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PORTUGUÊS

DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Professora Yara Coeli
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de
LÍNGUA uma interpretação de um texto é a identificação de sua
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias
PORTUGUESA secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou
explicações, que levem ao esclarecimento das questões
apresentadas na prova.
PROGRAMA: Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
Pronomes: emprego, formas de tratamento e
colocação. Conjunção. Emprego de tempos e modos 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos
verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e fundamentais de uma argumentação, de um processo,
verbal. Flexão nominal e verbal. Regência nominal e de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os
verbal. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação: advérbios, os quais definem o tempo).
confronto e reconhecimento de frases corretas e 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança
incorretas. Intelecção de texto ou de diferenças entre as situações do texto.
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado
INTELECÇÃO DO TEXTO com uma realidade, opinando a respeito.
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou
secundárias em um só parágrafo.
É muito comum, entre os candidatos a um cargo 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras
público, a preocupação com a interpretação de palavras.
textos. Isso acontece porque lhes faltam
informações específicas a respeito dessa tarefa
constante em provas relacionadas a concursos EXEMPLO
públicos.
TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão
ajudar no momento de responder às questões A INTEGRAÇÃO DO MUNDO
relacionadas a textos.
A INTEGRAÇÃO DA
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e HUMANIDADE
relacionadas entre si, formando um todo "O HOMEM UNIDO"
A UNIÃO DO HOMEM
significativo capaz de produzir INTERAÇÃO
COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E HOMEM + HOMEM = MUNDO
DECODIFICAR). A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas
frases. Em cada uma delas, há uma certa
informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou ORIENTAÇÃO:
com a posterior, criando condições para a
Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa
responder a questões de compreensão de textos,
interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se
observe o seguinte:
que o relacionamento entre as frases é tão grande,
que, se uma frase for retirada de seu contexto 1) Atenha-se exclusivamente ao texto.
original e analisada separadamente, poderá ter um
2) Proceda através de eliminação de hipóteses.
significado diferente daquele inicial.
3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam
palavra decide a melhor alternativa.
referências diretas ou indiretas a outros autores
através de citações. Esse tipo de recurso denomina- 4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que
se INTERTEXTO. melhor sintetiza o texto

LOJA DO CONCURSEIRO - 2
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CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR c) Contradição
Fazem-se necessários:
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e
candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e,
gêneros literários, estrutura do texto), leitura e
consequentemente, errando a questão.
prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do
do texto) e semântico; escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das numa prova de concurso qualquer, o que deve ser
palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada
denotação e conotação, sinonímia e antonímia, mais.
polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
c) Capacidade de observação e de síntese e
d) Capacidade de raciocínio. COESÃO- é o emprego de mecanismo de sintaxe que
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos
INTERPRETAR x COMPREENDER entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando,
através de um pronome relativo, uma conjunção
INTERPRETAR COMPREENDER (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
SIGNIFICA SIGNIFICA relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi
dito.
-INTELECÇÃO,
-EXPLICAR, COMENTAR,
ENTENDIMENTO,
JULGAR, TIRAR
ATENÇÃO AO QUE Para interpretar bem
CONCLUSÕES, DEDUZIR.
REALMENTE ESTÁ
-TIPOS DE ENUNCIADOS 1) Aumente o seu vocabulário: Os dicionários são
ESCRITO.
•Através do texto, amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de
-TIPOS DE ENUNCIADOS:
INFERE-SE que... sinônimos e antônimos.
•O texto DIZ que...
•É possível DEDUZIR
•É SUGERIDO pelo autor 2) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há
que...
que... textos que metem medo. Abra sua mente e seu
•O autor permite
•De acordo com o texto, coração para o que o texto lhe transmite, na
CONCLUIR que...
é CORRETA ou ERRADA a qualidade de um amigo silencioso.
•Qual é a INTENÇÃO do
afirmação...
autor ao afirmar que... 3) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou
•O narrador AFIRMA...
três vezes, atentamente, antes de tentar responder
a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua
mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não
pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa
ERROS DE INTERPRETAÇÃO forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas
É muito comum, mais do que se imagina, a ideias serão assimiladas. Tenha a paciência
ocorrência de erros de interpretação. Os mais necessária para agir assim. Só depois tente resolver
frequentes são: as questões propostas.
a) Extrapolação (viagem) 4) As questões de interpretação podem ser localizadas
(por exemplo, voltadas só para um determinado
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado
trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do
ideias que não estão no texto, quer por
texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho
conhecimento prévio do tema quer pela
(às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo
imaginação.
em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você
b) Redução ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a costume, e você vai acostumar-se a agir dessa
um aspecto, esquecendo que um texto é um forma.
conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para
o total do entendimento do tema desenvolvido.

LOJA DO CONCURSEIRO - 3
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5) Há questões que pedem conhecimento fora do 6) Mudança de ordem dos termos no período.
texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo
determinada personalidade da história ou da
aquilo seria esquecido após três ou quatro meses de
atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato
investigação.
o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha
feito. Por isso, é importante desenvolver o Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo
hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar aquilo, após três ou quatro meses de pesquisa, seria
atualizado, lendo jornais e revistas esquecido.
especializadas.

7) Mudança de voz verbal


Paráfrase: é a reescritura de um texto sem Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz
alteração de sentido. Questões de interpretação ativa)
com frequência se baseiam nessa técnica. Vários
recursos podem ser utilizados para parafrasear um Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim.
texto. (voz passiva)

1) Emprego de sinônimos Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3a


pessoa do plural), haverá duas mudanças possíveis.
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais
preocupados. Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa)

Conquanto retomasse cedo, deixava os genitores Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)
preocupados. Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética)

2) Emprego de antônimos, com palavra negativa. 8) Troca de discurso


Ex.: Ele era fraco. = Ele não era forte. Ex.: Pedro disse: - Cortarei a grama sozinho. (discurso
direto)

3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que Pedro disse que cortaria a grama sozinho. (discurso
remetem a outros já citados no texto. indireto)

Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio;


Antônio, ao cinema. 9) Troca de palavras por expressões perifrásticas e
Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; vice-versa
este, ao cinema. Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano.
Aquele = Paulo este = Antônio O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele
ano.

4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-


versa. 10) Troca de locuções por palavras e vice-versa:
Ex.: É necessário que todos colaborem. Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do
É necessária a colaboração de todos. céu.
O homem urbano não conhece a linguagem celeste.

5) Omissão de termos facilmente subentendidos.


Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada,
mais importante.
Desejávamos missão mais delicada e importante.

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OS TIPOS DE TEXTO DESCRIÇÃO CONOTATIVA
Basicamente existem três tipos de texto: Em tal descrição as palavras são tomadas em
sentido figurado, ricas em polivalência.
Texto narrativo;
Exemplo:
Texto descritivo;
João estava tão gordo que as pernas da cadeira
Texto dissertativo.
estavam bambas do peso que carregava. Era notório o
sofrimento daquele pobre objeto.
Cada um desses textos possui características Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava
próprias de construção. incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens
brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.

DESCRIÇÃO
Descrever é explicar com palavras o que se NARRAÇÃO
viu e se observou. A descrição é estática, sem Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste
movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, na elaboração de um texto inserindo episódios,
o objeto ou ambiente são importantes, ocupando acontecimentos.
lugar de destaque na frase o substantivo e o
A narração difere da descrição. A primeira é
adjetivo.
totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e
O emissor capta e transmite a realidade sem movimento. Os verbos são predominantes num
através de seus sentidos, fazendo uso de recursos texto narrativo.
linguísticos, tal que o receptor a identifique. A
O indispensável da ficção é a narrativa,
caracterização é indispensável, por isso existe uma
respondendo os seus elementos a uma série de
grande quantidade de adjetivos no texto.
perguntas:
Há duas descrições:
Quem participa nos acontecimentos?
Descrição denotativa (personagens);
Descrição conotativa. O que acontece? (enredo);
Onde e como acontece? (ambiente e situação
DESCRIÇÃO DENOTATIVA dos fatos).

Quando a linguagem representativa do Fazemos um texto narrativo com base em alguns


objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras elementos:
figuras literárias, chamamos de descrição O quê? - Fato narrado;
denotativa. Na descrição denotativa as palavras são
Quem? – personagem principal e o anti-herói;
utilizadas no seu sentido real, único de acordo com
a definição do dicionário. Como? – o modo que os fatos aconteceram;
Exemplo: Quando? – o tempo dos acontecimentos;
Saímos do campus universitário às 14 horas Onde? – local onde se desenrolou o
com destino ao agreste pernambucano. À esquerda acontecimento;
fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o
Por quê? – a razão, motivo do fato;
término da construção de um novo centro
tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde Por isso: - a consequência dos fatos.
encontraremos várias formas de relevo e vegetação. No texto narrativo, o fato é o ponto central da
No início da viagem observamos uma típica ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante
agricultura de subsistência bem à margem da BR- só uma ação centralizadora para envolver as
232. Isso provavelmente facilitará o transporte personagens.
desse cultivo a um grande centro de distribuição de
alimentos a CEAGEPE.
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Deve haver um centro de conflito, um núcleo O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já
do enredo. que ele era considerado o melhor batedor do time.
A seguir um exemplo de texto narrativo: Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu
com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O
Toda a gente tinha achado estranha a
estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.
maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara
na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo
ninguém sabia de onde, com o chapéu de o juiz finalmente apontou para o centro do campo e
barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de encerrou a partida.
macho altivamente erguida e aquele seu olhar de
gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as
pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos
trinta, montava num alazão, trazia bombachas Há ainda outros tipos de textos:
claras, botas com chilenas de prata e o busto
musculoso apertado num dólmã militar azul, com
gola vermelha e botões de metal.  O Texto Injuntivo, também chamado
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo) prescritivo, não é só uma ordem. Pode ser
também uma sugestão, conselho, alerta,
pedido, convite, instrução, súplica, dependendo
A relação verbal emissor – receptor efetiva- do contexto e do tom, mas sempre objetivará
se por intermédio do que chamamos discurso. A que o receptor/leitor/ouvinte, realize ou não o
narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto que o emissor/falante está "prescrevendo",
de vista ou foco narrativo. indicando.
Quando o narrador participa dos
acontecimentos diz-se que é narrador-personagem.
Veja alguns exemplos:
Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
- Cuidado com o cão! Afaste-se!
Exemplo:
- Se preferir, acrescente coco ralado à mistura.
Parei para conversar com o meu compadre
que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no - Dobre a primeira à direita e depois siga em frente até
seu olhar e perguntei: o final da rua.
- Compadre por que tanta tristeza? - Venha para a minha festa de aniversário. Estou
aguardando.
Ele me respondeu:
- Pode esfriar à noite. Leve mais este casaco.
- Compadre minha senhora morreu há pouco
tempo. Por isso, estou tão triste. - Certifique-se de que a peça foi colocada
Há tanto tempo sem nos falarmos e
justamente num momento tão triste nos  O Texto expositivo apresenta informações
encontramos. Terá sido o destino? sobre um objeto ou fato específico, sua
Já o narrador-observador é aquele que serve descrição, a enumeração de suas
de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco características. Esse deve permitir que o leitor
narrativo de 3ª pessoa. identifique, claramente, o tema central do
texto.
Exemplo:
Um fato importante é a apresentação de bastante
O jogo estava empatado e os torcedores
informação, caso se trate de algo novo esse se faz
pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais
imprescindível.
eram decisivos, ambos precisavam da vitória,
quando de repente o juiz apitou uma penalidade Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de
máxima. argumentos se faz necessário para que o autor informe
aos leitores sobre as possibilidades de análise do
assunto.
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O texto expositivo deve ser abrangente, deve A origem da palavra crônica é grega, vem de
permitir que seja compreendido por diferentes chronos (tempo), é por isso que uma das características
tipos de pessoas. desse tipo de texto é o caráter contemporâneo.
A crônica difere da notícia, e da reportagem
porque, embora utilizando o jornal ou a revista como
 A fábula é uma narrativa figurada, na qual
meio de comunicação, não tem por finalidade principal
as personagens são geralmente animais que
informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido.
possuem características humanas. Pode ser
Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto,
escrita em prosa ou em verso e é
podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o
sustentada sempre por uma lição de moral,
universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se
constatada na conclusão da história.
invariavelmente na 1ª pessoa.
A fábula está presente em nosso meio há
Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao
muito tempo e, desde então, é utilizada com fins
cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se
educacionais. Muitos provérbios populares vieram
move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o
da moral contida nesta narrativa alegórica, como
literário, entre a narração impessoal dos
por exemplo: “A pressa é inimiga da perfeição” em
acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e
“A lebre e a tartaruga” e “Um amigo na hora da
monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o
necessidade é um amigo de verdade” em “A cigarra
sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o
e as formigas”.
discurso.
Portanto, sempre que redigir uma fábula
A crônica não morre depressa, como acontece
lembre-se de ter um ensinamento em mente. Além
com a notícia, mas morre, e aqui se afasta
disso, o diálogo deve estar presente, uma vez que
irremediavelmente do texto literário, embora se vista,
trata-se de uma narrativa.
por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a
Por ser exposta também oralmente, a ambiguidade, a antítese, a conotação, etc.
fábula apresenta diversas versões de uma mesma
A sua estrutura assemelha-se à de um conto,
história e, por este motivo, dá-se ênfase em um
apresentando uma introdução, um desenvolvimento e
princípio ou outro, dependendo da intenção do
uma conclusão.
escritor ou interlocutor.
É um gênero textual muito versátil, pois
permite diversas situações e maneiras de se
explorar um assunto. É interessante, principalmente
para as crianças, pois permite que elas sejam
instruídas dentro de preceitos morais sem que DISCURSO
percebam. Os personagens que participam da história
E outra motivação que o escritor pode ter evidentemente falam. É o que se conhece como
ao escolher a fábula na aula, no vestibular ou em discurso, que pode ser:
um concurso que tenha essa modalidade de escrita
como opção é que é divertida de se escrever. Pode-
se utilizar da ironia, da sátira, da emoção, etc. 1) Direto
Lembrando-se sempre de escolher personagens O narrador apresenta a fala do personagem,
inanimados e/ou animais e uma moral que norteará integra, palavra por palavra. Geralmente se usam dois
todo o enredo. pontos e travessão.
Ex.: o funcionário disse ao patrão:
 A Crônica é uma reflexão sobre o - Espero voltar no final do expediente.
acontecido.
Rui perguntou ao amigo:
A crônica é um gênero que tem relação com
a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do - Posso chegar mais tarde?
cotidiano em linguagem literária, conotativa.

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2) Indireto ORTOGRAFIA OFICIAL
O narrador incorpora à sua fala a fala do
personagem. O sentido é o mesmo do discurso
direto, porém é utilizada uma conjunção integrante
Ortografia é o sistema correto de representar
(que ou se) para fazer a ligação.
na escrita os fonemas e as formas da língua. Ela trata da
Ex.: O funcionário disse ao patrão que esperava representação escrita dos sons que formam os
voltar no final do expediente. vocábulos, por meio dos símbolos denominados letras.

Rui perguntou ao amigo se poderia chegar mais Uso do S


tarde.

1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que já


Obs.: O conhecimento desse assunto é existe S:
muito importante para as questões que envolvem
pesquisa  pesquisador, pesquisado
as paráfrases. Cuidado, pois, com o sentido.
Procure ver se está sendo respeitada a correlação casa  casinha, casebre, casarão
entre os tempos verbais e entre determinados camisa  camisinha, camisola, camisolão
pronomes. Abaixo, outro exemplo, bem elucidativo.
análise  analisar, analista, analisando

Minha colega me afirmou:


2. Nos sufixos:
- Estarei aqui, se você precisar de mim.
 -ês, -esa (na indicação de título de nobreza,
origem, nacionalidade)
Minha colega me afirmou que estaria lá se eu marquês  marquesa; burguês  burguesa;
precisasse dela.
camponês  camponesa; milanês  milanesa

O sentido é, rigorosamente, o mesmo. Foi  -ense (indicador de procedência, origem)


necessário fazer inúmeras adaptações. santanense, manuaense, paranaense

 -isa (indicador feminino de profissão,


3) Indireto livre ocupação)
É praticamente uma fusão dos dois diaconisa, sacerdotisa, papisa, profetisa
anteriores. Percebe-se a fala do personagem,
porém sem os recursos do discurso direto (dois  -oso, -osa (indicadores de adjetivos,
pontos e travessão) nem do discurso indireto formadores de estado pleno, abundância)
(conjunções que ou se).
manhoso, carinhoso, horrorosa, suntuosa

Ex.: Ele caminhava preocupado pela avenida


deserta. Será que vai chover, logo hoje, com todos 3. Após ditongos:
esses compromissos!? Cleusa, causa, náusea, maisena

4. Na conjugação dos verbos pôr (e derivados) e querer:


repus, repusera, repusesse, pus, pusera,
pusesse, quis, quisera, quisesse, quiséssemos

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Uso do Z 4. Em palavras de origem africana e indígena:
abacaxi, capixaba, macaxeira, morubixaba,
pixaim, xará, xinxim, xique-xique
1. Nas palavras derivadas de uma primitiva em que
já existe Z :
raiz  enraizar 5. Palavras aportuguesadas do inglês trocam o sh
original por x:
baliza  abalizado, balizador, balizado
xampu (de shampoo), xerife (de sheriff)
rapaz  rapazola, rapazinho, rapazote

2. Nas terminações –ez, -eza, formadores de Escrevem-se com x:


substantivos abstratos derivados de adjetivos: almoxarife, bexiga, bruxa, capixaba, caxemira, caxumba,
real  realeza coaxar, coxo, elixir, enxada, engraxate, enxurrada,
esdrúxulo, faxina, lagartixa, laxante, lixa, luxo, maxixe,
grande  grandeza mexer, mexerico, morubixaba, muxoxo, orixá, Oxalá,
cru  crueza praxe, pixaim, puxar, relaxar, rixa, taxa (impostos,
tributo), vexame, xale, xampu, xarope, xavante, xaxim,
certo  certeza xereta, xerife, xícara, xingar.

3. Nas terminações –izar (formador de verbos) e –


Escrevem-se com ch :
ização (formador de substantivos)
apetrecho, archote, bochecha, boliche, crochê, cachaça,
canal  canalizar  canalização
cachimbo, chá, chamariz, chamego, chafariz,
humano  humanizar  humanização cartucheira, charco, cheque, chimarrão, chimpanzé,
atual  atualizar  atualização chuchu, chucrute, chumaço, chutar, cacho, cochicho,
cocho, colcha, colchão, comichão, coqueluche, fachada,
global  globalizar  globalização ficha, flecha, galocha, inchar, macho, machado,
machucar, mancha, nicho, pachorra, pichar, pechincha,
piche, rachar, recheio, salsicha, sanduíche, tacha
Uso do X (prego), tacheiro, tacho, tocha.

1. Depois de ditongo:
ameixa, baixo, caixa, feixe, paixão
Uso do E e do I

2. Depois da sílaba inicial en-:


1. Todos os verbos terminados em –uir, -air, -oer
enxaqueca, enxadrista, enxame, enxuto escrevem-se com a letra i na segunda e terceira pessoas
do singular do presente do indicativo.
contribuir  contribuis, contribui
Fazem exceção: encher e derivados; enchova; e
palavras iniciadas com ch que ganharam prefixo cair  cais, cai
em-, como enchouriçar (em + chouriço + ar). doer  dói
influir  influis, influi
3. Depois da sílaba inicial me -: sair  sais, sai
mexerica, mexicano, mexilhão, mexer roer  róis, rói
Exceção: mecha (substantivo) e derivados
escrevem-se com ch.

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2. Todos os verbos terminados em –ir escrevem-se 6. Prefixos des e dis:
com a letra e na segunda e terceira pessoas do
desgarrar discernir
presente do indicativo.
desinfetar dispensar
acudir  acodes, acode
desmedido dislexia
fugir  foges, foge
decidir  decides, decide
Escrevem-se com e:
Abaeté, acareação, acreano, aldeola, alheado,
3. Todos os verbos terminados em –uar ou em –oar
antecipar, antedatar, anteprojeto, área (medida de uma
escrevem-se com a letra e na primeira, segunda e
superfície), barbárie, cadeado, candeeiro, caranguejo,
terceira pessoas do presente do subjuntivo.
cardeal, cereal, cumeada, cumeeira, decreto, deferido,
perdoar  perdoe, perdoes, perdoe deferir, descortino, descrição (exposição), descriminar
atuar  atue, atues, atue (absolver de crime), despensa (lugar para guardar
mantimentos), destilação, emergir, emigrar, eminência,
caçoar  caçoe, caçoes, caçoe eminente, empecilho, encabular, enteado, engolir,
jejuar  jejue, jejues, jejue enxada, estropear, falsear, geada, grandessíssimo,
himeneu, inquerição, lêndea, lenimento, meada,
memoridade, mestiço, mexerica, murmúreo, níveo,
4. Prefixos ante- e anti- óleo, parêntese, passeata, peão, petróleo, quase,
quepe, recheado, reencanar, revalidar, róseo, senão,
 ante – (prefixo) significa “antes” (indica sequer, seringa, subentender, terráqueo, vadear,
posição anterior) violáceo, vítreo.
antecâmara, antemão, antepasto,
anteontem, antebraço
antediluviano, antever Escrevem-se com i:
aborígine, adiantar, adiante, adivinho, amiúde,
anticristo, ária (cantiga), azuis, camoniano, casimira,
 anti - (prefixo) significa “contra” (indica corrimão, crânio, crioulo, dentifrício, diante, diferido,
posição contrária) discente (que aprende), discrição (que é discreto),
antiacadêmico, antialcoólico, disparate, dispêndio, dispensa (licença), imbuia,
anticoncepcional, anticlerical imigração, iminente, invés (contrário), miúdo, pardieiro,
pátio, pião, privilegiado, privilegiar, recriação, (ato de
antídoto, antiaéreo, anticonjugal, recriar), réstia, siar, vadiar, vadiação
antifascista

5. Prefixos em /en e im/in:


emporcalhar
engraxar
empossar
entorpecer
imputar
incomodar
impugnar
infalível

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Uso do O e do U 2. Depois de ditongos, grafam-se c e ç :
beiço, caução, coice, feição, foice, louça,
refeição, traição
Às vezes se confundem usos do u e do o na
grafia de algumas palavras. Compare as listas
abaixo:
3. Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos
com O com U terminados em –nder e –ndir usa-se s:
Abolir acudir pretender  pretensão
Boteco bueiro pender  pensão, pênsil
botequim burburinho tender  tensão, tenso
comprido cumprido (de cumprir) ascender  ascensão, ascensor

comprimento (extensão) cumprimento (saudação) expandir  expansão, expansivo

Cortiça cúpula fundir  fusão

Cobrir curtume difundir  difusão

Engolir embutir confundir  confusão, confuso

explodir entupir suspender  suspensão, suspensório

Focinho escapulir
4. Nos substantivos derivados de verbos terminados em
Goela jabuti
–der, -dir, -tir e –mir usa-se s (depois de n ou r) ou ss :
lombriga jabuticaba
aceder  acesso
mágoa lóbulo
regredir  regressão, regresso
mochila mucama
repercutir  repercussão
moleque pirulito descomprimir  descompressão
Névoa rebuliço ascender  ascensão
Nódoa suar (transpirar) interceder  intercessão
Poleiro supetão agredir  agressão
Polenta tábua admitir  admissão
sortir (abastecer) tabuleiro reprimir  repressão
Sotaque tabuleta compreender  compreensão
Zoeira trégua
5. Por razões etimológicas usa-se entre vogais sc e xc:
apascentar, ascender (subir), convalescer,
Uso de C, Ç, S, SS, SC, XC crescer, descente (que desce), discernir, efervescente,
enrubescer, fascínio, florescer, incandescer, intumescer,
1. Nos vocábulos de origem árabe, tupi e africana, lascivo, miscelânea, nascer, néscio, obsceno, oscilar,
usam-se c e ç : piscina, prescindir, recrudescer, rescindir, suscitar,
açaí, araçá, araçoia, caiçara, caçula, tumescer, vísceras, excelência, excêntrico, exceto,
cacimba, canguçu, criciúma, Ceci. excesso, exceder

Iguaçu, Juçara, miçanga, Moçoró, muçum,


muçurana, paçoca, Paraguaçu, Turiaçu

LOJA DO CONCURSEIRO - 11
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
OBSERVE AS SEGUINTES GRAFIAS Escrevem-se com g :
Escrevem-se com s : abordagem, algibeira, algemar, angélico, aterragem,
auge, cingir, constrangir, doge, estrangeiro, falange,
aliás, alisar, análise, após, asa, atrás, atraso, através,
ferrugem, gengibre, gengiva, gergelim, geringonça, giba,
aviso, bisar, brasa, casulo, catalisar, cisão, colisão,
gibi, gíria, herege, impingem, logístico, margear,
cós, crase, crise, despesa, detrás, deusa, diálise,
megera, monge, mugido, ogiva, pungente, rabugento,
empresa, fase, fusão, gás, gasolina, gasômetro,
regurgitar, tangerina, tigela, vagem, vertigem, viagem
groselha, hesitante, hidrólise, ileso, inclusive,
(subst.)
infusão, invés, jus, lapiseira, lisonjeiro, lisura,
mariposa, marselhês, mês, mosaico, nasal,
obséquio, obus, paisagem, pêsames, rasura, revés,
síntese, sinusite, surpresa, tosar, três, uso, usina,
visar. Uso do J

Escrevem-se com z : 1. Nas palavras de origem tupi (indígena) e africana:

abalizar, aduzir, ajuizar, alcaçuz, alcoolizar, algoz, biju (variante de beiju), canjarana, canjica,
amizade, anarquizar, apaziguar, aprazível, aprendiz, jabuticaba, jacaré, jenipapo, jerimum, jiboia, jirau, pajé.
arborizar, arroz, assaz, atriz, atroz, audaz, azar, azia, (Exceção: Sergipe.)
baliza, bazar, bizarro, buzina, cafuzo, capaz, capuz,
capuz, carbonizar, cartaz, chafariz, coriza, cruz,
cuscuz, delicadeza, deslize, desprezo, eficaz, 2. Nos verbos terminados em –jar ou –jear:
enfezado, esvaziar, falaz, feroz, fertilizar, fugaz, arranjar, despejar, sujar, viajar, ultrajar,
gaze, giz, gentileza, horizonte, impureza, jaez, granjear, gorjear, lisonjear
jazigo, lambuzar, lazer, lhaneza, luz, magazine,
meretriz, morbidez, nariz, nudez, obstetriz, ozônio,
palidez, perspicaz, petiz, pobreza, prazer, prazo, 3. Nas palavras derivadas de outras já grafadas com j:
profetizar, rapaz, rezar, rodízio, sagaz, sazonal,
granja  granjeiro
talvez, tenaz, tez, trapézio, trezentos, vazio, veloz,
verniz, voraz, xadrez lisonja  lisonjeiro
laje  lajeado

Uso do G majestade  majestoso

1. Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, - Escrevem-se com j :


ógio, -úgio. ajeitar, alforje, berinjela, cafajeste, canjerê, canjica,
adágio, colégio, litígio, relógio, refúgio cerejeira, desajeitar, enjeitar, gorjear, gorjeta, granjear,
hoje, intrujice, jeca, jeito, jejum, jenipapo, jérsei, jiboia,
jiló, jiu-jítsu, laje, laranjeira, lisonjeiro, majestade,
2. Nas palavras terminadas em –gem. majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pajé,
pajem, pegajoso, sarjeta, sabujice, traje, trejeito,
ferrugem, selvagem, massagem, mixagem
ultraje, varejo, varejista, viaje, viagem (do verbo viajar)

3. Nas palavras derivadas de outras, já grafadas com


g.
tingir  tingido  tingimento
fingir  fingido  fingimento

LOJA DO CONCURSEIRO - 12
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
ALGUNS USOS ORTOGRÁFICOS ESPECIAIS PORQUE
É usado introduzindo:
Por que / por quê / porque / porquê - Explicação.
Ex.: Não reclames, porque é pior.
POR QUE (separado e sem acento) - Causa.
Ex.: Faltou à aula porque estava doente.
É usado:
 em interrogações diretas, onde o que equivale POR QUÊ
a qual motivo. É usado ao final da frase interrogativa ou quando
Por que regressamos? estiver sozinho.
(Por qual motivo regressamos ?) Ex.: Você fez isso, por quê?
Por que não vieram os computadores ? (Por qual Por quê?
motivo não vieram ?)

PORQUÊ
 em interrogações indiretas, onde o que É usado como substantivo; é sinônimo de motivo,
equivale a qual razão ou qual motivo. razão.
Perguntei-lhe por que faltara à aula. Ex.: Não sei o porquê disso.
(por qual motivo).
Não sabemos por que ele faleceu.
(por qual razão). ONDE E AONDE
A tendência no português atual é considerar a
 Como um equivalente a pelo qual / pela qual / seguinte distinção: aonde indica a ideia de
pelos quais / pelas quais. movimento ou aproximação (com verbos que
exigem a preposição “A”), opondo-se a donde que
Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
exprime afastamento (com verbos eu exigem a
(pelo qual). preposição “DE”). Costuma referir-se a verbos de
movimento.
Eis as causas por que não venceremos.
Aonde você vai?
(pelas quais).
Aonde querem chegar com essas atitudes?
Estranhei a forma por que o estudante reagiu.
Aonde devo dirigir-me para obter esclarecimentos?
(pela qual).
Não sei aonde ir.
Donde você veio?
 Como um equivalente a motivo pelo qual ou
razão pela qual.
Não há por que chorar. Onde indica o lugar em que se está ou em que se
passa algum fato. Normalmente refere-se a verbos
(motivo pelo qual).
que exprimem estado ou permanência, ou seja,
verbos que exigem a preposição “EM”.
Viajamos sem roteiro: eis por que nos atrasamos. Onde você está?
(a razão pela qual). Onde você vai ficar nas próximas férias?
Não sei onde começar a procurar.
LOJA DO CONCURSEIRO - 13
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
MAIS e MAS Há uma frase de que a visão da realidade nos faz
muitas vezes duvidar: “O mal não compensa”
Mas é uma conjunção adversativa, equivalendo
a porém, contudo, entretanto.
Não conseguiu, mas tentou. Mau é adjetivo. Significa “ruim”, “de má índole”,
“de má qualidade”. Opõe-se a bom e apresenta a
forma feminina má.
Mais é pronome ou advérbio de intensidade,
Não é mau sujeito.
opondo-se normalmente a menos.
Trata-se de um mau administrador.
Ele foi quem mais tentou, ainda assim não
conseguiu. Tem um coração mau.
É um dos países mais miseráveis do planeta.
A PAR e AO PAR
NA MEDIDA EM QUE E À MEDIDA QUE A par tem o sentido de “bem-informado”, “ciente”.
Na medida em que exprime relação de causa e Mantenha-me a par de tudo o que acontecer.
equivale a “porque”, “já que”, “uma vez que”.
É importante manter-se a par das decisões
Na medida em que os projetos foram parlamentares.
abandonados, a população carente ficou
entregue à própria sorte.
Ao par é uma expressão usada para indicar relação
À medida que indica proporção,
de equivalência ou igualdade entre valores
desenvolvimento simultâneo e gradual. Equivale
financeiros (geralmente em operações cambiais):
a “à proporção que”.
As moedas fortes mantém o câmbio praticamente
A ansiedade aumentava à medida que o prazo
ao par.
ia chegando ao fim.

MAL E MAU
AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A
Mal pode ser advérbio ou substantivo. Como
advérbio significa “irregularmente”, Ao encontro de indica “ser favorável a”, aproximar-
“erradamente”, “de forma inconveniente ou se de”.
desagradável”. Opõe-se a bem. Ainda bem que sua posição vai ao encontro da
Era previsível que ele se comportaria mal. Era minha.
evidente que ele estava mal-intencionado Quando a viu foi ao seu encontro e abraçou-a.
porque suas opiniões haviam repercutido mal
na reunião anterior.
Como substantivo, mal pode significar De encontro a indica oposição, choque, colisão.
“doença”, “moléstia”, em alguns casos significa Veja.
“aquilo que é prejudicial ou nocivo”. Suas opiniões sempre vieram de encontro às
A febre amarela é um mal que atormenta as minhas, pertencemos a mundos diferentes.
populações pobres. O caminhão foi de encontro ao muro, derrubando-
O mal é que não se toma nenhuma atitude o.
definitiva.
O substantivo mal também pode designar um
conceito moral, ligado à ideia de maldade,
nesse sentido a palavra também opõe-se a bem.

LOJA DO CONCURSEIRO - 14
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
A E HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO DEMAIS E DE MAIS
O verbo haver é usado em expressões que Demais pode ser advérbio de intensidade, com o
indicam tempo já transcorrido: sentido de “muito”, aparece intensificando verbos,
adjetivos ou outros advérbios:
Tais fatos aconteceram há dez anos.
Aborreceram-nos demais: isso nos deixou
indignados demais.
Nesse sentido, equivale ao verbo fazer:
Estou até bem demais.
Tudo aconteceu faz dez anos.

Demais também pode ser pronome indefinido,


A preposição a surge em expressões em que a equivalendo a “outros”, “restantes”:
substituição pelo verbo fazer é impossível:
Não coma todo o pudim. Deixe um pouco para
O lançamento do satélite ocorrerá daqui a os demais.
duas semanas.
Eles partirão daqui a duas horas.
De mais opõe-se a de menos. Refere-se sempre a
um substantivo ou pronome:
ACERCA DE E HÁ CERCA DE Não vejo nada de mais em sua atitude.
Acerca de significa “sobre”, “a respeito de”: O concurso foi suspenso porque surgiram
Haverá uma palestra acerca das candidatos de mais.
consequências das queimadas.

Há cerca de indica um período aproximado de SENÃO E SE NÃO


tempo já transcorrido ou equivale ao verbo
Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser”:
existir + aproximadamente:
É bom que colabore, senão não haverá como
Os primeiros colonizadores surgiram há
ajuda-lo.
cerca de quinhentos anos.
Há cerca de dez pessoas te procurando
Se não surge em orações condicionais. Equivale a
“caso não”:
Se não houver aula, iremos ao cinema.
AFIM E A FIM
Afim é um adjetivo que significa “igual”,
“semelhante”. Relaciona-se com a ideia de
afinidade:
Tiveram ideias afins durante o trabalho.
São espíritos afins.

A fim surge na locução a fim de, que significa


“para” e indica ideia de finalidade:
Trouxe algumas flores a fim de nos agradar.

LOJA DO CONCURSEIRO - 15
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
TONICIDADE 3. Acentuam-se paroxítonas terminadas em:
I(S), U(S),
R, X, N, L,
Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem
uma sílaba tônica - a que recebe a maior inflexão de PS, UM(UNS), Ã(S),
voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento DITONGO
gráfico. E em que palavras usar o acento agudo ou o
acento circunflexo? Ainda existe o trema? Vamos às
respostas. Júri, lápis, ônus, vírus,
cadáver, tórax, hífen, móvel,
A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe bíceps, álbum, álbuns, órfã(s),
uma sílaba tônica em cada palavra.
história, móveis, órgão...
Ex. Guaraná - A sílaba tônica é a última, é oxítona.
Táxi - A sílaba tônica é a penúltima, é paroxítona.
Própolis - A sílaba tônica é a antepenúltima, é
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: ôo perde o acento,
proparoxítona.
fica oo
Antes ---------------------------------agora
A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas
Vôo Voo
três sílabas: última, penúltima e antepenúltima.
Enjôo Enjoo

Quando a palavra possuir uma sílaba só, será


denominada monossílaba. Obs.: paroxítonas com a mesma terminação das
oxítonas (a, e, o, em, ens) não são acentuadas.
Os monossílabos podem ser átonos e tônicos. Os
tônicos são aqueles que têm força para serem Mala, vara, pente, mestre, item, homem, hifens,
usados sozinhos em uma sílaba; os átonos, não. homens, nuvens, jovens...
Portanto serão monossílabos tônicos os
substantivos, os adjetivos, os advérbios, os
numerais e os verbos.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1. Acentuam-se monossílabos tônicos terminados


em:
A(S), E(S), O(S)
Pá, fé, só, três, trás, nós, vês...

2. Acentuam-se oxítonas terminadas em:


A(S), E(S), O(S), EM(ENS)
Vatapá, café, cipó, alguém, parabéns, cajás,
marajás, Bené, chulé, mantém, refém...

LOJA DO CONCURSEIRO - 16
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
4. Acentuam-se todas as proparoxítonas 7. Grupos QUE, QUI, GUE, GUI, O U recebia:
Mágico, fósforo, paralelepípedo, antítese... Trema se fosse pronunciado de forma átona:
freqüentes.

REGRAS ESPECIAIS
Acento agudo se pronunciado de forma tônica:
apazigúe.
5. Acentuam-se I e U na 2ª vogal do hiato,
quando
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: Hoje o U
 sozinhas (ou + S) na sílaba;
pronunciado desses grupos perdeu o trema e o
 não seguidas de NH. acento agudo, mas a pronúncia continua a mesma:
Graúdo, saída, açaí, Itaú, saúde, constituído, Antes ---------------------------------agora
Janaína, juízes, Luíza...
freqüentes frequentes
cinqüenta cinquenta
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: I e U perdem o
tranqüilo tranquilo
acento se paroxítonas, depois de ditongo:
averigúe averigue
Antes ---------------------------------agora
apazigúe apazigue
Baiúca baiuca
Bocaiúva bocaiuva
8. Acento diferencial: era usado para diferenciar a
boiúna boiuna
classe das palavras:
feiúra feiura

PÁRA (v.) ≠ PARA (prep.)


PÔR (v.) ≠ POR (prep.)
6. Acentuam-se ditongos abertos ÉI, ÉU e ÓI se
vierem no final da palavra (seguido ou não de
S):  NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: hoje caíram os
acentos diferenciais, só permaneceram os acentos
Coronéis, chapéu, corrói, dói, anéis, fiéis, troféu, de pôr(verbo) e de pôde (passado).
herói (o ditongo vem no final, mantêm o acento)
Antes ---------------------------------agora
Pára (verbo) para (verbo)
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: éi, éu, ói
perdem o acento se forem paroxítonas: Pêra (subst.) pera (subst.)
Todos os eia(s) e oia(s) perderam o acento Pelo (subst.) pelo (subst.)
Antes ---------------------------------agora Pólo (subst.) polo (subst.)
Idéia ideia
Estréia estreia 9. Os verbos crer, dar, ler, ver (e verbos derivados)
dobram o “E” no plural:
assembléia assembleia
jibóia jiboia
Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural
Tróia Troia
Ê EE
Jóia Joia
Ele lê/vê – eles leem/veem

LOJA DO CONCURSEIRO - 17
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: êem perde o SEMÂNTICA
acento, fica eem:
Antes ---------------------------------agora
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
lêem leem
DENOTAÇÃO: o sentido literal, real das palavras.
vêem veem
CONOTAÇÃO: sentido figurado das palavras.
dêem deem
crêem creem
Fenômenos Semânticos
1. POLISSEMIA
10. Acentuam-se os verbos ter e vir ( e todos os
verbos derivados) na 3ª pessoa do plural. (Polys, do grego, significa “muito”) é a capacidade que
uma palavra tem de assumir diferentes significações ou
sentido.
Na 3ª pessoa do sing. Na 3ª pessoa do plural a) O sol é uma estrela de quinta grandeza.
b) Clarissa é a estrela de sua turma.
E Ê c) Fernanda Montenegro é uma estrela nacional.
Ele vem/tem – eles vêm/têm d) Não desanime, meu filho, confie em sua estrela.
Ele retém – eles retêm
2. SINÔNIMOS
São palavras que apresentam, entre si, o mesmo
significado.
Muitos verbos produzem formas oxítonas
ou monossilábicas que devem ser acentuadas. triste = melancólico.
Observe: resgatar = recuperar
maciço = compacto
Cortar + a = cortá-la Pôs + os = pô-los ratificar = confirmar
retificar = corrigir
Fazer + o = fazê-lo Fez + o = fê-lo aguentar = aturar
afastado = distante
alegre = divertido

Sinais diacríticos: sinais gráficos com os quais se 3. ANTÔNIMOS


distingue a modulação das vogais ou a pronúncia de São palavras que apresentam, entre si, sentidos
certas palavras, para evitar confusões com outras. contrários.
bom x mau
transito – trânsito bem x mal
ate – até condenar x absolver
veiculo – veículo feio x bonito
secretaria – secretária subir x descer
sabia – sábia – sabiá... amigo x inimigo
vida x morte
LOJA DO CONCURSEIRO - 18
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
4. HOMÔNIMOS emergir e imergir.
São palavras iguais na forma e diferentes na comprimento e cumprimento
significação. Há três tipos de homônimos:
cavaleiro e cavalheiro

4.1. HOMÔNIMOS HOMÓFONOS


6. AMBIGUIDADE
Têm o mesmo som e grafias diferentes.
Ocorre a ambiguidade quando o leitor vacila diante de
sessão (reunião), mais de uma possibilidade de entendimento do que foi
expresso.
seção (repartição)
e cessão (ato de ceder);
Uma série de causas estruturais pode causar
ambiguidade.
cela (cubículo) e
sela (arreio)
a) Pedro e Paulo vão desquitar-se. (Mau uso da
coordenação)
concerto (harmonia)
e conserto (remendo). b) O aluno enjoado saiu da sala. (Má colocação de
palavra)

4.2. HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS


Têm a mesma grafia e sons diferentes. c) João encontrou Maria e lhe disse que sua prima
estava doente. (Mau uso de possessivos)
almoço (refeição) e
almoço (verbo almoçar);

Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos:


sede (vontade de beber) e
acender = atear fogo
sede (residência).
ascender = subir
amoral = indiferente à moral
4.3. HOMÔNIMOS PERFEITOS
imoral = contra a moral, libertino, devasso
Têm a mesma grafia e o mesmo som.
apreçar = marcar o preço
cedo (advérbio) e
apressar = acelerar
cedo (verbo ceder);
arrear = pôr arreios
arriar = abaixar
meio (numeral),
bucho = estômago de ruminantes
meio (adjetivo) e
buxo = arbusto ornamental
meio (substantivo).
caçar = abater a caça
cassar = anular
5. PARÔNIMOS
cela = aposento
São palavras de significação diferente, mas de
forma parecida. sela = arreio

retificar e ratificar; censo = recenseamento

LOJA DO CONCURSEIRO - 19
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
senso = juízo espiar = olhar sorrateiramente
cessão = ato de doar expiar = sofrer pena ou castigo
seção ou secção = corte, divisão estada = permanência de pessoa
sessão = reunião estadia = permanência de veículo
chá = bebida flagrante = evidente
xá = título de soberano no Oriente fragrante = aromático
chalé = casa campestre fuzil = carabina
xale = cobertura para os ombros fusível = resistência de fusibilidade calibrada
cheque = ordem de pagamento incerto = duvidoso
xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo inserto = inserido, incluso
comprimento = extensão incipiente = iniciante
cumprimento = saudação insipiente = ignorante
concertar = harmonizar, combinar indefesso = incansável
consertar = remendar, reparar indefeso = sem defesa
conjetura = suposição, hipótese infligir = aplicar pena ou castigo
conjuntura = situação, circunstância infringir = transgredir, violar, desrespeitar
coser = costurar intemerato = puro, íntegro, incorrupto
cozer = cozinhar intimorato = destemido, valente, corajoso
deferir = conceder intercessão = súplica, rogo
diferir = adiar interse(c)ção= ponto de encontro de duas linhas
descrição = representação laço = laçada
discrição = ato de ser discreto lasso = cansado, frouxo
descriminar = inocentar ratificar = confirmar
discriminar = diferençar, distinguir retificar = corrigir
despensa = compartimento soar = produzir som
dispensa = desobrigação suar = transpirar
despercebido = sem atenção, desatento sortir = abastecer
desapercebido = desprevenido surtir = originar
discente = relativo a alunos sustar = suspender
docente = relativo a professores suster = sustentar
emergir = vir à tona tacha = brocha, pequeno prego
imergir = mergulhar taxa = tributo
eminente = nobre, alto, excelente tachar = censurar, notar defeito em
iminente = prestes a acontecer taxar = estabelecer o preço
esperto = ativo, inteligente, vivo vultoso = volumoso
experto = perito, entendido vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face)

LOJA DO CONCURSEIRO - 20
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
CLASSES DE PALAVRAS Futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em
que se fala.
Ex.: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
VERBO
É a palavra variável que exprime ação, estado, 4 - CONJUGAÇÃO
mudança de estado e fenômeno, situando-se no
tempo.
Ex.: O garoto corre muito. Três são as conjugações em português:

Sou poeta.
O ouro virou terra. 1ª conjugação: ar

Chove muito aqui. Ex.: andar, lavar, cortar.

FLEXÃO DO VERBO 2ª conjugação: er


Ex.: vender, saber, ler.

1 - NÚMERO E PESSOA
3ª conjugação: ir
Ex.: dormir, reunir, sair.
1ª pessoa do singular 1ª pessoa do plural
2ª pessoa do singular 2ª pessoa do plural
5 - FORMAS NOMINAIS
3ª pessoa do singular 3ª pessoa do plural

Existem três formas verbais que não apresentam


2 - MODO
flexão de tempo e modo, perdendo, desta forma, as
características exclusivas do verbo. Como
desempenham funções próprias dos nomes
Indicativo: certeza diante do fato.
(substantivo, adjetivo e advérbio), são denominadas
Ex.: Ela corria na frente. formas nominais. São elas: infinitivo, particípio e
Subjuntivo: dúvida diante do fato. gerúndio.

Ex.: Talvez ela corra na frente.


a. infinitivo: indica o processo propriamente dito, sem
situá-lo no tempo; desempenha, assim, função
Imperativo: ordem, conselho, pedido. semelhante à do substantivo:
Ex.: Corra na frente. É preciso recuperar os valores éticos.
O infinitivo pode apresentar flexão de pessoa,
3 - TEMPO originando duas formas: o infinitivo impessoal (não
se flexiona) e o infinitivo pessoal (flexionado).

Presente: a ação ocorre no momento em que se


fala. b. particípio: indica uma ação já acabada,
desempenhando função semelhante á do adjetivo.
Ex.: Fecho os olhos, agito a cabeça. O particípio flexiona-se em gênero e número,
Pretérito: a ação transcorreu num momento concordando com o substantivo a que se refere:
anterior àquele em que se fala. Preservada a natureza, sobreviveremos.
Ex.: Fechei os olhos, agitei a cabeça. Preservado o meio ambiente, sobreviveremos.
LOJA DO CONCURSEIRO - 21
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
c. gerúndio: indica um processo verbal em curso, mantém em todas as formas e as terminações são as
desempenhando função semelhante à do mesmas.
adjetivo e á do advérbio. O gerúndio não
Em alguns casos, podemos encontrar alterações
apresenta flexão.
radicais de verbos regulares; é necessário observar
“Caminhando e cantando e seguindo a canção, essa alteração é apenas um caso de acomodação
gráfica para manter a identidade fonética. É o que
Somos todos iguais, braços dados ou não”
ocorre, por exemplo, com os verbos ficar (fico,
(Geraldo Vandré) fiquei), fingir (finjo, finges) e vencer (venço, vences)

6 - LOCUÇÃO VERBAL b) irregulares – são aqueles que se afastam modelo da


conjugação, apresentando alteração ou no radical
ou nas desinências.
É formada de um verbo auxiliar seguido de um
verbo principal. eu peço tu pedes

Ex.: Vamos sair hoje cedo. eu estou tu estás

Fiquei a observar tudo,


Podemos ter sido aprovados. c) defectivos – são verbos de conjugação incompleta,
ou seja, não apresentam algumas formas. São
exemplos os verbos falir e abolir no presente do
7 - VOZ indicativo.
falir abolir

Ativa: sujeito pratica a ação. eu  


Ex.: O carroceiro disse um palavrão. tu  aboles
Passiva: sujeito sofre a ação. ele  abole
Ex.: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. nós falimos abolimos
(analítica)
vós falis abolis
Vende-se uma casa. (sintética)
eles  abolem

Reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação.


Consideram-se defectivos os chamados verbos
Ex.: O carroceiro machucou-se. unipessoais:
Os noivos se olharam. verbos que exprimem fenômenos da natureza
(chover, ventar, anoitecer, etc.)  só se empregam
na terceira pessoa do singular.
CLASSIFICAÇÃO DO VERBO
Nevou na serra gaúcha.
Neste momento, chove em Belém.
1. Quanto à flexão
verbos que exprimem vozes de animais (latir, miar,
Quanto à flexão, os verbos classificam-se urrar, coaxar, etc.)  só se empregam na terceira
regulares; irregulares; defectivos; abundantes. pessoa do singular e na terceira pessoa do plural.
Capeto latiu a noite toda.
a) regulares – são aqueles que seguem o Os cães latiram a noite toda.
paradigma, isto é, o modelo da conjugação.
Quando um verbo é regular, o radical se

LOJA DO CONCURSEIRO - 22
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
d) abundantes – são aqueles que possuem duas ou 3 - QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO:
mais formas de idênticos valor. A abundância
ocorre com maior frequência no particípio de
alguns verbos, que, além da forma regular Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer
(desinência –do), apresentam outra forma, sujeito implícito ou explícito. Quase
denominada irregular ou abundante. todos os verbos são pessoais.
Ex.: O rapaz apareceu na porta.
infinitivo particípio particípio
regular irregular Impessoais: são aqueles que não se referem a
Aceitar aceitado aceito qualquer sujeito implícito ou explícito.
São utilizados sempre na 3ª pessoa.
Acender acendido aceso
Ex.: Há alunos na sala.
Benzer benzido bento
Faz frio aqui.
exprimir exprimido expresso
Em Belém chove muito.
expulsar expulsado expulso
enxugar enxugado enxuto
EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS
prender prendido preso

Modo indicativo
Quando o verbo apresenta duplo particípio,
deve-se usar a forma regular com os auxiliares
ter e haver e a forma irregular com os auxiliares 1. presente – exprime um fato que ocorre no
ser e estar. momento em que se fala:
Tinham aceitado o pedido. Vejo um pássaro na janela.
Haviam aceitado o pedido. O presente do indicativo também é usado para:
O pedido foi aceito. a) exprimir uma verdade científica, um axioma:
O pedido estava aceito. A Terra é redonda.
Por um ponto passam infinitas retas.

Alguns verbos apresentam tão-somente o b) exprimir uma ação habitual:


particípio irregular.
Aos domingos não saio de casa.
Infinitivo particípio irregular
dizer dito c) dar atualidade a fatos ocorridos no passado:
fazer feito Cabral chega ao Brasil em 1500.
escrever escrito
abrir aberto d) indicar fato futuro bastante próximo, quando se
tem certeza de que ele ocorrerá:

Na linguagem atual, os verbos pagar, gastar e Amanhã faço os exercícios.


ganhar são usados apenas no particípio
irregular, com qualquer auxiliar.
Ele havia pago a conta.
Tinham gasto muitos presentes no aniversário.
LOJA DO CONCURSEIRO - 23
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2. pretérito perfeito – exprime um fato já 6. futuro do pretérito – exprime um fato futuro
concluído anteriormente ao momento em que tomado em relação a um fato passado.
se fala.
Ontem eu reguei as plantas do jardim.
Ontem você me disse que viria à escola.

3. pretérito imperfeito – exprime um fato


O futuro do pretérito também pode ser usado para
anterior ao momento em que se fala, mas não
indicar incerteza, dúvida.
o toma como concluído, acabado. Revela, pois,
o fato em seu curso, em sua duração.
Ele falava muito durante as aulas. Seriam mais ou menos dez horas quando ele
chegou.
4. pretérito mais-que-perfeito – indica um fato
passado que já foi concluído, em relação a
outro fato também passado. Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do
Quando você resolveu o problema, eu já o presente do indicativo ou do imperativo, como forma
resolvera. de cortesia, de boa educação.
Você me faria um favor?
Na linguagem atual tem-se usado com mais
frequência o pretérito mais-que-perfeito composto. MODO SUBJUNTIVO
Quando você resolveu o problema, eu já o
tinha resolvido.
O subjuntivo apresenta o fato de modo incerto,
impreciso, duvidoso. Normalmente é empregado em
O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado orações que dependem de outras (subordinadas).
no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do Viajaríamos se fizesse calor.
subjuntivo.

1. Presente – é empregado nas orações subordinadas


“...Mais servira, se não fora para expressar fatos presentes ou futuros.
Para tão logo amor tão curta a vida!” É justo que eles fiquem. (presente)
(Camões) Desejo que todos compareçam. (futuro)
(servira = serviria; fora = fosse)

Em orações independentes, é utilizado para


5. futuro do presente – exprime um fato posterior exprimir desejo.
ao momento em que se fala, tido como certo. Deus me proteja.
Amanhã chegarão os meus pais. Que a terra lhes seja leve!
As aulas começarão segunda-feira.

2. pretérito imperfeito – indica uma ação passada,


O futuro do presente pode ser empregado para presente ou futura em relação ao verbo da oração
exprimir ideia de incerteza, de dúvida. principal.
Serei eu o único culpado?
Se neste momento eu tivesse coragem, contaria a
verdade. (presente)

LOJA DO CONCURSEIRO - 24
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Mesmo que saísse antes, não teria chegado a É preciso sair.
tempo. (passado)
- na função de complemento nominal (virá regido
Ficaria feliz se ele fosse à minha casa. (futuro) de preposição):
Esses exercícios eram fáceis de resolver.
3. futuro – é empregado em orações - quando ele faz parte de uma locução verbal:
subordinadas para indicar eventualidade no
Eles deviam ir ao cinema.
futuro.
- quando, dependente dos verbos deixar, fazer,
Farei o trabalho se tiver tempo.
ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por sujeito um
pronome oblíquo:
MODO IMPERATIVO Mandei-os sair Deixei-as falar.
O imperativo exprime uma atitude de ordem,
solicitação, convite ou conselho. É empregado em
- quando ele tem valor de imperativo:
orações absolutas, principais ou coordenadas.
Fazer silêncio, por favor.
Como o imperativo pode exprimir várias
atitudes do falante, a entoação da frase será
fundamental para veicular a ideia pretendida. Infinitivo pessoal
No imperativo, o falante sempre se dirige a um
interlocutor; por isso, esse modo verbal só possui as
formas que admitem um interlocutor (segundas e Emprega-se o infinitivo pessoal quando ele tiver
terceiras pessoas; primeira pessoa do plural). sujeito próprio (expresso ou implícito), diferente do
sujeito da oração principal.
O remédio era ficarmos em casa.
Prestem atenção! (ordem)
O costume é os jovens falarem e os velhos
Empreste-me o livro, por favor. (solicitação) ouvirem.
Venha à festa do meu aniversário. Será lá em
casa. (convite)
No primeiro exemplo, o sujeito do infinitivo
Não guarde rancor, pode lhe dar uma gastrite. ficarmos é nós (implícito), diferente do sujeito da
(conselho) oração principal, que é o remédio. No segundo, os
infinitivos falarem e ouvirem apresentam como sujeito,
os jovens e os velhos (expressos), diferentes do sujeito
Emprego do infinitivo
da oração principal, que é o costume.

Além do infinitivo impessoal, nossa língua


apresenta também o infinitivo pessoal (ou
flexionado). Não há propriamente regras que
determinem o emprego do infinitivo; o que se
observa são tendências e usos consagrados por
competentes usuários do português.

Infinitivo impessoal

Emprega-se o infinitivo impessoal:


- quando ele não estiver se referindo a sujeito
algum.

LOJA DO CONCURSEIRO - 25
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PRONOME PRONOME OBLÍQUO RECÍPROCO - É representado
pelos pronomes nos, vos, se, quando traduzem a ideia
de um ou outro, reciprocamente.
É a palavra que substitui ou determina o nome. Ex.: Nós nos cumprimentamos.
De acordo com essas funções, o pronome Eles se abraçaram.
pode ser classificado em pronome substantivo ou
pronome adjetivo.
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS

PRONOME SUBSTANTIVO - É aquele que


substitui o substantivo. Os pronomes oblíquos o, a, os, as, podem assumir
Ex.: A casa é tua? as seguintes formas:

Ele foi embora. a) lo, los, la, las, depois de verbos terminados em
r, s, z
Ex.: Os habitantes resolveram matá-lo
PRONOME ADJETIVO - É aquele que
acompanha o substantivo, determinando-o. Fizemo-lo sair.

Ex.: Meu irmão viajou e levou minha mochila. Meu filho brincava. Fi-lo estudar.

Os pronomes classificam-se em: b) no, nos, na, nas, depois de verbos terminados
em ditongo nasal (am, em, ão, õe)
Ex.: Ouçam-na.
PESSOAIS, POSSESSIVOS, DEMONSTRATIVOS,
INDEFINIDOS, INTERROGATIVOS E RELATIVOS. Peguem-no.
Eles não vendem o produto. Dão-no aos
pobres.
1. PRONOMES PESSOAIS
Eles não têm certeza dessas resoluções.
Supõe-nas.
Substituem as três pessoas gramaticais
RETOS OBLÍQUOS c) As formas tônicas dos pronomes oblíquos
sempre vêm precedidas de preposição.
eu me, mim, comigo
Ex.: Não houve nada entre mim e ti.
tu te, ti, contigo
ele, ela se, lhe, o, a, si, consigo, ele, ela
Obs.: Se houver um verbo acompanhando o pronome,
nós nos, conosco este será pessoal do caso reto.
vós vos, convosco Ex.: Empreste o livro para eu ler.
eles, elas se, lhes, os, as, si, consigo, eles, Disseram que é para tu viajares.
elas

d) As formas conosco e convosco serão


OS PRONOMES OBLÍQUOS PODEM SER: ÁTONOS E substituídas por com nós e com vós se vierem seguidas
TÔNICOS de numeral ou de palavra como: todos, outros,
PRONOME OBLÍQUO REFLEXIVO - É o pronome mesmos, próprios, ambos.
oblíquo da mesma pessoa do pronome reto, Ex.: Deixaram o recado com nós mesmos.
significando a mim mesmo, a ti mesmo, etc.
Falei também com vós todos.
Ex.: Eu me vesti rapidamente.

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e) A forma consigo só se utiliza quando o PRONOMES DE TRATAMENTO
sujeito da frase for uma 3ª pessoa e o pronome
referir-se a esse mesmo sujeito.
Você v. tratamento
Ex.: Ela trazia a prova consigo.
familiar
Vossa Alteza V.A príncipes ,
f) Se a palavra até tiver o valor de mesmo, duques
também, inclusive, usa-se a forma reta do
Vossa Eminência V.Em.ª cardeais
pronome. Ex.: Até eu tive problemas
com essa empresa. Vossa Excelência V.Ex.ª altas autoridades
Vossa Magnificência V.Mag.ª reitores
g) Os pronomes oblíquos podem ser usados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
como possessivos.
Vossa Meritíssima juizes de direito
Ex.: Não lhe entendo a intenção. (lhe = sua)
Vossa Onipotência Deus

h) Os pronomes o(s), a(s) são usados como Vossa V.Rev.ª sacerdotes


objeto direto e o pronome lhe(s) como objeto Reverendíssima
indireto. Vossa Senhoria V.S.ª altas autoridades
Ex.: Isto o compromete. Vossa Santidade V.S. papa
Isto lhe convém.
i) Os pronomes pessoais do caso reto de 3ª Emprega-se vossa quando 2ª pessoa, isto é, em
pessoa podem contrair-se com as preposições de relação a quem falamos.
ou em.
Emprega-se sua quando 3ª pessoa, isto é, em
Ex.: Ninguém cuida de melhorar a sorte dele. relação à de quem falamos.

j) Quando esses pronomes exercem a função 2. PRONOMES POSSESSIVOS


de sujeitos, essa contração não deve haver.
Ex.: É capaz de ele não poder chegar.
Indicam aquilo que pertence a cada uma das
pessoas gramaticais.
k) Na linguagem coloquial, o pronome nós é
frequentemente substituído por a gente. O verbo
deverá ficar na 3ª pessoa do singular. 1ª: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)

Ex.: É verdade que a gente está só. 2ª: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
3ª: seu(s), sua(s)

Esses pronomes nem sempre indicam posse.


Podem indicar afetividade, cortesia, cálculo
aproximado, valor indefinido.
Ex.: Meu caro amigo.
Não se incomode, meu filho.
Ana, com seus três anos, não era nenhum
anjo.
Ela tem lá suas manias.
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Os pronomes seu(s), sua(s) podem referir-se à Para situar o que já foi anteriormente expresso:
2ª e à 3ª pessoas. Por isso, seu emprego pode gerar esse, essa, isso.
ambiguidade.
Ex.: Encontramos várias soluções. Essas
Ex.: Ele saiu com sua namorada. soluções são boas.
A forma seu não é um possessivo quando
resultar da alteração fonética da palavra senhor:
Para situar o que vai ser expresso, utiliza-se este,
Ex.: Muito obrigado, seu Eduardo. esta, isto.
Ex.: O fato é este: estamos sem dinheiro.

3. PRONOMES DEMONSTRATIVOS O pronome este retoma o elemento anterior mais


próximo e aquele retoma o mais distante.
Ex.: Jogarão hoje Alemanha e Brasil, este com
São pronomes que situam o ser no espaço e no
um futebol mais criativo e aquele com um
tempo, tomando como ponto de referência as três
mais calculado.
pessoas gramaticais.

4. PRONOMES INDEFINIDOS
Variáveis Invariáveis
Referem-se à 3ª pessoa gramatical de modo vago,
este(s), esta(s) isto
indeterminado.
esse(s), essa(s) isso
aquele(s), aquela(s) aquilo
Variáveis Invariáveis
algum(a), alguns, algumas alguém
As palavras o, a, os, as, mesmo, próprio,
nenhum(a), nenhuns, ninguém
semelhante e tal podem ser pronomes
nenhumas
demonstrativos. tudo
bastante, bastantes
Ex.: Hoje o que vejo é muita violência. (o = outrem
aquilo) todo(s), toda(s)
nada
Eles viram tal grandeza. outro(s), outra(s)
cada
Nunca ouvi semelhante besteira. muito(s), muita(s)
algo
pouco(s), pouca(s)
quem
Este, esta, isto, indicam o tempo presente em certo(s), certa(s)
menos
relação ao falante. vário(s), vária(s)
mais
Ex.: Esta noite está bonita. tanto(s), tanta(s)
quanto(s), quanta(s)
Esse, essa, isso indicam o tempo passado ou o
qualquer, quaisquer
futuro pouco distante.
Ex.: Procurei Frederico essa noite.

Aquele, aquela, aquilo indicam tempo muito


distante em relação ao falante.
Ex.: Naquele tempo não havia noite.

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5. PRONOMES INTERROGATIVOS que, desde que, ainda que, por mais que, à medida que,
à proporção que, etc.
São aqueles empregados na formulação de
perguntas. Os mesmos critérios de classificação aplicados às
conjunções simples são aplicados às locuções
Ex..: Quem chegou?
conjuntivas.
Os pronomes interrogativos são que, quem,
quanto, como, onde e qual.
CLASSIFICAÇÃO
As conjunções são primeiramente classificadas em
6. PRONOMES RELATIVOS
coordenativas e subordinativas, de acordo com o tipo
Referem-se a termos já expressos e, ao mesmo de relação que estabelecem. As conjunções
tempo, introduzem uma oração dependente. coordenativas ligam termos ou orações sintaticamente
Ex.: Esta é a pessoa que eu amo. equivalentes. As conjunções subordinativas ligam uma
oração a outra que nela desempenha função sintática;
em outras palavras, ligam uma oração principal a uma
Variáveis Invariáveis oração que lhe é subordinada.

o qual, a qual, os quais, as quais que De acordo com o sentido das relações que
estabelecem, as conjunções coordenativas são
cujo(s), cuja(s) quem classificadas em:
quanto(s), quanta(s) onde

a) Aditivas (exprimem adição, soma): e, nem, não só...


mas também, etc.;

CONJUNÇÃO
b) Adversativas (exprimem oposição, contraste): mas,
porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
não obstante, etc.;
Conjunções são palavras invariáveis que unem
termos de uma oração ou unem orações. As c) Alternativas (exprimem alternância ou exclusão):
conjunções podem relacionar termos de mesmo ou, ou... ou..., ora..., ora, já... já, etc;
valor sintático ou orações sintaticamente
equivalentes - as chamadas orações coordenadas -
ou podem relacionar uma oração com outra que d) Conclusivas (exprimem conclusão): logo, portanto,
nela desempenha função sintática - por conseguinte, pois (posposto ao verbo), etc.;
respectivamente, uma oração principal e uma
oração subordinada.
e) Explicativas (exprimem explicação): pois (anteposto
ao verbo), que, porque, porquanto.
Ex.: Nossa realidade social é precária e nefasta.
A situação social do país é precária, mas
ainda existem aqueles que só buscam
privilégios pessoais.
Não se pode deixar de perceber que a
situação social do país é precária.

São chamados locuções conjuntivas os


conjuntos de palavras que atuam como conjunções.
Essas locuções geralmente terminam em que: visto

LOJA DO CONCURSEIRO - 29
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Já as conjunções subordinativas são INTERJEIÇÃO
classificadas em:

Interjeições são palavras invariáveis que exprimem


a) Integrantes (introduzem orações subordinadas emoções, sensações, estados de espírito, ou que
substantivas): que, se, como; procuram agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar
determinados comportamentos sem que se faça uso de
estruturas linguísticas mais elaboradas.
b) Causais (exprimem causa): porque, como, uma
vez que, visto que, já que, etc.;
c) Concessivas (exprimem concessão): embora, Observe:
ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de Ah!  pode exprimir prazer, deslumbramento,
quê, etc.; decepção;

d) Condicionais (exprimem condição ou hipótese): Psiu!  pode indicar que se está querendo atrair a
se, caso, desde que, contanto que, etc.; atenção do interlocutor ou que se quer que ele faça
silêncio.
e) Conformativas (exprimem conformidade): Em alguns casos, há um conjunto de palavras que
conforme, consoante, segundo, como, etc.; atua como uma interjeição: são as locuções
interjectivas, como Valha-me Deus! ou Macacos me
mordam!
f) Comparativas (estabelecem comparação):
como, mais... (do) que, menos... (do) que, etc.;

g) Consecutivas (exprimem consequência): que, de


sorte que, de forma que, etc.;

h) Finais (exprimem finalidade): para que, a fim de


que, que, porque, etc.;

i) Proporcionais (estabelecem proporção): à


medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais..., menos..., etc.;

j) Temporais (indicam tempo): quando, enquanto,


antes que, depois que, desde que, logo que,
assim que, etc.

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VOZES DO VERBO TRANSFORMAÇÃO DE VOZ VERBAL


VOZ ATIVA: sujeito pratica a ação do verbo.
Maria pintou o quarto. Como passar da voz ativa para a passiva

VOZ PASSIVA: sujeito sofre a ação do verbo. Só Lembre-se: só passa para a voz passiva VTD.
V.T.D.
Maria foi agredida pelo noivo.
1º. Transforme o Objeto Direto em sujeito da
Comeu-se o bolo passiva;

VOZ REFLEXIVA: sujeito pratica e sofre a ação do 2º. Transforme o verbo da oração em locução
verbo. verbal, acrescentando verbo auxiliar SER antes
Maria se pintou. do principal (no particípio: –ADO/-IDO), sempre
respeitando o mesmo tempo utilizado na ativa;
Os noivos se beijaram.

3º. Transforme o sujeito em agente da passiva,


introduzido por preposição (POR/DE).
 A VOZ PASSIVA PODE SER:

Fixação
1. Analítica (Verbal): com locução verbal Transformação para a passiva das frases abaixo.
v. SER + v. principal no particípio (-ADO/-IDO).

A menina colheu a flor. (voz ativa)


Sujeito sofre a ação; o agente da passiva pratica. =
O texto será corrigido por um professor. A flor foi colhida pela menina. (voz passiva)

OU

A menina havia colhido a flor. (voz ativa)


2. Sintética (Pronominal): com pronome =
apassivador
A flor havia sido colhida pela menina. (voz passiva)
V.T.D.+ SE (pron. apassivador).
Perdeu-se a oportunidade. (= A oportunidade foi
perdida)

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Como passar da voz passiva para a ativa MORFOSSINTAXE

1º. Transforme o agente da passiva em sujeito; 1. Substantivo: palavra nuclear

VARIÁVEIS
2º. Transforme a locução verbal em VTD, 2. Artigo
retirando o verbo auxiliar SER, sempre
respeitando o mesmo tempo utilizado na
passiva. 3. Numeral
PALAVRAS ADJETIVAS

3º. Transforme o sujeito em OD da ativa. 4. Adjetivo referem-se a substantivo


e concordam com ele

Obs.: se não houver agente da passiva, o verbo 5. Pronome


(na passagem para a ativa) ficará na 3ª pessoa Refere-se ao sujeito|=|
do plural, indicando indeterminação do sujeito.
6. Verbo
Se incompleto,
Fixação
pede complemento |OD, OI, AP|
Transformação para a ativa das frases abaixo.
O cão fora atropelado pelo guarda. (voz passiva)
verbo
=
7. Advérbio refere-se a adjetivo
O guarda atropelara o cão. (voz ativa)
(modificando) advérbio.
não concorda

A carta tinha sido entregue. (voz passiva)


8. Preposição: liga termos, introduz orações reduzidas.
=
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
INVARIÁVEIS

Tinham entregado a carta. (voz ativa) entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Exemplos da transformação de vozes verbais 9. Conjunção: liga orações. As coordenativas (e, nem,
Colheram as flores. (voz ativa) ou...) também ligam termos

O.D.
= 10. Interjeição: exprime sentimento repentino, indica
saudação, apelo. Ai! Oh! Oi. Bom dia! Pelo amor da
vaca preta!
Colheram-se as flores. (voz passiva sintética)
SUJEITO
=

As flores foram colhidas. (voz passiva analítica)


SUJEITO

LOJA DO CONCURSEIRO - 32
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
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Profª Yara Coeli
SINTAXE PREDICAÇÃO DO VERBO
OS VERBOS PODEM SER:
NÃO-NOCIONAIS
TERMOS DA ORAÇÃO
Verbo auxiliar (só tem função sintática)
Verbo de ligação
 SUJEITO É o termo ao qual o verbo se refere e
com que deve concordar.
NOCIONAIS (DE AÇÃO)
Verbo intransitivo
Verbo transitivo direto
TIPOS DE SUJEITO
Verbo transitivo indireto
Verbo transitivo direto e indireto
1. INEXISTENTE: com verbos impessoais.

DE LIGAÇÃO: liga sujeito a predicativo (característica do


2. SIMPLES: um único núcleo. sujeito).
VARIÁVEIS

Núcleo: palavra fundamental Ser, estar, ficar e sinônimos.


EXPRESSO

Uma grande mesa de mármore sumiu. Predicativo: exprime estado ou qualidade.


Eu fiquei triste. Mauro anda cansado.
3. COMPOSTO: mais de um núcleo. Ela continua séria.
O pai da noiva e o noivo choravam.

INTRANSITIVO: não pede complemento substantivo


(mas pode pedir complemento adverbial).
4. OCULTO/ELÍPTICO/DESINENCIAL A menina cresceu. A cidade dormia. Moro em Belém.
Fomos à feira. (nós)
Desce daí. (tu) TRANSITIVO: pede complemento substantivo.
Conhecia Paris. O livro pertence a mim.
NÃO-EXPRESSO

5. INDETERMINADO:
 Verbo na 3ª pessoa do plural, sem sujeito  DIRETO: não exige preposição. Complemento: O.D.
expresso ou subentendido. (Tocaram a Carlos encontrou um troféu.
campainha)
Descobri a fórmula.
 INDIRETO: exige preposição. Complemento: O.I.
 Verbo na 3ª pessoa do singular (menos o
VTD/VTDI) com o índice de indeterminação Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de,
do sujeito SE. (Vive-se pouco. Aqui se desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
trabalha.) sobre e trás.
Acredita em nós. A vitória dependia de sorte.
 DIRETO e INDIRETO: complementos: O.D. e O.I.
Devo favores a papai. Ofereci comida ao mendigo.

LOJA DO CONCURSEIRO - 33
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
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Profª Yara Coeli
SINTAXE DA ORAÇÃO TERMOS QUE SE REFEREM A VERBO
1. OBJETO DIRETO: complemento verbal sem
1. SUJEITO(substantivo) termo essencial preposição.
Poucas pessoas já leram esse livro.
2. OBJETO DIRETO  (substantivo) completa VTD OD
sentido de VTD sem preposição, não ocorre
na voz passiva. (O.D. se transforma em O objeto direto caracteriza-se pelo seguinte:
sujeito na VOZ PASSIVA)  Frase com OD pode ser transposta para a voz
passiva.
3. OBJETO INDIRETO  (substantivo)
REFEREM A VERBO

Eu aplaudi o cantor. (voz ativa)


TERMOS QUE SE

completa VTI c/ preposição.


VTD OD

4. AGENTE DA PASSIVA  (substantivo) =


completa locução verbal, pratica a ação na O cantor foi aplaudido por mim. (v. passiva)
voz passiva, é introduzido por preposição
por ou de. SUJEITO
O OD da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva.
5. ADJUNTO ADVERBIAL  (advérbio – sem Objeto direto preposicionado: a preposição, no
preposição - ou locução adverbial – com entanto, não é exigida pelo verbo e pode até ser
preposição) indica circunstância de tempo, eliminada.
modo, lugar, instrumento...
A notícia surpreendeu a todos.
6. ADJUNTO ADNOMINAL  artigo, numeral, SUJEITO VTD OD PREP.
pronome, adjetivo ou locução adjetiva,
juntos do nome. Indicam característica
própria. (=É) 2. OBJETO INDIRETO: é o complemento verbal que,
obrigatoriamente, vem iniciado por uma
7. PREDICATIVO  (adjetivo) preposição.
DO SUJEITO é separado do nome por verbo Muitos já desconfiavam de você.
ou vírgula, indica uma característica não- V.T.I. OBJ. IND.
REFEREM A NOME

própria. (=ESTAVA)
TERMOS QUE SE

DO OBJETO fica junto do nome, mas fica 3. AGENTE DA PASSIVA: pratica a ação verbal na voz
implícita a expressão “como sendo” e indica
passiva, corresponde ao sujeito da ativa e sempre se
característica atribuída ao objeto pelo
inicia pela preposição POR/PELO e DE.
sujeito.

8. APOSTO  substantivo  esclarece um Muitas árvores foram destruídas pelo vento.


termo anteriormente citado, geralmente
com pontuação. suj paciente ag. da passiva

9. COMPLEMENTO NOMINAL  (substantivo) 4. ADJUNTO ADVERBIAL: termo que se relaciona ao


completa o sentido de um nome incompleto verbo para acrescentar uma circunstância qualquer
que exige esse complemento (tempo, modo, negação, causa, lugar, dúvida etc.).
preposicionado (regência nominal).
Talvez ele não vá à cidade hoje.
10. VOCATIVO  (substantivo) adj. adv. adj. adv. adj. adv. adj. adv.
chamamento, indica com quem se fala, vem de dúvida de negação de lugar de tempo
separado por vírgula.

LOJA DO CONCURSEIRO - 34
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TERMOS QUE SE REFEREM A NOME 4. APOSTO: explica melhor um termo anteriormente
citado, esclarecendo-lhe o sentido.

1. ADJUNTO ADNOMINAL: se relaciona a um Explicativo:


nome (substantivo) para detalhar melhor esse O veículo, um caminhão velho e torto, desapareceu.
nome. Pode ser artigo, numeral, pronome ou
Denominativo
adjetivo.
A professora Genoveva chegou.
Pequenos flocos de espuma boiavam.
adj. adn. nome adj, adn.
 VOCATIVO
O vocativo é um termo usado para chamar a
2. PREDICATIVO: (adjetivo) termo que expressa
atenção da pessoa com quem se fala. O vocativo não
uma característica, um estado, um modo de ser
pertence nem ao sujeito, nem ao predicado da oração.
do nome. O predicativo relaciona-se ao nome
sempre através de um verbo de ligação A vida, meu pai, está triste agora.
(expresso ou subtendido).
suj. vocativo predicado

O predicativo pode ser:


Predicativo do sujeito: quando a característica
é atribuída ao sujeito da oração. CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO

Os jogadores estavam nervosos.


suj. v. lig. predicat. do suj. A classificação do predicado depende do tipo de verbo
que ele contém.

Predicativo do objeto: quando a característica é


atribuída ao objeto da oração. 1. VERBAL: sem predicativo.

Ninguém considerou certa sua atitude. Núcleo: verbo (de ação)


suj. v.t.d. predicat. do obj. obj. dir. O homem partiu cedo.

Observe que o verbo de ligação está subtendido: 2. NOMINAL: com verbo de ligação.
Ninguém considerou (como sendo) certa sua Núcleo: predicativo do sujeito.
atitude.
O homem estava furioso.

3. COMPLEMENTO NOMINAL: relaciona-se a


nomes de sentido incompleto a fim de 3. VERBO-NOMINAL: com verbo intransitivo ou
completá-los. Assemelha-se ao objeto indireto, transitivo + predicativo.
mas o objeto indireto inicia-se por uma Núcleos: verbo e predicativo.
preposição e completa o sentido de verbos,
enquanto o complemento nominal completa o O homem partiu furioso.
sentido de nomes. Achei minha cidade diferente
A população ficou revoltada com as mudanças.

nome incomp. (adjetivo) compl. nom.

LOJA DO CONCURSEIRO - 35
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DICAS
Termo preposicionado referindo-se a nome

PRONOMES OBLÍQUOS COMO OBJETOS pode ser:

O, A, OS, AS  sempre OD. ADJUNTO ADNOMINAL ou COMPLEMENTO NOMINAL

Todos O criticaram.
OD VTD Para distinguir um do outro:

LHE, LHESsempre OI. Analise o nome ao qual o termo preposicionado se


refere:
Sempre LHE obedeço.
OI VTI
 Se o nome for substantivo concreto, o termo
ME, TE, SE, NOS, VOS a classificação depende do preposicionado é Adjunto Adnominal.
verbo.
Ruas de terra
Eu TE conheço.
OD VTD
 Se o nome for adjetivo ou advérbio, o termo
Eu TE obedeço. preposicionado é Complemento Nominal.
OI VTI Ele é rico de coceira
Moro perto da igreja

Os pronomes átonos me, te, nos, vos e lhe que  Se o nome for um substantivo abstrato que indicar
assumem valor possessivo (=meu, teu, nosso, uma ação, se o termo preposicionado PRATICAR a
vosso, seu), classificam-se, em tais situações, como ação expressa pelo nome, é Adjunto Adnominal; se
adjuntos adnominais. RECEBER a ação, é Complemento Nominal
A conquista do atleta
Corte-me o cabelo (=meu) Adjunto adnominal – pratica a ação do nome
“conquista”
A conquista da medalha
Analisei-lhe a questão (=sua)
Complemento nominal – recebe a ação do nome
“conquista”

LOJA DO CONCURSEIRO - 36
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COESÃO E COERÊNCIA. CONECTORES Elementos conectores
Qualquer vínculo estabelecido entre as palavras, as
orações, os períodos ou os parágrafos podemos chamar
de coesão. Toda palavra ou expressão que se refere a
Coesão e coerência
coisas passadas no texto, ou mesmo às que ainda virão,
O texto é um conjunto harmônico de são elementos conectores. Os termos a que eles se
elementos, associados entre si por processos de referem podem ser chamados de referentes. Eis os
coordenação ou subordinação. Os fonemas (sons da conectores mais importantes:
fala), representados graficamente pelas letras, se
unem constituindo as palavras. Estas, por sua vez,
ligam-se para formar as orações, que passam a se 1) Pronomes pessoais, retos ou oblíquos
agrupar constituindo os períodos. A reunião de
Ex.: Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje.
períodos dá origem aos parágrafos. Estes também
se unem, e temos então o conjunto final, que é o Ele = meu filho (referente)
texto. Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe.
No meio de tudo isso, há certos elementos o = memorando (referente)
que permitem que o texto seja inteligível, com suas
partes devidamente relacionadas. Se a ligação entre
as partes do texto não for bem feita, o sentido 2) Pronomes possessivos
lógico será prejudicado. Observe atentamente o
trecho seguinte. Ex.: Pedro, chegou a sua maior oportunidade.
Sua = Pedro (de Pedro)
Levantamos muito cedo. Fazia frio e a água
havia congelado nas torneiras.
3) Pronomes demonstrativos
Até os animais, acostumados com baixas
temperaturas, permaneciam, preguiçosamente, em Os demonstrativos estão entre os mais
suas tocas. Apesar disso, deixamos de fazer nossa importantes conectores da língua portuguesa.
caminhada matinal com as crianças. Frequentemente se criam questões de interpretação ou
compreensão com base em seu emprego. Veja os casos
seguintes.
O trecho é composto por vários períodos,
agrupados em dois segmentos distintos. No
primeiro, fala-se do frio intenso e suas a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe.
consequências; no segundo, a decisão de não fazer
a caminhada matinal. O que aparece para fazer a Isso = O filho está demorando.
ligação entre esses dois segmentos? A locução
apesar disso. Ora, esse termo tem valor concessivo,
b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando.
liga duas coisas contraditórias, opostas; mas o que
segue a ele é uma consequência do frio que fazia Isto = o filho está demorando.
naquela manhã. Dessa forma, no lugar de apesar
disso, deveríamos usar por isso, por causa disso, em
virtude disso etc. Isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer
referência a coisas ou fatos já citados no texto. Isto
Conclui-se o seguinte: as partes do texto
(este, estes, esta, estas) refere-se a coisas ou fatos que
não estavam devidamente ligadas. Diz-se então que
ainda serão citados no texto.
faltou coesão textual.
Consequentemente, o trecho ficou sem
coerência, isto é, sem sentido lógico. c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele
porque foi promovido; esta por ter recebido um
Resumindo, podemos dizer que a coesão é a
presente.
ligação, a união entre partes de um texto; coerência
é o sentido lógico, o nexo. Aquele = homem esta = mulher

LOJA DO CONCURSEIRO - 37
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Temos aqui uma situação especial de 9) Preposições: ligam palavras dentro de uma mesma
coesão: evitar a repetição de termos por meio do oração. Em casos excepcionais, ligam duas orações. Elas
emprego de este (estes, esta, estas) e aquele não possuem referentes no texto, simplesmente
(aqueles, aquela, aquelas). Não se usa, aqui, o estabelecem vínculos.
pronome esse (esses, essa, essas). Com relação ao
Ex.: Preciso de ajuda.
exemplo, a palavra aquele refere-se ao termo mais
afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo Morreu de frio.
(mulher).

Nas duas frases, a preposição liga um verbo a


4) Pronomes indefinidos um substantivo. Na primeira, em que introduz um
objeto indireto (complemento verbal com preposição
Ex.: Naquela época, os homens, as mulheres, as
exigida pelo verbo), ela é destituída de significado. Diz-
crianças, todos acreditavam na vitória.
se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em
todos = homens, mulheres, crianças que introduz adjunto adverbial, ela possui valor
semântico ou nocional, uma vez que a expressão que
ela inicia tem um valor de causa. Veja, a seguir, os
5) Pronomes relativos principais valores semânticos das preposições.
Ex.: Havia ali pessoas que me ajudavam. • De causa :Perdemos tudo com a seca.
(que= as quais) • De matéria: Trouxe copos de papel.
que = pessoas • De assunto: Falavam de política.
No caso do pronome relativo, o seu referente • De fim ou finalidade: Vivia para o estudo.
costuma ser chamado de antecedente.
• De meio: Falaram por telefone.
• De instrumento: Feriu-se com a tesoura.
6) Pronomes interrogativos
• De condição: Ele não vive sem feijão.
Ex.: Quem será responsabilizado? O rapaz do
• De posse: Achei o livro de André.
almoxarifado, por não ter conferido os materiais.
Quem = rapaz do almoxarifado • De modo: Agiu com tranquilidade.
• De tempo: Retomaram de manhã.
7) Substantivos • De companhia: Passeou com a irmã.
Ex.: José e Helena chegaram de férias. Crianças • De afirmação: Irei com certeza.
ainda, não entendem o que aconteceu com o
• De lugar : Ele veio de casa
professor.
Crianças = José e Helena

8) Advérbios
Ex.: A faculdade ensinou-o a viver. Lá se tornou um
homem.
Lá = faculdade

LOJA DO CONCURSEIRO - 38
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SINTAXE DO PERÍODO 3) OBJETIVA INDIRETA - funciona como objeto
indireto.
CONCEITO Ex.: Ele necessitava de que você o ajudasse.
a) FRASE: enunciado de sentido completo:
Fogo! Fogo! Fogo! 4) COMPLETIVA NOMINAL - funciona como
complemento nominal.
Ex.: Tínhamos dúvida de que daria certo.
b) ORAÇÃO: enunciado construído em torno de
um verbo ou locução verbal:
A noite estava linda. Maria estava 5) PREDICATIVA - funciona como predicativo do
dormindo. sujeito. Aparece verbo de ligação na oração
principal.
Ex.: Nossa esperança é que os povos vivam em
c) PERÍODO: enunciado de sentido completo
paz.
construído em torno de uma ou mais orações:
Maria disse que viria.
6) APOSITIVA - funciona como aposto.
Ex.: Queremos somente isto: que a distribuição de
d) PERÍODO SIMPLES: contém uma só oração:
renda seja mais justa.
A rua estava iluminada.

e) PERÍODO COMPOSTO: frase com mais de uma ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


oração .
Têm o valor e a função próprios do adjetivo. São
"Matamos o tempo: o tempo nos enterra." (M. A.) introduzidas por pronomes relativos: que, o qual (e
1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO variações), quem, onde, cujo (e variações).
Ex.: Há situações que não desejamos nunca.

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS


ADJETIVAS:
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
Podem ser substituídas pela palavra ISSO.
1) restritivas - são aquelas que restringem o sentido do
Disse que viria . (=Disse isso) termo a que se referem.
Ex.: Os homens que são honestos merecem nosso
Têm as funções próprias do substantivo e são diálogo.
introduzidas pelas conjunções integrantes que e se.

2) explicativas - são aquelas que tomam o termo a que


1) SUBJETIVA - funciona como sujeito. se referem no seu sentido amplo, destacando sua
Ex.: É necessário que você fale a verdade. característica principal ou esclarecendo melhor sua
Sabe-se que o jornal mentiu. significação.
Ex.: Os homens, que são seres racionais, merecem
nosso diálogo.
2) OBJETIVA DIRETA - funciona como objeto direto.
Ex.: Espero que ele volte.
Não sabemos se ele veio.
LOJA DO CONCURSEIRO - 39
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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS 8) concessivas - exprimem ideia contrária ao fato
expresso na oração principal: embora, ainda que, se
Funcionam como adjuntos adverbiais da bem que...
oração principal. Aparecem introduzidas por
Ex.: Embora chovesse, fomos à praia.
conjunções subordinativas, com exceção das
integrantes.
9) comparativas - exprimem ideia de comparação:
1) temporais - exprimem ideia de tempo: quando, como, mais...que, menos...que...
logo que, até que, sempre que, enquanto, assim Ex.: O ciclista era tão rápido quanto o
que... pensamento.
Ex.: Quando os gatos saem, os ratos fazem a
festa.

2) causais - exprimem ideia de causa: porque, já


que, visto que, como, uma vez que... ORAÇÃO REDUZIDA: Oração subordinada com verbo
em forma nominal. Sem conectivo.
Ex.: Como era doente, poucos queriam o seu
trabalho.
1) De infinitivo - substantiva, adjetiva ou adverbial.

3) condicionais - exprimem ideia de condição: se, Eu era o único homem a sorrir. (adjetiva restritiva)
caso, desde que, contanto que...
Ex.: Caso ele venha cedo, iremos ao cinema.
2) De gerúndio - adjetiva ou adverbial.
Chegando à cidade, receberás a carta. (adverbial
4) proporcionais - exprimem ideia de proporção: à temporal)
medida que, à proporção que, quanto mais,
quanto menos...
Ex.: À medida que chovia, a população ia 3) De particípio – adjetiva e adverbial.
deixando suas casas. Concedido o aumento, voltaremos. (adverbial
condicional)

5) finais - exprimem ideia de finalidade: para que, a


fim de que... CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
Ex.: Fiz uma festa bonita, a fim de que todos São as que iniciam as orações subordinadas. Podem ser:
gostassem.

1) INTEGRANTES: são as únicas desprovidas de valor


6) consecutivas - exprimem ideia de consequência: semântico; iniciam orações que completam o sentido
que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho)... da outra; tais orações são chamadas de subordinadas
Ex.: Chorou tanto que a família se substantivas (= ISSO).
surpreendeu. São apenas duas: que e se
Ex.: É bom que o problema seja logo resolvido.
7) conformativas - exprimem ideia de Veja se ele já chegou.
conformidade: como, segundo, conforme...
Obs.: As palavras que e se, nos exemplos acima, iniciam
Ex.: O livro foi publicado como nós pedimos. orações que funcionam, respectivamente, como sujeito
e objeto direto da oração principal.

LOJA DO CONCURSEIRO - 40
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2) CAUSAIS: iniciam orações que indicam a causa do Sem que tenha grandes virtudes, é adorado por todos.
que está expresso na oração principal.
Doente que estivesse, participaria da maratona.
Principais conjunções: porque, pois, que,
Fale, nem que seja por um minuto apenas.
porquanto, já que, uma vez que, como, visto que,
visto como.
Ex.: O gato miou porque pisei seu rabo. 5) COMPARATIVAS: introduzem orações com valor de
comparação.
Estava feliz pois encontrou a bola.
Já que me pediram, vou continuar.
Principais conjunções: como, (do) que, qual, quanto,
Visto que vai chover, sairemos agora mesmo.
feito, que nem.
Como fazia frio, pegou o agasalho.

Ex.: Ele sempre foi ágil como o pai.


3) CONDICIONAIS: introduzem orações que
Maria estuda mais que a irmã. (ou do que)
estabelecem uma condição para que ocorra o que
está expresso na oração principal. Estava parado feito uma estátua.
Principais conjunções: se, caso, desde que, a menos Ele agiu tal qual eu lhe pedira.
que, salvo se, sem que, contanto que, dado que,
uma vez que.
Observações
Ex.: Explicarei a situação, se isso for importante
para todos. a) Geralmente o verbo da oração comparativa é o
mesmo da principal e fica subentendido. É o que ocorre
Caso me solicitem, escreverei uma nova carta. nos cinco primeiros exemplos.
Você será aprovado, desde que se esforce mais. b) As conjunções feito e que nem são de emprego
Contanto que todos participem da reunião, os coloquial.
projetos serão apresentados.
Uma vez que ele tente, poderá alcançar o objetivo. 6) CONFORMATIVAS: principiam orações com valor de
acordo em relação à principal.
4) CONCESSIVAS: começam orações com valor de
concessão, isto é, ideia contrária à da oração Principais conjunções: conforme, segundo, consoante,
principal. como.

Principais conjunções: embora, ainda que, mesmo Ex.: Fiz tudo conforme me solicitaram.
que, conquanto, posto que, se bem que, por mais
que, suposto que, apesar de que, sem que, que, Segundo nos contaram, o jogo foi anulado.
nem que. Pedro tomou uma decisão consoante determinava a sua
Ex.: Embora gritasse, não foi atendido. consciência.

Perderia a condução mesmo que acordasse cedo. Carlos é inteligente como os pais sempre afirmaram.

Conquanto estivesse com dores, esperou


pacientemente.
Posto que me tenham convidado bastante, não quis
participar.
Por mais que tentem explicar, o caso continua
confuso.

LOJA DO CONCURSEIRO - 41
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7) CONSECUTIVAS: iniciam orações com valor de 10) TEMPORAIS: introduzem orações com valor de
consequência. tempo.

Principais conjunções: que (depois de tão, tal,


Principais conjunções: quando, assim que, logo que,
tanto, tamanho, claros ou ocultos), de sorte que,
antes que, depois que, mal, apenas, que, desde que,
de maneira que, de modo que, de forma que.
enquanto.
Ex.: Falou tão alto que acordou o vizinho.
Gritava que era uma barbaridade. (Gritava tanto ... )
Ex.: Cheguei quando eles estavam saindo.
Eu lhe expliquei tudo, de modo que não há motivos
Assim que anoiteceu, fomos para casa.
para discussão.
Mal a casa foi reformada, a família se mudou.
Estávamos lá desde que ele começou a lecionar.
8) PROPORCIONAIS: começam orações que
estabelecem uma proporção. Enquanto o filho estudava, a mãe fazia comida.

Principais conjunções: à proporção que, à medida


Observações finais
que, ao passo que, quanto (em correlações do tipo
quanto mais ... mais, quanto menos ... menos,
quanto mais ... menos, quanto menos ... mais,
a) Apesar de e em que pese a são locuções prepositivas
quanto maior...maior, quanto menor...menor).
com valor de concessão. Ligam palavras dentro de uma
mesma oração ou introduzem orações reduzidas de
Ex.: Seremos todos felizes à proporção que infinitivo.
amarmos.
Ex.: Apesar do aviso de perigo, ele resolveu escalar a
À medida que o tempo passava, crescia a nossa montanha.
expectativa.
Apesar de ventar muito, fomos para a pracinha.
O ar se tornava rarefeito ao passo que subíamos a
Em que pese a vários pedidos do chefe, o caixa não fez
montanha.
serão.
Quanto mais nos preocuparmos, mais ficaremos
Em que pese a ter treinado bem, foi colocado na
nervosos.
reserva.
Quanto menos estudamos, menos progredimos.
Quanto maior for o preparo, maior será a
b) Algumas conjunções coordenativas às vezes ligam
oportunidade.
palavras dentro de uma mesma oração.

9) FINAIS: introduzem orações com valor de


Ex. Carlos e Rodrigo são irmãos.
finalidade.
Não encontrei Sérgio nem Regina.
Principais conjunções: para que, a fim de que, que, Comprarei uma casa ou um apartamento.
porque.

Ex. : Fechou a porta para que os animais não


entrassem.
Trarei minhas anotações a fim de que você me
ajude.
Faço votos que sejas feliz. (= para que)
Esforcei-me porque tudo desse certo. (= para que)
LOJA DO CONCURSEIRO - 42
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ORAÇÕES COORDENADAS CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS

São independentes, não exercem função sintática Conjunções coordenativas


umas em relação às outras. Podem ser:

São as que iniciam orações coordenadas.


1) ASSINDÉTICAS - são as orações não ligadas por
Podem ser:
conectivo, conjunção.
Ex.: Chegou, gostou, ficou para sempre.
1) ADITIVAS: estabelecem uma adição, somam coisas
2) SINDÉTICAS - são as orações ligadas por ou orações de mesmo valor.
conectivos, conjunções.
Ex.: Olho e sinto falta de alguma coisa nesta
sala. Principais conjunções: e, nem, (não só) mas também,
(não só) como também, senão também, como, bem
como, quanto, tampouco.
Ex. : Fechou a porta e foi tomar café.
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS Não trabalha nem estuda.
SINDÉTICAS
Tanto lê como escreve.
Não só pintava, mas também fazia versos.
1) ADITIVAS - ideia de soma: e, nem, mas também,
como também.
Ex.: Não veio nem telefonou. 2) ADVERSATIVAS: estabelecem ideias opostas,
contrastantes.

2) ADVERSATIVAS - ideia de contraste: mas, porém,


todavia, contudo, no entanto, entretanto. Principais conjunções: mas, porém, contudo, todavia,
entretanto, no entanto, não obstante, senão, que.
Ex.: A população quis falar ao prefeito, mas não
foi atendida. Ex.: Correu muito, mas não se cansou.
As árvores cresceram, porém não estão bonitas.

3) ALTERNATIVAS - ideia de alternância: ou; Falou alto, todavia ninguém escutou.


ou...ou; ora...ora; já...já; quer...quer. Peça isso a outra pessoa, que não a mim.
Ex.: Ora chama pela mãe, ora procura o pai.

Obs.: Às vezes, a palavra e, normalmente aditiva,


4) EXPLICATIVAS - expressam motivo: porque, que, assume valor adversativo.
pois (antes do verbo) Ex.: Fiz muito esforço e nada consegui, (mas nada
Ex.: Cubatão é uma vergonha nacional, pois é a consegui)
cidade mais poluída do país.

3) CONCLUSIVAS: estabelecem conclusões a partir do


5) CONCLUSIVAS - ideia de conclusão: logo, que foi dito inicialmente.
portanto, por conseguinte, pois (depois do
verbo).
Principais conjunções: logo, portanto, por conseguinte,
Ex.: Falta carne no mercado; conheça, pois, a pois (colocada depois do verbo), por isso, então,
comida vegetariana. assim, em vista disso.

LOJA DO CONCURSEIRO - 43
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Ex.: Chegou muito cedo, logo não perdeu o início do CONJUNÇÕES COM MAIS DE UM VALOR
espetáculo.
É bastante cuidadoso; consegue, pois, bons
Mas pode ser:
resultados.
a) Coordenativa adversativa (=porém)
Estava desanimado, por conseguinte deixou a
empresa. b) Coordenativa aditiva (seguida de também; equivale a
como)

4) ALTERNATIVAS: ligam ideias que se alternam ou


mesmo se excluem. E pode ser:
a) Coordenativa aditiva
Principais conjunções: ou, ou ... ou, ora ... ora, já .. b) Coordenativa adversativa (= mas)
.já, quer...quer, seja... seja.
c) Coordenativa conclusiva. (=portanto)

Ex.: Faça sua parte, ou procure outro emprego.


Pois pode ser:
Ora narrava, ora comentava.
a) Coordenativa explicativa/causal (=porque)
"Já atravessa as florestas, já chega aos campos do
b) Coordenativa conclusiva (=portanto)
Ipu. " (J.A.)

5) EXPLICATIVAS: justificam o que se diz na 1ª Porque pode ser:


oração. a) Coordenativa explicativa/causal
b) Subordinativa final (= para que)
Principais conjunções: porque, pois, que,
porquanto.
Uma Vez Que pode ser:
Ex.: Chorou muito, porque os olhos estão inchados.
a) Subordinativa causal (= porque)
Choveu durante a madrugada, pois o chão está
alagado. b) Subordinativa condicional (=se = caso)

Volte logo, que vai chover.


Era uma criança estudiosa, porquanto tirava boas Como pode ser:
notas. a) Coordenativa aditiva (= e)
b) Subordinativa causal (= Porque)
Obs.: Depois de imperativo, elas só podem ser c) Subordinativa comparativa (=tal qual)
coordenativas explicativas, como no terceiro
d) Subordinativa conformativa (=conforme)
exemplo.

Se pode ser:
a) Subordinativa condicional (= caso)
b) Subordinativa integrante (oração = ISSO)

LOJA DO CONCURSEIRO - 44
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Desde Que pode ser: 5. PARTE INTEGRANTE DO VERBO
a) Subordinada condicional (=se = caso) Com verbos pronominais. Arrepender-se,
apaixonar-se, referir-se, suicidar-se.
b) Subordinativa temporal (=momento)
Os atletas queixaram-se do tratamento recebido.

Sem Que pode ser:


6. PARTÍCULA EXPLETIVA (OU DE REALCE)
a) Subordinativa condicional (=se = caso)
Usada para enfatizar a ação verbal. com V.I.: ir-se.
b) Subordinativa concessiva (=embora)
Lá se vai mais um caminhão de verduras.

Quanto pode ser:


7. PRONOME APASSIVADOR
a) Coordenativa aditiva
(VTD + SE)
b) Subordinativa comparativa
Usado para indicar que o sujeito recebe a ação
c) Subordinativa proporcional verbal. A frase pode passar para a voz passiva analítica .
Reformam-se móveis.
Porquanto é sempre igual a Porque =
Conquanto é sempre igual a Embora (Móveis são reformados)

FUNÇÕES DA PALAVRA SE 8. ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO


Indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de
1. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONDICIONAL oração não admite a passagem para a voz passiva
(= CASO) analítica e o verbo estará sempre na 3ª pessoa do
singular.
Se não chover, partiremos à tarde.
Vive-se bem naquele país.
Precisava-se de mais funcionários.
2. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE
(ORAÇÃO=ISSO)
Ninguém sabe se ele venceu a partida FUNÇÕES DO “QUÊ”

3. PRONOME REFLEXIVO 1. SUBSTANTIVO: antecedido por artigo, pronome


adjetivo ou numeral, é sempre acentuada (quê).
(=A SI MESMO)
Ex. A decisão do tribunal teve um quê de corrupção.
Sujeito pratica e sofre a ação
O lenhador machucou-se com a foice.
2. PRONOME ADJETIVO: aparece antes de
(=machucou a si mesmo) substantivos, apenas modificando-o .
Ex. Que mulher linda!!
4. PRONOME REFLEXIVO RECÍPROCO
(= UM AO OUTRO) 3. ADVÉRBIO: intensifica adjetivos e advérbios. Pode
Ação mútua ser substituído por quão ou muito; é usado em
frases exclamativas.
Pai e filho abraçaram-se emocionados.
Ex. Que linda essa garota!
(=abraçaram um ao outro)
LOJA DO CONCURSEIRO - 45
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4. PREPOSIÇÃO: equivale à preposição de em 11. CONJUNÇÃO COORDENATIVA EXPLICATIVA: inicia
locuções verbais que tenham, como auxiliares, oração coordenada sindética explicativa. (=pois ou
ter ou haver. porque)
Ex. Temos que estudar bastante. Ex. Venha até aqui, que precisamos conversar.
Tive que trazer tudo.
12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA: inicia
oração coordenada sindética adversativa. Indica
5. INTERJEIÇÃO: exprime emoção, estado de
oposição, ressalva, apresentando valor equivalente
espírito; é sempre exclamativa e acentuada
a mas.
(quê).
Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa
Ex. Quê?! Você não viajou??
tarefa.

6. PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE:


13. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: inicia
empregado para realce ou ênfase; sua retirada
oração subordinada substantiva (=ISSO).
não altera o sentido da frase. Pode ser usado
com o verbo ser, na locução é que. Ex. Julgo que sua ascensão foi rápida.
Ex. Nós é que precisamos de ajuda. Julgo ISSO
Eles que o procuraram.
14. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONSECUTIVA:
inicia oração subordinada adverbial consecutiva;
7. PRONOME INTERROGATIVO: empregado em
aparece, em geral, nas expressões tão... que,
frases interrogativas.
tanto... que, tamanho... que e tal... que.
Ex. Vocês farão o quê?
Ex. Esforçou-se tanto, que desmaiou.

8. PRONOME INDEFINIDO: aparece antes de


15. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA:
substantivos em frases geralmente
inicia oração subordinada adverbial comparativa;
exclamativas. Pode ser substituído por
aparece nas expressões mais... que, menos... que.
quanto(s), quanta(s).
Ex. Ele é mais chato que o tio.
Ex. Que sujeira!!

9. PRONOME RELATIVO: aparece após


substantivos, podendo ser substituído por o(a)
qual, os(as) quais.
Ex. É belíssima a garota que (= a qual) me
apresentaste.

10. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA: inicia


oração coordenada sindética aditiva; (=e).
Ex. Estudava que estudava, mas não assimilava
a matéria.

LOJA DO CONCURSEIRO - 46
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PONTUAÇÃO 4. PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

Usado nas frases interrogativas diretas.


1. PONTO ( . ) Ex.: Quem disse isso?
É usado para finalizar uma frase declarativa ou
imperativa. 5. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
Ex.: A noite está bonita.
Estude bastante. Empregado nas frases exclamativas e imperativas.
Ex.: Que dia maravilhoso!
2. DOIS PONTOS ( : ) Não diga nada!
São usados:
a) para indicar a fala das personagens. 6. PONTO E VÍRGULA ( ; )
Ex.: E o vizinho disse: É usado :
 Preciso conversar com ele.
b) antes de uma citação. a) para indicar pausa maior que a da vírgula.

Ex.: O trabalhador gritou: "Avante, Brasil!" Ex.: A prece do pobre é um pedido; a do rico, um
recibo
c) nas enumerações
Ex.: Isto é tudo o que eu quero da vida: o b) separar partes de períodos que já apresentam
saber e o amor. divisões assinaladas por vírgulas.
d) para anunciar uma explicação. Ex.: A terra é redonda; meu pai, quadrado.
Ex.: Duas coisas são vitais para um mundo
melhor: honestidade e paz.
c) separar os itens de enunciados enumerativos.
Ex.: Compramos três filhotes: o primeiro, macho, de
3. TRAVESSÃO (  ) capa preta; o segundo, também macho,
É usado: predominantemente marrom; o terceiro, uma
fêmea, brincalhona e de olhinhos carentes.
a) para indicar a fala da personagem num
diálogo.
d) separar orações coordenadas extensas.
Ex.:  Quantos quilos você trouxe?
Ex.: Cheguei a supor que fosse uma cilada; mas
 Dois quilos. E você? adverti logo que havia outros meios de capturar-me

b) para destacar ou intercalar palavras, 7. ASPAS (" ")


expressões, frases, equivalendo aos parênteses:
São usadas:
Ex.:  Fica na moita  disse baixinho o
camarada  e não espalha. a) nas citações ou transcrições
Ex.: Como disse Fernando Pessoa: "O poeta é um
fingidor."
c) para ligar palavras em cadeia de um itinerário.
b) na referência a títulos de livros.
Ex.:  Fiz uma viagem CuritibaFoz do
Ex.: Machado de Assis escreveu "Dom
Iguaçu.
Casmurro."

LOJA DO CONCURSEIRO - 47
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Profª Yara Coeli
c) para destacar palavras que representam 2. isolar o aposto.
estrangeirismo, vulgarismo, ironia, gíria.
Vitória, capital do Espírito Santo, é uma ilha.
Ex.:  Este salão está um "show".
 "Lindo"! Você estragou a surpresa. 3. isolar o vocativo.
d) quando a palavra é escrita, de propósito, de Saci, Seu Pedrinho, é uma coisa que eu juro que
forma incorreta. existe.
Ex.:  Onde está meu "fiu", "muié"?

4. indicar adjunto adverbial deslocado.


8. RETICÊNCIAS (...) No Brasil, os corruptos ficam soltos.

São usadas para indicar:


5. indicar que complementos nominais ou verbais
foram deslocados para o início da oração.
a) interrupção do pensamento. De sua terra natal, ele sente saudades.
Ex.: Mas assim, nada feito...

6. Indicar predicativo do sujeito deslocado (antes do


b) hesitação verbo) Cansado, o homem seguia sua jornada.

Ex.: Bem... não sei bem por quê ...


7. indicar conjunções intercaladas:

c) prolongamento de uma ideia. A ferida foi tratada. É preciso, porém, cuidar dela.

Ex.: Poxa! Como é bom sonhar, sonhar...


8. isolar nomes de lugares, quando se transcrevem
datas. Campinas, 18 de dezembro de 1997.
9. VÍRGULA ( , )

9. intercalar expressões explicativas, como "em


Observação: Não se admite, no interior de suma", "isto é", "ou seja", "vale dizer", "a
orações, o uso da vírgula para separar o sujeito do propósito".
predicado verbal, o verbo do seu complemento, o
núcleo substantivo de um adjunto adnominal ou de Viajarei amanhã, ou seja, domingo.
um complemento nominal.
USA-SE A VÍRGULA NO INTERIOR DE ORAÇÕES 10. indicar que uma palavra foi suprimida
PARA: (elipse/zeugma).
A terra é redonda; meu pai, quadrado. (A vírgula
1. separar termos coordenados, que compõem está indicando a supressão do verbo "é".)
uma enumeração, termos com mesma função
sintática.
USA-SE A VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES PARA:
Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos
tinham morrido.
1. separar oração subordinada substantiva (=ISSO)
Nota: Não se deve usar vírgula, no entanto, se apositiva da oração principal.
constituintes sintáticos idênticos vêm relacionados Maria só quer uma coisa: que você volte logo.
pelas conjunções "e", "nem" e "ou" (a menos que
essas conjunções estejam repetidas).

LOJA DO CONCURSEIRO - 48
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Profª Yara Coeli
2. separar a oração subordinada adverbial COLOCAÇÃO PRONOMINAL
deslocada (antes ou no meio da principal);
Caso a subordinada adverbial venha depois da
principal, a virgula será facultativa.
Colocação dos termos na oração
Logo que o filho nasceu, o pai correu para a
maternidade.
1. ordem direta (sujeito + verbo + complemento+
O pai correu para a maternidade(,) logo que o
circunstância)
filho nasceu.
O festival de música popular brasileira reunirá
grandes artistas, hoje, no Rio de janeiro.
3. separar a oração subordinada adjetiva
explicativa da oração principal.
2. ordem indireta
As frutas, que estavam maduras, caíram no
chão. Reunirá hoje, no Rio de Janeiro, o festival de música
popular brasileira, grandes artistas.

4. separar orações coordenadas assindéticas.


Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o
colégio. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS
ÁTONOS

5. separar orações coordenadas sindéticas.


Há os que se esforçam muito, porém nunca são
premiados. EMPREGO DA PRÓCLISE

Observação: Não se usa a vírgula para separar 1. com partícula negativa:


orações coordenadas sindéticas ligadas pela Não se queixe de mim.
conjunção e, exceto quando os sujeitos forem
diferentes ou quando essa conjunção aparecer 2. com pronome indefinido:
repetida: Nada me surpreende mais.
Elas sairão de férias, e eu tomarei conta da 3. com advérbio:
casa.
já o havia visto.
"Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua."
Olavo Bilac Como nos achou?
4. com gerúndio regido pela preposição em:
Em se exaltando, olhou-me fixo.
6. para separar orações intercaladas.
5. com pronome interrogativo:
E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não?
Qual é a sua opinião?
6. com conjunção subordinativa ou pronome relativo:
Julgo que a amavas.
Os livros que me pediram estão aqui.
7. nas orações optativas:
Que Deus te faça feliz.

LOJA DO CONCURSEIRO - 49
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EMPREGO DA ÊNCLISE: CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. em frase iniciada por verbo:


1. Com apenas um substantivo
Portou-se bem comigo.
O adjetivo concordará com o substantivo a que se
3. com o imperativo afirmativo:
refere.
Erga-te daí!
Bonita música.
4. como gerúndio sem a proposição em:
Deitou-se, fingindo-se de morta. 2. Com mais de um substantivo
a) antepostos ao adjetivo
5. com infinitivo impessoal:
O adjetivo concordará com o substantivo mais
Podes passar-me o adoçante
próximo ou com todos os substantivos
Tinha o braço e a perna desengonçada.
EMPREGO DA MESÓCLISE
Trouxe da feira pera e maçã estragadas.

1. com o futuro do presente. quando não for


OBS: Quando os substantivos forem antônimos o
obrigatória a próclise:
adjetivo irá para o plural e quando forem
Ver-me-ás um dia, talvez. sinônimos concordará com o mais próximo.
3. com futuro do pretérito, quando não for caso Dia e noite frios.
obrigatório de próclise:
Fé e esperança plena.
Contar-te-ia a verdade depois.
b) Pospostos ao adjetivo
Concordará apenas com o substantivo mais próximo.
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS EM
Comprei maduro abacate e pera.
LOCUÇÕES VERBAIS

OBS: Se o adjetivo referir-se a nome próprio, grau de


1. verbo auxiliar+ gerúndio:
parentesco ou a títulos, ele concordará com os
Vai-se aproximando o final do ano. substantivos.
Vai aproximando-se o final do ano. Conhecemos ilustres barão e baronesa.
2. verbo auxiliar + infinitivo:
Pôs-se a rir da anedota. 3. Dois ou mais adjetivos referindo-se a um só
Pôs a rir-se da anedota. substantivo

4. verbo auxiliar + particípio: Há duas concordâncias possíveis:

O soldado tinha-se apresentado ao - Os jogadores brasileiros derrotaram a seleção


comandante. italiana e a alemã.

O soldado se tinha apresentado ao - Os jogadores brasileiros derrotaram as seleções


comandante. italiana e alemã.

LOJA DO CONCURSEIRO - 50
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4. Casos particulares e) É proibido/é necessário/é bom/é preciso etc.
a) Anexo/obrigado/mesmo/incluso/quite/ leso Se, nessas expressões, o sujeito não vier antecipado
de artigo, tanto o verbo como o adjetivo ficam
Essas palavras são adjetivos. Devem, portanto,
invariáveis.
concordar com o nome a que se referem.
É proibido entrada.
Arquive os documentos anexos.
Pimenta é bom.
Muito obrigadas, disseram elas.
É preciso cautela.
Os documentos em anexo devem ser
arquivados. É necessário prudência.
As fotos estão inclusas no envelope.
Cometeu um crime de lesa-pátria. f) O mais... possível/ os mais possíveis
Nas expressões do tipo o mais...possível, o
menos...possível, a palavra possível concorda com o
b) Alerta/menos
artigo que indica a expressão.
São palavras invariáveis.
Encontrou argumentos os mais fáceis
Fiquem alerta. Há menos vagas possíveis.
aqui.

5. Silepse ou concordância ideológica


c) Só/sós/a sós
a) Silepse de gênero
A palavra só como adjetivo concordará em
Senhor prefeito, V.Ex.ª está equivocado.
número com o termo a que se refere. Como
advérbio, significa apenas, somente e é
invariável. A expressão a sós é invariável.
b) Silepse de número
Fiquei só.
A molecada corria pelas ruas e atiravam
Ficamos a sós. pedras nas vidraças.
Só eles ficaram.
c) Silepse de pessoa
d) Bastante/caro/barato/meio/longe Os brasileiros gostamos de futebol.
Quando funcionam como advérbios, essas
palavras são invariáveis. Quando funcionam
como adjetivos, pronomes adjetivos ou
numerais, concordam com o nome a que se
referem.
Trata-se de questões bastante difíceis.
Havia bastantes questões.
Essas casas custam caro.
As casas estão baratas.
Juliana parece meio esquisita.
Comprei meia fruta.
Nosso colégio fica longe daqui.
Já andamos por longes terras.

LOJA DO CONCURSEIRO - 51
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CONCORDÂNCIA VERBAL 4. Sujeito composto de pessoas diferentes

1. Sujeito simples - a 1ª pessoa prevalece sobre a 2ª e a 3ª.


Ex.: Eu, tu e ele faremos a proposta.
O verbo concorda com o sujeito em número e
pessoa.
- 2ª + 3ª = 2ª pessoa ou 3ª pessoa.
Ex.: Desapareceram no meio da mata os
Ex.: Tu e ele fareis o trabalho.
fugitivos.
Tu e Maria receberão a indenização.
5. Sujeito representado por um coletivo.
2. Sujeito composto anteposto ao verbo

a) Quando o sujeito é formado de um coletivo, o verbo


a) O verbo vai para o plural:
concorda com ele.
Ex.: A secretária e o diretor chegaram.
Ex.: O cardume escapou da rede.
b) Admite-se também o verbo no singular:
- Se os núcleos forem sinônimos.
b) Quando o sujeito é formado de um coletivo singular
Ex.: A sinceridade e a franqueza é uma virtude seguido de adjunto adnominal plural, admitem-se
rara. duas concordâncias:
- Se os núcleos aparecerem em sequência Ex.: O bando de andorinhas contrastava
gradativa. (contrastavam) com o céu azul.
Ex.: A solidão, a angústia levou meu amigo à
loucura.
6. Sujeito constituído de pronome de tratamento.

c) O verbo ficará no singular:


O verbo vai para a 3ª pessoa.
- Se os núcleos aparecerem resumidos por tudo,
Ex.: Vossa Excelência entrou em casa.
nada, ninguém.
Ex.: Papel, lápis, caneta, tudo era instrumento
de trabalho. 7. Sujeito constituído de nomes próprios que só têm
plural.

- Se o nome não for precedido de artigo, o verbo


3. Sujeito composto posposto ao verbo
fica no singular.
Ex.: Minas Gerais não possui mar.
a) O verbo vai para o plural.
- Se o nome for precedido de artigo o verbo para o
Ex.: Cambaleavam na rua Romeu e Maria das plural.
Dores.
Ex.: As Minas Gerais produzem excelentes
escritores.
b) Admite-se também a concordância do verbo OBS.: Quando se trata de títulos de obras, admite-se o
com o núcleo mais próximo. plural ou o singular.
Ex.: Em um ano ocorreu a condenação do irmão Ex.: Os Lusíadas são (é) um grande poema de
e a perda da esposa. Camões.

LOJA DO CONCURSEIRO - 52
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8. Sujeito constituído pelos pronomes relativos d) Mais de, menos de - o verbo concorda com o
que e quem. numeral que segue a expressão.
Ex.: Mais de um tenista representou o Brasil.
a) Se o sujeito for constituído pelo pronome e) A maior parte de (uma porção de, grande número
relativo que, o verbo concordará em número e de, a maioria de) verbo fica no singular ou plural.
pessoa com o antecedente desse pronome.
Ex.: A maioria dos casos ocorre aqui.
Ex.: Fui eu que paguei a conta.
f) Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós -
b) Se o sujeito for constituído pelo pronome admitem as seguintes concordâncias:
relativo quem o verbo irá para a 3ª pessoa do
- O verbo concorda com o pronome indefinido ou
singular ou concordará com o antecedente.
interrogativo, ficando na 3ª pessoa do plural.
Ex.: Fui eu quem pagou (paguei) a conta.
Ex.: Quais de vós são humildes?
- O verbo concorda com o pronome pessoal.
9. Verbo com o pronome SE (apassivador).
Ex.: Quais de vós sois humildes?
Quando o verbo for transitivo direto ou
transitivo direto e indireto aparece apassivado
pelo pronome SE, concorda com o sujeito. 12. Verbo ser
Ex.: Analisou-se o plano de reforma agrária. a) com o sujeito e predicativo sendo nome de coisas, o
verbo ser concorda com o sujeito, se este for plural e
Entregou-se uma flor à mulher.
com o predicativo, se este for plural.
Ex.: Estas vaidades são o teu segredo.
10.Verbo com o pronome SE (índice de
Tua vida são ilusões.
indeterminação do sujeito).
O verbo fica na 3ª pessoa do singular quando a
indeterminação do sujeito é marcada pelo b) com o sujeito ou predicativo sendo nome de
pronome SE com verbo transitivo indireto, verbo pessoas, o verbo ser concorda com o nome que se
intransitivo e verbo de ligação. refere a pessoas.
Ex.: Precisa-se de homens corajosos. Ex.: Você é a alegria de sua mãe.
Descansa-se muito aqui. Suas preocupações era a filha.

11.Sujeito formado por expressões. c) na indicação de hora, data, distância, o verbo ser
a) Um ou outro - o verbo fica no singular. concorda com o predicativo.
Ex.: Um ou outro merece atenção. Ex.: É uma hora. São três horas.
É 15 de agosto.
b) Um e outro, nem um nem outro, nem... nem... -
o verbo vai, de preferência, para o plural São 15 de agosto.

Ex.: Um e outro esculpiam a madeira.

c) Um dos que , uma das que - verbo singular ou


plural.
Ex.: Era uma das que mais brincava.

LOJA DO CONCURSEIRO - 53
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13. Verbos impessoais REGÊNCIA VERBAL

Ficam sempre na 3ª pessoa do singular.


Regência Verbal é a relação de dependência que se
Principais verbos impessoais:
estabelece entre o verbo e o termo por ele regido.

a) haver no sentido de existir e indicando tempo.


Leia os exemplos:
Ex.: Havia alunos na escola.
Deve haver alunos na escola.
O professor ensina a matéria para o aluno.
Há três dias ele viajou.
  
Obs.: O verbo existir concorda com o sujeito.
verbo transitivo objeto direto objeto indireto
Ex.: Existem alunos na escola.
O professor ensina a matéria.
Devem existir alunos na escola.
 
verbo transitivo direto objeto direto
b) fazer indicando tempo e temperatura.
Ex.: Faz três dias hoje.
O professor ensina para o aluno.
Deve fazer três dias hoje.
 
Faz 30º em Belém.
verbo transitivo indireto objeto indireto
c) verbos que indicam fenômenos da natureza:
chover, trovejar, anoitecer, amanhecer, etc.
O professor ensina bem.
Ex.: Choveu ontem.
 
verbo intransitivo adjunto adverbial de modo
14. Haja vista

A palavra vista é invariável.


Em cada uma das frases acima, o verbo ensinar
Ex.: Haja vista os problemas.
apresenta uma regência diferente ligando-o aos seus
Hajam vista os problemas. complementos. Na última frase ele não pede
complemento, porque é intransitivo.
Dependendo da regência, os verbos podem
modificar o seu significado. Confira:
15. Verbos dar, soar e bater
Concordam com o número de horas.
1. agradar
Ex.: Soou uma hora.
 transitivo direto — contentar, mimar, acariciar:
Bateram cinco horas no relógio.
Agradou a namorada com um presente. / A mãe
agradava o filho no berço.
Obs.: Os verbos dar, soar e bater concordarão  transitivo indireto — satisfazer:
com o sujeito (relógio, sino, despertador...)
O grupo Legião Urbana agrada aos jovens.
Ex.: O relógio bateu cinco horas.

LOJA DO CONCURSEIRO - 54
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2. aspirar  transitivo direto ou transitivo indireto —
denominar, apelidar (admite mais de uma
 transitivo direto — sorver, inalar, absorver:
construção, podendo vir ou não preposicionado):
Aspirou o perfume da rosa.
 transitivo indireto — desejar, almejar, Chamou-o covarde (transitivo direto).
ambicionar: Chamou-lhe covarde (transitivo indireto).
Ele aspirava ao cargo político. Chamou-o de covarde (transitivo direto).
* Com essa transitividade e significado, esse Chamou-lhe de covarde (transitivo indireto).
verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas
as formas retas ele(s), ela(s), regidas de
preposição: A glória, muitos aspiram a ela.  transitivo indireto — invocar (seguido da preposição
por):
3. assistir Chamou por Deus naquele momento difícil.

 transitivo direto - socorrer, ajudar, prestar


assistência. 6. chegar
A enfermeira assistiu a criança.  intransitivo — atingir data ou local:
Chegou ao aeroporto atrasada.
 transitivo indireto - ver presenciar:  intransitivo — hesitar, ser suficiente:
Os anjos assistiam ao jogo. Chegou há poucos minutos.
* Com essa transitividade e significado, esse
verbo não aceita o pronome lhe(s), mas apenas
as formas retas ele(s), ela(s), regidas por  transitivo direto e intransitivo — aproximar:
preposição: O filme é ótimo. Todos querem Cheguei-me a ele.
assistir a ele.
7. custar
 transitivo direto — valer:
 transitivo indireto - caber, competir:
O carro custou quarenta mil reais.
Não lhe assiste este dever.

 transitivo indireto — ser difícil. É conjugado como


 intransitivo - morar, residir: verbo reflexivo, na terceira pessoa do singular, e o
O presidente assiste em Brasília. seu sujeito é uma oração reduzida de infinitivo:
Custou-me aceitar suas desculpas. (Neste caso,
constituiria erro dizer: Custei a aceitar suas
4. atender desculpas.)
 transitivo direto — colher com atenção, acatar:
A recepcionista atendeu o cliente. 8. ensinar
 transitivo indireto — considerar, dar atenção:  intransitivo — doutrinar, pregar:
Ela atendeu ao meu pedido. Júlio ensina na faculdade.

5. chamar  transitivo direto — educar:


 transitivo direto — convocar: Nem todos ensinam as crianças.
O juiz chamou o réu à sua presença.  transitivo direto e indireto — fazer conhecer, dar
LOJA DO CONCURSEIRO - 55
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instrução sobre: Informou-se das mudanças logo cedo.
Ensinou os exercícios ao colega.
12. investir
9. esquecer  transitivo indireto — atacar, arremeter:
Pode ter duas regências, no sentido de “não ter O touro investiu contra (ou para) o toureiro.
lembrança ou memória”:

 transitivo direto e indireto — empossar:


 transitivo direto — (não é pronominal):
Investiram-no na função de gerente.
Ele esqueceu o dinheiro.

13. lembrar
 transitivo indireto — (como verbo pronominal):
No sentido de "ter lembrança ou memória”,
Ele esqueceu-se do dinheiro. apresenta duas regências:

Atenção: O pronome pessoal átono se,  transitivo direto (não pronominal):


conjugado com o verbo, não tem função de
Lembrou o seu nome.
objeto.
 transitivo indireto (pronominal):
Lembrou-se do seu nome.
10. implicar
 transitivo direto e indireto — fazer recordar,
 transitivo direto — embaraçar:
advertir:
O vizinho implicou-o no caso.
Lembrei a ela a data do exame.

 transitivo direto — causar, envolver:


 transitivo direto ou transitivo indireto — carecer,
Sua participação não implica nenhuma precisar:
consequência.
Necessitava o seu apoio. / Necessitava de seu
apoio.
 transitivo indireto — antipatizar:
O cliente implicou com o vendedor. 14. necessitar
 transitivo direto ou transitivo indireto — carecer,
11. informar precisar:

 transitivo direto e indireto — dar Necessitava o seu apoio. / Necessitava de seu


esclarecimentos: apoio.

Informei-o sobre o curso. Ou


Informei-lhe o curso. 15. obedecer/desobedecer

(Pode ser transitivo direto para pessoa e  transitivo indireto - submeter-se, cumprir ordens:
transitivo Indireto para coisa, ou vice-versa.) Obedecia a seus instintos. / Não desobedeça às leis
de trânsito.

 transitivo indireto (como verbo pronominal) —


inteirar-se, pôr-se a par:

LOJA DO CONCURSEIRO - 56
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16. pagar 20. querer
 transitivo direto — saldar compromisso  transitivo direto — desejar:
(referindo-se em geral a coisas):
Quero o livro de Carlos Drummond.
Pagou as promissórias corretamente.
 transitivo indireto — remunerar (referindo-se,
 transitivo indireto — gostar, ter afeto:
normalmente, a pessoas):
O filho queria bem ao pai.
O lojista pagou ao funcionário.

21. responder
17. perdoar
 transitivo direto ou transitivo Indireto — dar
 transitivo direto — desculpar (referindo-se a
resposta:
pessoas):
O aluno já respondeu a questão. / A balconista
Perdoei a ofensa.
respondeu à cliente.
 transitivo indireto — conceder perdão
(referindo-se a pessoas):
22. visar
Perdoei ao garoto.
 transitivo direto — apontar ou pôr o visto:
O homem visou o pássaro. /A professora visa os
 transitivo direto e indireto — desculpar falta a cadernos.
alguém:
A mãe perdoou a mentira ao filho.
 transitivo indireto — desejar, pretender:
Todos visam ao reconhecimento de seus esforços.
18. precisar
 transitivo direto — indicar com certeza:
* Com essa transitividade e significado o verbo visar:
Ele precisou o lugar do encontro.
 transitivo indireto — ter necessidade:
a) não aceita o pronome lhe (s), mas apenas a formas
Os presos precisam de melhores condições de retas ele (s), ela(s), regidas de preposição: O mais
tratamento. importante era a aprovação. Todos visavam a ela.
b) quando seguido de verbo no infinitivo, pode ser
19. preferir empregado sem preposição:
 transitivo direto — ter preferência (sem sugerir O trabalho visava divulgar os cursos oferecidos pela
a escolha): empresa.
O menino preferia chocolate.
 ATENÇÃO
 transitivo direto e Indireto — ter preferência Não se devem misturar verbos cujas regências são
(sugerindo a escolha): diferentes:
O menino prefere chocolate a doce de leite. Ela procurou e pediu ao vendedor a nota fiscal.
O verbo procurar é transitivo direto, portanto a frase
correta é:
O verbo preferir não admite este tipo de
construção: Preferia mais vinho do que cerveja. Ela procurou o vendedor e pediu-lhe a nota fiscal.
O correto é: Preferia vinho a cerveja.

LOJA DO CONCURSEIRO - 57
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REGÊNCIA NOMINAL 18. capaz (de) 56. ódio (a, contra, entre,
para com)
19. cego (a, para, por) 57. ojeriza (a, com, contra,
Muitos nomes (substantivos e adjetivos) por)
admitem mais de uma regência e, assim como 20. compaixão (de, para, 58. orgulhoso (com, de,
ocorre com certos verbos, o sentido de uma frase para com, por) em, por)
pode ser modificado com a simples troca da
preposição que acompanha o termo regente. 21. comum (a, entre) 59. peculiar (a, de)

Para orientá-lo, apresentamos a seguir uma 22. confiança (com, em) 60. predileção (para com,
breve relação de substantivos e adjetivos com suas por)
regências mais usuais. 23. conforme (a, com) 61. preferência (por,
sobre)

01. acostumado (a, com) 39. fecundo (de, em) 24. consideração (a, 62. preferível (a)
acerca de, a respeito de,
02. afável (a, com, para 40. fértil (de, em) de, sobre, com, por)
com)
25. contente (com, em, 63. pronto (a, em, para)
03. aflito (com, por) 41. fiel (a, em, para com) de, por)
04. alheio (a, de) 42. gosto (a, de, em, para, 26. contrário (a) 64. próprio (a, de, para)
por)
27. cruel (com, para, 65. próximo (a, de)
05. amor (a, para com, 43. habituado (a, com) para com)
por)
28. curioso (de, por) 66. relacionado (com)
06. ansioso (de, para, 44. horror (a, de, por)
por) 29. desejoso (de) 67. respeito (a, de, para
com, por)
07. antipatia (a, com, 45. hostil (a, contra, para
contra, por) com) 30. desprezo (a, de, 68. satisfeito (com, de, em,
para, para com, por) por)
08. apegado (a) 46. idêntico (a, em)
31. devoto (a, de) 69. simpatia (com, para
09. apto (a, para) 47. imune (a, de) com, por)
10. assíduo (a, em) 48. inclinação (a, por, para) 32. digno (de) 70. surdo (a)
11. atenção (a, com, 49. ingrato (a, com, para, 33. empenho (de, em, 71. suspeito (a, de)
para, para com, sobre) para com) por)
12. atencioso (a, com, 50. insensível (a) 34. equivalente (a, de) 72. último (a, de, em)
para com)
35. estima (a, de, por) 73. união (a, com, de,
13. atento (a, em) 51. intransigente (com, entre)
em)
36. fácil (a, de, em, para) 74. único (a, entre)
14. aversão (a, para, 52. inveja (a, de)
por) 37. fanático (de, por) 75. vazio (de)

15. avesso (a) 53. medo (a, de) 38. farto (de, em) 76. vizinho (a, com, de)

16. bom (a, com, de, 54. nocivo (a)


em, para, para com)
17. capacidade (de, 55. obediência, obediente
para) (a)

LOJA DO CONCURSEIRO - 58
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CRASE NÃO PODEMOS USAR ACENTO GRAVE:
a) Diante de palavras masculinas.
Ex.: Vende-se a prazo.
É a fusão de dois sons idênticos.
Caminhamos a pé.

O acento indicador da crase é o acento grave (`)


b) Diante de verbo.
Ex.: Começou a chover.
O ACENTO GRAVE DEVE SER USADO:
Chegaram a falar.

a) Diante de palavras femininas definidas.


c) Diante de pronomes pessoais.
Ex.: Ele foi à aula.
Ex.: Obedeceu a mim.
Disse a ele.
b) Em locuções femininas.
Ex.: Saímos às escondidas.
d) Diante de pronomes de tratamento.
Ex.: Faço a V.S.ª este pedido.
c) Quando vierem subentendidas as expressões
Exceções: Senhora, Senhorita e Dona
moda, moda de, maneira de.
Ex.: Eles comeram tutu à mineira.
e) Diante de palavras de sentido indefinido.
Ex.: Matéria referente a pesquisas.
d) Diante de nomes de cidades que aceitem o
artigo feminino.
Ex.: Vamos à Itália. f) Com expressões formadas por palavras repetidas.
Ex.: Ele ficou face a face diante do medo.
e) Nas indicações de número de horas.
Ex.: Saímos às 10 horas. g) Diante de artigo indefinido, pronome indefinido e
pronomes demonstrativos esta e essa.
Ex.: Dirigiu-se a uma pessoa.
f) Diante das palavras casa, terra e distância
quando estiverem determinada.
Ex.: Vamos à casa de Fábio. CASOS FACULTATIVOS:
Ex.: Voltarei à terra de nossos antepassados. a) Diante de pronomes possessivos femininos.
Ex.: Fiquei à distância de dois metros. Ex.: Ele fez referência a (à) sua irmã.

g) Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), b) Depois da preposição até.


aquela(s), aquilo. Ex.: Ele foi até a (à) janela.
Ex.: Ele dirigiu-se àquele lugar.

c) Diante de nomes próprios femininos de pessoa.


Ex.: Escrevi a (à) Cristina.

LOJA DO CONCURSEIRO - 59
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
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Profª Yara Coeli
EXERCÍCIOS para quem escrever é uma série de decisões e escolhas
expressas em palavras”.
Nesse sentido, toda leitura é o compartilhamento
do sujeito leitor com o sujeito escritor -
INTELECÇÃO DO TEXTO compartilhamento justificado não necessariamente por
adesão a um ponto de vista, mas pelo interesse no
reconhecimento e na avaliação do ponto de vista do
Leia o texto abaixo e responda às questões 01 e 02. outro. Que seja este um nosso compromisso
fundamental. Que seja esta a nossa vaidade de
humanistas.
Vaidade do humanismo
(Derval Mendes Sapucaia, inédito)
A vaidade, desde sua etimologia latina
vanitas, aponta para o vazio, para o sentimento que
habita o vão. Mas é possível tratar dela com mais 01. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário)
condescendência do que os moralistas rigorosos Ao se definir a condição de humanistas, no segundo
que costumam condená-la inapelavelmente. Pode- parágrafo do texto, contempla-se a atividade específica
se compreendê-la como uma contingência humana de um ............................ quando se fala em .................. .
que talvez seja preciso antes reconhecer com
naturalidade do que descartar como um vício Preenchem, adequada e respectivamente, as lacunas da
abominável. Como se sabe, a vaidade está em todos frase acima:
nós em graus e com naturezas diferentes, e há uma a) jurista - papel dos indivíduos
vaidade que devemos aceitar: aquela que
corresponde não a um mérito abstrato da pessoa, a b) filósofo - pensamento que se pensa a si mesmo para
um dom da natureza que nos tornasse filhos pensar o mundo
prediletos do céu, mas a algum trabalho que c) tecnocrata - estudo das formações sociais
efetivamente tenhamos realizado, a uma razão
d) antropólogo - arte literária que projeta e dá forma
objetiva que enraíza a vaidade no mesmo chão que
em linguagem simbólica aos desejos mais íntimos
foi marcado pelo nosso melhor esforço, pelo nosso
trabalho de humanistas. e) historiador - direitos constituídos
Na condição de humanistas, temos interesse
pelo estudo das formações sociais, dos direitos
02. (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário -
constituídos e do papel dos indivíduos, pela
Área Judiciária) O sentimento da vaidade, ao longo do
liberdade do pensamento filosófico que se pensa a
primeiro parágrafo do texto, é considerado e
si mesmo para pensar o mundo, pela arte literária
qualificado com alguma condescendência:
que projeta e dá forma em linguagem simbólica aos
desejos mais íntimos; por todas as formas, enfim, a) quando sua razão de ser se deve à generosidade
de conhecimento que ainda tomam o homem como mesma com que a natureza recompensa os indivíduos
medida das coisas. Talvez nosso principal desafio, por seus méritos pessoais.
neste tempo de vertiginoso avanço tecnológico, b) pelo fato de constituir um vício tolerável, já que a
esteja em fazer da tecnologia uma aliada preciosa vaidade decorre de alguma razão objetiva pela qual o
em nossa busca do conhecimento real, da beleza sujeito deve se orgulhar.
consistente e de um mundo mais justo - todas estas
dimensões de maior peso do que qualquer c) pelo fato de ser um defeito natural, de que as
virtualidade. pessoas não conseguem livrar-se e contra o qual é inútil
lutar.
O grande professor e intelectual palestino
Edward Said, num livro cujo título já é inspiração d) quando sua razão de ser deriva de alguma efetiva
para uma plataforma de trabalho - Humanismo e conquista que alcançamos em virtude do nosso
crítica democrática - afirma a certa altura: “como trabalho.
humanistas, é da linguagem que partimos”; “o ato e) pelo fato de que os moralistas, sendo
de ler é o ato de colocar-se na posição do autor, inapelavelmente rigorosos, não conseguem divisar os
méritos espirituais de quem os detém.
LOJA DO CONCURSEIRO - 60
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03. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista 04. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista
Judiciário) Judiciário)

[Do espírito das leis] Da utilidade dos prefácios


Li outro dia em algum lugar que os prefácios são
textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão
é convocado com o compromisso exclusivo de falar
bem governado quanto o mundo físico, pois ainda
bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom
que o mundo inteligente possua também leis que
elogioso, o prefácio ainda aponta características
por sua natureza são invariáveis, não as segue
evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter
constantemente como o mundo físico segue as
muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais
suas. A razão disso reside no fato de estarem os
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser
seres particulares inteligentes limitados por sua
narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa
natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e,
estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os
por outro lado, é próprio de sua natureza agirem
argumentos de base a serem desenvolvidos (quando
por si mesmos. (...)
estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o
O homem, como ser físico, tal como os outros
prefácio seria um estraga-prazeres.
corpos da natureza, é governado por leis
invariáveis. Como ser inteligente, viola Pois vou na contramão dessa crítica mal-
incessantemente as leis que Deus estabeleceu e humorada aos prefácios e prefaciadores, embora
modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser concorde que muitas vezes ela proceda - o que não
poderia, a todo instante, esquecer seu criador - justifica a generalização devastadora. Meu argumento é
Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor
ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador,
mesmo − os filósofos advertiram-no pelas leis da muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela
moral. consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas
(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: do que as expostas no texto principal. Há casos célebres
Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34) de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma
obra, ficando claro que o restante é desnecessário.
As leis humanas são falíveis, os homens
desrespeitam as leis humanas e destituem as leis E ninguém controla a possibilidade, por
humanas do sentido de uma profunda equidade exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e
que deveria reger as leis humanas. inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta.
Mas como argumento final vou glosar uma observação
de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto
Evitam-se as viciosas repetições do período acima principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o
substituindo-se os elementos sublinhados, na segundo a vantagem de ser bem mais curto.
ordem dada, por: Há muito tempo me deparei com o prefácio que
um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para
um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem,
a) desrespeitam a elas - destituem-nas - deveria linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a
reger-lhes moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás,
b) desrespeitam-lhes - as destituem - deveria regê- além de grande escritora era também linda). Não havia
las dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era
prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada
c) desrespeitam-nas - lhes destituem - lhes deveria talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas
reger qualidades para os poemas da moça que o prefácio
d) lhes desrespeitam - destituem-lhes - deveria acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação
regê-las de um grande gênio poético.
e) desrespeitam-nas - destituem-nas - as deveria (Aderbal Siqueira Justo, inédito)
reger

LOJA DO CONCURSEIRO - 61
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O primeiro e o segundo parágrafos estabelecem 06. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário) Segundo os
entre si uma relação de: preceitos da gramática normativa do português do
Brasil, a única palavra dentre as citadas abaixo que NÃO
a) causa e efeito, uma vez que das convicções
deve ser pronunciada com o acento tônico recaindo em
expressas no primeiro resultam, como
posição idêntica àquela em que recai na palavra avaro
consequência natural, as expostas no segundo.
é:
b) de complementaridade, pois o que se afirma no
a) mister.
segundo ajuda a compreender a mesma tese
defendida e desenvolvida no primeiro. b) filantropo.
c) inteira independência, pois o tema do primeiro c) gratuito.
não se espelha no segundo, já que o autor do texto
d) maquinaria.
quer apenas enumerar diferentes estilos.
e) ibero.
d) contraposição, pois a perspectiva de valor
adotada no primeiro é confrontada com outra que a
relativiza e nega no segundo.
e) similitude, pois são ligeiras as variações do 07. (FCC - 2011 - TRE-AP - Técnico Judiciário) Entre as
argumento central que ambos sustentam em frases que seguem, a única correta é:
relação à utilidade e à necessidade dos prefácios.
a) Ele se esqueceu de que?
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para
distribui-lo entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas
ACENTUAÇÃO GRÁFICA críticas.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações
dos funcionários.
05. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de
Procuradoria) Todas as palavras estão acentuadas e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
de acordo com as normas oficiais em:
a) Aquí também se observam as preferencias
musicais dos jovens que usam o transporte público.
08. (FCC - 2010 - TRE-RS - Técnico Judiciário) A frase
b) As raizes da falta de educação dos jóvens se totalmente correta do ponto de vista da grafia e/ou da
devem também à falta de educação dos pais. acentuação é:
c) Os ônibus contem uma verdadeira platéia a) É o caso de se por em discussão se ele realmente crê
ouvindo musicas altas nem sempre de carater muito na veracidade dos dados.
agradável.
b) Referiu-se àquilo que todos esperavam - sua
d) Os passageiros não têm como evitar o terrível ascensão na empresa -, com um misto de humildade e
som do ruído das falas, ao celular, dentro dos prepotência.
ônibus.
c) Enquanto construimos esta ala, eles constroem a
e) Alguem falando alto ao telefone, numa forma reservada aos aparelhos de rejuvenecimento.
pouco rápida, revela um comportamento publico
d) Ele é sempre muito cortês, mas não pode evitar que
repreensível.
sua ogeriza à ela transpareça.
e) Assinou o cheque, mas ninguém advinha o valor
registrado, porisso foi devolvido pelo banco.

LOJA DO CONCURSEIRO - 62
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ORTOGRAFIA OFICIAL 11. (FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário)

09. (FCC - 2013 - PGE-BA - Assistente de Entre a palavra e o ouvido


Procuradoria) Nossos ouvidos nos traem, muitas vezes, sobretudo
Considere: quando decifram (ou acham que decifram) palavras ou
No Brasil, a falta de educação entre as pessoas vem expressões pela pura sonoridade. Menino pequeno,
aumentando. Por uma ......, ainda que superficial,
podemos ...... com ...... a falta de um ...... de gostava de ouvir uma canção dedicada a uma mulher
discrição dos ...... de pais despreparados para misteriosa, dona Ondirá. Um dia pedi que alguém a
educá-los.
cantasse, disse não saber, dei a deixa: “Tão longe, de
As palavras que preenchem, respectivamente, as
lacunas do texto acima estão corretamente grafadas mim distante, Ondirá, Ondirá, teu pensamento?”
em: Ganhei uma gargalhada em resposta. Um dileto amigo
achava esquisito o grande Nat King Cole cantar seu
a) análise - enxergar - clareza - gesto - discípulos
amor por uma misteriosa espanhola, uma tal de dona
b) análise - enchergar - claresa - gesto - dicipulos
Quiçás... O ator Ney Latorraca afirma já ter sido tratado
c) análise - enchegar - clareza - jesto - disípulos
por seu Neila. Neila Torraca, é claro. Agora me diga,
d) análize - enxergar - clareza - jesto - discípulos
leitor amigo: você nunca foi apresentado a um velhinho
e) análize - enxergar - claresa - gesto – dissípulos
chamado Fulano Detal?

(Armando Fuad. Inédito)

10. (FCC - 2012 - TRE-SP – Técnico)


Para cada uma dessas questões, assinale a É preciso corrigir, por falhas diversas, a seguinte frase:
alternativa que preenche corretamente, na ordem, a) Quem ouve mal não tem necessariamente mau
as lacunas da frase apresentada. ouvido; pode ter sido afetado pelo desconhecimento de
Os ...... para a conclusão da pesquisa estavam um contexto determinado.
próximos e exigiam ...... na ...... dos dados já b) Quem não destorce o que ouviu de modo torto acaba
obtidos. por permanecer longe do caminho reto da
a) prazos - rapidês - análize compreensão.

b) prazos - rapidez - análise c) Pelos sons exóticos das palavras, nos impregnamos
da melodia poética a cujo encanto se rendem,
c) prazos - rapidez - análize imantados, os nossos ouvidos.
d) prasos - rapidez - análise d) Há sons indiscrimináveis, como os que se apanha do
e) prasos - rapidês - análise rádio mau sintonizado ou de uma conversa aliatória,
entre terceiros.
e) É possível elaborar-se uma longa lista de palavras e
expressões em cuja recepção sonora verificam-se os
mais curiosos equívocos.

LOJA DO CONCURSEIRO - 63
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12. (FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - d) Numa democracia, até mesmo, ou principalmente, a
Auditor Fiscal do Município) imprensa é meio que não se pode prescindir para a
liberdade de expressão, e por isso da evolução
A frase em que a ortografia está adequada ao
democrática, motivo pelo qual há o sigilo da fonte,
padrão culto escrito é:
garantido pela lei vigente quando ocorre uma denúncia.
a) À mínima contrariedade, exarcebava-se de tal
e) Ainda que seja legítimo o conceito de que é direito
maneira que seus excessos verbais eram já
da pessoa expressar-se livremente - sobre qualquer
conhecidos de todos.
assunto que lhe diga respeito ou lhe aprouver - e de
b) A expontaneidade com que se referiu ao local que o sistema jurídico do país tem o dever de garantir
como "impesteado" fez que todo o auditório esse bem da democracia, é leviano dissociá-lo da
explodisse em risos. responsabilidade inerente ao gesto cidadão de
c) Quanto à infraestrutura, será necessário manifestar-se.
reconstrui-la em prazo curto, mas sem que haja
qualquer tipo de displiscência. 14. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento
d) O docente não viu como retaliação a rasura no Gestão Júnior)
cartaz que afixara, mas sua intenção era advertir Viagens
quanto ao desleixo com a coisa pública.
Viagens de avião e de metrô podem guardar certa
e) A obra faraônica será uma excressência naquela semelhança. Entre nuvens carregadas, ou tendo o azul
paisagem bucólica, mas ninguém teve hêsito em como horizonte infinito, o passageiro não sente que
convencer os responsáveis da necessidade de está em percurso; no interior dos túneis, diante das
revisão do projeto. velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro
tampouco sabe da viagem. Em ambos os casos, vai de
um ponto a outro como se alguém o levantasse de um
lugar para pô-lo em outro, mais adiante.
PONTUAÇÃO Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem
interior. As nuvens, o azul ou o concreto escuro
hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas imagens
13. (FCC - 2014 - AL-PE - Analista Legislativo) e nossos pensamentos, que também sabem mover-se
com rapidez. Confesso que gosto desses momentos
que, sendo velozes, são, paradoxalmente, de letargia:
A frase em que as ideias estão expressas de modo os olhos abertos veem para dentro, nosso cinema
claro e correto é: interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou
de expectativas abertas. Em tais viagens, estamos
a) Toda pessoa que paga imposto tem o direito de
surpreendentemente sós - uma experiência rara em
externar sua opinião sobre o modo como o governo
nossos dias, concordam?
trata os munícipes, mas se a pessoa está vinculada
ao trabalho no setor da vida pública quando critica Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer
corrompe com a ética profissional. engenhoca eletrônica, por favor: que enfrente o vital
desafio de um colóquio consigo mesmo, de uma viagem
b) No que se refere aos meios de comunicação, o em que somos ao mesmo tempo passageiros e
brasileiro vive um período complexo: na medida condutores, roteiristas do nosso trajeto, produtores do
que a mídia cai em descrédito com o grande público nosso sentido. Não é pouco: nesses minutos de íntima
- o tratamento é abusivo das notícias ou grave peso peregrinação, o único compromisso é o de não resistir à
ideológico - os novos veículos da informática súbita liberdade que nossa imaginação ganhou.
ganham cada vez mais credibilidade. Chegando à nossa estação ou ao nosso aeroporto,
c) A liberdade de expressão do cidadão que é retomaremos a rotina e nos curvaremos à fatalidade de
funcionário do Estado em certa função encontra que as obrigações mundanas rejam o nosso destino.
alguns condicionamentos em face de seu vínculo Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos
institucional, mas tal excessiva limitação não pode marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos
se interpretar a ponto de comprometer aquele importante é chegar.
direito. (Ulisses Rebonato, inédito)

LOJA DO CONCURSEIRO - 64
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Atente para as seguintes frases: b) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e
do injusto” Voltaire aborda, com a propriedade de
I. Numa viagem de metrô, sentimos que o próprio
sempre a questão da natureza mesma do sentimento
tempo parece acelerar.
da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus
II. Ele prefere evitar o metrô, por conta de sua que, também, nos deu um cérebro para contrabalançar
tendência claustrofóbica. os impulsos do coração.
III. Ele optou pelo horário do metrô, que lhe parece c) Num de seus textos a que deu o título de “Do justo e
mais conveniente. do injusto”, Voltaire aborda com a propriedade de
sempre, a questão da natureza mesma do sentimento
da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus,
A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido do que que também nos deu um cérebro, para contrabalançar,
está APENAS em : os impulsos do coração.
a) I e II. d) Num de seus textos, a que deu o título de “Do justo e
b) II e III. do injusto”, Voltaire aborda, com a propriedade de
sempre, a questão da natureza mesma, do sentimento
c) I e III. da justiça, que segundo ele foi-nos concedido por Deus
d) II. que, também nos deu um cérebro, para contrabalançar
os impulsos do coração.
e) III.
e) Num de seus textos a que deu o título de “Do justo e
do injusto”, Voltaire aborda com a propriedade de
15. (FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista sempre, a questão da natureza mesma do sentimento
Judiciário) da justiça que, segundo ele, foi-nos concedido por Deus
que também nos deu um cérebro para contrabalançar
Sobre a publicação de livros
os impulsos do coração.
Muito se tem discutido, recentemente, sobre
direitos e restrições na publicação de livros. Veja-se
o que dizia o filósofo Voltaire, em 1777:
“Não vos parece, senhores, que em se tratando de CONJUNÇÃO
livros, só se deve recorrer aos tribunais e soberanos
do Estado quando o Estado estiver sendo
comprometido nesses livros? Quem quiser falar 16. (FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário)
com todos os seus compatriotas só poderá fazê-lo
A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a
por meio de livros: que os imprima, então, mas que
experiência humana mais bem repartida: nenhum
responda por sua obra. Se ela for ruim, será
privilegiado reivindica ignorância em relação a ela ou se
desprezada; se for provocadora, terá sua réplica; se
vangloria de conhecê-la melhor que qualquer outro.
for criminosa, o autor será punido; se for boa, será
Violência nascida no próprio âmago do indivíduo, ela
aproveitada, mais cedo ou mais tarde.”
dilacera sua presença e o esgota, dissolve-o no abismo
(Voltaire, O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São que nele se abriu, esmaga-o no sentimento de um
Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 56)
imediato sem nenhuma perspectiva. Rompe-se a
evidência da relação do indivíduo consigo e com o
mundo.
Quanto à colocação das vírgulas, a frase
inteiramente correta é: A dor quebra a unidade vivida do homem,
transparente para si mesmo enquanto goza de boa
a) Num de seus textos, a que deu o título de “Do
saúde, confiante em seus recursos, esquecido do
justo e do injusto”, Voltaire aborda, com a
enraizamento físico de sua existência, desde que
propriedade de sempre, a questão da natureza
nenhum obstáculo se interponha entre seus projetos e
mesma do sentimento da justiça, que, segundo ele,
o mundo. De fato, na vida cotidiana o corpo se faz
foi-nos concedido por Deus, que também nos deu
invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas
um cérebro para contrabalançar os impulsos do
ritualidades sociais e pela repetição incansável de
coração.

LOJA DO CONCURSEIRO - 65
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
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situações próximas umas das outras. Aliás, esse As caravanas começavam cruzando os desertos
ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René do oeste da China, viajavam por cordilheiras que
Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então
dos órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta que percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central
ela é um estado de “inconsciência em que o sujeito até o mar Cáspio e além.
é de seu corpo”. Esses caminhos floresceram durante os
(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a
São Paulo, Editora Fap-Unifesp, 2013, p. 25-6) navegação marítima se expandiu e que o centro político
da China se deslocou para Pequim, a atividade
econômica do país migrou na direção da costa.
... esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo... ... Hoje, a geografia econômica está mudando outra
definir a saúde como “a vida no silêncio dos vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China
órgãos”. (final do texto) dispararam na última década. Por isso as indústrias
estão transferindo sua produção para o interior do país.
Os segmentos acima expressam, respectivamente, O envio de produtos por caminhão das fábricas
do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai - e de
a) consequência e finalidade. lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal
b) condição e necessidade. de Suez - é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota
da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota
c) consequência e condição. marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o
d) causa e finalidade. custo do tempo agregado por mar é considerável.
e) causa e decorrência. Inicialmente, a experiência foi realizada nos
meses de verão, mas agora algumas empresas planejam
usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para
isso adotam complexas providências para proteger a
carga das temperaturas que podem atingir 40 °C
17. (FCC - 2014 - TRT - 19ª Região (AL) - Analista negativos.
Judiciário) (Adaptado de: www1.folhauol.com.br /FSP /
O MAQUINISTA empurra a manopla do newyorktimes/ 122473)
acelerador. O trem cargueiro começa a avançar Há relação de causa e consequência, respectivamente,
pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, entre:
deixando para trás a fronteira com a China.
a) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e
O trem segue mais ou menos o mesmo a atual transferência da produção industrial para o
percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho interior do país.
que ligava a China à Europa e era usado para o
transporte de especiarias, pedras preciosas e, b) a redução de tempo no atual transporte por trem na
evidentemente, seda, até cair em desuso, seis Rota da Seda e a aceleração da venda de produtos de
séculos atrás. informática.
Hoje, a rota está sendo retomada para c) o uso de caminhões para o transporte de carga e a
transportar uma carga igualmente preciosa: laptops atual mudança da geografia econômica da China.
e acessórios de informática fabricados na China e
d) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota
enviados por trem expresso para Londres, Paris,
da Seda e o aumento nos custos do transporte
Berlim e Roma.
marítimo.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas
sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas e) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade
de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Média e a diminuição na demanda do Ocidente por
Xi'an - cidade do centro-oeste chinês, mais especiarias e seda.
conhecida por seus guerreiros de terracota - era a
capital da China.

LOJA DO CONCURSEIRO - 66
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18. (FCC - 2013 - TRT - 15ª Região - Analista PRONOMES
Judiciário)

19. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Técnico Sistemas)


Todos os dias, acompanhamos na televisão,
nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as
mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no Nascido no bairro do Pari, em uma São Paulo em
clima mundial. Nunca se viram mudanças tão construção após o levante constitucionalista de 1932,
rápidas e com efeitos devastadores como têm Germano Mathias compõe a santíssima trindade do
ocorrido nos últimos anos. samba paulistano, ...... Adoniran Barbosa e Geraldo
Pesquisadores do clima mundial afirmam que Filme.
este aquecimento global está ocorrendo em função (Adaptado de: DINIZ, André, op. cit.)
do aumento da emissão de gases poluentes,
principalmente derivados da queima de
combustíveis fósseis (gasolina, diesel etc.) na Preencha corretamente a lacuna da frase acima:
atmosfera. Esses gases (ozônio, dióxido de carbono, a) em face à
metano, óxido nitroso e monóxido de carbono)
formam uma camada de poluentes de difícil b) lado a lado
dispersão, causando o famoso efeito estufa. Esse c) ao lado de
fenômeno ocorre, porque esses gases absorvem
grande parte da radiação infravermelha emitida d) lado à lado com
pela Terra, dificultando a dispersão do calor. e) junto à
O desmatamento e a queimada de florestas e
matas também colaboram para esse processo. Os
raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na
atmosfera. Como esta camada de poluentes 20. (FCC - 2014 - SABESP - Técnico em Gestão)
dificulta a dispersão do calor, o resultado é o
aumento da temperatura global. Embora este
fenômeno ocorra de forma mais evidente nas As filmagens de Vidas Secas foram no sertão, em
grandes cidades, já se verificam suas consequências Palmeira dos Índios (AL), cidade ..................... o escritor
no aquecimento global. morou e .................. foi prefeito.
Como esta camada de poluentes dificulta a
dispersão do calor, o resultado é o aumento da Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
temperatura global. ordem dada:

Na frase acima, o conectivo como tem o valor de a) a qual - que


................., podendo ser substituído sem prejuízo
do sentido e da correção por ............... . b) em que - da qual
c) no qual - onde

As lacunas são completadas corretamente em: d) onde - cuja

a) comparação – tanto que e) que - a que

b) causa – porque
c) conformidade – por que
d) comparação – porque
e) causa – tanto que

LOJA DO CONCURSEIRO - 67
PORTUGUÊS DESCOMPLICADO
PARA CONCURSOS
Profª Yara Coeli
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL 22. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista
Judiciário)
21. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista
Judiciário)
[Do espírito das leis] Da utilidade dos prefácios

Falta muito para que o mundo inteligente Li outro dia em algum lugar que os prefácios são
seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador
ainda que o mundo inteligente possua também leis é convocado com o compromisso exclusivo de falar
que por sua natureza são invariáveis, não as segue bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom
constantemente como o mundo físico segue as elogioso, o prefácio ainda aponta características
suas. A razão disso reside no fato de estarem os evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter
seres particulares inteligentes limitados por sua muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais
natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, graves, o prefácio adianta elementos da história a ser
por outro lado, é próprio de sua natureza agirem narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa
por si mesmos. (...) estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os
argumentos de base a serem desenvolvidos (quando
O homem, como ser físico, tal como os outros estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o
corpos da natureza, é governado por leis prefácio seria um estraga-prazeres.
invariáveis. Como ser inteligente, viola
incessantemente as leis que Deus estabeleceu e Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada
modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que
poderia, a todo instante, esquecer seu criador - muitas vezes ela proceda - o que não justifica a
Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal generalização devastadora. Meu argumento é simples e
ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o
mesmo - os filósofos advertiram-no pelas leis da prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito
moral. melhor do que o do autor da obra, fosse pela
(Montesquieu - Os Pensadores. São Paulo: Abril consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas
Cultural, 1973, p. 33 e 34) do que as expostas no texto principal. Há casos célebres
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar- de bibliografias que in- dicam apenas o prefácio de uma
se no plural para preencher corretamente a lacuna obra, ficando claro que o res- tante é desnecessário. E
da seguinte frase: ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o
prefaciador ser muito mais espirituoso e in- teligente do
a) ...... (ganhar) proeminência, entre as convicções que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como
de Montesquieu, a de que Deus nunca se afasta em argumento final vou glosar uma observação de
definitivo de suas criaturas, ainda quando estas o Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal
esqueçam. são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a
b) Às leis imutáveis do mundo físico não se ...... vantagem de ser bem mais curto.
(ater) a legislação dos homens, caracterizada muitas Há muito tempo me deparei com o prefácio que
vezes pela inconstância e pela dificuldade de um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para
cumprimento. um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem,
c) Dado que não ...... (competir) aos homens linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a
governar o mundo natural, deveriam eles buscar moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás,
governar a si mesmos do modo mais justo e mais além de grande escritora era também linda). Não havia
eficiente possível. dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era
prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada
d) Montesquieu lembra que ...... (dever) caber aos talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas
filósofos alertar os homens para não se esquecerem qualidades para os poemas da moça que o prefácio
das leis morais que devem ser cumpridas. acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação
e) ...... (atuar) claramente nesse texto, onde tão de um grande gênio poético.
bem se representa o pensamento de Montesquieu,
os conceitos fundamentais de mundo físico e
mundo inteligente.
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Profª Yara Coeli
Considerando-se o contexto, traduz-se amorosa curiosidade - donde os detalhes que faziam o
adequadamente o sentido de um segmento em: singular encanto de suas matérias. O personagem mais
batido se desdobrava em ângulos inéditos quando o
a) Garantido o tom elogioso (1º parágrafo) =
repórter era ele. Com suavidade descia ao fundo da
assumido o teor argumentativo
alma de seus entrevistados, sem jamais pendurá-los no
b) generalização devastadora (2º parágrafo) = pau de arara do jornalismo inquisitorial. Deu forma a
interação improdutiva textos memoráveis e produziu um título desde então
c) glosar uma observação (2º parágrafo) = variar citado e recitado nas redações paulistanas: “Picasso
uma consideração morreu, se é que Picasso morre”.
(Adaptado de: WERNECK Humberto. Esse inferno vai acabar. Porto
d) ninguém controla a possibilidade (2º parágrafo) = Alegre: Arquipélago, 2001. p.45 e 46)
não se pode esboçar a hipótese
e) consistência das ideias defendidas (2º parágrafo)
= subserviência às teses propaladas As normas de concordância verbal estão plenamente
observadas na frase:

a) Os textos memoráveis que, com a arte desse


23. (FCC - 2014 - METRÔ-SP - Analista jornalista, apresentava sempre uma perspectiva
Desenvolvimento Gestão Júnior) especial, encantavam a todos os seus fiéis leitores.
b) Com a maioria dos jornalistas acontecem,
Delicadezas colhidas com mão leve frequentemente, que se submetam às fáceis
acomodações dessa desafiadora profissão.
Era sábado e estávamos os dois na redação
vazia da revista. Esparramado na cadeira, Guilherme c) Aos leitores dos grandes jornalistas cabem não
roía o que lhe restava das unhas, levantava-se, apenas ler com prazer suas matérias, mas encantar- se
andava de um lado para outro, folheava um jornal com o ângulo criativo pelo qual trata suas matérias.
velho, suspirava. Aí me veio com esta: d) Quem, entre os muitos jornalistas de hoje, habilita-se
- Meu texto é melhor que eu. a desafiar os rígidos paradigmas que lhes impinge a
direção de um jornal?
A frase me fez rir, devolveu a alegria a meu
amigo e poderia render uma discussão sobre quem e) Ainda haveriam, numa época de tanta pressa e tanta
era melhor, Guilherme Cunha Pinto ou o texto do precipitação, jornalistas capazes de surpreender o leitor
Guilherme Cunha Pinto. Os que foram apenas com uma linguagem de fato criativa?
leitores desse jornalista tão especial, morto já faz
tempo, não teriam problema em escolher as
matérias que ele assinava, que me enchiam de uma
inveja benigna.
Inveja, por exemplo, da mão leve com que ele
ia buscar e punha em palavras as coisas mais
incorpóreas e delicadas. Não era com ele,
definitivamente, a simplificação grosseira que o
jornalismo tantas vezes se concede, com a desculpa
dos espaços e horários curtos, e que acaba fazendo
do mundo algo chapado, previsível, sem graça.
Guilherme não aceitava ser um mero recolhedor de
aspas, nas entrevistas, nem sair à rua para ajustar os
fatos a uma pauta. Tinha a capacidade infelizmente
rara de se deixar tocar pelas coisas e pessoas sobre
as quais ia escrever, sem ideias prontas nem pé
atrás. Pois gostava de coisas e de pessoas, e
permitia que elas o surpreendessem. Olhava-as com

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ... remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e
minérios...
Considerando-se a regência do verbo remontar, no
24. (FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Técnico contexto, o segmento sublinhado pode ser
Judiciário) corretamente substituído por:
O elemento em destaque está empregado a) nos dias áureos.
corretamente em:
b) as fases áureas.
a) Mais que o luxo do produto, é a aparência de
luxo de que conta para os consumidores. c) o período áureo.

b) Os produtos e as marcas permitem com que as d) os momentos áureos.


pessoas adquiram a visibilidade desejada. e) à época áurea.
c) A visibilidade é uma das características pelas
quais se estrutura a sociedade de consumo.
CRASE
d) Quanto mais se tem a impressão em que se é
visto com os novos produtos, mais se quer adotá-
los. 26. (FUNCAB - 2014 - PRODAM-AM - Auxiliar de
e) Nas sociedades por cuja ordem social é abalada Motorista)
com guerras, a ostentação é particularmente visível. A outra noite
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite,
uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui.
Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o
25. (FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Técnico
trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima,
Judiciário)
além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e
que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas
de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma
A ocupação da região da Chapada Diamantina,
paisagem irreal.
inicialmente habitada pelos índios Maracás,
remonta aos anos áureos da exploração de jazidas e Depois que o meu amigo desceu do carro, o
minérios, por volta de 1700, quando foi encontrado chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para
ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno, marcando mim:
o início da chegada dos bandeirantes e - O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir
exploradores. Em 1844, a colonização é sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
impulsionada pela descoberta de diamantes Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e
valiosos nos arredores do Rio Mucugê, e os enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e
comerciantes, colonos, jesuítas e estrangeiros se linda.
espalham pelas vilas, controladas e reguladas pela
-Mas que coisa...
força da riqueza. A atividade agropecuária tomba
diante da opulência do garimpo. Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para
olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou
Reduto de belezas naturais, a Chapada abarca uma guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser
diversidade grande de fauna e flora. São mais de 50 aviador ou pensava em outra coisa.
tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras, além
-Ora, sim senhor...
de espécies animais raras, como o tamanduá-
bandeira. O Parque Nacional da Chapada E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse
Diamantina, criado na década de 80 do séc. XX, atua um “boa noite” e um“ muito obrigado ao senhor” tão
como órgão protetor de toda essa exuberância. sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito
um presente de rei.
(Adaptado de: www.bahia.com.br) (BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, vol. 2,
crônicas. São Paulo, Ática.) Para gostar de ler.

LOJA DO CONCURSEIRO - 70
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Profª Yara Coeli
Apenas uma das frases abaixo está correta quanto à 28. (FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário)
colocação do acento indicativo de crase. Assinale-a.
Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos
a) O rapaz foi levado à presença do diretor. soma-se ...... dor, considerada como um elemento
formador do caráter, contexto ...... pathos pode
b) Ele preferiu voltar para casa à pé.
converter-se em éthos.
c) Os dois motoristas infratores ficaram frente à
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
frente.
ordem dada:
d) Chegamos à um cruzamento e paramos o veículo.
e) Ele começou à perceber que não tinha razão.
a) às - por que - a - no qual
b) as - por que - a - do qual
c) às - porque - a - em que
27. (VUNESP - 2014 - SAAE-SP – Biólogo)
d) às - pelas quais - à - de que
Leia o texto para responder à questão.
e) as - que - à - com que

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e


do Adolescente, ligado______Presidência da
República, aprovou resolução que, na prática,
proíbe propaganda voltada___________menores
de idade no Brasil. O texto, que o órgão considera
ter força de lei, torna abusivo o direcionamento de
publicidade___________esse público,
com________intenção de persuadi-­lo “para o
consumo de qualquer produto ou serviço”.
GABARITO
(http://www1.folha.uol.com.br. Acesso
em 24.03.2014. Adaptado)
01. B 11. D 21. E
02. D 12. D 22. C
Considerando--se o uso do acento indicativo de 03. E 13. E 23. D
crase, de acordo com a norma--padrão da língua 04. D 14. E 24. C
portuguesa, as lacunas do texto devem ser 05. D 15. A 25. E
preenchidas, respectivamente, com: 06. A 16. E 26. A
07. E 17. A 27. B
a) a ... à ... à ... à
08. B 18. B 28. A
b) à ... a ... a ... a 09. A 19. C
c) a ... à ... a ... à 10. B 20. B

d) à ... a ... à ... a


e) à ... a ... à ... à

LOJA DO CONCURSEIRO - 71

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