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CÓD: SL-001JL-22

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BANRISUL
BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A.

Comum a todas as áreas de Técnico em


Tecnologia da Informação:
Analista de Segurança da Tecnologia da Informação,
Analista de Transformação Digital, Desenvolvimento de Sistemas,
Gestão de Tecnologia da Informação, Quality Assurance (QA) e Analistas de Teste,
Suporte à Infraestrutura de Tecnologia da Informação e
Suporte à Plataforma Mainframe

EDITAL Nº 1 – BANRISUL, DE 23 DE JUNHO DE 2022


DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. Domínio da ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de
outros elementos de sequenciação textual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. Emprego de tempos e modos verbais. Domínio da estrutura morfossintática do período. Emprego das classes de palavras . . . . . 21
5. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da
oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6. Emprego dos sinais de pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
9. Emprego do sinal indicativo de crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
10. Colocação dos pronomes átonos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
11. Reescrita de frases e parágrafos do texto. Substituição de palavras ou de trechos de texto. Reorganização da estrutura de orações e de
períodos do texto. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
12. Significação das palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Língua Inglesa
1. Compreensão de textos escritos em língua inglesa. Itens gramaticais relevantes para o entendimento dos sentidos dos textos . . 47

Raciocínio Lógico
1. Estruturas lógicas. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. Lógica sentencial (ou proposicional). Prop-
osições simples e compostas. Tabelasverdade. Equivalências. Leis de De Morgan. Diagramas lógicos. Lógica de primeira ordem. Ra-
ciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
2. Princípios de contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3. probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
4. Operações com conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

Legislação Referente à Temática de Gênero, Raça e Etnia


1. Política Nacional para as Mulheres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
2. Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
3. Estatuto Nacional da Igualdade Racial — Lei Federal nº 12.288/2010. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
4. Estatuto Estadual da Igualdade Racial — Lei Estadual nº 13.694/2011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
GÊNEROS VARIADOS. RECONHECIMENTO DE TIPOS E
GÊNEROS TEXTUAIS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
ou que faça com que você realize inferências. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.

• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela


pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.

7
LÍNGUA PORTUGUESA
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
É muito importante que você: extrapole a visão dele.
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta-
do, país e mundo; IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
gráficas, gramaticais e interpretativas; tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
lêmicos; significativo, que é o texto.
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
Dicas para interpretar um texto: o assunto que será tratado no texto.
– Leia lentamente o texto todo. Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
– Sublinhe as ideias mais importantes. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
principal e das ideias secundárias do texto. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
– Separe fatos de opiniões. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
tável).
CACHORROS
– Retorne ao texto sempre que necessário. Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
enunciados das questões. seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
– Reescreva o conteúdo lido. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
picos ou esquemas. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- outro e a parceria deu certo.
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma
distração, mas também um aprendizado. Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela As informações que se relacionam com o tema chamamos de
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
do texto. ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica- conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
prova. capaz de identificar o tema do texto!

Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
cundarias/

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LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
Ironia literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
novo sentido, gerando um efeito de humor. flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
Exemplo: da narrativa.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
apreensão do conteúdo exposto. curto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
citadas ou apresentando novos conceitos. nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas como horas ou mesmo minutos.
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
Importância da interpretação imagens.
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
específicos, aprimora a escrita. que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- vencer o leitor a concordar com ele.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de de destaque sobre algum assunto de interesse.
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea- crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para berdade para quem recebe a informação.
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que Fato
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Diferença entre compreensão e interpretação Exemplo de fato:
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do A mãe foi viajar.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Interpretação
leitor tira conclusões subjetivas do texto. É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
Gêneros Discursivos sas, previmos suas consequências.
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No ças sejam detectáveis.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
dárias. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tro país.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única do que com a filha.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Opinião
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a que fazemos do fato.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
odo, e o tópico que o antecede.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
anteriores: ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- para a clareza do texto.
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
do que com a filha. Ela foi egoísta. vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
mos expressando nosso julgamento. mais direto.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando NÍVEIS DE LINGUAGEM
analisamos um texto dissertativo. Definição de linguagem
Exemplo: Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
com o sofrimento da filha. gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e o do leitor. e caem em desuso.

Parágrafo Língua escrita e língua falada


O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Linguagem popular e linguagem culta
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo o diálogo é usado para representar a língua falada.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova. Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A Linguagem Culta ou Padrão Exemplo:
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que Era uma casa muito engraçada
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Não tinha teto, não tinha nada
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Ninguém podia entrar nela, não
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Porque na casa não tinha chão
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia dormir na rede
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha parede
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia fazer pipi
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Gíria Na rua dos bobos, número zero
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como (Vinícius de Moraes)
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os comportamentos, nas leis jurídicas.
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário Características principais:
de pequenos grupos ou cair em desuso. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
“mina”, “tipo assim”. do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
Linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar Exemplo:
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
comida”. ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
Linguagem regional nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, perior para formação de oficiais.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipo textual expositivo
Tipos e genêros textuais A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e pode ser expositiva ou argumentativa.
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
exemplos e as principais características de cada um deles. Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
Tipo textual descritivo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo mar.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
um movimento etc. de ponto de vista.
Características principais: • Apresenta linguagem clara e imparcial.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função Exemplo:
caracterizadora. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
meração. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• A noção temporal é normalmente estática. terminado tema.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
ção. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipo textual dissertativo-argumentativo GÊNEROS TEXTUAIS
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
(leitor ou ouvinte). síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
Características principais: apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento ais que neles predominam.
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Descritivo Diário
gestão/solução). Relatos (viagens, históricos, etc.)
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Biografia e autobiografia
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Notícia
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Currículo
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Lista de compras
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Cardápio
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Anúncios de classificados
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Injuntivo Receita culinária
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Bula de remédio
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Manual de instruções
Regulamento
Exemplo: Textos prescritivos
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental certa- Palestras
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Conferências
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Entrevistas
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Trabalhos acadêmicos
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Enciclopédia
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Verbetes de dicionários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Carta de opinião
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Resenha
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Artigo
cobrança efetiva (conclusão). Ensaio
Monografia, dissertação de
Tipo textual narrativo mestrado e tese de doutorado
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
Narrativo Romance
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
Novela
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Crônica
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Contos de Fada
Fábula
Características principais:
Lendas
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
onisciente). ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em nitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
INTERTEXTUALIDADE
Exemplo: A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
Solidão seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- ambos: forma e conteúdo.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
Nelson S. Oliveira forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684

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LÍNGUA PORTUGUESA
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
provérbios, charges, dentre outros. que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
Tipos de Intertextualidade O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego enunciador está propondo.
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
ticos. missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), mento de premissas e conclusões.
significa a “repetição de uma sentença”. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- A é igual a B.
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha A é igual a C.
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- Então: C é igual a B.
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
e “graphé” (escrita). Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção que C é igual a A.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa Outro exemplo:
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Todo ruminante é um mamífero.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- A vaca é um ruminante.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Logo, a vaca é um mamífero.
“citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois também será verdadeira.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ARGUMENTAÇÃO confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna

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LÍNGUA PORTUGUESA
Argumento de Autoridade cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
dadeira. Exemplo: correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- indevidas.
cimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto. Argumento do Atributo
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, que é mais grosseiro, etc.
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
acreditar que é verdade. alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
Argumento de Quantidade de.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
largo uso do argumento de quantidade. em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Argumento do Consenso Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as por bem determinar o internamento do governador pelo período
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases tal por três dias.
carentes de qualquer base científica.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
Argumento de Existência tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- texto tem sempre uma orientação argumentativa.
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
do que dois voando”. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser outras, etc. Veja:
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- vam abraços afetuosos.”
vios, etc., ganhava credibilidade.
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
Argumento quase lógico e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-

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LÍNGUA PORTUGUESA
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
injustiça, corrupção). seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
o argumento. ver as seguintes habilidades:
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por mente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir ria contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
ta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
o assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
comportamento. da verdade:
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- - evidência;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - divisão ou análise;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - ordem ou dedução;
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - enumeração.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
mica e até o choro. e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- caracteriza a universalidade.
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o

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LÍNGUA PORTUGUESA
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
o efeito. Exemplo: pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Fulano é homem (premissa menor = particular) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
Logo, Fulano é mortal (conclusão) pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o ferro (particular) o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o bronze (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O calor dilata o cobre (particular) meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
O ferro, o bronze, o cobre são metais junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas relacionadas:
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de lha dos elementos que farão parte do texto.
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
sofisma no seguinte diálogo: formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Lógico, concordo. tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Claro que não! um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Exemplos de sofismas: partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- sabiá, torradeira.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
ados nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de

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LÍNGUA PORTUGUESA
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é diferenças).
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
(Garcia, 1973, p. 302304.) consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- vra e seus significados.
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
de vista sobre ele. mentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
- o termo a ser definido; cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
- o gênero ou espécie; raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
- a diferença específica. cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
ma espécie. Exemplo: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
Elemento especiediferença apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
a ser definidoespecífica causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, virtude de, em vista de, por motivo de.
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta assim, desse ponto de vista.
ou instalação”; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
dida;d ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma

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LÍNGUA PORTUGUESA
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
que, melhor que, pior que. que gera o controle demográfico”.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- elaboração de um Plano de Redação.
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- tecnológica
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
caráter confirmatório que comprobatório. ta, justificar, criando um argumento básico;
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
caso, incluem-se (rever tipos de argumentação);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
mortal, aspira à imortalidade); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
dos e axiomas); ência);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão argumento básico;
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
parece absurdo).
mento básico;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
cretos, estatísticos ou documentais. menos a seguinte:
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- Introdução
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - função social da ciência e da tecnologia;
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - definições de ciência e tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- Desenvolvimento
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade vimento tecnológico;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- condições de vida no mundo atual;
gumentação: - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- desenvolvidos;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- sado; apontar semelhanças e diferenças;
dadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- banos;
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
dade da afirmação; mais a sociedade.
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
Conclusão
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
ridade que contrariam a afirmação apresentada;
ências maléficas;
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se apresentados.
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- ção: é um dos possíveis.
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em

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LÍNGUA PORTUGUESA
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece – Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
Como era Como fica
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela baiúca baiuca
é inserida. bocaiúva bocaiuva
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois – Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
textos caracterizada por um citar o outro. e ôo(s).
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a Como era Como fica
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou abençôo abençoo
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos crêem creem
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode – Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
mencionar um provérbio conhecido. para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- Atenção:
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
zá-lo ou ao compará-lo com outros. • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram palavras forma/fôrma.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- Uso de hífen
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm Regra básica:
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem.

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL Outros casos


1. Prefixo terminado em vogal:
ORTOGRAFIA OFICIAL – Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
troduzidas as letras k, w e y. semicírculo.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
PQRSTUVWXYZ mo, antissocial, ultrassom.
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
das.
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
2. Prefixo terminado em consoante:
gui, que, qui.
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário.
Regras de acentuação
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
persônico.
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
sílaba)
Observações:
Como era Como fica • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
alcatéia alcateia
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
apóia apoia • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
rar, cooperação, cooptar, coocupante.
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
mirante. que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
pontapé, paraquedas, paraquedista. advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, A coesão:
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando componentes do texto;
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
vamos passar para mais um ponto importante.

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. DOMÍNIO


DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL. DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO. EM-
EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBS- PREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
TITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OU-
TROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL
CLASSES DE PALAVRAS
Substantivo
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além Classificação dos substantivos
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.

Coerência SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/


É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- sua estrutura. macaco/João/sabão
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na SUBSTANTIVOS Macacos-prego/
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com COMPOSTOS: são formados porta-voz/
outra”). por mais de um radical em sua pé-de-moleque
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se estrutura.
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
SUBSTANTIVOS Casa/
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
PRIMITIVOS: são os que dão mundo/
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
origem a outras palavras, ou população
elementos formativos de um texto.
seja, ela é a primeira. /formiga
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/
elementos textuais. DERIVADOS: são formados populacional/formigueiro
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante por outros radicais da língua.
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- SUBSTANTIVOS Rodrigo
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, PRÓPRIOS: designa /Brasil
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua
imediato a coerência de um discurso. da mesma espécie. São da Liberdade
sempre iniciados por letra
A coerência: maiúscula.
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei- SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
tual; referem-se qualquer ser de cachorro/prima
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com uma mesma espécie.
o aspecto global do texto; SUBSTANTIVOS Leão/corrente
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas
com existência própria. Esses /lobisomem
Coesão seres podem ser animadoso /saci-pererê
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, ou inanimados, reais ou
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo imaginários.
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
SUBSTANTIVOS Mistério/
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
ABSTRATOS: nomeiam bondade/
tem-se a coesão lexical.
ações, estados, qualidades confiança/
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
e sentimentos que não tem lembrança/
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
existência própria, ou seja, só amor/
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
existem em função de um ser. alegria
nentes do texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/


COLETIVOS: referem-se a um acervo (de obras
conjunto de seres da mesma artísticas)/buquê (de flores)
espécie, mesmo quando
empregado no singular e
constituem um substantivo
comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS
PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI!

Flexão dos Substantivos


• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculino e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou uni-
formes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o pre-
sidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariáveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira ma-
cho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a tes-
temunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, o/a
estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.

• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.


– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 

Adjetivo
É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão compos-
ta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe
de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Empregado nas correspondências e textos
Vossa Senhoria
escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas,
pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas,
Variáveis
vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer,
qual, quais, um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição.  Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversa-
contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
tivas
Alterna-
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
tivas
Conclu- assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portan-
sivas to...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante,
Conformativas
etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor,
Comparativas
etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que,
Consecutivas
etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO EN-
TRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:

• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 


Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Período Simples: formado por uma única oração.
O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.

• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.


A tecnologia permitiu o resgate dos operários.

• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.

• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.

• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.

• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.

• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.

• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.

• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.


A especulação imobiliária me parece um problema.

• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.

• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.

• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.


Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
final. •
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
passa no vestibular. lanchamos.

Alternativas Manuela ora quer comer hambúr- Alfredo está chateado, pensando em se mudar.


guer, ora quer comer pizza.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.
iremos mais lá.
João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá
Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava inveja.
de mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito quinta, terão aula de reforço.
anteriormente. SEMPRE serão
acompanhadas por vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de
Restringem o sentido de um termo quinta terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

28
LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de
causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do
Assumem a função de advérbio de dia.
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar
Assumem a função de advérbio de na reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Orações Subordinadas Adverbiais Assumem a função de advérbio de previsto.
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa
Assumem a função de advérbio de mais tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de todos tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono
Assumem a função de advérbio de tinha.
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos
Assumem a função de advérbio de saem de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de
oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve
espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.

29
LÍNGUA PORTUGUESA
Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. verbo e o adjunto.

Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem


Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- ção.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- serem observadas na redação oficial.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas. • Separa aposto.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] • Separa vocativo.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
• Separa termos repetidos.
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
Aquele aluno era esforçado, esforçado.
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
rem uma nova inserção.
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
vernador) ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
efeito, digo.
Aspas ( “ ” ) O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido ou seja, de fácil compreensão.
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para • Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- tos).
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)

Vírgula • Separa orações coordenadas assindéticas.


São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes ideias na cabeça...
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula: • Isola o nome do lugar nas datas.
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
mos” o momento certo de fazer uso dela.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal, conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?! mações comprovam, etc.
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex- Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é nizar o problema.
menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto

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LÍNGUA PORTUGUESA

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal • Regência Nominal 


Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
referem. -lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- mento é estabelecida por uma preposição.
sa.
• Regência Verbal
Casos Especiais de Concordância Nominal A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio: verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Isto pertence a todos.
alerta.
Regência de algumas palavras
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
ção de palavras compostas: Esta palavra combina com Esta preposição
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
Acessível a
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de Apto a, para
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Atencioso com, para com
Coerente com
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
Conforme a, com
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
do advérbios: Dúvida acerca de, de, em, sobre
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Empenho de, em, por
Usou meia dúzia de ovos.
Fácil a, de, para,
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio: Junto a, de
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Pendente de
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Preferível a
substantivo estiver determinado por artigo:
Próximo a, de
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Respeito a, com, de, para com, por
Concordância Verbal Situado a, em, entre
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Ajudar (a fazer algo) a
mes. Aludir (referir-se) a

Concordância ideológica ou silepse Aspirar (desejar, pretender) a


• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Assistir (dar assistência) Não usa preposição
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no Deparar (encontrar) com
contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Implicar (consequência) Não usa preposição
Blumenau estava repleta de turistas. Lembrar Não usa preposição
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Pagar (pagar a alguém) a
texto. Precisar (necessitar) de
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
Proceder (realizar) a
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- Responder a
soa gramatical que está subentendida no contexto. Visar ( ter como objetivo a
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po- pretender)
líticos.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI!

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LÍNGUA PORTUGUESA

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS

A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
demonstrativo. me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
• Devemos usar crase: De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
– Antes palavras femininas: cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
Iremos à festa amanhã gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Mediante à situação. formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
O Governo visa à resolução do problema. Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas dique a eufonia da frase.
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. Próclise
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Mas... há crase, sim! Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
– Expressões fixas
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
crase:
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
didas, à medida que, à proporção que. Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
• NUNCA devemos usar crase: Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
– Antes de substantivos masculinos: jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
pé. tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou tentos são para nos prejudicarem.
plural) usado em sentido generalizador:
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. Ênclise
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
mem.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
– Antes de artigo indefinido “uma” indicativo: Trago-te flores.
Iremos a uma reunião muito importante no domingo. Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
– Antes de pronomes posição em: Saí, deixando-a aflita.
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela. Apressei-me a convidá-los.
A quem vocês se reportaram no Plenário?
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
– Antes de verbos no infinitivo
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de


qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?

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LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação do pronome átono nas locuções verbais Operações linguísticas de reescrita:
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal A literatura sobre reescrita aponta para uma tipologia de ope-
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- rações linguísticas encontradas neste momento específico da cons-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. trução do texto escrito.
Exemplos: - Adição, ou acréscimo: pode tratar-se do acréscimo de um ele-
Devo-lhe dizer a verdade. mento gráfico, acento, sinal de pontuação, grafema (...) mas tam-
Devo dizer-lhe a verdade. bém do acréscimo de uma palavra, de um sintagma, de uma ou de
várias frases.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes - Supressão: supressão sem substituição do segmento suprimi-
do auxiliar ou depois do principal. do. Ela pode ser aplicada sobre unidades diversas, acento, grafe-
Exemplos: mas, sílabas, palavras sintagmáticas, uma ou diversas frases.
Não lhe devo dizer a verdade. - Substituição: supressão, seguida de substituição por um ter-
Não devo dizer-lhe a verdade. mo novo. Ela se aplica sobre um grafema, uma palavra, um sintag-
ma, ou sobre conjuntos generalizados.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, - Deslocamento: permutação de elementos, que acaba por mo-
o pronome átono ficará depois do auxiliar. dificar sua ordem no processo de encadeamento.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Graus de Formalismo
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do São muitos os tipos de registros quanto ao formalismo, tais
auxiliar. como: o registro formal, que é uma linguagem mais cuidada; o colo-
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. quial, que não tem um planejamento prévio, caracterizando-se por
construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois curtas e conectores simples; o informal, que se caracteriza pelo uso
do infinitivo. de ortografia simplificada e construções simples ( geralmente usado
Exemplos: entre membros de uma mesma família ou entre amigos).
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade. As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for-
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de
Observação expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de
Devo-lhe dizer tudo. cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe-
Estava-lhe dizendo tudo. cífico de algum campo científico, por exemplo).
Havia-lhe dito tudo.
Expressões que demandam atenção
– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO. – aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEX- aceito
TO. REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES – acendido, aceso (formas similares) – idem
E DE PERÍODOS DO TEXTO. REESCRITA DE TEXTOS DE – à custa de – e não às custas de
DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE – à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con-
forme
A reescrita é tão importante quanto a escrita, visto que, difi- – na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
cilmente, sobretudo para os escritores mais cuidadosos, chegamos – a meu ver – e não ao meu ver
ao resultado que julgamos ideal na primeira tentativa. Aquele que – a ponto de – e não ao ponto de
observa um resultado ruim na primeira versão que escreveu terá, – a posteriori, a priori – não tem valor temporal
na reescrita, a possibilidade de alcançar um resultado satisfatório. – em termos de – modismo; evitar
A reescrita é um processo mais trabalhoso do que a revisão, pois, – enquanto que – o que é redundância
nesta, atemo-nos apenas aos pequenos detalhes, cuja ausência não – entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
implicaria em uma dificuldade do leitor para compreender o texto. – implicar em – a regência é direta (sem em)
– ir de encontro a – chocar-se com
Quando reescrevemos,  refazemos  nosso texto, é um proces- – ir ao encontro de – concordar com
so bem mais complexo, que parte do pressuposto de que o autor – se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se-
tenha observado aquilo que está ruim para que, posteriormente, parado; quando não se pode, junto
possa melhorar seu texto até chegar a uma versão final, livre dos er- – todo mundo – todos
ros iniciais. Além de aprimorar a leitura, a reescrita auxilia a desen- – todo o mundo – o mundo inteiro
volver e melhorar a escrita, ajudando o aluno-escritor a esclarecer – não pagamento = hífen somente quando o segundo termo
melhor seus objetivos e razões para a produção de textos. for substantivo
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo
Nessa perspectiva, esse autor considera que reescrever seja presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando)
um processo de descoberta da escrita pelo próprio autor, que passa – esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte
a enfocá-la como forma de trabalho, auxiliando o desenvolvimento (tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre-
do processo de escrever do aluno. sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Expressões não recomendadas
– a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...

– através de (para exprimir “meio” ou instrumento).


Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...

– devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

– dito.
Opção: citado, mencionado.

– enquanto.
Opção: ao passo que.

– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).


Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

– no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

– pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

– principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.

O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

EXERCÍCIOS

1. (PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG - AUXILIAR DE CONSULTÓRIO DENTÁRIO - FCM - 2019)


O Sol e a Neve
Era uma floquinha de neve que vivia no alto de uma montanha gelada. Um dia, se apaixonou pelo sol. E passou a flertar descara-
damente com ele. “Cuidado!”, alertaram os flocos mais experientes. “Você pode se derreter”. Mas a nevinha não queria nem saber e
continuava a olhar para o Sol, que com seus raios a queimava de paixão. Ela nem percebia o quanto se derretia... e ficou ali um bom tempo,
só se derretendo, se derretendo. Quando viu, era uma gotinha, uma pequena lágrima de amor descendo, com nobreza e delicadeza, a
montanha. Lá embaixo, um rio esperava por ela.

Disponível em: <file:///C:/Users/sosan/Downloads/2014-08a-18s-ep-05.pdf> Acesso em: 15 ago. 2019.

No sentido figurado, a personificação confere características, qualidades e sentimentos de seres humanos a seres irracionais ou ina-
nimados.
O trecho em que a personificação NÃO aparece é
(A) “Lá embaixo, um rio esperava por ela.”
(B) “... com seus raios a queimava de paixão.”
(C) “Mas a nevinha (...) continuava a olhar para o sol”.
(D) “‘Cuidado’!, alertaram os flocos mais experientes.”

2. (PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG - ASSISTENTE SOCIAL - FCM - 2019)


Um país do balacobaco
Mentor Neto
1. Nossa cultura popular é uma enciclopédia aberta, envolvente e rica em termos e frases de profundidade inquestionável. Conhe-
cimento comum, da gente simples, do dia a dia, que resultou em gotículas de sabedoria muitas vezes desprezadas. Ao longo dos anos
venho colecionando inúmeras. Utilizo esta enciclopédia aberta como repositório que, acredito, poderia ser de amplo emprego por alguns
brasileiros.
2. É verdade que algumas dessas expressões caíram em desuso, mas nem por isso perderam o brilhantismo. Por exemplo, no escânda-
lo mais recente, o caso Intercept Brasil, o conselho “em boca fechada não entra mosca” teria sido de profunda utilidade. 
3. Há como descrever melhor o trabalho da Lava Jato do que com um “cada enxadada uma minhoca”? Aos acusados ou suspeitos de
corrupção, aos que se enriqueceram por meios ilícitos, um “bobeou, dançou” cai feito uma luva.

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LÍNGUA PORTUGUESA
4. “Entornar o caldo” me parece adequado quando nos refe- Envelhecer é complexo, a opção é mais desafiadora. O célebre
rimos à cultura de delações premiadas na qual estamos imersos. historiador israelense Yuval Harari prevê que a geração alpha (nas-
Por falar nisso, os delatores encontram um sábio conselho no “ajoe- cidos no século em curso) chegará, no mínimo, a 120 anos se obti-
lhou, tem que rezar” ou, quem sabe, no consagrado “colocar a boca ver cuidados básicos. O Brasil envelhece demograficamente e nós
no trombone”! Já aos que preferem manter o silêncio, “boca de siri” poderíamos ser chamados de vanguarda do novo processo. Dizem
é o ideal. que Nelson Rodrigues aconselhava aos jovens que envelhecessem,
5. Alguns personagens desse “bafafá” que tomou conta de nos- como o melhor indicador do caminho a seguir. Não precisamos do
sa política são protagonistas tão importantes que merecem frases conselho pois o tempo é ceifador inevitável. (...)
conhecidas de aplicação exclusiva, já que “entraram numa fria”. Afi- Como em toda peça teatral, o descer das cortinas pode ser
nal, como descrever mais precisamente o que ocorreu com aquele a deixa para um aplauso caloroso ou um silêncio constrangedor,
que “foi pego com a boca na botija”? quando não vaia estrondosa. É sabedoria que o tempo ensina, ao
6. Para os destacados empresários do ramo frigorífico, um belo retirar nossa certeza com o processo de aprendizado. Hoje começa
“mamar na vaca você não quer, né?” é incontestável. Tenho certeza mais um dia e mais uma etapa possível. Hoje é um dia diferente de
de que o estimado leitor há de concordar. todos. Você, tendo 16 ou 76, será mais velho amanhã e terá um dia
7. E os deputados e senadores? E os que infringiram acordos? a menos de vida. Hoje é o dia. Jovens, velhos e adjacentes: é preciso
Ou aquilo está “um quiprocó”, “um perereco” do caramba mesmo. ter esperança. 
Alguns ministros “aparecem mais que umbigo de vedete”, mas a
real é que deveriam “sair de fininho”. Leia os trechos retirados do texto e assinale a alternativa
8. A verdade é que o País está “do jeito que o diabo gosta” e que não possui uma figura de linguagem em sua construção.
cabe a nós acabar logo com esse “lero-lero” e “partir pras cabeças”. (A) “pois o tempo é ceifador inevitável.”
Afinal, amigo, nossa situação “está mais feia que bater na mãe”. (B) “deixa para um aplauso caloroso.”
(C) “É sabedoria que o tempo ensina.”
IstoÉ, n. 2581, 19 jun. 2019. Adaptado (D) “Você, tendo 16 ou 76, será mais velho amanhã.”

Avalie as informações sobre aspectos estilísticos e semânticos 4. (CORE-MT – FISCAL - INSTITUTO EXCELÊNCIA - 2019)
utilizados pelo autor do texto. Assinale a alternativa que contém as figuras de linguagem cor-
I. No período “Tenho certeza de que o estimado leitor há de respondentes aos períodos a seguir:
concordar...”, algumas palavras estão empregadas no sentido cono- I- “Está provado, quem ama o feio, bonito lhe parece.”
tativo. II- “ Era a união do amor e o ódio.”
II. Identifica-se a metonímia em um dos sintagmas da estrutura III- Ele foi discriminado por faltar com a verdade.”
frasal “... aos que se enriqueceram por meios ilícitos, um ‘bobeou, IV- Marta quase morreu de tanto rir no circo.
dançou’ cai feito uma luva”. (§3)
III. A locução adjetiva “do balacobaco”, presente no título, diz (A) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole.
respeito a algo inverossímil, descontextualizado e que caiu em de- (B) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese.
suso. (C) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia.
IV. Em “Nossa cultura popular é uma enciclopédia aberta, en- (D) antítese - hipérbole – ironia – eufemismo.
volvente e rica em termos e frases de profundidade inquestionável” (E) Nenhuma das alternativas.
(§1), uma das figuras de linguagem empregada é a personificação.
V. A expressão “enciclopédia aberta” (§1) é uma metáfora, pois 5. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
nela as palavras foram retiradas do seu contexto convencional e um CELÊNCIA - 2019)
novo campo de significação se instaurou por meio de uma compa- Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem,
ração implícita. identifique-os e assinale a alternativa CORRETA:

Está correto apenas o que se afirma em


(A) II e IV.
(B) IV e V.
(C) I, II, III.
(D) I, III e V.

3. (EMDEC - ADVOGADO JR - IBFC - 2019)


A perfeição (adaptado)
O susto de reencontrar alguém que não vemos há anos é o im-
pacto do tempo. O desmanche alheio incomoda? Claro que não,
apenas o nosso refletido na hipótese de estarmos também daquele
jeito. Há momentos nos quais o salto para o abismo do fim parece
mais dramático: especialmente entre 35 e 55. (...)
Agatha Christie deu um lindo argumento para todos nós que
envelhecemos. Na sua Autobiografia, narra que a solução de um ca-
samento feliz está em imitar o segundo casamento da autora: con-
trair núpcias com um arqueólogo (no caso, Max Mallowan), pois, (A) Metáfora e pleonasmo.
quanto mais velha ela ficava, mais o marido se apaixonava. Talvez (B) Metáfora e antítese.
o mesmo indicativo para homens e mulheres estivesse na busca de (C) Metonímia e hipérbole.
geriatras, restauradores, historiadores, egiptólogos ou, no limite, (D) Metonímia e ironia.
tanatologistas. (E) Nenhuma das alternativas.

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LÍNGUA PORTUGUESA
6. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX- diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
CELÊNCIA - 2019) Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
Em “Tempos Modernos”, fez-se o uso de figuras de linguagem, o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
assinale a alternativa em que os termos destacados têm a classifi-
cação corretamente: FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
”Hoje o tempo voa, amor
escorre pelas mãos 8. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
...Vamos viver tudo que há pra viver . I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
..eu vejo um novo começo de era fato.
de gente fina, elegante, sincera II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
com habilidade para dizer mais sim do que não gênero textual editorial.
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(A) Prosopopeia / pleonasmo / gradação / antítese. que se trata de uma reportagem.
(B) Metáfora / pleonasmo / gradação / antítese. IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(C) Metáfora / hipérbole / gradação / antítese. se trata de um editorial.
(D) Pleonasmo / metáfora / antítese / gradação.
(E) Nenhuma das alternativas. Analise as assertivas e responda:
(A) Somente a I é correta.
7. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é (B) Somente a II é incorreta.
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO (C) Somente a III é correta
se fundamenta em intertextualidade é: (D) A III e IV são corretas.
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
há muito tempo.” 9. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain-
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se da suja o Brasil”:
mete onde não é chamada.” I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente no desenvolvimento do assunto.
mesmo!” II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, blemas no uso de conjunções e preposições.
tudo bem.” III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” de palavras e da ordem sintática.
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
Leia o texto abaixo para responder a questão. temática e bom uso dos recursos coesivos.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) Analise as assertivas e responda:
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (A) Somente a I é correta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- (B) Somente a II é incorreta.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de (C) Somente a III é correta.
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio (D) Somente a IV é correta.
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- Leia o texto abaixo para responder as questões.
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela UM APÓLOGO
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- Machado de Assis.
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, — Deixe-me, senhora.
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
se tornou uma bomba relógio na região.” com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris- der na cabeça.
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se- — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar outros.
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — Mas você é orgulhosa.
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, — Decerto que sou.
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Mas por quê?
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
regulatório da mineração, por sua vez, também concede prioridade ama, quem é que os cose, senão eu?
à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
daço ao outro, dou feição aos babados…

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LÍNGUA PORTUGUESA
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, 10. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
mando… gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
— Também os batedores vão adiante do imperador. a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
— Você é imperador? elementos dos textos:
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
e acima…
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até e mando...” (L.14-15)
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da abaixo e acima.” (L.25-26)
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
perguntou-lhe: costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para 11. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
Vamos, diga lá. pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é (A) dimensão e pejoratividade;
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze (B) afetividade e intensidade;
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, (C) afetividade e dimensão;
fico. (D) intensidade e dimensão;
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (E) pejoratividade e afetividade.
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
muita linha ordinária! 12. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Agulha não tem cabeça.” (L.06)
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
nária!” (L.43)
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)

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LÍNGUA PORTUGUESA
13. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo 17. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL –
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente 2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre- empregadas e grafadas.
sente no texto: (A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po-
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de
equânime em ambientes coletivos de trabalho; qualquer excesso e violência.
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação (B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata-
equânime em ambientes coletivos de trabalho; mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo
cada sujeito possui atribuições próprias. isso, num modo de intervenção específico.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole- (C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento
sujeito. em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol-
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, ta que ambos possam suscitar.
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais. (D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
14. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS – corpo dos supliciados.
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, (E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
o seguinte par de palavras: campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
(A) estrondo – ruído; trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
(B) pescador – trabalhador; organização em delinqüência.
(C) pista – aeroporto;
(D) piloto – comissário; 18. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR
(E) aeronave – jatinho. – 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é:
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade
15. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA extraordinária de imitar vários estilos musicais.
PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma (B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é mentos pessoais por meio de sua música.
sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque (C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
tem como antônimo: composições do músico na cultura ocidental.
(A) fortuna; (D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo-
(B) opulência; sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona-
(C) riqueza; gens.
(D) escassez; (E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
(E) abundância. deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.

16. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a 19. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alter-
série em que o hífen está corretamente empregado nas cinco pa- nativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
lavras: (A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- (B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
-vermelho. (C) “sérios”, “potência”, “após”.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- (D) “Goiás”, “já”, “vários”.
fra-assinado. (E) “solidária”, “área”, “após”.
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con- 20. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
trarregra. TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
-mencionado. objetivo é a seguinte:
(A) pôr.
(B) ilhéu.
(C) sábio.
(D) também.
(E) lâmpada.

21. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL


– 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
(D) Ele gosta de bife à cavalo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
22. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração 29. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
“Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata- 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se mesmo processo de formação é:
a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas (A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser (B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
marcada com o acento, EXCETO em: (C) deslealdade, colunista, incrível;
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema. (D) anoitecer, festeiro, infeliz;
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do (E) reeducação, dignidade, enriquecer.
eleitorado pelo resultado final.
(C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema. 30. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú- 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
vel. cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis- utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
tema. palavra primitiva foi formada respectivamente é:
(A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
23. (NCE/UFRJ – TRE/RJ – Auxiliar Judiciário – 2001) O item tica (en + trist + ecer);
abaixo que apresenta erradamente uma separação de sílabas é: (B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(A) trans-o-ce-â-ni-co; (en + triste + cer);
(B) cor-rup-te-la; (C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
(C) sub-li-nhar; tética (en + trist + ecer);
(D) pneu-má-ti-co; (D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
xal (des + entristecer);
24. (FGV – SPTRANS – Especialista em Transportes – 2001) Assi- (E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
nale a alternativa em que o x representa fonema igual ao de ca (des + entristecer).
“exame”.
(A) exceto. 31. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
(B) enxame. 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra
(C) óxido. formada por derivação:
(D) exequível. (A) parassintética;
(B) prefixal;
25. (FUNDEC – TJ/MG – Oficial de Justiça – 2002) Todas as pa- (C) sufixal;
lavras a seguir apresentam o mesmo número de sílabas e são paro- (D) imprópria;
xítonas, EXCETO: (E) regressiva.
(A) gratuito;
(B) silencio; 32. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
(C) insensível; e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
(D) melodia. (a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
26. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do americanas, entre na fila.”
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
(A) pronome; subordinadas.
(B) adjetivo; (B) Período, composto por três orações.
(C) advérbio; (C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) substantivo; (D) Período, pois é composto por frases e orações.
(E) preposição.
33. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
27. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação 2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda
(A) Pronome demonstrativo. oração.
(B) Pronome relativo. (A) Oração coordenada assindética aditiva.
(C) Pronome possessivo. (B) Oração coordenada sindética aditiva.
(D) Pronome pessoal. (C) Oração coordenada sindética adversativa.
(E) Pronome indefinido. (D) Oração coordenada sindética explicativa.
(E) Oração coordenada sindética alternativa.
28. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
nhados classificam-se, respectivamente, em
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.

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34. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia 39. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda-
a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a
exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase
orações. acima, na ordem dada, as expressões:
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- (A) a que – de que;
sativa. (B) de que – com que;
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva. (C) a cujas – de cujos;
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi- (D) à que – em que;
tiva. (E) em que – aos quais.
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
tiva. 40. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008)
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
bial consecutiva. (A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de
crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe-
35. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana- cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a
lise sintaticamente a oração em destaque: maior taxa registrada na última década.
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen- (B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que
sados” (Machado de Assis). serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
(B) oração subordinada adverbial causal. (C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida. em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em
(D) oração coordenada sindética conclusiva. que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am-
(E) oração coordenada sindética explicativa. pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de
novas fontes de petróleo.
36. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- (D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente,
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí-
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina.
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. (E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia,
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro
(A) subordinada substantiva predicativa; da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
(B) subordinada adjetiva restritiva; um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do
(C) subordinada substantiva subjetiva; que o do Brasil.
(D) subordinada substantiva objetiva direta;
(E) subordinada adjetiva explicativa. 41. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor-
37. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No reta.
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, (C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
mas nunca à custa de nossos filhos...” 35% deles fosse despejado em aterros.
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin- (D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
dética adversativa; (E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex- de lixo.
plicativa;
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver-
bial concessiva;
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada
sindética adversativa;
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con-
cessiva.

38. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perí-


odo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
história.”, a oração sublinhada é classificada como:
(A) coordenada assindética;
(B) subordinada substantiva completiva nominal;
(C) subordinada substantiva objetiva indireta;
(D) subordinada substantiva apositiva.

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42. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compe-
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações te ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus estabele-
de concordância no texto abaixo. cimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se con-
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra- funde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo.
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo-
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de- (Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan- pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parênteses,
ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de
salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa colocação dos pronomes.
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência (A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com
social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, deficiência. (incluem-se)
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF. (B) ... em educação especial inclusiva, contam-se  não muito
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de mais que 100 mil deles no país. (se contam)
plural em “deflacionados”. (C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural sala de aula. (concebe-se)
em “Elevaram-se”. (D) Aí, ao menos um profissional preparado  se  encarrega de
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as receber o aluno... (encarrega-se)
regras de concordância com “economia”. (E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de já vamos aprendendo. (confunde-se)
singular em “fez aumentar”.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância 44. (PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG - AGENTE COMUNI-
com “relevantes”. TÁRIO DE SAÚDE - FCM - 2019)

43. (PREFEITURA DE PIRACICABA - SP - PROFESSOR - EDU- Dieta salvadora


CAÇÃO INFANTIL - VUNESP - 2020) A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
Escola inclusiva O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um des-
concordam que há melhora nas escolas quando se incluem alunos tino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os
com deficiência. mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças
os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de uma de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água,
educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente
perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da
lei em 2015 e criou raízes no tecido social. Guanabara ao Pacífico.
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualifi- De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália,
cados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o que dizer China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um
então de alunos com gama tão variada de dificuldades. micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o en- jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado
frentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o
limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais. das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios,
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os
minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, dis- cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que
corda de que crianças com deficiência devam aprender só na com- eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
panhia de colegas na mesma condição. Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na
com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher
necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as
milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha triplicado o salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defende-
número de professores com alguma formação em educação espe- rem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re-
cial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar
Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.
aula. Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem
As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma es- se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras
trutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, ao aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios
menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo.
e sua família para definir atividades e de auxiliar os docentes do
período regular nas técnicas pedagógicas. Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. Paulo.
Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.

42
LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo, (*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhe-
possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no cido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência
meio do verbo) e ênclise (depois do verbo). na natureza. 
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos
nos trechos a seguir. Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados em-
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E pregando pronomes, de acordo com a norma-padrão de regência e
não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus pró- colocação.
prios dejetos.” Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam-
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo: bém rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade conceitual pode-
“Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, ria marcar o ambientalismo apologético.
sofás e até carcaças de automóveis.” (A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal: (B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
“Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se (C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
tornar as salamandras de Čapek.” (D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser hu- (E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
mano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e pro-
duzir um ‘Dom Quixote’”. 46. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE -
TÉCNICO EM SANEAMENTO - IBFC - 2019)
Está correto apenas o que se afirma em Vou-me embora pra Pasárgada,
(A) I e II. lá sou amigo do Rei”.
(B) I e III. (M.Bandeira)
(C) II e IV.
(D) III e IV. Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale a
alternativa correta.
45. (PREFEITURA DE BIRIGUI - SP - EDUCADOR DE CRECHE (A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
- VUNESP - 2019) pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente bus- posto ao verbo.
ca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato (B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Algu- pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
ma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apo- posto ao verbo.
logético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos, (C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto, pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado nor- posto ao verbo.
mas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. (E) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo
São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto ao
das causas ambientais; falava com plantas e animais. verbo.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instintiva,
predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é o meu 47. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP - INSPETOR DE ALUNOS
argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria freudiana, - VUNESP - 2019)
a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, dado que resiste
a uma pressão contínua, variável na intensidade. Assim, numa di- Pelo fim das fronteiras
mensão qualitativa, e não quantitativa, é que se deveria enfrentar Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista pura-
a questão, que também é cultural. E que culturalmente pode ser mente racional, ela é a solução para vários problemas globais. Mas,
abordada. como o mundo é um lugar menos racional do que deveria, pessoas
O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O que buscam refúgio em outros países costumam ser recebidas com
dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente desconfiança quando não com violência, o que diminui o valor da
passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse imigração como remédio multiuso.
sentido que a chamada internalização da externalidade negativa No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra se-
exige justificativa para uma atuação contra-fática. ria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, ela faria o PIB
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam- mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos estejam
bém rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a prote- inflados, só uma fração de 10% já significaria um incremento da or-
ção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no próprio dem de US$ 10 trilhões (uns cinco Brasis).
homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natureza deva Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do
ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e característi- que poderia é que enormes contingentes de humanos vivem sob
cas. Posições se radicalizam. sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016
A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos o de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um tra-
“salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Benjamin, balhador macho sem qualificação de seu país pobre de origem e
em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual um tigre transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 mil.
mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que interessa A imigração se torna ainda mais tentadora quando se considera
para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo. que é a resposta perfeita para países desenvolvidos que enfrentam
o problema do envelhecimento populacional.
(Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em: https://www. Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser maltrata-
conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado) dos e até perseguidos quando cruzam a fronteira, especialmente
se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até no Brasil,

43
LÍNGUA PORTUGUESA
que não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que estão em No mesmo excerto “Dessa forma, as bandeiras e moradores
operação aqui vieses da Idade da Pedra, tempo em que membros das 42 cidades do território original de Blumenau, que foi fundado
de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que uma solução. por Hermann, também estiveram representadas na Rua XV de No-
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigração, vembro.”, a palavra destacada pertence à classe gramatical:
tomando cuidado para evitar que a chegada dos estrangeiros dê (A) conjunção
pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los com inte- (B) pronome
ligência, minimizando choques culturais e distribuindo as famílias (C) preposição
por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. É tudo o que (D) advérbio
não estamos fazendo. (E) substantivo

(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ 50. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - PORTU-
colunas/.28.08.2018. Adaptado) GUÊS – MATUTINO - FURB – 2019)
Determinado, batalhador, estudioso, dedicado e inquieto. Mui-
Considere as frases: tos são os adjetivos que encontramos nos livros de história para
• países desenvolvidos que enfrentam o problema do envelhe- definir Hermann Blumenau. Desde os primeiros anos da colônia, es-
cimento populacional. (4º parágrafo) teve determinado a construir uma casa melhor para viver com sua
• ... minimizando choques culturais e distribuindo  as famí- família, talvez em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.
lias por regiões e cidades em que podem ser mais Infelizmente, nunca concretizou este sonho, porém, nunca deixou
úteis. (6º parágrafo) de zelar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.[...]

A substituição das expressões em destaque por pronomes está Disponível em: <https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/funda-
de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação em: cao-cultural/fcblu/memaoria-digital-ao-comemoraacaao-200-anos-dr-
(A) enfrentam-no; distribuindo-lhes. -blumenau85>. Acesso em: 05 set. 2019. [adaptado]
(B) o enfrentam; lhes distribuindo.
(C) o enfrentam; distribuindo-as. Sobre a colocação dos pronomes átonos nos excertos: “...talvez
(D) enfrentam-no; lhes distribuindo. em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.” e “...zelar por
(E) lhe enfrentam; distribuindo-as. tudo aquilo que  lhe  dizia respeito.”, podemos afirmar que ambas
as próclises estão corretas, pois o verbo está precedido de palavras
48. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP – SECRETÁRIO DE ESCOLA que atraem o pronome para antes do verbo. Assinale a alternativa
- VUNESP - 2019) que identifica essas palavras atrativas dos excertos:
Considere a frase a seguir. Como as crianças são naturalmen- (A) palavras de sentido negativo
te agitadas, cabe aos adultos  impor às crianças  limites que  ga- (B) advérbios
rantam às crianças  um desenvolvimento saudável. Para eliminar (C) conjunções subordinativas
as repetições da frase, as expressões destacadas devem ser (D) pronomes demonstrativos
substituídas, em conformidade com a norma-padrão da língua, (E) pronomes relativos
respectivamente, por
(A) impor-nas ... lhes garantam 51. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode
(B) impor-lhes ... as garantam ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
(C) impô-las ... lhes garantam padrão na seguinte sentença:
(D) impô-las ... as garantam (A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
(E) impor-lhes ... lhes garantam (B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
49. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - GEO- (D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
GRAFIA – MATUTINO - FURB – 2019) (E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.

O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que completa 52. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve outra data especial DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
para comemorar: os 200 anos de nascimento do Doutor Hermann pontuação em:
Blumenau. __________ 15 mil pessoas que estiveram na Rua XV de (A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
Novembro nesta manhã acompanhando o desfile, de acordo com dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
estimativa da Fundação Cultural, conheceram um pouco mais da (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
vida do fundador do município. [...] O desfile também apresentou teiramente pela porta?
aspectos da colonização alemã no Vale do Itajaí. Dessa forma, as (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
bandeiras e moradores das 42 cidades do território original de Blu- tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
menau, que foi fundado por Hermann, também estiveram repre- (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
sentadas na Rua XV de Novembro. [...] to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/desfile-em-blu- (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
menau-comemora-o-aniversario-da-cidade-e-os-200-anos-do-funda- penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
dor>.Acesso em: 02 set. 2019.[adaptado] cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.

44
LÍNGUA PORTUGUESA
53. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
27 E
mente correta a pontuação do seguinte período:
(A) Os personagens principais de uma história, responsáveis 28 B
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque- 29 A
nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
sem importância, ditam o rumo de toda a história. 30 A
(B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis 31 D
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
32 B
providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
importância, ditam o rumo de toda a história. 33 C
(C) Os personagens principais de uma história, responsáveis 34 C
pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
providências, que, tomadas por figurantes aparentemente, 35 E
sem importância, ditam o rumo de toda a história. 36 A
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas 37 D
providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem 38 B
importância, ditam o rumo de toda a história.
39 A
(E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque- 40 D
nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, 41 E
sem importância, ditam o rumo de toda a história.
42 A
43 D
GABARITO 44 A
45 E
1 B 46 A
2 B 47 C
3 D 48 E
4 A 49 B
5 C 50 E
6 A 51 B
7 E 52 E
8 C 53 A
9 D
10 E
11 D ANOTAÇÕES
12 D
13 D ______________________________________________________
14 E
______________________________________________________
15 D
______________________________________________________
16 D
17 B ______________________________________________________
18 C ______________________________________________________
19 A
______________________________________________________
20 A
21 A ______________________________________________________
22 D ______________________________________________________
23 A
______________________________________________________
24 D
______________________________________________________
25 A
26 A ______________________________________________________

45
LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA INGLESA

• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do


COMPREENSÃO DE TEXTOS ESCRITOS EM LÍNGUA texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
INGLESA. ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA O abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
ENTENDIMENTO DOS SENTIDOS DOS TEXTOS aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
vés do contexto.
• Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Reading Comprehension um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o portuguesa.
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
assustador. modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo composta por um prefixo ou sufixo.
em nada, tudo pode ficar mais claro. • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
Inglês Instrumental entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno,
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
penhar a atividade de leitura em uma área específica. entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
Estratégias de leitura profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se sugere.
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon-
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
ler, etc. nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- Regular plural of nouns
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso acrescentando-se “s” ao singular.
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são Ex.: Motherboard – motherboards
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como Printer – printers
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- Keyboard – keyboards
dade, significa “avaliação”.
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e a regra geral: acrescentam s ao singular.
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. Ex.: Boy – boys Toy – toys
Key – keys
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar- es.
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes
ria, por exemplo.
• Informação não-verbal: é toda informação dada através de • Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, tro-
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve cam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- Ex.: fly – flies try – tries curry – curries
seja transmitir.

47
LÍNGUA INGLESA
Irregular plurals of nouns
There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice

Countable and Uncountable nouns


• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.
Veja outros de countable e uncountable nouns:

48
LÍNGUA INGLESA
Definite Article • Casos especiais
THE = o, a, os, as – Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
• Usos quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. She went to church. (para rezar)
THE coffee produced in Brazil is of very high quality. She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
I hate THE music they’re playing.
– Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as ma, movies e theater.
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates. Let’s go to THE theater.
THE United States They went to THE movies last night.
THE Netherlands
THE United Kingdom Indefinite Article
THE Dominican Republic A / AN = um, uma

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. •A


John is THE tallest boy in the family. – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
A boy, A girl, A woman
– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
geográfico tenha sido omitido. A uniform, A university, A European
THE Nile (River)
THE Sahara (Desert) • AN
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de nomes de famílias no plural. AN egg, AN orange, AN umbrella
THE Smiths have just moved here.
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de adjetivos substantivados. AN hour, AN honor, AN heir
You should respect THE old.
• Usos
– Antes de numerais ordinais. – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
He is THE eleventh on the list. substantivos.
A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas,
museus. – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
THE Hilton (Hotel) A Mr. Smith phoned yesterday.

– Antes de nacionalidades. – No modelo:


THE Dutch WHAT + A / AN = adj. + subst.

– Antes de nomes de instrumentos musicais. What A nice woman!


She plays THE piano very well.
– Em algumas expressões de medida e frequência.
– Antes de substantivos seguidos de preposição. A dozen
THE Battle of Trafalgar A hundred
Twice A year
• Omissões
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. - Em certas expressões.
Roses are my favorite flowers. It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...

–Antes de nomes próprios no singular. – Antes de profissão ou atividades.


She lives in South America. James is A lawyer.
Her sister is A physician.
–Antes de possessivos.
My house is more comfortable than theirs. • Omissão
– Antes de substantivos contáveis no plural.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua- Lions are wild animals.
ge.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French – Antes de substantivos incontáveis.
language.) Water is good for our health.
– Antes de nomes de estações do ano. * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
Summer is hot, but winter is cold. vos.

49
LÍNGUA INGLESA
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou 2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e Exemplos:
superlativo. happier than = mais feliz que
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o cleverer than = mais esperto que
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo the happiest = o mais feliz
de três ou mais. the cleverest = o mais esperto

3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de


duas sílabas.
Exemplos:
More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


Exemplos: minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
As cold as = tão frio quanto Exemplos:
Not so (as) cold as = não tão frio quanto tired – more tired than – the most tired (cansado)
Less cold than = menos frio que charming – more charming than – the most charming (char-
The least cold = o menos frio moso)
As expensive as = tão caro quanto hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Less expensive than = menos caro que famous – more famous than – the most famous (famoso)
The least expensive = o menos caro
Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
Observações: brave – braver than – the bravest (corajoso)
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba.
Exemplos:
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto
bigger than = maior que / the biggest = o maior

50
LÍNGUA INGLESA
Formas irregulares
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no comparativo e superlativo de superioridade.

good (bom / boa)


better than - the best
well (bem)
bad (ruim / mau)
- the worst
badly (mal)
little (pouco) less than - the least

Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no comparativo e superlativo de superioridade.

far (longe)
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho)
older than – the oldest
elder – the eldest (só para elementos da mesma família)
late (tarde)
the latest (o mais recente)
the last (o último da série)

O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.

Subject Pronouns

I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, vocês) You are a student.
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good dancers.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.

Uso do pronome “it”

– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.


Example: The dress is ugly. It is ugly.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.

– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.

51
LÍNGUA INGLESA
Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.

ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.

Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:

SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL


THIS THESE THAT THOSE
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/aquilo Aqueles/aquelas

Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que estão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demonstra-
tivos nas frases abaixo:
This method will work.
These methods will work.

O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental disciplines of engineering.
Those computers technology are the most fundamental disciplines of engineering.

Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
Your Yours
His His
Her Hers
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, precedidos ou não de adjetivos.


Exemplos:
Our house is close.
I want to know your name.

• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
Exemplo:
My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.

52
LÍNGUA INGLESA
Infinitive

A forma infinitiva do inglês é to + verbo

Usos:
- após numerais ordinais
He was the first to answer the prohne.

- com too e enough


This house is too expensive for me to buy.
He had bought food enough to feed a city!

- após o verbo want


I want you to translate the message.

- após os verbos make, let e have (sem to)


This makes me feel happy.
Let me know if you need any information.

- após o verbo help (com ou sem to)


She helped him (to) choose a new car.

Observações:
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração de sentido.
It started raining. / It started to rain.

He began to clean the house. / He began cleaning the house.

O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com alteração de sentido.

He stopped smoking.
(= Ele parou de fumar.)

He stopped to smoke.
(= Ele parou para fumar.)

Imperative
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedidos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada dia-
riamente e que muita gente acaba não conhecendo.

A forma afirmativa sempre inicia com o verbo.


Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!
Turn the TV down. – Desligue a televisão.
Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!

Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes do verbo.


Exemplos:
Don’t be late! – Não se atrase!
Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
Don’t be scared. – Não se assuste.
Don’t worry! – Não se preocupe!
Don’t drink and drive. – Não beba e dirija.

Simple Present
O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua forma
mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em “I go” para dizer eu corro.
Exemplos de Simple Present:
I run – Eu corro

53
LÍNGUA INGLESA
You run – Você corre/Vocês correm
We run – Nós corremos
They run – Eles correm

Regras do Simple Present


As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple
Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos verbos recebe um “s” no final:
He runs – Ele corre
She runs – Ela corre
It runs – Ele/ela corre

Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”, “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
He goes – Ele vai
She does – Ela faz
It watches – Ele/ela assiste

Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”. Nesses
casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja o exemplo:
He studies – Ele estuda
She tries – Ela tenta
It cries – Ele/ela chora

Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
She stays – Ela fica
It plays – Ele/ela brinca

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Present Continuous
- Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present, at
this moment, right now e outras.
Exemplo:
She is running at the park now.

- Usamos também para ações temporárias.


Exemplos:
He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.

- Futuro próximo.
Exemplo:
The train leaves at 9 pm.

54
LÍNGUA INGLESA
Observações:
- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos contínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples: see,
hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, understand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose, appear,
have (= ter, possuir), think (= acreditar).

- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do acréscimo
de –ing.
Exemplos:
Run → running
swim → swimming

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acento
tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing
- Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.
Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, perdem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Immediate Future
O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.

55
LÍNGUA INGLESA
Example:
Affirmative: What will you study?
Negative: I will study English.
Interrogative: I won’t study English.

Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (without “to” ).

Forma contraída
I will study - I’ll study
You will travel - You’ll travel
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen
We will work - We’ll work
You will dance - You’ll dance
They will do - They’ll do

Simple Past
With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Simple past is used to indicate an accomplished action and totally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect pre-
terite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played


Verbos terminados em “e” Acrescenta-se “d” Like – liked
Verbos terminados em y precedido de consoante Mudam o y para i e acrescentam “ed” Study – studied

Example:
To work
I worked
You worked
He worked
She worked
It worked
We worked
They worked

Simple past – negative and interrogative form


Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night (week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado.
Exemplos:
Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.

– ações habituais no passado com as mesmas expressões e advérbios que indicam ações habituais no presente.
Exemplos:
They visited rarely visited their grandparents.

56
LÍNGUA INGLESA
She often got up at 6.

– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.


Exemplos:
She behaves as if she knew him.
I wish I had more time to study.

– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma


(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:
If only I knew the truth. Present Perfect
If only he understood me. Usos:
OBSERVAÇÕES – ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés- rencia do Simple Past.
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed. We have finished our homework.
stop → stopped Jane has traveled to London.
prefer → preferred They have accepted the job offer.

2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés- – com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
contrário, o -y permanece. FEW TIMES etc.
rely → relied
play → played Have you EVER seen a camel?
She has NEVER been to Greece.
The students have ALREADY written their compositions.
The bell hasn’t rung YET.
Our cousins have JUST arrived.
We have read five chapters SO FAR.
She has traveled a lot LATELY.
Have you seen any good films RECENTLY?
I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz)


She has lived in New York SINCE 2013.
She has lived in New York FOR 7 years.

Past Continuous
Usos:
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
passada começou.
Exemplos:
They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.
O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no do para indicar várias situações:
passado. – Possibilidade
Exemplos: – Capacidade/habilidade
This time last year I was living in London. – Permissão
I saw you last night. You were waiting for a bus. – Pedido

Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)

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LÍNGUA INGLESA
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned.

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou no início de uma oração.


They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um verbo
auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de uma oração.


PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advérbios podem
também aparecer no início de uma oração se quisermos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room.

Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.

58
LÍNGUA INGLESA
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO

As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphael ran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleven o’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

59
LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place

Vestimentas

60
LÍNGUA INGLESA
Ways to pay
Check = cheque
Cash = em dinheiro
Note/bill = nota
Coin = moeda
Credit card = cartão de crédito

Materials
Acrylic = acrílico
Cotton = algodão
Denim = brim
Fleece/wool = lã
Gold = ouro
Leather = couro
Linen = linho
Plastic= plástico
Rubber = borracha
Silk = seda
Silver = prata

Educação
Nursery School = pré-escola
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I
Secondary school = Ensino fundamental II
High school = Ensino médio
College/University = Faculdade/universidade

Subjects
T-shirt = camiseta Inglês: English
Sweatshirt = Blusa de moletom Matemática: Mathematics (Math)
Shirt = camisa História: History
Suit = terno Geografia: Geography
Pants:calça Química: Chemistry
Tie = gravata Física: Physics
Wedding dress = vestido de noiva Ciência: Science
Jacket = jaqueta Biologia: Biology
Skirt = saia Educação Física: Physical Education (P.E.)
Coat = casaco Artes: Arts
Shorts = Bermuda Música: Music
Dress = vestido Literatura: Literature
Underpants = cueca Redação: Writing
Panties = calcinha Português: Portuguese
Bra = sutiã Espanhol: Spanish
Nightgown = camisola
Pajamas = pijama Diversão e mídia
Robe = roupão Movies/cinema = cnema
Scarf = cachecol Theater = teatro
Uniform = uniforme Bar/Pub = bar
Singlet = regata Restaurant = restaurante
Swimming Trunks = sunga Café = lanchonete
Swimsuit = maiô Park = parque
Bikini = biquíni Concert = show
Play = peça de teatro
Cotidiano
Tecnologia
U.S. Money Cellphone/mobile phone = celular
US$ 1 Dollar = 100 cents Laptop = notebook
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Personal computer(PC) = Computador
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Printer = impressora
Penny = 1 cent Keyboard = teclado
Nickel = 5 cents Mouse = mouse
Dime = 10 cents Television = televisão
Quarter = 25 cents

61
LÍNGUA INGLESA
Meio ambiente Cod — Bacalhau
Environment = meio ambiente Crab — Caranguejo
Ozone layer = camada de ozônio Duck — Pato
Water = água Fish — Peixe
Tree = árvore Grilled fish — Peixe grelhado
Weather = clima Ground beef — Carne moída
Animals = animais Hamburger — Hambúrguer
Air = ar Lobster — Lagosta
Wind = vento Meatball — Almôndega
Rain = chuva Mortadella — Mortadela
Snow = neve Pork chops — Costeletas de porco
Fog = neblina Pork legs — Pernas de porco
Hurricane = furacão Pork loin — Lombo de porco
Storm = tempestade Rib cuts — Costela
Lightning = relâmpago Roast chicken — Frango assado
Thunder = trovão Salami — Salame
Salmon — Salmão
Comida e bebida Sausage — Linguiça
Bread — Pão Shrimp — Camarão
Butter — Manteiga Sirloin — Lombo
Cake — Bolo Smoked sausage — salsicha defumada
Cheese — Queijo Squid — Lula
Chicken — Frango Steak — Bife
Chips — Salgadinhos Stew meat — Guisado de carne
Chocolate — Chocolate T-bone steak — Bife t-bone
Corn flakes — Cereal Tenderloin — Filé mignon
Egg — Ovo Tuna — Atum
Fish — Peixe Turkey — Peru
French fries — Batata-frita Veal — Vitela
Ham — Presunto
Ice cream — Sorvete Vegetables (vegetais)
Jam — Geleia Anise — Anis
Jello — Gelatina Asparagus — Espargos
Margarine — Margarina Beans — Feijão
Mashed potatoes — Purê de batatas Beet — Beterraba
Meat — Carne Broccoli — Brócolis
Pancacke — Panqueca Cabbage — Repolho
Pasta — Macarrão Carrot — Cenoura
Peanut — Amendoim Cauliflower — Couve-flor
Peanut butter — pasta de amendoim Celery — Aipo/Salsão
Pepper — Pimenta Corn — Milho
Pie — Torta Cucumbers — Pepinos
Pizza — Pizza Eggplant — Berinjela
Popsicle — Picolé Garlic — Alho
Potato chips — Batata-frita Ginger — Gengibre
Rice — Arroz Green onion — Cebolinha verde
Salt — Sal Heart of Palms — Palmito
Sandwich — Sanduíche Leeks — Alho-poró
Sliced bread — Pão fatiado Lettuce — Alface
Soup — Sopa Manioc — Mandioca
Sugar — Açúcar Mushroom — Cogumelo
Toast — Torrada Okra — Quiabo
Water cracker — Bolacha de água e sal Olives — Azeitonas
Onion — Cebola
Meat (carne) Pepper — Pimenta
Bacon — Bacon Pickles — Picles
Barbecue — Churrasco Potato — Batata
Beef — Carne de vaca Pumpkin — Abóbora
Beef Jerky — Carne seca Radish — Rabanete
Blood sausage —Chouriço Rucola — Rúcula
Carp — Carpa Snow pea — Ervilha
Chicken — Frango Spinach — Espinafre
Chicken legs — Pernas de Frango Sweet potato — Batata doce
Chicken wings — Asas de Frango Tomato — Tomate

62
LÍNGUA INGLESA
Turnip — Nabo
Watercress — Agrião
Yams — Inhame

Fruits (frutas)
Apple — Maçã
Apricots — Damascos
Avocado — Abacate
Banana — Banana
Blackberry — Amora
Blueberry — Mirtilo
Cashew nut — Castanha de Cajú
Cherry — Cereja
Coconut — Coco
Figs — Figos
Grapes — Uvas
Guava — Goiaba
Honeydew melon — Melão
Jackfruit — Jaca
Kiwi — Kiwi
Lemon — Limão
Mango — Manga
Orange — Laranja
Papaya — Mamão
Passion fruit — Maracujá
Peach — Pêssego
Pear — Pera
Pineapple — Abacaxi
Plum — Ameixa
Prune — Ameixa-seca
Start fruit — Carambola
Strawberry — Morango
Tamarind — Tamarindo
Tangerine — Tangerina
Watermelon — Melancia

Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum
Soda — Refrigerante
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás
Tonic water — Água tônica
Vodka — Vodca
Water — Água
Whiskey —Uísque
White wine —Vinho branco
Yogurt — Iogurte

63
LÍNGUA INGLESA
Tempo livre, “hobbies” e lazer
Bowling = boliche
Camping = acampar
Canoeing = canoagem
Card games = jogos de baralho
Chess = xadrez
Cooking = cozinhar
Crossword puzzl = palavras cruzadas
Dancing = dançar
Drawing = desenhar
Embroidery = bordado
Fishing = pesca
Gardening = jardinagem
Hiking = caminhar
Hunting = caçar
Jogging = corrida
Knitting = tricotar
Mountaineering = escalar montanhas
Painting = pintar
Photography = fotografia
Playing video games = jogar vídeo games
Reading = leitura
Riding a bike = andar de bicicleta
Sculpting = esculpir
Sewing = costurar
Singing = cantar
Skating = andar de patins ou skate
Skiing = esquiar
Stamp collecting = colecionar selos
Surfing = surfar
Working out = malhar

Saúde e exercícios

64
LÍNGUA INGLESA
Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen- Povos e línguas
ças)

Skin occurrences (Ocorrências na pele)


Blemish – mancha
Bruise - contusão
Dandruff - caspa
Freckle – sarda
Itching – coceira
Pimple – espinha
Rasch – erupção da pele
Scar - cicatriz
Spot – sinal, marca
Wart – verruga
Wound - ferida
Wrinkle – ruga

Aches (Dores)
Backache – dor nas costas
Earache – dor de ouvido
Headache – dor de cabeça
Heartache – dor no peito
stomachache – dor de estômago
Toothache – dor de dente

Cold and Flu (Resfriado e Gripe)


Cough – tosse
Fever – febre
Running nose – nariz entupido
Sneeze – espirro
Sore throat – garganta inflamada
Tonsilitis – amigdalitis

Other Diseases (Outras doenças)


Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

65
LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado
Interested = interessado
Shy = tímido
Hopeful = esperançoso
Regretful = arrependido
Scared = assustado
Stubborn = teimoso
Thirsty = com sede
Guilty = culpado
Nervous = nervoso
Embarrassed = envergonhado
Disgusted = enojado
Proud = orgulhoso
Lonely = solitário
Frustrated = frustrado
Hurt= magoado
Hungry = com fome
Tired= cansado
Thoughtful = pensativo
Optimistic = otimista
Relieved = aliviado
Shocked = chocado
Sleepy = com sono
Excited = animado
Bad = mal
Worried = preocupado

Identificação pessoal
First name = Primeiro nome
Middle name = Nome do meio
Last name = Último nome
Full name = Nome completo
Date of Birth = Data de nascimento
Age = Idade
Sex = Sexo
Place of Birth = Local de nascimento
Nationality = Nacionalidade
Occupation = Ocupação/profissão
Sentimentos, opiniões e experiências Address = Endereço
Happy = feliz City = Cidade
Afraid = com medo Country = País
Sad = triste Zip code/Post code = Código postal (CEP)
Hot = com calor Phone number = Número de telefone
Amused = divertido E-mail address = Endereço de e-mail
Bored = entediado
Anxious = ansioso Lugares e edificações
Confident = confiante Airport – Aeroporto
Cold = com frio Amusement park – Parque de diversões
Suspicious = suspeito Aquarium – Aquário
Surprised = surpreso Art gallery – Galeria de arte
Loving= amoroso ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico
Curious = curioso Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica
Envious = invejoso Avenue – Avenida
Jealous = ciumento Baby store – Loja infantil ou bebê
Miserable = miserável Barber shop – Barbearia
Confused = confuso Bakery – Padaria
Stupid = burro Bank – Banco
Angry = com raiva Beach – Praia
Sick = enjoado/doente Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza
Ashamed = envergonhado Block – Quarteirão
Indifferent = indiferente Bookstore ou Bookshop – Livraria
Determined = determinado Bridge – Ponte
Crazy = louco Building – Edifício ou Prédio
Depressed = depressivo Bus station – Rodoviária

66
LÍNGUA INGLESA
Bus stop – Ponto de ônibus One-way street – Rua de mão única ou sentido único
Butcher shop – Açougue Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio
Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi Park – Parque
Capital – Capital Parking lot – Estacionamento
Cathedral – Catedral Penitentiary – Presídio ou Penitenciária
Cemetery – Cemitério Perfume shop – Perfumaria
Chapel – Capela Pet Shop – Pet Shop
Church – Igreja Pizzeria – Pizzaria
Circus – Circo Place – Lugar
City – Cidade Playground – Parque infantil
Clothing store – Loja de roupas Police station – Delegacia de polícia
Club – Clube Port – Porto
Coffee shop – Cafeteria Post office – Agência de correios
College – Faculdade Pub – Bar
Computer store – Loja de informática Real estate agency – Imobiliária
Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos Reference point ou Landmark – Ponto de referência
Convenience store – Loja de conveniência Restaurant – Restaurante
Corner – Esquina River – Rio
Costume store – Loja de Fantasia Road – Estrada
Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen- Rotary ou Roundabout – Rotatória
te chamado de Fórum, depende do contexto. School – Escola
Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe- Shoe store – Sapataria
destres Sidewalk – Calçada
Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída Snack bar – Lanchonete
City hall – Prefeitura Square – Praça
Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico Stadium – Estádio
Downtown – Centro da cidade Station – Estação
Driving school – Auto escola Stationery store – Papelaria
Drugstore – Farmácia ou Drogaria Steak House – Churrascaria
Factory – Fábrica Store – Loja
Field – Campo Street – Rua
Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros Subway station – Estação de metrô
Fishmonger’s – Peixaria Supermarket – Supermercado
Flower show – Floricultura Synagogue – Sinagoga
Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida Temple – Templo
Gas station – Posto de gasolina Town – Cidade pequena ou Município
Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos
Greengrocer – Quitanda Train station – Estação de trem
Grocery store – Mercearia Travel agency – Agência de viagens
Gym – Academia de ginástica University – Universidade
Hair salon – Cabeleireiro Zoo – Zoológico
Hardware store – Loja de ferramentas
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde Relacionamento com outras pessoas
Hospital – Hospital Parents – pais
Hotel – Hotel Father – pai
House – Casa Mother – mãe
Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria Son – filho
Intersection ou Crossroad – Cruzamento Daughter – filha
Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão Siblings – irmãos
Jewelry store – Joalheria Brother – irmão
Kiosk – Quiosque Sister – irmã
Lake – Lago Halfbrother – meio-irmão
Laundromat ou Laundry – Lavanderia Halfsister – meia-irmã
Library – Biblioteca Only child – filho único
Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica Wife – esposa
Mall – Shopping center Husband – esposo
Metropolis – metrópole Fiancé – noivo
Monument – Monumento Bride – noiva
Mosque – Mesquita Uncle – tio
Movie theater – Cinema Aunt – tia
Museum – Museu Cousin – primo e prima
Neighborhood – Bairro Nephew – sobrinho
Newsstand – Banca de jornal Niece – sobrinha
Office – Escritório Grandparents – avós

67
LÍNGUA INGLESA
Grandfather – avô Conversando com atendentes
Grandmother – avó Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando
Grandson – neto por…
Granddaughter – neta I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri-
Great grandfather – bisavô gado(a).
Great grandmother – bisavó Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que
Great grandson – bisneto você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)?
Great granddaughter – bisneta / Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)?
Father-in-law – sogro Could I return this? – Eu poderia devolver isso?
Mother-in-law – sogra Could I try this on? – Posso provar?
Brother-in-law – cunhado What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que
Sister-in-law – cunhada a loja abre?
Stepfather – padrasto
Stepmother – madrasta Esporte
Stepson – enteado
Stepdaughter – enteada Individual Sports - Esportes Individuais
Foster parents – pais adotivos Athletics - Atletismo
Foster father – pai adotivo Automobilism - Automobilismo
Foster mother – mãe adotiva Artistic Gymnastics - Ginástica Artística
Boxing - Boxe
Transporte e serviços Bowling - Boliche
Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama- Canoeing - Canoagem
dos de boeing) Cycling - Ciclismo
Airplane ou apenas plane: Avião Equestrianism - Hipismo
Bike: Bicicleta Fencing - Esgrima
Boat: Barco ou bote Golf - Golfe
Bus: Ônibus Jiujitsu - Jiu-Jítsu
Canoe: Canoa Judo - Judô
Car: Carro Karate - Caratê
Carriage: Carruagem Motorcycling - Motociclismo
Cruiser: Cruzeiro Mountaineering - Alpinismo
Ferry: Balsa Olympic Diving - Salto Ornamental
Glider: Planador Skiing - Esqui
Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero Sumo - Sumô
Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho Surfing - Surfe
Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também Swimming - Natação
pode ser chamado de scooter) Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue
Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto Taekwon-Do - Taekwon-Do
Motorboat: Lancha Tennis - Tênis
Ocean liner: Transatlântico Triathlon - Triatlo
On foot: A pé Weightlifting - Halterofilismo
Pickup truck: Caminhonete
Raft: Jangada Team Sports - Esportes Coletivos
Roller skates: Patins Badminton – Badminton
Sailboat: Veleiro ou barco à vela Baseball - Beisebol
School bus: Ônibus escolar Basketball - Basquete
Ship: Navio Beach Soccer - Futebol de Areia
Skateboard: Skate Beach Volleyball - Vôlei de Praia
Streetcar ou trolley: Bonde Football – Futebol Americano
Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou Footvolley - Futevôlei
informalmente the tube (inglês britânico): Metrô Futsal - Futsal
Taxi ou cab: Táxi Handball - Handebol
Train: Trem Hockey - Hóquei
Truck: Caminhão Polo - Polo
Van: Furgão ou van Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica
Compras Rugby - Rúgbi
Soccer - Futebol
Algumas placas com informações importantes: Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
Out to lunch – Horário de almoço Volleyball - Vôlei
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Water Polo - Polo Aquático
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres-
são) e two for one (dois por um).
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
ção

68
LÍNGUA INGLESA
Mundo natural Termite: Cupim.

Animais em inglês: principais animais domésticos (pets) Animais em inglês: principais animais marítimos
Bird: Pássaro; Crab: Caranguejo;
Bunny: Coelhinho; Dolphin: Golfinho;
Cat: Gato; Fish: Peixe;
Dog: Cachorro; Octopus: Polvo;
GuineaPig: Porquinho da Índia; Penguin: Pinguim;
Mouse: Rato/Camundongo; Seal: Foca;
Parrot: Papagaio; Shark: Tubarão;
Rabbit: Coelho; Whale: Baleia.
Turtle: Tartaruga.
Animais em inglês: principais tipos de peixes
Animais em inglês: principais nomes de aves Carp: Carpa;
Chicken: Galinha; Dogfish: Cação;
Rooster: Galo; Dried Salted Cod: Bacalhau;
Pigeon: Pomba; Flounder: Linguado;
Peacock: Pavão; Hake: Pescada;
Hawk: Falcão; Scabbardfish: PeixeEspada;
Swan: Cisne; Tuna: Atum;
Sparrow: Pardal; Tilapia: Tilápia;
Duck: Pato. Trout: Truta.

Animais em inglês: principais animais selvagens Animais brasileiros em inglês


Alligator: Jacaré; Capivara: Capybara;
Bat: Morcego; Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
Bear: Urso; Lobo guará: Maned Wolf;
Crocodile: Crocodilo; Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin;
Deer: Viado; Onça Pintada: Jaguar;
Elephant: Elefante; Tamanduá Bandira: Giantanteater;
Eagle: Águia; Tatu: Armadilo;
Giraffe: Girafa; Tucano: Toucan;
Hippo: Hipopótamo; Quati: Coati.
Kangaroo: Canguru;
Lion: Leão; Plantas em inglês
Monkey: Macaco;
Owl: curuja; PORTUGUÊS INGLÊS
Pig: Porco;
Snake: Cobra; árvore tree
Squirrel: Esquilo; alecrim rosemary
Stag: Cervo;
Tiger: Tigre; ameixieira plum tree
Zebra: Zebra; arbusto bush / shrub
Wolf: Lobo.
azaleia azalea
Animais em inglês: principais insetos azevinho holly
Ant: Formiga; açafrão turmeric
Mite: Ácaro;
Bee: Abelha; bordo maple
Beetle: Besouro; bromélia bromeliads
Butterfly: Borboleta;
Caterpillar: Lagarta; bétula birch
Cockroach: Barata; canela cinnamon
Cricket: Grilo;
carvalho oak
Fly: Mosca;
Flea: Pulga; castanheiro horse chestnut tree
Firefly: Vagalume; caule stem
Grasshoper: Grilo;
Ladybug: Joaninha; cebola onion
Louseorlice: Piolho; cebolinha green onion
Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
Snail: Caracol; cedro cedar
Spider: Aranha; cerejeira cherry tree
Tick: Carrapato;

69
LÍNGUA INGLESA

coentro cilantro Como foram suas férias

colorau red spice mix How was your vacation? — Como foram as suas férias?
cominho cumin It was good. — Foram boas.
It was amazing. — Foram demais.
coqueiro coconut tree It was very relaxing. — Foi muito relaxante.
cravo clove
Para onde você foi
erva herb
Where did you go? — Onde você foi?
ervas finas fine herbs We went to the beach. — Nós fomos para a praia.
figueira fig tree I went to the country with my family. — Eu fui para o interior
com minha família.
folha de louro bay leaves We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o
gengibre ginger Hawaii.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a
girassol sunflower nossa família na França.
grama grass Who did you go with? — Com quem você foi?
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã
lírio lily
e meu irmão.
macieira apple tree I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido,
manjericão basil esposo e crianças.
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e
margarida daisy crianças.
melissa melissa I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de
aula.
musgo moss
noz moscada nutmeg Como você viajou
oliveira olive tree How did you go? — Como que você foi?
We went by plane. — Nós fomos de avião.
orquídea orchid We went by car. — Nós fomos de carro.
orégano oregano
Coisas para fazer nas férias
papoula poppy Read. — Ler.
pereira pear tree Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
pinheiro pine tree
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
planta plant Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
páprica paprika Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
rosa rose Made a bonfire. — Fez uma fogueira
salgueiro willow Play the guitar. — Tocar violão.
Played the guitar. — Tocou violão.
salsa parsley Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
samambaia fern Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
tulipa tulip
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
violeta violet Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
vitória-régia waterlily Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
deira.
Viagens e férias atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
Vocabulário tuito.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Have a picnic. — Ter um piquenique.
Day off. — Dia de folga. Had a picnic. — Teve um piquenique.
Vacation. — Férias. Play frisbee. — Jogar frisbee.
Go away. — Ir viajar. Played frisbee. — Jogou frisbee.
Travel. — Viajar. Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Go to the beach. — Ir para a praia. Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Go to the country. — Ir para o interior. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Got a tan. — Pegou um bronzeado.

70
LÍNGUA INGLESA
Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron- A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi-
zear. nutos):
Went sunbathing. — Foi se bronzear. Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight.
Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol. Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”,
Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol. utilizamos o “to”:
Got sunburn. — Se queimou do sol. Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine.
Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
Wore sunscreen. — Usou protetor solar. Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho-
Use tanning lotion. — Usar bronzeador. rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia.
Used tanning lotion. — Usou bronzeador. a.m. – antes do meio-dia
p.m. – depois do meio-dia
Tempo
As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex- Trabalho e empregos
pressões de tempo como: Accountant = contador
Day: dia Actor = ator
Today: hoje Actress = atriz
Yesterday: ontem Administrator = administrador
The day before yesterday: anteontem Agronomist = agrônomo
Tomorrow: amanhã Anthropologist = antropólogo
The day after tomorrow: depois de amanhã Archaeologist / archeologist = arqueólogo
Morning: manhã Architect = arquiteto
Afternoon: tarde Astronaut = astronauta
Evening: noite Astronomer = astrônomo
Night: noite Athlete = atleta
Tonight: esta noite Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá
Midday: meio-dia Baker = padeiro
At noon: ao meio-dia Bank clerk = bancário
Midnight: meia noite Banker = banqueiro; bancário
At midnight: à meia-noite Bank teller = caixa de banco
Barber = barbeiro
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas)
Bartender = barman
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel)
Biologist = biólogo
Biomedical scientist = biomédico
Blacksmith = ferreiro
Bricklayer, mason = pedreiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de
imóveis)
Butcher = açougueiro
Butler, major-domo = mordomo
Buyer = comprador
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista
Cabinet-maker = marceneiro
Carpenter = carpinteiro
Cartoonist = cartunista
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe-
Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os cuarista
números correspondentes (da hora e dos minutos): Cashier = caixa
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five. Chef = chef
Chemist (bre) = farmacêutico
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas: Chemist (ame) = químico
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock. Civil Servant = servidor público, funcionário público
Clerk = auxiliar de escritório
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do Coach = treinador, técnico esportivo
30: Cobbler = sapateiro
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six. Comedian = comediante
Commentator = comentarista (rádio e TV)
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Composer = compositor
hora (15 minutos): Computer programmer = programador
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Conference interpreter = intérprete de conferência
Contractor = empreiteiro
Consultant = consultor

71
LÍNGUA INGLESA
Cook = cozinheiro Photographer = fotógrafo
Dancer = dançarino Physicist = físico
Dentist = dentista Physiotherapist = fisioterapeuta
Designer = designer, projetista, desenhista Pilot = piloto (menos de automóvel), prático
Diplomat = diplomata Playwright = dramaturgo
Doctor, medical doctor, physician = médico Plumber = encanador, bombeiro (RJ)
Doorman = porteiro Poet = poeta
Driver = motorista, piloto de automóvel Police officer, officer, constable = policial
Economist = economista Politician = político
Editor = editor; revisor Porter = porteiro
Electrician = eletricista Postman, mailman = carteiro
Engineer = engenheiro, maquinista Producer = produtor (em geral artístico)
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor Professor = professor (universitário)
Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema Proofreader = revisor
Firefighter, fireman = bombeiro Psychiatrist = psiquiatra
Fisherman = pescador Psychologist = psicólogo
Flight attendant = comissário de bordo Publisher = editor
Foreman = capataz; encarregado Real estate agent, realtor = corretor de imóveis
Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro Receptionist = recepcionista
Gardener = jardineiro Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi-
Geographer = geógrafo se de artigos científicos)
Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a) Reporter = repórter
Glazer = vidraceiro Researcher = pesquisador
Graphic designer = designer gráfico Sailor, seaman = marinheiro
Gravedigger = coveiro Salesman* = vendedor
Guide = guia Sales representative, sales rep = vendedor
Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro Saleswoman* = vendedora
Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola) Scientist = cientista
Historian = historiador Screenwriter = roteirista
Housewife = dona de casa Sculptor = escultor
Illustrator = ilustrador Seamstress = costureira
Interior designer = designer de interiores, decorador Secretary = secretária
Interpreter = intérprete Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant =
Jailer = carcereiro lojista, comerciante
Janitor, superintendent, custodian = zelador Singer, vocalist = cantor
Journalist = jornalista Social worker = assistente social
Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro Speech therapist = fonoaudiólogo
Judge = juiz (de direito) Statistician = estatístico
Lawyer = advogado Systems analyst = analista de sistemas
Librarian = bibliotecário Tailor = alfaiate
Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas Teacher = professor
Locksmith = serralheiro; chaveiro Operator = operador
Maid = empregada doméstica Operator, telephone operator = telefonista
Male nurse = enfermeiro Teller = caixa (geralmente de banco)
Manager = gerente Trader = trader, operador (em bolsa de valores)
Mathematician = matemático Translator = tradutor
Mechanic = mecânico Travel agent = agente de viagens
Medic = militar do Serviço de Saúde; médico Treasurer = tesoureiro
Meteorologist = meteorologista Valet = manobrista
Midwife = parteira Vet, veterinarian = veterinário
Miner = mineiro Waiter* = garçom
Milkman = leiteiro Waitress* = garçonete
model = modelo Welder = soldador
Musician = músico Writer = escritor
Nanny (ame) = babá Zoologist = zoólogo
Nurse = enfermeiro, enfermeira
Occupational therapist = terapeuta ocupacional A Marinha
Optician, optometrist = oculista Proa = Bow
Painter = pintor Popa = Stern \ astern
Paleontologist = paleontólogo Bombordo = port
Paramedic = paramédico Boreste = starboard
Personal TRAINER = personal Convés = deck
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Linha d aqua = water line
Philosopher = filósofo Castelo de Proa = forecastle

72
LÍNGUA INGLESA
Boca = beans Bo’sun = mestre ou contra mestre
Comprimento (LOA) = length overall Seaman = homem do mar
Obras Vivas = botton Sailor = marinheiro
Obras Mortas = topsides Engineer = chefe de máquinas
Pontal = depth Mid Ship = meio navio
Calado de Vante = Draught forward Ship’s Articles = rol de equipagem
Tombadilho = Fanny Ship’s Log = diário de bordo
Calado a ré = draught forward Insurance Certificate = certificado de seguro
Costado = ribcage Customs Clearance = aduaneiro
Plano diametral = diametral plane Charter Party = Fretamento
Bochecha = tack Bill of Health = certificado de saúde
Alheta = wing \ quarter Charts = cartas hidrográficas
Passadisso = gangway \ bridge International Convention for the Safety of Live at Sea = conven-
Casco = hull ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas)
Borda livre = free board STCW = Standards of training certification and watchkeeping =
Displacement = tonelagem convenção internacional sobre normas de formação certificação e
Notice to marine = aviso aos navegantes service de quarto para marinheiro.
List of Lights = lista de faróis EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de
Full Load = plena carga proteção individual.
Fuel = combustível Fire Extinguisher = extintor de incêndio
Cruising speed = velocidade de cruzeiro Rudder = leme
Draft = projeto Helm = timão
Length = comprimento Bosun’s Locker = paiol do mestre
Inland Waters = águas interiores Oars = remos
Bússula = compass Buoy = boia
Ship = navio Fire Alarm = alarme de incêndio
Ocean liner = navio transatlântico Rope Ladder = escada de quebra peito
Tug = rebocador Gangway = passadiço
Gross Tonnage = arqueação bruta Ports = portos
Tanker Ship = Navio Petroleiro Port Captaincy = capitania dos portos
Plataform Ship = navio plataforma Yacht Harbours = docas de recreio
Vessel = navio embarcação Coast Guard = guarda costeira
Broken = quebrado Watch Tower = posto de vigia
Rope = cabo Life Boat Station = Estação de Salva Vidas
Boom = pau de carga
Starboard = boreste Dependências a bordo
Port = bombordo Galley = cozinha
Speed = velocidade Crew Mess = refeitório da tripulação
Ahead = a frente Stateroom = cabine de dormir
Crew = tripulação
Stern = popa Amarração de cabos
Fire = fogo Rope = cabo \ corda
Fireman = bombeiro Dock line = cabo de amarração
Hose = mangueira Warp = lais de guia
Fire Hose = mangueira de incêndio Reef Knot = nó direito
Tonnage Length = comprimento tonelagem Volta do Fiel = clove hitch
Scend = Caturro Fisherman’s Bend = volta do Anete
Heel = adernar (mesmo que banda) Kink = coca (nó na mangueira)
Bulkhead = Antepara Yarn = fibra
Flush Deck = convés corrido Order = ordem
Hold = porão Anchor = ancora
Bollard = cabeço no cais
Bitt = cabeço no navio Estivagem de carga
Rope Sling = linga de cabo
Profissões a bordo no navio Bags Balles = bolsas de fardos
Captain of Long Haul = capitão de longo curso Steel plates = chapas de aço
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Homem ao mar = man over board
Steward = taifeiro Merchant Ship = Navio mercante
Cook = cozinheiro
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas)
Nurse = enfermeiro Chamadas e comunicações
Officer = oficial Não especificado = unspecified
Skipper = patrão Explosion = explosão
Helmsman = timoneiro Alagado = flooding

73
LÍNGUA INGLESA
Collision = colisão WHERE = onde
Grounding = encalhando Where are you going tonight?
Adernado = listing
Capsizing = emborcando WHY = por que
Sin King = naufragando Why don’t you come to the movies with us?
Disabled = sem governo
Adrift = a deriva WHEN = quando
Abandonar o navio = abandoning ship “When were you born?” “In 1970.”
Piracy = pirataria
Ataque armado = armed attack HOW = como
Grande = big “How is his sister?” “Fine.”

Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter WHOSE = de quem


informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são “Whose dictionary is this?” “John’s.”
chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
apenas de how (como), começam com as letras wh. Formas compostas de WHAT e HOW
Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando, - WHAT
onde”. WHAT + to be + like? = como é...?
“What is your boyfriend like?”
WHAT = (o) que, qual “He’s tall and slim.”

Funciona como sujeito ou objeto da oração. WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
What about having lunch now?
What makes you happy? (sujeito)
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
verbo objeto What do you call this device?
principal
- WHAT ... FOR? = por que, para que?
What are you doing this for?
What did you say? (objeto)
auxiliar sujeito verbo - HOW
principal HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade?
WHO = quem HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
Funciona como sujeito ou objeto da oração. HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
HOW OLD = Qual é a idade?
Who arrived late yesterday? (sujeito) HOW MUCH = Quanto(a)?
verbo principal HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
Who does she love? (objeto) HOW FAST = A que velocidade?

auxiliar sujeito verbo A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
principal no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
WHOM = quem simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- mos um advérbio de negação, como “não”.
ções. Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
Whom did you talk to yesterday? (objeto)
mativas.
verbo sujeito verbo Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
auxiliar principal Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
To whom did you talk? va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
inserir um verbo auxiliar em inglês.
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção. Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one? ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Which of those ladies is your mother? Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.

74
LÍNGUA INGLESA
Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as 2. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PE-
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so- DRO II – 2019)
mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
as imperativas como tell me, stand up e ask her. TEXT 5
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra. “In other words, there are those among us who argue that the
future of English is dependent on the likelihood or otherwise of the
Sujeito U.S. continuing to play its hegemonic role in world affairs. Since that
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con- possibility seems uncertain to many, especially in view of the mu-
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su- ch-talked-of ascendancy of emergent economies, many are of the
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por opinion that English will soon lose much of its current glitter and
pronomes pessoais. cease to be what it is today, namely a world language. And there are
those amongst us who further speculate that, in fifty or a hundred
Verbo years’ time, we will all have acquired fluency in, say, Mandarin, or,
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a if we haven’t, will be longing to learn it. […] Consider the following
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura argument: a language such as English can only be claimed to have
frasal inglesa. attained an international status to the very extent it has ceased to
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en- be national, i.e., the exclusive property of this or that nation in par-
contrar exemplos em que esta regra não é observada. ticular (Widdowson). In other words, the U.K. or the U.S.A. or who-
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês soever cannot have it both ways. If they do concede that English is
computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente. today a world language, then it only behooves them to also recog-
nize that it is not their exclusive property, as painful as this might
Complementos indeed turn out to be. In other words, it is part of the price they
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham have to pay for seeing their language elevated to the status of a
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo, world language. Now, the key word here is “elevated”. It is precisely
que são os únicos termos essenciais da oração. in the process of getting elevated to a world status that English or
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, what I insist on referring to as the “World English” goes through a
“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- process of metamorphosis.”
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe- RAJAGOPALAN, K. The identity of “World English”. New Challenges
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato in Language and Literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2009, p.
executado 99-100.

The author’s main purpose in this paragraph is to


EXERCÍCIOS (A) talk about the growing role of some countries in the spread
of English in world affairs.
(B) explain the process of changing which occurs when a lan-
1. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PE- guage becomes international.
DRO II – 2019) (C) raise questions about the consequences posed to a langua-
ge when it becomes international.
TEXT 6 (D) alert to the imminent rise of emergent countries and the
replacement of English as a world language.
“Probably the best-known and most often cited dimension of
the WE (World Englishes) paradigm is the model of concentric cir- 3. (PREFEITURA DE CUIABÁ - MT - PROFESSOR DE ENSINO
cles: the ‘norm-providing’ inner circle, where English is spoken as FUNDAMENTAL - LETRAS/ INGLÊS - SELECON – 2019)
a native language (ENL), the ‘norm-developing’ outer circle, where
it is a second language (ESL), and the ‘norm-dependent’ expanding Texto III
circle, where it is a foreign language (EFL). Although only ‘tentati-
vely labelled’ (Kachru, 1985, p.12) in earlier versions, it has been Warnock (2009) stated that the first reason to teach writing
claimed more recently that ‘the circles model is valid in the senses online is that the environment can be purely textual. Students are
of earlier historical and political contexts, the dynamic diachronic in a rich, guided learning environment in which they express them-
advance of English around the world, and the functions and stan- selves to a varied audience with their written words. The electronic
dards to which its users relate English in its many current global communication tools allow students to write to the teacher and to
incarnations’ (Kachru and Nelson, 1996, p. 78).” each other in ways that will open up teaching and learning oppor-
PENNYCOOK, A. Global Englishes and Transcultural Flows. New tunities for everyone involved. Besides, writing teachers have a
York: Routledge, 2007, p. 21. unique opportunity because writing-centered online courses allow
According to the text, it is possible to say that the “circles mo- instructors and students to interact in ways beyond content deli-
del” established by Kachru very. They allow students to build a community through electronic
(A) represents a standardization of the English language. means. For students whose options are limited, these electronic
(B) helps to explain the historicity of the English language. communities can build the social and professional connections that
(C) establishes the current standards of the English language. constitute some of education’s real value (Warnock, 2009).
(D) contributes to the expansion of English as a foreign langua-
ge.

75
LÍNGUA INGLESA
Moreover, Melor (2007) pointed out that social interaction technologies have great benefits for lifelong education environments. The
social interaction can help enhancing the skills such as the ability to search, to evaluate, to interact meaningfully with tools, and so on.
Education activities can usually take place in the classroom which teacher and students will face to face, but now, it can be carried out
through the social network technologies including discussion and assessment. According to Kamarul Kabilan, Norlida Ahmad and Zainol
Abidin (2010), using Facebook affects learner motivation and strengthens students’ social networking practices. What is more, according
to Munoz and Towner (2009), Facebook also increases the level of web-based interaction among both teacher-student and student-stu-
dent. Facebook assists the teachers to connect with their students outside of the classroom and discuss about the assignments, class-
room events and useful links. Hence, social networking services like Facebook can be chosen as the platform to teach ESL writing. Social
networking services can contribute to strengthen relationships among teachers as well as between teachers and students. Besides, they
can be used for teachers and students to share the ideas, to find the solutions and to hold an online forum when necessary. Using social
networking services have more options than when using communication tools which only have single function, such as instant messaging
or e-mail. The people can share interests, post, upload variety kinds of media to social networking services so that their friends could find
useful information (Wikipedia, 2010).
(Adapted from: YUNUS, M. D.; SALEHI, H.; CHENZI, C. English Language Teaching; Vol. 5, No. 8; 2012.)

Das opções a seguir, aquela que se configura como o melhor título para o Texto III é:
(A) Advantages of Integrating SNSs into ESL Writing Classroom
(B) Using Communication Tools Which Only Have Single Function
(C) Facebook Assists the Teachers to Connect with Their Students
(D) Using Social Networking Services to Communicate with Colleagues

4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)


Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo.

I. No primeiro quadrinho Hagar consultou o velho sábio para saber sobre o segredo da felicidade.
II. No segundo quadrinho as palavras that e me se referem, respectivamente, ao “velho sábio” e a “Hagar”.
III. As palavras do velho sábio no último quadrinho são de que é melhor dar que receber.

Assinale a alternativa correta.


(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) Apenas a afirmativa I está correta

5. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)

THE ARAL: A DYING SEA

The Aral Sea was once the fourth biggest landlocked sea in the world – 66,100 square kilometers of surface. With abundant fishing
resources, the Sea provided a healthy life for thousands of people.
The Aral receives its waters from two rivers – the Amu Dar’ya and the Syr Dar’ya. In 1918, the Soviet government decided to divert the
two rivers and use their water to irrigate cotton plantations. These diversions dramatically reduced the volume of the Aral.
As a result, the concentration of salt has doubled and important changes have taken place: fishing industry and other enterprises have
ceased: salt concentration in the soil has reduced the area available for agriculture and pastures; unemployment has risen dramatically;
quality of drinking water has been declining because of increasing salinity, and bacteriological contamination; the health of the people,
animal and plant life have suffered as well.
In the past few decades, the Aral Sea volume has decreased by 75 percent. This is a drastic change and it is human induced. During
natural cycles, changes occur slowly, over hundreds of years.
The United Nations Environment Program has recently created the International Fund for Saving the Aral Sea. Even if all steps are
taken, a substantial recovery might be achieved only with 20 years.
(From: https://www.unenvironment.org/)

76
LÍNGUA INGLESA
De acordo com o texto: The diversion of the rivers has reduced 9. They have four ________, all girls.
the volume of the Aral..., assinale a alternativa correta. (A) childs
(A) by 60 percent (B) childes
(B) by 70 percent (C) childen
(C) by 75 percent (D) children
(D) by 66,100 kilometers
10. You must remember to brush your _____ after eating.
6. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSI- (A) tooths
CA - LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019) (B) toothes
(C) teeth
The plural form of brother-in-law, foot and candy is (D) teeths
(A) brothers-in-laws, feet ,candys.
(B) brothers-in-law, feet, candies.
(C) brother-in-laws, feet, candies. GABARITO
(D) brothers-in-law, foots, candies.
(E) brother-ins-law, foots, candys.
1 B
7. (SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – INGLÊS - QUADRIX –
2018) 2 C
3 A
4 A
5 C
6 B
7 CERTO
8 B
9 D
10 C

ANOTAÇÕES

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Based on the text, judge the following items. ______________________________________________________


The final “s” in “ideas” (line 2) and “brains” (line 8) is pronoun-
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ced in the same way.
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
8. I normally have two long ________ a year.
(A) holiday ______________________________________________________
(B) holidays
(C) holidaies ______________________________________________________
(D) holidayes
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LÍNGUA INGLESA
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RACIOCÍNIO LÓGICO

ESTRUTURAS LÓGICAS. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES.


LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL). PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS. TABELASVERDADE.
EQUIVALÊNCIAS. LEIS DE DE MORGAN. DIAGRAMAS LÓGICOS. LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM. RACIOCÍNIO LÓGICO
ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

79
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

80
RACIOCÍNIO LÓGICO

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

81
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.
Exemplos:

82
RACIOCÍNIO LÓGICO
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.

Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

83
RACIOCÍNIO LÓGICO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).

Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:

3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.

84
RACIOCÍNIO LÓGICO
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:

4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.

Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

85
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

86
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

87
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).

Resposta: B

88
RACIOCÍNIO LÓGICO
CONTRADIÇÕES - Somente uma contradição implica uma contradição:
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Reflexiva:
sição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. • Transitiva:
(C) uma contradição. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(D) uma contingência. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
(E) uma disjunção. P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Resolução:
Montando a tabela teremos que: Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
P ~p ~p ^p de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
V F F sições verdadeiras já existentes.
V F F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.

Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,- • Silogismo Disjuntivo


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conecti-
vo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica que • Modus Ponens
pode ou não existir entre duas proposições.
Exemplo:

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

89
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Modus Tollens Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
Tautologias e Implicação Lógica
• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
Princípio da inconsistência entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica mo que dizer “nenhum B é A”.
p ^ ~p ⇒ q Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- grama (A ∩ B = ø):
sição q.
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.

90
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B” Em síntese:
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- mação anterior é:
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três não miam alto.
representações possíveis: (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o A é não B.
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo são pardos NÃO miam alto.
que Algum B não é A.
Resposta: C
• Negação das Proposições Categóricas
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
seguintes convenções de equivalência: afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
uma proposição categórica particular. (A) Todos os não psicólogos são professores.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição (B) Nenhum professor é psicólogo.
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. (C) Nenhum psicólogo é professor.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa. Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.

Resposta: E

91
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação NENHUM
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual E
AéB
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
Existe pelo menos um elemento que
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
pertence a A, então não pertence a B, e
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
vice-versa.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To- Existe pelo menos um elemento co-
dos e Nenhum, que também são universais. mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).

Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

92
RACIOCÍNIO LÓGICO
- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
Perceba-se que, nesta sentença, a aten- menos um dos cinemas é considerado teatro.
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
(A) existem cinemas que não são teatros. mo princípio acima.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
(D) existe casa de cultura que não é cinema. afirma isso
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Existem teatros que não são cinemas

Resposta: E

93
RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Exemplo: Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P1: Todos os cientistas são loucos. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
P2: Martiniano é louco. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Exemplo: Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
O silogismo... “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
P1: Todos os homens são pássaros. comum.
P2: Nenhum pássaro é animal. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
Q: Portanto, nenhum homem é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um
argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.
ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
essa frase da seguinte maneira: será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

94
RACIOCÍNIO LÓGICO
Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.

95
RACIOCÍNIO LÓGICO
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?


A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.

- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos seguir
adiante com uma próxima pergunta, teríamos:

96
RACIOCÍNIO LÓGICO
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos: A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! utilizando isso temos:
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma estava estudando. // B → ~E
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores Iniciando temos:
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
argumento é ou NÃO VÁLIDO. tem que ser F.
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Resolução pelo 4º Método // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- vai ao cinema tem que ser V.
mos: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
deiro! sai de casa tem que ser F.
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
verdadeiras! Teremos: // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- ser V ou F.
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo:
r é verdadeiro. Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- Resposta: Errado
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Exemplos: JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
seguintes proposições sejam verdadeiras. é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. bruxa.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Durante a noite, faz frio. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
item subsecutivo.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
( ) Certo bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
( ) Errado o valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
Resolução: →V
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: (F) → V
A = Chove (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
B = Maria vai ao cinema →V
C = Cláudio fica em casa (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
D = Faz frio
E = Fernando está estudando Logo:
F = É noite Temos que:
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Esmeralda não é fada(V)
Lembramos a tabela verdade da condicional: Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

97
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.

Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:
01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).

98
RACIOCÍNIO LÓGICO
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

99
RACIOCÍNIO LÓGICO
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.
Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria
Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia
Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

100
RACIOCÍNIO LÓGICO
− Paulo não viajou para Goiânia; ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
mem.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Luiz N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Arnaldo N N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Mariana N N S N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Paulo N N (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
− Luiz não viajou para Fortaleza. de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Aplicando temos:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Luiz N N N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Arnaldo N N A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
Mariana N N S N
gar, logo, é uma proposição lógica.
Paulo N N
• Quantificador existencial (∃)
Agora, completando o restante: O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N Exemplo:
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
Mariana N N S N
é:
Paulo N N N S

Resposta: B

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica. O quantificador existencial tem a função de elemento comum.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co-
QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
(x)) (A (x) ∧ B).
Tipos de quantificadores
Aplicando temos:
• Quantificador universal (∀) x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas: N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?

A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,


a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica.
Exemplo: ATENÇÃO:
Todo homem é mortal. – A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será é diferente de “Todo B é A”.
mortal. – A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
Na representação do diagrama lógico, seria: B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

101
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos: Exemplo
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
– Se é cavalo, então é um animal. 3(blusas)=6 maneiras
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma Fatorial
de conclusão). É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
Resposta: B tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. Arranjo Simples
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
Resolução: sequência de p elementos distintos de E.
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais Exemplo
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
tal que x + y = x. algarismos distintos podemos formar?
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
reto.

Resposta: CERTO Observe que os números obtidos diferem entre si:


Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
3 elementos tomados 2 a 2.
Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos Indica-se A3,2
problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
um evento composto de duas ou mais etapas. Permutação Simples
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2 Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Pn = n!

102
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo Triângulo de Pascal
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?

Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Como temos uma letra repetida, esse número será menor. LINHA 0 1
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E LINHA 1 1 1
LINHA 2 1 2 1
LINHA 3 1 3 3 1
LINHA 4 1 4 6 4 1
Combinação Simples LINHA 5 1 5 10 10 5 1
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode-
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1
i elementos é chamado combinação simples.
Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a +
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1
Exemplo n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po- n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos. n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

Solução Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de


Pascal.

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p,
também é representado pelo número binomial .

PROBABILIDADE

Experimento Aleatório
Binomiais Complementares Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de- por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
nominadores é igual ao numerador são iguais: de um dado.

Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
Relação de Stifel cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para
cima:
E={Ca,Co}

103
RACIOCÍNIO LÓGICO
Evento Adição de probabilidades
É qualquer subconjunto de um espaço amostral. Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
No lançamento de um dado, vimos que vazio. Tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer


um número par, tem-se {2,4,6}. Exemplo
Exemplo No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas um número par ou menor que 5, na face superior?
para cima em três lançamentos de uma moeda.
a) Quantos elementos tem o espaço amostral? Solução
b) Descreva o espaço amostral. E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

Solução Sejam os eventos


a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento, A={2,4,6} n(A)=3
há duas possibilidades. B={1,2,3,4} n(B)=4

2x2x2=8

b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o
evento B, definido por:

Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um even-
to de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A. E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que Eventos Simultâneos


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos-
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
seja vermelha.
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Solução
Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles
cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjun-
tos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da
São complementares. semana ou simplesmente fazer grupos.
Os componentes de um conjunto são chamados de elementos.
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra
maiúscula.

104
RACIOCÍNIO LÓGICO
Representações Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-
Pode ser definido por: mente os mesmos elementos. Em símbolo:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9} Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos apenas quais são os elementos.
temos: Não importa ordem:
B={0,1,2,3,4,5,6,7} A={1,2,3} e B={2,1,3}

– Diagrama de Venn Não importa se há repetição:


A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Classificação
Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
número de elementos que ele possui.
Exemplo
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4.

Definições
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi-
nal.
Um conjunto diz-se
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele-
Há também um conjunto que não contém elemento e é repre- mentos
sentado da seguinte forma: S = c ou S = { }. b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam- c) singular quando é formado por um único elemento
bém a outro conjunto B, dizemos que: d) vazio quando não tem elementos
A é subconjunto de B Exemplos
Ou A é parte de B N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi-
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B nito (∞));
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
B: A ⊄ B B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
Símbolos
∈: pertence Pertinência
∉: não pertence O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de perti-
⊂: está contido nência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas designam
⊄: não está contido os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos. Assim,
⊃: contém o conjunto das vogais (V) é:
⊅: não contém V={a,e,i,o,u}
/: tal que A relação de pertinência é expressa por: a∈V
⟹: implica que A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
⇔: se,e somente se mento b não pertence ao conjunto V.
∃: existe
∄: não existe Inclusão
∀: para todo(ou qualquer que seja) A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
∅: conjunto vazio Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub-
N: conjunto dos números naturais conjunto dele mesmo.
Z: conjunto dos números inteiros Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
Q: conjunto dos números racionais Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C.
Q’=I: conjunto dos números irracionais
R: conjunto dos números reais Operações
União
Igualdade Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
Propriedades básicas da igualdade pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U, que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
temos que: Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
(1) A = A. Exemplo:
(2) Se A = B, então B = A. A={1,2,3,4} e B={5,6}
(3) Se A = B e B = C, então A = C. A∪B={1,2,3,4,5,6}
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.

105
RACIOCÍNIO LÓGICO
Interseção Representação
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos -Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada -Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses elemen-
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B} tos temos:
B={3,4,5,6,7}
- por meio de diagrama:

Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
A∩B={d,e}

Diferença Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de con-


Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada junto vazio: S=∅ ou S={ }.
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- Igualdade
mentar de B em relação a A. Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten- mente os mesmos elementos. Em símbolo:
cem a B.
A\B = {x : x∈A e x∉B}.

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber


apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}

Não importa se há repetição:


A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7} 0∈A
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A 2∉A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}. Relações de Inclusão
Relacionam um conjunto com outro conjunto.
Complementar Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(contém),
Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple- ⊅ (não contém)
mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per- Exemplo:
tencem a A. {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A {0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}
Exemplo
A={1,2,3} B={1,2,3,4,5} Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, boca aber-
CBA={4,5} ta para o maior conjunto.

Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
bém elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

106
RACIOCÍNIO LÓGICO
Operações B-A = {x : x ∈B e x∉A}.
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos
Interseção elementos do conjunto universo que não pertencem a A.
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}

Exemplo: Fórmulas da união


A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
A∩B={d,e} n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B C)

Diferença Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de fazer
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é mais
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por: rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender
mentar de B em relação a A. melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer de
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten- uma forma ou outra.
cem a B. Exemplo
(MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
A\B = {x : x ∈A e x∉B}. grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos
homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

107
RACIOCÍNIO LÓGICO
Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos pela Quando somarmos 5+x+6=18
interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada um X=18-11=7

Carecas são 16

7+y+5=16
Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas homens ca- Y=16-12
recas e altos. Y=4

Homens altos e barbados são 6 Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo dia-
grama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil.
Exemplo
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal:

1) 80 sejam formados em Física;


2) 90 sejam formados em Biologia;
3) 55 sejam formados em Química;
4) 32 sejam formados em Biologia e Física;
5) 23 sejam formados em Química e Física;
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são 6) 16 sejam formados em Biologia e Química;
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas 7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia.
e não são altos e nem barbados
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos nem
biólogos nem químicos.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Física.
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados ape-
nas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecionados,
a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física e
Química, é inferior a 0,05.

Sabemos que 18 são altos Resolução


A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candidatos
que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)-
-n(B∩Q)
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162
Temos um total de 250 candidatos
250-162=88

Resposta: A.

108
RACIOCÍNIO LÓGICO
Números Naturais 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
Os números naturais são o modelo matemático necessário
para efetuar uma contagem. {0, 1, 2, ...}
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade,
obtemos o conjunto infinito dos números naturais 3) Conjunto dos números inteiros não positivos

{...-3, -2, -1}

Números Racionais
- Todo número natural dado tem um sucessor Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
a) O sucessor de 0 é 1. presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
b) O sucessor de 1000 é 1001. São exemplos de números racionais:
c) O sucessor de 19 é 20.
-12/51
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. -3

-(-3)
{1,2,3,4,5,6... . } -2,333...

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
sor (número que vem antes do número dado). portanto são consideradas números racionais.
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. Como representar esses números?
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. Representação Decimal das Frações
c) O antecessor de 56 é 55. Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
d) O antecessor de 10 é 9. 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul-
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
zamos alguns procedimentos:
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro.
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
Exemplo 1 lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio-
10 + 12 – 6 + 7 nal
22 – 6 + 7 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
16 + 7 não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que
23 trataremos mais a frente.
Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:

Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero

{...-2, -1, 1, 2, ...}

109
RACIOCÍNIO LÓGICO
Representação Fracionária dos Números Decimais – O produto de dois números irracionais, pode ser um número
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o racional.
denominador seguido de zeros. Exemplo: . = = 7 é um número racional.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, um
zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante. Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-
tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?
Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja Fonte: www.estudokids.com.br
X=0,333...
Representação na reta
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por 10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3
Intervalos limitados
Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período. Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
Exemplo 2 e menores do que b ou iguais a b.
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Intervalo:[a,b]
Subtraindo: Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111 Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
X=111/99 b.

Números Irracionais
Identificação de números irracionais
– Todas as dízimas periódicas são números racionais. Intervalo:]a,b[
– Todos os números inteiros são racionais. Conjunto:{xϵR|a<x<b}
– Todas as frações ordinárias são números racionais. Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais. iguais a A e menores do que B.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional. Intervalo:{a,b[
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma , Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}
com a e b inteiros e b≠0.
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

– O quociente de dois números irracionais, pode ser um número


racional.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

110
RACIOCÍNIO LÓGICO
Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
menores ou iguais a b. um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b} 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.
Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.
Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Intervalo:[a,+ ∞[ Exemplos:
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Intervalo:]a,+ ∞[ Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Conjunto:{x ϵ R|x>a}
Exemplos:
Potenciação 96 : 92 = 96-2 = 94
Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8

Casos 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se


1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. os expoentes.

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um


expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3²

111
RACIOCÍNIO LÓGICO
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos Raiz quadrada de frações ordinárias
elevar separados.
1 1
2  2 2 22 2
Observe: =  = 1 =
3 3 3
Radiciação 32
Radiciação é a operação inversa a potenciação
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: = n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais


Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
64 2
32 2 Operações
16 2
8 2
4 2
2 2
1 Operações
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um Multiplicação


e multiplica.
Exemplo

Observe: Divisão
1 1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

De modo geral, se Exemplo

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
Adição e subtração
Então:
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
n
a.b = a . b
n n

8 2 20 2
O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é 4 2 10 2
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
2 2 5 5
cando.
1 1

Caso tenha:

Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

112
RACIOCÍNIO LÓGICO
Racionalização de Denominadores 3. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros diferentes es-
Normalmente não se apresentam números irracionais com tão distribuídos em uma estante de vidro, conforme a figura abaixo:
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

Considerando-se essa mesma forma de distribuição, de quan-


tas maneiras distintas esses livros podem ser organizados na estan-
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. te?
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de
quadrados no denominador: 4. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação – UTFPR/2017)
Em um carro que possui 5 assentos, irão viajar 4 passageiros e 1
motorista. Assinale a alternativa que indica de quantas maneiras
distintas os 4 passageiros podem ocupar os assentos do carro.
(A) 13.
(B) 26.
EXERCÍCIOS (C) 17.
(D) 20.
(E) 24.
1. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) Uma
determinada família é composta por pai, por mãe e por seis filhos. 5. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –
Eles possuem um automóvel de oito lugares, sendo que dois lugares UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da internet é for-
estão em dois bancos dianteiros, um do motorista e o outro do ca- mada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanumérica. André tem
rona, e os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no algumas informações sobre os números e letras que a compõem
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um dos dois conforme a figura.
bancos dianteiros. O número de maneiras de dispor os membros da
família nos lugares do automóvel é igual a:
(A) 1440
Algarismo Algarismo Algarismo
(B) 1480 Vogal Vogal
Ímpar Ímpar Ímpar
(C) 1520
(D) 1560
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e também
(E) 1600
não se repetem os números ímpares, assinale a alternativa que in-
dica o número máximo de possibilidades que existem para a com-
2. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os al-
posição da senha.
garismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algarismos
(A) 3125.
distintos podem ser formados?
(B) 1200.
(A) 120.
(C) 1600.
(B) 210.
(D) 1500.
(C) 360.
(E) 625.
(D) 630.
(E) 840.
6. (PREF. DE PIRAUBA/MG – ASSISTENTE SOCIAL – MSCON-
CURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma das 3 crianças de
um grupo soletrar, individualmente, a palavra PIRAÚBA de forma
correta é 70%. Qual a probabilidade das três crianças soletrarem
essa palavra de maneira errada?
(A) 2,7%
(B) 9%
(C) 30%
(D) 35,7%

113
RACIOCÍNIO LÓGICO
7. (UFTM – TECNÓLOGO – UFTM/2016) Lançam-se simulta- 12. (CRMV/SC – RECEPCIONISTA – IESES/2017) Sabe-se que
neamente dois dados não viciados, a probabilidade de que a soma 17% dos moradores de um condomínio tem gatos, 22% tem cachor-
dos resultados obtidos seja nove é: ros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). Qual é o percentual de
(A) 1/36 condôminos que não tem nem gatos e nem cachorros?
(B) 2/36 (A) 53
(C) 3/36 (B) 69
(D) 4/36 (C) 72
(D) 47
8. (CASAN – TÉCNICO DE LABORATÓRIO – INSTITUTO
AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, escondia seu GABARITO
dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um carro velho fora de
uso, que mantinha no fundo de sua casa. Certo dia, o empresário se
gabava de sua inteligência ao contar o fato para um de seus amigos, 1. Resposta: A.
enquanto um ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão ti- P2.P6=2!.6!=2.720=1440
nha tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um dos
pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a probabilidade de 2. Resposta: C.
ele ter roubado o pneu certo? __ ___ __ __
(A) 0,20. 6. 5.4. 3=360
(B) 0,23.
(C) 0,25. 3. Resposta: E.
(D) 0,27. P6=6!=6.5.4.3.2.1=720
(E) 0,30.
4. Resposta: E.
9. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVISOR P4=4!= 4.3.2.1=24
– FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
5. Resposta: B.
Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a: Vogais: a, e, i, o, u
(A) 1; Números ímpares: 1,3,5,7,9
(B) 2;
(C) 3;
5 5 4 4 3
(D) 4;
(E) 6. Algarismo Algarismo Algarismo
Vogal Vogal
Ímpar Ímpar Ímpar
10. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-
SOR – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de determinada 5.5.4.4.3=1200
empresa tem o mesmo número de mulheres e de homens. Certa
manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens dessa equipe saíram 6. Resposta: A.
para um atendimento externo. A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
Desses que foram para o atendimento externo, a fração de mu- 0,3.0,3.0,3=0,027=2,7%
lheres é:
(A) 3/4; 7. Resposta: D.
(B) 8/9; Para dar 9, temos 4 possibilidades
(C) 5/7; 3+6
(D) 8/13; 6+3
(E) 9/17. 4+5
5+4
11. (CRF/MT - AGENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2017)
Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de música, esporte e leitura; P=4/36
48 gostam de música e esporte; 60 gostam de música e leitura; 44
gostam de esporte e leitura; 12 gostam somente de música; 18 gos- 8. Resposta: C.
tam somente de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao esco- A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o dinheiro
lher ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele não está em 1.
gostar de nenhuma dessas atividades? 1/4=0,25
(A) 1/75
(B) 39/75 9. Resposta: C.
(C) 11/75 2-2(1-2N)=12
(D) 40/75 2-2+4N=12
(E) 76/75 4N=12
N=3

114
RACIOCÍNIO LÓGICO
10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
ANOTAÇÕES
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______________________________________________________

Dos homens que saíram: ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
Saíram no total ______________________________________________________

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______________________________________________________
11. Resposta: C ______________________________________________________

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32+10+12+18+16+28+12+x=150
X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades ______________________________________________________
P=22/150=11/75
______________________________________________________
12. Resposta: B
_____________________________________________________

_____________________________________________________

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______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
9+8+14+x=100 ______________________________________________________
X=100-31
X=69% ______________________________________________________

115
RACIOCÍNIO LÓGICO
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116
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA
DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA

Justiça social Justiça social – a Justiça social redistribuição dos


POLÍTICA NACIONAL PARA AS MULHERES recursos e riquezas produzidas pela sociedade e a busca de supe-
ração da desigualdade social, que atinge de maneira significativa
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres às mulheres, devem ser assegurados;
Transparência dos atos públicos ansparência dos atos públi-
A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Pre- cos – o ansparência dos atos públicos respeito aos princípios da
sidência da República (SPM/ PR) foi criada em 1º de janeiro de administração pública, tais como legalidade, impessoalidade, mo-
2003, com status de ministério e inaugurou um novo momento ralidade e eficiência, com transparência nos atos públicos e con-
da história do Brasil no que se refere à formulação, coordenação e trole social, deve ser garantido;
articulação de políticas que promovam a igualdade entre mulhe- Participação e controle social Participação e controle social
res e homens. – o Participação e controle social debate e a participação das mu-
O Governo Federal deu um importante passo para a promo- lheres na formulação, implementação, avaliação e controle social
ção dessas mudanças com a realização da I Conferência Nacio- das políticas públicas devem ser garantidos e ratificados pelo Es-
nal de Políticas para as Mulheres (I CNPM), em julho de 2004. A tado brasileiro, como medida de proteção aos direitos humanos
Conferência foi um marco na afirmação dos direitos da mulher e das mulheres e meninas.
mobilizou, por todo o Brasil, cerca de 120 mil mulheres que parti-
ciparam, diretamente, dos debates e apresentaram as propostas O Plano na vida das mulheres
para a elaboração do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres
que, agora, a SPM está colocando em prática. O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM) vai
O Plano traduz em ações o compromisso assumido pelo Presi- beneficiar você, mulher, sua família e sua comunidade. Para que
dente Luiz Inácio Lula da Silva, quando de sua eleição em 2002, de ele se torne realidade e mude, de fato, a vida de todas as mulhe-
enfrentar as desigualdades entre mulheres e homens em nosso res, é necessário que os Governos Federal, Estaduais e Municipais
país e reconhece o papel fundamental do Estado, através de ações trabalhem em conjunto e, também, que a sociedade seja parceira
e políticas públicas, no combate a estas e outras desigualdades em sua execução. Para tanto, é preciso que mecanismos institu-
sociais. cionais de defesa dos direitos da mulher sejam criados ou forta-
* lecidos em todo o país. E mais: que todas estejam representadas
COMBATER TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA - mulheres índias, negras, lésbicas, idosas, jovens mulheres, com
A MULHER * deficiência, ciganas, profissionais do sexo, rurais, urbanas, entre
outras – e participem, ativamente, em suas localidades.
A Política Nacional para as Mulheres * O MAIOR ACESSO E A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NOS
A Política Nacional para as Mulheres orienta-se pelos seguin- ESPAÇOS DE PODER SÃO INSTRUMENTOS ESSENCIAIS PARA DE-
tes pontos fundamentais: MOCRATIZAR O ESTADO E A SOCIEDADE *
Igualdade e respeito à diversidade – Igualdade e respeito à Conheça o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e sai-
diversidade mulheres e homens são iguais em seus direitos. ba como ele pode ser um instrumento de afirmação da cidadania
A promoção da igualdade implica no respeito à diversidade das mulheres.
cultural, étnica, racial, inserção social, situação econômica e re-
gional, assim como os diferentes momentos da vida das mulheres; Comece sabendo que cada uma das ações do Plano Nacional
Eqüidade Eqüidade – a Eqüidade todas as pessoas deve ser de Políticas para as Mulheres tem como objetivos:
garantida a igualdade de oportunidades, observando-se os direi-
tos universais e as questões específicas das mulheres; 1. a igualdade de gênero, raça e etnia;
Autonomia das mulheres Autonomia das mulheres – o Auto- 2. o desenvolvimento democrático e sustentável, levando em
nomia das mulheres poder de decisão sobre suas vidas e corpos consideração as diversidades regionais com o objetivo de superar
deve ser assegurado às mulheres, assim como as condições de as desigualdades econômicas e culturais;
influenciar os acontecimentos em sua comunidade e seu país; 3. o cumprimento dos tratados, acordos e convenções inter-
Laicidade do Estado Laicidade do Estado – as Laicidade do nacionais firmados e ratificados pelo Governo Brasileiro, relativos
Estado políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser aos direitos humanos das mulheres;
formuladas e implementadas independentemente de princípios 4. o pleno exercício de todos os direitos e liberdades funda-
religiosos, de forma a assegurar os direitos consagrados na Cons- mentais para distintos grupos de mulheres;
tituição Federal e nos instrumentos e acordos internacionais assi- 5. o equilíbrio de poder entre mulheres e homens, em termos
nados pelo Brasil; de recursos econômicos, direitos legais, participação política e re-
Universalidade das políticas Universalidade das políticas – as lações interpessoais;
po Universalidade das políticas líticas públicas devem garantir, em 6. o combate às distintas formas de apropriação e exploração
sua implementação, o acesso aos direitos sociais, políticos, econô- mercantil do corpo e da vida das mulheres;
micos, culturais e ambientais para todas as mulheres;

117
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
7. o reconhecimento da violência de gênero, raça e etnia 5. promover o direito à vida na cidade com qualidade, acesso
como violência estrutural e histórica, que expressa a opressão das a bens e serviços.
mulheres que precisa ser tratada como questão de segurança, jus-
tiça e saúde pública; Quais são os primeiros passos para alcançar esses objetivos?
8. o reconhecimento da responsabilidade do Estado na im- 1. adotar medidas que promovam o aumento em 5,2% na
plementação de políticas que incidam na divisão social e sexual taxa de atividade das mulheres na População Economicamente
do trabalho; Ativa (PEA) até 2007;
9. a construção social de valores, por meio da Educação, que 2. manter a média nacional em, no mínimo, 50% de partici-
enfatizem a importância do trabalho historicamente realizado pe- pação das mulheres no total de trabalhadores capacitados e qua-
las mulheres, além da necessidade de viabilizar novas formas para lificados atendidos pelo Plano Nacional de Qualificação (PNQ) e
sua efetivação; nos convênios do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com
10. a inclusão das questões de gênero, raça e etnia nos currí- entidades que desenvolvam formação profissional;
culos escolares, além do reconhecimento e busca de formas que 3. conceder crédito a 400 mil mulheres trabalhadoras rurais,
alterem as práticas educativas, a produção de conhecimento, a no período de 2005 a 2006;
educação formal, a cultura e a comunicação discriminatórias; 4. documentar 250 mil mulheres rurais até 2007;
11. a inclusão de recursos nos Planos Plurianuais, Leis de Dire- 5. conceder 400 mil títulos conjuntos de terra, no caso de lo-
trizes Orçamentárias e Leis Orçamentárias Anuais para implemen- tes pertencentes a casais, a todas as famílias beneficiadas pela
tação de políticas públicas para as mulheres; reforma agrária até 2007;
12. a elaboração e divulgação de indicadores sociais, econô- 6. atender 350 mil mulheres nos projetos de Assistência Téc-
micos e culturais sobre a população afro-descendente e indígena, nica e Extensão Rural e de Assistência Técnica Sustentável, até
como subsídios para a formulação e implementação de políticas 2007.
públicas de saúde, previdência social, trabalho, educação e cultu-
ra, que levem em consideração a realidade urbana e rural; Quais são as prioridades?
13. a capacitação de servidores(as) públicos(as) em gênero, 1. ampliar o acesso das mulheres ao mercado de trabalho;
raça, etnia e direitos humanos, de forma a garantir a implementa- 2. promover a autonomia econômica e financeira das mulhe-
ção de políticas públicas voltadas para a igualdade; res por meio do apoio ao empreendedorismo, associativismo, co-
14. a participação e o controle social na formulação, imple- operativismo e comércio;
mentação, monitoramento e avaliação de políticas públicas, dis- 3. promover relações de trabalho não-discriminatórias, com
ponibilizando dados e indicadores relacionados aos atos públicos eqüidade salarial e de acesso a cargos de direção;
e garantindo a transparência das ações; 4. garantir o cumprimento da legislação no âmbito do traba-
15. a criação, o fortalecimento e a ampliação de organismos lho doméstico e estimular a divisão das tarefas domésticas;
específicos de defesa dos direitos e de políticas para as mulheres 5. ampliar o exercício da cidadania das mulheres e do acesso
no primeiro escalão de governo, nas esferas federal, estaduais e a terra e à moradia.
municipais.
B. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NÃO SEXISTA
O que é o Plano Quais são os objetivos?
O PNPM tem 199 ações, distribuídas em 26 prioridades, que 1. incorporar a perspectiva de gênero, raça, etnia e orientação
foram definidas a partir dos debates estabelecidos na I Conferên- sexual no processo educacional formal e informal;
cia Nacional de Políticas para as Mulheres. Elas foram organiza- 2. garantir um sistema educacional não discriminatório, que
das por um Grupo de Trabalho, coordenado por esta Secretaria não reproduza estereótipos de gênero, raça e etnia;
e composto por representantes dos ministérios da Saúde, Edu- 3. promover o acesso à educação básica de mulheres jovens
cação, Trabalho e Emprego, Justiça, Desenvolvimento Agrário, e adultas;
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Planejamento, Orça- 4. promover a visibilidade da contribuição das mulheres na
mento e Gestão, Minas e Energia e Secretaria Especial de Políticas construção da história da humanidade;
da Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Conselho Nacional dos 5. combater os estereótipos de gênero, raça e etnia na cultura
Direitos da Mulher (CNDM) e de representantes das esferas go- e comunicação.
vernamentais estadual – representados pelo Acre - e municipal
– representada por Campinas/SP. Quais são os primeiros passos para alcançar esses objetivos?
As ações do Plano foram traçadas a partir de 4 linhas de atu- 1. reduzir em 15% a taxa de analfabetismo entre mulheres
ação, consideradas como as mais importantes e urgentes para ga- acima de 45 anos até 2007;
rantir, de fato, o direito a uma vida melhor e mais digna para todas 2. aumentar em 12% o número de crianças entre zero e 06
as mulheres. São elas: anos de idade freqüentando creche ou pré-escola, na rede pública
até 2007.
A. AUTONOMIA, IGUALDADE NO MUNDO DO TRABALHO E
CIDADANIA Quais são as prioridades?
Quais são os objetivos? 1. promover ações no processo educacional para a eqüidade
1. promover a autonomia econômica e financeira das mulhe- de gênero, raça, etnia e orientação sexual;
res; 2. ampliar o acesso à educação infantil: creches e pré-escolas;
2. promover a eqüidade de gênero, raça e etnia nas relações 3. promover a alfabetização e ampliar a oferta de ensino fun-
de trabalho; damental para mulheres adultas e idosas, especialmente negras
3. promover políticas de ações afirmativas que reafirmem a e índias;
condição das mulheres como sujeitos sociais e políticos; 4. valorizar as iniciativas culturais das mulheres;
4. ampliar a inclusão das mulheres na reforma agrária e na 5. estimular a difusão de imagens não-discriminatórias e não-
agricultura familiar; -estereotipadas das mulheres.

118
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
C. SAÚDE DAS MULHERES, DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS RE- 3. promover a atenção obstétrica, qualificada e humanizada,
PRODUTIVOS. inclusive a assistência ao abortamento em condições inseguras
Quais são os objetivos? para mulheres e adolescentes, visando reduzir a mortalidade ma-
1. promover a melhoria da saúde das mulheres brasileiras, terna, especialmente entre as mulheres negras;
mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliar 4. promover a prevenção e o controle das doenças sexual-
o acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistên- mente transmissíveis e de infecção pelo HIV/Aids na população
cia e recuperação da saúde, em todo território brasileiro; feminina;
2. garantir os direitos sexuais e direitos reprodutivos das mu- 5. reduzir a morbimortalidade por câncer cérvico-uterino e de
lheres; mama na população feminina;
3. contribuir para a redução da morbidade e mortalidade fe- 6. revisar a legislação punitiva que trata da interrupção volun-
minina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os tária da gravidez
ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem qualquer
forma de discriminação; D. ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
4. ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde Quais são os objetivos?
da mulher no Sistema Único de Saúde (SUS). 1. implantar uma Política Nacional de Enfrentamento à Vio-
lência contra a Mulher;
Quais são os primeiros passos para alcançar esses objetivos? 2. garantir o atendimento integral, humanizado e de qualida-
1. implantar, com equipes de Saúde da Família (SF), em um de às mulheres em situação de violência;
município de cada região do país, a atenção qualificada às mu- 3. reduzir os índices de violência contra as mulheres;
lheres com queixas clínicoginecológicas, com especial atenção à 4. garantir o cumprimento dos instrumentos e acordos inter-
raça e etnia; nacionais e revisar a legislação brasileira de enfrentamento à vio-
2. implantar projetos pilotos de modelo de atenção à saúde lência contra as mulheres.
mental das mulheres na perspectiva de gênero, em 10 municípios
com Centros de Atenção Psicossocial (CAPs); Quais são os primeiro passos para alcançar esses objetivos?
3. implementar, através do Centro de Referência em Saúde do 1. proceder a um diagnóstico quantitativo e qualitativo sobre
Trabalhador, em um município de cada região do país, ações volta- os serviços de prevenção e atenção às mulheres em situação de
das aos agravos à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade; violência em todo o território nacional;
4. implantar a atenção integral à saúde da mulher índia em 2. definir a aplicação de normas técnicas nacionais para o fun-
10% dos pólos básicos; cionamento dos serviços de prevenção e assistência às mulheres
5. habilitar 35% dos estados que têm presídios femininos, em situação de violência;
para a Atenção Integral à Saúde das mulheres encarceradas; 3. integrar os serviços em redes locais, regionais e nacionais;.
6. ampliar as ações de Planejamento Familiar, garantindo a 4. instituir redes de atendimento às mulheres em situação de
oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis para 60% da po- violência em todos os estados brasileiros, englobando os seguin-
pulação de mulheres em idade fértil, usuárias do SUS, em todos tes serviços: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
os municípios com equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) (DEAMs), Polícia Militar e Unidades Móveis do Corpo de Bom-
ou que tenham aderido ao Programa de Humanização no Pré-na- beiros, Centros de Referência, Casas Abrigo, Serviços de Saúde,
tal e Nascimento (PHPN); Instituto Médico Legal, Defensorias Públicas, Defensorias Públicas
7. reduzir em 5% o número de complicações de abortamento da Mulher, além de programas sociais de trabalho e renda, de ha-
atendidas pelo SUS; bitação e moradia, de educação e cultura e de justiça, Conselhos
8. reduzir em 15% a mortalidade materna no Brasil, consi-
e movimentos sociais;
derando a meta estabelecida no Pacto Nacional pela Redução da
5. implantar serviços especializados de atendimento às mu-
Mortalidade Materna e Neonatal, lançado em março de 2004,
lheres em situação de violência em todos os estados brasileiros
pelo Governo Federal;
e Distrito Federal, segundo diagnósticos e estatísticas disponíveis
9. reduzir em 3% a incidência de Aids em mulheres;
sobre a violência em cada região;
10. eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pú-
6. aumentar em 15% os serviços de atenção à saúde da mu-
blica;
lher em situação de 6. violência;
11. aumentar em 30% a cobertura de Papanicolau na popula-
7. implantar um sistema nacional de informações sobre vio-
ção feminina de risco (35 a 49 anos);
12. aumentar em 30% o número de mamografias realizadas lência contra a mulher;
no País. . 8. implantar processo de capacitação e treinamento dos
profissionais atuantes nos serviços de prevenção e assistência,
Quais são as prioridades? segundo modelo integrado desenvolvido pelo MS/SEPPIR/SPM e
1. estimular a implantação, na Atenção Integral à Saúde da SENASP, em todas as unidades da Federação, com especial aten-
Mulher, de ações que atendam as necessidades específicas das ção às cidades com maiores índices de violência contra a mulher;
mulheres nas diferentes fases de seu ciclo vital, abrangendo as 9. ampliar em 50% o número de DEAMs e Núcleos Especiali-
mulheres negras, as com deficiência, as índias, as encarceradas, zados nas delegacias existentes.
as trabalhadoras rurais e urbanas e as de diferentes orientações
sexuais, contemplando questões ligadas às relações de gênero; Quais são as prioridades?
2. estimular a implementação da assistência em Planejamen- 1. ampliar e aperfeiçoar a Rede de Prevenção e Atendimento
to Familiar, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, na às mulheres em 1. situação de violência;
perspectiva da atenção integral à saúde; 2. revisar e implementar a legislação nacional e garantir a
aplicação dos tratados 2. internacionais ratificados visando o
aperfeiçoamento dos mecanismos de enfrentamento à violência
contra as mulheres;

119
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
3. promover ações preventivas em relação à violência domés- enfrentamento à violência contra as mulheres constituíam, em ge-
tica e sexual; 3. ral, ações isoladas e referiam-se basicamente a duas estratégias: a
4. promover a atenção à saúde das mulheres em situação de capacitação de profissionais da rede de atendimento às mulheres
violência doméstica e 4. sexual; em situação de violência e a criação de serviços especializados,
5. produzir e sistematizar dados e informações sobre a violên- mais especificamente Casas-Abrigo e Delegacias Especializadas de
cia contra as mulheres; Atendimento à Mulher.
6. capacitar os profissionais das áreas de segurança pública, A partir de 2003, as políticas públicas para o enfrentamento à
saúde, educação e 6. assistência psicossocial na temática da vio- violência contra as mulheres são ampliadas e passam a incluir ações
lência de gênero; integradas, como: criação de normas e padrões de atendimento,
7. ampliar o acesso à justiça e à assistência jurídica gratuita. aperfeiçoamento da legislação, incentivo à constituição de redes de
serviços, o apoio a projetos educativos e culturais de prevenção à
Para que todas essas ações do PNPM sejam colocadas em violência e ampliação do acesso das mulheres à justiça e aos servi-
prática nós, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, ços de segurança pública. Esta ampliação é retratada em diferentes
em conjunto com os ministérios parceiros e diferentes órgãos de documentos e leis publicados neste período, a exemplo dos Planos
governo, estamos promovendo a Gestão e Monitoramento do Nacionais de Políticas para as Mulheres, a Lei Maria da Penha, a
Plano para fazer acontecer a igualdade entre mulheres e homens. Política e o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as
Mulheres, as Diretrizes de Abrigamento das Mulheres em situação
COMO FAZER A GESTÃO E O MONITORAMENTO DO PLANO? de Violência, as Diretrizes Nacionais de Enfrentamento à Violência
Em abril de 2005, criamos um Comitê formado por represen- contra as Mulheres do Campo e da Floresta, Norma Técnica do Cen-
tantes de ministérios e secretarias especiais - e coordenado pela tro de Atendimento à Mulher em situação de Violência, Norma Téc-
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - para acompa- nica das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, entre
nhar o desenvolvimento das ações do Plano por cada um dos dife- outros.
rentes órgãos do Governo Federal. Nesta publicação da Política Nacional de Enfrentamento à Vio-
O Comitê atua, também, no sentido de fazer com que con- lência contra as Mulheres, serão apresentados os conceitos, princí-
ceitos e práticas que atendam às necessidades específicas das pios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra
mulheres, sejam incorporados nas políticas governamentais de as mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às
todas as áreas e nas diversas instâncias e fóruns governamentais mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumen-
e não-governamentais. tos internacionais de direitos humanos e legislação nacional. Neste
O Comitê é constituído pelos seguintes integrantes: volume, são discutidos os conceitos de enfrentamento e os diver-
· Secretaria Especial de Políticas para Mulheres; sos tipos de violência contra as mulheres abordados no âmbito da
· Ministério da Educação; Política.
· Ministério da Justiça;
Iriny Lopes
· Ministério da Saúde;
Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres
· Ministério das Cidades;
· Ministério das Minas e Energia;
Introdução
· Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mu-
· Ministério do Desenvolvimento Agrário;
lheres tem por finalidade estabelecer conceitos, princípios, diretri-
· Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
zes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres,
· Ministério do Trabalho e Emprego;
assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em
· Secretaria Especial de Direitos Humanos;
· Secretaria Especial de Políticas da Promoção da Igualdade situação de violência, conforme normas e instrumentos internacio-
Racial; nais de direitos humanos e legislação nacional. Além disso, está es-
· Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. truturada a partir do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres
(PNPM), elaborado com base na I Conferência Nacional de Políticas
Quais são as prioridades do Comitê? para as Mulheres, realizada em 2004 pela Secretaria de Políticas
1. capacitar e qualificar os agentes públicos em gênero, raça para as Mulheres (SPM) e pelo Conselho Nacional dos Direitos da
e direitos humanos; 1. Mulher (CNDM).
2. produzir, organizar e disseminar dados, estudos e pesqui- O PNPM possui como um de seus Capítulos o enfrentamento
sas que tratem das 2. temáticas de gênero e raça; à violência contra a mulher que, por sua vez, define como objetivo
3. criar e fortalecer os mecanismos institucionais de direitos e a criação de uma Política Nacional. Vale notar que a questão do
de políticas para as 3. mulheres. enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher foi
* POLÍTICAS PARA AS MULHERES, COMPROMISSO DE TODOS mantida como um eixo temático na II Conferência Nacional de Po-
OS DIAS * líticas para as Mulheres (CNPM), realizada em agosto de 2007 e no
II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado em 2008.
A Política Nacional encontra-se, também, em consonância com
POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊN- a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) e com convenções e tra-
CIA CONTRA AS MULHERES tados internacionais ratificados pelo Brasil, tais como: a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948), a Convenção Interameri-
Apresentação cana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher
Desde a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, em (Convenção de Belém do Pará, 1994), a Convenção sobre a Elimi-
2003, as políticas públicas de enfrentamento à violência contra as nação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CE-
mulheres foram fortalecidas por meio da elaboração de conceitos, DAW, 1981) e a Convenção Internacional contra o Crime Organizado
diretrizes, normas; e da definição de ações e estratégias de gestão Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico
e monitoramento relativas à temática. Até então, as iniciativas de de Pessoas (Convenção de Palermo, 2000).

120
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Desse modo, a elaboração da Política Nacional de Enfrenta- fisz3 mostra que “em dez anos (1997 a 2007) 41.532 mulheres mor-
mento à Violência contra as Mulheres pela Secretaria de Políticas reram vítimas de homicídios – índice 4.2 assassinadas por 100.000
para as Mulheres (SPM) tem como objetivo explicitar os fundamen- mil habitantes”.
tos conceituais e políticos do enfrentamento à questão, que têm Dados de investigação conduzida pela Universidade de São
orientado a formulação e execução das políticas públicas formula- Paulo em conjunto com a Organização Mundial de Saúde (2001)
das e executadas - desde a criação da SPM em janeiro de 2003 - demonstram que 27% de 4.299 mulheres entrevistadas na grande
para a prevenção, combate e enfrentamento à violência contra as São Paulo e 34% na Zona da Mata pernambucana relataram algum
mulheres, assim como para a assistência às mulheres em situação episódio de violência física cometido por parceiro ou ex-parceiros;
de violência. e que 29% das entrevistadas com mais de 15 anos referiram ter sido
vítimas de violência sexual por parte de estranhos.
Contextualizando a violência contra as mulheres no Brasil No período de 08 a 28 de fevereiro de 2011, o DataSenado
Dados sobre a violência realizou pesquisa com 1.352 mulheres, revelando que 66% destas
A violência contra as mulheres constitui-se em uma das princi- acham que aumentou a violência doméstica e familiar contra o gê-
pais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em nero feminino, ao mesmo tempo em que a maioria (60%) entende
seus direitos à vida, à saúde e à integridade física. Homens e mulhe- que a proteção está melhor, após a criação da Lei Maria da Penha.
res são atingidos pela violência de maneira diferenciada. Enquanto Os resultados de 2011 indicam na Pesquisa do DataSenado que o
os homens tendem a ser vítimas de uma violência predominante- conhecimento sobre a Lei Maria da Penha cresceu nos dois últimos
mente praticada no espaço público, as mulheres sofrem cotidiana- anos: 98% disseram já ter ouvido falar na lei, contra 83% em 2009.
mente com um fenômeno que se manifesta dentro de seus próprios Foram feitas 1.352 entrevistas, apenas com mulheres, em 119 mu-
lares, na grande parte das vezes praticado por seus companheiros e nicípios, incluídas todas as Capitais e o DF.
familiares. A violência contra as mulheres em todas as suas formas Do total de entrevistadas, 57% declararam conhecer mulheres
(doméstica, psicológica, física, moral, patrimonial, sexual, tráfico de que já sofreram algum tipo de violência doméstica. A que mais se
mulheres, assédio sexual, etc.) é um fenômeno que atinge mulhe- destaca é a violência física, citada por 78% das pessoas ouvidas pela
res de diferentes classes sociais, origens, idades, regiões, estados pesquisa. Em segundo lugar aparece a violência moral, com 28%,
civis, escolaridade, raças e até mesmo a orientação sexual. Faz-se praticamente empatada com a violência psicológica (27%). Dados
necessário, portanto, que o Estado brasileiro adote políticas pú- da Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA) do Ministério da Saú-
blicas, acessíveis a todas as mulheres, que englobem as diferentes de, de 27 municípios, de agosto de 2006 a julho de 2007, mostram
que são as mulheres as principais vítimas das violências doméstica
modalidades pelas quais a violência se expressa. Nessa perspectiva,
e sexual, da infância até a terceira idade. Do total de 8.9184 noti-
devem ser também consideradas as ações de combate ao tráfico de
ficações de atendimentos de violência doméstica, sexual e outras
mulheres, jovens e meninas
violências, registradas no período analisado, 6.636, ou seja, 74% re-
Ainda que seja um fenômeno reconhecidamente presente na
feriam-se a vítimas do sexo feminino. As mulheres adultas (20 a 59
vida de milhões de brasileiras, não existem estatísticas sistemáticas
anos) foram as que mais sofreram violência: 3.235 atendimentos,
e oficiais que apontem para a magnitude desse fenômeno. Alguns
representando 79,9% do total de agressões relatadas.
estudos, realizados por institutos de pesquisa não governamen-
Mesmo com a carência de dados oficiais, a percepção é de que
tais, como a Fundação Perseu Abramo (2010), apontam que apro-
a violência doméstica é um problema da maior gravidade e aponta
ximadamente 24% das mulheres já foram vítimas de algum tipo para o reconhecimento de sua existência e das sérias consequências
de violência doméstica. Quando estimuladas por meio da citação que atingem – física e psicologicamente – as mulheres vitimadas.
de diferentes formas de agressão, esse percentual sobe para 40%. Diante da dimensão do problema da violência doméstica, tan-
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica, também, a to em termos do alto número de mulheres atingidas quanto das
maior vulnerabilidade de mulheres e meninas ao tráfico de pesso- consequências psíquicas, sociais e econômicas, e em resposta às
as e à exploração sexual (2005). Segundo estudo1 divulgado pela recomendações do Comitê para Eliminação de Todas as Formas de
UNESCO em 1999, uma em cada três ou quatro meninas é abusada Discriminação contra as Mulheres (CEDAW/ONU) e da Convenção
sexualmente antes de completar 18 anos. Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
A Organização Internacional do Trabalho2 (OIT) estimou ainda a Mulher ao Estado brasileiro, o Brasil promulgou em 2006 uma lei
em 2005, que o Tráfico Internacional de Pessoas movimenta anual- específica para coibir a violência doméstica e familiar contra a mu-
mente US$ 32 bilhões, sendo a terceira atividade ilícita mais lucra- lher (Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, conhecida como Lei
tiva. O fenômeno da violência doméstica e sexual praticado contra Maria da Penha). A partir da Lei, os crimes devem ser julgados nos
mulheres constitui uma das principais formas de violação dos Di- Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a
reitos Humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à Mulher, instrumentos criados a partir dessa legislação, ou, enquan-
integridade física. to estes não existirem, nas Varas Criminais. Dentre outras conquis-
A Constituição Federal, em seu art. 226, parágrafo 8º, assegura tas importantes, vale citar: a categorização dos tipos de violência
“a assistência à família, na pessoa de cada um dos que a integram, doméstica, que pode ser física, sexual, patrimonial, psicológica e
criando mecanismos para coibir a violência, no âmbito de suas re- moral; a proibição da aplicação de penas pecuniárias aos agresso-
lações”, assumindo, dessa forma, que o Estado brasileiro tem um res; e a determinação de encaminhamentos das mulheres em situ-
papel a cumprir no enfrentamento a qualquer tipo de violência seja ação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e
ela praticada contra homens ou mulheres, adultos ou crianças. Ho- serviços de proteção e de assistência social.
mens e mulheres, porém, são atingidos pela violência de maneira No que tange à produção de dados, a Lei Maria da Penha prevê
diferenciada. Enquanto os homens tendem a ser vítimas de uma a criação de um Sistema Nacional de Dados e Estatísticas sobre a
violência predominantemente praticada no espaço público, as mu- Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Ainda no que se
lheres sofrem cotidianamente com um fenômeno que se manifesta refere às iniciativas do governo para a construção de estatísticas
dentro de seus próprios lares, na grande parte das vezes praticado oficiais, há que se registrar duas importantes fontes: o sistema de
por seus companheiros e ex-companheiros. Pesquisa realizada em notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher, sob
2010 pelo Instituto Sangari e coordenada por Julio Jacobo Waisel- responsabilidade do Ministério da Saúde5 ; e o Sistema Nacional de

121
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Estatísticas de Segurança Pública e Justiça Criminal/SINESPJC (que Com a criação da Secretaria de Políticas para Mulheres em
inclui o Módulo Registro das Ocorrências; o Módulo Perfil das Insti- 20039 , as ações para o enfrentamento à violência contra as mu-
tuições de Segurança Pública; a Pesquisa Nacional de Vitimização; o lheres passam a ter um maior investimento e a política é ampliada
Fluxo do Sistema de Justiça Criminal), sob responsabilidade da Se- no sentido de promover a criação de novos serviços (como o Cen-
cretaria Nacional de Segurança Pública/ Ministério da Justiça. tro de Referência de Atendimento às Mulheres, as Defensorias da
A Central de Atendimento à Mulher-Ligue 180 da Secretaria Mulher, os Serviços de Responsabilização e Educação do Agressor,
de Políticas para as Mulheres, criada para orientar as mulheres em as Promotorias Especializadas) e de propor a construção de Redes
situação de violência sobre seus direitos e sobre os serviços espe- de Atendimento às mulheres em situação de violência. Com a rea-
cializados, bem como para auxiliar no monitoramento da rede de lização da I e da II Conferência Nacional de Políticas para Mulheres
atendimento às mulheres em todo o território nacional, mesmo (I e II CNPM) e com a construção coletiva de dois Planos Nacionais
não oferecendo dados que permitam construir um diagnóstico do de Políticas para Mulheres, o Enfrentamento à Violência contra as
problema, oferece uma visão geral das características da violência Mulheres é consolidado como um eixo intersetorial e prioritário no
contra as mulheres no país e de sua magnitude. Apesar de não se campo das políticas para as mulheres. Assim, a partir do PNPM, as
tratar de um conjunto de informações estatisticamente represen- ações de enfrentamento à violência contra as mulheres não mais se
tativas do universo, mas de registros dos atendimentos efetuados restringem às áreas da segurança e assistência social, mas buscam
neste serviço, produz vieses importantes que devem ser considera- envolver diferentes setores do Estado no sentido de garantir os di-
dos na análise desta questão. reitos das mulheres a uma vida sem violência.
Portanto, embora haja no Brasil poucos estudos nacionais so- A importância do desenvolvimento de políticas públicas de
bre a magnitude da violência contra as mulheres, nota-se um cres- enfrentamento à violência contra as mulheres é efetivamente con-
cente interesse pelo levantamento de dados que possam subsidiar solidada quando do lançamento do Pacto Nacional pelo Enfrenta-
as políticas públicas voltadas para o enfrentamento da questão; mento à Violência contra as Mulheres, em agosto de 2007. O Pacto
assim como um comprometimento do Estado com o diagnóstico Nacional foi parte da Agenda Social do Governo Federal e consiste
da violência contra as mulheres, que pode ser observado na Lei n° numa estratégia de integração entre governo federal, estadual e
10.778/2003 referente à notificação compulsória dos casos de vio- municipal no tocante às ações de enfrentamento à violência contra
lência contra a mulher na saúde e na Lei n° 11.340/2006 (Lei Maria as mulheres e de descentralização das políticas públicas referentes
da Penha) que determina a criação do Sistema Nacional de Dados e à temática, por meio de um acordo federativo, que tem por base
Estatísticas sobre a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. a transversalidade de gênero, a intersetorialidade e a capilaridade
das ações referentes à temática.
Contextualizando a Política: o Estado Brasileiro e a questão da
violência contra as mulheres Aspectos conceituais: definindo a violência contra as mulhe-
As primeiras conquistas do movimento feminista junto ao Esta- res
do para a implementação de políticas públicas voltadas ao enfren- O conceito de violência contra as mulheres1 , adotado pela Po-
tamento à violência contra mulheres datam da década de 1980. Em lítica Nacional, fundamenta-se na definição da Convenção de Belém
1985, justamente na culminância da Década da Mulher, declarada do Pará (1994), segundo a qual a violência contra a mulher constitui
pela ONU, é inaugurada a primeira Delegacia de Defesa da Mulher “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte,
e criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM)6 , por dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no
meio da Lei nº 7.353/85. No ano seguinte, foi criada pela Secreta- âmbito público como no privado” (Art. 1°). A definição é, portanto,
ria de Segurança Pública de São Paulo, a primeira Casa Abrigo para ampla e abarca diferentes formas de violência contra as mulheres,
mulheres em situação de risco de morte do país (Silveira, 2006). tais como:
Essas três importantes conquistas da luta feminista brasileira foram, A violência doméstica ou em qualquer outra relação interpes-
durante muito tempo, as principais balizas das ações do Estado vol- soal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo do-
tadas para a promoção dos direitos das mulheres no enfrentamento micílio que a mulher, compreendendo, entre outras, as violências
à violência. física, psicológica, sexual, moral e patrimonial (Lei nº 11.340/2006);
De 1985 a 2002, a criação de DEAMs e de Casas-Abrigo foi o A violência ocorrida na comunidade e que seja perpetrada por
principal eixo da política de enfrentamento à violência contra as qualquer pessoa e que compreende, entre outros, violação, abuso
mulheres, cuja ênfase, portanto, estava na segurança pública e na sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro
assistência social. Esse foco constituiu também a base do Programa e assédio sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições
Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, sob gerência da educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar;
Secretaria de Estado de Direitos da Mulher (SEDIM), criada em 2002 A violência perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agen-
e vinculada ao Ministério da Justiça. O ano de 1998 com a elabora- tes, onde quer que ocorra (violência institucional).
ção da Norma Técnica7 para prevenção e tratamento dos agravos A violência contra as mulheres não pode ser entendida sem
resultantes da violência sexual pelo Ministério da Saúde, marcou se considerar a dimensão de gênero, ou seja, a construção social,
mais um avanço nas políticas públicas para as mulheres. Esta Norma política e cultural da(s) masculinidade(s) e da(s) feminilidade(s),
Técnica determinava a garantia de atendimento a mulheres vítimas assim como as relações entre homens e mulheres. É um fenôme-
de violência sexual nos serviços de saúde, representando uma das no, portanto, que se dá no nível relacional e societal, requerendo
medidas a serem adotadas com vistas à redução dos agravos decor- mudanças culturais, educativas e sociais para seu enfrentamento,
rentes deste tipo de violência. A oferta desses serviços, entretanto, bem como o reconhecimento de que as dimensões de raça/etnia,
permitiu a adolescentes e mulheres o acesso imediato a cuidados de geração e de classe contribuem para sua exacerbação.
de saúde, à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e
à gravidez indesejada. Cinco anos depois, a promulgação da Lei
10.778/03 institui-se um novo avanço: a Notificação Compulsória8
dos casos de violência contra as mulheres atendidas nos serviços de
saúde, públicos ou privados.

122
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Joan Scott (1994) afirma que o gênero é igualmente utilizado Violência Doméstica – entendida como qualquer ação ou omis-
para designar as relações sociais entre os sexos sua reflexão dire- são baseada no gênero que cause à mulher morte, lesão, sofrimen-
ciona-se no sentido da produção do saber sobre a diferença sexual. to físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial no âm-
Para ela, a “História é tanto objeto da atenção analítica quanto um bito da unidade doméstica, no âmbito da família ou em qualquer
método de análise. Vista em conjunto desses dois ângulos, ela ofe- relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha con-
rece um modo de compreensão e uma contribuição ao processo vivido com a ofendida, independentemente de coabitação (Lei nº
através do qual gênero é produzido”. 11.340/2006). A violência doméstica2 contra a mulher subdivide-se
O conhecimento histórico não é o documento fiel da realidade em: violência física, violência psicológica, violência sexual, violên-
vivida, logo, não documenta as reais e únicas condições vivenciadas cia patrimonial e violência moral. O Parágrafo Único da Lei Maria
por homens e mulheres ao longo do tempo, ela sim, oferece um da Penha dá visibilidade à violência doméstica e familiar contra as
modo de compreensão e uma contribuição ao processo através do mulheres lésbicas, ao afirmar que “as relações pessoais enunciadas
qual gênero é produzido. O gênero é, segundo essa definição, uma neste artigo independem de orientação sexual”.
categoria social imposta sobre um corpo sexuado. Violência Sexual – É a ação que obriga uma pessoa a manter
A violência de gênero segundo Saffioti (O Poder do Ma- contato sexual, físico ou verbal, ou participar de outras relações se-
cho,1987) “é tudo que tira os direitos humanos numa perspectiva xuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno,
de manutenção das desigualdades hierárquicas existentes para ga- manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule o li-
rantir obediência, subalternidade de um sexo a outro. Trata-se de mite da vontade pessoal. Manifesta-se como: expressões verbais ou
forma de dominação permanente e acontece em todas as classes corporais que não são do agrado da pessoa; toques e carícias não
sociais, raças e etnias”. desejados; exibicionismo e voyerismo; prostituição forçada; partici-
Simone de Beauvoir (O Segundo Sexo,1949) em seu estudo so- pação forçada em pornografia; relações sexuais forçadas - coerção
bre a mulher e o seu papel na sociedade aponta como a subalter- física ou por medo do que venha a ocorrer (Taquette, 2007).
nidade da mulher ao homem advém de uma perspectiva em que o Violência Física – Qualquer conduta que ofenda a integridade
papel feminino é destituído de identidade cultural, e histórico, clas- ou saúde corporal da mulher.
sificado como algo natural, meramente biológico. Beauvoir descre- Violência Psicológica – Conduta que cause dano emocional e
ve então sua recusa naquela ideia da naturalidade e aponta como
diminuição da autoestima da mulher ou que lhe prejudique e per-
ocorre a construção social dos sexos.
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar
Desta forma atribui diferentes espaços de poder para homens e
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ame-
mulheres, nos quais a mulher em geral ocupa lugares de menor em-
aça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigi-
poderamento, de desvalorização e de subalternidade. Não se trata,
lância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridi-
portanto, de diferenças, mas de desigualdades que são produzidas
cularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer
e reproduzidas em diferentes espaços – no âmbito doméstico, no
outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autode-
trabalho, nas religiões, nas profissões, etc. A violência contra as mu-
terminação.
lheres só pode ser entendida no contexto das relações desiguais de
Violência Patrimonial – Qualquer conduta que configure reten-
gênero, como forma de reprodução do controle do corpo feminino
e das mulheres numa sociedade sexista e patriarcal. As desigual- ção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instru-
dades de gênero têm, assim, na violência contra as mulheres, sua mentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
expressão máxima que, por sua vez, deve ser compreendida como ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
uma violação dos direitos humanos das mulheres. necessidades.
Portanto, o conceito de violência contra as mulheres, que tem Violência Moral – Entendida como qualquer conduta que con-
por base a questão de gênero, remete a um fenômeno multiface- figure calúnia, difamação ou injúria.
tado, com raízes histórico-culturais, é permeado por questões ét- Violência Institucional – É aquela praticada, por ação e/ou
nico-raciais, de classe e de geração. Nesse sentido falar em gênero omissão, nas instituições prestadoras de serviços públicos3 . Mu-
requer do Estado e dos demais agentes uma abordagem interseto- lheres em situação de violência são, por vezes, ‘revitimizadas’ nos
rial e multidimensional na qual as dimensões acima mencionadas serviços quando: são julgadas; não têm sua autonomia respeitada;
sejam reconhecidas e enfrentadas. Além do mais, uma política na são forçadas a contar a história de violência inúmeras vezes; são
área de violência contra as mulheres exige uma atuação conjunta discriminadas em função de questões de raça/etnia, de classe e ge-
para o enfrentamento do problema, que envolva diversos setores, racionais. Outra forma de violência institucional que merece desta-
tais como: a saúde, a educação, a assistência social, a segurança que é a violência sofrida pelas mulheres em situação de prisão, que
pública, a cultura, a justiça, entre outros; no sentido de dar conta são privadas de seus direitos humanos, em especial de seus direitos
da complexidade da violência contra as mulheres e de garantir a sexuais e reprodutivos.
integralidade do atendimento àquelas que vivenciam tal situação Tráfico de Mulheres – O conceito de Tráfico de Mulheres ado-
tado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da
Especificando conceitos: os diferentes tipos de violência con- República do Brasil (SPM/PR) baseia-se em uma abordagem focada
tra as mulheres na perspectiva dos direitos humanos das mulheres e no Protocolo
O conceito de violência contra as mulheres é, tal como men- de Palermo, em que há três elementos centrais: 1. movimento de
cionado, bastante amplo e compreende diversos tipos de violência: pessoas, seja dentro do território nacional ou entre fronteiras; 2.
a violência doméstica (que pode ser psicológica, sexual, física, mo- uso de engano ou coerção, incluindo o uso ou ameaça da força ou
ral e patrimonial), a violência sexual, o abuso e a exploração sexual abuso de autoridade ou situação de vulnerabilidade; e, 3. a finalida-
de mulheres adolescentes/jovens, o assédio sexual no trabalho, o de de exploração (exploração sexual; trabalho ou serviços forçados,
assédio moral, o tráfico de mulheres e a violência institucional. A incluindo o doméstico; escravatura ou práticas similares à escrava-
Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres tura; servidão; remoção de órgãos; casamento servil). Toda vez que
reconhece essa diversidade, ainda que suas ações estejam mais houver movimento de pessoas por meio de engano ou coerção,
fortemente direcionadas para as seguintes expressões de violência: com o fim último de explorá-la, estaremos diante de uma situação

123
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
de tráfico de pessoas. Importante ressaltar que, para fins de iden- discriminações de gênero e a violência contra as mulheres; interfi-
tificação do tráfico de pessoas, o uso de engano ou coerção inclui ram nos padrões sexistas/machistas ainda presentes na sociedade
o abuso da ‘situação de vulnerabilidade’, mencionada na definição brasileira; promovam o empoderamento das mulheres; e garantam
do Protocolo de Palermo. Isso significa dizer que não importa que a um atendimento qualificado e humanizado àquelas em situação de
pessoa explorada tenha consentido em se transportar de um local violência. Portanto, a noção de enfrentamento não se restringe à
a outro, desde que esteja em seu local de origem em situação de questão do combate, mas compreende também as dimensões da
vulnerabilidade que a faça aceitar qualquer proposta na busca de prevenção, da assistência e da garantia de direitos das mulheres
encontrar uma oportunidade de superá-la. (ver figura 1), que compõem os Eixos Estruturantes da Política Na-
Exploração Sexual de Mulheres – Segundo o Código Penal Bra- cional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres:
sileiro em seu Capítulo V – do Lenocínio e do Tráfico de Pessoa para No âmbito preventivo, a Política Nacional prevê o desenvolvi-
fim de Prostituição ou outra forma de Exploração Sexual no Artigo mento de ações que desconstruam os mitos e estereótipos de gêne-
227 diz que exploração sexual “é induzir alguém a satisfazer a lascí- ro e que modifiquem os padrões sexistas, perpetuadores das desi-
via de outrem” e no Artigo 228 fala que é “induzir ou atrair alguém gualdades de poder entre homens e mulheres e da violência contra
à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, im- as mulheres. A prevenção inclui não somente ações educativas, mas
pedir ou dificultar que alguém a abandone”. A Secretaria de Políti- também culturais que disseminem atitudes igualitárias e valores
cas para as Mulheres compreende a exploração sexual de mulheres éticos de irrestrito respeito às diversidades de gênero, raça/etnia,
como uma das formas de violência contra a mulher que se configura geracionais e de valorização da paz. As ações preventivas incluirão
como um meio pelo qual um indivíduo tira proveito da sexualidade campanhas que visibilizem as diferentes expressões de violência de
de outra pessoa (neste caso, das mulheres) com base numa relação gênero sofridas pelas mulheres e que rompam com a tolerância da
desigual de poder, podendo fazer uso da coerção física, psicológica sociedade frente ao fenômeno. No tocante à violência doméstica, a
e do engano. prevenção deverá focar a mudança de valores, em especial no que
Exploração sexual4 para fins comerciais trata-se de uma práti- tange à cultura do silêncio quanto à violência contra as mulheres
ca que envolve troca de dinheiro com/ou favores entre um usuário no espaço doméstico e à banalização do problema pela sociedade.
um intermediário/aliciador/agente e outros que obtêm lucro com a O combate à violência contra as mulheres compreende o es-
compra e venda do uso do corpo das crianças e dos adolescentes, tabelecimento e cumprimento de normas penais que garantam a
como se fosse uma mercadoria”. punição e a responsabilização dos agressores/autores de violência
Exploração sexual comercial de mulheres, adolescentes/jovens contra as mulheres. No âmbito do combate, a Política Nacional pre-
– A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes5 , tam- vê ações que garantem a implementação da Lei Maria da Penha,
bém conhecida pela sigla ESCCA, é considerada como uma questão em especial nos seus aspectos processuais/penais e no que tange
social e uma prática criminosa. Representa uma violação de direito à criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
humano fundamental, especialmente do direito ao desenvolvimen- Mulher. A Política também busca fortalecer ações de combate ao
to de uma sexualidade saudável, bem como uma ameaça à inte- tráfico de mulheres e à exploração comercial de mulheres adoles-
gridade física e psicossocial. Existem três formas primárias de ex- centes/jovens.
ploração sexual comercial6 e que possuem uma relação entre si: a No que diz respeito à garantia dos direitos humanos das mu-
prostituição, a pornografia e o tráfico com fins sexuais, incluindo-se lheres, a Política deverá cumprir as recomendações previstas nos
aí o turismo sexual. tratados internacionais na área de violência contra as mulheres (em
Assédio Sexual – A abordagem, não desejada pelo outro, com especial aquelas contidas na Convenção de Belém do Pará e na CE-
intenção sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição DAW). No eixo da garantia de direitos, devem ser implementadas
privilegiada que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de iniciativas que promovam o empoderamento das mulheres, o aces-
subalternos ou dependentes. Para sua perfeita caracterização, o so à justiça e a o resgate das mulheres como sujeito de direitos.
constrangimento deve ser causado por quem se prevaleça de sua No que tange à assistência às mulheres em situação de violên-
condição de superior hierárquico ou ascendência, inerentes ao cia, a Política Nacional deve garantir o atendimento humanizado
exercício de emprego, cargo ou função. Assédio Sexual7 é crime e qualificado àquelas em situação1 de violência por meio da for-
(art. 216-A, do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 10.224, mação continuada de agentes públicos e comunitários; da criação
de 15 de maio de 1991). de serviços especializados (Casas-Abrigo, Centros de Referência,
Assédio Moral – É toda e qualquer conduta abusiva (gesto, Serviços de Responsabilização e Educação do Agressor, Juizados
palavra, escritos, comportamento, atitude, etc.) que, intencional e de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Defensorias da
frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica Mulher); e da constituição/fortalecimento da Rede de Atendimento
de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima (articulação dos governos Federal, Estadual/Distrital, Municipal e
de trabalho. da sociedade civil para o estabelecimento de uma rede de parcerias
Cárcere Privado – Segundo o Art. 148 do Código Penal Brasi- para o enfrentamento da violência contra as mulheres, no sentido
leiro, configura-se quando uma pessoa é impedida de andar com de garantir a integralidade do atendimento).
liberdade e é mantida presa contra a vontade. E se a vítima é a mãe, Vale ressaltar que, para a consecução dos quatro eixos da Polí-
pai, filho, filha ou esposa do agressor, a pena é aumentada tica, é fundamental o monitoramento das ações de enfrentamento
à violência contra as mulheres, ou seja, a avaliação sistemática e o
O conceito de enfrentamento à violência contra a mulher acompanhamento de todas as iniciativas desenvolvidas nas áreas
O conceito de enfrentamento, adotado pela Política Nacional de prevenção, combate à violência contra as mulheres; a assistência
de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, diz respeito à im- e garantia de direitos.
plementação de políticas amplas e articuladas, que procurem dar
conta da complexidade da violência contra as mulheres em todas Conceituando a Rede de Atendimento
as suas expressões. O enfrentamento requer a ação conjunta dos Os governos (Estaduais, Distrito Federal e Municipais) e a so-
diversos setores envolvidos com a questão (saúde, segurança públi- ciedade civil possuem um papel a desempenhar na prevenção e
ca, justiça, educação, assistência social, entre outros), no sentido de no combate da violência contra as mulheres, e na assistência a ser
propor ações que: desconstruam as desigualdades e combatam as prestada a cada uma delas. Todavia, ainda existe uma tendência ao

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
isolamento dos serviços e à desarticulação entre os diversos níveis Laicidade do Estado – As políticas públicas voltadas para as
de governo no enfrentamento da questão. O trabalho em rede sur- mulheres devem ser formuladas e implementadas independen-
ge, então, como um caminho para superar essa desarticulação e a temente de princípios religiosos, de forma a assegurar os direitos
fragmentação dos serviços, por meio da ação coordenada de dife- consagrados na Constituição Federal e nos instrumentos e acordos
rentes áreas governamentais, com o apoio e monitoramento de or- internacionais assinados pelo Brasil.
ganizações não-governamentais e da sociedade civil como um todo. Universalidade das políticas – As políticas públicas devem ga-
O conceito de Rede de atendimento refere-se à atuação arti- rantir, em sua implementação, o acesso aos direitos sociais, polí-
culada entre as instituições/serviços governamentais, não-gover- ticos, econômicos, culturais e ambientais para todas as mulheres.
namentais e a comunidade, visando à ampliação e melhoria da Justiça social – A redistribuição dos recursos e riquezas produ-
qualidade do atendimento; à identificação e encaminhamento ade- zidas pela sociedade e a busca de superação da desigualdade social,
quado das mulheres em situação de violência; e ao desenvolvimen- que atinge de maneira significativa às mulheres, deve ser assegu-
to de estratégias efetivas de prevenção. A constituição da rede de rada.
Transparência dos atos públicos – O respeito aos princípios da
atendimento busca dar conta da complexidade da violência contra
administração pública, tais como legalidade, impessoalidade, mora-
as mulheres e do caráter multidimensional do problema, que per-
lidade e eficiência, com transparência nos atos públicos e controle
passa diversas áreas, tais como: a saúde, a educação, a segurança
social, deve ser garantido.
pública, a assistência social, a cultura, entre outras.
Participação e controle social – O debate e a participação das
A necessidade de criação de uma Rede de Atendimento leva
mulheres na formulação, implementação, avaliação e controle so-
em conta a rota crítica1 (OMS/OPAS, 1998) que a mulher em situa-
cial das políticas públicas devem ser garantidos e ratificados pelo
ção de violência percorre. Essa rota possui diversas portas de-entra-
Estado brasileiro, como medida de proteção aos direitos humanos
da (serviços de emergência na saúde, delegacias, serviços da assis-
das mulheres e meninas.
tência social), que devem trabalhar de forma articulada no sentido
São diretrizes da Política Nacional de Enfrentamento à Violên-
de prestar uma assistência qualificada, integral e não-revitimizante
cia contra as Mulheres:
à mulher em situação de violência.
Garantir o cumprimento dos tratados, acordos e convenções
No âmbito do governo, a Rede de Atendimento à Mulher em
internacionais firmados e ratificados pelo Estado Brasileiro relativos
situação de Violência é composta pelos seguintes serviços:
ao enfrentamento da violência contra as mulheres.
• Centros de Referência de Atendimento à Mulher
Reconhecer a violência de gênero, raça e etnia como violência
• Núcleos de Atendimento à Mulher
estrutural e histórica que expressa a opressão das mulheres e que
• Casas-Abrigo
precisa ser tratada como questão da segurança, justiça, educação,
• Casas de Acolhimento Provisório
assistência social e saúde pública.
• Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs)
Combater as distintas formas de apropriação e exploração mer-
• Núcleos ou Postos de Atendimento à Mulher nas Delegacias
cantil do corpo e da vida das mulheres, como a exploração sexual e
Comuns
o tráfico de mulheres.
• Polícia Civil e Militar
Implementar medidas preventivas nas políticas públicas, de
• Instituto Médico Legal
maneira integrada e intersetorial nas áreas de saúde, educação, as-
• Defensorias da Mulher Juizados de Violência Doméstica e Fa-
sistência, turismo, comunicação, cultura, direitos humanos e justiça
miliar
Incentivar a formação e capacitação de profissionais para o
• Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
enfrentamento à violência contra as mulheres, em especial no que
• Ouvidorias
tange à assistência.
• Ouvidoria da Mulher da Secretaria de Políticas para as Mu-
Estruturar a Redes de Atendimento à mulher em situação de
lheres
violência nos Estados, Municípios e Distrito Federal.
• Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de
violência sexual e doméstica
Objetivos da Política Nacional de Enfrentamento à Violência
• Posto de Atendimento Humanizado nos Aeroportos
contra as Mulheres
• Núcleo da Mulher da Casa do Migrante
Geral
Enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres a
Princípios e Diretrizes da Política Nacional de Enfrentamento
partir de uma perspectiva de gênero e de uma visão integral deste
à Violência contra as Mulheres
fenômeno.
A Política Nacional para as Mulheres orienta-se pelos princípios
propostos no I e II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres nos
Específicos:
seguintes pontos fundamentais:
Reduzir os índices de violência contra as mulheres.
Igualdade e respeito à diversidade – Mulheres e homens são
Promover uma mudança cultural a partir da disseminação de
iguais em seus direitos. A promoção da igualdade implica no res-
atitudes igualitárias e valores éticos de irrestrito respeito às diversi-
peito à diversidade cultural, étnica, racial, inserção social, situação
dades de gênero e de valorização da paz.
econômica e regional, assim como os diferentes momentos da vida
Garantir e proteger os direitos das mulheres em situação de
das mulheres.
violência considerando as questões raciais, étnicas, geracionais, de
Equidade – A todas as pessoas deve ser garantida a igualdade
orientação sexual, de deficiência e de inserção social, econômica e
de oportunidades, observando-se os direitos universais e as ques-
regional.
tões específicas das mulheres.
Proporcionar às mulheres em situação de violência um atendi-
Autonomia das mulheres – O poder de decisão sobre suas vidas
mento humanizado e qualificado nos serviços especializados e na
e corpos deve ser assegurado às mulheres, assim como as condi-
Rede de Atendimento.
ções de influenciar os acontecimentos em sua comunidade e seu
país.

125
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Ações e Prioridades da Política Nacional de Enfrentamento à Garantia dos direitos sexuais, enfrentamento à exploração se-
Violência contra as Mulheres xual e ao tráfico de mulheres
A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mu- Com ações relacionadas:
lheres buscará implementar ações previstas no Plano Nacional de 1 – Garantia dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
Políticas para as Mulheres que, em sua segunda edição, já apresen- 2 – Enfrentamento à Exploração Sexual e ao Tráfico de Mulhe-
ta as seguintes prioridades na área de violência contra as mulheres: res
• Ampliar e aperfeiçoar a Rede de Prevenção e Atendimento às
mulheres em situação de violência (assistência). Garantia da autonomia das mulheres em situação de violên-
• Garantir a implementação da Lei Maria da Penha e demais cia e ampliação de seus direitos
normas jurídicas nacionais e internacionais (combate e garantia de Com ações relacionadas:
direitos). 1 – Garantia da autonomia das mulheres
• Promover ações de prevenção a todas as formas de violência 2 – Ampliação dos direitos das mulheres em situação de vio-
contra as mulheres nos espaços público e privado (prevenção). lência
• Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de
violência com atendimento qualificado ou específico (assistência). fonte: https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/en-
• Produzir e sistematizar dados e informações sobre a violência tenda-a-violencia/pdfs/politica-nacional-de-enfrentamento-a-
contra as mulheres (prevenção e assistência). -violencia-contra-as-mulheres
• Garantir o enfrentamento da violência contra as mulheres,
jovens e meninas vítimas do tráfico e da exploração sexual e que
exercem a atividade da prostituição (prevenção, assistência e ga- ESTATUTO NACIONAL DA IGUALDADE RACIAL — LEI
rantia de direitos). FEDERAL Nº 12.288/2010
• Promover os direitos humanos das mulheres em (assistência
e garantia de direitos). LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.
Além das prioridades mencionadas, a Política Nacional incor-
porou em 2007 ações voltadas para o enfrentamento ao tráfico de Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
mulheres, para a garantia de direitos das mulheres em situação de de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24
prisão e para o combate à feminização da AIDS. de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.
Essas áreas foram incluídas no enfrentamento da violência
contra as mulheres a partir das recomendações da II Conferência O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
de Políticas para as Mulheres, realizada em agosto de 2007 e do cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
lançamento do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra
as Mulheres (2007). As ações detalhadas e as metas a serem im- TÍTULO I
plementadas pela Política Nacional – assim como a gestão do pro- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cesso de enfrentamento à violência contra as mulheres no âmbito
do governo federal, dos estados e dos municípios – encontram-se Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, des-
previstas no Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra tinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de
as Mulheres, que constitui um plano de ações referente à Agenda oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos
Social do Programa de Aceleração do Desenvolvimento, elaborado e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de into-
em agosto de 2007. O Pacto Nacional vem sendo executado por lerância étnica.
diferentes órgãos da Administração Pública Federal (Ministério da Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
Saúde, Ministério da Justiça, Ministério do Desenvolvimento Social, I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
Ministério da Educação, Ministério da Cultura, entre outros), Esta- são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou
dual e Municipal com as seguintes áreas estruturantes: origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir
o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições,
Garantia da aplicabilidade da Lei Maria da Penha de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos políti-
Com ações relacionadas: co, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida
1 – Difusão da Lei e dos instrumentos de proteção dos direitos pública ou privada;
das mulheres (Estimular a mobilização em defesa da LMP) II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
2 – Implementação da Lei Maria da Penha ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
Ampliação e fortalecimento da Rede de Serviços para Mulhe- origem nacional ou étnica;
res em Situação de Violência III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
Com ações relacionadas: âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
1 – Ampliação dos Serviços Especializados de Atendimento as negras e os demais segmentos sociais;
Mulheres em Situação de Violência e Capilaridade do Atendimento IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
2 – Fortalecimento da Rede de Atendimento para Mulheres em claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela
Situação de Violência Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou
que adotam autodefinição análoga;
Garantia da segurança cidadã e acesso à justiça V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota-
Com ações relacionadas: dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;
1 – Segurança Cidadã VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais ado-
2 – Acesso a Justiça às mulheres em situação de violência tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das de-
sigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni-
dades.

126
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população
de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, inde- negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População
pendentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas:
na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômi- I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças
cas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra
sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. nas instâncias de participação e controle social do SUS;
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos prin- II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saú-
cípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos de da população negra;
direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade III - desenvolvimento de processos de informação, comunica-
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o da população negra.
fortalecimento da identidade nacional brasileira. Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde In-
Art. 4o A participação da população negra, em condição de tegral da População Negra:
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan-
cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina-
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô- ção nas instituições e serviços do SUS;
mico e social; II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma- no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados de-
tiva; sagregados por cor, etnia e gênero;
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis-
adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas mo e saúde da população negra;
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com- processos de formação e educação permanente dos trabalhadores
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as da saúde;
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro-
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e insti- cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais
tucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas para o exercício da participação e controle social no SUS.
esferas pública e privada; Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanes-
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni- para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e nutricional e na atenção integral à saúde.
prioridade no acesso aos recursos públicos;
VII - implementação de programas de ação afirmativa destina- CAPÍTULO II
dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu- DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, LAZER
meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à SEÇÃO I
terra, à Justiça, e outros. DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-
-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e Art. 9o A população negra tem direito a participar de ativida-
desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, des educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus
nas esferas pública e privada, durante o processo de formação so- interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cul-
cial do País. tural de sua comunidade e da sociedade brasileira.
Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover-
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes
o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), con- providências:
forme estabelecido no Título III. I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da po-
pulação negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de
TÍTULO II lazer;
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para
CAPÍTULO I promoção social e cultural da população negra;
DO DIREITO À SAÚDE III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas
escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido faça parte da cultura de toda a sociedade;
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômi- IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento
cas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos. da juventude negra brasileira.
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde
(SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popu-
lação negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições pú-
blicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração
direta e indireta.
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população
negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
discriminação.

127
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
SEÇÃO II Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios
DA EDUCAÇÃO detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos,
tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal,
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en- receberá especial atenção do poder público.
sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história Art. 19. O poder público incentivará a celebração das perso-
geral da África e da história da população negra no Brasil, observa- nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do
do o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem
§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri-
Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res- vadas.
gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da
econômico, político e cultural do País. capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for- imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate- mos do art. 216 da Constituição Federal.
rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
deste artigo. dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos for-
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res- madores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais
e representantes do movimento negro para debater com os estu- SEÇÃO IV
dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. DO ESPORTE E LAZER
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à
pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
programas de estudo voltados para temas referentes às relações ét- ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
nicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. como direitos sociais.
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com- Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: § 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru- modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população nacional.
negra; § 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e for-
de professores temas que incluam valores concernentes à pluralida- malmente reconhecidos.
de étnica e cultural da sociedade brasileira;
III - desenvolver programas de extensão universitária destina-
dos a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegu- CAPÍTULO III
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefi- DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E
ciários; AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta-
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioedu- livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen- I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à
volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope- religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros lugares reservados para tais fins;
mecanismos. II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa. preceitos das respectivas religiões;
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res- III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins-
ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação, tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;
acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção. IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de ar-
tigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas
SEÇÃO III fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda-
DA CULTURA das por legislação específica;
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das so- exercício e à difusão das religiões de matriz africana;
ciedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais
da população negra, com trajetória histórica comprovada, como e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades
patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da religiosas e sociais das respectivas religiões;
Constituição Federal. VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para di-
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos vulgação das respectivas religiões;
quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi- VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa
nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.

128
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de SEÇÃO II
religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em ou- DA MORADIA
tras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submeti-
dos a pena privativa de liberdade. Art. 35. O poder público garantirá a implementação de po-
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para líticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada da
o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas su-
à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo butilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de
de: reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a e na qualidade de vida.
difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam-
religiosidade de matrizes africanas; bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu-
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e nitários associados à função habitacional, bem como a assistência
outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan- técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes fundiária da habitação em área urbana.
africanas; Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamen-
III - assegurar a participação proporcional de representantes tais realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de In-
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das teresse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân- de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e
cias de deliberação vinculadas ao poder público. culturais da população negra.
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
CAPÍTULO IV pios estimularão e facilitarão a participação de organizações e mo-
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA vimentos representativos da população negra na composição dos
SEÇÃO I conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de
DO ACESSO À TERRA Habitação de Interesse Social (FNHIS).
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promo-
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas verão ações para viabilizar o acesso da população negra aos finan-
públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra ciamentos habitacionais.
e às atividades produtivas no campo.
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro- CAPÍTULO V
dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá DO TRABALHO
ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrí-
cola. Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência da população negra no mercado de trabalho será de responsabili-
técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o for- dade do poder público, observando-se:
talecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da I - o instituído neste Estatuto;
produção. II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida- criminação Racial, de 1965;
des negras rurais. III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos venção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Bra-
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá sil perante a comunidade internacional.
políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sus- Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a
tentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, res- igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu-
peitando as tradições de proteção ambiental das comunidades. lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas visan-
Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das do à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o
comunidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organiza-
tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas es- ções privadas.
peciais de financiamento público, destinados à realização de suas § 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a
atividades produtivas e de infraestrutura. adoção de políticas e programas de formação profissional, de em-
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se prego e de geração de renda voltados para a população negra.
beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis § 2o As ações visando a promover a igualdade de oportunida-
para a promoção da igualdade étnica. des na esfera da administração pública far-se-ão por meio de nor-
mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi-
ca e em seus regulamentos.
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a
adoção de iguais medidas pelo setor privado.
§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão
o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários.
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro-
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu-
lheres negras.

129
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização TÍTULO III
contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul- DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RA-
tural. CIAL (SINAPIR)
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de ele- CAPÍTULO I
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco- DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores
negros de baixa escolarização. Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igual-
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Tra- dade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação
balhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos volta- voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços desti-
dos para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e nados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, presta-
orientará a destinação de recursos para seu financiamento. dos pelo poder público federal.
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias participar do Sinapir mediante adesão.
empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es- § 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a inicia-
tímulo à promoção de empresários negros. tiva privada a participar do Sinapir.
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades vol-
tadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e ci- CAPÍTULO II
dades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população DOS OBJETIVOS
negra.
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar crité- Art. 48. São objetivos do Sinapir:
rios para provimento de cargos em comissão e funções de confiança I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades
destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações
a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, afirmativas;
estadual, observados os dados demográficos oficiais. II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar-
ginalização e a promover a integração social da população negra;
CAPÍTULO VI III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO governos estaduais, distrital e municipais;
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação da igualdade étnica;
valorizará a herança cultural e a participação da população negra V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados
na história do País. para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à vei- metas a serem estabelecidas.
culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas,
deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre- CAPÍTULO III
go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou
artística. Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e
aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos ét- diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção
nicos determinados. da Igualdade Racial (PNPIR).
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas § 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e
à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográfi- acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação
cas o disposto no art. 44. e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública fe- pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
deral direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as § 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum
sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co-
participação de artistas negros nos contratos de realização de fil- ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da
mes, programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário. igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que vi-
§ 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade
nas especificações para contratação de serviços de consultoria, étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios.
conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças § 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção
publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse-
de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço gure a participação da sociedade civil.
contratado. Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais,
§ 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de em- no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão insti-
prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finali- tuir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter perma-
dade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe nente e consultivo, compostos por igual número de representantes
vinculada ao projeto ou serviço contratado. de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil
§ 3o A autoridade contratante poderá, se considerar neces- representativas da população negra.
sário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos re-
requerer auditoria por órgão do poder público federal. cursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei aos
§ 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos
publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos de promoção da igualdade étnica.
determinados.

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
CAPÍTULO IV § 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na
À SEGURANÇA execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre-
vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da
no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Perma- igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego
nentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi-
denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou mento regional, cultura, esporte e lazer.
cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção § 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí-
da igualdade. cio subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas
acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos
ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân- anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos
cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos. no inciso VII do art. 4o desta Lei.
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres ne- § 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne-
gras em situação de violência, garantida a assistência física, psíqui- cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo,
ca, social e jurídica. podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro-
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio- gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o
lência policial incidente sobre a população negra. § 2o deste artigo.
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocializa- § 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável
ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a pro-
a experiências de exclusão social. gramação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamen-
Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discri- tárias da União.
minação e preconceito praticados por servidores públicos em detri- Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po-
mento da população negra, observado, no que couber, o disposto derão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social
na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989. para financiamento das ações de que trata o art. 56:
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e
lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações dos Municípios;
de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, II - doações voluntárias de particulares;
à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de III - doações de empresas privadas e organizações não governa-
1985. mentais, nacionais ou internacionais;
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;
CAPÍTULO V V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios,
DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA tratados e acordos internacionais.
IGUALDADE RACIAL
TÍTULO IV
Art. 56. Na implementação dos programas e das ações cons- DISPOSIÇÕES FINAIS
tantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União,
deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se re- Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras
fere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser ado-
tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a tadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
inclusão social da população negra, especialmente no que tange a: Municípios.
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, em- Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para
prego e moradia; aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de
e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da popu- relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.
lação negra; Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica- vigorar com a seguinte redação:
ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes- “Art. 3o ........................................................................
ses da população negra; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas ad- discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional,
ministradas por pessoas autodeclaradas negras; obstar a promoção funcional.” (NR)
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das “Art. 4o ........................................................................
pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe- § 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
rior; nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis- descendência ou origem nacional ou étnica:
trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
promoção da igualdade de oportunidades para a população negra; gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores;
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra
tradições africanas e brasileiras. forma de benefício profissional;
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de servi- O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
ços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV,
racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamen- da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e
to de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:
ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exi-
gências.” (NR) Art. 1° - Esta Lei institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial
Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, e de Combate à Intolerância Religiosa contra quaisquer religiões,
passam a vigorar com a seguinte redação: como ação estadual de desenvolvimento do Rio Grande do Sul, ob-
“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos jetivando a superação do preconceito, da discriminação e das desi-
legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, gualdades raciais.
raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das se- § 1° - Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á discriminação
guintes cominações: racial toda distinção, exclusão ou restrição baseada em raça, cor,
...................................................................................” (NR) descendência, origem nacional ou étnica que tenha por objetivo
“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discri- cercear o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos hu-
minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo manos e das liberdades fundamentais em qualquer campo da vida
dano moral, faculta ao empregado optar entre: pública ou privada, asseguradas as disposições contidas nas legisla-
...................................................................................” (NR) ções pertinentes à matéria.
Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar § 2° - Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á desigualdade
acrescido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo úni- racial toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui-
co como § 1o: ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e priva-
“Art. 13. ........................................................................ da, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou
§ 1o ............................................................................... étnica.
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em § 3° - Para beneficiar-se do amparo deste Estatuto, conside-
dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dis- rar-se-á negro aquele que se declare, expressamente, como negro,
posto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá dire- pardo, mestiço de ascendência africana, ou através de palavra ou
tamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações expressão equivalente que o caracterize negro.
de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho § 4° - Para efeito deste Estatuto, serão consideradas ações afir-
Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão mativas os programas e as medidas especiais adotados pelo Estado
nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial esta- e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e
duais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou para a promoção da igualdade de oportunidades.
local, respectivamente.” (NR) § 5° - O Poder Público adotará as medidas necessárias para o
Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro combate à intolerância para com as religiões, inclusive coibindo a
de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: utilização dos meios de comunicação social para a difusão de pro-
“Art. 1o ....................................................................... posições que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra por motivos fundados na religiosidade.
a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi- Art. 2° - O Estatuto Estadual da Igualdade Racial e de Combate
ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause à Intolerância Religiosa orientará as políticas públicas, os programas
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, e as ações implementadas no Estado, visando a:
tanto no âmbito público quanto no privado. I - medidas reparatórias e compensatórias para os negros pelas
...................................................................................” (NR) sequelas e consequências advindas do período da escravidão e das
Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a práticas institucionais e sociais que contribuíram para aprofundar
vigorar acrescido do seguinte inciso III: as desigualdades raciais presentes na sociedade;
“Art. 20. ...................................................................... II - medidas inclusivas, nas esferas pública e privada, que asse-
............................................................................................. gurem a representação equilibrada dos diversos segmentos raciais
§ 3o ............................................................................... componentes da sociedade gaúcha, solidificando a democracia e a
............................................................................................. participação de todos.
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- Art. 3° - A participação dos negros em igualdade de condições
mação na rede mundial de computadores. na vida social, econômica e cultural do Estado do Rio Grande do Sul
...................................................................................” (NR) será promovida através de medidas que assegurem:
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data I - o reconhecimento e a valorização da composição pluriétnica
de sua publicação. da sociedade sul-riograndense, resgatando a contribuição dos ne-
gros na história, na cultura, na política e na economia do Rio Grande
do Sul;
ESTATUTO ESTADUAL DA IGUALDADE RACIAL — LEI II - as políticas públicas, os programas e as medidas de ação
ESTADUAL Nº 13.694/2011 afirmativa, combatendo especificamente as desigualdades raciais
que atingem as mulheres negras;
LEI N.º 13.694, DE 19 DE JANEIRO DE 2011. III - o resgate, a preservação e a manutenção da memória his-
tórica legada à sociedade gaúcha pelas tradições e práticas socio-
Institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial e dá outras culturais negras;
providências. IV - o adequado enfrentamento e superação das desigualdades
raciais pelas estruturas institucionais do Estado, com a implemen-
tação de programas especiais de ação afirmativa na esfera pública,
visando ao enfrentamento emergencial das desigualdades raciais;

132
LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
V - a promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com- Art. 8º - Os negros terão políticas públicas destinadas à redu-
bate ao racismo em todas as suas manifestações individuais, estru- ção do risco de doenças que têm maior incidência, em especial, a
turais e institucionais; doença falciforme, as hemoglobinopatias, o lúpus, a hipertensão, o
VI - o apoio às iniciativas oriundas da sociedade civil que pro- diabetes e os miomas.
movam a igualdade de oportunidades e o combate às desigualda-
des raciais. CAPÍTULO II
DO DIREITO À CULTURA, À EDUCAÇÃO, AO ESPORTE E AO
CAPÍTULO I LAZER
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
Art. 9º - O Poder Público promoverá políticas e programas de
Art. 4º - A saúde dos negros será garantida mediante políticas ação afirmativa que assegurem igualdade de acesso ao ensino pú-
sociais e econômicas que visem à prevenção e ao tratamento de blico para os negros, em todos os níveis de educação, proporcio-
doenças geneticamente determinadas e seus agravos. nalmente a sua parcela na composição da população do Estado, ao
Parágrafo único - O acesso universal e igualitário ao Sistema mesmo tempo em que incentivará os estabelecimentos de ensino
Único de Saúde – SUS – para a promoção, proteção e recuperação privado a adotarem tais políticas e programas.
da saúde da população negra será proporcionado através de ações Art. 10 - O Estado deve promover o acesso dos negros ao ensi-
e de serviços focalizados nas peculiaridades dessa parcela da po- no gratuito, às atividades esportivas e de lazer e apoiar a iniciativa
pulação. de entidades que mantenham espaço para promoção social desta
Art. 5º - Os órgãos de saúde estadual monitorarão as condições parcela da população.
da população negra para subsidiar o planejamento mediante, den- Art. 11 - Nas datas comemorativas de caráter cívico, as insti-
tre outras, as seguintes ações: tuições de ensino públicas deverão inserir nas aulas, palestras, tra-
I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan- balhos e atividades afins, dados históricos sobre a participação dos
do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina- negros nos fatos comemorados.
ção nas instituições e serviços do SUS; Art. 12 - As instituições de ensino deverão respeitar a diversi-
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS dade racial quando promoverem debates, palestras, cursos ou ativi-
no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados por dades afins, convidando negros, entre outros, para discorrer sobre
cor, etnia e gênero; os temas apresentados.
III - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos Art. 13 - O Poder Público deverá promover campanhas que di-
processos de formação e de educação permanente dos trabalhado- vulguem a literatura produzida pelos negros e aquela que reprodu-
res da saúde; za a história, as tradições e a cultura do povo negro.
IV - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro- Art. 14 - Nas instituições de ensino, públicas e privadas, deverá
cessos de formação das lideranças de movimentos sociais para o ser oportunizado o aprendizado e a prática da capoeira, como ativi-
exercício da participação e controle social no SUS. dade esportiva, cultural e lúdica, sendo facultada a participação dos
Parágrafo único - Os membros das comunidades remanescen- mestres tradicionais de capoeira para atuarem como instrutores
tes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos para desta arteesporte.
a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições Art. 15 - O Estado deverá promover programas de incentivo,
ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutri- inclusão e permanência da população negra nos ensinos Médio,
cional e na atenção integral à saúde. Técnico e Superior, adotando medidas para:
Art. 6° - Serão instituídas políticas públicas de incentivo à pes- I - incentivar ações que mobilizem e sensibilizem as instituições
quisa do processo de saúde e doença da população negra nas insti- privadas de Ensino Superior para que adotem as políticas e ações
tuições de ensino, com ênfase: afirmativas;
I - nas doenças geneticamente determinadas; II - incentivar e apoiar a criação de cursos de acesso ao Ensino
II - na contribuição das manifestações negras de promoção à Superior para estudantes negros, como mecanismo para viabilizar
saúde; uma inclusão mais ampla e adequada destes nas instituições;
III - na medicina popular de matriz africana; III - dar cumprimento ao disposto na Lei Federal n.º 9.394, de
IV - na percepção popular do processo saúde/doença; 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
V - na escolha da terapêutica e eficácia dos tratamentos; educação nacional, e na Lei Federal n.º 12.288, de 20 de julho de
VI - no impacto do racismo sobre as doenças. 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis n.os
Art. 7° - Poderão ser priorizadas pelo Poder Público iniciativas 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347,
que visem à: de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003, no
I - criação de núcleos de estudos sobre a saúde da população que tange a obrigatoriedade da inclusão da História e da Cultura
negra; Afrobrasileiras nos currículos escolares dos ensinos Médio e Fun-
II - implementação de cursos de pós-graduação com linhas de damental;
pesquisa e programas sobre a saúde da população negra no âmbito IV - estabelecer programas de cooperação técnica com as es-
das universidades; colas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e
III - inclusão da questão da saúde da população negra como Ensino Técnico para a capacitação de professores para o ensino da
tema transversal nos currículos dos ensinos Médio e Superior; História e da Cultura Negras e para o desenvolvimento de uma edu-
IV - inclusão de matérias sobre etiologia, diagnóstico e trata- cação baseada nos princípios da equidade, tolerância e respeito às
mento das doenças prevalentes na população negra e medicina de diferenças raciais;
matriz africana, nos cursos e treinamentos dos profissionais do SUS; V - desenvolver, elaborar e editar materiais didáticos e paradi-
V - promoção de seminários e eventos para discutir e divulgar dáticos que subsidiem o ensino, a divulgação, o debate e as ativida-
os temas da saúde da população negra nos serviços de saúde. des afins sobre a temática da História e Cultura Negras;

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
VI - estimular a implementação de diretrizes curriculares que Parágrafo único - A exigência disposta no “caput” não se aplica
abordem as questões raciais em todos os níveis de ensino, apoian- aos filmes e aos programas que abordem especificidades de grupos
do projetos de pesquisa nas áreas das relações raciais, das ações étnicos determinados.
afirmativas, da História e da Cultura Negras; Art. 23 - Os órgãos e as entidades da Administração Pública
VII - apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos Estadual poderão incluir cláusulas de participação de artistas ne-
programas de pósgraduação, que desenvolvam temáticas de inte- gros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer
resse da população negra; outras peças de caráter publicitário nos termos da Lei Federal n.º
VIII - desenvolver programas de extensão universitária desti- 12.288/2010.
nados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, asse- § 1º - Os órgãos e as entidades de que trata este artigo inclui-
gurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os bene- rão, nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
ficiários. conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
Art. 16 - O Estado deverá promover políticas que valorizem a publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
cultura “Hip-Hop” em suas manifestações de canto do “Rap”, da de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
instrumentação dos “DJs”, da dança do “break dance” e da pintura contratado.
do grafite. § 2º - Entende-se por prática de iguais oportunidades de em-
prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finali-
CAPÍTULO III dade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe
DO ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO vinculada ao projeto ou serviço contratado.
§ 3º - A autoridade contratante poderá, se considerar neces-
Art. 17 - O Poder Público deverá promover políticas afirmativas sário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego,
que assegurem igualdade de oportunidades aos negros no acesso requerer auditoria por órgão do Poder Público.
aos cargos públicos, proporcionalmente a sua parcela na composi- § 4º - A exigência disposta no “caput” não se aplica às produ-
ção da população do Estado, e incentivará a uma maior equidade ções publicitárias quando abordarem especificidades de grupos ét-
para os negros nos empregos oferecidos na iniciativa privada. nicos determinados.
Parágrafo único - Para enfrentar a situação de desigualdade de
oportunidades, deverão ser implementadas políticas e programas CAPÍTULO VI
de formação profissional, emprego e geração de renda voltadas aos DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
negros.
Art. 18 - A inclusão do quesito raça, a ser registrado segundo Art. 24 - Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após
a autoclassificação, será obrigatória em todos os registros adminis- sua publicação
trativos direcionados a empregadores e trabalhadores dos setores
público e privado.

CAPÍTULO IV EXERCÍCIOS
DAS TERRAS QUILOMBOLAS
1. São medidas protetivas de urgência (i) expressamente pre-
Art. 19 – Aos remanescentes das comunidades de quilombos vistas na Lei nº 11.340/06 em favor da mulher vítima de violência
que estejam ocupando terras quilombolas no Rio Grande do Sul, doméstica e (ii) que obrigam o agressor, EXCETO:
será reconhecida a propriedade definitiva das mesmas, estando o (A) prestação de alimentos provisionais ou provisórios;
Estado autorizado a emitir-lhes os títulos respectivos, em observân- (B) suspensão da posse ou restrição do porte de armas;
cia ao direito assegurado no art. 68 do Ato das Disposições Consti- (C) restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
tucionais Transitórias da Constituição Federal e na Lei n.º 11.731, de res;
9 de janeiro de 2002, que dispõe sobre a regularização fundiária de (D) proibição de contato com a ofendida, seus familiares e tes-
áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos. temunhas por qualquer meio de comunicação;
(E) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmen-
CAPÍTULO V te, para informar e justificar suas atividades.
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 20 - A idealização, a realização e a exibição das peças publi-


citárias veiculadas pelo Poder Público deverão observar percentual
de artistas, modelos e trabalhadores afrodescendentes em número
equivalente ao resultante do censo do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística − IBGE − de afro-brasileiros na composição da
população do Rio Grande do Sul.
Art. 21 - A produção veiculada pelos órgãos de comunicação
valorizará a herança cultural e a participação da população negra na
história do Estado.
Art. 22 - Na produção de filmes, programas e peças publicitá-
rias destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas
cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir opor-
tunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros,
sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política,
ideológica, étnica ou artística.

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
2. Maria da Penha protagonizou um caso simbólico de violência (E) a vítima não pode denunciar como sendo violência domés-
doméstica e familiar contra a mulher. Em 1983, por duas vezes, seu tica a agressão que ocorreu fora do âmbito de sua residência.
marido tentou assassiná-la. Na primeira vez, por meio de uma arma
de fogo e, na segunda, por eletrocussão e afogamento. As tentati- 6. Em relação às políticas de ação afirmativa de caráter racial no
vas de homicídio resultaram em lesões irreversíveis à sua saúde, âmbito do acesso ao ensino superior, dentre os argumentos expos-
como paraplegia e outras seqüelas. Maria da Penha transformou tos a seguir, favoráveis e desfavoráveis, NÃO é correto do ponto de
dor em luta, tragédia em solidariedade. A Lei n.º 11.340/2006, que vista do direito constitucional positivo afirmar que
cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra (A) contrariam o princípio da igualdade porque o critério de
a mulher, leva o seu nome. Acerca dos dispositivos dessa lei, assina- raça não pode ser considerado distinção, já que biologicamen-
le a opção incorreta. te só existe o ser humano. E tanto isto é verdade que as formas
(A) Em casos de violência contra a mulher, o juiz poderá deter- de identificação racial dos programas de ação afirmativa pecam
minar que o agressor compareça obrigatoriamente a programa pela falta de razoabilidade (v.g: auto-identificação)
de recuperação e reeducação. (B) concretizam o princípio da igualdade porque, independen-
(B) Permite a criação de juizados especiais de violência domés- temente da lei não poder estabelecer a igualdade, já que, em
tica e familiar contra a mulher com competência cível e crimi-
verdade, esta é um fato político, é dever do Estado propor-
nal para abranger as questões de família decorrentes da violên-
cionar os meios através dos quais os negros poderão, agindo,
cia contra a mulher.
ascender a esfera política, e um destes meios é o do acesso
(C) Foram reforçadas e ampliadas as penas pecuniárias, como
diferenciado ao ensino superior.
pagamento de multa ou cestas básicas, em alguns casos mais
graves de violência doméstica e familiar contra a mulher. (C) concretizam o direito social fundamental à assistência aos
(D) Em 48 horas, o juiz poderá conceder algumas medidas pro- desamparados, face a forte relação da história do povo negro
tetivas de urgência, como suspender o porte de arma do agres- com a pobreza, devendo, portanto, ser entendida tal política
sor, afastá-lo do lar e distanciá-lo. como permanente, na medida em que se reconheça a invia-
bilidade de se resgatar a dignidade humana do negro, defini-
3. A Lei Maria da Penha, Lei no 11.340/2006, tivamente prejudicada por conta das representações culturais
(A) visa a coibir apenas a violência física e sexual contra a mu- desfavoráveis formuladas a partir da escravidão.
lher, no âmbito doméstico e familiar. (D) concretizam o princípio do devido processo legal em senti-
(B) admite a renúncia à representação da ofendida perante o do material cumulado com diretrizes constitucionais do direito
juiz, ouvido o Ministério Público, antes ou após o recebimento à educação, eis que o critério constitucional de acesso aos ní-
da denúncia. veis mais elevados do ensino, que é o da capacidade de cada
(C) permite a aplicação, nos casos de violência doméstica e fa- um, deve ser articulado e temperado com o reconhecimento
miliar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de de que, face a forte relação da história do povo negro com a
caráter pecuniário. pobreza, para o que contribuem políticas públicas de educação
(D) dispõe que o Ministério Público intervirá somente nas cau- básica deficientes, a capacidade não pode ser aferida apenas
sas criminais decorrentes da violência doméstica e familiar con- por critérios técnicos, mas também por critérios sociais.
tra a mulher. (E) contrariam o princípio do devido processo legal em senti-
(E) dispõe que caberá ao Ministério Público, entre outras atri- do material, eis que violam o objetivo republica no de dever
buições, requisitar força policial e serviços públicos de saúde, da promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem,
de educação, de assistência social e de segurança, nos casos de sexo, raça, cor, idade ou quaisquer outras formas de discrimina-
violência doméstica e familiar contra a mulher. ção. Decerto, a única forma de discriminação positiva possível
que daria fundamento a uma ação afirmativa particularizada é
4. Nos termos da Lei n.º 11.340/06 (Lei contra a violência do- aquela destinada ao combate a pobreza, exatamente porque
méstica e familiar contra a mulher), assinale a alternativa incorreta.
definida como objetivo republicano com viés de discriminação
(A) A lei compreende o dano patrimonial à mulher.
positiva.
(B) A lei compreende o dano moral à mulher.
(C) A coabitação entre os sujeitos ativo e passivo é condição
7. Assinale a alternativa incorreta:
para a aplicação da lei.
(A) O Estatuto da Igualdade Racial considera desigualdade de
(D) A empregada doméstica pode ser sujeito passivo.
(E) O parentesco entre os sujeitos ativo e passivo não é condi- gênero e raça a assimetria no âmbito da sociedade que acentua
ção para a aplicação da lei. a distância social entre mulheres negras e demais segmentos
sociais;
5. A Lei n°o 11.340/06 que cria mecanismos para coibir a vio- (B) Em nosso país, há obrigatoriedade de estudo, tanto no ensi-
lência doméstica e familiar contra a mulher prevê que no fundamental, quanto no ensino médio, da história geral da
(A) será considerado autor apenas o indivíduo que coabita com África e da história da população negra no Brasil;
a vítima. (C) É competente, por opção da ofendida, para os processos
(B) será considerado autor não apenas aquele que coabita com cíveis regidos pela Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), o
a vítima, mas que tenha relação doméstica e familiar. Juizado do seu domicílio ou residência, do lugar do fato em que
(C) a vítima declare antecipadamente quais são seus parentes se baseou a demanda ou do domicílio do agressor;
residentes no município sob pena de ser acusada de desajuste (D) Povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmen-
emocional. te indiferenciados que usam territórios e recursos naturais
(D) será considerado autor apenas o indivíduo que tenha com a como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa,
vítima um grau de parentesco. ancestral e econômica;

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LEGISLAÇÃO REFERENTE À TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA
(E) É a autoidentificação o critério fundamental para definir os V - Implementação de programas de ação afirmativa destina-
grupos aos quais se aplicam as disposições da Convenção nº dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu-
169, da OIT. cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia,
meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
8. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), des- terra, à Justiça, e outros.
tinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de (A) Apenas as assertivas I, II, III e IV estão corretas.
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e (B) As assertivas III e IV estão incorretas.
difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intole- (C) As assertivas II, IV e V estão incorretas.
rância étnica, considera (D) Apenas as assertivas I, II, III e V estão corretas.
(A) Desigualdade racial: toda situação justificada de diferencia- (E) Todas as assertivas estão corretas.
ção de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência
ou origem nacional ou étnica. GABARITO
(B) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendên-
cia ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igual- 1 E
dade de condições, de direitos humanos e liberdades funda- 2 C
mentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em
3 E
qualquer outro campo da vida pública ou privada.
(C) População negra: o conjunto de pessoas que se autodecla- 4 C
ram não brancas, conforme o quesito cor ou raça usado pelos 5 B
órgãos oficiais de estatística.
(D) Ações afirmativas: os programas incentivados pelo Estado 6 C
e pela iniciativa privada para a conscientização das desigualda- 7 D
des raciais e para a promoção dos direitos humanos.
(E) Desigualdade de gênero e raça: simetria existente no âmbi- 8 B
to da sociedade que acentua a distância social entre mulheres 9 A
negras e os demais segmentos sociais. 10 E
9. A Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto
da Igualdade Racial. Ela se destina a garantir a efetivação da igual-
dade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais,
coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas
de intolerância étnica. Assinale a opção correta.
(A) A Lei se refere especificamente à população negra.
(B) A Lei não especifica raça ou etnia, visando a combater todo
tipo de discriminação.
(C) A Lei é de difícil aplicação porque não define discriminação
racial ou étnico-racial.
(D) A Lei representa o coroamento das lutas contra o racismo e
foi batizada como Lei Zumbi dos Palmares.
(E) A Lei revoga o antigo Sistema Nacional de Promoção da
Igualdade Racial (Sinapir), instituído por decreto-lei do regime
militar.

10. Sobre a Lei nº 12.288/10,examine as afirmações que se-


guem. A participação da população negra, em condição de igualda-
de de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do
País será promovida, prioritariamente, por meio de:
I - Inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô-
mico e social;
II - Adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma-
tiva;
III - Modificação das estruturas institucionais do Estado para o
adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;
IV - Promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com-
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;

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