-
mento com o próprio trabalho, diferentemente das empresas em que os programas de segurança do
trabalho são abordados como parte integrante dos processos produtivos, e as ações de segurança são
concebidas e implementadas como parte integrante do próprio negócio da empresa.

A importância da adoção de programas dessa natureza, entre outras vantagens, está no ganho de não
ser preciso desenvolver ações em duplicidade para abordar o mesmo conteúdo, que são os aspectos
produtivos. Isso sem contar com uma vantagem maior: a possibilidade de convencer os trabalhadores
de que para fazer segurança não é necessário desenvolver ações específicas para tal, basta incluir
essa preocupação nos procedimentos de trabalho e transformá-la em ações concretas que possam ser
avaliadas e medidas.

A Legislação de Saúde do Trabalhador Aplicável e Vigente no Brasil

Hodiernamente, em nosso ordenamento jurídico, a segurança, higiene e medicina do trabalho, foi al-
çada a matéria de direito constitucional, sendo direito social indisponível dos trabalhadores, ou melhor,
direito público subjetivo dos trabalhadores, exercerem suas funções em ambiente de trabalho seguro e
sadio, cabendo ao empregador tomar as medidas necessárias no sentido de reduzir os riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII do art. 7º).

O direito à saúde, ao trabalho, à segurança e à previdência social está previsto no art. 6º da Constituição
da República. Os arts. 196 a 200 da Carta Constitucional dispõem que a Saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantir e promover a efetividade desse direito, mediante políticas, ações e serviços
públicos de saúde, organizados em um sistema único, que podem ser complementados por outros
serviços de assistência à saúde prestados por instituições privadas. Tais ações e serviços são de rele-
vância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fisca-
lização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.

Nos termos dos incisos II e VIII do art. 200 da CF/88, compete ao sistema único de saúde, entre outras
coisas, executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalha-
dor; e colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. O art. 225 da Magna
Carta assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de
vida. O meio ambiente de trabalho também encontra proteção jurídica nesse dispositivo constitucional,
especificamente no inciso V do §1º, que dispõe, in verbis:

"§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

(...)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que com-


portem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;"

(nota: regulamentado pela Lei n° 8.974, de 05.01.95)

A interpretação sistemática do disposto nos arts. 6º, 7º, XXII, 196 a 200 e art. 225, §1º, V da Constituição
da República não deixa dúvidas de que a saúde do trabalhador e o meio ambiente do trabalho foram
também alçados a direito social de natureza constitucional e cujo cumprimento é imposto por lei ao
empregador, conforme se verifica das prescrições dos arts. 154 a 201 da CLT (com redação dada pela
Lei 6.514/77) e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88 , que tratam das normas regulamentares relativas à
segurança e medicina do trabalho urbano e rural, respectivamente, sendo certo que a efetividade do
direito requer a firme atuação do Poder Público, no sentido de exigir e fiscalizar o cumprimento da lei.

Ninguém discute que as normas regulamentadoras de medicina e segurança no trabalho, estabelecidas


em lei ou em Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego são plenamente aplicáveis aos trabalha-
dores e às empresas, sujeitos à relação de emprego regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho,
instituída pelo Decreto-lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943.

Neste estudo, tentarei demonstrar que nosso ordenamento jurídico autoriza a exegese de que tais nor-
mas também possam ser aplicáveis e exigíveis a outras relações de trabalho, tais como trabalhadores
avulsos, trabalhadores rurais não sujeitos à relação de emprego (parceiros rurais), sociedades coope-
rativas e servidores públicos civis.

Alcance das Normas de Medicina e Segurança do Trabalho

Primeiramente, importa ressaltar que o direito social previsto no inciso XXII do art. 7° da Magna Carta,
a saber, o direito dos trabalhadores urbanos e rurais à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança, constitui-se em um dos direitos e garantias fundamen-
tais do indivíduo, eis que o capítulo II - dos direitos sociais - está contido no Título II - Dos Direitos e
Garantias Fundamentais - da Constituição da República Federativa do Brasil.

E, nos expressos termos do §1° do art. 5° da CF, "as normas definidoras dos direitos e garantias fun-
damentais têm aplicação imediata".

O e. jurista José Afonso da Silva leciona que "por regra, as normas que consubstanciam os direitos
fundamentais democráticos e individuais são de eficácia contida e aplicabilidade imediata, enquanto as
que definem os direitos sociais tendem a sê-lo também na Constituição vigente, mas algumas, especi-
almente as que mencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada e aplicabilidade indireta.

"Então, [prossegue o jurista], em face dessas normas, que valor tem o disposto no §1° do art. 5°, que
declara todas de aplicação imediata? Em primeiro lugar, significa que elas são aplicáveis até onde
possam, até onde as instituições ofereçam condições para seu atendimento. Em segundo lugar, signi-
fica que o Poder Judiciário, sendo invocado a propósito de uma situação concreta nelas garantida, não
pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado o direito reclamado, segundo as instituições exis-
tentes".

Em outra passagem da mesma obra, afirma o e. jurista, citando doutrina de Gomes Canotilho: "Por
conseguinte, todas as normas que reconhecem direitos sociais, ainda quando sejam programáticas,
vinculam os órgãos estatais, de tal sorte que "o Poder Legislativo não pode emanar leis contra estes
direitos e, por outro lado, está vinculado à adoção das medidas necessárias à sua concretização; ao
Poder Judiciário está vedado, seja através de elementos processuais, seja nas próprias decisões judi-
ciais, prejudicar a consistência de tais direitos; ao poder executivo impõe-se, tal como ao legislativo,
atuar de forma a proteger e impulsionar a realização concreta dos mesmos direitos"([2]).

No que diz respeito à integração das normas constitucionais que encerram direitos e garantias funda-
mentais, deve-se dar especial atenção ao disposto no §2° do art. 5° da Magna Carta, in verbis:

§2° - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte."

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Do texto acima, extrai-se que o constituinte expressamente estabeleceu que outros direitos e garantias
estabelecidos em tratados internacionais firmados pelo Brasil também têm aplicação imediata, tão logo
incorporado ao nosso ordenamento jurídico interno.

As normas internacionais de trabalho são de dois tipos: convenções e recomendações; são criadas no
seio da Organização Internacional do Trabalho, através de seu parlamento, a Conferência Internacional
do Trabalho, constituído por 4 delegados para cada Estado Membro, sendo 1 representante dos traba-
lhadores, 2 do governo e 1 dos empregadores.

As convenções distinguem-se das recomendações, porque as convenções, uma vez ratificadas, cons-
tituem fonte formal de direito, gerando direito subjetivos individuais, principalmente nos países onde
vigora a teoria do monismo jurídico e desde que não se trate de diploma meramente promocional ou
programático. Já as recomendações e as convenções não ratificadas constituem fonte material de di-
reito, porquanto servem de inspiração e modelo para a atividade legislativa nacional, os atos adminis-
trativos de natureza regulamentar, os instrumentos de negociação coletiva, de laudo de arbitragem ou
de decisões normativas dos tribunais do trabalho, dotados do poder normativo, quando apreciam con-
flitos coletivos de interesse.

A convenção, após ter sido aprovada pelo Congresso Nacional (art. 49, I, da CF), mediante Decreto
Legislativo, está em condições de ser ratificada por ato soberano do Chefe de Estado. Uma vez ratifi-
cada a convenção, incorpora-se ao nosso ordenamento jurídico interno e entra em vigor um ano após
a data da ratificação. A convenção internacional equipara-se hierarquicamente à lei federal, conforme
se depreende do art. 105, III, a) da CF.

A Constituição brasileira de 1988 adotou a teoria do monismo jurídico, em virtude da qual o tratado
ratificado complementa, altera ou revoga o direito interno, desde que se trate de norma de aplicação
imediata, ou seja, que a matéria nela versada trate de direitos e garantias fundamentais (§1° do art. 5°
da CF).

Ora, a saúde, o trabalho e a segurança são direitos sociais insertos no art. 6° da Lei Maior. O inciso
XXII do art. 7° estatui que é direito dos trabalhadores urbanos e rurais a redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Segundo a classificação de José
Afonso da Silva, tal dispositivo constitucional se enquadraria dentre as normas de eficácia limitada e
aplicabilidade indireta, na medida em que depende de uma norma integradora.

Tais normas, quando do advento da Constituição, já existiam e estão inseridas nos arts. 154 e s. da
Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei 6.514/77. Há ainda regulamentando
essas normas legais as Portarias n°3.214/78 e 3.067/88, emitidas com fulcro no art. 155, I, da CLT, que
aprovaram as Normas Regulamentadoras das ações e serviços em matéria de saúde, higiene e segu-
rança no trabalho urbano e rural - são as NRs e NRRs.

Portanto, o direito fundamental e social à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança, previsto no inciso XXII do art. 7° da Magna Carta, já está devidamente
integrado e regulamentado nas normas supracitadas, e, assim, em plena condição de aplicabilidade
imediata.

A plena aplicabilidade dessas normas aos trabalhadores regidos pela relação jurídica de emprego es-
tabelecida na CLT é questão pacífica na doutrina. Procurarei, nas linhas seguintes, demonstrar que
nosso direito positivo autoriza a exegese de que tais normas também possam ser aplicáveis e exigíveis
a outras relações jurídicas de trabalho.

Em matéria de meio ambiente de trabalho, o Brasil ratificou as convenções 148, 152, 155 e 161. A
Convenção 148, que trata da Contaminação do Ar, Ruído e Vibrações, foi ratificada em 14.01.82 e
promulgada através do Decreto n° 93.413, de 15.10.86. A convenção 152, que trata da Segurança e
Higiene dos Trabalhos Portuários, foi ratificada em 17.05.90 e promulgada pelo Decreto nº 99.534, de
19.09.90. A Convenção 155, que trata da Segurança e Saúde dos Trabalhadores, foi ratificada em
18.05.92 e promulgada pelo Decreto n° 1.254/94. A Convenção 161, que trata dos Serviços de Saúde
do Trabalho, foi ratificada em 18.05.90 e promulgada através do Decreto n° 127, de 22.05.91.

Conforme já acima afirmado, a convenção, uma vez ratificada, insere-se no ordenamento jurídico pátrio
com força de lei federal. Assim, vem ela complementar, alterar ou revogar o direito interno, conforme
seja o caso.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Assim, passaremos a analisar o conteúdo das convenções 155 e 161, por tratarem de forma geral a
questão da segurança e saúde no trabalho, e porque tais convenções foram ratificadas após a promul-
gação da Vigente Carta Constitucional, para verificar o alcance jurídico de suas normas.

A Convenção 155 dispõe, em seu art. 1°, que ela se aplica a todas as áreas de atividade econômica,
facultando ao Estado Membro, após consulta prévia às organizações sindicais de empregadores e tra-
balhadores interessadas, excluir total ou parcialmente da sua aplicação determinadas áreas de ativi-
dade econômica. O art. 2 diz que ela se aplica a todos os trabalhadores das áreas de atividade econô-
mica abrangidas, facultando, da mesma forma, a exclusão parcial ou total de categorias limitadas de
trabalhadores que apresentariam problemas particulares para sua aplicação. O art. 3 define algumas
expressões utilizadas no texto da norma:

a) a expressão "áreas de atividade econômica" abrange todas as áreas em que existam trabalhadores
empregados, inclusive a administração pública;

b) o termo "trabalhadores" abrange todas as pessoas empregadas, incluindo os funcionários públicos;

c) a expressão "local de trabalho" abrange todos os lugares onde os trabalhadores devem permanecer
ou onde têm que comparecer, e que estejam sob o controle, direto ou indireto do empregador;

d) o termo "regulamentos" abrange todas as disposições às quais a autoridade ou as autoridades com-


petentes tiverem dado força de lei;

e) o termo "saúde", com relação ao trabalho, abrange não só a ausência de afecções ou de doenças,
mas também os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com
a segurança e a higiene no trabalho.

Outros dispositivos desta convenção estabelecem a obrigatoriedade de adoção de um política nacional


em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e do meio ambiente de trabalho, com o objetivo
de prevenir os acidentes e os danos à saúde decorrentes do exercício do trabalho, reduzindo ao mínimo
possível as causas dos riscos inerentes ao meio-ambiente de trabalho.

Estabelece que as ações que devem ser empreendidas a nível nacional, e.g. a inclusão das questões
de segurança, higiene e meio ambiente de trabalho em todos os níveis de ensino e treinamento, e a
nível de empresa e.g. exigir dos empregadores todas as medidas necessárias para garantir o local de
trabalho higiênico e seguro, bem como a segurança na operação do maquinário e equipamentos que
estiverem sob seu controle, entre outras medidas.

A convenção 161, que trata dos Serviços de Saúde do Trabalho, em seu art. 1, apresenta as seguintes
definições:

a) a expressão "serviços de saúde no trabalho" designa um serviço investido de funções essencial-


mente preventivas e encarregado de aconselhar o empregador, os trabalhadores e seus representantes
na empresa em apreço, sobre:

i) os requisitos necessários para estabelecer e manter um ambiente de trabalho seguro e salubre, de


molde a favorecer uma saúde física e mental ótima em relação ao trabalho;

ii) a adaptação do trabalho às capacidades dos trabalhadores, levando em conta seu estado de sani-
dade física e mental;

b) a expressão "representantes dos trabalhadores na empresa" designa as pessoas reconhecidas como


tal em virtude da legislação ou da prática nacional.

O art. 2. estabelece a obrigatoriedade de o Estado Membro definir, pôr em prática e reexaminar perio-
dicamente uma política nacional coerente com relação aos serviços de saúde no trabalho.

O art. 3. dispõe que "Todo membro se compromete a instituir, progressivamente, serviços de saúde no
trabalho para todos os trabalhadores, entre os quais se contam os do setor público, e os cooperantes
das cooperativas de produção, em todos os ramos da atividade econômica e em todas as empresas;
as disposições adotadas deverão ser adequadas e corresponder aos riscos específicos que prevale-
cem nas empresas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

O art. 5 da referida convenção elenca as funções que devem ser atribuídas aos serviços de saúde,
dentre as quais, destacamos:

- identificar e avaliar os riscos para a saúde, presentes nos locais de trabalho;

- prestar assessoria no planejamento e na organização do trabalho, inclusive sobre a concepção dos


locais de trabalho, a escolha, a manutenção e o estado das máquinas e equipamentos, bem como
sobre o material utilizado no trabalho;

- prestar assessoria nas áreas da saúde, da segurança e da higiene no trabalho, da ergonomia e,


também, no que concerne aos equipamentos de proteção individual e coletiva;

- acompanhar a saúde dos trabalhadores em relação com o trabalho;

- organizar serviços de primeiros socorros e de emergência; participar da análise de acidentes de tra-


balho e das doenças profissionais.

Destacamos essas funções, porque elas são compatíveis e correlatadas com as funções e atribuições
dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT - NR-
4) e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, e com as finalidades do Programa de Prevenção
dos Riscos Ambientais (PPRA - NR-9) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO - NR-7).

O art. 6 estabelece a forma como devem ser instituídos os serviços de saúde no trabalho: pela via da
legislação; por intermédio de convenções coletivas ou de outros acordos entre empregadores e traba-
lhadores interessados; c) por todos os demais meios aprovados pela autoridade competente após con-
sultas junto a organizações representativas de empregadores e trabalhadores interessados.

O art. 9 e s. estabelece as condições de funcionamento.

Em suma, de todo o exposto, podemos concluir com total segurança que nossa legislação interna,
consubstanciada na Lei 6.514/77 e nas Portarias 3.214/78 e 3.067/88, atendem, de modo geral, às
determinações das supra analisadas convenções, ao menos no que diz respeito aos trabalhadores e
empregadores sujeitos ao regime jurídico da CLT.

No que diz respeito aos demais trabalhadores: autônomos, avulsos, servidores públicos civis e traba-
lhadores organizados em cooperativas, as convenções internacionais supra citadas expressamente
determina que esses também sejam contemplados e protegidos. No entanto, a situação desses traba-
lhadores em relação à efetiva proteção da sua saúde e segurança no trabalho ainda se encontra em
área cinzenta do nosso direito.

Nas linhas seguintes tentarei tornar menos obscura a proteção jurídica da saúde desses trabalhadores,
à vista dos preceitos constitucionais, convenções internacionais e legislação nacional vigentes no país.

Servidores Públicos Civis

A vigente Carta Constitucional estendeu aos servidores públicos civis alguns direitos sociais assegura-
dos aos trabalhadores urbanos e rurais.

O §2° do art. 39, em sua redação original, dispunha in verbis:

"§2° Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7°, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, SVIII,
XIX, XX, XXII, XXIII e XXX."

Destaca-se propositadamente os incisos XXII e XXIII por terem pertinência ao tema ora tratado, os
quais prevêem os seguintes direitos:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

Em relação aos servidores públicos civis da União, a matéria é citada no Titulo VI - Da Seguridade
Social do Servidor - da Lei 8.112/90, no seu art. 185, I, h), que dispõe, in verbis:

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

"Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:

I - quanto ao servidor:

(...)

h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;"

O capítulo II do citado Titulo VI trata dos diversos benefícios do servidor público civil, nada dispondo
todavia sobre a forma como se efetivará a garantia de condições individuais e ambientais de trabalho
satisfatórias. O parágrafo único do art. 184 da Lei 8.112/90 estabelece que os benefícios serão conce-
didos nos termos e condições definidos em regulamento.

Não tenho notícia de que esta matéria esteja regulamentada de modo específico para a Administração
Pública Federal.

Conforme acima afirmado, as normas relativas à saúde, higiene e segurança no trabalho estão regula-
mentadas nos arts. 154 e s. da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei
6.514/77, e nas Portarias expedidas por órgãos competentes do Ministério do Trabalho.

Todavia, o art. 7° da CLT dispõe, in verbis:

"Art. 7°. Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quando for, em cada caso, expres-
samente determinado em contrário, não se aplicam:

(...)

c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos extranumerários
em serviço nas próprias repartições;

d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos ao regime próprio de proteção ao
trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos." (grifei)

Parece-nos que o supra citado dispositivo legal encontra-se parcialmente revogado, ao menos no que
diz respeito à aplicação das normas relativas à Medicina e Segurança do Trabalho constantes da CLT.

Com efeito, a Constituição da República ao adotar a teoria do monismo jurídico em relação à ordem
jurídica internacional e nacional, admitiu a automática inserção na ordem jurídica interna das normas
de tratados internacionais aprovadas pelo Congresso Nacional, com força de lei ordinária (art. 5°, §2°
c/c art. 49, I e art. 105, III a). Assim, a ratificação das Convenções 148, 152, 155 e 161 e a inclusão do
inciso XXII do art. 7° dentre os direitos assegurados aos servidores públicos civis importa na expressa
autorização de aplicabilidade dos preceitos relativos à medicina e segurança do trabalho constantes
das citadas Convenções, da CLT e das Portarias 3.214/78 e 3.067/78 do MTb, aos servidores públicos
civis.

Tal exegese decorre do fato de que às normas constitucionais devem ser atribuídas o máximo de efi-
cácia jurídica possível, pelo que o intérprete e aplicador da lei tem de afastar as dificuldades para
concretizar os dispositivos da Lei Maior. Assim, enquanto não houver lei que complete certos disposi-
tivos simplesmente enunciados pela Constituição, tem-se de aplicar o instituto deferido para outros
sujeitos ou situações, tal com ele já está em vigor, conforme afirma o saudoso jurista e prof. Valentim
Carrion, in Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 23a edição, pp. 44. São Paulo. Saraiva,
1998.

Tal interpretação se impõe de maneira mais acentuada, na medida em que a E.C. nº 19 retirou dos
servidores públicos o direito ao adicional de remuneração para as atividades penosas, insalbures ou
perigosas. Assim, mais se reforça a nossa tese de que a esses servidores devem ser aplicadas as
normas relativas à medicina e segurança no trabalho previstas na CLT.

Outra razão lógica para tal aplicabilidade decorre do fato de que, com a edição da E.C. nº 19, os entes
federados poderão admitir trabalhadores tanto pelo regime estatutário como pelo regime celetista, para
laborarem nos respectivos órgãos da administração pública direta ou indireta. Sendo assim, parece-
nos que não se coaduna com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do valor

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

social do trabalho, da igualdade de todos perante a lei, da isonomia de tratamento e do direito de todos
à saúde, a coexistência de trabalhadores, a serviço de um mesmo órgão da administração pública
direta ou indireta, sendo que os celetistas teriam direito à proteção de sua saúde no trabalho, através
das ações e serviços de saúde previstos nas normas regulamentares estabelecidas na CLT e nas Por-
tarias do MTB, e aos estatutários tal direito não fosse assegurado.

Trabalhadores Avulsos

Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a
diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do sindicato da cate-
goria ou do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei 8.630, de 25.02.93. Pelo regulamento dos
benefícios da Previdência Social (art. 6°, VI, do Decreto n° 2.172, de 05.03.97) são considerados tra-
balhadores avulsos: o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e
conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; o trabalhador em alvarenga (embarcação para
carga e descargo de navios); o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive
carvão e minério; o amarrador de embarcação; o ensacador de café, cacau, sal e similares; o carrega-
dor de bagagem em porto; o prático de barra em porto; o guindasteiro; o classificador, o movimentador
e o empacotador de mercadorias em portos; outros assim classificados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.

A Constituição da República, em seu art. 7°, inciso XXXIV, assegura a igualdade de direitos entre o
trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Em decorrência dessa iso-
nomia de direitos, os trabalhadores avulsos, além de outros direitos, gozam do direito à redução dos
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII).

Com o advento da Lei 8.630/93, que regulamenta a exploração dos portos organizados e o trabalho
portuário, os sindicatos dos trabalhadores portuários deixaram de ser o administrador do fornecimento
da mão-de-obra destes trabalhadores, função essa que passou à responsabilidade do órgão gestor de
mão-de-obra, que deve ser constituído, em cada porto organizado. Àqueles sindicatos cabem a repre-
sentação e a defesa dos interesses individuais e coletivos da categoria, a fim de entabular negociação
coletiva e firmar acordos ou convenções coletivas, por exemplo.

No que diz respeito à saúde e segurança no trabalho portuário, o art. 3º da Lei 6.514/77, que deu nova
redação a todos os artigos do Capítulo V - Da Medicina e da Segurança no Trabalho, do Título II da
CLT, já dispunha, in verbis:

"Art. 3º - As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às
entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas
categorias profissionais."

Complementando a proteção da saúde dos trabalhadores portuários, giza o art. 9° da Lei 9.719, de
27.11.98, in verbis:

"Art. 9° - Compete ao órgão gestor de mão-de-obra (OGMO), ao operador portuário e ao empregador,


conforme o caso, cumprir e fazer cumprir as normas concernentes a saúde e segurança do trabalho
portuário.

Parágrafo único. O Ministério do Trabalho estabelecerá as normas regulamentadoras de que trata o


caput deste artigo."

A lei 8.630/93 estabeleceu a possibilidade de os operadores portuários contratarem diretamente os


trabalhadores portuários por prazo indeterminado mediante relação de emprego. Neste caso, a respon-
sabilidade pelo cumprimento das normas de saúde e segurança recai diretamente sobre o operador
portuário empregador.

Com relação ao trabalhador portuário avulso, o art. 19 da Lei 8.630/93 giza que compete ao órgão
gestor de mão-de-obra zelar pelas normas de saúde, higiene e segurança.

A supracitada lei estabelece ainda a competência do Ministério do Trabalho e do INSS para observar
o cumprimento das normas e condições gerais de proteção ao trabalho portuário.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

A repartição das competências em relação às medidas de segurança e saúde no trabalho portuário


encontra-se devidamente regulamentada na NR-29, sendo certo que tal norma alcança todos os traba-
lhadores portuários, com ou sem vínculo de emprego, bem como impõe a obrigação de os operadores
portuários, empregadores, tomadores de serviços e o OGMO cumprirem e fazerem cumprir a NR-29
no que tange à prevenção dos riscos de acidentes do trabalho e doenças profissionais nos serviços
portuários.

Sociedades Cooperativas

Nos termos do art. 3° da Lei 5.764/71, as sociedades cooperativas são constituídas por pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade eco-
nômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. As cooperativas são constituídas para prestar ser-
viços aos associados, de forma a proporcionar-lhes melhores condições de trabalho e renda, para pro-
moção de sua ascensão social e econômica.

Os trabalhadores que se unem voluntariamente para trabalharem sob a forma do sistema do coopera-
tivismo são considerados pela legislação previdenciária, como autônomos, posto que, na verdadeira
relação cooperativista, a relação jurídica entre os associados é societária, ou seja, os cooperados são
os donos do empreendimento.

Conforme acima verificado, a Convenção 161, que trata dos serviços de saúde do trabalho, determina
a instituição dos serviços de saúde no trabalho para todos os trabalhadores, entre os quais se contam
os do setor público, e os cooperantes das cooperativas de produção, em todos os ramos da atividade
econômica e em todas as empresas.

Diante deste dispositivo legal e considerando que a finalidade precípua das sociedades cooperativas é
a prestação de serviços aos cooperados, para que estes logrem melhores condições de trabalho, é
cediço que às sociedades cooperativas deve incidir a obrigatoriedade de colocar à disposição dos seus
cooperados os serviços de saúde, de que trata a Convenção 161, os quais estão regulamentados nas
NRs 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT,
NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, NR-7 - Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional - PCMSO e NR-9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais entre outras cor-
relatas e interdependentes.

Caso se trate de cooperativa que exerça atividade de natureza rural, ou seja, agricultura ou pecuária,
aplicam-se a elas as normas regulamentares relativas ao trabalho rural, tais como, NRR-2 - Serviço
Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (SEPATR) e NRR-4 - Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes de Trabalho Rural (CIPATR).

A se pensar que tais serviços de saúde não devem ser assegurados ao trabalhador autônomo organi-
zado em cooperativa, que vantagem teria o trabalhador autônomo ou eventual, em se unir a outros da
mesma classe de profissão, se, ainda assim, estaria totalmente afastado de um dos mais importantes
direitos sociais dos trabalhadores, a saber: o direito à saúde, higiene e segurança no trabalho.

É claro que aquelas normas deverão ser aplicadas e interpretadas, levando em conta que os trabalha-
dores beneficiados e a cooperativa, de certa forma, se confundem, posto que esta age no interesse
exclusivo daqueles. Portanto, os custos de tais serviços devem ser suportados pelos fundos sociais de
que trata o art. 28 da Lei 5.764/71.

Há ainda as cooperativas formadas por trabalhadores portuários avulsos, registrados na forma da Lei
8.630/93, que podem, nos termos do art. 17 da citada lei, se estabelecerem como operadores portuários
para a exploração de instalações portuárias, dentro ou fora dos limites da área do porto organizado.
Neste caso, a cooperativa, enquanto operadora portuária, deverá observar o disposto no art. 9° da Lei
9.719, de 27.11.98, e as disposições da NR-29 acima referidas.

Por derradeiro, é importante ressaltar que, neste tópico, estamos nos referindo às verdadeiras socie-
dades cooperativas, que operam segundo os princípios do cooperativismo. As fraudoperativas, ou seja,
as cooperativas fraudulentas, que somente se utilizam da nomenclatura cooperativa, com o nítido in-
tuito de fraudar os direitos sociais dos trabalhadores, uma vez que funcionam como verdadeiras em-
presas comerciais, devem ser tratadas como as empresas em geral, posto que os trabalhadores, ditos
"cooperados", são, na realidade, empregados.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Trabalhadores Rurais Sem Vínculo Empregatício

O caput do art. 7° da Magna Carta estabeleceu igual tratamento jurídico entre o trabalhador urbano e
o rural. Todavia, é certo que muitos dos direitos inseridos nos diversos incisos do referido artigo dizem
respeito aos trabalhadores urbanos e rurais com vínculo empregatício. No entanto, não se pode perder
de vista que as normas de proteção da saúde e segurança do trabalhador são de ordem pública, isto
é, de interesse público, geral da sociedade, devendo portanto ser observadas sempre que as condições
de trabalho ofereçam risco à saúde ou à integridade física do trabalhador, independentemente da na-
tureza jurídica da relação de trabalho.

Partindo dessa premissa maior é que devem ser interpretadas as normas que tratam da proteção à
saúde do trabalhador e dos benefícios previdenciários decorrentes de doenças do trabalho ou acidente
do trabalho.

Assim devem ser interpretados os arts. 1º, 13 e 17 da Lei 5.889/73, que dispõem, in verbis:

"Art. 1º As relações de trabalho rural serão reguladas por esta Lei e, no que com ela não colidirem,
pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovado pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943."

"Art. 13. Nos locais de trabalho rural serão observadas as normas de segurança e higiene estabelecidas
em portaria do Ministro do Trabalho."

"Art. 17. As normas da presente Lei são aplicáveis, no que couber, aos trabalhadores rurais não com-
preendidos na definição do art. 2°, que prestem serviços a empregador rural."

O art. 2° mencionado define quem é o empregado rural. Portanto, a lei determina expressamente que
suas disposições são aplicáveis aos trabalhadores rurais sem vínculo de emprego, que estejam a ser-
viço de empregador rural, que, nos termos do art. 3°, é a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não,
que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através
de prepostos e com auxílio de empregados.

A lei pretende, ao nosso ver, alcançar, e efetivamente alcança, outros trabalhadores rurais, sem vínculo
de emprego, tais como o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, e o assemelhado, que exerçam
suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar. Ora, a interpretação conjunta
desses três dispositivos legais, não deixa dúvidas de que, em todos os locais de trabalho rural, inde-
pendentemente da natureza jurídica da relação de trabalho rural existente, devem ser observadas as
normas de medicina e segurança estabelecidas em portarias do Ministério do Trabalho, as quais têm
fundamento nos arts. 154 e s. da CLT. Portanto, esses dispositivos legais da CLT e as referidas porta-
rias aplicam-se a todos os locais de trabalho rural.

A responsabilidade pelo cumprimento de tais normas regulamentares rurais (NRRs), ao nosso ver, recai
sobre o empregador rural, se assim se puder qualificar o empreendedor rural, ou sobre o proprietário
(sujeito do contrato) do prédio rústico, objeto do contrato de arrendamento, meação ou parceria rural,
na medida em que, nos termos do art. 21 da Convenção 155 e art. 12 da Convenção 161 da OIT, as
medidas de segurança e higiene e de acompanhamento da saúde do trabalhador não devem implicar
em nenhum ônus financeiro para os trabalhadores.

Ademais, nos termos do inciso VII do art. 11 da Lei 8.213/91, os trabalhadores rurais citados no item
anterior (produtor, parceiro, meeiro e arrendatário) são considerados segurados especiais, os quais
gozam dos direitos e benefícios decorrentes de acidente de trabalho, por força do art. 19 da Lei
8.213/91, sendo a empresa (leia-se empresário) responsável pela adoção e uso das medidas coletivas
e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, ex vi do §1º do antes citado art. 19.

O Problema da Fiscalização

A Constituição estabelece, em seu art. 21, XXIV, que compete à União organizar, manter e executar a
inspeção do trabalho. A fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho é de
incumbência das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, nos termos do art. 626 da CLT.
Vale notar que a Constituição e a Lei fazem menção à inspeção do trabalho e proteção ao trabalho.
Logo, imprópria se mostra a restrição da atuação do Ministério do Trabalho em fiscalizar apenas o
trabalho subordinado (relação de emprego).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

Por outro lado, as ações e serviços públicos de saúde, nos termos do art. 198 da Carta Magna, integram
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único de saúde, descentralizado, com
direção única em cada esfera de governo. O art. 200 da CF dispõe in verbis:

Art. 200 - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar


da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

(...)

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho."

A Lei 8.080/89, que regula, em todo o território nacional, o conjunto das ações e serviços públicos de
saúde, que constitui o Sistema Único de Saúde, define no §3° do art. 6° o conjunto de atividades que
envolve a saúde do trabalhador, dentre as quais se encontra a participação na normatização, fiscaliza-
ção e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas
(inciso VI).

Por sua vez, o art. 159 da CLT prevê a possibilidade de delegação a outros órgãos federais, estaduais
ou municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministério do Trabalho, de atribuições de fiscalização
ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes do Capítulo relativo à
Segurança e Medicina do Trabalho.

O art. 154 da CLT estabelece ainda que a observância, em todos os locais de trabalho, do disposto
neste capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios
em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções co-
letivas de trabalho.

Deve-se ainda atentar para o fato de que o Brasil é signatário da Convenção n° 81, que trata da Inspe-
ção do Trabalho na Indústria e no Comércio, que em seu art. 5°, a) giza:

"Art. 5 - A autoridade competente deverá tomar medidas apropriadas para favorecer:

a) a cooperação efetiva entre os serviços de inspeção, de uma parte, e outros serviços governamentais
e as instituições públicas e privadas que exercem atividades análogas, de outra parte."

O art. 9 da Convenção n° 155 - Segurança e Saúde dos Trabalhadores, dispõe:

"O controle da aplicação das leis e dos regulamentos relativos à segurança, a higiene e o meio-ambi-
ente de trabalho deverá estar assegurado por um sistema de inspeção das leis ou dos regulamentos."

E o art. 16 da Convenção 161- Serviços de Saúde no Trabalho arremata:

"Art. 16 - A legislação nacional deverá designar a autoridade ou autoridades encarregadas de supervi-


sionar o funcionamento do serviços de saúde no trabalho e prestar-lhes assessoramento, uma vez
instituídos."

Desta forma, verifica-se que encontra amparo constitucional e infra-constitucional a atuação dos órgãos
públicos do sistema único de saúde na fiscalização dos serviços de saúde do trabalhador realizados
nas instituições e empresas públicas e privadas. Todavia, a Lei 8.080/90 não atribui amplo poder de
polícia a tais órgãos, posto que não gozam do poder de impor sanções às empresas que não cumprem
as respectivas normas relativas aos serviços medicina e segurança no trabalho. No entanto, mediante
convênio entre o órgão do Ministério do Trabalho e a Secretaria Estadual ou Municipal de Saúde pode-
se delegar a atribuição de fiscalização das normas do capítulo de Medicina e Segurança no Trabalho,
incluindo o poder de autuar as empresas recalcitrantes.

Desta forma, a fiscalização e controle dos serviços de saúde e segurança do trabalhador, que devem
ser assegurados a todos trabalhadores não sujeitos à relação de emprego, pode e deve ser exercida

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

de forma ampla e irrestrita pelos agentes de fiscalização do Ministério do Trabalho, e mediante convê-
nio, pelos demais órgãos públicos federais, estaduais ou municipais do sistema único de saúde, para
atuar na fiscalização das normas de medicina e segurança do trabalho, nos termos do art. 159 da CLT.

Consequências da não observância das normas relativas à Medicina e Segurança no Trabalho

Consequências do descumprimento das normas legais, convencionais, contratuais e regulamentadoras


de segurança, higiene e medicina do trabalho. O empregado dispõe de cinco comportamentos juridica-
mente tutelados:

a) reclamar perante a CIPA e/ou SESMT (item 5.18.c da NR-5 e item 9.4.2 da NR-9);

b) apresentar denúncia da irregularidade ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego ou do


Ministério Público do Trabalho (inciso XXXIV, a do art. 5° da Magna Carta - direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder);

c) requerer judicialmente as providências para eliminação ou neutralização do agente agressivo (neste


caso, a ação coletiva - ação civil pública - é mais recomendável e eficaz), ou a indenização por danos
materiais e morais sofridos em decorrência de acidente de trabalho, através de ação individual;

d) interromper a prestação dos serviços (jus resistente do empregado - item 3.1.1 da NR-3 c/c art. 161,
§6° da CLT);

e) postular a rescisão indireta do contrato de trabalho com fulcro no art. 483 da CLT.

Em caso de acidente de trabalho, além da indenização a que tem direito pela legislação previdenciária,
paga pela Previdência Social (teoria da responsabilidade objetiva), pode o empregador postular o pa-
gamento de indenização por danos materiais ou morais, em havendo a concorrência de dolo ou culpa
do empregador quando da ocorrência do acidente de trabalho (teoria da responsabilidade civil subje-
tiva), conforme se depreende do inciso XXVIII do art. 7° e do inciso X do art. 5° da Magna Carta.

A responsabilidade civil alcança não só o real empregador, bem como todos aqueles que, de alguma
forma, possa ter contribuído para a ocorrência do acidente. Assim, no caso de terceirização de serviços,
podem responder civilmente pelos danos causados ao trabalhador o empregador e o tomador dos ser-
viços. Tal responsabilidade, embora subjetiva, ou seja, dependente da prova de culpa, é solidária nos
termos do art. 1518 e seu parágrafo único do C.C.

Dano Moral Coletivo

A violação das normas trabalhistas de medicina e segurança no trabalho configura um dano ao meio
ambiente de trabalho, sendo certo que a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança constitui-se em direito social dos trabalhadores urbanos e rurais, nos
exatos termos do inciso XXII do art. 7° da Magna Carta e obrigação do empregador, ex vi dos arts. 154
e seguintes da CLT.

A violação dessas normas colocam em risco a vida, a saúde e a integridade física dos trabalhadores,
que também fazem parte do meio ambiente de trabalho, posto que a sua força de trabalho é um dos
principais meios de produção, que se encontram à disposição e sob a direção do empregador.

A proteção à saúde se estende também ao meio ambiente de trabalho, conforme se verifica do disposto
no art. 200, inciso VIII da Magna Carta:

"Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho."

Ademais, o descuido do meio ambiente de trabalho, mediante a violação das normas supracitadas,
pode ainda caracterizar-se como infração penal, nos termos dos arts. 14 e 15 da Lei 6.938/81 e arts.
14 a 17 da Lei 7.802/89.

Convém enfatizar que, para a caracterização do dano moral coletivo nesta hipótese, não é imprescin-
dível que haja o efetivo dano à vida, à saúde ou à integridade física dos trabalhadores, basta que se
verifique o desrespeito às normas trabalhistas de medicina e segurança do trabalho e o descuido das

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
SAÚDE E SEGURANÇA NO AMBIENTE
DO TRABALHO

condições e serviços de higiene, saúde e segurança que integram o meio ambiente de trabalho, para
sua configuração. Não se trata de reparação de dano hipotético, mas sim de se atribuir à reparação um
caráter preventivo, pedagógico e punitivo, pela ação omissiva ou comissiva do empregador, que repre-
sente séria violação a esses valores coletivos (direita à vida, à saúde, à segurança no trabalho) e que
possa advir em dano futuro, não experimentado ou potencializado, em razão do acentuado e grave
risco de sua efetiva concretização, diante da concreta violação das supracitadas normas trabalhistas.

Responsabilidade Penal

A inobservância das normas de segurança, higiene medicina do trabalho, a par de se constituir em


contravenção penal, nos termos do §2° do art. 19 da Lei 8.213/91, pode configurar o crime do art. 132
do C.P. ("Expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção de três meses
a um ano, se o fato não constitui crime mais grave"). Recentemente, este dispositivo foi acrescentado
de parágrafo único pela Lei 9.777, de 29.12.98, com a seguinte redação:

"Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de


outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos
de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais."

Os acidentes de trabalho podem ainda ter repercussões no direito penal, mediante a tipificação dos
crimes de homicídio, lesão corporal ou os crimes de perigo comum, previstos nos arts. 250 a 259 do
Código Penal, por conduta dolosa ou culposa do empregador ou dos responsáveis.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
DENSÍMETRO

Densímetro

O densímetro é um instrumento que indica a densidade de líquidos sem o auxílio de uma balança.
Apesar de hoje o termo "densímetro" referir-se genericamente a todo instrumento desse tipo, historica-
mente eram empregados dois termos: aerômetro e hidrômetro.

O termo aerômetro se aplica ao instrumento destinado a determinar a massa ou a densidade de gases


confinados em recipientes rígidos, mas logo também passou a designar as medidas de densidades de
líquidos em relação ao ar (d ≈ 1,2 g/L a 25 ºC). Já o hidrômetro refere-se à medida de densidade de
líquidos puros ou de soluções. Hoje ele é empregado para referir-se ao instrumento que mede o con-
sumo de água por meio da medida de vazão.

Não se deve confundir hidrômetro com higrômetro, que visa determinar a umidade relativa do ar. O
termo densímetro abrange ambos os termos históricos por representar, na verdade, uma mesma fina-
lidade: a medida de uma densidade. Por isso, neste trabalho, os termos aerômetro e hidrômetro serão
usados como sinônimo de densímetro.

Princípio de Funcionamento do Densímetro

O densímetro funciona com base no fenômeno da flutuabilidade. Um corpo flutua quando ele se en-
contra em equilíbrio sob a ação conjunta apenas das forças de gravidade (força peso) e de empuxo.
Para um corpo flutuante é satisfeita a condição P= I, ou seja, a força peso é igual ao empuxo. Portanto
o peso aparente do corpo flutuante é nulo. Denomina-se peso aparente de um corpo a diferença entre
sua força peso P e a intensidade I do empuxo

(7)

O peso aparente mede a resultante das forças de gravidade e do empuxo que atuam no corpo. Tem-
se quando quando um corpo abandonado no seio de um fluido vai ao
fundo quando seu peso aparente é positivo, aflora quando seu peso aparente é negativo e permanece
estacionário quando seu peso aparente é nulo.

Dividindo a igualdade P = I, membro a membro, por g (aceleração da gravidade)

(8)

A massa de um corpo flutuante é igual a massa do fluído que ele desloca.

O centro de massa C e o centro de impulsão Ci do corpo flutuante situam-se numa mesma vertical.
Inclinando-se o corpo ligeiramente, o centro de impulsão geralmente se desloca; a vertical pelo novo
centro de impulsão intercepta a reta l em um ponto M denominado metacentro. O equilíbrio do corpo
flutuante é estável (a) quando M se situa acima de C; indiferente (b) quando M coincide com C; instável
(c) quando M se situa abaixo de C (Fig. 1). O densímetro é projetado para a situação (a). O densímetro
é uma das muitas aplicações do Princípio de Arquimedes (287-212 aC).

Figura 1- Tipos de equilíbrios num corpo flutuante.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
DENSÍMETRO

Os densímetros são constituídos por duas partes, conforme visto na Fig. 2. A haste e o bulbo (ou am-
pola) têm formato cilíndrico. Geralmente são feitos de vidro, são ocos, e o lastro é, o mais das vezes,
chumbo (d = 11,3 g/cm3) ou mercúrio (d = 13,6 g/cm3). O lastro se situa na extremidade inferior do
bulbo, o que permite que o densímetro, introduzido num líquido, flutue em posição vertical.

Figura 2- Esquema clássico de um densímetro. O lastro se localiza na parte inferior do instrumento.

A haste contém uma escala proveniente de uma calibração, a qual permite a leitura da densidade do
líquido (ou outra grandeza associada a ele). A relação entre o volume e a massa do bulbo é o principal
fator no estabelecimento dos limites superior e inferior da escala, ou seja, o intervalo de densidades
que o densímetro pode medir.

O densímetro tem de flutuar, em equilíbrio estável, nos líquidos cujas densidades se quer medir. Isto
é, não pode ser pesado demais, a ponto de bater no fundo do recipiente em que é colocado, nem leve
demais, a ponto de sua escala ficar fora da interface líquido-ar, que onde se dá a leitura. A profundidade
da posição de equilíbrio deve ser função da densidade do líquido. Assim, a dimensão da haste é fun-
damental para estabelecer a dependência entre a densidade do líquido e a profundidade de equilíbrio.

No equilíbrio, o empuxo I provocado pelo deslocamento do fluido deve compensar exatamente a força
peso P do densímetro, que é o peso Pb do bulbo mais o peso Ph da haste, relacionados às suas res-
pectivas massas, mb e mh e à aceleração da gravidade g por

(9)

O empuxo é o produto do volume VL de líquido deslocado pela sua densidade dL e pela aceleração da
gravidade g

(10)

O volume VL de líquido deslocado corresponde exatamente ao volume submerso do objeto, que é o


volume Vb do bulbo mais o volume Vh da porção de altura h da haste que está submersa

(11)

Assim

(12)

A escala de densidade está diretamente relacionada à a altura h da porção submersa da haste, e não
do seu volume. Por isso, o volume da haste de um densímetro deve ser descrito como função da área
de sua seção transversal e da altura submersa h: Vh = Ath. A massa da haste pode ser descrita em
função de sua densidade λh e da sua altura submersa h: mh = Ah h. O volume do bulbo também pode
ser escrito em função de sua massa mb e de sua densidade db: Vb = mb/db.

Desse modo, a equação de equilíbrio fica

(13)

Isolando h, a porção da haste submersa, tem-se

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
DENSÍMETRO

(14)

Como mb = dbVb, substituindo na expressão 14, chega-se à expressão final

(15)

A altura h aumenta com o volume e a densidade do bulbo. A satisfação simultânea desses dois critérios
é incompatível com materiais homogêneos: para uma dada massa, quanto maior a densidade, menor
será o volume.

Assim, os densímetros utilizam bulbos não homogêneos. Na prática (Fig. 4), o lastro (no caso, mercúrio)
possui densidade bem diferente do vidro (dvidro entre 2,4 e 2,8 g/cm3). Tal diferença tem outra vanta-
gem na construção do instrumento, que é facilitar o alinhamento do densímetro com a vertical, de
acordo com as condições do equilíbrio estável (Fig. 1).

Figura 3 – Desenhos do aerômetro proposto por Boyle (1676, esquerda) e do aerômetro de Roberval
(1663, direita).

Figura 4 – Aerômetros de Nicholson, feito em vidro (esquerda) cobre (direita), contendo lastro em
chumbo.

A Evolução do Densímetro

Dos Primórdios ao Século XVII

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
DENSÍMETRO

Os primeiros relatos sobre a existência do densímetro talvez se devem ao matemático Alexandrino


Pappos (290-350). Em 410, Sinésio (373-414), bispo de Ptolemais, menciona, numa carta à filósofa
Hipátia (ca. 355-415), um aerômetro constituído de folhas de prata. A julgar pelo conteúdo dessa carta,
ele considerava o instrumento uma novidade. A obra De Ponderibus et Mensuris (escrita em 1599 por
Juan de Marana, 1536-1624), cita um aerômetro construído segundo Rêmio Fânio Paláemon, no século
I d.C. Embora seja difícil afirmar quem teria sido seu inventor, pode-se afirmar que o densímetro é uma
invenção muito antiga. Em 1121, o árabe Al-Khazini descreve um instrumento semelhante ao de Siné-
sio.

Sua obra, Kitab Mizan al-Hikna (O Livro da Balança da Sabedoria), em 4 volumes, dedica os volumes
2 a 4 à hidrostática (parte da física que estuda os fluidos em repouso), com ênfase na determinação
das densidades de 51 substâncias (metais, ligas, soluções salinas e líquidos diversos). AIKhazini atribui
a Pappos a invenção do densímetro. Johann Thülde (1565-1614), por volta de 1600, determinou com
um aerômetro o conteúdo das lixívias de sal (NaCI, KCI) da salina de Frankenhausen (Alemanha); trata-
se de um dos primeiros casos documentados em que se relaciona a densidade à concentração de um
soluto dissolvido. Van Helmont (1577-1644) introduziu o densímetro no exame da urina de doentes, e
Denis Dodart (1634-1707) estudou em 1669 a densidade de uma série de destilados.

A tecnologia de construção e emprego do densímetro evoluiu notavelmente no século XVII. Robert


Boyle (1627-1691), químico e físico inglês, construiu em 1676 um aerômetro de vidro, tendo na esfera
inferior um lastro de mercúrio (Fig. 3); ele introduziu o uso de aerômetros para determinar a densidade
de determinados líquidos, como vinhos e cervejas.

Em 1663, o matemático francês Gilles Persone de Roberval (1602-1675) construiu o chamado aerô-
metro de pesagem, destinado à determinação da densidade de líquidos. Este instrumento consiste de
uma bola de vidro, carregada com mercúrio, contendo um cone. Ele flutua nos líquidos sempre com o
cone para cima (Fig. 3). Neste cone colocam-se pesos anulares até que ele mergulhe completamente
no líquido a examinar, exatamente até a sua ponta. Há também citações que atribuem a invenção desse
instrumento ao médico e explorador Balthasar de Monconys (1611-1665). Seja como for, o fato é que
esse instrumento era muito inexato, pois os pesos também mergulhavam no líquido, deslocando-o.

Século XVIII -a Diversificação do Densímetro

Nesse século foram desenvolvidos dois tipos de densímetro: a) os de volume constante, que servem
para medir as densidades de sólidos e líquidos através da colocação de corpos denominados "pesos"
em pratos fixados em suas hastes. O princípio é não variar o volume deslocado pelo instrumento, pois
ele deverá afundar até uma marca pré-determinada localizada em sua haste que se chama ponto de
afloramento; b) os de peso constante, que não empregam pesos; determina-se apenas o volume do
líquido deslocado pelo corpo.

Aerômetros de Volume Constante

Aerômetro de Nicholson - William Nicholson (1753-1815), químico inglês e descobridor do processo de


eletrólise da água, propôs em 1790 um aerômetro engenhoso destinado à determinação da densidade
de corpos sólidos. Ele é constituído por um bulbo cilindro oco, limitado por dois cones, (Fig. 4). Na
extremidade superior há uma haste que sustenta um pequeno prato e a inferior é munida de um gancho
no qual se prende uma cesta. Uma marca colocada na haste indica o ponto de afloramento. O lastro
pode se localizar tanto no bulbo como na cesta.

Coloca-se uma amostra do corpo no prato e introduz-se o instrumento na água, tendo o cuidado de
adicionar os pesos necessários para que o afloramento se dê na marca da haste. Se o corpo for menos
denso que a água, ele e colocado na cesta. Substitui-se em seguida o corpo por pesos marcados M.
Estes representam a massa do corpo. Retiram-se estes pesos e coloca-se o corpo na cesta, introdu-
zindo de novo o instrumento na água. Para que o afloramento se produza na marca é necessário juntar
pesos M' ao prato. Estes pesos correspondem ao empuxo produzido pelo corpo, e a densidade procu-
rada é

(16)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
DENSÍMETRO

Aerômetro de Fahrenheit - físico e químico alemão, Gabriel Daniel Fahrenheit (1686-1736) construiu
um aerômetro constituído por uma ampola de vidro contendo na parte superior uma haste fina de vidro
que suporta um pequeno prato, e na parte inferior um lastro de mercúrio. Com isso, ele eliminou a
imprecisão do aerômetro de Roberval. Nesse prato, colocam-se pesos de maneira que o aerômetro
afunde no líquido até uma marca feita na haste (o ponto de afloramento). Fahrenheit descreveu seu
instrumento no artigo Araeometri novi descripiton et usus (1723).

O aerômetro de Fahrenheit permite determinar a densidade de líquidos. Para usá-lo é necessário co-
nhecer primeiramente sua massa, P. Introduz-se em seguida o instrumento no líquido cuja densidade
se deseja conhecer e juntam-se pesos marcados para que o afloramento se dê no ponto marcado na
haste (Figs. 5 e 6).

Figura 5 – Detalhe de um aerômetro de Fahrenheit, evidenciando a marca em sua haste.

Figura 6 – Aerômetro de Fahrenheit, modelo do final do século XI: a) proveta; b) lastro de HG; c) prato;
d) jogo de pesos 0,1, 0,5 e 1,0 g em latão.

Seja p este peso. A massa total (P + p) do sistema é igual à massa do líquido deslocado. Introduz-se
depois o instrumento na água destilada. Seja p' o peso necessário para produzir o afloramento. A
massa da áagua deslocada será

(17)

e a densidade procurada é

(18)

A importância da densidade

No Cotidiano

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
DENSÍMETRO

A medida da densidade tem grande importância na caracterização de materiais. O estado da bateria


de um automóvel pode ser inferido pela medida de densidade do eletrólito, uma solução de ácido sul-
fúrico (H2SO4). A medida que a bateria descarrega esse ácido combina-se com o chumbo (Pb) nas
placas da bateria formando sulfato de chumbo (PbSO4), insolúvel.

Isso reduz a concentração ao do acido (e a densidade) da solução. A densidade varia desde 1,30 g/mL
numa bateria carregada até 1,15 g/mL numa descarregada. Essa medida é rotineiramente realizada
em oficinas por meio de um densímetro. A densidade do etanol nos postos de combustível é monitorada
por densímetros que indicam se o produto está ou não dentro das especificações (especialmente
quanto ao teor de água presente).

A édica utiliza de muitas maneiras as medidas de densidade, como, por exemplo, testes em sangue e
urina. A densidade normal do sangue humano encontra-se entre 1,04 e 1,06 g/mL. Como a densidade
aumenta com a concentração de células vermelhas, uma densidade anormalmente baixa pode indicar
anemia. Da mesma forma, a densidade normal da urina é de 1,02 g/mL. Algumas doenças geram au-
mento na excreção de sais e elevação correspondente na densidade da urina.

O hidrômetro de Baumé ainda é hoje empregado na determinação do grau de acidez de produtos ali-
mentícios como leite, licores etc. Em particular, o leite é um exemplo interessante. Sua densidade varia
entre 1,023 e 1,040 g/mL, a 15 ºC (3-6 ºBé). O leite com alto teor de gordura apresenta maior densidade
em relação ao leite com baixo teor. Bebidas contendo teores variados de etanol (cervejas, aguardentes
e outros fermentados/destilados alcoólicos) são constantemente analisadas por meio de suas densida-
des.

A fabricação industrial de ácidos também ainda emprega densímetros com a escala em graus Baumé.
Por exemplo, o úrico puro tem 66 ºBé. O ácido comercial geralmente tem 60ºe que contém água. Com
um densímetro, pode-se rapidamente saber se ácidos (assim como o etanol combustível) estão adul-
terados por adição de água. Desde a segunda metade do século XIX, as medidas de densidade são
muito utilizadas como meio rápido de controle de qualidade de produtos líquidos.

No Ensino

O densímetro é um recurso didático valioso desde o ensino fundamental, devido à facilidade de mani-
pulação pelos alunos, situação reconhecida há bastante tempo no ensino de física. Talvez por isso a
construção de densímetros constituía a primeira das práticas envolvendo a densidade.

É possível discutir com os alunos questões como flutuação, densidade, gravidade, empuxo, fazendo-
se experimentos com densímetros mergulhados em diversos líquidos. Num estágio mais avançado,
pode-se discutir a flutuabilidade de navios e submarinos.

A densidade é um conceito importante para entender o comportamento da água sob variações de tem-
peratura. As substâncias, em sua maioria, se contraem quando solidificam (com isso a densidade au-
menta), mas a água dilata-se (o gelo -d = 0,91 g/cm3 -é menos denso do que a água).

Em consequência do princípio de Arquimedes, um bloco de gelo fica imerso em cerca de 90% do seu
volume. Isso faz com que os icebergs sejam muito perigosos para a navegação. Nos lugares muito
frios, a água pode congelar-se, no radiador dos automóveis e nos encanamentos das casas, arreben-
tandoos.

Evita-se isso colocando na água substâncias que só a deixam congelar a temperaturas muito abaixo
de OºC; o etilenoglicol é um exemplo comum em radiadores. Contudo, a expansão da água ao conge-
lar-se é muito útil na agricultura.

Ao congelar nas rachaduras extremamente finas das rochas, a água as fragmenta, contribuindo para a
formação de solo arável. A célebre experiência de Thomas Charles Rope (1766-1844), esquematizada
na Fig. 12, demonstra que a densidade da água a 4 ºC é a máxima

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
DENSÍMETRO

Figura 12 – Representação esquemática da experiência de Thomas Hope: o termômetro abaixo da


cinta de gelo marca 4C, enquanto o termômetro superior indica uma temperatura próxima de 0C.

m experimento relativamente fácil de ser feito em sala de aula é verificar a diferença de densidade entre
um mesmo refrigerante com e sem açúcar (diet). Nesse experimento, utilizam-se latas de mesma ca-
pacidade e um balde com água ligeiramente salgada. A quantidade de sal na água pode ser ajustada
para destacar o experimento. Colocam-se as latas fechadas na água salgada. O refrigerante comum
afunda, enquanto o refrigerante diet flutua. Como as latas em si têm a mesma massa e volume (pode-
se constatar isso quando as latas estão vazias), conclui-se que a massa do refrigerante comum é maior
que a massa do refrigerante diet. A densidade do refrigerante comum é maior devido à sacarose (açú-
car) dissolvida, ausente na versão diet, tornando este menos denso.

O ovo flutua em água salgada e afunda na água doce. Coloca-se um ovo num vasilhame com água. O
ovo vai para o fundo do vasilhame. Adiciona-se sal (NaCl) à água. O ovo começa a flutuar a medida
que a concentração do NaCl dissolvido aumenta. Pelo mesmo motivo, é mais fácil boiar na praia do
que numa piscina: a agua salgada ´é mais densa do que a água comum (Fig. 13), bem como ninguém
se afoga no Mar Morto, que contém a água mais salgada do mundo.

Figura 13 – Experimento didático de densidade de um livro de física experimental do início do século


XX: c: ovo em água doce; b e a: ovo em água progressivamente mais salgada.

O densímetro é uma engenhosa concepção a partir dos princípios de flutuabilidade de corpos sólidos
em líquidos e da seleção de materiais que compõem o instrumento. Entretanto, sua evolução se mos-
trou bastante lenta por conta do empirismo que envolvia a densidade e os fenômenos a ela relaciona-
dos. A necessidade de emprego estimulou o aperfeiçoamento desse instrumento. Somente quando se
conseguiu fabricar densímetros baratos e confiáveis é que ele se impôs como um item essencial em
indústrias e laboratórios.

A evolução da física e da ciência em geral tornou o densímetro indispensável na descrição e na deter-


minação das mais diversas substâncias, puras ou em solução. Esse instrumento pode substituir a ba-
lança na tarefa de determinação da densidade, visto que a pesagem é normalmente mais demorada
do que a simples imersão de um densímetro no material a analisar.

A principal evolução do instrumento nos últimos 250 anos passou pela diversificação dos tipos de den-
símetro (peso e volume constante), pela associação com o termômetro, e pela mudança de seu ele-
mento de equilíbrio, começando com o mercúrio e passando mais tarde para o emprego de bolas de
chumbo unidas com resina polimérica. Apesar do advento dos modelos digitais o densímetro tradicional
continua a ter importante papel na indústria, no comércio e no ensino.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CROMATOGRAFIA

Cromatografia

Segundo a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), "a cromatografia é uma técnica
utilizada na separação dos componentes de uma amostra, os quais se distribuem em duas fases, uma
estacionária e a outra móvel. A fase estacionária pode ser um sólido, um líquido retido sobre um sólido,
ou um gel. A fase móvel pode ser líquida ou gasosa.

O que é a fase estacionária e a fase móvel?

Bom, os nomes são auto-explicativos, mas tentarei exemplificar mais. Por hora esqueça os componen-
tes da mistura que você quer separar e pense no sistema. A "parte" fixa é a fase estacionária e o eluente
("parte" móvel) é a fase móvel. De acordo com a polaridade dos componentes da sua amostra, eles ou
interagirão mais com a fase estacionária ou com a fase móvel (na maioria das vezes mais apolar que
a fase estacionária).

A fase estacionária possui conceitos previamente estabelecidos, ou seja, se essa fase for mais polar
que a fase móvel ela é chamada de fase normal (nessa fase é muito utilizada a sílica gel, alumina e
celite). Se a fase estacionária for mais apolar que a fase móvel é chamada de fase reversa (fase esta-
cionária quimicamente ligada). Dessa forma, dependendo da fase estacionária que está sendo utili-
zada, a substância mais retida ou é mais polar ou mais apolar. Na figura 1 temos um exemplo utilizando
a CCD.

O que é eluição? O que é um eluente?

Eluição é a corrida cromatográfica propriamente dita.

Já o eluente "pode" ser pensado como um tipo de solvente, entretanto, ele não vai dissolver ou reagir
com as amostras, e sim, interagir com elas. Ele é a fase móvel e por isso, promove a separação dos
componentes.

O que são as fases estacionárias quimicamente ligadas?

As fases estacionárias quimicamente ligadas são as fases mais importantes da cromatografia líquida.
Obtidas pela reação dos grupos silanóis da sílica com compostos contendo grupos polares (Fase Nor-
mal) ou apolares (Fase Reversa).

Na Fase Quimicamente Ligada, a sílica gel, através dos grupos Si - OH se liga quimicamente a um
grupo funcional que lhe confere grande estabilidade química. Este grupo pode ser polar como por
exemplo, NO2, CN, NH2... ou apolar como n-alquil, n-aril... obtendo-se uma fase monomérica ou poli-
mérica. Dentro deste último grupo temos as colunas conhecidas como C8 e C18 (ou RP 8 e RP 18)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
CROMATOGRAFIA

responsáveis pela maioria das separações em fase reversa. A figura 2 apresenta um esquema de uma
colunda C18.

Para que a cromatografia é utilizada, de forma geral?

A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por comparação com padrões
previamente existentes; para a purificação de compostos, separando-se as substâncias indesejáveis;
e para a separação dos componentes de uma mistura.

Quais os tipos de cromatografia?

As diferentes formas de cromatografia podem ser classificadas considerando-se diversos critérios.

Em relação à forma física do sistema:

Nesse caso, a cromatografia pode ser subdividida em cromatografia em coluna e cromatografia planar.

Enquanto a cromatografia planar resume-se à cromatografia em papel (CP), à cromatografia por cen-
trifugação (Chromatotron) e à cromatografia em camada delgada (CCD) também chamada de croma-
tografia em camada fina (CCF), são diversos os tipos de cromatografia em coluna, os quais serão mais
bem compreendidos quando classificados por outro critério.

Em relação à fase móvel empregada:

Em se tratando da fase móvel, são três os tipos de cromatografia: a cromatografia gasosa (CG), a
cromatografia líquida e a cromatografia supercrítica (CSC), usando-se na última um vapor pressurizado,
acima de sua temperatura crítica.

A cromatografia líquida apresenta uma importante subdivisão: a cromatografia líquida clássica (CLC),
na qual a fase móvel é arrastada através da coluna apenas pela força da gravidade, e a cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE), na qual se utilizam fases estacionárias de partículas menores, sendo
necessário o uso de uma bomba de alta pressão para a eluição da fase móvel.

A CLAE foi inicialmente denominada cromatografia líquida de alta pressão, mas sua atual designação
mostra-se mais adequada. No caso de fases móveis gasosas, separações podem ser obtidas por cro-
matografia gasosa (CG) e por cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR). A diferença entre os
dois tipos está na coluna. Enquanto na CGAR são utilizadas colunas capilares, nas quais a fase esta-
cionária é um filme depositado na mesma, a CG utiliza colunas de maior diâmetro empacotadas com a
fase estacionária.

Quais os tipos de fase estacionária?

A fase estacionária distingue-se entre fases estacionárias sólidas, líquidas e quimicamente ligadas. No
caso da fase estacionária ser constituída por um líquido, este pode estar simplesmente adsorvido sobre
um suporte sólido ou imobilizado sobre ele. Suportes modificados são considerados separadamente,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
CROMATOGRAFIA

como fases quimicamente ligadas, por normalmente diferirem dos outros dois em seus mecanismos de
separação.

Modos de Separação:

Separações cromatográficas se devem à adsorção, partição, troca iônica, exclusão ou misturas desses
mecanismos.

Para se ter uma visão mais ampla dos diferentes tipos de cromatografia, os mesmos estão dispostos
no diagrama da Figura 3.

Cromatografia Planar

Cromatografia em Papel (CP)

A cromatografia em papel (CP) é uma técnica de partição líquido–líquido, estando um deles fixado a
um suporte sólido. Baseia-se na diferença de solubilidade das substâncias em questão entre duas fases
imiscíveis, sendo geralmente a água um dos líquidos. O solvente é saturado em água e a partição se
dá devido à presença de água em celulose (papel de filtro). Este método, embora menos eficiente que
a CCD, é muito útil para a separação de compostos polares, sendo largamente usado em bioquímica.

Cromatografia em Camada Delgada (CCD) ou Cromatografia em Camada Fina (CCF)

A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção líquido–sólido. Nesse caso, a
separação se dá pela diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária.

O parâmetro mais importante a ser considerado em CCD (acompanhe a figura 1) é o fator de retenção
(Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em questão e a distância percorrida
pela fase móvel. Os valores ideais para Rf estão entre 04 e 06.

Fases estacionárias mais utilizadas: Sílica gel, alumina, terra diatomácea e celulose.

Fases móveis: A escolha da fase móvel, que geralmente é constituída por um ou mais solventes, não
é tarefa simples. No entanto, uma vez que as fases estacionárias mais usadas são extremamente po-
lares, não devem ser utilizados solventes pouco polares, que não removeriam os compostos do ponto
de aplicação, nem solventes muito polares, capazes de arrastar os componentes da amostra até o topo
da placa. Em vista disso, melhores resultados são obtidos com misturas de solventes, de modo a se
obter uma polaridade média em relação à polaridade dos componentes da amostra.

Ao ascender, o solvente irá arrastar mais os compostos menos adsorvidos (que interagiram menos) na
fase estacionária, separando-os dos mais adsorvidos. A linha de chegada da fase móvel deve ser mar-
cada e a placa deve estar seca. Como a maioria dos compostos orgânicos é incolor, faz-se necessária
a utilização de um processo de revelação para que se possa analisar o resultado.

Cromatografia em Coluna

Cromatografia Líquida Clássica

Esta técnica é muito utilizada para isolamento de produtos naturais e purificação de produtos de rea-
ções químicas. As fases estacionárias mais utilizadas são sílica e alumina, entretanto estes adsorven-
tes podem servir simplesmente como suporte para uma fase estacionária líquida. Fases estacionárias

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
CROMATOGRAFIA

sólidas levam à separação por adsorção e fases estacionárias líquidas por partição. Suportes quimica-
mente modificados também têm sido usados, sendo o processo de separação misto neste caso.

Esses suportes são acondicionados em tubos cilíndricos geralmente de vidro, de diâmetros variados,
os quais possuem uma torneira em sua extremidade inferior. A Fig. 4 é uma ilustração de uma coluna
cromatográfica empacotada com sílica, sendo mostrados seus demais constituintes.

Os adsorventes possuem partículas na faixa de 60-230 mesh (unidade de medida de malha de penei-
ras; quanto maior no número, menor o tamanho do furo e portanto menor a granulometria do material
peneirado), de modo a possibilitar um fluxo razoável do solvente através da coluna.

O uso de sílica de partícula menor (230-400 mesh) como adsorvente para essas colunas requer a
utilização de um sistema de bombeamento para o empacotamento e eluição, sendo conhecido como
Cromatografia Flash.

A principal etapa ao se utilizar essa técnica é o empacotamento, o qual, entre outros fatores, definirá a
eficiência da separação. Enquanto a alumina é empacotada em sua forma original, a sílica deve sê-lo
na forma de suspensão.

Após o empacotamento, é conveniente que se passe uma certa quantidade do eluente (duas a três
vezes o volume da coluna) a ser utilizado através da coluna antes da introdução da amostra. Esta é
adicionada à coluna com o auxílio de uma pipeta no momento em que o nível do eluente esteja o mais
próximo possível do adsorvente.

Esse procedimento ameniza o alargamento das bandas a serem eluídas. Tendo a amostra penetrado
no adsorvente, o eluente é então adicionado cuidadosa e continuamente.

A escolha do eluente segue os princípios discutidos em CCD, mas neste caso ele pode ser mudado
durante o processo cromatográfico. Se, por exemplo, a amostra é constituída por duas substâncias,
uma apolar e outra polar, utiliza-se primeiramente um eluente apolar e em seguida um eluente polar.

O volume das frações a serem recolhidas é função da quantidade de amostra e do grau de dificuldade
da separação. Para análise das mesmas, recorre-se a alguma técnica auxiliar, usualmente CCD.

Em vista de que geralmente algumas partículas da amostra permanecem irreversivelmente adsorvidas


à fase estacionária, a cada separação é necessário um tratamento para a recuperação do adsorvente.

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

O grande avanço na cromatografia em coluna foi o desenvolvimento e a utilização de suportes com


partículas diminutas responsáveis pela alta eficiência, as quais tornam necessário o uso de bombas de
alta pressão para a eluição (corrida cromatográfica propriamente dita) da fase móvel, devido a sua
baixa permeabilidade. A Fig. 5 mostra um equipamento típico de CLAE.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
CROMATOGRAFIA

As fases móveis utilizadas em CLAE devem possuir alto grau de pureza e estar livres de oxigênio ou
outros gases dissolvidos, sendo filtradas e desgaseificadas antes do uso.

A bomba deve proporcionar ao sistema vazão contínua sem pulsos com alta reprodutibilidade, possibi-
litando a eluição da fase móvel a um fluxo adequado.

As válvulas de injeção usadas possuem uma alça de amostragem para a introdução da amostra com
uma seringa e duas posições, uma para o preenchimento da alça e outra para sua liberação para a
coluna.

As colunas utilizadas em CLAE são geralmente de aço inoxidável, com diâmetro interno de cerca de
045 cm para separações analíticas e na faixa de 2,2 cm para preparativas. O comprimento é variável,
sendo comuns colunas analíticas de 10-25 cm e preparativas em torno de 25-30 cm. Essas colunas
são reaproveitáveis, sendo empacotadas com suportes de alta resolução, não sendo necessária sua
regeneração após cada separação.

O detector mais utilizado para separações por CLAE é o detector de ultravioleta, sendo também em-
pregados detectores de fluorescência, de indíce de refração, e eletroquímicos, entre outros. Detectores
de polarimetria para CLAE, recentemente desenvolvidos, diferenciam compostos quirais, através da
rotação de seus estereoisômeros frente à luz plano-polarizada.

O registro de dados pode ser feito através de um registrador, um integrador ou um microcomputador.

A Fig. 6 ilustra uma separação enantiomérica por CLAE.

A versatilidade desta técnica reside no grande número de fases estacionárias existentes, as quais pos-
sibilitam análises e separações de uma ampla gama de compostos com alta eficiência. Tem sido utili-
zada em várias áreas da ciência, no acompanhamento de sínteses, em análises de pesticidas, feromô-
nios, no isolamento de produtos naturais e sintéticos e na produção e controle de qualidade de medi-
camentos, dentre tantas outras aplicações.

As separações em CLAE podem se dar por adsorção, partição ou ambos. O suporte mais comumente
utilizado é a sílica. O uso de fases estacionárias líquidas adsorvidas a um suporte não tem grande
aplicação devido à perda de fase estacionária, mas o uso de suportes modificados, os quais foram
desenvolvidos como consequência do problema acima, possibilita a produção de uma imensa varie-
dade de colunas com diferentes propriedades e tipos de seletividade. As fases assim obtidas são cha-
madas de quimicamente ligadas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
CROMATOGRAFIA

Essas fases, dependendo da modificação feita ao suporte, podem atuar no modo normal, reverso ou
ambos (modos discutidos no tópico "o que é a fase estacionária e a fase móvel" deste post).

Separações analíticas são predominantemente realizadas em fase reversa, sendo a fase C18 (octade-
cilsílica) a mais usada, ao passo que são preferidas fases que atuem no modo normal para fins prepa-
rativos, em vista de que separações no modo reverso utilizam fases móveis aquosas.

Entre as fases quimicamente ligadas, merecido destaque deve ser dado às fases estacionárias quirais,
as quais possibilitam a separação direta de enantiômeros. Para tanto, é necessária a presença de um
seletor quiral como parte integrante da fase estacionária.

Cromatografia Gasosa

A cromatografia gasosa é um método físico de separação dos componentes de uma mistura através
de uma fase gasosa móvel (gás inerte) sobre um solvente estacionário. A cromatografia gasosa é utili-
zada para a separação de compostos voláteis, isto é, os analitos (soluções a serem analisadas) a serem
separados devem apresentar uma razoável pressão de vapor à temperatura de separação, uma vez
que a coluna é colocada dentro de um forno, o que exige estabilidade térmica da amostra.

Durante a análise, a temperatura da coluna pode permanecer constante ou sofrer uma variação que
pode alcançar cerca de 300ºC, para que solutos de baixo ponto de ebulição possam ser eluídos. Dessa
forma, quanto maior for o caráter iônico do composto, menor será sua volatilidade o que reduzirá tam-
bém a possibilidade de separação via CG. Por outro lado, na cromatografia líquida separam-se com-
postos polares e não polares nos quais a pouca volatilidade não é inconveniente limitante.

Cromatografia Gasosa de Alta Resolução

Em contraste à CLAE, o principal mecanismo de separação da cromatografia gasosa está baseado na


partição dos componentes de uma amostra entre a fase móvel gasosa e a fase estacionária líquida. A
utilização de fases estacionárias sólidas, as quais levariam à separação por adsorção, apresenta pou-
cas aplicações.

A cromatografia gasosa é uma das técnicas analíticas mais utilizadas. Além de possuir um alto poder
de resolução, é muito atrativa devido à possibilidade de detecção em escala de nano a picogramas
(10–9 - 10-12 g). A grande limitação deste método é a necessidade de que a amostra seja volátil ou
estável termicamente, embora amostras não voláteis ou instáveis possam ser derivadas quimicamente.
Pode ser utilizada para separações preparativas apenas na faixa de microgramas a miligramas, não
sendo muito empregada para esse fim. A Fig. 7 mostra os componentes básicos de um cromatógrafo
gasoso.

Como dito anteriormente, a diferença entre CG e CGAR está na coluna. Colunas de CGAR são maiores
em comprimento, menores em diâmetro, possuem a fase líquida como um filme aplicado diretamente
às paredes do tubo da coluna e são mais eficientes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
CROMATOGRAFIA

Essas colunas são tubos longos de metais como aço ou cobre, vidro ou teflon. Colunas de CG têm
diâmetro de cerca de 3 mm e comprimento em torno de 3 m, ao passo que colunas de CGAR têm
diâmetro na faixa de 015-0,75 mm e comprimentos variados, usualmente entre 10 m e 100 m.

Os gases utilizados como fase móvel devem ter alta pureza e ser inertes em relação à fase estacionária.
Hidrogênio, nitrogênio e hélio são os mais usados.

A injeção da amostra é feita através de microsseringas ou válvulas semelhantes às utilizadas em CLAE.

Os detectores de maior aplicação são o detector por ionização em chama e o detector de condutividade
térmica. Os dados podem ser obtidos através de um registrador potenciométrico, um integrador ou um
microcomputador, sendo as amostras identificadas por seus tempos de retenção.

Nesses equipamentos é necessário o controle da temperatura do injetor, da coluna e do detector, as


quais são mantidas por termostatos. Como a temperatura é um fator extremamente importante, grande
parte das análises por cromatografia gasosa é feita com programação de temperatura, obtendo-se me-
lhor separação com picos mais simétricos em menor tempo.

Para o empacotamento de colunas de CG, geralmente empregam-se terras diatomáceas como suporte.
A escolha da fase estacionária é de fundamental importância, sendo ela o componente crítico da co-
luna. As fases estacionárias podem ser polares, apolares ou quirais. Fases polares são baseadas em
polietileno glicol puro ou modificado e apolares em metilsiloxano puro ou modificado. As fases quirais
mais comuns são compostas de ciclodextrinas.

Atualmente, espectrômetros de massa têm sido acoplados a equipamentos de cromatografia gasosa,


possibilitando a identificação imediata das substâncias presentes na amostra.

Analisador de Gases

O analisador de gases de combustão é um equipamento que realiza a medição dos elementos oriundos
do processo térmico de oxidação de um combustível, a denominada combustão.

Para isto, o equipamento possui sensores de parâmetros do processo, como pressão e temperatura.
Além, claro, das células de análise dos principais constituintes da combustão: oxigênio e monóxido de
carbono.

A partir da medição do teor dos elementos gasosos no volume do gás é possível estimar a eficiência
da queima, o excesso de ar e demais gases presentes.

O analisador de gases de combustão conta ainda com uma memória interna, o que possibilita o arqui-
vamento de todas as informações obtidas para uma análise otimizada.

Ele é muito utilizado em indústrias e fábricas especializadas em fundição, petroquímica e química para:

Maximizar a eficiência de aquecedores, caldeiras e fornos,

Otimizar a combustão,

Reduzir a poluição,

Melhorar a qualidade do ar dentro das câmaras de combustão.

Como ele funciona?

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
CROMATOGRAFIA

Existem diversos métodos de análise de gases, desde os de extração e medição contínua, até os pon-
tuais realizados com uma pequena sonda e sensores eletroquímicos.

A escolha de qual método utilizar varia muita da finalidade, por exemplo, para os fornos que exijam
controle das emissões por meio de órgão ambiental pode-se optar por medições contínuas e in-situ. E
para fornos com o intuito de inspecionar a queima e controlar o processo é recomendado o uso dos
analisadores portáteis, muito mais baratos e de fácil manutenção.

Estes últimos possuem sensores eletroquímicos ou catalíticos, que podem ser facilmente substitutos
por novos, e que são calibrados por meio de gás padrão certificado e rastreado. Expertise que a Gene-
ral Instruments possui com confiança.

À medida que o sensor detecta a presença do gás com afinidade ele emite um sinal elétrico que é
amplificado e linearizado com a curva de calibração, resultando na concentração do elemento presente
no gás em volume ou ppm (parte por milhão).

Com os dados obtidos das células do analisador, o software consegue calcular o quão eficiente a com-
bustão está sendo realizada, possibilitando a intervenção do operador para aperfeiçoa-la.

Qual a importância do analisador de gases de combustão?

O analisador de gases de combustão é um equipamento que consegue trazer dados valiosos para
qualquer empresa que utiliza processo de combustão, desde caldeiras de grande porte a pequenos
aquecedores de água.

Através da análise é possível verificar como os processos podem ser otimizados para trazer mais re-
sultados para a fábrica ou para a indústria.

O mesmo ocorre para garantir a segurança de todos os colaboradores e o ambiente da empresa.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
REFERÊNCIAS

Os links citados abaixo servem apenas como referência. Nos termos da lei
brasileira (lei nº 9.610/98, art. 8º), não possuem proteção de direitos de autor: As
ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos
matemáticos como tais; Os esquemas, planos ou regras para realizar atos
mentais, jogos ou negócios; Os formulários em branco para serem preenchidos
por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; Os textos
de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e
demais atos oficiais; As informações de uso comum tais como calendários,
agendas, cadastros ou legendas; Os nomes e títulos isolados; O aproveitamento
industrial ou comercial das ideias contidas nas obras.
Caso não concorde com algum item do material entre em contato com a
Domina Concursos para que seja feita uma análise e retificação se necessário
A Domina Concursos não possui vínculo com nenhuma banca de concursos,
muito menos garante a vaga ou inscrição do candidato em concurso. O material
é apenas um preparatório, é de responsabilidade do candidato estar atento aos
prazos dos concursos.
A Domina Concursos reserva-se o direito de efetuar apenas uma devolução
parcial do conteúdo, tendo em vista que as apostilas são digitais, isso, [e, não há
como efetuar devolução do material.

A Domina Concursos se preocupa com a qualidade do material, por isso todo


conteúdo é revisado por profissionais especializados antes de ser publicado.
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR
contato@dominaconcursos.com.br

Rua São José, nº 645, sala 01, Pavimento


Térreo, Ed. Jardim Germânica - Criciúma/ SC –
Brasil/ CEP 88801-520

WhatsApp (48) 9.9695-9070

Você também pode gostar