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EDITAL Nº 01 - 2021/001 BB, DE 23 DE JUNHO DE 2021
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão de textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Classe e emprego de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4. Emprego do acento indicativo de crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Emprego dos sinais de pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9. Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Língua Inglesa
1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos . . . . . . . . . . . . 01

Matemática
1. Números inteiros, racionais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Problemas de contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Sistema legal de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Razões e proporções; divisão proporcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
5. Regras de três simples e compostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6. Porcentagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7. Lógica proposicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8. Noções de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Relações e funções; Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
11. Sequências. Progressões aritméticas e progressões geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

Atualidades do Mercado Financeiro


1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos modelos de
negócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Funções da moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
4. Marketplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Correspondentes bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
6. Arranjos de pagamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
7. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
8. Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

Probabilidade E Estatística
1. Representação Tabular E Gráfica. Medidas De Tendência Central (Média, Mediana, Moda, Medidas De Posição, Mínimo E Máximo)
E De Dispersão (Amplitude, Amplitude Interquartil, Variância, Desvio Padrão E Coeficiente De Variação). Variáveis Aleatórias E Dis-
tribuição De Probabilidade. Teorema De Bayes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Probabilidade Condicional. População E Amostra. Variância E Covariância. Correlação Linear Simples. Distribuição Binomial E Dis-
tribuição Normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3. Noções De Amostragem E Inferência Estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
ÍNDICE

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e
operadoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e nãoconvencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . 05
4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, prev-
idência, consórcio, investimentos e seguros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
6. Noções de Mercado de capitais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Taxas de câmbio nominais e reais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. . . . . . . . . . . 14
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.. . . . . 16
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas al-
teraçõeS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
19. Autorregulação bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
22. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
23. Decreto nº 8.420/2015 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
25. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e
privadas. Código de Ética do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
26. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Tecnologia Da Informação
1. Aprendizagem De Máquina: Fundamentos Básicos; Noções De Algoritmos De Aprendizado Supervisionados E Não Supervisionados;
Noções De Processamento De Linguagem Natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Banco De Dados: Banco De Dados Nosql (Conceitos Básicos, Bancos Orientados A Grafos, Colunas, Chave/Valor E Documentos); Mon-
godb; Linguagem Sql2008; Conceitos De Banco De Dados E Sistemas Gerenciadores De Bancos De Dados (Sgbd); Data Warehouse
(Modelagem Conceitual Para Data Warehouses, Dados Multidimensionais); Modelagem Conceitual De Dados (A Abordagem Enti-
dade-Relacionamento); Modelo Relacional De Dados (Conceitos Básicos, Normalização); Postgre-Sql . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Big Data: Fundamentos; Técnicas De Preparação E Apresentação De Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
4. Desenvolvimento Mobile: Linguagens/Frameworks: Java/Kotlin E Swift. React Native 0.59; Sistemas Android Api 30 E Ios Xcode 1010
5. Estrutura De Dados E Algoritmos: Busca Sequencial E Busca Binária Sobre Arrays; Ordenação (Métodos Da Bolha, Ordenação Por
Seleção, Ordenação Por Inserção), Lista Encadeada, Pilha, Fila E Noções Sobre Árvore Binária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Ferramentas E Linguagens De Programação Para Manipulação De Dados: Ansible; Java (Se 11 E Ee 8); Typescript 4.0; Python 3.9.X
Aplicada Para Ia/Ml E Analytics (Bibliotecas Pandas, Numpy, Scipy, Matplotlib E Scikit-Learn) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão de textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Classe e emprego de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4. Emprego do acento indicativo de crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Emprego dos sinais de pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9. Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências. Além de saber desses conceitos, é importante sabermos
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas damos a este processo é intertextualidade.
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença? Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
Tipos de Linguagem a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
facilite a interpretação de textos. de um texto.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
pode ser escrita ou oral. prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica
e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade,
estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, ortográficas, gramaticais e interpretativas;
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais
polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as principal e das ideias secundárias do texto.
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem – Separe fatos de opiniões.
verbal com a não-verbal. O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e
mutável).

1
LÍNGUA PORTUGUESA
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
tópicos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
são uma distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além As informações que se relacionam com o tema chamamos de
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se capaz de identificar o tema do texto!
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações,
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
apresentadas na prova. cundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com TEXTOS VARIADOS
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e
nunca extrapole a visão dele. Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, novo sentido, gerando um efeito de humor.
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo Exemplo:
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma


espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos:


ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia verbal NERO EM QUE SE INSCREVE
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
intenção são diferentes. pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Ironia de situação Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Busca de sentidos
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
morte. os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto.
Ironia dramática (ou satírica) Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
textos literários quando a personagem tem a consciência de que citadas ou apresentando novos conceitos.
suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência. tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a Importância da interpretação
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Humor pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- específicos, aprimora a escrita.
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
rer algo fora do esperado numa situação. ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
acessadas como forma de gerar o riso. presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

3
LÍNGUA PORTUGUESA
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. berdade para quem recebe a informação.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Fato
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Diferença entre compreensão e interpretação uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Exemplo de fato:
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O A mãe foi viajar.
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Interpretação
Gêneros Discursivos É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou sas, previmos suas consequências.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
dárias. ças sejam detectáveis.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Exemplos de interpretação:
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única tro país.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
encaminham-se diretamente para um desfecho. do que com a filha.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- Opinião


do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- que fazemos do fato.
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
curto.
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
anteriores:
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
como horas ou mesmo minutos. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
imagens. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a mos expressando nosso julgamento.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
vencer o leitor a concordar com ele. analisamos um texto dissertativo.

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um Exemplo:


entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas com o sofrimento da filha.
de destaque sobre algum assunto de interesse.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
e o do leitor.

4
LÍNGUA PORTUGUESA
Parágrafo Língua escrita e língua falada
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Linguagem popular e linguagem culta
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo o diálogo é usado para representar a língua falada.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova. Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto- se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ríodo, e o tópico que o antecede. mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
sem coerência.
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
mais direto. acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
de pequenos grupos ou cair em desuso.
NÍVEIS DE LINGUAGEM Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
“mina”, “tipo assim”.
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias Linguagem vulgar
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti- há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa comida”.
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com Linguagem regional
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
e caem em desuso. nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos e genêros textuais Tipo textual expositivo
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma pode ser expositiva ou argumentativa.
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
exemplos e as principais características de cada um deles.
Características principais:
Tipo textual descritivo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma mar.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
um movimento etc. • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
Características principais: de ponto de vista.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
caracterizadora. Exemplo:
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
meração. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• A noção temporal é normalmente estática. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- terminado tema.
ção. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.

Exemplo: Tipo textual dissertativo-argumentativo


Era uma casa muito engraçada Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Não tinha teto, não tinha nada sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Ninguém podia entrar nela, não apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Porque na casa não tinha chão clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia dormir na rede tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque na casa não tinha parede (leitor ou ouvinte).
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali Características principais:
Mas era feita com muito esmero • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Na rua dos bobos, número zero e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
(Vinícius de Moraes) gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, gestão/solução).
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o • Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente
comportamentos, nas leis jurídicas. nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
um caráter de verdade ao que está sendo dito.
Características principais: • Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver- zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas). • Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se ro-
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc. deios.
Exemplo: Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito- A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi- administração política (tese), porque a força governamental certa-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
perior para formação de oficiais. traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-

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LÍNGUA PORTUGUESA
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Carta de opinião
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Resenha
cobrança efetiva (conclusão). Artigo
Ensaio
Tipo textual narrativo Monografia, dissertação de
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta mestrado e tese de doutorado
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Narrativo Romance
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Novela
Crônica
Características principais: Contos de Fada
• O tempo verbal predominante é o passado. Fábula
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- Lendas
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente). Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
prosa, não em verso. nitos e mudam de acordo com a demanda social.

Exemplo: INTERTEXTUALIDADE
Solidão A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. ambos: forma e conteúdo.
Nelson S. Oliveira Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur- forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
reais/4835684 textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música,
GÊNEROS TEXTUAIS dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos,
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes provérbios, charges, dentre outros.
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- Tipos de Intertextualidade
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem • Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen-
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (paro-
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser- dès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante)
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante a outro”. Esse
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
textuais que neles predominam. • Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis),
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
significa a “repetição de uma sentença”.
Descritivo Diário • Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí-
Relatos (viagens, históricos, etc.) ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha
Biografia e autobiografia alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter-
Notícia mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
Currículo e “graphé” (escrita).
Lista de compras • Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção
Cardápio textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
Anúncios de classificados entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Injuntivo Receita culinária Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re-
Bula de remédio lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo
Manual de instruções “citação” (citare) significa convocar.
Regulamento • Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros
Textos prescritivos textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Expositivo Seminários • Outras formas de intertextualidade menos discutidas são
Palestras o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Conferências
Entrevistas ARGUMENTAÇÃO
Trabalhos acadêmicos O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa-
Enciclopédia ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva
Verbetes de dicionários de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente,

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LÍNGUA PORTUGUESA
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Argumento de Autoridade
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
enunciador está propondo. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. dadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- cimento. Nunca o inverso.
mento de premissas e conclusões. Alex José Periscinoto.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a B.
A é igual a C. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
Então: C é igual a A. tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
que C é igual a A. acreditar que é verdade.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero. Argumento de Quantidade
A vaca é um ruminante. É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú-
Logo, a vaca é um mamífero. mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
também será verdadeira. largo uso do argumento de quantidade.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se Argumento do Consenso
mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau- É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o
da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de
banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con- que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu-
fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não

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LÍNGUA PORTUGUESA
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao tal por três dias.
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
carentes de qualquer base científica. tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
Argumento de Existência deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar texto tem sempre uma orientação argumentativa.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
do que dois voando”. ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- outras, etc. Veja:
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vam abraços afetuosos.”
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
vios, etc., ganhava credibilidade. e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
Argumento quase lógico que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. injustiça, corrupção).
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se o argumento.
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con-
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
indevidas. atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
Argumento do Atributo que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais outros à sua dependência política e econômica”.
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc. A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce- ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi-
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza, dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor tende o assunto, etc).
a associar o produto anunciado com atributos da celebridade. Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani-
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men-
competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto,
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali-
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
dades não se prometem, manifestam-se na ação.
de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico: que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
por bem determinar o internamento do governador pelo período a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che-

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LÍNGUA PORTUGUESA
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo - evidência;
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - divisão ou análise;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - ordem ou dedução;
comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. Fulano é homem (premissa menor = particular)
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
ver as seguintes habilidades: dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma O calor dilata o ferro (particular)
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- O calor dilata o bronze (particular)
mente contrária; O calor dilata o cobre (particular)
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O ferro, o bronze, o cobre são metais
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
ria contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação oposta. Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar- também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos,
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu-
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques- deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé- argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de
todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do sofisma no seguinte diálogo:
simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes- - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões - Lógico, concordo.
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co- - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio - Claro que não!
de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos Exemplos de sofismas:
e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Dedução
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro Todo professor tem um diploma (geral, universal)
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma Fulano tem um diploma (particular)
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
da verdade:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são profes- sabiá, torradeira.
sores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou infun- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
dadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise su- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
perficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, basea- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
dos nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
pesquisa.
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
(Garcia, 1973, p. 302304.)
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina- de vista sobre ele.
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
o relógio estaria reconstruído. gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con- espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo- Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A
operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa-
relacionadas: lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
- o termo a ser definido;
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias - o gênero ou espécie;
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação - a diferença específica.
de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
lha dos elementos que farão parte do texto. O que distingue o termo definido de outros elementos da mes-
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in- ma espécie. Exemplo:
formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen- Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe- Elemento especie diferença
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as a ser definido específica
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos: É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme- tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me- forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-

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LÍNGUA PORTUGUESA
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está assim, desse ponto de vista.
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
ou instalação”; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
dida;d forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as que, melhor que, pior que.
diferenças). Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
vra e seus significados. bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- caráter confirmatório que comprobatório.
mentação coerente e adequada. Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás- cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco- caso, incluem-se
nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes, - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu- mortal, aspira à imortalidade);
rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis- dos e axiomas);
sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro- discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que parece absurdo).
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão. Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: cretos, estatísticos ou documentais.
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes- sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa- julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opi-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados niões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprova-
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de da, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por- expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
virtude de, em vista de, por motivo de. dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar gumentação:
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;

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LÍNGUA PORTUGUESA
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- banos;
dadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mais a sociedade.
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
dade da afirmação; Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- quências maléficas;
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- apresentados.
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados ção: é um dos possíveis.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para con- um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
traargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a com-
é que gera o controle demográfico”. preensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coeren-
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao te, além de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a Coerência
elaboração de um Plano de Redação. É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
tecnológica linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder outra”).
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos- Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
ta, justificar, criando um argumento básico; estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la elementos formativos de um texto.
(rever tipos de argumentação); A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po- elementos textuais.
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e conse- A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
quência); de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
argumento básico; tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que imediato a coerência de um discurso.
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu- A coerência:
mento básico; - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se- - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às tual;
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
menos a seguinte: o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Introdução
- função social da ciência e da tecnologia; Coesão
- definições de ciência e tecnologia; É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
Desenvolvimento fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol- tem-se a coesão lexical.
vimento tecnológico; A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
condições de vida no mundo atual; gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- nentes do texto.
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
desenvolvidos; que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
sado; apontar semelhanças e diferenças; advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A coesão: • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; palavras forma/fôrma.
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes Uso de hífen
componentes do texto; Regra básica:
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem.

Outros casos
ORTOGRAFIA OFICIAL 1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
ORTOGRAFIA OFICIAL – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- semicírculo.
troduzidas as letras k, w e y. – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O mo, antissocial, ultrassom.
PQRSTUVWXYZ – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a das.
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
gui, que, qui. 2. Prefixo terminado em consoante:
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
Regras de acentuação -bibliotecário.
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima persônico.
sílaba) – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações:
Como era Como fica
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
alcatéia alcateia iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
apóia apoia essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no mirante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
Como era Como fica pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
baiúca baiuca usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
bocaiúva bocaiuva recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. vamos passar para mais um ponto importante.

– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem


CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS
e ôo(s).

CLASSES DE PALAVRAS
Como era Como fica
abençôo abençoo Substantivo
crêem creem São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Classificação dos substantivos
Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural sua estrutura. macaco/João/sabão
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau


são formados por mais de um porta-voz/ diminutivo.
radical em sua estrutura. pé-de-moleque – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
são os que dão origem a mundo/ – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
outras palavras, ou seja, ela é população
a primeira. /formiga Adjetivo
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
são formados por outros populacional/formigueiro vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
radicais da língua. composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo
por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um ad-
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo jetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
designa determinado ser /Brasil vespertino).
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da
espécie. São sempre iniciados Liberdade Flexão do Adjetivos
por letra maiúscula. • Gênero:
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
referem-se qualquer ser de cachorro/prima no: homem feliz, mulher feliz.
uma mesma espécie. – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
própria. Esses seres podem /lobisomem
• Número:
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
reais ou imaginários.
número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/ res, japonês/ japoneses.
nomeiam ações, estados, bondade/ – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
qualidades e sentimentos que confiança/ branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
não tem existência própria, ou lembrança/
seja, só existem em função de amor/ • Grau:
um ser. alegria – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/ rioso (do) que o seu.
referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/ – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
de seres da mesma espécie, buquê (de flores) rioso (do) que o seu.
mesmo quando empregado – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
no singular e constituem um quanto o seu.
substantivo comum. – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
mo.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
QUE NÃO ESTÃO AQUI! moso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
Flexão dos Substantivos mais famoso de todos.
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi- – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou nos famoso de todos.
uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta Artigo
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única • Classificação e Flexão do Artigos
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em – Artigos Definidos: o, a, os, as.
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. O menino carregava o brinquedo em suas costas.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá- As meninas brincavam com as bonecas.
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
macho/palmeira fêmea. Um menino carregava um brinquedo.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto Umas meninas brincavam com umas bonecas.
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua). Numeral
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou
para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
o/a estudante, o/a colega. • Classificação dos Numerais
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1). – Cardinais: indicam número ou quantidade:
– Singular: anzol, tórax, próton, casa. Trezentos e vinte moradores.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas. – Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação Pronomes Indefinidos – Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, sujeito. Veja:
nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, mui- João pulou da cama atrasado
ta, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, – Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
poucas, todo, toda, todos, todas, outro, ou- recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
Variáveis tra, outros, outras, certo, certa, certos, cer- passiva analítica é formada por:
tas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros)
tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, +  verbo principal da ação conjugado no particípio  + preposição
quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, por/pelo/de + agente da passiva.
um, uma, uns, umas. A casa foi aspirada pelos rapazes
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, ou-
Invariáveis A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono-
trem, algo, cada.
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu-
utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas. ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.
Classificação Pronomes Interrogativos Advérbio
qual, quais, quanto, quantos, É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad-
Variáveis vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
quanta, quantas.
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
Invariáveis quem, que.
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama-
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anterior- brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
mente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser -dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
variáveis e invariáveis. em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém,
Classificação Pronomes Relativos perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja,
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi-
Variáveis cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quan-
damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
tas.
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
Invariáveis quem, que, onde. – Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente,
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
Verbos – Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al-
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos me- gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
teorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo. – Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as-
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco,
• Flexão verbal de todo, etc.
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas. – Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na ventura, etc.
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, Preposição
subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex- plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
pio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE
oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li- A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
determinante e o outro é determinado). demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
• Conjunções Coordenativas
• Devemos usar crase:
Tipos Conjunções Coordenativas – Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem... Mediante à situação.
contudo, entretanto, mas, não obstante, no O Governo visa à resolução do problema.
Adversativas
entanto, porém, todavia...
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
Alternativas
quer… locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto... Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
pois (antes do verbo), porquanto, porque, vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Explicativas Mas... há crase, sim!
que...
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
• Conjunções Subordinativas
– Expressões fixas
Tipos Conjunções Subordinativas Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc. crase:
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
Embora, conquanto, ainda que, tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
Concessivas
mesmo que, posto que, etc. pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
Se, caso, quando, conquanto que, direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
Condicionais didas, à medida que, à proporção que.
salvo se, sem que, etc.
• NUNCA devemos usar crase:
Conforme, como (no sentido de – Antes de substantivos masculinos:
Conformativas conforme), segundo, consoante, Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
etc. pé.
Para que, a fim de que, porque (no
Finais
sentido de que), que, etc. – Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
À medida que, ao passo que, à plural) usado em sentido generalizador:
Proporcionais Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
proporção que, etc.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a homem.
Quando, antes que, depois que, até
Temporais
que, logo que, etc. – Antes de artigo indefinido “uma”
Que, do que (usado depois de mais, Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Comparativas
menos, maior, menor, melhor, etc.
– Antes de pronomes
Que (precedido de tão, tal, tanto), Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
Consecutivas
de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se. Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
A quem vocês se reportaram no Plenário?
Interjeição Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções,
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações – Antes de verbos no infinitivo
das pessoas. A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas
é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten- estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
der o estudo da Sintaxe. da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
gumas questões importantes:

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 
Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas


Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora  quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante,  portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto
Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de
Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de
oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve
espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. verbo e o adjunto.

Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem


Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- ção.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- serem observadas na redação oficial.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de • Separa aposto.
um diálogo, com ou sem aspas. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] • Separa termos repetidos.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico Aquele aluno era esforçado, esforçado.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- efeito, digo.
rem uma nova inserção. O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- ou seja, de fácil compreensão.
vernador)
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
Aspas ( “ ” ) tos).
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- • Separa orações coordenadas assindéticas.
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. ideias na cabeça...

Vírgula • Isola o nome do lugar nas datas.


São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
vírgula: forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
mos” o momento certo de fazer uso dela. mações comprovam, etc.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o nizar o problema.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- Concordância Nominal
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
Maria foi à padaria ontem. referem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
sa.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Casos Especiais de Concordância Nominal Regência de algumas palavras
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Esta palavra combina com Esta preposição
alerta.
Acessível a
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Apto a, para
ção de palavras compostas:
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Atencioso com, para com
Coerente com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
Conforme a, com
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Dúvida acerca de, de, em, sobre
Empenho de, em, por
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan- Fácil a, de, para,
do advérbios: Junto a, de
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./
Usou meia dúzia de ovos. Pendente de
Preferível a
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Próximo a, de
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Respeito a, com, de, para com, por
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Situado a, em, entre
substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Ajudar (a fazer algo) a
Aludir (referir-se) a
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Aspirar (desejar, pretender) a
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Assistir (dar assistência) Não usa preposição
mes. Deparar (encontrar) com
Concordância ideológica ou silepse Implicar (consequência) Não usa preposição
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Lembrar Não usa preposição
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
contexto. Pagar (pagar a alguém) a
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Precisar (necessitar) de
Blumenau estava repleta de turistas.
Proceder (realizar) a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Responder a
texto. Visar ( ter como objetivo a
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- pretender)
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
soa gramatical que está subentendida no contexto. QUE NÃO ESTÃO AQUI!
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
líticos.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS PRONOMES OBLÍ-
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL QUOS ÁTONOS (PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)

• Regência Nominal  A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da


A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
mento é estabelecida por uma preposição. após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
• Regência Verbal cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).  formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Isto pertence a todos. Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
dique a eufonia da frase.

23
LÍNGUA PORTUGUESA
Próclise Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- EXERCÍCIOS
tentos são para nos prejudicarem.
1. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
Ênclise e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. (a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do americanas, entre na fila.”
indicativo: Trago-te flores. (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! subordinadas.
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- (B) Período, composto por três orações.
posição em: Saí, deixando-a aflita. (C) Oração, pois possui sentido completo.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com (D) Período, pois é composto por frases e orações.
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los. 2. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não
Mesóclise dormiu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segun-
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. da oração.
(A) Oração coordenada assindética aditiva.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no (B) Oração coordenada sindética aditiva.
futuro do pretérito que iniciam a oração. (C) Oração coordenada sindética adversativa.
Dir-lhe-ei toda a verdade. (D) Oração coordenada sindética explicativa.
Far-me-ias um favor? (E) Oração coordenada sindética alternativa.

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de 3. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia a
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer
Eu lhe direi toda a verdade. exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas
Tu me farias um favor? orações.
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada
Colocação do pronome átono nas locuções verbais adversativa.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal (B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- (C) Oração coordenada assindética e oração coordenada
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. aditiva.
Exemplos: (D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
Devo-lhe dizer a verdade. tiva.
Devo dizer-lhe a verdade. (E) Oração coordenada assindética e oração coordenada
adverbial consecutiva.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
do auxiliar ou depois do principal. 4. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Anali-
Exemplos: se sintaticamente a oração em destaque:
Não lhe devo dizer a verdade. “Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen-
Não devo dizer-lhe a verdade. sados” (Machado de Assis).
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, (B) oração subordinada adverbial causal.
o pronome átono ficará depois do auxiliar. (C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. (D) oração coordenada sindética conclusiva.
(E) oração coordenada sindética explicativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
5. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- número de professores com alguma formação em educação espe-
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser cial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país.
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase aula.
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma es-
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: trutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, ao
(A) subordinada substantiva predicativa; menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno
(B) subordinada adjetiva restritiva; e sua família para definir atividades e de auxiliar os docentes do
(C) subordinada substantiva subjetiva; período regular nas técnicas pedagógicas.
(D) subordinada substantiva objetiva direta; Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compe-
(E) subordinada adjetiva explicativa. te ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus estabele-
cimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar
6. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se con-
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são funde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo.
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: (Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia,
mas nunca à custa de nossos filhos...” Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parênteses,
sindética adversativa; a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética colocação dos pronomes.
explicativa; (A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver- deficiência. (incluem-se)
bial concessiva; (B) ... em educação especial inclusiva, contam-se  não muito
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada mais que 100 mil deles no país. (se contam)
sindética adversativa; (C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial sala de aula. (concebe-se)
concessiva. (D) Aí, ao menos um profissional preparado  se  encarrega de
receber o aluno... (encarrega-se)
7. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perío- (E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente
do “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um já vamos aprendendo. (confunde-se)
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
história.”, a oração sublinhada é classificada como: 9. (PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG - AGENTE COMUNITÁ-
(A) coordenada assindética; RIO DE SAÚDE - FCM - 2019)
(B) subordinada substantiva completiva nominal;
(C) subordinada substantiva objetiva indireta; Dieta salvadora
(D) subordinada substantiva apositiva. A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
8. (PREFEITURA DE PIRACICABA - SP - PROFESSOR - EDUCA-
ÇÃO INFANTIL - VUNESP - 2020) O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o
câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um des-
Escola inclusiva tino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os
mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros concor- com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças
dam que há melhora nas escolas quando se incluem alunos com de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água,
deficiência. subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da
os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de uma Guanabara ao Pacífico.
educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália,
perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um
lei em 2015 e criou raízes no tecido social. micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualifi- jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado
cados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o que dizer pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o
então de alunos com gama tão variada de dificuldades. das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios,
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o en- de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os
frentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que
limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais. eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco
minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, dis- Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na
corda de que crianças com deficiência devam aprender só na com- costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher
panhia de colegas na mesma condição. pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defende-
com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com rem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re-
necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar
milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha triplicado o e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos o
se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Benjamin,
aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual um tigre
no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo. mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que interessa
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. Paulo. para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo.
Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019. (Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em: https://www.
conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado)
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo,
possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no (*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhe-
meio do verbo) e ênclise (depois do verbo). cido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos na natureza. 
nos trechos a seguir.
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados em-
não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus pró- pregando pronomes, de acordo com a norma-padrão de regência e
prios dejetos.” colocação.
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo: Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam-
“Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, bém rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade conceitual pode-
sofás e até carcaças de automóveis.” ria marcar o ambientalismo apologético.
III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal: (A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
“Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se (B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
tornar as salamandras de Čapek.” (C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser hu- (D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
mano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e pro- (E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
duzir um ‘Dom Quixote’”.
11. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE -
Está correto apenas o que se afirma em TÉCNICO EM SANEAMENTO - IBFC - 2019)
(A) I e II.
(B) I e III. Vou-me embora pra Pasárgada,
(C) II e IV. lá sou amigo do Rei”.
(D) III e IV. (M.Bandeira)

10. (PREFEITURA DE BIRIGUI - SP - EDUCADOR DE CRECHE Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale a
- VUNESP - 2019) alternativa correta.
(A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente bus-
posto ao verbo.
ca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato
(B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Algu-
pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
ma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apo-
posto ao verbo.
logético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos,
(C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto,
pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado nor- posto ao verbo.
mas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. (E) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo
São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto ao
das causas ambientais; falava com plantas e animais. verbo.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instintiva,
predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é o meu 12. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP - INSPETOR DE ALUNOS
argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria freudiana, - VUNESP - 2019)
a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, dado que resiste
a uma pressão contínua, variável na intensidade. Assim, numa di- Pelo fim das fronteiras
mensão qualitativa, e não quantitativa, é que se deveria enfrentar
a questão, que também é cultural. E que culturalmente pode ser Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista pura-
abordada. mente racional, ela é a solução para vários problemas globais. Mas,
O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O como o mundo é um lugar menos racional do que deveria, pessoas
dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente que buscam refúgio em outros países costumam ser recebidas com
passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse desconfiança quando não com violência, o que diminui o valor da
sentido que a chamada internalização da externalidade negativa imigração como remédio multiuso.
exige justificativa para uma atuação contra-fática. No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra se-
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam- ria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, ela faria o PIB
bém rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a prote- mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos estejam
ção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no próprio inflados, só uma fração de 10% já significaria um incremento da or-
homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natureza deva dem de US$ 10 trilhões (uns cinco Brasis).
ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e característi- Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do
cas. Posições se radicalizam. que poderia é que enormes contingentes de humanos vivem sob
sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016

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LÍNGUA PORTUGUESA
de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um tra- No mesmo excerto “Dessa forma, as bandeiras e moradores
balhador macho sem qualificação de seu país pobre de origem e das 42 cidades do território original de Blumenau, que foi fundado
transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 mil. por Hermann, também estiveram representadas na Rua XV de No-
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se considera vembro.”, a palavra destacada pertence à classe gramatical:
que é a resposta perfeita para países desenvolvidos que enfrentam (A) conjunção
o problema do envelhecimento populacional. (B) pronome
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser maltrata- (C) preposição
dos e até perseguidos quando cruzam a fronteira, especialmente (D) advérbio
se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até no Brasil, (E) substantivo
que não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que estão em
operação aqui vieses da Idade da Pedra, tempo em que membros 15. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - PORTU-
de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que uma solução. GUÊS – MATUTINO - FURB – 2019)
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigração, Determinado, batalhador, estudioso, dedicado e inquieto. Mui-
tomando cuidado para evitar que a chegada dos estrangeiros dê tos são os adjetivos que encontramos nos livros de história para
pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los com inte- definir Hermann Blumenau. Desde os primeiros anos da colônia, es-
ligência, minimizando choques culturais e distribuindo as famílias teve determinado a construir uma casa melhor para viver com sua
por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. É tudo o que família, talvez em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.
não estamos fazendo. Infelizmente, nunca concretizou este sonho, porém, nunca deixou
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ de zelar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.[...]
colunas/.28.08.2018. Adaptado) Disponível em: <https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/funda-
Considere as frases: cao-cultural/fcblu/memaoria-digital-ao-comemoraacaao-200-anos-dr-
• países desenvolvidos que enfrentam o problema do envelhe- -blumenau85>. Acesso em: 05 set. 2019. [adaptado]
cimento populacional. (4º parágrafo)
• ... minimizando choques culturais e distribuindo  as famí- Sobre a colocação dos pronomes átonos nos excertos: “...talvez
lias por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. (6º pará- em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.” e “...zelar por
grafo) tudo aquilo que  lhe  dizia respeito.”, podemos afirmar que ambas
as próclises estão corretas, pois o verbo está precedido de palavras
A substituição das expressões em destaque por pronomes está que atraem o pronome para antes do verbo. Assinale a alternativa
de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação em: que identifica essas palavras atrativas dos excertos:
(A) enfrentam-no; distribuindo-lhes. (A) palavras de sentido negativo
(B) o enfrentam; lhes distribuindo. (B) advérbios
(C) o enfrentam; distribuindo-as. (C) conjunções subordinativas
(D) enfrentam-no; lhes distribuindo. (D) pronomes demonstrativos
(E) lhe enfrentam; distribuindo-as. (E) pronomes relativos
13. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP – SECRETÁRIO DE ESCOLA 16. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode
- VUNESP - 2019) ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
Considere a frase a seguir. Como as crianças são naturalmente padrão na seguinte sentença:
agitadas, cabe aos adultos impor às crianças limites que garantam (A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
às crianças um desenvolvimento saudável. Para eliminar as repeti- (B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
ções da frase, as expressões destacadas devem ser substituídas, em (C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
conformidade com a norma-padrão da língua, respectivamente, por (D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(A) impor-nas ... lhes garantam (E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
(B) impor-lhes ... as garantam
(C) impô-las ... lhes garantam 17. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
(D) impô-las ... as garantam DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
(E) impor-lhes ... lhes garantam pontuação em:
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
14. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - GEO- dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
GRAFIA – MATUTINO - FURB – 2019) (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que completa teiramente pela porta?
169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve outra data especial (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
para comemorar: os 200 anos de nascimento do Doutor Hermann tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
Blumenau. __________ 15 mil pessoas que estiveram na Rua XV de (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem
Novembro nesta manhã acompanhando o desfile, de acordo com muito branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com
estimativa da Fundação Cultural, conheceram um pouco mais da os irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
vida do fundador do município. [...] O desfile também apresentou (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
aspectos da colonização alemã no Vale do Itajaí. Dessa forma, as penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
bandeiras e moradores das 42 cidades do território original de Blu- cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
menau, que foi fundado por Hermann, também estiveram repre-
sentadas na Rua XV de Novembro. [...]
Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/desfile-em-blu-
menau-comemora-o-aniversario-da-cidade-e-os-200-anos-do-funda-
dor>.Acesso em: 02 set. 2019.[adaptado]

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LÍNGUA PORTUGUESA
18. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira- (C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
mente correta a pontuação do seguinte período: composições do músico na cultura ocidental.
(A) Os personagens principais de uma história, responsáveis (D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compositor
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque- termina em uma cena de reconciliação entre os personagens.
nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente (E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
sem importância, ditam o rumo de toda a história. deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.
(B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de peque- 22. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do
nas providências que tomadas por figurantes, aparentemente artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (A) pronome;
(C) Os personagens principais de uma história, responsáveis (B) adjetivo;
pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas (C) advérbio;
providências, que, tomadas por figurantes aparentemente, (D) substantivo;
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (E) preposição.
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de peque- 23. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação
nas providências, que tomadas por figurantes aparentemente morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (A) Pronome demonstrativo.
(E) Os personagens principais de uma história, responsáveis, (B) Pronome relativo.
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de pequenas (C) Pronome possessivo.
providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, (D) Pronome pessoal.
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (E) Pronome indefinido.

19. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a 24. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
série em que o hífen está corretamente empregado nas cinco pa- oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
lavras: lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- nhados classificam-se, respectivamente, em
-vermelho. (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
infra-assinado. (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiêni- (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
co. (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra. 25. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
-mencionado. te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
20. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente (C) Pretendo viajar a Paraíba.
empregadas e grafadas. (D) Ele gosta de bife à cavalo.
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o
poder de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de 26. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
qualquer excesso e violência. “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
isso, num modo de intervenção específico. marcada com o acento, EXCETO em:
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o (A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violen- (B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
to em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de eleitorado pelo resultado final.
revolta que ambos possam suscitar. (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do siste-
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
ma.
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
corpo dos supliciados.
vel.
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
sistema.
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
organização em delinqüência.
27. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade
21. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
– 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: se fundamenta em intertextualidade é:
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacida- (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morri-
de extraordinária de imitar vários estilos musicais. do há muito tempo.”
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
mentos pessoais por meio de sua música. mete onde não é chamada.”

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LÍNGUA PORTUGUESA
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
gente mesmo!” temática e bom uso dos recursos coesivos.
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, Analise as assertivas e responda:
tudo bem.” (A) Somente a I é correta.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” (B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta.
Leia o texto abaixo para responder a questão. (D) Somente a IV é correta.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) Leia o texto abaixo para responder as questões.

A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um UM APÓLOGO


dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- Machado de Assis.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela — Deixe-me, senhora.
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- der na cabeça.
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
se tornou uma bomba relógio na região.” outros.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris- — Mas você é orgulhosa.
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se- — Decerto que sou.
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos — Mas por quê?
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ama, quem é que os cose, senão eu?
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, que quem os cose sou eu, e muito eu?
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco daço ao outro, dou feição aos babados…
regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida- — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju- puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz mando…
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com — Também os batedores vão adiante do imperador.
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. — Você é imperador?
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
28. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
fato. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
gênero textual editorial. fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
que se trata de uma reportagem. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
se trata de um editorial.
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
Analise as assertivas e responda:
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
(A) Somente a I é correta.
e acima…
(B) Somente a II é incorreta.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
(C) Somente a III é correta
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
(D) A III e IV são corretas.
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
29. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
ainda suja o Brasil”: tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
no desenvolvimento do assunto. costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
blemas no uso de conjunções e preposições. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
de palavras e da ordem sintática. dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da

29
LÍNGUA PORTUGUESA
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, (D) intensidade e dimensão;
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, (E) pejoratividade e afetividade.
perguntou-lhe:
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da 32. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Vamos, diga lá. (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- nossa ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agu-
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é lha. Agulha não tem cabeça.” (L.06)
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
fico. (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- nária!” (L.43)
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pou-
muita linha ordinária! co?” (L.25)

30. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis 33. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os sente no texto:
elementos dos textos: (A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

GABARITO

1 B
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02) 2 C
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é 3 C
agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?”
(L.06) 4 E
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adian- 5 A
te, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu
6 D
faço e mando...” (L.14-15)
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há 7 B
pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa 8 D
comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a
eles, furando abaixo e acima.” (L.25-26) 9 A
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para 10 E
ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha
de costura. Faze como eu, que não abro caminho para nin- 11 A
guém. Onde me espetam, fico.” (L.40-41) 12 C
13 E
31. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade, 14 B
pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que 15 E
os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de: 16 B
(A) dimensão e pejoratividade; 17 E
(B) afetividade e intensidade;
(C) afetividade e dimensão; 18 A

30
LÍNGUA PORTUGUESA

19 D ANOTAÇÕES
20 B
21 C ______________________________________________________
22 A ______________________________________________________
23 E
______________________________________________________
24 B
25 A ______________________________________________________
26 D ______________________________________________________
27 E
______________________________________________________
28 C
______________________________________________________
29 D
30 E ______________________________________________________
31 D ______________________________________________________
32 D
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33 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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31
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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32
LÍNGUA INGLESA
1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos . . . . . . . . . . . . 01
LÍNGUA INGLESA
• Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO FUNDAMEN- modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
TAL E DOS ASPECTOS GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
COMPREENSÃO DE TEXTOS composta por um prefixo ou sufixo.
• Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
Reading Comprehension depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
assustador. hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
em nada, tudo pode ficar mais claro. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
Inglês Instrumental profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental sugere.
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
penhar a atividade de leitura em uma área específica.
Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
Estratégias de leitura nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se Regular plural of nouns
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- acrescentando-se “s” ao singular.
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um Ex.: Motherboard – motherboards
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- Printer – printers
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para Keyboard – keyboards
ler, etc.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- a regra geral: acrescentam s ao singular.
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença Ex.: Boy – boys Toy – toys
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso Key – keys
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- es.
dade, significa “avaliação”. Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e • Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, tro-
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. cam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que Ex.: fly – flies try – tries curry – curries
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar- Irregular plurals of nouns
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- There are many types of irregular plural, but these are the most
ria, por exemplo. common:

• Informação não-verbal: é toda informação dada através de • Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescen-
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve ta-se es.
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- Ex.: knife – knives
seja transmitir. life – lives
• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do wife – wives
texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente, • Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acres-
aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra- centa-se es.
vés do contexto. Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e • Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes
inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
portuguesa. • Substantivos que mudam a vogal e a palavra.
Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth
mouse – mice

1
LÍNGUA INGLESA
Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

Definite Article

THE = o, a, os, as

• Usos

– Antes de substantivos tomados em sentido restrito.


THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
I hate THE music they’re playing.

2
LÍNGUA INGLESA
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as They went to THE movies last night.
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
THE United States Indefinite Article
THE Netherlands A / AN = um, uma
THE United Kingdom
THE Dominican Republic •A

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
John is THE tallest boy in the family. A boy, A girl, A woman

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento A uniform, A university, A European
geográfico tenha sido omitido.
THE Nile (River) • AN
THE Sahara (Desert)
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de nomes de famílias no plural. AN egg, AN orange, AN umbrella
THE Smiths have just moved here.
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de adjetivos substantivados. AN hour, AN honor, AN heir
You should respect THE old.
• Usos
– Antes de numerais ordinais.
He is THE eleventh on the list. – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
substantivos.
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
museus.
THE Hilton (Hotel) – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
A Mr. Smith phoned yesterday.
– Antes de nacionalidades.
THE Dutch – No modelo:
WHAT + A / AN = adj. + subst.
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
She plays THE piano very well. What A nice woman!

– Antes de substantivos seguidos de preposição. – Em algumas expressões de medida e frequência.


THE Battle of Trafalgar A dozen
A hundred
• Omissões Twice A year
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico.
Roses are my favorite flowers. - Em certas expressões.
It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
–Antes de nomes próprios no singular.
She lives in South America. – Antes de profissão ou atividades.
James is A lawyer.
–Antes de possessivos. Her sister is A physician.
My house is more comfortable than theirs.
• Omissão
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua-
ge. – Antes de substantivos contáveis no plural.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French Lions are wild animals.
language.)
– Antes de nomes de estações do ano. – Antes de substantivos incontáveis.
Summer is hot, but winter is cold. Water is good for our health.
• Casos especiais * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
– Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school, vos.
prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito. Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou
She went to church. (para rezar) mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
She went to THE church. (talvez para falar com alguém) superlativo.
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o
– Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine- superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo
ma, movies e theater. de três ou mais.
Let’s go to THE theater.

3
LÍNGUA INGLESA
3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
duas sílabas.
Exemplos:
More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


Exemplos: minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
As cold as = tão frio quanto Exemplos:
Not so (as) cold as = não tão frio quanto tired – more tired than – the most tired (cansado)
Less cold than = menos frio que charming – more charming than – the most charming (char-
The least cold = o menos frio moso)
As expensive as = tão caro quanto hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Less expensive than = menos caro que famous – more famous than – the most famous (famoso)
The least expensive = o menos caro
Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
Observações: brave – braver than – the bravest (corajoso)
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba. Formas irregulares
Exemplos: Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto rativo e superlativo de superioridade.
bigger than = maior que / the biggest = o maior
good (bom / boa)
2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas. better than - the best
well (bem)
Exemplos:
happier than = mais feliz que bad (ruim / mau)
- the worst
cleverer than = mais esperto que badly (mal)
the happiest = o mais feliz little (pouco) less than - the least
the cleverest = o mais esperto

4
LÍNGUA INGLESA
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no comparativo e superlativo de superioridade.

far (longe)
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho)
older than – the oldest
elder – the eldest (só para elementos da mesma família)
late (tarde)
the latest (o mais recente)
the last (o último da série)

O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.

Subject Pronouns

I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, vocês) You are a student.
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good dancers.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.

Uso do pronome “it”

– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.


Example: The dress is ugly. It is ugly.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.

– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.

Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.

ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.

5
LÍNGUA INGLESA
Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:

SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL


THIS THESE THAT THOSE
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/aquilo Aqueles/aquelas

Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que estão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demonstra-
tivos nas frases abaixo:
This method will work.
These methods will work.

O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental disciplines of engineering.
Those computers technology are the most fundamental disciplines of engineering.

Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
Your Yours
His His
Her Hers
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, precedidos ou não de adjetivos.


Exemplos:
Our house is close.
I want to know your name.

• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
Exemplo:
My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.
Infinitive

A forma infinitiva do inglês é to + verbo

Usos:
- após numerais ordinais
He was the first to answer the prohne.

- com too e enough


This house is too expensive for me to buy.
He had bought food enough to feed a city!

- após o verbo want


I want you to translate the message.

- após os verbos make, let e have (sem to)


This makes me feel happy.
Let me know if you need any information.

6
LÍNGUA INGLESA
- após o verbo help (com ou sem to) She runs – Ela corre
She helped him (to) choose a new car. It runs – Ele/ela corre

Observações: Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
de sentido. He goes – Ele vai
It started raining. / It started to rain. She does – Ela faz
It watches – Ele/ela assiste
He began to clean the house. / He began cleaning the house.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
alteração de sentido. Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
o exemplo:
He stopped smoking. He studies – Ele estuda
(= Ele parou de fumar.) She tries – Ela tenta
It cries – Ele/ela chora
He stopped to smoke.
(= Ele parou para fumar.) Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
Imperative apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi- She stays – Ela fica
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada It plays – Ele/ela brinca
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.
Formas afirmativa, negativa e interrogativa
A forma afirmativa sempre inicia com o verbo.
Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!
Turn the TV down. – Desligue a televisão.
Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!

Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes


do verbo.
Exemplos:
Don’t be late! – Não se atrase!
Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
Don’t be scared. – Não se assuste. Present Continuous
Don’t worry! – Não se preocupe!
Don’t drink and drive. – Não beba e dirija. - Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present,
Simple Present at this moment, right now e outras.
Exemplo:
O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você She is running at the park now.
precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua
forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em - Usamos também para ações temporárias.
“I go” para dizer eu corro. Exemplos:
Exemplos de Simple Present: He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.
I run – Eu corro
You run – Você corre/Vocês correm - Futuro próximo.
We run – Nós corremos Exemplo:
They run – Eles correm The train leaves at 9 pm.

Regras do Simple Present Observações:


- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos con-
As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos tínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples:
pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple see, hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, un-
Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos derstand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose,
verbos recebe um “s” no final: appear, have (= ter, possuir), think (= acreditar).
He runs – Ele corre

7
LÍNGUA INGLESA
- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do acréscimo
de –ing.
Exemplos:
Run → running
swim → swimming

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acento
tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing

- Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.


Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, perdem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Immediate Future

O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
Example:

Affirmative: What will you study?


Negative: I will study English.
Interrogative: I won’t study English.

Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (without “to” ).

8
LÍNGUA INGLESA
Forma contraída
I will study - I’ll study
You will travel - You’ll travel
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen
We will work - We’ll work
You will dance - You’ll dance
They will do - They’ll do

Simple Past

With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Simple past is used to indicate an accomplished action and totally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect pre-
terite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played


Verbos terminados em “e” Acrescenta-se “d” Like – liked
Verbos terminados em y precedido de consoante Mudam o y para i e acrescentam “ed” Study – studied

Example:
To work
I worked
You worked
He worked
She worked
It worked
We worked
They worked

Simple past – negative and interrogative form

Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night (week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado.
Exemplos:
Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.

– ações habituais no passado com as mesmas expressões e advérbios que indicam ações habituais no presente.
Exemplos:
They visited rarely visited their grandparents.
She often got up at 6.

– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.


Exemplos:
She behaves as if she knew him.

9
LÍNGUA INGLESA
I wish I had more time to study.

– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma


(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:
If only I knew the truth.
If only he understood me.

OBSERVAÇÕES
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés- Present Perfect
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed.
stop → stopped Usos:
prefer → preferred – ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
rencia do Simple Past.
2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés- We have finished our homework.
cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso Jane has traveled to London.
contrário, o -y permanece. They have accepted the job offer.
rely → relied
play → played – com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
FEW TIMES etc.

Have you EVER seen a camel?


She has NEVER been to Greece.
The students have ALREADY written their compositions.
The bell hasn’t rung YET.
Our cousins have JUST arrived.
We have read five chapters SO FAR.
She has traveled a lot LATELY.
Have you seen any good films RECENTLY?
I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz)


She has lived in New York SINCE 2013.
She has lived in New York FOR 7 years.

Past Continuous

Usos:
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
passada começou.
Exemplos:
They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.

– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no


passado.
Exemplos: O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
This time last year I was living in London. do para indicar várias situações:
I saw you last night. You were waiting for a bus. – Possibilidade
– Capacidade/habilidade
– Permissão
– Pedido

Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)

10
LÍNGUA INGLESA
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned.

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou no início de uma oração.


They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um verbo
auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de uma oração.


PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advérbios podem
também aparecer no início de uma oração se quisermos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room.

Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.

11
LÍNGUA INGLESA
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLYAT HOMEYESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDONBY PLANELAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO

As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphaelran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleveno’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon,night, midnight, dawn)
Endereços completosFabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do diaMarcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

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LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place

Vestimentas

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LÍNGUA INGLESA
T-shirt = camiseta High school = Ensino médio
Sweatshirt = Blusa de moletom College/University = Faculdade/universidade
Shirt = camisa
Suit = terno Subjects
Pants:calça
Tie = gravata Inglês: English
Wedding dress = vestido de noiva Matemática: Mathematics (Math)
Jacket = jaqueta História: History
Skirt = saia Geografia: Geography
Coat = casaco Química: Chemistry
Shorts = Bermuda Física: Physics
Dress = vestido Ciência: Science
Underpants = cueca Biologia: Biology
Panties = calcinha Educação Física: Physical Education (P.E.)
Bra = sutiã Artes: Arts
Nightgown = camisola Música: Music
Pajamas = pijama Literatura: Literature
Robe = roupão Redação: Writing
Scarf = cachecol Português: Portuguese
Uniform = uniforme Espanhol: Spanish
Singlet = regata
Swimming Trunks = sunga Diversão e mídia
Swimsuit = maiô
Bikini = biquíni Movies/cinema = cnema
Theater = teatro
Cotidiano Bar/Pub = bar
Restaurant = restaurante
U.S. Money Café = lanchonete
Park = parque
US$ 1 Dollar = 100 cents Concert = show
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Play = peça de teatro
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1
Penny = 1 cent Tecnologia
Nickel = 5 cents
Dime = 10 cents Cellphone/mobile phone = celular
Quarter = 25 cents Laptop = notebook
Personal computer(PC) = Computador
Ways to pay Printer = impressora
Keyboard = teclado
Check = cheque Mouse = mouse
Cash = em dinheiro Television = televisão
Note/bill = nota
Coin = moeda Meio ambiente
Credit card = cartão de crédito
Environment = meio ambiente
Materials Ozone layer = camada de ozônio
Water = água
Acrylic = acrílico Tree = árvore
Cotton = algodão Weather = clima
Denim = brim Animals = animais
Fleece/wool = lã Air = ar
Gold = ouro Wind = vento
Leather = couro Rain = chuva
Linen = linho Snow = neve
Plastic= plástico Fog = neblina
Rubber = borracha Hurricane = furacão
Silk = seda Storm = tempestade
Silver = prata Lightning = relâmpago
Thunder = trovão
Educação
Comida e bebida
Nursery School = pré-escola
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I Bread — Pão
Secondary school = Ensino fundamental II Butter — Manteiga

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LÍNGUA INGLESA
Cake — Bolo Sirloin — Lombo
Cheese — Queijo Smoked sausage — salsicha defumada
Chicken — Frango Squid — Lula
Chips — Salgadinhos Steak — Bife
Chocolate — Chocolate Stew meat — Guisado de carne
Corn flakes — Cereal T-bone steak — Bife t-bone
Egg — Ovo Tenderloin — Filé mignon
Fish — Peixe Tuna — Atum
French fries — Batata-frita Turkey — Peru
Ham — Presunto Veal — Vitela
Ice cream — Sorvete
Jam — Geleia Vegetables (vegetais)
Jello — Gelatina
Margarine — Margarina Anise — Anis
Mashed potatoes — Purê de batatas Asparagus — Espargos
Meat — Carne Beans — Feijão
Pancacke — Panqueca Beet — Beterraba
Pasta — Macarrão Broccoli — Brócolis
Peanut — Amendoim Cabbage — Repolho
Peanut butter — pasta de amendoim Carrot — Cenoura
Pepper — Pimenta Cauliflower — Couve-flor
Pie — Torta Celery — Aipo/Salsão
Pizza — Pizza Corn — Milho
Popsicle — Picolé Cucumbers — Pepinos
Potato chips — Batata-frita Eggplant — Berinjela
Rice — Arroz Garlic — Alho
Salt — Sal Ginger — Gengibre
Sandwich — Sanduíche Green onion — Cebolinha verde
Sliced bread — Pão fatiado Heart of Palms — Palmito
Soup — Sopa Leeks — Alho-poró
Sugar — Açúcar Lettuce — Alface
Toast — Torrada Manioc — Mandioca
Water cracker — Bolacha de água e sal Mushroom — Cogumelo
Okra — Quiabo
Meat (carne) Olives — Azeitonas
Onion — Cebola
Bacon — Bacon Pepper — Pimenta
Barbecue — Churrasco Pickles — Picles
Beef — Carne de vaca Potato — Batata
Beef Jerky — Carne seca Pumpkin — Abóbora
Blood sausage —Chouriço Radish — Rabanete
Carp — Carpa Rucola — Rúcula
Chicken — Frango Snow pea — Ervilha
Chicken legs — Pernas de Frango Spinach — Espinafre
Chicken wings — Asas de Frango Sweet potato — Batata doce
Cod — Bacalhau Tomato — Tomate
Crab — Caranguejo Turnip — Nabo
Duck — Pato Watercress — Agrião
Fish — Peixe Yams — Inhame
Grilled fish — Peixe grelhado
Ground beef — Carne moída Fruits (frutas)
Hamburger — Hambúrguer
Lobster — Lagosta Apple — Maçã
Meatball — Almôndega Apricots — Damascos
Mortadella — Mortadela Avocado — Abacate
Pork chops — Costeletas de porco Banana — Banana
Pork legs — Pernas de porco Blackberry — Amora
Pork loin — Lombo de porco Blueberry — Mirtilo
Rib cuts — Costela Cashew nut — Castanha de Cajú
Roast chicken — Frango assado Cherry — Cereja
Salami — Salame Coconut — Coco
Salmon — Salmão Figs — Figos
Sausage — Linguiça Grapes — Uvas
Shrimp — Camarão Guava — Goiaba

15
LÍNGUA INGLESA
Honeydew melon — Melão Jogging = corrida
Jackfruit — Jaca Knitting = tricotar
Kiwi — Kiwi Mountaineering = escalar montanhas
Lemon — Limão Painting = pintar
Mango — Manga Photography = fotografia
Orange — Laranja Playing video games = jogar vídeo games
Papaya — Mamão Reading = leitura
Passion fruit — Maracujá Riding a bike = andar de bicicleta
Peach — Pêssego Sculpting = esculpir
Pear — Pera Sewing = costurar
Pineapple — Abacaxi Singing = cantar
Plum — Ameixa Skating = andar de patins ou skate
Prune — Ameixa-seca Skiing = esquiar
Start fruit — Carambola Stamp collecting = colecionar selos
Strawberry — Morango Surfing = surfar
Tamarind — Tamarindo Working out = malhar
Tangerine — Tangerina
Watermelon — Melancia Saúde e exercícios

Drinks (bebidas)

Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Soda — Refrigerante ças)
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Tonic water — Água tônica Blemish – mancha
Vodka — Vodca Bruise - contusão
Water — Água Dandruff - caspa
Whiskey —Uísque Freckle – sarda
White wine —Vinho branco Itching – coceira
Yogurt — Iogurte Pimple – espinha
Rasch – erupção da pele
Tempo livre, “hobbies” e lazer Scar - cicatriz
Spot – sinal, marca
Bowling = boliche Wart – verruga
Camping = acampar Wound - ferida
Canoeing = canoagem Wrinkle – ruga
Card games = jogos de baralho
Chess = xadrez Aches (Dores)
Cooking = cozinhar Backache – dor nas costas
Crossword puzzl = palavras cruzadas Earache – dor de ouvido
Dancing = dançar Headache – dor de cabeça
Drawing = desenhar Heartache – dor no peito
Embroidery = bordado stomachache – dor de estômago
Fishing = pesca Toothache – dor de dente
Gardening = jardinagem
Hiking = caminhar Cold and Flu (Resfriado e Gripe)
Hunting = caçar Cough – tosse

16
LÍNGUA INGLESA
Fever – febre
Running nose – nariz entupido
Sneeze – espirro
Sore throat – garganta inflamada
Tonsilitis – amigdalitis

Other Diseases (Outras doenças)


Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências

Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Ashamed = envergonhado
Indifferent = indiferente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo

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LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado Building – Edifício ou Prédio
Interested = interessado Bus station – Rodoviária
Shy = tímido Bus stop – Ponto de ônibus
Hopeful = esperançoso Butcher shop – Açougue
Regretful = arrependido Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Scared = assustado Capital – Capital
Stubborn = teimoso Cathedral – Catedral
Thirsty = com sede Cemetery – Cemitério
Guilty = culpado Chapel – Capela
Nervous = nervoso Church – Igreja
Embarrassed = envergonhado Circus – Circo
Disgusted = enojado City – Cidade
Proud = orgulhoso Clothing store – Loja de roupas
Lonely = solitário Club – Clube
Frustrated = frustrado Coffee shop – Cafeteria
Hurt= magoado College – Faculdade
Hungry = com fome Computer store – Loja de informática
Tired= cansado Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Thoughtful = pensativo Convenience store – Loja de conveniência
Optimistic = otimista Corner – Esquina
Relieved = aliviado Costume store – Loja de Fantasia
Shocked = chocado Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Sleepy = com sono te chamado de Fórum, depende do contexto.
Excited = animado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
Bad = mal destres
Worried = preocupado Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
City hall – Prefeitura
Identificação pessoal Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
Downtown – Centro da cidade
First name = Primeiro nome Driving school – Auto escola
Middle name = Nome do meio Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Last name = Último nome Factory – Fábrica
Full name = Nome completo Field – Campo
Date of Birth = Data de nascimento Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
Age = Idade Fishmonger’s – Peixaria
Sex = Sexo Flower show – Floricultura
Place of Birth = Local de nascimento Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Nationality = Nacionalidade Gas station – Posto de gasolina
Occupation = Ocupação/profissão Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica
Address = Endereço Greengrocer – Quitanda
City = Cidade Grocery store – Mercearia
Country = País Gym – Academia de ginástica
Zip code/Post code = Código postal (CEP) Hair salon – Cabeleireiro
Phone number = Número de telefone Hardware store – Loja de ferramentas
E-mail address = Endereço de e-mail Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde
Hospital – Hospital
Lugares e edificações Hotel – Hotel
House – Casa
Airport – Aeroporto Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria
Amusement park – Parque de diversões Intersection ou Crossroad – Cruzamento
Aquarium – Aquário Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão
Art gallery – Galeria de arte Jewelry store – Joalheria
ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico Kiosk – Quiosque
Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica Lake – Lago
Avenue – Avenida Laundromat ou Laundry – Lavanderia
Baby store – Loja infantil ou bebê Library – Biblioteca
Barber shop – Barbearia Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Bakery – Padaria Mall – Shopping center
Bank – Banco Metropolis – metrópole
Beach – Praia Monument – Monumento
Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Mosque – Mesquita
Block – Quarteirão Movie theater – Cinema
Bookstore ou Bookshop – Livraria Museum – Museu
Bridge – Ponte Neighborhood – Bairro

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LÍNGUA INGLESA
Newsstand – Banca de jornal Nephew – sobrinho
Office – Escritório Niece – sobrinha
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Grandparents – avós
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Grandfather – avô
Park – Parque Grandmother – avó
Parking lot – Estacionamento Grandson – neto
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Granddaughter – neta
Perfume shop – Perfumaria Great grandfather – bisavô
Pet Shop – Pet Shop Great grandmother – bisavó
Pizzeria – Pizzaria Great grandson – bisneto
Place – Lugar Great granddaughter – bisneta
Playground – Parque infantil Father-in-law – sogro
Police station – Delegacia de polícia Mother-in-law – sogra
Port – Porto Brother-in-law – cunhado
Post office – Agência de correios Sister-in-law – cunhada
Pub – Bar Stepfather – padrasto
Real estate agency – Imobiliária Stepmother – madrasta
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Stepson – enteado
Restaurant – Restaurante Stepdaughter – enteada
River – Rio Foster parents – pais adotivos
Road – Estrada Foster father – pai adotivo
Rotary ou Roundabout – Rotatória Foster mother – mãe adotiva
School – Escola
Shoe store – Sapataria Transporte e serviços
Sidewalk – Calçada
Snack bar – Lanchonete Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama-
Square – Praça dos de boeing)
Stadium – Estádio Airplane ou apenas plane: Avião
Station – Estação Bike: Bicicleta
Stationery store – Papelaria Boat: Barco ou bote
Steak House – Churrascaria Bus: Ônibus
Store – Loja
Canoe: Canoa
Street – Rua
Car: Carro
Subway station – Estação de metrô
Carriage: Carruagem
Supermarket – Supermercado
Cruiser: Cruzeiro
Synagogue – Sinagoga
Ferry: Balsa
Temple – Templo
Glider: Planador
Town – Cidade pequena ou Município
Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero
Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos
Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho
Train station – Estação de trem
Travel agency – Agência de viagens Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também
University – Universidade pode ser chamado de scooter)
Zoo – Zoológico Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto
Motorboat: Lancha
Relacionamento com outras pessoas Ocean liner: Transatlântico
On foot: A pé
Parents – pais Pickup truck: Caminhonete
Father – pai Raft: Jangada
Mother – mãe Roller skates: Patins
Son – filho Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Daughter – filha School bus: Ônibus escolar
Siblings – irmãos Ship: Navio
Brother – irmão Skateboard: Skate
Sister – irmã Streetcar ou trolley: Bonde
Halfbrother – meio-irmão Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Halfsister – meia-irmã informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Only child – filho único Taxi ou cab: Táxi
Wife – esposa Train: Trem
Husband – esposo Truck: Caminhão
Fiancé – noivo Van: Furgão ou van
Bride – noiva
Uncle – tio Compras
Aunt – tia Algumas placas com informações importantes:
Cousin – primo e prima Out to lunch – Horário de almoço

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LÍNGUA INGLESA
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Volleyball - Vôlei
são) e two for one (dois por um). Water Polo - Polo Aquático
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
ção Mundo natural

Conversando com atendentes Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)


Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando
por… Bird: Pássaro;
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- Bunny: Coelhinho;
gado(a). Cat: Gato;
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que Dog: Cachorro;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? GuineaPig: Porquinho da Índia;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Mouse: Rato/Camundongo;
Could I return this? – Eu poderia devolver isso? Parrot: Papagaio;
Could I try this on? – Posso provar? Rabbit: Coelho;
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que Turtle: Tartaruga.
a loja abre?
Animais em inglês: principais nomes de aves
Esporte Chicken: Galinha;
Individual Sports - Esportes Individuais Rooster: Galo;
Pigeon: Pomba;
Athletics - Atletismo Peacock: Pavão;
Automobilism - Automobilismo Hawk: Falcão;
Artistic Gymnastics - Ginástica Artística Swan: Cisne;
Boxing - Boxe Sparrow: Pardal;
Bowling - Boliche Duck: Pato.
Canoeing - Canoagem
Cycling - Ciclismo Animais em inglês: principais animais selvagens
Equestrianism - Hipismo
Fencing - Esgrima Alligator: Jacaré;
Golf - Golfe Bat: Morcego;
Jiujitsu - Jiu-Jítsu Bear: Urso;
Judo - Judô Crocodile: Crocodilo;
Karate - Caratê Deer: Viado;
Motorcycling - Motociclismo Elephant: Elefante;
Mountaineering - Alpinismo Eagle: Águia;
Olympic Diving - Salto Ornamental Giraffe: Girafa;
Skiing - Esqui Hippo: Hipopótamo;
Sumo - Sumô Kangaroo: Canguru;
Surfing - Surfe Lion: Leão;
Swimming - Natação Monkey: Macaco;
Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue Owl: curuja;
Taekwon-Do - Taekwon-Do Pig: Porco;
Tennis - Tênis Snake: Cobra;
Triathlon - Triatlo Squirrel: Esquilo;
Weightlifting - Halterofilismo Stag: Cervo;
Tiger: Tigre;
Team Sports - Esportes Coletivos Zebra: Zebra;
Wolf: Lobo.
Badminton – Badminton
Baseball - Beisebol Animais em inglês: principais insetos
Basketball - Basquete Ant: Formiga;
Beach Soccer - Futebol de Areia Mite: Ácaro;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Bee: Abelha;
Football – Futebol Americano Beetle: Besouro;
Footvolley - Futevôlei Butterfly: Borboleta;
Futsal - Futsal Caterpillar: Lagarta;
Handball - Handebol Cockroach: Barata;
Hockey - Hóquei Cricket: Grilo;
Polo - Polo Fly: Mosca;
Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica Flea: Pulga;
Rugby - Rúgbi Firefly: Vagalume;
Soccer - Futebol Grasshoper: Grilo;

20
LÍNGUA INGLESA
Ladybug: Joaninha;
canela cinnamon
Louseorlice: Piolho;
Mosquito: Pernilongo/Mosquito; carvalho oak
Snail: Caracol;
Spider: Aranha; horse chestnut
castanheiro
Tick: Carrapato; tree
Termite: Cupim.
caule stem
Animais em inglês: principais animais marítimos
cebola onion
Crab: Caranguejo; cebolinha green onion
Dolphin: Golfinho;
Fish: Peixe; cedro cedar
Octopus: Polvo;
Penguin: Pinguim; cerejeira cherry tree
Seal: Foca;
coentro cilantro
Shark: Tubarão;
Whale: Baleia. colorau red spice mix

Animais em inglês: principais tipos de peixes cominho cumin

Carp: Carpa; coqueiro coconut tree


Dogfish: Cação; cravo clove
Dried Salted Cod: Bacalhau;
Flounder: Linguado; erva herb
Hake: Pescada;
Scabbardfish: PeixeEspada; ervas finas fine herbs
Tuna: Atum;
Tilapia: Tilápia; figueira fig tree
Trout: Truta. folha de
bay leaves
louro
Animais brasileiros em inglês
Capivara: Capybara; gengibre ginger
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
Lobo guará: Maned Wolf; girassol sunflower
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin;
Onça Pintada: Jaguar; grama grass
Tamanduá Bandira: Giantanteater; lírio lily
Tatu: Armadilo;
Tucano: Toucan; macieira apple tree
Quati: Coati.
manjericão basil
Plantas em inglês
margarida daisy

PORTUGUÊS INGLÊS melissa melissa

árvore tree musgo moss

alecrim rosemary noz mos-


nutmeg
cada
ameixieira plum tree
oliveira olive tree
arbusto bush / shrub
orquídea orchid
azaleia azalea
orégano oregano
azevinho holly
papoula poppy
açafrão turmeric
pereira pear tree
bordo maple
pinheiro pine tree
bromélia bromeliads
planta plant
bétula birch
páprica paprika

21
LÍNGUA INGLESA
Coisas para fazer nas férias
rosa rose

salgueiro willow Read. — Ler.


Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
salsa parsley Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
samambaia fern Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
tulipa tulip
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
violeta violet Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
vitória-régia waterlily Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Viagens e férias Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Vocabulário Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
Day off. — Dia de folga. deira.
Vacation. — Férias. atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Go away. — Ir viajar. Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
Travel. — Viajar. tuito.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Have a picnic. — Ter um piquenique.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. Had a picnic. — Teve um piquenique.
Go to the beach. — Ir para a praia. Play frisbee. — Jogar frisbee.
Go to the country. — Ir para o interior. Played frisbee. — Jogou frisbee.
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Como foram suas férias Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
How was your vacation? — Como foram as suas férias? Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
It was good. — Foram boas. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
It was amazing. — Foram demais. Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante. Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Got a tan. — Pegou um bronzeado.
Para onde você foi Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
zear.
Where did you go? — Onde você foi? Went sunbathing. — Foi se bronzear.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia. Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
com minha família. Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Got sunburn. — Se queimou do sol.
Hawaii. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
nossa família na França. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
Who did you go with? — Com quem você foi? Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã
e meu irmão. Tempo
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
esposo e crianças. pressões de tempo como:
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Day: dia
crianças. Today: hoje
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Yesterday: ontem
aula. The day before yesterday: anteontem
Tomorrow: amanhã
Como você viajou The day after tomorrow: depois de amanhã
Morning: manhã
How did you go? — Como que você foi? Afternoon: tarde
We went by plane. — Nós fomos de avião. Evening: noite
We went by car. — Nós fomos de carro. Night: noite
Tonight: esta noite
Midday: meio-dia
At noon: ao meio-dia
Midnight: meia noite
At midnight: à meia-noite

22
LÍNGUA INGLESA
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas)
Bartender = barman
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel)
Biologist = biólogo
Biomedical scientist = biomédico
Blacksmith = ferreiro
Bricklayer, mason = pedreiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de
imóveis)
Butcher = açougueiro
Butler, major-domo = mordomo
Buyer = comprador
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista
Cabinet-maker = marceneiro
Carpenter = carpinteiro
Cartoonist = cartunista
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe-
cuarista
Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os Cashier = caixa
números correspondentes (da hora e dos minutos): Chef = chef
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five. Chemist (bre) = farmacêutico
Chemist (ame) = químico
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas: Civil Servant = servidor público, funcionário público
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock. Clerk = auxiliar de escritório
Coach = treinador, técnico esportivo
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do Cobbler = sapateiro
30: Comedian = comediante
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six. Commentator = comentarista (rádio e TV)
Composer = compositor
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Computer programmer = programador
hora (15 minutos): Conference interpreter = intérprete de conferência
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Contractor = empreiteiro
Consultant = consultor
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi- Cook = cozinheiro
nutos): Dancer = dançarino
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight. Dentist = dentista
Designer = designer, projetista, desenhista
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Diplomat = diplomata
utilizamos o “to”: Doctor, medical doctor, physician = médico
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Doorman = porteiro
Driver = motorista, piloto de automóvel
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Economist = economista
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Editor = editor; revisor
a.m. – antes do meio-dia Electrician = eletricista
p.m. – depois do meio-dia Engineer = engenheiro, maquinista
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Trabalho e empregos Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Accountant = contador Firefighter, fireman = bombeiro
Actor = ator Fisherman = pescador
Actress = atriz Flight attendant = comissário de bordo
Administrator = administrador Foreman = capataz; encarregado
Agronomist = agrônomo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Anthropologist = antropólogo Gardener = jardineiro
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Geographer = geógrafo
Architect = arquiteto Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Astronaut = astronauta Glazer = vidraceiro
Astronomer = astrônomo Graphic designer = designer gráfico
Athlete = atleta Gravedigger = coveiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Guide = guia
Baker = padeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank clerk = bancário Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Banker = banqueiro; bancário Historian = historiador
Bank teller = caixa de banco Housewife = dona de casa
Barber = barbeiro Illustrator = ilustrador

23
LÍNGUA INGLESA
Interior designer = designer de interiores, decorador Secretary = secretária
Interpreter = intérprete Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant =
Jailer = carcereiro lojista, comerciante
Janitor, superintendent, custodian = zelador Singer, vocalist = cantor
Journalist = jornalista Social worker = assistente social
Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro Speech therapist = fonoaudiólogo
Judge = juiz (de direito) Statistician = estatístico
Lawyer = advogado Systems analyst = analista de sistemas
Librarian = bibliotecário Tailor = alfaiate
Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas Teacher = professor
Locksmith = serralheiro; chaveiro Operator = operador
Maid = empregada doméstica Operator, telephone operator = telefonista
Male nurse = enfermeiro Teller = caixa (geralmente de banco)
Manager = gerente Trader = trader, operador (em bolsa de valores)
Mathematician = matemático Translator = tradutor
Mechanic = mecânico Travel agent = agente de viagens
Medic = militar do Serviço de Saúde; médico Treasurer = tesoureiro
Meteorologist = meteorologista Valet = manobrista
Midwife = parteira Vet, veterinarian = veterinário
Miner = mineiro Waiter* = garçom
Milkman = leiteiro Waitress* = garçonete
model = modelo Welder = soldador
Musician = músico Writer = escritor
Nanny (ame) = babá Zoologist = zoólogo
Nurse = enfermeiro, enfermeira
Occupational therapist = terapeuta ocupacional A Marinha
Optician, optometrist = oculista Proa = Bow
Painter = pintor Popa = Stern \ astern
Paleontologist = paleontólogo Bombordo = port
Paramedic = paramédico Boreste = starboard
Personal TRAINER = personal Convés = deck
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Linha d aqua = water line
Philosopher = filósofo Castelo de Proa = forecastle
Photographer = fotógrafo Boca = beans
Physicist = físico Comprimento (LOA) = length overall
Physiotherapist = fisioterapeuta Obras Vivas = botton
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Obras Mortas = topsides
Playwright = dramaturgo Pontal = depth
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Calado de Vante = Draught forward
Poet = poeta Tombadilho = Fanny
Police officer, officer, constable = policial Calado a ré = draught forward
Politician = político Costado = ribcage
Porter = porteiro Plano diametral = diametral plane
Postman, mailman = carteiro Bochecha = tack
Producer = produtor (em geral artístico) Alheta = wing \ quarter
Professor = professor (universitário) Passadisso = gangway \ bridge
Proofreader = revisor Casco = hull
Psychiatrist = psiquiatra Borda livre = free board
Psychologist = psicólogo Displacement = tonelagem
Publisher = editor Notice to marine = aviso aos navegantes
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis List of Lights = lista de faróis
Receptionist = recepcionista Full Load = plena carga
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Fuel = combustível
se de artigos científicos) Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Reporter = repórter Draft = projeto
Researcher = pesquisador Length = comprimento
Sailor, seaman = marinheiro Inland Waters = águas interiores
Salesman* = vendedor Bússula = compass
Sales representative, sales rep = vendedor Ship = navio
Saleswoman* = vendedora Ocean liner = navio transatlântico
Scientist = cientista Tug = rebocador
Screenwriter = roteirista Gross Tonnage = arqueação bruta
Sculptor = escultor Tanker Ship = Navio Petroleiro
Seamstress = costureira Plataform Ship = navio plataforma

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LÍNGUA INGLESA
Vessel = navio embarcação Coast Guard = guarda costeira
Broken = quebrado Watch Tower = posto de vigia
Rope = cabo Life Boat Station = Estação de Salva Vidas
Boom = pau de carga
Starboard = boreste Dependências a bordo
Port = bombordo Galley = cozinha
Speed = velocidade Crew Mess = refeitório da tripulação
Ahead = a frente Stateroom = cabine de dormir
Crew = tripulação
Stern = popa Amarração de cabos
Fire = fogo Rope = cabo \ corda
Fireman = bombeiro Dock line = cabo de amarração
Hose = mangueira Warp = lais de guia
Fire Hose = mangueira de incêndio Reef Knot = nó direito
Tonnage Length = comprimento tonelagem Volta do Fiel = clove hitch
Scend = Caturro Fisherman’s Bend = volta do Anete
Heel = adernar (mesmo que banda) Kink = coca (nó na mangueira)
Bulkhead = Antepara Yarn = fibra
Flush Deck = convés corrido Order = ordem
Hold = porão Anchor = ancora
Bollard = cabeço no cais
Bitt = cabeço no navio Estivagem de carga
Rope Sling = linga de cabo
Profissões a bordo no navio Bags Balles = bolsas de fardos
Captain of Long Haul = capitão de longo curso Steel plates = chapas de aço
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Homem ao mar = man over board
Steward = taifeiro Merchant Ship = Navio mercante
Cook = cozinheiro
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas) Chamadas e comunicações
Nurse = enfermeiro Não especificado = unspecified
Officer = oficial Explosion = explosão
Skipper = patrão Alagado = flooding
Helmsman = timoneiro Collision = colisão
Bo’sun = mestre ou contra mestre Grounding = encalhando
Seaman = homem do mar Adernado = listing
Sailor = marinheiro Capsizing = emborcando
Engineer = chefe de máquinas Sin King = naufragando
Mid Ship = meio navio Disabled = sem governo
Ship’s Articles = rol de equipagem Adrift = a deriva
Ship’s Log = diário de bordo Abandonar o navio = abandoning ship
Insurance Certificate = certificado de seguro Piracy = pirataria
Customs Clearance = aduaneiro Ataque armado = armed attack
Charter Party = Fretamento Grande = big
Bill of Health = certificado de saúde
Charts = cartas hidrográficas Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven- informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = apenas de how (como), começam com as letras wh.
convenção internacional sobre normas de formação certificação e Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
service de quarto para marinheiro. para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de onde”.
proteção individual.
Fire Extinguisher = extintor de incêndio WHAT = (o) que, qual
Rudder = leme
Helm = timão Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Bosun’s Locker = paiol do mestre
Oars = remos What makes you happy? (sujeito)
Buoy = boia
Fire Alarm = alarme de incêndio verbo objeto
Rope Ladder = escada de quebra peito principal
Gangway = passadiço
Ports = portos
What did you say? (objeto)
Port Captaincy = capitania dos portos
Yacht Harbours = docas de recreio auxiliar sujeito verbo

25
LÍNGUA INGLESA

principal - HOW
HOW FAR = Qual é a distância?
WHO = quem HOW DEEP = Qual é a profundidade?
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
Funciona como sujeito ou objeto da oração. HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
Who arrived late yesterday? (sujeito) HOW OLD = Qual é a idade?
verbo principal HOW MUCH = Quanto(a)?
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
Who does she love? (objeto)
HOW FAST = A que velocidade?
auxiliar sujeito verbo
principal A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
WHOM = quem Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
ções. mos um advérbio de negação, como “não”.
Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
Whom did you talk to yesterday? (objeto)
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
verbo sujeito verbo mativas.
auxiliar principal Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
To whom did you talk? gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção. inserir um verbo auxiliar em inglês.
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one? Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which of those ladies is your mother? ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
WHERE = onde parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
Where are you going tonight? Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
WHY = por que mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
Why don’t you come to the movies with us? as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
WHEN = quando que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
HOW = como
“How is his sister?” “Fine.” O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
WHOSE = de quem jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
“Whose dictionary is this?” “John’s.” pronomes pessoais.

Formas compostas de WHAT e HOW Verbo

- WHAT Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a


locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
WHAT + to be + like? = como é...? frasal inglesa.
“What is your boyfriend like?” Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
“He’s tall and slim.” contrar exemplos em que esta regra não é observada.
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...? computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.
What about having lunch now?
Complementos
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
What do you call this device? Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
- WHAT ... FOR? = por que, para que? que são os únicos termos essenciais da oração.
What are you doing this for?

26
LÍNGUA INGLESA
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, RAJAGOPALAN, K. The identity of “World English”. New Chal-
“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- lenges in Language and Literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG,
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe- 2009, p. 99-100.
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato
executado The author’s main purpose in this paragraph is to
(A) talk about the growing role of some countries in the spread
EXERCÍCIOS of English in world affairs.
(B) explain the process of changing which occurs when a lan-
guage becomes international.
1. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PE- (C) raise questions about the consequences posed to a langua-
DRO II – 2019) ge when it becomes international.
(D) alert to the imminent rise of emergent countries and the
TEXT 6 replacement of English as a world language.
“Probably the best-known and most often cited dimension of
3. (PREFEITURA DE CUIABÁ - MT - PROFESSOR DE ENSINO
the WE (World Englishes) paradigm is the model of concentric cir-
FUNDAMENTAL - LETRAS/ INGLÊS - SELECON – 2019)
cles: the ‘norm-providing’ inner circle, where English is spoken as
a native language (ENL), the ‘norm-developing’ outer circle, where
Texto III
it is a second language (ESL), and the ‘norm-dependent’ expanding
circle, where it is a foreign language (EFL). Although only ‘tentati-
vely labelled’ (Kachru, 1985, p.12) in earlier versions, it has been Warnock (2009) stated that the first reason to teach writing
claimed more recently that ‘the circles model is valid in the senses online is that the environment can be purely textual. Students are
of earlier historical and political contexts, the dynamic diachronic in a rich, guided learning environment in which they express them-
advance of English around the world, and the functions and stan- selves to a varied audience with their written words. The electronic
dards to which its users relate English in its many current global communication tools allow students to write to the teacher and to
incarnations’ (Kachru and Nelson, 1996, p. 78).” each other in ways that will open up teaching and learning oppor-
PENNYCOOK, A. Global Englishes and Transcultural Flows. New tunities for everyone involved. Besides, writing teachers have a
York: Routledge, 2007, p. 21. unique opportunity because writing-centered online courses allow
According to the text, it is possible to say that the “circles instructors and students to interact in ways beyond content deli-
model” established by Kachru very. They allow students to build a community through electronic
(A) represents a standardization of the English language. means. For students whose options are limited, these electronic
(B) helps to explain the historicity of the English language. communities can build the social and professional connections that
(C) establishes the current standards of the English language. constitute some of education’s real value (Warnock, 2009).
(D) contributes to the expansion of English as a foreign langua- Moreover, Melor (2007) pointed out that social interaction te-
ge. chnologies have great benefits for lifelong education environments.
The social interaction can help enhancing the skills such as the abili-
2. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PE- ty to search, to evaluate, to interact meaningfully with tools, and so
DRO II – 2019) on. Education activities can usually take place in the classroom whi-
ch teacher and students will face to face, but now, it can be carried
TEXT 5 out through the social network technologies including discussion
and assessment. According to Kamarul Kabilan, Norlida Ahmad and
“In other words, there are those among us who argue that the Zainol Abidin (2010), using Facebook affects learner motivation and
future of English is dependent on the likelihood or otherwise of the strengthens students’ social networking practices. What is more,
U.S. continuing to play its hegemonic role in world affairs. Since that
according to Munoz and Towner (2009), Facebook also increases
possibility seems uncertain to many, especially in view of the mu-
the level of web-based interaction among both teacher-student
ch-talked-of ascendancy of emergent economies, many are of the
and student-student. Facebook assists the teachers to connect with
opinion that English will soon lose much of its current glitter and
their students outside of the classroom and discuss about the assig-
cease to be what it is today, namely a world language. And there are
those amongst us who further speculate that, in fifty or a hundred nments, classroom events and useful links.
years’ time, we will all have acquired fluency in, say, Mandarin, or, Hence, social networking services like Facebook can be chosen
if we haven’t, will be longing to learn it. […] Consider the following as the platform to teach ESL writing. Social networking services can
argument: a language such as English can only be claimed to have contribute to strengthen relationships among teachers as well as
attained an international status to the very extent it has ceased to between teachers and students. Besides, they can be used for tea-
be national, i.e., the exclusive property of this or that nation in par- chers and students to share the ideas, to find the solutions and to
ticular (Widdowson). In other words, the U.K. or the U.S.A. or who- hold an online forum when necessary. Using social networking ser-
soever cannot have it both ways. If they do concede that English is vices have more options than when using communication tools whi-
today a world language, then it only behooves them to also recog- ch only have single function, such as instant messaging or e-mail.
nize that it is not their exclusive property, as painful as this might The people can share interests, post, upload variety kinds of media
indeed turn out to be. In other words, it is part of the price they to social networking services so that their friends could find useful
have to pay for seeing their language elevated to the status of a information (Wikipedia, 2010).
world language. Now, the key word here is “elevated”. It is precisely
in the process of getting elevated to a world status that English or (Adapted from: YUNUS, M. D.; SALEHI, H.; CHENZI, C. English
what I insist on referring to as the “World English” goes through a Language Teaching; Vol. 5, No. 8; 2012.)
process of metamorphosis.”

27
LÍNGUA INGLESA
Das opções a seguir, aquela que se configura como o melhor De acordo com o texto: The diversion of the rivers has reduced
título para o Texto III é: the volume of the Aral..., assinale a alternativa correta.
(A) Advantages of Integrating SNSs into ESL Writing Classroom (A) by 60 percent
(B) Using Communication Tools Which Only Have Single Func- (B) by 70 percent
tion (C) by 75 percent
(C) Facebook Assists the Teachers to Connect with Their Stu- (D) by 66,100 kilometers
dents
(D) Using Social Networking Services to Communicate with Col- 6. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSI-
leagues CA - LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019)

4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO- The plural form of brother-in-law, foot and candy is
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019) (A) brothers-in-laws, feet ,candys.
(B) brothers-in-law, feet, candies.
Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo. (C) brother-in-laws, feet, candies.
(D) brothers-in-law, foots, candies.
(E) brother-ins-law, foots, candys.

7. (SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – INGLÊS - QUADRIX –


2018)

I. No primeiro quadrinho Hagar consultou o velho sábio para


saber sobre o segredo da felicidade.
II. No segundo quadrinho as palavras that e me se referem, res-
pectivamente, ao “velho sábio” e a “Hagar”.
III. As palavras do velho sábio no último quadrinho são de que
é melhor dar que receber.

Assinale a alternativa correta.


(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) Apenas a afirmativa I está correta

5. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO-


FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)

THE ARAL: A DYING SEA

The Aral Sea was once the fourth biggest landlocked sea in the
world – 66,100 square kilometers of surface. With abundant fishing
resources, the Sea provided a healthy life for thousands of people.
The Aral receives its waters from two rivers – the Amu Dar’ya
and the Syr Dar’ya. In 1918, the Soviet government decided to di-
vert the two rivers and use their water to irrigate cotton planta-
tions. These diversions dramatically reduced the volume of the Aral. Based on the text, judge the following items.
As a result, the concentration of salt has doubled and impor- The final “s” in “ideas” (line 2) and “brains” (line 8) is pronoun-
tant changes have taken place: fishing industry and other enterpri- ced in the same way.
ses have ceased: salt concentration in the soil has reduced the area ( ) Certo
available for agriculture and pastures; unemployment has risen dra- ( ) Errado
matically; quality of drinking water has been declining because of
increasing salinity, and bacteriological contamination; the health of 8. I normally have two long ________ a year.
the people, animal and plant life have suffered as well. (A) holiday
In the past few decades, the Aral Sea volume has decreased by (B) holidays
75 percent. This is a drastic change and it is human induced. During (C) holidaies
natural cycles, changes occur slowly, over hundreds of years. (D) holidayes
The United Nations Environment Program has recently created
the International Fund for Saving the Aral Sea. Even if all steps are
taken, a substantial recovery might be achieved only with 20 years.
(From: https://www.unenvironment.org/)

28
LÍNGUA INGLESA
9. They have four ________, all girls. 13. (PREFEITURA DE SALVADOR - BA - PROFESSOR LÍNGUA ES-
(A) childs TRANGEIRA – INGLÊS - FGV - 2019)
(B) childes
(C) childen TEXT III
(D) children

10. You must remember to brush your _____ after eating.


(A) tooths
(B) toothes
(C) teeth
(D) teeths

11. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS –


MATUTINO - FURB – 2019)

What is the sequence that presents the correct example asses-


sment items with their grammatical focus listed below?

Grammatical focus:
A superlative
B past simple
C gerunds and infinitives
D relative pronouns
E present simple passive
F second conditional

Example assessment items: (Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Green_Book)


1) Complete the sentences with the correct word(s). I ..........
there for six years before moving to Budapest. Here are six reviews on Green Book:
2) Complete the descriptions with who or which. This is a kind 1. The screenplay essentially turns Shirley into a black man who
of cheese .......... is made from goat’s milk not cow’s milk. thematically shapeshifts into whoever will make the story appealing
3) Rewrite the sentences using the correct form of the verbs in to white audiences - and that’s inexcusable.
brackets. Where (you/fly) if (you/be) a bird? Lawrence Ware New York Times
4) Complete the sentences with the correct form of the verbs 2. Green Book is effective and affecting while being careful to
in brackets. Coffee (grow) in Brazil. It (export) to many countries in avoid overdosing its audience on material that some might deem
the world. too shocking or upsetting.
5) Complete the sentences with ... +ing or to + ... . I decided James Berardinelli ReelViews
(send) a letter to my friend. 3. In a world that seems to get uglier every day, this movie’s
6) Complete the sentences with an appropriate adjective. gentle heart and mere humanity feel like a salve.
Shanghai is the .......... city in the world. Leah Greenblatt Entertainment Weekly
4. A bizarre fish-out-of-water comedy masquerading as a se-
Mark the alternative that presents the correct sequence: rious awards-season contender by pretending to address the deep
(A) B – D – F – E – C – A. wound of racial inequality while demonstrating its profound inabili-
(B) F – E – C – A – D – B. ty, intellectually and dramatically, to do that.
(C) A – C – B – E – D – F. Kevin Maher Times (UK)
(D) A – F – B – D – E. 5. Sometimes life is stranger than art, sometimes art imitates
(E) B – E – D –C – F – A. life, and sometimes life imitates art. If life starts imitating hopeful
art - that’s uplifting. That’s the goal of art, as I see it. “Green Book”
12. (PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE - SC - PROFESSOR uplifts.
- LÍNGUA INGLESA - AMEOSC – 2019) Mark Jackson Epoch Times
6. There’s not much here you haven’t seen before, and very
Analyze the sentences below: little that can’t be described as crude, obvious and borderline offen-
I. She can read music much more quickly then I can; sive, even as it tries to be uplifting and affirmative.
II. Until 2005, the film had made the most money that any Bri- A.O. Scott New York Times
tish film had ever made; (Source: https://www.rottentomatoes.com/m/green_book/
III. A lot of people behaved badly at the party, but she behaved reviews/)
worst of all.
In the sentence “to get uglier every day” (#3), “uglier” is to
Indicate the correct alternative according to the comparative “more beautiful” as
form. (A) faster is to quicker.
(A) The items I and II, only. (B) lighter is to darker.
(B) The items II and III, only. (C) tougher is to harder.
(C) The item III, only. (D) sadder is to more unhappy.
(D) The items I, II, and III. (E) freer is to more independent.

29
LÍNGUA INGLESA
14. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO-
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)
ANOTAÇÕES
O tempo verbal utilizado para descrever fatos que aconteceram ______________________________________________________
em tempo não determinado chama-se _____. Assinale a alternativa
que preencha corretamente a lacuna. ______________________________________________________
(A) Past continuous
(B) Past simple ______________________________________________________
(C) Present simple
(D) Present perfect ______________________________________________________

______________________________________________________
15. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO CEDRO - SC - PROFESSOR
–INGLÊS - AMEOSC – 2019) ______________________________________________________
Did you _____________ that Pilates was born in prison and ins- ______________________________________________________
pired by cats?
______________________________________________________
Identify the best alternative that completes the context.
(A) Knew. ______________________________________________________
(B) Know.
______________________________________________________
(C) Told them.
(D) Brought. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 B ______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 A
4 A ______________________________________________________
5 C ______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 CERTO
8 B ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
11 A
12 B ______________________________________________________

13 B _____________________________________________________
14 D
_____________________________________________________
15 B
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

30
MATEMÁTICA
1. Números inteiros, racionais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Problemas de contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Sistema legal de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Razões e proporções; divisão proporcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
5. Regras de três simples e compostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6. Porcentagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7. Lógica proposicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8. Noções de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Relações e funções; Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
11. Sequências. Progressões aritméticas e progressões geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
MATEMÁTICA
Subconjuntos do conjunto :
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero

Números Naturais {...-2, -1, 1, 2, ...}


Os números naturais são o modelo matemático necessário
para efetuar uma contagem. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade,
obtemos o conjunto infinito dos números naturais {0, 1, 2, ...}

3) Conjunto dos números inteiros não positivos

- Todo número natural dado tem um sucessor {...-3, -2, -1}


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. Números Racionais
c) O sucessor de 19 é 20. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. São exemplos de números racionais:
-12/51
{1,2,3,4,5,6... . } -3
-(-3)
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- -2,333...
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
a) O antecessor do número m é m-1. portanto são consideradas números racionais.
b) O antecessor de 2 é 1. Como representar esses números?
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Representação Decimal das Frações
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
zamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,


devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
22 – 6 + 7 lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio-
16 + 7 nal
23 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que
Exemplo 2 trataremos mais a frente.
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Representação Fracionária dos Números Decimais
Este conjunto pode ser representado por: 1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.

1
MATEMÁTICA

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333... Fonte: www.estudokids.com.br
9x=3
X=3/9 Representação na reta
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Intervalos limitados
Subtraindo: Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
100x-x=112,1212...-1,1212... e menores do que b ou iguais a b.
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Intervalo:[a,b]
Identificação de números irracionais Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
– Todas as dízimas periódicas são números racionais.
– Todos os números inteiros são racionais. Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
– Todas as frações ordinárias são números racionais. b.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número Intervalo:]a,b[
racional. Conjunto:{xϵR|a<x<b}
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0. Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou
iguais a A e menores do que B.
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-


ro racional.

2
MATEMÁTICA
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
menores ou iguais a b. um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b} 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.
Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.
Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Intervalo:[a,+ ∞[ Exemplos:
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Intervalo:]a,+ ∞[ Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Conjunto:{x ϵ R|x>a}
Exemplos:
Potenciação 96 : 92 = 96-2 = 94
Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8

Casos 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se


1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. os expoentes.

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

3
MATEMÁTICA
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um Raiz quadrada de frações ordinárias
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3² 1 1
2 2 2 2 2
2
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos Observe: =  = 1 =
elevar separados. 3 3 3
32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
Radiciação é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
Radiciação é a operação inversa a potenciação radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo Operações


A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:

64 2
32 2 Operações
16 2
8 2 Multiplicação
4 2
2 2 Exemplo
1

64=2.2.2.2.2.2=26
Divisão
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

Exemplo

Observe:
Adição e subtração
1 1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

De modo geral, se 8 2 20 2
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , 4 2 10 2
2 2 5 5
Então:
1 1
n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é


igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
Caso tenha:
cando.
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

4
MATEMÁTICA
Racionalização de Denominadores Exemplo
Normalmente não se apresentam números irracionais com Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos algarismos distintos podemos formar?
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de


quadrados no denominador: Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se A3,2
PROBLEMAS DE CONTAGEM

Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos
problemas de contagem. Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
Princípio Fundamental da Contagem agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de O número de permutações simples de n elementos é indicado
um evento composto de duas ou mais etapas. por Pn.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2 Pn = n!
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Exemplo Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).


3(blusas)=6 maneiras Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto Solução
de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu- Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
tivos. Para facilitar adotamos o fatorial. Como temos uma letra repetida, esse número será menor.
n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Arranjo Simples
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
sequência de p elementos distintos de E.

5
MATEMÁTICA
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com i
elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.

Solução

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p, também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos denominadores é igual ao numerador são iguais:

Relação de Stifel

Triângulo de Pascal

LINHA 0 1
LINHA 1 1 1
LINHA 2 1 2 1
LINHA 3 1 3 3 1
LINHA 4 1 4 6 4 1
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1

6
MATEMÁTICA
Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a + b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de Pascal.

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

7
MATEMÁTICA

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou?

15h 35 minutos
1 minutos 25 segundos
30 minutos
--------------------------------------------------
15h 66 minutos 25 segundos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos
Então fica: 16h6 minutos 25segundos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa.

8
MATEMÁTICA
Subtração Proporção
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 mi- Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
nutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo A/B e C/D é a igualdade:
ficou fora?

11h 60 minutos
16h 6 minutos 25 segundos Propriedade fundamental das proporções
-15h 35 min Numa proporção:
--------------------------------------------------

Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for-


ma que conta de subtração. Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
1hora=60 minutos meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é:
15h 66 minutos 25 segundos
AxD=BxC
15h 35 minutos
-------------------------------------------------- Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
0h 31 minutos 25 segundos

Multiplicação
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo-
rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
em proporção com 4/6.
2h 40 minutos Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
x2
----------------------------
4h 80 minutos OU
5h 20 minutos

Divisão Segunda propriedade das proporções


5h 20 minutos : 2 Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
5h 20 minutos 2 para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
1h 20 minutos 2h 40 minutos
80 minutos
0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu- Ou


tos

RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO PROPORCIONAL


Ou
Razão
Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b
0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/bou
a : b.

Exemplo: Ou
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)

9
MATEMÁTICA
Terceira propriedade das proporções 10 100
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- 16 62,5
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen- 20 50
te. Temos então:
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Ou Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

Ou

A solução segue das propriedades das proporções:

Ou

Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
Grandezas Diretamente Proporcionais de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro- entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a porcional?
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto

DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)


13 1
26 2
39 3 Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.

52 4 Inversamente Proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível? samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
Diretamente proporcionais M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
Se eu dobro a distância, dobra o combustível ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
Grandezas Inversamente Proporcionais
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo cuja solução segue das propriedades das proporções:


Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
8 125

10
MATEMÁTICA

REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
Regra de três simples 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já está o x.
conhecidos.
Observe que:
Passos utilizados numa regra de três simples: Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
espécies diferentes em correspondência. Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
te proporcionais. para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
3º) Montar a proporção e resolver a equação. termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
das setas.
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? HORAS CAMINHÕES VOLUME
Solução: montando a tabela: 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
400 ----- 3
480 ----- X HORAS CAMINHÕES VOLUME
8 ----- 20 ----- 160
2) Identificação do tipo de relação:
5 ----- X ----- 125

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑
Logo, serão necessários 25 caminhões
Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-
meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima PORCENTAGENS

VELOCIDADE Tempo Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
400 ↓ ----- 3↓ bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
480 ↓ ----- X↓ cular, etc.

480x=1200 Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda


X=25 muito na resolução do exercício.

Regra de três composta Acréscimo


Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado va-
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. lor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse valor por
1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for de 20%, multi-
Exemplos: plicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela abaixo:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³? ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 1,10
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as
15% 1,15
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem: 20% 1,20
47% 1,47
67% 1,67

11
MATEMÁTICA
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
LÓGICA PROPOSICIONAL
10 x 1,10 = R$ 11,00
As sequências podem ser formadas por números, letras, pes-
Desconto soas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma se-
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: quência, o importante é que existem pelo menos três elementos
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal) que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries
Veja a tabela abaixo: necessitam de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom co-
nhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fa-
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO zem com que deduzir as sequências se tornem simples e sem com-
plicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que
10% 0,90 elas possam oferecer. Exemplos:
25% 0,75
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo
34% 0,66 número.
60% 0,40
90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 X 0,90 = R$ 9,00
Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
mesmo número.
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


formas:

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o


mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente so-
frer rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:
Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
para x é igual a
(A) 8.
(B) 15.
Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes
(C) 10.
permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a
(D) 6.
277ª posição dessa sequência é:
(E) 12.

Resolução
45------100%
X-------60%
X=27

O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-


dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, conti-
nua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277
ocupa, então, a mesma posição das figuras que representam núme-
ro 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura,
que é representada pela letra “B”.
Resposta: C.
Resposta: B

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-
-com-figuras-de-palavras/

12
MATEMÁTICA
(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B

NOÇÕES DE CONJUNTOS

Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjuntos
ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da semana ou simplesmente fazer grupos.
Os componentes de um conjunto são chamados de elementos.
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra maiúscula.

Representações
Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9}
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos temos:
B={0,1,2,3,4,5,6,7}

– Diagrama de Venn

Há também um conjunto que não contém elemento e é representado da seguinte forma: S = c ou S = { }.

13
MATEMÁTICA
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam- c) singular quando é formado por um único elemento
bém a outro conjunto B, dizemos que: d) vazio quando não tem elementos
A é subconjunto de B
Ou A é parte de B Exemplos
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi-
nito (∞));
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
B: A ⊄ B B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
Símbolos
∈: pertence Pertinência
∉: não pertence O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de perti-
⊂: está contido nência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas designam
⊄: não está contido os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos. Assim,
⊃: contém o conjunto das vogais (V) é:
⊅: não contém V={a,e,i,o,u}
/: tal que A relação de pertinência é expressa por: a∈V
⟹: implica que A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
⇔: se,e somente se mento b não pertence ao conjunto V.
∃: existe
∄: não existe Inclusão
∀: para todo(ou qualquer que seja) A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
∅: conjunto vazio Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub-
N: conjunto dos números naturais conjunto dele mesmo.
Z: conjunto dos números inteiros Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
Q: conjunto dos números racionais Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C.
Q’=I: conjunto dos números irracionais
R: conjunto dos números reais Operações

Igualdade União
Propriedades básicas da igualdade Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U, pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
temos que: que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
(1) A = A. Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C. Exemplo:
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B. A={1,2,3,4} e B={5,6}
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C. A∪B={1,2,3,4,5,6}

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- Interseção
mente os mesmos elementos. Em símbolo: A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
apenas quais são os elementos. por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}

Não importa se há repetição:


A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Classificação
Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
número de elementos que ele possui.
Exemplo:
Exemplo A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4. A∩B={d,e}

Definições Diferença
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi- Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
nal. par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
Um conjunto diz-se A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele- mentar de B em relação a A.
mentos A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos cem a B.

14
MATEMÁTICA
A\B = {x : x∈A e x∉B}. Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
0∈A
2∉A

Relações de Inclusão
Relacionam um conjunto com outro conjunto.
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(contém),
⊅ (não contém)

Exemplo: A Relação de inclusão possui 3 propriedades:


A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A Exemplo:
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B. {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}. {0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Complementar Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, boca aber-
Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple- ta para o maior conjunto.
mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto
cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per- Subconjunto
tencem a A. O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A bém elemento de B.

Exemplo Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}


A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
CBA={4,5} Operações

Representação União
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5} Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses elemen- pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
tos temos: que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
B={3,4,5,6,7} Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B}

- por meio de diagrama: Exemplo:


A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de con- Interseção


junto vazio: S=∅ ou S={ }. A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
Igualdade por : A∩B.
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}
mente os mesmos elementos. Em símbolo:

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber


apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}

15
MATEMÁTICA
Exemplo: Exemplo
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} (MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
A∩B={d,e} grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos
Diferença homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por: Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
mentar de B em relação a A. são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten- de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
cem a B. (A) 4.
(B) 7.
A\B = {x : x ∈A e x∉B}. (C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos pela


interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada um

B-A = {x : x ∈B e x∉A}.

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7} Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas homens
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A carecas e altos.
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B. Homens altos e barbados são 6
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos
elementos do conjunto universo que não pertencem a A.

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são


altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas
e não são altos e nem barbados

Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de fazer


todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é mais
rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender
melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer de
uma forma ou outra.

16
MATEMÁTICA
Sabemos que 18 são altos Resolução
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candidatos
que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)-
-n(B∩Q)
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162
Temos um total de 250 candidatos
250-162=88
Resposta: A.

RELAÇÕES E FUNÇÕES; FUNÇÕES POLINOMIAIS; FUN-


ÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
Quando somarmos 5+x+6=18
X=18-11=7 Diagrama de Flechas

Carecas são 16

Gráfico Cartesiano

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4

Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo dia-
grama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil.

Exemplo
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal:
1) 80 sejam formados em Física; Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem uma
2) 90 sejam formados em Biologia; relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta de luz
3) 55 sejam formados em Química; depende do consumo medido no período; o tempo de uma viagem
4) 32 sejam formados em Biologia e Física; de automóvel depende da velocidade no trajeto.
5) 23 sejam formados em Química e Física; Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domí-
6) 16 sejam formados em Biologia e Química; nio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia. mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem
da teoria dos conjuntos.
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma rela-
nem biólogos nem químicos. ção de A em B.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados ape- Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemen-
nas em Física. to x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados conjunto B.
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B)
apenas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecionados, Domínio, contradomínio, imagem
a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física e O domínio é constituído por todos os valores que podem ser
Química, é inferior a 0,05. atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é forma-
da por todos os valores correspondentes da variável dependente.

17
MATEMÁTICA
O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por D.
O domínio serve para definir em que conjunto estamos trabalhan-
do, isto é, os valores possíveis para a variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no con-
tradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela
função f. O conjunto de todos os valores de y que são imagens de
valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos
por Im.
Função 1º grau
Exemplo A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser ção f(x) = ax + b.
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos,
desta função, é: Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas repre-
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax +
b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero.
Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien-
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

Função Crescente: a > 0


No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os
= {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12} valores de y vão crescendo.

Classificação das funções


Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio fo- Função Decrescente: a < 0


rem imagens de pelo menos um elemento do domínio. Nesse caso, os valores de y, caem.

Bijetora: Quando apresentar as características de função inje-


tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis-
tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con-
tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio. Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero,
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:

18
MATEMÁTICA
Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz ponto
de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base
na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
o valor de x (raiz da função).
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas
equações para acharmos o valor de a e b. raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0
Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função. A função não tem raízes reais

F(1)=1a+b
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b Raízes
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma: Vértices e Estudo do Sinal
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0 Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
f(x)=a(x-x1)(x-x2) um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.
É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e
deve ser o maior termo. Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se
a<0

19
MATEMÁTICA
Veja os gráficos: Solução

Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e
diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente
Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer
que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos
que a curva da função é crescente.

Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1. Função decrescente
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em
Exemplo todo o domínio da função.
Resolva a equação no universo dos números reais. Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x au-
menta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da função
é decrescente.

20
MATEMÁTICA
A Constante de Euler Consequências da Definição
É definida por :
e = exp(1)

O número e é um número irracional e positivo e em função da


definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1

Este número é denotado por e em homenagem ao matemático


suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
propriedades desse número.

O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:


e = 2,7182818284

Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser


escrita como a potência de base e com expoente x, isto é: Propriedades
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:

Mudança de Base

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Exemplo
Ainda com base na definição podemos estabelecer condições Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
de existência: a) log 6
b) log1,5
c) log 16

Solução
Exemplo a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

Função Logarítmica

Uma função dada por , em que a constante


a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica.

21
MATEMÁTICA
Exemplo
(PM/SE – Soldado 3ª Classe – FUNCAB) A matriz abaixo regis-
tra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade durante
uma semana.

Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o núme-


ro de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando
como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
(A) 61
MATRIZES. DETERMINANTES. SISTEMAS LINEARES (B) 59
(C) 58
Matriz (D) 60
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo (E) 62
linhas horizontais e colunas verticais.
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é de- Resolução:
nominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de Turno i –linha da matriz
elemento da matriz. Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
Tipo ou ordem de uma matriz 3º turno do 6º dia-a36=25
As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de 1º turno do 7º dia-a17=19
linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é deno- Somando:18+25+19=62
minada matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois Resposta: E.
tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:
Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma
ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

Operações com matrizes


Adição: somamos os elementos correspondentes das matri-
zes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem.
A=[aij]m x n; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.
Representação genérica de uma matriz
Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscula
(A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra.
Quando desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos uso
de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz
pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e a Exemplo
coluna em que se encontra tal elemento é indicada também no lado (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sen-
inferior direito do elemento. Exemplo: a11. tença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor


de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.

22
MATEMÁTICA
Resolução:

y=10
Resposta: D.

Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.

Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto, e a
matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)

De modo geral, temos:

Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:

(A)

(B)

(C)

(D)

23
(E)
(B)

(C) MATEMÁTICA

(D)

(E)

Resolução:

Resposta: B.

Casos particulares
Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais elemen-
tos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.

Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.

Exemplo:
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta At
em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2

Resolução:

2a=1
a=1/2
b+c=0
b=-c
2d=1
D=1/2
Resposta: E.

Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

24
MATEMÁTICA
Determinantes
Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma matriz
quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:

Determinante de uma matriz de 1ª- ordem


A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o determinante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento.

Determinante de uma matriz de 2ª- ordem


Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal pelo
produto dos elementos da diagonal secundária.

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.

Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C.

Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como aplicar
a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando os
sinais desses produtos.
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multipli-
cá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.

Simplificando temos:

25
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO)

Dada a matriz , onde , assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é


(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.

Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9
Resposta: A.

Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo teo-
rema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de uma
coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores.

Exemplo:
Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.

Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42

26
MATEMÁTICA
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores.
Dica: pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: Para o determinante é usado os números que
sobraram tirando a linha e a coluna.

A13=2.23=46

A43=1.2=2
D = 46 + 2 = 48
Resposta: D.

Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus. Exemplo:

Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:


det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

27
MATEMÁTICA
Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos Em que:
aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒
det A = 565

Propriedades dos determinantes


a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são
nulos, o determinante é nulo.

Sistema Linear 2 x 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equações li-
neares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente.
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1

b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais, a2 + b2 y = c2
então o determinante é nulo.
Sistema Linear 3x3

c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por um


número k real, o determinante também fica multiplicado pelo mes- Sistemas Lineares equivalentes
mo número k. Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto solução
são ditos equivalentes. Por exemplo:

São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto solução


S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequência or-
denada de números reais que verifica, simultaneamente, todas as
d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a se- equações do sistema.
guinte propriedade: Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar todas as
det (A. B) = det A + det B. sequências ordenadas de números reais que satisfaçam as equa-
ções do sistema.
e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, seu
determinante for diferente de zero. Matriz Associada a um Sistema Linear
Dado o seguinte sistema:
Sistema de equações lineares
Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto de m
equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

Matriz incompleta

Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

28
MATEMÁTICA
– Multiplicar uma das equações por um número real diferente
de 0.
– Multiplicar uma equação por um número real e adicionar o
resultado a outra equação.
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois
Exemplo

Como não existe outro par que satisfaça simultaneamente as


duas equações, dizemos que esse sistema é SPD(Sistema Possível e Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é conve-
Determinado), pois possui uma única solução. niente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.

2. Sistema Possível e Indeterminado

Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação


Multiplicando a equação por -2:
Esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valores de x
e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema a seguir, x e y
podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), (2,2), (3,1) e etc.

3. Sistema Impossível
Somando as duas equações:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente as duas


equações. Logo o sistema não tem solução, portanto é impossível. Sistemas com Número de Equações Igual ao Número de In-
cógnitas
Sistema Escalonado Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual ao nº
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as incógnitas de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente calculamos
das equações lineares estão escritas em uma mesma ordem e o 1º o determinante D da matriz dos coeficientes (incompleta), e:
coeficiente não-nulo de cada equação está à direita do 1º coeficien- – Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
te não-nulo da equação anterior. – Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou impossível.

Exemplo Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado ou


Sistema 2x2 escalonado. impossível, devemos conseguir um sistema escalonado equivalente
pelo método de eliminação de Gauss.

Exemplos
- Discutir, em função de a, o sistema:
Sistema 3x3
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a segunda
tem dois e a terceira, apenas um.

Resolução

Sistema 2x3 1 3
D= = a−6
2 a

D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
Podemos transformar qualquer sistema linear em um outro Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
equivalente pelas seguintes transformações elementares, realiza- Para a ≠ 6, temos:
das com suas equações:
– Trocas as posições de duas equações

29
MATEMÁTICA
r > 0, PA crescente
x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5 r = 0, PA constante
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9
 Propriedades das Progressões Aritméticas
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
Que é um sistema impossível. aritmética entre o anterior e o posterior.
Assim, temos:
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer -A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à


soma dos extremos.
Consideramos os sistema . a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta Termo Geral da PA


Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
desse sistema é , cujo determinante é indicado por D =
seguinte forma:
ad – bc.
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela
a4 = a3 + r = a1 + 3r
coluna dos coeficientes independentes, obteremos ,cujo de-
terminante é indicado por Dy = af – ce.
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro
número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
Assim, .
an = a1 + (n - 1)r
Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e consideran-
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
do a matriz , cujo determinante é indicado por Dx = ed – bf,
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
obtemos , D ≠ 0.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40

SEQUÊNCIAS. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PRO-


GRESSÕES GEOMÉTRICAS

Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-


Sequências
mos é igual à soma dos extremos.
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
Soma dos Termos
posição, temos uma sequência.
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal-
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por
cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter-
Sn - Soma dos primeiros termos
mo com sua posição.
a1 - primeiro termo
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)
an - enésimo termo
n - número de termos
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que
Exemplo
cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é
constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da
igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?
PA.
an = an-1 + r(n ≥ 2)
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo
Exemplo
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão:
a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
a3 = 7 + 5 = 12

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente

30
MATEMÁTICA
Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes 2º Caso: q≠1
dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos.
Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo
central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:
Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

Solução:
a1 = 1; q = 3; n = 6

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
por uma constante q, chamada razão da PG.

Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto 1º Caso:-1 < q < 1
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0. Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é
A PG constante é também chamada de PG estacionaria. convergente.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0. 2º Caso: |q| > 1
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é di-
Termo Geral da PG vergente
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é 3º Caso: |q| = 1
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo Também não possui soma finita, portanto divergente
menos uma unidade.
Produto dos termos de uma PG finita
a2 = a1 . q2-1
a3 = a1 . q3-1

Portanto, o termo geral é:


an = a1 . qn-1

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita


Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter-
mos Sn:

1º Caso: q=1
Sn = n . a 1

31
MATEMÁTICA
5. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)
EXERCÍCIOS João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem
duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se
1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir-
SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can- mar que o término das aulas de João se dá às:
didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio. (A) 22h30min
Sabe-se que: (B) 22h40min
• dentre os candidatos, 82 são homens; (C) 22h50min
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao (D) 23h
de mulheres de nível médio; (E) Nenhuma das anteriores
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
6. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
O número de candidatos homens de nível médio é FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em
(A) 42. 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min.
(B) 45. Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
(C) 48. em que era jovem, Arquimedes precisa de mais:
(D) 50. (A) 10 minutos;
(E) 52. (B) 7 minutos;
(C) 5 minutos;
2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS- (D) 3 minutos;
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José (E) 2 minutos.
foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados 7. (IPRESB/SP – AGENTE PREVIDENCIÁRIO – VUNESP/2017)
6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria A tabela, onde alguns valores estão substituídos por letras, mostra
Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni os valores, em milhares de reais, que eram devidos por uma empre-
fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo- sa a cada um dos três fornecedores relacionados, e os respectivos
cação, é correto afirmar que o vencedor foi: valores que foram pagos a cada um deles.
(A) José
(B) Isabella FORNECEDOR A B C
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni VALOR PAGO 22,5 X 37,5
VALOR DEVIDO Y 40 z
3. (IF/ES – ADMINISTRADOR – IFES/2017) Seis livros diferen-
tes estão distribuídos em uma estante de vidro, conforme a figura Sabe-se que os valores pagos foram diretamente proporcionais
abaixo: a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas condições, é cor-
reto afirmar que o valor total devido a esses três fornecedores era,
antes dos pagamentos efetuados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.

8. (DPE/RS - ANALISTA - FCC/2017) A razão entre as alturas de


Considerando-se essa mesma forma de distribuição, de quan- dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura do irmão mais alto era
tas maneiras distintas esses livros podem ser organizados na estan- 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto cresceu 10 cm. Para que a razão
te? entre a altura do irmão mais baixo e a altura do mais alto seja hoje,
(A) 30 maneiras igual a 4/5 , é necessário que o irmão mais baixo tenha crescido,
(B) 60 maneiras nesse tempo, o equivalente a
(C) 120 maneiras (A) 13,5 cm.
(D) 360 maneiras (B) 10,0 cm.
(E) 720 maneiras (C) 12,5 cm.
(D) 14,8 cm.
4. (UTFPR - TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – (E) 15,0 cm.
UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão viajar 4 pas-
sageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa que indica de quantas 9. (CRMV/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IESES/2017)
maneiras distintas os 4 passageiros podem ocupar os assentos do Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produzem 600 peças. De-
carro. termine quantas peças serão produzidas por sete operários traba-
(A) 13. lhando por 8 dias:
(B) 26. (A) 1120 peças
(C) 17. (B)952 peças
(D) 20. (C) 875 peças
(E) 24. (D) 1250 peças

32
MATEMÁTICA
10. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VUNESP/2016) (C) 6 horas e 25 minutos.
Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 funcionários, todos (D) 5 horas e 25 minutos.
com a mesma capacidade de produção, trabalharam por 3 horas. (E) 5 horas e 15 minutos.
Para fazer o mesmo trabalho, 20 funcionários, todos com o mesmo
rendimento dos iniciais, deveriam trabalhar um total de tempo, em 15. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO
minutos, igual a DE TRANSPORTE – FCC/2017) Em um experimento, uma planta
(A) 48. recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebido no
(B) 50. dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas de água, no 1° dia
(C) 46. do experimento ela recebeu
(D) 54. (A) 64 gotas.
(E) 52. (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
11. (CRF/MT - AGENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2017) (D) 44 gotas.
Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de música, esporte e leitura; (E) 54 gotas.
48 gostam de música e esporte; 60 gostam de música e leitura; 44
gostam de esporte e leitura; 12 gostam somente de música; 18 gos- 16. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO
tam somente de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao esco- DE TRANSPORTE – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na se-
lher ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele não quência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12, 13, 11, 12,
gostar de nenhuma dessas atividades? 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos é igual a :
(A) 1/75 (A) 42.
(B) 39/75 (B) 31.
(C) 11/75 (C) 33.
(D) 40/75 (D) 39.
(E) 76/75 (E) 36.

12. (CRMV/SC – RECEPCIONISTA – IESES/2017) Sabe-se que


17% dos moradores de um condomínio tem gatos, 22% tem cachor-
GABARITO
ros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). Qual é o percentual de
condôminos que não tem nem gatos e nem cachorros?
(A) 53 1. Resposta: B.
(B) 69 150-82=68 mulheres
(C) 72 Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
(D) 47 nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
13. (CONSANPA – TÉCNICO INDUSTRIAL – FADESP/2017) 82-37=45 homens de nível médio.
Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por uma fonte
a vazão constante e tem a altura de sua coluna d’água (em metros), 2. Resposta: D.
em função do tempo (em dias), descrita pelo seguinte gráfico: Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.

3. Resposta: E.
P6=6!=6.5.4.3.2.1=720

4. Resposta: E.
P4=4!= 4.3.2.1=24

5. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros, o nú-
tervalo=4horas
mero de dias necessários para que a fonte encha o reservatório ini-
cialmente vazio é 18:40+4h=22h:40
(A) 18
(B) 12 6. Resposta: D.
(C) 8 1h45min=60+45=105 minutos
(D) 6 15km-------105
1--------------x
14. (TRT – 14ªREGIÃO -TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2016) X=7 minutos
Carlos presta serviço de assistência técnica de computadores em 1h20min=60+20=80min
empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até o local, mais R$ 25,00 por 8km----80
hora de trabalho até resolver o problema (também são cobradas 1-------x
as frações de horas trabalhadas). Em um desses serviços, Carlos re- X=10minutos
solveu o problema e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite A diferença é de 3 minutos
concluir que ele trabalhou nesse serviço
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos.

33
MATEMÁTICA
7. Resposta: E ↑ FUNCIONÁRIOS Minutos ↑
6 ----- X
20 ----- 180

Y=90/3=30 20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

11. Resposta: C
X=120/4=30

Z=150/3=50
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000

8. Resposta: E

X=1,05

Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50

32+10+12+18+16+28+12+x=150
X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades
X=1,20 P=22/150=11/75
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm
12. Resposta: B
9. Resposta: A

↑ DIAS ↑ OPERÁRIOS PEÇAS ↑


6 ----- 5 ----- 600
8 ----- 7 ----- X

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D
Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas
em minutos 9+8+14+x=100
X=100-31
3x60=180 minutos X=69%

↑ FUNCIONÁRIOS Minutos ↓ 13. Resposta: A.

6 ----- 180
20 ----- X
2x=36
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto X=18
mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos 14.Resposta: B.
F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

34
MATEMÁTICA
168,25=12+25x
25x=156,25
ANOTAÇÕES
X=6,25 horas
1hora---60 minutos ______________________________________________________
0,25-----x
X=15 minutos ______________________________________________________

Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos ______________________________________________________

15. Resposta: E ______________________________________________________


a65 = a1 + 64r
______________________________________________________
374 = a1 + 64 . 5
______________________________________________________
A1 = 374-320
A1 = 54 ______________________________________________________

16. Resposta: B ______________________________________________________


Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,... ______________________________________________________

______________________________________________________
São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 números.
Ou seja, o 9 está na posição 5 ______________________________________________________
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14 ______________________________________________________

Seguindo os termos: ______________________________________________________


25º termo é o 17
30º termo é 19 ______________________________________________________

Como o número seguinte a esses, abaixa duas unidades ______________________________________________________


O 31º termo é o 17.
______________________________________________________
14+17=31
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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35
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES
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______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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______________________________________________________ ______________________________________________________
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36
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos modelos de ne-
gócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Funções da moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
4. Marketplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Correspondentes bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
6. Arranjos de pagamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
7. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
8. Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TEN- de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi-
DÊNCIAS E DESAFIOS-INTERNET BANKING.MOBILE ve em parcelas.
BANKING. OPEN BANKING. NOVOS MODELOS DE NE- • Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas
GÓCIOS.FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS.SISTEMA (débito e crédito).
DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING).O DINHEI-
RO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS Mobile banking
CRIPTOMOEDAS.SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGI- É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros
TAIS. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINAN- dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
CEIRO diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai-
xados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
Presente, tendências e desafios Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso
Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências
serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino-
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão Open banking e o modelo de bank as a service
substituídos pelos bancos digitais.
O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar Open Banking
uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes, É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi- dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe-
cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen-
muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas; tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso. financeiros.
Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple-
cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma mentação do Open Banking no Brasil.
mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po-
para seus usuários. der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco
B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico” condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi-
mento.
Internet Banking Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe
É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia- com quem compartilhá-los.
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam
operações bancárias, em ambiente fora da agência. Modelo de bank as a service
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex- Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução
tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração
movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade, na prestação de serviços financeiros.
pois não há necessidade de se deslocar até uma agência. Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de
mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de
Banco virtual uma forma simples e rápida.
São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte- Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em-
chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape-
Sistema Financeiro Nacional. nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao siste-
ma bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos comuns. O comportamento do consumidor na relação com o banco
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí- Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus-
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por relação aos serviços bancários não seria diferente.
meio de sites ou aplicativos. Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi-
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em
“Dinheiro de plástico” agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”, possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por
utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em aplicativos de forma rápida e segura.
caixas eletrônicos. Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o
Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências, ape- relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de-
nas para tais serviços. Promove também o conforto e a segurança do pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter-
cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie para net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros.
suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições financei-
ras e promove a garantia do recebimento para os comerciantes. A experiência do usuário
Os cartões mais utilizados são: A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti-
• Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto,
do valor referente a compra. Segurança também para o estabele- serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a expe-
cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do riência foi boa ou ruim.
cliente.

1
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que Fintechs, Startups e Big Techs
a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de- As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham
senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam-
necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocra- bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes-
cia de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, soas físicas ou jurídicas.
realização de tarefas de maneira mais ágil. Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e
São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológi- muito eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços
cos, que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor. que deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público
Segmentação e interações digitais que em muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras
Devido a facilidade de interação com a tecnologia, os usuários comuns.
que mais crescem entre os clientes dos bancos digitais, são os jo- Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
vens. Público que antigamente não se importava por assuntos de mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem e
dinheiro, tem se mostrado cada vez mais interessados nos produtos trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas
e serviços dos bancos digitais, que prezam pela resolução de pro- tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e
blemas. Microsoft.
Diferente dos bancos tradicionais, os virtuais trazem rapidez,
inovação e inclusive linguagens mais fáceis de entendimento. Soluções mobile e service design
Com o objetivo de ampliar o acesso de muitas pessoas a ser-
viços financeiros, essas instituições identificaram espaços para in- Soluções Mobile
clusão de produtos e serviços, inclusive para quem não tem vínculo Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das ne-
com os bancos. Por exemplo, cartão de crédito pré-pago. cessidades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira
Ou seja, o segmento de seus clientes é muito variado, embora mais eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os
os mais jovens sejam “mais simpáticos” e confiantes com serviços usuários mais precisam.
prestados de forma virtual. No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura
Além da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digitais de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
atraem seus clientes pelas tarifas bem mais baixas que os demais mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho-
bancos e a simplicidade e comodidade de ter um banco acessível a ne.
qualquer momento e lugar.
Service Design
Inteligência artificial cognitiva Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi-
É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
adquirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa gerar valor para ambas as partes.
tecnologia em seus serviços, as instituições financeiras tem como No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi-
objetivo principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personali- ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
zação dos serviços oferecidos. soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
A cada acesso, o computador é abastecido com as informações
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto-
que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao aces- moedas
sar o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimen-
to. Blockchain
Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento te- É a tecnologia que permite o registro de informações de forma
lefônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente
biométrica e também na internet e móbile banking. mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu
nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros
para as transações.
Banco digitalizado versus banco digital
Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na
Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos
indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea-
“tradicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que
mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e,
utilizaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar o
ainda, para que seus dados seu se percam.
modo como seus clientes realizam as transações. Através da digita-
Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição
lização, conseguiram mudar o foco das agências para internet ban-
se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser
king e móbile banking. comparada a pastas de arquivos.
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmen- Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende-
te digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial reço na própria blockchain.
com operadores de caixa, atendentes e gerentes.
Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não pos- Bitcoin
suem atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi-
Neon. camente e não tem um banco central que organize sua organização.
Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam Ou seja, só existe no mundo virtual.
100% de internet banking e móbile banking para realizar operações Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de
como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi
em caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos. Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa-
Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com-
ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização
aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados. de uma fração de bitcoin.

2
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir- Por fim, como unidade de conta, disse-se que a moeda é utiliza-
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma da como base para medir o preço dos demais bens. Ou seja, no caso
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso da nossa moeda, os bens em si passam a ser medidos e avaliados
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento. em “quantos reais” são necessários para adquiri-los.
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a
venda de bitcoins.

Demais criptomoedas MARKETPLACE


As principais criptomoedas negociadas são:
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au- Marketplace
xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais É uma plataforma online que conecta ofertas de produtos
rápida, global e também com redução de custos. e serviços. Ela reúne vendedores e prestadores de serviço em
• Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e um único lugar onde clientes pode acessar e fazer suas compras.
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos Basicamente, Marketplace é um shopping center online.
do dia a dia. Um Marketplace oferece vantagens para todos os envolvi-
• Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti- dos. Primeiramente o fornecedor da plataforma vende produ-
neiras, com taxas mais baixas. tos sem precisar se preocupar em possuir tais produtos, visto
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de que recebe comissão sobre a vende dos lojistas cadastrados;
contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip- em segundo os lojistas e fornecedores têm acesso a uma vitrine
tomoeda a Ether, lançada em 2017. online, com preços acessíveis de assinatura, onde podem expor
seu produtos para o Brasil e o mundo, excluindo muitas vezes
Sistema de bancos-sombra (shadow banking) a necessidade de lojas físicas, por exemplo, e eliminando boa
É um conjunto de operações não-regulamentadas de inter- parte dos custos; e por fim, o cliente tem acesso a um universo
mediários financeiros, que fornecem crédito no sistema finan- de possibilidades nesses shoppings centers no conforto do lar.
ceiro global de forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem As plataformas de venda do tipo revolucionaram a maneira de
passar por supervisão ou regulamentação bancária, algumas se fazer compras e vender online.
instituições conseguem realizar financiamentos e empréstimos
com suas atividades paralelas ao sistema bancário tradicional.
Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado,
visto que, na maior parte das vezes, não possuem uma garantia CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
de capital reserva, o que não impediu seu crescimento à nível
global, de modo que se estima que há que quase 100 trilhões Correspondentes bancários
de dólares circulam em ativos financeiros desse tipo, tornando- São empresas contratadas por instituições financeiras auto-
-o importante e relevante na estrutura financeira global, como rizadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clien-
fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações. tes. São como agentes intermediários entre as instituições ban-
Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de cárias e clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas
demanda, de modo que muitos argumentam que esses merca- estão lotéricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal,
dos paralelos colaboraram para grandes crises financeiras, como ou seja, não são bancos, mas prestadores de serviços financei-
a de 2008 nos Estados Unidos, por isso tenta-se desde então ros diversos e regulamentados para simplificar processos tradi-
aprovar uma série de medidas para regular ou limitar esse tipo cionais.
de operação, visto que seus números alavancados e sem garan-
tia seguem expondo os sistemas financeiros do mundo todo em
risco. ARRANJOS DE PAGAMENTOS

Arranjos de pagamentos
FUNÇÕES DA MOEDA Conjunto de procedimentos e regras que regem e discipli-
nam a prestação de serviços de pagamento ao público. Essas
Funções da moeda regras simplificam as transações financeiras que usam dinhei-
Moeda é definida com base em suas três funções básicas: re- ro eletrônico, por exemplo, um cliente só consegue pagar uma
serva de valor, meio de troca e unidade de conta. conta com o cartão de determinada bandeira de crédito, pois o
No que diz respeito à função de “meio de troca”, ela serve para fornecedor possui uma máquina que aceita tal bandeira.
eliminar a necessidade de dupla coincidência de desejos em uma
transação comercial. Antes, numa economia de escambo, depen-
dia-se desse desejo comum relacionado a produtos para um merca- SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)
do funcionar, porém com a moeda, um objeto único para esse fim,
a economia se descomplicou nesse sentido.
Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo
Como reserva de valor, nos referimos à capacidade que de-
Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são
terminados bens possuem de preservar o poder de compra com o
instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos.
tempo. Quem troca algum bem pela moeda pode usar tal moeda
Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
em troca de outros bens, é claro que muitos ativos também servem
semana e feriados.
como reserva de valor, inclusive a moeda em si tende a se desvalo-
As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
rizar por não pagar juros, ficando atrás da inflação, mas ela tem a
sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
vantagem de ser universalmente aceita em transações.
gamentos de impostos e taxas.

3
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
cias poderão ocorrer entre diferentes instituições. EXERCÍCIOS
Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban-
co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada 1. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) O sistema
uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta bancário vem passando por um processo acelerado de transforma-
bancária. ção digital. Entretanto, o nível de maturidade digital varia de banco
para banco. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.
• Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa- (A) Uma característica do banco digital é a realização de
gamento processos não presenciais, como o envio de informações e
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am- documentos por meio digital e a coleta eletrônica de assinatu-
plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando ra para a abertura de contas.
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o (B) Um banco digital é o mesmo que um banco digitalizado,
Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular. visto que ambos apresentam o mesmo nível de automação
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da dos processos.
mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti- (C) A oferta de canais de acesso virtual representa o mais alto
tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível nível de maturidade digital.
à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é (D) O banco digitalizado dispensa o atendimento presencial e
que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem o fluxo físico de documentos.
conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te- (E) Por questão de segurança, o banco digital permite a con-
lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença sulta de produtos e serviços financeiros por meio de canais
é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os eletrônicos, mas ainda não permite a contratação.
recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O
Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos, 2. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Quanto às
de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento, diferenças entre bancos digitalizados e bancos digitais, assinale a
entre outros. alternativa correta.
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei- (A) Um banco digital pode permitir que o próprio cliente ajus-
tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um te o respectivo limite de transferência ou do cartão de crédito
QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o e, por medida de segurança, demandar que tal cliente dirija-se
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da a um caixa eletrônico ou agência para concluir o processo.
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário. (B) Permitir que o cliente abra a própria conta corrente sem
As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi- precisar sair de casa e não cobrar taxa de manutenção da
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran- conta são os únicos requisitos obrigatórios que diferenciam
sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne- um banco digital de um banco digitalizado.
cessidade de qualquer outro instrumento. (C) Para que um banco seja considerado digital, basta que
O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu- disponibilize um ambiente de internet banking e aplicativos
ra ter menos intermediários. móveis, mesmo que, por medida de segurança, seja neces-
Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais sário instalar softwares de segurança adicionais que possam
meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na comprometer a experiência do cliente.
FAQ do Pix. (D) Demandar que o cliente se dirija a um caixa eletrônico para
desbloquear o respectivo cartão ou senha de internet é aceitá-
• Com quem é possível fazer um Pix vel para bancos digitalizados, mas não para bancos digitais.
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: (E) Disponibilizar serviços gratuitos e pacotes padronizados de
— entre pessoas (transações P2P, person to person); serviços, tais como os exigidos pela Resolução no 3.919, art.
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co- 2o , inciso I, do Banco Central, é o que define um banco como
mércio eletrônico (transações P2B, person to business); digital.
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo-
res, por exemplo (transações B2B, business to business); 3. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A respeito
— para transferências envolvendo entes governamentais, das definições de startups e dos respectivos tipos e nichos de atua-
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per- ção, assinale a alternativa correta.
son to government e business to government). (A) Startups B2B são as que têm outras empresas como con-
sumidores finais e, para se manterem competitivas, precisam
• Limite de valor nas transações evitar que o respectivo modelo de negócio seja repetível.
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via (B) Startups são empresas nascentes escaláveis ou não, desde
Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de que atuem com negócios digitais inovadores e em cenários
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre- minimamente estáveis.
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites (C) Toda empresa no respectivo estágio inicial pode ser consi-
máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de derada uma startup, exceto franqueadas, por se tratarem, na
fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- verdade, de filiais de empresas cuja marca já é consolidada.
ciamento do terrorismo.” (D) Fintechs são bancos digitais que aproveitam o alcance da
internet para ofertarem serviços financeiros a um custo menor
e nos quais o foco está na experiência do usuário. (E) Startups
B2B2C são as que atuam com modelos de negócio repetível e
escalável em parceria com outras empresas, visando à realiza-
ção de vendas para o cliente final.

4
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
4. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Acerca de 7. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
conceitos e aplicações do design de serviços no contexto bancário, cartão de crédito é um meio de pagamento que permite ao cliente
assinale a alternativa correta. pagar compras ou serviços até um limite de crédito previamente
(A) O foco do design de serviços é aprimorar apenas a expe- definido no contrato de uso do cartão. O ideal é que o cliente sem-
riência em serviços digitais, como aplicativos móveis, internet pre pague suas faturas nas datas acordadas – o valor inteiro ou pelo
banking e outros. menos um percentual do valor devido. Esse procedimento evita:
(B) Queixas recorrentes de clientes são indicativos de que o (A) o cancelamento do cartão de crédito;
design de serviço poderia ser aprimorado. (B) o cancelamento da conta-corrente do cliente;
(C) A aplicação correta da metodologia sugere que os espe- (C) a entrada no crédito rotativo;
cialistas devem se reunir e projetar um design que, posterior- (D) a entrada no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC);
mente, deverá ser seguido por toda a organização. (E) um processo junto ao Banco Central.
(D) Um dos princípios do design de serviços é ser centrado
no ser humano. Entende-se, com isso, que o design deve se 8. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018)
concentrar apenas na experiência do cliente. Acerca dos riscos ligados às chamadas criptomoedas ou moedas
(E) Soluções móveis devem aplicar apenas o design da expe- virtuais, o Banco Central do Brasil, em comunicado de novembro
riência do usuário (ux design), e não o design de serviço. de 2017, alertou para questões relacionadas à conversibilidade e ao
lastro de tais ativos, destacando que não é responsável por regular,
5. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A pesquisa autorizar ou supervisionar o seu uso. Assim, é correto afirmar que
Febraban de Tecnologia Bancária 2019 revelou que, entre 2017 e seu valor:
2018, as transações realizadas por meio de canais digitais cresce- (A) decorre da garantia de conversão em moedas soberanas;
ram 16%, totalizando 60% das transações bancárias. A respeito do (B) decorre da emissão e garantia por conta de autoridades
uso dos canais digitais, assinale a alternativa correta. monetárias;
(A) O aumento das transações com movimentação financeira (C) decorre de um lastro em ativos reais;
nos canais digitais evidencia o aumento da confiança do clien- (D) é associado ao tamanho da base monetária;
te na segurança do canal. (E) decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indi-
(B) A abertura de conta por meio de canal digital somente víduos ao seu emissor.
pode ser efetuada pelo internet banking.
(C) O mobile banking somente pode ser usado para transações 9. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE-
sem movimentação financeira. RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir
(D) São considerados canais digitais o internet banking, o no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven-
mobile banking e os correspondentes no País. cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
(E) Internet banking e mobile banking são canais digitais os itens a seguir.
mutuamente excludentes, ou seja, o cliente tem que informar A parcela não quitada do saldo devedor poderá ser financiada
ao banco qual canal quer usar para acessar as transações por meio da modalidade de crédito rotativo, com prazo de vigência
bancárias. de até doze meses, contados da data do vencimento da fatura não
paga integralmente.
6. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Por meio ( ) CERTO
do Comunicado no 33.455/2019, o Banco Central aprovou os re- ( ) ERRADO
quisitos fundamentais para a implementação do Sistema Financeiro
Aberto (open banking) no Brasil. De acordo com o modelo propos- 10. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE-
to, o conceito de open banking refere-se à (ao) RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir
(A) integração de plataformas e infraestruturas de sistemas no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven-
de informação para fins de compartilhamento de produtos cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
e serviços entre as instituições financeiras, sendo vedada a os itens a seguir.
identificação do cliente. É permitida a cobrança de juros remuneratórios sobre o saldo
(B) atribuição de uma nota de crédito ao cliente (credit score), devedor não quitado pelo cliente, além de multa e juros de mora,
que poderá ser consultada por qualquer instituição financeira, nos termos da legislação em vigor.
mediante prévio consentimento. ( ) CERTO
(C) compartilhamento de dados cadastrais, produtos e ser- ( ) ERRADO
viços pelas instituições financeiras, mediante prévia autori-
zação, por meio de sistemas de informações integrados que 11. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE-
garantam uma experiência simples e segura ao cliente. RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir
(D) inclusão do nome do cliente em um cadastro positivo para no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven-
fins de compartilhamento de dados, produtos e serviços pelas cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
instituições financeiras, garantindo ao cliente acesso a taxas os itens a seguir.
de juros menores. Além do crédito rotativo, que permite ao cliente liquidar parcial
(E) implementação de uma interface de integração digital para ou integralmente o seu débito a qualquer momento, outras mo-
compartilhamento de dados entre instituições financeiras, dalidades de crédito em condições mais favoráveis poderão ser-lhe
com base no princípio de que os dados pertencem às institui- oferecidas a qualquer tempo, antes do vencimento da fatura sub-
ções, e não aos usuários. sequente, com vistas a financiar o saldo devedor remanescente do
cartão de crédito.
( ) CERTO
( ) ERRADO

5
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
12. (CÂMARA MUNICIPAL DE PÉROLA D’OESTE/PR – CONTA- 15. (TRF/3ª. REGIÃO – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – SUPERIOR
DOR – SUPERIOR – FAUEL – 2018) Considere a seguinte análise – TRF/3ª. REGIÃO – 2018) Sobre bitcoin, assinale a alternativa COR-
sobre um interessante aspecto econômico e tecnológico da atua- RETA:
lidade e assinale a alternativa que lhe corresponde. “Trata-se de (A) É moeda eletrônica.
uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos (B) Não é regulada pelo Bacen (Banco Central do Brasil).
exemplos citados. O primeiro motivo é que não é possível mexer (C) As empresas que negociam ou guardam as chamadas
no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe moedas virtuais em nome dos usuários, pessoas naturais ou
fisicamente: é totalmente virtual. O outro motivo é que sua emissão jurídicas, são autorizadas a funcionar pelo Bacen.
não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma (D) É valor mobiliário.
descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pes-
soas que ‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criá-las 16. (TRANSERP/SP– AGENTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO – VU-
e registrar todas as transações feitas”. (Exame, 06/02/18, com adap- NESP – 2019) . Após a black friday, no fim de novembro, a empresa
tações). de entregas Rappi e a varejista Dafiti passarão a aceitar a moeda
(A) Bitcoin. virtual como forma de pagamento. Quem está nessa cruzada para
(B) GPS. ampliar esse cenário comercial é a fintech brasileira Warp Exchan-
(C) Iene. ge, que criou a tecnologia de pagamento que recebe e converte a
(D) Wifi. moeda virtual em reais em até 2 horas. (Revista Exame. 31.10.2018.
Adaptado)
13. (FUNPAPA – ARTE EDUCADOR – MÉDIO – AOCP – 2018) A moeda virtual a que se refere a notícia é
“Bitcoin é uma bolha envolta em misticismo tecnológico e termi- (A) o boleto flash.
nará em desastre.” “Bitcoin recua 7% com reguladores colocando (B) o hipercard.
contra a parede uma das maiores exchanges do mundo.” Recente- (C) os bitcoins.
mente, manchetes como as dispostas, ganharam destaque no ce- (D) o e-commerce.
nário internacional. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. (E) o pague seguro.
(A) Bitcoin é a denominação da moeda de uso oficial em
diversos países, impressa pelo Sistema de Reserva Federal dos
Estados Unidos, destacando-se por ter o maior nível de moeda
circulante no mundo. GABARITO
(B) Bitcoins são papéis que representam uma pequena parte
do capital social de uma empresa, podendo ser classificados
como ordinários ou preferenciais. 1 A
(C) A Bitcoin foi criada há 12 anos e sua origem está associada
à mineração de cálculos matemáticos. No Brasil, sua emissão é 2 D
controlada pelo Banco Central. 3 E
(D) Apesar da resistência de alguns países, a Bitcoin é conside-
rada um moeda digital, que pode ser recebida e enviada pela 4 B
internet. Sua emissão é realizada de forma descentralizada, 5 A
ou seja, sem o controle de uma instituição financeira ou de
6 C
bancos.
(E) Bitcoin é um sistema de crédito que ocorre a partir da 7 C
validação de um banco ou de uma processadora de cartão de 8 E
crédito.
9 ERRADO
14. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP – AUXILIAR DE SAÚDE 10 CERTO
BUCAL – MÉDIO – VUNESP – 2018) Leia o trecho da matéria. Na
quinta-feira (11.01) o bitcoin, registrou queda significativa após o 11 CERTO
Governo da Coreia do Sul anunciar que discute um plano para ba- 12 A
ni-lo do mercado local, um dos mais importantes do mundo. Nesta
13 D
sexta-feira (12.01), foi a vez de instituições do Brasil entrarem na
lista das autoridades mundiais que estão buscando formas para 14 D
regulamentar um ativo cujos preços dispararam no ano passado. 15 B
(goo.gl/n2hQWt. Adaptado) Bitcoin é
(A) uma letra de câmbio emitida pelo governo brasileiro. 16 C
(B) uma ação comercializada nas bolsas de valores da China.
(C) um investimento baseado na cotação do ouro no mercado
internacional.
(D) uma moeda digital, criada por computadores e que circula
apenas na internet.
(E) um fundo de ações controlado pelo Banco Central alemão.

6
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
1. Representação Tabular E Gráfica. Medidas De Tendência Central (Média, Mediana, Moda, Medidas De Posição, Mínimo E Máximo) E
De Dispersão (Amplitude, Amplitude Interquartil, Variância, Desvio Padrão E Coeficiente De Variação). Variáveis Aleatórias E Distribui-
ção De Probabilidade. Teorema De Bayes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Probabilidade Condicional. População E Amostra. Variância E Covariância. Correlação Linear Simples. Distribuição Binomial E Distribui-
ção Normal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3. Noções De Amostragem E Inferência Estatística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
População e amostra
REPRESENTAÇÃO TABULAR E GRÁFICA. MEDIDAS DE
TENDÊNCIA CENTRAL (MÉDIA, MEDIANA, MODA,
MEDIDAS DE POSIÇÃO, MÍNIMO E MÁXIMO) E DE
DISPERSÃO (AMPLITUDE, AMPLITUDE INTERQUARTIL,
VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VA-
RIAÇÃO). VARIÁVEIS ALEATÓRIAS E DISTRIBUIÇÃO DE
PROBABILIDADE. TEOREMA DE BAYES

ESTATÍSTICA DESCRITIVA
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais
características de um conjunto de dados por meio de tabelas,
gráficos e resumos numéricos. População: é o conjunto de todas as unidades sobre as
quais há o interesse de investigar uma ou mais características.
Noções de estatística
A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta Variáveis e suas classificações
de apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e Qualitativas – quando seus valores são expressos por atri-
técnicas que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de butos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros.
incerteza. Dizemos que estamos qualificando.
Quantitativas – quando seus valores são expressos em nú-
Estatística descritiva (Dedutiva) meros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma va-
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais riável quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois
características de um conjunto de dados por meio de tabelas, limites recebe o nome de variável contínua; e uma variável que
gráficos e resumos numéricos. Fazemos uso de: só pode assumir valores pertencentes a um conjunto enumerá-
vel recebe o nome de variável discreta.
Tabelas de frequência - Ao dispor de uma lista volumosa
de dados, as tabelas de frequência servem para agrupar infor- Fases do método estatístico
mações de modo que estas possam ser analisadas. As tabelas - Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devi-
podem ser de frequência simples ou de frequência em faixa de da determinação das características mensuráveis do fenômeno
valores. que se quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos
necessários à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
Gráficos - O objetivo da representação gráfica é dirigir a - Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
atenção do analista para alguns aspectos de um conjunto de devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível fa-
dados. Alguns exemplos de gráficos são: diagrama de barras, lhas e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros gros-
diagrama em setores, histograma, boxplot, ramo-e-folhas, dia- seiros ou de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos
grama de dispersão, gráfico sequencial. resultados. A crítica pode ser externa e interna.
- Apuração dos dados: soma e processamento dos dados
Resumos numéricos - Por meio de medidas ou resumos obtidos e a disposição mediante critérios de classificação, que
numéricos podemos levantar importantes informações sobre o pode ser manual, eletromecânica ou eletrônica.
conjunto de dados tais como: a tendência central, variabilidade, - Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
simetria, valores extremos, valores discrepantes, etc. apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornan-
do mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de trata-
Estatística inferencial (Indutiva) mento estatístico.
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar - Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
inferencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de: dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados con-
Estimação - A técnica de estimação consiste em utilizar clusões e previsões.
um conjunto de dados incompletos, ao qual iremos chamar de
amostra, e nele calcular estimativas de quantidades de interes- Censo
se. Estas estimativas podem ser pontuais (representadas por um É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se to-
único valor) ou intervalares. dos os componentes da população.

Teste de Hipóteses - O fundamento do teste estatístico de Principais propriedades:


hipóteses é levantar suposições acerca de uma quantidade não - Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilida-
conhecida e utilizar, também, dados incompletos para criar uma de;
regra de escolha. - É caro;
- É lento;
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em
períodos de anos 10 em 10 anos);
- Nem sempre é viável.

1
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não organizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo.
Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos.

Tabelas de frequência
A partir dos dados brutos, podemos agrupar os valores de uma variável quantitativa ou qualitativa e construir a chamada tabela
de frequências. As tabelas de frequências podem ser simples ou por faixas de valores, dependendo da classificação da variável.

Tabela de frequência simples


São adequadas para resumir observações de uma variável qualitativa ou quantitativa discreta, desde que esta apresente um
conjunto pequeno de diferentes valores.

Exemplo:

A variável estado civil é qualitativa nominal e no levantamento feito nos 385 indivíduos apareceram respostas que foram agru-
padas em 5 níveis (categorias) para esta variável: Solteiro, Casado, Divorciado, Viúvo e Outro. A construção da tabela de frequência
simples, neste caso, resume os dados brutos pela contagem de vezes (frequência absoluta) que uma determinada categoria foi
observada.

Tabelas de frequências em faixas de valores


Para agrupar dados de uma variável quantitativa contínua ou até mesmo uma variável quantitativa discreta com muitos valores
diferentes, a tabela de frequências simples não é mais um método de resumo, pois corremos o risco de praticamente reproduzir os
dados brutos.
Utilizando este procedimento, devemos tomar cuidado pois ao contrário da tabela de frequência simples, não é mais possível
reproduzir a lista de dados a partir da organização tabular. Em outras palavras, estamos perdendo informação ao condensá-las.
Exemplo: A tabela traz dados sobre as horas semanais de atividades físicas dos 50 estudantes que participaram do levantamen-
to sobre hábitos de lazer.

O resumo da tabela é feito mediante a construção de 6 intervalos de comprimento igual a 2 horas e posteriormente a contagem
de indivíduos com valores identificados ao intervalo. Um indivíduo que gastou 6 horas semanais de exercício será contado no quarto
intervalo (6|–8) que inclui o valor 6 e exclui o valor 8.
Para acharmos esses valores vamos fazer uso das seguintes informações:
- Determinar a quantidade de classes(k)

2
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

- Calcular a amplitude das classes(h):


**Calcule a amplitude do conjunto de dados: L = xmáx–xmín Vamos organizá‐los de modo que a consulta a eles seja sim-
**Calcule a amplitude (largura) da classe: h = L / k plificada. Então, faremos a distribuição de frequência destas no-
tas, por meio da contagem de dados, que podemos chamar de
Arredonde convenientemente frequência de dados absolutos.
- Calcular os Limites das Classes

- Limite das classes


Utilize a notação: [x,y) –intervalo de entre x (fechado) até
y (aberto)
Frequentemente temos que “arredondar “a amplitude das
classes e, consequentemente, arredondar também os limites
das classes. Como sugestão, podemos tentar, se possível, um
ajuste simétrico nos limites das classes das pontas nas quais,
usualmente, a quantidade de dados é menor.
Esta forma de organizar dados é conhecida como distribui-
- Ponto médio das classes ção de frequência, e o número de vezes que um dado aparece
xk= (Lsuperior–Linferior) / 2 é chamado de frequência absoluta. O somatório SEMPRE é a
quantidade de dados apresentados, que neste é 25.
Distribuição de frequência

Frequência absoluta e Histograma1


Quando trabalhamos com um grande quantitativo de dados,
passamos a trabalhar com os dados agrupados. Então fazemos
uso das tabelas de distribuição de frequência, entre outros re-
cursos que facilitarão a compreensão dos dados.
Na distribuição de frequência listamos todos os valores
coletados, um em cada linha, marcam‐se as vezes em que eles
aparecem, incluindo as repetições, e conta‐se a quantidade de
ocorrências de cada valor. Por este motivo, tabelas que apre-
sentam valores e suas ocorrências denominam‐se distribuição
de frequências.
O termo “frequência” indica o número de vezes que um
dado aparece numa observação estatística. Exemplo:
Um professor organizou os resultados obtidos em uma pro-
va com 25 alunos da seguinte forma:
Quando os dados numéricos são organizados, eles geral-
mente são ordenados do menor para o maior, divididos em gru-
pos de tamanho razoável e, depois, são colocados em gráficos
para que se examine sua forma, ou distribuição. Este gráfico é
chamado de Histograma. Um histograma é um gráfico de co-
lunas juntas. Em um histograma não existem espaços entre as
colunas adjacentes, como ocorre em um gráfico de colunas. No
exemplo, a escala horizontal (→) representa as notas e a escala
vertical (↑) as frequências. Os gráficos são a melhor forma de
1 Associação Educacional Dom Bosco - Estatística e probabilidade - Uanderson
Rebula de Oliveira apresentação dos dados.

3
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Em Estatística não trabalhamos somente com frequência Observe que os valores ao lado, deverão coincidir.
absoluta (f), mas também com outros tipos de frequências, que
são: frequência relativa (fr), frequência absoluta acumulada (Fa)
e frequência relativa cumulada (FRa).

Frequência Relativa fr (%)


Representado por fr(%), significa a relação existente entre a
frequência absoluta f e a soma das frequências ∑f. É a porcenta-
gem (%) do número de vezes que cada dado aparece em relação Agrupamento em Classes
ao total. Em uma distribuição de frequência, ao se trabalhar com
grandes conjuntos de dados e com valores dispersos, podemos
agrupá-los em classes. Isso torna muito fácil a compreensão dos
dados e uma melhor visualização dos mesmos.
Se um conjunto de dados for muito disperso, uma represen-
tação melhor seria através do agrupamento dos dados com a
construção de classes de frequência. Caso isso não ocorresse, a
tabela ficaria muito extensa.
Exemplo: Um radar instalado em uma rodovia registrou a
velocidade (em Km/h) de 40 veículos.

Frequência Absoluta Acumulada Fa


Representado por Fa, significa a soma das frequências abso-
lutas até o elemento analisado.

Frequência Relativa Acumulada FRa (%)


Representado por FRa (%), significa a soma das frequências
relativas fr(%) até o elemento analisado.

4
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Montando a tabela de distribuição de frequência temos:

É fácil ver que a distribuição de frequências diretamente obtida a partir desses dados é dada uma tabela razoavelmente extensa.

A distribuição em” classes” é como se fosse uma compressão dos dados. Imagine se fizéssemos uma distribuição de frequência
de todas velocidades (de 70 a 128). A tabela ficaria imensa! Por este motivo existe a distribuição de frequência com classes.

Como criar uma Distribuição de Frequência com classes


Partindo dos dados anteriores teremos:
- Calcule a quantidade de classes (i), pela raiz da quantidade de dados. São 40 veículos. Então:
√40 = 6,3 ≈ i = 6 classes.

- Calcule a amplitude de classe (h) que é o tamanho da classe, sendo:

5
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
O maior valor (128) e o Menor valor (70) são obtidos da lista dos registros das velocidades dos 40 veículos.
- Montar as classes a partir do Menor valor (70), somando com a amplitude de classe (10) até que se chegue na 6ª classe, assim:

Com isso termos os dados distribuídos da seguinte forma:

Tipos de intervalos de classe

No Brasil usa‐se o intervalo ├ (Resolução 866/66 do IBGE). Já na literatura estrangeira utiliza‐se comumente com intervalo
fechado.

Conceitos importantes
Limites de classe ‐ São os valores extremos de cada classe. No exemplo 70 ├ 80, temos que o limite inferior é 70 e o limite su-
perior 80.
Amplitude total da distribuição (AT) – É a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira clas-
se, no exemplo 130 – 70 = 60.
Amplitude amostral (AA) – É a diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da amostra, no exemplo 128 – 70 = 58.

A seguir estão as distribuições de frequências absoluta f, relativa fr(%), absoluta acumulada Fa e relativa acumulada FRa(%),
bem como o Histograma desta distribuição.

6
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Podemos representar os dados através de outras formas gráficas, vejamos:

Polígono de frequência – É um gráfico em linha que representa os pontos centrais dos intervalos de classe. Para construir este
gráfico, você deve calcular o ponto central de classe (xi), que é o ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais. Por
exemplo, a velocidade dos veículos da 1ª classe pode ser representada por 70 + 80/2 = 75Km/h.
A construção de um polígono de frequências é muito simples. Primeiro, construímos um histograma; depois marcamos no “te-
lhado” de cada coluna o ponto central e unimos sequencialmente esses pontos.

Ogiva – Conhecida também por polígono de frequência acumulada. É um gráfico em linha que representa as frequências acu-
muladas (Fa), levantada nos pontos correspondentes aos limites superiores dos intervalos de classe. Para construí‐la, você deve
elaborar o histograma de frequência f em uma escala menor, considerando o último valor a frequência acumulada da última classe,
no caso, 40.

7
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Gráficos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do analista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem-
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, histograma, entre outros.

- Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras, representamos os valores da variável no eixo das abscissas e suas as
frequências ou porcentagens no eixo das ordenadas. Para cada valor da variável desenhamos uma barra com altura correspondendo
à sua frequência ou porcentagem. Este tipo de gráfico é interessante para as variáveis qualitativas ordinais ou quantitativas discre-
tas, pois permite investigar a presença de tendência nos dados. Exemplo:
- Diagrama Circular ou setores: Para construir um diagrama circular ou gráfico de pizza, repartimos um disco em setores cir-
culares correspondentes às porcentagens de cada valor (calculadas multiplicando-se a frequência relativa por 100). Este tipo de
gráfico adapta-se muito bem para as variáveis qualitativas nominais. Exemplo:
- Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos com base nas faixas de valores da variável e com área igual à
frequência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada retângulo é denominada densidade de frequência ou sim-
plesmente densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a
porcentagem na construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, consequentemente, más interpretações) quando
amplitudes diferentes são utilizadas nas faixas.

Exemplo:

Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para apresentar observações medidas ao longo do tempo, enfatizando sua tendên-
cia ou periodicidade.
Exemplo:
Polígono de Frequência: semelhante ao histograma, mas construído a partir dos pontos médios das classes. Exemplo:

8
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Gráfico de Ogiva: apresenta uma distribuição de frequências acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos
extremos.

- Pictogramas
Desenhos ilustrativos

- Cartograma: é uma representação sobre uma carta geográfica. Este gráfico é empregado quando o objetivo é de figurar os
dados estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas.

9
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Resumos numéricos
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar importantes informações sobre o conjunto de dados tais como:
a tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores discrepantes, etc. Aqui serão apresentadas 3 classes de me-
didas:
• Tendência Central
• Dispersão (Variabilidade)
• Separatrizes

Tendência central
As medidas de tendência central indicam, em geral, um valor central em torno do qual os dados estão distribuídos. Vejamos:

Média Aritmética
Ela se divide em:
- Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo número de elementos n.
Para o cálculo: Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

- Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multiplicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. Para
o cálculo

Vantagens:
- No cálculo da média participam todos os valores observados.
- É uma medida de fácil interpretação e presta-se muito bem a tratamentos estatísticos adicionais.
- É uma medida que sempre existe e é rígida e unicamente determinada.
- É um valor típico de um conjunto de dados, podendo substituir todos os valores de um conjunto sem alterar o total.
- É o ponto de equilíbrio de uma distribuição, sendo tão mais eficiente quanto mais simétrica for a distribuição dos valores ao
seu redor.

10
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Desvantagem:
- É uma medida altamente influenciada por valores discrepantes (não resistente).

Mediana
A mediana observada mdobs é o valor central em um conjunto de dados ordenados. Pela mediana o conjunto de dados é dividido
em duas partes iguais sendo metade dos valores abaixo da mediana e, a outra metade, acima.
Vamos denominar mdobs o valor da mediana observado em um conjunto de dados. Repare que para encontrar um número que
divida os n dados ordenados em duas partes iguais devem ser adotados dois procedimentos:

1) Para um conjunto com um número n (ímpar) de observações, a mediana é o valor na posição n+1/2.
2) Para um conjunto com um número n (par) de observações a mediana é a media aritmética dos valores nas posições n/2 e
n/2 + 1.

Vantagens:
- Define exatamente o centro de uma distribuição, mesmo quando os valores se distribuem assimetricamente em torno da
média.
- Pode ser determinada mesmo quando não se conhece todos os valores do conjunto de dados.
- É uma medida que sempre existe e é única.
- Esta medida pode ser utilizada para definir o meio de um número de objetos, propriedades ou qualidades que possam de
alguma forma ser ordenados.
- É uma medida resistente, ou seja, não sofre influência de valores discrepantes.
Desvantagem:
- É uma medida que não se presta a cálculos matemáticos.

Moda
A moda, é o valor que aparece com maior frequência, ou seja, podemos dizer que é o termo que está na “moda”.

Vantagens:
- É uma medida que têm existência real dentro do conjunto de dados e em grande número de vezes.
- Não exige cálculo, apenas uma contagem.
- Pode ser determinada também para variáveis qualitativas nominais.

Desvantagens:
- É uma medida que não se presta a cálculos matemáticos.
- Deixa sem representação todos os valores do conjunto de dados que não forem iguais a ela.

Medidas de variação ou dispersão


As medidas de variação ou dispersão complementam as medidas de localização ou tendência central, indicando quanto as ob-
servações diferem entre si ou o grau de afastamento das observações em relação à média.
As medidas de variação mais utilizadas são: a amplitude total, a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação.

Amplitude total
A amplitude total, denotada por at, fornece uma ideia de variação e consiste na diferença entre o maior valor e o menor valor
de um conjunto de dados. Assim, temos:
at = ES - EI
onde:
ES: extremo superior do conjunto de dados ordenado;
EI: extremo inferior do conjunto de dados ordenado.

A amplitude total é uma medida pouco precisa, uma vez que utiliza apenas os dois valores mais extremos de um conjunto de
dados. Também por esta razão é extremamente influenciada por valores discrepantes. É utilizada quando apenas uma ideia rudi-
mentar da variabilidade dos dados é suficiente.

11
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Variância
A variância, denotada por s² , é a medida de dispersão mais utilizada, seja pela sua facilidade de compreensão e cálculo, seja
pela possibilidade de emprego na inferência estatística. A variância é definida como sendo a média dos quadrados dos desvios em
relação à média aritmética. Assim, temos:

onde:
n −1: é o número de graus de liberdade ou desvios independentes.
A utilização do denominador n −1, em vez de n, tem duas razões fundamentais:

Propriedades matemáticas da variância


1ª propriedade: A variância de um conjunto de dados que não varia, ou seja, cujos valores são uma constante, é zero.

2ª propriedade: Se somarmos uma constante c a todos os valores de um conjunto de dados, a variância destes dados não se
altera.

3ª propriedade: Se multiplicarmos todos os valores de um conjunto de dados por uma constante c, a variância destes dados fica
multiplicada pelo quadrado desta constante.

Desvantagens da variância:
− Como a variância é calculada a partir da média, é uma medida pouco resistente, ou seja, muito influenciada por valores dis-
crepantes.
− Como a unidade de medida fica elevada ao quadrado, a interpretação da variância se torna mais difícil.

Desvio Padrão
O desvio padrão, denotado por s, surge para solucionar o problema de interpretação da variância e é definido como a raiz qua-
drada positiva da variância. Assim, temos:

Coeficiente de Variação
O coeficiente de variação, denotado por CV, é a medida mais utilizada quando existe interesse em comparar variabilidades de
diferentes conjuntos de dados. Embora esta comparação possa ser feita através de outras medidas de variação, nas situações em
que as médias dos conjuntos comparados são muito desiguais ou as unidades de medida são diferentes, devemos utilizar o CV.
O coeficiente de variação é definido como a proporção da média representada pelo desvio padrão e dado por:

12
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Separatrizes
As medidas separatrizes delimitam proporções de observações de uma variável ordinal. Elas estabelecem limites para uma de-
terminada proporção 0≤p≤1 de observações. São medidas intuitivas, de fácil compreensão e frequentemente resistentes.
Como a mediana divide o conjunto em duas metades, é razoável pensar numa medida separatriz que efetue uma divisão adicio-
nal: dividir cada metade em duas metades. Essas medidas separatrizes são denominadas quartis.

Quartis
Os quartis, representados por Qi, onde i = 1, 2 e 3, são três medidas que dividem um conjunto de dados ordenado em quatro
partes iguais. São elas:
− Primeiro quartil (Q1): 25% dos valores ficam abaixo e 75% ficam acima desta medida.
− Segundo quartil (Q2): 50% dos valores ficam abaixo e 50% ficam acima desta medida. O segundo quartil de um conjunto de
dados corresponde à mediana (Q2 = Md).
− Terceiro quartil (Q3): 75% dos valores ficam abaixo e 25% ficam acima desta medida.

Observa-se facilmente que o primeiro quartil é o percentil 0,25, a mediana é o percentil 0,5 e o terceiro quartil é o percentil
0,75. O processo para obtenção dos quartis, da mesma forma que o da mediana, consiste em, primeiramente, ordenar os dados e,
em seguida, determinar a posição (p) do quartil no conjunto de dados ordenado. Exemplos:

01. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP) Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte, em que xi é a variável
estudada e fi é a frequência absoluta dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40

Assinale a alternativa em que o histograma é o que melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

13
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Resolução:
A menor deve ser a da primeira 30-35
Em seguida, a de 55
Depois de 45-50 na ordem 40-45 e 35-40
Resposta: A.

02. (AL/GO – Assistente Legislativo – Assistente Administrativo – CS/UFG) Em estatística, a variância é um número que apre-
senta a unidade elevada ao quadrado em relação a variável que não está elevada ao quadrado, o que pode ser um inconveniente
para a interpretação do resultado. Por isso, é mais comumente utilizada na estatística descritiva o desvio-padrão, que é definido
como
(A) a raiz quadrada da mediana, representada por “s” ou “μ”.
(B) a raiz quadrada da variância, representada por “s” ou “α”.
(C) a raiz quadrada da variância, representada por “s” ou “α”.
(D) a raiz quadrada da média, representada por “s” ou “α”.

Resolução:
Como visto, o desvio padrão é a raiz quadrada da variância.
Resposta: C.

MEDIDAS DE ASSIMETRIA E CURTOSE

Assimetria2
Mede o grau de afastamento de uma distribuição em relação ao eixo central, geralmente representado pela média.

Sempre que a curva da distribuição se afastar do eixo central, no caso,da média,será considerada como tendo um certo grau de
afastamento, chamado de assimetria da distribuição.Este afastamento pode acontecer do lado esquerdo ou do lado direito dadis-
tribuição,chamado de assimetria negativa oupositiva, respectivamente.

2 Associação Educacional Dom Bosco - Estatística e probabilidade - Uanderson Rebula de Oliveira

14
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Coeficiente de Assimetria (Coeficiente de Pearson)
O grau de assimetria de uma distribuição de freqüências pode ser calculado por meio do Coeficiente de Pearson, abaixo:

Exemplos:
A)

Interpretação: a distribuição é assimétrica positiva (à direita) e moderada, pois está entre 0,15 e 1.
Ao construir o histograma podemos comparar com uma distribuição simétrica.Perceba o quanto a média desta distribuição se
afasta do eixo central, simétrico.

B)

Interpretação:a distribuição é assimétrica negativa (à esquerda) e moderada, pois está entre ‐ 0,15 e ‐1.
Ao construir o histograma podemos comparar com uma distribuição simétrica. Perceba o quanto a média desta distribuição se
afasta do eixo central, simétrico.

15
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Interpretação da assimetria.
Quanto mais as se afasta de zero, mais assimétrica será a distribuição, podendo ser fraca (se situada até |0,15|), moderada (se
situada de |0,15| a |1|) ou forte (se maior que |1|). Forte, nesse caso, não é algo necessariamente bom, pois indica que a distri-
buição está fortemente (muito) distante do eixo central, no caso, da média.Portanto, para efeitos de inferência estatística, melhor
é que a As se aproxime de zero, no caso, de uma distribuição simétrica.

A barra || indica, matematicamente, que o sinal negativo é desprezado.

Curtose3
A análise da Curtose também é importante, pois é a base do estudo de probabilidades e inferência estatística.A curtose mede
o grau de achatamento ou alongamento de uma distribuição, em relação a uma distribuição padrão, denominada curva normal.

Coeficiente de curtose
O grau de curtose de uma distribuição de frequências pode ser calculado por meio da equação.

Portanto, para encontrar o coeficiente de curtose é necessário conhecimento e aplicação das medidas de ordenamento, no
caso, do quartil e percentil.
3 Associação Educacional Dom Bosco - Estatística e probabilidade - Uanderson Rebula de Oliveira

16
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
pendentes; cada tentativa resulta apenas em duas possibilidades,
PROBABILIDADE CONDICIONAL. POPULAÇÃO E sucesso ou fracasso (a que se chama de tentativa de Bernoulli); a
AMOSTRA. VARIÂNCIA E COVARIÂNCIA. CORRELAÇÃO probabilidade de cada tentativa, p, permanece constante.
LINEAR SIMPLES. DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL E DISTRI-
BUIÇÃO NORMAL Função de probabilidade: Se a variável aleatória X que con-
tém o número de tentativas que resultam em sucesso tem uma
Axiomas distribuição binomial com parâmetros n e p escrevemos X ~ B(n,
Na matemática, um axioma é uma hipótese inicial de qual p). A probabilidade de ter exatamente k sucessos é dado pela
outros enunciados são logicamente derivados. Pode ser uma função de probabilidade:
sentença, uma proposição, um enunciado ou uma regra que
permite a construção de um sistema formal. Diferentemente de
teoremas, axiomas não podem ser derivados por princípios de
dedução e nem são demonstráveis por derivações formais, sim-
plesmente porque eles são hipóteses iniciais. Isto é, não há mais
nada a partir do que eles seguem logicamente (em caso con- para e onde é uma combina-
trário eles seriam chamados teoremas). Em muitos contextos, ção.
“axioma”, “postulado” e “hipótese” são usados como sinônimos.
Como foi visto na definição, um axioma não é necessariamente Através do desenvolvimento do binômio e algumas opera-
uma verdade auto evidente, mas apenas uma expressão lógica ções com expoentes e fatoriais, é possível demonstrar que:
formal usada em uma dedução, visando obter resultados mais
facilmente. Axiomatizar um sistema é mostrar que suas inferên-
cias podem ser derivadas a partir de um pequeno e bem-definido
conjunto de sentenças. Isto não significa que elas possam ser co-
nhecidas independentemente, e tipicamente existem múltiplos Exemplo: Três dados comuns e honestos serão lançados. A
meios para axiomatizar um dado sistema (como a aritmética). A probabilidade de que o número 6 seja obtido mais de uma vez é:
matemática distingue dois tipos de axiomas: axiomas lógicos e A probabilidade de que seja obtido 2 vezes mais a probabilidade
axiomas não-lógicos. de que seja obtido 3 vezes. Usando a distribuição binomial de
probabilidade:
Distribuições Acha-se a probabilidade de que seja obtido 2 vezes:
A distribuição da probabilidade é uma função que determi-
na probabilidades para eventos ou proposições. Para qualquer
conjunto de eventos ou proposições existem muitas maneiras
de determinar probabilidades, de forma que a escolha de uma
ou outra distribuição é equivalente a criar diferentes hipóteses
sobre os eventos ou proposições em questão. Há várias formas
equivalentes de se especificar uma distribuição de probabilida-
de. Talvez a mais comum é especificar uma função densidade da
probabilidade. Daí, a probabilidade de um evento ou proposição
é obtida pela integração da função densidade.
A função distribuição pode ser também especificada dire-
tamente. Em uma dimensão, a função distribuição é chamada
de função distribuição cumulativa. As distribuições de probabi-
lidade também podem ser especificadas via momentos ou por
funções características, ou por outras formas. Uma distribuição
é chamada de distribuição discreta se for definida em um con-
junto contável e discreto, tal como o subconjunto dos números
inteiros; ou é chamada de distribuição contínua se tiver uma Agora a probabilidade de que seja obtido 3 vezes:
função distribuição contínua, tal como uma função polinomial
ou exponencial. A maior parte das distribuições de importância
prática são ou discretas ou contínuas, porém há exemplos de
distribuições que não são de nenhum desses tipos.
Dentre as distribuições discretas importantes, pode-se citar
a distribuição uniforme discreta, a distribuição de Poisson, a dis-
tribuição binomial, a distribuição binomial negativa e a distribui-
ção de Maxwell-Boltzmann. Dentre as distribuições contínuas,
a distribuição normal, a distribuição gama, a distribuição t de
Student e a distribuição exponencial.

Distribuição Binomial
Em teoria das probabilidades e estatística, a distribuição bino-
mial é a distribuição de probabilidade discreta do número de suces-
sos numa sequência de n tentativas tais que as tentativas são inde-

17
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Assim, a resposta é:

Valor esperado e variância: Se a X ~ B(n, p) (isto é, X é uma variável aleatória binomialmente distribuida), então o valor espe-
rado de X é

e a variância é

Exemplo: Seja X uma variável aleatória que contém o número de caras saídas em 12 lançamentos de uma moeda honesta. A
probabilidade de sair 5 caras em 12 lançamentos, P(X=5), é dada por:

Distribuição Normal
A distribuição normal é uma das mais importantes distribuições da estatística, conhecida também como Distribuição de Gauss
ou Gaussiana. Foi primeiramente introduzida pelo matemático Abraham de Moivre. Além de descrever uma série de fenômenos
físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio
padrão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qualquer probabilidade em uma distribuição Normal.
Um interessante uso da Distribuição Normal é que ela serve de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o
número de observações fica grande. Essa importante propriedade provém do Teorema do Limite Central que diz que “toda soma de
variáveis aleatórias independentes de média finita e variância limitada é aproximadamente Normal, desde que o número de termos
da soma seja suficientemente grande” (ver o teorema para um enunciado mais preciso).
A distribuição normal foi introduzida pela primeira vez por Abraham de Moivre em um artigo no ano 1733, que foi reproduzido
na segunda edição de seu The Doctrine of Chances (1738) no contexto da aproximação de distribuições binomiais para grandes
valores de n. Seu resultado foi estendido por Laplace, em seu livro Analytical Theory of Probabilities (1812), e agora é chamado o
teorema de Moivre-Laplace.
Laplace usou a distribuição normal na análise de erros de experimentos. O importante método dos mínimos quadrados foi in-
troduzido por Legendre, em 1805. Gauss, que alegou ter usado o método desde 1794, justifica-o rigorosamente em 1809 assumindo
uma distribuição normal para os erros. O fato de muitas vezes esta distribuição ser chamado de distribuição gaussiana pode ser um
exemplo de Stigler’s Law.

O nome “curva em forma de sino” ou “curva de sino” remonta a Esprit Jouffret que primeiro utilizou o termo “superfície de
sino” em 1872 para um normal bivariada com componentes independentes (atentar que nem toda curva de sino é uma gaussiana).
O nome “distribuição normal”, foi inventado independentemente por Charles S. Peirce, Francis Galton e Wilhelm Lexis, por volta
de 1875.

Função de densidade de probabilidade: A função densidade de probabilidade da distribuição normal com média e variância
(de forma equivalente, desvio padrão ) é assim definida,

Se a variável aleatória segue esta distribuição escreve-se: ~ . Se e , a distribuição é chamada


de distribuição normal padrão e a função de densidade de probabilidade reduz-se a,

18
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Propriedades: Sejam a e b constantes conhecidas.


- Se X segue uma distribuição normal, ~ , então

~ .
- Se X e Y são variáveis aleatórias independentes que seguem distribuição normal, então a soma U = X + Y, a diferença V = X - Y
ou qualquer combinação linear W = a X + b Y também são variáveis aleatórias com distribuição normal.
- É fácil construir exemplos de distribuições normais X e Y dependentes (mesmo com correlação zero) cuja soma X + Y não é
normal. Por exemplo, seja X uma distribuição normal padrão (média 0 e variância 1), então fixando-se um número real positivo a,
seja Ya definida como X sempre que |X| < a e -X sempre que |X| ≥ a. Obviamente, Ya também é uma normal e X + Ya é uma variável
aleatória que nunca pode assumir valores de módulo acima de 2 a (ou seja, não é normal). Quando a é muito pequeno, X e Y são
praticamente opostas, e sua correlação é próxima de -1. Quando a é muito grande, X e Y são praticamente idênticas, e sua correla-
ção é próxima de 1. Como a correlação entre X e Ya varia continuamente com a, existe um valor de a para o qual a correlação é zero.
- A soma de uma grande quantidade de variáveis aleatórias (com algumas restrições) tende a uma distribuição normal - o signi-
ficado mais preciso disto é o Teorema do Limite Central.
- A distribuição normal é infinitamente divisível, no seguinte sentido: se X é uma variável aleatória que segue uma distribuição
normal e n é um número natural, então existem n variáveis aletórias , independentes e identicamente distribuídas,
tal que

Variável aleatória discreta4


Definição 1: Seja uma variável aleatória (v.a.). Se o número de valores possíveis de for enumerável (finito ou infinito),
dizemos que é uma variável aleatória discreta. Isto é, os possíveis valores de podem ser postos em lista como . No
caso finito, a lista possui um valor final , e no caso infinito, a lista continua indefinidamente. Exemplo: Suponha que, após um
exame médico, pessoas sejam diagnosticadas como tendo diabetes (D) e não tendo diabetes (N). Admita que três pessoas sejam
escolhidas ao acaso e classificadas de acordo com esse esquema.
O espaço amostral é dado por

Nosso interesse é saber quantas pessoas com diabetes foram encontradas, não interessando a ordem em que tenham sido
selecionadas. Isto é, desejamos estudar a variável aleatória , a qual atribui a cada resultado o número de pessoas com
diabetes. Consequentemente, o conjunto dos possíveis valores de é , ou seja, é uma variável aleatória discreta.

Definição 2: Seja uma variável aleatória discreta. A cada possível resultado associaremos um número , de-
nominado probabilidade de . Os números , devem satisfazer as seguintes condições:

para todo ;

A função é denominada função de probabilidade da variável aleatória .

Definição 3: A coleção de pares ; é algumas vezes denominada distribuição de probabilidade de .


Assim, podemos falar que a distribuição de probabilidades de uma variável aleatória discreta , definida em um espaço amostral
, é uma tabela que associa a cada valor de sua probabilidade.
Exemplo: Considere que uma moeda é lançada duas vezes. Seja a função definida no espaço amostral que é igual ao número
de caras nos dois lançamentos ( - Cara e - Coroa).

4 http://www.portalaction.com.br/probabilidades/22-variavel-aleatoria-discreta

19
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Temos na Tabela a seguir a distribuição de probabilidade re- A função de distribuição acumulada correspondente será:
ferente a variável aleatória X.

Valores de X Pontos amostrais Probabilidade


0 KK 1/4
1 KC, CK 1/2
2 CC 1/4

Os valores das probabilidades, na tabela acima, são obtidos


da seguinte maneira:

Definição 4: O quantil ( ) de uma variável


aleatória discreta é o menor valor de para o qual

Distribuição de Poisson
A distribuição de Poisson encontra aplicações principal-
Já o percentil de um valor é o valor da distribuição mente no planejamento da capacidade de postos de serviço e
acumulada em , ou seja, no Controle Estatístico de Qualidade. Ela consegue descrever o
comportamento de eventos com pequenas probabilidades de
ocorrência.
Para melhor entender a aplicação dessa distribuição, será
Relação entre a função de distribuição acumulada e a dis- usado o exemplo de um grande prédio destinado a escritórios
tribuição de probabilidade discreta de empresas em que existe um balcão de informações logo na
Seja uma variável aleatória discreta cuja distribuição de entrada. Depois de muito tempo de funcionamento, chega-se
probabilidade associa aos valores as respectivas pro- à conclusão de que em média a cada minuto ocorrem dois pe-
babilidades . didos de informações mais detalhadas. A partir desta informa-
ção, quer se saber qual é a probabilidade de ocorrer um número
Como os valores de são mutuamente exclusivos, temos qualquer dado (inteiro e positivo) de pedidos de informação no
que a função de distribuição acumulada é dada por intervalo de um minuto. Por exemplo, qual é a probabilidade de
nenhum pedido? De dois pedidos? De 15 pedidos? A resposta
pode ser dada se for admitido que a distribuição de probabilida-
de do número de pedidos de informação por minuto obedece à
Distribuição de Poisson.
Assim, dada a distribuição de probabilidade de uma variá- Assim, a Distribuição de Poisson é utilizada quando a variá-
vel aleatória discreta, conseguimos determinar sua função de vel aleatória está referida a uma certa unidade de exposição, de
distribuição acumulada, ou ainda, dada a função de distribuição tempo, de superfície ou de volume que possa assumir qualquer
acumulada, podemos determinar a sua distribuição de probabi- valor inteiro e positivo, ou seja, uma variável discreta, admitin-
lidade. do-se ser conhecido o valor médio da variável por unidade de
exposição. Essa distribuição consegue medir eventos dinâmicos
Exemplo: Considere dois lançamentos independentes de não estáticos, baseando-se em seu valor médio e não em uma
uma moeda equilibrada. Com o espaço de probabilidade usual, amostra exata (não considera N).
defina como sendo o número de caras nos dois lançamentos.
Determine a função de distribuição acumulada de . Características da Distribuição de Poisson
A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de pro-
A variável é discreta e sua distribuição de probabilidade babilidade de uma variável aleatória que satisfaz as seguintes
será dada por condições:
- o experimento consiste na contagem do número de vezes,
x, que um evento ocorre em um determinado intervalo. O inter-
valo pode ser de tempo, de área ou de volume;
- a probabilidade de que o evento ocorra é a mesma em
cada intervalo;

20
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- o número de ocorrências em um intervalo independe do - Aplica-se no fluxo de veículos, na previsão de acidentes, no
número de ocorrências em outros intervalos. uso de estoques por unidade de tempo, fluxo interno de pessoas
em um ambiente, em qual não se tem o número total de ele-
Fórmula de cálculo mentos, pois o fluxo é contínuo, não sendo possível determinar
A fórmula para se determinar a probabilidade de que haja o limite populacional.
exatamente x ocorrências em um intervalo é dada por: - Em um cálculo de estoque, costuma-se utilizar Poisson,
pois não há necessidade de haver a reposição de dados.

Distribuição básica de probabilidade de variáveis contínuas


Partindo da ideia de organização de intervalos de classe de
variáveis contínuas, com determinada amplitude e com um nú-
onde: mero muito grande de dados, com a redução dessa amplitude
μ = número médio da variável por unidade de exposição e aumento do número de intervalos progressivamente, pode-
e = é um número irracional que representa a base do siste- -se chegar a uma situação teórica de um número infinitamente
ma de logaritmos naturais (é uma constante), com valor aproxi- grande de intervalos e amplitudes infinitamente pequenas. Des-
madamente igual a 2,71828. sa maneira, forma-se uma linha contínua com a forma aproxi-
x! = fatorial do número de ocorrência do evento mada de um sino. Essa curva está ligada à história da descoberta
das probabilidades em matemática, no século XVII. O responsá-
Em resumo temos: vel mais direto dessa curva, chamada normal, foi Abraham de
- Uma distribuição de probabilidade de uma variável aleató- Moivre, que a definiu em 1730, a partir dos trabalhos de Jacob
ria define os valores de probabilidade de todas as possibilidades e Nicolaus Bernoulli, da Lei dos Grandes Números. Moivre publi-
de ocorrência dessa variável aleatória X. cou os seus trabalhos em 1773 na obra The Doctrine of chances.
- Quando a variável é aleatória, os valores de probabilidade Assim, Laplace em 1783 a utilizou para descrever a distribuição
são determinados por processos acidentais, ao acaso, que não dos erros e Gauss, 1809, a empregou para analisar dados astro-
estão sob o controle de nenhum observador. nômicos.
- Para a distribuição binomial, em cada tentativa existem Posteriormente Karl Pearson propôs o termo Distribuição
apenas dois resultados possíveis mutuamente exclusivos, cha- Normal para a curva normal desenvolvida por Moivre, na área
mados de sucesso e fracasso. Cada tentativa caracteriza-se por da Estatística, e o nome de Curva de Gauss foi dado em homena-
ser um evento independente, permanecendo a probabilidade de gem a K. F. Gauss, que é aplicada em Matemática.
sucesso de ocorrência do evento constante de tentativa em ten- Atualmente a curva normal representa um ganho para a
tativa, assim como a probabilidade de fracasso. ciência, pois a normalidade ocorre naturalmente em muitas me-
- A probabilidade de sucesso é atribuída a “p”, e a proba- didas de situações físicas, biológicas e sociais e é utilizada para
bilidade de fracasso ou insucesso, representada por um “q”, é fazer inferências estatísticas.
igual a (1 - p). Assim, os modelos contínuos encontram importantes apli-
- A probabilidade binomial determina a probabilidade de cações na engenharia, nas ciências físicas, em finanças e ciências
ocorrência de “x” número de sucessos em “n” número de expe- sociais. Alguns exemplos de fenômenos aleatórios contínuos são
rimentos do evento, com probabilidade de sucesso igual a “p” e a altura, peso, tempo, como, por exemplo, tempo necessário de
uma probabilidade de ocorrência de fracasso igual a “q”. atendimento a clientes, ou na execução de tarefas etc.
- Nos cálculos de probabilidade é comum o uso de expres-
Nesse caso, a proporção da área incluída entre dois pon-
sões como: “no mínimo”, “no máximo”, “pelo menos”, “menos
tos quaisquer, debaixo da curva de probabilidade, identifica a
de”, “mais de”. Como essas expressões indicam que mais de um
probabilidade de que a variável aleatória contínua selecionada
resultado é possível, faz-se necessário o cálculo da probabilida-
assuma um valor entre tais pontos.
de de cada evento separadamente e depois se somam esses va-
lores. Por exemplo, no máximo dois significa que o evento pode
não ocorrer (P=0), ocorrer uma única vez (P=1) ou ainda ocorrer
duas vezes (P=2); pelo menos cinco significa que o evento pode
ocorrer cinco vezes, seis vezes, ... e tantos quantos o problema
permitir.
- Para poder aplicar a probabilidade binomial em situações
de eventos dependentes, há a necessidade de haver reposição.
- A distribuição de Poisson é utilizada quando a variável
aleatória está referida a uma unidade de exposição de tempo,
de superfície ou de volume que possa assumir qualquer valor in-
teiro e positivo, ou seja, uma variável discreta, admitindo-se ser
conhecido o valor médio da variável por unidade de exposição.
- Ela é utilizada para descrever o comportamento de even-
tos com pequenas probabilidades de ocorrência.
- A distribuição de Poisson é uma distribuição discreta de pro-
babilidade de uma variável aleatória, cujo experimento consiste
na contagem do número de vezes, x, que um evento ocorre em
determinado intervalo, com igual probabilidade de ocorrência em
cada intervalo, independendo o número de ocorrências em um
intervalo do número de ocorrências em outros intervalos.

21
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Características da Distribuição Normal
A curva normal é definida como sendo simétrica e unimodal. Essa característica encontra-se na natureza quando o número de
dados do universo analisado é relativamente grande e principalmente com uma variável contínua. Nesse caso, a distribuição dos
valores acontece em uma curva em forma de um sino, com um ponto máximo no centro, em que as áreas, em ambos os lados da
média, são idênticas.

Essa situação simétrica é estabelecida porque os valores da média, mediana e moda são iguais. Como nem sempre essa situa-
ção acontece exatamente dessa forma, comumente usa-se também a expressão de distribuição aproximadamente normal, que se
caracteriza por pequenas deformações, em que as medidas da média, moda e mediana não são mais iguais, mas com valores muito
próximos.
Para facilitar o uso da distribuição Normal, trabalha-se com uma curva normal padronizada, que, além das características já
apresentadas, ainda assume que a curtose seja mesocúrtica, ou seja, com um pico mediano, nem muito empinado nem achatado.
Uma curva normal padronizada baseia-se em parâmetros automaticamente definidos para qualquer escala de medida que for
utilizada, sendo a média sempre zero e a variância igual a um. Para isso existem tabelas construídas para essa curva que mostram
o percentual da população que se encontra em determinada faixa.
Considerando essas características, a distribuição Normal é importante na estatística pelos seguintes aspectos:
- Inúmeros fenômenos contínuos parecem segui-la ou poderem ser aproximados por meio dela;
- Pode também ser usada como aproximação para distribuições de probabilidade discreta, em situações específicas;
- Oferece a base para a inferência estatística clássica devido à sua afinidade com o teorema do limite central.
- Em termos gerais, as características de uma Distribuição Normal padronizada podem ser resumidas da seguinte maneira:
- Em termos de aparência, a curva é simétrica e tem o formato de um sino;
- A reta que passa pelo ponto máximo divide a área da curva em duas partes exatamente iguais, em forma e tamanho;
- As medidas de tendência central (média, mediana e moda) são idênticas;
- A dispersão média é igual a 1,33 desvio-padrão. Isto significa que o intervalo interquartílico está contido dentro de um inter-
valo de dois terços de um desvio-padrão, abaixo da média aritmética e dois terços de um desvio-padrão, acima da média;
- A área debaixo da curva é igual a 1 ou 100%;
- Os valores encontrados abaixo da curva da distribuição Normal padronizada podem ser medidos em desvios-padrão e suas
probabilidades por intervalo são as seguintes:
+ 1σ a - 1σ = 68,27% da área da curva;
+ 2σ a - 2σ = 95,44% da área da curva;
+ 3σ a - 3σ = 99,73% da área da curva.
- A curva apresenta em ambos os lados um ponto de inflexão que está a uma distância de (-1) desvio-padrão (s) e (+1) desvio-
-padrão (s)) da origem do centro da curva, onde a média, a mediana e a moda são coincidentes;
- Na curva, ambos os lados se acercam cada vez mais ao eixo das abcissas, porém sem jamais tocá-lo;
- Sua variável aleatória associada possui um intervalo infinito (-∞ < X < +∞).

22
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Já que na prática, às vezes, a distribuição das variáveis não Além disso, o tabelamento dos valores das áreas para qual-
chega a essa perfeição, aproximando-se somente a essas pro- quer curva normal não seria viável, pois há um número infinito
priedades teóricas, pode-se usá-la na condição de ser uma de tais curvas, pelas infinitas possibilidades de combinação de
Distribuição Aproximadamente Normal, desde que apresen- valores da variável X com diferentes parâmetros μ e σ.
te os seguintes aspectos: Dessa forma, torna-se difícil fazer o cálculo de probabilida-
- a curva deve ter o formato de um sino e com aparência des com o modelo original acima apresentado.
simétrica; Resolveu-se então construir uma curva normal padronizada
- suas medidas de tendência central (média, moda e media- e tabelar os valores de suas áreas de modo que as áreas entre
na) podem divergir ligeiramente; dois pontos na abscissa definidos, sob qualquer curva, possam
- o valor do intervalo interquartílico pode diferir ligeiramen- ser calculadas.
te de 1,33 desvio-padrão;
- o intervalo da variável na prática não ser infinito, mas deve Assim, foi feita a padronização dos dados, substituindo a ex-
estar entre três desvios padrões acima e abaixo da média arit- pressão por z, ou seja:
mética.

Fórmula de cálculo da Função densidade


A função densidade de probabilidade representa um mode-
lo ou expressão matemática pelo símbolo f(x). Essa função foi
desenvolvida pelo matemático Gauss que expressa uma curva
simétrica da Distribuição Normal, também conhecida como cur-
va de Gauss. Em que z representa uma variável reduzida padronizada que
Para definir os diferentes pontos que permitem traçar a cur- tem (média) m = 0 e (desvio padrão) s = 1.
va, a função é definida pela seguinte expressão matemática: Assim, o valor de z é igual à diferença entre o valor de Xi e a
média aritmética m, dividida pelo desvio-padrão s.
Dessa forma, introduzindo a variável z em substituição à ex-
pressão e considerando que o desvio-padrão da variável redu-
zida z é igual a 1, a função densidade de probabilidade de uma
variável normal padronizada pode ser definida assim:

onde:
f(X) = diferentes valores da curva determinados pela expres-
são
Xi = qualquer valor da variável aleatória contínua, em que f(X) = diferentes valores da curva determinados pela equação
-∞<Xi<+∞ z = variável reduzida padronizada
σ = desvio-padrão da população π = constante matemática com valor aproximado de 3,14159
μ = média da população e = constante matemática com valor aproximado de 2,71828
π = constante matemática com valor aproximado de 3,14159
e = constante matemática com valor aproximado de 2,71828 Utilizando a expressão, pode-se converter qualquer con-
junto de dados distribuídos de maneira normal para sua forma
Considerando que os símbolos π e e são constantes mate- padronizada e determinar quaisquer probabilidades desejadas a
máticas, para cada valor da variável aleatória xi, existem proba- partir de uma tabela da distribuição normal padronizada.
bilidades diferentes, pois os valores resultantes da função são
dependentes dos parâmetros da distribuição normal: a média Relação entre as Distribuições Binomial e Normal
aritmética e o desvio-padrão da população. Com base na definição na Lei dos Grandes Números, pode-
Por meio da função, podem-se determinar as áreas sob -se considerar como verdadeira a aproximação da distribuição
qualquer curva normal, entre dois pontos dados na abscissa, por de probabilidade de variáveis discretas à distribuição de variá-
meio de cálculo integral, mas seria trabalhoso. veis contínuas. Essa aproximação torna-se mais concreta à medi-
da que aumenta o número de observações da variável.
Assim, aceita-se que as duas distribuições se aproximam
quando:
- o número de observações for grande, ou seja, n ≥ 30;
- as probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não fo-
rem muito próximas a zero;
- as médias de sucessos e de fracassos forem maiores do
que cinco (n.p > 5 ou n.q > 5);
- a aproximação melhora com o crescimento do número de
observações e no limite (infinito) as duas distribuições coinci-
dem.

23
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Em resumo temos:
Na natureza, quando o número de dados do universo analisado é relativamente grande e principalmente quando for de uma
variável contínua, a distribuição dos dados apresenta uma curva com formato de um sino, com um ponto máximo no centro, em
que as áreas, em ambos os lados da média, são idênticas.
- A curva formada chama-se de curva normal, que é definida como sendo simétrica e unimodal, tendo como característica a
igualdade entre as medidas: média, moda e mediana.
- Quando as medidas, média, moda e mediana não são iguais, mas semelhantes, chama-se a distribuição de aproximadamente
normal.
- Pela distribuição normal padronizada, que apresenta como características uma curva simétrica e mesocúrtica, podem-se
determinar valores de probabilidade e apresentá-los em tabelas que expressam os valores da função densidade ou curva de proba-
bilidade, com base na variável padronizada z.

- Os valores da função densidade localizam-se abaixo da curva da distribuição e seu valor total é de 100%, localizando-se 50% à
direita da média e 50% à sua esquerda.
- Para determinar os valores de z, precisa-se dos valores da média, do desvio-padrão e do valor de Xi de referência.
- Os valores de z, à direita da média, são positivos e os localizados à esquerda, negativos.
- Uma das alternativas é a determinação da probabilidade em função de Xi, sendo a média e o desvio-padrão conhecidos.
- No cálculo do valor de z devem ser usados dois dígitos após a vírgula.
- Os valores da probabilidade encontrados no Apêndice III referem-se sempre ao intervalo entre o valor da média e o valor de Xi.
- Para a solução do problema, existem várias possibilidades: o próprio valor encontrado na tabela, a soma ou subtração do valor
da tabela de 0,5, a soma de 0,5 ao valor da tabela e subtração do valor menor do valor maior, encontrados na tabela.
- Para facilitar a solução de problemas de probabilidade Normal, recomenda-se sempre fazer o desenho da curva e indicar a
área a ser conhecida.
- Outra alternativa é a determinação do valor de Xi em função da probabilidade desejada, conhecendo a média e o desvio-pa-
drão.
- Deve-se ter o cuidado para atribuir o sinal correto de z, pois os seus valores de z, à direita da média, são positivos e os locali-
zados à esquerda, negativos.
- Valores de variáveis discretas podem ser adaptados à distribuição normal, nas seguintes condições: número de observações
≥ 30; probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não serem muito próximas a zero e as médias de sucesso e de fracasso serem
maiores do que cinco.
- Na aproximação da Binomial à Normal deve-se fazer a correção de continuidade, pela soma ou subtração de 0,5 ao valor in-
teiro da variável discreta X (número de sucessos).
Essa correção é necessária e deve ser feita de forma equitativa, pois entre dois números consecutivos da variável discreta há
um espaço vazio de uma unidade.
- Os valores da média e do desvio-padrão são obtidos pelas fórmulas de cálculo das propriedades das variáveis discretas.

Normalmente em concursos a banca traz os valores das tabelas na própria questão, visto que são muitos valores para serem
memorizados. Então não se preocupe com isso, o importante é o entendimento e como se faz os cálculos.

Valor esperado
Na tentativa de resumir o comportamento de uma variável aleatória vamos estudar uma medida que estuda a tendência central
da variável aleatória, chamada de esperança ou valor esperado de uma variável aleatória. Para ilustrar os vários momentos em que
lidamos com o valor esperado vamos apresentar alguns exemplos.

Exemplos:
1) Em um restaurante quando pedimos nossa comida e perguntamos para o garçom quanto tempo leva para ficar pronto, ele
vai nos fornecer um valor esperado, ou seja, o tempo médio em que a comida deve demorar a ficar pronta.
2) Quando estamos em um ponto de ônibus e perguntamos para a pessoa ao lado, quanto tempo leva até que o próximo ônibus
venha, ela prontamente vai nos dar o valor esperado, o qual ela conseguiu constatar depois de algum tempo de experiência.
Nos exemplos acima o garçom e a pessoa que esperava no ponto de ônibus resumiram toda a informação de um modelo em
um único número, o valor esperado. Nesta seção iremos estudar como se obter a esperança ou valor esperado de uma variável
aleatória, estudaremos algumas de suas propriedades, e também a função geradora de momentos, responsável por gerar todos os
limites centrais.

Propriedades do valor esperado


Veremos algumas importantes propriedades do valor esperado de uma variável aleatória. Em cada caso, admitimos que todos
os valores esperados mencionados, existem.
P1. Se com uma constante real, então .
De fato, se é uma variável aleatória discreta, temos que

24
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
P2. Seja uma constante real e uma variável aleatória. Então,

De fato, no caso discreto temos que

De modo análogo, temos no caso contínuo, que

P3. Sejam e duas variáveis aleatórias quaisquer. Então,

De fato, no caso discreto, considere a função de probabilidade conjunta e e as funções de probabilidade


marginais de e respectivamente. Então, temos que

de onde segue que

Portanto, concluímos que

Se e são variáveis aleatórias contínuas, considere a função densidade de probabilidade conjunta e e


as funções densidade de probabilidade marginais de e respectivamente. Então

ou seja,

demonstrando o resultado.
P4. Sejam variáveis aleatórias . Então,

A demonstração deste caso é análoga a anterior. Basta fazer uma indução sobre .

P5. Sejam e variáveis aleatórias independentes. Então,

De fato, suponha que e são variáveis aleatórias independentes com função de probabilidade conjunta para o caso
discreto ou função densidade de probabilidade conjunta para o caso contínuo. Como, por hipótese, e são indepen-
dentes, temos do Teorema 3.1.2 que

25
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

no caso discreto e do Teorema 3.2.1 que

no caso contínuo. Desta forma, se e são variáveis aleatórias discretas independentes, temos que

de onde segue que

Analogamente, para o caso contínuo, temos que

ou seja,

demonstrando assim o resultado.

P6. (Desigualdade de Jensen)Seja uma função convexa e uma variável aleatória integrável, ou seja,
. Então temos que

Ressaltamos que uma função é dita convexa se seu gráfico for convexo, ou seja, dado quaisquer pontos a reta que
passa pelos pares ordenados e não intercepta o gráfico de em nenhum ponto no intervalo .

Uma definição equivalente seria que para quaisquer e para todo temos que:

De fato, se é uma função convexa então dado um par ordenado no gráfico de , temos que existe uma reta tal que
a reta passa pelo ponto e deixa a curva toda acima dela, ou seja, existe um tal que .

Então temos que

Portanto, se aplicarmos o valor esperado em ambos os lados obtemos:

E, tomando , o resultado segue.

Teorema 3.3.1:
Seja X uma variável aleatória, uma função real mensurável. Então

no qual a existência de uma das integrais implica a existência da outra e a igualdade das duas.

Exemplo:
Dizemos que a distribuição de X é simétrica (em torno de zero) se para todo , e que sua
distribuição é simétrica em torno de se

(a) Prove: Se a distribuição de X é simétrica em torno de e se X é simétrica em torno de e se X é integrável, então


Primeiramente vamos provar para . Se isso implica que X é integrável e tem distribuição simétrica em zero o que
implica que

26
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

o que implica que

Logo temos que

Fazendo uma mudança de variável temos que

Agora, para , temos que é integrável e tem distribuição simétrica em , ou seja,

Assim, definimos então , e como X é integrável implica que Y é integrável, pois

o que implica

Agora é simétrica em zero, pois

Então, pelo caso em que temos que .

(b) Suponha que X possua densidade . Mostre que se , então a distribuição de X é simétrica em
torno de . Enuncie e prove a propriedade análoga para o caso discreto.

Fazendo uma mudança de variável e , temos que

Caso Discreto: Suponha que X possui função de probabilidade . Mostre que se

então a distribuição de X é simétrica em torno de .

tomando temos que

e o resultado segue.

27
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
(c)Qual o ponto de simetria das distribuições das seguintes variáveis aleatórias? Dê a esperança de cada variável aleatória, se
existir.
(i) .

Temos que

temos que:

pelo item (b) X é simétrica em torno de .

tomando e e então

(ii) i.e.,

então pelo item (b) X é simétrica em M.

tomando , e temos então que

então, temos que

(iii)

28
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Então,

Assim,

(iv)

Agora, temos que

que são iguais pois . X é integrável, pois , então pelo item (a):

(v) X tal que é função de Cantor


Por construção X ésimétrica em torno de e como é limitada o que implica que
(vi) X tendo distribuição de Laplace (ou exponencial dupla):

Temos que

ou seja, é simétrica em torno de .

29
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Agora

definindo , e temos

Exemplo:
Seja X uma variável aleatória tendo distribuição logística com densidade

(a) Prove que a distribuição de X é simétrica em torno de zero

Assim pelo exemplo é simétrica em torno de zero.


(b) Determine se X tem esperança finita, Se tiver ache o valor.
Sabemos X é integrável se, e somente se,

Assim

Definimos, , e e então

Novamente fazendo uma mudança de variável, o que implica que e o que implica que
. Então, temos que

então é integrável pelo exemplo 3.3.1 temos que .

(c)Obtenha a densidade de e ache

30
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Temos que

Assim,

fazendo uma mudança de variável o que implica que e que implica que , temos
então que

Exemplo:

Calcule se possui densidade , onde:


(a) f é a densidade dada

Então, a esperança é dada por

(b) se se .

Pelo item (c) do exemplo 3.3.2 .

Exemplo:

(a) Se , com e , qual é ?

Temos que

Definindo, e , então

31
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
(b)Dizemos que tem distribuição de Weibull se possui densidade

Calcule neste caso. Temos então

fazendo mudança de variável , com , então temos que

Exemplo:
Sejam e variáveis aleatórias independentes com distribuição comum . Calcule e , com e

Temos que

Assim, como X e Y são independentes temos que

então,

32
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Agora

Então,

Exemplo:
Um jogador vai lançando uma moeda honesta. Ele para depois de lançar ou duas caras sucessivas ou duas coras sucessivas. Qual
a esperança do número de lançamentos ?

Seja o número de lançamentos, primeiramente vamos considerar , com par, ou seja, para . Então,

Agora considere , então

Então,

Exemplo:
Uma urna contém n bolas numeradas . Uma pessoa tira uma bola e a devolve, tira outra e a devolve, continuando
até tirar uma bola pela segunda vez. Seja X o número total de retiradas necessárias para obter essa repetição
(a) Ache a distribuição de X

Temos que as k primeiras bolas retiradas são diferentes, . Então,

33
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
(b) Mostre que

Temos que é uma variável não negativa, e pelo item (a) temos que

Exemplo:
Sejam X e Y variáveis aleatórias. Se para todo , dizemos que X é estocasticamente maior que Y. Prove que
se X é estocasticamente maior que Y, então (se e existem)

Temos que

Agora, como

o que implica que

o que implica que

Então temos que

Exemplo:
Dois componentes eletrônicos vão ser testados simultaneamente. Suponha que a “vida” em horas de cada componente é expo-
nencialmente distribuída com parâmetro , e que as vidas dos componentes são independentes. Calcule:
(a) A esperança do tempo até a primeira falha de um dos componentes.Temos que independente
então

Então,

34
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Assim, como

(b) A esperança do tempo até ambos os componentes falharem.Para isso, temos que

o que implica que

Como T é uma variável não-negativa então

Exemplo:
Dois jogadores lançam moedas simultaneamente até obterem o primeiro casamento (ie. ou duas caras ou duas coroas ). Se
os dois lançam “cara” simultaneamente, ganha o jogador I, se ambos lançam “coroa”, ganha o jogador II. Por exemplo, se os dois
obtêm “cara” no primeiro lançamento, então o jogo termina e o jogador I ganha o jogo. Suponha que a moeda do jogador I seja
honesta, mas que a moeda do outro não necessariamente ou seja, tendo probabilidade de «cara», .
(a) Calcule a esperança do número de lançamentos (i.e., o número de vezes que o jogador I lança a moeda até terminar o jogo).
Defina

então

Vamos definir os seguintes conjuntos

e ainda

35
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Assim temos que

Seja a variável aleatória que conta o número de lançamentos até o jogo acabar. Então, temos que

Como Z é uma variável não negativa, temos que

(b) Ache a probabilidade do jogador I ganhar o jogo (mais cedo ou mais tarde)

Defina

Então pela -aditividade temos que

Agora

Então,

36
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo:
Jogadores I e II tem Lança-se uma moeda com probabilidade de dar cara. Se der cara, o jogador I recebe do
II, se der coroa, I paga ao II. Continua-se lançando a moeda, independentemente, até um dos jogadores perder tudo, i.e.,
até um deles ficar com os . Determine , no qual N é o número de lançamentos até terminar o jogo.

Defina ,

o jogo só acaba na i-ésima jogada se . Assim, considere primeiramente um número par e então

Então,

Agora, se n é impar então

o que implica que

com

Assim,

Exemplo:
Prove que o critério de integrabilidade ainda vale se “ ” é substituído por “ ”, isto é, X é integrável se, e somente se,

Temos que é integrável se, e somente, se é integrável

Agora . Porém,

então,

Assim,

37
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Então,

se, e somente se,

Exemplo:
Verifique que a desigualdade de Jensen ainda vale se a função é convexa em um intervalo (a,b) tal que

no qual admitimos a possibilidade de ou .

Exemplo:
Sejam X e Y variáveis aleatórias com densidade conjunta . Verifique se para esse
caso.(Suponha e finito)

Sabemos que se a X e Y tem densidade conjunta então:

Mas,

Portanto,

Exemplo:
Suponha que . Determine os valores de tais que é finita. Qual o valor da esperança nesse caso?

Agora se , então . Logo,

Portanto, o que implica que , assim o que implica que

Exemplo:

Calcule , no qual X tem densidade Logística

38
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

, utilizando o Teorema 3.3.1. Compare com o resultado obtido no exemplo 3.3.2(c).

Pelo Teorema 3.3.1 temos:

Agora, fazendo uma mudança de variável e

novamente fazendo uma mudança de variável e

Temos que

pois

Então,

Exemplo:
Calcule a esperança de

39
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Para o primeiro caso, temos que

Para o segundo caso temos que

Exemplo 3.3.18:
Seja X o tempo de espera até o primeiro sucesso em uma sequência de ensaios de Bernoulli tendo probabilidade de sucesso
em cada ensaio. Calcule

para , então

para simplificar a notação vamos definir , então vamos mostrar que

Para isso, observe que

Então temos que

Mas, é conhecido que

40
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Então, temos que

Desta forma temos que

Momento
Seja uma variável aleatória. Se , dizemos que é o r-ésimo momento de .
O r-ésimo momento em torno de é definido como sendo , caso este valor esperado exista. Se
então ele é chamado de r-ésimo momento central. Observamos que , ou seja, a variância é de-
finida como sendo o segundo momento central.

Função geradora de momentos

Definição 1:
Seja uma variável aleatória. A função geradora de momentos da variável é definida como sendo a função

desde que exista em algum intervalo do tipo para algum número real .
A função geradora de momentos possui esse nome pois, a partir dela, podemos encontrar todos os momentos da variável
aleatória (quando estes existem). A função só precisa estar definida em uma vizinhança do ponto zero, pois os momentos serão
obtidos através de sucessivas diferenciações aplicadas em zero, utilizando o resultado abaixo.

Teorema

Seja uma variável aleatória. Como está definido para para algum , temos que

Observamos que

e, no ponto temos que . Similarmente temos que:

e, se calcularmos no ponto , temos que . Por indução, é fácil perceber que:

de onde segue que .

Portanto, se queremos encontrar o n-ésimo momento da variável aleatória , basta derivarmos sua função geradores de mo-
mentos (quando esta existir) vezes e então calcular o seu valor no ponto .

41
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Função geradora de momentos de variáveis aleatórias discretas.

Definição 2:
Seja uma variável aleatória discreta que assume valores em . A função geradora de momentos de , quando existe, é
então calculada da seguinte forma:

em que é a função de probabilidade da variável aleatória , isto é, .

A seguir, apresentamos alguns exemplos de funções geradoras de momentos para algumas variáveis aleatórias discretas.

Exemplo:
Seja uma variável aleatória discreta com distribuição binomial com parâmetros e , ou seja, . Então

Podemos encontrar a média e a variância através da função geradora de momentos. Assim

Então como .

Para encontrarmos a variância basta derivarmos mais uma vez a função . Assim temos que:

e, portanto,

Logo, segue que , então obtemos que:

Esperança condicional
A definição de esperança condicional com respeito a uma -álgebra pode ser encontrada na seção esperança condicional com
respeito a uma sigma-álgebra.

Considere um espaço de probabilidade. A probabilidade condicional do evento dado o evento é definida por

assumindo que . Dados e variáveis aleatórias discretas assumindo valores

e , respectivamente. Uma definição natural para esperança condicional de dado é dada


por

42
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Assim, obtemos que a esperança condicional da variável aleatória dado a variável aleatória , denotada por ,é
uma função da variável aleatória e com isso, a esperança condicional também é uma variável aleatória. Portanto, temos que

Na sequência, tomamos e variáveis aleatórias discretas assumindo valores nos conjuntos enumeráveis

e , respectivamente. A esperança condicional de dado é definida na forma

caso esta série esteja bem definida para todo . Da mesma forma, se , obtemos que
.

Considere a função indicadora do evento , que assume valor se ou zero caso contrário.
Neste caso, a esperança condicional de dado a variável aleatória é dada por

para todo e . Assim, obtemos que a probabilidade condicional é uma caso particular da esperança condicional
e consequentemente, uma variável aleatória. Neste caso, obtemos que
.

Agora, considere um vetor aleatório absolutamente contínuo com função densidade de probabilidade conjunta
.A função densidade condicional de dado é definida por

no qual é a função densidade de probabilidade da variável aleatória . Por definição, temos que

para suficientemente pequeno.


Então, a probabilidade condicional neste caso é definida por

e a esperança condicional da variável aleatória dado a variável aleatória é definida por

43
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Proposição Lei dos grandes números
Sejam e variáveis aleatórias absolutamente contínuas A lei dos grandes números foi primeiramente provada pelo
então matemático James Bernoulli na quarta parte de seu livro Ars
Conjectandi publicado em 1713. Como acontece na maioria dos
casos, a prova dada por Bernoulli é muito mais difícil do que a
realizada com a desigualdade de Chebyshev. Chebyshev desen-
volveu sua desigualdade (uma generalização da desigualdade
de Markov) para demonstrar uma forma mais geral da Lei dos
Demonstração: Grandes Números.
A lei dos grandes números é uma das principais leis assintó-
ticas da estatística, sua ideia é bastante intuitiva, mas de grande
importância. Antes de enunciarmos esta lei, vamos tentar anali-
sar a ideia intuitiva dela.
“Quando um experimento se repete um grande número de
vezes, a probabilidade (na definição pela frequência relativa) de
um evento tende para a probabilidade teórica”.
A lei afirma que a aproximação pela frequência relativa ten-
de a melhorar quando o número de observações aumenta. Essa
lei reflete em uma estimativa probabilística baseada apenas em
umas poucas observações pode apresentar grande divergência,
mas com um número crescente de observações a estimativa ten-
de a ser cada vez com menor erro (precisão).

Exemplo:
Fazendo uma pesquisa sobre a população de um estado bra-
sileiro, observamos apenas alguns cidadãos (amostra), os resul-
tados podem conter grande erro, porém se analisarmos várias
pessoas em várias cidades diferentes dentro deste estado (se-
lecionados ao acaso), os resultados das amostras estarão muito
Exemplo: próximos dos verdadeiros valores da população e quanto maior
Um dado honesto é lançado até a ocorrência do númeor a amostra (maior número de pessoas entrevistadas) maior será
. Seja Y a variável aleatória que conta o número de vezes que esta aproximação.
lançamos o dado até a ocorrência do número e a variável
aleatória que conta o número de uns que tivemos nestes lan- Com isso concluímos:que quanto maior a minha amostra
çamentos. Vamos calcular . O evento , significa maior a minha precisão sobre aquela população, acerca do que
que lançamos os dados vezes nos quais, vezes não obti- queremos definir sobre a mesma.
vemos o número e então no -ésimo lançamento obtivemos
o número . Assim, dado , temos que X tem distribuição Teorema Central do Limite
binomial , com e , pois temos pos- Assumir que os dados tem uma distribuição normal é al-
sibilidades de ter ocorrido o número . De fato, como sabemos tamente conveniente tanto do ponto de vista teórico como do
que dentro destes lançamentos o número não pode ter ponto de vista computacional. Mas isto deixa um problema de
ocorrido, temos apenas a possibilidade dos seguintes resulta- fundamental importância: sob quais circunstâncias é razoável
dos , com probabilidades iguais para cada um deles. assumir que a distribuição normal pode ser usada? Gauss tra-
Logo, a probabilidade de ocorrência do evento de interesse (sair balhou neste problema por muito tempo, mas é um resultado
o número ) é . Então, temos que de Laplace que é utilizado hoje. Anunciado em 1810, Laplace
chamou este resultado de Teorema Central do Limite, que diz
que sob a hipótese de amostragem aleatória, quando o tamanho
da amostra aumenta, a distribuição de probabilidade da média
amostral se aproxima de uma distribuição normal com média
Como a esperança condicional é uma função da variável e variância , ou seja, se o tamanho amostral é suficiente-
aleatória , sabemos que é uma variável aleatória. No mente grande, podemos assumir que a média amostral tem uma
exemplo, temos que distribuição normal.

Teorema Central do Limite:


Seja uma densidade com média e variância . Seja
e assim, a variável aleatória esperança condicional é dada a média amostral de uma amostra aleatória de tamanho de .
por Então, a distribuição da variável aleatória definida por:

44
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
se aproxima da distribuição normal padrão quando tende Em geral, somente uma amostra de todos os indivíduos está
ao infinito. Em outras palavras, tem distribuição aproxima- disponível para nós e a média baseada nesta amostra, , é usa-
damente normal com média e variância quando tende ao da para estimar a média populacional . Um problema de fun-
infinito. damental importância é saber se a média amostral é um bom
Desse modo, o teorema central do limite nos diz que a dis- estimador da média populacional . De maneira similar, quando
tribuição limite de é uma distribuição normal padrão ou que calculamos o desvio padrão amostral, , este valor pode ser con-
é assintoticamente distribuída como uma distribuição normal siderado uma boa estimativa do desvio padrão populacional?
com média e variância . O mais impressionante do teo-
rema central do limite é o fato de que nada é dito a respeito da Exemplo 2.2:
função densidade . Ou seja, qualquer que seja a função de dis- Considere uma urna com 5 bolas, onde cada bola tem um
tribuição, desde que ela tenha variância finita, a média amostral número com os números de 1 a 5. Retirando uma bola da urna,
terá uma distribuição aproximadamente normal para amostras seja a variável aleatória que assume o número da bola. Utili-
suficientemente grandes. zando reamostragem com reposição, qual a distribuição amos-
tral da média ?
Distribuição amostral
Consideremos inicialmente uma única retirada da urna.
Definição 1: Como temos uma única retirada, a média . Com isso
Uma amostra aleatória de n elementos de uma população temos que
é representada pelas variáveis aleatórias , no
qual cada , com representa um elemento da
amostra. Se e são independentes e possuem mesma fun-
ção de probabilidade (ou função densidade de probabilidade),
para todo , dizemos que os elementos da amostra são in-
dependentes e igualmente distribuídos (i.i.d).

Definição 2:
Seja uma amostra aleatória i.i.d. de ta-
manho de uma população e seja uma fun-
ção real ou vetorial cujo domínio inclui o espaço amostral de
. Neste caso, dizemos que a variável ou vetor
aleatório é chamado de estatística. A dis-
tribuição de probabilidade da estatística Y é chamada de distri-
buição amostral de Y. Uma estatística associada a algum parâ-
metro populacional é também chamada de estimador.
Exemplo :

Seja uma amostra aleatória de uma po-


pulação. A média amostral é a média aritmética dos valores da
amostra. A média amostral é uma estatística denotada por ,
ou seja,

A variância amostral é a estatística definida por

e o desvio-padrão amostral é a estatística definida por


Então, para uma amostra de tamanho , temos que
a distribuição amostral da média tem a mesma distribuição da
variável aleatória .

Considere agora duas retiradas independentes e com repo-


sição, e . A tabela a seguir mostra todos os possíveis va-
Motivação: lores para a média amostral , considerando as retiradas
A média populacional representa a média de todos os in- e .
divíduos ou objetos que estão sendo estudados. Mas geralmen-
te, nem todos os indivíduos podem ser medidos.

45
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Deste modo, temos que:

Nas seções a seguir veremos que, quanto maior o tama-


nho amostral, a distribuição da média amostral tende a uma
distribuição normal com média e variância
.

Com um procedimento análogo, podemos obter as distribui-


ções amostrais de outras estatísticas de interesse. Por exemplo,
vamos considerar no mesmo exemplo anterior, duas retiradas
da urna com reposição e estudar a distribuição amostral do des-
vio-padrão . A tabela a seguir mostra todos os possíveis valores
para o desvio-padrão , considerando as retiradas e .

Ou seja, temos o seguinte gráfico de barras para a função de


probabilidade da média amostral .

Deste modo, temos que

Considerando 3 retiradas independentes e com reposição


temos o seguinte gráfico para a função de probabilidade da mé-
dia amostral .

46
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

NOÇÕES DE AMOSTRAGEM E INFERÊNCIA ESTATÍSTICA

AMOSTRAGEM
É uma técnica especial para recolher amostras, que garante, tanto quanto possível, o acaso na escolha. Ela pode ser:

Amostragem Probabilística (aleatória): A probabilidade de um elemento da população ser escolhido é conhecida. Cada ele-
mento da população passa a ter a mesma chance de ser escolhido.

Amostragem casual ou aleatória simples: este tipo de amostragem se assemelha ao sorteio lotérico. Ela pode ser realizada
numerando-se a população de 1 a n e sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatório qualquer, k números dessa se-
quência, os quais serão pertentes à amostra.
Exemplo: 15% dos alunos de uma população de notas entre 8 e 10, serão sorteados para receber uma bolsa de estudos de
inglês.

Vantagens: Desvantagens:
- Facilidade de cálculo estatístico; - Requer listagem da população;
- Probabilidade elevada de compatibilidade - Trabalhosa em populações elevadas;
dos dados da amostra e da população - Custos elevados se a dispersão da amostra for elevada.

Amostragem sistemática: Assemelha-se à amostragem aleatória simples, porque inicialmente enumeram-se as unidades da
população. Mas difere da aleatória porque a seleção da amostra é feita por um processo periódico pré-ordenado.

Amostragem proporcional estratificada: muitas vezes a população se divide em subpopulações – estratos, então classificamos
a população em, ao menos dois estratos, e extraímos uma amostra de cada um. Podemos determinar características como sexo,
cor da pele, faixa etária, entre outros.

Vantagens: Desvantagens:
- Pressupõe um erro de amostragem menor; - Necessita de maior informação sobre a população;
- Assegura uma boa representatividade das variáveis estratificadas; - Cálculo estatístico mais complexo.
- Podem empregar-se metodologias diferentes para cada estrato;
- Fácil organização do trabalho de campo.

47
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Amostragem por conglomerado: é uma amostra aleatória de agrupamentos naturais de indivíduos (conglomerados) na popu-
lação.

Vantagens: Desvantagens:
-Não existem listagem de toda a população; - Maior erro de amostragem;
- Concentra os trabalhos de campo num número - Cálculo estatístico mais complexo na
limitado de elementos da população. estimação do erro de amostragem.

Amostragem Não-probabilística (não aleatória): Não se conhece a probabilidade de um elemento ser escolhido para participar
da amostra.

Amostragem por cotas: consiste em uma amostragem por julgamento que ocorre em suas etapas. Em um primeiro momento,
são criadas categorias de controle dos elementos da população e, a seguir, selecionam-se os elementos da amostra com base em
um julgamento.

Amostragem por julgamento: Essa amostragem é ideal quando o tamanho da população é pequeno e suas características, bem
conhecidas, pois baseia-se no julgamento pessoal.

Amostragem por conveniência: é uma amostra composta de indivíduos que atendem os critérios de entrada e que são de fácil
acesso do investigador. Para o critério de seleção arrolamos uma amostra consecutiva.

Vantagens: Desvantagens:
- Mais econômica; - Maior erro de amostragem que em amostras aleatórias;
- Fácil administração; - Não existem metodologias válidas para o cálculo do erro de
- Não necessita de listagem da população. amostragem;
- Limitação representativa;
- Maior dificuldade de controle de trabalho de campo

Dimensionamento da amostra5
Quando deseja-se dimensionar o tamanho da amostra, o procedimento desenvolve-se em três etapas distintas:
- Avaliar a variável mais importante do grupo e a mais significativa;
- Analisar se é ordinal, intervalar ou nominal;
- Verificar se a população é finita ou infinita;

Obs.: A proporção (p) será a estimativa da verdadeira proporção de um dos níveis escolhidos para a variável adotada. Por exem-
plo, 60% dos telefones da amostra é Nokia, então p será 0,60.
A proporção (q) será sempre 1 - p. Neste exemplo q, será 0,4. O erro é representado por d.
Para casos em que não se tenha como identificar as proporções confere-se 0,5 para p e q.

Tamanho da Amostra
O tamanho da amostra deve ser determinado antes de se iniciar a pesquisa.
Deve-se usar a maior amostra possível, pois quanto maior a amostra, maior a representatividade da população. Amostras me-
nores possuem resultados menos precisos.
É muito importante usarmos amostras de tamanhos adequados, para que os dados tenham maior confiabilidade e precisão.
Consideramos:
Amostras grandes: n > 100
Amostras médias: n > 30
Amostras pequenas: n < 30
Amostras muito pequenas: n < 12

5 “Dimensionamento da amostra (Estatística)” em Só Matemática. Virtuous Tecnologia da Informação, 1998-2020. Consultado em 16/04/2020. Disponível na Inter-
net em https://www.somatematica.com.br/estat/basica/pagina4.php

48
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Erros de amostragem 2. (Banco do Brasil – Escriturário - CESGRANRIO - 2018)
Diferença randômica(aleatória) entre a amostra e popula- Numa amostra de 30 pares de observações do tipo (xi , yi ), com
ção da qual a amostra foi retirada. O tamanho do erro pode ser i = 1, 2, ..., 30, a covariância obtida entre as variáveis X e Y foi -2.
medido em amostras probabilísticas, expressa como “erro pa- Os dados foram transformados linearmente da forma (zi , wi ) =
drão” (ou precisão) de média, proporção entre outros. (-3xi + 1 , 2yi + 3), para i = 1, 2, ..., 30.
Erro padrão da média: é usado para estimar o desvio padrão
da distribuição das médias amostrais, tanto para populações fi- Qual o valor da covariância entre as variáveis Z e W trans-
nitas ou infinitas (será abordado em medidas de dispersão). formadas?
(A) 41
Referências (B) 36
CRESPO, Antônio Arnot – Estatística fácil – 18ª edição – São (C) -7
Paulo - Editora Saraiva: 2004. (D) 12
SILVA, Ermes Medeiros, Elio Medeiros...- Estatística para os (E) 17
cursos de: Economia, Administração, Ciências Contábeis - 3ª
edição – São Paulo – Editora Atlas S. A: 1999. 3. (Banco do Brasil – Escriturário - CESPE – 2018) Um pes-
DORA, Filho U – Introdução à Bioestatística para simples mor- quisador utilizou-se de um modelo de regressão linear simples
tais – São Paulo – Elsevier: 1999. para estudar a relação entre a variável dependente Y, expressa
http://www.andremachado.org em reais, e a variável independente X, expressa em dias.
SINDELAR, Fernanda Cristina Wiebusch; Samuel Martim de Con- Posteriormente, ele decidiu fazer uma transformação na va-
to, Lucildo Ahlert - Teoria e prática em estatística para cursos riável dependente Y da seguinte forma:
de graduação - Lajeado : Editora da Univates, 2014.
http://www.infoescola.com
http://www.portalaction.com.br

Após a referida transformação, o coeficiente angular ficou


EXERCÍCIOS (A) aumentado da média e multiplicado pelo desvio padrão
(B) diminuído da média e dividido pelo desvio padrão
1. (Banco do Brasil – Escriturário - CESGRANRIO - 2018) Um (C) inalterado
professor elaborou 10 questões diferentes para uma prova, das (D) diminuído da média
quais 2 são fáceis, 5 são de dificuldade média, e 3 são difíceis. (E) dividido pelo desvio padrão
No momento, o professor está na fase de montagem da prova.
A montagem da prova é a ordem segundo a qual as 10 questões 4. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020)
serão apresentadas. O professor estabeleceu o seguinte critério A tabela a seguir apresenta dados referentes às idades dos fun-
de distribuição das dificuldades das questões, para ser seguido cionários de determinada empresa. Nessa tabela, a população
na montagem da prova: da empresa está dividida em 8 estratos, conforme determinados
intervalos de idade.

A partir dessas informações, assinale a opção correta.


(A) A Uma amostra estratificada de 100 elementos que seja se-
lecionada com base na alocação proporcional será composta
por menos de 15 homens com idade entre 20 e 30 anos.
(B) Considerando-se um erro amostral tolerável de 4%, o ta-
manho mínimo de uma amostra aleatória simples deve ser
De quantas formas diferentes o professor pode montar a inferior a 162.
prova seguindo o critério estabelecido? (C) Se uma amostra estratificada de 120 elementos for sele-
(A) 2520 cionada com base na alocação proporcional, então mais da
(B) 128 metade dos elementos dessa amostra serão homens.
(C) 6 (D) Uma amostra estratificada de 112 elementos que seja
(D) 1440 selecionada com base na alocação uniforme será composta
(E) 252 por 55 homens e 57 mulheres.
(E) Considerando-se um erro amostral tolerável de 5%, o tamanho
mínimo de uma amostra aleatória simples deve ser igual a 142.

49
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
5. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) Com base nessas informações, julgue os seguintes itens.
Uma pesquisa foi realizada em uma população dividida em dois I É correto indicar como hipótese alternativa H1: µ # 800 mL,
estratos, A e B. Uma amostra da população foi selecionada uti- pois a máquina poderá estar desregulada para mais ou para menos.
lizando-se a técnica de amostragem estratificada proporcional, II Caso uma amostra apresente média de 778 mL, os técni-
em que cada estrato possui um sistema de referências ordena- cos poderão parar a produção para a realização de nova regu-
das. A seguir, são apresentadas as formas como as unidades po- lagem, pois tal valor está dentro da região crítica para o teste.
pulacionais de A e de B foram selecionadas, respectivamente. III A produção não precisaria ser paralisada caso uma amos-
• A primeira unidade populacional selecionada do estrato tra apresentasse média de 815 mL, pois este valor está fora da
A foi a terceira. Em seguida, cada unidade populacional foi sele- região crítica para o teste.
cionada a partir da primeira, adicionando-se 5 unidades. Dessa
forma, a segunda unidade selecionada foi a oitava, e assim por Assinale a opção correta.
diante, até a obtenção de 10 unidades populacionais. (A) Apenas o item I está certo.
• A primeira unidade populacional selecionada do estrato (B) Apenas o item II está certo.
B foi a quarta. Após, cada unidade populacional foi selecionada (C) Apenas os itens I e III estão certos.
a partir da primeira, adicionando-se 6 unidades. Dessa forma, a (D) Apenas os itens II e III estão certos.
segunda unidade selecionada foi a décima, e assim por diante, (E) Todos os itens estão certos.
até a obtenção de 7 unidades populacionais.
9. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020)
A partir dessas informações, é correto afirmar que O teste de hipóteses se assemelha ao julgamento de um crime.
(A) a população possui, no mínimo, 88 elementos. Em um julgamento, há um réu, que inicialmente se presume ino-
(B) a técnica de amostragem aleatória simples foi utilizada cente. As provas contra o réu são, então, apresentadas, e, se os
para selecionar a amostra de cada estrato. jurados acham que são convincentes, sem dúvida alguma, o réu
(C) a amostra possui, no mínimo, 92 unidades populacionais. é considerado culpado. A presunção de inocência é vencida.
(D) o estrato B possui mais unidades populacionais que o Michael Barrow. Estatística para economia, contabilidade e
estrato A.
administração. São Paulo: Ática, 2007, p. 199 (com adaptações).
(E) o intervalo de amostragem no estrato A possui amplitu-
de maior que o intervalo de amostragem no estrato B.
João foi julgado culpado pelo crime de assassinato e conde-
nado a cumprir pena de 20 anos de reclusão. Após 10 anos de
6. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) Ao
prisão, André, o verdadeiro culpado pelo delito pelo qual João
analisar uma amostra aleatória simples composta de 324 elemen-
fora condenado, confessou o ilícito e apresentou provas irrefu-
tos, um pesquisador obteve, para os parâmetros média amostral
táveis de que é o verdadeiro culpado, exclusivamente.
e variância amostral, os valores 175 e 81, respectivamente.
Considerando a situação hipotética apresentada e o frag-
Nesse caso, um intervalo de 95% de confiança de μ é dado por
mento de texto anterior, julgue os itens que se seguem.
(A) (166,18; 183,82).
(B) (174,02; 175,98). I Pode-se considerar que a culpa de João seja uma hipótese
(C) (174,51; 175,49). alternativa.
(D) (163,35; 186,65). II No julgamento, ocorreu um erro conhecido nos testes de
(E) (174,1775; 175,8225). hipótese como erro do tipo I.
III Se a hipótese nula fosse admitida pelos jurados como ver-
7. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) dadeira e fosse efetivamente João o culpado pelo crime, o erro
Para realizar uma pesquisa a respeito da qualidade do ensino cometido teria sido o chamado erro do tipo II.
de matemática nas escolas públicas de um estado, selecionaram
aleatoriamente uma escola de cada um dos municípios desse es- Assinale a opção correta.
tado e aplicaram uma mesma prova de matemática a todos os (A) Apenas o item I está certo.
estudantes do nono ano do ensino fundamental de cada uma (B) Apenas o item II está certo.
dessas escolas. (C) Apenas os itens I e III estão certos.
Nesse caso, foi utilizada a amostragem (D) Apenas os itens II e III estão certos.
(A) sistemática. (E) Todos os itens estão certos.
(B) aleatória simples.
(C) por conglomerados em um estágio. 10. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística- CESPE – 2020)
(D) por conglomerados em dois estágios. Para determinado experimento, uma equipe de pesquisadores
(E) estratificada. gerou 20 amostras de tamanho n = 25 de uma distribuição nor-
mal, com média µ = 5 e desvio padrão σ = 3. Para cada amostra,
8. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) foi montado um intervalo de confiança com coeficiente de 0,95
Uma fábrica de cerveja artesanal possui uma máquina para en- (ou 95%). Com base nessas informações, julgue os itens que se
vasamento regulada para encher garrafas de 800 mL. Esse mes- seguem.
mo valor é utilizado como média µ, com desvio padrão fixo no I Os intervalos de confiança terão a forma βi ± 1,176, em que
valor de 40 mL. Com o objetivo de manter um padrão elevado de βi é a média da amostra i.
qualidade, periodicamente, é retirada da produção uma amos- II Para todos os intervalos de confiança, βi + µ
tra de 25 garrafas para se verificar se o volume envazado está βi - , sendo g a margem de erro do estimador.
controlado, ou seja, com média µ = 800 mL. Para os testes, fixa- III Se o tamanho da amostra fosse maior, mantendo-se fixos
-se o nível de significância α = 1%, o que dá valores críticos de z os valores do desvio padrão e do nível de confiança, haveria uma
de - 2,58 e 2,58. redução da margem de erro .

50
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Assinale a opção correta. ______________________________________________________
(A) Apenas o item II está certo.
(B) Apenas os itens I e II estão certos. ______________________________________________________
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
______________________________________________________
(D) Apenas os itens II e III estão certos
(E) Todos os itens estão certos. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
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1 D ______________________________________________________
2 D ______________________________________________________
3 E
______________________________________________________
4 E
5 A ______________________________________________________

6 B ______________________________________________________
7 C
______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 E
10 C ______________________________________________________

______________________________________________________

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ANOTAÇÕES
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______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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51
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
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52
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e
operadoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e nãoconvencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . 05
4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, pre-
vidência, consórcio, investimentos e seguros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
6. Noções de Mercado de capitais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Taxas de câmbio nominais e reais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. . . . . . . . . . . 14
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.. . . . . 16
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alte-
raçõeS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
19. Autorregulação bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
22. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
23. Decreto nº 8.420/2015 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
25. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e
privadas. Código de Ética do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
26. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INS-
TITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

Sistema Financeiro Nacional (SFN)


De acordo com o BACEN:
“O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação finan-
ceira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo
circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom
funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas
pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários”.

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas
pelo CMN.

Conselho monetário nacional (CMN)


É a autoridade máxima do Sistema Financeiro Nacional. Sendo órgão normativo, apenas define normas e diretrizes para execução do
BACEM e da CVM.
Conforme definição do Banco Central do Brasil:
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formu-
lar a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.

1 Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Como funciona o CMN Emissor do dinheiro​
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deli- O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que ga-
berar sobre assuntos como adaptar o volume dos meios de paga- rantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em
mento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e espécie”.
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orien-
tar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o Comissão de valores mobiliários (CVM)
aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; Autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia. Possui
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coor- autoridade executora e reguladora, ou seja, cria normas e regras
denar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida através da Instrução Normativa CVM. Todas as informações relacio-
pública interna e externa. nadas ao mercado de capitais estão reguladas nesse conjunto de
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião instruções.
por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Conforme o Ministério da Economia:
Resoluções CMN divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no “A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
Busca de normas do Conselho e do Banco Central (BC). 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, norma-
tizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no
Composição do CMN Brasil.
— Ministro da Economia (presidente do Conselho) A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vin-
— Presidente do Banco Central culada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e
— Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa inde-
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595, pendente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
de 31 de dezembro de 1964. O Conselho deu início às suas ativida- estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamen-
des 90 dias depois, em 31 de março de 1965”. tária.

Banco Central do Brasil (BACEN) Desenvolvimento do mercado


Conhecido como BACEN, Banco Central do Brasil ou mesmo, Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores
Banco Central, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e re-
Economia, com sua sede em Brasília. gular do mercado de ações; e estimular as aplicações permanentes
Possui autonomia para executar medidas que favoreçam a eco- em ações do capital social de companhias abertas sob controle de
nomia do país. capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I e II).
Conforme definição própria:
“O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O BC é Eficiência e funcionamento do mercado
uma autarquia federal, vinculada - mas não subordinada - ao Minis- Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados
tério da Economia, e foi criado pela Lei nº 4.595/1964. da bolsa e de balcão; assegurar a observância de práticas comer-
Sua missão é assegurar à sociedade a estabilidade do poder ciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a
de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, eficiente e observância, no mercado, das condições de utilização de crédito
competitivo. fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei 6.385/76, art. 4º,
incisos III, VII e VIII).
Múltiplas atividades
As tarefas a cargo do Banco Central são bastante diversas. En- Proteção dos investidores
tenda no detalhe: Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do
Inflação baixa​e estável mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários; atos
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo ilegais de administradores e acionistas controladores das compa-
fundamental do BC. nhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobi-
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, man- liários; e o uso de informação relevante não divulgada no mercado
tendo o poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou
BC utiliza a política monetária, política que se refere às ações do BC manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda,
que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei
de dinheiro (condições de liquidez) na economia. 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).

Sistema financeiro seguro e eficiente Acesso à informação adequada


Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores
seja sólido (tenha capital suficiente para arcar com seus compro- mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido, re-
missos) e eficiente. gulamentando a Lei e administrando o sistema de registro de emis-
sores, de distribuição e de agentes regulados (Lei 6.385/76, art. 4º,
Banco do governo inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).
O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depo-
sitório das reservas internacionais do país

Banco dos bancos


As instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas
contas são monitoradas para que as transações financeiras acon-
teçam com fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia
com saldo negativo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Fiscalização e punição Bancos de investimento
Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do São instituições financeiras privadas que captam e adminis-
mercado de valores mobiliários, bem como a veiculação de infor- tram recursos na forma de fundos de investimento, emprestando
mações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos no mercado a médios e longos prazos. Executam alguns serviços
valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das dos bancos comerciais, mas não abrem contas correntes.
Leis 6.404/76 e 6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis es- Sua forma de constituição é a Sociedade Anônima.
peciais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei 6.385/76, art.
8º, incisos III e V, e art. 11)”. Bancos de desenvolvimento
São bancos públicos que oferecem crédito para projetos que
Conselho de recursos do sistema financeiro nacional (CRSFN) desenvolvimento econômico e social do país. No Brasil, o principal é
Tem como função principal, revisar as decisões administrativas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
e de primeira instância do Sistema Financeiro Nacional, principal-
mente do BACEN, da CVM e do COAF (Conselho de controle de Ati- Sociedades de crédito, financiamento e investimento
vidades Financeiras). São instituições financeiras privadas, mais conhecidas como fi-
A Secretaria Especial da Fazenda define: nanceiras; que fornecem empréstimos e financiamentos para aqui-
“O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRS- sição de bens, serviços, capitas de giro, etc.
FN) é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura São constituídas como Sociedades Anônimas e devem manter
do Ministério da Economia e tem por finalidade julgar, em última em sua denominação social a expressão “crédito, financiamento e
instância administrativa, os recursos contra as sanções aplicadas investimento”.
pelo BCB e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as san- Podem ser independentes, sem vínculos com outras institui-
ções aplicadas pelo COAF, SUSEP e demais autoridades competen- ções ou ligadas a ligados a diversos tipos de conglomerado, tais
tes”. como, financeiros, estabelecimentos comerciais, grupos indústrias
(montadoras).
Bancos comerciais Sua captação de recurso ocorre principalmente por Letras de
É o banco mais popular entre as instituições financeiras. Foi o câmbio e RDB.
primeiro banco comercial a oferecer a tão conhecida conta corren-
te (conta de depósito à vista), além de outros serviços bancárias Sociedades de arrendamento mercantil
como; recebimento e pagamento de títulos, operações de crédito, São empresas que operam as carteiras de leasing, não são con-
conta poupança, vendas de seguros, etc. sideradas como instituições financeiras.
É a principal instituição financeira intermediária, tendo o poder Oferecem serviços de arrendamento de bens móveis e imóveis
da geração de moeda na economia brasileira. Atende pessoas físi- próprios, segundo as especificações do arrendatário (cliente).
cas e jurídicas. São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizam opera-
ções com idênticas a financiamentos.
Caixas econômicas
É uma instituição financeira que oferece todos os serviços de Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários
um banco comercial, porém, apenas a caixa tem desempenha o pa- São instituições que atuam na intermediação de títulos e va-
pel de banco social, participando diretamente dos programas do lores mobiliários (recursos captados pelas empresas para suprir as
governo. Inclusive os cidadãos que não são clientes, podem usufruir necessidades de caixa) nos mercados financeiro e de capitais.
desses serviços. Possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central do
Brasil e compõem o Sistema Financeiro Nacional.
Cooperativas de crédito
Representa um grupo de pessoas com a mesma intenção, Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
prestar serviços financeiros, como; abertura de contas, aplicações sociedades de crédito imobiliário
financeiras, emissão de cartão de crédito, etc. O diferencial é que na São as principais instituições que operam na Bolsa de Valores,
cooperativa, o cliente como associados, é também um dos donos. também atuando no mercado de câmbio. Constituídas sob a forma
Essas instituições estão localizadas também longe dos grandes de Sociedades Anônimas ou sociedades por quotas de responsabi-
centros, como em pequenos bairros ou comunidades. lidade limitada. São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e pela
Contam com a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativis- Comissão de Valores Mobiliários.
mo de Crédito, para casos em que o dinheiro deva ser devolvido Sua administração é realizada por pessoas naturais, residentes
aos clientes. no Brasil, que cumprem exigências pelo Banco Central do Brasil,
com relação a sua formação e conhecimento. Cumprem funções
Bancos comerciais cooperativos auxiliares no Sistema Financeiro Nacional.
São bancos instituídos como cooperativas, porém, tiveram
que se modificar com o passar do tempo devido seu crescimento. São capacitadas para:
Juntam-se três centrais cooperativas e constituem uma Sociedade Encarregar-se da administração de carteira de custódia de títu-
Anônima de capital fechado, em que 51% de seu capital deve per- los e valores mobiliários.
manecer em poder das controladoras. — Exercer funções de agente fiduciário.
Os bancos comerciais cooperativos devem ter uma carteira co- — Instituir, organizar e administrar fundos de investimentos e
mercial e funcionar como um banco comercial. Suas atividades fi- clubes de investimento.
cam restritas apenas no estado em que estejam seus controladores. — Constituir sociedades de investimentos de capital estrangei-
ro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliá-
rios.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Bolsas de valores A SELIC pode ser considerada também, um mecanismo de con-
A Bolsa de Valores é o ponto de encontro entre vendedores e trole da inflação. Quando está a inflação está alta, o COPOM tende
compradores de produtos financeiros e foi constituída para organi- a escolher aumentar a taxa de juros e conter esse processo. Com o
zar essas negociações que ocorrem em grande número e aconte- aumento, fica mais difícil a obtenção de crédito, reduzindo o consu-
cem em questão de segundos devido a tecnologia da plataforma mo, a elevação dos preços; o resultado é a queda da inflação. Se a
da Bolsa. inflação estiver controlada, a tendência é que o COPOM promova a
A Bolsa estabelece regras de negociações com o objetivo de redução na SELIC, como consequência, temos um aumento na libe-
tornar o ambiente transparente e seguro para todas as partes en- ração de crédito e maior investimento nas empresas.
volvidas.
O produto mais popular negociado na Bolsa é a ação, que re- CETIP S.A.
presenta uma pequena parte de uma empresa, então, ao adquirir Central de Liquidação e Custódia de Operações Financeiras foi
uma ação o comprador se torna um acionista (pequeno sócio) do uma empresa privada do mercado financeiro.
negócio. Iniciou suas atividades em 1986, atuando com serviços de re-
A popularidade da Bolsa se deve a compra e venda de ações, gistro, central de depositária, negociação e liquidação de ativos e
porém, há outros seguimentos na estrutura da bolsa: títulos. Em 2017 houve a fusão com a BM&F BOVESPA, formando a
• Mercados à vista. atual Bolsa de Valores no país, a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão.
• Derivativos listados.
• Derivativos de balcão. Associações de poupança e empréstimo (APE)
• Ativos de renda fixa. Instituições não consideradas financeiras, mas sim sociedades
• Crédito imobiliário civis. Tem como finalidade captação de poupança e financiamento
• Financiamento de veículos. da casa própria.
São regulamentadas pela Lei nº 6.855/80, pertencem ao Siste-
Todos esses empréstimos devem ter sua garantia registrada em ma Financeiro Nacional, devendo seguir as regras do BACEN e do
um sistema de liquidação financeira. COPOM. Pertencem também ao Sistema Financeiro da Habitação
As Bolsas de Valores estão presentes em todo o mundo. Entre (SFH).
as maiores do mundo estão a de New York, a Nasdaq, a de Tóquio, A Poupex é a única APE em atividade no Brasil nos dias de hoje,
a de Londres, etc. atuando para captar recursos da poupança e financiamento de ha-
Aqui no Brasil, temos a Bolsa que se chama [B]3. Até 2008, bitação para seus associados.
eram duas Bolsas, a BM&F e Bovespa, no entanto, neste mesmo Os associados são aqueles que depositam para formar poupan-
ças e também os que adquirem financiamento imobiliário.
ano, houve a unificação e se tornou a BM&F Bovespa. Em 2017, se
Suas operações quanto a aplicação de dinheiro consistem em
juntou a esta a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira
direcionar os recursos para o mercado imobiliário, incluindo o SFH.
de Títulos), formando a [B]3 (Brasil, Bolsa e Balcão).
As operações para captar recursos, além dos depósitos de
O IBOVESPA é o principal índice da Bolsa, sendo composto pe-
poupança, são constituídas por: Letras hipotecárias, repasses e re-
las ações mais negociadas e por isso tem maior representatividade
financiamentos contraídos no país, empréstimos e financiamentos
no mercado brasileiro de ações. É revisado a cada quatro meses,
contraídos no exterior, letras de crédito imobiliário, letra financeira
assim, são alteradas suas ações e também seus percentuais.
e depósitos interfinanceiros.
Mas existem outros índices, conhecidos como setoriais, por
exemplo: índice de energia, índice de mercado imobiliário, etc.
A praticidade é um dos atrativos de investir na Bolsa, já que são MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS
investimentos são realizados totalmente de forma on-line. Também (MERCADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E
a rentabilidade chama a atenção, especialmente no cenário de ju- CAMBIAL)
ros baixos do Brasil. Há ainda, os proventos que fazem parte dos
lucros das companhias, repassado aos acionistas. É possível inves- Mercado Monetário
tir na Bolsa com poucos recursos. Porém, o investimento só ocorre O mercado monetário é um dos mercados que faz parte do
através de uma corretora de valores. mercado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Logo,
é regulamentado e supervisionado pelo CMN e Banco Central do
Bolsas de mercadorias e de futuros Brasil.
Bolsa em que eram negociados contratos futuros de commodi- O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de tí-
ties; como soja, milho, água, energia, ouro, gás natural. tulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), de
Em 2008, a BM&F e a BOVESPA se unificaram, dando início a curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental com a
BM&F BOVESPA. Em 2017, ocorreu outra fusão, dessa vez com a liquidez monetária, que por sua vez influencia toda economia, atra-
CETIP, dando origem a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão; que é agora a única vés da inflação e a taxa de juros. É por meio dos títulos públicos que
Bolsa de Valores do Brasil. o Banco Central atua neste mercado visando atingir os objetivos do
governo quanto à inflação e a taxa de juros, visto que ao comprar
Sistema especial de liquidação e custódia (SELIC) títulos públicos, ele aumenta a oferta de moeda no sistema, geran-
Conhecida como a Taxa Básica de Juros, é um indicador que do uma baixa na taxa de juros e uma alta na inflação e, ao vender
serve de referência para diversas outras taxas. títulos públicos, ele diminui a oferta de moeda no sistema, gerando
A SELIC é de responsabilidade do Comitê de Política Monetária uma alta na taxa de juros e uma baixa na inflação.
(COPOM), que organiza reuniões a cada 45 dias para definir qual
será a meta para a taxa. Após cada reunião, o COPOM disponibiliza
uma ata com seu parecer e o resultado da taxa SELIC que pode ser
de aumento, redução ou mesmo manutenção da taxa (quando per-
manece inalterada).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Mercado de Crédito Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta de
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agentes dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Conselho
econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes eco- monetário Nacional (CMN).
nômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições financei- Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política monetária
ras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. atua utilizando as seguintes ferramentas:
As principais operações são: • Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada ban-
• Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consignado, co deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo com
cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc. grande movimento de saque por parte dos clientes, este valor é
• Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, financia- uma espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual de de-
mento de máquinas e equipamentos, financiamento de projetos, pósito compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo quer que
etc. os bancos emprestem mais recursos, esse valor é reduzido; para o
caso de menos dinheiro circulando, há um aumento desse percen-
Essas relações tem algumas características que precisam ser tual.
definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fiscaliza- • Compra e venda de títulos públicos – Quando o governo
ções do mercado financeiro para que possam ser realizadas, como tem a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títulos pú-
os períodos que podem ser de curto, médio ou longo prazo; valor, blicos ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o valor arreca-
forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e destinação
dado em caixa. No caso contrário, o governo recompra esses títulos
dos recursos.
públicos e permite uma oferta maior de crédito. É uma operação
realizada pelo Banco Central, mantendo o equilíbrio de moeda na
Mercado de Capitais
economia.
É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas
vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diversos e • Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo emprésti-
buscam os investidores, que são as pessoas com recursos e interes- mo de dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final
se disponíveis. do dia, o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco
Sua principal função é possibilitar aos investidores boas opor- Central. Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expediente
tunidades de investimento através de empresas que estão dispos- os bancos emprestaram mais ou menos recursos; pois quando está
tas a aceitar novos sócios. baixa é mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central para su-
No mercado de capitais a empresa assume o compromisso de prir o depósito compulsório.
retorno com o investidor, através da emissão de títulos e ações, dis- O governo pode também, através da política monetária, atuar
ponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de capitais sur- de forma expansionista, deixando mais dinheiro na economia. Para
giu para aproximar aqueles investidores que gostariam de investir isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar títulos públi-
em empresas e de empresas que precisam de recursos para proje- cos e diminuir a taxa de redesconto.
tos de investimento. Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e atuar
de forma expansionista, faz o processo inverso, aumentando o valor
Mercado Cambial do depósito compulsório, vendendo títulos e elevando a taxa de
É um dos principais mercados existentes dentro mercado finan- redesconto.
ceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo norma-
tizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central. Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing)
É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias não
diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de estimu-
na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga- lar a economia. Utilizados quando a economia está em crise, com
mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc. inflação muito baixa, taxas de juros também muito baixas; em que
Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du- o Banco Central já praticamente esgotou todas as formas conven-
rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade cionais da política monetária.
de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen- Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do gover-
do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
no ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de juros e
importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns especialistas
transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
consideram essas ações como políticas artificias de criação de moe-
bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
da, pois o dinheiro é circulado apenas de forma eletrônica.
comércio, turismo e investimentos internacionais.
Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por cré-
dito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter dinheiro
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONE- em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Central estimule a
TÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃOCONVENCIONAIS economia utilizando opções não convencionais.
(QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo,
COMPROMISSADAS; O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a moeda
REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BAN- perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda da taxa
CO CENTRAL DO BRASIL de juros mais longas, proporcionando maior oferta de crédito.

Políticas monetárias convencionais


Política monetária convencional é um dos instrumentos para
manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de política
monetária é utilizado quando apenas os instrumentos básicos são
capazes de equilibrar o mercado.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa SELIC Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferramenta
A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal ins- de controle de liquidez as operações compromissadas, porém esta
trumento de política monetária aplicado pelo Banco Central do faz a dívida pública aumentar, pois é incluída diretamente em seu
Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições financeiras. total.
Quando um banco está precisando de dinheiro para fechar a conta
do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro banco, dando
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIO-
como garantia títulos emitidos pelo Governo. A taxa Selic é a refe-
NAL E DÍVIDA PÚBLICA
rência para as demais taxas de juros da economia, ou seja, é a base
para definir o custo do crédito no Brasil.
Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SELIC Orçamento Público
de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse dinheiro Orçamento público é m planejamento público financeiro que
para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais seus custos. detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do gover-
Por isso que as taxas de juros cobradas nos empréstimos, financia- no para manter os serviços públicos funcionando em equilíbrio com
mentos, cheque especial, ou no cartão de crédito são maiores que as contas públicas.
a SELIC; pois as instituições incluem no valor principal custos opera- Existem três instrumentos importantes que devem ser conside-
cionais; o risco de inadimplência, a taxa de impostos e o seu lucro. rados no momento da definição desse orçamento nas esferas muni-
cipal, estadual e federal:
Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen-
• Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e
tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos empréstimos e
objetivos de médio prazo para o governo. Considerado um planeja-
financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo e favore-
mento estratégico de grandes investimentos. Contém a realização
ce a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as outras taxas
de obras grandiosas, como a manutenção ou construção de rodo-
de juros tendem a cair também, estimulando o consumo. Quem vias, hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é elaborado e
decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política Monetária). O discutido a cada quatro anos.
COPOM é formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Cen- • Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e dis-
tral. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada 45 dias, na sede do cutida anualmente para definir as prioridades de curto prazo do
Banco Central em Brasília. Nessa reunião é definido se a Taxa SELIC governo, além de orientar a maneira que serão executadas no ano
aumenta, diminui ou se mantém. A taxa SELIC é uma meta defini- seguinte, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o quanto o go-
da pelo COPOM, portanto ela não é cumprida por força de norma, verno deve poupar para pagar a própria dívida, investimentos em
e sim da compra e venda de títulos públicos do Governo Federal, agências de fomento etc. O Presidente da República tem até a data
uma operação que busca aproximar a taxa real da meta definida de 15 de abril para enviar esse documento para a Comissão Mista de
pelo COPOM. E esses títulos são negociados em um sistema admi- Orçamento, que é formada com o intuito de analisar essa proposta,
nistrado pelo próprio Banco Central, chamado Sistema Especial de seguindo para a votação no Congresso. Essa votação deve ocorrer
Liquidação e Custódia, por isso, o nome da Taxa Selic. até a data de 07 de julho; prazos definidos pela Constituição.
• Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresen-
Operações Compromissadas tado e discutido sempre no final do ano, com base nos objetivos
Trata-se de uma operação de compra e venda através de ban- do PPA e nas prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas e
co ou outra instituição financeira, que é feita com o compromisso despesas. O Presidente da República tem até o dia 3 de agosto para
de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos financeiros, encaminhar esse documento à Comissão Mista de Orçamento, se-
como títulos públicos, por exemplo. guindo depois para o plenário do Congresso, onde será votado até
Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tí- o dia 22 de dezembro.
tulo, enquanto o comprador compromete-se a vender esse título Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento pú-
com a mesma instituição da primeira operação, em data menciona- blico deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e LOA, de
das pelas partes em contrato. forma organizada e planejada.
As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chamada
“ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda chama- Títulos do Tesouro Nacional
O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em parce-
da “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No momento
ria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão empres-
da negociação, deverão constar em contrato, algumas informações,
tados para o governo federal aumentar investimentos em saúde,
como a data da recompra e o valor, que geralmente é o mesmo.
educação, segurança etc. Em troca, o investidor recebe será remu-
Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa física
nerado, através do principal mais juros.
ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições autorizadas São investimentos considerados com o menor risco do merca-
para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas na Re- do, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A rentabili-
solução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário Nacional. dade varia conforme o título escolhido e se a remuneração é pré ou
pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais ou acumula-
O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comer- dos no vencimento.
ciais do Banco Central do Brasil Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos-
Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020, suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer con-
autorizando o Banco Central a receber das instituições financeiras forme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títulos é ga-
depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora para rantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor pelo qual o
sanção do Presidente. título está sendo negociado na data; valor este que não é fixo.
O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um instru- Como os demais investimentos, existem as taxas de administra-
mento para controlar a quantidade de moeda que circula na econo- ção da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, além de IR e
mia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública. IOF. Antes de investir é importante observar qual o título que possui
as melhores condições conforme o objetivo do investidor.

6
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os títulos do Tesouro Nacional são: As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilida-
• Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Tí- de na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem
tulo prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe exata- trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns
mente quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por unidade instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas
de título). Atualmente sua rentabilidade anual é de 8,14%, com in- vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser
vestimento mínimo de R$ 31,63. necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte,
• Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Título o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte.
pós-fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha a va- Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in-
riação da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é de 3,74% termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e
e seu investimento mínimo é de R$ 59,02. adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter
• Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título serviços antifraudes.
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia Existem também as empresas conhecidas como gateways,
(taxa Selic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua rentabi- que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as
lidade aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade diminui. “maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de
Rentabilidade atual de 0,2323%, com investimento mínimo de R$ e-commerce.
108,12.
Bandeiras de cartão
Dívida Pública Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as
É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter di- bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões
nheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado financeiro serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabeleci-
e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o governo se com- mentos.
promete em receber o título e devolver o valor pago, acrescido de Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a
juros, na data de seu vencimento. Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil.
O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui- Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação
tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente para entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momen-
cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos a popu- to em que ocorre a compra para a conclusão da transação.
lação, compra de bens e serviços e com o pagamento de seus ser- A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, se-
vidores. guros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a
modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos.
PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de
CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMI- câmbio
DOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO,
PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGU- Depósitos à vista
ROS Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a
entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guar-
Cartões de crédito e débito dados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em
Cartões de crédito que o cliente necessitar.
Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter di- Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos,
nheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata.
uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consu-
mo, ou em várias parcelas. Depósitos a prazo
É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou ins- Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de ven-
tituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias cimento para resgatá-lo, conforme contrato.
após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior. Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito
Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo.
multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remu-
que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo. neração de juros.
CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer
Cartões de débito momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetí-
Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o des- veis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garanti-
conto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou dor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro
cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista, por CPF ou CNPJ).
pois utiliza o dinheiro que já disponível. RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan-
ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma
Rede de aceitação (adquirências) instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital in-
As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a vestido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas
Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação.
da bandeira do cartão. Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas con-
Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse dições do CDB.
do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Letras de câmbio LC’s) Arrecadação de tributos e tarifas públicas
São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja em- Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoria-
prestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas. mente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento.
Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da apli- São serviços prestados através de convênios específicos de arreca-
cação inicial. dação e repasse.
Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial
vencimento do título. conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar paga-
Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra meta- mento dos contribuintes.
de na pós fixada. Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público
São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no (união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica
valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00. (impostos, taxas e contribuições).
Sofrem incidência de IOF e também de IR. Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por conces-
sionárias (água, luz, telefone e gás).
Cobrança e pagamento de títulos e carnês
A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar Home/office banking e remote banking
e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os
instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas. clientes realizem operações bancárias fora das agências, através
dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sis-
Boleto tema favorece também a redução de custos e expansão de serviços
Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popu- para as instituições financeiras.
lar, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha
para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém, acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir
seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos custos de operação e geração de eficiência na relação entre ban-
sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em esta- co e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicati-
belecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor vos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e
estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a WhatsApp.
facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc.
Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a Corporate finance
cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente. É a prestação de serviços de instituições financeiras de inves-
timento, para grandes empresas em negociações de aquisições, ci-
Carnê sões, fusões, incorporações, etc.
Também um título de cobrança, representa a união de vários Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam
boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation),
relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação.
de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a fi- Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em-
nalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos
de compra. para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a
operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato.
Transferência automática de fundos
Prestação de serviços em que a instituição financeira movimen- Fundos mútuos de investimento
ta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fun- São fundos de investimentos gerenciados por profissionais es-
dos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movi- pecialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de
mentar suas contas. um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e
É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação)
ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois em partes iguais para todos.
dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de va- Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e
lores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados
para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão
possíveis valores que não estejam disponíveis. na rentabilidade dos fundos
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá-
Commercial papers vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos.
São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras
da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de Hotmoney
captar recursos no mercado interno para financiar suas necessida- São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti-
des de fluxo de caixa. nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse
Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360. sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez
Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros
até 360. são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos.
É uma operação considerada alternativa para empréstimos As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço
bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros através de instituição financeira e celebração de contrato.
devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra-
pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Contas garantidas Compror finance: É a operação de financiamento em que a ins-
É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utili- tituição financeira intermedia através de convênio uma negociação
zação no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como al- de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empre-
gum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a sa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de
realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira.
estabelecido é disponibilizado. Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga-
Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito mento acontecerá em data futura, acordado em contrato.
mais elevado devido as garantias.
Leasing (tipos, funcionamento, bens)
Crédito rotativo Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis-
Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de car- tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas
tões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de como jurídicas.
duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recur- O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário
so. de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa
O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem ne-
o pagamento com juros. cessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso
Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com do arrendador (empresa).
pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento reali- Existem três tipos de leasing:
zado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifes-
crédito rotativo. ta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já
terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem,
Descontos de títulos este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aqui-
Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de re- sição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor
cebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual
como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.). Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o pra-
Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de zo do contrato será de dois anos. Já os bens com vida útil superior a
taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos.
nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá-
IOF; e outros encargos bancários contratuais. rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em
É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físi- adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o
cas também tem acesso. bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe
o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultra-
Financiamento de capital de giro passar 75% da vida útil do bem.
O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas for- c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário ven-
mas: de o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por
a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto meio de aluguel, formalizado em contrato.
exclusivo.
b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imó-
estoque. veis.

A movimentação dos recursos ocorre através de transferência Financiamento de capital fixo


para a conta do tomador. As instituições financeiras não tem muita opção para crédito
O limite de financiamento é determinado pela análise de crédi- quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita
to do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos po- de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos,
dem variar conforme a necessidade da empresa. quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos
Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para finan- e pelo período de amortização muito longo.
ciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Po- Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam
rém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das em-
mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada presas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc.
ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF. Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu- facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As modalidades de crédito são:
Vendor Finance e Compror Finance Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e
Vendor finance: É a operação de financiamento em que a ins- financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e ser-
tituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de viços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações men-
compra de venda entre duas empresas. sais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito.
A negociação é formalizada em contrato com a empresa ven- CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empre-
dedora, mencionando que o banco financiará recursos para a com- sas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o paga-
pradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante des- mento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores;
conto. pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu intervenien-
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco, te.
por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição
crédito não precisa ser correntista. se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito.

9
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes espe- Financiamento à importação e à exportação: repasses de re-
ciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com cursos do BNDES
taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e Importação
acordadas em contratos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-
DES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvol-
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu- vimento do mundo.
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. Por se tratar de um banco público e instrumento principal da
União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de
Crédito direto ao consumidor conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos
Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pesso- setores socioambiental e econômico do Brasil.
al; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição Assim, antes de conceder financiamentos para a importação
bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido
juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor não possui semelhança ou equivalência a outro produzido interna-
é descontado diretamente da conta corrente. mente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para
a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos eco-
Crédito rural nômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação.
Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de pro- Conforme o BNDES:
dutores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são “O apoio à importação de bens ficará condicionado à compro-
disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais vação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa
por terem taxas de juros abaixo do mercado. comprovação, um dos seguintes documentos:
Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incenti- a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a
vando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as ati- lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando
vidades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data
métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra da aprovação e da contratação da operação;
para agricultura familiar e aquisição de equipamentos. b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exte-
Financia as atividades de custeio, investimento e beneficia- rior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado,
mento ou industrialização. Serve também para o custeio de despe- atestando a inexistência de similar nacional;
sas de produção, investimento na produção e custeio das despesas c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito
pós produção. nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de
Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obe- Comércio Exterior, de inexistência
decidas algumas exigências: de produção ou similar nacional.
• Idoneidade Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, In-
• Orçamento do Projeto e viabilidade econômica tervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será
• Acompanhamento do cronograma indicado no projeto solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de
• Fiscalização do financiador reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente
• Cumprimento das regras de zoneamento. contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de
entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, con-
Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive sumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desem-
para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a ativi- penho específicos do caso;
dades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc. d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante
São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca, o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U.,
etc. e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida
A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965. pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior –
O pagamento será realizado conforme seu valor original e po- SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previs-
derá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme con- tos na Lei 8.010, de 1990.
trato.
Observações
Cadernetas de poupança Os critérios mencionados serão observados, no que couber,
A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e para o financiamento de serviços importados.
liquidez imediata. No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES:
Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remunera- I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas
ção só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias. partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tec-
Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sem- nológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de
pre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior produção ou similar nacional;
ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta. II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos docu-
A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do mentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência
país. de similar nacional;
Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri- O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter com-
butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das plementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de
cadernetas de poupança. produção ou similar nacional”.

10
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Exportação Buyer credit
O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque, Financiamento à exportação mediante celebração de contrato
com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já com o importador, com interveniência do exportador. Operações
está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade mais complexas e que envolvem diretamente o importador es-
das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos trangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja
na economia interna. como funciona:
De acordo com o BNDES: • O BNDES concede ao importador financiamento mediante a
“Pré-embarque – financiamento à produção para exportação celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e
O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguin- o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência
tes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BN- do exportador.
DES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aero- • O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais,
naves e BNDES Exim Automático. no Brasil.
No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a • O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo defi-
comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BN- nido.
DES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e
serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de documentos relativos à operação.
recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa
a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exte- Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit
rior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro 1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importa-
é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras dor, para entrega futura de bens/serviços.
atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES. 2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com
O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de
de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit, acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a
além da linha BNDES Exim Automático. operação, que é formalizada por meio de um contrato de financia-
mento com o Importador/devedor, com interveniência do Expor-
Supplier credit tador.
Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títu- 3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao
los. Veja como funciona: Importador.
• O exportador concede ao importador financiamento por 4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exporta-
meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias. ção e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento
Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador para o Banco Mandatário.
ao BNDES. 5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o
• O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos pedido de liberação de recursos.
instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exporta- 6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
dor, à vista, em reais, no Brasil. dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
• O importador pagará ao BNDES no prazo definido. 7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e portador.
documentos relativos à operação. 8. Após o término da carência de principal do financiamento, o
Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquida-
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Cre- ção financeira do contrato.
dit
1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su- BNDES Exim Automático
pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação na-
serviços para o Importador. cional mediante a abertura de linha de crédito a instituições finan-
2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos ceiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do
em favor do Exportador. BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu
3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exporta-
cartas de crédito em favor do BNDES. dor, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no
4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação com- Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da
probatória da exportação e o pedido de liberação de recursos. operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES.
5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático
6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex- 1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im-
portador. portador, para entrega futura de bens.
7. Após o término da carência de principal do financiamento, o 2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador.
Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Manda- 3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financia-
tário, até a total liquidação financeira do contrato. mento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES
8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e ho-
BNDES, até a total liquidação do financiamento. mologa a operação.
4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia docu-
mentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário,
que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de
recursos.

11
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é clas-
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. sificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um
6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Ex- plano de previdência complementar.
portador. No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo com-
7. Após o término da carência de principal do financiamento, pleto de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as
o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12%
liquidação do financiamento”. de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a pla-
nos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual
Cartões de crédito do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos
Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo- consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de
mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12%
da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda
posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é desejam contratar um plano de acumulação para complementação
necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição. de renda”.
No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias
através da instituição financeira ou da administradora de cartões. Planos de seguros
Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do Seguro é toda situação em que o segurador tem é obrigado
vencimento, há incidência de juros conforme contrato. a indenizar o segurado na ocorrência de um sinistro, em troca do
prêmio de seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões,
Títulos de capitalização por isso existem os planos de seguro.
Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Se-
Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em guros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído
contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superin-
guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios. tendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por
O capital é separado em três partes: sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corre-
1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo. tores habilitados.
2ª. Destinada para custear os sorteios. Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas pri-
3ª. Reservada para custear as despesas administrativas. vadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro.
Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encon- Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme
trado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são: suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano atra-
• Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em sé- vés de um contrato chamado apólice.
ries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000 A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações
unidades. para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informa-
• Forma de pagamento – mensal, periódico ou único. ções sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem
a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos
Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da
com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios, indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como
porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso
inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a par- não haja sinistros.
tir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros
mensal aplicada a caderneta de poupança.
Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, po-
derá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS
valor será menor do que o valor total pago até o momento.
É o ambiente onde são negociados os títulos que representam
Planos de aposentadoria e pensão privados. o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (debêntures).
Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro, Neste local se encontram empresas e investidores (pessoas físicas e
uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remune- jurídicas). As empresas estão em busca de alavancar seu capital de
rado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do pla- giro ou fixo através da emissão de títulos. São operações geralmen-
no. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos. te de longo prazo, sem a intermediação de instituições financeiras,
A Previdência privada foi criada com o objetivo de complemen- porém, as instituições responsáveis pela negociação entre empre-
tar a previdência social, porém, também, como um seguro para os sas e investidores devem estar autorizadas a operar no Sistema Fi-
trabalhadores que não contribuem para o INSS. nanceiro Nacional.
Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi-
tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os ren- tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais
dimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no rece- (preferência na distribuição de resultados).
bimento da renda. O mercado de capitais é constituído por:
Conforme a SUSEP: • Bolsa de Valores – Local onde as companhias são listadas.
“VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gera- • Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bolsas e
dor de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro investidores.
de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamen- • Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das
te) que, após um período de acumulação de recursos (período de empresas.
diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e partici- • CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador
pantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período desse mercado.

12
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O mercado de capitais está dividido em outros dois mercados: Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produtos
 Mercado primário –Quando uma empresa lança pela pri- e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma possível
meira vez um título. redução da oferta de produtos no mercado interno. A inflação ten-
 Mercado secundário – Quando um título já está em poder de a se elevar e as demandas internacionais por bens e serviços
de um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido a ne- aumentam.
cessidade de liquidez. Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as impor-
tações de produtos e insumos importados mais baratos. Ocorre au-
 mento da competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros.
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES A tendência da inflação é diminuir demandas internacionais por
AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS bens e serviços.

Instituições Autorizadas a operar Remessas


As instituições que operam neste mercado são os bancos múlti- Representam uma forma segura do envio de dinheiro para fora
plos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimen- do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre contas.
to, bancos de câmbio (realizam todas as operações previstas para o Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras específicas, por
mercado de câmbio). exemplo, na compra é necessário a comprovação de uma fatura pró
Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as so- forma, documento que registra e formaliza a intenção da compra e
ciedades de crédito, financiamento e investimento; podem execu- venda; com o objetivo de rastrear a origem das transações, evitan-
tar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN. do fraudes e evasão de divisas de um país para outro.
As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, socie- Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os go-
dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades vernos dos países envolvidos na transação e identificar origem da
de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes para liqui- saída e destino desse envio.
dação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras nacionalidades e É preciso contar com uma instituição financeira para interme-
operações no mercado interbancário, arbitragens no país e através diar esse processo.
de banco autorizado a operar no mercado de câmbio e arbitragem O motivo do envio também deve ser explicado, para que se
com o exterior. adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil.
A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e tam-
Operações Básicas bém outros impostos sobre o valor, dependendo do enquadramen-
Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em to do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são: pagamento de
moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro ex- cursos, manutenção de residências e compra de imóveis no exterior.
terno, transferências. Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição que
Todas as operações de câmbio são formalizadas e registradas viabiliza a transação; o valor muda de instituição para instituição.
no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de Opera-
ções de Câmbio. SISCOMEX
Programa integrado de comércio exterior que possibilita as
Características de Contratos de Câmbio operações de compra e venda no mercado internacional.
Operações que envolvem a movimentação de valores para o Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exportação no
exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, regulamen- ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de importação.
tado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de 16/12/2013. Nesse Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope-
contrato, devem constar as partes interessadas, ou seja, a institui- racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessário o
ção que está autorizada a operar o câmbio, a parte que está no Bra- cadastro da empresa na Receita Federal, para os processamentos
sil e a parte que se encontra no exterior. de registros na importação e exportação.
É necessário, discriminar no documento; o custo da operação, Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de comér-
a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o intermedi- cio exterior, agilizando as operações de embarque de mercadoria,
ário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corretagem. diminuindo o período de liberação dos importados, dispondo de
controle automático, gerando dados confiáveis, inibindo possíveis
Taxas de Câmbio fraudes, ampliando atendimentos, motivando a entrada de novas
Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan- empresas do comércio exterior.
tificar como o montante de Real necessário para trocar por dólar,
euro, etc.
A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a
oferta pelas demais moedas em relação ao Real. REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E
Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e ven- REGIMES INTERMEDIÁRIOS
dem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores em
dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no Bra- Regimes de taxas de câmbio fixas
sil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os importadores Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa entre
compram mercadorias no exterior e trazem para o país, vendem sua moeda e a moeda estrangeira.
e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangeiros querem
levar dólares para o exterior. Temos assim, a relação de oferta e de- Regime de câmbio flutuante
manda, com exportadores ofertando dólares e precisando de reais Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição
e importadores oferecendo reais e precisando de dólares. Assim de- ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico.
manda e oferta se igualam, criando um equilíbrio, a chamada taxa
de câmbio.

13
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Regimes intermediários Atualmente a diferença entre os juros internos e externos ain-
Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central tem da é importante para o equilíbrio da economia e para o câmbio,
interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou muito dó- pois quando os juros internos estão baixos, os capitais buscam in-
lar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o Banco Cen- vestimentos fora do país, e quando os juros internos estão altos,
tral faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da economia, capitais nacionais permanecem e entram recursos estrangeiros bus-
mantendo seu preço. A situação contrária também ocorre, quando cando rendimentos.
saem muitos dólares da economia, fazendo com que o preço fique
muito elevado, o Banco Central normalmente vende a quantidade Prêmio de risco
dessa moeda que tem em caixa, para segurar seu preço. É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de um
Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar den- investimento. Pode ser considerado como a diferença entre o re-
tro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi adotado torno de um investimento com risco comparado a um investimento
durante um período no Plano Real. sem risco.
Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a pri-
meira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, pode
dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio de risco é
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS representado através dos 5% de expectativa de retorno, em função
do risco que se corre, por não haver garantias desse recebimento.

Taxas de câmbio nominais Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio
Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câmbio. É As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis,
o valor da moeda em referência a outra. mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais investimen-
tos, mais recursos de diversas transações circularão na economia.
Taxas de câmbio reais Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estrangeiras permite
É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de inflação que o câmbio diminua e o real seja valorizado.
entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma correção No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atrati-
de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo. vos para atrair e manter internamente capital externo. Juros altos
são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvimento pro-
dutivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais especulativos.
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPOR- Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabilidade
TAÇÕES E IMPORTAÇÕES e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece elevada, cola-
borando para a desvalorização do real.
Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado, são
necessários muitos reais para comprar um dólar.
Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO
sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com- INTERBANCÁRIO
moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por
muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex- Operações no mercado interbancário
portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o As operações no mercado interbancário ou mercado secundá-
produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações rio, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negociações
serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares, são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados pelo Ban-
nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm- co Central.
bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada. Não há necessidade do registro de entrada e saída de moeda
O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As expor- estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições financeiras
tações serão desestimuladas e as importações estimuladas. apenas; excluindo assim, turismo e importações por exemplo.
Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais In-
ternacionais do Banco Central do Brasil:
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊ- − As operações no mercado interbancário podem ser cele-
MIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS bradas para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o cance-
SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO lamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipada delas.
− As operações de câmbio interbancárias a termo têm as
Diferencial de juros internos e externos seguintes características: a) a taxa de câmbio é livremente pactu-
Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio ada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da moeda
foi praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando a estrangeira para a data da liquidação da operação de câmbio; b)
diferença de juros interno e externo era uma variável fundamen- possuem código de natureza de operação específico;
tal para a política monetária interna. Os juros altos atraíam capitais c) são celebradas para liquidação em data futura, com entrega
estrangeiros e mantinham o câmbio fixo, suportando também a in- efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira, na data da
flação. liquidação das operações de câmbio;
Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os ju- d) não são admitidos adiantamentos das moedas.
ros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo controlar a − As operações no mercado interbancário são realizadas
inflação. com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de
compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado
pelo Banco Central do Brasil para liquidação de operações de câm-
bio.

14
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

Operações de tesouraria
A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas atividades.
Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos que controlam e reduzem riscos para os clientes, focando principalmente a exposi-
ção de moeda, taxa de juros etc.; sempre protegendo as finanças. Os produtos utilizados para maior proteção são swaps, hedge, termo de
moedas, opções, combinação de derivativos etc.

Varejo bancário
Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja, o público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com situa-
ções financeiras diversificadas. Oferece produtos, independente da necessidade do cliente, visando o lucro.
Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é geral, sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser atendidos
por quem estiver disponível.
Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de contas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.

Recuperação de crédito
É um processo realizado por empresas especializadas no recebimento de dívidas, que são contratadas por instituições financeiras.
Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela cobrança e rece-
bimento das contas atrasadas.
Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas, atra-
vés de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédito, a empresa responsável contata o cliente para negociar somente dívidas
negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o cliente tenha o nome
“limpo” com crédito recuperado.

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS

11. TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS

Taxa de juros de curto prazo


Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma taxa de juros de curto e longo prazo, para as instituições financeiras,
quanto menor o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo seu fator risco.
Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto prazo;
pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras distintas do que no longo prazo.
Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar resultados rápidos (quase que imediatos) na economia.
As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será o custo
desse dinheiro.

Curva de juros
A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para os
próximos anos.
Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam colocados
num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um empréstimo for solicitado para 2022.
Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos, então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões que
podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos.
As ações de abertura e fechamento da curva se devem exatamente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de aumen-
to e fechamento para casos de redução da taxa de juros.

Taxa de juros nominais e reais


Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes conhecer as duas situações, de devedor e de credor.

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
É a taxa que as instituições financeiras divulgam. É a taxa que considera o custo efetivo total (CET), incluindo
A taxa que considera apenas o custo básico do di- impostos, taxas, etc.
nheiro. A taxa de juros real é > que a taxa de juros nominal.
Credor Credor
É a taxa que se recebe ao aplicar o dinheiro em É a taxa de retorno real do dinheiro, já que a taxa de juros
determinado investimento. A taxa que considera menos os custos administrativos, inflação, impostos, etc.
apenas o retorno do dinheiro investido. Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real.

15
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Segue exemplo:

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
Empréstimo: 4,5% a.m. Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx. Adm. = 5 % a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real
Credor Credor
Fundo de R.F.: 1,7% a.m. Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm. = 1,1% a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patrimônio para garantir uma dívida.
Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as obrigações previstas no título.
Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação da dívida, caso o devedor não o faça.
Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Garantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor para que
haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veículos, joias) móvel
até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a posse do bem para seu dono.
Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à instituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de financia-
mento de veículos e imóveis. A informação de que o comparador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente pertence a instituição
que concedeu o crédito até seu pagamento total.
Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamento,
o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucrativos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investidor em
eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos. Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$ 250.000,00, como
depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio, Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem emissão de CDB e RDB,
etc.

Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 milhão:


“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor detenha
valor garantido pelo FGC.
Permanece inalterado o limite de R​ $ 250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado financeiro.
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4
anos”.

COMO ERA COMO FICOU


Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e con-
glomerado financeiro, em depósitos cobertos pelo
Limite permanece inalterado.
Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por insti-
tuições associadas à entidade.
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por
CNPJ, a cada período de 4 anos, para a
CPF ou CNPJ em qualquer período.
garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes pas-
Investidores não-residentes não contavam com
sam a contar com a garantia, para in-
a garantia do FGC.
vestimentos elegíveis.

Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia

16
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETA-


PAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM
A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES
em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008,
para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
satisfação para os clientes e também a redução de reclamações nos
órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais. Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de
Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu siste- bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
ma de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem de financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho
Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabilidade de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras pro-
Socioambiental. vidências.
A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a partir
de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e refinanciamen- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
tos com agregação de margem, serão consultados no sistema do Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) após a averbação
do contrato. Realizada a consulta, o sistema retorna ao banco com
CAPÍTULO I
a informação se a comissão sobre a operação pode ou não ser paga.
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS,
A finalidade principal da Autorregulação é promover a padro-
DIREITOS E VALORES
nização nas ações de todas as instituições financeiras participantes.

Referências Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização,


disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxa- valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração pe-
selic, acesso em 25-06-2021. nal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/186/ I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
noticia, acesso em 25-06-2021. II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/estabilidade- III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
financeira/cambiocapitais/normas_cambio/rmcci/RMCCI-1-04.pdf, IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
acesso em 25-06-2021. V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.br/ VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
pagina/43/23/pt-br/consignado-apresentacao, acesso em 26-06- VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
2021. VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.br/ Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação
pagina/52/34/pt-br/apresentacao-portabilidade-credito, acesso dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
em 26-06-2021. § 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimu-
Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.br/ lar a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de in-
paginas/16/pt-br/normativos#, acesso em 26-06-2021. fração penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/ I - os converte em ativos lícitos;
706698-camara-vai-analisar-permissao-para-banco-central-rece- II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em ga-
ber-por-depositos-voluntarios, acesso em 25-06-2021. rantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_In- III - importa ou exporta bens com valores não correspon-
vestidor/Old/Valores_Mobiliarios/Titulos_publicos.html, acesso dentes aos verdadeiros.
em 27-06-2021.
§ 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada
Disponível em: https://www.tesourodireto.com.br/titulos/ti-
pela Lei nº 12.683, de 2012)
pos-de-tesouro.htm, acesso em 27-06-2021.
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, di-
reitos ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada
pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhe-
cimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do
art. 14 do Código Penal.
§ 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os cri-
mes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou
por intermédio de organização criminosa. (Redação dada pela
Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser
cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao
juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe cola-
borar espontaneamente com as autoridades, prestando esclare-
cimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à iden-

17
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou
dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada valores, sem prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela
pela Lei nº 12.683, de 2012) Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, ad- § 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre
mite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agen- bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente
tes.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para
pagamento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação
CAPÍTULO II dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de va-
lor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte
Lei: interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento co- apartado e cujos autos terão tramitação em separado em rela-
mum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz ção ao processo principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
singular; § 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- de todos os demais bens, com a descrição e a especificação de
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão se encontram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
sobre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela § 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
Lei nº 12.683, de 2012) apartados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº
III - são da competência da Justiça Federal: 12.683, de 2012)
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem § 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências so-
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou bre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor
interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou em- atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou
pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a
presas públicas;
75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei
b) quando a infração penal antecedente for de competência
nº 12.683, de 2012)
da Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada
§ 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da
em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte discipli-
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os
na:(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de
I - nos processos de competência da Justiça Federal e da
pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antece-
Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
dente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Fede-
§ 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica
ral ou em instituição financeira pública, mediante documento
o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não 2012)
comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, pros- b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Fe-
seguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor deral ou por outra instituição financeira pública para a Conta
dativo.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer
Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída
Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi- pela Lei nº 12.683, de 2012)
co ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou
Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indí- por instituição financeira pública serão debitados à Conta Única
cios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas as- do Tesouro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela
securatórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acu- Lei nº 12.683, de 2012)
sado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam II - nos processos de competência da Justiça dos Estados:
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou das infrações penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira
12.683, de 2012) designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou,
§ 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação na sua ausência, em instituição financeira pública da União;(In-
do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificul- b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
dade para sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº
de 2012) 12.683, de 2012)
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, § 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do de-
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, pósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores neces- penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
sários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de I - em caso de sentença condenatória, nos processos de
prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal,
penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683,
que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a de 2012)

18
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibili- Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens
dade, colocado à disposição do réu pela instituição financeira, sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimen-
acrescido da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº to do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.
12.683, de 2012) (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6oA instituição financeira depositária manterá contro-
le dos valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO III
12.683, de 2012) DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
§ 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os
tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Código Penal:
Federação, venham a desonerar bens sob constrição judicial da- I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
queles ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e
§ 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos cri-
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. mes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
§ 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos -fé;(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previs- II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
to neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de ad-
§ 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal ministração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no
condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade apli-
União ou do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) cada.
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e § 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
da fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e va-
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e da- lores cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos
queles aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela processos de competência da Justiça Federal, a sua utilização
Lei nº 12.683, de 2012) pelos órgãos federais encarregados da prevenção, do combate,
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noven- da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
ta) dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a
ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído preferência dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela
pela Lei nº 12.683, de 2012) Lei nº 12.683, de 2012)
§ 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste § 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja
artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o perda em favor da União ou do Estado for decretada serão inu-
saldo na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº tilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública,
12.683, de 2012) se houver interesse na sua conservação. (Incluído pela Lei nº
§ 12.O juiz determinará ao registro público competente que 12.683, de 2012)
emita documento de habilitação à circulação e utilização dos
bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se re- CAPÍTULO IV
fere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES
§ 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de PRATICADOS NO ESTRANGEIRO
bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de
drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tra-
nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina de- tado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade
finida em lei específica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, di-
Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas as- reitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o pratica-
securatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas dos no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente
imediata puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei de tratado ou convenção internacional, quando o governo do
nº 12.683, de 2012) país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, § 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos
ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por soli-
qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores citação de autoridade estrangeira competente ou os recursos
sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de compro- provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado
misso.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o di-
Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos reito do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei
bens:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) nº 12.683, de 2012)
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;
II - prestará, por determinação judicial, informações peri-
ódicas da situação dos bens sob sua administração, bem como
explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvesti-
mentos realizados.

19
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO V a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comer-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) ciais ou industriais ou participações societárias de qualquer na-
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE tureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos;
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupan-
as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanen- ça, investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº
te ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumula- 12.683, de 2012)
tivamente ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qual-
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos finan- quer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas aná-
ceiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; logas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela
ativo financeiro ou instrumento cambial; Lei nº 12.683, de 2012)
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negocia- f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos re-
ção, intermediação ou administração de títulos ou valores mo- lacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais;
biliários. (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação
e os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposi-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ções ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Inclu-
de previdência complementar ou de capitalização; ído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua
para aquisição de bens ou serviços; comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de car- XVIII - as dependências no exterior das entidades menciona-
tão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalen- das neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente
te, que permita a transferência de fundos; a residentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em-
presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples CAPÍTULO VI
de Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
de 2019) E MANUTENÇÃO DE REGISTROS
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ain- Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
da, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualiza-
método assemelhado; do, nos termos de instruções emanadas das autoridades com-
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que petentes;
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, II - manterão registro de toda transação em moeda nacional
ainda que de forma eventual; ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito,
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinhei-
autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de ro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e
câmbio, de capitais e de seguros; nos termos de instruções por esta expedidas;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles in-
que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, ternos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que
comissionárias ou por qualquer forma representem interesses lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na
de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referi- forma disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada
das neste artigo; pela Lei nº 12.683, de 2012)
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e con-
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, dições por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. 2012)
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf
de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, ca-
exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos bendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações
em espécie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) prestadas. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídi-
pela Lei nº 12.683, de 2012) ca, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abran-
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que ger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, seus proprietários.
auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer nature-
za, em operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

20
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste I - advertência;
artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada
cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão pela Lei nº 12.683, de 2012)
da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autori- a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº
dade competente. 12.683, de 2012)
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efe- b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
tuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes seria obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, ope- 12.683, de 2012)
rações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (In-
em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
competente. III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos,
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for- para o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas
mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
referidas no art. 9º;
financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício
nº 10.701, de 2003)
de atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela
Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO VII
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade
no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: art. 10.
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos ter- § 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
mos de instruções emanadas das autoridades competentes, pos- no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683,
sam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta de 2012)
Lei, ou com eles relacionar-se; I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertên-
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência cia, no prazo assinalado pela autoridade competente;
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re-
informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
realização: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisi-
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, ção formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do men- pela Lei nº 12.683, de 2012)
cionado artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comu-
b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela nicação a que se refere o art. 11.
Lei nº 12.683, de 2012) § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obri-
da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, for- gações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência es-
ma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de pro- pecífica, devidamente caracterizada em transgressões anterior-
postas, transações ou operações passíveis de serem comunica- mente punidas com multa.
das nos termos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas reincidência específica de infrações anteriormente punidas com
no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.
por suas características, no que se refere às partes envolvidas, Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela
falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a
CAPÍTULO IX
hipótese nele prevista.
DO CONSELHO DE CONTROLE
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou adminis-
trativa.
§ 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia,
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a
pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
9o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilí-
Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em citas previstas nesta Lei, sem prejuízo das competências de ou-
espécie deverão ser previamente comunicados à instituição fi- tros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória
nanceira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo nº 886, de 2019)
Banco Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio
CAPÍTULO VIII fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competin-
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA do-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a
aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos ad- § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos
ministradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações
obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumula- rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de
tivamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes bens, direitos e valores.
sanções:

21
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração de 8 de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de de 2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei março de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entor-
nº 10.701, de 2003) pecentes e Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes nº 154, de 26 de junho de 1991, na Convenção das Nações Uni-
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir das contra o Crime Organizado Transnacional, promulgada pelo
pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indí- Decreto nº 5.015, de 12 de março de 2004, na Convenção Inte-
cios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. ramericana contra o Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº
Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) 5.639, de 26 de dezembro de 2005, na Convenção Internacional
Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) para Supressão do Financiamento do Terrorismo, promulgada
pelo Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005, e na Con-
CAPÍTULO X venção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, resolve:
DISPOSIÇÕES GERAIS
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) CAPÍTULO I
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro- Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimen-
cesso Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (In- tos e os controles internos a serem adotados pelas instituições
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à
Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos
acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independen- que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financia-
temente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, mento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março
pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos de 2016.
provedores de internet e pelas administradoras de cartão de Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes refe-
crédito. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) ridos no caput serão denominados genericamente “lavagem de
Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financei- dinheiro” e “financiamento do terrorismo”.
ras e tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou
transferência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, CAPÍTULO II
em meio informático, e apresentados em arquivos que possibi- DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E
litem a migração de informações para os autos do processo sem AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
redigitação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos mentar e manter política formulada com base em princípios e
previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas
fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
2012) Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser
Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conser- compatível com os perfis de risco:
vará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 I - dos clientes;
(cinco) anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao II - da instituição;
da declaração de renda respectiva ou ao do pagamento do tribu- III - das operações, transações, produtos e serviços; e
to. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. terceirizados.
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no
mínimo:
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 I - as diretrizes para:
a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri-
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 mento das obrigações de que trata esta Circular;
b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles análise prévia de novos produtos e serviços, bem como da utili-
internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a zação de novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem
funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da de dinheiro e de financiamento do terrorismo;
utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade
“lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que tra- de que tratam os arts. 10 e 62;
ta a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do d) a verificação do cumprimento da política, dos procedi-
terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. mentos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem
como a identificação e a correção das deficiências verificadas;
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à la-
realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contem-
nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº plando, inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores
9.613, de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795, de serviços terceirizados;

22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestado- § 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser ob-
res de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem servada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela fa-
de dinheiro e de financiamento do terrorismo; e culdade estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52.
g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da preven-
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, CAPÍTULO IV
incluindo os funcionários dos correspondentes no País que pres- DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
tem atendimento em nome das instituições mencionadas no art.
1º; Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar
II - as diretrizes para implementação de procedimentos: avaliação interna com o objetivo de identificar e mensurar o ris-
a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa- co de utilização de seus produtos e serviços na prática da lava-
ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, gem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
os parceiros e os prestadores de serviços terceirizados; § 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a ava-
b) de registro de operações e de serviços financeiros; liação interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco:
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situ- I - dos clientes;
ações suspeitas; e II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área
d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle geográfica de atuação;
de Atividades Financeiras (Coaf); e III - das operações, transações, produtos e serviços, abran-
III - o comprometimento da alta administração com a efeti- gendo todos os canais de distribuição e a utilização de novas
vidade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e tecnologias; e
dos controles internos relacionados com a prevenção à lavagem IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. prestadores de serviços terceirizados.
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à la- § 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro-
vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro,
conglomerado prudencial e por sistema cooperativo de crédito. jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição.
Parágrafo único. As instituições que não constituírem polí- § 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibi-
tica própria, em decorrência do disposto no caput, devem for- litem a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação
malizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de reforçados para as situações de maior risco e a adoção de con-
administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. troles simplificados nas situações de menor risco.
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem asse- § 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna
gurar a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entida-
situadas no exterior. des públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação de financiamento do terrorismo.
legal à aplicação da política referida no caput à unidade da insti- Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de
tuição situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justifi- forma centralizada em instituição do conglomerado prudencial
cando o impedimento ou a limitação. e do sistema cooperativo de crédito.
Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a
funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços avaliação interna de risco na forma do caput devem formalizar
terceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível essa opção em reunião do conselho de administração ou, se ine-
de detalhamento compatível com as funções desempenhadas e xistente, da diretoria da instituição.
com a sensibilidade das informações. Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:
Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser: I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;
I - documentada; II - encaminhada para ciência:
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexis- a) ao comitê de risco, quando houver;
tente, pela diretoria da instituição; e b) ao comitê de auditoria, quando houver; e
III - mantida atualizada. c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à direto-
ria da instituição; e
CAPÍTULO III III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem
DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVA- alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art.
GEM DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORIS- 10, § 1º.
MO
CAPÍTULO V
Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS
de estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento A CONHECER OS CLIENTES
da política referida no art. 2º e dos procedimentos e controles SEÇÃO I
internos de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen- DOS PROCEDIMENTOS
to do terrorismo previstos nesta Circular.
Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for- Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo plementar procedimentos destinados a conhecer seus clientes,
cumprimento das obrigações previstas nesta Circular. incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na
§ 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar sua identificação, qualificação e classificação.
outras funções na instituição, desde que não haja conflito de § 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser com-
interesses. patíveis com:

23
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor- § 2º A necessidade de verificação e de validação das infor-
çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, mações referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de
de acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10; acordo com o perfil de risco do cliente e com a natureza da re-
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- lação de negócio.
ciamento do terrorismo de que trata o art. 2º; e § 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser
III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10. coletadas informações adicionais do cliente compatíveis com o
§ 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser risco de utilização de produtos e serviços na prática da lavagem
formalizados em manual específico. de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela dire- § 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma
toria da instituição e mantido atualizado. permanente, de acordo com a evolução da relação de negócio e
Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedi- do perfil de risco.
mentos referidos no art. 13 devem ser armazenadas em siste- § 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de-
mas informatizados e utilizadas nos procedimentos de que trata vem ser mantidas atualizadas.
o Capítulo VII. § 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de infor-
Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem mações a serem coletadas, verificadas e validadas em procedi-
ser observados sem prejuízo do disposto na regulamentação mentos específicos de qualificação de clientes.
que disciplina produtos e serviços específicos. Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art.
18 devem incluir a verificação da condição do cliente como pes-
SEÇÃO II soa exposta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES verificação da condição de representante, familiar ou estreito
colaborador dessas pessoas.
Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar § 1º Para os fins desta Circular, considera-se:
procedimentos de identificação que permitam verificar e validar I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o se-
a identidade do cliente. gundo grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o ente-
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a ado e a enteada; e
obtenção, a verificação e a validação da autenticidade de infor- II - estreito colaborador:
mações de identificação do cliente, inclusive, se necessário, me- a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estrei-
diante confrontação dessas informações com as disponíveis em ta relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
bancos de dados de caráter público e privado. 1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito
§ 2º No processo de identificação do cliente devem ser co- privado;
letados, no mínimo: 2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento par-
I - o nome completo, o endereço residencial e o número de ticular da pessoa mencionada no item 1; ou
registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa 3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
natural; e jurídica; e
II - a firma ou denominação social, o endereço da sede e b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou
o número de registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem
(CNPJ), no caso de pessoa jurídica. sido criados para o benefício de pessoa exposta politicamente.
§ 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior § 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta po-
desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secre- liticamente ou como representante, familiar ou estreito cola-
taria da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de do- borador dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º
cumento de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no devem:
mínimo, o país emissor, o número e o tipo do documento. I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis
§ 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou com essa qualificação;
sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma de- II - considerar essa qualificação na classificação do cliente
finida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições nas categorias de risco referidas no art. 20; e
devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do rela-
sede e o número de identificação ou de registro da empresa no cionamento com o cliente.
respectivo país de origem. § 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser
Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser man- realizada por detentor de cargo ou função de nível hierárquico
tidas atualizadas. superior ao do responsável pela autorização do relacionamento
com o cliente.
SEÇÃO III
DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES SEÇÃO IV
DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar
procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classi-
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o ficar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação
perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio. interna de risco mencionada no art. 10, com base nas informa-
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput ções obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente refe-
devem incluir a coleta de informações que permitam avaliar a ridos no art. 18.
capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso de Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve
pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica. ser:

24
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natu- qual o Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca
reza da relação de negócio; e de informações, admite-se que as informações relativas ao be-
II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco neficiário final sejam obtidas da instituição no exterior, desde
do cliente e na natureza da relação de negócio. que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso às informa-
ções e aos procedimentos adotados.
SEÇÃO V
DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICA- SEÇÃO VII
ÇÃO E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICA-
MENTE
Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
procedimentos de identificação, de qualificação e de classifica- Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
ção previstos neste Capítulo para os administradores de clientes plementar procedimentos que permitam qualificar seus clientes
pessoas jurídicas e para os representantes de clientes. como pessoa exposta politicamente.
Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput de- § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
vem ser compatíveis com a função exercida pelo administrador I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executi-
e com a abrangência da representação. vo e Legislativo da União;
Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informa- II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
ções necessárias e dos procedimentos de verificação, validação a) Ministro de Estado ou equiparado;
e atualização das informações para cada categoria de risco de- b) Natureza Especial ou equivalente;
vem ser previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º. c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar entidades da administração pública indireta; e
relação de negócios sem que os procedimentos de identificação d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível
e de qualificação do cliente estejam concluídos. 6, ou equivalente;
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trin- III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Su-
ta dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência premo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais
de informações relativas à qualificação do cliente, desde que Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tri-
não haja prejuízo aos procedimentos de monitoramento e sele- bunais Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do
ção de que trata o art. 39. Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Públi-
SEÇÃO VI co, o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da
DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral
FINAL da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Fede-
Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa ral;
jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação socie- V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procu-
tária até a identificação da pessoa natural caracterizada como rador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público
seu beneficiário final, observado o disposto no art. 25. junto ao Tribunal de Contas da União;
§ 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput, VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalen-
no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a tes, de partidos políticos;
categoria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiá- VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri-
rio final detenha participação societária. to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes,
§ 2º É também considerado beneficiário final o representan- ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta
te, inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tri-
de fato sobre as atividades da pessoa jurídica. bunais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Esta-
§ 3º Excetuam-se do disposto no caput as pessoas jurídicas dos e do Distrito Federal; e
constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais,
fins lucrativos e as cooperativas, para as quais as informações os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração
coletadas devem abranger as informações das pessoas naturais pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Con-
autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, ad- tas ou equivalentes dos Municípios.
ministradores e diretores, se houver. § 2º São também consideradas expostas politicamente as
Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem es- pessoas que, no exterior, sejam:
tabelecer valor mínimo de referência de participação societária I - chefes de estado ou de governo;
para a identificação de beneficiário final. II - políticos de escalões superiores;
§ 1º O valor mínimo de referência de participação societária III - ocupantes de cargos governamentais de escalões supe-
de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e riores;
não pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), conside- IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do
rada, em qualquer caso, a participação direta e a indireta. Poder Judiciário;
§ 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser jus- V - executivos de escalões superiores de empresas públicas;
tificado e documentado no manual de procedimentos referido ou
no art. 13, § 2º. VI - dirigentes de partidos políticos.
Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente § 3º São também consideradas pessoas expostas politica-
no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo mente os dirigentes de escalões superiores de entidades de di-
grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a reito internacional público ou privado.

25
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do SEÇÃO II
disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
adotar pelo menos duas das seguintes providências: MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua
qualificação; Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, re-
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e cebimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre instrumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir
pessoas expostas politicamente. nos registros mencionados no art. 28 as informações necessárias
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser à identificação da origem e do destino dos recursos.
aplicada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa dei- § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição
xou de se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. pagadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de
no exterior que também seja cliente de instituição do mesmo pagamento utilizado na transação.
grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição
a qual o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca recebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatá-
de informações, admite-se que as informações de qualificação ria dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou
de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição de pagamento utilizado na transação.
no exterior, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o § 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem
acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados. ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes
informações, quando couber:
CAPÍTULO VI I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme-
DO REGISTRO DE OPERAÇÕES tente ou sacado;
SEÇÃO I II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do rece-
DISPOSIÇÕES GERAIS bedor ou beneficiário;
III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de
Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter pagamentos ou de transferência de fundos, das instituições en-
registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços volvidas na operação; e
contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, IV - números das dependências e das contas envolvidas na
recebimentos e transferências de recursos. operação.
§ 1º Os registros referidos no caput devem conter, no míni- § 4º No caso de transferência de recursos por meio de che-
mo, as seguintes informações sobre cada operação: que, as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no re-
I - tipo; gistro da operação, além das informações referidas no § 3º, o
II - valor, quando aplicável; número do cheque.
III - data de realização; Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam
IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titu- relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para
lar e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo
ou sediada no País; e de pagamento do qual a instituição também participe, deve ser
V - canal utilizado. estipulado em contrato o acesso da instituição à identificação
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural resi- dos destinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à
dente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma de- lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
finida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no
devem incluir no registro as seguintes informações: caso de relação de negócio que envolva a interoperabilidade
I - nome; com arranjo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco
II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país Central do Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não
emissor; e participem.
III - organismo internacional de que seja representante para Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da
o exercício de funções específicas no País, quando for o caso. compensação interbancária de cheque, a instituição sacada
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com deve informar à instituição depositária, e a instituição depositá-
domicílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, ria deve informar à instituição sacada, os números de inscrição
na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta de-
instituições devem incluir no registro as seguintes informações: positária, respectivamente.
I - nome da empresa; e
II - número de identificação ou de registro da empresa no SEÇÃO III
respectivo país de origem. DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE
Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser
realizados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em
âmbito da mesma instituição. espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil re-
ais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro,
além das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o res-
pectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos.

26
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em CAPÍTULO VII
espécie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cin- DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE-
quenta mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem in- RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
cluir no registro, além das informações previstas nos arts. 28 e SEÇÃO I
30: DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos;
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem imple-
portador dos recursos; e mentar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do por- especial atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de finan-
tador dos recursos em prestar a informação referida no inciso III ciamento do terrorismo.
do caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa infor- § 1º Para os fins desta Circular, operações e situações sus-
mação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise peitas referem-se a qualquer operação ou situação que apresen-
de que tratam os art. 38 a 47. te indícios de utilização da instituição para a prática dos crimes
Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realiza- de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
das por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor indi- § 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser apli-
vidual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as cados, inclusive, às propostas de operações.
instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além § 3º Os procedimentos mencionados no caput devem:
das informações previstas nos arts. 28 e 30: I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;
CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos; II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do que trata o art. 10;
portador dos recursos; III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente,
III - a finalidade do saque; e nos termos do art. 27, bem como a condição de representante,
IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II. familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamen-
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do por- te, nos termos do art. 19; e
tador dos recursos em prestar a informação referida no inciso III IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela di-
do caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa infor- retoria da instituição.
mação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise
de que tratam os art. 38 a 47. SEÇÃO II
Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem re- DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E
querer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de pro- SITUAÇÕES SUSPEITAS
visionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência,
das operações de saque, inclusive as realizadas por meio de Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implemen-
cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a tar procedimentos de monitoramento e seleção que permitam
R$50.000,00 (cinquenta mil reais). identificar operações e situações que possam indicar suspeitas
§ 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, es-
consideradas individualmente, para efeitos de observação do li- pecialmente:
mite previsto no caput. I - as operações realizadas e os produtos e serviços contra-
§ 2º As instituições referidas no caput devem: tados que, considerando as partes envolvidas, os valores, as
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de
sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Pos- fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência
tos de Atendimento; de indícios de lavagem de dinheiro ou de financiamento do ter-
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao saca- rorismo, inclusive:
dor não cliente, no qual devem ser informados o valor da opera- a) as operações realizadas ou os serviços prestados que,
ção, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que
programada para o saque; e objetive burlar os procedimentos de identificação, qualificação,
III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as registro, monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
informações indicadas no art. 35, conforme o caso. b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque
§ 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio em espécie, ou pedido de provisionamento para saque que
de cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisiona- apresentem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza,
mento de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou
em agências ou em Postos de Atendimento. da propriedade de bens, direitos e valores;
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem preju- c) as operações realizadas e os produtos e serviços con-
ízo do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009. tratados que, considerando as partes e os valores envolvidos,
Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter apresentem incompatibilidade com a capacidade financeira do
registro específico de recebimentos de boleto de pagamento pa- cliente, incluindo a renda, no caso de pessoa natural, ou o fatu-
gos com recursos em espécie. ramento, no caso de pessoa jurídica, e o patrimônio;
Parágrafo único. A instituição que receber boleto de paga- d) as operações com pessoas expostas politicamente de na-
mento que não seja de sua emissão deve remeter à instituição cionalidade brasileira e com representantes, familiares ou es-
emissora a informação de que o boleto foi pago em espécie. treitos colaboradores de pessoas expostas politicamente;

27
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) as operações com pessoas expostas politicamente estran- § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada
geiras; em dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf refe-
f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja rida no art. 48.
possível identificar o beneficiário final; Art. 44. É vedada:
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territó- I - a contratação de terceiros para a realização da análise
rios com deficiências estratégicas na implementação das reco- referida no art. 43; e
mendações do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior.
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui
as informações cadastrais de seus clientes; e a contratação de terceiros para a prestação de serviços auxilia-
II - as operações e situações que possam indicar suspeitas res à análise referida no art. 43.
de financiamento do terrorismo. Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no
Parágrafo único. O período para a execução dos procedi- País, de recursos e competências necessários à análise de ope-
mentos de monitoramento e de seleção das operações e situ- rações e situações suspeitas referida no art. 43.
ações suspeitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43
dias, contados a partir da data de ocorrência da operação ou da podem ser realizados de forma centralizada em instituição do
situação. conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.
Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar
operações e situações suspeitas contenham informações deta- a opção em reunião do conselho de administração ou, se inexis-
lhadas das operações realizadas e das situações ocorridas, in- tente, da diretoria da instituição.
clusive informações sobre a identificação e a qualificação dos
envolvidos. SEÇÃO IV
§ 1º As instituições devem manter documentação detalhada DISPOSIÇÕES GERAIS
dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no moni-
toramento e seleção de operações e situações que possam in- Art. 47. No caso de contratação de serviços de processa-
dicar suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do mento e armazenamento de dados e de computação em nuvem
terrorismo. utilizados para monitoramento e seleção de operações e situa-
§ 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monito- ções suspeitas, bem como de serviços auxiliares à análise dessas
ramento e na seleção de operações e situações suspeitas devem operações e situações, as instituições referidas no art. 1º devem
ser passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetivi- observar:
dade. I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de
Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38, agosto de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referi-
§ 3º, inciso IV: da Circular, no caso de instituições de pagamento; e
I - os critérios de definição da periodicidade de execução II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de
dos procedimentos de monitoramento e seleção para os dife- abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida
rentes tipos de operações e situações monitoradas; e Resolução, no caso de instituições financeiras e demais institui-
II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários uti- ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
lizados no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de
operações e situações. CAPÍTULO VIII
Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção re- DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF
feridos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada SEÇÃO I
em instituição do conglomerado prudencial e do sistema coope- DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEI-
rativo de crédito. TAS
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar
devem formalizar essa opção em reunião do conselho de admi- ao Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de di-
nistração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. nheiro e de financiamento do terrorismo.
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao
SEÇÃO III Coaf deve:
DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITU- I - ser fundamentada com base nas informações contidas no
AÇÕES SUSPEITAS dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado
Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem imple- no art. 43, § 2º; e
mentar procedimentos de análise das operações e situações III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art.
selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e 43, § 1º.
seleção de que trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las § 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao
ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financia- Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de
mento do terrorismo. comunicação.
§ 1º O período para a execução dos procedimentos de aná-
lise das operações e situações selecionadas não pode exceder
o prazo de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da
seleção da operação ou situação.

28
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO II CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEI-
Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem co- RIZADOS
municar ao Coaf:
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta plementar procedimentos destinados a conhecer seus funcioná-
mil reais); rios, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo
II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e procedimentos de identificação e qualificação.
transferências de recursos, por meio de qualquer instrumen- Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput de-
to, contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a vem ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
R$50.000,00 (cinquenta mil reais); e dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º
III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie e com a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser
que trata o art. 36. formalizados em documento específico aprovado pela diretoria
Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve da instituição.
ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da opera- Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve
ção ou do provisionamento. ser mantido atualizado.
Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar
SEÇÃO III as atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e pres-
DISPOSIÇÕES GERAIS tadores de serviços terceirizados nas categorias de risco defini-
das na avaliação interna de risco, nos termos do art. 10.
Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar § 1º A classificação em categorias de risco mencionada no
as comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência caput deve ser mantida atualizada.
aos envolvidos ou a terceiros. § 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco
Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o referida no caput devem estar previstos no documento mencio-
quinto dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompa- nado no art. 57.
nhadas de justificativa da ocorrência. § 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e
Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atua-
centralizada por meio de instituição do conglomerado pruden- lizadas, considerando inclusive eventuais alterações que impli-
cial e de sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição quem mudança de classificação nas categorias de risco.
na qual ocorreu a operação ou a situação. Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as de contratos com instituições financeiras sediadas no exterior,
comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, de- devem:
vem formalizar a opção em reunião do conselho de administra- I - obter informações sobre o contratado que permitam
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição. compreender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou
especificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunica- de ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de
ção: dinheiro ou com financiamento do terrorismo;
I - é pessoa exposta politicamente ou representante, fami- III - certificar que o contratado tem presença física no país
liar ou estreito colaborador dessa pessoa; onde está constituído ou licenciado;
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha in- IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relati-
tentado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilita- vos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
do o seu cometimento; e terrorismo;
III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamen- V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de
te, recursos na instituição, no caso do inciso II. nível hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e
Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tive- VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencio-
rem efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão nado no art. 9º.
prestar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às
referido ano, atestando a não ocorrência de operações ou situa- relações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes
ções passíveis de comunicação. no exterior.
Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habi- Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração
litar para realizar as comunicações no Sistema de Controle de de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para fun-
Atividades Financeiras (Siscoaf), do Coaf. cionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de
pagamento do qual a instituição também participe, devem:
I - obter informações sobre o terceiro que permitam com-
preender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de
ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di-
nheiro ou com financiamento do terrorismo;
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do
arranjo para operar, quando for o caso;

29
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de
à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do ter- avaliação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às
rorismo; e instituições do conglomerado prudencial e do sistema coopera-
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. tivo de crédito.
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o
CAPÍTULO X relatório de avaliação de efetividade na forma do caput devem
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou,
se inexistente, da diretoria da instituição.
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem insti- Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar
tuir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a plano de ação destinado a solucionar as deficiências identifica-
assegurar a implementação e a adequação da política, dos pro- das por meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
cedimentos e dos controles internos de que trata esta Circular, § 1º O acompanhamento da implementação do plano de
incluindo: ação referido no caput deve ser documentado por meio de rela-
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; tório de acompanhamento.
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e § 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput de- de junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que
vem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, trata o art. 62, § 1º:
quando aplicáveis, compatíveis com os controles internos da I - do comitê de auditoria, quando houver;
instituição. II - da diretoria da instituição; e
III - do conselho de administração, quando existente.
CAPÍTULO XI
DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a
efetividade da política, dos procedimentos e dos controles inter- Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central
nos de que trata esta Circular. do Brasil:
§ 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à
em relatório específico. política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento
§ 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser: do terrorismo de que trata o art. 2º;
I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezem- II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
bro; e inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formali-
II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano se- zada a opção de que trata o caput do art. 4º;
guinte ao da data-base: III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se
a) ao comitê de auditoria, quando houver; e existente;
b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à dire- IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de
toria da instituição. que trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de
Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve: suporte à sua elaboração;
I - conter informações que descrevam: V - o contrato referido no art. 31;
a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade; VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na
b) os testes aplicados; sua inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem
c) a qualificação dos avaliadores; e formalizadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e
d) as deficiências identificadas; e 64;
II - conter, no mínimo, a avaliação: VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o
a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, in- art. 62, § 1º;
cluindo a verificação e a validação das informações dos clientes VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de
e a adequação dos dados cadastrais; que trata o art. 10;
b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a co-
comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos nhecer os clientes referido no art. 13, § 2º;
parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas; X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento,
c) da governança da política de prevenção à lavagem de di- seleção e análise de operações e situações suspeitas menciona-
nheiro e ao financiamento do terrorismo; do no art. 38, § 3º, inciso IV;
d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacio- XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a
nal voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financia- conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços
mento do terrorismo; terceirizados mencionado no art. 57;
e) dos programas de capacitação periódica de pessoal; XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efeti-
f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcioná- vidade de que trata o art. 62, § 1º;
rios, parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos
g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos mecanismos de acompanhamento e de controle de que trata o
da auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil. art. 61; e
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respec-
tivo relatório de acompanhamento mencionados no art. 65.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º O contrato referido no inciso V do caput deve perma- XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de
necer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo 2014;
de cinco anos após o encerramento da relação contratual. XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016; e
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
a XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central 2017.
do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à
disposição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período
mínimo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
a conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, con- E SUAS ALTERAÇÕES
tado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano
seguinte ao término do relacionamento com o cliente; CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados
a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços Divulga relação de operações e situações que podem con-
terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no figurar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou ocul-
caput a partir da data de encerramento da relação contratual; tação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613,
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a de 3 de março de 1998, e de financiamento ao terrorismo, pre-
37, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do vistos na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, passíveis de
ano seguinte ao da realização da operação; e comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financei-
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. ras (Coaf).
Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013,
passa a vigorar com as seguintes alterações: A Chefe do Departamento de Supervisão de Conduta (De-
“Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de con), no uso da atribuição que lhe confere o art. 23, inciso I, alí-
câmbio devem verificar a legalidade das operações, as respon- nea “a”, do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, anexo
sabilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus à Portaria nº 105.173, de 24 de outubro de 2019, resolve:
clientes previamente à realização das operações no mercado de
câmbio na forma prevista pela regulamentação sobre a política, Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir
os procedimentos e os controles internos na prevenção à prá- exemplificam a ocorrência de indícios de suspeita para fins dos
tica dos crimes de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circu-
valores, previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de lar nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020:
financiamento do terrorismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 I - Situações relacionadas com operações em espécie em
de março de 2016.” (NR) moeda nacional com a utilização de contas de depósitos ou de
“Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado contas de pagamento:
de câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento
a prática de operações que visem a burlar os limites e outros para saque ou qualquer outro instrumento de transferência de
requerimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR) recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à
“Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua
de câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes, capacidade financeira;
mediante documentação em meio físico ou eletrônico e me- b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas
diante a realização, entre outras providências pertinentes, de atividades possuam como característica a utilização de outros
avaliação de desempenho, de procedimentos comerciais e de instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques,
capacidade financeira.” (NR) cartões de débito ou crédito;
Art. 69. Ficam revogados: c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou apor-
I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009; tes em espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem cau-
II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010; sa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem
III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012; posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo,
IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013; a destino não relacionado com o cliente;
V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017; d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de
VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018; transferência de recurso em espécie, inclusive boleto de paga-
VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de mento, de forma a dissimular o valor total da movimentação;
novembro de 2013; e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limi-
VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013; tes regulatórios de reportes;
IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de
2013; forma parcelada, principalmente nos mesmos caixas ou termi-
X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013; nais de autoatendimento próximos, destinados a uma única con-
XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013; ta ou a várias contas em municípios ou agências distintas;
XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013; g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes
XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013; que exerçam atividade comercial relacionada com negociação
XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013; de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imó-
XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013; veis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;

31
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
h) saques em espécie de conta que receba diversos depósi- a) resistência ao fornecimento de informações necessárias
tos por transferência eletrônica de várias origens em curto pe- para o início de relacionamento ou para a atualização cadastral;
ríodo de tempo; b) oferecimento de informação falsa;
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que foram arma- d) abertura, movimentação de contas ou realização de ope-
zenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, rações por detentor de procuração ou de qualquer outro tipo de
símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços de- mandato;
sorganizados e não uniformes; e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedi-
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de mentos de identificação e registro das operações exigidos pela
cédulas de pequeno valor, por pessoa natural ou jurídica, cuja regulamentação vigente;
atividade ou negócio não tenha como característica recebimen- f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou
tos de grandes quantias de recursos em espécie; em curto período, com depósitos de valores idênticos ou aproxi-
k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferio- mados, ou com outros elementos em comum, tais como origem
res aos limites estabelecidos, de forma a dissimular o valor total dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número
da operação e evitar comunicações de operações em espécie; de telefone, etc;
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, g) operações em que não seja possível identificar o benefi-
com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do ciário final, observados os procedimentos definidos na regula-
sacador; mentação vigente;
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimen- h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou orga-
to em espécie, no período de cinco dias úteis, com indícios de nizações pelos mesmos procuradores ou representantes legais,
tentativa de burla para evitar a identificação do depositante; sem justificativa razoável para tal ocorrência;
n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial
públicos e de qualquer tipo de Pessoas Expostas Politicamente por pessoas naturais, sem demonstração da existência de rela-
(PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de ção familiar ou comercial;
j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamen-
2020, bem como seu representante, familiar ou estreito cola-
to informados com o padrão apresentado por clientes com o
borador.
mesmo perfil;
II - Situações relacionadas com operações em espécie e car-
k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet
tões pré-pagos em moeda estrangeira e cheques de viagem:
Protocol (IP) por diferentes pessoas jurídicas ou organizações,
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de
sem justificativa razoável para tal ocorrência;
cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, que
l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Proto-
apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do
col (IP) por pessoas naturais, sem justificativa razoável para tal
cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
ocorrência;
b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che-
m) informações e documentos apresentados pelo cliente
ques de viagem denominados em moeda estrangeira, que não conflitantes com as informações públicas disponíveis;
apresentem compatibilidade com a natureza declarada da ope- n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira
ração; para o porte da atividade empresarial declarada.
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che- IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas
ques de viagem denominados em moeda estrangeira, realizadas de depósito e de contas de pagamento em moeda nacional, que
por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que digam respeito a:
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato a) movimentação de recursos incompatível com o patrimô-
ou possuam o mesmo representante legal; nio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capa-
d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação cidade financeira do cliente;
significativa em relação às praticadas pelo mercado; b) transferências de valores arredondados na unidade de
e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolven- milhar ou que estejam um pouco abaixo do limite para notifica-
do cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de ção de operações;
terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apre- c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contu-
sentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas maz, em benefício de terceiros;
em maços desorganizados e não uniformes; d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhi-
f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca mento de depósitos em nome de um mesmo cliente, cujos valo-
de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, realizadas res, somados, resultem em quantia significativa;
por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não e) movimentação de quantia significativa por meio de conta
tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso; até então pouco movimentada ou de conta que acolha depósito
g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor inusitado;
não compatível com a capacidade financeira, atividade ou perfil f) ausência repentina de movimentação financeira em conta
do cliente; que anteriormente apresentava grande movimentação;
h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e re- g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em rela-
carga de cartões pré-pagos; ção ao perfil do cliente;
i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediata- h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas
mente por saques em caixas eletrônicos. como recebimento de crédito, de juros remuneratórios para
III - Situações relacionadas com a identificação e qualifica- grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais
ção de clientes: que, em circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer
cliente;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimen- aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam
tação de recursos ou nos tipos de transação utilizados; atividade comercial relacionada com negociação de bens de luxo
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, joias,
induzir funcionários da instituição a não seguirem os procedi- automóveis ou aeronaves;
mentos regulamentares ou formais para a realização de uma ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar
operação; patrimônio e/ou evitar a realização de bloqueios judiciais, inclu-
k) recebimento de recursos com imediata compra de instru- sive cheque administrativo;
mentos para a realização de pagamentos ou de transferências a ac) movimentação de valores incompatíveis com o fatura-
terceiros, sem justificativa; mento mensal das pessoas jurídicas;
l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, con- ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos va-
figurem artifício para burla da identificação da origem, do desti- lores;
no, dos responsáveis ou dos destinatários finais; ae) movimentações de valores com empresas sem atividade
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos regulamentada pelos órgãos competentes.
com a utilização de instrumentos de transferência de recursos V - Situações relacionadas com operações de investimento
não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade de- no País:
senvolvida pelo cliente; a) operações ou conjunto de operações de compra ou de
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas ori- venda de ativos financeiros a preços incompatíveis com os pra-
gens, sem fundamentação econômico-financeira, especialmente ticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou
provenientes de regiões distantes do local de atuação da pessoa jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao
jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural; tipo de negociação realizada;
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos
que não apresentem ligação com a atividade ou ramo de negó- para os agentes intermediários, em desproporção com a nature-
cio da pessoa jurídica; za dos serviços efetivamente prestados;
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para c) investimentos significativos em produtos de baixa renta-
fornecedor distante de seu local de atuação, sem fundamenta- bilidade e liquidez;
ção econômico-financeira; d) investimentos significativos não proporcionais à capaci-
q) depósitos de cheques endossados totalizando valores sig- dade financeira do cliente, ou cuja origem não seja claramente
nificativos; conhecida;
r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, indepen-
pagamento de organizações sem fins lucrativos cujos saldos ou dentemente do resultado auferido.
movimentações financeiras não apresentem fundamentação VI - Situações relacionadas com operações de crédito no
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação País:
entre a atividade declarada da organização e as outras partes a) operações de crédito no País liquidadas com recursos apa-
envolvidas nas transações; rentemente incompatíveis com a situação financeira do cliente;
s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível
para qualquer tipo de PEP, conforme elencados no art. 27 da com a atividade econômica ou com a capacidade financeira do
Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, fami- cliente;
liar ou estreito colaborador, não justificada por eventos econô- c) operação de crédito no País seguida de remessa de re-
micos; cursos ao exterior, sem fundamento econômico ou legal, e sem
t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, relacionamento com a operação de crédito;
cujos representantes realizem grande número de operações e/ d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecuti-
ou operações de valores relevantes; vas, liquidadas antecipadamente ou em prazo muito curto;
u) transações significativas e incomuns por meio de contas e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida
de depósitos ou de contas de pagamento de investidores não no País por terceiros, sem justificativa aparente;
residentes constituídos sob a forma de trust; f) concessão de garantias de operações de crédito no País
v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal por terceiros não relacionados ao tomador;
de pagamento (Point of Sale - POS), que apresentem indícios de g) operação de crédito no País com oferecimento de garan-
atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financei- tia no exterior por cliente sem tradição de realização de opera-
ra do estabelecimento comercial credenciado; ções no exterior;
w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto
de pagamento (Point of sale - POS), que apresentem indícios de da pessoa jurídica, especialmente quando os recursos forem ori-
atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabeleci- ginados de crédito no País.
mento comercial credenciado; VII - Situações relacionadas com a movimentação de recur-
x) desvios frequentes em padrões adotados por cada admi- sos oriundos de contratos com o setor público:
nistradora de cartões de credenciamento ou de cartões de crédi- a) movimentações atípicas de recursos por agentes públi-
to, verificados no monitoramento das compras de seus titulares; cos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº 8.429, de 2 de junho
y) transações em horário considerado incompatível com a de 1992;
atividade do estabelecimento comercial credenciado; b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural
z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em ou jurídica relacionadas a patrocínio, propaganda, marketing,
localização geográfica distante do local de atuação do estabele- consultorias, assessorias e capacitação;
cimento comercial credenciado; c) movimentações atípicas de recursos por organizações
sem fins lucrativos;

33
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural dências com tributação favorecida ou regimes fiscais privilegia-
ou jurídica relacionadas a licitações. dos, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos
VIII - Situações relacionadas a consórcios: crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, não
a) existência de consorciados detentores de elevado núme- claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamentação
ro de cotas, incompatível com sua capacidade financeira ou com econômica;
o objeto da pessoa jurídica; b) operações complexas e com custos mais elevados que vi-
b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a sem a dificultar o rastreamento dos recursos ou a identificação
um mesmo consorciado; da natureza da operação;
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade c) pagamentos de importação e recebimentos de expor-
financeira do consorciado; tação, antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem; capacidade financeira seja incompatível com o montante nego-
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de pres- ciado;
tações vincendas, não condizente com a capacidade financeira d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de
do consorciado; importação ou de exportação;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor
quitação das prestações vincendas; ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tenta- f) transferências internacionais, inclusive a título de dispo-
tiva de adesão a grupo de consórcio; nibilidade no exterior, nas quais não se justifique a origem dos
h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a ca-
endereço do cadastro; pacidade financeira ou com o perfil do cliente;
i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou
pagamento de crédito em espécie, em agência/localidade dife- com indícios de superfaturamento ou subfaturamento, ou ainda
rente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem em situações que não seja possível obter informações sobre o
de Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de pou- desembaraço aduaneiro das mercadorias;
pança divergente da inicialmente fornecida. h) existência de informações na carta de crédito com discre-
IX - Situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas pâncias em relação a outros documentos da operação de comér-
de envolvimento com financiamento ao terrorismo e a prolifera- cio internacional;
ção de armas de destruição em massa: i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou enti- nas contas de depósitos dos titulares das operações de câmbio
dades relacionadas a atividades terroristas listadas pelo Conse- por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a exis-
lho de Segurança das Nações Unidas (CSNU); tência de vínculo comercial ou econômico;
b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a j) movimentações decorrentes de programa de repatria-
pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ção de recursos que apresentem inconsistências relacionadas à
ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou identificação do titular ou do beneficiário final, bem como au-
facilitado o seu cometimento; sência de informações confiáveis sobre a origem e a fundamen-
c) existência de recursos pertencentes ou controlados, dire- tação econômica ou legal;
ta ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecida- k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresen-
mente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, tem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a ativi-
ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; dade ou capacidade econômico-financeira do cliente;
d) movimentações com indícios de financiamento ao terro- l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas na-
rismo; turais ou jurídicas com indícios de fragmentação, como forma de
e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou enti- ocultar a real origem ou destino dos recursos;
dades relacionadas à proliferação de armas de destruição em m) transações em uma mesma data, ou em curto período,
massa listadas pelo CSNU; de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos
f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, em comum, tais como origem ou destino dos recursos, titulares,
a pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham come- procuradores, endereço, número de telefone, que configurem
tido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas de artificio de burla do limite máximo de operação;
destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a
cometimento; utilização do cartão de crédito de uso internacional, que, pela
g) existência de recursos pertencentes ou controlados, dire- habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
ta ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecida- tem atipicidade;
mente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proli- o) transferências relacionadas a investimentos não conven-
feração de armas de destruição em massa, ou deles participado cionais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifi-
ou facilitado o seu cometimento; quem ou apresentem atipicidade;
h) movimentações com indícios de financiamento da proli- p) pagamento de frete internacional sem amparo em docu-
feração de armas de destruição em massa. mentação que evidencie vínculo com operação comercial.
X - Situações relacionadas com atividades internacionais: XI - Situações relacionadas com operações de crédito con-
a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive so- tratadas no exterior:
ciedades e instituições financeiras, situadas em países que não a) contratação de operações de crédito no exterior com
apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as pra-
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento ticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo
do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em países ou depen- muito longo;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de
consecutivas, sem que a instituição tome conhecimento da qui- valores que desrespeitem as vedações ou extrapolem os limites
tação das anteriores; definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de ter-
c) contratação, no exterior, de operações de crédito que ceiros e/ou de contas de terceiros;
não sejam quitadas por intermédio de operações na mesma ins- d) transferências, a partir das contas de candidatos, para
tituição; pessoas naturais ou jurídicas cuja atividade não guarde aparente
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quita- relação com contas de campanha.
das sem explicação aparente para a origem dos recursos; XV - Situações relacionadas a BNDU e outros ativos não fi-
e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exte- nanceiros:
rior, oferecendo garantias em valores ou formas incompatíveis a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para
com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valo- pessoas naturais ou jurídicas sem capacidade financeira;
res muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro me-
origem não seja claramente conhecida; diante pagamento em espécie;
f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por
credor seja de difícil identificação e sem que exista relação ou preço significativamente superior ao de avaliação;
fundamentação para a operação entre as partes. d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício
XII - Situações relacionadas com operações de investimento de terceiros.
externo: XVI - Situações relacionadas com a movimentação de contas
a) recebimento de investimento externo direto, cujos re- correntes em moeda estrangeira (CCME):
cursos retornem imediatamente a título de disponibilidade no a) movimentação de recursos incompatível com a atividade
exterior; econômica e a capacidade financeira do cliente;
b) recebimento de investimento externo direto, com reali- b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas
zação quase imediata de remessas de recursos para o exterior a movimentações financeiras não apresentem fundamentação
título de lucros e dividendos; econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação
c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores entre a atividade declarada do titular da CCME e as outras partes
incompatíveis com o valor investido; envolvidas nas transações;
d) remessas ao exterior a título de investimento em mon- c) movimentação de recursos, em especial nas contas titu-
tantes incompatíveis com a capacidade financeira do cliente; ladas por agentes autorizados a operar no mercado de câmbio,
e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no que denotem inobservância a limites por operação cambial ou
exterior para várias empresas no País; qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresen-
f) remessas de recursos de vários investidores situados no tem atipicidade, pela habitualidade, valor, forma ou ausência de
exterior para uma mesma empresa no País; aderência às normas cambiais;
g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao por- d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita.
te ou à natureza empresarial do cliente, ou em valores incompa- Exemplos: contas de agências de turismo e contas de adminis-
tíveis com a capacidade financeira dos sócios; tradoras de cartão de crédito.
h) retorno de investimento feito no exterior sem comprova- XVII - Situações relacionadas com operações realizadas em
ção da remessa que lhe tenha dado origem. municípios localizados em regiões de risco:
XIII - Situações relacionadas com funcionários, parceiros e a) operação atípica em municípios localizados em regiões
prestadores de serviços terceirizados: de fronteira;
a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comporta- b) operação atípica em municípios localizados em regiões de
mento do empregado, do parceiro ou de prestador de serviços extração mineral;
terceirizados, sem causa aparente; c) operação atípica em municípios localizados em outras re-
b) modificação inusitada do resultado operacional da pes- giões de risco.
soa jurídica do parceiro, incluído correspondente no País, sem § 1º As operações ou as situações referidas no caput devem
causa aparente; ser comunicadas, nos termos da referida Circular, somente nos
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedi- casos em que os indícios forem confirmados ao término da exe-
mento formal da instituição por funcionário, parceiro, incluído cução dos procedimentos de análise de operações e situações
correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados; suspeitas.
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou § 2º. Os procedimentos referidos no § 1º devem considerar
não, a cliente em prejuízo do programa de prevenção à lavagem todas as informações disponíveis, inclusive aquelas obtidas por
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da instituição, ou meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcio-
de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites nários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
regulamentares ou operacionais. Art. 2º Esta Carta-Circular entra em vigor em 1º de julho de
XIV - Situações relacionadas a campanhas eleitorais: 2020, quando fica revogada a Carta-Circular nº 3.542, de 12 de
a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) março de 2012.
de candidatos, contas de estreito colaborador dessas pessoas
ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem
as vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em
vigor;
b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo
de caixa do partido eleitoral;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces-
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qual-
E SUAS ALTERAÇÕES quer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente
nos seguintes crimes:
LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001. I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas
Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições finan- afins;
ceiras e dá outras providências. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou mate-
rial destinado a sua produção;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso IV – de extorsão mediante seqüestro;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: V – contra o sistema financeiro nacional;
VI – contra a Administração Pública;
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
suas operações ativas e passivas e serviços prestados. VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efei- valores;
tos desta Lei Complementar: IX – praticado por organização criminosa.
I – os bancos de qualquer espécie; Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do
II – distribuidoras de valores mobiliários; Brasil, em relação às operações que realizar e às informações
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; que obtiver no exercício de suas atribuições.
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; § 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplica-
V – sociedades de crédito imobiliário; ções e investimentos mantidos em instituições financeiras, não
VI – administradoras de cartões de crédito; pode ser oposto ao Banco Central do Brasil:
VII – sociedades de arrendamento mercantil; I – no desempenho de suas funções de fiscalização, com-
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado; preendendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos pratica-
IX – cooperativas de crédito; dos por controladores, administradores, membros de conselhos
X – associações de poupança e empréstimo; estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de instituições
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros; financeiras;
XII – entidades de liquidação e compensação; II – ao proceder a inquérito em instituição financeira subme-
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas tida a regime especial.
operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo- § 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se
netário Nacional. refere o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer docu-
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para mentos relativos a bens, direitos e obrigações das instituições
os efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas apli- financeiras, de seus controladores, administradores, membros
cáveis às instituições financeiras previstas no § 1o. de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos,
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo: inclusive contas correntes e operações com outras instituições
I – a troca de informações entre instituições financeiras, financeiras.
para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de ris- § 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valo-
co, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário res Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e
Nacional e pelo Banco Central do Brasil; serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas insti-
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro tuições financeiras que sejam companhias abertas.
de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedo- § 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo-
res inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, obser- biliários, em suas áreas de competência, poderão firmar convê-
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e nios:
pelo Banco Central do Brasil; I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do financeiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas,
art. 11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996; observadas as respectivas competências;
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de ou-
de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimen- tros países, objetivando:
to de informações sobre operações que envolvam recursos pro- a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições fi-
venientes de qualquer prática criminosa; nanceiras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e
V – a revelação de informações sigilosas com o consenti- subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
mento expresso dos interessados; b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para
VI – a prestação de informações nos termos e condições a investigação de atividades ou operações que impliquem apli-
estabelecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei cação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
Complementar. ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de
VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamen- condutas ilícitas.
tos, relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento § 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar
adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, estende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a
a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de seus agentes.
crédito, nos termos de lei específica. (Incluído pela Lei § 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mo-
Complementar nº 166, de 2019) (Vigência) biliários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas
atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 XIII - operações com cartão de crédito;
de março de 1998, as informações cadastrais e de movimento XIV - operações de arrendamento mercantil; e
de valores relativos às operações previstas no inciso I do art. 11 XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante
da referida Lei. que venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Co-
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela missão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.
Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras § 2o As informações transferidas na forma do caput deste
as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o artigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identifica-
seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que de- ção dos titulares das operações e os montantes globais mensal-
las não poderão servir-se para fins estranhos à lide. mente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a
prestação de informações e o fornecimento de documentos sigi- partir deles efetuados.
losos solicitados por comissão de inquérito administrativo desti- § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este
nada a apurar responsabilidade de servidor público por infração artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
com as atribuições do cargo em que se encontre investido. Municípios.
§ 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se
sigilo independe da existência de processo judicial em curso. detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de
§ 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá
do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Ad- requisitar as informações e os documentos de que necessitar,
vocacia-Geral da União as informações e os documentos neces- bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada
sários à defesa da União nas ações em que seja parte. apuração dos fatos.
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores § 5o As informações a que refere este artigo serão conserva-
Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições fi- das sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.
nanceiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informa- Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da
ções e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somen-
fizerem necessários ao exercício de suas respectivas competên- te poderão examinar documentos, livros e registros de institui-
cias constitucionais e legais. ções financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e
§ 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercí- aplicações financeiras, quando houver processo administrativo
cio de sua competência constitucional e legal de ampla investi- instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames se-
gação, obterão as informações e documentos sigilosos de que jam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
necessitarem, diretamente das instituições financeiras, ou por competente. (Regulamento)
intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valo- Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e
res Mobiliários. os documentos a que se refere este artigo serão conservados em
§ 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre- sigilo, observada a legislação tributária.
viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comis-
Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões são de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo,
parlamentares de inquérito. poderá solicitar à autoridade judiciária competente o levanta-
Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe- mento do sigilo junto às instituições financeiras de informações
riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais e documentos relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa
as instituições financeiras informarão à administração tributária física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar.
da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de
seus serviços. (Regulamento) Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de in-
§ 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos formações acerca dos resultados das inspeções que realizarem,
deste artigo: dos inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplica-
I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de pou- rem, sempre que as informações forem necessárias ao desem-
pança; penho de suas atividades.
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em che- Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades pre-
ques; vistas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pe-
III – emissão de ordens de crédito ou documentos asseme- las autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco
lhados; Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às insti-
IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, in- tuições financeiras.
clusive de poupança; Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco
V – contratos de mútuo; Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verifica-
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros rem a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública,
títulos de crédito; ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; Público, juntando à comunicação os documentos necessários à
VIII – aplicações em fundos de investimentos; apuração ou comprovação dos fatos.
IX – aquisições de moeda estrangeira; § 1o A comunicação de que trata este artigo será efetua-
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; da pelos Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão
XI – transferências de moeda e outros valores para o exte- de Valores Mobiliários, admitida delegação de competência, no
rior; prazo máximo de quinze dias, a contar do recebimento do pro-
XII – operações com ouro, ativo financeiro; cesso, com manifestação dos respectivos serviços jurídicos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento
o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários co- realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito
municarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e público ou privado, independentemente do meio, do país de sua
os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indí- sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que:
cios de sua prática, anexando os documentos pertinentes. I - a operação de tratamento seja realizada no território na-
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas cional;
nesta Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsá- II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta
veis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplican- ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de da-
do-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras dos de indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação
sanções cabíveis. dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re- III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido
tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações coletados no território nacional.
requeridas nos termos desta Lei Complementar. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os da-
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utili- dos pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
zação de qualquer informação obtida em decorrência da quebra § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o trata-
de sigilo de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e mento de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta
diretamente pelos danos decorrentes, sem prejuízo da respon- Lei.
sabilidade objetiva da entidade pública, quando comprovado Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pes-
que o servidor agiu de acordo com orientação oficial. soais:
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente
sua publicação. particulares e não econômicos;
Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezem- II - realizado para fins exclusivamente:
bro de 1964. a) jornalístico e artísticos; ou
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
desta Lei;
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº III - realizado para fins exclusivos de:
13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES a) segurança pública;
b) defesa nacional;
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações pe-
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação nais; ou
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência IV - provenientes de fora do território nacional e que não
sejam objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência in-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ternacional de dados com outro país que não o de proveniência,
desde que o país de proveniência proporcione grau de proteção
CAPÍTULO I de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III
será regido por legislação específica, que deverá prever medi-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pes- das proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento
soais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por do interesse público, observados o devido processo legal, os
pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de princípios gerais de proteção e os direitos do titular previstos
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade nesta Lei.
e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. § 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de inciso III do caput deste artigo por pessoa de direito privado,
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direi-
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de to público, que serão objeto de informe específico à autoridade
2019) Vigência nacional e que deverão observar a limitação imposta no § 4º
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como deste artigo.
fundamentos: § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou re-
I - o respeito à privacidade; comendações referentes às exceções previstas no inciso III do
II - a autodeterminação informativa; caput deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunica- de impacto à proteção de dados pessoais.
ção e de opinião; § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; banco de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo po-
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inova- derá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela
ção; que possua capital integralmente constituído pelo poder públi-
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do con- co. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
sumidor; e Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da per- I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural
sonalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas identificada ou identificável;
naturais.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da adminis-
ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindi- tração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito
cato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis
dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou bio- brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em sua missão
métrico, quando vinculado a uma pessoa natural; institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pesquisa
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa básica ou aplicada de caráter histórico, científico, tecnológico
ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos ra- ou estatístico; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
zoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento; gência
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pesso- XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública
ais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrô- responsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento
nico ou físico; desta Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pes- nº 13.853, de 2019) Vigência
soais que são objeto de tratamento; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deve-
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito pú- rão observar a boa-fé e os seguintes princípios:
blico ou privado, a quem competem as decisões referentes ao I - finalidade: realização do tratamento para propósitos le-
tratamento de dados pessoais; gítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem pos-
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito públi- sibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com
co ou privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em essas finalidades;
nome do controlador; II - adequação: compatibilidade do tratamento com as fi-
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e ope- nalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do
rador para atuar como canal de comunicação entre o controla- tratamento;
dor, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
de Dados (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
Vigência dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; finalidades do tratamento de dados;
X - tratamento: toda operação realizada com dados pes- IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facili-
soais, como as que se referem a coleta, produção, recepção, tada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem
classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distri- como sobre a integralidade de seus dados pessoais;
buição, processamento, arquivamento, armazenamento, elimi- V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exati-
nação, avaliação ou controle da informação, modificação, comu- dão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com
nicação, transferência, difusão ou extração; a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu trata-
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e mento;
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
um indivíduo; tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
XII - consentimento: manifestação livre, informada e ine- segredos comercial e industrial;
quívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administra-
dados pessoais para uma finalidade determinada; tivas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autori-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação zados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco alteração, comunicação ou difusão;
de dados; VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocor-
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados rência de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
armazenados em banco de dados, independentemente do pro- IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tra-
cedimento empregado; tamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
XV - transferência internacional de dados: transferência de X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
dados pessoais para país estrangeiro ou organismo internacio- pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de com-
nal do qual o país seja membro; provar a observância e o cumprimento das normas de proteção
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
transferência internacional, interconexão de dados pessoais
ou tratamento compartilhado de bancos de dados pessoais por CAPÍTULO II
órgãos e entidades públicos no cumprimento de suas compe- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
tências legais, ou entre esses e entes privados, reciprocamente, SEÇÃO I
com autorização específica, para uma ou mais modalidades de DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSO-
tratamento permitidas por esses entes públicos, ou entre entes AIS
privados;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
documentação do controlador que contém a descrição dos pro- realizado nas seguintes hipóteses:
cessos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
às liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medi- II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória
das, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco; pelo controlador;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - pela administração pública, para o tratamento e uso § 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades deter-
compartilhado de dados necessários à execução de políticas minadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de da-
públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em dos pessoais serão nulas.
contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas § 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer mo-
as disposições do Capítulo IV desta Lei; mento mediante manifestação expressa do titular, por procedi-
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga- mento gratuito e facilitado, ratificados os tratamentos realiza-
rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pesso- dos sob amparo do consentimento anteriormente manifestado
ais; enquanto não houver requerimento de eliminação, nos termos
V - quando necessário para a execução de contrato ou de do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei.
procedimentos preliminares relacionados a contrato do qual § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
seja parte o titular, a pedido do titular dos dados; I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar
VI - para o exercício regular de direitos em processo judi- ao titular, com destaque de forma específica do teor das altera-
cial, administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº ções, podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento
9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; é exigido, revogá-lo caso discorde da alteração.
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informa-
titular ou de terceiro; ções sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser dis-
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedi- ponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de,
mento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde entre outras características previstas em regulamentação para o
ou autoridade sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de atendimento do princípio do livre acesso:
2019) Vigência I - finalidade específica do tratamento;
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem comercial e industrial;
direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a pro- III - identificação do controlador;
teção dos dados pessoais; ou IV - informações de contato do controlador;
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
na legislação pertinente. controlador e a finalidade;
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o trata-
Vigência mento; e
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos
Vigência contidos no art. 18 desta Lei.
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titu-
justificaram sua disponibilização. lar tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no apresentadas previamente com transparência, de forma clara e
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente pú- inequívoca.
blicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os prin- § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se
cípios previstos nesta Lei. houver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pes-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no soais não compatíveis com o consentimento original, o contro-
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- lador deverá informar previamente o titular sobre as mudanças
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter de finalidade, podendo o titular revogar o consentimento, caso
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas discorde das alterações.
as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercí-
não desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações cio de direito, o titular será informado com destaque sobre esse
previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios fato e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do
gerais e da garantia dos direitos do titular. titular elencados no art. 18 desta Lei.
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente pode-
referem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para no- rá fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades
vas finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e legítimas, consideradas a partir de situações concretas, que in-
específicos para o novo tratamento e a preservação dos direitos cluem, mas não se limitam a:
do titular, assim como os fundamentos e os princípios previstos I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta seus direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respei-
Lei deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que de- tadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades
monstre a manifestação de vontade do titular. fundamentais, nos termos desta Lei.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
deverá constar de cláusula destacada das demais cláusulas con- do controlador, somente os dados pessoais estritamente neces-
tratuais. sários para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consen- § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
timento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante ví- interesse.
cio de consentimento.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador II - as transações financeiras e administrativas resultantes
relatório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o do uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo.
tratamento tiver como fundamento seu interesse legítimo, ob- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
servados os segredos comercial e industrial. § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistên-
cia à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de
SEÇÃO II seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS como na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados
poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: dados pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de de anonimização ao qual foram submetidos for revertido, utili-
forma específica e destacada, para finalidades específicas; zando exclusivamente meios próprios, ou quando, com esforços
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipó- razoáveis, puder ser revertido.
teses em que for indispensável para: § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo con- consideração fatores objetivos, tais como custo e tempo neces-
trolador; sários para reverter o processo de anonimização, de acordo com
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu- as tecnologias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios pró-
ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas prios.
em leis ou regulamentos; § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pes-
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, soais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação
sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais sen- do perfil comportamental de determinada pessoa natural, se
síveis; identificada.
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em § 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e
processo judicial, administrativo e arbitral, este último nos ter- técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar ve-
mos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitra- rificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional
gem) ; de Proteção de Dados Pessoais.
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os ór-
de terceiro; gãos de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais,
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento rea- que serão tratados exclusivamente dentro do órgão e estrita-
lizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autori- mente para a finalidade de realização de estudos e pesquisas e
dade sanitária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) mantidos em ambiente controlado e seguro, conforme práticas
Vigência de segurança previstas em regulamento específico e que inclu-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, am, sempre que possível, a anonimização ou pseudonimização
nos processos de identificação e autenticação de cadastro em dos dados, bem como considerem os devidos padrões éticos re-
sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no lacionados a estudos e pesquisas.
art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do
liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos estudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em ne-
dados pessoais. nhuma hipótese poderá revelar dados pessoais.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamen- § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
to de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
possa causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legisla- circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
ção específica. § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será obje-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” to de regulamentação por parte da autoridade nacional e das
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades autoridades da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas
públicas, será dada publicidade à referida dispensa de consenti- competências.
mento, nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de
soais sensíveis entre controladores com objetivo de obter van- associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de
tagem econômica poderá ser objeto de vedação ou de regula- informação adicional mantida separadamente pelo controlador
mentação por parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos em ambiente controlado e seguro.
setoriais do Poder Público, no âmbito de suas competências.
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre SEÇÃO III
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
com objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipó- ADOLESCENTES
teses relativas a prestação de serviços de saúde, de assistência
farmacêutica e de assistência à saúde, desde que observado o § Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de
5º deste artigo, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e te- adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos
rapia, em benefício dos interesses dos titulares de dados, e para termos deste artigo e da legislação pertinente.
permitir: (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; realizado com o consentimento específico e em destaque dado
ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.

41
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste arti- I - confirmação da existência de tratamento;
go, os controladores deverão manter pública a informação sobre II - acesso aos dados;
os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os pro- III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatuali-
cedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. zados;
18 desta Lei. IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desne-
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem cessários, excessivos ou tratados em desconformidade com o
o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a disposto nesta Lei;
coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável le- V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço
gal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua ou produto, mediante requisição expressa, de acordo com a
proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro regulamentação da autoridade nacional, observados os segre-
sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo. dos comercial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a partici- 2019) Vigência
pação dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta
informações pessoais além das estritamente necessárias à ati- Lei;
vidade. VII - informação das entidades públicas e privadas com as
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis quais o controlador realizou uso compartilhado de dados;
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer con-
artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as sentimento e sobre as consequências da negativa;
tecnologias disponíveis. IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art.
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas 8º desta Lei.
neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara § 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar
e acessível, consideradas as características físico-motoras, per- em relação aos seus dados contra o controlador perante a auto-
ceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso ridade nacional.
de recursos audiovisuais quando adequado, de forma a propor- § 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com fun-
cionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal damento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento,
e adequada ao entendimento da criança. em caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos me-
SEÇÃO IV diante requerimento expresso do titular ou de representante
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS legalmente constituído, a agente de tratamento.
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro-
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorre-
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará
rá nas seguintes hipóteses:
ao titular resposta em que poderá:
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
indicar, sempre que possível, o agente; ou
finalidade específica almejada;
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a
II - fim do período de tratamento;
adoção imediata da providência.
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu di-
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será aten-
reito de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º
dido sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos
do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver em regulamento.
violação ao disposto nesta Lei. § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata,
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término aos agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso
de seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das ativi- compartilhado de dados a correção, a eliminação, a anonimiza-
dades, autorizada a conservação para as seguintes finalidades: ção ou o bloqueio dos dados, para que repitam idêntico proce-
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo con- dimento, exceto nos casos em que esta comunicação seja com-
trolador; provadamente impossível ou implique esforço desproporcional.
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
possível, a anonimização dos dados pessoais; § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requi- inciso V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham
sitos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou sido anonimizados pelo controlador.
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também
terceiro, e desde que anonimizados os dados. poderá ser exercido perante os organismos de defesa do con-
sumidor.
CAPÍTULO III Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados
DOS DIREITOS DO TITULAR pessoais serão providenciados, mediante requisição do titular:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
de seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utiliza-
liberdade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. dos e a finalidade do tratamento, observados os segredos co-
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do mercial e industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias,
controlador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a contado da data do requerimento do titular.
qualquer momento e mediante requisição:

42
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
favoreça o exercício do direito de acesso. cia
§ 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
critério do titular: publicidade das operações de tratamento.
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
II - sob forma impressa. mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento de que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
do titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia ele- Acesso à Informação) .
trônica integral de seus dados pessoais, observados os segredos § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos
comercial e industrial, nos termos de regulamentação da auto- do titular perante o Poder Público observarão o disposto em le-
ridade nacional, em formato que permita a sua utilização subse- gislação específica, em especial as disposições constantes da Lei
quente, inclusive em outras operações de tratamento. nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferen- Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo
ciada acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste Administrativo) , e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
artigo para os setores específicos. (Lei de Acesso à Informação) .
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revi- § 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter
são de decisões tomadas unicamente com base em tratamento privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo trata-
automatizado de dados pessoais que afetem seus interesses, mento dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste
incluídas as decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, artigo, nos termos desta Lei.
profissional, de consumo e de crédito ou os aspectos de sua per- § 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer aces-
sonalidade. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência so aos dados por meio eletrônico para a administração pública,
§ 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, tendo em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de econo-
procedimentos utilizados para a decisão automatizada, observa- mia mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao
dos os segredos comercial e industrial. disposto no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo
§ 2º Em caso de não oferecimento de informações de que tratamento dispensado às pessoas jurídicas de direito privado
trata o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo co- particulares, nos termos desta Lei.
mercial e industrial, a autoridade nacional poderá realizar au- Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de
ditoria para verificação de aspectos discriminatórios em trata- economia mista, quando estiverem operacionalizando políticas
mento automatizado de dados pessoais. públicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo trata-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- mento dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público,
gência nos termos deste Capítulo.
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato intero-
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. perável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos,
de dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletiva- à descentralização da atividade pública e à disseminação e ao
mente, na forma do disposto na legislação pertinente, acerca acesso das informações pelo público em geral.
dos instrumentos de tutela individual e coletiva. Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
Público deve atender a finalidades específicas de execução de
CAPÍTULO IV políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas enti-
DO TRATAMENTO DE DADOS dades públicas, respeitados os princípios de proteção de dados
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO pessoais elencados no art. 6º desta Lei.
SEÇÃO I § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades priva-
DAS REGRAS das dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha
acesso, exceto:
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurí- I - em casos de execução descentralizada de atividade públi-
dicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º ca que exija a transferência, exclusivamente para esse fim espe-
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à cífico e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de
Informação) , deverá ser realizado para o atendimento de sua 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
finalidade pública, na persecução do interesse público, com o II - (VETADO);
objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atri- III - nos casos em que os dados forem acessíveis publica-
buições legais do serviço público, desde que: mente, observadas as disposições desta Lei.
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
suas competências, realizam o tratamento de dados pessoais, paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres;
fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar ex-
a execução dessas atividades, em veículos de fácil acesso, prefe- clusivamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou pro-
rencialmente em seus sítios eletrônicos; teger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos
II - (VETADO); e dados, desde que vedado o tratamento para outras finalidades.
III - seja indicado um encarregado quando realizarem ope- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
rações de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste arti-
desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência go deverão ser comunicados à autoridade nacional.

43
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados VI - quando a transferência resultar em compromisso assu-
pessoais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito mido em acordo de cooperação internacional;
privado será informado à autoridade nacional e dependerá de VII - quando a transferência for necessária para a execução
consentimento do titular, exceto: de política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta
nesta Lei; Lei;
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento
dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta específico e em destaque para a transferência, com informação
Lei; ou prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. claramente esta de outras finalidades; ou
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Inclu- nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pes-
Art. 28. (VETADO). soas jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
momento, aos órgãos e às entidades do poder público a reali- Acesso à Informação) , no âmbito de suas competências legais,
zação de operações de tratamento de dados pessoais, informa- e responsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão requerer
ções específicas sobre o âmbito e a natureza dos dados e ou- à autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a dados
tros detalhes do tratamento realizado e poderá emitir parecer pessoais conferido por país ou organismo internacional.
técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei. Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro
(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência ou do organismo internacional mencionado no inciso I do caput
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas do art. 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que
complementares para as atividades de comunicação e de uso levará em consideração:
compartilhado de dados pessoais. I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país
de destino ou no organismo internacional;
SEÇÃO II II - a natureza dos dados;
DA RESPONSABILIDADE III - a observância dos princípios gerais de proteção de da-
dos pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regu-
do tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autori- lamento;
dade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o
fazer cessar a violação. respeito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferên-
Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção cia.
de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas prá- Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão con-
ticas para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. tratuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais espe-
cíficas para uma determinada transferência, normas corporati-
CAPÍTULO V vas globais ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS refere o inciso II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela
autoridade nacional.
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo,
mente é permitida nos seguintes casos: deverão ser considerados os requisitos, as condições e as garan-
I - para países ou organismos internacionais que proporcio- tias mínimas para a transferência que observem os direitos, as
nem grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto garantias e os princípios desta Lei.
nesta Lei; § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de ou de normas corporativas globais submetidas à aprovação da
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime autoridade nacional, poderão ser requeridas informações su-
de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: plementares ou realizadas diligências de verificação quanto às
a) cláusulas contratuais específicas para determinada trans- operações de tratamento, quando necessário.
ferência; § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de
b) cláusulas-padrão contratuais; certificação para a realização do previsto no caput deste artigo,
c) normas corporativas globais; que permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente regulamento.
emitidos; § 4º Os atos realizados por organismo de certificação pode-
III - quando a transferência for necessária para a cooperação rão ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconfor-
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de midade com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
investigação e de persecução, de acordo com os instrumentos § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios
de direito internacional; gerais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput
IV - quando a transferência for necessária para a proteção deste artigo serão também analisadas de acordo com as medi-
da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; das técnicas e organizacionais adotadas pelo operador, de acor-
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; do com o previsto nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como su- SEÇÃO III
ficientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
direitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deve-
rão ser comunicadas à autoridade nacional. Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exer-
cício de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a
CAPÍTULO VI outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em vio-
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS lação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a
SEÇÃO I repará-lo.
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos
dados:
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro I - o operador responde solidariamente pelos danos causa-
das operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, dos pelo tratamento quando descumprir as obrigações da le-
especialmente quando baseado no legítimo interesse. gislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- instruções lícitas do controlador, hipótese em que o operador
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- equipara-se ao controlador, salvo nos casos de exclusão previs-
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações tos no art. 43 desta Lei;
de tratamento de dados, nos termos de regulamento, observa- II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos
dos os segredos comercial e industrial. no tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste arti- respondem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previs-
go, o relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos tos no art. 43 desta Lei.
de dados coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para § 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da pro-
a garantia da segurança das informações e a análise do controla- va a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossí-
dor com relação a medidas, salvaguardas e mecanismos de miti- mil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de
gação de risco adotados. prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo excessivamente onerosa.
as instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a ob- § 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham
servância das próprias instruções e das normas sobre a matéria. por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o dis-
de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso posto na legislação pertinente.
aos dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de
dos registros, tendo em vista especialmente a necessidade e a regresso contra os demais responsáveis, na medida de sua parti-
transparência. cipação no evento danoso.
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabi-
SEÇÃO II lizados quando provarem:
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que
lhes é atribuído;
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tra- II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados
tamento de dados pessoais. pessoais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de
§ 1º A identidade e as informações de contato do encar- proteção de dados; ou
regado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular
objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. dos dados ou de terceiro.
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quan-
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar do deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a
esclarecimentos e adotar providências; segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as cir-
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar cunstâncias relevantes, entre as quais:
providências; I - o modo pelo qual é realizado;
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se espe-
respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de ram;
dados pessoais; e III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo con- à época em que foi realizado.
trolador ou estabelecidas em normas complementares. Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da vio-
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- lação da segurança dos dados o controlador ou o operador que,
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indica- desta Lei, der causa ao dano.
ção, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âm-
operações de tratamento de dados. bito das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- responsabilidade previstas na legislação pertinente.
gência

45
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII boas práticas e de governança que estabeleçam as condições
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS de organização, o regime de funcionamento, os procedimen-
SEÇÃO I tos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas de
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para
os diversos envolvidos no tratamento, as ações educativas, os
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de mecanismos internos de supervisão e de mitigação de riscos e
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais.
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qual- o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento
quer forma de tratamento inadequado ou ilícito. e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões téc- e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata-
nicos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste mento de dados do titular.
artigo, considerados a natureza das informações tratadas, as § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e
características específicas do tratamento e o estado atual da VIII do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a
tecnologia, especialmente no caso de dados pessoais sensíveis, estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a
assim como os princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão dos danos para os titulares dos dados, poderá:
ser observadas desde a fase de concepção do produto ou do ser- I - implementar programa de governança em privacidade
viço até a sua execução. que, no mínimo:
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa a) demonstre o comprometimento do controlador em ado-
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- tar processos e políticas internas que assegurem o cumprimen-
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação to, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à
aos dados pessoais, mesmo após o seu término. proteção de dados pessoais;
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacio- b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que
nal e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa estejam sob seu controle, independentemente do modo como
acarretar risco ou dano relevante aos titulares. se realizou sua coleta;
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas
definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mí- operações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
nimo: d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; em processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à pri-
II - as informações sobre os titulares envolvidos; vacidade;
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utiliza- e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com
das para a proteção dos dados, observados os segredos comer- o titular, por meio de atuação transparente e que assegure me-
cial e industrial; canismos de participação do titular;
IV - os riscos relacionados ao incidente; f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter estabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e ex-
sido imediata; e ternos;
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para re- g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação;
verter ou mitigar os efeitos do prejuízo. e
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do inciden- h) seja atualizado constantemente com base em informa-
te e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ções obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações
titulares, determinar ao controlador a adoção de providências, periódicas;
tais como: II - demonstrar a efetividade de seu programa de governan-
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e ça em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. da autoridade nacional ou de outra entidade responsável por
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada even- promover o cumprimento de boas práticas ou códigos de condu-
tual comprovação de que foram adotadas medidas técnicas ade- ta, os quais, de forma independente, promovam o cumprimento
quadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no desta Lei.
âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
não autorizados a acessá-los. publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhe-
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados cidas e divulgadas pela autoridade nacional.
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisi- Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de pa-
tos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança drões técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus
e aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas dados pessoais.
regulamentares.

SEÇÃO II
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas


competências, pelo tratamento de dados pessoais, individual-
mente ou por meio de associações, poderão formular regras de

46
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VIII § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
DA FISCALIZAÇÃO ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078,
SEÇÃO I de 11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput des-
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das te artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos,
infrações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujei- sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
tos às seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autori- 1990, na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527,
dade nacional: (Vigência) de 18 de novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de me- § 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
didas corretivas; caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamen- faturamento total da empresa ou grupo de empresas, quando
to da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado não dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade em-
no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, presarial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade
no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por nacional, ou quando o valor for apresentado de forma incomple-
infração; ta ou não for demonstrado de forma inequívoca e idônea.
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela
inciso II; ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo
IV - publicização da infração após devidamente apurada e de Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº
confirmada a sua ocorrência; 7.347, de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
até a sua regularização; § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput des-
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infra- te artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ção; I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das
VII - (VETADO); sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput des-
VIII - (VETADO); te artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº
IX - (VETADO). 13.853, de 2019)
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
a que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) me- entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses ór-
ses, prorrogável por igual período, até a regularização da ati- gãos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vidade de tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autoriza-
13.853, de 2019) dos de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos de conciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja
dados pessoais a que se refere a infração pelo período máximo acordo, o controlador estará sujeito à aplicação das penalidades
de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela de que trata este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula-
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades re- mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta
lacionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias
de 2019) que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa.
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento admi- (Vigência)
nistrativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de § 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo
forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as pe- devem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes
culiaridades do caso concreto e considerados os seguintes parâ- de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e
metros e critérios: dosimetrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa,
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pes- que deverão conter fundamentação detalhada de todos os seus
soais afetados; elementos, demonstrando a observância dos critérios previstos
II - a boa-fé do infrator; nesta Lei.
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; § 2º O regulamento de sanções e metodologias correspon-
IV - a condição econômica do infrator; dentes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a
V - a reincidência; adoção de multa simples ou diária.
VI - o grau do dano; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infra-
VII - a cooperação do infrator; ções a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autorida-
procedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados de nacional. (Vigência)
ao tratamento seguro e adequado de dados, em consonância Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária de-
com o disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; verá conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o pra-
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; zo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e o valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a inten-
sidade da sanção.

47
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IX § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do manda-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS to de membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será
(ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DA- completado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
DOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente per-
SEÇÃO I derão seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de pro-
(ANPD) cesso administrativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019)
Art. 55. (VETADO). § 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
Art. 55-A. Fica criada, sem aumento de despesa, a Autori- Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar
dade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão da adminis- o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por
tração pública federal, integrante da Presidência da República. comissão especial constituída por servidores públicos federais
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) estáveis. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º A natureza jurídica da ANPD é transitória e poderá ser § 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas-
transformada pelo Poder Executivo em entidade da administra- tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela
ção pública federal indireta, submetida a regime autárquico es- comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o
pecial e vinculada à Presidência da República. (Incluído pela Lei julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
nº 13.853, de 2019) Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após
§ 2º A avaliação quanto à transformação de que dispõe o o exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16
§ 1º deste artigo deverá ocorrer em até 2 (dois) anos da data de maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
da entrada em vigor da estrutura regimental da ANPD. (Incluído Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste arti-
pela Lei nº 13.853, de 2019) go caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela
§ 3º O provimento dos cargos e das funções necessários à Lei nº 13.853, de 2019)
criação e à atuação da ANPD está condicionado à expressa au- Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a
torização física e financeira na lei orçamentária anual e à per- estrutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
missão na lei de diretrizes orçamentárias. (Incluído pela Lei nº 2019)
13.853, de 2019) § 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regi-
Art. 55-B. É assegurada autonomia técnica e decisória à mental, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Casa Civil da Presidência da República para o exercício de suas
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº atividades. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da da ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do
Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das fun-
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ções de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Dire-
V - órgão de assessoramento jurídico próprio; e (Incluído tor e nomeados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluí-
pela Lei nº 13.853, de 2019) do pela Lei nº 13.853, de 2019)
VI - unidades administrativas e unidades especializadas ne- Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
cessárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 2019)
13.853, de 2019) I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de legislação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
5 (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela II - zelar pela observância dos segredos comercial e indus-
Lei nº 13.853, de 2019) trial, observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão esco- informações quando protegido por lei ou quando a quebra do
lhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após sigilo violar os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela
aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do in- Lei nº 13.853, de 2019)
ciso III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853,
no mínimo, de nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de
dentre brasileiros que tenham reputação ilibada, nível supe- dados realizado em descumprimento à legislação, mediante pro-
rior de educação e elevado conceito no campo de especialidade cesso administrativo que assegure o contraditório, a ampla de-
dos cargos para os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº fesa e o direito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controla-
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dor não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação;
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Di- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
retor nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de VI - promover na população o conhecimento das normas e
5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de das políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das
nomeação. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) medidas de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

48
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacio- XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descum-
nais e internacionais de proteção de dados pessoais e privacida- primento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da admi-
de; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nistração pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produ- XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
tos que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus para exercer suas competências em setores específicos de ati-
dados pessoais, os quais deverão levar em consideração as espe- vidades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e
cificidades das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
IX - promover ações de cooperação com autoridades de pro- meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o trata-
teção de dados pessoais de outros países, de natureza interna- mento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (In-
cional ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de § 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamen-
tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comer- to de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam
cial e industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exi-
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder gência de mínima intervenção, assegurados os fundamentos,
público que realizem operações de tratamento de dados pesso- os princípios e os direitos dos titulares previstos no art. 170 da
ais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os Constituição Federal e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade 2019)
de emitir parecer técnico complementar para garantir o cumpri- § 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD de-
mento desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) vem ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ati- de análises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853,
vidades; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis
de dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de pela regulação de setores específicos da atividade econômica e
impacto à proteção de dados pessoais para os casos em que o governamental devem coordenar suas atividades, nas corres-
tratamento representar alto risco à garantia dos princípios ge- pondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumpri-
rais de proteção de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído mento de suas atribuições com a maior eficiência e promover o
pela Lei nº 13.853, de 2019) adequado funcionamento dos setores regulados, conforme le-
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em ma- gislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma
térias de interesse relevante e prestar contas sobre suas ativida- desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des e planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) § 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação,
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
inclusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entida-
de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o
des da administração pública responsáveis pela regulação de se-
detalhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº
tores específicos da atividade econômica e governamental, a fim
13.853, de 2019)
de facilitar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no
da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
âmbito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput
com a devida observância do disposto no inciso II do caput des-
deste artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preser-
te artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos
vação do segredo empresarial e do sigilo das informações, nos
agentes de tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela
termos da lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019)
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso
agentes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza V do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agre-
jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos admi- gada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão ser
nistrativos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, adotadas de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
de 4 de setembro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simpli- Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei com-
ficados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que pete exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalece-
microempresas e empresas de pequeno porte, bem como inicia- rão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as
tivas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se competências correlatas de outras entidades ou órgãos da admi-
autodeclarem startups ou empresas de inovação, possam ade- nistração pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
quar-se a esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efe- órgãos e entidades com competências sancionatórias e normati-
tuado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu vas afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão
entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º central de interpretação desta Lei e do estabelecimento de nor-
de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº mas e diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter termina- Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
tivo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os 13.853, de 2019)
casos omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União,
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- os créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, e os repasses que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº
de 2019) 13.853, de 2019)

49
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela
que lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei nº 13.853, de 2019)
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet
e imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de no Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) re-
IV - os valores apurados em aplicações no mercado finan- condução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ceiro das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de
13.853, de 2019) Dados Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) serviço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- 13.853, de 2019)
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, pú- Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de
blicos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei Dados Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853,
nº 13.853, de 2019) de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a
dados e informações, inclusive para fins de licitação pública. (In- elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) e da Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº
Art. 56. (VETADO). 13.853, de 2019)
Art. 57. (VETADO). II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
SEÇÃO II Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO- III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído
AIS E DA PRIVACIDADE pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públi-
Art. 58. (VETADO). cas sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (In-
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pes- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
soais e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) repre- V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados
sentantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pessoais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº Art. 59. (VETADO).
13.853, de 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, CAPÍTULO X
de 2019) DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela da Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
Lei nº 13.853, de 2019) “Art. 7º ..................................................................
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (In- .......................................................................................
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver forne-
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído cido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento,
pela Lei nº 13.853, de 2019) ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que
relacionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº dispõe sobre a proteção de dados pessoais;
13.853, de 2019) ..............................................................................” (NR)
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de “Art. 16. .................................................................
inovação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) .......................................................................................
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular,
13.853, de 2019) exceto nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a prote-
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresa- ção de dados pessoais.” (NR)
rial relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (In- Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de todos os atos processuais previstos nesta Lei, independente-
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. mente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presi- por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório
dente da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº instalado no Brasil.
13.853, de 2019) Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Es-
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito
e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos de suas competências, editarão regulamentos específicos para
titulares dos respectivos órgãos e entidades da administração o acesso a dados tratados pela União para o cumprimento do
pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) disposto no § 2º do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) , e aos re-
X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei ferentes ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
nº 13.853, de 2019) (Sinaes), de que trata a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .

50
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais san-
a adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a ções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos
data de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexida- antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simu-
de das operações de tratamento e a natureza dos dados. lação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex- § 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou,
cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacio- no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida-
nados à matéria ou nos tratados internacionais em que a Repú- riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
blica Federativa do Brasil seja parte. restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº de multa e reparação integral do dano causado.
13.853, de 2019)
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, CAPÍTULO II
55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO-
58-B; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) NAL OU ESTRANGEIRA
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020) Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, na-
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, cional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles pra-
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único
do art. 1º , que atentem contra o patrimônio público nacional ou
estrangeiro, contra princípios da administração pública ou con-
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 tra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim
definidos:
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, van-
tagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele re-
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de lacionada;
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa físi-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ca ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou
a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
CAPÍTULO I IV - no tocante a licitações e contratos:
DISPOSIÇÕES GERAIS a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedi-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva mento licitatório público;
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
contra a administração pública, nacional ou estrangeira. ato de procedimento licitatório público;
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às socieda- c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude
des empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
independentemente da forma de organização ou modelo socie- d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
tário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica
entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham para participar de licitação pública ou celebrar contrato admi-
sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas nistrativo;
de fato ou de direito, ainda que temporariamente. f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudu-
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objeti- lento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados
vamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos com a administração pública, sem autorização em lei, no ato
previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumen-
exclusivo ou não. tos contratuais; ou
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro
responsabilidade individual de seus dirigentes ou administrado- dos contratos celebrados com a administração pública;
res ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór-
do ato ilícito. gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação,
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente- inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de
mente da responsabilização individual das pessoas naturais re- fiscalização do sistema financeiro nacional.
feridas no caput . § 1º Considera-se administração pública estrangeira os ór-
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão res- gãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de
ponsabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente,
hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, pelo poder público de país estrangeiro.
fusão ou cisão societária. § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsa- pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
bilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do

51
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanis-
desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remune- mos e procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão es-
ração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, en- tabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.
tidades estatais ou em representações diplomáticas de país es-
trangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta CAPÍTULO IV
ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
organizações públicas internacionais.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo adminis-
CAPÍTULO III trativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla
jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos defesa.
nesta Lei as seguintes sanções: § 1º A competência para a instauração e o julgamento do
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% processo administrativo de apuração de responsabilidade da
(vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício ante- pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
rior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controlado-
tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando ria-Geral da União - CGU terá competência concorrente para
for possível sua estimação; e instaurar processos administrativos de responsabilização de
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, iso- fundamento nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para
lada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do corrigir-lhes o andamento.
caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações. Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será pre- apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos
cedida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pú- nesta Lei, praticados contra a administração pública estrangeira,
blica ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Comba-
ente público. te da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Tran-
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não ex- sações Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº
clui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do 3.678, de 30 de novembro de 2000.
dano causado. Art. 10. O processo administrativo para apuração da res-
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja pos- ponsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão
sível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pes- designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
soa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ ou mais servidores estáveis.
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representa-
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ção judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se re-
ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa fere o caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias
jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área para a investigação e o processamento das infrações, inclusive
da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua de busca e apreensão.
falta, em publicação de circulação nacional, bem como por meio § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autorida-
de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no de instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo ob-
próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, jeto da investigação.
de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180
de computadores. (cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que
§ 6º (VETADO). a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apu-
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san- rados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo
ções: de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
I - a gravidade da infração; § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, me-
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; diante ato fundamentado da autoridade instauradora.
III - a consumação ou não da infração; Art. 11. No processo administrativo para apuração de res-
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; ponsabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30
V - o efeito negativo produzido pela infração; (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
VI - a situação econômica do infrator; Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da co-
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das missão, será remetido à autoridade instauradora, na forma do
infrações; art. 10, para julgamento.
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos Art. 13. A instauração de processo administrativo específico
de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari- de reparação integral do dano não prejudica a aplicação imedia-
dades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no ta das sanções estabelecidas nesta Lei.
âmbito da pessoa jurídica; Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazen-
o órgão ou entidade pública lesados; e da pública.
X - (VETADO).

52
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada § 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão com-
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, enco- petente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Po-
brir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei der Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos pratica-
ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos dos contra a administração pública estrangeira.
os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus admi- Art. 17. A administração pública poderá também celebrar
nistradores e sócios com poderes de administração, observados acordo de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prá-
o contraditório e a ampla defesa. tica de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsa- com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas
bilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua
existência, para apuração de eventuais delitos. CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pes-
soa jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade na esfera judicial.
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurí- Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des-
dicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
colaborem efetivamente com as investigações e o processo ad- por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de re-
ministrativo, sendo que dessa colaboração resulte: presentação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, po-
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quan- derão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções
do couber; e às pessoas jurídicas infratoras:
II - a obtenção célere de informações e documentos que I - perdimento dos bens, direitos ou valores que represen-
comprovem o ilícito sob apuração. tem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser ce- infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
lebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requi- II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
sitos: III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder pú-
na infração investigada a partir da data de propositura do acor- blico, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
do; § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será deter-
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e minada quando comprovado:
coopere plena e permanentemente com as investigações e o I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habi-
processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, tual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu en- II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses
cerramento. ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa § 2º (VETADO).
jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa cumulativa.
aplicável. § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da de representação judicial, ou equivalente, do ente público po-
obrigação de reparar integralmente o dano causado. derá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessá- necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação
rias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado integral do dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressal-
útil do processo. vado o direito do terceiro de boa-fé.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, pode-
pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de rão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo
fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, res- daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omis-
peitadas as condições nele estabelecidas. são das autoridades competentes para promover a responsabi-
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará lização administrativa.
pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interes- Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adota-
se das investigações e do processo administrativo. do o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de
ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. reparar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, será apurado em posterior liquidação, se não constar expressa-
a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo mente da sentença.
prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela adminis-
tração pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.

53
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por
DISPOSIÇÕES FINAIS pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estran-
geira, ainda que cometidos no exterior.
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da
dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esfe- que constitua infração à ordem econômica.
ras de governo com base nesta Lei. Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afe-
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão in- ta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades
formar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às san- decorrentes de:
ções por eles aplicadas. I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
acerca das sanções aplicadas: II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou de 1993, ou outras normas de licitações e contratos da adminis-
entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; tração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de
II - tipo de sanção; e Contratações Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limi- de agosto de 2011.
tador ou impeditivo da sanção, quando for o caso. Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos após a data de sua publicação.
de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo,
as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo DECRETO Nº 8.420/2015 E SUAS ALTERAÇÕES
se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações e
ao processo administrativo. DECRETO Nº 8.420, DE 18 DE MARÇO DE 2015
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que
ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento. dispõe sobre a responsabilização administrativa de pessoas
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
excluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido nacional ou estrangeira e dá outras providências.
no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de
leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe
solicitação do órgão ou entidade sancionadora. confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constituição, e tendo em
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Le- vista o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
gislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão DECRETA:
informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Ca-
dastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização ob-
caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, jetiva administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos
os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do contra a administração pública, nacional ou estrangeira, de que
disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 .
1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores CAPÍTULO I
aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferen- DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
cialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de
nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso pessoa jurídica que possa resultar na aplicação das sanções pre-
de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver ces- vistas no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 , será efetuada por
sado. meio de Processo Administrativo de Responsabilização - PAR.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres- Art. 3º A competência para a instauração e para o julgamen-
crição será interrompida com a instauração de processo que te- to do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual
nha por objeto a apuração da infração. foi praticado o ato lesivo, ou, em caso de órgão da administra-
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo ad- ção direta, do seu Ministro de Estado.
ministrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. Parágrafo único. A competência de que trata o caput será
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão repre- exercida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delega-
sentadas pela pessoa a quem couber a administração de seus da, sendo vedada a subdelegação.
bens. Art. 4º A autoridade competente para instauração do PAR,
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à adminis-
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência tração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade e
ou sucursal aberta ou instalada no Brasil. mediante despacho fundamentado, decidirá:
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento I - pela abertura de investigação preliminar;
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a II - pela instauração de PAR; ou
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e adminis- III - pelo arquivamento da matéria.
trativamente nos termos da legislação específica aplicável.

54
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá ca- § 2º Em se tratando de pessoa jurídica que não possua sede,
ráter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de in- filial ou representação no País e sendo desconhecida sua repre-
dícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração sentação no exterior, frustrada a intimação nos termos do caput
pública federal. , será feita nova intimação por meio de edital publicado na im-
§ 2º A investigação preliminar será conduzida por comissão prensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público
composta por dois ou mais servidores efetivos. responsável pela apuração do PAR, contando-se o prazo para
§ 3º Em entidades da administração pública federal cujos apresentação da defesa a partir da última data de publicação
quadros funcionais não sejam formados por servidores estatu- do edital.
tários, a comissão a que se refere o § 2º será composta por dois Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por
ou mais empregados públicos. meio de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes
§ 4º O prazo para conclusão da investigação preliminar não assegurado amplo acesso aos autos.
excederá sessenta dias e poderá ser prorrogado por igual perío- Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da reparti-
do, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à ção pública, sendo autorizada a obtenção de cópias mediante
autoridade instauradora. requerimento.
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à Art. 9º O prazo para a conclusão do PAR não excederá cento
autoridade competente as peças de informação obtidas, acom- e oitenta dias, admitida prorrogação por meio de solicitação do
panhadas de relatório conclusivo acerca da existência de indí- presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá
cios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração de forma fundamentada.
pública federal, para decisão sobre a instauração do PAR. § 1º O prazo previsto no caput será contado da data de pu-
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designa- blicação do ato de instauração do PAR.
rá comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis, que § 2º A comissão, para o devido e regular exercício de suas
avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa funções, poderá:
jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e I - propor à autoridade instauradora a suspensão cautelar
especificar eventuais provas que pretende produzir. dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos II - solicitar a atuação de especialistas com notório conhe-
quadros funcionais não sejam formados por servidores estatu- cimento, de órgãos e entidades públicos ou de outras organiza-
tários, a comissão a que se refere o caput será composta por ções, para auxiliar na análise da matéria sob exame; e
dois ou mais empregados públicos, preferencialmente com no III - solicitar ao órgão de representação judicial ou equiva-
mínimo três anos de tempo de serviço na entidade. lente dos órgãos ou entidades lesados que requeira as medidas
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de necessárias para a investigação e o processamento das infra-
novas provas ou de juntada de provas julgadas indispensáveis ções, inclusive de busca e apreensão, no País ou no exterior.
pela comissão, a pessoa jurídica poderá apresentar alegações § 3º Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
finais no prazo de dez dias, contado da data do deferimento ou missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da
da intimação de juntada das provas pela comissão. eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no
§ 3º Serão recusadas, mediante decisão fundamentada, pro- qual sugerirá, de forma motivada, as sanções a serem aplicadas,
vas propostas pela pessoa jurídica que sejam ilícitas, imperti- a dosimetria da multa ou o arquivamento do processo.
nentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. § 4º O relatório final do PAR será encaminhado à autoridade
§ 4º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa infor- competente para julgamento, o qual será precedido de mani-
mações e documentos referentes à existência e ao funciona- festação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência jurídica
mento de programa de integridade, a comissão processante de- competente.
verá examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo § 5º Caso seja verificada a ocorrência de eventuais ilícitos a
IV, para a dosimetria das sanções a serem aplicadas. serem apurados em outras instâncias, o relatório da comissão
Art. 6º A comissão a que se refere o art. 5º exercerá suas será encaminhado, pela autoridade julgadora:
atividades com independência e imparcialidade, assegurado o I - ao Ministério Público;
sigilo, sempre que necessário à elucidação do fato e à preserva- II - à Advocacia-Geral da União e seus órgãos vinculados,
ção da imagem dos envolvidos, ou quando exigido pelo interesse no caso de órgãos da administração pública direta, autarquias e
da administração pública, garantido o direito à ampla defesa e fundações públicas federais; ou
ao contraditório. III - ao órgão de representação judicial ou equivalente no
Art. 7º As intimações serão feitas por meio eletrônico, via caso de órgãos ou entidades da administração pública não
postal ou por qualquer outro meio que assegure a certeza de ci- abrangidos pelo inciso II.
ência da pessoa jurídica acusada, cujo prazo para apresentação § 6º Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comis-
de defesa será contado a partir da data da cientificação oficial, são, esta deverá ser fundamentada com base nas provas produ-
observado o disposto no Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de zidas no PAR.
janeiro de 1999 . Art. 10. A decisão administrativa proferida pela autorida-
§ 1º Caso não tenha êxito a intimação de que trata o caput de julgadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da
, será feita nova intimação por meio de edital publicado na im- União e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público respon-
prensa oficial, em jornal de grande circulação no Estado da fede- sável pela instauração do PAR.
ração em que a pessoa jurídica tenha sede, e no sítio eletrônico Art. 11. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedi-
do órgão ou entidade pública responsável pela apuração do PAR, do de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez
contando-se o prazo para apresentação da defesa a partir da dias, contado da data de publicação da decisão.
última data de publicação do edital.

55
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções CAPÍTULO II
no PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMEN-
cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para TOS JUDICIAIS
interposição do pedido de reconsideração. SEÇÃO I
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para DISPOSIÇÕES GERAIS
decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e
publicar nova decisão. Art. 15. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san-
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será ções administrativas, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.846, de
concedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para cum- 2013 :
primento das sanções que lhe foram impostas, contado da data I - multa; e
de publicação da nova decisão. II - publicação extraordinária da decisão administrativa san-
Art. 12. Os atos previstos como infrações administrativas cionadora.
à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , ou a outras normas Art. 16. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações
de licitações e contratos da administração pública que também administrativas à Lei nº 8.666, de 1993 , ou a outras normas de
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013 , licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
serão apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, a apuração conjunta prevista no art. 12, a pessoa jurídica tam-
aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo. bém estará sujeita a sanções administrativas que tenham como
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo efeito restrição ao direito de participar em licitações ou de cele-
autoridades distintas competentes para julgamento, o processo brar contratos com a administração pública, a serem aplicadas
será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, no PAR.
para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedên-
cia o julgamento pelo Ministro de Estado competente. SEÇÃO II
§ 2º Para fins do disposto no caput , o chefe da unidade DA MULTA
responsável no órgão ou entidade pela gestão de licitações e
contratos deve comunicar à autoridade prevista no art. 3º sobre Art. 17. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores
eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º correspondentes aos seguintes percentuais do faturamento bru-
da Lei nº 12.846, de 2013. to da pessoa jurídica do último exercício anterior ao da instaura-
Art. 13. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito ção do PAR, excluídos os tributos:
do Poder Executivo federal, competência: I - um por cento a dois e meio por cento havendo continui-
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e dade dos atos lesivos no tempo;
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para II - um por cento a dois e meio por cento para tolerância
exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento, ou ciência de pessoas do corpo diretivo ou gerencial da pessoa
inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa jurídica;
cabível. III - um por cento a quatro por cento no caso de interrup-
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual- ção no fornecimento de serviço público ou na execução de obra
quer tempo, a competência prevista no caput , se presentes contratada;
quaisquer das seguintes circunstâncias: IV - um por cento para a situação econômica do infrator com
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente base na apresentação de índice de Solvência Geral - SG e de Li-
competente; quidez Geral - LG superiores a um e de lucro líquido no último
II - inexistência de condições objetivas para sua realização exercício anterior ao da ocorrência do ato lesivo;
no órgão ou entidade de origem; V - cinco por cento no caso de reincidência, assim definida
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria; a ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipifi-
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o cada como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013 , em
órgão ou entidade atingida; ou menos de cinco anos, contados da publicação do julgamento da
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados a mais de infração anterior; e
um órgão ou entidade da administração pública federal. VI - no caso de os contratos mantidos ou pretendidos com o
§2º Ficam os órgãos e entidades da administração pública órgão ou entidade lesado, serão considerados, na data da práti-
obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos ca do ato lesivo, os seguintes percentuais:
os documentos e informações que lhes forem solicitados, incluí- a) um por cento em contratos acima de R$ 1.500.000,00 (um
dos os autos originais dos processos que eventualmente estejam milhão e quinhentos mil reais);
em curso. b) dois por cento em contratos acima de R$ 10.000.000,00
Art. 14. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, (dez milhões de reais);
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos à administração c) três por cento em contratos acima de R$ 50.000.000,00
pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito proce- (cinquenta milhões de reais);
dimental previsto neste Capítulo. d) quatro por cento em contratos acima de R$ 250.000.000,00
(duzentos e cinquenta milhões de reais); e
e) cinco por cento em contratos acima de R$ 1.000.000.000,00
(um bilhão de reais).
Art. 18. Do resultado da soma dos fatores do art. 17 serão
subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percentu-
ais do faturamento bruto da pessoa jurídica do último exercício
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos:

56
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - um por cento no caso de não consumação da infração; II - sobre o montante total de recursos recebidos pela pes-
II - um e meio por cento no caso de comprovação de ressar- soa jurídica sem fins lucrativos no ano em que ocorreu o ato
cimento pela pessoa jurídica dos danos a que tenha dado causa; lesivo; ou
III - um por cento a um e meio por cento para o grau de cola- III - nas demais hipóteses, sobre o faturamento anual esti-
boração da pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do mável da pessoa jurídica, levando em consideração quaisquer
ato lesivo, independentemente do acordo de leniência; informações sobre a sua situação econômica ou o estado de
IV - dois por cento no caso de comunicação espontânea pela seus negócios, tais como patrimônio, capital social, número de
pessoa jurídica antes da instauração do PAR acerca da ocorrên- empregados, contratos, dentre outras.
cia do ato lesivo; e Parágrafo único. Nas hipóteses previstas no caput , o valor
V - um por cento a quatro por cento para comprovação de da multa será limitado entre R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$
a pessoa jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo IV. Art. 23. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa
Art. 19. Na ausência de todos os fatores previstos nos art. aplicável será reduzida conforme a fração nele pactuada, obser-
17 e art. 18 ou de resultado das operações de soma e subtração vado o limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de
ser igual ou menor a zero, o valor da multa corresponderá, con- 2013 .
forme o caso, a: § 1º O valor da multa previsto no caput poderá ser inferior
I - um décimo por cento do faturamento bruto do último ao limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 .
exercício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tribu- § 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descum-
tos; ou primento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa
II - R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese do art. 22. jurídica colaboradora, o valor integral encontrado antes da re-
Art. 20. A existência e quantificação dos fatores previstos dução de que trata o caput será cobrado na forma da Seção IV,
nos art. 17 e art. 18, deverá ser apurada no PAR e evidenciada descontando-se as frações da multa eventualmente já pagas.
no relatório final da comissão, o qual também conterá a estima-
tiva, sempre que possível, dos valores da vantagem auferida e SEÇÃO III
da pretendida. DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMINIS-
§ 1º Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como TRATIVA SANCIONADORA
limite:
I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida e o Art. 24. A pessoa jurídica sancionada administrativamente
previsto no art. 19; e pela prática de atos lesivos contra a administração pública, nos
II - máximo, o menor valor entre: termos da Lei nº 12.846, de 2013 , publicará a decisão adminis-
a) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício trativa sancionadora na forma de extrato de sentença, cumula-
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos; ou tivamente:
b) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida. I - em meio de comunicação de grande circulação na área
§ 2º O valor da vantagem auferida ou pretendida equivale da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua
aos ganhos obtidos ou pretendidos pela pessoa jurídica que não falta, em publicação de circulação nacional;
ocorreriam sem a prática do ato lesivo, somado, quando for o II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local
caso, ao valor correspondente a qualquer vantagem indevida de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilida-
prometida ou dada a agente público ou a terceiros a ele rela- de pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
cionados. III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo de trinta dias e em
§ 3º Para fins do cálculo do valor de que trata o § 2º, serão destaque na página principal do referido sítio.
deduzidos custos e despesas legítimos comprovadamente exe- Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será
cutados ou que seriam devidos ou despendidos caso o ato lesivo feita a expensas da pessoa jurídica sancionada.
não tivesse ocorrido.
Art. 21. Ato do Ministro de Estado Chefe da Controladoria- SEÇÃO IV
-Geral da União fixará metodologia para a apuração do fatura- DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA
mento bruto e dos tributos a serem excluídos para fins de cálcu-
lo da multa a que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013. Art. 25. A multa aplicada ao final do PAR será integralmen-
Parágrafo único. Os valores de que trata o caput poderão te recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta
ser apurados, entre outras formas, por meio de: dias, observado o disposto nos §§ 1º e 3º do art. 11.
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
do inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro sentará ao órgão ou entidade que aplicou a sanção documento
de 1966 ; e que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pes- § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa
soa jurídica acusada, no país ou no estrangeiro. tenha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de
Art. 22. Caso não seja possível utilizar o critério do valor do seu pagamento integral, o órgão ou entidade que a aplicou en-
faturamento bruto da pessoa jurídica no ano anterior ao da ins- caminhará o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou
tauração ao PAR, os percentuais dos fatores indicados nos art. das autarquias e fundações públicas federais.
17 e art. 18 incidirão: § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida
I - sobre o valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, ex- Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia ins-
cluídos os tributos, no ano em que ocorreu o ato lesivo, no caso crição.
de a pessoa jurídica não ter tido faturamento no ano anterior ao
da instauração ao PAR;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO V Art. 31. A proposta de celebração de acordo de leniência
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS poderá ser feita de forma oral ou escrita, oportunidade em que
a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi
Art. 26. As medidas judiciais, no País ou no exterior, como a orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais
cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção e de que o não atendimento às determinações e solicitações da
da publicação extraordinária, a persecução das sanções referi- Controladoria-Geral da União durante a etapa de negociação im-
das nos incisos I a IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de portará a desistência da proposta.
2013 , a reparação integral dos danos e prejuízos, além de even- § 1º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso
tual atuação judicial para a finalidade de instrução ou garantia e o acesso ao seu conteúdo será restrito aos servidores espe-
do processo judicial ou preservação do acordo de leniência, se- cificamente designados pela Controladoria-Geral da União para
rão solicitadas ao órgão de representação judicial ou equivalen- participar da negociação do acordo de leniência, ressalvada a
te dos órgãos ou entidades lesados. possibilidade de a proponente autorizar a divulgação ou com-
partilhamento da existência da proposta ou de seu conteúdo,
Art. 27. No âmbito da administração pública federal dire-
desde que haja anuência da Controladoria-Geral da União.
ta, a atuação judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da
§ 2º Poderá ser firmado memorando de entendimentos
União, com exceção da cobrança da multa administrativa apli-
entre a pessoa jurídica proponente e a Controladoria-Geral da
cada no PAR, que será promovida pela Procuradoria-Geral da
União para formalizar a proposta e definir os parâmetros do
Fazenda Nacional. acordo de leniência.
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e fundações pú- § 3º Uma vez proposto o acordo de leniência, a Controla-
blicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado- doria-Geral da União poderá requisitar os autos de processos
ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa administrativos em curso em outros órgãos ou entidades da
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências administração pública federal relacionados aos fatos objeto do
específicas da Procuradoria-Geral do Banco Central. acordo.
Art. 32. A negociação a respeito da proposta do acordo de
CAPÍTULO III leniência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias,
DO ACORDO DE LENIÊNCIA contado da data de apresentação da proposta.
Parágrafo único. A critério da Controladoria-Geral da União,
Art. 28. O acordo de leniência será celebrado com as pesso- poderá ser prorrogado o prazo estabelecido no caput , caso pre-
as jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos sentes circunstâncias que o exijam.
na Lei nº 12.846, de 2013 , e dos ilícitos administrativos previs- Art. 33. Não importará em reconhecimento da prática do
tos na Lei nº 8.666, de 1993 , e em outras normas de licitações e ato lesivo investigado a proposta de acordo de leniência rejeita-
contratos, com vistas à isenção ou à atenuação das respectivas da, da qual não se fará qualquer divulgação, ressalvado o dispos-
sanções, desde que colaborem efetivamente com as investiga- to no § 1º do art. 31.
ções e o processo administrativo, devendo resultar dessa cola- Art. 34. A pessoa jurídica proponente poderá desistir da pro-
boração: posta de acordo de leniência a qualquer momento que anteceda
I - a identificação dos demais envolvidos na infração admi- a assinatura do referido acordo.
nistrativa, quando couber; e Art. 35. Caso o acordo não venha a ser celebrado, os do-
II - a obtenção célere de informações e documentos que cumentos apresentados durante a negociação serão devolvidos,
comprovem a infração sob apuração. sem retenção de cópias, à pessoa jurídica proponente e será
Art. 29. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar vedado seu uso para fins de responsabilização, exceto quando
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos a administração pública federal tiver conhecimento deles inde-
pendentemente da apresentação da proposta do acordo de le-
casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
niência.
Art. 30. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de
Art. 36. O acordo de leniência estipulará as condições para
leniência deverá:
assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do pro-
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
cesso, do qual constarão cláusulas e obrigações que, diante das
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias.
relevante; Art. 37. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi-
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato le- ções, cláusulas que versem sobre:
sivo a partir da data da propositura do acordo; I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos
III - admitir sua participação na infração administrativa nos incisos II a V do caput do art. 30;
IV - cooperar plena e permanentemente com as investiga- II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descum-
ções e o processo administrativo e comparecer, sob suas ex- primento do acordo;
pensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu III - a natureza de título executivo extrajudicial do instru-
encerramento; e mento do acordo, nos termos do inciso II do caput do art. 585 da
V - fornecer informações, documentos e elementos que Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 ; e
comprovem a infração administrativa. IV - a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de programa
§ 1º O acordo de leniência de que trata o caput será propos- de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Ca-
to pela pessoa jurídica, por seus representantes, na forma de pítulo IV.
seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com Art. 38. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e
poderes específicos para tal ato, observado o disposto no art. 26 julgar os processos administrativos que apurem infrações admi-
da Lei nº 12.846, de 2013 . nistrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013 , na Lei nº 8.666,
§ 2º A proposta do acordo de leniência poderá ser feita até de 1993 , e em outras normas de licitações e contratos, cujos
a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR. fatos tenham sido noticiados por meio do acordo de leniência.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 39. Até a celebração do acordo de leniência pelo Minis- VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e
tro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União, a identida- precisa as transações da pessoa jurídica;
de da pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração
público, ressalvado o disposto no § 1º do art. 31. e confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiros da
Parágrafo único. A Controladoria-Geral da União manterá pessoa jurídica;
restrito o acesso aos documentos e informações comercialmen- VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilí-
te sensíveis da pessoa jurídica signatária do acordo de leniência. citos no âmbito de processos licitatórios, na execução de contra-
Art. 40. Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pes- tos administrativos ou em qualquer interação com o setor públi-
soa jurídica colaboradora, serão declarados em favor da pessoa co, ainda que intermediada por terceiros, tal como pagamento
jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, de tributos, sujeição a fiscalizações, ou obtenção de autoriza-
um ou mais dos seguintes efeitos: ções, licenças, permissões e certidões;
I - isenção da publicação extraordinária da decisão adminis- IX - independência, estrutura e autoridade da instância in-
trativa sancionadora; terna responsável pela aplicação do programa de integridade e
II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, fiscalização de seu cumprimento;
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e ampla-
públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas mente divulgados a funcionários e terceiros, e de mecanismos
pelo Poder Público; destinados à proteção de denunciantes de boa-fé;
III - redução do valor final da multa aplicável, observado o XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa
disposto no art. 23; ou de integridade;
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas pre- XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de
vistas nos art. 86 a art. 88 da Lei nº 8.666, de 1993 , ou de outras irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remedia-
normas de licitações e contratos. ção dos danos gerados;
Parágrafo único. Os efeitos do acordo de leniência serão es- XIII - diligências apropriadas para contratação e, conforme o
tendidos às pessoas jurídicas que integrarem o mesmo grupo caso, supervisão, de terceiros, tais como, fornecedores, presta-
econômico, de fato e de direito, desde que tenham firmado o dores de serviço, agentes intermediários e associados;
acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabeleci- XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições
das. e reestruturações societárias, do cometimento de irregularida-
des ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas
CAPITULO IV jurídicas envolvidas;
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
visando seu aperfeiçoamento na prevenção, detecção e comba-
Art. 41. Para fins do disposto neste Decreto, programa de te à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no con- 12.846, de 2013 ; e
junto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, XVI - transparência da pessoa jurídica quanto a doações
auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplica- para candidatos e partidos políticos.
ção efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretri- § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata este artigo,
zes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregula- serão considerados o porte e especificidades da pessoa jurídica,
ridades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, tais como:
nacional ou estrangeira. I - a quantidade de funcionários, empregados e colabora-
Parágrafo Único. O programa de integridade deve ser estru- dores;
turado, aplicado e atualizado de acordo com as características e II - a complexidade da hierarquia interna e a quantidade de
riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual por departamentos, diretorias ou setores;
sua vez deve garantir o constante aprimoramento e adaptação III - a utilização de agentes intermediários como consultores
do referido programa, visando garantir sua efetividade. ou representantes comerciais;
Art. 42. Para fins do disposto no § 4º do art. 5º, o programa IV - o setor do mercado em que atua;
de integridade será avaliado, quanto a sua existência e aplica- V - os países em que atua, direta ou indiretamente;
ção, de acordo com os seguintes parâmetros: VI - o grau de interação com o setor público e a importância
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, in- de autorizações, licenças e permissões governamentais em suas
cluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívo- operações;
co ao programa; VII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e proce- integram o grupo econômico; e
dimentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e VIII - o fato de ser qualificada como microempresa ou em-
administradores, independentemente de cargo ou função exer- presa de pequeno porte.
cidos; § 2º A efetividade do programa de integridade em relação
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de inte- ao ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da
gridade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como, avaliação de que trata o caput .
fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e § 3º Na avaliação de microempresas e empresas de peque-
associados; no porte, serão reduzidas as formalidades dos parâmetros pre-
IV - treinamentos periódicos sobre o programa de integri- vistos neste artigo, não se exigindo, especificamente, os incisos
dade; III, V, IX, X, XIII, XIV e XV do caput .
V - análise periódica de riscos para realizar adaptações ne-
cessárias ao programa de integridade;

59
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria- III - tipo de sanção;
-Geral da União expedir orientações, normas e procedimentos IV - fundamentação legal da sanção;
complementares referentes à avaliação do programa de integri- V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção;
dade de que trata este Capítulo. VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impedi-
§ 5º A redução dos parâmetros de avaliação para as micro- tivo da sanção ou data de aplicação da sanção;
empresas e empresas de pequeno porte de que trata o § 3º po- VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
derá ser objeto de regulamentação por ato conjunto do Ministro quando couber;
de Estado Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e do VIII - nome do órgão ou entidade sancionador; e
Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União. IX - valor da multa, quando couber.
Art. 47. A exclusão dos dados e informações constantes do
CAPÍTULO V CEIS ou do CNEP se dará:
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E I - com fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da
SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PU- sanção; ou
NIDAS II -mediante requerimento da pessoa jurídica interessada,
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis:
Art. 43. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica
pensas - CEIS conterá informações referentes às sanções admi- sancionada, nas hipóteses dos incisos II e VI do caput do art. 43;
nistrativas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem b) cumprimento integral do acordo de leniência;
restrição ao direito de participar de licitações ou de celebrar c) reparação do dano causado; ou
contratos com a administração pública de qualquer esfera fede- d) quitação da multa aplicada.
rativa, entre as quais: Art. 48. O fornecimento dos dados e informações de que
I - suspensão temporária de participação em licitação e im- tratam os art. 43 a art. 46, pelos órgãos e entidades dos Poderes
pedimento de contratar com a administração pública, conforme Executivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de
disposto no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993 ; governo, será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a administração pública, conforme disposto no inciso IV do CAPÍTULO VI
caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993 ; DISPOSIÇÕES FINAIS
III - impedimento de licitar e contratar com União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art. 7º da Art. 49. As informações referentes ao PAR instaurado no
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 ; âmbito dos órgãos e entidades do Poder Executivo federal serão
IV - impedimento de licitar e contratar com a União, Esta- registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de proces-
dos, Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art. sos administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-
47 da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 ; -Geral da União, conforme ato do Ministro de Estado Chefe da
V - suspensão temporária de participação em licitação e im- Controladoria-Geral da União.
pedimento de contratar com a administração pública, conforme Art. 50. Os órgãos e as entidades da administração pública,
disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 no exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre
de novembro de 2011 ; e os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades
VI - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar reguladas, inclusive no caso de proposta e celebração de acordo
com a administração pública, conforme disposto no inciso V do de leniência.
caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011. Art. 51. O processamento do PAR não interfere no segui-
Art. 44. Poderão ser registradas no CEIS outras sanções que mento regular dos processos administrativos específicos para
impliquem restrição ao direito de participar em licitações ou de apuração da ocorrência de danos e prejuízos à administração
celebrar contratos com a administração pública, ainda que não pública federal resultantes de ato lesivo cometido por pessoa
sejam de natureza administrativa. jurídica, com ou sem a participação de agente público.
Art. 45. O Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controlado-
conterá informações referentes: ria-Geral da União expedir orientações e procedimentos com-
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, plementares para a execução deste Decreto.
de 2013 ; e Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data de sua publi-
II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado cação.
com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 .
Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên-
cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 , se- SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN
rão registradas no CNEP após a celebração do acordo, exceto se Nº 4.658, DE 26 DE ABRIL DE 2018
causar prejuízo às investigações ou ao processo administrativo.
Art. 46. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de ou- RESOLUÇÃO Nº 4.658, DE 26 DE ABRIL DE 2018
tros a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União,
dados e informações referentes a: Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os
I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancio- requisitos para a contratação de serviços de processamento e
nada; armazenamento de dados e de computação em nuvem a serem
II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Na- observados pelas instituições financeiras e demais instituições
cional da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
de Pessoas Físicas - CPF;

60
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº b) a definição de procedimentos e de controles voltados à
4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conse- prevenção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por
lho Monetário Nacional, em sessão realizada em 26 de abril de empresas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem
2018, com base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei dados ou informações sensíveis ou que sejam relevantes para a
nº 4.728, de 14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº condução das atividades operacionais da instituição;
6.099, de 12 de setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, c) a classificação dos dados e das informações quanto à re-
de 14 de fevereiro de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº levância; e
130, de 17 de abril de 2009, resolve: d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avalia-
ção da relevância dos incidentes;
CAPÍTULO I VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segu-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO rança cibernética na instituição, incluindo:
a) a implementação de programas de capacitação e de ava-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança liação periódica de pessoal;
cibernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre
de processamento e armazenamento de dados e de computação precauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e
em nuvem a serem observados pelas instituições financeiras e c) o comprometimento da alta administração com a melho-
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central ria contínua dos procedimentos relacionados com a segurança
do Brasil. cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações
CAPÍTULO II sobre os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com
DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA as demais instituições referidas no art. 1º.
SEÇÃO I § 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re-
DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBER- feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade
NÉTICA da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade
a incidentes relacionados com o ambiente cibernético.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implemen- § 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso
tar e manter política de segurança cibernética formulada com II do caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a crip-
base em princípios e diretrizes que busquem assegurar a confi- tografia, a prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de
dencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos vazamento de informações, a realização periódica de testes e
sistemas de informação utilizados. varreduras para detecção de vulnerabilidades, a proteção con-
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível tra softwares maliciosos, o estabelecimento de mecanismos de
com: rastreabilidade, os controles de acesso e de segmentação da
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da insti- rede de computadores e a manutenção de cópias de segurança
tuição; dos dados e das informações.
II - a natureza das operações e a complexidade dos produ- § 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II
tos, serviços, atividades e processos da instituição; e do caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de
III - a sensibilidade dos dados e das informações sob respon- sistemas de informação seguros e na adoção de novas tecnolo-
sabilidade da instituição. gias empregadas nas atividades da instituição.
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança ciberné- § 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
tica única por: controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput,
I - conglomerado prudencial; e devem abranger inclusive informações recebidas de empresas
II - sistema cooperativo de crédito. prestadoras de serviços a terceiros.
§ 3º As instituições que não constituírem política de segu- § 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do
rança cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º caput devem contemplar procedimentos e controles em níveis
devem formalizar a opção por essa faculdade em reunião do de complexidade, abrangência e precisão compatíveis com os
conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria utilizados pela própria instituição.
da instituição.
Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, SEÇÃO II
no mínimo: DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulga-
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais da aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de
objetivos de segurança cibernética; serviços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a nível de detalhamento compatível com as funções desempenha-
rastreabilidade da informação, que busquem garantir a seguran- das e com a sensibilidade das informações.
ça das informações sensíveis; Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o contendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades
da instituição;
V - as diretrizes para:
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos
testes de continuidade de negócios;

61
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO III Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente
DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES à contratação de serviços relevantes de processamento e arma-
zenamento de dados e de computação em nuvem, devem adotar
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabele- procedimentos que contemplem:
cer plano de ação e de resposta a incidentes visando à imple- I - a adoção de práticas de governança corporativa e de ges-
mentação da política de segurança cibernética. tão proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos
Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abran- riscos a que estejam expostas; e
ger, no mínimo: II - a verificação da capacidade do potencial prestador de
I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade- serviço de assegurar:
quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vi-
e às diretrizes da política de segurança cibernética; gor;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnolo- b) o acesso da instituição aos dados e às informações a se-
gias a serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, rem processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
em conformidade com as diretrizes da política de segurança ci- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a
bernética; e recuperação dos dados e das informações processados ou arma-
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos zenados pelo prestador de serviço;
de incidentes relevantes. d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar para a prestação do serviço a ser contratado;
diretor responsável pela política de segurança cibernética e pela e) o acesso da instituição contratante aos relatórios ela-
execução do plano de ação e de resposta a incidentes. borados por empresa de auditoria especializada independente
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode de- contratada pelo prestador de serviço, relativos aos procedimen-
sempenhar outras funções na instituição, desde que não haja tos e aos controles utilizados na prestação dos serviços a serem
conflito de interesses. contratados;
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar f) o provimento de informações e de recursos de gestão
relatório anual sobre a implementação do plano de ação e de adequados ao monitoramento dos serviços a serem prestados;
resposta a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da
31 de dezembro. instituição por meio de controles físicos ou lógicos; e
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mí- h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção
nimo: dos dados e das informações dos clientes da instituição.
I - a efetividade da implementação das ações descritas no § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado,
art. 6º, parágrafo único, inciso I; mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve
II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e
rotinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a das informações a serem processados, armazenados e gerencia-
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descri- dos pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação
tos no art. 6º, parágrafo único, inciso II; realizada nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as
cibernético ocorridos no período; e informações relativas à verificação mencionada no inciso II, de-
IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con- vem ser documentados.
siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes. § 3º No caso da execução de aplicativos por meio da inter-
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: net, referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e que o potencial prestador dos serviços adote controles que mi-
II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua tiguem os efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de
inexistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano novas versões do aplicativo.
seguinte ao da data-base. § 4º A instituição deve possuir recursos e competências ne-
Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º cessários para a adequada gestão dos serviços a serem contra-
e o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. tados, inclusive para análise de informações e uso de recursos
6º devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na providos nos termos da alínea “f” do inciso II do caput.
sua inexistência, pela diretoria da instituição. Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os ser-
Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de viços de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à
ação e de resposta a incidentes devem ser documentados e revi- instituição contratante, sob demanda e de maneira virtual, de
sados, no mínimo, anualmente. ao menos um dos seguintes serviços:
I - processamento de dados, armazenamento de dados,
CAPÍTULO III infraestrutura de redes e outros recursos computacionais que
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E AR- permitam à instituição contratante implantar ou executar sof-
MAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM twares, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos
desenvolvidos pela instituição ou por ela adquiridos;
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos
que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento pela instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando
de riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamen- recursos computacionais do prestador de serviços; ou
te no tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de III - execução, por meio da internet, dos aplicativos implan-
serviços, contemplem a contratação de serviços relevantes de tados ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utili-
processamento e armazenamento de dados e de computação zação de recursos computacionais do próprio prestador de ser-
em nuvem, no País ou no exterior. viços.

62
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da
no art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, segregação dos dados e dos controles de acesso para proteção
pela disponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos das informações dos clientes;
serviços contratados, bem como pelo cumprimento da legisla- IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
ção e da regulamentação em vigor. a) transferência dos dados citados no inciso I ao novo pres-
Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processa- tador de serviços ou à instituição contratante; e
mento, armazenamento de dados e de computação em nuvem b) exclusão dos dados citados no inciso I pela empresa con-
deve ser previamente comunicada pelas instituições referidas tratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
no art. 1º ao Banco Central do Brasil. alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade
§ 1º A comunicação de que trata o caput deve conter as dos dados recebidos;
seguintes informações: V - o acesso da instituição contratante a:
I - a denominação da empresa a ser contratada; a) informações fornecidas pela empresa contratada, visan-
II - os serviços relevantes a serem contratados; e do a verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III;
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde b) informações relativas às certificações e aos relatórios de
os serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser ar- auditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d”
mazenados, processados e gerenciados, definida nos termos do e “e”; e
inciso III do art. 16, no caso de contratação no exterior. c) informações e recursos de gestão adequados ao moni-
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada, toramento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12,
no mínimo, sessenta dias antes da contratação dos serviços. inciso II, alínea “f”;
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a institui-
das informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao ção contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes
Banco Central do Brasil, no mínimo, sessenta dias antes da alte- para a instituição;
ração contratual. VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos
Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processa- contratos e aos acordos firmados para a prestação de servi-
mento, armazenamento de dados e de computação em nuvem ços, à documentação e às informações referentes aos serviços
prestados no exterior deve observar os seguintes requisitos: prestados, aos dados armazenados e às informações sobre seus
I - a existência de convênio para troca de informações entre processamentos, às cópias de segurança dos dados e das infor-
o Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos paí- mações, bem como aos códigos de acesso aos dados e às infor-
ses onde os serviços poderão ser prestados; mações;
II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em
dos serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regu- decorrência de determinação do Banco Central do Brasil; e
lar funcionamento nem embaraço à atuação do Banco Central IX - a obrigação de a empresa contratada manter a institui-
do Brasil; ção contratante permanentemente informada sobre eventuais
III - a instituição contratante deve definir, previamente à limitações que possam afetar a prestação dos serviços ou o cum-
contratação, os países e as regiões em cada país onde os servi- primento da legislação e da regulamentação em vigor.
ços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, Parágrafo único. O contrato mencionado no caput deve pre-
processados e gerenciados; e ver, para o caso da decretação de regime de resolução da insti-
IV - a instituição contratante deve prever alternativas para tuição contratante pelo Banco Central do Brasil:
a continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de ma- I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e
nutenção ou extinção do contrato de prestação de serviços. irrestrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos
§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inci- contratos, aos acordos, à documentação e às informações refe-
so I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autoriza- rentes aos serviços prestados, aos dados armazenados e às in-
ção do Banco Central do Brasil para a contratação, observando formações sobre seus processamentos, às cópias de segurança
o prazo e as informações requeridas nos termos do art. 15 desta dos dados e das informações, bem como aos códigos de acesso,
Resolução. citados no inciso VII do caput, que estejam em poder da empre-
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as insti- sa contratada; e
tuições deverão assegurar que a legislação e a regulamentação II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo
nos países e nas regiões em cada país onde os serviços poderão regime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada
ser prestados não restringem nem impedem o acesso das insti- interromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias
tuições contratantes e do Banco Central do Brasil aos dados e às de antecedência da data prevista para a interrupção, observado
informações. que:
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido
tratam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço,
de que trata o § 2º devem ser documentados. feito pelo responsável pelo regime de resolução; e
Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação
de processamento, armazenamento de dados e computação em em que a interrupção for motivada por inadimplência da con-
nuvem devem prever: tratante.
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à con-
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armaze- tratação de sistemas operados por câmaras, por prestadores de
nados, processados e gerenciados; serviços de compensação e de liquidação ou por entidades que
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e exerçam atividades de registro ou de depósito centralizado.
armazenamento dos dados citados no inciso I;

63
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IV I - o documento relativo à política de segurança cibernética,
DISPOSIÇÕES GERAIS de que trata o art. 2º;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formali-
que suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na re- zada a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
gulamentação em vigor disponham, no tocante à continuidade III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a
de negócios, sobre: incidentes, de que trata o art. 6º;
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
o ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV; V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrup- art. 12, § 2º;
ção de serviços relevantes de processamento e armazenamento VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
de dados e de computação em nuvem contratados, abrangendo serviços prestados no exterior;
cenários que considerem a substituição da empresa contratada VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo
e o reestabelecimento da operação normal da instituição; e referido no caput a partir da extinção do contrato; e
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos
continuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea mecanismos de acompanhamento e de controle de que trata o
“a”. art. 21, contado o prazo referido no caput a partir da implemen-
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para tação dos citados mecanismos.
gerenciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medi-
devem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: das necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução,
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos inciden- bem como estabelecer:
tes relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamen-
dos serviços relevantes de processamento, armazenamento de to de informações, nos termos do art. 22;
dados e de computação em nuvem contratados; II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das a serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição
suas atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, cita- financeira contratante, na prestação dos serviços de que trata
dos no inciso I; e o art. 12;
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil III - os prazos máximos, de que trata o art. 20, inciso II, para
das ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos reinício ou normalização das atividades ou dos serviços relevan-
serviços relevantes, citados no inciso I, que configurem uma si- tes interrompidos; e
tuação de crise pela instituição financeira, bem como das provi- IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a
dências para o reinício das suas atividades. serem observados pelas instituições para o cumprimento desta
Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir Resolução.
mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as- Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, na data de
segurar a implementação e a efetividade da política de seguran- entrada em vigor desta Resolução, já tiverem contratado a pres-
ça cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos tação de serviços relevantes de processamento, armazenamen-
requisitos para contratação de serviços de processamento e ar- to de dados e de computação em nuvem devem apresentar ao
mazenamento de dados e de computação em nuvem, incluindo: Banco Central do Brasil, no prazo máximo de cento e oitenta
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; dias, contados a partir da data de entrada em vigor desta Reso-
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e lução, cronograma para adequação:
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e §
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
serviços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser con- II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
sideradas na definição dos mecanismos de que trata o caput. Parágrafo único. O prazo previsto no cronograma para ade-
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme- quação mencionado no caput não pode ultrapassar 31 de de-
tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicá- zembro 2021.
vel, compatíveis com os controles internos da instituição. Art. 26. A aprovação da política de segurança cibernética,
Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrên- referida no art. 2º, e do plano de ação e de resposta a inciden-
cia, as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver tes, referido no art. 6º, deve ser realizada, na forma do art. 9º,
iniciativas para o compartilhamento de informações sobre os até 6 de maio de 2019.
incidentes relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV. Art. 27. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abran- restrições para a contratação de serviços de processamento e
ger informações sobre incidentes relevantes recebidas de em- armazenamento de dados e de computação em nuvem quando
presas prestadoras de serviços a terceiros. constatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponí- Resolução, bem como a limitação à atuação do Banco Central
veis ao Banco Central do Brasil. do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos
serviços.
CAPÍTULO V Art. 28. Esta Resolução entra em vigor na data de sua pu-
DISPOSIÇÕES FINAIS blicação.

Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil


pelo prazo de cinco anos:

64
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
valor à organização, à sua imagem e impacto na sociedade. O
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTU- agir ético fortalece o BB enquanto empresa íntegra e confiável.
DES; NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIO- Aos funcionários sugiro que, em caso de dúvida, não hesitem
NAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E em conversar com o seu gestor ou consultar o Comitê de Ética
PRIVADAS CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL do seu Estado. Todos somos responsáveis pelo BB e somos pro-
tagonistas na sua perenidade.
O Código de Ética do Banco do Brasil é o instrumento de for-
malização da visão, dos valores, do propósito e dos princípios da “A CONFIANÇA, TÃO VALIOSA NA ATIVIDADE BANCÁRIA,
Organização, o qual apresenta os compromissos e diretrizes do É O RESULTADO DA CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE ÉTI-
Banco em relação ao seu público de relacionamento (clientes e CA NA EMPRESA, E O COMPROMISSO ÉTICO DO CORPO FUN-
usuários; alta administração, funcionários e colaboradores; for- CIONAL ENVOLVE TANTO PEQUENAS ATITUDES NO DIA A DIA
necedores; acionistas, investidores e credores; parceiros; con- QUANTO DECISÕES COMPLEXAS.”
correntes; governo; comunidades e órgãos reguladores). Fausto de Andrade Ribeiro
Rege, também, os deveres e indica os comportamentos con- Presidente
siderados desejáveis no ambiente de trabalho. O documento
contempla diretrizes específicas relacionadas a conflito de inte- PROPÓSITO, VISÃO E VALORES
resses; presentes e favores; ambiente de trabalho; boas práticas Propósito: “Cuidar do que é valioso para as pessoas”.
de relacionamento; bens e recursos do Banco do Brasil; segu- Visão: “Ser a empresa que proporciona a melhor experiên-
rança e tratamento da informação; envolvimento com a comu- cia para a vida das pessoas e promove o desenvolvimento da
nidade e sustentabilidade; uso responsável das mídias digitais; sociedade de forma inovadora, eficiente e sustentável.”
tomada de decisão; responsabilidade do segmento gerencial e Valores: Foco no Cliente: Estamos sempre atentos àquilo
responsabilidade da alta administração. que é valioso para nossos clientes. Inovação: Somos movidos
A principal função destes direcionadores é promover os pela inovação e agentes da transformação.
princípios éticos e orientar as ações da alta administração, dos Ética: Adotamos a ética como fundamento de nossa prática
funcionários (no Brasil e no exterior), dos colaboradores, e da- empresarial.
queles que estejam atuando ou prestando serviços em nome ou Senso de Dono: Assumimos a responsabilidade por empre-
para o Banco do Brasil cabendo-lhes conhecer e zelar pelos pre- ender soluções de excelência e atuamos com protagonismo.
ceitos contidos nos documentos. Tratam-se, portanto de refe- Confiabilidade: Somos comprometidos com a transparência
renciais que, obrigatoriamente, devem ser cumpridos por todos. e a solidez de nossas ações.
O Código de Ética é revisado periodicamente para que for- Eficiência: Otimizamos os recursos disponíveis para criar va-
neça as diretrizes sobre como a Empresa deve agir perante os lor aos nossos públicos de relacionamento.
desafios da atualidade. Além disso, integra o conteúdo progra- Espírito Público: Consideramos o interesse coletivo na to-
mático das seleções externas, e os procedimentos pré-admissio- mada de nossas decisões.
nais. O documento possui versões em inglês, espanhol, alemão,
japonês e mandarim. Todos os funcionários no Brasil e no ex- PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA
terior, estagiários e aprendizes são incentivados a realizar sua • HONESTIDADE
leitura anualmente. • RESPONSABILIDADE
• TRANSPARÊNCIA
MENSAGEM DO PRESIDENTE • RESPEITO
Olá,
Você está diante da nova versão do Código de Ética do Ban- SÃO OS PRINCÍPIOS QUE DITAM A DIREÇÃO QUE DEVEMOS
co do Brasil. TOMAR, PRINCIPALMENTE QUANDO VIVENCIAMOS DILEMAS
A solidez e a perenidade do BB no mercado só são possíveis ÉTICOS E PRECISAMOS TOMAR DECISÕES ADERENTES ÀS EX-
com o comprometimento de seus colaboradores no cumprimen- PECTATIVAS DO BANCO, AINDA QUE NÃO TENHAM SIDO PRE-
to dos padrões de conduta e princípios contidos nas suas Po- VISTAS EM NORMAS ESPECÍFICAS.
líticas, no Código de Governança Corporativa, no Programa de
Compliance e nos normativos e regulamentos internos. PÚBLICO ALVO
O compromisso e o engajamento de cada um contribuem O CÓDIGO DE ÉTICA É APLICADO :
para o alcance do Propósito e Visão do Banco do Brasil, bem
como dos pilares que constituem sua Estratégia. À ALTA ADMINISTRAÇÃO
O Código de Ética é um documento que consolida o que o BB – Conselheiros, Presidente, VicePresidentes e Diretores, in-
espera do seu corpo funcional. clusive de empresas controladas
Suas revisões periódicas visam torná-lo mais representati-
vo, reforçando conceitos e orientações para o relacionamento AOS FUNCIONÁRIOS
com colaboradores, clientes e fornecedores dentre outros pú- – lotados no Brasil e no exterior
blicos com os quais o BB se relaciona.
Para que tenhamos êxito, o documento corporativo deve AOS COLABORADORES
ser norteador de sua conduta. Pautar suas atividades e compor- – estagiários, aprendizes, dirigentes e empregados de em-
tamentos pelos princípios éticos é fundamental. presas contratadas
Portanto, a leitura e o registro de ciência do Código de Éti-
ca não é apenas um procedimento administrativo. Conhecer a
ética corporativa e aplicá-la no dia a dia são ações que agregam

65
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
DEMAIS 1.3 Devemos zelar pelo estabelecimento de um ambiente
– Àqueles que estejam atuando ou prestando serviços em de trabalho digno e saudável, pautando as relações pelo respei-
nome do Banco do Brasil ou para o Banco do Brasil. to e cordialidade, independentemente da posição exercida na
organização.
PRINCÍPIOS do Código de Ética
Cada um de nós tem o desafio de transformar princípios éti- Exemplo Ilustrativo - Desrespeito no ambiente de trabalho:
cos em parte essencial de nossas responsabilidades. Um colega, no ambiente de trabalho, rotineiramente, faz
São princípios que ditam a direção que devemos tomar, piadas inconvenientes diante dos colegas. Embora tenham con-
principalmente quando vivenciamos dilemas éticos e precisa- versado sobre isso, ele não cessa esse tipo de comportamento,
mos tomar decisões aderentes às expectativas do Banco, ainda gerando uma sensação de desconforto e constrangimento nos
que não tenham sido previstas em normas específicas. demais.
Honestidade: O Banco espera que a conduta de seus fun- Posicionamento do BB
cionários tenha como padrão a honestidade. Devemos fazer O Banco do Brasil não tolera atos de desrespeito ou discri-
somente aquilo que é correto, devemos agir de boa-fé, com in- minação. Se isso ocorrer, procure seu gestor e setores compe-
tegridade e sinceridade nos assuntos que afetam deveres e in- tentes para manifestar seu desconforto.
teresses do Banco.
Responsabilidade: Cada membro do Banco é responsável ”PARA MIM, ÉTICA É A SEMENTE; RESPEITO À DIVERSIDA-
por suas ações e decisões. Devemos, independentemente da DE É O NOSSO FRUTO.”
posição que ocupamos, ser responsáveis pela criação de um am- Raysa Gonzaga - funcionária
biente transparente, respeitoso e seguro, a fim de que os negó-
cios sejam éticos e sustentáveis. Também é nossa responsabili- 1.4 Devemos pautar nossas relações pelo respeito às dife-
dade zelar para que atos irregulares não ocorram no Banco. renças, sendo elas físicas, raciais, culturais, religiosas, de orien-
Transparência: O Banco zela pela transparência de suas tação sexual, sociais, linguísticoregionais, etárias, de ideias, de
ações. As informações devem ser completas, precisas e claras. A origem, de capacidade, de aparência, de classe, de estado civil
confiança de nossos parceiros está ligada ao livre acesso que o ou de identidade de gênero.
Banco dá às informações de seus relatórios, prestações de con- 1.5 Devemos respeitar as normas sociais e culturais da co-
tas e tomadas de decisão. O sigilo e a confidencialidade das in- munidade em que atuamos, apresentando-nos e nos compor-
formações permeiam e são exigidos em nossas ações no Banco. tando de maneira adequada e alinhada à posição exercida.
Entretanto, ações executadas deliberadamente às escondidas 1.6 Devemos prevenir constrangimentos e prejuízos à ima-
não são éticas. gem do Banco e de seus funcionários.
Respeito: O Banco do Brasil não tolera desrespeito à dig- 1.7 Desautorizamos que se inicie ou divulgue, em qualquer
nidade, à igualdade, à diversidade e à privacidade das pessoas. meio - interno ou externo - críticas ofensivas à honra ou calúnias
O ambiente de trabalho deve ser um local de profissionalismo, que exponham a imagem do BB ou de quaisquer de nossas áreas
em que se respeitam as diferentes culturas e compreensões de ou funcionários.
mundo e onde o respeito às leis e aos regulamentos internos do
BB são prioridade. CAPÍTULO 2
BOAS PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO
O que esses princípios significam na prática? Ambiente de Trabalho Presencial, Remoto ou Contingencial
• Respeito é um dever, é bom e todo mundo gosta.
• Faça o que é certo. 2.1 Primamos pela confiança, honestidade e ética em nossas
• Você é responsável pelas consequências de suas atitudes. práticas comerciais, atuando de forma transparente, imparcial
• Cuide do Banco! O que afeta ele, afeta você. e íntegra.
• Se você precisa esconder a sua ação, ela não é ética. 2.2 Devemos oferecer produtos e serviços, bem como, pres-
• Não basta ser ético; é necessário também parecer ético. tar atendimento com honestidade, diligência e ética.
• Na dúvida sobre como agir, pare e procure ajuda 2.3 Devemos nos comprometer com o bom clima de traba-
lho, pautando nossas condutas pelo respeito e tolerância.
Quais são os ganhos e os benefícios de manter-se uma pos- 2.4 Devemos manter a comunicação respeitosa e profissio-
tura ética? nal com nossos pares, gestores, subordinados, clientes internos
A postura ética de cada um colabora decisivamente para e externos
o desenvolvimento de uma cultura organizacional saudável. O 2.5 Desautorizamos a emissão ou reprodução de comentá-
ambiente de trabalho se torna seguro e as pessoas se sentem rios que possam prejudicar a convivência harmoniosa no am-
engajadas. Com a postura ética de seus funcionários, a Empresa biente de trabalho.
ganha respeito nos seus negócios e aprovação da comunidade. 2.6 Devemos desenvolver atividades com responsabilidade,
autonomia e comprometimento.
CAPÍTULO 1 2.7 Devemos realizar as atividades que nos são confiadas,
RESPEITO AO INDIVÍDUO assumindo a responsabilidade pela tarefa.
2.8 Devemos desenvolver nosso trabalho diário observando
1.1. Respeitamos a diversidade das pessoas que formam o as orientações de segurança.
ambiente de trabalho e que mantêm relacionamento com o Ban- 2.9 Consideramos a segurança e a saúde no trabalho pilares
co do Brasil. institucionais.
1.2. Encorajamos a cultura de respeito e repudiamos a vio- 2.10 Devemos cumprir as normas de segurança e saúde do
lência. trabalho.

66
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.11 Proibimos que se trabalhe embriagado e/ou sob efeito 2.18 Esperamos que os nossos líderes construam uma relação
de drogas ilícitas. sólida com os clientes, fornecendo soluções adequadas para eles.
2.12 Devemos contribuir, nas nossas atividades diárias, para 2.19 Esperamos que nossos líderes atuem com visão e pro-
a manutenção do caráter laico e apartidário da Empresa. pósito, apresentando a estratégia do BB de uma perspectiva as-
2.13 Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio sertiva para obter o apoio e o comprometimento dos liderados.
de qualquer natureza 2.20 Exigimos que os nossos líderes sejam éticos, referência
de postura adequada e incentivadores do trabalho em equipe
“O trabalho remoto é, ao mesmo tempo, um privilégio e como prática de colaboração e de compartilhamento de conhe-
um desafio, pois o sucesso nessa modalidade de trabalho re- cimentos e experiências.
quer adaptar rotinas do funcionário e das pessoas que coabi-
tam” LÍDERES
Céssia Freitas de Figueiredo - funcionária 2.21 Determinamos que a comunicação dos nossos líderes
esteja alinhada à estratégia do Banco, buscando o equilíbrio en-
TODA CONDUTA INADEQUADA QUE GERE DESENTENDI- tre pessoas, processos e resultados, demonstrando cuidado com
MENTO PODE SER CONSIDERADA ASSÉDIO MORAL? clientes, funcionários, sociedade e acionistas.
Entende-se por assédio moral toda conduta abusiva, a 2.22 Esperamos dos nossos líderes coragem para ousar e
exemplo de gestos, palavras e atitudes que se repitam de forma que desenvolvam adaptabilidade, resiliência e sabedoria frente
sistemática, atingindo a dignidade ou integridade psíquica ou fí- a circunstâncias desafiadoras, fazendo constantemente a gestão
sica do trabalhador. dos riscos.
Fonte: Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral - Pare e Re- 2.23 Recomendamos que os nossos líderes tenham empatia,
pare – Por um Ambiente de Trabalho mais Positivo - Secretaria controle emocional e respeito à individualidade dos liderados.
de Comunicação Social do TST. 2.24 Esperamos que nossos líderes sejam promotores do
diálogo com respeito, boa educação e assertividade, colocando
O assédio moral é uma forma de violência grave e que tem em prática a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa.
como objetivo desestabilizar emocional e profissionalmente a
2.25 Esperamos que os nossos líderes contribuam para o de-
pessoa de forma direta – acusações, insultos, ofensas, hostili-
senvolvimento dos liderados, incentivando a autonomia, a ino-
dade, gritos, humilhações públicas – ou indireta – propagação
vação e a transformação cultural.
de boatos, isolamento, recusa na comunicação, exclusão social.
2.26 Desejamos que os nossos líderes valorizem vitórias e
O sofrimento gerado impacta a autoestima, gera desmotivação,
conquistas da equipe como incentivo à continuidade dos bons
podendo evoluir para a incapacidade laboral e/ou quadros de
resultados.
adoecimento.
2.27 Esperamos dos nossos líderes conhecimento de pro-
Condutas pontuais ou isoladas não caracterizam assédio
cessos mais eficazes e eficientes, antecipando e adotando inicia-
moral.
tivas inovadoras no desenvolvimento de soluções digitais para
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO ASSÉDIO SEXUAL? obter resultados consistentes.
2.14 Repudiamos condutas que possam caracterizar discri- 2.28 Esperamos dos nossos líderes, além da conduta ética, a
minação ou sua indução; coação, perseguição ou constrangi- disseminação dos valores da organização e preceitos do Código
mento; desrespeito às atribuições funcionais; desqualificação de Ética, contribuindo para a aplicação deste documento.
pública, ofensa ou ameaça.
2.15 Orientamos que funcionários mantenham situação LIDERADOS
econômicofinanceira compatível com a ocupação e a renda 2.29 Exigimos que os nossos liderados respeitem o Código
comprovadas. de Ética e a Política de Relacionamento com Clientes e Usuários.
2.16 Devemos supervisionar e adotar medidas inibidoras de 2.30 Esperamos que os nossos liderados tenham respeito,
irregularidades. tolerância, controle emocional e maturidade, colocando em prá-
tica a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa.
O assédio sexual no trabalho caracteriza-se, em regra, pela 2.31 Esperamos que os nossos liderados sejam protagonis-
conduta que viola a liberdade sexual de alguém tas da sua carreira e promovam seu autodesenvolvimento, de-
monstrando iniciativa e comprometimento, além de capacidade
A definição está descrita no art. de adaptação a mudanças de cenário.
216-A do Código Penal: 2.32 Esperamos dos nossos liderados a parceria com a ges-
“Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou tão, com foco nas boas práticas de relacionamento e na condu-
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condi- ção dos processos.
ção de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exer- 2.33 Esperamos que os nossos liderados desenvolvam o
cício de emprego, cargo ou função”. Também são considerados pensamento estratégico, a destreza digital, a leitura de cenário,
como assédio sexual: atos, insinuações, contatos físicos força- a criatividade e inovação.
dos, convites impertinentes como condição clara para manter
o emprego; influir nas promoções da carreira do assediado ou MEU GESTOR ME MANDOU FAZER ALGO QUE FERE O CÓDI-
prejudicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou inti- GO DE ÉTICA. O QUE EU FAÇO?
midar a vítima Converse com seu gestor e verifique se não houve proble-
ma de comunicação. Se você perceber algo que fere o Código
2.17 Esperamos que nossos líderes promovam o desenvol- de Ética, busque ajuda na Ouvidoria Interna ou em outro canal
vimento e inspirem suas equipes, estimulando o engajamento e do Banco. Você não pode ser conivente com atos que violam o
buscando formar sucessores para desafios atuais e futuros. Código de Ética.

67
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
PARCEIROS ACIONISTAS, INVESTIDORES E CREDORES
2.34 Orientamos parcerias com agentes que assegurem va- 2.44 Somos transparentes e ágeis no fornecimento de infor-
lores como: integridade, ética, idoneidade e respeito à comuni- mações, observando regras de sigilo e confidencialidade.
dade e ao meio ambiente. 2.45 Elaboramos demonstrações financeiras em conformi-
2.35 Exigimos que os impactos socioambientais sejam me- dade com a lei, princípios e normas de contabilidade para repre-
didos e considerados na realização de parcerias, convênios, sentar adequadamente o resultado das operações, os fluxos de
protocolos de intenções e de cooperação técnicofinanceira com caixa e a posição patrimonial e financeira da Empresa.
entidades externas privadas ou públicas. 2.46 ADOTAMOS PROCEDIMENTOS E CONTROLES INTER-
2.36 Orientamos que contatos e negócios com clientes se- NOS PARA ASSEGURAR O DETALHAMENTO, A VERACIDADE E A
jam pautados pelo respeito, idoneidade e profissionalismo e que TRANSPARÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BB.
os produtos e serviços oferecidos sejam adequados ao perfil dos
clientes e de acordo com a legislação. CONCORRENTES
2.37 Orientamos que entidades ligadas ao Banco do Brasil 2.47 Definimos que a ética, a integridade e a civilidade de-
pautem seus direcionamentos estratégicos e de negócios por vem ser princípios norteadores das nossas relações com a con-
princípios éticos. corrência. Trocas de informações só podem ocorrer de maneira
2.38 Respeitamos a liberdade de associação sindical e bus- lícita, transparente e fidedigna, preservando os princípios do
camos conciliar, de forma transparente, interesses da empresa sigilo bancário e os interesses da Empresa.
com interesses de funcionários e de nossas entidades represen- 2.48 Desaprovamos a emissão de juízo de valor sobre a con-
tativas tendo a negociação como prática permanente. corrência ou a depreciação de seus produtos e serviços.
2.49 Proibimos práticas inadequadas na oferta de produtos
FORNECEDORES e serviços, inclusive a imposição na efetivação de negócios.
SE VOCÊ PERCEBER IRREGULARIDADE OU INCONSISTÊNCIA
POR PARTE DE FORNECEDORES, DEVE COMUNICAR O FATO A SEU GOVERNOS
SUPERIOR E À UNIDADE RESPONSÁVEL PELA ADMINISTRAÇÃO 2.50 Somos parceiros do poder público na implementação
DE CONTRATOS PELO E-MAIL CESUP.ADCON@BB.COM.BR OU, SE de políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados
PREFERIR, REGISTRAR DEMANDA NA OUVIDORIA INTERNA. para o desenvolvimento sustentável do Brasil e dos países em
que atuamos.
2.39 Devemos conduzir processos de licitação, contratação 2.51 Articulamos interesses e necessidades da Administra-
e formalização de acordos, convênios e parcerias com lisura, éti- ção Pública com segmentos econômicos das sociedades com as
ca, integridade e imparcialidade. quais nos relacionamos.
2.40 Devemos adotar ações e procedimentos para prevenir 2.52 Devemos atuar nas relações com o poder público em
fraudes e ilícitos nos processos licitatórios, na execução e acom- conformidade com diretrizes internacionais no que diz respeito
panhamento de contratos administrativos ou em interação com prevenção e combate à evasão fiscal, à corrupção, à lavagem de
o setor público. dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
2.41 Orientamos que critérios de seleção, contratação e 2.53 Repudiamos atos de corrupção praticados contra go-
avaliação devem ser determinados de forma imparcial e trans- vernos e a administração pública brasileira ou estrangeira,
parente, permitindo pluralidade e concorrência entre fornece- como, por exemplo:
dores. • garantir, prometer, oferecer ou dar, direta ou indireta-
2.42 Devemos exigir de fornecedores: mente, qualquer vantagem indevida a agente público ou a ter-
•cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e ceiro a ele relacionado;
fiscal; • financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo sub-
• cumprimento da legislação e das regulamentações relati- vencionar prática de ato ilícito;
vas à prevenção e ao combate à corrupção; • induzir a realizar ou deixar de realizar ação em violação às
• não utilização de trabalho infantil ou escravo; obrigações legais;
• adoção de boas práticas de preservação ambiental; • obter, manter ou direcionar negócios de maneira indevi-
• não adoção de atos de corrupção contra governos e a ad- da;
ministração pública brasileira ou estrangeira. • praticar sonegação de impostos, evasão de divisas e de-
mais crimes fiscais;
Exemplo ilustrativo • afetar ou influenciar ato ou decisão;
Relação com fornecedores • utilizar intermediário - pessoa física ou jurídica - para
No cafezinho, a copeira revela a um funcionário que não re- ocultar ou dissimular interesse ou identidade de beneficiários
cebeu seu salário. de atos praticados;
Posicionamento do BB • frustrar, fraudar, obter vantagem ou benefício indevido,
O Banco do Brasil deve zelar para que seus fornecedores impedir, perturbar ou manipular caráter competitivo de proce-
cumpram a legislação, pois, além da questão ética, o Banco po- dimento licitatório;
derá responder pelo descumprimento. • dificultar atividade de investigação ou fiscalização ou in-
tervir em nossa atuação.
2.43 Orientamos os fornecedores a seguir as diretrizes deste
Código de Ética. 2.54 Devemos estabelecer independentemente de convic-
ções ideológicas individuais, relacionamento cortês com o poder
público brasileiro e com o dos países em que atuamos.

68
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.55 Proibimos o financiamento de partidos políticos ou “É IMPORTANTE ZELAR PELA ÉTICA E DENUNCIAR ATOS IN-
candidatos a cargos públicos no Brasil e nos países em que atu- CORRETOS, MESMO QUANDO NOS SENTIMOS PRESSIONADOS
amos. A FAZER O CONTRÁRIO.”
2.56 Proibimos dar, oferecer, prometer ou autorizar que se Duílio Benício e Silva - funcionário
dê qualquer coisa de valor a funcionário do governo brasileiro
ou estrangeiro, diretamente ou por meio de intermediário, a fim ATENÇÃO
de influenciar ação para obter vantagem indevida. 3.10 Devemos assegurar informação legítima, objetiva, atu-
al e clara em divulgações públicas, relatórios e documentos dis-
CAPÍTULO 3 ponibilizados aos órgãos reguladores de países onde atuamos.
NECESSIDADE DA OBEDIÊNCIA AO QUE É LEGAL 3.11 Orientamos os funcionários e os membros da alta ad-
ministração a realizarem anualmente capacitação sobre ética
3.1 Pautamos nossa atuação pelos princípios da legalidade, disseminando os preceitos contidos neste Código e na Trilha da
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Ética e sobre as Políticas associadas à gestão de riscos.
3.2 Repudiamos práticas ilícitas, principalmente fraude, su- 3.12 Orientamos os funcionários, estagiários e aprendizes a
borno, extorsão, corrupção, propina, agiotagem, lavagem de di- registrar ciência do Código de Ética do BB a cada campanha de
nheiro, evasão de divisas e financiamento do terrorismo. leitura.

EXEMPLO ILUSTRATIVO ALTA ADMINISTRAÇÃO


CORRUPÇÃO Um diretor do Banco recebeu uma proposta para assumir de
Uma funcionária que trabalhava com agricultores familia- imediato o cargo de CEO de uma fintech de pagamentos digitais .
res e pequenos pecuaristas visitou a assistência técnica de um
cliente, que lhe pediu que direcionasse as demandas por pro- Posicionamento BB
jetos rurais para a empresa dele. A funcionária passou, então, Nesse caso, o diretor deverá cumprir a quarentena que con-
a indicar a empresa do cliente e, em troca do “favor”, recebia siste no período de interdição de quatro meses, a partir da data
depósitos em sua conta-corrente originados da empresa da as- de exoneração.
sistência técnica.
Posicionamento BB
3.13 Orientamos a Alta Administração a observar normas
Nunca se deve direcionar negócios nem receber valor/pre-
jurídicas que lhe são aplicáveis no exercício da função, inclusive
sente/ brinde/hospitalidade de terceiro como pagamento de
as de direito público.
“comissão” pelos serviços prestados pelo Banco.
3.14 Orientamos os Estatutários a seguir, além deste Código
de Ética, o Código de Conduta da Alta Administração Federal,
CONFORMIDADE
que dispõe, entre outros assuntos, sobre:
3.3 Ratificamos a necessidade de todos os funcionários e os
• conflito de interesses;
membros da alta administração possuírem conhecimentos so-
• sigilo e comunicação de informações relevantes obtidas
bre as Políticas do Banco, a legislação e a regulamentação em
vigor inerentes às suas atividades. em razão da função ocupada;
3.4 Devemos atuar em conformidade com os normativos in- • quarentena estatutária
ternos, as leis e normas de ordenamento jurídico brasileiro e dos
países onde atuamos. QUEM DEVE DECIDIR SOBRE O CUMPRIMENTO OU NÃO DA
QUARENTENA? COMO SE DEVE PROCEDER?
ATENÇÃO “Compete à Comissão de Ética Pública – CEP avaliar cada si-
3.5 Vedamos o relacionamento negocial com pessoas e or- tuação. O estatutário deverá consultar previamente a CEP sobre
ganizações envolvidas em atividades ilícitas. as atividades e serviços que pretenda exercer ou prestar duran-
te o período de quarentena.”
ATENÇÃO Fonte: Código de Conduta da Alta Administração Federal
3.6 Desautorizamos a prática de ato que possa acarretar
ação cível ou trabalhista ou que cause prejuízo ao Banco. CAPÍTULO 4
3.7 Proibimos a formalização de decisões relativas a opera- Conflito de Interesses
ções sem prévia e formal autorização do cliente.
3.8 Proibimos a comercialização e o consumo de drogas ilíci- 4.1 Compreendemos que há conflito quando um funcioná-
tas no ambiente de trabalho. rio tem interesses privados que influenciam no desempenho de
3.9 Devemos atender às solicitações de órgãos externos de seus deveres e responsabilidades no Banco.
regulamentação e fiscalização e de auditorias externa e interna 4.2 Entendemos que a forma correta de evitar o conflito de
nos prazos estabelecidos. interesses é buscando a imparcialidade. Agir de forma imparcial
significa, por vezes, declarar-se impedido de realizar determina-
TUDO QUE NÃO ESTÁ ESCRITO NOS NORMATIVOS É PER- das atividades.
MITIDO? 4.3 Devemos exercer nossa atividade de forma isenta, exi-
Os normativos do Banco são bons condutores de nossas mindo-nos de usar a condição de funcionário para obter van-
ações. Se você, porém, estiver diante de situação em que não tagens para nós ou para terceiros. É dever de cada um evitar a
encontra nos normativos explicação clara de como deve agir, ocorrência de conflito de interesses
peça ajuda ao seu gestor e pelos canais de atendimento. Se de- 4.4 Devemos comunicar, de forma imediata, casos de con-
terminada situação não está prevista nos normativos, não signi- flito de interesses ou presunção de sua existência ao superior
fica que é permitida. hierárquico ou à Ouvidoria Interna.

69
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
4.5 Devemos apoiar e participar de estratégias de preven- • Utilizar a condição de funcionário para obter empréstimo
ção organizadas pelo BB que busquem alertar a ocorrência de pecuniário de cliente, fornecedor ou prestador de serviços.
conflito de interesses. • Utilizar informação privilegiada sobre ato ou fato relevan-
te ainda não divulgado no mercado a que tenha tido acesso em
EXEMPLO ILUSTRATIVO CONFLITO DE INTERESSES razão de cargo ou função.
Um funcionário do Banco monitora os leilões de imóveis re-
alizados pelo Banco e indica a compra desses imóveis para seus Em função das atividades desenvolvidas no BB, um funcio-
clientes, recebendo uma “comissão” pela indicação, atuando nário obtém informações de determinada empresa listada em
como um “corretor de imóveis”. bolsa de valores. Ciente da valorização de seus papéis, adquire
Posicionamento BB elevada quantidade, a fim de lucrar com o movimento.
Não podemos utilizar informação interna para realizar ne- Posicionamento BB
gócios pessoais com terceiros, como clientes, fornecedores, Funcionários devem se abster de realizar negócios a partir
prestadores de serviços, parceiros de negócios, corresponden- de informações obtidas em função das atividades desenvolvidas
tes, etc. no Banco ainda não divulgadas ao mercado, além de mantê-las
sob sigilo até que sejam de conhecimento público.
4.6 Advertimos que as ações exemplificadas a seguir confi-
guram conflito de interesses: Somente a alta administração tem acesso a informações
•Deliberar sobre assuntos de interesse conflitante com o do privilegiadas?
Banco. NÃO. Informação privilegiada envolve conhecimentos e da-
•Celebrar contrato administrativo ou celebrar contrato em dos que todos nós possuímos dentro do Banco em decorrência
nome do Banco, excetuada contratação de operações bancárias, das atividades que desempenhamos - em maior ou menor grau.
desde que observados os limites dispostos nos termos da legis- São informações estratégicas ou que podem gerar algum impac-
lação, regulamentações aplicáveis bem como nas Políticas Espe- to nos negócios e processos internos.
cificas de Transações com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas Por exemplo:
de Credito do Banco, com pessoa que tenha relação de paren- -orientar alguém a aguardar para fazer um investimento por
tesco até o terceiro grau com: saber que o Banco lançará um novo produto no mercado (ainda
a) dirigente do BB; não divulgado);
b) empregado do BB cujas atribuições envolvam atuação na -desobedecer a quarentena estatutária e passar a atuar em
área responsável pela licitação ou contratação; empresa com atividade concorrente ao Banco, utilizando-se de
c) autoridade de ente público a que o BB está vinculado. informações que detinha no BB;
• Manter sob subordinação hierárquica direta cônjuge, -usar acessos em ambientes corporativos - físicos ou virtuais
companheiro(a) ou parente em linha reta ou colateral, por con- - para obtenção de informações para uso particular;
sanguinidade ou afinidade, até o 3º grau. -compartilhar com terceiros informações, ainda não públi-
cas, de clientes, as quais obteve em função da prestação de con-
Exemplo Ilustrativo I sultoria;
A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a -divulgar informação sigilosa a respeito de estudos sobre
esposa do diretor BB, demonstra interesse em fechar contrato eventual parceria estratégica ou operação societária de partici-
com o Banco para a promoção dos eventos institucionais. pações do Banco a terceiros.
Posicionamento BB • Utilizar informação interna para realizar negócios pessoais
Essa situação configura conflito de interesses, porque é ve- com terceiros, como clientes, fornecedores, prestadores de ser-
dado celebrar contrato administrativo com parente ate o tercei- viços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.
ro grau de dirigente do BB. • Utilizar o nome do Banco do Brasil no exercício de seus
direitos políticos.
Exemplo Ilustrativo II • Conduzir carreira no Banco recorrendo à intermediação
A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a de terceiros.
esposa do diretor BB, pretende solicitar um financiamento junto • Usar de sua posição e poder para nomear, contratar ou
ao Banco, para renovar a frota de automóveis da empresa. favorecer um ou mais parentes em detrimento de pessoas e em-
Posicionamento BB presas com perfil e competências mais adequados, configurando
A celebração de contrato de operações com parente de di- prática de nepotismo.
rigente do BB, não configura conflito de interesses, desde que • Desempenhar atividades externas que possam constituir
observados os limites dispostos nos termos da legislação, regu- prejuízo ou concorrência para o Banco.
lamentações aplicáveis, bem como na Políticas Especificas de
Transações com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas de Crédito EXEMPLO ILUSTRATIVO INTERFERÊNCIA NO TAO
do Banco. Funcionário tem uma trajetória exemplar no Banco, desem-
penho satisfatório e é considerado apto para assumir novas fun-
• Conduzir assuntos ou negócios com agente público com ções na empresa.
poder decisório no âmbito dos órgãos e entidades do governo Entretanto, nas concorrências no TAO não figura entre os
com o qual tenha relação de parentesco, em linha reta ou cola- classificados.
teral, por consanguinidade ou afinidade, até 3º grau. Esse funcionário pode contatar os demais inscritos e solici-
• Permitir que atividades internas extrapolem o ambiente tar-lhes que retirem suas concorrências para que ele melhore
restrito, afetando interesses do Banco. sua classificação?

70
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Posicionamento BB 6.4 Desaprovamos o recebimento ou a oferta de presentes
Não! O funcionário deve pesquisar os parâmetros das opor- ou brindes que comprometam a percepção de profissionalismo
tunidades em que está inscrito (Pessoal 43-05) e envidar esfor- e de imparcialidade da empresa, independentemente do valor
ços na melhoria de sua pontuação, por exemplo, fazendo os
cursos UniBB e certificações indicados. Fazer contato com cole- EXEMPLO ILUSTRATIVO -PRESENTES E BRINDES
ga melhor pontuado é antiético, fragiliza o processo e pode ser Um cliente de uma agência trouxe uma garrafa de vinho de
analisado sob aspecto disciplinar. presente para seu gerente. Durante o atendimento, foi identifi-
cado que ele gostaria de ter benefícios anteriormente negados,
Funcionário deseja abrir empresa de consultoria financeira. como, por exemplo, o aumento de seu limite de crédito.
Posicionamento BB Posicionamento BB
Neste caso, configura-se Conflito de Interesses, porque a Nunca se deve aceitar presentes que configurem troca de
atividade de consultoria financeira concorre com a atividade favores, independentemente do valor. O Banco não autoriza ato
bancária. que possa ser entendido como suborno, propina ou vantagem
indevida.
4.7 Vedamos a realização de Transações com Partes Relacio-
nadas (TPR) em condições diversas às de mercado. “PARECER ÉTICO É TÃO IMPORTANTE QUANTO SER ÉTICO!”
SYLVIA REJANE - FUNCIONÁRIA
ATENÇÃO
Casos de conflito de interesses envolvendo os integrantes 6.5 Autorizamos aceitar presente ou brinde avaliado em até
da Diretoria Executiva (Presidente, Vice-presidentes e Diretores) 100 reais, desde que não caracterize manipulação de processos
deverão ser encaminhados à análise da Comissão de Ética Públi- decisórios ou obtenção de vantagens indevidas.
ca da Presidência da República. 6.6 Orientamos a doação à Fundação Banco do Brasil ou à
instituição beneficente sem fins lucrativos presentes recebidos
CAPÍTULO 5 em desacordo com este Código cuja devolução não seja possí-
TOMADA DE DECISÃO vel. A doação deve ser comunicada no Portal Pessoas (dipes.bb.
com.br) > Crachá > Você > Atuação > Presentes/Brindes > Incluir
Novo Item.
6.7Orientamos que, para oferecer brindes e presentes em
nome do BB para agente público, sejam observados os limites
estabelecidos na legislação local, na legislação que trata de su-
borno transnacional e nas regras e políticas da instituição da-
quele que receberá a cortesia.

Se você ainda estiver em dúvida se deve ou não receber


presentes, consulte o seu gestor.

CAPÍTULO 7
BENS E RECURSOS DO BANCO DO BRASIL

A ética atrapalha o lucro? 7.1 Proibimos o uso de recursos físicos, tecnológicos, bens e
A ética não atrapalha o lucro, ela traz confiança. A confiabili- serviços exclusivos ao desempenho de nossas atribuições, para
dade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente fins particulares.
e ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de perten- 7.2Devemos nos limitar a instalar, usar ou permitir o uso de
cimento nos funcionários. Investir em ética é investir no maior programa de computador (software) licenciados ou autorizados.
bem da empresa: a confiança no seu nome. 7.3 Devemos preservar a identidade institucional, evitando
usar o nome da Empresa, marcas e símbolos privativos sem au-
“NUMA DECISÃO DE TRABALHO, SEMPRE QUE VOCÊ DER torização.
PREFERÊNCIA A UM INTERESSE PESSOAL, REPENSE, POIS PODE 7.4 Devemos observar a competência restrita dos porta-vo-
HAVER UM CONFLITO DE INTERESSES.” zes para atender demanda de informações pela mídia, conforme
MÁRCIA DOSI - FUNCIONÁRIA diretrizes do discurso institucional.
7.5 Proibimos o uso de instalações, equipamentos, materiais
CAPÍTULO 6 de trabalho e rede eletrônica de comunicações para assuntos
PRESENTES,BRINDES, HOSPITALIDADE E FAVORES políticopartidários, religiosos ou de interesse comercial próprio
ou Fon de terceiros.
6.1 As regras a seguir referem-se ao relacionamento do Ban- 7.6 Devemos zelar pelo patrimônio e imagem do BB e disse-
co do Brasil com terceiros, como cliente, fornecedor, prestador minar este cuidado
de serviço, parceiro de negócios, correspondente, etc
6.2 Vedamos o recebimento pelo funcionário do BB de qual- São porta-vozes do BB os gerentes gerais, superintendentes,
quer valor em espécie como benefício próprio. gerentes executivos, diretores e integrantes do Conselho Diretor
6.3 Proibimos o recebimento e solicitação de benefício ou Um funcionário usou a logo do Banco como foto de seu per-
remuneração em retorno por serviço prestado na realização de fil em rede social.
nossas atividades na qualidade de funcionários do BB

71
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Frequentemente, ele se manifesta sobre questões político- Somente mais tarde se deu conta de que um de seus pa-
-partidárias atuais. Isso é correto? rentes que estava presente tem amigos em banco concorrente.
A utilização da logo do Banco exige, previamente, avaliação Posicionamento BB
criteriosa da área gestora da marca. Além disso, a vinculação da Cada um de nós é responsável pelo sigilo e uso adequado
marca a manifestações político-partidárias é vedada pelo Banco. das informações do Banco. Às vezes, o dano pode ser irreparável
para a Instituição.
CAPÍTULO 8
PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE DA INFORMAÇÃO CAPÍTULO 9
ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE E SUSTENTABILIDADE
8.1 Preservamos a segurança da informação, pois a infor-
mação corporativa é um ativo e possui valor para a organização. 9.1 Adotamos a responsabilidade socioambiental na defini-
8.2 Devemos estar cientes da responsabilidade no trata- ção de políticas, normas e procedimentos de prevenção e com-
mento das informações corporativas durante todo o seu ciclo bate à corrupção, bem como à lavagem de dinheiro e ao finan-
de vida. ciamento do terrorismo.
8.3 Devemos observar normas da propriedade intelectual 9.2 Estimulamos ações empreendedoras com parceiros que
de livros, textos, imagens e outros produtos protegidos por di- abordam proativamente impactos ambientais.
reito autoral. 9.3 Repudiamos o trabalho degradante: infantil, forçado e
8.4 Devemos observar diretrizes e políticas de segurança da escravo.
informação do BB, atentando-nos para a criticidade das infor-
mações. Sustentabilidade é uma questão de atitude e espírito pú-
8.5 Proibimos que funcionários tratem de assuntos sigilosos blico.
e de uso interno em salas de conversação, redes sociais e apli- 9.4 Valorizamos vínculos estabelecidos com as comunida-
cativos com acesso pela internet não autorizados pelo Banco. des nas quais atuamos e respeitamos seus valores culturais pois
8.6 DEVEMOS PROTEGER INFORMAÇÕES DE PROPRIEDADE reconhecemos a necessidade de retribuir à comunidade parcela
DO BANCO DO BRASIL COMO FORMA DE GARANTIR INTEGRIDA- do valor agregado aos negócios.
DE, CONFIDENCIALIDADE E DISPONIBILIDADE. NÃO PODERÃO 9.5 Apoiamos iniciativas de desenvolvimento sustentável e
SER DIVULGADOS SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ESTUDOS, METO- participamos de empreendimentos voltados à melhoria das con-
DOLOGIAS, TÉCNICAS, MATERIAIS OU MODELOS DESENVOLVI- dições sociais da população.
DOS PARA O BANCO.
8.7 Devemos consultar o cadastro e as informações de pro- Por que a sustentabilidade ética é uma responsabilidade
dutos e serviços de funcionários e correntistas apenas por ne- do Banco?
cessidade do serviço, preservando o sigilo cadastral, bancário, A sustentabilidade é pautada por três aspectos indissociá-
empresarial e profissional. veis: ambiental, social e econômico. Esse tripé determina que os
8.8 Devemos resguardar o sigilo de informação do Banco do negócios do Banco causem o menor impacto ao meio ambiente
Brasil, relativas a ato ou fato relevante às quais tenham acesso e agreguem valor à sociedade.
privilegiado em razão da posição ou função que ocupamos.
CAPÍTULO 10
ÉTICA
USO RESPONSÁVEL DAS MÍDIAS DIGITAIS
8.9 Devemos prestar esclarecimentos fidedignos e tempes-
tivos quando solicitados pelo Banco, mesmo quando estivermos
10.1 Entendemos que a comunicação interna deve contri-
em situação de disponibilidade para outra empresa ou cedido
buir para o fortalecimento
para órgão externo.
da relação entre a Empresa e os funcionários.
8.10 Devemos assegurar que registros contábeis e demons-
10.2 Primamos pela comunicação inclusiva e que cria condi-
trações financeiras sejam verdadeiros, completos, precisos, cla-
ções favoráveis à ação negocial e à realização do trabalho, com
ros e estejam em conformidade com a legislação, os princípios e
as normas de contabilidade e controles internos foco na transparência, clareza e objetividade.
10.3 Devemos usar de forma responsável as mídias digitais
Uso Ético dos Dados e aplicar boas práticas de comunicação alinhadas aos princípios
8.11 Tratamos de maneira responsável e ética os dados in- de integridade, transparência e respeito.
ternos e externos coletados, de acordo com a legislação, duran-
te todo o ciclo de vida da informação. EXEMPLO ILUSTRATIVO - MÍDIAS DIGITAIS
8.12 Utilizamos mecanismos de segurança para proteção de Um colega faz comentários depreciativos sobre um setor do
dados e informações de clientes, fornecedores, parceiros e de- Banco e colegas que lá trabalham. Mesmo que o tenha feito em
mais intervenientes. grupo fechado, suas mensagens podem gerar prejuízos pessoais
8.13 Devemos realizar nossas atividades respeitando a pri- e profissionais.
vacidade do cliente e a legislação relativa ao assunto, inclusive Posicionamento BB
no uso e tratamento de bases de dados analíticas. Em grupos fechados, mensagens são públicas. Elas se espa-
lham rapidamente e de maneira fácil. O descontrole e a impossi-
Exemplo ilustrativo - Propriedade da Informação bilidade de remoção das mensagens podem gerar danos irrepa-
Um funcionário contou em uma reunião de família que o ráveis às pessoas e à instituição.
Banco está desenvolvendo uma nova estratégia de captação de
clientes. Falou, inclusive, da metodologia a ser utilizada para im-
pactar o mercado.

72
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
PROTAGONISMO E DEBATE COLABORATIVO As denúncias são conduzidas por instâncias autônomas e
10.4 Valorizamos manifestações no ambiente digital que especializadas.
respeitem a diversidade de ideias e o posicionamento da Em- A OUVIDORIA INTERNA pode ser contatada pelos seguintes
presa. canais:
10.5 Proibimos a vinculação do Banco do Brasil a comen- E-mail: ouvidoriainterna@bb.com.br
tários e postagens de informações ou imagens ofensivos e/ou Telefone: (61) 3108-7488
que violem a privacidade de funcionários e terceiros em mídias Intranet: aba “ouvidoria interna” Carta e Atendimento pre-
digitais e redes sociais. sencial: SAUN Quadra 5, Bloco B, Torre Central, 5º andar, Asa
10.6 Proibimos a emissão ou compartilhamento de informa- Norte - CEP: 70.040-912 Brasília-DF
ções de caráter discriminatório ou ofensivo que exponha a ima-
gem do Banco, de seus funcionários e do Conglomerado. A OUVIDORIA EXTERNA pode ser contatada pelos seguintes
canais:
#cuidardoqueévaliosoparaaspessoas SAC: 0800 729 0722
Antes de escrever nas redes sociais, lembre-se de que todo Ouvidoria Externa: 0800 729 5678
conteúdo é público. Pense no impacto na sua vida profissional, Deficientes Auditivos: 0800 729 0088
na sua privacidade e na dos outros
COMO FAZER UMA DENÚNCIA ÀOUVIDORIA INTERNA?
Minhas ações na esfera privada podem gerar consequên- Toda denúncia deve ser formalizada. No registro, procure
cias no Banco? responder às seguintes perguntas: Quem está sendo denuncia-
Sempre que você, na vida privada, envolve o nome do Banco do? O que ele fez? (se possível, identifique qual item do Código
em ações ilegais e/ou não éticas, gera consequências danosas foi descumprido) Como aconteceu? Quando ocorreu o fato? Há
para o Banco e para si. Ações que suscitem repulsa ou repro- testemunhas ou provas? (indique-as)
vação, ainda que não vinculadas diretamente ao nome do BB,
podem ser tratadas administrativamente – inclusive sob aspecto 11.4 Orientamos comunicar à Diretoria de Controles Inter-
ético e/ou disciplinar. no-Dicoi/DF indício de corrupção, por meio do Canal de Denún-
cia de Ilícitos, disponível no Portal BB, inclusive de maneira anô-
CAPÍTULO 11 nima.
DÚVIDAS E DENÚNCIAS 11.5 Recomendamos que, em caso de dúvida quanto ao
exercício de atividade laboral remunerada ou não, paralela ao
11.1 Valorizamos sua manifestação. Se perceber algo que Banco, o funcionário encaminhe consulta por meio do Sistema
fira o Código de Ética do Banco do Brasil, é seu dever denunciar Eletrônico de Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), dispo-
11.2 Repudiamos qualquer tipo de retaliação ao autor de nível no site da Controladoria-Geral da União - CGU.
denúncias 11.6 Sugerimos que, em caso de dúvida quanto à aplicação
do Código de Ética, converse com seu gestor ou consulte o Comi-
Denúncias devem ser encaminhadas para a Ouvidoria In- tê Estadual de Ética, por meio de registro no Portal da Ouvidoria
terna, mesmo de forma anônima. O sigilo da fonte e a confi- Interna, na intranet.
dencialidade são premissas da Ouvidoria Interna.
Qual é a finalidade e a importância do Comitê de Ética?
Casos desta natureza serão avaliados sob aspecto ético e O Comitê de Ética atua principalmente na prevenção de pro-
podem ser encaminhados para tratamento disciplinar. blemas éticos e investe em ações de educação; responde a con-
11.3 Entendemos que o descumprimento das diretrizes des- sultas e dúvidas de funcionários sobre como se deve agir; busca
te Código de Ética representa grave manifestação contra a ética minimizar conflitos e também age quando há descumprimento
e contra princípios administrativos do Banco do Brasil. Quem do Código de Ética. O Comitê de Ética é um parceiro do funcio-
descumprir o Código de Ética está sujeito às penalidades das nário no seu dia a dia.
instruções normativas e poderá ser responsabilizado na Fon es-
fera judicial CARTA DE ENCERRAMENTO
Este Código de Ética foi elaborado pela Diretoria Gestão da
Fazer uma denúncia é ser “dedo-duro”? Cultura e de Pessoas com a participação de vários colegas, va-
NÃO. lidado por todas as Unidades Estratégicas do BB, pelo Comitê
Fazer uma denúncia é cumprir com seu dever ético e re- Executivo Pessoas e Cultura Organizacional, Conselho Diretor e
presenta cuidado com a nossa empresa. Deixar de denunciar Conselho de Administração do BB. Essa construção colaborativa
comportamento inadequado é ser conivente com o erro. A de- retrata que a ética faz parte da cultura do Banco do Brasil.
núncia representa respeito aos princípios e condutas defendidas O documento deve ser revisado a cada três anos ou, extra-
pelo Banco. Permanecer em silêncio pode ser considerado ato ordinariamente, a qualquer tempo.
de honra em determinadas culturas, porém jamais poderá ser A Diretoria Gestão da Cultura e de Pessoas é a área respon-
considerado ato ético. Nem a honra está acima dos princípios sável pela estruturação, atualização, disseminação e implemen-
éticos. É considerado conflito de interesses defender, proteger tação deste Código.
ou acobertar pessoas ou grupos em detrimento dos interesses Para facilitar seu entendimento, utilizou-se linguagem sim-
do Banco. Lembre-se de que o sentimento de culpa não deve ples e clara. Exemplos, perguntas e respostas foram construídos
ser do denunciante, mas daquele que praticou a ação incorreta. com o objetivo de ilustrar a aplicação da ética no dia a dia de
trabalho.

73
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Além de ser um instrumento que orienta os funcionários na Educação para a Ética: É a formação de bons hábitos sob
tomada de decisões, o Código de Ética apresenta condutas espe- orientação de regras e princípios éticos, que oferece fundamen-
radas pelo BB e as que são expressamente vedadas, indicando, tação necessária para escolha correta de nossa conduta social.
de forma objetiva e prática, as responsabilidades dos colabora-
dores, inclusive da Alta Administração, a fim de contribuir para Prevenção de Problemas Éticos: Prevenir é a melhor estra-
credibilidade, idoneidade e perenidade de nossa Organização. tégia de desenvolvimento de ambientes saudáveis. É o ato de
Os pressupostos e orientações constantes no Código de sermos guardiões de nossas próprias ações, de zelarmos por to-
Ética do Banco do Brasil devem ser observados com atenção, dos e pela instituição.
cuidado e visão de protagonismo, pois a responsabilidade pela
aplicação e disseminação é de todos nós. Conflito de Interesses: O conflito de interesses surge quan-
do uma pessoa se encontra envolvida em processo decisório
AFINAL, SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS POR CUIDAR DO em que ela tenha o poder de influenciar o resultado final, asse-
QUE É VALIOSO PARA AS PESSOAS. gurando ganho para si, algum familiar, ou terceiro com o qual
esteja envolvido, ou ainda que possa interferir na capacidade
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E CONSELHO DIRETOR de julgamento, sem isenção. Há conflito de interesses quando
Membros CA alguém não é independente em relação à matéria em discussão,
Presidente: Iêda Aparecida de Moura Cagni e pode influenciar ou tomar decisões motivadas por interesses
Vice-Presidente: Walter Eustáquio Ribeiro distintos daqueles da organização.
Membro: Fausto de Andrade Ribeiro
Membro: Rachel de Oliveira Maia Quarentena estatutária: É o período de interdição, conta-
Membro: Débora Cristina Fonseca dos a partir da data de exoneração, no qual o estatutário fica
Membro: Waldery Rodrigues Júnior impedido de realizar atividade incompatível com o cargo ante-
Membro: Paulo Roberto Evangelista de Lima riormente exercido.
Membro: Aramis Sá de Andrade
Subordinação Hierárquica Direta: Caracteriza-se pela vincu-
Membros CD lação direta entre o funcionário e o seu superior hierárquico e
Presidente: Fausto de Andrade Ribeiro materializa-se pela sujeição do funcionário e ordens diretas, à
Vifin: José Ricardo Fagonde Forni avaliação de desempenho - GDP - validação de ponto eletrônico,
Vivar: Carlos Motta dos Santos despacho de férias, autorizações e deferimentos diversos, entre
Vicri: Ana Paula Teixeira outras situações.
Vitec: Gustavo de Souza Fosse
Vigov: João Pinto Rabelo Júnior O QUE MUDOU NO CÓDIGO DE ÉTICA?
Vicor: Ênio Mathias Ferreira Numeração das páginas do Código de Ética.
Vipat: João Carlos de Nobrega Pecego Alteração da numeração dos itens de acordo com o capítulo.
Atualização da mensagem do Presidente.
GLOSSÁRIO Alteração da imagem da contra-capa.
Ética: Palavra de origem grega. Significa costume ou hábito. Alteração da imagem do verso da página da carta do Presi-
É uma parte da filosofia que se dedica a responder como deve- dente.
ríamos agir. Alteração da imagem (pág. 8).
Inclusão do item 2.4 (pág. 11).
Moral: Tradução latina da palavra ética, do grego. Com o Inclusão dos itens 2.6; 2.7 e 2.8 (pág. 11).
passar do tempo, a literatura especializada optou por definir Inclusão dos itens 2.18, 2.19, 2.22 e 2.23 (pág 14).
como moral todo sistema público de regras próprio de diferen- Inclusão dos itens 2.25, 2.26, 2.27, 2.29, 2.30, 2.31, 2.32 e
tes grupos sociais. 2.33 (pág. 15).
Inclusão de exemplos (págs. 24 e 26).
Código de Ética do Banco do Brasil: Conjunto de princípios Migração do item 2.38 do subtítulo “Governos” para “Par-
e regras que orientam como devemos agir no ambiente de tra- ceiros” (pág. 37).
balho. É ferramenta de educação para a Ética. Inclusão do item 3.3 (pág. 23).
Inclusão no item 4.6 de exemplo do conflito de interesse
Cultura da Ética: Se caracteriza pela busca diária dos funcio- (págs. 26 e 27)
nários pelo desenvolvimento de bons hábitos de comportamen- Exclusão no texto do trecho: “Mais exemplos de conflito de
to ético, pensando sempre no outro e na instituição, antes de interesses:”
agir, colaborando pelo desenvolvimento de boas práticas. Cons- Alteração das imagens das págs: 7, 8, 9, 11, 14, 17, 19, 20,
titui-se cultura por tratar-se de preocupação comum, de algo 24, 25 e 37.
que se torna valor de todos. Alteração da citação da pág. 11.
Inclusão do subtítulo “Liderado” (pág. 15).
Compromisso com a Ética: Cada um tem uma parte de Inclusão no glossário o item “Subordinação Hierárquica Di-
responsabilidade pela efetivação da ética que é só sua. Com- reta” (pág. 44).
promisso é a responsabilidade individual que nos vincula com
a necessidade de colocarmos os princípios da ética como parte
integrante da vida pessoal e da vida institucional.

74
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL


DO BANCO DO BRASIL

Política de Responsabilidade Socioambiental *


Abrangência: Esta política orienta o comportamento do
Banco do Brasil, que pautado pelos princípios da relevância,
proporcionalidade e da eficiência, se compromete a envidar es-
forços para colaborar com as empresas controladas, coligadas e
simples participações, a fim de que definam seus direcionamen-
tos a partir destas orientações, considerando as necessidades
específicas e os aspectos legais e regulamentares a que estão
sujeitas.
Regulamentação: Resolução do Conselho Monetário Na-
cional 4.327, de 25/04/2014 e Normativo SARB nº 14, de
28/08/2014 (Autorregulação FEBRABAN)
Introdução: Esta política orienta o comportamento do Ban-
co do Brasil em relação à responsabilidade socioambiental e
seus princípios também se encontram inseridos em políticas es-
pecíficas.
1. Pautamos a atuação em responsabilidade socioambiental
pelas nossas definições estratégicas, alinhadas às leis e normas
que disciplinam o assunto.
2. Adotamos e difundimos princípios de atuação em bases
social e ambientalmente responsáveis, considerando:
a) a ética, a promoção dos direitos humanos, dos direitos
fundamentais do trabalho, meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável e a contribuição para a universalização dos direitos
sociais e da cidadania;
b) o respeito e a valorização da diversidade e da equidade
nas relações;
c) a contribuição para que o potencial dos funcionários e
demais colaboradores possa ser aproveitado pela sociedade;
d) o estímulo, a difusão e a implementação de práticas de
desenvolvimento sustentável;

75
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) a melhoria contínua de nosso desempenho socioambien- (C) cartas de fiança e garantias;
tal; (D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos; (E) ações
f) o desenvolvimento de ações voltadas para a ecoeficiência e debêntures.
e para a prevenção da poluição e das emissões de carbono em
produtos, serviços e processos, bem como o zelo pela adequada 3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JORNA-
destinação dos resíduos gerados. LISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto recente da
g) o apoio a iniciativas que visem à redução da emissão ou economia brasileira a valorização cambial vem sendo utilizada como
à estabilização da concentração de gases de efeito estufa na at- instrumento no combate à inflação. Mas a conservação desta política,
mosfera. contudo, tende a expor setores econômicos mais voltados ao mercado
3. Adotamos estrutura de governança da responsabilidade interno a um grau de concorrência crescente com empresas interna-
socioambiental e gestão de riscos socioambientais compatíveis cionais, o que pode vir a acarretar em queda do emprego e da renda
com o nosso porte, a natureza do negócio, a complexidade dos internos. Um contexto de valorização cambial, no Brasil:
(A) Reduzirá a dívida externa em dólar.
produtos e serviços, e as relações estabelecidas com os diversos
(B) Trará importações mais baratas.
públicos de interesse.
(C) Valorizará os termos de troca.
4. Engajamos e capacitamos a alta administração e o nosso
(D) Propicia o acesso de capitais internacionais.
público interno, em todos os seus níveis, para o cumprimento
desta Política. 4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ-
5. Estimulamos a participação dos nossos públicos de inte- DIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Monetária
resse no desenvolvimento desta Política. – Copom a fixação:
6. Atuamos em conjunto com empresas, governos e socie- (A) da taxa do CDI;
dade na definição de iniciativas voltadas à redução de riscos e (B) da taxa Selic diária;
ao aproveitamento de oportunidades relacionadas às questões (C) da meta para a taxa Selic;
socioambientais, inclusive às mudanças climáticas. (D) da Taxa de Juros de Longo Prazo;
7. Buscamos, por meio da nossa atuação negocial, favore- (E) do superávit primário.
cer a inclusão e a educação financeira, a geração de emprego e
renda e a melhoria contínua das condições de vida para clientes 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) Em
e sociedade. referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de opera-
8. Buscamos o alinhamento entre o investimento social pri- ções do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com relação à
vado e a nossa atuação negocial, considerando práticas ambien- taxa Selic, é estabelecido que:
talmente corretas. (A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co-
9. Adotamos estrutura de gerenciamento de riscos que tem pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
por objetivo identificar, classificar, avaliar, monitorar, mitigar e (B) o Copom determina a meta para a Selic e é também respon-
controlar o risco socioambiental. sável por manter a taxa diária próxima da meta;
(C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de opera-
10. Avaliamos, atualizamos e publicamos sistematicamente
ções é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
nossos desafios e ações em sustentabilidade, bem como o re-
(D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é tam-
porte dos resultados alcançados, de acordo com padrões reco-
bém responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
nhecidos pelo mercado. (E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN).

EXERCÍCIOS 6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)


Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Constitui-
ção Federal marque a alternativa incorreta:
1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ- (A) A duração atual é de quatro anos.
DIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é dividido (B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
em segmentos especializados e um dos ramos de maior importân- e metas da Administração Pública para as despesas de capital.
cia é o Mercado de Crédito, responsável por: (C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do gover-
(A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral e nante.
para o funcionamento das empresas; (D) Estabelece um conjunto de metas de política governamen-
(B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural, tal que envolve programas de duração prolongada.
aquela depositada em conta-corrente; (E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do exe-
(C) permitir às empresas em geral captar recursos de terceiros cutivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que devem
e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; ser observadas na elaboração da lei Orçamentária Anual.
(D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira;
(E) permitir operações em mercados futuros. 7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) So-
bre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº 4.320/1964),
2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O analise as assertivas:
mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mo- I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu-
biliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou in-
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder pú-
pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autoriza- blico, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária
das, e seus produtos principais incluem: suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
(A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras; acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as empresas públicas e
(B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; as sociedades de economia mista, autorização específica presente.

76
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II- A proibição de aquisição de veículos de representação, cons- 12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O com-
tante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da auto- portamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime cam-
nomia administrativa e financeira dos Poderes da República, não bial adotado pelo país. Assim, em um regime de
vincula o Poder Judiciário. (A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz em
III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei determinar a taxa de câmbio real, muito embora não tenha
de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações na controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutuação suja ou
legislação tributária. Assinale a alternativa correta: controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida fixa de sorte a
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. atrair capitais estrangeiros interessados em carry trade.
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia basea-
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. do em déficits em transações correntes torna o equilíbrio das
(D) se apenas a afirmativa II estiver correta. contas externas diretamente dependente da liquidez no mer-
(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. cado financeiro internacional.
(D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária ao
8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) isolar a economia de variações nos preços internacionais dos
Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas consta- bens importados.
rão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afirmação (E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mone-
refere-se à: tária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de flu-
(A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal. tuação.
(B) LOA- Lei Orçamentária Anual.
(C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias. 13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IESES
(D) LTF- Lei de Transparência Fiscal. – 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominantemente
(E) PPA- Plano Plurianual determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, estamos
diante de um regime cambial de taxas ___________.
9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – (A) Sujas.
MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui (B) Fixas.
órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem de- (C) Flutuantes.
finidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade: (D) Mistas.
(A) do Conselho Monetário Nacional (CMN);
(B) do Banco Central do Brasil; 14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU-
(C) da Bolsa de Valores; TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime
(D) do Ministério da Fazenda; cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio é
(E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que um
regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso, o Ban-
10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUADRIX – co Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio, vide início
2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das empre do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutuante, a taxa de
sas. O mercado de capitais compreende todos os mercados de câmbio variará de acordo com as conjunturas de mercado. Saindo
recursos financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédito do do modelo simplificado, dentro desses dois regimes, existem ainda
sistema econômico tipos específicos. Sobre o comportamento dos regimes cambiais,
( ) CERTO ( NÃO podemos afirmar que:
) ERRADO (A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações es-
porádicas por parte do Banco Central com a intenção de atenu-
11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP – ar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é conhecido
2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação contínua por flutuação suja.
dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um investi- (B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele sim-
dor que queira operar nesse mercado deve plificar a tomada de decisão por parte dos agentes econômicos.
(A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários (C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas tran-
(CVM). sações internacionais de troca de bens e serviços de uma nação
(B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma bolsa por bens e serviços de outra nação.
de valores, na qual receberá orientações e esclarecimentos na (D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Banco
Central não executa operações de compra e venda de moedas
seleção dos investimentos.
estrangeiras.
(C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
valores mobiliários, que participem do lançamento das ações
15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPERIOR
pretendidas.
– CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco Central
(D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é
do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de
o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais
câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$,
brasileiro.
representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em
(E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha inte-
termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fa-
resse em adquirir ações.
tores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do
tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o)
(A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
(B) venda de reservas internacionais por parte do Banco Cen-
tral do Brasil.

77
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos im- 19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe
pactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial entre as quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assi-
taxas de juros internas e externas. nale a alternativa correta.
(E) aumento das posições compradas da moeda brasileira nos (A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de Tí-
mercados futuros de câmbio tulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é consi-
derada instituição financeira.
16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – (B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa-
QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da matemáti- ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos
ca financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os juros reais clientes, independentemente de autorização judicial.
são os juros resultantes, após a subtração da taxa de crescimento (C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo presiden-
da economia, dos juros nominais. te, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pode re-
( ) CERTO quisitar ao BRB informações a respeito da movimentação ban-
( ) ERRADO cária de clientes da instituição financeira.
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públicos
17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As entida- não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida lei com-
des representativas das instituições financeiras, a exemplo da Fe- plementar de acordo com jurisprudência do STJ.
deração Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços (E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento
para a criação e o aprimoramento contínuo de sistemas de autor- mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são conside-
regulação destinados a reforçar publicamente o compromisso do radas instituições financeiras.
setor financeiro com a observância dos princípios da integridade,
equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando, 20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as
no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessi- instituições financeiras devem conservar o sigilo de suas opera-
dades e dos interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de ções, sendo uma violação desse dever
garantir a respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões (A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o con-
conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medidas volta- sentimento expresso do interessado.
das à responsabilidade socioambiental, prevenção de situações de (B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática de
conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial.
à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- (C) a troca de informações entre instituições financeiras, para
mo. No que se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados, fins cadastrais, ainda que observadas as normas do Banco Cen-
assinale a alternativa correta. tral e do Conselho Monetário Nacional.
(A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil. (D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de informa-
(B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais ções financeiras relativas a operações de crédito adimplidas,
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra- para formação de histórico de crédito.
sil, independentemente de vínculo associativo ou adesão vo- (E) a transferência, à autoridade tributária, de informações re-
luntária. lativas a operações com cartão de crédito que permitam iden-
(C) Decorrem de lei. tificar a natureza dos gastos efetuados.
(D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória,
não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de des- 21. Considerando os crimes praticados contra a Administra-
cumprimento. ção Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA.
(E) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas (A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
não dependem de autorização do Banco Central do Brasil. outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
18. Lei Complementar n.º 105/2001 função, pratica o crime de exploração de prestígio.
Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da (B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somen- utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis-
te poderão examinar documentos, livros e registros de institui- tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete
ções financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e ou testemunha, pratica o crime de tráfico de influência.
aplicações financeiras, quando houver processo administrativo (C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames fo- privado perante a administração pública, valendo-se da qua-
rem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa lidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de influência.
competente. (D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), alte-
Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anterior- rada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atualmente não
mente transcrito é possível a prática de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
(A) fere o direito à privacidade e à intimidade. e valores na modalidade tentada.
(B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo fis- (E) É crime praticado por funcionário público contra a admi-
co depende de autorização judicial. nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplicação
(C) não ofende o direito ao sigilo bancário. diversa da estabelecida em lei.
(D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário.
(E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos. 22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação
de bens, direitos e valores
(A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de comba-
te ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxativo de
crimes antecedentes.

78
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao autor 26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anti-
que colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos corrupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre
que conduzam à identificação de autores, coautores e partíci- a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pes, a qualquer tempo. pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou
(C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público o aces- estrangeira.
so direto a documentos relativos a movimentações bancárias (A) Não será levada em consideração na aplicação das sanções
de investigados por crime de lavagem de dinheiro. a consumação ou não da infração, nem a cooperação da pessoa
(D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apura- jurídica para a apuração das infrações.
ção e julgamento do crime de lavagem de dinheiro. (B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas por
(E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa. atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto os dirigen-
tes ou administradores serão responsabilizados objetivamente.
23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados (C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obriga-
pessoais sensíveis os dados sobre ção de reparar integralmente o dano causado.
(A) contas bancárias. (D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa jurídi-
(B) viagens realizadas. ca considerada responsável pelas práticas ilícitas, no valor de 1 a
(C) formação acadêmica. 50% do faturamento bruto.
(D) origem racial ou étnica. (E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administra-
(E) numeração de documentos. tiva afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera
judicial.
24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de
Dados, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de 27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no
Proteção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta. âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e
(A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
transformada pelo Poder Executivo em entidade da administra- denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de
ção pública federal indireta, submetida a regime autárquico es- ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detec-
pecial e vinculada à Presidência da República. tar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos prati-
(B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comuni- cados contra a administração pública, nacional ou estrangeira. A
cações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD. que termo se refere a descrição acima?
(C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titular (A) Sistema de Controles Internos.
contra controlador após comprovada pelo titular a apresentação (B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administração
de reclamação ao controlador não solucionada no prazo estabe- Pública.
lecido em regulamentação. (C) Programa de Integridade.
(D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens móveis (D) Política de Governança Corporativa.
e imóveis de sua propriedade não constituem receitas da ANDP. (E) Processo Administrativo de Responsabilização.
(E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD
serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder Exe-
28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração
cutivo federal.
da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa
resultar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no
25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa
12.846, de 2013, será efetuada por meio de Processo Adminis-
e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Admi-
trativo de
nistração Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a
(A) Especialização
afirmativa correta.
(A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabili- (B) Fixação
dade individual de seus dirigentes e administradores. (C) Contribuição
(B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas (D) Responsabilização
somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do (E) Proporcionalização
patrimônio líquido.
(C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos con- 29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato
tra a Administração Pública apenas quando estes foram prati- lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar
cados exclusivamente em seu benefício. o caráter competitivo de procedimento licitatório público e ofe-
(D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será respon- recer vantagem indevida a agente público. Levando em conta o
sabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previstas em caso hipotético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013,
Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável. assinale a alternativa correta:
(E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se- (A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa, da
rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos contra empresa em questão, o que afasta a possibilidade de responsa-
a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à bilização na esfera judicial.
obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do (B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera admi-
dano causado. nistrativa, com a imposição de multa em percentual do fatura-
mento, estará a empresa automaticamente desobrigada com
relação à reparação integral do dano causado.
(C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
afasta a possibilidade de responsabilização individual dos diri-
gentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos.

79
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de le-
niência, com identificação dos envolvidos e obtenção de infor-
ANOTAÇÕES
mações, o que implica na isenção das sanções e exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparação dos danos causados. ______________________________________________________
(E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à aplica-
ção, dentre outras, das sanções de suspensão ou interdição par- ______________________________________________________
cial das atividades e dissolução compulsória da pessoa jurídica.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 A ______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 C
5 C ______________________________________________________
6 E ______________________________________________________
7 E
______________________________________________________
8 B
9 E ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 C
13 C ______________________________________________________
14 C ______________________________________________________
15 C
______________________________________________________
16 C
17 E ______________________________________________________
18 C ______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 E
21 E ______________________________________________________
22 B ______________________________________________________
23 D
______________________________________________________
24 E
25 E _____________________________________________________
26 C _____________________________________________________
27 C
______________________________________________________
28 D
29 E ______________________________________________________

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80
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1. Aprendizagem De Máquina: Fundamentos Básicos; Noções De Algoritmos De Aprendizado Supervisionados E Não Supervisionados;
Noções De Processamento De Linguagem Natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Banco De Dados: Banco De Dados Nosql (Conceitos Básicos, Bancos Orientados A Grafos, Colunas, Chave/Valor E Documentos); Mon-
godb; Linguagem Sql2008; Conceitos De Banco De Dados E Sistemas Gerenciadores De Bancos De Dados (Sgbd); Data Warehouse
(Modelagem Conceitual Para Data Warehouses, Dados Multidimensionais); Modelagem Conceitual De Dados (A Abordagem Entida-
de-Relacionamento); Modelo Relacional De Dados (Conceitos Básicos, Normalização); Postgre-Sql . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Big Data: Fundamentos; Técnicas De Preparação E Apresentação De Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
4. Desenvolvimento Mobile: Linguagens/Frameworks: Java/Kotlin E Swift. React Native 0.59; Sistemas Android Api 30 E Ios Xcode 1010
5. Estrutura De Dados E Algoritmos: Busca Sequencial E Busca Binária Sobre Arrays; Ordenação (Métodos Da Bolha, Ordenação Por Se-
leção, Ordenação Por Inserção), Lista Encadeada, Pilha, Fila E Noções Sobre Árvore Binária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Ferramentas E Linguagens De Programação Para Manipulação De Dados: Ansible; Java (Se 11 E Ee 8); Typescript 4.0; Python 3.9.X
Aplicada Para Ia/Ml E Analytics (Bibliotecas Pandas, Numpy, Scipy, Matplotlib E Scikit-Learn) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados
APRENDIZAGEM DE MÁQUINA: FUNDAMENTOS BÁSI- para uso no computador;
COS; NOÇÕES DE ALGORITMOS DE APRENDIZADO SU- – O mouse também é um dispositivo importante, pois com
PERVISIONADOS E NÃO SUPERVISIONADOS; NOÇÕES ele podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso
DE PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL do computador.

Hardware • Periféricos de saída populares mais comuns


Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são – Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
os dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o – Impressoras, que permite a impressão de dados para ma-
computador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, terial físico;
disco rígido, monitor, scanner, etc. – Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do compu-
tador;
Software – Fones de ouvido.
Software, na verdade, são os programas usados para fazer
tarefas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de Sistema Operacional
software são programadas em uma linguagem de computador, O software de sistema operacional é o responsável pelo
traduzidas em linguagem de máquina e executadas por compu- funcionamento do computador. É a plataforma de execução
tador. do usuário. Exemplos de software do sistema incluem sistemas
O software pode ser categorizado em dois tipos: operacionais como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral • Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de ta-
• Software de sistema operacional refas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint,
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento Access, além de ferramentas construídas para fins específicos.
do computador, é a plataforma de execução do usuário. Exem-
plos de software do sistema incluem sistemas operacionais ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
como Windows, Linux, Unix , Solaris etc. Lógica de programação e algoritmos
Um algoritmo, na verdade, é uma receita que define uma
• Software de aplicação tarefa passo a passo, posteriormente este algoritmo é conver-
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários tido em uma linguagem de computador para que essa tarefa
para execução de tarefas específicas. Exemplos de software de seja executada. Em termos mais técnicos, podemos dizer que
aplicativos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, um algoritmo é uma sequência finita e lógica que é definida por
etc. instruções que devem ser seguidas para resolver uma tarefa.
Como dissemos um algoritmo é uma definição de sequência
Para não esquecer: de operações. No nosso dia a dia utilizamos algoritmos intuitiva-
mente, por exemplo, vejamos abaixo:
HARDWARE É a parte física do computador • Algoritmo para a troca de uma lâmpada
Início
São os programas no computador (de fun- — Verifica se o interruptor está desligado;
SOFTWARE
cionamento e tarefas) — Procura uma lâmpada nova;
— Pega uma escada;
Periféricos — Leva a escada até o local;
Periféricos são os dispositivos externos para serem utili- — Posiciona a escada;
zados no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas — Sobe os degraus;
funcionalidades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o — Retira a lâmpada queimada;
teclado, ou aqueles que podem melhorar a experiencia do usuá- — Coloca a lâmpada nova;
rio e até mesmo melhorar o desempenho do computador, tais — Desce a escada e aciona o interruptor;
como design, qualidade de som, alto falantes, etc. Fim
Tipos: Fluxograma
O fluxograma na verdade é a representação gráfica do algo-
PERIFÉRICOS ritmo. O fluxograma utiliza-se de figuras que iniciam uma sequ-
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA ência de operações e finalizam esta sequência, demonstrando
PERIFÉRICOS assim de forma lógica as operações.
Utilizados para saída/visualização de dados
DE SAÍDA

• Periféricos de entrada mais comuns.


– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um
item essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergo-
nômicos para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde
muscular;

1
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
• Simbologia:
Veremos a seguir cada símbolo e qual a sua função.

Este símbolo é usado para o início e fim da sequência

Este símbolo é utilizado para estabelecer a sequência de tarefas.

Este símbolo é utilizado quando precisamos manipular dados: cálculos, atribuições, etc.

Indica quando teremos que mudar o fluxo de operações de acordo uma condição pré-estabelecida.

O conector utilizado para indicar a continuidade do desenho na mesma página.

É utilizado para representar a continuidade do desenho em outra página.

É utilizado, quando há necessidade de uma entrada pelo usuário via teclado, isto é, uma entrada de
dados.

É utilizado quando será exibida alguma informação no monitor, isto é, uma saída de dados.

• Exemplo de fluxograma:

O exemplo acima demonstra um fluxograma com entradas, saídas e processamento. Este fluxograma deverá ser escrito em uma
linguagem de computador de acordo com estas sequências.

2
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Programa orientada a objetos
Programação orientada a objetos é um paradigma de programação onde se tenta aproximar vida real e conceitos, paradigmas
e outros artefatos de programas. Isso torna mais intuitiva a programação e mais organizada podendo se reaproveitar partes em
outros projetos quando se fizer necessário.
Dentro deste paradigma a programação orientada a objetos trabalha com coisas materiais ou abstratas que podem ser perce-
bidas pelos sentidos humanos e descritas por suas características, comportamentos e estados atuais.
Podemos citar alguns exemplos como objetos tratados na programação orientada a objetos: Carros, Pessoas, etc.
Percebemos que quando usamos este paradigma temos entidades que possuem características comuns e que podem ser rea-
daptadas em outros contextos.

• Algumas linguagens orientadas a objeto


— Java
— Python
— php

• O que compõe um objeto?


Atributos: Características do objeto, como nome, idade, endereço, telefone, etc.
Métodos: Ações de um objeto, como andar, escrever, nadar, etc.

O que é uma Classe?


Classe é um grupo que corresponde a itens comuns, desta forma podemos criar um objeto derivado de uma classe. Na figura
abaixo temos a classe carro (PAI) e a partir daí temos quatro objetos carro (Filho)
Exemplo:

Os quatro pilares da programação orientada a objeto


Esses pilares são importantes nas definições de classes e objetos. Abaixo apresentamos os pilares:

• Abstração
É como vamos criar os objetos, na verdade os objetos são abstrações do mundo real, por isso devemos avaliar, pois os objetos
deverão fazer sentido no mundo real para aplicarmos o conceito de abstração.

• Encapsulamento
Quando nós criamos um objeto (Filho) a partir de uma classe (Pai), não é uma copia total da classe Pai, ao criarmos uma ins-
tância (cópia) gerando os objetos (Filhos), alguns detalhes ficam ocultos na geração, isto é, não ficam expostos. Daí o conceito de
encapsulamento que protege o objeto.
O encapsulamento não é obrigatório, mas é uma boa prática de programação orientada a objetos.

• Herança
É um conceito fundamental na programação orientada a objetos. Herança é a criação dos objetos filhos com características
comuns aos pais. Por exemplo: Se uma classe Pessoa tem um nome que deverá ser digitado, qualquer objeto criado a partir dela
deverá herdar esta característica, de acordo com a figura abaixo:

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
• Poliformismo Linguagem de Manipulação de Dados
Na verdade, poliformismo é a herança de características co- A linguagem DML, é responsável pela manipulação dos da-
mums, porém elas podem ser executadas de formas diferentes. dos em si, por exemplo, temos uma tabela Alunos, responsável
Podemos dizer que poliformismo é uma herança que é diferen- por manter todos os cadastros dos alunos.
ciada pela forma como ela é gerada. Vejamos os comandos abaixo:

Depuração • INSERT
Depuração é um processo de conserto de algo que se sabe INSERT INTO aluno (id, nome, idade) VALUES (1, Jose da
que está com erro no funcionamento. Em geral é pontual para Silva, 30);
um defeito e é um processo investigativo para descobrir a ocor- O comando acima irá criar o aluno Jose, com idade de 30
rência de um erro. anos e ID 1.
Dentro deste contexto o programa é executado passo a pas-
so e acompanhado com algumas paradas ocasionais, para inves- • O UPDATE é utilizado para atualizar os dados de uma ou
tigar os resultados parciais e descobrir a causa do erro. mais tabelas.
Geralmente o processo de depuração é executado por ferra- UPDATE aluno SET nome = Jose das Neves’ WHERE id = 1;
mentas específicas que permitem parar e avaliar parcialmente o Ao executar o comando acima, estaremos alterando o nome
processo, vendo o resultado parcialmente gerado. do usuário que possui o ID 1 para “Jose das Neves”.

• DELETE, como seu próprio significado já diz, utilizaremos


para excluir os dados de uma ou mais tabela em nosso banco de
BANCO DE DADOS: BANCO DE DADOS NOSQL (CON- dados.
CEITOS BÁSICOS, BANCOS ORIENTADOS A GRAFOS, DELETE FROM usuario WHERE id = 1
COLUNAS, CHAVE/VALOR E DOCUMENTOS); MON- Desta forma, ao executar o comando acima, estaremos ex-
GODB; LINGUAGEM SQL2008; CONCEITOS DE BANCO cluindo o aluno que possui o ID 1 do nosso banco de dados.
DE DADOS E SISTEMAS GERENCIADORES DE BANCOS
DE DADOS (SGBD); DATA WAREHOUSE (MODELAGEM MY-SQL
CONCEITUAL PARA DATA WAREHOUSES, DADOS MUL- MYSQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados
TIDIMENSIONAIS); MODELAGEM CONCEITUAL DE DA- relacional (SGBD) que utiliza a linguagem padrão SQL para a ma-
DOS (A ABORDAGEM ENTIDADE-RELACIONAMENTO); nipulação de seus dados. É um banco de dados multiplaforma
MODELO RELACIONAL DE DADOS (CONCEITOS BÁSI- que roda em Windows, Linux e Mac.
COS, NORMALIZAÇÃO); POSTGRE-SQL
Vantagens do MySQL
SQL • Open source;
SQL é uma linguagem de Consulta de Dados com a qual po- • Gratuito;
demos selecionar, deletar e apagar registros e executar outras • É um BD multiplataforma roda em Windows, Linux e Mac;
funções no BD. É um padrão, que todos os bancos de dados uti- • Possui uma comunidade ativa e extensa;
lizam, com algumas particularidades próprias relacionadas ao • Pode usar nos mais variados tipos de aplicação;
banco de dados em questão. • Facilidade de aprendizado e programação.
O SELECT é um dos principais comandos que são utilizados
em SQL, pois com ele é possível selecionar e fazer consultas no Tipos de dados no MySQL
banco de dados. Desta forma podemos pesquisar, por exemplo, • Dados Strings: char, varchar, text, entre outros;
todos os alunos cadastrados, através do comando abaixo: • Dados numéricos: bit, smallint, int, float, entre outros;
SELECT * FROM alunos; • Dados data: datetime, date, time, year, entre outros.
Ao ser executado, o comando acima irá retornar todos os
alunos cadastrados no banco de dados. Sabemos que o SQL é a linguagem padrão para os bancos
de dados, desta forma podemos usar os comandos abaixo para
Linguagem de Definição de dados trabalhar com o banco de dados.
Existe também dentro da SQL os comandos DDL, que são
responsáveis pela criação de objetos de definição de dados. CREATE DATABASE Empresa; Criando o banco de dados
DDL ou Data Definition Language (Linguagem de Definição Empresa
de dados) são os comandos que permitem ao usuário a criação
de objetos e elementos associados. USE Empresa; Colocando o banco de dados
Empresa em uso

Cria o Banco de Dados CREATE TABLE Funcionario (id Criando a tabela Funcionario
CREATE DATABASE Escola INT, nome VARCHAR (255),
Escola
PRIMARY KEY(id));
ALTER TABLE Alunos ADD nome
Altera a Tabela Alunos INSERT INTO Funcionario (id, Inserindo um registro de uma
INT AFTER telefone
nome) VALUES (1, ‘Maria’); pessoa na tabela Funcionario
Apaga o banco de dados
DROP DATABASE Escola SELECT * FROM funcionario; Mostrando todos os
Escola
Funcionarios cadastrados
DROP TABLE Alunos Apaga a tabela Alunos

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

UPDATE usuario SET nome = Atualizando o nome do


‘Jose Silva’ WHERE ID =1; Funcionario para Jose Silva
cujo ID=1.
DELETE FROM funcionario Apagando o Funcionario cujo
WHERE id =3; ID=3

ORACLE
SQL é a linguagem padrão ANSI para trabalhar com bancos de dados relacionais. Desta forma ela é um padrão aceito pela in-
dústria e trabalha com vários bancos de dados tais como: Oracle, MYSQL, Microsoft SQL Server, SQLITE, POSTGRESQL, e IBM DB2.

De acordo com a tabela abaixo, apresentamos as principais funções das instruções SQL.

INSTRUÇÃO SQL FUNÇÃO


SELECT Recuperação de dados.
INSERT UPDATE DELETE Manipulação de dados.
CREATE ALTER DROP RENAME TRUNCATE Definição de objetos.
COMMIT ROLLBACK SAVEPOINT Controle de transações.
GRANT REVOKE Controle de acesso.

A Linguagem SQL é uma linguagem declarativa, daí a ORACLE criou a PLSQL que é uma linguagem mais robusta que na verdade
é uma extensão da linguagem padrão SQL. Sendo assim a PLSQL é um padrão exclusivo da ORACLE.

Diferenças entre as Linguagens SQL e PL/SQL

SQL PL/SQL
É uma linguagem declarativa. Não é possível criar programas É uma linguagem imperativa. Possibilita a criação de programas
inteiros em SQL, por falta de instruções de controle de fluxo. completos, devido as instruções de controle de fluxo, etc.
Por ser uma linguagem padrão ANSI Pode ser usada em
Linguagem própria. Exclusiva apenas pela Oracle.
qualquer SGBD relacional.

Data Warehousing
É o conceito de armazém de dados. Nesse armazém de dados as informações são projetadas para serem extraídas em um con-
texto de BI (Business Intelligence).
Os dados em um data warehousing são provientes de várias fontes de dados, de acordo com a figura abaixo:

Estes dados armazenados no Datawarehouse servem para o fim de diversas análises e podem ser explorados por diversas fer-
ramentas de business intelligence dentro do contexto empresarial.

Datamining
É chamado DATAMINING o processo de minerar dados. Este processo de minerar dados envolve buscar padrões em grandes
quantidades de dados. No processo são envolvidas ferramentas de BIG-DATA e Analytics para se trabalhar com esta quantidade
enorme de dados.

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O processo de DATAMINING se tornou uma grande arma das organizações que procuram padrões em seus consumidores. No
processo são envolvidas sequências temporais, variáveis, etc.
Exemplos de padrões procurados:
• Consumidores que sempre compram isso, também compram aquilo;
• Este é o momento para se trabalhar com este produto;
• Produtos mais vendidos;
• Este é o público ideal.

DataMining é muito importante, pois visa descobrir tendências e o que sempre acontece com o cliente. Desta forma a organi-
zação vai se adequando ao cliente e se adequando ao mercado.

▪ Formas de Aplicação
— Basket analysis: Monitora os produtos adicionados na cesta on-line, usuários que adicionaram o produto Y, tender a adicio-
nar o Y
— Análises preditivas: Faz uma previsão de vendas e readéqua as vendas e ofertas.
Monitoramento de redes sociais: Varrendo as redes sociais e possível descobrir comportamentos, tendências, etc...
— Database marketing: Monitora os preços, entregas, formas de pagamento, etc.

Tudo isto pode ser integrado às redes sociais aumentando o leque da monitoração.

Modelagem de dados
No tocante a modelagem de dados, o diagrama MER (Modelo de entidade e relacionamento) representa a relação entre as
tabelas. Vejamos a representação abaixo:

Na figura acima temos que N produtos podem pertencer a um tipo. Segundo a figura do modelo “MER” acima temos o exemplo:

PRODUTO TIPO
Violão Instrumento musical
Teclado Instrumento musical

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Entidades
Entidade é uma representação de um conjunto de informações sobre um determinado objeto. Por exemplo, na figura abaixo
temos várias tabelas, que são entidades de banco de dados.

Atributos
Atributos são os campos de uma determinada tabela, se fizermos uma analogia com EXCEL, os atributos são as colunas da planilha.

Vejamos a tabela de produtos do banco de dados NORTWIND:

Relacionamentos
São ligações entre entidades. Por exemplo:

Na figura acima temos um relacionamento entre categorias e produtos, neste caso, ao cadastrar um produto podemos classi-
ficá-lo pertencente a uma categoria

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Cardinalidade
Cardinalidade de uma entidade em um relacionamento, é o número de ocorrências da entidade associada com uma ocorrência
da entidade origem.

▪ Tipos de cardinalidades em relacionamentos

1:1 Um para Um Exemplo: Pessoa   CPF

1:N Um para muitos

Idem ao anterior, apenas invertendo os lados da figura direito para


N:1 Muitos para um
esquerdo.
Autor   Livro
N:N Muito para Muitos Um autor escreve vários livros
Um livro pode ser escrito por vários autores

Exemplos :

Relacionamento: Exemplo:
Nome: José da Silva tem o CPF: 11111.2
1:1 (um para um)
Neste caso temos: Uma pessoa tem um CPF associado, e um CPF é associado somente a uma pessoa.

1:N

Neste caso temos que o departamento técnico tem os funcionários João, José e Maria

E cada funcionário pertence somente a um departamento.

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Livros e Autores:

Existem casos em que um mesmo livro tem diversos autores e


existem casos que um mesmo autor escreve vários livros.

Exemplo:

N:N

BIG DATA: FUNDAMENTOS; TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DADOS

É o armazenamento e processamento de grande quantidade de dados.


Na sociedade atual milhões de dados são gerados no continente, tais como: textos, ligações, e-mail, fotos, pesquisa, vídeos e
música. Dados estes impossíveis de serem administrados através do modelo tradicional.

Dentro deste contexto temos a tecnologia e o conceito do BIG DATA.

Para manipular esses dados de acordo com os pilares temos tecnologias específicas: frameworks, processamento distribuído e
map reduce (divisão e processamento de dados).

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

DESENVOLVIMENTO MOBILE: LINGUAGENS/FRAMEWORKS: JAVA/KOTLIN E SWIFT. REACT NATIVE 0.59; SISTEMAS


ANDROID API 30 E IOS XCODE 10

DESENVOLVIMENTO MOBILE: LINGUAGENS/FRAMEWORKS:


JAVA/KOTLIN, SWIFT e REACT NATIVE 0.59
AS LINGUAGENS JAVA E KOTLIN
KOTLIN é uma linguagem utilizada basicamente para aplicativos mobile ANDROID. KOTLIN é uma linguagem interoperável com
JAVA. Sendo assim ao escrever um programa em KOTLIN podemos escrever códigos JAVA que serão aceitos normalmente.
Dentro deste contexto, vamos imaginar um código escrito em KOTLIN segundo a imagem abaixo:

Percebemos que há uma relação entre as duas linguagens. Neste aspecto vamos verificar no quadro abaixo as características
das duas linguagens.

KOTLIN JAVA
CASE SENSITIVE Sim Sim
(Diferencia letras maiúsculas de minúsculas) (Diferencia letras maiúsculas de minúsculas)
Produtividade Alta Média
(linguagem mais enxuta com menos código) (linguagem com mais linha de código)
public class Pais {
private String nome;
data class Pais(var nome: String; var popula- private Long populacao;
cao: Long)
public Pais (String nome, Long populacao) {
this.nome = nome;
this.populacao = populacao;
Exemplo de código }
com a mesma finali-
dade. public String getNome ( ) {
return nome;
}

public void setNome (String nome) {


this.nome = nome;
}

public Long getPopulacao ( ) {


return populacao;
}
Interoperabilidade Bidirecional bidirecional
Sintaxe Grande legibilidade, simples e concisa. Código extenso, JAVA uma estrutura que dever ser seguida.
(Vide linha acima)
Manipulação de Nu- KOTLIN por padrão não aceita nulo, mas pode- Java aceita nulos em tudo é comum acontecer o erro “Null-
los mos usar uso do “?” para informar ao KOTLIN PointerException”, ao tentarmos trabalhar com uma variável
que determinado objeto poderá ser nulo em nula em JAVA.
algum momento.
Exemplo:
Var stringValue: String? = “Hello”
stringValue = null // ok

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Controle de execu- KOTLIN utiliza as COROUTINES para o controle JAVA utiliza as THREADS para controlar a prioridade das roti-
ção de rotinas de prioridade de rotinas, trabalhando de forma nas.
eficiente.
Android Studio Possui suporte total Possui suporte total
Comunidade Comunidade grande e em crescimento e muito Comunidade extensa e consolidada e colaborativa.
colaborativa

O quadro abaixo apresenta as regras de sintaxe da linguagem KOTLIN e da linguagem JAVA.


KOTLIN JAVA
Na linguagem java declaramos o seu tipo seguido do seu nome.
Existem dois tipos principais de declarações de variá-
Variáveis veis: val e var. Exemplo:

Val: utilizada para a declaração de constantes. Esta é a int código;


forma recomendada para declaração de constantes. O float salario;
tipo var requer sua inicialização. String erro;

Var: Usada para declarar qualquer variável cujo valor


pode mudar durante a execução. O tipo var não requer
a inicialização.

Sintaxe da declaração:

nome_da_variável : tipo_da_variável

O tipo da variável não precisa ser explicitado no mo-


mento da criação, no decorrer do fluxo de acordo com
o valor atribuído seu tipo é inferido.

Tipos básicos Char: Caracteres Boolean: Admite os valores true ou false.


Long: inteiro de 64 bits. Char: Usa o formato UNICODE
Int: inteiro de 32 bits. Inteiros: Diferem nas precisões e podem ser positivos ou ne-
Short: inteiro de 16 bits. gativos.
Byte: inteiro de 8 bits.
Double: ponto flutuante de 64 bits. Int: 4 bytes
Float: ponto flutuante de 32 bits. Short: 2 bytes
Boolean: mesmo que o do Java. Pode receber o true Byte: 1 byte.
ou false. Long: 8 bytes.

Reais em ponto flutuante: Positivos ou negativos.


Float: 4 bytes.
Double: 8 bytes.
Sobre os ti-
pos Operadores suportados pelo tipo booleano, que são: Os operadores lógicos só trabalham com boolean, São eles
| | - disjunção ( ou ) && (e)
&& - conjunção ( e ) || (ou)
! - negação ! (not)

String: em Kotlin, são criadas com aspas duplas ou tri- String: Em JAVA são representadas por aspas duplas
plas.

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes class NomeDaClasse Uma classe em JAVA é uma forma de representar um objeto
Abaixo temos um exemplo:
Abaixo temos uma estrutura de classe mais completa
com seus atributos e seus métodos. public class ContaCorrente
{
class NomeDaClasse ( var atributo1: String; var atribu- // Atributos
to2: String; var atributo3: Int ) { int numeroConta;
String nomeBanco;
fun funcao01(): String { String nomeCliente;
return atributo01; float saldo;
}
// Métodos
fun funcao02(): String { public void cadastrarConta(int nConta, String nBanco, String
return atributo02; nCliente)
} {
numeroConta = nConta;
fun funcao03(): Int { nomeBanco = nBanco;
return atributo03; nomeCliente = nCliente;
} }

// ... public void depositar(float valor)


} {
if (valor > 0)
{
saldo += valor;
}
}

public boolean sacar(float valor)


{
if (saldo >= valor)
{
saldo -= valor;
return true;
}
return false;
}

Funções Para declararmos uma função em Kotlin, Abaixo temos um exemplo de estrutura JAVA que define e
utilizamos a palavra reservada “fun” se- evoca uma função chamada “Cálculo”.
guida pelo nome da função, e na frente
os parênteses com a definição dos parâ-
metros de entrada da função. Também é class Calculo{
necessário declararmos o tipo de saída.
void soma(int num1, int num2){
fun Retorna(frase: String): String { System.out.println(num1 + num2);
}
print(frase); }
return frase;
} public class Main {

public static void main(String args[]){

Calculo cal = new Calculo();


cal.soma(5, 25);
}

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Condicio- if (/*condição*/ ) { if (expressão booleana) {


-nais // bloco de código 1
} else { } else {
// bloco de código que será // bloco de código 2
executado caso a condição seja falsa... }
}
Arrays val numerosQuadrados = Array(5) { public class Criando_Inicializando_Array {
i -> ( i * i ) } public static void main(String[] args) {
//ARRAY COM 10 ELEMENTOS
val numerosDobrados = Array<Int> int[] arrayBase;
(5, { i -> 2 * i } ) arrayBase = new int[ 20 ];
System.out.printf(“%s %10s \n”, “Index”, “Valores”);
//GERA A SAÍDA DO VALOR DE CADA ELEMENTO DO AR-
RAY
for(int i = 0; i < arrayBase.length; i++)
System.out.printf(“%3d %10d \n”, i, arrayBase[ i ]);
}
}
Loops Semelhante ao Java Semelhante ao Kotlin
While while (/*condição de parada*/) { while (/*condição de parada*/) {

// expressões // expressões
… …
} }
For for ( i in <valor inicial>..<último va- for ( i in <valor inicial>..<último valor> ) {
lor> ) {
// expressões // expressões
... ...
} }

Kotlin Native
Java e Kotlin se utilizam da JVM (Java Virtual Machime) para tornar o código executável , entretanto o KOTLIN possui o “Kotlin
Native” que realiza a mesma função que pode ser utilizado de acordo com a necessidade.
Data Science
Tanto o KOTLIN quanto o JAVA podem ser usadas para Data Science devido as suas características de integração e abrangência
de vários fins.
Android Studio
O Android Studio e o IntelliJ IDEA são os ambientes preferencIais para KOTLIN, devido as suas facilidades e interatividade com
o programador
O JAVA também pode ser utilizado nestes ambientes. A IDE por ser um ambiente de desenvolvimento fica ao critério do progra-
mador escolher de acordo com o a sua adaptação.

- A LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO SWIFT


A linguagem swift foi criada pela APPLE para o voltadas ao desenvolvimento no IOS, MacOS. SWIFT é uma linguagem voltada
para todos os produtos da APLLE, tais como: Smartphones, desktops, notebooks, relógios, etc... e com muitos recursos de outras
linguagens, tornando-a fácil e com grande usabilidade por parte do programador.
No quadro abaixo, vamos relatar as principais características da linguagem SWIFT

Case sensitive SWIFT diferencia as letras maíusculas de letras

minúsculas.
Exemplo básico tradicional. print(“Olá, mundo!”)

// Prints “Hello, world!”

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Valores simples - O comando “let” é para as definições de cons-


tantes
- O comando “var” é para as definões de variáveis.

Exemplo:

var xVariavel = 42

xVariavel = 50

let xConstante = 42

Condicionais If e Switch são os camandos condicionais

Exemplo 1:

var varNome: String? = “John”

var varSaudacao = “Hello!”

If let name = varNome{

varSaudacao = “Hello, \(name)”

Exemplo 2:
let vegetal = “red pepper”
switch vegetal {
case “celery”:
print(“Celery selecionado”)
case “cucumber”, “watercress”:
print(“cucumber e watercress selecionados”)
case let x where x.hasSuffix(“pepper”):
print(“Foi selecionado um \(x)?”)
default:
print(“Todos listados são ótimas escolhas”)
}
// Prints “Foi selecionado um red pepper”

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Controle de fluxo Comandos for-in e While

Exemplo 1:

let niveisGraus = [75, 43, 103, 87, 12]

var Pontos = 0

for x in niveisGraus {

if x > 50 {

Pontos += 3

} else {

Pontos += 1

print(Pontos)

// Prints “11”

Exemplo 2:

var n = 2

while n < 100 {

n *= 2

print(n)

// Prints “128”

Funções A palavra “func” serve para declarar uma função:

Exemplo:

func saudacao(pessoa: String, diadasemana: String) ->


String {
return “Olá \(pessoa), hoje é \(diadasemana).”
}

Chamada da função:

saudacao(pessoa: “Joao”, diadasemana: “segunda-feira”)


Objetos e Classes Usamos a palavra class seguido do nome da classe.

Exemplo:

class Quadrado{
var lados = 0
func descricao() -> String {
return “A Quadrado tem \(lados) lados.”
}
}

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Enumeradores e estruturas A palavra “enum” é usada para criar uma enumeração.

Exemplo:
enum Rank: Int {
case carta_AS = 1
case dois, tres, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez
case carta_valete, carta_rainha, carta_rei

func descricao_carta() -> String {


switch self {
case .Carta_AS:
return “Carta_AS”
case .carta_valete:
return “carta_valete”
case .carta_rainha:
return “carta_rainha”
case .carta_rei:
return “carta_rei”
default:

Protocolos e Extensões Classes, enumerações e estruturas podem adotar protoco-


los, conforme exemplo abaixo:

class ClassSimple: ExampleProtocol {


var simpleDescription: String = “Uma classe simples.”
var anotherProperty: Int = 69105
func adjust() {
simpleDescription += “ Agora 100% ajustada.”
}
}
var a = ClassSimple()
a.adjust()
let aDescription = a.simpleDescription

struct SimpleStructure: ExampleProtocol {


var simpleDescription: String = “Uma estrutura simples”
mutating func adjust() {
simpleDescription += “ (ajustada)”
}
}
var b = SimpleStructure()
b.adjust()
let bDescription = b.simpleDescription
Manipulação de erros Os erros podem ser manipulados conforme exemplo abai-
xo:

enum PrintError: Error {


case outOfPaper
case noToner
case onFire
}
Genéricos È possível criar formas genéricas de funções e métodos,
bem como classes, enumerações e estruturas, conforme exem-
plo abaixo:

optional type
enum OptionalValue<Wrapped> {
case none
case some(Wrapped)
}
var numerointeiro: OptionalValue<Int> = .none
numerointeiro = .some(100)

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- A BIBLIOTECA REACT NATIVE 0.59;
REACT NATIVE é uma biblioteca usada para desenvolver aplicativos para o sistemas ANDROID E IOS de forma nativa.
No quadro abaixo estão todas as categorias de componentes abrangidos pela REACT NATIVE.

Exemplo de uso da react native


import React, {Component} from ‘react’;

import {Text, View} from ‘react-native’;

class HelloReactNative extends Component {

render() {

return (

<View>

<Text>

Olá, mundo!

</Text>

<Text>
Ao invés de ‘div’ e ‘span’, você usa componentes nati-
vos como ‘View’ e ‘Text’.

</Text>

</View>

);

17
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
React native componentes funcionais e classes

Componentes funcionais
Os componentes tipo funcionais são declarados no fomato de classe Java Script de acordo com o exem-
plo abaixo:
import React from ‘react’;
import {View, Text} from ‘react-native’;
const App = () => {
return (
<View>
<Text>Olá mundo</Text>
</View>
);
};
export default App;

Componentes tipo classe


Os componentes tipo classe são declarados no fomato de classe Java Script de acordo com o exemplo
abaixo:
import React, {Component} from ‘react’;
import {Text, View} from ‘react-native’;
export default class App extends Component {
render() {
return (
<View>
<Text> Ola mundo</Text>
</View>
);
}
}
export default App;

Melhorias na versão 0.59 do react native.


No REACT NATIVE 0.59 podemos utilizar recursos nos componentes funcionais, que antes só estavam dis-
poníveis no componentes tipo classe. Isto beneficiou muito os programadores que antes estavam presos à
complexidade dos componentes tipo classe.

ESTRUTURA DE DADOS E ALGORITMOS: BUSCA SEQUENCIAL E BUSCA BINÁRIA SOBRE ARRAYS; ORDENAÇÃO (MÉ-
TODOS DA BOLHA, ORDENAÇÃO POR SELEÇÃO, ORDENAÇÃO POR INSERÇÃO), LISTA ENCADEADA, PILHA, FILA E NO-
ÇÕES SOBRE ÁRVORE BINÁRIA

- BUSCA SEQUENCIAL E BUSCA BINÁRIA


No quadro abaixo vamos detalhar as técnicas de busca sequencial e a binária.

Técnicas de busca Descrição


Sequencial A busca sequencial varre os elementos em um array sequencialmente, desde o
1º elemento até o ultimo desejado, isto é percorre os elementos um a um de
acordo com o índice.
Binária A busca binária é uma busca mais rápida, pois ela trabalha sobre uma lista or-
denada.
Neste caso ela busca no meio da lista, com esta busca já se consegue determi-
nar por meio da ordenação se o item procurado , esta acima ou abaixo na lista.
Este processo é repetido varias vezes (sempre procurando no meio da nova lista
selecionada ), até encontrar o item.

18
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
- METODOS DE ORDENAÇÃO
Vamos detalhar no quadro abaixo os métodos de ordenação seleção, inserção e bolha.

Métodos de ordenação Descrição


O método de seleção é um algoritmo de ordenação baseado em se mover sempre o menor
valor do vetor para a primeira posição, depois mover o de segundo menor valor para a se-
Seleção gunda posição, e assim sucessivamente com os (n-1) elementos restantes, até os últimos
dois elementos.
O método de inserção é um algoritmo de ordenação eficiente e simples, quando aplicado a
Inserção um vetor com um número pequeno de elementos. Em linhas gerais, ele percorre o vetor da
esquerda para a direita e à medida que vai avançando deixa os elementos mais à esquerda
ordenados.
O método da bolha, ou ordenação por flutuação é um algoritmo de ordenação, cuja a ideia
Bolha é percorrer o vector diversas vezes. A cada ciclo da passagem ocorre uma flutuação para
o topo do maior elemento da sequência. Essa movimentação lembra a maneira das bolhas
formadas em um tanque com água, daí o nome “método da bolha”.

-LISTA ENCADEADA, ARRAYS, PILHA, FILA E NOÇÕES SOBRE ÁRVORE BINÁRIA.


No quadros abaixo detalhamos as estruturas de dados clássicas que podem ser implementadas por meio computacionais em
vários segmentos.

Arrays
Os arrays são estruturas finitas compostas por um número fixo de elementos. Podemos dizer que uma matriz
unidimensional é similar a um móvel com gavetas fazendo uma analogia com algo concreto da vida real para
entendemos o conceito. Um array unidimensional é conhecido como VETOR, mas podermos ter varias dimensões
associadas, imagine uma gaveta com várias divisões internas, neste caso chamamos simplesmente de matriz.

Listas
A lista (sequência) é uma estrutura na qual os elementos seguem uma ordem e são armazenados e se re-
petem ao longo da lista, conforme imagem abaixo:

Os números na figura acima apresentam o 1º elemento, o 2º e assim sucessivamente.


Os elementos seguem uma ordem de armazenamento, sendo fácil identificar sua posição na lista.

As listas permitem a repetição de determinado elemento no decorrer da lista assim como os vetores, se-
guindo uma ordem de armazenamento.
As listas crescem e diminuem dinamicamente, diferentemente dos arrays que seu tamanho é definido
previamente definido.
Facilidade de indexação e pesquisa, devido ao conceito de cabeça e calda, expressado na figura acima.
Uma lista tem uma estrutura linear ; cada elemento de um nó e aponta para o próximo nó, com exceção
do último nó, desta forma a pesquisa otimizada.

Filas
A fila é uma lista como mais especificidade. A fila é uma estrutura em que os elementos são sempre inse-
ridos no início e removidos no final.
No caso da fila existe essa restrição ao inserir e remover elementos.
Por exemplo em uma fila no supermercado, entrar na fila, aguardar a vez e sair.

19
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Podemos também usar o acrônimo “FIFO” (first in first out) para representar este processo.

Pilhas
Pilha é uma estrutura de dados abstrata linear com capacidade limitada , que segue uma determinada
ordem. A pilha é uma estrutura de dados simples pré-definida que permite adicionar e remover elementos em
uma determinada ordem. Quando um elemento é adicionado, este elemento vai para o topo da pilha , desta
forma o elemento anterior é removido e este assumi seu lugar.
O pedido pode ser LIFO (Last In First Out) (Ultimo a entrar primeiro a sair ) ou FILO((First In Last Out) (Pri-
meiro a entrar , último a sair).

ÁRVORE BINÁRIA
Uma árvore binária é uma estrutura de dados caracterizada por nós. Neste caso cada nó pai pode ter no
máximo dois filhos, segundo a figura abaixo:

As árvores binárias possuem uma estrutura eficiente para pesquisas podendo ser utilizadas para busca e
acesso aos dados, e para outros fins computacionais de pesquisa.

20
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FERRAMENTAS E LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA MANIPULAÇÃO DE DADOS: ANSIBLE; JAVA (SE 11 E EE


8); TYPESCRIPT 4.0; PYTHON 3.9.X APLICADA PARA IA/ML E ANALYTICS (BIBLIOTECAS PANDAS, NUMPY, SCIPY, MA-
TPLOTLIB E SCIKIT-LEARN)

FERRAMENTAS E LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA MANIPULAÇÃO DE DADOS


ANSIBLE
JAVA (SE 11 E EE 8)
TYPESCRIPT 4.0
PYTHON 3.9.X APLICADA PARA IA/ML E ANALYTICS (BIBLIOTECAS PANDAS, NUMPY,SCIPY, MATPLOTLIB E SCIKIT-LEARN).
- ANSIBLE
O ANSIBLE é um mecanismo de automação que permite o gerenciamento, a implantação, a configuração e a orquestração dos
intra serviços.
Vejamos as áreas de atuação da ferramenta ANSIBLE, segundo a figura abaixo:

Vamos visualizar a estrutura básica do ANSIBLE, segundo a figura abaixo:

Dentro do contexto elucidado acima, vamos detalhar as características e nomenclaturas do ANSIBLE, segundo o quadro abaixo;

Inventory È um arquivo de inventário onde serão declarados todos os hosts envolvidos no processos gerenciadores do ANSIBLE
Módulos São onde constam as tarefas que serão executadas
Taks São as tarefas propriamente ditas
Playbooks È conjunto de tarefas que serão executadas. Estas tarefas são escritas na linguagem de marcação YAML.

Vamos detalhar no quadro abaixo módulos principais do ANSIBLE:

Apt Gerencia a instalação de pacotes utilizando o APT (debian/ubuntu).


Yum Gerencia a instalação de pacotes utilizando o YUM (RedHat/CentOS/Fedora).
Command Executa um comando em node remoto.
Shell Executa um shell script dentro da máquina, após realizar as transferências.
Service Gerencia serviços em máquinas remotas.
Copy Copia arquivos na máquina local para o node remoto.

21
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Git Gerencia repositório do git.


Unarchive Descompacta arquivos na máquina remota.
Mount Gerencia os dispositivos montados na máquina.
Template Gerencia templates no Ansible.
ec2 Gerencia instâncias ec2 no ambiente cloud da Amazon.

Tarefas comuns na utilização do ANSIBLE, segundo a figura abaixo:

Instalação do Ansible

Gerenciando os arqui-
vos e diretórios

Inventário do Ansible:

Criando o usuário

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Instalando
o serviço do
Nginx

Criando a
Playbook

Executando a
Playbook

- JAVA (SE 11 E EE 8);


Java é uma linguagem de programação que permite o desenvolvimento em distintas plataformas, desde dispositivos pequenos
mais variados, computadores, etc... Um software escrito em Java pode rodar em Windows, Linux, Mac em diversos dispositivos.
Para suportar esta característica Java possui a JVM (Java virtual machine). A JVM é a máquina virtual Java, ela que é o interme-
diador entre estes mundos tecnológicos. A JVM está dentro do ambiente de execução Java chamado JRE.
Vejamos a figura abaixo, sobre o conceito mencionado:

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A JVM converte o código Java para “ByteCode”, para a partir daí ser traduzido para a linguagem de máquina.
Dentro deste contexto Java vamos detalhar os ambientes (Kits) de desenvolvimento (JDK), tais como JSE, JEE, JME abaixo:

JSE (Java Standard Edition): É o kit (ambiente) de desenvolvimento mais utilizado. O Java SE é voltado para o desenvolvimento
de aplicações em geral em computadores pessoais e possui um conjunto de bibliotecas para este fim.
JEE (Java Enterprise Edition): È um kit (ambiente) robusto voltado a aplicações distribuídas e servidores. O JEE possui um con-
junto de bibliotecas para acesso a banco de dados e outras funcionalidades voltada para estas aplicações.
JME (Java Micro Edition): É um kit (ambiente) voltado para o desenvolvimento de aplicativos móveis.
Desta forma vamos resumir estes conceitos com a figura abaixo:

Segundo a figura acima usamos o JDK para desenvolver as aplicações, estas aplicações são compiladas através do JRE e a JVM
traduz para a linguagem de máquina para ser executada no ambiente pré-estabelecido.
Desta forma vamos desenvolver uma aplicação Java.
Após baixar o kit (JDK - Edição) de desenvolvimento JSE, que é o Java Standard Edition estamos prontos para iniciar o desen-
volvimento em Java.

24
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
No quadro abaixo relatamos os principais pontos da sintaxe da linguagem java:

Case sensitive JAVA diferencia maísculas de minúsculas


Comentários

Blocos e declarações

Palavras chave

Literais

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Fluxos de Controle

Comando Break: Interrompe a execução do bloco de repetição.

Continue: Interrompe a interação atual.

Tipos Primitivos

Classes e objetos

- TYPESCRIPT 4.0;
TYPESCRIT é uma linguagem desenvolvida pela Microsoft que foi construída sob o JAVASCRIPT. Isto é o TYPESCRIPT é a lingua-
gem JAVASCRIPT acrescida de muitas funcionalidades.
No quadro abaixo, relatamos a diferença entre TYPESCRIPT e JAVASCRIPT

Características do Typescript Características do Javascript


Case sensitive Case sensitive
Tipagem estática Tipagem dinâmica
Orientação a objetos Programação estruturada
Genéricos Funções

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Namespaces Prototypes
Decorators Funções contrutoras

Vamos detalhar no quadro abaixo os principais predicados da linguagem TYPESCRIT.

Tipos mais utilizados Number


Válido para qualquer tipo número

String
È um tipo similar a outras linguagens de programação

Boolean
Representa um valor booleano: true ou false (Verdadeiro ou Falso)

Any
É um tipo que pode ser modificado no decorrer do programa para qualquer tipo, tais como:string, num-
ber, boolean, etc...

Array
Representa o tipo Array da linguagem TYPESCRIPT

Tuple
Permite expressar um array de um número fixo de elementos.

Enum
Igualmente em outras linguagems o tipo Enum permite declarar um conjunto de nomeado de valores e
constantes

Void
É como um tipo de retorno de funções que não retornam nenhum valor . Geralmente são chamadas de
procedimentos.

Exemplos:

Exemplo 1:
let list: number[ ] = [3, 4, 6, 8];

Exemplo 2:
ar list: Array<number> = [4, 5, 7, 9, 13]

Exemplo 3:
let array: [string, number];
x = [“Alô”, 10]; // Inicialização

Exemplo 4:
enum Cor {
VERMELHO,
VERDE,
AZUL,
}

Exemplo 5:
let cor: Cor = Cor.Amarelo;

Exemplo 6:
let valorDesconhecido: unknown;
valorDesconhecido = true;
valorDesconhecido = 200.0;
valorDesconhecido = 7;

27
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes A declaração de classes em TYPESRIPT é semelhante a outras linguagens de programação conhecidas.

Exemplo:

class Teste { // atributos


// construtor
// getter e setters
// outros métodos }

Herança Para herdar uma classe utilizamos o comando “extends” semelhantemente ao JAVA, conforme exem-
plo abaixo:

class ClasseFundamental {
nome: string;

constructor(nome: string) {
this.nome = nome;
}

print(msg: string = ‘Classe Fundamental’) {
console.log(msg)
}
}

class ClasseHerdeira extends ClasseFundamental {



constructor(nome: string) {
super(nome)
}

print(msg: string = ‘Classe Herdeira’) {
super.print(msg);
}

}
Encapsulamento Permite blocos de código serão acessados por um ambiente externo, desta forma pode-se controlar
os elementos da classe garantindo a visibilidade e acessibilidade.

Exemplos:

Classes abstratas È o mesmo conceito presentes em outras linguagens de programação:

Exemplo:

class ClasseExemplo { private _nome: string get nome(): string { return this._nome; } set
nome(nome:string): void { this._nome = nome; } }

28
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Classes abstratas São classes que servem como base para a construção de outras classes.

abstract class ClasseAbstrata {



constructor(public nome: string){
}

printNome(): void {

console.log(‘Nome’ + this.nome)
}

abstract otherPrint(): void; // deverá ser impl nas classes filhas

abstract class ClasseAbstrata {



constructor(public nome: string){
}

printNome(): void {

console.log(‘Nome’ + this.nome)
}

abstract otherPrint(): void; // deverá ser impl nas classes filhas

}
class ClassesFilha1 extends ClasseAbstrata {

constructor() {
super(‘Classe Filha 1’);
}

printNome(): void {
console.log(‘Classe Filha 1’);
}

otherPrint(): void {
console.log(‘Outro metodo de impressao’);
}
}
Interfaces Os métodos e atributos deverão ser implementados nas classes filhas, entretanto podem ser defini-
dos argumentos opcionais.

Exemplo:
interface Classe_Interface {
atributo1: string;
atriburo2?: number

print();
}

class ClasseFilha implements Classe_Interface {


atributo1: string = ‘Classe_Filha’;
atriburo2?: number = 3;

print() {
console.log(this.atributo1);
}
}
Instalação No CMD executa-se o comando abaixo:
npm i -g typescript

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Verificação da ins- Executamos o comando abaixo:


talação tsc -v
Execução Executamos o comando abaixo:
tsc --init

- PYTHON 3.9.X APLICADA PARA IA/ML E ANALYTICS (BIBLIOTECAS PANDAS, NUMPY, SCIPY, MATPLOTLIB E SCIKIT-LEARN).
PYTHON é uma linguagem multiplaforma utilizada em diversos segmentos tais como: web, games, desktop, dispositivos mó-
veis. Ptython também tem uma aplicabilidade grande em Inteligência artificial (IA) e machine learn (ML) devidos as suas bibliotecas
especializadas.
No quadro abaixo vamos detalhar as principais características da linguagem PYTHON.

Case sensitive Python diferencia letras maiúsculas de minúsculas.


Variável Um variável é um conteúdo nomeado alocado na memória, PYHON estão
armazena seu endereço na memória.

Exemplo:

x = [1,2,3]
y=x
x.append(4)
print(y)

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Tipos de dados Inteiros


Os números inteiros podem ser decimais, octais ou hexadecimais.

Para definir um numero decimal simplesmente informamos o número:


a = 44 #decimal

Para definir um número hoctal simplesmente prefixamos o número com


“0”:
b = 020 #octal

Para definir um número como hexadecimal prefixamos o numero com “0x”


c = 0xA #hexadecimal

Long
Representa os números inteiros longos, são números grandes quanto a
memória for capaz de armazenar. Neste caso devemos sufixar o número com a
letra “l”. As mesmas regras quanto ao números decimais, octais e hexadecimais
aplicadas ao números inteiros são válidas para o tipo long.

Exemplo:

a = 524511574362l,

b = 0xDDEFBDAEFBDAECBFBAEL

Float
São os números de ponto flutuante, que representam os números reais
com expoente.
Por exemplo: 0.0056, .006, 1.14159265 e
7.02e23 (o mesmo que 7.02 x 10²³).

Bool
São os valores boleanos comumente usados em outras linguagens, true
para verdadeiro e false para falso.

Exemplo:

a = True
b = False.

None Type
Representa a ausência de valor

Exemplo:
a = None (o mesmo que null em Java).

String
È um texto, como por exemplo uma frase.

a = ‘Aqui está uma String com aspas Simples’


b = “Aqui está uma String com aspas Duplas”
c = “””Aqui está uma String com aspas Triplas”””
print(a + “\n” + b + “\n” + c)

Operadores

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Entrada de dados Em Python utilizamos as funções  raw_input e input para a entrada de dados,
como mostra o exemplo abaixo:

import sys
nome = input(“Digite seu nome: “)
idade = input(“Digite sua idade: “)
print(“Digite seu sexo: “)
sexo = sys.stdin.readline()

print(“Nome:”+nome + “\n” + “Sexo: %s Idade: %s” %(sexo,idade))


Comandos de decisão Os comandos condicionais são semelhantes a outras linguagens de programa-
ção
if condição :
bloco de código
elif condição :
bloco de código
else :
bloco de código

No PYTHON diferentemente de outras linguagens


Utiliza-se a grafia “elif” ao invés de elseif
Laços de repetição FOR Os laços de repetição FOR poder ser usados de diversas formas, conforme o
exemplo abaixo:

#coding: utf-8
for nome in [ “Jose”, “Maria “, “Joao” ]:
print (“Nome da Pessoa: “ + nome)
print(“------------------------------”)
for i in range (0,12): #(Inclui o Zero, NÃO INCLUI O 12)
print (“i = “ + str ( i ))
print(“------------------------------”)
for i in range(0,12):
print (‘Não realizado’)
if i == 0:
break
print (‘Realizado’)
Laços de repetição WHILE O laço de repetição While segue basicacamente o padrão do for segundo o
exrmplo abaixo:

i=0
while i < 16:
print (“i = “,i)
i += 1

while True:
pass
Exceções e listas As exceções seguem, o padrão abaixo , podendo utilizar os recursos try...catch

try:
print (1 + ‘st try’)
except:
print (“Foi detectada uma exceção”)
Tuplas e dicionários São tipos similares a uma lista separados por virgula e aspas simples, conforme
o exemplo abaixo:
nomes=(‘Maria’,’José’,’João’)
nomes.sort()
print (nomes)
nomes[0]=’Ana’;
for item in nomes:
print (item.capitalize())

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Matriz com listas Em PYTHON não existe o conceito de array multidimensional . Como alternativa
podem ser criados os arrays encadeados conforme exemplo abaixo:

#Criando uma matriz de 12x6 inicializada com 0


lin=12
col=6
matriz=[]
for x in range(0,lin):
linha=[]
for y in range(0,col):
linha.append(0)
matriz.append(linha)
#varrendo a matriz
for x in range(0,len(matriz)):
for y in range(0,len(matriz[0])):
print (matriz[x][y])
Funções As funções são iniciadas com a palavra “def”, conforme exemplo abaixo:

def fatorial (numero): #É uma função recursiva


“””
É uma funcao recursiva
As três aspas duplas é a documentação
“””
if numero <= 1:
return 1
else:
return (numero * fatorial (numero - 1 ))
for n in range ( 1, 11 ):
print (“O fatorial de”,n,” eh “, fatorial(n))
print (“\nDoc. da função:\n”+fatorial.__doc__)
Arquivos A manipulação de arquivos em python, segue o padrão do exemplo abaixo:

arq=open(‘C:/meuarquivo.txt’, ‘w’)
arq.write(‘gravando no arquivo)
arq.close ()

Python possui uma série de bibliotecas aplicadas a ciência de dados, analytics, inteligência artificial e machine learn.

Nos quadros abaixo relatamos as principais bibliotecas voltadas a ciência de dados , analytics inteligência artificial e machine
learn.

Pandas
Pandas é uma biblioteca com funções para manipulação de dados de qualquer tipo, dados estruturados,
não estruturados, séries temporais, etc...
Recursos

- Permite fácil organização, exploração, indexação


- Permite recursos especiais para trabalhar com dados ausentes
- Permite armazenar os dados em diversos bancos de dados, estruturas e diferentes serviços WEB
- Suporta os vários formatos Excel, JSON, CSV, HDFS etc....
- È possível mesclar diversos bancos de dados simultaneamente.

Numpy
A biblioteca Numpy fornece um mecanismo para manipular arrays e uma variedade ferramentas de geren-
ciamento de matrizes.
Recursos
- Manipulação de grandes quantidades de dados e utilização de técnicas matemáticas, tais como álgebra
linear, fórmula de Fourier, etc...
-Fornece integração com linguagens C, C++, Fortran, etc...
-Fornece funcionalidades comparáveis ao MATLAB, para as operações.

33
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Scipy
Scipy é uma biblioteca Python de código aberto e gratuita usada para computação científica, técnica e para
aprendizado de máquina (ML)
Recursos
- Possui diferentes módulos para estatística, álgebra linear, otimização e integração.
- Pode manipular polinômios 1-d utilizando a classe poly1d da numpy ou pode usar matrizes coeficientes.
- Possui uma comunidade ativa, que atende aos usuários.

Matplotlib
A Matplotlib é uma biblioteca que se utiliza do Python Script para escrever plotagens e
Gráficos e manipular imagens em aplicações matemáticas e científicas.
Recursos
- Geração de números com qualidade para divulgação e publicação.
- Integração com ferramentas diferentes tais como: Python, IPython Shells, Notebook, Jupyter, etc...
-Integração com outras bibliotecas de terceiros tais como: ggplot ,seaborn, e outros kits de ferramentas de
projeção e mapeamento, etc...
-Conunidade ativa e responsiva aos usuários.
-É possível verificar no GitHub, bugs, atualizações e novidades da Matplotlib.

Scikit Learn
O Scikit learn é uma biblioteca gratuita de de aprendizado de máquina (ML) Python simples, útil e flexível
que funciona com outras bibliotecas e pacotes python, tais como o Numpy e o Scipy.
Recursos
-Documentação útil e intuitiva para iniciante, API limpa e organizada.
-Vem com vários algoritmos diferentes – agrupamento, classificação e regressão.
- Suporta médias, florestas aleatórias, aumento de gradiente, DBSCAN, etc...
-Fácil adaptabilidade.
-Fácil representação e exploração de dados.

EXERCÍCIOS

1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo
as versões em papel para o formato digital, é denominado
(A) joystick.
(B) plotter.
(C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou adicionada para resolver o problema constatado por João.
(A) Placa de som
(B) Placa de fax modem
(C) Placa usb
(D) Placa de captura
(E) Placa de vídeo

3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de periféricos utilizados em um computador, como os periféricos de
saída e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta um exemplo de periférico somente de entrada.
(A) Monitor
(B) Impressora
(C) Caixa de som
(D) Headphone
(E) Mouse

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de compu- (A) Windows 7
tadores, Internet, os serviços de comunicação e informação são (B) Windows 10
disponibilizados por meio de endereços e links com formatos (C) Windows 8.1
padronizados URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de (D) Windows 9
formato de endereço válido na Internet é: (E) Windows Server 2012
(A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente
(C) html://www.mundo.com do Windows:
(D) https://meusite.org.br (A) Windows Gold.
(E) www.#social.*site.com (B) Windows 8.
(C) Windows 7.
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- (D) Windows XP.
res e armazenamento compartilhados, com software disponível
e localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
acesso presencial, chamamos esse serviço de: Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não
(A) Computação On-Line. executa?
(B) Computação na nuvem. (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(C) Computação em Tempo Real. (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(D) Computação em Block Time. (C) Capturar uma janela inteira
(E) Computação Visual (D) Capturar uma seção retangular da tela.
(E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e mo- uma caneta eletrônica
dos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e pro-
cedimentos associados à Internet, julgue o próximo item.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
Internet para diversas finalidades, ainda não é possível extrair assinale a alternativa INCORRETA:
apenas o áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvol-
exemplo, no Youtube (http://www.youtube.com). vidos pela Microsoft.
() Certo (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na in-
() Errado terface do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não
está sempre visível ao usuário.
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Win-
a execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode pro- dows 7 dentro do Windows 8.
vocar danos ao computador do usuário. (D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
( ) Certo Kapersky.
( ) Errado (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computa-
dores x86 e 64 bits.
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um
e-mail com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acu- 14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema mul-
sa existência de vírus. titarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, en-
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a tre as quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
ser adotado no exemplo acima. ( ) Certo
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá- ( ) Errado
-lo ao administrador de rede.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo
tipo de vírus. de um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (A) init 0.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de mo- (B) init 6.
nitoramento. (C) exit
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a (D) ls.
analisá-lo posteriormente. (E) cd.

9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Win- 16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou
dows 7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não minúsculas
possui versão para processadores de 64 bits. ( ) Certo
( ) Certo ( ) Errado
( ) Errado

10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões


do Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto,
não é uma versão oficial do Microsoft Windows

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas GABARITO
eletrônicas para cálculos numéricos, além de servir para a
produção de textos organizados por linhas e colunas identi-
ficadas por números e letras. 1 C
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elabora-
ção e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT. 2 E
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de tex- 3 E
to, é útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais
4 D
recursos que o Excel.
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de men- 5 B
sagens de correio eletrônico. 6 ERRADO
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o en-
vio e recebimento de páginas web. 7 CERTO
8 C
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apre- 9 CERTO
senta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba
“Página Inicial” do Word 2010. 10 D
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento. 11 A
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra par-
12 B
te do documento.
(C) Definir o alinhamento do texto. 13 D
(D) Inserir uma tabela no texto 14 CERTO

19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint 15 D


2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse 16 CERTO
aplicativo. 17 A
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
18 D
19 CERTO
20 CERTO

ANOTAÇÕES
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos
sonoros à apresentação em elaboração. ______________________________________________________
( ) Certo
______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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