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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Interpretação De Texto
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de tex-
tos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em
provas relacionadas a concursos públicos.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relaci-
onadas a textos.
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informa-
ção que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do
conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacio-
namento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e anali-
sada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
EXEMPLO
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
d) Capacidade de raciocínio.
Interpretar X Compreender
Erros de Interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes
são:
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimen-
to prévio do tema quer pela imaginação.
b) Redução
c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas
e, consequentemente, errando a questão.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam,
mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR
DIZ e nada mais.
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai
dizer e o que já foi dito.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pro-
nome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu ante-
cedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semânti-
co, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz
erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo ade-
quado a cada circunstância, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase.
Quem (pessoa)
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Como (modo)
onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante)
exemplo:
Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de
texto
Quantas vezes você já leu um texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e,
mesmo assim, ainda ficou com um nó na cabeça? Eu mesma já fiquei assim muitas vezes! Pensando
nisso, listamos 4 técnicas para fazer de você um mestre na interpretação! Depois disso, vai ficar fácil
entender até os mais complexos manuais de instrução (ok, talvez nem tanto, mas você vai arrebentar
no vestibular!).
Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira
abaixo:
Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom
nível de leituras.
Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu
uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra
isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tem-
po o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.
2) Faça paráfrases
Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras
dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando
para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.
– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação
com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção,
justificando o porquê.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
3) Leia no Papel
Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um
tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que
aqueles que leram a mesma história em papel.
Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou
controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e
reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que apren-
demos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro,
fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi prova-
do também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.
Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificul-
dades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um
mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma
linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página)
para lembrar de informações chave de um livro.
Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se
adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler
mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de
entender textos longos.
Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links
e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading”
(em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minu-
tos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler.
Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da
leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!
a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios
sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do
3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assun-
to, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.
b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informa-
ções novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informa-
ção nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu en-
tendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a
explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.
c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compre-
endê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então
o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto.
Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.
Opa, tudo bem? Como vai a vida? Hoje é um dia lindo para aprendermos a estudar interpretação de
textos, não acha? :)
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Você pensa que domina essa matéria e que está tudo bem se ela for deixada de lado, até que PÁ:
tira uma nota RIDÍCULA em português e, justamente, percebe que errou a maioria das questões de
interpretação ou de gramática aplicada ao texto. Ou você realmente é muito ruim interpretando as
coisas mesmo.
Tenho um grave problema com português, especialmente interpretação de texto. Meu desempenho
nunca é regular, sempre sendo 8 ou 80 ( quando vou bem tenho a sensação que pode ser mais no
chute do que racional).
Minha bronca é especificamente com o CESPE. Então, você teria alguma dica, material ou técnica de
estudo para eu quebrar essa barreira com a Língua Portuguesa?
Alright, then! Tá beleza, então! Vamos aprender interpretação e mandar a banca para o beleléu.
1. Leia mais (eu sei que é clichê, então vou te dar alternativas bacanas)
Quem não lê mal ouve, mal fala, mal vê. (Monteiro Lobato)
O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler.
(Mark Twain)
Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come. (Victor Hugo)
Se você quiser interpretar melhor, você deve ter O QUE INTERPRETAR. Sabe, não adianta ficar
querendo tapar o sol com a peneira e pedir para divindades que tudo dê certo. Querer todo mundo
quer. Você tem que ter seu algo a mais, aqui. Leia.
Não, você não odeia LER. Você odeia ler, sei lá, os livros que as pessoas em geral leem, ou aqueles
livros chatos que os professores da escola indicam/indicavam. Machado de Assis? Blergh! Olavo
Bilac? Parnasiano aguado! Manuel Bandeira? No, no, please!
É claro, então, que você odeia ler o que você odeia ler. Para fugir disso e melhorar sua interpretação
de textos, leia o que você achar delicioso. Vou te mostrar algumas boas opções para fugir do lugar-
comum.
Histórias Em Quadrinhos
Eu aprendi a ler com Turma da Mônica. Consegui interpretar desde cedo que o Cebolinha falava
“elado” porque ele era uma criança ainda aprendendo a falar com mais dificuldades do que as outras
crianças.
Sites de fofocas
Exemplo: Papel Pop: os sites de fofocas colocam duplo sentido em um milhão de textos, e isso é
fantástico para você. Toda vez que você não entender alguma coisa, pergunte-se: o que será que o
autor do texto quis dizer com isso? Você começa entendendo frases simples nesse tipo de site e
acaba conseguindo interpretar textos em provas de concursos. How great is that? Isso é muito legal,
né não? :)
Não é por acaso que Stranger Things é uma das séries originais da Netflix mais adoradas da atuali-
dade. Ela tem um ingrediente fascinante para qualquer pessoa de qualquer idade no mundo inteiro:
crianças pré-adolescentes ou adolescentes enfrentando coisas mais fortes do que elas. Come on.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Fala sério. Esse roteiro não é novo: existe em Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, E.
T., Sexto Sentido, Guerra dos Tronos (sim! Geral se interessou por Guerra dos Tronos por causa do
Jon, da Dany, da Arya, da Sansa, do Jofrey, do Bran…) todo mundo adora uma creepy child (criança
esquisita), e os livros relacionados a elas são do tipo que você começa pela manhã e só termina
quando chega à última página.
Letras de Músicas
Você está a fim de decorar uma nova música? Pegue a letra dela, não tente decorar somente pela
cantoria da pessoa. Além de treinar sua interpretação, você treinará sua memória (é mais fácil deco-
rar uma letra entendendo o sentido dela).
Eu já ouvi um incontável número de pessoas cantando músicas que não condiziam com a letra origi-
nal, trocando totalmente o sentido da coisa. Isso acontece por dois motivos simples:
1. O som da música não permite que as pessoas entendam direito o que se fala; e
Não faz sentido, em um contexto comum, rolar um blues na madrugada e trocar de biquíni sem parar
ao mesmo tempo!
Outra:
Faz sentido você estar em uma festinha belezera, conhecer alguém e perguntar as coisas em Holan-
dês? Só na Holanda, né?
E há vááários outros exemplos! Amar a pé, amar a pé… (amar até, amar até); Ôh Macaco cidadão,
macaco da civilização… (Ôh pacato cidadão); Leste, oeste solidão… (S.O.S. solidão); São tantas
avenidas… (São tantas já vividas); e assim vai hehehe!
A dica que fica é: o que você interpretou não fez sentido? Então procure ENTENDER o que vo-
cê ouviu! Fazendo isso, você conseguirá conectar os fatos muito melhor e até memorizar mais rápido.
Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.
Eu vou repetir.
Em Interpretação, as palavras não são soltas, então não as trate como se estivessem ali sozinhas.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Você ouve “trocando” “de” “biquíni” “sem” “parar”. Só que, se você junta tudo isso, o troço não vai
fazer sentido algum! Não trate as palavras como se elas fossem alone in the dark (sozinhas no escu-
ro).
Frases de motivação são umas lindas. Além de ensinar tudo sobre mindset(mentalidade de aprova-
dos) elas são ótimas professoras de interpretação. Veja os exemplos que eu trouxe (logo abaixo, há
os significados das frases, caso você ainda esteja com a interpretação em baixa):
Perfeição é uma palavra capciosa. Ela denota algo positivo, mas leva a resultados negativos.
Na busca pela perfeição ao estudarmos para concursos públicos, acabamos por perder tempo de-
mais com assuntos que não nos levarão a nada (aliás, essa é a minha grande lição no Ritmo de Es-
tudos, o meu curso oficial – eu ensino a excluir conteúdo que não interessa).
Perfeição é uma grande inimiga do resultado. Enquanto a maioria entra em concursos públicos pen-
sando que deve estudar todo o edital de uma mesma maneira, sem colocar os devidos pesos, poucos
são os que realmente conseguem grandes notas por terem sido mais espertos.
Essa frase é de George Eliot. O sr. Eliot mal saberia que muitos anos após sua morte, em um pa-
ís far, far away, grupos de concurseiros falariam coisas como:
Todos os dias eu recebo mensagens de pessoas que têm algum motivo sem noção para desistir (ou
para não entrar em ação). A idade é um dos campeões do desculpismo.
A verdade, entretanto, é só uma: ficar na inércia é que não vai trazer resultados a ninguém.
Colonel Sanders chegou a pensar no suicídio aos 65 anos de idade. Quando começou a escrever sua
carta de adeus, decidiu falar tudo o que faria diferente para que sua vida tivesse seguido o rumo que
ele sempre quis. Ao invés de se matar, Sanders começou a vender sua própria receita de frango frito
de porta em porta. Aos 88 anos, o fundador do Kentucky Fried Chicken (KFC), nos Estados Unidos,
tornou-se um bilionário.
Como fangirl da Apple, eu não poderia deixar de citar uma do Steve Jobs.
Nos concursos públicos, chegará um momento em que você achará que já sabe demais. Até você
passar, você perceberá, entretanto, que precisa sempre de honestidade para entender que não sabe
de tudo, e sempre deve correr atrás de mais e mais conhecimento.
E isso vale para depois que passar, também. Do contrário, você será daquele tipo de concursado
aposentado: morre aos 25 e só é enterrado aos 85.
Napoleon Hill estava no ápice da genialidade quando disso isso. Se você consegue ENTENDER al-
guma coisa, você consegue fazer essa coisa. Se você consegue entender o processo de passar em
concursos públicos, você conseguirá passar muito mais rápido.
Por fim, mas não menos importante: você só aprenderá a interpretar se você aplicar todas as dicas
que eu dei (e darei) neste artigo. Conhecimento só é válido quando se consegue agir sobre ele.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Existem milhares de outras frases de motivação por aí. Faça uma por dia. E, claro, interprete cada
uma delas.
Existe um livro em inglês chamado Happy for No Reason (Feliz sem Ter Motivo), da autora Marci
Shimoff. De acordo com Shimoff, existem as pessoas que não são felizes, existem as pessoas que
são felizes por algum motivo (geralmente por estarem com outras pessoas) e existem as pessoas que
são felizes sem ter motivo.
No primeiro caso, de acordo com a autora, as pessoas estão em um estágio de depressão profunda;
no segundo caso, as pessoas estão felizes, mas, como estão felizes por um MOTIVO, esse motivo
pode ser retirado delas; e no terceiro caso as pessoas são felizes apenas por ser (entretanto, poucas
conseguem chegar lá).
Um dos casos em que as pessoas buscam a felicidade por um motivo (aquela que pode ser tirada
delas) é o da má interpretação. A pessoa se martiriza internamente por uma frase que pegou fora de
contexto, ou cria algum tipo de raiva por algo que ouviu falar por terceiros, e a infelicidade a encontra.
Por isso, interpretar o que ocorre em sua vida dentro de um contexto lógico também te ajudará em
provas de concursos públicos.
Em 90% dos casos, você perceberá que não é pessoal, e isso não será problema seu. Nos outros
10% (se for pessoal), o problema também não é seu.
Querendo ou não, interpretar textos também significa aprender a Língua Portuguesa. Saber qual é o
sujeito, qual é o advérbio, qual é o objeto indireto poderá te salvar de várias situações ruins.
O lance é que a gramática pura (por si só) não te ajudará em basicamente nada se você não conse-
guir aplicá-la. E aprender gramática consiste no seguinte:
Um erro comum é pensar demais. Depois de muito treino (com todas as outras dicas), você estará
com a preparação em nível avançado na interpretação de textos.
Daí, chega o momento da prova e você começa a querer pensar demais: “e se não for realmente
isso? E se for um peguinha? E se? E se?”.
Para evitar que isso aconteça, só existe um remédio: fazer muitas provas de interpretação de textos,
e de preferência da banca que fará seu certame. Eu não estou falando de fazer duas, três provas. Eu
estou falando de 20, 30 provas, cada uma com 15, 20 questões, cada uma com 3, 4 textos. Lembre-
se: permaneça ignorante. Permaneça com fome.
Uma boa interpretação de texto é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, por isso
elaboramos algumas dicas preciosas para auxiliar você nos seus estudos.
Você tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for sim, não se desespere, você
não é o único a sofrer com esse problema que afeta muitos leitores.
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o de-
senvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de
nós inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma
boa comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
analogias e criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos al-
gumas dicas para você seguir e tirar suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos
de contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, des-
cuidamo-nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufici-
ente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois, uma se-
gunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente.
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos fra-
sais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira
aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos concei-
tos.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumenta-
tivos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na
superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e ines-
pecíficas.
Quem lê com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler
com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma
boa leitura e bons estudos!
Interpretação de Texto: veja os principais pontos nos quais você deve focar durante a leitura dos tex-
tos nas provas do Enem, dos vestibulares e do Encceja. Revise como interpretar um texto, e mande
bem nos Exames!
Saber ler e interpretar um texto é o primeiro passo na resolução de qualquer questão do Enem. A
compreensão do enunciado é uma chave essencial para iniciar a resolução dos problemas.
Por isso mesmo o tema da Interpretação de Texto é o que mais cai no Enem e nos Vestibulares. Aqui
vão algumas dicas que podem facilitar a compreensão e tornar o ato de interpretar um texto mais
rápido e eficaz.
A primeira coisa que deve ser feita na Interpretação de texto é decompor o texto em suas “ideias bá-
sicas”. Qual é o foco do texto e quais são os principais conceitos definidos pelo autor. Esta operação
fará com que o significado do texto “salte aos olhos” do leitor. É assim que se estuda interpretação de
texto para o Enem.
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante aos estudos sobre a for-
mação da personalidade humana”.
Sigmund Freud (1859 – 1939) conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da psique
humana: o inconsciente e subconsciente. Começou estudando casos clínicos de comportamentos
anômalos ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração com os colegas Joseph Breuer e
Martin Charcot (Estudos sobre a histeria, 1895).
Insatisfeito com os resultados obtidos pelo hipnotismo inventou o método que até hoje é usado pela
psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias e de sentimentos, estimuladas pelo terapeuta por
palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das perturbações mentais.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da lin-
guagem onírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos
na fase de vigília.
“Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.” (Salvatore D’Onofrio). IDEIAS – NÚCLEO. Veja a
seguir o Passo inicial da Interpretação de Texto
O autor do texto afirma, inicialmente, que Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
mais profundos da personalidade humana, o inconsciente e subconsciente.
A segunda ideia – núcleo mostra que Freud deu início à sua pesquisa estudando os comportamentos
humanos anormais ou doentios por meio da hipnose. Insatisfeito com esse método criou o das “livres
associações de ideias e de sentimentos”.
* “Para este caminho de regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou especialmente da língua
gemonírica dos pacientes, considerando os sonhos como compensação dos desejos insatisfeitos na
fase de vigília”.
Aqui, está explicitado que a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio da compreensão
dos sonhos, que seriam uma linguagem metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do
dia a dia. É assim, passo a passo, que você faz a interpretação de texto.
* “Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi à apresentação
da tese de que toda neurose é de origem sexual.”.
Conclusão: Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a sociedade de seu tempo, afirmando a
novidade de que todo o trauma psicológico é de origem sexual.
A finalidade deste exemplo foi de mostrar como captar o foco central na interpretação do texto e cap-
tar a ideia transmitida pelo autor de forma sagaz. O ideal, na hora de interpretar um texto, é fazer uma
leitura dinâmica, a fim de captar sua ideia principal, para depois ler novamente para que possa ser
feita uma análise mais a fundo do mesmo.
Ler e interpretar um texto parece muito simples, e de fatoé. Mas, existem os segredos da Interpreta-
ção de Texto nas provas do Enem e similares. Foram estes segredos que você aprendeu nesta aula.
Provavelmente, você já errou algum exercício quando sabia o conteúdo da questão. A decepção
quando a gente erra uma questão por besteira é enorme, né?
A interpretação afeta o nosso relacionamento com amigos, familiares, colegas e professores. E tam-
bém a diversão ao assistir a um filme, ouvir uma música, ver uma série…
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
As próximas dicas tem a intenção de melhorar a sua capacidade interpretativa para as provas e tam-
bém para o dia a dia.
Gráficos e tabelas caem com muita frequência no Enem, nos vestibulares e concursos públicos. Além
dos processos seletivos, eles também são bastante utilizados por jornais e pelo mercado de trabalho.
Entendê-los pode não ser fácil, mas não desista. Muitas vezes, ao se deparar com esse tipo de dado
em um exercício, a gente coloca barreiras como “não sei, sou de Humanas“. Mas não deve ser assim
Quando você aprender como eles funcionam, vai ser cada vez mais fácil fazer a interpretação desse
tipo de texto.
Com o passar do tempo (e depois de praticar bastante), é possível que você comece a gostar de criar
gráficos e tabelas. Eles são uma maneira prática de resumir um conjunto de informações importantes.
Obs: Você percebeu que recomendei uma aula de Português e outra de Matemática para aprender
gráficos? Esse conteúdo é frequente em questões interdisciplinares, incluindo a redação.
A ordem direta é a que organiza as palavras da seguinte forma: sujeito + predicado + complemento
Esse é o jeito objetivo de entender uma oração. Faça o exercício de reorganizar as orações que es-
tão na ordem indireta, principalmente os enunciados das questões.
Preste atenção a todos os tipos de texto (como infográficos, gráficos, tabelas, imagens, citações e
poemas).
Circule os nomes dos autores, livro e ano de publicação nas referências do texto. Tais detalhes talvez
revelem o tema da questão e até mesmo a resposta.
Basta olhar as referências para saber que o texto acima é relacionado aos Direitos Humanos, apro-
ximadamente sobre 2016.
Olhando o título, vejo que ele é sobre intolerância religiosa. Depois de analisar o infográfico e o gráfi-
co, tenho uma ideia das principais religiões discriminadas e da evolução da violência de 2013 a 2014.
Talvez eu não saiba que a liberdade para expressar a religião é um dos Direitos Humanos. Mas a
referência me ajuda a saber que existe uma relação entre os direitos humanos e a intolerância religi-
osa no Brasil (título do texto).
Provavelmente você já viu memes ou menes nas redes sociais. Para entender o que significam, é
preciso interpretar, no mínimo, a relação entre dois elementos, que podem ou não estar na imagem.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
No primeiro post, você precisa saber colocação pronominal segundo a norma culta e saber como são
entrevistas de emprego para entender a referência. No segundo post, deve conhecer o que é um
elétron e a marca Ricardo Eletro.
Para praticar, experimente anotar em um papel o que é engraçado no post e quais são os elementos
que causam esse efeito de sentido.
Depois de um hora fazendo uma leitura densa, ficamos cansados. Precisamos ter resistência para
não fazer análises equivocadas dos textos. Uma das formas de desenvolver a resistência é se acos-
tumar a compreender textos longos.
Procure fontes relevantes para os assuntos que você estuda no dia a dia. As provas do Enem, além
de serem úteis para praticar e simular a avaliação deste ano, podem ajudar a acostumar com a leitura
desse tipo de texto.
Vale lembrar que a maneira que a gente lê um texto impresso e na tela do celular ou computador é
diferente. Se você irá fazer provas impressas, prefira ler textos assim.
6. Compreenda Músicas
As músicas estão presentes no nosso dia a dia e utilizam muitas figuras de linguagem (a gente expli-
ca as principais neste outro artigo).
Depois de escutar uma música de que você gosta, reflita sobre a letra. O que o autor quis dizer com
ela? Pesquise a letra e tente interpretar o significado de cada estrofe.
7. Leia Tirinhas
O Enem costuma avaliar habilidades importantes na vida prática. Tirinhas são facilmente encontra-
das, são uma leitura leve, divertida e sempre precisam de interpretação.
Muitas vezes elas expõem algum problema social, histórico, ou tem uma crítica implícita.
Escolha uma ou duas palavras que resumam o que você leu nos trechos menores, para se lembrar
depois.
Em seguida, procure relações entre o que você acabou de ler. Por exemplo: de oposição, causa e
consequência, adição.
Fazemos o procedimento acima para classificar orações subordinadas, mas ele também pode ser útil
para a interpretação como um todo.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
9. Use Um Dicionário
Quando estiver lendo em casa, tenha um dicionário por perto e pesquise o que não entender. Só
assim vai ser possível interpretar depois.
Para memorizar, anote as palavras que você descobriu o que significam em um caderninho. Elas
poderão ser úteis para resolver exercícios e também para a redação.
Algumas obras literárias utilizam palavras antigas e de difícil entendimento. Vale lembrar que existem
vestibulares que apresentam pequenos glossários nas questões. Então não dê muita atenção aos
termos arcaicos na hora da leitura.
Todos nós já passamos por alguma situação confusa, que não fez muito sentido. Pode ser na hora de
resolver uma lista de exercícios ou em uma conversa com seus parentes, por exemplo.
Quando isso acontece, pode ser porque você não conseguiu interpretar corretamente. Então é útil
procurar ajuda em um dicionário, videoaula ou no Google.
Reescreva o que você acabou de ler de maneira resumida e utilizando sinônimos. Se preferir, escre-
va em tópicos.
O objetivo desta dica é ter certeza de que você interpretou o texto e também consegue explicar de
maneira simples.
Interpretação De Textos
A interpretação de textos é um exercício que requer técnica e dedicação. Existem algumas dicas que
ajudam o leitor a aprimorar a compreensão dos mais variados gêneros textuais.
Letrado não é aquele que decodifica uma mensagem: letrado é o indivíduo que lê e compreende o
que lê.
No Brasil, infelizmente, grande parcela da população sofre com o analfabetismo funcional, que nada
mais é do que a incapacidade que um leitor tem de compreender textos — inclusive os textos mais
simples — de gêneros muito acessados no cotidiano.
O analfabeto funcional não transforma em conhecimento aquilo que lê, pois sua capacidade de inter-
pretação textual é reduzida.
Ao contrário do que muitos pensam, o problema atinge pessoas com os mais variados níveis de esco-
laridade, e não apenas aqueles cuja exposição ao estudo sistematizado foi reduzida.
Para que você possa aprimorar sua capacidade de interpretação, o sítio de Português elaborou al-
gumas dicas que vão te ajudar a alcançar uma leitura proficiente, livre de quaisquer mal-entendidos.
Boa leitura e bons estudos!
Sabemos que nem sempre é possível ter a tranquilidade desejada para estudar, ainda mais quando
somos obrigados a conciliar várias atribuições em nossa rotina, mas sempre que possível, fique livre
de interferências externas e escolha ambientes adequados para a leitura.
Um ambiente adequado é aquele que oferece silêncio e algum conforto, afinal de contas, esses fato-
res influenciam de maneira positiva os estudos.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Quem nunca precisou interromper a leitura diante de um vocábulo desconhecido? Essa é uma situa-
ção corriqueira, mesmo porque o léxico da língua portuguesa é extenso. É claro que desconhecer o
significado de algumas palavras pode atrapalhar a interpretação textual, por isso, o ideal é que você,
diante de um entrave linguístico, consulte um bom dicionário.
Na impossibilidade de consultar um dicionário, anote a palavra para uma consulta posterior. É assim
que um bom vocabulário é construído, e acredite: ele sempre estará em construção, pois estamos
constantemente em aprendizado.
Sabemos que a tecnologia nos oferece diversos suportes que facilitam e democratizam a leitura e
que os livros digitais são uma realidade. Contudo, sempre que possível, opte por livros ou documen-
tos físicos, isto é, impressos.
O papel oferece a oportunidade de ser rabiscado, nele podemos fazer anotações de maneira rápida e
prática, além de ser a melhor opção para quem tem dificuldades de interpretação textual.
Explicações Preliminares
Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Impor-
tante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os
itens abaixo.
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas
telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção,
tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar.
2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios
de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedica-
da a isso.)
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos
oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e
seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar res-
ponder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê- lo como um todo, e
isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada
leitura, novas idéias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois
tente resolver as questões propostas.
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determi-
nado trecho) ou referir-se ao conjunto, às idéias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto
mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a
agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determi-
nada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa
pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi
dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.
II) Paráfrase
1) Emprego de sinônimos.
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados. Conquanto retornasse cedo, deixava os
genitores preocupados.
Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema. Paulo e Antônio já saíram.
Aquele foi ao colégio; este, ao cinema. Aquele = Paulo este = Antônio
Ex.: É necessário que todos colaborem. É necessária a colaboração de todos. Quero o respeito do
grupo. Quero que o grupo me respeite.
Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante. Desejávamos missão mais deli-
cada e importante.
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou quatro me-
ses de investigação. Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro
meses de pesquisa, seria esquecido.
Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa) Uma roseira foi plantada pela mulher em
seu jardim. (voz passiva analítica)
Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase),
haverá duas mudanças possíveis.
Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa) Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)
8) Troca de discurso
Ex.: Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho. (discurso direto) Na-
quela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho. (discurso indireto)
9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e vice-versa
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano. O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.
Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu. O homem urbano não conhece a lingua-
gem celeste.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Tipologia Textual
1. Narração
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos
cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo
predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A
classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Nu-
ma abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de
anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer
uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que
se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do
objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
3.1 Dissertação-Exposição
3.1 Dissertação-Argumentação
4. Injunção / Instrucional
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do pre-
sente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem
ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex:
recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que
existe também o tipo predição.
5. Predição
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por
ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previ-
sões escatológicas/apocalípticas.
OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada
mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve persona-
gens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo
(assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Dialogal / Conversacional
Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista,
conversa telefônica, chat, etc.
Gêneros textuais
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos.
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com carac-
terísticas comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações
específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa
sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo
então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:
Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se
trata de "carta pessoal", a presença de aspectosnarrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é
mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente necessi-
dade de o exporao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais utilizados.
Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo einjuntivo que tem
por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para pre-
parar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no impera-
tivo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo
a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.
Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em
um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Ca-
racterísticas do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamen-
te descritos.
Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua grande maioria.
Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em es-
trofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais
frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o conteú-
do capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode
ser considerado como poético. Assim, quando aplica-se a poesia ao gênero <poema>, resulta-se em
um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou
um filme podem ser assim considerados).
Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as
rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se
repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A
tipologia narrativa tem prevalêncianeste caso.
Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de
engenhosidade. Predominantemente dialogal.
Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para publica-
ções científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada
ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.
Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é
oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e dalinguagem, consegue utilizar todas
as tipologias textuais com facilidade.
Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de
um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um
traz.
Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no futu-
ro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos
tipos narrativo e descritivo.
Gêneros literários:
Gênero Narrativo:
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramá-
tico. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gê-
nero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes:
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas
possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, co-
mo: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam
um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusí-
adas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor
vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam,
o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final.
É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,
e A Metamorfose, de Kafka.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reprodu-
zi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgi-
ram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia;
contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou
artigo de jornal, revistas e programas da TV..
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e re-
flexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades
como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo:Ensaio sobre a
tolerância, de John Locke.
Gênero Dramático:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador con-
tando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis
das personagens nas cenas.
Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.
Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
Gênero Lírico:
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.
Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto má-
ximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poe-
ma melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare.
Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbo-
los), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com
acompanhamento musical;
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza,
às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo
de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a pai-
sagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);
Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irôni-
co.
Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;
Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;
Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3°
verso 5 sílabas;
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíri-
cas, portanto.
Gêneros e tipos textuais são dois conceitos distintos, embora ainda seja bastante comum a
confusão entre esses elementos.
Tipos Textuais
Gêneros textuais
Os tipos textuais são caracterizados por propriedades lin- Possuem função comunicativa e
guísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos ver- estão inseridos em um contexto
bais, construções frasais etc. cultural.
Podemos afirmar que a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto apresenta-se e
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes. O gênero textual exerce
funções sociais específicas, que são pressentidas e vivienciadas pelos usuários da língua. Mas você
deve estar perguntando-se: “por que é importante saber a diferença entre gêneros e tipos textuais?”.
Saber as diferenças elencadas no quadro acima é fundamental para a correta distinção entre gêneros
e tipos textuais, pois quando conhecemos as características de cada um desses elementos, fica mui-
to mais fácil interpretar um texto. A interpretação está relacionada não apenas com a construção de
sentidos, mas também com os diversos fatores inerentes à estruturação textual.
Podemos chamar de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem
definida e facilmente identificada por suas características predominantes. O termo tipologia textu-
al (outra nomenclatura possível) designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua
composição, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por aspec-
tos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal. Objetivamente, dizemos que o tipo textual é
a forma como o texto apresenta-se.
Podem variar entre cinco e nove tipos, contudo, os mais estudados e exigidos nas diferentes provas
de vestibular e concursos no Brasil são a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a exposi-
ção. Veja as principais características de cada um deles:
► Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada em
um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os
gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias
etc.
► Dissertação: Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de estratégias
argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do leitor aos argumentos apresentados.
Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação,
editorial etc.
► Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações.
Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc.
Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.
► Injunção: São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando verbos
no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito. Os gêneros
que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias, bulas, regula-
mentos, editais, códigos, leis etc.
► Exposição: O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato
específico, enumerando suas características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros
que se apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico, se-
minário etc.
Para que você conheça com detalhes cada um dos tipos textuais citados, o sítio de Português prepa-
rou uma seção sobre tipologia textual. Nela você encontrará vários artigos que têm como objetivo
discutir as características que compõem a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a expo-
sição, bem como apresentar as diferenças entre tipos e gêneros textuais. Esperamos que você apro-
veite o conteúdo disponibilizado e, principalmente, desejamos que todas as informações aqui encon-
tradas possam transformar-se em conhecimento. Boa leitura e bons estudos!
Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são um modo de classificar os textos. Veja a diferença entre gênero textual, lite-
rário e tipos de textos
Os textos, sejam eles escritos ou orais, embora sejam diferentes entre si, podem apresentar diversos
pontos em comum. Quando eles apresentam um conjunto de características semelhantes, podem ser
classificados em determinado gênero textual.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Dessa maneira, os gêneros textuais podem ser compreendidos como as diferentes formas de lingua-
gem empregadas nos textos, configurando-se como manifestações socialmente reconhecidas que
procuram alcançar intenções comunicativas semelhantes, exercendo funções sociais específicas.
Cada gênero textual tem o seu próprio estilo e pode ser diferenciado dos demais por meio das suas
características. Algumas das características que determinam o gênero textual são o assunto, o papel
dos interlocutores e a situação. Graças à sua natureza, torna-se impossível definir a quantidade de
gêneros textuais existentes na língua portuguesa.
Antes de vermos mais detalhadamente alguns exemplos de gêneros textuais, é necessário abordar
alguns conceitos a fim de evitar possíveis confusões. Vejamos a seguir:
Gênero literário – Os gêneros textuais abrangem todos os tipos de texto, ao contrário dos gêneros
literários que, como o próprio nome já indica, aborda apenas os literários. O gênero literário é classifi-
cado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero dramático, lírico, épico, narrativo etc.
Tipo textual – É a forma como um texto se apresenta. Pode ser classificado como narrativo, argu-
mentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo.
Observe que, enquanto os tipos textuais variam entre 5 e 9 tipos, temos infinitos exemplos de gêne-
ros textuais.
Os Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são inúmeros e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutu-
ra. Confira alguns deles a seguir:
Conto maravilhoso;
Conto de fadas;
Fábula;
Carta pessoal;
Lenda;
Telefonema;
Poema;
Romance;
E-mail;
Manual de instruções;
Lista de compras;
Edital;
Conto;
Piada;
Relato;
Relato de viagem;
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Diário;
Autobiografia;
Curriculum vitae;
Notícia;
Biografia;
Relato histórico;
Texto de opinião;
Carta de leitor;
Carta de solicitação;
Editorial;
Ensaio;
Resenhas críticas;
Seminário;
Conferência;
Palestra;
Texto explicativo;
Relatório científico;
Receita culinária;
Regulamento;
Carta
Na carta pessoal, é comum encontrarmos uma linguagem pessoal e a presença de aspectos narrati-
vos ou descritivos. Já a carta aberta, destinada à sociedade, tende a ser do tipo dissertativo-
argumentativo.
Diário
É escrito em linguagem informal, consta a data e geralmente o destinatário é a própria pessoa que
está escrevendo.
Notícia
Como já foi dito, os gêneros textuais são inúmeros e, por isso, seria impossível estudá-los ao mesmo
tempo. Para produzir um bom texto em determinado gênero textual, é importante estudar as suas
características e ler alguns exemplos.
Os gêneros e os tipos textuais estão intrinsecamente relacionados, o que torna difícil a dissociação
entre as duas noções
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Você já deve ter ouvido falar sobre gêneros e tipos textuais, certo? Mas será que você sabe como
diferenciar essas duas noções?
Diferenciar gêneros e tipologias textuais não é tarefa fácil, contudo é importante que saibamos alguns
aspectos que possam defini-los para, dessa forma, facilitar nossos estudos. Vamos então à análise:
Gêneros Textuais
Os gêneros textuais são aqueles que encontramos em nossa vida diária, inclusive em nossos mo-
mentos de interação verbal. Quando nos comunicamos verbalmente, fazemos, intuitivamente, uso de
algum gênero textual.
Sendo assim, a língua, sob a perspectiva dos gêneros textuais, é compreendida por seus aspectos
discursivos e enunciativos, e não em suas peculiaridades formais. Os gêneros privilegiam a funciona-
lidade da língua, ou seja, a maneira como os falantes podem dela dispor, e não seus aspectos estru-
turais. São inúmeros os gêneros textuais utilizados em nossas ações sociocomunicativas:
Telefonema
Carta comercial
Carta pessoal
Poema
Cardápio de restaurante
Receita culinária
Bula de remédio
Bilhete
Notícia de jornal
Romance
Edital de concurso
Piada
Carta eletrônica
Formulário de inscrição
Inquérito policial
História em quadrinhos
Entrevista
Biografia
Monografia
Aviso
Conto
Obra teatral
É importante ressaltar que os gêneros textuais são passíveis de modificação, pois devem atender
às situações comunicativas do cotidiano. Podemos destacar também que os gêneros atendem a ne-
cessidades específicas, que vão desde a elaboração do cardápio do restaurante à elaboração de
um e-mail. Novos gêneros podem surgir (ou desaparecer) de acordo com a demanda linguística dos
falantes.
Tipos Textuais
Os tipos textuais diferem dos gêneros textuais por serem limitados, abrangendo categorias conheci-
das como:
Narração
Argumentação
Exposição
Descrição
Injunção (imposição)
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
O termo Tipologia textual designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua composi-
ção, ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por aspectos lexi-
cais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal.
Apesar dessa tentativa arbitrária de diferenciação entre gêneros e tipos textuais – o tema costuma
provocar polêmica até mesmo entre linguistas –, é importante observar que essas duas noções estão
intrinsecamente relacionadas. Um texto narrativo (tipo textual) poderá contar com elementos descriti-
vos (gênero textual), e, para classificá-lo, a predominância de um elemento sobre o outro deve ser
observada, pois um texto pode ser tipologicamente variado.
Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos apresen-
tam em relação à linguagem e ao conteúdo.
Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os interlocutores (emissor
e receptor) de determinado discurso.
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, bilhete
ou lista de supermercado.
É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de
um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de ingredien-
tes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).
Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais dentro
das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas textuais pe-
culiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
injuntivo.
Texto Narrativo
Romance
Novela
Crônica
Contos de Fada
Fábula
Lendas
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento.
Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir
das percepções sensoriais do locutor (emissor).
Diário
Biografia e autobiografia
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Texto Dissertativo-Argumentativo
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de argu-
mentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir
o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimen-
to), nova tese (conclusão).
Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Artigo
Ensaio
Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como:
definição, conceituação, informação, descrição e comparação.
Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Texto Injuntivo
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de modo
que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na
maioria dos casos, verbos no imperativo.
Propaganda
Receita culinária
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
Anedota
Blog
Reportagem
Charge
Carta
Declaração
Memorando
Bilhete
Relatório
Requerimento
ATA
Cartaz
Cartum
Procuração
Atestado
Circular
Contrato
Tipologia Textual
Quando falamos em tipos de textos, normalmente nos limitamos a tripartição, sob o enfoque tradicio-
nal: Descrição, Narração e Dissertação. Vamos um pouco mais além no intuito de conhecer um pou-
co mais sobre este assunto.
Texto Descritivo
A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa, animal, objeto ou
lugar. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracteriza-
dora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes.
A descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. È uma estrutura pictórica, em que os aspec-
tos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o
autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Texto Narrativo
Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido num determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O
tempo verbal predominante é o passado.
Texto Dissertativo
Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de idéias. Tem por base a argumenta-
ção, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. Assim, a disserta-
ção consiste na ordenação e exposição de um determinado assunto. É a nossa conhecida “redação”
de cada dia. É a modalidade mais exigida nos concursos, já que exige dos candidatos um conheci-
mento de leitura do mundo, como também um bom domínio da norma culta.
Está estruturada basicamente assim:
1. Idéia principal (introdução)
2. Desenvolvimento (argumentos e aspectos que o tema envolve)
3. Conclusão (síntese da posição assumida)
Texto Expositivo
Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo idéias, explicando e avaliando. Como
o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os livros e as fontes
de consulta, são exemplos maiores desta modalidade.
Texto Injuntivo
Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente pede, manda ou
aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados
no modo imperativo.
Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais, receitas médicas, editais,
etc.
Gêneros Textuais
Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam como modos de
organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos materializados, encontrados em
nosso cotidiano. Eles são muitos, apresentando características sócio-comunicativas definidas por seu
estilo, função, composição conteúdo e canal.
Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou recebe um e-mail ou usamos
o Orkut ou MSN, estamos utilizando diversos gêneros textuais.
Tipos Textuais
Descrição
Narração
Dissertação
Exposição
Injunção
Gêneros Textuais
Bilhete
Carta pessoal, comercial
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde
com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos).
Não.
Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na
forma oral ou escrita.
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem
regras gramaticais, algo mais formal.
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração
a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os gêne-
ros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, pa-
lestras, etc.
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras gra-
maticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto:
A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao
todo são 5 (cinco) tipos textuais.
Narração
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com outros,
pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na forma escrita
ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das cavernas quando o
homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.
Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas ações e
personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.
Exemplo:
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coitadinha
e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de sua avozi-
nha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos braços dela e
vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e de
meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta hora,
que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então vá
se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley
DESCRIÇÃO
a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que está
sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:
A-) A enumeração:
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de au-
sência de ações dentro do texto.
B-) A comparação:
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos, po-
demos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe a ima-
gem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos comparações do
tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o cheiro parece com
..., etc.
Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando tam-
bém os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta ima-
gem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa descrita.
Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que
você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois, você pode utilizar
também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.
Pode ser:
Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descrição
não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é visto,
em detrimento do sujeito que vê.
Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem des-
creve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.
- É um retrato verbal
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Exemplo:
“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis es-
bugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com fome.
Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”
Dissertação
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater. Este
tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.
Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.
Estrutura da dissertação
EXPOSITIVA ARGUMENTATIVA
Predomínio da exposição, explica- Predomínio do uso de argumentos, visando
ção o convencimento, à adesão do leitor.
Conclusão Finalização do texto, com o encer- Retomada do ponto de vista para fechar o
ramento do que foi dito texto de modo mais persuasivo
Exemplo:
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade pe-
nal.
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um ado-
lescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e 228
da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo
descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para 14 ou
12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade menor
de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos admi-
tindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a prote-
ção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da
sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a redução
da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem
no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os
adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, trans-
forme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do Estado.
Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com muito
mais rigor do que os adultos.
Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do dis-
posto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º, inciso
IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os
direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.
Exposição
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece sem
a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.
Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe ideias;
explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua opinião a
respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está no presente do
indicativo.
Injunção
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por exemplo
quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções para o funcio-
namento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando lemos a bula de
um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita. Os textos injuntivos são aqueles textos que nos
orientam, nos ditam normas, nos instruem.
Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a utili-
zação de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:
-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.
Um dos grandes desafios dos professores é como fazer um planejamento capaz de levar a turma a
um ano de muita aprendizagem. No livro Ler e Escrever na Escola, o Real, o Possível e o Necessá-
rio (128 págs., Ed. Penso, tel. 0800-703- 3444, 46 reais), Delia Lerner diz que "o tempo é um fator de
peso na instituição escolar: sempre é escasso em relação à quantidade de conteúdos fixados no pro-
grama, nunca é suficiente para comunicar às crianças tudo o que desejaríamos ensinar-lhes em cada
ano escolar". E a constatação não poderia ser mais realista.
Escolher quais conteúdos abordar e de que maneira são questões fundamentais para o sucesso do
trabalho que será realizado ao longo do ano. A tarefa é complexa, mas há algumas orientações es-
senciais que ajudam nesse processo. "Um bom planejamento é aquele que dialoga com o projeto
político-pedagógico (PPP) da escola e está atrelado a uma proposta curricular em que há desafios,
de forma que exista uma progressão dos alunos de um estado de menor para um de maior conheci-
mento", orienta Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. "Tendo claras as
diretrizes anuais, o docente pode desdobrá-las em propostas trimestrais (ou bimestrais) e semanais,
organizadas para dar conta do que foi previsto", complementa Ana Lúcia Guedes Pinto, professora da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Faz-se necessário criar situações didáticas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos
abordados em diversas oportunidades. Isso pressupõe um planejamento que contenha diferentes
modalidades organizativas: projetos didáticos, atividades permanentes e sequências didáticas.
Confira, a seguir, as respostas a dez perguntas imprescindíveis para planejar e implementar boas
sequências didáticas.
As sequências sempre são parte de um planejamento didático maior, em que você coloca o que es-
pera dos estudantes ao longo do ano. A escolha dos temas de cada proposta não pode ser aleatória.
Se, por exemplo, seu objetivo for desenvolver bons leitores, precisa pensar qual desafo em relação à
leitura quer apresentar à classe. Com base nele, procure os melhores gêneros textuais para traba-
lhar. "É preciso organizar as ações de modo que exista uma continuidade de desafos e uma diversi-
dade de atividades", explica Beatriz. Converse com o coordenador pedagógico e com os outros do-
centes, apresente suas ideias e ouça o que têm a dizer. Essa troca ajudará a preparar um planeja-
mento eficiente.
A sondagem é fundamental a todo o trabalho por ser o momento em que são levantados os conheci-
mentos da turma. Muitas vezes, os professores acham que perguntar "o que vocês sabem sobre..." é
suficiente para ter respostas, mas não é bem assim. Essa etapa inicial já configura uma situação de
aprendizagem e precisa ser bem planejada. Em vez da simples pergunta, o melhor é colocar o aluno
em contato com a prática. No caso de uma sequência sobre dinossauros, por exemplo, distribua li-
vros, revistas e imagens sobre o tema aos alunos, proponha uma atividade e passe pelos grupos
para observar como se saem. Não se preocupe se precisar de mais de uma aula para realizar a pri-
meira sondagem.
Conteúdo é o que você vai ensinar e objetivo o que espera que as crianças aprendam. Se, por exem-
plo, sua proposta for trabalhar com a leitura de contos de aventura, precisa parar e pensar o que es-
pecificamente quer que a turma saiba após terminar a sequência. "Pode ser comportamento leitor do
gênero, característica da linguagem", exemplifica Beatriz. De nada adianta defnir um conteúdo e en-
xertar uma série de objetivos desconexos ou criar uma sequência com muitos conteúdos. Como es-
creve Myriam Nemirovsky no livro O Ensino da Linguagem Escrita (159 págs., Ed. Artmed, 0800-703-
3444, edição esgotada), "abranger uma ampla escala de conteúdos e crer que cada um deles gera
aprendizagem significa partir da suposição de que é possível conseguir aprendizagem realizando
atividades breves e esporádicas. Porém, isso está longe de ser assim".
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
Definido o que você vai ensinar e o que quer que a turma aprenda, é hora de pensar nas estratégias
que vai usar para chegar aos resultados. Vale detalhar esse "como fazer" nas atividades da sequên-
cia, que nada mais são que orientações didáticas. O melhor, nesse momento, é analisar cada um dos
conteúdos que se propôs a trabalhar, relembrar seus objetivos e ir desdobrando-os em ações concre-
tas. "Para que a classe conheça as características de determinado gênero, por exemplo, posso pen-
sar em itens como: leituras temáticas, análises de textos de referência, análise de alguns trechos
específicos e verificação do que ficou claro para a turma", sugere Beatriz. Cada atividade tem de ser
planejada com intencionalidade, tendo os objetivos e conteúdos muito claros e sabendo exatamente
aonde quer chegar.
Quando você pensa nas ações de uma sequência didática, já tem na cabeça uma primeira ideia de
ordem lógica para colocá-las. Para que essa organização dê resultado, lembre-se de pensar em
quais conhecimentos a classe precisa para passar de uma atividade para a seguinte (considerando
sempre que os alunos têm necessidades de aprendizagem diversas). Como escreve Myriam, "a se-
quência didática será constituída por um amplo conjunto de situações com continuidade e relações
recíprocas". Quanto mais você sabe sobre a prática, as condições didáticas necessárias à aprendiza-
gem e como se ensina cada conteúdo, mais fácil é para fazer esse planejamento. Se ainda não tiver
muita experiência, não se preocupe. Pode fazer uma primeira proposta e ir vendo quais ações têm de
ser antecipadas ou postergadas.
A resposta a essa pergunta não está relacionada à quantidade de tarefas que você vai propor, mas à
complexidade dos conteúdos e objetivos que tem em mente. Para saber a duração de uma sequên-
cia, leve em conta o que determinou que os alunos aprendam e quanto isso vai demorar. Cada ação
pode exigir mais ou menos tempo de sala de aula. "Repertoriar uma criança em um gênero, por
exemplo, demanda mais horas do que uma sequência de fluência leitora", diz Beatriz. É importante,
também, pensar em como essa sequência se encaixa na grade horária da escola e como se relaciona
com as demais ações que estão sendo realizadas com as crianças. Se, por exemplo, você tem duas
aulas por semana, as propostas vão demorar mais do que se tivesse três. "Organize o tempo de mo-
do que seja factível realizar todas as atividades previstas", orienta Ana Lúcia.
"No curso de cada sequência se incluem atividades coletivas, grupais e individuais", escreve Delia.
Cada uma funciona melhor para uma intenção específica. "Você propõe uma atividade no coletivo
quando quer estabelecer modelos de comportamentos e procedimentos", explica Beatriz. Ao partici-
par de um grupo e trocar com os colegas, a criança tem aprendizados que são úteis quando ela for
trabalhar sozinha. Já uma atividade em dupla é interessante quando quiser que o aluno tenha uma
interação mais focada, apresentando suas hipóteses e confrontando-as com o outro. As propostas
individuais, por sua vez, permitem à criança pôr em xeque os conhecimentos que construiu. Essas
organizações são critérios didáticos que precisam ser pensados com base nos objetivos da cada
etapa e nas características da classe.
É bem provável que você tenha, na turma, crianças com necessidades educacionais especiais (NEE).
E elas não podem ficar de fora do planejamento. Procure antecipar quais ajustes podem ser necessá-
rios para que elas participem das propostas. As adaptações não devem ser vistas como um plano
paralelo, em que o aluno é segregado ou excluído. A lógica tem que ser o contrário: diferenciar os
meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação e ao convívio. O ideal é que a
escola conte com um profissional de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que ajude você
nessa tarefa, orientando-o sobre como atuar em classe e complementando a prática na sala de re-
cursos. A inclusão não é obrigação apenas dos professores, mas de toda a escola.
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TIPOLOGIAS E GENEROS TEXTUAIS
A avaliação pode ser feita de diferentes formas. A pergunta principal que você tem de responder, ao
final de uma sequência, é se os alunos avançaram de um estado de menor para um de maior conhe-
cimento sobre o que foi ensinado. Para isso, vale registrar os progressos de cada estudante, obser-
vando como ele se sai nas atividades, desde a sondagem inicial - que já é uma situação de aprendi-
zagem - até a etapa final. Ao analisar esses registros, fica fácil entender quais foram os avanços dos
alunos. Aliado a isso, pense em atividades avaliativas propriamente ditas, como provas e trabalhos.
Essas propostas precisam estar diretamente ligadas ao que você ensinou na sala de aula. Retome os
objetivos propostos e prepare uma consigna na qual fiquem claros os saberes que estão sendo pedi-
dos aos estudantes.
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SINTAXE
Sintaxe
1. OBJETO DIRETO
Para Identificar o
OBJETO DIRETO
faça a pergunta
VERBO + O quÊ?
Quem?
VOZ ATIVA
Como você percebeu, o objeto liga-se ao verbo sem auxílio da preposição. Entretanto, há casos em
que ele admite a construção com o conectivo preposicional, sendo denominado, então, de objeto
direto preposicionado.
quando o objeto direto é constituído por nomes próprios ou comuns principalmente com verbos que
expressem sentimentos. Ex.:
quando o objeto direto é constituído por pronome indefinido, que se refira a pessoa, ou pronome de
tratamento. Ex.:
Note que, se não houvesse a preposição diante do objeto, não se poderia identificar qual o sujeito:
o filho emocionado; e qual o objeto: ao pai.
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SINTAXE
2. Objeto Indireto
Para Identificar o
OBJETO INDIRETO
faça a pergunta
VERBO + A quÊ(M)?
DE Que(m)?
EM QUE(M)?
Observação
O objeto indireto pode ser representado também pelos pronomes oblíquos lhe, lhes, me, te, nos, vos,
de acordo com a transitividade verbal.
3. Complemento Nominal
Assim como os verbos, certos nomes também são transitivos, necessitando de um termo que os
complete.
O substantivo medo é completado pelo termo de você que constitui o complemento nominal.
Completar o Sentido de Um
• Substantivo
• adjetivo
• Advérbio
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SINTAXE
4. Agente Da Passiva
Para Identificar o
AGENTE DA PASSIVA
faça a pergunta
VOZ PASSIVA
1. Objeto direto: é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo direto sem
necessitar de preposição.
Exemplo:
Exemplo:
Se o objeto direto for representado por uma oração, haverá oração substantiva objetiva direta. É
substantiva porque somente o substantivo pode exercer a função de objeto direto.
Exemplo:
2. Objeto indireto: é o termo da oração que completa a significação de um verbo transitivo indire-
to necessitando de preposição.
Exemplo:
Se o objeto indireto for representado por uma oração, haverá oração substantiva objetiva indireta.
É substantiva porque somente o substantivo pode exercer a função de objeto indireto.
Exemplo:
Concordo (com) que você trabalhe. (Observe que a preposição com está subentendida.)
a) um substantivo:
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SINTAXE
Exemplo:
b) um pronome substantivo:
Exemplo:
c) um numeral:
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
Os pronomes oblíquos geralmente assumem a função de complementos verbais (objeto direto e obje-
to indireto). Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando complementos do verbo, funcionam como
objeto direto. Os pronomes lhe, lhes funcionam como objeto indireto. Os demais pronomes oblíquos
(me, te, se, nos, vos) podem exercer a função de objeto direto ou de objeto indireto.
Para substituir o objeto direto de 3ª pessoa, devemos usar as formas o (s), a (s), lo (s), la (s), no (s),
na (s). Nunca a forma lhe (s).
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SINTAXE
As formas pronominais o e a variam para -lo e -la, quando estiverem colocadas depois de verbos que
terminem com as letras r, s, z. Neste caso, eliminam-se tais letras. Mas lembre-se que no falar diário
tais formas não são usadas; fica muito pedante. Devemos conhecer estes usos apenas para aplicá-
los a uma linguagem especial, culta.
Exemplo:
Esta é a casa de meus sonhos. Vou comprá-la, sem dúvida. Reformá-la-ei para meu próprio uso.
Meus empregados preparam-na para meu conforto.
2. As formas pronominais -no e -na são usadas depois de verbos que terminem em sons nasais, ou
seja, em am, em, ão ou õe.
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SINTAXE
O pronome lhe nunca substitui objeto direto! Ele é usado para substituir o objeto indireto.
Exemplo:
Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos e vos tanto podem exercer a função de objeto direto
quanto a de objeto indireto. Isto depende da regência verbal, ou seja, é necessário perceber a exi-
gência do verbo. Todavia, fica fácil identificar essas funções. Vamos aplicar um "jeitinho" infalível? Na
dúvida, retire o pronome oblíquo e em seu lugar use a expressão "o garoto" para identificar o objeto
direto e "ao garoto", para identificar o objeto indireto.
Exemplos:
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SINTAXE
Observação:
Você pode aplicar essa substituição para descobrir a função sintática de qualquer pronome deste
grupo.
Como estudamos anteriormente, o objeto direto é o termo da oração que completa a significação de
um verbo transitivo direto sem necessitar de uma preposição.
Há casos em que o objeto pode ser antecedido por uma preposição. Esta, porém, não é obrigatória.
Exemplos:
Lembre-se que o objeto indireto é complemento do verbo transitivo indireto. Já o objeto direto prepo-
sicionado é complemento de verbo transitivo direto.
Objeto Pleonástico
Muitas vezes, com o objetivo de dar ênfase, é antecipado o objeto, colocando-o no início da frase e,
depois ele é repetido através de um pronome oblíquo. Objeto pleonástico é o nome dado a esse
objeto repetido.
Exemplos:
Quando o objeto direto for representado por uma palavra que possui o mesmo radical do verbo que
ele completa, receberá o nome de objeto direto interno.
Exemplos:
Observação:
O núcleo do objeto direto interno deverá estar sempre especificado por um adjunto; caso contrário,
pode haver pleonasmo.
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SINTAXE
Orações Coordenadas
As orações coordenadas não exercem função sintática umas em relação às outras, ou seja, não
apresentam dependência entre elas.
Como pode-se observar, as orações são independentes do ponto de vista sintático e estão relaciona-
das através da conjunção e.
As orações coordenadas podem ser classificadas em assindéticas, quando não são introduzidas por
conjunção, ou sindéticas, quando são introduzidas por conjunção. Essas ainda são divididas em
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Orações Subordinadas
Normalmente são introduzidas por conjunções subordinadas integrantes e podem fazer o papel de
um substantivo nos períodos. Elas são classificadas de acordo com a sua função: subjetiva, completi-
va nominal, predicativa, apositiva, objetiva direta e objetiva indireta.
Essas orações exercem a função de adjunto averbial em relação ao verbo da oração princial. Elas
são classificadas em nove tipos: causais, consecutivas, comparativas, condicionais, conformativas,
concessivas, finais, proporcionais e temporais.
A seção com a qual você se depara neste momento diz respeito às orações coordenadas e orações
subordinadas. Pois bem, sem nenhuma dúvida, tal fato linguístico o (a) faz relembrar algo: período
composto.
Ora, se se trata de um período, obviamente que nele há duas orações, e éexatamente no estudo
delas que reside todo o conhecimento que a partir de agora você irá adquirir. Nesse sentido, gostarí-
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SINTAXE
amos - ainda que de forma superficial- que você se atentasse para os dois exemplos que abaixo se
mostram evidentes:
Em termos de construção sintática, não precisamos ir muito além para constatarmos que as duas
orações não mantêm entre si nenhuma relação de dependência para que se tornem decifráveis,
completas. Isso significa dizer que se classificam como orações coordenadas.
Em se tratando dos elementos sintáticos, não podemos afirmar que tais orações se assemelham às
coordenadas, haja vista que a primeira oração (assim que ela chegou) apresenta uma relação de
dependência para com a segunda – o que significa afirmar que se classificam como orações subordi-
nadas.
Sinais de Pontuação
Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de textos, bem
como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica. São eles: o ponto (.), a vírgula (,),
o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?),
as reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).
Ponto (.)
O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o final de um período. O
ponto é, ainda, utilizado nas abreviações.
Exemplos:
Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e resolvi ligar e
pedir perdão.
Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos historiadores.
Vírgula (,)
A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode mudar o significado
quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula também serve para separar termos
com a mesma função sintática, bem como para separar o aposto e o vocativo.
Exemplos:
Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas vegetarianas. (aposto)
O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase e para separar uma
relação de elementos.
É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa uma pausa mais longa
que a vírgula e ora mais breve que o ponto.
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SINTAXE
Exemplos:
Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram, reclamam igualmente.
Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas.
Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma
enumeração.
Exemplos:
O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases que denotam senti-
mentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto.
Exemplos:
Que horror!
Ganhei!
O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final das frases diretas ou
indiretas-livre.
Exemplos:
Reticências (...)
As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o sentido vai muito
mais além do que está expresso na frase.
Exemplos:
É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para delimitar citações de
obras.
Exemplos:
Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do
meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas."
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SINTAXE
Parênteses ( ( ) )
Exemplos:
Travessão (—)
O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do texto bem como para
substituir os parênteses ou dupla vírgula.
Exemplos:
Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois teremos
problemas mais tarde.
Agora que você já conhece os sinais e as regras de pontuação, conheça também a Acentuação Grá-
fica.
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que
queremos, são eles que querem.
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SINTAXE
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:
sou eu quem quero, sou eu quem quer.
Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da
3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas que-
rem.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos
que estudarão, um dos que sabem.
O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro
veio, nem um nem outro vieram.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um
sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.
O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente, po-
dendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por
verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de funci-
onários.
O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o
sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho ne-
cessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.
O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e
com verbos imperativos:
Eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.
O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:
isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,
ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.
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SINTAXE
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:
caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma
no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.
Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se hou-
ver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito no
plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem
função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes pedi-
dos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.
A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos
tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados ane-
xos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.
Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o substanti-
vo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.
Você sabe o que é sintaxe? A área da gramática que estuda a relação entre as palavras na oração e
no discurso subdivide-se em sintaxe de concordância, regência e colocação.
A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das
frases quando inseridas em um discurso. Diz-se que um texto está sintaticamente correto quando as
frases estabelecem relação lógica entre si, ou seja, os elementos de uma oração estão dispostos de
maneira que nos permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não saiba
– ou não soubesse – o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados que obedeçam às suas
regras, já que a finalidade da comunicação é produzir discursos inteligíveis, cujo significado seja
acessível e compreensível. Observe:
Ontem choveu bastante. As ruas ficaram alagadas e o trânsito ficou congestionado em vários pontos
da cidade
ou
Bastante choveu ontem. Alagadas ficaram ruas o congestionado ficou trânsito e o cidade da em pon-
tos vários?
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SINTAXE
Entre as orações acima, qual das duas você seria capaz de produzir? A primeira, não é verdade?
Ambas são compostas pelas mesmas palavras, mas uma delas ficou privada de inteligibilidade (a
segunda) porque seus elementos não foram sintaticamente bem-dispostos, tornando-a agramatical.
Por isso a importância da sintaxe: instrumento indispensável para a correta combinação das palavras
nas orações.
Pensando em sintaxe, falemos sobre suas subdivisões: a sintaxe de concordância, regência e co-
locação. Você sabe para que serve cada uma delas? Vamos conhecer um pouco mais sobre a língua
portuguesa e sua gramática? Fique atento à explicação e bons estudos!
A sintaxe de concordância estuda a relação gramatical estabelecida entre dois termos. Ela pode ser
verbal ou nominal. Observe os exemplos:
► Concordância Verbal:
ou
A primeira opção é aquela que estabelece correta combinação entre o verbo e o sujeito. Se o sujeito
(alunos = eles) está no plural, o verbo da oração deverá ser flexionado na terceira pessoa do plural:
eles 'ficaram'.
► Concordância Nominal:
ou
A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência
verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regen-
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SINTAXE
tes, aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o
sentido dos termos regentes.
► Regência Verbal:
A regência verbal ocupa-se do estudo da relação estabelecida entre os verbos e os termos que os
complementam ou caracterizam. Estudá-la nos permite aprimorar nossa capacidade expressiva, pois
a partir da análise de uma preposição um mesmo verbo pode assumir diferentes significados. Obser-
ve:
► Regência Nominal:
A regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os
termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. Obser-
ve os exemplos:
Na regência nominal é interessante observar que alguns nomes apresentam o mesmo regime dos
verbos de que derivam: se você conhece o regime de um verbo, conhecerá também o regime dos
nomes cognatos, ou seja, dos nomes que têm a mesma raiz ou origem etimológica:
A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de
maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses
termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo.
Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos átonos:
► Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito
do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo.
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SINTAXE
Sinônimos e Antônimos
Sinônimos
Do grego, o termo sinônimo (synonymós) é formado pelas palavras “syn” (com); e “onymia” (nome),
ou seja, no modo literal significa aquele que está com o nome ou mesmo semelhante a ele. Não obs-
tante, a sinonímia é o ramo da semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possu-
em significado ou sentido semelhante, sendo muito utilizadas nas produções dos textos, uma vez que
a repetição das palavras empobrece o conteúdo.
Tipos de Sinônimos
Embora, muito estudiosos da área advogam sobre a inexistência de palavras sinônimas (com valor
semântico idêntico), posto que para eles, cada palavra possui um significado distinto; de acordo com
a aproximação semântica entre as palavras sinônimas, elas são classificadas de duas maneiras:
Sinônimos Perfeitos: são as palavras que compartilham significados idênticos, por exemplo: léxico
e vocabulário; morrer e falecer; após e depois.
Sinônimos Imperfeitos: são as palavras que compartilham significados semelhantes e não idênti-
cos, por exemplo: feliz e alegre; cidade e município; córrego e riacho.
Exemplos de Sinônimos
Adversário e antagonista
Adversidade e problema
Alegria e felicidade
Alfabeto e abecedário
Ancião e idoso
Apresentar e expor
Belo e bonito
Brado e grito
Bruxa e feiticeira
Calmo e tranquilo
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SINTAXE
Carinho e afeto
Carro e automóvel
Cão e cachorro
Casa e lar
Contraveneno e antídoto
Diálogo e colóquio
Encontrar e achar
Enxergar e ver
Extinguir e abolir
Gostar e estimar
Importante e relevante
Longe e distante
Moral e ética
Oposição e antítese
Percurso e trajeto
Perguntar e questionar
Saboroso e delicioso
Transformação e metamorfose
Translúcido e diáfano
Antônimos
Do grego, o termo antônimo corresponde a união das palavras “anti” (algo contrário ou oposto) e
“onymia” (nome). A antonímia é o ramo da semântica que se debruça nos estudos sobre as palavras
antônimas. Do mesmo modo que os sinônimos, os antônimos são utilizados como recursos estilísti-
cos na produção dos textos.
Exemplos de Antônimos
Aberto e fechado
Alto e baixo
Amor e ódio
Ativo e inativo
Bendizer e maldizer
Bem e mal
Bom e mau
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SINTAXE
Bonito e feio
Certo e errado
Doce e salgado
Duro e mole
Escuro e claro
Forte e fraco
Gordo e magro
Grosso e fino
Grande e pequeno
Inadequada e adequada
Ordem e anarquia
Pesado e leve
Presente e ausente
Progredir e regredir
Quente e frio
Rápido e lento
Rico e pobre
Rir e chorar
Sair e entrar
Seco e molhado
Simpático e antipático
Soberba e humildade
Sozinho e acompanhado
A Semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa do
discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações entre os
significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus signi-
ficados.
Sinonímia: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que
possuem significado ou sentido semelhante.
Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia.
Estas palavras são chamadas de sinônimos.
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SINTAXE
adversário e antagonista;
translúcido e diáfano;
semicírculo e hemiciclo;
contraveneno e antídoto;
moral e ética;
colóquio e diálogo;
transformação e metamorfose;
oposição e antítese.
Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um se opõe
ao outro, ou nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.
bendizer e maldizer;
simpático e antipático;
progredir e regredir;
concórdia e discórdia;
ativo e inativo;
esperar e desesperar;
comunista e anticomunista;
simétrico e assimétrico.
Parônimos e Homônimos
Palavras que possuem a mesma grafia e som, porém com significados diferentes, são caracterizadas
como parônimos e homônimos.
Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se
constituem de significados diferentes.
E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um fator preponderante na construção de
nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita.
Para você não correr o risco de utilizar alguma palavra cujo significado esteja equivocado, é essencial
dispor de alguns recursos que auxiliam na construção dos enunciados, tais como a prática constante
da leitura, o uso de um bom dicionário, enfim, o convívio com tudo aquilo que tende a corroborar para
o aprimoramento da competência linguística.
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SINTAXE
Homônimos
São palavras que apresentam igualdade ou semelhança fonética (relativa ao som) ou igualdade gráfi-
ca (relativa à grafia), porém com significados distintos. Dada essa particularidade, temos que os ho-
mônimos se subdividem em três grupos.
Homógrafos – São aquelas palavras iguais na grafia, mas diferentes no som e no significado. Veja-
mos alguns exemplos:
Homófonos – São palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na grafia e no significado. São
exemplos:
Homônimos perfeitos – são aquelas palavras iguais na grafia e no som, mas diferentes no significa-
do. Observemos alguns exemplos:
Parônimos
São palavras semelhantes na grafia e no som, mas com significados distintos. Constatemos alguns
casos:
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SINTAXE
Um poema é constituído de verso e estrofe, seus versos podem apresentar ou não rima.
Por tratar-se de texto poético, nada mais sugestivo que admirarmos a beleza da poesia retratada a
seguir:
Soneto
Esteticamente, percebemos que se trata de um soneto, uma vez que o mesmo é constituído por qua-
tro estrofes, sendo que uma possui quatro versos e a outra, três versos.
Verso - É cada linha poética. Como o soneto é uma forma fixa, há sempre quatorze versos.
Estrofe - É o conjunto de versos. Como já foi mencionado, o soneto é formado por dois quartetos
(estrofe com quatro versos) e dois tercetos (estrofes com três versos).
Os versos de uma poesia podem ter rima, ou seja, semelhança sonora entre as palavras, seja no final
ou no meio dos versos (rima interna).
Emparelhadas
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SINTAXE
Encadeadas
Não só o número de versos, estrofes e a presença de rimas que são fatores preponderantes numa
poesia, mas também outros elementos formais, tais como: Métrica (medida dos versos)
e Ritmo (alternância de sílabas quanto à intensidade).
É importante sabermos que existem poemas escritos com ou sem rima, e com ou sem regularidade
métrica. Os versos sem métrica regular (possuem tamanhos diferentes) são versos livres, e os ver-
sos soltos, sem rima entre si, são chamados de versos brancos.
Pronome relativo é uma classe de pronomes que substituem um termo da oração anterior e estabe-
lece relação entre duas orações.
Como se pode perceber, o que, nessa frase, está substituindo o termo professor e está relacionando
a segunda oração com a primeira.
Variáveis Invariáveis
O qual, a qual Que (quando equivale a o qual e flexões)
Os quais, as quais Quem (quando equivale a o qual e flexões)
Cujo, cuja Onde (quando equivale a no qual e flexões)
Cujos, cujas
Quanto, quanta
Quantos, quantas
3. O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo classificado como pronome relativo
indefinido.
5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser em-
pregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural.
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SINTAXE
6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o, a, os, as.
7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com prepo-
sições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).
8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivalente a do qual, de que, de quem.
Deve concordar com a coisa possuída.
9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os pro-
nomes indefinidos tudo, todos ou todas.
10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual.
a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de movimento. Pode ser usado sem anteceden-
te.
b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde, sendo re-
sultado da combinação da preposição a + onde.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem
mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particula-
ridades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de linguagem exprimem também o pensamen-
to de modo original e criativo, exploram o sentido não literal das palavras, realçam sonoridade de vocá-
bulos e frases e até mesmo, organizam orações, afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gra-
matical padrão, a fim de dar destaque a algum de seus elementos. As figuras de linguagem costumam
ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos da linguagem utilizados para dar maior ênfase às
palavras ou expressões da língua, sendo classificadas de acordo com as características que querem
expressar, a saber:
Figuras de Pensamento: estas figuras de linguagem estão relacionadas ao significado (campo se-
mântico) das palavras, por exemplo: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação,
prosopopeia e apóstrofe.
Figuras de Palavras: semelhantes às figuras de pensamento, elas também alteram o nível semântico
(significado das palavras), por exemplo: metáfora, metonímia, comparação, catacrese, sinestesia e
antonomásia.
Figuras de Som: nesse caso, as figuras estão intimamente relacionada com a sonoridade, por exem-
plo: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia.
Figuras de Sintaxe: também chamadas de “Figuras de construção”, estão relacionadas com a estrutu-
ra gramatical da frase, as quais modificam o período, por exemplo: elipse, zeugma, hipérbato, anacolu-
to, anáfora, elipse, silepse, pleonasmo, assíndeto e polissíndeto.
Figuras de Linguagem são recursos estilísticos usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la
mais bonita.
Figuras de pensamento
Figuras de Palavras
Metáfora
Comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo comparativo fica subentendido na
frase.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)
Na semântica, a metáfora representa uma das figuras de linguagem, ou seja, recursos linguísticos-
semânticos utilizados em diversos contextos a fim de dar mais ênfase aos enunciados.
Assim, a metáfora, considerada uma figura de palavra, utiliza os termos no sentido denotativo e os
transforma no modo figurado (conotativo), afim de estabelecer uma analogia (comparação metafórica),
tendo em vista a relação de semelhança entre eles.
Do grego, a palavra “metáfora” (metáfora) é formada pelos termos “metá” (entre), e “pherō” (carregar)
que significa transporte, transferência, mudança.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Da língua latina a palavra metáfora, representa a união dos termos “meta” (algo) e “phora” (sem senti-
do), no sentido literal é "algo sem sentido".
De acordo com estudos linguísticos, a metáfora é uma das figuras de linguagem mais utilizadas cotidi-
anamente.
Comparação
Comparação explícita. Ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos de comparação
(como, assim, tal qual).
A comparação (ou símile) é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de palavras.
Ela é determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação de dois termos ou
ideias num enunciado.
Geralmente, é acompanhada de elementos comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como,
assim, tão, quanto, parece, etc.
É muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos artísticos,
por exemplo, na música, na literatura e no teatro.
Exemplos
Para compreender melhor a figura de linguagem comparação, confira abaixo alguns exemplos na litera-
tura e na música:
“É que teu riso penetra n'alma/Como a harmonia de uma orquestra santa.” (Castro Alves)
“Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)
“Meu coração tombou na vida/tal qual uma estrela ferida/pela flecha de um caçador”. (Cecília Meire-
les)
“Eu faço versos como quem chora/De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira)
“A vida vem em ondas,/como um mar/Num indo e vindo/infinito.” (Música “Como uma onda” de Lulu
Santos)
“Avião parece passarinho/Que não sabe bater asa/Passarinho voando longe/Pareceborboleta que
fugiu de casa.” (Música “Sonho de uma flauta” de Teatro Mágico)
Comparação e Metáfora
É muito comum haver confusão entre as figuras de palavras: comparação e metáfora. Apesar de am-
bas utilizarem uma analogia entre termos, elas são diferentes.
Enquanto na metáfora ocorre uma comparação entre dois termos de forma implícita, na comparação
ela acontece de maneira explícita.
Importante ressaltar que a metáfora não utiliza um elemento comparativo, o qual surge na comparação.
Exemplos:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Metonímia
Na semântica, a metonímia é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de palavra, as
quais são largamente utilizadas para dar ênfase aos discursos.
Dessa maneira, a metonímia é um recurso linguístico-semântico que substitui outro termo segundo a
relação de contiguidade e/ou afinidade estabelecida entre duas palavras, conceitos, ideias, por exem-
plo:
Do grego, a palavra "metonímia" (metonymía) é constituída pelos termos “meta” (mudança) e “onoma”
(nome) que literalmente significa “mudança de nome”.
Exemplos de Metonímia
A metonímia pode ocorrer de inúmeras maneiras sendo as mais comum os casos abaixo:
Causa pelo efeito: Consegui comprar a televisão com meu suor. (trabalho)
Inventor pelo Invento: Meu pai me presenteou com um Ford. (inventor da marca Ford: Henri Ford)
Marca pelo produto: Meu pai adora tomar Nescau com leite. (chocolate em pó)
Singular pelo plural: O cidadão foi às ruas lutar pelos seus direitos. (vários cidadãos)
Concreto pelo abstrato: Natália, a melhor aluna da classe, tem ótima cabeça. (inteligência)
Catacrese
Emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.
Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião, em-
barcar é o utilizado.
A catacrese é uma figura de linguagem que representa um tipo de metáfora de uso comum que, com o
passar do tempo, foi desgastada e se cristalizou.
Isso porque ao utilizarmos tanto determinada palavra, não notamos mais o sentido figurado expresso
nela. Por exemplo: O pé da cadeiraestá quebrado.
O exemplo acima nos leva a pensar no sentido denotativo e conotativo das palavras. Ou seja, a cadeira
não possui um “pé”, que no sentido denotativo é uma extremidade do membro inferior encontrada nos
animais terrestres.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Lembre-se que o sentido denotativo é aquele encontrado nos dicionários, o qual representa o conceito
“real” da palavra. No exemplo acima, o pé da cadeira está no sentido conotativo (ou figurado) da pala-
vra.
Sendo assim, a catacrese é um tipo especial de metáfora que já foi incorporada por todos os falantes
da língua.
Mas, por ser uma expressão muito utilizada e, portanto, desgastada, estereotipada, viciada e pouco
original, ela é considerada uma catacrese.
Nesse sentido, utilizamos essa figura de linguagem por meio da aproximação ou semelhança da forma
de tal objeto.
Assim, a catacrese faz uma comparação e usa um determinado termo por não ter outro que designe
algo específico. De tal modo, a palavra perde seu sentido original.
Conotação e Denotação
Metáfora
Exemplos de Catacrese
A catacrese é muito utilizada na linguagem coloquial (informal) e também em textos poéticos e músi-
cas. Pode ser considerada uma gíria, uma vez que facilita o processo comunicativo pelo uso de outras
palavras.
Árvore genealógica
Fio de óleo
Céu da boca
Boca do túnel
Boca da garrafa
Pele do tomate
Braço do sofá
Braço da cadeira
Braço de rio
Corpo do texto
Pé da página
Pé da cama
Pé da montanha
Pé de limão
Perna da mesa
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Maçã do rosto
Coroa do abacaxi
Asa da xícara
Asa do avião
Dentes do serrote
Dentes de alho
Cabeça do alho
Cabeça do prego
Cabeça do alfinete
Batata da perna
“Dobrando o cotovelo da estrada, Fabiano sentia distanciar-se um pouco dos lugares onde tinha vivido
alguns anos.” (Graciliano Ramos em Vidas Secas.)
A expressão “cotovelo da estrada” é um tipo de catacrese, utilizada nos textos poéticos para oferecer
maior expressividade ao texto.
“Usei a cara da lua/As asas do vento/Os braços do mar/O pé da montanha” (MPB-4 em “Composição
Estranha”)
Já as expressões “cara da lua” e “asas do vento” são exemplos de metáfora que ocorrem por meio de
uma relação de similaridade.
Segundo a origem etimológica, a palavra catacrese vem do latim “catachresis” e do grego “katakhresis”
e significa “mau uso”.
Originalmente, o termo “embarcar” era utilizado para expressar a entrada num barco. Mas de tanto que
foi utilizada pelos falantes para entrar em outros meios de transporte, hoje a utilizamos sem notar seu
sentido original. Assim, a palavra “embarcar” trata-se de uma catacrese.
Da mesma forma, a palavra “azulejo” era utilizada para determinar ladrilhos azuis. Atualmente, a utili-
zamos para determinar qualquer cor de ladrilho. E, portanto, também se trata de uma catacrese.
Ainda temos a palavra “encaixar” que no sentido original significava “colocar em caixas”. O termo foi
tão utilizado pelos falantes da língua que hoje determina a colocação de algo num local que cabe per-
feitamente.
Sinestesia
Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A sinestesia é uma figura de linguagem que faz parte das figuras de palavras. Ela está associada com
a mistura de sensações relacionadas aos sentidos: tato, audição, olfato, paladar e visão.
Sendo assim, essa figura de linguagem estabelece uma relação entre planos sensoriais diferentes.
Ela é muito utilizada como recurso estilístico e, portanto, surge em diversos textos poéticos e musicais.
No movimento simbolista, a sinestesia foi muito empregada pelos escritores.
Exemplos
“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frêmito alegre e doce.”
(Eça De Queiros)
“Por uma única janela envidraçada, (…) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras.” (Cla-
rice Lispector)
“Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-
me sons de cor e de perfumes.” (Mário de Sá-Carneiro)
“As falas sentidas, que os olhos falavam/ Não quero, não posso, não devo contar.” (Casimiro de
Abreu)
“Esta chuvinha de água viva esperneando luz e ainda com gosto de mato longe, meio baunilha, meio
manacá, meio alfazema.” (Mário de Andrade)
“O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, dei-
xando-lhe o odor e a delícia da tarde.” (Gabriel Miró)
Sinestesia na Medicina
A sinestesia é um termo utilizado também na área da medicina. Trata-se de uma condição neurológica
(não é considerada doença), geralmente de causa genética (hereditária).
Ela faz com que um estímulo neurológico cognitivo ou sensorial provoque uma resposta numa outra via
cognitiva ou sensorial. Trata-se, portanto, de uma confusão mental.
Assim, um estímulo num determinado sentido provoca reações em outro, criando uma combinação
entre visão, audição, olfato, paladar e tato.
Pessoas que tem essa condição neurológica, por exemplo, ouvem cores e sentem sons.
Curiosidades
Do grego, o termo “synaísthesis” é formado pelos vocábulos “syn” (união) e “esthesia” (sensação). As-
sim, a palavra está relacionada com a união de sensações.
O termo “cinestesia” (com c) está relacionado com a percepção corporal por meio da ação dos múscu-
los e da sustentação do corpo.
Perífrase
Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é
ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está
na categoria de figuras de palavras.
A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa substituição é
feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).
Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso
estilístico em textos poéticos e musicais.
Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antono-
másia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (no-
mes próprios).
Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensamento de
modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.
Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.
Exemplos de Perífrase
O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)
Exemplos de Antonomásia
A dama do teatro brasileiro foi indicada ao Oscar de melhor atriz. (Fernanda Montenegro)
O poeta da vila é considerado um dos mais importantes músicos do Brasil. (Noel Rosa)
A rainha dos baixinhos nasceu na cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. (Xuxa)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Perífrase Verbal
No âmbito da gramática, a perífrase verbal é uma locução verbal que substitui um verbo simples, por
exemplo:
Hipérbole
Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.
Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.
Figuras de Pensamento
Hipérbole
Na língua portuguesa, a Hipérbole ou Auxese é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figu-
ra de pensamento, a qual indica o exagero intencional do enunciador.
Note que o "contrário" da hipérbole, é a figura de pensamento denominada eufemismo, posto que ele
suaviza ou ameniza as expressões, enquanto a hipérbole as intensifica.
Eufemismo
O Eufemismo é uma figura de pensamento, que corresponde a um dos subgrupos das figuras de lin-
guagem, a qual está intimamente relacionada ao significado das palavras. Do grego, a palavra
“euphémein” é formada pelo termo “pheme” (palavra) e o prefixo "eu-" (bom, agradável), que significa
“pronunciar palavras agradáveis”.
Sendo assim, o eufemismo é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem coloquial bem como
nos textos literários com o intuito de atenuar ou suavizar o sentido das palavras, substituindo assim, os
termos contidos no discurso, embora o sentido essencial permanece, por exemplo: Ele deixou esse
mundo. (nesse caso, a expressão “deixou esse mundo”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
Dessa forma, esse recurso é utilizado muitas vezes pelo emissor do discurso, para que o receptor não
se ofenda com a mensagem triste ou desagradável que será enunciada. No entanto, há expressões em
que notamos a presença do eufemismo, com um tom irônico, por exemplo: Ela vestiu o paletó de ma-
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FIGURAS DE LINGUAGEM
deira, frase indicando a morte da pessoa, de forma que a expressão “paletó de madeira” faz referência
ao objeto “caixão, ataúde, urna funerária”.
Note que o eufemismo se opõe a figura de pensamento denominada hipérbole, visto que ela é baseada
no exagero intencional do enunciador do discurso. Em outras palavras, enquanto o eufemismo suaviza
as expressões, a principal função da hipérbole é intensificar ou aumentar o sentido das palavras.
Litote
Forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo, bem como é a oposição da
hipérbole.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.
Litote é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de pensamento. Ele é usado para
abrandar uma expressão por meio da negação do contrário. Ele permite afirmar algo por meio da ne-
gação, por exemplo:
Eu não estou feliz com a notícia da prefeitura. Nesse exemplo, a expressão “não estou feliz” atenua a
ideia de “ficar triste”.
Lembre-se que essas palavras de significados opostos são chamadas de antônimos, por exemplo: bom
e mau, feliz e triste, caro e barato, bonito e feio, rico e pobre, etc.
O litote é muito utilizado na linguagem coloquial (informal) e geralmente o locutor tem o intuito de não
dizer diretamente o que se pretende. Além disso, ele é empregado nos textos literários.
Isso porque algumas vezes a expressão pode soar desagradável ou mesmo ter um tom agressivo para
o ouvinte.
Exemplos
Joana pode não ser das melhores alunas da classe. (é ruim, ou seja, não é boa)
Seus conselhos não são maus. (são bons, ou seja, não são maus)
Rafael não está certo sobre o crime. (está errado, ou seja, não está certo)
Essa bebida não está quente. (está fria, ou seja, não está quente)
Samuel não é pobre pois tem uma grande casa na praia. (é rico, ou seja, não é pobre)
Manuela não dançou bem na apresentação da escola. (dançou mal, ou seja, não dançou bem)
O supervisor Marcos não está limpo. (está sujo, ou seja, não está limpo)
Litote e Eufemismo
O litote e o eufemismo são duas figuras que pensamento que podem causar confusão. Isso porque o
eufemismo também é usado para atenuar uma ideia, por exemplo: Salvador não está mais entre nós
(ele morreu).
Da mesma maneira, o litote suaviza um enunciado, mas lembre-se que ele ocorre mediante a negação
do contrário.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Sendo assim, o litote se opõe à figura de pensamento chamada hipérbole, uma vez que ela marca um
exagero intencional do enunciador.
Ironia
Sarcasmo e Ironia
O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.
Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.
Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.
Sarcasmo e Ironia
O sarcasmo e a ironia são recursos estilísticos empregados pelos emissores dos textos (sejam os tex-
tos orais ou escritos) com o intuito de oferecer maior expressividade ao discurso enunciado.
Em outras palavras, o sarcasmo e a ironia são utilizadas quando o autor do texto pretende oferecer
uma maior dramaticidade ao discurso, utilizando, dessa maneira, as palavras em seu sentido conotati-
vo (figurado), em detrimento de seu sentido real, chamado de denotativo.
Embora sejam termos que se aproximem e muitas vezes são empregados como sinônimos, o sarcas-
mo e a ironia possuem suas peculiaridades. Destarte, o sarcasmo é um recurso expressivo utilizado
sobretudo, com um sentido provocativo, malicioso e de crítica, enquanto a ironia é a uma figura de
linguagem que expressa o oposto do que o autor pretende afirmar.
Em resumo, o sarcasmo e a ironia estão intimamente ligados, entretanto, diferem na intenção estabe-
lecida pelo escritor, ou seja, o sarcasmo sempre apresenta um tom provocador, mordaz e de zombaria,
que apela ao humor ou ao riso, todavia, a ironia apresenta um tom menos áspero, de forma que se
trata de uma contradição do sentido literal das palavras, sendo utilizada de forma mais amena, sutil.
Não obstante, para alguns estudiosos do tema, o sarcasmo corresponde a um tipo de ironia com um
teor provocativo, e por sua vez, a ironia pode ser classificada de três maneiras, a saber: a ironia oral,
que expressa a diferença entre o discurso e a intenção; a ironia dramática ou satírica, diferença entre a
expressão e a compreensão; e a ironia de situação que corresponde a diferença existente entre a in-
tenção e o resultado da ação.
Ambos termos são provenientes da língua grega: a palavra sarcasmo (sarkasmós) significa zombaria,
escárnio, enquanto a palavra ironia (euroneia) significa dissimular, fingir. Para o escritor contemporâ-
neo brasileiro Gabito Nunes: “Quando uso o humor como escudo, é ironia. Quando uso o humor como
arma, é sarcasmo”.
Exemplos
Para estabelecer melhor essa distinção entre o sarcasmo e a ironia, vejamos os exemplos abaixo:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Sua maquiagem está linda, mas seu rosto é bem mais. (Sarcasmo)
Personificação
Ela está diretamente relacionada com o significado (campo semântico) das palavras e corresponde ao
efeito de “personificar”, ou seja, dar vida aos seres inanimados.
Desse modo, a personificação é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos, ca-
racterísticas e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos inanimados ou
seres irracionais, por exemplo: O dia acordou feliz.
Segundo o exemplo, a característica de “acordar feliz” é uma característica humana, que, nesse caso,
está atribuída ao dia (substantivo inanimado).
Note que a personificação pode também atribuir qualidades de seres animados a outros seres anima-
dos, por exemplo, os animais: A cachorro sorriu para o dono.
A palavra personificação, derivada do verbo personificar, possui origem latina, sendo formada pelos
termos “persona” (pessoa, face, máscara) e o sufixo "–ção", que denota ação, ou seja, significa, ao pé
da letra, uma pessoa mascarada.
Da mesma maneira, a palavra prosopopeia, derivada do grego, é formada pelos termos “prosopon”
(pessoa, face, máscara) e “poeio” (finjo), ou seja, significa pessoa que finge.
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem são recursos estilísticos muito utilizadas nos textos literários, de modo que o
enunciador (emissor, autor) pretende dar mais ênfase ao seu discurso. Assim, ele emprega as palavras
no sentido conotativo, ou seja, no sentido figurado, em detrimento do sentido real atribuído à palavra, o
sentido denotativo.
Figuras de Pensamento: ironia, antítese, paradoxo, eufemismo, litote, hipérbole, gradação, personifi-
cação e apóstrofe.
Figuras de Sintaxe: elipse, zeugma, silepse, assíndeto, polissíndeto, anáfora, pleonasmo, anacoluto e
hipérbato.
Exemplos de Personificação
Nos exemplos acima, nota-se a utilização da personificação, na medida em que características de se-
res animados (que possuem alma, vida) são atribuídas aos seres inanimados (sem vida).
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Note que os verbos ligados os substantivos inanimados (dia, sol, vento, fogo e lua) são características
dos seres humanos: acordar, sorrir, assobiar, chorar e beijar.
Antítese
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.
A Antítese representa uma figura de pensamento, pertencente a um dos subgrupos que compõem as
figuras de linguagem, que por sua vez, são recursos estilísticos que buscam proporcionar maior ênfa-
se, destaque ou expressividade ao discurso proferido.
De tal modo, a antítese corresponde a aproximação de palavras com sentidos opostos, por exemplo: o
ódio e a amor andam de mãos dadas. (nesse caso, o termo “ódio” está posicionada ao lado de seu
termo contrário, o "amor")
Na história literatura, a linguagem do período barroco (1580-1756), escola literária baseada nos con-
trastes, conflitos, dualidades e excessos, utilizou a antítese como um dos principais recursos estilísti-
cos. Do grego, a palavra “antithèsis” é formada pelos termos “anti” (contra) e thèsis (ideia), que significa
literalmente ideia contra.
Muito comum haver confusão entre as figuras de pensamento denominadas antítese e paradoxo, uma
vez que ambas estão pautadas na oposição.
No entanto, a antítese apresenta palavras ou expressões que contenham significados contrários, en-
quanto o paradoxo (também chamado de oximoro) emprega ideias opostas e absurdas entre o mesmo
referente no discurso.
Ambos exemplos estão pautados na oposição, no entanto, o primeiro buscou expor palavras contrárias,
ou seja, "verdade" e "mentira", enquanto no segundo, a oposição ocorre no mesmo referente, por meio
da ideia absurda de que a solidão é boa companhia, o que contraria o conceito ruim associado à condi-
ção da solidão: não ter amigos ou companheiros, ser um dos principais motivos da depressão, suicí-
dios, dentre outros.
Exemplos de Antítese
Segue abaixo alguns exemplos em que a antítese é empregada. Note que os termos em destaque
apontam para seus opostos:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Paradoxo
Uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como no caso da antítese).
Muitas vezes pode apresentar uma expressão absurda e aparentemente sem nexo, entretanto, expõem
uma ideia fundamentada na verdade.
Esse conceito é também utilizado em outras áreas do conhecimento, tal qual a filosofia, psicologia,
retórica, matemática e física.
Do latim, o termo paradoxo (paradoxum) é formado pelo prefixo “para” (contrário ou oposto) e o sufixo
“doxa” (opinião), que literalmente significa opinião contrária.
Exemplo de Paradoxo
Para entender melhor o conceito de paradoxo, vejamos a seguir, o soneto do português Luís Vaz de
Camões (1524-1580).
O escritor utiliza o paradoxo como principal figura de linguagem, ao unir ideais contraditórias que, por
sua vez, apresentam uma coerência:
Gradação
Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.
A gradação (ou clímax) é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de pensamento. Ela
ocorre mediante uma hierarquia dos termos que compõem a frase.
A gradação é empregada por meio da enumeração de elementos frasais. Tem o intuito de enfatizar as
ideias numa sentença de ritmo crescente, até atingir o clímax (grau máximo).
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Ou seja, ela oferece maior expressividade ao texto utilizando uma sequência de palavras que intensifi-
cam uma ideia de maneira gradativa, e por isso recebe esse nome.
Essa figura de estilo é utilizada na linguagem artística, seja em textos poéticos ou musicais.
Classificação
Na gradação, essa hierarquia pode ocorrer na forma crescente ou decrescente. Quando ela ocorre de
maneira crescente é chamada de clímax ou gradação ascendente.
Por sua vez, se ocorre de maneira decrescente é chamada de anticlímax ou gradação descendente.
Para compreender melhor, confira abaixo os exemplos:
Ana estava pelo mundo e chegou no país, no estado, na cidade, no bairro. (anticlímax)
Exemplos de Gradação
“Por mais que me procure, antes de tudo ser feito,/eu era amor. Só isso encontro./Caminho, navego,
voo,/- sempre amor.” (Cecília Meireles)
“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensangüentados (...).”
(Machado de Assis)
“Em cada porta um freqüentado olheiro,/que a vida do vizinho, e da vizinha/pesquisa, escuta, esprei-
ta, e esquadrinha,/para a levar à Praça, e ao Terreiro.” (Gregório de Matos)
“Oh, não aguardes, que a madura idade/Te converta em flor, essa beleza/Em terra, em cinza, em pó,
em sobra, em nada.” (Gregório de Matos)
“Ninguém deve aproximar-se da jaula, o felino poderá enfurecer-se, quebrar as grades, despedaçar
meio mundo.” (Murilo Mendes)
“E o meu jardim da vida/Ressecou, morreu/Do pé que brotou Maria/Nem margarida nasceu.” (Música
“Flor de Lis de Djavan)
Apóstrofe
Por esse motivo, a apóstrofe exerce a função sintática de vocativo, sendo, portanto, uma característica
dos discursos diretos.
De tal maneira, ela interrompe a narração com o intuito de invocar alguém ou algo que esteja presente
ou ausente no momento da fala.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.
Além da apóstrofe, as figuras de pensamento são: gradação (ou clímax), personificação(ou prosopo-
peia), eufemismo, hipérbole (ou auxese), litote, antítese, paradoxo (ou oxímoro) e ironia.
Exemplos
Exemplos na Literatura
“Olha Marília, as flautas dos pastores,/Que bem que soam, como são cadentes!” (Bocage)
“Criança! não verás país nenhum como este:/Imita na grandeza a terra em que nasceste!” (Olavo
Bilac)
“Supremo Senhor e Governador do universo, que às sagradas quinas de Portugal, e às armas e cha-
gas de Cristo, sucedam as heréticas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e a Deus?...” (Padre Antônio
Vieira)
Atenção!
Não confunda apóstrofe com apóstrofo. Enquanto o primeiro é uma figura de pensamento, o segundo é
um sinal gráfico (’) que indica a supressão de letras e sons, por exemplo: copo d’água.
A apóstrofe e o apóstrofo são palavras parônimas. Ou seja, termos que se assemelham na grafia e na
pronúncia, mas diferem no sentido.
Figuras de Sintaxe
Elipse
A elipse é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está relacionada com a construção sintática dos enunciados.
Ela é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entan-
to, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
No exemplo acima, sabemos que pela conjugação do verbo (primeira pessoa do singular), o termo
omitido foi o pronome pessoal (eu). Esse caso é chamado de “elipse de sujeito”. Além da omissão do
sujeito, a elipse pode ocorrer com outros termos da frase: verbos, advérbios e conjunções.
Utilizamos essa figura de linguagem (ou estilo) cotidianamente nos discursos informais (linguagem
oral).
Ela é também muito empregada nos textos de modo a oferecer maior fluidez textual, evitando, por
exemplo, a repetição de alguns termos nas frases. Importante notar que a ausência desses termos não
interfere na compreensão textual. Além da elipse, outras figuras de sintaxe são:
Exemplos
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (Machado de Assis) – omissão do verbo “haver”. (Na
sala havia apenas quatro ou cinco convidados)
“A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade) – omissão
da conjunção “se”. (A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos)
“Onde se esconde a minha bem-amada?/Onde a minha namorada...” (música “Canto triste” Edu Lo-
bo) – omissão do verbo “está”. (Onde está a minha namorada...)
“Quando olhaste bem nos olhos meus/E o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei.” (música
“Atrás da porta”) –omissão dos pronomes “tu” e “eu” (Quando tu olhaste bem nos olhos meus/E o teu
olhar era de adeus, eu juro que não acreditei)
Elipse e Zeugma
A zeugma, tal qual a elipse, é figura de sintaxe. Ela é considerada um tipo de elipse.
A diferença entre elas consiste na identificação do termo na frase. Ou seja, na elipse, o termo pode ser
identificado pelo contexto, ou mesmo, pela gramática. Mas, na elipse esses termos não foram mencio-
nados anteriormente.
Já na zeugma, os termos que foram omitidos já foram mencionados. Para compreender melhor, veja
abaixo os exemplos:
Atenção!
Quando a zeugma é empregada, o uso da vírgula, do ponto e vírgula ou do ponto final é obrigatório.
Exemplos:
Curiosidades
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Zeugma
Omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
A Zeugma é uma figura de linguagem que está na categoria de figuras de sintaxe ou de construção.
Isso porque ela interfere na construção sintática das frases.
Ela é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns
termos, como o verbo ou o substantivo.
Sendo assim, ela torna a linguagem do texto mais fluida. Quando é utilizada, o uso da vírgula torna-se
necessário.
Exemplos
“Um deles queria saber dos meus estudos; outro, se trazia coleção de selos.” (José Lins do Rego).
“Pensaremos em cada menina/que vivia naquela janela;/uma que se chamava Arabela,/outra que se
chamou Carolina.” (Cecília Meireles)
“O meu pai era paulista/Meu avô, pernambucano/O meu bisavô, mineiro/Meu tataravô, baiano.” (Chi-
co Buarque)
É muito comum haver confusão entre as duas figuras de sintaxe: zeugma e elipse. No entanto, elas
apresentam diferenças.
Para muito estudiosos do tema, a zeugma é considerada um tipo de elipse, visto que também é em-
pregada por meio da omissão de um ou mais termos na oração.
A elipse é a omissão de um ou mais termos do discurso que não foram expressos anteriormente. Mas
estes são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor). Já na zeugma, os termos já foram men-
cionados antes no discurso.
Ficamos ansiosos com o resultado. (pelo conjugação verbal podemos identificar a omissão do pro-
nome “nós”.) – elipse
Joaquim comprou duas calças, eu uma. (omissão do verbo no segundo período: comprei). – zeugma
Curiosidade
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Hipérbato
Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
O hipérbato ou inversão é uma figura de sintaxe que faz parte das figuras de linguagem. Ele é caracte-
rizado pela inversão brusca da ordem direta dos termos de uma oração ou período.
Na construção usual da língua, a ordem natural dos termos da oração vem posicionada dessa maneira:
sujeito + predicado + complemento.
Sendo assim, o hipérbato interfere na estrutura gramatical, invertendo a ordem natural dos termos da
frase. Por exemplo: Feliz ele estava. Na ordem direta a frase ficaria: Ele estava feliz.
Note que o uso do hipérbato pode comprometer muitas vezes o entendimento, ou mesmo gerar ambi-
guidade.
Anástrofe e Sínquise
Outras figuras de sintaxe que invertem os termos da frase são: a anástrofe e a sínquise.
A anástrofe é uma inversão suave dos termos frasais. Já a sínquise é uma inversão mais acentuada e
que pode prejudicar o entendimento do período.
Por esse motivo, a anástrofe e a sínquise são consideradas por diversos estudiosos como tipos de
hipérbato.
Hipérbato e Anacoluto
Muitas vezes o hipérbato é confundido com o anacoluto, no entanto eles são diferentes. O anacoluto
apresenta uma irregularidade gramatical na estrutura gramatical do período, mudando de maneira re-
pentina a estrutura da frase.
Dessa maneira, temos a impressão de que o pronome “ele” não exerce sua função sintática correta-
mente visto a pausa do período. E de fato, ele não possui relação sintática com os outros termos da
frase.
O anacoluto altera, portanto, a sequência lógica do plano sintático dos termos da frase, o que não ocor-
re no hipérbato.
Já o hipérbato não é marcado por uma pausa, e sim pela inversão sintática dos termos da frase.
Exemplos de Hipérbato
Tanto na literatura, como na música, o hipérbato é usado muitas vezes para auxiliar na rima e sonori-
dade dos versos.
Mas lembre-se que também utilizamos essa figura de linguagem no cotidiano, por exemplo:
Hipérbato na Música
O hino nacional brasileiro é um exemplo notório em que o hipérbato foi utilizado muitas vezes. Analise
abaixo os trechos:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Ordem direta do primeiro trecho: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um
povo heroico.
Ordem direta do segundo trecho: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse
instante.
Hipérbato na Literatura
O hipérbato é utilizado com fins estilísticos para dar maior ênfase ou expressividade à linguagem literá-
ria.
“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada/E triste, e triste e fatigado eu vinha. /Tinhas a alma de sonhos
povoada, /E alma de sonhos povoada eu tinha...” (Olavo Bilac)
Na ordem direta, o poema de Olavo Bilac ficaria: E eu vinha triste, e triste e fatigado/ Tinhas a alma
povoada de sonhos/ E eu tinha a alma povoada de sonhos.
“Aquela triste e leda madrugada, /cheia toda de mágoa e de piedade, /enquanto houver no mundo sau-
dade, /quero que seja sempre celebrada.” (Luís de Camões)
Na ordem direta o primeiro verso do soneto de Camões ficaria: aquela madrugada triste e leda.
Polissíndeto
Ele é caracterizado pelo uso de síndetos, ou seja, de elementos conectivos (conjunções) nos períodos
compostos.
o polissíndeto forma as orações coordenadas sindéticas sendo que os elementos mais utilizados são:
e, ou, nem.
Essa figura de sintaxe é muito utilizada como recurso estilístico, sobretudo nos textos poéticos e musi-
cais.
Esse uso repetitivo das conjunções dá uma ideia de acréscimo, sucessão e continuidade, oferecendo
mais expressividade ao texto.
Exemplos
“As ondas vão e vem/ E vão e são como o tempo.” (Música “Sereia” de Lulu Santos)
“Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ índios e padres e bichas, negros e mulheres/E
adolescentes fazem o carnaval.” (Música “Podre Poderes” de Caetano veloso)
“Do claustro, na paciência e no sossego,/Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!” (“A um poeta” de
Olavo Bilac)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Polissíndeto e Anáfora
A anáfora é uma figura de sintaxe que também está relacionada com a repetição.
O que a difere do polissíndeto é que essa repetição pode ser de palavras ou expressões, e não somen-
te de elementos conectivos. Geralmente, a anáfora aparece no início das frases.
Acima, temos um exemplo em que as duas figuras de linguagem estão presentes por meio da repeti-
ção da conjunção "e".
Do grego, o termo “polysýndeton” é formado pelo vocábulo “polýs” (muitos) e pelo verbo “syndéo” (unir,
ligar). Sendo assim, a palavra polissíndeto significa “muitas ligações”.
Assíndeto
Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.
O assíndeto é uma figura de linguagem, mais precisamente umafigura de sintaxe. Ela é caracterizada
pela ausência de síndeto.
O síndeto, nesse caso, é uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coorde-
nadas.
Logo, o assíndeto corresponde a uma figura de sintaxe marcada pela omissão de conjunções (conecti-
vos) nos períodos compostos.
Geralmente, no lugar dos conectivos são colocados vírgula ou ponto e vírgula, criando assim orações
coordenadas assindéticas.
Além de ser utilizada na linguagem oral, o assíndeto é empregado como recurso estilístico nos textos
poéticos e musicais com o intuito de aumentar a expressividade, bem como enfatizar alguns termos da
oração.
Exemplos de Assíndeto
“Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar. Pra lua, a taxa é alta.
Pro sol: identidade.” (música “Carimbador Maluco” de Raul Seixas)
“Por você eu largo tudo. Vou mendigar, roubar, matar./ Que por você eu largo tudo. Carreira, dinheiro,
canudo.” (música “Exagerado” de Cazuza)
“Nascendo, rompendo, rasgando, E tomando meu corpo e então...Eu... chorando, sofrendo, gostan-
do, adorando.” (música “Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)” de Gonzaguinha)
“A tua raça de aventura quis ter a terra, o céu, o mar/A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer,
voltar.” (“Epigrama nº 7” de Cecília Meireles)
“Tive ouro, tive gado, tive fazendas.” (“Confidência do Itabirano” de Carlos Drummond de Andrade)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
“Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura.
Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos,
amarelos.” (“Angústia” de Graciliano Ramos)
Enquanto o assíndeto é determinado pela omissão de uma conjunção (síndeto), o polissíndeto é mar-
cado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo).
Exemplos:
Do grego, o vocábulo “asýndetos” é composto pelo “a”, que indica uma negação, e pelo verbo “syn-
déo”, que significa “unir”, “ligar”. Portanto, o termo assíndeto significa a ausência de ligação.
Anacoluto
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)
O anacoluto é uma figura de linguagem que está relacionada com a sintaxe das frases. Por esse moti-
vo, é chamada de figura de sintaxe.
Ele é caracterizado por alterar a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no dis-
curso. Assim, o anacoluto realiza uma “interrupção” na estrutura sintática da frase.
Note que as figuras de linguagem são muito utilizadas nos textos poéticos. Isso porque elas oferecem
maior expressividade ao texto.
No caso do anacoluto, na maioria das vezes, ele enfatiza uma ideia ou mesmo uma pessoa do discur-
so.
Normalmente, o termo inicial fica “solto” na frase sem apresentar uma relação sintática com os outros
termos. Por exemplo: Meu vizinho, soube que ele está no hospital.
A expressão "meu vizinho" parece ser o sujeito da oração, mas quando terminamos a frase podemos
constatar que ele não possui essa função sintática estabelecida.
Além de ser usado na linguagem literária e musical, o anacoluto é utilizado na linguagem coloquial
(informal). Na linguagem cotidiana ele é empregado pela espontaneidade típica desses tipos de discur-
sos.
Para compreender melhor essa figura de sintaxe, veja abaixo alguns exemplos:
Exemplos
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Anacoluto na Literatura
“Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.” (Manuel Bandeira)
“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu”.
(Rubem Braga)
“Umas carabinas que guardavam atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestá-
veis.” (José Lins do Rego)
Figuras de Sintaxe
Além do anacoluto, outras figuras de sintaxe (ou de construção) que interferem na estrutura gramatical
das frases são:
Elipse
Zeugma
Hipérbato
Silepse
Assíndeto
Polissíndeto
Anáfora
Pleonasmo
Pleonasmo
Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)
O pleonasmo é uma figura ou um vício de linguagem que acrescenta uma informação desnecessária
ao discurso, seja de maneira intencional ou não.
Classificação
Pleonasmo Vicioso
Nesse caso, ele é um erro sintático não intencional que a pessoa comete por desconhecimento das
normas gramaticais.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Trata-se de um desvio gramatical que passa despercebido pelos falantes da língua. Note que ele é
muito utilizado no cotidiano e na linguagem coloquial.
Exemplos:
descer para baixo: o verbo “descer” já denota mover de cima para baixo, declinar.
sair para fora: o verbo “sair” é sempre passar de dentro para fora, afastar-se.
encarar de frente: o verbo “encarar” significa olhar de frente, de cara. Ou seja, quando encaramos, já
estamos posicionados de frente.
ver com os olhos: o verbo “ver” (perceber pela vista) está intimamente relacionado com os olhos, uma
vez que enxergamos com esse órgão
outra alternativa: a palavra “alternativa” denota outra escolha dentre duas ou mais opções.
Pleonasmo Literário
Já o pleonasmo literário (ou intencional) é usado com intenção poética de oferecer maior expressivida-
de ao texto. Assim, nesse caso ele é considerado uma figura de linguagem.
Em outras palavras, o pleonasmo literário é utilizado intencionalmente como recurso estilístico e se-
mântico para reforçar o discurso de seu enunciador. Observe que nesse viés, o escritor tem 'licença
poética' para fazer essa ligação.
Exemplos:
“Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã” (Chico Buarque)
“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
Vícios de Linguagem
Os Vícios de Linguagem são desvios das normas gramaticais que podem ocorrer por descuido do fa-
lante ou por desconhecimento das regras da língua.
Tratam-se de irregularidades que ocorrem no dia-a-dia, das quais se destacam: pleonasmo, barbaris-
mo, ambiguidade, solecismo, estrangeirismo, plebeísmo, cacofonia, hiato, eco e colisão.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Silepse
Concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Há silepse de gênero, de número
e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade
de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioriados clien-
tes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de
eles: Todos terminaram os exercícios)
A silepse é uma figura de linguagem que está na categoria de figura de sintaxe (ou de construção).
Isso porque ela está intimamente relacionada com a construção sintática das frases.
A silepse é empregada mediante a concordância da ideia e não do termo utilizado na frase. Dessa
forma, ela não obedece as regras de concordância gramatical e sim por meio de uma concordância
ideológica.
Classificação
Silepse de Pessoa: quando há discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o ver-
bo, que surge na primeira pessoa do plural.
Exemplos
No primeiro exemplo, notamos a união dos gêneros masculino (São Paulo) e feminino (velha).
No segundo exemplo, o uso do singular e plural denota o uso da silepse de número: povo (singular) e
gritavam (plural).
No terceiro exemplo, o verbo não concorda com o sujeito, e sim com a pessoa gramatical: pesquisado-
res (terceira pessoa); estamos (primeira pessoa do plural)..
Anáfora
Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui
sempre para você.
A anáfora é uma figura de linguagem que está intimamente relacionada com a construção sintática do
texto. Por esse motivo, ela é chamada de figura de sintaxe.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A anáfora ocorre por meio da repetição de termos no começo das frases (ou dos versos). É um recurso
estilístico muito utilizado pelos escritores na construção dos versos com o intuito de intensificar uma
expressão.
Exemplos
A anáfora é muito utilizada na poesia, na música e nas propagandas publicitárias. Veja abaixo alguns
exemplos:
Anáfora na Música
Anáfora na Literatura
Anáfora na Publicidade
Além da figura de linguagem anáfora, temos também a anáfora como mecanismo de coesão textual.
Nesse caso, ela retoma um componente textual, ou seja, faz referência a uma informação que já fora
mencionada no texto. Ela pode ser chamada de elemento anafórico.
Por sua vez, a catáfora antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento catafórico.
Figuras de Som
Aliteração
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FIGURAS DE LINGUAGEM
A aliteração é uma figura de linguagem, mais precisamente uma figura de som (ou de harmonia).
É definida pela repetição de fonemas consonantais num enunciado. Isso significa que esses sons po-
dem ser parecidos ou iguais e, geralmente, estão localizados no início ou no meio da palavra.
A aliteração produz um efeito sonoro interessante, marcando o ritmo e sugerindo alguns sons seme-
lhantes às palavras que compõem o texto.
Sendo assim, a aliteração é um recurso linguístico muito utilizado nos textos poéticos para enfatizar
determinado som oferecendo maior expressividade ao texto.
Exemplos de Aliteração
“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.” (Luís de Camões) – repetição da consoante “v”.
“O rato roeu a roupa do rei de Roma.” (provérbio popular) – repetição da consoante “r”.
“Quem com ferro fere com ferro será ferido.” (provérbio popular) – repetição da consoante “f”.
“O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.” (provérbio popular) – repetição
da consoante “s”.
Paronomásia
Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)
A paronomásia é uma figura de linguagem que está definida na categoria de figuras de som.
Isso porque ela está relacionada com a sonoridade das palavras. Dessa forma, ela utiliza os parônimos
para enfatizar uma ideia e por isso recebe esse nome.
Lembre-se que as palavras parônimas apresentam sonoridade e são escritas de forma semelhante.
Mas o significado delas é muito diferente.
Geralmente a paronomásia é utilizada em textos literários, mas também pode ser usada na linguagem
oral e popular.
Palavras Parônimas
As palavras parônimas se assemelham no som e escrita. Mas fique atento, pois um erro pode causar
grande confusão. Veja abaixo algumas palavras parônimas:
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Obs: O trava-línguas é um tipo de parlenda que faz parte da literatura popular. Um dos recursos estilís-
tico utilizado para dificultar o falante na recitação da frase é a paronomásia, por exemplo: "Fia, fio a fio,
fino fio, frio a frio".
Nesse caso, além da aproximação de palavras semelhantes, temos também a repetição da consoante
"f" e da vogal "o". Portanto, o uso das figuras de som: aliteração e assonância.
Assonância
Exemplo:
A assonância é um tipo de figura de linguagem, chamada de figura de som ou harmonia. Ela é caracte-
rizada pela repetição harmônica de sons vocálicos (vogais) numa frase.
É um recurso estilístico muito utilizado na literatura, na música e nos provérbios populares. Ela oferece
maior expressividade ao texto por meio da intensificação da musicalidade e do ritmo.
Além da assonância, as figuras de som mais importantes são: aliteração, paronomásia, onomatopeia.
Exemplos
“Juro que não acreditei, eu te estranhei/Me debrucei sobre teu corpo e duvidei/E me arrastei e te arra-
nhei/E me agarrei nos teus cabelos” (Atrás da Porta – Chico Buarque) – repetição das vogais “ei”.
“Meu amor/O que você faria/Se só te restasse esse dia?/Se o mundo fosse acabar/Me diz o que você
faria” (O que você faria – Lenine) – repetição das vogais “ia”.
Aliteração e Assonância
Quanto às figuras de som, há duas que geram maior confusão. São elas a aliteração e a assonância.
Aliteração: “O pato pateta pintou o caneco” (Vinícius de Moraes) – repetição das consoantes “p” e “t”.
Assonância: “Minha foz do Iguaçu/Pólo sul, meu azul/Luz do sentimento nu(Djavan) – repetição da
vogal “u”.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Há muitos casos em que elas são utilizadas num mesmo verso ou frase, por exemplo:
“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse…/O sol, celestial girassol, esmorece…/E as canti-
lenas de serenos sons amenos/Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos…” (Eugênio de Castro)
No exemplo acima notamos o uso de ambas figuras de som. A aliteração dos fonemas “ss” e “c”, além
da repetição das consoantes “f”. Já a assonância é marcada pela repetição das vogais tônicas “e”.
Onomatopeia
A Onomatopeia é uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os sons
naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais.
Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e
nas histórias em quadrinhos.
Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expres-
sam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.
Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein”
(fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.
Exemplos
Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um dos
seus tipos.
Produzem maior Produzem maior expres- Produzem maior expressivi- Produzem maior
expressividade à sividade à comunicação dade à comunicação atra- expressividade à
comunicação atra- através da combinação vés da inversão, repetição comunicação
vés das palavras. de ideias e pensamentos. ou omissão dos termos na através da sono-
construção das frases. ridade.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Articulação De Texto
Para construir um texto, necessitam-se de palavras (óbvio!). Estas palavras podem estar conectadas
entre si por meio de conjunções, pronomes, os quais irão dar sentido ao texto. Os operadores se-
quenciais e as expressões referenciais podem ser tanto sinônimos, os quais irão recuperar termos,
como antônimos, pronomes. Dessa forma, a unidade textual não fica redundante ou repetitiva - daí a
importância desses operadores e expressões de referência.
Em uma redação, por exemplo, é preciso saber qual conectivo (conjunções e preposições) ligam as
ideias para que estas se tornem claras. Esses elementos estão inclusos no que se convencionou, em
Linguística, chamar de coesão, tema que veremos nas linhas seguintes.
De acordo com Neves (2011, p. 449), os pronomes têm “a capacidade de fazer referência”. São eles:
Mim, Comigo, Nós, Conosco, Ti, Contigo, Vós, Convosco, Si, Consigo.
As preposições também são operadores sequenciais. São elas: a, até, com, contra, de, em, entre,
para, por, sob, sobre, ante, após, desde, perante, sem.
As conjunções, por sua vez, podem ser tanto coordenativas ou subordinativas. O primeiro tipo liga
duas orações independentes entre si. A segunda liga o sentido entre as frases dependentes.
Conjunções Coordenativas:
Aditivas: e, nem, também, como também, bem como, mas ainda, não só… mas, não só... mas tam-
bém, não só... como também, não só... bem como, não só... mas ainda.
Alternativas: ou, ou… ou, ora… ora, já… já, quer… quer, seja… seja.
Conjunções Subordinativas:
Causais: porque, uma vez que, sendo que, visto que, como, já que, desde que, pois.
Consecutivas: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), sem que, de modo que, de forma que, de
maneira que.
Comparativas: como, tal qual, que, do que, assim como, mais… que, menos… que, (tanto) quanto.
Conformativas: conforme, assim como, segundo, consoante, como, de acordo com que.
Condicionais: se, caso, contanto que, a menos que, sem que, salvo se, desde que.
Concessivas: mesmo que, por mais que, ainda que, ainda quando, quando mesmo, se bem que, em-
bora, conquanto, posto que, por muito que, apesar de que, que, malgrado, dado que, suposto que.
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (tanto menos), quanto
menos.
Temporais: quando, enquanto, sempre que, logo, que, depois que, desde que, assim que, até que,
cada vez que, sem que.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Coerência: manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os compo-
nentes do universo textual se unem de maneira acessível e relevante;
Por essas duas palavras - coesão e coerência - compreendemos a relação de sentido que se estabe-
lece entre as partes do texto, criando uma unidade de sentido (ou seja, criando um discurso que faça
sentido para o receptor). A coesão auxilia a coerência, mas não é algo necessário para que esta se
dê: mesmo não havendo coesão, pode haver coerência. A coerência manifestada no nível microtex-
tual refere-se aos modos como os componentes do universo textual estão ligados entre si dentro de
uma sequência.
Coesão: quando manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do
universo textual estão ligados entre si dentro de uma sequência;
Exofórica é quando há uma relação extralinguística, isto é, textos orais. Já a endofórica é uma rela-
ção interna. Será anáfora quando houver retomada, recuperação de termos, com o uso de pronomes,
por exemplo. Já a catáfora indica um termo subsequente, que será ainda falado.
Por exemplo:
Substituição: quando ocorre substituição de termos, como sinônimos que não são completamente
idênticos para a troca.
Portanto, ao fazer essa ligação, eles indicam que tipo de relação: causa e consequência, conclu-
são, oposição ou ressalva, soma de duas ideias, objetivo ou finalidade, e assim por diante.
Por isso, há vários tipos desses operadores argumentativos, que indicam argumentos diferentes e
sentidos diferentes no texto. Vejamos o esquema:
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão, isto é, eles indicam a so-
ma de duas ideias: e, também, ainda, não só... mas também, além de..., além disso..., aliás...
Exemplo:
a) João é o melhor candidato: além de ter boa formação em Economia, tem experiência no cargo, e
também não se envolve em negociatas.
Observe que além de e e também dão ideia de soma. Somam as idéias de boa formação em Econo-
mia + não se envolver em negociatas.
b) João é o melhor candidato: a par de uma boa formação em Economia,também tem experiência no
cargo; além de que, não se envolver em negociatas.
Novamente temos operadores - a par de, também e além de - que somam argumentos a favor de
uma mesma conclusão.
Exemplo:
a) O custo de vida continua subindo bastante; as condições de saúde do povo brasileiro são
péssimas e a educação vai de mal a pior portanto (= logo, por consequinte, consequentemente) o
Brasil não é um país de primeiro mundo.
Operadores que indicam comparação entre elementos, com vista a uma dada conclusão: mais...
que, menos... que, tão... como, etc. Exemplos:
Antônio propõe:
Jorge responde:
Exemplo:
Observação:
De acordo com Garcia (1988), legitimamente, só os fatos ou fenômenos físicos têmcausa;
os atos ou atitudes praticados ou assumidos pelo homem têm razões,motivos ou explicações.
Da mesma maneira, os primeiros têm efeitos; e os segundos, consequências.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Operadores que apresentam argumentos que indicam ideias contrárias, ou seja, operadores que
ligam enunciados (= orações, frases) de sentido contrário, aqui temos dois grupos:
Toda oração que vem à direita dos operadores: mas, porém, contudo, todavia e no entanto
sempre tem o argumento mais forte, o argumento que predomina. Exemplo:
a) O candidato esforçou-se para causar boa impressão mas ele não foi selecionado.
Observe que o argumento que está à direita do mas é o mais forte, podemos dizer que ele vence o
argumento anterior.
É diferente, porém, o que acontece com os operadores: embora, ainda que, posto que, apesar de
(que). Esses operadores admitem o outro argumento, colocando apenas uma ressalva. Por isso, o
argumento introduzido por eles não predomina sobre o outro argumento.
Exemplos:
Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado (= frase, oração): até, mesmo,
até mesmo, inclusive, pelo menos, no mínimo.
Exemplos:
b) O homem teme o pensamento como nada mais sobre a terra, mais ainda que a ruína e mesmo
mais que a morte. (Bertrand Russel) - O filósofo usou o operador mesmo para indicar o que seria
(para ele) o argumento mais forte neste enunciado.
c) O rapaz era dotado de grandes ambições; pensava em ser, no mínimo, prefeito da cidade onde
tinha nascido.
Operadores que se distribuem em escalas opostas: quase: o argumento indica maioria; apenas
(só, somente, poucos): o argumento aponta para a negação da totalidade. Exemplos:
Os operadores que indicam uma relação de tempo no enunciado: quando, assim que, logo que.
no momento em que...
Exemplo:
a) Assim que Antonio chegar, peça para ele vir a minha sala.
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Operadores que indicam finalidade, objetivo no enunciado: para, para que, a fim de (que)...
Exemplo:
Coesão
Coesão é microestrutural, ou seja, acontece nas frases, perto uma das outras. Ela está sempre
marcada no texto. E fácil de vê-la. Há basicamente dois tipos de coesão:
a) a coesão por substituição, que é aquela que diz respeito ao modo como as palavras e as frases
do texto substituem umas às outras .
b) a coesão por ligação é como uma palavra liga uma frase à outra. Quem faz essa ligação e deter-
minam a sua linha argumentativa são os operadores argumentativos.
Os principais elementos de coesão são quatro: a referência, a elipse, a conjunção - cujos elemen-
tos são também chamados de operadores argumentativos e a coesão lexical.
Coesão referencial. É quando uma palavra remete a outra para ser entendida. Exemplos de coesão
referencial: endófora- anáfora, catáfora e exófora.
Endófora. A referência é endofórica quando o referente se acha expresso no próprio texto, é divi-
dida em: anáfora e catáfora.
Por exemplo: João trouxe vários objetos: lápis, borracha, caneta, etc.
Exófora. Ela acontece quando a remissão é feita a algum elemento que estáfora do texto.
Coesão por elipse. É a omissão de uma palavra, uma frase ou parte de um texto, mas
que facilmente entendemos qual seja. Exemplos:
Quero estudar para ter conhecimento. (O eu não aparece, mas facilmente entende-se quem
quer ter alguma coisa. Ele está elíptico. )
Coerência
A coerência é macroestrutural, ou seja, para que você possa achar um de seus elementos, deve ler
o texto todo. Diferentemente da Coesão, ela pode, muitas vezes, estar oculta, subentendida, im-
plícita.
Para que a textualidade aconteça, quatro fatores são necessários: a continuidade, a progressão, a
articulação e a não-contradição.
A continuidade é a retomada de conceitos e ideias no decorrer do texto e ideias só podem ser re-
tomadas por palavras... Ela acontece pela repetição da mesma palavra por um sinônimo, por
um pronome, por uma palavra da mesma área semântica do assunto principal do texto. José de
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ARTICULAÇÃO DE TEXTO
Alencar, em Iracema, faz umadescrição da natureza, das coisas nacionais (Nacionalismo), pela
continuidade. Observe o fragmento:
"Além, muito além daquela serra, que ainda azul no horizonte, nasceuIracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que aasa da graúna, e mais
longos que seu talhe da palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso: nem a baunilha recendia nobosque seu hálito perfu-
mado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde cam-
peava sua guerreira tribo da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a
verde pelúcia que vestia a terra com asprimeiras águas."
A progressão é o outro lado da continuidade, ou seja, o texto deve continuar abordando o mesmo
assunto, mas não pode ficar repetindo as mesmas informações, deve ir acrescentando novos
dados, para que sua leitura não fique cansativa e seja útil, informativo para quem o lê e ter aceitabili-
dade. Essas novas informações é que fazem o texto progredir.
A articulação cuida da organização do texto todo harmonizando as partes que o compõem, estabe-
lecendo, quando for o caso, relações de causa e consequência, oposição e assim por diante.
Este fator de coerência tem a ver como os fatos e conceitos apresentados no texto se encadeiam,
como se organizam, que papéis exercem uns em relação ao outros, que valores assumem uns em
relação aos outros.
Muitas vezes, pode acontecer que a articulação não está explicitada por palavras ou expressões, ou
seja, por palavras de transição, mas a relação estáimplícita, subentendida. Um exemplo:
Em “João não veio à aula. Está doente”. A relação causa/consequência não está explícita com o ope-
rador argumentativo porque, mas está implícita e pode ser entendida normalmente.
Outro exemplo:
Funcionários que recebem uma nova proposta de trabalho na qual não estão interessados devem
evitar aquele joguinho de tentar leiloar-se para obter um aumento de salário ou uma promoção
(consequência).
A Mudança –
O Homem voltou a terra natal e achou tudo mudado. Até a Igreja mudara de lugar. Os moradores
pareciam ter trocado de nacionalidade, falavam língua incompreensível. O clima também era diferen-
te.
A custo, depois de percorrer avenidas estranhas, que se perdiam no horizonte, topou com um ca-
chorro que também vagava inquieto, em busca de alguma coisa. Eraum velhíssimo animal sem
trato, que parou a sua frente.
Piloto farejou longamente o homem sem abanar o rabo. O homem não se animou a acariciá-
lo. Depois, o cão virou as costas e saiu sem destino. O homem pensou em chamá-lo, mas desistiu.
Afinal, reconheceu que ele próprio tinha mudado, ou que talvez só ele mudara, e a cidade era a
mesma, vista por olhos que tinham, esquecido a arte de ver.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
A Coerência Textual
A coerência resulta da configuração que assumem os conceitos e relações subjacentes à sua superfí-
cie textual. É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do
texto. Envolve não só aspectos lógicos e semânticos, mas também cognitivos, na medida em que de-
pende do partilhar de conhecimentos entre os interlocutores.
Um discurso é aceito como coerente quando apresenta uma configuração conceitual compatível com
o conhecimento de mundo do recebedor. Essa. O texto não significa exclusivamente por si mesmo.
Seu sentido é construído não só pelo produtor como também pelo recebedor, que precisa deter os
conhecimentos necessários à sua interpretação. O produtor do discurso não ignora essa participação
do interlocutor e conta com ela. É fácil verificar que grande parte dos conhecimentos necessários à
compreensão dos textos não vem explícita, mas fica dependente da capacidade de pressuposição e
inferência do recebedor.
Através dessa visão Ingedore villaça e Luiz Carlos travagua em seu livro “A coerência textual” pre-
tende em sua obra apenas introduzir os leitores ao estudo da coerência textual . É a coerência que
faz com que uma seqüência linguística qualquer seja vista como um texto, porque é a coerência, atra-
vés de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, semânticas e pragmáti-
cas) entre os elementos da sequência (morfemas, palavras, expressões, frases, parágrafos, capítu-
los, etc), permitindo construí-la e percebê-la, na recepção, como constituindo uma unidade significa-
tiva global. Portanto é a coerência que dá textura etextualidade à sequência linguística, entendendo-
se por textura ou textualidade aquilo que converte uma seqüência lingüística em texto. Assim sendo,
podemos dizer que a coerência dá início à textualidade
Mesmo sendo uma obra que aponta vários fatores responsáveis pela coerência textual de um dis-
curso qualquer:a intencionalidade e aceitabilidade,fatores de contextualização, a situacionabilidade, a
informatividade e a intertextualidade,a intertextualidade e inferência , que têm a ver com os fatores
pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo ,acrescentamos com outros fatores relevan-
tes de outros autores com a intenção de ampliar ainda mais nosso estudo sobre coerência textual
A idéia de incoerência depende de conhecimentos prévios sobre o mundo e do tipo de mundo em que
o texto se insere, bem como do tipo de texto.
O conhecimento de mundo é importante, não menos importante é que esse conhecimento seja parti-
lhado pelo produtor e receptor do texto. O produtor e receptor do texto devem ter conhecimento co-
mum.
Finalmente é preciso lembrar que o sentido que damos a um texto pode depender (e com freqüência
depende) do conhecimento de outros textos, com os quais ele se relaciona.
Neste capitulo você deve ter intuído uma concepção básica do que seja o fenômeno da coerência e
do que depende. Busquemos a seguir uma visão mais detalhada e sistemática da coerência textual.
Conceito de Coerência
O que é coerência
Dificilmente se poderá dizer o que é coerência apenas através de um conceito, pó isso vamos defini-
la através da apresentação de vários aspectos e/ou traços que, em seu conjunto, permitem perceber
o que esse termo significa.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja,
ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida com
um principio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à
capacidade que o receptor tem para calcular o sentido desse texto. Este sentido, evidentemente,
deve ser do todo, pois a coerência é global. Para haver coerência é preciso que haja possibilidade de
estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação entre seus elementos.
A relação que tem de ser estabelecida pode ser não só semântica (entre conteúdos), mas também
pragmática, entre atos de fala, ou seja, entre as ações que realizamos ao falar (por exemplo: jurar,
ordenar, asseverar, ameaçar, prometer, avisar). Este fato é que levou Widdowson (1978) a dizer que
a coerência seria a relação entre os atos de fala que as proposições realizam (uma proposição é defi-
nida como representação lingüística de um estado de coisas por meio de um ato de referencia e um
ato de predicação, daí a expressão conteúdo proposicional).
Beaugrande & Dressler (1981) e Marcushi (1983) afirmam que, se há uma unidade de sentido no todo
do texto quando este é coerente, então a base da coerência é a continuidade de sentidos entre os co-
nhecimentos ativados pelas expressões do texto. Essa continuidade diz respeito ao modo como os
componentes do mundo textual, ou seja, o conjunto de conceitos e relações subjacentes à superfície
lingüística do texto, são mutuamente acessíveis e relevantes. Evidentemente, o relacionamento entre
esses elementos não é linear e a coerência aparece, assim, como uma organização reticulada, tenta-
cular e hierarquizada do texto. A continuidade estabelece uma coesão conceitual cognitiva entre os
elementos do texto através de processos cognitiva entre os elementos do texto através de processos
cognitivos que operam entre os usuários (produtor e receptor) do texto e são não só de tipo lógico,
mas também dependem de fatores socioculturais diversos e de fatores interpessoais, entre os quais
podemos citar:
As regras sócias que regem o relacionamento entre pessoas ocupando determinados “lugares soci-
ais”
O Simples cortejo das idéias, das expressões lingüísticas que as ativam e das suas posições no texto
deixam evidente o caráter não linear, reticulando, tentacular da coerência.
A coerência se estabelece na interlocução entre os usuários do texto, (seu produtor e receptor). Tex-
tos sem que continuidade são considerados como incoerente, embora a continuidade relativa a um
dado tópico discursivo seja uma condição para o estabelecimento da coerência, nem sempre a conti-
nuidade representará incoerência. Os processos cognitivos operantes entre os usuários do texto ca-
racterizam a coerência na medida em que dão aos usuários a possibilidade de criar um mundo textual
que pode ou não concordar com a versão estabelecida do “mundo real”.
A coerência é algo que se estabelece na interlocução, na interação entre dois usuários numa dada
situação comunicativa. Carolles (1979) afirmou que a coerência seria a qualidade que têm os textos
que permitem aos falantes reconhece-los como bem formados, dentro de um mundo possível (ordiná-
rio ou não). A boa formação seria vista em função da possibilidade de os falantes recuperarem o sen-
tido de um texto, calculando sua coerência. Considera-se , pois , a coerência como principio de inter-
pretabilidade, dependente da capacidade dos usuários de recuperar o sentido do texto pelo qual inte-
ragem, capacidade essa que pode ter limites variáveis para o mesmo usuário dependendo da situa-
ção e para usuários diversos, dependendo de fatores vários (como grau de conhecimento sobre o as-
sunto, grau de cursos lingüísticos utilizados , grau de integração dos usuários. A coerência tem a ver
com a boa formação em termos da interlocução comunicativa, que determina não só a possibilidade
de estabelecer o sentido do texto, mas também , com freqüência, qual sentido se estabelece.
Não se deve pensar que a questão de estabelecimento de sentido esteja apensa do lado receptor. A
questão é mesmo de interação.
Van Dijk e Kintsch falam de coerência local, referente a parte do texto ou a frases ou a seqüência de
frase dentro do texto; e em coerência global, que diz respeito ao texto em sua totalidade. Já mostra-
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A COERÊNCIA TEXTUAL
mos que a coerência do texto é global. A coerência local adv~em do bom uso dos elementos da lín-
gua em seqüências menores, para expressar sentidos que possibilitem realizar uma intenção comuni-
cativa. Incoerências locais advêm do mau uso desse mesmos elementos lingüísticos para o mesmo
fim. Ao se construir um texto, é preciso cuidado, pois o acumulo de incoerências locais pode tornar o
todo do texto incoerente.
Coerência semântica, que se refere à relação entre significados dos elementos das frases em se-
qüência em um texto ou entre os elementos do texto como um todo.
Coerência sintática, que se refere aos meios sintática para expressar a coerência semântica como,
por exemplo, os conectivos, o uso de pronomes, de sintagmas nominais definidos e indefinidos.
A coerência sintática nada mais é do que um aspecto da coesão que pode auxiliar no estabeleci-
mento da coerência.
Coerência estilística, pela qual um usuário deveria usar em seu texto elementos lingüísticos, (léxico,
tipos de estruturas, frases, etc.) pertencentes ou constitutivos do mesmo estilo ou registro lingüístico.
Coerência pragmática, que tem a ver com o texto visto como uma seqüência de atos de fala. Estes
são relacionados de modo que, para a seqüência de atos ser percebida como apropriada, os atos de
fala que a constituem devem satisfazer as mesmas condições presentes em uma dada situação co-
municativa. Caso contrário temos incoerência.
A divisão da coerência em tipo tem o mérito de chama a atenção para diferentes aspectos daquilo
que chamamos de coerência: o semântico, o pragmático, o estilístico e o sintático. Mas é preciso ter
sempre em mente que a coerência é um fenômeno que resulta da ação conjunta de todos esses ní-
veis e de sua influência no estabelecimento do sentido do texto, uma vez que a coerência é, basica-
mente, um principio de interpretabilidade do texto, caracterizado por tudo do que o processo aí impli-
cado possa depender inclusive a própria produção do texto, na medida em que o produtor do texto
quer que seja entendido e o constitui para isso, excetuadas situações muito especiais.
A coerência é subjacente, tentacular, reticulada, não-linear, mas, como bem observa Charolles, se
relaciona com a linearidade do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a linearidade
do texto. Isto quer dizer que a coerência se relaciona com a coesão do texto , pois por coesão se en-
tende a ligação , a relação , os nexos que se estabelecem entre os elementos que constituem a su-
perfície textual. A coerência , que é subjacente, a coesão é explicitamente revelada através de mar-
cas lingüísticas, índices formais na estrutura da seqüência lingüística, índices formais na estrutura da
seqüência lingüística e superficial do texto, o que lhe dá um caráter linear, uma vez que se manifesta
na organização seqüencial do texto, tendo em vista a ordem em que aparecem , a coesão é sintática
e gramatical, mas também semântica , pois , em muitos casos, os mecanismos coesivos se baseiam
numa relação entre os significados de elementos da superfície do texto , como na chamada coesão
referencial.
A sequenciação por recorrência (ou parafrástica) é obtida pelos seguintes mecanismos: recorrência
de termos, de estruturas (o chamado paralelismo), de conteúdos semânticos (paráfrase), de recursos
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A COERÊNCIA TEXTUAL
fonológicos segmentais e suprassegmentais (ritmos, rima, aliteração, eco, etc), de aspectos e tempos
verbais.
A coesão seqüencial por progressão (ou frástica) é feita por mecanismos que possibilitam:
A manutenção temática;
A relação da coesão com a coerência existe porque a coerência é estabelecida a partir da seqüência
lingüística que constitui o texto, isto é, os elementos da superfície lingüística é que servem de pistas,
de ponto de partida para o estabelecimento da coerência. A coesão ajuda a estabelecer a coerência
na interpretação do textos, porque surge como uma manifestação superficial da coerência no pro-
cesso de produção desse mesmos textos.
Embora a coesão auxilie no estabelecimento da coerência, ela não é garantia de se obter um texto
coerente. Observa Charolles, os elementos lingüísticos da coesão não são nem necessários, nem su-
ficientes para que a coerência seja estabelecida.
Como a coesão não é necessária, há muitas conseqüências lingüísticas com poucos ou nenhum ele-
mento coesivo, mas que constituem um texto porque são coerentes e por isso têm o que se chama
de textualidade.
Como a coesão não é suficiente, há seqüências lingüísticas coesas, para as quais o receptor não
pode ou dificilmente consegue estabelecer um sentido global que as faça coerentes.
O mau uso dos elementos lingüísticos de coesão pode provocar incoerências locais pela violação de
sua especificidade de uso e função. Às vezes também ocorre um tipo de incoerência porque o não
uso de elementos necessários calcula-la de forma mais direta causa uma estranhamento da seqüên-
cia pelo receptor. A separação entre coesão e coerência não é tão nítida, a coesão tem relação com
a coerência na medida em que é um dos fatores que permite calcula-a e , embora do ponto de vista
analítico seja interessante separa-las , distingui-las, cumpre não esquecer que são duas faces do
mesmo fenômeno.
Coerência e texto
È a coerência que faz com que uma seqüência lingüística qualquer seja vista como um texto, porque
é a coerência, através de vários fatores, que permite estabelecer relações (sintático-gramaticais, se-
mânticas e pragmáticas) entre os elementos da seqüência (morfemas, palavras, expressões, frase,
parágrafos, capítulos, etc), permitindo construí-la e percebe-la, na recepção, como constituindo uma
unidade significativa global. Portanto, é a coerência que dá textura ou textualidade à seqüência lin-
güística, entendendo-se por textura ou textualidade.
A coerência dá origem a textualidade , o que responde a primeira questão.A coesão é apenas um dos
fatores de coerência, que contribui para a constituição do texto enquanto tal, representando fatos de
face lingüística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma se-
qüência lingüística da coerência, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma
seqüência lingüística em texto. A coesão não dá textualidade é a coerência que faz isso.
Para Beaugrande e Dressler, para quem a coerência é definida em função da continuidade de senti-
dos há seqüências lingüísticas incoerentes, que seriam aqueles em que o receptor não consegue
descobrir qualquer continuidade de sentido. Marcuschi e mesmo Fávero e Koch falam na existência
de textos incoerentes.
Já Charolles afirma que as seqüências de frases não são coerentes ou incoerentes em si. Para Cha-
rolles não há texto incoerente em si. Charolles admite o tipo de incoerência que já referimos com o
nome de incoerência local e que pode resultar do uso inadequado de elementos lingüísticos, violando
seu valor e função.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Bernárdez, ao falar do processo de criação de um texto coerente, propõe que ele se dá em três fases
e que, em cada uma delas, podem ocorrer falhas causadoras de incoerência em determinados casos:
Na segunda fase, o produtor do texto desenvolve um plano global que lhe possibilite conseguir que
seu texto cumpra sua intenção comunicativa, ou seja, tenha êxito face a todos os fatores envolvidos.
Na terceira fase, o produtor realiza as operações necessárias para expressar verbalmente o plano
global, de maneira que, através das estruturas superficiais, oprecebedor seja capaz de reconstituir ou
identificar a intenção comunicativa.
Não existe o texto incoerente em si, mas que o texto poder incoerente em/para determinada situação
comunicativa. Assim, ao dizer que um texto é incoerente, temos que especificar as condições de inco-
erência.
O texto será incoerente se seu produtor não souber adequá-lo à situação, levando em conta intenção
comunicativa, objetivos, destinatário, regras socioculturais, outros elementos da situação, uso dos re-
cursos linguísticos, etc. Caso contrário, será coerente.
O mau uso de elementos lingüísticos e estruturais cria incoerências no nível local. O produtor do
texto, em função de sua intenção comunicativa, levando em conta todos os fatores da situação e
usando seu conhecimento lingüístico, de mundo , etc., constrói o texto, cuja superfície lingüística é
constituída de pistas que permitem aos receptor calcular o (um) sentido do texto, estabelecendo sua
coerência, através da consideração dos mesmos fatores que o produtor e usando os mesmo recur-
sos. A coerência não é nem característica do texto, nem dos usuários do mesmo, mas está no pro-
cesso que coloca texto e usuários em relação numa situação comunicativa. Tendo em vista:
Os elementos lingüísticos da superfície do texto funcionam como pistas que o produtor do texto es-
colheu em função de sua intenção comunicativa e do(s) sentido(s) que desejava que o receptor do
texto fosse capaz de recuperar – pode-se esperar que diferentes tipos de textos apresentem diferen-
tes modos, meios e processos de manifestação da coerência na superfície lingüística.
Diferentes tipos de textos têm diferentes esquemas estruturas que, na Lingüística Textual, recebem o
nome de superestruturas. Narrativos, descritivos, dissertativos, líricos, ficção, dramáticos, poéticos e
prosas. O conhecimento ou não, a utilização ou não das características de superestrutura de cada
tipo pode auxiliar ou dificultar o estabelecimento de coerência.
Os estudos da coerência e coesão nos textos orais, em comparação com os textos escritos, os usuá-
rios utilizam recursos diferenciados na superfície lingüística, de modo que sua coerência tem de se
estabelecer e ser julgada por mecanismos e critérios diversos dos utilizados para o texto escrito, sob
pena de incorrermos em falhas de julgamento.
Quando a lingüística começou a tomar o texto como unidade de estudo, os estudiosos, acreditando
na existência de textos e não-textos, propuseram a formulação de uma gramática do texto.Com a
evolução dos estudos que não existe a seqüência lingüística incoerente em si e, portanto, não existe
o não texto. Passou-se à construção de uma Teoria do texto ou Lingüística do Texto, que é dizer a
boa ou má formação dos textos, mas permitir representar os processos e mecanismos de tratamentos
dos dados textuais que os usuários põem em ação quando buscar interpretar uma seqüência lingüís-
tica, estabelecendo o seu sentido e, portanto, calculando sua coerência.
Tais processos e mecanismos , em sua atuação , sofrem restrições que obedecem a determinações
psicológicas e cognitivas, socioculturais, pragmáticas e lingüísticas. Por isso, o estudo da produção ,
compreensão e coerência textuais tornou-se um campo inter e pluridisciplinar. Charolles cabe aos lin-
güistas “delimitar, na constituição e composição textuais, qual é a parte e a natureza das determina-
ções (que referimos no parágrafo anterior) que resultam dos diferentes meios que existem na diferen-
tes línguas, para exprimir a continuidade ou a seqüência do discurso”.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
O lingüista deve, assim, fazer “a analise das marcas de relação entre as unidade de composição tex-
tual que a língua usa para resolver, o melhor possível, os problemas de interpretação que seu uso
possa gerar. Isto para além da generalidade dos processos psico e sociocognitivos que intervêm na
interpretação (da coerência) do discurso”.
Fatores de Coerência
A construção da coerência decorre de uma multiplicidade de fatores das mais diversas ordens: lin-
güísticos, discursivos, cognitivos, culturais e interacionais .
Elementos lingüísticos
Conhecimento de Mundo
Os scripts modos de agir altamente estereotipados em dada cultura, inclusive em termos de lingua-
gem;
È o nosso conhecimento de mundo que nos faz considerar estranho o texto. È a partir dos conheci-
mento que temos que vamos construir u modelo do mundo representado em cada texto – é o uni-
verso (ou modelo) textual. Para que possamos estabelecer a coerência de um texto, é preciso que
haja correspondência ao menos parcial entre os conhecimentos nele ativados e o nosso conheci-
mento de mundo , pois , caso contrário, não teremos condições de construir o universo textual dentro
do qual as palavras e expressões do texto ganham sentido.
Conhecimento Compartilhado
È preciso que o produtor e receptor de um texto possuam , ao menos uma boa parcela de conheci-
mentos comuns.
Constituem o co-texto;
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Inferências
Inferência é a operação pela qual, utilizando seu conhecimento de mundo, o receptor de um texto es-
tabelece uma relação não explicita entre dois elementos (normalmente frases ou trechos) deste texto
que ele busca compreender e interpretar; ou, então, entre segmentos de textos e os conhecimentos
necessários para a sua compreensão.
Fatores de Contextualização
Os fatores de contextualização são aqueles que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa de-
terminada. Segundo Marcushi podem ser de dois tipos: os contextualizadores propriamente ditos e os
perspectivos ou prospectivos. Entre os primeiros estão a data, o local, a assinatura, elementos gráfi-
cos, timbre, etc., que ajudam a situar o texto e , portanto , a estabelecer-lhe a coerência.
Entre os fatores gráficos, temos: disposição na página, ilustrações, fotos, localizações no jornal (ca-
derno, página), que contribuem para a interpretação do texto.
Os fatores perspectivos ou prospectivos são aqueles que avançam expectativas sobre o conteúdo – e
também a forma – do texto: titulo, autor, inicio do texto.
Situacionalidade
A Situacionalidade, outro fator responsável pelo coerência, pode ser vista atuando em duas direções:
Da situação para o texto – trata-se de determinar em que medida a situação comunicativo interfere
na produção recepção do texto e , portanto no estabelecimento da coerência., o contexto imediato da
interação, o contexto sociopolitico-cultural em que a interação está inserida. Ao construir um texto,
verificar o que é adequado àquela situação especifica: grau de formalidade, variedade dialetal, trata-
mento a ser dado ao tema, etc. O lugar e o momento da comunicação, as imagens recíprocas que os
interlocutores fazem uns do outros, os papéis que desempenham, seus pontos de vista , o objetivo da
comunicação.
Do texto para a situação – também o texto tem reflexos importantes sobre a situação comunicativa:
o mundo textual não é jamais idêntico ao mundo real. O produtor recria o mundo de acordo com seus
objetivos, propósitos, interesses, convicções, crenças, etc. Os referentes textuais não são idênticos
ao do mundo real, mas são construídos no interior do texto. O receptor, por sua vez, interpreta o texto
de acordo com a sua ótica, os seus propósitos, as suas convicções – há sempre uma mediação entre
o mundo real e o mundo textual.
Informatividade
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Mas também são freqüentes, tanto em texto poéticos como em textos publicitários ou manchetes jor-
nalísticas.
È a informatividade que vai determinar a seleção e o arranjo das alternativas de distribuição da infor-
mação no texto, de modo que o receptor possa calcular-lhe o sentido com maior ou menor facilidade,
dependendo da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético, mais ou menos
polissêmico, ou que está, evidentemente, na dependência da situação comunicativa e do tipo de texto
a ser produzido.
Focalização
A focalização tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte
do seu conhecimento, bem como com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo
textual. O produtor fornece ao receptor pistas sobre o que está focalizando. Diferenças de focalização
podem causar problemas sérios de compreensão, impedindo, por vezes, o estabelecimento da coe-
rência.
A mesma palavra poderá ter sentido diferente, dependendo da focalização. No caso de palavras ho-
mônimas, a focalização comum do interlocutores permitirá depreender o sentido do termo naquela
situação especifica. A focalização determina também, em dados casos, o uso adequado de certos
elementos lingüísticos. Um dos mais importantes meios de evidenciar a focalização é o uso do que
chamamos de descrições ou expressões definidas, isso é, grupos nominais introduzidos por artigo
definido (ou por demonstrativos). Tais expressões selecionam , dentre as propriedades e característi-
cas do referente, aquelas sobre as quais se deseja chamar a atenção.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Como já vimos anterior-
mente ativa e/ou seleciona conhecimentos de mundo que temos arquivados na memória, avançando
expectativas sobre o conteúdo do texto.
Intertextualidade
Intertextualidade implícita não se tem indicação de fonte, de modo que o receptor deverá ter os co-
nhecimentos necessários para recupera-la; do contrário, não será capaz de captar a significação im-
plícita que o produtor pretende passar. Não havendo indicação da fonte do texto original, caberá re-
ceptor, através de seu conhecimento de mundo, não só descobri-la como detectar a intenção do pro-
dutor do texto ao retomar o que foi dito por outrem.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Intencionalidade e Aceitabilidade
O produtor de um texto tem, necessariamente, determinados objetivos ou propósitos, que vão desde
a simples intenção de estabelecer ou manter o contato com o receptor até a de leva-lo a partilhar de
suas opiniões ou a agir ou comportar-se de determinada maneira. A intencionalidade refere-se ao
modo como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções, produzindo, para
tanto, textos adequados à obtenção dos efeitos desejados.
A intencionalidade tem relação estreita com o que se tem chamado de argumentatividade. Se aceita-
mos como verdade que não existem textos neutros, que há sempre alguma intenção ou objetivo da
parte de quem produz um texto, e que este não é jamais uma “cópia” do mundo real, pois o mundo é
recriado no texto através da mediação de nossas crenças, convicções, perspectivas e propósitos, en-
tão somo obrigados a admitir que existe sempre uma argumentatividade subjacente ao uso da lingua-
gem. A argumentatividade manifesta-se nos textos por meio de uma série de marcas ou pistas que
vão orientar os seus enunciados no sentido de determinadas conclusões.
Entre estas marcas encontram-se os tempos os tempos verbais, os operadores e conectores argu-
mentativos, os modalizadores, entre outros. A partir dessa marcas, como também das inferências e
dos demais elementos construtores da textualidade, o receptor construirá a sua leitura, entre aquelas
que o texto, pela maneira como se encontra lingüisticamente estruturado, permite. È por isso que
todo texto abre a possibilidade de várias leituras.
Consistência e Relevância
De acordo com Giora, dois requisitos básicos para que um texto possa ser tido como coerente são a
consistência e a relevância.
A condição de consistência exige que cada enunciado de um texto seja consistente com os enuncia-
dos anteriores, isto é, que todos os enunciados do texto possam ser verdadeiros dentro de um
mesmo mundo ou dentro dos mundos representados no texto. O requisito da relevância exige que o
conjunto de enunciados que compõe o texto seja relevante para um mesmo tópico discursivo subja-
cente, isto é, que os enunciados sejam interpretáveis como falando sobre um mesmo tema.
A relevância tópica é outro fator importante da coerência. A coerência não é apenas um traço ou uma
propriedade do texto em si, mas sim que ela se constrói na interação entre o texto e seus usuários,
numa situação comunicativa concreta, em decorrência de todos os fatores aqui examinados.
Coerência e Ensino
O objetivo é registrar alguns pontos fundamentais quando se pergunta em que as análises da lingüís-
tica sobre coerência, coesão e texto podem auxiliar no trabalho do professor no ensino de língua ma-
terna. Lembraremos alguns aspectos que podem ser importantes para a adoção de uma postura me-
todológica pelo professor. Metodologia, uma questão de postura, ideologia, metas, objetivos e funda-
mentos e não apenas técnicas de ensino.
Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua rede de
conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa rede conceitual – o
mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.
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A COERÊNCIA TEXTUAL
só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre frases e seqüências de frases
dentro de um texto.
Aceitabilidade – dá-se quanto à expectativa de que o recebedor tenha acesso a um texto coerente e
coeso.
Intertextualidade – para isso o texto deve interagir com outros textos que funcionam oco seu con-
texto
Entre os cinco fatores pragmáticos estudados por Beaugrande e Dressler (1983), os dois primeiros se
referem aos protagonistas do ato de comunicação: a intencionalidade e a aceitabilidade.
O outro lado da moeda é a aceitabilidade, que concerne à expectativa do recebedor de que o con-
junto de ocorrências com que se defronta seja um texto coerente, coeso, útil e relevante, capaz de
levá-lo a adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor.
Grice (1975. 1978) estabelece máximas conversacionais, que seriam estratégias normalmente adota-
das pelos produtores para alcançar a aceitabilidade do recebedor. Tais estratégias se referem à ne-
cessidade de cooperação (no sentido de o produtor responder aos interesses de seu interlocutor) e à
qualidade (autenticidade), quantidade (informatividade), pertinência e relevância das informações,
bem como à maneira como essas informações são apresentadas (precisão, clareza, ordenação, con-
cisão, etc).
Informatividada
O texto com bom índice de informatividade tem que apresentar todas as informações necessárias
para que seja compreendido com o sentido que o produtor pretende. Não é possível nem desejável
que o discurso explicite todas as informações necessárias ao seu processamento, mas é preciso que
ele deixe inequívocos todos os dados necessários à sua compreensão aos quais o recebedor não
conseguirá chegar sozinho.
Focalização
A focalização que tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma
parte do seu conhecimento e com a perspectiva da qual são vistos os componentes do mundo tex-
tual. Seria como uma câmera que acompanhasse tanto o produtor como o receptor no momento em
que um texto é processado. O primeiro fornece ao segundo determinadas pistas sobre o que está fo-
calizando, ao passo que o segundo terá de recorrer a crenças e conhecimentos compartilhados sobre
o que está sendo focalizado, para poder entender o texto (e as palavras que o compõem), de modo
adequado.
Fatores da Contextualização
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A COERÊNCIA TEXTUAL
Intencionalidade e Aceitabilidade
A obra expõe a constituição dos sentidos nos textos e seus fatores, tais como os elementos lingüísti-
cos, o conhecimento do mundo, as inferências e a situação. Um de seus capítulos é dedicado ao re-
gistro de como a análise da coerência textual pode auxiliar no trabalho do professor no ensino da lín-
gua e em sala de aula. Assim, a coerência do texto deriva de sua lógica interna, resultante dos signifi-
cados que sua rede de conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa
rede conceitual – o mundo textual – e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso.
Tipos de Coerência
São seis os tipos de coerência: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica. Co-
nhecê-los contribui para a escrita de uma boa redação.
Você já deve saber que alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto.
Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias apre-
sentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente com-
prometida.
É importante que você saiba que existem tipos de coerência, elementos que colaboram para a cons-
trução da coerência global de um texto. São eles:
Coerência Sintática: está relacionada com a estrutura linguística, como termo de ordem dos ele-
mentos, seleção lexical etc., e também à coesão. Quando empregada, eliminamos estruturas ambí-
guas, bem como o uso inadequado dos conectivos.
Coerência Semântica: Para que a coerência semântica esteja presente em um texto, é preciso, an-
tes de tudo, que o texto não seja contraditório, mesmo porque a semântica está relacionada com as
relações de sentido entre as estruturas. Para detectar uma incoerência, é preciso que se faça uma
leitura cuidadosa, ancorada nos processos de analogia e inferência.
Coerência Temática: Todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o
tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impe-
dindo assim o comprometimento da coerência temática.
Coerência Pragmática: Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Os textos,
orais ou escritos, são exemplos dessas sequências, portanto, devem obedecer às condições para a
sua realização. Se o locutor ordena algo a alguém, é contraditório que ele faça, ao mesmo tempo, um
pedido. Quando fazemos uma pergunta para alguém, esperamos receber como resposta uma afirma-
ção ou uma negação, jamais uma sequência de fala desconectada daquilo que foi indagado. Quando
essas condições são ignoradas, temos como resultado a incoerência pragmática.
Coerência Estilística: Diz respeito ao emprego de uma variedade de língua adequada, que deve
ser mantida do início ao fim de um texto para garantir a coerência estilística. A incoerência estilística
não provoca prejuízos para a interpretabilidade de um texto, contudo, a mistura de registros — como
o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente
nos textos não literários.
Coerência Genérica: Refere-se à escolha adequada do gênero textual, que deve estar de acordo
com o conteúdo do enunciado. Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha
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A COERÊNCIA TEXTUAL
como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua lingua-
gem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. Uma ruptura
com esse padrão, entretanto, é comum nos textos literários, nos quais podemos encontrar um deter-
minado gênero assumindo a forma de outro.
É importante ressaltar que em alguns tipos de texto, especialmente nos textos literários, uma ruptura
com os tipos de coerência descritos anteriormente pode acontecer. Nos demais textos, a coerência
contribui para a construção de enunciados cuja significação seja aceitável, ajudando na compreensão
do leitor ou do interlocutor. Todavia, a coerência depende de outros aspectos, como o conhecimento
linguístico de quem acessa o conteúdo, a situacionalidade, a informatividade, a intertextualidade e a
intencionalidade.
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MORFOSSINTAXE
Morfossintaxe
A palavra pode ser classificada isoladamente, analisando apenas sua classe gramatical, ou pode ser
estudada a partir da função que estabelece dentro da oração. Se o objeto de estudo é a palavra, tem-
se a análise morfológica. Entretanto, se a busca é por sua função na oração, surge a análise sintá-
tica.
Quando a análise ocorre no âmbito da palavra e da frase, ou seja, quando o estudo envolve classe
gramatical e função sintática, as dúvidas são muitas quando essa análise é exigida. Em geral, ela não
é solicitada explicitamente. Entretanto, sempre que a função sintática é pedida, é importante pensar a
que classe gramatical a palavra pertence. Fazendo isso, ficará mais fácil definir sua função.
Embora a língua portuguesa não seja uma ciência exata, no caso da morfossintaxe é possível pen-
sar de forma mais objetiva, pois as funções sintáticas são definidas previamente. Por exemplo, o ad-
jetivo é um caracterizador, portanto, ou estará ao lado do nome, ou se relacionando com ele. Então, a
única função sintática dessa classe gramatical será a de adjunto adnominal. Por isso, é melhor que a
análise morfológica preceda à sintática.
Se a análise é morfológica, qual é o objeto de estudo? A palavra. Então, por alguns minutos, imagine
que a frase não exista, somente a palavra. “Corte-a” e indique sua classe gramatical. Coloque em
prática todo seu conhecimento. “Dialogue” com cada palavra. Pense em que classe gramatical ela se
enquadra. Se as dúvidas nos conceitos de substantivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio,
preposição, adjetivo, conjunção e interjeição aparecerem, é importante voltar e revisar.
Façamos a análise morfológica do enunciado abaixo, lembre-se de que o objeto de estudo é a pala-
vra:
A: Artigo
Prova: Substantivo
Estava: Verbo
Muito: Advérbio
Complicada: Adjetivo
Qual é a função do artigo? Acompanhar o substantivo, não é? Sintaticamente, quem tem a função de
vir junto ao nome? Adjunto adnominal. Portanto, toda classe gramatical cuja função é a de acompa-
nhar o nome (numeral, pronome adjetivo, artigo) exercerá função sintática de adjunto adnominal.
E o substantivo? Que função pode exercer? Vamos recordar? Núcleo do sujeito, do objeto indireto, do
objeto direto, do predicativo, do agente da passiva, do complemento nominal e do aposto. Podendo
exercer ainda as funções de adjunto adnominal e adjunto adverbial, quando compõe locuções adjeti-
vas ou adverbiais. Qual o único termo do enunciado que estamos analisando que poderá exercer a
função de núcleo do sujeito? Prova, não é? Por quê? Porque é um substantivo.
Que função sintática terá o verbo? Se for significativo (intransitivo, transitivo direto, indireto ou direto e
indireto) terá a função de núcleo, ou seja, parte mais importante do predicado verbal ou verbo-nomi-
nal. Se a função dele for de ligar o sujeito ao seu predicativo, terá a função de verbo de ligação. O
verbo do enunciado que estamos analisando recebe esta classificação.
Há algum advérbio? Qual é a única função sintática exercida por essa classe gramatical? Núcleo do
adjunto adverbial. Então, no exemplo, a palavra muito (classificação: advérbio de intensidade – fun-
ção sintática: adjunto adverbial)
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MORFOSSINTAXE
O adjetivo também aparece no exemplo. Que função sintática será exercida por ele? É importante re-
cordar que o adjetivo pode ser núcleo do adjunto adnominal e do predicativo do sujeito. Para definir a
função do adjetivo, a pergunta que deve ser feita é: onde o adjetivo está posicionado, ao lado de um
nome, no sintagma nominal, ou no sintagma verbal? Se acompanhar um nome, sua função será de
adjunto adnominal. Se estiver no sintagma verbal caracterizando o sujeito, como é o caso do adjetivo
complicada, será um predicativo do sujeito, pois estará caracterizando-o.
Agora, ficou fácil classificar o sujeito e o predicado do exemplo, não é mesmo? Se o sujeito está ex-
plícito e só possui um núcleo, será sujeito simples. Se o predicado é constituído de verbo de ligação,
só poderá ser predicado nominal.
É possível perceber que, embora para facilitar o estudo haja uma divisão entre morfologia e sintaxe,
forma e função são inseparáveis. Por isso a morfossintaxe é tão importante.
Ao nos depararmos com ambas (Morfologia e Sintaxe), sabemos que se relacionam às subdivisões
conferidas pela gramática, e mais: que uma corresponde às classes gramaticais e a outra se refere
às distintas posições ocupadas por uma mesma palavra em se tratando de um dado contexto linguís-
tico.
Visando à plena efetivação de nossos conhecimentos acerca deste assunto, ora concebível como
sendo de extrema relevância, ater-nos-emos a alguns casos em que esta ocorrência se materializa.
Analisemos:
Defrontamo-nos com um típico exemplo em que um mesmo termo é visto sob diferentes ângulos, po-
dendo ser assim analisados:
4º - objeto indireto, uma vez que completa o sentido de um verbo transitivo indireto.
5º - predicativo do sujeito, pois além de revelar uma característica a que o sujeito se refere, ainda se
liga a este por intermédio de um verbo de ligação, configurando um caso de predicado nominal.
A morfossintaxe compreende uma análise feita às orações a partir de termos sintáticos e morfológi-
cos. Sendo assim, a morfossintaxe compreenderá uma análise completa, abrangendo tanto a análise
sintática, como também morfológica.
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MORFOSSINTAXE
Por meio disso, é importante ressaltar e relembrar o que é uma análise sintática e uma análise morfo-
lógica. Elas serão fundamentais, uma vez que abrangem a morfossintaxe.
Análise morfológica: realiza a análise individual dos elementos componentes da ligação. A mesma
independe da ligação entre as palavras que compõem a oração;
Análise sintática: faz uma análise mais abrangente, compreendendo a relação das palavras dentro de
uma oração. Por meio disso, a função da análise sintática é entender a função que os elementos inte-
grantes da oração desempenham entre si;
Como ressaltado anteriormente, para fazer a análise segundo a morfossintaxe de uma oração, é ne-
cessário combinar ambas as análises anteriormente apresentadas. A formação e o destrinchar da
oração se dará em duas etapas:
Serão as duas as responsáveis por cobrir a morfossintaxe, a fim de entender a formação da oração.
Sendo assim, seja por meio da representação de cada palavra, ou do sentido da frase como um todo,
será possível entender o contexto e sentido.
Análise Morfológica
A análise morfológica tem como função a análise individual das classes de palavras. Entre elas, estão
o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral, o pronome, o verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição.
Utilizamos: 1ª pessoa do plural do verbo utilizar, com conjugação no presente do indicativo, da voz
ativa;
a: artigo definido;
sem: preposição;
Análise Sintática
Por outro lado, a análise sintática abrange a função de verificar a ligação dos termos que integram a
oração, a fim de compreender o contexto. Estão entre eles: complemento verbal e nominal, agente da
passiva, adjunto adverbial e adnominal e, por fim, o aposto.
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MORFOSSINTAXE
Morfossintaxe
Por meio disso, teremos a morfossintaxe a simples combinação das análises. Ao cobrir tanto a aná-
lise individual, como o sentido do contexto, temos a análise morfossintaxe.
A análise morfológica das palavras preconiza a classificação isolada das palavras em diferentes
classes gramaticais.
A análise sintática das palavras preconiza a classificação da função que as palavras desempenham
inseridas numa oração.
Análise morfológica
Tendo como base uma análise morfológica, as palavras podem ser classificadas em:
substantivo;
artigo;
adjetivo;
pronome;
numeral;
verbo;
advérbio;
preposição;
conjunção;
interjeição.
ontem: advérbio
a: artigo definido
Ana: substantivo próprio
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MORFOSSINTAXE
Análise sintática
Tendo como base uma análise sintática, os termos de uma oração podem ser classificados em:
sujeito;
predicado;
objeto direto;
objeto indireto;
predicativo do sujeito;
predicativo do objeto;
complemento nominal;
agente da passiva;
adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.
sujeito: A Ana
predicado: comprou um livro novo
objeto direto: um livro novo
adjunto adverbial: ontem
adjunto adnominal: a, um, novo
Análise morfossintática
Através da análise morfossintática, ou seja, através da análise simultânea desses dois tipos de classi-
ficação, é possível compreender quais as funções que uma determinada classe gramatical pode de-
sempenhar numa oração.
Sujeito: Pode ser representado por substantivos, pronomes pessoais retos, pronomes demonstrati-
vos, pronomes relativos, pronomes interrogativos, pronomes indefinidos e numerais.
Predicativo do sujeito: Pode ser desempenhado por adjetivos, locuções adjetivas, substantivos, pro-
nomes e numerais.
Predicativo do objeto: Pode ser desempenhado por adjetivo, locuções adjetivas e substantivos.
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MORFOSSINTAXE
Adjunto adnominal: Pode ser representado adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, nume-
rais adjetivos e artigos.
Trata-se de uma análise individual, fazendo a definição das palavras de acordo com as seguintes
classes:
Substantivo;
Artigo;
Adjetivo;
Numeral;
Pronome;
Verbo;
Advérbio;
Preposição;
Conjunção;
Interjeição.
Exemplo 1:
Utilizamos = primeira pessoa do plural do verbo utilizar (nós), sendo conjugado no presente do indica-
tivo e possuindo voz ativa
a = artigo definido
Exemplo 2:
Ontem = advérbio
a = artigo definido
Um = artigo indefinido
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MORFOSSINTAXE
Novo = adjetivo
Conforme é possível observar, essa análise classifica as palavras de maneira objetiva e individual,
sem considerar qualquer tipo de relação entre elas.
Já com relação à análise sintática, é apontada a função e relação existente entre os termos da ora-
ção, fazendo uma análise um pouco mais complexa que a análise morfológica. Essa classificação
consiste em apontar:
Sujeito;
Predicado;
Complemento verbal;
Complemento nominal;
Agente da passiva;
Adjunto adnominal;
Adjunto adverbial;
Aposto.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
A Bruna = sujeito
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MORFOSSINTAXE
Resposta
Resposta
Análise morfológica
As = artigo definido
Meninas = substantivo
Preocupadas = adjetivo
Análise sintática
No caso de pessoas que estão estudando para provas mais específicas como Enem, vestibulares e
concursos ou simplesmente desejam saber mais sobre esta matéria, é recomendado realizar listas de
exercícios especificamente sobre morfossintática e consultar os melhores livros da área.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que
queremos, são eles que querem.
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular:
sou eu quem quero, sou eu quem quer.
Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da
3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, a maioria das pessoas
querem.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos
que estudarão, um dos que sabem.
O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro
veio, nem um nem outro vieram.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um
sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.
O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente,
podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por
verbos intransitivos ou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de
funcionários.
O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o
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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho
necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.
O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da
segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e
com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.
O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural:
isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática,
ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo:
caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma
no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem
função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes
pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos
tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.
Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o
substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudiosos, uma e outra pergunta respondidas.
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Definição:
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e
seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambí-
guas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os comple-
mentam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportu-
nidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudan-
ça ou retirada de uma preposição. Observe:
Saiba que:
As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja
os exemplos:
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim
utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai,
possui, no padrão culto da língua, sentido diferente.
Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e
a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transiti-
vidade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases
distintas.
Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns deta-
lhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
Exemplos:
Fui ao teatro.
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.
b) Comparecer
Por Exemplo:
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem
preposiçãopara o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lem-
brar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem as-
sumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complemen-
tos verbais, objetos indiretos.
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar,
amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, esti-
mar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam
como adjuntos adnominais).
Exemplos:
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses
verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pesso-
ais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos
para substituir pessoas).
Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes-
soa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre outros:
a) Consistir
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Por Exemplo:
b) Obedecer e Desobedecer:
Por Exemplo:
c) Responder
Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a
quem" ou "ao que" se responde.
Por Exemplo:
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, ad-
mite voz passiva analítica. Veja:
d) Simpatizar e Antipatizar
Por Exemplo:
Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso impli-
que modificações de sentido. Dentre os principais, temos:
Abdicar
Acreditar
Almejar
Ansiar
Anteceder
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos
estranhos.
Atender
Atentar
Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.
Cogitar
Consentir
Deparar
Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa
trilha.
Gozar
Necessitar
Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para
preparar a apresentação.
Preceder
Presidir
Renunciar
Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.
Satisfazer
Versar
Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Mere-
cem destaque, nesse grupo:
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado
a pessoas. Veja os exemplos:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:
Saiba que:
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto,
mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:
Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Por Exemplo:
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cien-
tificar, prevenir.
Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o
complemento indireto.
Por Exemplo:
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e
indireto de pessoa.
Por Exemplo:
Pedi-lhe favores.
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Saiba que:
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Por Exemplo:
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final redu-
zida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio ver-
bo (pre).
Agradar
Por Exemplo:
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege com-
plemento introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
ASPIRAR
Por Exemplo:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Por Exemplo:
Obs.: como o objeto indireto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas
pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo:
Assistir
Por Exemplo:
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Exemplos:
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto
adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
Chamar
Por exemplo:
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se
refere predicativo preposicionado ou não.
Exemplos:
Custar
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto
adverbial.
Por exemplo:
Por exemplo:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito re-
presentado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:
Implicar
Por exemplo:
Por exemplo:
Por exemplo:
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".
Por Exemplo:
Proceder
1) Proceder é intransitivo no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sem-
pre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
Exemplos:
Exemplos:
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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Querer
Exemplos:
Visar
1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Por Exemplo:
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposi-
ção "a".
Exemplos:
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CRASE
Crase
Crase é um dos metaplasmos por supressão de fonemas a que as palavras podem estar sujeitas à
medida que uma língua evolui.
O termo crase significa fusão, junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da pre-
posição "a" com:
OBS.: Nunca haverá crase no termo a que, mesmo quando puder ser substituído por à qual. Ex.: A
questão a que me refiro é esta. = A questão à qual me refiro é esta.
O sinal que indica a fusão, que indica ter havido crase de dois aa é o acento grave.
Acentua-se a preposição a quando, substituindo-se a palavra feminina por uma masculina, o a torna-
se ao.
As palavras terra, casa e distância são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da pala-
vra casa (lar) só recebe o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário
não ocorre a crase. Já com a palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier
acompanhada de um modificador — da mesma maneira que existe a expressão "a bordo", enquanto
que com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase. Quanto à palavra distância, só
haverá crase se esta estiver especificada.
Exemplos:
O pronome aquele (e variações) e também aquilo e aqueloutro (e variações) podem receber acento
grave no a inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a.
A contração "à" pode surgir também com a elipse de expressões como "à moda (de)", "à maneira
(de)", como em "arroz à grega" (à maneira grega), "filé à Chatô" (à moda de Chatô)", etc. É este o único
caso em que "à" se pode usar antes de um nome masculino.
Regras de Verificação
Para saber se a crase é aplicável, ou seja, se deve ser usada a contração à (com acento grave) em vez
da preposição a (sem acento), aplique-se uma das regras de verificação:
1) Substitui-se a preposição a por outra preposição, como em ou para; se, com a substituição, o artigo
definido a permanecer, então a crase é aplicável.
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CRASE
Exemplos:
2) Troca-se o complemento nominal, após "a", de um substantivo feminino para um substantivo mascu-
lino; se, com a troca, for necessário o uso da combinação ao, então a crase é aplicável.
Exemplos:
Com crase, porque ao se trocar o complemento — Prestou relevantes serviços ao povo — aparece a
combinação ao.
Sem crase, porque ao se trocar o complemento — Chegarei daqui a um minuto — não aparece a com-
binação ao.
Obs.: a crase não ocorre antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de
nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio
lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).
Crase facultativa
Casos Proibidos
Tendo por princípio basilar que a palavra "à" é o feminino de "ao", não existe crase onde também não
cabe o uso de "ao". Portanto, nas seguintes situações:
Antes de verbos:
Preços a combinar.
Antes de substantivos masculinos, salvo no já supracitado caso de estar subentendida a expressão "à
moda de":
Passear a Cavalo
Antes de numerais:
De 10 a 100
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CRASE
a brilhantes psicólogas
a soluções
Mas: Caminhamos até à (a) casa. (no caso específico de "até", a crase é facultativa)
Antes de pronomes pessoais, relativos cujo/s, cuja/s e quem, demonstrativos, indefinidos, interrogati-
vos e de tratamento (com exceção de senhora, senhorita, dona e madame):
Obs.: (Pronomes demonstrativos de terceira pessoa, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqueloutro*,
aqueloutra*, aqueloutros*, aqueloutras* podem levar crase):
Os pronomes aqueloutro/s e aqueloutra/s não são muito usados, mas são encontrados em textos literá-
rios.
À exceção de:
Vou a Salvador.
Vou a Lisboa.
Vou a Madri.
Obs.: substituir por "Fui à" ou "Vim da" (pode crasear) — "Fui a" ou "Vim de" (crasear pra quê?).
Vou a Brasília.
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CRASE
Vou à Bahia.
À exceção de: Quando o lugar está determinado com um adjunto adnominal, assim como ocorre com
"casa" e "terra", a crase é obrigatória em topônimos que não admitem artigo
A crase é um fenômeno fonético ( ` ) que representa a junção da preposição “a” com o artigo feminino
“a”. Além disso, pode haver crase também na combinação da mesma preposição
com pronomes demonstrativos que se iniciem com a letra “a”.
Exemplo:
Normas
Fica a dica – Em uma oração, se você puder substituir o substantivo feminino por um masculino e este
for antecedido por “ao”, haverá crase.
Exemplo:
Júlia levou sua irmã ao teatro / Júlia levou sua irmã à praça
Locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde, às claras, à meia noite, às três horas;
Exemplo:
Horas específicas
Exemplo:
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CRASE
Hora genérica
Exemplo:
5- Antes dos substatnivos casa e terra, desde que não tenham o sentido de lar e terra firme, respecti-
vamente.
Exemplo:
Mas
Lugar específico
Mas
6- Usa-se crase com pronomes demonstrativos e relativos quando vierem precedidos da preposição a.
Exemplo:
A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento
grave.
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CRASE
Antes de verbos:
Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as, ocorre
crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
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CRASE
Ocorre crase:
Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem a pre-
posição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo se refere,
como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…
Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra feminina que
se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira de.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
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CRASE
Estudei a distância.
Estudei à distância.
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque nestes
casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que admitam a
anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de verificar se há anteposi-
ção do artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.
Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração com a
preposição a, ficando à:
Vim da Bahia.
Estou na Bahia.
Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não haverá
contração com a preposição a, permanecendo a:
Vim de Brasília.
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CRASE
Estou em Brasília.
Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se esta
estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.
O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um adjunto
adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.
Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
O que é a crase?
A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição a com o
artigo definido feminino a (a + a = à).
Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com os pro-
nomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.
Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é substituir o substan-
tivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não a presença da preposição a
contraindo com o artigo definido a.
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CRASE
Atenção!
Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto uso da crase de-
pende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade de análise do enunciado
frásico, sendo importante compreender que não acorre crase se houver apenas a preposição a, ou
apenas o artigo definido a ou apenas o pronome demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que
haja uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem contração, formando crase.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Colocação Pronominal
A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe,
nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração:
Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por exemplo, o
ritmo, a ênfase e o estilo.
Uso da Próclise
Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca.
Exemplos:
Nunca o vi assim.
Exemplos:
Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja vírgula depois do
advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o pronome.
Exemplos:
Agora, descansa-se.
Exemplos:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Orações interrogativas.
Exemplos:
Quem te presenteou?
Uso da Mesóclise
A Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do Pretérito. Se hou-
ver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise.
Exemplos:
Uso da Ênclise
Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocação de pronome
depois do verbo é atraída pelas seguintes situações:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a
Próclise).
Exemplos:
Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as re-
gras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o
verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio.
Exemplos:
Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar em que o
verbo principal está no particípio.
Exemplos:
O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em orações em
cuja voz verbal é reflexiva.
Exemplos:
Exemplos:
Procura-se cãozinho.
Alugam-se casas.
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
normas devem ser observadas, sobretudo, na linguagem escrita.
Dicas:
Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer próclise, depois mesóclise e
em último caso, ênclise.
Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São
elas:
b) Advérbios.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
c) Conjunções subordinativas.
d) Pronomes relativos.
e) Pronomes indefinidos.
f) Pronomes demonstrativos.
Mesóclise
1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos
não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.
Exemplos:
Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Dicas:
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atra-
tiva.
Exemplos:
b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxi-
liar.
Dicas:
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.
Exemplos:
b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.
Exemplos:
Observações importantes:
Emprego de o, a, os, as
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Exemplos:
Chame-o agora.
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
Exemplos:
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-
se para no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-no agora.
4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-lo, formas em desuso, podem
ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.
A colocação pronominal faz referência à posição dos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação
ao verbo.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos são: me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
Em se tratando de saneamento, o Brasil ainda tem que investir muito na área de tratamento de es-
goto.
É importante informar que a ênclise não ocorre no início da frase, na linguagem formal. Portanto, os
pronomes pessoais oblíquos átonos não iniciam orações.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do
caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o
pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:
Na primeira oração, os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são perten-
centes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de com-
plemento, e consequentemente é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, assim, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda
oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Aju-
dar quem? Você (lhe).
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo "lhe" é justificado an-
tes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução
verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ") estiver no infinitivo ou gerúndio.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de
preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição.
Colocação Pronominal
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os
pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem.
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Próclise
• Advérbios:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
• Pronomes relativos:
• Pronomes indefinidos:
• Pronomes demonstrativos:
• Conjunção subordinativa:
Ênclise
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes
oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:
Mesóclise
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos e vos, como todos os outros mo-
nossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima.
Próclise
Conjunção subordinativa:
Advérbio:
Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.
Pronome indefinido:
Pronome relativo:
Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas ora-
ções optativas (orações que exprimem um desejo):
Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa)
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Mesóclise
A mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que
não haja algum fator de próclise.
Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido por pro-
nome pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise, está será de rigor.
Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono poderá ficar depois
do verbo auxiliar ou depois do verbo principal:
Havendo fator de próclise, o pronome átono ficará antes do verbo auxiliar ou depois do principal:
Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do verbo auxiliar:
Se houver fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do verbo auxiliar:
Ênclise
De acordo com a gramática normativa, a posição adequada dos pronomes átonos é depois do verbo,
desde que não haja condições para a próclise ou para a mesóclise.
Com o verbo no inicio do período, desde que não esteja no futuro do indicativo:
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Com o verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido da preposição em:
Aspirava com ânsia, como se aquele ambiente tépido não bastasse a saciá-lo.
Em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas, com verbo no infinitivo impessoal:
A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita de três formas distin-
tas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas.
Próclise ou ênclise?
A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal, seguindo a es-
trutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso da próclise encontra-se
generalizado na linguagem falada e escrita.
É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início da frase, nem
haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação pronominal.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das frases. Nesta situa-
ção, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo.
Ouviram-me chamar?
Deram-lhe os parabéns!
Existem diversas situações que justificam o uso específico de uma forma de colocação pronominal.
Ênclise
Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do indicativo e do futuro do
pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com pronomes oblíquos.
Sente-se imediatamente!
Próclise
A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que
justifiquem o adiantamento do pronome, como:
Nunca a esquecerei.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Quem me chamou?
Deus te guarde!
Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma vírgula, deverá
ser usada a ênclise.
Mesóclise
A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver conjugado no fu-
turo do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária. Caso haja situação
que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.
A colocação pronominal nas locuções verbais difere caso o verbo principal esteja no particípio ou no
gerúndio e infinitivo.
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar após o verbo prin-
cipal ou após o verbo auxiliar.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar antes da locu-
ção verbal ou depois da locução verbal.
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar depois do verbo
auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio.
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar antes da locu-
ção verbal.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Apesar do tema pedir para abordar somente sobre a oração e o período, colocarei também um pouco
sobre frase para tornar o assunto mais completo.
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indi-
ca ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.
Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoria-
mente, pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo que não chove.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a entoação é re-
duzida a sinais de pontuação.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de seus ele-
mentos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:
frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que queres fazer?
frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mão-
zinha! – Faça-o sair!
Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois elementos es-
senciais: sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se
declara algo”, “o tema do que se vai comunicar”.
O predicado é a parte da frase que contém “a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
num nome, teremos um predicado nominal.
A existência é frágil.
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um pensamento com-
pleto e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-exclamação e por reticências.
Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.
Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações mas uma só
frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A
oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de um predicado, ao
qual pode ou não estar ligado um sujeito.
Rua!
Já em:
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
“Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem.”
Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas não
satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando um todo,
com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absolu-
ta.
Chove.
A existência é frágil.
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções que as pala-
vras desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A sintaxe estuda também
as relações existentes entre as diversas orações que formam um período.
termos essenciais;
termos integrantes;
termos acessórios.
Sujeito: a Madalena
Predicado: pagará suas dívidas ao banco
Objeto direto: suas dívidas
Objeto indireto: ao banco
Adjunto adverbial: amanhã
Adjunto adnominal: a, suas
Sujeito: o diretor
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Sujeito: a roupa
Predicado: foi passada pela vizinha
Agente da passiva: vizinha
Aposto: uma senhora trabalhadora
Sujeito: ela
Predicado: acusou-a de fofoqueira
Objeto direto: a
Predicativo do objeto: fofoqueira
Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações
de coordenação ou de subordinação.
Os períodos compostos por coordenação são formados por orações independentes. Apesar de esta-
rem unidas por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individual-
mente porque apresentam sentidos completos.
Os períodos compostos por subordinação são formados por orações dependentes uma da outra.
Como as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de
forma separada.
Conforme a função sintática que desempenham, as orações subordinadas são classificadas em subs-
tantivas, adjetivas ou adverbiais.
Oração subordinada substantiva subjetiva: Foi anunciado que Jorge será o novo diretor.
Oração subordinada substantiva objetiva direta: Nós não sabíamos que isso seria obrigatório.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta: A empresa precisa de que todos os funcioná-
rios sejam assíduos.
Oração subordinada substantiva completiva nominal: Tenho esperança de que tudo será melhor
no futuro!
Oração subordinada substantiva predicativa: O importante é que minha filha é feliz.
Oração subordinada substantiva apositiva: Apenas quero isto: que você desapareça da minha
vida!
Oração subordinada adverbial causal: Ele não pode esperar porque tem hora marcada no médico.
Oração subordinada adverbial consecutiva: A Luísa esperou tanto tempo que adormeceu no sofá.
Oração subordinada adverbial final: Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em
segurança.
Oração subordinada adverbial temporal: Mal você foi embora, ele apareceu.
Oração subordinada adverbial condicional: Se o Paulo vier rápido, eu espero por ele.
Oração subordinada adverbial concessiva: Embora eu esteja atrasada para o trabalho, continuarei
esperando por ele.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Oração subordinada adverbial comparativa: Júlia se sentia como se ainda tivesse dezesseis anos.
Oração subordinada adverbial conformativa: Ficaremos esperando por você, conforme combina-
mos ontem.
Oração subordinada adverbial proporcional: Quanto mais eu estudava, mais tinha a sensação de
não saber nada.
Oração subordinada adjetiva explicativa: A Júlia, que é a funcionária mais nova da empresa, não
teve uma boa avaliação.
Oração subordinada adjetiva restritiva: Todos os funcionários que conhecem bem a empresa tive-
ram uma boa avaliação.
Sintaxe de concordância
Para haver concordância nominal é necessário que haja concordância de gênero e número entre os
diversos nomes da oração, ou seja, entre o substantivo e o adjetivo que o caracteriza, entre o subs-
tantivo e o artigo que o determina, entre um pronome adjetivo e o substantivo,...
Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em gênero indica a fle-
xão em masculino e feminino.
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
Para que haja concordância verbal é necessário que haja concordância em número e pessoa entre
o sujeito gramatical e o verbo.
Concordância em número indica a flexão em singular e plural. Concordância em pessoa indica a fle-
xão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
Sintaxe de regência
A sintaxe de regência estuda a regência nominal e a regência verbal que ocorre entre os diversos
termos de uma oração. Há um termo regente que apresenta um sentido incompleto sem o termo regi-
do, que atua como seu complemento.
A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com o seu comple-
mento (termo regido) através do uso de uma preposição.
favorável a;
apto a;
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
livre de;
sedento de;
intolerante com;
compatível com;
interesse em;
perito em;
mau para;
pronto para;
respeito por;
responsável por.
A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o seu complemen-
to (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na regência verbal os termos regidos
são o objeto direto (sem preposição) e o objeto indireto (preposicionado).
assistir a;
obedecer a;
avisar a;
agradar a;
morar em;
apoiar-se em;
transformar em;
morrer de;
constar de;
sonhar com;
indignar-se com;
ensaiar para;
apaixonar-se por;
cair sobre.
A sintaxe de colocação pronominal estuda a forma como os pronomes pessoais oblíquos átonos se
associam aos verbos. Existem três formas de colocação pronominal:
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
A ênclise é a forma básica de colocação pronominal. Contudo, há um maior uso da próclise no portu-
guês falado no Brasil, sendo a forma de colocação pronominal privilegiada pelos falantes.
Assim, em muitas ocasiões torna-se facultativo o uso da próclise ou da ênclise, desde que não ocorra
nenhuma situação que exija um tipo específico de colocação pronominal.
É, por exemplo, obrigatório o uso da ênclise em orações iniciadas com verbos, estando errado iniciar
uma frase com um pronome oblíquo.
Além disso, há diversas palavras que exigem o uso da próclise, como palavras negativas, conjunções
subordinativas, pronomes relativos, indefinidos e demonstrativos, entre outras.
Estudar as diferenças entre Frase, Oração e Período é importante para que possamos compre-
ender a sintaxe da língua portuguesa, os enunciados e suas unidades.
Para que possamos compreender a sintaxe da Língua Portuguesa, ou seja, o conjunto das relações
que as palavras estabelecem entre si, é necessário, antes de tudo, estudarmos a respeito
dos enunciados e suas unidades, os quais apresentam características estruturais próprias: a Frase,
a Oração e o Período. Vejamos cada um deles!
Frase
A frase pode ser definida por seu propósito comunicativo. Isso significa que Frase é todo enuncia-
do capaz de transmitir, de traduzir sentidos completos em um contexto de comunicação,
de interação verbal.
O início e o final da frase são marcados, na escrita, por pontuação específica (. ! ? …);
Na fala, o início e o final da frase são marcados por uma entoação característica. Não se esqueça
de que a entoação é a forma como os falantes associam o contorno da expressividade, como é visto
na frase interrogativa ou declarativa;
Na escrita, os limites da frase são indicados pela letra inicial maiúscula e pelo sinal de pontuação (. !
? …).
– Ai!
– Socorro!
– O quê?
– Quanta bagunça...
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
– Que tragédia!
– Como assim?
– Fogo!
Tipos de Frases
Frases exclamativas: Entonação expressiva, reação mais exaltada. Geralmente, finalizada com
ponto de exclamação ou reticências (! …). Exemplo: Que horror!
Frases declarativas: Não são marcadas pela entonação expressiva ou intencional. Geralmente
apresentam declarações afirmativas ou negativas e são finalizadas com o ponto final
(.). Exemplo: Amanhã não poderei levantar.
Frases imperativas: Enunciado que traz um verbo no modo imperativo. Geralmente sugere uma
ordem e é finalizado pelos pontos de exclamação e final (! .). Exemplo: Fale mais baixo!
Oração
A oração é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado linguístico cuja estrutura caracteriza-
se, obrigatoriamente, pela presença de um verbo. Na verdade, a oração é caracterizada, sintatica-
mente, pela presença de um predicado, o qual é introduzido na língua portuguesa pela presença de
um verbo. Geralmente, a oração apresenta um sujeito, termos essenciais, integrantes ou acessórios.
– Corra!
PERÍODO
O período é uma unidade sintática. Trata-se de um enunciado construído por uma ou mais orações e
possui sentido completo. Na fala, o início e o final do período são marcados pela entonação e, na
escrita, são marcados pela letra maiúscula inicial e a pontuação específica que delimita sua exten-
são. Os períodos podem ser simples ou compostos. Vejamos cada um deles:
Período simples
Os períodos simples são aqueles constituídos por uma oração, ou seja, um enunciado com ape-
nas um verbo e sentido completo. Exemplo: Os dias de verão são muito longos! (verbo ser)
Período composto
Os períodos compostos são aqueles constituídos por mais de uma oração, ou seja, dois ou mais
verbos. Exemplo: Mariana me ligou para dizer que não virá mais tarde. (Período composto por três
orações: verbos ligar, dizer e vir.)
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Sujeito: é identificado com o questionamento de “quem é que”. O sujeito pode ser simples (único
núcleo), composto (mais de um núcleo), oculto (quando é a partir da desinência verbal que você en-
contra o sujeito), indeterminado (verbos em terceira pessoa indicam a indeterminação do sujeito) e
poderá haver orações sem sujeito (com os verbos haver, acontecer, ser).
Objeto direto: complementa o sentido do também verbo direto, geralmente está acompanhado de
artigos.
Objeto indireto: aparece com preposição e complementa o sentido do verbo transitivo indireto.
Agente da passiva: inicia-se com “por”, “pelo”, “de” e pratica a ação verbal na voz chamada passiva.
Adjunto adverbial: são informações de tempo, dúvida, causa, modo, lugar, intensidade, ao verbo.
Para que a frase seja classificada com oração, é preciso que se atente para duas características prin-
cipais: que exista um verbo ou locução verbal, e que promova o sentido completo. Por isso que, nem
sempre toda frase será oração. Veja:
Que noite bonita! -> mesmo que tenha sentido, não há verbo, portanto, é frase.
Concordância verbal é quando o verbo se flexiona para concordar com o número e pessoa do sujeito.
Lápis, caderno, livro, tudo é necessário para uma educação de qualidade (quando se refere a tudo,
ninguém ou nada, o verbo permanece no singular)
Vossa Excelência quer um chá? (pronomes de tratamento, o verbo fica em terceira pessoa)
Os alunos novos precisam das apostilas que estão em meus dois armários da biblioteca
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
É proibido entrada.
É proibida a entrada.
Há verbos, na língua portuguesa, que exigem a presença de outros termos na oração a que perten-
cem. Quando um verbo exige a presença de outro termo na oração, ele se chama REGENTE e a
palavra que completa a sua significação chama-se REGIDO.
Transitivo direto: é acompanhado de um objeto direto sem preposição. Ex: Minha mãe reconquistou
o pai.
Transitivo indireto: é acompanhando de um objeto indireto com preposição. Ex: Vamos brincar de
boneca?
Transitivo direto e indireto: quando há tanto o objeto direto quanto indireto. Ex: O jornal dedicou uma
folha ao acidente.
É possível que algumas orações se encontrem na ordem inversa (indireta) quando não seguem a
estrutura direta, como veremos abaixo:
Eu fui ao casamento
No casamento, fui eu
Geralmente, a ordem indireta aparece mais em poemas, textos literários e obras para que a cadência
fique mais fluida. O mesmo acontece com o nosso hino nacional, que em sua maioria está invertido.
A ordem direta está classificada como sujeito + verbo + complemento.
1. Sujeito e Predicado
Sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual o verbo concorda.
Tipos de sujeito
Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo que venha implícito, pode
ser explicitado.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito na frase, nem é possível
identificá-lo pelo contexto.
Choverá amanhã.
Haverá reclamações.
Faz quinze dias que vem chovendo.
É tarde.
Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicar circunstância em que
ocorre a ação.
Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem exe-
cutou a ação.
Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo. Pode ser do sujeito e
do objeto.
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre
um equivalente do nome a que se refere.
Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória e indica o alvo sobre o
qual se projeta a ação.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
4. Vocativo:
Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e admite
a anteposiçãoo da interjeição ó.
SINTAXE DO PERÍODO
Restritiva: É aquela que restringe ou particulariza o nome a que se refere. Vem iniciada por pronome
relativo e não vem entre vírgulas.
Explicativa: É aquela que não restringe nem particulariza o nome a que se refere. Indica uma propri-
edade pressuposta como pertinente a todos os elementos do conjunto a que se refere. Inicia-se por
pronome relativo e vem entre vírgulas.
Exemplo: O aluno foi bem na prova porque estava calmo. (devido à sua calma)
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Condicional: indica um evento ou fato do qual depende a ocorrência indicada na oração principal.
Conformativa: indica que o fato expresso na oração subordinada está de acordo com o da oração
principal.
Final: indica o fim, o objetivo com que ocorre a ação do verbo principal.
4. Orações coordenadas
São todas as orações que não se ligam sintaticamente a nenhum termo de outra oração.
As coordenadas podem ou nãoo vir iniciadas por conjunção coordenativa. Chamam-se coordenadas
sindéticas as que se iniciam por conjunção e assindéticas as que nã;o se iniciam.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
O que é Sintaxe?
A sintaxe é o estudo das palavras dentro das frases ou orações, da relação que elas criam entre si
para compor o significado. É também o estudo da relação das orações dentro do período. A sintaxe é
a ferramenta usada para formar uma frase compreensível, por isso se as relações que as palavras
estabelecem entre si dentro de uma oração mudam, o sentido também muda, mesmo se usarmos as
mesmas palavras. Assim como na matemática, se você tem a operação 10 dividido por 2, o resultado
será diferente caso sejam invertidos os números. 10 dividido por 2 é igual 5, mas 2 dividido por 10 é
igual a 0,2. Percebemos que com a inversão dos números obtivemos um resultados diferentes.
Para entender melhor o sentido de sintaxe, é preciso compreender os conceitos de frase, oração
e período. Esses três elementos, apesar de possuírem significados diferentes. estão diretamente
ligados. São os elementos essenciais para a criação de um discurso. Comecemos pela frase, que
possui um significado muito mais aberto. As frases têm o objetivo de transmitir uma mensagem, então
elas podem ser formadas por apenas uma palavra ou ter uma complexidade muito maior. Sempre é
possível reconhecer o começo e o fim de uma frase oralmente, e na escrita normalmente se identifica
o começo por uma letra maiúscula e o final por um ponto.
EXEMPLOS: “Socorro!” e “Eu preciso que alguém envie ajuda para atender uma senhora que foi
atropelada e já não está conseguindo respirar.”
Orações e períodos possuem conceitos mais definidos. Uma oração é uma frase ou um fragmento
dela que é formada por um verbo ou locução verbal. As frases compostas por orações são chamadas
de períodos. Os períodos podem ser simples ou compostos, esta definição depende do número de
orações em sua estrutura. Caso o período possua apenas uma oração, é chamado de período sim-
ples; se é formado por duas ou mais orações, é um período composto.
EXEMPLOS: “Pare com isso” é um período simples. “Pare com isso que já ficou chato” é um período
composto.
Tipos de frase
A frase tem o objetivo de transmitir um conteúdo para alguém, e existem diversas maneiras para se
fazer isso. Na língua portuguesa algumas dessas formas de se expressar já são muito comuns, e por
isso a entoação delas tornou-se previsível. Esses tipos comuns de frases podem ser classificados
conforme as categorias a seguir:
Frases declarativas: Frases que declaram ou informam algo. Podem ser tanto no sentido positivo
quanto no negativo.
EXEMPLOS: frase declarativa afirmativa: “Isto vai cair”; frase declarativa negativa: “Isto não vai cair”.
Frases interrogativas: Frases através das quais se procura obter alguma informação ou faz-se um
questionamento. Podem ser diretas ou indiretas.
EXEMPLOS: frase interrogativa direta: “Isto vai cair?”; frase interrogativa indireta: “Queria saber se
isto vai cair”.
Frases imperativas: Normalmente empregadas em pedidos, ordens e conselhos. São frases que
têm o objetivo de influenciar as ações do receptor da mensagem. Também podem ser afirmativas e
negativas.
EXEMPLOS: frase imperativa afirmativa: “Corra pelo campo”; frase imperativa negativa: “Não corra
pelo campo”.
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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Frases exclamativas: Frases usadas para expressar uma emoção ou estado emotivo.
Elementos da sintaxe
O campo de estudo da sintaxe é composto por três elementos: frase, oração e período. Frase é muito
abrangente, logo não é necessário um estudo tão aprofundado. Oração e período, apesar de já terem
sido definidos, ainda podem ser estudados mais a fundo. A oração possui alguns elementos que são
fundamentais na sua constituição:
Sujeito
Predicado
Complemento
Adjunto
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__________________________________________________________________________________
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Semântica e Pragmática
Semântica é o estudo do significado, isto é a ciência das significações, com os problemas suscita-
dos sobre o significado: tudo tem significado? Significado é imagem acústica, ou imagem visual?
O homem sempre se preocupou com a origem das línguas e com a relação entre as palavras e
as coisas que elas significam, se há uma ligação natural entre os nomes e as coisas nomeadas ou se
essa associação é mero resultado de convenção. Nesse estudo consideram-se também as mudanças
de sentido, a escolha de novas expressões, o nascimento e morte das locuções.
A semântica como estudo das alterações de significado prende-se a michel bréal e a gaston pa-
ris. Um tratamento sincrônico descritivo dos fatos da linguagem e da visão da língua como estrutura e
as novas teorias do símbolo datam do século. Xx.
As formas linguísticas são símbolos e valem pelo que significam. São ruídos bucais, mas ruídos signi-
ficantes. É a constante referência mental de uma forma a determinado significado que a eleva a ele-
mento de uma língua.
Não há nenhuma relação entre o semantema (ou lexema ou morfema lexical – unidade lé-
xica, que compõe o léxico) cão e um certo animal doméstico a não ser o uso que se faz desse se-
mantema para referir-se a esse animal.
Cada língua“ recorta” o mundo objetivo a seu modo, o que humboldt chama “visão do mundo”. Regis-
tre-se a existência da linguagem figurada, a metáfora, uso de uma palavra por outra, subjazendo
à segunda a significação da primeira. Há que se levar em conta a denotação (significado mais res-
trito) e a conotação (halo de emoção envolvendo o semantema – casa / lar).
O estudo dos semantemas é difícil, pois são em número infinito e sua significação fluída, sujeita às
variações sincrônica, sintópica etc.
Quanto à significação interna dos morfemas, (ou gramema ou morfema gramatical) ela se distribui
nas categorias gramaticais que enquadram uns dados e mantema numa gama de categoria – gê-
nero, número etc – para maior economia da linguagem.
Os elementos lexicais que fazem parte do acervo do falante de uma língua podem ser:
– Simples – cavalo
– Compostos – cavalo-marinho
– Textuais – orações, pragas, hinos (são pragmáticos, não entram nos dicionários de língua,
a não ser por comodidade. O conceito de gato não está contido em "à noite todos os gatos são par-
dos”)
Nem todo lexema é, portanto, uma palavra, às vezes é um conjunto, em geral idiomático: favas conta-
das, nabos em saco etc. Nesse caso, falamos em sentido figurado, oposto a sentido literal.
Nas alterações sofridas nas relações entre as palavras estão as chamadas figuras de retórica clás-
sica:
Metonímia – transferência do nome de um objeto a outro, com o qual guarda alguma relação de:
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Etc
Catacrese – extensão do sentido de uma palavra a objetos ou ações que não possuem denomina-
ção própria – embarcar no ônibus; o pé da mesa
No levantamento da tipologia das relações entre as palavras assinalam-se ainda os fenômenos da si-
nonímia, antonímia, homonímia, polissemia e hiponímia.
Os sinônimos se dizem completos, quando são intercambiáveis no contexto em questão. São perfei-
tos quando intercambiáveis em todos os contextos, o que é muito raro, a não ser em termos técnicos.
Por exemplo, em: casamento, matrimônio, enlace, bodas, consórcio, há um fundo comum, um "nú-
cleo"; os empregos são diferentes, porém próximos. Nem todas as palavras aceitam sinônimos ou an-
tônimos.
A escolha entreséries sinonímicas é, às vezes, regional. (ex: pandorga, papagaio, pipa). Quanto à ho-
monímia, pode ocorrer coincidência fônica e/ou gráfica.
A coincidência de grafemas e fonemas pode decorrer de convergência de formas (ex: são verbo
ser, sinônimo de sadio, forma variante de santo derivando respectivamente de sunt, sanum, sanc-
tum). Ou é resultado de existência coincidente do mesmo vocábulo em línguas diferen-
tes (ex: manga – parte da roupa ou fruto, provindo, respectivamente do latim e do malaio).
Cumpre distinguir homonímia de polissemia, o que nem sempre é fácil. A distinção pode ser:
– descritiva – considerando ser a palavra um feixe de semas, se entre duas palavras com a mesma
forma, houver um sema comum, diz-se ser um caso de polissemia (ex: coroa – adorno para a ca-
beça ou trabalho dentário). Em caso contrário, será homonímia (ex pena – sofrimento ou revesti-
mento do corpo das aves) .
– diacrônica – se as palavras provém do mesmo léxico, diz-se ocorrer um caso de polissemia; (ex:
cabo – acidente geográfico e fim de alguma coisa) no contrário, ocorrerá um caso de convergên-
cia de formas (ex: canto – verbocantar e ângulo).
Quando a mesma forma fônica cobre significações diferentes, emboracorrelatas, tem-se a polisse-
mia; quando cobre significações completamente diferentes, tem-se a homonímia.
A polissemia envolve matizes emocionais, é determinada pelo contexto; constitui, às vezes, lingua-
gem figurada e linguagem literária. A tarefa do ouvinte é fazer uma seleção entre as significações al-
ternativas, por meio do contexto em que se acha o signo.
Diz-se serem os homônimos lexemas iguais e palavras diferentes, isto é, com conteúdo semânticodi-
ferente.
Como os lexemas também podem se apresentar com mais de uma forma, a descrição de homoní-
mia precisa ser refinada para se distinguir homonímia parcial de homonímia total, considerando-
se aqui a não coincidênciaentre língua escrita e falada.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Já a polissemia só ocorre com lexemas simples. É, por vezes, difícil distingui-la de homonímia.
Um dos critérios é o etimológico, não relevante na linguagem estrutural. O principal, aqui, é haver re-
lação entre significados. Permanece o problema do dicionário: deve haver uma ou mais de uma en-
trada lexical?
Ex: pupila – parte do olho / menor de que se deve cuidar – têm a mesma etimologia. Mas deve-se
considerar a relação sincrônica entre ossignificados. O fato de a língua sofrer alterações dificulta
o problema.
Quanto à sinonímia, os lexemas podem ser completamente sinônimos ou não, conforme sejam inter-
cambiáveis em todos os contextos ou não. A sinonímia total é muito rara, só ocorre em termos cientí-
ficos.
A distinção é, por vezes, sutil, inclui o fator eufemismo. (vide anexo). Podemos dizer que um lexema
se relaciona a outros pelo sentido e se relaciona com a realidade pela denotação. Sentido e denota-
ção são interdependentes. Isomorfia total entre duas línguas é difícil, ocorre mais frequentemente
em empréstimos decorrentes de intercâmbios cultural (ex. A palavra camisa, herdada pelos roma-
nos aos iberos).
A análise componencial coloca a tese de serem os lexemas de todas aslínguas complexos de concei-
tos atomísticos universais como os fonemas são complexos de traços atomísticos universais (possi-
velmente).
Assim o lexema mulher pode ser descrito pelos traços adulto, feminino, humano, em relação aho-
mem que seria adulto, não-feminino, humano. Nem todo lexema é passível de análise componencial
(a análise componencial ajuda a distinguir homonímia de polissemia).
Entre as relações pelo sentido, colocamos também a hiponímia e a antonímia. A antonímia inclui
os casos de oposição de sentido (solteiro / casado; morto / vivo), ou, como dizem alguns autores,
a incompatibilidade (vermelho /azul / branco seriam incompatíveis entre si).
As relações hiponímicas provêm do fato de um termo ser mais abrangente que outro:
(ex: flor > rosa, orquídea etc)
Um grande número de palavras aceita polissemia. Escapam os termos técnicos, palavras muito raras
e palavras muito longas. O deslizar de sentido ocorre por muitas causas:
Na evolução semântica, as palavras ganham conotação pejorativa (tratante – que faz um trato) ou va-
lorativa (ministro – que serve os alimentos); ampliam o significado (trabalho– instrumento de tortura),
ou restringem (anjo– mensageiro).
Fontes de renovação do léxico em suas acepções, são as gírias (falares grupais), aí incluídos os jar-
gões profissionais (chutar, no sentido de mentir; o doente fez uma hipoglicemia).
As siglas são outra fonte do léxico, dando até palavras derivadas (clt → celetista).
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Na chamada linguagem figurada há várias ocorrências: elipse (bife com fritas); similaridade (chapéu-
coco); sinestesia (cor berrante); contiguidade (beber champanhe); perda de motivação (átomo); eufe-
mismo (vida-fácil). Porvezes, o eufemismo provém de um tabu linguístico mal dos peitos, do-
ença ruim, malino < maligno etc. Esses fenômenos são grupais, acabam por convencionalizar-se.
Toda criação de palavras repousa, portanto, em associações, sendo a língua uma estrutura. O va-
lor de uma palavra se estabelece em relação a outras e em relação ao sistema, é o centro de
uma constelação associativa; todamudança em um conceito resulta em mudança nos conceitos vizi-
nhos (mulher / senhora; sopa fria / água fria)
A significação gramatical está ligada aos morfemas, sem se desligar da significação léxica; refere-se
às propriedades e relações dos signos verbais dados e às propriedades e relações dos objetos re-
ais que são refletidos na linguagem e no pensamento: gênero, número etc.
A significação sintática é, por assim dizer, uma extensão da significação gramatical – lato-sensu, diz-
se que a significação dos morfemas é um elemento da significação sintática; na significação sintá-
tica sempre se acrescenta um elemento qualquer à significação léxica; isso provém dos morfemas,
das regras da ordem das palavras e das palavras funcionais.
A significação interna, como já se disse, distribui-se pelas categorias gramaticais para maior econo-
mia e eficiência da linguagem. A estrutura sintagmática é também relevante para o significado, donde
poder-se falar em significado gramatical; esse depende da regência, da colocação e, até, de fatores
como pausa, entonação que, na linguagem escrita são assinaladas, tanto quanto possível, pela pon-
tuação. O significado da sentençanão é, portanto, a soma do significado dos seus elementos lexi-
cais, muito embora a relevância do significado de cada um deles.
O significado de uma sentença depende, portanto, do significado dos seus lexemas constituintes e o
significado de alguns lexemas dependerá, por sua vez, da sentença em que aparece. Mas a estru-
tura da sentença é relevantepara a determinação do significado. Devemos, por conseguinte, conside-
rar o significado gramatical como componente para o significado da sentença.
É preciso considerar que as línguas possuem variadas funções. As proposições podem ser declarati-
vas, imperativas ou imperativas. As declarativas podem ser afirmativas ou negativas (falsas ou verda-
deiras).
Há, então, uma grande divisão entre significado descritivo e não-descritivo. (Ex. João levanta tarde (!
?) Dependendo da entonação, será uma informação ou uma exteriorização de sentimentos).
O que é dito e o modo de dizer dependem das relações sociais entre os interlocutores. Quanto aos
lexemas, há que se considerar que eles tanto transportam conteúdo sêmico (do significado), quanto
informações gramaticais expressas nas desinências e nos determinantes e nas funções que expres-
sam na sentença.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Há informações portanto, mórficas e sintáticas, apontadas já no dicionário. (p. Ex. Subst. Fem., v.
Trans. Etc).
– Pressuposição – quanto tempo ele ficou em brasília? – supõe: ele foi a brasília.
– Implicação – muitos estudantes não foram capazes de responder à pergunta. – implica: – só al-
guns estudantes responderam.
Enfim, o sentido das palavras não é transcendental nem produzido pelo contexto; é a resul-
tante de contextos já produzidos. A relação entre significante e significado é flutuante, está sem-
pre em aberto. Disso resultam osproblemas lexicográficos. Mesmo aqui, usamos termos como pala-
vra, vocábulo e outros sobre cujas acepções divergem os estudiosos, muito embora o seu fundo co-
mum, do qual temos, inclusive os leigos, um conhecimento intuitivo.
Como dissemos, para alguns autores, o significado do enunciado extrapola o âmbito da linguística,
entrando no terreno da pragmática. Essa ciência pode, em brevíssimas palavras, ser definida como
“relações da linguagem com seus usuários. ” Ou por outra, exame dos discursos formadores da e for-
mados pela visão do mundo. Sendo a língua uma abstração, um agregado de dialetos, de socioletos,
de idioletos, é a fala que tem existência real, merecedora deatenção por parte de todos que se inte-
ressam pelos fenômenos da linguagem.
Quando se fala, faz-se mais que trocar informações. A fala é cooperação, mas é também conflito,
persuasão, negociação. Todo ato de fala se realiza emdeterminadas condições psicológicas, den-
tro de um contexto sociocultural que, mais ou menos, as controlam. Para a real ocorrência, com su-
cesso, de um ato de fala são imprescindíveis os chamados fatores de textualidade:
Coesão Intencionalidade
Coerência Aceitabilidade
Intertextualidade Informatividade
Situacionalidade
Esses fatores residem em competências do falante e do ouvinte, em um pacto social que começa no
compartilhamento do mesmo idioma e que transforma a linguagem em discurso.
Para austin dizer é sempre fazer. Além dosimples fenômeno de emissão de sons bucais dotados de
significação clara e permanente, coesos e coerentes, há necessidade de se situar a emissão, acei-
tar o emissor, perceber-lhe a intenção (ou, ao menos, a intenção frontal) para que ocorra a informa-
ção. Desse modo, podem os atos de fala, por si, mudar uma situação.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Por exemplo, quando o juiz afirma ao casal de noivos – eu os declaro marido e mulher – essas pes-
soas passam da condição de solteiros para a de casados. Muitos exemplos podem ser apresenta-
dos, inclusive o inicial de todos eles e de tudo mais– “faça-se a luz”.
As religiões, inclusive em suas cosmogonias, atribuem valor aos atos de fala, com recomendações
de que sejam seguidos à risca para que surtam efeito.
Nos atos declarativos, há que se distinguir entre locutor e enunciador. Locutor será o autor das pala-
vras, o que diz; enunciador será o indivíduo a quem o locutor atribui a responsabilidade do foi dito.
Por exemplo, no enunciado“ o homem teria chegado ao brasil há 45.800 anos”
O locutor é o jornalista que redige a notícia e o enunciador a arqueóloga que faz a afirmação.
O uso do futuro do pretérito, muito usado no discurso jornalístico, exime o jornalistada responsabili-
dade quanto à veracidade das palavras.
A essa superposição de falas dá-se o nome de polifonia. O locutor dá voz a um ou vários enunciado-
res, cujos discursos ele difunde, organizando-os e não deixando de manifestar a própria posição. Se
o enunciador não é reconhecido pelo ouvinte (caso das citações muito repetidas –
“penso, logo existo”) esse fato não impede a comunicação, logo não impede o sucesso do ato de fala.
O mesmo se pode dizer da ironia, da hipérbole, que, mesmo quando não de imediato percebidas, de
alguma forma atingem os objetivos do falante.
Outra situação remarcável é dos tropos: desvio de um sentido literal, primitivo a um sentido implícito.
O brasileiro, tido como povo afável, é farto em tropos:
– Não está um pouco tarde? Não vá perder seu ônibus (para a visita) – por – você está me can-
sando com sua permanência.
– Diga boa-noite a seus irmãozinhos. (a mãe para o filho de poucas semanas) – por – vão se deitar.
(para os filhos mais velhos).
A pragmática é observável em todos os contextos. Porém, em algumas situações, torna-se mais evi-
dente o trato da linguagem como instrumento de manipulação.
É o que acontece nos discursos político, pedagógico, religioso eaté no discurso amoroso. Em todos
esses casos, há uma base afirmativa que, manipulada, serve aos objetivos do emissor.
A diferença está no grau de consciência quanto aos recursos utilizados para o convencimento. A lin-
guagempublicitária prima na utilização desses recursos para mudar ou manter a opinião do público-
alvo.
Como um estranho não tem autoridade para mandar, a publicidade adota técnicas variadas:
A mensagem publicitária, utilizando a moderna tecnologia, promete, abundância, progresso, lazer, be-
leza, juventude. Ao contrário das catástrofes noticiadas nos jornais, a publicidade fala de um mundo
bonito e prazeroso.
Esse prazer está associado ao uso de determinado objeto, criando a linguagem da marca, o ícone do
produto. Possuir certos objetos passa a ser sinônimo de felicidade. Se na linguagem do cotidi-
ano muito pouco se usam as ordens, preferindo formas eufemísticas (faça o favor de entrar), a publi-
cidade pode ser mais direta: – abuse e use c & a!.
A publicidade diz e, também, sugere sem dizer explicitamente. Usa recursos estilísticos:
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Léxico-semânticos: criação de termos novos, novos significados, clichês, duplo sentido etc.
1– Psicológica – a eficácia do jogo de palavras resulta do fato de que esse jogo causa pra-
zer, quando de sua decifração; é erótico, no sentido psicanalítico do termo;
No domínio dessa linguagem, parece dizer-se sempre uma só coisa, utilizando-se o já utilizado, ven-
dendo ilusão para vender produtos e serviços.
De tudo, parece válido concluir ser a linguagem uma variável com participação fundamental nos pro-
cessos de convivência com a realidade física e social, além de sua importância na maneira de organi-
zar as idéias sobre arealidade que nos rodeia. Sendo assim, a linguagem nunca se esgota em sim-
ples instrumento de referência ao mundo externo.
Ao falarmos, manifestamos a nossa perspectiva, nossa avaliação do conteúdo do dito. Essa posi-
ção éresultado da soma de nossas experiências, de nossa própria ideologia, desaguando num dis-
curso que, de modo algum pode ser simples e objetiva descrição da realidade.
Todo discurso quer converter a uma ideologia e essa ideologiaserá, evidentemente, a ideologia do fa-
lante. Uma linguagem que vise, apenas, a reproduzir as próprias coisas esgota seu poder de informa-
ção a dados de fatos. Uma forma de expressão, se é produtiva, deve conter não sóinforma-
ções, como levantar procuras. O mesmo se pode dizer das artes visuais. Mesmo quando se di-
zem meramente representativas, na verdade, nunca o são. Sempre haverá a dimensão criativa.
A linguagem apenas prolonga a percepção e essa percepção sempre se mostrará dotada de uma di-
mensão produtiva.
Anexo
Análise componencial
Afir- As- As- Ates- Cer- Ga- Con- Nar- Re- Ex- His- Re-
mar se- se- tar tifi- rantir tar rar la- por to- fle-
gu- ve- car tar riar tir
rar rar
+ + + + + + – – + + + + Levar ao conhe-
cimento do fa-
lante, com con-
vicção
– – + – – – – – – – – – Com insistência
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
– – – + + + – – – – – – Verifi-
car pela pre-
Provi- Defi- Tem sença
sório ni-
tivo Prazo
– – – + + + – – – – – – O falante se res-
ponsabi-
liza pela ver-
dade
+ + + + + + + + + + + + Levar ao conhe-
cimento de al-
guém al-
guma coisa
+ + + + + + + + + + – – Um só receptor
– – – – – – + + – – + – Abordagem ex-
tensa
– – – + + + – – + + + – Com formali-
dade
– – – – – – – – – – – + Reflexivo
+ + + + + + + + + + – – Com men-
ção do ou-
vinte no enunci-
ado
As considerações feitas por ilari e geraldi (1985:66) focalizam a importância dos fenômenos das dêi-
xis – ato de mostrar através de palavras – que garantem a distinção entre a “linguagem humana de
linguagens artificiais; tornando-a apropriada para o uso em situações correntes”, ou seja, as palavras
e formas dos dêiticos permitem interpretações estritamente ligadas a determinadas situações, anali-
sadas pragmaticamente.
É pelo uso efetivo da língua, como ação tipicamente humana, social e intencional que austin tenta es-
tabelecer critérios para definir o caráter performativo da linguagem, ou seja, o poder que esta facul-
dade humana tem de praticar ações através dos atos de fala.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Uma comunidade linguística sedimenta e compartilha as regras e as normas de uso da língua, o que
a torna suscetível a modificações. As circunstâncias apropriadas e o proferimento de algumas (deter-
minadas) palavras garantem à expressão performativa uma condição não necessária, mas suficiente
para a realização de um ato, por ele chamado de ilocucionário. Os constatativos são verificáveis em
termos de verdade ou falsidade, enquanto os performativos não. Assim temos:
Eu abro a porta.
Nestes casos, o proferimento de (1) torna-se apenas um enunciado constativo, enquanto que em (2),
diante de condições reunidas que autorizam o pronunciamento do enunciado, considerado performa-
tivo. Ao ato de produzir sons, emitir palavras que pertençam a um sistema gramatical e que possuam
sentido e referência, austin chama de ato locucionário.
O ato perlocucionário é o efeito produzido pelo que se disse, que pode, muitas vezes, não atingir o
feito esperado. O ilocucionário, ao contrário, é convencional, como explica o autor: dizer 'eu declaro'
é, em virtude de convenções, em certas circunstâncias apropriadas, de fato abrir uma sessão legisla-
tiva, por exemplo. Outro exemplo:
Quando digo (estando dentro de uma sala) “tá frio hoje!” E alguém – neste caso meu interlocutor – se
dirige até a porta para fechá-la, é um exemplo de performatividade, provocada não pelo verbo, mas
sim pelo ato de fala. Tal situação remete à percepção do não-dito, do que estava (talvez) implícito na
minha fala.
Observamos no trabalho de austin, que os critérios estritamente estruturais não são suficientes para
resolver os problemas que permeiam o campo semântico e que os aspectos extralinguísticos não po-
dem ser deixados de lado.
Para o filósofo paul grice a linguagem é um instrumento para o locutor comunicar ao seu destinatário
suas intenções e é nessas intenções que está embutido o sentido. É também graças a essa intencio-
nalidade que grice concebe um sujeito psicológico, individual, consciente, retomando, segundo gui-
marães (1995: 31) a proposta psicológica do sujeito abandonada por saussure .
Para dar conta de sua teoria, grice estabelece um conjunto de regras que devem reger o ato conver-
sacional. São as máximas conversacionais, reunidas sob o princípio da cooperação, em que os inte-
grantes se engajam na conversa e contribuem de acordo com as exigências da troca conversacional.
A partir deste princípio, sob as categorias de quantidade, qualidade, relação e modo, grice formula as
máximas e estabelece as implicaturas conversacionais, geradas quando há violação das regras. Elas
descrevem um conjunto de raciocínios que o ouvinte faria, para deduzir, concluir ou interpretar o sen-
tido do que o locutor disse.
O ouvinte procura um sentido para o enunciado que esteja de acordo com as máximas estabelecidas
anteriormente, considerando o que a informação literal pode estar dizendo de cooperativo, verda-
deiro, relevante para uma determinada situação discursiva. Caso não haja um sentido literal, então é
preciso encontrar um sentido que responda tais princípios.
Fortemente influenciado por de austin e grice, ducrot também parte de uma definição inicial de enun-
ciação como a atividade de linguagem exercida por aquele que fala no momento em que fala. O su-
jeito aqui também ainda possui os traços do sujeito de benveniste: homogêneo, indivisível, etc.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
O autor modifica sua pesquisa ao longo dos anos, e passa a considerar a enunciação como o aconte-
cimento constituído pelo aparecimento do enunciado, descentralizando o sujeito, de maneira a não
investi-lo de poder absoluto sobre a linguagem. Para ducrot, o sujeito não é a fonte do sentido.
Ducrot faz várias distinções entre ‘as cadeias enunciativas’. A primeira distinção é entre "locutor"
aquele que profere o discurso – e o sujeito falante – o ser empírico. Esses sujeitos podem coincidir ou
não, sendo irrelevante para ele a noção de empirismo. O que lhe interessa é a noção de locutor, que
é o ser do discurso, alguém a quem se deve imputar a responsabilidade do enunciado.
Ducrot também se baseia em bakhtin, cuja concepção de linguagem é de interação social, que dá ori-
gem a uma linha de pensamento com grandes repercussões. Dentro dessa perspectiva, ducrot
chama a atenção para o risco de um retorno à imagem idílica de uma língua consagrada a dizer coi-
sas, e que ignora as relações de força entre os homens.
Com base neste pensamento é que podemos avaliar a questão do pressuposto na construção dos
discursos. Os pressupostos vêm satisfazer as exigências discursivas, além daquelas que já são da-
das pelo posto. O posto e o pressuposto, neste caso, são as ferramentas utilizadas pelos locutores
para resgatar os referentes comuns entre os interlocutores.
Segundo ducrot (1972), a função dos pressupostos na atividade da fala é garantir a coesão do dis-
curso como "condição de coerência", definida por ele como "a obrigação de se situarem os enuncia-
dos num quadro intelectual constante", constituindo, desse modo, um só discurso e não um "emara-
nhado de frases sem nexo" ou enunciações independentes. Para isso, é necessário que o discurso
manifeste uma espécie de "redundância", assegurada pelo reaparecimento ou retomada regular de
certos conteúdos ou elementos semânticos no decorrer do discurso. Como no exemplo:
É interessante observar na história acima o impasse provocado pela frase “tudo o que quiser”. Na
tentativa de satisfazer os desejos dos clientes o garçom sugere que naquele estabelecimento há tudo
o que as pessoas quiserem para comer, beber, etc. Porém o personagem eddie sortudo não compre-
ende o que estava implícito na fala do garçom e interpreta que “tudo o que quiser” seja, talvez, um
dos pratos do menu.
O que podemos concluir diante das diferentes concepções de sujeito, linguagem e discurso dos auto-
res citados neste trabalho, é que todas as definições envolvem aspectos sociais, políticos e ideológi-
cos, embora seja de ducrot a maior aproximação com a ‘análise do discurso’, defendendo uma con-
cepção de linguagem construída pelos sujeitos, através de práticas cognitivas e discursivas comparti-
lhadas social e culturalmente com os demais sujeitos do mundo.
Ensino de Gramática
Há algum tempo, muitos educadores e linguistas têm enfaticamente defendido a primazia do texto
no ensino de línguas.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
As atividades de leitura e de produção textual têm ocupado cada vez mais espaço nas aulas deportu-
guês. Embora muitos ainda não tenham, na prática, privilegiado essas atividades, ninguém pode dis-
cordar de que desenvolver a competência textual dos alunos deva ser um dos principais objeti-
vos do ensino de línguamaterna.
Por outro lado, no que se refere à gramática, muitas são as divergências. Alguns ainda defendem o
seu ensino sistemático; outros, o abandono deste, principalmente nas séries iniciais; uns, tentando
"contextualizá-lo", procuram dar-lhe uma perspectiva "textual", apesar de, muitas vezes, encobri-
rem um ensino tradicional, utilizando o texto apenas como "pretexto" para uma análise metalinguís-
tica.
Cresce, no entanto, o número de professoresque, conscientes de que o estudo da gramática deve ha-
bilitar os alunos a usarem adequadamente os recursos linguísticos, tem enfatizado abordagens dife-
rentes das tradicionais.
A proposta deste minicurso é refletir sobre as diferentes abordagens, relacionando-as com as con-
cepções de ensino de língua e de gramática. Além disso, serão propostas atividades para tornar mais
produtivo o trabalho comos conteúdos gramaticais nas aulas de português.
Prescritivo – objetiva levar o aluno a substituir seus padrões de atividade linguística considerados er-
rados/inaceitáveis por outros tidos como corretos/aceitáveis.
Concepções de Gramática
Conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever, estabelecidas pelos especialis-
tas, com base no uso da língua consagrado pela tradição (gramática normativa). Tudo o que foge
ao padrão é "errado".
Saber gramática significaria ser capaz de distinguir, nas expressões de uma língua, as categorias,
as funções e as relações que entram em sua construção, descrevendo com elas sua estrutura in-
terna e avaliando suagramaticalidade, o que implicaria a utilização de uma metalinguagem especí-
fica da teoria linguística adotada.
Conjunto de regras internalizadas que o falante de fato aprendeu e das quais lança mão ao falar (gra-
mática internalizada).
Ensino de Gramática
Gramática teórica – leva o aluno a identificar os elementos linguísticos e a empregar uma metalingua-
gem apropriada para nomeá-los e classificá-los.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Gramática normativa – o aluno aprende as normas de bom uso da língua, para falar e escrever bem,
de acordo com a variedade culta, padrão.
Leva o aluno a explicitar fatos da estrutura e do funcionamento da língua. Ao invés de, por meio
de aulas expositivas, dar a teoria gramatical pronta para o aluno, são desenvolvidas atividades que o
levem aredescobrir fatos já estabelecidos pelos especialistas.
Ex: de uma lista de monossílabos, o aluno depreende a regra de acentuação dos monossílabos tôni-
cos.
De uma lista de formas nominais, o aluno separa adjetivos e substantivos a partir de característi-
cas dadas.
Ex: diferenças entre palavras sinônimas (ex: belo e bonito, ganhar e vencer).
Diferenças acarretadas pela inversão de palavras (ex: homem grande e grande homem, "ma-
ria só veio à reunião." e "maria veio à reunião só.").
Diferenças entre a negação do adjetivo e o uso do antônimo formado por prefixo ( ex: "não ser favorá-
vel" e ser "desfavorável").
Gramática de uso – desenvolve-se um trabalho voltado para o conhecimento prático da língua. Pode
e deve ser trabalhada a partir de produções orais e escritas, inclusive dos alunos.
São realizadas atividades de produção e compreensão textual, exercícios estruturais (ex: transforma-
ção da voz ativa para passiva, substituição de nomes por pronomes, junção de frases através de ele-
mentos conectivos, ampliação de frases, etc.) , de vocabulário (ex: processos de formação de pala-
vras, campos semânticos, sinônimos, antônimos, homônimos, hiperônimos, hipônimos, etc.) , de vari-
edades linguísticas.
Segundo perini (1997), é necessário destacar os principais problemas no ensino de gramática: objeti-
vos mal colocados, metodologia inadequada e falta de organização lógica da matéria.
Se, com relação a este último ponto, oprofessor não pode fazer muito, já que a tarefa de atualizar
e organizar a gramática caberia a linguistas e gramáticos, no que se refere aos dois primeiros, será
ele essencial para a adoção de uma abordagem mais adequada. Paraisso, ele conta com algu-
mas sugestões dos pcn (1998: 89-90) , como se percebe no fragmento a seguir:
É no interior da situação de produção do texto, enquanto o escritor monitora a própria escrita para as-
segurar sua adequação, coerência, coesão e correção, que ganham utilidade os conhecimentos so-
bre os aspectosgramaticais.
Saber o que é um substantivo, adjetivo, verbo, artigo, preposição, sujeito, predicado, etc. Não signi-
fica ser capaz de construir bons textos, empregando bem esses conhecimentos.
Quando se enfatiza a importância das atividades de revisão é por esta razão: trata-se de uma oportu-
nidade privilegiada de ensinar o aluno a utilizar os conhecimentos que possui, ao mesmo tempo que
é fonte de conteúdos a serem trabalhados. Isso porque os aspectos gramaticais – e outros discursi-
vos como a pontuação – devem ser selecionados a partir dos das produções escritas dos alunos.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
O critério de relevância dos aspectos identificados como problemáticos – que precisam, portanto, se-
rensinados prioritariamente – deve ser composto pela combinação de dois fatores: por um lado,
o que pode contribuir para maior adequação e legibilidade dos textos e, por outro, a capaci-
dade dos alunos em cada momento.
A propriedade que linguagem tem de poder referir-se a si mesma é o que torna possível a aná-
lise da língua e o que define um vocabulário próprio, uma metalinguagem. Em relação a essa termi-
nologia característica, é precisoconsiderar que, embora seja peculiar a situações de análise linguís-
tica (em que inevitavelmente se fala sobre língua) , não se deve sobrecarregar os alunos com um pa-
lavreado sem função, justificado exclusivamente pela tradiçãode ensiná-lo.
O critério do que deve ser ou não ensinado é muito simples: apenas os termos que tenham utilidade
para abordar os conteúdos e facilitar a comunicação nas atividades de reflexão sobre a língua exclu-
indo-se tudo oque for desnecessário e costuma apenas confundir os alunos.
Por exemplo, torna-se necessário saber, nas séries iniciais, o que é "proparoxítona", no fim de um
processo em que os alunos, sob orientação do professor, analisam e estabelecem regularidades na
acentuação de palavras e chegam à regra de que são sempre acentuadas as palavras em que a sí-
laba tônica é a antepenúltima. Também é possível ensinar concordância sem necessariamente fa-
lar em sujeito ou em verbo.
Isso não significa que não é para ensinar fonética, morfologia ou sintaxe, mas que elas de-
vem ser oferecidas à medida que se tornarem necessárias para a reflexão sobre a língua. "
De onde vêm
Ao ler os pcn, muitos professores sentem-se diante de um material idealista e utópico, sem respaldo
científico que justifique a aplicação das idéias apresentadas.
Enganam-se os que pensam dessa forma, pois os pcn, naverdade, nada mais fazem que reunir resul-
tados e pressupostos teóricos de pesquisas desenvolvidas no brasil, desde a década de 1970, englo-
bando perspectivas linguísticas, que vão da sociolinguística à análise do discurso.
As informações dos pcn sobre variação linguística, por exemplo, há muito tempo vêm sendo divulga-
das em congressos, e esse tópico costuma figurar na grade curricular dos cursos de letras.
Com relação às idéias sobre pedagogia deleitura, desde paulo freire, na década de 1960, abordava-
se a necessidade de fazer do aluno um agente do ato de ler, sentindo-se também um produtor de tex-
tos eficaz. E no que se refere às propostas da linguística textual e da análise do discurso, diver-
sas pesquisas vêm sendo cada vez mais divulgadas, desde a década de 1980.
Assim, não há como negar o valor dos pcn-lp, como material de divulgação e incentivo nos estudos
da linguagem, embora haja problemas de nível estrutural e teórico no corpo do texto dos parâme-
tros (cf. Santos, 2005). Oensino de língua portuguesa, segundo esse documento, parte do texto e
apóia-se no tripé leitura/escuta – produção textual – análise linguística. É, porém, esse último item,
a análise linguística, que parece ser mais difícil desentender.
Como explica geraldi (1997) , por análise linguística entende-se, não apenas a abordagem metalin-
guística tradicional, nem o abandono da teoria gramatical, mas o ensino de aspectos linguísticos
a partir de textos, observando como se constrói o sentido com o uso de um ou outro elemento grama-
tical.
Além disso, a teoria passa a segundo plano, a serviço do papel das estruturas gramaticais nos tex-
tos dos mais diversos gêneros, literários ou não, produzidos por alunos inclusive.
As propostas que se seguem abordam aspectos da grade curricular do ensino fundamental como
pontuação, uso dos tempos e modos verbais, seleção lexical – a partir de textos. Destaque-se que al-
guns exercícios foram elaborados por alunos da faculdade de letras da ufrj, formandos de 2005.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Demonstra-se, assim, que é possível elaborar atividades com base nos princípios dos pcn, abor-
dando leitura/escuta, produção e análise linguística, com oobjetivo de fazer o aluno refletir so-
bre a língua.
A primeira operação de controle urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla, rafael
luiz morais de souza bandeira, foi marcada para hoje.
Guardas municipais em parceria com a comlurb e a secretaria municipal de governo vão concen-
trar esforços para retirar todas as propagandas irregulares das praias da zona sul. Este será o iní-
cio de uma série de intervenções na orla.
Uma das etapas mais complexas do trabalho, entretanto, é o acolhimento de mendigos, que on-
tem ocupavam parte do canteiro central de um dos mais famosos cartões-postais do rj, avenida atlân-
tica, em copacabana.
Para o “xerife”, a tarefa é complexa, porque exige um trabalho preventivo por parte do municí-
pio, já que muitos mendigos voltam para as ruas, se não encontram outras maneiras de sobrevi-
ver. Em copacabana, elesconseguem locais para descansar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas.
– Não adianta a gente retirar os moradores da rua, porque eles voltam. O problema é mais sério e va-
mos contar com o apoio da secretaria municipal de assistência social, para tentarmos solucio-
nar o problema – afirmabandeira.
Ontem, dezenas de mendigos podiam ser vistos em quase toda orla do leme e de copacabana. Pró-
ximo a hotéis como o othon pálace e o meridien, eles dormiam no canteiro central da atlântica e
nas areias da praia, ao ladode tapumes de obras, de quiosques e da arquibancada onde foi realizada
a copa do mundo de futebol.
Reunidos em grupos, eles guardavam seus objetos pessoais em carrinhos de supermercados e saco-
las. Alguns aproveitaram osgalhos de árvores para estender suas roupas.
Compare a frase a seguir com a primeira frase do texto e responda: a primeira operação de con-
trole urbano nas praias coordenada pelo novo “xerife” da orla foi marcada para hoje.
A– que elemento foi omitido? A retirada desse elemento dificulta a compreensão do texto? Justifi-
que sua resposta.
C– elabore uma regra que justifique o uso das vírgulas na 1ª. Frase do texto.
Observe a última frase do 3º. Parágrafo: em copacabana, eles conseguem locais para descan-
sar e ganhar dinheiro, pedindo esmolas.
A– altere a posição do elemento “em copacabana”, na frase e verifique como fica a pontuação.
Horóscopo
Leia o seu signo nos horóscopos das revistas marie claire e toda teen:
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Eu e o mundo: prepare-
se para enfrentar desa-
fios nas relações de traba-
lho, perto dodia 6. Mudanças
bruscas oudecepções po-
dem deixar o ambiente con-
fuso. A par-
tir do dia15, sua visão estra-
tégica ficará mais apu-
rada, com a entrada de mer-
cúrio em escorpião. Evite pa-
lavras cortantes, de 12 a
20, para não gerar confron-
tos ourupturas.
Os exemplos do horóscopo privilegiam duas formas verbais diferentes. Destaque os verbos, identifi-
cando seu modo e tempo.
Levando em consideração o público leitor de cada um desses veículos de comunicação, observe a di-
ferença em relação à linguagem utilizada.
Em dupla, escreva o horóscopo para o signo de seu colega, seguindo os critérios abaixo:
Escolha em qual veículo de comunicação seu horóscopo será publicado, atentando para a lingua-
gem adequada ao seu público alvo;
Leia-o e perceba se o texto está de acordo com a questão 3. Faça os comentários necessários.
Reescreva o seu texto levando em consideração as observações feitas pelo seu colega. Pretendeu-
se, neste minicurso, mostrar caminhos para ajudar a solucionar os problemas do ensino de lín-
gua portuguesa. Não existem receitas absolutas, nem fórmulas mágicas, mas é possível melho-
rar a compreensão doaluno sobre a língua, tornando-o, de fato, um leitor e produtor de textos eficaz.
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SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Os exercícios citados como exemplo – alguns elaborados por futuros professores – ilustram que, se
é difícil pensar em atividades produtivas, por outrolado é instigante o desafio de apresentar propos-
tas interessantes.
Ainda que não seja possível ser criativo em 100% do tempo em que estamos com nossos alunos,
pelo menos em algumas situações o professor pode trabalhar com exercícios que façam
do aluno um agente do próprio ato de
Aprender. Dessa forma, as abordagens de ensino gramatical citadas por travaglia (1996) podem ser
colocadas em prática.
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ANÁLISE SINTÁTICA
Análise Sintática
Essa análise consiste numa área da gramática responsável por estudar a função e ligação de cada
elemento na formação dos períodos.
Em outras palavras, a análise sintática trata da relação lógica entre as palavras da frase. A análise
detalhada de cada elemento da frase permite observar como as palavras se relacionam com outras
por meio de mecanismos como a concordância e a regência, elaborando frases com sentido com-
pleto.
Conceito de Frase
Para prosseguirmos no estudo sobre essa importante área da gramática, é necessário recapitularmos
o conceito de frase:
Frase = todo enunciado linguístico com sentido completo, que estabelece uma comunicação de
acordo com o contexto no qual os interlocutores estão inseridos.
Declarativas
Interrogativas
Exemplo:
Imperativas
Exemplo:
Exclamativas
Exemplo:
Optativas
Exprimem desejo.
Exemplo:
Para compreendermos a importância da análise sintática, vejamos todos os itens estudados nessa
área.
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ANÁLISE SINTÁTICA
Oração
Consiste na frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo ou de uma locução ver-
bal.
Exemplo:
Período
Trata-se da frase constituída por uma ou mais orações. O período pode ser classificado em simples
(formado por uma única oração) ou composto (formado por mais de uma oração).
Sujeito
É o elemento a respeito do qual se informa algo, sendo que o sujeito geralmente pode ser substituído
por um pronome pessoal.
Exemplo:
“As meninas do Leblon não olham mais pra mim.” (Herbert Vianna)
Geralmente, o sujeito aparece logo no início da oração. Quando isso ocorre, é dado o nome de ordem
direta.
Já quando o sujeito aparece depois do predicado ou está intercalado, a oração está em ordem in-
versa ou indireta.
De acordo com a análise sintática, uma das principais características do sujeito é que ele normal-
mente é representado por um substantivo ou vários substantivos coordenados.
Sujeito simples
Exemplo:
Sujeito composto
Exemplo:
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
ANÁLISE SINTÁTICA
Sujeito Determinado
Aquele que pode ser reconhecido gramaticalmente, ocorrendo geralmente com o sujeito simples e
com o sujeito composto.
Sujeito Indeterminado
Aquele que ocorre quando a informação contida no predicado se refere a um elemento que não se
pode (ou não se quer) revelar.
Exemplos:
Precisa-se de cozinheiras.
Predicado
Predicação Verbal
Refere-se à relação existente entre o verbo e o seu sujeito, sendo que os verbos podem ser lexicais
ou de ligação.
No que se refere aos verbos lexicais, eles podem ser classificados em intransitivos ou transitivos.
Predicativo
De acordo com a análise sintática, consiste no termo da oração que funciona como núcleo nominal do
predicado, havendo:
Predicativo do sujeito: é o elemento do predicado que se refere ao sujeito mediante um verbo (de li-
gação ou não).
Predicativo do objeto: termo da oração que se relaciona ao objeto, atribuindo-lhe uma característica.
Tipos de Predicado
Predicado verbal: quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido num verbo
lexical.
Predicado nominal: quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está contido num nome
(predicativo do sujeito).
Com todas essas informações fica fácil perceber como o estudo de análise sintática é amplo, sendo
necessário estudar de forma específica cada um dos itens mencionados. Para isso, basta acompa-
nhar nossos conteúdo.
A análise sintática é a parte da gramática que estuda a função e a ligação de cada elemento que
forma um período.
Há também a análise morfológica. Essa é a parte da gramática que estuda individualmente cada ele-
mento que forma um enunciado linguístico, ou seja, independentemente da sua função.
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ANÁLISE SINTÁTICA
A análise morfossintática, por sua vez, analisa os elementos do mesmo enunciado linguístico sintática
e morfologicamente.
Termos da Oração
A oração é dividida de acordo com a função que exerce. Essa divisão é feita através de termos, os
quais podem ser essenciais, integrantes ou acessórios.
Os termos essenciais são os termos básicos, que geralmente formam uma oração. Trata-se do sujeito
e do predicado. Vale lembrar que nem sempre a oração tem sujeito.
Sujeito
O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. O núcleo do sujeito é a pa-
lavra que tem mais importância, é o principal termo contido no sujeito.
Exemplos:
Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (pessoa é o núcleo do sujeito Uma pessoa)
Nem sempre o sujeito está expresso na oração. Quando isso acontece, estamos diante do sujeito
oculto, elíptico ou desinencial.
Exemplos:
Predicado
O predicado é a informação que se dá sobre o sujeito. Ao identificar o sujeito da oração, todo o resto
faz parte do predicado.
Predicação Verbal
Verbos Intransitivos
Verbos Transitivos
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ANÁLISE SINTÁTICA
Exemplos:
Verbos de Ligação
Os verbos de ligação não indicam uma ação, mas sim uma forma de estar.
Exemplos:
O Predicativo do sujeito e o Predicativo do objeto são complementos que informam algo ou atribuem
uma característica a respeito do sujeito ou do objeto. Esse complemento pode seguir (ou não) um
verbo de ligação.
Exemplos:
Complemento Verbal
Os complementos verbais são os termos utilizados para completar o sentido dos verbos transitivos.
Assim, os verbos transitivos subdividem-se em:
Transitivos Diretos e Indiretos - exigem dois complementos, um sem e um com preposição. (Objeto
Direto e Indireto).
Exemplos:
Complemento Nominal
O complemento nominal é o termo utilizado para completar o sentido de um nome (substantivo, adje-
tivo ou advérbio).
Exemplos:
Agente da Passiva
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ANÁLISE SINTÁTICA
Agente da passiva é o termo que indica quem executa a ação, na voz passiva e vem sempre seguido
de preposição.
Exemplos:
O bolo foi feito por mim. (por mim é o agente da passiva. Na voz ativa a oração seria: Eu fiz o bolo.)
Os índios foram catequizados pelos jesuítas. (pelos jesuítas é o agente da passiva. Na voz ativa a
oração seria: Os jesuítas catequizaram os índios.)
Os termos acessórios são os termos dispensáveis e são utilizados para determinar, caracterizar, ex-
plicar ou intensificar.
Adjunto Adnominal – caracteriza um substantivo, agente da ação, através de adjetivos, artigos, nume-
rais, pronomes ou locuções adjetivas.
Exemplos:
O homem educado cedeu a sua cadeira à senhora de idade. (educado, sua, de idade = adjunto adno-
minal)
Exemplos:
Exemplos:
Sábado, dia sete, não haverá aula de música. (dia sete = aposto)
O melhor do carnaval: alegria e disfarce das crianças. (alegria e disfarce das crianças = aposto)
Sujeito: o professor
Predicado: emprestou um dicionário ao Lucas
Objeto direto: um dicionário
Objeto indireto: ao Lucas
Adjunto adverbial: hoje
Adjunto adnominal: o, um
Sujeito: eu
Predicado: liguei ao diretor
Objeto indireto: ao diretor
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ANÁLISE SINTÁTICA
Sujeito: a solução
Predicado: foi encontrada por Heloísa
Agente da passiva: Heloísa
Aposto: pedagoga e mãe de cinco filhos
Sujeito: o presidente
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos
Adjunto adverbial: esta semana
Sujeito: ela
Predicado: acusou-o de infiel
Objeto direto: o
Predicativo do objeto: infiel
As orações encontram-se divididas em termos essenciais, integrantes e acessórios. Todos são usa-
dos na realização de análises sintáticas.
Sujeito
Indica quem ou do que se fala. Para identificar o sujeito, fazem-se as perguntas quem? ou o quê? an-
tes do verbo da oração.
O feijão queimou.
Sujeito: o feijão
Predicado
Indica o que acontece ao sujeito. É formado, obrigatoriamente, por um verbo ou locução verbal.
O feijão queimou.
Predicado: queimou
Objeto Direto
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ANÁLISE SINTÁTICA
Objeto indireto
Indica de quem, de que, para quem, para que, em quem, em que, a quem, a que, se destina a ação
verbal. Vem sempre iniciado por uma preposição.
Eu preciso de ajuda.
Objeto indireto: de ajuda
Predicativo do Sujeito
Indica uma qualidade do sujeito, atribuindo-lhe uma característica. Aparece depois de um verbo de
ligação.
A blusa é nova.
Predicativo do sujeito: nova
Predicativo do Objeto
Complemento Nominal
Completa o sentido de substantivos abstratos, adjetivos e advérbios que possuem sentido incom-
pleto. Vem sempre precedido por uma preposição.
Agente da Passiva
Indica quem pratica a ação de uma oração na voz passiva. Quase sempre, vem precedido pela pre-
posição por ou pelas suas formas contraídas (pelo, pela, pelos, pelas).
Adjunto Adnominal
Acompanha e modifica um substantivo nuclear de uma função sintática, atribuindo-lhe uma caracte-
rística.
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ANÁLISE SINTÁTICA
Adjunto Adverbial
Indica uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…), alterando o significado de um verbo,
adjetivo ou advérbio.
Aposto
Serve para explicar, esclarecer, desenvolver, detalhar, especificar, … outro termo da oração.
Enquanto na análise sintática é feita a classificação da função que as palavras desempenham na ora-
ção, na análise morfológica as palavras são classificadas de forma isolada, de acordo com a classe
gramatical que representam.
Frase: Eu vi o relâmpago!
Análise sintática:
Eu: sujeito
Vi o relâmpago: predicado
O relâmpago: objeto direto
O: adjunto adnominal
Análise morfológica:
Eu: pronome pessoal reto
Vi: verbo ver
O: artigo definido
Relâmpago: substantivo comum
Nota: É feita uma análise morfossintática de uma oração quando ocorre, simultaneamente, uma aná-
lise sintática e uma análise morfológica.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Acentuação Gráfica
Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxíto-
nas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não
ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já
as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.
Proparoxítonas
Paroxítonas
l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri, lápis
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis
Observações:
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).
Exemplos:
Oxítonas
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ral estes acentos são usados para auxiliar a pronúncia de palavras que fogem do padrão prosódico
mais comum.
Acento Agudo
O acento agudo ( ´ ) é usado na maioria dos idiomas para assinalar geralmente uma vogal aberta ou
longa. Em português, aparece em todas as vogais tônicas na última sílaba ou na antepenúltima síla-
ba. Aparece também nos grupos "em" e "ens" (como em armazém, além, etc.) e para separar as le-
tras i e u dentro de um hiato (como em alaúde). Em idiomas como o holandês e o islandês, pode fun-
cionar como marca diferencial em palavras homônimas cujo significado não pode ser inferido pelo
contexto. Na escrita pinyin do mandarimindica o segundo tom, de baixo para cima. Em polonês pode
aparecer sobre as consoantes c e n para indicar a palatização (passando a ser pronunciadas como
/tch/ e /nh/).
Acento Grave
O acento grave (`) era usado geralmente para designar uma vogal curta ou grave em latim e grego.
Em português serve para marcar a crase. É de uso frequente em italiano e francês para marcar a
sílaba tônica de algumas palavras. Em norueguês e romeno, serve como acento para desambiguação
de palavras. Na escrita pinyin, indica o quarto tom, de cima para baixo.
Acento Circunflexo
O acento circunflexo (^) é um sinal diacrítico usado em português e galês tem função de marcar a
posição da sílaba tônica. No caso específico do português, aparece sobre as vogais a, e, o quando
são tônicas na última ou antepenúltima sílaba (p. ex.: lâmpada, pêssego, supôs) e têm timbre fecha-
do. Em francês é usado para marcar vogais longas decorrentes da supressão da letra s na evolução
histórica da palavra (p. ex. hospital → hôpital).
Cáron
O cáron (ˇ), ou circunflexo invertido, é um acento inexistente em português. Aparece em várias lín-
guas balto-eslavas e línguas urálicas sobre consoantes para indicar a palatização. Também indica o
terceiro tom na escrita pinyin do mandarim (alto - baixo - alto).
Til
O til é um sinal diacrítico cujo uso mais frequente é em português. Serve para indicar a nasalização
das vogais - atualmente somente nos ditongos ão, ãe, õe e isoladamente na vogal ã, mas no passado
podia aparecer também sobre a vogal e. Também aparece no espanhol sobre a letra n para indicar a
palatização (devendo ser pronunciada como /nh/) e no estoniano sobre a letra o para indicar uma
vogal intermediária entre /o/ e /e/.
Trema
O trema (¨) é um sinal gráfico presente em várias línguas românicas e línguas germânicas, e usado
em português do Brasil até o acordo ortográfico de 1990 sobre a letra u nos gru-
pos que, qui, gue e gui quando fossem pronunciados, como em freqüência e ungüento, uso ainda
presente em espanhol. Em francês, holandês e italiano, serve para marcar a segunda vogal de um
hiato.
Em alemão, sueco e finlandês aparece sobre as vogais a, o e u para indicar que devem ser pronunci-
adas como vogais posteriores.
Cedilha
A cedilha (¸) é usada geralmente para indicar que uma consoante deve ser pronunciada de forma
sibilante. Em português, francês e turco aparece sob a letra c (ç) - no caso do turco, para indicar a
palatização. Em romeno aparece sob as letras s e t.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Anel
O anel (˚) é um acento inexistente em português. Aparece nas línguas escandinavas sobre a le-
tra a (å) para indicar que deve ser pronunciada como /ó/. Também aparece em checosobre a le-
tra u para indicar que deve ser pronunciada como uma vogal longa.
Ogonek
O ogonek (˛) é um acento exclusivo do polonês, colocado abaixo das vogais nasais (ą, ę, ǫ, ų). Tem a
mesma função do til em português.
Monossílabos
Exemplos: pá, vá, gás, Brás, cá, má, pé, fé, mês, três, crê, vê, lê, sê, nós, pôs, xô, nó, pó, só.
Oxítonas ou agudas
As palavras oxítonas ou agudas (quando a última sílaba é a sílaba tônica) com a mesma terminação
dos monossílabos tônicos acentuados, com acréscimo do em e ens, são acentuadas. [1] Também são
acentuadas as oxítonas terminadas nos ditongos éu, éi e ói. Exemplos: pará, vatapá, estás, irás, cajá,
você, café, Urupês, jacarés, jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó, alguém, armazéns,
vintém, parabéns, também, ninguém, aquém, refém, réu, céu, pastéis, herói.
Paroxítonas ou Graves
As palavras paroxítonas ou graves (quando a penúltima sílaba é a sílaba tônica) que possuem termi-
nação diferente das oxítonas acentuadas, são acentuadas. Exemplos: táxi, beribéri, lápis, grátis, jú-
ri,bónus/bônus, álbum, álbuns, nêutron, prótons, incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen,
éter, mártir, caráter, revólver, destróier, tórax, ónix/ônix, fénix/fênix, bíceps, fórceps, ímã, órfã, ímãs,
órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos. São exceções as com prefixos como anti e super.
Proparoxítonas ou Esdrúxulas
As palavras proparoxítonas ou esdrúxulas (quando a antepenúltima sílaba é a sílaba tônica) são to-
das acentuadas. A vogal com timbre aberto é acentuada com um acento agudo, já a com timbre fe-
chado ou nasal é acentuada com um acento circunflexo. [1] Exemplos: lâmpada, relâmpago, Atlântico,
trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido.
Observação.: Palavras terminadas em encontro vocálico átono podem ser consideradas tanto paroxí-
tonas quanto proparoxítonas, e devem ser todas acentuadas. Encontros vocálicos átonos no fim de
palavras tanto podem ser entendidos como ditongos quanto como hiatos.
Exemplos: cárie, história, árduo, água, errôneo. FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda
(2010). mini Aurélio 8 ed. Curitiba: Positivo. p. 20. ISBN 85-385-4239-1 Verifique |isbn=(ajuda) </ref>
Exemplos: anéis, fiéis, papéis, céu, troféu, véu, constrói, dói, herói.
Hiatos
As letras i e u (seguidos ou não de s) quando em hiatos, são acentuados desde que estas letras se-
jam precedidas por vogal e que estejam isoladas em uma sílaba (só o i ou só o u).
Obs.: Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u, seguidos ou não do s, pois fo-
gem a regra das oxítonas acentuadas. Palavras como baú, saí, Anhangabaú, etc., são acentuadas
não por serem oxítonas, mas pelo i e u formarem sílabas sozinhos (hiato).
Não se acentuam hiatos que precedem as letras l, r, z, m, n, e o dígrafo nh. Exemplo contribuinte.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Acento diferencial
têm (terceira pessoa do plural do verbo ter) de tem (terceira pessoa do singular do verbo ter);
derivados do verbo ter têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa
do plural tem um acento circunflexo "^" mantém/mantêm;
vêm (terceira pessoa do plural do verbo vir) - vem (terceira pessoa do singular do verbo vir);
derivados do verbo vir têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa
do plural tem um acento circunflexo "^" provém/provêm.
Após a reforma ortográfica, o acento diferencial foi quase totalmente eliminado da escrita, porém,
obviamente, a pronúncia continua a mesma.
Acentuação Gráfica
O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda palavra da língua
portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas tônicas das pala-
vras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a
final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, notou que a sílaba tônica nem sem-
pre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico,
mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento
gráfico está para a escrita (grafia).
Oxítonas
1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e
com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s.
Exemplos:
2. São acentuados os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
4. Nunca se acentuam os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las.
Paroxítonas
Exemplos:
Observação
2. Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados grafica-
mente.
4. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento no i e no u tônicos das palavras
paroxítonas quando vierem depois de um ditongo decrescente. Se o i ou o u forem precedidos
de ditongo crescente, porém, o acento permanece.
Proparoxítonas
Exemplos: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora.
Casos especiais
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
2. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas.
3. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou
são seguidos de s.
Exemplos: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo.
Exemplos: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis.
7. Depois do Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as formas verbais dissílabas termi-
nadas em eem.
Observação
9. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis,
(ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu com-
posto redarguir.
10. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, apazi-
guar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias
em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
Exemplos:
Exemplos:
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Observação
a) A vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras.
11. O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual manei-
ra. Depois do Acordo Ortográfico, passamos a usar apenas alguns acentos diferenciais.
Exemplos:
Observações
a) O Acordo Ortográfico passou a aceitar a dupla grafia da palavra fôrma/forma, acentuada ou não.
b) Os derivados do verbo ter (conter, deter, manter etc.) seguem a mesma regra do verbo ter.
Exemplos:
c) Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pé-
la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Exemplos:
Acentuação
Gramática
O Novo Acordo Ortográfico, em uso desde 2009, estabeleceu muitas mudanças nas regras de acen-
tuação gráfica.
Em se tratando de acentuação, devemos nos ater à questão das novas regras ortográficas da Língua
Portuguesa, as quais entraram em uso desde o dia 1º de janeiro de 2009. Como toda mudança impli-
ca adequação, o ideal é que façamos uso das novas regras o quanto antes.O estudo exposto a seguir
visa a aprofundar seus conhecimentos no que se refere à maneira correta de grafar as palavras, le-
vando em consideração as regras de acentuação e o que foi proposto pelo novo acordo ortográfico.
Acentuação Tônica
A acentuação tônica refere-se à intensidade em que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aque-
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
la que é pronunciada de forma mais acentuada é a sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
Oxítonas: são aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
Acentuação gráfica
Regras fundamentais:
Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em", seguidas ou
não do plural(s). Ex.: Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Ex.: pá – pé – dó – há
→ Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos seguidas de lo, la, los, las.
→ i, is
→ l, n, r, x, ps
Regras especiais:
→ Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam o acento com o
Novo Acordo. Veja na tabela a seguir alguns exemplos:
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ANTES AGORA
Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
Geléia Geleia
Jibóia Jiboia
Apóia (verbo apoiar) Apoia
Paranóico Paranoico
→ Quando "i" e "u" tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de "s", desde
que não sejam seguidos por "-nh", haverá acento:
Observação importante:
→ Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo:
ANTES AGORA
Bocaiúva Bocaiuva
Feiúra Feiura
Sauípe Sauipe
ANTES AGORA
crêem creem
lêem leem
vôo voo
enjôo enjoo
→ Não se acentuam as vogais "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:
→ As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e
seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.
ANTES AGORA
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
→ Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e dos seus com-
postos (conter, reter, advir, convir etc.).
SINGULAR PLURAL
ele tem eles têm
ele vem eles vêm
ele contém eles contêm
ele obtém eles obtêm
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
→ Não se acentuam mais as palavras homógrafas para diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas
em algumas exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo) ainda
continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
indicativo). O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciá-lo da preposição por.
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ORTOGRAFIA
Ortografia
A Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa para a grafia correta das
palavras e o uso de acentos, da crase e dos sinais de pontuação. A origem da palavra é grega e signi-
fica -orthós = certo, correto, direito, exato; e -grafia = escrita, estabelecendo, portanto, padrões para a
forma escrita correta das palavras de uma língua.
A escrita correta das palavras de uma língua está relacionada tanto com critérios ligados à origem das
palavras (etimológicos) quanto aos ligados aos fonemas(fonológicos). A forma de grafar/escrever as
palavras é fruto de uma convenção social, ou seja, de acordos ortográficos que envolvem os diversos
países em que uma língua é reconhecida como sendo idioma oficial.
Quando falamos sobre ortografia, é preciso também refletirmos a respeito dos acordos ortográfi-
cos envolvendo países cuja língua portuguesa representa o idioma oficial. O primeiro acordo foi reali-
zado em 1931 com o objetivo de promover a unificação dos dois sistemas ortográficos, entretanto, não
obteve êxito. No Brasil, houve reformas ortográficas nos anos de 1943, 1945, 1971 e 1973. Em 1986,
no Rio de Janeiro, houve um encontro de todos os representantes dos países lusófonos, ficando esta-
belecido o acordo ortográfico de 1986, mas também foi inviabilizado.
O último acordo ortográfico entre os países lusófonos entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2009.
Esse acordo legitimou outra reforma ortográfica, estabelecendo mudanças em diferentes aspectos,
como a inclusão das letras “K”, “W” e “Y” ao alfabeto português oficial.
Dicionário
Para que os falantes possam acessar a grafia correta das palavras de uma língua, basta recorrer
ao dicionário, um livro que reúne todas (ou quase todas) as palavras da língua, seus significados
e classificação gramatical. As palavras são apresentadas no dicionário em ordem alfabética. Alguns
dicionários também foram criados para a tradução de uma língua para outra.
Apesar de oficialmente sancionada, a ortografia não é mais do que uma tentativa de transcrever os
sons de uma determinada língua em símbolos escritos. Esta transcrição costuma se dar sempre por
aproximação e raramente está isenta de ambiguidades.
Um dos sistemas ortográficos mais complexos é o da língua japonesa, que usa uma combinação de
várias centenas de caracteres ideográficos, o kanji, de origem chinesa, dois silabários, katakana e hira-
gana, e ainda o alfabeto latino (não se trata de alfabeto latino, mas sim a forma fonética de representar
os silabários) , a que dão o nome romaji. Todas as palavras em japonês podem ser escritas em kata-
kana, hiragana ou romaji. E a maioria delas também pode ser identificada por caracteres kanji. A esco-
lha de um tipo de escrita depende de vários fatores, nomeadamente o uso mais habitual, a facilidade
de leitura ou até as opções estilísticas de quem escreve.
Ortografia fonética
Cada som corresponde a uma letra ou grupo de letras únicos e cada letra ou grupo de letras corres-
ponde a um único som.
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ORTOGRAFIA
Ortografia etimológica
Um mesmo som pode corresponder a diversas letras e cada letra ou grupo de letras pode corresponder
a diversos sons, dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais.
Exceto o Alfabeto Fonético Internacional, que consegue fazer a transcrição para caracteres alfabéticos
de todos os sons, não há sistemas ortográficos pura e exclusivamente fonéticos. No entanto, podemos
dizer que são eminentemente fonéticas as ortografias das línguas búlgara, finlandesa, italiana, russa,
turca, alemã e, até certo ponto, a da língua espanhola.
No caso particular do espanhol, podemos admitir que se trata de uma ortografia fonética em relação ao
espanhol padrão falado na Espanha, mas não tanto em relação aos falares latino-americanos, em es-
pecial aos da Argentina e Cuba, nos quais nem sempre se verifica que cada som corresponde a uma
letra ou grupo de letras.
A ortografia atual do português é, também, mais fonética do que etimológica. No entanto, antes
da Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal, a escrita oficialmente usada era marcadamente etimoló-
gica.
Um exemplo típico de ortografia etimológica é a escrita do inglês. Em inglês um grupo de letras (por
exemplo: ough) pode ter mais de quatro sons diferentes, dependendo da palavra onde está inserido. É
também a etimologia que rege a escrita da grande maioria das palavras no francês, onde um mesmo
som pode ter até nove formas de escrita diferentes, caso das palavras homófonas au, aux, haut, hauts,
os, aulx, oh, eau, eaux.
Erros Ortográficos
Paragrama
Um paragrama é um erro ortográfico que resulta da troca de uma letra por outra, co-
mo previlégio (privilégio), visinho (vizinho), vizita (visita), meza (mesa) e outras.
A Ortografia é a parte da gramática que se encarrega da forma correta de escrita das palavras da Lín-
gua Portuguesa.
As orientações ortográficas levam em conta a etimologia (origem) das palavras, bem como a fonologia
(sons), de modo que a Ortografia se insere numa categoria ainda maior da gramática que é justamente
a Fonologia.
A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Do grego "ortho", que quer
dizer correto e "grafo", por sua vez, que significa escrita.
A ortografia se insere na Fonologia (estudo dos fonemas) e junto com a Morfologia e a Sintaxe são as
partes que compõem a gramática.
A ortografia é influenciada pela etimologia e fonologia das palavras. Além disso, são feitas convenções
entre os falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos
ortográficos.
O Alfabeto
A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem.
Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.
A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.
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ORTOGRAFIA
Regras Ortográficas
Uso do x/ch
Exceção: O verbo encher escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem:
enchente, encharcar, enchido.
Uso do h
Exceção: A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico baía é
grafado sem h.
Uso do s/z
Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa que indicam grande quantidade, estado ou circuns-
tância: bondoso, feiosa, oleoso.
Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.
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ORTOGRAFIA
Nos sufixos -ez/-eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo - beleza,
grande - grandeza.
Uso do g/j
Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio, refúgio.
Observações:
1. A conjugação do verbo viajar no Presente do Subjuntivo escreve-se com j: (Que ) eles/elas viajem.
angélico anjinho
estrangeiro berinjela
gengibre cafajeste
geringonça gorjeta
gim jeito
gíria jiboia
ligeiro jiló
sargento laje
tangerina sarjeta
tigela traje
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ORTOGRAFIA
Parônimos e Homônimos
Há diferentes formas de escrita que existem, ou seja, são aceitas, mas cujo significado é diferente.
Assim, estamos diante de palavras parônimas quando as palavras são parecidas na grafia ou na pro-
núncia, mas têm significados diferentes.
Exemplos:
Por outro lado, podemos estar diante de palavras homônimas quando as palavras têm a mesma pro-
núncia, mas significados diferentes.
Exemplos:
Além das situações mencionadas acima e os casos de acentuação e pontuação, há uma série de pala-
vras e expressões que oferecem dificuldades. São exemplos: A baixo / Abaixo, Onde / Aonde, Mas /
Mais, entre tantas outras.
Palavras difíceis são geralmente as que não são utilizadas com frequência, que surgem principalmente
em contexto formal. Por esse motivo, parecem diferentes, ou mesmo estranhas. A sua dificuldade res-
peita ao seu significado, mas também ao ato de falar, ou seja, a forma correta de pronunciá-las.
1. Alvíssaras
2. Agnóstico
Aquele que não acredita em Deus e nem nega a sua existência. Exemplo: Ele dizia ser agnóstico, até
que, desesperado, se viu a pedir ajuda a Deus.
3. Beneplácito
4. Cuntatório
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ORTOGRAFIA
5. Desasnado
Que recebeu instrução, que desasnou. Exemplo: Depois de muita instrução, finalmente parece desas-
nado.
6. Empedernido
Aquele que não se deixa persuadir ou não se comove. Exemplo: É a tal ponto empedernido que nem
uma notícia dessas o comove.
7. Filaucioso
Presunçoso. Exemplo: Com seu ar filaucioso, disse que já sabia tudo aquilo.
8. Graçolar
Dizer graçolas ou brincadeiras. Exemplo: Apesar da sua condição, passa os dias a graçolar.
9. Horrípilo
10. Iconoclasta
Aquele que contesta a veneração de símbolos religiosos. Exemplo: Não faz sentido contar com um
iconoclasta para a restauração desse monumento religioso.
11. Inócuo
Inofensivo. Exemplo: Com a garantia de que qualquer reação seria inócua, aceitou experimentar.
12. Juvenelizante
Que rejuvenesce. Exemplo: Sinto-me muito melhor! O passeio foi realmente juvenelizante.
13. Kafkaesco
Que se assemelha às propostas de Kafka. Exemplo: A realidade transcendente presente nas obras
traduz o seu estilo kafkaesco.
14. Loquaz
Eloquente, aquele que fala muito. Exemplo: É admirável a maneira loquaz com que discursa à plateia.
15. Mendacioso
Aquele que mente. Exemplo: Ninguém seria capaz em acreditar num discurso tão mendacioso.
16. Nitidificar
Tornar nítido. Exemplo: Com mais esclarecimentos sobre o tema, conseguiremos nitidificar tudo o que
foi exposto.
17. Odiento
Que guarda ódio. Exemplo: Não chegará a lado nenhum com suas palavras odientas.
18. Prognóstico
Que indica previsão. Exemplo: O prognóstico do médico indicou sérias complicações no seu estado de
saúde.
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ORTOGRAFIA
19. Putrefato
Em estado de apodrecimento. Exemplo: Tempos depois da tragédia, foram encontrados vários animais
putrefatos.
20. Quimera
Sonho que não é possível realizar. Exemplo: Nesse momento, resolver esse problema seria uma ver-
dadeira quimera.
21. Recôndito
22. Sumidade
Aquele que se destaca pela erudição. Exemplo: O professor era uma sumidade em arte barroca.
23. Tergiversar
Fazer rodeios. Exemplo: Não tentem tergiversar porque já entendi muito bem o que tais candidatos
querem.
24. Ufanismo
Aquele que se orgulha de algo de forma exagerada. Exemplo: O ufanismo o faz encarar os problemas
com muita seriedade.
25. Vicissitude
Sucessão de mudanças. Exemplo: Dependerá não só de nós, mas das vicissitudes da vida.
26. Vitupério
Comportamento ofensivo. Exemplo: Jamais imaginaria que ele respondesse com vitupério.
27. Warrantagem
Garantia pelo título de crédito conhecido como warrant. Exemplo: Sugeriu a warrantagem como garan-
tia.
28. Xaropear
Aborrecer. Exemplo: O que meu colega de turma mais sabe fazer é xaropear com conversas sem sen-
tido.
29. Yanomami
Denominação de povo indígena que habita o Brasil e a Venezuela. Exemplo: Faz parte da cultura dos
Yanomamis usar vários tipos de corantes nas pinturas corporais.
30. Zoomórfico
Que apresenta forma de animal. Exemplo: Seu aspecto zoomórfico assusta qualquer um.
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico
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ORTOGRAFIA
Além dessas há várias palavras difíceis de falar especialmente em virtude de sua extensão. Muitas
delas estão ligadas às área de Biologia e Química:
Perca ou Perda?
Perca é verbo, enquanto perda é substantivo. O uso incorreto de perca ou perda é um dos erros de
português mais frequentes. Isso acontece porque essas palavras são parônimas, o que quer dizer que
elas são parecidas tanto na grafia como na pronúncia, mas têm significados diferentes.
Se ambas as palavras existem, como sei quando usar cada uma delas? Pense no seu significado e
confira os exemplos:
Caso não perca peso, vamos ter que ser mais rigorosos com a tua alimentação.
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ORTOGRAFIA
Erros de Português
Para você não errar mais, confira 40 dos maiores erros de português mais comuns que tiram a credibi-
lidade do seu texto. Se você prestar atenção, terá mais chance de gabaritar na prova de redação no
Enem e no Vestibular.
1. Precisa-se ou Precisam-se
Precisa-se de pessoas que lembrem: quando o “se” indica índice de indeterminação de sujeito, o verbo
é sempre conjugado na 3ª pessoa do singular, nunca do plural.
"Anexo" é um adjetivo, tal como bonita. Assim, foto bonita, foto anexa, certo? Foto em bonita, foto em
anexa? Não, não pode ser.
3. Você ou Voçê
Você tem que deixar de cometer este erro! O ç somente é usado antes das letras “a”, “o” e “u”, somen-
te essas, nunca antes do “e” e do “i”.
Leia Uso do Ç.
Além da dúvida quanto à ortografia, esse pronome de tratamento também confunde na hora da crase.
4. A você ou À você
A você que não quer errar mais, dedico este ponto. A crase só existe quando o artigo “a” se une à pre-
posição “a”, o que não acontece neste caso.
A senhora, a vossa alteza, por exemplo, pode ser antecedidas por artigo “a”, mas “a você” não dá, não
é? Então, esqueça a crase! "À você" também não existe!
5. A ou Há
Daqui a pouco você não terá mais dúvidas, pois isto é muito fácil. Quando estiver falando do futuro
deve usar “a”, mas se estiver falando do passado, você usa o “há”.
Há pouco eu disse que você não teria mais dúvidas, não disse?
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ORTOGRAFIA
6. Em vez de ou Ao invés de
“Em vez de” significa uma coisa no lugar de outra. “Ao invés de” tem o sentido de contrário.
Em vez de explicar, vamos ao exemplo, ao invés de deixar que as pessoas fiquem mais confusas.
7. Ao encontro de ou De encontro a
“Ao encontro de” tem o sentido de mesma direção. “De encontro a” significa direção contrária.
Espero que essa explicação vá ao encontro das suas expectativas. Se for de encontro, ficarei muito
aborrecido!
8. Medeia ou Media
Se você quer dizer que algo está no meio ou que é intermediário, ou seja, que ele "medeia", é assim
que deve falar.
Isso porque a conjugação do verbo mediar é: eu medeio, tu medeias, ele medeia, nós mediamos, vós
mediais, eles medeiam.
“Através de” carrega a ideia de atravessar. “Por meio de” indica o instrumento utilizado para determina-
do fim.
Através da janela posso ver o que o professor escreveu no quadro. É por meio dele que eu consigo
aprender alguma coisa.
“A princípio” é usado para expressar tempo inicial. “Em princípio” é sinônimo de “em tese”.
“Senão” tem o mesmo sentido de “caso contrário”. “Se não” é uma expressão que impõe condição.
Se não aprender agora, ficarei desapontado. Senão podemos tentar de outra forma.
Como se não soubesse quais são as suas dúvidas… Mais um exemplo, senão não passamos para o
ponto n.º 12.
“Onde” indica a localização de algo. “Aonde” tem o mesmo sentido de “para onde”.
Onde estamos mesmo? No ponto n.º 12. E aonde vamos a seguir? Para o ponto n.º 13.
Quando não há referência a lugar somente “em que” deve ser utilizado.
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ORTOGRAFIA
Onde acaba esta conversa? Vamos arejar um pouco e terminar a aula ao ar livre. Lá (naquele lugar, ao
ar livre) terminaremos a nossa conversa sobre erros de português.
Sem tempo para conversar mais, aquele livro que indiquei em que há vários problemas gerais com a
língua, ajudará você em dúvidas futuras.
Ratifico que compreendo as suas dúvidas, mas a partir de agora você já consegue retificar algumas.
Agora é entre mim e você: vamos acabar com essa dúvida de uma vez!
As preposições vem sempre seguidas de pronomes pessoais do caso oblíquo (mim, ti) e nunca de
pronomes pessoais do caso reto (eu, tu).
A fim de você entender, leia isto com atenção. É este o nosso objetivo afim: esclarecer dúvidas e elimi-
nar erros de português.
A forma “tem” é a conjugação do verbo ter na 3.ª pessoa do singular. “Têm” é a conjugação do verbo
ter na 3.ª pessoa do plural.
Ele tem menos dúvidas agora. Eles têm mais chances de escrever melhor.
Assisto ao debate na sala de aula. De seguida, assisto os alunos com as dúvidas que discutiram.
“A nível de” tem o sentido de nivelar. “Em nível de” é o mesmo que “em termos de”.
Em nível de erros de português, prometo ajudar você a chegar a um nível que nunca tinha chegado
antes.
Se a dúvida é qual o particípio do verbo chegar, a resposta é "chegado": Como sempre, eu ti-
nha chegado atrasado.
É normal que você tenha essa dúvida, afinal há muitos verbos que têm mais do que uma forma
de particípio, a regular e a irregular. Por exemplo: aceitado e aceito, matado e morto, prendido e preso.
"Chego" é a conjugação do verbo chegar na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo: Eu sem-
pre chego atrasado.
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ORTOGRAFIA
“Meio” significa um pouco. “Meia” é o mesmo que metade e como é um número fracionário, varia con-
forme o termo a que se refere.
Parece meio difícil, mas em menos de meia hora você não terá mais dúvidas sobre isso.
E não esqueça, o certo é meio-dia e meia! Porque meio concorda com “dia”, enquanto meia concorda
com “hora”.
Mal eu terminei de explicar e você já entendeu. Agora, vai ser muito mau se você voltar a cometer o
mesmo erro.
“À medida que” equivale à “à proporção que”. “Na medida em que” tem o sentido de “porque”.
À medida que o você aprende, fica mais descansado, na medida em que terá mais chances de passar
em qualquer concurso.
Vocês está ficando cada vez mais esperto, mas não pense que já sabe tudo. Ainda temos alguns pon-
tos pela frente.
"Perca" é uma forma de conjugar o verbo perder. "Perda" é um substantivo, que é o contrário de “ga-
nho”.
Que eu perca tudo, menos a minha paciência. Afinal, essa seria uma grande perda.
"Deu" ou "deram" podem ser utilizados corretamente na indicação de horas. Tudo vai depender do
sujeito da oração.
Deu uma hora. (certo, porque o verbo concorda com o sujeito, que é “uma hora”).
Deram duas horas. (certo. Neste caso o sujeito é “duas horas”).
O relógio deu três horas. (certo, porque o verbo concorda com o sujeito, que é “o relógio”).
Deram quatro horas no meu relógio. (certo, “no meu relógio” indica lugar e não é o sujeito. Nesta ora-
ção o sujeito é “quatro horas”, com o qual o verbo está concordando).
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ORTOGRAFIA
Se quem agradece é do sexo masculino, deve usar sempre “Obrigado”. Se quem agradece é do sexo
feminino, deve usar sempre “Obrigada”.
A partir de hoje, não vou mais descriminar os alunos do crime cometido contra a língua até agora. Eles
precisam entender que há muitas pessoas que discriminam as pessoas pelo fato de falarem errado.
“Acerca de” significa “a respeito de”. “A cerca de” tem o sentido de “próximo”.
Nunca tínhamos falado acerca disto. Estamos a cerca de chegar dez pontos para terminar.
É isso mesmo, tanto “a meu ver” como “ao meu ver” são expressões que podem usadas. No entanto,
“a meu ver” é mais aceita, por ser a mais clássica.
Ao meu ver isto ficou esclarecido. Mas, a meu ver, os gramáticos preferiam condenar uma das expres-
sões.
Então, "ao meu ver" não está errado, mas de preferência vamos usar "a meu ver".
“Por hora” faz referência às horas. “Por ora” tem o mesmo sentido de que “por enquanto”.
Vamos nos dedicar a quatro erros de português por hora. Por ora, penso que conseguiremos nos orga-
nizar assim.
"Vem" e "vêm" são formas de conjugação do verbo vir. "Veem" é uma forma de conjugação do verbo
ver.
Ele vem às aulas com frequência. (3.ª pessoa do singular do verbo vir no presente do indicativo)
Eles também vêm. (3.ª pessoa do plural do verbo vir no presente do indicativo)
Eles veem o horário antes das aulas começarem. (3.ª pessoa do plural do verbo ver no presente do
indicativo)
“Seção” é uma parte, “sessão” é a duração de algo, “cessão” é o mesmo que cedência, de ceder.
Nesta seção, vamos aprender algumas palavras homófonas. Esta sessão terá a duração de 45 minu-
tos. A cessão do material utilizado nas aulas será feita por e-mail.
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ORTOGRAFIA
“Por que” e “Por quê” são usados quando se questiona algo. O que os diferencia é que com acento
vem sempre no fim das orações.
“Embaixo” é um advérbio de lugar, tem o mesmo sentido que “debaixo” e é o antônimo de “em cima”.
“Em baixo” é um adjetivo, ou seja, é usado para indicar algo em altura inferior.
Embaixo há mais pontos que vão acabar de vez com as suas dúvidas. Se não estiver fácil de entender,
chame-me em baixo tom e eu vou até sua mesa.
“Ainda assim” é uma conjunção adversativa, ou seja, ela indica oposição ou compensação. Por isso
que eu disse que era fácil, apesar disso iria explicar.
De acordo com a norma culta, quando você chega, chega a algum lugar.
É muito comum ouvirmos “chegar em”. Isso até pode indicar que a língua se transforma com o tempo,
mas na dúvida, use sempre “chegar a”.
Viagem (com G) é substantivo. Viajem (com J) é a conjugação do verbo viajar na 3.ª pessoa do plural
do presente do subjuntivo (Que eles viajem) ou o seu imperativo (Viajem eles).
Aprender é uma viagem, mas não se distraía muito para que os alunos não viajem nos seus pensa-
mentos.
Acerca ou A Cerca
O “acerca” escrito junto, e o “a cerca” escrito separado, são termos utilizados em diferentes contextos.
Por isso, causam muita confusão na hora de escrever um texto. Para acabar com a dúvida, confira
abaixo as regras, os usos e alguns exemplos.
Acerca
Acerca, escrito junto, é um advérbio que significa que algo está próximo. É muito comum ser utilizado
com a preposição “de”, formando assim uma locução prepositiva: acerca de.
Nesse caso, é utilizado com o significado de sobre, a respeito de, com relação a, relativamente a, etc.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Nossa opinião acerca do tema é que tais ações são de extrema importância.
Naquela noite, discutimos acerca da nossa relação.
Obs: O termo "acercar" é um verbo transitivo e pronominal que significa aproximação, por exemplo:
Estamos nos acercando da propriedade.
A Cerca
A cerca, escrito separado, significa “aproximado” sendo sinônimo do advérbio “perto”. É formado pelo
artigo “a” e o substantivo “cerca”. Geralmente, esse termo vem acompanhado com a preposição “de”.
Obs: quando utilizamos a expressão “cerca de” significa “aproximadamente”, por exemplo:
E o Há Cerca?
Nesse caso, o “há”, forma conjugada do verbo haver, é utilizado com o significado de existir e indica
tempo decorrido. A expressão “há cerca de” significa, portanto, “faz aproximadamente”.
Exemplos:
Obs: Note que “a cerca de” faz referência à distância e “há cerca de” ao tempo.
Abaixo ou A Baixo?
Os termos "abaixo", escrito junto, e "a baixo", escrito separado, costumam confundir quando vamos
escrever um texto.No entanto, eles são usados em contextos diferentes. Para que você não erre mais,
confira abaixo as regras, os usos e alguns exemplos.
Abaixo
O termo "abaixo', escrito junto, faz referência a algo que esteja numa posição inferior. Portanto, essa
palavra é sinônima de "embaixo", "debaixo", "sob", "por baixo", etc.
Embora seja mais utilizada como advérbio de lugar, esse vocábulo também é utilizado em situações
que envolvem interjeições.
Exemplos:
Abaixo a Ditadura!
Veja abaixo um exercício sobre o tema da aula.
Na lista de convocados, seu nome está abaixo do meu.
Nesse semestre suas notas estão abaixo da média da classe.
Fizemos um abaixo-assinado para retirar o professor da disciplina.
Obs: Note que o termo “abaixo-assinado” leva hífen quando se trata da petição que reúne diversas
assinaturas.
Por outro lado, se ele está sendo usado para indicar a pessoa que assina o documento é escrito sem o
hífen:
Atenção!
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ORTOGRAFIA
Há muitos casos em que o termo “abaixo” acompanha o verbo “seguir”. A dúvida é se o verbo é escrito
no singular ou plural.
Em todos os casos, o verbo concorda com o sujeito. Ou seja, se o sujeito estiver no plural, o verbo
também ficará no plural. Do contrário, se ele estiver no singular, o verbo também será escrito no singu-
lar.
Exemplos:
A Baixo
Já a expressão “a baixo”, escrito separado, é sinônima de “de baixo”, “para baixo” ou “até embaixo” e
antônima de “do alto” ou “de cima”. Esse termo é formado pela preposição “a” mais o adjetivo “baixo”.
Exemplos:
Enfim ou Em Fim?
O “enfim”, escrito junto, e o “em fim”, escrito separado, costumam confundir muito quando vamos es-
crever um texto. Eles têm significados diferentes e, portanto, devem ser usados em contextos distintos.
Saiba aqui como se escreve e quando você deve usar cada um deles. Confira abaixo as regras, usos e
exemplos.
Enfim
“Enfim”, escrito junto e com “n” depois do “e”, é um termo sinônimo de finalmente, por fim, afinal, etc.
Trata-se de um advérbio de tempo que é também utilizado com sentido de que algo está concluído: em
síntese, em conclusão, em suma, etc..
Exemplos:
Enfim sós!
Após tantas dificuldades, enfim poderemos comprar o carro.
Enfim poderei ver Maciel nesse final de semana.
Após tantas provas, podemos enfim viajar.
Atenção!
A expressão “En fim”, escrito separado e com “n” depois do “e”, não existe na língua portuguesa.
Exemplo: Até que enfim você chegou!
Em Fim
O “em fim”, escrito separado, é utilizado com o sentido de “no final de” ou “no fim de”. Portanto, essa
expressão indica o fim próximo ou mesmo o término de algo.
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ORTOGRAFIA
Trata-se de uma locução adverbial de tempo, ou seja, que desempenha o papel de advérbio na frase.
Ela é formada pela preposição “em” mais o substantivo “fim”.
Exemplos:
Acima ou A Cima?
O termo “acima” e a locução “a cima” possuem o mesmo som, no entanto, são utilizadas em contextos
diferentes. Por isso, causam grande confusão quando temos que escrever um texto.Para que você
aprenda de uma vez por todas a usá-las corretamente, confira abaixo dicas com as regras, os usos e
alguns exemplos.
Acima
A palavra “acima”, escrito junta, é um advérbio de lugar e antônima de “abaixo”. Assim, ela é emprega-
da com o sentido de que algo está num local elevado, ou seja, localizado numa posição superior.
Exemplos:
Obs: Uma dica para saber se o termo está sendo utilizado corretamente é trocá-lo por seu antônimo:
Estacionei o carro mais abaixo.
Fique Atento!
A expressão “acima de” é uma locução prepositiva muito utilizada, por exemplo: Suas médias es-
tão acima de qualquer um da sala.
A Cima
O termo “a cima”, escrito separado, é sinônimo de “para cima” e antônimo de “de baixo” ou “para baixo”
e não leva crase.
Ele significa que algo está no alto ou no topo sendo formado pela preposição “a” mais o substantivo
“cima”.
Exemplo:
Fiquei muito nervosa pois quando entrei na sala ela me olhou de baixo a cima.
Antes de comprar a casa José verificou tudo de baixo a cima.
Levamos quatro horas para subir a montanha de baixo a cima.
Resolvemos correr na ladeira de baixo a cima.
O elevador subiu de baixo a cima em poucos segundos.
Obs: uma dica para saber se você está utilizando o termo corretamente é trocar pelo seu sinônimo
“para cima”: o elevador subiu de baixo para cima em poucos segundos.
Fique Atento!
A expressão “de cima” é uma locução adverbial. Já as expressões “para cima de”, “por cima de” ou “em
cima de” são locuções prepositivas.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Sob ou Sobre?
O “sob” e o “sobre” são duas preposições essenciais que causam muita confusão na hora de escrever
um texto.Isso porque elas são palavras parônimas, uma vez que são muito semelhantes na pronúncia
e na escrita, entretanto, possuem significados diferentes.
Sendo assim, o sob e o sobre são termos antônimos, ou seja, o significado de uma é o contrário da
outra.
Lembre-se que preposição é uma palavra invariável utilizada para ligar dois termos numa oração. Con-
fira aqui o significado, usos e exemplos de cada uma delas.
Sob
O sob é uma preposição utilizada com o sentido de “embaixo de”, “por baixo de” e “debaixo de”. Ou
seja, faz referência a algo que esteja numa posição inferior.
Além disso, ela pode ser usada com o sentido de “condição” ou “em estado de”.
Exemplos:
Sobre
O “sobre” é uma preposição utilizada como sinônimo de “em cima de”, “por cima de” e “acima de”. Ou
seja, ela faz referência a algo que esteja numa posição superior.
Esse termo também pode ser utilizado com o sentido de “acerca de”, “em relação à” e “a respeito de”.
Exemplos:
Debaixo ou De Baixo?
"Debaixo" e "de baixo" são dois termos utilizados em situações diferentes. A grande confusão na hora
de escrever é porque essas palavras possuem o mesmo som. Portanto, confira aqui as principais re-
gras, usos e exemplos sobre cada um desses vocábulos.
Debaixo
A palavra “debaixo”, escrito junto, é um advérbio de lugar que significa que algo está localizado na par-
te inferior em relação à outra coisa.
Assim, ela é sinônimo de embaixo, abaixo, sob, por dentro; e antônimo de em cima ou acima. Na maior
parte das vezes, esse advérbio vem acompanhado de uma proposição formando assim, uma locução
adverbial: debaixo de.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Obs: Geralmente o termo “debaixo” pode ser substituído pela preposição “sob”. Dessa forma, você
pode substituí-la na frase para confirmar se o termo que está usando é o correto. Assim, se a sentença
estiver coerente o termo utilizado está certo.
De Baixo
Quando é escrito de maneira separada, esse termo exerce a função de adjetivo de modo que qualifica
o substantivo na frase. A palavra “de baixo” é formada pela preposição “de” mais o adjetivo “baixo”.
Exemplos:
Obs: Uma dica é substituir a palavra por “sob” e se a sentença não fizer sentido, o termo correto é “de-
baixo”.
Embaixo ou Em Baixo?
Os termos “embaixo”, escrito junto, e “em baixo”, escrito separado, são duas palavras que possuem o
mesmo som, porém grafias diferentes. Além disso, são utilizadas em situações distintas.
Ambas causam muita confusão quando temos que escrever uma redação. Portanto, aprenda de uma
vez por todas a usá-las corretamente conferindo abaixo seus significados, regras, usos e exemplos.
Embaixo
A palavra "embaixo", escrito junto, é um advérbio de lugar que significa que algo está numa posição
inferior em relação a outra coisa.
Ela é sinônimo de abaixo, debaixo, sob, por baixo e antônimo de em cima, acima e sobre.
Além disso, é comum esse termo vir acompanhado de uma preposição, formado assim, uma locução
adverbial, por exemplo: embaixo de.
Exemplos:
Obs: uma maneira de saber se está utilizando o termo correto, é trocar na frase pelo seu antônimo.
Exemplo: Os livros estão em cima da mesa.
Em Baixo
Quando escrito de forma separada o termo “em baixo” desempenha a função de adjetivo na sentença.
Ou seja, nesse caso, ele qualifica um substantivo:
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Você sabia?
No português falado em Portugal o termo escrito separado “em baixo” é utilizado como advérbio de
lugar: "Estou em baixo do toldo te esperando".
Trás ou Traz?
O “trás” e o “traz” são dois termos homófonos, ou seja, que possuem o mesmo som, porém grafias
diferentes.
Por esse motivo, esses monossílabos tônicos causam muita confusão quando vamos escrever um
texto.
Trás
O trás com “s” e acento agudo é uma palavra que significa na parte traseira, sendo utilizada como si-
nônima de atrás, detrás, após, etc.
Esse termo sempre vem sempre precedido por uma preposição e, nesse caso, desempenha o papel de
um advérbio de lugar formando uma locução adverbial.
Exemplos:
Obs: A palavra “atrás” é grafada com “s” no final e, portanto, o termo “atraz” está incorreto.
Traz
O traz com “z” é uma forma verbal do verbo trazer que significa transportar, levar, conduzir, encami-
nhar, ocasionar, oferecer, etc.
Essa forma é conjugada na terceira pessoa do singular do indicativo (ele/ela traz) e ainda, na segunda
pessoa do singular do imperativo (traz tu).
Exemplos:
Obs: uma dica para verificar se o uso desse termo está correto é substituindo por verbos relacionados,
por exemplo, o levar:
Assim, se a sentença estiver coerente, você está usando o termo corretamente. Do contrário, você
deve utilizar o advérbio de lugar “trás”.
Encima ou Em Cima?
"Encima" junto e "em cima" separado são duas palavras homófonas que apresentam sonoridade igual,
porém grafias diferentes.
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ORTOGRAFIA
Confira aqui o significado de cada uma para você não ficar mais na dúvida de quando usar cada uma
delas.
Encima
O termo “encima”, escrito junto e com “n” representa uma forma verbal do verbo encimar. Esse verbo,
pouco utilizado pelos falantes da língua, significa colocar sobre algo, sendo sinônimo de elevar, coroar,
etc.
Ele é conjugado na terceira pessoa do singular (ele/ela encima) do indicativo ou na segunda pessoa do
singular do imperativo (encima tu).
Exemplos:
Em Cima
Já o termo “em cima” escrito separado é o antônimo de embaixo. Numa frase ela exerce a função de
locução adverbial de lugar.
Portanto, utilizamos essa palavra para nos referir a algo que está numa posição elevada em relação a
outra coisa.
Exemplos:
Curiosidade
Utilizamos frequentemente na linguagem coloquial (informal) a expressão “dar em cima”. Ela faz refe-
rência quando alguém está cortejando ou interessado numa pessoa.
Acento Agudo
Eles marcam a sílaba tônica (mais forte) de uma palavra e, portanto, são utilizados nas vogais abertas
e semiabertas.
Além do acento agudo, o mais utilizado na nossa língua, há também o circunflexo (^) e o grave (`), esse
último chamado de crase.
Regras
Nas vogais tônicas abertas e semiabertas “a”, “e” e “o”, por exemplo:
sofá
estádio
átomo
réptil
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ORTOGRAFIA
sintético
parabéns
sólido
ótica
dominó
íngreme
almíscar
líquen
útil
inútil
úmido
Com a implementação do Novo Acordo Ortográfico (2009), algumas palavras paroxítonas perderam o
acento agudo.
Palavras homógrafas
Para
Polo
Pára
Pólo
Heroico
Jiboia
Paranoia
Assembleia
Ideia
Heróico
Jibóia
Paranóia
Assembléia
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ORTOGRAFIA
Idéia
Obs: Segundo o Novo Acordo Ortográfico o acento agudo permanece nos monossílabos tônicos e nas
palavras oxítonas com ditongos abertos “éi”, “éu” ou “oi”:
Exemplos:
anéis
decibéis
chapéu
ilhéus
herói
remóis
Sofá
Olá
Chalé
Café
Açaí
Piauí
Avó
Paletó
Baú
Grajaú
Cadáver
Amável
Réptil
Éden
Ímpar
Vírus
Dócil
Fóssil
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ORTOGRAFIA
Lúmen
Túnel
Árabe
Cálice
Exército
Espécie
Líquido
Míope
Próximo
Cleópatra
Rústico
Músico
Atenção!
Algumas palavras iguais escritas com e sem acento agudo, são utilizadas em contextos diferentes.
Exemplos:
Acento Circunflexo
O acento circunflexo (^) é um tipo de notação léxica utilizado nas vogais tônicas semifechadas: “a”, “e”
e “o”.
No português as semivogais “i” e “u” nunca levam esse tipo de acento. Além do circunflexo, temos o
acento agudo (´) e o grave (`)
Regras e Usos
O acento circunflexo é geralmente usado nas vogais fechadas /â/, /ê/ e /ô/ e nas vogais nasais que
aparecem nos dígrafos “âm”, “ân”, “êm”, “ên’, “ôm” e “ôn”.
Exemplos:
Importância
Êxito
Metrô
Âmbito
Discrepância
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ORTOGRAFIA
Efêmero
Essência
Nômade
Antagônico
No Novo Acordo Ortográfico (2009) algumas palavras que recebiam o acento circunflexo foram altera-
das. Portanto, fique atento às novas regras para não errar na hora da escrita.
Nas palavras paroxítonas que possuem o ditongo “ee” e “oo”, o circunflexo foi abolido:
Leem
Deem
Creem
Abençoo
Enjoo
Voo
Você deve lembrar que antes do acordo, a primeira vogal igual levava o acento circunflexo. Sendo as-
sim, elas eram escritas da seguinte maneira:
Lêem
Dêem
Crêem
Abençôo
Enjôo
Vôo
Nas palavras paroxítonas homógrafas (mesma grafia) o acento circunflexo era mantido para diferenciar
uma da outra, por exemplo:
Pêlo
Pêra
Exemplo:
Exemplo:
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ORTOGRAFIA
Pôr
Pôde
Têm
Vêm
Portanto, segundo o Novo Acordo Ortográfico, algumas palavras podem ser escritas de duas maneiras:
Confira abaixo alguns exemplos de palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas que levam acento
circunflexo:
Palavras Oxítonas
Purê
Bebê
Nenê
Caratê
Robô
Avô
Pôs
Pôr
Advêm
Convêm
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ORTOGRAFIA
Detêm
Retêm
Palavras Paroxítonas
Têxtil
Plâncton
Câncer
Fênix
Zângão
Escrevêsseis
Tônus
Palavras Proparoxítonas
Palavras terminadas em vogais “a”, “e” e “o”, seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”:
Cânfora
Lâmpada
Amêndoa
Amazônia
Mântua
Tênue
Gêmeo
Gênio
Cômodo
Acadêmico
Curiosidade
Algumas palavras escritas com e sem acento circunflexo são utilizadas em contextos diferentes.
Exemplo:
E o Acento Agudo?
O acento agudo (´) é utilizado nas vogais abertas “a”, “e”, “o” e nas semivogais “i” e “u”. Além disso,
vogais nasais representadas por alguns dígrafos (ín, ím, ún, e úm) também levam o acento agudo.
Confira alguns exemplos abaixo:
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ORTOGRAFIA
Sofá
Café
Jiló
Ídolo
Útil
Índio
Ímpio
Único
Úmero
Há ou A?
“Há” e “A” são dois termos que geram muita confusão para os utilizadores da língua. Isso porque am-
bas possuem o mesmo som, porém apresentam grafias diferentes.
Aqui você vai encontrar explicações e exemplos de quando você deve usar cada uma delas.
Há
Com o “h” o “há” representa uma forma do verbo haver. Assim, podemos utilizar o “há” quando o verbo
haver é impessoal (sem sujeito) e possui o sentido de “existir”.
Também utilizamos o “há” em frases que expressam tempo passado e, nesse caso, pode ser substituí-
do pelo verbo “fazer” ou “ter”.
É muito comum usarmos esse termo com a palavra “atrás”, por exemplo:
Como o “há” pode ser utilizado para fazer referência a algo que ocorreu no passado, fica redundante
colocar esse vocábulo na mesma sentença.
Curiosidade
Existe também outra forma que tem o mesmo som do “há”: ah!
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ORTOGRAFIA
Nesse caso, ele é usado como interjeição, ou seja, quando expressa emoção ou sentimento.
O “a” é um artigo definido utilizado antes de substantivos e diferente do “há” que indica um tempo pas-
sado, esse é utilizado para falar de uma ação futura.
E o “À” e o “Á”?
Além do “a” sem acento, temos mais duas formas acentuadas que surgem dúvidas quando utilizadas.
O “à” representa a união e contração de duas vogais: o artigo definido “a” e a preposição “a” marcada
pelo acento grave: à (a+a). Nesse caso, é chamada de “crase”.
1. Empregada antes de alguns verbos que indiquem destino: ir, vir, voltar, etc.
2. Utilizada antes de palavras femininas. Por sua vez, antes de palavras masculinas não se utiliza a
crase.
4. Usada em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas tais como: à medida que, às pressas, às
vezes, à tarde, à noite, etc.
Já o “á” com acento agudo não é utilizado isoladamente, ou seja, sozinho esse termo não existe. Ele é
empregado na sílaba tônica (mais forte) de uma palavra.
No entanto, existem diversas regras de acentuação que você deve conhecer para utilizá-la corretamen-
te. Veja alguns exemplos de palavras com “á”.
Sofá
Água
Fácil
Árvore
Lápis
Mais ou Mas?
O “mais” e o “mas” são duas palavras que tem um som parecido, no entanto, são utilizadas em contex-
tos distintos. Aprenda aqui a diferença entre elas.
Mais
A palavra “mais” possui como antônimo o “menos”. Nesse caso, ela indica a soma ou o aumento da
quantidade de algo.
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ORTOGRAFIA
Embora seja mais utilizada como advérbio de intensidade, dependendo da função que exerce na frase,
o “mais” pode ser substantivo, preposição, pronome indefinido ou conjunção.
Exemplos:
Uma maneira de saber se você está usando a palavra corretamente é trocar pelo seu antônimo “me-
nos”.
Mas
Como conjunção adversativa, o “mas” é utilizado quando o locutor quer expor uma ideia contrária a que
foi dita anteriormente:
Nesse caso, ela possui o mesmo sentido de: porém, todavia, contudo, entretanto, contanto que, etc.
Como advérbio, o “mas” é empregado para enfatizar alguma informação, por exemplo:
Ela é muito dedicada, mas tão dedicada, que trabalhou anos vendendo doces.
Obs: a palavra "más" com acento é o plural de "mal", ou seja, é um adjetivo sinônimo de ruim, por
exemplo: Nesse semetre suas notas estão muito más.
Senão ou Se não?
"Senão" ou "se não" são dois termos que possuem o mesmo som, no entanto, são utilizados em situa-
ções diferentes. Aprenda de uma vez por todas a usá-los corretamente.
Senão
Quando esse termo é escrito junto, ele geralmente significa “do contrário”, “caso contrário”, “a não ser”.
Exemplo:
No entanto, dependendo de sua função na frase, essa palavra pode desempenhar o papel de substan-
tivo, conjunção ou preposição.
Quando é conjunção significa algo negativo, e pode ser substituído por “do contrário”, “caso contrário”,
“de outro modo (maneira)”, etc.
Nesse caso, o termo pode desempenhar o papel de uma conjunção alternativa ou conjunção adversati-
va.
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ORTOGRAFIA
Conjunção Alternativa
Conjunção Adversativa
Júlio não ganhou um presente pelo aniversário, senão pelas bodas de casamento.
Júlio não ganhou um presente pelo aniversário, mas pelas bodas de casamento
Quando é preposição significa uma exceção, e pode ser substituído por: “exceto”, “com exceção de”,
“salvo”, “a menos que”.
Se não
Já quando o termo é escrito separadamente ele dá a ideia de “caso não”. Portanto, para saber qual
palavra usar você deve substituir na frase e analisar se continua coerente.
Exemplo:
A fim ou Afim?
A fim ou afim são dois termos que causam muita confusão nos usuários da língua. Usar esse termo
junto ou separado pode afetar o entendimento do texto.
Enquanto o primeiro é parte de uma locução, o segundo é um adjetivo. Portanto, vale saber qual o
proposito para que você não erre mais.
A fim
O termo quando usado separado faz parte de uma locução prepositiva “a fim de”. Nesse caso, ela tem
o significado de finalidade. Ou seja, apresenta uma intenção, um objetivo, um intuito ou um propósito.
Para visualizar melhor, podemos perceber que no exemplo acima se trocarmos o “a fim de” por outros
termos, a frase tem o mesmo significado:
Obs: É comum usarmos esse termo para nos referirmos a algo que nos agrade, que temos vontade ou
mesmo quando estamos interessados em alguém.
Nesse caso, ele acompanha o verbo "estar": estar afim de alguém; estar afim de algo, etc.
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ORTOGRAFIA
Importante destacar que esse termo é utilizado numa linguagem informal ou coloquial. Ou seja, não
devemos utilizá-la num texto formal, a não ser que seja esse mesmo o enfoque, por exemplo, na fala
de personagens.
Afim
Quando usamos esse termo junto ele pertence as classes gramaticais de substantivos e adjetivos.
Note que se usado no plural, o termo fica “afins” e não “afims”.
Quando desempenha o papel de adjetivo na frase, ele significa igual, semelhante, próximo.
Mal ou Mau?
“Mal” e “mau” são duas palavras homófonas. Ou seja, elas são pronunciadas da mesma maneira, mas
escritas de maneiras diferentes.
Uma vez que possuem o mesmo som, elas costumam gerar muitas dúvidas para os utilizadores da
língua.
Diferenças e Exemplos
Mal
A palavra mal com “l” é antônima de bem. Portanto, para usá-la da forma correta basta lembrar qual
termo é seu contrário.
Exemplos:
Estou me sentindo mal essa manhã. (Estou me sentido bem essa manhã)
Fui muito mal no exame final. (Fui muito bem no exame final)
Felipe nasceu para fazer o mal. (Felipe nasceu para fazer o bem)
Esse vocábulo pode ser um advérbio de modo, um substantivo e ainda, uma conjunção subordinativa
temporal.
Quando é advérbio, mal significa que algo foi realizado de maneira errada, por exemplo: Sofia se com-
portou mal na palestra.
Quando é substantivo, esse termo é sinônimo de doença, problema, angústia, tristeza ou sofrimento,
por exemplo: Todo o mal deve ser evitado.
Nesse caso, o artigo “o” colocado na frente do termo determina esse substantivo.
Quando é conjunção, mal significa “assim que; logo que; quando”, por exemplo: Malcheguei ao colégio,
os portões fecharam.
Mau
A palavra mau com “u” é antônimo de bom. Da mesma maneira que sua homófona, para usá-la da
forma correta basta lembrar a palavra que é contrária dela.
Em relação à classe gramatical, esse vocábulo é um adjetivo que qualifica seres e objetos.
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Ele foi muito mau comigo. (Ele foi muito bom comigo)
O chefe sempre estava de mau humor (O chefe sempre estava de bom humor)
Obs: Quando nos referimos à má disposição de alguém, o termo correto é mau humor.
Nesse caso, ele não é escrito com o hífen. Portanto, as palavras mau-humor, mal humor e mal-humor
estão escritas de maneira errada.
Por outro lado, devemos lembrar que quem tem mau humor é uma pessoa mal-humorada. Nesse caso,
utilizamos o mal com “l” visto que o contrário seria “bem-humorado”.
Além disso, de acordo com as regras de ortografia esses termos são separados por hífen.
Demais ou De Mais
Demais é, na maior parte das vezes, advérbio de intensidade, mas também pode ser substantivo ou
adjetivo.
De mais também existe. É uma expressão que tem o sentido equivalente a “de menos”. E ademais,
existe ou não?
Demais
Exemplos:
Molhou-se demais.
Exemplos:
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
De Mais
Exemplos:
Ademais
Exemplos:
Acho que você deveria aproveitar porque não está chovendo. Ademais, pode não ter tempo para sair
amanhã.
Não tem com o que se preocupar, ademais, eu estou aqui para o que precisar.
Fonema e Letra
Os fonemas são as unidades sonoras que compõem o discurso ou a fala e são representados entre
barras oblíquas.
As letras, por sua vez, são os sinais gráficos que tornam possível a escrita. Juntas de forma ordenada,
as letras constituem o alfabeto.
Exemplos:
coçar = 5 letras
/k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas
máximo = 6 letras
/m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas
acesso = 6 letras
/a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas
chute = 5 letras
/x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas
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ORTOGRAFIA
Vogais
São sons que são emitidos sem obstáculos, somente pela boca (a, e, i , o, u), ou pela boca e pelas
fossas nasais (ã, ẽ, ĩ, õ, ũ).
Exemplos: pia, ando, cesto,quero, lente, li, lindo, sonho, avó, som, susto, untar.
Consoantes
As consoantes encontram obstáculos na sua passagem pela boca, por isso, precisam sempre do
acompanhamento das vogais.
Semivogais
As semivogais são os fonemas /i/ e /u/ que aparecem juntos com uma vogal formando uma sílaba. É
importante dizer que enquanto as vogais são essenciais na formação de sílabas, as semivogais não.
Embora o número de fonemas e letras coincidam em muitas palavras, nem sempre essa equivalência
existe.
Exemplos:
gole = 4 letras
/g/ /o/ /l/ /e/ = 4 fonemas
singelo = 7 letras
/s/ /ĩ/ /j/ /e/ /l/ /o/ = 6 fonemas
Letra H.
Exemplos:
harpa = 5 letras
/a/ /r/ /p/ /a/ = 4 fonemas
hoje = 4 letras
/o/ /j/ /e/ = 3 fonemas
Letras M e N
Exemplos:
campo = 5 letras
/k/ /ã/ /p/ /o/ = 4 fonemas
atento = 6 letras
/a/ /t/ /ẽ/ /t/ /o/ = 5 fonemas
navio = 5 letras
/n/ /a/ /v/ /i/ /o/ = 5 fonemas
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ORTOGRAFIA
Exemplos:
sexto = 5 letras
/s/ /e/ s/ /t/ /o/ = 5 fonemas
exalar = 6 letras
/e/ /z/ /a/ /l/ /a/ /r/ = 6 fonemas
fixo = 4 letras
/f/ /i/ /k/ /s/ /o/ = 5 fonemas
Dígrafos
Emprego do Hífen
Aqui, de forma simples, você vai percorrer todas as regras para aprender de vez o Emprego do Hífen.
Esse é um dos temas contemplados no novo acordo ortográfico, onde é abordado em três das 21 ba-
ses que compõem esse documento.
Todas as Regras
Palavras compostas
1) Palavras compostas por justaposição (radicais que se juntam sem que haja alteração fonética).
Exemplos: couve-flor, ano-luz, arco-íris.
2) Nomes de lugares que se iniciam com grã, grão ou que sejam ligados por artigos.
4) Bem e Mal. Palavras compostas cujo primeiro elemento são as palavras bem ou mal e os elementos
que se seguem se iniciam com a letra h ou com vogal. Exemplos: bem-humorado, bem-amado, mal-
assombrado.
Contudo, no caso do advérbio bem, há palavras cujos elementos se iniciam com consoante em que o
hífen é empregado, embora com o advérbio mal não sejam. Exemplos: bem-criado, mas malcriado.
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ORTOGRAFIA
2) Segundo elemento começa com a vogal igual a que termina o primeiro elemento, ou prefixo. Exem-
plos: micro-ondas, auto-observação, semi-interno.
Exceção: com o prefixo co o hífen é dispensado, tal como em cooperante.
3) Circum e Pan. Quando o segundo elemento começa com vogal ou com as letras h, m ou n. Exem-
plos: circum-ambiente, pan-americano, pan-africanismo.
4) Hiper-, Inter- e Super-. Quando o segundo elemento começa com a letra r. Exemplos: hiper-
resistente, inter-relação, super-revista.
6) Pós-, Pré- e Pró-. Quando são acentuados. Exemplos: pós-moderno, pré-escola, pró-europeu.
Pronomes Oblíquos
O hífen é um sinal gráfico. Quer saber quais são os outros? Leia Notações Léxicas.
Ao Encontro de e De Encontro a
Ao Encontro de e De Encontro a são expressões opostas. Enquanto uma significa "a favor de" a outra
é justamente "contra alguma coisa".
Usadas no cotidiano, essas expressões podem confundir na hora da elaboração de um texto e, mesmo
em uma conversa informal.
Seu emprego incorreto pode não oferecer a ideia do que, de fato, o emissor gostaria de transmitir.
Não confunda!
Ao Encontro de
A expressão "ao encontro" é usada para reger a preposição "de" e significa "a favor de", "em direção
a", "de acordo com".
Exemplos:
De Encontro a
A expressão "de encontro" é utilizada para reger a preposição "a" e significa "contra alguma coisa".
Exemplos:
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ORTOGRAFIA
Sessão ou Seção
As palavras sessão e seção (ou secção) estão escritas corretamente. Apesar das grafias diferentes,
apresentam a mesma pronúncia, com excepção da palavra secção, cujo c é pronunciado.
Pelo fato de serem pronunciadas da mesma forma, mas serem escritas de forma diferente, são cha-
madas de palavras homófonas. Conforme a sua grafia, cada uma delas apresenta um significado dife-
rente.
Exemplos:
Seção e secção têm, portanto, o mesmo significado, mas apresentam formas gráficas diferentes. No
Brasil, a forma mais comum é seção, enquanto em Portugal, é secção.
Exemplos:
3. Mudei de estado, por isso, preciso saber qual a minha seção eleitoral.
4. Por favor, poderia me dizer onde é a secção (ou seção) dos livros infantis?
E Cessão?
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ORTOGRAFIA
Exemplos:
Onde e Aonde são palavras que indicam lugar, mas que são usados em situações diferentes. Assim,
há dúvidas quanto ao seu emprego, as quais você não terá mais depois de ler este artigo.
Como usar
A palavra "onde" indica o lugar onde está ou em que se passa um acontecimento. Está ligada a verbos
que expressam permanência.
Exemplos:
Já a palavra "aonde" indica movimento ou aproximação e está ligada a verbos que expressam essa
ideia.
Exemplo:
Dica!
Substitua as palavras "aonde" ou "onde" por "para onde". Se fizer sentido, você deve utilizar a palavra
aonde.
Exemplos:
Mas,
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ORTOGRAFIA
Uso do S e do Z
As palavras em português podem ter o mesmo som e serem grafadas com letras diferentes. Uma
mesma letra também pode apresentar mais de um som. Esse é o caso das letras S, Z, Ç, SS e SC cujo
emprego depende não só do fonema correspondente, mas também da tradição na grafia, na oralidade
e na etimologia das palavras.
Como usar o S
Exemplos:
Análise = analisado
Pesquisa = pesquisado
Casa = casinha = casebre = casarão
Liso = alisado
Análise = analisar
Nos adjetivos terminados pelo sufixo –oso (a): quando indica abundância ou estado pleno.
Exemplos:
Gasoso = gasosa
moroso = amorosa
Espalhafatoso = espalhafatosa
Cheiroso = cheirosa
Formoso = formosa
Dengoso = dengosa
Feioso = feiosa
Horroroso = horrorosa
Calamitoso = calamitosa
Exitoso = exitosa
Exemplos:
Paranaense
Fluminense
Paraense
Catarinense
Nos sufixos -ês (a) e isa, quando indicam origem, título de nobreza e profissão
Exemplos:
Chinês = chinesa
Gaulês = gaulesa
Francês = francesa
Escocês = escocesa
Burguês = burguesa
Marquês = marquesa
Princesa
Baronesa
Duquesa
Poetisa
Profetisa
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ORTOGRAFIA
Depois de ditongo
Exemplos:
Coisa
Faisão
Mausoléu
Maisena
Lousa
Coisa
Ausência
Exemplos:
Exemplos:
Nos sufixos –ez, -eza, que são formados por substantivos abstratos a partir de adjetivos
Exemplos:
Macio = Maciez
Surdo = Surdez
Inválido = invalidez
Rígido = rigidez
Insensato = insensatez
Mesquinho = mesquinhez
Estúpido = estupidez
Magro = magreza
Belo = beleza
Grande = grandeza
Avarento = avareza
Singelo = singeleza
Nobre = nobreza
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ORTOGRAFIA
O Uso das Letras Maiúsculas e Minúsculas, embora pareça um tema bastante simples - aprendido nos
primeiros anos da escola - requer alguns cuidados.
Assim, neste artigo, trataremos sobre as regras, especialmente após à adesão ao Novo Acordo Orto-
gráfico, que promoveu alterações também nessa área.
Ocorrências Exemplos
1. Dias, meses, esta- Estas aulas são dadas aos sábados.
ções do ano Nosso trabalho fica reduzido no mês de julho.
Costumam viajar na primavera.
2. Fulano, sicrano e Ninguém quer dizer quem foi o fulano que fez isso.
beltrano Uma vez que não haja voluntários serão indicados fulano, sicrano e
beltrano para colaborarem neste trabalho.
3. Formas de Trata- O doutor João não está atendendo neste momento.
mento Perguntou se sua excelência precisava de algo.
4. Adjetivos Pátrios Como boa mineira, adoro comer queijo com goiabada.
Os cabo-verdianos serão os últimos a adotar o novo acordo ortográ-
fico.
Ocorrências Exemplos
1. Início das frases Este é o tema da pauta.
Trata-se da maior empresa petrolífera do Brasil.
2. Substantivos próprios Maria José foi escolhida a funcionária do mês.
Zezé foi escolhida a funcionária do mês.
A região com a maior bio diversidade do mundo é a Flo-
resta Amazônica.
Estava linda com a sua fantasia de Chapeuzinho Verme-
lho.
A deusa grega do amor é Afrodite.
3. Festas e datas comemorativas A família se reúne sempre no Natal.
Já planejaram o trabalho sobre a Independência do Bra-
sil?
4. Siglas, símbolos e abreviatu- ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ras Al - alumínio
V.Sa. - Vossa Senhoria
5. Nomes de instituições e repar- Os dados foram retirados do Instituto Brasileiro de Geo-
tições grafia e Estatística.
São sérios os problemas do Sistema Único de Saúde.
Ocorrências Exemplos
1. Nomes dos livros Quem não leu O pequeno príncipe?
Quem não leu O Pequeno Príncipe?
Comprei O diário de Anne Frank.
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ORTOGRAFIA
E os pontos cardeais?
Os pontos cardeais devem ser grafados com iniciais minúsculas, mas quando são usados de forma
independente, são grafadas obrigatoriamente com maiúsculas.
Exemplos:
As Palavras Homófonas são aquelas que têm pronúncia idêntica, mas grafias diferentes. Assim, a pa-
lavra é composta pela junção dos termos homo, que significa “mesmo” e fonia, que significa “som”.
Homônimos
Homônimos são termos semelhantes, quer na pronúncia quer na grafia, mas que têm significados dis-
tintos.
Homófonos
Exemplos:
Resulta que, muitas vezes, somente mediante o seu contexto nos certificamos se uma palavra está
grafada correta ou incorretamente.
Homógrafos
As palavras homógrafas, por sua vez, têm grafia idêntica (homo=mesmo e grafia=escrita).
Exemplos:
apelo (com e fechado): pedido de auxílio / apelo (com e aberto): conjugação do verbo apelar
começo (com e fechado): início / começo (com e aberto): conjugação do verbo começar
sobre (com o fechado): em cima de / sobre (com o aberto): conjugação do verbo sobrar
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ORTOGRAFIA
Quando grafia e pronúncia são idênticas, temos homônimos perfeitos - o terceiro e último tipo de classi-
ficação.
Homônimos Perfeitos
As palavras homônimas perfeitas têm a mesma grafia, bem como a mesma pronúncia.
Exemplos:
Para saber mais sobre questões semânticas, veja também o artigo: Homônimos e Parônimos.
Relações Homófonas
Entre as letras X e CH
Entre as letras S e X
Entre as letras S e C
O atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi aprovado em definitivo no dia 12 de outubro de
1990 e assinado em 16 de dezembro do mesmo ano.
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ORTOGRAFIA
O documento foi firmado pela Academia de Ciências de Lisboa, a Academia Brasileira de Letras e re-
presentantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Também houve adesão da delegação de observadores da Galiza. Isso porque na Galiza, região locali-
zada no norte da Espanha, a língua falada é o galego, a língua-mãe do português.
No Brasil, a implantação do novo acordo começou em 2008. O prazo final para a adesão é 31 de de-
zembro de 2015, conforme o Decreto 7875/2012.
Este também é o prazo em Portugal, mas nem todos os países unificarão ao mesmo tempo. Cabo Ver-
de, por exemplo, só estará totalmente adaptado ao novo acordo em 2019.
Até lá, concursos públicos, provas escolares e publicações oficiais do governo estarão adaptadas às
regras. A implantação nos livros didáticos brasileiros começou em 2009.
O objetivo do acordo é unificar a ortografia oficial e reduzir o peso cultural e político gerado pelas duas
formas de escrita oficial do mesmo idioma. A ideia é aumentar o prestígio internacional e a difusão do
Português.
As diferenças na grafia da língua utilizada por Brasil e Portugal começaram em 1911, quando o país
lusitano passou pela primeira reforma ortográfica. A reformulação não foi extensiva ao Brasil.
As primeiras tentativas para minimizar a questão ocorreram em 1931. Nesse momento, representantes
da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa passaram a discutir a unifica-
ção dos dois sistemas ortográficos. Isso só ocorreu em 1943, mas sem sucesso.
Representantes dos dois países voltaram a discutir o assunto novamente em 1943, quando ocorreu a
Convenção Ortográfica Luso-brasileira.
Tal como o primeiro, este também não surtiu o efeito desejado e somente Portugal aderiu às novas
regras.
Uma nova tentativa reuniu novamente os representantes. Desta vez, em 1975, quando Portugal não
aceitou a imposição de novas regras ortográficas.
Somente em 1986, estudiosos dos dois países voltaram a tocar na reforma ortográfica tendo, pela pri-
meira vez, representantes de outros países da comunidade de língua portuguesa.
Na ocasião, foi identificado que entre as principais justificativas para o fracasso das tratativas anterio-
res estava a drástica simplificação do idioma.
A crítica principal estava na supressão dos acentos diferenciais nas palavras proparoxítonas e paroxí-
tonas, ação rejeitada pela comunidade portuguesa.
Outro ponto rejeitado pela opinião pública brasileira estava na acentuação de vogais tônicas "e" e "o"
quando seguidas das consoantes nasais "m" e "n". Essa regra era válida para as palavras proparoxíto-
nas com acento agudo e não o circunflexo.
Assim, além da grafia, os estudiosos passaram a considerar também a pronúncia das palavras.
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ORTOGRAFIA
Principais Mudanças
As Consoantes C, P, B, G, M e T
Ficou decidido que nesses casos, os dicionários da língua portuguesa passarão a registrar as duas
formas em todos os casos de dupla grafia. O fato será esclarecido para apontar as diferenças geográfi-
cas que impõem a oscilação da pronúncia.
Acentuação Gráfica
Exemplos:
Também deixam de receber acento gráfico as paroxítonas com ditongos "ei" e "oi" na sílaba tônica.
Exemplos:
Cai, ainda, o acento nas palavras paroxítonas com vogais dobradas. Isto ocorreu porque em palavras
paroxítonas ocorre a mesma pronúncia em todos os países de língua portuguesa.
Exemplos:
Uso do c cedilha – ç
O cedilha é um sinal gráfico usado debaixo da letra c. Tem o som de ss (dois s) e fica com a seguinte
aparência: “ç”. Nunca pode iniciar palavras e é usado sempre antes das vogais a, o e u.
A letra c, por sua vez, é usada sempre ante antes das vogais e e i. Por exemplo: centeio, peraltice,
tencionar, cinto.
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ORTOGRAFIA
1. açafrão
2. açaí
3. açougue
4. açúcar
5. açucena
6. açude
7. araçá
8. cachaça
9. caçula
10. Iguaçu
11. miçanga
12. muçulmano
13. paçoca
14. Paiçandu
15. Paraguaçu
Palavras formadas a partir dos sufixos -aça, -aço, -iça, -iço, -uça
1. carduça
2. cansaço
3. cobiça
4. copaço
5. dentuça
6. dentuço
7. esperança
8. espicaçar
9. fumaça
10. justiça
11. preguiça
12. quebradiço
13. rebuliço
14. sumiço
15. vidraça
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ORTOGRAFIA
1. apreciação (apreciar)
2. atribuição (atribuir)
3. consideração (considerar)
4. continuação (continuar)
5. deliberação (deliberar)
6. designação (designar)
7. emulação (emular)
8. estagnação (estagnar)
9. exortação (exortar)
1. alienação (alienar)
2. canção (cantar)
3. consolidação (consolidar)
4. degradação (degradar)
5. discriminação (discriminar)
6. disseminação (disseminar)
7. especulação (especular)
8. exceção (excetuar)
9. explanação (explanar)
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ORTOGRAFIA
1. absolvição (absolver)
2. afirmação (afirmativo)
3. asserção (assertivo)
4. contenção (conter)
5. detenção (deter)
6. infração (infrator)
7. intuição (intuitivo)
8. manutenção (manter)
9. obtenção (obter)
1. afluição
2. arcabouço
3. beiço
4. bouça
5. calabouço
6. Conceição
7. eleição
8. feição
9. insurreição
10. louça
11. ouço
12. refeição
13. traição
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ORTOGRAFIA
Devemos aplicar o “por que” como instrumento para fazer perguntas; o “porque” para responder per-
guntas; o “por quê” para finalizar as frases; e o “porquê” na função de substantivo, explicando os moti-
vos e razões dentro da frase.
A maneira de grafar depende da aplicabilidade na frase, como substantivo sinônimo de motivo, conjun-
ção causal ou explicativa ou, ainda, como advérbio explicativo.
Separado e sem acento é usado no início das frases interrogativas diretas ou indiretas e pode ser
substituído por “o que” e por “qual”. Portanto, é um advérbio interrogativo formado da junção da prepo-
sição “por” com o pronome relativo “pelo qual”.
Grafado junto e com acento circunflexo é um substantivo. Na sentença o “porquê” significa “motivo” ou
“razão”. Aparece nas sentenças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objetivo de
explicar o motivo dentro da frase.
Separado e com acento circunflexo. É usado no fim das frases interrogativas diretas ou de maneira
isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interrogativo ou exclamativo.
O “por quê” vem antes de um ponto, considerando frases onde forma um sentido interrogativo ou ex-
clamativo. O “por quê” mantém o sentido de “por qual motivo”.
Grafado junto e sem acento é uma conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicati-
va que pode ser substituído por palavras como “pois” ou as expressões “para que” e “uma vez que”.
Assim, pode ser usado nas orações onde o motivo está diretamente relacionado.
Homônimos e Parônimos
Os Homônimos e os Parônimos são termos que fazem parte do estudo da semântica (significado das
palavras).
Assim, os homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e
significados distintos.
Já as palavras parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem signifi-
cados diferentes.
Homônimos
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ORTOGRAFIA
Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por exemplo: colher (verbo) e
colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo); denúncia (substantivo) e denuncia (verbo).
Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por exemplo: concertar (harmo-
nizar) e consertar (reparar); censo (recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e ascender (subir).
Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo: caminho (substantivo) e
caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de tempo); livre (adjetivo) e livre (verbo).
Parônimos
Por isso, é muito importante tomar conhecimento desses termos para que não haja confusão.
Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)
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ORTOGRAFIA
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PONTUAÇÃO
Pontuação:
Como na fala temos o contato direto com nossos interlocutores, contamos também com nos-
sos gestos para tentar deixar claro aquilo que queremos dizer. Na escrita, porém, são os sinais de
pontuação que garantem a coesão e a coerência interna dos textos, bem como os efeitos de senti-
dos dos enunciados.
Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:
Ponto ( . )
b) Separar períodos:
c) Abreviar palavras:
Av. (Avenida)
p. (página)
Dr. (doutor)
Dois-pontos ( : )
O aluno respondeu:
– Parta agora!
Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.
Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”
Reticências ( ... )
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PONTUAÇÃO
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecí-
lia - José de Alencar)
Parênteses ( )
Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vír-
gula ou o travessão:
"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)
Ponto de Exclamação ( ! )
Após vocativo
Cale-se!
c) Após interjeição:
Que pena!
Ponto de Interrogação ( ? )
Em perguntas diretas:
Vírgula ( , )
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções.
Ela é utilizada para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os ter-
mos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam
uma unidade sintática. Por outro lado, quando há umarelação sintática entre termos da oração,
não se pode separá-los por meio de vírgula.
Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro
os casos em que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:
Sujeito de Predicado;
Objeto de Verbo;
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PONTUAÇÃO
Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).
Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.
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PONTUAÇÃO
2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia
(polissíndeto):
3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sen-
tido de adição (adversidade, consequência, por exemplo):
b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:
"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho." (O selvagem - José de Alencar)
Ponto e vírgula ( ; )
Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:
O que dizer;
A quem dizer;
Como dizer;
Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coor-
denadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto ten-
so."
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PONTUAÇÃO
Travessão ( — )
Aspas ( “ ” )
Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares:
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Fique Atento!
Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por
aspas, esse termo deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").
Dispensam o uso da vírgula os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem.
Observe:
Caso os termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem aparecerem repetidos, com a fina-
lidade de enfatizar a expressão, o uso da vírgula é, nesse caso, obrigatório.
Observe:
Não gosto nem do pai, nem do filho, nem do cachorro, nem do gato dele.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Variação Linguística
A língua abriga vários registros que dependem basicamente da situação de fala e de com quem se
fala. Há variações dentro da mesma língua decorrentes de fatores como: a região geográfica (nordes-
tino, mineiro, carioca, paulista etc.), o sexo, a idade, a classe social e o grau de instrução dos falantes
e o grau de formalidade do contexto (formal e informal).
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o precon-
ceito linguístico.
A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está relaci-
onada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.
A linguagem
e de entender.
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe e vai desmatando as amazonas de minha ignorância. Figuras
de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a lín-
gua, breve língua entrecortada do namoro com a prima.
Tipos De Variação:
Variação histórica: acontece ao longo de um determinado período de tempo e pode ser identificada
ao serem comparados dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante
inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeco-
nomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, pe-
ríodo em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na
fala, e finalmente consagra-se pelo uso, na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou
de significado.
Variação social: agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, o grau de educação, a
idade e o gênero do indivíduo. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos,
como poderia acontecer na variação regional. O uso de certas variantes pode indicar qual o nível so-
cioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de que alguém, oriundo de um grupo menos favo-
recido, venha a atingir o padrão de maior prestígio.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conte-
údo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita
efalada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.
Fonética: alteração na pronúncia das palavras. Ex: planta/pranta; vossa mercê/ você/ocê/cê. Morfoló-
gica: alteração na forma das palavras.
Ex: Os meninos fizeram o dever. / Os menino fez o dever. Lexical: alteração na escolha das palavras.
Ex: mandioca /aipim; “Choveu direto essa semana”/ “Choveu todos os dias nesta semana”
Variação Linguística
Variação linguística é o movimento comum e natural de uma língua, que varia principalmente por fato-
res históricos e culturais. Modo pelo qual ela se usa, sistemática e coerentemente, de acordo com o
contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbal-
mente. É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma
língua. Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar
vários eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e
a mudança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (fo-
nético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui
a evolução dessa língua.
A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um dado grupo
social, em uma época e em certo lugar, uma língua nunca é idêntica ao que ela é em outra época e
outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação pode também ser usado como sinô-
nimo de variante. Existem diversos fatores de variação possíveis - associados a aspectos geográficos
e sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registro linguístico.
Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada comunidade de falantes,
vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas linguísticas de uma língua natural. É
um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se a cada uma das mo-
dalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de variação dos elementos
do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores sociais ou culturais (escolaridade,
profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos (tais como o português do Brasil, o português
de Portugal, os falares regionais etc.). A língua padrão e a linguagem popular também são variedades
sociais ou culturais. Um dialeto é uma variedade geográfica.[3]Variações de léxico, como ocorre
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
na gíria e no calão, podem ser consideradas como variedades mas também como registros ou, ainda,
como estilos - a depender da definição adotada em cada caso. Os idiotismos são às vezes considera-
dos como formas de estilo, por se limitarem a variações de léxico.
Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças linguísticas entre os
falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de termos como língua (geralmente asso-
ciado à norma padrão) ou dialeto (associado a variedades não padronizadas, consideradas de menor
prestígio ou menos corretas do que a norma padrão).
O termo "leto" também é usado quando há dificuldade em decidir se duas variedades devem ser con-
sideradas como uma mesma língua ou como línguas ou dialetos diferentes. Alguns sociolinguistas
usam o termo leto no sentido de variedade linguística - sem especificar o tipo de variedade. As varie-
dades apresentam não apenas diferenças de vocabulário, mas também diferenças de gramática, fo-
nologia e prosódia.
Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um
sem-número de diferenciações. Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até
individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o
gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os
que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifesta-
ção e de emoção.
A sociolinguística procura estabelecer as fronteiras entre os diferentes falares de uma língua. O pes-
quisador verifica se os falantes apresentam diferenças nos seus modos de falar de acordo com o lu-
gar em que estão (variação diatópica), com a situação de fala ou registro (variação diafásica) ou de
acordo com o nível socioeconômico do falante (variação diastrática).e, de acordo com o contexto his-
tórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente.
É o conjunto das diferenças de realização linguística falada pelos locutores de uma mesma língua.
Tais diferenças decorrem do fato de um sistema linguístico não ser unitário, mas comportar vários ei-
xos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural, ocupacional e etário. A variação e a mu-
dança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas constitutivos de uma língua (foné-
tico, morfológico, fonológico, sintático, léxico e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a
evolução dessa língua.
2Definições
Variedades geográficas: dizem respeito à variação diatópica e são variantes devidas à distância geo-
gráfica que separa os falantes.[9] Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se
chama betão em Portugal; no Brasil, se chama concreto.
As mudanças de tipo geográfico se chamam dialetos (ou mais propriamente geoletos), e o seu estudo
é a dialetologia. Embora o termo 'dialeto' não tenha nenhum sentido negativo, acontece que, erronea-
mente, tem sido comum chamar dialeto a línguas que supostamente são "simples" ou "primitivas". Di-
aleto é uma forma particular, adotada por uma comunidade, na fala de uma língua. Nesse sentido,
pode-se falar de inglês britânico, inglês australiano, etc.
É preciso também ter presente que os dialetos não apresentam limites geográficos precisos - ao con-
trário, são borrados e graduais - daí se considerar que os dialetos que constituem uma língua formam
um continuum sem limites precisos. Diz-se que uma língua é um conjunto de dialetos cujos falantes
podem se entender.
Embora isto possa ser aproximadamente válido para o português, não parece valer para o alemão,
pois há dialetos desta língua que são ininteligíveis entre si. Por outro lado, fala-se de línguas escandi-
navas, quando, na realidade, um falante sueco e um dinamarquês podem se entender usando cada
um a sua própria língua.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
No que diz respeito ao português, além de vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, há dois
padrões reconhecidos internacionalmente: o português de Portugal e o português do Brasil.
Variedades históricas: relacionadas com a mudança linguística, essas variedades aparecem quando
se comparam textos em uma mesma língua escritos em diferentes épocas e se verificam diferenças
sistemáticas na gramática, no léxico e às vezes na ortografia (frequentemente como reflexo de mu-
danças fonéticas).
Tais diferenças serão maiores quanto maior for o tempo que separa os textos. Cada um dos estágios
da língua, mais ou menos homogêneos circunscritos a uma certa época é chamado variedade diacrô-
nica. Por exemplo, na língua portuguesa pode-se distinguir claramente o português moderno (que,
por sua vez, apresenta diversidades geográficas e sociais) e o português arcaico.
Em certos países onde existe uma hierarquia social muito clara, o socioleto da pessoa define a qual
classe social ela pertence. Isso pode significar uma barreira para a inclusão social.
Variações Diafásicas
Variações Diatópicas
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo.
Variações Diastráticas
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.
Definições
Socioletos: variedades faladas por comunidades socialmente definidas, ou seja, por grupos de indiví-
duos que, tendo características sociais em comum (profissão, faixa etária etc.), usam termos técnicos,
gírias ou fraseados que os distinguem dos demais falantes na sua comunidade. É também chamado
dialeto social ou variante diastrática.
linguagem padrão ou norma padrão ou norma culta: variedade linguística padronizada com base em
preceitos estabelecidos de seleção do que deve ou não ser usados, levando em conta fatores linguís-
ticos e não linguísticos, como tradição e valores socioculturais (prestígio, elegância, estética etc.).
Corresponde à variedade usualmente adotada pelos falantes instruídos ou empregada na comunica-
ção pública.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Idioletos: variedade peculiar a um único indivíduo ou o conjunto de traços próprios ao seu modo de se
expressar.
registros (ou diátipos): o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profis-
sões
Etnoletos: variedade falada pelos membros de uma etnia (termo pouco utilizado, já que geralmente
ocorre em uma área geograficamente definida, coincidindo, portanto, com o conceito de dialeto).
Ecoletos, um idioleto adotado por um número muito reduzido de pessoas (membros de uma família
ou de um grupo de amigos, por exemplo).
Distinguem-se os dialetos, idioletos e socioletos não apenas por seu vocabulário, mas também por
diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como pala-
vras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da
linguagem.
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da lin-
guagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos ver-
bais, como o subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos regis-
tros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).
Variações Linguísticas
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de
expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados
ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente
dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais
de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi
determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas infor-
mais que temos com amigos, familiares etc.
Variações Históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um
exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra
farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas,
a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
Antigamente
Variações Regionais:
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às caracte-
rísticas orais da linguagem.
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução
de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap,
tatuadores, entre outros.
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua, que foram inventadas pelos homens e vem
sendo reinventada a cada dia.
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, cultu-
rais e geográficos.
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, a linguagem regional.
Variações Geográficas: está relacionada com o local em que é desenvolvida, por exemplo, as varia-
ções entre o português do Brasil e de Portugal.
Variações Históricas: ela ocorre com o desenvolvimento da história, por exemplo, o português medie-
val e o atual.
Variações Sociais: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, por exemplo,
um orador jurídico e um morador de rua.
Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual está inserido, por exemplo, as situa-
ções formais e informais.
Exemplos
Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem, a linguagem formal e in-
formal. Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou
seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.
No entanto, de acordo com o contexto que estamos inseridos devemos seguir as regras e normas im-
postas pela gramática, por exemplo, quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou organiza-
mos nossa fala numa palestra (linguagem oral). Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal,
a qual está de acordo com a normas gramaticais.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais, uma vez que
quando produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as regras do
mesmo idioma: o português.
Preconceito Linguístico
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez que
ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas superiores.
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, posto que no nosso país, embora o mesmo idi-
oma seja falado em todas as regiões, cada uma delas possui suas peculiaridades que envolvem di-
versos aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre por-
que nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e entona-
ções de acordo com as necessidades linguísticas.
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de ma-
neira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é correta
e ainda, superior a outra.
Entretanto, devemos salientar que todas variações são aceitas e nenhuma delas é superior, ou consi-
derada a mais correta.
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fa-
ziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
Ao travarmos contato com o fragmento ora exposto, percebemos que nele existem certas expressões
que já se encontram em desuso, tais como: Mademoiselles, prendadas, janotas, pé-de-alferes, balaio.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em virtude
de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a pala-
vra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é
apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia,
agora, farmácia.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de
uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tra-
tada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a
oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Variação Social - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos des-
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
tacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem colo-
quial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de
maior prestígio social.
Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais especí-
fica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
Variantes Linguísticas
A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade.
Conheça as variantes linguísticas que ocorrem na língua
A língua pode transformar-se através do tempo devido a vários fatores vindos da própria sociedade,
pois ela não é regida por normas fixas e imutáveis. Uma mesma língua sempre estará sujeita a varia-
ções, como a diferença de épocas, regionalidade, grupos sociais e diferentes situações, como a fala
formal e informal.
Você já deve ter percebido que, mesmo dentro do Brasil, por exemplo, existem várias maneiras de
falar a Língua Portuguesa. As pessoas se comunicam de formas diferentes e diversos fatores devem
ser considerados no nosso falar, incluindo a época, a região geográfica, idade, ambiente e o status
sociocultural dos falantes.
Diante de tantas variantes linguísticas, é importante ressaltar que não existe forma mais correta de se
falar, e sim a maneira mais adequada de se expressar de acordo com o contexto e o interlocutor. Nós
adequamos o nosso modo de falar ao ambiente e não falamos da mesma forma que escrevemos.
Por exemplo, usar a linguagem formal escrita em uma comunicação informal é inadequado, pois pode
soar como artificial e pretensioso. O ideal é que saibamos adequar a nossa fala ao contexto de comu-
nicação, o que inclui o ambiente e o nosso interlocutor.
Confira a seguir quais são as diferentes variações linguísticas que ocorrem na língua:
Variações diafásicas: Trata-se das variações que ocorrem em função do contexto comunicativo. A
ocasião determina como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal.
Variações diastráticas: Variações que ocorrer devido à convivência entre os grupos sociais. Como
exemplos desta modalidade de variantes linguísticas temos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
Trata-se de uma variante social pertencente a um grupo específico de pessoas. As gírias pertencem
ao vocabulário de certos grupos, como, por exemplo, os surfistas, estudantes, policiais; já os jargões
estão relacionados com as áreas profissionais e se caracterizam pelo linguajar técnico. Como exem-
plo, podemos citar os profissionais da Informática, os advogados e outros.
Variações históricas: A língua não é fixa e imutável, mas sim dinâmica e sofre transformações ao
longo do tempo. A palavra “você”, por exemplo, tem origem na expressão de tratamento “vossa
mercê” e que se transformou sucessivamente em “vossemecê”, “vosmecê”, “vancê” até chegar no
abreviado “vc”.
Variações diatópicas: São as variações que ocorrem pelas diferenças regionais. As variações regio-
nais são denominadas dialetos e fazem referência a diferentes regiões geográficas, de acordo com a
cultura local. A palavra “mandioca”, por exemplo, em certos lugares do Brasil, recebe outras denomi-
nações, como “macaxeira” e “aipim”.
Você já deve ter percebido que um mineiro não fala igual ao paulista, gaúcho ou nordestino, por
exemplo. São os sotaques, pertencentes a esta modalidade de variante linguística e que estão liga-
dos às marcas orais da linguagem.
Estamos inseridos em um sociedade dinâmica, a qual se transforma com o passar do tempo e acaba
transformando o modo pelo qual as pessoas estabelecem seus relacionamentos interpessoais. Um
bom exemplo de tais mudanças é a linguagem dos internautas, que em meio a tantas abreviações e
neologismos termina por criar um universo específico, no qual somente os interlocutores são capazes
de decifrar o vocabulário por eles utilizado.
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Partindo dessa prerrogativa, ocupemo-nos em discorrer acerca dos tipos de variações que as línguas
apresentam, os quais dependem de fatores específicos, tais como condição social, faixa etária, dife-
renças existentes entre uma região e outra, enfim...
Variações Diafásicas
Variações Diatópicas
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abó-
bora”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que
se divergem umas das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo.
Variações Diastráticas
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exem-
plo podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.
A variação linguística é um interessante aspecto da língua portuguesa. Pode ser compreendida por
meio das influências históricas e regionais sobre os falares.
A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por inter-
médio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua
pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável,
a língua portuguesa ganha diferentes nuances.
O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do
país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de
acordo com a comunidade na qual se manifesta.
O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode ga-
nhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem esse
patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. Leia a letra da música “Samba do Arnesto”, de
Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode ocorrer:
Samba Do Arnesto
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar
que o código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve so-
frer grandes alterações, devendo ser preservado.
Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever como falamos? Um novo idioma seria inventado,
aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico determinado pelas regras cairia por terra. Con-
tudo, o que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, pois ele trans-
portou para a modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral.
As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão in-
seridos diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, enquanto
outros não tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também que a lín-
gua varia de acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de
maneira diferente, de acordo com a necessidade de adequação linguística. Prova disso é que você
não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual você conversa
com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo?
A adequação é um tipo de variação linguística que consiste em adequar a língua às diferentes situa-
ções comunicacionais
A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre
a importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão re-
buscada e cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? Certamente per-
deríamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria prejudi-
cada.
Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos especí-
ficos: os médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exercendo
o ofício, mas essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais. O mesmo acon-
tece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc.
Portanto, apesar de algumas variações linguísticas não apresentarem o mesmo prestígio social no
Brasil, não devemos fazer da língua um mecanismo de segregação cultural, corroborando com a ideia
da teoria do preconceito linguístico, ao julgarmos determinada manifestação linguística superior a ou-
tra, sobretudo superior às manifestações linguísticas de classes sociais ou regiões menos favoreci-
das.
A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática e
coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um de lesé a língua.
Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situ-
ação em que um indivíduo se manifesta verbalmente. Conceito Variedade é um conceito maior do
que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sócio linguística usam o termo leto,
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas
variações:
Dialetos (variação diatópica?), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.
- Linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado
tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrele-
vante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num sentido mais geral);
Educação
Registros (ou d
Variações como dialetos, idioletos e sócio letos podem ser distinguidos não apenas por seu vocabulá-
rios, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sota-
que de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro
exemplo é como palavras estrangeiras em diferente sócio letos variam em seu grau de adaptação à
fonologia básica da linguagem. Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
variação na gramática da linguagem padrão.
Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos registros são
simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão).
É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de
variação ou de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como varia-
ções do léxico, e de, portanto, estilo.
Espécies De Variação
Variação Histórica
Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois
estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos sócio economicamente mais expressivo.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo
uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.
Variação Geográfica Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em
torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lin-
guísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são gradu-
ais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas. Variação Social Agrupa alguns fatores de
diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de
educação; a idade e o sexo.
A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na varia-
ção regional; ouso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e
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VARIAÇÃO LINGUISTICA
há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestí-
gio. Variação Estilística Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunica-
ção: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e
quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois
limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas
linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão
é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e
complexo.
Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita e falada, pois os dois estilos ocor-
rem em ambas as formas de comunicação. As diferentes modalidades de variação linguística não
existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser
vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o
meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O
conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo perten-
cente a uma classe menos favorecida.
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RACIOCÍNIO
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ÓGICOE
MATEMÁTICA
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OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
Nas operações com números inteiros, fazemos cálculos que envolvem adição, subtração, divisão e
multiplicação.
Antes de tratarmos das operações com números inteiros, devemos recordar quais elementos fazem
parte desse conjunto. Pertencem ao conjunto dos números inteiros todos os números positivos,
negativos e o zero. Sendo assim:
Z = {… - 3, - 4, - 3, - 2, - 1, 0, + 1, + 2, + 3, + 4...}
As operações com números inteiros estão relacionadas com a soma, subtração, divisão e
multiplicação. Ao realizar alguma das quatro operações com esses números, devemos também
operar o sinal que os acompanha.
Números naturais
Observações:
2) todo número natural tem um antecessor (é o que vem antes), com exeção do zero
par ou impar
Numa adição de dois números naturais, a ordem das parcelas não altera a soma.
Essa propriedade é chamada PROPRIEDADE COMUTATIVA DA ADIÇÃO
16 + 20 + 35
=36 + 35
=71
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OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
16 + 20 + 35
= 16 + 55=
=71
De acordo com as situações apresentadas, temos
Então:
Numa adição de três ou mais números naturais quaisquer, podemos associar as parcelas de modo
diferentes.
Essa propriedade é chamada PROPRIEDADE ASSOCIATIVA DA ADIÇÃO
15 + 0 = 15
0 + 15 = 15
Numa adição de um número natural com zero a soma é sempre igual a esse número natural.
Nessas condições, o numero zero é chamado elemento neutro da adição.
Subtração
O estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, tem capacidade para 40.000 pessoas. È também
na cidade de São Paulo que se encontra o estádio do Morumbi que tem capacidade para 138.000
pessoas.
Para se ter uma idéia do tamanho do Morumbi, se colocarmos nele 40.000 ainda sobrarão muitos
lugares. Quanto sobrarão? Dos 138.000 lugares devemos tirar os 40.000 assim
Multiplicação
veja
3+3+3+3 = 12
4 x 3 = 12 ou 4 . 3 = 12
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OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
Na multiplicação 4 x 3 = 12
dizemos que;
4 e 3 são os fatores
12 é o produto
1º exemplo
Um edifício de apartamentos tem 6 andares. Em cada andar a 4 apartamentos. Quantos
apartamentos tem o edificio todo?
Resolução
4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 = 24
6 x 4 = 24
2° Exemplo
A fase final do torneio de voleibol da liga nacional é disputado por 4 equipes. Cada equipe pode
inscrever 12 jogadores. Quantos jogadores serão inscritos para disputar a fase final desse torneio?
resolução
Para resolver esse problema podemos fazer 12 + 12 + 12 + 12 = 48
4 x 12 = 48
Divisão
Consideremos dois números naturais, dados numa certa ordem, 10 é o primeiro deles e 2 é o
segundo.
Por meio deles determina-se um terceiro número natural que, multiplicado pelo segundo dá como
resultado o primeiro. Essa operação chama-se divisão e é indicada pelo sinal: Assim.
Na divisão 10:2=5
dizemos que
10 é o dividendo
2 é o divisor
5 é o resultado ou quociente
Exemplo
Um cólegio levou 72 alunos numa excursão ao jardim zoológico e para isso repartiu igualmente os
alunos em 4 ônibus. Quantos alunos o colégio colocou em cada ônibus?
Para resolver esse problema, devemos fazer uma divisão 72 : 4 = 18 , sendo assim cada ônibus tinha
18 alunos.
Grandezas e medidas
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OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
A matemática pode ser considerada uma grande invenção que foi sendo estruturada ao longo dos
séculos. Suas formulações e conjecturas surgiram para suprir as demandas sociais e científicas da
nossa sociedade, um exemplo disso são as grandezas e as medidas.
Por muito tempo a relação entre as civilizações foi muito difícil, pois cada nação adotava um padrão
para medir. Foi com o passar do tempo que obtivemos a padronizarão das medidas, que ocorreu por
meio do Sistema Internacional de Unidades (SI), sendo regulamentada na década de sessenta.
O sistema metro - quilograma – segundo foi utilizado como base e o SI reconhecido por diversas
nações. Todas as modificações nesse sistema são feitas por meio de acordos e é utilizado por
praticamente todo o mundo, exceto pelos países: Estados Unidos, Libéria e Myanmar.
No SI temos as medidas básicas e as derivadas, que recebem esse nome por utilizar como origem as
básicas. Devemos entender como grandeza aquilo que pode ser quantificado, como comprimento,
temperatura, massa, tempo, volume, força etc. Já medidas é o que mensura as grandezas, cada
medida possui o seu próprio símbolo.
Podemos então enumerar o que a área do conhecimento matemático estuda referente a grandezas e
medidas:
• Medida do comprimento
• Perímetro de polígonos
• Medida do espaço
• Volume
• Ângulos
• Medidas de ângulos
• Estudo do Tempo
Conjuntos
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OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS
Por definição, qualquer conjunto é representado por uma letra do alfabeto em maiúsculo: A, B, C, ...,
Z.
Por definição, um elemento é representado por uma letra minúscula d alfabeto: a, b, c, ..., z.
2. N = {1, 2, 3, 4, 5, …}
V = {a, e, i, o, u}
Um conjunto A também pode ser definido quando temos uma regra na qual podems verificar se um
dado elemento pertence ou não a A.
1. {x | x é uma vogal}
2. {x : x é um número inteiro}
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
O CET, ou Custo Efetivo Total, refere-se ao total de encargos a serem pagos pelo cliente em uma
operação de empréstimo ou financiamento. É expresso em forma de percentual anual e inclui as
taxas de juros, tributos, tarifas, gravames, IOF, registros, seguros e demais despesas do contrato. Foi
instituído pelo Conselho Monetário Nacional, pela Resolução 3.517 de 6 de Dezembro de 2007 e
desde março de 2008 tornou-se obrigatório. Todas as instituições financeiras devem informar qual é o
CET na efetivação de um contrato de empréstimo ou financiamento e também sempre que solicitado
pelo cliente. Além dessas situações, deve estar presente em informes publicitários e peças de
marketing que divulguem as taxas que a instituição utiliza.
Mesmo que um banco cobre uma taxa de juros igual à de outro e em um mesmo prazo de
pagamento, o CET pode variar. Isso porque as tarifas, tributos e outros custos diferem-se de acordo
com a política de cada instituição. Deste modo, é importante ficar atento: nem sempre uma taxa de
juros mais baixa representa o melhor negócio. Na dúvida, pergunte qual é o CET e compare.
Você sabe quanto você REALMENTE paga quando faz um empréstimo ou financiamento?
O Custo Efetivo Total (CET) é a taxa que corresponde a todos os encargos e despesas incidentes
sobre operações de crédito. As instituições financeiras são obrigadas a informar o CET antes da
contratação de qualquer operação de crédito. É muito importante que o cliente exija e leia
atentamente os dados constantes no CET, para verificar o que está contratando e se está pagando
alguma taxa além dos juros e IOF.
É muito comum algumas financeiras embutirem em operações de empréstimos algumas taxas além
de seguros sem o consentimento do cliente, fazendo com isso aumentar significativamente o Custo
efetivo total do crédito.
Prazo: 6 meses
Parcela: R$ 175,53
IOF: R$ 10,00 (valor citado como exemplo, não representa o valor real de IOF).
Seguro: R$ 15,00
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Prazo: 6 meses
Parcela: R$ 179,91
IOF: R$ 10,00 (valor citado como exemplo, não representa o valor real de IOF).
Seguro: R$ 15,00
É essencial comparar o CET entre diversos bancos antes de optar por um deles. Não basta comparar
apenas taxas de juros, pois um banco pode cobrar taxas que outro não cobra e isso influencia no
tanto que você irá pagar ao final do prazo. Caso o acesso ao CET não seja fácil, compare o valor da
parcela no mesmo prazo. É muito comum uma instituição falar que tem taxa menor que outra e ao
calcular o empréstimo o valor da parcela fica maior (ou seja, a taxa final é maior, o CET é maior).
A Fortaleza do Centro
Capital: O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também conhecido
como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em língua inglesa, usa-se Present
Value, indicado nas calculadoras financeiras pela tecla PV.
C Capital
n número de períodos
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Se a taxa de juros for mensal, trimestral ou anual, os períodos deverão ser respectivamente, mensais,
trimestrais ou anuais, de modo que os conceitos de taxas de juros e períodos sejam compatíveis,
coerentes ou homogêneos. Situações onde isto não ocorre, serão estudadas à parte e deverão ser
feitas conversões de unidades.
Exemplo: Na fórmula
F(i,n) = 1 + i n
a taxa unitária de juros i deverá estar indicada na mesma unidade de tempo que o número de
períodos n, ou seja, se a taxa é i=0,05 ao mês, então n deverá ser um número indicado em meses.
Juros Simples
4. Se a taxa é r% ao dia, usamos d como o número de dias para obter os juros exatos (número exato
de dias) ou comerciais simples com a fórmula:j = P r d / 100Exemplo:Os juros simples obtidos por um
capital P=1.250,00 durante 6 meses (180 dias) à taxa de 0,02% ao dia são dados por:j = 1.250,00 x
0,02 x 180 / 100 = 45,00
Exemplo: Os juros simples exatos obtidos por um capital P=1.250,00 durante os 6 primeiros meses
do ano de 1999 (181 dias), à taxa de 0,2% ao dia, são dados por:
Montante Simples
Montante é a soma do Capital com os juros. O montante também é conhecido como Valor Futuro. Em
língua inglesa, usa-se Future Value, indicado nas calculadoras financeiras pela tecla FV. O montante
é dado por uma das fórmulas:
M = P + j = P (1 + i n)
Exemplo a: Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para
dobrar um capital aplicado através de capitalização simples?
Objetivo: M=2P
Exemplo b: Qual é o valor dos juros simples pagos à taxa i=100% ao ano se o valor principal é P=R$
1.000,00 e a dívida foi contraída no dia 10 de janeiro, sendo que deverá ser paga no dia 12 de abril
do mesmo ano?
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Contagem do tempo:
Total 92 dias
j = P r (d / 365) / 100
Cálculo:
j = (1000×100×92/365)/100 = 252,05
Fluxo de Caixa
Apresentaremos aqui, apenas alguns elementos sobre fluxo de caixa. O internauta interessado em
obter mais detalhes, poderá acessar outro link que construímos sobre Fluxo de caixa. Em nossa
Página, existem muitos outros links sobre Matemática Financeira que construímos para dar suporte a
este curso.
Fluxo de Caixa é um gráfico contendo informações sobre Entradas e Saídas de capital, realizadas em
determinados períodos. O fluxo de caixa pode ser apresentado na forma de uma linha horizontal
(linha de tempo) com os valores indicados nos respectivos tempos ou na forma de uma tabela com
estas mesmas indicações.
A entrada de dinheiro para um caixa em um sistema bancário poderá ser indicada por uma seta para
baixo enquanto que o indivíduo que pagou a conta deverá colocar uma seta para cima. A inversão
das setas é uma coisa comum e pode ser realizada sem problema.
Consideremos uma situação em que foi feito um depósito inicial de R$5.000,00 em uma conta que
rende juros de 4% ao ano, compostos mensalmente e que se continue a depositar mensalmente
valores de R$1.000,00 durante os 5 meses seguintes. No 6º. mês quer-se conhecer o Valor Futuro da
reunião destes depósitos.
Para obter o Valor Futuro deste capital depositado em vários meses, usamos o fluxo de caixa e
conceitos matemáticos para calcular o valor resultante ou montante acumulado.
Juros compostos
Em juros compostos, o problema principal consiste em calcular o montante (soma) S obtido pela
aplicação de um único valor principal P no instante t=0, à taxa i de juros (por período) durante n
períodos.
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Observamos que os juros foram calculados sobre os Principais nos inícios dos meses que
correspondiam aos montantes dos finais dos meses anteriores.
A situação apresentada acima, pode ser analisada do ponto de vista matemático, com P=100,00 e
i=50%=0,5. Assim:
Em geral:
Sn = P (1+i)n
onde
Sn Soma ou montante
i taxa unitária
Montante Composto
S = P (1+i)n
Exemplo: Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quanto tempo será necessário para dobrar
o capital aplicado através de capitalização composta?
Objetivo: S=2P
S=P(1+i)n
(2,5)n = 2
Para resolver esta última equação, aplicamos logaritmos a ambos os lados da igualdade, para obter:
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Para obter o logaritmo do número N na base natural, basta trocar N pelo número desejado e
escrever:
javascript:Math.log(N)
na caixa branca de seu browser que indica Endereço (Location) desta página. Após obter o resultado,
use o botão voltar (back) para continuar os estudos.
Uma forma alternativa é copiar a linha em azul para o Endereço, pressionando a seguir a tecla
<ENTER> para obter o resultado.
Agora, podemos escrever o montante composto S como o produto do valor Principal P por FAC(i,n):
S = P FAC(i,n) = P FPS(i,n)
Utilidade: O FAC(i,n)=(1+i)n pode ser obtido com uma calculadora simples, dessas que normalmente
não executam potências. Digita-se i, soma-se 1, aperta-se o sinal X (de multiplicação) e a seguir
tecla-se o sinal de igualdade n-1 vezes.
Existem algumas variações da fórmula do Montante Composto, que estão apresentadas abaixo:
S = P (1 + i)n
P = S (1+i)-n
Uma variação da fórmula de Montante composto é usada na obtenção do Valor Atual P de um capital
futuro conhecido S.
P=S(1+i)-n
Utilidade: O FVA(i,n)=(1+i)-n pode ser obtido com uma calculadora simples, dessas que normalmente
não executam potências. Digita-se i, soma-se 1, aperta-se o sinal X (de multiplicação) e o sinal =
(igual) n-1 vezes para obter FAC(i,n) e a seguir teclamos o sinal de divisão e finalmente o sinal =
(igual) para obter o FVA(i,n), que é o inverso do FAC(i,n).
J = P [(1+i)n-1]
Exemplo: Qual é o valor dos juros compostos pagos à taxa i=100% ao ano se o Principal é
R$1.000,00 e a dívida foi contraída no dia 10/01/94 e deverá ser paga em 12/04/94?
Dúvida: Qual será a fórmula para juros compostos quando a taxa é anual e o período está indicado
em uma unidade diferente de 1 ano? A idéia é transformar 92 dias em unidades anuais para obter:
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
J = P [(1+i)n-1]
Solução:
J=1000[(1+1)1/4-1]=1000(1,189207-1)=189,21
Teste: Você saberia obter a raiz quarta de um número com uma calculadora que só extrai a raiz
quadrada? E a raiz oitava de um número que só extrai a raiz quadrada?
Taxas
Taxa é um índice numérico relativo cobrado sobre um capital para a realização de alguma operação
financeira.
Taxas: (Matemática Financeira, Introdução ao Cap.6, José Dutra Vieira Sobrinho: “No mercado
financeiro brasileiro, mesmo entre os técnicos e executivos, reina muita confusão quanto aos
conceitos de taxas de juros principalmente no que se refere às taxas nominal, efetiva e real. O
desconhecimento generalizado desses conceitos tem dificultado o fechamento de negócios pela
consequente falta de entendimento entre as partes. Dentro dos programas dos diversos cursos de
Matemática Financeira existe uma verdadeira ‘poluição’ de taxas de juros.”
Não importando se a capitalização é simples ou composta, existem três tipos principais de taxas:
Taxa Nominal: A taxa Nominal é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital
não coincide com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
Taxa Efetiva: A taxa Efetiva é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital
coincide com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
Taxa Real: Taxa Real é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação.
Conexão entre as taxas real, efetiva e de inflação: A taxa Real não é a diferença entre a taxa
efetiva e a taxa da inflação. Na realidade, existe uma ligação íntima entre as três taxas, dadas por:
Exemplo: Se a taxa de inflação mensal foi de 30% e um valor aplicado no início do mês produziu um
rendimento global de 32,6% sobre o valor aplicado, então o resultado é igual a 1,326 sobre cada 1
unidade monetária aplicada. Assim, a variação real no final deste mês, será definida por:
vreal = 1 + ireal
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
isto é:
ireal = 2%
Exemplo: Se uma pessoa possuia numa caderneta de poupança o valor de CR$ 670.890,45 no dia
30/04/93 e a taxa da inflação desde esta data até 30/05/93 foi de 35,64% entao ele terá em sua conta
no dia 30/05/93, o valor de:
Taxas Equivalentes
Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P durante o mesmo período de
tempo, através de diferentes sistemas de capitalização, produzem o mesmo montante final.
Exemplo: A aplicação de R$1.000,00 à taxa de 10% ao mês durante 3 meses equivale a uma única
aplicação com a taxa de 33,1% ao trimestre. Observemos o Fluxo de caixa da situação.
Tomando P=1.000,00; i1=0,1 ao mês e n1=3 meses, seguirá pela fórmula do Montante composto, que
:
S1=P(1+i1)3=1000(1+0,1)3=1000.(1,1)3=1331,00
S2=C(1+i2)1=1000(1+0,331)=1331,00
Logo S1=S2 e a taxa de 33,1% ao trimestre é equivalente à taxa capitalizada de 10% ao mês no
mesmo trimestre.
Observação sobre taxas equivalentes: Ao afirmar que a taxa nominal de uma aplicação é de 300%
ao ano capitalizada mensalmente, estamos entendemos que a taxa é de 25% ao mês e que está
sendo aplicada mês a mês, porque:
i = 300/12 = 25
Analogamente, temos que a taxa nominal de 300% ao ano corresponde a uma taxa de 75% ao
trimestre, aplicada a cada trimestre, porque:
i = 300/4 = 75
Cálculos de taxas equivalentes: Como vimos, taxas equivalentes são aquelas obtidas por
diferentes processos de capitalização de um mesmo Principal P para obter um mesmo montante S.
Consideraremos ia uma taxa ao ano e ip uma taxa ao período p, sendo que este período poderá ser: 1
semestre, 1 quadrimestre, 1 trimestre, 1 mês, 1 quinzena, 1 dia ou outro que se deseje. Deve ficar
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
claro que tomamos 1 ano como o período integral e que o número de vezes que cada período parcial
ocorre em 1 ano é indicado por Np.
1 + ia = (1+ip)Np
onde
ia taxa anual
ip taxa ao período
Exemplo: Qual será a taxa efetiva que equivale à taxa de 12% ao ano capitalizada mês a mês?
Vamos entender a frase: “12% ao ano capitalizada mês a mês”. Ela significa que devemos dividir 12%
por 12 meses para obter a taxa que é aplicada a cada 1 mês. Se estivesse escrito “12% ao ano
capitalizada trimestralmente” deveriamos entender que a taxa ao trimestre seria igual a 12% dividido
por 4 (número de trimestres de 1 ano) que é 3%.
Solução: A taxa mensal é i1=12%/12=1%=0,01, assim a taxa efetiva pode ser obtida por
logo
i2 = 0,1268247 = 12,68247%
Exemplo: Qual é a taxa mensal efetiva que equivale à taxa de 12% ao ano? Neste caso, a fórmula a
ser usada é:
1+ia = (1 + imes)12
Como ia=12%=0,12 basta obter i(mes) com a substituição dos valores na fórmula acima para obter:
1,12 = [1 + i(mes)]12
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Existem outras maneiras para resolver esta equação exponencial mas aplicaremos o logaritmo na
base 10 a ambos os lados da igualdade para obter:
log(1,12) = 12 log[1+i(mes)]
0,004101501889182 = log[1+i(mes)]
assim
100,004101501889182 = 10log[1+i(mes)]
1,009488792934 = 1 + i(mes)
0,009488792934 = i(mes)
i(mes) = 0,9488792934%
Se você não estiver lembrando ou tem interesse em estudar o assunto, o link Logaritmos nesta
mesma Página, possui coisas interessantes sobre o assunto.
Descontos
i Taxa de desconto
Desconto é a diferença entre o Valor Nominal de um título (futuro) N e o Valor Atual A deste mesmo
título.
D=N–A
Há dois tipos básicos de descontos: Comerciais (por fora) ou Racionais (por dentro).
Tipos de descontos
Descontos simples são obtidos com cálculos lineares, mas os Descontos compostos são obtidos com
cálculos exponenciais.
Desconto Simples Comercial (por fora): O cálculo deste desconto é análogo ao cálculo dos juros
simples, substituindo-se o Capital P na fórmula de juros simples pelo Valor Nominal N do título.
D=Nin j=Pin
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
Desconto Simples Racional (por dentro): O cálculo deste desconto funciona análogo ao cálculo
dos juros simples, substituindo-se o Capital P na fórmula de juros simples pelo Valor Atual A do título.
D=Ain j = P.i.n
A = N / (1 + i n)
Desconto Comercial composto (por fora): Este tipo de desconto não é usado no Brasil e é análogo
ao cálculo dos Juros compostos, substituindo-se o Principal P pelo Valor Nominal N do título.
A = N(1-i)n S = P(1+i)n
Apenas para fins didáticos, iremos obter a fórmula para o cálculo deste desconto. Ela é obtida por
aplicações repetidas do desconto simples para 1 período.
Para n=1, o desconto composto por fora funciona como o desconto simples por fora, logo:
A1 = N(1-i)
onde A1 é o valor atual do título com valor nominal N. Para n=2, devemos reaplicar o mesmo
processo, substituindo agora N por A1, para obter A2, isto é:
A2 = A1(1-i) = N(1-i)2
An = N(1-i)n
S = P(1+i)n
Desconto Racional composto (por dentro): Este tipo de desconto é muito utilizado no Brasil.
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
D = N-N(1+i)-n = N.[1-(1+i)-n]
O melhor estudo que se pode fazer com o desconto racional composto é considerar o Valor Atual A
como o capital inicial de uma aplicação e o Valor Nominal N como o montante desta aplicação,
levando em consideração que as taxas e os tempos funcionam de forma similar nos dois casos.
Exemplo a: Qual é o desconto racional composto de um título cujo valor nominal é R$10.000,00, se o
prazo de vencimento é de n=5 meses e a taxa de desconto é de 3,5% ao mês.
Solução:
Exemplo b: Uma empresa emprestou um valor que deverá ser pago 1 ano após em um único
pagamento de R$ 18.000,00 à taxa de 4,5% ao mês. Cinco meses após ter feito o empréstimo a
empresa já tem condições de resgatar o título. Se a empresa tiver um desconto racional composto
calculado a uma taxa equivalente à taxa de juros cobrada na operação do empréstimo, qual será o
valor líquido a ser pago pela empresa?
Fórmula: D = N.[(1+i)n-1]/(1+i)n
O sistema Price (Richard Price), também chamado Sistema Francês (pois foi a França o primeiro país
que utilizou este sistema do ponto de vista comercial), corresponde a um financiamento onde todos
os pagamentos são iguais.
A ideia essencial neste contexto é construir um fluxo de caixa e descobrir o Valor Atual ou Valor
Presente de uma série uniforme de pagamentos.
Antes de continuar, iremos mostrar uma situação para identificar o que está escondido sob os
cálculos de um financiamento.
Exemplo: Suponhamos que uma pessoa compre um carro para pagar em 4 prestações mensais
consecutivas e iguais de R$8.000,00, sem entrada e com taxa de 10% ao mês. Qual será o Valor
Atual (real) deste carro?
O que se deve fazer é calcular o valor atual de cada prestação e realizar a soma desses valores para
obter o Valor Atual do bem financiado.
A1 = 8000/(1+0,1)1
A2 = 8000/(1+0,1)2
A3 = 8000/(1+0,1)3
A4 = 8000/(1+0,1)4
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CÁLCULOS FINANCEIRO DE OPERAÇÕES
que representa a soma dos termos de uma sequência geométrica (PG) com 4 termos.
Na sequência, analisaremos a situação geral quando temos n prestações num modelo semelhante,
considerando agora um financiamento cujo Valor Atual A na data inicial (tempo=0) será pago em n
prestações iguais a R ao final de cada um dos n meses seguidos, a taxas mensais iguais a i.
O problema é similar ao anterior e pode ser resolvido do ponto de vista matemático, como :
A = R[(1+i)-1+(1+i)-2+…+(1+i)-n]
A = R[1+(1+i)1+…+(1+i)n-1] / (1 +i)n
e o termo dentro dos colchetes corresponde à soma dos n primeiros termos de uma PG cujo primeiro
termo é igual 1 e cuja razão é igual a (1+i).
A fórmula abaixo é a expressão matemática procurada por tantas pessoas para saber como são
realizados os cálculos de taxas de juros em financiamentos.
Esta não é uma expressão matemática simples! Quando se conhece a taxa i, o número de períodos n
e o valor de cada prestação R é bastante fácil obter o Valor Atual A.
Quando conhecemos o Valor Atual (preço à vista) A, Prestação R e Número de períodos n, não é
fácil obter a taxa de juros porque além de ser matematicamente difícil, o governo, as empresas e
financeiras em geral, embutemmuitas outras taxas a títulos diversos que mascaram o valor real da
taxa!
A = R FVAs(i,n)
onde FVAs é o Fator de Valor Atual para uma série uniforme, definido por:
Esta é a fórmula utilizada nas tabelas financeiras que encontramos no comércio em geral. Através
desta fórmula podemos obter a taxa de um financiamento em prestações com pagamentos iguais.
Para o próximo exemplo, vamos admitir que o dono de uma loja te garantiu o valor certo para a taxa
ao período, o que eu não acredito em geral.
Para se calcular o valor da prestação R de um bem cujo preço à vista é A e será pago em n
prestações iguais sem entrada, à taxa i ao período, sendo que a primeira prestação será paga no final
do primeiro período, divide-se o valor atual A pelo FVAs(i,n), isto é:
R = A / FVAs(i,n)
Exemplo: Determinar a prestação R da compra de uma geladeira que custa à vista A=$1.000,00 e
que será paga em 12 meses, sem entrada, com um taxa de 5% ao mês.
Se você souber o Valor à vista A, a prestação R e o número de meses n, você poderá obter a taxa i
ao mês, desde que possua uma tabela financeira ou então se tiver acesso ao link Taxa de juros em
um financiamento.
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SISTEMAS COM NUMEROS
Você sabe quais são os Números Naturais? E o que realmente precisa saber sobre eles para não
perder tempo nos estudos?
A FAB (Força Aérea Brasileira) traz no primeiro tópico do conteúdo de matemática do concurso os
Conjuntos dos Números Naturais, Sistemas de Numeração e Bases. O que precisa fixar para sair
bem nas questões? Responda nosso desafio.
Seus Subconjuntos:
1 – Números Naturais não nulos
N* ={1,2,3,4,…,n,…}; N* = N-{0}
4 – Números primos
P={2,3,5,7,11,13…}
Operações:
– Adição e multiplicação existem em qualquer ordem dos fatores:
Adição: 5 + 4 = 9 e 4 + 5 = 9
Multiplicação: 5.4 = 20 e 4.5 = 20
– Subtração e divisão, só é possível nos naturais quando o 1º termo é maior que o 2º termo:
Subtração: 5 – 4 = 1 e 4 – 5 = não é possível nos naturais.
Divisão: 20:4 = 5 e 4:20 = não é possível nos naturais.
Sistema de Numeração
O sistema de numeração que normalmente utilizamos é o DECIMAL (10). Os símbolos matemáticos
que servem para representar este sistema são os números, que chamamos de algarismos: 0, 1, 2, 3,
4, 5, 6, 7, 8, 9.
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SISTEMAS COM NUMEROS
– Base 4 ou Quaternária.
– Base 8 ou Octal ou Octogenária.
– Base 16 e mais os símbolos A, B, C, D, E e F representando respectivamente 10,11,12,13,14 e 15.
Exemplos:
Exemplos:
Joana pretende dividir um determinado número de bombons entre seus 3 filhos. Sabendo que o
número de bombons é maior que 24 e menor que 29, e que fazendo a divisão cada um dos seus 3
filhos receberá 9 bombons e sobrará 1 na caixa, quantos bombons ao todo Joana possui?
Em algum momento da sua vida você passou a se interessar por contagens e quantidades. Talvez a
primeira ocorrência desta necessidade, tenha sido quando lá pelos seus dois ou três anos de idade
algum coleguinha foi lhe visitar e começou a mexer em seus brinquedos. Provavelmente, neste
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SISTEMAS COM NUMEROS
momento mesmo sem saber, você começou a se utilizar dos números naturais, afinal de contas era
necessário garantir que nenhum dos seus brinquedos mudasse de proprietário e mesmo
desconhecendo a existência dos números, você já sentia a necessidade de um sistema de
numeração.
Em uma situação como esta você precisa do mais básico dos conjuntos numéricos, que é o conjunto
dos números naturais. Com a utilização deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou
simplesmente registrar a sua quantidade, por exemplo.
Este conjunto é representado pela letra N ( ). Abaixo temos uma representação do conjunto dos
números naturais:
As chaves são utilizadas na representação para dar ideia de conjunto. Os pontos de reticência dão a
ideia de infinidade, já que os conjuntos numéricos são infinitos.
Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto podemos ter a representação de
apenas um subconjunto dele. A seguir temos um subconjunto do conjunto dos números naturais
formado pelos quatro primeiro múltiplos de sete:
Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer um dos outros quatro conjuntos
fundamentais, utilizamos o caractere asterisco após a letra, como em . Temos então que:
Mais adiante na sua vida em uma noite muito fria você tomou conhecimento da existência de
números negativos, ao lhe falarem que naquele dia a temperatura estava em dois graus abaixo de
zero. Curioso você quis saber o que significava isto, então alguém notando o seu interesse, resolveu
lhe explicar:
Hoje no final da tarde já estava bastante frio, a temperatura girava em torno dos 3° C, aí ela desceu
para 2° C, continuou esfriando e ela abaixou para 1° C e uma hora atrás chegou a 0° C. Se a
temperatura continuava a abaixar e já havia atingido o menor dos números naturais, como então
representar uma temperatura ainda mais baixa?
Com exceção do zero, cada um dos números naturais possui um simétrico ou oposto. O oposto do 1
é o -1, do 2 o -2 e assim por diante. O Sinal "-" indica que se trata de um número negativo, portanto
menor que zero. Os números naturais a partir do 1 são por natureza positivos e o zero é nulo.
O zero e os demais números naturais, juntamente com os seus opostos formam um outro conjunto, o
conjunto dos números inteiros e é representando pela letra Z ( ).
Note que diferentemente dos números naturais, que embora infinitos possuem um número inicial, o
zero, os números inteiros assim como os demais conjuntos numéricos fundamentais não têm, por
assim dizer, um ponto de início. Neste conjunto o zero é um elemento central, pois para cada número
à sua direita, há um respectivo oposto à sua esquerda.
Utilizamos o símbolo para indicar que um conjunto está contido em outro, ou que é um
subconjunto seu, como o conjunto dos números naturais é um subconjunto do conjunto dos números
inteiros, temos que .
Podemos também dizer que o conjunto dos números inteiros contém ( ) o conjunto dos números
naturais ( ).
Como supracitado podemos escrever para representarmos o conjunto dos números inteiros, mas
sem considerarmos o zero:
Com exceção do conjunto dos números naturais, com os demais conjuntos numéricos fundamentais
podemos utilizar os caracteres "+" e "-" como abaixo:
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SISTEMAS COM NUMEROS
Esperto por natureza você percebeu que havia mais alguma coisa além disto. No termômetro você
viu que entre um número e outro existiam várias marcações. Qual a razão disto?
Foi-lhe explicado então que a temperatura não muda abruptamente de 20° C para 21° C ou de -3° C
para -4° C, ao invés disto, neste termômetro as marcações são de décimos em décimos. Para passar
de 20° C para 21° C, por exemplo, primeiro a temperatura sobe para 20,1° C, depois para 20,2° C e
continua assim passando por 20,9° C e finalmente chegando em 21° C. Estes são números
pertencentes ao conjunto dos números racionais.
Números racionais são todos aqueles que podem ser expressos na forma de fração. O numerador e o
denominador desta fração devem pertencer ao conjunto dos números inteiros e obviamente o
denominador não poderá ser igual a zero, pois não há divisão por zero.
O número 20,1 por exemplo, pode ser expresso como , assim como 0,375 pode ser expresso
como e 0,2 por ser representado por .
Note que se dividirmos quatro por nove, iremos obter 0,44444... que é um número com infinitas casas
decimais, todas elas iguais a quatro. Trata-se de uma dízima periódica simples que também pode ser
representada como , mas que apesar disto também é um número racional, pois pode ser
expresso como .
O conjunto dos números inteiros é um subconjunto do conjunto dos números racionais, temos então
que .
Facilmente podemos intuir que representa o conjunto dos números racionais negativos e
que representa o conjunto dos números racionais positivos ou nulo.
Abaixo temos um conjunto com quatro elementos que é subconjunto do conjunto dos números
racionais:
A realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre dois números racionais
quaisquer terá como resultado também um número racional, obviamente no caso da divisão, o divisor
deve ser diferente de zero. Sejam a e b números racionais, temos:
Então mais curioso ainda você perguntou: "Se os números racionais são todos aqueles que podem
ser expressos na forma de fração, então existem aqueles que não podem ser expressos desta
forma?"
Exatamente, estes números pertencem ao conjunto dos números irracionais. Provavelmente os mais
conhecidos deles sejam o número PI ( ), o número de Euler ( ) e a raiz quadrada de dois ( ).
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SISTEMAS COM NUMEROS
Se você se dispuser a calcular tal raiz, passará o restante da sua existência e jamais conseguirá fazê-
lo, isto porque tal número possui infinitas casas decimais e diferentemente das dízimas, elas não são
periódicas, não podendo ser expressas na forma de uma fração. Esta é uma característica dos
números irracionais.
A raiz quadrada dos números naturais é uma ótima fonte de números irracionais, de fato a raiz
quadrada de qualquer número natural que não seja um quadrado perfeito é um número
irracional. é um número irracional, pois 120 não é um quadrado perfeito, ou seja, não há um
número natural que multiplicado por ele mesmo resulte em cento e vinte, já é um número
natural, pois .
Utilizando o caractere especial "*", por exemplo, podemos representar o conjunto dos números
irracionais desconsiderando-se o zero por .
Diferentemente do que acontece com os números racionais, a realização de qualquer uma das quatro
operações aritméticas entre dois números irracionais quaisquer não terá obrigatoriamente como
resultado também um número irracional. O resultado poderá tanto pertencer a , quanto pertencer
a .
Acima vimos que um número natural também é um número inteiro ( ), assim como um
número inteiro também é um número racional ( ), portanto .
Vimos também que os números racionais não estão contidos no conjunto dos números irracionais e
vice-versa. A intersecção destes conjuntos resulta no conjunto vazio:
A intersecção é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de todos os elementos que
pertencem simultaneamente a todos os conjuntos envolvidos. Sejam dois
conjuntos e , a intersecção entre estes dois conjuntos
será .
O conjunto dos números reais é representado pela letra R ( ) e é formado pela união do conjunto
dos números racionais com o conjunto dos irracionais, que simbólicamente representamos
por: .
A união é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de todos os elementos que
pertencem ao menos a um dos conjuntos envolvidos. Sejam dois
conjuntos e , a união entre estes dois conjuntos
será .
O conjunto dos números racionais está contido no conjunto dos números reais ( ), assim
como o conjunto dos números irracionais também é subconjunto do conjunto dos números reais
( ).
Através dos caracteres especiais "+" e "*", por exemplo, podemos representar o conjunto dos
números reais positivos por .
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SISTEMAS COM NUMEROS
Através deste diagrama podemos facilmente observar que o conjunto dos números reais ( ) é
resultado da união do conjunto dos números racionais como o conjunto dos números irracionais
( ). Observamos também que o conjunto dos números inteiros está contido no
conjunto dos números racionais ( ) e que os números naturais são um subconjunto do
números inteiros ( ).
Como podemos ver, os diagramas nos ajudam a trabalhar mais facilmente com conjuntos. Ainda
neste diagrama rapidamente identificamos que os números naturais são também números reais
( ), mas não são números irracionais ( ), isto porque o conjunto dos números
irracionais não contém o conjunto dos números naturais ( ), mas sim o conjunto números
dos racionais que os contém ( ), assim como o conjuntos dos números reais ( )e
dos inteiros ( ).
Critérios de Divisibilidade
Um número é considerado divisível por outro quando o resto da divisão entre eles é igual a zero. Para
que a divisão entre os números resulte em partes inteiramente iguais, necessitamos ter conhecimento
sobre algumas regras de divisibilidade.
Regras de Divisibilidade
Divisibilidade por 1
Divisibilidade por 2
12:2 = 6
18:2 = 9
102:2 = 51
1024:2 = 512
10256:2 = 5128
Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma de seus algarismos constitui um número divisível por 3.
Exemplo:
66 : 3 = 22, pois 6 + 6 = 12
60 : 3 = 20, pois 6 + 0 = 6
81 : 3 = 27, pois 8 + 1 = 9
558 : 3 = 186, pois 5 + 5 + 8 = 18
Divisibilidade por 4
Se os dois últimos algarismos de um número forem divisíveis por 4, então o número é divisível por 4.
Para ver se os dois últimos algarismos formam um número divisível por 4, basta verificar se o número
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SISTEMAS COM NUMEROS
é par e sua metade continua par. Os números que possuem zero nas suas últimas duas casas
também são divisíveis por 4.
Divisibilidade por 5
10:5 = 2
25:5 = 5
75:5 = 15
200:5 = 40
Divisibilidade por 6
42 : 6 = 7, pois 42 : 2 = 21 e 42 : 3 = 14
54 : 6 = 9, pois 54 : 2 = 27 e 54 : 3 = 18
132 : 6 = 22, pois 132 : 2 = 66 e 132 : 3 = 44
570: 6 = 95, pois 570 : 2 = 285 e 570 : 3 = 190
Divisibilidade por 7
Duplicar o algarismo das unidades e subtrair do resto do número. Se o resultado for divisível por 7, o
número é divisível por 7. Exemplo:
Divisibilidade por 8
Todo número será divisível por 8 quando terminar em 000, ou os últimos três números forem
divisíveis por 8. Exemplo:
Divisibilidade por 9
É todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número múltiplo de 9. Exemplo:
90 : 9 = 10, pois 9 + 0 = 9
1125 : 9 = 125, pois 1 + 1 + 2 + 5 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27
Divisibilidade por 10
100:10 = 10
50:10 = 5
10:10 = 1
2000:10 = 200
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SISTEMAS COM NUMEROS
Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o número
formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2 algarismos,
resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas (11, 22, 33, 5555,
etc.) são múltiplas de 11.
Divisibilidade por 12
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RAZÃO E PROPORÇÃO
Razão E Proporção
Na matemática, a razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, sendo o coeficiente
entre dois números.
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões, ou ainda, quando duas razões
possuem o mesmo resultado.
Note que a razão está relacionada com a operação da divisão. Vale lembrar que grandezas são
proporcionais quando existe duas razões entre elas.
Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos cotidianamente os conceitos de razão e
proporção. Para preparar uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais entre os
ingredientes.
Atenção!
Para você encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de medida terão de ser as mesmas.
Exemplos
Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo porcentagem, também chamada de razão
centesimal.
Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima é chamado de antecedente (A),
enquanto o de baixo é chamado de consequente (B).
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RAZÃO E PROPORÇÃO
3 . 12 = x
x = 36
Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos descobrir o quarto, também chamado de
“quarta proporcional”.
Propriedades Da Proporção
Logo:
A·D = B·C
é equivalente
Logo,
D. A = C . B
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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS
1) Grandezas
Definição: chamamos de grandezas a todos os valores que estão relacionados a algum outro valor.
Ou seja, se há variação em um valor, o outro também irá variar.
Duas grandezas são ditas diretamente proporcionais quando o aumento em uma acarreta um
aumento na outra, ou ainda, quando uma diminuição em uma gera uma diminuição na outra.
Exemplo: considere X a quantidade de pães (em unidades) comprados em uma padaria, e Y o preço
de todos os pães comprados. Temos que as grandezas X e Y são diretamente proporcionais, pois um
aumento em X gera um aumento em Y, e uma diminuição em X gera uma diminuição em Y.
2) Razão
Definição: a razão entre dois números X e Y é dada por X/Y, sendo que Y, nesse caso, deve ser
diferente de zero.
3) Proporção
Observe a diferença entre razão e proporção. Essa definição pode ser útil na resolução de exercícios
de números e grandezas proporcionais.
Abaixo apresentaremos algumas propriedades que são extremamente úteis nos exercícios de
números e grandezas proporcionais. Leia com atenção.
3.1.2) Composição
(a+b) / a = (c+d) / c
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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS
ou
(a+b) / b = (c+d) / d
3.1.3) Decomposição
(a-b) / a = (c-d) / c
ou
(a-b) / b = (c-d) / d
Observação: as três propriedades acima são as mais importantes e usadas nos exercícios de
números e grandezas proporcionais.
3.1.4) Essa Propriedade Não Possui Um Nome Específico, Mas Diz Que:
ou
3.1.5) Essa Propriedade Também Não Possui Um Nome Específico, Mas Diz Que:
ou
3.1.6) Essa propriedade também não possui um nome específico, mas diz que:
ou
Exemplo: A área de um retângulo é de 600 m² e a razão do comprimento pela largura é de 3/2. Quais
são as medidas dos lados?
x = largura do retângulo
y = comprimento do retângulo
x/y = 3/2
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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS
x/3 = y/2
(x.y)/(2.3) = y²/2²
600/6 = y²/4
100 = y²/4
y² = 400
y = 20
Logo, x = 30.
3.1.7) Essa Propriedade Também Não Possui Um Nome Específico, Mas Diz Que:
Caso elevemos os quatro termos de uma proporção ao quadrado, teremos uma nova proporção.
Exemplo: A soma do quadrado de dois números é 52 e a razão do menor para o maior é 2/3. Quais
são esses números?
a² +`b² = 52
(a²+b²)/b² = (4+9)/9
52/b² = 13/9
52.9 = b².13
13.b²= 468
b² = 36
b=6
Logo, a = 4.
1) Os números x,y e 32 são diretamente proporcionais aos números 40,72 e 128. Determine x e y.
Determinando x:
x/40 = 32/128
128.x = 40.32
x = 10
Determinando y:
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NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS
10/40 = y/72
1/4 = y/72
4.y = 1.72
y = 18
De acordo com a teoria exposta e os exemplos fornecidos, você será capaz de resolver a grande
maioria dos exercícios de números e grandezas proporcionais.
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REGRA DE TRÊS
Regra De Três
Um Pouco De História
Estuda-se em proporção a relação entre grandezas. Em alguns casos vemos que as grandezas são
diretamente proporcionais, ou seja, o aumento de uma implica o aumento da outra, em outros,
inversamente proporcionais, isto é, o aumento de uma implica a redução da outra. Seja em quaisquer
dos casos anteriores, podemos resolver grande parte dos problemas relacionados às grandezas
proporcionais utilizando regra de três simples ou composta.
O conhecimento e a utilização de conceitos semelhantes à regra de três são muito antigos, tendo sua
provável origem na China antiga, podendo ser observados em tempos muito distantes. Vários
problemas envolvendo manipulações muito próximas do que hoje conhecemos como regra de três
podem ser vistos no Papiro Rhind, documento confeccionado no Egito há cerca de 3000 anos. Mais
recente que o Papiro Rhind, o livro Liber Abaci do matemático italiano Leonardo Fibonacci (1175-
1250) revela vários problemas envolvendo a regra de três.
Apesar de sua criação ser tão remota, as aplicações relativas à regra de três são as mais variadas.
Tratando da matemática utilitária, podemos dizer que a regra de três é primordial a nossa vida, pois
soluciona questões corriqueiras com muita simplicidade e economia de tempo.
Vejam abaixo alguns problemas envolvendo regra de três simples e composta, direta e inversamente
proporcionais.
1. Um quilo (usarei “quilo” simplificadamente para representar quilograma (Kg)) de farinha de trigo é
suficiente para fazer 12 pães. De quanta farinha necessito para fazer 18 pães?
2. Quatro pedreiros constrói uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirá a mesma casa
em quanto tempo?
3. Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15 homens
levarão quantos dias para montar 50 máquinas?
4. Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo serão
produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?
Dizemos que duas grandezas são diretamente proporcionais quando o aumento de uma implica o
aumento da outra. Ao dobrarmos uma grandeza, a outra também será dobrada, ao triplicarmos uma,
a outra também será triplicada. Em outras palavras, grandezas diretamente proporcionais variam
sempre na mesma razão.
Vejam o exemplo
4 200 1/50
5 250 1/50
Observação: A tabela acima é meramente ilustrativa e supõe que com o ingresso de mais um
membro nesta família aumentará proporcionalmente sua despesa semanal.
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando o aumento de uma implica na redução da
outra, ou seja, quando dobramos uma delas, a outra se reduz a metade; quando triplicamos uma
delas, a outra fica reduzida a terça parte, etc.
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REGRA DE TRÊS
Veja o exemplo
12 60 12 . 60 = 720
Razão:
12/6 = 2/1
60/120 = 1/2
Note que 12/6 e 60/120 possuem razões inversas, isto é, 2/1 é o inverso de 1/2.
Quando, em uma relação entre duas grandezas, conhecemos três valores de um problema e
desconhecemos apenas um, poderemos chegar a sua solução utilizando os princípios da regra de
três simples. Para isso, basta que multipliquemos os meios entre si e os extremos também entre si.
Acompanhem:
Vamos à solução dos problemas (1) e (2) propostos no início deste trabalho.
(1) Um quilo de farinha de trigo é suficiente para fazer 12 pães. De quanta farinha necessito para
fazer 18 pães?
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REGRA DE TRÊS
• Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro acima e partir
para sua solução;
(2) Quatro pedreiros constroem uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirão a mesma
casa em quanto tempo?
Como no caso anterior, teremos que analisar se as grandezas quantidade de pedreiros e dias gastos
na construção são inversa ou diretamente proporcionais.
• Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro acima e partir
para sua solução;
• Como as grandezas são inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;
Conclusão: se reduzirmos o número de pedreiro a dois, teremos a obra concluída em 180 dias.
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REGRA DE TRÊS
Quando trabalhamos com três grandezas, direta ou inversamente proporcionais e, num determinado
problema, existem seis valores, dos quais cinco são conhecidos e apenas um desconhecido, pode-se
encontrar o valor da incógnita através da regra de três composta.
Vamos à solução dos problemas (3) e (4) propostos no início deste trabalho.
(3) Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15 homens
levarão quantos dias para montar 50 máquinas?
Analisemos as grandezas a fim de saber se são direta ou inversamente proporcionais entre si.
• Sabendo dessas informações, basta escrevermos a proporção de acordo com a tabela acima;
• Como temos grandezas inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;
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REGRA DE TRÊS
(4) Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo serão
produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?
• Portando esses dados, deveremos escrever a devida proporção de acordo com a tabela acima;
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PORCENTAGEM
Porcentagem
Um número que possui a característica de porcentagem pode ser expresso das seguintes formas:
fração centesimal ou número decimal, a forma ficará a critério do estudante.
Exemplo 1
Uma determinada loja de eletrodomésticos vende seus produtos em até 10 vezes, incluído os juros.
No caso de pagamento à vista a loja oferece um desconto de 15% sobre o preço da mercadoria. Na
compra à vista de uma geladeira que custa R$ 1.200,00, qual o valor do desconto?
O desconto na compra à vista da geladeira é de R$ 180,00, dessa forma, o preço seria de 1200 – 180
= R$ 1.020,00.
Exemplo 2
O atraso no pagamento de qualquer imposto ou até mesmo de prestações particulares gera multas
que são calculadas com base em índices percentuais, regularizados pelos órgãos competentes. Qual
o valor de uma prestação de R$ 550,00 que foi paga com atraso de 10 dias, sabendo que sobre o
valor deverá ser acrescentado 4% de multa?
O acréscimo em razão do atraso será de R$22,00, portanto, a prestação passará de R$ 550,00 para
R$ 572,00.
Porcentagem é uma razão do tipo a/b, em que b = 100. Note que sempre é possível obter essa razão
utilizando a ideia de proporcionalidade ou de frações equivalentes. Por exemplo, em uma sociedade,
se investimos uma fração de um valor inicial de R$ 1000.00, é equivalente a dizer que a nossa parte
do investimento inicial foi de . Esta razão é chamada “taxa percentual” e pode ser
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PORCENTAGEM
expressa tanto com o símbolo % (por cento), quanto na forma de fração ( ) ou ainda, em forma
textual, que nesse caso seria 40 em 100.
A ideia de porcentagem é diretamente ligada aos assuntos financeiros, quando tratamos casos de
juros ou descontos obtidos nas compras, taxas pagas por um serviço, taxa de imposto ou mesmo em
taxas de variação de resultados. Lembrando que uma porcentagem é sempre sobre algum valor e
não existe porcentagem isolada, isto significa que não faz sentido falar 20%. Precisamos deixar claro
a que corresponde essa porcentagem. Ajuda muito fazer as seguintes perguntas: 20% de que? De
qual valor? De desconto ou de juro?
Exemplo 1
Pense na situação em que você deseja comprar um jogo que custa R$150,00, mas se comprar à
vista tem desconto de 10%. Quanto você pagaria pelo jogo, comprando sem parcelar?
Assim, o valor do seu desconto é R$15,00 e, então, o valor a ser pago corresponde a R$ 150,00 - R$
15,00 = R$ 135,00.
Exemplo 2
Agora imagine que você quer comprar uma casa que à vista custa R$ 283.000,00. Mas você não tem
todo esse dinheiro e suas economias somam apenas R$77.500,00. Sendo assim, você precisa
recorrer a um empréstimo bancário. O banco cobra taxa de juros de 1,5% do valor emprestado, se o
montante for pago em até um ano, e 2,5%, se for pago em até 24 meses. Desse modo, para que você
consiga pagar o empréstimo nesse período, quanto custará cada parcela?
Primeiramente, vamos encontrar quanto você pegou emprestado, já que os juros são calculados
sobre esse valor e não sobre o valor total da casa. Você tinha R$ 77.500 e precisava de R$ 283.000,
então o valor emprestado foi de R$ 283.000,00 - R$ 77.500,00 = R$ 205.500,00. Desse valor, vamos
calcular quanto será acrescentado pelos juros. Para conseguir pagar o empréstimo em um ano, o
valor do juro será:
juros= 3,5% de 205500 = R$7.192,50. Então o valor da dívida será calculado como sendo
R$ 205500,00 + R$7.192,50 = R$ 212.692,50, que dividido por 24 meses, cada parcela sairia no valor
de R$ 8.862,19. Essa parcela é mais viável, apesar de que o valor final pago é maior que quando é
pago em um ano.
Exemplo 3
Em bares e restaurantes é muito comum a cobrança de taxa de serviços. Embora não haja previsões
legais no código de defesa do consumidor, essa taxa é estipulada em 10% do valor da conta. Assim,
se em uma churrascaria o gasto foi de R$190,00, ao somar a taxa de serviços temos uma conta a ser
paga de R$190,00+R$19,00=R$209,00. Agora, se esse valor já é o total, incluindo a taxa de serviços,
o valor gasto pode ser calculado a partir de uma regra de três simples. Basta fazer , de onde
Exemplo 4
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PORCENTAGEM
Numa determinada empresa, o faturamento de um mês para o mês seguinte aumentou em torno de
50% e, posteriormente, teve queda de 12%. Supondo que o faturamento inicial tenha sido de
R$1.323.227,19, qual foi o valor faturado no final dos três meses?
O aumento de 50% do faturamento deve ser calculado sobre o valor faturado inicialmente. Assim, no
segundo mês, temos um aumento de:
Juros Simples
O regime de juros simples não é muito utilizado pelo atual sistema financeiro nacional, mas ele se
relaciona à cobrança em financiamentos, compras a prazo, impostos atrasados, aplicações
bancárias, etc. Nesse regime, a taxa de juros é somada ao capital inicial durante o período da
aplicação. O cálculo para juros simples é dado pela fórmula:
J = PV x i x n
J = Juro
i = taxa de juros
No cálculo do juro simples, também chamado de juro comercial, o juro sob o capital aplicado é
diretamente proporcional ao capital e o tempo de aplicação. Através da taxa de juros, irá variar ao
longo do período. Assim, utiliza-se o ano comercial, sendo 360 dias no ano e 30 dias no mês. Ex.:
1) Qual o valor dos juros aplicados a um empréstimo de R$ 200, durante 6 meses, numa taxa de
juros simples de 6% ao mês?
Dados Encontrados:
PV= R$ 200
i = 6 %a.m.
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PORCENTAGEM
n = 6 meses
J=?
6% → 6/100 → 0,06
Resolução:
Na soma dos juros durante seis meses temos R$ 72,00 de juros. Com esse exemplo, verifica-se que
no cálculo de juros simples, os juros são iguais, pois ele sempre será acrescentado ao capital inicial.
Importante
Existem situações em que o prazo da aplicação é um número não inteiro, sendo preciso utilizar
frações de períodos para que não hajam erros no valor final. Supondo que o período de aplicação é 5
anos e 9 meses, é sugerido as seguintes soluções para transformá-lo de acordo com a taxa de juros:
Juro Exato
O juro exato é utilizado quando o período de tempo da aplicação está expressa em dias ou quando é
considerado o ano civil (365 dias ou 366 dias para ano bissexto) para a realização do cálculo. A
fórmula a ser utilizada será:
J = Pv i n / 365
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PORCENTAGEM
1) Qual é o juro exato de um capital de R$ 20.000 aplicado por 40 dias à taxa de 30% ao ano?
Dados Encontrados:
PV= R$ 20.000
i = 30 %a.a.
n = 40 dias
J=?
Resolução:
Juros Compostos
Esse regime é utilizado amplamente pelo sistema financeiro, no dia a dia e em diversos cálculos
econômicos. Os juros são gerados em cada período e acrescentados ao capital principal para o
cálculo dos juros no período posterior.
Nesse regime, diz-se que os juros são capitalizados, pois a cada período o juro é adicionado ao
capital inicial. Assim, não existe capitalização no regime de juros simples, pois apenas o capital inicial
rende juros.
M= C (1+i)ᵑ
1) Qual será o montante de um empréstimo de R$ 200, durante 6 meses, numa taxa de juros
composta de 6% ao mês?
Dados Encontrados:
PV= R$ 200
i = 6 %a.m.
N = 6 meses
M= ?
6% → 6/100 → 0,06
Resolução:
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PORCENTAGEM
O que é Juro?
Geralmente, os juros são determinados pelo Copom (Comitê de Política Monetária), um órgão
do Banco Central que estabelece as normas da política monetária e da taxa de juros.
Todos os anos, durante as reuniões feitas pelos membros do Copom são definidos os índices de
consumo e produção que afetam o crescimento do país. Eles publicam relatórios sobre a inflação e
informam sobre a situação econômica do país.
De acordo com Samanez (2002), em seu livro 'Matemática Financeira: Aplicações à Análise de
Investimentos' a definição de juro é:
Segundo essa definição, se aplico ou empresto capital a outrem, existe um valor adicional a ser
cobrado pela utilização desse dinheiro. Por exemplo, ao aplicar um capital, em um período de tempo
específico, ao final dessa aplicação o capital terá adquirido outro valor, chamado de montante. O
montante é o capital aplicado mais os juros que foram acumulados durante o período da aplicação.
O juro, também chamado de remuneração, rendimento ou juros ganhos é dado pela diferença
entre o montante (M) e o capital (C). A fórmula utilizada para o cálculo do juros é:
J=Cxi
Importante:
No mercado financeiro, a taxa de juros sempre é dada na forma percentual, mas para a realização
dos cálculos é preciso transformar a taxa em fracionária. Veja o quadro:
Outro fato que deve ser considerado no cálculo dos juros é o tempo da aplicação. Se os meses forem
de 30 dias, os juros sãocomerciais, referente aos anos comerciais (360 dias). Se for considerado o
ano civil (365 dias), os juros serão chamados deexatos.
1) Calcule os juros de uma aplicação de R$5.000 durante um ano à uma taxa simples de 25% a.a.
Dados Encontrados:
C = R$ 5.000
i = 25%a.a.
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PORCENTAGEM
J=?
Resolução:
2) Descubra o montante do capital aplicado de R$ 2.600 durante um ano à taxa simples de 55% a.a.
Dados Encontrados:
C = R$ 2.600
i = 55%a.a.
J=?
Resolução:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Ao longo dos tempos constatou-se que o problema econômico dos governos; das instituições;
das organizações e dos indivíduos, decorria da escassez de produtos e/ou serviços, pelo fato de
que as necessidades das pessoas eram satisfeitas por bens e serviços
cuja oferta era limitada. Ao longo do processo de desenvolvimento das sociedades, o problema
de satisfazer as necessidades foi solucionado através da especialização e do processo de troca
de um bem pelo outro, conhecido como escambo. Mais tarde surgiu um bem intermediário, para
este processo de trocas que foi a moeda. Assim, o valor monetário ou preço propriamente dito,
passou a ser o denominador comum de medida para o valorizar os bens e os serviços e a moeda
um meio de acúmulo deste valor constituindo assim a riqueza ou capital.
Constatou-se assim, que os bens e os serviços poderiam ser consumidos ou guardados para o
consumo futuro. Caso o bem fosse consumido ele desapareceria e, caso houvesse o acúmulo,
surgiria decorrente deste processo o estoque que poderia servir para gerar novos bens e/ou
riqueza através do processo produtivo. E começou a perceber que os estoques eram feitos não
somente de produtos, mas de valores monetários também, que se bem administrado poderiam
aumentar gradativamente conforme a utilidade temporal.Surge-se daí a preocupação e a
importância do acúmulo das riquezas em valores monetários como forma de investimento futuro
e aumento do mesmo conforme o surgimento das necessidades.
Com o passar dos tempos essa técnica foi sendo melhorada e aperfeiçoada conforme as
necessidades de produção e tão quanto à necessidade mercantis que aflorava cada vez mais
tornando os produtores mais competitivos quanto ao aumento de oferta de suas produções.
Capital
Juros
Deve ser entendido como Juros, a remuneração de um capital (P), aplicado a uma certa taxa (i),
durante um determinado período (n), ou seja, é o dinheiro pago pelo uso de dinheiro emprestado.
Portanto, Juros (J) = preço do crédito.
Costuma-se especificar taxas de juros anuais, trimestrais, semestrais, mensais, entre outros,
motivo pelo qual deve-se especificar sempre o período de tempo considerado.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Quando a taxa de juros incide no decorrer do tempo, sempre sobre o capital inicial, dizemos que
temos um sistema de capitalização simples (Juros simples). Quando a taxa de juros incide sobre
o capital atualizado com os juros do período (montante), dizemos que temos um sistema de
capitalização composta (Juros compostos).
Na prática, o mercado financeiro utiliza apenas os juros compostos, de crescimento mais rápido
(veremos adiante, que enquanto os juros simples crescem segundo uma função do 1º grau –
crescimento linear, os juros compostos crescem muito mais rapidamente – segundo uma função
exponencial).
Juros Simples
O regime de juros simples é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital inicial. Este
sistema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a análise desse tema, como
introdução à Matemática Financeira, é de uma certa forma, importante.
Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n
períodos.
Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos escrever a
seguinte fórmula, facilmente demonstrável:
J = P . i . n = Pin
J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros por
período igual a i.
No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos juros
produzidos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é denominado
MONTANTE (M). Logo, teríamos:
Exemplo:
Solução:
Temos: P = 3000,
i = 5% = 5/100 = 0,05 e
n = 5 anos = 5 x 12 = 60 meses.
A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da função
juros simples, senão vejamos:
Façamos P.i = k.
Ora, J = k.n é uma função linear, cujo gráfico é uma semi-reta passando pela origem. (Porque
usei o termo semi-reta ao invés de reta?).
Portanto, J/n = k, o que significa que os juros simples J e o número de períodos n são grandezas
diretamente proporcionais. Daí infere-se que o crescimento dos juros simples obedece a uma
função linear, cujo crescimento depende do produto P.i = k, que é o coeficiente angular da semi-
reta J = kn.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
0 mese
s
1º 2º 3º 4º
mês mês mês mês
É comum nas operações de curto prazo onde predominam as aplicações com taxas
referenciadas em juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos o
número de dias pode ser calculado de duas maneiras:
• Pelo tempo exato , pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro exato, que é
aquele que é obtido quando o período (n) está expresso em dias e quando o período é
adotada a conversão de ano civil (365 dias)
• Pelo ano comercial, pois o juro apurado desta maneira denomina-se juro comercial que é
aquele calculado quando se adota como base o ano comercial (360 dias)
Calcule o montante ao final de dez anos de um capital R$ 10.000,00 aplicado à taxa de juros
simples de 18% ao semestre (18% a.s).
Resposta: R$ (?)
Vimos anteriormente, que se o capital (P) for aplicado por (n) períodos, a uma taxa de juros
simples (i), ao final dos n períodos, teremos que os juros produzidos serão iguais a J = Pin e que
o montante (capital inicial adicionado aos juros do período) será igual a M = P(1 + in).
O segredo para o bom uso destas fórmulas é lembrar sempre que a taxa de juros i e o período n
têm de ser referidos à mesma unidade de tempo.
Assim, por exemplo, se num problema, a taxa de juros for i =12% ao ano = 12/100 = 0,12 e o
período n = 36 meses, antes de usar as fórmulas deveremos colocá-las referidas à mesma
unidade de tempo, ou seja:
01 – Quais os juros produzidos pelo capital R$ 12.000,00 aplicados a uma taxa de juros simples
de 10% ao bimestre durante 5 anos?
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Solução 01:
Teríamos:
02 – Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa mensal de 5%. Depois
de quanto tempo este capital estará duplicado?
Solução 01:
Temos: M = P(1 + in). Logo, o capital estará duplicado quando M = 2P. Logo, vem:
Um certo capital é aplicado em regime de juros simples, a uma taxa anual de 10%. Depois de quanto
tempo este capital estará triplicado?
Juros Compostos
O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas
modalidades, a saber:
O regime de juros compostos considera que os juros formados em cada período são acrescidos
ao capital formando um montante, capital mais juros, do período. Este montante, por sua vez,
passará a render juros no período seguinte formando um novo montante e assim
sucessivamente.Pode-se dizer então, que cada montante formado é constituído do capital inicial,
juros acumulados e dos juros sobre juros formados em períodos anteriores.
Este processo de formação de juros compostos é diferente daquele descrito para os juros
simples, onde somente o capital rende juros, não ocorrendo remuneração sobre os juros
formados em períodos anteriores.
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros
compostos, com um exemplo:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Suponha que R$ 1.000,00 são empregados a uma taxa de 20% a.a.,por um período de 4 anos a
juros simples e compostos Teremos:
O gráfico a seguir permite uma comparação visual entre os montantes no regime de juros simples
e de juros compostos. Verificamos que a formação do montante em juros simples é linear e em
juros compostos é exponencial:
Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o
crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, portanto tem um crescimento muito
mais "rápido".
Exemplo 2:
Um empresário faz uma aplicação de R$ 1.000,00 a taxa composta de 10% ao mês por um
prazo de dois meses.
1º Mês:
O capital de R$ 1.000,00 produz um juros de R$ 100,00 (10% de R$ 1.000,00), pela fórmula dos
juros simples já estudada anteriormente, ficaria assim:
2º Mês:
O montante do mês anterior (R$ 1.100,00) é o capital deste 2º mês servindo de base para o
cálculo dos juros deste período. Assim:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Tomando-se como base a fórmula dos juros simples o montante do 2º mês pode ser assim
decomposto:
Exemplo 3:
A loja São João financia a venda de uma mercadoria no valor de R$ 16.00,00, sem entrada,
pelo prazo de 8 meses a uma taxa de 1,422. Qual o valor do montante pago pelo cliente.
n 8
M = C x (1 + i) M = 16.000,00 x (1 + 1,422) M = 22.753,61
Considere o capital inicial (P) R$ 1.000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos (i) de
10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:
n
S = 1000 (1 + 0,1)
De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado a uma taxa de juros
compostos i durante o período n :
S = P (1 + i) n ou M = C (1 + i ) n
Onde:
S / M = montante;
NOTA: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n),
tem de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser
esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos
considerar 2% ao mês durante 3 x 12=36 meses.
Taxa nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira, pode ser calculada pela expressão:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, deve ser quitado ao final de um ano,
pelo valor monetário de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive,
negativas!
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que
um determinado capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa nominal
in .
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).Consideremos agora que durante
o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital corrigido
por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada ao montante S2, produzirá o
montante S1. Poderemos então escrever:
S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 ,
vem: P(1 + in) = (1+r). P
(1 + j)
j = taxa de inflação no
período r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas
nominal e real são coincidentes.
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser
pago em um ano com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a
10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros: (1 +
0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa!
Deve ser acrescentado ao estudo dos juros compostos que o capital é também chamado de valor
presente (PV) e que este não se refere necessariamente ao momento zero. Em verdade, o valor
presente pode ser apurado em qualquer data anterior ao montante também chamado de valor
futuro (FV).
As fórmulas do valor presente (PV) e do valor futuro (FV) são iguais já vistas anteriormente, basta
trocarmos seus correspondentes nas referidas fórmulas, assim temos:
M = C x (1 + i ) n ou n
FV= PV (1 + i )
ou C= M PV = FV
n
(1 + i ) n (1 + i )
FV = PV x FCC ( i , n )
PV FV
PV FV
PV = FV x FAC ( i , n )
abaixo:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
considerando esta convenção de sinais. Usaremos sempre a convenção de sinal negativo para
VP e em conseqüência, sinal positivo para FV. Veremos com detalhes este aspecto, no
desenvolvimento do curso.
Exemplos Práticos:
Qual o valor de resgate de uma aplicação de R$ 12.000,00 em um título pelo prazo de 8 meses à
taxa de juros composta de 3,5% a .m.?
Solução:
PV = R$ 12.000,00
n = 8 meses
i = 3,5 % a .
m. FV = ?
Se uma pessoa deseja obter R$ 27.500,00 dentro de um ano, quanto deverá ela depositar hoje
numa poupança que rende 1.7% de juros compostos ao mês?
Solução:
FV = R$ 27.500,00
n = 1 ano (12
meses) i = 1.7% a
. m.
PV = ?
PV = 22.463,70
Aplicando-se R$ 1.000,00 por um prazo de dois anos a uma taxa de 5% ao semestre, qual será o
montante no fim do período?
Resposta: R$ (?)
Resposta: R$ (?)
Determinado capital aplicado a juros compostos durante 12 meses, rende uma quantia de juros
igual ao valor aplicado. Qual a taxa mensal dessa aplicação?
Resposta: R$ (?)
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Resposta: R$ (?)
Equivalência Financeira
Diz-se que dois capitais são equivalentes a uma determinada taxa de juros, se os seus valores
em um determinado período n, calculados com essa mesma taxa, forem iguais.
Exemplo 01:
1º Conjunto 2º Conjunto
Verificar se os conjuntos de valores nominais, referidos à data zero, são equivalentes à taxa de
juros de 10% a.a.
P0 = 5.000,00
P0 = 5.000,00
outro.
Exemplo 02 :
a.m ou de 24% a.a. Supondo um prazo de aplicação de 2 anos, verificar se as taxas são
equivalentes:
Solução:
Agora se aplicarmos o principal à taxa de 24% a.a. e pelo prazo de 2 anos teremos:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
J2 = R$ 10.000,00 x 24 x 2 = R$ 4.800,00
OBS: Na utilização das fórmulas o prazo de aplicação (n) e a taxa (i) devem estar expressos na
mesma unidade de tempo. Caso não estejam, é necessário ajustar o prazo ou a taxa.
Descontos Simples
Existem dois tipos básicos de descontos simples nas operações financeiras: o desconto
comercial e o desconto racional. Considerando-se que no regime de capitalização simples, na
prática, usa-se sempre o desconto comercial, este será o tipo de desconto a ser abordado a
seguir.
J = P . i . n => D = VD . d . n
J = P . i . n => D = VN . d . n
Teremos:
V = N - Dc
Logo:
Dc = Ndn
Substituindo,
vem: V = N(1 -
dn)
Exemplo:
Considere um título cujo valor nominal seja R$10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser
concedido para um resgate do título 3 meses antes da data de vencimento, a uma taxa de
desconto de 5% a.m.
Solução:
Desconto Bancário
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
É óbvio que o desconto concedido pelo banco, para o resgate de um título antes do vencimento,
através desta técnica, faz com que o valor descontado seja maior, resultando num resgate de
menor valor para o proprietário do título.
Exemplo:
Solução:
Observe que a taxa de juros efetiva da operação, é muito superior à taxa de desconto, o que é
amplamente favorável ao banco.
Duplicatas
Observação:
a) A duplicata deve ser emitida em impressos padronizados aprovados por Resolução do Banco
Central.
Exemplo:
Uma empresa oferece uma duplicata de R$ 50000,00 com vencimento para 90 dias, a um
determinado banco. Supondo que a taxa de desconto acertada seja de 4% a. m. e que o banco,
além do IOF de 1,5% a.a. , cobra 2% relativo às despesas administrativas, determine o valor
líquido a ser resgatado pela empresa e o valor da taxa efetiva da operação.
Solução:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Teremos então:
Um título de R$ 5.000,00 vai ser descontado 60 dias antes do vencimento. Sabendo-se que a
taxa de juros é de 3% a.m., pede-se calcular o desconto comercial e o valor descontado.
Resposta: R$ (?)
Fluxo de Caixa
Traça-se uma reta horizontal que é denominada eixo dos tempos, na qual são representados os
valores monetários, considerando-se a seguinte convenção:
O diagrama da figura acima, por exemplo, representa um projeto que envolve investimento inicial
de 800, pagamento de 200 no terceiro ano, e que produz receitas de 500 no primeiro ano, 200 no
segundo, 700 no quarto e 200 no quinto ano.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Vamos agora considerar o seguinte fluxo de caixa, onde C0, C1, C2, C3, ..., Cn são capitais
referidos às datas, 0, 1, 2, 3, ..., n para o qual desejamos determinar o valor presente (PV).
O problema consiste em trazer todos os capitais futuros para uma mesma data de referencia.
Neste caso, vamos trazer todos os capitais para a data zero. Pela fórmula de Valor Presente vista
acima, concluímos que o valor presente resultante - NPV - do fluxo de caixa, também conhecido
como Valor Presente Líquido (VPL), dado será:
Esta fórmula pode ser utilizada como critério de escolha de alternativas, como veremos nos
exercícios a seguir.
Exercícios:
1 - Numa loja de veículos usados são apresentados ao cliente dois planos para pagamento de um
carro:
Plano B: três pagamentos iguais de $ 1.106,00 de dois em dois meses, com início no final do
segundo mês.
Sabendo-se que a taxa de juros do mercado é de 4% a.m., qual o melhor plano de pagamento?
Solução:
Plano A:
Plano B:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Como o plano A nos levou a um menor valor atual (ou valor presente), concluímos que este
plano A é mais atraente do ponto de vista do consumidor.
Exercício:
um mês após a entrada. Qual a melhor alternativa para o comprador, se a taxa mínima de
atratividade é de 5% a.m.?
Solução:
À vista:
A prazo:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Como o valor atual da alternativa a prazo é menor, a compra a prazo neste caso é a melhor
alternativa, do ponto de vista do consumidor.
Exercício:
1 - Um equipamento pode ser adquirido pelo preço de $ 50.000,00 à vista ou, a prazo conforme o
seguinte plano:
Entrada de 30% do valor à vista, mais duas parcelas, sendo a segunda 50% superior à primeira,
vencíveis em quatro e oito meses, respectivamente. Sendo 3% a.m. a taxa de juros do mercado,
calcule o valor da última parcela.
Solução
Teremos:
Uma loja vende determinado tipo de televisor nas seguintes condições: R$ 400,00 de entrada,
mais duas parcelas mensais de R$ 400,00, no final de 30 e 60 dias respectivamente. Qual o valor
à vista do televisor se a taxa de juros mensal é de 3% ?
Resposta: R$ (?)
Entenderemos como INFLAÇÃO num determinado período de tempo, como sendo o aumento
médio de preços, ocorrido no período considerado, usualmente medido por um índice expresso
como uma taxa percentual relativa a este mesmo período.
Para ilustrar uma forma simples o conceito elementar de inflação apresentamos acima, vamos
considerar a tabela abaixo, onde está indicado o consumo médio mensal de uma determinada família
em dois meses distintos e os custos decorrentes associados:
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
A variação percentual do preço total desta cesta de produtos, no período considerado é igual a:
Notas:
a) Para o cálculo de índices reais de inflação, o número de itens considerado é bastante superior
e são obtidos através de levantamento de dados em determinadas amostras da população, para
se determinar através de métodos estatísticos, a "cesta de mercado", que subsidiará os cálculos;
Vamos considerar o caso de uma conta corrente, da qual o cliente saca e deposita recursos ao
longo do tempo. Vamos ver nesta seção, a metodologia de cálculo do saldo médio e dos juros
mensais decorrentes da movimentação dessa conta.
As contas correntes associadas aos "cheques especiais" são exemplos corriqueiros da aplicação
prática da metodologia a ser apresentada.
Considere os capitais C1, C2, C3, ... , Ck aplicados pelos prazos n1, n2, n3, ... , nk, à taxa de juros
simples i. A fórmula abaixo, permite o cálculo dos juros totais J produzidos no período
considerado:
O cálculo dos juros pelo método acima (conhecido como "Método Hamburguês") é utilizado para a
determinação dos juros sobre os saldos devedores dos "cheques especiais".
Serie de Pagamentos
Série de pagamentos - é um conjunto de pagamentos de valores R1, R2, R3, ... Rn,
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Exemplos:
Determinar a quantia S acumulada a partir de uma série uniforme de pagamentos iguais a R, sendo i
a taxa de juros por período
A) Fluxo postecipado
Considere o fluxo de caixa postecipado a seguir, ou seja: os pagamentos são feitos nos finais dos
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
períodos.
Vamos transportar cada valor R para o tempo n, supondo que a taxa de juros é igual a i
Teremos:
Observe que a expressão entre colchetes é a soma dos n primeiros termos de uma progressão
geométrica de primeiro termo (1+i)n-1, último termo 1 e razão 1/(1+i).
Aplicando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica, teremos:
Usando-se a simbologia adotada na calculadora HP 12C, onde R = PMT e S = FV, teremos a fórmula
a seguir:
Determinar o principal P que deve ser aplicado a uma taxa i para que se possa retirar o valor R em
cada um dos n períodos subseqüentes.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Este problema também poderia ser enunciado assim: qual o valor P que financiado à taxa i por
período, pode ser amortizado em n pagamentos iguais a R?
O fator entre colchetes representa a soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica de
primeiro termo 1/(1+i), razão 1/(1+i) e último termo 1/(1+i)n.
Teremos então, usando a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica.
Nesse sistema as parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados a cada
período multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente no período.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
A n.A P
• Saldo Devedor numa data genérica t
No sistema SAC o saldo devedor decresce linearmente em um valor igual à amortização A = P/n .
Assim, o saldo devedor, logo após o pagamento da prestação ( AMORTIZAÇÃO + JUROS )
correspondente, será:
Jt = Pi – (t – 1).Ai
ou então:
Jt = Ai (n – t + 1)
t = o momento desejado
Como a variação de juros no Sistema SAC se trata de uma progressão aritmética, o somatório
dos juros de um determinado período se faz utilizando a fórmula do somatório dos n termos de
uma P.A.
Com isso:
( J 1 J )tt
J =
t=1 2
R1 A + J1
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
R2 A + J2
R3 A + J3
Rt A + Jt
T P t = P t- 1 - A Jt = P t- 1 . i At = A = P / n Rt = A + Jt
0 P0=P - - -
1 P1=P–A J1 = P . i A1 = A R1 = A + J 1
2 P2=P1–A J2 = P 1 . i A2 = A R2 = A + J 2
3 P3=P2–A J3 = P 2 . i A3 = A R3 = A + J 3
4 P t = P t- 1 – A Jt = P t- 1 . i At = A R4 = A + J 4
n P n = P n- 1 – A Jn = P n- 1 . i An = A Rn = A + J n
Orde m de
Obte nção
2.º 3.º 1.º 4.º
das Parc e
las
P = $ 1.000,00
n=4
prestações i
= 2% a.p.
0 1.000,00 - - -
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
No sistema PRICE a prestação é constante e em qualquer data t o seu valor é dado por:
Rt = R1 = R2 = ... = Rn = cte.
Rt = R = P x FPR(i,n) = constante
Os juros de um determinado período são calculados sobre o saldo devedor do período anterior.
Jt = i . Pt-1
Ou Jt = Rt - At Rt = R = cte.
Jt = R - At
Ou Jt = R - At = R - A1(1 + i)t-1 A1 = R – J1
= R – P.i
Juros = J1 = P.i
Amortização = A1 = R – J1 = ( R - P.i)
= (R – P.i) . (1 + i) = A2 = A1 (1 + i)
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
= A1 + A1.i + A1 (1 + i).i
= A1 (1 + i) + A1 (1 + i).i
= A1 (1 + i).(1 + i)
A3 = A1 (1 + i)2
Então teríamos:
A2 = A1 ( 1 + i ) A3 = A1 ( 1 + i )2 A4 =
A1 ( 1 + i )3
A1 = 22.192 t=3
i = 8% a.a. A3 = ?
Ou
anterior teríamos:
O Saldo devedor de um determinado período é dado pela diferença entre o saldo devedor do
período anterior e a amortização do período.
Assim para um empréstimo P ;a taxa de juros i por período com um prazo de N períodos ;
poderíamos elaborar seguinte
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
(t ) P t = P t- 1 - At Jt = P t- 1 . i Rt = R At = R – Jt
0 Po=P - - -
1 P 1 = P – A1 J1 = P .i R A1 = R – J1
2 P 2 = P 1 – A2 J2 = P 1.i R A2 = R – J2
3 P 3 = P 2 – A3 J3 = P 2.i R A3 = R – J3
T P t = P t- 1 – At Jt = P t- 1.i R A t = R – Jt
N P n = P n- 1 – An Jn = P n- 1.i R An = R – Jn
n R n.R t n
TOTAIS Jt n.R At P
P
t 1
1
Ordem de
obtenção
4.º 2 .º 1.º 3 .º
de
parcelas
P = 1.000,00
i = 2% a.p.
n = 4 prestações
0 1.000,00 - - -
Um financiamento pelo Sistema Price pode ser calculado utilizando-se máquinas financeiras, pois
suas prestações são constantes.
Aqui o valor da prestação é obtido através da média aritmética das prestações obtido através do
sistema PRICE e SAC.
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JUROS SIMPLES E COMPOSTO
Ex.:
S IS T. P RICE
S A LDO
DEVEDOR
1.000,00
S IS T. SAC
S A LDO
DEVEDOR
1.000,00
S IST. SAM
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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SISTEMA DE EQUAÇÃO
Sistema de Equação
Exemplo 1
x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 * 6 * y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da equação por 2)
y² – 6y + 8 = 0
∆ = b² – 4ac
∆ = (–6)² – 4 * 1 * 8
∆ = 36 – 32
∆=4
a = 1, b = –6 e c = 8
Para y = 4, temos:
x=6–y
x=6–4
x=2
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SISTEMA DE EQUAÇÃO
Para y = 2, temos:
x=6–y
x=6–2
x=4
Exemplo 2
Isolando x ou y na 2ª equação:
x – y = –3
x=y–3
x² + 2y² = 18
(y – 3)² + 2y² = 18
y² – 6y + 9 + 2y² – 18 = 0
3y² – 6y – 9 = 0 (dividir todos os membros da equação por 3)
y² – 2y – 3 = 0
∆ = b² – 4ac
∆ = (–2)² – 4 * 1 * (–3)
∆ = 4 + 12
∆ = 16
a = 1, b = –2 e c = –3
Para y = 3, temos:
x=y–3
x=3–3
x=0
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SISTEMA DE EQUAÇÃO
x = –1 –3
x = –4
Os sistemas de equações nada mais são do que estratégias que nos permitem resolver problemas e
situações que envolvem mais de uma variável e pelo menos duas equações. Se as equações
presentes no sistema envolverem apenas a adição e a subtração das incógnitas, dizemos que se
trata de um sistema de equações do 1° grau. Podemos resolver esse sistema de duas formas,
através da representação gráfica ou algebricamente. Na forma algébrica, dispomos de duas
alternativas, o método da adição ou da substituição.
No caso de uma multiplicação entre as incógnitas ou, simplesmente, de uma delas aparecer como
uma potência de expoente 2, dizemos que o sistema envolve também equações de 2° grau. Para
resolver um sistema desse tipo, as estratégias são as mesmas citadas anteriormente, mas podem
haver mais soluções nesse caso.
1° Exemplo:
Observe que, nesse exemplo, a equação x·y = 15 fornece um produto entre as incógnitas x e y,
portanto, essa é uma equação do 2° grau. Para resolvê-la, vamos utilizar o método da substituição.
Na segunda equação, isolaremos x:
2x – 4y = – 14
2x = 4y – 14
x = 4y – 14
2
x = 2y – 7
x·y = 15
(2y – 7)·y = 15
2y² – 7y – 15 = 0
Δ = b² – 4.a.c
Δ = (– 7)² – 4.2.(– 15)
Δ = 49 + 120
Δ = 169
y = – b ± √Δ
2.a
y = – (– 7) ± √169
2.2
y = 7 ± 13
4
y1 = 7 + 13
y2 = 7 – 13
4
4
y1 = 20
y2 = – 6
4
4
y1 = 5 y2 = – 3
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SISTEMA DE EQUAÇÃO
Agora podemos substituir os valores encontrados para y em x·y = 15 com o objetivo de determinar os
valores de x:
x2 · y2 = 15
x1 · y1 = 15
x2 · (– 3) = 15
x1 · 5 = 15
2
x1 = 15
x2 = 15 . (– 2)
5
3
x1 = 3
x2 = – 10
Podemos afirmar que a equação possui duas soluções do tipo (x, y), são elas: (3, 5) e (– 10, – 3/2).
2° Exemplo:
Para resolver esse sistema, utilizaremos o método da adição. Para tanto, vamos multiplicar a
primeira equação por – 2. Nosso sistema ficará da seguinte forma:
Agora nós podemos substituir os valores encontrados para y na primeira equação com o objetivo de
obter os valores de x:
x² + 2y1² = 89 x² + 2y2² = 89
x² + 2.(2)² = 89 x² + 2.(– 2)² = 89
x² + 8 = 89 x² + 8 = 89
x² = 81 x² = 81
x = ±√81 x = ±√81
x1 = + 9 x3 = + 9
x2 = – 9 x4 = – 9
Podemos afirmar que a equação possui quatro soluções: (9, 2), (– 9, 2), ( 9, – 2) e (– 9, – 2).
3° Exemplo:
2x – 3y = 2
2x = 3y + 2
x = 3y + 2
2
x = 3y + 1
2
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SISTEMA DE EQUAÇÃO
x² + 2y² = 1
(3y/2 + 1)² + 2y² = 1
9y² + 3y + 1 + 2y² = 1
4
9y² + 12 y + 4 + 8y² = 4
17y² + 12 y = 0
Δ = b² – 4.a.c
Δ = 12² – 4.17. 0
Δ = 144
y = – b ± √Δ
2.a
y = – 12 ± √144
2.17
y = – 12 ± 12
34
y2 = – 12 – 12
Y1 = – 12 + 12
34
34
y2 = – 24
y1 = 0
34
34
y2 = – 12
y1 = 0
17
2x – 3y2 = 2
2x – 3·(– 12/17)= 2
2x – 3y1 = 2 2x + 36 = 2
2x – 3·0 = 2 17
2x – 0 = 2 2x = 2 – 36
x=2 17
2 2x = – 2
x1 = 1 17
x2 = – 1
17
Podemos afirmar que a equação possui duas soluções do tipo (x, y), são elas: (1, 0) e (– 1/17, – 12/17).
O Que É Razão?
A razão é a forma mais comum e prática de se fazer a comparação relativa entre duas grandezas.
Para isto, é necessário que ambas estejam na mesma unidade de medida. Por exemplo: só
poderemos obter a razão entre o comprimento de duas ruas, se as duas estiverem em quilômetros,
mas não poderemos obtê-la caso uma esteja em metros e a outra em quilômetros, ou qualquer outra
unidade de medida diferente. Neste caso, é preciso escolher uma unidade de medida e converter
uma das grandezas para a escolhida.
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SISTEMA DE EQUAÇÃO
Para obtermos a razão entre dois números a e b, por exemplo, dividimos a por b. Vale ressaltar
que b deve ser diferente de zero. Ou seja, chamamos de razão entre a e b o quociente a/b=k. (Lê-se
“a está para b”).
Exemplo: Uma loja tem 1200m² de área construída e 3000m² de área livre. Qual é a razão da área
construída para a área livre?
Para resolvermos o problema, aplicamos a razão = área construída/área livre = 1200/3000 = 2/5.
Ou seja, isto significa que a área construída representa 2/5 = 0,4 ou 40% da área livre.
O conceito de razão é ainda aplicado para calcularmos escala, velocidade média e densidade.
O que é proporção?
A proporção é a expressão que indica uma igualdade entre duas ou mais razões. Dados quatro
números racionais A, B, C e D diferentes de zero, a proporção pode ser expressa da seguinte forma:
A/B = C/D.
O antecedente da primeira razão (A) e o consequente da segunda (D) são chamados de extremos,
enquanto o consequente da primeira razão (B) e o antecedente da segunda razão (C) são chamados
de meios.
Uma proporção também pode ser escrita como a igualdade entre os produtos, da seguinte maneira:
A.D = B.C. Esta é a propriedade fundamental da proporção, em que o produto dos meios é igual ao
produto dos extremos.
Exemplo: Na sala A de uma determinada escola, temos 3 meninas para cada 4 meninos, ou seja,
temos a razão de 3 para 4, cuja divisão é igual a 0,75.
Na sala B da mesma escola, temos 6 meninas para cada 8 meninos, ou seja, a razão é de 6 para 8,
que é igual a 0,75. Ambas as razões são iguais a 0,75 e, por isso, são chamadas de proporção.
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
Equação polinomial ou algébrica é toda equação da forma p(x) = 0, em que p(x) é um polinômio:
p(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + a0 de grau n, com n ≥ 1. Veja alguns exemplos:
x4 + 9x2 – 10x + 3 = 0
As raízes de uma equação polinomial constituem o conjunto solução da equação. Para as equações
em que o grau é 1 ou 2, o método de resolução é simples e prático. Nos casos em que o grau dos
polinômios é 3 ou 4, existem expressões para a obtenção da solução.
Toda equação polinomial p(x) = 0, de grau n onde n ≥ 1, admite pelo menos uma raiz complexa.
Exemplo 1
Exemplo 2
Temos que:
O valor de m é 1.
A equação do segundo grau recebe esse nome porque é uma equação polinomial de grau dois, cujo
termo de maior grau está elevado ao quadrado.
ax2 + bx + c = 0
Donde x é a incógnita (termo variável), a, b e c são números reais e coeficientes da equação, sendo
“a” um valor diferente de 0 (a ≠ 0).
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
Fórmula de Bhaskara
Observe que a equação de 2º Grau busca encontrar valores reais, denominados de raiz da equação.
A Fórmula de Bhaskara é a fórmula geral para resolução da equação do segundo grau, uma vez que
determina as raízes (valores) de uma equação quadrática:
O discriminante da equação designa a letra grega delta (Δ) que equivale à expressão valor b2 –
4ac.
Importante ressaltar que se o valor de Δ for maior que zero (Δ > 0), a equação terá duas raízes reais
e distintas.
E se Δ for menor que zero (Δ < 0), a equação não apresentará raízes reais.
5 x2 + 2x + 2 = 0
a=5
b=2
c=2
Por exemplo:
2 x2 = 0
a=2
b=0
c=0
Expressões Algébricas
Expressões algébricas são expressões matemáticas que apresentam números, letras e operações.
As letras que aparecem em uma expressão algébrica são chamadas de variáveis e representam um
valor desconhecido.
Os números escritos na frente das letras são chamados de coeficientes e deverão ser multiplicados
pelos valores atribuídos as letras.
Exemplos
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
a) x + 5
b) b2 – 4ac
O valor de uma expressão algébrica depende do valor que será atribuído às letras.
Para calcular o valor de uma expressão algébrica devemos substituir os valores das letras e efetuar
as operações indicadas. Lembrando que entre o coeficiente e a letras, a operação é de multiplicação.
Exemplo
P = 2b + 2h
Substituindo as letras com os valores indicados, encontre o perímetro dos seguintes retângulos
Podemos escrever as expressões algébricas de forma mais simples somando seus termos
semelhantes (mesma parte literal).
Para simplificar iremos somar ou subtrair os coeficientes dos termos semelhantes e repetir a parte
literal.
Exemplos
a) 3xy + 7xy4 - 6x3y + 2xy - 10xy4 = (3xy + 2xy) + (7xy4 - 10xy4) - 6x3y = 5xy - 3xy4 - 6x3y
b) ab - 3cd + 2ab - ab + 3cd + 5ab = (ab + 2ab - ab + 5ab) + (- 3cd + 3cd) = 7ab
Transformar uma expressão algébrica em uma multiplicação de termos, frequentemente nos permite
simplificar a expressão.
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
Agrupamento: ax + bx + ay + by = x . (a + b) + y . (a + b) = (x + y) . (a.b)
Monômios
Quando uma expressão algébrica apresenta apenas multiplicações entre o coeficiente e as letras
(parte literal), ela é chamada de monômio.
Exemplos
a) 3ab
b) 10xy2z3
c) bh (quando não aparece nenhum número no coeficiente, seu valor é igual a 1)
Os monômios semelhantes são os que apresentam a mesma parte literal (mesmas letras com
mesmos expoentes).
Os monômios 4xy e 30xy são semelhantes. Já os monômios 4xy e 30x 2y3 não são semelhantes, pois
as letras correspondentes não possuem o mesmo expoente.
Polinômios
Quando uma expressão algébrica possui somas e subtrações de monômios não semelhantes é
chamada de polinômio.
Exemplos
Operações Algébricas
Soma e subtração
Exemplo
É importante observar que o sinal de menos na frente dos parênteses inverte todos os sinais de
dentro dos parênteses.
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
Multiplicação
Para multiplicar a parte literal, usamos a propriedade da potenciação para multiplicação de mesma
base: "repete-se a base e soma-se os expoentes".
Exemplo
(3x2 + 4xy) . (2x + 3) = 3x2 . 2x + 3x2 . 3 + 4xy . 2x + 4xy . 3 = 6x3 + 9x2 + 8x2y + 12xy
Exemplo
• Expressões Numéricas
• Produtos Notáveis
• Função Polinomial
A função determina uma relação entre os elementos de dois conjuntos. Podemos defini-la utilizando
uma lei de formação, em que, para cada valor de x, temos um valor de f(x). Chamamos x de domínio
e f(x) ou y de imagem da função.
A formalização matemática para a definição de função é dada por: Seja X um conjunto com
elementos de x e Y um conjunto dos elementos de y, temos que:
f: x → y
Assim sendo, cada elemento do conjunto x é levado a um único elemento do conjunto y. Essa
ocorrência é determinada por uma lei de formação.
A partir dessa definição, é possível constatar que x é a variável independente e que y é a variável
dependente. Isso porque, em toda função, para encontrar o valor de y, devemos ter inicialmente o
valor de x.
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
Tipos de funções
Nessa função, cada elemento do domínio (x) associa-se a um único elemento da imagem f(x).
Todavia, podem existir elementos do contradomínio que não são imagem. Quando isso acontece,
dizemos que o contradomínio e imagem são diferentes. Veja um exemplo:
Essa função é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora, pois, cada elemento de x relaciona-se a um
único elemento de f(x). Nessa função, não acontece de dois números distintos possuírem a mesma
imagem, e o contradomínio e a imagem possuem a mesma quantidade de elementos.
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
As funções podem ser representadas graficamente. Para que isso seja feito, utilizamos duas
coordenadas, que são x e y. O plano desenhado é bidimensional. A coordenada x é chamada de
abscissa e a y, de ordenada. Juntas em funções, elas formam leis de formação. Veja a imagem do
gráfico do eixo x e y:
Do último ano do Fundamental e ao longo do Ensino Médio, geralmente estudamos doze funções,
que são:
1 – Função constante;
2 – Função par;
3 – Função ímpar;
5 – Função Linear;
6 – Função crescente;
7 – Função decrescente;
9 – Função modular;
10 – Função exponencial;
11 – Função logarítmica;
12 – Funções trigonométricas;
13 – Função raiz.
Mostraremos agora o gráfico e a fórmula geral de cada uma das funções listadas acima:
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
1 - Função constante
Na função constante, todo valor do domínio (x) tem a mesma imagem (y).
f(x) = c
x = Domínio
f(x) = Imagem
2 – Função Par
A função par é simétrica em relação ao eixo vertical, ou seja, à ordenada y. Entenda simetria como
sendo uma figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes coincidem-se
perfeitamente.
f(x) = f(- x)
x = domínio
f(x) = imagem
- x = simétrico do domínio
3 – Função ímpar
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
A função ímpar é simétrica (figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes
coincidem-se perfeitamente) em relação ao eixo horizontal, ou seja, à abscissa x.
f(– x) = – f(x)
– x = domínio
f(– x) = imagem
Para saber se uma função é polinomial do primeiro grau, devemos observar o maior grau da
variável x (termo desconhecido), que sempre deve ser igual a 1. Nessa função, o gráfico é uma reta.
Além disso, ela possui: domínio x, imagem f(x) e coeficientes a e b.
f(x) = ax + b
x = domínio
f(x) = imagem
a = coeficiente
b = coeficiente
5 – Função Linear
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
A função linear tem sua origem na função do primeiro grau (f(x) = ax + b). Trata-se de um caso
particular, pois b sempre será igual a zero.
f(x) = ax
x = domínio
f(x) = imagem
a = coeficiente
6 – Função crescente
A função polinomial do primeiro grau será crescente quando o coeficiente a for diferente de zero e
maior que um (a > 1).
f(x) = + ax + b
x = domínio
f(x) = imagem
b = coeficiente
7 – Função decrescente
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
f(x) = - ax + b
x= domínio/ incógnita
f(x) = imagem
b = coeficiente
Identificamos que uma função é do segundo grau quando o maior expoente que acompanha a
variável x (termo desconhecido) é 2. O gráfico da função polinomial do segundo grau sempre será
uma parábola. A sua concavidade muda de acordo com o valor do coeficiente a. Sendo assim,
se a é positivo, a concavidade é para cima e, se for negativo, é para baixo.
f(x) = ax2 + bx + c
x = domínio
f(x) = imagem
b = coeficiente.
c = coeficiente.
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
9 – Função modular
f(x) = x, se x≥ 0
ou
f(x) = – x, se x < 0
x = domínio
f(x) = imagem
- x = simétrico do domínio
10 – Função exponencial
Uma função será considerada exponencial quando a variável x estiver no expoente em relação à
base de um termo numérico ou algébrico. Caso esse termo seja maior que 1, o gráfico da função
exponencial é crescente. Mas se o termo for um número entre 0 e 1, o gráfico da função exponencial
é decrescente.
f(x) = ax
x = domínio
f(x) = imagem
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
11 - Função logarítmica
Na função logarítmica, o domínio é o conjunto dos números reais maiores que zero e o
contradomínio é o conjunto dos elementos dependentes da função, sendo todos números reais.
f(x) = loga x
a = base do logaritmo
f(x) = Imagem/ logaritmando
x = Domínio/ logaritmo
12 – Funções trigonométricas
As funções trigonométricas são consideradas funções angulares e são utilizadas para o estudo dos
triângulos e em fenômenos periódicos. Podem ser caracterizadas como razão de coordenadas dos
pontos de um círculo unitário. As funções consideradas elementares são:
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
- Tangente: f(x) = tg x
13 – Função raiz
O que determina o domínio da função raiz é o termo n que faz parte do expoente. Se n for ímpar, o
domínio (x) será o conjunto dos números reais; se n for par, o domínio (x) será somente os números
reais positivos. Isso porque, quando o índice é par, o radicando (termo que fica dentro da raiz) não
pode ser negativo.
f(x) = x 1/n
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EQUAÇÕES POLINOMIAIS DO 2 GRAU
f(x) = Imagem
x = domínio/ base
1/n = expoente
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
Espaço e Forma
Sabemos que triângulos são polígonos. Sendo assim, o estudo que é feito para identificar a
semelhança de figuras poligonais será válido para o estudo da semelhança de triângulos. Com isso,
dois triângulos serão semelhantes se satisfizerem duas condições simultaneamente: se seus lados
correspondentes possuírem medidas proporcionais e se os ângulos correspondentes forem iguais
(congruentes).
Se invertermos a afirmação feita acima, teremos um fato verdadeiro: as condições são satisfeitas
somente quando os triângulos são semelhantes.
Antes, temos que determinar a correspondência dos vértices de cada triângulo, pois assim
determinaremos a correspondência dos lados e dos ângulos entre estes dois triângulos.
Os vértices A, B, C correspondem, respectivamente, aos vértices A’, B’, C’. Sendo assim,
montaremos as razões de proporcionalidade entre os lados correspondentes.
Uma das condições é que todos os lados correspondentes possuam uma proporcionalidade, que
chamaremos neste caso de k. Ressaltando que essa razão foi construída pela divisão de cada lado
correspondente: veja que o lado A’B’ do segundo triângulo corresponde ao lado AB do primeiro
triângulo. Por este fato, a divisão foi feita entre eles, e de mesmo modo com os outros lados.
Entretanto, apenas a condição de proporcionalidade dos lados não é suficiente para afirmarmos a
semelhança entre os dois triângulos. Necessitamos que seus ângulos correspondentes sejam iguais.
Exemplo:
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
Duas retas paralelas têm as projeções de mesmo índice paralelas ou pontuais. No caso de retas de
perfil, o paralelismo deve ser verificado pelo rebatimento.
Uma reta é paralela a um plano quando não está contida nesse plano e é paralela a alguma reta
desse plano.
Dois planos são paralelos quando um deles contém duas retas concorrentes respectivamente
paralelas a duas retas concorrentes do outro. Como consequência, os traços de mesmo índice do
plano serão paralelos entre si.
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
Perpendicularismo
Para se obter a VG do ângulo formado por duas retas r e s, concorrentes, podemos usar o
rebatimento do plano determinado por elas ou a construção do triângulo OAB, por meio da obtenção
das VGs dos segmentos OA, OB e AB, como mostra a figura abaixo.
Se as retas r e s forem reversas, toma-se uma reta t, paralela a s e concorrente com r e determina-se
o ângulo entre r e t.
Obs: se as retas não forem ortogonais, o ângulo entre elas será considerado sempre o agudo.
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
Geometria é recorrente nas provas do Enem. É um dos temas cotados para cair na prova neste
ano. Se você tem dificuldade, a coluna desta quarta-feira (20) da Khan Academy pode te ajudar! Em
primeiro lugar, vamos definir cada um deles antes de acompanharmos por meio da videoaulas a
resolução de exercícios.
O perímetro é a soma das medidas dos lados de um retângulo. Isso equivale ao contorno da
forma a ser calculada. Um exemplo prático, se quisermos calcular a quantidade de cerca elétrica
necessária para contornar um terreno, que tem 6 de comprimento e 8 de largura, a expressão para
achar o perímetro é 8 + 8 + 6 + 6.
A área pode ser definida como a medida de superfície, descoberta a partir da base multiplicada
pela altura. Utilizamos essa expressão quando vamos calcular a superfície de um campo de futebol.
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
Já o volume corresponde ao espaço que a forma ocupa, portanto, é a multiplicação da altura pela
largura e pelo comprimento. O volume serve, por exemplo, quando queremos calcular a quantidade
de água em uma piscina.
O volume de um prisma qualquer pode ser calculado multiplicando-se a área da base pela altura
Um prima é um poliedro que possui uma base inferior e uma base superior. Essas bases são
paralelas e congruentes, isto é, possuem as mesmas formas e dimensões, e não se interceptam.
Para determinarmos o volume de um prisma qualquer, nós calculamos a área de sua base para, em
seguida, multiplicá-la pela sua altura. Sendo assim:
Na imagem acima, a área do prisma de base retangular pode ser calculada por:
V=a.b.c
V=a.b.c
2
2. Volume de um cilindro
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
Assim como ocorre com os prismas, para calcular o volume do cilindro, multiplicamos a área da base
pela altura. Podemos definir novamente:
V = π . r2 . a
3. Volume de um cone
O cone tem uma diferenciação das outras formas vistas até aqui. Ao calcularmos o volume do cone,
nós multiplicamos a área da base por um terço da sua altura. Podemos definir:
V = π . r2 . a
3
O volume de uma pirâmide é calculado através do produto da área da base por um terço da altura
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ESPAÇO E FORMA DA CONGRUNCIA
V = b. c . a
2 3
V=b.c.a
6
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
1. Medidas de comprimento
No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir comprimentos é o metro, cuja
abreviação é m. Existem os múltiplos e os submúltiplos do metro, veja na tabela:
km hm dam m Dm cm mm
Existem outras unidades de medida mas que não pertencem ao sistema métrico decimal. Vejamos as
relações entre algumas dessas unidades e as do sistema métrico decimal:
Observando o quadro das unidades de comprimento, podemos dizer que cada unidade de
comprimento é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior, isto é, as sucessivas unidades
variam de 10 em 10. Concluí-se então que para transformar uma unidade para um submúltiplo, basta
multiplicar por 10n onde n é o número de colunas à direita do número na tabela. Já para passar para
um múltiplo, basta dividir por 10n onde n é o número de colunas à esquerda do número na tabela.
2. Medidas de superfície
No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir superfícies é o metro quadrado, cuja
representação é m2 . O metro quadrado é a medida da superfície de um quadrado de um metro de
lado. Como na medida de comprimento, na área também temos os múltiplos e os submúltiplos:
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
obs. Quando queremos medir grandes porções de terra (como sítios, fazendas etc.) usamos
uma unidade agrária chamada hectare (ha).
Em alguns estados do Brasil, utiliza-se também uma unidade não legal chamada alqueire.
4. Medidas de volume
No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir volume é o metro cúbico, cuja
abreviatura é m3 . O metro cúbico (m 3) é o volume ocupado por um cubo de 1 m de aresta. Como
nas medidas de comprimento e de área, no volume também temos os múltiplos e os submúltiplos:
As mais utilizadas, além do metro cúbico, são o decímetro cúbico e o centímetro cúbico.
5. Medidas de capacidade
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
1 litro = 1 dm3
Veja os exemplos:
1) Na leitura do hidrômetro de uma casa, verificou-se que o consumo do último mês foi de 36 m 3.
Quantos litros de água foram consumidos?
2) Uma indústria farmacêutica fabrica 1 400 litros de uma vacina que devem ser colocados em
ampolas de 35 cm3 cada uma. Quantas ampolas serão obtidas com essa quantidade de vacina?
São também utilizadas outras unidades para medir capacidade, que são múltiplos e submúltiplos do
litro:
hl dal l dl cl ml
Obs. 2) Além do litro, a unidade mais usado é o mililitro (ml), principalmente para medir pequenos
volumes, como a quantidade de líquido de uma garrafa, de uma lata ou de uma ampola de injeção.
Observando o quadro das unidades de capacidade, podemos verificar que cada unidade de
capacidade é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior, isto é, as sucessivas unidades
variam de 10 em 10.
Veja os exemplos:
1) Expressar 15 l em ml.
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam) e os submúltiplos são decímetro (dm),
centímetro (cm) e milímetro (mm).
À medida que as unidades seguem a orientação da direita, os valores são multiplicados por 10. E à
medida que seguem a orientação da esquerda, os valores são divididos por 10. Essa tabela de
conversão existe para que as valores estejam sempre na mesma unidade. Vamos realizar as
seguintes transformações:
7 hm em dam → 7 * 10 = 70 decâmetros
5 m em cm → 5 * 10 * 10 = 500 centímetros
10 cm em m → 10 : 10 : 10 = 0,1 metros
1 m em hm → 1 : 10 : 10 = 0,01 hectômetro
5 mm em m → 5 : 10 : 10 : 10 = 0,005 metros
Exemplo
Algumas medidas foram fornecidas à empresa responsável pela construção de casas populares. As
informações trazem as dimensões das casas em várias unidades de comprimento diferenciadas.
Faça a transformação das unidades de forma que as unidades fiquem padronizadas. Observe as
dimensões das casas populares:
Casa 1
Comprimento: 120 dm
Largura: 700 cm
Casa 2
Comprimento: 0,8 dam
Largura: 90 dm
Casa 3
Comprimento: 10 000 mm
Largura: 0,009 km
Casa 4
Comprimento: 7 000 mm
Largura: 11 dm
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
Casa 1
120 dm em m = 120 : 10 = 12 metros
700 cm em m = 700 : 10 : 10 = 7 metros
Casa 2
0,8 dam em m = 0,8 * 10 = 8 metros
9 dm em m = 90 : 10 = 9 metros
Casa 3
10 000 mm em m = 10 000 : 10 : 10 : 10 = 10 metros
0,009 km em m = 0,009 : 10 : 10 : 10 = 9 metros
Casa 4
7 000 mm em m = 7 000 : 10 : 10 : 10 = 7 metros
110 dm em m = 110 : 10 = 11 metros
As medidas de superfície estão diretamente ligadas ao nosso cotidiano, ao comprar um lote, pintar
uma parede, ladrilhar um piso ou azulejar uma parede, o primeiro fato que precisamos saber é a
medida da área das superfícies. Pelo SI (Sistema Internacional de Medidas), a unidade padrão usada
para expressar uma medida de área é o metro quadrado (m²). A área de uma superfície é calculada
através do produto entre o comprimento e a largura. Os múltiplos e submúltiplos do metro quadrado
(m²) são:
Múltiplos: quilômetro quadrado (km²), hectômetro quadrado (hm²), decâmetro quadrado (dam²).
Submúltiplos: decímetro quadrado (dm²), centímetro quadrado (cm²), milímetro quadrado (mm²).
As unidades de medidas de superfície podem aparecer em qualquer uma das unidades citadas, de
modo que podem ser transformadas de uma unidade para outra. Isso deverá ocorrer com base na
tabela de transformações demonstradas a seguir:
Medidas Agrárias
As medidas agrárias estão relacionadas às áreas de terras e a unidade padrão é o hectare, que
corresponde a 10 000 m². O alqueire também é muito utilizado, mas sua medida varia de acordo com
cada estado, observe:
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
Unidades de Medida
As unidades de medida são modelos estabelecidos para medir diferentes grandezas, tais como
comprimento, capacidade, massa, tempo e volume.
O Sistema Internacional de Unidades (SI) define a unidade padrão de cada grandeza. Baseado no
sistema métrico decimal, o SI surgiu da necessidade de uniformizar as unidades que são utilizadas na
maior parte dos países.
Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
Os múltiplos e submúltiplos do metro são: quilômetro (km), hectômetro (hm), decâmetro (dam),
decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Medidas de Capacidade
A unidade de medida de capacidade mais utilizada é o litro (l). São ainda usadas o galão, o barril, o
quarto, entre outras.
Os múltiplos e submúltiplos do litro são: quilolitro (kl), hectolitro (hl), decalitro (dal), decilitro (dl),
centilitro (cl), mililitro (ml).
Medidas de Massa
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g),
decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama (mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada
equivalente a 1000 kg.
Medidas de Volume
Podemos transformar uma medida de capacidade em volume, pois os líquidos assumem a forma do
recipiente que os contém. Para isso usamos a seguinte relação:
1 l = 1 dm3
Primeiro, vamos desenhar uma tabela e colocar no seu centro as unidades de medidas bases das
grandezas que queremos converter, por exemplo:
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi
e mili correspondem respectivamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.
Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente
a dez, cem e mil vezes a unidade fundamental.
Medida
Múltiplos Submúltiplos
Base
quilo (k) hecto (h) deca (da) deci (d) centi (c) mili (m)
decalitro mililitro
quilolitro (kl) hectolitro (hl) litro (l) decilitro (dl) centilitro (cl)
(dal) (ml)
Exemplos
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade.
Lembrando que a medida pode ser escrita como 35,0 litros . A virgula e o algarismo que está antes
dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso é o litro.
kl hl dal l dl cl ml
3 5, 0
Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará
sempre atrás do algarismos que estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.
kl hl dal l dl cl ml
3 5 0 0 0,
Lembrando que podemos escrever 700,0 g. Colocamos a vírgula e o 0 antes dela na unidade dada,
neste caso g e os demais algarismos nas casas anteriores
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
kg hg dag g dg cg mg
7 0 0, 0
Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o
quilograma. A vírgula passa então para atrás do algarismo que está na casa do quilograma.
kg hg dag g dg cg mg
0, 7 0 0
Nas transformações de volume (m 3), iremos proceder da mesma maneira dos exemplos anteriores.
Contudo, devemos colocar 3 algarismos em cada casa.
4 500, 0
Agora completamos com 3 algarismos cada casa até chegar a unidade pedida.
E o Tempo?
A unidade de medida base do tempo no SI é o segundo (s). Atualmente o segundo é definido como o
tempo de duração de 9.192.631.770 vibrações da radiação emitida pela transição eletrônica entre os
níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133.
Os múltiplos do segundo são o minuto, a hora e o dia. Essas medidas não são decimais, por isso
usa-se as seguintes relações:
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
Um dia é um intervalo de tempo relativamente longo, neste período você pode dormir, se alimentar,
estudar, se divertir e muitas outras coisas.
Muitas pessoas se divertem assistindo um bom filme, porém se os filmes tivessem a duração de um
dia, eles não seriam uma diversão, mas sim uma tortura.
Se dividirmos em 24 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um dia, cada uma destas frações de
tempo corresponderá a exatamente uma hora, portanto concluímos que um dia equivale a 24 horas e
que 1/24 do dia equivale a uma hora.
Uma ou duas horas é um bom tempo para se assistir um filme, mas para se tomar um banho é um
tempo demasiadamente grande.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo correspondente a uma hora, cada uma destas
60 partes terá a duração exata de um minuto, o que nos leva a concluir que uma hora equivale a 60
minutos, assim como 1/60 da hora equivale a um minuto.
Dez ou quinze minutos é um tempo mais do que suficiente para tomarmos um bom banho, mas para
atravessarmos a rua este tempo é um verdadeiro convite a um atropelamento.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um minuto, cada uma destas partes
terá a duração exata de um segundo, com isto concluímos que um minuto equivale a 60 segundos e
que 1/60 do minuto equivale a um segundo.
O texto acima foi escrito por pura formalidade, pois todo mundo está cansado de saber que um dia
possui 24 horas e que um minuto possui 60 segundos, mas muitos se confundem quando querem
passar de uma unidade para outra, não sabem se dividem ou se multiplicam. Vamos raciocinar um
pouco em cima disto.
Como nós sabemos um dia é maior que uma hora, que é maior que um minuto, que é maior que um
segundo. Para realizarmos a conversão de uma unidade de tempo maior para uma unidade de tempo
menor, devemos realizar uma multiplicação.
Obviamente para transformarmos de uma unidade menor para uma unidade maior, devemos realizar
a operação inversa, ou seja, devemos realizar uma divisão.
Se você preferir apenas multiplicar, também pode seguir as instruções da tabela abaixo:
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
A unidade de tempo minuto é maior que a unidade segundo, já que 1 minuto contém 60 segundos,
portanto, de acordo com o explicado acima, devemos realizar uma multiplicação, mas devemos
multiplicar por quanto?
Ora, devemos multiplicar por 60, pois cada minuto equivale a 60 segundos:
Visto que:
Então:
O sistema monetário brasileiro é composto por regras e bancos comerciais e estatais responsáveis
pela circulação da moeda. Os sistemas monetários costumam ser de responsabilidade de cada país e
administrados como parte da política econômica nacional. No Brasil, a moeda vigente é o Real e o
banco responsável pela administração e produção de cédulas e notas é o Banco Central. Na Europa,
por exemplo, é diferente: existe um sistema transnacional que atende pelo nome de zona do euro,
pois vários países da mesma região compartilham da mesma moeda.
O sistema monetário brasileiro, tal como os demais em todo o mundo, é organizado em torno de dois
componentes: moeda de conta e moeda de pagamento ou real/ideal. O sistema de moeda de conta
não existe materialmente, isto é, serve apenas como unidade de cálculo, por meio do qual é
anunciado o valor dos produtos ou serviços. Quando se diz que um sorvete custa R$ 2 estamos
fazendo uso da moeda enquanto conta. Já a moeda de pagamento ou real/ideal é a que serve como
intermediária nas operações, de fato, e é composta por espécies metálicas e notas. Ou seja, no
exemplo acima, uma nota de R$ 2, ou duas moedas de R$ 1, oito de R$ ,025 e assim por diante.
Parte desse sistema bancário, os bancos comerciais e estatais têm a capacidade de criar a chamada
moeda escritural (saldo em conta corrente com depósitos à vista), o que permite a realização de
transações sem necessidade da utilização de moeda em espécie. A moeda escritural só existe
mediante a autorização do Banco Central.
Para o funcionamento da economia, os bancos têm um papel dos mais importantes. O Banco Central
é responsável por emitir o papel-moeda e controlar a liquidez, ou seja, controlar a velocidade e
facilidade com as quais um ativo (bens, valores, etc.) pode ser convertido em caixa. Já os banqueiros
“salvam” instituições bancárias em última instância, quando estão a correr perigo e quebrar. Foi o que
aconteceu em algumas delas durante a crise econômica de 2008.
Para se ter uma ideia sobre a importância de um sistema monetário, a Grécia, por exemplo, que
passa por uma grave crise financeira, manteve seus bancos fechados por vários dias. O motivo era
um só: se todos os correntistas decidissem sacar seus recursos de uma vez, as instituições não
teriam dinheiro suficiente para pagá-los. O Banco Central grego não possui dinheiro para salvar todos
os bancos comerciais de lá. Ou seja, a tal da liquidez.
Os perímetros de figuras planas indicam o valor da medida do contorno da figura. Ou seja, o conceito
de perímetro corresponde à soma de todos os lados de uma figura geométrica plana.
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
Triângulo: figura plana formada por três lados e ângulos internos. De acordo com a medida dos
lados eles podem ser:
Triângulo Obtusângulo: dois ângulos agudos internos (menor que 90°), e um ângulo obtuso interno
(maior que 90°);
Quadrado: figura plana formada por quatro lados congruentes (mesma medida). Possui quatro
ângulos internos de 90° (ângulos retos).
Retângulo: figura plana formada por quatro lados, donde dois deles são menores. Também possui
quatro ângulos internos de 90°.
Círculo: figura plana que também é chamada de disco. É formado pelo raio (distância entre o centro
e a extremidade da figura) e o diâmetro (segmento de reta que passa pelo centro e vai de um lado ao
outro da figura.
Trapézio: figura plana formada por quatro lados. Apresenta dois lados e bases paralelas, sendo uma
menor e outra maior. De acordo com a medida dos lados e ângulos eles são classificados em:
Losango: figura plana formada por quatro lados iguais. Possui lados e ângulos opostos congruentes
e paralelos.
É comum haver confusão entre o conceito de área e perímetro. No entanto, a área é a medida da
superfície de uma figura plana. Já o perímetro é soma das medidas dos lados da figura.
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SISTEMA MÉTRICO DECIMAL
Para calcular cada uma das figuras planas apresentadas acima, utilizam-se as seguintes fórmulas:
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TEOREMA DE TALES
Teorema de Tales
O Teorema de Tales foi estabelecido por Tales de Mileto, consiste em uma interseção entre duas
retas paralelas e transversais que formam segmentos proporcionais.
O Teorema de Tales é determinado pela intersecção entre retas paralelas e transversais, que formam
segmentos proporcionais. Foi estabelecido por Tales de Mileto, que defendia a tese de que os raios
solares que chegavam à Terra estavam na posição inclinados. Partindo desse principio básico
observado na natureza, intitulou uma situação de proporcionalidade que relaciona as retas paralelas
e as transversais.
Retas paralelas cortadas por retas transversais formam segmentos proporcionais. Observe:
No esquema acima, as retas a, b e c são paralelas e as retas r e r’ são transversais. De acordo com o
Teorema de Tales, temos as seguintes proporcionalidades:
Observe que a relação estabelecida envolve noções de razão e proporção, o segmento AB está para
o segmento BC assim como o segmento A’B’ está para o segmento B’C’. A igualdade entre as duas
razões formam uma proporção, o cálculo dessa proporção será resolvido através de uma simples
multiplicação cruzada, ou de acordo com a propriedade das proporções: o produto dos meios é igual
ao produto dos extremos.
Observe o seguinte exemplo, nele aplicaremos o Teorema de Tales para encontrar o valor do
segmento desconhecido:
O Teorema de Tales possui inúmeras aplicações nas diversas situações envolvendo cálculo de
distâncias inacessíveis e possui grande aplicabilidade nas questões relacionadas à Astronomia.
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TEOREMA DE TALES
Tales de Mileto foi um importante filósofo, astrônomo e matemático grego que viveu antes de Cristo.
Ele usou seus conhecimentos sobre Geometria e proporcionalidade para determinar a altura de uma
pirâmide. Em seus estudos, Tales observou que os raios solares que chegavam à Terra estavam na
posição inclinada e eram paralelos, dessa forma, ele concluiu que havia uma proporcionalidade entre
as medidas da sombra e da altura dos objetos, observe a ilustração:
Com base nesse esquema, Tales conseguiu medir a altura de uma pirâmide com base no tamanho
da sua sombra. Para tal situação ele procedeu da seguinte forma: fincou uma estaca na areia, mediu
as sombras respectivas da pirâmide e da estaca em uma determinada hora do dia e estabeleceu a
proporção:
“Feixes de retas paralelas cortadas ou intersectadas por segmentos transversais formam segmentos
de retas proporcionalmente correspondentes”.
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TEOREMA DE TALES
Exemplo 1
Aplicando a proporcionalidade existente no Teorema de Tales, determine o valor dos segmentos AB e
BC na ilustração a seguir:
AB = 2x – 3
BC = x + 2
A’B’ = 5
B’C’ = 6
Determinando o valor de x:
AB = 2x – 3 → 2*4 – 3 = 5
BC = x + 2 → 4 + 2 = 6
Exemplo 2
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TEOREMA DE TALES
O triângulo é o polígono com menor número de lados, mas é uma das formas geométricas mais
importantes no estudo da geometria. Sempre intrigou matemáticos desde a Antiguidade. Triângulo
retângulo é aquele que apresenta um ângulo interno medindo 90o. Esse tipo de triângulo apresenta
propriedades e características muito relevantes. Faremos o estudo das relações entre as medidas
dos lados do triângulo retângulo.
Todo triângulo retângulo é composto por dois catetos e uma hipotenusa. A hipotenusa é o maior lado
do triângulo retângulo e está oposto ao ângulo reto.
Temos que:
a → é a hipotenusa
b e c → são os catetos.
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TEOREMA DE TALES
b2 = am e ah = bc
a2 = b2 + c2
1. b2 = am
2. ah = bc
3. c2 = an
4. h2 = mn
5. a2 = b2 + c2
Todas elas são de grande utilidade na resolução de problemas que envolvem triângulos retângulos.
Exemplo. Determine as medidas da altura relativa à hipotenusa e dos dois catetos do triângulo
abaixo.
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TEOREMA DE TALES
n = 2 cm
m = 3 cm
h2 = mn
h2 = 3∙2
h2 = 6
h = √6
Segue que:
a = 2 + 3 = 5 cm
b2 = am
b2 = 5∙3
b2 = 15
b = √15
c2 = an
c2 = 5∙2
c2 = 10
c = √10
Teorema de Pitágoras
O teorema de Pitágoras relaciona as medidas dos catetos de um triângulo retângulo à medida de sua
hipotenusa.
O Teorema de Pitágoras é considerado uma das principais descobertas da Matemática. Ele descreve
uma relação existente no triângulo retângulo. Vale lembrar que o triângulo retângulo pode ser
identificado pela existência de um ângulo reto, isto é, que mede 90º. O triângulo retângulo é formado
por dois catetos e a hipotenusa, que constitui o maior segmento do triângulo e localiza-se
opostamente ao ângulo reto. Observe:
Catetos: a e b
Hipotenusa: c
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TEOREMA DE TALES
O Teorema de Pitágoras diz que: “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa.”
a² + b² = c²
Exemplos:
x² = 9² + 12²
x² = 81 + 144
x² = 225
√x² = √225
x = 15
Foi por meio do Teorema de Pitágoras que os números irracionais começaram a ser introduzidos na
Matemática. O primeiro irracional a surgir foi √2, que apareceu no cálculo da hipotenusa de um
triângulo retângulo com catetos medindo 1. Veja:
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TEOREMA DE TALES
x² = 1² + 1²
x² = 1 + 1
x² = 2
√x² = √2
x = √2
√2 = 1,414213562373....
x² + 20² = 25²
x² + 400 = 625
x² = 625 – 400
x² = 225
√x² = √225
x = 15
3º) Um ciclista acrobático passará de um prédio a outro com uma bicicleta especial e sobre um cabo
de aço, como demonstra o esquema a seguir:
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TEOREMA DE TALES
x² = 10² + 40²
x² = 100 + 1600
x² = 1700
x = 41,23 (aproximadamente)
A trigonometria no triângulo retângulo é o estudo sobre os triângulos que possuem um ângulo interno
de 90°, chamado de ângulo reto.
O triângulo chamado equilátero possui os lados com medidas iguais. O isósceles possui dois lados
com medidas iguais. Já o escaleno tem os três lados com medidas diferentes.
No tocante aos ângulos dos triângulos, os ângulos internos maiores que 90° são chamados de
obtusângulos. Já os ângulos internos menores que 90° são denominados de acutângulos.
Além disso, a soma dos ângulos internos de um triângulo será sempre 180°.
• Catetos: são os lados do triângulo que formam o ângulo reto. São classificados em: cateto
adjacente e cateto oposto.
• Hipotenusa: é o lado oposto ao ângulo reto, sendo considerado o maior lado do triângulo retângulo.
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TEOREMA DE TALES
Segundo o Teorema de Pitágoras, a soma dos quadrado dos catetos de um triângulo retângulo é
igual ao quadrado de sua hipotenusa:
h2 = ca2 + co2
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TEOREMA DE TALES
O círculo trigonométrico é utilizado para auxiliar nas relações trigonométricas. Acima, podemos
encontrar as principais razões, sendo que o eixo vertical corresponde ao seno e o eixo horizontal ao
cosseno. Além delas, temos as razões inversas: secante, cossecante e cotangente.
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
Se você acha que esses números não contribuem para mostrar com clareza o histórico da instituição
nem para destacar o percurso crescente de matrículas, tem toda razão. Há uma maneira mais clara e
eficiente de apresentar esses dados: um gráfico. Observe:
Esse exemplo revela claramente que para cada informação que se quer comunicar há uma
linguagem mais adequada- aí se incluem textos, gráficos e tabelas. "Eles são usados para facilitar a
leitura do conteúdo, já que apresentam as informações de maneira mais visual", explica Cleusa
Capelossi Reis, formadora de Matemática da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do
Sul, na Grande São Paulo.
Logo no início do Ensino Fundamental, as crianças precisam aprender a ler e interpretar esses tipos
de recurso com o qual elas se deparam no dia a dia. Além disso, esse é um conteúdo importante da
Matemática que vai acompanhá-las durante toda a escolaridade no estudo de diversas disciplinas.
Barras
Usado para comparar dados quantitativos e formado por barras de mesma largura e comprimento
variável, pois dependem do montante que representam. A barra mais longa indica a maior quantidade
e, com base nela, é possível analisar como certo dado está em relação aos demais.
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
Setor
Útil para agrupar ou organizar quantitativamente dados considerando um total. A circunferência
representa o todo e é dividida de acordo os números relacionados ao tema abordado.
Linhas
Existem vários tipos de gráficos (como os de barras, de setor e de linha) e tabelas (simples e de
dupla entrada). O uso de cada um deles depende da natureza das informações. É importante que os
alunos sejam apresentados a todos eles e estimulados a interpretá-los. "Aqui tem mais quantidade
porque esta torre (barra) é maior que a outra" e "a pizza está dividida em três partes. Então são três
coisas representadas" são falas comuns e que revelam o quanto a turma já sabe a respeito.
Na EMEB Donald Savazoni, na capital paulista, Cláudia de Oliveira pediu que os estudantes do 3º
ano pesquisassem gráficos e tabelas em diversos portadores de texto, como os jornais, e analisou o
material com eles. Além dos diferentes visuais, ela trabalhou elementos imprescindíveis, como o título
(que indica o que está sendo representado), a fonte (que revela a origem das informações) e, no caso
dos gráficos, especificamente, a legenda (que decodifica as cores, por exemplo). De que assunto
trata o gráfico? Quantos dados são apresentados? Como eles aparecem? Esses são
questionamentos pertinentes para fazer aos alunos. Essas intervenções, apoiadas em exemplos, são
uma forma de encaminhar a turma a notar que há certas regularidades que permitem a interpretação
independentemente do conteúdo. Por exemplo: num gráfico de barras verticais, é a altura que mostra
a variação de quantidade e não a largura das barras. No caso dos eixos, presentes no gráfico de
barras e no de linhas, os intervalos entre as marcações são sempre do mesmo tamanho. Isso serve
para garantir a proporcionalidade das informações apresentadas.
Quanto às tabelas, há diversas formas de usá-las para organizar as informações. Elas podem
aparecer em ordem crescente ou decrescente, no caso de números, ou em ordem alfabética, quando
são compostas de nomes, por exemplo.
Ao selecionar o material para trabalhar em sala, lembre-se de atentar para a complexidade de cada
um. "Quanto mais informações reunirem, mais complicados são. Para essa faixa etária, melhor usar
material com poucos dados, dando preferência aos números absolutos", explica Leika Watabe,
assessora técnica educacional da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Escolher temas e assuntos que fazem parte do universo da garotada também é importante. Para as
crianças do 3º ano, Cláudia organizou um estudo do tempo de vida de uma série de animais e
organizou os dados em uma tabela e um gráfico de barras. Na tabela, elas tinham de identificar o
assunto tratado e verificar as informações sobre os bichos, relacionando os dados. Depois,
compararam no gráfico as diferenças entre a expectativa de vida de cada um deles. Por fim, a
educadora propôs alguns problemas para que todos calculassem a diferença de idade entre dois
animais. Os alunos confrontaram os resultados com o gráfico e concluíram que os valores eram
proporcionais ao intervalo entre as barras que representavam os bichos.
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
Importante: gráficos e tabelas podem ser explorados com muitos conteúdos, de diversas disciplinas -
desde que o material não seja simplesmente exposto em um cartaz na sala. Trabalhar a interpretação
é fundamental. Somente com essa estratégia em jogo, o grupo vai criar familiaridade com esse tipo
de representação, se apropriar dele com segurança e seguir em frente, construindo seus próprios
gráficos e tabelas.
Simples
Usada para apresentar a relação entre uma informação e outra (como produto e preço). É formada
por duas colunas e deve ser lida horizontalmente.
De dupla entrada
Útil para mostrar dois ou mais tipos de dado (como altura e peso) sobre um item (nome). Deve ser
lida na vertical e na horizontal simultaneamente para que as linhas e as colunas sejam relacionadas.
De dupla entrada
Média aritmética
A média aritmética é usada para atingir um valor médio de vários valores. Seu valor é calculado por
meio da divisão dos números somados pela quantidade deles. A média possui a função de
transformar um conjunto de números em um único valor, dando uma visão global dos dados.
A média aritmética simples é, como o nome já diz, a mais simples, e a de uso mais comum. Para
entender como é calculada, confira o exemplo abaixo:
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
Maria queria fazer uma festa, e para saber quanto deveria separar de docinhos para cada convidado,
pegou a média de consumo entre seus amigos. Marcela comeu 5 docinhos, Ana comeu 3 e João
comeu 7. Juntos, eles comeram 15 docinhos. Ao dividirmos o valor total de biscoitos consumidos pela
quantidade de pessoas que comeram, ficamos com o valor de 5. A média aritmética de docinhos que
Maria tem que comprar para cada um de seus convidados, é de 5. Confira o cálculo abaixo:
Podemos dar outro exemplo. As médias escolares podem ser calculadas por meio das médias
simples. Se para passar de ano, você precisa tirar média 7, e a média é calculada com quatro provas,
precisaremos pegar as notas que tirou em todas as provas, e dividir por quatro, que é o número de
avaliações realizadas. Na primeira prova você tirou 8, na segunda tirou 7, na outra tirou 6 e na última
tirou 7. Partimos então para o cálculo:
Diferente da simples, a média aritmética ponderada calcula a média quando os valores possuem
pesos diferentes. Usando o mesmo exemplo da nota escolar, imagine que cada uma das notas tem
um peso distinto. A primeira prova, possuía peso 2, a segunda peso 2, a terceira peso 3 e a quarta
peso 3. Como isso pode ser calculado? Multiplica-se o valor pelo seu peso, somando aos resultados
das outras multiplicações e então divide-se pela soma de todos os pesos. Confira o cálculo do
exemplo:
Nesse caso, a média seria 6,9. Na média ponderada, ao contrário da média simples, a alteração da
posição dos números pode ocasionar em resultados errados. Se você errasse, por exemplo,
aplicando peso 1 às duas primeiras notas e peso 2 às seguintes, sua média seria diferente:
Isso faria bastante diferença, certo? Lembre-se sempre de fazer a multiplicação dos pesos com cada
um dos valores antes de somá-los e de conferir se os pesos estão aplicados ao valor correto.
A fórmula para o cálculo dessa probabilidade decorre da fórmula da probabilidade condicional. Assim,
teremos:
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS
Vamos fazer alguns exemplos para explorar o uso da fórmula e a maneira correta de interpretar os
problemas relacionados à probabilidade de eventos simultâneos.
Solução: perceba que a ocorrência de um evento não influencia a probabilidade de outro ocorrer,
portanto são dois eventos independentes. Vamos distinguir os dois eventos:
Vamos calcular a probabilidade de ocorrência de cada um dos eventos. Observe que no lançamento
de um dado, temos 6 valores possíveis. Assim:
Exemplo 2. Numa urna há 30 bolinhas numeradas de 1 a 30. Serão retiradas dessa urna duas
bolinhas, ao acaso, uma após a outra, sem reposição. Qual a probabilidade de sair um múltiplo de 10
na primeira e um número ímpar na segunda?
Solução: o fato de a retirada das bolinhas ocorrer sem reposição, implica que a ocorrência do
primeiro evento interfere na probabilidade do segundo ocorrer. Portanto, esses eventos não são
independentes. Vamos determinar cada um dos eventos.
Para o cálculo de p(B|A) é preciso notar que não teremos mais 30 bolinhas na urna, pois uma foi
retirada e não houve reposição, restando 29 bolinhas na urna. Assim,
Logo,
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ESTATÍSTICA
Estatística
Probabilidade E Estatística
A palavra probabilidade deriva do Latim probare(provar ou testar). Informalmente, provável é uma das
muitas palavras utilizadas para eventos incertos ou conhecidos, sendo também substituída por
algumas palavras como “sorte”, “risco”, “azar”, “incerteza”, “duvidoso”, dependendo do contexto.
A probabilidade é um número que varia de 0 (zero) a 1 (um) e que mede a chance de ocorrência de um
determinado resultado. Quanto mais próxima de zero for a probabilidade, menores são as chances de
ocorrer o resultado e quanto mais próxima de um for a probabilidade, maiores são as chances.
Experimento Aleatório
Em uma tentativa com um número limitado de resultados, todos com chances iguais, devemos
considerar:
Espaço amostral é o conjunto E cujos elementos são todos os possíveis resultados que podem ser
obtidos na realização de um experimento.
Evento (A)
Cálculo De Probabilidades
Onde:
Estatística
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ESTATÍSTICA
observável. Desta forma, a Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem a partir de
dados.
Definição
A estatística é uma coleção de métodos para planejar experimentos, obter dados e organiza-los,
resumi-los, analisá-los, interpretá-los e deles extrair conclusões.
Noções De Estatística
Amostra
ROL
Exemplo:
Os cincos alunos de uma amostra apresentaram as seguintes notas na prova bimestral de matemática
6; 4; 8; 7; 8. Apresentando esses dados em rol, temos: (4; 6; 7; 8; 8) ou (8; 8; 7; 6; 4).
Classes
Medidas De Posição
São as estatísticas que representam uma série de dados orientando-nos quanto à posição da
distribuição em relação ao eixo horizontal do gráfico da curva de frequência.
As medidas de tendência central mais utilizadas são: média aritmética, moda e mediana.
Média Aritmética
É igual ao quociente entre a soma dos valores do conjunto e o número total dos valores.
Consideremos uma coleção formada por n números, de forma que cada um esteja sujeito a um peso
(valor que indica a quantidade de vezes em que cada número se repete).
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ESTATÍSTICA
A média aritmética ponderada desses n números é a soma dos produtos de cada um por seu peso,
dividida pelos somatórios dos seus pesos, isto é:
Moda: (MO)
Quando dois valores ocorrem com a mesma frequência, cada um deles é chamado de uma moda, e o
conjunto se diz BIMODAL.
Se mais de dois valores ocorrem com a mesma frequência máxima, cada um deles é uma moda e o
conjunto é MULTIMODAL.
Mediana (MD)
Valor do meio do conjunto de dados, quando os valores estão dispostos em ordem crescente ou
decrescente; divide um conjunto de dados em duas partes iguais.
Para calcular:
Medidas De Dispersão
Existem algumas medidas chamadas medidas de dispersão, que procuram mostrar como os elementos
do conjunto se comportam em torno da região central, ou seja, medidas que mostram se eles estão
mais ou menos dispersos.
Por exemplo, num jogo de duplas de tênis, são conhecidas as idades dos jogadores:
Equipe A Equipe B
No entanto, as idades da equipe B estão bem mais dispersas em torno da média do que as idades da
equipe A.
Variância
2, 5, 6, 8, 14,
Onde a média aritmética é 7. A diferença entre cada valor é a média é chamada desvio. Assim,
os desvios para o nosso conjunto de dados serão:
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ESTATÍSTICA
Chamamos variância de um conjunto de dados a média aritmética dos quadrados dos desvios. No
nosso exemplo, temos:
A variância é :
Desvio-Padrão
Estatística é a ciência das probabilidades, o conjunto de regras matemáticas que permite fazer
previsões sobre determinado universo estudado, a partir de uma amostragem significativa. Uma
apresentação como essa tende a reforçar a idéia de que estatística é uma espécie de álgebra
burocrática, cujas fórmulas incompreensíveis são utilizadas para defender conclusões suspeitas.
Esse preconceito contra a estatística não vem de agora. Benjamin Disraeli, político britânico do século
19, dizia que há "mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas".
Uma piada diz que se uma pessoa come dois frangos e outra nenhum, não há qualquer problema, pois,
estatisticamente, elas comem um frango cada.
Essa é uma conclusão fácil para quem resume a estatística ao cálculo da média aritmética. Se nos
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ESTATÍSTICA
aprofundarmos, porém, em alguns de seus conceitos e ferramentas básicas, que utilizam cálculos
aritméticos simples, verificaremos que os cenários projetados pela estatística são mais confiáveis do
que sugerem as ironias divertidas, mas um tanto rasas, que lhe são dirigidas.
Às vésperas das eleições, os jornais trazem a manchete: "31,6% devem votar no candidato A". E o que
isso quer dizer? Que o candidato será eleito? Para entender esse tipo de enunciado, é necessário
compreender alguns conceitos de estatística, a área da matemática que cuida da probabilidade. Para
entender uma pesquisa eleitoral, por exemplo, é necessário conhecer alguns conceitos: População é o
universo que vai ser tema da pesquisa. No caso das pesquisas eleitorais, os eleitores brasileiros.
Como seria quase impossível consultar mais de 125 milhões de eleitores, delimita-se o número de
entrevistados, o grupo que vai servir de amostragem.
Amostragem é um número reduzido de pessoas que representa a população total. Escolher quais
pessoas serão entrevistadas é um problema complexo.
Se metade dos eleitores são mulheres e ser mulher é um fator que interfere no voto, então metade da
amostragem deve ser de mulheres. Se a classe social a que pertence o eleitor interfere no voto, a
amostragem deve se aproximar ao máximo das diversas classes sociais que formam a população.
Desse modo, se cada pessoa entrevistada representa o voto de 100.000 pessoas da população, cada
entrevistado deve ser uma amostra, a mais fiel possível, dessas 100.000 pessoas.
Apesar de todo cuidado para escolher o público, e para calcular as previsões, os resultados não são
exatos. Tanto que toda reportagem, de jornal ou televisão, deve exibir uma margem de erro da
pesquisa.
Para entender como são feitos os cálculos, também é importante ter algumas noções básicas de
estatística: média, desvio padrão e variância.
Quanto foi a sua média de matemática no último bimestre? Um dos conceitos mais básicos e
cotidianos da estatística, a média nada mais é que um valor que "representa" vários outros. Com os
exemplos a seguir, você vai ver que é fácil. Imagine que, no bimestre, João fez cinco atividades que
valiam nota nas aulas de matemática. Ele começou bem, mas terminou o bimestre mal. Tirou as
seguintes notas: 9, 7, 5, 3, 2.
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ESTATÍSTICA
Para facilitar os cálculos, vamos adotar o seguinte padrão: S é a soma das notas, e n é o número de
notas que ele teve. A média (M) será:
Note que a sua média não é igual a nenhuma das notas que ele tirou. É um número que mostra, mais
ou menos, como João foi no bimestre.
Medidas De Dispersão
Muitas vezes, a média não é suficiente para avaliar um conjunto de dados. Por exemplo, quando se
fala em um grupo de mulheres com idade média de 18 anos. Esse dado, sozinho, não significa muito:
pode ser que no grupo, muitas mulheres tenham 38 anos, e outras tantas sejam menininhas de dois!
É importante, então, conhecer outra medida, a de que diferença (dispersão) existe entre a média e os
valores do conjunto.
Voltando ao exemplo das notas de João, podemos calcular o desvio, que é a diferença de cada nota
em relação à média:
Logo:
Outro valor que pode ser obtido a partir da média e da variância é o desvio padrão. Como os desvios
foram elevados ao quadrado, deve-se tirar a raiz quadrada da variância e achar o desvio padrão:
Só para se ter uma idéia melhor do que significa o desvio padrão veja o seguinte exemplo:
Notas: (9, 9, 9, 1, 1, 1)
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ESTATÍSTICA
A média será:
Note que, apesar de esse aluno ter tido média 5, seu desempenho foi muito irregular (variou de 4
pontos! 5 + 4 = 9 e 5 - 4 = 1), o que não é tão bom assim.
No exemplo anterior pode-se interpretar que as notas, no geral, variaram entre (5,2 + 2,56) =
7,76 e (5,2 - 2,56) = 2,64 , ou seja, Joãozinho teve desempenho mais regular que esse outro aluno.
Estatística Descritiva
Quando estamos perante muitos dados (o que acontece nas sondagens e estudos de opinião) é
necessário tornar essa informação manejável para a podermos comparar e relacionar. A Estatística
Descritiva é o instrumento que nos permite concentrar e reduzir essa informação. No entanto, como
acontece sempre que se resume qualquer coisa, este processo implica também a perda de alguma
informação. Todos nós já ouvimos a história em que uma pessoa comeu dois bifes e outra nenhum e
em média cada um deles comeu um bife. A média diz-nos que havia um bife para cada pessoa mas
não nos diz como é que os bifes foram distribuídos.
Este enviesamento introduzido pela redução da informação a um único número pode ser minimizado
pela utilização de várias medidas que nos permitam cruzar informação e contrapor outras leituras dos
nossos dados resumidos. Esta é uma das razões pelas quais os dados estatísticos que se apresentam
em relatórios de investigação terem frequentemente duas ou mais medidas descritivas associadas. Por
exemplo, o valor da Média (medida de tendência central) é frequentemente apresentado em
associação com o valor do Desvio Padrão (medida de dispersão).
As medidas da Estatística Descritiva são também a base para a Estatística Inferencial (aquela que
relaciona os dados da nossa distribuição). A Estatística Descritiva descreve a nossa amostra e a
Estatística Inferencial permite-nos fazer extrapolações dos resultados obtidos na nossa amostra para a
população, ou seja, permite-nos tirar conclusões, fazer estimativas, previsões e generalizações sobre
todo um conjunto de dados estudando apenas parte dele.
O primeiro passo para o tratamento estatístico de dados é a sua organização numa base de dados. A
base de dados é uma tabela de dupla entrada em que habitualmente as colunas são usadas para
colocar os dados referentes às variáveis e as linhas para identificar os sujeitos. Na célula formada pela
intercepção das linhas com as colunas coloca-se o valor da variável correspondente ao sujeito. Se, por
exemplo, estivermos a organizar dados referentes às notas de alunos, a base de dados teria duas
colunas – uma para o nome do aluno e outra para a nossa variável (Nota_A) – e tantas linhas quantos
os alunos (cf. imagem desta base de dados feita na aplicação SPSS).
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ESTATÍSTICA
A partir da informação organizada na nossa base de dados, podemos construir uma tabela
de distribuição de frequências que mais não é do que a identificação do número de vezes em que
cada tipo de resposta ocorre. Se estivermos a organizar dados referentes às notas dos alunos na
disciplina A a nossa tabela de distribuição de frequências (cf. tabela reproduzida abaixo) teria duas
colunas: na primeira apresentavam-se, por ordem crescente, o valor de todas as notas registadas pelos
alunos e na segunda o número de vezes que cada uma dessas notas ocorreu. Estes dados permitiriam
também acrescentar duas novas colunas, uma com a percentagem de vezes que cada nota ocorre e
outra com a percentagem acumulada que nos permite saber qual a percentagem de notas iguais ou
inferiores a um determinado valor.
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ESTATÍSTICA
Quando queremos resumir os dados de uma distribuição utilizando apenas um número recorremos a
medidas de tendência central (Média, Moda e Mediana). A utilização destas três medidas varia
consoante o tipo de informação que pretendemos resumir ou descrever:
– Se quisermos identificar a nota mais frequente da turma (ou de cada um dos alunos) devemos usar
a Moda.
– Se o nosso objectivo for saber quem são os 50% melhores alunos da turma (ou as 50% melhores
notas de um aluno), deveremos utilizar a mediana.
A Média é a soma dos resultados dividida pelo número total de resultados, habitualmente designada
por (X barra), e é o valor que, sozinho, melhor representa a totalidade dos dados de uma
distribuição (trata-se aqui da média aritmética, uma vez que há outros tipos de média). No caso do
nosso exemplo, a soma das notas da Disciplina A é igual a 220 e o número total de notas é 20, pelo
que a Média é 11 (220/20=11). Como já vimos acima, o valor da média não permite, no entanto, saber
como é que se distribuem os valores da variável pelos diferentes sujeitos da nossa amostra, isto é, não
nos diz se a distribuição é ou não homogénea, se todos os alunos têm 11 valores ou se há alunos
muito bons e outros muitos maus.
A Moda é o valor(es) mais frequente(s) numa distribuição. No nosso exemplo (cf. quadro apresentado
acima), o valor da Moda das notas da disciplina A é 9.0 (é a nota mais frequente da turma
considerando todas as notas e alunos).
A Mediana é o valor que se situa a meio da fila ordenada dos valores da nossa distribuição, desde o
mais baixo ao mais alto. A mediana indica o centro da distribuição da variável, ou seja, é o valor acima
do qual estão 50% dos valores da variável e abaixo os restantes 50%. No nosso exemplo, se
colocarmos as notas ordenadas de forma sequencial da mais baixa à mais alta e dividirmos a
distribuição a meio, vemos que a mediana da disciplina A é 10.5 (quando a distribuição tem número par
– como é o nosso caso uma vez que a turma tem 20 alunos – de elementos a mediana é a média dos
dois valores centrais).
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ESTATÍSTICA
Percentis
O conceito da mediana pode ser generalizado para outras percentagens além dos 50%. Podemos
querer saber, por exemplo, qual é o valor abaixo do qual estão 1%, 20%, 30%, ou 75% dos indivíduos.
A estas medidas de posição dão-se o nome, respectivamente, de percentil 1 (P1), percentil 20 (P20),
percentil 30 (P30) e percentil 75 (P75). A mediana é o percentil 50 (P50).
Alguns percentis têm uma designação específica. Por exemplo, os percentis 25, 50 e 75 são referidos
como o 1º quartil (Q1), 2º Quartil (Q2) e 3º quartil (Q3), respectivamente. Os percentis 10, 20, 30, …,90
também podem ser designados por Decil 1 (D1), Decil 2 (D2), Decil 3 (D3). …, Decil 9 (D9). Como o
próprio nome indica, os Quartis dividem a distribuição em quatro partes iguais, os Decis em dez e os
Percentis em cem. Na figura que se segue representa-se esquematicamente essas divisões.
Estas medidas permitem-nos situar os valores de cada observação em relação à distribuição total dos
dados, uma vez que dividem o conjunto de observações em partes iguais tendo por referência o
número de elementos que compõem a nossa amostra. Elas são particularmente úteis quando
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ESTATÍSTICA
queremos destacar um valor que marque um percentual de interesse. Também podem ser usadas para
nos dar informação sobre o valor relativo de um dado valor numa distribuição. Por exemplo, na análise
das médias de estudantes com o mesmo curso feito em instituições diferentes, a mesma média (por
exemplo, 15 valores) situada em percentis diferentes (por exemplo, P10 ou P80), tem um valor relativo
diferente. No primeiro caso (P10), isso significa que 90% dos estudantes dessa instituição têm média
igual ou superior a 15, enquanto no segundo caso (P80) isso significa que apenas 20% dos estudantes
é que têm média igual ou superior a 15. Ou seja, na primeira instituição o 15 é a nota que é atribuída
aos alunos mais fracos do curso, enquanto na segunda instituição o 15 é a nota que distingue os
melhores alunos do curso.
Medidas De Dispersão
O Desvio padrão é o valor que quantifica a dispersão das respostas numa distribuição normal, ou seja,
a média das diferenças entre o valor de cada resposta e a média da distribuição (Nota: como a média
da soma dos desvios é sempre igual a zero, elevam-se esses desvios ao quadrado e só depois é que
se calcula a média desses desvios elevados ao quadrado, que se designa por Variância. Calculando a
raiz quadrada da variância obtém-se o valor do desvio padrão).
O calculo da média dos desvios quadrados é feito dividindo a soma dos quadrados pelo valor de n-1 e
não por n (a razão para este procedimento prende-se com o conceito de graus de liberdade).
O desvio padrão da Disciplina A é de 2.9912, e é calculado da seguinte forma:
Se, para além da disciplina A, estes estudantes tiverem obtido nas disciplinas B, C, D e E, as notas que
se apresentam a seguir:
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ESTATÍSTICA
As médias destas 5 disciplinas são iguais (11 valores) e os desvios padrão das restantes disciplinas
são, respectivamente, de 2.38416 , .64889, 2.55467 e 2.88371.
Como já se disse acima, quanto maior o desvio padrão maior a dispersão das notas e mais afastadas
da média estão as notas dos alunos. Assim, se apenas conhecermos a média e o desvio padrão de
cada disciplina [A (M=11; DP=2.99122), B (M=11; DP=2.38416), C (M=11; DP=.64889), D (M=11;
DP=2.55567) e E (M=11; DP=2.88371)] ficamos a saber que, embora a turma seja globalmente igual
em todas as disciplinas (todas têm a mesma média, 11 valores), é na disciplina C que os estudantes
obtêm resultados mais homogéneos, isto é, é nesta disciplina que os estudantes têm notas mais perto
da média e que, por isso mesmo, são mais iguais entre si. A disciplina A é aquela onde há maiores
diferenças entre as notas de cada aluno e a média da turma, com alguns estudantes a revelarem-se
muito fracos e outros muito bons.
Medidas De Distribuição
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ESTATÍSTICA
paramétricos. Quando os resultados não se distribuem de acordo com a curva normal, teremos de usar
testes estatísticos não-paramétricos.
Uma distribuição normal perfeita caracteriza-se pelo facto de 68.26% dos casos se concentrem em
valores que se situam no intervalo entre um desvio padrão acima e um desvio padrão abaixo da média.
Esse valor sobe para 95.44% quando consideramos dois desvios padrões (acima e abaixo da média) e
99.72% se considerarmos três desvios padrões. Na figura abaixo representa-se graficamente uma
distribuição normal (o valor zero representa a média e cada traço na vertical representa um desvio
padrão acima ou abaixo da média).
Assim, se assumirmos que a altura dos membros da população se distribui de acordo com a curva
normal e se, por exemplo, a altura média da população adulta de um determinado país for de 175cm e
o desvio padrão de 10cm, sabemos que 68,26% dos sujeitos adultos dessa população terão uma
estatura entre 165cm (Média menos 1 desvio padrão, ou seja, 175cm-10cm) e 185cm (Média + 1
desvio padrão, ou seja 175cm+10cm) e que 95,44% estão entre 155cm (175cm-10cm-10cm) e 195cm
(175xcm+10cm+10cm). Sabemos igualmente que 0.13% dos adultos da população desse país têm
estatura superior a 205cm (175cm+10cm+10cm+10cm) e os outros 0.13% têm uma estatura inferior a
145cm (175cm-10cm-10cm-10cm).
As medidas de dispersão permitem-nos avaliar se os nossos dados estão distribuídos de acordo com o
padrão descrito acima, ou seja, verificar se temos uma distribuição normal, ou se há desvios nessa
distribuição. Para medir a distribuição usamos medidas de achatamento (Kurtose) ou de
simetria/obliquidade da curva de distribuição (Skewness).
A curtose (Kurtose) mede o grau de achatamento da curva. As distribuições achatadas têm uma maior
dispersão de valores pelos extremos da curva e as distribuições altas têm uma maior concentração de
valores em torno da média (centro da curva).
Se analisarmos as notas do nosso exemplo, verificamos que em nenhuma das disciplinas a distribuição
das notas se fez de acordo com a curva normal. Por exemplo, na disciplina A (M=11; DP=2.99122), 10
estudantes (50%) têm notas que se situam entre +1 ou -1 desvio padrão (entre 8.01 e 13.99), 4
estudantes (20%) têm notas que se situam entre -1 e -2 desvios padrão (entre 5.02 e 8.01) e 6 (30%) a
entre +1 e +2 desvios padrão (entre 16.98 e 19.97). Não há notas superiores ou inferiores a 3 desvios
padrão. A estes números correspondem valores de obliquidade de .131 e de curtose de -1.263, ou
seja, há uma relativa simetria (seria perfeita se o valor da obliquidade fosse zero) na distribuição dos
casos à esquerda (abaixo) e à direita (acima) da média, mas um achatamento da curva pelo facto de
os valores dentro do intervalo que vai de -1 a +1 desvio padrão (50%) serem em percentagem inferior
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ESTATÍSTICA
aos 68,26% que definem o valor da distribuição normal (como a percentagem do nosso exemplo é
inferior, o valor da curtose é negativo). No gráfico (histograma com curva de distribuição) apresentam-
se estes dados (as linhas verticais assinalam a média – a preto – e os desvios padrão – a azul).
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ESTATÍSTICA
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ESTATÍSTICA
Estatística Descritiva
Tipos De Dado
A interpretação das listas de números a olho é muito difícil. Ao invés disso, nós deveríamos produzir
um resumo verbal ou numérico e/ou usar métodos gráficos para descrever os pontos principais dos
dados.
O método mais apropriado dependerá da natureza dos dados, e aqui podemos distinguir dois tipos
principais:
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ESTATÍSTICA
Classificação de fósseis
Velocidade de corrente
As distinções são menos rígidas do que a descrição acima insinua. Por exemplo, em geral nós
trataríamos idade como uma variável contínua, mas se a idade for registrada pelo ano mais próximo,
podemos trata-la como discreta, e se separarmos a amostra em ``crianças'', ``adultos jovens'', ``idade
média'', ``velhos'', por exemplo, então temos faixa etária como uma variável ordenada categórica. No
entanto, em geral é recomendado manter os dados em sua forma original, categorizando os dados
somente para propósitos de apresentação.
Dados Qualitativos
Tabulando Dados
Frequentemente o primeiro passo da descrição de dados é criar uma tabela de frequência. Por
exemplo, as espécies de ``woodlice'' caindo numa armadilha foram:
Num relatório, a segunda coluna não seria mostrada, e os dados seriam sumarizados num formato
mais simples como mostrado abaixo. Se o maioria dos dados caem em poucas categorias, então é
conveniente colapssar algumas das categorias com somente uma ou duas observações em outra
categoria chamada ``outros''.
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ESTATÍSTICA
Tabelas simples como esta são na maioria das vezes suficientes para descrever dados qualitativos
Resumindo Numericamente
Considere o seguinte conjunto de dados que mostra os escores de abundância médios DAFOR de
ocorrência de Nardus stricta em 100 áreas investigadas em Exmoor.
A moda de um conjunto de dados categóricos é a categoria que tem o maior percentual de dados. Ela
deve ser usada cuidadosamente como uma medida resumo global porque é muito dependente da
forma como os dados são categorizados. Para os dados de ``woodlice'' a moda é Oniscus. Para os
dados acima, a categoria modal é ``Abundante'', mas por muito pouco.
A mediana, bem como a moda, podem ser calculadas para dados ordenados. Este é valor do ``meio'',
mais comumente usado para dados quantitativos. A mediana não faz sentido para os dados
``woodlice''. Para os dados de abundância, a categoria mediana é ``Frequente'', porque 50% dos dados
estão em categorias superiores, e menos do que 50% estão em categorias inferiores. A mediana é
mais robusta do que a moda pois é menos sensível à categorização adotada.
Gráficos De Barras
Dados qualitativos, particularmente quando as categorias são ordenadas, são usualmente bem
ilustrados num simples gráfico de barras onde a altura da barra é igual à frequência.
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ESTATÍSTICA
Gráfico De Setores
Gráfico de setores também podem ser úteis para apresentação de dados categóricos ordenados. Os
setores do gráfico são desenhados de tal forma que eles tenham área proporcional à frequência. Então
Dados Quantitativos
Histograma
Algumas vezes é conveniente agregar classes de frequência nos extremos da distribuição de forma
que os intervalos têm larguras diferentes. Cuidado ao fazer isso - um intervalos que é duas vezes a
largura de um outro deve tem altura igual à metada de sua frequência (para preservar a área contida
dentro do intervalo) Da mesma forma um intervalo que é três vezes a largura dos outros deve ter um
terço da altura de sua frequência observada.
Exemplo. 150 peixes mortos foram encontrados vítimas de contaminção do rio e seus comprimentos
foram medidos em milímetros. As medidas foram expressas na forma de tabela de frequência.
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ESTATÍSTICA
Gráfico De Ramos-E-Folhas
Um método gráfico que merece ser mais amplamente utilizado quando a quantidade de dados não é
muito grande é o gráfico de ramos-e-folhas como ilustrado a seguir.
Uma vez que a escala tenha sido determinada, a qual define os ``ramos'' à esquerda da linha veritcal,
podemos facilmente escrever os dados no gráfico de ramos-e-folhas como no diagrama esquerdo;
como um refinamento podemos então ordenar as ``folhas'' no diagrama à direita:
9 4
10 6 0
11 5 4 1 8
12 5 9 6 0
13 7 0 7 6 5
14 1 3 0 7
15 2 4 8 8
16 5 6 6
17 4 0
18 2 4
9 4
10 0 6
11 1 4 5 8
12 0 5 6 9
13 0 5 6 7 7
14 0 1 3 7
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ESTATÍSTICA
15 2 4 8 8
16 5 6 6
17 0 4
18 2 4
Acima os ramos são números inteiros e as folhas são valores depois do ponto decimal, mas isto não é
essencial em geral; por exemplo, os ramos podem representar centenas e as folhas dezenas (com
unidades arredondadas para o decimal mais próximo; as folhas devem ter um único dígito). Nota: é
importante escrever as folhas em colunas igualmente espaçadas, caso contrário pode resultar uma
figura distorcida.
O gráfico de ramos-e-folhas fornece um resumo visual dos dados sem que haja de fato a perda de
qualquer informação.
Resumindo Numericamente
Existem três escolhas principais para a medida de locação, a chamada ``3 Ms'', as quais estão ligadas
a certas medidas de dispersão como segue:
Para resumir dados quantitativos aproximadamente simétricos, é usual calcular a média aritmética
como uma medida de locação. Se são os valores dos dados, então podemos
escrever a média como
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ESTATÍSTICA
A variância é definida como o `desvio quadrático médio da média' e é calculada de uma amostra de
dados como
A segunda versão é mais fácil de ser calculada, embora muitas calculadoras têm funções prontas para
o cálculo de variâncias, e é raro ter que realisar todos os passos manualmente. Comumente as
calculadoras fornecerão a raiz quadrada da variância, o desvio padrão, i.e.
Uma informção útil é que para qualquer conjunto de dados, pelo menos 75% deles fica dentro de uma
A média é ,
a variância é
e o desvio padrão é .
Uma outra forma de sumarizar dados é em termos dos quantis ou percentis. Essas medidas são
particularmente úteis para dados não simétricos. A mediana (ou percentil 50) é definida como o valor
que divide os dados ordenados ao meio, i.e. metade dos dados têm valores maiores do que a mediana,
a outra metade tem valores menores do que a mediana. Adicionalmente, os quartis inferior e superior,
Q1 e Q3, são definidos como os valores abaixo dos quais estão um quarto e três quartos,
respectivamente, dos dados. Estes três valores são frequentemente usados para resumir os dados
juntamente com o mínimo e o máximo. Eles são obtidos ordenando os dados do menor para o maior, e
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ESTATÍSTICA
0, 1, 1, 2, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 3, 4, 4, 5, 6, 6, 7, 8, 10
O quartil inferior e superior são os valores e , i.e. 2 e 6 crianças, portanto amplitude inter-
quartil é de 4 crianças. Note que 50% dos dados estão entre os quartis inferior e superior.
Box-And-Whisker Plots
A Moda
Nem todos os conjuntos de dados são suficientemente balanceados para o cálculo da média ou
mediana. Algumas vezes, especialmente para dados de contagem, um único valor domina a amostra.
A medida de locação apropriada é então a moda, a qual é o valor que ocorre com maior frequência. A
proporção da amostra a qual toma este valor modal deveria ser utilizada no lugar de uma medida
formal de dispersão.
Algumas vezes, podemos distinguir claramente `picos' na frequência dos valores registrados. Neste
caso (chamado bimodal) deveríamos apresentar ambas as localizações. Dados deste tipo são
particularmente difíceis de resumir (e analisar).
Exemplo. Dez pessoas registraram o número de copos de cerveja que eles tomaram num determinado
sábado:
0, 0, 0, 0, 0, 1, 2, 3, 3, 6
A moda é 0 copos de cerveja, a qual foi obtida pela metade da amostra. Poderiamos adicionar mais
informação separando a amostra e dizendo que daqueles que tomaram cerveja a mediana foi de 3
copos.
Dados Múltiplos
Os resultados de um estudo tipicamente envolverão mais do que uma única amostra de dados como
discutido até aqui. Representações gráficas são úteis para comparar grupos de dados ou para verificar
se exitem relações entre eles. Existem muitas possibilidades, mas a mais adequada dependerá das
peculiaridades de cada conjunto de dados.
Além dos exemplos abaixo, podemos criar combinações de métodos já discutidos. Por exemplo, se
medirmos as alturas e pesos de uma amostra de pessoas, podemos produzir box-plots de altura lado a
lado para homens e mulheres, ou gráficos ramo-e-folhas lado a lado (com as alturas dos homens à
esquerda do ramo, e as alturas das mulheres à direita), ou um histograma acima do outro (com a
mesma escala no eixo x de forma que eles possam ser facilmente comparados). Para um número
diferente de grupos, uma série de box-plots verticais funciona bem como um símples resumo dos
dados.
Para combinações de dados categóricos, uma série de gráficos de setores podem ser produzidos, i.e.
dois gráficos de setores, um para homens e um para mulheres.
Gráficos De Pontos
Para avaliar se existe uma relação entre duas variáveis contínuas, podemos produzir um gráfico de
pontos. É importante que o eixo x faça sentido. Em geral faz pouco sentido unir os pontos, exceto
onde o eixo x representa tempo (veja abaixo). Símbolos diferentes podem ser usados para diferentes
grupos para adicionar uma nova dimensão ao gráfico. O gráfico abaixo mostra alturas e pesos de
estudantes do sexo masculino e feminino.
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ESTATÍSTICA
Para mais do que duas variáveis, pode-se produzir gráficos entre todos os pares possíveis para
produzir uma matriz de gráficos de pontos.
Gráfico Temporal
Um caso especial de um gráfico de pontos é um gráfico temporal onde `tempo' está no eixo x. As
medidas são feitas ao longo do tempo. Nestes casos é usual unir pontos sucessivos por retas, e é em
geral uma boa prática deixar o eixo x mais longo do que o eixo y.
Abaixo mostramos as temperaturas diárias médias em Philadelphia, USA nos dois primeiros meses de
1980.
Ladder Plot
O ladder plot não é um gráfico do tipo padrão mas pode ser útil para visualizar dados pareados.
Considere o seguinte exemplo.
Um ornitologista deseja saber se um determinado local é usado por pássaros migratórios de uma certa
raça para engorda antes de migrar. Ele captura alguns pássaros em Agosto e pesa-os, então em
Setembro ele tenta re-capturar os mesmos pássaros e faz novas medidas. Ele re-capturou 10 dos
pássaros duas vezes, ambos em Agosto e Setembro. A tabela abaixo mostra as massas desses
pássaros.
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ESTATÍSTICA
É muito mais fácil ver do gráfico do que da tabela que os pássaros tendem a engordar, e que aqueles
que não engordaram tenderam a ser os maiores que provavelmente não necessitam de uma engorda
extra.
Exercícios 1
1. Descreva de forma concisa os seguintes dados usando suas palavras e algumas estatísticas
descritivas, apontando características principais observadas.
1. As notas (de um total de 100 e ordenadas por tamanho) de 20 estudantes de estatística no primeiro
exame do semestre:
30 35 37 40 40 49 51 54 54 55
57 58 60 60 62 62 65 67 74 89
2. O número de faltas de 20 trabalhadores num ano (ordenados por tamanho):
0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
2 2 3 3 4 5 5 5 8 45
3. O número de exemplares de um jornal mensal em particular lidos por 20 pessoas num ano:
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ESTATÍSTICA
0 1 11 0 0 0 2 12 0 0
12 1 0 0 0 0 12 0 11 0
2. Produza um gráfico ramos-e-folhas para apresentação dos dados de altura (em metros) de 20
mulheres sendo estudadas para uma certa condição médica.
Faça um gráfico destes dados, e use o gráfico para ajudar a avaliar se o acidente provocou um
aumento significativo nos níveis do poluente no afluente.
4. A tabela abaixo fornece o número de grânulos de arenito por cm em 20 amostras tomadas de uma
certa localidade (A) e 20 amostras tomadas de uma outra localidade (B).
3. Qual é o mínimo, máximo, mediana, quartil inferior e quartil superior de cada grupo?
4. Usando sua resposta ao item (c), construa boxplots para os dois conjuntos de dados - um
diretamento acime do outro, ou lado a lado para facilitar a comparação.
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ESTATÍSTICA
Você acha que existe uma diferença real entre os números de grânulos de arenito nas duas
localidades, ou você acha que as diferenças observadas poderiam ter simplesmente ocorrido como
uma consequência dos grupos consistirem de somente 20 amostras cada?
O percentual de açúcar e sal em 9 cereais matinais mais populares foram medidos, com os seguintes
resultados:
Faça um gráfico desses dados para investigar a relação entre o conteúdo de açúcar e sal nos cereais
matinais.
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PROBABILIDADE
Probabilidade
Um experimento aleatório pode ser repetido inúmeras vezes e nas mesmas condições e, mesmo
assim, apresenta resultados diferentes. Cada um desses resultados possíveis é chamado de ponto
amostral. São exemplos de experimentos aleatórios:
A) Cara Ou Coroa
Lançar uma moeda e observar se a face voltada para cima é cara ou coroa é um exemplo de experi-
mento aleatório. Se a moeda não for viciada e for lançada sempre nas mesmas condições, podere-
mos ter como resultado tanto cara quanto coroa.
B) Lançamento De Um Dado
Lançar um dado e observar qual é o número da face superior também é um experimento aleatório.
Esse número pode ser 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 e cada um desses resultados apresenta a mesma chance de
ocorrer. Em cada lançamento, o resultado pode ser igual ao anterior ou diferente dele.
Observe que, no lançamento da moeda, as chances de repetir o resultado anterior são muito maiores.
Cada carta tem a mesma chance de ocorrência cada vez que o experimento é realizado, por isso,
esse é também um experimento aleatório.
Espaço Amostral
O espaço amostral (Ω) é o conjunto formado por todos os resultados possíveis de um experimento
aleatório. Em outras palavras, é o conjunto formado por todos os pontos amostrais de um experimen-
to. Veja exemplos:
O espaço amostral também é chamado de Universo e pode ser representado pelas outras notações
usadas nos conjuntos. Além disso, todas as operações entre conjuntos valem também para espaços
amostrais.
Evento
Um evento é qualquer subconjunto de um espaço amostral. Ele pode conter nenhum elemento (con-
junto vazio) ou todos os elementos de um espaço amostral. O número de elementos do evento é re-
presentado da seguinte maneira: n(E), sendo E o evento em questão.
O evento é sair cara e possui um único elemento. A representação dos eventos também é feita com
notações de conjuntos:
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PROBABILIDADE
E = {cara}
E = {2, 4, 6}
Os eventos que possuem apenas um elemento (ponto amostral) são chamados de simples. Quando o
evento é igual ao espaço amostral, ele é chamado de evento certo e sua probabilidade de ocorrência
é de 100%. Quando um evento é igual ao conjunto vazio, ele é chamado de evento impossível e pos-
sui 0% de chances de ocorrência.
Cálculo da Probabilidade
P(E) = n(E)
n(Ω)
Observações:
Quando é necessário usar porcentagem, devemos multiplicar o resultado dessa divisão por 100 ou
usar regra de três;
P(A-1) = 1 – P(A)
Exemplos:
Solução:
Observe que o espaço amostral só possui dois elementos e que o evento é sair cara e, por isso, pos-
sui apenas um elemento.
P(E) = n(E)
n(Ω)
P(E) = 1
Solução:
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PROBABILIDADE
Há quatro casos possíveis (número de elementos do espaço amostral) e dois casos favoráveis (nú-
mero de elementos do evento), logo:
P(E) = n(E)
n(Ω)
P(E) = 2
Solução:
Observe que os números do dado menores do que 3 são 1 e 2, por isso, o evento possui apenas dois
elementos. O espaço amostral possui seis elementos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
P(E) = n(E)
n(Ω)
P(E) = 2
Solução:
Temos duas maneiras de resolver esse problema. Note que não sair o número 1 é o mesmo que sair
qualquer outro número. Faremos o mesmo cálculo de probabilidade considerando que o evento pos-
sui cinco elementos.
P(A-1) = 1 – P(E)
P(A-1) = 1 – P(E)
P(A-1) = 1 – n(E)
n(Ω)
P(A-1) = 1 – 1
P(A-1) = 1 – 0,166..
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PROBABILIDADE
Já arranjo forma grupos específicos, vejamos uma situação: Na formação de senhas para clientes,
um banco disponibiliza oito dígitos entre: 0, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 8. Sabendo que cada senha é formada por
três dígitos distintos, qual o número de senha?
Lembre-se, aqui é importante a ordem dos elementos:
A8,3= 8!
8!- 3!
8!
5!
8.7.6.5!
5!
8.7.6
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PROBABILIDADE
336 senhas.
A análise combinatória é utilizada para resolver problemas de contagem. Utilizando os processos
combinatórios é possível determinar o número de combinações, arranjos e permutações possíveis.
Para cada uma destas aplicações, alguns critérios devem ser respeitados. Iremos agora conduzir
você a entender o Diagrama da Árvore. Quando conseguir assimilar esta estrutura será fácil entender
o Princípio Fundamental da Contagem, que define - se como sendo:
Em notação matemática isso seria o mesmo que considerarmos, que determinada atividade pode ser
realizada em duas etapas, ou seja, de m e n maneiras distintas, o total de possibilidades será dado
pelo produto de m por n (m x n). Iremos agora resolver um problema utilizando o Diagrama da Árvo-
re para que possamos entender o Princípio Fundamental da Contagem:
Problema: Jeniffer irá participar da promoção de uma loja de roupas que está dando um vale compras
no valor de R$ 1000,00 reais. Ganhará o desafio o primeiro participante que conseguir fazer o maior
número de combinações com o kit de roupa cedido pela loja. No kit temos: seis camisetas, quatro
saias e dois pares de sapato do tipo salto alto. De quantas maneiras distintas Jeniffer poderá combi-
nar todo o vestuário que esta no quite de roupa?
Camisetas
Saias
Sapatos
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PROBABILIDADE
A outra forma que temos para resolver este problema é utilizando o Princípio Fundamental da Con-
tagem.
6 x 4 x 2 = 48
Observe que ao utilizarmos o Princípio Fundamental da Contagem, também foi possível determinar o
número de combinações do Kit roupa, este número corresponde ao que foi encontrado quando utili-
zamos o Diagrama da árvore.
O princípio fundamental da contagem diz que um evento que ocorre em nsituações independentes e
sucessivas, tendo a primeira situação ocorrendo de m1 maneiras, a segunda situação ocorrendo
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PROBABILIDADE
Exemplos
Como o zero à esquerda de um número não é significativo, para que tenhamos um número natural
com dois algarismos ele deve começar com um dígito de 1 a 9, temos, portanto, 9 possibilidades.
Para que o número seja um múltiplo de 5, o mesmo deve terminar em 0 ou 5, portanto temos ape-
nas 2 possibilidades.
Logo:
Pelo princípio fundamental da contagem temos que multiplicar 4, que é o número de elementos do
primeiro conjunto, por 10 que corresponde ao número de elementos do segundo conjunto.
Portanto:
De quantas formas podemos dispor as letras da palavra FLUOR de sorte que a última letra seja
sempre a letra R?
Para a última letra, segundo o enunciado temos apenas uma possibilidade que é a letra R.
Note que este exemplo é semelhante ao caso dos livros, explicado no início da página, só que neste
caso teríamos mais um livro, digamos de ciências, que sempre seria colocado na pilha por último.
Podemos dispor as letras da palavra FLUOR de 24 formas diferentes, tal que a última letra seja
sempre a letra R.
Quantos números naturais com 3 algarismos podemos formar que não comecem com 16, nem
com 17?
Neste exemplo iremos fazer o cálculo em duas partes. Primeiro iremos calcular quantos são os núme-
ros com três algarismos.
Como neste caso na primeira posição não podemos ter o dígito zero, o número de possibilidades
para cada posição é respectivamente: 9, 10 e 10.
Para a primeira posição temos apenas uma possibilidade, o dígito 1. Para a segunda temos 2, pois
servem tanto o dígito 6, quanto o 7.
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PROBABILIDADE
Para a terceira e última posição temos todos os dígitos possíveis, ou seja, 10 possibilidades.
São quantos os números ímpares com três algarismos, que não possuem dígitos repetidos e
que de trás para frente também são ímpares?
Os números devem ser ímpares, temos então 5 possibilidades para o último algarismo.
A história do "de trás para frente", em outras palavras quer dizer que o primeiro algarismo também é
ímpar. Como um dígito ímpar já foi utilizado na última posição, temos então apenas 4 disponíveis
para a primeira posição.
Para o dígito central temos apenas 8 possibilidades, pois dois dígitos ímpares já foram utilizados.
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MATRIZES
Matrizes e Determinantes
Para representar matrizes, utilizamos a disposição de uma tabela. Chamamos de matriz toda a tabela
m x n ( lê-se “m por n”) em que números estão dispostos em linhas (m) e colunas (n). Cada elemento
da matriz é indicado por aii (i indica a posição do elemento referente à linha, e j, a posição em relação
à coluna). Acompanhe a seguir a representação de uma matriz m x n.
Diagonais da Matriz
Toda matriz possui diagonal principal e diagonal secundária. A diagonal principal é formada pelos
elementos em que i = j. A diagonal secundária é composta por elementos em que a soma de i com j
sempre resulta em uma mesma solução. Veja como identificamos as diagonais de uma matriz:
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MATRIZES
Diagonal Principal
Diagonal Secundária
Matrizes Especiais
Existem algumas matrizes que são consideradas especiais pela forma como são organizadas. Entre
essas matrizes, podemos destacar:
• Matriz quadrada: é toda a matriz em que o número de linhas é igual ao número de colunas.
Exemplos:
Observe que a matriz acima apresenta três linhas e três colunas. Como o número de linhas é igual ao
de colunas, a matriz é quadrada.
• Matriz identidade: todos os elementos da diagonal principal são iguais a 1, e os demais números
são iguais a zero.
• Matriz nula: é toda matriz em que seus elementos são iguais a zero.
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MATRIZES
• Adição: Sejam A e B duas matrizes em que a sua soma resulta em uma matriz C.
A+B=C
A+B=C
A 2 x 3 + B2 x 3 = C2 x 3
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MATRIZES
A – B =C
A + (- B) = C
A matriz diferença pode ser definida como sendo a soma de A com o oposto de B, ou seja, - B. Para
realizarmos a subtração entre duas matrizes, elas devem possuir o mesmo número de linhas e
colunas. Acompanhe o exemplo abaixo e verifique como é feita a subtração entre duas matrizes:
• Multiplicação: Dadas as matrizes Am x n e Bn x p, para que seja possível realizar o seu produto, o
número de colunas da matriz A deve ser igual ao número de linhas da matriz B. Esse processo
resulta em uma matriz Cm x p. Observe o exemplo abaixo e veja como isso é feito:
a1,1 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 1 da matriz B.
a1,2 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 2 da matriz B.
a1,3 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 3 da matriz B.
a2,1 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 1 da matriz B.
a2,2 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 2 da matriz B.
a2,3 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 3 da matriz B.
Determinante
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MATRIZES
Calculamos o determinante de matrizes quadradas, isto é, aquelas em que o número de linhas é igual
ao número de colunas. Observe:
Definimos como determinante da matriz A (det A) o número que é obtido pela operação dos
elementos que compõem A.
• Caso A possua uma linha e uma coluna (A1 X 1), então o determinante será representado pelo único
elemento que compõe A. Exemplo:
A = (10)
det A = 10
• Se A possuir duas linhas e colunas (A2 x 2), então o determinante (det A2 x 2) será dado pela diferença
entre os produtos da diagonal principal da matriz A pelo produto dos elementos que compõem a sua
diagonal secundária. Veja abaixo como é feito o cálculo do determinante de uma matriz 2 por 2 (A 2 X
2).
Para toda matriz quadrada 2 por 2, o cálculo do determinante é realizado da forma como está
demonstrado acima. Caso a matriz quadrada seja do tipo M 3 X 3, M 4 X 4, M 5 X 5 e assim por diante,
calculamos o seu determinante executando os passos descritos abaixo:
4. Realize a diferença entre os resultados obtidos referente à soma dos termos das diagonais
principais e das secundárias. No fim desses cálculos, teremos o determinante da matriz.
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MATRIZES
det M3 X 3 = a 1,1 . a 2,2 . a 3,3 + a 1,2 + a 1,2 . a 2,3 . a 3,1 + a 1,3 . a 2,1 . a 3,2 - ( a 1,3 . a 2,2 . a 3,1 + a 1,1 . a 2,3 .
a 3,2 + a 1,2 . a 2,1 . a 3,3).
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COACHING PARA CONCURSOS – ESTRATÉGIAS PARA SER APROVADO
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REGIMENTO
INTERNO
ATUALIZADO ATÉ A RESOLUÇÃO Nº 1.676,
DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021 22
REGIMENTO INTERNO
Fortaleza - Ceará
2022
Cumprindo o dever de atualizar processos
e modernizar os trabalhos legislativos, a
Câmara Municipal de Fortaleza assumiu
o desafio de revisar o antigo regimento
interno da Casa e propor um documento
alinhado com as atuais expectativas do povo
de Fortaleza.
PRESI
valores que são fundamentais para a Câmara
Municipal e para a democracia, como a
transparência, a participação popular e a
DEN
inovação dos processos legislativos. 5
TE
Diante desses avanços, nós temos a honra
de apresentar uma das cartas legislativas
mais atuais do País, que tem passado
por constantes atualizações, a partir de
emendas. Nossa expectativa é de que essas
mudanças ordenem, facilitem e aprimorem o
trabalho dos vereadores de Fortaleza, além
de aproximar a população das discussões
realizadas na Casa. Reforçamos, então, o
nosso compromisso de debater e buscar
soluções para as principais questões da
cidade, sempre priorizando o nosso bem
mais valioso: o povo de Fortaleza.
REGIMENTO INTERNO
Antônio Henrique (PDT)
Adail Junior (PDT)
Adriana Nossa Cara (PSOL)
Ana Aracapé (PL)
Bruno Mesquita (PROS)
Carmelo Neto (PL)
Cláudia Gomes (PSDB)
Danilo Lopes (Avante)
Dr. Luciano Girão (Progressistas)
Elpídio Nogueira (PDT)*
Emanuel Acrízio (Progressistas)
Enfermeira Ana Paula (PDT)
Erivaldo Xavier (PSDB)
Estrela Barros (Rede)
Eudes Bringel (PSB)
Fábio Rubens (PSB)
Gabriel Aguiar (PSOL)
PAR
Gardel Rolim (PDT)
Germano He-Man (PMB)
Guilherme Sampaio (PT)
Inspetor Alberto (PL)
LAMEN
Jorge Pinheiro (PSDB)
José Freire (PSD)
Julierme Sena (União Brasil)
Júlio Brizzi (PDT) 7
TARES
Kátia Rodrigues (Cidadania)
Larissa Gaspar (PT)
Léo Couto (PSB)
Lúcio Bruno (PDT)
Marcelo Lemos (União Brasil)
LEGISLATURA 2021/2024 Márcio Martins (PROS)
Michel Lins (Cidadania)*
Paulo Martins (PDT)
PPCell (PSD)
Priscila Costa (PL)
Prof. Enilson (Cidadania)
Raimundo Filho (PDT)*
Renan Colares (PDT)
Ronaldo Martins (Republicanos)*
Ronivaldo
Sargento Reginauro (União Brasil)
Tia Francisca (PL)
Wellington Sabóia (PMB)
* Suplentes em exercício:
Carlos Mesquita (PDT), Pedro França
(Cidadania), Didi Mangueira (PDT) e
Veríssimo Freitas (Republicanos)
REGIMENTO INTERNO
Presidente
Antônio Henrique (PDT)
1º Vice-Presidente
Adail Junior (PDT)
2ª Vice-Presidente
Enfermeira Ana Paula (PDT)
MESA
DIRE
3º Vice-Presidente
Eudes Bringel (PSB)
TORA
1º Secretário 9
Julierme Sena (União Brasil)
2º Secretário
Guilherme Sampaio (PT)
BIÊNIO 2021-2022
3ª Secretária
Kátia Rodrigues (Cidadania)
SUPLENTES DA MESA
Tia Francisca (PL) – 1ª SUPLENTE
José Freire (PSD) – 2º SUPLENTE
Erivaldo Xavier (PSDB) – 3º SUPLENTE
REGIMENTO INTERNO
EQUIPE
Waldenia Márcia Barbosa
Diretora-Geral
NICA
Isac Salomão Magalhães Pinto Holanda
Coordenador-Geral Legislativo
11
Antonio Kallil Cavalcante Quirino
Coordenador de Comissões Técnicas
REGIMENTO INTERNO
SUMÁRIO
Seção IV - Dos Suplentes.......................................................................................................42
CAPÍTULO III - DAS SESSÕES LEGISLATIVAS ORDINÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS.....20 Seção I - Das Comissões Especiais.......................................................................................53
Seção I - Das Sessões Legislativas Ordinárias......................................................................20 Seção II - Das Comissões Parlamentares de Inquérito......................................................54
Seção II - Das Sessões Legislativas Extraordinárias............................................................21 Seção III - Das Comissões de Representação.....................................................................56
12 CAPÍTULO III - DAS FALTAS E DAS LICENÇAS....................................................................24 CAPÍTULO V - DOS IMPEDIMENTOS E DAS AUSÊNCIAS.................................................61 13
Seção I - Das Faltas.................................................................................................................24 CAPÍTULO VI - DA VACÂNCIA...............................................................................................62
C Â M A R A M U N I C I PA L D E F O R TA L E Z A REGIMENTO INTERNO
Seção VIII - Das Questões de Ordem...................................................................................73 Subseção II - Dos Requerimentos Sujeitos à Deliberação do Plenário...........................95
TÍTULO V - DAS SESSÕES.......................................................................................................73 Subseção III - Dos Requerimentos Sujeitos à Deliberação das Comissões.....................96
Seção II - Das Regras Destinadas aos Vereadores...............................................................74 Seção I - Do Protocolo das Proposições...............................................................................98
Seção IV - Da Duração, da Suspensão e do Encerramento das Sessões.........................75 Seção III - Da Tramitação em Apenso...................................................................................100
Seção II - Do Uso da Palavra...................................................................................................85 Seção III - Da Redação para o Segundo Turno e da Redação Final................................108
CAPÍTULO VIII - DO RECURSO DAS DECISÕES DO PRESIDENTE...................................87 TÍTULO VII - DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS............................................................112
TÍTULO VI - DO PROCESSO LEGISLATIVO...........................................................................89 CAPÍTULO II - DAS SUGESTÕES DOS CIDADÃOS (PROGRAMA E-CIDADANIA).......114
Seção II - Das Indicações.......................................................................................................91 CAPÍTULO V - DA APRECIAÇÃO DOS PROJETOS DE LEI DO PLANO PLURIANUAL, DAS
Subseção I - Dos Requerimentos Sujeitos à Decisão do Presidente...............................93 CAPÍTULO VI - DA APRECIAÇÃO DAS CONTAS..............................................................118
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CAPÍTULO VII - DA APRECIAÇÃO DO VETO....................................................................119
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................122
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RESOLUÇÃO Nº 1.670, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2020 de legislaturas presente.
(Atualizada até a Resolução Nº 1.676, de 16 de dezembro de 2021)
Parágrafo único. O Presidente designará para secretariar os
Institui o Regimento Interno da Câmara
Municipal de Fortaleza. trabalhos 2 (dois) Vereadores de partidos diferentes.
Art. 4º Na sessão solene de instalação da legislatura a ordem dos
O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA, NO USO trabalhos será a seguinte:
DE SUAS ATRIBUIÇÕES EXPRESSAS NO ARTIGO 36, INCISO IV, DA
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA, PROMULGA: I — prestação do compromisso legal dos Vereadores;
II — posse dos Vereadores presentes;
TÍTULO I III — eleição dos membros da Mesa Diretora;
DA CÂMARA MUNICIPAL IV — posse dos membros da Mesa Diretora;
V — entrega à Mesa Diretora, pelo Prefeito e pelo Vice-Prefeito,
das respectivas declarações de bens, nos termos do art. 70 da Lei
CAPÍTULO I
Orgânica do Município;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
VI — prestação do compromisso legal do Prefeito e do Vice-Prefeito;
VII — posse do Prefeito e do Vice-Prefeito.
18 19
Art. 1º A Câmara Municipal de Fortaleza tem sua sede no Paço
Art. 5º Lida a relação nominal dos diplomados, o Presidente
Municipal José Barros de Alencar, na Capital do Estado do Ceará.
declarará instalada a legislatura e, de pé, no que deverá ser
Parágrafo único. Somente por decisão da maioria absoluta do acompanhado pelos demais Vereadores, prestará o seguinte
Plenário, a Câmara Municipal poderá realizar sessões em local compromisso:
distinto de sua sede.
“Prometo cumprir e fazer cumprir a Constituição Federal, a
Art. 2º Cada legislatura terá a duração de 4 (quatro) anos, Constituição do Estado do Ceará, a Lei Orgânica do Município
correspondendo cada ano a uma sessão legislativa ordinária. de Fortaleza e as demais leis, desempenhar, com ética e decoro,
o mandato que me foi outorgado e promover o bem-estar geral
do povo de Fortaleza, exercendo, com patriotismo, as funções de
meu cargo.”
CAPÍTULO II
§ 1º O secretário, designado para esse fim, em seguida fará a
DA INSTALAÇÃO DA LEGISLATURA
chamada de cada Vereador, que, à sua vez, declarará: “ASSIM O
PROMETO”.
Art. 3º A Câmara Municipal de Fortaleza instalar-se-á, no primeiro § 2º Prestado o compromisso, lavrar-se-á, em livro próprio, o
ano de cada legislatura, no dia 1º de janeiro, às 16h (dezesseis respectivo Termo de Posse, que será assinado por todos os
horas), em sessão solene, independentemente de número, sob a Vereadores.
presidência do Vereador mais idoso dentre os de maior número
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§ 3º O Vereador que não tomar posse na sessão de instalação Seção II
deverá fazê-lo dentro do prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo
justo, apresentado por escrito e aceito pela Mesa Diretora, sob Das Sessões Legislativas Extraordinárias
pena de considerar-se haver renunciado tacitamente.
§ 4º Os Vereadores ou os suplentes que vierem a ser posteriormente Art. 9º A Câmara Municipal de Fortaleza reunir-se-á, em sessão
empossados prestarão uma única vez idêntico compromisso legislativa extraordinária, sempre que for convocada em período
durante a legislatura. de recesso parlamentar.
Art. 6º A eleição e a posse dos Membros da Mesa Diretora far-se- § 1º A convocação extraordinária far-se-á pelo Prefeito, pelo
ão nos termos do Capítulo II do Título III deste Regimento Interno. Presidente da Câmara ou a requerimento da maioria absoluta da
Art. 7º O Prefeito e o Vice-Prefeito prestarão compromisso e Casa, em caso de urgência ou interesse público relevante.
tomarão posse nos termos do art. 68 da Lei Orgânica do Município. § 2º As sessões legislativas extraordinárias instalar-se-ão, desde
que observada a antecedência mínima de 2 (dois) dias, e nelas é
vedado tratar de assunto ou matéria estranha à convocação.
CAPÍTULO III
§ 3º O Presidente dará ciência da convocação aos Vereadores por
DAS SESSÕES LEGISLATIVAS ORDINÁRIAS E meio de notificação pessoal e sob a forma escrita, podendo ser
EXTRAORDINÁRIAS por meio eletrônico.
20 21
Seção I TÍTULO II
Das Sessões Legislativas Ordinárias DOS VEREADORES
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I — comparecer, à hora regimental, nos dias designados, às sessões Art. 14. A renúncia expressa ao mandato far-se-á por escrito,
da Câmara Municipal, apresentando justificativa por escrito em tendo como destinatário o Presidente da Câmara, e se tornará
suas faltas. efetiva e irretratável depois de lida em Plenário e registrada na ata,
na primeira sessão seguinte.
II — não se eximir de qualquer trabalho ou encargo relativo ao
desempenho do mandato; Art. 15. Nos termos do art. 29, inciso IX, da Constituição
Federal, aplicam-se aos Vereadores, no que couber, proibições
III — dar, nos prazos regimentais, votos e pareceres, comparecendo e incompatibilidades similares às aplicáveis aos membros do
às sessões e votando nas reuniões da Comissão a que pertencer; Congresso Nacional.
IV — propor, ou levar ao conhecimento da Câmara Municipal, Art. 16. Perderá o mandato o Vereador:
medidas que julgar convenientes aos interesses do Município e
de sua população; I — que infringir qualquer das proibições e das incompatibilidades
estabelecidas na Constituição Federal e na Lei Orgânica do
V — impugnar medidas e propostas que lhe pareçam prejudiciais Município;
ao interesse público;
II — cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
VI — zelar pela celeridade da tramitação de proposições e processos parlamentar;
administrativos, observando os prazos de sua responsabilidade e
evitando atos protelatórios. III — que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa ordinária,
à terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou
22 missão autorizada; 23
CAPÍTULO II IV — que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
DA VACÂNCIA V — quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na
Constituição Federal;
Art. 12. As vagas na Câmara Municipal de Fortaleza verificar-se-ão VI — que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
em virtude de: julgado;
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§ 3º O processo de perda do mandato do Vereador, nos termos § 5º Não será atribuída falta ao Vereador que se retirar, como
deste artigo, obedecerá aos ritos dispostos no Código de Ética e recurso parlamentar, da votação de determinada matéria incluída
Decoro Parlamentar. na Ordem do Dia, a título de obstrução devidamente comunicada
ao Presidente da sessão, em Plenário.
§ 4º A renúncia de Vereador submetido a processo que vise ou
possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus § 6º O Vereador em obstrução nos termos do § 4º não poderá
efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ justificar voto na matéria de cuja votação não participou.
1º e 2º.
Art. 18. O Vereador que faltar, injustificadamente, a mais de 3
(três) sessões ao mês, entre ordinárias e extraordinárias, sofrerá,
automaticamente, para cada falta, 1/30 (um trinta avos) de
CAPÍTULO III desconto de seu subsídio.
DAS FALTAS E DAS LICENÇAS
Seção II
Seção I Das Licenças
Das Faltas
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§ 3º Na hipótese dos incisos I e II do caput, para efeito de pagamento, § 1º Assiste ao Suplente de Vereador que for convocado o direito
o Vereador fará jus ao subsídio como se em exercício estivesse. de se declarar impossibilitado de assumir o exercício do mandato,
dando ciência, por escrito, ao Presidente da Câmara, que convocará
§ 4º Na hipótese do inciso III do caput, a licença será sem remuneração, o imediatamente seguinte.
por prazo determinado, não superior a 120 (cento e vinte) dias.
§ 2º O Suplente de Vereador convocado deverá tomar posse
§ 5º Na hipótese do inciso IV do caput, o Vereador poderá optar pelo no prazo de 15 (quinze) dias corridos, contados da data da
subsídio do mandato. convocação, salvo no caso de motivo justo, apresentado por
§ 6º O retorno antecipado ao exercício das atividades parlamentares, escrito à Câmara e aceito pela maioria absoluta dos Vereadores,
antes do término do período de licença, depende de requerimento quando se prorrogará o prazo, por igual período, uma única vez.
escrito dirigido ao Presidente da Câmara, produzindo efeitos após § 3º Considerar-se-á motivo justo a doença, a ausência do país
sua leitura em Plenário, com registro em ata, na primeira sessão e a investidura nas funções previstas no inciso I do art. 40 da Lei
após o seu recebimento. Orgânica do Município, documentalmente comprovadas.
Art. 20. A licença para tratamento de saúde será por prazo § 4º Enquanto não houver posse do Suplente, calcular-se-á o
determinado, devendo o requerimento ser previamente instruído quórum em função dos Vereadores em efetivo exercício.
por atestado médico que deverá ser emitido por profissional
devidamente habilitado e que deverá ser ratificado por junta § 5º Para efeito de pagamento, o Suplente de Vereador fará jus ao
médica municipal. subsídio a partir do momento de sua posse.
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IV — da oposição. Art. 25. O Chefe do Poder Executivo Municipal, mediante
ofício dirigido à Mesa Diretora, poderá indicar Vereadores para
§ 1º Cada representação partidária ou bloco parlamentar, exercerem a liderança do governo.
independentemente de seu tamanho, terá um líder e, quando
tiver mais de um Vereador, um vice-líder. Art. 26. A maioria absoluta dos Vereadores das bancadas de
oposição da Câmara, mediante ofício dirigido à Mesa Diretora,
§ 2º As lideranças de governo e de oposição poderão ter cada poderá indicar Vereadores para exercerem a liderança da oposição.
uma, um líder e até 2 (dois) vice-líderes.
§ 3º O líder, em suas ausências, impedimentos ou licenças, será
substituído pelo respectivo vice-líder. Seção II
§ 4º Os líderes e os vice-líderes não poderão integrar a Mesa Das Prerrogativas
Diretora.
Art. 23. A escolha do líder e do vice-líder de uma representação
partidária será objeto de comunicação à Mesa Diretora, em Art. 27. O líder, além de outras, tem as seguintes prerrogativas:
documento subscrito pela maioria absoluta dos respectivos I — dirigir à Mesa Diretora comunicações relativas à sua bancada;
membros.
II — indicar à Mesa Diretora os membros para comporem as
Art. 24. As representações de 2 (dois) ou mais partidos, por Comissões;
deliberação das respectivas bancadas, poderão constituir bloco
28 parlamentar, sob liderança comum. III — fazer uso da palavra no tempo destinado às lideranças no 29
Grande Expediente das sessões ordinárias;
§ 1º A constituição de um bloco parlamentar e a escolha do seu
líder e do seu vice-líder serão objeto de comunicação à Mesa IV — encaminhar a votação de qualquer proposição sujeita à
Diretora, em documento subscrito pela maioria absoluta dos deliberação do Plenário, para orientar sua bancada;
membros de cada representação partidária que o componha.
V — participar do Colégio de Líderes.
§ 2º As lideranças das representações partidárias que se coligarem
em bloco parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas
regimentais. Seção III
§ 3º O bloco parlamentar terá existência circunscrita à legislatura Do Colégio de Líderes
e receberá o mesmo tratamento dispensado às representações
partidárias.
§ 4º A representação partidária integrante de bloco parlamentar Art. 28. Fica instituído o Colégio de Líderes, como instância
não poderá fazer parte de outro concomitantemente. exclusivamente consultiva, cuja finalidade é mediar impasse que
porventura venha a ocorrer nos trabalhos da Câmara.
§ 5º A extinção do bloco parlamentar dar-se-á a qualquer tempo,
mediante documento subscrito pela maioria absoluta dos seus § 1º A convocação do Colégio de Líderes será feita pelo Presidente
membros. da Câmara ou pela maioria absoluta do Plenário.
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§ 2º O Líder do Governo e o Líder da Oposição terão direito a voz, Segundo-Secretário, 1 (um) Terceiro-Secretário, além de 1º, 2º e 3º
no Colégio de Líderes, mas não a voto. Suplentes.
§ 3º Sempre que possível, as respostas sobre as consultas feitas § 1º Na composição da Mesa Diretora, será assegurada, tanto
ao Colégio de Líderes serão tomadas mediante consenso entre quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou
seus integrantes; quando isto não for possível, prevalecerá o dos blocos parlamentares que participam da Câmara Municipal de
critério da maioria absoluta. Fortaleza, e a proporcionalidade entre os parlamentares dos sexos
masculino e feminino.
§ 4º O peso dos votos dos líderes partidários ou dos blocos
partidários será proporcional ao número de parlamentares que § 2º Para os fins do cálculo de proporcionalidade partidária, será
eles representam. considerado o número de candidatos eleitos pela respectiva
agremiação, na conformidade do resultado final das eleições
Art. 29. Compete ao Colégio de Líderes, além de outras atribuições proclamado pela Justiça Eleitoral, desconsideradas as mudanças
previstas neste Regimento, opinar sobre consultas relativas a: de filiação posteriores a esse ato.
I — casos omissos deste Regimento Interno; § 3º Independentemente das representações proporcionais
II — conflitos de interpretação de dispositivo regimental; exigidas pelo § 1º, será garantida, tanto quanto possível, a
participação de, pelo menos, 1 (um) componente do sexo feminino
III — regras não previstas e não conflitantes com este Regimento, na composição da Mesa Diretora.
com objetivo de aprimorar os trabalhos das sessões plenárias e
das reuniões de comissões, garantindo o amplo debate; § 4º O mandato dos membros da Mesa Diretora será de 2
30 (dois) anos, permitida a reeleição para os mesmos cargos, 31
IV — outros assuntos atinentes aos trabalhos legislativos. independentemente de legislatura.
Parágrafo único. As respostas às consultas feitas ao Colégio de § 5º Os membros efetivos da Mesa Diretora somente poderão
Líderes devem ser divulgadas em Plenário e registradas em ata. fazer parte de Comissões Temporárias.
Art. 31. Nas ausências, nos impedimentos ou nas licenças do
Presidente e dos Vice-Presidentes, assumirá a Presidência o
TÍTULO III Primeiro-Secretário, dando-se a substituição deste pelo Segundo
DA MESA DIRETORA ou Terceiro-Secretário, pela ordem, e destes pelos Suplentes da
Mesa Diretora.
Art. 32. As funções dos membros da Mesa Diretora somente
CAPÍTULO I cessarão em virtude de:
DA COMPOSIÇÃO I — falecimento;
II — fim do mandato, conforme o § 4º do art. 30;
Art. 30. A Mesa Diretora será composta de 1 (um) Presidente, 1 III — renúncia expressa;
(um) Primeiro Vice-Presidente, 1 (um) Segundo Vice-Presidente, 1
(um) Terceiro Vice-Presidente, 1 (um) Primeiro-Secretário, 1 (um) IV — destituição do cargo;
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V — perda do mandato. dentre os de maior número de legislaturas, realizar-se-á a eleição
da Mesa Diretora para o primeiro biênio.
Art. 33. O Vereador ocupante de cargo na Mesa Diretora a ele poderá
renunciar, por meio de ofício a ela destinado, e a renúncia se tornará Parágrafo único. Os membros da Mesa Diretora eleitos na eleição
efetiva e irretratável depois de lida em Plenário e registrada na ata, na de que trata o caput tomarão posse imediatamente após a
primeira sessão seguinte. proclamação do resultado.
Parágrafo único. Se a renúncia dos membros da Mesa Diretora for Art. 38. Na primeira sessão ordinária do mês de dezembro da
coletiva, o ofício será diretamente destinado ao conhecimento do segunda sessão legislativa de cada legislatura, às 10h (dez horas),
Plenário. realizar-se-á a eleição da Mesa Diretora para o segundo biênio.
Art. 34. Os membros da Mesa Diretora, conjunta ou isoladamente, § 1º O Vereador que for candidato a qualquer dos cargos da Mesa
são passíveis de destituição, desde que exorbitem ou se omitam Diretora na eleição de que trata o caput será impedido de presidir
das atribuições fixadas neste Regimento, em processo que assegure a respectiva sessão de eleição.
ampla defesa, com adoção do rito disposto no Código de Ética e
Decoro Parlamentar. § 2º A sessão de eleição de que trata o caput será presidida
por um dos membros da Mesa Diretora, observada a ordem de
Art. 35. No caso de vaga em qualquer cargo da Mesa Diretora, substituição, e, em caso de todos serem candidatos, assumirá a
será ele preenchido mediante eleição, dentro de até 5 (cinco) presidência o Vereador mais idoso dentre os de maior número de
sessões ordinárias, observadas as disposições do Capítulo II deste legislaturas.
Título.
32 § 3º Os membros da Mesa Diretora eleitos na eleição de que 33
Parágrafo único. No caso de vaga em todos os cargos da Mesa trata o caput tomarão posse no primeiro dia de janeiro da sessão
Diretora, assumirá a Presidência o Vereador mais idoso dentre os legislativa subsequente.
de maior número de legislaturas, até a realização de nova eleição
de que trata o caput. § 4º A segunda sessão legislativa não será encerrada sem que
tenha ocorrido a eleição de que trata o caput.
Art. 39. O pedido de registro das chapas, com os nomes e
CAPÍTULO II os respectivos cargos, assinado ao final pelos parlamentares
participantes, ocorrerá imediatamente após a posse dos
DA ELEIÇÃO Vereadores, no caso da eleição para o primeiro biênio, e no início
da sessão, no caso da eleição para o segundo biênio, cabendo
ao Presidente suspender os trabalhos pelo tempo necessário
Art. 36. A Mesa Diretora será eleita em votação nominal, mediante ao deferimento do registro, que observará o atendimento dos
formação de chapas, atendidos os requisitos do art. 30. requisitos do art. 30.
Parágrafo único. É vedada a participação, pelo mesmo Vereador, § 1º O Vereador que estiver inscrito em mais de 1 (uma) chapa será
em mais de 1 (uma) chapa. impugnado imediatamente em ambas, e as chapas terão o tempo
de 15min (quinze minutos) para apresentarem os substitutos, sob
Art. 37. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, no dia pena de serem também impugnadas.
1º de janeiro, às 16h (dezesseis horas), imediatamente após a
posse dos Vereadores, sob a presidência do Vereador mais idoso § 2º Deferido o registro, o Presidente determinará ao Departamento
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Legislativo que organize o sistema eletrônico de votação, observando CAPÍTULO III
a ordem cronológica dos pedidos, para efeito de numeração de
chapas no painel de votação ou a confecção das chapas de votação, DA COMPETÊNCIA
caso, por algum motivo, seja inviável a utilização do sistema.
§ 3º Em seguida, o Presidente comunicará ao Plenário o número e a Art. 43. Compete à Mesa Diretora, dentre outras atribuições:
composição correspondente a cada chapa.
I — adotar as providências necessárias à regularidade absoluta dos
§ 4º Após a reabertura da sessão, não será permitida a alteração da trabalhos legislativos e administrativos;
chapa para qualquer cargo.
II — designar Vereadores para missão oficial de representação da
Art. 40. Reaberta a sessão, a votação será realizada, por escrutínio Câmara;
aberto, considerando-se eleita a chapa que atingir a maioria absoluta
dos votos. III — propor ação direta de inconstitucionalidade de lei ou de ato
normativo municipal em face da Constituição Estadual;
Parágrafo único. Verificando-se o primeiro escrutínio, e não obtida a
maioria absoluta, proceder-se-á a uma segunda votação, concorrendo, IV — promulgar emendas à Lei Orgânica do Município;
somente, as 2 (duas) chapas mais votadas, proclamando-se eleita a
que obtiver maioria dos votos válidos, e, em caso de empate, a do V — contratar pessoal, na forma da lei, para atender à necessidade
Presidente mais idoso dentre os de maior número de legislaturas. temporária de excepcional interesse público;
Art. 41. O resultado da apuração dos votos será proclamado pelo VI — elaborar e encaminhar ao Poder Executivo, até a data
34 estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a proposta 35
Presidente.
orçamentária da Câmara, a ser incluída na do Município.
Parágrafo único. Divulgado o resultado, o Presidente determinará ao
Departamento Legislativo que faça os devidos assentamentos em VII — apresentar privativamente as proposições que disponham
boletim para este fim destinado, colocando-se as chapas na ordem sobre organização dos serviços administrativos da Câmara,
decrescente de votos recebidos. regime jurídico do pessoal, criação, transformação ou extinção
dos cargos, dos empregos e das funções, bem como fixação da
Art. 42. Após a divulgação do resultado, havendo impugnação respectiva remuneração;
por qualquer chapa, o recurso deverá ser dirigido ao Presidente,
devidamente fundamentado, o qual será apreciado pelo Plenário. VIII — promover a defesa da Câmara, de seus órgãos e de seus
membros quando atingidos em sua honra ou em sua imagem
§ 1º Se o Plenário, em sua maioria absoluta, decidir pela impugnação perante a sociedade, em razão do exercício do mandato ou das
da eleição, realizar-se-á uma outra logo em seguida. suas funções institucionais;
§ 2º Observar-se-ão na outra eleição, caso ocorra, os mesmos IX — fixar diretrizes para a divulgação das atividades da Câmara;
procedimentos adotados na primeira.
X — encaminhar pedidos escritos de informação a Secretários
Municipais e a autoridades equivalentes;
XI — firmar convênios com setores da sociedade e do governo,
para acompanhamento e para estudo de assuntos pertinentes à
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fiscalização da Administração Pública do Município de Fortaleza. g) designar os membros das Comissões Permanentes e Temporárias;
§ 1º As deliberações da Mesa Diretora serão tomadas pela maioria h) fazer publicar os atos da Mesa Diretora e da Presidência,
absoluta de seus membros efetivos. bem como os Decretos Legislativos e Resoluções, no prazo
improrrogável de 5 (cinco) dias úteis;
§ 2º Nas proposições de iniciativa privativa da Mesa Diretora, não
serão admitidas emendas que aumentem a despesa prevista. i) não permitir a publicação de pronunciamento que contenha
injúria às instituições, propaganda de guerra, subversão da
ordem, incitação à desordem, qualquer tipo de preconceito, ou
Seção I que importe crime contra a honra ou incentivo à prática de delito;
c) observar e fazer observar os prazos do processo legislativo, q) recusar o recebimento de emenda que verse sobre assunto
bem como os concedidos às Comissões e ao Prefeito Municipal; estranho ao projeto em discussão ou que contrarie prescrição
regimental;
d) ordenar o retorno ao Plenário das proposições encaminhadas
às Comissões, nos casos previstos neste Regimento; r) declarar a prejudicialidade de proposição.
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b) manter a ordem das sessões, advertir os assistentes, retirá-los o) assinar, junto ao Secretário, as atas das sessões plenárias;
do recinto, podendo solicitar a força necessária para esse fim;
p) zelar pelo cumprimento dos prazos regimentais.
c) determinar ao Secretário a leitura do sumário do expediente e
das proposições recebidas, dando-lhes o destino conveniente; III — quanto à administração da Câmara:
d) determinar, de ofício ou a requerimento de qualquer Vereador, a) dirigir, executar e disciplinar os serviços administrativos
por ocasião das votações, a verificação de quórum; da Câmara, praticando todos os atos administrativos e legais
necessários a seu bom funcionamento;
e) decidir as Questões de Ordem e mandar anotar em livro
próprio os precedentes regimentais, para ulterior soluções de b) ordenar as despesas da Câmara, podendo delegar este poder
casos análogos; ao Chefe de Gabinete da Presidência ou ao Diretor-Geral;
f) conceder ou negar a palavra a Vereadores, convidados especiais, c) proceder às licitações para compras, obras e serviços da Câmara,
visitantes ilustres e representantes de signatários de projetos de de acordo com a legislação pertinente;
iniciativa popular; d) encaminhar para julgamento do Tribunal de Contas a prestação
g) interromper o orador que se desviar da questão do debate ou de contas anual da Câmara Municipal;
que faltar com respeito devido à Câmara ou a qualquer de seus e) dirigir a polícia interna e o serviço de segurança da Câmara;
membros, adverti-lo, chamá-lo à ordem e, em caso de insistência,
cassar-lhe a palavra, podendo suspender a sessão, quando não f) determinar a abertura de sindicância e inquéritos administrativos;
38 atendido e as circunstâncias exigirem; 39
g) providenciar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a expedição
h) chamar a atenção do Vereador, quando esgotar o tempo a que de certidões que lhe forem solicitadas relativas a despachos, a
tem direito, avisando-o da aproximação do término; atos ou a informações a que eles expressamente se refiram, bem
como atender às requisições judiciais;
i) anunciar a Ordem do Dia e submeter à discussão e à votação
a matéria dela constante, bem como proclamar o resultado das h) fazer, ao fim de sua gestão, relatório dos trabalhos da Casa, bem
votações; como dar conhecimento ao Plenário, na última Sessão Ordinária
de cada ano, da resenha dos trabalhos realizados durante a Sessão
j) fazer organizar, sob sua responsabilidade e direção, a Ordem do Legislativa;
Dia da sessão seguinte;
i) dar andamento legal aos recursos interpostos contra seus atos,
k) determinar a publicação da pauta constante da Ordem do Dia, de modo a garantir o direito das partes;
no prazo regimental;
j) manter correspondência oficial da Câmara nos assuntos que lhe
l) estabelecer o ponto de questão sobre o qual deve ser feita a são afetos.
votação;
IV — quanto à sua competência geral, dentre outras:
m) determinar a retirada de matéria da pauta, para cumprimento
de despacho, correção de erro ou omissão; a) representar a Câmara em juízo ou fora dele;
n) convocar sessões ordinárias, extraordinárias e solenes, nos b) solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a
termos regimentais; intervenção no Município, nos casos admitidos pela Constituição
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Federal e pela Constituição Estadual; Art. 47. O Presidente, ao se ausentar do Município por tempo igual
ou superior a 10 (dez) dias úteis, comunicará o fato ao Plenário e,
c) substituir, nos termos da Lei Orgânica do Município, o Prefeito nos períodos de recesso parlamentar, à Mesa Diretora.
Municipal;
d) dar posse aos Vereadores, aos Suplentes, ao Prefeito e ao Vice-
Prefeito; Seção II
e) declarar vagos os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito e extintos Dos Vice-Presidentes
os mandatos de Vereadores, de acordo com a lei;
f) tomar as providências necessárias à defesa dos direitos e das
prerrogativas asseguradas ao Vereador; Art. 48. Aos Vice-Presidentes, segundo sua numeração ordinal,
incumbe substituir o Presidente em suas ausências, impedimentos
g) executar as deliberações do Plenário; ou licenças.
h) agir judicialmente em nome da Câmara, ad referendum, ou por Parágrafo único. À hora do início dos trabalhos da sessão,
deliberação do Plenário; não se achando o Presidente no recinto, será ele substituído,
sucessivamente e na série ordinal, pelos Vice-Presidentes, pelos
i) convidar autoridades e personalidades ilustres para visitas à Secretários, pelos Suplentes ou, finalmente, pelo Vereador mais
Casa; idoso dentre os de maior número de legislaturas, procedendo-
j) determinar lugar reservado aos representantes credenciados da se da mesma forma quando houver necessidade de deixar a sua
40 cadeira. 41
imprensa;
k) deferir os pedidos de licença dos Vereadores e os requerimentos
de justificativa de suas faltas. Seção III
§ 1º O Presidente poderá delegar aos Vice-Presidentes competência Dos Secretários
que lhe seja própria.
§ 2º Nas sessões plenárias, para efeito de quórum, será sempre
anotada a presença do Presidente. Art. 49. São atribuições do Primeiro-Secretário, além de outras
previstas neste Regimento:
§ 3º Para tomar parte em qualquer discussão, o Presidente afastar-
se-á da direção dos trabalhos. I — verificar e declarar a presença de Vereadores;
§ 4º O Presidente quando, na direção dos trabalhos, fizer uso da II — ler o sumário do expediente e das proposições recebidas;
palavra, não poderá ser interrompido nem aparteado.
III — anotar as discussões e as votações;
§ 5º É vedado ao Presidente, na direção dos trabalhos, oferecer
apartes, intervindo apenas nos casos previstos neste Regimento. IV — fazer a chamada dos Vereadores nos casos previstos neste
Regimento;
Art. 46. O Presidente, quando estiver substituindo o Prefeito, ficará
impedido de exercer ou praticar ato vinculado a suas funções. V — acolher os pedidos de inscrição dos Vereadores para uso da
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palavra; CAPÍTULO IV
VI — assinar, depois do Presidente, as atas das sessões plenárias; DA SEGURANÇA INTERNA DA CÂMARA
VII — fiscalizar a elaboração das atas das sessões e dos anais;
VIII — proceder à verificação de quórum, nos casos previstos neste Art. 51. A segurança do edifício da Câmara Municipal compete à
Regimento. Mesa Diretora, sob a direção do Presidente.
Parágrafo único. O Segundo e o Terceiro-Secretário, pela ordem, Parágrafo único. A segurança será feita pela Guarda Municipal
substituirão o Primeiro-Secretário em suas ausências, impedimentos comandada por um quadro próprio de profissionais de segurança
ou licenças. da Câmara Municipal.
Art. 52. Qualquer cidadão poderá assistir, das galerias, às sessões,
desde que guarde o devido respeito.
Seção IV
Parágrafo único. Quando o Presidente não conseguir manter
Dos Suplentes a ordem por simples advertência, deverá suspender a sessão,
adotando as providências cabíveis.
Art. 50. São atribuições dos Suplentes da Mesa Diretora, além de Art. 53. Revelando-se ineficazes as providências adotadas pela
outras decorrentes da natureza de suas funções: Presidência, aquele que perturbar a ordem dos trabalhos ou que
42 desacatar a Mesa Diretora, os Vereadores ou os servidores em 43
I — tomar parte nas reuniões da Mesa Diretora e substituir, pela ordem, serviço, será detido e encaminhado à autoridade competente.
os seus membros em ausências, impedimentos ou licenças;
Art. 54. Excetuados os membros da Segurança Pública no exercício
II — propor à Mesa Diretora medidas destinadas à preservação e à de sua função, é proibido o porte de armas nas dependências
promoção da imagem da Câmara; internas da Câmara Municipal de Fortaleza.
III — representar a Mesa Diretora, quando a esta for conveniente, nas § 1º Compete à Mesa Diretora cumprir as determinações do caput,
suas relações externas à Casa; mandando desarmar o transgressor.
IV — integrar grupos de trabalho designados pela Presidência para § 2º No caso de o transgressor ser membro da Câmara, o fato será
desempenhar atividades de aperfeiçoamento do processo legislativo. tido como conduta incompatível com o decoro parlamentar.
§ 1º Os Suplentes da Mesa Diretora substituir-se-ão de acordo com
sua numeração ordinal.
§ 2º Os Suplentes da Mesa Diretora deverão fazer parte das
Comissões Permanentes, sendo facultada a participação em
Comissões Temporárias.
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TÍTULO IV VII — acompanhar e apreciar programas de obras e planos
municipais de desenvolvimento, emitindo parecer sobre eles;
DAS COMISSÕES
VIII — exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder
Executivo, incluídos os da Administração Indireta;
CAPÍTULO I IX — propor a sustação dos atos normativos do Poder Executivo
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS que exorbitem do poder regulamentar, elaborando o respectivo
decreto legislativo;
X — estudar qualquer assunto compreendido no respectivo campo
Art. 55. As Comissões da Câmara são: temático ou área de atividade, podendo promover, em seu âmbito,
conferências, exposições, palestras ou seminários;
I — Permanentes, as que subsistem nas legislaturas;
XI — solicitar audiência ou cooperação de órgãos ou entidades
II — Temporárias, as que se extinguem ao término da legislatura ou da Administração Pública Direta ou Indireta, e da sociedade
antes dele, quando alcançado o fim a que se destinam ou expirado civil, para debate e para esclarecimento de matéria sujeita a seu
seu prazo de duração. pronunciamento, não implicando esta diligência dilação dos prazos.
Art. 56. Às Comissões Permanentes, em razão da matéria de sua Parágrafo único. As atribuições contidas nos incisos IV e IX do
competência, e às demais Comissões, no que lhes for aplicável, caput não excluem a iniciativa concorrente de Vereador.
cabe:
44 45
I — examinar e emitir parecer sobre as proposições sujeitas à CAPÍTULO II
deliberação do Plenário que lhes forem distribuídas;
DAS COMISSÕES PERMANENTES
II — aprovar e realizar audiências públicas com entidades da
sociedade civil;
III — convocar Secretários Municipais e autoridades equivalentes Seção I
para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, ou conceder-lhe audiência para expor Da Designação e da Instalação
assunto de relevância de seu órgão;
IV — encaminhar, por intermédio da Mesa Diretora, pedidos Art. 57. No prazo de 4 (quatro) sessões ordinárias após o início
escritos de informação a Secretários Municipais e autoridades da primeira e da terceira sessão legislativa de cada Legislatura, o
equivalentes; Presidente da Câmara designará, em ato específico, os membros
V — receber petições, reclamações, representações ou queixas de das Comissões Permanentes, assegurando-se, tanto quanto
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou das possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
entidades públicas municipais; parlamentares.
VI — solicitar depoimento de qualquer autoridade na esfera § 1º Para os fins do cálculo de proporcionalidade partidária, será
municipal ou de cidadão; considerado o número de candidatos eleitos pela respectiva
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agremiação, na conformidade do resultado final das eleições e) Redação Final dos projetos, quando recebida emenda de
proclamado pela Justiça Eleitoral, desconsideradas as mudanças redação.
de filiação posteriores a esse ato.
II — Comissão de Orçamento, Fiscalização e Administração Pública:
§ 2º Na primeira sessão ordinária subsequente, o ato de designação
de que trata o caput será comunicado ao Plenário e, no prazo a) projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
de 48h (quarenta e oito horas), será enviado para publicação no orçamentárias, ao orçamento anual, aos créditos adicionais, além
Diário Oficial do Município. das contas apresentadas anualmente pelo Prefeito;
§ 3º No prazo de 2 (duas) sessões ordinárias após comunicado ao b) aspectos financeiros e orçamentários de quaisquer proposições
Plenário, cada uma das Comissões Permanentes se reunirá, sob a que importem aumento ou diminuição da receita ou da despesa
presidência do membro mais idoso dentre os de maior número pública, quanto à compatibilidade ou à adequação com o plano
de legislaturas, para instalação de seus trabalhos e eleição dos plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual;
respectivos Presidentes e Vice-Presidentes. c) matérias financeiras, tributárias, orçamentárias e outras que,
§ 4º A composição das Comissões Permanentes terá duração de direta ou indiretamente, alterem a despesa ou a receita do Município
2 (dois) anos, permitida a recondução para os mesmos cargos, ou tenham repercussão sobre suas finanças e patrimônio;
independentemente de legislatura. d) acompanhamento e fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública
Direta ou Indireta, sem prejuízo do exame por parte das demais
46 Seção II Comissões nas áreas das respectivas competências, recorrendo ao 47
auxílio do Tribunal de Contas, sempre que necessário;
Da Competência
e) realização, com o auxílio do Tribunal de Contas, de diligências,
perícias, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
Art. 58. As Comissões Permanentes e os respectivos campos orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
temáticos ou áreas de atividade são: administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo, da
Administração Pública Direta ou Indireta;
I — Comissão de Constituição e Justiça:
f) requisição de informações, relatórios, balanços e inspeções sobre
a) aspectos constitucional, legal, jurídico, regimental e técnico as contas ou autorizações de despesas de órgãos e entidades da
legislativo de proposições sujeitas à apreciação da Câmara ou de Administração Pública Municipal, diretamente ou por intermédio
suas Comissões; do Tribunal de Contas;
b) assunto de natureza jurídica ou constitucional que lhe seja g) proposições relativas à remuneração dos agentes públicos e
submetido, em consulta, pelo Presidente da Câmara, pelo Plenário aos subsídios dos agentes políticos;
ou por outra Comissão ou em razão de recurso previsto neste
Regimento; h) proposições relativas à organização político-administrativa do
Município;
c) criação de novos bairros;
i) criação, estruturação e atribuições dos órgãos e das entidades
d) transferência temporária da sede do Governo; da Administração Pública Municipal;
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j) regime jurídico dos servidores ativos e inativos; d) sistema municipal de esporte e sua organização;
k) regime jurídico e administrativo dos bens públicos; e) política e plano municipal de esporte;
l) serviços públicos realizados ou prestados pelo Município, f) acompanhamento de projetos, planos, ações e políticas públicas
diretamente ou por intermédio de entidades da Administração de juventude; Alteração feita pelo Art. 2º da Resolução nº 1.672,
Indireta ou de órgãos paraestatais, excluídos os de assistência de 18 de fevereiro de 2021.
médico-hospitalar e de pronto-socorro;
g) fiscalização de obras e funcionamento de equipamentos
m) planos e programas municipais, regionais e setoriais previstos voltados para cultura, esporte e juventude; Inclusão feita pelo
na Lei Orgânica, cuja elaboração deve estar em consonância com Art. 2º da Resolução nº 1.672, de 18 de fevereiro de 2021.
o plano plurianual.
h) sistema municipal de juventude e sua organização; Inclusão
III — Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia: feita pelo Art. 2º da Resolução nº 1.672, de 18 de fevereiro de
2021.
a) assuntos atinentes à educação em geral;
i) representação em conselhos relacionados à cultura, ao esporte
b) política e sistema educacional, em seus aspectos institucional, e à juventude; Inclusão feita pelo Art. 2º da Resolução nº 1.672,
estrutural, funcional e legal; de 18 de fevereiro de 2021.
c) direito da educação; j) normas locais sobre cultura, esporte e juventude. Inclusão feita
d) recursos humanos e financeiros para a educação; pelo Art. 2º da Resolução nº 1.672, de 18 de fevereiro de 2021.
48 49
e) informática, ciência, tecnologia da informação e inovação; V — Comissão de Saúde e Seguridade Social:
f) acordos de cooperação com outros municípios, estados, países a) assuntos relativos à saúde, à previdência e à assistência social
e organismos internacionais que versem sobre informática, ciência, em geral;
tecnologia e inovação; b) organização institucional da saúde no Município;
g) inclusão sociodigital e acessibilidade para pessoas com c) política de saúde e processo de planificação em saúde;
deficiência.
d) ações, serviços e campanhas de saúde pública, erradicação de
IV — Comissão de Cultura, Esporte e Juventude: Alteração feita pelo doenças endêmicas, vigilância epidemiológica, bioestatística e
Art. 2º da Resolução nº 1.672, de 18 de fevereiro de 2021. imunizações;
a) desenvolvimento cultural, inclusive patrimônio histórico, e) assistência médico-previdenciária;
geográfico, arqueológico, cultural, artístico e científico, bem como
acordos culturais com outros Municípios; f) medicinas alternativas;
b) gestão da documentação governamental e do patrimônio g) higiene, educação e assistência sanitária;
arquivístico municipal;
h) atividades médicas e paramédicas;
c) diversões e espetáculos públicos, datas comemorativas e
homenagens cívicas; i) alimentação e nutrição;
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j) organização institucional da previdência social do Município; a) controle e avaliação de atividades econômicas;
k) relatórios quadrimestrais apresentados pela Secretaria Municipal b) projetos industriais e comerciais no âmbito do Município;
da Saúde.
c) desenvolvimento de ações integradas voltadas para a
VI — Comissão de Direitos Humanos e Cidadania: profissionalização e geração de emprego e renda;
a) matéria sobre o exercício dos direitos inerentes às minorias, d) elaboração de projetos e proposições com o propósito de
à mulher, à criança, ao adolescente, ao idoso e à pessoa com modernizar a gestão administrativa municipal;
deficiência, em suas relações sociais, pessoais e de políticas
públicas no Município, cabendo-lhe ainda o acompanhamento e) programas de desenvolvimento do potencial turístico do
dos indicadores sociais para a avaliação permanente das questões Município;
relacionadas aos direitos fundamentais dos referidos segmentos; f) exploração das atividades e dos serviços turísticos;
b) assistência oficial, inclusive a proteção à maternidade, à criança, g) colaboração com entidades públicas e não governamentais
ao adolescente, aos idosos e às pessoas com deficiência; que atuem na formação de política de turismo;
c) sugestões legislativas apresentadas no âmbito do Programa h) normas locais sobre turismo.
e-Cidadania.
IX — Comissão de Direitos do Consumidor e do Contribuinte:
VII — Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente:
a) direitos do consumidor;
50 a) normas urbanísticas em geral; 51
b) atividades de esclarecimento à população sobre os direitos do
b) edificações, obras públicas e política habitacional do Município; consumidor;
c) saneamento básico e ambiental; c) relações de consumo e medidas de defesa do consumidor;
d) controle da poluição e preservação ambiental; d) composição, qualidade, apresentação, publicidade e
e) programas habitacionais do Município; distribuição de bens e serviços;
f) planos e proposições referentes ao sistema viário municipal; e) relações entre o fisco e o contribuinte, tendo em vista a promoção
de um relacionamento fundado em cooperação, respeito mútuo e
g) ordenação e exploração dos serviços de transporte de parceria;
passageiros e de cargas, regime jurídico e legislação;
f) orientação e educação do contribuinte;
h) critérios de fixação de tarifas dos serviços públicos de transporte;
g) fiscalização do cumprimento pelo Poder Público Municipal das
i) transporte coletivo e prestação de serviço público diretamente normas constitucionais de defesa dos direitos do contribuinte.
pelo Município ou em regime de concessão ou permissão;
X — Comissão de Segurança Cidadã:
j) política municipal de mobilidade urbana.
a) acompanhamento, debate, discussão e sugestão de soluções,
VIII — Comissão de Desenvolvimento Econômico: sempre com a participação popular, sobre a problemática da
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Segurança Pública Cidadã no âmbito municipal; caberá ao Presidente da Câmara, assegurando-se, tanto quanto
possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
b) acompanhamento do processo de elaboração de políticas, parlamentares.
diretrizes e programas de Segurança Pública Cidadã no Município
de Fortaleza; § 3º A participação do Vereador em Comissão Temporária cumprir-
se-á sem prejuízo de suas funções em Comissões Permanentes.
c) realização, diretamente ou por meio de parcerias, de estudos e
pesquisas de interesse da Segurança Pública Cidadã.
§ 1º A Comissão de Constituição e Justiça será composta por 9 Seção I
(nove) membros e as demais Comissões Permanentes serão
compostas por 7 (sete) membros. Das Comissões Especiais
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Seção II incumbindo à Administração da Casa o atendimento preferencial
das providências que a Comissão solicitar.
Das Comissões Parlamentares de Inquérito
§ 7º A Comissão, que poderá atuar também durante o recesso
Art. 61. A Câmara Municipal, a requerimento de 1/3 (um terço) parlamentar, terá o prazo de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
de seus membros, instituirá Comissão Parlamentar de Inquérito por igual período, mediante deliberação do Plenário, para
para apuração de fato determinado e por prazo certo, a qual terá conclusão de seus trabalhos.
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além Art. 62. A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá, observada
de outros previstos em lei e neste Regimento. a legislação específica:
§ 1º Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante I — requisitar funcionários dos serviços administrativos da Câmara;
interesse para a vida pública e para a ordem constitucional,
legal, econômica e social do Município, que estiver devidamente II — determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir testemunhas
caracterizado no requerimento de constituição da Comissão. sob compromisso, requisitar de órgãos e de entidades da
Administração Pública informações e documentos, requerer a
§ 2º Não será criada Comissão Parlamentar de Inquérito enquanto audiência de Vereadores, Secretários Municipais e autoridades
estiverem funcionando simultaneamente pelo menos 3 (três) na equivalentes, tomar seus depoimentos e requisitar os serviços de
Câmara. quaisquer autoridades, inclusive policiais;
§ 3º Recebido o requerimento, o Presidente, no prazo de até 5 III — incumbir qualquer de seus membros ou funcionários
(cinco) dias úteis, ouvirá a Coordenadoria-Geral de Assuntos requisitados dos serviços administrativos da Câmara da realização
54 Legislativos para a verificação dos pressupostos regimentais e 55
de sindicâncias ou diligências necessárias aos seus trabalhos,
constitucionais de admissibilidade da matéria, na forma de parecer dando conhecimento prévio à Mesa Diretora;
fundamentado; caso seja admissível, enviará a proposição para
publicação oficial no prazo de até 48h (quarenta e oito horas); caso IV — deslocar-se a qualquer ponto do território nacional para a
contrário, devolvê-lo-á ao autor, cabendo desta decisão recurso realização de investigações e audiências públicas;
para o Plenário, na forma regimental.
V — estipular prazo para o atendimento de qualquer providência
§ 4º Após a devida publicação, o Presidente fará a designação dos ou realização de diligência sob as penas da lei, exceto quando da
membros da Comissão na primeira sessão ordinária subsequente, alçada de autoridade judiciária;
a qual, em sua primeira reunião, se instalará e elegerá seu
Presidente, Vice-Presidente e Relator. VI — caso surjam novos fatos que tenham conexão com a
investigação, incluí-los em seu objeto, mediante aprovação da
§ 5º Será extinta a Comissão Parlamentar de Inquérito criada e não maioria absoluta de seus membros;
instalada no prazo de 60 (sessenta) dias corridos, sucedendo-se às
que estão na fila de criação. VII — se forem diversos os fatos inter-relacionados objeto do
inquérito, dizer em separado sobre cada um, mesmo antes de
§ 6º Instalada a Comissão, o Presidente da Câmara, no prazo finda a investigação dos demais.
de até 48h (quarenta e oito horas), encaminhará à publicação
Parágrafo único. As Comissões Parlamentares de Inquérito valer-
oficial Ato da Mesa Diretora constando da provisão de meios se-ão, subsidiariamente, das normas contidas no Código de
ou recursos administrativos, as condições organizacionais e o Processo Penal.
assessoramento necessários ao bom desempenho da Comissão,
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Seção IV
Art. 63. Ao término dos trabalhos, a Comissão apresentará relatório Das Comissões de Negociação
circunstanciado com suas conclusões, o qual será publicado no Diário
Oficial do Município e encaminhado:
I — à Mesa Diretora, para as providências de alçada desta ou do Art. 65. As Comissões de Negociação serão criadas para
Plenário, oferecendo, conforme o caso, proposição legislativa que recepcionar representantes de reivindicações que cheguem à
seja cabível; Câmara, bem como para formular e encaminhar as consequentes
negociações com o Poder Executivo Municipal, tendo como
II — ao Ministério Público, com a cópia da documentação, para que membros:
promova a responsabilidade civil ou criminal por ilícitos apurados e
adote outras medidas decorrentes de suas funções institucionais; I — 1 (um) membro da Mesa Diretora;
III — ao Poder Executivo, para adotar as providências cabíveis e II — 1 (um) membro da Liderança do Governo;
relacionadas às suas competências.
III — 1 (um) membro da Liderança de Oposição;
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II e III do caput, a remessa será
IV — 1 (um) membro da Comissão Temática afeta à reivindicação;
feita pelo Presidente da Câmara, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
V — 3 (três) Vereadores designados, tanto quanto possível,
por representação proporcional dos partidos ou dos blocos
56 Seção III parlamentares. 57
Das Comissões de Representação § 1º Os membros das Comissões de Negociação serão designados
pelo Vereador que estiver presidindo a sessão.
§ 2º As negociações realizadas serão posteriormente cientificadas
Art. 64. As Comissões de Representação poderão ser instituídas ao Plenário da Casa pelo membro previsto no inciso I do caput.
pela Mesa Diretora, de ofício ou a requerimento de qualquer
Vereador, para cumprir missão temporária autorizada, sujeitas à
deliberação do Plenário quando importarem ônus para a Casa.
Seção V
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, considera-se missão
Das Frentes Parlamentares
autorizada aquela que implicar afastamento do Parlamentar pelo
prazo máximo de 6 (seis) sessões ordinárias, se exercida no País;
e de 10 (dez), se desempenhada no exterior, para representar a
Câmara nos atos a que esta tenha sido convidada ou a que tenha Art. 66. Considera-se Frente Parlamentar a agremiação
de assistir. suprapartidária de Vereadores destinada a promover, em conjunto
com órgãos públicos e representantes da sociedade civil, a
discussão e o aprimoramento da legislação e de políticas públicas
de relevância para o Município.
Art. 67. A iniciativa para a criação de cada Frente Parlamentar dar-
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se-á mediante requerimento subscrito por, no mínimo, 1/3 (um CAPÍTULO IV
terço) dos membros da Câmara, o qual deverá ser submetido à
aprovação do Plenário. DA PRESIDÊNCIA E DAS SUAS COMPETÊNCIAS
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despachá-la; a outras Comissões;
V — dar à Comissão conhecimento da pauta das reuniões, prevista XIX — dar publicidade às matérias distribuídas, com o nome do
e organizada na forma deste Regimento; Relator, a data, o prazo regimental para relatar e as respectivas
alterações;
VI — designar Relatores e distribuir-lhes a matéria sujeita a parecer,
ou avocá-la, nas suas faltas, bem como redistribuir as matérias nos XX — determinar o registro taquigráfico dos debates quando julgá-
termos regimentais; lo necessário;
VII — conceder a palavra aos membros da Comissão, aos Líderes e XXI — solicitar à Presidência da Casa, de sua iniciativa ou a pedido
aos Vereadores que a solicitarem; do Relator, a prestação de assessoria ou consultoria especializada,
durante as reuniões da Comissão ou para instruir as matérias
VIII — advertir o orador que se exaltar no decorrer dos debates e sujeitas à apreciação desta.
retirar-lhe a palavra no caso de desobediência;
§ 1º O Presidente poderá funcionar como Relator e terá voto nas
IX — submeter à votação as questões sujeitas à deliberação da deliberações da Comissão.
Comissão e proclamar o resultado;
§ 2º Compete ao Presidente da Comissão de Constituição e
X — conceder vista dos processos aos membros da Comissão, nos Justiça assinar e encaminhar a Redação para o Segundo Turno e a
termos do art. 95; Redação Final das proposições.
XI — assinar os pareceres, juntamente com o Relator; Art. 73. Os Presidentes das Comissões Permanentes reunir-se-ão com
60 o Colégio de Líderes sempre que isso lhes pareça conveniente ou por 61
XII — enviar à Mesa Diretora toda matéria destinada à leitura em
Plenário e à publicidade; convocação do Presidente da Câmara, sob a presidência deste, para
o exame e o assentamento de providências relativas à eficiência dos
XIII — representar a Comissão nas suas relações com a Mesa Diretora, trabalhos legislativos.
as outras Comissões e os Líderes, assim como nas externas à Casa;
Parágrafo único. Na reunião seguinte à prevista neste artigo, cada
XIV — solicitar ao Presidente da Câmara a declaração de vacância Presidente comunicará ao Plenário da respectiva Comissão o que
na Comissão, nos termos do art. 76; dela tiver resultado.
XV — resolver, de acordo com o Regimento, as Questões de Ordem
suscitadas na Comissão;
CAPÍTULO V
XVI — remeter à Mesa Diretora, ao final de cada sessão legislativa,
como subsídio para a sinopse das atividades da Casa, relatório DOS IMPEDIMENTOS E DAS AUSÊNCIAS
sobre o andamento e o exame das proposições distribuídas à
Comissão;
Art. 74. Nenhum Vereador poderá presidir reunião de Comissão
XVII — delegar, quando entender conveniente, ao Vice-Presidente quando se debater ou votar matéria da qual seja autor ou Relator.
a distribuição das proposições;
Parágrafo único. Não poderá o autor de proposição ser dela
XVIII — requerer ao Presidente da Câmara a distribuição de matéria Relator, ainda que substituto ou parcial.
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Art. 75. Sempre que um membro de Comissão não puder CAPÍTULO VII
comparecer às reuniões, deverá comunicar o fato ao seu Presidente,
que fará publicar em ata. DAS REUNIÕES
§ 4º (Revogado). Revogação feita pelo Art. 3º, II, da Resolução § 4º As reuniões extraordinárias serão convocadas com a devida
nº 1.676, de 16 de dezembro de 2021. antecedência, fixando-se dia, horário, local e objeto da reunião,
podendo a comunicação aos membros da Comissão ser feita
oralmente em sessão ou por notificação pessoal, por meio físico
ou eletrônico.
Art. 78. O Presidente da Comissão Permanente organizará a
Ordem do Dia de suas reuniões ordinárias e extraordinárias, de
acordo com os critérios fixados neste Regimento.
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Seção II retificação ou pela manutenção do texto original, assinando a ata
em ambos os casos.
Da Ordem das Reuniões
§ 3º No caso de negativa da impugnação, com a decisão pela
Art. 79. As reuniões das Comissões serão iniciadas com a presença manutenção do texto original, será a ata considerada aprovada
da maioria absoluta de seus membros, ou com qualquer número, com restrições.
se não houver matéria sujeita à deliberação, e obedecerão à
seguinte ordem: § 4º Decorrido o prazo a que se refere o § 1º sem impugnações,
a ata será considerada aprovada, devendo ser assinada pelo
I — expediente, com a leitura da sinopse da correspondência e de respectivo Presidente.
outros documentos recebidos, bem como da agenda da Comissão;
II — Ordem do Dia:
CAPÍTULO VIII
a) conhecimento e exame de matéria de natureza legislativa ou
informativa ou outros assuntos da alçada da Comissão; DA APRECIAÇÃO CONJUNTA
b) discussão e votação de proposições e respectivos pareceres.
§ 1º Essa ordem poderá ser alterada pela Comissão, a requerimento Art. 81. As Comissões Permanentes, às quais for distribuída
de qualquer de seus membros ou no caso de comparecimento de uma proposição, poderão apreciá-la em reunião conjunta, por
Secretário Municipal ou autoridade equivalente. indicação do Presidente da Câmara ou por acordo dos respectivos
64 Presidentes. 65
§ 2º O Vereador poderá participar, sem direito a voto, dos trabalhos
e dos debates de qualquer Comissão de que não seja membro. § 1º A apreciação conjunta será obrigatória nos casos de
proposições com tramitação em regime de urgência.
§ 2º A apreciação conjunta obedecerá às seguintes regras:
Seção III
I — seu Presidente será o mais idoso dentre os das Comissões que
Das Atas dela participarem e será substituído, sucessivamente, pelos demais
Presidentes e Vice-Presidentes, na ordem decrescente de idade;
Art. 80. De cada reunião das Comissões será lavrada ata com o II — o quórum de instalação e deliberação considerará o total dos
sumário do que nela houver ocorrido, constando os nomes dos membros das Comissões Permanentes que dela participarem,
membros presentes e ausentes. independentemente da composição numérica de cada uma delas;
§ 1º A ata deverá ser publicada no sítio eletrônico da Câmara, III — o parecer deverá analisar a proposição sob todos os aspectos,
em até 24h (vinte e quatro horas) após a reunião, para que os conforme a competência das Comissões que dela participarem.
Vereadores possam ler e, se for o caso, oferecer impugnação a ela
no prazo de 2 (duas) sessões ordinárias.
§ 2º Havendo impugnação escrita, o Presidente da respectiva
Comissão, no prazo de 2 (duas) sessões ordinárias, decidirá pela
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CAPÍTULO IX indicação “com restrições” ou “pelas conclusões”;
DOS TRABALHOS II — contrários, os que tragam, ao lado da assinatura do votante, a
indicação “contrário”.
Parágrafo único. A simples aposição da assinatura, sem qualquer
Seção I outra observação, implicará concordância total do signatário com
Dos Pareceres o voto do Relator.
Art. 85. O parecer será escrito e constará de 3 (três) partes:
Art. 82. Parecer é o pronunciamento oficial de uma Comissão I — relatório, contendo a exposição circunstanciada da matéria em
sobre qualquer matéria sujeita a seu estudo. exame;
§ 1º Cada proposição terá parecer independente, salvo aquelas II — voto do Relator, em termos objetivos, com a sua fundamentação
que, por tratarem de matéria análoga ou conexa, estejam sobre a conveniência da aprovação ou da rejeição, total ou parcial,
apensadas na forma regimental, caso em que terão um só parecer. da matéria, ou sobre a necessidade de dar-lhe substitutivo ou
oferecer-lhe emenda;
§ 2º Nenhuma proposição será submetida à discussão e à votação
sem parecer escrito das Comissões competentes, exceto nos casos III — parecer da Comissão, com as conclusões desta e a indicação
previstos neste Regimento. dos Vereadores votantes e os respectivos votos.
66 Art. 83. O voto do Relator somente será transformado em parecer, Parágrafo único. O Presidente da Câmara devolverá à Comissão 67
se aprovado pela Comissão. parecer que contrarie as disposições regimentais, para ser
reformulado na sua conformidade.
§ 1º O voto do Relator não acolhido pela Comissão constituirá
voto vencido.
§ 2º Qualquer membro da Comissão pode emitir voto em Seção II
separado, devidamente fundamentado. Dos Prazos
§ 3º O voto em separado, divergente ou não das conclusões do
Relator, desde que acolhido pela Comissão, passará a constituir
seu parecer. Art. 86. Recebida a proposição pela Comissão, o seu respectivo
Presidente designará o Relator em até 2 (duas) sessões ordinárias.
§ 4º Se o voto do Relator for rejeitado pela Comissão, o Presidente
designará, de imediato, novo relator dentre os que votaram § 1º Decorrido o prazo estabelecido no caput sem a designação do
contra, para apresentar outro até a reunião ordinária seguinte, Relator, mediante requerimento de qualquer Vereador interessado,
respeitando-se integralmente as razões da contrariedade. o Presidente da Câmara designará o Relator da proposição.
Art. 84. Para efeito de contagem de votos emitidos, serão ainda § 2º O Relator disporá dos seguintes prazos para emitir seu voto:
considerados:
I — 2 (duas) sessões ordinárias, quando se tratar de matéria em
I — favoráveis, os que tragam, ao lado da assinatura do votante, a regime de urgência;
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II — 8 (oito) sessões ordinárias, quando se tratar de matéria em Seção III
regime de tramitação ordinária.
Das Modalidades de Apreciação
III — 12 (doze) sessões ordinárias, quando se tratar de matéria em
regime de tramitação ordinária, especificamente para a Comissão
de Constituição e Justiça. Art. 88. Antes da deliberação do Plenário, as proposições, exceto
§ 3º Esgotado o prazo destinado ao Relator, o Presidente da os requerimentos, serão apreciadas:
Comissão avocará a proposição ou designará outro membro para I — pela Comissão de Constituição e Justiça, para o exame de
relatá-la. admissibilidade constitucional e jurídica;
§ 4º O Vereador Relator de qualquer proposição que, no tempo II — pela Comissão de Orçamento, Fiscalização e Administração
hábil, não proferir o devido voto e for substituído nos termos Pública, para o exame de admissibilidade financeira e orçamentária;
do § 3º, ficará, a critério da Presidência da Comissão, passível
de suspensão para relatar qualquer matéria na mesma sessão III — pelas Comissões a que a matéria estiver afeta, para o exame
legislativa, salvo justificativa plausível por escrito aceita pelo de mérito;
Plenário da Comissão.
IV — pelas Comissões Especiais constituídas na forma regimental,
Art. 87. As Comissões deverão obedecer aos seguintes prazos para o exame de admissibilidade constitucional e jurídica e,
para examinar as proposições e sobre elas emitir parecer: quando for o caso, financeira e orçamentária, e sobre o mérito.
68 I — 5 (cinco) sessões ordinárias, quando se tratar de matéria em § 1º Será terminativo o parecer de admissibilidade realizado nos 69
regime de urgência; temos dos incisos I, II e IV do caput.
II — 20 (vinte) sessões ordinárias, quando se tratar de matéria § 2º O parecer terminativo tem caráter decisório sobre a
em regime de tramitação ordinária; admissibilidade de uma proposição, podendo inclusive determinar
o seu arquivamento.
III — 30 (trinta) sessões ordinárias, quando se tratar de matéria
em regime de tramitação ordinária, especificamente para a § 3º O exame de admissibilidade e mérito realizado pelas
Comissão de Constituição e Justiça. Comissões Especiais dispensa a apreciação pelas demais
Comissões.
§ 1º Esgotado o prazo destinado à Comissão, o Presidente da
Câmara poderá, de ofício, ou a requerimento de qualquer Art. 89. Encerrada a apreciação, pelas Comissões, da matéria
Vereador, determinar o envio de proposição pendente de sujeita à deliberação do Plenário, a proposição será enviada à
parecer à Comissão seguinte ou ao Plenário, conforme o caso. Mesa Diretora e aguardará inclusão na Ordem do Dia do Plenário
da Casa.
§ 2º O Presidente da Câmara poderá, de ofício, ou a requerimento
de qualquer Vereador, conceder prorrogação do prazo do inciso
II do caput por até 20 (vinte) sessões ordinárias, especificamente
para as Comissões Especiais, em virtude da complexidade de
matéria em regime de tramitação ordinária.
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Seção IV de renumeração e distribuição;
Do Recurso em Parecer Contrário de Admissibilidade IV — ao apreciar qualquer matéria, a Comissão poderá propor a sua
adoção ou a sua rejeição total ou parcial, sugerir o seu arquivamento,
formular projeto dela decorrente, dar-lhe substitutivo e apresentar
Art. 90. O autor da proposição que receber parecer contrário de emenda ou subemenda;
admissibilidade poderá, no prazo de 2 (duas) sessões ordinárias V — nenhuma irradiação ou gravação poderá ser feita dos trabalhos
contado da data de aprovação do parecer na Comissão, com apoio das Comissões sem prévia autorização do seu Presidente,
de 1/5 (um quinto) dos membros da Câmara, interpor recurso para observadas as diretrizes fixadas pela Mesa Diretora;
que ele seja submetido ao Plenário, para apreciação preliminar.
VI — lido o voto do Relator, será ele de imediato submetido à
§ 1º Em apreciação preliminar, o Plenário deliberará sobre a discussão;
proposição somente quanto à sua admissibilidade constitucional
e jurídica ou financeira e orçamentária. VII — durante a discussão na Comissão, podem usar da palavra o
autor do projeto, o Relator, os demais membros e o Líder, durante
§ 2º Se o Plenário rejeitar o parecer, a proposição retomará 5min (cinco minutos) improrrogáveis, e, por 3min (três minutos),
a tramitação normal; caso contrário, ou não tendo havido Vereadores que a ela não pertençam;
interposição de recurso, será arquivada.
VIII — é facultada a apresentação de requerimento de encerramento
da discussão após falarem 4 (quatro) Vereadores;
70 Seção V IX — encerrada a discussão, será dada a palavra ao Relator para 71
Do Desenvolvimento dos Trabalhos réplica, se for o caso, por 5min (cinco minutos), procedendo-se,
em seguida, à votação do parecer.
X — para fins de esclarecimento acerca de proposição que esteja
Art. 91. No desenvolvimento dos seus trabalhos, as Comissões em discussão na Comissão, o Presidente poderá facultar a palavra
observarão as seguintes normas: a representante de sindicato, de entidade de classe, de associação
ou do Poder Executivo, fixando tempo determinado.
I — no caso de proposição que, por tratar de matéria análoga
ou conexa, for distribuída por dependência, para tramitação § 1º Havendo consenso, a apreciação de pareceres poderá ocorrer
em apenso, cada Comissão competente, em seu parecer, deve mediante a coleta de assinaturas fora do âmbito da reunião.
pronunciar-se em relação a todas as proposições apensadas;
§ 2º O resultado da apreciação de pareceres nos termos do § 1º
II — à Comissão é lícito, para facilidade de estudo, dividir qualquer constará na ata da reunião seguinte.
matéria, distribuindo-se cada parte ou capítulo a Relatores Parciais,
Art. 92. As deliberações das Comissões serão tomadas por maioria
mas sendo escolhido 1 (um) Relator-Geral, de modo que seja simples de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
enviado à Mesa Diretora 1 (um) só parecer;
Art. 93. A nenhuma Comissão cabe manifestar-se sobre o que não
III — quando diferentes matérias se encontrarem em um mesmo for de sua atribuição específica.
projeto, poderão as Comissões dividi-las para constituírem
proposições separadas, remetendo-as à Mesa Diretora para efeito Parágrafo único. Considerar-se-á como não escrito o parecer, ou
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parte dele, que infringir o disposto no caput. II — o Presidente da Câmara fará apelo a este membro da Comissão
no sentido de atender à reclamação, fixando-lhe para isso o prazo
Art. 94. As Comissões Permanentes poderão estabelecer regras e de 2 (duas) sessões ordinárias;
condições específicas para a organização e o bom andamento dos
seus trabalhos, observadas as normas fixadas neste Regimento, III — se, vencido o prazo, não houver sido atendido o apelo, o
bem como ter Relatores previamente designados por assuntos. Presidente da Câmara declarará a perda do lugar na Comissão do
membro e mandará proceder à restauração dos autos.
Seção VI
Seção VIII
Do Pedido de Vista
Das Questões de Ordem
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previstos neste Regimento, independente de convocação. Seção III
§ 2º Sessões extraordinárias são as realizadas em horário diverso Do Acesso ao Plenário
do fixado para as sessões ordinárias, mediante convocação.
§ 3º As sessões solenes serão realizadas para:
Art. 101. No recinto do Plenário, durante as sessões, somente
I — instalar a legislatura, nos termos do Capítulo II do Título I; serão admitidos Vereadores, Ex-Vereadores, servidores em
serviço, convidados, 1 (um) assessor por Vereador, 1 (um) assessor
II — comemorar fatos históricos, dentre os quais, obrigatoriamente, para a Liderança de Governo e 1 (um) assessor para a Liderança
o aniversário de Fortaleza, no dia 13 de abril; de Oposição, independentemente de o parlamentar assessorado
III — proceder à entrega de honrarias e outras homenagens que a estar presente.
Câmara entender relevantes. § 1º Os assessores que atuam no Plenário serão oficialmente
designados pelos Vereadores à Diretoria-Geral, que emitirá as
devidas credenciais, as quais deverão portar durante o tempo em
Seção II que permanecerem no Plenário.
Das Regras Destinadas aos Vereadores § 2º As pessoas referidas no caput somente adentrarão ao Plenário
em sessões ordinárias e extraordinárias em traje de passeio
completo, no caso dos homens, composto por paletó e gravata.
74 Art. 99. Nas sessões da Câmara Municipal serão observadas as 75
seguintes regras:
Seção IV
I — somente os Vereadores podem permanecer nas bancadas a
eles destinadas, salvo em sessões solenes; Da Duração, da Suspensão e do Encerramento das Sessões
II — nenhum Vereador poderá referir-se à Câmara ou a qualquer de
seus membros e de modo geral aos representantes dos Poderes
Públicos de forma descortês ou injuriosa; Art. 102. O prazo de duração das sessões será prorrogável a
requerimento verbal de qualquer Vereador, desde que esteja
III — a qualquer Vereador é vedado fumar, quando na Tribuna ou presente, pelo menos, a maioria absoluta dos Vereadores.
ocupando lugar na Mesa ou Plenário;
Parágrafo único. O requerimento de prorrogação da sessão poderá
IV — o Vereador poderá falar no exercício do direito de resposta, ser formulado até momento de o Presidente anunciar o término
a juízo do Presidente, para contestar acusação pessoal à própria da Ordem do Dia; prefixará seu prazo, que não excederá de
conduta feita durante a discussão ou para contradizer opinião que 60min (sessenta minutos); indicará o motivo e não terá discussão,
lhe for indevidamente atribuída. encaminhamento de votação ou justificativa de voto.
Art. 100. É proibida a veiculação de vídeos ou imagens de Art. 103. A sessão poderá ser suspensa para:
depoimentos e mensagens ofensivas às autoridades constituídas
ou atentatórias ao decoro parlamentar, durante a realização das I — preservação da ordem;
sessões da Câmara Municipal de Fortaleza.
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II — apresentação de parecer pela Comissão, quando necessário; § 3º Se, à hora regimental, não estiverem presentes os membros da
Mesa Diretora, assumirá a Presidência e abrirá a sessão o Vereador
III — entendimento de lideranças sobre matéria em discussão; mais idoso dentre os de maior número de legislaturas presente.
IV — recepção de visitantes. Art. 106. As sessões ordinárias compor-se-ão de 4 (quatro) partes:
Parágrafo único. O tempo de suspensão não será computado na I — Pequeno Expediente;
duração da sessão.
II — Ordem do Dia;
Art. 104. A sessão será encerrada:
III — Grande Expediente;
I — ao término de sua duração regimental;
IV — Explicação Pessoal.
II — por falta de quórum regimental para o prosseguimento dos
trabalhos;
III — em caráter excepcional, por motivo de luto oficial, por Seção I
falecimento de autoridade, por motivo grave ou por calamidade
pública, em qualquer fase dos trabalhos, mediante deliberação Do Pequeno Expediente
plenária.
Parágrafo único. A sessão não poderá ser encerrada na forma do Art. 107. O Pequeno Expediente terá a duração máxima de 60min
76 inciso I enquanto não forem deliberadas as matérias constantes na (sessenta minutos) e destina-se inicialmente ao uso da palavra pelos 77
Ordem do Dia. Vereadores previamente inscritos em livro próprio, constando da
assinatura, em número máximo de 10 (dez) por sessão, com o
tempo de 3min (três minutos) para cada um, e também:
CAPÍTULO II
I — à leitura do sumário do expediente recebido pela Mesa Diretora;
DAS SESSÕES ORDINÁRIAS
II — à leitura do sumário das proposições encaminhadas à Mesa
Diretora.
Art. 105. As sessões ordinárias terão início às 9h (nove horas), § 1º Encerrada a leitura do sumário das proposições, nenhuma
após a verificação da presença de, no mínimo, 1/5 (um quinto) dos matéria poderá ser apresentada.
membros da Câmara e terão a duração de 4h (quatro horas), das
terças-feiras às quintas-feiras. § 2º Durante a realização do Pequeno Expediente não serão
concedidos o “aparte” e o “pela palavra”.
§ 1º Inexistindo número legal para o início da sessão, proceder-
se-á, dentro de 15min (quinze minutos), à nova verificação, não se
computando esse tempo em seu prazo de duração, e, caso não
atingido o quórum, não haverá sessão.
§ 2º A abertura do painel eletrônico para o registro da presença
dos Vereadores ocorrerá às 8h (oito horas).
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Seção II § 4º A inversão da pauta da Ordem do Dia deverá ser solicitada
por meio de requerimento verbal devidamente fundamentado,
Da Ordem do Dia procedendo-se de acordo com a deliberação plenária.
Art. 108. Findo o tempo destinado ao Pequeno Expediente, passar- Seção III
se-á à Ordem do Dia.
Do Grande Expediente
§ 1º Verificada a presença da maioria absoluta dos Vereadores,
dar-se-á início às discussões e às votações, obedecida a ordem de
preferência.
Art. 110. O Grande Expediente terá início ao esgotar-se a Ordem
§ 2º O Secretário procederá à leitura da súmula da matéria a ser do Dia, presente, no mínimo, 1/5 (um quinto) dos Vereadores e
apreciada. terá duração máxima de 120min (cento e vinte minutos).
§ 3º O Presidente anunciará a matéria em discussão, a qual será § 1º Serão inscritos, em ordem alfabética, 9 (nove) Vereadores
encerrada se nenhum Vereador houver solicitado a palavra, passando- por sessão, cada um com tempo de 10min (dez minutos)
se à sua imediata votação. improrrogáveis e indivisíveis, a fim de tratar de assunto de livre
escolha, sendo permitidos apartes.
§ 4º Não havendo quórum destinado à Ordem do Dia, abrir-se-á
o painel eletrônico para o registro do Grande Expediente, com a § 2º Em seguida, serão inscritas em lista 5 (cinco) lideranças
78 presença de, no mínimo, 1/5 (um quinto) dos Vereadores, ficando de partido ou de bloco parlamentar por sessão, seguindo a 79
as matérias da Ordem do Dia destinadas à sessão ordinária ou à ordem numérica da maior para a menor representação, para
extraordinária subsequente. o uso da palavra em um único tempo de 10min (dez minutos)
improrrogáveis e indivisíveis, a fim de tratar de assuntos restritos a
Art. 109. A Ordem do Dia poderá ser alterada ou interrompida em posicionamentos partidários, sendo permitidos apartes.
caso de:
§ 3º A primeira liderança de partido ou de bloco parlamentar da
I — assunto urgente; lista de que trata o § 2º terá prioridade para o uso da palavra; caso
II — inversão de pauta; esta não utilize o tempo, será chamada a segunda liderança e
assim por diante.
III — posse de Vereador.
§ 4º Ao final, a Liderança de Oposição e a Liderança de Governo
§ 1º Entende-se urgente,para interromper a Ordem do Dia,assunto capaz serão inscritas, com tempo de 10min (dez minutos) improrrogáveis
de tornar-se nulo e de nenhum efeito, se deixar de ser imediatamente e indivisíveis, sendo permitidos apartes.
tratado.
§ 5º O orador poderá requerer a remessa de notas taquigráficas
§ 2º O Vereador, para tratar de assunto urgente, usará da seguinte de seu discurso a autoridades ou a entidades, desde que seu
expressão: “Peço a palavra para assunto urgente”. pronunciamento envolva sugestão de interesse público municipal.
§ 3º Concedida a palavra nos termos do § 2º, o Vereador deverá, de § 6º É permitido ao Vereador inscrito e presente na hora do Grande
imediato, manifestar a urgência e, caso não o faça, terá a palavra cassada. Expediente transferir integralmente o seu tempo a outro Vereador
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também inscrito e presente, ficando limitado o orador ao máximo Art. 115. Na Tribuna Livre, poderão usar da palavra, por tempo
de 20min (vinte minutos) de uso da palavra. improrrogável e sem apartes, representantes de entidades associativas
formalmente constituídas ou pessoas residentes no município.
§ 7º É permitido aos Vereadores inscritos e presentes na hora
do Grande Expediente, mediante acordo entre si, devidamente § 1º Ao orador que ocupar a Tribuna Livre deverão ser aplicadas as
informado ao Presidente da Sessão, realizar a permuta da ordem demais regras atinentes ao uso da palavra do Vereador, devendo
dos seus tempos. pronunciar-se com obediência aos princípios de urbanidade e respeito
à soberania do Plenário, usando de linguagem moderada, de modo
a não exceder na disciplina e na ética regular do comportamento
Seção IV legislativo.
Da Tribuna Livre
CAPÍTULO III
Art. 114. Nas sessões ordinárias realizadas às quartas-feiras poderá DAS SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS
ser acrescida, mensalmente, ao Grande Expediente, a Tribuna Livre,
com o mesmo tempo destinado ao pronunciamento dos Vereadores.
Art. 117. As sessões extraordinárias serão convocadas pelo
Parágrafo único. O momento reservado ao pronunciamento do Presidente, de ofício, ou por deliberação do Plenário, a requerimento
orador que fizer uso da Tribuna Livre antecederá às intervenções dos de qualquer Vereador.
Vereadores inscritos.
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§ 1º O Presidente fixará, com a devida antecedência, o dia, o horário, § 4º As proposições constantes da Ordem do Dia das sessões
a matéria de expediente e a Ordem do Dia da sessão extraordinária, extraordinárias pelo Plenário Virtual serão submetidas à discussão e
podendo a comunicação aos Vereadores ser feita oralmente em à votação.
sessão ou por notificação pessoal, por meio físico ou eletrônico.
§ 5º A discussão se dará por meio do sistema de Fórum de Debate, no
§ 2º Nas sessões extraordinárias não haverá o uso da palavra do qual os Vereadores poderão encaminhar considerações, por escrito,
Pequeno Expediente, o Grande Expediente e a Explicação Pessoal. e discutir as matérias em pauta durante toda a duração da sessão do
Plenário Virtual.
§ 6º A sessão extraordinária pelo Plenário Virtual ficará disponível
CAPÍTULO IV para acesso, discussão e votação, mediante utilização de sistema de
DO PLENÁRIO VIRTUAL autenticação e de autorização disponibilizado pela plataforma, por
período jamais inferior a 5 (cinco) dias úteis.
§ 7º O sistema de votação fará constar, além das opções “Sim”, “Não”
Art. 118. Poderão ser convocadas sessões extraordinárias para e “Abstenção”, a opção “Plenário Físico” que, escolhido por 1/3 (um
deliberação de matérias por sistema eletrônico de discussão e terço) dos votantes, remeterá a proposição às demais formas de
votação denominado como Plenário Virtual, quando se tratar de: deliberação previstas neste Regimento, impedindo o retorno ao
Plenário Virtual dentro da mesma sessão legislativa.
I — projetos de lei que visem instituir datas comemorativas e eventos
no Calendário Oficial do Município de Fortaleza; § 8º As emendas de Vereadores serão apresentadas ao Departamento
82 Legislativo até o início da sessão extraordinária pelo Plenário Virtual 83
II — projetos de lei que visem conceder títulos de utilidade pública em cuja Ordem do Dia figurar a proposta principal.
municipal;
§ 9º Concluída a sessão do Plenário Virtual, o sistema emitirá o registro
III — proposições que visem denominar equipamentos, vias e completo, que será homologado pelo Presidente.
logradouros públicos;
§ 10. O registro completo será a ata da sessão do Plenário Virtual, que
IV — proposições que visem conceder título de cidadania honorária será publicada no Diário Oficial do Município.
ou qualquer outra honraria ou homenagem.
§ 11. Ficam excluídas da apreciação pelo Plenário Virtual todas as
§ 1º Somente serão submetidos ao Plenário Virtual os projetos em proposições que impliquem criação ou aumento de despesa.
condições de pauta, instruídos com os pareces das Comissões
competentes designadas. § 12. Aplica-se às sessões virtuais, no que couber, a disciplina das
sessões ordinárias e extraordinárias.
§ 2º As sessões extraordinárias pelo Plenário Virtual serão convocadas
nos termos regimentais, com dias e horários determinados, terão as
suas pautas definidas pelo Presidente e publicadas no sítio eletrônico
da Câmara.
§ 3º As sessões extraordinárias pelo Plenário Virtual poderão ter
horários coincidentes com os das sessões ordinárias e extraordinárias
do Plenário Físico.
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CAPÍTULO V Seção II
DAS SESSÕES SOLENES Do Uso da Palavra
Art. 121. O Vereador poderá fazer uso da palavra, nos seguintes
casos:
Art. 119. As sessões solenes serão convocadas pelo Presidente, de
ofício, ou por deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer I — por 2min (dois minutos) para:
Vereador.
a) apartear, havendo permissão do orador, não podendo tratar de
Parágrafo único. As sessões solenes serão disciplinadas conforme o assunto diverso do objeto do aparte;
Regulamento do Cerimonial, a ser instituído por Resolução específica.
b) utilizar “pela palavra”, objetivando realizar comunicações diversas,
entre pronunciamentos de Vereadores e entre momentos da sessão;
CAPÍTULO VI c) suscitar Questão de Ordem.
DA ORDEM DOS DEBATES II — por 3min (três minutos), sem apartes para:
a) encaminhamento de votação;
Seção I b) justificativa de voto;
84 Das Disposições Gerais c) pronunciamento, durante o Pequeno Expediente, estando o 85
Vereador devidamente inscrito.
III — por 5min (cinco minutos), sem apartes para:
Art. 120. Os debates devem realizar-se em ordem e solenidades
próprias das normas do Legislativo, não podendo o Vereador fazer a) discussões de qualquer natureza;
uso da palavra sem que o Presidente a conceda.
b) explicação pessoal ao final da sessão.
§ 1º O orador, ao iniciar, dirigirá a palavra ao Presidente e aos demais
Vereadores. IV — por 10min (dez minutos), com apartes, para pronunciamento no
Grande Expediente, na forma regimental.
§ 2º O orador deverá falar da Tribuna, e, quando da bancada, manter-
se em pé e de frente para a Mesa. Parágrafo único. O tempo de que dispuser o Vereador começará a
fluir no instante em que lhe for dada a palavra.
§ 3º Nenhuma conversação será permitida no recinto do Plenário, em
tom que dificulte a leitura do expediente, a chamada, os debates e as Art. 122. É vedado ao Vereador desviar-se da matéria em debate,
deliberações. quando estiver com a palavra ou quando estiver aparteando, sob
pena de ter o uso da palavra cassado.
Art. 123. O Vereador poderá ter seu pronunciamento interrompido
para:
I — comunicação importante e inadiável à Câmara;
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II — recepção de visitantes; CAPÍTULO VII
III — observância do tempo regimental; DAS QUESTÕES DE ORDEM
IV — formulação de Questão de Ordem.
Parágrafo único. Quando o orador for interrompido em seu Art. 126. Questão de Ordem é ato por meio do qual o Vereador
pronunciamento, exceto por aparte concedido, o prazo de interrupção suscita dúvida sobre a interpretação ou a aplicação do Regimento
não será computado no tempo que lhe cabe. Interno.
§ 1º Para suscitar Questão de Ordem, o Vereador deve citar
expressamente, no início do uso da palavra, o artigo do Regimento
Seção III Interno objeto de controvérsia, sob pena de ter seu questionamento
Dos Apartes indeferido por ausência de objeto.
§ 2º É vedado formular, simultaneamente, mais de 1 (uma) Questão
de Ordem.
Art. 124. Aparte é a intervenção breve e oportuna ao orador para
indagação, esclarecimento ou contestação da matéria em debate. § 3º Não poderá ser formulada nova Questão de Ordem, havendo
outra pendente da decisão.
§ 1º O Vereador, para apartear, solicitará permissão ao orador,
permanecendo sentado. § 4º Se a Questão de Ordem comportar resposta, esta deverá
86 ser dada imediatamente, se possível, ou, caso contrário, em fase 87
§ 2º É vedado ao Vereador que estiver ocupando a Presidência posterior da mesma sessão, ou na sessão plenária seguinte, desde
apartear. que não comprometa o andamento dos trabalhos.
Art. 125. Não é permitido o aparte: § 5º O Presidente poderá suspender a sessão, por tempo
determinado, para a resolução da Questão de Ordem formulada,
I — à palavra do Presidente, quando na direção dos trabalhos; inclusive para consultar a assessoria técnica da Mesa Diretora,
II — ao orador que não o permitir, tácita ou expressamente; como forma de subsidiar seu deferimento ou indeferimento.
V — no encaminhamento de votação.
Parágrafo único. O serviço taquigráfico não registrará apartes Art. 127. Das decisões da Presidência, cabe recurso ao Plenário.
proferidos em desacordo com as normas regimentais. Parágrafo único. O recurso não terá efeito suspensivo, salvo
quando a decisão versar sobre recebimento de emenda, caso em
que o projeto respectivo terá votação suspensa até decisão, pelo
Plenário, do recurso interposto.
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Art. 128. O recurso deverá ser interposto, por escrito, no prazo de § 4º Decorrido sem impugnações o prazo a que se refere o § 1º,
2 (duas) sessões ordinárias contado da decisão, com apoio de 1/5 a ata será considerada aprovada, devendo ser assinada pelo
(um quinto) dos membros da Câmara. Presidente e pelo Secretário.
§ 1º No prazo improrrogável de 2 (duas) sessões ordinárias, o § 5º Não havendo quórum para realização da sessão, será lavrado
Presidente poderá rever a decisão recorrida ou, caso contrário, termo de ata, nele constando o nome dos Vereadores presentes e
encaminhar o recurso à Comissão de Constituição e Justiça. o expediente despachado.
§ 2º No prazo improrrogável de 2 (duas) sessões ordinárias, a Art. 130. Todos os trabalhos de Plenário devem ser taquigrafados
Comissão de Constituição e Justiça emitirá parecer sobre o recurso. para que constem dos Anais.
§ 3º O recurso e o parecer da Comissão serão imediatamente § 1º As notas taquigráficas serão entregues aos oradores para
incluídos na pauta da Ordem do Dia, para apreciação plenária, em revisão, no prazo de 2 (duas) sessões ordinárias, quando solicitadas.
discussão única.
§ 2º Não devolvidas em igual prazo, serão insertas nos Anais com
§ 4º A decisão do Plenário é irrecorrível. a observação: “Não revisadas pelo orador”.
§ 3º Antes da revisão somente poderão ser fornecidas cópias ou
certidões de discursos e apartes com autorização expressa dos
CAPÍTULO IX oradores.
DAS ATAS E DOS ANAIS
88 89
TÍTULO VI
Art. 129. De cada sessão plenária, lavrar-se-á ata destinada aos DO PROCESSO LEGISLATIVO
anais, com todos os detalhes de acordo com o apontamento
taquigráfico, constando os nomes dos Vereadores presentes à
hora do início da sessão e no início da Ordem do Dia.
CAPÍTULO I
§ 1º A ata deverá ser publicada no sítio eletrônico da Câmara,
em até 24h (vinte e quatro horas) após a sessão, para que os DAS PROPOSIÇÕES
Vereadores possam ler e, se for o caso, oferecer impugnação a ela
no prazo de 2 (duas) sessões ordinárias.
Art. 131. Toda matéria sujeita à apreciação da Câmara, de suas
§ 2º Havendo impugnação escrita, o Presidente da Câmara, no Comissões, da Mesa Diretora e da Presidência tomará forma de
prazo de 2 (duas) sessões ordinárias, decidirá pela retificação ou proposição, que comporta as seguintes espécies:
pela manutenção do texto original, assinando a ata juntamente
com o Secretário, em ambos os casos. I — Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PEL);
§ 3º No caso de negativa da impugnação, com a decisão pela II — Projeto de Lei Complementar (PLC);
manutenção do texto original, será a ata considerada aprovada
com restrições. III — Projeto de Lei Ordinária (PLO);
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IV — Projeto de Decreto Legislativo (PDL); Art. 134. Os Projetos de Lei Ordinária e de Lei Complementar
são proposições que têm por fim regular a matéria legislativa de
V — Projeto de Resolução (PRE); competência da Câmara, sujeita à sanção do Prefeito.
VI — Indicações (IND); Art. 135. O Projeto de Decreto Legislativo é a proposição
VII — Requerimentos (REQ); destinada a regular as matérias de exclusiva competência da
Câmara que tenham efeito externo, competindo ao Presidente a
VIII — Emendas (EMD). sua promulgação.
§ 1º As proposições previstas nos incisos I a VII do caput serão Art. 136. O Projeto de Resolução é a proposição destinada a
numeradas por sessão legislativa, em séries específicas. regular matéria político-administrativa e demais temas de interesse
interno da Câmara, competindo ao Presidente a sua promulgação.
§ 2º As emendas serão numeradas pela ordem de entrada e
organizadas pela ordem dos artigos do projeto, guardada a Art. 137. Os projetos serão redigidos com clareza, precisão e
sequência determinada pela sua natureza, a saber: supressivas, ordem lógica e deverão conter:
aglutinativas, substitutivas, modificativas e aditivas.
I — título designativo da espécie legislativa;
Art. 132. A proposição em que se exige forma escrita deverá
estar acompanhada de justificativa escrita, assinada pelo autor II — ementa, que explicitará, de modo conciso e sob forma de título,
e, nos casos previstos neste Regimento, pelos Vereadores que a o objeto da proposição;
apoiarem. III — parte normativa, compreendendo o texto da matéria de que
90 trata a proposição; 91
§ 1º Será considerado autor da proposição o primeiro signatário,
sendo de apoiamento as assinaturas que se lhe seguirem. IV — parte final, com as disposições sobre medidas necessárias à
§ 2º Será considerada proposição coletiva aquela em que os implementação das matérias constantes da parte normativa, as
signatários manifestarem, expressamente, a intenção de coautoria, disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência e a
mediante a utilização da palavra “Autor” abaixo de suas assinaturas. cláusula de revogação, quando couber;
§ 3º Nos casos em que seja exigido número mínimo de subscrições V — justificativa, contendo a exposição dos motivos que fundamentam
de Vereadores para apresentação de proposição, todos esses a proposição.
signatários serão considerados autores.
Seção II
Seção I Das Indicações
Dos Projetos
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nos termos do art. 46, § 1º, da Lei Orgânica do Município; Subseção I
II — a realização de obra, construção, reforma ou instalação de Dos Requerimentos Sujeitos à Decisão do Presidente
equipamento público.
§ 1º Na hipótese do inciso I do caput, a Indicação recebida pela Mesa
Diretora será lida e encaminhada às Comissões competentes, que Art. 140. Será despachado pelo Presidente o requerimento verbal
emitirão pareceres no prazo regimental; em seguida, se aprovada que solicite:
pelo Plenário, será encaminhada ao Chefe do Poder Executivo. I — o uso da palavra, nos tempos regimentalmente previstos;
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput, a Indicação recebida pela II — verificação de quórum por ocasião das votações;
Mesa Diretora será objeto de deliberação do Plenário, dispensada
a apreciação das Comissões; em seguida, se aprovada, será III — esclarecimentos sobre a ordem dos trabalhos;
encaminhada ao Chefe do Poder Executivo.
IV — a suspensão da sessão;
V — concessão de direito de resposta, nos termos do art. 99, inciso
Seção III IV.
Dos Requerimentos Art. 141. Será despachado pelo Presidente o requerimento escrito
que solicite:
92 I — informação oficial de Secretários Municipais e de autoridades 93
Art. 139. Requerimento é a proposição dirigida à Mesa Diretora equivalentes;
ou ao Presidente, por qualquer Vereador ou Comissão, sobre
matéria de competência da Câmara Municipal. II — envio aos órgãos competentes de pleitos de pavimentação de via
pública, drenagem, energia e outros serviços gerais assemelhados;
§ 1º Os requerimentos, quanto à competência decisória, são
sujeitos à: III — justificativa de faltas, com motivo justo;
I — decisão do Presidente; IV — licença de Vereador;
II — decisão do Plenário; V — criação de Comissão Especial;
III — decisão das Comissões. VI — criação de Comissão Parlamentar de Inquérito;
§ 2º Quanto à forma, os requerimentos são: VII — distribuição de matéria para manifestação por outra Comissão;
I — verbais; VIII — designação de Relator para proposição, quando decorrido o
prazo para o Presidente da Comissão, nos termos do art. 86, § 1º;
II — escritos.
IX — envio de proposição pendente de parecer à Comissão seguinte
ou ao Plenário, nos termos do art. 87, § 1º;
X — impugnação para retificação de ata de sessão;
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XI — apensamento de proposições em curso que regulem matéria Subseção II
análoga ou conexa;
Dos Requerimentos Sujeitos à Deliberação do Plenário
XII — retirada de tramitação de proposição sem parecer;
XIII — desarquivamento de proposição. Art. 142. Dependerá de deliberação do Plenário o requerimento
verbal que solicite:
§ 1º Os requerimentos de que trata o inciso I do caput serão
despachados pelo Presidente, ouvida a Mesa Diretora, observadas as I — prorrogação da sessão;
seguintes regras: II — inversão da Ordem do Dia;
I — apresentado requerimento de informação oficial, se esta chegar III — votação em bloco e votação em destaque;
espontaneamente à Câmara ou já tiver sido prestada em resposta a
pedido anterior, dela será entregue cópia ao autor, considerando-se, IV — encerramento da sessão;
em consequência, prejudicada a proposição;
V — adiamento de discussão ou votação de proposição.
II — os requerimentos de informação somente poderão referir-se a ato
ou fato, na área de competência da respectiva Secretaria Municipal, Parágrafo único. Os requerimentos mencionados no presente artigo
incluídos os órgãos ou entidades da Administração Pública indireta não admitem discussão, encaminhamento de votação ou justificativa
sob sua supervisão: de voto, exceto os referidos no inciso V do caput, que comportam
apenas discussão.
a) relacionado com matéria legislativa em trâmite ou com qualquer
94 assunto submetido à apreciação da Câmara ou de suas Comissões; Art. 143. Dependerá de deliberação do Plenário o requerimento 95
escrito que solicite:
b) sujeito à fiscalização e ao controle da Câmara ou de suas Comissões;
I — realização de sessão extraordinária ou solene;
c) pertinente às atribuições da Câmara.
II — criação de Comissão de Representação, quando importar ônus
III — não cabem, em requerimento de informação, providências a para a Câmara;
tomar, consulta, sugestão, conselho ou interrogação sobre propósitos
da autoridade a que se dirige; III — criação de Frente Parlamentar;
IV — o requerimento de informação pode ser recusado caso seja IV — regime de urgência para determinada proposição;
formulado de modo inconveniente ou que contrarie o disposto neste V — inserção, nos anais, de documentos ou publicações de alto valor
Regimento. cultural oficial ou de interesse público relevante;
§ 2º Assim que recebida, a informação oficial solicitada será VI — retirada de tramitação de proposição com parecer favorável de
encaminhada ao autor do requerimento, permanecendo cópia no alguma Comissão;
setor competente dos serviços da Câmara.
VII — o envio de moções e votos de pesar, apoio, repúdio, louvor ou
§ 3º Não atendido o requerimento de informação oficial no prazo de congratulações.
30 (trinta) dias, dar-se-á ciência do fato ao autor, para que adote as
providências cabíveis.
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Subseção III § 6º Emenda aditiva é a que se acrescenta a outra proposição.
Dos Requerimentos Sujeitos à Deliberação das Comissões § 7º Denomina-se subemenda a emenda que é apresentada em
Comissão a outra emenda, e que pode ser, por sua vez, supressiva,
substitutiva ou aditiva, desde que não incida, a supressiva, sobre
Art. 144. Os requerimentos que solicitem a realização de audiências emenda com a mesma finalidade.
públicas serão deliberados pelas comissões pertinentes ao tema. § 8º Denomina-se emenda de redação a modificativa que visa
Parágrafo único. Os requerimentos de que trata o caput poderão sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou
ser apreciados imediatamente pelo Plenário, por decisão do lapso manifesto.
Presidente da Câmara, se ficar comprovada a urgência na sua § 9º Não será recebida emenda que verse sobre assunto estranho
apreciação, pela iminente perda do prazo ou do objeto. ao projeto em discussão.
Art. 146. No primeiro turno de discussão e votação, serão as
Seção IV emendas apresentadas por Vereador ou por Comissão com seu
respectivo parecer.
Das Emendas
§ 1º As emendas de Vereadores serão apresentadas ao
Departamento Legislativo até o início da sessão em cuja Ordem
do Dia figurar a proposta principal.
Art. 145. Emenda é a proposição apresentada como acessória
96 de outra, sendo a principal qualquer uma dentre as referidas nos § 2º As emendas de Comissão serão apresentadas durante a 97
incisos I a V do art. 131. apreciação da proposta principal em seu âmbito, pelo Relator,
juntamente com seu voto, ou por qualquer membro da Comissão,
§ 1º As emendas são supressivas, aglutinativas, substitutivas, juntamente com seu voto em separado.
modificativas ou aditivas.
Art. 147. No segundo turno de discussão e votação, somente
§ 2º Emenda supressiva é a que manda erradicar qualquer parte caberão emendas subscritas por 1/3 (um terço) ou mais dos
de outra proposição. Vereadores, independente de parecer.
§ 3º Emenda aglutinativa é a que resulta da fusão de outras Art. 148. Na Redação Final, somente caberão emendas de redação.
emendas, ou destas com o texto, por transação tendente à
aproximação dos respectivos objetos. Art. 149. As emendas aglutinativas podem ser apresentadas em
Plenário, para apreciação em turno único, quando da votação da
§ 4º Emenda substitutiva é a apresentada como sucedânea à parte parte da proposição ou do dispositivo a que elas se refiram, pelos
de outra proposição, denominando-se “substitutivo” quando a autores das emendas objeto da fusão, ou por 1/5 (um quinto) dos
alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto; considera- membros da Câmara.
se formal a alteração que vise exclusivamente ao aperfeiçoamento
da técnica legislativa. Parágrafo único. Quando apresentada pelos autores, a emenda
aglutinativa implica retirada das emendas das quais resulta.
§ 5º Emenda modificativa é a que altera a proposição, sem a
modificar substancialmente.
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CAPÍTULO II que couber, o que prescrevem os arts. 156 e 157;
DA TRAMITAÇÃO II — excetuadas as hipóteses de Comissão Especial, a proposição será
distribuída:
a) obrigatoriamente para a Comissão de Constituição e Justiça, para
Seção I o exame de admissibilidade constitucional e jurídica;
Do Protocolo das Proposições b) quando envolver aspectos financeiro ou orçamentário, para a
Comissão de Orçamento, Fiscalização e Administração Pública, para
o exame de admissibilidade financeira e orçamentária;
Art. 150. O Departamento Legislativo manterá sistema de controle
da apresentação de proposições, fornecendo ao autor comprovante c) para as Comissões a que a matéria estiver afeta, para o exame de
de entrega em que se ateste o dia e a hora da entrada. mérito.
Art. 151. O protocolo das proposições na Câmara Municipal de III — a remessa de proposição às Comissões será feita por intermédio
Fortaleza poderá ocorrer por meio exclusivamente virtual, mediante do Departamento Legislativo, devendo chegar ao seu destino até a
uso de assinatura eletrônica baseada em certificado digital emitido sessão ordinária seguinte ou, imediatamente, em caso de urgência;
por Autoridade Certificadora credenciada. IV — a remessa de processo distribuído a mais de 1 (uma) Comissão
Parágrafo único. O protocolo virtual de que trata o caput será instituído será feita diretamente de uma a outra, na ordem em que tiverem de
e disciplinado por Resolução específica. manifestar-se, com os necessários registros de acompanhamento,
98 salvo matéria em regime de urgência, que será apreciada 99
conjuntamente pelas Comissões e encaminhada à Mesa Diretora.
Seção II Parágrafo único. Toda proposição sujeita ao exame da Comissão
de Constituição e Justiça deverá ser submetida posteriormente ao
Da Distribuição para as Comissões exame de mérito de, pelo menos, 1 (uma) comissão permanente de
campo temático pertinente, ressalvadas as proposições cuja matéria
esteja plenamente abrangida pelas competências da Comissão de
Art. 152. Antes da deliberação do Plenário, haverá manifestação das Constituição e Justiça.
Comissões competentes para estudo da matéria, exceto quando se
tratar de requerimento. Art. 154. Quando qualquer Comissão pretender que outra se
manifeste sobre determinada matéria, apresentará requerimento
Art. 153. A distribuição de matéria às Comissões será feita por escrito nesse sentido ao Presidente da Câmara.
despacho do Presidente da Câmara, dentro de 2 (duas) sessões
ordinárias depois de recebida na Mesa Diretora, observadas as Parágrafo único. Do despacho do Presidente caberá recurso para o
seguintes normas: Plenário, nos termos dos arts. 127 e 128.
I — antes da distribuição, o Presidente mandará verificar se existe Art. 155. Se a Comissão a que for distribuída uma proposição se
proposição em trâmite que trate de matéria análoga ou conexa; em julgar incompetente para apreciar a matéria ou, se no prazo para a
caso afirmativo, fará a distribuição por dependência, determinando apresentação de emendas, qualquer Vereador ou Comissão suscitar
o seu apensamento, após ser numerada, aplicando-se à hipótese, no conflito de competência em relação a ela, será este dirimido pelo
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Presidente da Câmara, dentro de 2 (duas) sessões ordinárias ou, Seção IV
de imediato, se a matéria for urgente, cabendo, em qualquer caso,
recurso para o Plenário. Da Prejudicialidade
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de ofício, ou mediante provocação de qualquer Vereador, ou Seção VI
por Comissão em seu exame de admissibilidade constitucional e
jurídica. Da Reconstituição dos Autos
§ 5º Às proposições de iniciativa do Poder Executivo Municipal Art. 163. Serão arquivadas todas as proposições de Vereadores
aplicar-se-ão as mesmas regras. que, antes do término da legislatura, tenham falecido, renunciado
ou perdido o cargo.
Parágrafo único. A proposição poderá ser desarquivada mediante
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requerimento de qualquer Vereador, dentro dos primeiros 180 Seção I
(cento e oitenta) dias após a vacância do cargo, retomando a
tramitação desde o estágio em que se encontrava. Da Discussão
I — lei complementar; Art. 168. A proposição que não tiver sua discussão encerrada na
mesma sessão, será apreciada na primeira sessão subsequente.
II — código;
III — iniciativa popular;
Seção II
IV — matéria orçamentária, financeira, previdenciária e tributária;
Da Votação
V — emenda à Lei Orgânica do Município;
VI — reforma do Regimento Interno.
Art. 169. Votação é o ato complementar da discussão por meio
Parágrafo único. Matérias com tramitação em regime de urgência do qual o Plenário manifesta sua vontade deliberativa.
sofrerão discussão e votação em turno único em Plenário.
§ 1º O Vereador que estiver presidindo a sessão somente terá
direito a voto:
I — na eleição da Mesa Diretora;
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II — quando a matéria exigir, para sua aprovação, o voto favorável de Subseção II
maioria absoluta ou de 2/3 (dois terços) do total dos membros da
Câmara; Do Adiamento da Votação
§ 2º Partes da proposição principal ou partes de emenda, assim Art. 174. O processo simbólico de votação consiste na simples
106 entendido texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, contagem de votos favoráveis e contrários, apurados da forma 107
poderão ter votação em destaque, a requerimento de qualquer estabelecida nos parágrafos seguintes:
Vereador, aprovado pelo Plenário. § 1º Quando o Presidente submeter qualquer matéria à votação
§ 3º A parte destacada será votada separadamente, depois da pelo processo simbólico, convidará os Vereadores que estiverem
votação da proposição principal. de acordo a permanecerem como estão, procedendo-se, em
seguida, à contagem e à proclamação do resultado.
§ 4º O requerimento de destaques deverá ser formulado antes de
iniciada a votação da proposição ou da emenda a que se referir. § 2º Se algum Vereador tiver dúvida quanto ao resultado proclamado
pelo Presidente, imediatamente requererá verificação de votação, que
somente será deferida se o requerente apresentar fundamentação
verbal.
Subseção I
§ 3º Nenhuma votação admite mais de 1 (uma) verificação.
Do Encaminhamento da Votação
Art. 175. O processo nominal de votação consiste no registro, no
painel eletrônico, de votos favoráveis, pela expressão “sim”, ou
Art. 171. Após anunciada a votação e durante o seu transcorrer, os votos contrários, pela expressão “não”, ou de abstenção declarada.
líderes ou seus respectivos vice-líderes poderão usar da palavra para § 1º É obrigatório o processo nominal nas deliberações que exijam a
encaminhá-la, sem apartes, a fim de orientar o voto da respectiva aprovação da maioria absoluta ou de 2/3 (dois terços) dos Vereadores.
bancada.
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§ 2º A retificação de votos somente será admitida até o anúncio do resultante da aprovação pelo Plenário, em primeiro turno, de
resultado no painel. proposição que deva ser submetida a 2 (dois) turnos de votação.
§ 3º O Secretário anunciará o encerramento da votação e o resultado, § 2º A Redação para o Segundo Turno será dispensada nos projetos
sendo proclamado pelo Presidente. aprovados em primeiro turno sem emendas.
§ 4º Depois de proclamado o resultado, nenhum Vereador será Art. 178. Ultimada a fase da votação, em turno único ou em segundo
admitido a votar. turno, conforme o caso, será o projeto, com as respectivas emendas,
se houver, enviado para Coordenadoria das Comissões Técnicas para
§ 5º A relação dos Vereadores que votarem a favor ou contra o a elaboração da Redação Final.
resultado, ou que se ausentarem ou se abstiverem do voto, constará
da ata da sessão. Art. 179. A Redação para o Segundo Turno e a Redação Final
serão assinadas e encaminhadas pelo Presidente da Comissão de
§ 6º Dependerá de solicitação formulada por qualquer Vereador Constituição e Justiça.
a votação nominal da matéria para a qual este Regimento não a
exige. Art. 180. A Redação Final, após elaborada e assinada, figurará na
Ordem do Dia na primeira sessão plenária subsequente.
§ 1º Aprovada a Redação Final, a matéria será enviada para a
Subseção IV Coordenadoria-Geral de Assuntos Legislativos (COGEL) para
Da Justificativa de Voto elaboração dos autógrafos destinados à sanção do Prefeito ou à
108 promulgação do Presidente ou da Mesa Diretora, conforme o caso. 109
§ 2º Se forem apresentadas emendas de redação até o início da
Art. 176. Justificativa de Voto é o pronunciamento do Vereador sessão em cuja Ordem do Dia figurar a Redação Final, estas serão
sobre os motivos que o levaram a manifestar-se contrário ou encaminhadas para apreciação pela Comissão de Constituição e
favorável à matéria votada ou a abster-se. Justiça.
Parágrafo único. A Justificativa de Voto será aceita uma única Art. 181. A Redação para o Segundo Turno ou a Redação Final serão
vez, depois de concluída a votação, sem apartes. elaboradas dentro de 3 (três) sessões ordinárias para os projetos em
tramitação ordinária e de 1 (uma) sessão ordinária para os projetos
em regime de urgência.
Seção III Parágrafo único. Na elaboração da Redação para o Segundo Turno
Da Redação para o Segundo Turno e da Redação Final e da Redação Final, a Coordenadoria de Comissões Técnicas,
independentemente de emendas, poderá efetuar correções
de linguagem e de técnica legislativa, desde que não altere o
conteúdo da proposição.
Art. 177. Concluída a votação em primeiro turno, se houver emenda,
os projetos serão enviados para a Coordenadoria das Comissões
Técnicas para a elaboração da Redação para o Segundo Turno.
§ 1º Considera-se Redação para o Segundo Turno o texto legislativo
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Seção IV Art. 186. Além das regras contidas neste Regimento sobre preferência
e prejudicialidade, serão obedecidas ainda as seguintes:
Da Preferência
I — o substitutivo será discutido e votado antes da proposição principal;
Art. 182. Preferência é a primazia de discussão e votação de uma
proposição sobre outra. II — havendo mais de um substitutivo, serão discutidos e votados, pela
ordem de preferência, dos mais recentes sobre os mais antigos;
Art. 183. Terão preferência para discussão e votação, na seguinte
ordem: III — aprovado o substitutivo, ficam prejudicadas a proposição principal
e as emendas a esta oferecidas, ressalvadas as subemendas ao
I — proposições em regime de urgência; substitutivo e os destaques a ele;
II — proposições de iniciativa popular; IV — rejeitado o substitutivo ou na hipótese de votação da proposição
principal sem substitutivo, esta será votada antes das emendas que
III — matéria de iniciativa do Poder Executivo;
lhe tenham sido apresentadas;
IV — projetos de lei do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias
V — a rejeição da proposição principal prejudica as emendas a ela
e do Orçamento Anual;
oferecidas;
V — matéria de iniciativa da Mesa Diretora;
VI — a rejeição de qualquer artigo de proposição, votada artigo por
VI — matéria cuja discussão tenha sido iniciada; artigo, prejudica os demais artigos que forem uma consequência
daquele.
110 VII — veto; 111
Art. 184. Nas emendas, terão preferência para discussão e votação, DO REGIME DE URGÊNCIA
na seguinte ordem:
I — a supressiva; Art. 187. Será concedido regime de urgência para determinada
proposição por:
II — a aglutinativa;
I — solicitação do Prefeito, nos termos do art. 48 da Lei Orgânica do
III — a aditiva; Município;
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§ 3º Para o cumprimento do prazo previsto no § 1º serão adotadas, I — a assinatura de cada eleitor deverá ser acompanhada de seu
entre outras, as seguintes providências: nome completo e legível, endereço e dados identificadores de seu
título eleitoral;
I — obrigatoriedade de apreciação conjunta pelas Comissões às quais
a proposição for distribuída; II — as listas de assinatura serão organizadas, levando-se em
consideração a área de interesse ou abrangência da proposta, em
II — concessão de prazos diferenciados para o relator emitir o seu voto formulário padronizado elaborado pela Mesa Diretora da Câmara;
e para a Comissão deliberar o seu parecer, nos termos dos arts. 86 e
87; III — será lícito à entidade da sociedade civil patrocinar a apresentação
de proposições de iniciativa popular, responsabilizando-se pela
III — concessão do prazo diferenciado de 1 (uma) sessão ordinária, em coleta de assinaturas;
caso de pedido de vista da proposição;
IV — a proposição será instruída com documento da Justiça Eleitoral
IV — impossibilidade de retirada da via original da proposição da que ateste o contingente de eleitores em cada zona ou bairro,
Comissão, sendo entregues cópias aos Relatores e aos membros aos aceitando-se, para este fim, os dados referentes ao ano anterior, se
quais for concedida vista; não disponíveis outros mais recentes;
V — para proposições subordinadas a 2 (dois) turnos de discussão e V — não se rejeitará, liminarmente, proposições de iniciativa popular,
votação, necessária apreciação em turno único; por vícios de linguagem, lapsos ou imperfeições de técnica legislativa,
VI — concessão do prazo diferenciado de 1 (uma) sessão ordinária incumbindo à Comissão de Constituição e Justiça corrigir os eventuais
para elaboração da Redação para o Segundo Turno ou da Redação vícios formais, de modo a possibilitar sua regular tramitação.
112 Final; 113
§ 1º Incluída a proposição para discussão e votação na pauta da
VII — preferência de discussão e votação na Ordem do Dia, nos termos Ordem do Dia, em consonância com o que dispõe o caput do art.
do art. 183, inciso I. 60 da Lei Orgânica do Município, ela deverá ser apresentada por
representantes dos interessados, em número não superior a 2 (dois)
dos signatários, cujos nomes e assinaturas deverão figurar com
destaque, devendo ser previamente comunicados com antecedência
TÍTULO VII mínima de 15 (quinze) dias úteis da inclusão na Ordem do Dia.
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS § 2º As proposições apresentadas por meio de iniciativa popular
serão discutidas e votadas no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.
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CAPÍTULO II § 2º Para fins de criação do cadastro a que se refere o § 1º e de
autenticação de usuários, é permitida a integração com soluções
DAS SUGESTÕES DOS CIDADÃOS (PROGRAMA tecnológicas externas, quando estas permitirem acesso não
E-CIDADANIA) oneroso a qualquer interessado.
Art. 192. A ideia de iniciativa legislativa recebida por meio do
Art. 189. A participação dos cidadãos no processo legislativo portal que obtiver apoio de 5000 (cinco mil) cidadãos, em 4 (quatro)
poderá ser exercida mediante o oferecimento de ideias de meses, será transformada, com o auxílio da Coordenadoria de
iniciativa legislativa pelo Programa e-Cidadania. Comissões Técnicas, em sugestão legislativa a ser prioritariamente
deliberada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania.
Parágrafo único. O Programa e-Cidadania tem por objetivo
estimular e possibilitar maior participação popular, por meio § 1º A sugestão legislativa que receber parecer favorável da
da tecnologia da informação e comunicação, nas atividades Comissão de Direitos Humanos e Cidadania será transformada
legislativas da Câmara Municipal de Fortaleza. em proposição de sua iniciativa, sendo esta encaminhada ao
Departamento Legislativo para tramitação.
Art. 190. No âmbito do Programa, será mantido portal específico no
sítio da Câmara na internet, além de outras interfaces tecnológicas § 2º A sugestão que receber parecer contrário da Comissão de
aplicáveis, sem prejuízo do intercâmbio de informações com Direitos Humanos e Cidadania será encaminhada ao arquivo.
outras soluções tecnológicas internas ou externas. § 3º Aplicam-se à apreciação das sugestões pela Comissão de
Parágrafo único. São finalidades do portal em relação às ferramentas Direitos Humanos e Cidadania, no que couber, as disposições
114 de participação oferecidas à sociedade: regimentais relativas ao trâmite dos projetos de lei nas comissões. 115
I — hospedá-las;
II — esclarecer sobre seu funcionamento; CAPÍTULO III
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eleitorado do município. CAPÍTULO IV
§ 1º Apresentado o projeto, será constituída Comissão Especial, DA REFORMA DO REGIMENTO
composta de 9 (nove) membros designados nos termos do § 2º
do art. 59.
§ 2º Caberá à Comissão Especial o exame da admissibilidade e Art. 197. Aplicam-se aos projetos de reforma do Regimento
do mérito da proposição principal e das emendas que lhe forem Interno, naquilo que não contrarie o disposto neste capítulo, as
apresentadas. regras deste Regimento que regulam a tramitação das proposições
em geral.
Art. 195. O Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município será
submetido a 2 (dois) turnos de discussão e votação, com interstício Art. 198. O Regimento Interno poderá ser reformado mediante
mínimo de 10 (dez) dias. Projeto de Resolução proposto:
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CAPÍTULO V Parágrafo único. Recebido o parecer prévio do Tribunal de
Contas, o Presidente despachará imediatamente à Comissão de
DA APRECIAÇÃO DOS PROJETOS DE LEI DO PLANO Orçamento, Fiscalização e Administração Pública para apreciação.
PLURIANUAL, DAS DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS E DO
ORÇAMENTO ANUAL Art. 204. O parecer prévio, emitido pelo Tribunal de Contas sobre
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará
de prevalecer por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da
Art. 201. Aplicam-se aos projetos de lei do Plano Plurianual, das Câmara Municipal.
Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual, naquilo que não
contrarie o disposto neste capítulo, as regras deste Regimento § 1º Para apreciação das contas, a Câmara terá o prazo de 60
que regulam a tramitação das proposições em geral. (sessenta) dias, contado de seu recebimento.
Art. 202. Recebido o projeto, será ele distribuído imediatamente § 2º Rejeitado o parecer prévio, será o Decreto Legislativo
para as Comissões de Constituição e Justiça, e de Orçamento, correspondente remetido ao Ministério Público, para os devidos
Fiscalização e Administração Pública, para receber parecer. fins.
§ 1º O parecer sobre o projeto será imediatamente encaminhado
à Mesa Diretora, que fará constar na pauta da Ordem do Dia das CAPÍTULO VII
3 (três) sessões ordinárias subsequentes, para recebimento de
emendas. DA APRECIAÇÃO DO VETO
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CAPÍTULO VIII § 1º Durante o recesso parlamentar, a licença será deliberada pela
Mesa Diretora.
DO JULGAMENTO DO PREFEITO E DOS AGENTES PÚBLICOS
§ 2º A decisão da Mesa Diretora será comunicada aos Vereadores
por expediente normal.
Art. 207. O Prefeito será julgado pela Câmara Municipal por infração
político-administrativa, de acordo com o art. 5º do Decreto-Lei nº 201,
de 27 de fevereiro de 1967, ou outra lei que venha a substituí-lo, sem CAPÍTULO XI
o prejuízo de outras sanções.
DA REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS
CAPÍTULO IX
Art. 211. A fixação dos subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
DA SUSTAÇÃO DOS ATOS NORMATIVOS DO PODER Secretários Municipais se dará nos termos dos incisos XIX e XX do art.
EXECUTIVO 32 da Lei Orgânica do Município.
Art. 212. O Presidente da Câmara terá direito a subsídio na razão de
50% (cinquenta por cento) a mais do que percebem os Vereadores.
Art. 208. Os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentador poderão ser sustados por Decreto Parágrafo único. Fica estabelecida a divisibilidade de subsídio, nos
120 Legislativo proposto: casos de substituição do Presidente, na proporção de 1/30 (um trinta 121
avos) por dia de investidura no cargo.
I — por qualquer Vereador;
Art. 213. Além das assessorias previstas em lei, compete a cada
II — por Comissões, permanentes ou especiais, de ofício ou à Vereador o gerenciamento de despesas inerentes a seu gabinete, pelo
vista de representação de qualquer cidadão, partido político ou Serviço de Desempenho Parlamentar (SDP), tais como: consultorias,
entidade da sociedade civil. correspondências, telefone, combustível, impressos, publicidade,
Art. 209. Recebido o projeto, a Mesa Diretora oficiará ao Executivo passagens aéreas e fretamento de veículos automotores.
solicitando que preste, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, os § 1º O limite das despesas do presente artigo corresponderá a 75%
esclarecimentos que julgar necessários. (setenta e cinco por cento) do que couber mensalmente, a mesmo
título, aos Deputados Estaduais, devendo ser reajustados os limites
desses serviços por Ato da Mesa Diretora, sempre que a Assembleia
CAPÍTULO X Legislativa do Estado do Ceará assim o fizer.
DA LICENÇA DO PREFEITO § 2º A utilização dos serviços previstos neste artigo deverá ser feita
mediante requerimento do Vereador ao setor competente da
Câmara, que deverá adotar todas as providências legais necessárias
Art. 210. A solicitação de licença do Prefeito, como requerimento ao desembolso financeiro.
devidamente fundamentado, será submetida à deliberação
plenária na primeira sessão ordinária subsequente, independente § 3º Os serviços previstos neste artigo serão regulamentados por Ato
de parecer. da Mesa Diretora.
C Â M A R A M U N I C I PA L D E F O R TA L E Z A REGIMENTO INTERNO
CAPÍTULO XII Parágrafo único. Aprovado o requerimento, o Presidente
expedirá ofício ao convocado, estabelecendo dia e hora para o
DA CONCESSÃO DE HONRARIAS comparecimento.
Art. 217. No dia e hora estabelecidos, a Câmara reunir-se-á em
Art. 214. A concessão do Título de Cidadão Honorário de Fortaleza sessão ordinária ou extraordinária, com o fim de ouvir o convocado.
e das demais honrarias, observado o disposto na Lei Orgânica do
Município e neste Regimento Interno relativamente às proposições § 1º Aberta a sessão, a Presidência concederá a palavra ao Vereador
em geral, obedecerá às seguintes regras: requerente, que fará uma breve explanação sobre os motivos da
convocação.
I — para a concessão de título de cidadania, observar-se-á o limite
de 4 (quatro) para cada Vereador por legislatura; § 2º Com a palavra, o convocado poderá dispor do tempo de 15min
(quinze minutos) para abordar o assunto da convocação, seguindo-
II — para a concessão da Medalha Boticário Ferreira, observar-se-á se os debates referentes a cada um dos quesitos formulados.
o limite de 1 (uma) medalha para cada Vereador por legislatura.
§ 3º Observada a ordem de inscrição, os Vereadores inscritos dirigirão
III — para a concessão das demais honrarias observar-se-á o limite suas interpelações ao convocado sobre o primeiro quesito, dispondo
de 4 (quatro) para cada Vereador por legislatura. do tempo de 5min (cinco minutos), sem apartes.
Parágrafo único. A proposição de concessão de honrarias deverá § 4º O convocado disporá de 10min (dez minutos) para responder,
estar acompanhada de justificativa escrita, com dados biográficos sem apartes.
suficientes, para que se evidencie o mérito do homenageado.
122 § 5º Adotar-se-á o mesmo critério para os demais quesitos. 123
Art. 215. Aprovada a proposição, a Mesa Diretora providenciará
a entrega do título, na sede da Câmara ou em outro local a ser § 6º Respondidos os quesitos objeto da convocação e havendo tempo
designado, em sessão solene. regimental, dentro da matéria da alçada do convocado, poderão
os Vereadores inscritos interpelarem-no livremente, observados os
Parágrafo único. Normas específicas sobre as sessões solenes prazos anteriormente mencionados.
realizadas para entrega de honrarias serão disciplinadas conforme
o Regulamento do Cerimonial, a ser instituído por Resolução § 7º Concluído o processo da convocação, deverá ser feito um
específica. sumário para registro de todos os atos e das decisões dos processos
convocatórios.
CAPÍTULO XIII
TÍTULO VIII
DA CONVOCAÇÃO DE TITULARES DE ÓRGÃO E ENTIDADES
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 216. O requerimento de convocação de titulares de órgãos Art. 218. Fica instituído o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar,
da administração direta e de entidades da administração indireta composto de 7 (sete) membros titulares e 2 (dois) suplentes, como o
municipais deverá indicar o motivo da convocação, especificando órgão da Câmara Municipal de Fortaleza competente para examinar
os quesitos que lhes serão propostos. as condutas puníveis e propor as penalidades aplicáveis aos
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Vereadores submetidos ao processo disciplinar previsto no Código
de Ética e Decoro Parlamentar.
PAÇO DA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA JOSÉ
§ 1º Os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar serão BARROS DE ALENCAR, EM 21 DE DEZEMBRO DE 2020.
designados para um mandato de 2 (dois) anos, na forma do art. 57,
os quais elegerão, dentre os titulares, Presidente e Vice-Presidente,
observados os procedimentos estabelecidos no art. 70.
VEREADOR ANTÔNIO HENRIQUE DA SILVA
§ 2º Aplicam-se ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, no Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza
que couber, as disposições regimentais relativas aos trabalhos das
Comissões Permanentes.
Art. 218-A. Em situações de guerra, convulsão social, calamidade
pública decretada, pandemia, emergência epidemiológica, colapso ISAC SALOMÃO MAGALHÃES PINTO HOLANDA
do sistema de transportes ou situações de força maior que dificultem, Coordenador-Geral de Assuntos Legislativos
impeçam ou inviabilizem a reunião presencial dos Vereadores na
sede da Câmara Municipal de Fortaleza ou em outro local físico,
poderão ser adotadas as seguintes medidas, conforme decisão da
Mesa Diretora: Inclusão feita pelo Art. 1º da Resolução nº 1.676,
de 16 de dezembro de 2021.
124 I — realização de sessões em formato exclusivamente virtual, por meio 125
de Sistema de Deliberação Remota (SDR); Inclusão feita pelo Art. 1º
da Resolução nº 1.676, de 16 de dezembro de 2021.
II — realização de sessões em formato híbrido, com a possibilidade
de participação dos Vereadores de forma presencial, em Plenário,
ou virtual, mediante uso de plataforma de videoconferência com
interação com o Plenário. Inclusão feita pelo Art. 1º da Resolução
nº 1.676, de 16 de dezembro de 2021.
Parágrafo único. Ato da Mesa Diretora regulamentará as medidas de
que tratam os incisos I e Il do caput deste artigo. Inclusão feita pelo
Art. 1º da Resolução nº 1.676, de 16 de dezembro de 2021.
Art. 219. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial
a Resolução nº 1.589, de 20 de novembro de 2008, e suas alterações.
Art. 220. Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro de 2021.
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PREÂMBULO
TÍTULO I
Art. 1° O Município de Fortaleza, unidade integrante do Estado do Ceará, pessoa jurídica de direito público
interno, organiza-se de forma autônoma em tudo que diz respeito a seu peculiar interesse, regendo-se por
esta Lei Orgânica e as demais leis que adotar, observados os princípios da Constituição Federal e
Estadual.
§ 1º Esta Lei estabelece normas auto-aplicáveis, excetuadas aquelas que expressamente dependam de
outros diplomas legais e regulamentares.(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0001/05)
§ 2º São símbolos oficiais do Município a bandeira, o hino e o brasão, além de outros representativos de
sua cultura e história que sejam estabelecidos em lei.(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0001/05)
Art. 2° O Município, entidade autônoma e básica da República Federativa do Brasil, garantirá vida digna aos
seus Munícipes e será administrado com transparência em seus atos e ações, moralidade, participação nas
decisões e descentralização administrativa.(Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0001/05)
Art. 2º O Município, entidade básica autônoma da República Federativa do Brasil, garantirá vida digna aos
seus munícipes e será administrado com base na legalidade, impessoalidade, moralidade, transparência e
participação popular, devendo ainda observar, na elaboração e execução de sua política urbana, o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, o equilíbrio ambiental e a
preservação dos valores históricos e culturais da população. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0001/05)
Art. 3° Todo cidadão tem direito de requerer informações sobre os atos da administração municipal, sendo
parte legítima para pleitear, perante os Poderes Públicos competentes, a declaração de nulidade ou
anulação de atos lesivos ao patrimônio público.
Art. 3º Todo cidadão tem o direito de requerer informações sobre os atos da administração municipal, sendo
parte legítima para pleitear, perante os poderes públicos competentes, a declaração de nulidade ou
anulação de atos lesivos ao patrimônio público, histórico e cultural. (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0003/05)
Art. 4° O Município protegerá o consumidor, estabelecendo, por leis, sanções de natureza administrativa,
econômica e financeira às violações ou ofensas aos seus direitos.
Parágrafo único. Caberá ao órgão específico do Município, dotado de autonomia orçamentária e financeira,
a fiscalização, autuação, mediação de litígios e todos os demais atos necessários para a salvaguarda eficaz
dos usuários dos seus serviços e do consumidor em geral. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0001/05)
Art. 5° O plebiscito, o referendo e a iniciativa popular são formas de assegurar a participação do povo, nas
definições das questões fundamentais de interesse da coletividade. (Revogado por força da Emenda à Lei
Orgânica n. 0013/05).
Art. 5° O plebiscito, o referendo, a iniciativa popular e o orçamento participativo são formas de assegurar a
participação do povo, nas definições das questões fundamentais de interesse da coletividade. (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica n. 0013/05)
Art. 5º A iniciativa popular de lei, o plebiscito, o referendo, o orçamento participativo e o veto popular são
formas de assegurar a efetiva participação do povo nas definições das questões fundamentais de interesse
coletivo. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0001/05)
Parágrafo único. O veto popular não alcançará matérias que versem sobre tributos, organização
administrativa, servidores públicos e seu regime jurídico, funções ou empregos públicos, aumento de
remuneração de pessoal, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria, criação, estruturação e
atribuições das secretarias e órgãos da administração pública. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0008/06)
Art. 6° São símbolos oficiais do Município a bandeira, o hino e o brasão, além de outros estabelecidos em
lei representativos de sua cultura e história.
Art. 6º Para garantir a gestão democrática da cidade deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes
instrumentos: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0001/05)
I – órgãos colegiados de políticas públicas; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0001/05)
II – debates, audiências e consultas públicas; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0001/05)
III – conferência sobre os assuntos de interesse público; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0001/05)
IV – iniciativa popular de planos, programas e projetos de desenvolvimento; (Redação dada pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0001/05)
Art. 6º-A. Os direitos e as garantias expressos nesta Lei Orgânica não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios adotados pela Constituição Federal e por ela própria. (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
TÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-
escolar e de ensino fundamental;
VII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso,
do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
VIII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à
saúde da população;
X - promover a proteção do patrimônio histórico cultural local, observada a legislação e ação fiscalizadora
federal e estadual;
XI – promover a geração de emprego e renda para a população excluída das atividades econômicas
formais, dando prioridade ao cooperativismo e às demais formas de autogestão econômica; (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0001/05)
XIII - instituir a Guarda Municipal, destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser lei complementar; (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
XIII – equipar a Guarda Municipal, com armamento e viaturas, para que de acordo com o programa de
segurança pública, possam dar proteção e segurança de seus bens, serviços e instalações, inclusive nas
escolas, unidades de saúde, centros sociais e praças, conforme dispuser lei complementar; (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
XVI - realizar atividades de defesa civil, inclusive as de combate a incêndios e prevenção de acidentes
naturais, em coordenação com a União e o Estado;
XVII - fixar tarifas dos serviços públicos, inclusive as dos serviços de táxi, obedecendo à proporcionalidade
de quinhentos habitantes por unidade, de acordo com a projeção do IBGE;
XVIII - sinalizar as vias públicas urbanas e rurais, regulamentando e fiscalizando a utilização de vias e
logradouros públicos;
XXI – criar mecanismos que combatam a discriminação à mulher e promovam a igualdade entre os
cidadãos. (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 01/95)
XXI – Criar mecanismos que combatam a discriminação à mulher, à criança e adolescente em situação de
risco, às portadoras de deficiência e doenças contagiosas, ao homossexual, ao idoso, ao índio, ao negro,
ao ex-detento e promovam a igualdade entre os cidadãos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
01/95) (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
XXI – Criar mecanismos que combatam a discriminação à mulher, à criança e adolescente em situação de
risco, às pessoas portadoras de deficiência e de doenças contagiosas, ao homossexual, ao idoso, ao índio,
ao negro, ao ex-detento e promovam a igualdade entre os cidadãos. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 06/97)
XXI – Criar mecanismos que combatam a discriminação à mulher, à criança e adolescente em situação de
risco, às pessoas portadoras de deficiência e de doenças contagiosas, obesos mórbidos, ao homossexual,
ao idoso, ao índio, ao negro, ao ex-detento e promovam a igualdade entre cidadãos. (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica nº 12/05)
XXV – realizar campanhas educativas de combate à violência causada pelo trânsito, a fim de promover a
educação de motoristas e transeuntes; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
XXVI – realizar programas de incentivo ao turismo no município de Fortaleza; (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
XXVII – celebrar convênios com a União, o Estado e outros Municípios, mediante autorização da Câmara
Municipal, para execução de serviços, obras e decisões, bem como de encargos dessas esferas;
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 2º Pode ainda o Município, através de convênios ou consórcios com outros Municípios da mesma
comunidade socioeconômica, criar entidades intermunicipais para a realização de obras, atividades ou
serviços específicos de interesse comum, devendo ser aprovados por leis dos Municípios que deles
participares.(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 3º É permitido delegar, entre o Estado e o Município, também por convênio, os serviços de competência
concorrente, assegurados os recursos necessários. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica
n. 0008/06)
TÍTULO III
Capitulo I
Art. 8° Todo o poder é naturalmente privativo do povo que o exerce direta ou indiretamente, por meio de
seus representantes eleitos para os poderes do Município. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0008/06)
Art. 8º Todo poder emana do povo, e em seu nome será exercido, direta ou indiretamente, por meio de
seus representantes eleitos para desempenharem seus respectivos mandatos. (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
Art. 8º-A A organização do Município observará os seguintes princípios e diretrizes: (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
I - a prática democrática; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
II - a soberania e a participação popular; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0009/06)
III - a transparência e o controle popular na ação do governo; (Redação dada pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0009/06)
V - a programação e o planejamento sistemáticos; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica
n. 0009/06)
VI - o exercício pleno da autonomia municipal; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0009/06)
VII - a articulação e cooperação com os demais entes federados; (Redação dada pela Emenda de Revisão
à Lei Orgânica n. 0009/06)
VIII - a garantia de acesso, a todos, de modo justo e igual, sem distinção de origem, raça, sexo, orientação
sexual, cor, idade, condição econômica, religião, ou qualquer outra discriminação, aos bens, serviços, e
condições de vida indispensáveis a uma existência digna; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0009/06)
IX - a acolhida e o tratamento igual a todos os que, no respeito da lei, afluam para o Município; (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
XI - a preservação dos valores históricos e culturais da população. (Redação dada pela Emenda de Revisão
à Lei Orgânica n. 0009/06)
Art. 8º-B É dever do Poder Municipal, em cooperação com a União, o Estado e com outros Municípios,
assegurar a todos o exercício dos direitos individuais, coletivos, difusos e sociais estabelecidos pela
Constituição da República e pela Constituição Estadual, e daqueles inerentes às condições de vida na
cidade, inseridos nas competências municipais específicas, em especial no que respeita a: (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
I - meio ambiente humanizado, sadio e ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, para as
presentes e futuras gerações; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
II - dignas condições de moradia; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
III - locomoção através de transporte coletivo adequado, mediante tarifa acessível ao usuário; (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
V - abastecimento de gêneros de primeira necessidade; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0009/06)
VI - ensino fundamental e educação infantil; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0009/06)
VII - acesso universal e igual à saúde; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
VIII - acesso a equipamentos culturais, de recreação e lazer. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0009/06)
Parágrafo único. A criança e o adolescente são considerados prioridade absoluta do Município. (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
Art. 8º-C O Poder Municipal criará, por lei, Conselhos compostos de representantes eleitos ou designados,
a fim de assegurar a adequada participação de todos os cidadãos em suas decisões. (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
Art. 8º-D A lei disporá sobre: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
I - o modo de participação dos Conselhos, bem como das associações representativas, no processo de
planejamento municipal e, em especial, na elaboração do Plano Diretor, do Plano Plurianual, das diretrizes
orçamentárias e do orçamento anual; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
II - a fiscalização popular dos atos e decisões do Poder Municipal e das obras e serviços públicos;
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
III - a participação popular nas audiências públicas promovidas pelo Legislativo ou pelo Executivo.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0009/06)
Art. 8º-E O Legislativo e o Executivo tomarão a iniciativa de propor a convocação de plebiscitos antes de
proceder à discussão e aprovação de obras de valor elevado ou que tenham significativo impacto
ambiental, segundo estabelecido em lei. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0009/06)
Art. 9° São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.
Parágrafo único. É vedada a delegação de atribuições de um poder ao outro, salvo as exceções previstas
nesta Lei Orgânica.
CAPITULO II
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 10. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal, composta de Vereadores,
representantes da comunidade, eleitos pelo sistema proporcional, por livre escolha dos cidadãos no
exercício dos seus direitos políticos. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
Art. 10. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal, composta de 41 (quarenta e
um) Vereadores, representantes da comunidade, eleitos pelo sistema proporcional, por livre escolha dos
cidadãos no exercício dos seus direitos políticos. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica
n. 0008/06)
Art. 11. O número de vagas de Vereadores deverá ser fixado pelo Poder Legislativo Municipal, obedecidos
os princípios de limites estabelecidos no Item I\; alíneas a, b e c do Art. 29 da Constituição Federal.
§1° Permanecerá, até que haja nova fixação, o número de vagas existentes e sua alteração dar-se-á
mediante decreto legislativo da Mesa da Câmara, no final da sessão legislativa do ano que anteceder as
eleições.
§ 2° A Mesa da Câmara remeterá ao Tribunal Regional Eleitoral, logo após sua edição, cópia do decreto
legislativo de que trata o caput deste artigo.
Art. 12. Cada legislatura terá a duração de quatro anos, correspondendo cada ano a uma sessão legislativa.
Art. 14. No primeiro ano de cada legislatura, no dia primeiro de janeiro, em sessão solene de instalação,
independentemente do número de Vereadores presentes, sob a presidência do Vereador mais votado,
dentre os presentes, os Vereadores prestarão compromisso e tomarão posse.
Parágrafo único. O Vereador que não tomar posse, na sessão de instalação, deverá fazê-lo dentro do prazo
de quinze dias, salvo motivo justo, apresentado por escrito à Câmara, e aceito pela maioria absoluta dos
Vereadores, sob pena de cassação de mandato. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0008/06)
Parágrafo único. O Vereador que não tomar posse, na sessão de instalação, deverá fazê-lo dentro do prazo
de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo, apresentado por escrito à Câmara, e aceito pela maioria absoluta
dos Vereadores, sob pena de extinção do mandato. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0008/06)
SEÇÃO II
Art. 15. A Câmara Municipal de Fortaleza reunir-se-á, anual e ordinariamente de quinze de fevereiro a trinta
de junho e de primeiro de agosto a quinze de dezembro.
§ 1° AS reuniões de início e fim dos períodos acima estabelecidos serão transferidas quando ocorrerem em
dias de sábado, domingo e feriado.
§ 3° As sessões extraordinárias e especiais da Câmara não serão remuneradas, exceto as ordinárias, cuja
remuneração será estabelecida nesta Lei Orgânica e em legislação específica.
Art. 16. Salvo disposições contrárias nesta Lei orgânica, a Câmara Municipal funcionará em sessões
públicas, presente a maioria absoluta de seus membros e as deliberações serão tomadas pela maioria de
voto.
Parágrafo único. A sessão somente poderá ser secreta por decisão de maioria absoluta de seus membros,
em razão de interesse da segurança ou de acordo parlamentar, sendo o voto, nestes casos, nominal.
Art. 17. AS sessões da Câmara Municipal deverão ser realizadas em recinto destinado ao seu
funcionamento, considerando-se nulas as que se realizarem fora dele.
Parágrafo único. Somente por decisão da maioria absoluta do Plenário, a Câmara Municipal poderá realizar
sessões em local distinto de sua sede.
Parágrafo único. Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal somente deliberará sobre a
matéria para a qual for convocada.
SEÇÃO III
Art. 19. Imediatamente após a posse os Vereadores reunir-se-ão sob a presidência do mais votado dentre
os presentes, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, que elegerão os componentes da Mesa
Diretora, que serão automaticamente empossados para o mandato de 2 (dois) anos, permitida a reeleição
para os mesmos cargos, independentemente de legislatura. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0002/05)
II - propor projetos de lei que criem ou extingam cargos nos serviços da Câmara e fixem os respectivos
vencimentos;
III - apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de créditos suplementares ou especiais, através do
aproveitamento total ou parcial dás consignações orçamentárias da Câmara;
VI - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público.
Art. 21. É de competência exclusiva da Mesa Diretora da Câmara a iniciativa das leis que disponham sobre:
II - organização dos serviços administrativos da Câmara, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções e fixação da remuneração.
Parágrafo único. Nos projetos de lei de competência da Mesa da Câmara, não serão admitidas emendas
que aumentem a despesa prevista, ressalvado o disposto no inciso II deste artigo, se houver emenda
assinada pela metade dos Vereadores. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
Parágrafo único. Nos projetos de lei de competência da Mesa da Câmara, não serão admitidas emendas
que aumentem a despesa prevista, ressalvado o disposto no inciso II deste artigo, se houver emenda
assinada pela maioria absoluta dos Vereadores. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0008/06)
SEÇÃO IV
DAS COMISSÕES
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; (Modificado por força da Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil e demais órgãos públicos; (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
VI - receber petições, reclamações, representações ou queixa de qualquer pessoa contra ato ou omissões
de autoridade ou entidade pública; (Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixa de qualquer pessoa contra atos ou omissões
de autoridade ou entidade pública municipais, ficando obrigada a manifestar-se sobre a matéria; (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
VI - exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do Poder Executivo e da administração
indireta.
§ 2º As comissões especiais, criadas por deliberação do Plenário, serão destinadas ao estudo de assuntos
específicos e à representação da Câmara em congressos, solenidades ou outros atos públicos.
§ 3° Durante o recesso, salvo convocação extraordinária, haverá uma Comissão representativa da Câmara,
cuja composição representará, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária, eleita na
última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento interno.
Art. 23. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no regimento interno da Casa, serão criadas pela Câmara
Municipal, mediante requerimento de um terço dos seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 1° Os membros das comissões parlamentares de inquérito, a que se refere este artigo, no interesse da
investigação, poderão, em conjunto ou isoladamente:
I - proceder às vistorias e aos levantamentos nas repartições municipais e entidades descentralizadas, onde
gozarão livre ingresso e permanência;
III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença, ali realizando os atos que Ihe
competirem.
§ 2° É fixada em trinta dias, prorrogáveis por igual período, desde que solicitado e devidamente justificado,
o prazo, para que os responsáveis pelos órgãos da administração direta ou indireta prestem as informações
e encaminhem os documentos requisitados pelas comissões especiais de inquérito. (Modificada por força
da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
§ 2º É fixada em 15 (quinze) dias, prorrogáveis por igual período, desde que solicitado e devidamente
justificado, o prazo, para que os responsáveis pelos órgãos da administração direta ou indireta prestem as
informações e encaminhem os documentos requisitados pelas comissões parlamentares de inquérito.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
§ 3° No exercício de suas atribuições, poderão, ainda, as comissões especiais de inquérito, através de seu
Presidente: (Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
III - tomar o depoimento de qualquer autoridade, intimar testemunhas e inquiri-las sob compromisso;
IV - proceder às verificações contábeis em livros, papéis e documentos dos órgãos da administração direta
e indireta.
V – solicitar informações fiscais do Município, a quebra de sigilo bancário, convocar quem se fizer
necessário para os devidos esclarecimentos e requerer força da Guarda Municipal para o desempenho de
suas atividades. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 4° O não atendimento às determinações contidas nos parágrafos anteriores, no prazo estipulado, faculta
ao Presidente da comissão, solicitar, na conformidade da legislação federal, a intervenção do Poder
Judiciário para fazer cumprir a legislação.
§ 5° Nos termos do Art. 3°, da Lei Federal n° 1.579, de 18 de março de 1952, as testemunhas serão
intimadas, de acordo com o estabelecido nas prescrições da legislação penal e, em caso de não
comparecimento, sem motivo justificado, a intimação será solicitada ao juiz da comarca onde residem ou se
encontram, na forma do Art. 218 do Código de Processo Penal.
Art. 24. A Câmara Municipal, bem como qualquer uma de suas comissões, poderá, mediante requerimento
aprovado pela maioria simples, presente a maioria absoluta dos Vereadores, convocar o Prefeito, os
Secretários Municipais, e titulares de concessionárias e permissionárias do serviço público municipal, para
prestar, pessoalmente, informações sobre assuntos previamente estabelecidos.
§1° Desatendendo o Prefeito, sem motivo justo, às convocações da Câmara, quando feitas a tempo e de
forma regular, comete infração político-administrativa, ficando sujeito ao julgamento pela Câmara de
Vereadores com possível cassação de mandato.
§ 2° Não sendo atendida a convocação por Secretários Municipais, presidentes ou diretores de órgãos
públicos e diretores de sociedade de economia mista municipais , os mesmos deverão ser demitidos
sumariamente e, não o fazendo, incorre o Prefeito em infração político-administrativa. (Revogado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
§ 3° Desatendida a convocação, sendo o auxiliar do Prefeito Vereador licenciado, será seu procedimento
considerado incompatível com a dignidade da Câmara. (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica
n. 0005/06)
§ 4º Não sendo atendida a convocação por Secretários Municipais, presidentes ou diretores de órgãos
públicos e diretores de sociedade de economia mista municipais, os mesmos ficarão sujeitos à exoneração.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
Art. 25. Fica garantido às entidades legalmente constituídas e representativas de segmentos da sociedade
e aos partidos políticos o direito de se pronunciarem nas audiências públicas da Câmara Municipal, bem
como nas reuniões das suas comissões técnicas e no Plenário, na forma que o regimento dispuser, sempre
que se tratar de assuntos relacionados às suas respectivas áreas de atuação.
SEÇÃO V
Art. 26. Compete privativamente à Câmara Municipal exercer as seguintes atribuições, dentre outras:
III - organizar os serviços administrativos internos com os cargos respectivos; (Modificado por força da
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
III - decorrido o prazo de 60 (sessenta) dias, sem deliberação pela Câmara, as contas serão consideradas
aprovadas ou rejeitadas, de acordo com a conclusão do parecer do Tribunal de Contas dos Municípios;
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
IV - propor a criação ou extinção de cargos dos serviços administrativos internos e a fixação dos
respectivos vencimentos;
VI - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município, por mais de dez dias; (Modificado por força da Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
Parágrafo único. quando a ausência do Prefeito exceder a 10 (dez) dias, o cargo deverá ser imediatamente
transmitido, salvo quando tratar-se de viagens ao exterior, caso em que esta far-se-á automaticamente
independentemente de prazo; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
VII - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre o parecer do Conselho de Contas dos
Municípios no prazo máximo de sessenta dias, de seu recebimento, observados os seguintes preceitos
:(Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
VII - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios
no prazo máximo de sessenta dias, de seu recebimento, observados os seguintes preceitos: (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06) (Renumerado)
a) o parecer do Conselho somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara; (Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
a) o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios somente deixará de prevalecer por decisão de dois
terços dos membros da Câmara; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
b) decorrido o prazo de sessenta dias, sem deliberação pela Câmara, as contas serão consideradas
aprovadas ou rejeitadas, de acordo com a conclusão do parecer do Conselho;
c) rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente, remetidas ao Ministério Público para os fins de direito.
VIII - decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, nos casos indicados na
Constituição Federal, nesta Lei orgânica e na legislação federal aplicável; (Renumerado)
IX - proceder à tomada de contas do Prefeito, através de comissão especial, quando não apresentadas à
Câmara, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; (Renumerado)
XII - criar comissão parlamentar de inquérito sobre fato determinado em prazo certo, mediante requerimento
de um terço de seus membros; (Renumerado)
XIII - conceder, mediante proposta aprovada por dois terços dos seus membros, o título de Cidadão
Honorário, no número máximo de dez sessões legislativas, ou conferir homenagem a pessoa que
reconhecidamente tenha prestado relevantes serviços aos interesses públicos ou se tenha destacado no
Município pela atuação exemplar na vida pública e particular; (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0010/06)
XIII – conceder, mediante proposta aprovada por dois terços dos seus membros, o título de Cidadão
Honorário, no máximo de dois por Vereador, em cada legislatura, ou conferir homenagem a pessoa que
reconhecidamente tenha prestado relevantes serviços aos interesses públicos ou se tenha destacado no
Município pela atuação exemplar da vida pública e particular. (Redação dada pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0010/06) (Renumerado)
XV - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos casos previstos em lei federal; (Renumerado)
XVII - denominar praças, vias e logradouros públicos, bem como autorizar a sua modificação; (Modificado
por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
XVII – denominar bairros, praças, vias e logradouros públicos, bem como sua modificação; (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06) (Renumerado)
Parágrafo único. O projeto de Decreto Legislativo que vise alterar a denominação do bairro, praça, via e
logradouro públicos, deverá ser justificado, previamente, por audiência pública para manifestação da
população. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
XVIII - Fixar, observado o que dispõem os arts. 37, Xl, 150, 11, 153, 111 e 153, § 2°, 1 da Constituição
Federal, a remuneração dos Vereadores, em cada legislatura para a subseqüente, sobre a qual incidirá o
imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza; (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0008/06)
XVIII – fixar por lei de sua iniciativa, para viger na legislatura subseqüente, até o encerramento do 1º
período legislativo do ano das eleições municipais, os subsídios dos Vereadores, observado para estes, a
razão de no máximo, 75% (setenta e cinco por cento) daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Estaduais e respeitadas as condições da Constituição Federal, considerando-se mantido o
subsídio vigente, na hipótese de não se proceder à respectiva fixação na época própria, atualizado o valor
monetário conforme estabelecido em lei municipal específica; (Redação dada pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0008/06) (Renumerado)
XIX - Fixar, observado o que dispõem os arts. 37, Xl, 150, 11, 153, 111 e 153, § 2°, 1 da Constituição
Federal, em cada legislatura, para a subseqüente, a remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito, a qual
incidirá o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. (Modificado pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0008/06)
XIX – fixar, por lei de sua iniciativa os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06) (Renumerado)
Art. 27. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito , dispor sobre todas as matérias de
competência do Município e, especialmente:
I - instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas;
III - votar o orçamento anual e o plurianual de investimentos, bem como autorizar a abertura de créditos
suplementares e especiais; (Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
III - votar o projeto de lei de diretrizes orçamentária (LDO), o projeto de lei orçamentário anual (LOA) e o
projeto de lei do plano plurianual (PPA), bem como autorizar a abertura de créditos suplementares e
especiais; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
IV - deliberar sobre a concessão de empréstimos e operações de crédito, bem como a forma e os meios de
pagamento; (Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0005/06)
IV – deliberar sobre a concessão de empréstimos, operação ou acordo externo de qualquer natureza,
operações de crédito e aplicações financeiras em bancos oficiais, pela administração direta e indireta, bem
como as formas e os meios de pagamento; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0005/06)
IX - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação sem encargo;
X - criar, transformar e extinguir cargos, empregos e funções públicas e fixar os respectivos vencimentos;
XI - criar, estruturar e conferir atribuições aos auxiliares diretos do Prefeito e órgão da administração
municipal;
XIII - autorizar convênios com entidades públicas ou particulares e consórcios com outros Municípios;
III - elaborar o programa de moradia popular, a ser executado pelo Município, visando ao atendimento da
população de baixa renda;
V - estabelecer critérios para permissão dos serviços de táxi e fixação de sua tarifa;
VI - legislar acerca da criação dos órgãos permanentes necessários à execução dos serviços públicos,
inclusive autarquias e fundações e constituição de empresas públicas e sociedades de economia mista;
Art. 29. À Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei Orgânica, compete elaborar seu regimento
interno, dispondo sobre a organização, a política, o provimento de cargos de seus serviços e,
especialmente, sobre:
V - comissões;
VI - sessões;
VII - deliberações;
SEÇÃO VI
Art. 30. Compete ao Presidente da Câmara, além de outras atribuições estipuladas no regimento interno:
V - promulgar as leis aprovadas com sanção tácita e aquelas, cujo veto tenha sido rejeitado pelo Plenário,
desde que essa decisão não tenha sido aceita, em tempo hábil, pelo Prefeito;
VI - fazer publicar os atos da Mesa, as resoluções, os decretos legislativos e as leis ou atos municipais;
VII – ordenar as despesas da Câmara, podendo delegar este poder ao chefe de gabinete da Presidência ou
ao Diretor-Geral, em conjunto com o diretor financeiro; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0004/05)
VIII - representar, por decisão da Câmara, sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato municipal;
IX - solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a intervenção no Município, nos casos admitidos
pela Constituição Federal e pela Constituição Estadual;
X - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar força necessária para esse fim;
XI - encaminhar, para parecer prévio, a prestação de contas da Câmara ao Conselho de Contas dos
Municípios;
XI – encaminhar, para julgamento do Tribunal de Contas dos Municípios, a prestação de contas anual da
Câmara; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
XII - apresentar ao Plenário, até o dia quinze de cada mês, balancete circunstanciado referente ao mês
anterior; (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
XIII – autorizar despesas da Presidência da Câmara, através de verba específica, com valor total instituído
e atualizado por ato normativo. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0007/06)
(Renumerado - antigo inciso XIV)
Parágrafo único. No caso do inciso VII deste artigo, os Vereadores serão co-responsáveis na gestão das
verbas de gabinete e de Desempenho Parlamentar, incidindo as sanções previstas em lei pelo mau uso das
verbas citadas. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 31. A prestação de contas da Câmara Municipal será realizada mensalmente até o dia quinze de cada
mês subseqüente, e fornecida cópia aos Vereadores e ao Conselho de Contas dos Municípios,
acompanhada dos respectivos comprovantes.
Art. 31. A Mesa Diretora da Câmara Municipal prestará contas, mensalmente, aos Vereadores e ao Tribunal
de Contas dos Municípios, através de balancetes acompanhados da respectiva documentação
comprobatória, até o dia 30 (trinta) do mês subseqüente. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0004/05)
SEÇÃO VII
DOS VEREADORES
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 32. Os Vereadores são invioláveis, no exercício do mandato e na circunscrição do Município, por suas
opiniões, palavras e votos.
Parágrafo único. A inviolabilidade abrange as repercussões espaciais das opiniões palavras e votos
veiculadas por qualquer tipo de mídia. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
II - cujo procedimento for declarado, pela maioria absoluta dos seus pares, incompatível com o decoro
parlamentar ou atentatório às instituições vigentes;
III - que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou improbidade administrativa;
IV - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Câmara, salvo os casos de doença comprovada, de missão ou licença autorizada pela edilidade;
Parágrafo único. O procedimento de cassação e extinção de mandatos dos Vereadores será regulado pelo
que dispõe o Decreto-lei n° 201, de 27 de fevereiro de 1967.
Parágrafo Único. O processo de cassação e extinção de mandato dos Vereadores reger-se-á pelo Decreto-
lei n. 201/67, pelo Regimento Interno da Câmara e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Penal.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 34. Não perderá o mandato, considerando-se automaticamente licenciado, o Vereador investido no
cargo de Secretário de Estado, Secretário Municipal, diretor de órgão público, titular de concessionária ou
permissionária de serviço público municipal, diretor de sociedade de economia mista.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o Vereador poderá optar pela remuneração do mandato.
Art. 34. Não perderá o mandato o Vereador: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0004/05)
I - devidamente licenciado pela Câmara, para ocupar os cargos de Secretário de Estado, Secretário
Municipal, diretor de órgão público, titular de concessionária ou permissionária de serviço público municipal,
diretor de sociedade de economia mista; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0004/05)
II – licenciado pela Câmara, por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse
particular, desde que, neste caso, o afastamento não exceda a 120 (cento e vinte) dias por sessão
legislativa. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
§ 1º Para efeito de pagamento, o Vereador licenciado para tratamento de saúde, fará jus ao subsídio como
se em exercício estivesse. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
§ 2º Na hipótese do inciso I, deste artigo, o Vereador poderá optar pelo subsídio do mandato. (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 35. Além de outros casos definidos no regimento interno da Câmara Municipal, considerar-se-á
incompatível com o decoro parlamentar o abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a
percepção de vantagens ilícitas ou imorais.
Art. 36. O Vereador que faltar, injustificadamente, a mais de três sessões mensais, ordinárias,
extraordinárias e especiais, sofrerá por cada falta um trinta avos de desconto de seus vencimentos.
Art. 36. O Vereador que faltar, injustificadamente, a mais de três sessões mensais ordinárias,
extraordinárias e especiais, com exceção das sessões solenes, sofrerá, automaticamente, por cada falta,
um trinta avos de desconto de seu subsídio. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0004/05)
SUBSEÇÃO II
Art. 37. Dar-se-á a convocação do suplente de Vereador nos casos de licença ou vacância.
Art. 37. O suplente de Vereador será convocado nos casos de vacância, de investidura previstos no inciso I,
do art. 34, ou na hipótese de licença superior a 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
§ 1° O suplente convocado deverá tomar posse no prazo de quinze dias, contados da data da convocação,
salvo no caso de motivo justo, apresentado por escrito à Câmara e aceito pela maioria absoluta dos
Vereadores, quando se prorrogará o prazo. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0004/05) (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 1º O suplente convocado deverá tomar posse no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da
convocação, salvo no caso de motivo justo, apresentado por escrito à Câmara e aceito pela maioria
absoluta dos Vereadores, quando se prorrogará o prazo, por igual período, uma única vez. (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 2° Enquanto houver a vacância a que se refere o parágrafo anterior, e não for preenchida, calcular-se-á o
quorum em função dos Vereadores remanescentes.
§ 2º Enquanto houver vacância, calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores em efetivo exercício.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
§ 3º Para efeito de pagamento, o suplente fará jus ao subsídio a partir do momento de sua posse. (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 38. No ato de suas posses e no penúltimo mês de mandato, os Vereadores apresentarão detalhada
declaração de bens, que constará em ata e ficará em poder da Mesa Diretora.
SEÇÃO VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DAS LEIS
Art. 39. O processo legislativo compreende a elaboração de:
IV - leis delegadas;
V - decretos legislativos;
VI - resoluções;
VII – indicação; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
VIII – requerimento. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 40. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador, ao Prefeito e aos
cidadãos.
III - servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
§ 2º Não será admitido aumento da despesa nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito.
Art. 41. As deliberações da Câmara serão tornadas por maioria simples de voto, presente a maioria
absoluta de seus membros, salvo disposição em contrário constante nesta Lei Orgânica.
Art. 42. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 1° Requerida a urgência, a Câmara deverá manifestar-se até trinta dias sobre a proposição, contados da
data em que for feita a solicitação.
§ 2° Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior sem deliberação pela Câmara, será a proposição
incluída na ordem do dia. sobrestando-se às demais proposições, para que se ultime a votação.
§ 3° O prazo do § 1° não corre no período de recesso da Câmara nem se aplica aos projetos de lei
complementar.
Art. 43. A matéria constante de projeto de lei, rejeitado ou havido por prejudicado, somente poderá ser
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria dos membros da
Câmara.
Art. 43. A matéria constante de projeto de lei, rejeitado ou havido por prejudicado, somente poderá ser
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
da Câmara. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 44. O voto será a descoberto, salvo nos casos de: (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº
08/01)
I - eleição dos membros da Mesa e seus substitutos; (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº
08/01)
Il - deliberação sobre vetos a projeto de lei; (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 08/01)
III - julgamento dos Vereadores e do Prefeito.(Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 08/01)
Art. 44-A. O voto será sempre descoberto e nominal em todas as matérias apreciadas em plenário.
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 08/01)
Parágrafo único. A votação simbólica só ocorrerá em matérias comuns, cujo procedimento possa servir
para celeridade dos trabalhos das Sessões Ordinárias, prevista no inciso III do art. 39, desta lei. (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 08/01)
Art. 45. Serão leis complementares, além de outras previstas nesta Lei Orgânica:
II - Código de Obras;
III – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0004/05)
IV - Código de Posturas;
X -Código de Saúde;
XII – Lei de Uso e Ocupação do Solo. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
Art. 46. As leis complementares a esta Lei Orgânica somente serão aprovadas, se obtiverem a maioria
absoluta dos votos dos membros da Câmara Municipal, observados os demais termos de votação das leis
ordinárias.
Art. 46. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta, observado o mesmo rito de votação
das leis ordinárias. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 47. Aprovado o projeto de lei, será enviado ao Prefeito que, aquiescendo, o sancionará.
§ 3° O veto será apreciado pela Câmara, dentro de vinte dias, a contar de sua leitura em Plenário, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores, em escrutínio secreto. (Revogado por
força da Emenda à Lei Orgânica nº 08/01)
§ 3º O veto pela Câmara, dentro do prazo de 20 (vinte) dias, contado de sua leitura em Plenário, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica n. 08/01) (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 3º O veto será apreciado pela Câmara, dentro do prazo de 20 (vinte) dias, contado de sua leitura em
Plenário, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria dos Vereadores presentes em Plenário, com
exceção dos Projetos de Lei Complementar que somente serão rejeitados por maioria absoluta, ambos em
escrutínio aberto. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 4° O veto será apreciado em uma só discussão e votação, com parecer ou sem ele.
§ 4º O veto será apreciado em uma só discussão e votação, mediante parecer das Comissões Técnicas
permanentes às quais a matéria seja pertinente; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0004/05) (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 4º O veto será apreciado em uma só discussão e votação, e somente com o parecer da comissão
pertinente. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0008/06)
§ 5º As Comissões Técnicas deverão se manifestar no prazo máximo de quarenta e oito horas antes da
sessão de votação do veto e, não havendo manifestação, o veto será discutido e votado sem parecer.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
§ 6° Se a lei não for sancionada dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito, nos casos dos §§ 2° e 5°, o
Presidente da Câmara a promulgará em igual prazo.
§ 6º Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito para sanção. (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
§ 7º Se a lei não for sancionada dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito, nos casos dos §§ 2º e 6º, o
Presidente da Câmara a promulgará em igual prazo. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0004/05)
Art. 48. O veto será apreciado em uma só discussão e votação, com parecer das comissões técnicas, às
quais o projeto seja pertinente. (Revogado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Parágrafo único. O parecer deverá ser oferecido no prazo mínimo de quarenta e oito horas antes da
votação do veto. (Revogado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0004/05)
Art. 49. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito, que deverá solicitar a delegação à Câmara
Municipal.
Art. 50. Nos casos de projetos de resolução e decreto legislativo, considerar-se-á encerrada com a votação
final a elaboração da norma jurídica, que será promulgada pelo Presidente da Câmara.
Parágrafo único. Os projetos de resolução disporão sobre matérias de interesse interno da Câmara; os
projetos de decretos legislativos, sobre os demais casos de sua competência privativa.
SUBSEÇÃO II
II - do chefe do Poder Executivo; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
III - popular, subscrita por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.
Art. 52. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a autonomia do Município;
III - o direito de participação popular na iniciativa de apresentação de projeto de lei. (Modificado por força da
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
III – o direito de participação popular e as formas de exercício da soberania popular previstas nesta Lei
Orgânica. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 53. A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência do estado de sítio ou de intervenção no
Município.
SUBSEÇÃO III
Art. 54. A iniciativa popular de projeto de lei será exercida mediante subscrição de, no mínimo, cinco por
cento do eleitorado do Município, da cidade, ou do bairro, conforme o interesse ou a abrangência da
proposta. (Modificado por força da Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 54. A soberania popular se manifesta pelo exercício direto do poder pelo povo e quando a todos são
asseguradas condições dignas de existência e será exercida especialmente: (Redação dada pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
I – pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos; (Acrescentado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
III – pelo referendo; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
IV – pela iniciativa popular; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
V - pelo veto popular; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
VI – pelo orçamento participativo; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
VII – pela participação popular nas decisões do Município e no aperfeiçoamento democrático de suas
instituições; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
VIII – pela ação fiscalizadora sobre a administração pública. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0006/06)
Art. 55. OS projetos de lei apresentados através da iniciativa popular serão inscritos prioritariamente na
ordem do dia da Câmara. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 1° Os projetos de lei serão discutidos e votados no prazo máximo de sessenta dias, garantida a defesa
em Plenário por representantes dos interessados. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0006/06)
§ 2º Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o projeto irá automaticamente para a votação, independente
de parecer. (Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 3º Não tendo sido votado até o encerramento da sessão legislativa, o projeto estará inscrito para a
votação na sessão seguinte da mesma legislatura, ou na primeira sessão da legislatura subseqüente.
(Modificado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 55. A iniciativa popular, no âmbito do Poder Legislativo Municipal, será tomada por 5% (cinco por cento)
do eleitorado do Município, mediante apresentação de: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0006/06)
II – projeto de emenda à Lei Orgânica; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
III – veto popular à execução de lei. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 1º Os projetos de lei apresentados através da iniciativa popular serão inscritos prioritariamente na ordem
do dia da Câmara. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 2º Os projetos de lei de iniciativa popular serão discutidos e votados no prazo máximo de 60 (sessenta)
dias, garantida a defesa em Plenário por representantes dos interessados. (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 3º Decorrido o prazo do § 2º deste artigo, o projeto irá automaticamente para votação, independente de
parecer. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 4º Não tendo sido votado até o encerramento da sessão legislativa, o projeto de iniciativa popular estará
inscrito automaticamente para votação na sessão seguinte da mesma legislatura, ou na primeira sessão da
legislatura subseqüente. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 5º A alteração ou revogação de uma lei, cujo projeto seja originário de iniciativa popular, quando feita por
lei cujo projeto não teve iniciativa do povo, deve ser obrigatoriamente submetida a referendo popular.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 6º A lei objeto de veto popular deverá, automaticamente, ser submetida a referendo popular.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 55-A. A iniciativa popular, no âmbito do Poder Executivo Municipal, será tomada por 5% (cinco por
cento) do eleitorado do Município, mediante apresentação de: (Acrescentado pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0006/06)
I – planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0006/06)
II – veto popular a obra pública ou privada considerada contrária ao interesse público ou prejudicial ao meio
ambiente. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 1º Quando se tratar de interesse específico no âmbito do bairro ou distrito, a iniciativa popular ou o veto
popular poderá ser tomado por 5% (cinco por cento) dos eleitores inscritos ali domiciliados. (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
§ 2º A obra objeto do veto deverá ser submetida a referendo popular. (Acrescentado pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 56. A execução de lei promulgada, ou de quaisquer obras de iniciativa pública ou particular
consideradas contrárias aos interesses da população, poderá ser suspensa, através do veto popular, por
cinco por cento do eleitorado do Município, do distrito, do bairro ou da área diretamente atingida, conforme
abrangência da lei. (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Parágrafo único. A lei ou obra, objetos de veto popular, deverão, automaticamente, ser submetidas ao
referendo popular. (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 56-A. É assegurado, no âmbito municipal, o recurso a consultas plebiscitárias e referendarias sobre
atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo e sobre lei ou parte de lei, projeto de lei ou parte de
projeto de lei, cabendo a iniciativa ao Prefeito, a um terço dos vereadores da Câmara Municipal ou a 5%
(cinco por cento) do eleitorado do Município. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0006/06)
SUBSEÇÃO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 57. Em decorrência da soberania do Plenário, todos os atos da Mesa, da Presidência e das comissões
estão sujeitos a seu império.
Art. 58. O Plenário pode abocar, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, qualquer matéria ou ato
submetidos à Mesa, à Presidência ou às Comissões, para sobre eles deliberar.
Art. 59. Os casos omissos no regimento interno, bem como a interpretação de seus diversos dispositivos,
serão decididos pelo Plenário da Câmara, pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores.
Art. 60. Serão privativos dos servidores da Câmara Municipal os cargos de chefia. (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
Art. 60. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0006/06)
CAPITULO III
DO PODER EXECUTIVO
SECÃO I
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
Art. 61. O Poder Executivo do Município é exercido pelo Prefeito, com o auxilio dos Secretários Municipais,
diretores de órgãos públicos e administradores regionais.
Parágrafo único. É assegurada a participação popular nas decisões do Poder Executivo Municipal, nas
formas definidas nesta Lei Orgânica e na legislação complementar ordinária. (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 62. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente ao da
eleição, em sessão da Câmara Municipal, prestando o compromisso de manter, defender, cumprir e fazer
cumprir a Constituição da República, a Constituição do Estado do Ceará e esta Lei Orgânica, observar as
leis, promover o bem geral, sustentar a união, a integridade e o desenvolvimento do Município, inspirados
na democracia, na legitimidade e na legalidade.
Art. 62. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente ao da
eleição, em sessão da Câmara Municipal, prestando o compromisso de manter, cumprir e fazer cumprir a
Constituição da República, a Constituição do Estado do Ceará, esta Lei Orgânica e a legislação em vigor,
promover o bem geral do povo fortalezense, a gestão democrática e o desenvolvimento sustentável da
cidade e defender a união, a integridade e a autonomia do Município. (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 63. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo comprovado
motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, será este declarado vago.
Art. 64. O Prefeito e o Vice-Prefeito farão, no ato da posse e no término do mandato, declaração pública de
bens.
Art. 64. O Prefeito e o Vice-Prefeito farão, no ato da posse e no término do mandato, declaração pública de
bens e de rendimentos, com remessa ao Poder Legislativo para anotação em livro próprio. (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 65. AO Vice-Prefeito compete substituir o titular em casos de impedimento e suceder-lhe na vacância
do cargo.
Parágrafo único. O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena de extinção do
mandato, na forma da lei.
Parágrafo único. Recusando o Presidente da Câmara a chefia do Poder Executivo, renunciará ou será
destituído automaticamente do cargo de dirigente do Poder Legislativo, procedendo-se assim, na primeira
sessão, à eleição do novo Presidente.
Art. 67. Perderá o mandato o Prefeito, se assumir outro cargo ou função na administração pública,
ressalvada a posse em virtude de concurso público.
Art. 68. Será declarado vago pelo Presidente da Câmara Municipal o cargo de Prefeito, quando:
I – ocorrer falecimento, renúncia ou condenação por crime funcional ou eleitoral transitado em julgado;
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
II - deixar de tomar posse, sem motivo justo, aceito pela Câmara, dentro do prazo de dez dias;
Art. 69. A remuneração do Prefeito é composta de subsídios e representação, fixada pela Câmara
Municipal.
Art. 69. Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais serão fixados por lei de
iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõe a Constituição Federal. (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 70. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo, não poderão, sem licença da Câmara
Municipal, ausentar-se do Município, por período superior a dez dias, sob pena de perda do cargo ou do
mandato.
Art. 70. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo, não poderão, sem licença da Câmara
Municipal, ausentar-se do Município, por período superior a 10 (dez) dias, sob pena de perda do cargo.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Parágrafo único. No período de recesso parlamentar da Câmara Municipal de Fortaleza, o Prefeito e o Vice-
Prefeito estarão dispensados da obrigação constantes neste artigo, desde que comprove ter dado ciência
inequívoca ao Presidente da Câmara Municipal. (AC) (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0012/06)
§ 1º Nos casos de ausência do Prefeito por período igual ou superior ao estabelecido no caput, estando a
representar o Município fora de seus limites territoriais, haverá unicamente delegação prévia e específica de
competências, não se aplicando o disposto no art. 65 desta Lei. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 03/96) / (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
Art. 70-A. Quando a ausência do Prefeito e do Vice-Prefeito, no exercício do cargo, for inferior a 10 (dez)
dias, deverá haver comunicação oficial, através de ofício, à Câmara Municipal. (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 71. O Prefeito será julgado pela prática de crime de responsabilidade, perante o Tribunal de Justiça do
Estado, e por infrações político-administrativas, pela Câmara Municipal.
Art. 71. O Prefeito será processado e julgado: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0011/06)
I – pelo Tribunal de Justiça dos Estado nos crimes comuns e nos de responsabilidade, nos termos da
legislação federal aplicável; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
II – pela Câmara Municipal nas infrações político-administrativas, nos termos da lei, assegurados, dentre
outros, requisitos de validade, o contraditório, a publicidade, ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes, e a decisão motivada que se limitará a decretar a cassação do mandato; (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
§ 1º São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito que atentem contra a Constituição da República,
Constituição do Estado, esta Lei Orgânica e que contrariem o cumprimento das leis e das decisões
judiciais. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
§ 2º São infrações político-administrativas do Prefeito aquelas definidas em lei federal e nesta Lei Orgânica.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
§ 4º As normas de processo e julgamento dos crimes de responsabilidade, bem como a definição desses
crimes, são as estabelecidas pela legislação federal. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0011/06)
§ 5º Admitir-se-á a denúncia por Vereador, por partido político com representação municipal, e por qualquer
eleitor, na forma a ser estabelecida no Regimento Interno da Câmara Municipal. (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 72. O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que Ihe forem concedidas por lei, auxiliará o Prefeito,
sempre que por ele for convocado para missões especiais.
Art. 73. O Prefeito regularmente licenciado perceberá sua remuneração, salvo no caso de licença para
tratar de interesse particular.
SEÇÃO II
Art. 74. Ao Prefeito, como chefe da administração, compete dar cumprimento às deliberações da Câmara,
dirigir, fiscalizar e defender os interesses do Município, bem como adotar, de acordo com a lei, todas as
medidas administrativas e de utilidade pública, sem exceder as verbas orçamentárias.
Art. 75. Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da Câmara
quanto àqueles utilizados em seus serviços.
I - tomar a iniciativa das leis, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
I – iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica; (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
III - sancionar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara Municipal e expedir os regulamentos para sua
fiel execução;
III – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara Municipal e expedir os
regulamentos para sua fiel execução; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
IV – vetar projetos de lei, total ou parcialmente, aprovados pela Câmara, por inconstitucionalidade ou no
interesse público; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
V - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade, utilidade pública ou interesse social;
IX – exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção superior da administração municipal;
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
X - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Lei Orgânica; (Revogado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
X – prover os cargos, funções e empregos municipais, e praticar os atos administrativos referentes aos
servidores municipais, salvo os de competência da Câmara Municipal; (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XIII - celebrar convênios, acordos, contratos e outros ajustes de interesse do Município, com autorização da
Câmara Municipal;
XII - celebrar convênios, acordos, contratos e outros ajustes de interesse do Município, e delegar
competência aos Secretários Municipais para fazê-lo, quando cabível, remetendo cópia fiel do inteiro teor
dos instrumentos respectivos à Câmara Municipal, no prazo constante desta Lei Orgânica; (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XIV - remeter mensagem à Câmara Municipal por ocasião da abertura das sessões legislativas, expondo a
situação do Município e solicitando as providências que julgar necessárias;
XIII – remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal por ocasião da abertura das sessões
legislativas, expondo a situação do Município e solicitando as providências que julgar necessárias;
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XV - prestar contas da aplicação dos auxílios federais ou estaduais entregues ao Município, na forma da lei;
XIV – prestar contas da aplicação dos repasses ou recursos federais ou estaduais entregues ao Município,
na forma da lei; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XVI - fazer a publicação dos balancetes financeiros municipais e das prestações de contas da aplicação de
auxílios federais ou estaduais recebidos pelo Município, nos prazos e na forma determinados em lei;
XV – fazer a publicação dos balancetes financeiros municipais e das prestações de contas da aplicação de
auxílios federais ou estaduais recebidos pelo Município, no Diário Oficial do Município e no Sítio Eletrônico
da Prefeitura Municipal, nos prazos e na forma determinados em lei; (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XVIII - enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao orçamento anual e ao plano plurianual do Município e
das autarquias;
XVII - enviar à Câmara Municipal, cumprindo o disposto no inciso V do art. 6º desta Lei Orgânica, o plano
plurianual de investimentos, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e o projeto de lei orçamentário
anual; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XIX - encaminhar à Câmara, dentro de sessenta dias, após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior;
XVIII – enviar as contas anuais do Município, Poderes Executivo e Legislativo, à Câmara Municipal até o dia
31 de janeiro do ano subseqüente, ficando, durante sessenta dias, à disposição de qualquer contribuinte,
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhe a legitimidade, nos termos da lei e, decorrido este
prazo, as contas serão, até o dia dez de abril de cada ano, enviadas pela Presidência da Câmara Municipal
ao Tribunal de Contas dos Municípios para que este emita o competente parecer prévio; (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XIX - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e as prestações de contas exigidas em
lei; (renumerado)
XX – fazer publicar os atos oficiais e as contas públicas do poder Executivo; (Redação dada pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XXII - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a guarda e a aplicação da receita, autorizando
as despesas e o pagamento dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos votados pela
Câmara; (renumerado)
XXIV - colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de sua requisição, as quantias que devem ser
despendidas de uma só vez e, até o dia vinte de cada mês, os recursos correspondentes às suas dotações
orçamentárias, compreendendo os créditos suplementares e especiais;
XXIII – enviar o repasse da Câmara Municipal até o dia 20 de cada mês; (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XXIV - resolver sobre requerimentos, reclamações ou representações que Ihe forem dirigidas; (renumerado)
XXV - oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis, as vias e os logradouros públicos, mediante
denominação aprovada pela Câmara e a localização aposta ao projeto de decreto legislativo, aprovado com
croqui anexo, de via, sem denominação definida; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica
n. 0011/06) (renumerado)
Parágrafo único. A proposta que vise a alterar a denominação de bairros, praças, vias e logradouros
públicos deverá ser justificada, previamente, por audiência e manifestação da maioria da população
envolvida. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
XXVI - convocar extraordinariamente a Câmara Municipal, exclusivamente para deliberar sobre matéria de
interesse público relevante e urgente; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
(renumerado)
XXVII - aprovar projetos de edificação e planos de loteamento e arruamento para fins urbanos;
(renumerado)
XXVIII - apresentar anualmente à Câmara relatório circunstanciado sobre o estado das obras e dos serviços
municipais, bem como o programa da administração para o ano seguinte; (renumerado)
XXX - organizar os serviços internos das repartições criadas por lei, sem exceder as verbas destinadas
para tal fim;
XXIX – organizar os serviços internos dos órgãos da administração pública direta, indireta, autárquica e
fundacional; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XXX - contrair empréstimos e realizar operações de crédito, mediante prévia autorização da Câmara;
(renumerado)
XXXI – administrar os bens do Município na forma da lei; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XXXII - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos às terras do Município; (renumerado)
XXXIV - conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das respectivas verbas orçamentárias e do
plano de distribuição, prévia e anualmente aprovado pela Câmara; (renumerado)
XXXV – fomentar a educação; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
(renumerado)
XXXVIII - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para a garantia do cumprimento dos seus
atos;
XXXVII – solicitar, quando necessário, o auxílio das autoridades policiais do Estado para a garantia do
cumprimento dos seus atos; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
(renumerado)
XXXIX - solicitar, obrigatoriamente, à Câmara para ausentar-se do Município, por tempo superior a dez
dias;
XXXVIII - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara Municipal para ausentar-se do Município, por
tempo superior a 10 (dez) dias, salvo em viagens ao exterior, quando a solicitação de autorização se dará
em qualquer tempo; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
XL - prestar à Câmara, dentro de quinze dias, as informações por ela solicitadas, salvo quando houver
prorrogação a seu pedido e por prazo determinado, em face da complexidade da matéria ou da dificuldade
de obtenção, nas respectivas fontes, dos dados pleiteados; (renumerado)
XLI - aplicar multas previstas em lei e contratos, bem como revê-las, quando impostas irregularmente.
(renumerado)
XLII – comunicar à câmara a aquiescência ou não das indicações aprovadas pela Câmara Municipal, no
prazo estabelecido no § 1º do art. 47 desta Lei orgânica. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0011/06) (renumerado)
Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxiliares as funções administrativas
previstas nos incisos XI, XXIV e XXXII.
Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxiliares as funções administrativas
previstas nos incisos XI, XXIV, XXXII e XLII. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0011/06)
SEÇÃO III
I - os Secretários Municipais, diretores de órgãos públicos; (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0011/06)
Art. 77. são auxiliares diretos do Prefeito os Secretários Municipais e os diretores de órgãos da
administração direta, indireta, autárquica e fundacional. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0011/06)
Art. 78. Os auxiliares do Prefeito farão declaração de bens no ato da posse e no término do exercício do
cargo.
Art. 78. Os auxiliares do Prefeito farão declaração de bens no ato da posse e no término do exercício de
suas funções. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0011/06)
Art. 79. Os Secretários e demais auxiliares do Prefeito são responsáveis com o Prefeito pelos atos que
assinarem, ordenarem ou praticarem.
Art. 80. Lei Municipal estabelecerá as atribuições dos auxiliares do Prefeito, definindo-lhes a competência,
dever e responsabilidade.
SEÇÃO IV
DA PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO
Art. 81. A Procuradoria-Geral do Município é uma instituição permanente, essencial ao exercício das
funções administrativas, judiciais e extrajudiciais do Município, sendo responsável, em toda sua plenitude,
pela defesa de seus interesses em juízo e fora dele, bem como pelas suas atividades de consultoria
jurídica, à exceção de suas autarquias, sob a égide dos princípios da legalidade e da indisponibilidade dos
interesses públicos.
Art. 82. Lei complementar disporá sobre a Procuradoria-Geral do Município, disciplinando as competências
e o funcionamento dos órgãos que a integram, bem como estabelecerá o regime jurídico dos integrantes da
carreira de Procurador do Município, observados os princípios e regras contidos nesta Lei Orgânica.
SEÇÃO IV-A
DA OUVIDORIA MUNICIPAL
Art. 82-A. A Ouvidoria Municipal, órgão autônomo de controle interno da Administração Pública Municipal
sem potestade coercitiva direta, vinculado ao Poder Executivo, tem por objetivo a defesa dos direitos e
interesses dos cidadãos do Município de Fortaleza, competindo, em especial: (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
I – receber e apurar as reclamações e denúncias, quanto à atuação do poder Público Municipal, ou agir de
ofício, recomendando às autoridades administrativas as providências cabíveis, nos casos de morosidade,
ilegalidade, abuso de poder, omissão, negligência, erro ou violação dos princípios constitucionais e desta
Lei Orgânica; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
II – orientar e esclarecer a população, em suas relações com a administração pública municipal, sobre seus
direitos e deveres, utilizando-se para tanto de todos os meios necessários, inclusive os meios de
comunicação de massa. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
III – Representar aos órgãos competentes, nos casos sujeitos ao controle destes, quando constatar
irregularidade ou ilegalidade, sob pena de responsabilidade solidária. (Acrescentado pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 1º A Ouvidoria Municipal tem amplos poderes de investigação, devendo as informações por ela
solicitadas ser prestadas no prazo máximo de trinta (30) dias. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06)
§ 3º O titular da Ouvidoria Municipal tem mandato de dois (2) anos, com direito a uma única recondução, e
será indicado pelo chefe do Poder Executivo entre pessoas de notório conhecimento da administração
pública, de idoneidade moral e reputação ilibada, dependendo sua investidura no cargo de aprovação da
Câmara Municipal, pelo voto da maioria absoluta dos vereadores, após argüição pública. (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 4º O indicado para o cargo de titular da Ouvidoria Municipal não poderá estar filiado a nenhum partido
político no ato da posse para o cargo. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 5º O cargo do titular da Ouvidoria Municipal terá status de Secretário Municipal. (Acrescentado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
SEÇÃO IV-B
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Art. 82-B. O Município instituirá serviço público de assistência jurídica, que deverá ser prestado
gratuitamente às pessoas e entidades sem recursos para prover, por seus próprios meios, a defesa de seus
direitos. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
SEÇÃO IV-C
Art. 82-C. A Administração Fazendária do Município, órgão essencial ao funcionamento do ente federativo,
reger-se-á pelos princípios da Administração Pública, consubstanciados na Constituição Federal,
Constituição Estadual do Ceará e nesta Lei Orgânica e terá por atributos a moralidade, a eficiência, a
especialidade e a probidade no exercido de suas funções, com vista á justiça fiscal e à defesa do interesse
público. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Art. 82-D. As atividades da administração tributária do Município serão exercidas, preferencialmente, por
servidores de carreiras especificas e terão recursos prioritários para a realização de suas atividades,
atuando de forma integrada com as demais administrações tributárias municipais, estaduais e federal,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Art. 82-E. Lei Complementar disporá sobre a Administração Fazendária do Município, disciplinando as
competências e o funcionamento dos seus órgãos componentes, bem como estabelecerá o regime jurídico
dos integrantes da carreira de Auditor de Tributos Municipais, das carreiras de nível superior e demais
carreiras especificas, observados os princípios e regras contidos nesta Lei Orgânica. (Acrescentado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
TÍTULO IV
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
SEÇÃO I
Art. 83. A administração pública direta, indireta e fundacional do Município observará os princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, indivisibilidade e indisponibilidade do
interesse público, participação popular, transparência, finalidade, eficiência, razoabiidade, motivação, bem
como os demais princípios constantes da Constituições Federal e Estadual e desta Lei Orgânica. (Redação
dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Parágrafo único. O Município, para atender, na sua atuação, ao princípio da democracia participativa,
definido no parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal, disporá, disciplinado por leis
complementares, sobre: (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
II – a criação de Conselhos Municipais de Participação Popular nas diversas áreas, integrados por
representantes populares usuários dos serviços públicos. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06)
Art. 84. Os órgãos da administração que compõem a estrutura administrativa da Prefeitura se organizam e
se coordenam atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom desempenho de suas atribuições.
Art. 84. O Município, na ordenação de sua estrutura orgânica e funcional, atenderá aos princípios da
desconcentração e descentralização e buscará o constante aprimoramento da gestão pública, adotando as
normas técnicas mais recomendáveis ao bom desempenho de suas atribuições e ao ágil e eficaz
atendimento dos usuários. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 1° A administração pública municipal é direta, quando realizada por órgãos da Prefeitura ou da Câmara.
I - autarquia;
II - empresa pública;
IV - fundação pública.
IV – e outras entidades dotadas de personalidade jurídica. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06)
§ 3° Fica estabelecido que as empresas, sociedades de economia mista e fundações, instituídas pelo Poder
Público Municipal, terão um conselho de representação constituído exclusivamente por seus respectivos
empregados, pertencentes aos quadros de carreira destes órgãos públicos, mediante eleição por voto direto
e secreto.
§ 3º Ao usuário fica garantido serviço público compatível com sua dignidade humana, prestado com
eficiência, regularidade, pontualidade, uniformidade, conforto e segurança, sem distinção de qualquer
espécie. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 4º Junto aos órgãos de direção da administração direta, indireta e fundacional serão constituídas, na
forma da lei, Comissões de Representantes dos servidores e empregados, eleitos por voto direto e secreto.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 5º Os órgãos da administração direta, indireta e fundacional ficam obrigados a constituir, nos termos da
lei, comissões internas visando à prevenção de acidentes e, quando assim o exigirem suas atividades, o
controle ambiental, para assegurar a proteção da vida, do meio ambiente e de adequadas condições de
trabalho para seus servidores e empregados. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0013/06)
§ 7º É assegurada a participação de servidores e empregados nos colegiados dos órgãos públicos em que
seus interesses profissionais e previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Art. 85. É vedada a dispensa do empregado a partir do registro de sua candidatura a cargo de direção ou
de representação no conselho e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo
se cometer falta grave nos termos da lei.
Art. 85. É vedada a dispensa do empregado a partir do registro de sua candidatura a cargo de direção ou
de representação nas Comissões de Representantes e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0013/06)
Art. 86. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes do Município,
obedecerá aos seguintes princípios:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei;
III - o prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável, por igual período, uma única
vez;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o aprovado por concurso público de
provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre os novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;
V – é garantido ao servidor ou empregado municipal o direito à livre organização sindical, inclusive podendo
constituir comissões sindicais por local de trabalho; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06)
VI - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar à Constituição
da República;
VI – é assegurado, nos termos da lei, o direito de greve, competindo aos servidores e empregados decidir
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender, sm que haja
desobediência à decisão judicial que julgar a greve ilegal; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06)
VII - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão;
VIII - o não-cumprimento dos encargos trabalhistas pelas prestadoras de serviços, apurados na forma da
legislação específica, importará rescisão do contrato sem direito a indenização;
IX - a lei fixará o limite máximo de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos
municipais, observados, como limites máximos, os valores percebidos como remuneração, em espécie, a
qualquer título, por membros da Câmara Municipal e pelo Prefeito Municipal, no âmbito dos respectivos
poderes;
X - lei complementar estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado, não superior a seis
meses para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público;
Xl - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados,
para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento;
XII - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de
horários:
c) a de dois cargos privativos da área de saúde; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0013/06)
XIII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público;
XIV - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação pública;
XVI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;
XVII – a administração municipal fica obrigada, nas licitações sob as modalidades de tomadas de preço e
concorrências, fixar preços teto ou preços base, devendo manter serviço adequado para o
acompanhamento permanente dos preços e pessoal apto para projetar e orçar os custos reais das obras e
serviços a serem executados; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
XVIII - a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos; (Renumerado)
XX - a pensão paga pelo Tesouro Municipal ou pelo Instituto de Previdência do Município não poderá ser
inferior ao valor de um salário mínimo; (Renumerado)
XXI - é assegurado o controle popular na prestação dos serviços públicos, mediante direito de petição.
(Renumerado)
XXI – é assegurado o controle popular na prestação dos serviços públicos, mediante direito de petição,
representação e fiscalização, esta última podendo ser feita ainda por controladorias sociais, criadas
livremente por usuários, ficando a autoridade a quem for dirigida a ação de controle obrigada a oficializar o
seu ingresso, assegurando-lhe tramitação rápida e comunicação, por correspondência oficial, da decisão
adotada, com obediência ao prazo de 15 (quinze) dias; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06) (Renumerado)
XXII – todos os órgãos da administração direta, indireta ou fundacional prestarão aos interessados, no
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de responsabilidade, as informações de interesse particular, coletivo ou
geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível, nos casos referidos na Constituição Federal;
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06) (Renumerado)
XXIV – pode o cidadão, diante de lesão ao patrimônio público municipal, promover ação popular contra
abuso de poder, para defesa do meio ambiente, ficando o infrator ou autoridade omissa responsável pelos
danos causados e custas processuais; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
(Renumerado)
XXV – a administração municipal direta, indireta e fundacional manterá, na forma da lei, as suas contas e
fará a movimentação e as aplicações financeiras em estabelecimentos oficiais ou bancos estatais,
ressalvadas as hipóteses previstas em lei. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0013/06) (Renumerado)
Art. 87. As pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos, sempre que solicitadas por órgãos públicos,
sindicatos ou associações de usuários, prestarão, no prazo definido em lei, informações detalhadas sobre
planos, projetos, investimentos, custos, desempenhos e demais aspectos pertinentes à sua execução, sob
pena de rescisão, sem direito a indenização.
Art. 87. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que prestem serviços ao Poder
Executivo Municipal, sempre que solicitadas por cidadãos, órgãos públicos, sindicatos ou entidades da
sociedade civil local, inclusive as controladorias sociais criadas livremente por usuários, prestarão, no prazo
de 30 dias, informações detalhadas sobre planos, projetos, investimentos, custos, desempenhos e demais
aspectos pertinentes à sua execução, sob pena de rescisão, sem direito a indenização.(Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 2° O tempo de serviço dos servidores públicos da administração direta, nas autarquias, e nas fundações
públicas será contado como título, se submeterem a concurso público para efetivação na forma da lei.
§ 3º As pessoas jurídicas de direito privado a que se refere o caput deste artigo são as concessionárias e
permissionárias de serviços público, bem como toda e qualquer pessoas jurídica de direito privado que
tenha prestado serviço ao Poder público e resultante disto tenha recebido recursos financeiros.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Art. 88. A lei estabelecerá as circunstancias e as exceções em que se aplicarão sanções administrativas,
inclusive a demissão ou destituição do servidor público que:
I - firmar ou mantiver contrato com pessoas jurídicas de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público;
I – firmar ou mantiver contrato com pessoas jurídicas de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, no âmbito do município de
Fortaleza; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Il - for proprietário, controlador ou diretor de empresa que mantenha contrato com pessoas jurídicas de
direito público;
III - patrocinar causa em que seja interessada pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista e fundação.
Art. 89. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, na forma e prazo estabelecidos em lei,
poderá obter informação e s a respeito da execução de contrato s ou convênios firmados por órgãos ou
entidades integrantes da administração direta, indireta e fundacional do Município, para a execução de
obras ou serviços, podendo, ainda, denunciar quaisquer irregularidades ou ilegalidades perante o Conselho
de Contas dos Municípios ou a Câmara Municipal.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, os órgãos e entidades contratantes deverão remeter
ao Conselho de Contas dos Municípios e à Câmara Municipal cópias do inteiro teor dos contratos ou
convênios respectivos, no prazo de cinco dias após a sua assinatura.
Art. 89. Qualquer cidadão, partido político, sindicato ou entidade da sociedade civil local, inclusive
controladoria social criada livremente por usuários, na forma e prazo estabelecidos em lei, poderá obter
informações a respeito da execução de contratos ou consórcios firmados por órgãos públicos ou entidades
integrantes da administração direta, indireta e fundacional do Município, podendo, ainda, denunciar
quaisquer irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas dos Municípios ou à Câmara
Municipal. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, os órgãos e entidades contratantes deverão remeter
ao Tribunal de Contas dos Municípios e à Câmara Municipal cópias do inteiro te dos contratos ou convênios
respectivos, no prazo de 10 dias após a sua assinatura. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0013/06)
Art. 90. A Comissão Central de Licitação do Executivo será instituída pelo Prefeito, e dela deverá participar
um membro da Câmara Municipal, indicado pelo Plenário.
SEÇÃO II
Art. 91. Constituem bens do Município todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que a qualquer
título Ihes pertençam.
Art. 91. Constituem bens do Município todas as coisas móveis, imóveis e semoventes, direitos e ações que
a qualquer título lhes pertençam. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 92. Os bens imóveis do Município são, conforme sua destinação, dominiais, de uso comum do povo e
de uso especial.
Art. 92. Os bens públicos municipais, quanto a sua destinação, podem ser: (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
I – de uso comum do povo: tais como estradas municipais, ruas praças, logradouros públicos e outras da
mesma espécie; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
II – de uso especial: os destinados à administração, tais como os edifícios das repartições públicas, os
terrenos destinados ao serviço público e outras serventias da mesma espécie; (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
III – bens dominiais: aqueles sobre os quais o Município exerce os direitos de proprietário e são
considerados como bens patrimoniais disponíveis.(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica
n. 0014/06)
Art. 93. Deverá ser feita, anualmente, a conferência da escrituração patrimonial com bens existentes e, na
prestação de contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens móveis e imóveis do
Município, compreendendo os últimos aqueles de uso especial e os dominiais.
Art. 94. Todos os bens municipais deverão ser cadastrados, com a identificação respectiva, numerando-se
os bens imóveis aludidos no artigo anterior, segundo o que for estabelecido em regulamento, ficando esses
bens imóveis sob a responsabilidade do chefe da secretaria ou diretor do órgão a que forem destinados.
Art. 95. A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse público devidamente
justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
II - quando de bens móveis, dependerá apenas de hasta pública, efetuada privativamente por leiloeiro
público, dispensando-se este procedimento nos casos de doação, que será permitida exclusivamente para
fins assistenciais a instituições filantrópicas sem fins lucrativos, ou quando houver interesse público
relevante, justificado pelo chefe do Poder Executivo ou pelo Presidente da Mesa Diretora da Câmara
Municipal.
§ 1° Ficam proibidas a doação, permuta, venda, locação ou concessão de uso de qualquer fração de áreas
dos parques, praças, jardins ou lagos públicos, admitindo-se apenas a permissão de uso de pequenos
espaços destinados à venda de jornais, revistas, artesanatos ou lanches, em condições a serem
estabelecidas por ato do Prefeito.
§ 2º A concessão de uso das áreas institucionais somente poderá ser outorgada a entidades assistenciais e
sem fins lucrativos e para implantação de equipamentos comunitários.
Art. 96. A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas urbanas remanescentes e inaproveitáveis
para edificações resultantes de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação e autorização
legislativa, dispensada a licitação; as áreas resultantes de modificação de alinhamento serão alienadas nas
mesmas condições, quer sejam aproveitáveis, ou não.
Parágrafo único. Na hipótese de existir mais de um imóvel lindeiro com proprietários diversos a venda
dependerá de licitação.(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 96-A. Os bens municipais poderão ser utilizados por terceiros, mediante concessão, permissão e
autorização conforme o caso e o interesse público ou social o exigir, devidamente justificado. (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
§ 1º A concessão administrativa de bens públicos, será formalizada mediante contrato e depende de prévia
autorização legislativa e de licitação, na modalidade de concorrência, sendo dispensada esta quando o uso
se destinar a concessionárias de serviço público, entidades assistenciais ou filantrópicas ou nas demais
hipóteses legais. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
§ 2º A permissão de uso dependerá de licitação sempre que houver mais de um interessado na utilização
do bem e será formalizada por termo administrativo. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0014/06)
§ 4º A autorização será formalizada por termo administrativo para atividades ou usos específicos e
transitórios, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0014/06)
Art. 97. As terras públicas não utilizadas ou subutilizadas serão prioritariamente destinadas a
assentamentos de população de baixa renda e à instalação de equipamentos coletivos.
§ 1° Considerar-se-ão como população de baixa renda as famílias com renda média não superior a três
salários mínimos.
Art. 97-A. Todos os bens municipais são imprescritíveis, impenhoráveis, inalienáveis e inoneráveis,
admitidas as exceções que a lei estabelecer para os bens do patrimônio disponível e sua posse caberá
conjunta e indistintamente a toda a comunidade que exercer seu direito de uso comum, obedecidas as
limitações. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Parágrafo único. Os bens públicos tornar-se-ão indisponíveis ou disponíveis por meio, respectivamente, da
afetação ou desafetação, esta última dependente de lei. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0014/06)
Art. 97-B. A manutenção das áreas verdes, equipamentos de uso público e unidades de conservação pode
ser feita com a participação da comunidade. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0014/06)
Art. 97-C Os bens considerados inservíveis deverão ser protegidos da ação do tempo ou levados a leilão o
mais rápido possível, visando à obtenção do melhor preço, em função de seu estado e utilidade, na forma
da lei. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
CAPITULO II
SEÇÃO I
Art. 98. O Município, no âmbito de sua competência, instituirá regime jurídico único e planos de carreira
para os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas, atendendo aos
princípios das Constituições da República e do Estado.
Parágrafo único. É assegurada aos servidores da administração pública direta, das autarquias e das
fundações, isonomia e irredutibilidade de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados
do mesmo Poder, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de
trabalho.
Parágrafo único. Os servidores públicos da administração direta terão assegurados todos os seus direitos
remuneratórios, com irredutibilidade de seu vencimento para cargos de atribuições iguais ou assemelhados
do mesmo Poder, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de
trabalho. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 98-A Todo cidadão, no gozo de suas prerrogativas constitucionais, poderá prestar concurso para
preenchimento de cargos da administração pública municipal, na forma que a lei estabelecer.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Parágrafo único. Ficam assegurados o ingresso e o acesso de pessoas portadoras de deficiência, na forma
da lei, aos cargos, empregos e funções administrativas da administração direta e indireta do Município,
garantindo-se as adaptações necessárias para sua participação nos concursos públicos. (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 99. São direitos dos servidores públicos municipais, entre outros:
Art. 99. São direitos dos servidores públicos municipais, entre outros previstos nas Constituições da
República e do Estado: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
II – remuneração ou proventos não inferiores ao salário mínimo, inclusive para aposentados; (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06) (Renumerado)
III - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0014/06)
III – irredutibilidade dos vencimentos; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
(Renumerado)
V - salário-família para os dependentes; (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
IV - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais;
(Renumerado)
VI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento, à hora normal;
(Renumerado)
VII - gozo de férias remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do valor normal da remuneração;
(Renumerado)
VIII - licença-gestante, sem prejuízo do emprego e do salário com duração de cento e vinte dias;
VIII – licença-gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 180 (cento e oitenta) dias;
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06) (Renumerado)
IX – licença-paternidade, sem prejuízo do emprego e dos vencimentos, com duração de 10 (dez) dias,
assistindo igual direito ao pai adotante; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
(Renumerado)
X - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e
pré-escolas; (Renumerado)
XI - participação dos servidores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais e
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação; (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0014/06) (Renumerado)
XIII - licença de três meses, após a implementação de cada cinco anos de efetivo exercício; (Renumerado)
XIV - licença especial, nos termos da lei, à servidora que adotar legalmente criança recém-nascida;
XIV - licença especial à servidor que adotar legalmente criança recém nascida ou obtiver guarda judicial
para fins de adoção, nos seguintes termos: (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0014/06) (Renumerado)
a) no caso de adoção ou guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, o período de licença será de
180 (cento e oitenta) dias; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
b) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 1 (um) ano até 4 (quatro) anos de idade, o
período de licença será de 60 (sessenta) dias; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0014/06)
c) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de 4 (quatro) anos até 8 (oito) anos de idade, o
período de licença será de 30 (trinta) dias.(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0014/06)
Parágrafo único. A licença especial prevista neste inciso só será concedida mediante apresentação do
termo judicial de guarda à adotante ou guardiã.(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0014/06)
XV - redução de riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
(Renumerado)
XVI - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
(Renumerado)
XVII - proibição de diferença de salário e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
civil; (Renumerado)
XVIII – participação de representação sindical nas comissões de sindicância e inquérito que apurarem falta
funcional; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06) (Renumerado)
XIX – livre acesso à associação sindical e direito de organização no local de trabalho. (Acrescentado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06) (Renumerado)
I - afastamento de seu emprego ou função, quando eleito para diretoria de sua entidade sindical, durante o
período do mandato, sem prejuízo de seus direitos;
II - permissão, na forma da lei, para conclusão de cursos em que estejam inscritos ou que venham a se
inscrever, desde que possa haver compensação, com a prestação do serviço público;
III - quando investido nas suas funções de direção executiva de entidades representativas de classe ou
conselheiro de entidades de fiscalização do exercício das profissões liberais, o exercício de suas funções
nestas entidades, sem prejuízos nos seus salários e demais vantagens na sua instituição de origem;
IV - a carga horária reduzida em até duas horas, a critério da administração, enquanto perdurar a
freqüência a curso de nível superior;
VI - o servidor que contar tempo de serviço igual ou superior ao fixado para aposentadoria voluntária com
proventos integrais, ou aos setenta anos de idade, a aposentadoria com as vantagens do cargo em
comissão, em cujo exercício se encontrar, desde que o haja ocupado durante cinco anos ininterruptos, ou
sete anos alternados, ou ainda que o tenha incorporado.
VII - além da gratificação natalina, aos servidores municipais aposentados a percepção de proventos nunca
inferior ao valor de salário mínimo;
VIII - dispensa de dois dias úteis de serviço, quando o servidor funcionar como presidente, mesário ou
suplente de mesa receptora de eleição, estadual ou municipal;
VIII - dispensa de dois dias úteis de serviço, quando o servidor funcionar como presidente, mesário ou
suplente de mesa receptora em eleições majoritárias e proporcionais; (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
IX - dispensa do expediente no dia do aniversário natalício, bem assim facultado o ponto, na data
consagrada à sua categoria;
X - ponto facultativo do servidor, por ocasião das greves dos transportes coletivos;
XI - o direito de ser readaptado de função por motivo de doença que o impossibilite de continuar
desempenhando as atividades próprias do seu cargo ou função;
XII - o recolhimento da contribuição previdenciária, no gozo de licença para interesse particular, e aos
ocupantes de cargo de confiança, que contribuíram, por período não inferior a cinco anos;
XIII - a gratificação adicional por tempo de serviço, à razão de um por cento por anuênio de serviço público,
elevando-se de igual porcentagem a cada ano;
XIV - garantia de salário nunca inferior ao salário mínimo para o que percebe remuneração variável;
XVII - a garantia dos direitos adquiridos, anteriores à promulgação desta Lei Orgânica.
XVIII – garantia de adaptação funcional à gestante nos casos em que houver recomendação médica, sem
prejuízo de seus vencimentos de demais vantagens do cargo; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à
Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 100-A. Aos servidores da administração direta, indireta e funcional que concorram a mandatos eletivos,
inclusive nos casos de mandato de representação profissional e sindical, é garantida a estabilidade a partir
da data do registro do candidato até um ano após o término do mandato, ou até cento e oitenta dias após a
publicação dos resultados em caso de não serem eleitos, salvo se ocorrer exoneração nos termos da
lei.(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Parágrafo único. Enquanto durar o mandato dos eleitos, o órgão empregador recolherá mensalmente as
obrigações sociais e garantirá ao servidor ou empregado os serviços médicos e previdenciários dos quais
era beneficiário antes de se eleger. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 100-B. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselhos de empresas privadas fornecedoras
ou prestadoras de serviços ou que realizem qualquer contrato com o Município. (Acrescentado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 100-C. São estáveis, após 3 (três) anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de
aprovação em concurso público. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado e o eventual
ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo
ou posto em disponibilidade. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 100-D. Ao servidor é assegurado o direito de petição para reclamar, representar, pedir reconsideração
e recorrer, desde que o faça dentro das normas de urbanidade em termos, vedado à autoridade negar
conhecimento à petição devidamente assinada, devendo decidi-lo no prazo hábil para obtenção dos efeitos
desejados, não podendo, em qualquer caso, ser superior a 60 (sessenta) dias. (Acrescentado pela Emenda
de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Parágrafo único. Quando sem ônus para o Município, o servidor interessado requererá liberação.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
Art. 100-F. Enquanto perdurar a freqüência a curso de nível superior, o servidor poderá requerer a redução
da jornada diária de trabalho em até duas horas, ficando a critério da administração a concessão do
benefício. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0014/06)
SEÇÃO II
DO REGIME PREVIDENCIÁRIO
Art. 100-G. O servidor será aposentado: (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0015/06)
I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrentes de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos
demais casos; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
III – voluntariamente, por idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, calculados na
forma prevista em lei específica, desde que preencha cumulativamente, os seguintes requisitos:
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
a) tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público federal, estadual, distrital e
municipal; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
b) tempo mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria; e
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, “a” e “c”, deste artigo, no caso
de exercício de atividades especiais, insalubres ou perigosas. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0015/06)
Art. 100-H. Decorridos 60 (sessenta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da
aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial, podendo afastar-se do serviço, salvos se
antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0015/06)
Art. 101. Os serviços públicos pertinentes à Previdência e à Assistência Municipal serão prestados através
do Instituto de Previdência do Município, cuja execução dependerá de uma receita própria determinada por
lei, bem como de plano de custeio e de programa de desembolso próprios.
Art. 101. Os serviços públicos pertinentes à Previdência e Assistência Municipal serão prestados através do
Instituto de Previdência do Município, órgão autônomo financeiramente, cuja execução dependerá de uma
receita própria determinada por lei, bem como de plano de custeio e de programa de desembolso próprios.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
§1° Para a consecução de suas finalidades será resguardada, com estrita observância, a autonomia
administrativa e financeira do Instituto de Previdência do Município, estabelecida por lei.
Art. 102. É assegurada ao servidor municipal a incorporação de tempo de serviço que tenha contribuído
para a Previdência Social, antes do ingresso no serviço público.
Art. 102. É assegurada ao servidor público municipal o cômputo para fins de aposentadoria do tempo que o
mesmo contribuiu para o Regime Geral de Previdência Social antes do seu ingresso no serviço público,
bem como o tempo de contribuição no serviço público federal e estadual. (Redação dada pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Parágrafo único. A forma de compensação dos regimes de providência será regida por lei complementar.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 103. A pensão será devida integralmente aos dependentes do servidor municipal.
Art. 104. Não haverá limite de idade para direito de percepção de pensão dos dependentes portadores de
deficiência sensorial, motora e mental.
Art. 105. O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos e das vantagens do
servidor, extensivo aos legítimos dependentes.
Art. 105. Lei disporá sobre a concessão de benefício de pensão por morte, que será igual a: (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os
benefícios estabelecidos no Regime Geral de Previdência Social de que trata o art. 201 da Constituição
Federal, acrescentado de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a este limite, caso em atividade na
data do óbito; (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
limite máximo estabelecido para os benefícios estabelecidos no Regime Geral de Previdência Social de que
trata o art. 201 da Constituição Federal, acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a este
limite, caso em atividade na data do óbito. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0015/06)
Parágrafo único. É assegurada a antecipação da pensão, correspondente a 70% (setenta por cento) do
valor da última remuneração aos dependentes do servidor falecido, até que a pensão definitiva tenha o seu
valor definido e a sua regularidade reconhecida, ou negada, pelos órgãos competentes. (Acrescentado pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 106. A lei disporá sobre concessão de pensão especial aos dependentes do servidor municipal, no caso
de morte por acidente de trabalho.
Art. 106. A lei disporá sobre concessão de pensão e aposentadoria especial aos dependentes do servidor
municipal, no caso de morte por acidente de trabalho. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0015/06)
Art. 107. Os proventos de aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre
que se modifique a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos e
pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente, quando decorrentes da transformação ou
reclassificação de cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
Art. 107-A. É assegurada, na forma e nos prazos da lei, a participação dos representantes dos servidores
públicos municipais e dos aposentados na gestão administrativa do Instituto de Previdência do Município.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 107-B. O orçamento municipal destinará dotações orçamentárias à seguridade social. (Acrescentado
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
SEÇÃO III
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 108. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os limites estabelecidos
em lei complementar.
Art. 109. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou
alteração de estrutura de carreira, bem como a admissão de pessoal, a qualquer titulo, pelos órgãos e
entidades da administração direta e indireta só poderão ser feitas, se houver prévia dotação orçamentária
suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes.
Art. 109. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos
e funções ou alteração de estrutura de carreira, bem como a admissão de pessoal, a qualquer titulo, pelos
órgãos e entidades da administração direta, indireta e fundações instituídas e mantidas pelo Município, só
poderão ser feitas, se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa
de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes, desde que previamente contempladas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 110. A lei fixará os vencimentos dos servidores públicos, sendo vedada a concessão de gratificações,
adicionais ou quaisquer vantagens pecuniárias por decreto ou por qualquer ato administrativo.
Art. 111. A lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos
servidores públicos da administração direta ou indireta, observados, como limite máximo, os valores
percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito.
Art. 112. Fica assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, que estejam sendo exercidos na administração pública municipal direta, indireta, autarquias e
fundações.
Art. 113. Os servidores da área de saúde, submetidos a regime de plantão, terão a carga horária reduzida
em vinte por cento sem prejuízo dos direitos da categoria, a partir de vinte anos de comprovada atividade.
Art. 113. Os servidores, submetidos a regime de plantão, terão a carga horária reduzida em vinte por cento
sem prejuízo dos direitos da categoria, a partir de vinte anos de comprovada atividade. (Redação dada pela
Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 114. Fica o servidor municipal isento do Imposto Predial Territorial Urbano, quando possuir um único
imóvel para sua moradia.
Art. 114. Fica o servidor municipal isento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), previsto no Inciso I
do art. 140 desta Lei Orgânica, exclusivamente em relação ao imóvel de sua propriedade, desde que utilize
o bem como residência própria. (Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 115. Quando a incidência na transação intervivos, a qualquer título, for de competência do Município,
fica o servidor municipal isento deste tributo, quando em aquisição de imóvel único que se destine à sua
moradia.
Art. 115. Quando a incidência na transação inter vivos, a qualquer título, for de competência do Município,
fica o servidor municipal isento deste tributo, para aquisição de imóvel único que se destine à sua moradia.
(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 116. O poder público incentivará e priorizará, através do departamento de habitação do Instituto de
Previdência do Município, o financiamento de casa própria para os servidores municipais, debitando
percentual nunca superior a vinte e cinco por cento de seus vencimentos. (Revogado pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 117. Todo servidor público municipal, que exerça função de nível superior, não poderá perceber menos
de oito e meio salários mínimos por vinte horas semanais, ressalvadas as categorias profissionais que
possuam piso salarial fixado em lei específica. (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0015/06)
Art. 118. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresa fornecedora, ou que realize
qualquer modalidade de contrato com Município, sob pena de demissão do serviço público.
Art. 119. As empresas de transporte coletivo destinarão vagas de cobrador para paraplégicos devidamente
qualificados. (Revogado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Art. 120. Os cargos públicos serão criados por lei, que fixará sua denominação, padrão de vencimentos,
condições de provimento e indicará os recursos pelos quais serão pagos seus ocupantes.
Art. 120. Os cargos e empregos públicos serão criados por lei, que fixará sua denominação, conjunto de
atribuições, padrão de vencimentos, condições de provimento e indicará os recursos pelos quais serão
pagos seus ocupantes.(Redação dada pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Parágrafo único. A criação e a extinção dos cargos da Câmara, bem como a fixação e a alteração de seus
vencimentos, dependerão de projetos de lei de iniciativa da Mesa, ou de um terço dos Vereadores.
Art. 121. O Município incentivará a reciclagem e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, permitindo o
afastamento remunerado para freqüência em cursos, na forma da lei.
Art. 122. Os servidores do Município que exerçam atividades em unidades de emergência, da rede
hospitalar, em regime de plantão, farão jus à gratificação de setenta e cinco por cento sobre seus salários.
Parágrafo único. Entende-se por servidor em atividade de plantão aquele com jornada de doze horas
ininterruptas de trabalho e em regime de revezamento.
Art. 123. O servidor público municipal, quando despedido sem justa causa e que tenha, aprazadamente,
reclamado perante a Justiça do Trabalho, desde que não tenha recebido nenhuma indenização, poderá ser
readmitido por acordo consensual, celebrado entre o interessado e o poder público competente.
Art. 123-A. A Procuradoria Geral do Município proporá a competente ação regressiva contra o servidor
público, de qualquer categoria, declarado culpado por haver causado à terceiro lesão de direito que a
Fazenda Municipal seja obrigada judicialmente a reparar. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0015/06)
§ 1º O prazo legal para ajuizamento da ação regressiva será a da legislação vigente, a contar da data em
que o Procurador-Geral do Município for cientificado de que a Fazenda Municipal efetuou o pagamento do
valor resultante da decisão judicial ou acordo administrativo. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei
Orgânica n. 0015/06)
§ 2º O descumprimento, por ação ou omissão, no disposto no caput deste artigo e no seu parágrafo
primeiro, apurado em processo regular, acarretará a responsabilização civil pelas perdas e danos que daí
resultarem. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
§ 3º A cessação, por qualquer forma, do exercício da função pública não exclui o servidor da
responsabilidade perante a Fazenda Municipal. (Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n.
0015/06)
Art. 123-B. A Fazenda Municipal, na liquidação do que for devido pelo servidor ou empregado público,
desde que anuído expressamente por este, poderá optar pelo desconto em folha de pagamento, o qual não
excederá de uma quinta parte do valor da remuneração do servidor. (Acrescentado pela Emenda de
Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
Parágrafo único. O agente público fazendário que autorizar o pagamento da indenização dará ciência do
ato, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, ao Procurador-Geral do Município, sob pena de responsabilidade.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0015/06)
CAPITULO III
Art. 124. A fixação dos preços públicos, devidos pela utilização de bens, serviços e atividades municipais,
será feita pelo Prefeito mediante edição de decreto, salvo as exceções, previstas nesta Lei Orgânica.
Parágrafo único. As tarifas dos serviços públicos deverão cobrir os seus custos, sendo reajustáveis, quando
se tornarem deficientes ou excedentes.
Art. 125. OS serviços públicos municipais poderão ser executados pela Prefeitura ou por empresas
privadas, mediante permissão ou concessão.
Parágrafo único. O Município retomará, sem indenização, os serviços públicos municipais permitidos ou
concedidos, se executados em desconformidade com o ato ou o contrato.
Art. 126. Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre sujeitos à regulamentação e à fiscalização
do Município, incumbindo aos que os executem sua permanente atualização e adequação às necessidades
dos usuários.
Art. 127. O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os servidores municipais, bem como as pessoas
ligadas a qualquer um deles por matrimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o segundo grau, ou
por adoção, não poderão contratar com o Município, subsistindo a proibição até seis meses após findas as
respectivas funções.
Parágrafo único. Não se incluem nesta proibição os contratos, cujas cláusulas e condições sejam uniformes
para todos os interessados.
Art. 128. O uso de bens municipais, por terceiros, só poderá ser feito mediante concessão, ou permissão a
título precário e por tempo determinado, conforme o interesse público o exigir.
Art. 129. A concessão de uso de bens públicos dominiais e dos de uso especial dependerá de lei e
concorrência, e será feita mediante contrato, sob pena de nulidade do ato.
Art. 130. Serão nulas de pleno direito as permissões, as concessões, bem como quaisquer outros ajustes
feitos em desacordo com o estabelecido na Lei Orgânica.
Art. 131. O Município, de preferência à venda ou à doação de seus bens imóveis, outorgará concessão de
direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência pública.
Art. 132. A utilização e a administração dos bens públicos de uso especial, como mercados, matadouros,
estações, recintos de espetáculos e campos de esporte , serão feitas na forma da lei e dos regulamentos
respectivos.
§1° Os atos administrativos que tiverem por objeto a aplicação de recursos públicos, a constituição,
modificação e extinção de direitos e deveres, a utilização de bens públicos, a revogação, a cassação,
caducidade e anulação de atos e contratos, a homologação e a adjudicação, nas licitações, bem como as
decisões e atos normativos em geral, serão, também obrigatoriamente, publicados no Diário Oficial do
Município.
§ 2° Os atos administrativos referidos neste artigo, sob pena de nulidade, terão explicitados os motivos de
fato e de direito, em que se fundamentem.
CAPITULO IV
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
SEÇÃO I
SUBSEÇÃO I
PRINCIPIOS GERAIS
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia, ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços
públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
§ 1° Os impostos terão caráter pessoal e serão perdoados sempre que possível, segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultando-se a administração tributária, especialmente para conferir efetividade
a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 3° A lei municipal que verse sobre matéria tributária guardará, dentro do princípio da reserva legal,
sintonia com as disposições da lei complementar federal sobre:
I – conflito de competência;
a) definição de tributos e suas espécies, bem como fatos geradores, base de cálculo e contribuintes de
impostos devidamente cadastrados;
Art. 135. A lei municipal poderá instituir taxas em razão do exercício do poder da polícia ou pela utilização
efetiva ou potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua
disposição pelo Município.
Art. 136. A lei municipal poderá instituir a contribuição de melhoria a ser cobrada dos proprietários de
imóveis beneficiados por obras públicas municipais, tendo como limite total a despesa realizada.
Art. 137. Somente a lei pode estabelecer as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, bem como a forma sob a qual incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Art. 138. O Município poderá celebrar convênios com a União, Estado, Distrito Federal e outros Municípios,
para dispor sobre matérias tributárias.
Art. 139. Ficam o chefe do Poder Executivo e a Câmara Municipal, dentro de suas competências,
autorizados a criar contenciosos fiscais e conselhos administrativos, mediante processo legislativo regular.
SUBSEÇÃO II
II – transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;
I – não incide sobre a transmissão de bens ou de direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou de direitos decorrentes de fusão, incorporação,
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrecadamento mercantil;
§ 3° O imposto previsto no inciso III não exclui a incidência do imposto estadual previsto no artigo 155, I, b,
da Constituição Federal, sobre a mesma operação.
§ 4° A lei municipal observará as alíquotas máximas para os impostos previstos nos incisos III e IV, bem
como a exclusão da incidência do imposto previsto no inciso IV para as exportações de serviços para o
Exterior, quando estabelecidas em lei complementar.
SUBSEÇÃO III
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino;
IV – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
VI – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de Educação, Cultura, pesquisa de assistência social e religiosa, sem
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
§ 1º Fica extensiva às fundações e às autarquias a vedação do inciso VII, a, desde quando instituídas e
mantidas pelo poder público, no que tange ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 2° As vedações do inciso VII, a, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente, comprador da obrigação de pagar impostos relativos ao bem imóvel.
§ 4° A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que
incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6° Somente por motivos supervenientes e por casos de calamidade pública ou notória pobreza do
contribuinte, conceder-se-á isenção e anistia de tributos municipais, devendo a lei que a autorize ser
aprovada por maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 7° Ressalve-se que a concessão de quaisquer benefícios tributários, compreendidos por isenção, anistia
ou moratória, não gera direito adquirido e será revogada de ofício, sempre que se apure que o beneficiário
não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para
sua concessão.
SUBSEÇÃO IV
Art. 142. Cabe ao Município, através da Secretaria de Finanças, receber e registrar todos os valores
monetários tais como foram legalmente repartidos, na conformidade dos artigos 158 e 159 da Constituição
Federal.
Parágrafo único. A Secretaria de Finanças publicará mensalmente o montante dos valores recebidos com
identificação específica das respectivas transferências indicadas na própria Constituição Federal.
Art. 143. Todas as receitas com ingresso no tesouro público municipal deverão ser discriminadas por
rubricas nominativas que identifiquem as diferenças entre impostos, taxas, multas, correção monetária e
demais cominações legais.
Parágrafo único. A obrigatoriedade da discriminação prevista neste artigo tem por essencialidade a
identificação dos recursos orçamentários que encerram todas as fontes de receita do erário municipal.
SEÇÃO II
DOS ORÇAMENTOS
I – o plano plurianual;
§1° A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas de administração pública municipal direta e indireta, abrangendo os programas de manutenção e
expansão das ações do governo.
§ 2° Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize sua inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
III – os critérios para a distribuição setorial e regional dos recursos para os órgãos e as entidades
administrativas do Município;
V – as orientações do planejamento pára elaboração e execução das normas da lei orçamentária anual;
VIII – as políticas de aplicação dos agentes financeiros oficiais de fomento, apresentando o plano de
propriedade das aplicações financeiras e destacando os projetos de maior relevância;
§ 4° O chefe do Poder Executivo ordenará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, a
publicação de relatórios resumidos de execução orçamentária com remessa suficiente da matéria para
apreciação da Câmara Municipal.
§ 5° Os planos de programas municipais, regionais e setoriais previstos nesta Lei Orgânica serão
elaborados em consonância com o plano plurianual apreciado pela Câmara Municipal.
I – o orçamento fiscal, fixando as despesas referentes aos poderes do Município, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta, estimadas as receitas, efetivas e potenciais, aqui incluídas as
renúncias fiscais a qualquer título;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as unidades e os órgãos a ela vinculadas, da
administração direta ou indireta, compreendendo receitas próprias e as receitas de transferência do erário
municipal e suas aplicações relativas às fundações.
§ 7° Os orçamentos previstos no § 6°, itens I, II, III e IV deste artigo, deverão ser elaborados em
consonância com a política de desenvolvimento urbano e regional, integrante do plano Plurianual.
§ 8° O projeto da lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do efeito sobre receitas e despesas
públicas decorrentes de concessão de quaisquer benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia,
pela administração municipal, detalhados de forma regionalizada e identificando os objetivos de referidas
concessões.
§ 9° A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
não se incluindo na proibição a autorização para a abertura de crédito ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
§10° Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 11. O Poder Executivo instituirá o orçamento participativo como força de viabilizar a participação popular
na elaboração, definição e acompanhamento do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do
Orçamento Anual (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n. 0013/05)
Art. 144-A. O Plano Plurianual do Município, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato prefeitoral subseqüente, deverá ser remetido para a Câmara Municipal de Fortaleza até 4 (quatro)
meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o final do
primeiro período da Sessão Legislativa. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n. 0010/02)
Art. 144-B. Deverá ser encaminhado para a Câmara Municipal de Fortaleza até 8 (oito) meses e meio antes
do do encerramento do exercício financeiro, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, devendo ser
devolvido para a sanção até o final do primeiro período da Sessão Legislativa. (Acrescido pela Emenda à
Lei Orgânica n. 0010/02)
Art. 144-C. O Projeto de Lei Orçamentária do Município, devendo ser remetido para a Câmara Municipal de
Fortaleza, até o dia 15 de outubro que antecede o encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento da Sessão Legislativa. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n. 0010/02)
Art. 145. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e
os créditos adicionais serão obrigatoriamente apreciados pela Câmara Municipal.
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo chefe do Poder Executivo Municipal, inclusive com observância aos dispostos no § 3°, do
artigo 31 da Constituição Federal;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas municipais, regionais e setoriais, previstos nesta
Lei orgânica, e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária.
§ 2° As emendas serão apresentadas à comissão competente, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas
em Plenário, na forma regimental.
§ 3° As emendas ao projeto de lei de meios anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
aprovados nos casos em que:
b) serviço da dívida;
§ 4° As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas, quando
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5° O Prefeito Municipal poderá enviar Mensagem à Câmara Municipal para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo, enquanto não tiver sido iniciada a votação, em Plenário, da parte cuja
alteração é proposta.
§ 6° Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que contrariem o disposto quanto a esta
matéria, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 7° Sempre que solicitado pela Câmara Municipal por decisão da maioria dos seus membros, o Conselho
de Contas dos Municípios emitirá, no prazo nunca superior a quinze dias úteis, parecer prévio sobre a
proposta orçamentária.
II – a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, exceto as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pela Câmara
Municipal por maioria absoluta;
III – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários
ou adicionais;
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos orçamentários;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa especifica, de recursos do orçamento fiscal, para suprir
necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos;
X – a subvenção ou auxilio do poder público municipal às entidades de previdência privada com fins
lucrativos.
§1° Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados,
salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício financeiro
subseqüente.
§ 2° A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de calamidade pública.
Art. 147. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os limites estabelecidos
em lei complementar federal.
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesas de pessoal e
aos acréscimos dela decorrentes;
Art. 148. Excluídas as operações de crédito e participação nas diversas transferências, a Câmara Municipal
elaborará sua proposta orçamentária, cujo montante não poderá exceder as determinações de lei
complementar que cuide da matéria específica.
TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
CAPITULO I
DA POLÍTICA URBANA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 149. A política de desenvolvimento urbano, a ser executada pelo Município, assegurará:
I – a urbanização e a regularização fundiária das áreas, onde esteja situada a população favelada e de
baixa renda, sem remoção dos moradores, salvo:
a) em área de risco, tendo nestes casos o Governo Municipal a obrigação de assentar a respectiva
população no próprio bairro ou nas adjacências, em condições de moradia digna, sem ônus para os
removidos e com prazos acordados entre a população e a administração municipal;
b) nos casos em que a remoção seja imprescindível para a reurbanização, mediante consulta obrigatória e
acordo de pelo menos dois terços da população atingida, assegurando o reassentamento no mesmo bairro;
II – a preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária e o estímulo a essas atividades primárias;
IV – a criação de áreas de especial interesse urbanístico, social, ambiental, turístico e de utilidade pública;
VII – a utilização racional do território e dos recursos naturais, mediante a implantação e o funcionamento
de atividades industriais, comerciais, residenciais e viárias.
Art. 150. A urbanização deverá ser desestimulada ou contida em áreas que apresentem as seguintes
características:
IV – necessidade de proteção aos mananciais, às praias, regiões lacustres, margens de rios e dunas;
V – previsão de implantação e operação de equipamentos urbanos de grande porte, tais como, terminais
aéreos, marítimos, rodoviários e ferroviários, autopistas e outros;
Art. 151. O poder público considerará que a propriedade cumpre sua função social, quando ela:
Art. 152. Fica criado o fundo de terras do Município de Fortaleza, destinado exclusivamente à implantação
de programas habitacionais para a população de baixa renda.
Art. 153. As praças públicas da cidade e seus respectivos equipamentos devem ser preservados em sua
forma original, zelados e fiscalizados pelo poder público que os assistirá de modo permanente e cuidadoso.
§ 1° Nos prédios e praças construídas pelo poder público serão colocadas obras de arte, de artistas
plásticos cearenses, de valor comparável com a construção realizada, escolhidas por comissão formada por
artistas e intelectuais não pertencentes aos quadros funcionais da Prefeitura.
Art. 154. O direito de propriedade territorial urbana não pressupõe o direito de construir, cujo exercício
deverá ser autorizado pelo poder público municipal, segundo critérios que forem estabelecidos em lei.
Art. 155. É obrigação do Município manter atualizados os cadastros imobiliários e de terras públicas.
Parágrafo único. Fica assegurado o amplo acesso da população às informações sobre cadastro atualizado
das terras públicas e particulares, assim como dos imóveis, e plantas de desenvolvimento urbano e da
região metropolitana, zonas agrícolas, localizações industriais, projetos de infra-estrutura e informações
referentes à gestão dos serviços públicos.
Art. 156. A urbanização do Município se orientará, considerando-se as seguintes áreas especiais, a serem
localizadas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, de:
I – urbanização especial;
II – urbanização prioritária;
IV – regularização fundiária.
§1° Áreas de urbanização especial são aquelas em que a urbanização deve ser desestimulada ou contida
em decorrência de:
g) implantação e operação de equipamentos urbanos de grande porte, tais como terminais aéreos,
marítimos, rodoviários e ferroviários, autopista e outros;
§ 3° Áreas de recuperação ambiental são as destinadas à melhoria das condições ambientais de áreas
urbanas deterioradas ou inadequadas a determinadas categorias de uso do solo.
§ 4° Áreas de regularização fundiária são as habitadas por população de baixa renda e que devam, no
interesse social, ser objeto de ações , visando à legalização da ocupação do solo e à regularização
especifica da urbanização, bem como da implantação prioritária dos equipamentos urbanos e comunitários.
SEÇÃO II
DO PLANO DIRETOR
Art. 157. O Município elaborará o seu plano diretor de desenvolvimento urbano integrado, nos limites da
competência municipal, considerando a habitação, o trabalho e a recreação com atividades essenciais à
vida coletiva, abrangendo em conjunto os aspectos econômico, social, administrativo e fisico-espacial nos
seguintes termos:
II – no referente ao aspecto social, deverá o plano conter normas de promoção social da comunidade e
criação de condições de bem-estar da população;
III – no tocante ao aspecto físico-espacial, o plano deverá conter disposições sobre o sistema viário básico
da cidade, o zoneamento ambiental, rede de equipamentos e serviços locais;
IV – no que diz respeito ao aspecto administrativo, deverá o plano consignar normas de organização
institucional que possibilitem a permanente planificação das atividades públicas municipais e sua integração
aos planos estaduais e nacionais.
Art. 158. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento urbano, devendo, quando
de sua elaboração, ser assegurada ampla discussão com a comunidade, a participação das entidades
representativas da sociedade civil e os partidos políticos.
Art. 159. Para assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade, o poder público ublizará,
principalmente, os seguintes instrumentos:
V – contribuição de melhoria;
Art. 160. A comissão de avaliação permanente do plano diretor de desenvolvimento urbano é órgão
colegiado, autônomo e ligado diretamente ao Prefeito Municipal, em que é garantida a participação das
entidades representativas de categorias profissionais.
Art. 161. Toda pessoa física ou jurídica que exercite qualquer atividade econômica deverá receber alvará de
funcionamento.
Parágrafo único. A cobrança do valor do alvará só deverá sofrer outra incidência quando existir mudança de
endereço, alteração de área ou razão social, que modifique a finalidade original da atividade econômica em
exercício.
Art. 162. O Município, com a colaboração do Estado, instituirá programa de saneamento urbano, com o
objetivo de promover a defesa preventiva da saúde pública, respeitada a capacidade de suporte do meio
ambiente aos danos causados.
SEÇÃO III
DO SANEAMENTO
Art. 163. O poder público municipal, com a colaboração do Estado, desenvolverá estudos visando a
implementar soluções apropriadas não convencionais de saneamento básico, mediante ação comunitária.
Art. 164. A concepção das soluções de sistemas públicos de esgoto sanitário deverá observar as inter-
relações do meio físico da cidade com as questões da saúde pública e da preservação, devendo observar:
III – a capacidade potencial de tratar dejetos e dispô-los de forma adequada ao meio ambiente,
prioritariamente, na sub-bacia hidrográfica própria, sem comprometimento dos recursos hídricos, da fauna e
da flora e de riscos à saúde da população;
Art. 165. Caberá ao Poder Executivo Municipal, ouvida a sociedade civil e com aprovação pela Câmara
Municipal, elaborar no prazo de seis meses plano direto r de saneamento, para atender a toda população,
priorizando ações para atividades dos serviços de:
II – esgoto sanitário;
Art. 166. O Município deverá garantir progressivamente a toda população de Fortaleza a prestação de
serviços públicos de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.
Parágrafo único. A prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário será
exercida exclusivamente pelo Poder Público Municipal, podendo este autorizar sua concessão para os
Poder Públicos Estadual ou Federal, ficando proibida a privatização, concessão, subconcessão, permissão
ou subpermissão privada desses serviços no âmbito do Município de Fortaleza. (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica nº 09/01)
Art. 167. Não será aceito o lançamento de efluentes de estações de tratamento primário de esgotos em
galerias de rede de drenagem de águas pluviais e/ou coleções de água interiores da cidade de Fortaleza.
Art. 168. As ações de saneamento deverão ser planejadas e executadas priorizando o atendimento às
populações de baixa renda, tendo como parâmetros balizadores os indicadores sócio-econômicos e de
saúde.
Art. 169. Fica criado o fundo municipal de água e esgoto que será mantido por taxas pagas pelo proprietário
de imóvel, cujo serviço de água e/ou esgoto esteja disponível e não utilizado.
Art. 170. Compete ao Município classificar as indústrias em relação ao nível de poluição e localização.
Art. 171. Será garantida a participação de representante do Poder Executivo Municipal no conselho de
administração da concessionária, dos serviços de água e esgoto do Município.
Art. 172. O Município criará, por lei, sistema de gestão dos recursos hídricos , mediante organização , em
nível municipal , com a participação da sociedade civil, de conselhos e comissões de recursos hídricos e
em nível local, da região metropolitana, de modo a garantir:
III – a proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso, atual ou futuro;
IV – a defesa contra as secas, inundações e outros eventos críticos, que ofereçam riscos à segurança
pública, e prejuízos econômicos e sociais;
SEÇÃO IV
Art. 173. O Poder Público Municipal efetuará o planejamento, o gerenciamento, a fiscalização e a operação
do sistema de transporte coletivo local, observando os seguintes preceitos:
I – definição pelo Poder Executivo Municipal do itinerário e freqüência das linhas de ônibus, em
conformidade com o plano diretor de desenvolvimento urbano integrado;
Art. 175. Fica assegurado aos habitantes do Município de Fortaleza o acesso ao sistema de transportes
coletivos, o qual deve apresentar as características de conforto, economia, segurança e rapidez.
Art. 176. Os serviços de transporte coletivo serão operados pelo Município, podendo este delegar a
operação parcial do sistema a empresas operadoras privadas. (Revogado por força da Emenda à Lei
Orgânica nº 11/03)
Parágrafo único. A delegação mencionada no caput deste artigo se fará sempre pelos regimes de
permissão. (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 176. Os serviços de transporte coletivo serão operados pelo Município, podendo este delegar a
operação parcial do sistema a empresas operadoras privadas, sempre através de licitação, sob o regime de
concessão ou permissão. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Parágrafo único. Nas licitações, objeto deste artigo, deverão ser formadas comissões paritárias, compostas
de 6 (seis) Vereadores, sendo 3 (três) indicados pela bancada de situação e 3 (três) indicados pela
bancada de oposição, ad referendum do Plenário da Câmara Municipal, para acompanharem e fiscalizarem
todos os termos e atos dos processos licitatórios em referência. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 11/03)
Art. 177. A prestação do serviço de transporte escolar e de fretamento dependerá de permissão do Poder
Executivo, através de seu órgão competente.
Art. 178. AO Município é dado o poder de intervir no serviço de transporte coletivo, a partir do momento em
que as empresas desrespeitarem a política de transporte coletivo, o plano viário, provocarem danos e
prejuízos aos usuários ou praticarem ato lesivo ao interesse da comunidade, apurado por autoridade
competente.
Art. 179. Cabe ao Poder Executivo criar o sistema de passagem integrada nos diversos itinerários, na forma
da lei.
Art. 180. O poder público manterá paradas de ônibus abrigos, bancos e iluminação adequada aos usuários.
Art. 181. Vencido o prazo de permissão desde que cumpridas as normas de operação dos serviços e
verificada a idoneidade econômico-financeira, as empresas operadoras poderão ter o prazo de permissão
prorrogado por sucessivos períodos. (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 181. Vencido o prazo de permissão, desde que cumpridas as normas de operação dos serviços e
verificada a idoneidade econômico-financeira, as empresas operadoras poderão ter o prazo de concessão
ou permissão prorrogado, conforme disposto no termo de permissão ou contrato de concessão. (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 182. Os serviços de transporte coletivo de passageiros serão delegados através de termo de
permissão, outorgados pelo poder permitente, contendo, dentre outras formalidades exigidas pela
legislação específica, as seguintes: (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 182. Os serviços de transporte coletivo de passageiros serão delegados através de termo de permissão
ou contrato de concessão, outorgados pelo poder concedente ou permitente, contendo, dentre outras
formalidades exigidas pela legislação específica, as seguintes: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 11/03)
IV – condições da prestação do serviço; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
V – obrigações das empresas operadoras; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Vl – prazo de duração de pelo menos dez anos; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Vll – condições de prorrogação ou renovação. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 183. O poder permitente deverá proceder ao cálculo de remuneração do serviço de transporte de
passageiros para as empresas operadoras, com base em planilha de custos, contendo metodologia de
cálculo, faixas de tarifas, parâmetros e coeficientes técnicos em função das peculiaridades do sistema de
transporte coletivo urbano local. (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 183. O poder concedente ou permitente deverá proceder ao cálculo de remuneração do serviço de
transporte de passageiros para as empresas operadoras, com base em planilha de custos, contendo
metodologia de cálculo, faixas de tarifas, parâmetros e coeficientes técnicos em função das peculiaridades
do sistema de transporte coletivo urbano local. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 184. OS valores constantes da planilha de custos empregada no cálculo tarifário devem ser atualizados
em função do que estabelece o termo de permissão ou o contrato de prestação de serviço. (Revogado por
força da Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Parágrafo único. A remuneração dos serviços de transporte coletivo deverá ser feita, considerando a
cobertura de todos os custos, inclusive os de depreciação do imobilizado, e a justa remuneração do capital
imobilizado, necessário ao desenvolvimento dos serviços constantes no termo de permissão ou contrato de
prestação de serviços. (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 184. Os valores constantes da planilha de custos empregada no cálculo tarifário devem ser atualizados
em função do que estabelece o termo de permissão ou o contrato de concessão, ou no respectivo contrato.
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Parágrafo único. A remuneração dos serviços de transporte coletivo deverá ser feita, considerando a
cobertura de todos os custos, inclusive os de depreciação do imobilizado, e a justa remuneração do capital
imobilizado, necessário ao desenvolvimento dos serviços constantes no termo de permissão, no contrato de
concessão ou no respectivo contrato. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/03)
Art. 185. Aos estudantes que exibirem sua carteira estudantil padronizada é garantida a meia passagem
nos ônibus do sistema de transporte público de passageiros do Município de Fortaleza.
§1° As carteiras estudantis serão emitidas pelas entidades representativas dos estudantes secundaristas e
universitários.
§ 2° O órgão gestor dos transportes coletivos do Município de Fortaleza fiscalizará a emissão das carteiras.
Art. 186. Será concedido, nos transportes coletivos do Município, passe livre para os maiores de sessenta e
cinco anos de idade, com expedição feita pelo órgão competente.
Art. 187. O custo do sistema de transporte coletivo urbano deverá ser coberto pela tarifa cobrada aos
usuários e por subsídios repassados diretamente aos usuários, sob forma de redução do valor da tarifa.
Parágrafo único. A forma de obtenção pelo Município dos recursos necessários a este subsídio, bem como
da sua aplicação, deverá ser objeto de lei complementar.
SEÇÃO V
DA HABITAÇÃO
Art. 188. Caberá ao poder público municipal estabelecer uma política habitacional que seja integrada à da
União e à do Estado, objetivando solucionar a carência deste setor, sendo tudo executado, conforme os
seguintes princípios e critérios:
Parágrafo único. As entidades responsáveis pelo setor habitacional deverão contar com recursos
orçamentários próprios e de outras fontes, com vista à implantação da política habitacional do Município.
Art. 189. A política habitacional do Município deverá priorizar programas destinados à população de baixa
renda e se constituirá basicamente de urbanização das favelas, atividade contínua e permanente a integrar
o planejamento urbano do Município, devendo para tanto o Poder Executivo Municipal elaborar
politicamente planos e programas que transcendam as gestões administrativas, definindo, segundo critérios
e ampla discussão com as comunidades faveladas, áreas prioritárias para os planos anuais de obras de
urbanização e regularização fundiária.
Art. 190. O poder público estimulará a criação de cooperativas, visando à construção de casas populares e
que contarão com o apoio técnico e financeiro do Poder Executivo, que destinará terrenos públicos ou
desapropriados para a construção de novas moradias.
Art. 191. Os programas municipais de construção de moradias populares serão executados, obedecendo
aos seguintes critérios:
I – financiamento para famílias com renda integral, nunca superior a cinco salários mínimos;
II – atendimento prioritário às famílias com renda média até três salários mínimos;
III – prestação da casa não excedente a dez por cento da renda familiar;
Art. 192. O poder público só construirá conjuntos habitacionais para abrigar favelados, quando por questões
técnicas ou de estratégia de uso do solo, não for possível a urbanização de favelas em áreas contíguas ou
próximas, de modo a não desestruturar os vínculos da comunidade com a região, onde já residia.
Art. 193. Os conjuntos habitacionais, serviços e equipamentos só poderão ser implantados, mediante a
instalação de meios de transporte coletivo capazes de manter interligação recíproca de todos os pontos
contidos na malha urbana municipal.
Parágrafo único. Caso nenhuma empresa privada de transporte se habilite à permissão de exploração das
respectivas linhas, o poder público municipal suprirá obrigatoriamente a prestação do serviço.
CAPITULO II
DO MEIO AMBIENTE
Art. 194. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade, através de seus órgãos
de administração direta, indireta e fundacional:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
dos ecossistemas, de forma a garantir a preservação da natureza e a melhoria da qualidade de vida das
populações;
III – definir e implantar áreas e seus componentes representativos de todos os ecossistemas originais do
espaço territorial do Município, a serem especialmente protegidos, preservados ou conservados, sendo a
alteração e a supressão, inclusive dos já existentes, permitidas somente por meio de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, preservação ou
conservação, ficando mantidas as unidades de conservação atualmente existentes;
VI – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;
VII – autorizar, mediante parecer do órgão estadual competente, e fiscalizar as atividades de pesquisa e
exploração de recursos naturais renováveis e não renováveis em seu território;
XII – garantir o amplo acesso dos interessados a informações sobre as fontes e as causas de poluição e
degradação ambiental e, em particular, aos resultados das monitoragens e das auditorias a que se refere o
inciso Xl deste artigo;
XIII – informar sistemática e amplamente a população sobre os níveis de poluição, qualidade do meio
ambiente, as situações de risco de acidentes e a presença de substancias potencialmente danosas à saúde
na água potável e nos alimentos;
XIV – incentivar a integração das universidades, instituições de pesquisa e associações civis nos esforços
para garantir e aprimorar o controle da poluição, inclusive do ambiente de trabalho;
XVII – criar parques, reservas ecológicas, áreas de proteção ambiental e outras unidades de conservação,
mantê-los sob especial proteção e dotá-los da infra-estrutura indispensável às suas finalidades;
XVIII – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico, cultural ou ecológico;
XXI – registrar, acompanhar e fiscalizar usos e concessões de direitos à pesquisa e exploração dos
recursos hídricos e minerais em seus territórios.
Art. 195. O Município poderá firmar consórcio intermunicipal, visando à preservação da vida ambiental das
bacias hídricas que ultrapassem os limites do Município de Fortaleza.
Art. 196. O poder público desenvolverá programas de urbanização e despoluição das lagoas do Município,
visando a preservá-las e transformá-las em equipamento comunitário de lazer
Art. 197. É vedada a concessão de recursos públicos ou incentivos fiscais a atividades que desrespeitem as
normas e os padrões de proteção do meio ambiente e do ambiente de trabalho.
Art. 198. A exploração de recursos hídricos na área do Município deve estar condicionada à autorização
pela Câmara Municipal, que desenvolverá estudos, abertos à participação da comunidade e de cientistas,
sobre seu impacto sócio-econômico e ambiental.
Art. 199. A lei de uso e ocupação do solo urbano, integrante do plano diretor do Município e o código de
obras e posturas, terá como diretriz geral o equilíbrio do meio ambiente, a preservação ecológica e a defesa
da qualidade de vida.
Art. 200. AS lagoas, as dunas, as praias, os mangues e as paisagens naturais notáveis são considerados
de relevante valor ambiental, paisagístico e turístico, devendo sua delimitação, uso e ocupação serem
definidas em lei.
Art. 201. São declarados de relevante interesse ecológico, paisagístico, histórico e cultural:
Parágrafo único. O Poder Executivo desenvolverá programas de recuperação ambiental dos recursos
constantes do caput deste artigo.
Art. 202. O poder público municipal, no uso de seu respectivo poder de polícia administrativa, disporá sobre
a proibição de emissão de sons e ruídos de toda a espécie, produzidos por qualquer meio, considerando
sempre os locais, horários e a natureza das atividades emissoras, visando a compatibilizar o exercício da
atividade com a preservação da saúde, da segurança e do sossego público.
Art. 203. AS condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas, jurídicas ou o
poder público municipal, às sanções administrativas, independentes da obrigação de recuperar os danos
causados e do recolhimento das taxas de utilização dos recursos naturais.
Art. 204. É obrigação das instituições do Poder Executivo, com atribuições diretas ou indiretas de proteção
e controle ambiental, informar o Ministério Público sobre ocorrência de conduta ou atividade considerada
lesiva ao meio ambiente.
Art. 205. Fica criado o fundo de defesa do meio ambiente, destinado ao desenvolvimento de programas de
educação ambiental, recuperação do meio ambiente degradado e preservação das áreas de interesse
ecológico.
Parágrafo único. Os recursos oriundos de multas administrativas por atos lesivos ao meio ambiente e da
utilização dos recursos ambientais serão destinados ao fundo de que trata este artigo.
Art. 206. O poder público municipal estabelecerá restrições administrativas de uso de áreas privadas para
fins de proteção de ecossistemas.
Parágrafo único. O conselho a que se refere este artigo analisará a conveniência dos projetos em face dos
possíveis danos que poderão causar ao meio ambiente, diante das especificidades de cada recurso hídrico.
Art. 209. Não será permitida a ocupação de áreas ou urbanização que impeçam ou dificultem o livre e
franco acesso público às praias e às lagoas.
Art. 210. É proibida a instalação de reatores nucleares em território municipal, com exceção daqueles
destinados unicamente à pesquisa científica e ao uso terapêutico, cuja localização e especificação sejam
definidos em lei, sem a qual não poderão ser instalados.
Art. 211. O poder público municipal incentivará os movimentos comunitários e as associações de caráter
científico e cultural com finalidades ecológicas.
CAPITULO III
DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA
Art. 212. Cabe ao Poder Público Municipal, com a participação da sociedade, em especial as instituições de
ensino e pesquisa, bem como às empresas públicas e privadas, promover o desenvolvimento científico e
tecnológico e suas aplicações práticas, visando a garantir o desenvolvimento econômico e social do
município de Fortaleza.
Art. 213. A pesquisa cientifica básica e a pesquisa tecnológica receberão, nessa ordem, tratamento
prioritário do Município, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência.
Art. 215. O Município apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia
e concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.
Art. 217. O Município destinará, anualmente uma parcela de sua receita tributária, para fomento da
pesquisa científica e tecnológica, que será destinada em duodécimos, mensalmente, e será gerida por
Órgão Específico, com representação paritária do Poder Executivo e das comunidades científica,
tecnológica, empresarial e trabalhadora, a ser definida em lei.
CAPÍTULO IV
DA EDUCACÃO E DA CULTURA
Art. 218. A educação é um direito de todos, devendo quaisquer serviços educacionais criados e mantidos
pela sociedade submeter-se aos princípios da universalização de acesso e efetiva participação da
comunidade em sua gestão.
§ 1° São escolas públicas as criadas e mantidas pelo poder público ou pelas comunidades organizadas
com expressa proibição de finalidade lucrativa.
§ 2° Ao poder público caberá oferecer condições às escolas das comunidades, para que possam garantir a
excelência de seus serviços.
Art. 219. O dever do Município com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive aos que a ele tiverem acesso na idade própria;
III – ensino público obrigatório em condições apropriadas para os portadores de deficiência física, mental
e/ou sensorial, com estimulação precoce e ensino profissionalizante, preferencialmente na rede regular de
ensino;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
de cada um;
Parágrafo único. É vedada a cobrança de taxa a qualquer título. (Revogado por força da Emenda à Lei
Orgânica nº 02/95)
Parágrafo único. Fica criada a taxa de manutenção escolar, que formará a caixa escolar: (Redação dada
pela Emenda à Lei Orgânica nº 02/95) / (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
a) a caixa escolar será constituída: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 02/95) / (Revogado por
força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
I – 1% (um por cento) do menor vencimento básico dos servidores do Município de Fortaleza, por parte dos
pais dos alunos; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 02/95) / (Revogado por força da Emenda à
Lei Orgânica nº 05/97)
II – por contribuição financeira e material de pessoas físicas ou jurídicas. (Redação dada pela Emenda à Lei
Orgânica nº 02/95) / (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
b) a caixa escolar, sob a coordenação da Diretoria e com a participação dos pais, será obrigatoriamente
aplicada em benefício da escola e dos seus alunos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 02/95) /
(Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
Art. 220. O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Município, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.
Parágrafo único. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo, acionável mediante
mandado de injunção.
Art. 221. O Município atuará prioritariamente no ensino fundamental e pré-escolar, obedecendo aos
seguintes princípios da política educacional da União e do Estado:
c) descentralização das atividades educacionais dentro do poder público, mediante sistema de ensino
organizado, através dos núcleos regionais de ensino;
Art. 222. A lei estabelecerá o plano plurianual de educação, visando à articulação e ao desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder público que conduzam a:
I – erradicação do analfabetismo;
Art. 223. A elaboração de planos diretores zonais e setoriais para a educação municipal, na forma da lei,
deverá estabelecer as necessidades educacionais no que concerne às vagas, às instalações materiais, aos
recursos humanos, ao material didático, às ofertas de cursos e à integração com as demais políticas sociais
a serem privilegiadas.
I – reduzir o déficit educacional, mediante uma efetiva ampliação e melhoria da rede sica de ensino,
aproveitando os prédios públicos e os espaços comunitários que apresentem possibilidades para
desenvolver as atividades escolares e, por fim, construção de novas unidades que atendam, efetivamente,
às áreas urbanas mais carentes;
III – instalar, nas escolas da rede municipal de ensino, um ambulatório, equipado com material necessário à
prestação de serviços de urgência médica, primeiros socorros e serviço médico-odontológico.
II – valorizar o magistério municipal, mediante pagamento de salário adequado, condição digna de trabalho
e programas de formação e aperfeiçoamento do educador e pais de alunos.
Art. 226. A educação, baseada nos princípios democráticos, na liberdade de expressão, na sociedade livre
e participativa, no respeito aos direitos humanos, é um dos agentes do desenvolvimento, visando à plena
realização da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho,
contemplando o ensino as seguintes diretrizes básicas:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
IV – valorização dos profissionais do ensino com planos de carreira, na forma da lei, para o magistério
público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos,
assegurada a isonomia salarial para docentes em exercício, com titulação idêntica, respeitando-se o grau
de ensino em que estiver atuando;
IX – preparação dos indivíduos para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos, que permitem utilizar
as possibilidades do meio em função do bem comum;
XI – ensino religioso de matrícula facultativa, mas obrigatório nos horários normais das escolas públicas;
XII – liberdade de organização dos alunos, professores, funcionários e pais de alunos, sendo facultada a
utilização das instalações do estabelecimento de ensino para atividade das associações.
a) direitos humanos;
b) defesa civil;
c) regras de transito;
e) direito do consumidor;
f) sexologia;
g) ecologia;
j) sociologia e filosofia;
l) folclore;
Art. 227. É dever do Município assegurar, na forma da lei, o funcionamento do conselho de professores da
rede municipal de ensino, democratizando o desenvolvimento do projeto educativo.
Art. 228. O poder público considerará legítimas as organizações dos professores em todos os níveis,
através de suas associações e sindicatos, em busca de uma organização unificada estadual e nacional.
Parágrafo único. Esse apoio é extensivo às organizações dos estudantes e funcionários da rede municipal
de ensino.
Art. 229. Os recursos públicos destinados à Educação somente poderão ser utilizados nas escolas públicas,
salvo quando destinados a escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas, desde que:
II – assegurem a destinação de seu patrimônio ao poder público, para utilização na educação, no caso de
encerramento de suas atividades.
§ 1° O cumprimento do disposto neste artigo, quanto à aplicação de recursos destinados à educação, nas
escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas, deve ser comprovado até o final de cada exercício
fiscal, para a obtenção de recursos para o exercício seguinte.
§ 2° O poder público, dentro de sessenta dias, fará a fiscalização das escolas comunitárias, confessionais e
filantrópicas, assegurando-se de que se enquadram nas normas acima expostas.
§ 3° Os recursos públicos não poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
médio, devendo o poder público investir os recursos a eles destinados na expansão de sua rede de ensino,
ressalvadas as subvenções do Poder Legislativo.
§ 4° O poder público criará comissões, com a participação da comunidade, com finalidade de fiscalizar as
verbas destinadas às escolas públicas.
Art. 230. A eleição de diretores e vice-diretores das escolas públicas municipais será direta e paritária, com
a participação dos professores, funcionários e estudantes.
Art. 231. O poder público organizará o sistema municipal de ensino, com normas gerais de funcionamento
para as escolas públicas, dentro dos princípios gerais do ensino estadual, propostos na Constituição do
Estado e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Art. 232. O sistema de escola pública da rede municipal de ensino possibilitará que o trabalhador retome a
sua formação no ponto em que abandonou, ampliando a oferta de cursos noturnos com objetivo
fundamental de implantar uma escola alternativa para os alunos.
Art. 234. O poder público manterá nas escolas públicas municipais centro de saúde médico-odontológico.
Art. 235. O poder público oferecerá aos alunos da rede municipal de ensino como parte integrante do
currículo, atividades de educação artística e ainda, através da escola, promover í cursos sobre as formas
mais variadas de arte: cênica, musical, plásticas e outras.
Art. 236. O poder público prestará auxilio material e humano às escolas comunitárias conveniadas com a
Secretaria da Educação do Município.
Art. 237. A Prefeitura priorizará para o programa de merenda escolar os produtos oriundos da produção
local.
Art. 238. Fica vedada a concessão pela Prefeitura Municipal de alvará de funcionamento, ou sua
renovação, a colégio da rede particular de ensino que cobrar, a qualquer título, taxas que extrapolem ao
valor da anuidade, inclusive aquelas correspondentes à reserva de matrículas.
Art. 239. Observadas as peculiaridades vocacionais, poderá o poder público municipal implantar oficinas
profissionalizantes para assistir o menor abandonado e ocupar a mão-de-obra ociosa, com o devido
aproveitamento no mercado existente.
Art. 240. O poder público, com a colaboração da comunidade , promoverá e protegerá o patrimônio cultural
do Município, por meio de inventário, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e outras formas de
acautelamento e preservação.
Art. 241. Os Poderes Municipais - Executivo e Legislativo - garantirão a todos o pleno exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes de cultura, e estimulará a valorização e a difusão das manifestações es
culturais , bem como a s pesquisas no campo da cultura do povo fortalezense.
Art. 242. A ação cultural do governo municipal será desenvolvida pela Fundação Cultural de Fortaleza, que
tem por finalidade:
III – incentivar e difundir todas as formas de produção artística e literária, levando à comunidade um
instrumental de cultura disponível;
V – criar, recuperar e preservar casas de espetáculos e teatros populares nas áreas do Município.
Art. 243. O poder público fica autorizado a criar o arquivo municipal da cultura, que será integrado ao
sistema cultural de arquivos para a preservação de documentos.
Art. 244. A produção cultural sobre a temática da mulher, no sentido de explicitar para a sociedade a
identidade feminina, deverá ser incentivada pelo poder público municipal.
Parágrafo único. Nas bibliotecas, implantadas pelo Município isoladamente, ou em conjunto com o Estado e
a comunidade, será proposta a criação de um centro de informações sobre a problemática da mulher, como
estímulo à pesquisa e à conscientização, para uma política transformadora.
CAPÍTULO V
DA SAÚDE
Art. 245. A saúde é direito de todos os munícipes e dever do poder público, assegurada mediante políticas
sociais e econômicas que visem à eliminação de risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
III – acesso à educação, à informação e aos métodos de planejamento familiar que não atentem contra a
saúde, respeitando o direito de opção pessoal;
I – universalização da assistência, com acesso igualitário a todos, nos níveis de complexidade dos serviços
de saúde;
Ill – descentralização dos recursos financeiros, serviços e ações de saúde, através da organização de
distritos sanitários que constituirão a unidade básica de planejamento, execução e avaliação do sistema
único de saúde no âmbito do Município;
Art. 247. O sistema único de saúde no âmbito do Município será gerenciado pela Secretaria Municipal da
Saúde ou órgão equivalente, de acordo com as diretrizes emanadas do Conselho Municipal da Saúde.
Art. 248. O Município se dividirá em distritos sanitários que reunirão condições técnico-administrativas e
operacionais para o exercício de ações de saúde.
§ 1° O distrito sanitário é uma área geográfica delimitada com população definida, contando com uma rede
de serviços de saúde regionalizada e hierarquizada, de forma a atender as necessidades da população com
atendimento integral nas clínicas básicas.
Art. 249. AS ações de saúde são de natureza pública, devendo sua execução ser feita através de serviços
oficiais e, complementarmente, por terceiros, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as de sem fins lucrativos.
Parágrafo único. A instalação de novos serviços públicos ou privados de saúde deve ser discutida e
aprovada no âmbito do sistema único de saúde e dos Conselhos Municipais da Saúde.
Art. 250. As ações e serviços de saúde são prestados, através do SUS - Sistema Unificado de Saúde ,
respeitadas as seguintes diretrizes:
II – integração das ações e dos serviços de saúde adequadas às diversas realidades epidemiológicas;
III – universalização da assistência de igual qualidade com instalação e acesso a todos os níveis dos
serviços de saúde à população;
VII – elaborar planejamento global na área de odontologia, incluindo sua supervisão a cargo,
exclusivamente, de cirurgiões-dentistas, no âmbito do Município.
III – elaborar a proposta orçamentária e complementar do SUS - Sistema Unificado de Saúde para o
Município;
V – planejar e executar as ações de controle das condições do ambiente de trabalho e dos problemas de
saúde com ele relacionados, inclusive:
a) garantir a participação dos trabalhadores na gestão dos serviços internos e externos nos locais de
trabalho, relacionados à sua segurança e à saúde, acompanhando a ação fiscalizadora do ambiente;
b) fiscalizar o ingresso nos locais de trabalho, dos representantes sindicais, para fiscalizar as condições
ambientais de trabalho e tratar de outras questões relacionadas à saúde, à higiene e à segurança do
trabalhador;
VIII – participar do planejamento e execução das ações de vigilância sanitária e epidemiológica e de saúde
do trabalhador no âmbito do Município;
Art. 252. Lei ordinária regulamentará o tratamento e o destino do lixo hospitalar, compreendido como tal os
resíduos das unidades de saúde, incluindo consultórios, farmácias e locais que usem aparelhos radioativos.
Art. 253. Será definido o índice orçamentário para o setor da saúde, que possibilite um atendimento capaz
de prevenir, promover, manter e recuperar a saúde da mulher.
Art. 254. Será implantado e implementado o PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher)
na rede municipal, ampliando o atendimento aos aspectos mental e psicológico.
Art. 255. Será garantido atendimento especial à mulher trabalhadora, na prevenção e cura das doenças
profissionais.
Art. 256. Serão criados comitês de controle da mortalidade materna, na Secretaria da Saúde do Município,
integrados por profissionais da área e representantes da comunidade.
Art. 257. Será garantida a prevenção do câncer cérvico-uterino e da mama, para assegurar a proteção da
população feminina, com garantia de referenciamento para níveis mais complexos de atenção.
Art. 258. Será assegurada na rede pública municipal a assistência integral às mulheres que necessitem de
aborto nos casos previstos em lei.
Art. 259. Com o objetivo de contribuir para a elevação dos níveis de saúde da população e reduzir a
contaminação do meio ambiente, serão construídas pelo Município, diretamente, ou em convênio com
órgãos estaduais e federais competentes, instalações de engenharia sanitária.
Art. 260. A assistência farmacêutica integra o Sistema Único de Saúde ao qual cabe garantir o acesso de
toda a população aos medicamentos básicos, bem como controlar e fiscalizar o funcionamento de postos
de manipulação, doação e venda de medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos destinados ao uso
humano.
§1° O Sistema Único de Saúde deverá implantar procedimentos de farmaco-vigilância que permitam o uso
racional de medicamentos e a verificação dos efeitos causados à população.
CAPÍTULO VI
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 261. A assistência social é direito de todos e dever do município, viabilizada através de políticas sociais
e econômicas, que visem a prover a todos os cidadãos benefícios e serviços e assegurar às camadas
menos favorecidas assistência social obrigatória e gratuita, garantindo o atendimento das necessidades
humanas básicas.
Art. 262. Compete ao poder público municipal garantir a implantação e a implementação de uma rede de
creches e centros de educação infantil universalizada, democratizada e gratuita, de forma a atender a todas
as crianças de zero a seis anos de idade, residentes no Município.
§ 1° As creches ou centros de educação infantil são equipamentos sociais que visam a estender o direito
fundamental à educação ao cidadão-criança de zero a seis anos de idade, sendo, portanto, dever do poder
público, direito da criança e opção da família.
§ 2° As creches ou centros de educação infantil deverão garantir a higiene, a saúde, a nutrição adequada, a
alimentação, o lazer, a segurança social e afetiva.
§ 3° A rede de creches será instalada prioritariamente nos bairros habitados por população de baixa renda.
§ 4° Cada creche ou centro de educação infantil contará com um conselho diretor de caráter consultivo e
deliberativo, constituído, de forma paritária, de pais, alunos e professores.
Art. 263. O poder público poderá formar convênios para implantação de programas de creches, na forma da
lei.
Art. 264. O poder público assegurará à criança excepcional, deficiente ou especial, o direito a ser atendida
em creches ou centros de educação infantil.
Art. 265. O poder público municipal manterá um local apropriado, nos estabelecimentos de ensino público e
órgãos públicos municipais, em que trabalharem pelo menos trinta mulheres, para guardarem, sob
vigilância e assistência, os seus filhos no período de amamentação.
Art. 266. O Município assegurará à criança e ao adolescente em desenvolvimento, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à moradia, ao lazer, à proteção no trabalho, à cultura, à conveniência familiar e
comunitária.
Art. 267. Fica criado o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Art. 268. O Município obriga-se a implantar e a manter órgão específico para tratar das questões relativas à
mulher, que terá sua composição, organização e competência fixadas em lei, garantida a participação de
mulheres representantes da comunidade com atuação comprovada na defesa de seus direitos.
CAPÍTULO VII
Art. 269. O poder público manterá estrutura organizacional, dotada de recursos próprios, que terá
competência para organizar, executar e supervisionar as atividades de esportivas do Município.
Art. 270. É dever do Município fomentar as atividades desportivas em todas as suas manifestações, como
direito de cada um.
Parágrafo único. O poder público fica obrigado a manter a finalidade esportiva, em terrenos de sua
propriedade, utilizados há mais de cinco anos como campo de futebol.
Art. 271. O poder público construirá quadras esportivas nos bairros mais carentes de Fortaleza.
Art. 272. O Município assegurará a integração dos deficientes nas competições municipais do gênero e
procurará levar, aos grupos de deficientes das comunidades, atividades de lazer e de esporte visando a
integrá-los aos diversos grupos sociais.
Art. 273. O lazer é uma forma de promoção social a que se obriga o poder público municipal, que o
desenvolverá e o incentivará.
Parágrafo único. A promoção do lazer pelo poder público voltar-se-á preferencialmente para os setores da
população de mais baixa renda e visará à humanização da vida na metrópole.
Art. 274. O Município definirá a sua política de turismo, buscando propiciar as condições necessárias, para
que a atividade turística se constitua em fator de desenvolvimento social e econômico, assegurando sempre
o respeito ao meio ambiente e à cultura dos locais, onde vier a ser explorado.
Parágrafo único. O instrumento básico de intervenção do Município nesta atividade é o plano diretor de
desenvolvimento urbano, que deverá estabelecer as ações de planejamento, promoção, execução e
controle da política de que trata este artigo.
Art. 276. O Município incentivará as atividades de turismo e artesanato como fator de desenvolvimento
social e econômico constituindo grupos de trabalho para estudar formas de apoio e de dinamização desses
setores.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 277. Fica o Poder Executivo obrigado a remeter à Câmara Municipal, no máximo de trinta dias após o
encerramento de cada trimestre, relatório circunstanciado dos gastos publicitários efetuados, no período,
pelos órgãos da administração direta e indireta.
Art. 278. As atividades sazonais de comércio, praticadas por ambulantes, receberão autorização prévia
para o seu desempenho por prazo determinado pelo setor competente do Município, inclusive a
identificação das áreas urbanas que devem atender a população.
Art. 279. Ficam asseguradas à Federação das Representações Carnavalescas do Ceará subvenções
sociais que se destinarão ao apoio de todos os festejos mominos.
Art. 280. A defesa civil é cumprida pelo Município para proveito geral, com responsabilidade cívica de todos
e com o direito que a cada pessoa assiste de receber legítima proteção para sua incolumidade e socorro, m
casos de infortúnio ou calamidade.
Art. 281. O Conselho Municipal de Defesa Civil é órgão com funções e fiscalizações das políticas de defesa
civil e ecológica, devendo ser regulamentado pelo poder competente, auxiliado, o que couber, pelo Corpo
de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, a quem caberá a coordenação.
Art. 282. Sobre as atividades das empresas de exploração de serviços de publicidade ao ar livre, incidirá
somente o imposto sobre serviço, salvo se o serviço não constituir fato gerador do imposto.
Art. 283. Fica assegurada a maiores de dezesseis anos a participação nos concursos públicos para
ingresso nos serviços da administração direta e indireta do Município.
Art. 284. Os estabelecimentos comerciais funcionarão de segunda a sexta-feira, das oito às dezoito horas;
e, aos sábados, das oito às treze horas, ressalvadas as exceções provenientes de acordos ou convenções
coletivas de trabalho. (Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 04/96)
§1° Fica estabelecido que os shopping centers funcionarão de segunda a sexta-feira nos horários das nove
às vinte e duas horas; e, aos sábados, das nove às vinte uma horas; os supermercados, de segunda a
sexta-feira, das oito às vinte uma horas; e, aos sábados, das oito às vinte horas. (Revogado por força da
Emenda à Lei Orgânica nº 04/96)
§ 2° Os demais serviços essenciais ficam livres, e serão definidos em lei. (Revogado por força da Emenda à
Lei Orgânica nº 04/96)
Art. 284. Os estabelecimentos comerciais funcionarão com obediência à legislação obreira, ficando livre
suas aberturas e todos os atos que possam ser praticados por acordos, convênios, coletivas de trabalho,
que sejam celebrados entre as partes envolvidas. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 04/97) /
(Revogado por força da Emenda à Lei Orgânica nº 05/97)
Parágrafo único. Os demais serviços essenciais, em como outras atividades, ficam livres e serão definidas
em lei. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 04/97) / (Revogado por força da Emenda à Lei
Orgânica nº 05/97)
Art. 2º A Câmara Municipal, no prazo de doze meses, após a promulgação da Lei Orgânica do Município,
fará um levantamento através s de comissão mista, com a participação de entidades populares, de todas as
ocupações, doações, vendas e concessões de terras públicas, realizadas até a promulgação desta Lei
Orgânica.
Art. 3º Após cinco anos da promulgação desta Lei Orgânica, será realizada sua revisão pelos membros da
Câmara Municipal, assegurada, nesta ocasião, a iniciativa popular.
Art. 4º A Câmara Municipal deverá elaborar, no prazo de seis meses, após a promulgação desta Lei
Orgânica, o novo regimento interno.
Art. 5º Ficam extensivos a todos os servidores fazendários municipais os benefícios da retribuição adicional
variável, que deverá ser regulamentada sessenta dias depois da promulgada da Lei Orgânica, na forma da
lei.
Parágrafo único. O ingresso no cargo inicial às carreiras técnicas dos servidores fazendários far-se-á,
através de concurso público, para possuidores de escolaridade de nível superior, devendo ser elaborada a
lei orgânica específica sobre a matéria, no prazo de cento e vinte dias depois de promulgada a presente Lei
Orgânica.
§ 1º O ingresso nas carreiras técnicas fazendárias far-se-á através de concurso público. (Redação dada
pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 2º O Poder Executivo Municipal terá prazo de 90 (noventa) dias para remeter à Câmara Municipal de
Fortaleza a Lei Orgânica da Fazenda Municipal, consolidando toda a legislação sobre a matéria.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
§ 3º Fica assegurada a participação paritária das entidades representativas das classes dos fazendários no
Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do Projeto da Lei Orgânica da Fazenda Municipal.
(Acrescentado pela Emenda de Revisão à Lei Orgânica n. 0013/06)
Art. 6º NO prazo de cento e vinte dias da promulgação desta lei, o poder público definirá em lei a criação da
superintendência municipal do meio ambiente e recursos hídricos.
Art. 7º Ficam reabilitados os Vereadores cassados em abril de 1964, pela Câmara Municipal de Fortaleza,
por motivos políticos, embora a formalização do ato de cassação tenha alegado outras fundamentações
jurídicas.
§1° Retira-se dos anais a justificativa "falta de decoro parlamentar" do ato de cassação, substituindo-a pela
expressão "por razões políticas".
§ 2° No prazo de trinta dias, contado da data da promulgação desta Lei Orgânica Municipal, a Mesa
Diretora nomeará, por ato declaratório, os reabilitados.
Art. 8º Fica estabelecido o prazo de dez anos a partir da promulgação da presente lei, para que seja
atendida nas creches e pré-escolas do Município cem por cento da demanda existente.
Art. 9º O cargo de subprocurador do extinto Tribunal de Contas do Município, cujo ocupante se encontra em
disponibilidade, passa a integrar a classe final de procurador, do quadro do pessoal estatutário da
Procuradoria-Geral do Município, assegurando-se-lhe as vantagens pertinentes à mesma carreira, desde
que conte mais de trinta e cinco anos de serviço público.
Art. 10. O texto desta Lei Orgânica será publicado no Diário Oficial do Município, em edição especial.
Art. 11. No prazo de cento e vinte dias depois de promulgação da presente Lei Orgânica, o servidor da
administração direta e indireta, quando colocado à disposição, remanejado ou prestando serviço a qualquer
órgão do Município, poderá optar pela integração no emprego ou cargo do quadro da respectiva prestação
de serviço e ao regime jurídico correspondente, quando efetivado o pedido de opção.
Art. 12. Da Lei Orgânica do Município serão elaborados autógrafos em número suficiente para destinar
exemplares ao Governo do Estado, ao Tribunal de Justiça, à Assembléia Legislativa, à Prefeitura Municipal
de Fortaleza, ao Arquivo Público do Ceará, à Biblioteca Pública e a cada um dos Vereadores que
assinarem, conforme o regimento interno de sua elaboração.
Art. 13. Passam a se chamar agentes fiscais de metrologia os atuais agentes e auxiliares metrológicos do
Instituto de Pesos e Medidas de Fortaleza (IPEM-Fort), fazendo jus à gratificação de produtividade e
exercício correspondente.
Art. 14. Esta Lei Orgânica, aprovada pela Câmara Municipal, será por ela promulgada e entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Relator da Sistematização
VEREADORES CONSTITUINTES
Narcilio Andrade José Sarto, Idalmir Feitosa, José Carlos, Emanuel Teles, José Olavo, Raimundo Batista,
José Igaras, José Maria Couto, João Pinheiro, Gorete Pereira, Joaquim Azevedo
Luís Átila Bezerra, Maurilio Assêncio, Carlos Rayol, Mardônio Albuquerque, Aldenor Brito Augusto
Gonçalves, Mário Nunes, Artur Bruno, Maria José Oliveira, Carlomano Marques, Martins Nogueira, Durval
Ferraz, Edgar Mendes, Paulo Facó, Edmilson Fernandes, Pedro Ribeiro, Eliomar Braga, Samuel Braga,
Francisco Mesquita, Sérgio Benevides, Francisco Matias, Francisco Martins, Sérgio Novais, Heitor Férrea,
Solinésio Alencar, Hugo Rogério, Zélia Correia, Inácio Arruda, Zequinha Aristides
Teorias da Comunicação
As Teorias da Comunicação são uma série de estudos sobre a Comunicação Social, podendo en-
globar filosofia, sociologia e psicologia, a depender do tipo de abordagem e da área a ser estudada.
Como na Teoria Hipodérmica, todo o desenvolvimento inicial das Teorias da Comunicação teve foco
nas mensagens enviadas pela mídia e nos seus efeitos sobre os indivíduos da massa, no entanto,
este modo revelou-se demasiadamente superficial para compreender os verdadeiros efeitos da Co-
municação sobre a sociedade, foi então que o caráter dos estudos comunicacionais passou a salien-
tar o processo de seleção das informações midiáticas, geração e divulgação, valorizando assim o
conteúdo e a forma que o mesmo era veiculado, pois se percebeu que a qualidade do que era difun-
dido tinha ligação direta com os efeitos causados no receptor.
Após a Teoria Hipodérmica surgiu o Modelo de Lasswell. Apesar de baseado na Teoria Hipodér-
mica, este modelo, criado pelo cientista político Harold Lasswell, apontava as falhas da mesma e foi
um dos responsáveis pela sua defasagem. O Modelo de Lasswell apontava cinco questões cruciais
para a compreensão correta da mensagem midiática: “Quem? Diz o quê? Através de que canal? A
quem? Com que efeito?”. A partir da obtenção das respostas para tais perguntas, a mensagem era
caracterizada como clara e completa.
Logo após surge a Teoria da Persuasão que, diferentemente da Hipodérmica, é baseada em aspec-
tos psicológicos, e defende que a mensagem enviada pela mídia não é assimilada imediatamente
pelo indivíduo, dependendo de várias perspectivas individuais. Portanto essa Teoria não seria de do-
minação ou manipulação como a Hipodérmica e sim de persuasão, pois o indivíduo tende a se inte-
ressar por informações que estejam inseridas em seu contexto sócio-cultural e político, e com as
quais ele esteja de acordo.
Sucessivamente surge a Teoria Empírica de Campo (ou Teoria de Efeitos Limitados) que, embora
baseada na Teoria da Persuasão, fundamenta-se em aspectos sociológicos, e deduz que a mídia tem
influência limitada na sociedade por ser apenas um instrumento de persuasão, pois a mídia é apenas
parte da vida social. A Teoria Empírica de Campo entende que a mídia exerce influência social limi-
tada assim como qualquer outra força social (igreja, política, escola, etc.), ou seja, a mensagem midi-
ática passa por diversos filtros individuais de caráter social do indivíduo antes de ser absorvida pelo
mesmo. Derivando daí a intensidade do efeito da mensagem no indivíduo, a Teoria Empírica de
Campo conclui que os filtros individuais são de caráter sociológico e não psicológico, como da Teoria
da Persuasão.
Posteriormente surge a Teoria Funcionalista que estuda o papel da mídia na sociedade e não mais
apenas os seus efeitos. O indivíduo deixa de ser analisado apenas por seu comportamento, e passa
a ser estudado por sua ação social, os valores que considera e os modelos sociais que adquire em
comunidade.
Logo depois surge a Teoria Crítica, inaugurada pela Escola de Frankfurt, baseada em teorias marxis-
tas que encaram a mídia como instrumento de influência social capitalista. A Teoria Crítica age por
meio de repetição, e é nela que surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a ser re-
produzida tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde seu caráter artís-
tico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.
Em seguida surge a Teoria Culturológica, que parte do pressuposto de que a mídia não produz uma
padronização cultural, e sim se baseia em uma padronização já existente nas sociedades, que surge
a partir de características nacionais, religiosas e/ou humanísticas. Ou seja, a cultura de massa não é
autônoma, mas depende de muitos aspectos particulares a cada organização social.
Depois disso, desenvolve-se uma segunda fase das Teorias da Comunicação. Ainda muito recentes,
as Teorias da segunda fase dividem-se em três:
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
TEORIA DA COMUNICAÇÃO
Teoria da comunicação são estudos acadêmicos que pesquisam os efeitos, origens e funciona-
mento do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos,
políticos e cognitivos. Englobam psicologia, filosofia e sociologia, dependendo do tipo de abordagem
e dos objetivos da pesquisa.
Os estudos em Comunicação Social começaram com a crescente popularização das tecnologias mi-
diáticas e seu uso durante as experiências totalitárias da Europa. Em sua primeira fase, concentraram
suas atenções sobre as mensagens da mídia e seu efeito sobre os indivíduos; na segunda, enfatiza-
ram o processo de seleção, produção e divulgação das informações através da mídia.
Primeira Fase
Teoria Hipodérmica
Também conhecida como "Teoria da Bala Mágica", a Teoria Hipodérmica estudou o fenômeno da mí-
dia a partir de premissas behavioristas. Seu modelo comunicativo é baseado no conceito de "estí-
mulo/resposta": quando há um estímulo (uma mensagem da mídia), esta adentraria o indivíduo sem
encontrar resistências, da mesma forma que uma agulha hipodérmica penetra a camada cutânea e
se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa. Daí o porquê de esta teoria também ser co-
nhecida como "Teoria da Bala Mágica", pois a mensagem da mídia conseguiria o mesmo efeito "hipo-
dérmico" de uma bala disparada por uma arma de fogo.
Modelo de Lasswell
O cientista político Harold Lasswell desenvolveu um modelo comunicativo que, embora baseado na
teoria hipodérmica, apontava suas lacunas e contribuiria posteriormente para a sua superação. Para
Lasswell, compreender o alcance e efeito das mensagens transmitidas pela mídia requer responder
às seguintes questões: Quem? Diz o quê? Através de que canal? A quem? Com que efeito? Os des-
dobramentos das indagações correspondem: o "quem" está ligado aos emissores da mensagem; o
"diz" corresponde ao conteúdo da mensagem; o "canal" à análise dos meios e, por último, o "efeito" à
análise da audiência e reflexos na sociedade.
Mais tarde, e como forma de aprofundar, Lasswell e outros investigadores criaram a Comunication
Research que se centrou na forma como os meios de comunicação de massas alteravam os indiví-
duos. Com a evolução dos estudos observou-se uma superação da Teoria Hipodérmica.
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TEORIA DA COMUNICAÇÃO
Teoria da Persuasão
Em relação à audiência, o indivíduo ficará interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto;
além disso, tenderá a consumir as informações com as quais esteja de acordo. Em algumas ocasi-
ões, o indivíduo até mesmo distorcerá o conteúdo das mensagens recebidas, de forma a adequa-las
à sua forma de entender a questão.
A Teoria Empírica de Campo ou Teoria dos Efeitos Limitados (nome dado como resposta à Teoria
dos Efeitos Ilimitados de Lasswell) baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a mídia cum-
pre papel limitado no jogo de influência das relações comunitárias. Em outras palavras, a mídia é
apenas mais um instrumento de persuasão na vida social, uma vez que é apenas parte desta. Assim,
a Abordagem Empírica de Campo abandona a relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o
comportamento do indivíduo.
Antes, enfatiza a influência indireta que a mídia exerce sobre o público tal como faria qualquer outra
força social (igreja, família, partido político etc). O alcance das mensagens midiáticas depende do
contexto social em que estão inseridas, ficando sujeitos aos demais processos comunicativos que se
encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros individuais pelos quais as mensagens pas-
sam seriam de origem muito mais social do que psicológica.
O estudo dos efeitos dos meios de comunicação teve início nos anos 1930 com a chegada dos cen-
tros de ciências sociais empíricas aos Estados Unidos. Paul Lazarsfeld, integrante do Bureau of Ap-
plied Social Research da Universidade de Columbia, foi o principal nome da pesquisa sobre os efei-
tos. Teve um papel central no desenvolvimento da pesquisa social organizada em todo o mundo e
também na constituição da disciplina de comunicação.
Os estudos de Lazarsfeld sobre formação da opinião pública e sobre a influência dos líderes de opi-
nião em campanhas comerciais e eleitorais foram modelos para as pesquisas sobre os efeitos limita-
dos que dominaram o campo da comunicação por muitos anos. Estes estudos procuravam compre-
ender como as campanhas veiculadas por meios de comunicação influenciavam as tomadas de deci-
sões.
Numa pesquisa sobre as eleições presidenciais de 1940, Lazarsfeld e outros pesquisadores descobri-
ram que os líderes de opinião tinham papel de destaque na tomada de decisões e assim formularam
o chamado “modelo de comunicação em duas etapas”: os conteúdos partiam da mídia para os líderes
de opinião e destes para segmentos menos ativos da população. O tal modelo também apontou que
a mídia tende a reforçar predisposições em vez de alterá-las, visto que através do processo de expo-
sição seletiva as pessoas tendem a consumir informações que confirmem suas crenças.
Lazarsfeld e seus pares encontraram assim efeitos de curto prazo e concluíram que os efeitos políti-
cos e sociais da mídia eram pouco significativos. Porém, a pesquisa sobre os efeitos limitados da mí-
dia não chegou às estruturas mais complexas, como as empresas de comunicação, porque vinha de-
las boa parte do financiamento para as pesquisas de Lazarsfeld. Mesmo com as limitações econômi-
cas, é notório que dentre as contribuições mais significativas do pesquisador e de seu grupo está a
constatação que a comunicação é um processo complexo e mediado por vários fatores. As pesquisas
anteriores tratavam a mídia como dotada de onipotência. A partir desses estudos, a pesquisa sobre
os efeitos foi sendo aprimorada para abranger estruturas mais complexas, que passaram a analisar
os efeitos de longo prazo da mídia.
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TEORIA DA COMUNICAÇÃO
A partir da década de 1950, os estudos no campo dos efeitos da mídia evoluíram para compreensões
mais sistemáticas. Três características sugerem uma reviravolta na pesquisa sobre os efeitos. São
elas:
Algumas teorias foram elaboradas a partir desse período para dar suporte a esses estudos. São elas:
teoria do agendamento, teoria do cultivo, teoria dos usos e gratificações e teorias do processamento
da informação.
Processamento da Informação
Teoria do Agendamento
A teoria do agendamento defendia a tese que a mídia determinava os temas nas campanhas políticas
e salientava a importância dos temas para a opinião pública. A partir do agendamento surgiram novos
estudos para ampliar a pesquisa sobre os efeitos da mídia. A teoria foi importante e inovadora para o
campo de estudos, mas desconsiderou importantes variáveis relacionadas ao conteúdo da mídia que
podem ser importantes na formação da opinião pública. Ela não levou em conta, inicialmente, que as
formas de apresentação da informação têm papel fundamental na sua apreensão pelo público. Para
suprir essas carências, surgiu o conceito de enquadramento. Com esse complemento, os estudos
passaram a abordar não só como a mídia afeta sobre o que o público pensa, mas como ele percebe
os temas que lhes são apresentados.
A análise do cultivo foi outro enfoque que enfatizou os efeitos de longo prazo e sugeriu que a mídia
seria ainda mais poderosa. Como exemplo de pesquisa utilizando essa teoria, George Gerbner anali-
sou programas de ficção da televisão norte-americana desde 1967 e conduziu uma série de estudos
com outros pesquisadores a fim de descobrir como esses programas influenciavam a visão de mundo
dos telespectadores. Por fim, Gerbner concluiu que a exposição a esses conteúdos leva ao cultivo de
concepções compartilhadas da realidade entre diversos públicos.
Apesar de não compreender a comunicação como uma via de mão única, os teóricos da análise do
cultivo concebiam os conteúdos televisivos com certa homogeneidade e ignoravam a divergência
quanto ao que era exibido, principalmente entre os usuários mais fieis, chamados de heavy viewers.
Outro questionamento levantado sobre a teoria do cultivo diz respeito à concepção simplista sobre a
recepção da televisão, levando em conta apenas a exposição, deixando de lado as interpretações e
ressignificações que as pessoas fazem sobre os conteúdos.
A teoria dos usos e gratificações foi além da teoria do cultivo e procurou descobrir o que o público fa-
zia com as mensagens da mídia. Foi pioneira ao conceber o consumidor de mídia como ator racional
que buscava satisfazer necessidades específicas através daqueles conteúdo.
Foram desenvolvidas a partir de teorias da psicologia cognitiva, o que representou um avanço nos
campos conceituais e metodológicos do campo dos estudos da mídia. Alguns estudiosos dessa cor-
rente questionavam a afirmação de que a televisão é a principal fonte de informação do público por
ela enfrentar dificuldades de se fazer presente na memória coletiva. As teorias do processamento da
informação estão baseadas na “concepção da comunicação como transporte” na qual a decodificação
da mensagem não é considerada problemática ou capaz de transformar o significado da mensagem.
Teoria Funcionalista
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TEORIA DA COMUNICAÇÃO
A Teoria Funcionalista estuda as funções exercidas pela mídia na sociedade, e não os seus efeitos.
Em lugar de pesquisar o mero comportamento do indivíduo, estuda-se a sua ação social enquanto
consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente. Seus métodos de pesquisa dis-
tanciam-se dos métodos da teoria Hipodérmica, Empírico-Experimental e de Efeitos Limitados por
não estudar a mídia em casos excepcionais, como campanhas políticas, mas em situações corriquei-
ras e cotidianas.
Teoria Crítica
Inaugurada pela Escola de Frankfurt, a Teoria Crítica parte do pressuposto das teorias marxistas e
investiga a produção midiática como típico produto da era capitalista. Desvendam assim a natureza
industrial das informações contidas em obras como filmes e músicas: temas, símbolos e formatos são
obtidos a partir de mecanismos de repetição e produção em massa, que tornam a arte adequada para
produção e consumo em larga escala.
Assim, a mídia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. É o que foi denomi-
nado indústria cultural. Nesta, o aspecto artístico da obra é perdido. O imaginário popular é reduzido
a clichês. O indivíduo consome os produtos de mídia passivamente. O esforço de refletir e pensar so-
bre a obra é dispensado: a obra "pensaria" pelo indivíduo.
Indústria midiática pressupõe três dimensões básicas: os processos midiáticos, que configuram as
técnicas de produção e difusão de conteúdo; Divulgação e projetos elaborados e conteúdos culturais
que justificam as mensagens elaboradas.
Teoria Culturológica
A Teoria Culturológica parte de uma análise à Teoria Crítica e desenvolve assim um pressuposto dife-
rente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funções da mídia, procura definir a
natureza da cultura das sociedades contemporâneas. Conclui assim que a cultura de massa não é
autônoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou
humanística. Ou seja, a cultura de massa não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a pa-
dronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário popular.
A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um lado, cumpre a padronização indus-
trial exigida pela produção artística, por outro, corresponde à exigência por individualização por parte
do espectador. É o que se define como sincretismo. Os produtos da mídia transitam entre o real e o
imaginário, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato de fantasia.
Segunda Fase
Gatekeeper
Newsmaking
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TEORIA DA COMUNICAÇÃO
características sociológicas, culturais e profissionais dos emissores e outra, que observa a lógica dos
processos de produção da comunicação de massa e a organização do trabalho jornalístico, onde
ocorre a construção das mensagens.
Os estudos sobre os emissores passaram da análise dos critérios utilizados pelos jornalistas para se-
lecionar as notícias (gatekeeping) para a observação dos fatores influenciadores da produção de notí-
cias (newsmaking).
O newsmaking utiliza-se da técnica da observação participante para reunir dados fundamentais sobre
as rotinas produtivas dos mass media. Esta observação deve ser teoricamente orientada e fazer parte
de um projeto de pesquisa. A metodologia utilizada, aliada ao período da observação, permite obser-
var as mudanças adotadas pelas redações em épocas de crise, contrariando a ideia de um processo
automático da produção noticiosa. O newsmaking articula-se entre a cultura profissional dos jornalis-
tas e a organização dos processos produtivos. Gaye Tuchman afirma que, para produzirem notícias,
os órgãos de informação devem obedecer a três premissas básicas. São elas:
As notícias são responsáveis pela criação de uma memória fragmentada que indica elementos bási-
cos para a compreensão de um fato. Geralmente não apontam causas e consequências de um acon-
tecimento. A noticiabilidade é um critério baseado em decisões dos grupos de comunicação, não indi-
viduais, contido na cobertura informativa dos mass media. Este fator sempre está atrelado aos inte-
resses das organizações e dos jornalistas.
Segundo Mauro Wolf, as fontes são um dos pilares básicos para a qualidade da informação transmi-
tida. Por isso, é importante cultivar fontes estáveis e ter um bom relacionamento com elas. Essas fon-
tes fixas podem, muitas vezes, dar preferência a determinado repórter, além de que o jornalista passa
a ter maior confiança nas informações repassadas. As fontes mais confiáveis a partir do ponto de
vista dos jornalistas são as institucionais, oficiais.
A escolha das fontes também é uma decisão ideológica do grupo de comunicação, da mesma forma
que tantas outras decisões tomadas no processo produtivo. Citando Herbert J. Gans, Wolf diz que “a
relação entre fontes e jornalistas se assemelha a uma dança, com as fontes a tentarem ter acesso
aos jornalistas e estes a tentarem aproximar-se das fontes”.
Os fatores mais importantes na relação jornalista-fonte são os incentivos, o poder da fonte, a sua ca-
pacidade de fornecer informações credíveis e a proximidade social e geográfica em relação aos jor-
nalistas. Para Wolf, dos quatro, o mais relevante é o quarto, os outros são complementares.
Já do ponto de vista dos jornalistas com a conveniência na utilização das fontes, os fatores são:
a oportunidade revelada com antecedência (fontes que forneceram materiais credíveis outras ve-
zes têm preferência e continuam a ser utilizadas até se tornarem fontes regulares); a produtivi-
dade (explica que as fontes institucionais são as que mais normalmente se recorre, porque são elas
que fornecem material suficiente para as matérias, evitando um excesso de fontes); a credibili-
dade (fontes institucionais e regulares são mais confiáveis); a garantia (se o jornalista não tem como
confirmar a informação, ele procura a credibilidade da fonte); a respeitabilidade (preferência em fa-
zer referência às fontes oficiais ou que ocupam posição de autoridade, por serem mais credíveis
e por representarem o ponto de vista oficial).
Além das fontes comuns, a agenda dos outros veículos de comunicação e as agências de notí-
cias também são fontes importantes, mas diferem das comuns por serem empresas de comunicação
e trabalharem com notícias.
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
Objetividade em Jornalismo
John Hersey nasceu em 17 de junho de 1914, em Ienstin, na China. Dez anos depois, John e seus
pais, os missionários Roscoe e Grace Baird Hersey se mudaram para os Estados Unidos. Hersey fre-
quentou a Universidade Yale e fez pós-graduação em Cambridge. Em 1937, começou a trabalhar
na Time, onde era visto como o mais provável sucessor de Henry Luce no cargo de editor da revista.
Em 1939, transferiu-se para o escritório da Time na China, um dos locais estratégicos segundo a vi-
são da política internacional do dono da revista. Depois de trabalhar nas redações da Time e da Life,
Hersey se tornou jornalista internacional ao cobrir, durante a Segunda Guerra Mundial, batalhas no
Pacífico Sul, no Norte da África e na Itália. Em 1945, ganhou o prêmio Pulitzer de ficção com o livro A
bell for Adano. Entre 1944 e 1945 foi correspondente de Moscou. De lá, recusou convite para voltar a
Nova York e ser um dos editores da Time.
Quando a revista The New Yorker dedicou edição exclusiva da revista para Hiroshima, o retrato de
John Hersey foi retirado da galeria de honra da Time Inc.
Hiroshima lidera um número sem fim de listas de “melhor reportagem” já escrita. John Hersey perma-
neceu no Japão de 25 de maio a 12 de junho de 1946 para recolher o material necessário para sua
reportagem. Entrevistou fontes, acompanhou os personagens, leu e pesquisou sobre a bomba, con-
versou com médicos e cientistas.
De volta aos Estados Unidos, levou seis semanas para escrever a reportagem, que foi revisada pelos
editores da The New Yorker e reescrita duas vezes. A princípio, o texto se chamaria Alguns Eventos
em Hiroshima. Ao todo foram mais de 30 mil caracteres para contar histórias das marcas deixadas
por uma bomba que matou mais de 100 mil pessoas, feriu o corpo de outras 100 mil e machucou toda
a humanidade, que ultrapassou os limites.
Tanto os conceitos de objetividade, como a verdade e a subjetividade estão baseados na teoria que
vê no jornalismo uma forma de conhecimento, uma das atividades pela qual é possível se tomar co-
nhecimento da realidade, da verdade. Para tanto, entende-se que o papel do jornalista tem relação
com o papel do cientista. E que a apuração jornalística pode seguir um método, assim como a pes-
quisa científica.
O autor conta que se tem notícia do primeiro grande uso da objetividade jornalística durante a grande
epidemia de cólera.
“Em momentos iniciais, líderes religiosos chegam a acusar a ‘população pecadora’ como responsável
pela incidência da peste. Quando cientistas encontram tratamento e profilaxia da cólera, aquela forma
de manifestação perde credibilidade. A ideia de fato, portanto, sai reforçada sobre as opiniões, quais-
quer que elas sejam” (DEMENECK, 2010, p. 3).
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
Assim como Daniel Cornu aponta em seu livroJornalismo e Verdade: Para uma ética da informação,
Max Weber desenvolveu muito bem uma distinção altamente necessária no jornalismo: a ética da
convicção e a ética da responsabilidade. De um lado está um jornalismo de convicção, preocupado
apenas com opiniões individuais e com “o dizer”. Já o jornalismo de responsabilidade colocado por
Weber está comprometido com a informação e as consequências de sua repercussão, principalmente
levando em conta a vida e a integridade das pessoas envolvidas. Está comprometido com a verdade.
Hiroshima certamente levou em conta a história de seus personagens. Para escrever o relato, John
Hersey levou em conta as crenças e particularidades de cada um dos seis japoneses que constroem
os fatos, além de seus motivos. Com um relato simples, o autor conseguiu traduzir as ações e pensa-
mentos dos seis, em meio ao caos que a bomba causou na cidade. Sempre livre de julgamentos.
Quarenta anos mais tarde, Hersey retorna à cidade e reencontra os seus entrevistados para ter, as-
sim, a história completa, como um desfecho da realidade.
Weber não quer dizer que não exista responsabilidade no jornalismo de convicção ou que o jornalista
de responsabilidade também não tenha suas convicções. Ocorre que no jornalismo de convicção,
constantemente as opiniões de seus autores acabam por “evocar como promessa ou profecia, um
sentido superior da justiça, a verdade” (CORNU, 1994, p.383).
Hiroshima é uma obra que traz claramente os conceitos de verdade, objetividade e subjetividade. Ao
retratar de maneira subjetiva um fato, o autor conseguiu reafirmá-lo como um evento do mundo real.
No livro, acompanhamos a rotina da srta. Toshiko Sasaki, do reverendo Kiyoshi Tanimoto, da sra.
Hatsuyo Nakamura, do dr. Masakazu Fujii, do padre Wilhelm Kleinsorge, do dr. Terufumi Sasaki e das
pessoas que os rodeavam no momento em que a bomba atômica atingiu a cidade de Hiroshima.
Através dos olhos dessas pessoas, Hersey contra o que aconteceu de fato a tantas outras. Ele se uti-
liza deste recorte da realidade para explicar uma realidade muito maior que cercava todas as pessoas
atingidas. Quarenta anos depois da reportagem ter sido publicada em uma edição especial da re-
vista The New Yorker, John Hersey volta até suas fontes e conta como a vida aconteceu para eles.
Demeneck ressalta que no jornalismo literário é necessário que todos os detalhes estejam corretos.
Não é aceitável que um escritor da realidade cometa imprecisões. O autor também ressalta que todas
as reportagens jornalísticas crescem a partir dos fatos.
O modo de narrar, os detalhes vêm em segundo plano. O que importa é que o princípio da reporta-
gem esteja calcado em fatos, informações verdadeiras e objetivas. Após a primeira revisão da repor-
tagem, os editores acharam que faltou a resposta a uma pergunta específica: por qual motivo essas
pessoas morreram? Hersey reescreveu o texto e adicionou números e pesquisa que respondiam a
isso.
“(…) os especialistas começaram a avaliar que no mínimo 100 mil pessoas haviam perdido a vida.
Como muitas dessas mortes resultaram de uma combinação de fatores, era impossível determinar o
número exato dos óbitos devidos a cada causa; mesmo assim, os estatísticos calcularam que cerca
de 25% das vítimas sucumbiram em função de queimaduras provocadas pela bomba; cerca de 50%
em função de outros ferimentos e cerca de 20% em função dos efeitos da radiação. No tocante a da-
nos materiais, os dados eram mais confiáveis: 62 mil dos 90 mil edifícios foram destruídos e 6 mil so-
freram avarias irreparáveis. No centro da cidade sobraram apenas cinco prédios modernos que pode-
riam ser utilizados sem maiores reparos.”
Surgido na década de 60, esse Novo Jornalismo veio para suprir as deficiências do jornalismo con-
vencional, notadas principalmente durante a Guerra do Vietnã. O livro-reportagem de Johh Hershey é
um exemplo bem-sucedido de jornalismo literário, ao contar sobre um evento de magnitude inquestio-
nável sob todos os enfoques possíveis – número de vítimas, extensão da tragédia, duração dos seus
efeitos por gerações, danos irreversíveis – através de personagens reais, com um relato direto, com
descrições de cenas, lugares, pessoas e situações.
O jornalismo literário apresenta características que podem ser mais banais, que podem trazer até
mais informações do que um relato objetivo. “Histórias sobre migrações, trabalho e família – sobre
coisas que acontecem o tempo todo – podem revelar estruturas e pesos da vida real, (…) [que] falam
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
mais sobre as vidas da maioria dos cidadãos que histórias de desastres singulares ou celebridades
peculiares” (SIMS, 1995, p. 03).
Em Hiroshima, o autor descrevia minuciosamente a rotina dos personagens. Exemplos como “O dr.
Fujii sentou-se na esteira do terraço, cruzou as pernas, colocou os óculos e se pôs a ler o Asahi de
Osaka. Gostava de informa-se sobre Osaka porque sua esposa estava lá”; ou “Começou a rezar a
missa na capela do complexo jesuítico. um pequeno edifício de madeira, em estilo japonês, onde não
havia bancos pois os devotos se ajoelhavam nas habituais esteiras, diante de um andar adornado
com esplêndidas sedas, objetos de latão e de prata, pesados bordados” provam isso.
Em revista aos “pilares”, pode-se dizer que criatividade e estilo acabam se impondo ao texto, quando
essas características se somam ao aprofundamento da relação humana estabelecida pela imersão do
repórter no contexto da sua fonte-personagem.
O simbolismo diz respeito à capacidade de acessar significados por detrás das aparências. Exatidão
e responsabilidade esclarecem, de imediato, a característica de ser este um jornalismo calcado na
realidade exterior, dentro dos limites possíveis do autor em captá-la e interpretá-la (DEMENECK, p.7).
Em Hiroshima, como foi visto, a maneira que o texto é escrito também faz parte da verdade. Se ater à
narração e ao que os personagens contam, sem o foco nos sentimentos mostra o sofrimento quieto
da população que ficou tranquila e honrada ao escutar a voz do imperador pela primeira vez. O livro
mostra o japonês como um povo honrado.
Hannah Arendt lembra que o jornalista não pode ser colocado sob as mesmas condições de legitima-
ção que os poderes executivo, legislativo e judicial. Nem por isso, o campo dos media deixa de ter
influência sobre o poder político. Afinal, é a mídia que organiza os debates políticos por meio da fun-
ção de agenda setters. Cabe, muitas vezes, à mídia decidir o que ficará em foco.
No entanto, Cornu ressalta que um dos principais papéis do jornalismo investigativo é revelar fatos
que não entram no fluxo convencional de notícias. O jornalista investigativo deve fugir da agenda set-
ting fixada pela mídia. Esses fatos estranhos, porém, ainda devem obedecer à exigência da verdade
acima de tudo. Antes da reportagem de John Hersey, ainda não se tinha na América uma ideia real
da destruição causada pela bomba atômica.
A reportagem não teve efeitos imediatos sobre a política americana em relação à bomba, mas criou
um amplo desconforto. Logo depois de a reportagem ser publicada, diversos jornais publicaram uma
declaração do almirante William F. Halsey que dizia que os japoneses já estavam prestes a se render
e que a bomba fora desnecessária. Em fevereiro de 1947 o governo respondeu nas páginas da Har-
per’s com um artigo intitulado “A decisão de usar a bomba atômica”. Hersey não trouxe revelações
técnicas ou dados desconhecidos sobre o efeito da arma em sua reportagem. No entanto, ele aproxi-
mou a experiência de uma bomba ao cotidiano dos leitores. Ele mostrou que o horror havia aconte-
cido a pessoas com nome, idade, sexo, endereço. Transformou algo distante em algo real e próximo.
Transformou aquele assunto que era tratado sempre da mesma forma pela mídia. Buscou uma ver-
dade diferente daquela que a imprensa americana divulgava de longe.
As condições desumanas
Cornu fala sobre a abordagem hermenêutica do jornalismo. Essa visão está calcada na tensão entre
a procura por uma verdade única e a expressão de verdades plurais. Ao mesmo tempo em que o jor-
nalista é tomado por uma intenção de objetividade e imparcialidade, ele também carrega consigo, se-
gundo Ricoeur, uma carga de motivações muito grande. É inerente ao jornalista querer compreender
o mundo, almejar um mundo melhor, mais generoso e buscar a justiça. Nesse ponto, Cornu concorda
que a legitimidade do jornalista em sua missão pública vai passar por algumas convicções pessoais.
Portanto, isso acarreta em ações próprias do jornalista, um método próprio, uma ética própria. Mais
importante, no entanto, como diz Cornu, é que “ser jornalista é pedir contas, mas é também prestá-
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
las”. Por isso a importância de uma transparência no método de apuração e na busca pela verdade. É
louvável o caso do jornalista que deixa claro ao seu leitor a modo como conduziu sua investigação
em busca da verdade.
Arendt lembra que o jornalista precisa manter-se fora do domínio político e defende uma posição de
exterioridade, para proteger a verdade de uma possível sujeição à política. A autora lembra que a ver-
dade pode ser escondida pela persuasão ou pela violência, mas jamais poderá ser substituída. É jus-
tamente para preservar essa força própria da verdade que o jornalista deve manter a posição de exte-
rioridade. Hiroshima é um exemplo também pela postura do autor que, em momento algum se mos-
trou mais que um fiel observador, ouvinte e apurador dos fatos e relatos.
Hersey optou por um texto simples, deixou fluir o relato de quem realmente viveu o momento e, com
isso, mostrou a dor e a angústia quase silenciosa do Japão. A reportagem foi responsável por mostrar
ao mundo a noção de destruição causada pela bomba, à qual tinha atrelada a si a responsabilidade
pela vitória na Segunda Guerra Mundial. Hersey apresentou, com seu relato, que a bomba não era a
causadora da paz, como muitos pensavam, e fez isso de uma maneira totalmente verdadeira. O autor
escolheu um estilo direto para escrever a matéria tentando fugir da condição de mediador. Quis evitar
a mediação, quis estar fora do campo dos acontecimentos e proporcionar ao leitor uma experiência o
mais direta possível.
Faz parte da responsabilidade jornalística manter a objetividade e a verdade dos fatos. Cornu explica
que, de maneira prática, o conjunto de regras e critérios para uma apuração jornalística pode ser defi-
nido pelo rigor do método.
“O rigor é ir ao fundo das investigações materialmente realizáveis, no tempo dado para essas pesqui-
sas. É a recolha de todos os factos confirmados disponíveis. É tudo que se opõe à falsificação, à de-
formação, à mentira….publicar unicamente informações que conhece, ou senão companha-las das
reservas necessárias; não suprimir informações essenciais; não alterar nem textos, nem documentos;
retificar uma informação publicada que se revele inexacta” (CORNU, 1994, p.391).
John Hersey precisou de dezessete dias no Japão para apurar toda a história, conhecer suas fontes,
ouvi-las e compreender pelo que passaram. De volta aos Estados Unidos, o autor levou seis sema-
nas para escrever a reportagem. Depois de escrita, foi revisada pelos editores, reescrita e depois, es-
crita novamente. Quarenta anos depois, volta até a cidade e, novamente, repete as ações da primeira
vez. Conversa com suas fontes, seu familiares, apura sua história. São personagens reais que tive-
ram suas histórias contadas com a responsabilidade essencial ao jornalismo.
O autor Daniel Cornu faz uma ressalva a verdade como conceito máximo no exercício do jornalismo.
Segundo Cornu, faz parte da responsabilidade ética do jornalista o respeito pela pessoa, sendo esse,
talvez, um dos únicos motivos para se deixar de revelar uma verdade. A verdade jornalística é so-
mente aquela que “interessa à sociedade civil e não à esfera privada” (p. 403). “É da natureza da in-
formação dizer a verdade e, contudo, nem toda a verdade é boa para ser dita” (CORNU, 1994,
p.404). Assim, há, na procura da informação, uma necessidade de que o jornalista julgue por ele pró-
prio, o que tem fundo no interesse público e o que não é informação.
O jornalista é responsável por dizer a verdade e o público tem o direito de conhecer a verdade. Antes
de tudo, porém, uma pessoa tem direito a ocultar uma parte irredutível da verdade que só a ela per-
tence. Hiroshima foi uma verdade inconveniente, incômoda e chegou a ser censurada. No Japão, a
reportagem de Hersey foi proibida pelos generais americanos no país.
É parte da responsabilidade jornalística não dizer e mostrar tudo, quando esse “tudo”, estiver afe-
tando o direito da fonte de preservar-se. “No seu trabalho, pela sua atitude, o jornalista tem de dar
provas de contenção, de pudor perante os que se encontram envolvidos em acontecimentos gerado-
res de sofrimentos físicos ou morais” (CORNU, 1994, p.408). Hiroshima reserva aos seus persona-
gens o direito de manter a sua história de certa forma “preservada”. Não escancara aspectos desne-
cessários da vida de seus personagens. Não utiliza as informações de forma irresponsável e não
julga a história de suas fontes.
Cornu culpa ainda a falta de tempo como a principal escurecedora do sentido de responsabilidade
para os jornalistas. É preciso tempo entre a apuração e a difusão da notícia, para que o relato possa
ser construído e venha cheio de sentido e não vazio. Depois do tempo levado para apurar e escrever
a matéria, contava-se que Hiroshima fosse publicado no aniversário de um ano do acontecimento. A
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
revista saiu depois, mostrando a independência editorial total do autor e a preocupação em ter tempo
suficiente para finalizar o trabalho de maneira satisfatória.
A narração, como o autor coloca, não é só uma questão estética, é uma maneira de dizer. As infor-
mações mais dolorosas, cheia de sentimentos, desastres e atrocidades podem ser contados pelos
jornalistas, contanto que essas informações correspondam a fatos que o leitor tem o direito de conhe-
cer. Em virtude da catástrofe que é relatada, Hiroshima possui diversos trechos onde o autor relata as
condições desumanas dos sobreviventes. Relatos como
transtornam os leitores. Mas aconteceram e são verdades que devem ser ditas. A reportagem de Her-
sey ajudou a esclarecer sobre a bomba e mostrou suas reais consequências, e isso é jornalismo.
A objetividade no contexto jornalístico atual tem sido foco de algumas discussões que nos remetem a
uma pergunta: - É possível a objetividade jornalística?
Para fazermos algumas considerações a respeito dessa questão, partiremos de alguns conceitos da
Semiótica e, onde consequentemente, esta análise será apoiada pela Linguística.
Segundo Barthes (1993: 12) “[...] qualquer sistema semiológico repassa-se da linguagem.”
Segundo Orlandi (2002: 15) “[...] o discurso é a palavra em movimento, prática da linguagem: com o
estudo do discurso observa-se o homem falando.”
A imprensa jornalística é feita de diversos discursos; o texto jornalístico abrange vários gêneros textu-
ais. E todo texto é polifônico e dialógico, promovendo interdiscursividade através da heterogeneidade
dos discursos, dialogando com o leitor, buscando agradá-lo, e ao mesmo tempo informá-lo, satisfa-
zendo suas necessidades, indo ao encontro de suas expectativas, criando um “pacto com o público”,
imprescindível para que a imprensa midiática se mantenha.
Problematizar as maneiras de ler, levar o sujeito falante ou o leitor a se colocarem questões sobre o
que produzem e o que ouvem nas diferentes manifestações da linguagem. Perceber que não pode-
mos não estar sujeitos à linguagem, a seus equívocos, sua opacidade. Saber que não há neutrali-
dade nem mesmo nos usos mais aparentemente cotidianos dos signos. (ORLANDI, 2002: 9)
Retornamos, então, a nossa pergunta inicial quanto à objetividade jornalística tão defendida por aque-
les que a constituem. Vista como o principal traço do jornalismo desde os anos de 1950, ou pelo me-
nos como meta a ser alcançada, a objetividade chegou à década de 90 com seu prestígio fortemente
abalado, tanto na academia como na prática jornalística.
Negar a interferência promovida por seu papel de mediador tem sido um elemento de identidade deci-
sivo para os jornais, ocultando interesses empresariais e políticos.
Ao longo do século XX, o jornalismo em nosso país fundamentou sua divisão entre gêneros informati-
vos e opinativos. Sendo que essa classificação levou ao pressuposto de que algumas matérias jorna-
lísticas expressavam a opinião dos outros enquanto outras, isentas e objetivas, apenas retratavam a
realidade. Surgia um novo projeto para o jornalismo brasileiro, e Chrystus afirma:
É interessante notar que, ao mesmo tempo em que se manifesta a confiança no projeto de um relato
mais isento, nesse momento nascente da objetividade, já se reconhece que vários depoimentos so-
bre um mesmo fato são lembrados e descritos de maneiras diversas. Esta sombra, denunciando a
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
impossibilidade do projeto, irá persistir até nossos dias, toldando os esforços do homem de se aproxi-
mar da realidade de forma totalmente objetiva. O que não impedirá de marcar a tentativa sempre fa-
lhada da atividade jornalística moderna. (CHRYSTUS, 2003: 1)
Apesar dos manuais de redação continuarem a advogar a isenção como condição de legitimidade do
jornalismo, difundiu-se o reconhecimento de que as notícias e reportagens são produzidas por meio
da seleção e classificação dos fatos a partir de categorias intrinsicamente ideológicas, normalmente
não explicitadas e frequentemente naturalizadas.
O jornal, enquanto empresa, inserido numa sociedade capitalista, numa disputa constante com outras
publicações pela conquista dos leitores, lança mão de um conjunto de procedimentos denominado
noticiabilidade, sendo ela que vai promover um corte arbitrário no fluxo do mundo cotidiano, ofere-
cendo uma fatia de realidade aos leitores.
O jornalismo se encontra sempre dividido entre a função de informar sobriamente os fatos e a utiliza-
ção dos recursos expressivos para manter a fugidia atenção do leitor, aparentemente sempre tentado
a desviar os olhos da página.
Dessa forma a pretensão do jornalismo em alcançar a verdade de forma objetiva reduz-se a uma ver-
dade retoricamente produzida. Uma retórica que está colocada a serviço do exercício da função tes-
temunhal, uma descrição factual daquilo que um observador viu ou ouviu e passa adiante.
Já dizia Nietzsche (1988: 155) “Não existe fato em si. É sempre preciso começar por introduzir um
sentido para que haja um fato.”
É importante citar outro fator que dificulta a objetividade, que é a enunciação. Conforme Barthes,
Toda enunciação supõe o seu próprio sujeito, quer esse sujeito se exprima de maneira aparente-
mente direta, dizendo eu, ou indireta, designando-se como ele, ou nula, recorrendo a formulações im-
pessoais: trata-se de engodos puramente gramaticais; variando apenas o modo como o sujeito se
constitui no discurso, ou seja, dá-se teatral fantasticamente, aos outros; todos designam formas do
imaginário. (BARTHES, 1988: 27)
O principal do jornalismo é a idéia de alguém narrando algo para outro podendo este “alguém” ser al-
gumas milhares de pessoas ou mesmo milhões. Mais ainda: é sua conexão com o referente, com a
realidade, que o limita e que também lhe dá, em certos momentos, sua grandeza. É um “estar lá”, tal
como a antropologia, recolhendo dados e informações em campo, mas depois retornando a outro lu-
gar para redigir, narrar o que viu - e é na força desta narração que reside a sua força, não meramente
nos dados recolhidos. Segundo Benjamin, “... a narrativa não deve estar interessada em transmitir o
“puro em si” da coisa narrada como uma informação ou um relatório. A narrativa é narrativa porque
ela mergulha a coisa na vida do narrador para depois retirá-la dele.” (SANTIAGO, 1987: 39)
Se os homens narram desde sempre as modulações dessa narração contudo, variaram através dos
tempos. O jornalismo, uma dessas modulações, adquiriu sua feição atual com o advento da empresa
industrial e seu “pacto de leitura” com um público amplo. A imprensa escrita, como a conhecemos, é o
resultado de novas necessidades que emergiram possibilitadas pelo avanço tecnológico da socie-
dade moderna.
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OBJETIVIDADE EM JORNALISMO
A narrativa jornalística procura manter fidelidade à sua herança positivista e sua confiança no resgate
da experiência pela narração. Narração esta com as mesmas características do romance realista do
século XVIII: linguagem simplificada, construção detalhista do relato, gestos e padrão de vida das
personagens, utilização do ponto de vista em terceira pessoa e registro completo dos diálogos, que
serviriam como uma espécie de maquiagem para aproximar a narrativa da realidade. E, apesar do
estabelecimento do fazer jornalístico assemelhado ao fazer científico, surge a idéia do jornalista
como contador de histórias.
A respeito desse paralelo entre ciência e o jornalismo, Barthes coloca de forma clara o papel do dis-
curso:
A objetividade e o rigor, atributos do cientista, com que estão ainda a nos azucrinar, são qualidades
essencialmente preparatórias, necessárias no momento do trabalho e, em função disso, não há razão
alguma para suspeitá-las ou abandoná-las, mas essas qualidades não podem ser transferidas para o
discurso, senão por uma espécie de passe de mágica, um procedimento puramente metomínico, que
confunde a precaução e o seu efeito discursivo. (BARTHES, 1988: 27)
A procura por uma objetividade narrativa já data de muito tempo na história, demonstrada nos discur-
sos de vários grandes historiadores que Barthes analisou, como Heródoto, Maquiavel e outros. Se-
gundo Barthes:
A nível de discurso, a objetividade - ou carência dos signos do enunciante - aparece assim como uma
forma particular de imaginário, o produto do que se poderia chamar de ilusão referencial, visto que o
historiador pretende deixar o referente falar por si só. Essa ilusão não é exclusiva do discurso histó-
rico: quantos romancistas - na época realista - imaginam ser “objetivos” porque suprimem no discurso
os signos do eu! (BARTHES, 1988: 149)
A questão da enunciação é um fator decisivo no processo narrativo, visto que o sujeito da enunciação
é responsável pelo sentido, nenhuma escrita é inocente, gerando assim uma não-objetividade dos
textos jornalísticos e seus diversos gêneros.
Há de supor que o entrave maior a essa almejada imparcialidade e neutralidade é a essência hu-
mana, de sujeitos produto e produtores sócio-históricos e ideologicamente situados nos diversos dis-
cursos que permeiam nossa vida.
Acreditamos que essa discussão sobre a objetividade jornalística ainda se estenda por mais tempo
entre os estudiosos do campo do jornalismo. Muitos já se encarregaram de demonstrar que boa parte
das pretensões da objetividade não passava de ideologia ou, na melhor das hipóteses, de reflexo de
um modelo epistemológico superado.
Esperamos que eles encontrem uma via de ação da imprensa jornalística que resgate principalmente
as questões éticas tão essenciais para nossa dignidade humana.
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ÉTICA
Ética
Normalmente, as categorias profissionais não gostam de debater os problemas éticos de sua profis-
são. Os motivos variam. Uns porque consideram que qualquer referência à ética seria uma intromis-
são externa ao agir do profissional. Outros porque identificam a questão com os códigos de ética de
suas categorias. Outros, ainda, porque acham que o indivíduo, depois que adquiriu a liberdade, deve
reger-se por sua consciência, sem nenhuma referência externa a si próprio. Por fim, existem aqueles
que identificam a questão ética com a questão religiosa e se recusam a admitir ingerências na sua
atuação.
É verdade que a questão ética e deontológica traz uma série de problemas para o indivíduo em parti-
cular e uma categoria em geral. No caso dos jornalistas, o profissional, muitas vezes, vê-se diante do
problema da dupla fidelidade: à sua consciência (ou ao seu esquema de valores e crenças) e ao veí-
culo onde trabalha. Pode acontecer uma tensão irreconciliável, obrigando o indivíduo a tomar uma
decisão que, muitas vezes, pode lhe custar o emprego.
A perfeita conciliação desta dupla fidelidade deve ser um processo constante na vida do profissional.
Outro problema que aparece, quando nos voltamos para a questão ética e deontológica, é a confusão
entre ética e legislação. Embora estejam intimamente relacionadas, estas duas realidades não se
identificam. A ética situa-se no âmbito dos princípios gerais, diz respeito aos valores afirmados e vivi-
dos pelas pessoas. A legislação situa-se no âmbito do direito positivo, no estabelecimento de normas
de conduta discernidas num consenso social. A legislação é particular, provisória até. A ética é geral
e está num plano que lhe permite, inclusive, julgar a legislação. Ela é o critério de julgamento e o fun-
damento próprio das leis. É por causa dela que muitas leis são transgredidas e, até, suprimidas e
substituídas por outras.
Ainda no plano introdutório, é importante notar algumas atitudes, existentes no meio, sobre a questão
deontológica e sua obrigatoriedade. Uma primeira atitude considera as questões deontológicas como
um assunto pessoal. Os princípios do Código de Ética são suficientes. O profissional, na sua conduta
pessoal, retira dos códigos deontológicos de sua profissão os critérios de ação, adaptando-os às cir-
cunstâncias e à sua realidade concreta.
Uma segunda atitude é aquela que não deseja deixar o indivíduo sozinho frente à sua responsabili-
dade ética, pelo fato de estar submetido a pressões e solicitações cada vez mais fortes. No caso do
jornalista, o meio circundante, os grupos de pressão, políticos e empresariais, procuram cooptá-lo de
todas as formas. A resistência não deverá ser individual, mas coletiva. O nível do tratamento do pro-
blema será o do jornal ou o da emissora de rádio e/ou televisão.
A terceira atitude situa a questão e a reflexão no âmbito do coletivo. Aceitando-se que todos os jor-
nais enfrentam problemas similares, devese estender o problema para a questão da responsabilidade
das direções. Jornalistas e empresários devem assumir conjuntamente o debate sobre o problema da
deontologia jornalística
Por fim, uma quarta atitude amplia ainda mais o debate. O problema não pode ser deixado somente
aos jornalistas e suas categorias. Com efeito, não serão os jornalistas e as empresas jornalísticas os
únicos responsáveis pelos desvios de conduta da profissão. Estes desvios afetam, em primeiro lugar,
o público e, mais globalmente, a sociedade. Noutras palavras, ao funcionamento da democracia. É
normal, portanto, que o público, ou ao menos parte dele, tenha seu lugar nos debates e formas de
análise dos meios, que vierem acontecer.
É óbvio que esta última posição tenha a simpatia daqueles que questionam as grandes tendências de
evolução nas instituições. Esta concepção não exclui os níveis anteriores: pessoal, setorial e empre-
sarial, visto que os integra como dimensões constitutivas da reflexão e do debate sobre os meios e o
tratamento da informação. Mas, ela apresenta a vantagem de assentar-se sobre a relação jornalista-
público e, mais além, na relação meios-sociedade civil.
A caminhada que se inicia pretende discutir o problema da ética da comunicação buscando alguns
elementos que sejam comuns a todos, e que possam fundamentar a ação do profissional jornalista no
campo da comunicação.
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ÉTICA
O primeiro ponto traz à baila a questão da importância da ética e sua crise no mundo contemporâneo.
A pergunta é: afinal, o que está em crise? O que é crise, e como pode ser entendida hoje?
Em seguida proceder-se-á à distinção entre ética e legislação. A ética e a questão do direito natural e
o direito positivo serão discutidos, buscando seus pressupostos.
O terceiro ponto da caminhada é a discussão dos princípios gerais da ética e o processo da criação
das normas éticas.
Na mesma linha, o quinto ponto vai tratar da relação entre informação e ética.
O sexto ponto, por sua vez, abordará a relação da ética com os meios de comunicação social.
O sétimo aspecto a ser contemplado será o problema dos direitos humanos e os meios de comunica-
ção.
Retomando o problema, o oitavo passo analisará o código de ética dos comunicadores, tanto nacio-
nais quanto internacionais.
Por último, dois pontos centrarão a nossa atenção: a comunicação e a informação na Constituição
Federal do Brasil e os problemas atuais de ética da comunicação. Este último aspecto será objeto de
uma discussão plenária.
Feitas estas considerações iniciais, podemos nos deter no esclarecimento de alguns conceitos funda-
mentais.
Inegavelmente, vivemos hoje um tempo de crise. Por isso, esse conceito é utilizado para definir o
mundo contemporâneo. Se olharmos a história da humanidade, os seres humanos sempre viveram
em crise. Entretanto, parece que hoje essa realidade se torna mais palpante, mais abrangente, pois
se fala de uma crise global, que inclui estruturas, ideologias e cosmovisões. Aceita-se, por exemplo,
que o mundo contemporâneo assiste a uma crise de paradigmas, quando as chaves de interpretação
da realidade, comumente aceitas por todos, perderam a sua consistência e capacidade de fornecer
ao ser humano os parâmetros dentro dos quais deve agir, pensar e viver.
Isso está ligado ao fato de que vivemos num tempo de profundas, grandes e aceleradas transforma-
ções, tanto das estruturas quanto do próprio ambiente. Além disso, o pluralismo vivido, antes desco-
nhecido, coloca-nos num estado de insegurança e de confusão. As perguntas são maiores e mais
profundas que as respostas.
A crise ética envolve não só a não aplicação da norma, mas a própria validade da norma
Entretanto, quando se fala de uma crise ética, ou de uma crise moral, necessário se faz que se escla-
reça o sentido dessa crise. Parece que, quando se fala de crise ética, não se está apenas falando do
não cumprimento de uma norma, mas da validade mesma da norma. Esse último sentido aponta para
a gravidade do problema. Portanto, tal problema não será resolvido pura e simplesmente pelo au-
mento da regra e da norma.
Uma situação de crise possui uma dupla perspectiva:a) negação de valores e b) descobrimento de
novos valores.
Para melhor situar o problema, vamos acompanhar Tony Mifsud4 , na sua reflexão sobre a crise mo-
ral da sociedade contemporânea. Para ele, o termo crise relaciona-se com a configuração conver-
gente de três elementos: novidade – destruição – busca. Frente a uma situação nova, destrói-se uma
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ÉTICA
explicação e se exige a busca de um novo esquema explicativo5 . Esquema esse que dê conta da
nova situação e que forneça elementos suficientes para que ela possa ser explicada e entendida. O
questionamento do esquema vem da própria situação nova, exigindo e esperando uma formulação
diferente para explicar a situação presente.
Portanto, uma situação em crise possui uma dupla perspectiva: a) o negativo ou a involução, en-
quanto que a destruição envolve a negação de valores perenes ligados a um esquema explicativo su-
perado; e b) o positivo ou a evolução, enquanto que a busca inerente à mudança produzida comporta
o descobrimento de novos valores ou uma distinta expressão dos valores perenes.
Supera-se a visão trágica da crise que se alimenta da saudade, e se assume o desafio de construir o
presente a partir de um passado relevante.
Segundo Mifsud, essa distinção é muito importante, pois permite que se enfrente e se entenda uma
situação de crise com um critério de discernimento capaz de denunciar a deterioração dos valores,
mas, ao mesmo tempo, permanecer aberto para o reconhecimento de novos valores ou sua nova ex-
pressão. Com isso, a visão patética, trágica, da crise, que se alimenta da saudade e tenta negar o
presente em nome do passado, seja superada. Ao contrário, assume-se o desafio de construir o pre-
sente a partir de um passado relevante, com vista a integrar o novo num futuro mais de acordo com a
dignidade humana.
Desse modo, diante do mundo de contrastes, o ser humano descobre elementos que possam ajudá-
lo a discernir o melhor no momento. Isto é, frente à pobreza escandalosa de milhões, cresce a consci-
ência da dignidade humana; diante do individualismo, aumenta a convicção da necessidade de soli-
dariedade. Por sua vez, o clima de violência irracional faz com que se multipliquem os esforços e os
movimentos pela paz.
na sociedade atual é o próprio homem moderno. Para muitos, ele é um homem sem rumo, perdido e
sem sentido. As análises sociais feitas detectam um vazio, uma solidão. Em termos gerais, o homem
moderno é caracterizado como um ser com medo, ansioso, agressivo, padecendo de uma insatisfa-
ção radical.
Pois bem, Mifsud afirma que, sem negar a legitimidade de tais afirmações, é de suma importância
perguntar-se se tal descrição responde a todo o universo humano da sociedade, ou apenas a alguns
setores dela9 . E responde dizendo que, quando de fala de crise do homem moderno, corre-se o pe-
rigo de confundir o homem burguês com o homem moderno, generalizando indevidamente a descri-
ção crítica desse homem.
O que está em crise é o homem burguês. Um projeto de vida burguês. A crise é de um tipo de socie-
dade e um ideal de homem.
Mas, o que ele entende por homem moderno? Para Mifsud, é aquela pessoa ou grupo humano que,
ao mesmo tempo, é protagonista e vítima da sociedade de consumo. Entendendo o consumo não só
como meio mas também como fim. Sua razão de existir fundamenta-se no ter e acumular. Seu ideal é
a abundância material dentro de uma sociedade onde impera o direito absoluto e indiscutível da liber-
dade em benefício próprio. Pois bem, para esse burguês, o dinheiro torna-se instrumento de prote-
ção, segurança e fuga frente à vida. O dinheiro é o único critério de valorização do ser. Somente ga-
nham existência e reconhecimento aqueles que podem apresentar-se com dinheiro.
Nessa linha,
a essência da atitude burguesa é o medo pela vida. O burguês é um pessimista metafísico, que subs-
tituiu a ascética incômoda pela ascética do conforto e da diversão. Po isso, evita toda ação apaixo-
nada e decidida. Cria para si um mundo isolado, protegido pela ignorância voluntária e afetada, pelo
consumo e pela polícia e pelo exército. A indiferença é um elemento de sua postura. Mais ainda, este
espírito burguês, digamos caseiro e pacífico, é capaz das mais cruéis repressões, caso veja amea-
çada a sua tranqüilidade ideológica e econômica.
Portanto, quando se fala e se interroga sobre a crise do homem e da sociedade, convém esclarecer
que o que se encontra em crise é um tipo de sociedade e um ideal de homem. Até parece que a soci-
edade de consumo atingiu o seu ponto de desencanto e, desde várias perspectivas, estão surgindo
algumas propostas alternativas.
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ÉTICA
Mifsud aponta, ainda, a pobreza crescente, tanto no continente quanto no mundo inteiro, como outro
sinal de uma sociedade em crise. O projeto posto em prática é excludente. Aquelas parcelas da soci-
edade e aqueles povos e nações que não se enquadram nem como produtores nem como consumi-
dores são de antemão excluídos, e ninguém se interessa com os seus destinos. O progresso, cada
vez maior, não vem acompanhado da justiça e da equidade. O bem comum, os direitos fundamentais
do ser humano, estão subordinados aos interesses setoriais de grupos privilegiados.
Não basta detectar a crise, é necessário apontar as causas. Três eixos explicativos: imoralidade, per-
missividade e amoralidade
Entretanto, não basta detectar a crise. É importante descobrir as chaves de interpretação dessa crise,
buscando sua causa para encontrar pistas de solução. Nesse particular, Mifsud, de todas as explica-
ções dadas, recolhe três eixos explicativos: a imoralidade, a permissividade e a amoralidade.
A primeira interpretação é quantitativa, quando se considera que a sociedade é mais imoral que an-
tes. Portanto, o problema se explica pelo aumento da imoralidade nos nossos dias. Entretanto, a
questão do mal moral não pode ser reduzido a um mais ou menos. Mesmo que isso fosse verdade,
ainda falta explicar os motivos de tal situação.
Desse modo, segundo Mifsud, o nascimento do homem amoral se constitui numa das raízes mais
profundas da involução ética em nossa sociedade. Ao mesmo tempo, existe uma dimensão evolutiva
da crise que aponta para uma mudança na sensibilidade ética. Busca-se uma nova projeção valora-
tiva sobre a sociedade. Portanto
Se a involução ética destaca uma menor sensibilidade valórica, a evolução ética destaca uma mu-
dança na estimativa valórica. Estes dois aspectos configuram uma situação de crise: a) permanecer
na involução, fecha a abertura para o futuro com uma estéril saudade do passado, b) reconhecer a
evolução, abre o caminho para o futuro recuperando aquilo que é valioso do passado e construindo
sobre o presente.
uma situação de crise traz em si mesma a semente do caminho que conduz à sua superação. A di-
mensão evolutiva denota uma reação de protesto contra a dimensão involutiva, já que se ressaltam
os valores negados na situação presente.
Portanto, diante da situação, urge que se tenha discernimento para distinguir entre as duas situações:
involução e evolução. Somente assim se evitará de rechaçar em bloco toda a situação contemporâ-
nea. É importante que se saiba denunciar o desmoralizante e aprofundar no surgimento de uma nova
sensibilidade. Esse é modo de se superar as duas atitudes extremas: um pessimismo patético sobre
o presente e um otimismo ingênuo frente ao moderno.
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ÉTICA
O debate sobre a ética da comunicação se situa nesses parâmetros. Por um lado, deve-se denunciar
tudo aquilo que significa desmoralização, abuso e negação de valores universais. Por outro, deve-se
identificar os sinais de evolução, buscando novas perspectivas e novos valores para o trabalho diário.
É desse debate e desses parâmetros que se depreende a importância da ética para o atuar do profis-
sional da comunicação.
Como vimos acima, se advertimos uma crise no campo da ética em geral e da ética da comunicação
em particular, tal fato se deve mais a uma crise da própria sociedade e de uma visão de homem que
se tem. Isto é, o que está em crise é o homem burguês e não o homem moderno como um todo.
Tal fato, vincula decisivamente a questão da ética da comunicação com a sociedade. A sociedade se
constitui na e para a comunicação18 . É a partir de uma comunicação adequada que se pode desen-
volver uma sociedade sadia, livre e soberana. O pressuposto fundamental da democracia é a possibi-
lidade de comunicação. Esta é a posição, por exemplo, de Guillermo Hoyos Vásquez19 . Por isso,
considerando que a comunicação é a condição primária e constituinte do ser humano e de sua digni-
dade, pode-se afirmar que o direito à comunicação é um direito de ser.
O ser humano é e está em comunicação. Para poder relacionar-se e trabalhar coletivamente no de-
senvolvimento social e na construção da história, os seres humanos criam condições de comunicação
cada vez mais sofisticadas. Portanto, a comunicação é um fato (existe desde o momento da homini-
zação, do brotar da consciência) e uma necessidade social (sem ela não existe ser humano, não
existe consciência, não existe sociedade). É a comunicação, e seus diversos processos, que possibi-
lita que o imenso patrimônio cultural da humanidade possa ser distribuído, socializado.
Desse modo, caso a comunicação não possa ser estabelecida livremente na sociedade, a própria so-
ciedade humana tem a sua constituição ameaçada. Defender a vida social é defender o estabeleci-
mento de uma comunicação que possa ser acessível a todos, onde a verdade e a liberdade sejam o
apanágio. Daí que o primeiro critério para se julgar a saúde de uma sociedade seja a análise dos
seus fluxos comunicativos. Uma sociedade em que parcelas consideráveis de seus integrantes este-
jam de antemão excluídas dos processos comunicativos é uma sociedade moribunda e destinada a
morrer. Uma sociedade que concentra seus recursos comunicacionais nas mãos de grupos seletos
não pode pretenderse livre, soberana e democrática.
Ora, é aqui que entra a questão da ética da comunicação. De um lado, ela se vincula ao ser próprio
do homem. Isto é, é o ser humano, enquanto ser ético e semiótico, que procura desenvolver uma co-
municação pautada nos valores éticos universais. Por isso, surge a exigência de que a comunicação
que se faça e se estabeleça esteja alicerçada nos valores éticos universais de justiça, solidariedade e
reciprocidade.
Por outro lado, ela acompanha os gestos concretos do ser humano, padecendo de suas ambigüida-
des e ambivalências, exigindo dele um constante questionar-se sobre a lisura de suas ações e a pu-
reza de suas intenções.
Ao mesmo tempo, procurando garantir preventivamente a saúde social, trabalha no sentido de se es-
tabelecer condições justas de comunicação para todos. Defende, portanto, o direito de todos a uma
comunicação correta e verdadeira. Desse modo, examinando os vasos comunicantes sociais, os de-
sobstrui e faz com que todos os segmentos sociais tenham possibilidade de fazer ouvir a sua voz no
concerto da sociedade.
Essa situação nos leva para um outro ponto da questão ética. A sua relação com a informação.
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ÉTICA
A comunicação social se vê levada por um duplo dinamismo que favorece o desenvolvimento e co-
manda a orientação: os interesses particulares dos profissionais ou usuários da comunicação, e o
bem geral da própria comunicação enquanto serviço público.
O projeto ético deve elaborar, aprofundar a compreensão integral dos objetivos da comunicação so-
cial, propor e fundar os valores éticos que daí derivam, em tudo analisando as condições concretas
de sua realização no interior das tensões, e mesmo dos conflitos de interesses, bem como das coa-
ções que existem dentro do sistema técnico dos meios.
Devemos partir do princípio que a comunicação social é uma das dimensões-chave, fundamentais
mesmo, da pessoa humana. Dependendo do modo como ela é manejada, poderá servir de instru-
mento de despersonalização. Daí a necessidade de uma proposta ética, que se impõe hoje como ta-
refa e desafio. Será que a sociedade em geral e os jornalistas em particular serão capazes de res-
ponder a este questionamento ético.
Quando se fala em Meios de Comunicação Social, está-se referindo àqueles que apresentam grande
idoneidade de comunicação, pronunciada tecnicidade e relevante papel de socialização. A pessoa
humana deve situar se frente a estes meios de forma positiva, visto ser a comunicação social uma de
suas dimensões fundamentais. Por outro lado, deve realizar um discernimento ético, ressaltando os
aspectos positivos – que devem ser realizados – e os aspectos negativos – a serem evitados – apre-
sentados por tais meios.
Consoante isso, alguns valores éticos aparecem como devendo ser realizados na Comunicação So-
cial em geral, e no jornalismo em particular. Estes valores serão ao mesmo tempo metas a atingir, cri-
térios de juízo para os meios de comunicação e chaves de leitura para a sua atuação.
O ser humano é a norma no uso dos Meios de Comunicação Social. Deste modo, todo e qualquer
princípio moral referido a estes meios deve se apoiar na dignidade e no valor da pessoa humana, que
se realiza no âmbito da comunicação.
A humanização, por sua vez, é a meta dos Meios de Comunicação Social. Tendo o bem comum
como valor decisivo, tudo o que os meios de comunicação realizam deve passar pelo seu crivo. Será
bom, na medida em que servir para o bem comum e for útil para a vida e o progresso da comunidade.
• emissor: todos os profissionais devem esforçar-se por adquirir, de acordo com sua consciência e
responsabilidade, a capacitação necessária para melhor exercer a sua profissão;
• receptores: devem buscar uma capacitação adequada para uma leitura crítica dos meios de comuni-
cação social.
Toda comunicação deve estar ajustada à lei fundamental da sinceridade, da honradez e da verdade.
Aqui não bastam a boa intenção e a boa vontade, para que a comunicação seja honesta. É imperioso
que a comunicação difunda os fatos a partir da verdade. A estima e o valor moral da comunicação
não nascem apenas do seu conteúdo e do ensino teórico, mas também do motivo que o determina,
do modo e da técnica de expressão e persuasão, das circunstâncias e da própria diversidade das
pessoas às quais se dirige.
Equilíbrio entre formação, informação e recreação deve ser uma meta a ser perseguida pelos meios
de comunicação. Estes podem e devem dar uma ajuda enorme no campo da educação, da promoção
e extensão cultural, da arte e do folclore, da diversão e do entretenimento. Ao mesmo tempo, devem
orientar as pessoas para que realizem, de maneira equilibrada, essas dimensões em suas vidas.
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ÉTICA
A comunicação social é o ambiente propício para construir uma pessoa humana consciente e crítica.
Esta deve ser uma tarefa a ser realizada, principalmente frente à tentação de se formar indivíduos
acríticos e passivos.
Liberdade de Comunicação, dentro de uma ordem jurídica estabelecida de modo justo, é condição
para a realização plena dos meios de comunicação. O direito à liberdade se impõe na comunicação
porque está enraizado na própria condição humana. Como ser social, o ser humano sente a necessi-
dade imperiosa de expressar seus pensamentos e confrontálos com os demais.
Ao lado destes valores, existem alguns aspectos negativos a serem evitados. Tais aspectos já foram
sobejamente denunciados, com profissionais e empresários da comunicação alertados à saciedade
sobre o assunto. Tais aspectos são: poder manipulador dos meios de comunicação social; vinculação
indevida a grupos econômicos que controlam a comunicação social; (de)formação de uma pessoa
adaptada ao sistema
» Ética da informação
Destes aspectos, deriva a dimensão ética de alguns pontos que se mostram mais influentes. Tais
pontos são: a informação, a publicidade e propaganda, e a opinião pública.
Estes pontos dizem respeito, também, ao trabalho do profissional do jornalismo. Também o aspecto
da publicidade, muito embora concirna mais aos publicitários, deve estar no horizonte do interesse
ético do jornalista.
Ética da Informação
comum. Mais que um direito individual, é uma exigência do bem comum, pois a sociedade, para o
seu bom funcionamento e existência, necessita ser informada. Tanto os indivíduos quanto os grupos
sociais são os sujeitos de tal direito.
Todos os legítimos interesses dos grupos e indivíduos são abarcados pelos âmbitos deste direito.
Não obstante isso, ele também comporta limites quando se depara com outros direitos, tais como:
No que diz respeito às Exigências objetivas da informação: o direito à informação, quanto a seu ob-
jeto, postula que a informação seja sempre verdadeira e, quanto ao seu modo, honesta e convin-
cente, visto que se deve respeitar as leis morais e os direitos da pessoa, tanto na obtenção quanto na
difusão da notícia.
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ÉTICA
Estas exigências nem sempre são respeitadas, encontrando-se formas de atentar contra elas. Desta-
camos algumas:
O sensacionalismo: consiste em distorcer os fatos mediante a acentuação dos aspectos que provo-
cam reações emocionais, não racionais, na linha de uma exacerbação desproporcional do interesse.
Os silêncios: consiste em suprimir determinadas informações, cujo conhecimento poria em dúvida o
quadro ideológico sustentado pelos detentores dos meios de comunicação social.
A mistura de fatos e juízos de valor: consiste em intercalar, dentro da descrição dos fatos, juízos de
valor, seja dando-lhes um caráter de realidade, seja orientando o pensamento do usuário sem que
esse possa dar-se conta. Mesclar notícias com sua interpretação ideológica, apresentando esta como
parte integrante dos fatos expostos, é uma forma imoral de dar caráter objetivo ao que somente pos-
sui um valor subjetivo e relativo.
Rumores sem base: consistem em fazer eco de rumores que, pelas características de seu conte-
údo, não são passíveis de comprovação.
Manipulação do passado: consiste em realizar uma apresentação do atual como uma repetição do
passado, quando este traz consigo, na mentalidade das pessoas, ressonâncias positivas ou negati-
vas na linha de preconceitos.
O engano: Trata-se de todo falseamento da realidade. Hoje ele se apresenta sob três formas: .
Apresentar como descobrimentos científicos o que não passa de puras idéias, opiniões ou simples
hipóteses de trabalho, ainda sem comprovação científica; Apresentar como reportagens autênticas
aquilo que não é outra coisa senão imaginação do autor; Quando de adota um tom de marcada,
ainda que aparente, imparcialidade mas, de fato, se está apresentando afirmações claramente parci-
ais ou interesseiras.
Generalização de fatos parciais: consiste em generalizar abusivamente fatos que, por sua natureza
e características, são individuais.
Esta pode ser feita diretamente ou apresentando séries de notícias, de tal maneira que o próprio
usuário generalize. Tanto pode ser positiva (criar estereótipos favoráveis de uma realidade pessoal
ou grupal) quanto negativa (criar estereótipos desfavoráveis a esta mesma realidade). Em todo o
caso, a finalidade da generalização abusiva é fazer com que as unidades que integram essa reali-
dade recebam, a priori, um juízo favorável ou adverso, pelo simples fato de a ela pertencer
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ÉTICA
É importante fazer uma distinção entre informação e a publicidade e propaganda. De acordo com a
sociologia, entende-se por publicidade e propaganda a apresentação ao público de fatos – reais ou
supostos – argumentos e opiniões, organizados de tal maneira, que induzam a conclusões favoráveis
aos interesses de quem os apresente. A informação, por sua vez, é a pura e simples relação de fatos
em todos os domínios, reduzindo-se, ao mínimo, os resíduos de subjetivismo inerente a todo teste-
munho.
• Necessidade da propaganda: Ela é fundamental pelo fato dos seres humanos viverem numa socie-
dade pluralista. Por isso, é um modo de afirmar a pluralidade de opções e de orientar as preferências
dos indivíduos.
• A liberdade de propaganda dos indivíduos e grupos é inerente a seus direitos de liberdade de pen-
samento e de expressão.
• Bem comum: Este é a justificação ética da propaganda. Tanto a sua finalidade quanto seu método
devem respaldar a dignidade da pessoa e servir à verdade.
• Riscos de uma propaganda manipuladora. Muitas vezes, a propaganda atenta contra o bem comum
e impede a livre expressão, deforma a verdade ou infunde preconceito na mente das pessoas, difun-
dindo meias verdades o discriminando-as de acordo com o fim preestabelecido ou passando por alto
sobre verdades importantes.
• Eticidade dos conteúdos, dos meios e dos métodos. Toda propaganda deve ser julgada por seus
métodos, conteúdos e meios. O conteúdo não pode ser anti-ético. Seus meios não podem custar
mais que os bens que deseja conseguir. Os métodos devem respeitar a dignidade do adversário e a
crítica do público.
Sendo um dos fatores condicionantes da vida social, pergunta-se: Pode haver ética neste terreno?
Tal pergunta questiona o ethos global da nossa sociedade.
• Razão e condição da publicidade: Ela permite a socialização do conhecimento dos bens e serviços
a serem adquiridos para satisfazer as necessidades do público consumidor. Ao mesmo tempo em
que promove uma ampla distribuição dos produtos, ajuda no desenvolvimento da indústria. Tudo é
meritório desde e quando se respeite a liberdade de eleição da pessoa e leve em conta a verdade.
• A publicidade é nociva:
· Quando divulga artigos nocivos ou totalmente inúteis ou quando se fazem falsas promessas nos
produtos que se vendem.
· Quando são criadas falsas necessidades na família e na pessoa, incitando-os a adquirir bens de
luxo, cuja aquisição possa impedir que as necessidades realmente fundamentais sejam atendidas.
· Quando, sem nenhum recato, explora os instintos sexuais, afetando de tal maneira o subconsciente
que põe em perigo a própria liberdade dos compradores.
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ÉTICA
. o próprio estilo destes anúncios traz consigo o perigo de que o público pense que os MCS não têm
outro objetivo que estimular as necessidades humanas para propagar o uso de qualquer produto;
. a própria liberdade destes meios pode perigar por pressão dos meios econômicos;
. como os MCS estão apoiados numa economia, somente subsistirão aqueles que consigam maiores
ingressos da publicidade.
A opinião pública é patrimônio de toda sociedade normal composta por pessoas que, conscientes de
sua conduta pessoa e social, estão ligados intimamente com a comunidade da qual formam parte. Ela
é característica e propriedade da sociedade humana, pois nasce do fato de que cada pessoa, espon-
taneamente, esforça-se para apresentar aos demais seus próprios sentimentos, opiniões e afetos, de
maneira que acabam tornando-se em opiniões e costumes comuns.
Uma correta compreensão e uma adequada função da opinião pública devem ser iluminadas por al-
guns critérios éticos. Destacamos:
• A liberdade de expressão. É o ponto de partida necessário para a formação de uma reta opinião pú-
blica. Todos devem poder apresentar suas idéias e opiniões, confrontando-as com os demais.
• Todos devem concorrer para a formação da opinião pública. Esta é tarefa de todos os cidadãos,
sem exceção. O profissional dos meios de comunicação em geral, e o jornalista em particular, joga
um papel importante na criação da opinião pública quando expressa sua própria opinião pública.
• Discernimento de uma autêntica opinião pública. Não é toda opinião que, pelo simples fato de ser
bastante difundida e afetar a muitos, deve e pode ser considerada, sem mais, uma opinião pública.
Além disso, a opinião da maioria nem sempre é a melhor nem a mais coerente com a verdade. Por
outro lado, a opinião pública varia muito e está exposta aos vaivéns das massas. Deste modo, não se
deve adotar, com ligeireza, as opiniões que estão na moda, na boca de todos. Pode, inclusive, acon-
tecer que exista razões que aconselham a opor-se a elas.
• Riscos da manipulação da opinião pública. Ela pode ser instrumentalizada por interesses alheios ao
bem das pessoas e da comunidade. Apontam-se três caminhos de manipulação da opinião pública:
aproveitamento dos estereótipos, distração e uso das emoções irracionais dos sentimentos, etc...
• A opinião pública deve ser tida em conta, visto que manifesta o sentimento e o desejo de um povo.
À guisa de conclusão deste ponto, podemos dizer as normas deontológicas encontram seus funda-
mentos nos princípios éticos. A deontologia, como concretização de princípios éticos universais, pen-
sam o ser humano como profissional, enquanto exercendo uma profissão. Também o jornalista, no
seu agir cotidiano, afirma princípios éticos e pauta a sua atuação por códigos deontológicos aos quais
ele adere conscientemente e por compromisso de classe.
Por isso, agora é o momento de, à luz de tudo o que vimos, debruçarnos sobre alguns dos códigos
deontológicos de nossa profissão.
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
É evidente o poder que a comunicação possui nas relações do homem com o mundo. Sem todos os
seus sinais, meios e formas, a evolução jamais aconteceria e atingiria o status atual. Dos símbolos à
era da internet, não faltaram modificações em suas quatro etapas: corporal, oral, escrita e tecnoló-
gica. O que elas têm em comum? Todas são atreladas a um aspecto maior, o social.
Como leitura e releitura do mundo, já que se molda totalmente às necessidades humanas, a comuni-
cação social surgiu com o objetivo de englobar todos os meios de informação, entretenimento e per-
suasão do público, bem como estudar seu funcionamento, causas e consequências. Embora seja
uma área do conhecimento extremamente estruturada, o histórico da comunicação social ainda é re-
lativamente novo, com consolidação entre as décadas de 1940 e 1970.
Para os pensadores Karl Marx e Friedrich Engels, os primeiros a estabelecer um sentido mais amplo
de comunicação social, o papel da imprensa deveria ser de renovação e democratização dessa infor-
mação que causaria sérios impactos nas relações humanas: "um dos elementos centrais [da comuni-
cação social] diz respeito à visão crítica da realidade, capaz de evitar a alienação das pessoas em
relação ao momento e à conjuntura nos quais se encontram inseridas".
Numa perspectiva ideológica, os meios de comunicação cresceriam com a evolução do mundo e te-
riam um papel libertário, acabando com o monopólio da informação. Tal debate se fortaleceu com o
funcionalismo, que teve seu advento nos Estados Unidos e começou a estudar o quanto o processo
de comunicação influenciava nos preceitos das sociedades. Sob esse ponto de vista, avaliavam-se as
grandes revoluções, as guerras e conflitos, sobretudo pela forte persuasão política.
De modo geral, com o conhecimento e novas informações, a "massa" começou a ter noção da infor-
mação e ir além da linha dominante. O jornalismo como papel social começou a se estabelecer como
fonte não padronizada, visando abordar "os dois lados da moeda". Se na comunicação escrita ainda
era complexo (e praticamente impossível) para grande parte da sociedade ler e interpretar as informa-
ções, com o advento das novas mídias, a imprensa atingiu novos parâmetros e reestruturou total-
mente a comunicação – seja com o rádio, o cinema ou a televisão.
Foi a partir da década de 1960 que muitos estudiosos iniciaram um estudo global da comunicação so-
cial, considerando toda a metodologia histórica, do surgimento ao momento atual. Com a televisão
em alta e seu grande poder de informação, várias correntes voltaram seus olhares ao fenômeno so-
cial da comunicação – que atingiria seu boom futuramente, na era digital.
A Comunicação De Massa
Disposta em estudos de grandes pensadores como Umberto Eco e Jean Baudrillard, a comunicação
de massa tem estrita ligação com o conceito de indústria cultural, cunhado por Theodor Adorno e Max
Horkheimer, membros de uma instituição alemã conhecida como Escola de Frankfurt. Do ponto de
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
vista crítico ao capitalismo, Max e Adorno são responsáveis pela primeira corrente que analisa a rela-
ção dos meios de comunicação com o consumo, pela manipulação e alienação.
Seguindo a lógica do dinheiro, todo produto cultural voltado à comunicação de massa tem viés merca-
dológico e sempre atenderá aos interesses da maioria, da elite dominante, em que a televisão é um
dos mais criticados. Todavia, é importante analisar que o auge dos estudos de Max e Adorno se de-
ram na época do fascismo na Europa e da ascensão do capitalismo no mundo, em que a mídia es-
tava atrelada à política e seus interesses.
Para se ter noção desse cenário, segundo Baudrillard, um dos maiores críticos às tendências da co-
municação de massa, "a televisão é vista como uma possibilidade de destruição da educação, da cul-
tura e da sociedade".
Esses pontos de vista "negativos e pessimistas" de muitos estudiosos podem assustar, mas é interes-
sante analisar todas as vertentes para formar uma opinião concreta e embasada. Se por um lado
existe esse papel "manipulador", como é dito por eles, ainda há de se considerar o parâmetro libertá-
rio de todos os meios da comunicação social. Em uma análise atual, com a internet a informação se
tornou mais democrática e descentralizada, abrindo espaço para diferentes visões e canais indepen-
dentes.
A questão é compreender se, como meio de comunicação social, a web é capaz de levar a transfor-
mações positivas e realmente acabar com o monopólio da informação – fato sempre criticado por
muitos pensadores em relação ao jornal, rádio e TV. Eis a grande discussão que pode ser abordada
em muitas teses, artigos e trabalhos.
Ter noção de tudo sobre comunicação social é um exercício que rende horas e horas de estudo, já
que essa área abre margem para muitas interpretações. Parece muito complicado entender os princi-
pais aspectos, mas pode ter certeza que é bastante instigante conhecer o assunto sobre outros ângu-
los e associá-lo ao cenário midiático que vivemos atualmente.
É indicado recorrer a uma série de periódicos e materiais primorosos para entendero que é comunica-
ção social em toda sua estrutura. Cursos online com certificado são indicações interessantes, pois
podem ser acessados quando e onde você quiser, além de mostrarem tópicos sucintos, diretos e fá-
ceis de compreender.
Sobre os meios de comunicação social, podemos defini-los como os meios heterogêneos e massivos
de informação, como:
Sonoros: rádio
Entre os maiores exemplos de canais de comunicação social mundial, podemos destacar veículos
como o The New York Times, CNN e Viacom (Estados Unidos), BBC (Reino Unido), Mediaset (Itália),
Televisa (México). Já no Brasil os mais famosos são o Grupo Abril, Grupo Bandeirantes, Grupo Folha,
Grupo Globo e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Eis o ponto chave de nossa discussão. Obviamente, a ética é essencial para a comunicação social e
os veículos "mass media" tem como obrigação apurar, investigar e informar de modo imparcial para
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
que a partir da notícia o receptor tire suas próprias conclusões. No Brasil, por exemplo, o Código de
Ética dos Jornalistas existe desde 1987.
A questão levantada por muitos especialistas é até que ponto vai a ética na comunicação social no
compromisso de influenciar o público ou, sob outra ótica, dar uma informação exclusiva. Se esses são
alguns pontos abordados desde as primeiras teorias da indústria cultural, hoje em dia ganham força
com os meios digitais – tanto pela grande concorrência quanto pelo consumo imediato de informação
e o surgimento de cada vez mais formadores de opinião.
De acordo com Rogério Christofoletti, autor do livro "Ética no Jornalismo", existem vários dilemas éti-
cos em todos os campos da comunicação social, nos quais se incluem tanto as leis e códigos estabe-
lecidos quanto os próprios valores morais do profissional responsável por um grupo ou uma publica-
ção.
O ato de influenciar ideias e pensamentos é latente e deve considerar sempre boas fontes, um traba-
lho sério e integridade na disseminação e reprodução de informações. Em meio a tantos boatos e alta
facilidade do público em propagar notícias falsas, a questão que fica é quais os rumos a internet dará
à ética na comunicação daqui pra frente.
No Brasil, ainda mais agora em que o momento político atravessa um período péssimo, é um tema
extremamente pontual e que abre margem para o papel dos veículos na apuração e disseminação
dos dados. Afinal, a grande mídia é transparente e neutra? Canais independentes são confiáveis?
Quais parâmetros seguir para saber se estamos consumindo uma boa informação e até que ponto ela
afeta em nosso cotidiano? Essas são apenas algumas questões levantadas.
Perceba o quanto a comunicação social é parte de todo o sistema e como influencia diretamente em
todos os aspectos de nosso dia a dia. Como profissional da área, criar uma ideia na mente do público
por meio da informação denota valores éticos e um verdadeiro compromisso com a moralidade, além
da própria percepção do que deve ou não ser considerado como "fonte segura".
É absolutamente saudável e enriquecedor a abertura assumida e mantida ainda hoje por nós, pesqui-
sadores da comunicação, para buscar e assimilar as contribuições advindas das várias áreas de co-
nhecimento – Filosofia, Sociologia, Psicologia, Linguística, Semiótica, Antropologia, Educação, Ciên-
cias da Informação, e até de campos mais distantes, como a Física ou a Biologia. O fato de que
nossa área não se feche, mas esteja atenta e busque incorporar as diferentes reflexões que pontuam
o pensamento atual é fonte de permanente vitalidade. Assim, a reivindicação ou preocupação com
nossa especificidade não significa e não pode ser tomada como uma atitude de fechamento, um mo-
vimento de criar fronteiras e se tornar impermeável às influências dos debates atuais: qualquer inicia-
tiva nesta direção viria representar uma postura retrógrada, imobilizadora – avessa ao espírito de
nossa época, que chama aos transbordamentos, às confluências, à mistura, à hibridação.
Nesse aspecto, aliás, o campo da comunicação se encontra numa situação privilegiada face a outras
áreas, já consolidadas, com uma tradição a preservar, e que, em razão disto, se movem com mais
dificuldade, se mostram mais fechadas, mais rígidas, menos porosas. A comunicação, com sua falta
de tradição, nascida de uma dinâmica interdisciplinar, terreno transdisciplinar, representa muito bem a
atmosfera atual, que estimula a diluição dos feudos, das demarcações rígidas de terreno, e chama os
cruzamentos.
Mas esse movimento de transgressão das fronteiras disciplinares não anula a existência de diferentes
perspectivas; não significa que todos falam do mesmo lugar e a mesma coisa; não implica a pasteuri-
zação das análises – todas as áreas produzindo as mesmas leituras. Significa, ao contrário, a prolife-
ração dos “pontos de vista” (lugares de onde se vê e se analisa a realidade); a possibilidade de que
as mesmas coisas sofram muitas e variadas leituras.
É aqui que a comunicação surge – como uma dessas perspectivas, um desses “pontos de vista”. É
com esta compreensão que retomo a discussão empreendida por este texto, sobre o objeto da comu-
nicação e a preocupação com nossa especificidade. O lugar da comunicação permite/apresenta um
olhar próprio? Uma outra compreensão, uma nova contribuição que vai se somar às demais? Ou nós,
pesquisadores da comunicação, apenas recolhemos e repetimos as análises feitas nas outras áreas?
Ou antes, não existe esse “lugar”, essa “perspectiva da comunicação”, mas apenas, como indicam
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
alguns, o objeto empírico – os meios de comunicação, ou a mídia – analisada pelo olhar das muitas
disciplinas existentes (e dentro das quais nos colocamos)?
O problema apontado anteriormente (a falta de especificidade) não está, portanto, nesta permanente
irrigação, mas na necessidade de melhor construção do “lugar” da comunicação. As influências po-
dem e devem vir numerosas; mas é preciso organizar sua absorção em função de um problema espe-
cífico, de uma questão própria – que é a própria comunicação. Trata-se, em outras palavras, do mo-
delo comunicativo, do paradigma da área. Retomando a discussão inicial, quando falamos comunica-
ção, estamos falando de quê? Olhando o quê? Qual é o nosso paradigma?
A palavra paradigma vem sendo muito dita atualmente, e sua aplicação indiscriminada dilui o seu
conteúdo. Ela é usada de forma genérica para falar de um modelo teórico, e com frequência é to-
mada como sinônimo de teoria. Assim, fala-se no paradigma da indústria cultural, paradigma dos es-
tudos culturais, paradigma das mediações. Pergunta-se a um pesquisador ou sobre um estudo: “qual
é seu paradigma?”, para saber das referências teóricas utilizadas.
O problema da nossa área – o problema do objeto da comunicação – é que ela tem sido muito pouco
atenta àquilo que lhe é peculiar. Trabalhando com muitos aportes, os estudos respondem e analisam
muitos aspectos, iluminados pelas teorias escolhidas mas, com frequência, conduzidos por essas teo-
rias, tratam de elementos presentes no processo comunicativo e deixam de responder e apreender a
comunicação.
Mauro Wolf2 , de forma muito apropriada, chamou a atenção para isto: os estudos sobre a comunica-
ção se utilizam de teorias sociais elaboradas, mas trabalham com um modelo comunicativo simplista
e simplificador, que é o paradigma informacional. Ao lado desse modelo praticamente hegemônico ele
identifica e acrescenta ainda dois outros – o semióticoinformacional e o semiótico-textual.
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
Essa compreensão provoca um movimento analítico centrado nas estruturas de significação das men-
sagens. Este tipo de estudo evoca particularmente a contribuição das ciências da linguagem.
O modelo semiótico-textual quebra o caráter unitário das mensagens, e procura lê-las na sua intertex-
tualidade
– desenvolvendo uma semiótica da cultura. Aqui, a presença e o papel dos sujeitos sociais, mesmo o
trabalho de produção e recepção, são negligenciados em função da ênfase na dimensão simbólica e
sentidos produzidos.
Ao lado desses três modelos apontados por Wolf, podemos acrescentar também o modelo dialógico,
que distingue a comunicação (em contraposição à relação informativa) a partir da bilateralidade do
processo, da igualdade de condições e funções estabelecidas entre os interlocutores. Nesse modelo
a ênfase é toda centrada na natureza da relação entre os dois pólos, apagando ou desconhecendo os
demais aspectos do processo (inclusive a natureza das mensagens e os sentidos produzidos).
Não são muitos mais que esses os paradigmas disponíveis, e sua fragilidade e/ou simplificação são
responsáveis pela falta de especificidade dos estudos da área: partindo de um lugar com poucas per-
guntas, os estudos caminham um pouco à deriva, respondendo e se ancorando mais no instrumental
e nas questões colocadas pelas demais áreas afins.
O percurso e a breve revisão desenvolvidos por este texto tiveram uma finalidade: chamar a atenção
e advogar a necessidade de um paradigma mais consistente e complexo para consolidar a área da
comunicação. Inúmeras reflexões contemporâneas, assim como o resgate de trabalhos e autores
mais antigos não apenas atestam – pelo seu alcance – a insuficiência do paradigma clássico (emissor
/ receptor), como trazem os elementos e abrem os caminhos que indicam uma outra forma de tratar a
comunicação:
Um processo de troca, ação partilhada, prática concreta, interação – e não apenas um processo de
transmissão de mensagens;
Identificação dos discursos, formas simbólicas que trazem as marcas de sua produção, dos sujeitos
envolvidos, de seu contexto – e não exatamente mensagens;
Poderíamos perguntar o que há de novo nessa configuração, já que, de certa maneira, os mesmo “in-
gredientes” ou elementos estão aí presentes ... Sim, de forma bruta, são os mesmos elementos –
mas vistos e dispostos diferentemente. A novidade e riqueza é que esta outra descrição do processo
comunicativo – esta concepção, este esquema teórico de apreensão – busca resgatar a circularidade
e globalidade do processo, a interrelação entre os elementos que, por sua vez, se constituem, ga-
nham uma nova existência no quadro relacional estabelecido. A especificidade do olhar da comunica-
ção é alcançar a interseção de três dinâmicas básicas: o quadro relacional (relação dos interlocuto-
res); a produção de sentidos (as práticas discursivas); a situação sócio-cultural (o contexto).
Trata-se portanto, o processo comunicativo, de algo vivo, dinâmico, instituidor – instituidor de sentidos
e de relações; lugar não apenas onde os sujeitos dizem, mas também assumem papéis e se cons-
tróem socialmente; espaço de realização e renovação da cultura.
É promovendo essa interseção que o viés comunicacional se coloca e se legitima como de fato um
outro “ponto de vista” (ponto de onde se vê); um lugar frutífero para analisar e compreender a reali-
dade em que vivemos.
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
Os recortes empíricos possíveis são múltiplos – praticamente infinitos no quadro das situações soci-
ais existentes. Naturalmente eles não se apresentam com a mesma pertinência para os nossos estu-
dos. Sem dúvida, hoje, a potencialidade das novas tecnologias da comunicação, seu papel e centrali-
dade na dinâmica da vida social contemporânea colocam o campo dos mídias como um objeto empí-
rico privilegiado. Mas não podemos dizer que são os únicos, ou excluir do campo de estudos da co-
municação práticas mais restritas ou pontuais.
Mas deve ser suficientemente específica, direcionada, para nos permitir identificar nessas diferentes
situações um mesmo processo básico, fundador. Uma dinâmica que, ao realizar-se, converte-se no
próprio fulcro da vida social.
É este alcance – permitindo-nos analisar situações tão diferenciadas - e este olhar especializado –
possibilitando-nos achar um denominador comum em todas essas situações - que caracterizam o
nosso saber e fazem do viés da comunicação um lugar de conhecimento.
A sociedade vem passando por inúmeras mudanças em todas as áreas do conhecimento. Os impac-
tos produzidos na sociedade através dos meios de comunicação altamente sofisticados como a Tv,
satélite, internet, têm provocado modificação no estilo de conduta, atitudes, costumes e tendências
das populações mundiais, principalmente no Brasil. É importante ressaltar que essas mudanças só
ocorrem por causa do avanço das tecnologias, sobretudo no ramo das telecomunicações. Isto é per-
cebido diariamente em todos os países do mundo, principalmente os mais evoluídos, pois os mesmos
produzem tecnologia de forma acelerada e com uma eficiência singular.
O aumento das tecnologias da comunicação e informação impulsiona ainda mais o processo de mu-
dança comportamental no Brasil e no mundo, isso acontece porque todos os envolvidos com essas,
tem que se adaptar a elas para se estabelecerem no mercado ou na vida de um modo geral. A globa-
lização tem aumentado na mesma velocidade em que os meios de comunicação vêm se aperfeiço-
ando e expandindo suas fronteiras. Internet, MSN, GPS, guerras em tempo real (CNN na Guerra do
Golfo), mostram que da vez mais a informação chega mais rápido e com mais voracidade, e quem
não estiver preparado para saber como aproveitar o momento certo, poderá ficar para trás e deixar a
concorrência passar a frente.
A mudança histórica das tecnologias mecânicas para a tecnologia da informação ajuda a desmistificar
a idéia de soberania e auto-suficiência promovida no passado. Sem duvida, desde o inicio da década
de 70, a inovação tecnológica tem sido conduzida pelo mercado, provocando uma difusão mais rá-
pida dessa inovação. Na realidade, a inovação descentralizada estimulada por uma cultura de criativi-
dade tecnológica e por modelos tecnológicos de sucesso é que as tecnologias prosperam.
Paises como China e Índia onde até pouco tempo atrás eram paises fechados à nova ordem mundial
do capitalismo, começaram a abrir se para o mundo e a aproveitar essa onda nas mudanças da tec-
nologia da informação. Hoje mais da metade dos computadores do mundo são produzidos na China,
mas até pouco tempo a trás o acesso a internet era quase que proibido a população. Hoje o numero
de internautas alcançou 137 milhões ou 10% da população total do país. Ainda está longe dos quase
20% do Brasil, mas caminha a passos largos para de tornar uma nação poderosa em termos de tec-
nologia da informação.
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PAPEL SOCIAL DA COMUNICAÇÃO
A revolução Industrial começou na Inglaterra, quando a máquina a vapor foi inventada, na metade do
século XVIII. Logo surgiram as ferrovias e indústrias. As pessoas trocaram o campo pela cidade. As
mudanças tecnológicas praticamente cessaram no século XIX, quando surgiram várias inovações:
motor de combustão interna, eletricidade, etc. que alteram a economia mundial. Essas, por sua vez
geram uma nova classe de trabalhadores, aumentou o numero de pessoas com acesso a educação e
que tinham dinheiro. Começaram os problemas de desemprego, surgiu o materialismo e a decadên-
cia das famílias acelerou.
A acelerada disponibilização das novas tecnologias aponta para uma era de crescente globalização,
inclusive tecnológica. Isso acontece dado ao caráter do processo de geração, transmissão e difusão
das tecnologias. Mas nada disso funciona ou funcionará bem se as pessoas não participarem dessa
tecnologia. Para Ribeiro (1994, p. 112): Os empresários muitas vezes perdem milhões ou até a pró-
pria empresa por esquecer um principio simples que rege as leis de convivências: as coisas só acon-
tecem, na empresa, na escola de samba, no partido comunista, no governo ou em qualquer grupo, se
as pessoas envolvidas quiserem que aconteça. As mudanças em curso podem gerar impactos e efei-
tos na economia mundial, tanto para os mercados internos e externos, já que a difusão das novas tec-
nologias acontece em escala mundial. Nesse caso, os principais movimentos que caracterizam as no-
vas tecnologias são fortemente centrados nos países mais desenvolvidos que marginalizam os me-
nos desenvolvidos inclusive o Brasil.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Teorias Da Comunicação
As Teorias da Comunicação são uma série de estudos sobre a Comunicação Social, podendo
englobar filosofia, sociologia e psicologia, a depender do tipo de abordagem e da área a ser
estudada.
Como na Teoria Hipodérmica, todo o desenvolvimento inicial das Teorias da Comunicação teve foco
nas mensagens enviadas pela mídia e nos seus efeitos sobre os indivíduos da massa, no entanto,
este modo revelou-se demasiadamente superficial para compreender os verdadeiros efeitos da
Comunicação sobre a sociedade, foi então que o caráter dos estudos comunicacionais passou a
salientar o processo de seleção das informações midiáticas, geração e divulgação, valorizando assim
o conteúdo e a forma que o mesmo era veiculado, pois se percebeu que a qualidade do que era
difundido tinha ligação direta com os efeitos causados no receptor.
Sucessivamente surge a Teoria Empírica de Campo (ou Teoria de Efeitos Limitados) que, embora
baseada na Teoria da Persuasão, fundamenta-se em aspectos sociológicos, e deduz que a mídia tem
influência limitada na sociedade por ser apenas um instrumento de persuasão, pois a mídia é apenas
parte da vida social. A Teoria Empírica de Campo entende que a mídia exerce influência social
limitada assim como qualquer outra força social (igreja, política, escola, etc.), ou seja, a mensagem
midiática passa por diversos filtros individuais de caráter social do indivíduo antes de ser absorvida
pelo mesmo. Derivando daí a intensidade do efeito da mensagem no indivíduo, a Teoria Empírica de
Campo conclui que os filtros individuais são de caráter sociológico e não psicológico, como da Teoria
da Persuasão.
Posteriormente surge a Teoria Funcionalista que estuda o papel da mídia na sociedade e não mais
apenas os seus efeitos. O indivíduo deixa de ser analisado apenas por seu comportamento, e passa
a ser estudado por sua ação social, os valores que considera e os modelos sociais que adquire em
comunidade.
Logo depois surge a Teoria Crítica, inaugurada pela Escola de Frankfurt, baseada em teorias
marxistas que encaram a mídia como instrumento de influência social capitalista. A Teoria Crítica age
por meio de repetição, e é nela que surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a ser
reproduzida tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde seu caráter
artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.
Em seguida surge a Teoria Culturológica, que parte do pressuposto de que a mídia não produz uma
padronização cultural, e sim se baseia em uma padronização já existente nas sociedades, que surge
a partir de características nacionais, religiosas e/ou humanísticas. Ou seja, a cultura de massa não é
autônoma, mas depende de muitos aspectos particulares a cada organização social.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Depois disso, desenvolve-se uma segunda fase das Teorias da Comunicação. Ainda muito recentes,
as Teorias da segunda fase dividem-se em três: Teoria do Agendamento, Gatekeeper e
Newsmaking. A Teoria do Agendamento estuda a capacidade que os meios de comunicação
possuem de enfatizar algum tema, estuda a importância que a mídia tem ao aproximar o indivíduo de
uma realidade distante da sua. Já o Gatekeeper (Guardiões do Portão) estuda as características que
levam uma mensagem a ser ou não divulgada na mídia, dependendo de cada veículo e seus
pressupostos particulares como relevância, influência, confiabilidade, contexto político-social e até
mesmo política empresarial. Por fim, o Newsmaking, que é um aperfeiçoamento do Gatekeeper,
estuda com maior minúcia o trabalho dos profissionais de mídia, na industrialização das informações
cedidas pela realidade, ou seja, a transformação da informação em notícia.
Primeira Fase
Teoria Hipodérmica
Também conhecida como "Teoria da Bala Mágica", a Teoria Hipodérmica estudou o fenômeno da
mídia a partir de premissas behavioristas. Seu modelo comunicativo é baseado no conceito de
"estímulo/resposta": quando há um estímulo (uma mensagem da mídia), esta adentraria o indivíduo
sem encontrar resistências, da mesma forma que uma agulha hipodérmica penetra a camada
cutânea e se introduz sem dificuldades no corpo de uma pessoa. Daí o porquê de esta teoria também
ser conhecida como "Teoria da Bala Mágica", pois a mensagem da mídia conseguiria o mesmo efeito
"hipodérmico" de uma bala disparada por uma arma de fogo.
Modelo de Lasswell
O cientista político Harold Lasswell desenvolveu um modelo comunicativo que, embora baseado na
teoria hipodérmica, apontava suas lacunas e contribuiria posteriormente para a sua superação. Para
Lasswell, compreender o alcance e efeito das mensagens transmitidas pela mídia requer responder
às seguintes questões: Quem? Diz o quê? Através de que canal? A quem? Com que efeito? Os
desdobramentos das indagações correspondem: o "quem" está ligado aos emissores da mensagem;
o "diz" corresponde ao conteúdo da mensagem; o "canal" à análise dos meios e, por último, o "efeito"
à análise da audiência e reflexos na sociedade.
Mais tarde, e como forma de aprofundar, Lasswell e outros investigadores criaram a Comunication
Research que se centrou na forma como os meios de comunicação de massas alteravam os
indivíduos. Com a evolução dos estudos observou-se uma superação da Teoria Hipodérmica.
Teoria da Persuasão
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
não é prontamente assimilada pelo indivíduo, sendo submetida a vários filtros psicológicos
individuais. Portanto, os efeitos da mídia não seriam de manipulação, mas de persuasão. O modelo
comunicativo desta teoria é bastante semelhante ao behaviorista – porém, acrescido de processos
psicológicos que determinam a resposta. Tais processos psicológicos são relativos à audiência e
à mensagem.
Em relação à audiência, o indivíduo ficará interessado pelos assuntos aos quais estiver mais exposto;
além disso, tenderá a consumir as informações com as quais esteja de acordo. Em algumas
ocasiões, o indivíduo até mesmo distorcerá o conteúdo das mensagens recebidas, de forma a
adequa-las à sua forma de entender a questão.
A Teoria Empírica de Campo ou Teoria dos Efeitos Limitados (nome dado como resposta à Teoria
dos Efeitos Ilimitados de Lasswell) baseia suas pesquisas na sociologia, concluindo que a mídia
cumpre papel limitado no jogo de influência das relações comunitárias. Em outras palavras, a mídia é
apenas mais um instrumento de persuasão na vida social, uma vez que é apenas parte desta. Assim,
a Abordagem Empírica de Campo abandona a relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o
comportamento do indivíduo. Antes, enfatiza a influência indireta que a mídia exerce sobre o público
tal como faria qualquer outra força social (igreja, família, partido político etc). O alcance das
mensagens midiáticas depende do contexto social em que estão inseridas, ficando sujeitos aos
demais processos comunicativos que se encontram presentes na vida social. Neste caso, os filtros
individuais pelos quais as mensagens passam seriam de origem muito mais social do que
psicológica.
O estudo dos efeitos dos meios de comunicação teve início nos anos 1930 com a chegada dos
centros de ciências sociais empíricas aos Estados Unidos. Paul Lazarsfeld, integrante do Bureau of
Applied Social Research da Universidade de Columbia, foi o principal nome da pesquisa sobre os
efeitos. Teve um papel central no desenvolvimento da pesquisa social organizada em todo o mundo e
também na constituição da disciplina de comunicação.
Os estudos de Lazarsfeld sobre formação da opinião pública e sobre a influência dos líderes de
opinião em campanhas comerciais e eleitorais foram modelos para as pesquisas sobre os efeitos
limitados que dominaram o campo da comunicação por muitos anos. Estes estudos procuravam
compreender como as campanhas veiculadas por meios de comunicação influenciavam as tomadas
de decisões.
Lazarsfeld e seus pares encontraram assim efeitos de curto prazo e concluíram que os efeitos
políticos e sociais da mídia eram pouco significativos. Porém, a pesquisa sobre os efeitos limitados da
mídia não chegou às estruturas mais complexas, como as empresas de comunicação, porque vinha
delas boa parte do financiamento para as pesquisas de Lazarsfeld. Mesmo com as limitações
econômicas, é notório que dentre as contribuições mais significativas do pesquisador e de seu grupo
está a constatação que a comunicação é um processo complexo e mediado por vários fatores. As
pesquisas anteriores tratavam a mídia como dotada de onipotência. A partir desses estudos, a
pesquisa sobre os efeitos foi sendo aprimorada para abranger estruturas mais complexas, que
passaram a analisar os efeitos de longo prazo da mídia.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
A partir da década de 1950, os estudos no campo dos efeitos da mídia evoluíram para compreensões
mais sistemáticas. Três características sugerem uma reviravolta na pesquisa sobre os efeitos. São
elas:
Algumas teorias foram elaboradas a partir desse período para dar suporte a esses estudos. São elas:
teoria do agendamento, teoria do cultivo, teoria dos usos e gratificações e teorias do processamento
da informação.
Teoria do Agendamento
A teoria do agendamento defendia a tese que a mídia determinava os temas nas campanhas políticas
e salientava a importância dos temas para a opinião pública. A partir do agendamento surgiram novos
estudos para ampliar a pesquisa sobre os efeitos da mídia. A teoria foi importante e inovadora para o
campo de estudos, mas desconsiderou importantes variáveis relacionadas ao conteúdo da mídia que
podem ser importantes na formação da opinião pública. Ela não levou em conta, inicialmente, que as
formas de apresentação da informação têm papel fundamental na sua apreensão pelo público. Para
suprir essas carências, surgiu o conceito de enquadramento. Com esse complemento, os estudos
passaram a abordar não só como a mídia afeta sobre o que o público pensa, mas como ele percebe
os temas que lhes são apresentados.
A análise do cultivo foi outro enfoque que enfatizou os efeitos de longo prazo e sugeriu que a mídia
seria ainda mais poderosa. Como exemplo de pesquisa utilizando essa teoria, George Gerbner
analisou programas de ficção da televisão norte-americana desde 1967 e conduziu uma série de
estudos com outros pesquisadores a fim de descobrir como esses programas influenciavam a visão
de mundo dos telespectadores. Por fim, Gerbner concluiu que a exposição a esses conteúdos leva ao
cultivo de concepções compartilhadas da realidade entre diversos públicos.
Apesar de não compreender a comunicação como uma via de mão única, os teóricos da análise do
cultivo concebiam os conteúdos televisivos com certa homogeneidade e ignoravam a divergência
quanto ao que era exibido, principalmente entre os usuários mais fieis, chamados de heavy viewers.
Outro questionamento levantado sobre a teoria do cultivo diz respeito à concepção simplista sobre a
recepção da televisão, levando em conta apenas a exposição, deixando de lado as interpretações e
ressignificações que as pessoas fazem sobre os conteúdos.
A teoria dos usos e gratificações foi além da teoria do cultivo e procurou descobrir o que o público
fazia com as mensagens da mídia. Foi pioneira ao conceber o consumidor de mídia como ator
racional que buscava satisfazer necessidades específicas através daqueles conteúdos.
Foram desenvolvidas a partir de teorias da psicologia cognitiva, o que representou um avanço nos
campos conceituais e metodológicos do campo dos estudos da mídia. Alguns estudiosos dessa
corrente questionavam a afirmação de que a televisão é a principal fonte de informação do público
por ela enfrentar dificuldades de se fazer presente na memória coletiva. As teorias do processamento
da informação estão baseadas na “concepção da comunicação como transporte” na qual a
decodificação da mensagem não é considerada problemática ou capaz de transformar o significado
da mensagem.
Teoria Funcionalista
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
A Teoria Funcionalista estuda as funções exercidas pela mídia na sociedade, e não os seus efeitos.
Em lugar de pesquisar o mero comportamento do indivíduo, estuda-se a sua ação social enquanto
consumidor de valores e modelos que se adquire comunitariamente. Seus métodos de pesquisa
distanciam-se dos métodos da teoria Hipodérmica, Empírico-Experimental e de Efeitos Limitados por
não estudar a mídia em casos excepcionais, como campanhas políticas, mas em situações
corriqueiras e cotidianas.
Teoria Crítica
Inaugurada pela Escola de Frankfurt, a Teoria Crítica parte do pressuposto das teorias marxistas e
investiga a produção midiática como típico produto da era capitalista. Desvendam assim a natureza
industrial das informações contidas em obras como filmes e músicas: temas, símbolos e formatos são
obtidos a partir de mecanismos de repetição e produção em massa, que tornam a arte adequada para
produção e consumo em larga escala.
Assim, a mídia padroniza a arte como faria a um produto industrial qualquer. É o que foi
denominado indústria cultural. Nesta, o aspecto artístico da obra é perdido. O imaginário popular é
reduzido a clichês. O indivíduo consome os produtos de mídia passivamente. O esforço de refletir e
pensar sobre a obra é dispensado: a obra "pensaria" pelo indivíduo.
Indústria midiática pressupõe três dimensões básicas: os processos midiáticos, que configuram as
técnicas de produção e difusão de conteúdos; Divulgação e projetos elaborados e conteúdos culturais
que justificam as mensagens elaboradas.
Teoria Culturológica
A Teoria Culturológica parte de uma análise à Teoria Crítica e desenvolve assim um pressuposto
diferente das demais teorias. No lugar de pesquisar os efeitos ou as funções da mídia, procura definir
a natureza da cultura das sociedades contemporâneas. Conclui assim que a cultura de massa não é
autônoma, como pretende as demais teorias, mas parte integrante da cultura nacional, religiosa ou
humanística. Ou seja, a cultura de massa não impõe a padronização dos símbolos, mas utiliza a
padronização desenvolvida espontaneamente pelo imaginário popular.
A cultura de massa atende assim a uma demanda dupla. Por um lado, cumpre a padronização
industrial exigida pela produção artística, por outro, corresponde à exigência por individualização por
parte do espectador. É o que se define como sincretismo. Os produtos da mídia transitam entre o real
e o imaginário, criando fantasias a partir de fatos reais e transmitindo fatos reais com formato
de fantasia.
Segunda Fase
Gatekeeper
Newsmaking
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Posteriormente esses estudos evoluíram a partir de duas abordagens: uma ligada à sociologia das
profissões, que analisa características sociológicas, culturais e profissionais dos emissores e outra,
que observa a lógica dos processos de produção da comunicação de massa e a organização do
trabalho jornalístico, onde ocorre a construção das mensagens.
Os estudos sobre os emissores passaram da análise dos critérios utilizados pelos jornalistas para
selecionar as notícias (gatekeeping) para a observação dos fatores influenciadores da produção de
notícias (newsmaking).
O newsmaking utiliza-se da técnica da observação participante para reunir dados fundamentais sobre
as rotinas produtivas dos mass media. Esta observação deve ser teoricamente orientada e fazer parte
de um projeto de pesquisa. A metodologia utilizada, aliada ao período da observação, permite
observar as mudanças adotadas pelas redações em épocas de crise, contrariando a ideia de um
processo automático da produção noticiosa. O newsmaking articula-se entre a cultura profissional dos
jornalistas e a organização dos processos produtivos. Gaye Tuchman afirma que, para produzirem
notícias, os órgãos de informação devem obedecer a três premissas básicas. São elas:
As notícias são responsáveis pela criação de uma memória fragmentada que indica elementos
básicos para a compreensão de um fato. Geralmente não apontam causas e consequências de um
acontecimento. A noticiabilidade é um critério baseado em decisões dos grupos de comunicação, não
individuais, contido na cobertura informativa dos mass media. Este fator sempre está atrelado aos
interesses das organizações e dos jornalistas.
Segundo Mauro Wolf , as fontes são um dos pilares básicos para a qualidade da informação
transmitida. Por isso, é importante cultivar fontes estáveis e ter um bom relacionamento com elas.
Essas fontes fixas podem, muitas vezes, dar preferência a determinado repórter, além de que
o jornalista passa a ter maior confiança nas informações repassadas. As fontes mais confiáveis a
partir do ponto de vista dos jornalistas são as institucionais, oficiais.
A escolha das fontes também é uma decisão ideológica do grupo de comunicação, da mesma forma
que tantas outras decisões tomadas no processo produtivo. Citando Herbert J. Gans, Wolf diz que “a
relação entre fontes e jornalistas se assemelha a uma dança, com as fontes a tentarem ter acesso
aos jornalistas e estes a tentarem aproximar-se das fontes”.
Os fatores mais importantes na relação jornalista-fonte são os incentivos, o poder da fonte, a sua
capacidade de fornecer informações credíveis e a proximidade social e geográfica em relação aos
jornalistas. Para Wolf, dos quatro, o mais relevante é o quarto, os outros são complementares.
Já do ponto de vista dos jornalistas com a conveniência na utilização das fontes, os fatores são:
a oportunidade revelada com antecedência (fontes que forneceram materiais credíveis outras
vezes têm preferência e continuam a ser utilizadas até se tornarem fontes regulares);
a produtividade (explica que as fontes institucionais são as que mais normalmente se recorre,
porque são elas que fornecem material suficiente para as matérias, evitando um excesso de fontes);
a credibilidade (fontes institucionais e regulares são mais confiáveis); a garantia (se o jornalista não
tem como confirmar a informação, ele procura a credibilidade da fonte);
a respeitabilidade (preferência em fazer referência às fontes oficiais ou que ocupam posição de
autoridade, por serem mais credíveis e por representarem o ponto de vista oficial).
Além das fontes comuns, a agenda dos outros veículos de comunicação e as agências de
notícias também são fontes importantes, mas diferem das comuns por serem empresas de
comunicação e trabalharem com notícias
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Ética nas Comunicações Sociais é o título de uma Instrução, documento promulgado pelo Pontifício
Conselho para as Comunicações Sociais, órgão integrante da Santa Sé. Foi publicado na Cidade
do Vaticano em 4 de junho de 2000, no Dia Mundial das Comunicações
Sociais e Jubileu dos Jornalistas.
O documento é subscrito pelo Arcebispo John Patrick Foley, Titular de Neapolis in Proconsulari, na
qualidade de Presidente do Pontifício Conselho e pelo Bispo Pierfranco Pastore, Titular de
Forontoniana, então Secretário do organismo e vai divido em cinco partes.
Segundo o documento o bem e o mal provêm do uso que as pessoas fazem dos meios de
comunicação. Embora os atos de comunicação, com frequência, tenham consequências
involuntárias, são as pessoas que escolhem usar os mass media para finalidades positivas ou
negativas, de modo correto ou incorreto.
Essas opções, centrais para a ética, são feitas pelos receptores e especialmente por aqueles que
controlam os instrumentos de comunicação social e determinam suas estruturas, linhas de conduta e
conteúdo (incluem funcionários públicos, executivos empresariais, membros de repartições
governamentais, empresários, editores, diretores de noticiários, produtores, escritores,
correspondentes e outros).
As pessoas entram em contato com as outras e com os eventos formando suas opiniões e valores.
Não só transmitem e recebem informações, mas com frequência identificam sua vida com a
experiência mediática.
A amplitude e diversidade dos mass media acessíveis às pessoas nos países ricos são
surpreendentes: livros e periódicos, televisão e rádio, filmes e vídeos, gravações auditivas e
comunicação eletrônica. Os conteúdos dessa efusão são os mais variáveis, vão das notícias ao mero
divertimento, da oração à pornografia. Dependendo do uso que fazem do mass media as pessoas
podem sentir simpatia ou compaixão, ou isolar-se num mundo narcisista. Nem aquele que evita
os mass media pode eximir-se do contato com os outros que são influenciados por eles.
Os conteúdos das opções feitas pelas pessoas, a respeito do mass media, são diferentes de
indivíduo para o outro e de um grupo para o outro. Mas todas as opções têm um peso ético e são
sujeitas a uma avaliação ética. Para que sejam justas é preciso que se levem à prática neste campo
as normas de ordem moral.
Lembra o documento que os mass media são chamados ao serviço da dignidade humana, ajudando
os indivíduos a viverem bem e a agirem como pessoas em comunidade.
Econômicos. O mercado não é uma norma de moralidade, mas pode servir a pessoa, e o mass
media desempenha um papel indispensável na economia de mercado. A Comunicação Social apoia
os negócios, o comércio, ajuda a estimular o crescimento econômico, o emprego e a prosperidade,
encoraja o aperfeiçoamento de bens e serviços, promove a concorrência responsável e torna as
pessoas capazes de fazerem opções informadas. Em síntese, a eliminação do mass media
provocaria a decadência das estruturas econômicas fundamentais.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Culturais. Oferecem acesso à literatura e a arte que não são disponíveis às pessoas e assim
promovem o desenvolvimento humano no que concerne a ciência a sabedoria e a beleza. Falamos
não só de apresentações das obras clássicas e dos frutos da cultura, mas também do divertimento
sadio popular.
Religiosos. A vida religiosa das pessoas é enriquecida por meio dos mass media. Transmitem
notícias e informações acerca de eventos, ideias e personalidades religiosas: servem como veículo
para evangelização e catequese. Por vezes, contribuem para o enriquecimento espiritual das
pessoas, por ex. eventos da Igreja, em Roma, transmitidos via satélite.
Uma comunicação assim busca o bem e a realização dos membros da comunidade, no respeito pelo
bem comum de todos. Mas é necessário o diálogo para discernir o bem comum.
Recorda o documento também que os mass media podem ser usados para obstruir a comunidade e
prejudicar o bem: alienando, marginalizando ou isolando os indivíduos, atraindo-os para comunidades
com falsos valores e destruidores, fomentando a hostilidade e o conflito. Existem em cada uma das
áreas que acabamos de mencionar.
Economia. Às vezes são utilizados par edificar e sustentar sistemas econômicos que promovem a
aquisição e a avareza. O Neoliberalismo é um bom exemplo, considera o lucro e as leis de mercado
como parâmetros absolutos em prejuízo da dignidade e do respeito do povo. A globalização pode
causar maior bem-estar, mas algumas nações sofrem explorações e marginalização, decaindo na luta
pelo desenvolvimento.
Diante das injustiças, não é suficiente que os comunicadores digam que seu papel consiste em narrar
as coisas como elas são. Algumas instâncias do ser humano são ignoradas pelos mass media,
enquanto outras são difundidas. Enquanto isso reflete uma decisão de comunicadores espelha
também uma seleção injustificável.
Também com muita frequência, os mass media popularizam o relativismo e o utilitarismo éticos
subjacentes à atual cultura da morte. Abonam junto à opinião pública aquela cultura que apresenta o
recurso à contracepção, esterilização, aborto e eutanásia como sinal de progresso e liberdade.
Cultural. É comum os críticos desvalorizarem a superficialidade e o mau gosto dos mass media. Não
é desculpa dizer que os mass media refletem os padrões populares, pois também esses influem os
modelos populares, e assim tem o dever de elevá-los. O problema adquire várias formas. Questões
complexas são demasiadamente simplificadas. O entretenimento apresenta programas
de corrupção e desumanização.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Educativa. Em vez de promover o conhecimento, os mass media podem distrair as pessoas e fazê-
las perder tempo. Entre as causas deste abuso de confiança por parte dos comunicadores está a
ganância que coloca o lucro antes das pessoas. Às vezes também são utilizados como instrumento
de doutrinação, com a finalidade de controlar o que as pessoas sabem e de lhe negar o acesso
à informação. Isso é uma perversão da educação genuína.
Da parte da religião incluem: julgar os mass media de maneira exclusivamente negativa, apresentar
as mensagens religiosas com estilo emocional e manipulador, usá-los como instrumento de controle e
dominação, ofender a verdade, defender sigilo desnecessário, encorajar o fundamentalismo,
o fanatismo e o exclusivismo religioso.
Em síntese, segundo o documento, os mass media podem ser utilizados para o bem ou para o mal, é
uma questão de escolha. Afirma que nunca se deve esquecer que a comunicação transmitida pelos
mass media não é um exercício utilitarista, com a finalidade de persuadir ou vender. Tampouco é um
veículo para ideologias. A comunicação tem a tarefa de unir as pessoas e de enriquecer suas vidas.
A Instrução afirma que os princípios e normas éticas de outros campos também se aplicam a
comunicação social. Os princípios da ética social, como a solidariedade, a justiça, equidade e
credibilidade no uso dos recursos públicos e no desempenho de cargos públicos de confiança são
sempre aplicáveis.
O desenvolvimento integral exige não só suficiência de bens e produtos materiais, mas também
atenção à dimensão interior. Os indivíduos não podem ser sacrificados aos interesses coletivos.
O segundo seria complementar do primeiro: o bem das pessoas não podem realizar-se sem o bem
comum das comunidades às quase pertencem. O bem comum deve ser compreendido como a soma
total de objetivos comuns dignos.
Acredita o Pontifício Conselho, de acordo com o documento, que a solução dos problemas que
nasceram desta comercialização e privatização não regulamentada, não reside no controle do mass
media pelo Estado. Mas numa maior regulamentação, conforme as normas do serviço público, assim
como numa maior responsabilidade pública.
A presunção deveria ser sempre favorável à liberdade de expressão, pois sempre que o homem
comunica entre si opiniões ou conhecimento, não exerce apenas um direito pessoal mas um dever
com a sociedade. Naturalmente, também a livre expressão deveria observar princípios como a
verdade, a justiça e o respeito pela privacidade.
Outro princípio relevante destacado na Instrução refere-se a participação pública dos atos decisórios
acerca da política das comunicações. Essa participação deveria ser organizada, representativa e não
inclinada a favorecimento a grupos particulares.
Os índices de audiência, juntamente com a sondagem de mercado, são muitas vezes considerados
os melhores indicadores do sentimento público. Não há dúvida de que a voz do mercado pode ser
ouvida dessa maneira. entende, no entanto que as decisões sobre o conteúdo e a política não devem
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
ser deixadas unicamente as fatores do mercado, uma vez que não se pode contar com eles para a
salvaguarda do interesse público em geral, ou das minorias.
Os receptores, de sua vez, afirmam, também têm deveres éticos. Devem informar-se sobre os mass
media (conteúdo, modo de operar e estrutura) e fazer opções responsáveis.
Além da educação mediática, entende que a Igreja tem outras responsabilidades no que concerne a
educação social. Primeiro a prática da comunicação de vê ser exemplar, refletindo os padrões
de verdade, credibilidade e sensibilidade aos direitos humanos e a outros importantes princípios,
entende que o uso do mass media deve ser encorajado para propagar o evangelho.
a humanidade encontra-se a um bom ponto na criação de uma rede global. A tecnologia mediática
conquista constantemente novas fronteiras, com enormes potenciais para o bem e para o mal.
Enquanto aumenta a interatividade matiza-se a distinção entre os comunicadores e receptores.
Comunicação E Ética
Vivemos hoje numa sociedade dominada pela tecnologia, em que as fronteiras culturais são difusas e
em que o futuro da humanidade é colocado em xeque pela crise ambiental e pela manutenção das
injustiças sociais. Poderíamos dizer que vivemos uma crise de valores. Lutamos por séculos pelo
aumento das liberdades individuais e hoje não sabemos muito bem o que fazer com tantas opções e
com a ausência de limites. É nesse vácuo que Kotler (2010) apresenta a sua nova visão de marketing
baseada em valores. Ou seja, para o autor, as empresas que souberem se diferenciar pelos seus
valores e pelas suas soluções para os problemas da sociedade serão aquelas que se sairão melhor
na arena competitiva no longo prazo.
Nesse sentido, a comunicação tem um papel fundamental. Para uma empresa se diferenciar por seus
valores ela precisa ter um diálogo transparente com a sociedade e ser coerente com a imagem que
constrói em suas interações com seus públicos de interesse. Como ressalta o consultor Gustavo
Gomes de Matos, a “comunicação tanto pode construir como destruir reputações empresariais,
credibilidade pública e imagens institucionais. Por isso, a comunicação tem estreita relação com a
ética e a responsabilidade social” (Matos, 2012).
As principais tendências que levaram Kotler (2010) a desenvolver sua nova abordagem de marketing
foram as que ele chama de a “Era da participação”, a “Era do paradoxo da globalização” e a “Era da
sociedade criativa”.
A “Era da participação” diz respeito à ascensão da tecnologia, em especial das mídias sociais, que
permitiram aos consumidores saírem de suas posições passivas aumentando exponencialmente a
conectividade e a interatividade entre pessoas e grupos. Esse contexto apresenta duas questões
principais para a gestão de marketing na visão de Kotler (2010). A primeira é que a influência da
propaganda corporativa em moldar o comportamento dos consumidores diminuirá proporcionalmente
ao aumento da participação de consumidores expressando suas opiniões e experiências na rede. A
segunda é que, como as mídias sociais têm um custo baixo e são pouco tendenciosas, elas se
tornarão o paradigma das comunicações de marketing no futuro.
Sobre a “Era do paradoxo da globalização”, Kotler (2010) descreve três paradoxos claros da
globalização. O primeiro é o paradoxo político em que é possível um país ser politicamente fechado
enquanto sua economia é aberta, como no caso da China. O segundo é o paradoxo da economia
global que por um lado pode aumentar as riquezas de um país, mas por outro pode causar o aumento
da desigualdade social. Por fim, o terceiro paradoxo diz respeito ao fato de que ao mesmo tempo em
que a globalização cria uma cultura global universal, por outro, ela fortalece culturas tradicionais.
As consequências desses paradoxos, segundo o autor, são vistas na pressão que os cidadãos
sofrem para se tornar globais e ao mesmo tempo locais, aumentando os níveis de ansiedade,
sobrecarregando as pessoas de valores conflitantes e fazendo com que elas busquem se associar a
grupos e instituições que propiciam um sentido de continuidade, conexão e direção para elas.
A terceira tendência apresentada por Kotler (2010), a “Era da sociedade criativa”, aponta para
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
ascensão de uma sociedade na qual os consumidores mais expressivos e colaborativos nas redes
sociais influenciarão as opiniões a respeito dos paradoxos da globalização e dos problemas sociais,
moldando a visão dos outros.
Segundo o autor, os cidadãos criativos como os membros mais avançados da sociedade favorecerão
as marcas colaborativas e culturais e criticarão aquelas que impactam negativamente a vida das
pessoas. Dessa forma, os consumidores buscarão produtos e serviços que satisfaçam não só suas
necessidades, mas também que proporcionem experiências memoráveis e que toquem seu lado
espiritual. Resumindo (Kotler, 2010, p. 21): “Proporcionar significado é a futura proposição de valor do
marketing” e os modelos de negócio baseados em valores serão os mais inovadores.
A verificação dessas três tendências faz o marketing evoluir do foco nos consumidores para o foco
nos valores humanos (Kotler, 2010). Entretanto, Kotler nos lembra que ainda há muitas empresas que
praticam tanto o marketing 1.0, focado nos produtos, quanto marketing 2.0, focado no consumidor.
Exemplos disso são os casos abordados pelo ERA como o da academia de ginástica em Dubai que
usou uma imagem do Holocausto associada à ideia de perda de peso e o das propagandas de
maquiagens da L’Oréal, que exageram no recurso de melhorar digitalmente a imagem das mulheres
retratadas usando seus produtos.
Essas empresas parecem esquecer que a função estratégica da comunicação de marketing não é
apenas vender um produto ou serviço, mas também consolidar a imagem empresarial. Assim, quanto
menos éticas elas se apresentarem em suas comunicações corporativas, mais suas imagens serão
associadas a valores negativos. Seguindo Kotler (2010), essa não parece ser uma boa receita para
se alcançar sucesso comercial e institucional no cenário em que vivemos.
Comunicação
Comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar,
participar algo, tornar comum".
Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de importância vital, sendo uma ferramenta de
integração, instrução, de troca mútua e desenvolvimento. O processo de comunicação consiste na
transmissão de informação entre um emissor e um receptor que descodifica (interpreta) uma
determinada mensagem.
A mensagem é codificada num sistema de sinais definidos que podem ser gestos, sons, indícios, uma
língua natural (português, inglês, espanhol, etc.), ou outros códigos que possuem um significado (por
exemplo, as cores do semáforo), e transportada até o destinatário através de um canal de
comunicação (o meio por onde circula a mensagem, seja por carta, telefone, comunicado na
televisão, etc.).
Nesse processo podem ser identificados os seguintes elementos: emissor, receptor, código (sistema
de sinais) e canal de comunicação. Um outro elemento presente no processo comunicativo é o ruído,
caracterizado por tudo aquilo que afeta o canal, perturbando a perfeita captação da mensagem (por
exemplo, falta de rede no celular).
Quando a comunicação se realiza por meio de uma linguagem falada ou escrita, denomina-se
comunicação verbal. É uma forma de comunicação exclusiva dos seres humanos e a mais importante
nas sociedades humanas.
As outras formas de comunicação que recorrem a sistemas de sinais não-linguísticos, como gestos,
expressões faciais, imagens, etc., são denominadas comunicação não-verbal.
O termo "comunicação" também é usado no sentido de ligação entre dois pontos, por exemplo, os
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
meios de transporte que fazem a comunicação entre duas cidades ou os meios técnicos de
comunicação (telecomunicações).
Comunicação Social
Comunicação Empresarial
Para que haja comunicação, alguns elementos são essenciais. Muitas vezes não os notamos, mas
cada vez que estabelecemos contato com alguém de alguma forma, eles estão presentes.
Emissor – é aquele que emite, ou seja, que pronuncia ou envia uma mensagem. Também é
chamado de remetente.
Receptor – é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor. Como a mensagem é destinada
a ele, também é chamado de destinatário, denominação comum em envelopes de correios.
Canal – é a fonte de transmissão da mensagem (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.)
Agora, você terá como identificar cada um dos elementos nos mais variados atos comunicativos. Irá
percebê-los toda vez que ler uma revista ou jornal, na conversa com um amigo, quando assistir um
canal de TV ou quando ouvir uma música no rádio.
É importante saber os elementos envolvidos na comunicação, pois dessa forma você consegue
saber, por exemplo, que tipo de linguagem o emissor está usando, conforme o canal utilizado ou que
tipo de texto um emissor escolheu para falar de determinado contexto e o porquê desta escolha.
Quem reflete sobre isso, tem mais capacidade de desenvolver seu lado crítico.
Então, quanto mais se comunicar, mais reflexivo e crítico (construtivista) se tornará! E é fácil: é
necessário apenas que você usufrua dos subsídios comunicativos apontados acima!
Importante: ser crítico é diferente de ser opiniático. O primeiro tem uma posição formada a partir de
leituras diferentes e da reflexão sobre elas. O segundo apenas emite sua opinião sem muito pudores.
Gêneros Textuais
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Os gêneros textuais são a forma como a língua se organiza para se manifestar nas mais diversas
situações de comunicação, são a língua em constante uso.
Não podemos confundir Gênero Textual com Gênero Literário. Há uma classificação para os gêneros
literários, ou seja, textos literários que são classificados segundo a sua forma: gênero lírico, gênero
épico, gênero dramático e gênero narrativo …
Quando falamos em gêneros textuais, não estamos nos detendo nos textos literários, mas sim
englobando todos os textos da língua, basta que possuam a capacidade de comunicar algo. Os
textos, orais ou escritos, que produzimos para nos comunicar, possuem um conjunto de
características, e são estas características que determinarão seu gênero textual. Algumas destas
características são: o assunto, quem está falando, para quem está falando, sua finalidade, ou se o
texto é mais narrativo, instrucional, argumentativo, etc.
Enfim, cada gênero textual possui seu próprio estilo e estrutura, possibilitando, assim, que nós o
identifiquemos através de suas características. Vejamos alguns exemplos:
Carta: se caracteriza por ter um destinatário e um remetente específicos, pode ser uma carta pessoal,
ou uma carta institucional, pode ser ainda uma carta ao leitor, ou uma carta aberta. Dependendo de
qual seja seu OBJETIVO, ela adquirirá diferentes estilos de escrita, poderá ser dissertativa, narrativa
ou descritiva. A estrutura formal da carta é também uma característica marcante, pois é fixa,
apresentando primeiramente a saudação, em seguida o corpo da carta e por último a despedida.
Propaganda: este gênero costuma aparecer bastante na forma oral, mas também pode ser escrito.
Possui como característica marcante a linguagem argumentativa e expositiva, podendo também
haver pequenas descrições. O objetivo é sempre o mesmo: divulgar o produto/serviço e influenciar a
opinião do leitor para que ele “compre” a ideia. O texto é claro e objetivo, e as mensagens costumam
despertar sentimentos, emoções e sensações no leitor: calma, tranquilidade, emoção, adrenalina,
calor, frio, inquietação. Outro elemento importante é o uso das imagens.
Receita: é um texto instrucional permeado de descrições. O objetivo é instruir o leitor para preparar
algo, geralmente uma comida. A estrutura também é fixa, apresentando na sequência: os
ingredientes, o modo de preparo e o rendimento da receita. Quanto à linguagem, utiliza verbos no
imperativo, pois a partir da ordem, o leitor tenderá a seguir corretamente as instruções para adquirir
bom êxito.
Notícia: este é um dentre os diversos gêneros jornalísticos, e pode ser facilmente identificado. Possui
como característica a linguagem narrativa e descritiva, e seu objetivo é informar um fato ocorrido.
Outra característica marcante é a presença de elementos como: o tempo, o lugar e as personagens
envolvidas no fato.
• Conto maravilhoso;
• Conto de fadas;
• Fábula;
• Lenda;
• Romance;
• Conto;
• Piada;
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• Relato de viagem;
• Diário;
• Autobiografia;
• Curriculum vitae;
• Biografia;
• Relato histórico;
• Artigo de opinião;
• Carta de leitor;
• Carta de solicitação;
• Editorial;
• Ensaio;
• Resenhas críticas;
• Seminário;
• Conferência;
• Palestra;
• Entrevista de especialista;
• Relatório científico;
• Regulamento;
• Textos prescritivos;
Seria impossível estudar todos ao mesmo tempo, por isso ao escrever qualquer um destes ou outros
textos, é importante ler alguns exemplos e estudar a linguagem e as características, especialmente
se há uma exigência para que você seja fiel ao gênero textual.
Linguística textual surge na Europa, mais especificamente na Alemanha, na década de 1960, como
resultado de inquietações em torno das perspectivas teórico-metodológicas até então adotadas para
a análise de frases/textos. Seu desenvolvimento, como lembra Bentes (2006, p. 246), não foi
homogéneo, mas, de uma forma geral, podem-se elencar três fases com preocupações teóricas
bastante diversas entre si: a análise transfrástica, a gramática de texto, e a teoria do texto que,
progressivamente, foram se afastando da influência estruturalista e adotando, em seus estudos, uma
preocupação com os “processos de produção, recepção e interpretação dos textos; reintegrando o
sujeito e a situação de comunicação em seu escopo teórico” (MUSSALIM; BENTES, 2006, p. 16).
Assim, “de uma disciplina de inclinação primeiramente gramatical (análise transfrástica, gramática
textual), depois pragmático-discursiva, ela transforma-se em uma disciplina com forte tendência
sócio-cognitivista” (KOCH, 2001, p. 15-16), e, com essa passagem, um novo conceito de texto, de
contexto e de análise se institui; é uma orientação possível na análise de textos.
A interação entre eles é que define a textualidade de um texto. Na década de 1970, um projeto
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Audiovisual
Audiovisual é um termo genérico que pode se referir a formas de comunicação que combinam som
e imagem, bem como a cada produto gerado por estas formas de comunicação, ou à tecnologia
empregada para o registro, tratamento e exibição de som e imagem sincronizados, ou ainda à
linguagem utilizada para gerar significados combinando imagens e sons.
Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de objetos, como utensílios
domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, serviços, marcas e também imagens, como em
peças gráficas, famílias de letras (tipografia), livros e interfaces digitais de softwares ou de páginas
da Internet, entre outros.
O design recorre a algumas disciplinas como por exemplo a antropometria, a economia, a biônica e
a ecologia, entre outras.
Exercícios De Sociologia
Selecionamos as questões dos vestibulares mais importantes do país para elaborar este banco
de exercícios de Sociologia.
A mídia exerce no mundo contemporâneo um papel primordial. Quarto poder, ou não, é essencial
para a democracia e com a internet está cada vez mais democrática, na medida em que se
multiplicaram as fontes, que hoje complementam o que se chama mídia convencional. No Brasil,
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temos certamente uma mídia responsável, ainda que como em qualquer "instituição" se veja altos e
baixos, sem que seja possível se atribuir responsabilidades quando se trata de contextos complexos.
O caso mais emblemático nos últimos dias é o do assassinato da menina Isabella, amplamente
debatido sob diversos aspectos, incluindo a cobertura jornalística.
Pessoalmente o que me chama a atenção é o fato da não haver regras claras sobre o relacionamento
da mídia com as autoridades responsáveis pela apuração policial. Este episódio lembra a
promiscuidade entre parlamentares e a imprensa em várias CPIs, nas quais o vazamento da
informação era recompensado com a visibilidade nos meios de comunicação, ainda que tais
procedimentos pudessem prejudicar a própria averiguação dos fatos.
No caso da menina Isabella me pergunto como uma determinada emissora pode ter acesso exclusivo
a determinado depoimento, laudo policial - ou o quer que seja, uma vez que em tese a divulgação dos
mesmos deve ser feita de modo democrático, sem privilegiar este ou aquele meio de comunicação, e
principalmente sem prejuízo ao próprio procedimento de investigação policial.
No caso dessa cobertura jornalística me parece que estamos diante de uma situação semelhante ao
das CPIs, entretanto, em se tratando de autoridades policiais submetidas a regime jurídico próprio,
com hierarquia clara, não há como deixar de se registrar a ausência de uma orientação formal do alto
comando da polícia fixando com clareza regras aplicáveis a situações como essa.
Certamente alguém poderia usar o raciocínio no sentido contrário, ou seja, o "furo jornalístico" valeria
mais. O meu argumento é que o vazamento da informação nesses casos deveria gerar a
responsabilização por parte dos servidores públicos envolvidos, com o propósito claro de
desestimular tais práticas que ao meu ver em se tornando usuais e corriqueiras prejudicam as
investigações policiais, o que pode em última instância favorecer os próprios investigados. Muitas
vezes condenações da opinião pública não se refletem em decisões judiciais, ou seja, absolvições
são obtidas pela ausência de provas ou mesmo anuladas quando as mesmas são obtidas de modo
ilícito.
O estabelecimento dessas regras deveria seguir um processo público de consulta, com o propósito
de gerar um compromisso aceito por todas as partes envolvidas, fazendo com que aqueles que
descumprissem tivessem no mínimo uma sanção moral por parte da comunidade dos próprios
jornalistas. Isto, aparentemente ingênuo, poderia trazer mudança nas relações entre as fontes e os
meios de comunicação, tornando-as mais éticas sem prejuízo à divulgação das informações ao
grande público. Há notícias de que em certas situações como seqüestros de pessoas com expressão
na opinião pública há um pacto de não divulgação com o propósito de salvaguardar a integridade da
vítima.
Voltando ao noticiário dos últimos dias, não posso deixar de fazer alguns comentários sobre a
polêmica da demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Minha opinião sempre foi na
direção do que foi enfim feito pelo atual governo, tendo defendido a minha opinião publicamente no
governo FHC. Alguns anos antes defendi a demarcação do território Yanomami, também objeto de
enorme polêmica, prevalecendo na ocasião o entendimento de que a sua efetivação não afetaria o
interesse nacional, argumento levantado por aqueles que diziam que tudo não passava de uma
grande conspiração internacional contra a soberania do Brasil.
Decorridos todos esses anos os Yanomamis continuam brasileiros e a conspiração não se verificou.
No caso atual da Raposa Serra do Sol o que me chama a atenção é que inverdades legais têm sido
colocadas e disseminadas sem o esforço de se verificar a sua adequação: as reservas indígenas são
de propriedade da União com usufruto para os índios que lá habitam, sem impedimento de qualquer
natureza à atuação das Forças Armadas na defesa da nossa integridade territorial. Quer dizer
claramente que o que se diz de ameaça à nossa soberania não existe e no caso dessa demarcação
ou qualquer outra a decisão da FUNAI se dá como cumprimento da Constituição Federal de 88. A
mesma foi objeto de enorme negociação, sendo que os dispositivos que tratam desse assunto
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tiveram como um de seus defensores o então senador Jarbas Passarinho, aliás Ministro da Justiça
quando da demarcação do território Yanomami.
Será Possível Se Imaginar Que O Senador Jarbas Passarinho Faça Parte Dessa
"Conspiração"?
A discussão deveria estar concentrada no Estatuto dos Índios, ou seja, na regulamentação do texto
constitucional, cujo prazo está há muito esgotado e que permitiria à sociedade brasileira estabelecer
as bases para uma discussão menos influenciada por interesses específicos como estamos
assistindo. O que é inaceitável são reiteradas afirmações colocando o alinhamento de posições
legítimas e amparadas legalmente na Constituição Brasileira como sendo parte de interesses
escusos articulados contra o Brasil. Os índios fazem parte da nossa sociedade e podemos aprender e
ensinar muito com eles na convivência difícil e complexa de um país que abriga tal diversidade
cultural como o nosso.
Por fim não há como não registrar o repúdio à absolvição do mandante do assassinato da missionária
Dorothy Stang. O exemplo é péssimo e também exige uma reflexão sobre o judiciário brasileiro, na
medida em que crimes dessa natureza e com essa repercussão deveriam merecer foro privilegiado,
longe de pressões regionais e locais. Como não conheço detalhes do julgamento, deixo de me
aprofundar sem deixar de manifestar preocupação com a principal testemunha que negou suas
afirmações anteriores, que levaram à condenação anterior: provavelmente assistiremos a uma
"queima de arquivo".
Além de regras gerais que guiam o mercado como um todo, o Código tem normas específicas
para diferentes categorias de produtos e serviços, dentre os quais destacam -se os produtos
alimentícios, bebidas alcoólicas, produtos relacionados ao fumo, produtos farmacêuticos , veículos
motorizados, investimentos e empréstimos em geral.
O Conar atua como órgão judicante nos litígios que envolvam questões relacionadas à
publicidade. São julgadas representações por infração ao Código originadas de denúncias de
consumidores, autoridades, dos seus associados ou ainda formuladas pela própria diretoria do
Conar de ofício. Nos últimos cinco anos foram instaurados aproximadamente 1.300 processos
sendo determinada a sustação de 489 anúncios 1 . Certamente, quando é possível, o Conar tenta
promover a conciliação entre as partes antes de julgar a representação.
As sanções impostas pelo Conar podem variar desde uma simples advertência, passando pela
recomendação de alteração, correção ou sustação do anúncio. Em casos extremos, quando o
associado não cumpre a sua decisão, a penalidade é a divulgação pública de tal fato nos meios de
comunicação, o que tem ocorrido com raridade. Não há sanção de natureza pecuniária, mas nada
impede que o ressarcimento seja buscado judicialmente.
A atuação do Conar revela que, se por um lado o artigo 22, inciso XXIX, da Constituição Federal,
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estabelece a competência privativa da União para legislar sobre propaganda comercial, por outro,
a regulamentação alternativa dessa atividade, consubstanciada na criação de nor mas éticas por
parte daqueles que devem observá-las, torna o controle da atividade publicitária mais célere,
seguro e econômico.
De acordo com as novas regras do Conar que começam a vigorar já em novembro de 2003, a
publicidade de bebidas alcoólicas deverá ser estruturada com a finalidade de difundir a marca do
produto de maneira socialmente responsável, evitando-se o consumo abusivo e também por
menores de idade.
Foi proibida, por exemplo, a presença de crianças e adolescentes ou de qualquer pes soa que
aparente ser menor de 25 (vinte e cinco) de idade nos anúncios; a exploração do erotismo; o uso
de linguagem, recursos gráficos e audiovisuais pertencentes ao universo infantil, tais como
animais “humanizados”, bonecos ou animações que possam despertar a curiosidade ou a atenção
de menores; cena, ilustração, áudio ou vídeo, que apresente a ingestão imoderada do produto.
O Conar também estabeleceu que anúncios de bebidas devem ser veiculados principalmente após
às 21 h, e que devem sempre acompanhá-los mensagens de advertência incentivando o consumo
moderado do produto. Foram criadas mensagens de advertência padrão para anúncios em
televisão, rádio, cinema, internet, entre outros veículos.
O Conselho Federal de Medicina - CFM, por outro lado, editou novas normas para a publicidade
de médicos por meio da Resolução nº 1.701/2003, de 10.9.2003. Em vista do aumento na disputa
pelo mercado consumidor entre médicos, clínicas, hospitais e outras empresas atuantes nessa
área, mostrou-se necessário fixar critérios éticos norteadores para a participação dos profissionais
nas campanhas publicitárias.
A Resolução, já em vigor, veda, por exemplo, que médicos: (i) participem de anúncios de
empresas ou de produtos ligados à medicina; (ii) permitam que o seu nome seja incluído em
propaganda enganosa ou seja ligado a matérias jornalísticas desprovidas de rigor científico; (iii)
façam propaganda de método ou técnica não aceitos pela comunidade científica; e (iv) e
exponham a figura do paciente.
A avaliação do material que poderá ser utilizado será feita por uma Comissão de Divulgação de
Assuntos Médicos, ligada ao CFM, cujas atividades consistirão na elaboração de pareceres e
consultas a respeito de publicidade de assuntos médicos. As sanções aplicadas pela não
observância dessas regras podem ser a advertência, suspensão e até cassação do regi stro
profissional.
Ao lado das iniciativas já citadas, também merece destaque a atuação da Associação Brasileira de
Marketing Direto - ABEMD. Trata-se de uma entidade civil que promove o desenvolvimento e
aprimoramento de técnicas e atividades de marketing direto . A ABEMD, além de ter editado o
Código Brasileiro de Auto-Regulamentação do Marketing Direto 2, elaborou, recentemente, um
projeto cujo objetivo é permitir que o consumidor escolha se deseja ou não receber ofertas por e -
mail, telefone ou carta.
Para alcançar essa meta foi criado um guia de “boas maneiras” a ser distribuído para as empresas
do setor. A iniciativa da ABEMD inspirou-se na atuação de três das mais importantes associações
de agências e anunciantes dos Estados Unidos, a American Association of Advertising Agencies,
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O guia de “boas maneiras” da ABEMD contém uma lista de nove regras que deverão nortear o
procedimento dos seus associados, dentre as quais destacam -se as seguintes: (i) o assunto
indicado na referência do e-mail deve ser honesto; (ii) a mensagem deverá conter o endereço
eletrônico do remetente e o endereço corporativo do anunciante; (iii) os e-mails devem fornecer,
em destaque, a opção de remoção do seu nome de mensagens futuras; e (iv) as listas de e -mail
não devem ser vendidas ou fornecidas a terceiros, a menos que o consumidor tenha sido
informado e consentido a venda de seu nome.
Cumpre esclarecer que o guia de “boas maneiras” é apenas um conjunto de regras sugeridas pela
ABEMD, sendo que o não cumprimento pelas afiliadas daquele órgão não configura uma infração
propriamente dita. Eventualmente poderá ser feita uma representação à ABEMD se a conduta da
empresa associada, ao realizar marketing direto, violar o Código Brasileiro de Auto -
Regulamentação do Marketing Direto.
Também é importante notar que, embora a ABEMD tenha tomado a iniciativa de criar um guia
para a publicidade através de mensagens eletrônicas, não há qualquer óbice para que abusos
sejam reportados diretamente ao próprio Conar, caso a prática configure violação às disposições
do Código.
Com a criação de normas éticas por diferentes órgãos, caberá avaliar, em cada caso concreto,
qual deles deverá ser acionado para que a questão seja rapidamente resolvida. Seja qual for a
opção, trata-se de uma alternativa com muitos benefícios em relação às ações judiciais.
Como o CONAR não é um órgão estatal, não exerce poder de polícia, não multa, não determina
ordem de prisão, nem, tampouco, elabora leis. As entidades e as empresas que o apóiam o fazem
voluntariamente.
As decisões do CONAR são apenas recomendações, que, eventualmente, se não forem acatadas de
livre escolha pela parte recomendada, podem ser discutidas pelas mesmas partes no âmbito do
Poder Judiciário e até por órgãos da administração dos governos (exemplo: PROCONs).
Porém, na imensa maioria dos casos, o que acontece é justamente o acatamento das
recomendações do CONAR por todas as partes envolvidas: agências publicitárias, veículos de
comunicação e/ou anunciantes – ou, genericamente, comunidade publicitária.
Daí a importância dessa organização, que, apesar de regular o mercado e ter seu foco principalmente
voltado para o controle da concorrência, acaba por beneficiar a sociedade, ajudando a tornar a
legislação pátria efetiva, no sentido de coibir abusos.
É bem verdade que as decisões do CONAR – assim como as publicidades que lhes deram origem –
podem ser discutidas no âmbito do Poder Judiciário e de órgãos da administração por terceiros
interessados, independentemente de a questão ter sido solucionada pelo CONAR e as partes
envolvidas no conflito terem acolhido a decisão dessa organização. Isso porque o CONAR não
substitui a decisão judicial ou mesmo estatal.
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para responder de forma madura aos apelos de consumo” , e estipulou algumas novas limitações na
Seção 11 de seu Código Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária.
• os anúncios não podem desmerecer valores sociais positivos, como a amizade, urbanidade,
honestidade, justiça, generosidade e respeito a pessoas, aos animais e ao meio ambiente;
• os anúncios não podem associar crianças e adolescentes a situações incompatíveis com sua
condição, sejam ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis;
• os anúncios não podem impor a noção de que o consumo do produto proporcionará superioridade
ou, na sua falta, inferioridade;
• os anúncios não podem empregar crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo
direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo, admitida, entretanto, a participação deles nas
demonstrações pertinentes de serviço ou produto;
• os anúncios não podem utilizar formato jornalístico, a fim de evitar que o anúncio seja confundido
com notícia;
• os anúncios não podem apregoar que produto destinado ao consumo por crianças e adolescentes
contenha características peculiares que, na verdade, são encontradas em todos os similares;
• os anúncios não podem utilizar situações de pressão psicológica ou violência que sejam capazes de
infundir medo;
– procurar contribuir para o desenvolvimento positivo das relações entre pais e filhos, alunos e
professores, e demais relacionamentos que envolvam o público-alvo;
– obedecer a cuidados tais que evitem eventuais distorções psicológicas nos modelos publicitários e
no público-alvo;
• crianças e adolescentes não poderão figurar como modelos publicitários em anúncio que promova o
consumo de quaisquer bens e serviços incompatíveis com sua condição, como, por exemplo, armas
de fogo, bebidas alcoólicas, cigarros, fogos de artifício e loterias.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
• abster-se de desmerecer o papel dos pais, educadores, autoridades e profissionais de saúde quanto
à correta orientação sobre hábitos alimentares e outros cuidados com a saúde;
• abster-se de utilizar crianças muito acima ou muito abaixo do peso “normal”, segundo os padrões
biométricos comumente aceitos, evitando que elas e seus semelhantes possam ser atingidos em sua
dignidade.
Especificamente, com relação à publicidade desses produtos que sejam destinados às crianças, o
CONAR recomendou:
É com fundamento no Código de Ética que o CONAR avalia as denúncias que lhe são encaminhadas
(por anunciantes, grupos de consumidores ou empresas) e oferece recomendações para as partes
envolvidas no caso. As recomendações proferidas pelo CONAR são meramente indicativas, visto que
o órgão não tem poderes para julgar definitivamente os casos e nem para aplicar sanções.
As denúncias realizadas por interessados podem dar origem a Representações, que são julgadas
administrativamente pelo CONAR, buscando-se a solução de um caso envolvendo questões éticas na
publicidade. Apesar de suas recomendações não serem juridicamente vinculantes, em geral são
prontamente cumpridas pelas partes envolvidas, visto que o CONAR goza de prestígio e
respeitabilidade entre os profissionais da área.
Propaganda é uma estratégia de persuasão para fins ideológicos, com o objetivo de promover
alguma ideia, princípio, doutrina, causa ou prática. Para isso, ela apela para recursos psicológicos,
que mexem com emoções, opiniões e sentimentos, e motiva a ação a partir deles.
No século XVII, a Igreja Católica empreendeu uma grande expansão pelo mundo em busca de novos
fiéis para o catolicismo.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Na década de 1940, a Alemanha viveu anos sombrios da sua história, sob o comando de Adolf Hitler
e a sua ideologia nazista.
Ok, mas o que esses dois momentos históricos têm a ver? E, principalmente, por que eles estão
sendo citados em um blog sobre Marketing de Conteúdo?
A propaganda é o que une tudo isso! Foi por meio dela que o catolicismo e o nazismo ganharam
tantos adeptos e se fortaleceram a ponto de ficarem marcados na história mundial.
E esses dois movimentos também influenciaram a evolução do marketing. Já que tiveram tanto
poder, as técnicas desenvolvidas para persuadir a população servem de inspiração até hoje para as
estratégias de marcas.
Por isso, vamos agora falar sobre propaganda! Neste post, você vai conhecer o conceito e a
relevância histórica da propaganda, bem como as técnicas que foram usadas e que você ainda pode
aplicar atualmente. Acompanhe:
O Que É Propaganda?
Propaganda é uma estratégia de persuasão para fins ideológicos, com o objetivo de promover
alguma ideia, princípio, doutrina, causa ou prática.
Para isso, ela apela para recursos psicológicos, que mexem com emoções, opiniões e sentimentos, e
motiva a ação a partir deles.
Em sua etimologia, o termo “propaganda” vem do latim propagare, cuja origem remonta à agricultura
e à ideia de difundir a produção de parreiras.
Mas foi no século XVII, com a expansão da fé católica pelo mundo, que a propaganda foi usada, pela
primeira vez, para disseminar ideologias.
A partir daí a prática passou a ser associada a contextos políticos, sociais e religiosos, em que o
objetivo é propagar uma ideia.
Ah, essa é uma velha polêmica do marketing! Quem entra em um curso de Publicidade e
Propaganda logo se depara com essa pergunta já nas primeiras disciplinas. Então, vamos tentar
resolver essa questão agora!
A Origem Da Confusão
No inglês, a prática da publicidade é chamada de advertising, cuja origem está no latim advertere,
que se refere ao ato de chamar a atenção de alguém. Existem também os
termos publicity (disseminação da informação na mídia) e propaganda (propagação de mensagens
persuasivas).
Todos os conceitos são muito parecidos. Mas na hora de traduzir para o português brasileiro, as
coisas se complicaram ainda mais.
Na área da administração, o termo advertising foi traduzido para propaganda, e publicity para
publicidade. Já na área da comunicação, advertising se tornou publicidade, e publicity virou
propaganda. Aí, virou confusão.
A Principal Diferença
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Para normatizar os termos entre anunciantes, agências e veículos do país, o CENP (Conselho
Executivo das Normas-Padrão) diz que publicidade e propaganda são a mesma coisa: “qualquer
forma remunerada de difusão de ideias, mercadorias, produtos ou serviços”.
Na prática, o mercado usa os termos como sinônimos mesmo. Porém, na teoria das faculdades, a
diferença essencial é que a publicidade tem a intenção de promover empresas, produtos e
serviços, enquanto a propaganda está no campo das causas e ideologias.
É isso que explicamos no início do texto, e é essa diferença que vamos considerar neste post. Porém,
precisamos esclarecer que, no marketing atual, nada é tão preto no branco assim.
Segundo Philip Kotler, estamos na era do Marketing 3.0, em que os consumidores não querem mais
saber que o produto é bom por isso ou aquilo. Eles querem entender qual o compromisso das marcas
na construção de um mundo melhor.
Por isso, a tendência do marketing não é mais focar na empresa ou no produto, e sim no propósito
da marca. Dessa forma, a comunicação se volta para a promoção de causas e ideias. Poderíamos
considerar, então, que elas estão fazendo propaganda?
E o que dizer dos políticos e das igrejas? Não é de hoje que as ideologias e a fé são sobrepostas
pelos interesses comerciais, como se política e religião fossem produtos à venda para um público-
alvo. Pensando assim, será que não dá para dizer que eles estão fazendo publicidade?
Os conceitos são muito próximos, tanto na língua portuguesa quanto na inglesa, e se confundem
ainda mais no mundo atual. Portanto, não queremos aqui encontrar uma resposta definitiva, mas vale
a pena refletir.
Tipos De Propaganda
Agora que já explicamos os conceitos, vamos ver quais tipos de propaganda existem (considerando
que essa prática está no campo ideológico e não comercial). Confira:
Propaganda Política
Durante o século XX, a propaganda política se tornou um instrumento poderoso para a implantação
de regimes totalitários (mais adiante veremos alguns exemplos).
Portanto, é uma prática bastante ampla, que pode ser desmembrada em outros tipos de propaganda
que veremos a seguir (eleitoral, partidária etc.).
Propaganda Eleitoral
No Brasil, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é responsável por regulamentar a propaganda eleitoral
para impedir o abuso de poder econômico e preservar a igualdade entre os candidatos.
Propaganda Partidária
Dentro da propaganda política, existe também a partidária, que tem o objetivo de divulgar os ideais,
programas e propostas dos partidos políticos para a população. Também é regulamentada pelo TSE
no Brasil.
Não está necessariamente ligada a uma eleição ou a um candidato. A finalidade maior é atrair
simpatizantes e filiados e, assim, consolidar o partido e suas ideologias na sociedade.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Ainda dentro da propaganda partidária, temos a intrapartidária, voltada para os integrantes do partido
e realizada pelo filiado que deseja fortalecer seu nome para a disputa de um futuro pleito.
Propaganda Governamental
Ela pode ter diferentes objetivos: prestar contas, informar a população, divulgar eventos e
campanhas, conscientizar sobre uma causa ou sustentar a imagem do governo. É importante
ressaltar que, no Brasil, não é permitido que ela promova a imagem de qualquer autoridade.
Propaganda De Guerra
O objetivo da propaganda de guerra é recrutar soldados, difundir uma ideologia e atacar os inimigos.
Como veremos mais adiante, foi na Primeira Guerra Mundial que ela se tornou uma poderosa
ferramenta bélica.
Propaganda Religiosa
Historicamente, as religiões sempre buscaram a adesão de novos fiéis para propagar sua mensagem.
Inicialmente, ela ocorria por meio do testemunho pessoal, depois pela música, artes plásticas e
imprensa escrita, e hoje pela internet.
A propaganda teve papel determinante na história da humanidade. Sem ela, talvez alguns
movimentos não tivessem alcançado tanto poder (para o bem ou para o mal…). Vamos ver agora o
papel da propaganda em importantes momentos históricos:
Propaganda Católica
A religião católica inaugurou o uso da palavra propaganda como difusora de ideias. No século XVII, a
intenção da Igreja era expandir a fé católica para o Novo Mundo. Afinal, quanto mais fiéis ela tivesse,
mais poder teria.
Então, em 1622, o Papa Gregório XV criou a Congregação para Evangelização dos Povos (em
latim, Congregatio de Propaganda Fide), com a missão de converter ao catolicismo os povos das
novas terras, inclusive do Brasil.
O sino, a cruz, as procissões, a batina, o latim, a Bíblia — todos esses símbolos se tornaram
propagadores da fé. Assim como no marketing atual, a força da marca e dos ícones foi determinante
no sucesso do empreendimento missionário.
Enquanto a Igreja empreendia as missões pelo Novo Mundo e detinha o poder na Europa, surgia a
Reforma Protestante na Alemanha, liderada por Martinho Lutero.
Em vez de símbolos e imagens, o movimento se fortaleceu com a palavra escrita, com base nos
panfletos de Lutero. Por isso, embora a Bíblia em latim tenha inaugurado o uso da imprensa, foi com
a Reforma Protestante que a invenção de Gutemberg revolucionou a propagação de ideias.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Cartazes como esse foram amplamente usados pelos países em guerra para recrutar jovens
soldados e conquistar o apoio da opinião pública. O sentimento de patriotismo, a alegria de defender
a nação, o repúdio aos inimigos, o racionamento de comida e o estímulo às doações eram os temas
recorrentes da propaganda de guerra.
Nos Estados Unidos, o governo contratou o jornalista Walter Lippman e o psicólogo Edward Bernays
para elaborar as estratégias de propaganda, que depois se tornaram base para as teorias de
comunicação de massa.
Propaganda Nazista
É impossível falar da história da propaganda sem passar por um dos seus períodos mais sombrios: o
nazismo.
Joseph Goebbels, que comandou o Ministério da Propaganda do Reich de 1933 a 1945, foi
responsável por controlar a imprensa e as artes na Alemanha Nazista. Em suas mãos, a propaganda
nazista conseguiu conquistar a lealdade dos alemães à tirania de Adolf Hitler.
Nessa época, as técnicas de propaganda foram aprimoradas e organizadas, com o objetivo claro de
doutrinar o povo com recursos psicológicos.
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Durante a Guerra Fria, a propaganda de guerra mostrou mais uma vez o seu poder, com recursos
ainda mais criativos.
Filmes, comerciais, personagens e programas de rádio e televisão foram usados por Estados Unidos
e União Soviética. Dentro e fora das suas fronteiras, o objetivo era influenciar a favor do capitalismo e
do socialismo, respectivamente.
A propaganda dos EUA mostrava o American Way Of Life. Filmes de Hollywood, como 007 (que
combatia os inimigos russos), e até desenhos animados, como o Pica Pau (que tem as cores da
bandeira e sempre se dá bem!), foram usados para isso.
Já a União Soviética buscava valorizar as conquistas dos trabalhadores com o socialismo, para
promover uma sociedade igualitária. A conquista do espaço e os esportes foram muito usados na
propaganda socialista.
No Brasil, a propaganda política também teve força em um dos períodos mais marcantes da nossa
história. O governo ditatorial (1964-85) utilizou imagens, lemas, imprensa, censura e esporte como
armas para conquistar a opinião pública e legitimar o Regime Militar.
O governo se aproveitou também do sucesso da Seleção Brasileira na Copa de 1970 e criou o hino
“Pra Frente Brasil”, executado até hoje.
Barack Obama foi um dos primeiros a usar a internet com maestria. A campanha para a presidência
dos EUA, em 2008, tornou-se um case de propaganda eleitoral.
Propaganda Terrorista
Infelizmente, a propaganda também dá poder a grupos extremistas. Um dos piores exemplos atuais é
o Estado Islâmico, que vem usando a propaganda para recrutar soldados no mundo inteiro.
Para isso, os conteúdos vão desde as decapitações em massa, que intimidam seus inimigos
ocidentais, até instruções para organizar atentados.
Propaganda Enganosa
A percepção de que a propaganda é capaz de influenciar as pessoas foi o motivo para ela ser usada
em tantos momentos históricos, como nos exemplos que citamos.
Não por acaso, no período entre guerras (1918-39), os efeitos da propaganda de massa usada na
Primeira Guerra Mundial foram estudados e deram origem a uma das principais teorias da
comunicação: a Teoria Hipodérmica (ou da Bala Mágica).
Segundo essa teoria, que atualmente já está superada, a mensagem midiática atinge igualmente
todos os receptores como uma “injeção de seringa hipodérmica”, provocando um efeito rápido e
poderoso.
E foi exatamente isso que se viu na propaganda daquela época. A mídia conseguia direcionar a
população para praticamente qualquer direção que o comunicador quisesse. Mesmo em regimes
totalitários ou guerras impiedosas, a mensagem foi absorvida pela população.
Assim, percebeu-se o poder de persuasão da propaganda. Valia até mentir se o conteúdo ajudasse a
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vender um produto ou atender a algum interesse econômico ou político. E, dessa forma, surgiu
a propaganda enganosa.
Em reação a ela, a sociedade começou a se mexer. Em 1938, os Estados Unidos já deram sinais de
preocupação, com a promulgação do Wheeler-Lea Act pela Federal Trade Comission – FTC,
responsável por regular as relações comerciais.
No Brasil, a sociedade demorou um pouco mais para se organizar. A propaganda passou a ser
regulamentada pelo CONAR só na década de 1970, por iniciativa do próprio mercado publicitário. E,
em 1990, surgiu o Código de Defesa do Consumidor.
Só que elas se referem apenas ao que chamamos de publicidade neste post, não à propaganda. Aí,
vale uma reflexão: será que os eleitores e os fiéis estão protegidos?
A propaganda política, eleitoral e governamental é regulamentada por outros códigos, mas não há
especificação sobre a propaganda enganosa. Já a religiosa carece de legislação ou
autorregulamentação específica.
O primeiro item é o acompanhamento e pesquisa contínua dos seus concorrentes. Conhecido como
benchmarking, a prática é fundamental para identificar as melhores práticas e casos que merecem
ser estudados, ou em alguns casos, evitados.
Atualmente, dados sobre um negócio são gerados em prazos curtissímos — como as respostas nas
redes sociais — ou em um prazo maior — como a quantidade de vendas de um produto anunciado
em sites ou divulgado na televisão. A consequência disso é uma grande quantidade de dados que
precisam ser organizados e consolidados para serem utilizados posteriormente.
3. Estabeleça Metas
Obter dados precisos é apenas parte do processo de utilização de informações para um plano de
mídia. Outra etapa importante está no estabelecimento de metas. Nesse caso, os resultados
relacionados ao espaço conquistado pela marca na mídia online ou offline e a quantidade de novas
curtidas que a página do Facebook teve, por exemplo, funcionam como parâmetros para estabelecer
novas metas e direcionar os esforços para potencializar o desempenho.
Por exemplo, se uma campanha no Facebook, de um novo serviço de uma agência de turismo, tem
uma excelente receptividade do público e milhares de compartilhamentos, mas o pacote anunciado
não é vendido de acordo com o que foi esperado, é necessário repensar a estratégia. Nesse caso, o
problema pode estar na mensagem que não está atingindo o público adequado, ou seja, aquele que
pode até compartilhar a mensagem, mas que não tem interesse de compra.
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Uma marca possui muitos índices que demonstram a sua atuação e o seu desenvolvimento. Dados
sobre os clientes e também sobre os concorrentes são numerosos e engrossam ainda mais a
quantidade dos números.
Juntos, todos os dados formam um contingente excessivo de dados, que dificultam a interpretação
em prol das estratégias de comunicação e de outras áreas. O ideal é tornar visível no relatório
apenas os dados que são fundamentais.
6. Avalie O Cenário
Mais do que em qualquer outro período da história da humanidade, as relações, sejam elas entre
pessoas ou entre empresas e seus cliente, sofrem influências do ambiente. Isso advém, em grande
parte, do fácil acesso à internet, que fortaleceu a estruturação de um mercado mais dinâmico e
mutável.
Para poder se posicionar nesse contexto, uma empresa deve mensurar frequentemente a situação do
mercado no qual a empresa está inserida. Entre outras coisas, é preciso saber como, por exemplo,
no segmento de turismo, quais os temas e assuntos são mais lidos pelos consumidores. Essas
informações devem ser monitoradas para constituírem um pilar essencial para a elaboração de novas
propostas de um plano de mídia.
Em todas as etapas apresentadas, é crucial que as informações estejam completas! Caso contrário, o
esforço terá sido empregado inutilmente, pois a análise será realizada com base em dados
imprecisos, que não representam a realidade.
Quando pensamos em publicidade é fácil imaginar um grupo de pessoas criativas, reunidas em torno
de uma mesa, fazendo desenhos e escrevendo, procurando pelo tão esperado insight que renderá
uma campanha digna de prêmios.
O que nem sempre imaginamos é que, por trás dos insights e das boas ideias, não existem apenas
os profissionais da criação. E que a publicidade, de maneira alguma, se restringe às funções do
diretor de arte e do redator. Ela vai muito além.
Parte desse grande processo da publicidade é o chamado Planejamento de Mídia. E mais do que
importante, ele é fundamental para o sucesso de qualquer campanha de comunicação.
Planejamento está relacionado com a elaboração de estratégias para alcançar determinado objetivo.
O Planejamento de Mídia, por sua vez, prevê a utilização dessas estratégias para escolher os
melhores meios e os melhores veículos para divulgação de uma campanha publicitária.
A realidade é que todo mundo prefere ver sua campanha veiculada em todas as mídias, nos horários
mais nobres e durante um período grande o suficiente para a mensagem marcar presença. Acontece
que isso é praticamente impossível. Primeiro, porque veicular campanhas custa caro. E na maioria
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das vezes, não temos tanto dinheiro para investir. Segundo, porque o excesso de propaganda pode
prejudicar tanto quanto sua ausência.
A solução, então, é escolher a mídia certa. E é aí que entra o papel do Planejamento de Mídia. Um
bom plano de mídia evita gastos desnecessários com mídias que para sua marca não são tão
relevantes. E também vai indicar quais são as mídias essenciais para divulgação da sua campanha.
A primeira pergunta que devemos fazer para iniciar o plano de mídia. Ela ajuda a definir as
dimensões do público alvo de sua marca. Trata-se do alcance ou da cobertura necessária para sua
campanha. Por exemplo, a campanha será divulgada no Brasil? Em que região? Vai ser no sudeste?
Em Belo Horizonte?
Aqui tratamos da frequência de divulgação da campanha. E a pergunta é bem simples: quantas vezes
ao dia a campanha será veiculada? Quais são os melhores horários para atingir o público alvo?
Por Quanto Tempo O Público Precisa Estabelecer Este Contato Com Sua Marca?
Por fim, definimos a continuidade da campanha. Trata-se do período de tempo que ela deverá
permanecer em circulação para garantir sua efetividade. Uma semana? Um mês? Um trimestre?
O Plano de Mídia gira, basicamente, em torno dessas três perguntas. E elas, por sua vez, dependem
do público alvo da marca. É para ele que vamos nos dirigir, então são seus hábitos de consumo
midiático que devemos levar em consideração. Por exemplo, de nada adianta veicular um comercial
de TV às 20 horas se o público alvo da sua marca assiste TV às 9 horas. Ou então, não adianta
adotar o jornal X, se o público da sua marca prefere o jornal Y. E assim vai.
Então, você já sabe: Planejamento de Mídia e Criação devem andar sempre juntos. Uma boa ideia
depende de criatividade. Mas a criatividade não resolve se não alcançar quem realmente importa. Por
isso, fica a dica para você que quer o sucesso da sua campanha.
Portanto, o plano de marketing pode ser considerado como uma ferramenta de gestão para a
empresa se manter competitiva no mercado em que ela está inserida, através de estratégias
competitivas de marketing.
Para desenvolver um bom plano de marketing, é preciso que a empresa conheça bem o seu mercado
de atuação.
O motivo é bem simples: as decisões tomadas no plano de ação vão influenciar desde o
planejamento até a execução das campanhas, e essas ações precisam ser condizentes com a
situação atual do mercado, as tendências para o futuro e como a sua empresa se posiciona nesse
mercado.
Basicamente, qualquer que seja o seu objetivo principal, a sua empresa sempre deve aumentar a
participação no mercado, como consequência da utilização do plano.
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Para entender melhor como usar o plano de marketing, você precisa contar com um especialista!
Ninguêm melhor que um analista experiente de marketing para acompanhar e desenvolver o plano
ideal para a sua empresa.
É importante entender que esse plano representa o posicionamento da sua empresa, porque ele
precisa estar de acordo com a visão, missão, valores e objetivos.
Ele é a vitrine das ações da sua empresa, uma amostra do que está por vir e precisa ser muito bom!
Por isso, é importante que a empresa tenha um responsável por essa área, que acaba sendo vital
para o desenvolvimento do empreendimento.
Para isso deve se manter uma pessoa responsável pela elaboração do plano de marketing e está
deve fazer o acompanhamento do que foi elaborado e deve prover a empresa de condições para que
ocorra a execução efetiva do que foi planejado.
Outro fator importante para elaboração de um bom plano de marketing para uma empresa é lembrar
que todas as ações de marketing adotadas pela empresa precisam ser registradas, tenham sido
essas ações positivas ou não, de forma que a empresa crie um histórico das ações tomadas.
O Que É Branding?
Branding nada mais é do que a gestão de uma marca. Todo o trabalho realizado com o objetivo de
tornar a sua marca mais conhecida, mais desejada, mais positiva na mente e no coração dos seus
consumidores. Envolve desde a concepção da marca até as ações cotidianas de marketing da
empresa.
E, antes de falarmos sobre a construção desta reputação, que tal conversarmos um pouco sobre o
conceito de “marca”?
Sua marca não é seu logo. Sua marca não é o seu nome. Sua marca não é o seu mascote. Sua
marca não é o seu site.
Todas essas coisas fazem parte daquilo que constrói a sua marca, mas tudo isso está longe de ser
considerado o componente único que compõe a essência da sua marca.
A sua marca é tudo aquilo que remete a você. Pode ser seu logotipo, pode ser o seu nome, podem
ser as suas cores principais. Mas podemos ir ainda mais longe. Duvida?
Veja só este exemplo: A Harley Davidson, por exemplo, é reconhecida pelo barulho do ronco do
motor de suas motos. Em 1990, ela conquistou, judicialmente, o direito de ser a única detentora do
barulho característico que sai do escapamento de suas motocicletas.
A sua marca é todo o conjunto de coisas que te representa, que te anuncia, que te premedita. E
mais do que isso, também é algo que não depende apenas de você, pois ela também é aquilo que
envolve a percepção das pessoas sobre a sua marca, algo que você pode trabalhar, mas não
necessariamente impor, como disse o publicitário Walter Landor: “Os produtos são criados na
fábrica. As marcas são criadas na mente”.
Ela é, portanto, basicamente aquilo que diferencia um produto de determinada empresa de outro e,
quanto mais clara e óbvia é essa diferenciação, mais essa marca é enraizada na mente de seus
potenciais consumidores, seja de forma positiva ou negativa.
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É ela que, na verdade, torna o seu produto único e especial. E a verdade é que, na maioria das
vezes, nenhum produto é único ou especial. Para saber como tirar proveito disso e como perceber
como o branding pode te ajudar, é preciso entender o motivo pelo qual as pessoas compram as
coisas.
As Pessoas Não Compram O Que Você Vende, Mas Porque Você Vende
A primeira dica fundamental para falar sobre a gestão da sua marca é falar sobre a teoria de Simon
Sinnek a respeito do motivo pelos quais as pessoas se identificam com determinadas marcas,
determinados ideais ou determinados políticos.
A grande verdade a respeito da nossa escolha por determinadas marcas se baseia na nossa
identificação com os motivos dela e do sentimento que ela nos transfere dos objetivos dela em
fazer o que ela faz. As pessoas não compram o que você vende, mas porque você vende.
Vamos lá.
Utilizando um exemplo semelhante ao que o próprio Simon Sinnek utiliza em seu TEDx, a Apple não
vende um aparelho celular com acesso à internet e integração com diversos funcionalidade. A Apple
te mostra que quer mudar o mundo e a forma como as pessoas de comunicam e que acredita que
pode fazer isso através de um dispositivo que pode fazer coisas incríveis, inclusive acessar a internet
e se integrar com diversas funcionalidades.
Se você se identifica com os motivos, você cria uma conexão com a marca e você começa a criar
laços com aquela estampa e quer mostrar para as pessoas que você pensa daquela forma.
Comprar produtos da Apple significa pensar como a Apple pensa e as pessoas fazem isso por elas
mesmas, por uma afirmação de ideais, e não pelo fato de adquirir o produto em si.
Muitas vezes o seu argumento quer começar pelos benefícios de seu produto, mas você deve
sempre começar pelo motivo pelo qual você faz o que você faz.
Walt Disney e Barack Obama são grandes exemplos de como os motivos e os sonhos são grandes
impulsionadores de Branding.
A sua marca adquire personalidade, forma e posicionamento quando você transfere os seus
motivos para as suas peças gráficas, seus discursos e suas ações de marketing.
Isso fortalece, isso cria presença, isso cria vínculos, isso cria valor.
O valor de uma marca é algo totalmente abstrato. Se você pudesse pagar para poder comprar a
marca Coca-Cola, quanto você acha que custaria? Pense em todo o valor que essa marca carrega,
todo o trabalho que foi construído ao longo de todo este tempo e tudo aquilo que já está nas cabeça
dos consumidores.
Quanto você acha que isso vale? Exitem diversos rankings que classificam as marcas mais valiosas
do mercado, e, geralmente, estes são exemplos incríveis de trabalhos de branding bem feitos.
Ainda assim, a mensuração é complicada, pois a análise deve ser realizada individualmente. Como
dissemos antes, a marca é uma construção da percepção do consumidor e isso, é claro, vai
depender do seu consumidor.
Uma marca pode despertar sensações diferentes em públicos diferentes, e o seu papel é conseguir
realizar um trabalho que impacte positivamente, em maior parte, o público que te interessa.
Podemos dizer que o McDonalds é uma marca que possui um bom trabalho de branding, pois é bem
conhecida e estabelecida na mente das pessoas, em geral, mas talvez para determinados nichos ela
não tenha um posicionamento positivo devido a questões ideológicas, novamente, retomando a
questão das motivações: se elas forem claras, você vai atrair as pessoas que se identificam com
você e com aquilo no qual você acredita, e, no final, são essas pessoas que te interessam.
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Branding (ou gestão de marca) são ações alinhadas ao posicionamento, propósito e aos valores da
marca que ajudam a construir a percepção na mente do cliente. O objetivo do branding é não conquistar
só a mente do consumidor, mas também seu coração.
Além de pensar no nome, nas cores, letras, formas, sons você também pensou em sensações e
lembranças?
Todos os movimentos que uma marca faz, desde a criação de um logotipo, escolha da fonte,
discurso, tom de voz, valores da empresa, jingles, pessoas que irão representar, tudo isso ajuda a
construir a personalidade de uma marca na mente do consumidor através de percepções e sensações.
Inteligência competitiva é uma forma proativa de captar e organizar informações relevantes sobre o
comportamento da concorrência, mas também dos clientes e do mercado como um todo, analisado
tendências e cenários, e permitindo um melhor processo de tomada de decisão no curto e longo
prazo.
Através dela, os fragmentos de informação oriundos de diferentes fontes são trabalhados de maneira
estratégica permitindo antecipar-se às tendências de mercado, propiciando a evolução do nosso
negócio em comparação com nossos concorrentes. Com a utilização da inteligência competitiva,
temos reais condições de detectar e avaliar ameaças e oportunidades (SWOT) e definir qual será
nossa estratégia competitiva.
As conclusões obtidas através deste processo permitem à empresa saber se ela de fato continua
competitiva e se existe sustentabilidade para o seu modelo de negócios. Dentro de uma era de
competitividade baseada em conhecimento e inovação, a inteligência competitiva permite que as
empresas possam efetivamente exercer a proatividade, ao invés de esperar para reagir aos fatos, o
que acontece com frequência no mundo dos negócios.
Muitas empresas obtêm informações sobre seus clientes e concorrentes de maneira informal, através
da imprensa, da conversação com seus clientes, clientes da concorrência, representantes, etc. Esta
prática é reativa pois estas empresas só tomam conhecimento dos fatos relevantes quando eles já
estão em andamento ou já aconteceram. A inteligência competitiva se dedica a um modelo preditivo
de administração, procura prever e antecipar-se aos movimentos da concorrência, além de
oportunizar as condições oferecidas pelas tendências e cenários observados.
Apenas para que tenhamos uma idéia, as 500 maiores empresas americanas têm uma área ou um
profissional dedicados especificamente a monitorar os movimentos da concorrência, aprendendo com
seus erros e acertos, e observando as entrelinhas de suas ações para preverem para onde se
movimenta a estratégia deles e não serem pegos de surpresa.
• Compreender que tipo de impacto nossas ações estratégicas terão sobre nossos concorrentes
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Empresas que utilizam com maestria a inteligência competitiva aprendem mais rápido e implantam
mudanças e inovações com mais eficácia que seus concorrentes. Estas empresas são percebidas
como visionárias pelo mercado. Os clientes percebem que elas os entendem e ''advinham'' o que eles
desejam, apresentando inúmeras vezes, algo surpreendente que os encanta, sobre o qual eles nem
haviam pensado (inovação).
Marketing Industrial, também conhecido como Business Marketing ou mesmo B2B, é uma função da
Administração responsável por Construir Relações Significativas e Duradouras entre empresas que
participam da geração e produção de riquezas para a Sociedade.
O Marketing Industrial cria, orienta e dá sentido à todas as iniciativas que permitem que um
fornecedor ou provedor venha a fazer parte de um produto ou serviço final, de maneira legítima e
lucrativa, de modo a compor um bem de consumo de alto valor percebido pelo cliente final.
O compromisso do Marketing Industrial é dotar uma empresa válida de ações inteligentes e
generosas de modo a tornar seus clientes menos sensíveis a preço.
O tema começou a ser tratado no Brasil em 1967 pelo Eng. José Carlos Teixeira Moreira e a partir de
então foi sendo criado um verdadeiro banco de conhecimento e construção de saberes práticos que
veio a se tornar a fonte do pensamento brasileiro na área.
Envolvendo, desde a origem, um número expressivo de executivos aficionados pelo tema foi sendo
instalado uma disciplina de estudos e criação de novas soluções que veio a culminar no IMI – Instituto
de Marketing Industrial que desde 1989 é considerado a centro de excelência do tema Marketing
Industrial no país.
Mais da metade da população Brasileira tem acesso a internet, e 43% desta quantia utiliza para
pesquisas de compra. Por isso, as técnicas de SEO (Search Engine Optimization) são uma das
principais estratégias de marketing industrial para que o seu site seja reconhecido pelos mecanismos
de busca como Google, Yahoo e Bing.
É fato de que atualmente todos consultam o meio digital para sanar dúvidas de produtos, serviços e
etc. Uma empresa bem posicionada, tem maior visibilidade e com isto aumentam as chances de
atingir os leads (potenciais clientes) e converter a venda.
Segundo o marketing de posicionamento na internet (MPI) ter um site otimizado faz muita diferença
nos resultados do seu negócio. Pois este posicionamento será fundamental para a visibilidade da sua
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empresa, já que os sites posicionados nas primeiras páginas, possuem um alcance muito maior do as
que não são encontrados nos mecanismos de pesquisa
Mas como otimizar seu site? Você deve prestar atenção às palavras-chave do seu produto.
Para selecionar as palavras-chave que mais se encaixam no seu negócio, você pode utilizar
ferramentas como o planejador de palavras-chave do Google Adwords, FreshKey e Keyword Tools.
Outra opção para um bom posicionamento é o alcance pago, através de ferramentas como o Google
Adwords. Porem, uma palavra-chave pode ser concorrida no segmento, e sobressai aquele que paga
mais por ela (em uma espécie de leilão). Vale ressaltar que esta estratégia não tem a mesma
credibilidade do alcance orgânico, sendo mais utilizada para ações promocionais.
Também é importante saber que os buscadores da internet dão importância ao seu conteúdo. Por
isso, criar conteúdo relevante é essencial para seu posicionamento.
Mas, o que é um conteúdo relevante e por que ele é uma das principais estratégias de marketing
industrial?
A produção de conteúdo é uma principais estratégias de marketing industrial, pois é utilizada por 93%
dos profissionais de marketing B2B. Custa 67% menos do que outras técnicas tradicionais egera até
3x mais leads. As taxas de conversão para quem utiliza esta técnica é de até 6x mais em relação
aos não adeptos.
O marketing de conteúdo tem como principal objetivo atrair, converter, fechar, e encantar, e faz isso
através de conteúdos segmentados (direcionado de acordo com o perfil do público-alvo), de alta
relevância e integrado nos melhores meios de divulgação.
Para realizar um conteúdo relevante é importante saber que o foco é sobre o seu possível comprador
e não sobre você. Você não deve falar diretamente sobre a sua indústria, e sim ensinar aos seus
clientes temas relevantes, fazendo com que eles se tornem mais engajados sobre o assunto e
enxerguem a sua empresa como solução.
Desta forma você se diferencia da concorrência, gera autoridade, se torna referência, e aumenta a
barreira de entrada para concorrência.
Para executar corretamente é necessário:
Além de um site com vários formatos de conteúdos otimizados para os buscadores, a sua indústria
também precisa marcar presença nas principais redes sociais, como: Facebook, Twitter, Linkedin,
Google +.
As redes sociais são ambientes perfeitos para você se relacionar com o seu público-alvo e gerar
engajamento com a sua marca através de postagens e interatividade.
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Você também pode promover suas publicações para que se transformem em anúncios que podem
ser segmentados de acordo com dados demográficos, geográficos e interesses do seu público-alvo.
Desta maneira, você consegue alcançar um número maior de pessoas que tenham interesse em
assuntos relacionados ao seu negócio, mas que não necessariamente estavam procurando naquele
momento. Isso dá uma abertura para que a pessoa conheça a sua marca e você prepare ela até o
momento da venda.
O e-mail marketing esta entre as principais estratégias de marketing industrial, mas não adianta
somente enviar e-mail de modo aleatório. Para ter um resultado mais eficaz é necessário analisar a
base e segmentar o conteúdo que irá enviar para que então as chances do usuário abrir serem maior.
Com o envio de e-mails segmentados de acordo com os interesses dos seus potenciais clientes, com
o conteúdo certo, no momento correto e com uma frequência adequada, você consegue estabelecer
uma relação de confiança com o potencial cliente
Entretanto, para montar uma lista de e-mails, é necessário a autorização dos destinatários, por isso
você não deve comprar listas de e-mails, mas deixar espaços destinados no seu site para que eles
coloquem seus endereços eletrônicos.
Trata-se do envio de e-mails para uma lista de potenciais clientes que foram devidamente
segmentados e autorizaram o envio, isso porque estes usuários se interessaram pelos seus
conteúdos, produtos ou serviços e deixaram seus e-mails.
Globalização Da Informação
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A revolução Industrial começou na Inglaterra, quando a máquina a vapor foi inventada, na metade do
século XVIII. Logo surgiram as ferrovias e indústrias. As pessoas trocaram o campo pela cidade. As
mudanças tecnológicas praticamente cessaram no século XIX, quando surgiram várias inovações:
motor de combustão interna, eletricidade, etc. que alteram a economia mundial. Essas, por sua vez
geram uma nova classe de trabalhadores, aumentou o numero de pessoas com acesso a educação e
que tinham dinheiro. Começaram os problemas de desemprego, surgiu o materialismo e a
decadência das famílias acelerou.
Mudanças No Século XX
A integração econômica e cultural entre os países, conhecida como Globalização, só foi possível a
partir da criação e popularização de diversas tecnologias que adquiriram um papel fundamental tanto
para o desenvolvimento da economia mundial quanto para a sociedade que se tornou cada vez mais
dependente da tecnologia. As redes de comunicação nesse mundo globalizado, cada vez mais
rápidas e eficientes, permitiram a comunicação e o acesso rápido a qualquer parte do globo de forma
instantânea. Contribuindo assim, para:
• a circulação de capitais que pode ser realizada de qualquer lugar do mundo, com o uso de
computadores e até smartphones;
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• a transformação da paisagem que vai sendo alterada para incorporar as diversas redes de
comunicação por satélite artificial, de cabos de fibra óptica, de antenas para celulares etc.
Porém, apesar de se tornarem cada vez mais necessárias e utilizadas no mundo, tanto nas relações
comerciais quanto no cotidiano das pessoas que vivem nesse mundo globalizado, o uso das redes de
comunicação não diminui as diferenças sociais. Isso por que, assim como os efeitos da globalização
não atingem a todos da mesma maneira, muitas vezes o uso das novas tecnologias não ocasionam
grandes revoluções na realidade socioespacial. E, embora o acesso a essas redes atinja cada vez
mais pessoas, a forma com que usam essas tecnologias e as consequências do seu uso muitas
vezes não é um fator determinante na modificação de sua condição social.
Mantenha um fluxo de informação nos dois sentidos. Quanto mais filtros na informação, mas ela se
distorce e gera um delay (atraso). [...]. Vocês como líderes têm de fazer a informação circular nos dois
sentidos, como a circulação sanguínea, sem filtros e simultânea. (Ram Charan apud TTCA
Consultoria Empresarial, 2005).
É comum hoje termos como: Ipod , Mp3 Players – ver figura 1 e 2 respectivamente –, Telefones
Celulares com Conectividade , Acesso à Internet Banda Larga, Newsletter , Televisão Digital, etc.
Mas uma parcela enorme da sociedade vive a margem de tudo isto, da mesma forma que o rio
Amazonas com seu leito avantajado confunde-se com um mar dentro de uma floresta (há locais que
não se podendo ver a outra margem), muitas pessoas ainda navegam como que possuidoras apenas
de uma jangada na imensidão da informação, não vendo o início, não se encontrando no meio e
culminando em não saber o final.
Somos conhecedores que a informação está diante de todos, entretanto falta a comunicação pois se
recebe a informação sem poder sinalizar a compreensão da mesma. Virtualmente todos ao recebem
informações, as processam sintetizando o que aparentemente decidem que é importante, passando a
integrar sua consciência intelectual, servido de apoio a necessidades que surgem no dia-a-dia, mas
nem sempre é assim. Somos privados do direito de ao receber a informação, sinalizar que
entendemos ou contribuir para novos envios de informação. Caminhemos juntos tentando
compreender o aspecto desta comunicação.
Há uma diversidade de mídias, todas visando passar informações a uma determinada fatia da
sociedade, e hoje nesta sociedade globalizada não somente passa-se a informação, mas a passamos
em uma velocidade quase que inacreditável, são tantos links pra isso, links pra aquilo, é rádio,
televisão, revista, etc.; todos já possuem seus elos, suas ligações mais avançadas. Mídia de um
modo geral são todas as formas e recursos que temos para nos fazer entender (comunicação).
Mídia Impressa
Categoria que se exemplifica por toda forma escrita de passar informação, até mesmo um simples
bilhete se escrito está incluído nesta categoria, temos ainda, folders, panfletos, jornal, revistas, mala-
direta, fotografias, etc. Continua sendo desde os fundamentos da impressão a mídia mais utilizada
para atingir as grandes massas.
Pode-se atingir e contagiar milhares de pessoas; se existir uma informação que comunique; o
psicológico responde rapidamente, fazendo que cidades, países e/ou todo o mundo seja contagiado
ou a fazer ou a pensar na idéia que vem impressa nesta mídia. Infelizmente o papel aceita qualquer
palavra, fazendo que muitas vezes boatos, lendas, e mentiras vaguem por muitos lugares causando
mais desastres que muito furacões.
Mídia Eletrônica
Temos aqui toda a forma de passar informação que utilize recursos no meio eletrônico compreendido
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assim: televisão, rádio, trio-életrico, carro e moto-som, cinema, etc. Partindo que as maiorias das
pessoas possuem rádio e como os carros e motos-som bombardeiam constantemente uma parcela
significativa da sociedade, também este meio propaga de uma forma muito rápida as informações
que se fizerem necessárias transmitir.
Mídia Digital
Continua a galgar espaços cada vez maiores pela facilidade de armazenamento, transporte, e
divulgação das informações, usam toda a forma de tecnologia digital, internet, televisão digital, mídia
para gravação de informações, cds, pendrives, gravadores e tocadores de música, e-mails.
Paulatinamente vem mesclando-se com as demais formas de mídias existentes, pela diversidade da
instrumentação adotada.
Como se pode notar há inúmeras formas de enviar ou receber informação, na maioria das ocasiões à
abordagem mescla uma mídia com outra, fazendo que o receptor da informação receba em um
intervalo muito curto de tempo um grande contingente de informação, contudo muitas vezes não
compreende o que está recendo.
É necessário salientar que a globalização faz com que a informação alcance em pouco tempo mais
da metade da população do planeta, e muitos são envoltos de uma forma ou outra por um dos meios
que foi explanado nas sessões anteriores.
Uma pergunta é precisa fazer: - Tenho contribuído para o envio destas ou de novas informações?
Um conceito sugerido para quem recebe informação pode ser de receptáculo e não receptor, as
pessoas em um modo geral tem sido um depósito da carga criativa de outras pessoas, e estas
informações na maioria das vezes não tem estimulado a massa receptora, estes receptores não têm
adquirido o desejo de passarem suas experimentações para outros, apenas ouvem e geralmente nem
entendem o que ouviram e sem serem estimuladas não conseguem sanar suas dúvidas sobre a
informação recebida.
É pouco provável que nas empresas de: vestuário, prestação de serviços, lazer, alimentação, etc.,
têm feito algum tipo de enquête para saber como satisfazer os anseios de seus clientes. Logicamente
que já é percebido nas empresas prestadoras de serviços, pequenos questionários (algo muito
recente), solicitando ao cliente antes de deixar o estabelecimento, comunicarem o que mais ou
menos lhe agradou ou enquanto utilizou-se dos serviços disponíveis no estabelecimento.
Quase sempre, somos conhecedores dos resultados sobre nós, mas como que anestesiados com
algum medicamento de forte ação, não conseguimos estimulação necessário para intervir, para
contribuir, para modificar, somos apenas um receptáculo das idéias criativas de outros, que têm a
capacidade de gerir sobre a informação e recursos de fazê-la chegar quando, como, a quem, e da
melhor maneira, assim a massa que recebe, ouvindo não compreenda, não compreendendo não seja
estimulada, não sendo estimulada não contribua para novos envios de informação, e sem a resposta
do receptor ao transmissor há uma falha na comunicação.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Antes mesmo de tomar conhecimento sobre a informação, faz-se necessário desenvolver junto aos
receptores, condições que possam estes passar de simples depósitos, para transmissores de
informação.
Com a rapidez que a informação circula, o simples saber ouvir não é o suficiente, obstante saber
interpretar, e fazer circular, saber comunicar e ser comunicador, não só um transmissor, é o
importante.
Atingir os pontos necessários em quem recebe a informação, a estimulação eficaz, para que aquele
que se contenta em apenas guardar a informação, passe a interpretar, observando prós e contras da
informação que recebe, transformando a bem de sua necessidade a informação recebida e
comunicando a outros que também possam ser por ele estimulados, a modificação da informação
que receberam, é que demonstra que está havendo compreensão, e contribuindo para que não
somente, uma parcela seja beneficiada, mas todos que tiverem contato com a informação, por ela
sejam beneficiados.
Neste ponto é perceptível que a distância e a velocidade que a informação atravessa demonstram
que se todos forem estimulados, paulatinamente haverá modificações visíveis, necessárias e de
grande impacto em todas as áreas da sociedade, independente da raça, credo, formação, idade,
condição financeira, etc.
É necessário porém que no tocante o que cada um pode fazer que faça, para a informação ao circular
o globo encontre os meios necessários para torná-la comunicação eficaz, atraente e estimulante a
quem recebe.
Geralmente, a propaganda ainda é muito utilizada quando se pretende fazer com que um
determinado público-alvo (que pode ser mais amplo ou bastante restrito) tenha o conhecimento da
existência de um produto ou serviço. Neste sentido, não há nenhum problema em utilizar a
propaganda de forma massificada e, concomitantemente, adotar-se uma prática mais direta, mais
específica – como o marketing de relacionamento.
Cabe, contudo, ressaltar que o marketing de relacionamento NÃO tem uma característica própria da
propaganda: nesta, é possível haver “campanhas”, ou ações descontinuadas – enquanto no primeiro
é essencial haver uma filosofia de trabalho de longo prazo.
Há empresas, por exemplo, que adotam uma campanha de publicidade vistosa assim que entram
num mercado novo, com o intuito de comunicar (divulgar) às pessoas sobre sua existência; depois
desta fase inicial, a propaganda massificada é descartada, restando ações promocionais e outros
meios de comunicação com seus clientes que tenham características mais individualizadas.
Há, ainda, empresas que adotam uma estratégia de comunicação única e exclusivamente baseada
na comunidação DIRETA com seus clientes – mas é preciso ressaltar que marketing direto é diferente
de marketing de relacionamento. Estas empresas podem optar por mala-direta (seja a tradicional, via
correio, ou mais moderna, via e-mail) ou mesmo ações de marketing bastante específicas, como
eventos, feiras etc. Nos últimos anos, todavia, vem crescendo o número de empresas que vêm
optando por construir um RELACIONAMENTO com seus clientes, visando a um retorno de longo
prazo. Geralmente estas empresas adotam soluções tecnológicas (geralmente caras) como CRM,
DataMining etc.
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Além disso, ela foi respaldada pela existência, no pós-guerra, de uma demanda reprimida pelos mais
variados tipos de produtos, aumento da população, crédito fácil e instantâneo. Paralelamente a isto, a
principal função da fábrica passou a ser a fabricação em massa – quantidade era o que realmente
importava. As linhas de montagem e as peças permutáveis da Revolução Industrial produziam
mercadorias cada vez mais parecidas entre si. O povo adquiria o que podia e nunca pensava duas
vezes sobre a adequação de suas escolhas. Quando Henry Ford declarou que seus carros viriam em
qualquer cor que os clientes quisessem, contanto que fossem pretos, a pressuposição era de que os
indivíduos queriam apenas automóveis; para Henry Ford e os outros fabricantes, a população parecia
homogênea – e, até certo ponto, era mesmo.
A indústria da comunicação, por sua vez, se armava de táticas com o objetivo de atingir uma vasta
base de pessoas com uma única mensagem de venda distribuída pelos veículos de comunicação de
massa. A propaganda tradicional na mídia de massa (TV, rádio, jornal, revista etc), aquela que atinge
um grande público sem qualificações específicas, exceto que são todos espectadores ou leitores da
publicação ou se encaixam numa descrição ampla, por sua vez, tendia a atingir indivíduos dentro de
um espectro quase ilimitado de características e interesses, sendo geralmente inevitável que somente
uma minoria relativamente pequena possuísse necessidades e interesses que a tornasse um
verdadeiro prospect para qualquer produto ou serviço que se estivesse vendendo.
Podia-se apenas esperar que, nesse grande contingente de público, houvesse um número suficiente
de pessoas cujos desejos coincidissem com a oferta da empresa anunciante para resultar numa
campanha promocional rentável.
Hoje, porém, observa-se claramente que a comunicação de massa está em crise. Isto se deve a um
processo de “desmassificação” que vem ocorrendo desde a década de 70, fenômeno previsto
inicialmente por Alvin Toffler – criador do termo. Vários fatores podem ser atribuídos a esse novo
direcionamento do mercado e consequentemente da indústria de comunicação.
Isto significa que as mensagens veiculadas pela mídia, e até mesmo os tipos de mídia existentes,
passaram a ser repensados, cedendo espaço não só a novas técnicas de criação como também a
instrumentos de veiculação igualmente mais modernos e sofisticados. O que ocorre é que, como os
consumidores não estão mais alinhados em grandes grupos-alvo, simples e previsíveis, a forma de
atingi-los com uma mensagem publicitária, de sensibilizá-los, de despertar seu interesse por
determinada marca em detrimento de outra, precisa ser melhor estudada.
No contexto empresarial, cliente fiel é aquele que está envolvido, presente. Aquele que não muda de
fornecedor e mantém consumo freqüente, optando por uma organização em particular sempre que
necessita de um determinado produto similar. Para conseguir a fidelidade dos clientes, a empresa
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pode trabalhar basicamente em dois sentidos: ter uma marca forte que crie lealdade dos
consumidores, e envolver os clientes pelos serviços que oferece. A fidelidade à marca é um dos
critérios mais populares para segmentar os mercados. Uma vez que os consumidores fiéis a uma
marca são identificados por técnicos com a remessa de formulários para serem preenchidos, os
bancos de dados podem ser elaborados para permitir aos executivos de marketing contatar os
clientes pela mala direta que é efetiva em termos de custos.
A promoção pode ser utilizada como uma ferramenta dos programas de fidelização – mas fidelizar
clientes é um processo mais amplo e abrangente do que uma simples promoção.
- Marketing de relacionamento é o processo pelo qual uma empresa constrói alianças de longo prazo
com clientes atuais e potenciais de tal forma que ambos, vendedor e comprador trabalhem em busca
de um conjunto específico de objetivos comuns. Estes objetivos são alcançados quando: são
entendidas as necessidades dos consumidores; os consumidores são tratados como parceiros de
serviço; é assegurado que os empregados satisfaçam as necessidades dos consumidores, o que
pode requerer que os empregados exercitem a iniciativa além das normas da empresa; a melhor
qualidade possível é entregue aos consumidores, relativamente às necessidades individuais.
O marketing de relacionamento efetivo leva aos seguintes resultados positivos: maior percentual de
clientes satisfeitos; maior lealdade dos consumidores; percepção do mercado de que a empresa
oferece produtos de melhor qualidade; mais lucro para o vendedor. É um processo contínuo, que
requer que a empresa: tenha contato constante com os consumidores para assegurar que os
objetivos estejam sendo alcançados; integre o processo de marketing de relacionamento ao processo
de planejamento estratégico, habilitando a empresa a melhor gerenciar seus recursos e atender
necessidades futuras dos clientes .
De qualquer maneira, estabelecer relacionamento requer esforço. Neste sentido, as empresas devem
avaliar a relação custo/benefício entre o esforço de fidelização via investimento no relacionamento e a
consequente melhoria de seus níveis de receita.
Por exemplo: fabricantes de produtos como bens de consumo empacotados, que possuem mercados
de massa, têm pouco contato com os usuários finais, o que indicaria a conveniência de uma
estratégia do tipo transacional. Já para provedores de serviços, que necessitam contatos íntimos e
permanentes com seus clientes, uma estratégia do tipo relacional é a indicada.
Bens duráveis e produtos industriais estariam entre estes dois extremos. Assim, vemos que há
espaço para que a propaganda massificada permaneça em uso – mas em menor grau do que era
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Outras formas de atingir o consumidor surgiram – formas decerto mais adequadas aos diferentes
tipos e perfis de consumidores que vêem surgindo até hoje.
Para muitos, o recrudescimento do tipo de relação que havia antigamente entre o pequeno
comerciante do bairro e seus clientes ganhou fôlego graças à busca por características
individualizadas por parte dos consumidores: após vivenciarem uma perda de suas identidades em
prol de preços baixos – situação vista, em especial, com o fortalecimento de grandes hipermercados,
aonde o atendimento é frio, formal e impessoal –, muitos acabaram optando por pagarem um preço
ligeiramente superior mas receber, em troca disso, um atendimento mais humanizado, pessoal, mais
próximo.
Esta mesma linha de raciocínio pode ser aplicada a indústrias, prestadores de serviços e quaisquer
ramificações econômicas hoje em dia – o relacionamento pessoal volta a ganhar importância, mesmo
que na época das conversas virtuais (pela Internet) e das mensagens por e-mail, em detrimento das
conversas pessoais.
A segmentação já é usada por todos os meios de comunicação, mas sua prática é mais forte na
internet, onde ferramentas de marketing digital, como o Google Adwards, permitem a criação de
campanhas voltadas para públicos específicos.
É comprovado que as mensagens enviadas apenas para um grupo específico têm maiores taxas de
aberturas e cliques. O destinatário percebe que a publicação é voltada para seus interesses e a
considera como um benefício, pois o conteúdo foi produzido com qualidade e atende às suas
expectativas.
Para que seja possível fazer uma boa segmentação do público da marca, estas são algumas
sugestões de grupos:
• Faixa etária;
• Sexo;
• Cidade;
• Aniversário;
• Consumo de produtos;
• Frequência de compra;
• Ou qualquer categoria relevante para a empresa cuja informação de segmentação tenha sido
coletada pelo CRM.
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Assim, os clientes interagem com as publicações de modo mais efetivo, abrindo os emails, entrando
nos sites mais frequentemente e realizando a compra dos seus produtos e serviços.
É importante que organizações de qualquer tamanho ou setor trabalhem melhor a abordagem com
seus consumidores, oferecendo os conteúdos certos para cada um. Esta estratégia tornará a
comunicação mais clara e o público mais próximo e interessado.
Existem vários canais para transmitir informações ao público-alvo de uma empresa, mas talvez a
comunicação interativa seja a mais inovadora e eficiente nos últimos tempos.
Não porque ela necessite de tecnologias de ponta para ser possível, mas por ter o feedback em
tempo real de cada cliente enquanto ela acontece.
Entenda, neste post, a diferença entre a comunicação tradicional e a interativa e qual delas pode
ajudar melhor a sua empresa na transmissão de informação e para se relacionar com o público.
Entre eles podemos citar jornais impressos, revistas, canais de televisão e sites de conteúdo que
usam uma via única de transmissão de informação, ou seja, o emissor envia uma mensagem ao
receptor, no caso o público, que apenas a recebe.
No caso da comunicação interativa, o receptor não somente recebe a mensagem, mas também
interage. Alguns exemplos são os chatbots utilizados em aplicativos de mensagem para atender os
clientes, atendimento por telefone e programas e estabelecimentos que usam a gamificação para que
seu público interaja com a marca.
Personalização Da Informação
A comunicação interativa permite que a mensagem seja personalizada para cada consumidor. Um
portal de notícias pode, por exemplo, permitir que o cliente assinante personalize a página inicial de
notícias e use esta informação também para personalizar as publicidades que serão apresentadas.
Assim como em uma conversa por telefone, um chatbot pode enviar uma oferta personalizada para
um cliente, responder dúvidas e até concluir a venda em uma mesma interação. Neste caso, além da
realização da venda, a interação também ofereceu dados sobre a aceitação do veículo de venda e a
assertividade no tipo de oferta.
Isto torna a comunicação mais envolvente, fidelizando mais clientes na medida em que usa interfaces
amigáveis e também comunica de forma mais intensa com aqueles que identificam que a empresa
poderá atender suas necessidades.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
A comunicação interativa pode ter diversas aplicações, mas é com o público mais específico que
ela mostrará mais resultados. Enquanto a comunicação tradicional pode informar a um grande público
a existência de um novo produto, a comunicação interativa pode conduzir clientes que estejam na
dúvida sobre os benefícios que poderá usufruir na compra dele.
A comunicação interativa também poderá engajar clientes e torná-los fiéis usando jogos e programas
onde quanto mais o cliente interagir com a marca, mais benefícios ganhará.
As ferramentas para a comunicação interativa também terão alto grau de inovação, até mesmo nos
call centers. Algumas delas são:
Softwares De CRM
Chatbots
Os chatbots não representam apenas mais um canal de comunicação com o cliente, mas uma
ferramenta capaz de usar a inteligência virtual e códigos para atender as demandas de forma próxima
a humanizada e ainda oferecer comandos de ações que canais menos tecnológicos não poderiam
proporcionar.
Redes Sociais
Não menos importante, as redes sociais como palco para o chamado SAC 2.0 também são
ferramentas essenciais para este tipo de comunicação, pois são o ambiente em que os clientes estão
cada vez mais dispostos a interagir.
Saber como e quando usar a comunicação interativa com os clientes demonstra o caráter estratégico
e inovador da empresa, que não deixa de usar outros meios de interação com o público, mas
acompanham as tendências e a necessidades dos clientes.
Meios De Comunicação
Comunicação
Segundo a "Teoria da Comunicação", o emissor (locutor) é aquele que emite a mensagem e, por
sua vez, o receptor (interlocutor) é aquele que a recebe e a decodifica. O "canal de comunicação"
designa o local, ou o meio pelo qual a mensagem será enviada para o receptor.
Assim, os meios de comunicação social se aproximam do “canal”, na medida em que ele representa o
veículo entre o emissor e o receptor, que pode ser linguagem escrita, sonora, audiovisual, por
exemplo, o jornal, revista (comunicação escrita), rádio e televisão (comunicação audiovisual), etc.
História
Se pensarmos que a história e origem dos meios de comunicação surgem da necessidade humana
de se expressar, a arte rupestre (desenhos primitivos dentro das cavernas ou grutas), característico
da pré-história, já aponta essa importância na vida dos homens.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Note que isso é justamente o que nos difere dos animais, ou seja, a criação de uma cultura (gerada
pela comunicação humana), posto que as espécies animais não possuem uma "linguagem" que os
permitam criar culturas, crenças e tradições, as quais serão passadas de geração em geração.
Feita essa afirmação, foram séculos de desenvolvimento até chegarmos ao ponto de comunicação
que chegamos, ou seja, na era das tecnologias da informação e da cultura de massa, onde esses
meios representam, em grande parte, fatores de desenvolvimento da sociedade humana, uma vez
que disseminou (e continua disseminando) o conhecimento pelo mundo, em diversos tempos e
espaços.
Depois da escrita, surgiram os suportes como o papiro, os pergaminhos, e mais tarde, os livros, que
no início era objeto de poucos, sendo difundido a partir da criação da imprensa no século XIV.
O correio é considerado um dos mais antigos meios de comunicação, de forma que os egípcios já
utilizavam para enviar documentos e cartas. Antigamente, as aves, como pombas e corvos, eram
utilizadas para o envio das mensagens.
Com o desenvolvimento dos estudos sobre eletricidade, já no século XVIII, surge o telégrafo,
instrumento ligado por fios e eletroímãs, baseado na emissão de impulsos eletromagnéticos,
encarregado de enviar mensagens a longas distâncias. Foi considerado uma das grandes revoluções
dos meios de comunicações sendo um dos primeiros sistemas modernos de comunicação.
Os telégrafos foram essencialmente utilizados pelos governos, sendo que a mensagem (escrita ou
visual) era transmitida por códigos, donde surge o Código Morse, inventado pelo pintor estadunidense
Samuel Morse (1791-1872).
No século XIX, o rádio e o telefone foram os principais meios de comunicação. Por meio de ondas
eletromagnéticas, o rádio foi criado e utilizado para propagar as informações, bem como servir de
entretenimento, com as músicas e radionovelas. Note que foi um importante instrumento de
comunicação utilizado durante os períodos de guerra.
Já o telefone, representou a evolução do telégrafo uma vez que representa um instrumento ligado por
fios, entretanto, que emite mensagens de voz a longas distâncias em tempo real, enquanto os
telégrafos só enviavam desenhos ou mensagens de texto.
Todavia, diferente do telégrafo, esse meio de comunicação se expandiu sendo muito utilizado
atualmente: telefone público, analógico, digital, sem fio e celulares.
No século XX, sem dúvida, a televisão e a internet foram (e continuam sendo) os principais meios de
comunicação.
Pesquisas apontam que a televisão ainda é o meio de comunicação mais utilizado pelo homem, e,
em segundo lugar está a internet, que cada vez mais se expande pelo mundo no campo das
comunicações instantâneas.
Tipos
De acordo com o campo e atuação, existem dois tipos de meios de comunicação, a saber:
• Massa: os meios de comunicação de massa, é mais ampla e externa, como intuito de comunicar um
grande número de pessoas, por exemplo, jornais, revistas, internet, televisão, rádio.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Classificações
• Multimídias: reunião de diversos meios de comunicação diferentes (texto, áudio, vídeo, etc.).
• Hipermídias: fusão de meios de comunicação por meio dos sistemas eletrônicos de comunicação,
por exemplo, CD - ROM, TV digital e internet.
Meios de comunicação social são todos os tipos de aparatos analógicos ou digitais utilizados para
transmitir textos, imagens e áudios para uma massa heterogênea e indeterminada de pessoas. Os
meios mais conhecidos são os livros, jornais, revistas, rádio, cinema, televisão, gravações(discos de
vinil, fitas cassete, VHSs, cartuchos, CDs, DVDs, blu-rays, etc.), video games e internet. Estes
aparatos existem desde o início da civilização humana, na medida em que sistemas de criação,
processamento, transmissão e recepção, fazem parte natural dos sistemas sociais de interação
humana. O sistema dos meios de comunicação de massa implica organizações geralmente amplas,
complexas, com grande número de profissionais e extensa divisão do trabalho.
O universo dos meios de comunicação implica, segundo Jorge Pedro Souza (2006), a existência de
um processo social (em que seres humanos trocam mensagens, através de um canal, dentro de um
contexto, com determinados efeitos) e uma atividade social, onde pessoas, imersas em uma
determinada cultura, trocam signos e significados. Uma característica básica dos meios de
comunicação de massa é o fato de que eles empregam máquinas no processo de mediação da
comunicação: aparelhos e dispositivos mecânicos, elétricos e eletrônicos, que possibilitam o registro
permanente e a multiplicação das mensagens impressas (jornal, revistas, livro) ou gravadas (disco,
rádio) em milhares ou milhões de cópias.
O fator tecnológico dos meios levou o sociólogo canadense Marshall McLuhan a afirmar que os meios
tinham impacto maior do que a própria mensagem sobre os indivíduos. Mcluhan é autor da famosa
sentença de que "o meio é a mensagem". Descrita em Os Meios de Comunicação como Extensão do
Homem, Marshall Mcluhan afirma que os meios determinam, ao longo da história, o modo como os
indivíduos e as sociedades sentem, pensam e vivem. São tecnologias tão poderosas que chegam a
moldar a natureza da civilização.
O advento da internet e das tecnologias digitais de comunicação, no final do século XX, conduziu
pensadores como Guy Debord (1967) e Jean Baudrillard (1970) a proclamarem a emergência da
sociedade do espetáculo e da era dos Simulacros e Simulações. Para os pensadores franceses, a
era das imagens (digitais, virtuais, protéticas) estava a engolir a realidade e a instituir um regime
autocrático de falsificação do real. Nada mais possuía natureza original e autêntica do real. O valor de
signo havia empurrado o universo ao buraco negro da própria imagem. No mundo da imagem pura,
tudo era apenas espetáculo e simulacro. Leandro Marshall observa em "A Hipercomunicação" (2014)
que o pensamento de Baudrillard e de Debord denota o sentimento de o universo sagrado imaginário
humano estaria dominado e controlado pela inflação de imagens e objetos da sociedade de consumo.
A Era do Espetáculo seria a consagração do império da "Hiper-Realidade", território totalmente
engolfado pela tecnologização e pela virtualização.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
ganharam sua forma moderna no início do século XX, nos Estados Unidos, e depois na Inglaterra,
com a penny press.
Os meios de comunicação social passaram efetivamente a ter impacto social, sobretudo, no século
XX, a partir do advento da Televisão e do Rádio. Os meios eletrônicos dominaram plateias no mundo
inteiro e tornaram-se instrumento permanente de emoção, encanto, fantasia e informação
Os meios eram (pelo menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste modelo,
um obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto ao crescer o
volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de lucro. Grandes
fortunas são devidas à indústria da mídia.
Grupos De Mídia
No Brasil
• Grupo Abril - fundado por Victor Civita inclui as revistas Veja, Exame, Claudia, Superinteressante
e Quatro Rodas, além das editoras Ática e Scipione que formam a Abril Educação.
• Grupo Bandeirantes de Comunicação - o maior grupo de rádio do país, duas redes abertas de TV,
três canais segmentados, dois jornais, uma operadora de TV por assinatura e o portal Band.com.br.
• Grupo Estado - inclui o jornal O Estado de S. Paulo, a Rádio Estadão, e a Eldorado FM.
• Grupo Folha - inclui o jornal Folha de S. Paulo e o portal de internet Universo Online (UOL)
• Grupo Globo - inclui hoje a Rede Globo, a programadora de TV paga Globosat, a Globo.com, os
jornais O Globo, Extra e Expresso e o Sistema Globo de Rádio.
• Grupo Record – Hoje, a RecordTV cobre todo o Brasil e, através da RecordTV Internacional, está
também em aproximadamente 150 países. O grupo também possui o portal R7, a Rádio Record,
a Rede Família, a Record News, a Rádio Guaíba, a Rádio Sociedade da Bahia e o jornal Correio do
Povo.
• Grupo RBS - Rede Brasil Sul (RBS) inclui a RBS TV. A RBS conta com três jornais, sete portais de
Internet, uma gravadora, 15 emissoras de rádio e uma empresa de mobile marketing. Além disso,
possui 12 emissoras de televisão afiliadas à Rede Globo, além de quatro novas em implantação,
tornando-se a maior rede regional da América Latina. A rádio Rede Gaúcha Sat possui 110 emissoras
afiliadas em nove estados brasileiros.
• Grupo Silvio Santos – O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) é o negócio mais expressivo no
ramo de comunicações, mas o GSS também está presente na TV por assinatura através da TV
Alphaville e da TV Cidade e em diversos outros setores de varejo à agricultura, passando por
cosméticos, alimentos, produção teatral e bancos.
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COMUNICAÇÃO SOCIAL
Comunicação Interativa
Com a evolução da tecnologia, e influenciado pela internet, também evoluiu-se a forma de pensar a
comunicação.
Pensar a comunicação interativa é pensar nestes três pontos fundamentais, sendo assim, o
profissional não precisa limitar-se e dedicar seus esforços somente para a internet. É possível
trabalhar a comunicação interativa nos diversos meios de comunicação (rádio, televisão, celular e
outros), mas é impossível executá-la sem ter como suporte a tecnologia.
• Em um cinema o público poderá escolher a seqüência das cenas / situações, utilizando o celular
como ponto de interação.
• Um bar que oferece internet sem fio (wireless), no qual a primeira página que o cliente visualizará
será o cardápio com as mais diversas opções e ainda com vários brindes virtuais (emoticons,
avatares para jogos e fóruns, wallpapers, ringtones etc.)
• Quando anunciada determinada ação, uma empresa poderá usufruir da tecnologia de bluetooth,
presente em vários celulares e notebooks.
Mas existe também o outro lado da situação, a preocupação com a invasão de privacidade,
disseminação de vírus e adaptação ao público-alvo.
Conhecer o público-alvo, acompanhá-lo e obter o feedback de todas ações são essenciais para
estabelecer a comunicação interativa ou comunicação em redes. Para trabalhar com comunicação
interativa é necessário entender sobre hipertexto e não-linearidade.
Pierre Lévy, em seus vários livros nos transmite seu pensamento sobre a não-linearidade da
informação provocada pelas tecnologias em fundamento ao hipertexto. Para ele, nesse contexto de
constante evolução o conteúdo não eliminado, mas reinventado. Por isso, percebe-se que hoje,
vários meios de comunicação estão em processo de repensar sua função, pois com a internet o
conteúdo tornou-se extensível, vai além do sentido estrito do meio, porém isso não implica na morte
dos tradicionais, mas talvez em sua reestruturação de pensamento e, consequentemente, de
atuação.
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GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Globalização Da Informação
A revolução Industrial começou na Inglaterra, quando a máquina a vapor foi inventada, na metade do
século XVIII. Logo surgiram as ferrovias e indústrias. As pessoas trocaram o campo pela cidade. As
mudanças tecnológicas praticamente cessaram no século XIX, quando surgiram várias inovações:
motor de combustão interna, eletricidade, etc. que alteram a economia mundial. Essas, por sua vez
geram uma nova classe de trabalhadores, aumentou o numero de pessoas com acesso a educação e
que tinham dinheiro. Começaram os problemas de desemprego, surgiu o materialismo e a
decadência das famílias acelerou.
Mudanças No Século XX
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GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
mudanças em curso podem gerar impactos e efeitos na economia mundial, tanto para os mercados
internos e externos, já que a difusão das novas tecnologias acontece em escala mundial. Nesse caso,
os principais movimentos que caracterizam as novas tecnologias são fortemente centrados nos
países mais desenvolvidos que marginalizam os menos desenvolvidos inclusive o Brasil.
A integração econômica e cultural entre os países, conhecida como Globalização, só foi possível a
partir da criação e popularização de diversas tecnologias que adquiriram um papel fundamental tanto
para o desenvolvimento da economia mundial quanto para a sociedade que se tornou cada vez mais
dependente da tecnologia. As redes de comunicação nesse mundo globalizado, cada vez mais
rápidas e eficientes, permitiram a comunicação e o acesso rápido a qualquer parte do globo de forma
instantânea. Contribuindo assim, para:
• a circulação de capitais que pode ser realizada de qualquer lugar do mundo, com o uso de
computadores e até smartphones;
• a transformação da paisagem que vai sendo alterada para incorporar as diversas redes de
comunicação por satélite artificial, de cabos de fibra óptica, de antenas para celulares etc.
Porém, apesar de se tornarem cada vez mais necessárias e utilizadas no mundo, tanto nas relações
comerciais quanto no cotidiano das pessoas que vivem nesse mundo globalizado, o uso das redes de
comunicação não diminui as diferenças sociais. Isso por que, assim como os efeitos da globalização
não atingem a todos da mesma maneira, muitas vezes o uso das novas tecnologias não ocasionam
grandes revoluções na realidade socioespacial. E, embora o acesso a essas redes atinja cada vez
mais pessoas, a forma com que usam essas tecnologias e as consequências do seu uso muitas
vezes não é um fator determinante na modificação de sua condição social.
Mantenha um fluxo de informação nos dois sentidos. Quanto mais filtros na informação, mas ela se
distorce e gera um delay (atraso). [...]. Vocês como líderes têm de fazer a informação circular nos dois
sentidos, como a circulação sanguínea, sem filtros e simultânea. (Ram Charan apud TTCA
Consultoria Empresarial, 2005).
É comum hoje termos como: Ipod , Mp3 Players – ver figura 1 e 2 respectivamente –, Telefones
Celulares com Conectividade , Acesso à Internet Banda Larga, Newsletter , Televisão Digital, etc.
Mas uma parcela enorme da sociedade vive a margem de tudo isto, da mesma forma que o rio
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GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Amazonas com seu leito avantajado confunde-se com um mar dentro de uma floresta (há locais que
não se podendo ver a outra margem), muitas pessoas ainda navegam como que possuidoras apenas
de uma jangada na imensidão da informação, não vendo o início, não se encontrando no meio e
culminando em não saber o final.
Somos conhecedores que a informação está diante de todos, entretanto falta a comunicação pois se
recebe a informação sem poder sinalizar a compreensão da mesma. Virtualmente todos ao recebem
informações, as processam sintetizando o que aparentemente decidem que é importante, passando a
integrar sua consciência intelectual, servido de apoio a necessidades que surgem no dia-a-dia, mas
nem sempre é assim. Somos privados do direito de ao receber a informação, sinalizar que
entendemos ou contribuir para novos envios de informação. Caminhemos juntos tentando
compreender o aspecto desta comunicação.
Há uma diversidade de mídias, todas visando passar informações a uma determinada fatia da
sociedade, e hoje nesta sociedade globalizada não somente passa-se a informação, mas a passamos
em uma velocidade quase que inacreditável, são tantos links pra isso, links pra aquilo, é rádio,
televisão, revista, etc.; todos já possuem seus elos, suas ligações mais avançadas. Mídia de um
modo geral são todas as formas e recursos que temos para nos fazer entender (comunicação).
Mídia Impressa
Categoria que se exemplifica por toda forma escrita de passar informação, até mesmo um simples
bilhete se escrito está incluído nesta categoria, temos ainda, folders, panfletos, jornal, revistas, mala-
direta, fotografias, etc. Continua sendo desde os fundamentos da impressão a mídia mais utilizada
para atingir as grandes massas.
Pode-se atingir e contagiar milhares de pessoas; se existir uma informação que comunique; o
psicológico responde rapidamente, fazendo que cidades, países e/ou todo o mundo seja contagiado
ou a fazer ou a pensar na idéia que vem impressa nesta mídia. Infelizmente o papel aceita qualquer
palavra, fazendo que muitas vezes boatos, lendas, e mentiras vaguem por muitos lugares causando
mais desastres que muito furacões.
Mídia Eletrônica
Temos aqui toda a forma de passar informação que utilize recursos no meio eletrônico compreendido
assim: televisão, rádio, trio-életrico, carro e moto-som, cinema, etc. Partindo que as maiorias das
pessoas possuem rádio e como os carros e motos-som bombardeiam constantemente uma parcela
significativa da sociedade, também este meio propaga de uma forma muito rápida as informações
que se fizerem necessárias transmitir.
Mídia Digital
Continua a galgar espaços cada vez maiores pela facilidade de armazenamento, transporte, e
divulgação das informações, usam toda a forma de tecnologia digital, internet, televisão digital, mídia
para gravação de informações, cds, pendrives, gravadores e tocadores de música, e-mails.
Paulatinamente vem mesclando-se com as demais formas de mídias existentes, pela diversidade da
instrumentação adotada.
Como se pode notar há inúmeras formas de enviar ou receber informação, na maioria das ocasiões à
abordagem mescla uma mídia com outra, fazendo que o receptor da informação receba em um
intervalo muito curto de tempo um grande contingente de informação, contudo muitas vezes não
compreende o que está recendo.
É necessário salientar que a globalização faz com que a informação alcance em pouco tempo mais
da metade da população do planeta, e muitos são envoltos de uma forma ou outra por um dos meios
que foi explanado nas sessões anteriores.
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GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Uma pergunta é precisa fazer: - Tenho contribuído para o envio destas ou de novas informações?
Um conceito sugerido para quem recebe informação pode ser de receptáculo e não receptor, as
pessoas em um modo geral tem sido um depósito da carga criativa de outras pessoas, e estas
informações na maioria das vezes não tem estimulado a massa receptora, estes receptores não têm
adquirido o desejo de passarem suas experimentações para outros, apenas ouvem e geralmente nem
entendem o que ouviram e sem serem estimuladas não conseguem sanar suas dúvidas sobre a
informação recebida.
É pouco provável que nas empresas de: vestuário, prestação de serviços, lazer, alimentação, etc.,
têm feito algum tipo de enquête para saber como satisfazer os anseios de seus clientes. Logicamente
que já é percebido nas empresas prestadoras de serviços, pequenos questionários (algo muito
recente), solicitando ao cliente antes de deixar o estabelecimento, comunicarem o que mais ou
menos lhe agradou ou enquanto utilizou-se dos serviços disponíveis no estabelecimento.
Quase sempre, somos conhecedores dos resultados sobre nós, mas como que anestesiados com
algum medicamento de forte ação, não conseguimos estimulação necessário para intervir, para
contribuir, para modificar, somos apenas um receptáculo das idéias criativas de outros, que têm a
capacidade de gerir sobre a informação e recursos de fazê-la chegar quando, como, a quem, e da
melhor maneira, assim a massa que recebe, ouvindo não compreenda, não compreendendo não seja
estimulada, não sendo estimulada não contribua para novos envios de informação, e sem a resposta
do receptor ao transmissor há uma falha na comunicação.
Antes mesmo de tomar conhecimento sobre a informação, faz-se necessário desenvolver junto aos
receptores, condições que possam estes passar de simples depósitos, para transmissores de
informação.
Com a rapidez que a informação circula, o simples saber ouvir não é o suficiente, obstante saber
interpretar, e fazer circular, saber comunicar e ser comunicador, não só um transmissor, é o
importante.
Atingir os pontos necessários em quem recebe a informação, a estimulação eficaz, para que aquele
que se contenta em apenas guardar a informação, passe a interpretar, observando prós e contras da
informação que recebe, transformando a bem de sua necessidade a informação recebida e
comunicando a outros que também possam ser por ele estimulados, a modificação da informação
que receberam, é que demonstra que está havendo compreensão, e contribuindo para que não
somente, uma parcela seja beneficiada, mas todos que tiverem contato com a informação, por ela
sejam beneficiados.
Neste ponto é perceptível que a distância e a velocidade que a informação atravessa demonstram
que se todos forem estimulados, paulatinamente haverá modificações visíveis, necessárias e de
grande impacto em todas as áreas da sociedade, independente da raça, credo, formação, idade,
condição financeira, etc.
É necessário porém que no tocante o que cada um pode fazer que faça, para a informação ao circular
o globo encontre os meios necessários para torná-la comunicação eficaz, atraente e estimulante a
quem recebe.
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NOVA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Passamos hoje por mais uma das transições sociais que vem mudando a sociedade ao longo dos
tempos. Para entender esse processo, é preciso compreender as mudanças da própria sociedade, no
seu modo de pensar, se relacionar e se comunicar, bem como a evolução dos dispositivos que provo-
caram parte dessas mudanças.
Percebe-se, então, que as transformações sociais estão ligadas às transformações tecnológicas das
quais a sociedade se apropria para se desenvolver e se manter.
Nota-se cada vez mais, em diferentes ambientes, como casa, trabalho e escola, a modernização das
novas tecnologias de comunicação e seus avanços influenciando o comportamento do ser humano e
interferindo em sua relação com os demais.
Quer saber mais sobre a comunicação das pessoas na era digital? Leia o post de hoje e confira as
informações!
Novas práticas e concepções surgiram e tudo se transformou em um curto espaço de tempo. Esse
novo modo de ver o mundo pode ser denominado como era da informação digital ou era da comuni-
cação virtual.
Por outro lado, o ser humano, que é por natureza um ser social, pode acabar deixando de lado a sua
capacidade criativa e se tornando uma engrenagem de máquina, manipulado pelo deslumbramento
de todo o arsenal tecnológico que vem ganhando novos adeptos em todos os lugares do planeta.
Essa é a chamada comunicação digital de massa.
É possível, por exemplo, por meio de um grupo do WhatsApp, fazer um comunicado para inúmeras
pessoas ao mesmo tempo ou compartilhar alguma coisa em sua página do Facebook que alcança
milhares de usuários em poucas horas.
Hoje temos acesso à informação vinda de todos os lugares. A comunicação tornou-se mais rápida,
dinâmica e mais interessante, porém, as pessoas podem acabar se distanciando umas das outras, se
isolando e, por vezes, sendo até manipuladas pelas inovações da tecnologia.
As interfaces em nosso entorno demonstram como estamos nos conectando e relacionando uns com
os outros por meio da informação e da comunicação.
De uma forma mais ampla, as interfaces são os símbolos de linguagem, podendo ser abstratas ou
físicas, possibilitando nossa comunicação pessoal ou alguma informação ou objeto concreto, emissor
e receptor, signo e significante.
O Facebook, por exemplo, é uma interface que possibilita os relacionamentos pessoais e a comunica-
ção com seus amigos. As repartições públicas e seus serviços são interfaces de comunicação entre o
povo, o governo e o poder. Seu celular é uma interface que viabiliza a sua comunicação com o outro
lado da linha, e assim por diante.
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NOVA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Com o surgimento de novas tecnologias e ferramentas, a comunicação fica cada vez mais contextua-
lizada e fragmentada. Veja exemplos:
ligações telefônicas são para algo realmente importante ou pessoas mais próximas.
Apesar das inúmeras ferramentas que facilitam a comunicação, a interação muitas vezes se
torna mais prazerosa quando há contato uns com os outros, face a face. Afinal, essa aproximação
nos possibilita observar as expressões faciais do outro, escutar a entonação da voz e sentir a sua
presença acolhendo e sendo acolhido, por exemplo.
Portanto, as relações atuais são algo para se refletir. Especialistas recomendam, por exemplo, que,
para decisões importantes, em que a comunicação seja crucial ou há algum assunto delicado para
tratar, como levantar capital, romper com alguém ou fechar um negócio, é mais prudente fazê-lo pes-
soalmente.
As novas tecnologias prometem criar um modo mais significativo e íntimo para melhorar a comunica-
ção. Nos próximos dez anos, três áreas-chave farão parte da nossa comunicação.
Telepresença
Suitable Technologies ou robô de telepresença, já ouviu falar? Essa nova modalidade tecnológica é
denominada de “Skype sobre rodas”, mas é mais do que isso. Robôs de telepresença, como o Beam,
representam a futura geração de comunicação face a face, permitindo a sua participação e movimen-
tação como se você estivesse presente fisicamente.
Mundos Virtuais
Uma grande inovação que está prestes a acontecer na comunicação permitirá que você esteja com
uma ou mais pessoas, não de forma presente, mas num mundo virtual de alta resolução, no que seria
uma réplica muito semelhante, dialogando e compartilhando como se fosse real.
Interface Cérebro-Computador
Essa modalidade diz respeito à capacidade de conectar nossa mente ao computador e vice-versa,
permitindo uma ligação mais íntima de comunicação. E esse potencial não se restringe a manipular
máquinas com nossos pensamentos, mas abrir possibilidades para estabelecer uma direta comunica-
ção com o cérebro de outra pessoa — comunicação mente-mente ou BBI. Seria possível, inclusive,
compreender os sentimentos e pensamentos daquele com quem se está comunicando.
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NOVA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
A transformação digital tem provocado mudanças quase que de forma geral em toda a sociedade,
nos mais diversos setores, seja no campo econômico, industrial, educacional, na área da saúde, en-
fim, a era digital é hoje uma realidade.
Como todos esses setores devem reagir frente a esse fato? A resposta pode estar em aproveitar o
jeito mais eficaz de comunicação. Todos devem se apropriar das novas formas de comunicação para
estabelecer vínculos ao seu público, favorecendo o diálogo e, consequentemente, bons resultados
nos negócios e, principalmente, boas relações.
Portanto, é importante pensar nas novas tecnologias de comunicação, na qualidade de nossas rela-
ções e na forma como nos comunicamos, afinal, somos seres sociais e a comunicação é essencial
para a vida em sociedade.
Compreender o que é comunicação social e seu papel atual é uma proposta interessante para muitas
pessoas, independente da área que desejam seguir. Seja jornalista, publicitário, cineasta, radialista
ou qualquer profissional correlato, ter a noção teórica desse campo é fundamental.
As novas tecnologias, a cibercultura e temas como psicologia da comunicação e semiótica são alguns
assuntos tratados neste artigo e também no Curso Online Comunicação Social, destaque do Enfoque
Capacitação. Um dos cursos onlinemais completos sobre o tema, que apresenta um conteúdo atuali-
zado e agrega muito conhecimento aos interessados.
Aproveite essa leitura para se inteirar no assunto e aposte nesse curso online para compreender tudo
sobre comunicação social. Ao final, deixe suas impressões e fortaleça a discussão – afinal, ela sem-
pre se renova.
Ainda que as primeiras contendas acerca da influência da mídia na sociedade já tivessem começado
com o advento do jornal e do rádio, com a TV ocorreu a verdadeira revolução do mass media. Tal si-
tuação revigorou os estudos sobre a comunicação de massa e estabeleceu a comunicação social
como uma área do conhecimento.
Sendo assim, podemos definir comunicação social como o estudo global da presença e interferência
dos meios de comunicação de massa sob a sociedade: como se relacionam, quais suas causas e
consequências e toda a função midiática no sentido de informar, persuadir, entreter e vender por
meio da informação.
Numa perspectiva atual, em que somos bombardeados por notícias, propagandas e uma série de da-
dos a cada minuto, esse cenário não é distante. Mas, tente imaginar: como deve ter sido o início do
cinema e da TV numa época em que o jornal impresso ainda era "específico" das pessoas alfabetiza-
das e o rádio era a mídia mais importante? O surgimento do audiovisual era visto como encantador
para um mundo que só conhecia as pinturas artísticas e a fotografia.
Essa evolução foi preponderante para a consistência do papel da comunicação social e o princípio de
diversas teorias. Pensadores como Theodor Adorno, Walter Benjamin, Umberto Eco, Jean Baudril-
lard, Friedrich Engels e Karl Marx foram apenas alguns exponentes que lançaram críticas e pondera-
ções acerca do papel da mídia sob a sociedade de massa – o conjunto de indivíduos que recebe toda
a informação de forma direta, sem tempo de assimilá-la, influenciado por uma indústria cultural e uma
série de representações/simulacros.
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NOVA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Ao longo do tempo, muitas hipóteses foram desmitificadas e outras teses alimentadas. Atualmente,
especialistas usam variados pontos de vista para analisar o contexto de comunicação social na era
digital. A internet como meio revolucionário de convergência de todas as mídias mudou muitas formas
de comunicação e as relações humanas. Logo, a adaptação da imprensa a esse novo canal, seus
principais parâmetros e suas perspectivas futuras fazem parte do foco da comunicação social mo-
derna.
O profissional da área - seja de jornalismo, cinema, relações públicas, publicidade ou qualquer outra -
deve compreender toda essa coligação e os aspectos globais da web frente aos sistemas mais tradi-
cionais de comunicação. As tendências, o comportamento do público e as abordagens mudaram – e,
mais do que isso, ainda abriram espaço para mais análises e discussões.
Definir o que é comunicação social sem um embasamento teórico é praticamente impossível. Além
disso, é interessante entender como surgiu essa área e suas ramificações, bem como seus objetos
de estudo. Neste artigo estamos mostrando apenas alguns pontos gerais, que são detalhados
no curso de comunicação social do portal e em muitos cursos online com certificado de prestígio, op-
ções que agregam muitos valores a sua formação.
Era da escrita;
Era da impressão;
Mas e a era digital? Bom, ela pode ser incluída tanto como uma vertente dessa evolução da comuni-
cação social quanto associada também à comunicação de massa, já que a internet é um canal hiper-
mídia e que agrega tudo que provém dos meios escritos, sonoros e audiovisuais. Além disso, tem
uma característica bem particular, que trataremos no próximo tópico – lembrando que no curso de co-
municação social do Enfoque Capacitação esses assuntos são aprofundados e ainda mais conclusi-
vos.
A comunicação social na era digital, período que vivemos atualmente, tem entre suas maiores carac-
terísticas o fato do público produzir seu próprio conteúdo. A internet (com as redes sociais) democrati-
zou o acesso à informação e abriu espaço para a divulgação das mais distintas opiniões. Agora, não
é exclusividade dos veículos de comunicação transmitir notícias, ideias, propagandas e uma diversi-
dade de materiais.
Dependendo do ponto de vista, pode ser uma situação boa ou ruim, afinal, essa popularização é
bem-vinda, porém abre margem para problemas – baixa qualidade da informação, viralização de con-
teúdos ruins, discursos infundados, etc.
Na ótica dos “velhos” canais da mídia, todas suas ações devem considerar as tendências da rede,
sempre com um estudo prévio e o pensamento estratégico. O público responde muito rápido a qual-
quer nova informação que recebe, seja de modo positivo ou negativo. Se antes era mais custoso sa-
ber o que as pessoas estavam comentando sobre um programa de TV ou rádio, hoje em dia já sabe-
mos quais as impressões do público sobre qualquer produto em tempo real.
Segundo o sociólogo Manuel Castells, "a internet é – e será ainda mais – o meio de comunicação e
de relação essencial sobre o qual se baseia uma nova forma de sociedade que nós já vivemos".
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NOVA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Cibercultura
É impossível não citar a cibercultura quando falamos de comunicação na era digital. Esse termo é
bem antigo e tem tanto Castells – já citado – quanto Pierre Levy como um dos principais estudiosos.
Tal termo refere-se à sociedade de rede e a realidade virtual que tomou conta de todas as culturas e
mudou diversos hábitos humanos.
A dependência da internet e de todos os seus recursos causou impactos além do campo político e
econômico. Para os pensadores, linguagens, trocas simbólicas e percepções também foram afeta-
das, bem como a possibilidade de formar novas identidades. Com a tecnologia, não é mais necessá-
rio estar perto para interagir, as pessoas podem ser "o que quiserem" e montar perfis diversos -
mesmo que artificiais.
Por outro lado, a presença da cibercultura e desses padrões tecnológicos em vários setores não deve
ser integralmente criticada. É crucial reconhecer seus ganhos quando pensamos em campos como
a educação e até a própria comunicação social em si.
Essas redes acabaram com a polarização que era tão criticada no surgimento dos primeiros meios de
comunicação de massa e deram voz a muitas minorias, garantindo muitas transformações sociais po-
sitivas. O fato é que temas como cibercultura e globalização sempre serão discutidos com uma série
de argumentos pró e contra.
Especialistas como Castells ponderam que o sistema capitalista e o cenário mercadológico se apro-
veitam ainda mais da cibercultura para imposição de suas ideias e "robotizam" as pessoas. Todavia,
nunca se viu um meio tão democrático quanto a internet, em que é possível juntar indivíduos para
muitas causas assertivas, mostrando que a sociedade de massa ainda é responsável por promover
as mudanças mais significativas.
Compreender tudo sobre comunicação social no contexto moderno e na ligação com aspectos como
a cibercultura é fundamental para um bom profissional e estudante. Graduandos nos diversos ramos
dessa área precisam ter em mente que essa é uma pauta frequente em muitas aulas, além de apare-
cer também no cotidiano do mercado de trabalho.
Fortaleça sua visão nesses assuntos com cursos online e conheça as argumentações de diversos es-
pecialistas. É muito importante ter esse conhecimento amplo da parte histórica e dos parâmetros atu-
ais da comunicação social, pois são temas de muitas avaliações.
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A TV se tornou digital, ganhou conectividade e tem uma programação com centenas de opções que
fica à disposição do usuário;
A internet também evoluiu e está bem diferente do que era há 10 anos. Está presente em dispositivos
além do computador (que dá para acessar remotamente) e abraça uma variedade de aplicações que
facilitam a vida dos usuários.
Esses são apenas alguns exemplos gerais da influência da tecnologia na comunicação social e que
são perceptíveis em qualquer local que frequentamos. Para ler este artigo, você está usando o com-
putador ou o smartphone. Ao mesmo tempo, pode conversar com seus amigos, se atualizar sobre as
notícias do momento, tirar uma foto e enviar para quem quiser... são métodos de comunicação na era
digital que fazem cada vez mais parte de nossa rotina.
É interessante fazer essas análises e perceber o quanto a comunicação social evoluiu e como pode
atingir novos patamares. Por ser uma área em construção, abre margem para muitas teses. Se você
se interessa por esse campo, saiba que o domínio dos aspectos teóricos é primordial e ajudam na
sua formação pessoal e profissional.
Aqui no Enfoque Capacitação, além do Curso Online Comunicação Social, temos diversos cursos a
distância semelhantes e que agregam ainda mais informações para seus estudos.
Outro tema de curso online de nosso portal é a semiótica. No Curso Online Semiótica - Fundamentos
Essenciais, apresentamos alguns conceitos dessa vertente e sua associação com a comunicação so-
cial, bem como sua relação com outra área: a psicologia da comunicação. Mas, afinal, qual a ligação
de todos esses termos?
Bom, semiótica corresponde à compreensão da linguagem de signos e como o público interage com
os objetos e figuras que são dispostos de vários modos em inúmeros canais. Trata-se de uma ciência
criada por Charles Sanders Pierce que, segundo a especialista Lucia Santaella, "revolucionou os
meios de comunicação e se apresenta atualmente em muitas áreas".
Para Pierce, a semiótica segue três dimensões de estudo: o processo de representação dos signos, a
natureza da cultura, seu conceito ou ideia. Aplicado à comunicação, o estudo da semiótica pode se-
guir inúmeras linhas, da profusão de informações na internet até as estratégias que a publicidade en-
contra para atingir o público por meio dos mais infinitos símbolos.
Atrelada à psicologia, é capaz de coligar-se a fatores que têm como objetivo a persuasão e ações li-
gadas diretamente ao comportamento de um indivíduo ou de toda a sociedade. Citamos a publicidade
porque é um dos principais focos de estudo dessas áreas, mas há que se concordar que todos os pa-
râmetros da comunicação social moderna se valem dessas abordagens para variados objetivos.
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
Geralmente, a propaganda ainda é muito utilizada quando se pretende fazer com que um
determinado público-alvo (que pode ser mais amplo ou bastante restrito) tenha o conhecimento da
existência de um produto ou serviço. Neste sentido, não há nenhum problema em utilizar a
propaganda de forma massificada e, concomitantemente, adotar-se uma prática mais direta, mais
específica – como o marketing de relacionamento.
Cabe, contudo, ressaltar que o marketing de relacionamento NÃO tem uma característica própria da
propaganda: nesta, é possível haver “campanhas”, ou ações descontinuadas – enquanto no primeiro
é essencial haver uma filosofia de trabalho de longo prazo.
Há empresas, por exemplo, que adotam uma campanha de publicidade vistosa assim que entram
num mercado novo, com o intuito de comunicar (divulgar) às pessoas sobre sua existência; depois
desta fase inicial, a propaganda massificada é descartada, restando ações promocionais e outros
meios de comunicação com seus clientes que tenham características mais individualizadas.
Há, ainda, empresas que adotam uma estratégia de comunicação única e exclusivamente baseada
na comunidação DIRETA com seus clientes – mas é preciso ressaltar que marketing direto é diferente
de marketing de relacionamento. Estas empresas podem optar por mala-direta (seja a tradicional, via
correio, ou mais moderna, via e-mail) ou mesmo ações de marketing bastante específicas, como
eventos, feiras etc. Nos últimos anos, todavia, vem crescendo o número de empresas que vêm
optando por construir um RELACIONAMENTO com seus clientes, visando a um retorno de longo
prazo. Geralmente estas empresas adotam soluções tecnológicas (geralmente caras) como CRM,
DataMining etc.
Além disso, ela foi respaldada pela existência, no pós-guerra, de uma demanda reprimida pelos mais
variados tipos de produtos, aumento da população, crédito fácil e instantâneo. Paralelamente a isto, a
principal função da fábrica passou a ser a fabricação em massa – quantidade era o que realmente
importava. As linhas de montagem e as peças permutáveis da Revolução Industrial produziam
mercadorias cada vez mais parecidas entre si. O povo adquiria o que podia e nunca pensava duas
vezes sobre a adequação de suas escolhas. Quando Henry Ford declarou que seus carros viriam em
qualquer cor que os clientes quisessem, contanto que fossem pretos, a pressuposição era de que os
indivíduos queriam apenas automóveis; para Henry Ford e os outros fabricantes, a população parecia
homogênea – e, até certo ponto, era mesmo.
A indústria da comunicação, por sua vez, se armava de táticas com o objetivo de atingir uma vasta
base de pessoas com uma única mensagem de venda distribuída pelos veículos de comunicação de
massa. A propaganda tradicional na mídia de massa (TV, rádio, jornal, revista etc), aquela que atinge
um grande público sem qualificações específicas, exceto que são todos espectadores ou leitores da
publicação ou se encaixam numa descrição ampla, por sua vez, tendia a atingir indivíduos dentro de
um espectro quase ilimitado de características e interesses, sendo geralmente inevitável que somente
uma minoria relativamente pequena possuísse necessidades e interesses que a tornasse um
verdadeiro prospect para qualquer produto ou serviço que se estivesse vendendo.
Podia-se apenas esperar que, nesse grande contingente de público, houvesse um número suficiente
de pessoas cujos desejos coincidissem com a oferta da empresa anunciante para resultar numa
campanha promocional rentável.
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
produto (ou serviço) anunciado garantiria ganhos de escala aos fabricantes – o que, afinal, acabava
por sedimentar a crença de que os consumidores eram todos iguais.
Hoje, porém, observa-se claramente que a comunicação de massa está em crise. Isto se deve a um
processo de “desmassificação” que vem ocorrendo desde a década de 70, fenômeno previsto
inicialmente por Alvin Toffler – criador do termo. Vários fatores podem ser atribuídos a esse novo
direcionamento do mercado e consequentemente da indústria de comunicação.
Isto significa que as mensagens veiculadas pela mídia, e até mesmo os tipos de mídia existentes,
passaram a ser repensados, cedendo espaço não só a novas técnicas de criação como também a
instrumentos de veiculação igualmente mais modernos e sofisticados. O que ocorre é que, como os
consumidores não estão mais alinhados em grandes grupos-alvo, simples e previsíveis, a forma de
atingi-los com uma mensagem publicitária, de sensibilizá-los, de despertar seu interesse por
determinada marca em detrimento de outra, precisa ser melhor estudada.
No contexto empresarial, cliente fiel é aquele que está envolvido, presente. Aquele que não muda de
fornecedor e mantém consumo freqüente, optando por uma organização em particular sempre que
necessita de um determinado produto similar. Para conseguir a fidelidade dos clientes, a empresa
pode trabalhar basicamente em dois sentidos: ter uma marca forte que crie lealdade dos
consumidores, e envolver os clientes pelos serviços que oferece. A fidelidade à marca é um dos
critérios mais populares para segmentar os mercados. Uma vez que os consumidores fiéis a uma
marca são identificados por técnicos com a remessa de formulários para serem preenchidos, os
bancos de dados podem ser elaborados para permitir aos executivos de marketing contatar os
clientes pela mala direta que é efetiva em termos de custos.
A promoção pode ser utilizada como uma ferramenta dos programas de fidelização – mas fidelizar
clientes é um processo mais amplo e abrangente do que uma simples promoção.
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
- Marketing de relacionamento é o processo pelo qual uma empresa constrói alianças de longo prazo
com clientes atuais e potenciais de tal forma que ambos, vendedor e comprador trabalhem em busca
de um conjunto específico de objetivos comuns. Estes objetivos são alcançados quando: são
entendidas as necessidades dos consumidores; os consumidores são tratados como parceiros de
serviço; é assegurado que os empregados satisfaçam as necessidades dos consumidores, o que
pode requerer que os empregados exercitem a iniciativa além das normas da empresa; a melhor
qualidade possível é entregue aos consumidores, relativamente às necessidades individuais.
O marketing de relacionamento efetivo leva aos seguintes resultados positivos: maior percentual de
clientes satisfeitos; maior lealdade dos consumidores; percepção do mercado de que a empresa
oferece produtos de melhor qualidade; mais lucro para o vendedor. É um processo contínuo, que
requer que a empresa: tenha contato constante com os consumidores para assegurar que os
objetivos estejam sendo alcançados; integre o processo de marketing de relacionamento ao processo
de planejamento estratégico, habilitando a empresa a melhor gerenciar seus recursos e atender
necessidades futuras dos clientes .
De qualquer maneira, estabelecer relacionamento requer esforço. Neste sentido, as empresas devem
avaliar a relação custo/benefício entre o esforço de fidelização via investimento no relacionamento e a
consequente melhoria de seus níveis de receita.
Por exemplo: fabricantes de produtos como bens de consumo empacotados, que possuem mercados
de massa, têm pouco contato com os usuários finais, o que indicaria a conveniência de uma
estratégia do tipo transacional. Já para provedores de serviços, que necessitam contatos íntimos e
permanentes com seus clientes, uma estratégia do tipo relacional é a indicada.
Bens duráveis e produtos industriais estariam entre estes dois extremos. Assim, vemos que há
espaço para que a propaganda massificada permaneça em uso – mas em menor grau do que era
visto nas décadas de 1970, 1980 e 1990.
Outras formas de atingir o consumidor surgiram – formas decerto mais adequadas aos diferentes
tipos e perfis de consumidores que vêem surgindo até hoje.
Para muitos, o recrudescimento do tipo de relação que havia antigamente entre o pequeno
comerciante do bairro e seus clientes ganhou fôlego graças à busca por características
individualizadas por parte dos consumidores: após vivenciarem uma perda de suas identidades em
prol de preços baixos – situação vista, em especial, com o fortalecimento de grandes hipermercados,
aonde o atendimento é frio, formal e impessoal –, muitos acabaram optando por pagarem um preço
ligeiramente superior mas receber, em troca disso, um atendimento mais humanizado, pessoal, mais
próximo.
Esta mesma linha de raciocínio pode ser aplicada a indústrias, prestadores de serviços e quaisquer
ramificações econômicas hoje em dia – o relacionamento pessoal volta a ganhar importância, mesmo
que na época das conversas virtuais (pela Internet) e das mensagens por e-mail, em detrimento das
conversas pessoais.
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
A segmentação já é usada por todos os meios de comunicação, mas sua prática é mais forte na
internet, onde ferramentas de marketing digital, como o Google Adwards, permitem a criação de
campanhas voltadas para públicos específicos.
É comprovado que as mensagens enviadas apenas para um grupo específico têm maiores taxas de
aberturas e cliques. O destinatário percebe que a publicação é voltada para seus interesses e a
considera como um benefício, pois o conteúdo foi produzido com qualidade e atende às suas
expectativas.
Para que seja possível fazer uma boa segmentação do público da marca, estas são algumas
sugestões de grupos:
• Faixa etária;
• Sexo;
• Cidade;
• Aniversário;
• Consumo de produtos;
• Frequência de compra;
• Ou qualquer categoria relevante para a empresa cuja informação de segmentação tenha sido
coletada pelo CRM.
Assim, os clientes interagem com as publicações de modo mais efetivo, abrindo os emails, entrando
nos sites mais frequentemente e realizando a compra dos seus produtos e serviços.
É importante que organizações de qualquer tamanho ou setor trabalhem melhor a abordagem com
seus consumidores, oferecendo os conteúdos certos para cada um. Esta estratégia tornará a
comunicação mais clara e o público mais próximo e interessado.
Existem vários canais para transmitir informações ao público-alvo de uma empresa, mas talvez a
comunicação interativa seja a mais inovadora e eficiente nos últimos tempos.
Não porque ela necessite de tecnologias de ponta para ser possível, mas por ter o feedback em
tempo real de cada cliente enquanto ela acontece.
Entenda, neste post, a diferença entre a comunicação tradicional e a interativa e qual delas pode
ajudar melhor a sua empresa na transmissão de informação e para se relacionar com o público.
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
A comunicação interativa não substituirá a comunicação tradicional; ela na verdade pode ser
entendida como uma ferramenta totalmente distinta dos meios tradicionais de comunicação.
Entre eles podemos citar jornais impressos, revistas, canais de televisão e sites de conteúdo que
usam uma via única de transmissão de informação, ou seja, o emissor envia uma mensagem ao
receptor, no caso o público, que apenas a recebe.
No caso da comunicação interativa, o receptor não somente recebe a mensagem, mas também
interage. Alguns exemplos são os chatbots utilizados em aplicativos de mensagem para atender os
clientes, atendimento por telefone e programas e estabelecimentos que usam a gamificação para que
seu público interaja com a marca.
Personalização Da Informação
A comunicação interativa permite que a mensagem seja personalizada para cada consumidor. Um
portal de notícias pode, por exemplo, permitir que o cliente assinante personalize a página inicial de
notícias e use esta informação também para personalizar as publicidades que serão apresentadas.
Assim como em uma conversa por telefone, um chatbot pode enviar uma oferta personalizada para
um cliente, responder dúvidas e até concluir a venda em uma mesma interação. Neste caso, além da
realização da venda, a interação também ofereceu dados sobre a aceitação do veículo de venda e a
assertividade no tipo de oferta.
Isto torna a comunicação mais envolvente, fidelizando mais clientes na medida em que usa interfaces
amigáveis e também comunica de forma mais intensa com aqueles que identificam que a empresa
poderá atender suas necessidades.
A comunicação interativa pode ter diversas aplicações, mas é com o público mais específico que
ela mostrará mais resultados. Enquanto a comunicação tradicional pode informar a um grande público
a existência de um novo produto, a comunicação interativa pode conduzir clientes que estejam na
dúvida sobre os benefícios que poderá usufruir na compra dele.
A comunicação interativa também poderá engajar clientes e torná-los fiéis usando jogos e programas
onde quanto mais o cliente interagir com a marca, mais benefícios ganhará.
As ferramentas para a comunicação interativa também terão alto grau de inovação, até mesmo nos
call centers. Algumas delas são:
Softwares De CRM
Chatbots
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
Os chatbots não representam apenas mais um canal de comunicação com o cliente, mas uma
ferramenta capaz de usar a inteligência virtual e códigos para atender as demandas de forma próxima
a humanizada e ainda oferecer comandos de ações que canais menos tecnológicos não poderiam
proporcionar.
Redes Sociais
Não menos importante, as redes sociais como palco para o chamado SAC 2.0 também são
ferramentas essenciais para este tipo de comunicação, pois são o ambiente em que os clientes estão
cada vez mais dispostos a interagir.
Saber como e quando usar a comunicação interativa com os clientes demonstra o caráter estratégico
e inovador da empresa, que não deixa de usar outros meios de interação com o público, mas
acompanham as tendências e a necessidades dos clientes.
Meios De Comunicação
Comunicação
Segundo a "Teoria da Comunicação", o emissor (locutor) é aquele que emite a mensagem e, por
sua vez, o receptor (interlocutor) é aquele que a recebe e a decodifica. O "canal de comunicação"
designa o local, ou o meio pelo qual a mensagem será enviada para o receptor.
Assim, os meios de comunicação social se aproximam do “canal”, na medida em que ele representa o
veículo entre o emissor e o receptor, que pode ser linguagem escrita, sonora, audiovisual, por
exemplo, o jornal, revista (comunicação escrita), rádio e televisão (comunicação audiovisual), etc.
História
Se pensarmos que a história e origem dos meios de comunicação surgem da necessidade humana
de se expressar, a arte rupestre (desenhos primitivos dentro das cavernas ou grutas), característico
da pré-história, já aponta essa importância na vida dos homens.
Note que isso é justamente o que nos difere dos animais, ou seja, a criação de uma cultura (gerada
pela comunicação humana), posto que as espécies animais não possuem uma "linguagem" que os
permitam criar culturas, crenças e tradições, as quais serão passadas de geração em geração.
Feita essa afirmação, foram séculos de desenvolvimento até chegarmos ao ponto de comunicação
que chegamos, ou seja, na era das tecnologias da informação e da cultura de massa, onde esses
meios representam, em grande parte, fatores de desenvolvimento da sociedade humana, uma vez
que disseminou (e continua disseminando) o conhecimento pelo mundo, em diversos tempos e
espaços.
Depois da escrita, surgiram os suportes como o papiro, os pergaminhos, e mais tarde, os livros, que
no início era objeto de poucos, sendo difundido a partir da criação da imprensa no século XIV.
O correio é considerado um dos mais antigos meios de comunicação, de forma que os egípcios já
utilizavam para enviar documentos e cartas. Antigamente, as aves, como pombas e corvos, eram
utilizadas para o envio das mensagens.
Com o desenvolvimento dos estudos sobre eletricidade, já no século XVIII, surge o telégrafo,
instrumento ligado por fios e eletroímãs, baseado na emissão de impulsos eletromagnéticos,
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
encarregado de enviar mensagens a longas distâncias. Foi considerado uma das grandes revoluções
dos meios de comunicações sendo um dos primeiros sistemas modernos de comunicação.
Os telégrafos foram essencialmente utilizados pelos governos, sendo que a mensagem (escrita ou
visual) era transmitida por códigos, donde surge o Código Morse, inventado pelo pintor estadunidense
Samuel Morse (1791-1872).
No século XIX, o rádio e o telefone foram os principais meios de comunicação. Por meio de ondas
eletromagnéticas, o rádio foi criado e utilizado para propagar as informações, bem como servir de
entretenimento, com as músicas e radionovelas. Note que foi um importante instrumento de
comunicação utilizado durante os períodos de guerra.
Já o telefone, representou a evolução do telégrafo uma vez que representa um instrumento ligado por
fios, entretanto, que emite mensagens de voz a longas distâncias em tempo real, enquanto os
telégrafos só enviavam desenhos ou mensagens de texto.
Todavia, diferente do telégrafo, esse meio de comunicação se expandiu sendo muito utilizado
atualmente: telefone público, analógico, digital, sem fio e celulares.
No século XX, sem dúvida, a televisão e a internet foram (e continuam sendo) os principais meios de
comunicação.
Pesquisas apontam que a televisão ainda é o meio de comunicação mais utilizado pelo homem, e,
em segundo lugar está a internet, que cada vez mais se expande pelo mundo no campo das
comunicações instantâneas.
Tipos
De acordo com o campo e atuação, existem dois tipos de meios de comunicação, a saber:
• Massa: os meios de comunicação de massa, é mais ampla e externa, como intuito de comunicar um
grande número de pessoas, por exemplo, jornais, revistas, internet, televisão, rádio.
Classificações
• Multimídias: reunião de diversos meios de comunicação diferentes (texto, áudio, vídeo, etc.).
• Hipermídias: fusão de meios de comunicação por meio dos sistemas eletrônicos de comunicação,
por exemplo, CD - ROM, TV digital e internet.
Meios de comunicação social são todos os tipos de aparatos analógicos ou digitais utilizados para
transmitir textos, imagens e áudios para uma massa heterogênea e indeterminada de pessoas. Os
meios mais conhecidos são os livros, jornais, revistas, rádio, cinema, televisão, gravações(discos de
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
vinil, fitas cassete, VHSs, cartuchos, CDs, DVDs, blu-rays, etc.), video games e internet. Estes
aparatos existem desde o início da civilização humana, na medida em que sistemas de criação,
processamento, transmissão e recepção, fazem parte natural dos sistemas sociais de interação
humana. O sistema dos meios de comunicação de massa implica organizações geralmente amplas,
complexas, com grande número de profissionais e extensa divisão do trabalho.
O universo dos meios de comunicação implica, segundo Jorge Pedro Souza (2006), a existência de
um processo social (em que seres humanos trocam mensagens, através de um canal, dentro de um
contexto, com determinados efeitos) e uma atividade social, onde pessoas, imersas em uma
determinada cultura, trocam signos e significados. Uma característica básica dos meios de
comunicação de massa é o fato de que eles empregam máquinas no processo de mediação da
comunicação: aparelhos e dispositivos mecânicos, elétricos e eletrônicos, que possibilitam o registro
permanente e a multiplicação das mensagens impressas (jornal, revistas, livro) ou gravadas (disco,
rádio) em milhares ou milhões de cópias.
O fator tecnológico dos meios levou o sociólogo canadense Marshall McLuhan a afirmar que os meios
tinham impacto maior do que a própria mensagem sobre os indivíduos. Mcluhan é autor da famosa
sentença de que "o meio é a mensagem". Descrita em Os Meios de Comunicação como Extensão do
Homem, Marshall Mcluhan afirma que os meios determinam, ao longo da história, o modo como os
indivíduos e as sociedades sentem, pensam e vivem. São tecnologias tão poderosas que chegam a
moldar a natureza da civilização.
O advento da internet e das tecnologias digitais de comunicação, no final do século XX, conduziu
pensadores como Guy Debord (1967) e Jean Baudrillard (1970) a proclamarem a emergência da
sociedade do espetáculo e da era dos Simulacros e Simulações. Para os pensadores franceses, a
era das imagens (digitais, virtuais, protéticas) estava a engolir a realidade e a instituir um regime
autocrático de falsificação do real. Nada mais possuía natureza original e autêntica do real. O valor de
signo havia empurrado o universo ao buraco negro da própria imagem. No mundo da imagem pura,
tudo era apenas espetáculo e simulacro. Leandro Marshall observa em "A Hipercomunicação" (2014)
que o pensamento de Baudrillard e de Debord denota o sentimento de o universo sagrado imaginário
humano estaria dominado e controlado pela inflação de imagens e objetos da sociedade de consumo.
A Era do Espetáculo seria a consagração do império da "Hiper-Realidade", território totalmente
engolfado pela tecnologização e pela virtualização.
Os meios de comunicação social passaram efetivamente a ter impacto social, sobretudo, no século
XX, a partir do advento da Televisão e do Rádio. Os meios eletrônicos dominaram plateias no mundo
inteiro e tornaram-se instrumento permanente de emoção, encanto, fantasia e informação
Os meios eram (pelo menos na origem) baseados na economia de reprodução linear: neste modelo,
um obra procura render em modo proporcional ao número de cópias vendidas, enquanto ao crescer o
volume de produção, os custos unitários decrescem, aumentando a margem de lucro. Grandes
fortunas são devidas à indústria da mídia.
Grupos De Mídia
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MASSIFICAÇÃO VERSUS SEGMENTAÇÃO DOS PUBLICOS
No Brasil
• Grupo Abril - fundado por Victor Civita inclui as revistas Veja, Exame, Claudia, Superinteressante
e Quatro Rodas, além das editoras Ática e Scipione que formam a Abril Educação.
• Grupo Bandeirantes de Comunicação - o maior grupo de rádio do país, duas redes abertas de TV,
três canais segmentados, dois jornais, uma operadora de TV por assinatura e o portal Band.com.br.
• Grupo Estado - inclui o jornal O Estado de S. Paulo, a Rádio Estadão, e a Eldorado FM.
• Grupo Folha - inclui o jornal Folha de S. Paulo e o portal de internet Universo Online (UOL)
• Grupo Globo - inclui hoje a Rede Globo, a programadora de TV paga Globosat, a Globo.com, os
jornais O Globo, Extra e Expresso e o Sistema Globo de Rádio.
• Grupo Record – Hoje, a RecordTV cobre todo o Brasil e, através da RecordTV Internacional, está
também em aproximadamente 150 países. O grupo também possui o portal R7, a Rádio Record,
a Rede Família, a Record News, a Rádio Guaíba, a Rádio Sociedade da Bahia e o jornal Correio do
Povo.
• Grupo RBS - Rede Brasil Sul (RBS) inclui a RBS TV. A RBS conta com três jornais, sete portais de
Internet, uma gravadora, 15 emissoras de rádio e uma empresa de mobile marketing. Além disso,
possui 12 emissoras de televisão afiliadas à Rede Globo, além de quatro novas em implantação,
tornando-se a maior rede regional da América Latina. A rádio Rede Gaúcha Sat possui 110 emissoras
afiliadas em nove estados brasileiros.
• Grupo Silvio Santos – O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) é o negócio mais expressivo no
ramo de comunicações, mas o GSS também está presente na TV por assinatura através da TV
Alphaville e da TV Cidade e em diversos outros setores de varejo à agricultura, passando por
cosméticos, alimentos, produção teatral e bancos.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
bHistória da Imprensa
Acredita-se que a impressão mecânica de textos, em papel, começou na china, por volta do segundo
século da era cristã. No século 15, popularizou-se na europa, com técnicas de tipografia.
Há muitos milhares de anos, os humanos primitivos teriam deixado suas marcas para delimitar es-
paço ou para outras funções do cotidiano. Muitas chegaram até nós como arte rupestre. Por volta de
6.000 anos atrás, formas rudimentares de escrita surgiram no oriente médio e no egito.
Há cerca de 5.000 anos, símbolos gráficos, gravados em placas de xisto, eram usados em túmulos,
na península ibérica. Na antiguidade, textos eram escritos em pedra, argila, couro, papiro e outros
meios. Diários manuscritos existiram no império romano, publicados pelo senado.
O papel já era fabricado na china no século 2 da era cristã. Superfícies, com textos em alto relevo,
existiam no oriente, há muito tempo. Assim, alguém teria tido a brilhante ideia de pintar uma dessas
superfícies e pressionar uma folha de papel para obter uma cópia do texto.
Por volta do final do século 2, os chineses desenvolveram um mecanismo rudimentar para impressão
em papel. Textos eram esculpidos, em relevo, em uma superfície, que recebia um tratamento de tinta.
Cópias desses textos eram produzidas pela pressão da superfície sobre papel.
Por volta do século 6, as técnicas de impressão chinesas já estavam mais sofisticadas. O texto era
inicialmente escrito em papel, então era aplicado, com a tinta fresca, sobre uma superfície ou bloco
de madeira com uma fina camada de pasta de arroz, que absorvia a tinta. A parte da madeira, com o
arroz sem tinta, era esculpida em baixo relevo, produzindo, assim, a superfície para impressão.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
A obra impressa mais antiga conhecida é um rolo de papel com o sutra do diamante, um texto bu-
dista, em chinês, impresso no ano 868, encontrado, em 1900, por um monge, na rota da seda, em du-
nhuang, na china. Tem 27,6 cm de largura por 499,5 cm de comprimento e foi impresso por uma su-
perfície de madeira.
Em meados do século 11, o alquimista chinês bi sheng inventou um modo de impressão com caracte-
res reutilizáveis, feitos de cerâmica. Esses caracteres eram colocados em uma chapa de ferro, reves-
tida com um tipo de resina, de acordo com o texto a ser impresso. A chapa era levemente aquecida e
depois resfriada, endurecendo o conjunto. Após a impressão, a chapa era novamente aquecida e os
caracteres, retirados.
No início do século 14, um tratado sobre tecnologia teria sido impresso na china, utilizando-se carac-
teres (tipos) móveis, feitos em madeira.
Na coreia, em 137o, foi impressa a mais antiga obra conhecida, utilizando-se tipos móveis metálicos.
Tratou-se do texto budista conhecido como yukjodaesa beopbo dangyeong. Em 1377, outro texto bu-
dista coreano, conhecido como jikji, foi impresso da mesma forma. Ambos estão no acervo da biblio-
teca nacional da frança.
Na europa, o papel chegou no século 12, através da rota da seda. A impressão usando talha em ma-
deira, conhecida como xilografia, apareceu no século 14. Na primeira metade do século 15, pequenos
livros, com textos religiosos, e gramáticas de latim, foram publicados com essa técnica.
Nos anos 1430 ou antes, o uso de tipos móveis metálicos apareceu na europa e foi aperfeiçoado pelo
alemão johannes gutenberg. Ele introduziu uma liga metálica, com chumbo, para os tipos, muito mais
durável, e melhorou métodos de impressão. Em 1455 ou antes, gutenberg publicou uma bíblia, em
latim vulgar, de impressionante qualidade gráfica, iniciando uma revolução na imprensa.
A imprensa proporcionou grande acesso à informação e foi uma das alavancas do renascimento. Pro-
liferaram-se universidades e jornais. Seguiram-se revoluções culturais. A primeira grande instituição
vitimada foi a igreja católica, com a reforma protestante.
Nos séculos seguintes, os mecanismos de impressão foram aperfeiçoados, ganhando velocidade, au-
tomação e cores.
Em Portugal
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
norte do país. Em 1495, foi publicado o vita christide ludolfo de saxónia (c.1295-1377), por ordem da
rainha d. Leonor, pelos impressores alemães, estabelecidos em lisboa, valentim fernandes da morá-
via e nicolau da saxónia.
O primeiro jornal periódico foi a gazeta, lançada em novembro 1641, em lisboa, após a restauração
da coroa portuguesa. Mas os jornais só se popularizaram, em portugal, após a revolução de 1820.
No brasil, a notícia escrita começou na bahia, com a carta de caminha. Em 1627, o baiano frei vicente
do salvador foi o primeiro brasileiro a escrever um livro de história do brasil. Mas o primeiro a ter um
livro publicado foi outro baiano, o escritor manoel botelho de oliveyra (1636-1711). Tratou-se da obra
teatral hay amigo para amigo(coimbra, 1663).
A imprensa teve seu início oficial no brasil em 13 de maio de 1808, com a fundação da impressão ré-
gia, no rio de janeiro, pelo príncipe regente dom joão. A gazeta do rio de janeiro, da impressão régia,
foi o primeiro jornal publicado no brasil. Seu primeiro exemplar foi lançado em 10 de setembro de
1808.
Antes disso, em junho de 1808, começou a circular no brasil o correio braziliense, um jornal clandes-
tino e independente, impresso em londres, por hypolito josé da costa (1774-1823). Hypólito, que foi
anteriormente diretor da imprensa régia, em portugal, foi perseguido e preso por suas atividades nas
"casas maçônicas". Fugiu da prisão, em 1805, indo para londres.
Antes de 1808, os portugueses não viam com bons olhos a publicação de material impresso no brasil,
obviamente por facilitarem as revoluções.
É possível que as primeiras impressões com tipos móveis no brasil tenham sido feitas no recife, no
século 17, durante o domínio holandês. Existem referências a uma tipografia que funcionou, também
em recife, em 1706, e outra no rio de janeiro, em 1747, ambas de duração efêmera, pois foram logo
fechadas por ordem de portugal.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
Com a impressão proibida no brasil, o século 18 viu a circulação de panfletos manuscritos, muitas ve-
zes anônimos, como aqueles da conjuração baiana, do jornalista baiano cypriano barata.
A primeira gazeta de propriedade privada, publicada no brasil, nasceu na bahia, em maio de 1811,
com o nome de idade d'ouro do brazil e circulou até 1823. Na época, o ministro dos negócios estran-
geiros e da guerra, o cobnde de linhares, condicionou sua criação à existência de um revisor, papel
aceito pelo conde dos arcos.
A censura prévia no brasil continuou até 1821, quando foi abolida pelo príncipe regente d. Pedro. In-
felizmente, a censura retornou em outras épocas do brasil independente.
No início do século 20, os jornais eram os principais meios de comunicação em massa no mundo. A
concorrência era grande e existiam jornais matutinos e vespertinos. O século 20 foi tecnologicamente
desafiador para a imprensa (censura e perseguição sempre existiram). Os paradigmas da comunica-
ção de massa mudaram algumas vezes.
Nos anos 1920, chegou o rádio e não se pagava mais pela notícia. As emissoras precisavam, então,
de patrocinadores. Nos anos '50 chegou a televisão e sua revolução das imagens.
Se o século 20 foi difícil para as empresas de comunicação, o século 21 chega avassalador. A mídia
impressa dá seus últimos suspiros. A televisão tem seus dias contados. Em poucos anos, todo o con-
teúdo da tv será transmitido pela internet para quando e onde os internautas quiserem ver. O youtube
tv foi lançado em março de 2017.
Até o século 19, a imprensa era principalmente regional. No século 20, a imprensa foi dominada por
poucos e grandes grupos de comunicação para as grandes massas, processo que requeria bastante
capital e concessões do governo.
Depois os humanos inventaram a falar e as novidades eram espalhadas, boca a boca. Esse foi o
mais revolucionário meio de comunicação de todos os tempos. Ainda hoje, funciona muito bem, ape-
sar dos mal-entendidos. Também deu origem às fofocas, um eficiente meio de integração social.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
Outra revolução foi a invenção da escrita, que permitiu a comunicação através dos tempos. Depois
chegaram os arautos, que gritavam as notícias oficiais, lidas em um manuscrito. E chegou a im-
prensa, um eficiente meio de comunicação em massa.
Em seguida chegaram o telégrafo, o telefone, o rádio, a tv e a internet, além de outros meios interme-
diários.
O século 21 será marcado pela comunicação das grandes massas para as grandes massas e será
dominado por mentes educadas para entenderem padrões no caos. As grande corporações já dispu-
tam espaço na internet com adolescentes que possuem apenas um computador em seu quarto. Mas
a informação de qualidade sempre terá seu lugar e muitas empresas encontrarão seu espaço.
Surgimento da Imprensa
A imprensa é a junção das ferramentas e veículos de comunicação que são responsáveis pelo exercí-
cio do jornalismo. A origem do termo vem da “prensa móvel”, um processo gráfico que foi pesquisado
e inaugurado por johannes guttenberg em 1440 e séculos depois, no início do século xviii foi adap-
tado para fabricar jornais. Os jornais foram o primeiro recurso, para uma função social que evoluiu
ainda mais posteriormente através do surgimento do rádio, da televisão, e da internet.
O autor bira câmara ressalta a importância do surgimento da imprensa para a sociedade. Segundo
ele: “principal veículo para a difusão das idéias durante os últimos quinhentos anos, a mídia impressa
interpenetra todas as esferas de atividade humana. Nenhum evento político, constitucional, eclesiás-
tico e econômico, nem os movimentos sociais, filosóficos e literários podem ser compreendidos sem
levar em conta a influência da imprensa sobre eles. O comércio de obras impressas teve importante
participação no desenvolvimento econômico de todos os ramos da indústria e do comércio”.
Bira câmara também relata que “antes de gutemberg os livros eram impressos por matrizes de blocos
de madeira gravados, um processo dispendioso e demorado. Gutemberg teve a idéia de utilizar tipos
móveis fabricados de uma liga de chumbo e antimônio. Desde o primeiro livro impresso por esse pro-
cesso, em 1455, até o final do século xv, o invento espalhou-se pela europa civilizada, multiplicando-
se as edições, sobretudo de livros religiosos e autores clássicos. Só em veneza havia mais de 200 ti-
pografias, entre outras a famosa aldina, cujas impressões de qualidade notável abrangeram em pou-
cos anos quase todos os autores gregos, além dos latinos e hebraicos”.
No artigo intitulado “o primeiro século da imprensa” câmara descreve ainda que “em 1450, gutemberg
contraiu um empréstimo com joão fust para dedicar-se a uma obra de fôlego: a produção de uma bí-
blia – a bíblia de 42 linhas. Mas ao terminar o terceiro fólio da obra ele estava quebrado; para es-
tampá-la, com mais de seiscentas folhas, além do metal, tinta, pergaminho e papel, foram necessá-
rios seis prelos e a ajuda do gravador e calígrafo pedro schoeffer.
Antes de terminá-la, esgotados os seus recursos e possibilidades, gutemberg teve de entregar a im-
prensa com todos os seus petrechos ao prestamista, incluindo os cadernos prontos da bíblia e os ma-
teriais adquiridos para concluí-la. A obra veio a lume em 1456, logo depois que joão fust tomou posse
da oficina de gutemberg. Este in-fólio de 641 folhas, em dois volumes, é o primeiro ‘fruto perfeito da
tipografia’. Não traz data, procedência nem nome do impressor, mas ficou conhecida para sempre
como a bíblia de gutemberg”.
A imprensa como é conhecida hoje, é resultado de um processo milenar precedido pela evolução da
escrita e pelas formas rústicas de se reproduzir informações. Há relatos de que um século antes da
criação da prensa móvel, já havia um processo de prensar selos cilíndricos em um material composto
de cera e argila. E apesar da revolução de tempo e espaço causada pela internet, da globalização, de
um contexto onde a notícia é captada e transmitida ao vivo, e novos maquinários de captação e trans-
missão de imagens estão em constante aprimoramento, o termo imprensa permanece, em referencial
a esta origem.
O ser humano sempre teve necessidade de transmitir informações para seus semelhantes. No pas-
sado, usamos diversas técnicas para isso. A escrita rupestre nas paredes das cavernas ou em outros
objetos encontrados no ambiente, como ossos e folhas é um bom exemplo. Com o tempo, evoluímos
e começamos a utilizar materiais mais sofisticados. Passamos a usar o papiro e o pergaminho, mas
ainda mantendo o objetivo de passar adiante os nossos registros.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
Muitos especialistas consideram esses casos os primórdios da imprensa. Para quem não sabe, essa
palavra serve para designar o coletivo de veículos que se prestam a transmitir as informações para
outros. Portanto, é correto afirmar que qualquer entidade ou organização (mesmo que mal organizada
em seu princípio) que passe adiante as novidades se enquadra nessa categorização.
Mas existe uma qualidade muito importante da imprensa que também precisa ser observada: a regu-
laridade de publicações. Por isso, alguns historiadores acreditam que a designação só começa a ser
realmente válida a partir do momento que aperfeiçoamos a técnica de reprodução de textos por meio
do uso dos tipos móveis. É aí que entra a caso da prensa de johannes gutenberg. Esse foi o equipa-
mento que simplesmente deu origem a palavra “imprensa” e mudou o mundo naquela época.
A prensa de gutenberg
Embora o primeiro jornal de papel date do século viii d.c (na china) e a primeira publicação periódica
tenha sido feita pelo imperador augusto no século i, foi depois da criação da prensa de gutenberg em
1440 que esses conceitos finalmente se uniram. O artefato usava o que é chamado de tipos, uma
grande quantidade de pequenos objetos que imprimem determinada forma no papel quando pressio-
nados contra ele. É como se fosse uma carimbo sendo pressionado contra uma folha em branco.
Quando rearranjados, poderiam imprimir uma grande quantidade de texto em pouco tempo, o que
permitiu a veiculação de vários periódicos. O processo de criação desses papéis impressos é o que
deu origem ao nome “imprensa”. Hoje, porém, o termo adquiriu um conceito mais amplo, fazendo re-
ferência aos diversos veículos que se prestam a transmitir informações.
Ainda naquela época, no século xv, mais um conceito importante foi cunhado. Em veneza, as folhas
eram vendidas pelo preço de uma gazeta, o nome dado a moeda local. É aí que surgiu o termo usado
para nomear muitos jornais publicados na idade moderna e até em tempos contemporâneos. Vai di-
zer que você nunca ouviu falar sobre os jornais gazeta do povo (pr), gazeta brasiliense (go) ou gazeta
esportiva (online)?
Mas a história da imprensa começou a tomar forma com a sua massificação. Nos séculos xviii e xix,
durante a revolução industrial, a humanidade viu diversos avanços tecnológicos facilitarem algumas
atividades. Uma delas foi a impressão de novos jornais e periódicos, que viu nesse período o maior
crescimento da história. Foi durante esse período que grandes marcas, como the times, the guardian
e the new york times surgiram.
Um bom exemplo foi o que aconteceu durante a guerra civil dos estados unidos, em 1861. A divisão
no país gerou conflito de interesses entre aqueles que controlavam a imprensa. Porém, mesmo assim
os dois lados da batalha foram cobertos. O the guardian, à propósito, foi o primeiro jornal a enviar cor-
respondentes para cobrir os dois lados do embate. Também foi durante esse período que os jornais
inventaram as manchetes, títulos com letras grandes para chamar atenção.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
A imprensa no brasil
No brasil, a imprensa começou a ser desenvolvida oficialmente a partir de 1808. Aqueles mais ligados
em história vão lembrar o que aconteceu durante esse período. Foi nesse ano que a família real
transmigrou para o nosso país fugindo das tropas francesas que iriam invadir portugal. Nesse perí-
odo, a veiculação de jornais ou qualquer outro periódico era proibida por aqui. Todas as publicações
em terras brasileiras eram consideras ilegais e subversivas. Nada poderia circular sem a permissão
da coroa portuguesa.
Oficialmente, a imprensa nasceu no rio de janeiro, no dia 13 de maio de 1808. Nessa data foi criada
da imprensa régia, hoje chamada de imprensa nacional, criada pelo então príncipe regente dom joão.
Porém, foi somente no dia 10 de setembro desse mesmo ano que o primeiro jornal. A gazeta do rio
de janeiro finalmente começou a circular em território nacional. É por isso que essa data foi inicial-
mente considerada o dia nacional da imprensa. Porém, em 1999, a data foi modificada e passamos a
fazer essa comemoração no dia 1º de junho.
Do século xix até os dias atuais, muitas coisas mudaram. A chegada de novas tecnologias mudaram
drasticamente como os profissionais praticam o jornalismo. Estamos falando de meios como o rádio,
a televisão e a internet. Porém, o papel da imprensa continua sendo extremamente importante e con-
tinuará a ser por muito tempo.
A prova de que a imprensa é essencial é o fato de muitos a considerarem o quarto poder de uma de-
mocracia. Ela dividira espaço com o poder judiciário, o poder legislativo e o poder executivo ela ajuda
a manter equilibrada a balança de uma sociedade igualitária e justa. Porém, como diz o ditado: um
grande poder exige uma grande responsabilidade.
É por isso que nas mãos de pessoas inescrupulosas, a notícia pode se transformar em caso de
abuso e manipulação de informação. Manchetes sensacionalistas e notas falsas podem causar um
estrago sem tamanho. Por outro lado, quando usada com seriedade e profissionalismo, a imprensa é
uma arma incomparável à favor dos direitos humanos e um poderoso veículo contra as injustiças so-
ciais. Com o poder de dar forças, agregar e inspirar, a imprensa registra o passado e promove a
construção de um futuro justo e igualitário.
E tudo isso fica bastante evidente no juramento do jornalista no ato de sua colação de grau:
“juro, no exercício das funções de meu grau de jornalista, assumir meu compromisso com a verdade
e com a informação. Juro empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conheci-
mentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade. Juro, no
exercício do meu dever profissional, não omitir, não mentir e não distorcer informações, não manipu-
lar dados e, acima de tudo, não subordinar em favor de interesses pessoais o direito do cidadão à in-
formação”.
Os incunábulos
As primeiras obras foram impressas manualmente, linha por linha. Estes livros eram em geral em ta-
manho grande (in-fólio). O tipógrafo deixava espaço para as letras iniciais de uma frase para serem
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
desenhadas à mão no devido lugar. Estas obras impressas com tipos móveis foram denominadas in-
cunábulos, e este termo abrangia tanto o livro como uma folha única, ou imagem impressa nos pri-
meiros tempos da imprensa com tipos móveis, não escrito à mão. Refere-se às obras produzidas en-
tre 1455, data aproximada da publicação da bíblia de gutenberg, até 1500. São muito raros e valio-
sos. A sua origem vem da expressão latina in cuna, “no berço”, referindo-se assim ao berço da tipo-
grafia. O termo foi usado pela primeira vez por bernhard von mallinckrodt, no tratado de ortu et pro-
gressu artis typographicae (“da ascensão e progresso da arte tipográfica”, colônia, 1639), onde apa-
rece a frase prima typographicae incunabula, “a primeira infância da tipografia”. Em muitos lugares a
tipografia só chegou no início do século xvi, mas convencionou-se que o limite dos chamados incuná-
bulos seria o ano de 1500. O termo passou a denotar também os livros impressos até o recente sé-
culo dezessete.
Mas esta data foi uma convenção arbitrariamente escolhida e não reflete o notável desenvolvimento
do processo de impressão por volta do ano 1500. Incunábulo normalmente se refere aos primeiros
livros impressos, produzidos ao mesmo tempo em que alguns livros ainda eram copiados à mão. No
século quinze, colecionadores de livros mais exigentes não admitiam livros impressos em suas biblio-
tecas pessoais.
Uma característica dos incunábulos é não possuírem página de rosto e, em algumas obras, constava
no final o “impressum”, isto é, as indicações onde o livro fora impresso e por quem, mais a data da
finalização da obra. No início do livro, às vezes constava o índice do texto, seguido, da obra propria-
mente dita, onde declarava o título e a autoria de quem o escrevera. A primeira letra era muitas vezes
“iluminada” (técnica de ilustrar com pintura o início do texto).
Em berlim existe o catálogo central de todos os incunábulos impressos até 1500 com as suas respec-
tivas localizações.
Há dois tipos de incunábulos: o livro impresso a partir de um único bloco de madeira esculpido para
cada página, processo chamado de xilografia, e o tipográfico, feito com tipos móveis individuais de
metal agrupados em uma prensa de impressão, na tecnologia difundida por gutenberg. Muitos auto-
res empregam o termo incunábulo apenas para livros produzidos pelo processo tipográfico.
A expansão gradual da imprensa foi garantida pela grande variedade dos textos escolhidos para im-
primir e pelos estilos dos tipos que eram usados na impressão. Muitos dos primeiros caracteres eram
baseados em modelos locais de escrita ou derivaram das várias formas européias de escrita gótica.
Mas também haviam algumas fontes derivadas de escrituras documentárias (como a maioria dos ti-
pos de caxton), e, particularmente na itália, tipos calcados em escrituras manuscritas e baseados em
caligrafias à pena. Estas fontes tipológicas, derivadas de estilos de caligrafia manual, são freqüente-
mente usados até hoje, apenas modificados, na forma digital.
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
O rádio e a televisão têm sido de muita utilidade para a população brasileira e mundial. Vemos com
certa tristeza o desvirtuamento de finalidades das duas grandes invenções da humanidade. O rádio
possui 70 anos de história no brasil. ‘a invenção do rádio é creditada ao inventor e cientista italiano
guglielmo marconi, nascido em 1874 na cidade de bolonha. Desde menino demonstrando interesse
pela física e eletricidade, marconi foi o primeiro a dar explicação prática aos resultados das experiên-
cias de laboratório anteriormente realizadas por heinrich hertz, augusto righi e outros. Pelos resulta-
dos dos estudos de hertz, marconi concluiu que tais ondas poderiam transmitir mensagens e, assim,
em 1895, fez suas primeiras experiências, com aparelhos rudimentares, na casa de campo de seu
pai.’
Aqui na terrinha um grande estudioso, padre roberto landell de moura, gaúcho de nascimento, é con-
siderado pelos brasileiros como o inventor do rádio, visto que com suas experiências conseguiu su-
plantar marconi, pois teve a proeza de transmitir a voz através de seu invento, enquanto marconi,
apenas sinais.
O pai da radiodifusão no brasil coube a roquette pinto. Conhecido como um dos principais antropólo-
gos do brasil, edgard roquete pinto, ‘o pai do rádio’ no país, demonstrou grande interesse em relação
aos meios de comunicação, em especial ao rádio. Em situação embrionária no brasil, roquette previu
imediatamente o seu uso como um difusor de cultura popular. O sucesso da primeira irradiação no
brasil, em 1922, durante as comemorações do centenário da independência, realizada no alto do cor-
covado, no rio de janeiro, transmitindo o discurso do então presidente epitácio pessoa, foi a gota
d’água para os planos da primeira emissora brasileira, embora na cronologia da comunicação eletrô-
nica de massa brasileira o surgimento do rádio no brasil seja marcado com a fundação da rádio clube
de pernambuco por oscar moreira pinto, no recife, em 6 de abril de 1919.
Criação do iconosópio
No ceará, a proeza coube a joão demétrio dummar. Há um quê dos personagens de ficção na trajetó-
ria de joão demétrio dummar. O cearense, que nasceu na síria no início do século passado, que mi-
grou com a família para o brasil, que passou por belém, que chegou ao ceará aos sete anos, que vi-
veu parte de sua juventude no crato, que honrou a tradição do homem de negócios e que se tornou,
ainda na década de trinta, um empresário de comunicação. Isso quando sírios e libaneses ainda nem
sonhavam em se tornar personagens simpáticos e bonachões nos romances de jorge amado.
João dummar era simpático – registro feito por familiares, companheiros de trabalho e amigos – e ti-
nha o que hoje chamaríamos de determinação de empreendedor. Um pioneiro que conseguiu ver
uma fresta no futuro do ceará dos anos 20. Um negociante, dono de seu próprio negócio ou firma –
como se costumava dizer –, que percebeu o potencial do advento da radiodifusão e só se deu por sa-
tisfeito quando fundou a ceará rádio clube em 1934, ‘começando a difundir a arte e a música para
todo o estado’.
Como vêem, o rádio tem lindas histórias para ser contadas, bem como a televisão, um dos objetos
mais utilizados no mundo. Hoje em dia é difícil encontrar uma residência que não possua um apare-
lho de televisão, embora já existisse desde 1926. A televisão foi inventada por john baird, um esco-
cês. No entanto, a partir de 1934, quando vladimir zworykin, um russo, foi viver nos eua, criou o ico-
noscópio, quando surgiram as primeiras aplicações práticas. O iconoscópio permitia decompor uma
imagem em milhares de pontos convertidos num sinal modulado.
Promoção de televisores
A televisão no brasil tem sua pré-estréia no dia 3 de abril de 1950 – com a apresentação do frei josé
mojica, padre cantor mexicano. As imagens não passam do saguão dos diários associados, na rua
sete de abril, em são paulo, onde havia alguns aparelhos instalados. A televisão no brasil começou
em 18 de setembro de 1950, trazida por assis chateaubriand, que fundou o primeiro canal de televi-
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
são no país, a tv tupi. Desde então a televisão cresceu e hoje representa um fator importante na cul-
tura popular moderna da sociedade brasileira. A tv digital no brasil teve início às 20h30 do dia 2 de
dezembro de 2007, inicialmente na cidade de são paulo, pelo padrão japonês.
No dia 23 de maio, a ceará rádio clube comemorou seu 48º aniversário do lançamento de sua pedra
fundamental onde funcionaria o canal 2, dos diários associados. Instalada na estância castelo, onde
hoje fica a holding do grupo edson queiroz, na avenida antônio sales, foi a primeira emissora de tele-
visão do estado, servindo de escola pra muita gente boa, como emiliano queiroz, renato ‘didi’ aragão,
ayla maria, augusto borges, paulo limaverde, b. De paiva, joão ramos, wilson machado, guilherme
neto, ary sherlock, hiramisa serra, karla peixoto, assis santos e muitos outros.
Uma história linda, cheia de nuanças positivas, rádio e televisão serviram para a divulgação da cul-
tura e a história do povo brasileiro e dos acontecimentos de destaque no cenário mundial. É lamentá-
vel que nos dias de hoje esta cultura esteja deixando a desejar, tanto no rádio como na televisão. A
falta de vocação profissional deu lugar ao benefício próprio. Os dois canais de comunicação estão
servindo de trampolim para pretensos profissionais galgarem posições mais altas, procurando mostrar
serviço para os incautos e visando a abiscoitar um cargo político.
O rádio também passa por estes momentos cruciais. É lamentável que este trampolim esteja desca-
racterizando os dois veículos de comunicação e, além do mais, profissionais sem escrúpulos e edu-
cação usam os meios de comunicação para verbalizar sua linguagem de duplo sentido, estendendo-
se a pornografia explícita. Banalizam a violência e dizimam a cultura aos poucos. Os horários arren-
dados pelo rádio e a televisão têm proporcionado uma queda na qualidade da programação destes
veículos.
Vamos batalhar por um rádio e uma televisão de melhor qualidade e acabar com o estigma de que a
beleza física seja mais importante do que a vocação profissional. E o perigo ronda a rádio e a televi-
são com a concessão de espaços para emissoras religiosas e de caráter político, que no frigir dos
ovos só serve para iludir o povo através das velhas lavagens cerebrais.
O rádio auxiliou não só na propagação de informações, como também no lançamento dos esportes
comentados e na musicalização do cotidiano. No ano de 1863, em cambridge, na inglaterra, james
clerck maxwell, professor de física experimental, demonstrou teoricamente a provável existência das
ondas eletromagnéticas. A partir desta revelação outros pesquisadores se interessaram pelo assunto,
como o alemão henrich rudolph hertz (1857-1894).
Hertz comprovou a propagação radiofônica por meio do ar em 1887, o que determinou que os antigos
“quilociclos” passassem a ser chamados de “ondas hertzianas” (hz) ou “quilohertz”. A industrialização
de equipamentos, contudo, deu-se com a criação da primeira companhia de rádio, fundada em lon-
dres pelo cientista italiano guglielmo marconi.
O funcionamento dos aparelhos de emissão e recepção de sinais já havia sido testado por marconi
em 1896, a partir do momento em que o cientista identificou a importância comercial dos telégrafos.
Até então o rádio era algo como uma “telegrafia sem fio”, algo já bastante útil e inovador para a
época, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar esta função. Oliver lodge
(inglaterra) e ernest branly (frança), por exemplo, inventaram o “coesor”, um dispositivo que melho-
rava a detecção de ondas.
A mudança de sintonia dos rádios, por meio da possibilidade de seleção da frequência, foi alcançada
por oliver lodge, em 1897, quando inventou o circuito elétrico sintonizado. Enquanto isso, roberto lan-
dell de moura, padre e cientista brasileiro, construiu diversos aparelhos que, além de totalmente rele-
vantes para a história do rádio, contribuíram para descobertas fundamentais para o desenvolvimento
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
Na década de 1920, a empresa norte-americana westinghouse dá início à “era do rádio” com a cria-
ção do microfone, a partir de modificações específicas no bocal do aparelho telefônico. Além desta
invenção, obtida por seus engenheiros, a westinghouse foi responsável pela radiofusão em si, com a
fabricação de aparelhos de rádio para as tropas na primeira guerra.
Com o fim do conflito mundial, vários aparelhos ficaram estocados nas fábricas, sendo que para esti-
mular a venda para com o grande público, a empresa instalou antenas nos pátios de suas fábricas,
para que fosse transmitida música para as comunidades locais. A consequência foi a transformação
do rádio em um meio de comunicação com apelo em diversos países.
A fim de que se compreenda o motivo da época ter ficado conhecida como a “era do rádio”, basta ve-
rificar que nos eua a rádio crescia surpreendentemente: em 1921 eram quatro emissoras, mas no fi-
nal de 1922, os norte-americanos contavam com 382 emissoras. A televisão, por sua vez, seria uma
revolução no modo do homem ver o mundo: à distância (telever), todos os objetos e locais conheci-
dos no planeta, sem a necessidade do contato ou ida aos mesmos.
Contudo, os estudos pioneiros e o próprio invento da televisão é atribuído ao alemão paul nipkow,
que analisava a ideia do envio de imagens a distância, sendo que em suas concepções poder-se-ia
decompor a imagem em pontos, que seriam posteriormente transformados em impulsos elétricos por
uma célula fotoelétrica e enviados por um fio para um receptor, ocorrendo o processo inverso para
composição da imagem.
Nipkow criou então um disco com furos em expirais que “varriam” uma imagem, no qual cada furo ge-
rava uma luz, convertida em corrente elétrica por uma célula de selênio, que por sua vez acenderia
uma lâmpada, iluminando então outro disco oposto ao primeiro, gerando a imagem num écran. Este
invento foi denominado “disco de nipkow”, servindo de pilar para o desenvolvimento da televisão e
colocando nipkow como o pioneiro do desenvolvimento da tv.
O russo wladimir zworykin e o americano philo t. Farnsworth, mesmo sem qualquer tipo de contato na
época, foram considerados os inventores da televisão, no que se refere à base de seu funciona-
mento. Farnsworth concebeu, em 1925, por meio de diversas fórmulas, o diagrama de uma válvula
transmissora de imagens, enquanto zworykin foi convidado pela rca para a produção do primeiro tubo
de imagem para televisão, o qual ficou conhecido como orticon e passou a ser produzido em escala
industrial em 1945, sendo primeiramente apresentado em nova york, em 1936.
A alemanha, em 1967, inicia o uso de uma variação do padrão americano, batizado de pal (phase al-
ternation line), com a correção de deficiências do ntsc, sendo colocado em funcionamento, no mesmo
ano na frança o secam (séquentiel couleur à mémoire – cor sequencial com memória). No brasil, a
primeira transmissão colorida foi realizada pela embratel, que transmitiu, mas em caráter fechado, a
copa do mundo de 1970. Em 1972, foi realizada a primeira transmissão pública em cores, para todo
brasil, com a cobertura da festa da uva, em caxias do sul (rs).
Nos anos 1970 começou a ser desenvolvida uma tecnologia revolucionária, que viria décadas depois:
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HISTÓRIA DA IMPRENSA
a televisão digital. Os japoneses, por meio de um consórcio de estações de tv, deram início a estudos
voltados à televisão de alta definição, chamada de hdtv (high definition television). No começo dos
anos 1980, eram realizados os testes iniciais desta tecnologia, para que no decorrer da década, euro-
peus, norte-americanos e japoneses alcançassem um padrão próprio, mesmo que em caráter experi-
mental, a fim de que as demandas dos consumidores fossem atingidas: começava, nos anos 1990, a
era da tv digital.
Três padrões de transmissão digital seriam adotados pelo mundo: o padrão norte-americano atsc (ad-
vanced television systems comitee), o padrão japonês isdb (integrated services digital broadcasting) e
o padrão europeu dvb (digital video broadcasting), cada um com suas vantagens e desvantagens.
Contudo, a escolha de um padrão estimula a reflexão dos países consumidores, em torno do tipo de
serviço almejado como, por exemplo, o tipo de transmissão, no qual aspectos político-econômicos
possuem grande influência.
O brasil adotou o padrão japonês, visto que se saiu superior nos testes de comparação com outros
padrões e possui vantagens na transmissão para dispositivos móveis, o que garante grande mobili-
dade e portabilidade em território nacional. Ao contrário dos outros padrões, o isdb utiliza uma faixa
de frequência para transmissão tanto terrestre como via satélite, apresentando padrões de codifica-
ção superiores, permitindo com uma única faixa de frequência a transmissão de um volume maior de
dados.
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Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros
O capitalismo, vigente ao longo do século 20 e ingressando no século 21, é denominado, pelos críti-
cos da economia política, imperialismo. Essa fase caracterizada por novas determinações tem como
característica marcante dois tipos de padrões de acumulação: o rígido e o flexível. A dinâmica de acu-
mulação no padrão de acumulação rígida tem como base o sistema taylorista/fordista. Esse padrão
produtivo se baseia na produção em massa de mercadorias, a partir de uma produção mais homoge-
neizada e enormemente verticalizada. Além disso, sua base é o trabalho parcelar e fragmentado.
Nele a ação operária se reduz a um conjunto repetitivo de tarefas em decorrência da decomposição
das atividades.
Apesar de o período de acumulação rígida ter sido considerado como os anos dourados do capita-
lismo, ou seja, um período em que houve um longo processo de acumulação de capitais, um olhar
mais atento demonstra que esse momento é marcado por um regime de acumulação baseado na ló-
gica destrutiva do capital. Tal lógica baseia-se na extração da mais-valia do trabalhador, no aprofun-
damento da separação entre a produção voltada genuinamente para o atendimento das necessida-
des humanas e das necessidades de auto-reprodução do capital, na retirada insustentável de recur-
sos naturais, entre outros. Tudo isso evidencia mais uma vez que, apesar das mudanças e transfor-
mações ocorridas nessa nova etapa do capitalismo, os métodos utilizados para o acúmulo do capital
continuam espúrios e ilegítimos.
A partir do final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, o capital começa a dar sinais de um
quadro crítico. A ilusão de um processo efetivo, duradouro, regulado e fundado num compromisso en-
tre capital e trabalho, mediado pelo estado, começa a se mostrar insustentável. Em decorrência da
crise que se instalou, a alternativa do capital foi reestruturar o padrão produtivo, objetivando recompor
os índices de acumulação existentes no período anterior. O capital reorganiza o ciclo produtivo de
forma a preservar seus fundamentos essenciais, ou seja, utilizando os velhos mecanismos de acumu-
lação.
Nesse contexto, inicia-se uma mudança no interior do padrão de acumulação, e não no modo de pro-
dução capitalista, visando alternativas que pudessem atribuir maior dinamismo ao processo produtivo.
Essa reestruturação altera os processos do regime de acumulação anterior, a fim de garantir e am-
pliar os fundamentos da acumulação capitalista. Desse modo, a era da acumulação flexível emerge
nesse período. O regime de acumulação flexível é marcado por um confronto direto com a rigidez do
fordismo. Ele se ampara na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos
produtos e dos padrões de consumo.
Uma das consequências mais visíveis nesse processo de transformação na acumulação do capital
para o chamado toyotismo é a modificação na estrutura do trabalho, que se torna mais flexível. Passa
a predominar, em lugar do trabalho formal, seguro e hierarquizado que se tinha até então, o trabalho
instável, desregulamentado e em muitas vezes terceirizado. O mundo do trabalho passa a observar
grande desemprego estrutural e trabalhadores em condições precarizadas.
Neste paper pretende-se abordar como essas novas características do mundo do trabalho se apre-
sentaram para os trabalhadores da imprensa, uma classe já tradicionalmente desunida e prejudicada
pelo grande volume de trabalho e horários diferentes do usual. Para tanto, será necessário cruzar da-
dos de pesquisas já realizadas sobre as condições de trabalho dos jornalistas com conceitos relativos
à categoria trabalho sob a ótica de ricardo antunes (2002).
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DESREGULAMENTAÇÃO E TRABALHO FLEXÍVEL
NO COTIDIANO NA IMPRENSA
As transformações nas relações de trabalho trazidas pelo toyotismo começaram a ser notadas nos
países com capitalismo desenvolvido ainda nas décadas de 60 e 70. No brasil, seus impactos come-
çam a ser observados apenas no final dos anos de 1980 nas mais diversas categorias de trabalhado-
res.
O processo não foi diferente nas redações dos principais jornais brasileiros. Nos primórdios do surgi-
mento da imprensa no país não se tinha delineada uma classe jornalística. Isso porque as redações
dos jornais pioneiros no brasil pouco teriam em comum com as redações dos grandes jornais do sé-
culo 20, publicados em base industrial. Os periódicos do século 19 tinham por objetivo a circulação de
ideias políticas a serviço de determinados grupos e não o lucro, como se daria mais tarde. Além
disso, não havia a necessidade de uma elaborada divisão do trabalho na redação, a maioria dos jor-
nalistas tinha também outras ocupações profissionais (burkhardt, 2006, p. 44).
Foi apenas nos primeiros anos da república que a organização dos jornais, enquanto empresas, tor-
nou-se aparente. No entanto, a transição para um novo padrão de imprensa consolidou-se nos anos
cinquenta do século 20, acompanhando o acelerado processo de industrialização daquela década.
Esse novo padrão implicava em maior investimento de capital, tornando-se uma atividade cara, aces-
sível a poucos empresários. A concentração impôs novas formas de fazer jornal. A velha oficina de
um grande jornal parece-se cada vez mais com uma fábrica (burkhardt, 2006, p. 45-46).
Nesse contexto, surge a mais importante regulamentação para a categoria dos jornalistas, o decreto-
lei nº 972, que regulamentou a profissão de jornalista, identifica nada menos que 16 diferentes fun-
ções desempenhadas por jornalistas profissionais. O decreto-lei estabeleceu ainda condições para o
exercício da profissão de jornalista, como a fixação da jornada de trabalho em cinco horas diárias.
A relativa organização do trabalho do jornalista, no entanto, durou pouco, se é que se pode dizer que
um dia foi aplicada em sua totalidade. Muitos profissionais simplesmente dobravam a jornada de tra-
balho por conta dos baixos salários, ou mesmo prolongam a jornada nos mesmos veículos para com-
plementar a renda, ainda que isso fosse tecnicamente ilegal.
A concentração dos postos de trabalho nas mãos de poucas e grandes companhias de comunicação
passa a limitar a oferta de emprego para jornalistas e a dificultar a pressão da classe por melhores
condições de trabalho. A modernização das redações fez diminuírem o número de trabalhadores pro-
duzindo o mesmo conteúdo, com a supressão de funções como as de redator, revisor e copydesk,
que passaram a ser exercidas pelos mesmos repórteres e editores de forma cumulada com suas anti-
gas funções.
A partir dos anos 90, um novo tipo de jornalismo, chamado de free-lancer veio a agravar ainda mais a
situação posta. O surgimento desse novo jornalista deu-se em um contexto de profundas mudanças
sociais e econômica no país, quando se consolidou no brasil o modelo de reestruturação produtiva já
adotado nos países de capitalismo avançado havia duas décadas. O free-lancer de agora se asseme-
lha, portanto, mais do que seus predecessores, ao trabalhador flexível dos novos tempos (burkhardt,
2006, p.50).
Burkhardt, 2006, destaca alguns pontos que contribuíram para o surgimento dessa nova forma de tra-
balho dentro da categoria dos jornalistas:
“(…) os poucos autores que se ocuparam do tema concordam em afirmar que algumas tendências
podem ter contribuído para a difusão de um novo padrão contratual: a) a já mencionada tendência de
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DESREGULAMENTAÇÃO E TRABALHO FLEXÍVEL
NO COTIDIANO NA IMPRENSA
Como apontado pelo autor, uma das tendências que mais afeta as condições de trabalho dos jornalis-
tas nas últimas décadas é o desenvolvimento acelerado das novas tecnologias. A mudança não se
restringiu, como poderia se pensar, aos meios eletrônicos, mas afetou diretamente os jornalistas em-
pregados em jornais impressos, que passaram a se dedicar também aos seus portais de informação
digitais.
Sylvia moretzohn, 2002, também salienta o fato de que o aparecimento da internet teve como conse-
quência a sobrecarga de trabalho para os jornalistas de jornais impressos que desenvolveram portais
noticiosos. Os serviços online são em sua maioria operados pelas mesmas pessoas que já trabalha-
vam na redação do jornal impresso.
Assim, além das multitarefas acumuladas pela concentração do trabalho e o desaparecimento de fun-
ções jornalísticas, o profissional precisa também ser especialista em novos processos digitais, incor-
porando as novas tarefas a seu cotidiano. Este fenômeno tem sido descrito como o aparecimento do
“jornalista multimídia”, que atua simultaneamente em veículos diferentes: jornal impresso, rádio, tv,
internet.
A lógica é simples: quantos mais profissionais acumulam funções múltiplas, menos postos de traba-
lho são abertos no mercado. Como conclui burkhardt (2006):
“[…] o novo contexto do trabalho jornalístico caracteriza-se, pelo que foi dito, por elevados níveis de
desemprego, na medida da redução do número de profissionais empregados, salários em queda, so-
brecarga de trabalho e redefinição da própria atividade do jornalista. Podem-se resumir essas tendên-
cias em uma expressão: desregulamentação do trabalho. Esta, por sua vez, tem sido empregada com
frequência como um sinônimo da palavra de ordem do momento: flexibilidade” (burkhardt, 2006,
p.54).
No cenário atual a desregulamentação ainda foi completa com a derrubada do decreto-lei nº 972,
também conhecido como lei de imprensa, pelo supremo tribunal federal em 2009. De acordo com os
ministros, a legislação podia ser considerada antidemocrática por ter sido elaborada durante o perí-
odo da ditadura militar.
Por outro lado, no entanto, a categoria dos jornalistas tornou-se ainda mais desprotegida com a des-
regulamentação de alguns de seus direitos, além da queda do diploma para o exercício da profissão
que permite a contratação de mão-de-obra mais barata e muitas vezes desqualificada para as fun-
ções da empresa jornalística.
Desregulamentação, trabalho flexível e o fim das estratégias coletivas no cotidiano dos jorna-
listas
Como visto no capítulo anterior, a trajetória histórica da classe trabalhadora dos veículos de mídia se
confunde com o processo de transformação no mundo do trabalho no brasil. Assim, a desregulamen-
tação dos direitos trabalhistas e o aparecimento do trabalho flexível atingiram diretamente os jornalis-
tas.
A flexibilização do trabalho nas redações jornalísticas não é exatamente uma ruptura com um para-
digma antigo, mas mais uma etapa de um processo contínuo, integrado à lógica do capital, que modi-
fica modos de se fazer jornais, tornando o empreendimento cada vez mais lucrativo, ao mesmo
tempo em que enfraquece a resistência dos trabalhadores da imprensa.
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DESREGULAMENTAÇÃO E TRABALHO FLEXÍVEL
NO COTIDIANO NA IMPRENSA
Nota-se nas pesquisas estudadas que a competição pelo emprego entre jornalistas – característica
principal do atual período de neoliberalismo econômico – e o abandono das estratégias coletivas aca-
baram por determinar um novo ethos de individualismo extremado, o qual, longe de assegurar uma
inserção profissional mais adequada, contribui para agravar mais o problema.
“os sindicatos de jornalistas e os próprios trabalhadores flexíveis veem com perplexidade a nova tran-
sição da imprensa brasileira. As velhas formas de resistência coletiva já não parecem responder ade-
quadamente aos desafios impostos pela flexibilização e pela perda das expectativas a longo prazo.
As alternativas individuais, porém, não parecem viáveis como meio de resistência à precarização do
trabalho. A concentração da imprensa – concentração de poder político e de poder econômico – apro-
funda-se ainda mais, deste modo, a partir das assimetrias de poder geradas no próprio ambiente de
trabalho nas redações” (burkhardt, 2006, p.110).
A estratégia de luta classista, que marcou o sindicalismo dos anos oitenta, perdeu força na década
seguinte, sob o influxo de um novo modelo de acumulação capitalista e da orientação neoliberal das
políticas do estado brasileiro. A chamada crise do sindicalismo no brasil consistiu na dificuldade de
adaptação dos sindicatos aos novos tempos de acumulação flexível, resultando na perda de repre-
sentatividade e na queda das taxas de filiação. Esse resultado foi fortemente sentido entre os jornalis-
tas que já não acreditam que o sindicato possa representar seus interesses enquanto indivíduos.
Na pesquisa com jornalistas realizada por heloani, 2003, intitulada “mudanças no mundo do trabalho
e impactos na qualidade de vida do jornalista”, foi verificado que a vida pessoal do profissional tam-
bém é geralmente precária, com falta de relacionamento familiar por conta das excessivas jornadas
de trabalho e vínculos afetivos que se desfazem rapidamente.
Eles trabalham em quase todos os finais de semana, mas, em compensação, resistem bem ao es-
tresse. Dedicam-se, inclusive, com paixão à profissão e nutrem por ela uma relação de amor e ódio.
Nas redações, o ritmo de trabalho a que se submetem é estafante, com jornadas de doze horas (às
vezes até mais), estando expostos a assédio moral, sexual e ao rígido controle social. É possível afir-
mar que jornalistas recebem salários não condizentes com o grau de exigência que lhes é imposto
pelas chefias. Enfrentam um ambiente altamente competitivo, condições de trabalho precárias em
muitas redações, além de falta de tempo para estudo.
O mais preocupante na análise das entrevistas é um claro indicador de que as práticas organizacio-
nais trouxeram, como efeito colateral danoso, não apenas a corrosão de certos valores básicos, mas,
principalmente, a cisão da ideia de qualidade de vida e excelência no trabalho. Assim, a felicidade é
sempre postergada e, em decorrência disso, também o tempo para a família, para os filhos, para o
lazer e para o amor. Alguns chegam a alegar que fora do ambiente de trabalhoso fazem o imprescin-
dível, faltando tempo para namorar” (heloani, 2003, 78-79).
Muitos dos entrevistados, na época da pesquisa, não tinham suficiente consciência da importância
social de seu trabalho. Alguns também eram individualistas em excesso, além de parecerem influen-
ciados pela imagem glamorosa que a sociedade possui em relação à profissão. Verificou-se que
ocorre uma deterioração da qualidade de vida do jornalista, cuja profissão naturalizou-se e banalizou-
se, fato compreendido como extremamente grave, tanto do ponto de vista coletivo, como do indivi-
dual.
Conclusão
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DESREGULAMENTAÇÃO E TRABALHO FLEXÍVEL
NO COTIDIANO NA IMPRENSA
Os diversos autores trazidos para construção dessa breve abordagem do trabalho flexível no contexto
dos veículos de imprensa são unânimes em afirmar que a categoria dos jornalistas foi fortemente in-
fluenciada pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas. A desregula-
mentação e flexibilização do trabalho atingiu diretamente as redações que foram reestruturadas du-
rante a década de 1990 para reduzir o número de profissionais responsáveis pela elaboração do
mesmo produto entregue anteriormente, de forma a maximizar os lucros.
Os principais fatores que contribuem para esse cenário são: a tendência de concentração, com o mo-
nopólio de grandes empresas no setor; o aumento da jornada de trabalho; a extinção de funções tra-
dicionais na “linha de produção” dos grandes jornais; a introdução de novas tecnologias; a queda do
nível salarial; as demissões em massa; a progressiva redução do pessoal contratado formalmente.
Além disso, contribui para a situação atual, a desmobilização dos jornalistas em prol de uma causa
coletiva. A competitividade exacerbada que se instaurou, em grande parte devido a escassez de va-
gas de trabalho formal, não permite que a categoria se una e ofereça resistência às contínuas desva-
lorizações que vem sofrendo.
Como resultado desse contexto, vimos que a vida pessoal do jornalista também é afetada pela preca-
rização do trabalho da categoria.
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
Comunicação Pública
Pesquisa realizada pelo Ibope em 2003 para o Observatório da Educação e da Juventude mostrou
que enquanto 44% dos brasileiros desejam influenciar políticas públicas, 56% não têm interesse. O
que chama a atenção, é que, dos não-interessados, 35% dizem que não desejam simplesmente
porque não tinham informações sobre como fazê-lo. Além do desconhecimento sobre como
influenciar políticas públicas, ou sobre qual o papel e responsabilidade dos diferentes entes
federativos na execução das ações públicas, é frequente a divulgação de resultados de pesquisas
que indicam baixo índice de lembrança do eleitor sobre em quem voltou na última eleição, o que
sugere uma de crise de representatividade.
Nesse ambiente, a Comunicação Pública (CP) torna-se uma das idéias mais vigorosas, não apenas
para aqueles que atuam no terceiro setor e no governo, mas também no ensino de comunicação, no
setor político e até mesmo na área privada. A comunicação, sabe-se, é energia que dá vida às
organizações; por isso, administrá-la, na área privada, é essencial para a eficiência e até
sobrevivência num ambiente altamente instável, volátil e crítico. No ambiente de interesse público, há
responsabilidade maior, do atendimento ao direito do cidadão de ter capacidade de agir em seu
próprio interesse e na viabilização das demandas coletivas nas mais diversas áreas.
A Comunicação Pública ocorre no espaço formado (veja quadro) pelos fluxos de informação e de
interação entre agentes públicos e atores sociais (governo, Estado e sociedade civil – inclusive
partidos, empresas terceiro setor e cada cidadão individualmente) em temas de interesse público. Ela
trata de compartilhamento, negociações, conflitos e acordos na busca do atendimento de interesses
referentes a temas de relevância coletiva. A Comunicação Pública ocupa-se da viabilização do direito
social coletivo e individual ao diálogo, à informação e expressão. Assim, fazer comunicação pública é
assumir a perspectiva cidadã na comunicação envolvendo temas de interesse coletivo.
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
É útil, aqui, tentar estabelecer diferenças entre alguns conceitos para ajudar a avançar a discussão. A
comunicação governamental diz respeito aos fluxos de informação e padrões de relacionamento
envolvendo os gestores e a ação do Estado e a sociedade. Estado, nesse caso, é compreendido
como o conjunto das instituições ligadas ao Executivo, Legislativo e Judiciário, incluindo empresas
públicas, institutos, agências reguladoras, área militar e não deve ser
A comunicação política trata do discurso e ação de governos, partidos e seus agentes na conquista
da opinião pública em relação a idéias ou atividades que tenham a ver com poder político,
relacionado ou não a eleições.
As interfaces entre as diversas áreas são várias e as linhas divisórias, fluidas – até etéreas. O desafio
da CP em colocar a perspectiva do conjunto da sociedade e do indivíduo-cidadão acima das
instâncias governamentais, privadas, midiáticas, pessoais e políticas é o que, de alguma maneira,
unifica o conjunto.
Adotam-se como referência, para tratar de CP, conceitos como cidadania, democratização,
participação, diálogo, interesse público. Mais poder para a sociedade, menos para os governos; mais
comunicação, menos divulgação; mais diálogo e participação, menos dirigismo, são algumas das
premissas. A idéia-chave talvez seja a de espírito público, o compromisso de colocar o interesse da
sociedade antes da conveniência da empresa, da entidade, do governante, do ator político. O objetivo
central é fazer com que a sociedade ajude a melhorar a própria sociedade.
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
g) atender as necessidades do cidadão e dos diferentes atores sociais por obter e disseminar
informações e opiniões, garantindo a pluralidade no debate público;
As informações, no âmbito da CP, podem ser agrupadas, para efeito didático, nas seguintes
categorias:
b) de gestão: relativos ao processo decisório e de ação dos agentes que atuam em temas de
interesse público. Incluem discursos, metas, intenções, motivações, prioridades e objetivos dos
agentes para esclarecer, orientar e municiar o debate público. O cidadão e os diferentes atores
precisam saber o que está acontecendo em temas relacionados a acordos, ações políticas,
prioridades, debates, execução de ações.
c) de utilidade pública: sobre temas relacionados ao dia-a-dia das pessoas, geralmente serviços e
orientações. Imposto de renda, campanhas de vacinação, sinalização, causas sociais, informações
sobre serviços à disposição e seu uso são exemplos típicos.
Parece óbvio que o cidadão, no seu relacionamento com a estrutura pública, deve possuir informação
consistente, rápida e adaptada às suas necessidades. Ele precisa saber quando pagar impostos,
onde e quando buscar uma vacina, como discutir as políticas públicas, conhecer as mudanças na
legislação, como usufruir de seus direitos e expressar sua opinião. Ele precisa ser atendido,
orientado, ter possibilidade de falar e saber que prestam atenção ao que diz. Assim, é espantoso
como a comunicação de muitas instituições ainda tenda a ser limitada à publicidade e à divulgação –
ou seja, predomine o viés do emissor. Pensar em qualificar a comunicação, para muitos, ainda é
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
Um dos principais atores no campo da comunicação pública é a imprensa. Ela estabelece espaço
público indispensável de informação, debate e formação da opinião na democracia contemporânea. É
otimismo, entretanto, imaginar que imprensa livre seja suficiente para a viabilização do acesso pleno
à informação ou concretização da mediação social. Além das idiossincrasias e restrições naturais de
formato (informação superficial, objetiva), direcionamento (unilateral) e alcance (limitado, mesmo nos
de maior público), no dia a dia, cada veículo de comunicação de massa estabelece seus próprios
critérios de seleção de temas, conteúdo e opiniões e a maneira de apresentá-los.
A auto-regulação da linha editorial faz com que alguns poucos atores pré-selecionados estabeleçam
o debate substantivo no noticiário, e tornem o público simples destinatário da troca de mensagens já
mediada. A imprensa pode e deve ser livre, mas não oferece comunicação a todos, nem na emissão
nem na recepção – e não atua na perspectiva de participação e formação de consensos, até
mesmo porque, além de fórum de debate, também é integrada, em grande medida, por atores
privados comprometidos com seus próprios interesses.
Gerar comunicação de qualidade é mais do que aumentar a quantidade e potência das mensagens.
Implica criar uma cultura de comunicação que perpasse todos os setores envolvidos com o interesse
público, o compromisso do diálogo em suas diferentes formas e de considerar a perspectiva do outro
na busca de consensos possíveis e de avançar na consolidação da democracia.
É possível fazer uma lista bastante extensa dos instrumentos de CP capazes de ampliar as instâncias
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
Políticas De Comunicação
Por seu compromisso com o interesse público e poder de ação, os governos devem ser os principais
indutores da CP, assumindo o compromisso de promover uma gestão aberta, qualificando canais,
meios e recursos que permitam a viabilização da comunicação de interesse público e o envolvimento
de todos os interessados. Participação, claro, não necessariamente leva ao paraíso da convivência,
mas mudanças necessárias, muitas vezes, têm mais chance de surgir da crise instalada com as
exigências, cobranças, impasses e visões conflitantes presentes durante o debate, do que com o
silêncio oriundo da omissão ou da desinformação.
As políticas devem ser integrativas, elaboradas participativamente, exercitar uma visão global e ter
perspectiva relativamente duradoura. Elas devem ser baseadas nas aspirações coletivas, buscar
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
A inexistência de uma política formal caracteriza uma política informal ou implícita. As políticas
implícitas podem ser identificadas a partir de um conjunto de sucessivas ações, reações ou
propostas. No relacionamento com a imprensa, por exemplo, uma política não definida ou expressa
filosófica e normativamente, pode ser caracterizada a partir de declarações dos agentes, acordos,
documentos, por padrões de comportamento e práticas quotidianas.
As políticas implícitas tendem a gerar ações pontuais (caso a caso), assistencialistas (o agente
público é o “dono” do processo) e intuitivas, em contraposição ao modelo ideal que seriam as
estruturantes, integradas e globais, emancipatórias (por exigir participação ativa) e planejadas. A não-
formalização induz ao improviso e à visão comprometida conforme os interesses do momento.
Eixos
Para encerrar, propomos o estabelecimento de quatro eixos centrais da CP, que indicam pré-
requisitos para a ação dos agentes e instituições que lidam com a comunicação de interesse público:
a) transparência: diz respeito a assumir compromisso com a atuação responsável no trato com as
questões públicas, incluindo a oferta de informações, estímulo ao acesso, facilitação da fiscalização e
a prestação de contas. Implica, também, a noção de assumir ferozmente a incorporação de valores
éticos por todos os agentes públicos envolvidos;
b) acesso: a sociedade deve ter facilidade de obter informações, ser estimulada e orientada a buscá-
las, a dar sua opinião, a fiscalizar e a influir na gestão daquilo que é público. A informação de
interesse público deve despertar a atenção, ser interpretada e apropriada pelo interessado em seus
próprios termos, de maneira a que seja transformada em capacitação para reflexão e ação. Implica,
assim, não apenas o atendimento, mas o atendimento adequado às necessidades de cada segmento
de público, uma organização pedagógica que inclui desde linguagem adaptada, até o uso de artifícios
de layout, diversidade de formatos, mídias, fluxos, horários e processos que permitam a interação
adequada;
A comunicação pública é uma das modalidades de mídia existentes no mundo. Uma das suas
características mais marcantes é a busca pela independência de governos e do mercado, visando
servir à sociedade por meio da produção de conteúdo que reflitam a diversidade da população,
estimulem a reflexão e o debate público, e apresentem uma variedade de formatos e gêneros, indo
além do que é oferecido pelos meios de comunicação comerciais.
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
No Brasil, a comunicação pública sofre de eterna crise de identidade. Nasceu como radiodifusão
educativa na década de 1960, fazendo teleducação. Na ditadura, consolidou-se a organização do
sistema com uma estrutura nacional, a Radiobrás, e uma rede de emissoras estatais comandada pela
TVE-RJ e, mais tarde, pela TV Cultura. Com a transição para a democracia, estes canais ampliaram o
seu perfil de programação e tornaram-se referência em diversos estados.
Na década de 1990, com o ascenso do neoliberalismo, vários canais foram sucateados pelos
respectivos governos. Nos anos 2000, houve o marco da aprovação da Lei 11.652/2008, que criou a
Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a partir das estruturas da Radiobrás e das TVEs do Rio de
Janeiro e Maranhão. E regulamentou, 20 anos depois, o chamado sistema público, previsto na
Constituição de 1988, como modalidade de mídia, ao lado dos sistemas privado e estatal.
Desde a criação da EBC, há uma luta constante para fortalecer os veículos públicos em todo o país e
garantir que eles possam ser referência de fato junto à sociedade brasileira. No entanto, a falta de
prioridade do poder público tem sido obstáculo importante à concretização deste projeto.
Autonomia
É na participação que está um dos pilares da autonomia editorial e política das emissoras públicas.
Por isso, o alcance dessa participação, as condições de influenciar de fato os rumos do veículo e a
forma de indicação dos representantes da sociedade civil assumem papeis importantes. Quanto mais
independente e operada no seio das entidades e movimentos for a escolha das representações da
sociedade, maiores as possibilidades desse veículo atuar com independência.
Quanto mais vinculada a definição do orçamento estiver aos governos, menor será a autonomia dos
meios públicos. Por isso, diversos países avançaram em mecanismos que impedem essa
dependência, como fundos. Outra alternativa é o repasse de recursos oriundos da taxação de
operadoras privadas de comunicações, como ocorre em Portugal e no Brasil. Em todos esses casos,
são constantes as ameaças de desconstrução dos modelos de financiamento mais consolidados,
bem como de redução dos orçamentos desses entes.
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COMUNICAÇÃO PUBLICA
nacional, e a segmentação, com vistas a atender a determinados públicos que não são representados
nos canais comerciais.
Em tempos recentes, a discussão sobre a programação passou a incluir a reflexão sobre como atuar
em um ambiente de convergência e de crescimento da Internet. As corporações públicas construíram
portais, serviços de comunicação por demanda, novos canais permitidos pela multiprogramação da
TV Digital e até mesmo canais próprios pela Internet.
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OPINIÃO PÚBLICA
Opinião Pública
Opinião Pública e Política Externa no Governo Goulart (1961-64) – uma entrevista com os
autores, por Daniel C. Gomes
A política internacional parece padecer de uma situação quase paradoxal. Por um lado, a atuação
externa de um país pode parecer, à primeira vista, um assunto restrito aos iniciados. Apenas
diplomatas, acadêmicos e empresas e organizações internacionais estariam interessados nesse tema.
Dessa forma, a política externa seria um assunto que não interessaria o cidadão comum. Mas será que
a população realmente está apartada da política externa? Caso a resposta seja negativa, outro
questionamento se segue: qual o grau de coerência entre as posições políticas nacionais e
internacionais da população?
O artigo Public opinion and foreign policy in João Goulart’s Brazil (1961-1964): Coherence between
national and foreign policy perceptions?, publicado na edição 2/2015 (Volume 58 – No. 2, julho-
dezembro de 2015) da Revista Brasileira de Política Internacional, lança luzes sobre esses
questionamentos, analisando um período de acentuada participação política na história brasileira: os
anos entre 1961 e 1964.
1) Analisando o governo Goulart (1961-1964), o artigo demonstra que há coerência, na opinião pública,
entre as opções políticas interna e externa. Tentando aplicar essa conclusão em outros períodos, esse
resultado é um padrão ou uma exceção?
A literatura internacional recente demonstra que há coerência entre as preferências de política externa
e doméstica na opinião pública dos países desenvolvidos. O argumento é o de que, mesmo com pouca
informação sobre eventos internacionais, indivíduos seriam capazes de formular opiniões coerentes por
meio de um mecanismo de aprendizado e coleta de informações por aproximação conhecido como
“heuristic shortcuts”, ou “atalhos mentais”. Nosso artigo ilustra que esta relação é válida para o caso do
Brasil durante o governo João Goulart, especificamente no final de 1962. Entretanto, para que seja
possível fazer uma generalização para outros períodos da história brasileira, é preciso que novos
estudos empíricos sejam realizados.
2) Um dos motivos para a intervenção militar de 1964 foi a crença de que o Brasil de João Goulart
(1961-1964) estaria se encaminhando rumo à sovietização. Seu artigo, todavia, aponta uma
porcentagem ínfima de apoio popular a um alinhamento à União Soviética. O que se pode inferir
desses dados em relação às motivações para a derrubada do governo Goulart?
O artigo mostra que a opinião pública brasileira era amplamente contrária a uma aproximação do Brasil
com a União Soviética em 1962. Além disso, a percepção da população sobre países comunistas e
sobre o próprio líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, era muito negativa. Não se pode dizer,
portanto, que a sociedade brasileira estava polarizada entre os que defendiam o liberalismo norte-
americano e aqueles que defendiam o comunismo soviético. Esse talvez seja um dos achados mais
interessantes do artigo, junto com a questão da coerência da opinião pública em questões de política
doméstica e internacional. Por outro lado, outros estudos concluem que a polarização liberalismo-
comunismo seria válida no que tange à imprensa e à elite política do período. Isso é apresentado por
parte da extensa literatura que estuda o tema do golpe militar de 1964 no Brasil como uma das
principais razões da deposição do presidente João Goulart.
Apesar de o artigo mostrar que havia um número significativo de brasileiros no início dos anos 1960
“sem opinião” sobre questões de política externa, existia também, por outro lado, uma parcela
expressiva da opinião pública nacional que apresentava posicionamentos claros sobre vários temas
internacionais, entre os quais a questão do tipo de engajamento mais adequado para o país no sistema
global (alinhamento com os Estados Unidos, alinhamento com a União Soviética, ou neutralidade
diante de ambas as superpotências). Isso mostra que, apesar do elevado nível de analfabetismo na
época e da pouca informação disponível em várias localidades do país, não se pode dizer que a
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OPINIÃO PÚBLICA
opinião pública brasileira do período teria sido, de forma generalizada, indiferente à política externa do
governo Goulart.
A política externa constitui-se em instrumento através do qual os governos mantêm a paz ou fazem a
guerra, desencadeiam conflitos ou estabelecem cooperações, com resultados de crescimento e
desenvolvimento ou de atraso e dependência para seus países.
Sob o signo da globalização, tornou-se mais explícito o fato de que as decisões de política externa de
um país carregam o potencial de afetar diretamente a vida de seus cidadãos. No entanto,
tradicionalmente a concepção e execução da política externa é tarefa restrita a um seleto grupo de
funcionários do Estado, que constituem, em sua maioria, uma burocracia especializada.
Voltando-nos à história, a defesa da política externa como prerrogativa exclusiva do Príncipe, dada a
importância dessa para a integridade do Estado, encontra no Cardeal de Richelieu – tornado Primeiro-
Ministro da França sob o reinado de Luiz XIII – seu mais eminente propositor. É de Richelieu a própria
definição de raison d’Etat, orientadora da política externa de um país. O cálculo nas ações de Richelieu
(considerado gênio político) pode ser apreciado, exemplarmente, na decisão estratégica de, em plena
Guerra dos Trinta Anos, reprimir os huguenotes na França, através de auxílio ao protestantismo no
exterior. Tal ação, aparentemente contraditória, expôs o cardeal católico aos apressados julgamentos
da opinião pública de seu país, mas com o tempo revelou seu acerto.
Embora não reconhecesse na opinião pública fonte para as decisões de política externa, no
Testamento Político de Richelieu pode ser encontrado o seguinte princípio: “Toda a escolha do rei deve
ser seguida de uma aprovação pública”.
Da história da política externa do Brasil alguns importantes momentos servem de objeto para a reflexão
sobre o modo como é feita a política externa e, em particular, sobre sua relação com a sociedade. É
predominante entre os analistas um balanço com resultado positivo acerca das ações de política
externa empreendidas pelo governo brasileiro durante a 2ª Guerra Mundial, quando Vargas conduziu
uma política de barganhas e “jogo duplo” para realizar um projeto nacional desenhado logo nos
primeiros anos de seu governo.
Considerar o fato dessa política externa (articulada com as metas da política doméstica) ter sido
conduzida sob a excepcionalidade da ditadura do Estado-Novo, ajuda a entendê-la. E observar a forma
da comunicação estabelecida entre o governante e a sociedade, através da criação do Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP), lança importantes questões para se pensar o papel da opinião
pública na condução e legitimação da política de um Estado.
Os anos que se seguiram ao fim da 2ª Guerra Mundial inauguraram uma nova fase da política
internacional, onde o caráter ideológico da Guerra Fria configurou-se em elemento inescapável das
concepções de política externa. Se por um lado a forte componente ideológica presente nesses anos
instigou parcelas da opinião pública a posicionar-se, fez também aumentar a recusa de setores
dirigentes à participação ou pressão popular em questões de política externa, reafirmando a ideia de
que a complexidade dessas decisões lhe escapa, e que a opinião pública se orienta pela bílis e não
pela razão.
Em nossos dias, muito por conta dos avanços tecnológicos, tem-se observado uma crescente
sensibilização da opinião pública para as implicações da política externa na vida nacional. Nesses
primeiros anos do ainda imberbe século XXI, os acontecimentos internacionais ampliaram os espaços
que até então os meios de comunicação lhes conferiam. A gigantesca cobertura midiática dada aos
atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, estabeleceu um novo marco na percepção
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OPINIÃO PÚBLICA
das relações entre o interno e o externo. O país central do capitalismo global viu-se atacado por um
inimigo localizado na periferia do sistema e, desde então, a periferia tornou-se elemento inescapável na
política externa dos países centrais.
As duas guerras que se seguiram aos atentados de 11 de setembro também se constituem em marcos
da manifestação popular em questões de relações internacionais. Se o ataque dos EUA ao Afeganistão
(Estado que dava guarida a terroristas) contou com o apoio de um número expressivo de governos e
de suas populações, o ataque ao Iraque teve o repúdio de imensas multidões nas ruas de Washington,
Nova York, Londres, Paris, Roma, Tóquio e em diversos cantos do mundo, superando as dimensões
de manifestações desse gênero na 2ª Guerra Mundial.
Mas a guerra ao Iraque foi feita a despeito da opinião pública (norte-americana e mundial), estribando-
se mais uma vez no argumento da razão de Estado.
Ao completar um ano da invasão do Iraque, novas multidões saíram às ruas em várias cidades do
mundo e, em especial, nas principais cidades dos EUA, protestando contra a guerra e o número
crescente de mortos. Dessa vez não se viu repetir (como alguns esperavam) o que se deu na Guerra
do Vietnã, quando a opinião pública norte-americana fez o governo mudar sua política e encerrar o
conflito.
O hiato existente entre a lógica operante na concepção e condução da política externa e a opinião dos
cidadãos a respeito do conteúdo e das razões dessa política configura-se hoje um importante problema
para a reflexão sobre os rumos da democracia nas sociedades modernas. Entre os termos desse
problema destacam-se as excepcionais condições tecnológicas de que as sociedades hoje dispõem
para acesso a informação e mobilização, e as tradicionais formas de concepção e condução da política
externa, lastreadas numa raison d’Etat impermeável aos reclames da sociedade.
Ainda que difícil, o melhor caminho a ser trilhado parece ser aquele que vise o estabelecimento de
canais de comunicação entre os formuladores de política externa (incluso nessa categoria o Poder
Executivo e a burocracia diplomática) e entidades da sociedade civil, para a definição, atualização e
adequação da política externa aos genuínos interesses nacionais, atentos aos riscos do predomínio de
interesses setoriais de grupos com maior força e organização, e da sobreposição de valores partidários
próprios do grupo que ocupa circunstancialmente o poder sobre os valores permanentes da sociedade.
Os mesmos que dizem que as intervenções dos EUA foram um erro, ainda não estão preparados para
aceitar a ideia de que o país não deveria continuar a manter, e mesmo a expandir, as suas forças
militares.
À medida que se aproximam as eleições nos Estados Unidos, a política externa do país está
lentamente a tornar-se uma das questões mais importantes. Não é segredo que no último meio século
houve uma certa consistência de longo prazo na política externa dos EUA. As divergências internas
mais agudas ocorreram quando George W. Bush assumiu a Presidência e desencadeou uma tentativa
deliberadamente unilateral e superviril de restaurar o domínio dos Estados Unidos no mundo através
das invasões do Afeganistão e do Iraque.
Bush e os neoconservadores esperavam intimidar toda a gente pelo mundo, usando a força militar para
mudar regimes considerados hostis pelo governo dos EUA. Como parece hoje claro, a política
neoconservadora falhou o seu próprio objetivo. Em vez de intimidar todos, esta política transformou um
lento declínio do poderio dos EUA num declínio abrupto. Em 2008, Obama candidatou-se com uma
plataforma de reversão desta política, e em 2012 está a afirmar que cumpriu a promessa e assim
desfez os danos causados pelos neocons.
Mas será que desfez realmente os danos? Poderia tê-lo feito? Duvido. Mas a minha intenção aqui não
é discutir quão bem-sucedida é ou não neste momento a política externa dos EUA. O que sim quero
discutir é o que pensa dela o povo americano.
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OPINIÃO PÚBLICA
O elemento mais importante na atual opinião pública norte-americana acerca da política externa do seu
país é a incerteza e a falta de clareza. Sondagens recentes mostram que pela primeira vez uma
maioria de cidadãos dos EUA pensa que as intervenções militares que Bush empreendeu no Médio
Oriente foram um erro. O que estas pessoas parecem ver é que houve um enorme gasto de vidas
americanas e de dinheiro que obtiveram resultados que lhes parecem negativos.
É significativo que, no debate entre os dois candidatos à vice-presidência, o democrata Joe Biden
tenha afirmado com vigor que as tropas americanas não seriam enviadas para o Irão. E o republicano
Paul Tyan disse que ninguém do seu lado estava a pensar mandar tropas para lá. Ambos podem ou
não ter dito a verdade acerca das suas posições. O importante a notar é que ambos pareciam pensar
que qualquer ameaça de enviar tropas terrestres prejudicaria as hipóteses dos seus partidos diante dos
eleitores.
E então? Essa é precisamente a questão. As mesmas pessoas que dizem que as intervenções dos
EUA foram um erro, ainda não estão de forma alguma preparadas para aceitar a ideia de que os
Estados Unidos não deveriam continuar a manter, e mesmo a expandir, o âmbito das suas forças
militares. O Congresso dos EUA continua a votar orçamentos para o Pentágono maiores que o pedido
pelo próprio Pentágono. Em parte, isto é o resultado do desejo dos legisladores de manter postos de
trabalho em distritos onde há empregos relacionados com as forças armadas. Mas também porque o
mito da superforça americana ainda é um forte compromisso emocional em virtualmente todo o lado.
A perspetiva é de um isolacionismo assustador? Até certo ponto, sem dúvida. Há na verdade eleitores
na extrema esquerda e na extrema direita que começam a defender mais fortemente a necessidade de
reduzir o compromisso militar dos EUA no resto do mundo. Mas acredito que, de momento, ainda não
têm muita força.
Em vez disso, podemos esperar uma lenta e silenciosa, mas nem por isso menos importante, revisão
do que pensam os americanos acerca de certos grupos de aliados. O afastamento da Europa, seja
como for que a Europa seja definida, está a ocorrer há muito tempo. A Europa é vista como “ingrata” de
certa forma, por tudo o que os Estados Unidos fizeram por ela nos últimos setenta anos, militar e
economicamente. Para muitos cidadãos dos EUA, a Europa parece ter pouca vontade de apoiar as
políticas dos EUA. As tropas americanas estão atualmente a retirar da Alemanha e de outros lugares.
Evidentemente que a Europa é uma grande categoria. Será que o cidadão americano comum tem
pontos de vista diferentes acerca da Europa do Leste (os ex-satélites soviéticos)? Ou acerca da Grã-
Bretanha, com quem é suposto os Estados Unidos terem uma “relação especial”? A “relação especial”
é mais um mantra dos britânicos que dos americanos. Os Estados Unidos premeiam a Grã-Bretanha
quando esta segue a linha, e não quando esta se desvia dela. Um cidadão americano comum
dificilmente tem conhecimento deste compromisso geopolítico.
A Europa do Leste é diferente. Houve pressões reais de ambos os lados para manter uma relação
próxima. Do lado dos EUA, houve interesse por parte do governo em usar a ligação europeia oriental
como forma de conter as tendências europeias ocidentais de agir independentemente. E houve
pressões dos descendentes dos imigrantes destes países para que as ligações se expandissem. Mas a
Europa do Leste começa a sentir que o compromisso militar dos EUA está a emagrecer e por isso é
pouco confiável. Também começa a sentir que as ligações económicas com a Europa ocidental, e com
a Alemanha em particular, são mais cruciais para eles.
O antagonismo com o México, devido aos migrantes indocumentados, veio desempenhar um papel
importante na política dos EUA e tem vindo a minar as relações, em teoria muito próximas, com o
México. Quanto ao resto da América Latina, o crescimento da sua postura geopolítica independente
tem sido uma fonte de frustração para o governo dos EUA e uma fonte de impaciência para o povo dos
Estados Unidos.
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OPINIÃO PÚBLICA
E finalmente, há o Médio Oriente, uma área de preocupação central para os EUA. Atualmente, o foco é
posto no Irão, Tal como na América Latina, o governo parece frustrado devido às suas limitadas
opções. Foi constantemente pressionado por Israel para fazer mais, apesar de ninguém estar muito
certo do que significa “mais”.
O apoio a Israel de todas as formas possíveis tem sido uma peça central da política externa dos EUA
desde 1967, pelo menos, senão antes. Poucos se atrevem a desafiá-lo. Mas os “poucos” estão a
começar a ter mais apoio aberto de personalidades militares, que sugerem que as políticas de Israel
são perigosas em termos de interesses militares norte-americanos.
Será que o disseminado apoio a Israel vai continuar sem contestação nas próximas décadas? Duvido.
Israel pode ser o último compromisso emocional dos EUA a desfalecer. Mas é quase certo que é isso o
que vai acontecer.
Por volta de 2020, provavelmente, e certamente em 2030, a política externa norte-americana terá
começado a digerir a realidade de os Estados Unidos não serem a única superpotência todo-
poderosa., mas simplesmente uma das poucas sedes do poder geoestratégico. A mudança de
perspetiva terá sido imposta pela evolução da opinião dos americanos comuns, que continua a
preocupar-se mais com o seu bem-estar social do que com os problemas além-fronteiras. À medida
que o “sonho americano” atrai cada vez menos não-americanos, volta-se para o interior dos Estados
Unidos.
Política Externa como Política Pública: primeiras aproximações a partir do caso brasileiro
Ao longo do século XX, as Relações Internacionais se firmaram como disciplina e campo de estudos e
análises sobre os eventos internacionais. Contribuiu muito para isto a tradição do Realismo político,
que teve grande influência sobre o desenvolvimento do campo de estudos e logo conseguiu firmar-se
como mainstream. Grosso modo, o Realismo entende o sistema internacional como um ambiente
anárquico, no qual os atores eram os Estados que agiam racionalmente para garantir sua
sobrevivência e maximizar seus benefícios. Os Estados, para o Realismo, eram tal qual uma bola de
bilhar, hermética e sólida, portanto, sem que importasse sua política doméstica. Estabeleceu-se, então,
logo de início, uma clara separação entre política externa (também considerada “alta política”) – a ação
dos Estados no sistema internacional – e política pública (“baixa política”), que, segundo Jobert e
Muller [1987], pode ser entendida como “o Estado em ação” no plano doméstico. Embora esta
dicotomia tenha sobrevivido por muito tempo – está presente, inclusive, em estudos atuais –, recentes
análises têm adotado uma perspectiva diferente.
Encontrado na justificativa da maioria dos estudos contemporâneos a este respeito está o fato de que a
globalização teve grande impacto sobre a condução da política externa, trazendo novos temas e atores
para o debate e borrando a linha divisória entre o doméstico e o internacional. Em 1988, Robert
Putnam produziu um artigo que se tornou seminal, no qual defendia que todo negociador internacional
operava simultaneamente nos níveis doméstico e internacional, levando sempre em consideração as
pressões, limites e interesses de cada um e como acomodá-los. No mesmo ano, Ingram e Fiederlein
[1988] defenderam explicitamente “cruzar a fronteira” e abordar política externa como política pública. A
proposta das autoras incluía utilizar o modelo clássico de análise de política pública (o ciclo das
políticas) para estudar a política externa, além de ver como cada uma das duas apresentava uma
dimensão mais próxima da outra.
É interessante notar como este tema tem sido tratado no Brasil. Celso Lafer [2001], por exemplo, em
estudo que não tem esta colocação como objetivo último, defende que política externa é “uma
importante política pública” ao apresentar Estados e governos como “indispensáveis instâncias
públicas de intermediação” interna e externa [pp. 18-19]. Segundo este raciocínio, a política externa
tem por objetivo “traduzir necessidades internas em possibilidades externas para ampliar o poder de
controle de uma sociedade sobre o seu destino” [p. 16].
Já o trabalho de Michelle Sanchez et. al [2006] tem como objetivo primordial defender a posição de que
política externa é política pública. Para isto, as autoras, defendendo haver um “continuum do processo
decisório” (doméstico-externo-internacional), apresentam uma perspectiva constitucional, segundo a
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OPINIÃO PÚBLICA
qual “as Constituições de 1967 e 1988 não designam literalmente o poder competente para a
formulação da política externa brasileira, embora possuam mecanismos que distribuem a competência
para sua condução entre os três poderes” [p. 129]. Embora demonstrem que a política externa é
atribuída a diversos atores, as autoras relembram o Decreto n. 5.032/2004, segundo o qual “cabe ao
Ministério [das Relações Exteriores] auxiliar o presidente da República na formulação da política
exterior do Brasil, assegurar sua execução e manter relações com estados estrangeiros, organismos e
organizações internacionais”.
O papel do Itamaraty é fundamental quando se discute política externa brasileira e, neste sentido, o
trabalho de Cheibub [1990] é referência inescapável. O argumento principal é o de que tanto o
Ministério das Relações Exteriores (MRE) quanto os diplomatas obtiveram um fortalecimento crescente
ao longo da formação do Estado nacional brasileiro, o que aumentou sua capacidade de controle na
condução e formulação da política externa. Cheibub denomina este processo de “autonomia crescente”
e “lenta e gradual racionalização e burocratização do Itamaraty e da carreira diplomática no Brasil” [p.
114]. É interessante notarmos que, embora este trabalho seja amplamente citado para justificar o
insulamento e a relativa autonomia do MRE, em sua conclusão, o autor, escrevendo no fim da década
de 1980, aponta um fato então novo, e importante para nossa visão sobre a política externa: um
processo de “expansão do Itamaraty, isto é, a existência de um amplo movimento externo de
diplomatas para outras agências governamentais” [p. 130].
Este “êxodo” de diplomatas, por sua vez, é mencionado por Milani e Pinheiro [2013] como um dos
elementos que os fazem entender política externa como política pública. Ao se espalharem pela
administração pública, diplomatas brasileiros impulsionaram a internacionalização das agendas de
outras pastas. Somado a estes dois processos há também o aumento da participação da sociedade
civil, como, por exemplo, durante as conferências da ONU na década de 1990 e com relação ao
Mercosul, e o surgimento de novos temas e novos atores. Milani e Pinheiro, portanto, defendem que se
considere política externa como política pública, mas afirmam que ainda falta “construir um arranjo
político e jurídico que reflita essa realidade empírica e que assegure o caminho institucional mais
democrático (sujeito, inclusive, a controles pela própria sociedade)” [p. 22]. Uma observação
semelhante é feita por Lafer [2001, p. 17] que, ao apresentar esta visão, defende que ela “pressupõe
processos de consulta e mecanismos de representação”.
É justamente neste sentido que o Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI) vem
propondo a criação de um “Conselho permanente de consulta, participação e diálogo da sociedade
com o poder Executivo sobre a política externa” (CONPEB). Esta deve ser uma preocupação constante
de todos aqueles que se interessam pelos rumos do Brasil, de forma a aperfeiçoar a política externa
como um instrumento para o desenvolvimento nacional.
Dentro da sociedade existe um debate constante sobre as principais questões de seu desenvolvimento.
Esta circunstância não é nova e pode ser rastreada desde a Grécia Antiga, onde era comum o debate
de temas relevantes por parte dos cidadãos. No caso atual, estes debates estão longe de ser
centralizados e podem ser registrados em uma infinidade de situações. Assim, uma série de opiniões
vai solidificando e tornando-se comum. A este respeito, a imprensa tem um papel importante para as
opiniões, mas que de certa forma podem ser dirigidas. A opinião pública se desenvolve da mesma
forma que um acervo de conhecimentos em assuntos que são importantes para os moradores de uma
sociedade.
Em certas ocasiões, dada a sua importância, a opinião tenta ser dirigida. Assim, por exemplo, nos
regimes totalitários, existem certas posturas e opiniões que são perseguidas de forma sistemática e por
onde se evita sua publicação. Neste contexto, o objetivo é que algumas ideias sobre o funcionamento
da sociedade não circulem para evitar que outros possam adotar. Seguindo o mesmo critério, o que se
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OPINIÃO PÚBLICA
pretende é circular algumas ideias específicas, geralmente complacentes no que se diz respeito à
ordem das coisas. No entanto, esta tentativa tem demonstrado ser ineficiente em longo prazo, mas que
com o tempo, as opiniões generalizadas são filtradas, especialmente se os resultados não condizem
com a realidade.
Como citado acima, dada a importância que a opinião pública exerce sobre as decisões de um
determinado grupo, existe a sondagem frequente dos pesquisadores contratados pelos partidos
políticos. Na verdade, estes resultados e conhecimentos servem para chamar a atenção dos eleitores e
assim ganhar votos.
Do latim opinĭo, uma opinião é um juízo de valor que se emite sobre algo questionável. A opinião
também é aquilo que se acha relativamente a algo ou alguém, é o parecer (podendo ser favorável ou
não) que se dá. Por exemplo: “Na minha opinião, trata-se de um grande jogador”, “A Paula tem uma
opinião pouco positiva dos meus amigos”, “O Manuel deu a opinião dele em relação ao problema, e eu
acho que ele tem razão”.
Entende-se por opinião pública o conjunto de ideias de que partilha um grupo social (a população, por
exemplo) acerca de um assunto determinado (questões políticas, económicas ou sociais). A opinião
pública é abstracta, tendo em conta que só se recolhe através de questionários, inquéritos ou trabalhos
semelhantes. Os meios de comunicação são um dos principais emissores de opinião pública, já que o
tratamento que realizam da actualidade incide precisamente no pensamento da sociedade: “O
presidente não deu ouvidos à opinião pública”, “A opinião pública exige respostas relativamente aos
problemas de insegurança”.
O que é Opinião:
Opinião é um substantivo feminino que significa a manifestação de uma forma de ver, representando
o estado de espírito e a atitude de um indivíduo ou de um grupo em relação a um determinado
parâmetro ou realidade.
A opinião de uma pessoa é aquilo que ela acredita ser verdadeiro. As opiniões manifestam o caráter de
uma pessoa, porque são moldadas pelo sistema de valores que regem as atitudes do indivíduo. As
opiniões também dependem das aspirações pessoais e do nível de maturidade psicológica de cada
pessoa.
Muitas vezes as opiniões são divergentes, ou seja, pessoas não têm a mesma opinião sobre o mesmo
assunto. Isto porque a opinião é um juízo subjetivo, que tem como fundamento o conhecimento vago
da realidade, e muitas vezes não está baseada em fatos concretos e nem mesmo no bom senso. Uma
opinião pode ser discriminatória e ofensiva para muitas outras pessoas.
Muitas pessoas têm dúvidas na grafia da palavra opinião, mais concretamente entre as formas opinião
e opnião. A alternativa opnião está errada e não consta no dicionário da língua portuguesa.
Opinião pública
Opinião pública é a opinião geral dos cidadãos em relação ao Estado, à sociedade e a outros temas ou
questões.
A opinião pública muitas vezes é revelada através de iniciativas privadas ou de meios de comunicação.
Em várias ocasiões os órgãos que expressam a opinião pública se transformaram em órgãos que
exercem manipulação através de propaganda, através de governos ou empresas.
Na realidade, o termo "opinião pública", no seu sentido atual, não esteve presente na Antiguidade. O
mesmo aconteceu na Idade Média, ainda que nesse período fosse comum o ditado vox populi vox
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OPINIÃO PÚBLICA
Dei, criado por Albino Flaco, abade de Tours, numa carta ao imperador Carlos Magno. Em sua
obra Discursos, Nicolau Maquiavel também repetiu o mesmo anexim, quando disse que se podia
comparar a voz do povo à voz de Deus. No início do século XVIII o poeta inglês Alexandre Pope
escreveu: "É estranha a voz do povo: ela é e não é a voz de Deus".
O têrmo "opinião pública", com o significado de participação popular nas coisas de interesse público,
apareceu realmente com Jean Jaques Rousseau, na metade do século XVIII, quando o autor de O
Contrato Social escreveu que a vontade do povo é a única origem da soberania e das leis. Em igual
direção e na mesma época, dizia David Hume, em seu célebre Ensaio sôbre o Entendimento
Humano, que a soberania da opinião pública, longe de ser uma aspiração utópica, é o que pesa e
pesará sempre, em todas as horas, nas sociedades humanas.
Com a crescente penetração da filosofia democrática, no século XIX, a expressão "opinião pública"
começou a ganhar em significado, desde a ideia romântica de Napoleão Bonaparte de que "a opinião
pública é uma potência invisível",2 até aqueles que discordavam da possibilidade de alguns milhares de
pessoas alcançarem um consensus, formando opinião pública sôbre assuntos diversos de real
importância.
Nas primeiras décadas do século atual alguns pressupostos acerca da teoria da opinião pública eram
aceitos e defendidos por destacados valores da intelectualidade, não só européia, mas, também,
americana. Assim, acreditava-se que o povo se interessava pelas diretrizes políticas, era bem
informado, era capaz de deliberar e de chegar a conclusões lógicas, racionais, e que sempre tinha
possibilidade de tornar conhecida sua decisão e de impor sua vontade na elaboração das leis. Surge
nesse período a famosa obra de José Ortega y Gasset, Rebelião das Massas. Escrevia o filósofo social
espanhol: "O mando é o exercício normal da autoridade, o qual se baseia sempre na opinião pública -
sempre, hoje como há dez mil anos, entre os ingleses como entre os botocudos".3 Na mesma trilha
achava-se o grande presidente norte-americano Woodrow Wilson quando disse que "a opinião pública
governa o mundo".
Em situação contrária àquelas ideias, o jornalista ianque Walter Lippmann lançava o seu livro The
Phantom Public, fazendo severa crítica às teorias de uma opinião pública esclarecida e global, dizendo
que aqueles pressupostos de racionalidade e de soberania popular eram admitidos por cientistas
sociais que partiam da conjetura de que "toda a humanidade está ao alcance das palavras; ouvindo-as,
responderá homogeneamente, pois que tem uma só alma. (...) O apelo à intuição cosmopolita,
universal e desinteressada, existente em todos, equivale a um apelo a ninguém".5 Mais tarde, em uma
conferência realizada em Chicago, em novembro de 1955, Lippmann modificava, parcialmente, o seu
pensamento, aceitando a presunção de que, numa sociedade livre, todos os seus membros debatem
os problemas de modo sincero e racional.
O conceito de que a opinião pública faz supor a discussão racional de controvérsias de interesse geral,
implicando, também, a procura do entendimento entre os membros da sociedade, parece estar, em
nossos dias, universalmente aceito. Enquanto Gabriel Tarde não chega a considerar o debate público
como fautor de opinião pública, o seu mais destacado seguidor nos Estados Unidos da América, o
Professor Edward Alsworth Ross, em sua obra Psicologia Social, observava que a opinião pública
poderia ser considerada como uma "discussão que atrai a atenção geral". 6 Interessante, também, notar
que o pioneiro da Psicologia Social em terra americana estabelece uma diferença entre opinião pública
e opinião preponderante; esta é a opinião que não admite mais discussões (casamento monogâmico
no mundo ocidental, por exemplo). Tudo que é passível de discussão, de controvérsia, é terreno
propício à formação de opinião pública.
"Não existe opinião pública onde não haja um acordo substancial. Mas, não existe opinião pública onde
não haja desacordo. Opinião pública pressupõe discussão pública", escreveram Robert E. Park e
Ernest W. Burgess, emIntroduction to the Scienôe of Sociotogy.7 Portanto, segundo esses autores, é
indispensável para a formação da opinião pública a existência de pontos de vista divergentes e comuns
que possam ser debatidos amplamente.
Empregando a expressão "discussão pública racional", James T. Young, citado por W. B. Graves,
em Readings in Public Opinion, disse: "Opinião pública é o julgamento social de uma comunidade
consciente de si mesma, numa controvérsia de significação geral, após a discussão pública
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OPINIÃO PÚBLICA
John Dewey, em sua obra The Public and Its Problems, anota: "Opinião pública é o julgamento formado
e levado em consideração por aqueles que constituem o público e diz respeito a negócios públicos". 9 A
acepção do filósofo social e educador ianque implica uma boa dose de racionalidade, desde que a
criação da opinião pública está intimamente relacionada com a existência de um julgamento do público.
O seu conceito envolve, também, um aspecto restritivo de que a opinião pública se refira,
exclusivamente, a negócios públicos, o que não nos parece exato. As controvérsias não são
unicamente políticas e não existe um só tipo de público.
Podemos dizer que o processo da opinião pública é um processo intelectual total: começa com algum
problema, seguindo-se uma série lógica de passos até à solução da questão levantada. Inicia-se o
processo com uma controvérsia que, não podendo ser solucionada pelos padrões tradicionais, exige a
reunião de várias pessoas para discuti-la, racional e amplamente, em busca de uma decisão
inteligente. É evidente que outros fatores, além da racionalidade, estarão presentes nas discussões
públicas, mas, para que haja opinião pública, é preciso que predominem as considerações de ordem
racional. Frequentemente, a discussão pública proporciona a interação dos componentes do grupo em
debate, em bases antes racionais do que emocionais, porque o desacordo estimula a habilidade de
crítica. Prevalecem, assim, as considerações racionais, exigidas em face dos argumentos e contra-
argumentos oferecidos pelos elementos em discussão. Não há aí o apoio mútuo e a unanimidade que
assinalam a multidão e a massa.
LIMITAÇÕES À RACIONALIDADE
Na verdade, o antigo ideal do homem inteligente e bem informado, que recorre à crítica e à reflexão
para chegar a conclusões racionais a respeito das controvérsias levantadas, não constitui uma
realidade em todos os sentidos. A hereditariedade, o meio cultural, a personalidade, a impossibilidade
de obter todas as informações, os estereótipos e tantos outros determinantes impedem a formação de
uma opinião pública racional e pura. Porém, não se pode negar que a discussão pública obriga a certa
racionalidade, porquanto os argumentos e contra-argumentos expostos têm de ser justificados e
criticados, envolvendo assim avaliação, reflexão e julgamento.
É importante lembrar que na discussão pública as opiniões individuais expostas podem ser resultantes,
em grande parte, do grau de acatamento que os membros que discutem tenham pelos orientadores do
debate. Os indivíduos, muitas vezes, concordam para evitar conflitos de ideias, sentimentos de
ansiedade e, principalmente, porque acreditam não estar à altura dos oponentes. Portanto, não se
pode dizer que essas opiniões sejam, totalmente, racionais e ló gicas, pois elas estão ligadas aos
sentimentos e às emoções. Todavia, essa espécie de tolerância e mesmo a incapacidade inicial de
debater os argumentos e contra-argumentos apresentados oferecem um lado positivo: permitem, o
começo da interação social entre os integrantes da discussão.
Nesse mesmo sentido opina Robert E. Park: "Sempre que alguns indivíduos estejam juntos, ainda que
de modo informal, sem importar quão estranhos possam ser uns em relação aos outros, nem a
magnitude das distâncias sociais que os separem, o mero fato de que permaneçam reservados ante a
presença dos outros estabelece, imediatamente, um vivo intercâmbio de influências: o principal efeito
desse intercâmbio consiste em criar uma disposição de ânimo, um Stimmung...".10
É exato não só que todas as pessoas participam, direta ou indiretamente, das decisões e das
manifestações de nossos semelhantes, como, também, que há verdadeira ansiedade por essa
manifestação. Essa ansiedade é uma das características fundamentais da natureza humana.
Deve-se recordar, outrossim, que não pode haver uma discussão pública racional sem que haja,
anteriormente, um entendimento, ou seja, o estabelecimento de um "universo de comunicações".
Somente dessa maneira será possível chegar ao consenso.
Donald Pierson, em seu livro Teoria e Pesquisa em Sociologia, observa: "A 'opinião pública' forma-se
pelo debate e, na realidade, é o seu 'precipitado'. É geral ao grupo; uma espécie de média das opiniões
dos seus vários membros. Assim, talvez não se encontre na opinião de nenhum membro do grupo,
considerado sozinho. Nasce do jôgo de diferenças de interesse, de motivos, de julgamentos
individuais, que colidem, entram em conflito e se manifestam por meio de notícias".11
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OPINIÃO PÚBLICA
O FAUTOR IRRACIONALIDADE
O grande perigo na formação da opinião pública reside na influência, cada vez mais considerável, que
os grupos de pressão vêm exercendo em todo o mundo. As informações e as notícias são dispostas
habilmente, persuadindo, intimidando ou coagindo as pessoas a aceitar os pontos de vista ou
propósitos autoritários desses grupos. Minorias bem organizadas e capacitadas para divulgar sua
posição (controle dos veículos de comunicação, propaganda, bons argumentadores etc.) exercem, não
raro, muito maior influência sobre o processo de formação da opinião pública do que seria de esperar.
Sôbre a atuação dos grupos de pressão nos Estados Unidos da América assim se referiu Leda
Boechat Rodrigues em artigo publicado na Revista Brasileira de Estudos Políticos, "À espantosa
proliferação dos grupos de pressão nos últimos 30 anos correspondeu acentuada mudança em suas
táticas. De início, o lobby (cabala nos corredores do Congresso) consistia, sobretudo, na influência
direta, e recorria, com frequência, ao suborno. Depois, grande ênfase passou a ser dada à propaganda
e à criação de atitude; públicas favoráveis às pretensões de determinados grupos Daí falarem uns e
outros em old lobby e new lobby. Segundo conclusão da comissão parlamentar encarregada de
investigar o lobbying em 1950 (nos EUA), OS grupos de pressão, atualmente, 'em vez de tentarem
influenciar diretamente a feitura das leis, procuram criar uma aparência de apoio público a suas
pretensões'. Isso é facilitado pela prática corrente, até nos melhores jornais, de dar à propaganda
inspirada pelos grupos econômicos o mesmo tratamento dispensado às notícias". 12
Em seu livro Public Opitúon, Walter Lippmann focaliza outro aspecto da formação da opinião pública:
"Os clichês dentro das cabeças de seres humanos, os clichês deles próprios, de outros, de suas
necessidades, propósitos e afinidades são suas opiniões públicas". 13 Na verdade, o jornalista nova-
iorquino encara uma faceta da criação da opinião pública que merece ser estudada. Quando as
pessoas procuram, racionalmente, emitir suas opiniões deve-se levar em conta que possuem em sua
mente uma ampla série de lembranças, ideias e principalmente imagens estereotipadas que fazem
brotar um aspecto de irracionalidade que precisa ser levado em consideração.
Já Gustave Le Bon, em sua famosa obra As Opiniões e as. Crenças, considerava esse aspecto
irracional da opinião pública, quando escreveu: "O meio social exerce nas nossas opiniões e na nossa
maneira de proceder uma ação intensa. A despeito de nossa vontade, ele determina interferências
inconscientes que sempre nos dominam".14Ainda no mesmo livro, o psicólogo social francês já havia
afirmado que "os homens, na sua imensa maioria, somente possuem opiniões coletivas e que os mais
independentes professam, em geral, as opiniões dos grupos sociais a que pertencem". 15 Certo é,
entretanto, que essas acepções levariam ao conceito de massa, onde prevalecem as reações
emocionais às considerações racionais.
Gabriel Tarde, citado por Arthur Ramos, em Introdução à Psicologia Social, também entendia a opinião
pública como "um grupo momentâneo e mais ou menos lógico de julgamentos que, respondendo a
problemas propostos, em dado momento, se acham reproduzidos, em numerosos exemplares, em
pessoas do mesmo país, do mesmo tempo, da mesma sociedade".16 Esse julgamento individual,
reproduzido em diversas pessoas, as quais, apresentando pontos de vista semelhantes, não se
interessam pela discussão pública dos assuntos, constitui característica típica da massa. Nao se pode,
pois, falar em opinião pública.
Todos esses fautores, complexos e profundos, que dificultam a criação da opinião pública, precisam
ser estudados. Os integrantes do público estão na dependência das fontes de informação e de
interpretação, uma vez que não podem cobrir, pessoalmente, todas as áreas. Ademais, a propaganda,
através dos veículos de comunicação em massa, pode conduzi-los a um comportamento similar ao da
multidão ou massa. Também não se deve olvidar que na atual sociedade de massas está presente o
sentido de insegurança e isolamento de seus componentes, o que facilita a tarefa dos grupos de
pressão, fazendo assim desaparecer, em grande parte, a possibilidade do debate racional e amplo. É
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OPINIÃO PÚBLICA
importante lembrar, igualmente, que muitas vezes ocorre que algumas pessoas não têm interesse
naquilo que outras consideram controvérsias públicas de grande valor.
Na presente sociedade de massas o escopo da opinião pública tem mudado. Na sociedade primária os
cidadãos estavam mais preocupados com os problemas locais e as controvérsias giravam,
principalmente, em torno de questões de moral. Hoje, na sociedade de massas, os problemas têm
dimensões amplas, envolvendo controvérsias de caráter regional e internacional, não se restringindo,
apenas, às comunidades locais ou a interesses peculiares.
A formação e o desenvolvimento da opinião pública compreendem várias fases. Na primeira etapa há,
frequentemente, um mal-estar em consequência do número, da novidade e da complexidade dos
problemas que se levantam nas comunidades por fôrça do crescimento rápido do mundo em nossos
dias. Por sua vez, a impossibilidade de resolver essas situações através dos padrões e normas
culturais exige que as pessoas interessadas passem a agir abandonando as tradições e a herança
social que demonstraram ser incompatíveis com as soluções necessárias. Provoca-se, assim, o
aparecimento da segunda fase, ou seja, a da controvérsia, em busca de resultados objetivos e
imediatos. Num terceiro passo procura-se delimitar a controvérsia levantada, assinalando-se, então, o
início da discussão pública. Nesse estágio o debate se generaliza, provocando, às vezes, um
descontentamento maior do que o surgido na primeira fase. Não raro o problema é colocado de
maneira dramática, onde se misturam razão e emoção, mito e realidade. Porém, pouco a pouco, os
argumentos racionais começam a preponderar e a demarcar linhas nítidas em torno da questão
controvertida, aparecendo, então, já na última etapa, um consensus, que não é a opinião da maioria ou
da minoria, mas a opinião mesclada de todas as opiniões individuais ou grupais presentes na
discussão pública.
O importante é que a controvérsia seja apresentada, imparcial e claramente, de modo a permitir sua
discussão, da maneira mais ampla e racional. Ela não deve ser colocada em debate público já estando
dirigida para determinado resultado ou solução, como se a discussão pública tivesse apenas o mérito
de ratificar alguma coisa preestabelecida.
O público, geralmente, compõe-se, de um lado, por grupos de interesse e, de outro, por espectadores
desinteressados e desunidos. A controvérsia, que cria o público, é comumente colocada pelos grupos
de interesse que, além de estabelecerem as controvérsias, procuram amoldá-las a seus interesses
egoísticos. Esforçam-se, outrossim, para conquistar o apoio e a aliança dos espectadores aos seus
propósitos, fixando as opiniões das pessoas desinteressadas. Os esforços feitos pelos grupos de
interesse, para orientar e moldar a opinião pública, podem tornar-se os primeiros passos no sentido de
estabelecer atitudes emocionais, através de informações incorretas ou apelos aos sentimentos.
Daí o fato de alguns psicólogos sociais acreditarem na natureza irracional da opinião pública. Contudo,
deve-se ter presente que o próprio sistema de controvérsias e discussões públicas obriga a certo
número de cogitações e silogismos que seguem um processo lógico de raciocínio, muito embora
possam ter por origem uma premissa não racional; por conseguinte, a conclusão, ou antes, o
precipitado resultante só poderá ser lógico e, portanto, racional. Não convém esquecer, além disso,
que os argumentos e contra-argumentos, defendidos e justificados, implicam crítica e reflexão.
É claro que a qualidade da opinião pública está na dependência da ampla discussão pública. É preciso
notar, inicialmente, que a discussão pública pressupõe debates preliminares e exploratórios, visando
não somente a definir, com exatidão, a controvérsia, mas também a chamar a atenção para o
problema, estimulando assim o aparecimento de considerações várias e propostas divergentes a
respeito do tema em polêmica.
Quando a controvérsia estiver realmente definida e diversas alternativas tiverem sido apresentadas,
ter-se-á atingido, efetivamente, a área da discussão pública. Será, então, quase impossível evitar que
ulteriores propostas venham a ser apresentadas, muitas vezes com o intuito único de provocar
confusão, de tumultuar o debate público e de evitar, mediante esse ardil, que as soluções emergentes
possam vir a contrariar os interesses de grupos. Destarte, as decisões naturais e espontâneas que
viessem a contar com a referenda do público seriam confundidas, prevalecendo as conclusões
propostas pelos grupos interessados.
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OPINIÃO PÚBLICA
Kimball Young lembra, com muita precisão, que os líderes e agitadores, representando grupos de
pressão, podem ser os primeiros a definir uma controvérsia. Êles são especialmente importantes
porque verbalizam e cristalizam os vagos, porém fortes, sentimentos das massas. Diz ainda o autor
de Handbook of Social Psychology que os líderes e agitadores frequentemente procuram valer-se, para
ocultar suas nefandas intenções, dos desejos e motivos das massas, e que isso constitui, na atual
sociedade, uma das mais graves ameaças à democracia.17
LEIS DE CANTRIL
Segundo o Professor Hadely Cantril, da Universidade de Princeton, EUA, em seu livro Gauging Public
Opitúon,18 as duas leis principais que regem a opinião pública são: 1.ª) a opinião pública é muito
sensível aos acontecimentos importantes; 2.ª) em geral, a opinião pública não precede as
emergências: apenas reage a elas.
Consoante a primeira lei do professor Cantril, a sensibilidade da opinião pública diante dos eventos de
importância é uma realidade. Talvez, fosse mais exato dizer que o público - não, propriamente, a
opinião pública - seja suscetível aos acontecimentos. Não nos esqueçamos de que a opinião pública é
produto da discussão dos componentes do público. De qualquer forma, os fatos de grande valor
influenciam a formação do público e da opinião pública. Ademais, as controvérsias surgidas resultam
sempre de situações críticas determinadas por eventos poderosos.
Outro aspecto deve ser considerado em relação à primeira lei de Cantril. É que os acontecimentos, por
si sós, não provocam, nem tampouco influenciam, o aparecimento da opinião pública. Como escreveu
Kimball Young, os fatos impressionam a opinião pública, não meramente por sua ocorrência, porém
pelo modo de como são interpretados. Na verdade, esse ponto de vista é importante, visto que
interpretar quer dizer traduzir e representar. Entram, assim, vários fatores subjetivos e emocionais que
podem induzir as atitudes e opiniões do público em face dos eventos. Essas características irracionais
que entram na interpretação dos acontecimentos, contudo, não oferecem grande gravidade, pois que a
sugestão presente no público não possui aquela fôrça que conhecemos na multidão e na massa. Sem
embargo, esse fator precisa ser observado.
Quanto à segunda lei de Cantril, não se pode negar que a opinião pública é consequência das
emergências. Quando um problema se levanta e os métodos tradicionais, bem como as soluções de
rotina, não conseguem encontrar decisões adequadas e oportunas, cria-se a discussão pública em
torno da questão controvertida e, finalmente, resultante das reações do público em frente das
emergências, surge a opinião pública.
LIVRE DIÁLOGO
Em resumo, quando uma atividade, que envolve interesse, é produto de duas ou mais atividades
individuais, sua realização está na dependência da comunicação, do debate e do acordo comum. Para
tanto é preciso:
• que o promotor dessa atividade se comunique com todos os que tenham interesse ou possam vir a
ser alcançados por ela, proporcionando, assim, oportunidade para que os interessados formem juízos
de suas necessidades, vantagens e fins;
• que as pessoas interessadas deliberem em comum, expondo suas opiniões, fazendo valer suas
razões, apresentando objeções, procurando, enfim, fazer prevalecer sua convicção pessoal ou, ao
revés, aceitando a opinião alheia;
• que haja acordo onde a opinião comum ou a deliberação coletiva seja o resultado da ampla e livre
discussão, representando, desse modo, o universo de todos os interesses e opiniões levantados
durante o debate.
Em igual direção A. Lawrence Lowell, em seu livro Public Opinion and Popular Government anotou: "A
fim de que a opinião possa ser pública não é suficiente u'a maioria e não é exigida a unanimidade, mas
ela precisa ser tal que, embora a minoria dela não participe, seus integrantes se sintam obrigados, não
pelo medo, mas pela convicção, a aceitá-la; e, se a democracia é completa, o acatamento da minoria
deve ser dado de boa-vontade".
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PESQUISA DE OPINIÃO
Pesquisa de Opinião
Uma pesquisa de opinião, sondagem (do francês: sondage), sondagem de opinião, inquéritos estatís-
ticos, enquete ou estudo de opinião é um levantamento estatístico de uma amostra particular da opi-
nião pública. Pesquisas geralmente são feitas para representar as opiniões de uma população fa-
zendo-se uma série de perguntas a um pequeno número de pessoas e então extrapolando as respos-
tas para um grupo maior dentro do intervalo de confiança.
Os inquéritos estatísticos são usados para recolher informação quantitativa nos campos de marke-
ting, sondagens políticas, e pesquisa nas ciências sociais. Um inquérito pode incidir sobre opiniões ou
informação factual, dependendo do seu objetivo, mas todos os inquéritos envolvem a ministração de
perguntas a indivíduos. Quando as perguntas são colocadas por um pesquisador, o inquérito é cha-
mado uma entrevista ou um inquérito ministrado por um pesquisador. Quando as questões são admi-
nistradas pelo respondente, o inquérito é referido por questionário ou um inquérito auto-administrado.
História
Esta surgiu provavelmente no século XIV com o intuito de expressar o ato de, com recurso a
uma wikt: sonda, investigar a profundidade da água e a natureza do fundo de um rio ou de um mar.
No século XIX, Balzac utilizou este termo para expressar a ideia de uma pesquisa ou investigação rá-
pida. Entretanto, o termo sondagem, além do domínio marítimo, coexiste atualmente com aplicações
nas áreas da geologia, medicina ou estatística. A língua portuguesa não apresenta distinção vocabu-
lar entre os diversos domínios, mas, por exemplo, a língua inglesa diferencia todas estas formas de
sondagem com os termos sounding (marítima), boring (geológica) e probing (médica). No campo es-
tatístico, diferencia inclusivamente a sondagem de opinião (poll) de outros tipos de sondagem, desig-
nados por survey samplings. Na França, e por decisão da Comissão Francesa de Normalização do
Vocabulário Estatístico, o termo sondage aplica-se a estudos que envolvem operações de amostra-
gem, independentemente do seu domínio.
O primeiro exemplo conhecido de pesquisa de opinião foi conduzida pelo The Harrisburg Pennsylva-
nian em 1824, a qual mostrava Andrew Jackson a frente de John Quincy Adams por 335 a 169 votos,
na disputa pela presidência dos Estados Unidos. Esse tipo de enquete—tendenciosa e sem consis-
tência científica— gradualmente tornou-se mais popular, mas permaneceu como um fenômeno local,
geralmente restrito a uma única cidade. Em 1916, o Literary Digest deu início a uma pesquisa nacio-
nal (em parte como um exercício de alavancagem de vendas) e predisse corretamente a eleição
de Woodrow Wilson como presidente. Postando milhões de postais e contando os que retornaram,
o Digest previu os vencedores das quatro eleições presidenciais seguintes.
Em 1936, todavia, o Digest teve uma surpresa desagradável. Seus 2,3 milhões de "eleitores" constitu-
íam uma vasta amostra; contudo, eram geralmente pessoas mais abonadas que tendiam a ser simpa-
tizantes do Partido Republicano. O Literary Digest nada fez para corrigir esse viés. Na semana ante-
rior à eleição, informaram que Alf Landon era muitíssimo mais popular do que Franklin D. Roosevelt.
Na mesma época, George Gallup efetuou uma pesquisa muito menor, porém com base científica
maior, na qual pesquisou uma amostra demograficamente representativa. Gallup predisse correta-
mente a esmagadora vitória de Roosevelt. A Literary Digest rapidamente fechou as portas, enquanto
a indústria das pesquisas de opinião levantou voo.
Gallup inaugurou uma filial no Reino Unido, onde previu corretamente a vitória do Partido Traba-
lhista na eleição geral de 1945, em contraste com a opinião de praticamente todos os outros analistas
políticos, que esperavam uma vitória fácil do Partido Conservador, liderado por Winston Churchill.
Na década de 1950, as pesquisas de opinião haviam se espalhado pela maioria das democracias.
Nos dias de hoje, atingiram praticamente todos os países, embora em sociedades mais autocráti-
cas elas tendam a evitar questões políticas sensíveis. No Iraque, pesquisas realizadas logo após
a guerra em 2003 ajudaram a medir os verdadeiros sentimentos dos cidadãos iraquianos quanto
a Saddam Hussein, condições do pós-guerra e a presença das forças militares estadunidenses.
Aplicação
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PESQUISA DE OPINIÃO
feitas com base numa amostra de elementos que deverá permitir a extrapolação das interpretações à
totalidade do universo.
As áreas de aplicação das sondagens estatísticas são muito diversas, tendo especial destaque os es-
tudos das populações humanas, nomeadamente sob a forma de estudos pré-eleitorais ou de opinião
pública. Ainda no que diz respeito a este tipo de populações, as sondagens surgem noutras áreas
como a sociológica (por exemplo, estudo sobre a literacia de uma população), demográfica (por
exemplo, caracterização da estrutura dos agregados familiares), económica (por exemplo, construção
de indicadores de conforto de uma população) ou de marketing (por exemplo, estudos sobre o com-
portamento dos consumidores de certo produto).
Custo — é mais económica, por exigir menos recursos e meios e uma menor estrutura;
Tempo — é mais rápida por haver menos respostas a recolher, tratar e analisar;
Informação obtida — quando se pretendem conhecer características da população que não se resu-
mem a factos (por exemplo, pode importar conhecer opiniões, expectativas, previsões, entrando na
vertente psicológica do indivíduo), pode-se realizar um questionário mais detalhado se se abordar um
menor conjunto de elementos;
Exequibilidade — ao contrário de um recenseamento, que pode não ser exequível (por exemplo, po-
pulação grande e muito dispersa)
Sondagens políticas
As sondagens são usadas antes das eleições para tentar descobrir as intenções de voto e a configu-
ração política após as eleições antes do tempo. Esse pode ser um assunto polémico, por se conside-
rar que as sondagens podem influenciar o sentido de voto dos eleitores, e mesmo determinar a der-
rota de um candidato.
Sondagem à boca das urnas é uma sondagem realizada junto dos eleitores imediatamente depois de
terem participado num ato eleitoral.
São realizadas por empresas especializadas geralmente contratadas pelos meios de comunicação
social para obter projeções dos resultados de uma eleição imediatamente após o fecho das urnas. No
Brasil, as pesquisas de boca de urna são autorizadas pela Lei nº 9.504/1997, desde que os institutos
de pesquisa não divulguem os resultados das sondagens sobre a preferência dos eleitores enquanto
as urnas estiverem funcionando. E essas pesquisas devem ser registradas na Justiça Eleitoral. Son-
dagens sem registro podem resultar em multa de R$ 53 mil.
Estrutura e padronização
Os inquéritos são padronizados para assegurar a confiança, generalidade e a validade. Cada respon-
dente deverá ser apresentado com as mesmas questões e na mesma ordem que os outros respon-
dentes.
Vantagens
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Os inquéritos são flexíveis no sentido em que uma grande variedade de informação pode ser reco-
lhida. Eles podem ser usados para estudar atitudes, valores, crenças e comportamentos passados;
Porque eles estão padronizados, eles estão relativamente livres de vários tipos de erros.
Há uma economia da coleta dos dados devido à focalização providenciada por questões padroniza-
das. Apenas questões de interesse para o pesquisador são colocadas, gravadas, codificadas e anali-
sadas. Tempo e dinheiro não são gastos em questões tangenciais.
Podem ser ministrados em grande número, num curto espaço de tempo, num só lugar.
Desvantagens
Eles dependem da motivação dos sujeitos, sua honestidade, memória e capacidade de resposta. Os
respondentes podem não estar conscientes das suas razões para qualquer determinada ação . Eles
podem ter esquecidos as suas razões. Eles podem não estar motivados para dar respostas corretas,
na verdade, eles podem estar motivados a fornecer respostas que os apresentem numa luz favorável.
Inquéritos não são apropriados para estudar fenómenos sociais complexos. O indivíduo não é a me-
lhor unidade de análise nestes casos. Os inquéritos não dão um completo senso dos processos so-
cias e a análise parecer superficial.
Inquéritos estruturados, particularmente aqueles com repostas fechadas, podem ter baixa validade
quando pesquisando variáveis afetivas.
As amostras de inquéritos são normalmente auto escolhidas, e por isso amostras sem probabilidade
das quais as características da população não podem ser inferidas.
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PESQUISA DE OPINIÃO
Sempre que um investigador elabora e administra um inquérito por questionário, e não esquecendo a
interação indireta que existe entre ele e os inquiridos, verifica-se que a linguagem e o tom das ques-
tões que constituem esse mesmo questionário, são de elevada importância.
Assim, é necessário ser cuidadoso na forma como se formula as questões, bem como na apresenta-
ção do questionário.
Deve, o investigador, ter o cuidado de não utilizar questões ambíguas que possam, por isso, ter mais
do que um significado, que por sua vez, levem a ter diferentes interpretações. Não deve incluir duas
questões numa só (double-barrelled questions), pois pode levar a respostas induzidas ou nem sem-
pre relevantes, além de não ser possível determinar qual das “questões” foi respondida, aquando o
tratamento da informação.
O investigador deve ainda evitar questões baseadas em pressuposições, pois parte-se do princípio
que o inquirido encaixa numa determinada categoria e procura informação baseada nesse pressu-
posto.
É também necessário redobrar a atenção ao formular questões de natureza pessoal, ou que abordem
assuntos delicados ou incómodos para o inquirido.
As questões devem ser reduzidas e adequadas à pesquisa em questão. Assim, elas devem ser de-
senvolvidas tendo em conta três princípios básico: o princípio da clareza (devem ser claras, concisas
e unívocas), princípio da doerência (devem corresponder à intenção da própria pergunta) e Princípio
da neutralidade (não devem induzir uma dada resposta mas sim libertar o inquirido do referencial de
juízos de valor ou do preconceito do próprio autor).
Métodos
Telefone
Não pode ser usado para informação não áudio (gráficos, demonstrações, sabor/cheiro)
Três tipos:
Entrevista assistida por computador (computer assisted telephone interviewing - ver software CATI)
Correio
O questionário pode ser entregue aos respondentes ou enviado por correio, mas em qualquer caso,
eles retornam ao pesquisador via correio.
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Custo é muito baixo, uma vez que correio em massa é barato na maioria dos países.
Grandes atrasos, por vezes de meses, antes de os inquéritos serem retornados e a análise estatística
possa começar.
Grandes quantidades de informação podem ser obtidas: alguns inquéritos por correio têm 50 páginas
ou mais
As taxas de resposta podem ser melhoradas pelo uso de painéis de respondentes por correio
paineis podem ser usados em desenhos longitudinais (longitudinal designs) onde os mesmos respon-
dentes são inquiridos várias vezes
Inquéritos online
A internet é preferível ao e-mail porque formulários interativos HTML podem ser usados
As taxas de respostas eram quase 90% antes de 2000, mas têm vindo a baixar desde então (hoje
30% - 60%)
Muito barato
Fácil de modificar
As taxas de respostas podem ser melhoradas usando painéis - membros dos painéis têm de concor-
dar em participar
Os respondentes são entrevistados em pessoa, nas suas casas, (ou à porta de casa)
Possível de fazer quando estão envolvidas também representações gráficas, cheiros, ou demonstra-
ções
Os passantes num centro comercial são interceptados - eles são entrevistados no local, levados para
um quarto e entrevistados ou levados para um quarto onde preenchem um questionário auto-adminis-
trado
Socialmente aceitado - as pessoas acham que um centro comercial é um local mais apropriado do
que as suas casas
Rápido
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Incentivos financeiros
Pagos em avanço
Pagos na termo
Cupons de desconto
Notificação preliminar
Apelos emocionais
Ofertas de simpatia
Introdução
O texto que segue é um capítulo reescrito da Dissertação de Mestrado que defendemo sem 1986, pe-
rante o Curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina. São infor-
mações e o relato do método utilizado na pesquisa de campo realizada na região central da cidade de
Itajaí – SC, sobre a Intenção de Cumprir a Lei. Por ser uma pesquisa de opinião pública, cujo método
é o mesmo usado em pesquisas eleitorais, quer-se aqui noticiar a maneira pela qual é aplicado este
método, seu grau de credibilidade e eficiência.
A idéia é fornecer ao profissional do Direito que se defronta com uma pesquisa de opinião, informa-
ções que lhe permitam verificar o grau de seriedade e confiabilidade desta enquete. Mas desde já se
quer deixar claro que se as informações abaixo podem ser um instrumental para avaliar uma pes-
quisa de opinião, jamais poderão ser usadas para refutar tal pesquisa: é princípio basilar da ciência
que uma pesquisa só pode ser refutada com outra pesquisa.
Conceitos Básicos
Para que uma pesquisa possa ter resultados dignos de fé, é necessário que a coleta dos dados seja
feita com a maior precisão possível. Como quando se vai fazer exames médicos em laboratórios há
necessidade de se levar o material para exame num frasco esterilizado, da mesma forma uma pes-
quisa científica necessita ter um instrumental isento de quaisquer impurezas. E como se obtém um
instrumental livre de impurezas nas pesquisas sociológicas? Por diversos mei-os: evitar – no caso
das entrevistas – a inquirição de pessoas determinadas, ou aquelas mais fáceis de serem localiza-
das, por exemplo.
No caso das pesquisas de opinião pública, são exemplos de situações que podem viciar a investiga-
ção: o pesquisador evitar casas em que há cachorros ou em lugares de difícil acesso, incluir amigos
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PESQUISA DE OPINIÃO
na amostra, ou dela excluir pessoas com quem antipatiza etc. Destes exemplos, tome-se a inclusão
proposital de amigos para explicitar melhor os cuidados a serem tomados nas pesquisas de opinião.
É que os amigos, como se sabe, são escolhidos por afinidades. Assim, tendem a concordar com os
pontos de vista defendidos pelo pesquisador ou, em linguagem científica, confirmar hipóteses de tra-
balho. Pessoas do mesmo grupo profissional também apresentam o risco de “refletirem o pensa-
mento da humanidade”, ou seja, fazer com que o observador acredite que “todo mundo” está pen-
sando ou agindo deste ou daquele jeito. Enfim, é o risco da falácia da generalização apressada.
Para evitar estes e outros tipos de erros que viciam uma pesquisa e podem colocar por terra todo um
trabalho é que existem os métodos. “Método” é o caminho para chegar a um objetivo. Um caminho
que é feito de regras, as quais lhe dão cientificidade. E algumas destas regras se traduzem em eta-
pas que se deve seguir, para chegar ao objetivo. Este objetivo é a prova científica, uma verdade rela-
tiva, sob eterna verificação e, portanto, sempre e sempre sujeito à refutação.
A primeira regra da obtenção da prova científica é ter claro o objeto de pesquisa, ou seja, aquilo que
se quer estudar. Frise-se: o que se quer estudar e não o que se quer provar, pois se uma pesquisa se
inicia com a finalidade de provar alguma coisa, já nasce viciada. Assim, vê-se que a pesquisa cientí-
fica é diferente de um processo judicial: na pesquisa científica se busca verificar a veracidade de uma
hipótese, mas o cientista se dá por feliz tanto se provar que a hipótese é verdadeira, quanto que é
falsa; no processo judicial, quem o inicia o faz porque já tem a prova para demonstrar sua verdade
(ou pelo menos já deveria ter esta prova).
Este objeto de pesquisa deve ser expressado por uma pergunta, que virá a ser o problema de pes-
quisa. Se se vai, por exemplo, estudar a intenção de cumprir a lei, por parte de um determinado uni-
verso de pesquisa, o problema se traduzirá na seguinte pergunta: “As pessoas de um dado universo
têm intenção de cumprir as leis?”
Sabendo-se o que vai ser pesquisado e tendo-se o problema de pesquisa, para este problema serão
formuladas respostas prováveis: são as hipóteses de pesquisa, a serem testadas mediante a investi-
gação científica. Há que se ter também o lugar em que se fará a pesquisa. Este lugar será o universo
de pesquisa. Tudo que vai ser pesquisado deve existir neste universo de pesquisa. Nas ciências soci-
ais, da qual a Sociologia do Direito é uma delas, existem diversos tipos de pesquisa: pesquisas quan-
titativas, qualitativas, estudos de caso, pesquisas documentais etc.
Nas pesquisas quantitativas, se quer saber quantas pessoas pensam, agem ou agirão deste ou da-
quele modo; nas qualitativas, se procura saber o que um determinado grupo pensa, ou como viveu
certa situação etc; os estudos de caso muitas vezes podem ocorrer com uma só pessoa, as partes de
um processo judicial etc; a pesquisa documental pode se basear em documentos primários (quando o
próprio pesquisador produziu ou encontrou o documento) ou secundários (quando o documento foi
produzido por uma outra pesquisa ou o documento original está sendo objeto de nova abordagem).
Evidentemente que os conceitos aqui são resumidíssimos e servem apenas para uma noção básica
dos temas. Doravante, porém, se falará apenas de pesquisas quantitativas em ciências sociais, com
abordagem específica de um método de pesquisa: a amostragem simples casualizada, que é a utili-
zada em pesquisas eleitorais e outras em que se medem opiniões ou intenções de grandes grupos de
atores sociais.
Numa pesquisa eleitoral, por exemplo, em que se quer saber a intenção de voto dos eleitores do Es-
tado de Santa Catarina, o universo de pesquisa será o grupo de pessoas habilitadas a votar em
Santa Catarina, ou seja, os eleitores com domicílio eleitoral neste Estado.
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PESQUISA DE OPINIÃO
Em geral, o universo de pesquisa é determinado pela questão problema. Mas, quando esta é formu-
lada pelo próprio pesquisador, a escolha pode ser determinada, entre outros fatores, pelas inclina-
ções pessoais e pelos julgamentos de valor de quem pesquisa. Ao contrário de viciar sua investiga-
ção, o cientista será mais capaz de evitar a tendenciosidade (“bias”) quando tem esta consciência da
que ele escolheu seu universo (SELLTIZ, 1974:36-37).
No caso da pesquisa que serve de exemplo para este texto, a escolha do universo de pesquisa de-
correu do fato da cidade não ser atípica em relação ao Brasil, do conhecimento geográfico do lugar
por parte do pesquisador e face de menores custos com hospedagem, que se dava em casa de pa-
rentes, uma vez que foi negado financiamento pelo CNPQ.
A Amostra
Amostra é a parte do universo de pesquisa que se toma para fazer a pesquisa. Se se quer, por exem-
plo, saber se todos os parafusos de uma caixa estão perfeitos, todos os parafusos da caixa compõem
o universo de pesquisa. E tendo a caixa dez mil parafusos, a parte que for tomada para fazer a pes-
quisa (300 parafusos, suponha- se) será a amostra. A amostra é uma maneira mais econômica
quanto a tempo, esforço e dinheiro, de se obter as informações desejadas, com alguns elementos do
universo de pesquisa, em vez de com todos (SELLTIZ, 1974:572).
Numa pesquisa de campo em que se quer saber a opinião das pessoas, há necessidade de selecio-
nar as que serão ouvidas da maneira mais neutra possível, evitando- se, portanto, escolhas intencio-
nais e subjetivas. Antes porém de selecionar as pessoas que serão ouvidas, é necessário 1 Elemen-
tos do universo de pesquisa, nas ciências sociais, são as pessoas que o compõem. Saber a quanti-
dade de pessoas a ouvir, ou seja, a quantidade de componentes da amostra. Existem vários métodos
para isso e vale, desde já, esclarecer que não se trata de certo percentual, mas sim de um número a
ser obtido mediante cálculo matemático. O método utilizado na pesquisa aqui usada como exemplo
foi o da Amostragem Simples Casualizada.
O conceito básico de amostragem simples casualizada diz que, se extrairmos uma amostra de N ele-
mentos de um universo de tamanho S, todos os elementos de S devem ter a mesma probabilidade de
estar na amostra. Para assegurar este critério de equiprobabilidade, geralmente começamos por nu-
merar cada elemento do universo. Depois disto, será fácil consultar uma tabela de números aleatórios
(...) e ler N números consecutivos. Estes N números identificarão os elementos do universo que de-
vem ser tomados como amostra. Como a tabela de números aleatórios é construída baseada no, con-
ceito de equiprobabilidade, o seu uso assegura que, na extração da amostra, todos os elementos do
universo terão a mesma probabilidade de constituir a amostra, tendo-se então o critério para a amos-
tragem casualidade. (MAYNARD, 1970:42).
Usando este método, foi calculado1 (no trabalho que serviu de base para este texto) o tamanho da
amostra, considerando-se 3 elementos:
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PESQUISA DE OPINIÃO
3 = As amostras devem ser selecionadas de forma aleatória (igual probabilidade de sorteio para todos
os elementos).
- Tamanho da Amostra:
Onde
M = tamanho da amostra
N = tamanho da população
Z = número de unidades de desvio padrão, de acordo com a probabilidade escolhida para ocorrência
da diferença máxima entre os resultados da amostra, em relação aos verdadeiros percentuais da po-
pulação.
O número de unidades de desvio padrão igual a 1,96 é o mais usual e, por isso, foi utilizado no cál-
culo desta amostra.
e = diferença máxima admitida entre os resultados percentuais da amostra em relação aos verdadei-
ros percentuais da população (3% a 6%).
Devem ser considerados os percentuais da alternativa que apresentar maior variância (produto entre
p’ e q’). O maior valor possível ocorre para p’= q’= 0,5.
– Representatividade (proporcional)
Apesar de se tratar de pesquisa de opinião, a escolha dos entrevistados se deu por domicílio. A re-
presentatividade levou em conta os tipos de residência (casas de madeira, casas de alvenaria e apar-
tamentos) e as ruas em que se localizavam.
– Sorteio da Amostra
O sorteio da amostra foi efetuado por domicílio, em cada qual seria entrevistada a primeira pessoa
que atendesse à porta (critério aleatório) e que correspondesse ao perfil previamente traçado (ser to-
talmente capaz2, não frequentar ou ter frequentado curso de Direito e residir no universo de pes-
quisa). Caso a pessoa que viesse a atender à porta não preenchesse tais requisitos, ser-lhe-ia solici-
tado que chamasse outro morador.
O contingente populacional pode ser obtido mediante banco de dados (por exemplo: justiça eleitoral,
em se tratando de pesquisa de intenção de voto; consumidores de água ou energia elétrica cadastra-
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PESQUISA DE OPINIÃO
dos, em se tratando de outras pesquisas etc). Não havendo um cadastro exato do contingente popu-
lacional existente no universo de pesquisa, há que se recorrer a meios que garantam confiabilidade à
contagem. No caso da pesquisa aqui usada como exemplo, foi efetuada a contagem manual de domi-
cílios, chegando-se a 2.448 residências, divididas entre apartamentos, casas de alvenaria e casas de
madeira. A este número foi aplicada a fórmula acima descrita, resultando no seguinte:
Por segurança, pode-se aumentar um pouco a amostra (nunca diminuí-la) e, no caso usado como
exemplo, a amostra teve 351 elementos. Nem sempre, porém, se pode fazer a pesquisa por amostra-
gem. Um pequeno universo de pesquisa comportará somente o censo, já que seu tamanho dificil-
mente possibilitará uma amostra representativa.
O Sorteio da Amostra
A fórmula que foi mostrada no item anterior dá a quantidade de componentes do universo que é sufi-
ciente para garantir uma probabilidade de 95% de que a amostra represente a totalidade do universo.
Ou seja, em cada 20 amostras, uma delas pode não representar o universo, ou pode não refleti-lo
corretamente. Uma amostra em que esta probabilidade fosse de 99%, em vez de 95%, giraria em
torno de 600 elementos. Todavia não é só esta quantidade de elementos da amostra que lhe vai dar
confiabilidade: o sorteio de quem a comporá é que é a chave da sua representatividade. Desnecessá-
rio dizer, portanto, que a neutralidade na operacionalização do sorteio é que vai garantir sua isenção.
Esta neutralidade não significa que se deve abrir mão de qualquer controle sobre o sorteio.
O controle é necessário para garantir que as diferenças existentes no universo de pesquisa sejam de-
vida e proporcionalmente representadas na amostra. Assim, se há no universo de pesquisa 49% de
homens e 51% de mulheres, a amostra deve conter esta proporção; se há 85% de católicos e 15% de
outras religiões, também está diversidade há que se refletir na amostra e assim por diante. Estas dife-
renças devem, entretanto, ser conhecidas antes do sorteio, mas somente serão levadas em conta se
interessarem ao objetivo da pesquisa. Como hoje, em geral, o sorteio é feito por computador, as dife-
renças do universo devem ser informadas à máquina que fará a escolha. No caso da pesquisa que
serviu de base a este texto, a única informação prévia que havia – e que foi registrada no computador
- era a quantidade de casas de alvenaria, de madeira e apartamentos existentes no universo, e as
ruas em que se encontravam.
O sorteio indicou, na Rua X, por exemplo, a 4ª, a 10ª, a 15ª e a 20ª casa de alvenaria; a 3ª, 10ª e 14ª
casa de madeira e o 20º, 25º e 30º apartamento; na Rua Y, a 1ª, 8ª e 12ª casa de madeira, a 6ª, 18ª e
30ª casa de alvenaria e o 5º, 6º e 13º apartamento. E assim por diante. Além dos domicílios que com-
puseram a amostra, também foram mapeados 41 que serviram como reserva, os quais foram usados
para os casos em que não foi possível entrevistar alguém no domicílio originalmente sorteado. Os ca-
sos de impossibilidade de entrevista foram os seguintes: recusa de ser entrevistado, não haver no do-
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PESQUISA DE OPINIÃO
micílio quem preenchesse os requisitos para ser entrevistado, viagem prolongada do morador, cons-
tatação de que não se tratava de imóvel usado como moradia, demolição do prédio posteriormente à
contagem e ser a pessoa entrevistada excessivamente falante, calada ou obtusa, a ponto de inviabili-
zar a entrevista. O mapa da pesquisa, contendo os endereços para entrevista, é não só o guia para a
realização da pesquisa, mas também a prova de que está se realizou. Convém lembrar, porém, que
as informações constantes do mapa (que permitem se associe a entrevista à pessoa do entrevistado)
são protegidas pelo sigilo profissional.
Ainda sobre a necessidade de conhecimento prévio do universo de pesquisa: deste conhecimento de-
correm informações a respeito da diversidade dos elementos que compõem aquele universo: se se
trata de bairro de classe econômica “A”, “B” ou “C”, se predominam determinadas profissões etc. Uma
pesquisa de mercado requer informações prévias do universo diferentes de uma pesquisa eleitoral,
por exemplo.
Algumas variáveis que venham a ser consideradas na pesquisa podem não permitir uma prévia deter-
minação. No caso acima exemplificado (casas de alvenaria, apartamentos e casas de madeira) é
possível previamente determinar aquelas a serem visitadas pelo pesquisador. Mas há outras variá-
veis que não são adredemente verificadas: sexo, profissão, religião etc. Estas precisam ser controla-
das durante a pesquisa. E até o período ou a hora da entrevista podem influenciar no aumento ou di-
minuição das variáveis, nelas incluída a boa ou má vontade para atender o pesquisador. No caso da
pesquisa que serviu de base para este texto (A Intenção de Cumprir a Lei), observou-se o seguinte:
Entrevistas em dias úteis, no período comercial (08 às 12 e 14 às 18h) faziam com que predominas-
sem mulheres e aposentados;
Aos sábados à tarde as mulheres cuidavam de afazeres domésticos, mesmo quando tinham atividade
profissional fora de casa:
As pessoas, já em 1986, ficavam com medo de atender estranhos à noite (a partir da hora que escu-
recia);
As manhãs de domingo eram boas ocasiões para entrevistas: as pessoas estavam descansadas e
com boa vontade. Mas as entrevistas deviam começar às 8h30min e terminar às 11h30min, pois a
esta hora começam a chegar os convidados para o almoço dominical, já que é costume reunir outros
membros da família nesta ocasião (tios, primos, avós etc). Nas tardes de domingo, as entrevistas de-
viam começar a partir das 15h, pois até esta hora as pessoas dormiam (faziam a sesta);
Entre 20 e 21h as pessoas não gostavam de atender, pois assistiam ao Jornal Nacional da Rede
Globo; também não gostavam de atender durante jogos de futebol;
Houve casos em que terceiros, que acompanhavam o entrevistado, interferiram nas respostas. Crian-
ças chegavam a desmentir os pais, em respostas que achavam falsas. Por isso o ideal é estar só o
entrevistado e o pesquisador.
Pessoas que moram em edifícios costumavam relutar a atender o pesquisador; quando o edifício pos-
suía porteiro eletrônico, a quantidade de recusas à entrevista era maior;
Em geral havia muita desconfiança com desconhecidos, principalmente nas classes econômicas e/ou
sociais3“A” e “B”, situação que se resolvia se o pesquisador tivesse alguma atividade paralela bem
vista (estudante de medicina, por exemplo) ou pertencesse a alguma família conhecida no lugar;
Nos locais de trabalho dos entrevistados havia mais interrupções durante a entrevista, mas as entre-
vistas em casa – apesar do local ser mais apropriado – apresentavam os problemas acima narrados.
O Instrumento de Pesquisa
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PESQUISA DE OPINIÃO
fará a devolução ao pesquisador. A entrevista permite maiores observações por parte do pesquisa-
dor, mas exige-lhe maior tempo e deslocamento, que se traduzem em maiores custos. O questioná-
rio, se por um lado torna a pesquisa menos dispendiosa – pois é preenchido pelo próprio componente
da amostra – apresenta também seus inconvenientes: risco de extravio pelo componente da amostra,
desinteresse deste em responder ou falta de educação formal que lhe permita entender e responder
aos questionamentos, conforme aponta SELLTIZ (1974:270).
Quando são feitas entrevistas em pesquisas quantitativas, é conveniente a padronização das pergun-
tas, para assegurar que todos responderão as mesmas indagações. As perguntas, porém, podem ter
alternativas fixas ou serem “abertas”.
A característica distintiva das perguntas abertas é o fato de apenas apresentarem uma questão, mas
não apresentam nem sugerem qualquer estrutura para a resposta; a pessoa tem a oportunidade de
responder com suas palavras e com o seu quadro de referências. (SELLTIZ, 1974:270).
As perguntas abertas também se prestam para aquelas pesquisas em que não se tem noção das pro-
váveis respostas dos entrevistados, problema que é causado, em geral, quando não são conhecidas
pesquisas anteriores sobre o mesmo tema. Mas se as perguntas abertas permitem maior espontanei-
dade do entrevistado e lhe dão oportunidade de responder com suas palavras e seu quadro de refe-
rências, por outro lado implicam – em se tratando de pesquisas quantitativas – num custo significati-
vamente maior do que as perguntas com alternativas fixas. Mesmo existindo atualmente programas
de computador que permitem a contagem de palavras, sua tabulação e colocação em gráficos, estes
programas ainda não conseguem contar idéias expressas por palavras diferentes. Ou o fazem com
imprecisão, pelo menos.
Assim, as perguntas abertas precisam ser, após as entrevistas, ser fechadas, até para adquirirem al-
gum significado. Se se quer saber, por exemplo, se as pessoas gostam de farinha de mandioca e al-
gumas dizem gostar de pirão, outras de farofa, outras da farinha pura, todas estas variações de res-
postas a perguntas abertas poderiam ser resumidas num “sim” ou “não”. No exemplo, teríamos uma
pulverização de respostas sem o resumo (1. Não gostam; 2. Gostam de pirão; 3. Gostam de farofa; 3.
Gostam de farinha de mandioca) e uma concentração com o resumo (1. Não gostam; 2. Gostam). Se
em 6 pessoas, 3 dissessem “não gosto” e 1, “pirão”, 1 “farofa” e 1 “farinha de mandioca”, a quanti-
dade de não (3) seria maior que sim (1), pois gostar de pirão e gostar de farofa poderiam ser excluí-
dos da conta “gostar de farinha de mandioca”. Com o resumo, teríamos 3 “não gostam” e 3 “gostam”,
pois pirão e farofa seriam considerados “gostar de farinha de mandioca”. Resulta, pois, que, nas per-
guntas abertas, após as entrevistas estas acabam tendo de ser fechadas, para que se possa ter uma
contagem melhor e mais significativa.
E se conclui que, à medida que aumenta a idade, aumenta a intenção de cumprir a lei. Percebe-se
que, se há uma variação muito grande de faixas etárias (21 a 25 anos; 26 a 30 e assim por diante)
pode-se ter um quantidade de pequenos percentuais que não permita inferências estatísticas segu-
ras. Daí porque as perguntas abertas, com grande diversidade de respostas, podem inviabilizar pes-
quisas quantitativas ou deixar-lhes com pouco significado. Enfim, o ideal – para que se possa ter sig-
nificados estatísticos apreciáveis – é que o número de variações de resposta numa determinada per-
gunta gire em torno de dez. E, pois, para evitar um trabalho posterior de aglutinação (para fins de “fe-
chamento”) de várias respostas abertas, conclui-se que, em pesquisas quantitativas, especialmente
aquelas em que se quer cruzar variáveis, o tempo (e, consequentemente, as despesas) serão meno-
res se – sempre que possível – as perguntas tenham alternativas fixas.
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PESQUISA DE OPINIÃO
As perguntas abertas também são conhecidas como de “resposta espontânea” e as fech adas, ou
com alternativas fixas, de “resposta induzida”. Nas pesquisas eleitorais, por exemplo, abertas são as
perguntas em que se questiona o entrevistado sobre quem ele votaria, sem apresentar- lhe uma lista
de candidatos; fechadas são as perguntas em que, ao se inquirir o entrevistado, lhe é mostrada uma
lista de candidatos. Mas a leitura de alternativas pelo entrevistado, ou a indicação oral destas alterna-
tivas também tem seus inconvenientes: no caso da leitura, ele pode – por preguiça de ler – optar pela
primeira alternativa; no caso da indicação oral (leitura pelo pesquisador em voz alta), o entrevistado
pode memorizar somente as últimas alternativas e por elas optar.
Assim, o ideal é ter-se, na caderno de anotações (ou aparelho em que são digitadas as respostas) as
alternativas prováveis, sem indicá-las ao entrevistado, e assinalá-las quando da resposta. Salvo, evi-
dentemente, se o objetivo da pesquisa é comparar produtos ou preferências, quando então será parte
da entrevista oportunizar ao entrevistado opões entre “a”, “b” ou “c”. De se ponderar que a existência
de alternativas prováveis, para serem assinaladas pelo pesquisador, conforme o que responder o en-
trevistado, pode exigir – por parte daquele - um certo juízo de valor, ao ter que aproximar respostas
dadas pelo entrevistado com o sentido das alternativas que tem para assinalar. Este é um risco que
deve ser assumido, em prol da diminuição de despesas da pesquisa e da supressão de um trabalho
muito desgastante e penoso que é o “fechamento” posterior de respostas.
Tanto a entrevista quanto o questionário, tanto as perguntas abertas quanto as alternativas fixas exi-
gem uma série de cuidados quando da elaboração das perguntas. Alguns destes cuidados são os se-
guintes:
As perguntas devem ser fáceis de entender, para que possam ser compreendidas por pessoas com
qualquer grau de instrução (salvo, evidentemente, se a pesquisa for dirigida a um universo composto
de pessoas com o mesmo grau de instrução, ou quando a mensuração do grau de compreensão faz
parte do objeto da pesquisa);
Pode ser muito difícil a comunicação de uma pessoa com alto grau de informação e/ou instrução es-
colar com outra pessoa de baixo grau de informação e/ou instrução;
Perguntas difíceis, que exijam algum raciocínio do pesquisado, devem ir no início da entrevista, para
não lhe esgotar logo a paciência; mas não podem estar as primeiras, para não espantá-lo;
Pessoas com maior grau de informação e/ou instrução podem relutar em dizer que não sabem al-
guma coisa, ou se irritarem diante de uma pergunta corriqueira cuja resposta desconhecem;
(a) Sr(a). Assistiria mais filmes?”. O correto é perguntar: “O Sr(a). Foi ao cinema no último mês”?. Ou
se pode também perguntar variações do tipo: “Quantas vezes o(a) Sr(a). Foi ao cinema nos últimos
seis meses?”;
A quantidade de perguntas a serem feitas a entrevistados em pesquisas quantitativas deve ser pe-
quena, sendo ideal fazer em torno de dez perguntas, pois: g.1) há menos desgaste do pesquisador;
g.2) o custo da pesquisa é menor; g.3) o entrevistado não se cansa de responder nem se aborrece
com o tempo gasto; g.4) a tabulação e análise dos dados fica mais compreensível, já que o excesso
de perguntas pode, inclusive, torná-la de difícil compreensão, ou torná-la extremamente cara;
Nas pesquisas quantitativas, é recomendável que as perguntas que não forem com alternativas fixas
(a serem apresentadas ao entrevistado), contenham respostas prováveis, a serem assinaladas (pelo
pesquisador); mas sempre convém deixar espaço em branco para uma resposta não prevista;
Na elaboração de perguntas devem ser evitadas expressões que gerem emoções (salvo quando fize-
rem parte do objeto de pesquisa); exemplos de expressões que geram emoções: “procurar seus direi-
tos” (traz a conotação de conflito); “ficar em situação difícil” ou “meter-se em complicações” (em geral
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PESQUISA DE OPINIÃO
significam transgressão de leis ou de regras morais, ou, ainda, participação em confusões, sendo, as-
sim, termos que podem ser vistos como ofensivos);
O primeiro roteiro de entrevista ou questionário que se elabora não é o definitivo, pois se deve fazer
um pré-teste. Pré-teste é a aplicação prévia do roteiro da entrevista ou questionário da pesquisa, com
a finalidade de verificar se as perguntas estão bem formuladas, se estão compreensíveis, numa or-
dem agradável etc. Só depois de verificar se as perguntas estão inteligíveis, se os entrevistados es-
tão se comportando positivamente perante elas e o pesquisador, é que se fará a versão definitiva do
instrumento de pesquisa.
A aplicação do instrumento de pesquisa será o momento em que se irá a campo para efetuar as en-
trevistas. Após esta aplicação, será feita a análise das informações coletadas com verificação de hi-
póteses, seja pela leitura do conjunto de respostas, seja pelo cruzamento de variáveis. O passo se-
guinte é a elaboração do relatório de pesquisa. Este relatório – que é a comunicação ordenada e em
linguagem científica do resultado da pesquisa – tanto pode ser dirigido à comunidade científica (se se
trata de pesquisa pura ou aplicada para fins meramente científicos), ou a quem encomendou (se se
trata de pesquisa eleitoral ou de mercado). Quando o relatório é uma comunicação à comunidade ci-
entífica, pode se traduzir num trabalho de conclusão de curso, numa dissertação de mestrado ou tese
de doutorado, ou num relato a quem financiou a pesquisa.
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INTERPRETAÇÃO DE ROTEIRO
Interpretação de Roteiro
Não adianta só desenhar, é necessário ter conhecimento de como arquitetar sua história. É um pro-
cesso delicado, mas muito legal. E sabendo como funciona, tenha certeza de que seu desenho será
muito mais valorizado. Não adianta uma história ter desenhos maravilhosos se o enredo for fraco.
Não haverá equilíbrio.
A nossa mente funciona por associações e comparações. Algo somente será definido se ela possuir
dados referentes ou parecidos ao que está acontecendo. Exemplos: os inúmeros elementos do nosso
dia-a-dia.
Por isso é necessário que a mente esteja sempre recebendo informações diversas e não se fechando
para outras, evitando o bloqueio de novos dados. O conhecimento geral e profundo sobre tudo na
vida depende disso.
No modo mecânico, agimos puramente pelos reflexos e impulsos primários. Exemplo: Instinto (fome,
sobrevivência, sexo, etc.)
Já no modo artístico, todo o processo acima estará influenciado por fatores diversos, ocasionando
uma resposta variada. Exemplo: literatura, desenho, canto, dança, música, oratória, etc.
E já que estamos falando sobre criação, o que nos interessa aqui é o processo artístico.
Cada um de nós possui um perfil em particular, seja tímido, extrovertido, alegre, agressivo, meticu-
loso, etc. Somos assim devido a uma índole nata e uma série de fatores que nos cercam: a família,
onde vivemos, nossos amigos, gostos pessoais, leitura, etc. Isso ao longo de nossa existência vai se
transformando, seja por mudança dos elementos anteriormente descritos, seja por um aprimoramento
do intelecto. Então, sob a influência de determinados preceitos, iremos agir de modo particular.
Cada um irá interpretar a informação de seu jeito. Mas é importante salientar que é vital a absorção
constante de informações diversas, e com isso, ter um leque infindável de opções para responder,
seja pela palavra escrita, corporal ou manual. E as fontes de informação são inúmeras: debates de
ideias, leitura, cinema, TV, música, observação.
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INTERPRETAÇÃO DE ROTEIRO
Na observação, reside uma das chaves para a agilidade de pensamento: veja como as pessoas
agem, como elas se manifestam, observe detalhes de postura, comunicação (o que elas querem real-
mente dizer), claro, sem julgar.
Crie o hábito de observar detalhes do dia-a-dia que passam desapercebidos e também os óbvios. Ex-
plore possibilidades diversas para coisas comuns. Fique atento aos sons à sua volta, eles podem es-
tar contando histórias ou fragmentos. Sensações são igualmente importantes.
Com o conhecimento dos elementos que nos cercam a criação flui mais facilmente. Não há como en-
sinar a ter uma ideia, mas como você pode desenvolvê-la até que se torne em algo interessante, com
conteúdo. Como foi dito antes, nosso cérebro trabalha bem, é comum termos várias ideias perambu-
lando em nossos pensamentos. A comparação de informações com tudo que fazemos está ligada à
essa interpretação.
Mas, quando determinamos um objetivo, algo em que direcionar as ideias esparsas, de forma que
elas combinem entre si, então conseguiremos formar algo criativo.
Relacione assuntos, veja se eles podem combinar ou ter sequência, tire os que não se encaixam, la-
pide bem isso tudo até que o amontoado de ideias tenha coerência. Para isso, siga o que foi dito, ab-
sorva toda a informação que puder e, é claro, interprete-a criando possibilidades infinitas. Uma dica é
anotar tudo que parecer interessante e o que não é, pois isso pode servir em outra ocasião. Faça um
arquivo de ideias. Mas sempre tenha um tema, um objetivo para alinhar os pensamentos.
Criação de Personagens
Muito se engana quem pensa que o mais importante no design de personagem é o traço ou a habili-
dade artística do ilustrador. O ponto chave de um personagem é sua personalidade. É preciso ter um
toque único, ou vai sumir no meio de tantos mal projetados que existem por aí.
É preciso dar vida a eles e imaginá-los como pessoas reais. Como agiriam em tal situação? Ficariam
irritados? Sorririam? Essas características são representadas em pequenos detalhes: a postura, rou-
pas ou acessórios.
Um dos elementos que são mais marcantes dentro de um jogo com certeza são os personagens.
Eles são os principais responsáveis para criar um vínculo entre o jogador e jogo.
Tenho certeza que você conhece pelo menos um jogo que possui um personagem que é bem mar-
cante, mesmo que você não tenha jogado o jogo ao qual ele pertence. Personagens marcantes
conseguem quebrar a fronteira do jogo e se tornar um ícone a parte.
Isso é a prova de que criar um personagem muitas vezes não é uma tarefa fácil. Criar um persona-
gem é muito mais do que desenhá-lo ou conceber as sua aparência geral, para que ele seja relevante
ele precisa ser projetado e projeto não é somente inspiração, aliás, como sabemos, é mais transpira-
ção do que inspiração.
Comece definindo a história desse personagem, todo personagem precisa ter uma história pois ela
ajudará a transmitir muito da personalidade dele. Crie um resumo da história dele e de alguns even-
tos que aconteceram até o momento do jogo.
Inclua eventos importantes em seu passado e também a relação dele com outros personagens, por
mais simples que seja essa história ela ajudará seu personagem a ter mais identidade.
Além de sua história, é importante que você elabore a motivação dele. Definir os objetivos de um per-
sonagem é altamente importante pois isso irá ajudar a definir as atitudes dele e sua posição no jogo.
Essa é uma das partes que considero ser uma das mais legais por que você pesquisa referências, faz
os esboços e pode ver o seu personagem ir surgindo gradativamente.
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INTERPRETAÇÃO DE ROTEIRO
Quando criar a aparência do seu personagem, tenha sempre em mente que ela de alguma forma
deve ser uma síntese das principais características dele. Essas características são expressas através
do traje, do penteado, da expressão facial, das armas ou acessórios, das cores etc.
Os personagens mais marcantes de todos os tempos conseguem transmitir muito sobre sua história e
motivação unicamente através de elementos visuais.
A definição do nome de um personagem é muito importante, porém ela não deve ser aleatória e muito
menos sem levar em conta a aparência dele.
Escolher o nome do seu personagem sem levar em consideração a aparência vai soar tão estranho
quanto aquelas pessoas jovens que receberam o nome do avô que viveu em outra época.
O nome carrega uma carga de significados muito grande e transmite muito sobre a personalidade do
personagem, escolha o nome dele tendo ao menos um esboço dele a sua frente. De preferência es-
colha o nome apenas depois de ter um sketch do design dele. Isso o ajudará a escolher um nome
que esteja de acordo com a aparência dele e consequentemente dará mais identidade ao seu perso-
nagem.
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
Existem alguns padrões de formatação para roteiros, sendo que cada um tem um propósito. Mas to-
dos eles podem ser divididos em 3 partes básicas: cabeça de cena, rubrica e diálogo. O padrão de
formatação utilizado no cinema, por exemplo, faz com que cada página do roteiro represente o equi-
valente a 1 minuto de filme. Assim, um roteiro com 100 páginas pode indicar que o filme terá aproxi-
madamente 100 minutos. Para obter esse resultado, regras com o tamanho da fonte, margens e posi-
ção do texto devem ser respeitadas.
Por isso, nesse post vamos mostrar como formatar seu roteiro dentro dessas três partes básicas.
Será mais um guia para você consultar e preparar o seu roteiro de maneira correta.
Uma sugestão é utilizar a fonte em negrito para destacar essa parte do resto do roteiro. E claro, sem-
pre pulando uma linha entre o final da cena anterior.
Uma ordem lógica para você escrever a cabeça de cena pode ser essa:
Parte 2: rubrica
é a parte que contém a descrição do cenário, da ação da cena, indicações técnicas e os textos das
legendas, que podem por ventura entrar na tela.
Também não tem segredo para escrever a rubrica. Tenha em mente apenas uma dica: agrupe por
parágrafos cada elemento. Por exemplo, escreva toda a descrição do cenário em um parágrafo. No
parágrafo seguinte coloque a descrição da ação. No terceiro parágrafo aponte as informações técni-
cas e as legendas, faça num quarto parágrafo.
Você pode usar a mesma fonte utilizada na cabeça de cena, mas sem estar em negrito. E procure
sempre começar a escrever a rubrica a partir da linha de baixo da cabeça de cena. Vamos ao exem-
plo:
a sala é pequena, tem paredes azuis e muitos móveis. As luzes estão apagadas, e o ambiente é ilu-
minado pela luz da tv.
Pedrinho está sentado no sofá jogando videogame. Ele está concentrado na tela, pressionando os
botões com rapidez, transpirando e mordendo a língua.
O botão de pular apresentação aparece no canto direito da tela. Logo abaixo, aparece o botão ajuda.
Legenda: seja bem-vindo ao curso sobre física. Logo mais você conhecerá pedrinho, um garoto es-
perto que está aprendendo as principais noções de física pelo seu próprio game de futebol.
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
Parte 3: diálogo
Formatar um diálogo é muito simples. Basta prestar atenção para colocar o nome do personagem an-
tes do que ele dirá e pronto. Não tem segredo. A única sugestão é também pular uma linha depois da
rubrica antes de iniciar o diálogo. Não esqueça de usar a mesma fonte da rubrica para o roteiro não
virar uma mistura de fontes, o que é ruim para a leitura. Vamos para o exemplo.
A sala é pequena, tem paredes azuis e muitos móveis. As luzes estão apagadas, e o ambiente é ilu-
minado pela luz da tv.
Pedrinho está sentado no sofá jogando videogame. Ele está concentrado na tela, pressionando os
botões com rapidez, transpirando e mordendo a língua. A cada jogada realizada, pedrinho comemora.
A mãe de pedrinho entra na sala.
O botão de pular apresentação aparece no canto direito da tela. Logo abaixo, aparece o botão ajuda.
Legenda: seja bem-vindo ao curso sobre física. Logo mais você conhecerá pedrinho, um garoto es-
perto que está aprendendo as principais noções de física pelo seu próprio game de futebol.
Mãe do pedrinho: (mais calma) vem pedrinho, você vai ver que é divertido aprender sobre física.
Repare que inserimos entre parênteses indicações específicas para as falas do pedrinho e da mãe do
pedrinho. Isso é chamado de rubrica de personagem e serve para o ilustrador trabalhar a expressão
do personagem no momento dessa fala, ou no caso de um ator trabalhar a emoção na hora certa.
Se por acaso, depois da fala do pedrinho uma outra ação começar, é só pular uma linha, escrever a
rubrica da nova ação e seguir a cena. Lembre-se, você só mudará para a cena seguinte quando ocor-
rer mudança de cenário ou de tempo, ou seja, passando do dia para a noite.
Veja o exemplo:
Cena 1 – int – sala da casa do pedrinho – dia a sala é pequena, tem paredes azuis e muitos móveis.
As luzes estão apagadas, e o ambiente é iluminado pela luz da tv.
Pedrinho está sentado no sofá jogando videogame. Ele está concentrado na tela, pressionando os
botões com rapidez, transpirando e mordendo a língua. A cada jogada realizada, pedrinho comemora.
A mãe de pedrinho entra na sala.
O botão de pular apresentação aparece no canto direito da tela. Logo abaixo, aparece o botão ajuda.
Legenda: seja bem-vindo ao treinamento. Logo mais você conhecerá pedrinho, o melhor jogador de
futebol virtual do brasil.
Mãe do pedrinho: (mais calma) vem pedrinho, você vai ver que é divertido aprender sobre física.
Pedrinho larga o controle no sofá, se levanta, desliga o videogame e caminha cabisbaixo para a cozi-
nha.
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
Se por acaso você precisar acrescentar uma descrição do menu do curso que está desenvolvendo,
tela de ajuda, ou outras partes que não sejam cenas especificamente, não tem problema, basta criar
a cabeça de cena com o nome menu do curso e pronto. Depois, siga escrevendo a rubrica com infor-
mações técnicas para o menu.
A primeira noção importante para compreender um filme é a forma como as imagens e os sons estão
organizados dentro do todo. Quando os primeiros filmes foram produzidos, tanto os irmãos lumiére,
na frança, quanto thomas edison, nos estados unidos, utilizaram a linguagem cinematográfica em seu
nível mais simples.
Eles colocavam o filme virgem (que ainda não recebeu a imagem) dentro da câmera e, com o auxílio
de uma manivela, “rodavam” o filme até ele acabar, o que geralmente acontecia depois de um minuto.
À medida que o filme passava na frente da objetiva, era exposto à luz. Graças ao obturador, cada pe-
daço do filme registrava uma imagem, que chamamos até hoje de “fotograma”. Nas câmeras de vídeo
digital, os fotogramas correspondem, grosso modo, aos arquivos individuais de imagem que vemos
quando damos um “pause” na imagem contínua.
Cinema e vídeo digital têm uma palavra em comum para essas imagens individuais: quadros. O ritmo
das imagens no cinema, desde que foi inventado o som sincronizado, em 1927, é de 24 quadros por
segundo.
Quando a imagem eletrônica da televisão foi lançada, o seu ritmo foi padronizado em 30 quadros por
segundo, mas hoje há muitas outras possibilidades, inclusive a de usar o mesmo ritmo do cinema. Na
prática, o que interessa é que o ritmo seja superior a 11 imagens por segundo, para que tenhamos a
ilusão de movimento.
Voltando às origens do cinema: quando os irmãos lumiére retiravam o filme já exposto da câmera,
simplesmente o revelavam (um processo químico) e o projetavam inteiro numa sala escura. Eles cha-
maram esse espetáculo de “cinematographo”.
O tempo de todo o filme virgem dentro da câmera, aproximadamente um minuto, virava o tempo do
filme exibido publicamente. Os irmãos lumiére filmaram a saída dos operários de uma fábrica, a che-
gada de um trem na estação, um bebê sendo alimentado pelos pais e uma série de outras ações sim-
ples. Não tinham a intenção de contar uma história, e sim registrar movimentos.
Esses filmes também eram chamados de “vistas animadas”, por razões óbvias. Vamos agora dar no-
mes contemporâneos para alguns dos procedimentos dos irmãos lumiére.
Chamamos de tomada (em inglês, “take”) tudo que é registrado pela câmera desde o momento em
que ela é ligada (rec) até o momento em que ela é desligada (pause ou stop).
Chamamos de plano (em inglês, “shot”) tudo que é mostrado para o espectador de forma contínua,
isto é, como uma sucessão de imagens em movimento sem interrupção de qualquer tipo.
Cada vez que um plano é repetido, dizemos que trata-se de uma nova tomada. Isso fica registrado na
claquete da seguinte forma: plano 27 / tomada 1; plano 27 / tomada 2; plano 27 / tomada 3…; e as
repetições acontecem até que o plano esteja corretamente filmado (na opinião do diretor).
Chamamos de cena (em inglês, “scene”), um conjunto de planos que acontecem no mesmo lugar e
no mesmo momento.
Chamamos de filme um espetáculo de imagens em movimento (mais tarde acompanhadas por som),
formado por uma ou mais cenas, que tem começo, meio e fim, e “mostra” alguma coisa acontecendo
numa sucessão temporal.
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
Nos filmes dos irmãos lumiére, essas quatro noções se fundem. O filme se constitui de uma única
cena, formada por um único plano, que é exatamente a tomada registrada pela câmera.
Filmar (apenas uma vez) a chegada do trem na estação, com o operário recebendo o amigo.
Atenção – não é preciso filmar nessa ordem! Você poderia começar filmando a estação, e depois fil-
mar a fábrica.
Juntar (com durex, por exemplo) as duas tomadas, colocando antes a saída da fábrica e depois a
chegada do trem.
Projetar o resultado como um filme único, que conta a história de um operário que sai da fábrica e vai
receber um amigo que está chegando de trem na estação.
O momento em que a última imagem da fábrica é sucedida, instantaneamente, pela primeira imagem
da estação, chamamos de corte.
Na sua produção, temos duas tomadas, que são utilizadas inteiras como os dois planos (e também as
duas cenas) de um filme. A articulação entre os dois planos é feita pelo corte. Pronto: você acaba de
criar a montagem cinematográfica, pela manipulação de dois planos diferentes, unidos pelo corte, que
agora constituem uma única narrativa.
Agora imagine que você, ao ver o filme, percebe que o começo da tomada da fábrica tem um defeito
qualquer (o operário demora a abrir a porta e sair, por exemplo).
O mesmo acontece com a tomada do trem (o operário e o amigo já estão juntos, apertam as mãos e
nada mais de interessante acontece; tá chato). O que você pode fazer para tornar seu filme mais inte-
ressante? Continuar montando.
Você pega a tomada da fábrica e retira (corta fora) os cinco primeiros segundos. Você pega a tomada
da estação e retira os últimos cinco segundos. Assiste de novo ao filme. Ficou melhor! Mas agora
você percebe que também pode melhorar o final da tomada da fábrica e o começo da tomada da es-
tação. Novos cortes.
O durex (ou a ilha de edição) volta a funcionar. Pronto: você acaba de criar a manipulação do ritmo
cinematográfico, uma das principais tarefas da montagem. E, no final das contas, você acaba de criar
também os rudimentos da linguagem cinematográfica.
Plano – é tudo que está entre dois cortes. Previsto no roteiro, adquire sua constituição final na monta-
gem.
Tomada – é tudo que a câmera registra, desde o momento em que é ligada até o momento em que é
desligada. É uma noção de filmagem. Um mesmo plano pode ser filmado várias vezes, gerando, as-
sim, várias tomadas.
Cena – conjunto de planos que acontecem no mesmo lugar. Sempre que a ação muda de lugar, troca
a cena.
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
Sequência – conjunto de planos (ou cenas) que estão interligados pela narrativa. O lugar pode variar,
mas a ação tem continuidade lógica.
Poderíamos dizer, por exemplo, que o seu filme tem duas cenas (a cena da fábrica e a cena da esta-
ção), mas uma única sequência (a sequência em que o operário sai da fábrica e recebe seu amigo na
estação).
A melhor maneira de aprender a escrever um roteiro na formatação correta sempre é ler a maior
quantidade possível de roteiros prontos. Só assim o escritor conseguirá obter um conhecimento avan-
çado do processo de construção da obra no formato master scenes. Aqui apresentarei apenas o bá-
sico.em termos gerais, o roteiro de cinema pode ser basicamente dividido em quatro partes: cabeça-
lho de cena, ação, diálogos e transições.
Talvez eu desça com você.John você quer vir? Charlotte claro.John(não quer que ela vá)parenthetical
ok.Cut to:transiçãoimportante: a escrita do roteiro só deve ser iniciada após o autor ter estabelecido
toda a estrutura de sua história e de ter preparado uma descrição resumida de cada cena e persona-
gem. A escrita do roteiro é o penúltimo passo para a elaboração de uma obra, sendo a revisão do ro-
teiro o último passo.
Nada de se apressar e iniciar a escrita do script sem planejamento.1. Cabeçalho de cenaserve para
introduzir uma nova cena. Na grande maioria das vezes teremos uma nova cena quando ocorrer uma
mudança no espaço e/ou tempo no roteiro. Escrito sempre em maiúsculas, o cabeçalho é composto
por três elementos:
* tipo de localidade: int. (interior) ou ext. (exterior). Serve para a equipe de produção determinar a lo-
gística e os locais de filmagem. Se a câmera percorrer o ambiente, podemos ter algo como int./ext.,
mas esse tipo de escrita não é recomendado, deixando a escolha para o diretor.
* a localidade: o nome do local. Por exemplo: casa de veraneio. Em alguns casos devemos especifi-
car um local dentro de outro: casa de veraneio - cozinha.
* o tempo: aqui o autor irá usar na grande maioria dos casos ou dia ou noite, mesmo se o tipo de lo-
calidade for interior. Em raras ocasiões veremos termos como entardecer ou amanhecer. Só se for
necessário para o andamento da história. Se a cena precisar do uso do relógio, poderemos usar o
tempo exato: 1:15, meia-noite, 1984.muitos escritores numeram as suas cenas.
A numeração aparece antes e depois do cabeçalho:1 ext. Estádio - dia 12. Ação é o que basica-
mente ocorre na cena. O autor pode introduzir a ação com uma pequena descrição, caso seja a pri-
meira vez que o local apareça no roteiro. Seja sutil na escrita, e não exagere nas descrições. Um ro-
teiro de cinema não é escrito da mesma forma que um romance literário! Devemos descrever apenas
o necessário para o andamento e entendimento da história.
Deve-se evitar ao máximo dar ordens diretas para o diretor sobre posicionamento de câmera e ângu-
los de filmagem. Devemos notar que muitos autores não respeitam muito essa recomendação e aca-
bam às vezes querendo agir como diretores.ao invés de escrever um largo bloco de texto, divida a
ação em pequenas partes com uma linha de espaço.
Dessa forma, até ângulos de filmagem podem ser sutilmente sugeridos ao diretor, sempre com cui-
dado.int. Quarto de neo - dianeo acorda de um sono profundo, se sentindo melhor. Ele começa a se
auto-examinar. Há um cabo futurista conectado em seu antebraço. Ele o retira, observando a tomada
enxertada em sua pele.ele passa a mão sobre a cabeça, sentindo um curto cabelo que agora a cobre.
Seus dedos acham e exploram uma larga tomada na base do seu crânio.logo que ele começa a se
descolar, morpheus abre a porta.é aconselhável o escritor escrever sempre no tempo presente.os
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
personagens são primeiramente introduzidos na ação, e toda vez que um novo personagem for intro-
duzido ele deve aparecer em letras maiúsculas. A maioria dos personagens também devem ser des-
critos de forma resumida quando aparecem pela primeira vez. Essa descrição deve ser basicamente
uma descrição física: no ringue temos dois pesos pesados. Um branco e o outro negro. O lutador
branco é rocky balboa.
Ele tem trinta anos. Sua face tem cicatrizes e é rígida em torno do nariz. Seu cabelo preto brilha e
pende sobre seus olhos. Além da introdução de personagens, as letras maiúsculas na ação algumas
vezes são utilizadas ao se referirem a um som (um grito, um assobio) , a objetos utilizados (um revol-
ver, um martelo), e qualquer outra coisa que o escritor queira chamar a atenção. Fica a critério do au
tor, mas é bom não exagerar. Quando uma cena é interrompida devido ao fim de uma página, alguns
escritores utilizam o termo (continua), com alinhamento justificado na direita, onde era para ser a tran-
sição.
Na página seguinte escrevem continua, com alinhamento justificado para a esquerda, no lugar do ca-
beçalho de cena.3. Diálogoso bloco de diálogo é composto de dois componentes obrigatórios, perso-
nagem e diálogo, e um opcional, o parenthetical.os blocos de diálogos mais comuns usam apenas o
nome do personagem e o que ele diz:alvy oh, você é uma atriz.Annie hall bem, eu faço comerciais,
algo assim...o parenthetical deve ser utilizado somente para indicar algo que não tem como escrever-
mos de outra forma no script.
O parenthetical deve indicar uma ação ou emoção de um personagem, ou a direção de sua fala:annie
(sorrindo) bem, eu...(uma pausa) você é o que vovó hall chamaria de verdadeiro judeu.Alvy (limpando
sua garganta)oh, obrigado.evite dizer para o ator como ele deve fazer o seu trabalho.
Por isso tenha muito cuidado com os parentheticals. Nenhum ator gosta de receber ordens do escri-
tor. A escrita do roteiro deve ser boa o suficiente para o ator entender a expressão facial que ele de-
verá utilizar sem precisar toda hora ler um parenthetical.se uma ação é colocada entre os diálogos de
um mesmo personagem, devemos indicar que o diálogo continua escrevendo (cont) após o nome do
personagem.se um diálogo é interrompido pelo final da página, escrevemos (mais) embaixo do diá-
logo com a mesma margem do nome do personagem. Na página seguinte escrevemos (cont) ao lado
do nome do personagem.
Quando o escritor precisa do diálogo de um narrador, ele deve usar o termo v.o., de voice over ao
lado do nome do personagem: Lester (v.o.) meu nome é lester burnham. Este é meu bairro. Esta é
minha rua. Esta é...minha vida.
Tenho quarenta e dois anos. Em menos de um ano eu estarei morto.quando um personagem está
falando em uma cena mas não aparece na tela, usamos o termo o.s. De off screen ao lado do seu
nome:close em um rádio de madeira, tocando uma música quieta. A visão é a de um quarto escuro,
com cortinas impedindo a luz do sol. Michael (o.s.)
Teremos uma quieta cerimônia civil no salão da cidade, sem agitação,sem família, apenas alguns
amigoscomo testemunhas.4. Transiçõesassim que a primeira imagem aparecer na tela temos que es-
crever fade in no roteiro, dar duas linhas de espaço e começar a primeira cena. Na esmagadora mai-
oria das obras, fade in é a primeira coisa que o autor escreve.
Quando a imagem desaparece da tela, como no fim de um filme, escrevemos fade out. Após a última
transição do filme, dar três linhas de espaço e escrever com alinhamento centralizado the end.a tran-
sição mais comum é cut to (cortar para), que significa cortar para uma outra cena. Muitos escritores
não utilizam mais o cut to entre as cenas, pois presume-se que a própria introdução de um novo ca-
beçalho de cena já seja suficiente para indicar a mudança. Além disso, para muitos é papel do diretor
fazer a passagem de uma cena para a outra, e não do roteirista.5. Formatandonão há uma regra obri-
gratória para a formatação.
O roteirista não pode é variar de forma radical o modelo sugerido chamado de master scenes, cujas
características básicas estamos aqui analisando. Existem pequenas variações entre os roteiros. Se-
guindo a formatação master scenes, cada página de roteiro tem em média um minuto.para uma me-
lhor construção de roteiros, existem alguns programas de computador que já formatam o script auto-
maticamente. O melhor deles na minha opinião é o final draft, que é também o mais caro. Existe o
celtx que tem algumas funcionalidades de graça, existe em português e faz um razoável trabalho. Re-
centemente, tenho também usado o scrivener, tanto para mac quanto para windows. Para quem sabe
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NOÇÕES BÁSICAS DE ROTEIRO TV
Inclusive existem roteiros que mudam ligeiramente a formatação mais comum. Saiba analisá-los e di-
ferenciá-los e vá criando o seu estilo.evite escrever em itálico, negrito, ou sublinhado.o tipo de papel
utilizado é o carta (letter) de 21,59cm x 27,94cm.a capa não é numerada e nem conta como uma fo-
lha no script.
Ela deve conter o nome da obra e do autor centralizados na página. Na última linha deve conter o co-
pyright e o contato.a fonte do roteiro tem que ser sempre courier new tamanho 12.a numeração da
página deve ser feita na parte superior direita.
5.1 margens- margens superior e inferior - 2,5cm- margem da esquerda - 3,8cm- margem da direita -
2,5cm- cabeçalhos de cena - 3,8cm- ação - esquerda 3,8cm- personagem - 9,4cm- parenthetical - es-
querda 7,8cm, direita 7,4cm- diálogo - esquerda 6,5cm - direita 6,5cm (justificado para a esquerda)-
transição - alinhamento justificado para a direita (exceto fade in, que tem margem de 3,8cm na es-
querda, a mesma da ação).
5.2 espaçamentoespaçamento simples (nenhuma linha de espaço, apertar uma vez a tecla enter): -
entre o personagem e o parenthetical - entre o personagem e o diálogo - entre o parenthetical e o diá-
logoespaçamento duplo (uma linha de espaço, apertar duas vezes a tecla enter): - cabeçalho de cena
para a ação - ação para ação - ação para nome do personagem - diálogo para ação - diálogo para
nome de outro personagem - diálogo para cabeçalho de cena - ação para cabeçalho de cena - ação
para transição - diálogo para transição - transição para cabeçalho de cenapodemos ver que temos
espaçamento simples apenas no bloco de diálogos, sendo o restante do roteiro escrito na sua maioria
com espaçamento de uma linha (duplo enter)
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EDIÇÃO DE JORNAIS INTERNOS E PUBLICAÇÕES
A comunicação institucional serve para coordenar as diversas ações dentro de uma empresa, sejam
elas de marketing, relações públicas e publicidade. Para um discurso singular, as mensagens e infor-
mações divulgadas precisam estar em constante sintonia e atualização.
Por isso, a comunicação desempenha um papel de elo para que a mensagem transmitida ao público
seja fidedigna, precisa e transparente sobre o que a organização quer transmitir. Uma pesquisa da
Accenture Strategy, denominada “Global Consumer Pulse”, revelou que 83% dos consumidores brasi-
leiros preferem comprar de empresas que se posicionam e são transparentes com seus valores.
Mas se engana quem pensa que a comunicação institucional só visa o público externo. Ela é funda-
mental para o público interno de qualquer organização. A comunicação institucional, por meio da co-
municação interna, pode auxiliar e muito na melhora do clima organizacional, na produtividade, no
cumprimento de metas e no alcance de resultados.
Antes de qualquer outro grupo, os funcionários precisam estar alinhados às diretrizes e valores da
empresa e atualizados quanto ao andamento do negócio.
É através desta comunicação que a organização poderá mostrar, por exemplo, o comportamento orga-
nizacional da instituição, sua missão, sua visão, seus valores, suas políticas e práticas de trabalho,
assim como os seus objetivos enquanto instituição. A comunicação institucional deve ser objetiva e de
fácil absorção pelo público, considerando as limitações e possíveis dificuldades de interpretação com
relação à linguagem utilizada.
A comunicação institucional é composta por outros instrumentos da comunicação como: relações pú-
blicas, jornalismo empresarial, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda institucional, marke-
ting social e cultural, editoração multimídia e imagem corporativa.
No caso da comunicação com o público externo, a produção de conteúdo, gestão e gerenciamento das
redes sociais, de blogs e sites institucionais, campanhas e ações de comunicação e marketing digitais,
eventos de lançamento, relacionamento e atendimento à imprensa, produção de vídeos institucionais,
além de canais que possibilitem o relacionamento direto com clientes são alguns exemplos dessas
ferramentas.
Para isso, é preciso desenvolver estratégias que alinhem a cultura organizacional ao discurso da em-
presa para que seus objetivos, metas, valores sejam conhecidos por todos, bem como os resultados
alcançados.
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EDIÇÃO DE JORNAIS INTERNOS E PUBLICAÇÕES
Uma boa comunicação institucional auxilia a empresa a consolidar não só sua missão, visão e valores,
mas também sua personalidade, projetos, ações e resultados para um determinado público ou a soci-
edade em geral.
Além disso, para a comunicação institucional ter êxito é essencial conhecer o público para quem se
quer falar e se deve comunicar. Pesquisas são peça chave para identificar as características destes
públicos-alvo, bem como os canais de comunicação que serão utilizados para cada um. Esse diagnós-
tico ajuda nos ajustes da estratégia ao longo do tempo, pois podem ser versáteis e mudar de acordo
com as tendências de mercado e comportamento.
De nada adianta promover uma série de ações e comunicações que não conversam e muito menos
engajam seu público ou ainda que estejam ultrapassadas.
A comunicação não é feita de uma ação só ou de um comunicado apenas. Ela precisa ser consistente
e contínua. Por isso, a importância de um planejamento com todas as iniciativas que serão adotadas
durante o ano. É importante ainda definir projetos específicos e de curta ou média duração com focos
de comunicação mais estratégicos, a depender dos objetivos, tendências e prioridades de cada mo-
mento.
Defina missão, visão e valores: Esse é o primeiro passo para determinar o que é importante para a
empresa e qual o seu posicionamento. São os três pilares básicos para estabelecer o tom da comuni-
cação institucional.
Entenda seu público-alvo: Para alcançar os melhores resultados, a organização deve conhecer quem
deseja impactar. Assim, é possível definir o tipo de conteúdo mais adequado.
Foque em relacionamento: Uma comunicação institucional de excelência tem como característica prin-
cipal o foco nos relacionamentos, ao invés de vendas. É necessário deixar claro que o público importa
mais do que qualquer coisa.
Investimento em políticas internas: Durante as ações realizadas pela comunicação institucional, o pú-
blico interno jamais pode ser ignorado. Os colaboradores são o primeiro contato entre a informação e
a instituição, e por isso devem estar sempre a par do que acontece.
Monitore resultados: Para avaliar se as estratégias da comunicação institucional foram de fato positi-
vas, é importante que haja uma forma de mensuração de resultados. Assim, é possível também corrigir
possíveis ruídos e aplicar novos conhecimentos em ações futuras.
Uma boa comunicação institucional auxilia a empresa a consolidar não só sua missão, visão e valores,
mas também sua personalidade, projetos, ações e resultados para um determinado público ou a soci-
edade em geral.
Empresas como Coca-Cola, Skol, Heineken, Hemmer (famosa marca de ketchups, maioneses e mos-
tardas), OMO, Brastemp, Bombril e Natura abusam de elementos da comunicação institucional para
consolidarem sua identidade por meio de suas marcas.
Aliado às suas identidades inconfundíveis, estão relacionadas uma série de características essenciais
para uma comunicação institucional efetiva: personalidade, valores, missão e nicho que atuam e pro-
dutos/negócios que oferecem.
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EDIÇÃO DE JORNAIS INTERNOS E PUBLICAÇÕES
Vale destacar que mesmo com uma forte identidade, todas tiveram que passar por ajustes ao longo
dos anos, sejam eles relacionados a questões de inclusão social, de gênero, de responsabilidade so-
cial, conscientização e preservação do meio ambiente e práticas de alimentação mais saudável, por
exemplo. Por isso, a importância da comunicação e seu planejamento serem contínuos e constante-
mente atualizados e repensados.
O profissional de comunicação institucional pode ainda ser responsável por diversas produções e ges-
tão de conteúdo dentro da organização, como jornais, revistas e boletins corporativos, além das redes
sociais e vídeos institucionais. Além de tudo isso, esse especialista é apto a atuar com a gestão de
crises e cuidar de iniciativas de responsabilidade socioambiental, por exemplo.
Relações Públicas.
Comunicação Social.
Jornalismo.
Jornalismo Empresarial.
Assessoria de Comunicação.
Assessoria de Imprensa.
Propaganda Institucional.
Identidade Corporativa.
A comunicação mercadológica tem como objetivo a divulgação de estratégias que reforçam a imagem
das marcas, produtos ou serviços de uma empresa, visando a sustentabilidade e a lucratividade.
A comunicação publicitária também tem foco em vendas. Mas, nesse caso, o objetivo é chamar a aten-
ção do público, influenciando a opinião do cliente.
Já a comunicação institucional, como vimos, tem foco mais relacionado à divulgação dos valores e da
cultura organizacional de uma empresa.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Redação Publicitária
As palavras têm o poder de conectar pessoas e espalhar mensagens. E os textos são a compilação de
palavras e ideias e que podem ser usados em diversas ocasiões. Ou seja, representam uma ferramenta
estratégica para a elaboração de redações publicitárias, pois desenvolver o conteúdo adequado a cada
segmento de público-alvo é extremamente importante para empresas que querem consolidar seu ne-
gócio. Afinal, é ele que garante o tráfego qualificado para os sites e, consequentemente, as conversões.
Todas as profissões têm um manual de boas práticas. Mesmo que essas regras não estejam elencadas
materialmente, há geralmente um consenso do que é indicado fazer ou não em determinado trabalho.
No mundo da publicidade e comunicação em geral, o produtor de conteúdo não deve cometer erros na
hora de produzir textos. Um conteúdo de má qualidade, preconceituoso ou ofensivo pode acabar com
a credibilidade de um negócio e até destruir uma marca.
É verdade que um redator publicitário tem licença poética para “brincar” com as palavras e regras gra-
maticais com o propósito de atrair a sua persona. Mas tudo deve ser feito com bom senso e com a
consciência de que o objetivo central é que o destinatário entenda a mensagem e tenha a reação
prevista no planejamento e desenvolvimento da peça.
Na produção de texto, alguns detalhes fazem toda a diferença. Elencamos alguns erros que não devem
ser cometidos.
O humor pode ser usado nas redações publicitárias desde que tenha a função de criar vínculo e empatia
com o leitor em determinados momentos. Mas a escolha desse caminho dependerá de uma série de
fatores.
A persona se identificaria com esse tipo de conteúdo? A marca tem afinidade com essa forma de abor-
dagem? Essa análise é muito importante para não cometer gafes.
Já imaginou encontrar trocadilhos e piadinhas em um texto médico ou jurídico que abordam um assunto
grave? Certamente, isso daria ao leitor a impressão de que a empresa gosta de brincar com assuntos
sérios e a credibilidade da marca seria comprometida.
Outro fator que deve ser evitado é a linguagem inadequada a determinado segmento. Por isso, é tão
importante identificar o seu público-alvo e personificar o seu cliente ideal na forma de uma persona.
Desse modo, será possível pensar em como aquele público quer receber conteúdo e, posteriormente,
definir abordagens para persuadir o usuário. Por exemplo, se a persona for alguém de 25 a 35 anos,
que tem como hobby jogar videogames e consumir filmes e seriados estrangeiros, será possível criar
um conteúdo mais jovem e até com alguns estrangeirismos e gírias (sem exagero, claro). Em outros
casos, como no caso de grandes executivos ou mesmo pesquisadores, será imprescindível evitar gírias
e coloquialismos.
O mais importante, entretanto, é que, ainda que o conteúdo seja escrito para um público específico,
qualquer pessoa consiga, pelo menos, ler e entender o que está proposto naquele texto.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Apesar de ser de extrema importância, a escaneabilidade ainda é um fator ignorado por muitos reda-
tores publicitários. Esse princípio visa dinamizar a leitura de um texto, visto que, apesar de estarmos
aumentando o tempo em que permanecemos conectados, o tempo que temos para ler e absorver con-
teúdo é cada vez menor.
Escrever com escaneabilidade é produzir os textos em blocos e unidades que facilitem a leitura. É
indicado que cada parágrafo tenha entre 3 e 6 linhas e que subtítulos sejam criados para separar os
temas na forma de tópicos. As imagens, as palavras em negrito e as listas também ajudam a colocar
em evidência a essência do texto. Mas nada de exageros, hein?!
Dessa forma, o leitor conseguirá captar rapidamente a ideia central do texto e perceber se é aquele
conteúdo mesmo que ele estava procurando. Se for, ele passará mais tempo no seu site e poderá até
se interessar por outros conteúdos linkados no texto.
Nada afasta mais um leitor do que eles. Não há desculpas para o cometimento de erros de português,
pois podem acabar com a credibilidade de quem está passando a informação. Imagine que você é
especialista em uma área e está escrevendo um e-book sobre o tema.
Logo nas primeiras páginas, o leitor percebe a palavra análise escrita com Z, assessoria com Ç e outros
equívocos ortográficos e gramaticais. Nesse momento, ele começa a se questionar se realmente você
é especialista da área, considerando que nem consegue escrever corretamente.
E além da correção gramatical, preocupe-se também com a clareza e tome muito cuidado na hora de
cortar trechos do texto. Você pode excluir informações preciosas e que davam sentido ao assunto.
Imagine que você é um usuário fazendo uma pesquisa na internet para comprar um novo produto. De
repente, você encontra um texto que supostamente teria a ver com esse produto, mas, ao ler o conte-
údo, você percebe que não é exatamente uma análise sobre o produto. Apenas uma série de informa-
ções inúteis para você naquele momento. Frustrante, não acha?
Criar uma pauta evita que erros como esse aconteçam. Ao seguir as direções indicadas nela, você terá
a certeza de que o conteúdo elaborado estará alinhado com o propósito do produto e com as estratégias
da marca e que conterá palavras-chave adequadas para aquele conteúdo.
Os sinais de pontuação existem dar sentido às frases. Esses recursos, entretanto, têm objetivos espe-
cíficos, como mudar a entonação daquilo que está escrito, evidenciar se a frase é uma pergunta ou dar
ênfase a uma informação. Evita usá-los repetidamente num mesmo ponto, pois essa “estratégia” não
exaltará a informação e nem atrairá a atenção do leitor.
Por fim, é importante sempre revisar o conteúdo e, se possível, pedir que outros profissionais o revisem
também.
Toda empresa deseja atrair e conquistar clientes. E essa é uma tarefa complicada, que exige muito
empenho dos empresários e dos seus colaboradores.
Para tornar esse processo um pouco mais fácil é importante investir em ações de marketing que vão
contribuir para a divulgação e para a exposição da sua marca.
Na ponta desse processo está a redação publicitária — técnica responsável por conceituar as campa-
nhas de divulgação e um dos pilares da Publicidade.
Apesar do nome, a redação publicitária não consiste apenas na produção de textos e abrange todo o
processo criativo essencial para as atividades de comunicação.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Dessa forma, o redator publicitário atua desde a criação do conceito de uma ação de marketing até
o fechamento da campanha de divulgação. Um trabalho essencial para qualquer mecanismo de propa-
ganda utilizada por uma empresa.
A técnica
Uma campanha de marketing começa com a definição de um objetivo e a identificação de qual público
pretende atingir.
A partir daí, entra o redator publicitário, que vai conduzir as pesquisas e criar um conceito que vai ori-
entar todo o processo de divulgação. E não para por aí: ele também vai determinar como a linguagem
vai se encaixar no contexto e como vai se aproximar das pessoas.
É em cima desse processo que o designer vai desenvolver os materiais gráficos que serão utilizados
na campanha.
Dessa forma, independentemente do tipo de peça que será criada, a redação publicitária é um elemento
de grande importância para o desenvolvimento de um trabalho mais amplo: todo o processo de divul-
gação das empresas e das marcas.
Não é à toa que a redação publicitária está em todas as mídias de propaganda. Você pode encontrá-
la em:
Banners;
busdoors;
Displays;
Flyers;
Folders;
Mídias exteriores;
Outdoors;
Sites e blogs;
Spots de rádio;
Os Elementos Essenciais
Para escrever uma boa redação publicitária, é necessário ficar atento a alguns quesitos necessários
para a aplicação da técnica.
Sem eles é bem provável que os seus textos de divulgação não terão o resultado esperado, o que pode
colocar o seu planejamento de marketing em ameaça.
Nos próximos parágrafos ,vamos apresentar alguns dos elementos essenciais para produzir bons tex-
tos e contar com uma divulgação de qualidade. Confira:
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Clareza
Se o leitor-cliente não conseguir compreender o que você escreveu, provavelmente a sua ação de
divulgação não trará resultados. E isso acarreta perda de tempo e dinheiro.
Concisão
Para algumas pessoas, os bons textos são longos e repletos de palavras de todos os tipos. Mas, na
verdade, a qualidade de uma redação se mede pela capacidade do autor em se expressar pela lingua-
gem escrita.
Uma boa redação publicitária é concisa, em que o escritor consegue falar muito usando poucas pala-
vras — o que exige grande habilidade de escrita.
Anúncios em jornais e revistas precisam ser objetivos para serem compreendidos antes de se virar a
página;
e propagandas em redes sociais, sites e blogs precisam chamar a atenção antes da rolagem da barra
lateral.
Interesse
Como dito no tópico anterior, um anúncio precisa chamar a atenção — e, na maioria das vezes, na 1ª
olhada ou em curto espaço de tempo.
Para conquistar a atenção do leitor, é preciso produzir um conteúdo interessante e que se destaque
em meio à concorrência (outros anúncios e textos que possam vir próximos ao seu material).
No meio publicitário existe uma máxima que diz: “o importante não é como você fala, mas o que você
fala”. Ou seja, a forma como o anúncio será veiculado não é mais importante do que o conteúdo da sua
divulgação.
Por isso a redação publicitária é tão necessária nas campanhas de marketing. E ela precisa ser sempre
interessante.
Proximidade
Isso mesmo! Para escrever uma boa divulgação, é necessário conhecer o seu público-alvo.
Colocar nos textos publicitários elementos que aproximem o leitor da marca faz com que o seu material
ganhe credibilidade e conquiste mais facilmente o seu cliente. Então nada de “achismos” na hora de
escrever!
Defina com quem o seu anúncio vai se comunicar e desenvolva uma redação direcionada para essas
pessoas.
No marketing, existe o conceito de persona, que define um perfil eficiente do público de uma empresa.
Essas informações tornam mais fácil o processo de produzir conteúdo voltado para as pessoas que se
relacionam com a sua marca.
Persuasão
Mais do que bem escrito, interessante e bem-organizado, a redação publicitária tem que ser persuasiva.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
O texto do seu anúncio ou da sua divulgação precisa convencer as pessoas de que os seus produtos
ou os seus serviços são essenciais para a vida deles e, com isso, fazê-los procurarem a sua empresa
para consumir.
Uma propaganda que não desperte o interesse do cliente em comprar é sinônimo de prejuízo. A em-
presa perde o tempo e o esforço usados na criação da campanha, e até o cliente perde tempo lendo o
seu texto.
Trabalho Em Equipe
A redação publicitária não caminha sozinha. Geralmente, ela vem acompanhada de artes e trabalho
gráficos, que são desenvolvidos pelo designer.
Portanto, é importante saber trabalhar em equipe para não perder boas ideias e criar uma campanha
ruim, que vai atrapalhar a estratégia de marketing.
Às vezes, um bom texto acaba sendo escondido ou perdido diante de uma direção de arte malfeita,
assim como uma bela produção gráfica não salva uma redação ruim.
O equilíbrio está na interação e no diálogo com os profissionais que trabalham na campanha ou que
possam acrescentar algo ao trabalho.
Essa é uma dúvida que vejo presente em muitas comunidades e debates sobre os conhecimentos do
subconsciente. E ainda é pior: pouquíssimos publicitários estão utilizando essas técnicas para potenci-
alizar os seus resultados.
Antes de tudo, eu quero deixar claro que não é apenas a redação publicitária que pode se utilizar
dessas técnicas para ser mais persuasiva. São muitas variáveis para você usar o neuromarketing.
Imagina que você está em um balada e se interessou por uma mulher, mas já observou que todos
homens que vão conversar com ela são logo mandados embora. Então, pode se utilizar dessas técnicas
para se aproximar.
Ou você está aprendendo como montar uma palestra, deseja ter falas mais motivadoras e criar slides
que chamam a atenção do público-alvo, é possível usar essas mesmas técnicas.
Assim como você também pode usar as técnicas de neuromarketing que vou explicar aqui durante uma
negociação de um para um com seu cliente. Ou quando você é o cliente.
Porém, o foco deste artigo está na redação publicitária, que ainda não abriu os olhos para esse universo
de oportunidades.
Isso acontece porque muitas pessoas imaginam que somente em vídeos ou conversas é possível utili-
zar o seu conhecimento sobre PNL, mas essa é uma lenda.
No treinamento Comunicar, Vender e Negociar com PNL e no livro com o mesmo nome, eu ensino
muitas técnicas de neuromarketing que são aplicadas nas mais variadas situações.
Tenha em mente que todas as suas decisões são tomadas no subconsciente. Não importa se estamos
falando de conhecer alguém, aceitar um conhecimento ou comprar um serviço.
Sabendo disso, fica claro que a redação publicitária precisa de muito mais do que criatividade para
trazer resultados verdadeiros.
Quantas campanhas virais e com alto grau de aceitação vemos na internet? E quantas delas realmente
aumentam as vendas ou deixam a marca mais famosa?
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
A verdade é que são pouquíssimas. Portanto, está na hora de estudar neuromarketing e deixar sua
redação publicitária muito mais persuasiva.
Você provavelmente percebeu que estou usando um dos mais famosos slogans de campanha publici-
tária brasileira pra falar sobre essa dica, certo?
Por um motivo bem simples: as propagandas de roupa são algumas das que mais utilizam desse re-
curso simples, mas altamente eficiente para seu subconsciente.
Usar o neurônio espelho é uma técnica tão simples, mas tão simples, que parece até óbvia de ser dita,
mas tudo é óbvio depois que te ensinaram.
Ela não é nada mais do que mostrar outras pessoas utilizando o produto que está vendendo.
Portanto, ao invés de colocar fotos das peças de roupas no manequim ou soltas no fundo branco, use
modelos. Isso fará com que o seu público se imagine com aquela roupa.
É exatamente o mesmo princípio que te faz bocejar quando vê alguém bocejando ou de sentir uma
baita sede quando vê alguém tomando uma Coca-Cola.
Até onde sei, o único mercado que não pode usar essa técnica na redação publicitária é o de cerveja,
já que as publicidades não podem mostrar pessoas ingerindo bebida alcoólica.
Essa é uma técnica de redação publicitária mais complexa, mas que faz as pessoas se encantarem
pelo produto que você está vendendo.
Muitas pessoas usam isso para vender cursos e até mesmo soluções para problemas cotidianos.
Um mercado que usa muito desse tipo de técnica é o de saúde. Você provavelmente já deve ter visto
muitas publicidades de produtos naturais e saudáveis que não utilizam o glúten.
Diversos nutricionistas apontam que o glúten é um alimento importante, sendo parte essencial de uma
dieta vegetariana, por exemplo.
O único problema do glúten é realmente para as pessoas que possuem alergias. Fora isso, existem até
riscos de tirar o glúten da dieta.
Porém, esse é um dos maiores inimigos da década. Quando você escreve uma redação publicitária
que te aponta como lutando contra esse inimigo comum do público-alvo, ele te enxerga como amigo.
Você já viu algumas propagandas do governo federal que mostram cenas de acidentes gravíssimos e
fala sobre como você deixaria a sua família?
Essa mesma propaganda fala sobre os bons momentos que você deixará pra trás caso aconteça um
acidente de carro grave.
Ela está usando uma das técnicas de redação publicitária com neuromarketing mais eficientes que é
explorar os sentimentos. E mais: ela faz uma relação de dor e prazer.
Ou seja, te mostrar uma dor que você sente hoje ou pode sentir e te mostrar como é possível vencer
essa dor se tomar determinada atitude. No caso da propaganda do governo é dirigir com cuidado.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Porém, você pode mostrar essa relação de prazer vendendo produtos também. A Coca-Cola (impossí-
vel falar de boas propagandas sem citá-la várias vezes) faz isso muito bem há anos.
Você lembra qual foi a última vez que viu uma campanha da Coca vendendo refrigerante? Nem eu. Ela
vende momentos de prazer. São almoços em família, passeios com amigos e grandes emoções.
Outra marca que trabalha muito bem as emoções é a Dove. Ela faz ótimas campanhas para internet
em que trabalha a emoção das mulheres.
A redação publicitária, na maior parte dos casos, usa apenas da visão e audição, mas não podemos
esquecer que temos os cinco sentidos.
Olfato, tato e paladar também são essenciais para que a sua campanha seja muito mais persuasiva. E
o mercado de beleza sabe disso muito bem.
A maciez da pele, por exemplo, é sempre exaltada nas campanhas de produtos de beleza porque é
uma sensação diretamente relacionada a esse mercado (a imagem acima é um exemplo).
Mas muitos outros mercados podem se aproveitar. Uma daquelas placas de ponto de ônibus com uma
propaganda de café que exala o aroma do café torrado, por exemplo, trabalharia o olfato do público-
alvo.
Por falar em café, é um mercado que também trabalha as sensações bem. Mesmo sem transmitir cheiro
pela televisão, sempre mostra imagens de pessoas cheirando o café ao passar pelo coador.
Por mais que você não esteja sentindo aquele cheiro, ele vem ao subconsciente.
Você já ouviu falar no modelo de redação AIDA? É uma forma altamente eficaz pra despertar a vontade
do público em comprar o seu produto:
Atenção
Interesse
Desejo
Ação
Ela consiste nesses quatro pontos que são essenciais pra aumentar a conversão de suas campanhas
e impactar nos resultados.
Primeiro, você deve ter uma chamada super impactante para chamar atenção do seu público-alvo. Em
seguida, desenvolver sobre o assunto para que ele tenha interesse, despertar o desejo mostrando
vantagens de fazer o seu curso e chamar para ação.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Um exemplo bem simples e estereotipado do modelo AIDA aplicado no meu treinamento de palestran-
tes para você entender melhor:
Não… Você não leu errado. É possível se tornar um palestrante profissional em apenas 3 dias. Você
poderá vender palestras profissionalmente, melhorar as suas apresentações de trabalho e ser muito
mais persuasivo em suas vendas com essas técnicas que foram testadas e aprovadas ao longo de
duas décadas.
Isso tudo graças ao modelo inovador do treinamento Criando Palestras e Apresentações. São avalia-
ções individuais para uma turma com apenas 10 alunos, o que permite com que Ricardo Ventura ensine
todo seu conhecimento de palestras com maior atenção a cada um dos participantes.
Nós vivemos em um mundo que homens e mulheres ocupam posições sociais muito semelhantes, mas
não podemos esquecer que existem grandes diferenças comportamentais.
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REDAÇÃO PUBLICITÁRIA
Assim como um homem da classe A tem motivações diferentes de um homem da classe D. Mas a
grande diferença entre homens e mulheres é que essas diferenças são biológicas.
Ah, Ricardo… Tá explicado porque as marcas vendem máquina de lavar para mulheres.
Não… Não é nada disso. Estamos falando apenas de motivações e não de quem é responsável por
tarefas domésticas. Pra você entender melhor, vou explicar um pouco mais sobre:
Nós vivemos em um mundo que homens e mulheres ocupam posições sociais muito semelhantes, mas
não podemos esquecer que existem grandes diferenças comportamentais.
Assim como um homem da classe A tem motivações diferentes de um homem da classe D. Mas a
grande diferença entre homens e mulheres é que essas diferenças são biológicas.
Ah, Ricardo… Tá explicado porque as marcas vendem máquina de lavar para mulheres.
Não… Não é nada disso. Estamos falando apenas de motivações e não de quem é responsável por
tarefas domésticas. Pra você entender melhor, vou explicar um pouco mais sobre:
Motivações Feminina
As mulheres são, naturalmente, mais emocionais do que os homens. Estão, normalmente, interessadas
em seu próprio bem-estar e no de toda sua família. As campanhas que falam sobre amor, emoções e
romantismo, por exemplo, costumam trazer muito mais impacto.
Motivações Masculinas
Os homens costumam ser mais objetivos em suas decisões. Um exemplo claro é o shopping. Mulheres
gostam de passear no shopping. Homens entram pra comprar o que foram comprar e vão embora. Por
isso, as campanhas precisam ser mais objetivas e mostrando os benefícios na prática.
PS: As diferenças de motivações não podem ser usadas para reforçar estereótipos. Existem mulheres
mais objetivas e homens mais emocionais. Porém, esse é um padrão de comportamento.
Um dos principais motivos para a humanidade ter sobrevivido por tantos anos é o seu senso de comu-
nidade. Diversas pesquisas apontam que outros hominídeos menos sociais foram mortos e sobrevive-
mos graças ao companheirismo.
E isso está em nosso subconsciente até os dias de hoje. Queremos fazer parte de uma comunidade e
buscamos aprovação social.
Por isso é essencial fazer com que seu público sinta-se como parte de um todo. Campanhas de pasta
de dente usam muito esse tipo de técnica na redação publicitária.
Frases como “70% das pessoas têm cáries” fazem com que não tenhamos vergonha de sofrer com a
cárie e passemos a fazer parte de uma comunidade que luta contra esse problema.
Essa ferramenta é tão poderosa que é uma das seis dicas de persuasão para entrar na mente de
qualquer pessoa.
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RELAÇÃO TEXTO/IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
Nos meios de comunicação, em geral, a fotografia é um dos artifícios de representação visual mais
utilizado. Devido à sua capacidade de representar fatos e acontecidos, essa ferramenta é ampla-
mente usada pelos jornais online, sob a denominação de fotojornalismo.
Com o avanço tecnológico, novos recursos visuais surgiram para tornar os textos ainda mais dinâ-
micos e interativos para os leitores. As fotografias, ilustrações, vídeos, infográficos e charges são
mais do que simples elementos visuais que complementam os textos.
Mas para que servem o fotojornalismo e os recursos visuais em um texto jornalístico? Confira, a se-
guir, o papel dessas ferramentas e, também, a sua importância para a construção de notícias em
um jornal online.
A princípio, os jornais online ainda estavam presos aos velhos processos de reprodução da infor-
mação jornalística, seguindo os mesmos moldes dos veículos impressos, com textos e imagens —
principalmente fotografias. Porém, o uso de fotografias ganhou um novo sentido e tornou-se visual-
mente mais relevante.
O fotojornalismo funciona como um elo entre o fato narrado e o leitor, permitindo a ele imaginar e
compreender o cenário que está sendo descrito. Dessa forma, as imagens assumem diversas fun-
ções como confirmar, interpretar, documentar, ilustrar, descrever, registrar, representar e contextu-
alizar fatos do cotidiano e de assuntos de interesse jornalístico.
Com o tempo, diversas possibilidades visuais foram inclusas nos textos jornalísticos, como vídeos,
animações de imagens, infográficos, gráficos e diagramas. Esse tipo de linguagem informativa per-
mite ao leitor visualizar informações mais complexas de maneira mais simples e dinâmica para que
elas sejam melhor absorvidas. Sendo assim, o papel dos recursos visuais é explicar, descrever e
representar a notícia ou texto.
O cérebro recebe cerca de 90% de informação visual, sendo que ela é processada mais rapida-
mente do que textos simples. Ao mesmo tempo, 40% das pessoas respondem melhor a informa-
ções visuais do que textuais. Por exemplo, posts com vídeo tendem a atrair 3 vezes mais os usuá-
rios e mantê-los atentos por mais tempo em uma página na web.
Dar ao leitor uma melhor percepção dos fatos narrados com a ajuda da representação imagética;
Isso permite que os usuários tenham um envolvimento maior com o jornal, aumentando o tráfego
na página e melhorando seu posicionamento em sites de buscas. Portanto, o conteúdo visual deve:
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RELAÇÃO TEXTO/IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
Definir a importância de texto e imagem em uma notícia é um assunto que deve ser tratado com o
máximo de responsabilidade: Há quem defenda a grande importância das palavras próprias de um
autor e outros as representações gráficas ou fotográficas.
Jornalistas como: Débora Thomé, do jornal “O GLOBO”, Roberto Troster, do jornal “Folha de São
Paulo” e Fausto Wolff, do “Jornal do Brasil”; dizem que para defender essa importância dependerá da
situação em que a imagem e o texto estiverem, pois juntos formam um diálogo, uma verdadeira com-
binação da construção do conteúdo que é exposto ao leitor.
Ananda Rope, Repórter do jornal “O Dia”, diz que a atenção do leitor é atraída pela imagem e pelo
título. Na TV a imagem fala mais do que qualquer texto e nos jornais e revistas é o chamariz para o
texto, declarou Ananda.
Defender uma importância é muito complexo, as prioridades e os critérios é o que sustentam a publi-
cação. Tem que se refletir sobre o que é produção jornalística, afirmou o colunista e editor executivo
do Jornal do Brasil, Alexandre Carauta.
Flávia Salme, jornalista do jornal “O Dia”, foi arrojada quando disse: “Ninguém respira sem pulmão,
concorda? O ar e o pulmão são importantes”. Ainda destacou que os elementos de uma reportagem
são: texto, imagem e som, são partes de um único corpo, sem ordem de importância.
O texto é primordial em uma notícia porque explica o que a imagem quis passar aos leitores, opina
Chris Mello, jornalista do jornal “O Estado de São Paulo”, que ainda complementa dizendo “a fideli-
dade aos fatos é o ponto principal”.
Segundo consumidores entrevistados, o texto é mais explicativo; a maioria afirma que o texto é mais
importante em uma notícia. Simone Diniz, dona-de-casa, por exemplo, diz que a imagem não passa a
idéia total da matéria. Desiree Alves, estudante, complementa ainda afirmando que é através do texto
que todos entendem a notícia.
Mas nem todos pensam dessa forma. Para outros, a imagem é que expressa a importância da notí-
cia. Para defender esse pensamento, Lucia Helena da Silva, operadora de vendas, cita um dito popu-
lar: “a imagem vale mais do que mil palavras”, e para ela imagem mostra um melhor detalhamento da
notícia.
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RELAÇÃO TEXTO/IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
Eliane Cantanhêde, colunista do jornal “Folha de São Paulo”, usa como exemplo às “fotos-legendas”,
onde a foto é muito boa e não há nenhum texto com mesma importância para acompanhá-la. Para
Ana Fernandes, administradora de empresas, a imagem é o primeiro impacto, o que chama a aten-
ção “É pela imagem que nos interessamos em ler o texto”, explica Ana.
Decidir se é texto ou imagem o mais importante uma notícia causa divergências entre os leitores. O
que se comprova nas opiniões de André Dantas, auxiliar administrativo e Martha Souza, pedagoga.
André diz que não compraria um jornal por causa da foto, pois não expressa o fato. Já Martha é cate-
górica “a imagem é o que mais me chama atenção é ela quem determina se leio ou não a notícia”
destaca a pedagoga.
Abaixo do nome Jornal de Santa Catarina (Santa), edição de 16 de outubro, uma imagem se estende
por toda a largura da capa passando da metade da página. Somos inevitavelmente tomados pela
imagem de uma mulher que nos olha enquanto segura firme uma criança no colo. Seu olhar atento
está na direção focada pelo fotógrafo quando registrou a imagem.
Na relação jornal e consumidor, somos nós que ocupamos esse lugar. No lado de dentro do enqua-
dramento, traços de uma destruição, já, fora, a cena certa para disputar os olhares de consumidores
ávidos por notícias fresquinhas.
A personagem em cena parece inquieta diante do enquadramento que duplicaria um recorte de sua
vida depois de ser sacolejada pelas fortes chuvas. Quanto maior a tragédia, maior o valor-notícia.
Mas, como fica a vida “tomada de assalto” para se tornar capa de jornal?
A mulher está entre casas humildes e ao lado de uma cama atravessada sobre um terreno inclinado.
Somente depois, ao ler a legenda, ficamos sabendo do que de fato se trata: “O drama de 2011 se re-
petiu na quarta-feira: estrondo, deslizamentos de terra, parte da casa destruída e móveis perdidos.”
Em seguida, a manchete: “Como se vestir para a Oktober”. Os olhos se voltam imediatamente para
os trajes da mulher em meio aos rastros de destruição. Entre a foto e a manchete, a pequena legenda
fica quase ilegível. A Oktoberfest, criada em Blumenau/SC em 1984, por conta das enchentes de ou-
tubro, foi reduzida à matéria de etiqueta. A própria página da festa, no link que conta sua história, já
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RELAÇÃO TEXTO/IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
não faz mais referência à enchente. Agora, a festa, na manchete, fez vazar água sobre a imagem de
moradores que vivem o drama causado pelas fortes chuvas na região.
Qual traje vestir? É evidente que um conteúdo não tem relação com o outro. Mas é evidente também
que estamos diante de uma moradora com trajes apropriados para enfrentar a situação. Poderíamos
até dizer que não se trata de erro de diagramação. No entanto, o espetáculo a que se refere a man-
chete dá a dimensão da espetacularização da vida na foto convertida em valor-mercadoria neste pro-
duto à venda, que torna todos os conteúdos equivalentes.
A questão não é do conteúdo da matéria ao abrir o jornal, mas da capa do jornal que reúne conteú-
dos variados, descontextualiza os referentes num sistema para chamar a atenção do possível consu-
midor. Este é um exemplo de como o valor-notícia fica sucumbido ao apelo comercial. Quando o jogo
de equivalência (nessa relação de igualdade entre elementos diferentes de um dado conjunto, neste
caso, do sistema que se forma na capa) falha na percepção dos consumidores, é como se o próprio
sistema em que ele mesmo está estruturado desmoronasse.
Desde a invenção da prensa móvel, pelo alemão Johannes Gutenberg, em 1450, um longo caminho
foi percorrido sobre o que poderíamos chamar de arte da composição ou, simplesmente, diagrama-
ção. Inicia-se com o repertório de desenhos das tipologias em conjunto de caracteres desenhados
sob o mesmo estilo, divididos em corpos e gêneros. As humanísticas, como a fontes romanas, sur-
gem no século 15, diferente das modernas, que só aparecem no século 19.
Consideremos ainda outra classificação de fontes importantes para os jornais, os tipos com serifa e
sem serifa. A tipologia mais conhecida com serifa é a Times New Roman, classificada pelos prolonga-
mentos que ocorrem no fim dos filamentos das letras. Essas fontes têm a função de produzir sensa-
ção de conforto visual, como no corpo das matérias, já que as serifas reduzem a distância entre letras
e palavras e criam uma linha imaginária que ajuda o leitor a não se perder da posição da leitura – o
que se faz desnecessário em título e legendas pelo tamanho do texto. Assim, um simples desenho de
letra carrega consigo a herança de mais de meio milênio de história da imprensa.
Pouco mais de um século e meio depois da invenção da prensa no Ocidente, temos registros dos pri-
meiros semanários e, com eles, abria-se um novo campo de partilha do sensível. O olhar foi aos pou-
cos se habituando a textos divididos em várias colunas, assim como conteúdos diferentes numa
mesma página, como sendo da natureza de um jornal. Numa longa duração, o jornal foi se modifi-
cando ao passo que novos dispositivos eram inventados. Formatos, qualidade de impressão, resolu-
ção, inclusão de imagens, de cores etc. Diagramar tornou-se um verdadeiro quebra-cabeça.
Mas, o jornalismo tal qual o conhecemos, constituindo-se como a “alma” dos jornais, foi um aconteci-
mento do século 19 – o século do positivismo –, ao inventar a notícia como sendo um discurso obje-
tivo que se diferencia do opinativo. A diagramação também ganhou ares de cientificidade. Saberes
sobre quais áreas de uma página têm mais visibilidade (basta lembrar da importância da gestalt), as-
sim como a natureza dos signos na arte de persuadir para exercer poder na sociedade. O que vemos
em um jornal é, antes mesmo, a orquestração de um outro olhar que objetiva regular os nossos pro-
cessos de significação. Esse outro olhar não é de um indivíduo, mas a extensão de um campo de sa-
beres elaborado ao longo do tempo e corporificado por sujeitos que atuam nas instituições jornalísti-
cas.
A diagramação tornava-se um saber/fazer complexo, mas, também, pela repetição criava automatis-
mos visuais: um simples espaço maior entre um bloco de texto e outro bastava para o leitor identificar
a passagem de um conteúdo ao outro; ou um retângulo cinza no fundo de um texto para caracterizar
a retranca (sem mesmo que o leitor soubesse nomear as marcações gráficas) de uma matéria etc. O
mesmo para diferenciar conteúdos a partir do corpo do texto, ou a partir do alinhamento.
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RELAÇÃO TEXTO/IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
Mas se, por um lado, os séculos de experiências com jornais subjetivaram uma espécie de sintaxe
visual – no sentido que os leitores de jornais assimilam os sentidos das formas que compõem as divi-
sões do jornal –, isso não significa displicência na hierarquia dos elementos. De fato, num grande jor-
nal quase nunca se trata de displicência, há sempre algo a mais.
A capa do Santa talvez nos leva a efetivar um antigo clichê na área, o de que “uma imagem fala mais
do que mil palavras”. É evidente que a função icônica de uma foto é muito pobre, ela equivale ao sen-
tido de denotação. E no jornalismo menos ainda se tem a dizer quando uma simples legenda regula
todo olhar. Salvo quando o automatismo da racionalidade técnica falha. Aí sim, uma imagem rompe
com as amarras da representação por semelhança e faz ruir um silencioso sistema imaginário de
completude entre leitor e periódico. O que se abre daí é uma cadeia significante para reestruturar o
campo simbólico que sustenta o próprio sujeito – esse rompimento como o que nos levaria a falar
mais de mil palavras sobre a imagem, como um trauma em que o sujeito é mobilizado sempre a colo-
car algo no seu lutar para apaziguar (fantasiar) e tornar suportável a realidade. Não seria isto que fez
com que as pessoas – me inserindo neste processo – falassem sobre esse infeliz encontro entre a
imagem e a manchete?
O consumidor de um jornal se identifica com a realidade fabricada (com o recorte visual de um en-
quadramento, com a palavra nomeando o que se vê na imagem – legenda – e com a narrativa na ma-
téria fazendo ver o que está ausente para o leitor, ou seja, o que não aparece na imagem), como se
ele dependesse sempre de um outro para que seu próprio olhar pudesse ver a “completude” de algo
que passa a fazer parte de seu campo simbólico. Quando essa narrativa de completude falha, o pró-
prio sujeito consumidor falha. No caso do Santa, o que mobilizou a falha não foi da ordem dos conte-
údos, mas de seu ordenamento estético, da diagramação e da perversidade do sistema de valores
que torna todas as coisas equivalentes. Na capa em questão, a equivalência da imagem com a man-
chete agrediu o próprio consumidor ao se deparar com a fragilidade com que seu campo simbólico é
estruturado – de outorgar ao outro o poder selecionar o que é importante e de dizer a verdade como
se ela existisse para além do discurso.
De fato, o sujeito identifica-se com as imagens. Notadamente, em 1936 o psicanalista Jacques Lacan
apresentou sua “teoria do estádio do espelho”, no qual descrevia que a criança de seis a dezoito me-
ses reconhece triunfantemente a sua imagem especular.
Antes disse, o que a criança via de si era somente partes de seu corpo, diferente do outro à sua
frente. O reconhecimento especular como unificador da imagem do sujeito o coloca sempre em falta,
já que é a projeção fora de si que o faz perceber como um corpo inteiro e não fragmentado.
Quando a imagem especular falta, a fantasia triunfante – de completude – já não se sustenta, levando
o sujeito à experiência do corpo fragmentado. Talvez por isso, por mais que do ponto de vista lógico
não há erro na diagramação da capa do Santa, ao levar em consideração aspectos subjetivos no qual
o desejo de completude do sujeito faz sempre antecipar amarrações, a composição, além de espeta-
cularizar a tragédia pelo jogo de equivalência, levou o consumidor a sentir sua própria fragilidade ao
se deparar com ambas notícias que compõem o produto e que ele próprio é o consumidor. Essa é a
cena traumática que incide o olhar e abre espaço para se falar exaustivamente, sem dúvida, mais do
que mil palavras.
No plano psíquico, basta lembrarmos do fort-da, elaborado por Freud a partir da observação da brin-
cadeira do seu neto, que, muito ligado à mãe, não chorava quando ela estava ausente (fort signifi-
cava “foi” e da, pra lá).
Freud observava que a criança tinha o hábito de jogar um carretel amarrado a uma linha para fora de
seu campo de visão, para depois repetir o movimento de puxá-lo e tê-lo novamente em mãos. Movi-
mento análogo ao de sua mãe, que saia de casa, mas sempre retornava. Tanto a mãe se apresen-
tava para ele como imagem de completude, como o carretel, na brincadeira, funcionava como metoní-
mia (Lacan) da mãe.
A isso, podemos também chamar de estruturação do campo simbólico pelo outro, seja a mãe como
início da série, seja pelo carretel, ou posteriormente, pelos jornais.
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RELAÇÃO TEXTO/IMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA NOTÍCIA
O que se viu no Santa é prática comum. Em alguns casos, uma infeliz coincidência, mas, sem dúvida,
motivada pela lógica da equivalência e da notícia como mercadoria. Temos um outro exemplo, já an-
tigo, mais importante em que o jogo da equivalência não parece ser uma coincidência, mas a indução
de produzir uma possível realidade. Na capa do jornal Folha de S.Paulo, de 30 de abril de 2002, en-
contramos dois grandes apelos visuais – duas imagens (14,5 x 20cm). Elas relacionam entre si a tra-
gédia. A primeira, na parte superior, na vertical, à esquerda, localizada no ponto inicial do olhar oci-
dental (este olhar se caracteriza pelo movimento da escrita e leitura que segue da esquerda para di-
reita).
A foto se refere a um ônibus em chamas. A segunda foto, localizada no meio da página para baixo, à
direita (num breve olhar ao todo da página, deslizaremos do ponto superior, da esquerda, em direção
ao rodapé da página, no lado direito) também ganha um lugar de destaque, na forma que está posici-
onada. Nesta foto, encontramos quatro homens carregando um corpo em direção aos militares. São
dois apelos visuais e no campo textual uma grande chamada: “Bancos dos EUA veem risco maior
com subida de Lula”. A relação entre signos diferentes se torna inevitável. Ao lado da grande cha-
mada, a foto protesto. Abaixo, após nota referente ao PT, a foto dos quatro homens carregando um
corpo. As duas fotos formam um “L” emoldurando e ilustrando o risco de um partido de esquerda com
grande potencial de mobilização de massa chegar ao poder.
Como se vê, há uma sintaxe visual que se constitui em discurso que pode chocar, no caso do Santa,
o consumidor no sentido de afetar seu campo simbólico. Mas há também o avesso dessa falha no
jogo das equivalências dos conteúdos – ou seja, da redução de todo conteúdo em mercadoria – que
é o seu par ideológico, como observado no caso da Folha, mas, claro, sempre atrás dos mantos da
suposta objetividade.
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
A marca distintiva do telejornalismo seria, segundo os manuais, a sua competência em mostrar os fa-
tos do mundo. “Mostrar”, neste caso, implica expor imagens do mundo, particularmente aquelas cap-
turadas pelas câmeras. A força do exercício competente dessa capacidade, aliás, é um dos alicerces
do telejornal na sua reivindicação de falar do real e se funda na crença da imagem como fragmento
ou condensação do mundo. Assim, é como se, no telejornalismo, a visibilidade fosse fundamental-
mente decorrência das imagens técnicas. No entanto, uma leitura atenta de qualquer telejornal faz
ver, por exemplo, o quão relativa é a força das imagens técnicas e todo o peso da palavra na confor-
mação da notícia. Nessa perspectiva, um telejornal revela-se compost por textos complexos, resulta-
dos da combinação de diferentes linguagens e procedimentos (LEAL, 2006).
Se a tevê sobrepõe e faz confundir ver e saber, como observa Gerárd Imbért (2003), ela certamente
complexifica a visibilidade para além de um ato mecânico do olhar ou da “força das imagens”. De
fato, a própria noção de visibilidade muda de tom, para além das características intrínsecas das ima-
gens técnicas e aponta exatamente para as operações que as articulam com a linguagem verbal, por
exemplo. Elihu Katz (1999), nesse sentido, ao perceber que os acontecimentos contêm ingredientes
básicos que dizem respeito ao modo como as mídias organizam suas narrativas e se insere no cotidi-
ano, foi um dos que indicou o modo peculiar como estas produzem “imagens” do mundo.
A questão se revela ainda mais complexa, então, quando se observa que a reflexão sobre a “visibili-
dade”, associada aos produtos jornalísticos, não se restringe somente aos dispositivos audiovisuais.
Na sua apreensão dos jornais impressos, Maurice Mouillaud, por exemplo, ressalta que a própria in-
formação é uma figura de visibilidade. Definindo o acontecimento como a “sombra projetada” do con-
ceito de fato jornalístico, Mouillaud (2002, p.37) verifica que as notícias (predominantemente verbais,
no caso) realizam uma delicada operação de promoção de visibilidade do real que constroem. Afinal,
como imagens dos acontecimentos, as notícias “enquadram” um real possível e o apresentam como
dotado de uma profundidade, pois encerram em seu interior um referente e um relevo. Nesse pro-
cesso, aliás, a opacidade é o elemento fundamental – ao mesmo tempo que, segundo Mouillaud, as
notícias recortam da cena dos acontecimentos uma superfície, elas ocultam aquilo que seu enquadrar
não alcança. Com isso, o Jornalismo determina o que pode ser mostrado e o que deve ser visto, pois
no mesmo movimento em que promove uma imagem do acontecimento, oculta sob esta todas as de-
mais faces possíveis. Assim, conforme Mouillaud, qualquer dispositivo de visibilidade é também de
invisibilidade.
O Jornalismo, convertido num dispositivo produtor de realidades discursivas, cujo propósito é a apre-
sentação dos acontecimentos do mundo, não traz certamente a realidade bruta, mas, antes, imagens
cujo real é da ordem do efeito, isto é, dependem da validação, por parte do leitor, do reenvio que fa-
zem aos seus referentes. Nas palavras de Gaye Tuchman (1999, p.262):
Dizer que uma notícia é uma <<estória>> não é de modo nenhum rebaixar a notícia, nem acusá-la de
ser fictícia. Melhor, alerta-nos para o facto de a notícia, como todos os documentos públicos, ser uma
realidade construída possuidora da sua própria validade interna.
Neste sentido, Silviano Santiago (2002) já havia alertado, na sua caracterização do “narrador pós-mo-
derno”, que a autenticidade do real produzido pelas narrativas atuais é produto da lógica interna do
relato. Associando esse narrador ao jornalista, Santiago observou que a experiência e o saber que as
narrativas contemporâneas propiciam não advêm de uma relação estreita com o mundo externo, pois
colocam em questão antes de tudo o olhar que se lança sobre a realidade. Assim, a experiência e o
saber não dizem “do mundo”, mas dos modos de vê-lo e a autenticidade do relato depende menos da
autoridade do sujeito enunciador (na sua relação com o referente) e mais de como certos modos de
ver se materializam na tessitura dos signos. Dessa forma, pode-se considerar que o real produzido
pelas notícias não depende simplesmente de sua adequação ao acontecimento que lhe serve de
mote, mas da adesão do receptor a esses modos de ver, garantida pelo uso de estratégias discursi-
vas de produção do real como um efeito de sentido. Tal observa Charaudeau (2006), todo o processo
de construção jornalística do acontecimento é orientado para o receptor, de modo a garantir a eficácia
do discurso informativo. Assim, segundo ele, para entender o discurso da informação é preciso inter-
rogar sobre a “mecânica de construção de sentido”, sobre a “natureza do saber” transmitido e sobre o
“efeito de verdade” que busca no receptor. Esse efeito de verdade faz ressaltar a dimensão persua-
siva do discurso jornalístico, uma vez que, segundo Charaudeau, esse opera no regime da crença,
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
num esforço de fazer com que o receptor creia no que está sendo dito. Tendo em vista essa comple-
xidade de relações, este artigo3 propõe uma reflexão sobre a relação informação/visibilidade a partir
do telejornalismo brasileiro, utilizando, para isso, a análise de uma matéria do Jornal Nacional. Nesse
percurso, parte-se de uma discussão sobre a visibilidade para buscar apreender como esta se dá na
dinâmica lingüística e narrativa do telejornal. Articulando um e outro momento, propõe-se a discussão
de certo regime de construção dos acontecimentos mediáticos e do papel nele reservado ao receptor.
No esforço de identificar uma estética televisual, Oliver Fahle (2006) recupera a distinção desenvol-
vida por Merleau-Ponty para quem as imagens são manifestações do visível, na medida em que dão
a conhecê-lo por meio da concretização de seus fragmentos. Neste sentido, as imagens são eventos
que encerram um visível que é tanto interior como exterior a elas. Ao desenvolver o raciocínio, o teó-
rico alemão contrapõe imagem e visível, afirmando que este, ao contrário daquela, é múltiplo e variá-
vel, constituindo-se como um campo do possível e do simultâneo no qual se originam as imagens e
para o qual, talvez, elas voltarão. (FAHLE, 2006, p.197). Tais considerações é o que permitem a
Fahle construir uma definição da imagem como uma formação visual emoldurada e composta; ela
tem um lugar histórico e medial determinável; é um documento e uma representação; pode ser deter-
minada por conceitos de espaço e tempo; é uma condensação do visível; emerge a uma correlação
estreita com o dizível (FAHLE, 2006, p.197).
Ainda que tenha eleito a tevê como seu objeto de reflexão, Fahle cunha um conceito de imagem que
não a reduz ao que é captado pelas lentes de uma câmera, como significativamente indica a sua fun-
damental correlação com o dizível. A revelação de qualquer imagem, portanto, seria o resultado da
extração e condensação de fragmentos do visível em uma unidade significativa presa a uma “tela”.
Esta, por sua vez, se constitui como um obstáculo ao visível, que promove a visualização via imagem.
Desse modo, uma imagem se constitui como algo que emerge em uma “tela” a partir da interrupção
que esta provoca no fluxo contínuo de eventos virtuais que constituem o visível. Sendo assim, ima-
gem, “tela” e visível se encontram em uma estreita inter-relação na qual um não pode ser concebido
sem que os outros também o sejam simultaneamente. Metáfora extraída da pintura, “tela” deve ser
entendida aqui num sentido próximo de quadro, da forma como esse termo é tradicionalmente usado
no cinema. Assim, “tela” não designa um simples suporte, mas sim uma operação (técnica, mas não
só) de recorte do visível.
De acordo com Fahle (2006), a distinção entre imagem e visível se tornou fundamental a partir do
momento em que a imagem tematiza e produz seu próprio exterior. Está em questão, portanto, a au-
torreferencialidade das imagens televisuais e, mais ainda o que Eco (1984) chamou de transparência
perdida. Ao invés de oferecer-se como janela para um mundo, produzindo informações sobre um re-
ferencial que lhe é exterior, a tevê da sociedade midiatizada (VERON, 2001) tornou-se opaca, dando
a ver principalmente um mundo criado por ela mesma. Segundo Francesco Casetti e Roger Odin
(1990), o espectador se tornou o eixo ao redor do qual a televisão passou a se organizar, conside-
rado em sua dupla identidade, isto é, como sujeito que se coloca diante do aparelho televisor e como
sujeito que é convidado a ocupar uma posição no interior do espaço televisivo. Assim, a televisão
passa a abrigar seu exterior em si mesma na medida em que propõe um posicionamento para o te-
lespectador frente às imagens que revela.
Tratase, portanto, de um modo de formatação do olhar (SOULAGES, 2002), que acrescenta a inscri-
ção do telespectador às manifestações do visível. À medida que insere em seu interior a relação com
o visível, portanto, a imagem passa a ser constituída por um duplo movimento: por um lado, se consti-
tui como uma manifestação de um visível, mantendo com este uma relação metonímica; por outro
lado, propõe-se ao telespectador como um meio de acesso, como um modo de apreensão/compreen-
são do mundo.
No telejornalismo, particularmente, as notícias resultam da combinação de um dizer por meio das pa-
lavras e um mostrar por meio de imagens técnicas. Essas duas operações mobilizam regras de funci-
onamento e materiais significantes próprios, conjugando sistemas semiológicos distintos e aparente-
mente autônomos.
Contudo, as articulações que essas duas operações estabelecem uma com a outra definem a relação
notícia/visibilidade. À medida que as notícias são construídas com o objetivo de promover a visualiza-
ção dos acontecimentos, a sua coerência advém da maneira como são combinados os elementos de
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
cada sistema semiológico, entre si e uns com os outros. Para isso, é mobilizada uma retórica que es-
tabelece relações lógicas entre esses elementos, de modo a construir um todo coerente.
Nas suas análises das “atualidades televisivas”, Beat Münch (1992) reconhece algumas modalidades
que comporiam essa retórica, que ele chama de “esquematizações”, ou planos lógicos de construção
dos acontecimentos. Münch ressalta que as esquematizações não respondem necessariamente a ca-
racterísticas intrínsecas dos acontecimentos, mas à verossimilhança do relato. Nesse sentido, ele ob-
serva que as relações estabelecidas entre a palavra e a imagem técnica se definem sobre um eixo
triplo, formado respectivamente pelas esquematizações do dizer e do mostrar e do esquema geral
que resulta da sua combinação. Ele reconhece, então, três grandes modos nos quais essa articula-
ção se dá:
A variedade de modos de organização das palavras e das imagens certamente apontam para a com-
plexidade e diversidade dos textos telejornalísticos, que se apresentam então como lugares em que a
padronização necessária à produção industrial é tensionada pela performance de cada notícia. Esta,
por sua vez, menos que uma tessitura homogênea, surge como uma colagem – nem sempre bem su-
cedida – de elementos diversos, marcada pelo esforço de produção credível de seu referente. As es-
quematizações identificadas por Münch, portanto, devem ser vistas menos como resultado de uma
taxonomia exaustiva e mais como indícios do desafio constante que constitui a produção do visível
televisual. Por outro lado, tais esquematizações são entendidas por Münch como modelos pré-cons-
truídos por meio dos quais os acontecimentos são produzidos como notícias e que orientam o dizer e
o mostrar no sentido de atualizá-los.
Isso faz ver que as notícias não se parecem obrigatoriamente com os acontecimentos, mas, sim...
com outras notícias! Nesse sentido, Mouillaud lembra que “a notícia se inscreve como a reprodução
de um modelo. O paradigma não é menos essencial que a diferença, já que ele é a condição de lei-
tura do acontecimento” (MOUILLAUD, 2002, p.74). Sendo “modelos”, as notícias são incapazes de
capturar a realidade em sua complexidade, constituindo-se a partir de palavras e imagens técnicas
que se apresentam como fragmentos do real, obtidos por meio da rea lização de sucessivos enqua-
dramentos, de “leituras do acontecimento”. Chega-se, então, a uma espiral incessante, em que cada
palavra e cada imagem são retomadas, reenquadradas, (re)produzidas a partir da referencialidade
que supostamente contém, conforme indica Mouillaud:
A moldura telejornalística, nesse sentido, cumpre uma dupla função: de fechamento, por meio do re-
corte e da focalização que realiza, e de abertura, por meio da constituição do telespectador como
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
centro de referência responsável por garantir a unidade de sentido da cena que institui. O telespecta-
dor como centro de referência é, ao mesmo tempo, individual e múltiplo, na medida em que se consti-
tui a partir de uma dupla identidade, conforme observado por Casetti e Odin (1990). Sendo assim, a
tela da televisão se constitui como moldura que tanto informa os fragmentos do real, como representa
uma passagem entre dois espaços, o telejornalístico e o cotidiano. Espaços semelhantes, uma vez
que o telejornalismo propõe ao seu telespectador informações que se apresentam como o prolonga-
mento de sua vida cotidiana.
Ora em janela, ora em tribuna, ora em veículo, ora em lupa, ora em mensagem escritural para seu
destinatário distante, como uma associação de empatia entre esse quadro instrumentalizado e seu
contracampo situado fora-do-quadro, o olho do telespectador. Essas variações escópicas da tela da
televisão ativam simultaneamente no usuário todo um espectro de atitudes espectatoriais (SOULA-
GES, 2002, p.274).
As formas que a tela da TV assume se estruturam, segundo Soulages, em torno de quatro figuras do-
minantes que não são exclusivas em relação uma com as outras, podendo se fundir de maneira a
propor o cruzamento de diferentes atitudes do telespectador. Em todos os casos, está em questão o
olhar do telespectador diante do texto complexo, composto por palavras e imagens técnicas. As clas-
sificações de Soulages podem ser assim sintetizadas:
Para Soulages, a tela transparente corresponde ao modo de construção dominante da narrativa cine-
matográfica, incorporada pela tevê. Trata-se de uma tela que, ao apagar-se, abre-se para a observa-
ção/recomposição de um mundo possível, fundando-se sobre a construção da diegese, garantida
pela manutenção de certo ponto de vista do telespectador.
A tela opaca, por sua vez, trata da dimensão estritamente tabular da televisão, pois, sem profundi-
dade, tudo se concentra na superfície do vídeo que se dispõe à leitura, de maneira que efeitos de re-
alce e de hierarquização podem ser propostos por meio do agenciamento de elementos sígnicos
como, por exemplo, expressões, gráficos, tabelas, etc. Essas incrustações, geralmente verbais, de-
sempenham o papel de aumentar a taxa de redundância e assim assegurar a ancoragem referencial
de certos elementos que compõem a narrativa. Neste sentido, a tela opaca se constitui como um ele-
mento estruturador do texto telejornalístico, na medida em que oferece marcas de identificação ao te-
lespectador. Segundo Soulages (2002, p.278), a tela opaca constitui o lugar privilegiado da inscrição
do discurso do telejornal, uma vez que oferece uma superfície específica de enunciação, um espaço
que detém o olhar.
A tela perfurada propõe uma relação que acontece num eixo frontal, entre sujeito que olha e sujeito
que é olhado. As informações não estão mais ligadas apenas pela dinâmica diegética, mas são dirigi-
dos ao telespectador e participam dessa habilidade discursiva da televisão que tende a dissolver a
mediação, a distância e o cenário. Já a tela percurso institui uma narrativa sem fronteiras por intermé-
dio de uma fragmentação e de uma profusão de informações, que perturba e esvazia o fora de
campo, rompendo, assim, com uma unidade do olhar. A fragmentação impede que a narrativa desen-
volva uma diegese, pois as ligações entre as cenas são rompidas de maneira que elas se tornam in-
capazes de representar um encadeamento lógico/temporal do acontecimento.
Soulages (2002, p.280) ressalta que a tela percurso rompe com a rigidez da tela transparente. A nar-
rativa linear se dissolve em favor de uma aleatoriedade onidimensional que propõe um olhar que se
abre para vários processos ao mesmo tempo, sem, no entanto, focalizar nenhum. Além dessas telas,
por fim, Soulages observa ainda a recente emergência de uma quinta, que se constitui a partir da re-
lação da tevê com a web e que individualizaria o percurso do olhar do telespectador.
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
O esforço de Soulages de apreender os enquadramentos narrativos da tevê, como foi dito, indicam a
importância da “presença subjacente do espectador”, algo fundamental para o regime escópico televi-
sual e, por que não dizer, da credibilidade da notícia telejornalística. Aliás, segundo Münch (1992,
p.97), o telejornalismo desenvolveu sua credibilidade em torno do eixo frontal estabelecido na altura
do olhar: a câmera deve capturar os acontecimentos a partir de uma posição externa a eles, assu-
mindo um papel de observadora. Esse posto de observação determina condições de significação por
meio da distância sugerida pela escala de planos: o plano médio e o plano aproximado correspondem
à distância pessoal distante e socialmente próxima e o plano geral e o plano panorâmico correspon-
dem à distância social distante e pública.
Umberto Eco, por sua vez, desenvolve a metáfora de “quem fala olhando para a câmara” (ECO,
1984, p.186). De acordo com ele, sujeitos televisivos que olham para a câmera dirigem-se direta-
mente ao telespectador, sugerindo que há algo de verdadeiro na relação que se estabelece entre
eles, independentemente do fato de que aquilo sobre o que ele diz é verdadeiro ou não. Não está
mais em questão a verdade do enunciado, mas a verdade da enunciação que diz respeito à cota de
realidade daquilo que aconteceu na tela e não daquilo que foi dito através da tela. Este vem a ser o
procedimento que, segundo Eliseo Verón (2001), possibilitou a instauração da ordem do contato.
Nela, o telejornalismo encontrou o eixo ao redor do qual passou a construir a credibilidade de seus
discursos a partir de então, o eixo do falar “olho no olho”, fundado sobre um privilégio da enunciação
sobre o enunciado. Este processo promoveu uma transformação no dispositivo enunciativo do telejor-
nalismo, reorganizando as posições ocupadas pelos jornalistas e pelo telespectador, de maneira que
a credibilidade do discurso jornalístico depende das reverberações dos corpos significantes no interior
do espaço enunciativo criado pela televisão.
Cenas Do Telejornalismo
Os telejornais tradicionalmente se estruturam em blocos, cada um deles compostos por diversas notí-
cias. Da articulação de sucessivas notícias em blocos, por sua vez, emergiria uma instância enuncia-
tiva que a tudo englobaria. Segundo Yvana Fechine (2006, p.140):
O telejornal pode ser tratado como um enunciado englobante (o noticiário como um todo) que resulta
da articulação, por meio de um ou mais apresentadores, de um conjunto de outros enunciados englo-
bados (as notícias) que, embora autônomos, mantêm uma interdependência.
As notícias, por sua vez, reproduzem esta mesma estrutura, uma vez que dispõem e organizam ima-
gens técnicas, falas, discursos. Assim, as notícias podem ser definidas como fragmentos do visível
construídos por meio de uma ação de moldura e de uma retórica que institui cenas do acontecimento
e as articulam em uma realidade discursiva. Estas cenas são organizadas de acordo com formatos
pré-estabelecidos, de maneira que possam marcar a identidade do telejornal ao longo de suas edi-
ções.
Surge, então, como questão o modo como o telejornalismo institui e organiza essas cenas, de ma-
neira a construir certo regime de visibilidade que constitua uma de suas marcas distintivas em relação
aos demais programas da televisão. Um exemplo significativo de como esse regime de visibilidade é
construído pelo telejornalismo é o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. A matéria “PIB brasi-
leiro supera expectativas”, exibida na edição de quarta-feira, 12 de março de 2008, é uma entre inú-
meras notícias que se encaixam no formato padrão desenvolvido pelo “Jornal Nacional”, composto
por cabeça, off, passagem, off, conclusão. A matéria tem duração de três minutos e 32 segundos e foi
elaborada a partir de dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) a
respeito do crescimento do PIB no ano de 2007. Após a cabeça lida pelo apresentador do telejornal,
William Bonner, a matéria segue com a narração, em off, realizada pelo repórter Hélter Duarte, cujo
corpo só aparece em cena durante a passagem que se realiza entre 01’03’’ e 01’22’’.
Ao longo da notícia são apresentados quatro infográficos que complementam a locução do repórter
com dados a respeito do crescimento do PIB, de investimentos no país e da arrecadação de impos-
tos. Em cinco momentos da matéria a narração em off dá lugar às sonoras nas quais cinco persona-
gens dão seus respectivos testemunhos: Giovanna Costa, Gerente de Marketing de um Shopping em
Bangu, no Rio de Janeiro, a artesã Marine Augusta Paes; Peri Cozer, diretor de uma fábrica de pro-
dutos em aço inox; um economista da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros; e, por fim, o Pre-
sidente Lula, encerrando a matéria.
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
As imagens técnicas apresentadas na matéria são as mais diversas, vão desde tomadas aéreas de
regiões residenciais a quadros informativos. Apesar da diversidade entre elas, é possível perceber
que todas são submetidas à enunciação de um sujeito telejornalístico, podendo ele surgir na tela na
figura do apresentador ou do repórter ou das personagens. A retórica do telejornalismo se funda so-
bre uma estrutura de delegação enunciativa na qual o apresentador, responsável por articular as notí-
cias no interior dos blocos, cede a enunciação a um repórter, que por sua vez delega a enunciação às
personagens. A cena é assim colocada sob a tutela de um sujeito da enunciação que ao ocupar uma
posição em relação aos acontecimentos, constrói, por correspondência, uma posição a ser ocupada
pelo telespectador.
A abertura da matéria constitui um tipo de cena que é construída pela imbricação de duas telas: a tela
perfurada e a opaca. Na notícia a abertura é realizada pelo apresentador William Bonner, que fala
olhando para câmera: sua enunciação funda e individualiza um telespectador, a quem ele fala direta-
mente. Esta estratégia procura apagar a mediação realizada pelo telejornal, pois perfura a tela da te-
levisão criando um canal de troca entre apresentador e telespectador. Simultaneamente, o cenário, a
redação do telejornal, desaparece, dando lugar a um fundo composto por elementos do universo eco-
nômico, cuja função é orientar o telespectador na mobilização do repertório necessário para o enten-
dimento da matéria, constituindo-se, assim, como uma marca de identificação temática.
O primeiro off, composto por dois planos de três segundos e quatro planos de dois segundos, se ini-
cia com uma tomada aérea de uma região residencial, num movimento que segue em direção um
shopping center e termina no seu interior. Os planos, bem recortados, não se desenvolvem a ponto
constituírem uma cena própria. A cena é instituída pelo plano verbal que os atravessa, dá-lhes coe-
rência e faz deles uma espécie de concretização de si, num exemplo típico do que Soulages chama
de tela percurso.
Em outro off a artesã Marine é exibida preparando o jantar. Trata-se de uma tela transparente, em
que o texto remete a uma realidade que lhe é exterior, algo acentuado pela locução, que faz alusão a
uma situação comum a todos os brasileiros. No momento em que dá seu testemunho, porém, Marine
não olha para a câmera, ela olha para o repórter que se encontra ao lado. Se quando as personagens
falam para a câmera, elas estabelecem uma relação direta com o telespectador, em situações como
essa, elas estabelecem uma relação com alguém que está ao lado do telespectador. Neste sentido, o
repórter compartilha com o telespectador da mesma postura frente à cena, de maneira que ambos
observam e interpelam Marine.
A passagem pode ser descrita como um tipo de cena na qual o repórter, localizado na arena dos
acontecimentos, estabelece uma relação direta com o apresentador do telejornal e com o telespecta-
dor. A passagem constitui o instante em que a figura do repórter na arena dos acontecimentos apa-
rece em cena, nela os planos verbal e icônico se encontram de tal maneira articulados que o telejor-
nal se apropria do acontecimento que aparentemente deu origem à notícia. Trata-se de uma cena ins-
tituída por meio da mobilização de uma tela perfurada, pois quando o apresentador delega voz ao re-
pórter, ele o convoca para o tempo e espaço do telejornal e é neste momento que toda a notícia se
inscreve no interior do noticiário.
Nesta retórica fundada na delegação da palavra, o repórter se constitui como uma espécie de gerente
do contato (LEAL; VALLE, 2008): é ele quem dá continuidade à relação com o telespectador estabe-
lecida pelo apresentador e é em relação a ele que as personagens se posicionam no momento em
que dão seus testemunhos. Do ponto de vista do sujeito, a ordem do contato privilegia o corpo, que
se constitui como uma configuração complexa de reenvios metonímicos que faz dele o operador fun-
damental de apropriação do espaço televisivo. A voz é um dos elementos que compõem o corpo sig-
nificante do repórter, permitindo a ele manter uma posição na cena telejornalística, mesmo que sua
figura não apareça nesta, mantendo, assim, o contato com os telespectadores.
O último tipo de cena é aquele composto pelos infográficos. Criados sobre uma tela opaca, os info-
gráficos agenciam elementos icônicos em um esquema de progressão lógica. Dizer e mostrar se arti-
culam de maneira que o plano icônico forneça visualidade ao significado sugerido pelo plano verbal.
No primeiro infográfico da matéria, por exemplo, a narração do repórter se inicia com a afir mação de
que o PIB em 2007 cresceu 5,4% e o plano icônico apresenta um gráfico de barras indicando esse
crescimento. Em seguida, o repórter ressalta que este foi o segundo maior crescimento em 12 anos;
o gráfico, por sua vez, mostra os índices desse período, destacando os anos de 2004 e 2007, mo-
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USO DE IMAGENS DINÂMICAS E ESTÁTICAS NA NOTÍCIA DE TV
mentos em que, conforme será observado pelo repórter, apresentaram os dois maiores índices de au-
mento do PIB.
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ROTEIRO E ADAPTAÇÃO
Roteiro e Adaptação
Começando por uma definição, ou melhor uma distinção. Tomando de empréstimo o raciocínio de Linda
Hutcheon em sua obra Uma teoria da adaptação, tratar-se-á, nesta tese, por obra adaptada aquela que
serviu de mote para a criação de outra, evitando assim, utilizar termos e expressões como obra original
ou obra fonte, por exemplo, que podem denotar alguma relação estratificada de valoração em relação
à segunda obra, sendo a primeira melhor pelo simples fato de haver sido concebida cronologicamente
antes. Adaptação é, portanto, o produto que teve por base a obra adaptada.
Desta forma, o poema épico de Santa Rita Durão, Caramuru é a obra adaptada em relação ao filme
Caramuru: a invenção do Brasil, a adaptação. Em outras palavras, para se realizar o filme foi necessário
adaptar o texto de Durão para o cinema, ao receber acréscimos, supressões, mudança de foco narra-
tivo e de enredo, obteve-se um novo texto para um novo suporte, ou seja, obteve-se uma adaptação.
Tal terminologia evidencia que adaptação é, portanto, processo e produto. Processo, pois, como ato
criativo de interpretação de uma obra exige que se coloque em marcha uma série de alterações neces-
sárias para que o novo texto seja apropriado para o outro suporte que o receberá. (Texto aqui entendido
“[...] por um prisma pós-moderno, não só como materiais escritos, mas também como qual- quer tenta-
tiva de representação em qualquer tipo de suporte”.
Tais alterações são de toda ordem, desde narratológicas, quanto econômicas, sociais e políticas; ele-
mentos estes sumamente importantes para analisar e realizar uma adaptação. Produto, destarte, é o
resultado, por assim dizer, o artefato posto à venda, em exposição, ou simplesmente à disposição; quer
seja um filme, um videogame, uma minissérie de TV, uma ópera, etc.
Realizado o processo adaptativo e obtendo o produto, muda-se a forma de se relacionar com a história,
a isso Hutcheon chama de engajamento e elenca três modos como uma história pode ser conta- da
considerando sua mídia ou suporte. O primeiro deles é o modo contar, típico da literatura, permite a
fruição da história por meio da imaginação. É preciso decodificar as letras e os significados das palavras
e frases nos contextos apresentados pelo enredo, cabendo ao narrador a tarefa de situar o leitor no
universo ficcional; ao leitor, por sua vez, cabe criar em sua imaginação os personagens, cenários e
suas características tomando por base a descrição da narrativa.
O segundo modo, mostrar, é aquele peculiar das produções audiovisuais como o cinema, ou performa-
tivas como o teatro e a ópera. Nesse modo, a percepção ocorre auditiva e visualmente. As caracteriza-
ções de cenário e personagens são patentes, deixando margem menor para a imaginação, uma vez
que se vê um dado personagem que passa a ter as características do ator e da indumentária que traja,
assim também o cenário, que pode ser contemplado possibilitando o vislumbre exato que se pretendia.
Hutcheon é resoluta em afirmar que todos os três modos de engajamento são imersivos, mas em graus
diferentes. Não se pode ignorar que a leitura literária leva o leitor para dentro da narrativa por meio da
imaginação, enquanto recria mentalmente as caraterizações descritas pelo narrador, compõe fisica-
mente seus próprios personagens, cria possíveis rumos para o desfecho do enredo, preenche as lacu-
nas deixadas pelo autor.
Exceção feita àquilo que é perceptível visualmente, o cinema compartilha da imersão literária quanto
ao atinar destinos e desfechos para enredo e personagens, mas o ambiente da sala escura equipada
com sistema de som eficiente, e, até mesmo de um prisma psicológico e emocional, com a pipoca típica
de cinema e sua atmosfera pretensamente romântica, colaboram na imersão. Mas é no modo partici-
pativo das novas mídias que a imersão atinge outros níveis.
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ROTEIRO E ADAPTAÇÃO
Hutcheon entende as adaptações como relações intertextuais, nas quais o público, leitor, expectador
ou jogador, deve perceber a relação entre os textos para poder desfrutar dos processos adaptativos, é
um constante diálogo que perpassa pela memória e conhecimento daquele que recebe a adaptação,
pois uma vez que não saiba estar ante uma adaptação, parte das intencionalidades se perdem. A forma
pela qual a teórica canadense aborda as adaptações corrobora a importância do público receptor para
a aceitação de uma obra.
Fazendo referência à teoria da adaptação de Darwin, Hutcheon crê que as histórias se adaptam e são
adaptáveis por conta de fatores culturais. Afirma que “em alguns casos, tal como ocorrera na adaptação
biológica, a adaptação cultural conduz a uma migração para condições mais favoráveis: as histórias
viajam para diferentes culturas e mídias”.
Alude que um texto escrito, por exemplo, por um homem em uma sociedade machista e conservadora,
pode, ao ser adaptado ao cinema por uma mulher em uma sociedade liberal, ganhar ares condizentes
àquele suporte e sociedade, sem com isso tornar-se uma adaptação que apenas pretendia criticar a
obra adaptada. A mesma obra ao ser adaptada ao teatro por um povo em que a religiosidade é marca
preponderante, receberá ali elementos que dialoguem com a religião ou religiosidade desse povo.
Assim, também um filme de ficção científica dos tempos iniciais do cinema, ao ser adaptado ou, talvez,
apenas refilmado, receberá atualizações de ordem tecnológica que lhe conferirão outro grau de rea-
lismo, muito provavelmente aproximando-o mais daquilo que os produtores de décadas atrás imagina-
ram, mas não dispunham de recursos tecnológicos para executar.
Assim, pode-se constatar a importância e grandeza do processo adaptativo. Para além de um simples
aproveitamento de uma história já existente, a adaptação é um processo cultural e, por que não, mer-
cadológico. Cultural por lidar com bens culturais de toda ordem, que envolvem livros, filmes, peças de
teatros e os novos meios audiovisuais e midiático como suporte para narrativas (desde a TV ao video-
game); abrangem toda uma série de aspectos sociais, psicológicos, antropológicos que para bem ou
para mal traduzem em partes a sociedade que os produzem. Mercadológico por se tratar de bens de
consumo, tangíveis ou não, que representam indústrias do entretenimento que geram empregos e mi-
lhões em lucros.
Perspectiva Prática
Ademais da teoria, há aqueles, evidentemente, que lidam empiricamente com adaptações e devem ter
suas concepções a respeito do assunto abordadas. Nesse afã, explanar-se-á as perspectivas de Syd
Field, Doc Comparato, Marcos Rey e Robert McKee.
No Manual do roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico, lançado em 1979, Field aborda a ques-
tão da adaptação de modo bastante pragmático, coerente à linguagem que utiliza em todo seu livro,
verdadeira apostila para roteiristas. O modo pelo qual discute as facetas de um roteiro se dá sem gran-
des volteios teóricos, atendo-se a exemplos e exercícios práticos que facilitam o entendimento e a
escritura de tal tipo textual.
Sem preocupar-se com nomenclaturas, Field trata por original a obra da qual se parte e por adaptação
o produto final. A maior preocupação do autor é evidenciar aos aspirantes à roteiristas que escre- ver
um roteiro adaptado dá-se tal qual a um original. Em outras palavras, o processo criativo exigido para
escrever um roteiro original é o mesmo para os adaptados e o roteirista tem os mesmos méritos ou
deméritos pela obra, é dizer, para os profissionais do roteirismo não há distinção valorativa entre roteiro
original e adaptado, o importante é que se produza um bom roteiro.
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ROTEIRO E ADAPTAÇÃO
Tal afirmação permite ponderar que cabe aos estudiosos da literatura e ao público a preocupação com
a originalidade e/ou graus de adaptação, por exemplo, e que a indústria do cinema e TV preocupam-
se com a qualidade do roteiro, sua exequibilidade, probabilidade de gerar lucros e apelo público.
Especificamente quanto à fidelidade, ponto nevrálgico para alguns estudiosos da adaptação, Field é
categórico ao responder à questão “Como fazer a melhor adaptação? Resposta: NÃO sendo fiel ao
original”. Ocupando-se principalmente da adaptação para cinema e TV, tendo como ponto de partida
romances, peças de teatros e artigos jornalísticos, Field afirma que adaptar é escrever para outra mídia,
é transpor de um meio para outro, é, portanto, escrever um roteiro original preocupando-se com as
alterações, supressões e/ou ampliações que o suporte exige, acautelando-se para não superpor ro-
mance e roteiro, por exemplo, realizando um livro filma- do e sim a adaptação de um romance para
filme.
Lembra que no romance as ações se dão, muitas vezes, na mente dos personagens e que a adaptação
para um roteiro pleiteia que a história seja contada em imagens. O roteiro é um texto visual pelo qual
se deve conseguir visualizar as cenas e o desenrolar do enredo. Assim, adaptar um romance para
cinema ou TV é colocar o personagem em ação possibilitando uma experiência ocular. Para tanto, o
roteirista deve apoderar- se do romance e lê-lo com vistas ao roteiro que pretende produzir para poder
realizar as mudanças necessárias para o suporte que receberá a obra.
Quando trata da adaptação de teatro para um roteiro audiovisual, Field destaca as características pró-
prias do texto dramático como a linguagem e diálogos dramáticos, pelos quais os sentimentos dos
personagens são externados, é por meio dos diálogos que a ação de uma peça se desenvolve. Não é
recomendável, assim como na utilização dos romances, julgar uma peça de teatro pronta para ser
filmada.
Ainda que haja várias experiências com teatro televisionado como o Grande Teatro Tupi, da década de
1950, Teatro da TV Cultura, da década de 1970, e programas de TV que se valem de elementos teatrais
como Sai de baixo, da Rede Globo, Vai que cola e A vila, do canal pago Multishow do grupo Globo,
programas humorísticos, pensados para serem televisionados, mas gravados em um teatro, no palco,
com cenário restrito, elenco e personagens limitados, gravados com a presença de plateia; há que se
considerar que são peças filmadas e não adaptações para TV.
Nos casos dos programas humorísticos citados, são obras pensadas para a televisão, portanto, mesmo
com muitos aspectos teatrais, são programas de TV. As peças de teatro, circunscritas ao arco do pros-
cênio, não conseguem oferecer ao público toda a potencialidade visual de que as obras audiovisuais
são capazes, desta forma, cabe ao roteirista, partindo da ação desencadeada pelos diálogos, ampliar
visual- mente a narrativa, dotando-a, por exemplo, de analepses temporais que exigiriam locações dis-
tintas ao momento do enredo e, quiçá, caracterizações dos personagens em tempos de infância, recur-
sos possíveis também em uma peça de teatro, embora custosos, mas facilmente realizados pelos pro-
dutores do audiovisual, auxiliados ainda, pelo recurso da edição inexistente no teatro. Entretanto, as
peças não trazem apenas obstáculos e limitações, já que os diálogos têm grande potencial de aprovei-
tamento uma vez que são a essência do texto dramatúrgico. A manutenção de alguns diálogos pode
servir de ponto de ancoragem ou de reconhecimento por parte do público que conheça a obra adaptada,
afinal, uma adaptação só alcança seu sentido máximo quando é reconhecida como tal.
Apesar da declarada postura anti-fidelidade de Field, para quem “a fonte é, afinal, a fonte. É um ponto
de partida, não um fim em si mesma”; é interessante perceber que se preocupa com a integridade da
fonte, é dizer, ater-se àquilo que está na obra fonte e a partir daí criar o que for necessário para a
adaptação.
Para isso, faz-se necessária séria pesquisa sobre os diversos elementos que compõem a obra para
evitar aberrações históricas como, por exemplo, armar um exército com equipamentos que ainda não
haviam sido inventados à época em que se dá a narrativa, ou ainda, introduzir um novo personagem
cujas atitudes e pensamentos não coadunem com a época e local e tal postura passar incólume pelo
enredo.
Quando a obra que se pretende adaptar trata-se de uma biografia ou episódio histórico, o autor reco-
menda que se escolha dois ou três acontecimentos de destaque na biografia que se esteja a adap- tar,
os demais episódios ficam a cabo da imaginação do adaptador, pois o roteiro deve se pautar pelas
necessidades da história a ser contada e tentar abarcar todos os feitos da vida de uma personalidade.
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ROTEIRO E ADAPTAÇÃO
Além de enfadonho, resultaria em uma verdadeira cronologia que, se não estivesse pautada em exa-
ustiva pesquisa de fontes fidedignas, provavelmente seria recusada pela crítica e público. Portanto,
escre- ver um roteiro sobre eventos históricos e seus personagens demanda grande responsabilidade
do adaptador com os desfechos históricos, nas palavras de Field, “não seja tão livre com a história [...]”.
Fica evidente que para o autor, embora escrever um roteiro adaptado seja o mesmo que produzir um
que não tenha relação direta com outro texto e que o adaptador tenha liberdade para criar, deve-se
pensar na já mencionada integridade da história.
No entanto, ainda que Field seja taxativo quanto à desobrigação de manter-se fiel à fonte, ao terminar
seu capítulo sobre adaptação para roteiros de TV e cinema, subsiste a impressão de que se deve
manter certo grau de alusão à obra adaptada. Se por um lado argumenta em prol da coerência histórica
ou biográfica por meio de pesquisas demonstrando a seriedade do trabalho de roteirista-adaptador e
que não ser fiel à fonte não implica em um enredo anárquico; por outro, prega a todo instante preva-
lência da liberdade criativa e da imaginação para lograr êxito na tarefa de roteirista.
Talvez a preocupação do autor resida em eximir os redatores iniciantes das amarras que a tarefa de
adaptar um romance ou peça para um filme, por exemplo, podem causar, inibindo o processo criativo.
Nos diversos casos citados, Field mostra que não é necessário que o filme conte todos os aconteci-
mentos, pensamentos e pormenores do romance. Argumenta que o filme pode abordar apenas a parte
final do romance, ou apenas a inicial, ou ainda, iniciar-se já em meio à ação para depois dar a conhecer
ao público o porquê dos acontecimentos.
Tais alterações, mais condizentes com a linguagem fílmica, conferem à adaptação mais impacto, cati-
vando de imediato o expectador, já que no cinema não se dispõem do mesmo tempo para contar a
história. Em outras palavras, deve-se considerar cada suporte e suas peculiaridades, ao escrever uma
adaptação, no caso para roteiro de cinema ou TV, a atenção é a mesma, portanto, a fidelidade deve
ser relegada em prol das necessidades dramáticas exigidas pelo novo suporte.
Assim como Syd Field, Doc Comparato, no livro Da criação ao roteiro, lançado em 1993, dedica um
capítulo à adaptação para cinema e TV. O tom didático de Comparato é apropriado a seu texto, leve,
direto e objetivo, propício àquele que pretende conhecer os meandros do roteirismo sem circunlocuções
teóricas que nem sempre acrescentam àquele que pretende trabalhar efetivamente com algo.
O primeiro aspecto a salientar é viabilidade de se adaptar a obra escolhida. Para Comparato algumas
obras são inadaptáveis e cita como exemplo cabal Ulisses, de James Joyce. Obras cuja essência se
dá em monólogos interiores, em divagações ou devaneios mentais ou filosóficos, enfim, aquelas em
que a ação seja relegada e a ênfase recai sobre as concatenações do fluxo de consciência do perso-
nagem e suas memórias e imaginação; enquadram-se menos à adaptação.
Comparato ratifica que “a adaptação implica escolher uma obra adaptável, isto é, que possa ser trans-
formada sem perder qualidade; e nem todas as obras se prestam a este gênero de trabalho”. Merece
destaque da citação acima a preocupação com a qualidade da obra adaptada, exigindo-se que ela não
se perca na adaptação.
Talvez pensando nisso, o autor elenca cinco graus de adaptação as quais se diferenciam quanto à
fidelidade respeitada em relação à fonte. O primeiro grau é a adaptação propriamente dita aquela que
se mantém o mais fiel possível à obra adaptada, da qual mantém a história, o espaço, o tempo e as
personagens, tendo a devida atenção para não realizar um roteiro que seja uma espécie de translite-
ração para o audiovisual; é preciso pois, ir além daquilo que está nas páginas e nas palavras, tentando
transformar em ação visual aquilo que o personagem vive internamente.
Pode-se citar como exemplo a adaptação do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo
Neto, para o cinema realizada por Zelito Viana em 1977. No segundo modo, baseado em o final é
alterado, assim como algumas situações e até mesmo nomes de personagens e, consequentemente,
suas características acabando mesmo por criar personagens ou fundir alguns existentes; a relação com
a obra adaptada deve ser perceptível mantendo-se a história íntegra.
Algumas adaptações de Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, como a comédia romântica Roxane,
de Fred Schepisi, roteirizado por Steve Martin e um episódio de Chapolin Colorado intitulado Erase um
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ROTEIRO E ADAPTAÇÃO
hombre a um nariz pegado, são exemplos de audiovisuais baseados em teatro. Inspirado em, é o ter-
ceiro grau, aquele no qual se cria uma nova estrutura para a narrativa preservando alguns personagens
ou uma situação dramática relevante, comumente o tempo da ação é mantido. Como exemplo de filme
inspirado em uma obra literária, pode-se citar Caramuru: a invenção do Brasil, de Guel Arraes e Jorge
Furtado, adaptação do poema épico Caramuru, de Frei José de Santa Rita Durão. O quarto grau, re-
criação, é aquele que guarda a menor relação com a obra adapta- da. Mantém-se a moral da história
narrada, o plot principal, éthos nas palavras de Comparato, e recria-se todo o resto. Exemplo de recri-
ação é o filme Dom, de Moacyr Góes, que adapta Dom Casmurro, de Machado de Assis.
O último grau é a adaptação livre no qual se busca um novo aspecto dramático que dê ênfase a algo
que talvez não tenha sido tão evidenciado na obra adaptada ou mesmo um ponto de vista desenvolvido
pelo roteirista, para isso, cria-se uma nova estrutura narrativa mantendo-se íntegra a história fonte e
demais elementos. Exemplo desse tipo de adaptação seria o filme Capitu, de dirigido por Paulo Cesar
Saraceni que também assina o roteiro com Paulo Emílio Sales Gomes e Lygia Fagundes Telles.
Para além da definição dos níveis de adaptação descritos, Comparato destaca alguns aspectos impor-
tantes quando se adapta uma peça de teatro, um conto ou um romance, sempre tendo em vista a
realização de um produto audiovisual. Sobre o teatro, enaltece o uso dos diálogos e sua organização
no enredo, nas palavras do autor, “os diálogos principais já foram escritos e o material está organizado
dramaticamente”.
Ter ao menos parte dos diálogos prontos é uma grande vantagem para o adaptador, pois lhe garante
maior identificação com o linguajar do autor, além, evidentemente, da redução de trabalho. Ainda sobre
os diálogos, destacam-se por resultarem em pouca percepção visual, cabendo ao adaptador su- plantar
esse entrave conferindo à adaptação a visualidade requerida por um roteiro. Dispondo de mais recursos
que o teatro, o adaptador podem se valer de cenários variados, locações externas, efeitos especiais de
computação e animação que podem proporcionar à adaptação verossimilhança rica e perceptível.
Dos segundos, a empreitada que se exige é contrária ao primeiro, ou seja, é preciso reduzir o conteúdo
ao essencial e enaltecer o núcleo dramático, tais cortes fatalmente incluirão personagens e cenas caras
ao leitor da obra, no entanto, o roteiro tem exigências específicas para lograr êxito como um filme ou
telenovela e para isso são necessários ajustes que podem desagradar àquele cujo primeiro contato se
deu pelo livro.
Entretanto, assim como na adaptação de um conto, a de um romance permite que o roteirista crie e
inove consideravelmente, destarte, novos personagens poderão suprir a ausência da- queles extirpa-
dos com melhor aproveitamento para os rumos do enredo. Comparato adverte, para a necessidade de
séria pesquisa sobre outras obras do mesmo autor com o qual se está trabalhando com a finalidade de
tentar assimilar-lhe o estilo e redigir diálogos que lhes sejam próximos.
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REPORTAGEM, ENTREVISTA, EDITORIAL, CRONICA, COLUNA, PAUTA,
INFORMATIVO E COMUNICADO.
Reportagem
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmente costuma estabelecer conexões com o
fato central, anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato
principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados
estatísticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo
texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando-
o, orientando-o e contribuindo para formar sua opinião.
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmica e clara, ajustada ao padrão lingüístico
divulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a
todos os públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se
destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou
sua interpretação.
Para se produzir uma boa reportagem, é fundamental que o repórter ouça todas as versões de um
fato, a fim de que a verdade apurada seja realmente a verdade que possa ser comprovada, não
aquela que se imagina que é a verdade.
A Reportagem é um gênero textual não literário, considerado um texto jornalístico veiculado pelos
meios de comunicação: jornais, revistas, televisão, internet, rádio, dentre outros. O repórter é a
pessoa que está incumbida de apresentar a reportagem, a qual aborda temas da sociedade em geral.
Classificação
A Reportagem é um tipo de texto que tem o intuito de informar ao mesmo tempo que prevê criar uma
opinião nos leitores, portanto ela possui uma função social muito importante como formadora de
opinião.
A Reportagem pode ser um texto expositivo, informativo, descritivo, narrativo ou opinativo. Desse
modo, ela pode tanto se aproximar da notícia quanto dos artigos opinativos, porém não deve ser
confundida com eles. Expositivo e Informativo porque ele expõe sobre um determinado assunto, com
o intuito principal de informar o leitor.
Podem também ser textos descritivos e narrativos, uma vez que descrevem ações e incluem tempo,
espaço e personagens. E por fim, é um texto opinativo, ou seja, o repórter apresenta juízos de valor
sobre o que está sendo discorrido.
Geralmente são textos mais longos, opinativos e assinados pelos repórteres, enquanto as notícias
são textos relativamente curtos e impessoais que possuem o intuito de somente informar o leitor de
um fato atual ocorrido.
Em resumo, podemos dizer que a notícia faz parte do jornalismo informativo, enquanto as
reportagens fazem parte do chamado jornalismo opinativo. Por esse motivo, a reportagem é um texto
que precisa de mais tempo para ser elaborado pelo repórter, donde se desenvolve um debate sobre
um tema, de modo mais abrangente que a notícia.
Estrutura
Embora apresenta uma estrutura similar à da notícia, a reportagem é mais ampla e menos rígida na
estrutura textual e pode incluir as opiniões e interpretações do autor, entrevistas e depoimentos,
análises de dados e pesquisa, causas e consequências, dados estatísticos, dentre outros. Vale
lembrar que a estrutura básica dos textos jornalísticos é dividida em três partes:
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REPORTAGEM, ENTREVISTA, EDITORIAL, CRONICA, COLUNA, PAUTA,
INFORMATIVO E COMUNICADO.
• Título Principal e Secundário: as reportagens, tal qual as notícias, podem apresentar dois títulos, um
principal e mais abrangente (chamado de Manchete), e outro secundário (uma espécie de subtítulo) e
mais específico.
• Lide: na linguagem jornalística a Lide corresponde aos primeiros parágrafos dos textos jornalísticos,
os quais devem conter as informações mais importantes que serão discorridas pelo autor. Portanto, a
Lide pode ser considerada uma espécie de resumo, donde as palavras chave serão apontadas.
• Corpo do Texto: Desenvolvimento do texto, sem perder de vista o que foi apresentado na Lide.
Nessa parte, o repórter reúne todas as informações e as apresenta num texto coeso e coerente.
Principais Características
• Presença de títulos
• Objetividade e subjetividade
• Linguagem formal
Segundo Gil (1999), as entrevistas podem ser classificadas em: informal, focalizada, por pautas e
estruturada.
d) Entrevista Estruturada (fechada) – Desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas, cuja
ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados, que geralmente são em
grande número. Por possibilitar o tratamento quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o
mais adequado para o desenvolvimento de levantamentos sociais.
Aprimoramento Da Reportagem
Na rotina jornalística, a entrevista está entre as atividades mais essenciais. Ela é a alma do
jornalismo: pode impulsionar ou detonar uma matéria, dar vida a narrativas e conduzir à compreensão
de acontecimentos complexos. Ainda assim, a maioria dos repórteres aprimora esta habilidade por
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REPORTAGEM, ENTREVISTA, EDITORIAL, CRONICA, COLUNA, PAUTA,
INFORMATIVO E COMUNICADO.
tentativa e erro. E, às vezes, o erro vai em formato de áudio com engasgadas vergonhosas direto pro
editor.
Apesar de não ser uma ciência exata, dominar algumas técnicas pode facilitar o caminho do jornalista
que quer se tornar um entrevistador daqueles que arrancam boas respostas até das fontes mais
evasivas. Conheça algumas delas neste guia preparado pelo Centro Knight com links e dicas de
profissionais experientes no assunto.
Antes de mais nada é preciso saber o que se quer da entrevista: aspas, confirmação, contexto,
reconstituir uma cena? Este é o primeiro passo para traçar a estratégia a ser adotada.
2. Esteja preparado
Uma boa entrevista começa muito antes do contato com o entrevistado. Como Jon Talton, colunista
do Seattle Times, escreveu para o Reynolds Center, conhecer muito bem a fonte e o tema que será
tratado é o dever de casa. Fazer uma lista de perguntas prévias não garante o sucesso da entrevista,
mas pesquisar e estar completamente por dentro do que será debatido e da pessoa com quem se
debaterá pode render bons frutos.
Um bom exemplo disso é dado pelo colunista do Poynter Chip Scanlan: "AJ Liebling, uma escritora
famosa da The New Yorker, conseguiu uma entrevista com o conhecidamente lacônico jóquei Willie
Shoemaker. Abriu com uma única pergunta: Por que você monta com um estribo maior do que o
outro? Impressionado com o conhecimento de Liebling, Shoemaker falou".
Assim como Liebling, jornalistas frequentemente se deparam com entrevistados que não estão tão
dispostos a falar quanto se deseja. Saber perguntar, nestas horas, faz toda a diferença. Segundo as
lições do jornalista investigativo canadense John Sawatsky, uma autoridade na arte da entrevista,
para a American Journalism Review e para o Poynter:
• evite perguntas cujas respostas possam ser apenas "sim" ou "não" (a não ser que se queira
confirmar alguma informação precisa), prefira as do tipo "como", "por que", "o que".
• não tente argumentar com a fonte para convencê-la da sua versão; ao invés disso, peça para ela
comentar uma informação que você saiba ser verdadeira
A ganhadora do Pulitzer Isabel Wilkerson considera entrevistas "conversas guiadas" nas quais a
dinâmica da relação é mais importante que qualquer questão individual. "Nas escolas de jornalismo,
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INFORMATIVO E COMUNICADO.
ninguém chama as interações entre jornalistas e fontes de relacionamento, mas é isso que são", diz
ela.
Aprenda a fazer anotações sem olhar apenas para o caderno. É fundamental manter uma interação
visual e corporal com o entrevistado. Demonstrar empatia deixa a fonte mais à vontade, o que
aumenta as chances dela se abrir. "Entrevistar é a ciência de ganhar a confiança, depois ganhar a
informação", ressalta JohnBrady em "A Arte da Entrevista".
Às vezes o jornalista está tão preocupado em seguir o seu rascunho que não percebe os momentos
por onde a história pode se desenvolver mais. Não corte a possibilidade de informações mais
profundas virem à tona pulando muito rapidamente para a sua próxima pergunta. Se houver
limitações de tempo, concentre-se no tópico mais importante, escolha com sabedoria. Se o tempo for
liberado, explore os pontos que soarem mais interessantes durante a entrevista.
Não deixe qualquer dúvida passar em branco. Questões derivadas de respostas mal compreendidas
costumam dar pano pra manga. Como ensina Banaszynski, "para cada questão, pergunte outras
cinco".
Seja um ouvinte interessado e perceba quando as respostas te levam para outras perguntas sobre o
tema. Conforme explica Sawatsky, quanto mais você demonstra que está realmente ouvindo, mais
confiança se estabelece.
Deixe claro o propósito e o contexto da entrevista e procure saber no início as preocupações da fonte.
Isso pode evitar que você seja surpreendido com um pedido de "off the record" [não publicar a
informação passada] depois de uma entrevista reveladora.
Em um interessante artigo sobre a arte da entrevista para a Columbia Journalism Review, a jornalista
Ann Friedman cita Max Linsky, um entrevistador de peso do Longform Podcast, que diz: "Longas
entrevistas podem ter três atos - saiba onde você quer começar, onde você quer terminar, e como
você quer chegar lá. E deixe o entrevistado conhecer o plano! Essas conversas podem sair dos
trilhos rapidamente - compartilhar o roteiro antecipadamente permite que você interrompa e mude as
coisas com mais facilidade. Faz com que entrevistado e entrevistador se sintam como se estivessem
no mesmo time. "
A entrevista pode ser feita das mais variadas formas: pessoalmente, por telefone, skype, e-mail, com
uso ou não de câmeras de vídeo. Escrevendo para o Poynter, a jornalista Mallary Jean Tenore citou a
preferência de cinco jornalistas com os quais conversou. A maioria ressalta que a conversa cara a
cara permite que o repórter observe detalhes do comportamento do entrevistado e da cena que
escapam em conversas por telefone ou e-mail.
Quando a distância com a fonte não permite o contato pessoal, recorre-se ao telefone ou até mesmo
a ferramentas como o Skype. Ao falar por ligações on-line, o uso da webcam tem a vantagem de
permitir que se veja a expressão corporal do entrevistado.
É unanimidade que a entrevista por e-mail é a última opção. Mas o meio é válido para agendar a
entrevista, fazer perguntas preliminares ou verificar informações e tirar dúvidas posteriores.
Aqueles que optarem por gravar em vídeo devem estar atentos a algumas questões técnicas, como a
captura de áudio e os planos que serão usados. Casey Frechette, do Poynter, aconselha antecipar o
que pode dar errado durante a entrevista em vídeo para ter sempre uma carta na manga. Checar
duas vezes se as baterias estão carregadas, se o equipamento está funcionando bem e se a locação
está liberada, por exemplo, é crucial.
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INFORMATIVO E COMUNICADO.
Certifique-se de que entendeu o que significam certas expressões, jargões e busque analogias. Nas
palavras de Ann Friedman, "banque o estúpido", especialmente quando o assunto é técnico e
complexo demais. Peça para a fonte explicar como se estivesse falando a uma criança.
Banaszynski observa que é sempre bom anotar telefones, e-mails, endereços, detalhes sobre o local
e o entrevistado. Se precisar, não hesite em fazer contato novamente para tirar dúvidas ou até
mesmo agendar uma segunda entrevista. Após a publicação, é sempre bom passar a matéria à fonte
e estar aberto a seus comentários.
Chip Scanlan acrescenta que a auto-avaliação é uma boa forma de se aperfeiçoar. Ao transcrever as
conversas gravadas (e gravar é fundamental!), observe não só as respostas, mas as suas perguntas.
"Você faz mais perguntas que encerram a conversa ou que a estimulam? Você interrompe o seu
interlocutor quando ele está começando a se soltar? Você soa um ser humano interessado e amável
ou um promotor atormentado?"
O Editorial
O editorial é um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
Então, a objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, uma vez que o
redator dispõe da opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Logo, os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de modo que evidencie a
posição da mídia, ou seja, do grupo que está por trás do canal de comunicação, uma vez que os
editoriais não são assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.
Pelas características apontadas acima, podemos dizer que o editorial é um texto: dissertativo, pois
desenvolve argumentos baseados em uma ideia central; crítico, já que expõe um ponto de vista;
informativo, porque relata um acontecimento.
O jornal que apresenta matérias excessivamente críticas e opinativas e que não possui um ambiente
separado para editoriais é considerado “de opinião”!
Contudo, contrariando o fato do editorial levar em consideração a opinião do jornal como um todo,
muitos editoriais de revista mostram apreciações feitas por autores que assinam o texto e muitas
vezes até mostram o rosto em uma foto.
Texto Editorial
O texto editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas.
Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos
opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, eles podem apresentar certa objetividade. Isso porque são
os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja,
Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não
recebem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação
(revista, jornal, rádio, etc.).
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INFORMATIVO E COMUNICADO.
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os editoriais intitulados como “Carta ao
Leitor” ou “Carta do Editor”.
Para produzir um editorial, inicialmente é necessário conhecer os assuntos que serão abordados no
meio de comunicação. Feito isso, faça uma síntese de todo esse conteúdo para que ele seja
apresentado para o público leitor. Embora apresente a estrutura básica do texto dissertativo, ele pode
não seguir o padrão proposto.
Estrutura
Características
Tal como vemos nos exemplos acima, as características dos editoriais jornalísticos que se destacam
são:
• Textos dissertativos-argumentativos
• Temas da atualidade
Crônica
A Crônica é um tipo de texto narrativo curto, geralmente produzido para meios de comunicação, por
exemplo, jornais, revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos
corriqueiros do cotidiano.
Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o
passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto.
No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual bem difundido desde a publicação dos "Folhetins" em
meados do século XIX.
• Machado de Assis
• Rubem Braga
• Fernando Sabino
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Segundo o professor e crítico literário Antônio Cândido, em seu artigo “A vida ao rés-do-chão”
(1980):
“A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que lhe
dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é
um gênero menor. “Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de
nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para
a literatura (...).
(...) Ora, a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das
pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes,
pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitada. Ela é
amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais
fantásticas, sobretudo porque quase sempre utiliza o humor. Isto acontece porque não tem
pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão
depressa. Ela não foi feita originalmente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se
compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da
cozinha.”
Nesse trecho tão esclarecedor podemos destacar características fundamentais sobre a crônica, por
exemplo, a aproximação com o público, na medida em que contém uma linguagem mais direta e
despretensiosa.
Ao mesmo tempo que é marcada notadamente pelo tempo, ou seja, pela curta duração que possui
esse tipo de texto.
A crônica foi inicialmente desenvolvida com caráter histórico (as crônicas históricas). Elas relatavam
desde o século XV fatos históricos (reais ou fictícios) ou acontecimentos cotidianos (sucessão
cronológica), algumas com toque de humor.
Mais tarde, esse tipo de texto despretensioso foi se aproximando do público e conquistando os
leitores mundo afora. Hoje, esse fato é confirmado pela enorme difusão das crônicas, sobretudo nos
meios de comunicação.
Principais Caraterísticas
• Narrativa curta
• Espaço reduzido
• Acontecimentos cotidianos
Tipos de Crônica
Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo, (com enredo, foco narrativo, personagens,
tempo e espaço) há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais.
• Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de
“crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade
para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa.
• Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo
e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa.
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REPORTAGEM, ENTREVISTA, EDITORIAL, CRONICA, COLUNA, PAUTA,
INFORMATIVO E COMUNICADO.
• Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao
mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns
aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc. Importante destacar que muitas crônicas
podem ser formadas por dois ou mais tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e humorística.
Muitos autores começam sua carreira aprendendo como escrever uma crônica ou um conto, que são
textos mais curtos, mais simples de se concluir. Na autopublicação, essas pequenas obras literárias
podem ter espaço tanto em blogs como em ebooks que compilam histórias.
As crônicas são um gênero textual híbrido, com elementos literários e jornalísticos, que surgiu com os
folhetins do século XIX na França e ganhou forma no Brasil, evoluindo de um texto que focava na
transmissão de informações para uma forma de expressão artística.
Até hoje em dia, as crônicas fazem parte dos jornais e tem como uma das principais características
comentar ou relatar fatos atuais. Não é a toa que o nome do gênero, “crônica”, vem do grego
“chronos” (tempo). Esses textos devem sempre ser contemporâneos em seu conteúdo.
O diferencial é incluir nesse texto doses da personalidade e perspectiva do cronista, seja através de
críticas, piadas ou os dois. A crônica vai além da transmissão de informações atuais, ela tem visão,
opinião, identidade. Ela é elaborada em cima de eventos e vai além.
E, quanto às principais características das crônicas, elas devem ser curtas, com linguagem mais
coloquial, sem “firulas” ou exageros, e falar sobre acontecimentos do cotidiano ou contemporâneos.
Em geral, as crônicas não precisam ter personagens e, quando têm, são poucos.
Agora você já sabe o que é, mas como escrever uma crônica? Vamos listar algumas dicas que vão
ajudar você a escrever e publicar livro de crônicas.
Crônicas são, em essência, textos relacionados aos fatos atuais, a questões do dia-a-dia
contemporâneo. Por isso, antes de começar a escrever uma crônica, você deve definir qual será o
seu tema. Ou seja, ao redor de qual fato ou evento ela será focada.
Esse tema, de preferência, deve ser centrado ao redor de questões que são de conhecimento geral.
Seja porque é um evento cotidiano, que a maioria das pessoas vive em primeira mão, ou porque é
uma notícia comentada por todos.
Além de escolher um fato ou evento, você deve ter uma opinião sobre o assunto. A crônica não é um
texto jornalístico impessoal, que exige que o autor seja imparcial ao transmitir informações.
Pelo contrário, ela se “alimenta” de pontos de vista únicos e doses acentuadas de personalidade.
Segundo alguns teóricos, a posição crítica e a experiência do autor são os focos da crônica, de modo
que, ao escrever um texto sem opinião, você simplesmente não terá escrito uma crônica.
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Evite Personagens
Você não está escrevendo um conto! As crônicas misturam o jornalístico e o literário, elas falam de
fatos, opiniões, ideias e, por isso mesmo, acabam se desconectando da ideia de personagens e,
muitas vezes, também não tem cenário ou tempo.
Pense bem sobre como quer apresentar os fatos e ideias. Caso seja realmente necessário, por
exemplo, quando o tema da crônica é baseado em uma breve interação entre duas pessoas, você
pode incluir essas pessoas como personagens.
Contudo, lembre-se que o foco ainda é a maneira que você, autor, transmite essas informações e
reflete sobre esses fatos, seja de modo lírico, humorístico, filosófico…
Novamente, não se esqueça: a crônica não é um conto. O texto que está escrevendo deve se basear
em fatos e eventos reais, muitas vezes até banais. Por isso, pés no chão. Foque nos fatos, na
vivência das pessoas.
Crônicas são textos curtos, que tendem a falar de fatos cotidianos e cuja própria leitura deve ser feita
de maneira rápida e leve.
Ela é feita levando em consideração o conhecimento de mundo do leitor. Ou seja, não são assuntos
aprofundados, mas sim assuntos do senso comum, que estão em todos os jornais ou fazem parte do
dia-a-dia de qualquer brasileiro.
Para não escrever demais e extrapolar os limites de uma crônica, você pode reduzir seu texto ao
economizar nas palavras. Nada de descrições detalhadas demais, nem floreios e enfeites para
embelezar seu texto.
Ainda que sua crônica seja lírica, não é necessário usar palavras “difíceis” e “bonitas”. Basta usar
uma boa dose de sentimento. A beleza também está na simplicidade.
Assim como qualquer texto, a crônica também merece revisão e edição adequadas. Leia e releia.
Corrija mais do que os erros gramaticais. Verifique a fluidez do texto, troque palavras caso necessário
e remova trechos que não adicionam em nada à qualidade da crônica.
Lembre-se também de conferir consigo mesmo se o texto que você escreveu é, de fato, uma crônica.
Há personagens demais? Falta opinião? O estilo está errado? Reflita sobre essas questões.
Algumas perguntas que você pode fazer a si mesmo para avaliar sua crônica são:
Caso a resposta seja sim para todas as perguntas, então, parabéns, você escreveu uma crônica. Se
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não, pode ser que você tenha escrito um texto excelente para outro gênero, um texto que merece ser
publicado e exaltado, mas ainda precise praticar mais na escrita de crônicas propriamente ditas.
Os gêneros jornalísticos são representados por manifestações culturais e estão diretamente ligados a
fatos que alteram as decisões sociais. Classificar os gêneros jornalísticos é um grande desafio, pois
estão sempre em transformação e se alteram de acordo com cada país e cultura. Dentre inúmeros
tipos de textos que definem o jornalismo (seja ele noticioso, opinativo ou literário) existe a Coluna.
A Coluna surgiu em virtude da diagramação original de textos não noticiosos publicados em espaços
predeterminados, principalmente em jornais, onde é escrito regularmente. Embora pareça simples,
não se trata apenas sobre a própria escrita. Para escrever uma coluna é necessário a solidariedade
com as fontes, investigar os fatos diretamente e não se envolver com conflitos de interesse.
É importante estar confortável com o uso da linguagem para transmitir emoções, gerar confiança,
persuadir, e tornar o que você escreve interessante. Aprenda a escrever no estilo ‘’pirâmide invertida’’
para ir direto ao ponto.
Colunas são destinadas a fornecer informação suficiente para um leitor sem arrastá-los em uma
leitura. Acostume-se a reduzir seus rascunhos, encurte as frases e encontre maneiras de chegar ao
ponto sem insistir nele. Evite repetições, a menos que isso realmente adicione a ênfase que a história
exige.
Forneça uma solução, não basta levantar uma questão. Colunas que criticam certas questões e não
oferecem soluções não tem grande utilidade. O bom jornalismo é objetivo e não toma parte, mas
oferece equilíbrio para garantir que não apenas um lado seja apresentado.
Mesmo que tenha liberdade, o melhor é oferecer o que as pessoas queiram ler. Foque no que está
atual.
Lembrar de que a escrita, a curiosidade e a comunicação formam suas habilidades. Esteja preparado
para pesquisar e aprender tanto quanto puder, para obter as informações corretas antes de escrevê-
las.
Em qualquer caso que haja um real ou mesmo aparente conflito de interesses, não escreva ou deixe
extremamente claro que você não tem nenhuma ligação de qualquer tipo. Sempre converse com
colegas para ajudá-lo a chegar numa decisão objetiva.
Conceito De Pauta
A pauta se refere tanto a um modelo ou exemplo a seguir como a uma norma ou regra que deve ser
respeitada, portanto, podemos dizer que a pauta é uma orientação a seguir, seja porque significa um
bom exemplo, digno de ser imitado ou seguido por todos, ou de outra forma porque se trata de uma
imposição que deve ser observada, mas também que recebe um castigo por omissão. "Eu vou levar
em consideração todas as pautas que o meu tio me deu, não posso falhar, pois ele as cumpriu e hoje
é um homem bem-sucedido em todos os aspectos."
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REPORTAGEM, ENTREVISTA, EDITORIAL, CRONICA, COLUNA, PAUTA,
INFORMATIVO E COMUNICADO.
A faculdade apresenta pautas muito específicas que todos devem seguir para poder permanecer
nela. A professora nos deu algumas pautas para resolver o problema do exame, mas não foram
suficientes.
Por outro lado, a palavra pauta também é empregada para referir-se ao conjunto de linhas horizontais
e paralelas impressas em papel que se vai escrever. Seu uso é de grande ajuda para não distorcer as
linhas que escrevemos. "Recebi uma chamada de atenção de minha professora por não usar
corretamente a pauta".
No entanto, na área da música a pauta é o traçado de cinco linhas horizontais e paralelas onde se
escrevem as notas e sinais de música. Por sua vez, uma pauta publicitária é o conjunto de espaços
publicitários selecionados para comunicar algo, por exemplo, de um produto durante um determinado
período de tempo. Geralmente, as pautas significam o desenvolvimento de uma campanha
publicitária com o objetivo de difundir alguma novidade. "A pauta publicitária dos programas de
televisão do canal estatal subiram muito de preço".
Texto Informativo
O texto informativo é um texto em que o escritor expõe brevemente um tema, fato ou circunstância ao
leitor.
Trata-se de uma produção textual objetiva, normalmente em prosa, com linguagem clara e direta.
Tem como objetivo principal transmitir informação sobre algo, estando isento de duplas
interpretações.
Ao contrário dos textos poéticos ou literários, que utilizam a linguagem conotativa, o texto informativo
utiliza linguagem denotativa.
Características
O autor dos textos informativos é um transmissor que se preocupa em relatar informações da maneira
mais objetiva e verossímil.
No caso das notícias, por exemplo, o escritor está encarregado de transmitir a informação para os
receptores leitores da maneira objetiva e alheia a ele.
Escrito em prosa, o texto informativo apresenta dados que o tornam mais credível.
Estrutura
• Introdução (tese): momento de exposição das informações necessárias para informar o tema que
será explorado pelo emissor (autor).
• Desenvolvimento (antítese): parte fundamental que contém as informações completas sobre o tema,
desde dados mais relevantes, ou melhor, todos os dados que se pode reunir para apresentação do
tema.
Comunicado
Um comunicado é uma declaração, uma nota ou um relatório que comunica una informação para
conhecimento público. O comunicado pode ser elaborado por uma pessoa, uma empresa, uma
organização ou um governo e é divulgado através dos meios de comunicação.
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REPORTAGEM, ENTREVISTA, EDITORIAL, CRONICA, COLUNA, PAUTA,
INFORMATIVO E COMUNICADO.
continuar assim, teremos de preparar um comunicado para esclarecer a situação”, “O clube emitiu um
comunicado a informar que o treinador renovou o seu contrato até 2015”.
O objetivo do comunicado é chegar ao maior número de pessoas possível para que tomem
conhecimento daquilo que se pretende transmitir. Existe a possibilidade, no entanto, de o comunicado
ser dirigido a um público específico, pelo que pode ser divulgado em meios especializados.
Suponhamos que, numa determinada cidade, um grupo de delinquentes se está a fazer passar por
trabalhadores da empresa de gás para ter acesso às casas das pessoas e roubar. A empresa que
presta o serviço, por conseguinte, publica um comunicado no jornal local para informar que os seus
empregados têm uma credencial que os identifica e convida os vizinhos a comunicarem
telefonicamente para confirmarem se, efetivamente, as pessoas que se apresentam pertencem ao
pessoal da empresa.
Regra geral, o comunicado (igualmente conhecido pelo nome de comunicado de imprensa uma vez
que a intenção é ser publicado nos meios de comunicação) é redigido por um relações públicas,
jornalista ou licenciado em comunicação que conhece os critérios de publicação e que sabe adaptar a
informação a uma estrutura comunicativa.
Ao elaborar um memorando interno, a equipe ou pessoa responsável deve ter uma série de cuidados,
para que a mensagem seja transmitida da maneira mais correta possível.
Assegure-se de que você está ciente das condições do destinatário ou leitor. Aqui, estão inclusas
características como educação, interesses, acesso às mídias, localização geográfica, hierarquia,
disponibilidade e outras.
• Tenha certeza de que o conteúdo elaborado é capaz de responder a perguntas básicas como “o
que”, “quem”, “quando”, “como”, “onde” e “por quê”.
• Seja curto, direto e preciso, mas faça isso sem ser ao mesmo tempo rude e descortês. Quanto mais
extenso o comunicado, maior a possibilidade de o conteúdo não ser lido.
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TEXTO JORNALÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS EM
DIFERENTES MÍDIAS
Os textos jornalísticos são os textos veiculados pelos jornais, revistas, rádio e televisão, os quais pos-
suem o intuito de comunicar e informar sobre algo. Nos dias atuais, o texto jornalístico é provavelmente
o gênero textual mais lido, pois possui o maior alcance nos diversos setores da sociedade.
Uma característica importante dos textos jornalísticos é sua efemeridade, visto que favorecem o co-
nhecimento de informações atuais com o propósito de difundir o que acontece de novo.
A Linguagem Jornalística
A linguagem jornalística é em prosa e deve ser clara, simples, imparcial e objetiva de modo a expor
para o emissor as informações mais relevantes sobre o tema.
O jornalista possui a função de “traduzir” e transmitir as informações para o público em geral, utilizando
um método de desenvolvimento textual baseado no critério básico ao responder às perguntas:
No tocante à sua estrutura gramatical, normalmente o texto jornalístico apresenta frases curtas e ideias
sucintas, as quais favorecem a objetividade do texto.
Além disso, trabalham com o recurso das repetições que auxiliam na memorização e assimilação das
informações. O mais comum é o uso da ordem direta nas construções frasais, ou seja: sujeito + verbo
+ complementos e adjuntos adverbiais.
Esses textos possuem uma linguagem denotativa, ou seja, isenta de ambiguidades e que possui um
único sentido,
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TEXTO JORNALÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS EM
DIFERENTES MÍDIAS
Aqui, vale lembrar que o jornal é um veículo portador de diferentes gêneros textuais. Portanto, eles
podem apresentar uma linguagem conotativa (figurada), na medida em que desenvolve os diversos ti-
pos de textos:
narrativo
descritivo
dissertativo-opinativo
injuntivo
expositivo
Lide
Um recurso jornalístico muito utilizado é o “lide” (forma aportuguesada) ou “lead” (no inglês), que signi-
fica “guia”, “principal”, “liderança” ou “o que vem à frente”.
O “lide” representa a primeira parte do texto jornalístico que se encarrega de apresentar as principais
informações da matéria, essenciais para destacar “aos olhos do leitor” o acesso à informação.
Assim, o “lide” é um recurso jornalístico essencial e que deve ser bem elaborado, objetivo e coerente.
Isso porque favorece o interesse do leitor, sendo comum que muitos dos leitores leiam apenas o lide
de cada matéria jornalística.
Pirâmide Invertida
Sendo assim, o conteúdo mais importante localizado na base da pirâmide (parte mais larga), perma-
nece na parte de cima da folha. Por outro lado, o conteúdo mais superficial ou menos relevante, cha-
mado de “ápice” ou “vértice”, está situado embaixo do texto.
Texto Informativo
Os textos informativos são um dos gêneros mais presentes nos textos jornalísticos. Eles englobam as
produções textuais objetivas em prosa, baseadas na linguagem clara e direta (linguagem denotativa).
São textos que têm como objetivo principal transmitir informação sobre algo, estando isento de duplas
interpretações.
Assim, o emissor (escritor) dos textos informativos preocupa-se em expor brevemente um tema, fatos
ou circunstâncias a um, ou vários receptores (leitor).
Gêneros Jornalísticos
O jornal abriga diversos textos jornalísticos, vulgarmente chamados de “matérias”, sendo divididos em
seções, compostas pelos mais variados gêneros textuais:
editorial
notícia
reportagens
entrevistas
textos publicitários
classificados
artigos
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TEXTO JORNALÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS EM
DIFERENTES MÍDIAS
crônicas
resenhas
charges
cartas do leitor
Diz-se que os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança do medicamento
original que lhe serviu de referência. Uma das vantagens dos medicamentos genéricos encontra-se no
preço inferior ao preço praticado pela venda do medicamento de marca.
Medicamentos Genéricos
Os medicamentos genéricos estão identificados com a sigla MG nas embalagens. Eles são aprovados
pela INFARMED, que disponibiliza uma lista de medicamentos genéricos online. A cada medicamento
é atribuída uma A.I.M. (Autorização de Introdução no Mercado) com um respetivo número de registo.
Segundo a lei, estes medicamentos podem unicamente ser comercializados depois do período de pro-
teção de patente do medicamento de referência ter expirado (um período aproximado de 20 anos).
Medicamentos de Marca
Os medicamentos genéricos podem ter, no entanto, substâncias não ativas diferentes dos medicamen-
tos originais, como corantes, açúcares e amidos, podendo diferir em tamanho, sabor ou forma destes.
Apesar das substâncias ativas (os chamados excipientes) distinguirem-se entre medicamentos de
marca e medicamentos genéricos, as diferenças não acusam normalmente no efeito terapêutico
Ao adquirir medicamentos genéricos mais baratos, os utentes desfrutam de uma comparticipação igual
ou superior à que já tinham. Os utentes que comprarem medicamentos mais caros, veem a sua com-
participação ser reduzida.
Pode simular na página da DECO os medicamentos mais baratos entre medicamentos de marca e
medicamentos genéricos.
Antigamente, a população podia ler textos como esse apenas no papel. Depois, chegaram o rádio e a
televisão. Alguns anos mais tarde, a internet apareceu para revolucionar tudo de novo. Hoje, temos
acesso à eles principalmente por meio de postagens e links nas redes sociais. Estamos falando do texto
jornalístico, que tem o objetivo de comunicar e informar o leitor.
Mas essas são as características básicas desses textos, que se dividem em várias categorias. As no-
tícias, por exemplo, são as matérias dos jornais, revistas ou sites. Há também as crônicas, com um ar
mais narrativo e pessoal.
Para você ficar por dentro do assunto, preparamos este post que vai mostrar tudo sobre os textos
jornalísticos.
Basicamente, textos jornalísticos são todos aqueles veiculados em jornais, sites e revistas, além dos
programas de notícias da televisão e do rádio. A característica em comum presente em todos os tipos
de textos jornalísticos é o objetivo comum de informar o leitor, telespectador ou ouvinte sobre algum
acontecimento ou fato.
Com o crescimento cada vez mais intenso das redes sociais, o texto jornalístico pode ser considerado
o tipo de texto mais lido no mundo. Afinal, eles estão por todo lado! Ninguém precisa mais esperar o
telejornal começar na hora do almoço ou comprar o jornal de domingo para saber o que está aconte-
cendo na sua cidade, no país e no mundo.
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TEXTO JORNALÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS EM
DIFERENTES MÍDIAS
Assim que alguma coisa marcante acontece em qualquer lugar do planeta, a internet já nos fornece
imediatamente as informações, além de serem complementadas em tempo real conforme o desenrolar
da situação.
Existem diferentes tipos de texto jornalístico, cada um com características e estilos próprios. Conhecer
cada um deles vai ajudar você a analisá-los e, quem sabe, também a escrever os seus. Confira!
Notícia
As notícias são escritas com uma linguagem formal, direta e impessoal — normalmente, estão na ter-
ceira pessoa. Mas o nível de formalidade e de impessoalidade pode ser maior ou menor dependendo
da editoria a que pertencem.
Sabe como os jornais, revistas e sites são divididos em seções como “Brasil”, “mundo”, “esportes”,
“política“, “cultura” entre outros? Os textos de cada uma delas possuem algumas variações de estilo,
mesmo que sejam todos notícias. Assim, uma notícia sobre política, por exemplo, vai ser bem mais
formal do que uma sobre entretenimento.
Depois do título, as notícias começam pelo lide, uma breve introdução que conta as principais informa-
ções em ordem de importância. O lide também tem o importante papel de atrair a atenção do leitor para
que ele leia a notícia inteira. Depois, são mostrados os detalhes, as causas e as consequências do
fato.
As notícias e as reportagens são orientadas por cinco perguntas que devem ser respondidas nessa
introdução, no lide:
O quê?
Como?
Quando?
Onde?
Quem?
Por quê?
Reportagem
As reportagens são textos jornalísticos mais longos e completos do que as notícias. Aqui, o objetivo é
descrever os fatos de forma extensiva. Por isso, elas mostram as consequências dos fatos para as
pessoas envolvidas, trazendo visões opostas, mostrando as opiniões de especialistas, entre outras in-
formações para que o leitor compreenda a fundo a questão.
Um dos principais tipos de reportagem é a investigativa, na qual o jornalista mergulha em uma situação
ainda não comprovada (política ou social, por exemplo) e a estuda, para conseguir provar sua veraci-
dade ou não. Pode ser um fato conhecido que será explicado de maneira mais completa ou, até mesmo,
algo que o próprio jornalista descobriu e vai mostrar ao público pela primeira vez.
Editorial
A seção de editoriais traz as opiniões dos editores, de leitores ou da própria empresa responsável pelo
veículo (jornal, telejornal ou revista, por exemplo). Esses textos são opinativos e não precisam ser
imparciais, mas costumam ser bastante informativos. Muitas vezes, o autor apresenta argumentos con-
trários aos dele para complementar o raciocínio.
Dessa forma, o autor consegue provar suas opiniões iniciais, mostrando como uma argumentação
oposta a sua pode estar equivocada.
Crônica
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TEXTO JORNALÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS EM
DIFERENTES MÍDIAS
A maioria dos veículos jornalísticos não têm espaço para as crônicas, que são de autoria de algum
jornalista ou escritor e contam fatos mais pessoais. Nelas, o autor reflete sobre algo que ele presenciou,
pensou ou observou. Elas podem ser conectadas a algo que está acontecendo atualmente no mundo,
mas isso não é obrigatório.
A maior rejeição desse gênero dentro do jornalismo se deve por conta de ele ser mais pessoal e com
menos informações. Ao longo do tempo, a crônica caiu em desuso e hoje mais é considerada literário
do que jornalística.
Em maior ou menor detalhe, o leitor precisa terminar o texto com a sensação de que entendeu tudo o
que o texto apresentou. Para isso, os textos costumam adotar uma estrutura direta para as frases (su-
jeito + verbo + predicado), além de serem livres de ambiguidades.
Outra característica dos textos jornalísticos é sua temporalidade, ou seja, eles são relevantes no dia
em que são publicados e somente por um curto tempo depois disso. Ao longo do tempo, eles ganham
importância histórica ou para pesquisa.
O mais importante é entender bem sobre o que você está escrevendo e ter todos os principais fa-
tos para apresentá-los ao leitor. Além disso, adote o tipo de linguagem que mostramos e não coloque
suas próprias opiniões e pensamentos no texto.
É importante apresentar os fatos para que o leitor possa chegar às conclusões dele.
Para saber como escrever um bom texto jornalístico, é preciso fazer a apuração dos fatos. Normal-
mente, isso envolve entrevistar as pessoas envolvidas e especialistas no assunto, além de pesquisar
sobre o tema.
Agora que você já conhece melhor esse gênero , vamos a alguns exemplos de textos jornalísticos!
Exemplo de notícia
“Um avião da Aeroméxico, modelo Embraer 190, sofreu um acidente nesta terça-feira (31) nas imedia-
ções do Aeroporto Internacional Guadalupe Victoria, em Durango, no norte do México. De acordo com
a companhia aérea, o acidente ocorreu por volta das 18h09, no horário de Brasília.” Lide de notícia
publicada no G1 em julho de 2018.
Exemplo de reportagem
“A privação de liberdade tem como objetivo permitir que o indivíduo que ofendeu a ordem pública possa
refletir e ponderar sobre o erro e receber do Estado orientações que possibilitem o seu retorno à soci-
edade. O conceito é recordado pelo coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização
do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), do Conselho
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TEXTO JORNALÍSTICO E SUAS CARACTERÍSTICAS EM
DIFERENTES MÍDIAS
Nacional de Justiça (CNJ), Luís Lanfredi, para explicar por que a Lei de Execução Penal assegura aos
detentos todos os direitos não atingidos pela prisão.
Fora do papel, a realidade é outra. Os presos terminam por viver em celas superlotadas, sujeitos a
péssimas condições de higiene, a torturas e outras violações, o que coopera para frequentes rebeliões.
“A situação é de total abandono”, assinala Lanfredi.” Parágrafos iniciais da reportagem A visão social
do preso, publicada pelo Senado Federal em setembro de 2016.
Exemplo de editorial
“O Brasil já precisa lidar com alguns sinais bastante evidentes de subdesenvolvimento no campo da
saúde, como os frequentes surtos de doenças transmitidas por mosquitos e que um dia já estiveram
sob controle no país. Agora, tem de conviver também com a volta de outras doenças que já tinham sido
erradicadas graças aos bem-sucedidos programas de vacinação. O sarampo, por exemplo, já assusta
várias regiões brasileiras, com epidemias na Região Norte e casos isolados em outros estados das
regiões Sul e Sudeste.” Início do editorial A nova “Revolta da Vacina”, publicado na Gazeta do Povo
em julho de 2018.
Exemplo de crônica
“’Mãe, sabia que, quando a gente cresce, pode voltar a brincar com os brinquedos de criança?’, anun-
ciou minha afilhada Catarina, três anos e oito meses. E seguiu, em sua primeira declaração de Ano-
Novo. ‘A gente precisa dos brinquedos pra ir na faculdade. Eu vou ser escrevista.’ Escrevista?, pontuou
a mãe, interrogativa. ‘Escrevista, mãe. Aquela pessoa que escreve pra ler.'” Trecho inicial de A delica-
deza dos dias, crônica de Eliane Brum publicada no El Pais em janeiro de 2015.
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OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA
SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
A edição é uma das etapas mais importantes no jornalismo (impresso, eletrônico e digital). É por meio
dela que se prepara e se define a distribuição do material jornalístico pelas páginas, no caso dos jor-
nais, e do que vai ser veiculado no rádio, na televisão e nos sites noticiosos.
Este artigo tem como objetivo discutir o processo de edição jornalística nos diferentes meios de co-
municação. Quais são os limites da objetividade e da subjetividade no processo de edição? Como é
feita a seleção e a classificação das notícias? Quais são as peculiaridades e complementaridades na
edição de texto, de áudio e de imagens?
São estas questões que balizam está reflexão, que tem como aportes estudos de autores que tratam
da edição em suas publicações centradas no jornalismo, como cremilda medina (1988), juarez bahia
(1990), vera íris paternostro (1999), heródoto barbeiro e paulo rodolfo de lima (2001) e pollyana ferrari
(2003). Sobre teorias do jornalismo, recorremos a mauro wolf (1999) e nelson traquina (2004).
Angulação no texto
O manual da redação da folha de s.paulo (2000, p.33), o jornal com maior circulação no brasil, define
edição como um processo que é constituído pela ‘exposição hierárquica e contextualizada das notí-
cias e distribuição espacial correta e interessante de reportagens, análises, artigos, críticas, fotos, de-
senhos e infográficos’.
o jornalista responsável pela edição é conhecido como editor. Dentre suas principais tarefas desta-
cam-se: zelar pela publicação de versões e pontos de vista diferentes; assegurar a harmonia estética
e o conteúdo das páginas; cumprir os cronogramas de fluxo; e garantir a informação mais completa e
recente ao leitor.
No jornalismo impresso, todo veículo de comunicação deve ter um projeto editorial, que determina os
assuntos e os ângulos a serem abordados em cada número. Ele engloba o projeto gráfico, que en-
volve os aspectos visuais e seu formato gráfico com as alternativas de diagramação, fontes tipológi-
cas, posição, tamanhos dos títulos e o uso de cores e imagens. Cada uma das seções que compõem
a redação de um veículo jornalístico recebe o nome de editoria (geral, cidades ou dia-a-dia; esportes;
política; polícia; cultural…).
A edição, no entanto, não é meramente técnica. Possui certa subjetividade, que expressa o enfoque
editorial do veículo. E quais são os limites da objetividade e da subjetividade nesse processo?
Cremilda medida, no livro notícia – um produto à venda – jornalismo na sociedade urbana e indus-
trial (1988), diz que a edição é o segundo componente estrutural da mensagem jornalística. O pri-
meiro componente seria a angulação – elemento técnico da produção jornalística que consiste na ‘se-
leção e colocação de determinado componente no texto, de maneira a que a idéia apresentada seja a
mais próxima do fato/acontecimento que se narra’.
Através de várias fontes, a informação chega em sua forma bruta à redação do jornal. Normalmente,
cada setor produz uma quantidade considerável de pautas possíveis que terão de ser examinadas,
ampliadas, resumidas, descartadas e receberão um lugar certo na página de jornal. E uma das pri-
meiras funções do editor, de qualquer uma das editoriais, é a determinação dos assuntos a serem co-
bertos e a coordenação dos repórteres que trabalham em sua área.
Cremilda medina destaca que o editor, por definição, ‘é o sujeito `bem informado´, sensível à de-
manda, que antevê a oportunidade de determinadas coberturas, que sabe selecionar as informações
`essenciais´ que o repórter traz, que sugere pautas e, acima de tudo, que angula a matéria’.
Editoria e angulação mantêm uma relação estrutural indiscutível, conforme destaca a autora. Para
isso, o editor tem de estar em perfeita sintonia com a angulação da empresa, com a angulação-
massa (o público-alvo que o veículo espera atingir), ou seja, age como elemento regulador da oferta e
da demanda de informação.
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OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA
SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Ao editor, segundo juarez bahia, no livro jornal, história e técnica: as técnicas do jornalismo(1990),
cabe definir a edição e esta tarefa depende de seu poder de tomar decisões. ‘este é o papel no alto
escalão de um jornal, revista, rádio, televisão e onde quer que atue. Sua prioridade é o destinatário
da notícia e por ela sustenta intermináveis conflitos com as partes interessadas, dentro e fora do veí-
culo.’
a responsabilidade do editor é pelo produto final. O jornalismo é um sistema vivo, seus poderes de
observação estão sujeitos a múltiplos erros. E o editor se move entre regras cujos extremos são o lu-
cro e a honra. Pois o jornalismo é um negócio e uma profissão, conforme destaca bahia. Os proprie-
tários e executivos de uma empresa jornalística possuem muitos outros objetivos e valores, mas é a
operação lucrativa que governa o grau e o tipo de atenção que um veículo pode dar em comparação
com qualquer outra prioridade.
Critérios de seleção
Notícias sem importância não sensibilizam o mercado. Assim, o editor cumpre uma função de ser o
intermediário entre a empresa e a sociedade. É nesse espaço que ele age, consciente do problema
social do jornalismo segundo o qual a maioria de seus proprietários ou executivos está ocupada, ha-
bitualmente, em atividades lucrativas e pouco atenta às questões fundamentais da época em que
vive. Por esse motivo, destaca juarez bahia, o jornalista encarna muito mais a instituição a que per-
tence do que um proprietário ou executivo. Porque é ao jornalista que cabe comprovar que aquele é o
veículo mais responsavelmente editado.
Assim, a processo de edição é, simultaneamente, objetivo e subjetivo porque o editor decide o que é
mais importante a partir de sua percepção do que é interessante para o público-alvo que o veículo de
comunicação pretende atingir, tendo como parâmetros a linha editorial do jornal ou emissora e os va-
lores-notícia considerados no universo da profissão de jornalista.
Como é feita a seleção e a classificação das notícias nos veículos de comunicação? Algumas teorias
do jornalismo nos auxiliam a refletir sobre esta questão. A teoria da ação pessoal ou do gatekeeper,
criada nos anos 1950 por david manning white, é uma delas. Ela deu origem a uma das tradições
mais persistentes na pesquisa sobre as notícias, segundo registra nelson traquina em teorias do jor-
nalismo – por que as notícias são como são (2004).
‘Ação Pessoal’
O termo gatekeeper refere-se à pessoa que toma uma decisão em uma sequência de decisões e foi
introduzido pelo psicólogo social kurt lewin em um artigo, publicado em 1947, sobre as decisões do-
mésticas relativas à aquisição de alimentos para casa, conforme registra traquina.
Nesta teoria, o processo de produção da informação é concebido como uma série de escolhas onde o
fluxo de notícias tem de passar por diversos gates, isto é, ‘portões’ que não são mais do que áreas de
decisão em relação às quais o jornalista, isto é, o gatekeeper, tem de decidir se vai escolher essa no-
tícia ou não, publicado em 1950, o já clássico estudo de white se baseou em uma pesquisa sobre a
atividade de um jornalista de meia-idade em um jornal médio norte-americano, mr. Gates, que anotou
durante uma semana os motivos que o levaram a rejeitar as notícias que não usou.
A definição de noticiabilidade
A crítica que se faz a essa teoria é que ela avança em uma concepção limitada do trabalho jornalís-
tico, prioriza a seleção e acaba minimizando outras dimensões importantes do processo de produção
das notícias.
A discussão sobre seleção de notícias e valores-notícia está inserida na teoria do newsmaking, que
trata da sociologia dos emissores e o processo de produção da notícia e também faz uma análise do
papel do jornalista ao selecionar as informações que vão virar notícia e, consequentemente, chegar
até o receptor. É uma teoria de inspiração funcionalista.
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OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA
SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
No que se refere à cultura profissional, a ideologia do jornalista se traduz em uma série de paradig-
mas e de práticas profissionais adaptadas como naturais. Na deontologia da profissão, há critérios
que definem a noticiabilidade de um acontecimento. A definição de noticiabilidade, de acordo com a
wolf, é a resposta que o órgão de informação dá à questão que domina a atividade dos jornalistas:
quais os fatos cotidianos que são importantes?
O processo de fechamento
Wolf descreve cinco tipos de critérios: os substantivos, que são os relacionados ao conteúdo da notí-
cia e procuram determinar a importância e o interesse da notícia; os relativos ao produto e à disponi-
bilidade do material (que depende se o acontecimento pode ser facilmente coberto, se é acessível e
tratável tecnicamente dentro da forma jornalística); os relativos aos meios de comunicação (que le-
vam em conta a quantidade de tempo e de espaço que uma notícia ocupa); os relativos ao público
(que se referem à imagem que os jornalistas têm do público) e à concorrência entre os meios de co-
municação.
Transportando os conceitos propostos por essas teorias para esta reflexão, podemos dizer que o edi-
tor é um gatekeeper que vai atuar, como dissemos anteriormente, como o intermediário entre a em-
presa e a sociedade, visando também a selecionar as notícias de modo a que a edição seja vendável.
Como jornalista, ele vai levar em consideração os critérios de noticiabilidade que vão conferir a um
fato maior ou menor relevância, mas tendo em vista o aspecto de mercado.
No jornalismo impresso, como dissemos, a hierarquização da notícia vai levar em consideração o pro-
jeto editorial do veículo e vai relacionar nas páginas os textos com fotografias, a partir do que for sele-
cionado como o mais importante. Os fatos de maior impacto vão, naturalmente, ganhar mais desta-
que e espaço nas páginas e vão ter chamadas na capa. A primeira página de um jornal é a sua vi-
trine. Trata-se da apresentação e da amostra de seu conteúdo geral.
A capa requer uma estrutura própria: reserva maior espaço para elementos ilustrativos e os textos ge-
ralmente são resumos dos conteúdos internos (chamadas). Nela, trabalham-se especialmente os títu-
los para a ‘venda’ da matéria ao leitor. Nem sempre é fácil definir a matéria principal e alguns critérios
importantes nessa definição são: ineditismo, caráter diferenciado e atualidade.
As edições, no rádio, devem ser enxutas, ricas em conteúdo e didáticas, para que o ouvinte saiba do
que se está falando. Cabe ao editor, que é o filtro do produto jornalístico e o responsável final pelas
reportagens que são levadas ao ar, corrigir os erros detectados e avaliar o tempo da reportagem,
considerando a qualidade e a importância do assunto. Ele pode vetar o uso da matéria se ela não for
de interesse do público-alvo da emissora ou se os fatos não estiverem bem apurados.
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OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA
SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Barbeiro e lima recomendam que a edição no rádio deve sempre refletir a verdadeira condição dos
fatos, pois o editor jamais deve usar os recursos de informática para deturpar uma entrevista.
Considera-se razoável o tempo de 30 segundos para cada sonora, mas há exceções: um assunto im-
portante, uma declaração polêmica, a necessidade de ouvir o outro lado e até a capacidade de sín-
tese do entrevistado influem no tempo da edição.
No rádio, o editor pode construir uma matéria usando sonoras obtidas pelos repórteres, além de en-
trevistas dos âncoras no estúdio e de emissoras de tv autorizadas. Enquanto faz a seleção dos me-
lhores trechos, ele também deve ‘limpar’ a sonora, eliminando os longos períodos de silêncio, tosses,
titubeios e demais imperfeições. Ele faz também o trabalho de pós-produção da reportagem.
Segundo barbeiro e lima, os pontos ideais para cortes e emendas são descobertos pelo editor com a
prática e a sensibilidade. A regra básica é dar sentido à fala. A sonora deve terminar com a entona-
ção ‘para baixo’.
As sonoras devem ser as mais opinativas possíveis. O contexto e o enredo devem estar no texto redi-
gido pelo editor, que não opina no texto, pois quem deve emitir opinião é o entrevistado. Sonoras opi-
nativas são sempre mais contundentes e chamam mais a atenção do ouvinte. Na edição, não se deve
repetir na sonora a informação do texto. Ela precisa ter o mínimo de qualidade técnica, senão não
pode ir para o ar.
Robert mcleish, no seu livro produção de rádio – um guia abrangente de produção radiofônica(2001),
destaca que, ao se fazer uma edição, há sempre duas considerações a fazer: a editorial e a técnica.
No sentido editorial, é importante deixar intacta, por exemplo, a visão do entrevistado e as razões que
a embasam. Tem de se buscar um equilíbrio entre o conteúdo jornalístico e a qualidade técnica da
notícia.
Já no telejornalismo, são três os ingredientes básicos da edição necessários para se contar uma his-
tória no tempo certo: imagem, informação e emoção. Vera íris paternostro, em o texto na tv – manual
de telejornalismo (1999), diz que o tempo certo de cada reportagem depende da força das imagens e
da importância jornalística do assunto. O ritmo e o estilo de cada telejornal também são fatores que
influenciam a ‘arte da edição’.
Editar, no telejornalismo, significa montar a matéria: selecionar imagem e som e lhes dar uma se-
quência lógica, clara, objetiva, concisa e de fácil compreensão para o telespectador.Vera paternostro
recomenda como primeiro passo para editar em televisão conhecer todo o material bruto que se tem.
A decupagem é o princípio de tudo. A partir dela, o editor deve fazer um plano de edição para depois,
de fato, editar o material.
O ‘empacotamento’ da notícia
A autora destaca que a edição de uma matéria é totalmente subjetiva. ‘nunca haverá duas edições
iguais do mesmo assunto feitas por editores diferentes. Prevalece o bom senso, ou o consenso geral.
Um telejornal é um conjunto de várias reportagens; se todas estiverem editadas do mesmo jeito, a se-
quência se torna monótona’, ressaltou.
E a edição no jornalismo online apresenta diferenças com relação aos veículos tradicionais? A res-
posta, obviamente, é positiva; não no que diz respeito à essência do conceito, mas no fato de se tra-
balhar com uma lógica não linear e no tempo em que o fechamento das informações vai sendo pro-
cessado.
Na internet, trabalha-se com uma lógica hipermídia, ou seja, com métodos de transmissão de infor-
mações baseadas em computadores, incluindo texto, imagens, vídeo, animação e som. No jornalismo
online, utiliza-se a técnica não-linear de edição de texto, que é montado em rede, de forma a que
cada nó ou link permita a bifurcação da leitura. No hipertexto, os conceitos tradicionais de começo,
meio e fim, definidores do texto, são superados.
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OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA
SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Pollyana ferrari, em seu livro jornalismo digital (2003), registra que, no caso das redações online, tra-
balha-se comumente com o ‘empacotamento’ da notícia. Empacotar significa receber um material pro-
duzido, na maioria das vezes, por uma agência de notícias conveniada, e mudar o título, a abertura,
transformar alguns parágrafos em outra matéria para ser usada como linkcorrelato e adicionar foto ou
vídeo.
As funções do editor se misturam com a de ‘empacotador’, que acaba tendo uma função de codifica-
dor, capaz de traduzir uma matéria para uma linguagem aceita na web. É uma espécie de ressurgi-
mento da função de copydesk nos jornais impressos, que tinham a tarefa de tornar mais claro e ele-
gante o texto do repórter antes que chegar às mãos do editor.
Mas, o jornalismo digital, segundo destaca a autora, não pode ser definido apenas como o trabalho
de produzir ou colocar reportagens na internet. É preciso pensar na enquete (pesquisa de opinião
com o leitor); no tema do chat (bate-papo digital); nos vídeos e áudios; e reunir o maior número possí-
vel de assuntos e serviços correlatos à reportagem. E a edição ou fechamento no jornalismo digital
nunca acaba: trata-se do chamado ‘fechamento contínuo’.
‘contextualizar a informação e saber criar hierarquias de importância para a notícia – sempre da mais
para a menos importante – são as peças fundamentais desse quebra-cabeça digital’, destaca a au-
tora. Somam-se a isso ter a noção do conceito de instantaneidade e boa bagagem histórica.
Para os jornalistas que atuam no webjornalismo, ela ressalta que: é preciso ter familiaridade com o
computador, com software de tratamento de imagem, instant messengers e ser um heavy-user(usuá-
rio assíduo ou frequente de determinado site ou programa).
Nos portais, o formato do texto segue os padrões e estilos da mídia impressa e as ofertas de vídeos,
áudios e animações vêm da linguagem televisiva, seja no oferecimento das notícias ao longo do dia,
seja no formato, muito parecido com o show da tv.
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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I
A LIBERDADE DE IMPRENSA
CAPÍTULO II
Art 13. A pena de prisão só será aplicada aos autores dos escritos
incriminados e não poderá exceder de um ano. Os demais responsáveis, na
falta de autor, só estarão sujeitos a penas pecuniárias.
Art 14. Alem das penas criminais, o condenado por delitos de imprensa
ficará sujeito a pagar ao ofendido as perdas e danos que, na forma do direito
civil e perante os juízes do cível, forem regularmente apurados.
CAPíTULO III
DO DIREITO DE RESPOSTA
d) quando se referir a terceiros, de modo tal que lhes venha dar também o
direito de retificação;
CAPíTULO IV
DOS RESPONSÁVEIS
Art 28. O ofendido poderá provar, perante qualquer juiz criminal, que o
autor do escrito incriminado não tem idoneidade financeira para responder
pelas conseqüências civis e penais da condenação; feita a prova em processo
sumaríssimo não caberá recurso da decisão que se proferir. Poderá o ofendido
exercer a ação penal contra os responsáveis sucessivos, enumerados nesta
lei.
Parágrafo único. Os responsáveis indicados nas letras e e f do art. 26,
ficarão sujeitos unicamente à pena estabelecida no art. 53.
CAPÍTULO V
DA AÇÃO PENAL
Art 30. A denúncia deverá ser oferecida pelo Ministério Público, dentro no
prazo de dez (10) dias, contados do em que lhe fôr solicitada essa providência,
sob pena de multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros), sem prejuízo da
responsabilidade funcional em que incorrer.
Art 31. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal, uma vez
iniciada.
Art 32. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais.
Art 40. O juiz poderá absolver o réu, se julgar provado qualquer fato que o
isente de pena.
§ 1º O sorteio dos jurados será feito pelo presidente do júri local, mediante
requisição do juiz do processo, cinco (5) dias antes da sessão do julgamento e
na presença das partes, se o quiserem. O resultados do sorteio será
comunicado ao juiz do processo por oficio, que será junto aos autos depois de
ordenada a intimação das partes e dos jurados.
Art 45. Qualificado o réu, o Juiz fará breve relatório do processo, expondo
o fato, as provas colhidas e as conclusões das partes, sem, de qualquer modo,
manifestar respeito a sua opinião.
3º) No caso afirmativo, qual a pena que lhe deve ser aplicada?
CAPÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DA SENTENÇA
CAPíTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art 52. A prescrição da ação dos delitos constantes desta lei ocorrerá
após 2 (dois) meses da data da publicação do escrito incriminado, e a da
condenação, no dôbro do prazo em que for fixada.
Art. 52. A prescrição da ação dos delitos constantes desta lei ocorrerá um ano após a data
da publicação do escrito incriminado, e a da condenação no dôbro do prazo em que fôr
fixada. (Redação dada pela Lei nº 2.728, de 1956)
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art 53. Não poderão ser impressos, nem expostos à venda ou importados,
jornais ou quaisquer publicações periódicas de caráter obsceno, como tal
declarados pelo Juiz de Menores, ou, na falta dêste, por qualquer outro
magistrado.
Art 58. O jornalista profissional não poderá ser detido, nem recolhido
prêso antes de sentença transitada em julgado, senão em sala decente,
perfeitamente arejada e onde encontre tôdas as comodidades.
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS
*
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros
Os links citados abaixo servem apenas como referência. Nos termos da lei
brasileira (lei nº 9.610/98, art. 8º), não possuem proteção de direitos de autor: As
ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos
matemáticos como tais; Os esquemas, planos ou regras para realizar atos
mentais, jogos ou negócios; Os formulários em branco para serem preenchidos
por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; Os textos
de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e
demais atos oficiais; As informações de uso comum tais como calendários,
agendas, cadastros ou legendas; Os nomes e títulos isolados; O aproveitamento
industrial ou comercial das ideias contidas nas obras.
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