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CASAN-SC
COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E SANEAMENTO

Assistente Administrativo
EDITAL 001/2022
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Análise e interpretação de texto (compreensão geral do texto; ponto de vista ou ideia central defendida pelo autor; argumentação;
elementos de coesão; inferências; estrutura e organização do texto e dos parágrafos). Tipologia e gêneros textuais. . . . . . . . . . . 01
2. Figuras de linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3. Emprego dos pronomes demonstrativos. Paralelismo sintático e paralelismo semântico.Emprego de tempos e modos verbais. For-
mação de tempos compostos dos verbos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4. Relações semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (oposição/contraste, conclusão, concessão, causalidade,
adição, alternância etc.). Sintaxe da oração (período simples; termos fundamentais e acessórios da oração; tipos de predicado) e do
período (período composto por coordenação e por subordinação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5. Relações de sinonímia e de antonímia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6. Funções do que e do se. Ortografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
7. Emprego do acento grave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
8. Emprego dos sinais de pontuação e suas funções no texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
9. Concordâncias verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
10. Regências verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
11. Locuções verbais (perífrases verbais); Sintaxe de colocação pronominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Raciocínio Lógico e Matemático


1. Operações com números reais (incluindo radiciação e potenciação); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Divisão Proporcional (Razão e proporção); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Regra de três simples e composta; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
4. Porcentagem; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
5. Juros simples e Compostos; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
6. Equação de 1º e 2º graus; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7. Sistema de equações do 1º grau; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
8. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9. Sistemas de medidas usuais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10. Noções de estatística e de probabilidades; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
11. Raciocínio lógico; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
12. Resolução de situações-problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Informática
1. Conceitos básicos de computação; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Componentes de hardware e software de computadores; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Operação, configuração de sistemas operacionais Windows; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
4. Uso de editores de texto (Word e Writer); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5. Uso de planilhas eletrônicas (Excel e Calc); Uso de Internet (navegação web, correio eletrônico); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6. Noções de segurança (proteção de informação, vírus e assemelhados); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7. Alternativas e software livre para sistemas operacionais, editores de texto, planilhas e navegadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
ÍNDICE

Conhecimentos Específicos
Assistente Administrativo
1. A natureza das organizações. Estrutura organizacional. Gestão pela qualidade. Planejamento, Organização, Direção e Controle como
parte integrante do processo administrativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mudança e inovação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3. Gestão por processos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4. Sistema de Informação de Recursos Humanos: organização e controle de dados de pessoal. Desenvolvimento de Recursos Humanos
e educação corporativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5. Elementos da comunicação, comunicação corporativa e comunicação no ambiente de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
6. Trabalho em Equipe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7. Noções de relações humanas e conflito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
8. Organização do ambiente de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
9. Qualidade em Atendimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
10. Noções de administração de materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
11. Noções de controle orçamentário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
12. Noções básicas de Administração Financeira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
13. Noções básicas de logística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
14. Atividades de protocolo, recepção, classificação, registro e distribuição de documentos. Gestão de arquivos, documentação: tipos de
correspondências e documentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
15. Ética profissional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Análise e interpretação de texto (compreensão geral do texto; ponto de vista ou ideia central defendida pelo autor; argumentação;
elementos de coesão; inferências; estrutura e organização do texto e dos parágrafos). Tipologia e gêneros textuais. . . . . . . . . . . 01
2. Figuras de linguagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3. Emprego dos pronomes demonstrativos. Paralelismo sintático e paralelismo semântico.Emprego de tempos e modos verbais. Forma-
ção de tempos compostos dos verbos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4. Relações semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (oposição/contraste, conclusão, concessão, causalidade,
adição, alternância etc.). Sintaxe da oração (período simples; termos fundamentais e acessórios da oração; tipos de predicado) e do
período (período composto por coordenação e por subordinação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5. Relações de sinonímia e de antonímia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6. Funções do que e do se. Ortografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
7. Emprego do acento grave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
8. Emprego dos sinais de pontuação e suas funções no texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
9. Concordâncias verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
10. Regências verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
11. Locuções verbais (perífrases verbais); Sintaxe de colocação pronominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
LÍNGUA PORTUGUESA
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (COMPREEN- lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
SÃO GERAL DO TEXTO; PONTO DE VISTA OU IDEIA com a não-verbal.
CENTRAL DEFENDIDA PELO AUTOR; ARGUMENTAÇÃO;
ELEMENTOS DE COESÃO; INFERÊNCIAS; ESTRUTURA E
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS). TIPO-
LOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-
ou que faça com que você realize inferências. tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. este processo é intertextualidade.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz. Interpretação de Texto
Percebeu a diferença? Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
Tipos de Linguagem bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que de um texto.
facilite a interpretação de textos. A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
pode ser escrita ou oral. texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-
ca e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta-
do, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto-
gráficas, gramaticais e interpretativas;
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po-
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. lêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa-
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto.

1
LÍNGUA PORTUGUESA
– Separe fatos de opiniões. CACHORROS
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
tável). espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
– Retorne ao texto sempre que necessário. seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
enunciados das questões. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
– Reescreva o conteúdo lido. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
picos ou esquemas. casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
distração, mas também um aprendizado. to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. As informações que se relacionam com o tema chamamos de
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
do texto. fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica- capaz de identificar o tema do texto!
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na
prova. Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi- -secundarias/
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca TEXTOS VARIADOS
extrapole a visão dele.
Ironia
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo novo sentido, gerando um efeito de humor.
significativo, que é o texto. Exemplo:
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes. ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
Ironia de situação de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da principal. Compreender relações semânticas é uma competência
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
morte. fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

Ironia dramática (ou satírica) Busca de sentidos


A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- apreensão do conteúdo exposto.
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- citadas ou apresentando novos conceitos.
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
da narrativa. espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao Importância da interpretação
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
Humor específicos, aprimora a escrita.
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o
rer algo fora do esperado numa situação. texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreen-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- dentes que não foram observados previamente.
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em de destaque sobre algum assunto de interesse.
um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão,
é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hie- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
rárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
apresentando novos conceitos. crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que berdade para quem recebe a informação.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Fato
Diferença entre compreensão e interpretação O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No sas, previmos suas consequências.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
dárias. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente ças sejam detectáveis.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Exemplos de interpretação:
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
encaminham-se diretamente para um desfecho. tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- do que com a filha.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O Opinião
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais que fazemos do fato.
curto. Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
como horas ou mesmo minutos. anteriores:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de do que com a filha. Ela foi egoísta.
imagens.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
vencer o leitor a concordar com ele. mos expressando nosso julgamento.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: NÍVEIS DE LINGUAGEM
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
com o sofrimento da filha. Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
e o do leitor. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Parágrafo incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- e caem em desuso.
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto Língua escrita e língua falada
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
sentada na introdução. parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
rágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Linguagem popular e linguagem culta
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
prova. valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
o diálogo é usado para representar a língua falada.
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- Linguagem Popular ou Coloquial
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
expressão dos esta dos emocionais etc.
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais A Linguagem Culta ou Padrão
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
odo, e o tópico que o antecede. truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
para a clareza do texto. mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência. Gíria
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta- A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores. arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es- a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
mais direto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário comportamentos, nas leis jurídicas.
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, Características principais:
“mina”, “tipo assim”. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Linguagem vulgar do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
comida”. Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Linguagem regional ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
Tipos e genêros textuais perior para formação de oficiais.
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem Tipo textual expositivo
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou pode ser expositiva ou argumentativa.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
exemplos e as principais características de cada um deles. sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo Características principais:
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
um movimento etc. mar.
Características principais: • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função de ponto de vista.
caracterizadora. • Apresenta linguagem clara e imparcial.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
meração. Exemplo:
• A noção temporal é normalmente estática. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
ção. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. terminado tema.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
Exemplo: sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada Tipo textual dissertativo-argumentativo
Ninguém podia entrar nela, não Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Porque na casa não tinha chão sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Ninguém podia dormir na rede apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Porque na casa não tinha parede clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia fazer pipi tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque penico não tinha ali (leitor ou ouvinte).
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Características principais: GÊNEROS TEXTUAIS
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
gestão/solução). síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e ais que neles predominam.
um caráter de verdade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Descritivo Diário
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Relatos (viagens, históricos, etc.)
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Biografia e autobiografia
Notícia
Exemplo: Currículo
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Lista de compras
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Cardápio
administração política (tese), porque a força governamental certa- Anúncios de classificados
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Injuntivo Receita culinária
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Bula de remédio
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Manual de instruções
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Regulamento
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Textos prescritivos
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Expositivo Seminários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Palestras
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Conferências
cobrança efetiva (conclusão). Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Tipo textual narrativo Enciclopédia
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Verbetes de dicionários
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Carta de opinião
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Resenha
Artigo
Características principais: Ensaio
• O tempo verbal predominante é o passado. Monografia, dissertação de
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- mestrado e tese de doutorado
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
Narrativo Romance
onisciente).
Novela
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
Crônica
prosa, não em verso.
Contos de Fada
Fábula
Exemplo:
Lendas
Solidão
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- nitos e mudam de acordo com a demanda social.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
Nelson S. Oliveira INTERTEXTUALIDADE
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou
ais/4835684 seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
ambos: forma e conteúdo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
provérbios, charges, dentre outros. mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
Tipos de Intertextualidade domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- enunciador está propondo.
ticos. Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
significa a “repetição de uma sentença”. admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha mento de premissas e conclusões.
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) A é igual a B.
e “graphé” (escrita). A é igual a C.
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção Então: C é igual a A.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- que C é igual a A.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Outro exemplo:
“citação” (citare) significa convocar. Todo ruminante é um mamífero.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros A vaca é um ruminante.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Logo, a vaca é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
propõe. instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
vista defendidos. pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas der bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
sos de linguagem. na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
escolher entre duas ou mais coisas”. não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
zado numa dada cultura.

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LÍNGUA PORTUGUESA
ARGUMENTAÇÃO Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
também será verdadeira.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
propõe. banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de outro fundado há dois ou três anos.
vista defendidos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse der bem como eles funcionam.
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
sos de linguagem. expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
escolher entre duas ou mais coisas”. associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- zado numa dada cultura.
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Tipos de Argumento
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- mento. Exemplo:
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de Argumento de Autoridade
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
enunciador está propondo. pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- dadeira. Exemplo:
mento de premissas e conclusões. “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
A é igual a B. Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
A é igual a C. ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
Então: C é igual a B. cimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
que C é igual a A.
Outro exemplo: A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
Todo ruminante é um mamífero. tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
A vaca é um ruminante. o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Logo, a vaca é um mamífero. um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
acreditar que é verdade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Argumento de Quantidade Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
largo uso do argumento de quantidade. dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
Argumento do Consenso de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não por bem determinar o internamento do governador pelo período
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- tal por três dias.
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases
carentes de qualquer base científica. Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
Argumento de Existência ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas texto tem sempre uma orientação argumentativa.
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
do que dois voando”. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa outras, etc. Veja:
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela vam abraços afetuosos.”
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
vios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
Argumento quase lógico e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- injustiça, corrupção).
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações o argumento.
indevidas. - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
Argumento do Atributo atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
que é mais grosseiro, etc. outros à sua dependência política e econômica”.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza, A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi-
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida- dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação,
de. o assunto, etc).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
dades não se prometem, manifestam-se na ação. é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- da verdade:
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo - evidência;
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - divisão ou análise;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - ordem ou dedução;
comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. Fulano é homem (premissa menor = particular)
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
ver as seguintes habilidades: dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma O calor dilata o ferro (particular)
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- O calor dilata o bronze (particular)
mente contrária; O calor dilata o cobre (particular)
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O ferro, o bronze, o cobre são metais
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
ria contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos- Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido e
ta. verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas tam-
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar- bém o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, po-
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões de-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclusão
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, uma
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são algu-
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de mas causas do sofisma.
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
O sofisma pressupõe má fé, intenção deliberada de enganar ou A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
levar ao erro; quando o sofisma não tem essas intenções proposi- a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
tais, costuma-se chamar esse processo de argumentação de para- de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
logismo. Encontra-se um exemplo simples de sofisma no seguinte lha dos elementos que farão parte do texto.
diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- sabiá, torradeira.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
ados nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
pesquisa. seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; (Garcia, 1973, p. 302304.)
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de- trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria de vista sobre ele.
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina- A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
o relógio estaria reconstruído. ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con- cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo- é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa-
operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
relacionadas: metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. - o termo a ser definido;
- o gênero ou espécie;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- a diferença específica. expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
ma espécie. Exemplo: raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
Elemento especiediferença relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
a ser definidoespecífica nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é virtude de, em vista de, por motivo de.
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
ou instalação”; interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os assim, desse ponto de vista.
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
dida;d se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
diferenças). belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
que, melhor que, pior que.
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
vra e seus significados. reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
mentação coerente e adequada. justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás- caráter confirmatório que comprobatório.
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco- cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes, consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse
as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu- caso, incluem-se
rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis- mortal, aspira à imortalidade);
sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está dos e axiomas);

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que mento básico;
parece absurdo). - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- menos a seguinte:
cretos, estatísticos ou documentais.
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se Introdução
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - função social da ciência e da tecnologia;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - definições de ciência e tecnologia;
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini-
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, Desenvolvimento
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na vimento tecnológico;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- condições de vida no mundo atual;
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
gumentação: mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- desenvolvidos;
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses sado; apontar semelhanças e diferenças;
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
dadeira; banos;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- mais a sociedade.
dade da afirmação;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- Conclusão
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
ridade que contrariam a afirmação apresentada; ências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
apresentados.
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
ção: é um dos possíveis.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
que gera o controle demográfico”. tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao é inserida.
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
elaboração de um Plano de Redação. Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
tecnológica escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder textos caracterizada por um citar o outro.
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos- A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
ta, justificar, criando um argumento básico; texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
(rever tipos de argumentação); ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po- pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ- mencionar um provérbio conhecido.
ência);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
argumento básico;

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- a recriação de um texto.
zá-lo ou ao compará-lo com outros.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- produtor e ao receptor de textos.
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. daquela citação ou alusão em questão.

Tipos de Intertextualidade Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita


A intertextualidade acontece quando há uma referência ex- A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
dade. A intertextualidade explícita:
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
– é facilmente identificada pelos leitores;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
– estabelece uma relação direta com o texto fonte;
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
– não exige que haja dedução por parte do leitor;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – apenas apela à compreensão do conteúdos.
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com A intertextualidade implícita:
outras palavras o que já foi dito. – não é facilmente identificada pelos leitores;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada te dos leitores;
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- a compreensão do conteúdo.
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os PONTO DE VISTA
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
demagogia praticada pela classe dominante. preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- servador e o narrador-personagem.
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Primeira pessoa
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
cultura é o melhor conforto para a velhice”. de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o só descobrimos ao decorrer da história.
termo “citação” (citare) significa convocar.
Segunda pessoa
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). quase como outro personagem que participa da história.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Terceira pessoa Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela é
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi- inserida. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimen-
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada to, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
leitura não fique confuso. cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
Coerência textos caracterizada por um citar o outro.
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
outra”). de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos mencionar um provérbio conhecido.
elementos formativos de um texto. Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
elementos textuais.
zá-lo ou ao compará-lo com outros.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
imediato a coerência de um discurso.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
A coerência: nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual; Tipos de Intertextualidade
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
o aspecto global do texto; plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
Coesão dade.
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
tem-se a coesão lexical.
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala- Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo- firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
nentes do texto. outras palavras o que já foi dito.
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex-
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui,
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais. um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada
A coesão: para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces-
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
componentes do texto; programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da
demagogia praticada pela classe dominante.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos As figuras de linguagem classificam-se em
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- – figuras de palavra;
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- – figuras de pensamento;
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- – figuras de construção ou sintaxe.
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Figuras de palavra
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven-
cultura é o melhor conforto para a velhice”. cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex-
pressivo na comunicação.
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex- Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
termo “citação” (citare) significa convocar. Exemplos
...a vida é cigana
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros É caravana
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois É pedra de gelo ao sol.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Pastiche é uma recorrência a um gênero.
Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
a recriação de um texto.
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci- ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
produtor e ao receptor de textos. paração: parecer, assemelhar-se e outros.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de Exemplo
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função você entrou em mim como um sol no quintal.
daquela citação ou alusão em questão. (Belchior)

Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou qual não existe uma designação apropriada.
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. Exemplos
– folha de papel
A intertextualidade explícita: – braço de poltrona
– é facilmente identificada pelos leitores; – céu da boca
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; – pé da montanha
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;
– não exige que haja dedução por parte do leitor; Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
– apenas apela à compreensão do conteúdos. tidos físicos.

A intertextualidade implícita: Exemplo


– não é facilmente identificada pelos leitores; Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; mecânica.
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
(Carlos Drummond de Andrade)
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
te dos leitores;
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste-
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen-
a compreensão do conteúdo.
ça gelada”.

FIGURAS DE LINGUAGEM
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o.
valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências Exemplos
comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor- O filósofo de Genebra (= Calvino).
nando-o poético. O águia de Haia (= Rui Barbosa).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que Figuras de sintaxe ou de construção
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida. Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os
termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Exemplos
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) Podem ser formadas por:
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Tomei um Danone. (iogurte) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- ruptura: anacoluto;
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural. concordância ideológica: silepse.

Exemplo Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,


A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro frase ou verso.
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo
plural) Exemplo
(José Cândido de Carvalho) Dentro do tempo o universo
[na imensidão.
Figuras Sonoras Dentro do sol o calor peculiar
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- [do verão.
mente em posição inicial da palavra. Dentro da vida uma vida me
[conta uma estória que fala
Exemplo [de mim.
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- Dentro de nós os mistérios
ladas. [do espaço sem fim!
(Cruz e Sousa) (Toquinho/Mutinho)

Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
verso ou poesia.
vírgulas.
Exemplo
Exemplo
Sou Ana, da cama,
Não nos movemos, as mãos é
da cana, fulana, bacana
que se estenderam pouco a
Sou Ana de Amsterdam.
pouco, todas quatro, pegando-se,
(Chico Buarque)
apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou
na prosódia, mas diferentes no sentido. Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Exemplo
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu Exemplo
[erro Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
quero que você ganhe que tuge, nem muge.
[você me apanhe (Rubem Braga)
sou o seu bezerro gritando
[mamãe. Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
(Caetano Veloso) mo já expresso.

Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro- Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
duzido por seres animados e inanimados. são, dando ênfase à mensagem.

Exemplo Exemplos
Vai o ouvido apurado Não os venci. Venceram-me
na trama do rumor suas nervuras eles a mim.
inseto múltiplo reunido (Rui Barbosa)
para compor o zanzineio surdo
circular opressivo Morrerás morte vil na mão de um forte.
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor (Gonçalves Dias)
da noite em branco Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-
(Carlos Drummond de Andrade) na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.

Observação: verbos que exprimem os sons são considerados Exemplos


onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc. Ouvir com os ouvidos.
Rolar escadas abaixo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Colaborar juntos. V. Ex.a parece magoado...
Hemorragia de sangue. (Carlos Drummond de Andrade)
Repetir de novo.
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- o sujeito da oração.
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
junções, preposições e verbos. Exemplos
Os dois ora estais reunidos...
Exemplos (Carlos Drummond de Andrade)
Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
Ele dormiu duas horas. (durante) (Machado de Assis)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões) Silepse de número: Não há concordância do número verbal
com o sujeito da oração.
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior-
mente. Exemplo
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
Exemplos (Mário Barreto)
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco) EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS. PA-
RALELISMO SINTÁTICO E PARALELISMO SEMÂNTICO.
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. FORMA-
(Machado de Assis) ÇÃO DE TEMPOS COMPOSTOS DOS VERBOS

Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen-


tos na frase. CLASSES DE PALAVRAS

Exemplos Substantivo
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
(Carlos Drummond de Andrade) nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
Paciência tenho eu tido...
Classificação dos substantivos
(Antônio Nobre)

Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem sua estrutura. macaco/João/sabão
função sintática definida. SUBSTANTIVOS Macacos-prego/
COMPOSTOS: são formados porta-voz/
Exemplos por mais de um radical em sua pé-de-moleque
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. estrutura.
(Manuel Bandeira)
SUBSTANTIVOS Casa/
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo- PRIMITIVOS: são os que dão mundo/
tassem as mãos. origem a outras palavras, ou população
(José Lins do Rego) seja, ela é a primeira. /formiga
SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que DERIVADOS: são formados populacional/formigueiro
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase). por outros radicais da língua.
SUBSTANTIVOS Rodrigo
Exemplo PRÓPRIOS: designa /Brasil
...em cada olho um grito castanho de ódio. determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua
(Dalton Trevisan) da mesma espécie. São da Liberdade
...em cada olho castanho um grito de ódio) sempre iniciados por letra
maiúscula.
Silepse
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
ou pronome com a pessoa a que se refere. referem-se qualquer ser de cachorro/prima
Exemplos uma mesma espécie.
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
(Rachel de Queiroz)

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVOS Leão/corrente Flexão do Adjetivos


CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas • Gênero:
com existência própria. Esses /lobisomem – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
seres podem ser animadoso /saci-pererê no: homem feliz, mulher feliz.
ou inanimados, reais ou – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
imaginários. para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
SUBSTANTIVOS Mistério/
ABSTRATOS: nomeiam bondade/ • Número:
ações, estados, qualidades confiança/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
e sentimentos que não tem lembrança/ número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
existência própria, ou seja, só amor/ res, japonês/ japoneses.
existem em função de um ser. alegria – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/ branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
COLETIVOS: referem-se a um acervo (de obras
conjunto de seres da mesma artísticas)/buquê (de flores) • Grau:
espécie, mesmo quando – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
empregado no singular e rioso (do) que o seu.
constituem um substantivo – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
comum. rioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS quanto o seu.
PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI! – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
mo.
Flexão dos Substantivos – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi- moso.
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou – Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
uniformes mais famoso de todos.
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me-
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o nos famoso de todos.
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única Artigo
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá- • Classificação e Flexão do Artigos
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira – Artigos Definidos: o, a, os, as.
macho/palmeira fêmea. O menino carregava o brinquedo em suas costas.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto As meninas brincavam com as bonecas.
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua). Um menino carregava um brinquedo.
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto Umas meninas brincavam com umas bonecas.
para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
o/a estudante, o/a colega. Numeral
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1). É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou
– Singular: anzol, tórax, próton, casa. coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas. • Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau Trezentos e vinte moradores.
diminutivo. – Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra. Quinto ano. Primeiro lugar.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme. – Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha quantidade é multiplicada:
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Adjetivo Dois terços dos alunos foram embora.
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com- Pronome
posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam,
preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: indicando a pessoa do discurso.
golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper- • Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em
tino). uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Empregado nas correspondências e textos
Vossa Senhoria
escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pou-
co, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário,
Variáveis
vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portan-
Conclusivas
to...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante,
Conformativas
etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor,
Comparativas
etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que,
Consecutivas
etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

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LÍNGUA PORTUGUESA

RELAÇÕES SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS ENTRE ORAÇÕES, PERÍODOS OU PARÁGRAFOS (OPOSIÇÃO/CONTRASTE,


CONCLUSÃO, CONCESSÃO, CAUSALIDADE, ADIÇÃO, ALTERNÂNCIA ETC.). SINTAXE DA ORAÇÃO (PERÍODO SIMPLES;
TERMOS FUNDAMENTAIS E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO; TIPOS DE PREDICADO) E DO PERÍODO (PERÍODO COMPOSTO
POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO)

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:

• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo.


Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio!

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final.


• Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não •
passa no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúr-
guer, ora quer comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá in-
de mau humor. veja.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito quinta, terão aula de reforço.
anteriormente. SEMPRE serão
acompanhadas por vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de
Restringem o sentido de um termo quinta terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de
causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do
Assumem a função de advérbio de dia.
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar
Assumem a função de advérbio de na reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Orações Subordinadas Adverbiais Assumem a função de advérbio de previsto.
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de todos tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono
Assumem a função de advérbio de tinha.
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos
Assumem a função de advérbio de saem de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.

O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

FUNÇÕES DO QUE E DO SE. ORTOGRAFIA

ORTOGRAFIA OFICIAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui,
que, qui.

Regras de acentuação
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba)

Como era Como fica


alcatéia alcateia
apóia apoia
apóio apoio

Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

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LÍNGUA PORTUGUESA
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no • Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. mirante.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
Como era Como fica
pontapé, paraquedas, paraquedista.
baiúca baiuca • Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
bocaiúva bocaiuva usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
vamos passar para mais um ponto importante.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
e ôo(s). Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Como era Como fica Vejamos um por um:
abençôo abençoo
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
crêem creem aberto.
Já cursei a Faculdade de História.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. fechado.
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Atenção: Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. caso afundo mais à frente).
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Sou leal à mulher da minha vida.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, As palavras podem ser:
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as -já, ra-paz, u-ru-bu...)
palavras forma/fôrma. – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Uso de hífen – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Regra básica: (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem. As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
Outros casos íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
1. Prefixo terminado em vogal: • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
semicírculo. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
mo, antissocial, ultrassom. dói, coronéis...)
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on- • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
das. (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
2. Prefixo terminado em consoante: Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub- nar e fixar as regras.
-bibliotecário.
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su- DIVISÃO SILÁBICA
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante. A cada um dos grupos pronunciados de uma determinada pa-
lavra numa só emissão de voz, dá-se o nome de sílaba. Na Língua
Observações: Portuguesa, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal, não existe síla-
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra ba sem vogal e nunca mais que uma vogal em cada sílaba.
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem Para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. perceber quantas vogais tem essa palavra. Mas preste atenção, pois
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala- as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem represen-
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano. tar semivogais.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
rar, cooperação, cooptar, coocupante.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação por número de sílabas - Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima. Exemplos: fácil, ba-
nana, felizmente.
Monossílabas: palavras que possuem uma sílaba. - Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima. Exemplos:
Exemplos: ré, pó, mês, faz mínimo, fábula, término.

Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas. USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ”
Exemplos: ca/sa, la/ço.
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ”
Trissílabas: palavras que possuem três sílabas. O emprego correto das diferentes formas do “porque” sempre
Exemplos: i/da/de, pa/le/ta. gera dúvida. Resumidamente, esses são seus usos corretos:

Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas. Perguntas = por que
Exemplos: mo/da/li/da/de, ad/mi/rá/vel. Respostas = porque
Divisão Silábica Perguntas no fim das frases = por quê
Substantivo = (o) porquê
- Letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs”, e “xc”
devem permanecer em sílabas diferentes. Exemplos: Vejamos uma explicação melhor de cada um:
des – cer
pás – sa – ro... Por que?
Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é usa-
- Dígrafos “ch”, “nh”, “lh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única do no começo das frases interrogativas diretas ou indiretas, e pode
sílaba. Exemplos: ser substituído por: “pela qual” ou suas variações.
chu – va Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da
quei – jo preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”.
Exemplos: Por que está tão quieta?
- Hiatos não devem permanecer na mesma sílaba. Exemplos: Não sei por que tamanho mau humor.
ca – de – a – do
ju – í – z Porque?
Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se de
- Ditongos e tritongos devem pertencer a uma única sílaba. conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicativa, e pode
Exemplos: ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões “para
en – xa – guei que” e “uma vez que”.
cai – xa
Por quê?
- Encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas não Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separado e
permanecem juntos, exceto aqueles em que a segunda consoante com acento circunflexo, e é usado no final das interrogativas diretas
é “l” ou “r”. Exemplos: ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interro-
ab – dô – men gativo ou exclamativo.
flau – ta (permaneceram juntos, pois a segunda letra é repre- Exemplos: O portão não foi aberto por quê
sentada pelo “l”) Não vai comer mais? Por quê?
pra – to (o mesmo ocorre com esse exemplo)
- Alguns grupos consonantais iniciam palavras, e não podem Porquê?
ser separados. Exemplos: Usamos como substantivo, grafado junto e com acento circun-
peu – mo – ni – a flexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e aparece nas senten-
psi – có – lo – ga ças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objeti-
vo de explicar o motivo dentro da frase.
Acento Tônico Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza.
Quando se pronuncia uma palavra de duas sílabas ou mais, há
sempre uma sílaba com sonoridade mais forte que as demais. Mau e Bom
valor - a sílaba lor é a mais forte. Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão ca-
maleiro - a sílaba lei é a mais forte. racterística a um substantivo, locução ou qualquer palavra substan-
tivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos,
Classificação por intensidade podendo ser tanto sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondo-
-Tônica: sílaba com mais intensidade. so”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor-
- Átona: sílaba com menos intensidade. nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos
- Subtônica: sílaba de intensidade intermediária. e entenda melhor o seu uso.
Ele é um mau aluno
Classificação das palavras pela posição da sílaba tônica Anderson é um bom lutador
As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de acor- Essa piada foi de mau gosto
do com a posição da sílaba tônica. Não sei se você está tendo boas influências

- Oxítonos: a sílaba tônica é a última. Exemplos: paletó, Paraná,


jacaré.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Mal e Bem - Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota
Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou menos alta da turma.
seja, elas caracterizam o processo verbal. São advérbios de modo - Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de me-
e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erra- nos frutas no café da manhã.
damente/certamente” e “negativamente/positivamente”. Mal tam-
bém pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou Quando usar Mas
orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usada
estas palavras é o de substantivo, podendo significar uma situação para transmitir ideia de oposição ou adversidade. Ela pode ser subs-
negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das tituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, entretanto, no
palavras em cada um deles para uma compreensão melhor. entanto e não obstante.
Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
Eles representaram bem a sala. – Adverbio Como identificar
Mal começou e já terminou. – Conjunção Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a pa-
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo lavra por outra conjunção.
Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo. Exemplos:
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado
MAIS OU MAS no trabalho.
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela
Usadas para adição ou adversidade gerência.
As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas de - Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje
formas diferentes e cada uma faz parte de uma classificação da tive que estudar Trigonometria.
morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar de- - Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atra-
pendendo da palavra usada. sado na escola.
No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pessoas
falando “mais” quando, na verdade, querem se referir à expressão Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você
“mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso, é importante pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem sucedendo uma vírgu-
falar certo para escrever adequadamente. la. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a dúvida
Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de quan- de quando usar “mais ou mas” no texto.
do usar mais ou mas por meio de substituições de palavras. Elas
serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este artigo para Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou
nunca mais ter dúvidas sobre o uso destas expressões e ter sucesso mas, atente-se para a possibilidade da palavra “mas” assumir ca-
na sua prova. racterística de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e ad-
vérbio, quando intensificar ou der ênfase à afirmação.
Quando usar Mais
A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação ou Exemplos:
quantidade. É antônima de “menos”. Na dúvida entre mais ou mas, 1) Como ideia de defeito: Messias é um bom garoto, mas anda
utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser passar a ideia com más influências.
de numeral. A frase expressa defeito porque embora Messias seja um bom
garoto, anda com más influências.
Exemplos: 2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que todo
- Mais café, por favor! / + café, por favor! mundo tira vantagem disso.
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimen- A frase passa a ter intensidade quando utilizou-se o termo em
to, melhor. negrito.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota +
alta da turma. Observação: a palavra mas não deve ser confundida com más
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de + porque esta palavra quando é acentuada passa a ter equivalência
frutas no café da manhã. de plural do adjetivo “má”, que é o oposto de “boa”. Exemplo: “As
más companhias não renderão um futuro promissor”.
A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de in-
tensidade, mas existem outras opções. Esta palavra pode receber Mais ou mas em composições
classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir A seguir, observa-se como as expressões foram usadas na músi-
a forma de um substantivo, pronome indefinido, advérbio de inten- ca “Mais uma vez”, interpretada por Renato Russo.
sidade, preposição ou conjunção. Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Como identificar Mais uma vez, eu sei
Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”, (...)
troque pelo antônimo “menos”. Tem gente que está do mesmo lado que você
Assim: Mas deveria estar do lado de lá
- Mais café, por favor! / Menos café, por favor! Tem gente que machuca os outros
- Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero. Tem gente que não sabe amar
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhe- Tem gente enganando a gente
cimento, pior. Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia

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LÍNGUA PORTUGUESA
A gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E SUAS FUN-
Confie em si mesmo ÇÕES NO TEXTO
(...)
Pontuação
Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em ne- de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
grito como exemplos de adversidade ou ressalva e adição respecti- organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
vamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade. pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE-
Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais CHARA, 2009, p. 514)
ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada por ela. A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a
Mais uma vez eu vou te deixar importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
Mas eu volto logo pra te ver sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
Vou com saudades no meu coração to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
Mando notícias de algum lugar. cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
(..) [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
Compositores: Marisa De Azevedo Monte travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
EMPREGO DO ACENTO GRAVE Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. reticências.
Vejamos um por um: Estaremos presentes na festa.

Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre Ponto de interrogação ( ? )


aberto. Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati-
Já cursei a Faculdade de História. va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre Você vai à festa?
fechado.
Meu avô e meus três tios ainda são vivos. Ponto de exclamação ( ! )
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama-
caso afundo mais à frente). tiva.
Sou leal à mulher da minha vida. Ex: Que bela festa!

As palavras podem ser: Reticências ( ... )


– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou
-já, ra-paz, u-ru-bu...) porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor
sa-bo-ne-te, ré-gua...) nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima Ex: Essa festa... não sei não, viu.
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Dois-pontos ( : )
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída.
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), Ponto e vírgula ( ; )
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
dói, coronéis...) ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume-
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais ração (frequente em leis), etc.
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam-
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Travessão ( — ) Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com sário:
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir ção.
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de serem observadas na redação oficial.
um diálogo, com ou sem aspas. • Separa aposto.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
• Separa vocativo.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico • Separa termos repetidos.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in- Aquele aluno era esforçado, esforçado.
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
rem uma nova inserção. efeito, digo.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
vernador) ou seja, de fácil compreensão.
Aspas ( “ ” )
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
tos).
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. • Separa orações coordenadas assindéticas.
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
Vírgula ideias na cabeça...
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes • Isola o nome do lugar nas datas.
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
vírgula:
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
mos” o momento certo de fazer uso dela. forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o mações comprovam, etc.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal, Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?! nizar o problema.
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
menos importante e que pode ser colocada depois. CONCORDÂNCIAS VERBAL E NOMINAL
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Concordância Nominal
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos
Maria foi à padaria ontem. concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
Sujeito Verbo Objeto Adjunto referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor- sa.
re por alguns motivos:
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
Casos Especiais de Concordância Nominal
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
verbo e o adjunto.
alerta.
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula • Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
é necessária: ção de palavras compostas:
Ontem, Maria foi à padaria. Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
Maria, ontem, foi à padaria.
À padaria, Maria foi ontem. • Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando Junto a, de
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
do advérbios: Pendente de
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou Preferível a
meia dúzia de ovos.
Próximo a, de
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio: Respeito a, com, de, para com, por
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Situado a, em, entre
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Ajudar (a fazer algo) a
substantivo estiver determinado por artigo: Aludir (referir-se) a
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Aspirar (desejar, pretender) a
Concordância Verbal Assistir (dar assistência) Não usa preposição
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Deparar (encontrar) com
mes. Implicar (consequência) Não usa preposição
Lembrar Não usa preposição
Concordância ideológica ou silepse
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Pagar (pagar a alguém) a
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no Precisar (necessitar) de
contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Proceder (realizar) a
Blumenau estava repleta de turistas. Responder a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
Visar ( ter como objetivo a
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
pretender)
texto.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
sos. QUE NÃO ESTÃO AQUI!
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po- LOCUÇÕES VERBAIS (PERÍFRASES VERBAIS). SINTAXE
líticos. DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL

REGÊNCIAS VERBAL E NOMINAL A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da


frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
• Regência Nominal culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- após o verbo – ênclise.
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
mento é estabelecida por uma preposição. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
• Regência Verbal Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Isto pertence a todos. dique a eufonia da frase.

Regência de algumas palavras Próclise


Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Esta palavra combina com Esta preposição
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Acessível a Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Apto a, para cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Atencioso com, para com Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Coerente com Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Conforme a, com
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Dúvida acerca de, de, em, sobre Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Empenho de, em, por posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Fácil a, de, para, Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
jam reduzidas: Percebia que o observavam.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá. EXERCÍCIOS
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem. 1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
Ênclise se fundamenta em intertextualidade é:
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
há muito tempo.”
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
indicativo: Trago-te flores. mete onde não é chamada.”
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- mesmo!”
posição em: Saí, deixando-a aflita. (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com tudo bem.”
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: (E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
Apressei-me a convidá-los.
2. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alterna-
Mesóclise tiva em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. (A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no (C) “sérios”, “potência”, “após”.
futuro do pretérito que iniciam a oração. (D) “Goiás”, “já”, “vários”.
Dir-lhe-ei toda a verdade. (E) “solidária”, “área”, “após”.
Far-me-ias um favor?
3. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
Eu lhe direi toda a verdade. objetivo é a seguinte:
Tu me farias um favor? (A) pôr.
(B) ilhéu.
(C) sábio.
Colocação do pronome átono nas locuções verbais (D) também.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal (E) lâmpada.
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série
Exemplos:
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras:
Devo-lhe dizer a verdade.
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra-
Devo dizer-lhe a verdade.
-vermelho.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in-
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
fra-assinado.
do auxiliar ou depois do principal.
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade. (D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
Não devo dizer-lhe a verdade. trarregra.
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, -mencionado.
o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. 5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003)
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em-
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do pregadas e grafadas.
auxiliar. (A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po-
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de
qualquer excesso e violência.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois (B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata-
do infinitivo. mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem
Exemplos: suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo
Hei de dizer-lhe a verdade. isso, num modo de intervenção específico.
Tenho de dizer-lhe a verdade. (C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento
Observação em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol-
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: ta que ambos possam suscitar.
Devo-lhe dizer tudo. (D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
Estava-lhe dizendo tudo. der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
Havia-lhe dito tudo. corpo dos supliciados.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con- pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
organização em delinqüência. sem importância, ditam o rumo de toda a história.

6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR – 10. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade mesmo processo de formação é:
extraordinária de imitar vários estilos musicais. (A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- (B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
mentos pessoais por meio de sua música. (C) deslealdade, colunista, incrível;
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das (D) anoitecer, festeiro, infeliz;
composições do músico na cultura ocidental. (E) reeducação, dignidade, enriquecer.
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo-
sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona- 11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
gens. 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
palavra primitiva foi formada respectivamente é:
7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser (A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa- tica (en + trist + ecer);
drão na seguinte sentença: (B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente. (en + triste + cer);
(C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
tética (en + trist + ecer);
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
(D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
xal (des + entristecer);
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
(E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
ca (des + entristecer).
8. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de 12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
pontuação em: 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi- formada por derivação:
dados e retirou-se da sala: era o final da reunião. (A) parassintética;
(B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra- (B) prefixal;
teiramente pela porta? (C) sufixal;
(C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se (D) imprópria;
tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo. (E) regressiva.
(D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os 13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do
irmãos e o mundo mágico dos brinquedos. artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
(E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre- (A) pronome;
penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria (B) adjetivo;
cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia. (C) advérbio;
(D) substantivo;
9. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira- (E) preposição.
mente correta a pontuação do seguinte período:
(A) Os personagens principais de uma história, responsáveis 14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque- morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente (A) Pronome demonstrativo.
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (B) Pronome relativo.
(B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis (C) Pronome possessivo.
(D) Pronome pessoal.
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
(E) Pronome indefinido.
providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
importância, ditam o rumo de toda a história.
15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
(C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
providências, que, tomadas por figurantes aparentemente, nhados classificam-se, respectivamente, em
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
importância, ditam o rumo de toda a história. (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 20. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
reta. (a):
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. “A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. americanas, entre na fila.”
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
35% deles fosse despejado em aterros. subordinadas.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. (B) Período, composto por três orações.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta (C) Oração, pois possui sentido completo.
de lixo. (D) Período, pois é composto por frases e orações.

17. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) 21. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações 2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
de concordância no texto abaixo. miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou oração.
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra- (A) Oração coordenada assindética aditiva.
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo- (B) Oração coordenada sindética aditiva.
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de- (C) Oração coordenada sindética adversativa.
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as (D) Oração coordenada sindética explicativa.
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição (E) Oração coordenada sindética alternativa.
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan-
ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de 22. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia
salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas
social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, orações.
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF. (A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de sativa.
plural em “deflacionados”. (B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural (C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi-
em “Elevaram-se”. tiva.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as (D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
regras de concordância com “economia”. tiva.
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de (E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
singular em “fez aumentar”. bial consecutiva.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
com “relevantes”. 23. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana-
lise sintaticamente a oração em destaque:
18. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL “Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen-
– 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen- sados” (Machado de Assis).
te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase. (A) oração subordinada substantiva completiva nominal.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos. (B) oração subordinada adverbial causal.
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta. (C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.
(C) Pretendo viajar a Paraíba. (D) oração coordenada sindética conclusiva.
(D) Ele gosta de bife à cavalo. (E) oração coordenada sindética explicativa.

19. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração 24. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI-
“Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata- NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser
que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se um processo de observação cristalina para assumir um discurso de
a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase
locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser nada retratam as necessidades de populações distintas.”.
marcada com o acento, EXCETO em: A oração grifada no trecho acima classifica-se como:
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema. (A) subordinada substantiva predicativa;
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do (B) subordinada adjetiva restritiva;
eleitorado pelo resultado final. (C) subordinada substantiva subjetiva;
(C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema. (D) subordinada substantiva objetiva direta;
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú- (E) subordinada adjetiva explicativa.
vel.
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis-
tema.

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LÍNGUA PORTUGUESA
25. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No 27. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: fato.
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
mas nunca à custa de nossos filhos...” gênero textual editorial.
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin- III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
dética adversativa; que se trata de uma reportagem.
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex- IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
plicativa; se trata de um editorial.
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver-
bial concessiva; Analise as assertivas e responda:
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada (A) Somente a I é correta.
sindética adversativa; (B) Somente a II é incorreta.
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con- (C) Somente a III é correta
cessiva. (D) A III e IV são corretas.

26. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perí- 28. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que
odo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um ainda suja o Brasil”:
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
história.”, a oração sublinhada é classificada como: no desenvolvimento do assunto.
(A) coordenada assindética; II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
(B) subordinada substantiva completiva nominal; blemas no uso de conjunções e preposições.
(C) subordinada substantiva objetiva indireta; III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
(D) subordinada substantiva apositiva. de palavras e da ordem sintática.
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
Leia o texto abaixo para responder a questão. temática e bom uso dos recursos coesivos.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) Analise as assertivas e responda:
(A) Somente a I é correta.
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um (B) Somente a II é incorreta.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- (C) Somente a III é correta.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de (D) Somente a IV é correta.
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- Leia o texto abaixo para responder as questões.
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela UM APÓLOGO
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
Machado de Assis.
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
— Deixe-me, senhora.
se tornou uma bomba relógio na região.”
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun-
do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16 der na cabeça.
barragens de mineração em todo o País apresentam condições de — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór- Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do outros.
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Mas você é orgulhosa.
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar- — Decerto que sou.
co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori- — Mas por quê?
dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz ama, quem é que os cose, senão eu?
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. que quem os cose sou eu, e muito eu?
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?

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LÍNGUA PORTUGUESA
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su- (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto… (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en- e mando...” (L.14-15)
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
isto uma cor poética. E dizia a agulha: abaixo e acima.” (L.25-26)
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
e acima… Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe 30. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até (A) dimensão e pejoratividade;
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. (B) afetividade e intensidade;
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que (C) afetividade e dimensão;
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para (D) intensidade e dimensão;
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da (E) pejoratividade e afetividade.
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, 31. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
perguntou-lhe: mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
Vamos, diga lá. (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- Agulha não tem cabeça.” (L.06)
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, nária!” (L.43)
fico. (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (L.25)
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
muita linha ordinária! 32. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
29. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- sente no texto:
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique (A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os equânime em ambientes coletivos de trabalho;
elementos dos textos: (B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

38
LÍNGUA PORTUGUESA
33. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- 38. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
acima, na ordem dada, as expressões: cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
(A) a que – de que; várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
(B) de que – com que; que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
(C) a cujas – de cujos; se quer dizer.
(D) à que – em que; (A) Dois-pontos.
(E) em que – aos quais. (B) Ponto-e-vírgula.
(C) Ponto-de-interrogação.
34. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008) (D) Ponto-de-exclamação.
Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
(A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de 39. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe- AOCP – 2018)
cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
maior taxa registrada na última década.
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a
os itens a seguir.
conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento
em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am- teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
novas fontes de petróleo. tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí- natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina. Poderes da União.
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, ( ) Certo
com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro ( ) Errado
da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do 40. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
que o do Brasil. Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con-
forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em
35. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS – 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras gra-
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, fadas conforme o Acordo.
o seguinte par de palavras: I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
(A) estrondo – ruído; pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
(B) pescador – trabalhador; II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
(C) pista – aeroporto; retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
(D) piloto – comissário; III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
(E) aeronave – jatinho. tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
36. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
-Geral.
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
tem como antônimo:
-Executiva, tenente-coronel.
(A) fortuna;
(B) opulência;
(C) riqueza; Assinale a alternativa CORRETA:
(D) escassez; (A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(E) abundância. (B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
37. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA – (D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
2019) (E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
nado ao presidente do Congresso Nacional é
(A) Senhor Presidente.
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente.
(D) Excelentíssimo Presidente.
(E) Excelentíssimo Senhor.

39
LÍNGUA PORTUGUESA
41. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018) 26 B
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda- 27 C
mentem esses usos. 28 D
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
29 E
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. 30 D
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª 31 D
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona- 32 D
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes 33 A
de desferir os golpes.
34 D
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso 35 E
da vírgula em cada frase. 36 D
( ) Para destacar deslocamento de termos.
( ) Para separar adjuntos adverbiais. 37 B
( ) Para indicar um aposto. 38 B
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
(A) 1 – 2 – 3. 39 A
(B) 2 – 1 – 3. 40 E
(C) 3 – 1 – 2. 41 C
(D) 3 – 2 – 1.

GABARITO ANOTAÇÕES

1 E ______________________________________________________
2 A ______________________________________________________
3 A
______________________________________________________
4 D
5 B ______________________________________________________

6 C ______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 A
10 A ______________________________________________________
11 A ______________________________________________________
12 D
______________________________________________________
13 A
14 E ______________________________________________________

15 B ______________________________________________________
16 E ______________________________________________________
17 A
______________________________________________________
18 A
19 D ______________________________________________________
20 B ______________________________________________________
21 C
______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 E
24 A ______________________________________________________
25 D ______________________________________________________

40
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
1. Operações com números reais (incluindo radiciação e potenciação); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Divisão Proporcional (Razão e proporção); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Regra de três simples e composta; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
4. Porcentagem; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
5. Juros simples e Compostos; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
6. Equação de 1º e 2º graus; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7. Sistema de equações do 1º grau; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
8. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9. Sistemas de medidas usuais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10. Noções de estatística e de probabilidades; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
11. Raciocínio lógico; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
12. Resolução de situações-problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS (INCLUINDO RADI- Subconjuntos do conjunto :


CIAÇÃO E POTENCIAÇÃO) 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero

{...-2, -1, 1, 2, ...}


Números naturais
Os números naturais são o modelo matemático necessário 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, {0, 1, 2, ...}
obtemos o conjunto infinito dos números naturais
3) Conjunto dos números inteiros não positivos

{...-3, -2, -1}

- Todo número natural dado tem um sucessor Números Racionais


a) O sucessor de 0 é 1. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
b) O sucessor de 1000 é 1001. presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
c) O sucessor de 19 é 20. São exemplos de números racionais:

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. -12/51


-3
{1,2,3,4,5,6... . }
-(-3)
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- -2,333...
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
a) O antecessor do número m é m-1. portanto são consideradas números racionais.
b) O antecessor de 2 é 1. Como representar esses números?
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Representação Decimal das Frações
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
zamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,


devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
22 – 6 + 7 lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio-
16 + 7 nal
23 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que
Exemplo 2 trataremos mais a frente.
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:

1
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Representação Fracionária dos Números Decimais
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros.
– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
ro racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
Fonte: www.estudokids.com.br
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
Representação na reta
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Intervalos limitados
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
Subtraindo:
e menores do que b ou iguais a b.
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Intervalo:[a,b]
Identificação de números irracionais
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
– Todas as dízimas periódicas são números racionais.
– Todos os números inteiros são racionais.
Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
– Todas as frações ordinárias são números racionais.
b.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
Intervalo:]a,b[
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
Conjunto:{xϵR|a<x<b}
racional.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
iguais a A e menores do que B.
com a e b inteiros e b≠0.

2
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e um número positivo.
menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b} em um número negativo.
Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A. Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Exemplos:
Intervalo:[a,+ ∞[ 24 . 23 = 24+3= 27
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} (2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x>a} Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
Potenciação
Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8
Casos 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. os expoentes.

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

3
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um 1 1
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. 2  2 2 22 2
(4.3)²=4².3² Observe: =  = 1 =
3 3 3
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos 32
elevar separados. a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
Radiciação radicando.
Radiciação é a operação inversa a potenciação
Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo Operações


A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:

64 2
32 2 Operações
16 2
8 2 Multiplicação
4 2
2 2 Exemplo
1

64=2.2.2.2.2.2=26
Divisão
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

Exemplo

Observe:
Adição e subtração
1 1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 .5 = 3. 5
2 2
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

De modo geral, se 8 2 20 2
4 2 10 2
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , 2 2 5 5
Então: 1 1

n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é Caso tenha:


igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando. Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos radicais
do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de quadrados no denominador:

Sistema de numeração decimal


O sistema de numeração decimal é de base 10, ou seja utiliza 10 algarismos (símbolos) diferentes para representar todos os números.
Formado pelos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, é um sistema posicional, ou seja, a posição do algarismo no número modifica o
seu valor.

É o sistema de numeração que nós usamos. Ele foi concebido pelos hindus e divulgado no ocidente pelos árabes, por isso, é também
chamado de «sistema de numeração indo-arábico».

Evolução do sistema de numeração decimal

Características
- Possui símbolos diferentes para representar quantidades de 1 a 9 e um símbolo para representar a ausência de quantidade (zero).
- Como é um sistema posicional, mesmo tendo poucos símbolos, é possível representar todos os números.
- As quantidades são agrupadas de 10 em 10, e recebem as seguintes denominações:
10 unidades = 1 dezena
10 dezenas = 1 centena
10 centenas = 1 unidade de milhar, e assim por diante

5
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplos

Ordens e Classes
No sistema de numeração decimal cada algarismo representa uma ordem, começando da direita para a esquerda e a cada três ordens
temos uma classe.
CLASSE DOS CLASSE DOS CLASSE DOS CLASSE DAS
BILHÕES MILHÕES MILHARES UNIDADES SIMPLES
12ª 11ª 10ª 9ª 8ª 7ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª
ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem
Centenas Dezenas Unidades Centenas Dezenas Unidades Centenas Dezenas Unidades
de de de de de de de de de Centenas Dezenas Unidades
Bilhão Bilhão Bilhão Milhão Milhão Milhão Milhar Milhar Milhas

Para fazer a leitura de números muito grandes, dividimos os algarismos do número em classes (blocos de 3 ordens), colocando um
ponto para separar as classes, começando da direita para a esquerda.

Exemplos
1) 57283
Primeiro, separamos os blocos de 3 algarismos da direita para a esquerda e colocamos um ponto para separar o número: 57. 283.
No quadro acima vemos que 57 pertence a classe dos milhares e 283 a classe das unidades simples. Assim, o número será lido como:
cinquenta e sete mil, duzentos e oitenta e três.

2) 12839696
Separando os blocos de 3 algarismos temos: 12.839.696
O número então será lido como: doze milhões, oitocentos e trinta e nove mil, seiscentos e noventa e seis.

DIVISÃO PROPORCIONAL (RAZÃO E PROPORÇÃO)

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/bou a : b.

Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças. (lem-
brando que razão é divisão)

6
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Proporção Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as-
A/B e C/D é a igualdade: sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
te. Temos então:

Propriedade fundamental das proporções


Numa proporção:
Ou

Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-


meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é: Ou

AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Ou

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6.

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma: Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois Exemplo
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo, Distância percorrida e combustível gasto
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos: DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)
13 1
26 2

Ou 39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível
Ou
Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Ou Quanto mais....menos...

7
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo
Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
8 125
10 100 Regra de três simples
16 62,5 Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
20 50
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
conhecidos.
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional Passos utilizados numa regra de três simples:
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade. 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de
Diretamente Proporcionais espécies diferentes em correspondência.
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta- 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema te proporcionais.
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e 3º) Montar a proporção e resolver a equação.
p1+p2+...+pn=P. Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?

Solução: montando a tabela:


A solução segue das propriedades das proporções: 1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)

400 ----- 3
480 ----- X

Exemplo 2) Identificação do tipo de relação:


Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
VELOCIDADE Tempo
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro- 400 ↓ ----- 3↑
porcional? 480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↓
480 ↓ ----- X↓
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. 480x=1200
Inversamente Proporcionais X=25
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número Regra de três composta
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?

cuja solução segue das propriedades das proporções:

8
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as Acréscimo
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es- Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
pécies diferentes que se correspondem: do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
HORAS CAMINHÕES VOLUME de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo:
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑ ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde 10% 1,10
está o x. 15% 1,15
20% 1,20
Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi- 47% 1,47
nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente 67% 1,67
proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
10 x 1,10 = R$ 11,00
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
das setas.
Desconto
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
HORAS CAMINHÕES VOLUME Veja a tabela abaixo:
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓ DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 0,90
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
25% 0,75

HORAS CAMINHÕES VOLUME 34% 0,66

8 ----- 20 ----- 160 60% 0,40


5 ----- X ----- 125 90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 X 0,90 = R$ 9,00

Logo, serão necessários 25 caminhões Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo
PORCENTAGEM
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas
formas:
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
cular, etc.

Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda


muito na resolução do exercício.

Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
para x é igual a
(A) 8.
(B) 15.
(C) 10.
(D) 6.
(E) 12.

9
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução Juros Simples
45------100% Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em-
X-------60% préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
X=27 prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to- é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão. A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações
envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C i n, onde:
J = juros
C = capital inicial
i = taxa de juros
Resposta: C. n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
ano...)

JUROS SIMPLES E COMPOSTOS


Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica-
ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois
Matemática Financeira devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia- qualquer outra combinação de períodos.
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra-
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés- ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C)
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o qualquer combinação.
nome de juros.
Exemplo
Capital Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan- Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre- oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
pela tecla PV nas calculadoras financeiras). juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
(A) 5,0%
Taxa de juros e Tempo (B) 5,9%
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro (C) 7,5%
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente (D) 10,0%
expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí- (E) 12,5%
odo de tempo a que se refere: Resposta Letra “e”.
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que parcela a ser paga de R$45.
é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: Aplicando a fórmula M = C + J:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). 45 = 40 + J
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) J=5
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
Montante 5 = 40 X i X 1
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi- i = 0,125 = 12,5%
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver Juros Compostos
questões. o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo
M=C+J no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in-
M = montante tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render
C = capital inicial juros também.
J = juros
M=C+C.i.n
M=C(1+i.n)

10
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Quando usamos juros simples e juros compostos? X=600
A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com-
postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras Exemplo
com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan- (PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A idade
ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades de
de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do que
juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro- Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
cesso de desconto simples de duplicatas. que Pedro tem hoje.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
O cálculo do montante é dado por: (A) 72;
(B) 69;
M = C (1 + i)t (C) 66;
(D) 63;
Exemplo (E) 60.
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de
R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses Resolução
C = 25000 A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
i = 25%aa = 0,25 guagem matemática o que está no texto.
i = 72 meses = 6 anos “Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3
M = C (1 + i)t
M = 25000 (1 + 0,25)6 “Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
M = 25000 (1,25)6 que Pedro tem hoje.”
M = 95367,50

M=C+J
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50
A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das
EQUAÇÃO DE 1º E 2º GRAUS idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta representada por Lembrando que:
uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que represen- Pi=Pa+3
tam números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível Substituindo em Pe
à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi- Pe=2(Pa+3)+2Pa
cientes, com a≠0. Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x
que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
membro. Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Nada mais é que pensarmos em uma balança. Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B.

Equação 2º grau

A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral:

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação ax2+bx+c=0


também.
No exemplo temos: Onde a, b e c são números reais, a≠0.
3x+300
Outro lado: x+1000+500 Discussão das Raízes
E o equilíbrio?
3x+300=x+1500

Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal


3x-x=1500-300
2x=1200

11
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Produto das Raízes
Se for negativo, não há solução no conjunto dos números
reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:


Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes

Podemos escrever a equação da seguinte maneira:

x²-Sx+P=0
Exemplo
Exemplo
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.

Solução
S=x1+x2=-2+7=5
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0
, portanto não há solução real.
Exemplo
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma das
idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos os qua-
drados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas tem:
(A) 24 anos
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0

Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de ∆=1936-1872=64
um número negativo.

Se ∆ = 0, há duas soluções iguais:

Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:

Substituindo em A
A=44-26=18
Relações entre Coeficientes e Raízes Ou A=44-18=26
Resposta: B.
Dada as duas raízes:
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um sinal
de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais de
desigualdade:
Soma das Raízes >: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual

12
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-
ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa-
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por Sistema de Inequação do 1º Grau
–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, invertemos Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou
o sinal representativo da desigualdade. mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo
que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
Exemplo 1 vidas.
4x + 12 > 2x – 2 Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau:
4x – 2x > – 2 – 12
2x > – 14
x > –14/2
x>–7

Inequação - Produto Vamos achar a solução de cada inequação.


Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi- 4x + 4 ≤ 0
gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portanto, 4x ≤ - 4
surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em cada x≤-4:4
função e obter a resposta final realizando a intersecção do conjunto x≤-1
resposta das funções.
Exemplo

a)(-x+2)(2x-3)<0 S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.

S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}

Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação


Inequação -Quociente Temos:
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções S = S1 ∩ S2
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.
Portanto:
Exemplo
Resolva a inequação a seguir: S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser
x-2≠0 escrita numa das seguintes formas:
x≠2 ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0

Exemplo
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.

13
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolvendo Inequações Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x =
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais 20 – y. Logo:
de x que satisfazem a inequação dada. x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa.
Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero.

Dado o sistema

Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in-


cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por
– 3.

Teremos:

S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU

Adicionando as duas equações:


Sistema do 1º grau
Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for-
mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
tes em cada equação. Veja um exemplo:

Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas


equações e substituir o valor de y encontrado:
x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8
• Resolução de sistemas Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).
Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos:
Exemplos:
• Método da substituição (SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi-
Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada-
incógnitas e substituir na outra equação, veja como: dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou
50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30
quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen-
Dado o sistema , enumeramos as equações. tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310
(B) 320
(C) 330
(D) 350
(E) 370
Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e
Resolução:
isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2.
Amarela: x
3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re-
Vermelha: y
solvendo:
Branca: z
60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12
x = y + 50
y = z - 30

14
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
z = y + 30 Exemplos:
(CPTM - MÉDICO DO TRABALHO – MAKIYAMA) Sabe-se que o
produto da idade de Miguel pela idade de Lucas é 500. Miguel é
5 anos mais velho que Lucas. Qual a soma das idades de Miguel e
Lucas?
(A) 40.
(B) 55.
Substituindo a II e a III equação na I: (C) 65.
(D) 50.
(E) 45.

Resolução:
Sendo Miguel M e Lucas L:
M.L = 500 (I)
M = L + 5 (II)
Substituindo na equação II substituindo II em I, temos:
x = 320 + 50 = 370 (L + 5).L = 500
z=320+30=350 L2 + 5L – 500 = 0, a = 1, b = 5 e c = - 500
A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg ∆ = b² - 4.a.c
∆ = 5² - 4.1.(-500)
Resposta: E ∆ = 25 + 2000
∆ = 2025
(SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em x = (-b ± √∆)/2a
um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três x’ = (-5 + 45) / 2.1 → x’ = 40/2 → x’ = 20
pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto x’’ = (-5 - 45) / 2.1 → x’’ = -50/2 → x’’ = -25 (não serve)
se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes
desse campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58 Então L = 20
pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas M.20 = 500
30 partidas, é igual a m = 500 : 20 = 25
(A) 12 M + L = 25 + 20 = 45
(B) 14 Resposta: E
(C) 16
(D) 13 (TJ- FAURGS) Se a soma de dois números é igual a 10 e o seu
(E) 15 produto é igual a 20, a soma de seus quadrados é igual a:
(A) 30
Resolução: (B) 40
Vitórias: x (C) 50
Empate: y (D) 60
Derrotas: 2 (E) 80
Pelo método da adição temos:
Resolução:

Eu quero saber a soma de seus quadrados x2 + y2


Vamos elevar o x + y ao quadrado:
(x + y)2 = (10)2
x2 + 2xy + y2 = 100 , como x . y=20 substituímos o valor :
x2 + 2.20 + y2 = 100
Resposta: E x2 + 40 + y2 = 100
x2 + y2 = 100 – 40
Sistema do 2º grau x2 + y2 = 60
Utilizamos o mesmo princípio da resolução dos sistemas de Resposta: D
1º grau, por adição, substituições, etc. A diferença é que teremos
como solução um sistema de pares ordenados.
RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS: TABELAS E GRÁFICOS
Sequência prática
– Estabelecer o sistema de equações que traduzam o problema Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois da-
para a linguagem matemática; dos relacionados entre si.
– Resolver o sistema de equações; A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão de-
– Interpretar as raízes encontradas, verificando se são compatí- pender do contexto, mas de uma maneira geral um bom gráfico
veis com os dados do problema. deve:

15
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível. Histogramas
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o con-
texto, o conteúdo e a mensagem. São gráfico de barra que mostram a frequência de uma variável
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos des- específica e um detalhe importante que são faixas de valores em x.
critos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e queremos


demonstrar cada parte, separando cada pedaço como numa pizza.

Barra horizontal

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito comum na


representação de tendências e relacionamentos de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais fácil a


compreensão de todos sobre um tema.

16
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visualização de dados e muitas vezes é através dela que vamos fazer os tipos de grá-
ficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

APARELHO QUANTIDADE
Televisão 3
Celular 4
Geladeira 1

SISTEMAS DE MEDIDAS USUAIS

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

17
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou?

15h 35 minutos
1 minutos 25 segundos
30 minutos

18
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

-------------------------------------------------- Noções de estatística


A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de
15h 66 minutos 25 segundos apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza.
Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para
as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na Estatística descritiva (Dedutiva)
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
Então fica: 16h6 minutos 25segundos racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa. e resumos numéricos. Fazemos uso de:

Subtração Tabelas de frequência


Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 mi- Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequ-
nutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo ência servem para agrupar informações de modo que estas possam
ficou fora? ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de
frequência em faixa de valores.
11h 60 minutos
Gráficos
16h 6 minutos 25 segundos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana-
-15h 35 min lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem-
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores,
--------------------------------------------------
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for-
sequencial.
ma que conta de subtração.
1hora=60 minutos
Resumos numéricos
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar
15h 66 minutos 25 segundos importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a
15h 35 minutos tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores
discrepantes, etc.
--------------------------------------------------
0h 31 minutos 25 segundos Estatística inferencial (Indutiva)
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar
Multiplicação conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe-
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo- rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de:
rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
Estimação
2h 40 minutos A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da-
dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular
x2 estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem
---------------------------- ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.
4h 80 minutos OU
Teste de Hipóteses
5h 20 minutos O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su-
posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam-
Divisão bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha.
5h 20 minutos : 2
População e amostra
5h 20 minutos 2

1h 20 minutos 2h 40 minutos
80 minutos
0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu-


tos

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA E DE PROBABILIDADES


É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse de
investigar uma ou mais características.
Estatística descritiva
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- Variáveis e suas classificações
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
e resumos numéricos. tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
mos que estamos qualificando.

19
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme- No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para
ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável cima:
quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites E={Ca,Co}
recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o Evento
nome de variável discreta. É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
Fases do método estatístico E={1,2,3,4,5,6}
— Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
determinação das características mensuráveis do fenômeno que se Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer
quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá- um número par, tem-se {2,4,6}.
rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
— Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos Exemplo
devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou para cima em três lançamentos de uma moeda.
de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
crítica pode ser externa e interna. a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Descreva o espaço amostral.
— Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-
tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode Solução
ser manual, eletromecânica ou eletrônica. a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
— Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser há duas possibilidades.
apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento 2x2x2=8
estatístico.
— Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística b)
Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu- Probabilidade
sões e previsões. Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
Censo
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os
componentes da população.

Principais propriedades:
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade; Eventos complementares
- É caro; Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um even-
- É lento; to de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em perí- formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.
odos de anos 10 em 10 anos);
- Nem sempre é viável.

Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or-


ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo.

Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos.

PROBABILIDADE Note que

Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
de um dado. Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
Espaço Amostral Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E. seja vermelha.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}

20
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Solução
RACIOCÍNIO LÓGICO

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


São complementares. Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble-
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos:
Adição de probabilidades - Operação com conjuntos.
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não - Cálculos com porcentagens.
vazio. Tem-se: - Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
tricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
Exemplo - Numeração.
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter - Razões Especiais.
um número par ou menor que 5, na face superior? - Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.
Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6 RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO
Sejam os eventos Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
A={2,4,6} n(A)=3 Argumentação.
B={1,2,3,4} n(B)=4
ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL
O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
vam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

Probabilidade Condicional RACIOCÍNIO VERBAL


É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
evento B, definido por: conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
conhecimento por meio da linguagem.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
B={2,4,6} n(B)=3 trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
A={2} ções, selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das
informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
formações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Eventos Simultâneos Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos- Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor ló-
gico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), por-
tanto, não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças
abertas:

21
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

22
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

23
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta:quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova?- Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R...,também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

24
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? -como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

25
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

26
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tau-
tologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
() Certo
() Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mes-
ma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

27
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO transforma: CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

28
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Conectivo “Se e somente se” (↔)

29
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos
(da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que
apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

30
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
CONTRADIÇÕES Observe:
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo- - Toda proposição implica uma Tautologia:
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a
sua tabela-verdade:

- Somente uma contradição implica uma contradição:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.
Propriedades
Resolução: • Reflexiva:
Montando a tabela teremos que: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma.
P ~p ~p ^p
• Transitiva:
V F F – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
V F F Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
F V F
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
F V F
Regras de Inferência
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de uma CONTRADIÇÃO. de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
Resposta: C tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,- sições verdadeiras já existentes.
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.
• Silogismo Disjuntivo
Exemplo:

31
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
• Modus Ponens Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.
Lógica de primeira ordem
Existem alguns tipos de argumentos que apresentam propo-
sições com quantificadores. Numa proposição categórica, é im-
• Modus Tollens portante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma
coerente e que a proposição faça sentido, não importando se é
verdadeira ou falsa.

Vejamos algumas formas:


- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
Tautologias e Implicação Lógica – Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
• Teorema – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,- uma proposição categórica em universal ou particular. A classifi-
q,r,...) cação dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

Observe que: • Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das Teremos duas possibilidades.
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

32
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” • Negação das Proposições Categóricas
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o seguintes convenções de equivalência:
mesmo que dizer “nenhum B é A”. – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte uma proposição categórica particular.
diagrama (A ∩ B = ø): – Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposi-
ção categórica particular geramos uma proposição categórica uni-
versal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.

Em síntese:
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto mação anterior é:
“A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
Contudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem dos.
todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” não miam alto.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
representações possíveis: (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.
Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao são pardos NÃO miam alto.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Resposta: C
que Algum B não é A.

33
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem
afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira nativas A, B e C.
(A) Todos os não psicólogos são professores. Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
(B) Nenhum professor é psicólogo. cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
(C) Nenhum psicólogo é professor. Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo. Resposta: D

Resolução: Diagramas lógicos


Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra- mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
menos um professor não é psicólogo. dem ser formadas por proposições categóricas.
Resposta: E
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
• Equivalência entre as proposições conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões. Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto A,


então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”? NENHUM
(A) Todo número natural é menor do que cinco. E
AéB
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
Existe pelo menos um elemento que
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
pertence a A, então não pertence a B, e
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
vice-versa.
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pe-
de-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com
Todos e Nenhum, que também são universais.

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB
- Existem teatros que não são cinemas

- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten- Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que Segundo as afirmativas temos:
não são B (enquanto que, no “Algum A é (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
B”, a atenção estava sobre os que eram B, diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
ou seja, na intercessão). pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRA-
ÇÃO – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa
de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro
é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
Resolução: (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
Vamos chamar de: a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
Cinema = C nos afirma isso
Casa de Cultura = CC

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior. ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema. • Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença


Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató- comum.
ria do seu conjunto de premissas.

36
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas 1º) Fora do conjunto maior;
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos: 2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:


NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con- Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido! gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
Argumentos Inválidos - É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círcu-
são. lo)! Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garanti-
ram a veracidade da conclusão!
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Métodos para validação de um argumento
P2: Patrícia não é criança. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
de chocolate. re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo ar- na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
tifício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-


rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa- mais complicadas.
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:

37
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Em síntese: Resolução pelo 4º Método
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Te-
remos:
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda-
deiro!
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas
verdadeiras! Teremos:
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver-
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo:
r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi!

Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no


4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si-
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido!

Exemplos:
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as
seguintes proposições sejam verdadeiras.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
Exemplo: • Quando Fernando está estudando, não chove.
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: • Durante a noite, faz frio.

(p ∧ q) → r Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o


_____~r_______ item subsecutivo.
~p ∨ ~q Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
( ) Certo
Resolução: ( ) Errado
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum
ou nenhum? Resolução:
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
à pergunta seguinte. missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- A = Chove
ções simples? B = Maria vai ao cinema
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o C = Cláudio fica em casa
2º método. D = Faz frio
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- E = Fernando está estudando
ção simples ou uma conjunção? F = É noite
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos Lembramos a tabela verdade da condicional:
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, utilizando isso temos:
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernan-
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- do estava estudando. // B → ~E
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores Iniciando temos:
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
argumento é ou NÃO VÁLIDO. tem que ser F.

38
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V). // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria vai
ao cinema tem que ser V.
2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio sai
de casa tem que ser F.
5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
ser V ou F.
1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V

Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado

(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, en-
tão Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

39
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que
ficam meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca
dos grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

40
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

41
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Resolução: • Quantificador universal (∀)
Vamos preencher a tabela: O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Exemplo:
Mariana
Todo homem é mortal.
Paulo A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
− Mariana viajou para Curitiba; Na representação do diagrama lógico, seria:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia; ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é
homem.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Luiz N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Arnaldo N N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Mariana N N S N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Paulo N N (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclu-
− Luiz não viajou para Fortaleza. são de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicio-
nal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Luiz N N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Arnaldo N N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Mariana N N S N
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Paulo N N julgar, logo, é uma proposição lógica.

Agora, completando o restante: • Quantificador existencial (∃)


Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S Exemplo:
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
Resposta: B é:

Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA

Tipos de quantificadores

42
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: reto.
(∃ (x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira? É possível resolver problemas usando o raciocínio lógico e asso-
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, ciar ao mesmo, questões matemáticas básicas. No entanto, ele não
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos pode ser ensinado diretamente, mas pode ser desenvolvido através
julgar, logo, é uma proposição lógica. da resolução de exercícios lógicos que contribuem para a evolução
de algumas habilidades mentais.
ATENÇÃO:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é Exemplos:
B” é diferente de “Todo B é A”. (TJ/PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ESCRIVÃO JUDICIAL – FGV)
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é Em um prédio há três caixas d’água chamadas de A, B e C e, em
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. certo momento, as quantidades de água, em litros, que cada uma
contém aparecem na figura a seguir.
Forma simbólica dos quantificadores
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. Abrindo as torneiras marcadas com x no desenho, as caixas fo-
(C) Todo animal é cavalo. ram interligadas e os níveis da água se igualaram.
(D) Nenhum animal é cavalo. Considere as seguintes possibilidades:
1. A caixa A perdeu 300 litros.
Resolução: 2. A caixa B ganhou 350 litros.
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- 3. A caixa C ganhou 50 litros.
sões: É verdadeiro o que se afirma em:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. (A) somente 1;
– Se é cavalo, então é um animal. (B) somente 2;
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça (C) somente 1 e 3;
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda for- (D) somente 2 e 3;
ma de conclusão). (E) 1, 2 e 3.
Resposta: B
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- Resolução:
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. Somando os valores contidos nas 3 caixas temos: 700 + 150 +
350 = 1200, como o valor da caixa será igualado temos: 1200/3 =
Resolução: 400l. Logo cada caixa deve ter 400 l.
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais Então de A: 700 – 400 = 300 l devem sair
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) De B: 400 – 150 = 250 l devem ser recebidos
tal que x + y = x. De C: Somente mais 50l devem ser recebidos para ficar com
– 1º passo: observar os quantificadores. 400 (400 – 350 = 50). Logo As possibilidades corretas são: 1 e 3
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos Resposta: C
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- (TJ/PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ESCRIVÃO JUDICIAL – FGV)
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. Cada um dos 160 funcionários da prefeitura de certo município
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos possui nível de escolaridade: fundamental, médio ou superior. O
x e y. quadro a seguir fornece algumas informações sobre a quantidade
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. de funcionários em cada nível:
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0. HOMENS 15 30
X + 0 = X. MULHERES 13 36

43
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
Sabe-se também que, desses funcionários, exatamente 64 têm Resolução:
nível médio. Desses funcionários, o número de homens com nível Vamos partir da 2ª informação, utilizando a afirmação do enun-
superior é: ciado que ele comeu 10 bombons de pistache:
(A) 30; – quem comeu dois ou mais bombons (10 bombons) de pista-
(B) 32; che comeu também bombom de cereja; - CERTA.
(C) 34; Sabemos que quem come pistache come morango, logo:
(D) 36; – quem comeu bombom de morango comeu também bombom
(E) 38. de pistache; - CERTA
Analisando a última temos:
Resolução: – quem comeu bombom de cereja não comeu de morango. –
São 160 funcionários ERRADA, pois esta contradizendo a informação anterior.
No nível médio temos 64, como 30 são homens, logo 64 – 30 Resposta: Errado
= 34 mulheres
Somando todos os valores fornecidos temos: 15 + 13 + 30 + 34
+ 36 = 128 EXERCÍCIOS
160 – 120 = 32, que é o valor que está em branco em homens
com nível superior. 1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL
Resposta: B SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can-
didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio.
(PREF. PETRÓPOLIS/RJ – AUXILIAR DE COVEIRO- FUNDAÇÃO Sabe-se que:
DOM CINTRA) Um elevador pode transportar, no máximo, 7 adultos • dentre os candidatos, 82 são homens;
por viagem. Numa fila desse elevador estão 45 adultos. O número • o número de candidatos homens de nível superior é igual ao
mínimo de viagens que esse elevador deverá dar, para que possa de mulheres de nível médio;
transportar todas as pessoas que estão na fila, é: • dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
(A) 4;
(B) 5; O número de candidatos homens de nível médio é
(C) 6; (A) 42.
(D) 7; (B) 45.
(E) 8. (C) 48.
(D) 50.
Resolução: (E) 52.
Dividindo 45/7= 6,42. Como 6.7 = 42 sobram 3 pessoas para
uma próxima viagem. Logo temos 6 + 1 = 7 viagens 2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
Resposta: D CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José
foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
(PREF. MARILÂNDIA/ES – AUX. SERVIÇOS GERAIS – IDECAN) obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados
Anel está para dedo, assim como colar está para   6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria
(A) papel. Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni
(B) braço. fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo-
(C) perna. cação, é correto afirmar que o vencedor foi:
(D) pescoço (A) José
(B) Isabella
Resolução: (C) Maria Eduarda
O Anel usa-se no dedo, logo o colar usa-se no pescoço. (D) Raoni
Resposta: D
3. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO /2017)
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Em uma festa com Em um determinado zoológico, a girafa deve comer a cada 4 horas,
15 convidados, foram servidos 30 bombons: 10 de morango, 10 de o leão a cada 5 horas e o macaco a cada 3 horas. Considerando
cereja e 10 de pistache. Ao final da festa, não sobrou nenhum bom- que todos foram alimentados às 8 horas da manhã de domingo, é
bom e correto afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a ali-
• quem comeu bombom de morango comeu também bombom mentação a todos concomitantemente às:
de pistache; (A) 8 horas de segunda-feira.
• quem comeu dois ou mais bombons de pistache comeu tam- (B) 14 horas de segunda-feira.
bém bombom de cereja; (C) 10 horas de terça-feira.
• quem comeu bombom de cereja não comeu de morango. (D) 20 horas de terça-feira.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. (E) 9 horas de quarta-feira.
É possível que um mesmo convidado tenha comido todos os 10
bombons de pistache.
( ) Certo
( ) Errado

44
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
4. (EMBASA – ASSISTENTE DE LABORATÓRIO – IBFC/2017) 7. (MPE/GO – SECRETÁRIO AUXILIAR – MPEGO/2017) Um
Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma com 1,40 metros recipiente na forma de um prisma reto de base quadrada, com di-
de comprimento e outra com 2,45 metros de comprimento. Ele pre- mensões internas de 10 cm de aresta da base e 25 cm de altura,
tende cortá-las em barras de tamanhos iguais, de modo que cada está com 20% de seu volume total preenchido com água, conforme
pedaço tenha a maior medida possível. Nessas circunstâncias, o to- mostra a figura. (Figura fora de escala)
tal de pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de
ferro, é:
(A) 9
(B) 11
(C) 12
(D) 13

5. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No cubo


de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se representado um plano
passando pelos vértices B e C e pelos pontos P e Q, pontos médios,
respectivamente, das arestas EF e HG, gerando o quadrilátero BCQP. Para completar o volume total desse recipiente, serão despe-
jados dentro dele vários copos de água, com 200 mL cada um. O
número de copos totalmente cheios necessários para completar o
volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C)10 copos
(D) 12 copos
(E)15 copos

8. (CELG/GT/GO – ANALISTA DE GESTÃO – CSUFG/2017) fi-


gura a seguir representa um cubo de aresta a.

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é


(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
(D)100√2 .
(E) 100√5.

6. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-


CONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a seguir, de vér-
tices A, B e C, representa uma praça de uma cidade. Qual é a área
dessa praça? Considerando a pirâmide de base triangular cujos vértices são
os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é dado por
(A) a³/6
(B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6

9. (ANP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO/2016)


Um caminhão-tanque chega a um posto de abastecimento com
36.000 litros de gasolina em seu reservatório. Parte dessa gasolina
(A) 120 m² é transferida para dois tanques de armazenamento, enchendo-os
(B)90 m² completamente. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3
(C) 60 m² m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(D) 30 m²
Após a transferência, quantos litros de gasolina restaram no
caminhão-tanque?
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20

45
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
10. (DPE/RR – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FCC/2015) 15. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45 m. Ele João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem
precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem 40 cm de com- duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se
primento cada um. Ele cortou as duas cordas em pedaços de 40 cm que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir-
de comprimento e assim conseguiu obter mar que o término das aulas de João se dá às:
(A) 6 pedaços. (A) 22h30min
(B) 8 pedaços. (B) 22h40min
(C) 9 pedaços. (C) 22h50min
(D) 5 pedaços. (D) 23h
(E) 7 pedaços. (E) Nenhuma das anteriores

11. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCI- 16. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
ÁRIOS- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote de FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em
100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que imprime 5000 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min.
folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20 minutos de funciona- Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
mento, a máquina A quebra e o serviço restante passa a ser fei- em que era jovem, Arquimedes precisa de mais:
to pela máquina B, que imprime 4500 folhetos em 48 minutos. O (A) 10 minutos;
tempo que a máquina B levará para imprimir o restante do lote de (B) 7 minutos;
folhetos é (C) 5 minutos;
(A) 14 horas e 10 minutos. (D) 3 minutos;
(B) 14 horas e 05 minutos. (E) 2 minutos.
(C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos. 17. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
(E) 13 horas e 20 minutos. FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horário de
trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem trânsito intenso,
12. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- Lucas foi de carro para o trabalho a uma velocidade média 20km/h
NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma clínica. Ela maior do que no dia de trânsito intenso e gastou 48min.
saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela ficou A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é:
durante uma hora e meia na clínica, então o tempo gasto no trânsi- (A) 36;
to, no trajeto de ida e volta, foi igual a (B) 40;
(A) 1/2h. (C) 48;
(B) 3/4h. (D) 50;
(C) 1h. (E) 60.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h. 18. (EMDEC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR – IBFC/2016)
Carlos almoçou em certo dia no horário das 12:45 às 13:12. O total
13. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- de segundos que representa o tempo que Carlos almoçou nesse dia
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros de é:
suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diária é dis- (A) 1840
tribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada (B) 1620
uma. Nessas condições, é correto afirmar que a cada cinco dias a (C) 1780
indústria utiliza uma quantidade de caixinhas P igual a (D) 2120
(A) 25000.
(B) 24500. 19. No sistema monetário brasileiro, há moedas de 1, 5, 10, 25
(C) 23000. e 50 centavos de real, além da moeda de 1 real. De quantas formas
(D) 22000. diferentes podemos juntar 40 centavos de real com apenas 4 mo-
(E) 20500. edas?
(A) 1
14. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- (B) 2
GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 litros de (C) 3
uma substância líquida em recipientes de 72 cm3 cada um. Sabe-se (D) 4
que cada recipiente, depois de cheio, tem 80 gramas. A quantidade (E) 5
de toneladas que representa todos os recipientes cheios com essa
substância é de
(A) 16
(B) 160
(C) 1600
(D) 16000

46
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
20. No Brasil, o sistema monetário adotado é o decimal. Por 24. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017)
exemplo: Uma pesquisa feita com 200 frequentadores de um parque, em que
205,42 reais = (2 × 102 + 0 × 101 + 5 × 100 + 4 × 10-1 + 2 × 50 não praticavam corrida nem caminhada, 30 faziam caminhada e
10-2) reais Suponha que em certo país, em que a moeda vigente corrida, e 80 exercitavam corrida, qual a probabilidade de encontrar
é o “mumu”, o sistema monetário seja binário. O exemplo seguin- no parque um entrevistado que pratique apenas caminhada?
te mostra como converter certa quantia, dada em “mumus”, para (A) 7/20
reais: 110,01 mumus = (1 × 22 + 1 × 21 + 0 × 20 + 0 × 2-1 + 1 × 2-2) (B) 1/2
reais = = 6,25 reais Com base nessas informações, se um brasileiro (C)1/4
em viagem a esse país quiser converter 385,50 reais para a moeda (D) 3/20
local, a quantia que ele receberá, em “mumus”, é: (E) 1/5
(A) 10 100 001,11.
(B) 110 000 001,1. 25. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – PERITO CRIMINAL –
(C) 110 000 011,11. IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número múltiplo de 5
(D) 110 000 111,1. de uma urna que contém 40 bolas numeradas de 1 a 40, é:
(E) 111 000 001,11. (A) 0,2
(B) 0,4
21. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017) (C) 0,6
Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem curso (D) 0,7
superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média (E) 0,8
salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a média sala-
rial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$
6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que a média salarial dos GABARITO
funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00. 1. Resposta: B.
(C) R$ 3.800,00. 150-82=68 mulheres
(D) R$ 3.700,00. Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
(E) R$ 3.600,00. nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
22. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- 82-37=45 homens de nível médio.
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos 2. Resposta: D.
que realizaram a prova da segunda fase de um concurso, que conti- Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.
nha 5 questões de múltipla escolha
3. Resposta: D.
NÚMERO DE ACERTOS NÚMERO DE CANDIDATOS Mmc(3, 4, 5)=60
60/24=2 dias e 12horas
5 204 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima alimentação
4 132 será na terça às 20h.
3 96 4. Resposta: B.
2 78
1 66 140 2 245 5
0 24 70 2 49 7
35 5 7 7
A média de acertos por prova foi de
7 7 1
(A) 3,57.
(B) 3,43 1
(C) 3,32.
(D) 3,25. Mdc=5.7=35
(E) 3,19. 140/35=4
245/35=7
23. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017) Portanto, serão 11 pedaços.
Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados ho-
nestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10? 5. Resposta: C
(A) 1/18 CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
(B) 1/36 CQ²=10²+5²
(C) 1/6 CQ²=100+25
(D) 1/12 CQ²=125
(E) ¼ CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

47
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
6. Resposta: C 13. Resposta: A.
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x. 4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
17²=x²+8² 1500000/300=5000 caixinhas por dia
289=x²+64 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
X²=225
X=15 14. Resposta: A.
14400litros=14400000 ml
7. Resposta: C
V=10.10.25=2500 cm³
2500.0,2=500cm³ preenchidos.
Para terminar de completar o volume:
2500-500=2000 cm³
2000/200=10 copos 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas
15. Resposta: B.
8. Resposta: A 5⋅45=225 minutos de aula
A base é um triângulo de base a e altura a 225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
tervalo=4horas
18:40+4h=22h:40

16. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos
15km-------105
1--------------x
X=7 minutos
1h20min=60+20=80min
8km----80
9. Resposta: B. 1-------x
1m³=1000litros X=10minutos
36000/1000=36 m³ A diferença é de 3 minutos
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
17. Resposta: B.
10.Resposta: E. V------80min
1,7m=170cm V+20----48
1,45m=145 cm Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversamente)
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25
4+3=7
80v=48V+960
11. Resposta: E. 32V=960
3h 20 minutos-200 minutos V=30km/h
5000-----40 30km----60 min
x----------200 x-----------80
x=1000000/40=25000

Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000


4500-------48 60x=2400
75000------x X=40km
X=3600000/4500=800 minutos
800/60=13,33h 18 Resposta: B.
13 horas e 1/3 hora 12:45 até 13:12 são 27 minutos
13h e 20 minutos 27x60=1620 segundos

19. B

20. B

21. Resposta: E
S=cursam superior
12. Resposta: C. M=não tem curso superior
Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida e volta
demorou 1 hora.

48
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
S+M=600000 ANOTAÇÕES

______________________________________________________

______________________________________________________
S=420000
M=600000-420000=180000 ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
22. Resposta: B ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
23. Resposta: C.
P=6x6=36 ______________________________________________________
Pra ser maior ou igual a 10:
______________________________________________________
4+6
5+5 ______________________________________________________
5+6
6+4 ______________________________________________________
6+5
6+6 ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
24. Resposta: A.
______________________________________________________
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada: x ______________________________________________________
X+50+30+50=200
70 ______________________________________________________
P=70/200=7/20
______________________________________________________
25. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40} ______________________________________________________
P=8/40=1/5=0.2
______________________________________________________

______________________________________________________

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49
RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO
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50
INFORMÁTICA
1. Conceitos básicos de computação; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Componentes de hardware e software de computadores; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Operação, configuração de sistemas operacionais Windows; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
4. Uso de editores de texto (Word e Writer); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5. Uso de planilhas eletrônicas (Excel e Calc); Uso de Internet (navegação web, correio eletrônico); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6. Noções de segurança (proteção de informação, vírus e assemelhados); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7. Alternativas e software livre para sistemas operacionais, editores de texto, planilhas e navegadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
INFORMÁTICA

CONCEITOS BÁSICOS DE COMPUTAÇÃO

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
.exe Executável
.msl, ... Instalador

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.
1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

1
INFORMÁTICA

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.
Operações básicas com arquivos do Windows Explorer
• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.
2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

2
INFORMÁTICA
Localizando Arquivos e Pastas
No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

COMPONENTES DE HARDWARE E SOFTWARE DE COMPUTADORES

Hardware
O hardware são as partes físicas de um computador. Isso inclui a Unidade Central de Processamento (CPU), unidades de armazena-
mento, placas mãe, placas de vídeo, memória, etc.3. Outras partes extras chamados componentes ou dispositivos periféricos incluem o
mouse, impressoras, modems, scanners, câmeras, etc.
Para que todos esses componentes sejam usados apropriadamente dentro de um computador, é necessário que a funcionalidade de
cada um dos componentes seja traduzida para algo prático. Surge então a função do sistema operacional, que faz o intermédio desses
componentes até sua função final, como, por exemplo, processar os cálculos na CPU que resultam em uma imagem no monitor, processar
os sons de um arquivo MP3 e mandar para a placa de som do seu computador, etc. Dentro do sistema operacional você ainda terá os pro-
gramas, que dão funcionalidades diferentes ao computador.

Gabinete
O gabinete abriga os componentes internos de um computador, incluindo a placa mãe, processador, fonte, discos de armazenamento,
leitores de discos, etc. Um gabinete pode ter diversos tamanhos e designs.

Gabinete.4
3 https://www.palpitedigital.com/principais-componentes-internos-pc-perifericos-hardware-software/#:~:text=O%20hardware%20s%-
C3%A3o%20as%20partes,%2C%20scanners%2C%20c%C3%A2meras%2C%20etc.
4 https://www.chipart.com.br/gabinete/gabinete-gamer-gamemax-shine-g517-mid-tower-com-1-fan-vidro-temperado-preto/2546

3
INFORMÁTICA
Placa-mãe
Processador ou CPU (Unidade de Processamento Central) Se o CPU é o cérebro de um computador, a placa-mãe é o es-
É o cérebro de um computador. É a base sobre a qual é cons- queleto. A placa mãe é responsável por organizar a distribuição dos
truída a estrutura de um computador. Uma CPU funciona, basica- cálculos para o CPU, conectando todos os outros componentes ex-
mente, como uma calculadora. Os programas enviam cálculos para ternos e internos ao processador. Ela também é responsável por
o CPU, que tem um sistema próprio de “fila” para fazer os cálcu- enviar os resultados dos cálculos para seus devidos destinos. Uma
los mais importantes primeiro, e separar também os cálculos en- placa mãe pode ser on-board, ou seja, com componentes como pla-
tre os núcleos de um computador. O resultado desses cálculos é cas de som e placas de vídeo fazendo parte da própria placa mãe,
traduzido em uma ação concreta, como por exemplo, aplicar uma ou off-board, com todos os
edição em uma imagem, escrever um texto e as letras aparecerem
no monitor do PC, etc. A velocidade de um processador está rela-
cionada à velocidade com que a CPU é capaz de fazer os cálculos.

CPU.5

Coolers
Quando cada parte de um computador realiza uma tarefa, elas
usam eletricidade. Essa eletricidade usada tem como uma consequ-
ência a geração de calor, que deve ser dissipado para que o compu-
tador continue funcionando sem problemas e sem engasgos no de-
sempenho. Os coolers e ventoinhas são responsáveis por promover
uma circulação de ar dentro da case do CPU. Essa circulação de ar
provoca uma troca de temperatura entre o processador e o ar que
ali está passando. Essa troca de temperatura provoca o resfriamen-
to dos componentes do computador, mantendo seu funcionamento
intacto e prolongando a vida útil das peças.

componentes sendo conectados a ela.

Placa-mãe.7

Fonte
É responsável por fornecer energia às partes que compõe um
computador, de forma eficiente e protegendo as peças de surtos
de energia.

Cooler.6

Fonte 8

5 https://www.showmetech.com.br/porque-o-processador-e-uma-pe- 7 https://www.terabyteshop.com.br/produto/9640/placa-mae-biostar-
ca-importante -b360mhd-pro-ddr4-lga-1151
6 https://www.terabyteshop.com.br/produto/10546/cooler-deepcool- 8 https://www.magazineluiza.com.br/fonte-atx-alimentacao-pc-230w-
-gammaxx-c40-dp-mch4-gmx-c40p-intelam4-ryzen -01001-xway/p/dh97g572hc/in/ftpc

4
INFORMÁTICA
Placas de vídeo
Permitem que os resultados numéricos dos cálculos de um pro-
cessador sejam traduzidos em imagens e gráficos para aparecer em
um monitor.

Periféricos de saída.11

– Periféricos de entrada e saída: são aqueles que enviam e re-


cebem informações para/do computador. Ex.: monitor touchscre-
en, drive de CD – DVD, HD externo, pen drive, impressora multifun-
cional, etc.
Placa de vídeo 9

Periféricos de entrada, saída e armazenamento


São placas ou aparelhos que recebem ou enviam informações
para o computador. São classificados em:
– Periféricos de entrada: são aqueles que enviam informações
para o computador. Ex.: teclado, mouse, scanner, microfone, etc.

Periféricos de entrada e saída.12

– Periféricos de armazenamento: são aqueles que armazenam


informações. Ex.: pen drive, cartão de memória, HD externo, etc.

Periféricos de entrada.10

– Periféricos de saída: São aqueles que recebem informações


do computador. Ex.: monitor, impressora, caixas de som.

Periféricos de armazenamento.13

11 https://aprendafazer.net/o-que-sao-os-perifericos-de-saida-para-
9https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/12/conheca- -que-servem-e-que-tipos-existem
-melhores-placas-de-video-lancadas-em-2012.html 12 https://almeida3.webnode.pt/trabalhos-de-tic/dispositivos-de-en-
10https://mind42.com/public/970058ba-a8f4-451b-b121-3ba- trada-e-saida
35c51e1e7 13 https://www.slideshare.net/contatoharpa/perifricos-4041411

5
INFORMÁTICA
Software
Software é um agrupamento de comandos escritos em uma linguagem de programação14. Estes comandos, ou instruções, criam as
ações dentro do programa, e permitem seu funcionamento.
Um software, ou programa, consiste em informações que podem ser lidas pelo computador, assim como seu conteúdo audiovisual,
dados e componentes em geral. Para proteger os direitos do criador do programa, foi criada a licença de uso. Todos estes componentes
do programa fazem parte da licença.
A licença é o que garante o direito autoral do criador ou distribuidor do programa. A licença é um grupo de regras estipuladas pelo
criador/distribuidor do programa, definindo tudo que é ou não é permitido no uso do software em questão.
Os softwares podem ser classificados em:
– Software de Sistema: o software de sistema é constituído pelos sistemas operacionais (S.O). Estes S.O que auxiliam o usuário, para
passar os comandos para o computador. Ele interpreta nossas ações e transforma os dados em códigos binários, que podem ser proces-
sados
– Software Aplicativo: este tipo de software é, basicamente, os programas utilizados para aplicações dentro do S.O., que não estejam
ligados com o funcionamento do mesmo. Exemplos: Word, Excel, Paint, Bloco de notas, Calculadora.
– Software de Programação: são softwares usados para criar outros programas, a parir de uma linguagem de programação, como
Java, PHP, Pascal, C+, C++, entre outras.
– Software de Tutorial: são programas que auxiliam o usuário de outro programa, ou ensine a fazer algo sobre determinado assunto.
– Software de Jogos: são softwares usados para o lazer, com vários tipos de recursos.
– Software Aberto: é qualquer dos softwares acima, que tenha o código fonte disponível para qualquer pessoa.

Todos estes tipos de software evoluem muito todos os dias. Sempre estão sendo lançados novos sistemas operacionais, novos games,
e novos aplicativos para facilitar ou entreter a vida das pessoas que utilizam o computador.

OPERAÇÃO, CONFIGURAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens15.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

14 http://www.itvale.com.br
15 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf

6
INFORMÁTICA
Área de Trabalho (pacote aero)
Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.16


Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.17

16 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
17 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm

7
INFORMÁTICA
Aero Flip (Alt+Tab)
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.


Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

8
INFORMÁTICA
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.


Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

9
INFORMÁTICA
Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.18


Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.19

18 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
19 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center

10
INFORMÁTICA
Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.20

20 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm

11
INFORMÁTICA
Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

12
INFORMÁTICA

BibliotecasAs Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local.
Você pode pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas,
unidades ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com
Arquivos Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.21

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.22

21 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
22 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10

13
INFORMÁTICA
Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

14
INFORMÁTICA
Central de Segurança do Windows Defender
A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.23

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10

Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
– Ferramenta de Captura.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
– Mapas.
23 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1

15
INFORMÁTICA
– Mapa de Caracteres.
– Paint.
– Windows Explorer.
– WordPad.
– Xbox.

Principais teclas de atalho


CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas.
WIN + R: executar. – Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários
WIN + S: pesquisar. usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.
WIN + “,”: aero peek.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
F1: ajuda.

USO DE EDITORES DE TEXTO (WORD E WRITER)

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e


novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
mentos de maneira fácil e prática24.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha-
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou- rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou
quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação, Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no
permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte- documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook, que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros. e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
Novidades no Word 2016 em tempo real.
– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter-
mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.

24 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

16
INFORMÁTICA
– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre qualquer
palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela do programa
e lista todas as entradas na internet relacionadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout25.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.26


25 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.
26 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf

17
INFORMÁTICA
Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201627.

Área de trabalho do Word 2016.Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

27 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

18
INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

19
INFORMÁTICA

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

20
INFORMÁTICA

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

21
INFORMÁTICA

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

22
INFORMÁTICA
Formatos de arquivos Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
2016: e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
.docx: formato xml. mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
.doc: formato da versão 2003 e anteriores. sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
.docm: formato que contém macro (vba). de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
versão 2003 e anteriores. nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
xml. enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer. natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
.rtf: formato de arquivos do WordPad. de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
.xml: formato de arquivos para Web. o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
.html: formato de arquivos para Web. dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
.pdf: arquivos portáteis. SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
USO DE INTERNET (NAVEGAÇÃO WEB, e-mail do destinatário.
CORREIO ELETRÔNICO)
Ações no correio eletrônico
E-mail Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
sagem atualmente28. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
e-mail, não importando a distância ou a localização. – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
O resultado é algo como: mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
maria@apostilassolucao.com.br gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio existentes.
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
to de regras para o uso desses serviços. geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
de destino separados por ponto-e-vírgula.
Correio Eletrônico – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
e recebimento de mensagens29. Estas mensagens são armazenadas samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
e extração de cópias das mensagens. – Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
Funcionamento básico de correio eletrônico da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro- ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
gramas funcionando em uma máquina servidora: de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men- recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
sagens. veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus
ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails an-
correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa- tes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por
gens. exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo
contém arquivos com malware.

28 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
29 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/

23
INFORMÁTICA
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

30

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

30 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

24
INFORMÁTICA

31

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

NOÇÕES DE SEGURANÇA (PROTEÇÃO DE INFORMAÇÃO, VÍRUS E ASSEMELHADOS)

Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organização32.
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma corporação, sendo também fundamentais para as atividades do negócio.
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ataques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, qualquer
tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para problemas.
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares33:
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponível somente a pessoas autorizadas.
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, de
modo permanente a elas.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e nem
em qual etapa, se no processamento ou no envio.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e autoria do conteúdo seja mesmo a anunciada.

Existem outros termos importantes com os quais um profissional da área trabalha no dia a dia.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se refere ao
controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, que permite examinar o histórico de um evento de segurança da informação,
rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada uma delas.

Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares


– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo protegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança da
informação, ainda que sem intenção
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulnerabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser explorada por uma ameaça.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o conteúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, ajudando a determinar onde concentrar investimentos em segurança da
informação.

31 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
32 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
33 https://bit.ly/2E5beRr

25
INFORMÁTICA
Tipos de ataques
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles34:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a sessão pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adulteração,
fraude, reprodução, bloqueio).
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados coletados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, infectar
o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: interceptação, mo-
nitoramento, análise de pacotes).
Política de Segurança da Informação
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança da organização através de regras de alto nível que representam os prin-
cípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível tático) e proce-
dimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão para informar
sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
de formação e periodicidade de troca.
• Política de backup: define as regras sobre a realização de cópias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de retenção e
frequência de execução.
• Política de privacidade: define como são tratadas as informações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
• Política de confidencialidade: define como são tratadas as informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas a ter-
ceiros.

Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técnica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar o
conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à informação
ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.

Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação35.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequ-
ência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

34 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-informacao/
35 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/

26
INFORMÁTICA
Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.36

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser37.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS E ANTIVÍRUS

Códigos maliciosos (Malware)


Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador38. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas
Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações em
nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens financeiras,
a coleta de informações confidenciais, o desejo de autopromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são muitas vezes usa-
dos como intermediários e possibilitam a prática de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais detalhes nos Capítulos
Golpes na Internet, Ataques na Internet e Spam, respectivamente).
36 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%-
C3%A7%C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
37 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
38 https://cartilha.cert.br/malware/

27
INFORMÁTICA
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma- A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
liciosos existentes. bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
Vírus instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
preciso que um programa já infectado seja executado. Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e executadas pelos bots.
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
pelo uso de pen-drives. desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em de informações de um grande número de computadores, envio de
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são: spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane- xies instalados nos zumbis).
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre
este arquivo, fazendo com que seja executado. Spyware
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
escrito em formato HTML. pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre ou- próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
tros). ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para autorizado.
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- a privacidade do usuário e a segurança do computador, como mo-
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. nitorar e capturar informações referentes à navegação do usuário
ou inseridas em outros programas (por exemplo, conta de usuário
Worm e senha).
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- Alguns tipos específicos de programas spyware são:
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
computador. pelo usuário no teclado do computador.
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em mouse é clicado.
computadores. – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos gandas.
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem- Backdoor
penho de redes e a utilização de computadores. Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
Bot e botnet criados ou modificados para este fim.
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que
com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente. tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes,
Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados
seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne- no computador para invadi-lo.
rabilidades existentes em programas instalados em computadores. Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu-
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova-
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção
e, na maioria dos casos, sem que seja notado.

28
INFORMÁTICA
Cavalo de troia (Trojan) Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que, namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje- vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
sem o conhecimento do usuário. gas. Entre as principais estão:
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém – Avast;
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- – AVG;
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. – Norton;
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- – Avira;
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados – Kaspersky;
no computador. – McAffe.
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após
invadirem um computador, alteram programas já existentes para Filtro anti-spam
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
também executem ações maliciosas. tados, que geralmente são enviados para um grande número de
pessoas.
Rootkit Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
malicioso em um computador comprometido. talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- anonimato que tanto os protege.
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis-
mos de proteção. Anti-malwares
Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
Ransomware e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
de ferramentas deste tipo.
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para
restabelecer o acesso ao usuário39.
ALTERNATIVAS E SOFTWARE LIVRE PARA SISTEMAS
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins. OPERACIONAIS, EDITORES DE TEXTO, PLANILHAS E
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns NAVEGADORES
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades
O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX,
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de desenvolvido nos anos 60.
segurança. Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com
um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
Antivírus de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre
O antivírus é um software de proteção do computador que eli- sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desen-
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi- volvido na linguagem de programação, C40.
car o computador. Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sis-
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- tema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados. semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux41.
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa- LINUS + UNIX = LINUX.
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com Composição do Linux
isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro- Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de ge-
vidência. renciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro- hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes com-
os dias são criados vírus novos. ponentes.
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail
ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma
contaminação.
40 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.
39 https://cartilha.cert.br/ransomware/ 41 https://bit.ly/32DRvTm

29
INFORMÁTICA
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as interações entre o hardware e outros programas da máquina. O kernel
traduz as informações que recebe ao processador e aos demais elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de arquivos
escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo responsável por todas as atividades executadas pelo sistema operacional. No
caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo modificá-lo.
• Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como o
intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de comando,
interpretar seu significado, executar o comando e devolver o resultado pelas saídas.
• Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário interagir com o Kernel por meio do Shell.

Prompt de comando.42

• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuário
interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O Linux
possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

Ubuntu com a interface Unity.43

42 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
43 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.

30
INFORMÁTICA
Principais Características do Linux Distribuições do Linux
• Software livre: é considerado livre qualquer programa que As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu,
pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa-
as necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro-
considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo-
definidas pela fundação. sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.).
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema
ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na Os Comandos Básicos do Linux
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simulta- O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
neamente. também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
acesso ao código-fonte (receita) do programa. tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- dos o bash e o sh.
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
plano) e você nem percebe. teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- légios de administrador.
ras de 32 bits. O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
no mesmo computador. opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
(TCP/IP). A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de crição.
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
de arquivo1ºdt. cal: exibe um calendário.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
para arquivo oculto. para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
Linux é a barra normal “/”. tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
está executando para dar prioridade a outro. quer outro, digite apenas cd.
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- função “desfazer”).
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. usuário.
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd..: “volta uma pasta”.
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é retórios.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou gru-
(RAM). po.
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- # chown usuário arquivo
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de # chown usuário diretório
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). da pasta, basta dar o comando:
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # ls -l /
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos quivos.
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de co-
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #. mando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro
a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau- local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome
sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/
pelo símbolo: $. concurso 2.txt.
cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode
ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de ca-
racteres ou por posição de campo.
Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>

31
INFORMÁTICA
date: mostra a data e a hora atual.
df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.
Observe:

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.

32
INFORMÁTICA
• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):


r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod
Estrutura de Diretórios e Arquivos
O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribuição. Os
mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.44

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os arquivos
do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode ficar ar-
mazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e todos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos:
/ – diretório raiz, armazena todos os outros.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sistema.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicialização) do sistema.

44 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html

33
INFORMÁTICA
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sistema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está dentro
do diretório /media.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/dev/hda,
/dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de hardware.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como se fossem o arquivo de registro do Windows.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas
próprias pastas.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório System32 do Windows.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits.
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os dispositivos de mídia removível inseridos no computador são montados.
Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente dentro do dire-
tório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD dentro desse diretório.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exemplo,
será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, eles
aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc.
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação padrão do GNU/Linux.
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos ativos.
/root – diretório local do superusuário (root).
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, como
soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em /tmp podem
ser apagados.
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manutenção de hardware e software.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerenciamento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical para o
sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diversos para o
Linux.
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavelmente
armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro do /srv.
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribuída ao diretório proc.
/tmp – arquivos temporários.
/usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais programas.
/usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
/usr/man – manuais on-line.
/var – arquivos variáveis, que mudam com frequência.

Teclas de Atalhos
Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
Ctrl + A: selecionar tudo.
Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
Ctrl + P: imprimir o documento.
Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado.
Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado.

Atalhos de Teclado com o Gnome


Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
Alt + F4: fechar a janela atual.
Alt + Tab: alternar entre janelas.
Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem modo gráfico).
Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.

Atalhos de Terminal
Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de comandos usados.
Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
Ctrl + U: excluir a linha atual.

34
INFORMÁTICA
LibreOffice

O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece todas as
funções esperadas de uma suíte profissional: editor de textos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados45. Ele é uma
das mais populares suítes de escritório multiplataforma e de código aberto.

O LibreOffice é um pacote de escritório assim como o MS Office46. Embora seja um software livre, pode ser instalado em vários sis-
temas operacionais, como o MS Windows, Mac OS X, Linux e Unix. Ao longo dos anos, passou por várias modificações em seu projeto,
mudando até mesmo de nome, mas mantendo os mesmos aplicativos.

Aplicativos do LibreOffice
Writer: editor de textos.
Exatensão: .odt
Calc: planilhas eletrônicas.
Extensão: .ods
Impress: apresentação de slides.
Extensão: .odp
Draw: edição gráfica de imagens e figuras.
Extensão: .odg
Base: Banco de dados.
Extensão: .odb
Math: fórmulas matemáticas.
Extensão: .odf

ODF (Open Document Format)


Os arquivos do LibreOffice são arquivos de formato aberto e, por isso, pertencem à família de documentos abertos ODF, ou seja, ODF
não é uma extensão, mas sim, uma família de documentos estruturada internamente pela linguagem XML.

LibreOffice Writer
Writer é o editor de textos do LibreOffice. Além dos recursos usuais de um processador de textos (verificação ortográfica, dicionário
de sinônimos, hifenização, autocorreção, localizar e substituir, geração automática de sumários e índices, mala direta e outros), o Writer
fornece importantes características:
- Modelos e estilos;
- Métodos de layout de página, incluindo quadros, colunas e tabelas;
- Incorporação ou vinculação de gráficos, planilhas e outros objetos;
- Ferramentas de desenho incluídas;
- Documentos mestre para agrupar uma coleção de documentos em um único documento;
- Controle de alterações durante as revisões;
- Integração de banco de dados, incluindo bancos de dados bibliográficos;
- Exportação para PDF, incluindo marcadores.
Principais Barras de Ferramentas

45 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/
46 FRANCESCHINI, M. LibreOffice – Parte I.

35
INFORMÁTICA

47

– Barra de Títulos: exibe o nome do documento. Se o usuário não fornecer nome algum, o Writer sugere o nome Sem título 1.
– Barra de Menu: dá acesso a todas as funcionalidades do Writer, categorizando por temas de funcionalidades.
– Barra de ferramentas padrão: está presente em todos os aplicativos do LibreOffice e é igual para todos eles, por isso tem esse nome
“padrão”.
– Barra de ferramentas de formatação: essa barra apresenta as principais funcionalidades de formatação de fonte e parágrafo.
– Barra de Status: oferece informações sobre o documento e atalhos convenientes para rapidamente alterar alguns recursos.

Principais Menus
Os menus organizam o acesso às funcionalidades do aplicativo. Eles são praticamente os mesmos em todos os aplicativos, mas suas
funcionalidades variam de um para outro.

Arquivo
Esse menu trabalha com as funcionalidades de arquivo, tais como:
– Novo: essa funcionalidade cria um novo arquivo do Writer ou de qualquer outro dos aplicativos do LibreOffice;
– Abrir: abre um arquivo do disco local ou removível ou da rede local existente do Writer;
– Abrir Arquivo Remoto: abre um arquivo existente da nuvem, sincronizando todas as alterações remotamente;
– Salvar: salva as alterações do arquivo local desde o último salvamento;
– Salvar Arquivo Remoto: sincroniza as últimas alterações não salvas no arquivo lá na nuvem;
– Salvar como: cria uma cópia do arquivo atual com as alterações realizadas desde o último salvamento;

Para salvar um documento como um arquivo Microsoft Word48:


1. Primeiro salve o documento no formato de arquivo usado pelo LibreOffice (.odt).
Sem isso, qualquer mudança que se tenha feito desde a última vez em que se salvou o documento, somente aparecerá na versão
Microsoft Word do documento.
2. Então escolha Arquivo → Salvar como. No menu Salvar como.
3. No menu da lista suspensa Tipo de arquivo (ou Salvar como tipo), selecione o tipo de formato Word que se precisa. Clique em Salvar.
A partir deste ponto, todas as alterações realizadas se aplicarão somente ao documento
Microsoft Word. Desde feito, a alterado o nome do documento. Se desejar voltar a trabalhar com a versão LibreOffice do documento,
deverá voltar a abri-lo.

47 https://bit.ly/3jRIUme
48 http://coral.ufsm.br/unitilince/images/Tutoriais/manual_libreoffice.pdf

36
INFORMÁTICA

Salvando um arquivo no formato Microsoft Word.

– Exportar como PDF: exporta o arquivo atual no formato PDF. Permite definir restrições de edição, inclusive com senha;
– Enviar: permite enviar o arquivo atual por e-mail no formato.odt,.docx,.pdf. Também permite compartilhar o arquivo por bluetooth;
– Imprimir: permite imprimir o documento em uma impressora local ou da rede;
– Assinaturas digitais: assina digitalmente o documento, garantindo sua integridade e autenticidade. Qualquer alteração no docu-
mento assinado viola a assinatura, sendo necessário assinar novamente.

Editar
Esse menu possui funcionalidades de edição de conteúdo, tais como:
– Desfazer: desfaz a(s) última(s) ação(ões);
– Refazer: refaz a última ação desfeita;
– Repetir: repete a última ação;
– Copiar: copia o item selecionado para a área de transferência;
– Recortar: recorta ou move o item selecionado para a área de transferência;
– Colar: cola o item da área de transferência;
– Colar Especial: cola o item da área de transferência permitindo escolher o formado de destino do conteúdo colado;
– Selecionar Tudo: seleciona todo o documento;
– Localizar: localiza um termo no documento;
– Localizar e Substituir: localiza e substitui um termo do documento por outro fornecido;
– Ir para a página: permite navegar para uma página do documento.

Exibir
Esse outro menu define as várias formas que o documento é exibido na tela do computador. Principais funcionalidades:
– Normal: modo de exibição padrão como o documento será exibido em uma página;
– Web: exibe o documento como se fosse uma página web num navegador;
– Marcas de Formatação: exibe os caracteres não imprimíveis, como os de quebra de linha, de parágrafo, de seção, tabulação e espa-
ço. Tais caracteres são exibidos apenas na tela, não são impressas no papel (CTRL+F10);
– Navegador: permite navegar nos vários objetos existentes no documento, como tabelas, links, notas de rodapé, imagens etc.

(F5);

– Galeria: exibe imagens e figuras que podem ser inseridas no documento;


– Tela Inteira: suprime as barras de ferramenta e menus (CTRL+SHIFT+J).

Inserir
Nesse menu, é possível inserir inúmeros objetos ao texto, tais como:
– Quebra de página: insere uma quebra de página e o cursor é posicionado no início da próxima página a partir daquele ponto em
que a quebra foi inserida;
– Quebra manual: permite inserir uma quebra de linha, de coluna e de página;
– Figura: insere uma imagem de um arquivo;
– Multimídia: insere uma imagem da galeria LibreOffice, uma imagem digitalizada de um scanner ou vídeo;
– Gráfico: cria um gráfico do Calc, com planilha de dados embutida no Writer;
– Objeto: insere vários tipos de arquivos, como do Impress e do Calc dentre outros;
– Forma: cria uma forma geométrica, tipo círculo, retângulo, losango etc.;

37
INFORMÁTICA
– Caixa de Texto: insere uma caixa de texto ao documento;
– Anotação: insere comentários em balões laterais;
– Hiperlink: insere hiperlink ou link para um endereço da internet ou um servidor FTP, para um endereço de e-mail, para um documen-
to existente ou para um novo documento (CTRL+K);
– Indicador: insere um marcador ao documento para rápida localização posteriormente;
– Seção: insere uma quebra de seção, dividindo o documento em partes separadas com formatações independentes;
– Referências: insere referência a indicadores, capítulos, títulos, parágrafos numerados do documento atual;
– Caractere Especial: insere aqueles caracteres que você não encontra no teclado do computador, tais como ©, ≥, ∞;
– Número de Página: insere numeração nas páginas na posição atual do cursor;
– Campo: insere campos de numeração de página, data, hora, título, autor, assunto;
– Cabeçalho e Rodapé: insere cabeçalho e rodapé ao documento;

Formatar
Esse menu trabalha com a formatação de fonte, parágrafo, página, formas e figuras;
– Texto: formata a fonte do texto;
Pode-se aplicar vários formatos de caracteres usando os botões da barra de ferramentas Formatação.

Barra de Formatação, mostrando ícones para formatação de caracteres.

– Espaçamento: formata o espaçamento entre as linhas, entre os parágrafos e também o recuo do parágrafo. A
– Alinhar: alinha o parágrafo uniformemente em relação às margens.
Pode-se aplicar vários formatos para parágrafos usando os botões na barra de ferramentas Formatação.

Ícones para formatação de parágrafos.

– Listas: transforma os parágrafos em estrutura de tópicos com marcadores ou numeração.


– Clonar Formatação: essa ferramenta é chamada de “pincel de formatação” no MS Word e faz a mesma função, ou seja, clona a
formatação de um item selecionado e a aplica a outro ;

– Limpar Formatação Direta: limpa a formatação do texto selecionado, deixando a formatação original do modelo do documento;
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, su-
blinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, aplicar
realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Caractere...: diferentemente do MS Word, o Write chama a fonte de caractere.
Nessa janela, é possível formatar o tipo de fonte, o estilo de formatação (negrito, itálico, regular), o efeito de formatação (tachado, su-
blinhado, sombra etc.), a posição do texto (sobrescrito, subscrito, rotação, espaçamento entre as letras do texto), inserir hiperlink, aplicar
realce (cor de fundo do texto) e bordas;
– Parágrafo...: abre a caixa de diálogo de formatação de parágrafo.

38
INFORMÁTICA
– Marcadores e Numeração: abre a caixa de diálogo de forma- – Mala Direta: cria uma mala direta, que é uma correspondên-
tação de marcadores e de numeração numa mesma janela. Perceba cia endereçada a vários destinatários. É formada por uma corres-
que a mesma função de formatação já foi vista por meio dos botões pondência (carta, mensagem de e-mail, envelope ou etiqueta) e
de formatação. Essa mesma formatação é encontrada aqui na caixa por uma lista de destinatários (tabela, planilha, banco de dados ou
de diálogo de marcadores e numeração; catálogo de endereços contendo os dados dos destinatários).
– Página...: abre a caixa de diálogo de formatação de páginas.
Aqui, encontramos a orientação do papel, que é se o papel é hori- Principais teclas de atalho
zontal (paisagem) ou vertical (retrato); CTRL+A: selecionar todo o documento (all).
– Figura: formata figuras inseridas ao texto; CTR+B: negritar (bold).
– Caixa de Texto e Forma: formata caixas de texto e formas CTRL+C: copiar.
inseridas no documento; CTRL+D: sublinhar.
– Disposição do Texto: define a disposição que os objetos como CTRL+E: centralizar alinhamento.
imagens, formas e figuras ficarão em relação ao texto. CTRL+F: localizar texto (find).
– Estilos: esse menu trabalha com estilos do texto. Estilos são CTRL+G: sem ação.
o conjunto de formatação de fonte, parágrafo, bordas, alinhamen- CTRL+H: localizar e substituir.
to, numeração e marcadores aplicados em conjunto. Existem esti- CTRL+I: itálico.
los predefinidos, mas é possível também criar estilos e nomeá-los. CTRL+J: justificar.
Também é possível editar os estilos existentes. Os estilos são usados CTRL+K: adicionar hiperlink.
na criação dos sumários automáticos. CTRL+L: alinhar à esquerda (left).
CTRL+M: limpar formatação.
Tabelas CTRL+N: novo documento (new).
Esse menu trabalha com tabelas. As tabelas são inseridas por CTRL+ O: abrir documento existente (open).
aqui, no menu Tabelas. As seguintes funcionalidades são encontra- CTRL+P: imprimir (print).
das nesse menu: CTRL+Q: fechar o aplicativo Writer.
– Inserir Tabela: insere uma tabela ao texto; CTRL+R: alinhar à direita (right).
– Inserir: insere linha, coluna e célula à tabela existente; CTRL+S: salvar o documento (save).
– Excluir: exclui linha, coluna e tabela; CTRL+T: sem ação.
– Selecionar: seleciona célula, linha, coluna e tabela; CTRL+U: sublinhar.
– Mesclar: mescla as células adjacentes de uma tabela, trans- CTRL+V: colar.
formando-as em uma única tabela. Atenção! O conteúdo de todas CTRL+X: recortar.
as células é preservado; CTRL+W: fechar o arquivo.
– Converter: converte texto em tabela ou tabela em texto; CTRL+Y: refazer última ação.
– Fórmulas: insere fórmulas matemáticas na célula da tabela, CTRL+Z: desfazer última ação.
tais como soma, multiplicação, média, contagem etc.
LibreOffice Calc
Ferramentas O Calc é o aplicativo de planilhas eletrônicas do LibreOffice. As-
Esse menu trabalha com diversas ferramentas, tais como: sim como o MS Excel, ele trabalha com células e fórmulas.
– Ortografia e Gramática: essa ferramenta aciona o corretor Outras funcionalidades oferecidas pelo Calc incluem49:
ortográfico para fazer a verificação de ocorrências de erros em todo – Funções, que podem ser utilizadas para criar fórmulas para
o documento. Ela corrige por alguma sugestão do dicionário, permi- executar cálculos complexos;
te inserir novos termos ao dicionário ou apenas ignora as ocorrên- – Funções de banco de dados, para organizar, armazenas e fil-
cias daquele erro (F7); trar dados;
– Gráficos dinâmicos; um grande número de opções de gráficos
– Verificação Ortográfica Automática: marca automaticamen- em 2D e 3D;
te com um sublinhado ondulado vermelho as palavras que possuem – Macros, para a gravação e execução de tarefas repetitivas; as
erros ortográficos ou que não pertencem ao dicionário (SHIF- linguagens de script suportadas incluem LibreOffice Basic, Python,
T+F7); BeanShell, e JavaScript;
– Capacidade de abrir, editar e salvar planilhas no formato Mi-
– Dicionário de Sinônimos: apresenta sinônimos e antônimos crosoft Excel;
da palavra selecionada; – Importação e exportação de planilhas em vários formatos,
– Idioma: define o idioma do corretor ortográfico; incluindo HTML, CSV, PDF e PostScript.
– Contagem de palavras: faz uma estatística do documento,
contando a quantidade de caracteres, palavras, linhas, parágrafos Planilhas e células
e páginas; O Calc trabalha como elementos chamados de planilhas. Um
– Autocorreção: substitui automaticamente uma palavra ou arquivo de planilha consiste em várias planilhas individuais, cada
termo do texto por outra. O usuário define quais termos serão subs- uma delas contendo células em linhas e colunas. Uma célula parti-
tituídos; cular é identificada pela letra da sua coluna e pelo número da sua
– Autotexto: insere automaticamente um texto por meio de linha.
atalhos, por exemplo, um tipo de saudação ou finalização do do- As células guardam elementos individuais – texto, números,
cumento; fórmulas, e assim por diante – que mascaram os dados que exibem
e manipulam.
49 WEBER, J. H., SCHOFIELD, P., MICHEL, D., RUSSMAN, H., JR, R. F.,
SAFFRON, M., SMITH, J. A. Introdução ao Calc. Planilhas de Cálculo no
LibreOffice

39
INFORMÁTICA
Cada arquivo de planilha pode ter muitas planilhas, e cada uma delas pode conter muitas células individuais. No Calc, cada planilha
pode conter um máximo de 1.048.576 linhas e 1024 colunas.

Janela principal
Quando o Calc é aberto, a janela principal abre. As partes dessa janela estão descritas a seguir.

Janela principal do Calc e suas partes, sem a Barra lateral.

Principais Botões de Comandos

Assistente de Função: auxilia o usuário na criação de uma função. Organiza as funções por categoria.

Autossoma: insere a função soma automaticamente na célula.

Formatação de porcentagem: multiplica o número por 100 e coloca o sinal de porcentagem ao final dele.

Formatação de número: separa os milhares e acrescenta casas decimais (CTRL+SHIFT+1).

Formatação de data: formata a célula em formato de data (CTRL+SHIFT+3).

Adiciona casas decimais.

Diminui casas decimais.

Filtro: exibe apenas as linhas que satisfazem o critério do filtro da coluna.

Insere gráfico para ilustrar o comportamento dos dados tabulados.

Ordena as linhas em ordem crescente ou decrescente. Pode ser aplicada em várias colunas.

Mesclar e centralizar células: transforma duas ou mais células adjacentes em uma única célula.

Alinhar em cima: alinha o conteúdo da célula na parte superior dela.

40
INFORMÁTICA

Centralizar verticalmente: alinha o conteúdo da célula ao centro verticalmente.

Alinhar embaixo: alinha o conteúdo da célula na parte inferior dela.

Congelar linhas e colunas: fixa a exibição da primeira linha ou da primeira coluna ou ainda permite congelar as linhas
acima e as colunas à esquerda da célula selecionada. Não é proteção de células, pois o conteúdo das mesmas ainda pode ser
alterado.

Insere linha acima da linha atual.

Insere linha abaixo da linha atual.

Exclui linhas selecionadas.

Insere coluna à esquerda.

Insere coluna à direita.

Exclui colunas selecionadas.

Barra de título
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da planilha atual. Quando a planilha for recém-criada, seu nome é Sem
título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome de sua escolha.

Barra de Menu
A Barra de menu é onde você seleciona um dos menus e aparecem vários submenus com mais opções.
– Arquivo: contém os comandos que se aplicam a todo o documento, como Abrir, Salvar, Assistentes, Exportar como PDF, Imprimir,
Assinaturas Digitais e assim por diante.
– Editar: contém os comandos para a edição do documento, tais como Desfazer, Copiar, Registrar alterações, Preencher, Plug-in e
assim por diante.
– Exibir: contém comandos para modificar a aparência da interface do usuário no Calc, por exemplo Barra de ferramentas, Cabeçalhos
de linhas e colunas, Tela Inteira, Zoom e assim por diante.
– Inserir: contém comandos para inserção de elementos em uma planilha; por exemplo, Células, Linhas, Colunas, Planilha, Figuras e
assim por diante.

Inserir novas planilhas


Clique no ícone Adicionar planilha para inserir uma nova planilha após a última sem abrir a caixa de diálogo Inserir planilha. Os se-
guintes métodos abrem a caixa de diálogo Inserir planilha onde é possível posicionar a nova planilha, criar mais que uma planilha, definir
o nome da nova planilha, ou selecionar a planilha de um arquivo.
– Selecione a planilha onde deseja inserir uma nova e vá no menu Inserir > Planilha; ou
– Clique com o botão direito do mouse na aba da planilha onde você deseja inserir uma nova e selecione Inserir planilha no menu de
contexto; ou
– Clique no espaço vazio no final das abas das planilhas; ou
– Clique com o botão direito do mouse no espaço vazio no final das abas das planilhas e selecione Inserir planilha no menu de con-
texto.

41
INFORMÁTICA

Caixa de diálogo Inserir planilha.

– Formatar: contém comandos para modificar o leiaute de uma planilha; por exemplo,
Células, Página, Estilos e formatação, Alinhamento e assim por diante.
– Ferramentas: contém várias funções que auxiliam a verificar e personalizar a planilha, por exemplo, Ortografia, Compartilhar docu-
mento, Macros e assim por diante.
– Dados: contém comandos para manipulação de dados em sua planilha; por exemplo, Definir intervalo, Selecionar intervalo, Classi-
ficar, Consolidar e assim por diante.
– Janela: contém comandos para exibição da janela; por exemplo, Nova janela, Dividir e assim por diante.
– Ajuda: contém links para o sistema de ajuda incluído com o software e outras funções; por exemplo, Ajuda do LibreOffice, Informa-
ções da licença, Verificar por atualizações e assim por diante.

Barra de ferramentas
A configuração padrão, ao abrir o Calc, exibe as barras de ferramentas Padrão e Formatação encaixadas no topo do espaço de trabalho.
Barras de ferramentas do Calc também podem ser encaixadas e fixadas no lugar, ou flutuante, permitindo que você mova para a po-
sição mais conveniente em seu espaço de trabalho.

Barra de fórmulas
A Barra de fórmulas está localizada no topo da planilha no Calc. A Barra de fórmulas está encaixada permanentemente nesta posição
e não pode ser usada como uma barra flutuante. Se a Barra de fórmulas não estiver visível, vá para Exibir no Menu e selecione Barra de
fórmulas.

Barra de fórmulas.

Indo da esquerda para a direita, a Barra de Fórmulas consiste do seguinte:


– Caixa de Nome: mostra a célula ativa através de uma referência formada pela combinação de letras e números, por exemplo, A1. A
letra indica a coluna e o número indica a linha da célula selecionada.

– Assistente de funções : abre uma caixa de diálogo, na qual você pode realizar uma busca através da lista de funções disponí-
veis. Isto pode ser muito útil porque também mostra como as funções são formadas.

– Soma : clicando no ícone Soma, totaliza os números nas células acima da célula e então coloca o total na célula selecionada. Se
não houver números acima da célula selecionada, a soma será feita pelos valores das células à esquerda.

– Função : clicar no ícone Função insere um sinal de (=) na célula selecionada, de maneira que seja inserida uma fórmula na Linha
de entrada.

– Linha de entrada: exibe o conteúdo da célula selecionada (dados, fórmula, ou função) e permite que você edite o conteúdo da célu-
la. Você pode editar o conteúdo da célula diretamente, clicando duas vezes nela. Quando você digita novos dados numa célula, os ícones
de Soma e de Função mudam para os botões Cancelar e Aceitar .

42
INFORMÁTICA
Operadores aritméticos

Operadores aritméticos.

Operadores aritméticos.

Operadores comparativos

Operadores comparativos.

• Principais fórmulas
=HOJE(): insere a data atual do sistema operacional na célula. Essa data sempre será atualizada toda vez que o arquivo for aberto.
Existe uma tecla de atalho que também insere a data atual do sistema, mas não como função, apenas a data como se fosse digitada pelo
usuário. Essa tecla de atalho é CTRL+;.
=AGORA(): insere a data e a hora atuais do sistema operacional. Veja como é seu resultado após digitada na célula.

=SOMA(): apenas soma os argumentos que estão dentro dos parênteses.


=POTÊNCIA(): essa função é uma potência, que eleva o primeiro argumento, que é a base, ao segundo argumento, que é o expoente.
=MÁXIMO(): essa função escolhe o maior valor do argumento.
=MÍNIMO(): essa função faz exatamente o contrário da anterior, ou seja, escolhe o menor valor do argumento.
=MÉDIA(): essa função calcula a média aritmética ou média simples do argumento, que é a soma dos valores dividida pela sua quan-
tidade.
Atenção! Essa função será sempre a média aritmética. Essa função considera apenas valores numéricos e não vazios.
=CONT.SE(): essa função é formada por dois argumentos: o primeiro é o intervalo de células que serão consideradas na operação; o
segundo é o critério.
=SE(): essa função testa valores, permitindo escolher um dentre dois valores possíveis. A sua estrutura é a seguinte:

A condição é uma expressão lógica e dá como resultado VERDADEIRO ou FALSO. O resultado1 é escolhido se a condição for verdadeira;
o resultado2 é escolhido se a condição for falsa. Os resultados podem ser: “texto” (entre aspas sempre), número, célula (não pode inter-
valo, apenas uma única célula), fórmula.
A melhor forma de ler essa função é a seguinte: substitua o primeiro “;” por “Então” e o segundo “;” por “Senão”. Fica assim: se a
condição for VERDADEIRA, ENTÃO escolha resultado1; SENÃO escolha resultado2.

43
INFORMÁTICA
=PROCV(): a função PROCV serve para procurar valores em um intervalo vertical de uma matriz e devolve para o usuário um valor de
outra coluna dessa mesma matriz, mas da mesma linha do valor encontrado.

Essa é a estrutura do PROCV, na qual “valor” é o valor usado na pesquisa; “matriz” é todo o conjunto de células envolvidas; “coluna_re-
sultado” é o número da coluna dessa matriz onde o resultado se encontra; “valor_aproximado” diz se a comparação do valor da pesquisa
será apenas aproximada ou terá que ser exatamente igual ao procurado. O valor usado na pesquisa tem que estar na primeira coluna da
matriz, sempre! Ou seja, ela procurará o valor pesquisado na primeira coluna da matriz.

Entendendo funções
Calc inclui mais de 350 funções para analisar e referenciar dados50. Muitas destas funções são para usar com números, mas muitos
outros são usados com datas e hora, ou até mesmo texto.
Uma função pode ser tão simples quanto adicionar dois números, ou encontrar a média de uma lista de números. Alternativamente,
pode ser tão complexo como o cálculo do desvio-padrão de uma amostra, ou a tangente hiperbólica de um número.
Algumas funções básicas são semelhantes aos operadores. Exemplos:
+ Este operador adiciona dois números juntos para um resultado. SOMA(), por outro lado adiciona grupos de intervalos contíguos de
números juntos.
* Este operador multiplica dois números juntos para um resultado. MULT() faz o mesmo para multiplicar que SOMA() faz para adicionar

Estrutura de funções
Todas as funções têm uma estrutura similar.
A estrutura de uma função para encontrar células que correspondam a entrada de critérios é:
=BDCONTAR(Base_de_dados;Campo_de_Base_de_dados;CritériosdeProcura)
Uma vez que uma função não pode existir por conta própria, deve sempre fazer parte de uma fórmula. Consequentemente, mesmo
que a função represente a fórmula inteira, deve haver um sinal = no começo da fórmula. Independentemente de onde na fórmula está a
função, a função começará com seu nome, como BDCONTAR no exemplo acima. Após o nome da função vem os seus argumentos. Todos
os argumentos são necessários, a menos que especificados como opcional. Argumentos são adicionados dentro de parênteses e são sepa-
rados por ponto e vírgula, sem espaço entre os argumentos e o ponto e vírgula.

LibreOffice Impress
O Impress é o aplicativo de apresentação de slides do LibreOffice. Com ele é possível criar slides que contenham vários elementos
diferentes, incluindo texto, listas com marcadores e numeração, tabelas, gráficos e uma vasta gama de objetos gráficos tais como clipart,
desenhos e fotografias51.
O Impress também é compatível com o MS PowerPoint, permitindo criar, abrir, editar e salvar arquivos no formato.PPTX.

Janela principal do Impress


A janela principal do Impress tem três partes: o Painel de slides, Área de trabalho, e Painel lateral. Além disso, várias barras de ferra-
mentas podem ser exibidas ou ocultas durante a criação de uma apresentação.

50 Duprey, B.; Silva, R. P.; Parker, H.; Vigliazzi, D. Douglas. Guia do Calc, Capítulo 7. Usando Formulas e Funções.
51 SCHOFIELD, P.; WEBER, J. H.; RUSSMAN, H.; O’BRIEN, K.; JR, R. F. Introdução ao Impress. Apresentação no LibreOffice

44
INFORMÁTICA
Área de trabalho
A Área de trabalho (normalmente no centro da janela principal) tem cinco abas: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e Clas-
sificador de slides. Estas cinco abas são chamadas de botões de visualização A área de trabalho abaixo da visualização de botões muda
dependendo da visualização escolhida. Os pontos de vista de espaço de trabalho são descritos em “Visualização da Área de trabalho”’.

Janela principal do Impress; ovais indicam os marcadores Ocultar/Exibir.


Painel de slides
O Painel de slides contém imagens em miniaturas dos slides em sua apresentação, na ordem em que serão mostradas, a menos que
você altere a ordem de apresentação de slides. Clicando em um slide neste painel, este é selecionado e colocado na Área e trabalho. Quan-
do um slide está na Área de trabalho, você pode fazer alterações nele.
Várias operações adicionais podem ser realizadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
– Adicionar novos slides para a apresentação.
– Marcar um slide como oculto para que ele não seja exibido como parte da apresentação.
– Excluir um slide da apresentação se ele não for mais necessário.
– Renomear um slide.
– Duplicar um slide (copiar e colar)

Também é possível realizar as seguintes operações, embora existam métodos mais eficientes do que usar o Painel de slides:
– Alterar a transição de slides seguindo o slide selecionado ou após cada slide em um grupo de slides.
– Alterar o design de slide.

Barra lateral
O Barra lateral tem cinco seções. Para expandir uma seção que você deseja usar, clique no ícone ou clique no pequeno triângulo na
parte superior dos ícones e selecione uma seção da lista suspensa. Somente uma seção de cada vez pode ser aberta.

PROPRIEDADES

Mostra os layouts incluídos no Impress. Você pode escolher o que você quer e usá-lo como ele é, ou modificá-lo para atender às
suas necessidades. No entanto, não é possível salvar layouts personalizados.

PÁGINAS MESTRE

Aqui você define o estilo de página (slide) para sua apresentação. O Impress inclui vários modelos de páginas mestras (slide mestre).
Um deles – Padrão – é branco, e o restante tem um plano de fundo e estilo de texto.

ANIMAÇÃO PERSONALIZADA

Uma variedade de animações podem ser usadas para realçar ou melhorar diferentes elementos de cada slide. A seção Animação
personalizada fornece uma maneira fácil para adicionar, alterar, ou remover animações.

45
INFORMÁTICA

TRANSIÇÃO DE SLIDES

Fornece acesso a um número de opções de transição de slides. O padrão é definido como Sem transição, em que o slide seguinte
substitui o existente. No entanto, muitas transições adicionais estão disponíveis. Você também pode especificar a velocidade de tran-
sição (Lenta, Média, Rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher quanto tempo o slide selecionado será
mostrado (somente transição automática).

ESTILOS E FORMATAÇÃO

Aqui você pode editar e aplicar estilos gráficos e criar estilos novos, mas você só pode editar os estilos de apresentação existentes.
Quando você edita um estilo, as alterações são aplicadas automaticamente a todos os elementos formatados com este estilo em sua
apresentação. Se você quiser garantir que os estilos em um slide específico não sejam atualizados, crie uma nova página mestra para o
slide.

GALERIA

Abre a galeria Impress, onde você pode inserir um objeto em sua apresentação, quer seja como uma cópia ou como um link. Uma
cópia de um objeto é independente do objeto original. Alterações para o objeto original não têm efeito sobre a cópia. Uma ligação per-
manece dependente do objeto original. Alterações no objeto original também são refletidas no link.

NAVEGADOR

Abre o navegador Impress, no qual você pode mover rapidamente para outro slide ou selecionar um objeto em um slide. Recomen-
da-se dar nomes significativos aos slides e objetos em sua apresentação para que você possa identificá-los facilmente quando utilizar a
navegação.

• Principais Funcionalidades e Comandos

Inicia a apresentação do primeiro slide (F5).

Inicia a apresentação do slide atual (SHIFT+F5).

Insere áudio e vídeo ao slide.

Insere caixa de texto ao slide.

Insere novo slide, permitindo escolher o leiaute do slide que será inserido.

Exclui o slide selecionado.

Altera o leiaute do slide atual.

Cria um slide mestre.

Oculta o slide no modo de apresentação.

Cronometra o tempo das animações e transições dos slides no modo de apresentação para posterior exibição automática
usando o tempo cronometrado.

Configura as transições dos slides, ou seja, o efeito de passagem de um para o outro.

Configura a animação dos conteúdos dos slides, colocando efeitos de entrada, ênfase, saída e trajetória.

46
INFORMÁTICA
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos
EXERCÍCIOS de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen-
tos associados à Internet, julgue o próximo item.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
versões em papel para o formato digital, é denominado Youtube (http://www.youtube.com).
(A) joystick. ( ) Certo
(B) plotter. ( ) Errado
(C) scanner. 7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a
(D) webcam. execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar
(E) pendrive. danos ao computador do usuário.
( ) Certo
2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um ( ) Errado
novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou 8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna- com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên-
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou cia de vírus.
adicionada para resolver o problema constatado por João. Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
(A) Placa de som adotado no exemplo acima.
(B) Placa de fax modem (A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo
(C) Placa usb ao administrador de rede.
(D) Placa de captura (B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o
(E) Placa de vídeo tipo de vírus.
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe- (D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída toramento.
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta (E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
um exemplo de periférico somente de entrada. analisá-lo posteriormente.
(A) Monitor
(B) Impressora 9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows
(C) Caixa de som 7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver-
(D) Headphone são para processadores de 64 bits.
(E) Mouse ( ) Certo
( ) Errado
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado-
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- 10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- uma versão oficial do Microsoft Windows
reço válido na Internet é: (A) Windows 7
(A) http:@site.com.br (B) Windows 10
(B) HTML:site.estado.gov (C) Windows 8.1
(C) html://www.mundo.com (D) Windows 9
(D) https://meusite.org.br (E) Windows Server 2012
(E) www.#social.*site.com
11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- Windows:
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e (A) Windows Gold.
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso (B) Windows 8.
presencial, chamamos esse serviço de: (C) Windows 7.
(A) Computação On-Line. (D) Windows XP.
(B) Computação na nuvem.
(C) Computação em Tempo Real. 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
(D) Computação em Block Time. Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
(E) Computação Visual cuta?
(A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(C) Capturar uma janela inteira
(D) Capturar uma seção retangular da tela.
(E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
uma caneta eletrônica

47
INFORMÁTICA
13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8, 19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
assinale a alternativa INCORRETA: 2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
(A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos cativo.
pela Microsoft. A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
(B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
pre visível ao usuário.
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
7 dentro do Windows 8.
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
Kapersky.
(E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
res x86 e 64 bits.

14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi- ( ) Certo


tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as ( ) Errado
quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
( ) Certo 20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
( ) Errado noros à apresentação em elaboração.
( ) Certo
15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de ( ) Errado
um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(A) init 0.
(B) init 6. GABARITO
(C) exit
(D) ls.
(E) cd. 1 C
16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou 2 E
minúsculas 3 E
( ) Certo
( ) Errado 4 D
5 B
17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
6 ERRADO
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção 7 CERTO
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú- 8 C
meros e letras.
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração 9 CERTO
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT. 10 D
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos 11 A
que o Excel. 12 B
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
13 D
gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio 14 CERTO
e recebimento de páginas web. 15 D
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen- 16 CERTO
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági- 17 A
na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento. 18 D
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte 19 CERTO
do documento. 20 CERTO
(C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Inserir uma tabela no texto

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
1. A natureza das organizações. Estrutura organizacional. Gestão pela qualidade. Planejamento, Organização, Direção e Controle como
parte integrante do processo administrativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mudança e inovação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3. Gestão por processos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4. Sistema de Informação de Recursos Humanos: organização e controle de dados de pessoal. Desenvolvimento de Recursos Humanos
e educação corporativa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5. Elementos da comunicação, comunicação corporativa e comunicação no ambiente de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
6. Trabalho em Equipe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7. Noções de relações humanas e conflito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
8. Organização do ambiente de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
9. Qualidade em Atendimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
10. Noções de administração de materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
11. Noções de controle orçamentário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
12. Noções básicas de Administração Financeira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
13. Noções básicas de logística. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
14. Atividades de protocolo, recepção, classificação, registro e distribuição de documentos. Gestão de arquivos, documentação: tipos de
correspondências e documentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
15. Ética profissional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

A NATUREZA DAS ORGANIZAÇÕES. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E


CONTROLE COMO PARTE INTEGRANTE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

ADMINISTRAÇÃO GERAL

Definição e visão geral da Administração


Administração é, segundo o Dicionário Houaiss, “ato, processo ou efeito de administrar”. E este verbo etmologicamente vem do latim
“administrare”, significando “ajudar em alguma coisa, servir alguém, ocupar-se de, dirigir, governar, regrar, executar, administrar”. Na
mesma linha, “a palavra administração deriva da expressão latina “administratio” e significa a ação de governar, de dirigir, de supervisionar,
de gerir os negócios próprios ou de terceiros” (CASSIANO, BARRETTI, 1980, p.18).
O Professor Natanael C. Pereira descreve as habilidades do administrador em seu trabalho no Instituto Federal de São Paulo (2014)1:
Segundo Katz, existem três tipos de habilidades que o administrador deve possuir para trabalhar com sucesso: habilidade técnica, ha-
bilidade humana e habilidade conceitual. Habilidade é o processo de visualizar, compreender e estruturar as partes e o todo dos assuntos
administrativos das empresas, consolidando resultados otimizados pela atuação de todos os recursos disponíveis. A seguir é apresentado
a definição das três habilidades e na Fig. 3 é apresentado os níveis organizacionais e a três habilidades do administrador segundo Katz.
- habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para realização de tarefas
específicas por meio da experiência profissional;
- habilidade humana: consiste na capacitação e discernimento para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e
motivações e desenvolver uma liderança eficaz;
- habilidade conceitual: consiste na capacidade para lidar com ideias e conceitos abstratos. Essa habilidade permite que a pessoa faça
abstrações e desenvolva filosofias e princípios gerais de ação.

A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão
a posição de alta direção.
A TGA (Teoria Geral da Administração) se propõe a desenvolver a habilidade conceitual, ou seja, a desenvolver a capacidade de pensar,
de definir situações organizacionais complexas, de diagnosticar e de propor soluções.
Contudo essas três habilidades – técnicas, humanas e conceituais – requerem certas competências pessoais para serem colocadas
em ação com êxito. As competências – qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou
problemas. O administrador para ser bem sucedido profissionalmente precisa desenvolver três competências duráveis: o conhecimento,
a perspectiva e a atitude.

Figura – Níveis Organizacionais e as três Habilidades do Administrador segundo Katz.

1. Introdução à Administração – Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de São Paulo – Campus São Carlos.
Obtido em http://www.cefetsp.br/edu/natanael/Apostila_ADM_parte1.pdf

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Conhecimento significa todo o acervo de informações, conceitos, ideias, experiências, aprendizagens que o administrador possui a
respeito de sua especialidade. Como o conhecimento muda a cada instante em função da mudança e da inovação que ocorrem com inten-
sidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se constantemente e renová-lo continuamente. Isso significa aprender a aprender,
a ler, a ter contato com outras pessoas e profissionais e, sobretudo reciclar-se continuamente para não tornar-se obsoleto e ultrapassado;
Perspectiva significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação. Em saber transformar a teoria em prática. Em aplicar o
conhecimento na análise das situações e na solução dos problemas e na condução do negócio. É a perspectiva que dá autonomia e
independência ao administrador, que não precisa perguntar ao chefe o que deve fazer e como fazer nas suas atividades;
Atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivar, de comunicar e de levar as
coisas para frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de melhorar continuamente, o espírito empreendedor, o
inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas.
Conforme o Art. 2º da Lei nº 4.769, de 9 de setembro de 1965, que regulamentou a profissão de administrador, sua atividade profis-
sional será exercida, como profissão liberal ou não, mediante:
a)pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens, laudos, assessoria em geral, chefia intermediária, direção superior
b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos nos campos da
Administração, como administração e seleção de pessoal, organização e métodos, orçamentos, administração de material, administração
financeira, administração mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que esses se
desdobrem ou aos quais sejam conexos.
Assim, o administrador deve ocupar diversas posições estratégicas nas organizações e desenvolver papéis essenciais à sustentabilida-
de e crescimento dos negócios.

Figura – As competências essenciais do administrador, segundo Chiavenato

De acordo com o Professor Natanael C. Pereira, citando Mintzberg, é possível identificar dez papéis específicos do administrador divi-
didos em três categorias: interpessoal, informacional e decisorial. “Papel significa um conjunto de expectativas da organização a respeito
do comportamento de uma pessoa. Cada papel representa atividades que o administrador conduz para cumprir as funções de planejar,
organizar, dirigir e controlar.” (PEREIRA, 2014).

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Figura – Papéis do administrador segundo Mintzberg (apud Pereira, 2014)

O papel do gerente
De acordo com Ronaldo Guedes (2006)2, o administrador deve desenvolver várias habilidades e algumas características são apontadas
como fundamentais ao bom desempenho para desempenhar suas funções e sustentar sua posição:

Classificação de Administradores
Stoner (1999) classifica o Administrador pelo nível que ocupa na organização (de primeira linha, intermediários e altos administrado-
res) e pelo âmbito das atividades organizacionais pelas quais são responsáveis (os chamados administradores funcionais e gerais).

Pelo nível que ocupam na organização


Gerentes de Primeira Linha: Estão localizados no nível mais baixo de gerência, costumam ser chamados de supervisores, não são
responsáveis por outros supervisores e gerenciam apenas trabalhadores operacionais.
Gerentes Médios: Estão localizados no nível intermediário, são responsáveis por Gerentes de Primeira Linha e podem também geren-
ciar trabalhadores operacionais.
Administradores de Topo: São comumente chamados de CEO (Chief Executive Officer), Presidente, Vice-Presidente, ocupam o cargo
máximo nas organizações, são responsáveis por seu direcionamento e seus recursos.

Pelo âmbito das atividades


Administradores Funcionais: São os Administradores responsáveis por uma área funcional, e pela equipe que compõe essa área
funcional. Ex.: Diretor de Marketing, Diretor de Produção, Gerente Comercial.
Administradores Gerais: Comum em pequenas organizações, o Administrador Geral é responsável pelas diversas áreas funcionais da
empresa e pelas pessoas envolvidas nas funções.

Papéis dos Administradores


Mintzberg (apud STONER, 1999) fez um levantamento sobre os papéis dos Administradores dividindo-os em Papéis Interpessoais,
Papéis Informacionais e Papéis Decisórios. Esses papéis são desenvolvidos constantemente no dia a dia dos Administradores.

Papéis Interpessoais
São os papéis que os Administradores executam relativos ao relacionamento com as pessoas e construção conjunto dos resultados.
São divididos em três papéis: Símbolo, Líder e Ligação.
Símbolo representa a função de estar presente em locais e momentos importantes, basicamente tarefas cerimoniais, comparecer
a casamentos, e outros eventos. O Administrador representa a organização, portanto ele é um símbolo desta organização, e ela será
conceituada à partir do Administrador.
Líder é o papel que o Administrador representa o tempo todo, pois ele é responsável por seus atos e de todos seus subordinados.
Elemento de Ligação é o papel que o Administrador representa ao possibilitar relacionamentos que auxiliam o desenvolvimento de
sua empresa e de outros. Ele faz o intercâmbio entre pessoas que irão gerar novos negócios ou facilitar os negócios existentes.

2. Obtido em http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/administrador-habilidades-e-caracteristicas/13089/

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Papéis Informacionais Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para
As organizações, o mercado, as pessoas vivem em torno da um um bom relacionamento. Administradores com boas habilidades
fluxo intenso e contínuo de informações, para um bom desenvolvi- humanas se desenvolvem bem em equipes e atuam de maneira
mento, as empresas e os Administradores precisam saber receber, eficiente e eficaz como líderes. Segundo Chiavenato (2000, p. 3)
tratar e repassar essas informações. Nesse cenário são destacados habilidade humana “[...]consiste na capacidade e facilidade para
três papéis: Coletor; Disseminador; e Porta-voz. trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e
O Coletor busca as informações dentro e fora das organizações, motivações e liderar grupos de pessoas”.
procura se informar o máximo possível nas mais variadas fontes
de informação. O papel do coletor é possuir o maior volume de Habilidades humanas são imprescindíveis para o bom exercício
informações relativas à organização. da liderança organizacional
Disseminador é o papel que o Administrador representa ao Habilidades Conceituais são as habilidades necessárias ao pro-
comunicar as informações à equipe para mantê-la atualizada e em prietário, presidente, CEO de uma empresa. São essas habilidades
sintonia com a empresa. que mantêm a visão da organização como um todo, influenciando
O Administrador deve ser um Porta-voz quando se faz neces- diretamente no direcionamento e na Administração da empresa.
sário comunicar informações para pessoas que se localizam fora Segundo Chiavenato (2000, p. 3):
da organização. O Administrador deve possuir a sensibilidade para “Habilidade conceitual: Consiste na capacidade de compreen-
discernir entre o que pode ou não ser comunicado as informações der a complexidade da organização com um todo e o ajustamento
empresariais. do comportamento de suas partes. Essa habilidade permite que
a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização
Papéis Decisórios total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de
Com toda a informação disponível, cabe aos Administradores seu departamento ou grupo imediato.”
estudarem-na e tomar decisões baseadas nelas. As decisões são de As habilidades conceituais são imprescindíveis aos Administra-
responsabilidade total dos Administradores, por isso é necessário dores de Topo.
cautela e preparo para tomá-las. Quatro são os papéis decisórios,
Empreendedor, Solucionador de Problemas, Alocador de Recursos Características
e Negociador. Algumas características são consideradas fundamentais ao
Empreendedor é o papel que o Administrador assume ao Perfil de um bom Administrador moderno.
tentar melhorar seus negócios propondo maneiras inovadores ou Segundo pesquisa realizada em empresas:
novos projetos que alavanquem a organização. “[...] as organizações desejam profissionais de Administração
O Administrador é um solucionador de problemas, pois se com as seguintes características: Capacidade de identificar priorida-
encontra em um ambiente instável e suscetível a um variado leque des; Capacidade de operacionalizar ideias; Capacidade de delegar
de problemas. Ele deve atuar identificando esses problemas e funções; Habilidade para identificar oportunidades; Capacidade de
apresentando soluções, portanto um Solucionador de Problemas. comunicação, redação e criatividade; Capacidade de trabalho em
Alocador de recursos, porque o dirigente está inserido em um equipe; Capacidade de liderança; Disposição para correr riscos e
cenário de necessidades ilimitadas para recursos limitados, assim responsabilidade; Facilidade de relacionamento interpessoal; Do-
sendo ele deve encontrar o equilíbrio para alocar a quantidade cor- mínio de métodos e técnicas de trabalho; Capacidade de adaptar-se
reta de recursos e sua utilização. Todo Administrador deve ser um a normas e procedimentos; Capacidade de estabelecer e consolidar
bom negociador, pois estará praticando esse papel constantemente relações; Capacidade de subordinar-se e obedecer à autoridade.
em suas atividades. Ele deve negociar tanto com o ambiente inter- MEIRELES (2003, p. 34).”
no como com o ambiente externo sempre objetivando os melhores São características desafiadoras, não é fácil desenvolvê-las,
resultados para sua empresa e para a sociedade. sustentá-las é ainda mais complicado. Essa é exatamente a missão
do Administrador, vencer todos seus desafios e mostrar sua capaci-
Habilidades dade de se manter e crescer nos mais diferentes cenários. Somente
Para ocupar posições nas empresas, executar seus papéis e assim o Administrador será considerado capaz de Administrar
buscar as melhores maneiras de Administrar, o Administrador deve (GUEDES, 2006).
desenvolver e fazer uso de várias habilidades. Robert L. Katz (apud
STONER, 1999) classificou-as em três grandes habilidades: Técnicas,
Humanas e Conceituais. Todo administrador precisa das três habi-
lidades.
Percebe-se que para desenvolver bem seu trabalho, o Adminis-
trador precisar dominar as três habilidades e dosá-las conforme sua
posição na organização.
Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do
trabalho, e ao domínio do conhecimento específico para executar
seu trabalho operacional.
Segundo Chiavenato (2000, p. 3) habilidade técnica “[...]consis-
te em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos
necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da
experiência e educação. É muito importante para o nível operacio-
nal”.
Logo as habilidades técnicas são mais importantes para os
gerentes de primeira linha e para os trabalhadores operacionais.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Figura – As habilidades administrativas, segundo Chiavenato

Segundo Patrick J. Montana e Bruce H. Charnov (2010, pp.9-10), “competência administrativa é a habilidade que contribui para um
alto desempenho no cargo gerencial”. Estes autores destacam as recomendações da American Assembly of Collegiate Schools of Business
(AACSB) para o desenvolvimento de habilidades pessoais que levem ao sucesso gerencial:
•Liderança – habilidade para influenciar outros na execução de tarefas;
•Auto-objetividade – habilidade da pessoa de se avaliar de modo realista;
•Pensamento analítico – habilidade para interpretar e explicar padrões nas informações;
•Comportamento flexível – habilidade para modificar o comportamento pessoal para atingir um objetivo;
•Comunicação oral – habilidade para se expressar claramente em apresentações orais;
•Comunicação escrita – habilidade para expressar com clareza as próprias ideias ao escrever;
•Impacto pessoal – habilidade para passar uma boa impressão e infundir confiança;
•Resistência ao estresse – habilidade para desempenhar sob condições estressantes; e
•Tolerância à incerteza – habilidade para desempenhar em situações ambíguas.

Funções da Administração

Planejamento
O Planejamento deve ser visto como o processo desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente,
eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos da empresa (OLIVEIRA, 1999, p.33). Planejar não é prever o futuro! É
preparar-se para um futuro desejado. Antecede a decisão e a ação, em organizações públicas ou privadas.
Com a ação de planejar, busca-se:
• Eficiência: medida do rendimento individual dos componentes do sistema. É fazer certo o que está sendo feito. Refere-se à otimiza-
ção dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados.
• Eficácia: medida do rendimento global do sistema. É fazer o que é preciso ser feito. Refere-se à contribuição dos resultados obtidos
para alcance dos objetivos globais da empresa.
• Efetividade: refere-se à relação entre os resultados alcançados e os objetivos propostos ao longo do tempo.

No setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade são assim resumidos por Oliveira (1999):

Eficiência
- fazer as coisas de maneira adequada;
- resolver problemas;
- salvaguardar os recursos aplicados;
- cumprir o seu dever; e
- reduzir os custos.

Eficácia
- fazer as coisas certas;
- produzir alternativas criativas;
- maximizar a utilização de recursos;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- obter resultados; e GLOSSÁRIO
- aumentar o lucro. Análise crítica – avaliação global de um projeto, serviço,
produto, processo ou informação da organização, com relação a
Efetividade requisitos, objetivando a identificação de problemas e a proposição
- manter-se no ambiente; e de soluções.
- apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo Alta administração – corpo dos dirigentes máximos da orga-
(permanentemente) nização, conforme definição normativa ou decisão consensual.
Geralmente abrange o principal dirigente, o seu substituto imediato
Eficiência – relação entre o custo e o benefício envolvido na e o seu staff.
execução de um procedimento ou na prestação de um serviço. Alto desempenho institucional – corresponde ao nível de
excelência no exercício da ação pública que se objetiva alcançar, ca-
Eficácia – grau de atingimento de uma meta ou dos resultados racterizado pelo pleno atendimento às necessidades dos cidadãos
institucionais da organização. usuários e pela imagem positiva de organização pública e por ser
referência em práticas de gestão e resultados.
Efetividade – eliminar ou reduzir sensivelmente o problema Benchmark – prática ou resultado considerado um referencial
que afeta a sociedade, alcançando a satisfação do cidadão. ou padrão de excelência, utilizado para efeito de comparação de
desempenho. O melhor da classe. Dependendo da abrangência do
Importância do planejamento conjunto de empresas considerado para sua seleção, o benchmark
A organização pode ser entendida como uma série de com- pode ser internacional, nacional, regional ou setorial.
ponentes – tarefas, indivíduos, organização formal e organização Benchmarking – procedimento de comparar processos, prá-
informal – cuja natureza de interação e relação entre si afeta a ticas, funções e resultados com benchmarkings, para identificar
combinação para se chegar ao produto, definindo o tipo de sistema as oportunidades para melhoria do desempenho. Trata-se de um
organizacional. Planejamento, por sua vez, é uma metodologia de processo contínuo. Essa comparação pode ser feita inclusive com
administração que consiste em determinar os objetivos a alcançar resultados coletados em ramos de atuação diferentes do setor em
e as ações a serem realizadas, compatibilizando-as com os meios que atua a organização.
disponíveis para sua execução. Cargo público – ocupação instituída na estrutura do serviço
Na esfera das organizações o planejamento pode ser conceitu- público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades
ado como um processo de gestão desenvolvido para o alcance de específicas e estipêndio correspondente, a ser provido por um
uma situação desejada com o máximo de eficiência, eficácia e efe- titular.
tividade, buscando a melhor concentração de esforços e recursos. Carreira – no setor público é um conjunto de cargos sujeito a
O propósito do planejamento, conforme Djalma P.R. Oliveira regras específicas de ingresso, promoção, atuação, lotação e remu-
(1999), pode ser definido como o desenvolvimento de processos, neração, cujos integrantes detêm um repertório comum de quali-
técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma ficações e habilidades. A carreira é criada por lei e deve aplicar-se
situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões às atividades típicas de Estado. O cargo público pode ser isolado ou
presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão de carreira.
a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, Ciclo para aprendizado – conjunto de atividades visando avaliar,
eficiente e eficaz. Dentro deste raciocínio, pode-se afirmar que o melhorar e/ou inovar as práticas de gestão e os respectivos padrões
exercício sistemático do planejamento tende a provocar aumento de trabalho. As organizações devem possuir eventos específicos e
da probabilidade de alcance dos objetivos e desafios estabelecidos pró-ativos para reflexão e questionamento das práticas e padrões
para a empresa. Para este autor, planejamento organizacional é a existentes e buscar a sua melhoria contínua.
esquematização dos requisitos organizacionais para poder realizar Ciclo para controle – conjunto de atividades visando verificar
os meios propostos. Como exemplo, cita a estruturação da empresa se os padrões de trabalho das práticas de gestão estão sendo cum-
em unidades estratégicas de negócios. pridos, estabelecendo prioridades, planejando e implementando,
A administração estratégica se ocupa com o futuro da orga- quando necessário, as ações de correção e/ou prevenção.
nização, assumindo uma filosofia da adaptação, buscando como Controle social – acompanhamento e fiscalização das ativi-
resultado a efetividade por meio da inovação ou diversificação dades de uma organização, exercidos pelas partes interessadas,
visando o desenvolvimento sustentado com atitudes pró-ativas pela comunidade, pela sociedade como um todo e pelos meios de
(auto-estimulação...) com posturas de crescimento (conjuntura de comunicação social.
oportunidades × fraquezas) ou de desenvolvimento (conjuntura de Definição dos rumos – procedimento de projetar o estado fu-
oportunidades × forças). turo desejado da organização, partindo da sua missão institucional.
Seu grande foco é a estruturação da organização com o Desempenho global – desempenho da organização como um
objetivo de instalar as condições exigidas no esforço de um planeja- todo, explicitado por meio de resultados que refletem as neces-
mento estratégico que promoverá a organização à níveis de maior sidades de todas as partes interessadas. Está relacionado com os
competitividade e consequente vantagem no mercado de inserção. resultados planejados pela estratégia da organização.
Começando com as premissas básicas (negócio, missão, visão, Eficácia – grau de atingimento de uma meta ou dos resultados
objetivos permanentes), diretrizes, políticas, análise do ambiente institucionais da organização.
externo (oportunidades, fraquezas, concorrência...), do ambiente Eficiência – relação entre o custo e o benefício envolvido na
interno (forças, fraquezas), enfim todas as variáveis relevantes para execução de um procedimento ou na prestação de um serviço.
a formulação do plano estratégico (HERRERA, 2007). Fatores Críticos de Sucesso – são condições fundamentais que
precisam ser satisfeitas para que a instituição ou a estratégia tenha
sucesso.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Fornecedor – aquele que fornece insumos para os processos Pró-atividade – capacidade de antecipar-se aos fatos com
da organização, seja um produto, seja um serviço, seja informação ações preventivas e de promover a inovação e o aperfeiçoamento
ou orientação. No setor público, as relações entre organização de processos, serviços e produtos.
e fornecedor, que envolvam a aquisição de bens ou serviços, são Processo – conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas
regulamentadas por lei e regidas por um contrato administrativo ou interativas que transformam insumos (entradas) em produtos/
com características distintas das observadas em contratos privados, serviços (saídas). Esses processos são geralmente planejados e
tais como a exigência de licitação, só dispensável em determinadas realizados para agregar valor aos produtos/serviços.
situações previstas em lei. Processo crítico – processo de natureza estratégica para o
Função – atribuição conferida a uma categoria profissional ou sucesso institucional.
atribuída a um colaborador para a execução de serviços eventuais. Processos de apoio – processos que dão suporte a alguma
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As atividade-fim da organização, tais como a gestão de pessoas, a ges-
funções do cargo são definitivas, as funções autônomas são tran- tão de compras, o planejamento e o acompanhamento das ações
sitórias. institucionais etc.
Indicador – dado que representa ou quantifica um insumo, um Processo finalístico – processo associado às atividades-fim da
resultado, uma característica ou o desempenho de um processo, organização ou diretamente envolvido no atendimento às necessi-
de um serviço, de um produto ou da organização como um todo. dades dos seus usuários.
Pode ser simples (decorrente de uma única medição) ou composto; Qualidade – adequação para o uso (Juran). Fazer certo a coisa
direto ou indireto em relação à característica medida; específico certa já na primeira vez, com excelência no atendimento. Totalidade
(atividades ou processos específicos) ou global (resultados preten- de características de uma organização que lhe confere a capacidade
didos pela organização como um todo); e direcionadores (indicam de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas dos clientes.
que algo pode ocorrer) ou resultantes (indicam o que aconteceu). Referenciais comparativos adequados – indicadores, práticas
Indicadores de processo – representação objetiva de caracterís-
ou resultados desenvolvidos ou alcançados por organização pública
ticas do processo que devem ser acompanhadas ao longo do tempo
ou privada, que possam ser usados para fins de comparação ou
para avaliar e melhorar o seu desempenho. Medem a eficiência e a
benchmarking.
eficácia dos processos.
Requisitos – condições que devem ser satisfeitas, exigências
Informações relevantes – informações que a organização
necessariamente tem que conhecer e manter atualizadas como legais ou particulares essenciais para o sucesso de um processo,
subsídio ao seu processo decisório. serviço ou produto. São as necessidades básicas dos usuários ou
Necessidades – conjunto de requisitos, expectativas e prefe- das demais partes interessadas, explicitadas por eles, de maneira
rências dos cidadãos usuários ou das demais partes interessadas. formal ou informal, e essenciais e importantes para sua satisfação.
Organização do trabalho – maneira pela qual as pessoas Responsabilidade pública – consiste na responsabilidade dos
são organizadas ou se organizam em áreas formais ou informais, administradores e dos servidores públicos em promover e disse-
temporárias ou permanentes, tais como: equipes, áreas funcionais, minar os valores e os princípios fundamentais da Administração
times, grupos de trabalho, comissões, forças-tarefa e outras. Pública e apresentar comportamentos éticos, exercendo um estilo
Padrões de trabalho – qualquer meio que oriente o funciona- de administração transparente, voltada para a prestação de contas,
mento das práticas de gestão, podendo estar na forma de diretrizes procurando estar continuamente consciente dos impactos públicos
organizacionais, procedimentos, rotinas de trabalho, normas admi- potenciais relacionados com sua atuação.
nistrativas, fluxogramas, quantificação dos níveis que se pretende Resultados da organização – são os resultados institucionais
atingir ou qualquer meio que permita orientar a execução das prá- obtidos pela organização pública, no exercício de suas principais
ticas. O padrão de trabalho pode ser estabelecido utilizando como atividades, de acordo com suas atribuições e áreas de competência.
critérios as necessidades das partes interessadas, as estratégias, Resultados orçamentários/financeiros – são os resultados rela-
requisitos legais, o nível de desempenho de concorrentes, informa- cionados com a utilização eficiente e eficaz dos recursos orçamentá-
ções comparativas pertinentes, normas nacionais e internacionais rios/financeiros da União ou oriundos de receita própria, medidos,
etc. entre outros, por meio da redução de custos dos processos, pela
Parceria institucional – relação de trabalho estabelecida entre relação entre o orçamento aprovado e projetos realizados etc.
duas ou mais organizações públicas e/ou privadas, por meio da qual Sinergia – coordenação de um ato ou esforço simultâneo de
cada uma desenvolve um conjunto de ações que, integradas, tem a várias organizações, unidades ou pessoas na realização de uma
finalidade de atingir a objetivos comuns. atividade ou projeto. Combinação da ação de dois ou mais agentes
Partes interessadas – são as pessoas físicas ou jurídicas envol- que usualmente gera resultados superiores quando comparado à
vidas ativa ou passivamente no processo de definição, elaboração, ação individual desses agentes.
implementação e prestação de serviços e produtos da organização,
Sistema de liderança – refere-se à forma como a liderança é
na qualidade de clientes, agentes, fornecedores ou parceiros.
exercida por toda a organização, de modo a captar as necessidades
Podem ser servidores públicos, organizações públicas, instituições
das partes interessadas e usar as informações para a tomada de
privadas, cidadãos, grupos de interesse, associações e a sociedade
decisão e a sua comunicação e condução em todos os níveis.
como um todo.
Pessoal do Quadro Próprio – Pessoal vinculado ao Regime Usuários atuais – todos os cidadãos efetivamente atendidos
Jurídico Único ou à CLT, pertencente ao quadro de pessoal do órgão pela organização ou que têm acesso garantido ao serviço quando
ou de outros órgãos públicos. dele necessita.
Pessoal Terceirizado – Pessoal oriundo de empresa contratada Usuários potenciais – todos os cidadãos com direito a receber
para prestação de serviços especializados. o serviço prestado pela organização e que não consegue obtê-lo.
Práticas de gestão – atividades executadas sistematicamente Valores organizacionais – entendimentos e expectativas que
com a finalidade de gerenciar uma organização, consubstanciadas descrevem como todos os profissionais da organização se compor-
nos padrões de trabalho. São também chamadas de processos, tam e sobre os quais todas as relações e decisões organizacionais
métodos ou metodologias de gestão. estão baseadas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Visão de futuro – representação do que a organização espera O plano estratégico tem como fim ser o roteiro que deve ser
de si mesma e de seu desempenho dentro de um cenário futuro. É seguido pelos envolvidos na implementação das estratégias e
uma projeção de si mesma, com base em suas expectativas. táticas desenvolvidas durante o planejamento. “Os movimentos
estratégicos das empresas referem-se às constantes buscas por
Estrutura do planejamento (estratégico, tático, operacional) vantagens competitivas no ambiente econômico onde se desenrola
O Planejamento Estratégico fundamenta-se nos princípios da o processo de concorrência.” (ANGELONI e MUSSI, 2008).
prevenção de problemas e na visão de longo alcance como estraté- Os três níveis de decisão em uma organização correspondem
gia para o progressivo desenvolvimento institucional. Como se esta- aos três tipos de planejamento: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO,
belecem as diretrizes estratégicas, os fatores críticos para o sucesso PLANEJAMENTO TÁTICO e PLANEJAMENTO OPERACIONAL.
e os principais planos estratégicos, e como são desdobrados em
planos e metas para todas as áreas, para os fornecedores e parcei- Planejamento Visão, arquitetura,
ros da organização, considerando-se os objetivos da organização. 3 a 5 anos
Estratégico objetivos do negócio
O planejamento estratégico consiste em definir-se de maneira
clara, participativa e com base em um diagnóstico atual e futuro dos Planejamento Alocação de recursos,
1 a 2 anos
ambientes interno e externo, a direção que se quer dar à organiza- Tático seleção de projetos
ção, formulando missão, visão e valores, e ainda programar e con- Planejamento 6 meses a Atendimento de
trolar os objetivos, as estratégias3 e os planos de ações definidos. É Operacional 1 ano prazos e orçamento
o modelo de gestão que pauta a administração pública gerencial.4

Nível
Estratégico
o

Nível
Tático

Nível
operacional
– TEMPOS E CONTEÚDO DO PLANEJAMENTO

Figura – Níveis de planejamento

O Planejamento Estratégico está relacionado com os objetivos


Figura – Pensamento estratégico de longo prazo e com as ações que afetarão a organização como um
todo. Deve-se privilegiar a eficácia, a eficiência e a efetividade. “O
Fonte: LONA, Miriam, 2009. processo administrativo que proporciona sustentação metodológi-
ca para se esclarecer a melhor direção a ser seguida pela empresa,
Percebe-se que o planejamento estratégico tem, na atualida- visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando
de, um amplo leque de definições, especialmente no que tange a de forma inovadora e diferenciada” (OLIVEIRA, 2002).
abrangência e aplicabilidade (esse conceito refere-se ao processo O plano que ocupa a categoria “Estratégica” tem como foco a
de planejar como um todo). O plano, por sua vez, refere-se ao empresa ou unidade de negócios como um todo. Ele aborda todos
documento que consolida e contempla os resultados das atividades os aspectos diretos e indiretos vinculados aos negócios, tendo
desenvolvidas durante o processo de planejamento que, por si só, como horizonte temporal o longo prazo, ou seja, tem como objetivo
tem importância secundária, já que o processo de planejamento preparar a empresa para o futuro. O mesmo serve, adicionalmente,
promove o amadurecimento e desenvolvimento efetivo das pesso- como orientador para que os planos de nível hierárquico inferior
as envolvidas e, consequentemente, das empresas. (táticos e operacionais) possam ser elaborados, criando, assim,
uma consonância de pensamento entre os diversos níveis de co-
laboradores da empresa. Esse é, usualmente, desenvolvido pela
alta administração (presidência, diretoria e alta gerência) enquanto
3. “Caminho, maneira ou ação formulada e adequada para alcançar, preferen- que, empresas pequenas e médias empresas, pelos proprietários,
cialmente, de maneira diferenciada, os objetivos e desafios, estabelecidos, no
diretores e gerentes (Marcos Dortes, 2009).
melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente” (Djalma Oliveira). “A
estratégia consiste de ações e abordagens comerciais que a gerência emprega
para atingir os objetivos de desempenho da empresa. “ (Arthur Thompson). Este tipo de planejamento exige maior atuação do grupo estra-
4. A administração pública gerencial caracteriza-se, entre outras coisas, pela tégico e envolve toda a organização; é direcionado a longo prazo;
descentralização política (os recursos são transferidos para os níveis regionais foca o futuro e o destino; tem ação global. É o resultado de análises
e locais) e administrativa, em que os administradores públicos são transforma- dos ambientes externos e internos à empresa cujos cenários podem
dos em gerentes autônomos. Organizações que adotam esse modelo gerencial mudar a qualquer momento. Por isso, deve ser sempre monitorado
contam com poucos níveis hierárquicos, e nelas existe confiança limitada, em
para que os ajustes sejam feitos periodicamente, deixando-os atu-
substituição à desconfiança total, em relação aos funcionários e dirigentes.
Trata-se de administração voltada para o atendimento do cidadão e aberta ao alizados. Está associado a uma linha de atuação de forma a atingir
controle social. objetivos de longo prazo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Define qual o negócio da organização, onde ela está hoje e onde quer chegar. Para isso, fixa macro-objetivos que necessitam ser
detalhados e compatibilizados com as possibilidades a cada ponto de sua execução. É o caminho a ser seguido pela organização, como
forma de responder às mudanças do ambiente. Deve levar em conta:
• Ameaças e Oportunidades do ambiente externo
• Expectativas da sociedade
• Valores (princípios, motivações)
• Pontos Fortes e Fracos da Organização

No Planejamento Estratégico, premissas são os grandes balizamentos que mediante análise do ambiente interno e externo orientarão
as ações da empresa. Servem para comunicar os princípios éticos e as intenções maiores da empresa. As premissas são compostas de:
• Missão: Razão de ser da Instituição, do grupo ou organização que planeja.
• Visão de Futuro: Situação desejada onde se pretende chegar.
• Valores: São crenças, normas, princípios ou padrões que orientam a atuação da organização. Também expressam motivações e
necessidades dos componentes das organizações.

Figura – Esquema do planejamento estratégico


Fonte: Chiavenato, 2005.

A situação futura será diferente da situação atual. É fundamental buscar reduzir incertezas e riscos. O planejamento deve ser sistê-
mico, único e integrado. A instituição deve estar permanentemente buscando competitividade. As etapas do planejamento estratégico
envolvem:
• Tendências de mercado
• Potencial de mercado
• Análise da concorrência
• Análise SWOT
• Segmentação
• Visão (Obstáculos/Resoluções)
• Objetivos numéricos de longo prazo
• Estratégias para atingir a visão
• Pessoas/Pensamento
• Execução/Controle

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
No entanto, a realização de um planejamento estratégico, por - quais as expectativas dos dirigentes com relação aos resulta-
si só, não garante os resultados. É necessário desenvolver o plane- dos.
jamento tático e o planejamento operacional, de modo que sejam Esta etapa é fundamental para que não se inicie o processo de
elaborados os planos de ação de cada item sugerido e implementa- planejamento estratégico em momento errado. Esta avaliação pode
do com o seu devido acompanhamento. ser feita em uma reunião ou em circulação pela organização.
As organizações planejam a fim de identificar o que deve ser
feito. Para saber qual a direção a ser tomada, é a questão do foco. Etapa 2 – Sensibilização
Não há como identificar necessidades sem ter conhecimento do Uma vez identificada a necessidade de se desenvolver um
meio social em que está inserido e de sua realidade interna. Segun- planejamento estratégico, é fundamental sensibilizar os integrantes
do Mintzberg (1994), a organização precisa planejar porque: de toda a organização para a importância do planejamento, desmis-
• necessita coordenar suas atividades de modo integrado; tificando os “fantasmas” que existem em torno de qualquer ação
• necessita considerar o futuro: que provoque mudança.
• Preparar-se para o inevitável;
• Ter opções frente ao indesejável; Etapa 3 – Diagnóstico Estratégico
• Controlar o controlável. Após a etapa da sensibilização, o próximo passo a ser dado é
• precisa de racionalidade através da adoção de procedimentos o desenvolvimento de um diagnóstico estratégico mais detalhado
formalizados, padronizados e sistemáticos; da real situação da organização e de seu ambiente externo – meio
• necessita exercer controle. social. É também chamado de análise situacional.
Vale a pena observar que deve ser apenas um roteiro, poden-
A questão do que fazer é a fixação dos objetivos que poderão do-se acrescentar variáveis e alterando o que pensar ser interes-
ser desenvolvidos em um planejamento. Planeja-se: sante, a fim de adaptá-lo à realidade da organização na qual está
1. Para verificar prioridades – por que fazer? sendo desenvolvido o diagnóstico estratégico. Para poder otimizar
2. Para estabelecer metas – quando fazer? os resultados de qualquer diagnóstico é sempre bom considerar os
3. Para definir estratégias e ações – como fazer? conceitos de ponto forte, ponto fraco, oportunidade e ameaça:
4. Para estabelecer responsabilidades – quem fará? • Ponto Forte: é uma diferenciação da organização que lhe
5. Para delinear recursos – qual o custo? proporciona uma vantagem competitiva;
6. Para executar e acompanhar. • Ponto Fraco: é um aspecto negativo da organização que lhe
proporciona uma desvantagem competitiva;
Antes de desenvolver um planejamento estratégico é impor- • Oportunidade: é uma força ambiental externa que pode criar
tante saber que existem muitas metodologias para essa finalidade. uma situação favorável para a organização;
Desde a década de 1970, autores clássicos como Ansoff e Steiner • Ameaça: é uma força ambiental externa que cria uma situa-
passaram a ver a formulação de estratégias como um processo ção de risco para a organização e que não pode ser evitada.
formal, separado e sistemático. O modelo básico de planejamento,
Um roteiro no estilo de lista de verificação ou check list pode
desenvolvido por Steiner surgiu dividido em seis etapas:
ser utilizado para o desenvolvimento estratégico.
• Fixação de objetivos;
• Auditoria Externa;
Etapa 4 – Definição da base estratégica corporativa
• Auditoria Interna;
Esta etapa consiste em definir missão, visão, negócio e con-
• Avaliação da Estratégia;
sequentemente slogan, valores e objetivos para a organização.
• Operacionalização da Estratégia e
Abordando os temas separadamente, temos que:
• Programar o processo.
– A missão deve representar o que a organização quer ser.
A direção do planejamento estratégico, o nível hierárquico de Tem uma conotação futura. Da mesma forma que a etapa de
início, pode ser uma opção. Existem organizações que preferem sensibilização, a definição da missão pode ser feita a partir de uma
desenvolvê-la a partir do nível estratégico em direção ao nível ope- reunião com a cúpula da organização, com as pessoas-chave ou até
racional. A duplicidade de escolhas tem seus aspectos negativos e mesmo com todos os colaboradores.
positivos: Há várias maneiras de se desenvolver uma missão, se tivermos
• A primeira demanda maior envolvimento da cúpula e pode em mão algumas perguntas, esse processo ficará mais simples. As
acarretar falta de comprometimento do nível operacional. Este pro- questões que devem ser colocadas:
blema pode ser sanado se a questão motivacional e de explicitação • O que devemos fazer?
dos benefícios for bem trabalhada. • Qual o perfil de nosso “cliente”?
• A segunda busca uma visão geral do que a maior parte dos • Como devemos atender nossos “clientes”? Quais meios
colaboradores (servidores) deseja. Mas pode não ter nada a ver devem ser escolhidos?
com o que a cúpula almeja para a organização. • Qual a responsabilidade social que devemos ter?

Uma forma eficiente de desenvolver um planejamento estraté- – A visão deve representar um sonho a ser perseguido.
gico pode se dar em etapas: Há organizações que querem sobressair pelo tamanho (porte)
e outras pela qualidade de seus produtos e serviços, e há ainda as
Etapa 1 – Pré-diagnóstico que querem as duas coisas. Cabe a cada organização, e a seu gestor
Em uma organização esta etapa é visualizada como um “pri- ou gestores, escolher o caminho e o seu sonho.
meiro olhar” sobre ela e seu ambiente externo, conversas informais
com os dirigentes nos dirão se: A partir da definição de negócio, pode-se formular um slogan
- a organização precisa de um planejamento; para a organização, que poderá e deverá ser usado como marketing
- quem poderia desenvolver esse planejamento; institucional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
– Os valores devem representar a forma de conduta de todas as pessoas da organização.
Após a apresentação dos valores de uma organização, desenvolve-se uma justificativa, no sentido de explicar por que aquele valor é
importante para a organização.
– Os objetivos estratégicos representam um resultado a ser atingido.

Etapa 5 – Definição de estratégias


Para cada estratégia definida, deve-se atribuir uma nota aos fatores. Quanto maior o valor atribuído, maior será o nível de gravidade,
urgência ou tendência. A matriz GUT entra em ação.

Etapa 6 – Definição de Planos de Ação


Para cada estratégia definida, um conjunto de ações, para cada ação uma meta e um responsável em administrá-la. Envolvendo todos
os níveis hierárquicos no planejamento elaborado dentro de um cronograma de execução.

Etapa 7 – Definição de recursos


Todos os gastos devem ser calculados, mesmo que a organização não vá gastar além dos desembolsos normais, tendo em vista que a
partir do momento que as pessoas estão envolvidas com qualquer tipo de atividade, isso representa gasto para a organização.

Etapa 8 – Implementação
Nesta etapa, pode-se definir como será deflagrado o processo de implementação do planejamento e deve-se desenvolver um rela-
tório detalhado do que foi planejado e distribuído aos responsáveis pelos objetivos, estratégias e ações. E mais, um relatório resumido e
personalizado para as outras pessoas.

Etapa 9 – Monitoração, Avaliação e Controle


Como as mudanças ambientais não param somente porque estamos implementando um planejamento, deve-se definir o responsável
pelo monitoramento, isto é, quem irá refazer o diagnóstico estratégico e com qual periodicidade.
Segundo Dortes (2009), a atividade de planejamento estratégico não é uma atividade estática, que uma vez realizada termina em si
própria. Planejamentos estratégicos devem ser realizados e revisados periodicamente, de forma que as diversas mudanças ambientais
possam ser devidamente tratadas, no sentido de que a empresa continue ou efetue ajustes de rota para se manter sempre no melhor
caminho que a leve a seus objetivos e consequentemente a seu sucesso. Neste sentido o processo de planejamento estratégico torna-se
uma atividade cíclica, com periodicidade de revisão anual ou de bienal. A figura abaixo ilustra um ciclo típico de planejamento.

Figura – Dinâmica de planejamento


Fonte: Marcos Dortes, 2009.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
No conjunto “Ambiente Interno”, encontram-se todos os elementos pertencentes ao ambiente interno da empresa, foco do pla-
nejamento, que por sua vez não só a influenciam como também interferem direta ou indiretamente no processo de planejamento. Os
elementos ambientais internos: pontos fortes e fracos, aspectos dos produtos, aspectos da área comercial (estrutura, experiência, número
de funcionários, grau de atuação e agressividade, maturidade, política comercial, canais de distribuição etc.), área de marketing, área
produtiva, área de logística, dentre outros diversos.
Já no conjunto “Ambiente Externo”, encontram-se todos os elementos pertencentes ao ambiente da empresa foco do planejamento,
que por sua vez não só a influenciam como também interferem direta ou indiretamente no processo de planejamento. Os elementos am-
bientais externos: riscos, oportunidades, mercados alvo, perfil dos consumidores, hábitos de compra e consumo, concorrência (número de
concorrentes, distribuição, grau de agressividade, grau de experiência, posicionamento etc.), aspectos macroeconômicos, político-sociais,
tecnológicos, reguladores, dentre outros (DORTES, 2009).
A ferramenta mais utilizada para a definição de cenários é a matriz de análise SWOT. O termo vem do inglês e representa as iniciais
das palavras Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Assim, a análise estratégica
da organização se divide em:
• Análise do Ambiente Externo – Permite construir uma visão integrada das principais tendências de curto, médio e longo prazos do
contexto de atuação, sinalizando as oportunidades5 e ameaças6, no cumprimento de sua Missão e na construção de sua Visão de Futuro.
• Análise do Ambiente Interno – Análise das características internas da organização vai revelar, sob um ponto de vista estratégico, as
forças7 e fraquezas8, bem como, permite identificar as suas causas.

O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, uma vez que ele é resultado das estratégias de atuação definidas
pelos próprios membros da organização. Desta forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao
máximo; e quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito.
Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas, apesar de não poder controlá-lo, a empresa deve
conhecê-lo e monitora-lo com frequência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar ameaças nem sempre é
possível, no entanto pode-se fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA).

Análise AMBIENTE INTERNO


A Situacional
Predominância de Predominância de
M Pontos Fracos Pontos Fortes

B Postura Estratégica: Postura Estratégica:


Predominância de Sobrevivência Manutenção
I Ameaças

E
- Redução de - Estabilidade
custos
- Nicho
N - Desinvestimento
- Especialização
T - Liquidação

E
Predominância de Postura Estratégica: Postura Estratégica:
Oportunidades Crescimento Desenvolvimento

E - Inovação - De produção
X
- Parcerias
- De usuários
T -
-
De capacidade
Expansão
E - De estabilidade
R - De diversificação
N
O

Figura – Análise estratégica da organização

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um processo de planejamento estratégico é basicamente um processo de mudança.
Ele visa reduzir a lacuna existente entre o ganho de desempenho incremental, decorrente de uma evolução “natural” da situação atual, e
o esempenho necessário. Superar essa lacuna demanda alteração do status quo, o que gera processos comuns de reação.
A reação diante da mudança tem fonte nas incertezas, novas condições de prestação de contas, alteração nos hábitos profissionais
estabelecidos, mudanças técnicas e sociais. Há quatro grupos de posicionamento tipicamente identificados em pessoas envolvidas em
processos de mudança. Esses grupos podem ser agregados em dois conjuntos de características comportamentais. O processo de comu-
nicação da estratégia precisa levar as pessoas do primeiro grupo ao segundo.

5. Oportunidades são situações, tendências ou fenômenos externos à organização, atuais ou potenciais, que podem contribuir em grau relevante e por longo tempo
para a realização de sua missão e objetivos e/ou para o alcance de um bom desempenho.
6. Ameaças são situações, tendências ou fenômenos externos à organização, atuais ou potenciais, que podem prejudicar substancialmente e por longo tempo para a
realização de sua missão e objetivos e/ou para o alcance de um bom desempenho.
7. Forças (pontos fortes) são fenômenos ou condições internas capazes de auxiliarem, por longo tempo, o desempenho ou o cumprimento da missão e dos objetivos.
8. Fraquezas (pontos fracos) são situações, fenômenos ou condições internas, que podem dificultar a realização da missão e o cumprimento dos objetivos.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Figura – conjuntos de características comportamentais


Fonte: Conselho Nacional de Justiça-CNJ

Os processos de planejamento estratégico definem três graus de intensidade de mudanças nas organizações:
• Satisfação = é encontrada nos processos em que os aspectos financeiros relacionados são preocupações básicas, não possuindo,
assim, outros desdobramentos tais como expansão, refinamento operacional, melhoria de qualidade ou outros.
• Otimização = pode ser considerada um avanço da “Satisfação”, pois busca também, além da otimização e maximização dos aspectos
financeiros, a otimização dos processos diversos da organização, porém atêm-se, somente, ao ambiente interno da empresa.
• Adaptação = pode ser considerada um avanço da “Otimização”, pois, por ser mais abrangente, estabelece o equilíbrio entre o
ambiente interno e externo como preocupação, promovendo, assim, a melhoria constante do processo, independente das alterações do
ambiente externo.

O Processo de Gestão da Estratégia (PGE) enfatiza três elementos gerenciais, quais sejam:
• O ciclo de gestão da operação: diz respeito ao planejamento, organização, liderança e avaliação das operações;
• A gestão de projetos: diz respeito ao planejamento, organização, liderança e avaliação da execução da carteira de projetos necessá-
rios à implementação de uma dada estratégia (ou, à entrega de uma missão); e,
• O ciclo de aprendizado estratégico: diz respeito à avaliação da execução da estratégia escolhida pela organização (ou, à entrega de
sua missão).

Na análise do ambiente externo, a análise PEST é uma ferramenta do planejamento estratégico, consistindo na análise de quatro
variáveis do ambiente externo: Político-legal, Econômico, Sócio-cultural e Tecnológico.
Uma ferramenta utilizada para a prospecção de cenários é a análise PEST. Segundo Castor (2000, p. 05) “O acrônimo PEST é utilizado
para identificar quatro dimensões de análise ambiental de natureza qualitativa de fenômenos dificilmente quantificáveis: a Política, a
Econômica, a Social e a Tecnológica”. O mesmo afirma que essa ferramenta torna-se mais útil quando utilizada conjuntamente com outros
instrumentos de análises, e a limitação quanto à quantidade de variáveis a ser investigadas tem uma razão de ser. Pois, quando há um
excesso de informações, uma empresa pode ficar imobilizada, com receio de deixar uma variável importante de lado, perdendo o foco e
deixando de agir tempestivamente. Contudo, mesmo sendo uma ferramenta de análise qualitativa, Castor (2000) afirma que a utilização
de métodos quantitativos seja importante, onde são atribuídas probabilidades a cada uma das variáveis, e feitas avaliações sobre os
impactos das mesmas sobre a capacidade da empresa de alcançar seus objetivos corporativos (SOBER, 2010).9
Na análise do ambiente interno, recomenda-se a Cadeia de valor, que consiste na análise de adequação e suficiência do sequencia-
mento dos processos necessários ao fornecimento dos serviços aos clientes.
Segundo Kaplinsky e Morris (2000), a cadeia de produção é chamada de cadeia de valor, que consiste no arranjo das atividades
necessárias para produzir um bem ou serviço, desde a sua concepção, passando pelas diferentes fases da produção até a entrega para
o consumidor final. Sob esse enfoque, os agentes presentes em cada um dos elos da cadeia de produção dão a sua contribuição para
aumentar o valor do produto final. Vale ressaltar que o produto que chega ao consumidor final é a soma dos valores adicionados por
cada um dos elos ao longo da cadeia produtiva, resultado da ação dos agentes e da coordenação entre eles (BESANKO et al., 2004). Sendo
assim, as condições em que o produto chega ao consumidor final depende tanto das atividades internas à organização quanto da sua
coordenação com os outros elos da cadeia produtiva da qual faz parte.
Vale ressaltar que as relações entre os diferentes elos de uma cadeia produtiva geralmente são desiguais, o que revela a presença de
agentes que capturam maior valor do que outros ao longo da cadeia (Roberta de Castro Souza e João Amato Neto, 2005).10
A abordagem do planejamento estratégico e o desdobramento dos planos da organização incluem o desenvolvimento, a tradução
e o desdobramento eficaz dos requisitos globais de desempenho (operacional e em relação aos clientes), provenientes da estratégia.
Enfatizam, portanto, que a qualidade centrada no cliente e a excelência do desempenho operacional são questões estratégicas críticas
que, obrigatoriamente, precisam ser partes integrantes do planejamento da organização.

9. Obtido em http://www.sober.org.br/palestra/15/744.pdf
10. Obtido em ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/asp1-2-05.pdf

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Deste modo, a melhoria e a aprendizagem devem fazer parte Maximiano explica:
das atividades diárias de todas as unidades de trabalho. O papel • Objetivos – o principal é fornecer alguma combinação de
fundamental do planejamento estratégico é direcionar o trabalho produtos e serviços, do qual decorrem outros objetivos, tais como
cotidiano, alinhando-o com as diretrizes estratégicas da organização satisfazer clientes, gerar lucros para sócios, gerar empregos, promo-
e assegurando, dessa forma, que a melhoria reforce as prioridades ver bem-estar social etc.
da organização.
O Planejamento Tático são os objetivos de médio prazo. É o • Recursos – as pessoas são o principal recurso tangível das
planejamento dos subsistemas organizacionais. organizações; além dos recursos humanos são necessários recur-
O plano que ocupa a categoria “Tático” tem como foco os sos materiais, recursos financeiros e recursos intangíveis (tempo,
departamentos operacionais da empresa. Com base na visão, ob- conhecimentos, tecnologias).
jetivos e metas preestabelecidas pelo plano estratégico, os planos • Processos de transformação – os processos viabilizam o alcan-
táticos tratam de estabelecer seus próprios objetivos e metas que, ce dos resultados, pois são um conjunto ou sequência de atividades
sendo cumpridos, colaborarão para o cumprimento dos objetivos e interligadas com início, meio e fim, combinando os recursos para
metas maiores (Marcos Dortes, 2009). fornecer produtos ou serviços. É a estrutura de ação de um sistema,
Este tipo de planejamento exige maior atuação do grupo sendo os mais importantes: processo de produção (transformação
gerencial e envolve cada departamento; é direcionado a médio
de matérias-primas) e processo de administração de recursos
prazo; foca o mediato; tem Ação departamental. Tem por objetivo
humanos (transformação de necessidades de mão-de-obra em
otimizar determinada área de resultado e não a empresa como
pessoas capacitadas e motivadas para atuarem na organização).
um todo. Trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias
• Divisão do trabalho – cada pessoa e cada grupo de pessoas
e políticas fixadas no planejamento estratégico. Desenvolve-se em
níveis organizacionais inferiores e busca a utilização eficiente dos são especializadas em tarefas necessárias ao alcance dos objetivos
recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente da organização, sendo que a especialização faz superar limitações
estabelecidos, segundo uma estratégia predeterminada. Visa às individuais. A soma das especializações de cada um produz sinergia,
políticas orientativas para o processo decisório da empresa. Pode um resultado maior que o trabalho individual.
ser: mercadológico, financeiro, de recursos humanos, de produção,
organizacional etc. Para Robbins, Decenzo e Wolter (2012, p.127), organização “é
Enquanto o planejamento estratégico relaciona-se com obje- a ordenação e agrupamento de funções, alocação de recursos e
tivos de longo prazo (institucionais) e com maneiras e ações para atribuição de trabalho em um departamento para que as atividades
alcançá-los que afetam a empresa como um todo, o planejamento possam ser realizadas conforme o planejado”.
tático relaciona-se a objetivos de mais curto prazo e com maneiras Segundo Chiavenato (2009), a organização é um sistema de
e ações que geralmente, afetam somente uma parte da empresa. atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas,
O Planejamento Operacional está relacionado com os objetivos que cooperam entre si, comunicando-se e participando em ações
a curto prazo e com os níveis hierárquicos mais baixos da organi- conjuntas a fim de alcançarem um objetivo comum. Continua o
zação. Consiste nos planos de ação ou planos operacionais, que autor em uma abordagem mais ampla:
formalizam o processo de planejamento. “É a formalização, prin- As organizações são unidades sociais (ou agrupamentos huma-
cipalmente através de documentos escritos, das metodologias de nos) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir
desenvolvimento e implantação estabelecidas” (OLIVEIRA, 2002). objetivos específicos. Isso significa que as organizações são constru-
O plano que ocupa a categoria “Operacional” ou de “Ação” ídas de maneira planejada e elaboradas para atingir determinados
nada mais é do que um desdobramento dos planos táticos que objetivos. Elas também são reconstruídas, isto é, reestruturadas e
contempla o detalhamento de ações, recursos, tempos, prazos, redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou que se
enfim, todo o necessário ao cumprimento dos objetivos e metas es- descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e me-
tabelecidas nos planos táticos. Usualmente, são desenvolvidos por nor esforço. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta
chefes de departamento, supervisores ou outros níveis próximos do e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a constantes
escalão executivo(Marcos Dortes, 2009). mudanças (CHIAVENATO, 2009, p.12-13).
Este tipo de planejamento exige também maior atuação do
Uma organização é a coordenação de diferentes atividades de
grupo gerencial e envolve cada tarefa/atividade; é direcionado
contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transações
a curto prazo; foca o imediato/presente; tem ação específica. É a
planejadas com o ambiente. Esse conceito utiliza a noção tradicio-
formalização das metodologias de desenvolvimento e implantação
nal de divisão de trabalho ao se referir às diferentes atividades e
estabelecidas. Apresenta-se principalmente através de documentos
escritos. São os planos de ação ou planos operacionais, que corres- à coordenação existente na organização e aos recursos humanos
pondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento como participantes ativos dos destinos dessa organização.
tático. Seu conteúdo abrange: No que se refere à importância econômica e social, a organi-
• Recursos necessários para desenvolvimento e implantação zação permite o emprego dos fatores de produção (terra, capital,
• Procedimentos básicos a serem adotados trabalho, tecnologia etc.) para satisfazer necessidades humanas de
• Produtos ou resultados finais esperados modo racional e sustentável, uma vez que os bens são escassos e as
• Prazos estabelecidos necessidades são ilimitadas.
• Responsáveis pela sua execução e implantação Com a transformação de recursos em produtos e serviços, a
sociedade se beneficia com a geração de renda, empregos, tributos,
Organização infra-estrutura, serviços públicos e o equilíbrio do mercado.
O Prof. Antonio C. A. Maximiano define organização como “um Quanto aos tipos de organização, as organizações podem ser
sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo públicas ou privadas; com fins econômicos (lucrativos) ou não.
(ou conjunto de objetivos). Além de objetivos e recursos, as orga- Como pessoas jurídicas, sua tipologia segue o Código Civil (Lei
nizações têm dois outros componentes importantes: processos de 10.406, de 2002):
transformação e divisão do trabalho” (2010, p.3).

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• Pessoas jurídicas de direito público interno – União, Estados, 1. Por funções (ou funcional).
Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias (inclusive as 2. Por produtos ou serviços.
associações públicas) e demais entidades de caráter público criadas 3. Por localização geográfica.
por lei (art. 41); 4. Por clientes.
• Pessoas jurídicas de direito público externo – Estados estran- 5. Por fases do processo.
geiros e todas as pessoas regidas pelo direito internacional público 6. Por projetos.
(art. 42);
• Pessoas jurídicas de direito privado – associações, socieda- Departamentalização por Funções
des, fundações, organizações religiosas e partidos políticos (art. 44). Características: Agrupamento das atividades de acordo com as
Destas, somente as sociedades possuem fins econômicos. funções principais da empresa.
Funções organizacionais são as tarefas especializadas que
ocorrem nos processos da organização, resultando em produtos e Vantagens:
serviços. De acordo com Maximiano, as funções mais importantes • Agrupa especialistas comuns em uma única chefia.
são: • Garante plena utilização das habilidades técnicas das pessoas.
• Operações – também chamada de produção, é a responsável • Permite economia de escala pela utilização integrada de
pelo fornecimento do produto ou serviço, por meio da transforma- pessoas e produção.
ção dos recursos. • Orienta as pessoas para uma única e específica atividade.
• Marketing – seu objetivo básico é estabelecer e manter a • Indicada para condições de estabilidade.
ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários • Reflete auto-orientação e introversão administrativa.
ou público-alvo, realizando atividades de desenvolvimento de pro-
dutos, definição de preços, propaganda e vendas etc. É uma função Desvantagens:
que ocorre tanto em organizações lucrativas como naquelas que • Reduz a cooperação interdepartamental.
não visam lucro em suas operações. • Inadequada quando a tecnologia e ambiente são mutáveis.
• Finanças – responsável pelo dinheiro da organização, busca • Dificulta adaptação e flexibilidade a mudanças externas.
a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, inclusive • Faz com que pessoas focalizem sub objetivos de suas espe-
a maximização do lucro quando se trata de empresas. Preocupa-se cialidades.
com a liquidez para saldar obrigações da organização e abrange
financiamento (busca de recursos financeiros), investimento Departamentalização por Produtos/Serviços
(aplicação), controle do desempenho financeiro e destinação dos Características: Agrupamento das atividades de acordo com
resultados. o resultado da organização, ou seja, de acordo com o produto ou
serviço realizado.
• Recursos humanos – também chamada de gestão de pessoas,
busca encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização
Vantagens:
necessita, envolvendo atividades anteriores à contratação do fun-
• Fixa a responsabilidade dos departamentos para um produto
cionário e posteriores ao seu desligamento, tais como: planejamen-
ou serviço.
to de mão-de-obra, recrutamento e seleção, treinamento, avaliação
• Facilita a coordenação interdepartamental.
de desempenho e remuneração etc.
• Facilita a inovação, que requer cooperação e comunicação de
• Pesquisa e Desenvolvimento – busca transformar as informa-
vários grupos.
ções de marketing, as ideias originais e os avanços da ciência em
• Indicada para circunstâncias externas mutáveis.
produtos e serviços. Identifica e introduz novas tecnologias, bem • Permite flexibilidade.
como melhora os processos produtivos para redução de custos.
Desvantagens:
Departamentalização • Dispersa os especialistas em subgrupos orientados para
A departamentalização é uma forma de fracionar a estrutura diferentes produtos.
organizacional (divisões, seções, diretorias, departamentos, co- • Contra-indicada para circunstâncias externas estáveis.
ordenações, serviços etc.), objetivando agrupar as atividades que • Provoca problemas humanos de temores e ansiedades com
possuem uma mesma linha de ação, de forma a aumentar a eficiên- a instabilidade.
cia, o controle, e descentralizar a autoridade e a responsabilidade. • Enfatiza a coordenação em detrimento da especialização.
Representa a divisão do trabalho no sentido horizontal, ou seja,
em sua variedade de tarefas, uma vez que a divisão do trabalho no Departamentalização Geográfica
sentido vertical refere-se aos níveis de autoridade. Características: Agrupamento das atividades de acordo com o
Surge diante da necessidade de se aumentar a perícia, a efici- território, região ou área geográfica.
ência e a melhor qualidade do trabalho em si, correspondendo a
uma especialização de atividade e de conhecimentos. Vantagens:
O grau de complexidade/diferenciação estrutural do núcleo • Assegura o sucesso da organização pelo ajustamento às
operacional está relacionado predominantemente aos seguintes condições locais.
fatores (definidores de critérios de departamentalização): a) dife- • Fixa a responsabilidade de desempenho e lucro em cada local
renciação de produtos/serviços/áreas de resultado; b) segmentos ou região.
de beneficiários; c) regiões de atuação; d) temas ou questões re- • Encoraja os executivos a pensar em termos de sucesso no
levantes (vínculos institucionais, assuntos sensíveis que envolvem território.
riscos, regulações governamentais etc.); etc. (MARTINS, 2010). • Indicada para empresas de varejo.
Idalberto Chiavenato, em sua obra Introdução à Teoria Geral • Indicada para condições de estabilidade.
da Administração, apresenta os seguintes tipos de departamenta- • Permite acompanhar variações locais e regionais.
lização:

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Desvantagens: Desvantagens:
• Reduz a cooperação interdepartamental. • O projeto tem vida planejada. É descontínuo.
• Ocorre principalmente nas áreas de marketing e produção. • Quando ele termina a empresa pode desligar pessoas ou
• Inadequada para a área financeira. paralisar equipamentos.
• Produz ansiedade e angústia nas pessoas pela sua desconti-
Departamentalização por Clientes nuidade.
Características: Agrupamento das atividades de acordo com os
tipos de clientes servidos. Maximiano acrescenta a departamentalização por Áreas do
Conhecimento, ou seja, linhas de produto – comum em escolas,
Vantagens: laboratórios e institutos de pesquisa. Nessas organizações, os
• Quando a satisfação do cliente é o aspecto mais crítico da departamentos são criados para realizar atividades especializadas
organização. nas diferentes áreas do conhecimento, por exemplo: contabilidade,
• Quando o negócio depende de diferentes tipos de clientes. economia, engenharia elétrica etc. “Este tipo de organização pro-
• Predispõe os executivos a pensar em satisfazer as necessida- move a concentração de pessoas com as mesmas competências e
des dos clientes. que normalmente têm interesses similares de estudo e ensino. Por
• Permite concentrar competências sobre distintas necessida- isso, facilita o desenvolvimento da competência técnica e a acumu-
des dos clientes.
lação de conhecimentos” (MAXIMIANO, 2010, p.155).
Chiavenato, fazendo uma apreciação crítica da departamen-
Desvantagens:
talização, destaca os seguintes pontos: a) constitui ainda hoje o
• As demais atividades da organização – produção, finanças –
critério básico de estruturação das empresas; b) apesar de crité-
tornam-se secundárias ou acessórias face à preocupação exclusiva
com o cliente. rios mais recentes, não se descobriu ainda uma melhor maneira
• Os demais objetivos da organização – como lucratividade, de organizar empresas; c) mesmo a organização por equipes e o
produtividade, eficiência – podem ser sacrificados em função da modelo adhocrático não conseguiram substituir inteiramente os
satisfação do cliente. critérios de departamentalização; d) o departamento (ou unidade
organizacional) ainda prevalece apesar de todo o progresso na
Departamentalização por Processo teoria administrativa.
Pinheiro et al (2012) relatam que o Modelo Adhocrático (la-
Características: Agrupamento das atividades de acordo com o tim ad hoc = para este fim) surgiu como resposta a um ambiente
fluxo do processo produtivo. dinâmico e mutável, onde as organizações necessitam de modelos
inovadores que rompam com padrões pré-estabelecidos. De
Vantagens: acordo com Mintzberg, o modelo Adhocrático propõe um sistema
• Muito utilizada no nível operacional de áreas de produção ou gerencial baseado em projetos, ou seja, sistema provisório, variável
de operações. e adaptável, no qual as equipes precisam ser enxutas e multidisci-
• Garante plena utilização e vantagens econômicas do equipa- plinares e ter um objetivo específico. Tal formato reduz burocracias,
mento ou tecnologia. possibilitando maior troca de informações, criando equipes coesas
• A tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para e comprometidas, nas quais os níveis hierárquicos tornam-se
o agrupamento. horizontalizados, pois cada projeto terá um líder que possua as
• Enfatiza o processo. habilidades necessárias para cumprir os objetivos específicos de
• Permite ações de reengenharia dos processos e de enxuga- cada projeto (MINTZBERG, 2000).11
mento. No artigo “Bases Conceituais de um Modelo de Gestão para Or-
ganizações Baseadas no Conhecimento”, o Prof. Heitor José Pereira
Desvantagens: fala das vantagens do modelo adhocrático:
• Inadequada quando a tecnologia e ambiente são mutáveis. MINTZBERG (1998) cita que as formas organizacionais tradi-
• Pouca flexibilidade a mudanças internas ou externas. cionais não são capazes de introduzir “sofisticação inovadora”. O
• Centraliza demasiadamente a atenção no processo produtivo.
modelo adhocrático é o que melhor responde a essa necessidade.
Numa adhocracia, os gerentes “raramente gerenciam no sentido
Departamentalização por Projetos
usual de dar ordens; em vez disso, passam boa parte do tempo
Características: Agrupamento das atividades de acordo com os
agindo na forma de elemento de ligação, para coordenar o trabalho
projetos planejados pela empresa.
lateralmente, entre as diversas equipes que executam seu trabalho”
Vantagens: (MINTZBERG, 1998, p. 239)
• Agrupa equipes multifuncionais em projetos específicos de QUINN (1998) destaca que as grandes companhias inovadoras
grande porte. tentam manter toda a organização horizontal e as equipes de proje-
• Ideal para empresas cujos produtos envolvam concentração tos pequenas, constituindo-se de seis a sete pessoas, que segundo
de recursos e tempo. o autor, propiciam massa crítica de habilidades e o máximo de
• Ideal para estaleiros, obras de construção civil ou industrial, comunicação e comprometimento entre os membros.
hidroelétricas. Grupos de pequenas equipes multidisciplinares reunidos sem
• Facilita o planejamento detalhado para a execução de produ- barreiras organizacionais ou físicas para o desenvolvimento de no-
tos de grande porte. vos produtos, utilizados por grandes empresas, imita as práticas das
• Adapta a empresa aos projetos que ela pretende construir. pequenas empresas, o que o autor se refere como “abordagem vale
• Unidades e grupos são destacados e concentrados durante tudo”. Essa abordagem elimina as burocracias, permite comunica-
longo tempo.
• É uma departamentalização temporária por produto. 11. Obtido em http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/tra-
balhosPDF/925.pdf

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
ções rápidas e diretas para experiências e incute um alto grau de Afirmativa de MELLO (2009), é que no processo de descen-
identidade grupal e lealdade. Esse ambiente é altamente interativo tralização de atividades do Estado para o particular, aquele deve
e inovador (PEREIRA, 2002).12 demonstrar a regularidade do instituto. “O Estado tanto pode
desenvolver por si mesmo as atividades administrativas que tem
Delegação constitucionalmente a seu encargo, como pode prestá-las através
As delegações são frequentes no âmbito administrativo. O con- de outros sujeitos.” Da mesma forma ensinava MEIRELLES (2003):
ceito de delegação é exposto por Hely Lopes Meirelles da seguinte “Descentralizar, em sentido jurídico-administrativo, é atribuir a
forma: outrem poderes da Administração.”
Delegar é conferir a outrem atribuições que originariamente O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, foi o mais
competiam ao delegante. As delegações dentro do mesmo Poder sistemático e ambicioso empreendimento para a reforma da ad-
são, em princípio, admissíveis, desde que o delegado esteja em ministração federal. Esse dispositivo legal era uma espécie de lei
condições de bem exercê-las. O que não se admite, no nosso sis- orgânica da administração pública, fixando princípios, estabelecen-
tema constitucional, é a delegação de atribuições de um Poder a do conceitos, balizando estruturas e determinando providências.
outro, como também não se permite delegação de atos de natureza Apoiava-se numa doutrina consistente e definia preceitos claros
política, como a do poder de tributar, a sanção e o veto de lei (MEI- de organização e funcionamento da máquina administrativa, eis
RELLES, 1998, p. 107). que prescrevia que a administração pública deveria se guiar pelos
Meirelles (1998) destaca as seguintes restrições à delegação: princípios do planejamento, da coordenação, da descentralização,
• Como emanam do poder hierárquico, não podem ser recusa- da delegação de competência e do controle; estabelecia a distinção
das pelo inferior, como também não podem ser subdelegadas sem entre a administração direta e a indireta, constituída pelos órgãos
expressa autorização do delegante. descentralizados; fixava a estrutura do Poder Executivo federal, indi-
• A delegação de atribuição conferida pela lei especificamente cando os órgãos de assistência imediata do presidente da República
a determinado órgão ou agente. e distribuindo os ministérios entre os setores político, econômico,
social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos es-
“Delegáveis, portanto, são as atribuições genéricas, não
senciais comuns aos diversos ministérios; desenhava os sistemas de
individualizadas nem fixadas como privativas de certo executor
atividades auxiliares (pessoal, orçamento, estatística, administração
(Meirelles, 1998, p.107).
financeira, contabilidade e auditoria e serviços gerais); definia as
Vale destacar a delegação de competência, que o Decreto-lei n.
bases do controle externo e interno; indicava diretrizes gerais para
200 de 1967 considera como princípio autônomo, mas Hely Lopes
um novo plano de classificação de cargos; e ainda, estatuía normas
Meirelles entende ser uma forma de aplicação do princípio da
de aquisição e contratação de bens e serviços.
descentralização.
Do ponto de vista da gestão pública, a Carta de 1988, no
anseio de reduzir as disparidades entre a administração central
Centralização, descentralização e desconcentração
e a descentralizada, acabou por eliminar a flexibilidade com que
De acordo com o Manual de Orientação para Arranjo Institucio-
nal de Órgãos e Entidades do Poder Executivo Federal (Ministério contava a administração indireta que, apesar de casos de inefici-
do Planejamento, Orçamento e Gestão-MP, 2008), o princípio da ência e abusos localizados em termos de remuneração, constituía
descentralização de processos de trabalho deve ser aplicado para o setor dinâmico da administração pública. Ela foi equiparada,
descongestionar o núcleo central de atuação do Estado. para efeito de mecanismos de controle e procedimentos, à admi-
Ana Patricia da Cunha Oliveira comenta no artigo Administra- nistração direta. A aplicação de um regime jurídico único (RJU) a
ção Gerencial o processo de descentralização no Brasil: todos os servidores públicos abruptamente transformou milhares
A Constituição de 1988, em seu artigo 175, até hoje não de empregados celetistas em estatutários, gerando um problema
alterado por emendas constitucionais, é categórica ao atribuir ao ainda não solucionado para a gestão da previdência dos servidores
Poder Público, (União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito públicos, pois assegurou aposentadorias com salário integral para
Federal), conforme a repartição administrativa de competências todos aqueles que foram incorporados compulsoriamente ao novo
plasmada nos artigos 21, 23, 25, 30 e 32 da Carta Política, que a regime sem que nunca tivessem contribuído para esse sistema.
prestação de serviços públicos, de ser realizada por meio de órgãos, Apesar do propalado retrocesso em termos gerenciais, a
agentes e pessoas jurídicas e sua organização encontra-se calcada Constituição de 1988 não deixou de produzir avanços significativos,
em três situações fundamentais: centralização, descentralização e particularmente no que se refere à democratização da esfera públi-
desconcentração. ca. Atendendo aos clamores de participação nas decisões públicas,
[...] foram institucionalizados mecanismos de democracia direta, favo-
A existência da centralização e da descentralização, é o que fun- recendo um maior controle social da gestão estatal, incentivou-se a
damenta a estrutura da Administração Pública, em Direta (União, os descentralização político-administrativa e resgatou-se a importân-
Estados, os Municípios e o Distrito Federal) e Indireta (Autarquias, cia da função de planejamento (OLIVEIRA, 2011).13
Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista), O Manual do MP esclarece que descentralizar processos
possuindo por excelência uma função executiva de governo. organizacionais significa deslocar competências do núcleo central
A descentralização administrativa acarreta a especialização da Administração Pública para uma outra pessoa jurídica. No Poder
na prestação do serviço descentralizado, o que é desejável em Executivo Federal, verifica-se a descentralização administrativa por
termos de técnica administrativa. Por esse motivo, já em 1967, ao serviços, funcional ou técnica – que ocorre quando o Poder Públi-
disciplinar a denominada – Reforma Administrativa Federal –, o co cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela
Decreto-Lei nº 200, em seu artigo 6º, inciso III, elegeu a – descen- atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público.
tralização administrativa – como um dos princípios fundamentais Dá-se por lei e corresponde às figuras das autarquias, fundações,
da Administração Federal. sociedades de economia mista e empresas públicas. Também pode
12. Obtido em http://www.sincor-pr.org.br/arquivos_pdf/bases_ 13. II Ciclo de Debates Direito e Gestão Pública – Ano 2011; III Seminário Democ-
conceituais_para_um_modelo_de_gestao.pdf racia, Direito e Gestão Pública, Edição Brasília-DF, 24 e 25 de novembro de 2011.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
ocorrer a descentralização por colaboração, que se verifica quando, A desconcentração é a simples distribuição de funções a órgãos
por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, se transfere a que continuam ligados ao poder central do qual são somente dele-
execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito gados (CUNHA, 2009).
privado, conservando o Poder Público a titularidade do serviço. No O Manual do MP ensina que o princípio da desconcentração
Poder Executivo Federal, podem ser mencionados como exemplos aplica-se na organização de sistemas de trabalho que têm atuação
desse tipo de descentralização de serviços as organizações sociais, local.
as OSCIPs14 e os serviços sociais autônomos. A desconcentração de processos de trabalho é um mecanismo
Organizações com processos de alta complexidade ou alto nível utilizado para organizar o Nível Técnico dos órgãos e entidades
de diferenciação tendem a dispor de estruturas com alto grau de com atuação direta junto ao cidadão ou a instituições do mercado
descentralização ou de atomização. Essas estruturas necessitam de e da sociedade civil organizada, como é o caso do Ministério do
mecanismos integradores, tais como comitês, grupos ou forças-ta- Trabalho; da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, do
refa, equipes de projeto, gerentes integradores etc., que garantam a Instituto Nacional do Seguro Social, dentre outros.
sinergia entre os seus processos institucionais (MP, 2008). Desconcentrar significa distribuir competências entre as unida-
O estabelecimento de cotas de provimento exclusivo para des administrativas do próprio órgão ou entidade, ou seja, dentro
servidores de carreira favorece, ainda, o pacto federativo e a polí- da mesma pessoa jurídica, com o objetivo de descongestionar ou
tica de descentralização da ação pública, ao permitir a mobilidade desconcentrar atividades do centro e permitir seu mais adequado
entre servidores dos órgãos da administração pública direta e das e racional desempenho, próximo do usuário final da atividade,
suas entidades vinculadas e entre servidores das três esferas de seja ele o cidadão ou outras organizações públicas, privadas ou da
Governo, para ocupação de cargos comissionados de direção e sociedade civil organizada.
A desconcentração de processos públicos é realizada no Poder
assessoramento superiores (MP, 2008).
Executivo Federal por meio da criação das “unidades descentra-
Paulo Adriano Cunha (2009) explica, em sua monografia sobre
lizadas” que são órgãos de execução em nível local e, portanto,
a análise do modelo de organização do Comando Operacional dos
compõem o Nível Técnico da organização. A desconcentração de
bombeiros militares, que os termos “descentralização e desconcen-
atribuições deve decorrer da análise dos sistemas de trabalho e das
tração têm sido tratados muitas vezes como sinônimos, causando necessidades do sistema de liderança (MP, 2008).
um certo desconforto para muitos autores que consideram haver
uma distinção formal entre essas acepções.” Estruturas organizacionais
Ambos os modelos (desconcentração e descentralização), en- O Professor Humberto Martins, da Universidade de Brasília,
quanto técnicas de descongestionamento administrativo, revelam citando Donaldson (1999), esclarece que estrutura organizacional
processos distintos, havendo uma notória diferença nas consequ- é “o conjunto recorrente de relacionamentos entre os membros da
ências da implantação de um ou de outro. organização [....] o que inclui (sem se restringir a isto) os relaciona-
[...] mentos de autoridade e de subordinação como representados no
A desconcentração não ameaça tanto as estruturas consolida- organograma, os comportamentos requeridos pelos regulamentos
das, quanto a descentralização. Esta sim, em seu sentido real, sig- da organização e os padrões adotados na tomada de decisão, como
nifica uma alteração profunda na distribuição do poder. Quando se descentralização, padrões de comunicação e outros padrões de
pretende transformar um aparato políticoinstitucional consolidado comportamento. [...]
em bases centralizadoras, em uma estrutura descentralizada, de- Martins acrescenta que um desenho estrutural apresenta 5
ver-se-á mexer em núcleos de poder bastante fortes. (LOBO, 1989). blocos lógicos, cada um deles requerendo uma modelagem especí-
Quanto ao significado de desconcentração Brooke (1989, p.28) fica e uma “montagem final”:
diz que ela é: a) cúpula, onde se inclui a estrutura de governança corporativa
Mais o remanejamento de determinadas atividades do que (as instâncias máximas deliberativas que controlam a organização);
uma descentralização propriamente dita. Para que haja uma b) núcleo operacional, o espaço onde os processos de traba-
desconcentração de um nível governamental para outro, ou mais lho finalísticos operam para produzir os resultados definidos pela
comumente, para um órgão local expressamente criado para esta estratégia;
finalidade, deve haver uma relação hierárquica entre eles, permi- c) suporte administrativo, onde se situam os processos de
tindo que o ônus dos encargos remanejados seja assumido sem a gestão de insumos (recursos humanos, financeiros, logísticos, ma-
parcela de poder de decisão que as acompanha. teriais etc) que serão aplicados nos processos finalísticos;
Mello (1968, p.27) acrescenta que “[...] a desconcentração d) suporte técnico-corporativo, onde se incluem os processos
de definição de requisitos técnicos, desenvolvimento de produtos,
pode ser entendida como o fenômeno da distribuição dentro de
planejamento corporativo e desenvolvimento institucional; e
uma hierarquia administrativa.”
e) linha intermediária, a estrutura de coordenação que deve
Ao desconcentrar suas atividades, a organização burocrática
proporcionar integração horizontal (entre os processos finalísticos
visa descongestionar sua administração, mantendo o vínculo hie-
e entre estes e os de suporte) e vertical (entre o nível operacional,
rárquico para que os subalternos fiquem adstritos a um dever legal finalístico e de suporte, e a cúpula.
de obediência.
No processo de desconcentração não se verifica de maneira
preocupante a desestabilização das estruturas da organização uma
vez que não implica em uma alteração mais importante da distri-
buição do poder.
O termo desconcentração pode ser compreendido então como
a relação de competências sendo distribuídas no âmbito da organi-
zação, mantendo-se o vínculo da hierarquia administrativa.
14. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, criadas pela Lei Federal
nº 9.790 de 1999.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Figura – Níveis hierárquicos

Fonte: Idalberto Chiavenato, Introdução à Teoria Geral da Administração

Conforme explica Duarte (2011), estrutura organizacional é a maneira pela qual as atividades da organização são divididas, organiza-
das e coordenadas. Constitui a arquitetura ou formato organizacional que assegura a divisão e coordenação das atividades dos membros
da organização. Nesse sentido, a estrutura organizacional costuma apresentar uma natureza predominantemente estática.
A estrutura organizacional é o resultado das decisões sobre a divisão do trabalho e sobre a atribuição de autoridade e de respon-
sabilidades a pessoas e unidades de trabalho. É também o mecanismo de coordenação das pessoas e unidades de trabalho. A estrutura
organizacional é representada pelo gráfico chamado organograma (MAXIMIANO, 2010, p.141).

Figura – Os fatores envolvidos no desenho organizacional.


Fonte: CHIAVENATO, 2004.

A estrutura organizacional pode ser definida como:


a) O conjunto de tarefas formais atribuídas às unidades organizacionais – divisões ou departamentos – e às pessoas.
b) As relações de subordinação, incluindo linhas de autoridade, responsabilidade pelas decisões, número de níveis hierárquicos e
amplitude do controle administrativo.
c) As comunicações para assegurar coordenação eficaz entre órgãos e pessoas ao longo das unidades organizacionais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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A tarefa básica da organização, enquanto função administrati- Antes de optar por essa forma de trabalho, a companhia
va, é estabelecer a estrutura organizacional. Existem dois caminhos precisa ser minuciosamente analisada quanto ao seu negócio,
para se abordar a estrutura organizacional: a especialização vertical perfil de produto, público, etc. A tendência é que, naturalmente,
e a especialização horizontal. as empresas com RH mais avançados se tornem horizontais, pois
essa forma de trabalho encurta as distâncias, reduz as operações
ESTRUTURA VERTICAL burocráticas e aumenta a velocidade das informações e tomada de
Refere-se ao aparato que envolve três fatores principais: a decisões. Quanto maior o nível hierárquico dentro de uma empresa,
hierarquia administrativa, a amplitude e o grau de centralização mais lentamente as decisões são tomadas e as situações resolvidas,
ou descentralização do processo de tomada de decisões da orga- pois sempre precisam passar por consultas e avaliação de vários
nização. Esses três fatores são estreitamente relacionados entre executivos que têm suas agendas cheias de compromissos.
si. Se uma organização adiciona mais um nível administrativo, sua O organograma horizontal para as empresas, portanto, está en-
amplitude de controle fica mais estreita, a estrutura administrativa tre as principais tendências do mundo corporativo. Sua estrutura se
mais elevada e o grau de centralização/descentralização é afetado. destaca porque toda sua organização se dá em torno dos processos
Se ela reduz um nível administrativo, sua amplitude de controle fica e do gerenciamento dos projetos em equipe, gerando recompensa
mais larga, sua estrutura administrativa mais achatada e o grau de e estímulo. Essa forma de trabalho proporciona mais satisfação dos
centralização/descentralização também é afetado. São três fatores envolvidos e, nesse cenário, todos podem contribuir diretamente
interligados que precisam ser considerados de maneira interdepen- para o crescimento da companhia onde atuam (PEREZ, 2011)
dente (DUARTE, 2011). De acordo com o Guia de Modelagem de Estruturas Organiza-
Sobre a estrutura horizontal, que busca simplificar as relações cionais elaborado pelo governo paulista15, a definição do novo mo-
internas e é bastante diferente do tradicional modelo verticalizado delo de gestão e da nova estrutura organizacional devem abordar,
de organização, vale apreciar os comentários de Marcos Perez necessariamente:
(2011), presidente da Digisystem: • o diagnóstico do modelo de gestão vigente e da estrutura a
ele associada;
ESTRUTURA HORIZONTAL: SONHO OU REALIDADE? • as razões que levaram à escolha da alternativa proposta de
Hierarquia faz parte do mundo corporativo e a falta dela afeta (re)modelagem organizacional;
diretamente a rotina de trabalho. Porém, muitas empresas têm • uma análise das vantagens e dificuldades previstas na imple-
apostado em um novo formato de RH, diferente do convencional, mentação da alternativa escolhida (destacando aquelas relaciona-
que segue um organograma vertical. Ao contrário deste, baseado das ao critério de departamentalização, ao modelo de centralização
em uma hierarquia larga, com vários diretores, gerentes e subge- ou descentralização, à comunicação interna e ao alinhamento entre
rentes, a estrutura horizontal busca simplificar as relações internas, os macroprocessos);
diminuindo as barreiras entre a alta direção e o restante da equipe. • a definição do papel de cada gestor nas decisões organiza-
A grande dúvida que paira entre os gestores é se realmente cionais;
as empresas estão preparadas para esse novo modelo, que garante • a definição das principais competências das unidades e dos
mais liberdade aos colaboradores. cargos da nova estrutura; e
Um dos principais diferenciais de uma empresa horizontal é • os ganhos esperados com a mudança (não só de natureza
o fato de as relações hierárquicas serem mais amenas, ou seja, o financeira, mas também operacional e estratégica).
cargo mais baixo na hierarquia não está numa posição abaixo dos
outros (o que pode ser avaliado como menos importante), mas sim Uma definição possível de estrutura organizacional é: “o
ao lado dos demais. Essa eliminação de camadas intermediárias de conjunto recorrente de relacionamentos entre os membros da
gerência aproxima o principal executivo dos subordinados. organização [...], o que inclui (sem se restringir a isto) os relaciona-
Além disso, várias pessoas passam a responder para um único mentos de autoridade e de subordinação como representados no
representante – normalmente o presidente ou o country manager. organograma, os comportamentos requeridos pelos regulamentos
A estrutura horizontal mescla a centralização e a descentralização da organização e os padrões adotados na tomada de decisão, como
de suas operações, pois as decisões deixam de vir de cima e passam descentralização, padrões de comunicação e outros padrões de
a ser delegadas. Por um lado, temos o diretor executivo conectado comportamento” (Donaldson, 1999 : 105).
diretamente com os níveis mais baixos na organização, em uma Embora obedeçam a múltiplos determinantes, as estruturas
forma de centralização, mas, por outro, a autoridade para tomada organizacionais são um ingrediente essencial da própria arquitetura
de decisões está sendo delegada para os níveis mais baixos, des- organizacional – o conjunto de princípios e padrões que orientam
centralizando. como as atividades devem se organizar para implementar uma
O trabalho em uma empresa com RH horizontal é um desafio estratégia.
diário, pois o perfil de profissional indicado para atuar nessas com- Com efeito, distintos determinantes da estrutura organizacio-
panhias precisa acumular características de líder e gerente, ter foco, nal (e, consequentemente, distintas concepções de modelagem
clareza e entender que o negócio tem que gerar resultado sempre. organizacional) têm sido tratados de forma diferenciada por todo o
Paralelamente, a estrutura tem que ser leve e deve dar feedback pensamento gerencial.
aos colaboradores em tempo real. É o campo da Teoria Estruturalista, que tem como objetivo prin-
A grande verdade é que não existe estrutura melhor ou pior. cipal o estudo das organizações, fundamentalmente na estrutura
Tudo depende do perfil da empresa e, principalmente, dos seus interna e na interação com outras organizações, que são as unidades
executivos, do quanto eles estão maduros para lidar com a abertura sociais e são concebidas para cumprir e atingir objetivos específicos,
dada aos funcionários para a troca de ideias e contribuições. Em mantendo relações estáveis a fim de viabilizar o conjunto de metas
uma empresa horizontal, todos são líderes e se sentem à vontade propostas.[...] A análise é feita dentro de uma abordagem global e
para expor suas vontades e projetos.
15. Obtido em <www.gestaopublica.sp.gov.br/conteudo/guia/Guia_Modelagem.
pdf>. Acesso em 31 jul 2012.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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com a dualidade que sua origem compreende; a organização que Os líderes dos grupos informais surgem por várias causas,
pode ser formal e informal e abrange os mais diversos tipos de como por exemplo:
organizações, com o sistema de recompensa e sanções, materiais e • Idade;
sociais, centradas no comportamento organizacional [...] O sistema • Competência;
social é intencionalmente construído e reconstruído porque as • Localização de trabalho;
organizações são sistemas em constante mutação e a concepção é • Conhecimento;
de homem organizacional que vive dentro das organizações, onde • Personalidade;
os conflitos são inevitáveis. O estruturalismo ampliou o estudo • Comunicação;
das interações entre os grupos sociais para as interações entre as • Dentre várias outras situações.
organizações sociais, que passaram a interagir entre si mesmas
(CARVALHO, 2008). Algumas vezes, a estrutura informal se torna uma força
Segundo Chiavenato (2003), o foco é o homem organizacional, negativa dentro da empresa, porém se a administração conseguir
que desempenha diferentes papéis em várias organizações e que, conciliar e/ou integrar os grupos formais com os informais haverá
para ser bem sucedido, necessita possuir as seguintes caracterís- uma harmonização nas tarefas, e se torna uma condição favorável
ticas: de rendimento e produção (CURTO JÚNIOR, 2011).
• Flexibilidade – para enfrentar as mudanças bruscas e a diver-
sidade de papéis/ funções bem como novos relacionamentos. Vantagens Desvantagens
• Tolerância emocional – por causa do desgaste do enfrenta-
mento dos conflitos gerados por necessidades individuais e orga- • Rapidez no processo; • Desconhecimento
nizacionais. • Redução de comunicação de chefia;
• Capacidade de adiar as recompensas – compensar o trabalho entre chefe e empregado; • Dificuldade de controle;
rotineiro em detrimento de preferências e vocações pessoais. • Motiva e integra os • Atrito entre pessoas.
• Permanente desejo de realização – garantir a conformidade grupos de trabalho.
das normas que controlam e asseguram o acesso às posições de
carreira dentro da organização. Figura – Vantagens e desvantagens da organização informal
Fonte: Renato Curto Júnior, 2011
Os principais autores e expoentes da Teoria Estruturalista são:
A Profa. Ana Flávia de Moraes Moraes (2013) alinha vários
James D. Thompson; Victor A. Thompson; Amitai Etzioni; Peter M.
aspectos das organizações informais:
Blau; David Sills; Burston Clarke e Jean Viet. Os autores da Teoria
Os grupos informais não têm chefes, mas é possível que te-
da Burocracia, também são considerados estruturalistas – Weber,
nham líderes. Resultam da interação espontânea dos membros da
Merton, Selznick e Gourdner.
organização.
O grupo informal tem sua origem na necessidade do indivíduo
Modelos de organização
de conviver com os demais seres humanos.
A análise das organizações do ponto de vista estruturalista é
Não existe organização formal sem sua informal contrapartida.
feita a partir de uma abordagem múltipla e envolve: Existem padrões de relações encontrados na empresa mas que
• Organização formal e informal – como ponto de equilíbrio não aparecem no organograma.
entre os clássicos mecanicistas (formais) e sócio-humanistas (infor- Encontramos amizades, indivíduos que se identificam com
mais). outros, grupos que se afastam de outros e uma variedade de rela-
• Recompensas materiais e sociais – significa o uso de recom- ções no trabalho ou fora dele e que constituem o chamado grupo
pensas salariais e sociais e tudo que possa ser incluído nos símbolos informal. Esse grupo se desenvolve a partir da interação imposta e
de posição/status. determinada pela organização formal.
• Os diferentes enfoques da organização – as organizações
segundo duas diferentes concepções: modelo racional e modelo do CARACTERÍSTICAS DO GRUPO INFORMAL
sistema natural. • Relação de coesão ou antagonismo;
• Os níveis da organização – as organizações caracterizam-se • Colaboração espontânea;
por uma hierarquia de autoridade, pela diferenciação de poder e • A possibilidade de oposição à organização formal;
desdobram-se em três níveis: institucional (mais elevado), gerencial • A organização informal transcende a organização formal.
(intermediário) e técnico ou operacional (mais baixo).
• A diversidade de organizações – ampliação do campo da aná- ORIGENS DO GRUPO INFORMAL
lise das organizações com a finalidade de expandir a classificação • Interesses comuns;
que existia nas teorias anteriores. • A interação provocada pela própria organização formal;
• Análise interorganizacional – a análise interorganizacional • A flutuação do pessoal dentro da empresa;
tornou-se significativa a partir da crescente complexidade ambien- • Os períodos de lazer (os chamados “tempos livres”).
tal e da interdependência das organizações.

O Professor Renato Curto Júnior (2011) define que a organiza-


ção informal é o resultado da interação social entre seus membros
com o objetivo de atender a suas necessidades. Estas são encontra-
das em todos os níveis da sociedade.
No Modelo de organização informal, a sua liderança é uma
concessão do grupo, apresenta uma autoridade mais instável, pois
está sujeita aos sentimentos pessoais dos seus membros. As orga-
nizações informais podem existir como entidades independentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
No texto de Lima e Albano (2002), estes autores concluem que to regain fit – SARFIT). Segundo esta concepção, estruturas são
muitas vezes tenta-se encontrar soluções mágicas para uma melhor arranjos altamente específicos (cada configuração representa uma
administração das organizações, mas na verdade não há. Todas as posição peculiar de ajustamento ao longo do tempo) e dinâmicos,
propostas de gestão devem estar embasadas em um conhecimento sujeitos a contínuos e deliberados ajustamentos em razão da dinâ-
e compreensão mais profundos da organização a intervir. Deve mica ambiental (determinismo ambiental).
ficar claro que quando se fala em organizações, as mudanças 3) Institucionalismo sociológico, que considera que as organi-
significativas não ocorreram a curto prazo. Isto acontece devido à zações estão sujeitas a elementos simbólicos, sociais e culturais do
dificuldade natural de não só mudar a cultura vigente como con- seu macro-ambiente institucional (o conjunto de regras sedimen-
seguir administrar as forças e influências externas à organização. tadas que a circunda e penetra) em relação aos quais a adaptação
Portanto, refletir sobre clima e cultura organizacional significa rever é muito mais um processo de legitimação que de promoção do
vários fatores internos e externos que influenciam diretamente no desempenho. Neste enfoque, destacam-se as proposições de
desenvolvimento das organizações. E, por isso, volta-se a afirmar Powell & DiMaggio (1991), Meyer & Rowan (1991) e Pfeffer &
que é inviável adotar um modelo de gestão, medidas em relação Salancik (1998), que argumentam, respectivamente, que o desenho
às políticas de recursos humanos ou promover qualquer mudança da estrutura é altamente sujeito a mimetismo e conformação a
organizacional se os gestores não tiverem conhecimento de que padrões consagrados (isomorfismo institucional), que a estrutura
todo o investimento pode ser em vão se essa premissa não for formal pode de descolar (loose-coupling) do conjunto de práticas e
considerada. Não há como negar que a investigação da cultura e do relacionamentos sedimentados e se tornar uma fachada de confor-
clima organizacional é tarefa árdua e os profissionais da área devem midade, e que a adoção de determinadas concepções estruturais
fazê-lo com muita seriedade, coerência, prudência e bom senso, pode estar relacionada à dependência da organização por recursos
num contexto que impõe requisitos para acessa-los. Segundo
através de uma metodologia adequada à realidade para, com isso,
esta concepção, estruturas não são arranjos tão “racionais” (ou
evitar erros e descrédito das novas propostas. Portanto, justifica-se
ao menos, a racionalidade das escolhas das opções estruturais é
novamente a impossibilidade de se adotar um modelo de gestão
altamente limitada), possuem uma função simbólica (sinalizar,
pronto, como esses “pacotes” importados, sem considerar a com-
aparentar e fazer sentido para os integrantes) e sua dinâmica está
plexidade das organizações e o contexto sócio-político-econômico e relacionada a processos institucionais (de dependência, identidade,
cultural em que elas estão inseridas. pertencimento e legitimação).
Entretanto, não há definição de estrutura organizacional que 4) (neo) institucionalismo econômico – põe-se em relevo,
circunscreva firmemente seu objeto a priori; mas cada [abordagem numa perspectiva normativa, a eficiência das estruturas, definidas
teórica] focaliza vários aspectos diferentes da estrutura organizacio- em sentido análogo às instituições como conjunto de regras e
nal, sem pretender que seu foco esgote as questões” (Donaldson, incentivos que buscam guiar o comportamento de distintos atores
1999: 105). O Professor Humberto Martins destaca ainda que (dotados de interesses não necessariamente convergentes) para
distintos determinantes da estrutura organizacional (e, consequen- a produção de resultados. Destacam-se, nessa abordagem, três
temente, distintas concepções de modelagem organizacional) são perspectivas: escolha racional (institutional rational choice), teoria
tratados de forma diferenciada ao longo do pensamento gerencial, da firma (e custos de transação) e teoria da agência. A abordagem
podendo-se perceber cinco principais enfoques: da escolha racional destaca a relação entre estruturas e resultados
1) Clássico – a modelagem da estrutura deve obedecer a em pelo menos dois sentidos: resultados são produtos de estru-
aplicação de princípios universalmente válidos, dentre os quais turas e a estrutura mais eficiente é a que promove os melhores
destacam-se os seguintes: divisão do trabalho, autoridade, dis- resultados com menos recursos – o que só pode ser identificado
ciplina, unidade de comando, unidade de direção, amplitude de de forma comparativa. (Ostrom, Gardner & Walker, 1994). A teoria
comando, especialização, diferenciação, amplitude de controle, da firma (Coase, 1937; Williamson (1963, 1985 e 1986) parte de
homogeneidade, delegação e responsabilidade. Este enfoque está uma comparação entre a eficiência de formas organizacionais e a
amparado nas formulações de Fayol (1916), Gulick (1937), Urwick eficiência do mercado (que, em abstrato, prescindiria de estruturas
(1937), Mooney (1937) e Graicunas (1937). Segundo esta concep- organizacionais) para denunciar o caráter estruturalmente inefi-
ção, estruturas são arranjos racionais (deliberadamente concebidos ciente das estruturas (um custo de transação a ser adicionado aos
para promover resultados pré-estabelecidos), ordenados segundo custos de produção), tornando-as, na melhor das hipóteses, segun-
padrões “científicos” (mediante a aplicação invariável de princípios das melhores (second best) escolhas racionais (Gibbons, 1999). A
universais de modelagem), altamente formalizados (implantados e teoria da agencia destaca a insuficiência e a inconfiabilidade das
controlados segundo regras formais) e relativamente estáveis (es- estruturas, uma vez que as relações definidas estão sempre sujeitas
a diversos problemas (de agência) tais como seleção adversa (baixo
tabelecidos em bases fixas ou rígidas para durar, sendo a mudança
padrão produtivo), risco moral (auto-orientação) e assimetria de
considerada uma perturbação da ordem).
informações etc. Daí, a necessidade de se estabelecerem arranjos
2) Contingencial – a funcionalidade dos desenhos estruturais
contratuais mediante incentivos. (Arrow, 1991; Alchian & Demsetz,
está correlacionada à variáveis tais como porte e dinâmica ambien-
1972, e Ross, 1973)
tal (covariação estrutural). Este enfoque se estabeleceu a partir 5) Novo contingencialismo (Morgan, 1997) – uma expansão
das formulações de Burns & Stalker (1961), Woodward (1965), (incorporando variáveis do ambiente institucional e do imaginário
Lawrence & Lorsh (1967), Pugh et al (1968), Perrow (1967), Thomp- organizacional) dinamizada (incorporando elementos da teoria
son (1967), Trist (1981) e Chandler (1962). A dinâmica ambiental avançada de sistemas) do enfoque contingencial. Por um lado, este
está relacionada a fatores contingenciais externos e/ou internos de enfoque, menos “racional” e normativo que o contingencialismo
mercado e tecnologia (competição, novos produtos e inovação), original, busca investigar a correlação entre estruturas e ambien-
que impõem um determinado grau de incerteza da tarefa e, por sua tes institucionais, valores, estruturas de dominação e elementos
vez, determinam arranjos mais ou menos descentralizados e/ou fle- do imaginário (tais como estruturas de personalidade e mitos
xíveis. Nesse sentido, a proposição central da teoria da contingência organizacionais). A exemplo do enfoque institucional, as estruturas
estrutural é de que o desempenho organizacional depende de uma aparecem como arranjos cuja definição sujeita-se a fatores culturais
lógica de contínuo ajustamento estrutural (ou structural adaptation e intrapsíquicos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Por outro lado, o novo contingencialismo baseia-se numa visão sistêmica avançada (valendo-se de elementos da denominada “teoria
do caos”, paradigma da complexidade e sistemas dinâmicos) que incorpora dois elementos essenciais: complexidade e autopoiese. A
complexidade está relacionada a altas doses de incerteza, ambiguidade, pluralidade e interconexão de eventos em ambientes externo e
interno hiperdinâmicos (Morgan, 1997; Beinhocker, 1997), impondo às estruturas formas e lógicas fluídas e virtuais e padrões orgânicos
de organização (rede, estruturas celulares, holográficas etc.). A noção de autopoiese está relacionada a um padrão autoreferenciado e
circular de organização (estruturas auto-produtivas, auto-organizadas e auto-mantidas) (Luhmann, 1990; 1995), a partir de interações
internas que se constituem relações suficientes para a reprodução e renovação organizacional (por meio das quais o ambiente, que não
se define a priori, é “criado” pela organização, refletindo muito mais o que a organização é) (Morgan, 1997; Dissanayake, 2004). O novo
contingencialismo não valida nem invalida incondicionalmente a perspectiva funcionalista do ajustamento estrutural, considerando-o
limitado por fatores institucionais, pela complexidade ambiental e pela natureza autopoiética (em alguma extensão aplicável a qualquer
organização), mas baseia-se numa visão mais eclética e abrangente segundo a qual as estruturas são complexas e instáveis definições que
atendem a condicionantes tanto externos quanto internos (e, por conseguinte, qualquer definição ótima de arranjo estrutural deveria
levá-los explicitamente em conta).
O Guia de Modelagem de Estruturas Organizacionais oferece elementos importantes para entendimento da estruturação organizacio-
nal no setor público, inspirado nas bases administrativas das organizações privadas:
A questão central da arquitetura organizacional é orientar-se para os resultados da organização, servindo de ponte entre a estratégia e
os processos que a implementam. Nesse sentido, é fundamental atender ao princípio da congruência (Nadler & Tushman, 1997), segundo
o qual quanto maior for o grau de congruência ou alinhamento dos vários componentes da arquitetura organizacional, maior será o
desempenho da organização.
Em linha com esta função-ponte (entre estratégia e plataforma implementadora) da arquitetura organizacional propõe-se uma meto-
dologia de definição da estrutura organizacional. Esta metodologia busca, em última análise, integrar o planejamento (a agenda estratégica
dos governos, usualmente expressa em programas) e a gestão (a arquitetura organizacional ou as estruturas implementadoras), a partir
da definição de uma matriz de programas e organizações. Essa definição é necessária porque programas não são auto-executáveis nem
organizações são auto-orientadas para resultados.
A metodologia matricial busca, nesse sentido, equacionar uma questão crítica da gestão pública contemporânea (e dos modelos de
gestão por programas, em particular), que é a seguinte: como assegurar que o desenho das estruturas organizacionais seja congruente
com a agenda prioritária de governo, expressa nos programas?
Para que isso ocorra, é necessário que se estabeleça um alinhamento entre programas e organizações (não apenas as organizações
da estrutura do governo, mas também outras, tais como: entes federativos, organizações não-governamentais, organismos internacionais,
parcerias público-privada etc.). O que se pretende com isso é verificar a convergência (ou não) entre as agendas de governo (expressa
nos programas prioritários) e as das organizações implementadoras – que normalmente possuem agenda própria. Embora os resultados
estejam previstos nos programas, é na arquitetura organizacional que eles se realizam, pois é nela que estão alocados os recursos e a
estrutura de poder. Daí por que é preciso construir dois alinhamentos: um horizontal (alinhar os pontos de implementação das distintas
organizações no âmbito de cada programa, definindo-se arranjos específicos de coordenação); e um vertical (alinhar as organizações com
os resultados dos programas que as perpassam). A figura a seguir ilustra este alinhamento matricial.

Fonte: Guia de Modelagem de Estruturas Organizacionais

A construção de uma arquitetura matricial consiste, assim, no desenho de uma rede que considera a matriz de relações entre progra-
mas e organizações. Os passos a serem seguidos são:
• o estabelecimento das relações (a plotagem dos nós) entre as unidades programáticas de resultado (os programas do PPA) e as
respectivas plataformas implementadoras (as organizações);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• a elaboração da arquitetura organizacional dos programas, ou o modelo de gestão das redes de governança, formadas pelos nós
das respectivas organizações implementadoras; e, finalmente,
• a elaboração da arquitetura organizacional, propriamente dita, das organizações implementadoras dos programas, a partir (1) do
alinhamento de suas agendas, de modo a incorporar as contribuições dadas para a promoção dos resultados dos programas a que estão
submetidas, e (2) do traçado de uma estrutura condizente com a promoção dos resultados visados.

A rede obtida resulta na sobreposição (integradora) de dois tipos de arquitetura: (1) uma delas orgânica, fluida, virtual, em rede, vin-
culada aos programas (elementos da estratégia); e (2) a outra mais concreta, uma vez que “fixamente associada” a uma dada organização.
Com efeito, nenhuma das duas arquiteturas é capaz de gerar per se o necessário alinhamento para que os resultados programados
aconteçam.

Fonte: Guia de Modelagem de Estruturas Organizacionais

Um modelo de gestão adequado, coerente, é aquele em que o sistema de liderança está estruturado com o objetivo de promover
o alinhamento entre seus elementos essenciais: estratégia (ou conjunto de propósitos e resultados visados) e sistemas de trabalho e os
sistemas informacionais (conjunto de dados e informações necessárias ao processo decisório e os recursos informacionais de software e
hardware necessários).
Nesse caso, a estratégia é a variável ordenadora e o sistema de liderança, os sistemas de trabalho e os recursos informacionais devem
ser “formatados” para colocar em ação opções estratégicas específicas.

Sistemas de Liderança Burocrático-Mecanicista


Os Sistemas de Liderança com características burocrático-mecanicista são próprios de organizações que atuam em contextos de baixa
complexidade, onde há maior previsibilidade e estabilidade de demandas, ou seja, baixa variabilidade nas necessidades dos beneficiários
e, por conseguinte, nos produtos/serviços e estabilidade nas ofertas tecnológicas (baixo grau de inovação do produto e do processo).
Geralmente, são organizações de grande porte; com um grande universo de usuários/beneficiários potenciais e reais; baixa varia-
bilidade em seus processos e relativa estabilidade no formato final dos seus serviços e produtos. Esse é o caso dos órgãos e entidades
que prestam serviços direto à sociedade civil organizada e/ou ao cidadão, como, por exemplo, aqueles que atuam na área social, como
educação, saúde e previdência.
Para essas organizações é recomendável, em nome da eficiência, um desenho organizacional mais rígido e programável, o que conduz
a um sistema de liderança mais hierarquizado.
Os modelos de gestão mecanicistas possuem as seguintes características:
• a estratégia é mais estável e reativa;
• o conjunto de produtos (bens ou serviços) é mais padronizado, menos ou pouco diferenciado;
• os processos de trabalho são mais rotinizados, programáveis, regulamentados e autônomos (circunscritos dentro da organização);
• os quadros funcionais são mais fixos – com carreiras estruturadas e com mais servidores do quadro que colaboradores, com compe-
tências pré-definíveis e capacitação orientada por conhecimentos disponíveis no setor;
• a cultura organizacional tende a destacar valores tais como disciplina e impessoalidade;
• a liderança emana mais da autoridade do cargo formal;
• a comunicação é mais formal e tende a seguir a hierarquia; e
• os sistemas de informação são centralizados e herméticos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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O modelo de gestão mecanicista proporciona maior eficiência em ambientes estáveis. Seu sistema de liderança é constituído por es-
truturas rígidas, verticalizadas e que reproduzem uma alta separação entre direção e execução, demarcando de forma muito contundente
instâncias de decisão e planejamento/formulação (uma Alta Administração pensante) e instâncias de execução (uma base operacional).

Sistemas de Liderança Orgânicos


Os sistemas de liderança orgânicos são típicos de organizações que atuam em contextos de alta complexidade, caracterizados pela in-
certeza, ambiguidade, pluralidade e instabilidade das demandas (alta variabilidade nas necessidades dos beneficiários e, por conseguinte,
nos produtos/serviços) e ofertas tecnológicas (alta inovação do produto e do processo).
Os ambientes instáveis ou turbulentos proporcionam alta incerteza da tarefa, que, nesse caso, impõe, em nome da efetividade (o
impacto necessário, a partir dos produtos necessários), um desenho organizacional mais flexível e capaz de se reprogramar para atender
rapidamente às variações do contexto.

Os modelos de gestão orgânicos possuem as seguintes características:


• estratégia mutante, emergente e proativa, voltada, inclusive, para criação do futuro em bases autopoiéticas (na qual a organização
passa a modelar o ambiente mais que este modela a organização);
• o conjunto de serviços/produtos é mais diversificado, mais ou muito diferenciado, podendo, no limite, ser totalmente customizado;
• os processos de trabalho são estruturados, mas menos rotinizados, menos programáveis e menos regulamentados e sujeitos a
constantes inovações e integrações laterais com organizações parceiras;
• os quadros funcionais são mais variáveis (com maior número de colaboradores), algumas competências são pré-definíveis, mas há
competências emergentes e conhecimentos gerados exclusivamente dentro da organização;
• a cultura organizacional tende a destacar valores tais como iniciativa, capacidade de empreender e sensibilidade;
• a liderança emana da capacidade de resolver problemas e lidar com pessoas e situações difíceis sob pressão;
• a comunicação é mais informal e multidirecional; e
• os sistemas informacionais são descentralizados e acessíveis a todos.

Um modelo de gestão com estas características proporciona melhor capacidade de resposta em ambientes instáveis. Seu sistema de
liderança constitui-se por estruturas mais flexíveis, horizontalizadas (menos níveis hierárquicos e eliminação de “intermediários” na média
gerência) e que buscam uma integração entre direção e execução (a Alta Administração se envolve em questões operacionais e a base
operacional pensa estrategicamente e ganha maior autonomia/empowerment).
Modelos mecanicistas ou orgânicos não são bons nem maus a priori, sua adequação é sempre contingente, embora todas as organi-
zações tenham traços de ambos (é muito usual que áreas como produção ou operações e área administrativa sejam mais mecanicistas; ao
passo que áreas de pesquisa e desenvolvimento sejam mais orgânicas).16

16. Obtido em <www.gestaopublica.sp.gov.br/conteudo/guia/Guia_Modelagem.pdf>. Acesso em 31 jul 2012

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Fonte: Guia de Modelagem de Estruturas Organizacionais

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Fonte: Guia de Modelagem de Estruturas Organizacionais

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Direção O processo de controle se divide em outros processos, tais
Saldanha dos Santos cita Amato (1971) para dizer que direção como: monitoramento ou acompanhamento (buscar informações
é a função que se refere às relações interpessoais dos administrado- sobre o desempenho), avaliação (comparar e tirar conclusões sobre
res em todos os níveis de organização e seus respectivos subordina- o desempenho). O objetivo é o critério ou padrão de controle e
dos. “É o processo administrativo que conduz e coordena o pessoal avaliação do desempenho da organização ou sistema.
na execução das tarefas antecipadamente planejadas. Dirigir uma Os componentes de um sistema de controle são:
organização pública significa conseguir que os agentes públicos • Padrões de controle – informações que permitem avaliar o
executem as tarefas pelas quais respondem” (Santos, 2006, p.51). desempenho e tomar decisões; são extraídos dos objetivos, das
Ainda segundo Santos, os meios de direção são: ordens e atividades e dos planos de aplicações de recursos.
instruções; motivação; comunicação; liderança. • Aquisição de informações – sobre o andamento das ati-
vidades e o progresso em direção aos objetivos; é o processo de
Um dos fundamentos da Teoria Comportamental da Adminis- monitoramento ou acompanhamento, que define qual informação
tração é a motivação humana, onde a teoria administrativa recebeu deve ser produzida, os meios e o momento de sua obtenção.
vultosa contribuição. • Comparação e ação corretiva – na etapa final do processo de
Segundo Chiavenato (2003), a teoria comportamental controle, a informação sobre o desempenho real é comparada com
fundamenta-se no comportamento individual das pessoas, para os objetivos ou padrões, resultando em medidas de correção ou de
explicar o comportamento organizacional. Os autores dessa Teoria reforço da atividade ou desempenho.
verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades • Recomeço do ciclo de planejamento – tomada de decisões
humanas, para conhecer melhor o seu comportamento e poder sobre novos objetivos e novos padrões de controle; o controle
usar a motivação como meio para melhorar a qualidade de vida complementa o planejamento e vice-versa, pois é comum o plane-
dentro das organizações. jamento depender muito mais de informações de controle do que
A Teoria Comportamental tem seus principais fundamentos a de projeções ou previsões sobre o futuro, segundo Maximiano.
partir dos estudos e abordagem das ciências do comportamento
humano individual, para explicar como as pessoas se comportam O processo de controle envolve todos os aspectos de uma
organizacionalmente. Esta Teoria, também conhecida como Teoria organização, abrangendo seus três níveis hierárquicos principais:
Behaviorista (behaviorial sciences approach), por causa dos estudos • Controle estratégico – complementa o planejamento estraté-
sóciopsicológicos feitos por seus autores, a maioria norte-america- gico (sua definição e redefinição), monitorando: grau de realização
nos, aprofundou os estudos no campo da motivação humana, na das missões, estratégias e objetivos estratégicos, a adequação dos
qual prestou muitas contribuições à teoria administrativa (CARVA- mesmos às ameaças e oportunidades do ambiente; concorrência e
LHO, 2008). outros fatores externos; eficiência e outros fatores internos.
Nesta abordagem, Chiavenato (2003) explica que os estudiosos • Controles administrativos – produzem informações especia-
verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades lizadas e possibilitam a tomada de decisão em cada uma das áreas
humanas para entender o seu comportamento e utilizar a moti- operacionais: produção, marketing, finanças, recursos humanos
vação como meio para melhorar a qualidade de vida, dentro das etc.
• Controle operacional – focaliza as atividades e o consumo de
organizações. A Teoria Comportamental tem abordagem explicativa
recursos em qualquer nível da organização, notadamente por meio
e descritiva, atuando nas organizações, formal e informalmente.
de cronogramas, diagramas de precedência e orçamentos.
Possui ênfase nas pessoas e no ambiente. Sua concepção é de um
homem administrativo, tomador de decisões quanto à participação
É preciso eficácia na definição dos procedimentos e das
nas organizações.
ferramentas para produção, processamento e apresentação das
Sobre a motivação organizacional, destacam-se estudos de
informações necessárias ao desempenho do sistema de controle.
Abraham Maslow (1908-1970), segundo os quais as necessidades
Maximiano (2010) destaca as principais características de um siste-
humanas estão organizadas em níveis, numa hierarquia de impor-
ma de controle eficaz:
tância e de influência. Segundo Maslow, “as necessidades estão • Foco nos pontos estratégicos – são aqueles em que há maior
classificadas em fisiológicas (mais baixas na hierarquia piramidal), probabilidade de ocorrência de algum desvio em relação aos resul-
de segurança, sociais, de estima e de auto-realização (mais elevadas tados esperados; os desvios provocariam os maiores problemas; as
na hierarquia). As necessidades assumem formas que variam de atividades, operações ou processos são críticos para o desempenho
acordo com o indivíduo” (MASLOW apud CHIAVENATO, 2003, p. da organização. Podem ser detectados nas atividades de trans-
330). formação ou nos elementos mais significativos de determinada
operação.
Controle • Precisão – informação precisa para permitir a decisão ade-
Para Maximiano (2010), controle é o processo de produzir quada, caso contrário será difícil ou impossível decidir.
informações para tomar decisões sobre a realização de objetivos, • Rapidez – o encaminhamento rápido da informação permite
permitindo manter a organização orientada para os mesmos atra- que a ação corretiva ou de reforço possa ser posta em prática a
vés de monitoramento ou acompanhamento contínuo sobre: tempo de produzir os efeitos esperados. A demora poderá gerar
• Quais objetivos devem ser atingidos por uma organização ou uma decisão tardia.
sistema. • Objetividade – informações claras sobre o desempenho e
• Desempenho da organização ou sistema em comparação com indicação qual o desvio em relação ao objetivo.
os objetivos. • Economia – o sistema de controle eficaz tem custo menor que
• Riscos e oportunidades no trajeto desde o início das ativida- seus benefícios, por exemplo, a fiscalização não pode custar mais
des até o objetivo. que a arrecadação.
• O que deve ser feito para assegurar a realização dos objetivos.
• Necessidade de mudar o objetivo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• Aceitação pelas pessoas – para enfrentar a resistência e a Menezes define que é uma apreciação sistemática do desem-
sabotagem dos sistemas de controle, as pessoas precisam entender penho de cada pessoa em função das atividades que ela desempe-
as razões do controle; perceber o controle como processo impor- nha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial
tante para seu trabalho ou sua segurança; enxergar o controle como de desenvolvimento, sendo justificável porque:
evidência de sua importância como indivíduos. • toda pessoa precisa receber retroação a respeito de seu
• Ênfase na exceção – diante da impossibilidade de controlar desempenho (chefe e funcionário);
tudo, o controle enfatiza as exceções e seu sistema procura foca- • a organização precisa saber como as pessoas desempenham
lizar a atenção da administração no que é essencial em termos de suas atividades (para fundamentar aumentos salariais, promoções,
desvios. transferências, demissões).

Os aspectos humanos do processo de controle, segundo Maxi- A avaliação de desempenho traz benefícios para as organiza-
miano (2010), são: ções, pois:
• Tipos de controle sobre as pessoas – para que as pessoas • abarca o desempenho do funcionário dentro do cargo ocupa-
comportem-se de acordo com padrões definidos por outras pesso- do, o alcance das metas estabelecidas e objetivos;
as, existem os seguintes tipos: controle formal (utilização da autori- • enfatiza o indivíduo no cargo;
dade formal para induzir ou inibir algum comportamento), controle • melhora a produtividade do indivíduo à medida em que é
social (aceitação das crenças, valores e normas sociais de um grupo aceita pelo funcionário e pela organização (MENEZES).
= conformidade social), controle técnico (exercido por sistemas e A avaliação permite identificar os aspectos menos desen-
não por pessoas, como ocorre com o relógio de ponto, a velocidade volvidos (pontos fracos) em relação ao modelo, que devem ser
das máquinas, o orçamento disponível). considerados como oportunidades de melhoria da organização, ou
• Resistência ao controle – para combater o sentimento de per- seja, aspectos que devem ser, prioritariamente, objeto de ações de
da da liberdade e serem eficazes, os sistemas de controle devem: melhoria. Se realizada de forma sistemática, a avaliação da gestão
ter legitimidade (reconhecidos como necessários); ser participati- institucional funciona como forma de aprendizado sobre a própria
vos (promover a participação das pessoas na definição e avaliação organização e como instrumento de internalização dos princípios,
de seu próprio desempenho); ser flexíveis (para possibilitar o erro). valores e práticas da gestão pela excelência.
• Avaliação do desempenho – todo sistema de controle deve
dar feed-back aos integrantes da equipe do gerente, informando-
-os qual é seu desempenho, para reforçá-lo (feed-back positivo) GESTÃO PELA QUALIDADE
ou inibi-lo (feed-back negativo). As características do feed-back
eficaz são: rapidez (o intervalo entre a observação do desempenho Gestão da qualidade
do desempenho e a aplicação do reforço ou correção deve ser o A gestão da qualidade nas organizações como um processo
menor possível, sob pena de esquecimento e ineficácia); descrição participativo entre dirigentes das organizações e trabalhadores
em lugar de julgamento (quando se trata de ações corretivas, ao tem relação com alguns acontecimentos posteriores à 2a Guerra,
invés de julgar os atos ou motivos do avaliado, o avaliador descreve no Japão. A reconstrução do Japão pelos aliados pavimentou as
as expectativas ou objetivos, o desempenho observado que deve condições para o desenvolvimento de uma nova atitude adminis-
ser feito para igualar os dois); administração de recompensas (os trativa flexível à maior participação dos indivíduos que trabalham
princípios do behaviorismo mostram que recompensas incentivam nas organizações.
o bom desempenho e são mais eficazes que as punições, que ape- Tornava-se necessário um novo projeto que assegurasse a re-
nas suprimem temporariamente o comportamento indesejado). construção do país. A reorganização social do mundo do trabalho
• Autocontrole – o compromisso e a disciplina interior é o foi o caminho escolhido para atender às exigências da sociedade
melhor substituto para a obediência ditada pelos controles, o que japonesa. Os grandes especialistas americanos de qualidade contri-
faz o autocontrole substituir os sistemas formais e ser uma das buíram como consultores para o aperfeiçoamento da qualidade na
ferramentas da autogestão. Maximiano ressalta que criar uma produção industrial japonesa. A partir de William Edwards Deming,
cultura orientada para o compromisso e a disciplina interior é um a qualidade se alastra no mundo, abrindo espaço para abordagens
dos principais desafios da moderna administração. de planejamento, da produção com erro-zero e do controle da qua-
lidade. Taichiro Ohno, engenheiro-chefe da Toyota, empreendeu
Avaliação e feed-back esse novo modo de produção aproveitando o máximo da capaci-
A Avaliação de Desempenho é um processo que tem como ob- dade produtiva do indivíduo e introduzindo outras formas de apro-
jetivo conseguir que os membros da equipe de trabalho orientem priação do indivíduo pela produção capitalista. Surge o toyotismo:
seus esforços no sentido dos objetivos da organização. Os gestores […] Seu primeiro passo foi agrupar os trabalhadores em equi-
utilizando de instrumento específico identificam habilidades e pes, com um líder de equipe no lugar do supervisor. Cada equipe
competências dos funcionários que precisam ser mantidas e as que era responsável por um conjunto de etapas de montagem e uma
necessitam ser desenvolvidas. A avaliação de desempenho é parte parte da linha, e se pedia que trabalhassem em grupo, executando
atuante da estratégia gerencial e orientam as ações e decisões dos o melhor possível as operações necessárias. O líder da equipe, além
gestores relacionadas a promoções, transferências, treinamentos, de coordená-la, realizava tarefas de montagem; particularmente,
desligamentos (ROBBINS, 2005). substituía trabalhadores eventualmente faltantes – conceitos esses
Pode-se definir desempenho como a forma como os recursos inéditos nas fábricas de produção em massa. (WOMACK, 1992, p.
se organizam, interagem e atuam para atingir um objetivo expresso 47). A atitude administrativa de maior utilização possível das ap-
ou tácito, segundo um roteiro e sequência de passos formal ou tidões de todos os empregados fez Ohno atribuir aos indivíduos
informalmente estabelecidos. O grau de eficácia com que são novas funções relacionadas com o controle de qualidade. Era reser-
atingidos os objetivos realmente pretendidos, associado ao grau de vado um horário em que, regularmente, a equipe sugeria aos admi-
eficiência na utilização dos recursos, determina o nível de desem- nistradores um conjunto de medidas para melhorar os processos
penho. Mede-se o desempenho através de indicadores diversos. O de trabalho, surgindo, assim, o Círculo de Controle da Qualidade
resultado das medidas permite interpretar o nível do desempenho. (CCQ).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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O estabelecimento desse círculo envolvia estudos e aprimo- objetivos, diretrizes e tomando decisões que afetam os indivíduos
ramento do conhecimento dos trabalhadores na solução de pro- que ali trabalham. As expectativas do indivíduo têm relação com as-
blemas a serem enfrentados nos processos de trabalho e também pectos objetivos, como salários ou vencimentos, horas de trabalho,
os problemas enfrentados pela própria empresa, inflacionando o benefícios, etc. e aspectos subjetivos, ligados ao íntimo do indiví-
acúmulo de responsabilidades do trabalhador e criando uma via duo que envolvem o senso de dignidade e valor da pessoa.
de apropriação de aptidões e capacidades antes não exploradas Nas expectativas da organização o comprometimento do indi-
pela empresa. A participação nesses círculos servia como critério víduo deve ser primeiramente com a organização em detrimento
de promoção e seleção dos trabalhadores para possíveis cargos na de sua individualidade.
gerência. A adesão não era voluntária pelos indivíduos no CCQ e, A organização também tem certas expectativas implícitas mais
também, não era voluntária a decisão pelas equipes de utilizar essa sutis, por exemplo, de que o empregado melhorará a imagem da
técnica gerencial no enfrentamento dos problemas. organização, será leal, manterá os segredos da organização e tudo
Aquela ideia de uma carga de subjetividade que toca no reco- fará em prol dela [isto é, sempre terá elevado nível de motivação e
nhecimento, valorização e integração do indivíduo pela organiza- disposição de se sacrificar pela organização]. (SCHEIN, 1982, p. 19).
ção, sendo ela a responsável e detentora das condições de modifi- Na disposição do indivíduo participante, o modelo de gestão da
car, influenciar e aprimorar as coisas, as relações e os processos de qualidade elogia essa atitude que interessa à produtividade e lucro
trabalho permite uma abordagem epistemológica desse modelo de das organizações capitalistas e subverte as diferentes expectativas
gestão da qualidade considerando suas relações com o indivíduo do contrato psicológico, apresentando as expectativas do indivíduo
que participa, fazendo uma reflexão dos pensamentos de Drucker como sendo as suas expectativas em relação ao indivíduo. Entre-
(da escola neoclássica da administração) e de Edgar Schein (da psi- tanto, os conceitos amplamente estimulados e valorizados da exce-
cologia organizacional). lência, do “fazer certo o que é certo desde a primeira vez”, o “erro
zero” ou “zero-defeito”, a obrigação de ser forte, a certeza do êxito
As organizações e o indivíduo participante sempre, o adaptar-se sempre, a necessidade de um desafio como
Se as organizações aplicam mudanças nos tipos de gestão, na estímulo e motivo sempre, a constância de propósitos, a internali-
atitude administrativa e na compreensão de um novo perfil de indi- zação da cultura organizacional são valores do modelo de gestão
víduo trabalhador amplamente manifestadas pelo neoclassicismo da qualidade total que estabelecem um controle social, um insti-
da escola científica da administração é porque o indivíduo continua tuto que assegura a harmonia entre as expectativas do indivíduo e
sendo uma base fundamental para o desenvolvimento das organi- aquelas da organização.
O indivíduo participante digere esses ideais, ajusta-se a essa
zações.
lógica, sujeita-se a padrões de comportamento que o levam a re-
Para Peter Drucker a história do êxito das organizações é a his-
nunciar sua autonomia. É a desconstrução de sua individualidade.
tória do êxito da gerência. Os novos pressupostos gerenciais esta-
belecem: um novo perfil de trabalhador nas organizações, colocan-
Gestão da qualidade nas organizações e a desconstrução da
do em aplicação o que aprende durante uma educação sistemática individualidade
e não apenas a sua habilidade manual ou seus músculos; um admi- Os modos de gestão das organizações capitalistas têm como
nistrador com a função de tornar produtivos os recursos humanos, característica e fundamento uma abordagem funcionalista. Os mo-
fazendo com que as pessoas trabalhem em conjunto, unindo as ha- delos de Taylor, Ford, Fayol, Deming, Ohno sempre primaram pelas
bilidades e conhecimentos de cada indivíduo para um fim comum; operações – a tarefa é o movimento do indivíduo e nela se concen-
uma atitude administrativa constante e crescente de utilização das tra seu comportamento.
aptidões de todos os empregados (DRUCKER, 1971, 1970, 1964). A história das organizações tem ideais de um novo indivíduo,
A junção desse novo perfil de trabalhador, de administrador e de um administrador com a função de unir, dispor, estimular, indu-
dessa atitude administrativa vai estabelecendo uma nova relação zir, propor, maximizar as capacidades humanas e de uma atitude
do indivíduo com a organização que trabalha. A organização espera administrativa de uso dessas capacidades para os interesses da or-
mais do trabalhador: suas aptidões, habilidades e sua subjetividade ganização. Serão abordados três aspectos da gestão da qualidade
– a realização de suas aspirações e reconhecimento pelo trabalho. como afirmação de um contrato psicológico com o indivíduo-tra-
A oportunidade de participar mais, de trazer com isso uma balhador que subvertem sua individualidade com aquela ideia de
mudança positiva para a organização, de obter reconhecimento e harmonia ou de igualdades de expectativas entre organização/indi-
realização é de alguém que deseja e necessita pertencer e estar víduo: a cultura da qualidade e os vínculos que se estabelecem en-
integrado, que sente a possibilidade de realizar-se e de sentir-se tre indivíduo e organização; o discurso da qualidade como prática
valorizado e amado: um indivíduo. Todavia, é preciso compreender organizacional; autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo
que esse desejo de participar, essa necessidade de pertencer apon- da qualidade.
ta para uma individualidade que não é parte da organização, não
pertence a ela. Há um universo de compreensões, sentimentos e A CULTURA DA QUALIDADE E OS VÍNCULOS QUE SE ESTABELE-
expectativas do indivíduo distintos dos da organização. CEM ENTRE INDIVÍDUO E ORGANIZAÇÃO
É um movimento de necessidades e desejos do indivíduo e as Uma leitura da psicologia das organizações acerca da cultura
necessidades e desejos da organização. A perspectiva da organiza- da qualidade aponta para uma crítica à institucionalização da ação
ção e de seus dirigentes e a dos indivíduos que nela trabalham. do indivíduo, visando garantir aquela harmonia organização/indi-
víduo. A socialização é vista como uma aprendizagem de papéis a
O conceito de contrato psicológico apresentado por Edgar
serem desempenhados no sistema em vigor.
Shein (1982, p. 18) estabelece quais as relações que permeiam esse
Deming (1990, p. 263) destaca que o desenvolvimento das pes-
movimento: “A idéia de um contrato psicológico denota que há um
soas numa cultura de qualidade é responsabilidade privativa da or-
conjunto não explícito de expectativas atuando em todos os mo-
ganização : “[…] o recrutamento, o treinamento, a chefia e o apoio
mentos entre todos os membros de uma organização e os diversos aos operários da produção do sistema de produção. Quem poderia
dirigentes e outras pessoas dessa organização.” A organização e ser responsável por essas atividades se não a administração de pro-
seus dirigentes cuidam dos interesses institucionais, estabelecendo dução?” Cada indivíduo deve saber o que se espera dele no desem-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
penho de um papel e também o que ele pode e deve esperar dos O oxigênio que se respira no discurso da qualidade é o da or-
outros indivíduos. Quanto mais o indivíduo se adapta ao sistema ganização perfeita a priori. Os objetivos de aplicação do modelo
tanto mais melhora seu desempenho, adquirindo, assim, uma iden- (BRASIL, 2008/2009) estão expostos nos seus manuais: avaliar a
tidade nessa organização. qualidade do sistema de gestão da organização e promover o aper-
É um projeto de controle e previsão do comportamento huma- feiçoamento e o aprendizado contínuo a partir das práticas de ges-
no com propósitos de adaptá-lo ao meio, àquilo que está fora dele, tão.
além dele (FIGUEIREDO, 1989, p. 100-103). Fora dele e além dele é Esse avaliar é a avaliação da aplicação do método, do modelo.
a organização. Faria e Oliveira (2007, p. 199) destacam que “[...] as Mas de forma alguma será a avaliação crítica do método, do mode-
novas tecnologias industriais revelaram-se ambiciosas estratégias lo. Os critérios de avaliação estão previamente definidos: liderança;
de dominação da alma humana e a organização foi reduzida a um planejamento ou estratégias e planos; foco no cliente ou cidadãos;
sistema politico-econômico, sociocultural e simbólico-imaginário sociedade; informação e conhecimento; pessoas; processos e re-
destinado a institucionalizar a relação de submissão.” A organiza- sultados institucionais.
ção ganha uma identidade e proclama aos indivíduos, por intermé- O Modelo de Gestão da qualidade traz a “explicação ideal” do
dio da gestão da qualidade, um autoconceito de missão (razão de que significa Gestão Excelente. É a construção de uma versão de
sua existência, o seu fim último, o seu papel na sociedade – quem determinada realidade. A concepção da linguagem como “amo do
é a organização), visão de futuro (o que a organização quer ser sujeito” tem força maior em um projeto assim. As pessoas e seus
quando crescer – quem será a organização) e valores (os princípios grupos recebem o modelo de gestão como algo universalmente
e normas da organização). Não significam apenas conceitos sobre testado e aprovado, como uma realidade ideal que existia em ou-
a organização, mas um autoconceito da organização pela organi- tro lugar e não se sabia disso, como algo que a partir dali vai ressig-
zação. A gestão da qualidade declara o alinhamento da missão de nificar todas as coisas e como se o passado vivido da organização
vida do indivíduo com a missão da organização, um sobrepor da vi- tivesse sido uma grande alucinação. Esse discurso é uma prática
são individual de tempo e futuro com a visão de tempo e futuro da que transforma o autoconceito. Uma realidade ideal conquistada
organização e a aceitação dos valores da organização como sendo coletivamente e importante para todos é uma versão negociada e
seus valores individuais. construída da organização e tem efeitos no indivíduo.
A discordância do indivíduo nesse processo é estranhada pela
organização; compreende uma atitude inadequada que poderá Se a questão da prática discursiva da gestão da qualidade não
desfigurar a imagem que a organização tem do indivíduo, porque revela “a sua outra face”, há no discurso outra intenção. Há um
este “eu” tem uma identidade própria estranha a uma cultura onde jogo em curso. Foucault (2007, p. 20) analisa assim a situação: “[…]
se o discurso verdadeiro não é mais, com efeito, desde os gregos,
os papéis estão definidos. Não há espaço para o “eu próprio”, mas
aquele que responde ao desejo ou aquele que exerce o poder, na
apenas para o “eu adaptável” à organização. Para evitar conflitos,
vontade de verdade, na vontade de dizer esse discurso verdadeiro,
o indivíduo submete-se a compreensões “prontas” da realidade e
o que está em jogo, senão o desejo e o poder?” A prática discursiva
passa a estabelecer padrões de conduta que aliviem as tensões de
da gestão da qualidade serve aos interesses de um poder consti-
uma contradição entre o “eu próprio” e o “autoconceito” da orga-
tuído, de um que domina sobre os demais na organização e que
nização.
tem o desejo de que os indivíduos apoiem seus objetivos na e pela
organização. O discurso da qualidade reúne alguns instrumentos
O discurso da qualidade como prática organizacional
de controle da organização sobre o indivíduo, desconstruindo sua
No decorrer do século XX, a progressiva atenção dedicada à individualidade.
linguagem nas ciências humanas e sociais favoreceu uma nova con-
cepção de realidade, da natureza do conhecimento e da concepção Autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo da quali-
de linguagem. A linguagem passa a ser instrumento para criar acon- dade
tecimentos. É centrada nas relações do cotidiano. É uma forma de A teoria liberal destaca uma sociedade com oportunidades
ação no mundo. É uma prática discursiva. iguais de ascensão, felicidade e prosperidade parecendo estar pre-
A linguagem é possibilidade de configurar a realidade na me- sente uma autonomia do indivíduo como construtor de seu futuro.
dida em que é uma prática que provoca efeitos. Tem como função Essa conduta liberal da sociedade capitalista lançou a base para
empreender e executar ações e não somente descrever o mun- uma autorrealização do indivíduo. O interesse individual é apre-
do. Assim, a linguagem é compreendida como ação (MELLO et al., sentado como a mola propulsora dos sistemas baseados na livre
2007, p. 26-32). iniciativa. Defende que os indivíduos, por procurarem seus próprios
A gestão da qualidade utiliza o discurso nas organizações como interesses, agem por fim em benefício da própria sociedade. Assim,
prática de construção do novo. Esse discurso é encontrado na for- as condições políticas de legitimação da acumulação pela via do in-
ma escrita (manuais da qualidade, a difusão da missão, visão e valo- dividualismo e da livre iniciativa são consumadas. A individualidade
res da organização em documentos oficiais, expositores e locais de foi reduzida a um mero instrumento produtivo.
convivência), falada (oficinas, encontros, seminários e reuniões) e Se os vínculos que se estabelecem entre indivíduo e a organi-
nas imagens veiculadas internamente na organização (símbolos da zação na cultura da qualidade e suas práticas discursivas subvertem
qualidade, fotos de personalidades ilustres apresentadas na orga- a individualidade, uma posição passiva do indivíduo diante das for-
nização como apoiadores da qualidade, etc.). mas de dominação sociais pode indicar o triunfo de uma revolução
É um discurso que flui como convocação ao indivíduo, sendo a contra si mesmo. Essa subversão apresenta-se de forma sutil, mas
gestão da qualidade o meio de produção e reprodução da prática sempre de forma intencional pela organização e, geralmente, não
discursiva. É, portanto, um discurso ideológico da organização que percebida pelo indivíduo.
conclama os indivíduos a construírem uma realidade essencializan- O mais importante é a atitude do indivíduo consigo. O redu-
te do perfeito, da qualidade total, da única e verdadeira gestão. cionismo de que todas as necessidades pessoais serão satisfeitas a
Contudo, o discurso da qualidade total esconde sua forma de um partir e somente pelo trabalho podem abrir um caminho de aceita-
sistema de produção que se apropria do indivíduo com a roupagem ção de modelos de gestão das organizações sem a necessária crítica
de participativo e descentralizado. e autonomia frente a eles.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As ideias de Maslow sobre as necessidades humanas (fisiológicas, segurança, sociais, de estima e autorrealização) e as de Drucker
sobre a organização como viabilizadora das condições ideais para a satisfação dessas necessidades pode tornar mais severo o controle do
comportamento do indivíduo pela organização:
O administrador precisa, de fato, supor com a Teoria Y (Maslow), que existe no mínimo um número considerável de pessoas na força
de trabalho que busca realização. [...] O administrador precisa ainda aceitar como sua tarefa tornar o trabalhador e suas atividades plenas
de realização. (DRUCKER, 1981, p. 321).
O humanismo na gestão das organizações apontou para várias frentes de mudança nas condições de trabalho. A escola comporta-
mental da administração e a humanista da psicologia receberam valiosas contribuições dos estudos de Maslow. Entretanto, as implicações
de uma gestão com foco na autorrealização dos indivíduos que trabalham em uma organização têm outras variáveis:
Na teoria da auto-realização, o contrato envolve a troca de oportunidade de obter recompensas intrínsecas (satisfação pela realização
e uso das capacidades próprias) pelo desempenho de alta qualidade e pela criatividade. Isso, por definição, cria um envolvimento moral,
e não um envolvimento calculista, e, dessa maneira, libera um maior potencial de dedicação aos objetivos da organização e um maior
esforço criador desses objetivos [...] de modo dependente e submisso. (SCHEIN, 1982, p. 55, grifo nosso).
A base da gestão pela qualidade é ser uma gestão participativa que convida o indivíduo a usar de suas habilidades, seu pensamento
planejador e de sua subjetividade por outro caminho: o da cooperação “voluntária”. As concepções mais aceitas e investigadas sobre o
comprometimento dos indivíduos na organização tem sido consideradas (afetiva, calculativa e normativa) em outros estudos (GOMIDE
JÚNIOR; SIQUEIRA, 2004). Esse comprometimento reúne atitudes individuais com base afetiva (sentimentos e afetos) e base cognitiva
(crenças sobre o papel social dos envolvidos em uma relação de troca econômica e social). A organização espera que o indivíduo tenha o
desejo de participar e compreenda a importância de sua participação.
Entretanto, as pesquisas sobre comprometimento organizacional descrevem as bases psicológicas que sustentam o comprometi-
mento dos indivíduos relacionando-o com estados psicológicos de desejo, obrigação ou necessidade de permanecer, de participar, de
pertencer à organização, conforme o Quadro 1 (FEITOSA, 2008; DEMO, 2003; REGO, 2003).17

Participa na implementação
Categorias Caracterização Estado psicológico
porque
Grau em que o indivíduo se sente
Afetiva emocionalmente ligado à organização e ... sente que quer participar Desejo
identificado e envolvido com ela.
Grau em que o indivíduo possui um sentido ... sente que tem o dever de
Normativa Obrigação
de obrigação (ou dever moral) de participar. participar
Grau em que o indivíduo participa devido ao
reconhecimento dos custos associados com
... sente que tem necessidade de
Calculativa sua não participação. Esse reconhecimento Necessidade
participar
pode advir do sentimento de perda de
recompensas econômicas ou sociais.

Benefícios da gestão da qualidade às empresas


Gerir a qualidade é administrar os processos organizacionais a partir de padrões pré-estabelecidos, corrigindo e implementando
melhorias continuamente.

A atual conjuntura dos mercados, de distintos segmentos, impõe às empresas um padrão de qualidade e capacidade de prover resul-
tados para se destacar em meio a alta competitividade existente, e ser bem sucedida.
A preocupação com a gestão da qualidade é algo que vem evoluindo junto às histórias das organizações, estando mais direcionada
aos produtos e processos inicialmente, e depois voltando sua atenção também aos desejos dos consumidores e às questões internas da
empresa. Dado os diversos aspectos a serem observados para o controle da gestão, foi criado o conceito de um sistema de gestão da
qualidade, ou SGQ, que abrange todas essas questões, planifica e executa as ações necessárias à consecução dos padrões de qualidade.

Sistema de gestão da qualidade


Este instrumento de gestão visa propiciar à organização o controle de todos os seus processos, de forma que um padrão de exce-
lência seja concebido e que as ações dos colaboradores no desempenho de suas atividades não saiam do pré-estabelecido, evitando a
queda da qualidade dos produtos ou serviços, possibilitando uma melhoria contínua e um subsídio de informações à tomada de decisão.
Uma ótima referência de padrões de excelências de qualidade que as empresas buscam alcançar é a NBR ISO 9001. Tal normativa
orienta as empresas a estabelecer seus processos de forma bem definida, podendo acompanhá-los de perto e aprimorá-los constante-
mente. Através dos indicadores de cada processo, e também dos objetivos, informações preciosas à tomada de decisões são geradas e
vão auxiliar os gestores nas ações corretivas, preventivas e de melhorias.
A definição das responsabilidades nos processos, dos indicadores e sua forma de acompanhamento permite à empresa um salto na
sua produtividade: produtos concebidos com o menor custo e no menor tempo possível, evitando-se o retrabalho e alcançando algo de
qualidade que promova a satisfação do cliente.

17Fonte: www.repositorio.ufc.br - Por Gustavo Pucci Schaumann/Antônio Caubi Ribeiro Tupinambá

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O sistema de gestão da qualidade aliado à gestão de pessoas O aumento da competitividade entre as empresas, ocasionado
vai garantir que a implementação da norma abranja todos os níveis por inúmeros fatos ocorridos nos últimos anos no cenário mundial,
hierárquicos da empresa, de forma que todos adiram ao novo pa- dentre eles a própria globalização, tem obrigado as empresas a bus-
drão de qualidade e se comprometam com a melhoria contínua no car formas para se tornarem mais competitivas. Portanto os inves-
desempenho. É essencial, também, que a alta administração e os timentos em tecnologia, marketing e qualificação profissional são
líderes desempenhem o papel de difundir os valores, estimular a cada vez mais importantes, sendo que as máquinas, equipamentos
mudança e assegurar o cumprimento dos novos padrões de forma e tecnologia têm grande importância no sucesso das empresas. Por
satisfatória e permanente na empresa. outro lado, as pessoas que trabalham nas organizações são respon-
sáveis por conduzir e produzir estes resultados. Com base nisso, as
Benefícios de um sistema de gestão da qualidade às empresas empresas começam a perceber as pessoas como seu recurso mais
– Maior rentabilidade; valioso, é o que alguns autores denominam de capital humano ou
– Maior satisfação dos clientes; intelectual (ODEBRECH e PEDROSO, 2010).
– Maior competitividade da organização; Dentro das organizações, as pessoas são consideradas recur-
– Diminuição do retrabalho – menos custos e mais celeridade; sos, isto é, como portadores de habilidades e conhecimentos, que
– Maior auto estima e motivação da equipe. auxiliam no processo produtivo e crescimento empresarial, porém,
– Incrementos no desenvolvimento de competências e com- é de extrema importância não esquecer de que essas pessoas são
partilhamento de conhecimentos inerentes às atividades da or- humanas, formadas de personalidade, expectativas, objetivos pes-
ganização, visto que são implementadas as melhores práticas de soais, e possuem necessidades (ANDRADE, 2012).
gestão.18 Para um melhor desenvolvimento das organizações, é preciso
que os gestores preocupem-se com as condições de trabalho que
Qualidade de vida no trabalho - QVT oferecem aos seus funcionários, visando proporcionar fatores que
Quando falamos em organizações, estamos falando em um contribuam positivamente nas condições e qualidade de vida dos
conjunto composto por indivíduos que buscam desempenhar suas trabalhadores (BORTOLOZO e SANTANA, 2011).
funções e ter em contrapartida, atendidas suas necessidades, ex- Para garantir a qualidade de vida no trabalho, a organização
pectativas e desejos. precisa preocupar-se não apenas com o ambiente físico da organi-
Na sociedade atual em que vivemos, uma dessas necessidades zação, mas também com os aspectos psicológicos e físicos de seus
mais discutidas no momento é o nível de qualidade de vida no âm- funcionários. Alcançar a qualidade de vida é a verdadeira vontade
bito profissional, ou seja, não é apenas o retorno financeiro que do ser humano, que busca tudo que possa proporcionar maior bem
busca o profissional atual. Ele busca um ambiente saudável, que estar e o equilíbrio físico, psíquico e social, ou uma regra para se
lhe proporcione um bem estar no aspecto físico, intelectual, emo- obter uma vida mais satisfatória (SUMARIVA e OURIQUES, 2010).
cional, espiritual e social. De acordo com Chiavenato (1999), a qualidade de vida tem se
Sim, esse contexto todo atendido proporciona uma qualidade tornado um fator de grande importância nas organizações e está
de vida e saúde aos profissionais que traz retorno não somente diretamente relacionada à maximização do potencial humano, e
a eles, mas principalmente às organizações, isso porque, quando isto depende de tão bem as pessoas se sentem trabalhando na or-
esse conceito é levando em consideração, problemas como falta de ganização. Nesse sentido, uma organização que se preocupa e tem
autoestima, baixa motivação, queda de produtividade, ausências, ações voltadas à qualidade de vida de seus funcionários passará
alta rotatividade, e tantas outras posturas que geram um quadro confiança aos mesmos, pois são organizações que se preocupam
de negatividade podem ser melhor administrados gerando retor- com o bem estar, satisfação, segurança, saúde e a motivação de
nos diretos e indiretos. seus funcionários (BORTOLOZO e SANTANA, 2011).
Em razão disso, as organizações estão investindo em práticas Verifica-se também que no atual cenário empresarial e indus-
de boa conduta, de saúde física, mental e emocional, em preven- trial, a motivação exerce papel fundamental e primordial para a re-
ção, em campanhas de consciência individual e coletiva, ou seja, alização das atividades laborais dentro das organizações, uma vez
estimulando hábitos e estilos de vida que proporcionem maior bem que afeta diretamente a qualidade de vida e o comportamento do
estar entre todos, aumentando assim a qualidade e a produtividade colaborador. Colaborando com essa afirmação, Chiavenato (1999)
oferecida pelo profissional, mas também gerando mais satisfação afirma que o funcionário, quando motivado, tem maior disposição
percebida por esse. e capacidade para desempenhar suas atividades laborais. Assim,
Abaixo relacionamos alguns benefícios percebidos rapidamen- as organizações, para obterem de seus colaboradores uma melhor
te quando o conceito de qualidade de vida no ambiente profissio- produtividade e execução de suas funções, precisam investir em
nal recebe maior atenção das organizações: seus funcionários, proporcionando aos mesmos, maior satisfação
- Aumento de produtividade. e motivação para a realização de suas atividades de trabalho (AN-
- Profissionais mais presentes, atentos e motivados. DRADE, 2012).
- Melhora nas relações interpessoais Diante do exposto, observa-se que a motivação é fator essen-
- Diminuição em ocorrências de enfermidades cial para que o colaborador tenha melhor desempenho e compro-
- Baixa na rotatividade de profissionais metimento com suas atividades laborais.
- Aumento na disposição Assim, a organização que enfatiza a motivação de seus colabo-
- Melhora no clima organizacional radores apresenta, por conseguinte, maior produtividade e, além
- Aumento no nível de satisfação disso, propicia também ambientes de trabalho mais agradáveis e
- Diminuição no nível de stress melhor qualidade de vida para seus funcionários (ANDRADE, 2012).
- Baixa no nível de acidentes de trabalho Pelo que foi mencionado anteriormente, o presente estudo
- Melhora na imagem da organização tem por objetivo buscar e identificar na literatura científica, artigos
- Aumento na capacidade de desempenho relacionados à qualidade de vida nas organizações e à motivação
dos colaboradores, visando discorrer sobre os fatores que intera-
gem na motivação dos mesmos e sua associação com a qualidade
de vida dos funcionários.
18Fonte: www.ibccoaching.com.br – Por José Roberto Marques

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Qualidade de Vida nas Organizações 6 - Constitucionalismo: verifica se a instituição possui normas e
O principal objetivo da implementação de programas que vi- regras e se a mesma segue a legislação trabalhista.
sam oferecer maior qualidade de vida é a reestruturação do setor 7 - O trabalho e espaço total de vida: verifica se há equilíbrio
produtivo, que possa estabelecer estratégias a fim de atender as entre a vida laboral e a vida pessoal.
necessidades humanas básicas dos trabalhadores e também, maio- 8 - Relevância social da vida no trabalho: objetiva verificar o
res eficácia e produtividade. desempenho da empresa na sociedade e responsabilidade social.
Verifica-se que ainda não há uma definição precisa e consen-
sual, na literatura científica sobre a qualidade de vida no trabalho Qualidade de Vida e Motivação no Trabalho
(QVT), uma vez que a implementação desse tema em nosso país e É sabido que a maior parte da vida das pessoas se passa dentro
em nossas instituições ainda é principiante. das instituições de trabalho. Desse modo, é notória e inegável a
Muitos pesquisadores defendem que a qualidade de vida no importância que o trabalho exerce sobre a vida das pessoas. Há,
trabalho pode ser entendida com uma estratégia, cuja “meta prin- contudo, uma nítida contradição em relação à atividade laboral:
cipal de tal abordagem volta-se para a conciliação dos interesses muitas pessoas o têm como um fardo, como algo difícil, que só é
dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao mesmo tempo em realizado por uma necessidade financeira. Para outros, o trabalho
que melhora a satisfação do trabalhador, melhora a produtividade é interpretado com meio para crescimento pessoal, como sentido
da empresa” (FERNANDES, 1996). para a vida, definidor de responsabilidade e identidade pessoal.
De acordo com Werther e Davis (1983), para que uma institui- Para muitos, a própria rotina e alienação que o trabalho pro-
ção melhore a qualidade de vida no trabalho de seus colaboradores, move, acabam por caracterizá-lo como um simples meio de sobre-
é necessário reunir esforços para tentar estabelecer cargos mais vivência.
satisfatórios e produtivos. Para tanto, precisa-se da implementação Nessa interpretação sobre o trabalho, é desprezado e descon-
de diferentes técnicas que visem à reformulação dos cargos e fun-
siderado as expectativas, os sentimentos, a motivação e a qualida-
ções de uma organização, contado também com participação dos
de de vida dos colaboradores nas organizações, o que acaba refle-
trabalhadores envolvidos nesse processo.
tindo negativamente em sua autoestima e no seu desempenho na
Conforme salienta Vieira e Hanashiro (1990), a qualidade de
instituição empregadora (MIRANDA, 2009).
vida no trabalho tem por objetivo melhorar as condições de tra-
balho e também todas as demais funções, em qualquer que seja a Desse modo, ressalta-se a importância de se abordar a quali-
natureza ou mesmo, nível hierárquico. dade de vida nas organizações, cujo propósito principal consiste na
Além disso, a QVT atua também nas variáveis ambientais, com- satisfação pessoal do indivíduo na execução de suas tarefas dentro
portamentais e organizacionais a fim de possibilitar humanização das organizações (MAXIMIANO, 2000).
do setor produtivo e, logicamente, obter resultados mais satisfató- Verifica-se nos dias atuais, uma grande diferença, nas institui-
rios, seja para o colaborador, seja para a instituição empregadora. ções e organizações, entre o avanço e o progresso técnico-científico
Assim, espera-se também da QVT, a diminuição do conflito entre o e as questões sociais e aquelas relacionadas à qualidade de vida. A
trabalhador e o capitalismo (organização). qualidade de vida nas organizações, bem como a motivação e satis-
A literatura cientifica traz alguns modelos estruturais referen- fação do colaborador com sua atividade laboral são estratégias que
tes à abordagem da qualidade de vida no trabalho. Tais modelos devem ser utilizadas pelas organizações a fim de se obter maiores
atuam como indicadores da satisfação dos colaboradores com a níveis de produtividade, levando-se sempre em consideração que o
situação de trabalho bem como abordam também a satisfação dos fator mais importante empregado no setor produtivo é o humano
mesmos com suas atividades laborais. (MARRAS, 2002).
Dentre os vários modelos difundidos na literatura, o mais con- Com base na afirmação anterior e de acordo com o que é des-
tundente e abrangente é o que foi proposto por Watson (1973). crito na literatura científica, a motivação é algo que necessita estar
Para este autor, uma organização é humanizada quando ela atribui continuamente sendo estimulada numa organização, de modo que
responsabilidades e autonomia aos seus colaboradores, cujo nível o colaborador possa aplicar e desenvolver todo seu potencial. Para
varia de acordo com o cargo, bem como tem enfoque no desen- tanto, é necessário que a organização propicie meios adequados
volvimento pessoal do indivíduo, proporcionando, assim, melhor para que o seu colaborar sinta e esteja sempre motivado, a fim de
desempenho dentro da instituição. se obter um ambiente de trabalho saudável, humano, produtivo e
Na prática, os critérios do modelo de Walton podem ser defini- eficaz (MIRANDA, 2009).
dos da seguinte forma (CHIAVENATO, 1999):
1 - Compensação justa e adequada: mensura a adequação en- Motivação dos Colaboradores nas Organizações
tre a remuneração do colaborador com suas atividades laborais; A motivação humana tem sido apontada como um dos maio-
avalia e compara, também, a remuneração entre os vários cargos e
res desafios e preocupações das organizações modernas. Este tema
funções dentro da empresa; compara a remuneração do funcioná-
tem, inclusive, despertado o interesse depesquisadores, os quais
rio com outros profissionais no mercado de trabalho.
tentam explicar e entender o sentido dessa força que faz com que
2 - Condições de trabalho: avalia a jornada laboral e o ambien-
as pessoas agem e atinjam seus objetivos.
te de trabalho, com vista a determinar que não sejam perigosos ou
que tragam malefícios à saúde do colaborador. Conforme explica Maximiano (2000), o termo motivação pode
3 - Uso e desenvolvimento de capacidades: refere-se à possi- ser interpretado como “processo pelo qual um conjunto de razões
bilidade do funcionário fazer uso, na prática, de todo seu conheci- ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum
mento e destreza. tipo de ação ou comportamento humano”. Nesse sentido, a moti-
4 - Oportunidade de crescimento e segurança: verifica se a or- vação pode ser entendida como uma razão que leva as pessoas à
ganização oferece oportunidade e possibilidade para crescimento e uma determinada ação ou comportamento.
desenvolvimento pessoal e profissional. Nesse contexto, para que os colaboradores possam realizar
5 - Integração social na organização: refere-se à presença de suas atividades, de modo a obter satisfação e motivação, é ne-
respeito, ambiente harmônico, apoio mútuo e ausência de precon- cessário que as organizações ofereçam um ambiente de trabalho
ceitos e diferenças hierárquicas na instituição. confortável e seguro. Além destes fatores, evidencia-se também a

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
importância de que sejam realizadas, no ambiente de trabalho, ati- sintam capazes. Assim, a organização precisa estar atenta a tais fa-
vidades de socialização e interação, uma vez que estes elementos tores, os quais podem interferir e refletir diretamente no bem estar
mostram-se de fundamental importância para a satisfação dos co- dos funcionários, na sua satisfação e na produtividade da organiza-
laboradores com a organização e, consequentemente, maior pro- ção (FERNADES, 1996 apud ANDRADE, 2012).
dutividade (BORTOLOZO, 2011). Neste contexto, fala-se muito em humanização do ambiente
De acordo com Miranda (2009), sobre a motivação nas organi- de trabalho, o qual precisa ser bom, alegre, descontraído e desafia-
zações, atuam alguns sistemas motivacionais. Tais sistemas podem dor, a fim de se ofertar um mínimo de qualidade de vida.
ser entendidos como todos e quaisquer incentivos ou recompensas No que se refere às questões físicopsicológicas do trabalho,
que o colaborador recebe para conseguir atingir um determinado ressalta-se as condições reais oferecidas ao colaborador para o
objetivo laboral. Podem ser citados, para exemplificar esses incen- desempenho de suas funções, no tocante à jornada de trabalho e
tivos, programas de estímulo, remuneração de acordo com os re- ambiente saudável (ANDRADE, 2012).
sultados, autogestão nos grupos de trabalho, enriquecimento do Contudo, é sabido que, muito mais que motivacional, a abor-
trabalho, dentre outros. dagem dessa questão juntos às organizações é de fundamental
Ressalta-se também que é através da motivação, associada à importância para a manutenção e preservação de uma boa saúde
educação formal e à capacitação, que o profissional pode utilizar aos funcionários, a fim de assegurar uma prática profissional livre
todo seu potencial, realizar todos seus objetivos e ideais, além de de malefícios e que traga benefícios para sua sobrevivência e bem
tornar-se evidência e um profissional de sucesso. estar.

Fatores Motivacionais Segurança no trabalho


A literatura científica evidencia que alguns fatores podem in- Muito se discute hoje em dia acerca da questão da segurança
terferir diretamente na motivação dos colaboradores de uma orga- do trabalhador e de seu ambiente laboral. Assim, ressalta-se que
nização, seja de maneira positiva ou negativamente. Dentre entre uma organização ideal para se trabalhar é aquela que busca aplicar,
diversos fatores, pode-se elencar a remuneração e os benefícios captar e manter na organização, todos os recursos humanos corre-
sociais, as condições físicas e psicológicas do trabalho e a questão tamente. Para que esse objetivo seja atingido, ou seja, para que a
empresa consiga manter o recurso humano, é necessário abordar
da segurança no ambiente de trabalho.
diversas questões e fatores, como a saúde, a higiene e a segurança
no trabalho (ANDRADE, 2012).
Remuneração e Benefícios Sociais
A segurança no trabalho refere-se à área responsável pela
A remuneração e os benefícios sociais despontam como sendo
segurança industrial, higiene e medicina do trabalho, frente aos
uma das principais funções da organização. Conforme salienta Mar-
funcionários da organização, atuando profilaticamente, vidando a
ras (2002), estes itens sempre mereceram uma atenção especial
prevenção de acidentes e agravos à saúde, e atuando também na
dos gestores da empresa que, com o passar dos tempos, ganhou
correção de acidentes de trabalho.
ainda mais relevância, exigindo ainda mais da administração.
Desse modo, é necessário que as organizações possuam políti-
É importante ressaltar ainda que salário e remuneração são cas de prevenção a acidentes de trabalho, estimulem e orientem a
coisas distintas. De acordo com Gonçalves (2008) apud Andrade utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, além
(2012), a remuneração refere-se ao quantitativo referente à soma de contar também com serviços de segurança no trabalho, visando
do salário devido pelo empregador aos valores que o empregado à melhoria para as causas de higiene e segurança no trabalho (RI-
recebe de terceiros, em detrimento do contrato de trabalho. Como BEIRO, 2005). Além disso, é fundamental que a organização possi-
exemplo desse valor que o colaborador recebe de terceiros, pode- bilite condições mínimas de trabalho, proteção e higiene, de modo
-se citar a gorjeta. a garantir e assegurar os mesmos contra qualquer incidente e even-
Desse modo, salário é o valor fixo, pré determinado, recebido tualidade, de modo que eles possam executar suas atividades com
pelo serviço prestado, e a remuneração constitui-se do salário e dos confiança e evitar problemas futuros.
demais benefícios e incentivos recebidos, seja por parte da empre- De acordo com Marras (2004) apud Andrade (2012), a preven-
sa, ou por parte dos clientes (ANDRADE, 2012). ção de acidentes de trabalho tem por objetivo conscientizar o cola-
É importante salientar ainda que, a fim de atender esta ne- borador e oferecer proteção à sua vida e de seus companheiros de
cessidade de complementar o salário, existem os benefícios, con- trabalho, através de estratégias e ações seguras, bem como refle-
ceituado por Marras (2005) apud Andrade (2012) como planos ou xões das condições insalubres que, eventualmente, possam provo-
programas que a organização oferece aos seus colaboradores a fim car acidentes e agravos à saúde. Nota-se então o quão importante
de complementar sua renda fixa, ou seja, seu salário. é proporcionar a segurança no trabalho, tendo em vista que os co-
Como já salientado anteriormente, estes itens atuam como es- laboradores, estando seguros que a empresa está se preocupando
tímulos para que o colaborador se sinta satisfeito e motivado com com sua saúde e com sua vida, irão sentir-se mais valorizados e
suas atividades profissionais, ao passo que, quanto mais satisfeito, motivados para trabalharem e produzirem.
desempenhará com mais afinco e eficácia suas atividades dentro Com base em tudo que foi levantado e elucidado neste traba-
da organização. lho, torna-se evidente a importância e relevância da qualidade de
vida no trabalho, seja para a melhoria da qualidade de vida pessoal,
Condições físicas e psicológicas do trabalho seja melhoria do convício social, seja maior satisfação e motivação
É sabido que, numa organização, os funcionários estão expos- do trabalhador com a instituição e, consequentemente, melhora na
tos a uma série de fatores e condições de riscos ou insalubridades. produtividade das empresas.
Dentre esses fatores, pode-se citar a própria questão estrutural, o Pode-se constatar também que a motivação do colaborador
manuseio e operação dos recursos mecânicos e também os fatores com sua instituição empregadora estão diretamente atreladas a
psicológicos que podem interferir diretamente na saúde e na fun- fatores como salário, benefícios e remuneração; condições físicas e
cionalidade dos colaboradores. Dessa forma, para que o colabora- psicológicas do trabalho e também, a um ambiente de trabalho se-
dor consiga uma maior produtividade, é necessário que a empresa guro. Ressalta-se ainda que a motivação dos colaboradores esteja
ofereça condições ambientais mínimas para que os funcionários se associada à qualidade de vida nas organizações.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Dessa forma, abordar qualidade de vida nas empresas, hoje Confiabilidade
em dia, é mais que um benefício para o trabalhador/colaborador, é Os clientes desejam mais que um produto ou serviço com bom
uma necessidade de vital importância para que o maior patrimônio preço, esperam também por qualidade naquilo que estão pagando.
da instituição, o trabalhador, tenha condições para desempenhar Não é difícil encontrar casos de consumidores contestando a con-
com eficácia, suas tarifas, de modo que todos saiam ganhando, em- fiabilidade de determinada marca. Serviços e produtos que apre-
pregador e colaborador.19 sentam incertezas em sua origem ou qualidade são vistos de forma
negativa pelo mercado e possuem a imagem danificada.
Quando surgiu o selo? A ISO 9001 propõe requisitos que aperfeiçoam o sistema de
Para entender o surgimento do selo, precisa-se primeiro com- gestão de qualidade aprimorando os processos de forma geral da
preender a origem da ISO 9001. O selo de qualidade é resultado organização. Portanto, ela incentiva a melhora crescente das em-
da certificação na ISO 9001. A norma de qualidade foi criada pela presas.
Organização ISO, cuja sigla significa International Organization for A norma é respeitada e conhecida por todos os países. Agregar
Standardization, traduzida para o português como Organização In- o selo a sua marca significa que a empresa cumpre cada um dos re-
ternacional de Normalização. quisitos estipulados pela ISO 9001. Ou seja, o selo de qualidade traz
Sediada em Genebra, Suíça, a ISO foi fundada há aproxima- segurança e confiança para as empresas que a utilizam.
damente 70 anos. A ISO foi projetada na intenção de se criar nor-
mas que fossem padrões para organizações de todos os países. Ou Reconhecimento internacional
seja, que elas pudessem ser utilizadas e reconhecidas em qualquer Cerca de 170 países utilizam a normas da Organização ISO e
língua ou nação. Atualmente a Organização possui membros em mais de um milhão de empresas espalhadas pelo mundo já foram
aproximadamente 170 países. No Brasil, a ISO é representada pela certificadas na ISO 9001. Apenas na América do Sul são aproxima-
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). damente 50 mil empresas certificadas. A ISO 9001 possui validação
Com o surgimento da Organização, desenvolveu-se em 1987 a e reconhecimento internacional. O selo na norma abre portas para
ISO 9001, consequentemente criando-se também o selo de quali- negociação com qualquer tipo de empresa dentro e fora do país.
dade que é o símbolo da certificação da norma. A ISO 9001 é base- É importante destacar que a cada nação a norma recebe sua
ada na norma britânica BS5750. Embora fosse considerada relevan- própria versão baseada e adaptada na legislação interna. No Brasil,
te, a BS5750 apresentava algumas ineficiências como a questão da a norma é conhecida como NBR ISO 9001, que é reconhecida para
gestão dos processos e satisfação do cliente. relações comerciais com qualquer outro país. Portanto, se você de-
A ISO 9001 foi pensada para se tornar padrão internacional seja ampliar as fronteiras do seu negócio, um dos esforços da sua
para garantir a qualidade de produtos e serviços. Como também, empresa deve consistir em adquirir o selo de qualidade.
facilitar a questão das exportações e reduzir os custos de fabrica-
ção. Melhoria do desempenho do produto/serviço
Informamos com certa frequência nos artigos do blog da Con-
A norma mais utilizada no mundo sultoria Online que a ISO 9001 não beneficia diretamente a qua-
A ISO apresenta uma série de normas para diferentes áreas
lidade dos produtos e serviços.Isso porque o selo de qualidade é
do mercado; como a ISO 14001 voltada para o sistema de gestão
focado na qualidade dos processos de uma organização.
ambiental. Ela aborda os principais requisitos para as empresas
Caso sua dúvida esteja relacionada a qualidade dos produtos,
identificarem, controlarem e monitorarem o impacto sobre o meio
mais precisamente nos alimentos, entenda que a norma responsá-
ambiente. Existe a ISO 22000 voltada para a segurança dos alimen-
vel pela segurança em alimentos é a ISO 22000.
tos, a OHSAS 18001 focada na gestão de segurança e saúde ocupa-
Retomando o assunto da ISO 9001, para tornar ainda mais cla-
cional, entre outras.
ro sua funcionalidade no que se refere a qualidade dos produtos e
Dentre as normas da ISO, a mais utilizada pelas empresas é a
serviços, daremos um breve exemplo:
ISO 9001 tanto por sua relevância, quanto pela abrangência. Ela é
a responsável pelo sistema de gestão de qualidade. É a partir dela Em uma determinada empresa de produção de bolos conta
que as empresas se fundamentam para otimizar os processos de coma equipe de três funcionários. Essa organização não utiliza o
funcionamento. sistema de gestão de qualidade baseado na ISO 9001, portanto não
há controle nos processos de produção. Por esse motivo, ocorrem
Funcionalidades da ISO 9001 uma série de consequências negativas como a irregularidade na
A ISO 9001 foi criada com a perspectiva que as empresas certi- qualidade dos produtos. Quando um dos funcionários responsáveis
ficadas atinjam metas e possam garantir a capacidade de eficiência pela massa se ausenta, o critério para a produção se perde. A nor-
tanto na produção quanto na entrega dos produtos/serviços. ma de qualidade resolve exatamente problemas como esses. Ela
Neste sentido, uma das soluções básicas da ISO 9001 é, portan- cria padrões que possibilitam que a empresa mantenha a qualidade
to, alcançar um consenso sobre soluções que possam atender às independentemente da presença ou ausência de um ou mais fun-
demandas da empresa, da sociedade e do comércio, ou seja todas cionários. Ou seja, a norma ajuda a manter a qualidade dos bolos.
as partes interessadas. Embora a norma não atue diretamente nos serviços e produ-
tos, sua aplicação resulta na melhoria destes.Sendo assim, os re-
Para que serve o selo? sultados da adequação aos requisitos é a melhoria dos produtos/
Uma das preocupações dos empresários é o que o selo de qua- serviços.
lidade não seja mais que um quadro pendurado no escritório ou
um símbolo adquirido pela empresa. Para esclarecer esse tipo de Satisfação do consumidor
dúvida e mostrar os benefícios reais que a certificação na ISO 9001 Ter o selo 9001 é sinônimo de preocupação com as expecta-
proporciona a um empreendimento, citaremos abaixo algumas tivas e interesses dos clientes. Haja vista que a norma foi criada
vantagens da norma. Confira! com o foco voltado para o cliente. Pesquisas e entrevistas com o
consumidor fazem parte das estratégias da norma para adaptação
19Fonte: www.unifia.edu.br – Texto adaptado de Jéssica Faria de Carvalho/ Érica
aos interesses do público.
Preto Tamaio Martins/ Laureny Lúcio/ Pedro José Papandréa

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Toda empresa que conta com clientes satisfeitos, tem mais Adequação aos processos feitos de forma irregular;
probabilidade de crescimento no faturamento e consequentemen- A norma é funcional e de fato propicia a empresa mudanças
te na lucratividade. Outro benefício de ser bem quisto é a melhora positivas em seu sistema como um todo (como foi dito nos tópicos
da imagem externa que configura como uma das funcionalidades anteriores). Implementá-la às pressas pode não ser tão construtivo
da gestão de qualidade. para os colaboradores, haja vista que algumas etapas de implemen-
tação exigem mais tempo por sua complexidade e abrangência de
Investimentos mais assertivos atuação.
Empresários com o sistema de gestão de qualidade alinhado
com a ISO 9001 poderão realizar investimentos mais seguros. Uma Desgaste da equipe encarregada do processo;
vez que os processos são mais organizados e apresentam menos Pela pressão gerada do prazo reduzido, muitos colaboradores
erros nos sistemas, contribuindo para o funcionamento como um são exigidos além do habitual e por isso sofrem desgaste e estresse
todo da empresa. Nesse sentido, o empreendimento se torna mais profissional. Consequências como essas também podem reduzir o
sólido, permitindo investimentos mais seguros e com a qualidade sucesso do projeto de certificação. É essencial que a equipe encar-
ISO. regada esteja apta e com tempo hábil para promover de maneira
satisfatória cada uma das exigências da norma de qualidade.
Melhora a imagem da empresa
Associar sua marca com o selo de qualidade é mostrar ao mer- Pouco aproveitamento dos requisitos da ISO 9001 que contri-
cado o empenho com o aperfeiçoamento contínuo da sua empresa. buem positivamente para a empresa.
Tendo em vista, que uma de suas premissas refere-se ao aprimora- A ISO 9001 gera uma série de resultados positivos, por isso em-
mento contínuo dos processos. Outro benefício se deve ao fato que bora ela não seja obrigatória é utilizada por milhares de empresas.
a ISO 9001 é vista positivamente pelo público externo, portanto A implantação feita com urgência pode impedir que a organização
estar ligado a norma é compartilhar dos mesmos atributos e qua- usufrua de todos os benefícios presentes na norma.
lidades dela. Portanto, para não enfrentar nenhuma das dificuldades apon-
tadas acima, aconselhamos que você inicie o quanto antes as fases
Todas as empresas precisam ter o selo? de adequação do sistema de gestão de qualidade ao da ISO 9001.
No Brasil não há nenhuma cobrança na legislação que obrigue Mas o que eu preciso fazer para ser certificado? Para orientá-
uma empresa a ser certificada, exceto para algumas modalidades -lo de modo prático informaremos algumas dicas que podem ser
específicas de negócios (confira no tópico “Quais requisitos são ne- seguidas por qualquer empreendimento, independentemente do
cessários para iniciar o processo de implementação da ISO 9001?” tamanho e tipo de organização.
e veja quais organizações são obrigadas a possuir a certificação).
Todavia, existe uma obrigatoriedade velada no mercado que Quais requisitos são necessários para iniciar o processo de
para determinadas relações comerciais exige-se o selo de qualida- implementação da ISO 9001?
de. Um dos exemplos é a exportação. Muitos países não aceitam Do ponto de vista legal, os únicos requisitos obrigatórios para
realizar trocas comerciais com empresas que não possuam o siste- uma empresa que está procurando se certificar na ISO 9001, são
ma de gestão de qualidade atrelado aos requisitos da ISO. as regulamentações do seu setor específico de operação. Ou seja,
Não apenas no mercado externo, como também entre empre- uma construtora deve seguir normas legais aplicáveis à sua ativida-
sas brasileiras exige-se a certificação em muitas situações. As or-
de, assim como um escritório de contabilidade, etc. Em suma, não
ganizações exigem o selo como uma maneira de atestarem que a
há leis específicas a serem seguidas em detrimento da norma, cada
empresa com a qual farão negócios possui certa comprovação de
empresa precisa apenas estar regular com suas obrigações legais
qualidade e profissionalismo em sua gestão.
particulares.
Esse é inclusive um dos motivos pelos quais as empresas pro-
Algumas empresas específicas precisam ter o certificado da ISO
curam às pressas empresas de consultoria à procura da implemen-
9001 por força legal, como é o caso das vistorias veiculares no esta-
tação da norma. Alertamos para os tipos de problemas que podem
do de São Paulo, ou das empresas pertencentes ao polo industrial
ser gerados devido a certificação realizada de última hora e apenas
de Manaus, Amazonas. Para tais empresas, a regra de manter-se
por pressões comerciais:
regular às leis inerentes à sua atividade continua válida, acrescida
Gastos elevados com a certificação; agora da necessidade de ser certificada na ISO 9001 por determi-
Uma vez que a implementação da norma será realizada em nação legal.
pouco tempo devido a necessidade de estar com o selo antes que a Alguns dos requisitos muito citados por quem está implemen-
outra empresa desista de fechar o contrato, os gastos com consul- tando a ISO 9001 são o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
tores serão redobrados. Já que eles terão que cumprir as ações com Ambientais) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
menos tempo de intervalo. Ocupacional). Porém no caso dos dois, há uma certa confusão, pois
A organização também terá que arcar com custos de contra- eles são obrigatórios para todas as empresas que possuem funcio-
tação de outros colaboradores para auxiliar no processo de ade- nários contratados no âmbito da CLT e não apenas às empresas que
quação aos requisitos da ISO 9001. Soma-se ainda a falta de tempo estão procurando se certificar na ISO 9001. O fato de eles serem
para pesquisas de consultorias e certificadoras com valores mais bastante citados se dá em função de existir uma auditoria rigoro-
em conta. sa nestes itens, pois são de grande importância para a garantia da
qualidade.

O que uma empresa precisa para obter o selo?


A norma ISO 9001 foi criada para todas as áreas do mercado,
ou seja para a indústria, comércio e prestação de serviços. Como
também para todos os portes de empreendimento, tanto para
grandes corporações quanto para microempresas.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Portanto, se você almeja aprimorar o sistema de gestão de 5º passo: Adequação aos requisitos
qualidade do seu negócio e ampliar as relações comerciais, basta: A alta direção deve estar aberta as mudanças que serão pro-
- Ter um CNPJ regular movidas para adequar corretamente os itens exigidos pela ISO
- Estar instalada em um imóvel regular 9001. O consultor fará esse processo alinhado a liderança, para não
- Disponibilidade de equipe para acompanhar a consultoria no ocorrer qualquer tipo de transtorno ou desvio inapropriado do fun-
processo de implementação* cionamento normal da operação.
- Contratar um órgão certificador
*Em algumas microempresas, o próprio proprietário junto a 6º passo: Auditoria interna
um consultor promove o processo de implementação da norma de A auditoria interna funciona como um teste para a empresa.
qualidade. Essa etapa é semelhante a simulação da auditoria externa que será
realizada por uma certificadora.É neste momento que são observa-
Como obter o selo ISO 9001? dos se as exigências estão sendo cumpridas corretamente. A Con-
Uma empresa que possua um sistema de gestão da qualidade sultoria Online Verde Ghaia oferece 100% de garantia na certifica-
compatível com a norma ISO 9001 pode solicitar o selo de qualida- ção de forma contratual.
de a partir de um órgão certificador autorizado pelo Instituto Nacio- Depois de submetida a implementação, a empresa deve con-
nal de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). tatar um órgão auditor, ou seja, uma empresa certificadora. Após
Mas como saber se o meu sistema está de acordo com o pa- passar pelo crivo de auditoria externa e for aprovada, a organiza-
drão ISO? A norma de qualidade possui uma série de requisitos que ção avaliada será certificada com o selo ISO 9001. A certificação é
precisam ser interpretados para adequação. Para verificar cada um portanto a comprovação de que a empresa anda de acordo com a
dos itens está sendo cumprido, é aconselhável que se tenha um co- norma.
nhecimento prévio sobre o assunto.Por isso, recomenda-se auxílio Muitas empresas, independentemente do seu processo produ-
de um profissional da área. tivo, fazem uso do selo junto a marca para divulgarem que têm a
Para isso, existem empresas de consultoria com especialistas ISO 9001. O selo e o certificado trazem o mesmo significado: con-
em cada uma das normas que poderão tornar o processo rápido e firmação de que a organização atua de acordo com o sistema de
o menos burocrático possível. gestão de qualidade reconhecido no mundo inteiro.
A consultoria Online Verde Ghaia possui experiência de 18
anos no seguimento, auxiliando mais de duas mil organizações es-
FERRAMENTAS de Gestão da qualidade
palhadas pelo Brasil e por outros países. Ela fornece um software
online que pode reduzir em até 60% os gastos, comparado a uma
BENCHMARKING
consultoria convencional.
O benchmarking, introduzido em 1970 na empresa Xerox, é ca-
Com a ferramenta, é possível iniciar o processo a qualquer
racterizado como um processo contínuo e sistemático de pesquisa
hora e lugar. O software facilita a flexibilidade da equipe envolvida
para avaliar produtos, serviços, processos de trabalho de ouras em-
e proporciona meios como material online que pode ser consultado
presas, a fim de identificar quais são as melhores práticas adotadas
no momento mais oportuno à organização
por elas. A partir dessa análise, a instituição verifica seus próprios
processos e realiza o aprimoramento organizacional, desenvolven-
Qual é o processo de implementação da ISO 9001?
do a habilidade dos administradores de visualizar no mercado as
1º passo: Pesquise melhores práticas administrativas das empresas consideradas ex-
Informar sobre a norma é uma das melhores formas de se pre- celentes (benchmarks) em certos aspectos.
parar para o processo de implementação e antever as necessidades A meta é definir objetivos de gestão e legitimá-los por meio
de ajustes que serão necessários. Entenda como ela funciona, seus de comparações externas. A comparação costuma ser um saudá-
reais benefícios e a aplicação dela para sua empresa. Se você che- vel método didático, pois desperta para as ações que as empresas
gou até aqui então essa parte já foi bastante explorada. excelentes estão desenvolvendo e que servem de lição. A base do
benchmarking é não fechar-se em si mesma, no caso da empresa,
2ª passo: Estipule uma equipe mas sim observar e avaliar constantemente o mundo exterior.
A organização é uma das chaves para o sucesso da adequação Segundo Chiavenato, o benchmarking exige três objetivos que
aos requisitos. Portanto, estipule colaboradores que estarão empe- a organização precisa definir:
nhados em otimizar e promover adequadamente os itens presen- • Conhecer suas operações e avaliar seus pontos fortes e fra-
tes na ISO 9001. cos. Deve documentar os passos e práticas de processos de traba-
3º passo: treinamento lho, definir medidas de desempenho e diagnosticar suas fragilida-
Essa é a fase de interpretação da ISO 9001. A consultoria Online des.
Verde Ghaia traz os cursos a partir de uma plataforma online. O ma- • Localizar e conhecer os concorrentes ou organizações líderes
terial é disponibilizado através de vídeos, ilustrações e textos para do mercado, para poder definir as habilidades, conhecendo seus
facilitar a compreensão dos consultores internos, colaboradores da pontos fortes e fracos e compará-los com seus próprios pontos for-
empresa que serão responsáveis pela implementação do projeto. tes e fracos.
• Incorporar o melhor do melhor adotando os pontos fortes
4º passo: diagnóstico dos concorrentes e, se possível, excedendo-os e ultrapassando-os.
Nesta etapa a empresa deverá junto a consultoria avaliar como A principal barreira à adoção dessa ferramenta é convencer os ad-
está o sistema de gestão atual da empresa. É o momento de anali- ministradores de que seus desempenhos podem ser melhorados.
sar quais requisitos são cumpridos e quais não foram atendidos. É Isso requer uma paciente abordagem e apresentação de evidências
um processo minucioso que exige atenção e tempo suficiente para de melhores métodos utilizados por outras organizações.
que nenhum requisito passe despercebido.

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
BRAINSTORMING PRINCÍPIO DE PARETO
O brainstorming, desenvolvido em 1930 por Alex F. Osborn, O diagrama de Pareto é uma técnica de priorização das in-
busca, a partir da criatividade de um grupo, a geração de ideias formações, dando uma ordem hierárquica de importância. Esta
para um determinado fim. técnica permite estabelecer dois grupos de causas para a maioria
A técnica propõe que um grupo de pessoas (de duas até dez dos processos. Uma grande quantidade de causas (ordem de 80%)
pessoas) se reúna e se utilize das diferenças em seus pensamentos contribui muito pouco (ordem de 20%) para os efeitos observados.
e ideias para que possa chegar a um denominador comum eficaz e Uma pequena quantidade de causas (ordem de 20%) contribui de
com qualidade. forma preponderante (ordem de 80%) para os efeitos observados.
É preferível que as pessoas que se envolvam nesse método se- O primeiro grupo é denominado “maiorias triviais” e o segundo
jam de setores e competências diferentes e nenhuma ideia é des- grupo de “minorias essenciais”.
cartada ou julgada como errada ou absurda. O ambiente deve ser Esta técnica utiliza uma abordagem de classificação para enu-
encorajador e sem críticas para os participantes ficarem a vonta- merar as causas de acordo com suas contribuições para atingir um
de e deve ser incentivado o trabalho em grupo. Pegar carona nas dado efeito. A causa mais recorrente é vista do lado esquerdo do
ideias dos outros deve ser incentivado. diagrama e as causas menos recorrentes são mostradas em ordem
decrescente do lado direito. Em geral, a melhoria inicia-se a partir
As quatro principais regras do brainstorming são: da causa mais recorrente, indo para as outras em ordem decrescen-
• Críticas são rejeitadas, pois a crítica pode inibir a participação te e assim por diante.
das pessoas;
DIAGRAMA DE ISHIKAWA
• Criatividade é bem-vinda. Vale qualquer ideia que lhe venha
Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada pela
a mente, sem preconceitos e sem medo que isso irá prejudicar.
administração para o gerenciamento e o controle da qualidade em
Uma ideia esdrúxula pode desencadear ideias inovadoras;
diversos processos, e também é conhecido como Diagrama de Cau-
• Quantidade é necessária. Quanto mais ideias forem geradas, sa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe.
maior é a chance de se encontrar uma boa ideia; Na sua estrutura, os problemas são classificados em seis tipos
• Combinação e aperfeiçoamento são necessários. diferentes:
• Método,
O brainstorming pode ser feito de duas formas: estruturado ou • Matéria prima,
não estruturado. • Mão de obra,
• No brainstorming ESTRUTURADO - os participantes lançam • Máquinas,
ideias seguindo uma sequência inicialmente estabelecida. Quando • Medição
chega a sua vez, você lança a sua ideia. A vantagem desta forma é • Meio ambiente.
que propicia oportunidades iguais a todos os participantes, geran-
do maior envolvimento. Esse sistema permite estruturar hierarquicamente as causas
• No brainstorming NÃO ESTRUTURADO - as ideias são lança- potenciais de um determinado problema ou também uma oportu-
das aleatoriamente, sem uma sequencia inicialmente definida. Isso nidade de melhoria, assim como seus efeitos sobre a qualidade dos
cria um ambiente mais informal, porém com risco dos mais falantes produtos.
dominarem a cena. O Diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas mais eficazes
e mais utilizadas nas ações de melhoria e controle de qualidade nas
BRAINWRITING organizações, permitindo agrupar e visualizar as várias causas que
É uma variação do brainstorming, em que as ideias são escri- estão na origem qualquer problema ou de um resultado que se pre-
tas, trazendo ordem e calma ao processo. Evita efeitos negativos de tende melhorar.
reuniões, como a influência da opinião de coordenadores e chefes,
ou a dificuldade em verbalizar rapidamente as ideias. 5W2H
A ferramenta 5W2H é uma forma rápida de verificação de
MATRIZ GUT execução de tarefas a serem distribuídas aos colaboradores da em-
A Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) é uma forma presa. Funciona como um mapeamento das atividades e pode ser
usada de várias formas: para organizar tarefas, escrever um texto,
de priorização baseado em medidas ou observações subjetivas. As
enviar um email ou escrever um. A grande vantagem é criar um
letras têm o seguinte significado:
mecanismo de comunicação eficaz uma vez que, se preenchidas as
• G (gravidade) – impacto do problema sobre os processos,
questões, teremos tudo o que é preciso para em termos de dados.
pessoas, resultados. Refere-se ao custo por deixar de tomar uma
A sigla 5W2H representa:
ação que poderia solucionar o problema; - O QUÊ será feito (what)
• U (urgência) - relaciona-se com o tempo disponível ou o ne- - QUANDO será feito (when)
cessário para resolver o problema; - QUEM fará (who)
• T (tendência) – refere-se ao rumo ou propensão que o pro- - ONDE será feito (where)
blema assumirá se nada for feito para eliminar o problema. - POR QUÊ será feito (why)
A filosofia do GUT é atribuir notas de 1 a 5 para cada uma das - COMO será feito (how)
variáveis G, U e T dos problemas listados e tomar o produto como o - QUANTO custará (how much)
peso relativo do problema.
O método deve ser desenvolvido em grupo, sendo as notas
atribuídas por consenso. Consenso é a concordância obtida pela
argumentação lógica. Uma vez obtidas as notas, os problemas são
organizados em ordem decrescente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
PROGRAMA 5S CLICLO PDCA
O Programa 5S, originário no Japão, é considerado um pré-re-
quisito para qualquer programa de Gestão da Qualidade Total. O
5S foca o ambiente de trabalho da organização a fim de simplificar
o ambiente de trabalho e reduzir o desperdício. Como resultado,
ocorre melhoria no aspecto de qualidade e segurança. O ambiente
se torna limpo, organizado, evitando a perda de tempo e o desper-
dício de material.
Assim, o resultado da implantação dessa ferramenta será o
menor desperdício, melhor qualidade e ganhos expressivos na ad-
ministração do tempo.
A sigla 5S refere-se na realidade a 5 letras iniciais de palavras
japonesas:
• Seiri - Descartar
• Seiton - Organizar
• Seiso - Limpar
• Seiketsu - Saudável e seguro
• Shitsuke – Autodisciplina

REENGENHARIA
A reengenharia pode ser considerada uma reação às mudanças
ambientais velozes e intensas e à total inabilidade das organizações
em ajustar-se a essas mudanças. Significa fazer uma nova engenha-
ria da estrutura organizacional. O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo
Representa uma reconstrução e não simplesmente uma refor- de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua.
ma parcial da empresa. Não se trata de fazer reparos rápidos ou O PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por Deming,
mudanças cosméticas na engenharia atual, mas de fazer um dese- quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se o uso para esta-
nho organizacional totalmente novo e diferente. tística e métodos de amostragem. O ciclo de Deming tem por princí-
A reengenharia se baseia nos processos empresariais e consi- pio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução
dera que eles devem fundamentar o formato organizacional. Não da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a
se pretende melhorar os processos já existentes, mas a sua total em quatro principais passos.
substituição por processos inteiramente novos. Nem se pretende O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sis-
automatizar os processos já existentes. Não se confunde com a me- tema de gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma
lhoria contínua, pois a reengenharia pretende criar um processo a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área de
inteiramente novo e baseado na tecnologia da informação e não o atuação da empresa.
aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual. O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou con-
Segundo Chiavenato, a reengenharia se fundamenta em qua- junto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi
tro palavras chave: feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repe-
• Fundamental – busca reduzir a organização ao essencial e tidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao
fundamental. menos mitigar defeitos no produto ou na execução.
• Radical – impõe uma renovação radical, desconsiderando as Os passos são os seguintes:
estruturas e os procedimentos atuais para inventar novas maneiras • Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou identifi-
de fazer o trabalho. car o problema (um problema tem o sentido daquilo que impede
• Drástica – destrói o antigo e busca sua substituição por algo o alcance dos resultados esperados, ou seja, o alcance da meta);
inteiramente novo. analisar o fenômeno (analisar os dados relacionados ao problema);
• Processos – orienta o foco para os processos e não mais para analisar o processo (descobrir as causas fundamentais dos proble-
as tarefas ou serviços, nem para pessoas ou para a estrutura orga- mas) e elaborar um plano de ação.
nizacional. • Do (execução): realizar, executar as atividades conforme
o plano de ação.
• Check (verificação): monitorar e avaliar periodicamente
os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com
o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consoli-
dando as informações, eventualmente confeccionando relatórios.
Atualizar ou implantar a gestão à vista.
• Act (ação): Agir de acordo com o avaliado e de acordo
com os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos
planos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficá-
cia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Chiavenato acredita que toda organização funciona como um
MUDANÇA E INOVAÇÃO sistema, que detém suas próprias características, de acordo com
sua cultura organizacional. No entanto, para que possa estar em
Falamos acima sobre como o desempenho e o suporte orga- sintonia com seus colaboradores, precisa apresentar alguns dos se-
nizacional interferem e repercutem no comportamento e no de- guintes elementos:
senvolvimento individual, potencializando assim os resultados por - senso de identidade;
esses produzidos. - integração;
A partir de agora, vamos abordar o desenvolvimento da orga- - capacidade de adaptação.
nização.
Costumamos ver o termo desenvolvimento associado a pes- A partir daí, a transformação pode acontecer e deve passar por
soas. No entanto, neste material, você vai conhecer outro tipo de 4 tipos de aprendizagem:
uso para esse conceito que, embora inclua pessoas, diz respeito ao 1. conhecimento;
ambiente organizacional. 2. motivação;
Desenvolvimento organizacional (DO) é uma expressão que já 3. ideologia;
existe há algum tempo e pode ter mais de um sentido. Aqui, você 4. controle dos movimentos corporais.
vai entender alguns dos seus significados e saber qual é a função
desse fator em uma empresa. A função do Desenvolvimento Organizacional em uma empre-
Antes de tudo, vale esclarecer que essa ideia, enquanto campo sa
de estudo, faz parte da área de comportamento organizacional e, Por que uma empresa resolve analisar seu próprio funciona-
com isso, tem total relação com o capital humano de uma empre- mento? Qual a função do desenvolvimento organizacional numa
sa, ainda que a preocupação seja para o funcionamento como um perspectiva global sobre um negócio?
todo. Prossiga com a leitura e saiba mais sobre o assunto. Bom, respondendo à primeira pergunta, as empresas se anali-
sam quando percebem que há problemas a serem resolvidos – os
Algumas definições para desenvolvimento organizacional quais sempre vão afetar os resultados de uma maneira global. Mas
Um primeiro olhar para esse conceito é o de que ele representa por que sempre?
qualquer iniciativa de uma empresa para aumentar a participação Porque tudo numa organização é interdependente – cada pes-
de colaboradores nos assuntos organizacionais. soa, cada processo e ação está inter-relacionado. Geralmente, essa
Outra visão diz respeito a um modelo normativo que estabele- busca por respostas se deve a uma baixa lucratividade ou outras
ce determinados tipos de comportamento como mais adequados questões concretas que representam apenas a ponta do iceberg.
para o contexto de trabalho como um todo, refletindo em melhores Diante disso, como possível resposta ao segundo questiona-
desempenhos. mento, a função do Desenvolvimento Organizacional dentro de
Nos últimos 10 anos, porém, uma visão mais avançada sobre uma empresa é justamente de trazer o autoconhecimento para o
o desenvolvimento organizacional vem ganhando espaço. Ao dar negócio e, com ele, agir de acordo com o que foi analisado e plane-
mais ênfase às relações interpessoais e aos processos grupais, o jado como solução e também com as diretrizes de mercado.
Desenvolvimento Organizacional pode ser definido como uma es- Para melhorar a visualização dos possíveis territórios de mu-
tratégia educacional que visa trabalhar crenças, valores e estruturas dança em que o Desenvolvimento Organizacional atua, veja como
organizacionais para melhorar a adaptação da empresa ao processo se configuram, segundo teóricos:
- conhecimento, valores, atitudes e comportamentos das pes-
de inovação (incluindo novas tecnologias) e ao mercado como um
soas e grupos que fazem parte da organização;
todo.
- hábitos, valores e filosofia da organização;
Sendo assim, podemos dizer que uma empresa que esteja pas-
- estruturas, layout, centralização/descentralização, sistemas
sando por mudanças internas mais profundas e pretenda alinhar
de controle etc. na organização formal;
sua cultura aos objetivos do negócio, de forma que a força de tra-
- tecnologia, processo unitário/contínuo, mecanização/manu-
balho seja vista em toda a sua complexidade, está colocando em
alização etc.
prática o desenvolvimento organizacional.
O intuito é sempre aumentar a adaptabilidade do negócio dian-
te das condições externas, aliando a esse processo uma dinâmica
A teoria do desenvolvimento organizacional por Chiavenato
interpessoal favorável para o desenvolvimento individual e coletivo
Idalberto Chiavenato é um dos nomes mais influentes no Brasil da equipe de trabalho. Isso inclui metas como relações cooperati-
e no mundo quando o assunto é administração e recursos huma- vas, consenso, integração, criatividade, flexibilidade, inovação, en-
nos. Com mais de 30 livros publicados, o autor coleciona os best tre outras.
sellers mais populares do mundo dos negócios, como:
- Teoria Geral da Administração; Como funciona o processo de Desenvolvimento Organizacio-
- Gestão de Pessoas; nal nas empresas
- Planejamento Estratégico. Se as principais funções do desenvolvimento organizacional
De acordo com o especialista, a origem do desenvolvimento são priorizar as relações interpessoais, a confiança entre contratan-
organizacional se deu pela necessidade das empresas de realizar te e contratados, a resolução de conflitos e promover a descentra-
transformações que as atingissem como um todo. lização do controle organizacional, a sua implementação demanda
O problema é que os objetivos dos colaboradores nem sempre um processo a ser seguido.
estão alinhados aos do negócio, fazendo com que as equipes se dis- Em sua biografia, Chiavenato escreve que são necessárias 8
tanciem da organização, gerando conflitos relacionados ao engaja- etapas para que um programa de desenvolvimento organizacional
mento e prejudicando o alcance de bons resultados. possa ser executado:
1. decidir que está na hora de implementar o Desenvolvi-
mento Organizacional e definir quem vai coordenar o processo;

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
2. realizar um diagnóstico inicial com o objetivo de estabelecer o modelo mais adequado;
3. levantamento de dados sobre a empresa;
4. análise dessas informações;
5. planejamento das ações;
6. desenvolvimento das equipes;
7. integração entre os grupos;
8. avaliação e acompanhamento dos resultados.
Dentro dessa perspectiva, é importante salientar que, uma vez que exige que as estruturas da organização sejam modificadas, existem
três modelos de desenvolvimento organizacional que podem ser aplicados dentro de uma empresa:

Modelos com alterações estruturais


Está relacionado ao ambiente de trabalho, estrutura física ou tecnologia utilizada pela empresa. As principais mudanças que podem
ocorrer são:
- em métodos de operação;
- nos produtos utilizados como insumos;
- na organização como um todo;
- no ambiente de trabalho.

Modelos com alterações comportamentais


Esse é um dos mais comuns, já que tem como principal objetivo promover a comunicação interna e fomentar a participação e o enga-
jamento dos colaboradores com os objetivos da empresa.
Esses modelos visam atender com exclusividade as variáveis comportamentais dos indivíduos por meio do desenvolvimento de equi-
pes, reuniões e solução de conflitos.

Modelos relacionados a questões externas


Globalização, tendências comportamentais e estruturais também influenciam no desenvolvimento organizacional. Geralmente, esses
modelos são mais complexos. Como lidam com fatores externos, são compostos por uma gama de abordagens que envolvem conceitos,
estratégias e uma sequência de ações destinada a cada alteração.

O desenvolvimento organizacional permite que uma organização esteja constantemente adaptada às mudanças do mercado, superan-
do desafios e valorizando o ativo humano da empresa. O esforço muda atitudes, valores e até mesmo a estrutura do negócio.20

GESTÃO POR PROCESSOS

Um processo é uma sequência de atividades rotineiras que, em conjunto com outros processos, compõe a forma pela qual a organiza-
ção funcionará. É a abordagem pela qual esses processos serão desenhados, descritos, medidos, supervisionados e controlados.

Segundo a Fundação Nacional da Qualidade - FNQ, esse tipo de gestão necessita de visão sistêmica, pois sem ela é impossível perce-
ber como o todo significa muito mais do que a uma simples soma das partes. A abordagem sistêmica dentro de uma organização faz com
que o foco de sua gestão esteja voltado não só para o seu ambiente interno, mas para o externo também, ou seja, que haja uma sinergia
entre as partes para que os objetivos planejados sejam alcançados.
A gestão de processos realiza diversos papéis dentro da organização. Sendo o primeiro passo para organizar e entender como as áreas,
bem como seus processos funcionam internamente. É por meio dela que os responsáveis compreenderão como melhorar o aproveita-
mento dos recursos disponíveis e quais ações necessitam ser tomadas para aperfeiçoar o fluxo de trabalho e otimizando e adequando a
organização para o mercado vigente.

Gerenciamento de Processo ou Gestão de Processos é o entendimento de como funciona a organização. A série de atividades estru-
turadas para a produção do produto/serviço. Anteriormente à compreensão desses processos, setorizava-se os trabalhos com base na
departamentalização, onde os procedimentos existentes dentro de cada setor da organização eram separados por departamentos e cada
área pensava separadamente, sem sinergia umas com as outras. Focada em ciclos verticais separados.

Marketing <-> Financeiro <-> Produção <-> RH


A Gestão de Processos busca tornar horizontal a relação entre as áreas dentro da organização.

Objetivos da Gestão de Processos


• Gerir sistemas de rotinas que envolve o cotidiano da organização e delegar responsabilidades;
• Administrar os processos com o objetivo de alcançar resultados perceptíveis (e não tarefas específicas);
• Ampliar e detectar melhorias contínuas na comunicação e relação entre participantes e áreas da organização;
• Facilitar o planejamento, padronizando-o com acompanhando de perto o que acontece no ambiente;
• Perceber oportunidades de otimização de processos através de gargalos encontrados;
• Ao invés de criar novos modelos; concentrar-se na melhoria de processos que já existem.
20 Fonte: www.etalent.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• Efetuar toda e qualquer correção que possam surgir nos processos antes de automatizá-los, para não acelerar o que está desorga-
nizado.

Análise de Processos
Geralmente é nessa etapa que a empresa é mapeada. É preciso analisar com exatidão como acontece cada processo no negócio atu-
almente. Assim, os processos são listados e descritos pelo conjunto de atividades que os compõem.
É preciso conhecer realmente como funciona a empresa, para realizar esse mapeamento. Somente sim o gestor terá conhecimento
dos pontos de melhoria na operação com clareza.
Nessa etapa verifica-se:
• A compreensão do negócio com os processos principais que o compõem;
• Plano estratégico com metas e indicadores;
• Senso comum dos processos;
• Entradas e saídas, incluindo clientes e fornecedores;
• Responsabilidades de diferentes áreas e equipes;
• Avaliação dos recursos disponíveis.

Exemplo do elemento Consumidor X Cliente


Nessa relação, há processos de entradas/Imputs (Insumos) dos fornecedores e saídas/Outputs: Produtos, Serviços ao cliente, inter-re-
lacionando essas áreas na organização.
Elementos desse Processo:

CONSUMIDOR
FORNECEDORES PROCESSO CLIENTES
• Entradas / Inputs
• Saídas / Outputs

• As diversas entradas passam por transformação no processo, e a saída (entrega) sempre será diferente da entrada.
• O consumidor é quem consome o produto/serviço e o cliente é quem decide pela compra/aquisição, não necessariamente serão a
mesma pessoa.

Execução
É importante estudar os recursos necessários, antes de institucionalizar as mudanças, como: remanejar equipe, ferramentas, mudan-
ças no layout da organização, aquisição de programas (softwares), entre outras.
Existem duas vertentes para a implantação das novas estratégias:
• Implantação sistêmica, quando são utilizados softwares para isso
• Implantação não sistêmica, que não necessitam de ferramentas desse tipo.

A visão dessa execução deve ser positiva, pois irá auxiliar organização a estruturar melhor seus processos, não sendo que atrapalhará
o ciclo de trabalho.

Monitoramento
Através dos indicadores de desempenho pré-definidos, os novos processos devem ser constantemente acompanhados. Geralmente,
algumas das métricas a constar em cada processo são: o tempo de duração, o custo, a capacidade (quanto cada processo realmente pro-
duz) e a qualidade (medida com indicadores próprios que variam de processo a processo).

Melhoria de Processos
Nessa etapa, observa-se os indicadores previamente levantados, onde se torna possível identificar quais são os principais gargalos em
todo processo e se os objetivos estão sendo conquistados.
As melhorias podem ser concernentes a inclusão ou exclusão de atividades, realocação de responsabilidades, documentação, novas
ferramentas de apoio e sequências diferentes, por exemplo. Melhorar o desempenho para reduzir custos, aumentar a eficiência, aprimorar
a qualidade do produto/serviço e melhorar o relacionamento com o cliente, devem ser o objetivo.
O processo todo em si é cíclico: finalizando essa fase, volta-se a analisar a situação no negócio, investigam se os processos estão
sinérgicos ao objetivo da empresa, mapeia-se novas situações diante das melhorias apontadas, executa-se as mudanças, monitorando-as
e otimizando-as.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Técnicas de Mapeamento • Administrar a mudança;
Modelo AS-IS • Manter políticas éticas e comportamento socialmente res-
Levantar e documentar a atual situação dos processos, geral- ponsável.
mente realizado pelos usuários diretamente envolvidos nos proces-
sos-chaves. Durante muito tempo as organizações consideraram o capital
O levantamento das principais oportunidades de melhorias é financeiro como a principal fonte de desenvolvimento. Todavia atu-
realizado com as equipes através de entrevistas feitas com essas almente percebe-se que a força para o desenvolvimento das orga-
pessoas, que relatarão como são realizadas as atividades. nizações está nas pessoas. Empresas tiveram seu desenvolvimento
comprometido pela inabilidade na seleção de pessoas; por falta de
TO-BE boas ideias; por falta de potencial criativo; falta de entusiasmo e
Após, é realizado o mapeamento “To-Be”, que define a meta a motivação da equipe; falta de conhecimentos e competências e não
ser alcançada e as mudanças que será necessário implementar para pela falta de recursos financeiros (Chiavenato, 2005).
isso. Nesse processo é importante documentar pontos de melho- No trabalho de César et. al. (2006), destaca-se que a estratégia
rias e acréscimos esperados quantitativamente, realizar a definição e o planejamento de RH têm mudado e crescido significativamente
dos recursos, ferramentas e responsabilidades de cada atividade. nos últimos vinte e cinco anos (GUBMAN, 2004), fato revelado pelas
Tipos de Mapeamento mudanças da área de RH no período. Viu-se uma evolução desde
• Fluxograma de processos: Desenho simplificado de um pro- o pensamento pouco estratégico (anterior aos anos da década de
cesso usando símbolos padronizados. Forma simples de represen- 1980 e que resumia a área de RH ao DP – Departamento Pessoal), o
tar visualmente a teia de atividades envolvidas na operação. aparecimento de estratégias funcionais (década de 80), a proposta
• Fluxograma horizontal: Visando uma melhor representação de desenvolvimento de capacidades estratégicas (nos anos iniciais
dos processos, o fluxograma horizontal foi criado, possibilitando as- da década de 90) até a visão atual, de busca de alinhamento da
sim mais alternativas ao gestor. Em uma matriz o fluxo de tarefas é área aos resultados estratégicos. Essas mudanças na área de RH es-
detalhado, cujo o eixo horizontal indica quais processos estão em pelharam-se nas mudanças do mercado de trabalho e das rupturas
andamento e o eixo vertical mostra as etapas de produção ou os verificadas no pensamento relacionado às estratégias de negócios,
responsáveis por cada processo. Possibilitando assim, uma visão notadamente na discussão que se fez relacionada à competitividade
mais clara em relação ao fluxograma de processos. e ao desenvolvimento de competências essenciais para o negócio.
• Mapofluxograma: Principal mapeamento utilizado para li-
nhas de produção, por exemplo. É a união de um fluxograma den- ANTES AGORA
tro de um layout industrial. Aqui, o fluxograma é representado
sobre o desenho da planta. Isso facilita a visão e compreensão da • operacional • estratégica
movimentação de materiais e pessoas. • foco no curto prazo • foco no longo prazo
• BPMN: Tipo de modelagem de processos mais utilizado, • papel administrativo • papel consultivo
atendendo inclusive às normas especiais. Os símbolos são padro- • ênfase na função • ênfase no “negócio”
nizados com formas e cores previamente definidas, facilita muito • foco no público interno • foco públicos interno e
mais a compreensão e representação de um processo complexo. • reativa/solucionadora de externo
Como é de uma “linguagem universal”, se torna também possível problemas • proativa e preventiva
apresentar o fluxo para clientes, possibilita que novos integrantes • foco no processo e • foco nos resultados
façam alterações agregando valor aos processos. atividades
Figura – Síntese das mudanças na função de RH
Fonte: Helena Tonet
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS:
ORGANIZAÇÃO E CONTROLE DE DADOS DE PESSOAL. Enquanto as estratégias funcionais prendiam-se às funções
DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS E EDU- clássicas da área de RH, voltadas para atender a alguma demanda,
CAÇÃO CORPORATIVA as capacidades estratégicas tinham como foco o estudo da cultura,
das competências e do desenvolvimento do comprometimento dos
Administração de recursos humanos empregados para que a empresa alcançasse seus objetivos.
A visão atual pressupõe que a área de RH dê conta: da atração,
Finalidades da gestão de pessoas provimento e retenção de pessoas; do alinhamento, mensuração
Gestão de Pessoas ou Administração de Recursos Humanos e remuneração alinhada à performance da empresa e dos empre-
(ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir gados; do controle de investimento em pessoas, de acordo com as
os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou demandas da empresa (GUBMAN, 2004). Dentro desta nova visão,
recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, estratégica, o foco da área de RH é móvel, conforme as mudanças
recompensa e avaliação de desempenho. É o conjunto de decisões no cenário no qual a organização está imersa, mudanças estas que
integradas sobre as relações de emprego que influencia a eficácia podem interferir no mercado de trabalho ou no resultado da em-
dos funcionários e das organizações (CHIAVENATO, 1999, p.8). Seus presa. Assim, dá-se importância a ações diferentes dentro da área,
objetivos são: dependendo das exigências da organização para um determinado
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua momento.21
missão;
• Proporcionar competitividade à organização;
• Proporcionar à organização, empregados bem treinados e
bem motivados;
• Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados
no trabalho; 21. Ana Maria Roux Valentini Coelho CÉSAR; Roberto CODA; Mauro Neves GARCIA.
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; Um novo RH? – avaliando a atuação e o papel da área de RH em organizações
brasileiras. FACEF PESQUISA – v.9 – n.2 – 2006.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Ashton et al. (2004) apontam que a área de RH tem três capa- Estas ações nada mais são do que parte das competências
cidades-chave que devem atuar de maneira simultânea para ajudar de qualquer gestor de área de uma organização Assim, Wessling
as empresas a serem competitivas: em primeiro lugar, distribuir os (2008) defende que a área de RH deve olhar o negócio com lente
serviços relacionados a processos de RH, de modo que todos os estratégica e realizar mudanças profundas e significativas no modo
empregados possam ter acesso aos canais internos ou externos de operar, alinhando seu novo papel junto aos clientes internos; de-
a eles relacionados. Em segundo lugar, estabelecer serviços de finir, remanejar e treinar suas competências, e adequar os sistemas
consultoria de gestão de RH que funcionem como parceiros para de RH com foco nos resultados, uma vez que a Gestão de Pessoas
executivos, unidades de negócio e gestores de linha; esse tipo de contribui com o dinamismo, a agilidade e a competitividade pró-
consultoria deve estar ligado às necessidades específicas de cada prias das organizações de sucesso.
área, oferecendo serviços ligados às competências essenciais da A área de RH deve estar totalmente alinhada à cultura da
área e aos aspectos de diferenciação que sejam chave para o ne- empresa, pois a compreensão dos vínculos construídos dentro do
gócio. Em terceiro lugar, a área deve oferecer mais apoio e serviços ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio de gerir as
estratégicos para a direção da organização. Esta terceira opção é pessoas. Para Soledade (2007), é através do entendimento dos
vista pelos autores como o futuro da área e envolve significativas elementos constituintes da cultura que é possível compreender
mudanças, que devem ser feitas na mesma velocidade e às mesmas os mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas
condições de custo exigidos para o negócio em si. Além disto, Ash- que executam, sendo possível destacar ainda os seguintes fatores
ton et al. (2004) propõem seis características para que a área de RH críticos de sucesso:
I – Desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as expec-
seja estratégica:
tativas do grupo com os objetivos da empresa, criando as condições
I – Foco na estratégia do negócio, baseada na compreensão do
de reciprocidade essenciais para atingir um desempenho que aten-
negócio em si;
da às pressões internas e externas da organização. As lideranças
II – medidas de desempenho dos objetivos que sejam alinhadas
devem ser legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto
aos objetivos do negócio; pelo da empresa, para que possam efetivamente atuar como elos
III – alta competência na análise de causa e efeito, priorização entre estes dois polos, buscando atuar de maneira conciliatória na
e execução de programas da área, o que envolve habilidades ana- resolução dos conflitos surgidos.
líticas; II – Busca da melhoria da eficiência dos grupos, calcada nos
IV – excelência em serviços de relacionamento e competências atributos pessoais, cooperação intra e interequipes, capacidade de
para desenvolver o nível de tecnologia da informação; adaptação e desenvolvimento de compromisso entre colaborado-
V – atuação na estrutura da organização e no desenvolvimento res e empresa.
de capacidades que estejam alinhadas a ambientes que exigem alto III – Livre fluxo de informações, tendo cada componente do
desempenho; grupo plena consciência da relação de causa e efeito existente nas
VI – oferta de gestão de relacionamentos de modo a equilibrar tarefas executadas.
oferta, demanda e expectativas de clientes internos, escolhendo IV – Treinamento e reciclagem constantes, permitindo que os
prioridades e alterando alvos, sempre que necessário. Em outras colaboradores incorporem novos conhecimentos que permitam
palavras, é preciso que gestores da área de RH pensem como ges- analisar criticamente o seu trabalho e seu ambiente, permitindo
tores do negócio o que, segundo os autores, tradicionalmente não que busquem a melhoria contínua como indivíduo.
ocorre, vez que gestores de RH não adotam as crenças dos outros V – Cenário propício para o desenvolvimento de estruturas
altos gestores e não atuam como tal. auto-reguladoras a partir de indivíduos autônomos e participantes.
Percebe-se que os gestores e áreas de RH precisam migrar de Desta forma, as equipes possuem a capacitação necessária para
um modelo mais transacional para atuarem como parceiros estra- gerir seus próprios recursos de forma otimizada.
tégicos do negócio. Esta visão estratégica da área de Recursos Hu- Nesta escala, a gestão de RH está plenamente disseminada
manos é essencial para que uma empresa se expanda globalmente. pela empresa, sendo cada líder um gestor das pessoas sob a sua
Globalização, tecnologia e mudanças sociais têm contribuído para a responsabilidade. A área de recursos humanos atua então como
emergência de mercados e competidores, crescentes pressões de órgão consultivo, constantemente sintonizado com as tendências
acionistas e desafios crescentes em relação a custos, tempo de de- do mercado e introduzindo novas ideias à estrutura vigente. Assim,
senvolvimento de produtos e serviços, e qualidade. As organizações os profissionais de Recursos Humanos devem evitar os vícios inter-
nos, buscando sempre novos patamares de desempenho através da
precisam que as funções de RH estejam alinhadas ao propósito da
aplicação de “benchmarkings” (SOLEDADE, 2007).
organização, de modo que as mesmas dêem suporte à estratégia do
negócio (ASHTON et al., 2004).
A moderna Gestão de Pessoas, segundo Chiavenato (2005),
A questão é ser estratégico quando se tem tempo e recursos
baseia-se em três aspectos:
apenas para o operacional, desafiando a área de RH a estruturar-se I – tratar as pessoas como seres humanos que possuem
para criar maior valor às organizações. David Ulrich (1988) sugere conhecimentos, competências, com uma história pessoal que os
cinco ações para que RH crie valor para a organização: torna únicos, diferentes entre si e não como recursos necessitando
I. Entender o mundo externo; que alguém as administre pois são sujeitos passivos das ações das
II. Definir e atender os stakeholders (funcionários, clientes, organizações;
investidores e gerentes de linha); II – tratar como talentos que impulsionam a organização, dotan-
III. Atualizar e inovar as práticas de RH (pessoas, performance, do-a de dinamismo, de conhecimento para continuar competitiva;
informação e trabalho); III – tratar as pessoas como parceiros que investem na orga-
IV. Reger a organização de RH e definir uma estratégia de nização através de seus esforços, dedicação, comprometimento,
recursos humanos; responsabilidade tendo como expectativa o retorno deste investi-
V. Assegurar o profissionalismo dos funcionários de RH por mento traduzidos em autonomia, desenvolvimento, remuneração,
meio de suas atuações e competências. reconhecimento, dentre outros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Os programas de RH devem ser desenhados de modo a ofe- • liderança e coaching: transformação dos modelos de lideran-
recer benefícios e oportunidades de crescimento profissional aos ça
empregados. A função de administrar Recursos Humanos é das • diversidade: inserção e valorização das diferenças
lideranças (supervisores/gerentes) das organizações. A função • saberes mais demandados:
dos profissionais de Recursos Humanos é de buscar ferramentas e • técnico – saber fazer – domínio processos de trabalho, nor-
práticas modernas de gestão de pessoas para facilitar, dar suporte mas, tecnologia, know-how
e apoiar as lideranças na fixação das estratégias, na implementação • conceitual- saber o porquê – entender as razões, estabelecer
dos processos de mudança organizacional, e nos processos de relações, know-why
aprendizagem e desenvolvimento das pessoas; estimular o autode- • interpessoal – saber ser – entender as pessoas, estabelecer
senvolvimento das pessoas; manter os referenciais da organização relacionamentos convergentes, estimular motivações, decodificar
transparente. emoções, perceber perfis
As organizações necessitam de profissionais de RH que tenham • sobre o negócio – saber realizar – agir consoante demandas
perfil generalista e não mais de especialistas, dando maior abran- organizacionais – competências distintivas, essenciais, básicas
gência às atividades e responsabilidades, devendo possuir maior
qualificação e capacitação profissional (Resende e Takeshima, Soledade (2007) diz que tradicionalmente são atribuídos 4
2000). Deve-se atentar para: objetivos à área de RH: a) recrutamento e seleção de indivíduos
a) GESTÃO ESTRATÉGICA DE RH: Integrar-se com os objetivos capazes de atender aos desejos e expectativas da empresa; b) ma-
maiores da organização e como suporte mais efetivo às áreas pro- nutenção dos colaboradores na empresa; c) desenvolvimento das
dutivas e de negócios, favorecendo o cumprimento de suas metas pessoas; d) folha de pagamento, admissão, demissão.22
(Resende e Takeshima, 2000) Entretanto, o passar das últimas décadas mostra uma mudança
b) GESTÃO INTEGRADA DE RH: Entrosar as atividades, os pro- neste cenário, com a gestão de RH sendo exercida não mais por uma
jetos, planos e sistemas para garantir que a missão e objetivo da área específica, por haver se tornado um atributo de qualquer líder
área sejam cumpridos, obtendo sinergia nas funções principais de de equipe. Esta mudança de perspectiva levou à descentralização
recursos humano(Resende e Takeshima, 2000). dos objetivos acima citados, que passaram a ser absorvidos pelas
diversas áreas da empresa, sendo responsabilidade de cada líder, a
Das mudanças organizacionais em curso, destacam-se: gestão dos colaboradores sob a sua responsabilidade. Cabe então
• Horizontalização das estruturas, redução de níveis hierárqui- à nova área de RH, atuar como um agente facilitador do processo
cos, estruturas em rede; de gestão de pessoas, propiciando as áreas da empresa os recursos
e instrumentos necessários a este novo desafio (SOLEDADE, 2007).
• Equipes multifuncionais com bastante autonomia e com o
Menezes acrescenta que a Gestão de Pessoas é contingencial
compromisso de agregar valor;
e situacional por ser dependente da cultura da organização, da
• Visão e ação estratégica fazendo parte do cotidiano das
estrutura organizacional adotada, das características do contexto
pessoas e orientando resultados;
ambiental, do negócio da organização, da tecnologia adotada, entre
• Necessidade da organização aprender continuamente (lear-
outros fatores. Seus objetivos são:
ning organization).
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua
missão;
As tendências relacionadas à estrutura de RH são:
• Proporcionar competitividade à organização;
• formações diversas – predomínio administração e psicologia • Proporcionar à organização, empregados bem treinados e
– também pedagogia e engenharias consoantes com o negócio. bem motivados;
• ênfase no papel consultivo/parceria com as áreas da empresa • Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados
– maior exigência de competências conceituais e interpessoais no trabalho;
• por projetos – redução de funções • Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;
• com poucas pessoas • Administrar a mudança;
• atuação em comissões internas •Manter políticas éticas e comportamento socialmente res-
• comitês suprassistema ponsável.

Já a síntese das principais tendências nas ações de gestão de As novas ideias de gestão de pessoas no serviço público come-
pessoas identifica: çam a se consolidar a partir do movimento de Reforma do Estado e
• foco nas lideranças surgimento do movimento da Nova Gestão Pública ou Gerencialis-
• ênfase no trabalho em equipe mo. A reforma é gerencial porque busca inspiração na administração
• exigência de multiqualificação de empresas privadas, e porque visa dar ao administrador público
• rodízio na execução de tarefas profissional condições efetivas de gerenciar (BRESSER-PEREIRA,
• interesse relaçãopessoal/profissional 1998). As mudanças na Administração pública se refletem na Admi-
• ênfase em pesquisa nistração de Recursos Humanos (ARH), especialmente no estilo de
• aprendizagem de ferramentas lidar com as pessoas.
• treinamento à distância
• formação in company
• gestão do conhecimento
• compartilhamento de conhecimento
• T&D estratégico: programas mais voltados para estratégia de
negócio
• aprendizado × performance: maior foco no aumento de
performance 22. Adilson Silva Soledade. O Novo Papel da Área de Recursos Humanos (2007).
Obtido em http://www.ogerente.com.br/novo/artigos_sug_ler.php?canal=16&-
• e-learning × presencial: o crescimento dos programas blended
canallocal=48&canalsub2=154&id=453

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Diferenças de Administração de Recursos Humanos Outra distinção é tratar as pessoas como recursos ou como
parceiros.
Estilo Tradicional Estilo Flexível
• Paradigma burocrático- • Preocupação desloca-se da Tratar pessoas Tratar pessoas
mecanicista – ênfase nas estrutura organizacional para como recursos como parceiros
tarefas e na estrutura e visão os processos e a dinâmica – As pessoas são vistas – As pessoas são fornece-
da organização percebida organizacional. como recursos de produção, doras de conhecimentos,
como “máquina”. • Estilo aberto, flexível ao lado dos recursos competências, habilidades
• Estilo de administração e participativo, que financeiros e materiais. e inteligência. Constituem
rígido e autocrático, baseado dá oportunidades de – Como recursos, elas o capital intelectual da
em padrões inflexíveis. crescimento individual. precisam ser administradas, organização.
• As pessoas são preguiçosas • Descentralização o que envolve planejamento, – Nesta concepção, as
por natureza e só são e participação nas organização, direção e pessoas são vistas como
motivadas por recompensas decisões e delegação de controle de suas atividades, seres humanos, dotadas de
materiais. responsabilidades já que são sujeitos passivos personalidade, possuem uma
• Paradigma burocrático- • Enriquecimento do cargo, da ação organizacional. história de vida particular,
mecanicista - ênfase nas substituindo a especialização são diferentes e singulares e
tarefas e na estrutura e visão estrita pela ampliação de possuem necessidades que
da organização percebida tarefas e responsabilidades. motivam seu comportamen-
como “máquina”. • O ser humano não tem to.
• Estilo de administração desprazer inerente em – São elementos impul-
rígido e autocrático, baseado trabalhar, nem uma natureza sionadores e dinamizadores
em padrões inflexíveis. intrínseca de passividade e da organização e capazes
• As pessoas são preguiçosas resistência. de dotá-la de inteligência,
por natureza e só são • As pessoas têm talento e aprendizados in-
motivadas por recompensas motivação, potencial dispensáveis à sua constante
materiais. de desenvolvimento e renovação e adequação a um
• As pessoas não querem capacidade de assumir mundo em mudanças.
responsabilidades e responsabilidades.
preferem ser dirigidas e Falta de ambição, fuga – Deve haver recipro-
dependentes. à responsabilidade e cidade entre expectativas
• Por sua natureza intrínseca, preocupação excessiva pessoais e organizacionais
o ser humano é resistente à com segurança são, muitas
mudança. vezes, conseqüências de Assim sendo, o órgão de gestão de pessoas deve apresentar 3
As atividades devem ser experiências negativas. momentos de atuação:
padronizadas e as pessoas • Para que as potencialidades 1º Momento: departamentos de pessoal, destinados a fazer
devem ser persuadidas, intelectuais não fiquem cumprir as exigências legais com relação ao emprego – admissão,
controladas, recompensadas subutilizadas, deve ser anotações cadastrais, controle de frequência, aplicação de penali-
e coagidas para cumprir seu estimulada a criatividade dades, férias etc.
papel. para a solução de problemas 2º Momento: departamento de recursos humanos, responsá-
• A remuneração é vista organizacionais. vel pelas funções clássicas de RH.
como meio de recompensa, • As pessoas podem atingir 3º Momento: gestão de pessoas, responsável por um conjunto
uma vez que o homem é objetivos pessoais ao mesmo mais complexo de funções, assumindo papel estratégico.
motivado por incentivos tempo que perseguem os
econômicos objetivos organizacionais. Segundo Brito (2008), há uma tendência para entender que a
gestão de pessoas deve ser compartilhada com os gerentes que li-
Fonte: Marcilio de Medeiros Brito, 2008. dam cotidianamente com os próprios subordinados. Neste sentido,
o RH passa a funcionar como prestador de serviços especializados
de gestão de pessoas, no âmbito interno, fornecendo assessoria e
consultoria às demais áreas:
• Recrutamento e seleção: previsão constitucional para, de
um lado, concurso público e, de outro, livre nomeação para cargos
comissionados.
• Desenho de cargos e avaliação de desempenho: algumas
vezes a criação de cargos não atende a critérios técnicos. Dificul-
dade de implementar programa de avaliação e mensuração de
desempenho.
• Remuneração e benefícios: dificuldade de recompensar os
bons funcionários.
• Treinamento e desenvolvimento de carreiras: ausência de
planejamento, principalmente de médio e longo prazos, e desconti-
nuidade administrativa prejudicam desenvolvimento consistente e
contínuo das pessoas, com foco em competências.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• Banco de dados e Sistema de Informações Gerenciais (SIG): Este sistema de gestão conduz a importante mudança de para-
ausência de bases de dados e falta de compreensão da importância digma relacionado a seleção – treinamento – desempenho – remu-
de informações que subsidiem o planejamento e a tomada de neração – carreira, pois passam a ser mais objetivamente centrados
decisão. nas pessoas. Favorece o aperfeiçoamento das áreas de RH (Gestão
de Pessoas), no sentido de atuar maior integração.
Gestão por competências As competências da organização são as estratégias formuladas
O Conceito de competência vai além do conceito de qualifi- pelas organizações que determinarão as competências necessárias
cação como um saber acumulado, classificado e certificado pelo para alcançar suas metas e objetivos (FAISSAL et al, 2006). Segundo
sistema educacional. Implica saber como mobilizar, integrar e Resende (2000), envolvem:
transferir conhecimentos, recursos e habilidades, agregando valor • Processos – ter excelência nos processos de produção, vendas
à organização e aos indivíduos. Segundo Dutra (2004), as pessoas e serviços, estratégias de marketing, excelência e investimento na
concretizaram as competências organizacionais, ao colocarem em gestão de pessoas, logística, etc.
pratica o “patrimônio de conhecimentos da organização validando • Foco na Inovação e Qualidade: desenvolver novos produtos,
ou implementando modificações para aprimorá-lo”. investindo em tecnologia e garantindo a qualidade.
“COMPETÊNCIA É UM SABER AGIR RESPONSÁVEL E RECO- • Orientação para Clientes: gerar impacto positivo, estabele-
NHECIDO, QUE IMPLICA EM MOBILIZAR, INTEGRAR, TRANSFERIR cendo parcerias e conhecendo a satisfação dos seus clientes.
CONHECIMENTOS, RECURSOS, HABILIDADES E ATITUDES QUE • Social: garantir uma imagem positiva perante a sociedade e
AGREGUEM VALOR ECONÔMICO À ORGANIZAÇÃO E VALOR SOCIAL clientes, saber ser, incluindo autonomia, flexibilidade, responsabili-
AO INDIVÍDUO.”(Fleury, 2002) dade e comunicação.
“COMPETÊNCIAS HUMANAS SÃO ENTENDIDAS COMO COM-
BINAÇÕES SINÉRGICAS DE CONHECIMENTOS, HABILIDADES E A descrição de cargo tradicionalmente utilizada prevê a
ATITUDES, EXPRESSAS PELO DESEMPENHO PROFISSIONAL, DENTRO descrição as funções e atividades que compõem o cargo, indepen-
DE DETERMINADO CONTEXTO OU ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL.” dentemente das estratégias da organização (Faissal et al, 2006). A
(CARBONE E COLABORADORES, 2005). identificação do perfil de competências prevê o mapeamento das
competências que estão alinhadas com as estratégias e conheci-
Exemplos de algumas Competências: mentos definidos pela organização.
Orientação para resultados: age para melhorar a performance, As pessoas deverão alcançar resultados através destas compe-
com maior agilidade e qualidade. Compete contra padrões de de- tências, de forma a contribuir com a competitividade da organiza-
sempenho, buscando sempre mais. Busca Inovações. ção.
Iniciativa: assume fazer mais do que é esperado ou solicitado; O levantamento do perfil de competências deverá ser realizado
age antes de ser solicitado (antecipa-se aos problemas); cria novas com o gestor da área e de gestores de áreas afins da organização;
oportunidades. através de entrevista e observação de profissionais considerados
Construção de relacionamentos: constrói e mantém contatos com melhor desempenho, indicado pelo requisitante da vaga.
dentro e fora da organização, trazendo conhecimentos. Articula Exemplos de perguntas para identificar as competências (Rabaglio,
relacionamentos voltados para o alcance de objetivos. 2005):
Flexibilidade: pensa por diferentes estratégias e por diferentes • Defina os conhecimentos, atitudes e habilidades para realiza-
padrões de raciocínio. Considera diferentes pontos de vista. Aceita ção do trabalho;
mudança com naturalidade. • O que torna um candidato perfeito para este cargo?
Pensamento Estratégico: Habilidade em analisar a posição • O que torna um candidato inadequado para este cargo?
competitiva, tendências de mercado, clientes potenciais, novas • Desafios que este cargo apresenta e as habilidades que o can-
tecnologias, visão a médio/longo prazo, análise da concorrência. didato deverá demonstrar para enfrentar e superar estes desafios.
Foco no Cliente: Identifica o que os clientes precisame valori- • Resultados esperados para o desenvolvimento desta posição
zam. Prevê e antecipa-se a atender as necessidades com agilidade e na organização.
com qualidade visando lucro econômico.
• SER FLEXÍVEL E NÃO ESPECIALISTA DEMAIS Após o levantamento das competências, há necessidade de
• TER MAIS INOVAÇÃO DO QUE INFORMAÇÃO agrupar e definir as competências; de uma análise alinhando com
• ESTUDAR DURANTE TODA A VIDA as estratégias da organização e definindo os indicadores e por fim,
• ADQUIRIR HABILIDADES SOCIAIS E CAPACIDADE DE EXPRES- validar com o gestor solicitante da posição. Exemplos de perguntas
SÃO para identificar as competências na entrevista de seleção (Bruno,
• ASSUMIR RESPONSABILIDADES 2000):
• SER EMPREENDEDOR
• ENTENDER E LIDAR COM DIVERSIDADE CULTURAL PENSAMENTO ESTRATÉGICO
• ADQUIRIR INTIMIDADE COM NOVAS TECNOLOGIAS • O que sua área está fazendo (ou fez) para garantir o sucesso
do plano estratégico da empresa atual?
Fonte: UNESCO • O que você faz para conseguir analisar informações estraté-
gicas?
O foco nas competências busca destacar e desenvolver os dife- • Como você avaliaria nossos produtos em relação aos produ-
renciais de capacitação, desempenho, resultado e competitividade tos do concorrente?
das pessoas, funções, áreas e organizações. O sistema de gestão
por competência leva inevitavelmente à necessidade de valorizar INOVAÇÃO
o conhecimento e habilidades humanas e destacar as qualificações • O que fez de inovador na última empresa (ou atual)?
e os atributos pessoais que fazem a diferença nos resultados dos • Quais os recursos que utilizou para elaborar essa proposta?
processos, as áreas e da organização como um todo (Fleury, 2002). • Dê exemplos de pessoas bem-sucedidas. Qual foi sua contri-
buição?

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
FLEXIBILIDADE
• O que você faz quando tem de enfrentar obstáculos em momentos de mudança?
• O que faz quando discorda de alguém com relação a uma política, projeto etc?
• Fale sobre uma situação que teve que abrir mão de suas ideias a favor da equipe

FOCO NO CLIENTE
• Como você identifica tarefas que estejam prejudicando um bom atendimento ao cliente?
• Dê exemplo de uma situação onde antecipou possíveis problemas para seu cliente e qual foi a solução recomendada
• Fale sobre o feedback recebido de seus clientes no último ano

ORIENTAÇÃO PARA RESULTADOS


• O que você fez para atingir um ou dois resultados notáveis?
• Como você organiza seu dia-a-dia?
• Qual sua avaliação de seu comportamento numa situação de pressão e prazos

Nos modelos de competência, há necessidade de identificar os conhecimentos e experiências para o desenvolvimento das atividades.
Após o levantamento das competências, há necessidade de agrupar e definir as competências; de uma análise alinhando com as estraté-
gias da organização e definindo os indicadores e por fim, validar com o gestor solicitante da posição.

Gestão por Competências


Missão, Estratégias,
Objetivos e Metas

Análise das Valorização Identificação


Competências das Pessoas dos Gaps
Identificação e
definição de Gestão por
competências Competências
essenciais, grupais e
individuais
Adequação Envolvimento Coerência com
de Perfil Gerencial o negócio
Formulação do Perfil
de Competências Ideal
individual e grupal, Plano de Ação
segmentados por Área
Hierárquica ou por
Sistemas Operacionais Formais Não-Formais
Maria Cecilia Araujo – 06.05.2004

Figura – Gestão por Competências


Fonte: Maria Cecilia Araújo, 2004

O conceito de competência emerge na década de 90, com o desenvolvimento de capacidades que podem ser mobilizadas em situa-
ções pouco previsíveis, relacionadas a novos usos e novos processos que fazem parte da organização. Segundo Dutra (2002), as premissas
para a gestão por competências são:
• Passagem do foco no controle para o foco no desenvolvimento.
• Passagem do foco nos instrumentos para o foco no processo.
• Foco no interesse conciliado em vez do foco no interesse da organização, esse foco caracteriza-se pela busca de desenvolvimento
mútuo de forma dinâmica, na qual e a negociação torna-se imprescindível.
• Foco no modelo integrado e estratégico em vez de foco no modelo construído por partes desarticuladas entre si.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Gestão por Competências

Outputs
Integração com demais sistemas de RH

Alinhamento Estratégico
Recrutamento e Seleção

Remuneração Sucessão e
e Incentivo Seleção Interna
GESTÃO POR
COMPETÊNCIA

Educação Corporativa

Gestão do Desempenho
Carreira e Sucessão

Maria Cecilia Araujo – 06.05.2004


Figura – Gestão por Competências – integração com demais sistemas de RH

Fonte: Maria Cecilia Araújo, 2004

O sistema de gestão por competência leva inevitavelmente à necessidade de valorizar o conhecimento e habilidades humanas e
destacar as qualificações e os atributos pessoais que fazem a diferença nos resultados dos processos, as áreas e da organização como um
todo (Fleury, 2002). Este sistema de gestão conduz a importante mudança de paradigma relacionado a seleção – treinamento – desempe-
nho – remuneração – carreira, pois passam a ser mais objetivamente centrados nas pessoas. Favorece o aperfeiçoamento das áreas de RH
(Gestão de Pessoas), no sentido de atuar maior integração.
Mudanças no mundo do trabalho que geraram a necessidade de adotar o modelo de gestão por competência
• Eventos: ocorrem de forma imprevista, afetando o equilíbrio ou a normalidade da organização, ultrapassando as habilidades roti-
neiras para solução dos problemas. A competência não está contida nas precondições das tarefas, o profissional precisa mobilizar recursos
para dar respostas a estas situações;
• Noção de serviço: as pessoas produzem algo destinado aos outros, portanto o conceito de cliente externo e interno deve estar
sempre presente nos processos de trabalho;
• Comunicação: as organizações devem ter fronteiras flexíveis, com comunicação fácil em todos os níveis, partilhando conhecimentos
sobre a organização vinculados as estratégias, procedimentos e outros.

Fonte: Fleury (2002)

Na gestão de pessoas, a abordagem de competências tem se mostrado uma forma avançada e inovadora: na identificação dos conheci-
mentos requeridos pela organização; na flexibilização do conceito de posto de trabalho; no envolvimento e responsabilização permanente
do indivíduo em seu desenvolvimento.
Esse modelo tem por objetivos planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização pública, as competências
necessárias à consecução dos objetivos organizacionais. O conceito se baseia em três dimensões: conhecimento (saber o quê, saber o
porquê); habilidade (saber como fazer); atitude (querer fazer).
Vale salientar a importância do mapeamento das competências visando identificar e gerenciar as lacunas (gaps) de competências
eventualmente existentes na organização. Essa lacuna diz respeito à discrepância entre as competências necessárias à consecução dos
objetivos organizacionais e àquelas de que a organização dispõe.
Brandão (2008 apud Mauger et al) relaciona a avaliação de desempenho com a gestão por competências, afirmando que os resultados
alcançados na avaliação são comparados com os que eram esperados, gerando informações para retroalimentar o processo de gestão
por competências. E completa, afirmando que qualquer que seja o modelo de avaliação de desempenho adotado em uma organização, é
imprescindível a descrição do perfil de competências básicas que sirvam de paradigma para uma comparação com as existentes.23
A gestão de pessoas por competências tem sido empregada nas organizações como importante ferramenta por incentivar a criação de
soluções que agreguem valor aos seus produtos e/ou serviços por parte de seus colaboradores.

23. Obtido em <http://www.servidor.gov.br/sad/biblioteca/artigos/ad_como_ferramenta_de_gestao-Mauger-clad-nov2010.pdf> Acesso em 3 jul 2012.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Sua premissa é a de que, se os funcionários realizarem suas Recrutamento e seleção
atividades de forma crítica e inovadora, alinhados ao planejamento O contexto de Gestão de Pessoas, mais conhecido como
estratégico da organização em que atuam, haverá benefícios a serem Recursos Humanos, é formado, por pessoas e organização, esta-
desfrutados por ambas as partes. Por um lado, a instituição terá sua belecendo uma relação de dependência mútua para o alcance das
marca solidificada no mercado através de vantagens competitivas metas e objetivos (CHIAVENATO 2005). Para que exista esta relação
criadas pela atuação de sua força de trabalho, que por sua vez pas- entre pessoas e organização, há necessidade de que as organiza-
sará a ser mais valorizada pelo seu desempenho. Condições estas ções escolham as pessoas que desejam como empregados e que
altamente desejadas em um contexto de grande competitividade as pessoas escolham onde pretendem trabalhar. Este processo de
e instabilidade no qual as organizações estão inseridas atualmente. escolha mútua ocorre quando as organizações divulgam suas vagas
Para o correto entendimento do modelo de gestão por no mercado de trabalho e as pessoas interessadas, candidatam-se
competências, faz-se necessário melhor delimitar o conceito de as vagas disponíveis (TEDESCO, 2009).
“competência” empregado no presente trabalho/artigo. Apesar Em termos tradicionais, a seleção busca entre os candidatos
de ter sido estudado ao longo das últimas três décadas, o conceito recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na em-
de competência tem sido utilizado em diferentes formatos e ainda presa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do
permanece em evolução. A corrente mais difundida tem origens pessoal, bem como a eficácia da organização (CHIAVENATO, 2009,
nos trabalhos de Le Boterf (1994) e Zarifian (2001) e caracteriza p.172).
a competência dos indivíduos como decorrente da articulação de A seleção é um processo de comparação entre duas variáveis:
seus conhecimentos, habilidades e atitudes nas situações enfren- de um lado, os critérios da organização (como requisitos do cargo a
tadas no trabalho. ser preenchido ou as competências individuais necessárias à orga-
O conhecimento é o conjunto de saberes acumulados por uma nização) e, de outro lado, o perfil das características dos candidatos
pessoa durante sua trajetória pessoal e profissional, seja através de que se apresentam. A primeira variável é fornecida pela descrição
ações formais ou informais de aprendizagem, é o domínio técnico e análise do cargo ou das competências requeridas, enquanto a
sobre determinados conteúdos. A habilidade está relacionada seguida é obtida por meio de aplicação das técnicas de seleção
com a execução de alguma atividade que envolva instauração dos (CHIAVENATO, 2009, p.173).
conhecimentos armazenados durante a vida por parte de um in- Existem dois tipos de mercado: o Mercado de Trabalho onde
divíduo. Ter esse recurso indica que o indivíduo sabe como fazer são divulgadas as oportunidades de emprego e o Mercado de
uma determinada tarefa, trabalho, etc., dentro de um determinado Recursos Humanos, caracterizado pelo conjunto de candidatos que
processo. Por fim, a atitude diz respeito à conduta das pessoas no estão em busca das oportunidades oferecidas pelas organizações.
interior de uma organização. Trata-se do comportamento assumido Tanto no mercado de trabalho quanto no mercado de recursos
diante dos aspectos sociais e afetivos presentes no contexto da humanos, existem constantes alterações, que influenciam nas
organização. práticas das organizações no que se refere as gestão de pessoas e
Destarte, a presença de indivíduos extremamente qualificados no comportamento das pessoas que estão disponíveis no mercado
no âmbito de uma empresa não é garantia de rendimento superior ou que pretendem buscar outro emprego.
frente aos concorrentes. Quando o mercado tem mais ofertas do que procura, os
Paralelamente, é fundamental que cada integrante de uma candidatos podem escolher as organizações que oferecem me-
organização tenha uma atitude favorável à aplicação destes conhe- lhores condições e oportunidades, aumentando assim seu poder
cimentos em situações concretas de trabalho para gerar resultados de negociação. As organizações por outro lado, investem mais
cada vez melhores. em benefícios sociais e salariais, em treinamento e programas de
Dessa forma, não se pode confundir potencial com competên- desenvolvimento, dentre outras, para atrair e reter os candidatos.
cia. A competência é a “forma como a pessoa mobiliza seu estoque Geralmente os critérios de seleção são mais flexíveis e as pessoas
e repertório de conhecimentos e habilidades em um determinado sentem-se mais propensas a lançar-se no mercado.
contexto, de modo a agregar valor para a organização no qual está
Quando a situação é inversa, existe mais procura por emprego
inserida (competência em ação). Esta agregação de valor implica
do que ofertas de vagas diminui o poder de negociação por parte
em uma contribuição efetiva da pessoa ao patrimônio de conheci-
dos candidatos, sentem-se inseguros em deixar seu emprego,
mento da organização”. (DUTRA, 2004).
aumenta a competição entre os candidatos. Há pouco ou nenhum
Um dos mecanismos mais eficazes para conseguir que o indiví-
investimento salarial, benefícios, treinamento e a ênfase acaba
duo contribua para a consolidação da visão de futuro de sua insti-
sendo no recrutamento externo para melhorar o potencial interno.
tuição é incentivar e valorizar suas competências, direcionando-as
Vários são os fatores que interferem tanto no mercado de
e desenvolvendo-as de forma alinhada aos objetivos estratégicos
recursos humanos quanto no mercado de trabalho. Um deles está
organizacionais. Nesse sentido, diversos foram os modelos desen-
volvidos, e o que parece melhor responder às novas necessidades relacionado ao desenvolvimento tecnológico que aumentou a
organizacionais parece ser o modelo de gestão de pessoas por sofisticação do trabalho, demandando habilidades e competências
competências, que define quais são os conhecimentos, habilidades mais variadas dos trabalhadores, automatizando os processos,
e atitudes necessários aos indivíduos. aumentando a produtividade, gerando novos empregos, eliminan-
O grande apelo à adoção da gestão de competências pelas do postos de trabalho. A intensificação da tecnologia possibilitou
organizações pode ser entendido quando se compreende o ciclo ofertas de produtos mais acessíveis, aumentando o consumo o que
virtuoso que a mesma tende a gerar principalmente no que diz pode ser um fator gerador de emprego.
respeito ao processo de inovação e aprendizagem organizacional. O O mercado está cada vez mais competitivo fazendo com que as
pressuposto é o de que as pessoas, vendo suas diferentes entregas organizações criem estratégias para gestão de pessoas mais eficien-
reconhecidas pela empresa, passem a produzir cada vez mais, tes para atrair e reter pessoas. A responsabilidade por pesquisar
gerando maiores benefícios para a organização, que reconhecerá interna e externamente os candidatos potenciais para preencher as
as novas tecnologias e processos de produção propiciados pela vagas existentes na organização, cabe ao Recrutamento e Seleção.
iniciativa de cada indivíduo ou equipe, passando a valorizá-las ainda Portanto, o processo de recrutamento e seleção desempenha um
mais (OLIVEIRA, DIAS, ROQUETTE). papel essencial.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Para se alcançar a integração estratégica entre a área de mantendo ou elevando a produtividade via seleção de perfil psico-
Recursos Humanos e os negócios da empresa, é preciso que cada lógico. Tal qualidade está automaticamente vinculada a prática de
atividade de RH seja integrada verticalmente, de modo a se alinhar recrutamento, compreendida como as seguintes etapas:
aos imperativos da estratégia da empresa (MILLMORE, 2003). Re-
crutamento e seleção são práticas que se mantiveram relativamente a) Recebimento da Vaga
imutáveis ao longo do tempo, sendo ainda frequentemente rela- O trabalho de recrutamento inicia-se no momento em que
cionadas aos modelos psicossomáticos, abordagens padronizadas se recebe a liberação da vaga, solicitação de pessoal, perfil profis-
onde se procurava a pessoa certa para o lugar certo. Hoje o enfoque siográfico ou afim. Embora a nomenclatura deste documento se
dessas práticas tem se tornado mais orientado estrategicamente, diferencie de empresa para empresa, o objetivo é único: munir a
buscando-se pessoas para a organização e não mais para um cargo divisão de recrutamento e seleção sobre os dados e critérios que
específico. O que importa é a busca de capital humano, que se servirão de base para preterir ou aprovar currículos.
revela pelo conjunto de competências que as pessoas têm e que se Em algumas empresas, o RH atua como staff ou Consultoria
alinham às competências essenciais da empresa.24 Interna junto aos departamentos requisitantes no desenho do perfil
Se o comportamento estratégico exige que a organização de uma vaga. Em agências de emprego e Consultoria de RH, quan-
combine seus recursos no longo prazo, às demandas de mudanças do recebemos uma vaga, ligamos para os clientes para confirmar
ambientais, as organizações consideram que o capital humano o recebimento e automaticamente, aproveitamos a contingência
seja uma das principais fontes de vantagem competitiva; sob este para esclarecer ou flexibilizar os requisitos para o desempenho de
aspecto, recrutamento e seleção são funções essenciais dentro da um cargo vago. Negligenciar quaisquer informações a respeito do
área de RH para dar suporte à execução da estratégia da corpora- perfil de um cargo é sinônimo de comprometer o recrutamento e,
ção, o que já vinha sendo percebido há cerca de quinze anos atrás portanto, o processo seletivo como um todo.
(HENDRY, PETTIGREW; SPARROW, 1988). Assim, o processo de recrutamento e seleção tem início quando
Mas, para que o recrutamento e seleção sejam considerados houver disponibilidade de vaga motivada por substituição em fun-
estratégicos, eles precisam atender a três condições primárias in- ção de desligamentos por aposentadoria, promoções, afastamen-
dependentes: integração estratégica; foco no longo prazo; e meca- tos, dentre outros ou por necessidade de aumentar a quantidade
nismo para transformar demandas estratégicas em especificações de pessoas em virtude do aumento da produção, novos produtos,
apropriadas para recrutamento e seleção. Sob esta perspectiva, o ampliações da organização, aquisição de novos maquinários, dentre
papel das funções de recrutamento e seleção está no provimento outros.
de pessoas com as competências vistas como críticas para o futuro Quando surge a vaga, a área requisitante deve encaminhar
ou, em outras palavras, em saber escolher as pessoas que “tocarão” a solicitação para recursos humanos, que iniciará o processo de
a gestão da empresa no futuro. recrutamento e seleção.
O termo “recrutamento” pode facilmente ser encontrado em Geralmente o processo tem início com a Análise da Descrição
dicionários, como por exemplo, na versão on line do http://www. de Cargo e/ou Definição do Perfil de competências, que pode ser
priberam.pt/ como ato ou efeito de recrutar uma leva de recrutas. feita através da leitura da Descrição do Cargo que está sendo solici-
Sua morfologia e significado teve origem, praticamente nos exérci- tado ou entrevistando o requisitante para conhecer quais requisitos
tos, pois estava vinculado a prática de captar recrutas para vagas são necessários para este cargo.
de futuros soldados ou postos de guerrilha. Rapidamente o termo, São necessárias as seguintes definições: requisitos mínimos im-
bem como seu objetivo (captação de pessoas) foi ampliado para prescindíveis para ocupar o cargo, que se o candidato não possuir,
o sistema de RH, em especial, ao subsistema de Recrutamento e não poderá ser indicado para a vaga e os requisitos considerados
Seleção de Pessoal.25 como adequados, que se o candidato não possuir, poderão ser
O papel do recrutamento é ser o elo entre a organização e o desenvolvido posteriormente e/ou podem servir como diferencial
mercado de trabalho. Recrutamento e Seleção é um processo que no momento da decisão.
procura integrar pessoas e trabalho, através do estudo das dife- As informações que o recrutamento e seleção necessita para
renças individuais das pessoas que se apresentam às vagas, com iniciar o processo são as seguintes: atividades que a pessoa irá
a finalidade de prognosticar, através da utilização das técnicas de desempenhar; responsabilidades e autonomia; posição do cargo na
seleção, quais estariam capacitadas para ocupar um cargo dentro hierarquia; Conhecimentos e habilidades técnicas necessárias para
de uma organização (Bruno, 2000). desenvolver as funções e atividades; Os comportamento, habilida-
O processo de Recrutamento e Seleção terá um resultado posi- des e atitudes para o desenvolvimento das funções e atividades;
tivo, quando atender as necessidades com rapidez; com quantidade Desafios e dificuldades características deste cargo; Relações diretas
suficiente de candidatos considerados potencialmente capacitados; e indiretas, tanto internas quanto externas; Horário de trabalho;
com custo adequado despendido no processo e que haja perma- Oportunidades de desenvolvimento que esta função gera; dentre
nência dos candidatos na organização. O resultado será negativo outras.
quando ocorrer um alto turnover (rotatividade) no período expe- Atualmente os processos estão voltados para a Seleção por
rimental, poucos candidatos potenciais para o processo seletivo, Competências, mapeando-se as competências da organização e a
alto custo do recrutamento;poucos funcionários qualificados o que que a organização necessita para cada cargo:
poderá comprometer a eficiência e eficácia da organização. a) técnicas que são os pré-requisitos do cargo, conhecimentos
O papel primordial do selecionador de pessoal é garantir, e habilidades especificas para atribuições ou funções específicas e;
enquanto estratégia de gestão de Recursos Humanos, a eficiência b) comportamentais que são as atitudes e comportamentos
das atividades mediadas por organismos dentro das organizações compatíveis com as atribuições a serem desempenhadas, por
24. Ana Maria Roux Valentini Coelho CÉSAR; Roberto CODA; Mauro Neves GARCIA. exemplo comunicação, liderança, negociação, persuasão, flexibili-
Um novo RH? – avaliando a atuação e o papel da área de RH em organizações dade, etc., como vimo anteriormente (para maiores conhecimentos
brasileiras. FACEF PESQUISA – v.9 - n.2 – 2006. consulte livro “Seleção por Competência” de Maria Odete Rabaglio,
25. Eduardo Alencar, Camilla Pauferro, Alcimar Fraga, Érica Soares e Tatiane 2005).
Rosa. Introdução ao Recrutamento de Pessoal (2008)

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
b) Anúncio ou divulgação de vagas em fontes e parceiros de elaborados. Os anúncios nos jornais e revistas têm como desvanta-
recrutamento gens, o alto custo e o retorno demorado para receber os candidatos
Na etapa de anúncios, pode-se proceder com três condutas: e/ou currículos.
I – Recrutamento Interno: Consiste nas práticas empregadas Após a divulgação da(s) vaga(s) e o recebimento dos currículos
à divulgação de vagas em aberto dentro das empresas ou orga- ou dos candidatos, inicia-se o processo de Triagem que compreende
nizações, focando o mercado de mão de obra interno, como por a análise do currículo ou da ficha de solicitação de emprego e uma
exemplo, um teaser, anúncio na copa, e-mail, comunicado formal entrevista inicial.
ou semelhante, com o intuito de recrutar colaboradores de outros Na análise do currículo ou da Ficha de Solicitação devemos
departamentos que tenham interesse em mudar de área a título considerar: as realizações profissionais; os projetos desenvolvidos e
de promoção, interesse profissional ou semelhante. A grande van- implantados; a formação acadêmica; os cursos realizados; a experi-
tagem de um recrutamento interno é o baixo custo com fontes de ência profissional observando a compatibilidade com os requisitos
recrutamento. A desvantagem, é que ingressamos em um circulo solicitados; a compatibilidade entre a formação e as funções ou
vicioso, ou como diríamos no senso comum, “cobre um santo e cargos ocupados pelo candidato; as datas de admissões e demis-
descobre outro”. Caso um colaborador venha ser aprovado para sões; o local onde reside, dentre outros, considerando sempre os
um processo de recrutamento e seleção interno, a vaga dele no seu requisitos definidos pelo requisitante.
antigo cargo, provavelmente abrirá junto ao subsistema de recruta- Após a triagem, os candidatos deverão ser convocados para
mento e seleção de pessoal. o processo de seleção. Esta convocação pode ser feita através de
Assim, o Recrutamento Interno é fundamentado na movimen- mensagens eletrônicas, telegramas, telefonemas, cartas, recados
tação dos funcionários seja através de transferências, promoções, através de funcionários, dentre outros. Deve-se informar horário e
baseados geralmente nos programas de desenvolvimento de local. Na convocação via telefone ou correio eletrônico é possível
Recursos Humanos. esclarecer algumas condições de trabalho tais como: horários da
Este tipo de recrutamento apresenta como vantagens a rapidez, empresa; fases do processo de seleção; faixa salarial; a área em que
economia, conhecimento, aumento da motivação, utilização dos a vaga está disponível e outras.
investimentos em treinamento e como limitações a frustração dos
Devem-se preparar o local, materiais e todos meios que serão
candidatos não selecionados; a demora na liberação do candidato
utilizados no processo de seleção.
pela supervisão atual, a quantidade insuficiente de candidatos para
o processo de seleção.
III – Recrutamento Misto: Consiste nas práticas empregadas à
Os meios para divulgação das vagas internamente podem ser
divulgação de vagas em aberto para o mercado de mão de obra
o quadro-de-avisos; intranet; consulta aos gestores (gerentes /
interno e externo. As vantagens concentram uma flexibilidade de
supervisores); consulta aos planos de desenvolvimento de recursos
cenário e vantagens estratégicas mencionadas nos itens anteriores,
humanos.
bem como a flexibilidade para com as consequências negativas.
– Instituições de Ensino (Técnico, Médio, Graduação, Pós Gra-
II – Recrutamento Externo: Consiste nas práticas empregadas
à divulgação de vagas em aberto para o mercado de mão de obra duação, Profissionalizante, Qualificação profissional e afins);
externo à organização/empresa, como por exemplo, anúncios em – Sites;
jornais, contratação de agências de emprego, consultorias de RH e – Jornais (Locais, Nacionais, regionais) e Mídias;
afins. As vantagens consistem em uma gama diversificada de perfis – Instituições diversas (Ongs, Associações, Igrejas, eventos,
para proceder com seleção de pessoal e agilidade na captação de etc);
pessoas. As desvantagens são geralmente, custo e desmotivação de – Anúncio(s) na porta da empresa ou consultoria;
colaboradores internos ao não serem considerados para processos – Agência de Emprego, Consultoria de RH; Outplacement e
seletivos da empresa. afins;
Assim, o Recrutamento Externo é caracterizado pela identifica- – Indicação de candidatos ou funcionários;
ção de candidatos no mercado externo. Apresenta como vantagens – Indicação de empresas parceiras, fornecedores e clientes;
a geração de novas ideias trazidas pelos candidatos; maior diversi- – Internet e seus recursos;
dade nos recursos humanos da organização, aproveitamento dos – Etc
treinamentos de outras empresas; e outros e como limitações, a
falta de candidatos potenciais; a demora dos contratados para Em aspectos gerais, a escolha de fontes de recrutamento varia
conhecer os processos e procedimentos da organização; maior conforme perfil da vaga, criatividade do recrutador e recursos
tempo despendido no processo; custo mais alto do que no processo financeiros e institucionais da empresa.
interno, e a possibilidade de gerar insatisfações internamente pelo
não aproveitamento dos funcionários. C) Análise e triagem de currículos oriundos destas ações
Os meios para identificação dos candidatos externos podem O currículo é praticamente o “cartão de visita” dos candidatos
ser a consulta ao Banco de Candidatos; a Indicação de Funcionários; recrutados ou interessados em oportunidades de trabalho junto a
a colocação das oportunidades em Agências de Empregos, Consul- uma empresa. Não há uma “fórmula” mágica ou modelo padrão,
torias; Intercâmbio entre Empresas, os Grupos de Profissionais; devido à grande diversidade na conduta de confeccionar este “car-
as Apresentações espontâneas; Associação de Classes, Sindicatos, tão de visita”. Entretanto, sugere-se:
Universidades; Jornais, Revistas, Internet, e outros. Origem: A palavra Curriculum Vitae é de origem latina e traduz-
A decisão sobre qual o melhor meio para divulgação das vagas -se como “trajetória de vida”. Hoje em dia, não utilizamos mais esta
está relacionada ao custo operacional, retorno rápido; e a eficiência nomenclatura e nem é necessário colocar “Currículo”. Indica-se
e eficácia do processo. como título, o nome do candidato.
Por exemplo, os anúncios nos jornais, revistas e internet, têm Abas: é necessário dados pessoais (endereço, telefone, bairro,
como vantagens, além de ser uma fonte para atrair candidatos CEP, estado civil, nacionalidade e e-mail), Objetivo (Departamento
potenciais, é um meio para propaganda da organização, se bem e cargo de interesse), Experiência profissional (Empresas onde já

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
trabalhou, tempo que permaneceu, destacando cargo, data de c) Por Banca envolvendo dois entrevistadores e um entrevis-
entrada, saída e síntese de atividades desenvolvidas), escolaridade tado;
(técnico, médio, graduação, pós-graduação e afins), idiomas (em d) o Painel de Entrevista envolvendo grupo de entrevistadores,
caso de tê-los, indicar nível e instituição onde cursou), Informática geralmente 3, que entrevistam individualmente o candidato.
(Indicar softwares que sabe operacionalizar, caso tenha feito curso,
adicionar a escola e período), Atividades extra-curriculares (em A entrevista por banca, painel ou grupo, em relação à entre-
caso de estágios supervisionados, atividades filantrópicas e afins). vista individual apresenta algumas vantagens tais como: a redução
Lay-out: O segredo é nada muito extravagante, com português do tempo tanto dos profissionais envolvidos quanto dos entre-
correto, objetivo, claro, conciso. vistadores; evitam repetições de perguntas ou temas; permitem
Tendo o currículo em mãos, o recrutador/selecionador de o confronto de percepções dos entrevistadores aumentando a
pessoal verificará se o candidato tem os pré-requisitos da vaga objetividade e permitem a participação de profissionais de áreas
em aberto, em caso de afirmativo, abordará o candidato para uma diferentes, porém interdependentes.
entrevista, em caso de negativo, o candidato fica preterido nesta Podemos ter indicar como desvantagens que alguns dados
etapa da seleção. pessoais ou referentes ao emprego anterior não podem ser pesqui-
Particularmente, em processos de recrutamento em agências e sados para não expor os entrevistados, pois estes podem perder a
consultorias de RH, onde a demanda de currículos é muito grande, espontaneidade ou sentir-se constrangidos.
qualquer detalhe do candidato que não esteja compatível com
A utilização da técnica de entrevista prevê a preparação dos
o perfil da vaga, o retira do processo. No caso de recrutamento
entrevistadores para que não ocorram perguntas repetidas, que
interno, é possível levar em consideração outros dados além do
não façam perguntas dirigidas apenas para um candidato, para não
currículo, como por exemplo, a avaliação de seu gestor imediato.
demonstrar falta de planejamento. O método de entrevista pode
Outro aspecto a ser considerado é a fidedignidade das infor-
mações mencionadas no currículo. Se o candidato coloca cursos, o ser:
ideal é que traga na entrevista, cópia destes. Se coloca informações a) Diretivo – baseia-se em um roteiro planejado, permite man-
sobre experiência, o ideal é que traga na entrevista sua carteira de ter o controle da situação quanto ao tempo a ser utilizado e per-
trabalho e assim por diante. Como o agendamento de entrevistas é guntas a serem feitas, é recomendado quando se dispõe de pouco
a ponte entre o recrutamento e a seleção de pessoal propriamente tempo para coleta de dados; quando os dados a serem pesquisados
dita, é necessário estes cuidados metodológicos para não incluir- são objetivos.
mos candidatos negligentes ou inadimplentes com as informações b) Não Diretivo – enfatiza-se a relação entrevistado e entre-
mencionadas em seus currículos. vistador , assim como suas expressões verbais e não verbais, é
adequado para situações onde o entrevistado apresenta acentuada
D) Convocação de candidatos para processos seletivos tensão emocional; apresenta recursos intelectuais satisfatórios.
O Processo de Seleção tem como objetivo identificar e avaliar o O responsável pelo processo de recrutamento e seleção deve
perfil de competências das pessoas no que se referem às habilidades preparar-se para a entrevista através da elaboração do Roteiro da
cognitivas, os conhecimentos técnicos, a comunicação, a criativida- Entrevista; ler novamente o currículo ou Ficha de Solicitação de Em-
de, a iniciativa, o trabalho em equipe, a liderança, as formas de lidar prego; preparação dos outros entrevistadores; preparação do local
com situações de pressão, os conflitos, as mudanças, a flexibilidade, de atendimento garantindo privacidade e outras características
a tomada de decisão, a capacidade para solução de problemas, o que permitam condições éticas e pessoais mínimas; evitar que haja
comportamento ético, a negociação, e outros, conforme solicitação interrupções, que a sala seja fechada, iluminada e arejada.
do requisitante (BRUNO, 2000).
O sucesso do processo de seleção depende fundamentalmente No início da entrevista, deve estabelecer o rapport, quebrar o
da definição clara e objetiva do perfil de competências. A definição gelo através de um conversa informal criando um ambiente des-
deve estar voltada não só ao cargo em aberto, mas também a car- contraído e cordial, falar sobre a empresa, seu histórico, missão,
reira, objetivos da posição e perspectivas da organização. valores, produtos, perspectivas, organograma, benefícios, motivo
Devem-se estabelecer os requisitos que se o candidato não da abertura da vaga, dentre outras. Deve-se tomar cuidado para
possuir, terá pouca probabilidade de sucesso na posição. não superdimensionar a organização, falar sobre o cargo, o motivo
Deve-se tomar cuidado com a supervalorização da pessoa em
da abertura da vaga, principais atividades, responsabilidades,
detrimento do cargo efetivo.
perspectivas, fornecer ao candidato as informações sobre o perfil
As técnicas utilizadas na Seleção são identificadas a partir dos
esperado e como será o processo seletivo. Isto possibilita que o
requisitos definidos no início do processo. Identificamos algumas
candidato analise se atende suas expectativas e se deseja continuar.
delas:
1) Entrevista; O candidato é cliente da seleção e deve ser tratado com consi-
2) Dinâmica de Grupo; deração, ética e respeito.
3) Provas Situacionais; O fechamento da entrevista deve dar oportunidade ao candi-
4) Teste Psicológico; dato para expressar opiniões ou fazer alguma pergunta; devem-se
5) Testes Técnicos ou Prova de conhecimentos e de capacida- dar explicações sobre as próximas fases e comprometer-se com o
des, dentre outras técnicas. retorno.
A duração da entrevista é de 45 a 60 minutos. Este tempo é
Entrevista utilizado para: Introdução – Informações Pessoais e Profissionais –
É uma forma de coleta de dados e também o recurso mais efi- Informações sobre Perfil de Atribuições e Competências.
ciente do processo seletivo, se bem elaborada. Portanto não deve Após a entrevista, deve-se analisar se o perfil do candidato é
ser substituída por outra técnica. Os tipos de entrevistas são: compatível com o solicitado pela organização e preencher imedia-
a) individual, quando o entrevistador e candidato estão face a tamente o relatório com as devidas avaliações e parecer da seleção
face; (RABAGLIO, 2005).
b) em Grupo envolvendo vários candidatos e entrevistadores;

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Analisando a Entrevista: Dinâmica de Grupo
• Correlação entre o que foi narrado e as competências – pos- Técnica que integra o processo seletivo através da aplicação
tura e estilo pessoal do candidato e a adequação com a empresa; de exercícios, jogos e simulações. Ela dá aos examinadores a pos-
• Competências que não atendem as exigências, se são passí- sibilidade de observar as pessoas exercendo diversos papéis onde
veis de treinamento e a viabilidade para a empresa. são encontrados os requisitos básicos exigidos para o cargo a ser
• Se as expectativas e reivindicações do candidato vão ao preenchido. Faz parte de um conjunto de instrumentos para avaliar
encontro às da empresa; o candidato. Sua finalidade é auxiliar a revelar ao selecionador se o
• Contribuições que serão efetivas para a empresa (RABAGLIO, candidato apresenta as características profissionais e pessoais que a
2005). empresa está buscando. Esta técnica consiste em oferecer algumas
situações que possam colocar o grupo em funcionamento, a fim de
Parecer da Seleção: relatar os principais atributos e os aspectos que se estabeleça uma dinâmica, de tal forma que os candidatos
que não atendem a necessidade. Indicar se está: venham a se expor.
• acima do esperado. Embora as etapas e propostas das dinâmicas mudem de uma
• se é favorável ou atende as expectativas. empresa para outra, de modo geral, elas consistem de três etapas:
• se é Favorável, porém com restrições.
Estas atividades grupais possibilitam que algumas características dos
• se é inaceitável ou desfavorável.
candidatos se revelem e, assim, permitam ao selecionador avaliar
a compatibilidade entre o candidato e a vaga oferecida. Observa-se
como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação,
Com relação às características do entrevistador, destacam-se:
atenção concentrada, capacidade analítica, receptividade, neutrali- o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível
dade; mobilidade, empatia, sensibilidade, equilíbrio, dentre outras. de frustração, se aceita bem o fato de não ter sua ideia levada em
• Algumas perguntas que podem ser feitas na entrevista: conta, dentre outros.
• Descreva suas tarefas e responsabilidades mais importantes.
• Relate duas ou Três situações que experimentou ou projetos Provas situacionais
que realizou no último(s) trabalho(s) que representaram realização. São simulações de problemas rotineiros e/ou de situações do
• Relate situações/atividades/projetos que representaram dia-a-dia ocorridos nas organizações onde os candidatos devem
frustração e como lidou com estas situações. posicionar-se apresentando soluções para estas situações, demons-
• Na sua vida profissional, qual ou quais metas ou situações trando suas capacidades para percepção, análise e solução de um
que foram as mais desafiadoras – as mais frustrantes e as mais problema concreto. As situações problema permitem mais de um
estressantes. caminho ou forma para solução do problema, pois o objetivo é ava-
• Quais expectativas para esta posição, nesta empresa. liar como o candidato aplica seus conhecimentos, como toma de-
• Como espera contribuir para com esta empresa. cisões muitas vezes colocando-se no lugar do gestor, suas atitudes
• Os objetivos para daqui a dois e cinco anos e o que está diante das situações. Portanto dependendo de como formularem
fazendo para alcançá-los. esta prova, é possível avaliar a ética, a prioridade que o candidato
• O que te levou a deixar a(s) ou que te faz pensar em deixar estabelece em relação às pessoas e a organização, avaliação da
a(s) empresa(s) anterior(es). relação custo benefício de suas decisões, se consegue enxergar um
• Quais as decisão mais difícil que você já tomou. mesmo problema sob diversos ângulos, dentre outros Geralmente
• Qual situação faria você desrespeitar alguma norma da são aplicadas individualmente e podem ser utilizadas para discus-
empresa. são em grupo. Quanto mais alto o cargo, menor a possibilidade da
• Dê exemplo de uma situação onde antecipou possíveis pro- utilização desta técnica.
blemas para seu cliente e qual foi à solução recomendada.
• Exemplifique um trabalho/projeto/nova tecnologia e qual Testes Psicológicos
metodologia usaria para implementação. Os testes avaliam principalmente aptidões, interesses, atitudes
personalidade com a finalidade de identificar o perfil e as caracterís-
Existem outras questões relevantes dependo da área / cargo/
ticas e prognosticar o comportamento em determinadas formas de
perfil estabelecido.
trabalho bem como o potencial de desenvolvimento do candidato.
Além disso, podem-se criar situações relacionadas à área/em-
A escolha de um teste psicológico deve ser feita pelo psicólogo e
presa/atividades e solicitar para que o candidato relate como agiria
ou o que pensa a respeito da situação ou problemática abordada. este deve observar determinados fatores como atributos e caracte-
Ao convocar candidatos para fase de entrevistas, o ideal é rísticas que serão avaliadas.
utilizar uma abordagem que perpasse os seguintes itens: Os testes são ferramentas auxiliares no processo de decisão,
• Empatia; nunca podem ser vistos como fim. Eles complementam as impres-
• Clareza; sões que são colhidas nas entrevistas, dinâmicas de grupos e nas
• Apresentação da empresa; provas. Os testes psicológicos para serem usados devem passar
• Apresentação da Vaga, focando condições de trabalho; por um crivo científico que comprovem sua validade (capacidade
Etc. de medir aquilo a que se propõe), precisão e fidedignidade (consis-
tência dos resultados e estabilidade das respostas, comparando-se
Pode-se utilizar o período de contato telefônico com os recru- grupos de pesquisa e instrumentos similares) e padronização
tados para analisar: (instruções normativas para aplicação dos testes) e a existência de
• Fluência verbal; normas específicas e atualizadas para a população brasileira.
• Expectativas;
• Motivação para participar do processo;
• Desenvoltura;
• Etc.

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Testes Técnicos ou Prova de conhecimentos e de capacidades É um documento formal, geralmente um formulário ou
São instrumentos utilizados para avaliar o nível de conheci- relatório com o detalhamento do que um cargo exige em termos
mentos gerais e específicos dos candidatos exigidos pelo cargo a de conhecimentos, habilidades e capacidades para que possa ser
ser preenchido. Podem ser orais ou escritas, através de perguntas e desempenhada determinada função. A descrição e análise de
respostas ou de realização, aplicadas por meio de execução de uma cargos tende a otimizar o desenvolvimento de outras atividades,
tarefa (CHIAVENATO, 2005). tais como: recrutamento, seleção, treinamentos, planejamento de
Algumas empresas estão utilizando o recrutamento on-line. cargos e salários, avaliação de desempenho e segurança no traba-
Existe uma série de funcionalidades de e-Recruitment que orga- lho (MATOSO, 2008).26
nizam cada processo seletivo de modo que cada candidato em Matoso explica que, dentro da estrutura, cada cargo está direta
cada vaga mantenha seu status atualizado, tal como: avaliações ou indiretamente responsável por um ou mais processos, de forma
do recrutador – entrevistas e dinâmicas, testes on-line etc. Isso que estes (os processos) requerem profissionais com características
facilita o trabalho dos recrutadores, consultores, assistentes e das específicas, daí a necessidade de se fazer a descrição e análise dos
áreas coligadas como: Administração de Pessoal, Cargos e Salários, cargos dos Núcleos Sistêmicos com o objetivo de alocar as pessoas
Treinamento e Desenvolvimento, Planejamento de Carreira, já que certas nos cargos adequados. Destaca-se aqui as ideias deste servi-
todas as informações podem ser compartilhadas. dor público sobre análise e descrição de cargos:
As empresas podem manter um contato mais personalizado Além disso, a descrição e análise de cargos oferece:
com os candidatos, enviando mensagens de atualização, agrade- • Insumo para nomear pessoas para os cargos existentes: Uma
cimento, informando sobre os processos seletivos etc., podendo vez que o perfil do cargo já está descrito, basta encontrar a pessoa
atingir um grande público individualmente, melhorando a sintonia que melhor preencha os requisitos exigidos.
com todos os profissionais. Por outro lado, beneficia também os • Insumo para avaliação de desempenho: O desempenho do
candidatos às futuras vagas, pois eles podem manter seus dados ocupante do cargo pode e deve ser avaliado com base nas caracte-
atualizados – entrando com login e senha na área destinada a eles, rísticas que o cargo requer.
no site – facilitando futuros contatos Rapidez e baixo custo caracte- • Insumo para levantar necessidades de capacitação: A análise
riza o processo virtual. e descrição do cargo contém o perfil de profissional ideal para ocu-
Parecer da Seleção após aplicação das técnicas par aquele cargo. Se o ocupante não possui certa habilidade ou co-
Deve-se relatar os principais atributos e os aspectos que não nhecimento requerido pelo cargo, deve desenvolver tal habilidade
atendem a necessidade. ou conhecimento para desempenhar de maneira satisfatória suas
Indicar se o parecer é favorável ou desfavorável funções. A necessidade de capacitação é, portanto, a diferença en-
a) Está acima do esperado tre a descrição do cargo e a avaliação de desempenho do servidor.
b) atende as expectativas/requisitos definidos • Insumo para ações de segurança no trabalho, porque identi-
c) Favorável com restrições (citar em quais requisitos) fica os cargos em que os riscos a saúde do trabalhador são maiores.
d) desfavorável • Insumo para revisão de leis de carreira: Na medida em que
a descrição dos cargos é analisada periodicamente e sofre mudan-
Finalização do Processo Seletivo: Após o parecer da seleção ças devido as novas demandas dos processos (leia-se sociedade),
indicando ou não o(s) candidato(s) e a decisão do requisitante aumentando a complexidade das atividades pode-se propor al-
pela aprovação ou não, o recrutamento e seleção deverá tomar as terações nas leis de carreira objetivando adequar o salário/carga
seguintes ações: horária as exigências do cargo.
a) Retorno aos Candidatos não aprovados: deve ocorrer logo • Clareza para os ocupantes dos cargos sobre as atividades,
após a conclusão do processo através de e-mail, carta, telegrama, responsabilidades e a importância do seu trabalho para a melhoria
telefonema ou outra forma julgar conveniente. dos serviços públicos.
b) Retorno ao candidato aprovado: encaminhando para exame • Etapas da realização da descrição e análise de cargos (Como)
médico admissional; entrega de documentação para processar a • Objetivamente a descrição de cargos é realizada nas seguin-
contratação; Integração de Novos Funcionários.
tes etapas:
c) Após o período de experiência ou outro período designado
• Elaboração de formulário
pela empresa, deverá haver um acompanhamento do novo fun-
• Elaboração de manual de instrução de preenchimento do
cionário objetivando verificar sua adaptação, se suas expectativas
formulário e/ou treinamento dos facilitadores.
estão sendo atendidas, dificuldades que está encontrando e como
• Preenchimento dos formulários (pode ser por meio de entre-
está resolvendo, além de outras e a avaliação do gestor sobre o
vista de um facilitador ao ocupante do cargo, ou o próprio ocupante
desenvolvimento do funcionário.
preenchendo o formulário)
• Validação/correção dos formulários preenchidos
Análise e descrição de cargos
Segundo Joelson Matoso, técnico da Secretaria de Adminis- • Revisão periódica da descrição para adequação do cargo às
tração do Estado de Mato Grosso, em um modelo de gestão por mudanças nos processos/atividades
processos a quantidade de cargos se dá em função da quantidade
de processos e das demandas de trabalho. O conjunto de cargos Entrevista de levantamento de dados para elaboração da des-
responsáveis por um número específico de processos (sistemas) crição e análise de cargos.
compõe a estrutura organizacional. A entrevista é uma das formas de coleta de dados com
A análise e descrição de cargos é uma ferramenta gerencial maior potencial para refletir de maneira fidedigna a realidade da
muito eficiente para a uma organização, principalmente pela gran- organização. Tanto o entrevistador quanto o entrevistado têm
de quantidade de informações que gera e que servem de subsídios oportunidades de refletir sobre o cargo de uma forma sistemática.
para diversos processos de gestão de pessoas. A entrevista levanta pontos e questões que normalmente passam
Como qualquer outra ferramenta de gestão, possui fundamento despercebidos no dia a dia da organização.
teórico, base desse artigo, que objetiva de maneira clara e objetiva
26. Obtido em http://gestaocomaspessoas.blogspot.com.br/2008/01/anlise-e-
fornecer alguns conceitos e orientações para a sua aplicação. descrio-de-cargos.html

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A entrevista deve iniciar com o entrevistado dando uma visão Treinamento: é a educação profissional que adapta a pessoa
geral do cargo, em termos de objetivos e responsabilidades. A seguir para um cargo ou função. Seus objetivos situados no curto prazo
o entrevistador deve iniciar as perguntas diretivas que propiciarão são restritos e imediatos, visando dar ao homem os elementos
as respostas para preencher o formulário. As respostas devem essenciais para o exercício de um cargo, preparando-o adequada-
contemplar os itens de um plano de ação: O que faz? Quando faz? mente para ele. É dado nas empresas ou em firmas especializadas
Como faz? Onde faz? Porque faz? em treinamento. Nas empresas, é delegado geralmente ao chefe
Algumas perguntas que o entrevistador pode fazer: imediato da pessoa que está trabalhando. Obedece a um programa
• Qual o objetivo central que o seu cargo deve alcançar? preestabelecido e atende a uma ação sistemática visando à adapta-
• Quais são as principais atividades que você dirige, supervi- ção do homem ao trabalho. Pode ser aplicado a todos os níveis ou
siona ou controla? (Esta pergunta pode gerar muitas outras. Pode setores da empresa (CHIAVENATO, 2009, pp.388-389).
tomar algum tempo para cobrir todas as atribuições do cargo). O papel de T&D é o de coordenar e apoiar os processos de
• Qual a participação do seu cargo na definição de políticas, mudança, contribuindo para conquista equilibrada e simultânea
objetivos, normas e procedimentos para sua área? dos resultados das pessoas e das organizações (BOOG, 2005). As
• Como são estabelecidos os objetivos e metas de curto/longo funções de treinamento e desenvolvimento têm um papel essen-
prazos para o seu cargo?
cial no crescimento de uma organização. Vários estudos mostram
• Como é feito o planejamento, o acompanhamento e as corre-
isto. Pettigrew et al. (1988) já discutiam, há quase vinte anos, que
ções dos planos e objetivos do seu trabalho?
a função de treinamento podia ir além de promover treinamento
• Como você planeja, acompanha, controla e avalia o resultado
técnico ou desenvolver capacidades alinhadas ao mercado. Para
do trabalho dos membros da sua equipe?
• Quais as principais complexidades do seu cargo? esses autores, há quatro aspectos relacionados ao crescimento da
• Que tipos de obstáculos ou de oportunidades exigem o máxi- atividade de treinamento e desenvolvimento em uma empresa: fa-
mo de sua habilidade para atingir seus objetivos? tores estratégicos, política e personalidade da empresa, restrições
• Como o seu superior pode saber se você está tendo um de- de tempo e mobilização para mudanças.
sempenho satisfatório em relação aos objetivos estabelecidos para Os fatores estratégicos relacionam-se às mudanças tecnoló-
o seu cargo? gicas ou às mudanças que ocorrem no mercado e que provocam
• Quais os principais objetivos que poderiam ser tomados gaps de habilidades; isto é especialmente sério em empresas com
como representativos para o seu cargo? base tecnológica onde treinamento em alto nível, às vezes, é uma
• Qual a medida (quantitativa ou qualitativa) poderia ser utili- das únicas opções viáveis para a empresa manter competitividade.
zada para descrever ou medir o seu desempenho? Quanto aos aspectos relacionados à política e à personalidade da
empresa, Pettigrew et al. (1988) comentam a necessidade de uma
Sugestão de verbos para iniciar as frases de descrição das ati- filosofia que seja apoiadora de treinamento e que seja traduzida
vidades em níveis de responsabilidade da companhia no tocante à criação
Aconselhar, adotar, ajustar, ajudar, analisar, apoiar, apresentar, de estruturas para identificação de necessidades, criação e compar-
aprovar, aprimorar, avaliar, aferir, conduzir, consultar, contatar, tilhamento de treinamento. O aspecto relacionado às restrições de
controlar, desenvolver, determinar, dirigir, elaborar, especificar, tempo refere-se mais a questões operacionais do que estratégicas,
estabelecer, estudar, examinar, executar, facilitar, informar, liderar, pois envolve ações de apoio para cobertura temporária de postos
manter, motivar, orientar, organizar, participar, pesquisar, planejar, de trabalho, uma barreira frequentemente apresentada pelos
preparar, prever, receber, recomendar, reportar, representar, rever, gestores de linha. Quanto à mobilização para mudança, os autores
selecionar, supervisionar, treinar, verificar. comentam a necessidade de alinhamento dos programas de mu-
dança propostos pela área de RH e as demandas por mudanças nas
Sugestão de verbos para descrever a missão do cargo demais áreas da empresa.
Verbos para você usar no meio da frase, depois de palavras Mas como fazer para verificar se o investimento em desen-
como “visando a”, “afim de”, “para”, “com o objetivo de” etc. volvimento de pessoas representa uma estratégia de intervenção
Alcançar, apoiar, aprimorar, assegurar, assistir, atingir, aumentar,
efetiva para a aprendizagem organizacional, tema essencial quando
auxiliar, conseguir, contribuir, controlar, coordenar, criar, cumprir,
o assunto é competitividade? Berry e Grieves (2003) apontam que
desenvolver, estabelecer, estimular, facilitar, formular, implementar,
o caminho para a verificação está na extensão em que esse inves-
manter, maximizar, minimizar, motivar, obter, otimizar, preservar,
timento é capaz de promover a transferência de aprendizagem,
promover, proteger, reduzir.
desenvolver a capacidade de treinamento e encorajar o desenvol-
Treinamento vimento de um RH estratégico. Para os autores, a transferência de
O Treinamento e Desenvolvimento (T&D) pode ser definido de aprendizagem é avaliada pela capacidade que as pessoas têm de
modo amplo como um processo educacional aplicado de maneira transferir para suas situações reais de trabalho o que aprenderam
organizada e sistemática, que visa mudança de atitudes e compor- em programas de treinamento. A capacidade de treinamento é
tamentos. De modo mais específico: vista como a habilidade que as organizações têm para promover,
Desenvolvimento profissional: é a educação profissional que desenvolver continuamente e sustentar as habilidades para apren-
aperfeiçoa a pessoa para uma carreira dentro de uma profissão. É a der e criar novos conhecimentos aplicáveis.
educação profissional que visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a Esta capacidade é uma mistura de recursos aplicados pela or-
pessoa para seu crescimento profissional em determinada carreira ganização para alcançar um determinado fim e o desenvolvimento
na organização ou para que se torne mais eficiente e produtiva no de competências essenciais à empresa que garantem à mesma sua
seu cargo. Seus objetivos são menos amplos que os da formação vantagem competitiva.
e situados no médio prazo, visando proporcionar conhecimentos
que transcendem o que é exigido no cargo atual, preparando-a para
assumir funções mais complexas. É dado nas organizações ou em
firmas especializadas em desenvolvimento de pessoal.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Quanto ao desenvolvimento de um RH estratégico, os autores apontam que este se relaciona à capacidade que a organização tem de
operacionalizar sua missão através de fatores de sucesso críticos; de criar indicadores de desempenho da área que sejam adequados; do
desenvolvimento da habilidade para fazer diagnósticos; da aplicação de conhecimentos no processo de transformação cultural; da capa-
cidade de aplicação de competências para relacionar o processo de mudança em curso com o processo planejado. Segundo os autores,
todas estas ações, embora não exatamente alocadas na área de RH, dependem do suporte da mesma para que a vantagem competitiva
se consolide.
O Processo de T&D prevê as seguintes etapas:
1) Diagnóstico das Necessidades: efetuando o levantamento e análise das necessidades de Treinamento e desenvolvimento;
2) Elaboração e Implementação do Programa de Treinamento e Desenvolvimento;
3) Avaliações: compreende avaliações de reação; de acompanhamento e de conhecimento, quando prevista.
4) Registros e Controles.

PROCESSO DE TREINAMENTO E
DESENVOLVIMENTO

*População
*OBJET IVO
Envolvida

*Diagnóstico
das
Necessidades

*PROGRAMA
*T REINAMENTOS INTERNOS DE T REINAMENT OS EXTERNOS
TREINAMENT O

Implementação Implementação
das ações de das ações de
treinamento treinamento
interno* externo*
AVALIAÇÕES

REGIST ROS E CONT ROLES

Figura – Processo de Treinamento e Desenvolvimento

Existem diversas oportunidades e meios para identificar as necessidades de treinamento e desenvolvimento. É necessário que haja
clareza do por que, para quê, quem e em quanto tempo precisamos treinar. É fundamental para o Planejamento, definir objetivamente
quais habilidades e competências que precisam ser desenvolvidas e as prioridades para este desenvolvimento (BOOG, 2002). É fundamen-
tal o alinhamento com as Estratégias e metas da organização.
As necessidades apontadas devem ser analisadas considerando os requisitos mínimos da função; as perspectivas para o(s) funcioná-
rio(s); as estratégias e metas da organização; dentre outras.
O Diagnóstico de Treinamento e Desenvolvimento compreende o levantamento e a análise das adequações ou inadequações das
Necessidades de treinamento que pode ser feito através:
a) Pesquisa junto ao gestor: que pode ser feita através de entrevista, questionário ou utilizando outros instrumentos abordando os
tipos de necessidades, por exemplo, fortalecer o relacionamento e a comunicação na equipe de trabalho; justificativa; prioridade que deve
ser estabelecida em função da necessidade, por exemplo, capacitar operadores para operar a máquina X que deverá estar instalada em
três meses. Neste caso a prioridade é alta devendo ser atendida em no máximo dois meses; identificar os funcionários que deverão ser
treinados; etc.
b) Avaliação de Desempenho: resultado da avaliação das competências, habilidades e desempenho e da identificação das ações que
podem ser resolvidas através de treinamento e desenvolvimento, como por exemplo: baixa produtividade e erros frequentes em função de
despreparo para efetuar determinadas análises laboratoriais. Envolve ação de treinamento técnico ou uma recomendação para promoção
em função de bom desempenho, envolve ações de treinamento para identificar os gaps e preparar o funcionário para ocupar a posição
indicada.
c) Introdução de novas tecnologias ou Mudanças: fornece demanda para que treinamento e desenvolvimento capacitem as pessoas
para operar os novos equipamentos ou processos, desenvolver novos produtos; efetuar processos de transferências de tecnologias, dentre
outros.
d) Entrevista de Desligamento: quando o funcionário desligar-se da empresa, efetua-se a entrevista para verificar as razões do desli-
gamento; dificuldades que encontrou no desempenho de suas funções, estilo de liderança, ações para que melhorasse seu desempenho,
dentre outras.
e) Pesquisa de Clima Organizacional: avaliar a percepção dos funcionários relacionadas com as práticas e políticas da organização
relacionadas ao sistema de gestão; capacitação; oportunidades de desenvolvimento; relações interpessoais, processo de comunicação;
imagem da organização; dentre outros, avaliando quais ações de treinamento e desenvolvimento pode contribuir para melhorar o nível de
satisfação ou insatisfação dos funcionários.

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
f) Os processos de Qualidade, Segurança e Meio ambiente, g) Integração de Novos funcionários: indicado para preparar os
devem indicar necessidades de treinamento e desenvolvimento funcionários recém admitidos através de orientações sobre políti-
em função de implementação de políticas, certificações, auditorias, cas, procedimentos, estrutura, valores, produtos, histórico, dentre
exigências legais, ou aumento de índices de acidentes, não cumpri- outros, sempre com a utilização de um bom planejamento para
mento das normas e procedimentos, dentre outros. impactar de forma positiva no funcionário podendo estabelecer
g) Pesquisa com Clientes ou Reclamações de Mercado: se a clima de confiança e relação duradoura.
organização adota esta prática, deve identificar quais ações de trei-
namento e desenvolvimento que contribuem para sanar problemas No que se refere aos métodos e técnicas de treinamento, os
indicados pelos clientes ou para prevenir possíveis reclamações. mais usuais são:
a) Palestras – apresentação de curta duração – atualização
A elaboração de um programa de treinamento deve levar em b) Workshops – tem caráter de formação – exercício do conhe-
consideração o Estágio de desenvolvimento da organização; deve- cimento
-se dimensionar o custo e como pode ser otimizado; cronograma c) Multiplicadores – profissionais da própria empresa treinados
dos treinamentos, conforme prioridades estabelecidas; os recursos para reproduzir treinamentos
necessários; as instituições ou instrutores que estarão capacitados d) Seminários – conceituais – indicados para aperfeiçoamento
para atender a demanda da organização; análise dos conteúdos e e) Job Rotation – deslocamento de pessoas de uma função para
metodologias; quais e quantas pessoas serão treinadas; e outras. outra, para aprender exercitando.
A implementação requer que os profissionais de treinamento e f) On the job – treinamento no local de trabalho
desenvolvimento cuidem da logística para viabilizar a execução de g) Coaching – orientação personalizada para questões especí-
todos os treinamentos programados, verificando com antecedência ficas
o local cuidando do acesso, verificando iluminação, ventilação, h) Mentoring – orientação personalizada que visa estimular o
espaço, ruído; a data, horários; materiais e equipamentos; convites, crescimento e resolução de problemas
certificados, crachás; alimentação, dentre outros. i) Vivencial – reprodução de uma situação similar a do dia a dia,
através de dramatizações, rol playng, Jogos de Empresa, Dinâmicas
Quando o treinamento for ministrado por instrutores internos, de Grupo -.
deve-se elaborar o Plano de treinamento que deve abranger os j) À Distância – (E-Learning) realizado por algum meio de comu-
seguintes tópicos: nicação, internet, intranet, fitas e vídeo e outros.
• Título; k) Estudo de casos – pode ser usado casos reais ou fictícios
• Objetivo a ser atingido;
• População alvo (quem participará do treinamento); Quanto aos recursos didáticos, salientam-se: datashow, multi-
• Carga horária; mídia, flip-chart, filmadoras, gravadores, televisor, vídeos, blu-ray,
• Período ou data para realização; DVD, livros, apostilas, projetores, dentre outros.
• Local;
• Conteúdo a ser ministrado;
• Recursos instrucionais;
• Metodologia; ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO, COMUNICAÇÃO
• Avaliações. CORPORATIVA E COMUNICAÇÃO NO AMBIENTE DE
TRABALHO
Cabe aos profissionais de treinamento e desenvolvimento a
responsabilidade de treinar os instrutores internos para garantir a A comunicação empresarial passa por mudanças profundas.
eficácia dos treinamentos. Com globalização, aumentaram as exigências de velocidade e pro-
Com relação aos tipos de treinamento, pode-se fazer a seguinte dutividade e, por essa razão, hoje, todos os empregados de uma
divisão: empresa devem ser bons comunicadores.
a) Formação: programas desenvolvidos com a finalidade de - A partir de 1980, quando a disputa no mercado comercial
instalar competências ou habilidades básicas e necessárias para acirrou-se, as empresas criaram um diferencial, sobretudo no que
o exercício da função atual ou futura, fornecer uma formação ao se refere ao estilo da linguagem. Assim iniciou -se um processo de
treinando. Podemos incluir idiomas, programas em universidades, modernização e racionalização da redação comercial ou oficial.
cursos técnicos, dentre outros. - A qualidade das relações humanas é um ponto crucial de so-
b) Aperfeiçoamento ou atualização: indicado para melhorar brevivência nos negócios. As lideranças perdem força quando os
o padrão de desempenho na própria função. Pode-se citar como empregados se comunicam de forma confusa e imprecisa, o que
exemplo, uma selecionadora com experiência no cargo que irá fazer gera prejuízo e retrabalho.
um curso sobre técnicas inovadoras na área de seleção. - Assim, o redator deve ser preparado para redigir consideran-
c) Gerenciais: indicados para desenvolver ou aperfeiçoar as do os pormenores da linguagem empresarial. Ao desenvolver bem
habilidades de lideranças, de gestão de pessoas. tal procedimento, o funcionário ajuda a criar uma imagem positiva
d) Técnicos: indicados para estabelecer novas metodologias, da empresa.
novas tecnologias ou técnicas de trabalho.
e) Programas de Trainees ou estagiários: desenvolvimento de
recém-formados ou no caso de estagiários, de estudantes de cursos
técnico ou superior, objetivando que ocupem funções superiores
na organização.
f) Outdoor training: realizado em ambiente aberto, utilizando
técnicas vivenciais em situações planejadas, possibilitando fixar
conceitos importantes na realidade das organizações e de funções
específicas.

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
ENTENDENDO O TEXTO EMPRESARIAL NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO
Para iniciarmos nosso estudo, vamos refletir um pouco sobre a seguinte questão:
Por que as organizações devem modernizar seu estilo e sua linguagem?
Alguém pode argumentar que um texto mal escrito não representa perda financeira substancial para uma empresa. Entretanto, veja-
mos o que pode ocorrer quando circulam documentos desse tipo:

- Memorandos, relatórios, atas e cartas comerciais fazem parte das atividades desenvolvidas dentro de uma empresa e possibilitam a
formalização e o registro da escrita.
- Elas representam o registro formal das informações que circulam interna ou externamente. O investimento na competência comu-
nicativa hoje diferencia as empresas modernas das antiquadas, pois o interlocutor não dispõe mais de tempo nem vontade para decifrar
textos mal - elaborados.

O QUE UM TEXTO MAL - ELABORADO ACARRETA


• Desmotivação pela leitura: embromação afasta os leitores.
• Privilégio da troca oral de informações: se os textos não forem bons, as pessoas recorrerão à oralidade. Nesse caso, não há registros
formais, o que torna a comunicação temerária.
• Falta de credibilidade: mensagens mal - elaboradas, ambíguas ou obscuras podem comprometer a credibilidade de uma área ou de
toda a empresa diante de seus clientes.
• Retrabalho e prejuízos: pode ocorrer tanto para o emissor quanto para o receptor da mensagem. Um zero colocado por distração
pode ser fatal. Uma vírgula muda tudo. Um memorando escrito de maneira inadequada pode causar falência.
• Conflitos internos constantes: falta de clareza gera insegurança e interpretações equívocas e perigosos erros de comunicação, o que
pode levar à desagregação –algo contrário à sinergia positiva necessária ao sucesso de qualquer ambiente profissional.
• Ineficiência para novos negócios: o poder de persuasão de um texto é seriamente comprometido pela ocorrência de equívocos, o
que pode resultar em perdas de lucratividade.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
AS VIRTUDES E OS VÍCIOS DO ESTILO EMPRESARIAL
Veremos, a partir de agora as virtudes e os vícios do estilo empresarial para que você melhore sua comunicabilidade no ambiente
profissional.

A linguagem funciona como um espelho da qualidade dos produtos ou serviços de uma empresa.

EXEMPLOS DAS VIRTUDES TEXTUAIS

Objetividade
Quando falta objetividade em uma comunicação, a imagem da empresa fica violentamente comprometida. Textos confusos fazem crer
que a organização é antiquada, ultrapassada e incapaz de se instalar num mercado altamente competitivo.
O que deve pensar quem emite textos no ambiente empresarial
- O contato direto do leitor com o assunto depende de trabalho intenso do emissor.
- Simplicidade não é pobreza, mas deputação que permite a eficácia da comunicação.
- A peça-chave para conquistar objetividade é empatia: focar no receptor e avaliar seus conhecimentos, dúvidas e expectativas

Concisão
A necessidade de entendimento rápido das mensagens torna o texto conciso desejável no contexto profissional.

Na redação empresarial, evite adjetivos, pronomes excessivos, advérbios:

Ex:. Ao entardecer de hoje, a mercadoria elegante que os proprietários encomendaram chegou à loja trazida pelos mesmos.
Prefira substantivos e verbos. Valorize a objetividade (dos exatos, números).
Melhor:
Ex:. Os proprietários trouxeram a mercadoria às 17h.
Evite períodos composto por subordinação, principalmente longos e intercalados

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A redação empresarial não reflete somente a imagem de quem a redigiu, mas sim de toda a empresa. A escrita empresarial é coletiva,
isto é, você não escreve em seu próprio nome, mas em nome da companhia para a qual trabalha e, por isso, deve pensar não em “eu”,
mas em “nós”. A maioria dos documentos referem-se à empresa e exigem respeito aos posicionamentos da companhia diante dos fatos
relativos à correspondência.
Mesmo na comunicação interna, a exatidão é essencial, pois nesse caso, a empresa está interagindo verbalmente com seus funcioná-
rios. Assim como nos documentos oficiais, o empresarial deve primar pela clareza, formalidade, padrão único de apresentação, linguagem
coerente e correta.
Dentro das normas de correspondências empresariais e oficiais se entende como REMETENTE, aquele que envia a mensagem, como
DESTINATÁRIO, aquele que a recebe; como FORMA, seria o tipo de correspondência (carta, ofício, circular, memorando, bilhete, etc.) e em
qual linguagem, FORMAL OU INFORMAL, ela foi escrita.
Para cada um desses elementos, a redação possui normas técnicas de criação, confecção, apresentação, formatação, conteúdo e
linguagem. Toda Redação Empresarial ou Oficial deve ser produzida dentro de normas específicas (uma para cada tipo de documento),
criadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e, também, pelo Governo Federal, com o Manual de Redação Oficial. O conteúdo deve seguir o rigor da língua
culta e pátria, bem como, estrutura textual rígida e pré-formatada.
Entretanto, com o avanço da tecnologia e, sua consequente popularização, essa rigidez vem aos poucos definhando e dando lugar a
documentos bem escritos, porém, com menor formalidade. O uso do correio eletrônico (e-mail) é um bom exemplo disso, mas mesmo
esses documentos possuem algum tipo de apresentação e formalidade básicas.
Quanto ao uso da linguagem escrita informal dentro do ambiente profissional, não existem regras específicas, tudo irá se resumir a
diferentes graus subjetivos de afetividade, parceria, amizade, criatividade.

Coerência e unidade

AVALIAÇÃO DA MENSAGEM:
O que o receptor desse informativo pensará dessa comunicação? Será que ela é eficaz?
Já fizemos uma leitura crítica e você deve, agora, tentar identificar os erros apontados abaixo no texto.
- Existe uma confusão de assuntos nesse texto.
- O tom é, por vezes, agressivo, outras vezes cordial, não há harmonia de tom na mensagem.
- O objetivo principal está perdido em meio a informações menos relevantes e urgentes.
- A sequência das frases é incoerente e o texto poderia ser reduzido sem perda de conteúdo ou dividido em três mensagens menores
e autônomas.
- Do ponto de vista da estrutura o texto “vai e volta” nos assuntos, sem ordem e sem progressão.
- A linguagem está carregada de expressões antigas e chavões desnecessários.
- Os conectivos são antiquados e mal colocados.
- Os parágrafos misturam assuntos diferentes.
- Quais os documentos devem ser levados?
- Deve confirmar a presença no jantar apenas se for levar acompanhante?
- O fecho é antiquado.
- Apresenta gerundismo (vão estar sendo isentos).

LINGUAGEM FORMAL
Quanto ao uso da linguagem escrita formal dentro do ambiente profissional, não existem regras específicas, tudo irá se resumir a dife-
rentes graus subjetivos de afetividade, parceria, amizade, criatividade. Acima de tudo, a linguagem será usada conforme forem as regras e
o perfil desta e de quem a comanda. Mas, mesmo com certa flexibilidade, a linguagem formal (norma culta) é ideal no texto empresarial.
A linguagem formal (norma culta) é ideal no texto empresarial.
Ela previne problemas como:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Ruídos na compreensão
A linguagem informal pode causar confusão, pelo uso de termos compreendidos apenas por parte dos envolvidos na comunicação
(como gírias e regionalismos);
Intimidade excessiva
O que é bom numa carta de amor não funciona na redação empresarial. Frases “emocionais” e “desabafos” não cabem no contexto
profissional. O equilíbrio do emissor é traduzido pelo uso objetivo e impessoal da linguagem. Evite adjetivos, apelidos e subjetividade.

- Descrédito
O coloquialismo, que cai bem numa conversa entre amigos, pode afugentar consumidores mais exigentes. Comunicações formais
sugerem seriedade, objetividade e imparcialidade e previnem a vagueza e a ambiguidade.

- Má impressão
Linguagem informal pode significar desleixo gramatical, erros e texto sem planejamento estrutural. Erros gramaticais sugerem que a
empresa emprega pessoal pouco “escolarizado”.
Quanto à correção gramatical, última virtude do texto empresarial, já dedicamos uma aula a este problema.

VÍCIOS DO TEXTO EMPRESARIAL MODERNO


O emissor de redações empresariais deve evitar:
1 – Verbosidade — o emissor usa estilo erudito e complicado.
2 – Chavões — o emissor emprega expressões gastas, inúteis e irritantes.
3 – Coloquialismo/ gírias — o emissor escreve como fala.
4 – Jargão técnico descontextualizado — uso de termos técnicos com leigos.

VINTE LEMBRETES PARA O REDATOR DE CARTAS EMPRESARIAIS


1- Trate todos os clientes com a máxima cortesia.
2- Responda sem demora às cartas recebidas.
3- Antes de escrever, reúna todos os dados necessários.
4- Vá diretamente ao assunto, pois os clientes são pessoas ocupadas.
5- Seja claro e conciso, pois assim economizará o tempo do cliente e o seu próprio.
6- Quando tiver de redigir, evite o nervosismo e a preocupação; sem serenidade, é difícil reunir ideias apropriadas.
7- Seja original: evite as expressões rotineiras, vagas e confusas.
8- Não empregue gíria: não convém ser “natural” demais! Também não use, desnecessariamente, termos técnicos. Afinal, por que
complicar?
9- Mostre simpatia e compreensão: evite controvérsias e os antagonismos.
10- Não se gabe por estar sempre com a razão: você também pode equivocar-se.
11- Se for preciso apresentar queixas, evite o tom ofensivo, que pode resultar em reações indesejáveis e prejudiciais. “Não se apa-
nham moscas com vinagre”, diz o ditado.
12- Em vez de censurar, peça explicações.
13- Consulte seguidamente o dicionário, para certificar-se de que as palavras têm efetivamente o significado que você lhes atribui.
14- Use, de preferência, a voz ativa: ela é mais direta, mais eficaz, mais vigorosa.
15- Examine cópias de cartas suas e de outros e procure encontrar-lhes uma redação melhor.
16- Escreva para expressar-se, não para impressionar.
17- Não faça borrões nem rasuras, que enfeiam a carta e depõem contra a organização.
18- A quem você está escrevendo? Se possível, forme uma ideia do destinatário. O tom de sua carta pode variar de acordo com o
relacionamento ou conhecimento que há entre remetente e destinatário.
19- Faça com que suas cartas reflitam uma atitude alegre e espírito de cooperação. Mostre que você tem interesse sincero em ajudar,
pois cativa as pessoas.
20- Lembre-se: uma carta bem redigida assegura bons negócios.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
CARTA EMPRESARIAL

Partes da carta empresarial


A carta empresarial consta das seguintes partes básicas: cabeçalho, texto e fecho.

NOTA – Alguns dos elementos citados, tanto no cabeçalho como no fecho, não aparecem em todas as cartas, tratando-se apenas de
componentes eventuais. Nos capítulos respectivos, ver-se-á a necessidade ou a utilidade da presença, na carta, de cada um desses ele-
mentos.

O cabeçalho da carta empresarial


Como vimos o cabeçalho compreende: o timbre, o índice e o número, a data, o endereço, a linha de atenção, a referência ou o assunto
e o vocativo.

1- TIMBRE
O timbre oferece ao leitor três informações sobre o remetente: a) quem é; b) o que faz; c) qual é o seu endereço. Contém: o nome (ra-
zão social) da empresa, a especificação do seu ramo de atividades, o endereço completo do estabelecimento, inclusive número de telefone
e telex, denominação telegráfica, etc. Havendo filiais, sucursais, agências, etc., essas indicações também dão dadas.
O timbre requer uma apresentação artística, identificando o ramo de negócios e também a personalidade da empresa. Deve ter so-
briedade e simplicidade, pois o exagero de elementos pode fazer com que os fundamentais passem despercebidos.
O timbre não é um catálogo ou um guia telefônico.
Nas cartas de vendas, todavia, admite-se que o timbre apresente ilustrações e mensagens específicas.
Prática mais comum é o uso do logotipo ou um “slogan” de especial impacto no timbre.

2- ÍNDICE E NÚMERO
O índice indica o setor ou o departamento especializado que está expedindo a carta. Serve para o remetente arquivar os papéis, e
também ao destinatário, que sabe a que setor da empresa dirigir-se, em função do assunto. É necessário em grandes empresas, quando
a correspondência é descentralizada.

Após o índice, aparece o número de ordem da carta. Como essa numeração é reiniciada a cada ano, ela é seguida do número indica-
tivo do ano: DC/214-90 ( Carta nº 214, de 1990, expedida pelo Departamento de Crédito ). O índice e o número da carta costumam ser
separados por uma diagonal ( / ). É recomendável separar os dois números, o da carta e do ano, por um hífen, o que torna mais fácil a
leitura do conjunto. O índice e o número da carta são colocados no canto superior esquerdo ou direito do papel, na mesma altura da data:
DCM/748-89

Do lado direito, facilita a procura da carta no arquivo, geralmente feita pelo respectivo número de ordem: CM/748-89

3 – DATA
É indicação do lugar, dia, mês e ano da expedição: Ex. Penápolis, 23 de maio de 2013.

Quando o papel é timbrado, pode-se omitir a indicação do lugar, desde que a carta seja expedida da localidade constante no timbre e
que este não apresente vários endereços, como de filiais, sucursais, etc.
Na correspondência externa, deve-se escrever por extenso o nome do mês (e sempre com inicial minúscula, conforme determinam
as normas ortográficas); deve-se evitar abreviação dos algarismos indicativos do ano: 89, 90, etc.. O ponto após a data depende de se
empregar a pontuação aberta ou a fechada, como se verá adiante.

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
4 – ENDEREÇO
Também chamado de endereço interno, compreende o nome (pessoa física) ou a razão social (pessoa jurídica) e o endereço propria-
mente dito do destinatário. É colocado junto à margem esquerda do papel, logo abaixo da posição tradicional do índice e do número da
carta, devendo ser idêntico ao constante no envelope (endereço externo). Ocupa de três a cinco linhas, sempre dispostas em bloco, isto é,
começando junto à margem esquerda:

5- LINHA DE ATENÇÃO
A linha de atenção é empregada quando se deseja que a correspondência seja aberta por determinado funcionário, que deverá en-
carregar-se do assunto exposto. Pode-se indicar o nome da pessoa e/ou do departamento a que se deseja encaminhar especificamente a
correspondência.

6- REFERÊNCIA / ASSUNTO
A referência ou assunto é uma síntese do conteúdo da carta.
Esse dado é útil para a pessoa que classifica e arquiva a correspondência, e para quem a recebe, pois, num relance, toma conhecimen-
to do assunto exposto.
Alguns autores fazem distinção entre referência e assunto ou objeto. Também há os que empregam a palavra epígrafe como sinônimo
de referência. Há certa impropriedade nesse emprego, já que os dois termos não são sinônimos. Epígrafe, na linguagem comum, significa
“título ou frase que serve de um tema a um assunto”; em bibliografia, tem o sentido de “sentença ou divisa posta no frontispício ( página
de rosto ) de livro, capítulo, princípio de discurso, conto, composição poética, etc.”; em técnica de redação legislativa, finalmente, epígrafe
é a “parte da norma que indica sua natureza ( nome ), número e data”: Decreto-Lei nº 2.227, de 16 de janeiro de 1985.
A referência aparece, tradicionalmente, entre o endereço e o vocativo, a igual distância dos dois, junto à margem esquerda ou do
meio em direção à margem direita, dependendo do estilo de disposição da carta no papel. A posição do meio em direção à margem direita
oferece a vantagem da melhor visualização. Pode vir antecipada, ou não, da abreviatura Ref.

7 – VOCATIVO
O vocativo é a saudação de cortesia que se dirige ao destinatário. Recomenda-se não abreviar qualquer dos termos do vocativo. Se for
o caso, pode ser seguido do cargo, função ou título profissional:
Senhores: Senhor Gerente: Senhor Professor:
Havendo um relacionamento maior entre o remetente e destinatário, o vocativo pode vir antecedido da palavra prezado:
Prezado Senhor: Prezados Senhores:
Ainda um maior grau de intimidade entre remetente e destinatário, o vocativo passa a ser individualizado, nominal:
Prezado Senhor Ricardo:

O TEXTO DA CARTA EMPRESARIAL

O texto é a parte central da carta ou corpo e podemos distinguir três partes: a introdução, o desenvolvimento e o encerramento.

1- INTRODUÇÃO
Visa a despertar o interesse do leitor e captar sua atenção. Nas cartas de rotina, é a entrada pura e simples no assunto.

2- DESENVOLVIMENTO
Deve expor ao destinatário o motivo da carta e referir-se a um só assunto, em torno do qual há de estruturar-se todo o conjunto da
mensagem. Se for necessário tratar de diversos assuntos, convém que haja uma certa relação entre eles. Os assuntos devem ser expostos
em ordem de importância. Separe cada assunto com números, títulos e tópicos
Quando os assuntos são muito importantes, é preferível escrever uma carta para cada um, garantindo a atenção devida a cada um
deles. Também não se deve colocar na mesma carta assuntos que devem ser resolvidos em departamentos diferentes. Se for necessário
fazer isso, coloque várias cópias no mesmo envelope. Será mais fácil encaminhar as cópias aos setores competentes do que circular a mes-
ma carta pelos diversos setores, o que pode causar o extravio do documento.

3- ENCERRAMENTO
É o parágrafo que encerra o corpo da carta (pode vir junto com o fecho de cortesia).
Ele sempre deverá atender a um dos seguintes objetivos:

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- levar o leitor a agir, ou Se quem assina a carta é o mesmo que a redigiu, não há ne-
- causar uma boa impressão, caso não se pretenda a ação do cessidade de se registrarem suas iniciais, aparecendo, neste caso,
destinatário. apenas as do digitador. No caso, as iniciais do redator são supér-
fluas, uma vez que sua responsabilidade já está caracterizada na
O FECHO DA CARTA EMPRESARIAL assinatura.
O fecho da carta empresarial compreende a despedida (fór- 4 – INDICAÇÃO DE ANEXOS
mula de cortesia), a assinatura, as iniciais, a indicação de anexos, É frequente a necessidade ou a conveniência de juntar algum
o aviso de cópias, o pós-escrito e o aviso de folha de continuação. documento à carta: contrato, recibo, lista de preços, pedido, etc.,
Algumas das partes citadas não aparecem na totalidade das esses anexos devem ser mencionados na carta, em seguida às ini-
cartas. ciais ( do redator e do digitador ), junto à margem esquerda:
Anexo: 1 pedido
1 – DESPEDIDA ( fórmula de cortesia ) Anexos: 1 fatura;
Para finalizar a carta, emprega-se uma fórmula de cortesia de 2 recibos.
acordo com o tom geral da mensagem. Anexa: 1 ficha de inscrição.
Anexas: 2 faturas;
2 – ASSINATURA 2 listas de preços.
A assinatura compõe-se de três elementos: o nome de quem Note-se que a palavra anexo, por ser adjetivo, concorda em gê-
assina, seu cargo ou função na empresa digitados e sua assinatura nero e número com aquilo que se vai anexar.
propriamente dita.
• Na assinatura, não cabe a anteposição de título profissional 5 – AVISO DE CÓPIAS
(doutor, engenheiro etc.) ao nome de quem assina. Somente se for Quando se envia (m) cópia (s) de uma carta à outra (s) pessoa
uma exigência, como nas repartições oficiais, por exemplo, haverá (s) ou departamento (s), indica-se o destinatário dessa (s) cópia (s)
exceção a essa norma. abaixo das iniciais de identificação do redator e do digitador. Essa
• Não se usa traço para assinatura. indicação será precedida da abreviatura C/c ( ou
• Se o papel é timbrado, não há necessidade de se colocar o C. c., menos usual ):
nome da empresa junto à assinatura. C/c: SPC
• Não se usa mais o carimbo na assinatura, exceto em certas C/c: Sr. Mateus ( Departamento de Compras )
cartas e outros documentos enviados para determinadas reparti- C/c: Departamento de Pessoal
ções públicas que exigem isso. C/c: Banco do Brasil ( Agência Central )
• Carta sem assinatura não merece consideração.
• Se duas pessoas assinarem a carta, a diretamente responsá- Às vezes não se quer que o destinatário da carta tenha conhe-
vel assina à direita, e a outra à esquerda, dando a entender que a cimento de envio de cópia (s) a outra (s) pessoa (s) ou entidade
chefia avaliza a mensagem com sua assinatura. (s). Nesse caso, a indicação de cópias não figura no original, mas
• A expressão Visto deve restringir-se às comunicações inter- somente nas demais vias. A essa forma dá-se o nome de cópia cega
nas, pois denota falta de confiança da empresa nos seus prepostos, ou cópia confidencial.
nos diversos escalões.
6 – PÓS-ESCRITO
3 – INICIAIS O pós-escrito é o acréscimo de alguma (s) frase (s) a uma carta
As iniciais servem para identificar quem redigiu ou ditou a carta depois de esta ter sido composta no seu formato original.
e quem a anotou e/ou digitou. Às vezes indicam mais um terceiro Emprega-se geralmente a abreviatura P. S. ( do latim, “post
elemento: o revisor. scriptum” ) para indicar essa circunstância.
Essas indicações são realmente vantajosas quando, numa em- O pós-escrito, que é colocado ao pé da página, cabe em dois ca-
presa de grande porte, várias pessoas se ocupam de redigir ou ditar sos específicos: para cobrir um ponto importante omitido no corpo
e outras de transcrever e/ou datilografar a correspondência, com da carta; para dar ênfase a um aspecto importante da mensagem.
vista a se fixarem às respectivas responsabilidades. Não se deve abusar no emprego do pós-escrito.
Em primeiro lugar colocam-se as iniciais de quem redigiu ou Os americanos chegam a usar dois pós-escritos na mesma car-
ditou a carta; em seguida, as de quem a transcreveu e/ou datilo- ta, primeiro abreviado sob forma P. S., e o segundo P. P. S.
grafou, separando-as por diagonal (/), por dois pontos (:) ou por Por se tratar de expressão de uso internacional, não se deve
hífen (-). substituí-la, na correspondência, por outras, como em tempo, etc.
Havendo revisor, suas iniciais aparecem por último, separadas Em tempo (E.T.) serve especificamente para indicar correções,
de forma idêntica: alterações, ressalvas ou acréscimos em atas, certidões, etc..
MT/CT
JL:TB 7 – AVISO DE FOLHA DE CONTINUAÇÃO
GMC-FNB A maioria das cartas ocupa somente uma folha. Às vezes, no
ITK/ETD/NGT entanto, se faz necessária uma segunda folha. Nesse caso, proce-
de-se assim:
Como se vê, todas as iniciais são maiúsculas, uma vez que sem-
pre se trata de iniciais de nomes próprios, que, pelas normas or- RELATÓRIOS
tográficas vigentes, são maiúsculas. Por se tratar de siglas, não se Relatório é um documento que visa expor: ocorrências, situa-
coloca ponto entre as diversas letras. ções e fatos administrativos. Servem para informar acerca de uma
situação e recomendar providências futuras.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Objetivos comuns:
Recomendar soluções para um problema de negócios;
Examinar e analisar novas oportunidades e iniciativas de novos negócios;
Divulgar informações importantes.
Pode ser acompanhado de gráficos, tabelas, mapas e ilustrações.
Características do relatório
- linguagem ordenada por critérios de tempo, espaço, causa e efeito;
- brevidade;
- objetividade máxima;
- os parágrafos são numerados, exceto o primeiro;
- pode vir como anexo de um ofício.

Defina o objetivo e público:


Descubra quais são as informações necessárias para atingir o objetivo definido.
Determine o público-alvo e seu conhecimento prévio sobre o tema. Escolha a linguagem compatível. Se for redigido para um leigo,
deve-se procurar “traduzir” as expressões que possam causar dúvidas.
Considerar o destinatário. Para alguns, os argumentos racionais e técnicos são prioridade. Outros preocupam-se com estética, deta-
lhes ou linguagem cordial.

PARTES DO RELATÓRIO

Capa
A capa conterá o nome da organização, o título do trabalho, setor que elaborou, data e nome do autor.

Título
É desejável que o título não seja vago nem impreciso. É necessário delimitá-lo. Outras exigências são: nome do destinatário, do autor,
título e data no início do relatório.

Folha de Rosto
A folha de rosto indicará o título do relatório, o autor, a quem é dirigido e a data.

Sumário
Contém três colunas: as divisões e subdivisões do relatório; o número das páginas e os itens. As partes são ligadas por linhas pontua-
das. Deve ser feito depois de terminado o relatório e numeradas as folhas ou páginas.

Sinopse
A sinopse é a condensação objetiva do relatório, na qual se indica o tema ou assunto da obra e suas partes principais.

Introdução
Descreva o tema de forma breve

Corpo do texto
Organize o corpo do relatório em diversos itens, seções e subseções, conforme o caso. O objetivo determina a organização da men-
sagem: informativa, persuasiva ou de orientação. Determinado o objetivo, é preciso estabelecer o tipo de estrutura narrativa: será crono-
lógica ou apresentará os fatos mais importantes no início? Pode-se redigir em forma de dissertação, com introdução, desenvolvimento e
conclusão. Um método eficaz é o que parte da estrutura: o que, quem, quando, como, onde e por que.
Conclusão

Deve sintetizar os pontos fundamentais, evidenciando a contribuição de modo objetivo.


Pode avaliar as implicações trazidas pelos dados expostos e determinar a necessidade de outras pesquisas.
Nesse momento, não apresente novas informações.

Apêndice (anexos)
Abrange informações complementares sobre fontes primárias citadas no relatório. Entre os tópicos encontra-se:
- Fotos;
- Ilustrações;
- Mapas;
- Diagramas;
- levantamentos;
- Resumos estatísticos;
- Cálculos e formas.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Referências
Citar fontes de consultas, trabalhos, pessoas, etc.. Referenciar cientificamente a bibliografia consultada.

Formato
Utilizar preferentemente o papel A 4 (21 x 29,7 cm), conforme ABNT de uso mais comum no país. Digitar de um lado só.

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
MEMORANDO - O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos
É uma comunicação interna simples e clara. Não use precio- numerados.
sismos e terminologia excessivamente técnica em memorandos - Na ata do dia, são consignadas as retificações feitas à anterior.
(memo). Também chamados de CI (Comunicado Interno). No caso de erros constatados no momento de redigi-la, em-
O memorando é um documento breve usado para passar infor- prega-se a partícula corretiva “digo”. Se o erro for notado após a
mações a pessoas dentro de uma empresa. redação de toda a ata, recorre-se à expressão: “em tempo”, que é
Partes: colocada após todo o escrito, seguindo-se então o texto emendado:
Para: nome ou cargo do destinatário. Em tempo: na linha onde se lê “bata”, leia-se “pata”.
De: nome ou cargo do emissor. Quando ocorrem emendas à ata ou alguma contestação opor-
Assunto: o título que resume o teor da comunicação. tuna, a ata só será assinada após aprovadas as correções.
Data. Os números são grafados por extenso
Mensagem. Há um tipo de ata que se refere a atos rotineiros e cuja redação
Assinatura. tem procedimento padronizado. Nesse caso, há um formulário a ser
preenchido.
Checklist do memorando: A ata é redigida por um secretário. No caso da ausência deste,
• Siga o formato adotado por sua empresa; nomeia-se outro secretário (ad hoc) designado para essa ocasião.
• Dê espaçamento duplo entre cada item; São elementos da ata
• Não se dirija às pessoas por apelidos;
• Inclua o cargo das pessoas hierarquicamente acima de você; Dia, mês, ano e hora da reunião ( por extenso );
• Seja claro e objetivo; Local da reunião;
• Resuma discussões anteriores; Relação e identificação das pessoas presentes;
• Use subtítulos para facilitar a visualização do conteúdo rele- Declaração do presidente e secretário;
vante no texto; Ordem do dia;
• Use tópicos e marcadores para dividir memorandos. Fecho.

A repetição do cargo abaixo da assinatura é desnecessária; EDITAL


Saudação final: “atenciosamente”. Ato escrito oficial em que há determinação, aviso, citação, etc.,
Explicar siglas e esclarecer dados. e que se afixa em lugares públicos ou se anuncia na imprensa para
Outros procedimentos desejáveis: conhecimento geral ou de alguns interessados, ou ainda, de pessoa
Manter um arquivo com as cópias e a assinatura de recebimen- determinada.
to.
Evitar chavões, frases feitas, adjetivações inúteis. OFÍCIO
• Forma de correspondência oficial trocada entre chefes de
Conteúdo: hierarquia equivalente ou enviada a alguém de hierarquia superior
Memorandos não devem ser exaustivos, o objetivo é resumir a daquele que assina.
as informações essenciais. • Tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos
Como evitar erros em memorandos: órgãos da Administração Pública entre si e também com particula-
• Use tom cordial; res.
• Não seja rebuscado; • Circula entre Agentes Públicos ou entre um Agente Público e
• Apresente as informações importantes imediatamente; um Particular.
• Descreva, em linhas gerais, os passos que você pretende se- • A linguagem deve ser formal sem ser rebuscada, pois “as
guir; comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser
• Não se esqueça de incluir os anexos, caso sejam menciona- compreendidas por todo e qualquer “cidadão brasileiro” ( Manual
dos; de Redação da Presidência da República ).
• Não apresente muitas informações de uma só vez; • A finalidade é informar com o máximo de clareza e precisão,
• Oriente seus leitores para as questões mais importantes; utilizando-se o padrão culto da língua.
• Não deixe de contextualizar as informações;
• Não exagere em expressões supérfluas. REQUERIMENTO
É um pedido baseado em direito legal que se encaminha a uma
ATA autoridade do Serviço Público ou estabelecimentos de ensino. En-
Ata é um registro do que passou numa reunião, assembleia ou tre a invocação e o texto deve haver espaço de sete espaços duplos
convenção. para o despacho.
Espécies: ata de assembleia geral, de assembleia geral ordiná- Foram abolidas as expressões abaixo assinado, muito respeito-
ria, ata de condomínio. É portanto, um relatório pormenorizado de samente e tantas outras.
tudo o que se passou em uma reunião.
Deve ser assinada em alguns casos pelos particulares da reu- São componentes de um requerimento
nião (conforme estatuto da empresa), e pelo presidente ou secretá-
rio, sempre. Para sua lavratura, devem ser observadas as seguintes 1. Invocação: forma de tratamento, cargo ou órgão a que se
normas: dirige;
- Lavrar a ata em livro próprio ou em folhas soltas. Deve ser la- Ilustríssimo Senhor:
vrada de tal modo que impossibilite a introdução de modificações. Diretor-Geral do Departamento de Pessoal do Ministério da
- Sintetizar de maneira precisa as ocorrências verificadas. Educação e Cultura:
- O texto será digitado ou manuscrito sem rasuras. Não se menciona no vocativo o nome da autoridade.
Não se coloca após o vocativo nenhuma fórmula de saudação.

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
2. Texto: nome do requerente, sua filiação, sua naturalidade, TELEGRAMA
seu estado civil, sua profissão e residência ( cidade, Estado, rua e
nº.). Característica:
Acrescente-se, ainda, exposição do que se deseja, justificativa ( • Curto e claro – Códigos: PT (ponto); ABRASPAS (abrir aspas);
fundamentada em citações legais e outros documentos ). VG (vírgula) ; FECHASPAS (fechar aspas);
• Não se escrevem os acentos;
3. Fecho: NESTES TERMOS PEDE DEFERIMENTO em letras mai- • Não se usa hífen;
úsculas, ou: • Não se divide palavra no final da linha;
Nestes termos pede deferimento. • Tudo em maiúscula.
Espera deferimento.
Aguarda deferimento.
Pede deferimento. TRABALHO EM EQUIPE
Termos em que pede deferimento;

4. Local e data. Bem como lidar com o público, lidar com a equipe interna de
uma empresa também não é tarefa simples. Seres humanos são
5. Assinatura. complexos e possuem peculiaridades, diferentes personalidades,
se comportam de maneiras distintas e até se comunicam de diver-
Obs.: Evite-se o “pede e aguarda deferimento”, pois ninguém sos jeitos. Ainda assim, quanto mais uma equipe trabalha, pensa e
pede e se recusa a aguardar. se move em prol dos objetivos de maneira homogênea e unânime,
maior a probabilidade do sucesso de uma empresa. Para tal, é pre-
PROCURAÇÃO ciso levar em consideração alguns pontos a serem desenvolvidos
Procuração é um documento que uma pessoa passa a alguém em equipe, confira.
para que possa tratar de negócios em nome de outra. É um do-
cumento em que se estabelece legalmente essa incumbência, se Personalidade e relacionamento
outorga o mandato e se explicitam os poderes conferidos. O modo como os relacionamentos se estabelecem no trabalho
devem ser exclusivamente profissionais, mas isto não significa que
ATESTADO uma equipe não pode ser amigável ou ter qualquer tipo de proximi-
Atestado é uma declaração firmada por uma autoridade em fa- dade amigável dentro dos padrões éticos de cada órgão, corporação
vor de alguém ou algum fato de que se tenha conhecimento. É um ou instituição. A realidade é que é fácil fazer amizade e integrar-se
documento oficial com que se certifica, afirma, assegura, demons- com aqueles com quem possuímos mais afinidade, por questões de
tra algo que interessa a outrem. personalidade e interesses em comum, cujas raízes costumam estar
em aspectos de fora do próprio trabalho, o que não necessariamen-
CIRCULAR te seria capaz fomentar e incentivar o trabalho em equipe em prol
A circular é uma comunicação reproduzida em muitos exempla- dos objetivos da empresa.
res, é dirigida a muitas pessoas ou a um órgão. Serve para transmitir Personalidade é um aspecto da individualidade de cada pes-
avisos, ordens ou instruções. Em geral, contém assunto de caráter soa responsáveis por caracterizar suas ações e reações, seu humor,
ou interesse geral. sua forma de se falar, seu temperamento e questões ligadas à au-
toestima, extroversão ou introversão. Existem muitos tipos de per-
CONVOCAÇÃO sonalidades em uma empresa; indivíduos mais tímidos e quietos,
Convocação é uma forma de comunicação escrita em que se outros mais falantes e ativos; alguns mais sérios, reservados; outros
convida ou chama alguém para uma reunião. Na elaboração do mais engraçados e explosivos; são diversas as combinações, e nem
texto, é necessário especificar local, data, finalidade. A garantia da sempre a personalidade de um integrante da equipe é equivalente
clareza das ideias do texto advém da escolha de um vocabulário a de outro, um fato que pode explicar a origem de conflitos e de-
simples (palavras conhecidas, utilizadas no dia a dia ) e uso de frases savenças, que surgem quando questões pessoais são colocadas em
curtas e, de preferência, orações coordenadas. O objetivo da convo- primeiro plano em detrimento ao objetivo comum de uma equipe.
cação deve ser reconhecido prontamente. Casa indivíduo possui características únicas e exclusivas capa-
zes de enriquecer equipes e fortalece-la usando os pontos positivos
DECLARAÇÃO e fortes de cada um em seu benefício. Um bom relacionamento em
Declaração é documento expedido por pessoa ou empresa que equipe, ainda que ele não seja de maneira íntima do lado de fora
informa ou explica algo. Tem valor probatório. Nela se manifesta do trabalho, pode incentivar e motivar colaboradores e trazer bons
opinião, conceito, resolução ou observação. resultados para a empresa, fazendo com que ela se beneficie desta
relação.
RECIBO
Significa o documento em que se confessa ou se declara o re- Eficácia no comportamento interpessoal
cebimento de algo. Normalmente, é um escrito particular. Alguns As mesmas regras que se aplicam ao atendimento ao cliente,
tipos de recibo: recibo de pagamento, que é o mais comum, indica podem ser aproveitadas para explicar como garantir a eficácia das
a quitação do pagamento de uma dívida, em sua totalidade ou par- relações interpessoais. Cada indivíduo tem competências singula-
cialmente; recibo por conta é sempre parcial; recibo por saldo indi- res que se combinadas podem trazer sucesso. Enquanto isso é uma
ca quitação referente a todas as transações até a data da emissão, verdade, deve-se ter em mente que para realizar essa combinação
e é uma quitação total. de forma eficaz é preciso saber se relacionar com as pessoas.

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O comportamento interpessoal é algo que deve ser exercita- Fatores positivos do relacionamento
do pois nem sempre é natural para alguns (os mais introvertidos) e Em questão de trabalho em equipe, alguns fatores positivos
muitas vezes precisa ser podado ou lapidado para outros (os mais podem ser observados na relação em conjunto. O ato de comuni-
extrovertidos). Desenvolver a empatia, saber se colocar no ligar do car, dialogar e debater soluções diariamente com uma equipe ajuda
outro é um dos comportamentos mais necessários para estabelecer a desenvolver habilidades interpessoais e comunicativas que serão
boas relações interpessoais, bem como saber escutar o outro e pro- úteis em todas as áreas da vida, além de proporcionar aprendiza-
mover a inclusão de todos durante rodas de conversas, discussões gem àqueles que ainda não possuem suas habilidades comunicati-
importantes e compartilhamento de opiniões e ideais, de forma vas bem desenvolvidas com a ajuda de outros membros do grupo.
respeitosa e humana. Além disso, quando em conjunto se busca soluções para um mesmo
problema, com a combinação das diversas habilidades e formações
Servidor e opinião pública dos membros de um time, diferentes ideias e soluções surgem, in-
Muitas vezes a opinião pública sobre o funcionário público é clusive em maior quantidade, o que pode agilizar a resolução do
estereotipada, pois parte do princípio do negativo, focando naqui- problema.
lo que se observa de longe sobre alguns funcionários do Estado Um dos fatores mais positivos do relacionamento em equipe é
que ficam em evidência, como vereadores e deputados. Este tipo desenvolver respeito mútuo e cordialidade; investir apenas um pro-
de visão faz com que a população não se atente à outros tipos de fissional de maneira isolada pode não ser suficiente para melhorar
funções exercidas por servidores públicos que podem e devem ser o desempenho de uma equipe inteira. Entender, porém, os pon-
avaliadas e observadas pelo povo com lentes renovadas. tos fortes e fracos de todo um grupo pode ser um guia em direção
A população tem o direito de opinar sobre o trabalho realizado aos objetivos de uma empresa. O senso de compromisso e com-
pelos servidores públicos, fóruns, enquetes, votações e reclama- prometimento também é outro fator positivo desenvolvido com o
ções podem ser realizadas através dos sites governamentais oficias. relacionamento em equipe, melhorando o ambiente de trabalho,
Estas informações se tornam relatórios que são enviados para os promovendo mais tolerância e harmonia.
responsáveis diretores e presidentes de cada órgão, a fim de que
eles ou até mesmo seus superiores realizem as devidas alterações e Comportamento receptivo e defensivo
mudanças cabíveis, como destituição de cargos, alterações hierár- Diante de um novo acontecimento, uma nova informação, ta-
quicas, aberturas ou fechamentos de órgãos e ministérios. refa ou serviço, indivíduos esboçam diferentes reações. Por vezes,
Este recurso é um benefício democrático que apenas uma pe- o inconsciente pode interpretar uma situação nova como um aler-
quena parcela da população costuma se interessar, mas que pode ta de perigo e, assim, o indivíduo age em prol de sua autodefesa,
fazer toda a diferença na vida da população que usufrui de serviços chamamos este tipo de reação de comportamento defensivo. Este
públicos como hospitais, creches, cartórios, entre outros. O servi- comportamento parte de um olhar desconfiado em relação ao que
dor, por sua vez, está sujeito à opinião pública tanto quanto um o outro diz ou à forma como ele age. Isto ocorre devido ao medo
funcionário de uma empresa está sujeito a opinião de um cliente. ou à ansiedade de ser prejudicado diante de situações desconheci-
Algumas profissões tem esse tipo de interação mais presente, como das, quando a mensagem recebida é distorcida em sua perspectiva.
no caso de freelancers, prestadores de serviços, que trabalham di- Como um mecanismo a fim de preservar sua autoimagem positiva,
retamente com o cliente. Desse modo, a fim de proporcionar o me- sua compostura, sanidade e bem-estar físico ou mental, o indivíduo
lhor serviço possível à população, os servidores precisam combinar age de maneira defensiva inconscientemente. Este comportamen-
forças para que, em conjunto, possam ouvir, aprender e colocar em to, no entanto, pode ser benéfico quando se trata de fato de ope-
prática planos de ação capazes de fortalecer a equipe e proporcio- rações ou situações de risco, podendo proteger o indivíduo e sua
nar melhores serviços aos usuários. integridade física, mental, financeira, entre outras.
Por outro lado, em outras personalidades existe o comporta-
O órgão e a opinião pública mento receptivo. O indivíduo com comportamento receptivo ge-
A fim de aperfeiçoar o trabalho dos órgãos governamentais, a ralmente analisa, percebe e aceita as possibilidades que os demais
opinião pública é de suma importância. Desde 1991, uma ação efe- podem vir a descartar, por entender o potencial de algo novo em
tiva foi implantada a fim de desburocratizar e melhorar a gestão pú- sua vida. Este indivíduo costuma ser otimista e ter mente aberta a
blica, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. mudanças, sem preconceitos contra alterações de percurso e novos
Além de incentivar maior participação dos cidadãos nas decisões desafios. Este tipo de personalidade é movido pela curiosidade, o
públicas, ele foi capaz de melhorar a transparência dos serviços re- que o torna mais suscetível a correr riscos e se colocar em situações
alizados através de relatórios disponíveis para toda a população. de perigo sem que ele perceba. Uma pessoa, porém, que abraça
Um dos recursos utilizados para incentivar o avanço das me- causas e aceita novas propostas e abordagens sem medo pode ser
lhorias do serviço público é o Instrumento Padrão de Pesquisa de uma boa aliada para se trabalhar em equipe. Mas para isso, deve-
Satisfação (IPPS), uma pesquisa de opinião que coleta dados sobre -se ter um senso crítico e analítico apurado, capaz de separar boas
o índice de satisfação dos usuários com o serviço público. Este tipo oportunidades de armadilhas, boas ideias de ideias medíocres.
de relação fomenta a democratização do país, o que é importante Geralmente estas personalidades entram em conflito dentro
para ambas as partes, pois oferece conhecimento à população so- de uma equipe quando não são bem gerenciadas, o ideal neste caso
bre o que o Estado e seus órgãos tem feito em prol dela e de que é ter um mediador que possa interferir e realizar a gestão da equi-
maneira ela tem se beneficiado do que os órgãos públicos de cada pe de maneira sábia. Assegurar às personalidades mais defensivas
estado oferecem. sobre a assertividade de novas propostas, através de prospecções,
estatísticas e planos de ação, podem garantir que estes indivíduos
fiquem mais tranquilos e ajam de maneira mais aberta e responsi-
va. Expor os pontos negativos e planos alternativos de maneira ho-
nesta também pode ajudar as personalidades mais receptivas a não
pularem de cabeça em uma ideia sem antes a analisarem com cau-
tela. Tudo depende da abordagem e de uma boa gestão de pessoas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Empatia https://www.idj.com.br/fique-sabendo/308-voce-sabe-o-que-
Nem sempre é tarefa fácil identificar o que o outro está sen- -e-postura-profissional#:~:text=A%20postura%20profissional%20
tindo, pensando ou prever a forma como ele irá reagir ou lidar com %C3%A9%20o,%2C%20conhecimentos%2C%20comportamentos%-
uma situação. Uma tarefa comum do dia-a-dia de trabalho de um 20e%20atitudes
professor, como por exemplo fazer uma atividade de dia dos pais
com os alunos, pode parecer algo banal de se realizar no ambiente
escolar; no, entanto, para um professor que perdeu o pai ou que NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS E CONFLITO
não tem contato com seu pai, esta tarefa pode ser desgastante, ár-
dua e até mesmo difícil de realizar. Um gestor ou colega de trabalho As relações humanas no trabalho ocorrem de maneira ininter-
pode muitas vezes não enxergar essa realidade por não conhecer rupta, a partir da interação entre duas ou mais pessoas. Essa habi-
bem a realidade do professor em questão ou por ser incapaz de lidade é essencial para obter um clima organizacional produtivo e
compreender uma realidade diferente da sua própria. harmonioso porque gera empatia, colaboração e o alinhamento de
Para que este tipo de situação desconfortável, capaz de desmo- objetivos.
tivar equipes inteiras, é necessário ter em mente que a empatia é As relações humanas no trabalho são essenciais para o esta-
a chave para construir boas relações interpessoais. A empatia pode belecimento de um clima organizacional produtivo e harmonioso.
ser definida como a capacidade de colocar-se no lugar do outro, Mas que isso não seja o único motivo para a promoção e a con-
respeitando-o em suas escolhas, decisões e sentimentos. Para exer- tínua manutenção das boas relações humanas no trabalho: afinal, o
cer a empatia é necessário estabelecer diálogo, uma comunicação seu desequilíbrio pode gerar uma série de problemas.
franca e aberta em equipe é capaz de criar laços de empatia que Entre os principais podemos citar a desmotivação, o estresse e
irão fortalecer o grupo. Respeito e consideração são atitudes neces- o acúmulo de conflitos internos — sintomas característicos de uma
sárias para tratar bem o outro, além da escuta ativa e consciente. empresa desagregadora e com baixo índice de desenvolvimento.
Quando projetamos a personalidade de alguém em nós mesmos, Como andam as relações humanas no trabalho em sua empre-
aprendemos a valorizar a individualidade do outro e suas emoções, sa? Que tal conferir, conosco, o impacto positivo em trabalhá-la e
bem como valorizamos e nos atentamos às nossas. A busca pela promover um clima verdadeiramente produtivo? É só seguir com
compreensão das emoções alheias deve ser realizada de maneira esta leitura, então!
profunda e racional, a fim de sentir o que o outro sentiria em sua
própria pele de maneira fiel e sem deixar de lado a razão. O que são as relações humanas no trabalho?
Basicamente, uma relação humana é aquela em que ocorre a
Compreensão mútua interação entre duas ou mais pessoas. Quando eficiente, essa habi-
Todo indivíduo possui uma origem, sua criação, as referências lidade é trabalhada de maneira ininterrupta. Ocorre, por exemplo,
que tem da infância à vida adulta, o ambiente em que vive e as in- quando:
fluencias que recebe a partir de sua convivência social moldam seu - um líder delega atividades para a sua equipe;
caráter, seus valores e o modo como este age e enxerga a vida. Dife- - uma reunião é convocada;
renças são inevitáveis, elas fazem parte de um processo natural de - um feedback é fornecido;
construção social. As diferenças podem gerar conflitos e desaven- - ideias são sugeridas;
ças quando não há compreensão mútua por parte dos indivíduos. - divergência estabelecem a riqueza de um debate.
Compreensão mútua refere-se à compreensão fundamentada
em respeito entre duas ou mais partes. Este tipo de relação se esta- Ou seja: a todo momento as relações humanas no trabalho in-
belece quando há respeito e entendimento entre pessoas, mesmo terpelam o caminho dos colaboradores.
em meio à diferentes opiniões. Para compreender o outro, é neces-
sário desenvolver boa comunicação interpessoal. A maneira como Qual é a importância das relações humanas no trabalho?
as relações se estabelecem no ambiente de trabalho são determi- Anteriormente, destacamos que a falta de sintonia no convívio
nantes para o progresso de uma equipe e de uma empresa inteira. entre os colaboradores pode, lenta e gradualmente, evoluir para
Compreensão mútua é um recurso humano da empatia capaz de um estado crônico de estresse, desmotivação, desagregação e im-
implementar bons relacionamentos em qualquer ambiente. produtividade.

Referências Por sua vez, exemplos de boas relações humanas no trabalho


http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com/2008/12/ são, de fato, soluções para minimizar as situações acima. Veja só
servidor-e-opinio-pblica.html alguns deles que contribuem para um bom clima organizacional:
https://artia.com/blog/5-vantagens-do-trabalho-em-equipe/ - respeito aos colegas e superiores;
https://www.ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-pessoas/ - fofocas são erradicadas do dia a dia;
conheca-os-beneficios-do-trabalho-em-equipe/ - paciência para saber ouvir;
http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com/2010/04/ - colaboração com os colegas;
comportamento-receptivo-e-defensivo.html - ideias e sugestões sem atacar os companheiros de trabalho;
https://www.idj.com.br/fique-sabendo/308-voce-sabe-o-que- - respeito e acolhimento de uma cultura de respeito às dife-
-e-postura-profissional#:~:text=A%20postura%20profissional%20 renças.
%C3%A9%20o,%2C%20conhecimentos%2C%20comportamentos%-
20e%20atitudes. Isso significa que a importância das relações humanas no tra-
https://www.edools.com/comunica- balho está intimamente associada à construção de um ambiente
cao-no-ambiente-de-trabalho/#:~:text=A%20comunica%C3%A7%- positivo, de condições favoráveis para o exercício da profissão.
C3%A3o%20%C3%A9%20respons%C3%A1vel%20por,aprimo- E não pense que o conceito é recente: em 1930, um estudo foi
rar%20a%20rotina%20de%20trabalho.&text=De%20maneira%20 conduzido na fábrica de Hawthorne Works (Illinois, EUA) e apontou
geral%2C%20melhorar%20a,de%20maneira%20clara%20e%20 que pequenas mudanças, na rotina, já afetam a produtividade das
objetiva. equipes.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Além disso, descobriu-se que as relações humanas têm elevado - consolide um sistema de avaliação com o feedback 360°, per-
impacto nessa oscilação de produção. Não à toa, essa é toda a base mitindo a transparência e a autonomia para que todos tenham voz
estrutural da Gestão de Recursos Humanos. ativa na empresa;
- treine e capacite as equipes a desenvolverem a inteligência
Quais riscos impedem o desenvolvimento das relações huma- emocional — individual e coletivamente;
nas? - monte uma comunicação eficaz na empresa;
As consequências das más relações humanas no trabalho já fo- - coíba ações que possam ferir o orgulho dos colaboradores;
ram identificadas, até aqui. O que muitos profissionais de RH devem - promova campanhas de conscientização e respeito à diversi-
estar pensando, então, é: “e o que motiva esse tipo de problema na dade no ambiente de trabalho;
empresa?” - estabeleça eventos internos que facilitem e fortaleçam a inte-
ração e integração das equipes. Isso fomenta, qualitativamente, as
Abaixo, algumas das questões associadas a esse problema se- relações humanas no trabalho;
rão observadas, como: - oriente a liderança a estimular a competitividade, para gerar
engajamento, mas sempre sob a sua supervisão para evitar os ex-
Falta de empatia cessos.
Muitos confundem lógica e razão com a ausência de empatia
— um engano tremendo! Convém adiantar: todas essas ações devem ser planejadas e
Afinal de contas, é por meio da empatia que as pessoas criam executadas pelo setor de RH — sempre em conjunto com as lide-
elos, afinidade e a compreensão que facilite as relações humanas ranças da empresa.
no trabalho. Pois, assim, há como realizar um monitoramento próximo e efe-
Por exemplo: funcionários empáticos avaliam todo o proces- tivo a respeito dos resultados de cada ação promovida. Com base
so de trabalho e entendem como a sua etapa do fluxo impacta os em métricas previamente estipuladas, os profissionais conseguem
profissionais responsáveis pela sequência do processo. Eles não se avaliar o efeito que cada campanha surtiu, podendo intensificar ou
limitam, exclusivamente, ao que gira em torno de suas rotinas. diversificar as ações seguintes.
Ao contrário de um profissional que, para ascender na carreira, No fim das contas, promover as relações humanas no trabalho
focam só no seu sucesso e permanece indiferente às consequências é uma necessidade. Suas ações e consequências contribuem direta-
mente com o desenvolvimento de uma empresa.
que suas ações causam aos outros.
Na mesma proporção que a falta de um cuidado, nesse sen-
tido, estabelece um clima desagregador à rotina, com resultados
Desrespeito
bastante problemáticos. (https://www.xerpa.com.br/blog/relaco-
Outro aspecto que influencia negativamente nas relações hu-
es-humanas-no-trabalho/)
manas no trabalho, o desrespeito impede que exista harmonia en-
tre as equipes.
O Relacionamento interpessoal é um conceito da área da so-
Perceba, inclusive, que isso pode acontecer em qualquer cargo
ciologia e psicologia que significa uma relação entre duas ou mais
hierárquico e a qualquer momento. Daí a importância em construir
pessoas. Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto
um local de trabalho cuja qualidade de vida e o bem-estar coletivo onde ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar,
sejam enaltecidos. de trabalho ou de comunidade.
O relacionamento interpessoal é fundamental em qualquer or-
Arbitrariedade ganização, pois são as pessoas que movem os negócios, estão por
Pessoas que se abstêm da imparcialidade geram transtornos trás dos números, lucros e todo bom resultado, daí a importância
diversos, no ambiente corporativo. Por exemplo: gestores que auxi- de se investir nas relações humanas. No contexto das organizações,
liam aqueles com quem eles têm afinidade. o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Um rela-
Como consequência disso, o resto da equipe se sente despro- cionamento interpessoal positivo contribui para um bom ambiente
tegida e desvalorizada, iniciando um processo de desmotivação e dentro da empresa, o que pode resultar em um aumento da pro-
uma falta de compromisso coletiva e crônica. dutividade.
Em uma empresa é muito importante desenvolver cursos e ati-
Muita competitividade vidades que estimulem as relações interpessoais a fim de melho-
Até como um complemento ao tópico da empatia, podemos rar a produtividade através da eficácia. Pessoas focadas produzem
apontar a competitividade como um elemento debilitante das boas mais, se cansam menos e causam menos acidentes. Por isso, o con-
relações humanas no trabalho. ceito de relacionamento interpessoal vem sendo aplicado em di-
Afinal, em nome de um reconhecimento maior, muitos podem nâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os participantes,
optar por abandonar a gentileza, o respeito e a generosidade no para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento.
dia a dia. Estimulando as Relações Interpessoais todos saem ganhando, a
E, aí, os problemas podem se acumular, com o aumento de empresa em forma de produtividade e os colaboradores em forma
conflitos internos, estresse em níveis desproporcionais e uma in- de autoconhecimento, o que agrega valores em sua carreira e em
satisfação que pode levar ao aumento do índice de rotatividade na sua relação com a família e a sociedade.
empresa. Trabalhar as relações interpessoais dentro das empresas é tão
importante quanto à qualificação e capacitação individual, pois
Como promover as relações humanas no trabalho? quanto melhores forem as relações, maiores serão a colaboração, a
A seguir, nós vamos destacar alguns pontos-chave que o setor produtividade e a qualidade.
de RH pode se inspirar para valorizar — continuamente — as rela-
ções humanas no trabalho. São eles:
- monte um plano de carreira que envolva a todos os profis-
sionais;

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Entre os relacionamentos que temos na vida, os de trabalho Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferencia-
são diferenciados por dois motivos: um é que não escolhemos no- da que influi no comportamento e atitudes das outras com quem
vos colegas, chefes, clientes ou parceiros; o outro é que, indepen- mantém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas
dentemente do grau de afinidade que temos com as pessoas no outras. Cada pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos,
ambiente corporativo, precisamos relacionar bem com elas para re- pretendendo ser compreendida, aceita e participa, com o objetivo
alizar algo junto. A cordialidade desinteressada que oferecemos por de entender os seus interesses e aspirações.
iniciativa própria, sem esperar nada em troca, é um facilitador do A compreensão da natureza dessas relações humanas permite
bom relacionamento no ambiente de trabalho. Afinal, os relaciona- melhores resultados dos subordinados e uma atmosfera onde cada
mentos são a melhor escola para o nosso desenvolvimento pessoal. pessoa é encorajada a expressar-se livre e de maneira sadia.
Chiavenato (2002), nos leva a compreender que a qualidade
de vida das pessoas pode aumentar através de sua constante ca- Com o avanço da tecnologia, o trabalho também passa a ser
pacitação e de seu crescente desenvolvimento profissional, pois mais individual, cada funcionário em seu setor, isso faz com que
pessoas treinadas e habilitadas trabalham com mais facilidade e as pessoas fiquem distantes uma das outras, aumentando o nível
confiabilidade, prazer e felicidade, além de melhorar na qualidade de stress, pois não conseguem mais se relacionarem, não há mais
e produtividade dentro das organizações também deve haver re- tempo para o diálogo.
lacionamentos interpessoais, pois o homem é um ser de relações, A comunicação hoje é tudo, saber se comunicar é fundamental
ninguém consegue ser autossuficiente e saber se relacionar tam- e para o sucesso de uma organização isso é essencial. Chiavenato
bém é um aprendizado. (2010, p.47) diz: “A informação não é tocada, palpável nem medi-
As convivências ajudam na reflexão e interiorização das pes- da, mas é um produto valioso no mundo atual porque proporciona
soas, e também apresentam uma rejeição à sociedade egoísta em poder”.
que vivemos. Diante do exposto vê-se que o mundo gira em torno da comu-
De qualquer forma, não podemos deixar de entender que uma nicação e da informação e para que uma organização tenha sucesso
é necessário que a comunicação seja clara, direta e transparente
organização sem pessoas não teria sentido. Uma fábrica sem pes-
assim como as relações interpessoais.
soas pára; um computador sem uma pessoa é inútil. “Em sua es-
Conforme diz Chiavenato (1989, p.3):
sência, as organizações têm sua origem nas pessoas, o trabalho é
As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas
processado por pessoas e o produto de seu trabalho destina-se às
de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar deter-
pessoas (LUCENA, 1990, p.52)”. minados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações
Nesse sentido, Chiavenato (1989) fala que a integração entre comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade, o
indivíduos na organização é importante porque se torna viável um lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações,
clima de cooperação, fazendo com que atinjam determinados ob- porque tudo o que fazemos é feito dentro das organizações.
jetivos juntos. Os ambientes de trabalho são, pois, organizações, e nelas so-
Para Chiavenato (2000, p.47), antigamente, a área de recursos bressai a interação entre as pessoas, para a promoção da formação
humanos se caracterizava por definir políticas para tratar as pes- humana.
soas de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos Romão (2002) registra:
Humanos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e Hoje temos que nos preparar para viver a era emocional, onde
idênticas. a empresa tem de mostrar ao colaborador que ele é necessário
Hoje, há diferenças individuais e também, há diversidade nas como funcionário profissional, e antes de qualquer coisa que é um
organizações. A razão é simples: quanto maior a diferença das pes- ser humano com capacidades que reunem à produção da empresa,
soas, tanto maior seu potencial de criatividade e inovação. formarão uma equipe e harmoniosa em que o maior beneficiado
A diversidade está em alta. As pessoas estão deixando de se- será ele mesmo com melhoria em sua qualidade de vida, relacio-
rem meros recursos produtivos para ser o capital humano da orga- namentos com os outros e, principalmente, o cliente que sentirá
nização. O trabalho está deixando de ser individualizado, solitário isso quando adquirir o produto ou serviço da empresa gerando a
e isolado para se transformar em uma atividade grupal, solidária e fidelização que tanto se busca.
conjunta. O melhor negócio de uma organização ainda se chama gente,
Hoje, em vez de dividir, separar e isolar tornou-se importante e ver gente integrada na organização como matéria-prima principal
juntar e integrar para obter efeito de melhor e maior resultado e também é lucro, além de ser um fator primordial na geração de
multiplicador. As pessoas trabalham melhor e mais satisfeitas quan- resultados.
do o fazem juntas. Equipes, trabalho em conjunto, compartilhamen- Percebe-se que a parte humana da empresa precisa estar sem-
to, participação, solidariedade, consenso, decisão em equipes:essas pre em processo de educação, não a educação escolar, mas uma
estão sendo as palavras de ordem nas organizações ( CHIAVENATO, educação que tenha como objetivo melhorias no comportamento
das pessoas, nas relações do dia a dia, pois somos seres de rala-
2002, p.71-72 ).
ções, não nos bastamos, precisamos sempre um do outro. Preci-
Como se viu até então, as pessoas são produtos do meio em
samos nos relacionar e se comunicar, somos seres inacabados em
que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o
processo de educação constante, estamos em busca contínua de
conjunto que as cercam seja no espaço físico ou social.
mudar nossa realidade.
Algumas dicas que podem ajudar a manter boas relações inter-
As Relações Humanas nas Organizações pessoais no ambiente organizacional:
Os indivíduos dentro da organização participam de grupos so- Procure investir em sua equipe e na manutenção de relaciona-
ciais e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar mentos saudáveis.
o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações Evite gerar competição uns com os outros e estimule a colabo-
Humanas passou a estudar essa interação social. As relações huma- ração entre colegas e equipes.
nas são as ações e atitudes desenvolvidas e através dos contatos Investir no desenvolvimento de habilidades e aprimoramento
entre pessoas e grupos. de competências da equipe.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Quando surgirem os conflitos e as diferenças, aja com cautela e Hoje, as diferenças individuais estão em alta: A área de Recursos
não tome partido de ninguém. Humanos está enfatizando as diferenças individuais e a diversidade
Promova a conversa e evite brigas e discussões. nas organizações. A razão é simples: quanto maior a diferença das
Algumas Normas de Convivência: pessoas, tanto maior seu potencial de criatividade e inovação.
Fale com as pessoas, seja comunicativo, não há nada melhor As mais recentes abordagens administrativas enfatizam que
que chegar para uma pessoa e conversar alegremente, discutir são as pessoas que fazem a diferença nas organizações. Em outras
ideias e falar sobre várias coisas. palavras, em um mundo onde a informação é rapidamente dispo-
Sorria para as pessoas, é sempre bom encontrar uma pessoa nibilizada e compartilhada pelas organizações, sobressaem aquelas
alegre, sorridente, ela te deixa mais à vontade. que são capazes de transformá-la rapidamente em oportunidades,
Chame as pessoas pelo nome, nunca coloque apelido de mau em termos de novos produtos e serviços, antes que outras o façam.
gosto nas pessoas, afinal você não gostaria que fizessem o mesmo E isto pode ser conseguido não com a tecnologia simplesmente,
com você. mas com as pessoas que sabem utilizá-la adequadamente. São as
Seja amigo e prestativo, pois ninguém quer um amigo impres- pessoas (e não apenas a tecnologia) que fazem a diferença. A tec-
tável perto de si, e para que você tenha amigos e pessoas prestati- nologia pode ser adquirida por qualquer organização com facilida-
vas, cultive isso também, seja amigo e prestativo. de, nas repartições, setores e estabelecimentos. Bons funcionários
Seja cordial, faça as coisas com boa vontade, ninguém gosta de exige um investimento muito mais longo em termos de capacitação
pessoas que tudo que faz, é com raiva. quanto a habilidades e conhecimentos e, sobretudo, em termos de
Tenha mais interesse com o que as pessoas falam com você, confiança e comprometimento pessoal.
seja sincero e franco, mas é claro, com toda educação sem deixar as Os sujeitos e os diferentes cenários são universos vivos ou siste-
outras pessoas desajeitadas e desconfortáveis ao seu lado. mas inacabados em permanente interação e transformação e que,
A dificuldade de relacionamento entre as pessoas é um dos para compreendê-la, não se pode desprezar essa complexidade.
principais problemas vivenciados no mundo moderno, quer seja en- Entende-se que, no âmbito dos conhecimentos que envolvem
tre amigos, entre pessoas da família ou entre colegas de trabalho. os seres humanos e suas relações com os outros e com o mundo
De modo geral essas desavenças surgem na interação diária entre (âmbito das Ciências Humanas e Sociais), torna-se necessário con-
duas ou mais pessoas, ocasionadas por divergências de ideias, por siderar motivações, desejos, crenças, ideias, ideologias, intenções.
diferenças de personalidade, objetivos ou metas ou por variedade Em razão disso, compreende-se que a realidade é uma construção
de percepções e modos de analisar uma mesma informação ou fato. social e que os sujeitos também não estão prontos e acabados, mas
se transformam. Também se compreende a realidade como sendo
Atualmente, muito tem se falado da importância das relações dinâmica e em constante transformação. Nesse processo de trans-
interpessoais dentro das organizações, de se humanizar o ambiente formação da realidade, observam-se posições opostas, interesses
de trabalho, mas afinal o que é essa tal humanização? contrários e a instalação de soluções provisórias, porém marcadas
Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa, por contradições que, sendo evidenciadas, produzem a necessida-
enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade de de novas transformações.
que lhe é interna. A prática da humanização deve ser observada É preciso haver abertura para o conhecimento, pensar o novo,
continuamente. reconstruir o velho, reinventar o pensar. A educação abrange mais
O comportamento ético deve ser o princípio da vida da orga- do que o saber fazer, é preciso aprender a viver com os outros, de-
nização, uma vez que se é ético é preocupar-se com a felicidade senvolver a percepção de depender reciprocamente, administrar
pessoal e coletiva. conflitos, a participação de projetos comuns, a ter prazer no espaço
Numa sociedade em que os valores morais estão deixando de comum (CESAR; BIACHINI; PIASSA, 2008).
existir por ações que destroem a ética e a moralidade, existe uma Trabalhar as relações humanas em grupo envolve as diferen-
necessidade oculta de se buscar humanizar as pessoas e conse- ças, opiniões, conceitos, atitudes, crenças, valores, preconceitos,
quentemente as organizações. diante de sua profissão, enfocando aspectos de Motivação, Autoes-
Diante disso, com o aumento da necessidade das empresas de tima, Percepção, Comunicação, Colaboração, Feedback, Liderança
gerarem resultados positivos, tem se enfatizado a importância das e Grupos, para um melhor conhecimento de si próprio e melhorar
relações interpessoais com vistas a melhorar o desempenho funcio- relações com o outro.
nal e consequentemente contribuir para a realização dos objetivos Muitas pessoas já perderam a noção do que é um convívio sau-
organizacionais. dável e simplesmente se concentram em chegar à frente a qualquer
O relacionamento interpessoal saudável, por exemplo, às ve- custo. Como consequências naturais surgem diversos conflitos que
zes não encontra proteção no ambiente organizacional, gerando os podem comprometer o bom relacionamento dentro das institui-
mais diversos conflitos e, portanto, “desumanizando” as organiza- ções.
ções. Quando realmente queremos, as coisas acontecem. O primei-
ro passo para a mudança é a aceitação das nossas deficiências, da
Entendendo o Relacionamento Interpessoal: Relações Huma- aceitação de nós mesmos. Para isso, temos que mudar nossa atitu-
nas de! Pergunte-se: Eu preciso mudar essa relação? Eu quero mudar
Relacionamento interpessoal é atualmente o grande diferen- essa relação? Eu posso fazer algo para transformar essa situação?
cial competitivo das mais variadas organizações, ele por sua vez, Eu vou fazer isso? Se a resposta for positiva para as quatro pergun-
está intimamente ligado à necessidade de se ter recursos humanos, tas, estamos preparados para mudar e reverter o quadro. Sem a
mais importantes inclusive que os financeiros e tecnológicos, ou nossa mudança de atitude, não há mudança nos relacionamentos.
seja, tem a ver com trabalho em equipe, confiança, amizade, coo- É muito fácil querermos mudar o outro, quando na verdade, temos
peração, capacidade de julgamento e sabedoria das pessoas. que começar por nós mesmos.
Chiavenato nos diz que antigamente, a área de recursos huma- Enfim, a forma como lidamos com o conflito é o que faz toda a
nos se caracterizava por definir políticas para tratar as pessoas de diferença. Todo conflito apresenta uma oportunidade de enxergar-
maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos Humanos mos o ponto de vista do outro e percebermos se faríamos o mes-
tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e idênticas. mo, caso estivéssemos no lugar dele. Se agirmos assim, os conflitos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
começam a ter um lado extremamente positivo, pois podem ser Da mesma forma, também é natural que criemos barreiras com
ótimas oportunidades para mudança de percepção, inovação na pessoas que consideramos difíceis ou até mesmo, de forma inexpli-
empresa, cooperação entre as pessoas e, principalmente, estímulo cável, não simpatizemos. No entanto, quando não conseguimos mi-
para que aconteça maior sinceridade nas relações interpessoais. nimizar nossas diferenças com essas pessoas, está formada a base
Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar para o conflito.
a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há
pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que Relações Humanas da Teoria à Prática
se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as Não é possível generalizar pessoas. Somos todos diferentes em
pessoas têm objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes cada uma de nossas relações. Porém, o mais importante é aceitar-
priorizam o que melhor lhes convém e às vezes em conflito com a mo-nos do jeito que somos tratando de destacar as qualidades que
própria empresa. Portanto: temos e modificar o que deve ser mudado. E isso se refere tanto ao
O autoconhecimento e o conhecimento do outro são compo- aspecto físico quanto ao aspecto psicológico. Não se pode nunca
nentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no traba- esquecer, que o ser humano é que faz as coisas acontecerem. Por
lho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades que não tentar conhecê-lo melhor a cada dia?
mais observadas, destacam-se: falta de objetivos pessoais, difi- Para evoluirmos, é importante entender definitivamente a im-
culdade em priorizar, dificuldade em ouvir (BOM SUCESSO, 1997, portância de estabelecer um bom relacionamento interpessoal. De
p.38). que forma? Em primeiro lugar, “respeito ao ser humano é funda-
Sem respeito pelo nosso semelhante, um bom relacionamento mental”. Além disso, dedicarmos um bom tempo à leitura, aos estu-
interpessoal não será possível. Por sermos seres humanos diferen- dos sobre o ser humano e a conhecer pessoas. Estas ações irão nos
tes uns dos outros, costumamos ver as pessoas e as situações que ajudar a desenvolver a cada dia a habilidade de saber se relacionar
vivemos de forma como fazem sentido para nós, de acordo com bem. É fato que, sabendo viver, comunicando-se e relacionando-
nossos vícios e o hábito que temos de ver as pessoas e o mundo, -se bem, será possível conseguir obter resultados com e através de
e não somente e necessariamente da forma como a realidade se pessoas. Atitude positiva e maturidade caminham sempre juntas.
apresenta. É importante lembrar que: os profissionais desvalorizados ten-
Alguém poderá explicar seu próprio comportamento ou de ou- dem a perder o foco, se desmotivam facilmente, diminui sua produ-
tra pessoa sem os conceitos de amor e de ódio? Geralmente de- tividade, o que acaba prejudicando e muito o bom andamento da
empresa. Cada pessoa é única, com suas características e persona-
senvolvemos nossa própria série de conceitos para interpretar o
lidades próprias. Por isso, devemos conhecer nossos funcionários e
comportamento dos outros. Precisamos saber que uma pessoa só
saber qual é o perfil comportamental de cada um, assim será mais
muda quando ela mesma consegue perceber ou for convencida de
fácil identificar a melhor maneira de lidar individualmente ou em
que a forma como faz ou atua, de fato, não é a mais adequada. Ou
grupo com cada um.
seja, a própria pessoa precisa reconhecer a necessidade de mudar.
Outra dica importante para manter relacionamentos interpes-
Em primeiro lugar, além do respeito, é necessário ter no míni-
soais de forma positiva para organização é investir no desenvolvi-
mo um conhecimento razoável sobre pessoas, e conseguir adquirir
mento de habilidades e aprimoramento de competências da equi-
experiências que nos façam entender que as relações interpesso-
pe.
ais devem ser boas pelo menos para que possamos nos comunicar Os conflitos podem acontecer em qualquer circunstância, prin-
bem e fazer as coisas acontecer. cipalmente no ambiente profissional, por isso, é importante que
A chave estrutural para que isso ocorra é oferecer o respeito chefes e gestores fiquem sempre atentos aos comportamentos do
que todo o ser humano merece reunir uma boa dose de paciência e time.
principalmente gostar de pessoas e de gente. Quando surgirem conflitos e as diferenças, devemos agir com
Portanto, precisamos entender que relacionamento interpes- cautela e não tomar partido de ninguém. E devemos lembrar que
soal é um dos quesitos de êxito e sucesso em nossas vidas. E que todos são peças chave no sucesso do negócio. Sendo assim, promo-
este relacionamento deve ser o melhor possível. veremos a conversa e evitamos brigas e discussões. Enfim, pode-
Outro aspecto importante para um bom relacionamento inter- mos perceber, por meio desses argumentos, que o relacionamento
pessoal depende de uma boa comunicação entre emissores e re- interpessoal é de fundamental importância e ainda contribui signi-
ceptores. Qualquer informação que se pretenda transmitir de uma ficativamente para o sucesso de qualquer empresa.
pessoa para outra, de uma pessoa para um grupo, de um professor
para alunos, de um palestrante para ouvintes deve ser bem comu- A Importância na Qualidade do Ambiente de Trabalho
nicada e bem compreendida. Quem dá informação é o principal res- Passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que
ponsável por uma boa comunicação. em nosso lar, e ainda assim não nos damos conta de como é impor-
Saber entender e conduzir de forma amigável nossas diferen- tante estar em um ambiente saudável, e o quanto isto depende de
ças é uma habilidade essencial na forma de nos comunicar. Isto é cada um. Devemos refletir sobre qual o nosso papel e a importância
o que as pessoas fazem naturalmente quando compartilham uma na qualidade do ambiente em que trabalhamos.
visão comum, desejam aprofundar suas amizades ou estabelecer Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de
um bom relacionamento. vida é uma conquista pessoal. O autoconhecimento e a descober-
Provavelmente ficaríamos positivamente surpresos se efetiva- ta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora,
mente soubéssemos conviver com as diferenças e como é possível empreendedora, passiva ou ativa, transformadora ou conformista é
conseguir resultados gratificantes procurando entender melhor a responsabilidade de todos (BOM SUCESSO, 1997, p.47).
nós mesmos e os outros. É importante que a comunicação seja clara, e é necessário que
Enfim, podemos buscar similaridades e minimizar nossas dife- se tenham boas relações. É fundamental ter um bom relaciona-
renças como seres humanos de várias maneiras. É natural que pro- mento entre as pessoas, pois isso contribui não somente para uma
curemos amenizar nossas diferenças com as pessoas de que gos- boa convivência no dia a dia, mas também para um bom clima, e
tamos com aquelas que simpatizamos à primeira vista, ou mesmo influencia diretamente de forma positiva no resultado da organi-
compartilhamos nossos objetivos de vida. zação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As organizações são compostas por pessoas, devemos conside- Conflito
rar que, para um bom andamento do trabalho e uma boa produção, A área de Recursos Humanos deve estar totalmente alinhada à
é necessário que as pessoas estejam bem colocadas na organização, cultura da empresa, pois a compreensão dos vínculos construídos
com oportunidades de crescimento e, principalmente, com felici- dentro do ambiente de trabalho é a etapa inicial para o desafio de
dade. gerir as pessoas. Para Soledade (2007), é através do entendimento
Fatores ambientais colaboram para a qualidade de trabalho, dos elementos constituintes da cultura que é possível compreender
pois quanto maior for à preocupação com o fator humano nas or- os mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas
ganizações, mais elevado será o resultado. Enfim, se houver investi- que executam. Dentre os fatores críticos de sucesso, salienta-se o
mento no desenvolvimento humano de todas as pessoas da empre- desenvolvimento de lideranças capazes de alinhar as expectativas
sa, as relações interpessoais saudáveis resultarão em um ambiente do grupo com os objetivos da empresa, criando as condições de
favorável onde todos possam deixar fluir suas potencialidades. Os reciprocidade essenciais para atingir um desempenho que atenda
valores, aos poucos, mudam, e o empregado está sentindo o gosto às pressões internas e externas da organização. As lideranças
de participar, de arriscar, de ganhar mais e de sobreviver a tantas devem ser legitimadas tanto pelo enfoque do empregado quanto
mudanças. pelo da empresa, para que possam efetivamente atuar como elos
De acordo com Bom Sucesso (1997), “No cenário idealizado de entre estes dois polos, buscando atuar de maneira conciliatória na
pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto resolução dos conflitos surgidos.
e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão dominados pelo A Administração de Conflitos consiste exatamente na escolha
sofrimento emocional. Outros necessitados, conseguindo o alimen- e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com
to diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes, cada tipo de situação. Lidar com o conflito consiste em trabalhar
esperançosos.” com grupos e tentar romper alguns estereótipos vigentes na orga-
No mercado de trabalho hoje em dia, se não tivermos um bom nização. Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos
relacionamento com as pessoas, acabamos ficando sem emprego, diferentes é uma forma de garantir que seu cumprimento seja
pois hoje em dia, precisamos nos comunicar, ter contato com as reconhecido pelo trabalho dos grupos.
pessoas. Mas muitos seres humanos são prejudicados por si mes- Mediador: mobiliza as partes em conflito para um acordo. Aju-
mo, por falta de compreensão ao outro, falta de paciência, e o prin- da as partes envolvidas a discutir e resolver as situações de conflito.
cipal, que é não saber lidar com as diferenças. Facilitador do processo.
No nosso dia a dia, convivemos e falamos com várias pessoas
de todo lugar, outra classe social ou raça diferente da nossa, enfim, Etapas da gestão de conflitos
vemos e convivemos com pessoas de todos os tipos, mas não é só 1. Identificar o problema: Saber se as pessoas envolvidas estão
porque ela é diferente, que não podemos ter um bom relaciona- conscientes do problema e dispostas a buscar a solução;
mento, ainda mais, se esta pessoa está todos os dias do nosso lado 2. Analisar e escolher a melhor solução: Transformar o negativo
no trabalho. em positivo, diversidade de ideias, respeito às características indivi-
Quando estamos reunidos em um ambiente onde há pessoas duais, conciliar os opostos.
diferentes é normal que encontremos hábitos diferentes do nosso, 3. Colocar em prática;
4. Avaliar os resultados;
sendo assim, temos que aprender a lidar e ceder aos hábitos dos
5. Manutenção;
outros e demonstrar o nosso também.
O problema se instala quando essas situações não são resolvi-
Para solucionar um conflito é necessário:
das ou não são percebidas pelos envolvidos, ficando “mascarados”,
Saber comunicar;
invisíveis e internalizados nos colaboradores que acabam demons-
Saber ouvir;
trando suas emoções somente quando se sentem ameaçados, in-
Saber perguntar.
justiçados ou até mesmo temerosos de perder posições ou funções
Estilos de Administração de Conflitos
que ocupam.
Competição: busca satisfação dos interesses, tenta convencer a
Tanto as pessoas quanto as empresas sofrem as consequências outra parte, leva a outra parte a aceitar a culpa.
das relações interpessoais negativas que geram desmotivação da Colaboração: contempla os interesses das partes envolvidas,
equipe, queda do rendimento e da produtividade. busca resultado benéfico para ambas.
As trocas constantes de informações e o diálogo são essenciais Evitação: evita todo e qualquer envolvimento com o conflito.
quando se busca a preservação dos relacionamentos e o trabalho Acomodação: tende a apaziguar a situação, chegando a colocar
em equipe, o que acaba sendo essencial e indispensável para o bom as necessidades e interesses da outra parte acima dos seus.
andamento das atividades organizacionais. Nesse sentido, o rela- Compromisso: uma das partes do conflito desiste de alguns
cionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, abrir-se para o novo, pontos ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas as
buscar ser aceito e ser entendido e entender o outro. partes.
No ambiente de trabalho, onde passamos cerca de um terço
de nossa vida é fundamental que saibamos viver e conviver com Dicas para uma boa Administração de Conflitos
as pessoas e respeitá-las em suas individualidades, caso contrário, 1. Procure soluções, não culpados;
somente o fato de pensar em ir para o trabalho passa a ser insupor- 2. Analise a situação;
tável esta ideia. 3. Mantenha um clima de respeito;
Para que o clima organizacional seja harmonioso e as pesso- 4. Aperfeiçoe a habilidade de ouvir e falar;
as tenham um bom relacionamento interpessoal, é necessário que 5. Seja construtivo ao fazer uma crítica;
cada um deixe de agir de forma individualizada e egoísta, promo- 6. Procure a solução Ganha-ganha;
vendo relações amigáveis, construtivas e duradouras. (https://psi- 7. Aja sempre no sentido de eliminar os conflitos;
cologado.com.br/atuacao/psicologia-organizacional/a-importan- 8. Evite preconceitos;
cia-da-relacao-interpessoal-no-ambiente-de-trabalho) 9. Mantenha a calma;
10. Quando estiver errado, reconheça;

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
11. Não varra os problemas para debaixo do tapete. No dia a dia das organizações e até mesmo de nossas vidas
pessoal vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes
O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas as pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo
e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das impedindo o atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito
tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, dis-
é que nascem as oportunidades de crescimento mútuo. putas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na
nossa percepção e terminam com a adoção de uma ação adequada
De acordo com Chiavenato (2009, p.361), conflito e coopera- e positiva, os conflitos surgem e nosso dever é estarem situados
ção constituem elementos integrantes da vida das organizações. quanto às causas dos mesmos normalmente estes se dão, por
Ambos têm recebido atenção por parte das recentes teorias da muitos aspectos, logo abaixo estaremos citando alguns:
organização, considerando-se hoje cooperação e conflito como • Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes,
dois aspectos de atividade social ou, melhor dizendo, dois lados ou seja, a incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os
de uma mesma moeda. Ambos estão inseparavelmente ligados na seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal,
prática. Tanto que a resolução do conflito é muito mais entendida técnica ou comportamental.
como uma fase de esquema conflito-cooperação do que como uma • Diferenças de personalidades, que são invocadas como ex-
resolução final do conflito. plicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no
Assim, “o conflito é um processo que se inicia quando uma ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através
parte – seja indivíduo, o grupo ou a organização – percebe que de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida;
a outra parte – seja o indivíduo, o grupo ou a organização – frus- • Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou rece-
trou ou pretende frustrar um interesse seu” (CHIAVENATO, 2009, bermos metas a serem atingidas e que podem ser diferentes dos
p.362). Segundo este autor, os conflitos surgem a partir de três de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à
condições inerentes à vida organizacional: diferenciação de ativi- geração de tensões em busca de seu alcance;
dades; recursos compartilhados; atividades interdependentes. E • Diferenças em termos de informações e percepções, costu-
são decorrentes de duas condições desencadeantes: percepção meiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos
da incompatibilidade de objetivos; percepção da oportunidade de nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto
interferência. “Como consequência, a parte afetada se engaja em ocorre também com o outro lado com quem temos de conversar ou
um comportamento de conflito” (CHIAVENATO, 2009, p.363). apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma
De acordo com Chiavenato, “a maneira pela qual um conflito diferente de ver as coisas.
é resolvido influencia os resultados – construtivos ou destrutivos –
que ele produz e, portanto, os futuros episódios de conflito” (2009, A seguir, é possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas
p.365). Segundo o autor, o conflito pode ser resolvido de três ma- características:
neiras (sendo que nas duas primeiras tende-se a uma continuidade Nível 1 – Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se
do conflito): normalmente por ser racional, aberta e objetiva;
1. Resolução ganhar/perder – uma das partes vence o conflito Nível 2 – Debate: neste estágio, as pessoas fazem generaliza-
e frustra a outra; ções e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O
2. Resolução perder/perder – cada parte desiste de seus obje- grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir;
tivos e ambas perdem; Nível 3 – Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam
3. Resolução ganhar/ganhar – as partes identificam soluções a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa
que permitem a ambas atingirem seus objetivos. escolhidos pela outra parte envolvida;
Nível 4 – Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconce-
O pensamento administrativo tem-se preocupado profunda- bidas com relação à outra parte, fruto de experiências anteriores
mente com os problemas de obter cooperação e de sanar conflitos. ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas
O conflito não é nem casual nem acidental, mas é inerente à vida assumam posições fixas e rígidas;
organizacional ou, em outros termos, é inerente ao uso do poder. Nível 5 – Loss of face (ficar com a cara no chão.): trata-se da
O texto a seguir, oriundo de curso da Polícia Militar de Per- postura de “continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até
nambuco, apresenta os principais aspectos do gerenciamento de o fim”, o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes
conflitos. envolvidas se retire;
Nível 6 – Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e
Administração de Conflitos a punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma
Os conflitos surgem por razões tipo competição entre as pes- das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez
soas, por recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de mais restrito;
alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação Nível 7 – Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se
de uma pessoa em relação a outra, assim como podem ser atendi- as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita frequência os
dos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não conquis- primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se
tados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos;
e medo; luta pelo poder; necessidade de status, desejo de êxito Nível 8 – Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se
econômico; exploração de terceiros (manipulação); necessidades auto-preservar e se proteger passam a ser a única preocupação. A
individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado;
informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas Nível 9 – Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de
diferenças culturais e individuais; divergência e metas; tentativa de fato e não há alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados
autonomia; emoções não expressas/inadequadas; obrigatoriedade envolvidos ou a derrota de um deles.
de consenso; meio-ambiente adverso e preconceitos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Um conflito, como já se viu, frequentemente pode surgir de No entanto temos potenciais de efeitos benéficos dos conflitos,
uma pequena diferença de opiniões, podendo se agravar e atingir a saber:
um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo, para • São bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos
lidar com estes é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitu- participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma
de e como estamos preparados para trabalhar com eles; causa;
Existem inúmeros tipos de conflitos e sua identificação pode • Ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da orga-
auxiliar a detectar a estratégia mais adequada e talvez possamos a nização, pois qualquer episódio de conflito pode haver diferente
partir destas informações, saber como superá-los ou utilizá-lo como ganhador (independentemente das percepções anteriores);
um auxilio de crescimento na organização: • Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar
• Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte num conflito específico, mas também de garantir mais poder.
dos elementos envolvidos, uma clara consciência de sua existência.
Eventualmente nem precisam ser trabalhados. Mas para que a administração de conflitos possa ocorrer com
• Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, sucesso, é necessário que ambas as partes saibam se comunicar,
racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda ouvir, e perguntar, pois sem diálogo, não há comunicação nem
manifestações abertas do mesmo; solução possível para os problemas, a maioria dos erros, omissões,
• Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em irritações, atrasos e conflitos são causados por uma comunicação
que há emoção e forma consciente; inadequada.
• Conflito manifesto: trata-se de conflito que já atingiu ambas Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser con-
as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica siderados úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas,
da organização. portanto é possível constatar que nenhuma organização está livre
• Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas de conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se beneficia
e podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade, sexo, com eles.
valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros, e por Os conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade
diferenças de papeis, podemos dividir este tipo de conflitos em da organização, mas também podem agir de maneira construtiva
dois: estimulando o potencial de inovação.
• Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas
existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das
não encontrando apoio junto aos seus subordinados e vice-versa. tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas
Neste caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a é que nascem oportunidades de crescimento mútuo.
maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão A administração moderna deve encarar o conflito como uma
a ser tomada. força constante dentro da organização e procurar administrá-la
• Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, para que estes atuem de maneira construtiva através das técnicas
agir, falar e tomar decisões. As “rixas pessoais” fazem com que as da administração de conflitos.
pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses
conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca
abordadas entre os interessados. O resultado é um confronto tácito
que reduz em muito a eficiência das relações. ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
• Todos os conflitos podem ser resolvidos, mas nem todos os
conflitos irão ser resolvidos”. A afirmação paradoxal é de George
Manter a organização no ambiente de trabalho é muito impor-
Kohlrieser, psicólogo especializado em comportamento organiza-
tante para qualquer profissional que queira ter mais produtividade
cional. Desta forma, ele quer demonstrar que não há limites para
e qualidade, pois garante às pessoas melhores condições de vida e
quem está disposto a se esforçar para atingir seus objetivos.
facilidade no dia-a-dia, além do conforto e limpeza.
Consequências do conflito A desordem pode causar muitos atrasos e até situações des-
Podemos identificar em algumas situações, vários aspectos do confortáveis, como a perda de tempo, por exemplo, quando é pre-
conflito que podem ser considerados como negativos e aparecem ciso encontrar algo como um documento, um número de telefone
com frequência dentro das organizações. anotado ou até mesmo um simples lápis. Essa desorganização im-
• Quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando plica no rendimento do profissional e acaba afetando o seu humor
em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e e a sua saúde, além da possibilidade de desentendimento ou des-
mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução; gaste com outras pessoas.
• Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos Para garantir que o ambiente de trabalho esteja adequado é
de “perdedores habituais”, interferindo na sua percepção e na necessário fazer uma avaliação de tudo que existe lá. Precisa-se en-
socialização daqueles que entram na organização; tender que muitas coisas não estão sendo utilizadas e podem ser
• Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos descartadas ou, até repassadas para profissionais de outros setores
envolvidos, como ocorre frequentemente em organizações. Se por da empresa. A partir dessa “limpeza” faz-se uma organização de
um lado existem os estereótipos genéricos referentes às categorias tudo que é realmente necessário e usado constantemente. Todos
profissionais, dentro de cada organização, além dos tipos que os objetos devem ter o seu devido lugar e sempre que forem utili-
fazem parte de sua cultura individual, como seus heróis, mitos, zados devem voltar para o local original.
tipos ideais, começam a surgirem seus “perdedores”, “ganhadores”, Num tempo onde a tecnologia prevalece e muitos documentos
“culpados” e “inimigos”. e arquivos são digitais, não se pode deixar de lado a ordem também
das ferramentas que utilizamos, como, por exemplo, os e-mails, ar-
quivos, pastas e agendas. Essa prática garante praticidade e segu-
rança de ter todos os dados importantes no momento em que for
preciso encontrá-los.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
É preciso lembrar também da organização pessoal, em ações
simples como ter a agenda em dia, não se atrasar para compromis- QUALIDADE EM ATENDIMENTO
sos, reuniões e tarefas.
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto-
5S - A organização no ambiente de trabalho maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois
Para trabalharmos bem, precisamos estar num ambiente agra- ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus
dável - limpo, organizado, de fácil acesso. Para tanto, precisamos diversos públicos (internos, externos e misto).
usar o 5S. Veja como estas cinco palavras japonesas podem fazer a As organizações têm passado por diversas mudanças buscan-
diferença em seu local de trabalho. do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os
Dê uma olhada no seu local de trabalho - seja ele uma sala maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa
de escritório, uma oficina, um táxi, qualquer lugar - é um lugar or- competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado,
ganizado? Devido à correria do dia a dia, não temos tempo para reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competiti-
prestarmos atenção nisso. E por isso, em alguns casos, trabalhamos vos e de qualidade.
num lugar desorganizado. A reestruturação das organizações gerou um público interno
Algumas pessoas acreditam que este tipo de ambiente indica de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes,
que os funcionários trabalham bastante, não tendo tempo para cui- responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em to-
dar destas coisas. Mas podemos continuar produzindo o suficiente dos os setores. Diante desse novo modelo organizacional, é que se
e, ao mesmo tempo, cuidar do nosso local de trabalho. propõe como atribuição do profissional de Relações Públicas ser o
A primeira coisa que devemos ter em mente é que esta or-
intermediador, o administrador dos relacionamentos institucionais
ganização é importante. Afeta até mesmo o nosso rendimento no
e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, fica
serviço. Quando estamos num lugar organizado, trabalhamos mais
claro que esse profissional tem seu campo de ação na política de
animados. Se precisamos procurar alguma coisa como uma ferra-
relacionamento da organização.
menta ou uma nota fiscal, achamos com muito mais facilidade.
Agora, se temos problema com a organização, existem algu- A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como
mas ferramentas que podem nos ajudar. Uma desta ferramentas um feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa signi-
é o 5S - uma metodologia japonesa para organização de qualquer ficativamente maior que um simples programa de comunicação
ambiente. impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre-
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos,
O que significa os 5S? São palavras que, transliteradas para o treinados, com visões integradas e em permanente estado de alerta
nosso idioma, começam com a letra S. São elas: Seiri, Seiton, Seisõ, para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente.
Seiketsu e Shitsuke. Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela-
Seiri - senso de utilização - verifica o que é realmente necessá- ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica,
rio no ambiente de trabalho (ferramentas, materiais, papéis etc). O social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os
que não está sendo usado é guardado ou descartado. Este processo objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio-
diminui os obstáculos à produtividade no trabalho. namento.
Seiton - senso de ordenação - enfoca a necessidade de um es- Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi-
paço organizado (quadro de ferramentas, arquivo de documentos cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu-
etc). Dispomos os materiais que precisamos no nosso serviço de nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como no
maneira a melhorar o fluxo do nosso trabalho e eliminando movi- nível de persuasão nos negócios.
mentos desnecessários.
Seisõ - senso de limpeza - a limpeza é uma necessidade diá- Pronúncia correta das palavras
ria de qualquer ambiente. Geralmente, em escritórios existe uma Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
equipe que faz esta limpeza. Mesmo assim, podemos ajudar jogan- - Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
do o lixo fora, por exemplo. Existem ambientes, como as oficinas, - Enfatizar a sílaba certa;
por exemplo, onde os funcionários devem fazer esta limpeza. No - Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
final do expediente pode-se tomar alguns minutos para executar
esta organização. Por que é importante?
Seiketsu - senso de saúde - este senso pode parecer um tanto
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega-
metódico, mais é importante. Basicamente, ele padroniza as práti-
mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem
cas do trabalho, como manter os materiais juntos, canetas com ca-
sem ser distraídos por erros de pronúncia.
netas, livros com livros e assim por diante. Favorece a saúde física,
mental e ambiental.
Shitsuke - senso de autodisciplina - quando implantamos os Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras de pronún-
últimos quatro S considerados, aplicamos este quinto S para fazer cia que se aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um
a manutenção e manter a ordem em nosso ambiente de trabalho. alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabetos árabe,
É um tanto difícil, pois é necessário fazer com que os funcionários cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês, a escrita não é feita por
mantenham a ordem no local de trabalho. Devem seguir regras meio de um alfabeto, mas por meio de caracteres que podem ser
como “usou, guarde”, “sujou, limpe”. Não é fácil, mas é importante compostos de vários elementos.
tentar. Esses caracteres geralmente representam uma palavra ou par-
Algumas empresas fazem, periodicamente, inspeções nos de- te de uma palavra. Embora os idiomas japonês e coreano usem ca-
partamentos para a verificação da organização. Pode se nomear racteres chineses, estes podem ser pronunciados de maneiras bem
alguns funcionários para fazer estas inspeções de tempos em tem- diferentes e nem sempre ter o mesmo significado.
pos. O objetivo é fazer uma manutenção dos 5S, ajudar na aplica-
ção dos princípios por parte dos funcionários.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se Pronúncia de números telefônicos
use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al-
o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do garismo.
grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es- Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo.
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia Lê-se em caso de uma sequencia de números de três em três
parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro números jun-
letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes, tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos.
simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memorizar O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número
as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês, “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”.
a pronúncia correta exige a memorização de milhares de caracteres. Veja abaixo os exemplos
Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda de acordo 011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero –
com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção a esse as- zero, três
pecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas. 021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – três, três –
Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im- quatro, três
portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse 031.386.1198 – zero, três, um – três, oito, meia – onze – nove,
tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí- oito
laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna Exceções
relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se 110 -cento e dez
houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
111 – cento e onze
do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
211 – duzentos e onze
corretamente as palavras.
118 – cento e dezoito
Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
511 – quinhentos e onze
aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç. 0001 – mil ao contrario
Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de Atendimento telefônico
esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor
coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili-
bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto,
quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo- que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível
ram discutidas no estudo “Articulação clara”. para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se-
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos-
país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo sam receber bom atendimento ao telefone.
país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di- Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para
cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi- o atendimento telefônico:
nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à • não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo.
instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene- É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a
ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo- ligação em seguida;
cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos • o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de
falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços;
que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade. • atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas;
familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema • agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “bo-
numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com a-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são ati-
palavras que não usa no cotidiano. tudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do
cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im-
Maneiras de aprimorar portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também
Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão
esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que
conta disso.
ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con-
mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá-
tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais,
a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal
usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que
Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de- o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas
pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua
letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importan-
fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta. tes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al- que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro-
guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus misso e credibilidade.
erros.
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção
aos bons oradores.

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro- • Comportamento ético na conversação – o que envolve tam-
cedimentos para a excelência no atendimento telefônico: bém evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
• Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta
de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente Atendimento e tratamento
da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de
outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo
o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo- com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma,
cutor se sinta importante; uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.
• assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que aten-
de ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, com- A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada
prometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida. por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a:
Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediatamente • competência – recursos humanos capacitados e recursos tec-
saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.Se não nológicos adequados;
for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente de- • confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele-
verá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o cidos previamente;
número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema • credibilidade – honestidade no serviço proposto;
rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
• segurança – sigilo das informações pessoais;
procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de
confirmará a recepção do pedido ou chamada;
contato;
• Não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser-
da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para
confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a viços.
seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos em
contato com o senhor Fatores críticos de sucesso ao telefone:
• Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo,  A voz / respiração / ritmo do discurso
ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar  A escolha das palavras
que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-  A educação
dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado
atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada; da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você
• Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófi- transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao
ca: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas; conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser
• Manter o cliente informado: como, nessa forma de comuni- reveladas, tais como:
cação, não se estabele o contato visual, é necessário que o aten- • Interesse ou desinteresse,
dente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante • Confiança ou desconfiança,
alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois, • Alerta ou cansaço,
peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque pou- • Calma ou agressividade,
cos segundos podem parecer uma eternidade para quem está do • Alegria ou tristeza,
outro lado da linha; • Descontração ou embaraço,
• Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a • Entusiasmo ou desânimo.
informação importante perto de si e ter sempre à mão as informa-
ções mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapi- O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por
dez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente; minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga: aproximadamente, tornando o discurso mais claro.
quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e
voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar
vai retornar a chamada.
que não existe entusiasmo da sua parte.
Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao
atendimento telefônico:
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição para ser- cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa-
vir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usu- tia. Está relacionada a:
ários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mes- • Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando
ma forma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas; prontamente a solicitação do usuário;
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer • Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordia-
palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a lidade;
mensagem do interlocutor); • Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre-
• Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro- vistas.
nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões
como “meu bem”, “meu querido, entre outras); A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
• Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
se fala); constante para todos nós.

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica- 13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem
ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra
instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da
um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri- empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar
mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esqueci-
consecução. mentos.
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te-
Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem
modo a atingirmos a excelência, confira: realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble-
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for- mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinteres-
mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se- sado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação do
riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa- cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por para que a outra parte se sinta acolhida.
conta do profissionalismo demonstrado. 15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente,
2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para
prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que a identificação dos problemas existentes e consequentemente para
atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos as possíveis soluções que os mesmos exigem.
eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha 16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para
“limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios. alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo
3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente
minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon-
que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na
fale mais alto. medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente
4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não co- não tenha que esperar muito tempo para ser atendido.
meta o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encontrar
o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente Buscar a excelência constantemente na comunicação huma-
entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com na é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos
clareza e objetividade. nos comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro-
para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples
de interpretação por parte do cliente. mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos
6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar-
educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o aten- mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante.
tamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois
assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao
esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam atendimento de ligações ou transferências
sozinhos. O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por
7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu
que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato
confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati- com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para
vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes. a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri-
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente meira impressão é a que fica.
para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do
cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone. seu trabalho:
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender - Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possí-
o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de- vel. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo.
monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente - Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante
a máxima eficiência. que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta cha-
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome mando merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deve ser
da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra- apressada ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grossei-
dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando ra, você não deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procu-
for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e re acalmá-la.
reafirmando o que foi acordado. - Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece atenção
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre simpá-
está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça tica e demonstrar interesse em ajudar.
a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente, - Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhes
ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta importantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são
à organização. confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é um deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas
dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, que ligações telefônicas é considerada uma falta grave, sujeita às pena-
é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais que lidades legais.
foram abordados.

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O que dizer e como dizer O que você precisa saber:
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama- O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu mate-
das externas: rial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você deve
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que você
sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite. usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Telefôni-
- Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pessoa. Você ca, que permite você fazer ligações internas (de ramal para ramal) e
deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten- externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
deu corretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e - PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema,
transfira a ligação. todas as ligaçõesinternas e a maioria das ligações para fora da em-
presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que en-
Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui; tram, passam pela telefonista.
faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário - KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de
e evite assuntos pessoais. saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista
Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu Informações básicas adicionais
interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação, man- - Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações
tenha-o ciente dos passos desse atendimento. telefônicas. Eles se dividem em:
Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela. * Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer
Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposi- ligações para fora sem passar pela telefonista
ção dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem * Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi-
realmente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o lio da telefonista para ligar para fora.
cliente de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido * Ramais restritos: só fazem ligações internas.
transferida várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse -Linha - Tronco: linha telefônica que ligaa CPCT à central Tele-
caso, anote a situação e diga que irá retornar com as informações fônica Pública.
solicitadas. - Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica-
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência, mente as linhas que estão em busca automática, devendo ser o úni-
diga à pessoa que chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar co número divulgado ao público.
o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe - Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre ramais e
uma linha ocupada com uma pessoa que está apenas esperando a linhas-tronco.
liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa- - Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza-
mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em ção de ligações interurbanas.
falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligação e - DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran-
dizer: “Desculpe-me interromper sua ligação, mas há uma chamada queado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone chamado.
urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a) pode - DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão
atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se não, direto para o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é
diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme sua possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
possibilidade em auxiliar. - Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis-
tância e horário.
Lembre-se: - Consultores: empregados da Telems que dão orientação às
Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas for- empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele-
malidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira comunicações.
desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz - Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar
a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento. assistência às CPCTs.
A conversa: existem expressões que nunca devem ser usadas, - Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá-
tais como gírias, meias palavras, e palavras com conotação de inti- rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em
midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional. CPCTs do tipo PBX e PABX.

Equipamento básico Em casos onde você se depara com uma situação que repre-
Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
o bom andamento do seu trabalho: cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
- Listas telefônicas atualizadas.
- Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem al- 1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
fabética).  Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva.
- Relação dos números de telefones mais chamados.  Acima de tudo, mantenha-se calmo.
- Tabela de tarifas telefônicas.  Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um
- Lápis e caneta estado de nervosismo.
- Bloco para anotações  Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
- Livro de registro de defeitos. nervoso (a), tente acalmar-se”.
 Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam
acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo

2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?


 O tratamento deverá ser sempre positivo, independente-
mente das circunstâncias.

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
 Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a enten- Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
der que você não é o alvo.  For paciente e compreensivo com o Cliente.
 Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para  Tiver uma crescente capacidade de separar as questões
não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positiva- pessoais dos problemas da empresa.
mente, coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele  Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas,
reaja de modo positivo. sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para-
-raios”.
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa  Não fizer pré julgamentos dos clientes.
 ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível.  Entender que cada cliente é diferente do outro.
 Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao  Entender que para você o problema apresentado pelo
seu alcance para que o problema seja resolvido. cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o proble-
 CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai cor- ma é único, é o problema dele.
rigir.  Entender que seu trabalho é este: atender o melhor pos-
 Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema. sível.
 EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.  Entender que você e a empresa dependem do cliente, não
 Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, ele de vocês.
mas com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justifi-  Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o
cativas”. Este é um problema da empresa. futuro da relação do cliente com a empresa.

4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer? POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia-
 Concentre-se para entender o que realmente o Cliente lidade)
quer ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
 Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até A FUGA DOS CLIENTES
que o Cliente entenda. As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo-
 Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente, gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o Numa escala decrescente de importância, podemos observar
Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução. os seguintes percentuais:
 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de
5ª – Discussão com o Cliente postura no atendimento;
Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você  14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
sempre perde!  9% fogem pelo preço;
Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “dis-  9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.
cutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de forma
que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Clien- A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas
te, quando esta for negativa. Exemplos: organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser-
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em
O Cliente está... Reaja de forma oposta
satisfazer plenamente o cliente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente. tam profissionais com características básicas para atender o públi-
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
Irritado Mantenha a calma. um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo
com as características individuais e o bom senso de cada um.
Desafiando Não aceite. Ignore o desafio. A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
Diga-lhe que é possível resolver o tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação.
Ameaçando problema sem a necessidade de uma Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas-
ação extrema. sam pela condição individual e por condições sistêmicas.

Diga-lhe que o compreende, que Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:


Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma opor- 1. Falta de uma política clara de serviços;
tunidade para ajudá-lo. 2. Indefinição do conceito de serviços;
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
mento;
6ª – Equilíbrio Emocional 4. Falta de um padrão de atendimento;
Em uma época em que manter um excelente relacionamento 5. Inexistência do follow up;
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien- 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
atendimento a Clientes. de pessoas com características opostas ao necessário para atender
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO  Cultivar um estado de espírito positivo.
Observando estas duas condições principais que causam a vin-  Satisfazer as necessidades do cliente.
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar  Cuidar da aparência.
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e
a postura de atendimento. Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi- dade e nossa condição emocional.
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: POSTURA. São eles:
o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um
to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponível
com as condições sistêmicas. para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POSTURA
DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos positivos
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensa- nos clientes, como por exemplo:
do às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito
as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi-
ligado às condições individuais. mento;
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten- transmite ao cliente a humildade do atendente;
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito
como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes e segurança;
dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de- d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade
pendência recíproca para terem peso. e calorosidade.
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento. 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se
caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento: que expressamos no nosso corpo.
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre- Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor-
ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti-
seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais
um ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente livres do stress, das doenças, dos medos.
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante-
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida- 03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as-
des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu-
serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função
às necessidades dos clientes e atendê-las. social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades sobre o observador e quem a expressa.
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or-
ganismo e o seu meio ambiente.
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
O olhar
profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do
em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais
felicidade do outro.
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍRITO
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so-
POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, para
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o
ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que
real sentido dos olhos.
é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi-
trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von-
do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e
consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor
a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços pelo atendimento.
para o cliente. Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho
nos nossos olhos ? A resposta é simples:
Os requisitos para contratação deste profissional Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos de ajudar o próximo.
são essenciais ao atendente. São eles: Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto,
 Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz. pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para
 Gostar de lidar com gente. o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender
 Ser extrovertido. as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito.
 Ter humildade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:  O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
01. Interesse quando: sem ser solicitado;
 Brilha;  O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beiji-
 Tem atenção; nhos e tapinhas nas costas;
 Vem acompanhado de aceno de cabeça.  O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar.
02. Desinteresse quando:
 É apático; Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
 É imóvel, rígido; nal do atendimento.
 Não tem expressão.
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. O sorriso
A aproximação - raio de ação. O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de versal.
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
deste ser cliente ou não. para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta- caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
mente. diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná- terpretado como um ato de apaziguamento.
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das
interação, a tornam mais eficaz. pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver- liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu-
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente
certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
os seus anseios. podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di-
versas emoções no outro.
Alguns exemplos são:
Ir ao encontro do cliente
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no
limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân-
para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten-
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades,
do pagamento;
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en-
3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com
carro entrando no posto e faz uma sudação...
ele.
A INVASÃO A primeira impressão
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA- Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI-
SÃO DE TERRITÓRIO. RA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
Vamos entender melhor isso. Você concorda com ela?
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ- No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre-
RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial,
não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin- se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar.
cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien-
como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus
distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação. desejos satisfeitos.
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen-
privacidade, o que normalmente traz consequências negativas. te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as
Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri- empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta,
queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas visitas, mas nem sempre são eficazes.
estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien-
encostando nele; dar um tapinha nas costas... tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca-
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva- nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re-
mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu- Quando as organizações atentam para essa importância, elas
des e situações mais comuns: passam a aplicar instrumentos de medição.
 Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida-
bem; de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
 Seguir o cliente por toda a loja; a opinião aberta sobre o assunto.
 O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as
passageiro; informações reais.

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
adquiridos da empresa. calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
do cliente será de compreensão.
Apresentação pessoal Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
mal cuidadas... ? As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir cada palavra tem a sua vibração especial.
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá-
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. Saber escutar
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
pleto. São eles: você respondeu que não, você errou.
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça; sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos comunicação.
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as- O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa
seadas, barba feita; capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
03. Roupas limpas e conservadas; cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar-
04. Sapatos limpos; reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação.
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo São elas:
cliente. * os nossos PRECONCEITOS;
* as DISTRAÇÕES;
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência * as ANTIPATIAS.
pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos
para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
e o atendente. fazendo uma leitura completa da situação.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recepti-
Cumprimento caloroso vidade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o que
O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir- nos sugere que é preciso escutar mais do que falar.
meza ? Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa-
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al- lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira-
guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios
mão. e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa conseguir atende-las.
energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos
o contato. conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen-
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso
a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente.
estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres- Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já
peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão, falamos antes.
mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e Agilidade
compromisso com o contato. Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali-
É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado dade do serviço prestado.
ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos, A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res-
totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal. peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum- em relação à utilização adequada do seu tempo.
primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática. Quando há agilidade, podemos destacar:
 o atendimento personalizado;
Tom de voz  a atenção ao assunto;
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de  o saber escutar o cliente;
intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala-  cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante
vras, são mais importantes do que as próprias palavras. todo o seu percurso na empresa.
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi- O calor no atendimento
ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran-
com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
do cliente. sobre postura.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para * colocar problemas salariais;
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor- * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E
satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração. NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao Usar chavões
atendente como um bumerangue. O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de
O EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos
atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do clien- aqui, os mais comuns:
te em relação ao atendente. Com este efeito, as atitudes batem e
voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente se sente bem e trata PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE
o atendente com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de ATENDENTE?
forma negativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
produção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço. * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que SENHOR...
façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
SERVIR AO PRÓXIMO. * AÍ VEM ELE DE NOVO...
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera-
atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá ção do lado bom da pessoa que atende o cliente.
embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim, Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo
o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões
FELIZ. (pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi-
mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim-
As gafes no atendimento plesmente não volta mais.
Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical
também é importante sabermos quais são as formas erradas, para no pensamento e postura do atendente.
jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadei-
ro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes,
Impressões finais do cliente
que são:
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o
cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente-
Postura inadequada
mente, sobre a empresa.
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do clien-
ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do
te:
cliente.
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pesso-
Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa-
al) e/ou telefônico com o atendente;
do, o atendente:
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhe-
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte- cê-las com mais detalhes.
raja no raio de ação);
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento; Momentos da verdade
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi-
devem ser feitas no banheiro); sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere- organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço.
cem lanches ou têm cantina); O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do
* gritar para pedir alguma coisa; cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é
* se coçar na frente do cliente; o momento que separa o grande profissional dos demais.
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satis-
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: fação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATEN-
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por DIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de
exemplo; elementos básicos do processo de interação, que são:
* receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços A ) a pessoa
na frente do cliente; A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. En-
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o tão, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente; que está na frente e precisa de atenção.
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien- No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen-
te; te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades.
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais; Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e,
* reclamar na frente do cliente; portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
* lamentar;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
B ) a hora Empatia
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig-
pois somente nele podemos atuar. nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu- nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente -
são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar
fazer isto da melhor forma. dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a
partir de nossas referências e valores.
C ) a tarefa A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar-
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais
diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor- isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos
tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
as suas necessidades. tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver- E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná- capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação
rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
da Verdade. atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é impos-
Teleimagem sível ser empático.
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
empresa e dele mesmo. deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo.
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con- O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este de, impedindo-a de ser feliz.
atendente). Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca- do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa,
para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten-
podemos ajudar.
dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra-
Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos
vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário
e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente.
e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as
tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM.
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabemos
repartir, não sabemos doar.
São eles:
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e
atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse. nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har-
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e monização com o outro e passam por cima de tudo.
atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir- OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM
-se assistido, valorizado, respeitado, importante. O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO
LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES-
02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden- SIDADES.
te passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente
PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu, Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois
mulherzinha, queridinha, colega... as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é
educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li- empatia.
gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação
para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu PERCEPÇÃO
o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap-
atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo
sem atender; dar risadas no telefone. de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos
passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais
Aspectos psicológicos do atendente próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento. mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an-
Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento. tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar
Vamos a eles. as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis-
cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia- fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte
tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi- do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre
tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres-
um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa
quero comprar aquele carro ali”. é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni- Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações. quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di-
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble-
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. mas desta espécie.
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender: * atender pessoalmente e interromper com o telefone
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * atender o telefone e interromper com o contato direto
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * sair para tomar café ou lanchar
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente.
agradável de comida;
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais
amena da repreensão e reprimir a mais severa. Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo deve ser poupado dele.
de defesa.
Os desafios do profissional de atendimento
O ESTADO INTERIOR Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si-
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes-
ção interna, o estado de espírito diante das situações. tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio- mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações.
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas Encantando o cliente
Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
atitudes serão mais positivas frente ao cliente.
seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e
cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati-
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a
tudes frente ao cliente.
grande diferença no atendimento.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne-
gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
Atuação extra
advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que se
* Atitudes preconceituosas;
caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabelecidas
* Atitudes de exclusão e repulsa; nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima da ex-
* Atitudes de fechamento; pectativa do cliente.
* Atitudes de rejeição.
Autonomia
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade, Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas,
clientes e as situações. nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi-
dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco-
O ENVOLVIMENTO nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente.
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcionário
verdadeiro sentido de atender. precise decidir, deve haver autonomia.
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado, No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia
que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser- do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o
viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de sucesso deste tipo de trabalho.
fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten- Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po-
dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con-
clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio.
trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta deliderança, o Às vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança do
nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera- chefe.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, desbu- Visão Operacional e Visão Estratégica
rocratização, respeito, compromisso, organização. Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro , não des específicas. Melhorar algo que já existe.
precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as-
sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...” Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o sistema de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital, visto maneira interrelacional.
que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que será ge- Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor
rada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao atender, era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações
o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são
uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas atitudes recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da
devem estar em conformidade com a proposta de visão que essa Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
organização possui, focando sempre em um atendimento efetiva- investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos
mente eficaz e de qualidade. não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos
invernos como, também, fazê-los em Paris.
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri-
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores
Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade
forma efetiva, riqueza. para a organização e maior satisfação dos clientes.
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté-
Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane- gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não
ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a
o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com- Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co-
prar até a entrega do produto terminado para o cliente. nhecida por LOGISTICA.
É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis-
tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações Sendo assim:
essenciais para a execução de todas as atividades da Organização.
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
niais EFICIENCIA EFETIVIDADE
A evolução da Administração de Materiais processou-se em ESPECIFICA SISTEMICA
várias fases:
- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre- QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA
sa, pois comprar era a essência do negócio; MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
- Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
QUANTO QUANDO
se, portanto, integradas à área de produção;
- Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando
com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
acabados, em uma organização independente da área produtiva; niais
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área - Qualidade do material;
de marketing. - Quantidade necessária;
- Prazo de entrega
Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente - Preço;
de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a - Condições de pagamento.
Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri- Qualidade do Material
ma, porém não haja excedentes. O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas aceitação dentro e fora da empresa (mercado).
fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração Quantidade
de Materiais tem como função principal o controle de produção e Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades
estoque, como também a distribuição dos mesmos. da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci-
mento geral da empresa bem como o excesso em estoque.
As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Pa-
trimoniais Prazo de Entrega
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência. Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi-
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou- mento aos consumidores e evitar falta do material.
tras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Menor Preço ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos pode-
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um rão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si.
lucro maior. Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo
critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem,
Condições de pagamento contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha qualidade.
maior flexibilidade na transformação ou venda do produto. O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo-
gação, simplificação, especificação, normalização, padronização
Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis- e codificação de todos os materiais componentes do estoque da
tração Patrimonial empresa.
A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi- O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa-
nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle
distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon- eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento
sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a correto do almoxarifado.
conservação e manutenção de bens.
A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi- O princípio da classificação de materiais está relacionado à:
dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais Catalogação
necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições. A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de
Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun-
inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas-
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera- trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da
ções gerais de controle de estoques etc. empresa.
A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis- Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi-
tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres- dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso
cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a
na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor
simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi-
custo.
carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de
despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do
capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das
haja a normalização.
necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên-
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá for-
cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma-
necer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o
terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da
que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como tam-
administração.
bém o desempenho daqueles que se servem do material, pois a não
São tarefas da Administração de Materiais:
- Controle da produção; simplificação (padronização) pode confundir o usuário do material,
- Controle de estoque; se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra forma de
- Compras; maneira totalmente diferente.
- Recepção;
- Inspeção das entradas; Especificação
- Armazenamento; Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do
- Movimentação; material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor
- Inspeção de saída entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de
- Distribuição. material a ser requisitado.

Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- Normalização


dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza- A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili-
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for- e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino-
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o e formato.
serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature-
za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.), Codificação
ou do tipo de demanda, estocagem, etc. É a apresentação de cada item através de um código, com as
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou
Classificação de Materiais letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena-
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu- função de uma boa classificação do material, poderemos partir para
são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica- necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al- produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se como materiais em processamento que estão sendo processados
a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque por-
numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili- que já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque
zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já
precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manu-
respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código tenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais
alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa.
afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen- Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em
tarem na pronta identificação de um material. diversos setores da empresa.
O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida-
des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na
estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate- que é essencial do que é secundário em termos de valor de consu-
riais. mo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a im-
características: ser abrangente, flexível e prático. portância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, consumo em determinado período. Curva ABC é um importante
em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; instrumento para se examinar estoques, permitindo a identifica-
- Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos ção daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados
de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia- quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo
mento do estoque; espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo
- Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque
eles possam ser classificados em ordem decrescente de importân-
Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária cia.
uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. Os materiais são classificados em:
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de - Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra-
materiais. balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados
aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
orientativos e não são regra).
- Por tipo de demanda
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados
- Materiais críticos
logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
- Pericibilidade
gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem
- Quanto à periculosidade
em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
- Possibilidade de fazer ou comprar
30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são
- Tipos de estocagem
regra).
- Dificuldade de aquisição
- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de
- Mercado fornecedor.
movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gera-
rem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após
- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, so-
divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate- mente 5% do valor monetário total representam esta classe, po-
riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para rém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são
os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses orientadores e não são regra).
materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de
regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais Metodologia de cálculo da curva ABC
somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se prioridades, para a programação da produção.
forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
automático, com base na demanda prevista e na importância para
a empresa.

Os materiais de estoque se subdividem ainda;

Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que


compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desne-
cessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim,
economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC
Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados - Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica-
como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi-
podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da em- ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de:
presa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra-
Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no
para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmen- mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida-
te substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles de: há alteração da oferta do material em determinados períodos
que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à se- do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um
gurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es-
e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves
serem encontrados. burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as
seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode - Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li-
ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer-
similar podem ser encontrados facilmente? cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do
mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais
Ainda em relação aos tipos de materiais temos; em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol-
vendo fornecedores nacionais.
- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja
demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o Recebimento e Armazenagem
risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, por- compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
tanto, sujeitos ao controle de obsolescência. a conferência dos materiais destinados à empresa.
A quantidade de material cadastrado como material crítico As atribuições básicas do Recebimento são:
dentro de uma empresa deve ser mínimo. - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- lução de materiais;
tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- está autorizada;
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de mentos;
reposição ou para equipamento vital da produção. - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
riais recebidos;
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- ração de pagamento ao fornecedor;
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado - Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- rifado;
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
a função em quatro fases:
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite
a identificação de materiais que devido a suas características físico- 1a fase - Entrada de Materiais
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans- A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
os seguintes objetivos:
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de- - A recepção dos veículos transportadores;
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri- - A triagem da documentação suporte do recebimento;
cados internamente ou comprados: - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
- Fazer internamente: fabricados na empresa; está autorizada pela empresa;
- Comprar: adquiridos no mercado; - Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; contratual;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - Constatação se o número do documento de compra consta
análise de custos. na nota fiscal;
- Cadastramento no sistema das informações referentes a com-
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
materiais de estocagem permanente e temporária. - O encaminhamento desses veículos para a descarga;
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes.
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri-
mento, ou seja, é um material não de estoque.

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa- A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções
ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e
no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera- conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi –
ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci- acabados.
mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta-
do recebimento da mercadoria a ser transportada. dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres-
As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis-
relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece- so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática
bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns- isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam
tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos
transportador. O exame para constatação das avarias é feito através mesmos.
da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens, A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
quanto a evidências de quebras, umidade e amassados. lidade entre suprimento e as necessidades de produção.
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate- operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo- se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador porte.
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam:
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. As atividades que compõem a armazenagem são:
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece- - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis- identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
temas: o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
sando ao seu controle; de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da estoques de materiais administrativos.
posição de fornecedores; - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
dos e baixa dos processos de compras; a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
2a fase - Conferência Quantitativa saída para que haja controle do estoque.
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne-
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe- Tipos de armazenagem:
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco- forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re- mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po- armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
dem ser contados utilizando os seguintes métodos: do a organização do mesmo.
- Manual: para o caso de pequenas quantidades;
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens Vantagens da armazenagem:
padronizadas com grandes quantidades; A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, custos.
porcas, arruelas; - Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa- tências;
gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; - Facilidade na fiscalização do processo;
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; - Redução de perdas e inutilidades.
- Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
3a fase - Conferência Qualitativa - Agiliza o processo de entrega;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A - Compensa defasagens de produção
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da - Melhor aproveitamento do espaço;
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci-
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga- Desvantagens da armazenagem:
rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame Algumas desvantagens segundo:
dos seguintes itens: - Imobilização de capital;
- Características dimensionais; - A armazenagem requer serviços administrativos de controles
- Características específicas; e gerenciamento;
- Restrições de especificação; - A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res-
peitados;

97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno- Armazenagem interior/exterior
logia. A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a
nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra-
Armazenagem em função das prioridades gens e essencialmente material pesado.
Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma-
teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de- Armazenagem em função dos materiais
pende de vários fatores. Senão veja-se: A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
Armazenagem por agrupamento: importante classificá-los.
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e cere-
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o ais;
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
cando-os com a divisão da estante respectiva . te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
rial. e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério congelada, etc;
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um - Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
controlo rigoroso de todas as movimentações. domésticos e mobiliário;
- Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
Armazenagem por frequência principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
O controle através da ficha técnica permite determinar o local armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com o veiculo por completo.
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- - Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita- ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
mento do espaço. pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di- porte são por norma de grandes dimensões.
ário
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de Critérios de Armazenagem
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- Dependendo das características do material, a armazenagem
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
materiais.
- Fragilidade;
Armazenagem por setores de montagem - Combustibilidade;
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas - Volatilização;
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Oxidação;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Explosividade;
prioridades dentro de cada grupo. - Intoxicação;
- Radiação;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o - Corrosão;
critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple- - Inflamabilidade;
mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Volume;
- Peso;
Tipos de Armazenagem - Forma.

Armazenagem temporária Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta-


Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse- xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos
guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de
gravidade joga a favor. arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me-
lhor atenda ao fluxo de materiais:
Armazenagem permanente 1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
É um processo predefinido num local destinado ao depósito de veitamento do espaço;
matérias. 2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
O fluxo de material determina: zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham
- A disposição do armazém - critério de armazenagem; maior frequência de movimento;
- A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém; 3. armazenagem especial, onde destacam-se:
- Os acessórios do armazém; a) os ambientes climatizados;
- A organização da armazenagem. b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
normas de segurança;
c) os produtos perecíveis (método FIFO)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
ças fundidas e chapas metálicas. transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do temas e equipamentos necessários para essas funções.
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis-
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo. INTERMEDIÁRIOS
Independentemente do critério ou método de armazenamento Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala- diários atuantes em um canal de distribuição:
gens em geral. - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é re-
alizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final.
Estudo do layout Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do - Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguin- para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen-
tes condições: tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
1. Máxima utilização do espaço; vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e Atacadão
equipamentos); - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
3. Pronto acesso a todos os itens; Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além da
4. Máxima proteção aos itens estocados; venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área ge-
5. Boa organização; ográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender demandas
6. Satisfação das necessidades dos clientes. mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
agrícolas em uma determinada região.
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
guintes aspectos: curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
peso e volume); trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
2. Corredores (facilidades de acesso); presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
3. Portas de acesso (altura, largura); empresas diferentes (agentes não exclusivos).
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso);
5. Piso (resistência). IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS
Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor-
Distribuição De Materiais tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses
destacam-se:
O processo de distribuição: conceitos e estratégias - Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não
Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi- seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender clien-
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- tes individualmente;
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, - Transformação das transações em processos repetitivos e ro-
é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o tineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, paga-
produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer- mento, etc.
ta e no momento certo. - Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse acesso dos clientes a uma gama maior de produtos.
não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan-
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe-
cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a, tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias:
esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos,
dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo;
e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri- Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito,
buição. o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis
Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po-
e distribuição física dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio
- Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga- de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as
nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos
produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma, clientes;
entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or- Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro-
ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar.
produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
intermediários que são as organizações que constituem o canal de DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar
produtores e os clientes finais. alguns atributos:

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
trabalhados. para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos pre-
compra, etc. ocupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e,
- Determinar as características dos produtos quanto à perecibi- normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí-
lidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos clien- nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en-
tes. tre produtores e usuários de serviços.
- Determinar as características dos intermediários, quanto ao
tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili- Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser-
zado, sistemas de TI, etc. viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condi- nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co-
ções locais, legislação, etc. muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in-
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so- vestimentos, agentes de viagem, etc.
lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de
serviço, estratégias de marketing, etc. GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO

TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO Conflitos no Canal


FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é o Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o usu- relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
ário final, sendo também o mais comum no cenário empresarial. ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de con- membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
sumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta que ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o ven- entre os membros do canal:
dedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas (fei- - Incongruência de papéis entre os membros;
ras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marketing - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o comprador - Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am-
e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de catálogos bientais;
ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos são mais - Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es-
importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior parte perado dos outros membros;
dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por meio - Discordância no domínio da decisão;
de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse canal é - Incompatibilidade de metas específicas dos membros;
requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os intermediá- - Dificuldades de comunicação.
rios disponíveis no mercado, optando pela força de venda própria
e providenciando a movimentação física dos produtos até o cliente Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca-
final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior controle nal de distribuição:
das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem a necessi- - O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem-
dade de motivar intermediários e depender de resultados de tercei- bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca-
ros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores investimentos, distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos
uma vez que as funções mercadológicas são assumidas. diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de
conflito vertical entre esse e seus varejistas.
FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais - O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre
mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata-
alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa- cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia
bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer- competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer,
cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos
Bahia, Supermercado Extra, etc. dos preços praticados.
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri-
FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o
tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre-
a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de sentantes.
clientes (ampliar capilaridade).
Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva Poder no canal
pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen- Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de
to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio- influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro.
nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc. Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até
modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De
FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci-
TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar
reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter- o comportamento de outro(s) membro(s) do canal.
mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante
ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca Fontes de Poder no canal
de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer-
de suprimento para esses fabricantes. cidos no canal:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja,
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer- enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em ou exclusividade.
relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub-
meta às tentativas de influência do primeiro. A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis-
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência. de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais,
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor- comum na maioria deles:
mações valorizadas por outros membros do canal. - Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis-
membro detem em relação a outro membro. ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor-
reto;
Liderança do canal - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coo- enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
peração entre os membros do canal, essas características podem possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
resultar no surgimento de membros que, devido a fatores como, - Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su-
alto poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tor- primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati-
nam-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos
um padrão consistente de condições que determinam o surgimento dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de
de uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri-
o canal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles ções de tempo de espera, etc.
onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incer- - Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos
teza é elevada. parceiros da cadeia de suprimentos;
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par-
Construindo a confiança no canal ceiros; e
Muitos canais estão rumando para a construção da confiança - Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos
na sua totalidade.
do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re-
conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções
e informações.
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply
chain management:
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos
Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri-
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca-
buição:
dorias;
- Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ-
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi-
to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região, ços ou mercadorias para satisfazer a demanda;
visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda. - Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços
Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e
vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con- - Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa-
veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam-
clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante
possíveis. tanto para os fabricantes quanto para os varejistas.
- Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri-
cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo
disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in- podem ser levantadas as seguintes questões:
termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender - Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris
os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e atendem às necessidades de mercado,
outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando - Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos
osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda custos de abastecimento são compatíveis,
destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal, - Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama-
torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com nho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu- - Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com compatíveis com o mercado,
a distribuição intensiva. - Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá-
- Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus veis com os resultados operacionais gerados,
produtos por meio de um único intermediário em uma determina- - Se os métodos de transporte adotados são adequados,
da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado Em conformidade com o potencial do mercado, é importante
produto requer um esforço especializado de venda ou investimen- analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o
tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA • Ocupação otimizada da área de armazéns;
A distribuição física de produtos ou distribuição física são os • Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má-
processos operacionais e decontrole que permitem transferir os ximos possíveis à carga etc.
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer-
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994). c. Nível Operacional
Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos, É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal
desejado, pelo menor custo possível. de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ- • Carregar caminhões;
tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante • Embalar produtos;
em que a produção é terminada até o momento em que o cliente • Manter registros dos níveis de inventário etc.
recebe a mercadoria (produto).
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do MODALIDADES DE TRANSPORTE
consumidor. O transporte de mercadorias é parte fundamental do comér-
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- cio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam cliente final é o que define a satisfação do comprador e a possibili-
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não dade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio
sejam financeiros. de transporte – que atenda às expectativas do comprador.
Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida- Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos
de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro- logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qua-
dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que lidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo
estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos.
produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes
que podem ser comprados ou não. Qual o melhor modal?
O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aqua-
compra é estar disponível nas prateleiras. viário, aéreo e dutoviário.
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ- Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas van-
to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição tagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha
é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e carac-
vender seus produtos. terísticas do serviço.
Se o produto não está disponível na prateleira, independente
de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po- O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
derá ser comprado. classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com - Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível, - Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário
mas não disponível no mercado. e Ferroviário);
A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma - Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido
instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter- por um único contrato;
fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de - Segmentados: envolve diversos contratos para diversos mo-
uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida dais;
pelos demais níveis hierárquicos. - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino fi-
A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a nal, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da
operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).
com que os projetos sejam cumpridos e executados.
Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis- VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE
tração da distribuição física.
• Estratégico; Transporte Rodoviário
• Tático; É aquele que se realiza em estradas, com utilização de cami-
• Operacional. nhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil,
apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel.
a. Nível Estratégico
Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo Vantagens Desvantagens
que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
relacionadas às seguintes preocupações: • Capacidade de • Menor capacidade
• Localização dos armazéns; tráfego por qualquer rodovia de cargas entre todos os
• Seleção dos modais de transportes; (flexibilidade operacional) modais;
• Sistema de processamento de pedidos etc. • Usado em qualquer • Alto custo de
tipo de carga. operação
b. Nível Tático
É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida • Agilidade no
• Alto risco de roubo/
em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas transporte e no acesso às
Frota antiga- acidentes
preocupações são: cargas
• Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser
a mínima;

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

• Vias com gargalos • Apesar de limitado • Menor flexibilidade


• Não necessita de
gerando gastos extras e às zonas costeiras, registra nos serviços aliado a frequen-
entrepostos especializados
maior tempo para entrega. grande competitividade para tes congestionamentos nos
• Amplamente • Alto grau de longas distâncias portos
disponível poluição • É de gerenciamento
• Mercadoria de baixo
• Fácil contratação e • Alto valor de complexo, exigindo muitos
valor agregado.
gerenciamento. transporte. documentos.

• Adequado para curtas • Menos competitivo Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de
e médias distâncias à longa distância; carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não
há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante /
Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis, Encontra-se uma redução de custo de frete.
mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400
Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quan- Tipos de navios:
do o tempo de trânsito for valor agregado.
Navios para cargas gerais ou convencionais:
Transporte Ferroviário Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas, para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.
para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transpor-
tadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quan- Navios especializados:
tidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, de- Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e só-
rivados de petróleo, etc. lido), sem decks.
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por
Vantagens Desvantagens rampa, vários decks de diversas alturas.
• Grande capacidade • Alto custo de Navios Multipropósito:
de cargas implantação Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados
• Baixo custo de • Transporte lento ao mesmo tempo.
transporte (Inexistência de devido às suas operações de Granel sólido + líquido
pedágios) carga e descarga Minério + óleo
Ro-ro + container
• Adequado para • Pouca flexibilidade
longas distâncias de equipamentos.
Navios porta-container:
• Baixíssimo nível de • Malha ferroviária Transportam exclusivamente cargas em container.
acidentes. insuficiente. Sólido, líquido, gasoso
• Alta eficiência • Malha ferroviária Desde que seja em container
energética. sucateada Tem apenas 01 (um) deck (o principal)

• Melhores condições • Necessita de Transporte Aéreo


de segurança da carga. entrepostos especializados. O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e
• Menor flexibilidade pode ser dividido em Nacional e Internacional.
• Menor poluição do no trajeto (nem sempre chega
meio ambiente ao destino final, dependendo Vantagens Desvantagens
de outros modais.)
• É o transporte mais • Menor capacidade de
Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de rápido carga (Limite de volume e peso|)
cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclu- • Não necessita • Valor do frete mais
sivos (não há vias para outros modais) embalagem mais reforçada elevado em relação aos outros
(manuseio mais cuidadoso); modais
Transporte Aquaviário • Os aeroportos nor-
Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto malmente estão localizados • Depende de termi-
o transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os ma- mais próximos aos centros nais de acesso
res abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transpor- de produção.
te mais utilizado no comércio internacional.
• Transporte de gran-
des distâncias.
Vantagens Desvantagens
• Seguro de transpor-
• Maior capacidade • Necessidade de te é muito baixo.
de carga transbordo nos portos
• Menor custo de Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de
• Longas distâncias dos
transporte (Frete de custo cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis /
centros de produção
relativamente baixo) Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via
para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Tipos de Aeronaves: Razões para manter estoque
Full pax = somente de passageiros. A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi-
Full cargo = somente de cargas. ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita
Combi = misto de carga e passageiros sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos-
Transporte Dutoviário sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexi- os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se
bilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias
podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos e minimizar os custos totais de produção e distribuição.
cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos
derivados do minério, gases e grãos. Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades,
ou seja:
Vantagens Desvantagens - Melhoram o nível de serviço.
- Incentivam economias na produção.
• Muitas dutovias são - Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
• Pode ocasionar um
subterrâneas e/ou submarinas, - Agem como proteção contra aumentos de preços.
grande acidente ambiental
considerado uma vantagem, - Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo
caso suas tubulações se rom-
pois minimizam os riscos de ressuprimento.
pam
causados por outros veículos; - Servem como segurança contra contingências.
• O dutoviário transporta • Possui uma ca-
de forma segura e para longas pacidade de serviço muito Abrangência da Administração de Estoques
distancias limitada A administração de estoques é de importância significativa na
maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens
• Proporciona um menor • Custos fixos são mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da
índice de perdas e roubos mais elevados empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de
• Baixo consumo de • Investimento inicial estoques também dependem em grande parte do nível de vendas,
energia. elevado. com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes
• Requer mais licen-
• Alta confiabilidade. das realizações das vendas.
ças ambientais.
• Simplificação de carga Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven-
e descarga das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna
• Transporte de volumes sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que
granéis muito elevados. os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es-
Tipos de dutos tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi-
- Subterrâneos dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques,
- Aparentes a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os
- Submarinos estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para
manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimiza-
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. dos.
Gasodutos = gás natural.
Os estoques podem ser classificados como:
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais - Matéria-prima
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em es- - Produtos em processo
cala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta - Materiais de embalagem
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multi- - Produtos acabados
modal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos - Suprimentos
setores privados e públicos.
A razão para manutenção de estoques depende fundamental-
Estoques mente da natureza desses materiais.
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza-
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces-
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre-
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção descontos por aquisição de grandes quantidades.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. Atu-
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- almente, as modernas técnicas de administração de estoques,
renciados”. o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de
materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode
representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de
eventual oscilação de preços de seus insumos básicos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus- 2. MRP-Material Requirement Planing
tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri-
interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia- cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de
mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces- pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso
sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge-
interrupções. ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode
A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras,
por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de
realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção. material em processo, como estoque de matérias primas, partes,
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP
Técnicas de Administração de estoques consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan-
do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o
CURVA ABC melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos,
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica- mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de
mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate- uma semana para outra.
riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis-
de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re- tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que
presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total, interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados
“classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total, para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu-
“classe B” valores e quantidades intermediárias. mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces-
O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe sárias.
B e C” menos sofisticados.
3. Sistema Periódico
MODELO DE LOTE ECONÔMICO A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em
Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus- vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi-
tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con- lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para
siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais. serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada
Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não
receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida- haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada
de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe- setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca-
investimentos. racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos,
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma
Custo total = custo de pedir + custo de manter semana.

4. OPT-Optimezed Production Technology


PONTO DE PEDIDO
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen-
Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo
em consideração o tempo de entrega dos principais itens.
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma-
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda
temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como
diária
tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES forma então uma rede de filas de espera.
Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para
são: ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub-
montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên-
1. FMS (Flexible Manufacturing System) fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção.
Nesse sistema, os computadores comandam as operações das
máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen- 5. Sistema KANBAN-JIT
tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó- O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os
rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora- empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber-
ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados
em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um traba-
montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS, lhador parar a linha de montagem ou produção porque achou algo
as seguintes: errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, aju-
• Permite maior produtividade das máquinas, que passam dando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces-
a ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível. sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produção
• Possibilita maior atenção aos consumidores em função da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades ge-
da flexibilidade proporcionada. radas na montagem final. As peças ou submontagens são colocadas
• Diminui os tempos de fabricação. em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, que, ao
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumen- serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de traba-
tar a variedade dos produtos ofertados. lho que faz a última operação a essa remessa, que funciona como
uma ordem de produção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
6. Sistema Just in Time * Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se
É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa-
distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi-
sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a dos de fornecimento para cada lote de material.
responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de
esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ-
em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a res- ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda,
ponsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es-
para seus terceirizados. poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas
O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa-
suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa, ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o pe-
somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as re- dido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do pro-
lações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos de duto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material estar
comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação
tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios.
logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços ex-
pressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande
cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus for- na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia
necedores externos e internos. Um ponto muito favorável no Just estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a ro-
in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas
tatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo
de produtos.
de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos
custos totais, conforme mencionado anteriormente.
Outros sistemas de estoques
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em
duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da en- Gestão patrimonial
comenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi-
encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande van- ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio
tagem deste sistema está na substancial redução do processo bu- seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o
rocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo
“DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele-
duas gavetas distintas. mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a
uma entidade que vise alcançar determinados fins.
Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado uma
a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen- riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade coletiva,
te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que sob
ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo =Pas-
estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su- sivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza
ficiente para adquirir e repor o material no estoque. o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o
patrimônio de forma qualitativa.
Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida
para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe- como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos
lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio públi-
estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com- co. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens móveis
prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público não po-
existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até derá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a lei auto-
o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este siste- rizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência
ma obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar social, geral e própria dos servidores.
períodos iguais para um grande número de itens em estoque pois, Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter
ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em
condições vantajosas na transação (compra e transporte).
despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas-
sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen-
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas
to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de
subdivisões:
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré- forma a manter preservado o valor do patrimônio público.
-determinado:
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo que TOMBAMENTO DE BENS
estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de produ- O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
ção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) elabo- dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con-
rada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, des- ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entrada
de o recebimento do material até o embarque do produto acabado. do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, o
responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de
Vantagens: Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetiva- outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros
mente controlados por se conhecer a demanda futura. de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saí- h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste
da deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem
Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino diminua seu valor comercial;
final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio, i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base.
juntamente com os demais documentos do processo de empenho. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na lateral di-
reita;
O tombamento consiste na formalização da inclusão física de j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta
um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso não seja
único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma sequ- possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte
ência de registros patrimoniais quando for por lote, que é denomi- posterior do quadro; e
nado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se uma k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como ou-
conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada material, de tros bens aqueles materiais que não podem ser classificados cla-
acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem ramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a
a ser registrado é o valor constante do respectivo documento de plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados.
incorporação (valor de aquisição).
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de pla- A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários
queta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual conterá ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba-
o número de registro patrimonial. mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/
aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac-
meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem; terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos- histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres-
sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras);
que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremida- classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data
des ou sobre alguma indicação importante do bem. de emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e
Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura,
de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter-
órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do
própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de
terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados manutenção); localização (identificação do centro de responsabili-
em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comodato,
de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en- em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito para
costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para aliena-
peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo ção, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de con-
ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da servação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico
plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de- do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal
verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio. informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação de e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números
plaquetas (ou adesivos): do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável.
a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a plaqueta O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebimen-
deve ser fixada na parte frontal superior direita, no caso de arqui- to da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que procederá
vos de aço, e na parte lateral superior direita, no caso de armários, ao tombamento e cadastramento em sistema específico, utilizando
estantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem olha o diversos dados, tais como: número do registro; tipo de imóvel; de-
móvel; nominação do imóvel; características (descrição detalhada do bem);
b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso (compra, do-
parte frontal central, contrária à posição de quem usa o bem, com ação, permuta, comodato, construção, usucapião, desapropriação,
exceção das estações de trabalho e/ou àqueles móveis que foram cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; número do em-
projetados para ficarem encostados em paredes, nos quais as pla- penho e data de emissão; fonte de recurso; número do processo
quetas serão fixadas em parte de fácil visualização; de aquisição e ano; tipo/número do documento de aquisição (nota
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa inferior do fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de
motor; Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros);
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no nome do fornecedor (código); localização (identificação do centro
lado externo direito, em relação a quem opera a máquina; de responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaque- em comodato, em manutenção, em depósito para manutenção, em
ta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, couro depósito para triagem, em depósito para redistribuição, em depó-
ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. A pla- sito para alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
queta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; estado de conservação (bom, regular, precário, inservível); data da
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa- incorporação; unidade da federação; tipo de logradouro; número;
relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais complemento;bairro/distrito; município; cartório de registro; ma-
fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na trícula; livro; folhas; data do registro; data da reavaliação; moeda
carcaça; da reavaliação; valor do aluguel; valor do arrendamento; valor de
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada utilização; valor de atualização; moeda de atualização; data da atu-
na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motoris- alização; reavaliador; e CPF/CNPJ do reavaliador.
ta, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios;

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
CONTROLE DE BENS. informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o
conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência, Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade,
saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo;
no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação. uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra
material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação encaminhada ao Setor de Patrimônio.
dada no processo administrativo de aquisição correspondente. Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi-
A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen-
preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de
no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res- conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro
ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam- centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente
bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida- autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta
de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro
plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma-
Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá
responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo. ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta-
A transferência é a operação de movimentação de bens, com a rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção,
consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe- que tomará todas as providências para proceder à assistência de
ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato, bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios.
por meio das providências preliminares. É importante destacar que Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento
a transferência de responsabilidade com movimentação de bens de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem
somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita- envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi-
ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor. tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem
A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do
ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo.
caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve- Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público
-o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o é vedado, salvo exceções previstas em leis.
Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam-
do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res-
órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis paldo legal.
depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que INVENTÁRIO
O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser
e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabili-
realmente existe em estoque.
dade entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do
elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a
interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de
contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro-
acordo” do setor cedente com a autorização de transferência ; soli-
tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
citação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
do Termo de Responsabilidade; após a emissão do Termo de Res- grupo de itens em determinados períodos.
ponsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e do rece- nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
bedor. consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solici- patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além
tação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to-
do Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida-
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao des e providenciar as medidas cabíveis.
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui-
do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza-
ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu- ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamento
dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocor-
desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser rência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade. Podem-
observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu- -se verificar também no inventário as necessidades de manutenção
manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis,
cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das possibilitando maior racionalização e minimização de custos, bem

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na Adminis- ALIENAÇÃO DE BENS
tração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se
direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodica- como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou
mente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga-
são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio.
ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agen-
tes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os diversos Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
tipos de inventários são realizados por determinação de autorida- Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas.
de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio e das Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que
unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de car- a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem-
ga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou a bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que
qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de dispo-
37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação especí-
sição legal, mas também como medida de controle, tendo em vis-
fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação
ta que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física,
por leilão.
mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a
legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e dinada à existência de interesse público devidamente justificado.
imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi-
e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs-
Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964). tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a
bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais Administração Pública.
bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário median- A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie-
te verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins de atu- nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao
alização física e monetária e de controle, a época da inventariação Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo;
será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-responsabi- sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que
lidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação dos seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria-
dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da ges- dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró-
tão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso de prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida
bens móveis. útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri- avaliação dos bens, classificando-os em:
cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan- a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for consta-
tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. tado serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve- desuso devido ao seu estado precário de conservação; e
dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante for constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso e
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do operação, porém sem utilização.
dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis-
são de Inventário de Bens. Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi-
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou
bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento
nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos
componentes patrimoniais.
ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple- ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe-
moniais. rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compre- pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O
ende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, em outro bem.
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac- A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como-
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação: definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa- seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço
trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com- cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges-
ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na- tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições tema de planejamento governamental. Simplesmente se fazia uma
de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar,
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, sem nenhuma prioridade ou senso distributivo na alocação dos re-
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado cursos públicos.
pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que O Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de
poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas Orçamento-Programa, segundo o qual o Orçamento não é apenas
reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi- um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do
bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se gasto, mas um documento legal que contém programas e ações vin-
existe interesse pelos bens. culados a um processo de planejamento público, com objetivos e
Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar metas a alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-Programa é
o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane- nas realizações do Governo).
cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um O Orçamento Público no Brasil (Orçamento Geral da União)
servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de ao Poder Legislativo para discussão, aprovação e conversão em lei.
baixa até sua destinação final. O documento contém a estimativa de arrecadação das receitas
federais para o ano seguinte e a autorização para a realização de
O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no despesas do Governo. Porém, está atrelado a um forte sistema de
Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados: planejamento público das ações a realizar no exercício.
número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando O OGU é constituído de três peças em sua composição: o Orça-
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo mento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de
de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi- Investimento das Empresas Estatais Federais.
sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elabo-
faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de ração e controle dos Orçamentos Públicos, que estão definidos no
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por caso brasileiro na Constituição, na Lei 4.320/64, no Plano Plurianu-
processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio al, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na recente Lei de Respon-
verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro- sabilidade Fiscal.
vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procede- A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a
rá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, responsabilidade pelo sistema de Planejamento e Orçamento, e a
o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de iniciativa dos seguintes projetos de lei:
responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a - Plano Plurianual (PPA)
responsabilidade do bem. - Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao - Lei de Orçamento Anual (LOA)
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que O PPA é a lei que define as prioridades do Governo pelo perí-
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou odo de 4 (quatro) anos. O projeto de lei do PPA deve ser enviado
desfazimento.27 pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de
agosto do primeiro ano de seu mandato (4 meses antes do encerra-
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas mento da sessão legislativa).
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que De acordo com a Constituição Federal, o PPA deve conter “as
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção aos programas de duração continuada”.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta A LDO é a lei anterior à lei orçamentária, que define as metas
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- e prioridades em termos de programas a executar pelo Governo.
renciados”. O projeto de lei da LDO deve ser enviado pelo Poder Executivo ao
Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e
meio antes do encerramento da sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, a LDO estabelece as me-
NOÇÕES DE CONTROLE ORÇAMENTÁRIO tas e prioridades para o exercício financeiro subsequente, orienta a
elaboração do Orçamento (Lei Orçamentária Anual), dispõe sobre
O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento le- alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplica-
gal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa ção das agências financeiras de fomento.
de despesas a serem realizadas por um Governo em um determina- Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Poder Legislativo,
do exercício (geralmente um ano). a Secretaria de Orçamento Federal, órgão do Poder Executivo, con-
Os primeiros Orçamentos que se têm notícia eram os chama- solida a proposta orçamentária de todos os órgãos dos Poderes (Le-
dos orçamentos tradicionais, que se importavam apenas com o gislativo, Executivo e Judiciário) para o ano seguinte no Projeto de
gasto (ênfase no gasto). Eram meros documentos de previsão de Lei encaminhado para discussão e votação no Congresso Nacional.
receita e autorização de despesas sem nenhum vínculo com um sis- Por determinação constitucional, o Governo é obrigado a enca-
minhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual ao Congresso Nacional
27 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de materiais e
até o dia 31 de agosto de cada ano (4 meses antes do encerramen-
distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia
to da sessão legislativa). Acompanha o projeto uma Mensagem do
de informação: planejamento e gestão/www.administradores.com.br /www.
Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a si-
itsmnapratica.com.br/www.purainfo.com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio
tuação econômica do país e suas perspectivas.
Araujo)

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e ações como a renda agregada melhorará. Em compensação, um orçamen-
do governo federal no exercício. Nenhuma despesa pública pode to restrito em investimentos, provocará desemprego, desacelera-
ser executada sem estar consignada no Orçamento. No Congresso, ção da economia, e decréscimo no produto interno bruto.
deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Orçamen- O Governo pode provocar orçamentos expansionistas ou gerar
tos e Planos a proposta orçamentária (projeto de lei) enviada pelo um orçamento recessivo.
Poder Executivo, fazendo modificações que julgar necessárias, por Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público,
meio de emendas, votando ao final o projeto. destacamos:
A Constituição determina que o Orçamento deve ser votado e - Função alocativa - Oferecer bens e serviços (públicos puros)
aprovado até o final de cada Legislatura (15.12 de cada ano). Depois que não seriam oferecidos pelo mercado ou seriam em condições
de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo Presidente da ineficientes (meritórios ou semipúblicos) e. criar condições para
República, transformando-se na Lei Orçamentária Anual. que bens privados sejam oferecidos no mercado (devido ao alto ris-
A Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e autoriza as co, custo, etc) pelos produtores, por investimentos ou intervenções,
despesas do Governo de acordo com a previsão de arrecadação. Se corrigir imperfeições no sistema de mercado (oligopólios, monopó-
durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de lios, etc) e corrigir os efeitos negativos de externalidades.
despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo - Função distributiva – Tornar a sociedade menos desigual em
submete ao Congresso Nacional um novo projeto de lei solicitando termos de renda e riqueza, através da tributação e transferências
crédito adicional. financeiras, subsídios, incentivos fiscais, alocação de recursos em
Por outro lado, a necessidade de contenção dos gastos obriga camadas mais pobres da população, etc.
o Poder Executivo muitas vezes a editar Decretos com limites orça- - Função estabilizadora – ajustar o nível geral de preços, nível
mentários e financeiros para o gasto, abaixo dos limites autorizados de emprego, estabilizar a moeda, mediante instrumentos de polí-
pelo Congresso. São os intitulados Decretos de Contingenciamento, tica monetária, cambial e fiscal, ou outras medidas de intervenção
que limitam as despesas abaixo dos limites aprovados na lei orça- econômica (controles por leis, limites).
mentária.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000 pelo Con- Princípios do Orçamento Público
gresso Nacional introduziu responsabilidades para o administrador Existem princípios básicos que devem ser seguidos na elabora-
público em relação aos Orçamentos da União, dos Estados e Mu- ção e execução do orçamento, que estão definidos na Constituição
nicípios, como o limite de gastos com pessoal, por exemplo. A LRF Federal, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Pluria-
instituiu a disciplina fiscal para os três Poderes: Executivo, Legislati- nual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
vo e Judiciário, estendendo também a disciplina aos Orçamentos de A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência
Estados e Municípios. orçamentária (art. 2º):
Os objetivos de toda política orçamentária são corrigir as falhas “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e des-
de mercado e as distorções, visando manter a estabilidade, melho- pesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o pro-
rar a distribuição de renda, e alocar os recursos com mais eficiência. grama de trabalho do governo, obedecidos os princípios da unida-
O Orçamento tem a função de também regular o mercado e coibir de, universalidade e anualidade”.
abusos, reduzindo falhas de mercado e externalidades negativas
(fatores adversos causados pela produção, como poluição, proble- Princípios Orçamentários
mas urbanos, etc.). - Unidade – Só existe um Orçamento para cada ente federativo
O Governo intervém de várias formas no mercado. Por inter- (no Brasil, existe um Orçamento para a União, um para cada Estado
médio da política fiscal e da política monetária, por exemplo, é pos- e um para cada Município). Cada ente deve possuir o seu Orçamen-
sível controlar preços, salários, inflação, impor choques na oferta to, fundamentado em uma política orçamentária e estruturado uni-
ou restringir a demanda. formemente. Não há múltiplos orçamentos em uma mesma esfera.
Instrumentos e recursos utilizados pelo Governo para intervir O fato do Orçamento Geral da União possuir três peças, como o
na Economia: Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamen-
- Política Fiscal - envolve a administração e a geração de recei- to de Investimento não representa afronta ao princípio da unidade,
tas, além do cumprimento de metas e objetivos governamentais no pois o Orçamento é único, válido para os três Poderes. O que há é
orçamento, utilizado para a alocação, distribuição de recursos e es- apenas volumes diferentes segundo áreas de atuação do Governo.
tabilização da economia. É possível, com a política fiscal, aumentar - Universalidade – o Orçamento deve agregar todas as receitas
a renda e o PIB e aquecer a economia, com uma melhor distribuição e despesas de toda a administração direta e indireta dos Poderes. A
de renda. Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou
- Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como seja, nenhuma instituição pública que receba recursos orçamentá-
decretos, leis, portarias, etc., expedidos como alternativa para se rios ou gerencie recursos federais pode ficar de fora do Orçamento.
alocar, distribuir os recursos e estabilizar a economia. Com o uso - Anualidade / Periodicidade – o Orçamento cobre um período
das normas, diversas condutas podem ser banidas, como a criação limitado. No Brasil, este período corresponde ao ano ou exercício
de monopólios, cartéis, práticas abusivas, poluição, etc. financeiro, de 01/01 a 31/12. O período estabelece um limite de
- Política Monetária – envolve o controle da oferta de moeda, tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja,
da taxa de juros e do crédito em geral, para efeito de estabilização o orçamento deve se realizar no exercício que corresponde ao pró-
da economia e influência na decisão de produtores e consumidores. prio ano fiscal.
Com a política monetária, pode-se controlar a inflação, preços, res- - Legalidade – O Orçamento é objeto de uma lei específica (Lei
tringir a demanda, etc. ordinária no Brasil), e como tal, deve cumprir o rito legislativo pró-
O Orçamento Público funciona como um balizador na Econo- prio, com o cumprimento de todos os quesitos, inclusive seu sancio-
mia. Se temos elevados investimentos governamentais no Orça- namento e publicação pelo Presidente da República ou Congresso
mento, provavelmente o número de empregos aumentará, assim Nacional.

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- Exclusividade – O Orçamento só versa sobre matéria orça- Tratava-se de uma reestruturação das relações entre as esferas
mentária, podendo conter autorização para abertura de créditos de poder: União, Estados e Municípios.
suplementares e operações de crédito, ainda que por antecipação O advento da Lei Orgânica criava uma nova realidade para os
da receita. Municípios brasileiros, baseada no princípio descentralizador do Es-
- Especificação ou discriminação ou especialização – São ve- tado brasileiro, conforme determinado na Constituição Federal. A
dadas autorizações globais no Orçamento. As despesas devem ser inovação não se limitava à descentralização, avançava com a previ-
especificadas no Orçamento, no mínimo, por modalidade de apli- são da participação popular durante o processo de sua elaboração.
cação. O desafio que se apresentava era como fazer com que a Lei Or-
- Publicidade – O Orçamento de um país deve ser sempre di- gânica se consolidasse como um instrumento de fortalecimento da
vulgado quando aprovado e transformado em lei. No Brasil, o Orça- autonomia dos Municípios e como tal se adequasse às realidades
mento Federal é publicado no Diário Oficial da União. econômicas, políticas, culturais e sociais locais.
- Equilíbrio – As despesas autorizadas no Orçamento devem Neste contexto, a elaboração de uma Lei Orgânica é uma garan-
ser, sempre que possível, iguais às receitas previstas. Não pode ha- tia sólida ao processo de democratização. Ela agrega os dois lados
ver um desequilíbrio acentuado nos gastos. da sociedade: o institucional por intermédio de suas instituições re-
- Orçamento-Bruto - A receita e despesa constante no Orça- presentativas, os partidos e a administração municipal e do outro
mento, exceto os descontos constitucionais (ex. transferências lado os movimentos e organizações da sociedade organizada.
constitucionais), devem aparecer no Orçamento pelo valor totalou Mas, a plena autonomia municipal em termos políticos, admi-
valor bruto, sem deduções de nenhuma espécie. nistrativos e financeiros, conforme estabelecido na Constituição
- Não afetação ou não vinculação – É vedada a vinculação dos Federal, só fica clara e é bem entendida se, de forma explícita, for
impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as próprias transferên- observado o seguinte: i) atribuições e responsabilidades do gover-
cias constitucionais para manutenção e desenvolvimento do ensino no local; e ii) respeito às competências privativas e concorrentes da
(FPE, FPM, etc.) e as garantias às operações de crédito por anteci- União e dos Estados.
pação da receita.
Programação, tipicidade e atipicidade – Durante a fase de con- Fiscalização contábil, financeira e orçamentária
solidação da proposta de Orçamento, geralmente se seguem deter- Estabelece o caput do artigo 70 da Constituição:
minadas classificações orçamentárias existentes. Há uma tabela de Artigo 70, caput, CF. A fiscalização contábil, financeira, orça-
classificação funcional de despesas, por exemplo, que classifica a mentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
despesa em funções, subfunções, programas e ações. Há outra ta- administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
bela de classificação da despesa por fontes de recursos e outra por economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
unidade orçamentária, por exemplo. No processo de programação será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
da despesa no Orçamento, em primeiro lugar é preciso identificar e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
a função a que pertence a despesa (se é uma despesa classificável A fiscalização contábil, financeira e orçamentária regulada pela
na função Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Transportes, ou Constituição recai sobre as receitas da União e demais entidades da
qualquer outra). A função é o nível mais elevado de agregação de administração direta e indireta nesta esfera. Tal fiscalização se dá
despesas, representando quase que uma área de atuação do Go- mediante controle externo, a ser exercido pelo Congresso Nacional
verno. As diferentes funções se dividem em subfunções, que, por com auxílio do Tribunal de Contas da União, e mediante controle
sua vez, comportam diferentes programas de Governo, compostos interno, consoante órgãos instituídos pelo próprio Poder fiscalizado
por ações (projetos, atividades ou operações especiais) a realizar no em seu âmbito interno.
exercício. Programar uma despesa é classificar a despesa de manei- Para que se viabilize esta atividade de fiscalização é necessária
ra a ficar evidenciado onde será utilizado o recurso (em qual função, a instituição de obrigação de prestar contas, regulada no próprio
subfunção, programa ou ação do Governo). Porém, no processo de artigo 70, CF em seu parágrafo único:
programação, pode ocorrer de um programa não se vincular á sua Artigo 70, parágrafo único, CF. Prestará contas qualquer pes-
respectiva subfunção da tabela de classificação funcional. OU uma soa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
subfunção não se vincular à sua função típica, constante da tabela guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
de classificação funcional. Ou seja, em termos práticos, nem sem- ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
pre se programa a despesa respeitando-se a classificação funcional obrigações de natureza pecuniária.
existente nas tabelas orçamentárias. Quando um programa é vincu-
lado a uma subfunção que não aquela correspondente à da tabela a) Controle externo – Tribunal de Contas da União
de classificação, dizemos que ocorreu atipicidade na programação Com efeito, o principal órgão que colabora com o controle ex-
da despesa, ou seja, não há uma classificação típica. O mesmo terno na fiscalização exercida pelo Congresso Nacional é o Tribunal
acontece quando uma despesa classificada no Orçamento em uma de Contas da União. A composição do Tribunal de Contas da União
subfunção está vinculada a outra função que não a função corres- está regulamentada no artigo 73 da Constituição Federal, conferin-
pondente, segundo a tabela de classificação orçamentária. A tabela do-se a capacidade de auto-organização e autoadministração asse-
de classificação funcional da despesa por funções e subfunções está gurada aos órgãos do Poder Judiciário:
consignada no livro “Manual Técnico de Orçamento” publicado pela Artigo 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado por
Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de
Orçamento e Gestão (MPOG). (www.ceap.br) pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no
que couber, as atribuições previstas no art. 96.
A partir da Constituição Federal de 1988 uma nova realidade se § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomea-
impôs na relação entre os poderes. É estabelecida uma tendência dos dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
de autonomia política e administrativa municipal que, na prática, I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
seria legitimada nas correspondentes Constituições Federal e esta- idade;
duais, e especificamente nas Leis Orgânicas Municipais. II - idoneidade moral e reputação ilibada;

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
financeiros ou de administração pública; pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei,
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati- que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao
vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no dano causado ao erário;
inciso anterior. IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão esco- vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
lhidos: ilegalidade;
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Fe-
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista deral;
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e mere- XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
cimento; abusos apurados.
II - dois terços pelo Congresso Nacional. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado dire-
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mes- tamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao
mas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e van- Poder Executivo as medidas cabíveis.
tagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando- § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo
-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo
do art. 40. anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mes- § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débi-
mas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das to ou multa terão eficácia de título executivo.
demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral
Federal. e anualmente, relatório de suas atividades.
Por seu turno, as atribuições do Tribunal de Contas da União
encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição, envolvendo Após, o artigo 72 regulamenta a atuação da Comissão Mista
notadamente o auxílio ao Congresso Nacional no controle externo Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização:
(tanto é assim que o Tribunal não susta diretamente os atos ilegais, Artigo 72, CF. A Comissão mista permanente a que se refere o
mas solicita ao Congresso Nacional que o faça): art. 166, §1º28, diante de indícios de despesas não autorizadas, ain-
Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso Nacio- da que sob a forma de investimentos não programados ou de subsí-
nal, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao dios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental
qual compete: responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da necessários.
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes
sessenta dias a contar de seu recebimento; insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in- § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão,
direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público; b) Controle interno
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de O controle interno será exercido em todos os Poderes me-
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e diante sistema integrado entre os órgãos do controle interno, bem
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder como entre estes e o Tribunal de Contas da União, cuja finalidade
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em está descrita no artigo 74 da Constituição.
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas Artigo 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a
fundamento legal do ato concessório; finalidade de:
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria-
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, ope- União;
racional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo-
inciso II; nial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
28 Disciplina o referido dispositivo: “Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano
nos termos do tratado constitutivo;
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumen-
comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputa-
tos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
dos: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacio-
as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e
nal, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe-
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas,
ções realizadas;
criadas de acordo com o art. 58”.

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- Objetivos da administração financeira
tias, bem como dos direitos e haveres da União; Primeiramente, é necessário dizer que o objetivo primário da
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins- administração financeira e orçamentária é a maximização do lucro,
titucional. ou seja, o valor de mercado do capital investido. Não importa o tipo
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe- de empresa, pois em qualquer delas, as boas decisões financeiras
cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciên- tendem a aumentar o valor de mercado da organização em si. De-
cia ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade vido a esse aspecto, a administração financeira deve se dedicar a
solidária. avaliar e tomar decisões financeiras que impulsionem a criação de
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindica- valor para a companhia. Pode-se dizer que a administração finan-
to é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ceira e orçamentária possui três objetivos distintos, que são:
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
> Criar valor para os acionistas: Como dito acima, o lucro é
c) Simetria quanto aos demais entes federados uma excelente maneira de medir a eficácia organizacional, ou seja,
O artigo 75 da Constituição estabelece normativa mínima a ser seu desempenho. Contudo, esse indicador está sujeito a diversas
aplicada à fiscalização contábil, financeira e orçamentária das de- restrições, uma vez que é determinado por princípios contábeis,
mais unidades federativas, respeitando uma simetria constitucio- mas que não evidenciam a capacidade real da organização. É im-
nal. portante salientar também que o lucro contábil não mensura o risco
Artigo 75, CF. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, inerente à atividade empresarial, pois suas projeções não levam em
no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribu- conta as variações no rendimento.
nais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. > Maximizar o valor de mercado: O valor de mercado é consi-
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os derado um dos melhores critérios para a tomada de decisão finan-
Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Con- ceira. A taxa mínima de atratividade deve representar a remunera-
selheiros. ção mínima aceitável para os acionistas diante do risco assumido.
Nesse objetivo, duas variáveis são importantes de se levar em con-
sideração: o retorno esperado e a taxa de oportunidade. O impor-
tante é a capacidade da empresa de gerar resultado, promovendo a
NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA maximização do valor de mercado de suas ações e a satisfação dos
stakeholders.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos > Maximizar a riqueza: Como último objetivo nós temos a ma-
para maximizar a riqueza ou valor total de um negócio. Mais especi- ximização da riqueza, ou seja, a elevação da receita obtida pelos
ficamente, maximizar a riqueza significa obter o lucro mais elevado acionistas. Esse objetivo é alcançado mediante o incremento do va-
possível ao menor risco (GROPPELLI e NIKBAKT, 2006). lor de mercado (sucede os objetivos anteriores). O alcance desse
Para Gitman finanças são a arte e a ciência para administrar objetivo fica por conta dos investimentos em gestão, tecnologia e
fundos. inovação, assim como no descobrimento de oportunidades futuras.
Se observarmos os dois conceitos, verificamos que dizem a A geração de riqueza não deve ser vista de forma isolada, mas como
mesma coisa com palavras diferentes. Groppelli diz ter o maior lu- uma consequência determinada pelos objetivos secundários.
cro com o menor risco, enquanto Gitman diz que finanças adminis-
tram fundos. Áreas e funções da administração financeira e orçamentária

A administração financeira e orçamentária é uma área que tra-


ta dos assuntos relacionados às operações financeiras das organi-
zações, tais como as operações de fluxo de caixa, transações finan-
ceiras, operações de crédito, pagamentos, etc. A maioria dos casos
de falência das organizações ocorre, principalmente, devido a falta
de informações financeiras precisas sobre o balanço patrimonial da
empresa e problemas decorrentes do setor financeiro.
Muitas vezes as falhas derivam de um controle inadequado,
e acometem em grande parte um gestor de finanças (CFO) pouco
qualificado e despreparado. O setor financeiro é considerado por
muitos o principal combustível de uma empresa, pois se o mesmo
não estiver bem das pernas, com certeza a organização não apre-
sentará um crescimento adequado e autossuficiente. A administra-
ção financeira e orçamentária visa a melhor rentabilidade possível
sobre o investimento efetuado pelos sócios e acionistas, através de
métodos otimizados de utilização de recursos, que por muitas ve-
zes, são escassos. Por isso, todos os aspectos de uma empresa estão
sob a ótica deste setor.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
A administração financeira e orçamentária está estritamente ligada à Economia e Contabilidade, podendo ser vista como uma forma
de economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos, como também em dados contábeis para suas análises.
As áreas mais importantes da administração financeira podem ser resumidas ao se analisar as oportunidades profissionais desse
setor. Essas oportunidades em geral caem em três categorias interdependentes:o operacional, os serviços financeiros e a administração
financeira.

> Operacional: As atividades operacionais de uma organização existem de acordo com os setores da empresa. Ela visa proporcionar
por meio de operações viáveis um retorno ensejado pelos acionistas. A atividade operacional também também reflete no que acontece
na demonstração de resultados, uma vez que é parte integrante da maioria dos processos empresariais e caso não demonstra retorno
pode sofrer certo enxugamento. Por outro lado, quando a operação demonstra um retorno acima do esperado ela tende a ser ampliada.
> Serviços Financeiros: Essa é área de finanças voltada à concepção e prestação de assessoria, como também, na entrega de produtos
financeiros a indivíduos, empresas e governos. Envolve oportunidades em bancos (instituições financeiras), investimentos, bem imóveis
e seguros. É importante ressaltar que, é necessário o conhecimento de economia para se entender o ambiente financeiro e assim poder
prestar um serviço de qualidade. As teorias (macro e microeconômicas) constituem a base da administração financeira contemporânea.

> Gestão financeira: Trata-se das obrigações do administrador financeiro nas empresas, ou seja, as finanças corporativas. Questões
como, concessão de crédito, avaliações de investimentos, obtenção de recursos e operações financeiras, fazem parte dessas obrigações.
Reflete principalmente as decisões tomadas diante das atividades operacionais e de investimentos. Alguns consideram a função financeira
(corporativa) e a contábil como sendo virtualmente a mesma. Embora existe uma certa relação entre as duas, uma é vista como um insumo
necessário à outra.

Todas as atividades empresariais envolvem recursos e, portanto, devem ser conduzidas para obtenção de lucro (criação de valor é o
objetivo máximo da administração financeira e orçamentária). As atividades financeiras de uma empresa possuem como base as informa-
ções retiradas de seu balanço patrimonial e do fluxo de caixa (onde se percebe o disponível circulante para investimentos e financiamen-
tos). As funções típicas da administração financeira são: planejamento financeiro (seleção de ativos rentáveis), controladoria (avaliação
do desempenho financeiro), administração de Ativos (gestão do capital de giro), administração de Passivos (gestão da estrutura do capital
- financiamentos).

Administração de caixa (Gestão Financeira)


A Administração do caixa, ou gestão financeira compreende uma atividade muito importante para a organização. O principal fator de
fracassos nas organizações vem sendo apontado como a inabilidade financeira gerencial de seus administradores. É fundamental que o
administrador tenha conhecimento acerca dos procedimentos financeiros e contábeis disponíveis, bem como realize o acompanhamento,
o controle, reajuste e projeção dos resultados da companhia. O fluxo de caixa é o instrumento que evidencia o equilíbrio entre a entrada
e saída de recursos.
É o fluxo de caixa que permite a antecipação de medidas que permitam assegurar a disponibilidade dos recursos financeiros organiza-
cionais. Elaborado em períodos o fluxo de caixa compreende um resumo das despesas, investimentos, receitas, pagamentos, etc. Uma boa
administração financeira do caixa, constitui pedra fundamental para a saúde da companhia. Nós podemos dividir a correta administração
de caixa em três etapas, que são: o controle sobre as movimentações financeiras (recursos materiais e humanos), a montagem do fluxo
de caixa e o custo de capital (que nós falaremos um pouco a seguir).
O Custo de capital pode ser definido como os custos por recursos próprios ou de terceiros usados pela organização. Por isso, a boa
administração financeira e orçamentária propõe que para todo investimento deve preceder uma análise de viabilidade econômica-fi-
nanceira, com o intuito de avaliar as possíveis alternativas ao custo capital. É extremamente importante que o administrador financeiro
procure estudar os custos do ciclo operacional e do capital de giro, uma vez que suas alternativas são inúmeras. Vale salientar também que,
a utilização de capital de terceiros é vantajosa apenas no momento em que esta apresentar um custo inferior a taxa de retorno prevista.

O Profissional da administração financeira e orçamentária

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O principal papel do administrador financeiro é o relativo à tesouraria (setor de finanças), no qual ele é o responsável pela preser-
vação do dinheiro, entrada e saída do mesmo, e logicamente, do retorno exigido pelos acionistas. A função da administração financeira
geralmente é associada à um alto executivo denominado diretor financeiro, ou vice presidente de finanças. Comumente a controladoria
ocupa-se com o controle dos custos e a contabilidade financeira com o pagamento de impostos e sistemas de informação gerencial. Por
fim, o setor de tesouraria é o responsável pela gestão do caixa da empresa.
A administração financeira e orçamentária é vista como uma das áreas mais promissoras em termos de oportunidades no mercado de
trabalho. A gestão financeira de uma empresa pode ser realizada por pessoas ou grupos de pessoas, tais como: vice presidente de finanças
(CFO), controller, analista financeiro, gerente financeiro e fiscal de finanças. O maior desafio do administrador financeiro é conciliar o equi-
líbrio entre liquidez e rentabilidade. O primeiro é fundamental para a oxigenação das finanças da empresa, através da utilização do fluxo
de caixa que permite a projeção das entradas e saídas dos recursos. Já o segundo, é a capacidade do administrador de investir recursos e
conseguir retornar com os lucros desejados. Todos os administradores de uma empresa, sem levar em consideração as descrições de seu
trabalho, atuam com o pessoal de finanças para justificar necessidades de sua área, negociar orçamentos, etc. Aqueles administradores
que entendem o processo de tomada de decisões financeiras, estarão mais capacitados a lidar com tais questões e consequentemente
captar mais recursos para a execução de seus projetos e metas. Portanto, é evidente a necessidade do conhecimento financeiro para todo
administrador que trabalhe de forma direta ou indireta com a administração financeira, uma vez que sabemos, que se trata de uma área vi-
tal para o funcionamento de toda e qualquer organização. Resumindo, a administração financeira e orçamentária é uma ciência objetivada
a determinar o processo empresarial mais eficiente de captação e alocação de recursos e capital. Como dito ao longo do texto, a geração
de valor é o objetivo máximo da administração financeira, já que fazer com que os ganhos do investimento sejam superior aos custos de
seu financiamento é essencial à todo acionista, ou proprietário. Criar valor é uma das responsabilidades do administrador financeiro que
vem sendo cada vez mais exigido diante do mercado e da concorrência acirrada. Em geral, a administração financeira e orçamentária é
uma ferramenta utilizada para controlar de forma mais eficaz a concessão de créditos, o planejamento e a análise de investimentos, as
viabilidades financeiras e econômicas das operações e o equilíbrio do fluxo de caixa da companhia, visando sempre o desenvolvimento
por meio dos melhores caminhos para a boa condução financeira da empresa, além de evitar os gastos desnecessários e o desperdício de
recursos (financeiros e materiais). Sua finalidade principal é o alcance do lucro empresarial, através de um controle eficaz da entrada e
saída de recursos financeiros.
É importante ressaltar que, diante da crescente complexidade do mercado empresarial (principalmente no que tange o lado financeiro
do negócio), o administrador financeiro não deve ficar restrito apenas aos aspectos econômicos. As decisões financeiras precisam levar
em consideração a empresa como um todo, uma vez que todas as atividades empresariais possuem participação direta ou indireta nas
questões financeiras da organização. Acima de tudo, os resultados financeiros de uma empresa são reflexos das decisões e ações empre-
sariais que são tomadas, independentemente do setor responsável pela ação. Portanto a administração financeira e orçamentária deve
apresentar uma postura questionadora, ampliando sua esfera de atuação e importância dentro do negócio.29

Relação entre a demonstração de resultado e as atividades empresariais


Como podemos constatar as atividades empresariais que não sejam de investimentos e ou de financiamentos, são chamadas de ati-
vidades operacionais. As atividades operacionais são executadas dependendo do ramo de atividade da entidade e geram receitas, custos
e despesas.
Mas no âmbito gerencial, algumas atividades operacionais, são reclassificadas como não operacionais, tais como: as receitas e despe-
sas financeiras, pois, as mesmas originam-se de atividades de investimentos temporários e financiamentos.

29 Fonte: www.portal-administracao.com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Administração Financeira e Áreas Afins
A Administração Financeira está estritamente ligada à Economia e à Contabilidade, pode ser vista como uma forma de Economia
aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos e em dados contábeis para suas análises. No ambiente macro a
Administração Financeira enfoca o estudo das instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda, de como eles operam den-
tro do sistema financeiro nacional e global. A nível micro aborda o estudo de planejamento financeiro, administração de recursos, e capital
de empresas e instituições financeiras.
É necessário conhecimento de Economia para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base
da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do
Governo e instituições privadas, através da quais a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado por tais
instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação da firma e maximização do lucro para desenvol-
ver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições econômicas
vigentes.
As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa. São extraídos daí os conceitos envolvidos nas
relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro. A composição de fatores produtivos, níveis ótimos de vendas e
estratégias e determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias do nível Microeconômico.
A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor está fundamentada na teoria Microe-
conômica. As razões para depreciar ativos derivam dessa área da Economia. A análise marginal é o princípio básico que se aplica em Ad-
ministração Financeira; a predominância desse princípio sugere que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas quando as receitas
marginais excederem os custos marginais. Quando se verificar essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou ação resulte num
aumento nos lucros da empresa.
Alguns consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma re-
lação íntima entre essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre a Administração Financeira e Economia, a função contábil
é visualizada como um insumo necessário à função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Financeira.
O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários
para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa.
Ao invés de reconhecer receitas na hora da venda e despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente comrespeito
às entradas e saídas de caixa. É justamente essa a diferença principal entre as duas, O Contador usando certos princípios padronizados e
geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser reconhecidas por ocasião
das vendas e as despesas quando incorridas.
Esse método contábil é geralmente chamado de Regime de Competência dos exercícios contábeis, enquanto em finanças, o enfoque
está em fluxos monetários, equivalente ao regime de caixa.

Finanças e contabilidade também diferem com respeito à tomada de decisão, enquanto a contabilidade está preocupada principal-
mente com a apresentação correta dos dados financeiros, o administrador financeiro enfoca a analise e a interpretação dessas informa-
ções, ou seja, um se refere ao tratamento de fundos e o outro à tomada de decisão. Os dados são utilizados como uma ferramenta essen-
cial para tomar decisões sobre os aspectos financeiros da organização
Além dessas áreas, a administração financeira tem ainda estreito relacionamento com o Direito, analisa o reflexo das legislações tri-
butária, societária, trabalhista. Interessa-se pelas naturezas jurídicas básicas, práticas de comércio, formas de constituição societárias mais
adequadas aos interesses da organização e os caminhos para uma adequada administração tributária.

Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro


A administração financeira cuida da viabilidade financeira da empresa, portanto da sua existência. A maioria das decisões tomadas
dentro da empresa é medida em termos financeiros, desta forma o administrador financeiro desempenha um papel-chave na operação
da empresa. É esse profissional quem administra os negócios financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado ou público,
grande ou pequeno, com ou sem fins lucrativos. A compreensão básica da função financeira é necessária aos executivos responsáveis por
decisões em todas as áreas, como administração, contabilidade, pesquisa, marketing, produção, pessoal, etc.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Nas micro e pequenas empresas a função de finanças pode ser executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo departamento
de contabilidade. Quando o negócio se expande, normalmente a função ocupa um departamento separado ligado diretamente ao presi-
dente, já que as freqüentes mudanças econômicas e nas leis interferem diretamente nas decisões da administração financeira com vistas
a preservar o desempenho da organização. Ao Diretor Financeiro normalmente cabe a coordenação das atividades de tesouraria e con-
troladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais. A
tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiropelas despesas de capital.

Funções do Administrador Financeiro


As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da
empresa. Três são primordiais;
_ Análise e Planejamento Financeiro = Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usa-
da para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de
financiamento adicional deve ser feito.
_ Administração da Estrutura de Ativo da Empresa = O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos encon-
trados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver fixada,
o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também
detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisa-
rão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer o
conhecimento das operações passadas e futura da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo.
_ Administração da Estrutura Financeira da Empresa = Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em pri-
meiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importan-
te, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as
melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões são impostas por
necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo.
As três funções do Administrador Financeiro descritas acima são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição financeira
da empresa num dado instante. A avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira global da
empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que
podem ser melhoradas.
Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao
administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa.
A figura a seguir, demonstra a relação das funções financeiras com as informações contábeis de um balanço estruturado.

Principais áreas de decisão financeira na empresa:


_ Investimentos;
_ Financiamento de Clientes;
_ Utilização de Lucro Líquido;
_ Obtenção de Recursos Financeiros;
_ Análise de Utilização e Capitação de Recursos Externos e Próprios.

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Estrutura Organizacional Típica da Função Financeira:

Meta do Administrador Financeiro


O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No caso de sociedades anônimas, os proprie-
tários da empresa normalmente não são os administradores. A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem incluir o
aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários
(acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais. Alguns acreditam que o
objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros crêem que é a maximização da riqueza. A maximização da riqueza é a
abordagem preferida por cinco razões básicas: considera
(1) o retorno realizável do proprietário,
(2) uma perspectiva a longo prazo,
(3) a época de ocorrência dos retornos,
(4) risco e
(5) a distribuição dos retornos.

O Retorno Realizável do Proprietário


O Proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, ou atra-
vés de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados bem
como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo preço demercado
de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem
próximo a este. Uma vez que o preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num
dado momento, a meta do Administrador Financeiro deve ser maximizar essa riqueza.

Perspectiva de Longo Prazo


A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Existem vários exemplos
que mostram uma valorização no preço da ação de Companhias resultante do fato de que as decisões de curto prazo relacionadas com o
desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, tenham produzido maiores retornos futuros. Uma empresa
que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais de baixa qualidade, ao mesmo tempo que
faria um tremendo esforço de venda para vender seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade.
Essa é uma estratégia de curto prazo que poderia resultar em lucros elevados para o primeiro ano, porém, em anos subsequentes
os lucros declinariam significativamente pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção
associado à maquinaria de baixa qualidade.
O impacto de vendas decrescentes e custos crescentes tenderia a reduzir os lucros a longo prazo e, se não houvesse cuidado, poderia
resultar na eventual falência da empresa. As consequências potenciais de maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam
refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo.
A Ocorrência dos Retornos
A abordagem de maximização do lucro não consegue refletir diferenças na época de ocorrência de retornos, ao passo que a maximiza-
ção da riqueza tende a considerar tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá maior importância a um investimento que ofereça
os maiores retornos totais, enquanto que a abordagem da maximização da riqueza considera explicitamente a época de ocorrência dos
retornos e seu impacto no preço da ação.

Risco
A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da riqueza considera explicitamente no risco. Uma premissa
básica na Administração Financeira é que existe uma relação entre risco e retorno: os acionistas esperam perceber maiores retornos de
investimento de maior risco e vice-versa. Os Administradores Financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem investi-
mentos potenciais.

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Considerando que os acionistas exigem maiores retornos para _ Necessidade de importação.
maiores riscos, é importante que o Administrador Financeiro consi- b) Aplicação do Capital
dere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A _ Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e insta-
abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto lações;
que a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, _ Manutenção de estoques e produção em andamento;
portanto, a abordagem preferida. _ Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo;
_ Adiantamento a fornecedores.
Distribuição de Retornos c) Capital Alheio
O uso do objetivo da maximização do lucro não permite con- _ Limites para compra a prazo;
siderar que os acionistas possam desejar receber uma parte dos _ Limites para operações bancárias;
retornos da empresa sob a forma de dividendos periódicos. Na au- _ Custo do capital alheio;
sência de qualquer preferência por dividendos, a empresa poderia _ Financiamentos especiais.
maximizar lucros de um período a outro, reinvestindo todos os lu- d) Capital Próprio
cros, usando-os para adquirir novos ativos que elevarão os lucros _ Capitalização de lucros;
futuros. _ Distribuição de lucros;
A estratégia da maximização da riqueza leva em conta o fato _ Destinação das reservas e provisões;
de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular, _ Entrada de capital novo.
independente do seu montante. Os Administradores financeiros e) Expansão
devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta _ Expansão em pequena escala;
a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. _ Expansão em grande escala.
Este efeito clientela é usado para explicar o efeito de uma política
de dividendos sobre o valor de mercado de ação. Acredita-se que o A percepção desses e de outros problemas só será possível
retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, isto terá às empresas que mantém adequado sistema de processamento e
um efeito positivo sobre o preço das ações. análise de dados, determinando as diversas situações de solvência,
liquidez e rentabilidade.
Já que a riqueza de cada acionista, em qualquer instante, é A maioria das empresas concentra suas atenções apenas no
igual ao valor de mercado de todos os seus ativos, menos o valor propósito de obter recursos, para cobrir a falta de numerário, não
de suas dívidas, um aumento no preço de mercado da ação da em- se preocupando com os meios que ocasionaram esta deficiência.
presa deve aumentar a sua riqueza. Uma empresa interessada em
maximizar a riqueza da acionista poderá pagar-lhe dividendos numa Causam mais comuns da falta de numerário
base regular. Uma empresa que deseja maximizar lucros pode pre- a) Expansão descontrolada das vendas, implicando em maior
ferir não pagar dividendos. Porém, os acionistas certamente prefe- volume de compras e de gastos;
ririam um aumento na sua riqueza, a longo prazo, do que a geração b) Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista de mer-
de um fluxo crescente de lucros, sem se preocupar com o valor de cados;
mercado de suas ações. c) Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de pagamen-
Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno tos e de recebimentos, em função dos prazos de compra e de ven-
realizável dos proprietários, considera as perspectivas a longo prazo das;
da empresa, reflete diferenças na época de ocorrência dos retor- d) Insuficiência do capital próprio e utilização do capital alheio
nos, considera o risco e reconhece à importância da distribuição em proporções excessivas;
de retornos, a maximização da riqueza refletida no preço da ação é e) Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos processos
considerada a meta da Administração Financeira. A maximização do de produção;
lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da riqueza. f) Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico ou para
Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos simultanea- reserva, exigindo maiores disponibilidades;
mente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos g) Distribuição de lucros, além das possibilidades de caixa;
lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza. h) Imobilização excessiva, diminuindo o capital circulante ou
utilizando capital de terceiros.
Definições e Problemas de Administração Financeira
A Função Financeira compreende os esforços dispensados, ob- As empresas financeiramente equilibradas apresentam as se-
jetivando a formulação de um esquema que seja adequado àmaxi- guintes características:
mização dos retornos (lucro) aos proprietários das ações ou cotas a) Há permanente equilíbrio entre os recursos e os encargos
da empresa, proporcionando a liquidez da mesma perante seus cre- financeiros;
dores. A premissa está assentada no equilíbrio entre Rentabilidade b) O capital próprio tende a aumentar em relação ao capital
(lucro) e Liquidez. alheio;
c) A rentabilidade do capital é satisfatória, não a prejudicando
Problemas de Administração Financeira as vendas forçadas para a obtenção de numerário, nem pesadas
a) Mercado parcelas de juros;
_ Mercado Comprador; d) Há tendência para aumentar a rotatividade dos estoques,
_ Preço, prazo, e outras condições de venda; cujo valor não se eleva na mesma proporção em que cresce o valor
_ Manutenção e ampliação da quota da empresa no mercado; das vendas, e maior freqüência de vendas para um número cada
_ Efeitos da concorrência; vez maior de produtos.
_ Vendas cíclicas ou de época. e) Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de recebi-
_ Mercado Fornecedor; mento das vendas;
_ Preços, prazos e outras condições de compra; f) Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é insufi-
_ Compras cíclicas ou de época; ciente para o volume necessário de produção.

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
g) Não há falta de mercadoria para atendimento das vendas. Os créditos adicionais, portanto, constituem-se em procedi-
mentos previstos na Constituição e na Lei 4.320/64 para corrigir ou
Orçamento público é o instrumento utilizado pelo Governo amenizar situações que surgem, durante a execução orçamentária,
Federal para planejar a utilização do dinheiro arrecadado com os por razões de fatos de ordem econômica ou imprevisíveis. Os crédi-
tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, entre outros). tos adicionais são incorporados aos orçamentos em execução.
Esse planejamento é essencial para oferecer serviços públicos ade-
quados, além de especificar gastos e investimentos que foram prio- Modalidades de créditos
rizados pelos poderes. Adicionais
Essa ferramenta estima tanto as receitas que o Governo espera a) Créditos Suplementares: são destinados ao reforço de do-
arrecadar quanto fixa as despesas a serem efetuadas com o dinhei- tações orçamentárias existentes, dessa forma, eles aumentam as
ro. Assim, as receitas são estimadas porque os tributos arrecadados despesas fixadas no orçamento. Quanto à forma processual, eles
(e outras fontes) podem sofrer variações ano a ano, enquanto as são autorizados previamente por lei, podendo essa autorização le-
despesas são fixadas para garantir que o governo não gaste mais gislativa constar da própria lei orçamentária, e aberta por decreto
do que arrecada. do Poder Executivo.
Uma vez que o orçamento detalha as despesas, pode-se acom- A vigência do crédito suplementar é restrita ao exercício finan-
panhar as prioridades do governo para cada ano, como, por exem- ceiro referente ao orçamento em execução.
plo: o investimento na construção de escolas, a verba para trans-
porte e o gasto com a saúde. Esse acompanhamento contribui para b) Créditos Especiais: São destinados a autorização de despesas
fiscalizar o uso do dinheiro público e a melhoria da gestão pública não previstas ou fixadas nos orçamentos aprovados. Sendo assim, o
e está disponível aqui, no Portal da Transparência do Governo Fe- crédito especial cria um novo projeto ou atividade, o uma categoria
deral. econômica ou grupo de despesa inexistente em projeto ou ativida-
de integrante do orçamento vigente.
Elaboração do Orçamento Os créditos especiais são sempre autorizados por lei específica
O processo de elaboração do orçamento é complexo, pois en- e abertos por decreto do Executivo.
volve as prioridades do Brasil, um país com mais de 200 milhões de A sua vigência é no exercício em que forem autorizados, salvo
habitantes. Se já é difícil planejar e controlar os gastos em nossa se o ato autorizativo for promulgado nos últimos quatro meses (se-
casa, imagine a complexidade de planejar as prioridades de um país tembro a dezembro) do referido exercício, caso em que, é facultada
do tamanho do Brasil. No entanto, o planejamento é essencial para sua reabertura no exercício subsequente, nos limites dos respecti-
a melhor aplicação dos recursos públicos. vos saldos, sendo incorporados ao orçamento do exercício financei-
O processo de planejamento envolve várias etapas, porém três ro subsequente (CF, art. 167, § 2°).
delas se destacam: a aprovação da Lei do Plano Plurianual (PPA), da
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual c) Créditos Extraordinários: São destinados para atender a des-
(LOA). pesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, co-
Cada uma dessas leis é proposta pelo Poder Executivo, a par- moção interna ou calamidade pública (CF. art. 167, § 3).
tir de objetivos específicos, e depende da aprovação do Congresso Os créditos extraordinários, quanto à forma procedimental,
Nacional. Isso permite que os deputados e senadores eleitos como são abertos por Decreto do Poder Executivo, que encaminha para
nossos representantes influenciem o orçamento, adequando as leis conhecimento do Poder Legislativo, devendo ser convertido em lei
às necessidades mais críticas da população que representam. no prazo de trinta dias.
Para organizar e viabilizar a ação pública, o PPA declara as po- Com relação à vigência, os créditos extraordinários vigoram
líticas e metas previstas para um período de 4 anos, assim como os dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato
caminhos para alcançá-las. A LDO e a LOA devem estar alinhadas às da autorização ocorrer nos meses (setembro a dezembro) daquele
políticas e metas presentes no PPA, e, por sua vez, são elaboradas exercício, hipótese pela qual poderão ser reabertos, nos limites dos
anualmente. seus saldos, incorporando-se ao orçamento do exercício seguinte.
A LDO determina quais metas e prioridades do PPA serão trata-
das no ano seguinte - além de trazer algumas obrigações de trans- Recursos para financiamento dos Créditos Adicionais
parência. A partir daí, a LOA é elaborada, detalhando todos os gas- Os recursos financeiros disponíveis para abertura de crédi-
tos que serão realizados pelo governo: quanto será gasto, em que tos suplementares e especiais estão listados no art. 43 da Lei n°
área de governo (saúde, educação, segurança pública) e para que. 4.320/64, no art. 91 do Decreto-Lei n°200/67 e no § 8° do art. 166
A ideia é terminar cada ano com a LOA aprovada para o ano da Constituição Federal:
seguinte, ou seja, com todo o detalhamento dos gastos e receitas. - O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
A LOA é o que chamamos, de fato, de orçamento anual. A lei por exercício anterior, sendo a diferença positiva entre o ativo financei-
si só também é grande e complexa, por isso é estruturada em três ro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos crédi-
documentos: orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e tos adicionais reaberto sou transferidos, no exercício da apuração,
orçamento de investimento das estatais. e as operações de créditos a eles vinculadas.
Créditos adicionais
Créditos Adicionais são as autorizações para despesas não - O excesso de arrecadação, constituído pelo saldo positivo das
computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e
Anual, visando atender: a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Do
• Insuficiência de dotações ou recursos alocados nos orçamen- referido saldo será deduzida a importância dos créditos extraordi-
tos; nários abertos no exercício.
• Necessidade de atender a situações que não foram previstas, - A anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de
inclusive por serem imprevisíveis, nos orçamentos. créditos adicionais autorizados em lei, adicionando àquelas consi-
deradas insuficientes.

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- Neste tipo, inclui-se a anulação da reserva de contingência, Ao fazer a entrega do material ou a prestação do serviço, o cre-
conceituada como a dotação global não destinada especificamente dor deverá apresentar a nota fiscal, fatura ou conta corresponden-
a órgão, unidade orçamentária ou categoria econômica e natureza te, acompanhada da primeira via da nota de empenho, devendo
da despesa; o funcionário competente atestar o recebimento do material ou a
- O produto das operações de crédito, desde que haja condi- prestação do serviço correspondente, no verso da nota fiscal, fatura
ções jurídicas para sua realização pelo Poder Executivo. ou conta.
- Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas cor- Terceiro Estágio: Pagamento
respondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante O último estágio da despesa é o pagamento e consiste na en-
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica auto- trega de numerário ao credor do Estado, extinguindo dessa forma o
rização legislativa. (CF, art. 166, §8°). débito ou obrigação. Esse procedimento normalmente é efetuado
por tesouraria, mediante registro no SIAFI do documento Ordem
O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a sua Bancária – OB, que deve ter como favorecido o credor do empenho.
espécie e a classificação da despesa. Este pagamento normalmente é efetuado por meio de crédito
Esses créditos tem sua vigência, ou seja, no caso dos créditos em conta bancária do favorecido uma vez que a OB especifica o
suplementares, como são destinados a cobrir uma insuficiência do domicílio bancário do credor a ser creditado pelo agente financei-
orçamento anual, eles serão extintos no final do exercício financei- ro do Tesouro Nacional, ou seja, o Banco do Brasil S/ª. Se houver
ro. Já os Especiais ou Extraordinários, poderão ter vigência até o importância paga a maior ou indevidamente, sua reposição aos ór-
gãos públicos deverá ocorrer dentro do próprio exercício, mediante
final do exercício subsequente.
crédito à conta bancária da UG que efetuou o pagamento. Quando
a reposição se efetuar em outro exercício, o seu valor deverá ser
Execução Orçamentária
restituído por DARF ao Tesouro Nacional.30
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de execução
orçamentária e de programação financeira da União estabelecidas
para o exercício e lançadas as informações orçamentárias, forneci-
das pela Secretaria de Orçamento Federal, no SIAFI , por intermédio NOÇÕES BÁSICAS DE LOGÍSTICA
da geração automática do documento Nota de Dotação – ND, cria-
-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da execu- O almoxarifado se constituía em um depósito, quase sempre o
ção orçamentária propriamente dita. pior e mais inadequado local da empresa, onde os materiais eram
Executar o Orçamento é, portanto, realizar as despesas públi- acumulados de qualquer forma, utilizando mão-de-obra desqualifi-
cas nele previstas, seguindo à risca os três estágios da execução das cada. Com o tempo surgiram sistemas de manuseio e de armaze-
despesas previstos na Lei nº 4320/64 : empenho, liquidação e pa- nagem bastante sofisticados, o que acarretou aumento da produ-
gamento. tividade, maior segurança nas operações de controle e rapidez na
obtenção das informações. O termo Almoxarifado é derivado de um
Primeiro Estágio: Empenho vocábulo árabe que significa “depositar”.
Pois bem, o empenho é o primeiro estágio da despesa e pode Almoxarifado é o local destinado à guarda e conservação de
ser conceituado como sendo o ato emanado de autoridade compe- materiais, em recinto coberto ou não, adequado à sua natureza,
tente que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item
ou não, de implemento de condição. aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização,
Todavia, estando a despesa legalmente empenhada, nem as- equipamentos e disposição interna acondicionada à política geral
sim o Estado se vê obrigado a efetuar o pagamento, uma vez que o de estoque da empresa.
implemento de condição poderá estar concluído ou não. Seria um
absurdo se assim não fosse, pois a Lei 4320/64 determina que o Funções
pagamento de qualquer despesa pública, seja ela de que importân- 1. Assegurar que o material adequado esteja, na quantidade
cia for, passe pelo crivo da liquidação. É nesse segundo estágio da devida, no local certo, quando necessário;
execução da despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou 2. Impedir que exista divergência de inventário e perda de
a entrega dos bens, ou ainda, a realização da obra, evitando, dessa qualquer natureza;
3. Preservar a qualidade e as quantidades exatas;
forma, o pagamento sem o implemento de condição.
4. Possuir instalações adequadas e recursos de movimenta-
ção e distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente.
Segundo Estágio: Liquidação
O segundo estágio da despesa pública é a liquidação, que con-
Eficiência no almoxarifado
siste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base A eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente:
os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. 1. Da redução das distâncias internas percorridas pela car-
Ou seja, é a comprovação de que o credor cumpriu todas as ga e do conseqüente aumento do número das viagens de ida e volta;
obrigações constantes do empenho. A finalidade é reconhecer ou 2. Do aumento do tamanho médio das unidades armazena-
apurar a origem e o objeto do que se deve pagar, a importância das;
exata a pagar e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação e é 3. Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica.
efetuado no SIAFI pelo documento Nota de Lançamento – NL.
Ele envolve, portanto, todos os atos de verificação e conferên- Outros conceitos sobre almoxarifados
cia, desde a entrega do material ou a prestação do serviço até o Analisando o organograma funcional de um almoxarifado po-
reconhecimento da despesa. demos resumir as suas principais atribuições:
30 Fonte: www.danielgiotti.com.br/www.tesouro.fazenda.gov.br/ www.portal-
transparencia.gov.br

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
1. Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos Documentos Utilizados:
pela empresa; São utilizados os seguintes documentos no Almoxarifado para
2. Entregar os materiais mediante requisições autorizadas atendimento das diversas rotinas de trabalho:
aos usuários da empresa; 1. Ficha de controle de estoque (para empresas ainda não
3. Manter atualizados os registros necessários. informatizadas): documento destinado a controlar manualmente o
estoque, por meio da anotação das quantidades de entradas e saí-
Controle: das, visando o seu ressuprimento;
Embora não haja menção na estrutura organizacional do almo- 2. Ficha de Localização (também para empresas ainda não
xarifado, o controle deve fazer parte do conjunto de atribuições de informatizadas): documento utilizado para indicar as localizações,
cada setor envolvido, qual seja recebimento, armazenagem e dis- através de códigos, onde o material está guardado;
tribuição. 3. Comunicação de Irregularidades: documento utilizado
O controle deve fornecer a qualquer momento as quantidades para esclarecer ao fornecedor os motivos da devolução, quanto os
que se encontram à disposição em processo de recebimento, as de- aspectos qualitativo e quantitativo;
voluções ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas. 4. Relatório técnico de inspeção: documento utilizado para
definir, sob o aspecto qualitativo, o aceite ou a recusa do material
Recebimento: comprado do fornecedor;
As atividades de recebimento abrangem desde a recepção do 5. Requisição de material: documento utilizado para a retira-
material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. A da de materiais do almoxarifado;
função de recebimento de materiais é módula de um sistema global 6. Devolução de material: documento utilizado para devol-
integrado, com as áreas de contabilidade, compras e transportes, e ver ao estoque do almoxarifado, as quantidades de material, por-
é caracterizada como uma interface entre o atendimento do pedido ventura, requisitadas além do necessário.
pelo fornecedor e os estoques físico e contábil.
Mercadoria sendo entregue para ser armazenada. O profissional escolhido para cuidar das mercadorias e docu-
O recebimento compreende quatro fases: mentos deve possuir alto grau de sentimento de honestidade, leal-
1ª fase: Entrada de materiais; dade, confiança e disciplina.
2ª fase: Conferência quantitativa;
3ª fase: Conferência qualitativa; Funcionamento dos Almoxarifados
4ª fase: Regularização. O setor de almoxarifado exige o controle do estoque (quan-
tidade, reposição, armazenagem, validade, controle do uso, etc.),
Armazenagem: mercadorias e produtos (de limpeza, de escritório, serviços, etc.),
Ao guardar materiais no almoxarifado, são necessários alguns aquisição (levantamento de preços, pesquisa de fornecedores, re-
cuidados especiais, que devem ser definidos no sistema de instala- gistro das compras feitas e a fazer, arquivamento de notas) e outras
ção e no layout adotado, proporcionando condições físicas que pre- tarefas afeitas ao almoxarife ou estoquista. Estas funções necessi-
servem a qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do tam observar critérios de racionalização, acondicionamento, locali-
edifício e a ordenação da arrumação. zação, precisão, padronização, indicadores e documentação.
Na racionalização do almoxarifado deve-se ter em conta o cál-
culo das quantidades de produtos que se deve possuir em estoque.
No acondicionamento deve-se buscar a otimização das distân-
FASES DESCRIÇÃO
cias entre o local de estocagem e onde será usada, a adequação do
espaço de guarda com o melhor uso de sua capacidade volumétrica.
1ª fase Verificação das condições de recebimento do material Para a localização deve-se observar a facilidade em se encon-
trar aquilo que é procurado, através de etiquetagem, por exemplo,
a fim de se evitar a entrega errônea de material, o que acarreta
2ª fase Identificação do material problemas no controle, tempo desperdiçado, etc.
Precisão de operação implica na exatidão das informações de
controle com a realidade dos bens armazenados. A inexatidão dos
3ª fase Guarda na localização adotada
dados provoca falhas de contabilidade, fornecimento, dentre ou-
tras.
4ª fase Informação da localização física de guarda ao controle Os materiais do almoxarifado devem ser padronizados, para
fins de melhor controle das compras (fornecimento), e evitar falhas
como a duplicidade de itens no registro.
Verificação periódica das condições de proteção e O setor deve apresentar os indicadores de suas atividades,
5ª fase
armazenamento como relatórios de eficiência, a fim de proporcionar otimização do
gerenciamento, controle do histórico dos itens, etc.
6ª fase Separação para distribuição Documentação implica na confecção do manual técnico de al-
moxarifado, em que se defina de modo preciso as normas de iden-
tificação dos produtos, inventário, inclusão de novos itens, entre
Distribuição: Os materiais devem ser distribuídos aos interessa- outros.31
dos mediante programação de pleno conhecimento entre as partes
envolvidas.

31Fonte: www.portogente.com.br

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Recursos Materiais Desse modo, se um material for adquirido como permanente
Recursos Materiais são componentes que uma empresa utiliza e ficar comprovado que possui custo de controle superior ao seu
nos processos diários para a construção do seu produto final, maté- benefício, deve ser controlado de forma simplificada, por meio de
ria prima (material direto), material em processo e matéria indireto. relação-carga, que mede apenas aspectos qualitativos e quantita-
Recursos Patrimoniais resume-se no conjunto de riquezas da tivos, não havendo necessidade de controle por meio de número
empresa, os prédios, equipamentos, instalações, e veículos e po- patrimonial. No entanto, esses bens deverão estar registrados con-
dem ser classificados como; tabilmente no patrimônio da entidade.
• Tangíveis - são os que podem ser tocados, como por exemplo, Da mesma forma, se um material de consumo for considerado
máquinas e veículos e, como de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utiliza-
• Intangíveis - aqueles que não podemos tocar, por exemplo, da ou valor relevante, também deverá ser controlado por meio de
o logotipo. relação-carga, e incorporado ao patrimônio da entidade.
O objetivo da administração desses recursos é abastecer o pro- A classificação orçamentária, o controle patrimonial e o reco-
cesso com os materiais necessários e indispensáveis para a finaliza- nhecimento do ativo seguem critérios distintos, devendo ser apre-
ção do produto visando; ciados individualmente. A classificação orçamentária obedecerá aos
• Preços baixos; parâmetros de distinção entre material permanente e de consumo.
• Alto giro de estoques; O controle patrimonial obedecerá ao princípio da racionalização do
• Baixo custo de aquisição e posses; processo administrativo. Por sua vez, o reconhecimento do ativo
• Continuidade de suprimento; compreende os bens e direitos que possam gerar benefícios econô-
• Consistência de qualidade; micos ou potencial de serviço.
• Pouca despesa com pessoal; A seguir são apresentados alguns exemplos de como proceder
• Relações favoráveis com os fornecedores; à análise da despesa, a fim de verificar se a classificação será em
• Aperfeiçoamento do pessoal; material permanente ou em material de consumo:
• Bons registros. a) Classificação de peças não Incorporáveis a Imóveis (despesas
com materiais empregados em imóveis e que possam ser removi-
Material de Consumo e Material Permanente dos ou recuperados, tais como: biombos, cortinas, divisórias remo-
Material de consumo - aquele que em razão de seu uso cor- víveis, estrados, persianas, tapetes e afins):
rente e da definição da Lei nº4.320/1964 perde normalmente sua A despesa com aquisição de peças não incorporáveis a imóveis
identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos; deve ser classificada observando os critérios acima expostos (Dura-
Material permanente - aquele que em razão de seu uso cor- bilidade, Fragilidade, Perecibilidade, Incorporabilidade e Transfor-
rente não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade mabilidade). Geralmente os itens elencados acima são considera-
superior a dois anos. dos material permanente, mas não precisam ser tombados.
Além disso, na classificação da despesa com aquisição de ma- No caso de despesas realizadas em imóveis alugados, o ente
terial devem ser adotados alguns parâmetros que distinguem o ma- deverá registrar como material permanente e proceder à baixa
terial permanente do material de consumo. quando entregar o imóvel, se os mesmos encontrarem-se deterio-
Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo rados, sem condições de uso.
menos um, dos critérios a seguir: b) Classificação de despesa com aquisição de placa de memória
1. Critério da Durabilidade – Se em uso normal perde ou para substituição em um computador com maior capacidade que a
tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo má- existente e a classificação da despesa com aquisição de uma leitora
ximo de dois anos; de CD para ser instalada num Computador sem Unidade Leitora de
2. Critério da Fragilidade – Se sua estrutura for quebradiça, CD:
deformável ou danificável, caracterizando sua irrecuperabilidade e Gastos de manutenção e reparos correspondem àqueles incor-
perda de sua identidade ou funcionalidade; ridos para manter ou recolocar os ativos em condições normais de
3. Critério da Perecibilidade – Se está sujeito a modificações uso, sem com isso aumentar sua capacidade de produção ou perío-
(químicas ou físicas) ou se deteriora ou perde sua característica pelo do de vida útil. Por sua vez, uma melhoria ocorre em consequência
uso normal; do aumento de vida útil do bem do ativo, do incremento em sua
4. Critério da Incorporabilidade – Se está destinado à incor- capacidade produtiva, ou da diminuição do custo operacional. Des-
poração a outro bem, e não pode ser retirado sem prejuízo das ca- se modo, uma melhoria pode envolver uma substituição de partes
racterísticas físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para do bem ou ser resultante de uma reforma significativa. Assim, como
a constituição de novos bens, melhoria ou adições complementares regra, aumenta o valor contábil do bem se o custo das novas peças
de bens em utilização (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para for maior que o valor líquido contábil das peças substituídas. Caso
a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que con- contrário, o valor contábil não será alterado.
tenham a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30); Portanto, a despesa orçamentária com a troca da placa de me-
5. Critério da Transformabilidade – Se foi adquirido para fim mória de um computador para outra de maior capacidade deve ser
de transformação. classificada na categoria econômica 4 – “despesa de capital”, no
Observa-se que, embora um bem tenha sido adquirido como grupo de natureza de despesa 4 – “investimentos” e no elemento
permanente, o seu controle patrimonial deverá ser feito baseado de despesa 30 – “Material de Consumo”.
na relação custo-benefício desse controle. Observe que se a troca ocorrer por outro processador de mes-
Nesse sentido, a Constituição Federal prevê o Princípio da Eco- ma capacidade, havendo apenas a manutenção regular do seu
nomicidade (art. 70) que se traduz na relação custo-benefício. As- funcionamento, deve ser classificada na categoria econômica 3 –
sim, os controles devem ser simplificados quando se apresentam “despesa corrente”, no grupo da natureza da despesa 3 – “outras
como meramente formais ou cujo custo seja evidentemente supe- despesas correntes” e no elemento de despesa 30 – “Material de
rior ao risco. Consumo”.

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As adições complementares, por sua vez, não envolvem subs- Quando o serviço se destina a manter o bem em condições nor-
tituições, mas aumentam o tamanho físico do ativo por meio de mais de operação, não resultando em aumento relevante da vida
expansão, extensão, etc., são agregadas ao valor contábil do bem. útil do bem, a despesa orçamentária é corrente.
A inclusão da leitora de CD na unidade também deve ser classi- Caso as melhorias decorrentes do serviço resultem em aumen-
ficada na categoria econômica 4 – despesa de capital, no grupo de to significativo da vida útil do bem, a despesa orçamentária é de
natureza de despesa 4 – “investimentos” e no elemento de despesa capital, devendo o valor do gasto ser incorporado ao ativo.
30 – “Material de Consumo”, pois se trata de adição complementar, e) Classificação de despesa com aquisição de pen-drive, cane-
ou seja, novo componente não registrado no ativo imobilizado. tas ópticas, token e similares.
c) Classificação de despesa com aquisição de material biblio- A aquisição será classificada como material de consumo, na na-
gráfico tureza da despesa 339030, tendo em vista que são abarcadas pelo
Os livros e demais materiais bibliográficos apresentam carac- critério da fragilidade. Os bens serão controlados como materiais
terísticas de material permanente (durabilidade superior a dois de uso duradouro, por simples relação-carga, com verificação peri-
anos, não é quebradiço, não é perecível, não é incorporável a outro ódica das quantidades de itens requisitados, devendo ser conside-
bem, não se destina a transformação). Porém, o art. 18 da Lei nº rado o princípio da racionalização do processo administrativo para
10.753/2003, considera os livros adquiridos para bibliotecas públi- a instituição pública, ou seja, o custo do controle não pode exceder
cas como material de consumo. os benefícios que dele decorram.
“Art. 18. Com a finalidade de controlar os bens patrimoniais
das bibliotecas públicas, o livro não é considerado material perma- SERVIÇOS DE TERCEIROS X MATERIAL DE CONSUMO
nente.” Na classificação da despesa de material por encomenda, a
As demais bibliotecas devem classificar a despesa com aquisi- despesa orçamentária só deverá ser classificada como serviços de
ção de material bibliográfico como material permanente. terceiros se o próprio órgão ou entidade fornecer a matéria-prima.
“Art. 2º Considera-se livro, para efeitos desta Lei, a publicação Caso contrário, deverá ser classificada no elemento de despesa 52,
de textos escritos em fichas ou folhas, não periódica, grampeada, em se tratando de confecção de material permanente, ou no ele-
colada ou costurada, em volume cartonado, encadernado ou em mento de despesa 30, se material de consumo.
brochura, em capas avulsas, em qualquer formato e acabamento. Algumas vezes ocorrem dúvidas, em virtude de divergências
Parágrafo único. São equiparados a livro: entre a adequada classificação da despesa orçamentária e o tipo do
I – fascículos, publicações de qualquer natureza que represen- documento fiscal emitido pela contratada (Ex: Nota Fiscal de Servi-
tem parte de livro; ço, Nota Fiscal de Venda ao Consumidor etc.). Nesses casos, a con-
II – materiais avulsos relacionados com o livro, impressos em tabilidade deve procurar bem informar, seguindo, se for necessário
papel ou em material similar; para tanto, a essência ao invés da forma e buscar a consecução de
III – roteiros de leitura para controle e estudo de literatura ou seus objetivos: demonstrar o patrimônio e controlar o orçamento.
de obras didáticas; Portanto, a despesa orçamentária deverá ser classificada inde-
IV – álbuns para colorir, pintar, recortar ou armar; pendentemente do tipo de documento fiscal emitido pela contrata-
V – atlas geográficos, históricos, anatômicos, mapas e carto- da, devendo ser classificada como serviços de terceiros ou material
gramas; mediante a verificação do fornecimento ou não da matéria-prima.
VI – textos derivados de livro ou originais, produzidos por edi- Um exemplo clássico dessa situação é a contratação de confecção
tores, mediante contrato de edição celebrado com o autor, com a de placas de sinalização. Nesse caso, será emitida uma nota fiscal de
utilização de qualquer suporte; serviço e a despesa orçamentária será classificada no elemento de
VII – livros em meio digital, magnético e ótico, para uso exclusi- despesa 30 – material de consumo, pois não houve fornecimento
vo de pessoas com deficiência visual; de matéria-prima.
VIII – livros impressos no Sistema Braille.”
“Biblioteca Pública é uma unidade bibliotecária destinada in- OBRAS E INSTALAÇÕES X SERVIÇOS DE TERCEIROS
distintamente a todos os segmentos da comunidade, com acervos Serão considerados serviços de terceiros as despesas com:
de interesse geral, voltados essencialmente à disseminação da lei- – Reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas e adapta-
tura e hábitos associados entre um público amplo definido basica- ções de bens imóveis sem que ocorra a ampliação do imóvel;
mente em termos geográficos, sem confundir com as bibliotecas – Reparos em instalações elétricas e hidráulicas;
destinadas a atender um segmento da comunidade com um pro- – Reparos, recuperações e adaptações de biombos, carpetes,
pósito específico” (Acórdão 111/2006 – 1ª Câmara – Tribunal de divisórias e lambris;
Contas da União – TCU). – Manutenção de elevadores, limpeza de fossa e afins.
Assim, as Bibliotecas Públicas devem efetuar o controle patri- Quando a despesa ocasionar a ampliação relevante do poten-
monial dos seus livros, adquiridos como material de consumo de cial de geração de benefícios econômicos futuros do imóvel, tal des-
modo simplificado, via relação do material (relação-carga), e/ou ve- pesa deverá ser considerada como obras e instalações, portanto,
rificação periódica da quantidade de itens requisitados, não sendo despesa com investimento.32
necessária a identificação do número do registro patrimonial.
Essas bibliotecas definirão instruções internas que estabelece- 1.1 Conceito de material
rão as regras e procedimentos de controles internos com base na Material é a designação genérica de equipamentos, componen-
legislação pertinente. tes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas
As aquisições que não se destinarem às bibliotecas públicas de- e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades
verão manter os procedimentos de aquisição e classificação na na- das organizações públicas federais, independente de qualquer fa-
tureza de despesa 449052 – Material Permanente – incorporando tor, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem,
ao patrimônio. Portanto, devem ser registradas em conta de Ativo aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos economica-
Imobilizado. mente aproveitáveis.
d) Classificação de despesa com serviços de remodelação, res-
tauração, manutenção e outros.
32Fonte: www.slog.cefetmg.br

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
1.1.1 Material de consumo No exemplo abaixo, o produto em estoque teve dentro de 30
Aquele material de uso constante e, que tem como caracterís- dias, 180 unidades consumidas. Para descobrir o consumo médio
tica, a perda sua identidade física e/ou tem sua utilização normal- diário, basta dividir o consumo total pelo período de tempo:
mente limitada a dois anos, como material de higiene e limpeza, Consumo médio diário =180/30 = 6
produtos alimentícios, materiais de escritório, etc. Assim, o consumo médio diário deste produto são 6 unidades
por dia.
1.1.2 Material permanente Caso, o período para repor este produto seja de 20 dias; a fór-
Aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a iden- mula para calcular o estoque mínimo será:
tidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. São Estoque mínimo = consumo médio diário X tempo de repo-
classificados como despesas de investimentos na categoria econô- sição
mica despesa de capital. Em = 6*20 = 120
Então, o estoque mínimo do produto será de 120 unidades.
1.2 Pedido de fornecimento
O pedido de fornecimento é o documento assinado pelo orde- 1.4.3 Estoque máximo
nador de despesa e gestor financeiro, ou por outro servidor com O Estoque máximo (EM) representa a maior quantidade de ma-
competência, autorizando a emissão de nota de empenho para pos- terial admissível em estoque, suficiente para o consumo em certo
terior envio ao fornecedor. período, devendo-se considerar a área de armazenagem, disponi-
bilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de
1.3 Pedido de compra aquisição, perecimento, obsoletismo, etc. Seu cálculo é obtido atra-
É o documento que formaliza a autorização da compra entre
vés da fórmula abaixo:
empresa e fornecedor. Sua emissão é realizada pelo departamento
EM = Em + Lr
de compras após requisição solicitada pelosetor de almoxarifado.
Sendo:
Nele devem constar rigorosamente todas as condições da relação
Em = Estoque mínimo ou de segurança
comercial como:
• Dados cadastrais do comprador e fornecedor; Lr = Lote de reposição: Quantidade em dias ou volume que o
• Produto; pedido a ser realizado deve durar de acordo com a demanda futura
• Quantidade; prevista.
• Valor;
• Data para entrega; 1.5 Recebimentos provisório e definitivo
• Condição de pagamento, etc. Recebimento Provisório
É o ato da entrega de um bem ao órgão no local previamen-
1.4 Controle de estoques te designado para efeito de posterior verificação de conformidade
Parte responsável por adequar os níveis de estoques às neces- do material com a especificação, não importando em sua aceitação
sidades e à política de gestão de materiais. O controle de estoque definitiva.
é a gestão dos materiais em seu processo de fornecimento, recebi-
mento, armazenagem, distribuição, registro, etc. Recebimento Definitivo
A manutenção correta do estoque assegura o abastecimento O material será recebido após verificação da qualidade e quan-
dos itens necessários para vendas, produção e consumo, em quan- tidade e consequente aceitação.
tidades exatas para o atendimento de seus clientes. As principais
vantagens do controle de estoque são: 1.6 Armazenagem
• Otimização do tempo; A armazenagem dos materiais no almoxarifado obedece alguns
• Redução de perdas e prejuízos; critérios, que devem ser definidos no sistema de instalação e no
• Aproveitamento e organização de espaço; layout adotado, proporcionando condições físicas que preservem a
• Aumento de receitas; qualidade dos materiais, objetivando a ocupação plena do edifício
• Eficiência nas compras, etc. e a ordenação da arrumação. A fase de armazenagem dos materiais
Os sistemas integrados de gestão são ferramentas que informa- compreende:
tizam os dados, estreitam a comunicação entre os setores e auto- • Verificação das condições de recebimento do material;
matizam os processos do controle de estoque. • Identificação do material;
• Guarda na localização adotada;
1.4.1 Consumo médio mensal
• Informação da localização física de guarda;
Relatório que apresenta a média do consumo do estoque nos
• Verificação periódica das condições de proteção e arma-
últimos doze meses.
zenamento;
1.4.2 Estoque mínimo • Separação para distribuição.
Também chamado de Estoque Mínimo ou de Segurança (Em),
é a menor quantidade de material a ser mantida em estoque capaz Dependendo das características do material, a armazenagem
de atender a um consumo superior ao estimado para certo período pode ocorrer em função de parâmetros como: fragilidade, combus-
ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova tão, volatilização, oxidação, explosão, intoxicação, radiação, corro-
aquisição. É aplicável tão somente aos itens indispensáveis aos ser- são, volume, peso, forma.
viços do órgão ou entidade. Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem a regras
Para calcular o estoque mínimo, serão necessárias informações taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispos-
como, o consumo médio diário do produto, que é o número das tos no almoxarifado. Por essa razão, devem-se analisar, em conjun-
unidades deste produto vendidas em determinado período ou dia; to, os parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo
e o tempo de sua reposição em estoque. tipo de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
que melhor atenda ao fluxo de materiais. Com relação à localiza- Controle
ção dos materiais, o objetivo é estabelecer os meios necessários à É o conjunto de procedimentos, adotados pela Gerência do Pa-
perfeita identificação da localização dos materiais. Normalmente é trimônio Público, voltado à verificação da localização, do estado de
utilizada uma simbologia (codificação) alfanumérica, que deve in- conservação, bem como do prazo de validade do contrato de segu-
dicar, precisamente, o posicionamento de cada material estocado, ros dos bens patrimoniais. O controle físico tem caráter permanen-
facilitando as operações de movimentação e estocagem. O almoxa- te, em decorrência da própria necessidade de acompanhamento
rife é o responsável por este sistema e deverá possuir um esquema da posição físico-financeira do ativo imobilizado de cada Unidade
do depósito, com o arranjo físico dos espaços disponíveis, por área Administrativa; O controle físico envolve as seguintes modalidades:
de estocagem. • Controle de localização
Consiste na verificação sistemática do local onde está situado
1.7 Movimentação e controle o material, bem como da Unidade Administrativa que o detém,
Movimentação com vista à determinação fidedigna das informações existentes no
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o cadastro sobre essa localização. A divergência constatada entre a
conjunto de procedimentos relativos à distribuição, remanejamen- localização real dos bens e a que constar no relatório de cadastro,
to, saída provisória, empréstimo, e arrendamento a que os mes- deve ser imediatamente corrigida pela Gerência Setorial de Patri-
mos estão sujeitos, no período decorrido entre sua incorporação mônio.
e desincorporação. Compete à Gerência Setorial de Patrimônio, • Controle do estado de conservação
das Unidades Administrativas, a primeira distribuição de material Consiste no acompanhamento sistemático do estado de con-
permanente recém adquirido, de acordo com a destinação dada no servação dos bens patrimoniais, objetivando manter sua integri-
processo administrativo de aquisição correspondente: A movimen- dade física, observando-se a proteção do bem contra agentes da
tação de qualquer bem móvel, tem como pré-requisito o preenchi- natureza, mediante a tomada de medidas para evitar a corrosão,
mento do Termo de Responsabilidade. oxidação, deterioração e outros agentes que possam reduzir sua
• Distribuição vida útil. A manutenção dos bens patrimoniais será realizada com
É o ato pelo qual a Gerência Setorial de Patrimônio de cada pessoal próprio das Unidades Administrativas onde o bem está alo-
Unidade Administrativa procede a entrega dos bens recém-incorpo- cado ou por empresa contratada para esse fim, e será solicitada
rados aos responsáveis pela carga. No ato da distribuição o respon- pelas Gerências, à Gerência Setorial de Patrimônio. A verificação
sável pelo destino dos bens, assinará no campo próprio do Termo do estado físico dos bens será realizada mediante inventários locais
de Responsabilidade e devolverá a 2ª via à Gerência Setorial de Pa- periódicos, realizados por iniciativa da Gerência Setorial de Patri-
trimônio que o arquivará. Os bens que tiverem sido adquiridos sem mônio, ou no decorrer do inventário anual, podendo ser identifica-
destinatários, previamente estabelecidos, ficarão, inicialmente, sob das as seguintes condições de conservações:
a guarda da Gerência Setorial de Patrimônio da Unidade Adminis- - Novo: Refere-se ao bem comprado e que se encontra com
trativa, que posteriormente, mediante solicitação específica de menos de um ano de uso;
qualquer Gerência interessada procederá a distribuição. - Bom: É o bem que embora com mais de um ano de adqui-
• Remanejamento rido esteja em plena atividade, sendo utilizado de acordo com as
É a operação de movimentação de bens entre Gerências de suas especificações técnicas e capacidade operacional;
uma Unidade Administrativa, com conseqüente alteração da carga - Recuperável: É o bem que está avariado, sendo viável eco-
patrimonial do referido bem. nomicamente a sua recuperação, ou seja, o valor de sua recupera-
ção não ultrapassa 50% de seu valor de mercado;
Saída provisória - Inservível: É aquele bem que está avariado, não sendo re-
Caracteriza-se pela movimentação de bens patrimoniais para comendada, sob o ponto de vista econômico, a sua recuperação.
fora da instalação ou dependência onde estão localizados, em Nos casos em que a vistoria constatar qualquer mudança na situa-
decorrência da necessidade de conserto, manutenção ou da sua ção atual do bem, em relação a que está registrada, a Gerência Se-
utilização temporária por outra Unidade Administrativa, quando torial de Patrimônio pode alterar a informação contida no mesmo,
devidamente autorizado. Qualquer que seja motivo da saída pro- informando a nova situação do estado de conservação.
visória deverá ser autorizada pela Gerência Setorial de Patrimônio • Controle de utilização
da Unidade Administrativa onde o bem está alocado. A saída de Consiste na identificação e análise, pela Gerência Setorial de
veículo, quando de interesse do serviço, não é caracterizada como Patrimônio, das condições de utilização dos bens patrimoniais, ob-
saída provisória, devendo ser efetuada de acordo com procedimen- servando o seguinte:
to adotado por cada Unidade Administrativa. 1 - Conhecimento das condições de utilização do bem, em fun-
• Empréstimo ção das atividades desenvolvidas pela Unidade Administrativa;
Operação de remanejamento de bens entre Unidades Adminis- 2 - Cumprimento das normas técnicas do fabricante, no que se
trativas ou entre estas e terceiros, por um período determinado de refere à capacidade operacional e manuseio.
tempo, sem envolvimento de transação financeira. 3 - Compatibilidade entre a finalidade e características do bem,
• Arrendamento a terceiros com a natureza dos serviços a ele atribuídos. A análise das condi-
É a operação de remanejamento, por arrendamento, de bens ções de utilização dos bens patrimoniais será feita através de verifi-
entre as Unidades Administrativas estaduais e terceiros, por um cações locais, realizadas por iniciativa das Unidades Administrativas
período determinado de tempo, com o envolvimento de transação responsáveis pela carga patrimonial, através da sua Gerência Seto-
financeira. Constatada a viabilidade de arrendar-se um bem per- rial de Patrimônio, que quando constatar discrepâncias nas condi-
tencente ao Estado, a Unidade Administrativa interessada no arren- ções de utilização de um bem tomará a medida corretiva cabível.
damento do bem, através de sua Gerência Setorial de Patrimônio,
analisará a viabilidade do evento e se for o caso, autorizará nos ter-
mos da Lei. Todo e qualquer bem pertencente ao Estado, além de
obedecer aos aspectos legais, só poderá ser arrendado mediante
contrato e, se for o caso, processo licitatório.

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
• Controle de garantia e manutenção Também ocorreram adequações no tempo de espera, no des-
Consiste no acompanhamento do vencimento dos prazos de canso diário e semanal e na jornada extraordinária, bem como nas
garantia e dos contratos de manutenção; os contratos deverão ser obrigações de cada agente que participa do setor de transporte.
controlados pela Gerência Setorial de Patrimônio de cada Unidade Ficou garantida a isenção de pedágio para eixo suspenso e o poder
Administrativa, observando rigorosamente o seu prazo de venci- público adotará medidas, no prazo de cinco anos, a contar da vi-
mento, bem como a data de expiração da garantia. As informações gência da lei, para criar e ampliar a disponibilidade dos espaços de
sobre garantia devem ser encaminhadas, através de memorando, parada e descanso.
à Gerência Setorial de Patrimônio de cada Unidade Administrativa,
até a determinada data de cada mês, para fins de cadastro no con- 1.9 Relatório mensal do almoxarifado (RMA)
trole do patrimônio estadual. Nenhum bem pode ser reparado, res- O RMA deve ser elaborado mensalmente e remetido, exclusiva-
taurado ou revisado sem autorização da Gerência Setorial de Patri- mente, para os responsáveis pelas unidades gestoras, informando o
mônio. Serviços realizados por terceiros, não autorizados, em bem consumo de material que lhes foi efetivamente atribuído, para fins
em período de garantia, é irregularidade passível de penalização. de acompanhamento, conferência com as cópias de requisições em
• Controle de seguro poder dessas unidades e correção de eventual apropriação indevi-
Consiste no acompanhamento dos prazos de vencimento dos da. Este relatório é encaminhado para o Departamento Contábil.
contratos de apólices de seguro e que são controlados pela Gerên-
cia Setorial de Patrimônio. As informações sobre seguros devem ser Ações em Tesouraria
encaminhadas, através de memorando, à Gerência Setorial de Patri- As ações em tesouraria são aquelas emitidas por uma empresa
mônio de cada Unidade Administrativa, até a determinada data de e depois recompradas pela mesma companhia, no mercado.
cada mês, para fins de cadastro no controle do patrimônio estadual. Normalmente, a empresa decide readquirir os papéis para ob-
ter ações destinadas aos programas de incentivo a funcionários ou
1.8 Carga e descarga para proventos de acionistas.
Carga.
É o processo de incluir mercadorias em veículos próprios, an- - Lucros ou Prejuízos Acumulados
tes de serem transportadas, seguindo todas as normas de proteção, Os lucros ou prejuízos acumulados são a soma dos resultados
qualidade e dentro do prazo combinado com o cliente. positivos/negativos nas Demonstrações de Resultados do Exercícios
As principais modalidades de carga são: de uma empresa desde a sua constituição.
• Carga fracionada Esses resultados ficam à espera de absorção futura. Conforme
A carga fracionada trata do envio de pequenos volumes. Num a Lei 11.638/2007, para as sociedades por ações, o saldo final desta
mesmo veículo são colocados pedidos de vários clientes até com- conta não poderá mais ser credor.
pletar sua ocupação total. Assim, os custos são divididos entre to-
das as cargas enviadas e os clientes pagarão apenas pelo espaço Como calcular patrimônio líquido?
utilizado. O patrimônio líquido é o cálculo dos lançamentos contábeis da
• Carga completa operação da empresa. Ele pode mudar a cada aporte de valores no
A carga completa, que pode ser chamada também de carga lo- seu negócio, por exemplo, quando existe um acréscimo de capital
tação e carga fechada, é a modalidade em que o veículo é carregado social. Em caso de apuração de lucros, também, o patrimônio líqui-
com pedidos de apenas um cliente. Isso pode acontecer devido ao do sofre alterações.
grande volume transportado, restrições do cliente em relação ao Para fazer o cálculo do patrimônio de uma empresa, basta utili-
compartilhamento do veículo e/ou urgência na entrega. za uma equação que leva em conta o ativo total e o passivo exigível
Veja como a forma é simples:
Descarga
A descarga é o acompanhamento da retirada do produto de um Patrimônio líquido = Ativo – Passivo
veículo na chegada ao seu destino final.
Carga e descarga mais rigorosa Abaixo, vamos entender melhor o que são o ativo e o passivo e
Em 2015 foi constituída a Lei nº 13.103/15, atualizando a Nor- ver exemplo do cálculo do patrimônio líquido na prática, para você
ma 11.442/07. poder aplicar essa equação na sua empresa ou na avaliação de al-
Com as inovações, após a 5º hora de atraso, será devido ao TAC gum balanço.
ou ETC o equivalente a R$ 1,38 (um real e trinta e oito centavos) por Ativo, passivo e patrimônio líquido
tonelada/hora, servindo como base de cálculo a capacidade total
de transporte do veículo, aspecto omisso na regulamentação ante- Recapitulando;
rior. Este valor será calculado a partir do momento da chegada do Entender o que é ativo e o que constitui o passivo é o primeiro
veículo ao seu destino, até a carga ou descarga da mercadoria. O passo para aplicar o conceito do patrimônio líquido na sua empresa
valor da tonelada/hora será atualizado anualmente pelo Índice de ou nas suas finanças pessoais.
Preço Ao Consumidor – INPC.
Outra importante inserção refere-se à exigência do embar- Ativo
cador e do destinatário fornecerem ao transportador documento O ativo é constituído por todos os bens, direitos e valores que
capaz de comprovar o horário de chegada do caminhão em suas uma entidade (empresa, por exemplo) possui ou tem a receber.
dependências, sob pena de aplicação de multa pela ANTT (Agência Uma máquina nova, por exemplo, representa um ativo. Um prédio
Nacional de Transportes Terrestres) que pode chegar até 5% do va- próprio onde funciona a fábrica também é exemplo de um ativo
lor da carga. patrimonial.

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Mais exemplos que constituem ativos: NOÇÕES DE PATRIMÔNIO
- Duplicatas (a receber das vendas)
- Imóveis 2.1 Carga e descarga
- Veículos Tópico abordado no item 1.8
- Máquinas
- Patentes de produtos 2.1.1 Incorporações orçamentárias
São os registros das aquisições de materiais permanentes ad-
Passivo quiridas com nota fiscal dentro do exercício do recebimento (natu-
O passivo de uma empresa engloba todas as obrigações finan- reza de despesa) que afetarão as entradas orçamentárias do Relató-
ceiras que o negócio tem com terceiros. Todas as dívidas estão aqui. rio de Movimentação de Bens Móveis (RMB).
A compra de um caminhão financiado, por exemplo, representa
uma obrigação, um passivo exigível (e por outro, a posse é um ati- 2.1.2 Incorporações extraorçamentárias
vo). São os registros de aquisição de materiais permanentes, que
Alguns exemplos que constituem passivos: afetarão as entradas extraorçamentárias do Relatório de Movimen-
- Salários dos funcionários tação de Bens Móveis (RMB).
- Impostos
- Duplicatas a pagar 2.1.2.1 Compras por restos a pagar
- Aluguéis a pagar. São as compras que ocorrem conforme notas de empenho do
exercício anterior, porém inscritas em restos a pagar no exercício
Estão mais claros os conceitos de ativos e passivos? Bem, agora atual.
vamos a uma demonstração de como eles podem ser usados no
cálculo do patrimônio líquido. 2.1.2.2 Retorno ao estoque
Digamos que você invista em um imóvel para uma fábri- O retorno caracteriza-se como a volta, ao local de origem, das
ca. O valor investido na entrada é de R$ 100.000,00 e o financia- mercadorias que não tenham dado entrada no estabelecimento
do, R$ 200.000,00. Nesse caso, você possui um patrimônio de R$ para qual estavam destinadas. As mercadorias podem retornar por
300.000,00, mas ainda precisa pagar 2/3 desse valor, correto? vários motivos:
Então é preciso aplicar a Equação do Balanço: Patrimônio líqui- • Falta de algum documento que acompanhe o pedido;
do = Ativo – Passivo. • Produto em desacordo com o pedido;
Assim, o resultado líquido é de R$ 100.000,00. • Dados incompletos ou incorretos do destinatário;
• Preço ou prazo/forma de pagamento divergente ao acor-
Exemplo de patrimônio líquido dado;
A seguir, você vai ver um exemplo que deixará o cálculo do • Estabelecimento fechado, etc.
patrimônio líquido de uma empresa ainda mais fácil de visualizar.
Preparado? 2.1.2.3 Produção
Tomemos uma empresa fictícia chamada de Modelo, que é um É a incorporação de um bem patrimonial fabricado ou cons-
comércio varejista de ternos e roupas para homens. Essa é uma so- truído pelo Ente Público, realizada mediante a identificação precisa
ciedade de um casal de empreendedores, Carlos e Fabiana. de seu valor, por meio da apropriação de seu custo de produção ou
Os dois investiram um capital total de R$ 70.000,00. Desse va- fabricação.
lor, R$ 50.000,00 foram integralizados no imóvel e em peças para a
revenda. Já os R$ 20.000,00 restantes ficaram a integralizar. 2.1.2.4 Doação
Com o trabalho inicial, o faturamento atingiu R$ 40.000,00, que Doação é o ajuste em que o doador transfere a outro um bem
representou posteriormente um lucro de R$ 22.000,00. de seu patrimônio a título de mera liberalidade. A Administração
Vamos ver como anda nosso patrimônio líquido até o momen- pode fazer doação de bens públicos desafetados, entretanto, esse
to? procedimento é tido como excepcional e atender a interesse pú-
blico devidamente demonstrado. Qualquer violação a esses pres-
Capital social = R$ 70.000,00 supostos representa conduta ilegal e dilapidatória do patrimônio
(-) Capital a integralizar = R$ 20.000,00 público.
(+) Lucros acumulados = R$ 22.000,00
Total do patrimônio líquido: R$ 72.000,00. 2.1.2.5 Sobra de estoques
São consideradas sobras de estoques as sucatas, os subprodu-
Depois, quando o casal decidir integralizar o restante do capital tos, pedaços, resíduos, aparas e outros materiais derivados da ativi-
social, teremos o seguinte patrimônio líquido: dade industrial que têm como característica nascerem do processo
da produção.
Capital social = R$ 70.000,00 A diferença entre um e outro reside no fato de que a sucata não
(+) Lucros acumulados = R$ 22.000,00 tem um mercado garantido de comercialização e os preços bastante
Total do patrimônio líquido: R$ 92.000,00. incertos enquanto os subprodutos têmboas condições de demanda
e de preços.
É claro que este exemplo é bem mais simples do que analisar
detidamente todos os elementos de um balanço da Petrobras.
Mas entender conceitos como o patrimônio líquido pode ser
um primeiro passo para sua educação contábil, que vai contar pon-
tos valiosos na sua jornada de investidor.
Fonte: https://www.btgpactualdigital.com/blog/investimen-
tos/patrimonio-liquido-o-que-e-para-que-serve-e-como-calcular

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
2.1.2.6 Arredondamentos 2.1.2.12 Outras incorporações
Algumas vezes podem ocorrer diferenças de arredondamento Incorporação é a agregação de novos elementos ao Patrimônio
entre os registros de estoque atuais do estoque real e do estoque Público, que pode ser através de leasing, transferência, apropria-
calculado (quantidade x preço) durante o período contábil. As dife- ção, arrendamento, apropriação, etc.
renças de arredondamento ocorrem porque os preços e as unida-
des de preço produzem valores de que não podem ser represen- 2.2 Descargas do almoxarifado e do patrimônio
tados em unidades de moeda mínimas (duas casas decimais, por Todos os materiais transitam pela área de armazenamento,
exemplo). uma vez que o recebimento, a aceitação e a distribuição são ativida-
Uma das formas de ajuste ocorre com a alteração de valores des inerentes do almoxarifado, para só então o gerenciamento dos
para os próximos itens recebidos em estoque. bens adquiridos passarem a ser atividade da área do patrimônio.

2.1.2.7 Indenizações e reposições. 2.2.1 Consumo


Todo agente público poderá ser chamado à responsabilidade O estoque de consumo tem como finalidade o registro e con-
pelo desaparecimento de bem ou material que lhe for confiado trole dos itens de consumo básicos, utilizados nas rotinas das ativi-
para guarda e uso, bem como, dolosa ou culposamente, pelo seu dades, como os de limpeza e higiene, de alimentação, de escritório,
dano. Qualquer irregularidade ocorrida com o bem ou material sob etc.
sua responsabilidade será objeto de comunicação formal, imedia-
tamente, de maneira circunstanciada, por parte do agente público, 2.2.2 Perdas
a Chefia competente. A indenização e/ou reposição por parte do As perdas ocorrem quando parte dos materiais são avariadas e
agente responsável poderá ser efetuada arcando com as despesas não podem ser aproveitadas em conseqüência de incêndios, evapo-
de recuperação, substituindo o material por outro de mesmas ca- ração, expiração da validade, etc.
racterísticas acompanhado dos documentos fiscais, apurado em
processo regular e comissão composta por 03 (três) servidores. As 2.2.3 Alienação no serviço público
empresas prestadoras de serviços do órgão público deverão indeni- Alienar é transferir um bem ou o direito de alguma coisa.No
zar, na forma prevista, em virtude de dano, furto ou extravio causa- caso de bens públicos, o objeto dessa transferência é um item, bem
dos, direta ou indiretamente, com culpa ou dolo, por parte dos seus móvel ou imóvel, que integra o acervo patrimonial de algum órgão
empregados. da administração pública.
Os bens públicos também podem ser vendidos, doados, per-
2.1.2.8 Diferencial de incorporação mutados, dados em pagamento etc. Assim, podem passar de patri-
Incorporação é o registro de um bem no sistema de controle
mônio de uma entidade pública para o de outra entidade pública ou
patrimonial de uma instituição, decorrente de compra, cessão, doa-
privada, pessoa física ou jurídica.
ção, fabricação própria, comodato ou permuta, com a consequente
variação positiva no patrimônio do órgão.
2.2.3.1 Venda
É a venda de bens móveis classificados como ociosos, antieco-
2.1.2.9 Transferências e cessões.
nômicos ou inservíveis, que deverá ser efetivada mediante leilão.
Transferências
Procedida com estrita observância dos princípios de licitação, salvo
É a incorporação de bens de responsabilidade de uma unidade
as exceções previstas na legislação específica.
administrativa para outra em caráter definitivo

Cessões 2.2.3.2 Doação


É a modalidade de ingresso de bens e materiais ao acervo patri- Tópico abordado no item 2.1.2.4.
monial, com transferência gratuita de posse e troca de responsabili-
dade, de um órgão para outro no âmbito da Administração Pública. 2.2.3.3 Permuta
Os bens classificados como ociosos ou recuperável serão cedidos a Tópico abordado no item 2.1.2.10.
outros órgãos que deles necessitem.
2.2.4 Quebra de estoques
2.1.2.10 Permuta São diferenças ocasionadas em materiais que foram danifica-
É a incorporação no acervo patrimonial do órgão público de dos por diversas razões (quebra, furto, expiração da validade, ob-
um bem pertencente a outro órgão público, que foi objeto de troca, solescência, etc.) e necessitam ser ajustadas nos registros fiscais e
portanto as partes transferem e recebem, uma da outra, bens de contábeis para que haja sempre precisão nos dados apresentados.
igual natureza e/ou valor econômico, ou ainda, bens de diferente
natureza e/ou valor econômico, mediante complementação em pe- 2.2.5 Arredondamentos
cúnia, se for o caso. Tópico abordado no item 2.1.2.6

2.2.6 Devolução a fornecedores


2.1.2.11 Valorização de bens O material em excesso ou com defeito será devolvido ao for-
Reavaliação é a técnica de atualização para mais dos valores necedor. A devolução de material se dá mediante autorização por
dos bens de uma entidade, por meio do preço de mercado ou de escrito ao fornecedor, onde é indicado o endereço e forma de envio
consenso entre as partes, fundamentada em pareceres técnicos (recolhimento por parte da empresa ou transportadora, envio pelos
(laudos de avaliação), tendo em vista que a quantia avaliada en- correios, etc.). É vedado o pagamento do frete por parte do órgão
contra-se superior ao valor líquido contábil, sendo, portanto, a dife- comprador na devolução de mercadorias quando a parte motivado-
rença entre o valor originalmente consignado e o valor reavaliado, ra foi o fornecedor (peça já veio quebrada, defeito de fábrica, mal
registrada no patrimônio. embalada, etc.).

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
2.2.7 Diferencial de incorporação • Exclusão de bens no cadastro.
Tópico abordado no item 2.1.2.8 Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à
baixa definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo,
2.2.8 Transferências e cessões por seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do
Tópico abordado no item 2.1.2.9 serviço público.
As orientações administrativas devem ser obedecidas, em cada
2.2.9 Inservibilidade caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de gestão
Um bem, quando considerado inservível, não deve permane- patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada. Sen-
cer escriturado no Patrimônio da Entidade, em função de não trazer do o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em utili-
mais benefícios presentes e nem trará no futuro, devendo assim, zá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições de uso
ser devidamente desincorporado. (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão deverá,
primeiramente, colocá-lo em disponibilidade.
2.2.10 Reclassificação Para tanto, o detentor da carga deverá preencher formulário
O termo “estoque” refere-se a todos os bens tangíveis manti- próprio criado pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão
dos para venda ou uso próprio no curso ordinário do negócio, bens competente que poderá verificar, antecipadamente, junto às enti-
em processo de produção para venda ou para uso próprio ou que dades filantrópicas reconhecidas como de interesse público, dele-
se destinam ao consumo na produção de mercadorias para venda gacias, escolas ou bibliotecas estaduais e municipais, no âmbito de
ou uso próprio. sua jurisdição, se existe interesse pelos bens. O bem a ser baixado
Seguindo o conceito de liquidez, o subgrupo estoques classifi- permanecerá guardado em local apropriado, sob a responsabilida-
ca-se no Circulante, após os subgrupos “Outros Créditos”. de de um servidor público, até a aprovação de baixa, ficando ex-
Todavia, poderá haver casos de empresas que tenham esto- pressamente proibido o uso do bem desde o início da tramitação
ques cuja realização ultrapasse o exercício seguinte, assim deve ha- do processo de baixa até sua destinação final.
ver a reclassificação dos estoques para o Realizável a Longo Prazo,
em conta à parte. 2.3 Empréstimos de bens
O empréstimo é a operação de remanejamento de bens entre
2.2.11 Desvalorização de bens. órgãos por um período determinado de tempo, sem envolvimento
Os bens patrimoniais, devido ao desgaste pelo uso nas ativida- de transação financeira. Deve ser evitado, porém, se não houver
des operacionais dos órgãos públicos, bem como em face da ação alternativa, os órgãos envolvidos devem manter um rigoroso con-
do tempo ou mesmo em razão da obsolescência, sofrem desvalori- trole, de modo a assegurar a devolução do bem na mesma condição
zação de seu valor original, a qual se denomina depreciação; que é em que estava na ocasião do empréstimo.
a diminuição do valor dos bens tangíveis ou intangíveis, por desgas-
tes, perda de utilidade por uso, ações da natureza ou obsolescência. 2.3.1 Cessão de uso
A depreciação de um ativo começa quando o item estiver em É a transferência temporária do direito de uso de um bem entre
condições de uso. No entanto, não cessa quando o ativo se torna instituições, porém não de sua propriedade. Após o encerramento
obsoleto ou é retirado temporariamente de operação. É incidente do contrato de cessão, pode-se haver a renovação da cessão, rever-
sobre seu valor reavaliado. O valor da depreciação acumulada ja- são do bem ao cedente ou doação ao cessionário, conforme disci-
mais poderá ultrapassar o valor do custo do bem. plinar o termo de cessão.

2.2.12 Baixa de materiais de uso duradouro 2.3.2 Permissão de uso


Considera-se baixa patrimonial a retirada do bem do acervo e É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo
exclusão da carga patrimonial do órgão, mediante registro da trans- qual a Administração consente que particular se utilize privativa-
ferência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamen- mente de bem público, atendendo, em igual nível, aos interesses
te pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. público e privado.
O órgão de Patrimônio ao receber o processo que autoriza a
baixa, verificará se consta anexo ao mesmo o documento que iden- 2.3.3 Comodato
tifica o tipo da baixa, que no caso de alienação, constata, ainda, O comodato é o empréstimo gratuito de bens móveis ou imó-
se foi acostado o comprovante de pagamento, passando, então a veis em que, por convenção das partes, alguém (comodante) cede
emitir o Termo de Baixa de bens, e a entrega dos bens mediante para outro alguém (comodatário) o direito de uso temporário desse
recibo próprio. bem, devendo o uso ser feito conforme estabelecido previamente
O número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser em contrato. O comodante guarda a propriedade da coisa e o co-
utilizado em outro bem. modatário adquire a posse. O comodante geralmente é o proprietá-
rio ou o usufrutuário. Ao final do período de vigência, o bem em co-
2.2.13 Outras baixas modato deve ser restituído, não podendo ser devolvido outro bem
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a que não aquele que foi o originalmente cedido pelo comodante.
seguir:
• Alienação; 2.4 Transferências internas.
• Comodato; Transferência interna é a movimentação de bens móveis rea-
• Permuta; lizada entre unidades organizacionais dentro do mesmo órgão ou
• Transferência; entidade.
• Doação;
• Cessão; 2.4.1 Transferências para bens em processo de localização
• Perda total; É a transferência realizada mesmo quando um determinado
• Obsolescência; bem não tem sua localização determinada, o que é observado no
• Baixa de bens semoventes; termo de responsabilidade pelo emissor.

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
2.4.2 Transferências para bens móveis a alienar 2.6.1 Inutilização
É a transferência de propriedade, remunerada sob a forma de A inutilização consiste na destruição total ou parcial de bem
venda, a terceiros quando há interesse público na transferência de- que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico
vidamente justificado, e precedida de avaliação, bem como obser- ou inconvenientes, de qualquer natureza, para a Administração Pú-
vadas as normas legais pertinentes. blica Federal, nos termos do Decreto nº 99.658/90.
Os bens considerados inservíveis devem ser inutilizados, após
2.4.3 Transferência do almoxarifado para o setor de patrimô- laudo técnico conclusivo do órgão técnico responsável. A inutiliza-
nio ção, sempre que necessária, deve ser feita mediante audiência dos
É a transferência que ocorre após o registro de entrada do bem órgãos especializados, de forma a ter sua eficácia assegurada.
no sistema de gerenciamento de bens e material no almoxarifado;
este fato deve ser comunicado ao setor de patrimônio através de 2.6.2 Abandono
uma cópia da nota de empenho, uma nota fiscal com o atesto de Ocorre abandono de bens imóveis quando o proprietário de-
aceitação do bem, ou outro documento considerado para o recebi- monstrar o ânimo ou intenção de abrir mão deste título, ou seja,
mento do bem; inclusive, a cópia da requisição atendida ou guia de há necessidade de manifestação de atos exteriores neste sentido.
saída, informando o destino do mesmo.
Se os bens permanecerem em estoque, o setor de patrimônio 2.7 Relatório de movimentação de bens móveis (RMB).
deverá aguardar comunicação de saída destes para efetuar o tom- O RMB é o documento que integra a movimentação de entra-
bamento composto das etapas de cadastramento e marcação física. da, saída e depreciação de bens móveis do ativo permanente da
Unidade Gestora. O sistema emitirá mensalmente o RMB para fins
2.4.4 Transferências para bens em poder de terceiros. de registro contábil no SIAFI.
É a transferência que acontece, através de termo de responsa-
bilidade e autorização para terceiros que estejam com algum bem
público. Pode ter caracterização de empréstimos, saída provisória, ATIVIDADES DE PROTOCOLO, RECEPÇÃO, CLASSIFICA-
arrendamento, etc. ÇÃO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO DE DOCUMENTOS.
GESTÃO DE ARQUIVOS, DOCUMENTAÇÃO: TIPOS DE
2.5 Tipos de inventários físicos: anual, inicial, eventual, de CORRESPONDÊNCIAS E DOCUMENTOS
transferência de responsabilidade, de extinção ou transformação,
analítico, de relação-carga A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arqui-
Inventário anual - destinado a comprovar a quantidade e o vo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante
valor dos bens patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo,
existente em 31 de dezembro de cada exercício, constituído do in- gerenciar todas as informações que possam ser registradas em do-
ventário anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o cumentos de arquivos.
exercício.
Inventário inicial - realizado quando da criação de uma unida- A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos
de gestora, para identificação e registro dos bens sob sua respon- públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá so-
sabilidade. bre arquivo:
Inventário eventual - realizado em qualquer época, por ini- “Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos
ciativa do dirigente da unidade gestora ou por iniciativa do órgão de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, insti-
fiscalizador. tuições de caráter público e entidades privadas, em decorrência
Inventário de transferência de responsabilidade - realizado do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física,
quando da mudança do qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos do-
dirigente de uma unidade gestora. cumentos.”
Inventário de extinção ou transformação - realizado quando
da extinção ou Á título de conhecimento segue algumas outras definições de
transformação da unidade gestora. arquivo.
Inventário analítico – Neste tipo de inventário, para a perfeita “Designação genérica de um conjunto de documentos produ-
caracterização do material, figurarão: zidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou pri-
a) descrição padronizada; vada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e
b) número de registro; conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de
c) valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado prova ou informação”, CONARQ.
ou preço de avaliação);
d) estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico ou irrecu- “É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e rece-
perável); bidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas
e) outros elementos julgados necessários. atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para
Inventário de relação-carga - controle realizado por meio da efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marile-
relação do material de forma simplificada, medindo apenas aspec- na Leite, 1986).
tos qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de con-
trole por meio de número patrimonial. “É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria
textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
2.6 Outras formas de desfazimento atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, vi-
Renúncia ao direito de propriedade do material, mediante inu- sando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena
tilização ou abandono. Leite, 1986).

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o acer-
vo.

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.

Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como
um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e
conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da ins-
tituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das
suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – mediante
delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

Arquivos Privados
De acordo com a mesma Lei citada acima:
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor-
rência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa
jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a adminis-
tração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de
personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele
pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da gestão documental, conservação, preservação e disseminação da informação
contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em última
instância, da sociedade como um todo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.33

GESTÃO DE DOCUMENTOS
Um documento (do latim documentum, derivado de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que compro-
ve a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente sinônimos
de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório.
Documento arquivístico: Informação registrada, independente da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da ativida-
de de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa de considerável importância para as organizações atuais, sejam essas
privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que auxilia na
gestão e no processo decisório.

A gestão de documentos representa umconjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso,
avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.

33Adaptado de George Melo Rodrigues

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Através da Gestão Documental é possível definir qual a politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio arqui-
vistico. Outro aspecto importante da gestão documental é definir os responsáveis pelo processo arquivistico.
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, preser-
vação, conservação de arquivo, entre outras atividades.
Por assegurar que a informação produzida terá gestão adequada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser rastrea-
da, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas organizações
são de extrema importância ser adquirido.
Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle deste a
produção até arquivamento final dessas informações.
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento Eletrô-
nico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no processo de atualização da documentação, interrupção no processo de deterio-
ração dos documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que permitam acesso
à informação pela internet e intranet.
A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, TTD
(Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informação e pre-
servação dos documentos.
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.
Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado de forma eficaz,
é o que chamamos de protocolo.
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento, registro, distribuição e
movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas de forma conci-
sa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento de produção de documentos sua
gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados assim que
chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas de-
correntes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.
Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações e assim encami-
nhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.

Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto dentre
outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na empre-
sa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga localizar
o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo, ajudará
aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.

135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou

Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a
estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se enten-
der conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua
recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados,
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desempe-
nhadas pelo órgão.

A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes características:

De acordo com a entidade criadora


- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal ou estadual ou municipal.
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, sociedades
e associações.
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e companhias.
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos familiares ou pessoas individualmente.
.
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo de vida de um arquivo)
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser mantido
em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de ser
usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situação
idêntica àquela que os gerou.
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se encontram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo uso
deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados somente por causa de seu valor histórico, informativo para comprovar algo
para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram.

De acordo com a extensão da atenção


Os arquivos se dividem em:
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacionais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os documentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a
estrutura de uma instituição.

De acordo com a natureza de seus documentos


- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas (fichas
microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das peças, mas
também quanto ao registro, acondicionamento, controle e conservação.
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determinado
assunto ou setor/departamento específico.

136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
De acordo com a natureza do assunto Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon-
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudicam tal e a vertical.
a administração; - Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para
com divulgação restrita. arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
De acordo com a espécie pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi- - Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
nistrativas; atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação documentos.
jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas
para evitar a esfera judicial. Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo,
devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas.
De acordo com o grau de sigilo Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibi-
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au-
lidade ou não de recuperação da informação sem o uso de instru-
torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles
mentos.
previstos;
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins-
ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo-
talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, pro- calizar um documento em um arquivo.
gramas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não auto- Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema
rizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos
Estado; alfabético e geográfico.
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobera- Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi-
nia e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi- reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos.
litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa
e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classifi-
nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não autori- cados dentre de um mesmo assunto.
zado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança da Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e
sociedade e do Estado. categorizada previamente para posterior arquivamento.
Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos
Arquivamento e ordenação de documentos documentos, podendo ser:34
O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no 1. Arquivamento por assunto
arquivo. Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades com- é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta,
petentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu destino essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos
para arquivamento, após receber despacho final. de acordo com o assunto tratado neles.
O arquivamento é a guarda dos documentos no local esta- Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor-
belecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a relatos e permite encontrar informações completas sobre deter-
atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente
poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente. interessante para empresas que lidam com um grande volume de
O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o documentos de um mesmo tema.
prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.
2. Método alfabético
As operações para arquivamento são:
Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu-
1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os docu-
2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir
um código conforme o assunto; mentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses, per-
3. Ordenar os documentos na ordem sequencial; mitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente.
4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele-
antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um
mesmo assunto, por consequência, o mesmo código; método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de
5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar ser rápido e simples.
uma pasta para cada código, evitando a classificação “diversos”; No entanto, quando se armazena um número muito grande de
6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de-
acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geográ- vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço
fica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não visual do funcionário.
exista o original manter uma única cópia; Para que a localização e o armazenamento dos documentos
7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em cai- se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a
xa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra
e registrando a sua localização no documento que o encaminhou. procurada.
8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
documentos/processos estão armazenados.
34Adaptado de www.agu.gov.br

137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem
e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen- no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao
te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa apare-
esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem al- cer na identificação.
fabética para subdividir a organização. 6. Método temático
Esse é um método que propõe a organização dos documentos
3. Método numérico por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e te-
O método numérico é outra opção de arquivamento e uma óti- mas básicos, que podem admitir diversas composições.
ma escolha para empresas que lidam com um grande volume de
documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial 7. Índice onomástico (opcional)
para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser uti-
índice numérico previamente determinado. lizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve ser
Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado organizado da mesma maneira que o índice remissivo.
quando os documentos são ordenados por números. É possível es-
colher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, crono- Tabela de temporalidade
lógico ou dígito-terminal. Instrumento de destinação, que determina prazos e condições
de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte
- Método numérico simples de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação
Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo a quantos dela necessitem.
número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É mui- É um instrumento resultante da atividade de avaliação de do-
to utilizado na organização de prontuários médicos, filmes, proces- cumentos, que consiste em identificar seus valores (primário/ad-
sos e pastas de funcionários. ministrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda,
registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documen-
- Método numérico cronológico tos.
Um método usado para fazer a organização dos documentos Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por
por data. É extremamente utilizado para organizar documentos fi- autoridade competente e divulgada entre os funcionários na ins-
nanceiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento es- tituição.
sencial para buscar a informação. Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os con-
juntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no
- Método numérico dígito-terminal exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente
A partir do momento em que se faz uso de números maiores, e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda perma-
com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre nente, além de um campo para observações necessárias à sua com-
porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse preensão e aplicação.
caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal.
Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últi- Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do
mos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a par- instrumento:
tir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento
mais ágil e eficiente. 1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais pro-
duzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com
4. Método eletrônico as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que
forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para
só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé- agilizar a sua localização na tabela.
todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da em-
presa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota. 2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arqui-
vamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visan-
5. Método geográfico do atender exclusivamente às necessidades da administração que
Esse método é aquele usado quando os documentos apresen- os gerou.
tam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos:
escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem. até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até
No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas nor- quitação da dívida.
mas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja - Os prazos são preferencialmente em ANOS
utilizado de forma adequada. Confira! - Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Norma do método geográfico 1 - Informações recaptulativas
Quando os documentos são organizados por país ou por es- - Frequência de uso
tado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma,
fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades
de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética.
Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez
que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma quanti-
dade maior de documentos.
- Norma do método geográfico 2

138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.


Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos,
de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na
tabela de temporalidade e destinação.

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.

Armazenamento

Áreas de armazenamento

Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por
exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.

Áreas Internas
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de arma-
zenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais.

139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Condições Ambientais Acondicionamento
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de tra- Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in-
balho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depó- vólucros apropriados, que assegurem sua preservação.
sitos, as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, A escolha deverá ser feita observando-se as características fí-
considerando-se as necessidades específicas de preservação para sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do
cada tipo de suporte. mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e
resistência e sobre segurança no trabalho.
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove
do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por flu- a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu-
tuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou
exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas, es- prateleiras, apropriados a cada suporte e formato.
pecialmente dos raios ultravioleta. Os documentos de valor permanente que apresentam grandes
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes auto- formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados
res (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa en- horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou
tre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon-
meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de inves- dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser
timento em equipamentos, manutenção e energia. armazenado diretamente sobre o chão.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu-
do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a ocor- tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que
rência de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorga- possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento
nismos, que aumentam as proporções dos danos. será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura
Com base nessas constatações, recomenda-se: sintética, de efeito antiestático.
- armazenar todos os documentos em condições ambientais As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da-
que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabeleci- nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e
do, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em
cada suporte documental; casos de desastre.
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao
ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamen- peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas.
te definida; Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe-
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direciona- za, de forma a proteger os documentos.
das à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabi-
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar for-
lizados na média, evitando variações súbitas;
matos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos documentos
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando
que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos
os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em
para proteger o documento.
funcionamento sem interrupção;
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência di- Todos os materiais usados para o armazenamento de docu-
reta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas; mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radia- longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe-
ções ultravioleta; tem a preservação dos documentos.
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluo- Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó-
rescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminá- lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre-
rias; servação dos documentos.
- promover regularmente a limpeza e o controle de insetos ras- No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, reco-
teiros nas áreas de armazenamento; menda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para evitar
- manter um programa integrado de higienização do acervo e o contato direto de documentos com materiais instáveis.35
de prevenção de insetos;
- monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUI-
poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti- VO
lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na ta-
abertura controlada de janelas; bela de temporalidade dependem de três aspectos:
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos
e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura Fatores de deterioração em acervos de arquivos
e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos
bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão
dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra-
1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% çar políticas de conservação para minimizá-los.
filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%. A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos
impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de celulo-
se, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e
descobrir soluções para evita-los é um grande passo na preservação
e na conservação documental.

35Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.eboxdigital.


com.br

140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita - manter vigilância constante dos documentos contra acidentes
a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa degra- com água, secando-os imediatamente caso ocorram.
dação ocorrer, como veremos a seguir:
- Roedores
1. Fatores ambientais A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos
São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as pos-
como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radiação síveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As is-
da Luz, Qualidade do Ar. cas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas por
especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que
- Temperatura e umidade relativa não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz
O calor e a umidade contribuem significativamente para a des- nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade relativa
truição dos documentos, principalmente quando em suporte-pa- controladas, além de higiene periódica.
pel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor
acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações químicas, é - Ataques de insetos
dobrada a cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen-
proporciona as condições necessárias para desencadear intensas tos, provocam perdas de superfície e manchas de excrementos. As
reações químicas nos materiais. baratas se reproduzem no próprio local e se tornam infestação mui-
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im- to rapidamente, caso não sejam combatidas.
portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela- Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos
tiva elevada. em acervos, principalmente em livros. A fase de ataque ao acervo
é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que ocorre
- Radiação da luz no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de acer- derivados, como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e
vos, provocando consideráveis danos através da oxidação. todos os materiais à base de celulose.
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer- O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais
vos: para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que ovos eclodem e o ciclo se repete.
bloqueiem totalmente o sol; Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle as coleções como para o prédio em si. Os cupins percorrem áreas
da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas internas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações elétri-
fluorescentes. cas, rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do
alcance dos nossos olhos.
- Qualidades do ar Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes
O controle da qualidade é muito importante porque os gases e coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc.
as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração de ma-
teriais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses poluentes 3. Intervenções inadequadas nos acervos
podem tanto vir do ambiente externo como podem ser gerando no Trata-se de procedimentos de conservação que realizamos em
próprio ambiente. um conjunto de documentos com o objetivo de interromper ou me-
lhorar seu estado de degradação e que as vezes, resultam em danos
2. Agentes biológicos ainda maiores.
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar exige um
outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun- conhecimento das características individuais dos documentos e dos
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi- materiais a serem empregados no processo de conservação.
ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os
documentos. 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
- Fungos dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento e umi- O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
dade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis, sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição,
amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua pro- foto-reproduções, na pesquisa pelo usuário etc.
liferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos ma-
teriais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade 5. Fatores de deterioração
e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irrever-
colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta de síveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma política de
higiene. conservação, existem medidas que podemos tomar sem despender
grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos
As medidas para proteger o acervo de infestação de fungos são: desses agentes. Alguns investimentos de baixo custo devem ser fei-
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente tos, a começar por:
temperatura, umidade relativa e ar circulante
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documentos,
com metodologia e técnicas adequadas;
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio
dos documentos e regras de higiene do local;

141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
- treinamento dos profissionais na área da conservação e pre- - Limpeza de livros
servação; - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel ma-
- atualização desses profissionais (a conservação é uma ciência cio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encadernação;
em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas, mate- - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lombada,
riais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a conserva- apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os cortes,
ção dos documentos); começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais exposta
- monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e intensa, utili-
em níveis aceitáveis; zar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou ainda um
- uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos; pedaço de carpete sem uso;
- adoção de política de higienização do ambiente e dos acervos; - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa primei-
- contato com profissionais experientes que possam assessorar ra higienização;
em caso de necessidade. - Oxigenar as folhas várias vezes.

6. Características gerais dos materiais empregados em con- - Higienização de documentos de arquivo - materiais arquivís-
servação ticos têm os seus suportes geralmente quebradiços, frágeis, distor-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de biblio- cidos ou fragmentados. Isso se deve principalmente ao alto índice
tecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de mate- de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más
riais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres de condições de armazenamento e o excesso de manuseio também
quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, duráveis. contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos têm
Suas características, em relação aos documentos onde são aplica- que ser higienizados com muito critério e cuidado.
dos, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade
e inércia.Dentro das especificações positivas, encontramos vários - Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os
materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os livros devem ser tomados em relação aos manuscritos. O exame
adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plás- dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para
ticas etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os docu- o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de intervenção
mentos como para acondicionamento. devem ser cuidadosamente realizados.

7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para a - Documentos em grande formato


conservação de acervos - Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no ge-
Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter ral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após
conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebi-
acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos. do em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis-
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil
grande importância para a estabilização dos documentos. remoção.
- Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito
8. Higienização frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu- pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições - Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção es-
ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos pecial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas condi-
os suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve ções, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas.
ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
razão por que é considerada a conservação preventiva por excelên- 9. Pequenos reparos
cia. Os pequenos reparos são diminutas intervenções que pode-
- Processos de higienização mos executar visando interromper um processo de deterioração
- Limpeza de superfície - o processo de limpeza de acervos de em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a
bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza de superfície e, por- critérios rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o
tanto, é mecânica, feita a seco, com o objetivo de reduzir poeira, estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não
partículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos sejam obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e
ou outros depósitos de superfície. muitas vezes de caráter irreversível.
- Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve ser avalia- Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de-
do individualmente para determinar se a higienização é necessária vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos
e se pode ser realizada com segurança. No caso de termos as condi- permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma-
ções abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística
• Fragilidade física do suporte e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve
• Papéis de textura muito porosa obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que,
- Materiais usados para limpeza de superfície - a remoção da caso seja necessário reverter o processo, não pode existir nenhum
sujidade superficial (que está solta sobre o documento) é feita obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.
através de pincéis, flanela macia, aspirador e inúmeras outras fer- Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente
ramentas que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, espátula, deve ser feito com o uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção Indi-
agulha, cotonete; vidual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de prote-
ção e pró-pé/bota, a fim de evitar diversas manifestações alérgicas,
como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios, protegendo
assim a saúde do profissional.36
36Adaptado de Norma Cianflone Cassares

142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Consciência: capacidade ou percepção em distinguir o que é
ÉTICA PROFISSIONAL certo ou errado de acordo com as virtudes ou moralidade.
Responsabilidade ética: consenso entre responsabilidade (as-
A ética profissional é um dos critérios mais valorizados no mer- sumir consequências dos atos praticados) pessoal e coletiva.
cado de trabalho. Ter uma boa conduta no ambiente de trabalho
pode ser o passaporte para uma carreira de sucesso. O que é Ética Profissional?
A vida em sociedade, que preza e respeita o bem-estar do ou- A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas
tro, requer alguns comportamentos que estão associados à condu- que conduzem e conscientizam as atitudes e o comportamento de
ta ética de cada indivíduo. A ética profissional é composta pelos um profissional na organização. Desta forma, a ética profissional é
padrões e valores da sociedade e do ambiente de trabalho que a de interesse e importância da empresa e também do profissional
pessoa convive. que busca o desenvolvimento de sua carreira.
No meio corporativo, a ética profissional traz maior produti- Além da experiência e autonomia em sua área de atuação, o
vidade e integração dos colaboradores e, para o profissional, ela profissional que apresenta uma conduta ética conquista mais res-
agrega credibilidade, confiança e respeito ao trabalho. peito, credibilidade, confiança e reconhecimento de seus superio-
Contudo, há ainda muitas dúvidas acerca do que é ética, por res e de seus colegas de trabalho.
isso, antes falar sobre ética profissional, é importante entender um A conduta ética também contribui para o andamento dos pro-
pouco sobre o que é ética e qual a diferença entre ética e moral. cessos internos, aumento de produtividade, realização de metas e
a melhora dos relacionamentos interpessoais e do clima organiza-
O que é ética? cional.
A palavra Ética é derivada do grego e apresenta uma translite- Quando profissionais e empresa prezam por valores e princí-
ração de duas grafias distintas, êthos que significa “hábito”, “costu- pios éticos como gentileza, temperança, amizade e paciência, exis-
mes” e ethos que significa “morada”, “abrigo protetor”. tem bons relacionamentos, mais autonomia, satisfação, proativida-
Dessa raiz semântica, podemos definir ética como uma estrutu- de e inovação.
ra global, que representa a casa, feita de paredes, vigas e alicerces Para isso, é conveniente que a empresa tenha um código de
que representam os costumes. Assim, se esses costumes se perde-
conduta ética, para orientar o comportamento de seus colaborado-
rem, a estrutura enfraquece e a casa é destruída.
res de acordo com as normas e postura da organização. O código de
Em uma visão mais abrangente e contemporânea, podemos
ética empresarial facilita a adaptação do colaborar e serve como um
definir ética como um conjunto de valores e princípios que orien-
manual para boa convivência no .
tam o comportamento de um indivíduo dentro da sociedade. A éti-
ca está relacionada ao caráter, uma conduta genuinamente humana
Ética profissional e valor estratégico
e enraizada, que vêm de dentro para fora.
Em meio ao cenário caótico nacional, problemas políticos, de-
sigualdade social, falta de infraestrutura para educação e saúde, a
Qual a diferença de ética e moral?
ética tornou-se um dos principais assuntos abordados em escolas,
Embora ética e moral sejam usados, muitas vezes, de maneira
similar, ambas possuem significados distintos. A moral é regida por universidades, trabalho e até mesmo nas ruas.
leis, regras, padrões e normas que são adquiridos por meio da edu- Com a população mais consciente das questões morais e da
cação, do âmbito social, familiar e cultural, ou seja, mas algo que responsabilidade social com que as autoridades e as empresas de-
vem de fora para dentro. vem prestar à sociedade e ao meio ambiente, houve um aumento
Para o filósofo alemão Hegel, a moral apresenta duas verten- da fiscalização e cobrança pelo comprometimento ético destes ór-
tes, a moral subjetiva associada ao cumprimento de dever por von- gãos.
tade e a moral objetiva que é a obediência de leis e normas impos- Com isso, a ética ganhou um novo valor, o valor estratégico. As
tas pelo meio. empresas se viram obrigadas a modificar seus conceitos, quebrar
No entanto, ética e moral caminham juntas, uma vez que a mo- paradigmas e apresentar uma postura mais transparente, humana
ral se submete a um valor ético. Desta forma, uma ética individual, e coerente para não perder público.
quando enraizada na sociedade, passa a ser um valor social que é Neste contexto, a ética profissional que deveria ser uma virtude
instituído como uma lei moral. enraizada do individuo tornou-se parte da estratégia organizacional
A consequência de um comportamento antiético afronta os va- e, consequentemente, um diferencial competitivo no mercado de
lores, caráter e o princípio de uma pessoa, enquanto a quebra de trabalho.
um valor moral é punida e justificada de acordo com a lei que rege No entanto, quando a empresa adota a ética profissional como
o meio. uma estratégia de mercado, ela também contribui com desenvolvi-
mento do profissional, que precisa melhoras suas habilidades com
Características fundamentais de uma conduta ética relacionamentos interpessoais e liderança.
Alguns conceitos são fundamentais para constituir o comporta- Um profissional com habilidades de liderança e relacionamen-
mento ético. São eles: to difunde valores éticos , preza pela harmonia no ambiente de tra-
Altruísmo: a preocupação com os interesses do outro de uma balho e coloca em primeiro lugar o respeito às pessoas e o compro-
forma espontânea e positivista. metimento com o trabalho.
Moralidade: conjunto de valores que conduzem o comporta-
mento, as escolhas, decisões e ações. Benefícios da ética no trabalho
Virtude: essa característica pode ser definida como a “excelên- O profissional ético é, naturalmente, admirado, pois o respeito
cia humana” ou aquilo que nos faz plenos e autênticos. pelos colegas e pelos clientes é o que dá destaque a esse colabora-
Solidariedade: princípios que se aplicados às relações sociais e dor. A ética seria uma espécie de filtro que não permite a passagem
que orientam a vivência e convívio em harmonia do individuo com da fofoca, da mentira, do desejo de prejudicar um colaborador, en-
os demais. tre outros aspectos negativos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
E é necessário ressaltar que os líderes são profissionais éticos, Quando o profissional não segue estas regras, ocorre a chama-
ou devem ser, para desenvolver as competências do cargo com êxi- da “quebra do sigilo profissional”.
to. Os que optam pela ética preferem oferecer feedbacks, em vez de O sigilo profissional não é absoluto, em muitos casos, esse ele-
deixar o ambiente de trabalho desarmônico, e são honestos quanto mento abre a possibilidade do profissional avaliar, subjetivamente,
às próprias condições, ou seja: não inventam mentiras para se au- se deve manter ou divulgar o fato sigiloso, devendo prevalecer o
sentar das falhas. disposto no Código de ética Profissional da área de atuação em que
o profissional trabalha.
Cultivar a ética profissional no ambiente de trabalho traz bene-
fícios e vantagens a todos, uma vez que ela proporciona crescimen- É importante que o sigilo profissional é encontrado em diversos
to à empresa e a todos os envolvidos. Com uma conduta ética bem dispositivos legais como a Constituição Federal, Código Civil, Código
estruturada é possível , do trabalho em equipe e respeito mútuo Penal, entre outros.
entre todos colaboradores. Constitucionalmente, ninguém será obrigado a fazer ou dei-
E com um é possível ter profissionais mais engajados, motiva- xar de fazer algo, senão em virtude da lei, e que são invioláveis a
dos e satisfeitos. intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Esse
entendimento norteia os dispositivos legais que se referem ao sigilo
Como está a sua relação com a ética no trabalho? profissional.
Alguns eventos corriqueiros podem levar à reflexão de como
lidamos com a ética profissional em nosso dia a dia no trabalho. O Estado e o Sigilo Profissional
famoso “jeitinho brasileiro”, enraizado em nossa cultura, faz com O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade de fins
que, muitas vezes, improvisemos soluções antiéticas para situações gerias que permite o desenvolvimento, em seu seio, das individua-
difíceis ou proibidas. lidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. O
Por exemplo, surgiu a oportunidade de uma viagem no fim de Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado pelos
semana, mas, infelizmente, para aproveitar os dias fora da cidade, homens para organizar a sociedade e disciplinar o poder visando
será preciso viajar na sexta-feira. O profissional ético, que se sen- que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finalida-
te responsável pelo desenvolvimento do seu trabalho, não usará o des particulares.
jeitinho brasileiro e inventar casos: ida ao médico, visita a alguém O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve
doente, etc. se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado que
Ele tentará negociar com o chefe a reposição de horas ou a pos- é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou
sibilidade de fazer home office durante a viagem. Porque ele reco- não aos homens que o compõem.
nhece o trabalho como um compromisso e sabe que deve encontrar Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas dentro
uma alternativa honesta para os imprevistos, quando necessário. da administração pública, passando a desempenhar um papel de
Outra situação que evidencia a falta de ética pode ocorrer na fundamental interesse para o Estado. Quando estiver nessa condi-
relação com o cliente. Para não perdê-lo, muitas vezes, o funcioná- ção, mais ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado é
rio promete soluções que não existem e que não podem ser desen- responsável pela manutenção da sociedade, que espera dele uma
volvidas no tempo necessário. Caso isso ocorra, a parceria estará, conduta ilibada e transparente.
em breve, desgastada.
O profissional ético não oferece o que não é possível entregar Responsabilidade social das empresas
e procura reverter as deficiências afirmando que tentará encontrar A responsabilidade social compreende ações que são desen-
alternativas rápidas.Por isso, é muito importante refletir sempre so- volvidas por empresas que buscam contribuir para a construção de
bre o que faríamos em um tipo de situação como as que citamos, uma sociedade mais justa e para a preservação do meio ambiente.
pois nunca se sabe quando acontecerá com a gente. Trata-se do somatório de atos voluntários das organizações que
direcionam suas atividades para o bem-estar social, conduzem seus
Ética profissional: Sigilo das informações negócios visando o interesse coletivo e não somente os lucros, uma
Sigilo é a condição de algo que é mantido como oculto e secre- vez que priorizam o todo.
to, fazendo com que poucas pessoas saibam da sua existência. Está ligada ao conceito de liderança sustentável, que se baseia
Quando uma pessoa pede sigilo sobre determinado assunto,
em três âmbitos: cultural, social e ambiental. O primeiro está ligado
está implícito que a informação não deve ser reproduzida para ou-
à construção da cultura ética organizacional; o segundo está rela-
tras pessoas, mas sim reservada exclusivamente para aquela que a
cionado à ideia de que a empresa existe para servir à sociedade e
está recebendo.
o lucro é o resultado dos esforços empregados com esse fim; já o
Um conteúdo sigiloso é aquele que está sob regime de sigilo,
terceiro vem a ser a preocupação da empresa em preservar o meio
devendo ser mantido em privacidade. Todas as pessoas têm direito
ambiente.
ao sigilo pessoal, ou seja, de não cederem informações indesejadas
Uma empresa socialmente responsável está constantemente
sobre as suas vidas privadas.
envolvida em ações sociais, o que não se confunde com assisten-
cialismo, e sim com total comprometimento da instituição com sua
Sigilo profissional
Este é um comportamento previsto no Código de Ética de todas função social, razão primeira para a sua existência.
as profissões. Consiste na condição de manter o sigilo das informa- A organização se responsabiliza pelos impactos de suas deci-
ções cedidas pelo usuário / cliente ao profissional que o recepciou sões e atividades na sociedade e no meio ambiente, sempre ado-
/ atendeu. tando um comportamento ético, agindo com transparência e levan-
O sigilo profissional também diz respeito ao comprometimen- do em consideração as expectativas de seus stakeholders.
to que o profissional deve ter para com a empresa que trabalha, Os negócios são geridos em conformidade com leis, normas e
evitando a divulgação de informações para companhias rivais que diretrizes. Além disso, os processos são estruturados de forma inte-
possam, de alguma forma, prejudicar a sua empresa. grada com todos os grupos de interesses.

144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Vale ressaltar que não se trata de meras atitudes com vistas a Contextos de conflitos e crises levam os indivíduos a entrarem
prevenir sanções e a reduzir seus impostos, tampouco para atender no modo sobrevivência e isso afeta a saúde, a educação, a seguran-
à legislação vigente. Na verdade, os ganhos da empresa socialmen- ça pública e consequentemente os negócios. Ademais, o consumo
te responsável são inestimáveis e alcançados a longo prazo, tema também é afetado, em decorrência disso, a economia se retrai, os
que será abordado mais adiante. negócios minguam e a população carece de recursos indispensá-
Ações voltadas às áreas de saúde, assistência social, cultura, veis.
fomento à educação e à moradia, dentre outros, são exemplos de
responsabilidade social. Estas podem ser voltadas tanto para o pú- Então, quais ações devem ser incorporadas?
blico interno, quanto para o externo, bem como para a comunidade Para melhor atender às exigências do mercado, é mister haver
na qual a empresa está inserida. um programa de compliance efetivo e não um programa meramen-
Para que uma empresa exerça suas atividades com responsa- te de fachada.
bilidade social, é importante que busque o engajamento de todos Para ilustrar melhor, um bom programa de integridade requer
os colaboradores. Inclusive, seus familiares podem ser inseridos no o comprometimento absoluto da alta liderança, que garanta a to-
processo, pois são partes relevantes para a instituição. tal autonomia ao compliance officer, a realização do mapeamento
O movimento também precisa englobar a comunidade. Todos de valores da companhia, a revisão de sua visão, missão e valores
funcionam como verdadeiros agentes multiplicadores de valores, declarados que obedeçam aos padrões atualmente exigidos pelo
formando a tríade: colaboradores, familiares e sociedade. mercado, a elaboração de um Código Ético e de Conduta que este-
O empresário, por sua vez, tem dupla responsabilidade ao con- ja alinhado com os interesses da companhia e da sociedade e que
duzir um negócio, pois atua simultaneamente como pessoa física e preveja sanções a serem aplicadas quando as políticas forem des-
como pessoa jurídica, o que dá ainda mais sentido ao tema.
cumpridas, a criação de um canal específico e independente para
recebimento e tratamento de denúncias, bem como controles in-
Mas qual papel sua empresa pode desempenhar na socieda-
ternos e externos que visem a prevenir. Requer ainda detectar e
de?
tratar seus riscos, comunicação e treinamentos periódicos, além de
Em razão da função social que exercem, as organizações são
um sistema de gestão próprio para o setor de compliance.
chamadas a contribuir com a qualidade de vida e com o bem-estar
Outros pontos que merecem destaque são ações que visem a:
social. Pois suas ações podem gerar inúmeros impactos na vida das
fomentar o consumo consciente; combater o desperdício de papel;
pessoas, sejam eles positivos ou negativos.
trabalhar a destinação correta dos resíduos para não causar prejuí-
Um ponto interessante para ser trabalhado é questionar o im-
zo ao meio ambiente; aumentar a participação da empresa em pro-
pacto que sua empresa gera na vida das pessoas e na comunidade
a nível local e global. Outra questão é saber se as políticas ambien- jetos sociais; organizar doações de itens usados; construir parcerias
tais adotadas estão compatíveis com a realidade do negócio e do com iniciativas de sustentabilidade; participar de projetos desporti-
mercado. vos e culturais; dentre outras atividades.

E quais os problemas que ocorrem em sua companhia que re- Quais os benefícios de tornar sua empresa em uma empresa
percutem na sociedade? cidadã?
Atualmente, as empresas não visam tão somente aos lucros, Uma empresa cidadã é aquela que tem suas ações voltadas
pois para alcançá-los elas precisam preencher o quesito sustentabi- para a sociedade, ou seja, é uma empresa socialmente sustentável.
lidade. Isso significa que os objetivos sociais caminham lado a lado Seus líderes compreendem que seu propósito maior é servir e não
com os objetivos econômicos, de modo que não basta apenas atuar se apegam à antiga ideia de que precisam ser servidos.
em alguns poucos projetos sociais, é imprescindível haver uma mu- Os benefícios obtidos pela empresa socialmente responsável
dança na cultura da organização. são incalculáveis, entretanto, cabe destacar alguns, tais como:
Indubitavelmente, as organizações precisam atuar na constru- a) melhoria na reputação da marca, atraindo mais investidores;
ção de um mundo melhor. As empresas consideradas bem sucedi- b) elevação do grau de engajamento dentro do ambiente de
das perante o mercado são aquelas que adotam elevados padrões trabalho, com colaboradores mais comprometidos com o sucesso
éticos, atuam com transparência, responsabilidade social e de for- do negócio;
ma sustentável. Esses pontos representam a “chave do jogo” e re- c) aumento da credibilidade, gerando mais confiança no mer-
metem à garantia de perenidade. cado;
d) aumento exponencial da competitividade;
Por que é importante para sua empresa ser socialmente res- e) maior capacidade de atrair talentos para a empresa;
ponsável em seus negócios? f) favorece mais parcerias de negócios;
Para ser capaz de: superar a permanente crise social e econô- g) alcance de maiores níveis de satisfação de seus clientes;
mica; construir um ambiente onde impera a cooperatividade nos h) obtenção do retorno dos seus investimentos;
negócios; aumentar a vantagem competitiva e fazer frente ao mer- i) redução dos riscos das atividades;
cado que está cada vez mais exigente; construir decisões que gerem j) e melhoria na alocação dos seus recursos.
soluções de benefícios mútuos; gerar valor à companhia, com mais
retorno dos seus investimentos em forma de benefícios sociais e Percebe-se que os benefícios são muitos e favorecem as em-
financeiros; promover melhorias contínuas em sua imagem reputa- presas em múltiplos fatores. Além disso, incorporar o conceito de
cional; e criar um senso de pertencimento junto aos seus colabora- responsabilidade social dará aos colaboradores ainda mais senso de
dores e stakeholders, gerando assim um espírito coletivo. pertencimento à empresa, visto que eles se sentirão parte de algo
As ações adotadas visam também a atender às necessidades da maior, gerando significado para as atividades que realizam.
população e suas próprias, pois, em um ambiente de negócios com Concluindo, a responsabilidade social é tema de alta relevân-
crises, conflitos e desigualdades, a empresa será atingida seja de cia, que deve estar inserido no planejamento de toda e qualquer
forma direta, seja de forma indireta. empresa moderna que queira ser perene, sustentável e lucrativa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
Os líderes que buscam um objetivo maior são capazes de alicer- Para manter relações de trabalho justas e dentro da lei, a em-
çar a cultura ética organizacional, promovendo, assim, um elevado presa deve:
padrão de engajamento dos seus grupos de interesses (stakehol- - Cumprir rigorosamente a legislação trabalhista vigente
ders). Eles valorizam as pessoas e seus talentos e tomam decisões - Não utilizar manobras legais para deslegitimar vínculos em-
que visam a estabelecer relações confiáveis, garantindo a integrida- pregatícios
de da companhia. - Eliminar qualquer prática arbitrária ou discriminatória de de-
O resultado é o sucesso duradouro da organização. E a maior missão
beneficiária é a nossa sociedade. - Garantir a igualdade de oportunidades para todos os traba-
lhadores
O que é a norma ISO 26000 - Supervisionar as condições do trabalho terceirizado
A norma ISO 26000 ou Norma Internacional de Responsabili- - Jamais obter benefícios de práticas de trabalho exploratórias
dade Social fornece orientações para a adequação das empresas e abusivas
à RSE. - Proteger os dados pessoas e privacidade dos trabalhadores.
O termo ISO corresponde à Organização Internacional de Nor- Meio Ambiente
malização, que tem como objetivo criar normas que promovam As empresas são as principais responsáveis pelos impactos no
boas práticas de gestão nas empresas. meio ambiente, que vão desde o uso de recursos naturais até a ge-
A ISO 26000 não tem fins de certificação, servindo basicamente ração de poluição e resíduos.
como um guia para que as organizações adotem a RSE. Não é novidade que o mundo enfrenta desafios ambientais
Segundo a norma, a responsabilidade social empresarial de- seríssimos, com inúmeras espécies extintas e ameaçadas, recursos
pende dos seguintes critérios:
escassos e mudanças climáticas em curso.
- Contribuição com o desenvolvimento sustentável e promoção
Para reverter esse quadro alarmante, a empresa deve se com-
do bem-estar
prometer com os seguintes princípios:
- Consideração de todas as partes interessadas
- Responsabilidade ambiental: obediência à lei e responsabili-
- Conformidade com a legislação aplicável
- Consistência com as normas internacionais de comportamen- dade pelo impacto
to - Princípio da precaução: suspender qualquer ação com chan-
- Integração das práticas em toda a organização e suas relações. ces de danos
- Gestão de risco: implementar programas específicos para sus-
Aqui, desenvolvimento sustentável é entendido como alta qua- tentabilidade
lidade de vida, saúde e prosperidade, além de justiça social e ma- - Poluidor pagador: arcar com os custos de qualquer poluição
nutenção das capacidades do planeta em sustentar sua diversidade. causada.
Ainda de acordo com o texto oficial da norma publicado no site
do INMETRO, estes são os sete princípios da responsabilidade social Direitos Humanos
empresarial: Os direitos humanos são fundamentais e inalienáveis para
1. Accountability: responsabilidade pelas consequências de qualquer ser humano do planeta, e preservam a própria essência
suas ações da humanidade.
2. Transparência: informações claras, acessíveis e compreensí- Entre eles, estão o direito à vida, à liberdade, igualdade, traba-
veis a todos lho, saúde, educação e demais necessidades básicas.
3. Comportamento ético: honestidade, integridade e equidade Na ISO 26000, os direitos humanos são abordados em 8 ques-
perante todos tões centrais:
4. Respeito pelos interesses: ouvir, considerar e responder aos - Due diligence: criação de políticas de direitos humanos na or-
interessados ganização
5. Respeito pelo Estado de Direito: cumprimento integral da - Situações de risco: assegurar os direitos humanos em situa-
legislação vigente ções extremas
6. Respeito pelas Normas Internacionais: cumprir acordos e - Evitar cumplicidade: não ter relação com entidades que vio-
tratados mundiais lem os direitos
7. Direito aos humanos: reconhecer a universalidade dos direi- - Resolução de queixas: garantir o atendimento a queixas rela-
tos humanos. cionadas
- Discriminação: garantir tratamento igualitário a grupos vul-
Desse modo, a ISO 26000 é um instrumento importante para
neráveis
promover a RSE em empresas de todos os portes e segmentos.
- Direitos civis e políticos: respeitar o direito à opinião, reunião
e propriedade
Temas básicos indicados pela ISO 26000
Para incentivar a responsabilidade social empresarial, a norma - Direitos sociais: facilitar o acesso à educação, lazer, cultura,
ISO 26000 trata de diversos temas cruciais à gestão ética e trans- saúde e cidadania
parente. - Direitos no trabalho: respeitar as leis trabalhistas e igualdade
Vamos acompanhar alguns dos principais pontos abordados: de oportunidades.

Práticas Trabalhistas Práticas de funcionamento justas


As práticas trabalhistas correspondem a todas as políticas re- As práticas de funcionamento justas dizem respeito à conduta
ferentes ao trabalho realizado na empresa, inclusive o terceirizado. ética nos negócios da organização, seja com clientes, fornecedores,
Segundo a norma, o emprego pleno e seguro é a base da quali- parceiros ou concorrentes.
dade de vida e bem-estar social. Afinal, a responsabilidade social empresarial passa pelo com-
Por isso, o papel da empresa é essencial na sociedade. bate à corrupção e adoção da transparência.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As principais recomendações da norma para esse critério são: Responsabilidade social empresarial vs. Sustentabilidade
- Identificar riscos de corrupção e implementar políticas de A responsabilidade social empresarial está alicerçada na sus-
combate efetivas tentabilidade, pois são dois conceitos complementares.
- Incentivar as denúncias a qualquer violação ou irregularidade Apesar de sua utilização no contexto ambiental, o termo sus-
- Assegurar que a liderança dê o exemplo anticorrupção tentabilidade diz respeito a qualquer processo ou sistema que seja
- Ter um comportamento responsável no envolvimento em ati- capaz de manter sua permanência em longo prazo.
vidades políticas No caso, estamos falando da permanência e sobrevivência da
- Praticar a transparência em relação aos lobbys, doações e própria humanidade, que envolve questões sociais, ambientais, po-
contribuições líticas e culturais.
- Cumprir rigorosamente as leis de concorrência leal Logo, as empresas comprometidas com a RSE utilizam os recur-
- Promover a responsabilidade social empresarial em toda a sos para satisfazer as necessidades presentes de modo a não com-
cadeia de valor prometer as gerações futuras, como determina o desenvolvimento
- Respeitar o direito à propriedade intelectual e física. sustentável.
Para que um empreendimento seja sustentável, ele deve ser:
- Ecologicamente correto
Participação e desenvolvimento da comunidade
- Economicamente viável
O envolvimento das empresas no desenvolvimento da comu-
- Socialmente justo
nidade fortalece a sociedade civil e reforça os valores democráticos
- Culturalmente diverso.
e cívicos.
Por essa razão, a norma ressalta o papel das organizações na Ou seja, a empresa comprometida com o planeta não enxer-
melhoria da qualidade de vida da população, desde a geração de ga separação entre comunidade e meio ambiente, fazendo da RSE
empregos até a criação de programas de capacitação, cultura, edu- um sistema de gestão que favorece o capital financeiro, humano e
cação e saúde. natural.
É por isso que a sustentabilidade permeia todas as ações e po-
Algumas das principais práticas sugeridas são: líticas da responsabilidade social empresarial.
- Consultar grupos da comunidade para determinar prioridades Um bom exemplo são os critérios da Corporate Knights para
de investimento selecionar as 100 empresas mais sustentáveis do mundo em 2018,
- Participação nas associações locais para contribuir com o bem conforme publicado na revista Exame.
comum A seleção levou em conta indicadores como emissões de car-
- Promover a capacitação de grupos vulneráveis ou discrimi- bono, consumo de água, capacidade de inovação, pagamento de
nados impostos e relação entre salário do trabalhador e do CEO.
- Promover atividades culturais, educacionais e profissionali- Afinal, ações como preservar a natureza e combater a pobreza
zantes partem de questões diferentes, mas visam um objetivo comum: a
- Considerar o impacto da terceirização na geração de empre- construção de um futuro sustentável.
gos
- Dar preferência a fornecedores locais de produtos e serviços RSE na teoria e na prática
- Eliminar impactos negativos à saúde causados pelos proces- Até a década de 1950, a responsabilidade social empresarial só
sos produtivos existia no cumprimento das obrigações legais, pagamento de im-
- Considerar a promoção da boa saúde com acesso a medica- postos e geração de empregos.
mentos e vacinas Com o surgimento das sociedades industriais, o Estado passou
- Evitar ações que perpetuem a dependência da comunidade. a intervir na economia e elevar o nível de bem-estar social, aumen-
tando a demanda por qualidade de vida e condições mais justas.
Problemas do consumidor Então, a partir dos anos 1970, a sociedade civil se mobilizou e
começou a cobrar o envolvimento das empresas, que responderam
A responsabilidade social empresarial está diretamente ligada
com novas concepções sobre negócios e responsabilidade social.
aos direitos do consumidor, uma vez que a empresa tem a obriga-
Inicialmente, a RSE se tratava apenas de projetos sociais, ao
ção de respeitar e atender prontamente seus clientes.
passo que hoje o conceito se estende a todas as atividades da em-
As Diretrizes das Nações Unidas para a Proteção do Consumi-
presa e relações com acionistas, governo, consumidor, trabalhado-
dor determinam que as empresas devem garantir a segurança, in- res e sociedade.
formação de qualidade, liberdade de escolha, indenização e outros Assim, as empresas abandonaram a antiga ideia filantrópica e
direitos fundamentais. paternalista para assumirem a real responsabilidade pelos seus im-
Nesse contexto, as principais medidas que a organização pode pactos sociais e ambientais.
tomar são: Hoje, a RSE vai muito além do obrigatório por lei, compreen-
- Não perpetuar estereótipos ofensivos na publicidade e pro- dendo ações que reverberam por toda a cadeia de valor.
paganda A pesquisa 2018 Global Human Capital Trends da consultoria
- Fornecer informações completas, precisas e compreensíveis Deloitte retrata esse momento, anunciando a chegada da “era das
a todos empresas sociais”.
- Instruir os consumidores sobre o uso adequado dos produtos De acordo com o levantamento, as empresas serão avaliadas
- Garantir a segurança dos produtos e serviços em primeiro lu- com base em seu impacto social, ao invés de critérios como desem-
gar penho financeiro ou qualidade dos produtos e serviços.
- Oferecer produtos e serviços ecologicamente corretos e sus- Logo, a responsabilidade social empresarial não é mais um
tentáveis mero protocolo, mas uma exigência para a validação da empresa e
- Promover ações educacionais para um consumo consciente. crescimento dos negócios.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
E o que é assédio moral no trabalho? IMPORTANTE
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser “a
a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais próxima vítima” e nesta hora o apoio dos seus colegas também será
comuns em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!
que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas
de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais su- LEMBRE - SE
bordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vi-
de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. mos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas cons-
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trangedoras, explicitando o estrago de determinar as condições
trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos che- de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e au-
fes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência mento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade,
subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o traba- a identidade, o respeito no trabalho e a autoestima, deve passar
lhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem pela organização de forma coletiva através dos representantes dos
explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, trabalhadores do seu sindicato e das CIPAS e procura dos Centros
culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do de Referência em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Co-
desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado missão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igual-
ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos dade e Oportunidades e de Combate a Discriminação, em matéria
com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e de Emprego e Profissão, que existem nas Delegacias Regionais do
atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da Trabalho.
O BASTA À HUMILHAÇÃO depende também da informação,
tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativa-
organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de
mente se desestabilizando e fragilizando, perdendo sua autoestima.
trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em
O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ‘novo’
que haja “vigilância constante” objetivando condições de trabalho
trabalhador: autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo,
dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo outro”, no
agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam incentivo a criatividade, na cooperação.
para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde per- O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, exige
feita. Estar ‘apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela for- a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes
mação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros
pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de refle-
trabalhadores um sofrimento perverso. xão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistar-
A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida mos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que
do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo seja sinônimo de cidadania.
sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionan-
do graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a Assédio Sexual
incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a MORTE, consti- Já assédio sexual é o pedido de favores sexuais pelo superior
tuindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições hierárquico, com promessa de tratamento diferenciado em caso de
de trabalho. aceitação e/ou de ameaças, ou atitudes concretas de represálias
no caso de recusa, como a perda do emprego, ou de benefícios.
Estratégias do agressor É necessário que haja uma ameaça concreta de demissão do em-
· Escolher a vítima e isolar do grupo. · Impedir de se expressar prego, ou da perda de promoções, ou de outros prejuízos, como a
e não explicar o porquê. transferência indevida, e/ou pela insistência e inoportunidade. É a
· Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos “cantada” desfigurada pelo abuso de poder, que ofende a honra e a
pares. · Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os co- dignidade do assediado (LIPPMANN, 2005, p. 21).
mentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar. Segundo conceito da OIT (Organização Internacional do Tra-
· Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gra- balho), o assédio sexual deve apresentar pelo menos uma das se-
dativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o guintes características: pode ser uma condição para dar ou manter
interesse pelo trabalho. · Destruir a vítima (desencadeamento ou emprego; influir nas promoções ou na carreira do assediado; pre-
agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima en- judicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a
vítima (LOPES, 2001, p 15).
globa vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família
O assédio sexual é um caso concreto de violação do direito de
e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o
uma pessoa na mesma relação de trabalho com outra, que tem uma
álcool.
importância particular por sua gravidade e pela frequência com que
· Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou
acontece.
são demitidos/as, frequentemente, por insubordinação. · Impor ao O assédio sexual no trabalho tem um ingrediente peculiar, que
coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade. o distingue de outras formas de abuso: a chantagem. O assédio
ocorre quando uma pessoa tenta usar o seu poder para obter fa-
As manifestações do assédio segundo o sexo: vores da outra. Trata-se, portanto, de uma ação unilateral e assimé-
Com as mulheres: os controles são diversificados e visam inti- trica. O assediador deseja obter, por chantagem, o que o assediado
midar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando não quer proporcionar.
tempo e frequência de permanência nos banheiros. Relaciona ates-
tados médicos e faltas a suspensão de cestas básicas ou promoções.
Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
As principais características do assédio sexual são: abordagem Características
com propostas de conotação sexual; confidências de assuntos ínti-
mos e embaraçosos sem que haja incentivo; presentes de maneira Sujeitos:
insistente e indiscreta; compra de favores com uma generosidade O agente da conduta assediante ou sujeito ativo pode ser um
suspeita ou com ameaças de chantagens afetivas; prometer vanta- superior hierárquico, gerentes, chefes, supervisores, assessores, di-
gens ou promoções condicionadas à aceitação de suas investidas retores que exercem posição de poder e mando, um colega ou o
(DAMIAN, 1999, p. 16). próprio subordinado em relação ao chefe. Já o sujeito passivo é a
O próprio Código Penal define o assédio sexual: vítima, ou seja, é quem sofre a violência, as agressões (ALKIMIN,
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter van- 2005, p. 41).
tagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua As mulheres, as pessoas com maior idade e os empregados
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exer- subordinados estão mais expostos ao assédio moral. São raras as
cício de emprego, cargo ou função. práticas de assédio moral por colegas da mesma hierarquia e mais
A diferença básica entre os dois institutos é que o assédio se- raras ainda as práticas de assédio moral por subordinados (AGUIAR,
xual pode ser caracterizado por uma única conduta do ofensor en- 2005, p. 20).
quanto que, no caso do assédio moral, essa conduta precisa ocorrer Através de uma pesquisa feita por Aguiar e Hirigoyen, pode-se
repetidas vezes, de forma reiterada e duradoura. verificar que (AGUIAR, 2005, p. 20):
No assédio sexual, as manobras do ofensor podem ser perce- a) 70% são mulheres, 30% homens;
bidas pelas pessoas não envolvidas, enquanto que no caso do as- b) a faixa etária entre 46 e 55 anos possui o maior número de
sédio moral, as condutas do ofensor podem passar despercebidas; pessoas atingidas com o percentual de 43%;
o que o caracteriza é a reiteração da ofensa sendo que o ofensor c) o ataque proveniente da hierarquia responde por 58% dos
age silenciosamente e, em muitos casos, as pessoas ao redor, não
casos; praticado por diversas pessoas 29% dos casos; por colegas da
envolvidas, não percebem que tais condutas têm a finalidade de
mesma hierarquia 12% dos casos; e por subordinados 1% dos casos;
desestruturar o ofendido, até mesmo o próprio ofendido pode não
d) 4% das pessoas tiveram interrupção do trabalho por afasta-
perceber que está sendo assediado e passa a sofrer as consequên-
mento para tratamento de saúde;
cias do tal fenômeno.
O assédio moral tem como objetivo levar o assediado ao dese- e) em 36% dos casos, o assédio é seguido da saída do empre-
quilíbrio emocional para que este fique sob controle do ofensor ou gado da organização;
fazer com que ele ceda às vontades do ofensor ou até que desista f) O assédio moral ocorre em maior incidência nos empregados
do trabalho. Ao contrário, no assédio sexual, o ofensor visa à sa- lotados em área de gestão, contabilidade e funções administrativas,
tisfação de seus desejos sexuais, impondo represálias no caso de com 26% casos.
insucesso na investida. O assédio sexual, em regra, deriva de uma relação de poder.
Um fato que ocorre com frequência é a conversão do assédio Constata-se em várias atividades, ocorrendo com maior frequência
sexual malsucedido em assédio moral. Não tendo obtido sucesso nas relações laborais, onde o empregado é dependente hierárquico
no assédio sexual, o agressor passa a prejudicar a vítima profissio- do empregador.
nalmente. Revoltado com a recusa da vítima, o ofensor aproveita-se Segundo SILVA (1996) e BARROS (1998), o sujeito ativo de as-
novamente do ambiente de trabalho para desenvolver a sua vin- sédio sexual é geralmente o homem, porém o contrário também
gança através da tortura psicológica, levando a vítima ao desequilí- ocorre, mesmo que em pequenas proporções, da mesma forma
brio emocional, a ponto de fazer com que esta, até mesmo, desista que entre pessoas do mesmo sexo (LOPES, 2001, p. 41).
do seu emprego e, em alguns casos, levando-a à hospitalização e, Os casos de assédio sexual masculino são muito raros e dificil-
no extremo, ao suicídio. mente vêm à tona, pois, quando surgem, o assediado é tendente a
No assédio sexual acontece também do ofensor acreditar que sentir-se lisonjeado, de preferência a ofendido.
suas atitudes e condutas não sejam condenáveis uma vez que, en- O crescimento das relações homossexuais remete a sociedade
tre homens, muitas dessas atitudes condenáveis são consideradas à reprovação das pretensões de assédio também nesta categoria.
normais e aceitas por eles. Neste caso, a denúncia fica emperrada pelo preconceito, pois o
Nas situações de assédio moral é comum um chefe usar o seu crivo popular tende a rotular o denunciante como sendo também
poder para, publicamente, hostilizar, isolar, ameaçar, menosprezar optante pela condição homossexual, mesmo que este assédio não
e ridicularizar o subordinado. É comum impedi-lo de trabalhar di- tenha culminado nos objetivos do assediante.
reito e de se expressar ou de se defender. O empregado é tortura-
do aos poucos, com mesquinharias e agressões perversas, sendo Elementos
pressionado a pedir demissão, ou a aceitar proposta de demissões
Os elementos caracterizadores do assédio moral são (ALKIMIN,
incentivadas.
2005, p. 41-42):
Tudo isso prejudica o funcionário e, em consequência, a em-
a) Sujeitos: sujeito ativo (assediador) – empregador ou qual-
presa vê sua produção diminuída pela falta de interesse deste. O
quer superior hierárquico, colega de serviço ou subordinado em
funcionário assediado torna-se um elemento deficiente, devido ao
clima hostil gerado no ambiente de trabalho. Perde o ânimo de tra- relação ao superior hierárquico; sujeito passivo (vítima/assediado)
balhar, se desinteressa, se sente ameaçado. Aumentam os índices – empregado ou superior hierárquico no caso de assédio praticado
de falta, de queda da produtividade, os atrasos... Por isso, quando por subordinado;
caracterizado o assédio, este deve ser banido, a fim de evitar para o b) Conduta, comportamento e atos atentatórios aos direitos de
dono da empresa (que muitas vezes não é o assediador) um prejuí- personalidade;
zo desnecessário (LOPES, 2001, p. 22). c) Reiteração e sistematização;
d) Consciência do agente.

Os elementos caracterizadores do assédio sexual são quatro, a


saber (MIRABETE, 2004, p. 430-431):

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
a) Sujeitos: sujeito ativo ou agente (assediador) - Trata-se de cri- Já as condutas mais comuns no assédio sexual são: falar de
me bipróprio, ou seja, exige uma situação especial tanto do sujeito assuntos picantes ou íntimos; contar piadas de conotação sexual;
ativo como do sujeito passivo. Para sua caracterização, é necessário fazer convites ou propostas indecorosas; tentar a compra de favo-
que o agente seja superior hierárquico ou tenha ascendência com res sexuais da vítima, oferecendo benefícios trabalhistas em troca;
relação ao ofendido, estando, portanto, em posição de mando com fazer cantadas mais agressivas; repetir todos estes procedimentos
relação à vítima. É indispensável que haja a referida superioridade, com insistência e contra a vontade da vítima (DAMIAN, 1999, p. 17).
ou seja, de poder, decorrente de uma relação administrativa ou de As condutas podem ser inúmeras e podem ser verificadas isola-
uma ascendência própria de relação trabalhista. O agente pode ser damente ou em conjunto.
homem ou mulher; assim como o sujeito passivo (vítima/assedia-
do). Refere-se à lei ao que está relacionado em razão de emprego, Causas
cargo ou função pública ou particular, subordinado hierárquico ou O assédio decorre de um desvio no exercício do poder nas rela-
empregado em relação ao sujeito ativo, ou seja, dependente do ções de trabalho, sendo que este pode originar-se de diversas cau-
mando de superior hierárquico, de direito administrativo, ou de sas, dentre elas: suposta ameaça que o futuro assediado representa
empregadores, patrões, chefes de serviço. É irrelevante o sexo do para o assediador; dificuldade por parte do assediador em aceitar
sujeito passivo, podendo a conduta ter conotação heterossexual ou diferenças, sejam referentes a gênero, idade, raça, nacionalidade,
homossexual. posições políticas, opções religiosas e sexuais; antipatia pessoal
b) Tipo objetivo – A conduta típica é constranger alguém, o que provinda de razões diversas; retaliação contra trabalhadores que
significa, além de forçar, coagir, obrigar, compelir, sentido em que é questionam políticas de gestão, bem como longas jornadas e sobre-
empregado o verbo em outros dispositivos do Código Penal (arts. carga de trabalho; inveja por parte do assediador da suposta pro-
146, 213 e 214), incomodar, tolher a liberdade, cercear, embaraçar teção gozada pelo futuro assediado, da beleza, juventude, riqueza,
a pessoa da vítima, o que pode ser feito por palavras, oralmente ou relações influentes e nível de estudos do futuro assediado; decisão
por escrito, e/ou por gestos. A conduta pode ser praticada aberta- por parte do assediador de impedir ascensão hierárquica do futu-
mente, com convites expressos ou mesmo com insinuações implí- ro assediado; personalidade narcisística do assediador; estratégia
citas que traduzem matéria que implica motivos sexuais. Tais atos empresarial para provocar demissões voluntárias que geram menos
não podem ser confundidos com o simples flerte, o gracejo. Para custo à empresa (BARRETO, 2003, p. 209).
que haja o crime, é indispensável que o sujeito ativo se prevaleça
de sua condição de superioridade, de sua relação de mando no tra- Como causas indiretas estão: uma economia submetida às in-
balho público ou particular e que exista o temor por parte da vítima fluências do neoliberalismo, a flexibilização das relações de traba-
de que venha a ser demitida, que não consiga obter promoção ou lho, o ritmo pressionante da economia, o interesse por reduzir os
outro emprego pela conduta expressa ou implícita do agente.
custos de trabalho, a existência do desemprego, as manifestações
c) Tipo subjetivo – Trata-se de crime doloso em que a vontade
da terceirização, o crescimento do setor informal, a migração con-
do agente é de forçar, compelir, coagir a vítima, ou seja, de impor
tinuada, a tendência à contratação por tempo determinado verso à
seus desejos, de abusar, de aproveitar-se da vulnerabilidade ou fra-
estabilidade do trabalho, a desregulação a favor da desproteção de
gilidade da vítima. Exige-se, porém, o elemento subjetivo do tipo,
determinadas camadas e setores populacionais.
ou seja, que tenha o sujeito ativo a finalidade de obter vantagem
O assédio sexual tem como causa a existência de uma intenção
ou favorecimento de natureza sexual. Inclui-se nesse fim não só a
pura e simples de alcançar um relacionamento carnal, dominando
conjunção carnal, como qualquer outro ato libidinoso, ainda que
o assediado que, por diferença circunstancial, é o mais fraco (DA-
não seja ele praticado efetivamente.
d) Consumação e tentativa – Consuma-se o crime com a prática MIAN, 1999, p. 11).
do ato constrangedor, sendo desnecessário que ocorra qualquer ato
de caráter sexual (beijos, abraços lascivos, toques). Embora rara, é Tipos
possível a ocorrência de tentativa, que ocorrerá, por exemplo, com Assédio vertical, bossing ou mesmo mobbing descendente é a
a palavra escrita que não chega ao conhecimento da vítima (reite- utilização do poder de chefia para fins de verdadeiro abuso de di-
ração da conduta). reito do poder diretivo e disciplinar, bem como para esquivar-se de
consequências trabalhistas. Tal é o exemplo do empregador que,
Conduta para não ter que arcar com as despesas de uma dispensa imotivada
Um elemento imprescindível para que seja caracterizado o as- de um funcionário, tenta convencê-lo a demitir-se ou cria situações
sédio moral é que a conduta ofensiva ou humilhante seja reiterada constrangedoras, como retirar sua autonomia no departamento,
e prolongada. transferir todas suas atividades a outras pessoas, isolá-lo do am-
Como bem esclarece o acórdão proferido no TRT da 17ª Região: biente, para que o empregado sinta-se de algum modo culpado
“A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida pela situação, pedindo sua demissão.
do assediado de modo direto, comprometendo sua identidade, O fenômeno percebido entre os próprios colegas de trabalho
dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos que, motivados pela inveja do trabalho muito apreciado do outro
à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade colega, o qual pode vir a receber uma promoção, ou ainda pela
laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco mera discriminação motivada por fatores raciais, políticos, religio-
invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho”. sos, sexuais, entre outros, submetem o sujeito “incômodo” a situ-
(Acórdão nº 9029/2002 - TRT 17ª Região - 1142.2001.006.17.00.9 - ações de humilhação perante comentários ofensivos, boatos sobre
Publicado no D. O. E: 15/10/2002). sua vida pessoal, acusações que podem denegrir sua imagem pe-
Como condutas típicas do agente assediador podem ser desta- rante a empresa, sabotando seus planos de trabalho, é o denomi-
cadas as seguintes: impossibilitar uma comunicação adequada com nado assédio horizontal.
a vítima, recusando a comunicação direta; isolar a vítima; atacar a Ainda são enumerados como espécie de assédio moral: o mob-
reputação da vítima; degradar as condições de trabalho e atacar di- bing combinado e o mobbing ascendente. Aquele se daria com a
retamente a saúde da vítima com uma efetiva violência (DOLORES, união, tanto do chefe, quanto dos colegas no objetivo de excluir um
2004, p. 64). funcionário, enquanto o último seria o assédio praticado por um

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
subalterno que se julga merecedor do cargo do chefe, bem como Mulheres e homens costumam reagir de formas diferentes.
por um grupo de funcionários que quer sabotar o novo chefe, pois Os danos mais encontrados em mulheres vítimas de assédio são:
não o julgam tão tolerante quanto o antigo ou tão capacitado para mágoas, ressentimentos, vontade de chorar, isolamento, angústia,
tal cargo (SCHMIDT, 2002, p. 177-226). ansiedade, alterações do sono e insônia, sonhos frequentes com o
Quanto ao modo, o assédio sexual pode se dar por chantagem agressor, alterações da memória, distúrbios digestivos e náuseas,
e por intimidação (ou ambiental): diminuição da libido, cefaleia, dores generalizadas, palpitações, hi-
pertensão arterial, tremores e medo ao avistar o agressor, ingestão
ASSÉDIO SEXUAL POR CHANTAGEM E POR INTIMIDAÇÃO OU de bebida alcoólica para esquecer a agressão, pensamentos repeti-
AMBIENTAL tivos. Já os homens têm dificuldades em verbalizar a agressão sofri-
Configura-se assédio sexual por chantagem aquele praticado da e ficam em silêncio com sua dor, pois predomina o sentimento
por superior hierárquico consubstanciado na troca de vantagens de fracasso. Sentem-se confusos, sobressaindo os pensamentos
advindas do vínculo empregatício por favores de cunho sexual. O repetitivos. Envergonhados, isolam-se evitando comentar o acon-
assédio ambiental ou por intimidação dá-se por uma atuação gene- tecido com a família ou amigos mais próximos. Aumenta o uso das
ralizada violando o direito a um meio ambiente de trabalho sexual- drogas, principalmente o álcool. Sobressai o sentimento de culpa,
mente sadio e concretiza-se por frases ofensivas de cunho sexista, ele se imagina um inútil. A dor masculina é desesperadora e devas-
apalpadas, gestos, criando situações humilhantes ou embaraçosas, tadora, pois os homens, via de regra, não expõem suas emoções,
sempre de cunho libidinoso no ambiente de trabalho. No caso sub não choram em público e isolam-se perdendo a interação com o
oculi, as ações do gerente administrativo e financeiro da reclamada outro.
se caracterizam nas duas modalidades acima apontadas. Além de São danos à saúde que acarretam desequilíbrio interno e sofri-
chantagear a obreira condicionando a percepção de aumento sala- mento profundo, exigindo, muitas vezes, um longo período de tra-
rial e vantagens fornecidas pela empregadora a seus empregados, tamento médico ou psicológico. A desvalorização persiste mesmo
ao cumprimento de favores de natureza sexual, valendo-se da sua que a pessoa esteja afastada de seu agressor.
condição de superioridade hierárquica, tornou o ambiente de tra- Hirigoyen enfatiza, ainda, que as consequências, o impacto dos
balho envenenado na medida em que não se acanhava em postar- procedimentos, serão mais fortes se partirem de um grupo aliado
-se na porta para se esfregar nas trabalhadoras que ali passassem, contra uma só pessoa do que se vier de um único indivíduo (HIRI-
fazendo questão de demonstrar sua devassidão perante as colegas GOYEN, 2005, p. 118).
de trabalho da obreira, quando as convocava para sua sala e em seu Meios de prova
computador passava filmes de conteúdo pornográfico, mediante os Provar um assédio não é tão simples quanto um homicídio,
quais exibia cenas de sexo explícito e ainda as submetia à humilha- onde a arma usada e impressões digitais deixadas podem ser usa-
ção de ter que ouvir “que era para elas aprenderem a fazer direiti- das como meios de prova, por exemplo. No assédio, tudo é mais
nho”. Ditas condutas produziram constrangimento no ambiente de subjetivo, as armas são as palavras, sinais ou gestos.
trabalho da obreira e transtorno em sua vida pessoal, gerando dano
No assédio sexual, dificilmente existirão testemunhas, pois o
moral que deve ser indenizado (RO 0001063).
assediador dificilmente expõe-se ao público. Além disso, a vítima
Quanto ao sexo, o assédio verbal pode ocorrer entre pessoas
nem sempre é lesionada de modo físico (LOPES, 2001, p. 29).
de sexos opostos ou do mesmo sexo, o que tem se tornado cada vez
No caso do assédio moral, como ele acaba por gerar muitos
mais comum. De acordo com a classificação quanto à forma, este
atestados médicos ao assediado, em especial de cunho psicológico,
assédio divide-se em verbal ou físico (LOPES, 2001, p. 28).
estes podem ser usados como meio de prova.
Prova testemunhal com relatos que comprovem a falta de pa-
Dano psíquico
ciência do assediado no ambiente familiar, gerando problemas nos
O assédio moral induz o assediado a sentimentos de raiva, hu-
milhação, inferioridade, vulnerabilidade que minimizam a confiança relacionamentos com outras pessoas, cansaço excessivo, falta de
em si mesmo, ou seja, afetam, essencialmente, a sua autoestima. interesse pelos programas coletivos, crises de choro, insônia, fal-
A principal implicação do terrorismo psicológico é a afetação da ta de apetite ou excesso de peso, diminuição da capacidade de se
saúde mental e física da vítima, mais comumente acometida de do- concentrar e de memorizar também podem servir para comprovar
enças como depressão e estresse, chegando, por vezes, ao suicídio. a agressão sofrida no trabalho.
O trabalhador moralmente assediado internaliza sua culpa e Segundo Mirabete, na busca da verdade real, não há limitação
acredita que tem uma efetiva participação na sua doença. dos meios de prova, desde que obtidas licitamente. Desta forma, a
Ao sentir os sinais da doença, a vítima, normalmente, oculta vítima pode contar com o avanço tecnológico para provar o assédio:
seu problema com medo de perder o emprego e prefere sofrer so- Nada impede, portanto, que se utilizem provas com aplicação
zinho. de meios técnicos ou científicos, como gravações em fita magné-
O médico Mauro Azevedo de Moura afirma que: tica, fotos, filmes, videofonogramas etc., desde que obtidas licita-
Todos os quadros apresentados como efeitos à saúde física mente (MIRABETE, 1998, p. 259).
e mental podem surgir nos trabalhadores vítimas de assédio mo- Obviamente, recursos como gravador e filmadora são sujeitos a
ral, devendo, ser, evidentemente, consideradas como doenças do eventual perícia para comprovar que não há sinais de adulteração.
trabalho. Os primeiros sintomas são problemas clínicos devido ao Desta forma, mesmo que pareça ser mais difícil obter-se a pro-
estresse. Depois, começa a ser afetada a parte psicológica. A auto- va nestes casos, há meios idôneos para tal, principalmente se o as-
estima da pessoa começa a entrar em declínio. sédio ocorre repetidamente, quando a vítima poderá munir-se de
Segundo Hirigoyen, quando o assédio moral é recente, os sin- meios para provar o assédio que venha sofrendo (DAMIAN, 1999,
tomas são parecidos com os do estresse – cansaço, nervosismo, p. 394).
distúrbios do sono, enxaquecas, distúrbios digestivos, dores na co-
luna. Porém quando ele se prolonga por mais tempo, um estado Ônus da prova
depressivo mais forte pode se solidificar. A vítima apresenta apatia, Segundo o TST, no Direito do Trabalho, o ônus da prova não
tristeza, complexo de culpa, obsessão e desinteresse por seus pró- cabe necessariamente à parte que alega o fato:
prios valores (HIRIGOYEN, 2005, p. 20).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
DIFERENÇA DE COMISSÕES ÔNUS DA PROVA Reparação
O processo do Trabalho é um processo diferenciado do proces- Caso a vítima deseje, ela pode pleitear ação na Justiça do Tra-
so civil e dotado de princípios próprios. A singularidade do processo balho que é a justiça competente para julgar os casos que envolvam
do trabalho justifica-se pela singularidade do direito do trabalho, relação de trabalho. Porém, para que a indenização seja devida são
daí observar-se a atuação dos princípios da adequação e do trata- necessários três requisitos: violação de direito, culpa do agente e
mento desigual, mormente no que se refere à valoração e ao ônus dano, ainda que exclusivamente moral. Não é necessária a presença
da prova. É neste contexto que o presente caso se situa. Trata-se de das consequências na saúde do trabalhador para determinação do
inversão do ônus da prova, a partir de quem tinha a aptidão para direito de indenização por danos morais ocasionados por processo
produzi-la (RR 649939/2000). de assédio moral (DOLORES, 2004, p. 117).
A inversão do ônus da prova deve ser aplicada quando somente A responsabilidade de tais danos é do empregador que respon-
a parte contrária é detentora de documentos ou informações que de de forma objetiva pelos atos causados pelos seus prepostos, ou
comprovam as alegações da reclamante. demais empregados, no exercício das suas atividades laborais, con-
O Ministro relator do Recurso de Revista acima expresso, Carlos forme súmula número 341 do STF e artigo 932, inciso III do Código
Alberto Reis de Paula, observou que “as partes que comparecem Civil:
em juízo assumem primeiramente o ônus da afirmação, ou seja, Súmula 341 – STF: É presumida a culpa do patrão ou comitente
devem afirmar a existência de um fato jurídico no qual se funda o pelo ato culposo do empregado ou preposto.
pedido ou a defesa”. O juiz, avaliando as provas ou a ausência de- Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
las, “é que colocará para si a questão do risco inerente à prova não III - o empregador ou comitente, por seus empregados, servi-
levada a êxito”. Com isso, “as regras sobre a distribuição do ônus da çais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em
prova são, na verdade, regras de julgamento a serem aplicadas no razão dele.
momento em que o órgão julgador for exercer a atividade que lhe A vítima pode ter três tipos de reparação: a rescisão indireta do
é precípua”. contrato de trabalho - quando o empregado solicita desligamento
da empresa, mas mantém o direito a recebimento de todas as ver-
Ações preventivas bas rescisórias, como se tivesse sido demitido; a indenização por
Para combater o assédio, algumas empresas já estão adotan- danos morais - que na esfera trabalhista visa à proteção do traba-
do regras rígidas para o relacionamento entre os trabalhadores. As lhador; e a indenização por danos materiais - nos casos em que o
empresas podem, ainda, realizar reuniões e seminários para instruir trabalhador sofreu prejuízos psicológicos e teve gastos com medi-
seus funcionários sobre o que se considera comportamento apro- camentos e tratamentos.
priado no local de trabalho. A reparação pecuniária não se faz com o fim de compensação
Os empregados podem prevenir o assédio, mantendo uma propriamente dita, substituindo um bem ou valor patrimonial des-
postura profissional, vestindo-se com modéstia, atentando-se às truído mediante o equivalente em dinheiro. A apreciação pecuniá-
companhias, evitando situações comprometedoras, não flertando, ria visa reparar o mal causado ainda que não se possam apagar os
agindo com respeito mútuo (LOPES, 2001, p. 23-26). efeitos do fato danoso.
A prevenção do assédio requer o estabelecimento de uma polí- A apuração do quantum indenizatório no caso de dano moral é
tica de conduta que pode ser um acordo coletivo ou o regulamento complicada, já que o bem lesado (a honra, o sentimento, o nome)
de pessoal da empresa. Este documento deve ser distribuído para não se mede monetariamente. Desta forma, cabe ao arbítrio do
todos na empresa que o assinarão atestando seu conhecimento e juiz e à força criativa da doutrina e jurisprudência, a instituição de
concordância com o que está ali estabelecido. critérios que vão presidir as indenizações por dano moral, sendo
Estes mecanismos de controle devem reduzir a gravidade do que não podem estas se transformar em motivo de enriquecimento
problema, porém deve-se ter o cuidado para não criar um excesso (SANTOS, 2002, p. 137).
de zelo e medo que façam com que o relacionamento entre os com- O assédio sexual também deixa sequelas na vítima em seu foro
panheiros de trabalho praticamente não exista (PASTORE, 1998, p. íntimo, gera dor pela humilhação sofrida e pelo desrespeito à sua
42). honra e liberdade, podendo, portando, ser reparado por meio dos
Finalmente, destaca-se que a melhor forma de prevenção con- danos morais (LOPES, 2001, p. 124).
tra assédio moral e assédio sexual seria os trabalhadores fugirem A reparação do dano deve levar em conta a gravidade da afron-
do silêncio, do medo de represálias, utilizando-se das entidades de ta, a intensidade do sofrimento e, é claro, as condições sociais e
classes e dos Sindicados para aproximação entre empregados e em- econômicas do assediante (PASTORE, 1998, p. 79).
pregadores.
Entretanto, de nada adiantam a conscientização dos trabalha-
dores ou o estabelecimento de regras éticas ou disciplinares se não
se criarem, na empresa, espaços de confiança, para que possam as
vítimas dar vazão às suas queixas. Tais espaços podem ser repre-
sentados por esquemas de ouvidoria ou comitês formados nas em-
presas, especialmente indicados para receberem denúncias sobre
intimidações e constrangimentos, garantindo-se sempre o sigilo das
informações, ou, ainda, por caixas postais para as vítimas deposita-
rem denúncias de forma anônima.

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
4. Sobre os arquivos públicos, considere os itens abaixo e assi-
EXERCÍCIOS nale a alternativa correta.
I. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos provisó-
1. Quanto à aplicação do conceito de qualidade no serviço pú- rios que aguardam remoção para depósitos temporários são deno-
blico, assinale a alternativa correta. minados de sistemáticos.
(A) O trabalho com qualidade significa realizar as atividades de II. Os conjuntos de documentos oriundos de arquivos correntes
acordo com as normas preestabelecidas, independentemente que aguardam remoção para depósitos temporários são denomina-
dos resultados obtidos. dos de Intermediários.
(B) A qualidade depende apenas do esforço e do trabalho indi- III. Os conjuntos de documentos atuais, em curso, que são ob-
vidual de cada servidor, independentemente de outros recur- jeto de consultas e pesquisas frequentes denominam- se Correntes.
sos disponíveis. IV. Os conjuntos de documentos de valor históricos, científico
(C) Segundo William Edwards Deming, o pai da qualidade, a ou cultural que devem ser preservados indefinidamente são cha-
maioria das falhas nos processos de produção de serviços é mados de Permanentes.
de responsabilidade direta das pessoas (causas especiais), en-
quanto a menor parte pode ser atribuída à má administração Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
(causas comuns). (A) I, apenas;
(D) A qualidade é um conceito da década de 1970, já ultrapas- (B)I e II, apenas;
sado e que não mais se aplica à nova gestão. (C) I, III e IV, apenas;
(E) O trabalho com qualidade significa ter zelo e cuidado com (D) II, III e IV, apenas;
aquilo que se faz, sabendo com clareza para que serve, a quem (E) I, II, III e IV.
se destina e quais níveis de controle são indispensáveis para
que se alcance o máximo de resultados com menor esforço, 5. Todos os itens abaixo corresponde a acessórios do arquivo,
atingindo metas, objetivos e finalidades. exceto:
(A) notações
2. Em uma repartição pública, o atendimento ao público deve (B) pastas
se traduzir em uma relação entre o servidor e o cidadão, pautada (C) guias
por cortesia, interesse, atenção, eficiência, presteza, discrição, to- (D) bilhetes
lerância e objetividade. Com relação ao exposto, assinale a alter- (E) tiras de inserção
nativa que indica uma situação que viola o que é esperado como
atendimento de qualidade num órgão público. 6. A autonomia de sentido é uma das mais importantes carac-
(A) Um cidadão, que se endereça erroneamente a uma reparti- terísticas dos documentos
ção pública, recebe informações acerca de como proceder para (A) de arquivos intermediários.
alcançar os serviços buscados. (B) de arquivos correntes.
(B) Um cidadão pertencente ao um grupo prioritário (como (C) iconográficos.
idosos, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, (D) de arquivos permanentes.
por exemplo) recebe atendimento mediante procedimentos (E) de biblioteca.
idênticos àqueles exigidos do cidadão médio.
(C) Um cidadão com orientação sexual diferente dos padrões 7. A constituição dos acervos das bibliotecas e dos museus en-
hegemônicos acede aos serviços públicos mediante procedi- volve, quase sempre, mecanismos de compra, doação ou permu-
mentos idênticos àqueles demandados aos cidadãos de orien- ta. No caso dos arquivos institucionais, em que os documentos são
tação sexual hegemônica. acumulados em razão das atividades da entidade produtora, os me-
(D) O cidadão que se declara analfabeto recebe orientações canismos de constituição dos acervos consistem, basicamente, em
e atendimento que o habilitem a compreender os documen-
(A) ingresso e incorporação.
tos que lhe compete assinar e as normativas que lhe compete
(B) avaliação e seleção.
cumprir.
(C) transferência e recolhimento.
(E) O cidadão com dificuldade de locomoção recebe atendi-
(D) aquisição e remessa.
mento em local ou instalações diferenciadas daqueles ofereci-
(E) recolhimento e depósito legal.
dos ao cidadão médio.
8. Acerca dos princípios e conceitos arquivísticos, marque a al-
3. Todos os itens abaixo são características do método de arqui-
ternativa correta.
vamento alfabético, EXCETO:
(A) específico ou por assunto; (A) O historiador francês Natalis de Wailly promulgou o prin-
(B)Geográfico; cípio do ciclo vital dos documentos, que passou a ser aplicado
(C) Duplex; em muitos países.
(D) Mnemônico; (B) O Decreto de Messidor da legislação de arquivos da Revolu-
(E) Variadex. ção Francesa é considerado como o princípio da acessibilidade
dos arquivos públicos.
(C) O princípio da Proveniência sagrou-se com o fim da II Guer-
ra Mundial, quando ocorreu um grande aumento no volume de
documentos nas instituições.
(D) O conceito de gestão de documentos nasceu com a criação
do Arquivo Nacional da França, quando começaram a valorizar
os traços administrativos do documento.

153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
9. Sua condição no tempo e no espaço faz com que o documen- Em consonância com as correntes atuais do pensamento arqui-
to de arquivo possua a especificidade de sua produção em série, vístico, está(ão) correta(s)
que corresponde às atividades da entidade, formando um organis- (A) apenas I.
mo total, um corpo vivo. (B) apenas II.
(Bellotto, 2014 Com adaptações.) (C) apenas I e III.
Na citação anterior, a autora refere-se a qual princípio da ar- (D) apenas II e III.
quivologia? (E) I, II e III.
(A) Unicidade.
(B) Providência. 12. Vigência é a qualidade pela qual determinados documentos
(C) Organicidade . (A) permanecem efetivos e válidos.
(D) Indivisibilidade. (B) seguem à risca a norma legal.
(C) perdem vigor e são extintos.
10. Tendo em vista as recomendações para construção de ar- (D) têm precedência sobre outros.
quivos, considere as afirmativas a seguir. (E) são tempestivos e oportunos.
I → No que diz respeito à localização do edifício sobre o terre-
no, deve-se observar a influência que o ambiente externo exercerá 13. Em relação às funções arquivísticas, considere as afirmati-
sobre o interno, ou seja, o projeto de construção deve considerar o vas a seguir.
posicionamento da construção em relação à incidência de luz solar, I → A avaliação dos documentos refere-se ao ato de elaborar
além da localização da vegetação nos arredores, que pode causar documentos em razão das atividades específicas de um órgão.
riscos de raios, térmitas, danos estruturais pelas raízes, queda de II → A aquisição contempla a entrada de documentos nos ar-
folhas, galhos e frutos e incidência de sombras, que poderão oca- quivos corrente, intermediário e permanente; refere-se ao arqui-
sionar acúmulo de umidade nas paredes. vamento corrente e aos procedimentos de transferência e recolhi-
II → Os espaços projetados devem ser distribuídos pensando mento de acervo.
em suas funções: depósitos (inclusive para acervos especiais), áreas III → Classificação é a sequência de operações que, de acordo
para o público e áreas de trabalho (gabinetes, recepção, seleção, com as diferentes estruturas, funções e atividades da entidade pro-
higienização, restauração, entre outras). dutora, visam a distribuir os documentos de um arquivo.
III → As construções espaçosas, com grandes vãos ou abertas IV → A descrição torna os documentos acessíveis e promove
são mais eficientes quanto à manutenção das condições ambientais sua consulta mediante publicações, exposições, conferências, servi-
e de segurança necessárias para a preservação do que espaços me- ços educativos e outras atividades.
nores, fragmentados e compactos.
IV → O projeto do edifício deverá levar em conta as condições Está(ão) correta(s)
e dimensões do terreno; os regulamentos e tradições locais; as con- (A) apenas III.
dições climáticas; o fluxo de trabalho e de atendimento ao público; (B) apenas I e IV.
as características físicas e formatos dos documentos; o volume do (C) apenas I e III.
acervo e a expectativa de crescimento. (D) apenas II e III.
(E) apenas II e IV.
Estão corretas
(A) apenas I e II. 14. Documento é o suporte da informação. Então, informação é
(B) apenas I e III. (A).a idéia ou mensagem contida em um documento.
(C) apenas III e IV. (B) todo documento escrito, como livro, revista, relatório etc.
(D) apenas I, II e IV. (C) um conjunto de documentos que tratam do mesmo assun-
(E) apenas II, III e IV. to.
(D) a parte material de que os documentos são feitos.
11. Recentemente, estudiosos, pensadores e profissionais têm (E) aquele documento que foi considerado de valor.
discutido princípios da ciência arquivística que, por muito tempo,
foram considerados inexoráveis para o estudo e a prática dos arqui- 15. Quando uma autoridade determina a guarda de um docu-
vos. Sob esta perspectiva, considere as afirmativas a seguir. mento que já cumpriu a sua tramitação, esse documento deve ser
I→O modelo arquivístico vigente não se encaixa aos organis- (A)descartado.
mos vivos que são os arquivos hoje. A problemática reside em refi- (B) arquivado.
nar a informação baseada na proveniência geral, sem obscurecer a (C) despachado.
conexão documento- atividade. (D)reproduzido.
II → O arquivista atua como mediador entre documento e usu- (E) expedido.
ário, devendo, para tanto, possuir formação sólida em áreas como
história, idiomas e diplomática, que lhe permitam ler e compreen-
der os documentos, dominando uma série de detalhes técnicos por
meio de extensos esforços práticos.
III → Os processos de avaliação constituem um elemento vital
do contexto em que os arquivos históricos são formados. Guiados
pelos valores de sua sociedade, os arquivistas acham-se implicados
na formação dos arquivos que sua época legará ao futuro.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
16.As pesquisas comportamentais difundem conhecimentos 20. (FCC/AL-SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento
sobre personalidade e atitudes positivas nos grupos. Sobre o assun- ao público é a empatia. Empatia é
to, é correto afirmar: (A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e
(A) Traços como fluência verbal, coalisão e introversão tendem confiança ao público.
a correlacionar-se com flexibilidade, parcerias e maturidade do (B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que
grupo. foi prometido ao público
(B) Traços de dominação, convencionalismo e autoritarismo (C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de-
tendem a correlacionar-se com qualidade produtividade e efi- monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para
cácia do grupo. um melhor entendimento do problema.
(C) Traços como sociabilidade, autoconfiança e independência (D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta-
tendem a estar relacionados com produtividade, moral e coe- mente o cidadão
são do grupo. (E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo
(D) Traços como autoconfiança, clareza e independência ten- atendimento
dem a estar negativamente relacionados com produtividade,
moral e participação do grupo. 21. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são
(E) Traços como autoritarismo, dominação e não convencionis- apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam-
mo são variáveis independentes correlacionadas com tomada bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre-
de decisão, conservadorismo e poder no grupo. mamente necessárias na vida de um administrador, em função de
proporcionar
17. As atitudes e a personalidade podem afetar profundamente (A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção
o local de trabalho. A empatia configura-se como um componente dos objetivos estabelecidos.
de personalidade em que se pode afirmar como correto o seguinte (B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes-
significado: soas.
(A) Relacionar-se positivamente com outras pessoas, imitando (C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência.
gestos e voz. (D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de téc-
(B) Preservar amizades, ser aceito pelas pessoas e sentir-se nicas específicas.
bem entre as pessoas. (E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na dire-
(C) Responder às emoções e influências diversas sem discrimi- ção dos objetivos estabelecidos.
nações culturais ou religiosas.
(D) Manter afinidades e proximidade com colega, nutrir senti- 22. (INSTITUTO AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis-RJ) Qual é
mentos em relação ao outro, fazer criticas construtivas. a atividade que compreende um conjunto de operações e procedi-
(E) Colocar-se no lugar do outro, reconhecer os sentimentos do mentos, visando ao controle dos documentos que ainda tramitam
outro sem expressas palavras, mas no tom de voz, linguagem no órgão, de modo a garantir a sua imediata localização e recupe-
corporal e expressão facial. ração?

18. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas orga- (A) Atividade de classificação de documentos.
nizações, analise. (B) Atividade de distribuição de documentos.
I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que (C) Atividade de recepção de documentos.
todos os envolvidos mantêm uma ética relacional. (D) Atividade de protocolo de documentos.
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamen- (E) Atividade de registro de documentos.
to e desenvolvimento de pessoal.
III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca 23. (TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Re-
de qualidade nas organizações. moção - CESPE – 2019). No âmbito da atuação pública, faz-se neces-
sário que a administração pública mantenha os atos administrati-
Assinale vos, ainda que estes sejam qualificados como antijurídicos, quando
(A)se apenas a afirmativa I estiver correta. verificada a expectativa legítima, por parte do administrado, de
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. estabilização dos efeitos decorrentes da conduta administrativa. A
(C) se apenas a afirmativa II estiver correta. interrupção dessa expectativa violará o princípio da
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta. (A) legalidade.
(B) confiança.
19. (FCC/MPE-AP) - Para o atendimento ao público ser consi- (C) finalidade.
derado ideal ou próximo ao ideal, existem regras, que inclusive no (D) continuidade.
caso brasileiro, têm Decreto e Lei regularizando ou estabelecendo (E) presunção de legitimidade.
regras mínimas.
Um atendente deve estar à disposição do consumidor em até
(A) 180 segundos, obrigatoriamente
(B) 90 segundos, obrigatoriamente
(C) 90 segundos, se ele assim solicitar
(D) 60 segundos, obrigatoriamente
(E) 60 segundos, se ele assim solicitar

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 E
2 B ______________________________________________________

3 C ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 D
______________________________________________________
6 E
7 C ______________________________________________________
8 B ______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 C
12 A ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 B
16 C ______________________________________________________
17 E ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 E
21 B ______________________________________________________
22 C ______________________________________________________
23 B
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
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