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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

E MERCADO FINANCEIRO
EDGAR ABREU

100% CONFORME EDITAL

BANCO DO BRASIL
ATENÇÃO!

O Concursos GG adverte que reproduzir e compartilhar apostilas, imagens e


aulas é crime de violação de direito autoral, previsto na Lei 9.610 e no art.
184, §§ 1º e 2º, do Código Penal, podendo gerar punição, culminando em
uma pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
É muito importante ressaltar que o direito brasileiro realiza uma ampla
proteção ao direito de imagem, prevendo o dever de indenizar em caso
de sua violação. A proteção é de tamanha importância, que possui previsão
constitucional, no art. 5º, inciso V, da Constituição Federal.
Além disso, o Código Civil, em seu artigo 20, também confere proteção ao
direito de imagem, proibindo a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa, sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
A Súmula nº 203 do Superior Tribunal de Justiça relata ainda que independe
de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Portanto, o aluno que compartilha materiais, aulas e outros, possui o dever
de reparar pelo uso indevido da imagem, mesmo que não haja prova do
prejuízo e/ou dolo na conduta do agente. Além disso, ainda pode vir a sofrer
as sanções penais supracitadas.
Desta forma, é terminantemente proibido o rateio de materiais do curso
através de grupos de Whatsapp, Facebook, E-mail ou qualquer outro meio
de compartilhamento. Inclusive alertamos que a matrícula do aluno pode vir
a ser cancelada caso seja constatada a prática de rateio, conforme previsão
contratual.
Conhecimentos
Bancários
Prof. Edgar Abreu

MÓDULO 01

1. MERCADO FINANCEIRO: MERCADOS MONETÁRIOS,


DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL

ITENS DO EDITAL – 2021


2 – Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial).

#PaiEd | Comenta
Em seu item 2 o edital cita apenas os mercados monetários, crédito, capitais e cambial. Po-
rém no item 1, quando ele como ele pede Sistema Financeiro Nacional como todo, e em pro-
dutos bancários (item 5) ele pede produtos como previdência e capitalização, vejo margem
para cobrar os demais Mercados do Sistema Financeiro Nacional.

Então vamos começar vendo como o Sistema Financeiro Nacional e ver os Mercados que ele está
dividido e entender de forma resumida o que abrange cada um desses mercados.

MERCADO FINANCEIRO
Divisão Objetivos / Características
Garantir a liquidez da economia. O Banco Central é o principal
executor desse mercado atuando através da Política Monetária
Mercado De Moeda (Monetário)
para realizar o controle de oferta de moeda e das taxas de juros
de empréstimos de curto prazo.

Onde ocorre a intermediação de recursos de médio e longo prazo


Mercado de Crédito entre os agentes superavitários (ofertantes de recursos) e os de-
ficitários (tomadores de recursos).

Troca de moeda estrangeira por moeda nacional (real) ou ao in-


Mercado de Câmbio verso. Todas as transações de comércio exterior do país passam
por esse mercado.
Meio de captação de recursos para agentes deficitários através
da oferta de valores mobiliários (ações, debêntures, notas pro-
Mercado de Capitais
missórias, entre outros). É uma forma de o investidor acessar di-
retamente aos emissores desses valores mobiliários.

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MERCADO FINANCEIRO
Divisão Objetivos / Características
Transferência de risco de um agente (segurado) para uma insti-
tuição (seguradora) através de pagamento de prêmio (custo do
Mercado de Seguros e Resseguro
seguro). Mercado essencial para o gerenciamento de riscos de
indivíduos e empresas.

Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria com-


Mercado de Previdência Aberta plementar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Disponí-
vel para qualquer participante que possua interesse.

Garantir ao participante a oportunidade de acumular recursos e


Mercado de Capitalização
também concorrer a sorteios periódicos de valores em dinheiro.

Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria com-


Mercado de Previdência
plementar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Porém,
Complementar Fechada
disponível apenas para um grupo restrito de participantes (fun-
(Fundos de Pensão)
cionários de uma mesma empresa, por exemplo).

Note que eu pintei de cores diferentes cada os mercados, agrupando alguns deles. Sabe porque?
Cada cor dessa tem um chefão, ou como a prova vai chamar, uma Instituição Normativa.
Vou apresentar elas aqui para você:

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Essas Intuições Normativas, são os caras que “ditam” as regras. No módulo 2, onde estudaremos
cada uma das Instituições, ficará mais claro a atividade e responsabilidade de cada um deles. Mas
para agora, para facilitar seu entendimento, são como instituição legislativa, quem dita as normas,
as leis, regulamenta o mercado!
Por falar em leis, você sabia que existem leis em vários estados e municípios que proíbem as pesso-
as de jogarem lixo ao ar livre, na rua, calçadas etc? Sim, existe, mas porque será que as pessoas não
cumprem essas leis? Porque de nada adianta uma lei se não tivermos quem fiscaliza!
Esses conselhos são muito importantes no Mercado Financeiro, mas cada um deles irá precisar de
uma autarquia que fiscaliza e faça cumprir a legislação editada. Esses fiscalizadores, damos o nome
de Instituições Supervisoras. Agora vou te apresentar quem é o supervisor de cada um dos merca-
dos que compõe o Sistema Financeiro Nacional!

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – SFN


Seguro,
Mercados

Previdência Previdência
Moeda, Crédito e
Capitais Aberta, Fechada – Fundo
Câmbio
Capitalização e de Pensão
Resseguro
Conselho Conselho Nacional
Normativos

Conselho Conselho
Nacional de de Previdência
Monetário Monetário
Seguros Privados Complementar –
Nacional – CMN Nacional – CMN
– CNSP CNPC
Banco Central
Superintendência
Supervisores

do Brasil – BCB
Superintendência Nacional de
Banco Central do e Comissão
de Seguros Previdência
Brasil – BCB de Valores
Privados – SUSEP Complementar –
Mobiliários –
PREVIC
CVM

Note que o mercado de capitais possui dois supervisores (supervisão compartilhada), Banco Cen-
tral (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Bom, agora estamos com um sistema mais completo, não é? Temos quem cria as leis (órgãos nor-
mativos) e também que faz essas leis serem cumpridas (órgãos supervisores). Mas ainda falta uma
pequena peça nesse quebra-cabeça, não acha?
Eu gosto de fazer a analogia com o trânsito. Imagina que em uma determinada rua tem um limite
de velocidade de 60 km/h, quem determina isso? É o órgão legislativo, em nosso caso Normativo,
para fazer cumprir a legislação o agente de trânsito fiscaliza, com radares fixo, móveis etc. No nosso
caso esse fiscalizador são os órgãos Supervisores. Agora pensa quem em sua casa você recebeu
uma multa que não é devida? Placa clonada, ou algum erro da instituição. Como você luta pelos
seus direitos? Precisamos ter um sistema judiciário, não é mesmo? No Sistema Financeiro, esses
órgãos são chamados de Recursais.

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Quando exercem suas funções de fiscalização os supervisores possuem autonomia para punir as
instituições que não agirem em conformidade com a lei. Como em qualquer julgamento, cabe a
instituição punida a faculdade de recorrer a penalidade aplicada, para isso se faz necessário a exis-
tência de um órgão recursal, que são eles:

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – SFN


Seguro,
Mercados

Previdência Previdência
Moeda, Crédito e
Capitais Aberta, Fechada – Fundo
Câmbio
Capitalização e de Pensão
Resseguro
Conselho de Câmara de
Recursos do Recursos da
Recursal

Conselho de Recursos do Sistema


Sistema Nacional Previdência
Financeiro Nacional – CRSFN
de Seguros Complementar –
Privados- CRSNSP CRPC

Esses três órgãos recursais são responsáveis por julgar os recursos interpostos, oriundos de penali-
dades administrativas aplicadas pelos supervisores do Sistema Financeiro Nacional – SFN.
Bom, acho que dei um bom spoiler do que vem por aí.. Sistema Financeiro Nacional! Vamos juntos?

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MÓDULO 02

2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

ITENS DO EDITAL – 2021


1 – Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e
instituições supervisoras, executoras e operadoras.
17 – Autorregulação bancária.

#PaiEd | Comenta
Com a eleição do presidente LULA que, mesmo não assumindo, já anunciou que deverá fazer
a cisão do atual Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, muitas alterações estão
previstas para esse conteúdo no ano de 2023. Assim que elas se concretizarem, publicação
da medida provisória, irei lançar uma nova versão atualizada.

2.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


Em algum momento de
sua vida você já solicitou
dinheiro a um amigo ou
parente ou pediu a ele di-
nheiro emprestado? Caso
tenha participado de uma
operação financeira bila-
teral, espero que tenha
tido sucesso quanto aos
compromissos assumi-
dos. Em geral, não é o que
acontece.
Se operações financeiras com pessoas conhecidas já são complexas, imagine fazer um negócio fi-
nanceiro com quem você nunca viu. Quais são as garantias? Os riscos assumidos? Se os negócios
no mercado financeiro ocorressem de forma direta entre agentes superavitários e deficitários1,
quantos negócios teríamos? Como as pessoas e as empresas se capitalizariam? Certamente, a liqui-
dez seria mínima.
Por esse motivo, faz-se necessária a criação de um Sistema Financeiro, que se trata de um conjunto
de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações indispensáveis à circulação da moeda
e do crédito na economia. O Sistema Financeiro tem o importante papel de fazer a intermediação
de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários de recursos, tendo como
resultado um crescimento da atividade produtiva. Sua estabilidade é fundamental para a seguran-
ça das relações entre os próprios agentes econômicos.
1 Superavitário: Quem possui dinheiro sobrando e está disposto a poupar. Deficitário: Quem tem déficit financeiro e busca
recursos junto ao mercado.

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Segundo a Legislação, o sistema Financeiro Nacional, é constituído:

O Sistema Financeiro Nacional é dividido em dois subsistemas, uma maneira mais simples para a
gente entender. Basicamente é uma divisão de quem manda e quem obedece, como o diagrama a
seguir:

2.2 SUBSISTEMA NORMATIVO – ÓRGÃOS NORMATIVOS


São responsáveis por determinar regras e diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema
Financeiro Nacional. Os três órgãos normativos que compões o Sistema Financeiro Nacional, são:

2.1.1 CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN


Vamos começar falando dele o chefe supremo, quem manda em tudo, o grande CMN. Antes de
começar a falar, já vou chamando a atenção aqui:

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#PaiEd | Atualiza
A legislação que regulamenta o CMN, 4.595 de 1.964, sofreu alteração ESSE ANO! (demo-
rou). São poucas mudanças, mas o suficiente para te derrubar na prova se estiver estudando
com material desatualizado, então CUIDADO! Se você está lendo isso, é porque está com
#PaiEd então está em boas mãos! Vamos juntos?

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e
tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade
da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.
Em sua primeira formação o CMN era composto pelo Ministro da Fazenda (presidente do Conse-
lho), pelo Presidente do Banco do Brasil, o Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Eco-
nômico – BNDE2 e mais seis membros nomeados pelo Presidente da República. Desde sua criação
sofreu por algumas constantes mudanças em sua composição, ficando como a atual a ditada pela
lei 9.069/95 (Plano Real), que limita os membros em apenas 3, sendo eles o

Os seus membros reúnem-se uma vez por mês (ordinariamente) para deliberar sobre assuntos
relacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma
reunião por mês.
Junto ao CMN também funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), que foi cria-
da pelo art. 9º da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995 e tem como coordenador o Presidente do
Banco Central do Brasil. A Comoc funciona como órgão de assessoramento técnico para o CMN,
na formulação da política da moeda e do crédito do País. Apesar de prestar assessoria técnica a Co-
moc não pode ser considerada uma comissão consultiva, já que suas competências são bem mais
abrangentes, destacando-se pelo fato de ser o responsável em propor regulamentação e também
manifestar-se previamente sobre as matérias tratadas de competência do Conselho Monetário Na-
cional.
A COMOC é composta:
I. Presidente e quatro Diretores do Banco Central do Brasil
II. Presidente da Comissão de Valores Mobiliários
III. Secretário-Executivo do Ministério da Economia
IV. Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia
V. Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Economia

2 Na época (1945) o BNDE não tinha em seu nome e nem em suas atividades o cunho “social”, passando a se chamar
BNDES somente em 1982.

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#PaiEd | Atualiza
Cuidado, muitos materiais antigos (inclusive meu) e muitos professores atuais, que não se
atualizam, falam das comissões consultivas que funcionam junto ao CMN. Funcionavam...
desde a Lei Complementar 179 de fevereiro de 2021, que deu autonomia para o BACEN, aca-
bou tirando algumas coisas do CMN, entre elas, as comissões consultivas, que deixaram de
existir, ficando apenas a COMOC.

O CMN reúne-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente por convocação do seu
presidente. Participam das suas reuniões além dos conselheiros, membros da Comoc, os Diretores
de Administração e Fiscalização do Banco Central do Brasil, quando convocados pelo Presidente do
CMN (Ministro da Fazenda).
De todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no Diário Oficial da União (DOU),
onde também devem ser publicadas as matérias aprovadas que são regulamentadas por meio de
Resoluções, normativos de caráter público, que também podem ser consultados através da página
de normativos do Banco Central do Brasil3.
Os objetivos do CMN estão definidos no artigo 3º da lei 4.595. São eles:

#PaiEd | Atualiza
Cuidado, muitos materiais antigos (inclusive meu) e muitos professores atuais, que não se
atualizam, utilizam os objetivos REVOGADOS do CMN. Isso mudou... desde a Lei Comple-
mentar 179 de fevereiro de 2021, que deu autonomia para o BACEN, acabou tirando algu-
mas coisas do CMN, mas vem comigo que vou te explicar da forma CORRETA!

“I. Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da econo-


mia nacional e seu processo de desenvolvimento.” (Revogado pela LC 179/21)
“II – Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os
surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depres-
sões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais.”
(Revogado pela LC 179/21)
“III – Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento
do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira”
(Revogado pela LC 179/21)
“IV – Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públi-
cas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, con-
dições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional”

Como maior autoridade monetária do país, cabe ao CMN a responsabilidade de orientar as insti-
tuições financeiras quanto a suas aplicações de recursos. As Sociedades Seguradoras, por exem-
plo, que são regulamentadas e fiscalizadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP e
pela Superintendência Nacional de Seguros Privados – SUSEP devem seguirem orientações do CMN
quanto a aplicação de recursos. Vale ressaltar que as Sociedades Seguradoras mesmo não sendo
Instituições Financeiras, são equiparadas como tal, de acordo com o artigo 1º da Lei Federal 7.492
de 1986.
3 Ver Link 1 na seção Link’s interessantes e QR codes.

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“V – Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financei-


ros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de
recursos.”

Um dos exemplos da atuação do CMN para atingimento desse objetivo foi a criação do DPGE (De-
pósito a Prazo com Garantia Especial), que foi criado em 2009 pela resolução 3.692 (revogado
posteriormente após a estabilidade da economia) foi uma alternativa de captação para bancos de
menor porte em meio à crise internacional de liquidez, que, no Brasil, castigou principalmente os
pequenos e médios e que conta com garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC até o limite de
40 milhões.
“VI – Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.”

A liquidez e solvência das instituições financeiras está diretamente ligada com a liquidez da econo-
mia, porém a responsabilidade de zelar pela liquidez da economia é do Banco Central do Brasil e
não do CMN.
“VII – Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívi-
da pública, interna e externa.”

O Conselho deve coordenar as políticas, sendo o Banco Central do Brasil o responsável pela execu-
ção delas.
Já as competências do CMN estão redigidas no artigo 4º da lei que o cria (4.595/64), também sofre-
ram algumas alterações, como são aproximadamente 30 incisos, vou destacar aqui os mais impor-
tantes:
1. Fixar as diretrizes e normas da política cambial;
2. Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas
formas;
3. Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das Instituições Financeiras;
4. Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões, inclusive os prestados
pelo Banco Central;
5. Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão em-
prestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;
6. Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições fi-
nanceiras.

2.1.2 CONSELHO NACIONAL SEGUROS PRIVADOS – CNSP


Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por fixar as diretrizes e nor-
mas da política do mercado de seguros privados. É a autoridade nesse mercado, que se divide em:

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• Mercado de Seguros Privados: é o mercado que oferece serviços de proteção contra riscos;
• Mercado de Capitalização: são os acordos em que o contratante deposita valores podendo
recebê-los de volta com juros e concorrer a prêmios.
• Mercado de Previdência Complementar Aberta: é um tipo de plano para aposentadoria, pou-
pança ou pensão. Funciona à parte do regime geral de previdência e aceita a participação do
público em geral.
O CNSP é composto por representantes do(a):
I. Ministério da Economia (Presidente)
II. Ministério da Justiça e Segurança Pública
III. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho,
IV. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
V. Banco Central do Brasil – BACEN
VI. Comissão de Valores Mobiliários – CVM
Apesar de não ser subordinado hierarquicamente ao Conselho Monetário Nacional, suas políticas
devem estar de acordo com as políticas definidas pelo CMN.
Suas principais competências são:
• Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados.
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercerem ativida-
des subordinadas ao mercado de seguros privados, bem como a aplicação das penalidades
previstas.
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta, capitali-
zação e resseguro;
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entida-
des de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos
das respectivas operações;
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.
As decisões do CNSP são tomadas por meio de:

Quando a matéria for de interesse geral do Sistema Nacional de Seguros Privados,


1. Resoluções
Capitalização e entidades abertas de Previdência Complementar.
2. Atos do CNSP Quando for de interesse restrito.

OBS.: As decisões de caráter confidencial serão apenas mencionadas em Ata e constarão, se for o
caso, de comunicação específica ao interessado.

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2.1.3 CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – CNPC


O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) foi criado em 03 de março de 2010
pelo decreto federal 7.123, em substituição ao Conselho de Gestão da Previdência Complementar
– CGPC.
Voltado para funcionários de empresas e organizações. O ramo dos fundos de pensão trata de pla-
nos de aposentadoria, poupança ou pensão para funcionários de empresas, servidores públicos e
integrantes de associações ou entidades de classe.
O CNPC é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Economia com sede em
Brasília, Distrito Federal, e jurisdição em todo o território nacional. Sua principal função é a de
regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência
complementar (fundos de pensão).
O CNPC não substituiu o CGPC em todas as suas atividades, haja visto que o órgão normativo Con-
selho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC, funcionava não somente como um órgão
normativo, mas também como um órgão recursal, cabendo a ele a responsabilidade de julgar os
recursos interpostos contra decisão da Diretoria Colegiada da Superintendência Nacional de Previ-
dência Complementar – Previc. Com objetivo de dar mais autonomia e isonomia ao órgão recursal,
o governo segregou as atividades de normatização com as recursais, dividindo assim o CGPC em
dois novos órgãos, o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC (normativo) e a Câ-
mara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC (recursal), conforme ilustra abaixo:

O CNPC é integrado pelo Ministro de Economia, que o preside, representantes da Superintendên-


cia Nacional de Previdência Complementar, Casa Civil, secretarias do Ministério da Economia e dos
patrocinadores e assistidos de fundos de pensão.
As assembleias ocorrem trimestralmente de forma ordinária, são deliberadas por maioria simples,
sendo obrigatório a presença de pelo menos cinco dos seus membros, a votação é realizada por
processo nominal e aberta, sendo suas deliberações consubstanciadas em resoluções ou em reco-
mendações.
Apesar do CNSP ser responsável por normatizar o mercado de previdência fechada, as diretrizes de
aplicação dos recursos garantidores dos planos administrados pelas entidades fechadas de previ-
dência complementar são ditadas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN, conforme está defini-
do na Lei 4.595/64 em seu artigo 3º inciso quarto:

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“A política do Conselho Monetário Nacional objetivará orientar a aplicação dos


recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista
propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimen-
to harmônico da economia nacional”

Atualmente essas estão definidas pela resolução CMN 4.661/2018.

2.3 SUBSISTEMA NORMATIVO – ÓRGÃOS RECURSAIS


Opa, agora chegou a hora de falar dos caras que são uma espécie de “poder judiciário” do Sistema
Financeiro Nacional. A atividade punitiva no âmbito da regulação do sistema financeiro nacional
deve ser compreendida como instrumento de sinalização das condutas consideradas inadmissíveis
aos agentes e instituições envolvidos.
De maneira geral, no início, cabia sempre ao órgão normativo (CMN, CNSP e CNPC) a tarefa de jul-
gar esses recursos, porém essa atividade além de sobrecarregar as instituições ainda não dava ao
punido ampla defesa, uma vez que os conselhos normativos eram compostos apenas por entes no-
meados pelo poder público. Com a evolução do Sistema Financeiro Nacional, foram criados órgãos
específicos para executarem a apreciação e o julgamento desses recursos, os chamados órgãos
recursais, que são eles:
1. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN.
2. Instituiu o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Pri-
vada Aberta e de Capitalização – CRSNSP.
3. Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC.

2.3.1 CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – CRSFN


Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, órgão colegiado judicante de segundo grau,
integrante da estrutura do Ministério da Economia, criado pelo Decreto no 91.152, de 15 de março
de 1985, tem por finalidade examinar e julgar, último grau recursal na esfera administrativa, as de-
cisões proferidas em processos administrativos sancionadores pelos seguintes órgãos:

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O CRSFN é atualmente constituído por oito membros (quatro do setor público e quatro indicado
pelo setor privado):
I – dois indicados pelo Ministério da Economia; (um deles será o presidente do conselho)
II – um indicado pelo Banco Central do Brasil;
III – um indicado pela Comissão de Valores Mobiliários; e
IV – quatro indicados, em lista tríplice, pelas entidades representativas dos mercados financeiro e
de capitais.
Atuam junto ao CRSFN três procuradores da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), com
a finalidade de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, de modo que opinam sobre recur-
sos, comparecem às sessões de julgamento e reuniões técnicas, bem como assessoram juridica-
mente a presidência do Conselho.
De acordo com o seu regimento interno, cabe ao CRSFN julgar:

Órgão responsável por


MATÉRIAS
julgamento em primeiro Grau
Suspensão ou cassação de funcionamento das Sociedades de Crédito
Imobiliário – SCI
Punições impostas pelo BACEN as instituições financeiras, seus dire-
tores, membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes,
e gerentes
Relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de capitais
estrangeiros e de crédito rural e industrial
Banco Central do Brasil – BCB
Relativas a penalidades por infração à legislação de consórcios;
Referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de
crédito rural e industrial, e a impedimentos referentes ao Programa
de Garantia da Atividade Agropecuária – PROAGRO
Relacionadas à retificação de informações, aplicação de multas e cus-
tos financeiros associados a recolhimento compulsório, encaixe obri-
gatório e direcionamento obrigatório de recursos
Fraudes que apliquem às empresas comerciais exportadoras, tais
como: na exportação ou na tentativa de exportação de mercadorias
Secretaria do Comércio Exterior
de saída proibida do território nacional e nos casos em que o expor-
– SECEX e Secretaria da Receita
tador deixar de efetuar as vendas contratadas no exterior, sem justifi-
Federal – SRF
cativa ou fizer entrega ao comprador estrangeiro de mercadorias em
desacordo com as obrigações contratuais assumidas.

Infrações relativas a normas da lei de sociedades por ações, das suas


Comissão de Valores
resoluções (Instruções CVM), bem como de outras normas legais cujo
Mobiliários – CVM
cumprimento lhe incumba fiscalização da CVM.

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Órgão responsável por


MATÉRIAS
julgamento em primeiro Grau
Conselho de Controle ao
Combate de Lavagem de
Dinheiro – COAF Crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores;
e demais autoridades
administrativas competentes

2.3.2 CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS,


DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO – CRSNSP
O Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta
e de Capitalização – CRSNSP, com a competência privativa para julgar, em última instância admi-
nistrativa, os recursos contra penalidades de natureza administrativa aplicadas pela SUSEP.
Após a publicação da Lei Complementar no 126, de 15 de janeiro de 2007, que alterou a política
de resseguro no país, rompendo o monopólio, do até então IRB, para operações de resseguros e
retrocessão no Brasil e também passou a qualifica-lo como ressegurador local. As atribuições de
regulamentação e de fiscalização das operações de transferência de risco envolvendo as empresas
nacionais e estrangeiras que atuam nos segmentos de resseguro, retrocessão e cosseguro, até en-
tão a cargo do IRB, foram transferidas para a SUSEP.
Em síntese, à luz do marco regulatório atual, tem-se que compete ao CRSNSP o julgamento dos
recursos das decisões condenatórias impostas pela SUSEP em processos administrativos sanciona-
dores, conforme fica claro no gráfico:

Conforme Regimento Interno aprovado pelo Decreto nº 2.824 de 27 de outubro de 1998, o CR-
SNSP é integrado por seis Conselheiros, titulares e seus respectivos suplentes, de reconhecida
competência e possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos ao mercado
securitário, de capitalização, de previdência privada e de crédito imobiliário e poupança.
Conselho é formado por cinco representantes do Governo Federal e por cinco representantes de
entidades de classe, atualmente com a seguinte composição.

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Tanto os conselheiros titulares quanto seus respectivos suplentes são nomeados pelo Ministro da
economia, com mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
Junto ao Conselho atuam procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da
Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância das leis, dos decretos, dos regula-
mentos e dos demais atos normativos.
Ao receber intimação da decisão condenatória proferida em processo administrativo sancionador
oriundo da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP – a pessoa física ou jurídica que tiver
sofrido a sanção poderá interpor recurso ao CRSNSP, no prazo estipulado na intimação, devendo
entregá-lo à própria SUSEP.

2.3.3 CAMARA DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – CRPC


A Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC, colegiado integrante da estrutura do
Ministério do Economia com sede em Brasília, Distrito Federal, criada nos termos do art. 15 da Lei
nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009, é órgão recursal que tem como responsabilidade apreciar
e julgar, em última instância administrativa recurso interposto contra decisão proferida pela Dire-
toria Colegiada da Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc.
A CRPC é integrada por sete membros, mandato de dois anos contados da publicação do ato de
designação no diário oficial da união, indicados pelo ministro do Trabalho e da Previdência, sendo
permitida uma única recondução com seus respectivos suplentes, sendo eles:
Os representantes público são:
• 4 servidores titulares de cargos de provimento efetivo, com exercício no atual Ministério da
Economia, na Previc ou no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

2.4 SUBSISTEMA NORMATIVO – ÓRGÃOS SUPERVISORES


As entidades supervisoras trabalham para que os cidadãos e os integrantes do sistema financeiro
sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Suas competências são as de regulamentar o
mercado de acordo com as diretrizes traçadas pelos respectivos órgãos normativos, supervisio-
nar, fiscalizar e punir os agentes que agirem as margens da legislação. Os quatro órgãos superviso-
res que compões o Sistema Financeiro Nacional, são:
1. Banco Central do Brasil – BCB ou BACEN (Sim, ele tem dois apelido)
2. Comissão de Valores Mobiliários – CVM
3. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
4. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC

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Vamos estudar cada um deles cabeção?

2.4.1 BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN OU BCB

#PaiEd | Atualiza
Muito cuidado agora. Todo material, vídeo, livros, PDF’s, questões, elaborados antes de Fe-
vereiro de 2021 que fala sobre o BACEN, está desatualizado. Cuidado com uns após essa
data que também não foram corrigidos, olha, tem curso grande que vende “PDF” cheio de
informações erradas!
A verdade é que a LC 179 alterou muitas coisas sobre o BACEN, desvinculando do ministério,
tirando o status de ministro do seu presidente, estipulando mandado para seus diretores,
enfim, muitas mudanças, mas fique tranquilo que o #PaiEd vai mastigar tudo para você!
Vem comigo BB?

Banco Central do Brasil é autarquia4 de natureza especial caracterizada pela AUSÊNCIA de vincula-
ção a Ministério (ai sôr, mas eu li que era vinculado ao ministério da economia.. então.. era, não é
mais! #desapega), com sede e foro em Brasília-DF e atuação em todo o território nacional, embora
suas representações estejam restritas as capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. Além de não ter vinculo a
ministério, o BACEN possui autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira
O BCB é o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e após a nova legis-
lação, passou a ter como objetivos:

Políticas econômicas:
• Conselho Monetário Nacional – CMN: Responsável por coordenar.
• Banco Central do Brasil – BCB: Responsável por formular, executar, acompanhar e controlar.
4 Autarquia: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.

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O QUE É: POSSUI META


Sim.
Conjunto de medidas adotadas pelo Bacen visando adequar
os meios de pagamento disponíveis às necessidades da eco- A Meta de inflação
Política é definida pelo CMN.
nomia do país, bem como, controlar da quantidade de di-
Monetária Atualmente é de 3,5%
nheiro em circulação no mercado e que permite definir as
taxas de juros. ao ano com 1,5% de
intervalo de tolerância.
Política Tem como objetivo ampliar a oferta e o acesso da população
Não
Creditícia ao crédito.
É o conjunto de ações governamentais diretamente relacio-
nadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive
Política no que se refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio
Não
Cambial e do equilíbrio no balanço de pagamentos. Tem como obje-
tivo o aperfeiçoamento permanente do regime de câmbio
flutuante.

Além de fiscalizar o SFN o BCB é responsável também por fiscalizar o mercado de capitais junto
com a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Mesmo com a instituição da CVM pela lei federal
6.385/76, parte do mercado de capitais, que envolve basicamente os títulos públicos federais, es-
taduais e municipais, continuam continuou sobe a supervisão do BCB, conforme já constava na lei
federal 4.728/65. (Lei 6.385, artigo 3º parágrafo 1º).
São atribuições do BACEN:

Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo funda-


mental do BC.
Manter a Inflação A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, mantendo o
poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza
baixa​e estável
a política monetária, política que se refere às ações do BC que visam
afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro
(condições de liquidez) na economia.
Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro seja só-
Manter o ​Sistema financeiro
lido (tenha capital suficiente para arcar com seus compromissos) e efi-
seguro e eficiente​ ciente.
O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositório
Ser o Banco do governo
das reservas internacionais do país.
As instituições financeiras precisam manter contas no BC.​Essas contas
são monitoradas para que as transações financeiras aconteçam com
Ser o Banco dos Bancos
fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia com saldo ne-
gativo.
O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que garantir, para
Ser o Emissor do dinheiro​
a população, o fornecimento adequado de dinheiro em espécie.

Os seus objetivos são os de:


• manter as reservas internacionais em nível adequado;
• estimular a formação de poupança;

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• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.


• zelar pela adequada liquidez da economia;
OBS: cuidado para não confundir com o objetivo do Conselho Monetário Nacional que é de “zelar
pela liquidez e solvência das instituições financeiras”)
Para cumprir com as suas responsabilidades e atingir seus objetivos, o BCB conta com uma direto-
ria Colegiada5 que é composta por nove membros, um dos quais o Presidente (8+1), todos indica-
dos e nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação e notória ca-
pacidade em assuntos econômico-financeiros. Após a nomeação, os nomes devem ser aprovados
também pelo Senado Federal.
Os mandados dos diretores serão de 4 anos, podendo ser reconduzido uma vez para o cargo e não
podendo coincidir com o mandado do presidente da república, respeitando a escala abaixo:
I. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato
do Presidente da República;
II. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato
do Presidente da República;
III. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato
do Presidente da República; e
IV. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do
Presidente da República.
Desde o final de 2004 o presidente do BACEN ganhou status de Ministro de Estado, dado pela lei
federal 11.036. Após a publicação da LC 179, o Presidente do BACEN perdeu o status de ministro,
e seu cargo foi transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do Banco Central do
Brasil.
As decisões da Diretoria Colegiada serão tomadas por maioria de votos, cabendo ao Presidente, ou
a seu substituto, o voto de qualidade. A diretoria reúne-se, ordinariamente, uma vez por semana.
Nesse encontro devem estar presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do
número de Diretores.
Além das reuniões periódicas, os diretores do BCB reúnem-se também para estabelecer as diretri-
zes da política monetária e para definir a taxa de juros, essas atividades são de responsabilidades
do Comitê de Política Monetária (Copom) que foi instituído em 20 de junho de 1996, e é formado
pelos diretores do Banco Central.
O BCB, na implementação das resoluções aprovadas pelo CMN, edita os seguintes documentos:

DOCUMENTO O QUE É
RESOLUÇÕES Ato normativo que tem por finalidade divulgar deliberação da Diretoria Colegiada do
BCN Banco Central.
INSTRUÇÕES Ato normativo que tem a finalidade de divulgar instrução, procedimento ou esclareci-
NORMATIVAS mento a respeito de conteúdo de documento normativos.

5 Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupo, com o
aproveitamento de experiências diferenciadas.

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DOCUMENTO O QUE É
Documento administrativo de âmbito externo, que tem por finalidade divulgar delibe-
COMUNICADO
ração ou informação relacionada à área de atuação do Banco Central do Brasil

#PaiEd | Atualiza
Até 2020 o BACEN emitia Circular e Carta-Circular. Com objetivo de unificar, simplificar a co-
municação da legislação, esses documentos sofreram alterações em seus nomes, reinician-
do sua numeração sequencial à partir do número 1.

Dentre suas atribuições do BCB estão:


1. Emitir papel-moeda e moeda metálica;
2. Executar os serviços do meio circulante;
3. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
4. Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
5. Exercer o controle de crédito;
6. Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições fi-
nanceiras;
7. Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o
fluxo de capitais estrangeiros no país.
8. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias.
Também compete ao BCB determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos de-
pósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições finan-
ceiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de
títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, conforme Inciso III
do artigo 10º da Lei 4.595/64.
9. Autorizar o funcionamento das instituições financeiras. Exceto quando essa for uma institui-
ção estrangeira, nesse caso a autorização é dada através de decreto do poder executivo, con-
forme artigo 18 da Lei 4.595/64.
10. Exercer a fiscalização das instituições financeiras.

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Agora vamos ver quem são as Instituições Fiscalizadas pelo BCB:

BASE LEGAL INSTITUIÇÕES FISCALIZÁVEIS


1. Bancos: Comerciais, de Investimento, de câmbio, Múltiplos e de Desen-
volvimento.
2. Caixa Econômica Federal
3. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
4. Sociedades: corretora de câmbio e de crédito, financiamento e investi-
mento.
Lei Federal 4.595/64 5. Companhias hipotecárias.
6. Agências de turismo e meios de hospedagem autorizados pelo BCB a
operar no mercado de câmbio.
7. Empresas brasileiras que administram cartões de crédito de uso interna-
cional
8. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT (nas transferências in-
ternacionais de recursos vinculadas a vales postais internacionais)
Lei nº 4.380/64 9. Sociedades de crédito imobiliário
Lei nº 4.728/65 10. Sociedades Corretoras e Distribuidoras de títulos e valores mobiliários6
Decreto-Lei nº 70/66 11. Associações de Poupança e Empréstimo
Lei nº 5.764/71
12. Cooperativas de crédito
e LC 130/09
Lei nº 6.099/74 13. Sociedades de Arrendamento Mercantil
Lei nº 11.795/08 14. Administradoras de Consórcios
15. Escritórios de representação de instituições financeiras sediadas no exte-
Lei nº 9.613/98
rior (acerca da prevenção e combate à lavagem de dinheiro)
Lei nº 10.194/01 16. Sociedades de crédito ao microempreendedor
Medida Provisória
17. Agências de fomento
nº 2.192-70
Lei nº 6.385/76 18. Empresas de auditoria contábil e auditores contábeis independentes
Lei 12.865/13 19. Instituições de pagamento e de arranjos de pagamentos

As sociedades de fomento comercial (factoring) não são fiscalizadas pelo BCB, sendo suas ativida-
des meramente comercial.
Segundo a Constituição Federal, artigo 164º em seu parágrafo primeiro: “É vedado ao banco cen-
tral conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira”.
Desde a publicação da Lei Federal de Responsabilidade Fiscal (LC 101 de 04/05/2000), o BCB não
emite mais títulos da dívida pública (vedado pelo artigo 34), ficando o Tesouro Nacional o único
órgão autorizado a emitir títulos para atender a política fiscal.

6 As SCTVM e as DTVM sobre supervisão compartilhada, haja visto que O BCB fiscaliza as operações com títulos de renda
fixa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as transações com títulos e valores mobiliários.

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O Banco Central utiliza os títulos do Tesouro Nacional para realizar política monetária, por meio de
operações de compra e venda no mercado secundário.
A atuação do BCB no mercado primário de títulos públicos dar-se somente quando a emissão dos
títulos tiver com objetivo o refinanciamento da dívida pública, nesse caso a compra de títulos se
caracteriza como um alongamento do prazo das dívidas e não um financiamento ao tesouro.
Importante ressaltar que no mercado primário é quando o valor de venda dos títulos públicos será
repassado para o cofre do governo, motivo pelo qual o BCB não pode atuar nesse segmento, exce-
to no caso citado acima. Já no secundário, onde o BCB atua livremente, a negociação é de um título
já existente e anteriormente adquirido por um investidor, ou seja, o valor de venda irá para esse
investidor e não para o governo.

2.4.2 COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA – COPOM


O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de
estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a meta da taxa básica de juros, que no
Brasil é a Taxa Over-Selic, ou Taxa Selic.
Compete então ao COPOM:

O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do BCB: o Presidente e os Diretores.


Após a publicação do Decreto Federal 3.088, em 21 de junho de 1999, o COPOM passou a ter a
sistemática de metas para a inflação como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões
do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho
Monetário Nacional. (Mesmo com a autonomia do BACEN, essa continua sendo uma atribuição do
CMN).
Se, em determinado ano, a inflação (medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA)
ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o Presidente do BCB deve encaminhar carta aberta ao
Ministro da Economia explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como as medidas
necessárias para trazer a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para que
essas medidas surtam efeito.
Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de merca-
do aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima
ao valor definido na reunião.
As reuniões ordinárias7 acontecem oito vezes ao ano, aproximadamente a cada seis semanas, e
são realizadas em dois dias.

7 Desde sua criação, o COPOM reuniu-se apenas três vezes de forma extraordinária.

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REUNIÃO DIA OBJETIVO


1º Dia Terça-Feira Apresentações sobre a economia Brasileira e Mundial
Avaliação das perspectivas de inflação
2º Dia Quarta-Feira
Decisão e divulgação da taxa de juros SELIC-META

A decisão final – a meta para a Taxa Selic é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo
em que é expedido Comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen).
O Presidente tem direito ao voto decisório em caso de empate na decisão da política monetária.
As atas em português das reuniões do Copom devem ser divulgadas no prazo de até quatro dias
úteis após a data de sua realização, o que normalmente acontece às 8h00 da terça-feira da semana
posterior a cada reunião.
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o docu-
mento “Relatório de Inflação”, que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira
do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.
Histórico de taxa de juros
ANO RESOLUÇÃO META TOL INTER IPCA
2010 Resolução CMN nº 3.584 4,5 2,0 2,5-6,5 5,91
2011 Resolução CMN nº 3.748 4,5 2,0 2,5-6,5 6,50
2012 Resolução CMN nº 3.880 4,5 2,0 2,5-6,5 5,84
2013 Resolução CMN nº 3.991 4,5 2,0 2,5-6,5 5,91
2014 Resolução CMN nº 4.095 4,5 2,0 2,5-6,5 6,41
2015 Resolução CMN nº 4.237 4,5 2,0 2,5-6,5 10,67
2016 Resolução CMN nº 4.345 4,5 2,0 2,5-6,5 6,29
2017 Resolução CMN nº 4.419 4,5 1,5 3,0-6,0 2,95
2018 Resolução CMN nº 4.499 4,5 1,5 3,0-6,0 3,75
2019 Resolução CMN nº 4.582 4,25 1,50 2,75-5,75 4,31
2020 Resolução CMN nº 4.582 4,00 1,50 2,50-5,50 4,52
2021 Resolução CMN nº 4.671 3,75 1,50 2,25-5,25 10,06
2022 Resolução CMN nº 4.724 3,50 1,50 2,00-5,00

2.4.3 COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela Lei nº 6.385
para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários8 no Brasil. Até o ano de 1976 o Con-
selho Monetário Nacional – CMN e o Banco Central do Brasil – BCB eram responsáveis por discipli-
nar e a fiscalizar, respectivamente, do mercado de capitais, como consta na lei federal 4.728 de 14
de Julho de 1965.
8 São valores mobiliários, quando ofertados publicamente, quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo
que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos
rendimentos advém do esforço do empreendedor ou de terceiros.

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Atualmente o mercado de capitais (mercado que envolve a negociação de títulos e valores mobili-
ários), é fiscalizado pela CVM e pelo BCB (compartilhado), sendo que a grande maioria dos títulos
negociados nesse mercado são de responsabilidades da CVM, enquanto os títulos da dívida pública
federal, estadual ou municipal e os títulos cambiais de responsabilidade das instituições financei-
ras, exceto as debêntures, captações feitas por entes governamentais ou por instituições financei-
ras são de responsabilidades do BCB, conforme consta no parágrafo primeiro do inciso VI, artigo 3º
da lei federal 6.385.
São valores mobiliários de responsabilidades da CVM:
Principais títulos e valores mobiliários:

O QUE É?
Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas.
É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acio-
Ação nistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas. O
acionista torna-se sócio da empresa e, portanto, não existe risco de crédito nesse
investimento, já que não se trata de um empréstimo.
Título de renda fixa de médio e longo prazo (a partir de 360 dias) emitidos por
Sociedades Anônimas. Representa um direito de crédito que o investidor possui
Debêntures
contra a empresa emissora. O investidor faz um empréstimo para a empresa. Cada
debênture é uma fração da dívida de quem a emitiu.
Título de renda fixa de curto prazo (até 360 dias) emitidos por Sociedades Anôni-
mas. A finalidade de emissão por parte da empresa é a de sanar necessidades de
Notas Promissórias
capital de giro ou fluxo de caixa. Trata-se de um empréstimo do investidor direta-
mente para a empresa.
É a fração do Patrimônio Líquido de um fundo de investimentos, que é um serviço
Cotas de Fundos de de gestão de recursos. Vários cotistas se reúnem e centralizam os seus recursos
Investimentos para ter vantagens no momento da aplicação e/ou para reduzir custos e riscos. A
cota representa a participação de cada um dos cotistas desse fundo.
É uma denominação genérica para operações que têm por referência um ativo
qualquer, chamado de “ativo base” ou “ativo subjacente” (que em geral é nego-
Derivativos
ciado no mercado à vista). Principais exemplos de derivativos: Opções, Mercado
Futuro, Mercado a Termo e Swap.
É um instrumento que dá ao seu titular (dono da opção), um direito futuro sobre
ações ou contratos futuros, mas não uma obrigação. Ao mesmo tempo que dá ao
Opções seu lançador (vendedor da opção), uma obrigação futura, caso o titular exerça o
seu direito. Existem opções de compra (direito de comprar determinado ativo) e
opções de venda (direito de vender determinado ativo)
É o compromisso de compra e venda de um determinado bem em uma data futura
Mercado a Termo por um preço fixado na data atual, que não irá variar até a data da efetiva entrega
desse bem.
Pode ser entendido como uma evolução do mercado a termo. Nesse mercado os
participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um ativo
Mercado Futuro por um preço estipulado previamente para liquidação futura. Não necessariamente
irá ocorrer a liquidação física (entrega do bem em si). As características que o fazem
uma evolução do mercado a termo são: contratos padronizados e ajuste diário.

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O QUE É?
Contrato entre dois agentes onde se realiza a troca de fluxos de caixas futuros ou
troca de rentabilidade futura. Existe, portanto, duas pontas na operação (uma que
Swap
se passa a receber e outra que será cedida), que são vistas como ponta ativa e pas-
siva, respectivamente.

O BCB conquistou sua autonomia em 2021, já a CVM sempre desfrutou desse beneficio, desde,
desde a publicação da Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei nº 10.411 de 26.02.02) pela qual
a CVM passou a ser uma “entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da
Economia, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administra-
tiva independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária”, como consta no artigo 5º da lei de sua criação.
Importante salientarmos que mesmo com uma ausência de subordinação hierárquica as decisões
tomadas pela CVM devem obedecer diretrizes traçadas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN,
conforme consta no artigo 3º da lei 6.385.
Essa autonomia que a CVM possui, dá aos seus cinco diretores, um presidente mais 4 diretores
executivos todos eles são nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Fede-
ral, mais conforto na tomada de decisões, já que seus mandatos são fixados em cinco anos, sendo
vedada a recondução.
Apesar de contar com regionais nas cidades de São Paulo – SP e de Brasília – DF, é no Rio de Janeiro
– RJ onde encontra-se sua sede, local de onde são tomadas suas decisões (instruções CVM), fruto
das reuniões que acontecem semanalmente, de forma ordinárias, ou extraordinariamente, quan-
do convocada pelo ocupante do cargo de presidente, atualmente tendo o senhor Leonardo Pereira
como responsável pela função.
Os seus objetivos estão definidos no artigo terceiro da lei 6.385/64 e no seu regimento interno,
Resolução CVM 24/21 são eles:
I. estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
Comentário: não confunda formação de poupança com “caderneta de poupança”, o objetivo da
CVM é de canalizar investimento para o mercado de valores mobiliários, formar poupança refere-
-se ao ato de poupar e não a modalidade de investimento denominada “caderneta de poupanças”.
II. promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular
as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de
capitais privados nacionais;
III. assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
Comentário: Atualmente no Brasil temos apenas uma única bolsa de valores, a B3.
IV. proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:
a) emissões irregulares de valores mobiliários;
b) atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de ad-
ministradores de carteira de valores mobiliários.
c) o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.

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Comentário: Para proteger os titulares a CVM fiscaliza todas emissões de valores mobiliários. Con-
forme Instrução CVM 400/04 em seu artigo segundo temos:
V. evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais
de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
Comentário: Como o inciso deixa claro, o objetivo da CVM é o de evitar fraudes, sendo que a mes-
ma não tem competência para determinar o ressarcimento de eventuais prejuízos sofridos pelos
investidores em decorrência da ação ou omissão de agentes do mercado. Também importante sa-
lientar que o mercado de capitais não conta com cobertura ou proteção do Fundo Garantidor de
Crédito – FGC.
VI. assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as
companhias que os tenham emitido, a observância de práticas comerciais equitativas no mer-
cado de valores mobiliários e de condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Mo-
netário Nacional – CMN.
Para conseguir atingir os seus objetivos, a CVM possui diversas competências, sendo as principais
atividades:
I. Disciplinar, fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento.
Comentário: Os fundos de Investimento, que até o final de 2015 eram regulamentados pela instru-
ção CVM 409/04, tiveram sua legislação alterada e atualizada com a publicação da instrução CVM
555/14.
II. Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes, administra-
dores de carteiras de valores mobiliário, agentes autônomos, entre outros;
III. Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes; consultores e analistas de
valores mobiliários
IV. Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não-equitativas de adminis-
tradores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliá-
rios, aplicando as penalidades previstas em lei.

2.4.4 SUPERINTENDENCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP


A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Fazenda, criada pelo artigo 35º do decreto-lei 73 de 21 de novembro de 1966, junto com a cria-
ção do Sistema Nacional de Seguros Privados – SNSP, é o órgão responsável pelo controle e fiscali-
zação dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.
A inclusão do mercado de previdência privada complementar aberta nas responsabilidades da SU-
SEP, só aconteceu em 2001, com a publicação da lei complementar 109, em seu artigo 74.
Entenda melhor as entidades supervisionadas pela SUSEP:

INSTITUIÇÃO O QUE SÃO


Sociedades Companhia sediada no Brasil, constituído sob a forma de sociedade anônima e super-
Seguradoras visionado pela Superintendência de Seguros Privados.

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INSTITUIÇÃO O QUE SÃO


Ressegurador estrangeiro com mais de cinco anos de operação no mercado internacio-
nal. Precisa ser registrado na Susep, ter escritório de representação no Brasil e manter
Ressegurador conta em moeda estrangeira vinculada à Susep para garantia de suas operações no
admitido país. Deve atender a requisitos de capacidade econômica e financeira mínima, de ava-
liação de solvência por agência classificadora de risco (rating de crédito) e de garantias
financeiras com aporte de recursos no país.
Resseguradores
Locais
Ressegurador Sediado no Brasil, constituído sob a forma de sociedade anônima e supervisionado
Eventual pela Superintendência de Seguros Privados.
Empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior, sem escritório de representa-
Corretor de
ção no País, que, atendendo às exigências previstas na Lei Complementar No 126/07
Seguro, de
e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrada
capitalização e
como tal na SUSEP, para realizar operações de resseguro e retrocessão. (Resolução
de previdência
CNSP 168/07).
Profissional habilitado e autorizado a angariar e promover contratos de seguros, remu-
Sociedades de
nerado mediante comissões estabelecidas nas tarifas. É o representando do segurado
Capitalização
mediante a seguradora.
São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que negociam con-
Entidades tratos (títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações
Abertas de pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de
Previdências resgatar parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida
Complementar contratualmente; conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios
de prêmios em dinheiro.

Apesar de ser uma entidade supervisora, a SUSEP também é responsável por regular os mercados
em que está inserida, sempre respeitando as diretrizes do órgão normativo, no caso o Conselho
Nacional de Seguros Privados – CNSP.
Compete também a SUSEP:
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras,
de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de
executora da política traçada pelo CNSP;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das ope-
rações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vincula-
dos, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacio-
nal de Capitalização;
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o fun-
cionamento das entidades que neles operem;
6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;

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7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em


bens garantidores de provisões técnicas;
8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem
delegadas;
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
A SUSEP possui sede e foro na cidade do Rio de Janeiro – RJ e jurisdição em todo o território na-
cional, conforme consta em seu regimento interno, que foi definido pela resolução CNSP 272/12,
o seu Conselho Diretor é constituído pelo Superintendente, que o preside, e por quatro Diretores,
indicados pelo Ministro de Estado da Economia, dentre pessoas de reconhecida competência e ili-
bada reputação, nomeados pelo Presidente da República ou a quem couber, por delegação.

2.4.5 SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – PREVIC


A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma entidade governamen-
tal autônoma constituída sob a forma de autarquia especial vinculada ao Ministério da Economia,
instituída com a finalidade de fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência com-
plementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar.
O sistema de previdência no Brasil está dividido em:

Os fundos de pensão, conforme definido em lei, têm a finalidade precípua de administrar um ou


mais planos, predominantemente de caráter previdenciário, com vistas a pagar benefícios aos seus
participantes.

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As suas principais competências estão definidas Lei nº 12.154, de 2009, m seu artigo segundo, e são:
I. proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e
suas operações;
II. apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis;
III. expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas à sua
área de competência, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência Com-
plementar – CNPC;
IV. autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência comple-
mentar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefí-
cios; as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra forma de reorga-
nização societária, relativas às entidades fechadas de previdência complementar; a celebração
de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores, bem como as retiradas de
patrocinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assis-
tidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência complementar;
V. harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as normas
e políticas estabelecidas para o segmento;
VI. decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência com-
plementar, bem como nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei;
VII. nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo atribuir-lhe pode-
res de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
VIII. p
 romover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar
e entre estas e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como diri-
mir os litígios que lhe forem submetidos na forma da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
IX. enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da economia e, por seu intermédio,
ao Presidente da República e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias ao
cumprimento de seus objetivos.
Na mesma lei que cria a PREVIC, 12.154/09, também prevê a cobrança da Taxa de Fiscalização e
Controle da Previdência Complementar (Tafic), principal receita da Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (PREVIC), que é um tributo que tem como fato gerador o exercício do
poder de polícia atribuído à autarquia.
As entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) são contribuintes da Tafic, que deverá
ser paga quadrimestralmente, até o dia dez dos meses de janeiro, maio e setembro.

2.5 AGENTES ESPECIAIS


Recebem o nome de agentes especiais as instituições que mesmo fazendo parte do subsistema
operacional (intermediação) também cumprem funções normativas, normalmente essas ativida-
des são relacionadas a implementação das políticas econômicas do governo Federal.
O governo possui três grandes pilares (instituições financeiras), que auxiliam na execução das suas
principais políticas, são elas:

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Existem outras instituições financeiras federais que também auxiliam governo na execução de po-
líticas públicas, como o Banco do Amazonas e o Banco do Nordeste, porém essas instituições têm
área de atuação restrita, não atuando em todo o território nacional, por esse motivo não vamos
equipara-las as instituições acima citadas.

2.5.1 BANCO DO BRASIL – BB


Fala comigo BeBê?... é lá que você vai trabalhar cabeção, então acho melhor você conhecer bem
essa instituição! Eu dei uma caprixadinha aqui, com intuito de te mostrar não somente o que cai na
prova, mas também o que o seu futuro te reserva! Respire fundo e vem comigo!
Criado pelo príncipe Dom João, em sua chegada ao Brasil a mais de 200 anos atrás, após o mesmo
ser obrigado a deixar repentinamente Portugal, invadido pelas tropas de Napoleão, o Banco do
Brasil é a Instituição Financeira mais antiga do país.
O Banco do Brasil tem presença marcante em todo o Brasil. Com presença em 94,8% dos municí-
pios brasileiros, com 49,2 mil pontos de atendimento.

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Seu controle é da União, sendo uma economia mista de capital aberto, com a posição acionária
conforme a imagem. O BB é responsável por administrar aproximadamente 20% dos ativos do
mercado financeiro, segundo o Banco Central do Brasil.
A exigência de domínio de Inglês em nosso concurso, mostra o quanto a instituição vem continu-
amente ampliando sua presença internacional, contando hoje com mais de 50 pontos de atendi-
mento no exterior, divididos em agências, subagências, unidades de negócios/escritórios e subsi-
diárias em 23 países, estando presente nos principais centros financeiros das Américas, Europa e
Ásia.
Agora que você já está apaixonado, vamos ao que é importante para prova!
O que faz do Banco do Brasil uma instituição financeira diferenciada das demais é o fato de ser o
responsável por executar algumas políticas do governo federal, conforme constam no artigo 19 da
Lei federal 4.595/64, sendo os principais:
I. Executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris.
II. Ser agente pagador e recebedor fora do País.
III. Executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis (Circular BCB 3.532)
IV. Realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta
do Banco Central da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional.
Apesar do foco principal do Banco do Brasil ser o agronegócio, quando o assunto é políticas públi-
cos, ele também auxilia o governo no programa habitacional, “Minha Casa, Minha Vida”.

2.5.2 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF


No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II
assinou o Decreto nº 2.723, que fundou a Cai-
xa Econômica da Corte.
Junto com a criação da Caixa também veio a
modalidade de investimento mais conhecida
e antiga do mercado financeiro, as caderne-
tas de poupança, que foram instituídas pelo
artigo primeiro do decreto assinado por Dom
Pedro II, que dizia em sua redação original:
A caderneta de poupança, nessa época, a finalidade dela e da Caixa Econômica era captar os recur-
sos e economias da população mais necessitada. Inclusive era permitido aos escravos que tinham
algum provento, que eram chamados na época de escravos de ganho, guardar as suas economias
na Caixa Econômica, na poupança, e essas economias, muitas vezes, serviam para comprar a pró-
pria carta de alforria.

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Com esse propósito a Caixa foi crescendo e ganhando novas atividades, se tornando hoje uma das
maiores empresas do Governo Federal. Importante destacar que embora a Caixa exerças ativida-
des simulares as oferecidas pelos bancos, legalmente a mesma não pode ser enquadrada como
tal, sendo ela uma empresa pública federal. A própria caixa se intitula ser mais do que um banco,
haja visto que a mesma exerce diversas funções de cunho social que são de interesse do governo
federal.
O fato da Caixa ser responsável pela implementação das políticas sociais do governo federal, faz
dela um agente especial. Entre os programas sociais administrados pela Caixa, destacam-se:

PROGRAMA O QUE É?
É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação
de pobreza e de extrema pobreza em todo o País, que tem como objetivos: Combater
Bolsa Família a fome e promover a segurança alimentar e nutricional, combater a pobreza e outras
formas de privação das famílias, promover o acesso à rede de serviços públicos, em
especial, saúde, educação, segurança alimentar e assistência social.
Minha Casa É uma iniciativa do Governo Federal que oferece condições atrativas para o financia-
Minha Vida mento de moradias para famílias de baixa renda.
É um dos mais importantes direitos dos trabalhadores brasileiros, é um benefício que
Seguro-
oferece auxílio em dinheiro por um período determinado. Ele é pago de três a cinco
desemprego
parcelas de forma contínua ou alternada.
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação
FIES (MEC) que financia a graduação, em instituições particulares, de estudantes que não
possuem condições de arcar com os custos.
É um programa que procura ampliar o acesso da população aos medicamentos con-
Farmácia siderados essenciais ao tratamento de doenças com maior ocorrência no Brasil, e é
Popular realizado por meio de transferência de recursos do Ministério da Saúde, aos estabele-
cimentos farmacêuticos credenciados

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PROGRAMA O QUE É?
O programa do Governo Federal, em parceria com o Ministério dos Esportes, tem o
objetivo de formar uma geração de atletas com potencial de representar o Brasil. A
Bolsa Atleta
estratégia é simples: garantir a manutenção pessoal mínima dos atletas para que eles
tenham as condições necessárias para se dedicar ao esporte.
É um benefício financeiro destinado a trabalhadores(as) informais, Microempreende-
Auxílio dores Individuais (MEI), autônomos(as) e desempregados(as) e tem por objetivo for-
Emergencial necer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pan-
demia do Coronavírus.

A CEF foi também o agente utilizado pelo governo para maioria das políticas creditícias em comba-
te a pandemia do COVID-19, destacando o pagamento do “auxílio emergência”.

2.5.3 BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES


Criado em 20 de junho de 1952, pela Lei federal nº 1.628, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico – BNDES foi criado como uma autarquia federal que tinha como objetivo ser o órgão
formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico.
Por ser uma empresa de controle do governo federal, o BNDES não pode ser considerado como
banco de desenvolvimento.
Sua estrutura está dividida em:

Sendo:
• BNDES: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública fe-
deral (100% das ações pertencem a união) dedicada ao financiamento com longo prazo de
pagamento. É o acionista único das demais empresas do Sistema BNDES.
• BNDESPAR: Subsidiária do BNDES, dedicada ao fomento por meio de investimentos em valores
mobiliários. O capital social subscrito da BNDESPAR está representado por uma única ação, no-
minativa, sem valor nominal, de propriedade do BNDES.
• FINAME: Subsidiária do BNDES, dedicada ao financiamento à produção e comercialização
de máquinas e equipamentos. O capital social subscrito da FINAME está representado por
589.580.236 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, de propriedade integral do BN-
DES

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Seu estatuto atual foi aprovado pelo decreto federal 4.418 de 11 de Outubro de 2002, no qual o
vincula junto ao Ministério de Economia.
Sua sede e foro fica em Brasília, Distrito Federal, e atuação em todo o território nacional, podendo
instalar e manter, no País e no exterior, escritórios, representações ou agências.
Por meio de sua subsidiária BNDESPAR, o BNDES pode captar através de emissões públicas de de-
bêntures e contribuir para o desenvolvimento do mercado local de capitais.
O BNDES emprestou mais de 187 bilhões de reais, somente em 2014. Esses recursos, quando são re-
embolsáveis, são remunerados pela Taxa de Juros de Logo Prazo – TLP (antiga TJLP), que geralmente
é bem mais baixa do que qualquer outra taxa oferecida pelas demais instituições financeiras.

2.6 SUBSISTEMA OPERACIONAL


Agora vamos falar de quem trabalha, quem coloca a mão na massa, os operacionais, que são as
instituições que lidam diretamente com o público, no papel de intermediário financeiro.
A maioria dos autores dividem o Subsistema operacional em 3 classes de instituições financeiras

Essa divisão constava no site do Banco Central do Brasil (há mais de 10 anos) e em vários livros e
acabou virando uma doutrina. Não sei quem foi o primeiro a propor essa estrutura, eu suspeito,
mas não vou citar aqui porque não tenho provas (risos), a verdade é que esse profissional não en-
tende nada de lógica e nem filosofia.
Ora, eu não posso dividir nada no mundo em 3 conjuntos, onde um deles é a negação do outro, ou
seja, se criarmos um conjunto com os alunos aprovados no BB e outro conjunto dos alunos NÃO
aprovados no BB, logo todo universo está ai, não tem espaço para um terceiro conjunto.
O que eu quero dizer é que uma Instituição Financeira, ou ela é monetária, ou ela não é monetária,
assim, não existe explicação lógica para criação do terceiro conjunto de “Instituições Auxiliares”.
Todas essas Instituições do nosso terceiro conjunto pertence ao segundo, ou seja, não são monetá-
rias, logo o conjunto 3 é um subconjunto de 2 e não uma subdivisão do sistema financeiro nacional.
Confuso? Ainda bem que não cai lógica nesse edital, mas fique tranquilo, vou te ajudar agora a en-
tender cada uma das instituições que compões o subsistema operacional! Vamos lá?

2.7 SUBSISTEMA OPERATIVO – INSTITUIÇÕES MONETÁRIAS


As instituições que captam através de depósito à vista (conta corrente), são consideradas institui-
ções monetárias, pois possuem a capacidade de criar moedas escriturais por meio do efeito multi-
plicado de crédito ou devido ao fornecimento de talão de cheque a seus clientes.

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A moeda bancária ou moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos ou em
outras instituições creditícios, normalmente movimentados por intermédio de cheques, que repre-
sentam um instrumento de circulação da moeda bancária.
Entenda melhor como os bancos que captam depósito à vista possuem a capacidade de criar moeda:
1. Investidor procura um banco para depositar seu dinheiro. Nesse caso, vamos supor um valor
de $ 600,00 (seiscentas unidades monetárias), depositado na conta de depósito à vista (conta
corrente).

2. Neste momento, o investidor passa a ter um saldo em sua conta corrente de $ 600,00 e o ban-
co resolve conceder a esse cliente um talão de cheques.

3. Ele vai em uma loja e compra determinado produto no valor de $ 1.000,00 (um mil unidade
monetária), pagando com a utilização de uma folha de cheque.

4. Considerando que o seu saldo no banco é de apenas $ 600,00 e o cheque emitido foi de
$ 1.000,00, temos um consumo dividido em dois tipos de moedas diferentes:

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As instituições financeiras que estão autorizadas a captar através de depósito à vista, portanto,
têm capacidade de criar moeda escritural. São elas:

Todas as demais instituições financeiras diferentes das listadas como monetárias, independente de
qual a sua área de atuação, devem ser classificadas como não monetárias, haja vista que não cap-
tam depósito à vista e, logo, não possuem a capacidade de criar moeda escritural.

2.7.1 BANCOS COMERCIAIS (BC)


Esta instituição financeira tem como objetivo fornecer crédito de curto e médio prazos para pes-
soas físicas, comércio, indústria e empresas prestadoras de serviços. Devem ser constituídas sob a
forma de sociedades anônimas e podem ser tanto públicas como privadas.
Em sua denominação deve constar a expressão “banco”, sendo vedada a utilização do termo “cen-
tral”, que é de exclusividade do Banco Central do Brasil (BCB).
Suas principais operações passivas são:

• Depósitos à vista: conta corrente


• Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de
Depósito Bancário (RDC)
• Letra Financeira (LF)
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
• Letra Imobiliária Garantida (LIG)
• Recursos de Instituições financeiras oficiais
• Recursos externos

Suas principais operações ativas são:

• Operações de crédito em geral, de curto e médio prazo


• Abertura de crédito simples em conta corrente: cheques especiais
• Operações de crédito rural

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Os recursos captados em contato corrente (depósito à vista) possuem exigibilidade de que a insti-
tuição financeira mantenha aplicado, no mínimo, em operações de crédito rural.
Para cumprimento dessa exigência, devem ser consideradas as deduções previstas em leis, assim
como as isenções conforme consta no Manual de Crédito Rural (MCR), disponível no site do Banco
Central do Brasil (BCB).
Suas principais operações acessórias são:

• Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


• Cobrança bancária
• Cobrança de tarifas

SERVIÇOS

A maioria dos bancos em operação no país são comerciais, mas, como também possuem outras
carteiras, são classificados como bancos múltiplos, porém, existem alguns bancos operando no
país que são apenas bancos comerciais.

2.7.2 BANCOS MÚLTIPLOS (BM)


Criados com o objetivo de racionalizar a administração, os bancos múltiplos funcionam como uma
espécie de holding9 de instituições financeiras, porém, não é qualquer tipo de instituição financeira
que pode fazer parte de um banco múltiplo. Segundo a resolução CMN nº 2.099, as carteiras que
podem compor essas instituições são as de:

As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamen-
tares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras, logo, para entender
melhor o que cada carteira faz, basta consultar cada uma das instituições financeiras nos demais
capítulos da nossa super apostila. Sendo assim, as suas operações passivas, ativas e acessórias de-
pendem de quais são as carteiras que o constituem.

9 Holding é um tipo de empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas, geralmente denominadas
subsidiárias, centralizando o controle sobre elas. De modo geral, a holding não produz bens e serviços, destinando-se
apenas ao controle de suas subsidiárias.

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Para constituir um banco múltiplo será necessário ser composto por, no mínimo, duas das cartei-
ras listadas, sendo que uma delas, obrigatoriamente, deverá ser a carteira de banco comercial ou a
de banco de investimento.
Não é possível constituir um banco múltiplo com todas as carteiras listadas. O motivo deve-se ao
fato de algumas carteiras serem obrigatoriamente públicas, enquanto outras são obrigatoriamente
privadas, conforme tabela:

Assim, se uma instituição financeira possuir a carteira de banco de desenvolvimento, não poderá
oferecer a carteira de investimento e nem constituir uma financeira, e vice-versa. De maneira ge-
ral, assim como os bancos comerciais, os bancos múltiplos são instituições financeiras que podem
ser privadas ou públicas, sendo organizados, obrigatoriamente, sob a forma de sociedade anôni-
ma (SA).

ATENÇÃO!
Nem todo o banco Múltiplo é considerado Instituição Monetária. Somente os bancos que
possuem carteira do banco comercial.

2.7.3 COOPERATIVAS DE CRÉDITO (CC)


A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação autônoma de
pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem
fins lucrativos, constituída para prestar serviços a seus associados.
O objetivo da constituição de uma cooperativa de crédito é prestar serviços financeiros de modo
mais simples e vantajoso aos seus associados. Os cooperados são, ao mesmo tempo, donos e usu-
ários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. Nas
cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos,
como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Os
associados têm poder igual de voto, independentemente da sua cota de participação no capital
social da cooperativa. O cooperativismo não visa lucros e os direitos e deveres de todos são iguais,
sendo a adesão livre e voluntária.

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Entendendo melhor a diferença entre um banco comercial com capital aberto (ações em negocia-
ção na bolsa) e uma cooperativa de crédito de livre admissão do ponto de vista dos aplicadores
(operação passiva da instituição financeira):
É como se a cooperativa de crédito fizesse uma espécie de “venda casada” para o investidor, po-
rém, com uma cota a custo zero. Assim, é de se esperar que, um mesmo capital aplicado a uma
mesma taxa de juros e prazo em uma cooperativa de crédito e também em um banco, o investidor
tenha maior retorno na cooperativa, já que, além desses juros sobre o capital investido (que será
igual nas duas instituições), o investidor, aplicando na cooperativa de crédito, poderá receber, tam-
bém, parte do lucro distribuído (dividendos).
Já no ponto de vista do tomador de crédito, ou seja, das operações ativas das instituições financei-
ras, temos:
Note que a formação da taxa de juros dos bancos pos-
sui um componente a mais do que no caso das coope-
rativas de crédito, que é o “lucro”.
Como as cooperativas de crédito não têm fins lucrati-
vos, e o lucro aferido nas operações é distribuído en-
tre os seus associados – entre eles e o próprio toma-
dor de crédito –, logo existe uma tendência de que a
taxa de juros dos empréstimos realizados nas coope-
rativas sejam menores do que nos bancos.

É importante salientar que, assim como partilha das sobras, o cooperado está sujeito a participar
do rateio de eventuais perdas – em ambos os casos na proporção dos serviços usufruídos.
As sociedades cooperativas são classificadas em:

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Também são admitidos como associados das cooperativas de crédito, em caráter excepcional, pes-
soas jurídicas, desde que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das
pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Entretanto, conforme determina o artigo 4º,
parágrafo único, da lei complementar nº 130, de 2009, não são admitidos no quadro social da socie-
dade cooperativa de crédito entes públicos, tais como: a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, bem como suas respectivas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.
Suas principais operações passivas são (exclusivamente dos seus associados):

• Depósitos à vista: conta corrente


• Depósitos a prazo: Recibo de Depósito Cooperativo (RDC).
• Cadernetas de Poupança (Novidade)
• As cooperativas podem captar através de depósito a prazo, porém, sem
emissão de certificado.
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
• Repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras, inclusive
por meio de depósitos interfinanceiros.
• Recursos oriundos de fundos oficiais.

Suas principais operações ativas são (exclusivamente dos seus associados):

• Operações de crédito em geral.


• Operações de crédito rural

Suas principais operações acessórias são:

• Cobrança, custódia e serviços de recebimento e pagamento por conta de


terceiros a pessoas físicas e entidades de qualquer natureza, inclusive as
pertencentes aos poderes públicos das esferas federal, estadual e muni-
cipal e suas respectivas autarquias e empresas.
• Colocação de produtos e serviços oferecidos por bancos cooperativos,
inclusive os relativos a operações de câmbio, bem como por demais en-
tidades controladas por instituições integrantes do sistema cooperativo
a que pertença, em nome e por conta da entidade contratante, observa-
da a regulamentação específica.
SERVIÇOS
• Distribuição de cotas de fundos de investimento administrados por
instituições autorizadas, observada a regulamentação aplicável editada
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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2.7.4 BANCOS COOPERATIVOS (BCOOP)


Um banco cooperativo é uma espécie de banco comercial, com diferença em sua constituição, que
tem como acionistas controladores as cooperativas centrais de crédito, as quais devem deter no
mínimo 51% das ações com direito a voto.
Caso esse banco agregue outras carteiras, tais como de investimento e crédito imobiliário, entre
outras, poderá se tornar um banco múltiplo com carteira comercial.
Em sua denominação, obrigatoriamente, deverá conter a expressão “banco cooperativo”.
O banco cooperativo oferece produtos e serviços financeiros às cooperativas, ampliando e criando
novas possibilidades de negócios e gestão centralizada dos recursos financeiros do sistema.

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As operações passivas, ativas e acessórias dos bancos cooperativos dependem de quais são as car-
teiras que o compõe.

2.8 SUBSISTEMA OPERATIVO – SISTEMA BRASILEIRO


DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO (SBPE)
Segundo a resolução CMN nº 1.980, de 30 de abril de 1.993, o Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimo (SBPE) é integrado por:

As instituições financeiras que integram o SBPE possuem a capacidade de captar através de de-
pósitos de poupança. Estas instituições são obrigadas a destinar os recursos captados conforme
descrito:
No mínimo 65% dos recursos captados devem ser destinados a operações de financiamento imobi-
liário, com risco de multa para o descumprimento dessa exigibilidade. Além disso, esse montante
deve ser dividido da seguinte forma:
1. 80% (oitenta por cento), no mínimo,
do percentual acima, em operações de
financiamento habitacional no âmbito do
Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
2. 20% em operações de financiamento
imobiliário contratadas a taxas de merca-
do.
As companhias hipotecárias, apesar de
fazerem parte do Sistema Financeiro de
Habitação (SFH), não são integrantes do
Sistema Brasileiro de Poupança e Emprés-
timo (SBPE), já que as mesmas não pos-
suem autorização para captarem através
de cadernetas de poupança.
As instituições integrantes do SBPE podem captar depósitos de poupança rural, desde que possu-
am autorização do Banco Central do Brasil para operar em crédito rural e comuniquem ao Deban o
início da captação de depósitos de poupança rural.

PRINCIPAL CAPTAÇÃO
INSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO OBESERVAÇÃO
(PASSIVA)
Associação de Poupadores são associados e,
Sociedade Civil
Poupança e Poupança e LCI assim, recebem dividendos. Faz
sem fins lucrativos
Empréstimo (APE) parte do SBPE.

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PRINCIPAL CAPTAÇÃO
INSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO OBESERVAÇÃO
(PASSIVA)
Poupança, LCI, FGTS e É considerado um agente
Caixa Econômica Empresa pública
repasses do governo especial do governo federal. Faz
Federal (CEF) federal
federal parte do SBPE.
Sociedade de É uma das carteiras que pode
Sociedade
Crédito Imobiliário Poupança e LCI compor um banco múltiplo. Faz
Anônima
(SCI) parte do SBPE.
Não podem captar através de
Companhias Sociedade
LCI e debêntures poupança. Não fazem parte do
Hipotecárias Anônima
SBPE.
Apenas as cooperativas de
Cooperativas Associação civil crédito que forem autorizadas
Poupança
de Crédito sem fins lucrativo pelo BACEN podem captar
poupança e fazer parte do SBPE
Quadro-resumo com as principais diferenças entre as instituições que compõem o SFH

SOPA DE LETRINHAS – AS SIGLAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO

SISTEMA O QUE É QUEM PARTICIPA


• Bancos múltiplos com
2º O Sistema Brasileiro de Poupança e Em- carteira de crédito imobiliário
préstimo (SBPE) tem por finalidade promo- • Caixas econômicas
SBPE ver o financiamento imobiliário em geral,
• Sociedades de crédito imobiliário
por meio da captação e do direcionamento
dos recursos de depósitos de poupança • Associações de poupança e empréstimo
• Cooperativas de crédito autorizadas
Todos que integram o SBPE mais:
O Sistema Financeiro da Habitação (SFH), • Companhias Hipotecárias
destina-se a facilitar e a promover a constru- • Entidade de previdência complementar
SFH ção e a aquisição da casa própria ou mora- (aberta)
dia, especialmente pelas classes de menor
• Companhias securitizadora
renda da população.
• Demais instituições que o CMN
determinar
• Caixas econômicas
• Bancos comerciais
O Sistema de Financiamento Imobiliário • Bancos de investimento
(SFI), de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de • Bancos múltiplos com
novembro de 1997, tem por finalidade pro- carteira de crédito imobiliário,
SFI
mover o financiamento imobiliário em geral, • Sociedades de crédito imobiliário
segundo condições compatíveis com os fun-
• Associações de poupança e
dos respectivos.
empréstimo,
• Companhias hipotecárias e, a critério
do Conselho Monetário Nacional - CMN

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IMPORTANTE: As operações no âmbito do SFH devem observar as seguintes condições específicas


no limite máximo do valor de avaliação do imóvel financiado de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
nhentos mil reais)

2.9 SUBSISTEMA OPERATIVO – SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO


DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SDTVM)

2.9.1 CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (CTVM) E


DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (DTVM)
As corretoras e distribuidoras tinham funções distintas até 2009, pois somente as corretoras po-
diam operar em bolsas de valores. As distribuidoras precisavam de uma corretora para operar nas
bolsas, tendo, portanto, uma área mais restrita de operação.
Com a decisão conjunta CVM e Bacen nº 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar direta-
mente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsas de valores,
eliminou-se a principal diferença entre as duas instituições financeiras.
Abaixo, a íntegra da decisão conjunta:

DECISÃO-CONJUNTA Nº 17

BANCO CENTRAL DO BRASIL   COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Autoriza as sociedades distribuidoras de títulos e


valores mobiliários a operar diretamente nos
ambientes e sistemas de negociação dos
mercados organizados de bolsa de valores.

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil e o Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, com base no art.
2º, inciso XV, do Regulamento anexo à Resolução nº 1.120, de 4 de abril de 1986, com a redação dada pela Resolução
nº 1.653, de 26 de outubro de 1989,

D E C I D I R A M:

Art. 1º As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários ficam autorizadas a operar diretamente nos am-
bientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores.

Art. 2º Esta decisão-conjunta entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de Março de 2009.

    Alexandre Antonio Tombini           Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana


Presidente, substituto do Banco Central do Brasil      Presidente da Comissão de Valores Mobiliários

A principal atividade dessas instituições é a de execução de ordens de compra e venda de ativos


para seus clientes. Um investidor não opera diretamente na bolsa de valores, mas sim através de
um intermediário (corretora/distribuidora), que cobra taxa por essa prestação de serviço.
Além da execução da ordem (operacional), as corretoras e distribuidoras normalmente contam
com equipes de analistas para auxiliar os investidores na escolha do melhor produto de investi-
mento de acordo com o perfil, prazo e necessidade do cliente/investidor.

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Outras atividades das distribuidoras e corretoras:


1) Comprar e vender títulos e valores mobiliários por contra própria e de terceiros;
2) Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por contra própria e de terceiros;
3) Intermediar a oferta pública e distribuir títulos e valores mobiliários no mercado;
4) Operar em bolsas de valores;
5) Administrar carteiras e custodiar títulos e valores mobiliários;
6) Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;
7) Exercer funções de agente fiduciário;
8) Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
9) Intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações
no mercado de câmbio;
10) Praticar operações de compra e venda de metais preciosos no mercado físico, por conta pró-
pria e de terceiros;
11) Realizar operações de compromissadas;
12) Praticar operações de conta margem;
13) Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica em operações e ativi-
dades nos mercados financeiro e de capitais.

#PaiEd | Atualiza
Até o dia 13/05/2020 o limite para corretoras e distribuidoras operarem com liquidação
pronta era de U$ 100 mil. Após a publicação da circular BCB 4.019, esse limite foi elevado
para U$ 300 mil dólares.

Nas operações de câmbio, as corretoras e distribuidoras têm limites diferenciados para operação,
conforme circular do Bacen nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, com trecho reproduzido abaixo:
“Art. 34. Os agentes do mercado de câmbio podem realizar as seguintes opera-
ções:
III – sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuido-
ras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio:
a) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta10 de até US$
300.000,00 (trezentos mil dólares dos Estados Unidos) ou o seu equivalente em
outras moedas; e
b) operações para liquidação pronta no mercado interbancário, arbitragens no
País e, por meio de banco autorizado a operar no mercado de câmbio, arbitragem
com o exterior;”

10 Liquidação Pronta é o tipo de operação de câmbio que deve ser liquidada em até dois dias úteis

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Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade
limitada.
Sofrem supervisão compartilhada do Bacen e CVM.

2.9.2 BOLSAS DE VALORES E MERCADO DE BALCÃO ORGANIZADOS


Uma Bolsa de Valores é peça fundamental para o bom funcionamento do Mercado de Capitais, que
é o mercado em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar recursos. As
companhias precisam de recursos para investir em seus projetos e, por outro lado, os investidores
necessitam de remuneração para valores financeiros que estão disponíveis.
A bolsa de valores é, portanto, o local adequado para que os investidores transacionem recursos
para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que faz parte do Siste-
ma de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades Corretoras têm acesso
para repassar as ordens de seus clientes.
São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a liqui-
dação física e financeira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico. Entretanto,
desde 28 de janeiro de 2000, com a resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de valores puderam pas-
sar a visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas (S.A).
Sofrem fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, possuem status de autor-
reguladoras, já que são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao funcionamento
dos mercados que administra e à atuação dos intermediários que a acessam.
Ainda segundo a resolução nº 2690/2000, são objetivos das bolsas de valores:
I – Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos
e/ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pela
própria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes;
II – Dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à pronta e
eficiente realização e visibilidade das operações;
III – Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao mer-
cado de títulos e/ou valores mobiliários;
IV – Criar mecanismos regulamentares e operacionais que possibilitem o atendimento, pelas socie-
dades membros, de quaisquer ordens de compra e venda dos investidores, sem prejuízo de igual
competência da Comissão de Valores Mobiliários, que poderá, inclusive, estabelecer limites míni-
mos considerados razoáveis em relação ao valor monetário das referidas ordens;
V – Efetuar registro das operações;
VI – Preservar elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse fim, normas de
comportamento para as sociedades membros e para as companhias abertas e demais emissores de
títulos e/ou valores mobiliários, fiscalizando sua observância e aplicando penalidades, no limite de
sua competência, aos infratores;
VII – Divulgar as operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes;

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VIII – Conceder, à sociedade membro, crédito para assistência de liquidez, com vistas a resolver
situação transitória, até o limite do valor de seus títulos patrimoniais ou de outros ativos especifi-
cados no estatuto social mediante apresentação de garantias subsidiárias adequadas, observado o
que a respeito dispuser a legislação aplicável; e
IX – Exercer outras atividades expressamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Importante ressaltar que o investidor não opera diretamente na bolsa de valores, pois precisa de
uma corretora de valores para acessar à bolsa, conforme figura abaixo:

Já o mercado de balcão organizado é um mercado de títulos (valores mobiliários) no qual não há


um local físico definido para a realização das transações. É chamado de mercado organizado
quando conta com um sistema eletrônico de negociação de títulos e valores mobiliários (sistema
interligado de terminais entre instituições, por exemplo). Nesse tipo de mercado, as ordens de
compra e venda são fechadas de forma eletrônica.
Trata-se de um ambiente administrado por instituições autorreguladoras, que são autorizadas a
funcionar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sofrem fiscalização por parte dessa autar-
quia.
O mercado de balcão organizado é considerado uma “porta de entrada” para empresas que possu-
am um porte médio, já que, normalmente, na bolsa de valores estão as companhias maiores.
Uma diferença importante entre mercado de balcão e bolsa de valores é que no mercado de balcão
não existe o fundo de garantia para ressarcir o investidor em caso de prejuízos decorrentes de er-
ros de ordens por parte dos operadores, entrega de valores mobiliários erroneamente, liquidação
extrajudicial da corretora, entre outros. Esse fundo de garantia é administrado pela própria bolsa
de valores.

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2.9.3 B3 – BOLSA, BALCÃO, BRASIL


A B3 surgiu sob o formato atual após a fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São
Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP),
aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) em 22 de março de 2017.
Uma Bolsa de Valores é peça fundamental para o bom funcionamento do Mercado de Capitais, que
é o mercado em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar recursos. As
companhias precisam de recursos para investir em seus projetos e, por outro lado, os investidores
necessitam de remuneração para valores financeiros que estão disponíveis.
A bolsa de valores é, portanto, o local adequado para que os investidores transacionem recursos
para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que faz parte do Siste-
ma de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades Corretoras têm acesso
para repassar as ordens de seus clientes.
São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a liqui-
dação física e financeira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico. Entretanto,
desde 28 de janeiro de 2000, com a resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de valores puderam pas-
sar a visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas (S.A).
Sofrem fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, possuem status de autor-
reguladoras, já que são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao funcionamento
dos mercados que administra e à atuação dos intermediários que a acessam.
Ainda segundo a resolução nº 2690/2000, são objetivos das bolsas de valores:
I – Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos e/
ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pela
própria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes;
II – Dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à pronta e
eficiente realização e visibilidade das operações;
III – Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao mer-
cado de títulos e/ou valores mobiliários;
IV – Criar mecanismos regulamentares e operacionais que possibilitem o atendimento, pelas socie-
dades membros, de quaisquer ordens de compra e venda dos investidores, sem prejuízo de igual
competência da Comissão de Valores Mobiliários, que poderá, inclusive, estabelecer limites míni-
mos considerados razoáveis em relação ao valor monetário das referidas ordens;
V – Efetuar registro das operações;
VI – Preservar elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse fim, normas de
comportamento para as sociedades membros e para as companhias abertas e demais emissores de
títulos e/ou valores mobiliários, fiscalizando sua observância e aplicando penalidades, no limite de
sua competência, aos infratores;
VII – Divulgar as operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes;

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VIII – Conceder, à sociedade membro, crédito para assistência de liquidez, com vistas a resolver
situação transitória, até o limite do valor de seus títulos patrimoniais ou de outros ativos especifi-
cados no estatuto social mediante apresentação de garantias subsidiárias adequadas, observado o
que a respeito dispuser a legislação aplicável; e
IX – Exercer outras atividades expressamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

IMPORTANTE:

2.9.4 BANCOS DE INVESTIMENTO (BI)


Os bancos de investimento são instituições financeiras de natureza privada, especializadas em
operações de participação societária de caráter temporário, bem como no financiamento da ativi-
dade produtiva para suprimento de capital fixo ou de giro, mediante a administração de recursos
de terceiros.
Seu surgimento se deu com a promulgação de uma lei nos Estados Unidos depois da crise de 1929,
que impôs uma distinção entre os bancos de investimentos e os comerciais ou varejistas para pro-
teger os depósitos dos correntistas. (conceito de chineses wall)
Essas instituições devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo conter em
sua denominação a expressão “banco de investimento”.
Como o banco de investimento é uma instituição financeira e atua no mercado de valores mobiliá-
rios, logo sua supervisão é exercida de forma compartilhada pelo Banco Central do Brasil (BCB) e
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme exemplo ilustrado na figura a seguir:

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Os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não movimentáveis por cheque,
relativas a recursos de terceiros (como as contas não são movimentadas por cheques, logo não se
cria moeda escritural). Essas contas, que não são contas correntes, têm como objetivo o recebi-
mento de recursos destinados à aplicação em títulos e valores mobiliários, assim como em outros
ativos financeiros e/ou modalidades operacionais disponíveis nos mercados financeiro e de capi-
tais. Tais recursos também poderão ser vinculados à execução de suas operações ativas ou relacio-
nadas com a prestação de serviços.
Suas principais operações passivas são:

• Depósitos a prazo (com ou sem a emissão de certificados): Certificado de


Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDC)
• Recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancá-
rios
• Repasse de recursos oficiais
• Depósitos interfinanceiros
• Outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil

Suas principais operações ativas são:

• Financiamento de capital fixo e de giro

As operações acessórias são as principais atividades dos bancos de investimentos, uma vez que
eles são os principais prestadores de serviços no mercado de valores mobiliários.
Entre as atividades prestadas, destacam-se:

• Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


• Operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em merca-
dos de balcão organizados, por conta própria e de terceiros
• Administrar fundos e clubes de investimento
• Praticar operações de compra e venda – por conta própria ou de tercei-
ros – de metais preciosos no mercado físico, e de quaisquer títulos e
valores mobiliários nos mercados financeiros e de capitais.
• Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades
SERVIÇOS
e conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços
de consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamen-
tos ou empréstimos.

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Conforme a Circular BCB 2.998, é também facultada aos bancos de investimento a prestação de
serviços relacionados à administração de empresa cujo objeto social esteja diretamente vinculado
a operações praticadas no âmbito do mercado financeiro, abrangendo o exercício de atividades
necessárias ao seu funcionamento, inclusive escrituração, administração de ativos e passivos e cus-
tódia. Na hipótese de a referida prestação de serviços envolver a gestão de recursos da empresa ou
de seus investidores, deve ser observada a regulamentação relativa à administração de recursos de
terceiros.

2.10 SUBSISTEMA OPERATIVO –


DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

2.10.1 BANCOS DE DESENVOLVIMENTO (BD)


Os bancos de desenvolvimento são instituições públicas que surgiram na década de 1940, no es-
forço de reconstrução pós-guerras mundiais. Desde então, essas instituições vêm cumprindo papel
relevante para o desenvolvimento socioeconômico dos países e regiões onde atuam, conforme os
diferentes estágios em que se encontram, em cenários tanto de estabilidade quanto de crise.
Segundo a resolução CMN nº 394, de 1976, em seu artigo 1º, os bancos de desenvolvimento, ape-
sar de serem obrigatoriamente públicos, não podem pertencer ao governo federal. Por esse moti-
vo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é caracterizado como uma
agência de fomento e não banco de desenvolvimento.
Seu objetivo é o de proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao
financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem promover o desenvol-
vimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-
-lhes apoiar, prioritariamente, o setor privado.
Desde 2008, os bancos de desenvolvimento podem prestar assistência a programas e projetos de-
senvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação, desde que seja em caráter excepcional e
que o empreendimento vise benefícios de interesse comum.
Todas as instituições devem ser constituídas sob a forma de uma sociedade anônima, devendo
adotar em sua denominação, de forma obrigatória e privativa, a expressão “banco de desenvolvi-
mento”, seguida do nome do Estado em que tenham sede.

Para atender a seu objetivo, os Bancos de Desenvolvimento podem apoiar iniciativas


que visem:
• Ampliar e icentivar a capacidade produtiva da economia;
• Assegurar melhor ordenação de setores da economia regional e o saneamento de empresas
por meio de incorporação, fusão, associação e assunção de controle acionário de acervo, liqui-
dação ou consolidação de passivo ou ativo onerosos;
• Incrementar a produção rural por meio de projetos integrados de investimentos destinados à
formação de capital fixo ou semifixo;

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• Promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnologia de produção, o aperfeiçoamento


gerencial, a formação e o aprimoramento de pessoal técnico.
Suas principais operações passivas são:

• Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de De-


pósito Bancário (RDC)
• Letra Financeira (LF)
• Operações de crédito, assim entendidas as provenientes de empréstimos
e financiamentos obtidos no país ou no exterior, na forma da legislação e
regulamentação vigentes
• Operações de crédito ou contribuições do setor público federal, estadual
ou municipal
• Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, bem como endosso de títu-
los hipotecários previstos em lei para o crédito rural
• Outras modalidades de captação, desde que autorizadas pelo Banco Cen-
tral do Brasil

Devido ao fato de os bancos de desenvolvimento terem como principal meio de captação os recur-
sos públicos, é proibido a eles a realização de operações de redesconto – empréstimos junto ao
Banco Central do Brasil (BCB) –, conforme determina o artigo 15 da resolução CMN nº 394.
Suas operações ativas são:

• Empréstimos e financiamentos
• Investimentos
• Arrendamento mercantil
• Outras modalidades mediante prévia autorização do Banco Central

As operações de arrendamento mercantil devem ser contratadas com o próprio vendedor dos
bens ou com pessoas jurídicas a ele vinculadas e realizadas com recursos provenientes de institui-
ções públicas federais de desenvolvimento.
Podem se beneficiar de créditos concedidos pelo banco de desenvolvimento:
• Pessoas físicas residentes e domiciliadas no país, desde que os recursos concedidos sejam vin-
culados à execução de projeto aprovado pelo banco e/ou à realização de capital social, ou à
aquisição do controle acionário de empresas cujas atividades tenham importância para a eco-
nomia estadual ou regional;
• Pessoas jurídicas de direito privado sediadas no país;
• Pessoas jurídicas de direito público ou entidade direta ou indiretamente por elas controladas.

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Suas principais operações acessórias são:

Os bancos de desenvolvimento podem operar no mercado de câmbio (compra e


venda de moeda estrangeira) de forma restrita, realizado somente as operações
autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB)

Outros Serviços

2.10.2 BANCOS DE CÂMBIO (BC)


São instituições financeiras autorizadas a realizar operações de câmbio, bem como operações de
crédito vinculadas a essas operações, sem nenhuma restrição.
Podem receber recursos através de depósito em conta, porém, não podem ser remuneradas nem
movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico. Os recursos devem ser destinados exclusiva-
mente para realizar as operações fins do banco.
Segundo a resolução nº 3.426/2006, do CMN, são operações que podem ser realizadas por um
banco de câmbio:
I – Compra e Venda de Moeda Estrangeira;
II – Transferências de Recursos do e Para o Exterior;
III – Financiamento de Importação e Exportação;
IV – Adiantamento Sobre Contrato de Câmbio;
V – Outras Operações, Inclusive de Prestação de Serviços, Previstas na Legislação de Câmbio;
VI – Atuar, por conta própria, em bolsas de mercadorias e futuros e em mercado de balcão, em
operações vinculadas a moedas estrangeiras ou vinculadas a operações de câmbio.
Além de recursos próprios, os BC podem captar recursos através de:

• Repasses de outros bancos


• Depósitos interbancários
• Recursos do exterior

Principais operações ativas:

• Financiamento para Importação e Exportação


• Adiantamento sobre Contrato de Câmbio

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A principal atividade de um Banco de Câmbio é a prestação de serviço, mais detalhada no quadro


abaixo:

• Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


• Transferências de recursos do e para o exterior

SERVIÇOS

2.10.3 SOCIEDADE DE CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO (SCFI) – FINANCEIRAS


As sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI), conhecidas como “financeiras”, são
instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para aquisição de bens, serviços e
capital de giro.
Suas principais operações ativas são:

• Empréstimos e financiamento de bens e serviços a pessoas físicas ou


jurídicas
• Financiamento de capital de giro a pessoas jurídicas
• Empréstimos consignados

#PaiEd | Atualiza
Até Abril de 2020 as Financeiras não podiam captar através de CDB (Cerrtificado de Depósito
Bancário) o que passou a ser permitido após a publicação da Resolução CMN 4.812

Já suas operações passivas são:

• Letras de Câmbio (LC)


• Depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, somente com Reci-
bo de Depósito Bancário (RDC)
• Letra Financeira (LF)
• Recursos de instituições financeiras oficiais
• Depósito a Prazo com Garantia Especial – DPGE
• LIG – Letra Imobiliária Garantida
• CDB (NOVIDADE)

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SAIBA A DIFERENÇA ENTRE EMPRÉSTIMO E FINANCIAMENTO


EMPRÉSTIMO FINANCIAMENTO
Assim como o empréstimo bancário, o financia-
mento também é um contrato entre o cliente e
É um contrato entre o cliente e a instituição financei-
a instituição financeira, mas com destinação es-
ra, pelo qual o primeiro recebe uma quantia que de-
pecífica dos recursos tomados, como, por exem-
verá ser devolvida ao banco em prazo determinado,
plo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel. Ge-
acrescida dos juros acertados. Os recursos obtidos no
ralmente o financiamento possui algum tipo de
empréstimo não têm destinação específica.
garantia, como, por exemplo, alienação fiduciária
ou hipoteca.
O dinheiro recebido está vinculado à aquisição de
O dinheiro recebido não tem destinação obrigatória. determinado bem ou serviço como, por exemplo,
a aquisição de um veículo ou equipamento.

#PaiEd | Atualiza
Até Abril de 2020 as Financeiras não podiam captar através de CDB (Cerrtificado de Depósito
Bancário) o que passou a ser permitido após a publicação da Resolução CMN 4.812.

2.10.4 SOCIEDADE DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (SAM)


Suas operações se assemelham a uma locação de um bem – operação essa que chamamos de “ar-
rendamento mercantil” ou “leasing”.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, cuja denominação deve conter a ex-
pressão “arrendamento mercantil”. Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e rea-
lizem operações com características de um financiamento, as sociedades de arrecadamento mer-
cantil não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
financeiras, conforme artigo 1º da lei federal nº 7.492 de 1986.
Como funciona uma operação de leasing:

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O que pode ser arrendado?


Tipos de leasing Financeiro e Operacional
Arrendador Sociedade de Arrendamento Mercantil
Arrendatário
Pessoa Física ou Jurídica
(quem contrata)
Pessoa jurídica: móveis ou imóveis
Tipo de Bens
Pessoa Física: apenas bens imóveis
Origem dos bens Nacional ou importados
Ao final do contrato, o arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem arrendado ou
devolvê-lo.

Para conseguir realizar a operação de leasing, a Sociedade de Arrendamento Mercantil necessita


comprar o bem, o que deve ser feito através de recursos próprios ou por meio do seu instrumento
de captação, carazterizando-se como uma operação passiva:

• Colocação de debêntures11 de emissão pública ou particular e de notas


promissórias destinadas à oferta pública
• Empréstimos contraídos no exterior
• Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclu-
sive de repasses de recursos externos

2.10.5 ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIO


O consórcio é um modelo em que se forma um grupo para aquisição de bens móveis ou imóveis e
serviços na forma de autofinanciamento. Na prática, os consorciados (participantes desse grupo)
depositam em uma espécie de “fundo” gerido pela Administradora de Consórcio.
A Administradora de Consórcio é uma pessoa jurídica que presta serviço e tem como seu objeto
social principal a administração de grupo de consórcio, e pode ser constituída sob a forma de so-
ciedade limitada ou sociedade anônima.
As administradoras de consórcio estão sob normatização, autorização e supervisão do Banco Cen-
tral do Brasil, para o qual devem enviar, periodicamente, informações contábeis e não contábeis
sobre as operações realizadas. Além disso, as questões relativas a consórcio estão sujeitas ao Có-
digo de Defesa do Consumidor (CDC), cabendo aos órgãos pertencentes ao Sistema Nacional de
Defesa do Consumidor (Procon, por exemplo) fazer a mediação de questões entre clientes e admi-
nistradoras de consórcio.
A remuneração da administradora se dá através da taxa de administração, que é um percentual do
bem ou serviço que serve de referência para o consórcio. A adesão do consorciado ao plano se dá
através da assinatura do contrato de participação.

11 Debêntures é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus
detentores o direito de crédito contra a companhia emissora.

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Existem duas formas possíveis de o consorciado ser contemplado para adquirir o seu bem ou servi-
ço: sorteio ou lance.
Os bens e direitos adquiridos pela administradora em nome do grupo de consórcio, inclusive os
decorrentes de garantia, bem como seus rendimentos, não se comunicam com o seu patrimônio,
considerando que:
I – não integram o ativo da administradora; 
II – não respondem direta ou indiretamente por qualquer obrigação da administradora; 
III – não compõem o elenco de bens e direitos da administradora, para efeito de liquidação judicial
ou extrajudicial; 
IV – não podem ser dados em garantia de débito da administradora. 

As Administradoras de Consórcio não realizam intermediação financeira. Apenas rea-


lizam gestão de recursos de terceiros e o seu ganho está na taxa de administração que
os consorciados pagam.

2.10.6 ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO E INSTITUIÇÕES DE PAGAMENTO


As administradoras de cartão de crédito são as instituições que emitem o cartão de crédito. Impor-
tante ressaltar que não se pode confundir a administradora do cartão (emissora) com a bandeira
do cartão de crédito. A bandeira (Visa, Mastercard, American Express, Diners, Elo, entre outros) é
a responsável pela comunicação da transação para a administradora. Já as administradoras são as
responsáveis pela oferta do cartão de crédito junto ao cliente. As maiores administradoras no nos-
so país são os grandes bancos.
Quando a administradora do cartão de crédito for uma instituição financeira, ela sofrerá fiscaliza-
ção do Bacen. Quando a emissora não for uma instituição financeira, essa operação não terá fisca-
lização da autarquia.
Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado
No básico, pode-se apenas realizar pagamentos de bens e serviços nos estabelecimentos creden-
ciados. Já o cartão diferenciado, pode, além de pagamentos, estar associado a programas de be-
nefícios, como, por exemplo, pontos por utilização, milhas aéreas, seguros e atendimento diferen-
ciado no exterior.
A remuneração das administradoras se dá a partir de um percentual do valor das compras realiza-
das no cartão de crédito, que deve ser pago pelo estabelecimento comercial onde ocorreu a com-
pra e também com as taxas abaixo, que podem ser cobradas do usuário:
1) Anuidade
2) Emissão de segunda via de cartão
3) Saque em espécie no cartão de crédito
4) Pagamento de contas através do cartão de crédito

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5) Pedido de avaliação emergencial de crédito


Ainda pode ser citada a receita financeira, que ocorre quando o usuário decide parcelar ou pagar
um valor inferior ao total da fatura do cartão de crédito. Quando isso ocorre, as taxas cobradas do
usuário são muito altas e essa receita fica com a administradora do cartão. Em janeiro de 2016, a
taxa ao ano para esse tipo de operação chegou a incríveis 431%.
Já as instituições de pagamento, segundo definição do Banco Central, são: “Pessoas Jurídicas não
financeiras que executam os serviços de pagamento no âmbito do arranjo de pagamentos e que
são responsáveis pelo relacionamento com os usuários finais do serviço de pagamento”.
Para um melhor entendimento, a definição de Arranjo de Pagamentos, também segundo o Banco
Central, diz que:
“Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que disci-
plina a prestação de determinado serviço de pagamento ao público. Já o servi-
ço de pagamento disciplinado no âmbito do arranjo é o conjunto de atividades
que pode envolver aporte e saque de recursos, emissão de instrumento de paga-
mento, gestão de uma conta que sirva para realizar pagamento, credenciamento
para aceitação de um instrumento de pagamento, remessa de fundos, dentre ou-
tras listadas no inciso III do art. 6º da Lei 12.865, de 9 de outubro de 2013.
São exemplos de arranjos de pagamento os procedimentos utilizados para reali-
zar compras com cartões de crédito, débito e pré-pago, seja em moeda nacional
ou em moeda estrangeira. Os serviços de transferência e remessas de recursos
também são arranjos de pagamentos.”

A lei nº 12.865, de 2013, sobre os arranjos de pagamentos e instituições de pagamento, fez-se


necessária por conta do advento da tecnologia, que mudou e vem mudando a forma de se realizar
pagamentos e transferências de recursos. Não se tinha, até 2013, uma legislação clara sobre o as-
sunto, e muitas empresas começaram a explorar o mercado de pagamentos, aproveitando o cresci-
mento das compras on-line, principalmente.
Para entender melhor a operação de uma instituição de pagamento, imagine que exista uma mi-
croempresa que venda produtos pela internet. Certamente seria um custo alto desenvolver uma
plataforma de pagamento da própria empresa. Por esse motivo é que se contrata uma “instituição
de pagamento”, para, dentro do site dessa microempresa, realizar a solução de pagamento pela
internet. O fluxo de compra e repasse se dá dessa forma:

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A lei nº 12.865, em seu artigo 12, fala claramente sobre o espaço de tempo em que os recursos
ficam na instituição de pagamento:
Art. 12. Os recursos mantidos em contas de pagamento: 
I – constituem patrimônio separado, que não se confunde com o da instituição de pagamento; 
II – não respondem direta ou indiretamente por nenhuma obrigação da instituição de paga-
mento nem podem ser objeto de arresto, sequestro, busca e apreensão ou qualquer outro ato
de constrição judicial em função de débitos de responsabilidade da instituição de pagamento; 
III – não compõem o ativo da instituição de pagamento, para efeito de falência ou liquidação
judicial ou extrajudicial; e 
IV – não podem ser dados em garantia de débitos assumidos pela instituição de pagamento. 

As administradoras de Cartão de Crédito e também as Instituições de Pagamentos não


realizam operações ativas de captação. A receita advém das taxas cobradas e também
das operações financeiras, quando realizadas.

2.11 AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA


A Febraban, cumprindo a sua vocação de representar o setor bancário e de fortalecer a sua relação
com a sociedade, liderou, em conjunto com os maiores bancos do país, a criação do sistema brasi-
leiro de autorregularão bancária.
As normas da auto-regulação abrangem todos os produtos e serviços ofertados ou disponibiliza-
dos pelas Signatárias a qualquer pessoa física, cliente ou não cliente (o “consumidor”).
A autorregularão possibilitará aos bancos, em conjunto com a sociedade, harmonizar o sistema
bancário, suplementando as normas e os mecanismos de controle já existentes.
A plena concorrência é essencial para a manutenção dos direitos do consumidor. Assim, a Febra-
ban desenvolveu a autorregularão como um sistema voluntário, focado na sadia concorrência do
mercado, na elevação de padrões e no aumento da transparência em benefício dos consumidores.
As normas da autorregularão NÃO se sobrepõem, mas se harmonizam a legislação vigente.
Podem solicitar a participação no Sistema de AutoRegulação Bancária os bancos múltiplos, bancos
comerciais, bancos de investimento, caixas econômicas, cooperativas de crédito ou sociedades
de crédito, financiamento e investimento, desde que associados à Febraban.
As Signatárias deverão observar os seguintes princípios gerais:
• Ética e legalidade: adotar condutas benéficas à sociedade, ao funcionamento do mercado e ao
meio-ambiente. Respeitar a livre concorrência e a liberdade de iniciativa. Atuar em conformi-
dade com a legislação vigente e com as normas da autoregulação.

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• Respeito ao Consumidor: tratar o consumidor de forma justa e transparente, com atendimen-


to cortês e digno. Assistir o consumidor na avaliação dos produtos e serviços adequados ‡s
suas necessidades e garantir a segurança e a confidencialidade de seus dados pessoais. Conce-
der crédito de forma responsável e incentivar o uso consciente de crédito.
• Comunicação Eficiente: fornecer informações de forma precisa, adequada, clara e oportuna,
proporcionando condições para o consumidor tomar decisões conscientes e bem informadas.
A comunicação com o consumidor, por qualquer veículo, pessoalmente ou mediante ofertas
ou anúncios publicitários, deve ser feita de modo a informa-lo sobre os aspectos relevantes do
relacionamento com a Signatária.
• Melhoria Continua: aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos, níveis
de segurança e a eficiência dos serviços.

2.11.1 FAQ AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA


1. O QUE É A AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN?
A Autorregulação FEBRABAN é um sistema criado pelas próprias instituições financeiras que esta-
belece uma série de compromissos de conduta que, em conjunto com as diversas outras normas
aplicáveis as suas atividades, contribuem para que o mercado funcione de forma ainda mais eficaz,
clara e transparente, em benefício do consumidor, da sociedade e contribuindo para um sistema
financeiro saudável, ético e eficiente.
2. QUEM PARTICIPA DA AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN?
Todas as instituições financeiras associadas à FEBRABAN participam como Signatárias da Autorre-
gulação e se submetem ao Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária. São as chamadas
Signatárias “nível I”.
As instituições podem ainda, de forma voluntária, aderir a um ou mais eixos normativos da Autor-
regulação. São consideradas “nível II” as Instituições Financeiras Signatárias que aderirem volunta-
riamente a pelo menos um dos eixos normativos abaixo descritos e “nível III” aquelas que aderirem
a todos os eixos normativos.

3. QUAIS SÃO OS EIXOS NORMATIVOS VOLUNTÁRIOS DA AUTORREGULAÇÃO?


São três:
1. relacionamento com o consumidor: esse conjunto de normativos consolida diretrizes e proce-
dimentos para as boas práticas das instituições financeiras com seus consumidores;
2. prevenção a ilícitos: atualmente relacionado aos Normativos SARB 011/2013 e 021/2019, esse
eixo normativo consolida as melhores práticas nacionais e internacionais de prevenção e com-
bate à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo e à corrupção.
3. responsabilidade socioambiental: conjunto de diretrizes e procedimentos fundamentais para
as práticas socioambientais das Signatárias nos negócios e na relação com as partes interessa-
das, conforme regras atualmente previstas no Normativo SARB 014/2014.

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4. QUAIS SÃO AS NORMAS QUE REGEM A AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN?


A Autorregulação é regida pelo Código de Conduta Ética de Autorregulação Bancária e pelos nor-
mativos da Autorregulação

5. COMO A AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN VAI AUXILIAR NO RELACIONAMENTO ENTRE BANCOS


E CONSUMIDORES?
O propósito da Autorregulação é promover a melhoria contínua da qualidade do relacionamento
entre os bancos participantes do Sistema e os consumidores. Assim, ao contribuir para um melhor
funcionamento do setor como um todo, os consumidores e a sociedade são diretamente beneficia-
dos por esse processo.

6. QUANDO O CONSUMIDOR IDENTIFICAR QUE ALGUM BANCO NÃO ESTÁ CUMPRINDO AS NOR-
MAS, PODE NOTICIAR O SISTEMA QUANTO A ISSO? COMO SE MANIFESTAR?
É pelo CONTE AQUI que o consumidor pode reportar eventual descumprimento de normas da Au-
torregulação. Neste caso, seu registro não será tratado ou respondido individualmente e integrará
o plano de monitoramento e supervisão da autorregulação.
Serão tratados somente registros referentes aos bancos participantes do Sistema.
Caso você tenha uma reclamação individual sobre produtos ou serviços bancários, a FEBRABAN
redireciona seu acesso para a plataforma oficial de resolução de conflitos www.consumidor.gov.br.
O consumidor se cadastra no site, registra seu caso, e a Instituição Financeira terá até 10 dias para
contato e resposta direta.
Se o banco ainda não fizer parte da plataforma, sua demanda será redirecionada à instituição, que
terá até 15 dias para contato.

7. A AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN MONITORA A CONDUTA DAS INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES,


PARA GARANTIR O CUMPRIMENTO DAS NORMAS DO SISTEMA?
O monitoramento das condutas das Instituições Financeiras participantes para avaliar e assegurar
a efetiva adequação a todas as normas da Autorregulação Bancária é feito pela Diretoria de Autor-
regulação, através de avaliações e auditorias de canais de atendimento, como SACs e Agênciais.

8. O QUE ACONTECE QUANDO ALGUMA NORMA É DESCUMPRIDA?


Quando constatado descumprimento das regras estabelecidas, após a devida averiguação, podem
ser aplicadas advertências, multas ou até mesmo desligamento compulsório da instituição finan-
ceira da Autorregulação FEBRABAN.

9. EXISTE ALGUM BENEFÍCIO EM SER CLIENTE DE UM BANCO PARTICIPANTE DA AUTORREGULA-


ÇÃO FEBRABAN?
A participação da Instituição Financeira na Autorregulação demonstra seu compromisso em aderir
a regras com padrão superior de exigência de qualidade e respeito ao consumidor.

10. COMO FAÇO PARA CONHECER E TER ACESSO ÀS REGRAS DA AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN?
Todas as regras e obrigações das Instituições Financeiras participantes estão definidas em normati-
vos da Autorregulação, disponíveis no portal www.autorregulacaobancaria.com.br

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MÓDULO 03

3. MOEDA: POLÍTICA, TAXA DE JUROS E DINÂMICA DE MERCADO

ITENS DO EDITAL – 2021


3 – Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não convencionais (Quantitative
Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos
comerciais no Banco Central do Brasil.
12 – Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário.
14 – Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais.
13 – Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito

3.1 INFLAÇÃO
I​ nflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da
moeda. A inflação é medida pelos índices de preços. O Brasil tem vários índices de preços. O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a
inflação.

Causas da inflação

Consequências da inflação
A inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o investimento e, assim,
prejudicando o crescimento econômico. Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ine-
ficiências na economia. As pessoas e as firmas perdem noção dos preços relativos e, assim, fica
difícil avaliar se algo está barato ou caro. A inflação afeta particularmente as camadas menos
favorecidas da população, pois essas têm menos acesso a instrumentos financeiros para se defen-
der da inflação.
Inflação mais alta também aumenta o custo da dívida pública, pois as taxas de juros da dívida pú-
blica têm de compensar não só o efeito da inflação mas também têm de incluir um prêmio de risco
para compensar as incertezas associadas com a inflação mais alta.

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3.1.1 IPCA (ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO)


Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA que tem por objetivo medir a inflação de
um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das
famílias
Principais características do IPCA:
1. Índice Oficial de inflação do Brasil;
2. Calculado pelo IBGE;
3. Divulgado mensalmente. Coleta do 01 a 30 do mês de referência;
4. Utilizado como referência para Meta de inflação definida pelo CMN para o COPOM.
População-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1
(hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes
nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizon-
te, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia:
Preços que influenciam no calculo do IPCA: Alimentação e bebidas, Habitação, Artigos de residência,
Vestuário, Transportes, Saúde e cuidados pessoais, Despesas pessoais, Educação e Comunicação.

3.1.2 IGP-M (ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO)


Calculado pela FGV.
Divulgado mensalmente
IGP-M/FGV é composto pelos índices:
• 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA)
• 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
• 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC)
O índice que mais afeta o IGP-M é o IPA
Conforme a data de coleta das informações para a apuração, altera-se o final do índice, para M, DI
ou 10:
1. IGP – DI: 1º ao dia 30 daquele mês
2. IGP – 10: 11 do mês anterior ao dia 10 do mês atual
3. IGP – M: 21 do mês passado e o dia 20 do mês atual
Graças aos outros IGP, é possível obter parciais durante o mesmo mês.

3.2 TAXAS DE JUROS

3.2.1 TAXA SELIC


Aprendemos que o COPOM é o responspavel por determinar a taxa de juros Selic-Meta. Mas esse
termo “Selic” pode representar três conceitos distintos para a, vamos a eles:

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1. Taxa Selic-Meta: Esse é o mais famoso de todos, é a taxa de juros, determinada em reuniões
periódicas (no mínimo 8 vezes ao ano), pelo COPOM (comitê de política monetária – diretores
do BACEN). Essa taxa serve como referência para todas as taxas do mercado e é determinada
em função da meta de inflação que o COPOM possui, dada pelo Conselho Monetário Nacional –
CMN.
2. 
Taxa Selic-Over: Bom, sabemos que os bancos diariamente fazem empréstimos entre si (for-
ma de operações compromissadas) e que nessas operações, em geral, são dados títulos como
garantias. As taxas entre eles são livremente pactuadas, mas tem como referência a taxa Selic-
-meta. Ao final de todos os dias uteis, o Banco Central calcula a taxa média praticada nessas
operações de empréstimo interbancários. Essa taxa média é chamada de Selic Over.
3. Sistema de Liquidação SELIC: Já o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é uma clearing
house, Administrada pelo BACEN em conjunto com a ANBIMA, responsável pela liquidação e
custódia de todos os títulos públicos federais, tais como LFT, LTL e NTN’s.
A Selic over pode ser alterada diariamente (dias úteis), pois se trata de uma média das taxas de ne-
gociação dos Títulos Públicos Federais, enquanto a Selic Meta só é alterada pelo Copom, através de
reuniões ordinárias ou Extraordinárias.

3.2.2 CDI (CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERFINANCEIRO)


Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras,
que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um
CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir
recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais
fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para quem não tem.
O cálculo da taxa CDI (ou taxa DI como é conhecida) é muito semelhante ao cálculo da Selic Over,
ou seja, taxa média praticada pelas Instituições Financeiras em suas operações compromissadas de
1 dia. A única diferença do DI para Selic Over é no tipo de garantia dada nas operações.
• Garantia é Título Público: Selic-Over
• Garantia é Título Privado: Taxa CDI (DI)

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3.2.3 TR (TAXA REFERENCIAL)


A TR é calculada a partir da Taxa Básica Financeira (TBF) deduzida de um redutor (R), da seguinte
forma:

 (1 + TBF ) 
=TR   −1
 R 

A TBF de um mês é uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos ime-
diatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da aplicação, ao valor
resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93 (noventa e três centésimos),
A TR é utilizada na remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas
de poupança e do FGTS. É competência do BACEN calcular e divulgar a TR.

Devido a queda da taxa de juros Selic-Meta, ao calcular a TR obtém-se taxa de juros negativa, isso
devido ao fato do redutor atual (estipulado pelo BACEN) ser superior a TBF.
Mas por definição e legislação, a TR não pode ser negativa, por esse motivo, sempre que o valor
der negativo, determina-se uma TR igual ZERO.
Desde setembro de 2017 a TR tem sido igual a Zero. Felizes daqueles que tem empréstimos habita-
cionais corrigidos pela TR.

3.3 OPERAÇÕES DE CRÉDITO E RECUPERAÇÃO


As operações de crédito distribuem-se segundo as seguintes modalidades:

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As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra-
sil devem classificar as operações de crédito, em ordem crescente de risco, nos seguintes níveis:

A classificação da operação no nível de risco correspondente é de responsabilidade da instituição


detentora do crédito e deve ser efetuada com base em critérios consistentes e verificáveis, ampa-
rada por informações internas e externas, contemplando, pelo menos, os seguintes aspectos:
a) em relação ao devedor e seus garantidores:
I – situação econômico-financeira;
II – grau de endividamento;
III – capacidade de geração de resultados;
IV – fluxo de caixa;
V – administração e qualidade de controles;
VI – pontualidade e atrasos nos pagamentos;
VII – contingências;
VIII – setor de atividade econômica;
IX – limite de crédito;
b) em relação à operação:
I – natureza e finalidade da transação;
II – características das garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez;
III – valor.

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Caso o cliente entre em atraso com suas obrigações, a classificação deverá ser revista.

Para as operações com prazo a decorrer superior a 36 (trinta e seis) meses admite-se a contagem
em dobro dos prazos previstos
As operações de crédito contratadas com cliente cuja responsabilidade total seja de valor inferior
a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) podem ser classificadas mediante adoção de modelo interno
de avaliação ou em função dos atrasos.

Agora fica fácil entender por que os bancos


facilitam as renegociações e intensificam
suas cobranças cada vez mais.
O atraso de pagamentos gera
provisionamento ou seja, prejuízo. A
recuperação de crédito já provisionado,
representa para instituição financeira um
lucro liquido

3.4 POLÍTICA MONETÁRIA


Conjunto de decisões por meio das quais os governos e suas instituições (sobretudo os bancos cen-
trais) controlam o suprimento e o valor da moeda na economia e, por consequência, interferem
nos níveis de inflação e desemprego.
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo fundamental do Banco Central (BC). A
me​ta para a inflação​é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A estabilidade dos preços preserva o valor do dinheiro, mantendo o poder de compra da moeda.
Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza a política monetária, política que se refere às ações do BC
que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro (condições de li-
quidez) na economia. No caso do BC, o principal instrumento de política monetária é a taxa Selic,
decidida pelo Copom.

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Conjunto de medidas adotadas pelo Governo visando adequar os meios de pagamento disponíveis
às necessidades da economia do país, bem como, controlar da quantidade de dinheiro em circula-
ção no mercado e que permite definir as taxas de juros.

3.4.1 MEIOS DE PAGAMENTO


Meios de pagamento são a quantidade de moeda que o poder público tem. Abarcam também os
depósitos à vista realizados em bancos que são comerciais. Estão ligados aos agregados monetá-
rios.
(M1) – Base Monetária restrita.
M1 = papel-moeda em poder do público + depósitos à vista, incluindo Cooperativas de Crédito.
(M2, M3 e M4) – Base Monetária Ampliada.
M2 = M1 + depósitos de poupança + títulos privados emitidos pelas instituições financeiras deposi-
tárias, incluindo cooperativas.
M3 = M2 + cotas de fundos de investimento depositários + operações compromissadas com títulos
públicos e privados.
M4 = M3 + títulos públicos emitidos pelo Governo Federal, adquiridos em operações definitivas.
A definição dos componentes e emissores dos meios de pagamentos (restrito e ampliado) é com-
patível com os conceitos e instrumentos incluídos nos indicadores de base monetária (restrita e
ampliada).
Nesse sentido, o meio de pagamento restrito (M1) é definido como sendo o passivo monetário res-
trito do BCB e das instituições financeiras que captam depósitos à vista, em poder dos detentores
de moeda, sendo coerente com o conceito de base monetária restrita (passivo monetário do BCB).
Analogamente, os meios de pagamentos ampliados (totalizados no M4) referem-se ao passivo mo-
netário amplo das SD (BCB, instituições financeiras e fundos de investimentos monetários) e do
Governo Federal, em poder dos agentes econômicos que detêm moeda na economia nacional.
Esse conceito é compatível com o passivo monetário amplo do Banco Central e do Governo Fede-
ral, definido pela base monetária ampliada.

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O Exercício da política monetária, se dá pela movimentação e controle dos fluxos e saldos nas con-
tas dos meios de pagamentos.
Vejamos agora os impactos na economia com um exercício de oscilação da taxa de juros em diver-
sos canais de transmissão:

Notou como a taxa de juros pode afetar o dinheiro na economia? Então, alterar a Selic é executar a
política monetária, não é à toa que quem altera é o COPOM (Comitê de Política Monetária)
Além da taxa de juros Seli-Meta, o Banco Central pode se utilizar de outros três instrumentos para
controle da liquidez da economia:
• Depósito compulsório
• Operações de Redesconto
• Open Market (operações de mercado aberto)
Desses instrumentos, o open Market, se destaca por ser o mais ágil e você vai entender porque se
continuar lendo abaixo o resumo que eu fiz para você sobre cada um deles!

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3.4.2 DEPÓSITO COMPULSÓRIO


O recolhimento compulsório é mais um dos mecanismos que o Banco Central (BC) tem à disposição
na sua caixa de ferramentas na manutenção da estabilidade financeira e de combate à inflação.
Trata-se de parcela do dinheiro dos correntistas que os bancos são obrigados a manter depositada
no BC. Limita a criação de moedas feita pelas instituições monetárias;
Atualmente existe 3 tipos de compulsórios:
1. Compulsório sobre depósito à vista,
2. depósito à prazo
3. poupanças;
As alíquotas oscilam muito e depende de alguns fatores entre eles o tamanho da instituição finan-
ceira, mas os percentuais praticados na atualidade são próximos da tabela abaixo:

Fonte: Banco Central do Brasil

IMPORTANTE: Uma elevação na alíquota do depósito compulsório provoca uma redução da liqui-
dez e uma elevação nas taxas de juros.

3.4.3 OPERAÇÃO DE REDESCONTO


A taxa de redesconto é a taxa de juros que o Banco Central (BC) usa para emprestar dinheiro a
bancos comerciais. Em geral, os bancos comerciais necessitam de empréstimos de curto prazo para
cobrir seus caixas e podem não encontrar outras instituições financeiras que os possam emprestar,
por falta de liquidez no mercado. Nesse caso, o BC funciona como um emprestador de última ins-
tância para estes bancos.
O Banco Central usa a taxa de redesconto como parte de sua política monetária da seguinte for-
ma: quando quer estimular a economia aumentando a base monetária e a disponibilidade de cré-
dito, diminui a taxa de redesconto para que os bancos comerciais se sintam mais encorajados a re-
alizar estes empréstimos de curto prazo. De forma contrária, quando quer desacelerar a economia,
aumenta a taxa de redesconto e dessa forma, os bancos comerciais têm que reservar uma parte
maior de seus recursos para o cumprimento de necessidades de curto prazo.

3.4.4 OPEN MARKET (MERCADO ABERTO)


É a compra e ou venda de T.P.F (Título Público Federal) executada pelo BACEN. É o instrumento
mais ágil e eficaz que o governo dispõe para fazer política monetária;
Apenas algumas instituições financeiras possuem autorização para participar destas operações, es-
sas instituições são chamadas de dealers.

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Comentário: É sem dúvida o melhor e, mais eficaz instrumento para fazer política monetária do
BACEN, por ter um resultado imediato e confiável.

Resumo Das Consequências Da Política Monetária

LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB


AUMENTAR (↑)
Compulsório e Redesconto REDUZ REDUZ REDUZ
ou ↓ ↓ ↓
VENDER T.P.F
REDUZIR (↓)
Compulsório e Redesconto ↑ ↑ ↑
ou AUMENTA AUMENTA AUMENTA
COMPRAR T.P.F

Note que a Liquidez da economia, a Inflação e o PIB, são inversamente proporcional a taxa de ju-
ros, taxa de redesconto e alíquota de compulsório. Já para open marketing, os efeitos da compra
de título são similares aos de redução de taxas.

3.4.5 POLÍTICA MONETÁRIA – NÃO CONVENCIONAL


Política Monetária Não Convencional ocorre comumente em cenários econômicos de crise, como
na gerada pelo novo Coronavírus, em 2020, ou na crise do Subprime, iniciada nos Estados Unidos
em 2008
No Brasil, como Política Monetária Não Convencional, o Governo adotou o auxílio emergencial para
aqueles que perderam suas rendas ou, mesmo, ganhavam uma quantia baixa mensal, por família.
Com esta Política Monetária Não Convencional, visava-se auxiliar a população nesta conjuntura, de
forma que tivessem algum poder aquisitivo para se sustentar minimamente.
Outra medida adotada foi um programa de compra de títulos privados no mercado secundário,
que reduz a liquidez e diminui a volatilidade dos rendimentos dos títulos, surtindo alguns efeitos
positivos para o funcionamento do mercado.

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MÓDULO 04

4. ORÇAMENTO E DÍVIDAS PÚBLICA

ITENS DO EDITAL – 2021


4 – Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública

4.1 DÍVIDA PÚBLICA E ORÇAMENTO


Muitas vezes o seu salário não é suficiente para bancar os seus projetos de vida, como comprar a
casa própria, pagar aquele curso de idiomas, trocar de carro, etc. Às vezes ele não é suficiente nem
para fechar as contas do mês. O que você faz nessa situação?
Nesse caso, como nem sempre é possível equilibrar receitas e despesas de forma imediata, você
pode pegar um empréstimo ou, em outras palavras, contrair uma dívida. Com o governo não é
muito diferente. Para realizar os seus investimentos e fazer o país crescer, ele pode precisar pe-
gar um empréstimo. Essa necessidade também aparece nos momentos em que a arrecadação de
tributos é menor do que os gastos, que incluem, além dos investimentos, despesas de consumo
como saúde, educação, segurança, pagamento de salários, aposentadorias e benefícios sociais.
Assim, é importante entender as informações relacionadas às finanças do governo para que se pos-
sa exercer a cidadania de forma ativa e crítica. As finanças do governo acabam tendo impacto na
vida de todos: na qualidade dos serviços públicos oferecidos, nos custos dos financiamentos, nas
taxas do cartão de crédito etc.
A Dívida surge quando o governo gasta mais que arrecada Assim, quando os impostos e demais
receitas não são suficientes para cobrir as despesas, o governo emite títulos e os coloca à venda no
mercado, gerando, assim, a Dívida Pública Federal.
A Dívida Pública Federal (DPF) é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit
orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, bem como
para realizar operações com finalidades específicas definidas em lei.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) da União estima as receitas e fixa as despesas de todo o Governo
Federal. Ao fixar as despesas, a LOA separa as despesas em Orçamento Fiscal e Orçamento da Se-
guridade Social, destacando do primeiro a parcela que se refere ao Refinanciamento da Dívida.

4.2 SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL – STN


O Tesouro Nacional é como se fosse o caixa do governo. Ele recebe o dinheiro arrecadado pela Re-
ceita Federal e outros órgãos e faz a gestão destes recursos para cumprir o orçamento público, que
é um planejamento dos gastos do governo.
Quem faz a gestão disso é a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão da Secretaria-Especial de
Fazenda, subordinado ao Ministério da Economia.

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Qual o objetivo da Política Fiscal?


O Congresso Nacional define o orçamento e as metas de execução da política fiscal, cabendo ao
Tesouro Nacional executá-la. Isso significa gerenciar as receitas e despesas do governo para que os
serviços públicos cheguem até o cidadão.
Assim, a Política Fiscal atua com o objetivo de cumprir três funções importantes na economia:

O Tesouro Nacional é o órgão do Ministério da Economia responsável


DISTRIBUIÇÃO DOS
por garantir que os recursos arrecadados serão distribuídos confor-
RECURSOS PÚBLICOS me o orçamento.
Órgão central. É no Tesouro que são definidas as regras sobre como
o dinheiro e o patrimônio públicos devem ser contabilizados pelos
GESTÃO DA
entes da Federação (União, Estados e Municípios). Além disso, é ele
CONTABILIDADE PÚBLICA quem contabiliza as receitas e despesas, bem como os ativos e passi-
vos do Governo Federal (União)

ADMINISTRAÇÃO DA É o Tesouro Nacional que Administra a dívida pública do Governo


DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL Federal

O Tesouro Nacional também é responsável por tornar possível que


objetivos importantes da economia brasileira sejam cumpridos. Exe-
EXECUÇÃO DA POLÍTICA
cutar a política fiscal, que consiste nas medidas que o governo adota
FISCAL DO PAÍS para planejar e executar o orçamento, é outra atribuição do Tesouro
Nacional.

AUXÍLIO AOS ESTADOS E Da mesma forma que o Tesouro busca a sustentabilidade das contas
MUNICÍPIOS NA BUSCA em nível federal, ele também auxilia os entes da federação a encon-
PELO EQUILÍBRIO trarem o equilíbrio em suas finanças.

GERAÇÃO DE INFORMAÇÕES
O Tesouro produz conhecimento que dá suporte a debates e aponta
ESSENCIAIS AO DEBATE
alternativas em direção a uma Administração Pública mais eficiente
PÚBLICO

O Tesouro Nacional é o órgão do Ministério da Economia responsável por garantir que os recursos
arrecadados serão distribuídos conforme o orçamento.

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4.2.1 COMPETÊNCIAS DA SECRETÁRIA DO TESOURO NACIONAL – STN


A Secretaria do Tesouro Nacional desempenha as seguintes competências:
I. Administrar a Conta Única do Tesouro Nacional;
II. Gerenciar o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI);
III. Administrar os haveres e a dívida pública sob responsabilidade do Tesouro Nacional;
IV. Promover o acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução contábil de
toda a administração pública;
V. Consolidar as contas públicas nacionais;
VI. Viabilizar a melhoria das condições de sustentabilidade das contas públicas;
VII. Estabelecer e avaliar os Programas de Reestruturação e Ajuste Fiscal dos Estados;
VIII. Avaliar o cumprimento dos compromissos fiscais dos Municípios que firmaram contrato de
refinanciamento de dívida com a União;
IX. Verificar o cumprimento dos limites das operações de crédito dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

4.3 TESOURO DIRETO


O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para
venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online.
Lançado em 2002, o Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos,
permitindo aplicações a partir R$ 30,00.
O Tesouro Direto é uma excelente alternativa de investimento pois oferece títulos com diferentes
tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica
da economia – Selic), diferentes prazos de vencimento e também diferentes fluxos de remunera-
ção. Com tantas opções, fica fácil achar o título indicado para realizar seus objetivos!
Além de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, o Tesouro Direto oferece boa
rentabilidade e liquidez diária, mesmo sendo a aplicação de menor risco do mercado.

Como investir no Tesouro Direto?


Os bancos e corretoras habilitados são Instituições Financeiras pelas quais você se cadastra no Te-
souro Direto. É por meio dessas instituições também que você disponibilizará o valor que quer apli-
car e receberá seu dinheiro quando resgatar seus investimentos no Tesouro Direto.

4.3.1 OBJETIVOS DO TESOURO DIRETO


I. Garantir o acesso do cidadão ao investimento em títulos da Dívida Pública Federal.
II. Promover a educação financeira dos brasileiros.

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III. Ser referência de investimento para o cidadão.


IV. Estimular a formação de poupança no país.
V. Incentivar a competitividade no mercado financeiro.
VI Ser uma alternativa de investimento conhecida e acessível.

4.4 TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS


A dívida pública federal interna e externa é composta, em sua maior parte, por títulos mobiliários
que diferem entre si conforme o contexto e a finalidade da emissão.
Os TPF são títulos de Renda fixa que é uma obrigação cujo rendimento (taxa de juros) é determi-
nado no momento da compra do título. Esse rendimento pode ter sua remuneração prefixada ou
pós-fixada. Para os títulos pós-fixados, por exemplo, tem-se diferentes indexadores, que variam
conforme o tipo. Existem também aqueles que não possuem indexadores, os chamados títulos
prefixados.
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) aperfeiçoou o Programa Tesouro Direto para deixá-lo
mais atraente, simples e acessível aos investidores. Dentre as mudanças estão a recompra diá-
ria.
Com a recompra diária, os investidores poderão vender seus títulos ao Tesouro Nacional todos os
dias, ampliando a liquidez e a flexibilidade da aplicação. Antes, a recompra só ocorria às quartas-
-feiras.
Uma das mudanças está na nomenclatura dos títulos públicos que antes eram definidos por suas
siglas, passaram a ser mais simples, conforme tabela abaixo:

TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS

Nome Anterior Nome Atual Rentabilidade

Deságio sobre o valor


LTN Tesouro Prefixado
nominal (prefixado)
Títulos sem CUPOM, ou
seja, com pagamento
LFT Tesouro Selic SELIC (pós-fixado)
de juros somente no
vencimento.
NTN – B (Principal) Tesouro IPCA Juros + IPCA

Tesouro IPCA com


NTN-B Juros + IPCA
Juros Semestrais
Títulos com CUPOM
Tesouro Prefixado com Deságio sobre o valor
NTN-F
Juros Semestrais nominal (prefixado)

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Títulos disponíveis no site do Tesouro Direto

4.4.1 NEGOCIAÇÃO COM TÍTULOS DE RENDA FIXA

CONCEITOS
Dealer: credenciado em títulos federais é uma instituição financeira especializada na negociação
desses títulos. A lista dos “dealers” está publicada no site do BC.
Dalers PRIMÁRIOS – Até 12 instituições, direcionadas para as colocações primárias de títulos públi-
cos federais
Dalers ESPECIALISTAS – Até 10 instituições, direcionadas para a negociação no mercado secundá-
rio de títulos públicos federais
Operações compromissadas: são operações de empréstimo de recursos (reservas bancárias) com
garantia em títulos. Nestas operações existe um compromisso de recompra com vencimento em
data futura, anterior ou igual à do vencimento do título objeto

MERCADO PRIMÁRIO
As colocações primárias serão feitas por intermédio de ofertas públicas, pela STN (ou Banco Cen-
tral) que divulgará com antecedência mínima de 1 (um) dia útil, os editais (portarias/comunicados)
contendo as condições específicas de cada Leilão, com acesso direto exclusivo para as instituições
financeiras integrantes do SELIC e o respectivo crédito à conta do Tesouro Nacional. Antes de cada
Leilão, o Banco Central poderá divulgar a intenção do volume a ser colocado junto ao mercado,
reservando-se a parcela restante, quando houver

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Tipos de ofertas públicas no mercado primário de Títulos Públicos Federais:


Participantes: bancos, corretoras e distribuidoras;
Fundos: não podem participar
Frequência: uma vez por semana (3ª feira, em geral)

MERCADO SECUNDÁRIO
Títulos: Os títulos constantes da carteira do Banco Central (ou das instituições participantes) são
oferecidos para venda (ou compra);
Oferta: a oferta ocorre por meio de leilão informal (go-around);
Participantes: somente dealers credenciados;

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MÓDULO 05

5. PRODUTOS BANCÁRIOS

ITENS DO EDITAL – 2021


5 – Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito
rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros.

5.1 CARTÃO DE CRÉDITO


O cartão de crédito é um cartão de plástico, que permite ao cliente pagar compras ou serviços
até o limite de crédito previamente definido no contrato do uso do cartão. Ele é de uso pessoal e
individual, não deve ser emprestado a ninguém, nem ter sua senha revelada, por medida de segu-
rança.
Ao fazer uma compra e pagar com o cartão de crédito, o indivíduo assume a responsabilidade de
pagar o valor daquela despesa na data do vencimento da fatura, juntamente com os outros gastos
pagos com o cartão de crédito.

5.1.1 REGULAMENTAÇÃO
Os serviços de pagamentos vinculados a cartões de crédito emitidos por instituições financeiras
ou instituições de pagamento estão sujeitos à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário
Nacional e pelo Banco Central do Brasil.
Também são regulados os cartões emitidos por lojas, conhecidos como “private label” no que se
refere ao eventual financiamento concedido por uma instituição financeira ao cliente para paga-
mento da fatura. (compra parcelada na loja) Demais cartões não são fiscalizados pelo Banco Cen-
tral.

5.1.2 TIPOS DE CARTÕES

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Toda instituição emissora de cartão de crédito é obrigada a ofertar cartão de crédito básico. O
valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferen-
ciado.

5.1.3 TARIFAS
As instituições podem cobrar de pessoas naturais basicamente cinco tarifas referentes à prestação
de serviços de cartão de crédito, a título de serviços prioritários:

Após decorrido o vencimento da fatura, o saldo remanescente do crédito rotativo pode ser finan-
ciado mediante linha de crédito para pagamento parcelado, desde que em condições mais vanta-
josas para o cliente em relação àquelas praticadas na modalidade de crédito rotativo, inclusive no
que diz respeito à cobrança de encargos financeiros.

#PaiEd | Atualiza
Atenção, antes existia a exigência de valor mínimo para cobrança de tarifa nos cartões de
crédito de 20% e depois 15%. Porém essa exigência foi revogada em 2018 pela Circular BA-
CEN nº 3.892.

5.2 CARTÃO DE DÉBITO


O cartão de débito permite acessar os terminais de autoatendimento (caixas eletrônicos), para rea-
lizar saques, depósitos, transferências, pagamentos de contas, consultas a extratos, entre outras
funções. No comércio, o uso do cartão de débito permite a realização de pagamentos em locais
credenciados, debitando o dinheiro diretamente da conta-corrente do proprietário do cartão, me-
diante a digitação de uma senha pessoal, e transferindo o mesmo valor para a conta-corrente do
vendedor ou do prestador do serviço
Os cartões de débito possuem aparência semelhante à dos cartões de crédito. Alguns cartões são
denominados múltiplos. Eles possuem tanto a função crédito quanto a débito, devendo o proprie-
tário do cartão, no momento de sua utilização, informar se o pagamento é na função crédito (que
leva a um pagamento futuro, por meio de uma fatura do cartão de crédito) ou na função débito.

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5.2.1 TECNOLOGIA DE APROXIMAÇÃO


NFC é uma sigla para “Near Field Communication”. Levando para o bom português, trata-se de
uma tecnologia de troca de dados sem fio por aproximação entre dois dispositivos, e que pode ser
utilizada para diversas finalidades – inclusive pagamentos.
A utilização da tecnologia é simples. Basta aproximar o celular depois de acionar a função, relógio
ou cartão de crédito em um dispositivo ou tag compatível e pronto. Toda a troca de informações
será realizada em questão de segundos.
Alguns bancos já disponibilizam cartões que permitem compras através do débito ou crédito por
aproximação.
Por uma questão de segurança, existe um limite entre compras aprovadas que exigem digitar a
senha ou não.

5.3 CRÉDITO RURAL


O crédito rural é o financiamento destinado ao segmento rural. Os produtores rurais utilizam os
recursos concedidos pelas instituições financeiras nessa linha de crédito de diversas maneiras na
sua propriedade. Por exemplo, podem investir em novos equipamentos e animais ou custear ma-
téria prima para o cultivo. Podem ainda utilizar esses recursos para comercializar e industrializar a
produção. São as chamadas finalidades do crédito rural.

5.3.1 FINALIDADES DO CRÉDITO RURAL

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5.3.2 ORIGEM DOS RECURSOS

Os recursos controlados geralmente financiam operações de crédito rural com as condições previa-
mente definidas, como taxas de juros, limites e prazo.
No caso de créditos provenientes de recursos não controlados (recursos próprios), os financiamen-
tos possuem condições livremente pactuadas entre as instituições financeiras e os produtores ru-
rais.

5.3.3 BENEFICIÁRIOS
I. Produtor rural (pessoa física ou jurídica);
II. Cooperativa de produtores rurais;
III. Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes
atividades:
a) Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas/certificadas;
b) Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;
c) Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para
proteção do solo;
d) Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
e) Atividades florestais.
Para concessão do crédito, o beneficiário deverá apresentar o orçamento, plano ou projeto, salvo
em operações de desconto.

5.3.4 PROAGRO – SEGURO DO AGRONEGÓCIO


Proagro é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária. É um programa do governo federal
que garante o pagamento de financiamentos rurais quando a lavoura sofrer danos provocados por
eventos climáticos adversos ou causados por doenças e pragas sem controle.

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O Proagro é administrado pelo Banco Central e regulamentado pelo CMN. As instituições financei-
ras (bancos e cooperativas de crédito) são os agentes do programa.

5.4 CONSÓRCIO
​ onsórcio é a reunião de pessoas naturais ou jurídicas em grupo, promovida por administradora
C
de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de autofinanciamento, a
aquisição de bens e serviços. O grupo de consórcio tem prazo de duração e número de cotas pre-
viamente determinados.
Somente as administradoras de consórcio autorizadas a funcionar pelo Banco Central podem ad-
ministrar grupos de consórcio.
O Banco Central (BC) é responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das ati-
vidades do sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras e cumpri-
mento da regulamentação específica.
Os principais bens são veículos e imóveis.
​ taxa de administração corresponde ao valor pago às administradoras de consórcio pela gestão e
A
administração do grupo. O percentual da taxa de administração deve estar definido no contrato de
adesão.

5.4.1 CONTEMPLAÇÃO NO CONSÓRCIO


I. A contemplação é atribuiç​ão de crédito ao consorciado para a aquisição de bem ou serviço.
II. As contemplações podem ocorrer por meio de sorteios ou lances.
III. A contemplação por lance somente pode ocorrer depois de efetuadas as contemplações por
sorteio ou se estas não forem realizadas por insuficiência de recursos do grupo de consórcio.
IV. Uma vez contemplado, o consorciado terá a faculdade de escolher o fornecedor e o bem desde
que respeitada a categoria em que o contrato estiver referenciado.
V. O fato de a administradora eventualmente ser vinculada a alguma concessionária, revendedora
ou montadora de bens não pode restringir a liberdade de escolha do consorciado.

5.5 CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR – CDC


O crédito direto ao consumidor (CDC) é uma modalidade de empréstimo pessoal ou financiamento
para aquisição de produtos e serviços, destinado a todos que desejam fazer compras parceladas.
Na operação de crédito, o banco ou outra instituição financeira (credor) oferece a você (tomador/
devedor) recursos financeiros, com o compromisso de que o valor seja pago em uma data futura
com juros e encargos.
Toda operação de crédito depende de um contrato entre banco e cliente que define as regras da
operação.

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Os pagamentos das prestações podem ser realizados de duas maneiras:

Ao realizar uma operação de CDC, o banco deverá apresentar o CET, que é uma taxa percentual
anual, incluindo todos os custos das operações de crédito, como tributos, tarifas, seguros, custos
de registro de contrato e outras despesas, mesmo que relativas ao pagamento de serviços de ter-
ceiros contratados pela instituição.

5.6 SEGUROS
Seguro é um instrumento de proteção contra risco de perda financeira. É uma forma de gerencia-
mento de risco contra acidentes e perdas incertas.
O Seguro é um contrato envolvendo duas ou mais partes em que uma age como segurador, com o
dever de indenizar a outra, o segurado, em caso de ocorrência de um evento determinado sinistro.

5.6.1 GLOSSÁRIO
Apólice: documento emitido pela sociedade seguradora formalizando a aceitação da cobertura so-
licitada pelo proponente, nos planos individuais, ou pelo estipulante, nos planos coletivos.
Beneficiário: pessoa física ou jurídica designada para receber os valores dos capitais segurados, na
hipótese de ocorrência do sinistro.
No seguro prestamista, o primeiro beneficiário é o credor, a quem deverá ser paga a indenização,
no valor a que tem direito em decorrência da obrigação a que o seguro está atrelado, limitado ao
capital segurado contratado.
Carregamento: importância destinada a atender às despesas administrativas e de comercialização
do plano.
Período de diferimento: período compreendido entre a data de início de vigência da cobertura por
sobrevivência e a data contratualmente prevista para início do pagamento do capital segurado.
Prêmio: valor correspondente a cada um dos pagamentos destinados ao custeio do seguro.
Proponente: o interessado em contratar a cobertura (ou coberturas), ou aderir ao contrato, no
caso de contratação coletiva.
Riscos excluídos: são aqueles riscos, previstos nas condições gerais e/ou especiais, que não serão
cobertos pelo plano.
Sinistro: a ocorrência do risco coberto, durante o período de vigência do plano de seguro.

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Fiz esse quadro resumo com os principais tipos de seguros:

TIPOS DE SEGUROS O QUE É


Estes seguros têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao
segurado ou aos seus beneficiários, observadas as condições contratuais e as
garantias contratadas. Como exemplos de seguros de pessoas, temos: seguro
SEGURO DE PESSOAS de vida, seguro funeral, seguro de acidentes pessoais, seguro educacional,
seguro viagem, seguro prestamista, seguro de diária por internação hospitalar,
seguro desemprego (perda de renda), seguro de diária de incapacidade tem-
porária e seguro de perda de certificado de habilitação de voo.
Embora seja um tipo de seguro de pessoas, achei importante destacar esse
tipo de seguro, pois é muito utilizado em bancos, já que o Seguro Prestamista
SEGURO PRESTAMISTA objetiva o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor de bens
ou planos de financiamento adquiridos pelo segurado, em caso de morte, in-
validez permanente, invalidez temporária.
O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola,
por permitir ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes principalmen-
te de fenômenos climáticos adversos. Contudo, é mais abrangente, cobrindo
SEGURO RURAL
não só a atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do
produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos,
além do seguro de vida dos produtores.
Há duas modalidades no Seguro de Automóveis: Valor Determinado e Valor de
Mercado Referenciado. As Seguradoras podem oferecer a contratação apenas
SEGURO DE na modalidade Valor Determinado, apenas na modalidade Valor de Mercado
AUTOMÓVEIS Referenciado, ou em ambas. O segurado deverá contratar o seguro na mo-
dalidade que mais lhe convier, dentre as oferecidas pela Seguradora de sua
escolha
É o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores
de Vias Terrestres, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não (Seguro
DPVAT DPVAT), criado com a finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trân-
sito em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa dos
acidentes.
O seguro de Garantia Estendida tem como objetivo fornecer ao segurado, fa-
SEGURO GARANTIA cultativamente e mediante o pagamento de prêmio, a extensão temporal da
ESTENDIDA garantia do fornecedor de um bem adquirido e, quando prevista, sua comple-
mentação.

5.7 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO

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O título de capitalização é um meio de guardar dinheiro, de forma programada, para realizar um


plano: fazer uma viagem, uma reforma, uma festa, programar seus estudos ou ainda ajudar a me-
lhorar a sua empresa. E, ao mesmo tempo em que você junta dinheiro, concorre a diversos prê-
mios.
Os valores pagos pelo subscritor “Prêmio” são dividido em três cotas:
Os títulos são estruturados, quanto a sua forma de pagamento, em PM, PP e PU.

5.7.1 MODALIDADES DE TÍTULOS


Modalidade I: Compra-Programada – O titular pode optar por bem ou serviço, descrito na ficha de
cadastro, subsidiado por acordos comerciais com indústrias ou empresas comerciais. Praticamente
não está mais sendo comercializada.
Modalidade II: Filantropia Premiável – destinada ao consumidor interessado em participar de sor-
teios, lhe sendo facultada a opção de contribuir com entidades beneficentes de assistência sociais,
por meio da cessão a essas entidades do direito de resgate do saldo capitalizado.
Modalidade III: Incentivo – o título de capitalização está vinculado a promoções comerciais institu-
ídas por empresas promotoras (subscritoras do título), sendo que o consumidor tem direito apenas
a participar dos sorteios, sem acesso ao resgate do saldo capitalizado, que pertence ao subscritor
do título.
Modalidade IV: Instrumento de Garantia – o titular pode utilizar o saldo de capitalização do título
para assegurar o cumprimento de obrigação assumida em contrato principal pelo titular perante
terceiro. O saldo capitalizado não pode ser utilizado para aquisição de bem ou serviço.
Modalidade V: Popular – esta modalidade tem por objetivo a participação do titular em sorteios,
propiciando, ao final da vigência, devolução de valor inferior ao total pago. Nesta modalidade, as
Condições Gerias deverão conter, em destaque, a seguinte mensagem: “Este título restituirá ao
final de sua vigência valor inferior ao total dos pagamentos efetuados. A contratação deste título é
apropriada principalmente na hipótese de o consumidor estar interessado em capitalizar parte da
contribuição e participar dos sorteios. Consulte a tabela para observar a evolução do percentual de
resgate, de acordo com os meses de vigência do título.”

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Modalidade IV: Tradicional – trata de modalidade que objetiva restituir ao titular, ao final do prazo
de vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos efetuados pelo subscritor, pessoa que adqui-
riu o título, desde que todos os pagamentos previstos tenham sido realizados nas datas programa-
das.

5.7.2 PRAZOS

Resumo (Fonte, site da Susep)

5.8 PREVIDÊNCIA PRIVADA


Previdência Social é aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos trabalhadores. Ela funciona
como um seguro controlado pelo governo, garantindo que o trabalhador continue a receber uma
renda quando se aposentar, mas que também não fique desamparado em caso de gravidez, aci-
dente ou doença.

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Previdência Privada, como o próprio nome sugere, é uma opção do indivíduo. Também chamada
de Previdência Complementar, ela estabelece a formação de uma reserva a ser usada tanto para
complementar a renda recebida pelo INSS, quanto para realizar um projeto de vida, como o paga-
mento da faculdade dos filhos ou investir em um negócio próprio.

5.8.1 TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO


Refere-se às despesas com a gestão financeira do fundo, contratada a uma empresa especializada.
A cobrança ocorre durante toda a fase de contribuição e incide sobre o capital total, incluindo o
rendimento. Esse custo é regulamentado pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliá-
rios (quando o fundo tiver aplicações em renda variável).
O percentual da taxa tem que ser aprovado pela Susep e constar do contrato. Nos planos VGBL e
PGBL, o custo varia de 0,5% a 4% ao ano, em geral sendo cobrada diariamente.
É cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimento exclusivo, criado para o
seu plano, e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado. Os que têm
fundos com investimentos em ações, por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pou-
co maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa.

5.8.2 TAXAS DE CARREGAMENTO


Corresponde às despesas administrativas das instituições financeiras com pessoal, emissão de do-
cumentos e lucro. É cobrada logo na entrada do plano e a cada depósito ou contribuição que você
faz. Isso quer dizer que, se esse custo for de 5%, a cada R$ 100,00 investidos só R$ 95,00 vão ser
creditados efetivamente no seu plano. Em outras palavras, quanto maior o percentual, menor a
fatia da contribuição ou depósito feita por você que vai “engordar” o seu capital.
As instituições financeiras têm liberdade de cobrar taxas de até 10% nos planos VGBL e PGBL, com
aprovação da Susep, mas a concorrência forte impede a imposição desse limite.
Ela serve para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança
dessa taxa não ultrapassa 5% sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado há
três formas de taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:
1. Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor do
aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto maior o
montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.
2. Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. É decrescente em função
do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de
permanência, menor será a taxa.
3. Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano), quanto na saída
(na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produtos que ex-
tinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam esse percentual
ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois casos, não deixe de
pesquisar antes de escolher seu plano de previdência.

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5.8.3 PORTABILIDADE
É a transferência, parcial ou total, do saldo acumulado entre fundos do plano contrato, ou para
outros planos, outra seguradora ou Entidade Aberta de Previdência Complementar – EAPC, du-
rante o período de acumulação, por vontade do titular.

Transferências Entre Planos


Não é permitido mudar de modalidade, ou seja, de um VGBL para um PGBL e vice-versa. Se quiser
fazê-lo, o investidor deverá resgatar seus recursos e aplicar tudo de novo no outro plano, o que
implicará cobrança de IR sobre o dinheiro retirado, conforme regime tributário escolhido e vigente
à época do resgate.

5.8.4 RESGATES
Uma das formas de sair do plano, ou seja, de utilizar a reserva acumulada, pode ser o resgate total,
caso o cliente não queira passar a receber uma renda mensal. Para essa opção, há duas formas
disponíveis de resgate:
• Resgate programado: são definidas datas certas para a retirada do dinheiro. Os recursos que
continuarem no plano permanecerão rendendo.
• Resgate total: é a alternativa mais barata para o usuário, mas não é indicada para quem não
tem experiência em gerir seu patrimônio. Afinal, se o dinheiro ficar parado, deixará de render.
Importante: No caso de resgate total ou de parte dos recursos antes da data de saída estipulada, é
preciso ficar atento às regras de carência para resgate.

5.8.5 FASE DE BENEFÍCIOS

RENDA VITALÍCIA Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante.
RENDA VITALÍCIA Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante. Caso
COM PRAZO MÍNIMO ocorra o seu falecimento, a renda é revertida ao beneficiário indicado até
GARANTIDO o cumprimento do prazo garantido.
RENDA VITALÍCIA Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante. Após o
REVERSÍVEL AO seu falecimento, um percentual da renda, será revertida ao beneficiário
BENEFICIÁRIO indicado.
Pagamento de uma renda mensal ao participante, durante o prazo defi-
RENDA TEMPORÁRIA
nido.

Proteção Adicional

PENSÃO PRAZO CERTO Pagamento mensal ao beneficiário indicado durante o prazo definido.
Pagamento de uma renda mensal por toda a vida, ao beneficiário indica-
PENSÃO AO CÔNJUGE
do pelo participante, caso ocorra o seu falecimento.

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Pagamento de uma renda mensal ao beneficiário menor indicado ( até


PENSÃO AOS MENORES
que complete 21 anos), caso ocorra o falecimento do participante.
RENDA POR INVALIDEZ Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante, no caso
COM PRAZO MÍNIMO de invalidez total e permanente. Caso ocorra o seu falecimento, a renda é
GARANTIDO revertida ao beneficiário indicado até o cumprimento do prazo garantido.
Pagamento único ao beneficiário indicado, em decorrência da morte do
PECÚLIO POR MORTE
segurado.

5.8.6 PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL)


O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração
do imposto de rend’a pelo formulário completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não
há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele
é repassado integralmente ao participante.
O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez, ou transformado
em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de
Renda e tem taxa de carregamento. É comercializado por seguradoras. Com o PGBL, o dinheiro é
colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na
gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central.

5.8.7 VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (VGBL)


O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é aconselhável para aqueles que não têm renda tribu-
tável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento de IR
sobre o ganho de capital.
Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia de rentabilidade mínima, ainda que todo
o rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro resgate pode ser feito em prazo que varia
de dois meses a dois anos. A partir do segundo ano, também pode ser feita a cada dois meses. Pos-
sui taxa de carregamento.

PGBL X VGBL

PGBL VGBL

Permite abater da base de cálculo do


IR os aportes realizados anualmente ao Não permite abater do IR os
DEDUÇÃO DE IR
plano até um limite máximo de 12%(*) da aportes ao plano.
renda bruta tributável do investidor.

Essa dedução não significa que os


aportes feitos na Previdência são isentos O IR incidirá apenas sobre os
INCIDÊNCIA DE IR de IR. Haverá incidência do IR sobre rendimentos do plano e não
o valor total do resgate ou da renda sobre o total acumulado.
recebida quando eles ocorrerem.

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PGBL VGBL
Indicado para quem usa a
declaração simplificada ou é
Indicado para as pessoas que optam
isento ou para quem já investe
Perfil Investidor pela declaração completa do Imposto de
em um PGBL, mas quer investir
Renda
mais de 12% de sua renda
bruta em previdência privada.

5.9 CADERNETA DE POUPANÇA


Possui total liquidez, porém com perda de rentabilidade. Remunera sobre o menor saldo do período.
Rentabilidade: Em maio de 2012 a caderneta de poupança teve uma alteração na rentabilidade
paga aos investidores. Com objetivo de evitar a migração de recursos investidos em títulos públicos
para poupança (efeito observado com queda da taxa de juros) o governo limitou o ganho das ca-
dernetas de poupança a 70% da taxa de juros, ficando assim:

Periodicidade de pagamento dos juros:


• Pessoa Física e PJ Imunes: Mensal (0,5% ao mês)
• Pessoa Jurídica: Trimestral (1,5% ao trimestre)
Dadas de depósito: Aplicações realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada mês, terão como data de
aniversário o dia 01 do mês subsequente.
Podem captar através de poupança somente as Instituições Financeiras que fazem parte do Siste-
ma Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)
1. Caixa Econômica Federal – CEF
2. Sociedade de Crédito Imobiliário – SCI
3. Associações de Poupança e Empréstimos – APE
4. Bancos Múltiplos com carteira de SCI.
5. Cooperativas de Crédito – CC

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OBS: As Companhias Hipotecárias não podem captar através de Poupança.


Garantias: Aplicações em cadernetas de poupança estão cobertas pelo Fundo Garantidor de Cré-
dito – FGC até o limite vigente que atualmente é de R$ 250.000,00. Poupanças da CEF são 100%
cobertas pelo governo federal.
De maneira geral as cadernetas de poupança não permitem a cobrança de tarifas, porém algumas
operações realizadas em uma conta poupança PODEM gerar cobrança de tarifa, tais como: Mais
de 2 saques mensais, fornecimento de cartão magnético adicional, entre outras. A manutenção
da conta é SEMPRE ISENTA.

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MÓDULO 06

6. MERCADO DE CAPITAIS

ITENS DO EDITAL – 2021


6 – Noções de Mercado de capitais.

Esse é o módulo é um dos mais complicados para estudarmos, pois o edital não delimitou o merca-
do de capitais. Poderia escrever sobre esse assunto em 10 páginas ou até 200... mas vamos ao bom
e velho meio termo! Boa leitura e compreensão futuro funcionários do Banco do Brasil.

6.1 INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL


Renda Variável são classificados como instrumentos de renda variável aqueles produtos cujos ren-
dimentos não são conhecidos, ou não podem ser previamente determinados, pois dependem de
eventos futuros, tais como os fatores conjunturais. Possibilitam maiores ganhos, porém o risco de
eventuais perdas é bem maior. O exemplo mais comum são as ações.

6.1.1 AÇÕES
Ação representa a menor “fração” do capital social de uma empresa, ou seja, a unidade do capital
nas sociedades anônimas. Quem adquire estas “frações” é chamado de acionista que vai ter uma
certa participação na empresa, correspondente a quantas destas “frações” ele detiver.
Tipo De Ações
• Ordinárias (ON): Garante o direito a voto nas assembleias aos acionistas;
• Preferenciais (PN):
• Tem preferência no recebimento de dividendos em relação as ordinárias.
• Não tem direito a voto.
• Recebem 10% a mais de dividendos em relação a ordinárias.
• Caso a companhia fique 3 anos sem distribuir dividendos passa a ter direito a voto.
OBS.: Empresas que abrem seu capital deverão ter no mínimo 50% de suas ações sendo do tipo
ordinária. (½ e ½)

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Bônus De Subscrição
Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações, que conferem aos
seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital
social da companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto.
Os bônus de subscrição podem ser atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de emis-
sões de ações e debêntures. No entanto, a emissão pode também ser alienada, em que o investi-
dor terá que pagar um preço por esse direito, para que, em futuras emissões, possa ter a preferên-
cia na subscrição.

6.1.2 DEPOSITARY RECEIPTS (DR’S)


São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está instalada
fora deste país.
Do ponto de vista do Brasil, DR’s são recibos de depósitos lançados por empresas brasileiras que
desejam (e podem) colocar ações no mercado internacional. Estes recibos têm como lastro as
ações destas mesmas empresas.

AGO e AGE
Assembleia Geral Ordinária – AGO
Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá ha-
ver 1 (uma) assembléia-geral para:
I. tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
II. deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
III. eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;
IV. aprovar a correção da expressão monetária do capital social
A assembleia-geral é ordinária quando tem por objeto as matérias acima citadas, e extraordinária
nos demais casos.

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A companhia deverá enviar à CVM edital de convocação da assembleia geral ordinária, em até
15 (quinze) dias antes da data marcada para a sua realização ou no mesmo dia de sua primeira
publicação, o que ocorrer primeiro. Deverá enviar também todos os documentos necessários ao
exercício do direito de voto nas assembleias gerais ordinárias. Além disso, disponibilizará o sumário
das decisões tomadas na assembleia, no mesmo dia da sua realização, e ata da assembleia geral
ordinária, em até 7 (sete) dias úteis de sua realização.

6.1.3 DIREITOS DOS ACIONISTAS


Dividendos: Distribuição de parte do lucro aos seus acionistas. Por lei as empresas devem dividir
no mínimo 25% do seu lucro líquido.
#FICADICA: O valor distribuído em forma de dividendos é descontado do preço da ação.
Juros sobre o Capital Próprio: São proventos pagos em dinheiro como os dividendos, sendo, po-
rém dedutíveis do lucro tributável da empresa.
Bonificações: Correspondem à distribuição de novas ações para os atuais acionistas, em função do
aumento do capital. Excepcionalmente pode ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro.
Direito de Subscrição: Direito aos acionistas de aquisição de ações por aumento de capital, com
preço e prazos determinados. Garante a possibilidade do acionista manter a mesma participação
no capital total.
OBS: O direito de subscrição assemelha-se ao direito de um titular de uma opção de compra (call),
ou seja, ambos possuem o direito de comprar uma determinada quantidade de ações com prazos
e condições pré-estabelecidos.

Principais Direitos Do Acionista Minoritário


I. Participar nos lucros sociais, recebendo dividendos, juros sobre o capital e bonificações;
II. Comparecer às assembleias e, conforme a espécie da ação, votar;
III. Ter acesso às demonstrações financeiras da companhia, às informações eventuais (e.g. fatos
relevantes) e periódicas (como o Formulário de Referência) e aos seus atos societários;
IV. Fiscalizar, na forma da Lei das Sociedades por Ações, a gestão dos negócios sociais;
V. Receber extratos de sua posição acionária;
VI. Exercer eventuais direitos de subscrição;
VII. Participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
VIII. Dispor dos meios e procedimentos legais para fazer assegurar os seus direitos, que não podem
ser afastados pelo.

Acionista Controlador
Pessoa natural ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de acionistas, que possui a
maioria dos votos (Ações Ordinárias) nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger a
maioria dos administradores da companhia, e usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades
sociais e orientar o funcionamento da companhia.

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6.1.4 OFERTA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA


Agentes Underwriter: Bancos de Investimento, Bancos Múltiplos com carteira de Investimento,
Sociedade Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (SDTVM) e Sociedade Corretora de Títulos
e Valores Mobiliários.
Mercado Primário: Colocação de títulos resultantes de novas emissões. Empresas utilizam o mer-
cado primário para captar os recursos necessários ao financiamento de suas atividades.
Mercado Secundário: Negociação de ativos, títulos e valores mobiliários em mercados organiza-
dos, onde investidores compram e vendem em busca de lucratividade e liquidez, transferindo,
entre si, os títulos anteriormente adquiridos no mercado primário.

Negociação De Ações (Mercado Secundário)

#PaiEd | Atualiza
Desde 2019, a B3 opera com seu prazo de liquidação do mercado a vista de renda variável
em D+2 e não mais D+3 como era antes.

Compra e Venda de Ações


As compras e vendas de ações são intermediadas por uma CTVM ou DTVM. Quando essa negocia-
ção é realizada pela internet, utiliza-se o home broker. O principal objetivo do mercado secundário
é fornecer liquidez para os ativos. Em geral, as ações são negociadas em lote-padrão.
• Home broker: É um moderno canal de relacionamento entre os investidores e as sociedades
corretoras, que torna ainda mais ágil e simples as negociações no mercado acionário, permi-
tindo o envio de ordens de compra e venda de ações pela Internet, e possibilitando o acesso às
cotações, o acompanhamento de carteiras de ações, entre vários outros recursos.

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• Liquidez: Maior ou menor facilidade de se negociar um título, convertendo-o em dinheiro.


• Lote-padrão: Lote de títulos de características idênticas e em quantidade prefixada pelas bolsas
de valores.

Custo Da Operação
• Corretagem: Custo pago para corretoras pelas operações executadas.

Financeiro no dia Valor Fixo % volume


De R$ 0,01 a R$ 135,07 R$ 2,70 0,00 %
De R$ 135,08 a R$ 498,62 R$ 0,00 2,00 %
De R$ 498,63 a R$ 1.514,69 R$ 2,49 1,50 %
De R$ 1.514,70 a R$ 3.029,38 R$ 10,06 1,00 %
A partir de R$ 3.029,39 R$ 25,21 0,50 %

Informação adicional, na prova não é cobrada estes valores


• Emolumentos: Os emolumentos são cobrados pelas Bolsas por pregão em que tenham ocorri-
do negócios por ordem do investidor. A taxa cobrada pela Bolsa é de 0,035% do valor financeiro
da operação
• Custódia: Uma espécie de tarifa de manutenção de conta, cobrada por algumas corretoras.

6.1.5 S.A ABERTA X S.A FECHADA


Abertas:
• Negociação em bolsas de valores ou mercado de balcão;
• Divisão do capital entre muitos sócios (pulverização);
• Cumprimento de várias normas exigidas pelo agente regulador (bolsas de Valores e CVM).
Fechadas:
• Negociação no balcão das empresas, sem garantia;
• Concentração do capital na mão de poucos acionistas.
• Uma empresa quando abre o capital está também abrindo a sua contabilidade para o mercado,
devendo assim possuir uma gestão transparente publicando balanços periódicos entre outras
exigências feitas pela CVM.

Impactos Sobre Os Preços E Quantidades Das Ações Do Investidor


GRUPAMENTO (INPLIT)
Reduzir a quantidade de ações aumentando o valor de cada ação; (Objetivo: Menor risco)
DESDOBRAMENTO (SPLIT):
Aumenta a quantidade de ações reduzindo o valor da ação; (Objetivo: Maior liquidez)

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IMPORTANTE: Tanto no processo de split como o de inplit, o capital social do investidor, assim
como o seu montante investido, não se altera. Já quando uma companhia distribui dividendos ou
pagamentos de Juros sobre o Capital próprio, o valor distribuído é descontado do preço da ação.

6.1.6 GOVERNANÇA CORPORATIVA:


Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade alinhar os objetivos da
administração da companhia aos interesses dos acionistas.
Para tanto, estabelece um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolven-
do os relacionamentos entre investidores (acionistas/cotistas), Conselho de Administração, Dire-
toria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. A análise das práticas de governança corporativa
aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente: transparência, equidade de tratamento
dos acionistas, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Boas práticas de governança
corporativa logram aumentar o valor de uma companhia, facilitar seu acesso ao capital e contribuir
para sua perenidade.
Governança corporativa é o conjunto de mecanismos de incentivo e controle que visam assegurar
que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das organizações. Entre
os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:
I. Conselho de administração ativo e que atue com independência;
II. Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente reputação no merca-
do, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;
III. Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros independentes.

6.1.7 PRINCIPAIS ÍNDICES DE MERCADO


IBOVESPA:
Mais utilizado e mais importante índice brasileiro ;
Composto pelas ações de maior liquidez da bolsa de valores dos últimos 12 meses;
A carteira é revista ao final de cada quadrimestre; (jan – abril; maio – ago; set – dez).
As ações para participarem do Ibovespa devem obrigatoriamente:
• apresentar, em termos de volume, participação superior a 0,1% do total;
• ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período.
IBrX:
Assim como o Ibovespa, é composto pelas 100 empresas com o maior número de operações e vo-
lume negociado na Bovespa nos últimos 12 meses.
O que diferencia do Ibovespa, é o fato do IBrX considerar apenas as ações disponíveis no merca-
do, desconsiderando assim as ações em posse dos controladores.

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IBrX – 50:
Adota os mesmo critérios do Índice IBrX, mas é composto apenas pelas 50 ações de maior liquidez;
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial:
Ferramenta para análise comparativa de performance das empresas listadas na BM&FBovespa sob
o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada na eficiência econômica, no equilíbrio ambien-
tal, na justiça social e na governança corporativa.
• metodologia do índice foi desenvolvida pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo
da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP, e reuniu inicialmente 28 empresas
IGC – Índice de Ações com Governança Corporativa:
Índice que mede o desempenho de um carteira teórica composta por ações de empresas compro-
metidas com programas de governança corporativa. Calculado pela Bolsa de Valores de São Paulo.
Índice Mid-Large Cap – MLCX e Índice Small Cap – SMLL
Criados pela BM&FBOVESPA, o Índice BM&FBOVESPA Mid Large Cap (MLCX) e o Índice
BM&FBOVESPA Small Cap (SMLL) têm por objetivo medir o comportamento das empresas listadas
na Bolsa de modo segmentado, sendo que o índice Mid Large medirá o retorno de uma carteira
composta pelas empresas listadas de maior capitalização, e o índice Small Cap medirá o retorno
de uma carteira composta por empresas de menor capitalização. As ações componentes serão
selecionadas por sua liquidez, e serão ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações
disponíveis à negociação.
Índice de Energia Elétrica – IEE
Primeiro índice setorial da BM&FBOVESPA, o Índice de Energia Elétrica (IEE) foi lançado em agosto
de 1996 com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica. Dessa forma, cons-
titui-se em um instrumento que permite a avaliação da performance de carteiras especializadas
nesse setor.
S&P 500
Índice composto por 500 ações qualificadas, devido ao seu tamanho de mercado, liquidez e tam-
bém representação de grupo industrial. Trata-se das 500 ações mais importantes do mercado nor-
te americano, chamadas de Large Caps (empresas com alto valor de mercado).
Dow Jones
É o índice mais importante da Bolsa da Nova York. É baseado na cotação das 30 maiores e mais
importantes empresas dos Estados Unidos, formado por grandes empresas líderes de cada setor.
Apenas composto por ações “blue chips”.
NASDAQ
É o segundo índice mais importante dos EUA. Mede a performance de todas as ações listadas no
Nasdaq. O Nasdaq se caracteriza por reunir empresas de alta tecnologia em eletrônica, informáti-
ca, telecomunicações, etc.

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MSCI World
Índice divulgado e calculado pela Morgan Stanley, e é formado por 1.650 ações mundiais de 23 pa-
íses considerados “desenvolvidos”. É revisado a cada quatro meses.
MSCI Emerging Markets
Criado em 1988 também pela Morgan Stanley contava apenas com 10 países “emergentes”. Atual-
mente conta com 24 países que representam 10% da capitalização mundial. Países que compões o
índice atualmente: Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, República Tcheca, Egito, Hungria, Polônia,
Catar, Rússia, África do Sul, Turquia, Emirados Árabes, China, Índia, Indonésia, Coréia, Malásia, Pa-
quistão, Filipinas, Taiwan e Tailândia.
Euro Stock
Composto pelas 50 maiores empresas com liquidez do Mercado europeu. Formada apenas por
“blue chips”.

6.1.8 CLUBE DE INVESTIMENTO


O Clube de Investimento é um condomínio constituído por no mínimo 3 pessoas e no máximo 50
pessoas físicas, para aplicação de recursos em títulos e valores mobiliários, sendo administrado
por corretoras, distribuidoras e bancos de investimento. Quando se tratar de empregados de uma
mesma empresa, o número de condôminos pode ser maior.
A carteira é composta por 67% no mínimo em ações, sendo o restante em renda fixa e derivativo.
O papel idealizado para os Clubes de Investimento é o de porta de entrada do investidor ainda não
familiarizado com o mercado de capitais, daí sua política de investimento ser bastante simples. Es-
pera-se que mediante sua participação no clube o investidor adquira conhecimentos e habilidades
sobre a estrutura e o funcionamento do mercado, que o permitirão posteriormente acessar com
segurança produtos mais sofisticados.
O máximo que um único investidor pode ter de um clube de investimento é de 40% sobre o patri-
mônio do clube.

6.2 TÍTULOS CORPORATIVOS


1. Debêntures
2. Debêntures Incentivadas
3. Notas Promissórias

6.2.1 DEBÊNTURES
O Objetivo da emissão pública de uma debênture é de captação de recursos de médio e longo pra-
zo para sociedades anônimas (S.A.) não financeiras de capital aberto.
As sociedades de arrendamento mercantil as companhias hipotecárias e o BNDES Participações
estão também autorizadas a emitir debêntures.

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Classe das Debêntures:

Sobre as debêntures:

Como regra geral, o valor total das emissões de debêntures de uma empresa não poderá ultrapas-
sar o seu capital social.
Resgate Antecipado: as debêntures podem ter na escritura de emissão cláusula de resgate anteci-
pado, que dá ao emissor (a empresa que está captando recursos) o direito de resgatar antecipada-
mente, parcial ou totalmente as debêntures em circulação.

Agente Fiduciário
A função do agente fiduciário é proteger o interesse dos debenturistas exercendo uma fiscali-
zação permanente e atenta, verificando se as condições estabelecidas na escritura da debênture
estão sendo cumpridas.
Entende-se por relação fiduciária a confiança e lealdade estabelecida entre a instituição partici-
pante (administradora, gestora, custodiante, etc.) e os cotistas.
A emissão pública de debêntures exige a nomeação de um agente fiduciário. Esse agente deve
ser ou uma pessoa natural capacitada ou uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central
para o exercício dessa função e que tenha como objeto social a administração ou a custódia de
bens de terceiros (ex.: corretora de valores).

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O agente fiduciário não tem a função de avalista ou garantidor da emissão.


O Agente Fiduciário poderá usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender interesses
dos debenturistas, sendo-lhe especialmente facultado, no caso de inadimplemento da emitente:
• executar garantias reais, receber o produto da cobrança e aplicá-lo no pagamento, integral ou
proporcional dos debenturistas;
• requerer falência da emitente, se não existirem garantias reais;
• representar os debenturistas em processos de falência, concordata, intervenção ou liquidação
extrajudicial da emitente, salvo deliberação em contrário da assembleia dos debenturistas;
• tomar qualquer providência necessária para que os debenturistas realizem os seus créditos.

Garantia Debêntures
A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real, garantia flutuan-
te, garantia sem preferência (quirografária), ou ter garantia subordinada aos demais credores da
empresas ordem hierárquica das garantias são:
1. GARANTIA REAL: fornecida pela emissora pressupõe a obrigação de não alienar ou onerar o
bem registrado em garantia, tem preferência sobre outros credores, desde que averbada no regis-
tro. É uma garantia forte.
2. GARANTIA FLUTUANTE: assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia,
mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. Ela marca lugar na fila dos cre-
dores, e está na preferência, após as garantias reais, dos encargos trabalhistas e dos impostos. É
uma garantia fraca, e sua execução privilegiada é de difícil realização, pois caso a emissora esteja
em situação financeira delicada, dificilmente haverá um ativo não comprometido pela companhia.
3. GARANTIA QUIROGRAFÁRIA: ou sem preferência, não oferece privilégio algum sobre o ativo
da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais credores quirografários (sem
preferência), em caso de falência da companhia.
4. GARANTIA SUBORDINADA: na hipótese de liquidação da companhia, oferece preferência de
pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas.

#Dica do PaiEd
Para decorar a ordem de prioridade das debêntures, memorize REFLUQUISU.
(sim, sei que ta escrito errado, mas funciona para prova! :D
REal
FLUtuante
QUIrografária
SUbordinada

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6.2.2 DEBÊNTURES INCENTIVADAS


A emissão do título destina-se ao financiamento de projetos voltados para a implantação, amplia-
ção, manutenção, recuperação ou modernização, entre outros, do setor de logística e transporte,
o qual está inserido o segmento portuário.
Principais diferenças de uma debênture comum:
1. prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;
2. Isenção de Imposto de Renda para pessoa física.
3. Menor alíquota de imposto de renda para investidor pessoa jurídica (15%).

#Dica do PaiEd
Porque as empresas optam em emitir debêntures como alternativa a empréstimos bancá-
rios.

6.2.3 NOTAS PROMISSÓRIAS


Quem pode emitir: Sociedades anônimas não financeiras.

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São vedadas as ofertas públicas de notas promissórias por instituições financeiras, sociedades cor-
retoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil.
Dessa forma, as Notas Promissórias dessas instituições não são valores mobiliários.
A venda de nota promissória comercial necessita obrigatoriamente de uma instituição financeira
atuando como agente colocador, podendo ser uma distribuidora ou corretora. Pode ser resgatada
antecipadamente (o que implica na extinção do título) caso o titular (investidor) da NP concorde.
A nota promissória comercial não possui garantia real, por isso é um instrumento para empresas
com bom conceito de crédito.
Prazo
• O prazo mínimo não tem.
• O prazo máximo da NP é 360 dias, independentemente do tipo de SA.
Índice de Preços: Como o prazo máximo de uma NP é de 360 dias, e a remuneração de ativos por
índice de preços exige prazo mínimo de um ano, uma NP não pode ser remunerada por índice de
preços. Ou seja, uma NP emitida com prazo de 1 ano teria um pouco mais de 360 dias, pois teria
365 ou 366 dias.

DEBÊNTURES X NOTA PROMISSÓRIAS (COMMERCIAL PAPERS)

DEBÊNTURES NOTA PROMISSÓRIAS


Captação de recursos para Captação de recursos para
OBJETIVO financiamento de CAPITAL FIXO, mas financiamento de CAPITAL DE
também pode ser de giro GIRO
PRAZO MÉDIO E LONGO PRAZO CURTO PRAZO
QUEM PODE EMITIR SA’s SA’s
QUEM NÃO
Instituições Financeiras Instituições Financeiras
PODE EMITIR
PRAZO MÍNIMO
Não tem Não tem
PARA RESGATE
PRAZO MÁXIMO
Não tem 360 dias
PARA RESGATE
FGC Não está coberto Não está coberto

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MÓDULO 07

7. MERCADO DE CÂMBIO E POLÍTICA CAMBIAL

Itens do Edital – 2021


7 – Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas.
8 – Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários.
9 – Taxas de câmbio nominais e reais;
10 – Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações.
11 – Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as
taxas de câmbio.

7.1 MERCADO DE CÂMBIO


O mercado de câmbio brasileiro compreende as operações de compra e de venda de moeda es-
trangeira e as operações com ouro-instrumento cambial, realizadas com instituições autorizadas
pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio, bem como as operações em moeda
nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes, domiciliados ou com
sede no exterior.
Incluem-se no mercado de câmbio brasileiro as operações relativas aos recebimentos, pagamentos
e transferências do e para o exterior mediante a utilização de cartões de uso internacional e de
empresas facilitadoras de pagamentos internacionais, bem como as operações referentes às trans-
ferências financeiras postais internacionais, inclusive mediante vales postais e reembolsos postais
internacionais.

7.1.1 O QUE É CÂMBIO?


Quando um brasileiro vai viajar ao exterior e adquire dinheiro para usar no seu destino – por exem-
plo, o dólar, no caso dos Estados Unidos, e o peso, no caso da Argentina, essa aquisição é uma
operação de câmbio. Da mesma forma, importadores brasileiros realizam operações de câmbio
para trocar reais pela moeda do seu parceiro comercial a fim de pagar pelos itens que adquiriram.
Essas trocas de moedas acontecem no mercado de câmbio. Nele, turistas, comerciantes, empresas
e instituições financeiras compram e vendem moeda estrangeira (divisas) sob a regulação e super-
visão do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BC).

7.1.2 PRINCIPAIS OPERAÇÕES DE CÂMBIO


Câmbio para turista: Qualquer pessoa que vai viajar para o exterior pode comprar moeda do país
estrangeiro. Além de dinheiro em espécie, o viajante pode comprar moeda estrangeira também
em outras formas, como cartões pré-pagos.

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Remessas pessoais: As pessoas podem também receber e enviar dinheiro para o exterior por meio
de operações de câmbio. Assim como no caso da compra de dinheiro para turismo, a transação
deve ser fechada em instituições autorizadas.
Importação e exportação: A empresa que faz transações comerciais com outros países conta com
diversas maneiras para receber pelos seus produtos e serviços vendidos e para pagar seus compro-
missos.

7.1.3 COMO FAZER UMA OPERAÇÃO DE CÂMBIO?


As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou realizar
transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor, sendo con-
traparte na operação agente autorizado a operar no mercado de câmbio, observada a legalidade
da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as responsabilidades definidas na
respectiva documentação.

Documentos Exigidos
O Banco Central não estabelece quais documentos devem ser exigidos em cada operação de câm-
bio. Isso é responsabilidade do agente autorizado. O Banco Central estabelece apenas que a docu-
mentação deve ser suficiente para respaldar a pretendida operação de câmbio. Assim, a documen-
tação exigida pode variar de acordo com a operação e de instituição para instituição.
Nas operações com valor equivalente a até US$ 3 mil (ou equivalente em outra moeda), a regu-
lamentação cambial dispensa a apresentação de documentação referente aos negócios jurídicos
subjacentes, mas mantém a obrigatoriedade de identificação dos clientes.
Nesses casos é dispensada também a guarda de cópia dos documentos de identificação do cliente.
Em valores superiores ao limite estabelecido, além da obrigatoriedade da confecção de um contra-
to de câmbio, também deverá o cliente e a Instituição Autorizada guardar a documentação por um
período mínimo de 5 anos contados do término do exercício em que ocorreu a operação.
É facultada a realização de operações de câmbio por meio de máquina dispensadora de cédulas,
devendo o cliente ser identificado na forma especificada pelo Banco Central do Brasil.

7.1.4 AGENTES AUTORIZADOS A OPERAREM


As autorizações para a prática de operações no mercado de câmbio podem ser concedidas pelo
Banco Central do Brasil a bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de in-
vestimento, bancos de desenvolvimento, bancos de câmbio, sociedades de crédito, financiamento
e investimento, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de
títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.
I. Bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa Econômica Federal: todas as operações do mer-
cado de câmbio;
II. Bancos de desenvolvimento e sociedades de crédito, financiamento e investimento: operações
específicas autorizadas pelo Banco Central do Brasil;

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III. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e


valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.
a) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$300.000,00 (trezentos mil
dólares dos Estados Unidos) ou o seu equivalente em outras moedas
b) operações no mercado interbancário, arbitragens no País e, por meio de banco autorizado a
operar no mercado de câmbio, arbitragem com o exterior;
IV. A
 gências de turismo, observado o prazo de validade da autorização do Banco Central, compra
e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens
internacionais
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está autorizada à prática das modalidades de
vale postal internacional e de reembolso postal internacional, podendo conduzir sob o mecanis-
mo de vale postal internacional operações com clientes, para liquidação pronta, não sujeitas ou
vinculadas a registro no Banco Central do Brasil e de até US$50.000,00 (cinquenta mil dólares dos
Estados Unidos) ou o seu equivalente em outras moeda.

#PaiEd | Atualiza
Cuidado, em Abril de 2020 tivemos uma alteração no limite das Corretoras e Distribuidoras
de Valors Mobiliários para operações de câmbio de liquidação pronta, elevando limite de
100 mil para 300 mil dólares.

Nas operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$100.000,00 (cem mil dóla-
res dos Estados Unidos), ou o seu equivalente em outras moedas, os agentes autorizados a operar
no mercado de câmbio devem encaminhar ao Banco Central do Brasil o Valor Efetivo Total (VET),
expresso em reais por unidade de moeda estrangeira e calculado considerando a taxa de câmbio,
os tributos incidentes e as tarifas eventualmente cobradas.

7.1.5 IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO


E​ xportação é a venda ou a saída de bens, produtos e serviços do Brasil para o exterior. Importação
é o movimento contrário, onde a saída é de capital e a entrada de bens, produtos ou serviços.
O recebimento dos valores decorrentes de operação de exportação pode ser feito por meio de:
I. crédito do valor em conta no exterior mantida pelo próprio exportador (nesse caso, os valores
podem ser integralmente mantidos no exterior e não precisam ser transferidos para o Brasil);
II. crédito em conta mantida no exterior por banco autorizado a operar no mercado de câmbio no
Brasil;
III. t ransferência internacional em reais, incluídas as ordens de pagamento oriundas do exterior em
moeda nacional;
IV. cartão de uso internacional, emitido no exterior, não havendo qualquer limite de valor assinala-
do para tanto;
V. v ale postal internacional, nas operações até o valor equivalente a US$ 50 mil, observadas as con-
dições específicas dos Correios;

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VI. em espécie, observada a regulamentação específica quanto ao ingresso de moeda em espécie
no País;
VII. empresas facilitadoras de pagamentos internacionais, mediante crédito a conta de depósito ou
conta de pagamento pré-paga em reais mantida pelo exportador em instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central ou mediante crédito em cartão
de crédito de titularidade do exportador.

Como é feita o pagamento no exterior:

Agora pensa na dificuldade de alguém que vai exportar um produto. Produzir algo para vender
para fora do país pode ser tentador quando falamos em receber em dólar, mas os riscos são gran-
des, produzir entregar e não receber, para o importador de pagar e não receber a mercadoria.
Além disso as vezes o exportador pode precisar de recursos para produzir antes de exportar.
Nesses casos os bancos podem ajudar facilitando o crédito, antecipando esses contratos futuros.
Há 3 formas possíveis de financiamento de exportações:
I. Recebimento antecipado dos valores decorrentes das exportações;
II. Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC);
III. Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE).

7.1.6 ADIANTAMENTO SOBRE CONTRATO DE CÂMBIO (ACC)


é uma operação de crédito na qual a instituição financeira antecipa ao exportador o valor parcial
ou total em reais de um contrato de câmbio. Essa antecipação é feita antes do embarque da mer-
cadoria ou da prestação do serviço.

​7.1.7 ADIANTAMENTO SOBRE CAMBIAIS ENTREGUES (ACE)


é uma operação de crédito similar, mas o valor, igualmente em moeda nacional, é concedido ao
exportador após o embarque da mercadoria ou a prestação do serviço.

7.2 TAXA DE CÂMBIO


A taxa de câmbio é livremente pactuada entre os agentes autorizados a operar no mercado de
câmbio ou entre estes e seus clientes.
Taxa de câmbio é o preço de uma unidade monetária de uma moeda em unidades monetárias de
outra moeda.

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PTAX é a taxa que expressa à média das taxas de câmbio praticada no mercado interbancário. Di-
vulgada pelo BACEN.
TODAS as operações devem ter registro OBRIGATÓRIO no SISBACEN pelas instituições autorizadas
por ele a atuar.

As operações de câmbio, cujo instrumento de formalização e classificação segue modelo definido


pelo Banco Central do Brasil, podem ser contratadas para liquidação no prazo máximo de 1.500
dias, contados da data de sua contratação.

7.2.1 CÂMBIO PRONTO – TAXA SPOT


O câmbio pronto é uma operação de compra ou venda de moeda estrangeira à vista e possibilita o
fluxo de caixa para pagamento de obrigações ou recebimentos do exterior. Em outras palavras, é
uma modalidade sem risco de crédito. Isso ocorre por meio da contratação de câmbio para liquida-
ção em até dois dias úteis.

7.2.2 CÂMBIO FUTURO – TAXA FORWARD (NDF)


O câmbio futuro é uma modalidade pensada para empresas importadoras, exportadoras e presta-
doras de serviços. Trata-se de uma operação que visa proteger as operações de câmbio, travando a
taxa no momento exato da contratação. O câmbio futuro garante o valor total da operação e possí-
veis oscilações do mercado, com liquidação acima de dois dias úteis.

7.2.3 DÓLAR COMERCIAL, TURISMO E PARALELO

Essa imagem representa como o Banco Central


divulga a cotação de uma moeda. Note que não
existe variações de “tipo de dólar”, uma cotação
única, com valor diferente para compra ou venda.

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Se o Banco Central não divulga, como que existe? Diferenciar os “tipos” de dólar é uma prática de
mercado. O Bacen deixa as taxas livremente pactuadas, porém como o custo de transação é dife-
rente quando se vai fazer um câmbio para utilizar a moeda em uma viagem (turismo) ou quando
você vai fazer uma operação de importação ou exportação (comercial), logo, os agentes autoriza-
dos precificam as cotações de forma segregada, diferenciando assim os preços.
Mas e o dólar paralelo? Então, já estudou por um curso paralelo? (risos). Tudo que é paralelo, vive
as margens da lei, ou seja, ilegal e é crime!

7.2.4 VALORIZAÇÃO E DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL


Como qualquer ativo, o que provoca a sua valorização ou desvalorização é a famosa “lei da procura
e oferta”. Embora não seja uma lei, propriamente dita, é uma regra que funciona para quase tudo
dentro da economia, ou seja, quanto mais tem, mais barato fica. Fiz esse infográfico a seguir para
ilustrar isso melhor para você.

Importante você tomar cuidado com o termo “desvalorização cambial”. Da uma ideia que o valor
do dólar ficou mais barato, sendo que na verdade é o contrário. Quando falamos em “desvaloriza-
ção cambial” estamos nos referindo a moeda local, ou seja, o real. Logo, desvalorização cambial,
nada mais é que dizer que o real ficou mais barato, frente a moeda estrangeira.
Entendeu? Então, mas porque o preço da moeda estrangeira não sobe ou cai de forma consisten-
te? Vou exemplificar para ficar mais fácil de você compreender.
Imagine que um dólar americano está custando R$ 5,80 e que o mercado acredita que está CARO,
analise as consequências abaixo:

Todo o movimento do mercado irá favorecer para uma desvalorização do dólar, ou seja, valoriza-
ção da moeda local, nesse exemplo reduzindo o valor do dólar de 5,80 para 4,80.

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Agora vamos imaginar um cenário oposto, que o valor da moeda está R$ 3,80 e o mercado julga
como BARATO, analise as consequências abaixo:

O único problema dessas oscilações e ajustes naturais do mercado é que se ele demorar muito,
pode levar grandes negócios a falência. E aí que entra o banco Central, executando a sua política
cambial com objetivo de minimizar as oscilações.

7.3 POLÍTICA CAMBIAL


É o conjunto de medidas que define o regime de taxas de câmbio – flutuante, fixo, administrado
– e regulamenta as operações de câmbio. Dessa forma, a política cambial define as relações finan-
ceiras entre o país e o resto do mundo, a forma de atuação no mercado de câmbio, as regras para
movimentação internacional de capitais e de moeda e a gestão das reservas internacionais.
As Reservas Internacionais de um país são formadas por ativos em moedas estrangeiras, como
Títulos depósitos bancários, ouro etc., que podem ser usados para pagamentos de dívidas interna-
cionais.
Tipos de política cambial que podem ser adotadas por um país:

POLÍTICA COMO FUNCIONA PRÓ CONTRA


Não existe milagre. Se a quanti-
dade de moeda se altera (entra-
Banco central estipula
Previsibilidade para quem da e saída de dólar) o preço tam-
um valor para cotação
importa e exporta, viaja bém deveria se alterar. A única
da moeda estrangeira e
etc. Imagina você progra- maneira de isso não acontecer, é
fixa. Esse preço não se
Câmbio Fixo mar sua viagem para os o Banco Central utilizando suas
altera pelo fluxo de mo-
EUA sabendo que o dólar reservas internacionais para ga-
edas e sim apenas quan-
estará a um preço X e não rantir moeda sempre que faltar.
do a autoridade mone-
vai se alterar? Além de risco de quebra de um
tária assim desejar.
país, pode gerar alta pressão in-
flacionária.

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POLÍTICA COMO FUNCIONA PRÓ CONTRA


Nesse cenário o Banco Os preços estarão sempre
A correção do mercado pode
Central deixa o merca- refletindo a realidade do
passar muito tempo e isso gerar
do estipular a cotação momento. São de certa for-
Câmbio inflação, quebra de empresas,
da moeda estrangei- ma mais justos e reais e sur-
Flutuante crises nas balanças, no PIB etc.
ra, acreditando que os tos são corrigidos pelo pró-
(sem O mercado pode se regular, mas
ajustes necessários irão prio mercado com o passar
intervenção) a pergunta que fica é se quando
sempre ocorrerem con- do tempo. Utra vantagem é
a mão invisível chegar, será que
forme interesse e neces- que as reservas internacio-
o paciente ainda estará vivo?
sidade da economia. nais são preservadas
Com essa política o Assim como no fixo, a obrigato-
É uim meio termo entre fixo
Banco Central do Bra- riedade de manter preço, pode
Cambio e flutuante, nesse cenário
sil pode intervir sempre gerar inflação ou até mesmo fim
Flutuante você não sabe o quanto
que achar necessário e das reservas internacionais. É
com estará a moeda estrangeira
ao mesmo tempo DEVE menos arriscado que o fixo, mes-
intervenção amanhã, mas saberá qual
intervir sempre que as mo assim, exige da autoridade
(sujo) e será o seu mínimo e máxi-
cotações estiverem pró- monetária intervenções sempre
COM banda mo, o que te da uma certa
ximas das bandas esta- que a cotação estiver próxima de
cambial previsibilidade, dependen-
belecidas (prometidas romper os limites por ela estabe-
do da banda estabelecida.
ao mercado) lecidos e prometidos.
Esse é a política atual do Imprevisibilidade. Não se sabe
Cambio Como não há obrigatorie-
Brasil, onde o banco cen- quanto será o câmbio, nem míni-
Flutuante dade, governo não precisa
tral interveem sempre mo e nem máximo. Difícil tomar
com acabar com suas reservas,
que achar necessário. decisões de plantar para exportar
intervenção ou coloca-las em risco, em
Sem a obrigatoriedade, ou investir para vender depen-
(sujo) e grandes surtos econômicos,
apenas conforme suas dendo de insumos importados.
SEM banda deixando a moeda oscilar,
políticas e interesses eco- Saída são contratos de hedge, ou
cambial sem forçar a sua cotação.
nômicos. seja, proteção contra oscilações.

O Brasil adota o regime de câmbio flutuante, o que significa que o BC não interfere no mercado
para determinar a taxa de câmbio, mas para manter a funcionalidade do mercado de câmbio.
A condução da política cambial afeta diretamente a vida do cidadão, mesmo que não tenha transa-
ções com exterior. A taxa de câmbio reflete nos preços dos produtos que o país importa e exporta,
influenciando assim os demais preços da economia.
Veja como é a política cambial no Brasil com ao longo da história:

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7.4 SWAP CAMBIAL


Swap (do inglês, “troca”) é um derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de ta-
xas ou rentabilidade de ativos financeiros entre agentes econômicos. Por meio dele o BC procura
evitar movimento disfuncional do mercado de câmbio.
O objetivo dessas operações é prover “hedge” cambial – proteção contra variações excessivas da
moeda americana em relação ao real – e liquidez ao mercado de câmbio doméstico. A compra de
contrato de swap pelo BC funciona como injeção de dólares no mercado futuro.
Quando uma empresa possui um ativo financeiro indexado à variação do dólar comercial e deseja
trocar esse indexador por uma determinada taxa prefixada, sem se desfazer do ativo financeiro, ela
poderá realizar essa operação por meio de uma troca de taxas.
No contrato de swap, o BC se compromete a pagar ao detentor do swap a variação do dólar, acres-
cida de uma taxa de juros (“cupom cambial”), e a receber a variação da taxa de juros doméstica
acumulada no mesmo período (taxa Selic). Portanto, quem vende esse contrato fica protegido caso
a cotação do dólar aumente, mas tem de pagar a taxa Selic para o comprador, no caso o BC.
Essas operações foram autorizadas pela Lei Federal 11.908 de 2009:
“Fica o Banco Central do Brasil autorizado a realizar operações de swap de mo-
edas com bancos centrais de outros países, nos limites e condições fixados pelo
Conselho Monetário Nacional.�

Para se proteger dos riscos assumidos, o BACEN também realiza operações de swap com o Banco
Central dos Estados Unidos (FED).
Esses contratos de swap de moedas a ser firmado entre o Banco Central do Brasil e o Federal Re-
serve Bank of New York, tem como limite o valor em aberto das operações decorrentes não ultra-
passará o montante agregado de US$60 bilhões, admitindo-se a realização de operações até 30 de
setembro de 2021.

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MÓDULO 08

8. GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

ITENS DO EDITAL – 2021


15 – Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária;
hipoteca; fianças bancárias.

A contração de financiamento é a operação que envolve o maior risco nos negócios, isto porque o
dinheiro é a mercadoria de maior liquidez.
Na contratação de empréstimo a instituição abre mão da liquidez e fica com a mera promessa de
receber a coisa emprestada, que pode retornar ou não. E, mesmo que retorne, pode não ser da
mesma forma líquida que saiu. O risco, portanto, não poderia ser maior.

DIREITOS DE GARANTIAS

CONCEITO:
É o compromisso adicional que se estabelece numa transação, como forma de assegurar sua reali-
zação.
AS GARANTIAS PODEM SER: Pessoais ou fidejussórias e Reais.
GARANTIAS PESSOAIS ou FIDEJUSSÓRIA: a garantia é pessoal. Isso significa que é prestada por
pessoas e não por bens específicos. Portanto, em caso de descumprimento de uma obrigação, o
pagamento do débito será assegurado por uma terceira pessoa.
• Aval
• Fiança
• Fiança Bancária
GARANTIAS REAIS: o cumprimento de uma obrigação é garantido por meio de um bem — móvel
ou imóvel. Como exemplo, podemos citar a hipoteca, o penhor e a anticrese.
• Hipoteca
• Penhor
• Alienação Fiduciária

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8.1 GARANTIAS PESSOAIS


Garantia pessoal, também chamada garantia fidejussória, expressa a obrigação que alguém assu-
me, ao garantir o cumprimento de obrigação alheia – caso o devedor não o faça.
A Garantia Fidejussória é também chamada de garantia pessoal ou caução fidejussória. Ela consiste
em uma obrigação assumida por um terceiro, que oferta o seu patrimônio para garantir dívida ou
obrigações de outra pessoa.
Logo, nessa modalidade de garantia, alguém assume a responsabilidade por uma obrigação alheia,
pelo pagamento de uma indenização ou multa ocasionada pelo não cumprimento do devedor. Tra-
ta-se de um contrato de caráter acessório e unilateral.
Exemplos:
• Aval
• Fiança

8.1.1 AVAL
1 – Garantia autônoma e independente (a responsabilidade subsiste, ainda que a obrigação do ava-
lizado seja nula – falência – incapacidade – falsidade).
2 – somente em cambial (somente em títulos de crédito).
3 – obrigação solidária (o avalista tem a mesma responsabilidade que o avalizado – tem 100% de
responsabilidade).
4 – necessita da outorga conjugal (cód.civil-art.1647,iii) – outorga uxória (mulher casada) – outorga
marital (homem casado) exceto no regime de separação absoluta.
5 – o devedor principal não é obrigado a apresentar outro avalista em caso de morte do primeiro.
6 – não admite “benefício de ordem” ou “beneficio de excussão”.

Tipos de aval
Pode ser aposto no verso ou no anverso do título de crédito e, tão somente no título.
• aval em preto (indica, através de cláusula, o avalizado).
• aval em branco (é sempre em favor do sacador-credor).
Aval parcial ou limitado – é vedado o aval parcial. art.897 – parágrafo único do ncc., “exceto” na
duplicata, cheque, letra de câmbio e nota promissória, em virtude das leis especiais prevalecerem
sobre as leis gerais. (as leis uniformes (especiais) sobre duplicata, cheque, letra de câmbio e nota
promissória autorizam o aval parcial, por isso, o código civil tem sua ação nula perante esses títu-
los).
Aval póstumo (é dado após o vencimento do título – rolagem de dívida – tem o mesmo valor do
dado antes do vencimento).
• aval de aval ou sucessivo (é prestado a outro avalista).

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Aval cumulativo (vários avalistas a um mesmo obrigado no título).


• cancelamento de aval o aval pode ser cancelado. art.898, parágrafo 2º. do ncc – “considera-se
não escrito o aval cancelado”.

8.1.2 FIANÇA
1 – garantia acessória e subsidiária (o fiador só se obrigará se o devedor principal não cumprir a
prestação devida, a menos que se tenha estipulado solidariedade).
2 – somente em contratos (nunca em cambiais – títulos).
3 – obrigação subsidiária: retratável (o fiador poderá exonerar-se da obrigação a todo o tempo, se
a fiança tiver duração ilimitada. ficando obrigado por todos os efeitos da fiança por 60 dias após a
notificação ao credor). art.835 do ncc.
4 – necessita da outorga conjugal – outorga uxória (mulher casada) – outorga marital (homem ca-
sado) exceto no regime de separação absoluta. art.1.647, inciso iii do ncc.
5 – o credor pode exigir outro fiador em caso de morte, insolvência ou incapacidade do primeiro.
art.826 do ncc.
6 – goza do “benefício de ordem” ou “benefício de excussão”- (consiste no direito assegurado ao
fiador de exigir do credor que acione, em primeiro lugar, o devedor principal, isto é, que os bens do
devedor principal sejam executados antes dos seus) art.827 do ncc.

Tipos de fiança:
• fiança comum ( é a normal, goza de todas as regalias da fiança).
• fiança solidária (é aquela em que o fiador abre mão de alguns benefícios, como o benefício de
ordem..., tornando-se quase avalista. (fiador solidário)
• fiança excessiva (não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida prin-
cipal, inclusive as despesas judiciais , desde a citação do fiador). art.822 do ncc.
• fiança limitada (se a fiança for dada para uma parte do débito, não se estenderá ao restante).
art.823 do ncc.
• sub-fiança (é a fiança que garante outra fiança).
IMPORTANTE: A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa
o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de
divisão.
Os fiadores são solidários entre si, em regra, exceto em caso de benefício da divisão.
Benefício de divisão – cada fiador, responde unicamente pela parte que, em proporção, couber-
-lhe no pagamento. – cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua res-
ponsabilidade. art. 829 de ncc.

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Benefício de sub-rogação – é um dos direitos relativos aos efeitos da “fiança” em que o fiador que
pagar integralmente a dívida, fica sub-rogado nos direitos do credor, podendo demandar a cada
um dos outros fiadores pela respectiva cota. (art. 831 do ncc).
Obs.: quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, poderá o
fiador promover-lhe o andamento. art. 834 do ncc.

8.1.3 FIANÇA BANCÁRIA


A fiança bancária, uma modalidade de garantia concedida por um Banco (fiador), através de carta
de fiança, em que a instituição financeira garante o cumprimento da obrigação assumida por seus
clientes (afiançados) na qual o Banco assume a qualidade de fiador.
O Banco se responsabiliza total ou parcialmente pelo cumprimento da obrigação assumida pela
empresa afiançada, proporcionando ao devedor, de um lado, credibilidade e tranquilidade em suas
negociações, e ao credor, de outro, a segurança ao recebimento do pagamento.
Tipo de garantia onde o banco (fiador) se solidariza com o seu cliente (afiançado);
• Utilização:
• obtenção de empréstimos e financiamentos no País;
• habilitação em concorrência pública;
• locação;
• adiantamento por encomenda de bens
• Acesso as linhas de crédito em outros bancos;
• Garantias em concorrências e execuções de obras públicas;
• Financiamentos para exportação;
• Em operações na BM&F.
• Tipos de Fiança Bancária:
• BID BOND: concorrências públicas no exterior;
• PERFORMANCE BOND: garantias de contratos de execução longa. Exemplo: EMBRAER;
• ADVANCED PAYMENT BOND: garantia de pagamento antecipado ao exportador no exte-
rior;
• REFUNDMENT BOND: assegurar o recebimento do importador em casos de pagamento
antecipado.
• Obs.: A fiança bancária NÃO é um empréstimo por isso, só incide IOF caso o banco seja obri-
gado a honrar a fiança.

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8.1.4 AVAL X FIANÇA

8.2 GARANTIAS REAIS


Garantias reais são aquelas em que o cumprimento de determinada obrigação é garantido por
meio de um bem móvel ou imóvel.
Principais exemplos:
• Hipoteca
• Penhor
• Alienação Fiduciária

8.2.1 HIPOTECA
HIPOTECA (se dá com bens imóveis, ou seja, a garantia real sobre uma coisa, em regra, IMÓVEL).
Exceções: navios – aeronaves – minas e pedreiras – estradas de ferro com as máquinas.
1. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar (vender) imóvel hipotecado. Art. 1.475 do
NCC.
2. REGISTRO DA HIPOTECA – As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel
(Registro de Imóveis), ou de cada um deles, se o título se referir a mais de um. Art. 1.492.
3. O Registro da hipoteca, sobre ESTRADAS DE FERRO, será no Município da “estação” inicial da
respectiva linha. Art. 1.502
4. A hipoteca dos NAVIOS e das AERONAVES reger-se-á pelo disposto em lei especial. Parágrafo
único do art. 1.473

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REGISTRO – não se registrarão, no mesmo dia, duas hipotecas, sobre o mesmo imóvel, em favor de
pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia, indicarem à hora em que foram lavradas.
Art.1.494
O IMÓVEL PODERÁ SER HIPOTECADO MAIS DE UMA VEZ. Art. 1.494
DA EXTINÇÃO DA HIPOTECA – A hipoteca extingue-se:
I – pela extinção da obrigação principal;
II – pelo perecimento da coisa;
III – pela resolução da propriedade;
IV – pela renuncia do credor;
V – pela remição;
VI – pela arrematação ou adjudicação.
• Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do
registro, à vista da respectiva prova. Art. 1.500 (arts. 1.473 a 1.505 do NCC.)
PODEM SER OBJETO DE HIPOTECA –Art. 1.473,
1. os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
2. domínio direto;
3. domínio
4. as estradas de ferro;
5. os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham;
jazidas, minas, recursos minerais, potenciais recursos de energia hidráulica, monumentos
arqueológicos, etc.
6. os navios;
7. as aeronaves.
8. o direito de uso especial para fins de moradia;
9. o direito real de uso;
10. a propriedade superficiário

8.2.2 PENHOR MERCANTIL


PENHOR INDUSTRIAL e MERCANTIL (máquinas – aparelhos – materiais – instrumentos, instalados
ou em funcionamento, com os acessórios ou sem eles – animais utilizados na indústria – sal e bens
destinados a exploração de salinas – produtos da suinocultura – animais destinados à industrializa-
ção de carnes e derivados – matérias-primas e produtos industrializados). Art. 1.447.
REGISTRO – Cartório de Registro de Imóveis.
O credor poderá tomar em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida. Art. 1.469.

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Os credores, podem fazer efetivo o penhor, antes de recorrerem à autoridade judiciária, sempre
que haja perigo de demora, dando aos devedores comprovantes dos bens de que se apossarem.
Art. 1.470.

PODEM SER OBJETO DE PENHOR:


• Coisas móveis corpóreas, individualmente ou com acessórios;
• Coisas fungíveis;
• Coisas em coletividade (rebanho, biblioteca, gêneros de um armazém);
• Coisas fungíveis e dinheiro
• Títulos da dívida pública;
• Títulos de crédito;
• Ações de companhias;
• Dívidas ativas, direitos e ações de qualquer natureza;
• Quota parte na propriedade comum;
• O proveito do usufruto de coisa móvel;
• Frutos pendentes, máquinas, instrumentos e animais dos estabelecimentos agrícolas;
• Mercadorias depositadas em armazéns.

8.2.3 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA


O bem, móvel ou imóvel – ficará em poder do devedor (fiduciante), alienando ao financiador (fidu-
ciário), em garantia do pagamento da dívida contraída. Em outras palavras, o bem móvel ou imó-
vel, que comprei a prazo e estou devendo é a garantia do débito.
• Bem “móvel” – Dec. 911/69
• Bem “imóvel” – Lei 9.514/97
REGISTROS – Bem móvel no Cartório de Títulos e Documentos e, bem imóvel no Cartório de Regis-
tro de Imóveis.

FAQ – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

1. O QUE É O CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA?


Para que se entenda de maneira bem simples o contrato de alienação fiduciária, muito utilizado na
compra de veículos ou computadores, temos que, inicialmente, saber como ele funciona.
Como exemplo, vamos partir da situação onde o consumidor deseja adquirir um determinado bem,
uma motocicleta ou um carro, mas não possui o dinheiro necessário ou tem somente uma parte
dele para pagar a entrada.
Nestas situações, bastante comuns no dia-a-dia, o consumidor se dirige a uma revenda, onde será
escolhido o veículo desejado. Depois, esta empresa, sabendo que o consumidor não tem a quantia
necessária para adquirir o veículo à vista, oferecerá algumas opções de financiamento com os ban-
cos com os quais possui parceria comercial e encaminhará uma proposta em nome do consumidor.

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Assim, após a análise e aprovação do crédito, o consumidor adquire a posse do veículo mas este
bem ficará vinculado ao contrato de financiamento, como sendo de propriedade do banco até o
final do pagamento das parcelas, servindo de garantia ao valor financiado.
Ocorrendo a quitação do contrato, o banco passará a propriedade do bem ao consumidor sempre
lembrando que, no caso de veículos, deverá haver comunicação aos órgãos de trânsito da liberação
da restrição no documento de propriedade do veículo.
2. O QUE PODERÁ OCORRER CASO O CONSUMIDOR NÃO CONSIGA PAGAR AS PRESTAÇÕES DO
FINANCIAMENTO?
Nestas situações, onde consumidor deixa de pagar as prestações do contrato, o banco poderá in-
gressar com ação de execução da dívida ou com a ação de busca e apreensão do bem alienado.
Para a ação de busca e apreensão, exige-se a comprovação da mora do devedor, mediante carta
registrada expedida pelo Cartório de Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, e também
que o devedor tenha recebido a comunicação do protesto ou da notificação extrajudicial em seu
endereço, mesmo que não tenha sido entregue pessoalmente.
Proposta a ação com as provas acima, o Juiz defere a liminar de busca e apreensão ou, se o deve-
dor já pagou ao menos 40% do contrato, para colocar em dia o pagamento das parcelas devidas e
demais encargos.
3. 
O QUE ACONTECE COM O BEM CASO O JUIZ DETERMINE A BUSCA E APREENSÃO LIMINAR-
MENTE OU O CONSUMIDOR NÃO CONSIGA PAGAR O VALOR ATRASADO?
De acordo com a lei, o banco não pode ficar com o bem, que deverá ser vendido. Isto não significa
a quitação da dívida. O devedor continua pessoalmente obrigado a pagar o saldo, se houver, caso
o resultado da venda seja inferior ao da dívida, algo que ocorre na maioria dos casos, e poderá ter
seu nome inscrito nos bancos de dados de restrição ao crédito, como a Serasa e SPCs, em relação
ao saldo contratual inadimplido.
É importante lembrar que este o valor de venda do veículo não pode estar abaixo de mercado, sob
pena de causar sérios prejuízos ao consumidor e, caso o banco se negue a informá-lo, entendemos
que a pessoa prejudicada poderá ingressar com ação judicial de prestação de contas, exigindo de-
talhes sobre a avaliação dada ao bem e sobre os valores arrecadados na sua venda.
Nada impede, porém, que o consumidor em dificuldades para pagar as parcelas, devolva o bem
para o banco e, nesta devolução, seja feito um acordo prevendo a quitação do saldo devedor. Como
o consumidor pode se defender quando não se nega a pagar as parcelas atrasadas mas o banco,
antes de qualquer a ação judicial, quer cobrar valores abusivos e honorários de cobrança ou advo-
catícios? Nestas situações, o consumidor pode fazer uma consignação em pagamento dos valores
das parcelas atrasadas. Na prática, isto significa que o consumidor fará um depósito, em um banco
oficial, dos valores que entende corretamente devidos. Pode ser de uma ou mais parcelas. Feito o
depósito, o devedor deverá comunicar o credor, por meio de carta com aviso de recebimento (AR)
que, pelo fato de não concordar com o valor cobrado, optou por pagar as parcelas em atraso por
meio de consignação extrajudicial. Juntamente com a correspondência, deverá ser enviada uma
cópia do comprovante de depósito.
Após o recebimento desta carta, o banco terá um prazo de 10 dias para negar, por escrito, este
depósito das parcelas atrasadas, geralmente por entender que o valor depositado é insuficiente.

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Se não houver negativa por escrito, a parcela ou parcelas em atraso que foram depositadas serão
consideradas quitadas.
No caso de negativa do banco, o devedor ainda poderá optar por fazer esta consignação por meio
de ação judicial e pedir liminarmente para o Juiz que, ao citar o banco, impeça o mesmo de ingres-
sar com ação de busca e apreensão por causa do oferecimento do pagamento das parcelas em
atraso na Justiça. Este procedimento é legal e está previsto no artigo 890 e seguintes do Código de
Processo Civil mas, infelizmente, poucos consumidores o conhecem. De quem é a responsabilidade
por multas e acidentes de trânsito nos casos de veículos adquiridos por meio de alienação fiduciá-
ria?
Diversas decisões judiciais já apontaram que a responsabilidade, nesta situações, é da pessoa que
adquiriu o veículo, apesar de o bem ser de propriedade do banco.
4. O CONSUMIDOR PODERÁ SE DEFENDER NA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO PEDINDO A REVI-
SÃO JUDICIAL DO CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA?
Sim, apesar do decreto-lei nº 911/69 prever no artigo 3º, parágrafo 2º, que a defesa nas ações de
busca e apreensão seja limitada para alegar o pagamento do débito vencido ou o cumprimento
das obrigações contratuais, entende-se que tal restrição fere as garantias constitucionais da ampla
defesa e do contraditório.
Assim, o consumidor, em sua defesa, poderá formular qualquer tipo de defesa e até requerer, por
meio de reconvenção, a revisão judicial dos juros do contrato e de quaisquer outros encargos ali
previstos.
5. DEVOLVER O BEM (VEÍCULO ETC) ALIENADO QUITA A DÍVIDA?
Na maioria dos casos NÃO!
No contrato de alienação fiduciária (financiamento) o agente alienante (banco ou outra instituição
financeira) “empresta” o dinheiro para que a pessoa compre o bem (veículo etc), mas fica com a
propriedade deste até que o financiamento seja quitado.
Ou seja, o bem (veículo etc.) fica em garantia para pagamento da dívida e se o contratante não pa-
gá-la, o banco pode entrar com ação de busca e apreensão para retira-lo a fim de vender em leilão
para cobrir o saldo negativo existente.
Pela lei da alienação fiduciária, o banco é obrigado a vender o bem financiado (veículo etc.) em lei-
lão e esta venda normalmente se dá por valor entre 50% a 70% do valor de mercado do bem. Após,
pagos os custos com leiloeiro, custas judiciais e honorários advocatícios, o que sobrar do valor vai
para abater a dívida. Portanto, normalmente, o valor que sobra não é suficiente para cobrir o fi-
nanciamento, ficando um saldo devedor a ser pago. Por isto, o consumidor deve ter muito cuidado,
pois muitas instituições financeiras, através de empresas de cobranças, costumam dizer que a de-
volução quita a dívida e o consumidor devolve o bem (veículo etc.) e não pede o termo de quitação
(documento assinado e carimbado pelo banco dando a dívida por quitada) e após algum tempo, o
consumidor descobre que ainda é devedor e que seu nome está registrado no SPC e SERASA por
causa de dívidas.
Então, muito cuidado ao negociar a devolução do bem (veículo etc.) alienado pensando que estará
quitando a dívida, pois somente haverá garantias quando a instituição financeira dá o comprovan-
te de quitação do contrato e da dívida, através de documento assinado e carimbado pela mesma!

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6. BENS ALIENADOS (VEÍCULOS ETC...) PODEM SER PENHORADOS PARA PAGAR DÍVIDAS?
Sim. Embora não seja algo comum de acontecer, os bens alienados (veículos etc.) podem ser pe-
nhorados, na justiça, para pagamento de dívidas.
Neste caso, quando o bem é levado a leilão o agente alientante (instituição financeira) terá a pre-
ferência no recebimento do saldo devedor do contrato de alienação (financiamento) e o saldo da
venda iria para o credor que pediu a penhora.

8.4.4 DIFERENÇA HIPOTECA E ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

Hipoteca Alienação Fiduciária


Tipo de Bem Imóveis Moveis e Imóveis
Escritura pública e
Constituição Registro em Instrumento Particular
Registro cartório
Direitos
Somente a posse, propriedade transferida para
Devedor sobre Propriedade e Posse do bem
o credor que ainda tem a posse indireta do bem
o imóvel
Eficácia Sujeito a concurso de credores Imunidade ao concurso de credores
Execução Judicial – Lenta Extrajudicial – rápida

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MÓDULO 09

9. PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO


E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO (PLD/FT)

Itens do Edital – 2021


16 – Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de
dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e Carta Circular
nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações.

#PaiEd | Atualiza
Sobre a legislação de lavagem de dinheiro. O combate a Lavagem de dinheiro, foi reforça-
do com legislação específica da CVM (INCVM 617) e aprimorado com novas legislações do
BACEN (Circular 3.978, carta circular 4.037 entre outros). Essa apostila está 100% conforme
a nova legislação, então aproveite! Muitos materiais de cursos e “professores” estão desa-
tualizados, portanto, Cuidado!

9.1 LAVAGEM DE DINHEIRO


O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou finan-
ceiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente,
de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um processo dinâ-
mico que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com frequência, ocorrem simulta-
neamente.
Há mais de 20 anos, percebeu-se a necessidade da adoção de um esforço internacional conjunto
para combater a lavagem de dinheiro, envolvendo não somente os governos dos diversos países,
mas também o setor privado, especialmente o sistema financeiro. Mais recentemente, os atenta-
dos terroristas em diversas partes do mundo revigoraram a necessidade desse esforço global, com
o objetivo de buscar a eliminação das fontes de financiamento ao terrorismo.
Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-
-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de
sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias
movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do
dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo
de lavagem e poder ser considerado “limpo”.
Em termos mais gerais, lavar recursos é fazer com que produtos de crime pareçam ter sido adqui-
ridos legalmente.

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9.1.1 FASES LAVAGEM DE DINHEIRO


FASE 1: COLOCAÇÃO
A primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando ocul-
tar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas
e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal.
A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de
bens. Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas
sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores que transitam pelo
sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com
dinheiro em espécie.
FASE 2: OCULTAÇÃO OU EXTRATIFICAÇÃO
A segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos.
O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de investigações so-
bre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo
os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo ban-
cário – ou realizando depósitos em contas abertas em nome de “laranjas” ou utilizando empresas
fictícias ou contas “fantasmas”.
FASE 3: INTEGRAÇÃO
Nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organiza-
ções criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo
tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil
legitimar o dinheiro ilegal.
Essa integração pode ser realizada de diversas maneiras, como por exemplo quando essa empresa
estrangeira ou fundo offshore adquirem participações de empresas no Brasil onde os sócios são
direto ou indiretamente pessoas ligadas aos criminosos.
Fiz esse infográfico para te ajudar a entender melhor o processo como um todo.

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EXEMPLOS DE CADA UMA DAS FASES

FASE Exemplo
1. Comprar uma propriedade rural com dinheiro do crime.
Colocação
2. Ir em uma casa de câmbio e fazer remessa de recursos ilícitos para uma conta no exterior.
Ocultação 1. Enviar recursos provenientes de crimes para paraísos fiscais.
(estratificação) 2. Fazer câmbio de notas oriundas de um crime por moeda de outro país.
1. Comprar hotéis, restaurantes, negócios, com dinheiro oriundo de contas no exterior
sem procedências.
Integração
2. Compra de bens com doações originárias de contas “fantasmas”, empresas de
“fachada” etc.

9.1.2 LAVAGEM DE DINHEIRO X SONEGAÇÃO FISCAL


Como você notou, em um processo clássico de lavagem de dinheiro, recursos são enviados para
países que possuem imunidade tributária “paraísos fiscais”, como por exemplo: Bahamas, Emira-
dos Árabes Unidos, Hong Kong, Luxemburgo, Suíça, Panamá, Ilhas Cayman entre outros.
O objetivo de envio para esses países não é o de não pagar impostos, ou deixar de pagar impostos
no Brasil (sonegar) e sim aproveitar-se de sigilo bancário dado pelo sistema financeiro de cada um.
A grande diferença de enviar o dinheiro sujo para os Estados Unidos ou para Bahamas, por exem-
plo, dar-se pelo fato de que se algum dia o Brasil resolver pedir ao outro país informações sobre va-
lores, movimentações vinculadas a titularidade de determinado individuo, o governo de Bahamas
provavelmente não irá fornecer. Então advinha para onde os criminosos vão?
Fiz esse quadro para resumir a diferença, espero que entenda:

De forma resumida, sonegação fiscal é um valor que você pode declarar, pagar os impostos devi-
dos e regularizar sua infração. Já lavagem de dinheiro, a declaração do valor acarreta especificar a
origem ilícita, que pode ser um crime financeiro, roubo, sequestro etc.

9.1.3 SUJEITO A LEI


Sujeitam-se às obrigações as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
I. a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional
ou estrangeira;
II. a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial;

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III. a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação, intermediação ou administração de


títulos ou valores mobiliários.

9.1.4 PENA
Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal.
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movi-
menta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
A multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não superior:
a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da opera-
ção;
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).
ELEVAÇÃO DA PENA: A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei
forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa
REDUÇÃO DA PENA: poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena
restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autori-
dades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação
dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
(Delação premiada)

9.1.5 OPERAÇÕES SUSPEITAS


Todas operações estão listadas na CARTA CIRCULAR Nº 4.001 (Janeiro 2020). Como é muito exten-
so e as vezes até de fácil dedução, listei as principais:
As operações ou as situações descritas a seguir exemplificam a ocorrência de indícios de suspeita
para fins dos procedimentos de monitoramento e seleção
I – Operações em Espécies
a) movimentação em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do
cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
b) aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de curto período
de tempo, a destino não relacionado com o cliente;

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c) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em espécie, in-


clusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da movimentação;
d) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limites regulatórios de reportes;
e) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade comercial rela-
cionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos,
joias, automóveis ou aeronaves;
f) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou ainda que
apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e
não uniformes;
g) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer tipo de Pesso-
as Expostas Politicamente (PEP)
III – situações relacionadas com a identificação e qualificação de clientes:
a) resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou
para a atualização cadastral;
b) oferecimento de informação falsa;
c) abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração ou
de qualquer outro tipo de mandato;
d) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos procuradores ou
representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

9.1.6 DO REGISTRO DE OPERAÇÕES


As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas, produtos e
serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e transfe-
rências de recursos que devem conter, no mínimo, as seguintes informações sobre cada operação:
I. tipo;
II. valor, quando aplicável;
III. data de realização;
IV. nome,
V. CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00)
VI. canal utilizado.
Os registros devem ser realizados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no âmbito da
mesma instituição.
As instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de
provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das operações de saque, in-
clusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais)

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9.1.7 DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE


As instituições devem comunicar ao Coaf:
I – as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor igual ou superior
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);
II – a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior a
R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
A comunicação mencionada deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da operação
ou do provisionamento.
A comunicação é feita através do SISCOAF – Sistema de Controle de Atividades Financeiras

9.1.8 MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO: AVALIAÇÃO DE RISCO


A principal mudança na forma de combater a lavagem de dinheiro está no formato como eram
classificadas e denunciadas as atividades suspeitas.
Até final de 2019 a legislação especifica adotava procedimentos protocolar a serem observado pe-
las instituições financeiras e demais agentes que deveriam combater esse tipo de crime.
Com a nova legislação, vigente à partir de 2020, sugere a classificação dos clientes, atividades, de-
vem se dar em função da característica de avaliação de risco, devendo a instituição regulada clas-
sificar:

Note que a classificação de Risco não se resume APENAS a CLIENTES. Inclusive se aplica aos pró-
prios produtos e serviços oferecido por cada instituição. Todos devem ser classificados conforme
os seus riscos.
A CVM definiu inclusive quais são os grupos de riscos que devem segmentados, já o BACEN deixou
a critério das Instituições Financeiras criarem suas próprias metodologias:

Indiferente de como segmentar, antes de classificar, é necessário conhecer bem o seu cliente
(KYC). Conceito de Know your customer é a forma como a instituição vai utilizar para conhecer as
diretrizes de seu cliente em serviços financeiros exige que os profissionais se esforcem para veri-
ficar a identidade, a idoneidade e os riscos envolvidos na manutenção de uma relação comercial.

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9.1.9 DIRETOR DE POLÍTICA PLD-FT


Devem indicar um diretor estatutário, responsável pelo cumprimento das normas estabelecidas,
em especial, pela implementação e manutenção da respectiva política de PLDFT compatível com a
natureza, o porte, a complexidade, a estrutura, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui-
ção, de forma a assegurar o efetivo gerenciamento dos riscos de LDFT apontados
I. as pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em caráter
permanente ou eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia, intermediação, ou ad-
ministração de carteiras
II. entidades administradoras de mercados organizados e as entidades operadoras de infraestru-
tura do mercado financeiro;
III. as demais pessoas referidas em regulamentação específica que prestem serviços no mercado
de valores mobiliários, incluindo:
a) os escrituradores;
b) os consultores de valores mobiliários;
c) as agências de classificação de risco;
d) os representantes de investidores não residentes; e
e) as companhias securitizadoras; e
O Diretor de Compliance, Risco e PLD emitirá relatório anual relativo à avaliação interna de risco
de LDFT, e encaminhará para a Alta Administração

9.2 COAF – ONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIUDADE FINANCEIRA


É o órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro. O COAF está vinculado ao BANCO CENTRAL
DO BRASIL e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e
identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da compe-
tência de outros órgãos e entidades.
O Coaf dispõe de autonomia técnica e operacional, atua em todo o território nacional e vincula-se
administrativamente ao Banco Central do Brasil.
Compete ao Coaf, em todo o território nacional, sem prejuízo das atribuições estabelecidas na le-
gislação em vigor:
I. Produzir e gerir informações de inteligência financeira para a prevenção e o combate à lavagem
de dinheiro;
II. Promover a interlocução institucional com órgãos e entidades nacionais, estrangeiros e interna-
cionais que tenham conexão com suas atividades.

O Coaf e a produção de inteligência financeira


A produção de inteligência financeira consiste em realizar a análise das informações recebidas e, se
forem identificados fundados indícios de lavagem de dinheiro, de financiamento do terrorismo ou
outros ilícitos, produzir Relatórios de Inteligência Financeira (RIF).

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Os RIF são encaminhados às autoridades competentes que podem, a seu critério, abrir procedi-
mento de investigação sobre os indícios relatados

O Coaf e a atividade de supervisão


Órgão supervisor de alguns setores obrigados no que diz respeito à prevenção à lavagem de di-
nheiro e ao financiamento do terrorismo
O Coaf é o órgão fiscalizador e regulador nos assuntos relacionados à prevenção à lavagem de di-
nheiro e ao financiamento do terrorismo de setores obrigados como, por exemplo:
• Joias, pedras e metais preciosos;
• Fomento comercial (factoring);
• Bens de luxo ou alto valor;
• Entre outros setores que não tem regulador próprio.
O papel do Coaf como supervisor é regulamentar, monitorar, fiscalizar e aplicar sanções em face
de pessoas que atuam nesses setores obrigados. O objetivo é exigir a implementação de procedi-
mentos e controles para que essas pessoas não sejam utilizadas para fins ilícitos por seus clientes.
Deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realiza-
ção.

9.2.1 CONVENÇÃO DE VIENA


Foi uma convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas.
“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV da Cons-
tituição, e considerando que a Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias
Psicotrópicas, foi concluída em Viena, a 20 de dezembro de 1988;
Considerando que a referida Convenção foi aprovada pelo Congresso Nacional, pelo Decreto Legis-
lativo n° 162, de 14 de junho de 1991;”.

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#DICA DO PROFESSOR
Você se lembra da Operação Unfair Play da Lava Jato? Ok, vou perdoar se você não se lembrar, são
tantas, né? Essa operação investigou e puniu gestores brasileiros envolvidos em esquema de lava-
gem de dinheiro junto ao COI – Comitê Olímpico Internacional.
Por falar em COI, sabe quais são as três fases de lavagem de dinheiro? Cite na ordem em que elas
acontecem:
• Colocação
• Ocultação
• Integração
Agora não tem como esquecer na hora da prova, combinado?

9.3. PPE (PESSOA POLITICAMENTE EXPOSTA)


9.3.1 DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICAMENTE
Consideram-se pessoas expostas politicamente:
I – os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;
II – os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
a) Ministro de Estado ou equiparado;
b) Natureza Especial ou equivalente;
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração pública
indireta; e
III – os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais
Superiores, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais
Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;
IV – os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o
Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justi-
ça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores Gerais de Justiça dos Estados
e do Distrito Federal;
V – os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-Geral e os Subprocuradores-Gerais
do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União;
VI – os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos;
VII – os Governadores e os Secretários de Estado e do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e
Distritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta estadual
e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais Militares, Tribunais de Contas ou equi-
valentes dos Estados e do Distrito Federal; e

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VIII – os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de


entidades da administração pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou
equivalentes dos Municípios.
§ 2º São também consideradas expostas politicamente as pessoas que, no exterior, sejam:
I – chefes de estado ou de governo;
II – políticos de escalões superiores;
III – ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores;
IV – oficiais-generais e membros de escalões superiores do Poder Judiciário;
V – executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou
VI – dirigentes de partidos políticos
Consideram-se PEP os agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos últi-
mos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos
ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de
seu relacionamento próximo.
São considerados familiares: os parentes, na linha direta, até o segundo grau, o cônjuge, o compa-
nheiro, a companheira, o enteado e a enteada;
A condição de pessoa exposta politicamente perdura até 5 (cinco) anos contados da data em que a
pessoa deixou de se enquadrar.

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Mercado Financeiro
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MÓDULO 01

1. BANCOS DIGITAIS E NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

ITENS DO EDITAL – 2021


1 — Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios.
2 — Internet banking.
3 — Mobile banking.
5 — Novos modelos de negócios.
6 — Fintechs, startups e big techs.
7— Sistema de bancos-sombra (Shadow banking).

1.1 INTERNET BANKING E MOBILE BANKING

1.1.1 O QUE É?
Internet Banking: é o seu banco aberto 24 horas, todos os dias e em qualquer lugar do mundo.
Com ele você pode realizar consultas, fazer pagamentos, transferências, investimentos, simular fi-
nanciamentos, empréstimos e muito mais através do seu computador.
Mobile banking: pode ser descrito como a facilidade oferecida pelos bancos aos seus clientes, na
qual eles podem acessar suas contas bancárias e realizar transações monetárias remotamente
usando dispositivos de telecomunicação móvel como smartphones, tablets ou dispositivos celula-
res. Pode ser feito através do serviço de mensagens curtas (SMS), web móvel ou aplicativo. O clien-
te pode aproveitar esse serviço a qualquer hora e em qualquer lugar

BANCO MÓVEL INTERNET BANKING


O mobile banking se refere a uma insta-
Internet banking implica um serviço que
lação baseada na Internet fornecida por
permite aos clientes realizar as transa-
Significado bancos que permite que os clientes exe-
ções financeiras eletronicamente, com o
cutem transações bancárias, através de
uso da internet.
dispositivos celulares.
Dispositivo Celulares ou tablets Computadores ou Laptops
Serviço de mensagens curtas, aplicativo
Usos Site do banco
móvel ou site
Funções Limitado Comparativamente mais
Fonte (adaptado): https://pt.gadget-info.com/difference-between-mobile-banking

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1.1.2 EVOLUÇÃO DA UTILIZAÇÃO DESSAS TECNOLOGIAS


É obvio e esperado que com o avanço da tecnologia, disponibilização de internet, redução de preço
de serviços e equipamentos, iriam aumentar o número de transações online.
No gráfico a seguir, conseguimos perceber essa mudança, notando um crescimento da utilização
dos canais digitais para realização de transações bancárias.

Perceba também uma migração de operações realizadas de internet banking para o mobile banking.
Dois fatores impulsionam essa migração:

Note também que no mesmo gráfico apresentado é possível concluir uma perda de participação
das operações realizadas via agência bancárias de 10% de share em 2014 para 5% em 2018.
Propositalmente eu resolvi apresentar esse gráfico com os dados até antes da pandemia. Pois, pós
pandemia covid-19 é esperado uma migração ainda maior para canais digitais, impulsionados por
restrições médicas, protocolos e indisponibilidades.
A seguir apresento um gráfico, também apresentado pela FEBRABAN sobre comportamento do
consumidor nos primeiros meses de pandemia.

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Perceba o crescimento dos canais digitais em relação aos físicos.


Segundo dados da própria Febraban:
“Juntos, os canais digitais (internet banking e mobile banking) concentram 67% de todas as transa-
ções (68,7 bilhões) e são responsáveis por 8 em cada 10 pagamentos de contas, e por 9 em cada 10
contratações de crédito. Entre os 21 bancos que participaram do levantamento, 8 responderam que
foram abertas 7,6 milhões de contas pelos canais digitais, uma alta de 90% ante 2019.”
Veja agora esse quadro por operações, que extrai também de uma publicação da FEBRABAN:

Aqui importante destacar o grande crescimento das transações de transferência, investimento e


crédito contratadas via mobile banking
Já nas agencias bancárias o único grande crescimento foi de operações de renegociações de dívidas.

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1.2 FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS

1.2.1 O QUE É?
StartUP: Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser
considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manu-
tenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas
há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma star-
tup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando
em condições de extrema incerteza.
Big Techs: são as empresas gigantes da tecnologia. Elas recebem essa denominação por serem as
líderes em seus respectivos setores e atingirem a população em escala global.
Algumas das empresas consideradas como big techs são: Apple, Google, Facebook e Amazon. Sen-
do que cada uma delas atua em uma frente diferente, inovando nos produtos e influenciando o
comportamento das pessoas.
Fintechs: são empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso in-
tenso de tecnologia, com potencial para criar novos modelos de negócios. Atuam por meio de pla-
taformas online e oferecem serviços digitais inovadores relacionados ao setor.
No Brasil, há várias categorias de fintechs:

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Benefícios das fintechs

BENEFÍCIOS DAS FINTECHS

• Aumento da eficiência e concorrência no mercado de crédito


• Rapidez e celeridade nas transações
• Diminuição da burocracia no acesso ao crédito
• Criação de condições para redução do custo do crédito
• Inovação
• Acesso ao Sistema Financeiro Nacional.

Podem ser autorizadas a funcionar no país dois tipos de fintechs de crédito – para intermediação
entre credores e devedores por meio de negociações realizadas em meio eletrônico: a Sociedade
de Crédito Direto (SCD) e a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), cujas operações cons-
tarão do Sistema de Informações de Créditos (SCR) e estão regulamentadas desde abril de 2018
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – Resoluções 4.656 e 4.657.
Para entrar em operação, as fintechs que quiserem operar como SCD ou SEP devem solicitar auto-
rização ao Banco Central.
Sociedade de Empréstimo entre pessoas (SEP): A SEP realiza operações de crédito entre pesso-
as, conhecidas no mercado como peer-to-peer lending. Nessas operações eletrônicas, a fintech se
interpõe na relação entre credor e devedor, realizando uma clássica operação de intermediação
financeira, pelos quais podem cobrar tarifas. Ao contrário da SCD, a SEP pode fazer captação de
recursos do público, desde que eles estejam inteira e exclusivamente vinculados à operação de
empréstimo.
Neste caso, a fintech atua apenas como intermediária dos contratos realizados entre os credores
e os tomadores de crédito. Os recursos são de terceiros que apenas utilizam a infraestrutura pro-
porcionada pela SEP para conectar credor e tomador. Nesse tipo de operação, a exposição de um
credor, por SEP, deve ser de no máximo R$ 15 mil.
Sociedade de Crédito Direto (SCD): O modelo de negócio da SCD caracteriza-se pela realização de
operações de crédito, por meio de plataforma eletrônica, com recursos próprios. Ou seja, esse tipo
de instituição não pode fazer captação de recursos do público.
Seus potenciais clientes devem ser selecionados com base em critérios consistentes, verificáveis
e transparentes, contemplando aspectos relevantes para avaliação do risco de crédito, como situ-
ação econômico-financeira, grau de endividamento, capacidade de geração de resultados ou de
fluxos de caixa, pontualidade e atrasos nos pagamentos, setor de atividade econômica e limite de
crédito.
Além de realizar operações de crédito, as SCDs podem prestar os seguintes serviços: análise de
crédito para terceiros; cobrança de crédito de terceiros; distribuição de seguro relacionado com
as operações por ela concedidas por meio de plataforma eletrônica e emissão de moeda eletrô-
nica.

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Fonte: BACEN

Diferença entre SEP e SCD

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1.2.2 CONTAS DIGITAIS


O surgimento dos chamados e-Bancos, bancos digitais ou mais popularmente conhecidos como
fintechs, representa relevante parcela de mercado no boom de oportunidades como resposta po-
sitiva ao derivado de vivências do tradicional oferecimento de serviços das instituições bancárias
que sucumbiu à burocratização que tangencia os processos dos grandes bancos. E a realidade
prova a necessidade por mais canais seguros, transparentes e ágeis que auxiliem clientes a reali-
zar suas transações financeiras e promovam a inclusão bancária de milhões de pessoas por meio
de plataformas interativas (computador ou aplicativos) ao viabilizar a utilização simplificada do
dinheiro em contas.
Para facilitar a abertura de contas digitais, o Conselho Monetário Nacional (CMN) simplificou,
as regras para abertura, manutenção e encerramento de contas de depósitos, com a publicação
da resolução nº 4.753, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2020 e também a BCB
96
As regras têm como objetivo proteger o investimento que a Folha faz na qualidade de seu jornalis-
mo. Se precisa copiar trecho de texto da Folha para uso privado, por favor logue-se como assinante
ou cadastrado.
Veja o crescimento desse tipo de contas digitais, comparado com todas as contas do Mercado Financei-
ro.

No gráfico acima, percebe-se que as contas digitais abertas praticamente dobraram de 2019 para
2020. Claro, muito impulsionado pela pandemia e também auxílio emergencial, que acabaram por
contribuir para acelerar esse processo.

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Essa tabela, também extraída de relatório da FEBRABAN, ajuda a esclarecer esse fato.

Apesar de não haver ainda uma licença específica para os bancos digitais, o acompanhamento des-
sas instituições pelo BCB se torna importante devido ao modelo de negócio digital, que possui uma
dinâmica diferente dos modelos tradicionais. Novos entrantes e novos modelos de negócio tendem
a surgir no mercado.
A evolução e resultados desses novos modelos estão sendo avaliados e monitorados continuamen-
te pelo BCB.
A grande maioria das Fintechs que atuam no Brasil, desenvolve soluções vinculadas a PIX ou Open
Banking, assuntos que são cobrados também em sua prova do concurso, mas que iremos tratar em
outro capítulo.

Fonte: ABFintech e PwC

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1.3 SHADOW BANKING


O nome pode parecer meio tenebroso, mas é mais simples do que parece, trata-se de um Sistema
de intermediação de crédito que envolve atividades e entidades fora do sistema bancário tradicio-
nal.
Com a globalização, os mercados financeiros de todo o mundo ficaram cada vez mais interligados e
dependentes entre si. Mas apesar dos benefícios que essa integração trouxe, os riscos envolvidos
em cada mercado deixaram de ter um caráter local e passaram a comprometer o mundo inteiro.
Nesse contexto, um dos principais fatores de preocupação atualmente é a operação do controverso
sistema de shadow banking.
Por ser um estrutura paralela aos mercados tradicionais, o shadow banking está sujeito a pouca ou
nenhuma regulação. Por, a atuação desse sistema pode colocar em risco todo o mercado global –
como já aconteceu durante a crise do subprime ocorrida no final da década de 2000.
O shadow banking, também conhecido em português como “sistema bancário sombra”, é um con-
junto de operações e intermediários financeiros que fornecem crédito em todo o sistema financei-
ro global de forma “informal”.
Ou seja, por meio de uma série de atividades paralelas ao sistema bancário, algumas instituições e
agentes conseguem realizar financiamentos de forma indireta, sem passar por nenhuma supervi-
são ou regulação.
Dentre os intermediários não-regulamentados que podem fazer parte do shadow banking estão os

A grande questão em relação ao shadow banking é a falta de fiscalização. Eles não sofrem com o
mesmo rigor imposto aos bancos tradicionais, algo que pode apresentar maiores riscos a todas as
partes envolvidas.
Vale destacar, a esse respeito, que o perímetro regulatório brasileiro é bastante abrangente e as
entidades identificadas no "shadow banking" já se encontram sob regulação e supervisão de auto-
ridades com jurisdição nacional, como a CVM. Ainda assim, o Banco Central, com sua Agenda BC#,
tem trabalhado tanto no sentido de identificar canais de "shadow banking", quanto no sentido de
regular
Em 2018, como vimos no capítulo anterior, o Banco Central regulou e passou a coletar informações
das fintechs de crédito (sociedades de crédito direto —SCD e sociedades de empréstimo entre pes-
soas— SEP); mas o total de crédito neste segmento ainda é pequeno em comparação ao total do
mercado.

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MÓDULO 02

2. MOEDA REAL E DIGITAL

ITENS DO EDITAL – 2021


8 — Funções da moeda.
9 — O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas.

2.1 O QUE SÃO?

2.1.1 MOEDA
Garantida por lei, a moeda é o objeto de uso geral, utilizado na troca de bens e serviços. Como fun-
ções principais da moeda,
1. Instrumento de troca;
2. Unidade de medida: a moeda tem capacidade de comparar e agregar o valor de mercadorias
diferentes;
3. Reserva de valores
Reserva de valor são aqueles ativos que têm a capacidade de preservar o seu poder de compra com
o passar do tempo, mesmo — ou principalmente — diante de crises e outros problemas. É, então,
uma forma de se proteger contra uma eventual desvalorização de outros ativos ou investimentos
A moeda não é a única possibilidade de reserva de valores da economia, já que ações e bens imó-
veis também podem ser considerados reserva monetária (e fazem parte da riqueza de um indiví-
duo)
Cada país possui o seu próprio Banco Central – principal intermediário bancário, que atua com o
monopólio de emissão de moeda e financia os demais bancos, recebendo depósitos, transferindo
fundos, emprestando capital para bancos comerciais etc.
O Banco Central é também o agente financeiro do governo, é o que possibilita o transporte de fundos,
venda e compra de títulos, administração do câmbio e reservas de divisas internacionais de um país

2.1.2 BLOCKCHAIN
É um sistema que permite rastrear o envio e recebimento de alguns tipos de informação pela inter-
net. São pedaços de código gerados online que carregam informações conectadas – como blocos
de dados que formam uma corrente.
Blockchain é a tecnologia que possibilitou a criação da bitcoin e de outras criptomoedas, como
Ether e Litecoin, mas ela pode ser usada para diversas outras aplicações.

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Todo bloco criado contém sua hash e a do bloco anterior, criando uma conexão entre os blocos.
É dessa ligação que surge o nome blockchain (corrente de blocos, em português).

Fonte: https://fintech.com.br/

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2.1.3 BITCOIN
Bitcoin é uma moeda virtual e descentralizada, ou seja, não é uma moeda física e nem controlada
por nenhum banco central. O Bitcoin é produzido de forma descentralizada por milhares de com-
putadores, mantidos por empresas que fornecem a capacidade de suas máquinas para a criação do
Bitcoin e validação de transações, em um processo chamado de mineração.
É uma moeda puramente digital (não existe fisicamente) que utiliza a tecnologia de criptografia
para manter as transações mais seguras e confiáveis. Ela é totalmente descentralizada, não possui
nenhuma autoridade central com poder sobre a criação/emissão dela. Sua oferta obedece a um
protocolo previamente estabelecido e conhecido. Serão 21 milhões de bitcoins, portanto, o que
determinará seu preço futuro será justamente a demanda
Para se considerar seguramente confirmada, uma transação leva em torno de 60 minutos, tempo
demais para esperar na hora de pagar um cafezinho, por exemplo.
você NÃO precisa comprar uma bitcoin inteira, ela é divisível por 100.000.000 de partes (sua unida-
de mínima é 1 satoshi, ou seja, 0,00000001 bitcoin), sendo que caso se julgue necessário poderiam
ser adicionados mais zeros após a vírgula para facilitar sua comercialização (convenção)
A bitcoin é verificada por toda a rede mundial através dos mineradores em alguns poucos minutos
(assunto que também será tratado mais a frente).

2.1.4 ESCASSEZ DAS MOEDAS

Existem hoje as moedas com lastro em algum ativo, as chamadas stablecoins, e as moedas sem las-
tro, que são as criptomoedas

2.2 CENÁRIO ATUAL


Para muitos criptomoedas é vista como investimento, para outros apenas mais um ativo que possi-
bilita especulação. A verdade é que para investir ou especular em bitcoin é necessário estar prepa-
rado para grandes volatilidades e riscos legais, pela falta ou precariedade de legislação.

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Olha essa tabela com as Criptomoedas com maior variação no primeiro semestre de 2021.

Legal não é? Mas tudo que sobe... pode cair. Olha o desempenho recente dessas criptomedas

Além das oscilações negativas, você está sujeito a perder todo seus investimentos, com um simples
ataque de hackers, como o exemplificado a seguir.

Direitos autorais reservados, proibída a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG 147
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A verdade é que investir em criptomedas é tentador, porque oferece oportunidades de ganhos ima-
gináveis. Mas, como disse anteriormente, tem que está preparado para fortes emoções. Vou colo-
car aqui o gráfico histórico das cotações de bitcoin para você dar uma analisada!

Contudo, O Brasil poderá ter uma moeda digital emitida pelo Banco Central (BC), como uma exten-
são da moeda física. O BC anunciou, hoje (24), em Brasília, as diretrizes para a criação da moeda no
país.
Em nota, a instituição disse que “tem promovido discussões internas e com seus pares internacio-
nais visando ao eventual desenvolvimento” da moeda. Segundo o BC, a moeda deve “acompanhar
o dinamismo da evolução tecnológica da economia brasileira”.
O coordenador dos trabalhos sobre a moeda digital do Banco Central, Fabio Araujo, explicou a moe-
da digital será diferente das criptomoedas. “Os criptoativos, como o Bitcoin, não detém as caracte-
rísticas de uma moeda mas sim de um ativo. A opinião do Banco Central sobre criptoativos continua
a mesma: esses são ativos arriscados, não regulados pelo Banco Central, e devem ser tratados com
cautela pelo público”, disse.
Ele acrescentou que a moeda será garantida pelo Banco Central e a instituição financeira vai apenas
guardar o dinheiro para o cliente que optar pela nova modalidade. (fonte: Agência Brasil)

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“O blockchain tem um elevado potencial de uso pelo setor financeiro. De fato, as instituições fi-
nanceiras brasileiras já começam a experimentar essa tecnologia, a exemplo da Rede Blockchain
do Sistema Financeiro Nacional (RBSFN), que permite a identificação e o compartilhamento de in-
formações sobre os dispositivos móveis utilizados no acesso aos serviços financeiros, para redução
de fraudes em operções financeiras. Outro exemplo é o de cooperativas de crédito, que tem planos
para usar o blockchain na conexão de caixas eletrônicos dos sistemas cooperativos.” (Roberto Cam-
pos Neto)
Conforme o presidente do BC, a moeda digital em estudo é uma moeda “com lastro na própria
moeda”, ou seja, no real. “Mas hoje temos mais perguntas do que respostas”, afirmou, ao tratar de
como funcionará a moeda digital no Brasil
Criptomoeda Importante destacar que, inicialmente, uma criptomoeda não detém as caracterís-
ticas de uma moeda – ou seja de meio de troca, de reserva de valor e de unidade de conta – mas,
sim, as características de ativo, por isso o BC prefere se referir a elas pelo termo criptoativo. Já a
CBDC, diferencia Fabio, “é uma nova forma de representação da moeda já emitida pela autoridade
monetária nacional, ou seja, faz parte da política monetária do país de emissão e conta com a ga-
rantia dada por essa política”.

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MÓDULO 03

ITENS DO EDITAL – 2021


10 — Marketplace.
11 — Correspondentes bancários.

3.1 MARKETPLACE
O marketplace remete a um conceito mais coletivo de vendas online. Nessa plataforma, diferentes
lojas podem anunciar seus produtos, dando ao cliente um leque de opções.
O conceito de marketplace não é novo. No Brasil, ele começou a ser implementado em 2012. Ago-
ra, muitas grandes empresas digitais já aderiram. Alguns exemplos são o B2W – fusão entre Lojas
Americanas e Submarino, a Livraria Saraiva e o Walmart.
Para os usuários, o marketplace representa mais praticidade. Afinal, ele pode ver, em um único site,
ofertas de vários vendedores. Assim, é possível comparar e escolher o melhor preço facilmente.
O Marketplace Banking age como um ecossistema, criado por um banco que possui vários fornece-
dores terceirizados, sendo que a característica mais distintiva desse modelo é que o cliente escolhe
somente as soluções dentro de um ‘pacote fechado’ de produtos de terceiros que foram organiza-
das pelo Marketplace Banking
Uma estratégia de Marketplace Banking pode ser uma boa solução no caso de novos bancos, já que
estes não possuem uma grande carteira de clientes inicialmente. Dessa forma, eles podem replicar
um modelo de serviços completos, só que por meio de terceiros, reduzindo assim seu tempo de
posicionamento no mercado e a quantidade de capital necessária para construir e escalar o banco.
O que tais bancos realizam então é a criação de um mercado que conecta sua solução de conta cor-
rente à oferta de terceiros com curadoria.

3.2 CORRESPONDENTES BANCÁRIOS


Os correspondentes são empresas contratadas por instituições financeiras e demais instituições
autorizadas pelo Banco Central para a prestação de serviços de atendimento aos clientes e usuários
dessas instituições. Entre os correspondentes mais conhecidos encontram-se as lotéricas e o banco
postal. As próprias instituições financeiras e demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central po-
dem ser contratadas como correspondente.
Depende do que tiver sido contratado com a instituição financeira. A regulamentação permite ofe-
recer os serviços listados abaixo:
1. Recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósitos à vista, a prazo
e de poupança mantidas pela instituição contratante;
2. Realização de recebimentos, pagamentos e transferências eletrônicas visando à movimentação
de contas de depósitos de titularidade de clientes mantidas pela instituição contratante;

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3. Recebimentos e pagamentos de qualquer natureza, e outras atividades decorrentes de contra-


tos e convênios de prestação de serviços mantidos pela instituição contratante com terceiros
(água, luz, telefone, etc);
4. Execução ativa e passiva de ordens de pagamento cursadas por intermédio da instituição con-
tratante por solicitação de clientes e usuários;
5. Recepção e encaminhamento de propostas referentes a operações de crédito e de arrenda-
mento mercantil de concessão da instituição contratante;
6. Recebimentos e pagamentos relacionados a letras de câmbio de aceite da instituição contra-
tante;
7. Recepção e encaminhamento de propostas de fornecimento de cartões de crédito de respon-
sabilidade da instituição contratante;
8. Serviços complementares de coleta de informações cadastrais e de documentação, bem como
controle e processamento de dados;
9. Realização de operações de câmbio de responsabilidade da instituição contratante, relativa-
mente a:
9.1 Compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem, bem
como carga de moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitadas ao valor equivalente a
US$3 mil dólares dos Estados Unidos por operação;
9.2 Execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa a transferência unilateral do ou
para o exterior limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos por
operação;
9.3 Recepção e encaminhamento de propostas de operações de câmbio.

Os correspondentes devem informar ao público sua condição de prestador de serviços à instituição


contratante, com descrição dos produtos e dos serviços oferecidos, os telefones dos serviços de
atendimento e de ouvidoria da instituição contratante.
O correspondente não pode efetuar qualquer cobrança por sua iniciativa. Somente as tarifas pre-
vistas na tabela da instituição contratante, elaborada de acordo com a regulamentação em vigor,
podem ser cobradas. Não pode ser cobrado do cliente qualquer outro valor pelo serviço prestado.
A contratação do correspondente é de responsabilidade da instituição financeira contratante. A
contratação de empresa para a prestação dos serviços acima referidos deve ser comunicada ao
Banco Central pela instituição contratante
A responsabilidade é da instituição que contratou o correspondente.
Os correspondentes devem informar ao público sua condição de prestador de serviços à instituição
contratante, com descrição dos produtos e serviços oferecidos, os telefones dos serviços de atendi-
mento e de ouvidoria da instituição financeira contratante, por meio de painel visível, mantido nos
locais onde seja prestado atendimento aos clientes e usuários, e por outras formas, caso necessário
para esclarecimento do público.

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O Banco Postal (Serviço Financeiro Postal Especial) é a marca utilizada pela Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos – ECT para a atuação, por meio de sua rede de atendimento, como correspon-
dente contratado de uma instituição financeira.

3.3 CORRESPODENTES E MARKETPLACE NO BANCO DO BRASIL

3.3.1 CORRESPONDENTE – MAIS BANCO DO BRASIL


A rede de Correspondentes Mais Banco do Brasil é formada por diversos estabelecimentos comer-
ciais como supermercados, drogarias, lojas, cartórios e cooperativas de crédito, que oferecem a
conveniência de estarem mais próximos de você e com horário de atendimento diferenciado.
São milhares de pontos de atendimento espalhados por todos o país, que realizam negócios e tran-
sações.
Pagamento e Recebimentos, Saques de conta corrente e poupança, Pagamentos de benefícios do
INSS, Títulos do Banco do Brasil e outros bancos, Recarga de Celular pré-pago, entre outros.
Importante: Em 18/11/2020, a parceria do Banco do Brasil com a Caixa Econômica Federal para
utilização das lotéricas e caixas eletrônicos compartilhados foi encerrada, fato divulgado em
15/10/2020.
O Banco do Brasil afirma que a expansão da Rede Mais BB já está ocorrendo e, em vários municí-
pios. Dos 1.226 municípios contemplados na expansão da Rede, 82% contam com correspondentes
substabelecidos ativos ou em processo de ativação. No entanto, o país possui mais de 5 mil muni-
cípios. Segundo o Banco, o BB “atua fortemente para que esses municípios tenham os pontos de
atendimento da Rede Mais BB ativos antes do encerramento do convênio”.
Abaixo coloquei uma tabela que possibilita enxergar a importância da capilaridade bancária, mes-
mo em época de transações digitais!

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3.3.2 MARKETPLACE – BB
Entre as instituições financeiras, o Banco Inter foi um dos pioneiros a criar um sistema de market-
place. Esse ano ele comunicou que sua a plataforma digital Inter Shop atingiu 1 bilhão de reais em
vendas geradas no marketplace, sendo que apenas em novembro foram transacionados cerca de
R$ 320 milhões.
De olho nesse mercado, o Banco do Brasil anunciou a oferta de um shopping virtual em que os clien-
tes poderão comprar diretamente no aplicativo do banco. Os usuários poderão comprar produtos e
serviços não financeiros. A compra acontece por meio de vouchers de empresas parceiras.
Entre os parceiros do Banco do Brasil para a oferta dos produtos e serviços, os clientes poderão
adquirir serviços de transporte individual, delivery de alimentos, streaming de músicas, lojas de
aplicativos, jogos educacionais, games e soluções empresariais.
Segundo a diretora de negócios digitais do Banco do Brasil, Paula Sayão, a instituição está sempre
em busca de soluções para ampliar e melhorar a experiência dos clientes. Além disso, ela cita que o
banco tem focado em serviços que sejam fáceis e simples de usar, sem burocracia.
Outra iniciativa do Banco do Brasil em modelo de marketplace é a disponibilização de uma platafor-
ma digital exclusiva para venda de propriedades rurais, a AgroBB.
O objetivo do banco, ao adotar o modelo de marketplace, é “fomentar a cadeia produtiva da
agroindústria e integrar suas linhas de negócios”. De acordo com o BB, a plataforma digital lançada
na quarta-feira (16), além de viabilizar a aquisição do imóvel, traz um link com acesso aos seus pro-
dutos e serviços. “Já estamos trabalhando também para que esses imóveis rurais sejam integrados
a soluções rápidas de seguro, pagamentos, linhas de crédito e vendas de maquinário, reafirmando
nosso protagonismo no ecossistema do agronegócio”, afirmou o vice-presidente Corporativo do BB,
Mauro Neto, em comunicado.
A carteira de ativos do BB é composta por imóveis rurais e comerciais recebidos em processos de
recuperação de dívidas, imóveis residências retomados do crédito imobiliário e imóveis liberados
do uso. De acordo com o banco, o portal utiliza, na concorrência pública, a tecnologia blockchain e
é uma plataforma completa de comercialização de imóveis, que oferece desde a consulta de imó-
veis disponíveis para venda, o envio de propostas, assinatura de contratos, até a transferência da
propriedade ao comprador, tudo online. (Agencia Brasil)

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MÓDULO 04

4. ARRANJOS DE PAGAMENTOS

ITENS DO EDITAL – 2021


12 — Arranjos de pagamentos.

4.1 O QUE SÃO?


Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de
determinado serviço de pagamento ao público. As regras do arranjo facilitam as transações finan-
ceiras que usam dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com dinheiro vivo entre duas pes-
soas que se conhecem, o arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É o que acontece
quando o cliente usa uma bandeira de cartão de crédito numa compra que só é possível porque o
vendedor aceita receber daquela bandeira.
Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos procedimentos utilizados para realizar compras com
cartões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional ou estrangeira. Os serviços de transfe-
rência e remessas de recursos também são arranjos de pagamentos
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões
private label – emitidos por grandes varejistas e que só podem ser usados no estabelecimento que
o emitiu ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos à supervisão do BC os arranjos para
pagamento de serviços públicos (como provisão de água, energia elétrica e gás) ou carregamento
de cartões pré-pagos de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, ainda, os cartões de
vale-refeição e vale-alimentação.
Esse slide, retirado de uma app do Banco Central, ilustra bem o papel de um arranjo de pagamento.

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4.2 MERCADO ATUAL


Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões
private label – emitidos por grandes varejistas e que só podem ser usados no estabelecimento que
o emitiu ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos à supervisão do BC os arranjos para
pagamento de serviços públicos (como provisão de água, energia elétrica e gás) ou carregamento
de cartões pré-pagos de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, ainda, os cartões de
vale-refeição e vale-alimentação.
A regulamentação vigente prevê a existência de arranjos de pagamentos que, por possuírem volu-
mes reduzidos de transações ou por apresentarem um propósito limitado de uso (vide Circular nº
3.682/2013, art. 2º), não oferecem risco ao normal funcionamento das transações de varejo no país.
Esses arranjos de pagamento, classificados como "não integrantes do SPB", prescindem de autoriza-
ção do Banco Central do Brasil para funcionamento, o que confere maior espaço para inovação.
Os arranjos de pagamento que se enquadrarem em um ou outro critério abaixo são classificados
como não integrantes do SPB.
Banco Central (BC) afirmou ter concedido nesta terça-feira (30) a autorização para implementação
do programa de pagamentos vinculado ao WhatsApp. Com isso, o aplicativo de mensagens pode ser
usado para realizar transferências e pagamentos entre seus usuários, sejam eles pessoas físicas ou
empresas. A aprovação vale para transações que envolvam as empresas Visa e Mastercard no Brasil
O WhatsApp se encaixa como um iniciador de pagamento (Pisp). Essa figura foi aprovada pelo BC
dentro do Open Banking, conjunto de regras e tecnologias que permite o compartilhamento de
dados e serviços de clientes entre instituições financeiras, por meio da integração de seus sistemas.
“O BC acredita que as autorizações concedidas poderão abrir novas perspectivas de redução de
custos para os usuários de serviços de pagamentos”, informou o Banco Central no comunicado en-
viado ao InfoMoney. A autarquia ressaltou que as autorizações desta terça-feira não incluem pedi-
dos para funcionamento do Facebook Pay, que seguem em análise no BC.
Com o serviço de pagamentos no WhatsApp, é fácil enviar e receber dinheiro de seus amigos e
familiares com rapidez e segurança. Em breve, também será possível enviar pagamentos para em-
presas.
Para usar esse serviço, você precisa adicionar um cartão pré-pago, um cartão de débito ou um car-
tão múltiplo com a função débito emitido por um dos bancos ou parceiros participantes.
Se você ainda não tem uma conta, toque ou clique em um dos links abaixo parar criar uma conta
com um de nossos parceiros. As bandeiras disponíveis estão listadas ao lado do nome do banco:
• Banco do Brasil: Visa
• Banco Inter: Mastercard
• Bradesco: Visa
• Itaú: Mastercard
• Mercado Pago: Visa
• Next: Visa
• Nubank: Mastercard
• Santander: Mastercard
• Sicredi: Mastercard e Visa
• Woop, a conta digital da Sicredi: Visa

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MÓDULO 05

5. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DO SISTEMA FINANCEIRO

ITENS DO EDITAL – 2021


4 — Open banking.
13 — Sistema de pagamentos instantâneos (PIX).
14 — Segmentação e interações digitais.
15 — Transformação digital no Sistema Financeiro.

5.1 SISTEMA DE PAGAMENTO INSTANTÂNEO – PIX


O Pix é a solução de pagamento instantâneo, criada e gerida pelo Banco Central do Brasil (BC), que
proporciona a realização de transferências e de pagamentos. O Pix é concluído em poucos segun-
dos, inclusive em relação à disponibilização dos recursos para o recebedor.
O Pix é um meio de pagamento assim como boleto, TED, DOC, transferências entre contas de uma
mesma instituição e cartões de pagamento (débito, crédito e pré-pago).
A diferença é que o Pix permite que qualquer tipo de transferência e de pagamento seja realizada
em qualquer dia, incluindo fins de semana e feriados, e em qualquer hora.
O Pix usa estrutura tecnológica centralizada, não utiliza blockchain, na qual a comunicação entre os
diversos participantes e o BC é realizada por meio de mensageria.
A segurança faz parte do desenho do Pix desde seu princípio, e é priorizada em todos os aspectos
do ecossistema, inclusive em relação às transações, às informações pessoais e ao combate à fraude
e lavagem de dinheiro. Os requisitos de disponibilidade, confidencialidade, integridade e autenti-
cidade das informações foram cuidadosamente estudados e diversos controles foram implantados
para garantir alto nível de segurança.

Chaves PIX
A chave é um 'apelido' utilizado para identificar sua conta. Ela representa o endereço da sua conta
no Pix. Os quatro tipos de chaves Pix que você pode utilizar são:
1. CPF/CNPJ;
2. E-mail;
3. Número de telefone celular; ou
4. Chave aleatória.

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A chave vincula uma dessas informações básicas às informações completas que identificam a conta
transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agên-
cia, número da conta e tipo de conta).
Cada conta de pessoa física pode ter até 5 chaves vinculadas à ela, independentemente da quanti-
dade de titulares. Ou seja, se a conta for individual ou conjunta, ela poderá ter, no máximo, 5 cha-
ves Pix. Já no caso de pessoa jurídica, o máximo é de 20 chaves por conta
Você pode usar chaves distintas para vincular as diferentes contas transacionais. Por exemplo, usar
o número de telefone celular vinculado à conta corrente da instituição X, usar o CPF vinculado à
conta poupança da instituição Y, usar o e-mail vinculado à conta de pagamento da instituição Z, etc.
Contudo, não é possível vincular uma mesma chave a mais de uma conta.

Tarifas PIX

Limite de transações:
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. Isso quer dizer que você pode fa-
zer transações a partir de R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entretanto,
as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites máximos de valor baseados em crité-
rios de mitigação de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
ciamento do terrorismo. Os usuários podem solicitar ajustes nos limites estabelecidos, devendo a
instituição acatar imediatamente a solicitação caso o pedido seja para redução de valor.

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Novidades PIX
1. Inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis por Pix;
2. Possibilidade de devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada
suspeita de fraude ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes;
3. Pix Saque, para dar ao consumidor mais uma opção de obtenção de dinheiro em espécie e para
facilitar a gestão de caixa do lojista;
4. Pix por aproximação, para dar mais facilidade e conveniência na iniciação de um Pix e para
atender casos de uso específicos;
5. Iniciador de pagamentos no Pix, com desenvolvimentos que seguirão o cronograma estabeleci-
do no Open Banking, para permitir que os iniciadores possam ser participantes do Pix agregan-
do ainda mais competição ao arranjo;
6. QR Code pagador, que viabilizará a realização de Pix mesmo quando o pagador estiver off-line,
ampliando o acesso da sociedade ao Pix;
7. Pix Cobrança para pagamentos com vencimentos em data futura, podendo incluir juros, mul-
tas, acréscimos, descontos e outros abatimentos e, ainda, a integração via padronização de
arquivo de remessa e retorno para viabilizar gestão de cobranças em lote. Ainda no âmbito do
Pix Cobrança, o início do desenvolvimento da duplicata no Pix que permitirá a antecipação de
cobranças do Pix.

Diferença de PIX x TED

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Evolução das transações PIX

O gráfico a seguir compara as transações realizadas por PIX (em verde) com TED e DOC (em azul)

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5.2 OPEN BANKING


O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, é a possibilidade de clientes de produtos e servi-
ços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições
autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes
plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente.

Soluções que poderão ser desenvolvidas à partir do open banking

Benefícios:
Mais competição: com acesso aos dados dos usuários, instituições participantes poderão fazer
ofertas de produtos e serviços para clientes de seus concorrentes, com benefícios para o consumi-
dor, que poderá obter tarifas mais baixas e condições mais vantajosas.
Melhor experiência no uso de produtos e serviços financeiros: torna possível, ainda, que as insti-
tuições participantes ofereçam soluções que facilitam às pessoas controlarem suas vidas financei-
ras. Quem, por exemplo, possui mais de uma conta bancária ou tem conta em um banco e emprés-
timo em outro, poderá ver todas as suas informações em um único local.

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4 pilares do Open Banking

5.2.1 FASES DO OPEN BANKING:

Fase 1 (1º de fevereiro de 2021)


Open Data padronizado das instituições financeiras: as informações sobre canais de atendimento
e produtos e serviços devem ser disponibilizadas, incluindo as taxas e tarifas de cada item ofertado.

Fase 2 (15 de julho de 2021)


Compartilhamento de dados do consumidor: você poderá compartilhar seus dados (cadastros,
transações em conta, informações sobre cartões e operações de crédito) com as instituições de sua
preferência. Tudo feito por meio de consentimento, que pode ser revogado a qualquer momento.

Fase 3 (30 de agosto de 2021)


Serviços à escolha do consumidor: acesso a serviços financeiros como pagamentos e encaminha-
mento de propostas de crédito, sem a necessidade de acessar os canais das instituições financeiras
com as quais você já tem relacionamento.

Fase 4 (15 de dezembro de 2021)


Ampliação de dados, produtos e serviços: inclusão de novos dados que poderão ser compartilha-
dos, além de novos produtos e serviços, tais como contratação de operações de câmbio, investi-
mentos, seguros e previdência privada.

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