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CÓD: SL-067AB-22

7908433220015

SOROCABA
CÂMARA MUNICIPAL DE SOROCABA
ESTADO DE SÃO PAULO - SP

Oficial Legislativo
CONCURSO PÚBLICO 01/2022
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3. Pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que impri-
mem às relações que estabelecem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Concordância verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6. Regência verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
7. Colocação pronominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
8. Crase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Matemática e Raciocínio Lógico


1. Operações com números reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Razão e proporção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
4. Porcentagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
5. Regra de três simples e composta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
6. Média aritmética simples e ponderada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
7. Juro simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
8. Sistema de equações do 1º grau. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
9. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
10. Sistemas de medidas usuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
11. Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, ângulo, teorema de Pitágoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
12. Resolução de situações-problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
13. Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, eventos fictícios; dedução de novas informações das relações
fornecidas e avaliação das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Identificação de regularidades de uma
sequência, numérica ou figural, de modo a indicar qual é o elemento de uma dada posição. Estruturas lógicas, lógicas de argumen-
tação, diagramas lógicos, sequências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Noções de Informática
1. MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação de arquivos e
pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. MS-Office 2016, MS-Word 2016: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas, legendas, índices,
inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
3. MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas e gráficos,
uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e numeração de pági-
nas, obtenção de dados externos, classificação de dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. MS-PowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e rodapés, noções
de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação, animação e transição entre
slides. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6. Internet: navegação internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
ÍNDICE

Conhecimentos Específicos
Oficial Legislativo
1. Noções de Direito Administrativo: Servidores públicos: Conceito e classificação. Deveres e proibições dos servidores públicos. Regime
disciplinar dos servidores públicos. Sanções disciplinares. Processo administrativo disciplinar: apuração preliminar e sindicância. Re-
sponsabilidade civil dos servidores públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Bens Públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3. Atos administrativos. Ato administrativo e fato administrativo. Conceito, classificação, espécies de ato administrativo. Existência, vali-
dade e eficácia do ato administrativo. Elementos e pressupostos. Atributos. Extinção e modificação do ato administrativo. Revogação.
Retificação e invalidação. Convalidação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. Processo administrativo: conceito, requisitos, objetivos, fases, espécies, princípios do processo administrativo. . . . . . . . . . . . . . . 25
5. Licitações públicas. Lei Federal nº 8.666/93. Dever de licitar, Princípios da licitação. Modalidades licitatórias. Pregão, Lei Federal
10.520/02. Processo licitatório. Registros cadastrais. Registro de preços. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
6. Contratos administrativos. Conceito, natureza jurídica. Peculiaridade e características dos contratos administrativos. Prazo e pror-
rogação do contrato. Formalidades, instrumento contratual. Eficácia. Extinção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
7. Processo legislativo constitucional; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
8. Lei Federal Complementar nº 95, de 1998; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
9. Decreto Federal nº 9.191, de 2017. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3. Pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que impri-
mem às relações que estabelecem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Concordância verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6. Regência verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
7. Colocação pronominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
8. Crase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
LÍNGUA PORTUGUESA

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE


TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS)

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências. Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas este processo é intertextualidade.
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença? Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
Tipos de Linguagem uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
facilite a interpretação de textos. de um texto.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
pode ser escrita ou oral. vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-
ca e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta-
do, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto-
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, gráficas, gramaticais e interpretativas;
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po-
lêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa-
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa- principal e das ideias secundárias do texto.
lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal – Separe fatos de opiniões.
com a não-verbal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo CACHORROS
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu-
tável). Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
– Retorne ao texto sempre que necessário. espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
enunciados das questões. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
– Reescreva o conteúdo lido. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
picos ou esquemas. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- outro e a parceria deu certo.
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
distração, mas também um aprendizado. sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- As informações que se relacionam com o tema chamamos de
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
do texto. de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na capaz de identificar o tema do texto!
prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi- Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can- -secundarias/
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
extrapole a visão dele. TEXTOS VARIADOS

IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO Ironia


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
significativo, que é o texto. novo sentido, gerando um efeito de humor.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um Exemplo:
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

Ironia de situação ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-


A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o NERO EM QUE SE INSCREVE
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a principal. Compreender relações semânticas é uma competência
morte. imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
Ironia dramática (ou satírica) -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- Busca de sentidos
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- apreensão do conteúdo exposto.
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
da narrativa. citadas ou apresentando novos conceitos.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.
Importância da interpretação
Humor A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- específicos, aprimora a escrita.
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, vencer o leitor a concordar com ele.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não de destaque sobre algum assunto de interesse.
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que berdade para quem recebe a informação.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Fato
Diferença entre compreensão e interpretação O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No sas, previmos suas consequências.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
dárias. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente ças sejam detectáveis.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Exemplos de interpretação:
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
encaminham-se diretamente para um desfecho. tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- do que com a filha.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O Opinião
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais que fazemos do fato.
curto. Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
como horas ou mesmo minutos. anteriores:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de do que com a filha. Ela foi egoísta.
imagens.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
mos expressando nosso julgamento. mais direto.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando NÍVEIS DE LINGUAGEM
analisamos um texto dissertativo.
Definição de linguagem
Exemplo: Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
com o sofrimento da filha. gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e o do leitor. e caem em desuso.
Parágrafo Língua escrita e língua falada
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Linguagem popular e linguagem culta
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo o diálogo é usado para representar a língua falada.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova. Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
odo, e o tópico que o antecede. mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Gíria (Vinícius de Moraes)
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comportamentos, nas leis jurídicas.
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode Características principais:
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
de pequenos grupos ou cair em desuso. bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
“mina”, “tipo assim”. • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco Exemplo:
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
comida”. na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Linguagem regional que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- perior para formação de oficiais.
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipos e genêros textuais Tipo textual expositivo
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma pode ser expositiva ou argumentativa.
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
exemplos e as principais características de cada um deles.
Características principais:
Tipo textual descritivo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma mar.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
um movimento etc. • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
Características principais: de ponto de vista.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
caracterizadora. Exemplo:
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
meração. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• A noção temporal é normalmente estática. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- terminado tema.
ção. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.

Exemplo: Tipo textual dissertativo-argumentativo


Era uma casa muito engraçada Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Não tinha teto, não tinha nada sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Ninguém podia entrar nela, não apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Porque na casa não tinha chão clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia dormir na rede tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque na casa não tinha parede (leitor ou ouvinte).
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero

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LÍNGUA PORTUGUESA
Características principais: GÊNEROS TEXTUAIS
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
gestão/solução). síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e ais que neles predominam.
um caráter de verdade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Descritivo Diário
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Relatos (viagens, históricos, etc.)
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Biografia e autobiografia
Notícia
Exemplo: Currículo
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Lista de compras
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Cardápio
administração política (tese), porque a força governamental certa- Anúncios de classificados
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Injuntivo Receita culinária
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Bula de remédio
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Manual de instruções
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Regulamento
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Textos prescritivos
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Expositivo Seminários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Palestras
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Conferências
cobrança efetiva (conclusão). Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Tipo textual narrativo Enciclopédia
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Verbetes de dicionários
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Carta de opinião
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Resenha
Artigo
Características principais: Ensaio
• O tempo verbal predominante é o passado. Monografia, dissertação de mes-
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- trado e tese de doutorado
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
Narrativo Romance
onisciente).
Novela
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
Crônica
prosa, não em verso.
Contos de Fada
Fábula
Exemplo:
Lendas
Solidão
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- nitos e mudam de acordo com a demanda social.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
Nelson S. Oliveira INTERTEXTUALIDADE
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou
ais/4835684 seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
ambos: forma e conteúdo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
provérbios, charges, dentre outros. mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
Tipos de Intertextualidade domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- enunciador está propondo.
ticos. Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
significa a “repetição de uma sentença”. admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha mento de premissas e conclusões.
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) A é igual a B.
e “graphé” (escrita). A é igual a C.
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção Então: C é igual a B.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- que C é igual a A.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Outro exemplo:
“citação” (citare) significa convocar. Todo ruminante é um mamífero.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros A vaca é um ruminante.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Logo, a vaca é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
propõe. instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
vista defendidos. pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas der bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
sos de linguagem. na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
escolher entre duas ou mais coisas”. não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
zado numa dada cultura.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Argumento Argumento quase lógico
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
mento. Exemplo: chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
Argumento de Autoridade elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
dadeira. Exemplo: tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para indevidas.
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
cimento. Nunca o inverso. Argumento do Atributo
Alex José Periscinoto. É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- que é mais grosseiro, etc.
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
acreditar que é verdade. tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
de.
Argumento de Quantidade Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
largo uso do argumento de quantidade. dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
Argumento do Consenso de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não por bem determinar o internamento do governador pelo período
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- tal por três dias.
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases
carentes de qualquer base científica. Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
Argumento de Existência ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas texto tem sempre uma orientação argumentativa.
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
do que dois voando”. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa outras, etc. Veja:
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela vam abraços afetuosos.”
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
vios, etc., ganhava credibilidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida como dis-
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse cussão, debate, questionamento, o que implica a liberdade de pen-
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, samento, a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente.
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. A liberdade de questionar é fundamental, mas não é suficiente para
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- organizar um texto dissertativo. É necessária também a exposição
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: dos fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- de vista.
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
injustiça, corrupção). seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
o argumento. ver as seguintes habilidades:
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por mente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir ria contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
ta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
o assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
comportamento. da verdade:
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- - evidência;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - divisão ou análise;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - ordem ou dedução;
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - enumeração.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
mica e até o choro. e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
caracteriza a universalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
o efeito. Exemplo: que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
pesquisa.
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
Fulano é homem (premissa menor = particular) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Logo, Fulano é mortal (conclusão) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o ferro (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o bronze (particular) o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O ferro, o bronze, o cobre são metais meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de lha dos elementos que farão parte do texto.
sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- sabiá, torradeira.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
ados nos sentimentos não ditados pela razão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração dida;d
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
(Garcia, 1973, p. 302304.) diferenças).
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição vra e seus significados.
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
de vista sobre ele. pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- mentação coerente e adequada.
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- o termo a ser definido; sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
- o gênero ou espécie; são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
- a diferença específica. expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
ma espécie. Exemplo: raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
Elemento especiediferença relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
a ser definidoespecífica nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é virtude de, em vista de, por motivo de.
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
ou instalação”; interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os assim, desse ponto de vista.
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;

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LÍNGUA PORTUGUESA
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são dade da afirmação;
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, ridade que contrariam a afirmação apresentada;
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos que gera o controle demográfico”.
que, melhor que, pior que. Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- elaboração de um Plano de Redação.
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer tecnológica
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais ta, justificar, criando um argumento básico;
caráter confirmatório que comprobatório. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse (rever tipos de argumentação);
caso, incluem-se - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
mortal, aspira à imortalidade); dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- ência);
dos e axiomas); - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- argumento básico;
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
parece absurdo). mento básico;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
cretos, estatísticos ou documentais. menos a seguinte:
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- Introdução
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - função social da ciência e da tecnologia;
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - definições de ciência e tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- Desenvolvimento
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade vimento tecnológico;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- condições de vida no mundo atual;
gumentação: - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- desenvolvidos;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- sado; apontar semelhanças e diferenças;
dadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
banos;

13
LÍNGUA PORTUGUESA
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
mais a sociedade. estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
Conclusão das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ- elementos formativos de um texto.
ências maléficas; A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
apresentados. elementos textuais.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda- de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
ção: é um dos possíveis. sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na imediato a coerência de um discurso.
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- A coerência:
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
é inserida. tual;
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. o aspecto global do texto;
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, Coesão
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
textos caracterizada por um citar o outro. numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a tem-se a coesão lexical.
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema nentes do texto.
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
mencionar um provérbio conhecido. que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- A coesão:
zá-lo ou ao compará-lo com outros. - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- componentes do texto;
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili- é inserida.
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada. não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
Coerência a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na textos caracterizada por um citar o outro.
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
outra”).

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LÍNGUA PORTUGUESA
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos termo “citação” (citare) significa convocar.
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
mencionar um provérbio conhecido. textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- Pastiche é uma recorrência a um gênero.
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
zá-lo ou ao compará-lo com outros. A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum a recriação de um texto.
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- produtor e ao receptor de textos.
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
Tipos de Intertextualidade daquela citação ou alusão em questão.
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
dade. ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá- A intertextualidade explícita:
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as – é facilmente identificada pelos leitores;
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – não exige que haja dedução por parte do leitor;
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- – apenas apela à compreensão do conteúdos.
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
outras palavras o que já foi dito. A intertextualidade implícita:
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – não é facilmente identificada pelos leitores;
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica te dos leitores;
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca a compreensão do conteúdo.
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- PONTO DE VISTA
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
demagogia praticada pela classe dominante. vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” servador e o narrador-personagem.
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A Primeira pessoa
cultura é o melhor conforto para a velhice”. Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
só descobrimos ao decorrer da história.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Segunda pessoa
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta quase
como outro personagem que participa da história.

Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em primei-
ra pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.

Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
leitura não fique confuso.

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.

O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de
oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve
espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.

Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- ção.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- serem observadas na redação oficial.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de • Separa aposto.
um diálogo, com ou sem aspas. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] • Separa termos repetidos.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico Aquele aluno era esforçado, esforçado.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- efeito, digo.
rem uma nova inserção. O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- ou seja, de fácil compreensão.
vernador)
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
Aspas ( “ ” ) tos).
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- • Separa orações coordenadas assindéticas.
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. ideias na cabeça...

Vírgula • Isola o nome do lugar nas datas.


São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
vírgula: forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
mos” o momento certo de fazer uso dela. mações comprovam, etc.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o nizar o problema.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex- CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NU-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é MERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO
menos importante e que pode ser colocada depois. E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). CLASSES DE PALAVRAS
Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto Substantivo
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor- nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
re por alguns motivos: timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
verbo e o adjunto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação dos substantivos b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
sua estrutura. macaco/sabão para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
o/a estudante, o/a colega.
SUBSTANTIVOS Macacos-prego/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
COMPOSTOS: são formados porta-voz/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
por mais de um radical em sua pé-de-moleque – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
estrutura.
SUBSTANTIVOS Casa/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
PRIMITIVOS: são os que dão mundo/ diminutivo.
origem a outras palavras, ou população – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
seja, ela é a primeira. /formiga – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/ – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
DERIVADOS: são formados populacional/formigueiro
por outros radicais da língua. Adjetivo
SUBSTANTIVOS Rodrigo É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
PRÓPRIOS: designa /Brasil vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo
da mesma espécie. São da Liberdade por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um ad-
sempre iniciados por letra jetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
maiúscula. vespertino).
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
Flexão do Adjetivos
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
• Gênero:
uma mesma espécie.
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
SUBSTANTIVOS Leão/corrente no: homem feliz, mulher feliz.
CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
com existência própria. Esses /lobisomem para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
seres podem ser animadoso /saci-pererê japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
ou inanimados, reais ou
imaginários. • Número:
SUBSTANTIVOS Mistério/ – Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
ABSTRATOS: nomeiam bondade/ número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
ações, estados, qualidades confiança/ res, japonês/ japoneses.
e sentimentos que não tem lembrança/ – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
existência própria, ou seja, só amor/ branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
existem em função de um ser. alegria
• Grau:
SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/ – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
COLETIVOS: referem-se a um acervo (de obras rioso (do) que o seu.
conjunto de seres da mesma artísticas)/buquê (de flores) – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
espécie, mesmo quando rioso (do) que o seu.
empregado no singular e – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
constituem um substantivo quanto o seu.
comum. – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS mo.
PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI! – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
moso.
Flexão dos Substantivos – Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi- mais famoso de todos.
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me-
uniformes nos famoso de todos.
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o Artigo
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em • Classificação e Flexão do Artigos
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. – Artigos Definidos: o, a, os, as.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá- O menino carregava o brinquedo em suas costas.
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira As meninas brincavam com as bonecas.
macho/palmeira fêmea. – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.

19
LÍNGUA PORTUGUESA
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Empregado nas correspondências e textos
Vossa Senhoria
escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

20
LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário,
Variáveis
várias vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

21
LÍNGUA PORTUGUESA
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às ocul-
tas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante,
Conformativas
etc.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor,
Comparativas
etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que,
Consecutivas
etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se re-
ferem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.

Casos Especiais de Concordância Nominal


• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.

• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:


Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.

• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.

• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quando
advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.

• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:


Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.

• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.

Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enormes.

Concordância ideológica ou silepse


• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gênero gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no con-
texto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas.
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o número gramatical (singular ou plural) que está subentendido no contexto.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplausos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pessoa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos políticos.

23
LÍNGUA PORTUGUESA

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL COLOCAÇÃO PRONOMINAL

• Regência Nominal A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da


A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
mento é estabelecida por uma preposição. após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
• Regência Verbal cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Isto pertence a todos. Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
Regência de algumas palavras não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
dique a eufonia da frase.
Esta palavra combina com Esta preposição
Próclise
Acessível a Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Apto a, para
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Atencioso com, para com Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Coerente com cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Conforme a, com
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Dúvida acerca de, de, em, sobre Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Empenho de, em, por Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Fácil a, de, para, Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Junto a, de posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Pendente de Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Preferível a jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
Próximo a, de
tudo dá.
Respeito a, com, de, para com, por Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
Situado a, em, entre tentos são para nos prejudicarem.

Ajudar (a fazer algo) a Ênclise


Aludir (referir-se) a Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Aspirar (desejar, pretender) a Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
Assistir (dar assistência) Não usa preposição indicativo: Trago-te flores.
Deparar (encontrar) com Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Implicar (consequência) Não usa preposição posição em: Saí, deixando-a aflita.
Lembrar Não usa preposição Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Pagar (pagar a alguém) a Apressei-me a convidá-los.
Precisar (necessitar) de
Mesóclise
Proceder (realizar) a
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
Responder a
Visar ( ter como objetivo a É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
pretender) futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS Far-me-ias um favor?
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?

24
LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação do pronome átono nas locuções verbais – Expressões fixas
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- crase:
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à vonta-
Exemplos: de, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às pres-
Devo-lhe dizer a verdade. sas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à direita,
Devo dizer-lhe a verdade. à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escondidas, à
medida que, à proporção que.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes • NUNCA devemos usar crase:
do auxiliar ou depois do principal. – Antes de substantivos masculinos:
Exemplos: Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a pé.
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade. – Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou plu-
ral) usado em sentido generalizador:
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
o pronome átono ficará depois do auxiliar. Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho-
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. mem.

Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do – Antes de artigo indefinido “uma”
auxiliar. Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
– Antes de pronomes
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
do infinitivo.
Exemplos: Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
Hei de dizer-lhe a verdade. A quem vocês se reportaram no Plenário?
Tenho de dizer-lhe a verdade. Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.

Observação – Antes de verbos no infinitivo


Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo. EXERCÍCIOS

1. (FMPA – MG)
CRASE Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamente
aplicada:
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome (B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
demonstrativo. (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) (D) Devemos ser fieis aos cumprimento do dever.
(E) A cessão de terras compete ao Estado.
• Devemos usar crase:
– Antes palavras femininas: 2. (UEPB – 2010)
Iremos à festa amanhã Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
Mediante à situação. maiores nomes da educação mundial na atualidade.
O Governo visa à resolução do problema.
Carlos Alberto Torres
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase. de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
Mas... há crase, sim! relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir- fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
[…]

25
LÍNGUA PORTUGUESA
Rosa Maria Torres 4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17político II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e pela qual III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil
temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de reconhecer para os carros e os pedestres.
que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a escola deve
adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o tema da diver- Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de homô-
sidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas indesejadas. nimos e parônimos.
[…] (A) I e III.
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e (B) II e III.
possibilidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. (C) II apenas.
(D) Todas incorretas.
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que 5. (UFMS – 2009)
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo se- Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de
mântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperônimo, Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em
em relação à “diversidade”. 30/09/08. Em seguida, responda.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- “Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con-
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
no paradigma argumentativo do enunciado. cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso colo- vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
quial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversidade mente do jeito correto.
e identidade”. Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, a
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposição(ões) do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, esse
verdadeira(s). animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que de-
(A) I, apenas víamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é pro-
(B) II e III nunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enigmática
(C) III, apenas na cabeça.
(D) II, apenas Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
(E) I e II -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
3. (UNIFOR CE – 2006) prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmula,
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televisões lá vinham as palavras mágicas.
hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao resgate Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um rio. Assis- evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
ti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o silêncio – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as suas ocu- – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
pações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Perguntei-me: – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de terror.
indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, indiferença é – E ele faz o quê?
sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e de negligência. – Atrapalha a gente na hora de escrever.
Mas podemos considerá-la também uma forma de ceticismo e de- Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
sinteresse, um “estado físico que não apresenta nada de particular”; usar trema nem se lembrava da regrinha.
enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralidade. Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no lugar
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis diante certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se conseguirei
da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa indiferen- escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. Por isso,
ça. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, seguimos surdos peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servirão ao me-
ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de massa “quentes” nos para determinar minha idade.
(lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na igualdade, – Esse aí é do tempo do trema.”
passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e distância são fenô-
menos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos estrangeiros ao Assinale a alternativa correta.
destino de nossos semelhantes. […] (A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável monstro
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
2001. p.68) (B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substituí-
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- da por “nós”.
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se o (C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito
contexto, é correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
(A) ceticismo. acordo com a norma culta da língua portuguesa.
(B) desdém. (D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
(C) apatia. e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
(D) desinteresse. (E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no
(E) negligência. texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.

26
LÍNGUA PORTUGUESA
6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: 12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças:
“E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero É preciso que ela se encante por mim!
na salada – o meu jeito de querer bem.” Tais expressões exercem, Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
respectivamente, a função sintática de:
(A) objeto indireto e aposto Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respectiva-
(B) objeto indireto e predicativo do sujeito mente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas:
(C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo (A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.
(D) complemento nominal e aposto (B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
(E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo (C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
(D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.
7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-
pressa esqueci o Quincas Borba”. 13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem a
(A) objeto direto orações subordinadas substantivas, exceto:
(B) sujeito (A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
(C) agente da passiva (B) Desejo que ela volte.
(D) adjunto adverbial (C) Gostaria de que todos me apoiassem.
(E) aposto (D) Tenho medo de que esses assessores me traiam.
(E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se ontem.
8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintáti-
ca do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”. 14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
(A) Sujeito No texto acima temos uma oração destacada que é ________e
(B) Objeto direto um “se” que é . ________.
(C) Predicativo do sujeito (A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
(D) Adjunto adverbial (B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(E) Adjunto adnominal (C) relativa, pronome reflexivo
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela (E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito
manhã de segunda-feira”.
(A) Predicativo 15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
(B) Complemento nominal Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece
(C) Objeto indireto ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos (trin-
(D) Adjunto adverbial ta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: duvidando
(E) Adjunto adnominal disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina que queria
correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava lambaris com
10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamente”. o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e Magro, quando
O termo destacado funciona como: a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena dos dois, a mãe
(A) Objeto indireto ficava furiosa.)
(B) Objeto direto A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora,
(C) Adjunto adnominal porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de
(D) Vocativo prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
(E) Sujeito até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis,
11. (UFRJ) Esparadrapo canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude seriam
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es- rompidas mais uma vez.
paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os professo-
de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que res e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente, queria
parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incunábulo*”. ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem que ela,
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas açucaradas,
de Janeiro, Globo. 1987. p. 83. lia teatro grego – sem entender – e achava emocionante.
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro (E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.)
impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem. O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração, eu
que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas
A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo me dei
texto. Sua função resume-se em: conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com oitenta
(A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma ainda está ativo e presente.
coisa. Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difícil,
(B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamente. escolher), e deixar aquela festona para outra década.”
(C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assunto. LUFT, 2014, p.104-105
(D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
(E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresentados.

27
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia atentamente a oração destacada no período a seguir: 20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
“(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que que- dância verbal, de acordo com a norma culta:
ria correr nas lajes do pátio (...)” (A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada (B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima. (C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
(A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de (D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
hora (...)” (E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
(B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos,
mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca-
netas, borracha (...)” GABARITO
(C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)”
(D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)”
1 C
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós
____________________.” 2 B
3 D
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
mente a frase acima. Assinale-a. 4 C
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. 5 C
(B) desista da ação contra aquele salafrário.
6 A
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. 7 D
(E) tentamos aquele emprego novamente. 8 C
17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente as 9 B
lacunas do texto a seguir: 10 E
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as crí- 11 C
ticas foram ______________ indulgentes ______________ rapaz, o 12 B
qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciências exatas,
13 E
demonstrava uma certa propensão _______________ arte.”
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a 14 B
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em 15 A
(C) bastante - por - meias - ao - a - à
(D) meias - para - muito - pelo - em - por 16 C
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na 17 A

18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo 18 C


com a gramática: 19 D
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
20 C
II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
ANOTAÇÕES
(A) em I e II
(B) apenas em IV ______________________________________________________
(C) apenas em III
(D) em II, III e IV ______________________________________________________
(E) apenas em II
______________________________________________________
19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
Hoje, só ___ ervas daninhas. ______________________________________________________
(A) fazem, havia, existe
(B) fazem, havia, existe ______________________________________________________
(C) fazem, haviam, existem ______________________________________________________
(D) faz, havia, existem
(E) faz, havia, existe ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

28
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
1. Operações com números reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Razão e proporção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
4. Porcentagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
5. Regra de três simples e composta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
6. Média aritmética simples e ponderada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
7. Juro simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
8. Sistema de equações do 1º grau. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
9. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
10. Sistemas de medidas usuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
11. Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, ângulo, teorema de Pitágoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
12. Resolução de situações-problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
13. Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, eventos fictícios; dedução de novas informações das relações
fornecidas e avaliação das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Identificação de regularidades de uma
sequência, numérica ou figural, de modo a indicar qual é o elemento de uma dada posição. Estruturas lógicas, lógicas de argumenta-
ção, diagramas lógicos, sequências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Números Inteiros
OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Números Naturais Este conjunto pode ser representado por:
Os números naturais são o modelo matemático necessário
para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade,
obtemos o conjunto infinito dos números naturais
Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero

{...-2, -1, 1, 2, ...}


- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. {0, 1, 2, ...}

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. 3) Conjunto dos números inteiros não positivos

{...-3, -2, -1}


{1,2,3,4,5,6... . }
Números Racionais
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
sor (número que vem antes do número dado). presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. São exemplos de números racionais:
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. -12/51
c) O antecessor de 56 é 55. -3
d) O antecessor de 10 é 9.
-(-3)
Expressões Numéricas -2,333...
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul-
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili- portanto são consideradas números racionais.
zamos alguns procedimentos: Como representar esses números?

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações, Representação Decimal das Frações
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
resolvidos primeiro. cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
27 lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio-
nal
Exemplo 3 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
25-(50-30)+4x5 não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que
25-20+20=25 trataremos mais a frente.

1
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.


Representação Fracionária dos Números Decimais
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o – O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
denominador seguido de zeros. ro racional.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante. Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...
Fonte: www.estudokids.com.br
E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333... Representação na reta
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212... Intervalos limitados
100x = 112,1212... . Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
e menores do que b ou iguais a b.
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99
Intervalo:[a,b]
Números Irracionais Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
Identificação de números irracionais
– Todas as dízimas periódicas são números racionais. Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
– Todos os números inteiros são racionais. b.
– Todas as frações ordinárias são números racionais.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional. Intervalo:]a,b[
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número Conjunto:{xϵR|a<x<b}
racional.

2
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou Casos
iguais a A e menores do que B. 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

Intervalo:{a,b[ 2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.


Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em


um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me- 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
nores ou iguais a b. em um número negativo.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b} 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal
para positivo e inverter o número que está na base.
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-
nores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b} 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores
ou iguais a A.

Propriedades
Intervalo:[a,+ ∞[ 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} base, repete-se a base e soma os expoentes.

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores Exemplos:


que a. 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x>a} 2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.
Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Potenciação
Multiplicação de fatores iguais Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
2³=2.2.2=8

3
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se De modo geral, se
os expoentes.

Exemplos:
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
(52)3 = 52.3 = 56
Então:

n
a.b = n a .n b

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
(4.3)²=4².3² cando.

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos Raiz quadrada de frações ordinárias
elevar separados.
1 1
2  2 2 22 2
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32
Radiciação a na
Radiciação é a operação inversa a potenciação
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se
mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números
primos. Veja:
Operações
64 2
32 2
16 2
8 2
4 2 Operações
2 2
1 Multiplicação

64=2.2.2.2.2.2=26 Exemplo
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.
Divisão

Observe:
Exemplo
1 1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 .5 = 3. 5
2 2

4
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Divisores
Adição e subtração Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor de
12 e 15.
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}
8 2 20 2
Observações:
4 2 10 2 – Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2 2 5 5 – Todo número natural é múltiplo de 1.
– Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múlti-
1 1
plos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.

Máximo Divisor Comum


O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
Caso tenha:
não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
Racionalização de Denominadores
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
Normalmente não se apresentam números irracionais com
• Multiplicar os fatores entre si.
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
Exemplo:
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

15 3 24 2
5 5 12 2
1 6 2
3 3
1
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
15 = 3.5 24 = 23.3

O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.


m.d.c
(15,24) = 3
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de
quadrados no denominador: Mínimo Múltiplo Comum
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
o menor número, diferente de zero.

Para calcular devemos seguir as etapas:


• Decompor os números em fatores primos
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E MÁXIMO • Multiplicar os fatores entre si
DIVISOR COMUM
Exemplo:
Múltiplos
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri- 15,24 2
meiro pelo segundo, o resto é zero.
15,12 2
Exemplo 15,6 2
15,3 3
5,1 5
1

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão
O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in- com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por veis ao mesmo tempo.
todos os números naturais. Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
M(3)={0,3,6,9,12,...} aparecendo.

5
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
RAZÃO E PROPORÇÃO
Exemplo
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será Razão
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/bou
possível. a : b.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir
Exemplo:
(A) mais de 30 cm. Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
(B) menos de 15 cm. Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. (lembrando que razão é divisão)
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
Resposta: A.

352 2 416 2
Proporção
176 2 208 2
88 2 104 2 Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
A/B e C/D é a igualdade:
44 2 52 2
22 2 26 2
11 11 13 13
1 1 Propriedade fundamental das proporções
Numa proporção:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível
E são os fatores que temos iguais:25=32

Exemplo
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero- Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da é igual ao produto dos extremos, isto é:
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi-
nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com- AxD=BxC
panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
mesmo dia, às: Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
(A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
(C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
(E) 18 horas. Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
em proporção com 4/6.
Resposta: E.
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
20,30,44 2
10,15,22 2
5,15,11 3
5,5,11 5
1,1,11 11
Segunda propriedade das proporções
1,1,1 Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660 assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
1h---60minutos
x-----660
x=660/60=11

Então será depois de 11horas que se encontrarão


7+11=18h

6
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Ou Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?
Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Ou Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo
Ou Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
8 125
Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an- 10 100
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- 16 62,5
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
20 50
te. Temos então:
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Ou Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

Ou

A solução segue das propriedades das proporções:

Ou

Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
Grandezas Diretamente Proporcionais entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro- entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a porcional?
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto

DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)


13 1
26 2 Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
39 3
52 4

7
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Inversamente Proporcionais Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número 10 X 0,90 = R$ 9,00
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


formas:

cuja solução segue das propriedades das proporções:

Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
PORCENTAGEM com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím- para x é igual a
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos (A) 8.
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal- (B) 15.
cular, etc. (C) 10.
(D) 6.
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda (E) 12.
muito na resolução do exercício.
Resolução
Acréscimo 45------100%
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina- X-------60%
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse X=27
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-
abaixo: dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.

ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


10% 1,10
15% 1,15
Resposta: C.
20% 1,20
47% 1,47
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
67% 1,67

Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: Regra de três simples


Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
10 x 1,10 = R$ 11,00 blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
Desconto conhecidos.
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal) Passos utilizados numa regra de três simples:
Veja a tabela abaixo: 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO espécies diferentes em correspondência.
10% 0,90 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen-
te proporcionais.
25% 0,75 3º) Montar a proporção e resolver a equação.
34% 0,66 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
60% 0,40 esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?
90% 0,10

8
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Solução: montando a tabela: Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h) HORAS CAMINHÕES VOLUME


8 ----- 20 ----- 160
400 ----- 3
5 ----- X ----- 125
480 ----- X

2) Identificação do tipo de relação:

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑ Logo, serão necessários 25 caminhões

480 ↓ ----- X↑
MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E PONDERADA
Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-
meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
segunda coluna vai para cima do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
VELOCIDADE Tempo A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
400 ↓ ----- 3↓
ca para variáveis quantitativas.
480 ↓ ----- X↓ Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe-
480x=1200 lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
X=25 Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos
jogadores é:
Regra de três composta
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de 1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. +2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0

Exemplos: Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-


1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em remos a média aritmética das alturas:
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem: A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.

HORAS CAMINHÕES VOLUME Média Ponderada


A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi-
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑ ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama-
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑ da média aritmética ponderada.

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde


está o x.

Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi- Mediana (Md)
nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn
proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-
de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido em rol.
das setas. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
HORAS CAMINHÕES VOLUME a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ-
ência (xn) em rol.
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓

9
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 1: E para amostra
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10, Exemplo 1:
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12 Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se-
Resposta: Md=12. guinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Exemplo 2: JOGO NÚMERO DE PONTOS


Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 1 22
2 18
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: 3 13
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética 4 24
entre os dois termos centrais do rol.
5 26
Logo: 6 20
7 19
Resposta: Md=15
8 18
Moda (Mo)
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda a) Qual a média de pontos por jogo?
aquele valor que ocorre com maior frequência. b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
a) A média de pontos por jogo é:
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
b) A variância é:
Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Desvio médio
Variância Definição
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma
conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é sequência. Esta medida representa a média das distâncias entre
chamado de variância. Esse índice é assim definido: cada elemento da amostra e seu valor médio.
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:

Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé-
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se
Isto é: por , o número:

10
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Isto é: 0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi-
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver
questões.
M=C+J
Exemplo: M = montante
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: C = capital inicial
2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular: J = juros
a) A estatura média desses jogadores. M=C+C.i.n
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas. M=C(1+i.n)

Solução: Juros Simples


Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em-
Sendo a estatura média, temos: préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações
envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C i n, onde:
Sendo o desvio padrão, tem-se: J = juros
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
ano...)

Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica-


ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois
devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O
que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou
JURO SIMPLES qualquer outra combinação de períodos.
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
Matemática Financeira ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra-
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia- balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C)
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas qualquer combinação.
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés-
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais Exemplo
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
nome de juros. oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
Capital juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan- (A) 5,0%
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre- (B) 5,9%
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado (C) 7,5%
pela tecla PV nas calculadoras financeiras). (D) 10,0%
(E) 12,5%
Taxa de juros e Tempo Resposta Letra “e”.
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí- meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a
odo de tempo a que se refere: parcela a ser paga de R$45.
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). Aplicando a fórmula M = C + J:
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). 45 = 40 + J
J=5
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que Aplicando a outra fórmula J = C i n:
é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: 5 = 40 X i X 1
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). i = 0,125 = 12,5%

11
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Juros Compostos E o equilíbrio?
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo 3x+300=x+1500
no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in-
tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal
juros também. 3x-x=1500-300
2x=1200
Quando usamos juros simples e juros compostos? X=600
A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com-
postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras Exemplo
com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan- (PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A ida-
ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades
de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de de seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do
juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro- que Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
cesso de desconto simples de duplicatas. idade que Pedro tem hoje.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
O cálculo do montante é dado por: (A) 72;
(B) 69;
M = C (1 + i)t (C) 66;
(D) 63;
Exemplo (E) 60.
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de
R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses Resolução
C = 25000 A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
i = 25%aa = 0,25 guagem matemática o que está no texto.
i = 72 meses = 6 anos “Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3
M = C (1 + i)t
M = 25000 (1 + 0,25)6 “Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
M = 25000 (1,25)6 que Pedro tem hoje.”
M = 95367,50

M=C+J
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50
A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das
idades de seus dois filhos,
SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
Equação 1º grau
Equação é toda sentença matemática aberta representada por Lembrando que:
uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que represen- Pi=Pa+3
tam números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível Substituindo em Pe
à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi- Pe=2(Pa+3)+2Pa
cientes, com a≠0. Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x
que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
membro.

Nada mais é que pensarmos em uma balança. Pa+3+10=2Pa+3


Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B.

Equação 2º grau

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral:
também.
No exemplo temos: ax2+bx+c=0
3x+300
Outro lado: x+1000+500 Onde a, b e c são números reais, a≠0.

12
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Discussão das Raízes Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:

Se for negativo, não há solução no conjunto dos números Soma das Raízes
reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

Produto das Raízes

Exemplo
Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes

Podemos escrever a equação da seguinte maneira:

x²-Sx+P=0

Exemplo
, portanto não há solução real. Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.

Solução
S=x1+x2=-2+7=5
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0

Exemplo
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma das
idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos os qua-
drados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas tem:
(A) 24 anos
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de 2J²-88J+936=0
um número negativo.
Dividindo por2:
Se ∆ = 0, há duas soluções iguais: J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:

13
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Substituindo em A Exemplo
A=44-26=18 Resolva a inequação a seguir:
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma x-2≠0
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um sinal x≠2
de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais de
desigualdade:
>: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual

O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-


ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa-
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por
–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, invertemos
o sinal representativo da desigualdade.

Exemplo 1 Sistema de Inequação do 1º Grau


4x + 12 > 2x – 2 Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou
4x – 2x > – 2 – 12 mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo
2x > – 14 que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
x > –14/2 vidas.
x>–7 Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau:

Inequação - Produto
Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi-
gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portanto,
surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em cada
função e obter a resposta final realizando a intersecção do conjunto Vamos achar a solução de cada inequação.
resposta das funções. 4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
Exemplo x≤-4:4
x≤-1
a)(-x+2)(2x-3)<0

S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.

Inequação -Quociente S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função Temos:
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero. S = S1 ∩ S2
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.

14
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Portanto: Tipos de gráficos

S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1] Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Inequação 2º grau Barra vertical


Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser
escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0

Exemplo
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais
de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que Barra horizontal
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa.

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de uma variável


específica e um detalhe importante que são faixas de valores em x.

S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}

RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS: TABELAS E GRÁFICOS

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois da-


dos relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão de-
pender do contexto, mas de uma maneira geral um bom gráfico
deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o con-
texto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos des-
critos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados. Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e queremos
demonstrar cada parte, separando cada pedaço como numa pizza.

15
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito comum na representação de tendências e relacionamentos de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visualização de dados e muitas vezes é através dela que vamos fazer os tipos de grá-
ficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

APARELHO QUANTIDADE
Televisão 3
Celular 4
Geladeira 1

16
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

SISTEMAS DE MEDIDAS USUAIS

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

17
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou?

15h 35 minutos
1 minutos 25 segundos
30 minutos
--------------------------------------------------
15h 66 minutos 25 segundos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos
Então fica: 16h6 minutos 25segundos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa.

Subtração
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo
ficou fora?

11h 60 minutos
16h 6 minutos 25 segundos
-15h 35 min
--------------------------------------------------

18
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for-
ma que conta de subtração.
1hora=60 minutos

15h 66 minutos 25 segundos


15h 35 minutos
--------------------------------------------------
0h 31 minutos 25 segundos

Multiplicação
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo-
Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.
rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?

2h 40 minutos
x2
----------------------------
4h 80 minutos OU
5h 20 minutos

Divisão
5h 20 minutos : 2 Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
5h 20 minutos 2

1h 20 minutos 2h 40 minutos
80 minutos
0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu-


tos
Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
NOÇÕES DE GEOMETRIA: FORMA, PERÍMETRO, ÁREA, - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.
VOLUME, ÂNGULO, TEOREMA DE PITÁGORAS

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.

19
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Triângulo Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a
esse segmento pelo seu ponto médio.
Elementos
Na figura, a reta m é a mediatriz de .
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta o que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
lado oposto Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.
Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz de
um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do lado
oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Classificação

Quanto aos lados

Triângulo escaleno: três lados desiguais.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a um


ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

20
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Triângulo equilátero: três lados iguais. Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Quanto aos ângulos - é paralelo a


- Losango: 4 lados congruentes
Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos - Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
Triângulo retângulo: tem um ângulo reto - No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a


medida da base menor e h é medida da altura.

2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é a


medida da altura.
Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso
3 - Retângulo: A = b.h

4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e d


é a medida da diagonal menor.

5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
polígono.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor que
a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior ângulo
opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

21
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades A soma dos ângulos externos=360°
são vértices não-consecutivos desse polígono. Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a
razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual à ra-
zão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são váli-
das as seguintes proporções:

Exemplo

Número de Diagonais

Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con-
vexo de n lados é (n-2).180 Semelhança de Triângulos
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es- Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu- gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos lados correspondentes forem proporcionais.
internos dos n-2 triângulos.
Casos de Semelhança
1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

Ângulos Externos

22
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
ses dois triângulos são semelhantes.

Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
3º Caso: LLL (lado - lado - lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes proporcio-
nais, então esses dois triângulos são semelhantes.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado trian-


gulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

Temos:

23
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
a: hipotenusa b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são coinci-
b e c: catetos dentes.
h: altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa


pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela


altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos


catetos sobre a hipotenusa. Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro O
contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de to-
4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos dos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo e no
catetos (Teorema de Pitágoras). outro plano.

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo plano.
Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem também não
estar no mesmo plano. Nesse caso, são denominadas retas rever-
sas.

Retas Coplanares

a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as geratri-
zes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equilá-
tero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.


2. Oblíquas: r e s não são perpendiculares.

24
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Área Área
Área da base: Sb=πr²

Volume Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um pon- Pirâmides
to V que não pertence ao plano. As pirâmides são também classificadas quanto ao número de
A figura geométrica formada pela reunião de todos os segmen- lados da base.
tos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra num
ponto do círculo denomina-se cone circular.

Área e Volume

Área lateral: Sl = n. área de um triângulo


Classificação
-Reto: eixo VO perpendicular à base; Onde n = quantidade de lados
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em tor-
no de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também chamado Stotal = Sb + Sl
de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é denomi-
nado cone equilátero.

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R contido
em α e uma reta r concorrente aos dois.

g2 = h2 + r2

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de todos


os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono R e no
plano β.

25
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se pa-
ralelepípedos.

PARALELEPÍPEDO RETO PARALELEPÍPEDO OBLÍQUO

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces quadra-


Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruentes e
das.
paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos ligando-se
os vértices correspondentes das duas faces paralelas.

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às bases


Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o
prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são con-
gruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo: St = 6a2

Classificação pelo polígono da base Área paralelepípedo: St = 2(ab + ac + bc)

A área de um prisma: St = 2Sb + St


TRIANGULAR QUADRANGULAR
Onde: St = área total
Sb = área da base
Sl = área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Paralelepípedo: V = a . b . c
Cubo: V = a³

Demais: V = Sb . h

E assim por diante... RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA

Os problemas matemáticos são resolvidos utilizando inúmeros


recursos matemáticos, destacando, entre todos, os princípios algé-
bricos, os quais são divididos de acordo com o nível de dificuldade
e abordagem dos conteúdos. A prática das questões é que faz com
que se ganhe maior habilidade para resolver problemas dessa na-
tureza.

26
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos: Resolução:
01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista Sabemos que 9 . 3 = 27 e que, para sobrar 1, devemos fazer 27
Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Em um condomí- + 1 = 28.
nio, a caixa d’água do bloco A contém 10 000 litros a mais de água Resposta: E.
do que a caixa d’água do bloco B. Foram transferidos 2 000 litros de
água da caixa d’água do bloco A para a do bloco B, ficando o bloco 04. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista
A com o dobro de água armazenada em relação ao bloco B. Após a Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Na biblioteca de
transferência, a diferença das reservas de água entre as caixas dos um instituto de física, para cada 2 livros de matemática, existem 3
blocos A e B, em litros, vale de física. Se o total de livros dessas duas disciplinas na biblioteca é
(A) 4 000. igual a 1 095, o número de livros de física excede o número de livros
(B) 4 500. de matemática em
(C) 5 000.
(D) 5 500. (A) 219.
(E) 6 000. (B) 405.
(C) 622.
Resolução: (D) 812.
A = B + 10000( I ) (E) 1 015.
Transferidos: A – 2000 = 2.B , ou seja,A = 2.B + 2000( II )
Substituindo a equação ( II ) na equação ( I ), temos: Resolução:
2.B + 2000 = B + 10000
2.B – B = 10000 – 2000 𝑀 2 , ou seja, 3.M = 2.F( I )
=
B = 8000 litros (no início) 𝐹 3
Assim, A = 8000 + 10000 = 18000 litros (no início) M + F = 1095 , ou seja, M = 1095 – F( II )
Portanto, após a transferência, fica: Vamos substituir a equação ( II ) na equação ( I ):
A’ = 18000 – 2000 = 16000 litros 3 . (1095 – F) = 2.F
B’ = 8000 + 2000 = 10000 litros 3285 – 3.F = 2.F
Por fim, a diferença é de : 16000 – 10000 = 6000 litros 5.F = 3285
Resposta: E. F = 3285 / 5
F = 657 (física)
02. (IFNMG – Matemática - Gestão de Concursos) Uma linha Assim: M = 1095 - 657 = 438 (matemática)
de produção monta um equipamento em oito etapas bem defini- A diferença é: 657 – 438 = 219
das, sendo que cada etapa gasta exatamente 5 minutos em sua Resposta: A.
tarefa. O supervisor percebe, cinco horas e trinta e cinco minutos
depois do início do funcionamento, que a linha parou de funcionar. 05. (CEFET – Auxiliar em Administração – CESGRANRIO) Caio
Como a linha monta apenas um equipamento em cada processo de é 15 cm mais alto do que Pedro. Pedro é 6 cm mais baixo que João.
oito etapas, podemos afirmar que o problema foi na etapa: João é 7 cm mais alto do que Felipe. Qual é, em cm, a diferença
(A) 2 entre as alturas de Caio e de Felipe?
(B) 3 (A) 1
(C) 5 (B) 2
(D) 7 (C) 9
(D) 14
Resolução: (E) 16
Um equipamento leva 8.5 = 40 minutos para ser montado.
5h30 = 60.5 + 30 = 330 minutos Resolução:
330min : 40min = 8 equipamentos + 20 minutos (resto) Caio = Pedro + 15cm
20min : 5min = 4 etapas Pedro = João – 6cm
Como as alternativas não apresentam a etapa 4, provavelmen- João = Felipe + 7cm, ou seja:Felipe = João – 7
te, o problema ocorreu na etapa 3. Caio – Felipe = ?
Resposta: B. Pedro + 15 – (João – 7) =
João – 6 + 15 – João + 7 = 16
03. (EBSERH/HU-UFGD – Técnico em Informática – AOCP) Jo- Resposta: E.
ana pretende dividir um determinado número de bombons entre
seus 3 filhos. Sabendo que o número de bombons é maior que 24 e
menor que 29, e que fazendo a divisão cada um dos seus 3 filhos re-
ceberá 9 bombons e sobrará 1 na caixa, quantos bombons ao todo
Joana possui?
(A) 24.
(B) 25.
(C) 26.
(D) 27.
(E) 28

27
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

ESTRUTURA LÓGICA DAS RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, COISAS, EVENTOS FICTÍCIOS; DEDU-
ÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABE-
LECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. IDENTIFICAÇÃO DE REGULARIDADES DE UMA SEQUÊNCIA, NUMÉRICA
OU FIGURAL, DE MODO A INDICAR QUAL É O ELEMENTO DE UMA DADA POSIÇÃO. ESTRUTURAS LÓGICAS, LÓGICAS
DE ARGUMENTAÇÃO, DIAGRAMAS LÓGICOS, SEQUÊNCIAS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

28
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

29
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V

30
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

31
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

32
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.

33
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

34
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

35
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “ou” (v)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

36
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

37
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Reflexiva:
sição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição. • Transitiva:
(D) uma contingência. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(E) uma disjunção. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Resolução: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Montando a tabela teremos que:
Regras de Inferência
P ~p ~p ^p • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
V F F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
V F F sições verdadeiras já existentes.
F V F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente • Silogismo Disjuntivo
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.
• Modus Ponens
Exemplo:

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia: • Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

38
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Tautologias e Implicação Lógica – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
• Teorema ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético


Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Princípio da inconsistência Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
p ^ ~p ⇒ q mo que dizer “nenhum B é A”.
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
sição q. grama (A ∩ B = ø):

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
ou falsa. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.

39
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” Exemplos:
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três dos.
representações possíveis: (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao mos a alternativa B.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que Algum B não é A. que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
• Negação das Proposições Categóricas Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as são pardos NÃO miam alto.
seguintes convenções de equivalência: Resposta: C
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (A) Todos os não psicólogos são professores.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (B) Nenhum professor é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (C) Nenhum psicólogo é professor.
uma proposição de natureza afirmativa. (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Em síntese:
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

40
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. NENHUM
E
(C) Todo número natural é diferente de cinco. AéB
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
Resolução: vice-versa.
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos. ALGUM
O
A NÃO é B
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS


Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
TODO ou seja, na intercessão).
A Temos também no segundo caso, a dife-
AéB
rença entre conjuntos, que forma o con-
Se um elemento pertence ao conjunto A, junto A - B
então pertence também a B.

41
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO Segundo as afirmativas temos:
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
nos afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

42
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Exemplo: Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P1: Todos os cientistas são loucos. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
P2: Martiniano é louco. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Exemplo: “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
O silogismo... comum.
P1: Todos os homens são pássaros. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
P2: Nenhum pássaro é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
essa frase da seguinte maneira: conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

43
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Argumentos Inválidos colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
são. veracidade da conclusão!

Exemplo: Métodos para validação de um argumento


P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
P2: Patrícia não é criança. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
de chocolate. nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-


rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da mais complicadas.
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos Em síntese:
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!

44
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Exemplos:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as
seguintes proposições sejam verdadeiras.
(p ∧ q) → r • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
_____~r_______ • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
~p ∨ ~q • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
• Quando Fernando está estudando, não chove.
Resolução: • Durante a noite, faz frio.
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum
ou nenhum? Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos item subsecutivo.
à pergunta seguinte. Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
( ) Certo
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- ( ) Errado
ções simples?
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o Resolução:
2º método. A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
ção simples ou uma conjunção? A = Chove
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar B = Maria vai ao cinema
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos C = Cláudio fica em casa
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: D = Faz frio
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição E = Fernando está estudando
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta F = É noite
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método! Lembramos a tabela verdade da condicional:
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar utilizando isso temos:
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
argumento é ou NÃO VÁLIDO. estava estudando. // B → ~E
Iniciando temos:
Resolução pelo 4º Método 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
mos: tem que ser F.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
deiro! // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas vai ao cinema tem que ser V.
verdadeiras! Teremos: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é sai de casa tem que ser F.
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
r é verdadeiro. // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é ser V ou F.
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V

Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! Resposta: Errado

45
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, então
Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

46
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2º passo – construir a tabela gabarito.
Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS
Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

47
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

48
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução: Tipos de quantificadores
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; • Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo Exemplo:
Todo homem é mortal.
− Mariana viajou para Curitiba; A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Na representação do diagrama lógico, seria:

Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
mem.
Luiz N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
Arnaldo N N 1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
Paulo N N A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
− Luiz não viajou para Fortaleza. (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Aplicando temos:
Luiz N N N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Arnaldo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
Mariana N N S N
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Paulo N N a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
gar, logo, é uma proposição lógica.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- • Quantificador existencial (∃)
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S
Exemplo:
Resposta: B “Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
é:
Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA

49
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ reto.
(x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ EXERCÍCIOS
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença 1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL
será verdadeira? SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can-
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio.
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos Sabe-se que:
julgar, logo, é uma proposição lógica. • dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao
ATENÇÃO: de mulheres de nível médio;
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” • dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é O número de candidatos homens de nível médio é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. (A) 42.
(B) 45.
Forma simbólica dos quantificadores (C) 48.
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). (D) 50.
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). (E) 52.
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). 2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José
Exemplos: foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
Todo cavalo é um animal. Logo, obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. 6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni
(C) Todo animal é cavalo. fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo-
(D) Nenhum animal é cavalo. cação, é correto afirmar que o vencedor foi:
(A) José
Resolução: (B) Isabella
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- (C) Maria Eduarda
sões: (D) Raoni
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal. 3. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO /2017)
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça Em um determinado zoológico, a girafa deve comer a cada 4 horas,
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma o leão a cada 5 horas e o macaco a cada 3 horas. Considerando
de conclusão). que todos foram alimentados às 8 horas da manhã de domingo, é
Resposta: B correto afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a ali-
mentação a todos concomitantemente às:
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- (A) 8 horas de segunda-feira.
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. (B) 14 horas de segunda-feira.
(C) 10 horas de terça-feira.
Resolução: (D) 20 horas de terça-feira.
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais (E) 9 horas de quarta-feira.
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x. 4. (EMBASA – ASSISTENTE DE LABORATÓRIO – IBFC/2017)
– 1º passo: observar os quantificadores. Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma com 1,40 metros
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos de comprimento e outra com 2,45 metros de comprimento. Ele pre-
os valores de x devem satisfazer a propriedade. tende cortá-las em barras de tamanhos iguais, de modo que cada
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- pedaço tenha a maior medida possível. Nessas circunstâncias, o to-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. tal de pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos ferro, é:
x e y. (A) 9
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. (B) 11
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. (C) 12
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). (D) 13
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.

50
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
5. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) 10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV/2015)
José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 e 8 anos, respec- Os 12 funcionários de uma repartição da prefeitura foram submeti-
tivamente, pretende dividir entre os filhos a quantia de R$ 240,00, dos a um teste de avaliação de conhecimentos de computação e a
em partes diretamente proporcionais às suas idades. Considerando pontuação deles, em uma escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
o intento do genitor, é possível afirmar que cada filho vai receber,
em ordem crescente de idades, os seguintes valores: 50 55 55 55 55 60
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. 62 63 65 90 90 100
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00.
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. O número de funcionários com pontuação acima da média é:
(D)R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) 3;
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) 4;
(C) 5;
6. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- (D) 6;
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 caixas Q, (E) 7.
todas também iguais, preenchem totalmente certo compartimento,
inicialmente vazio. Também é possível preencher totalmente esse 11. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
mesmo compartimento completamente vazio utilizando 4 caixas K MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um número na-
mais certa quantidade de caixas Q. Nessas condições, é correto afir- tural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes esse número.
mar que o número de caixas Q utilizadas será igual a Qual é esse número?
(A) 10. (A) 2
(B) 28. (B) 3
(C) 18. (C) 4
(D) 22. (D) 5
(E) 30.
12. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
7. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma clínica. Ela
Durante 90 dias, 12 operários constroem uma loja. Qual o número saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela ficou
mínimo de operários necessários para fazer outra loja igual em 60 durante uma hora e meia na clínica, então o tempo gasto no trânsi-
dias? to, no trajeto de ida e volta, foi igual a
(A) 8 operários. (A) 1/2h.
(B) 18 operários. (B) 3/4h.
(C) 14 operários. (C) 1h.
(D) 22 operários. (D) 1h 15min.
(E) 25 operários (E) 1 1/2h.

8. (FCEP – TÉCNICO ARTÍSTICO – AMAUC/2017) A vazão de 13. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tempo necessário NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros de
para essa torneira encher completamente um reservatório retan- suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diária é dis-
gular, cujas medidas internas são 1,5 metros de comprimento, 1,2 tribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada
metros de largura e 70 centímetros de profundidade é de: uma. Nessas condições, é correto afirmar que a cada cinco dias a
(A) 1h 16min 00s indústria utiliza uma quantidade de caixinhas P igual a
(B) 1h 15min 36s (A) 25000.
(C) 1h 45min 16s (B) 24500.
(D) 1h 50min 05s (C) 23000.
(E) 1h55min 42s (D) 22000.
(E) 20500.
9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VUNESP/2016)
A média de salários dos 13 funcionários de uma empresa é de R$ 14. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-
1.998,00. Dois novos funcionários foram contratados, um com o GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 litros de
salário 10% maior que o do outro, e a média salarial dos 15 funcio- uma substância líquida em recipientes de 72 cm3 cada um. Sabe-se
nários passou a ser R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois que cada recipiente, depois de cheio, tem 80 gramas. A quantidade
novos funcionários, é igual a: de toneladas que representa todos os recipientes cheios com essa
(A) R$ 2.002,00. substância é de
(B) R$ 2.006,00. (A) 16
(C) R$ 2.010,00. (B) 160
(D) R$ 2.004,00. (C) 1600
(E) R$ 2.008,00. (D) 16000

51
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
15. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) 18. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de comprimento,
duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se foi totalmente coberto por 108 placas quadradas de porcelanato,
que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir- todas inteiras. Sabe-se que quatro placas desse porcelanato cobrem
mar que o término das aulas de João se dá às: exatamente 1 m2 de piso. Nessas condições, é correto afirmar que
(A) 22h30min o perímetro desse piso é, em metros, igual a
(B) 22h40min (A) 20.
(C) 22h50min (B) 21.
(D) 23h (C) 24.
(E) Nenhuma das anteriores (D) 27.
(E) 30.
16. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a seguir, de 19. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-
vértices A, B e C, representa uma praça de uma cidade. Qual é a SOR – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular resolveu
área dessa praça? cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de madeira. Colocou uma
estaca em cada um dos quatro cantos do terreno e as demais igual-
mente espaçadas, de 3 em 3 metros, ao longo dos quatro lados do
terreno.
O número de estacas em cada um dos lados maiores do terre-
no, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do número de estacas
em cada um dos lados menores, também incluindo os dois dos can-
tos.

A área do terreno em metros quadrados é:


(A) 120 m² (A) 240;
(B)90 m² (B) 256;
(C) 60 m² (C) 324;
(D) 30 m² (D) 330;
(E) 372.
17. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centímetros, 20. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO- VU-
mostra um painel informativo ABCD, de formato retangular, no qual NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em
se destaca a região retangular R, onde x > y. metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com formato de triângu-
los retângulos, situadas em uma praça e destinadas a atividades de
recreação infantil para faixas etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em metros,


igual a
(A) 54.
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados correspon- (B) 48.
dentes do retângulo ABCD e da região R é igual a 5/2 , é correto (C) 36.
afirmar que as medidas, em centímetros, dos lados da região R, in- (D) 40.
dicadas por x e y na figura, são, respectivamente, (E) 42.
(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80. GABARITO
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78.
1. Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio.

52
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2. Resposta: D. 75min=60+15=1h15min
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.
9. Resposta: C
3. Resposta: D. Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcionários
Mmc(3, 4, 5)=60 x/13=1998
60/24=2 dias e 12horas X=13.1998
Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima alimentação X=25974
será na terça às 20h.
Vamos chamar de y o funcionário contratado com menor valor
4. Resposta: B. e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois ele ganha y+10%
de y
140 2 245 5 Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
70 2 49 7 25974+2,1y=15∙2013
35 5 7 7 2,1y=30195-25974
2,1y=4221
7 7 1
Y=2010
1
10. Resposta: A
Mdc=5.7=35
140/35=4
245/35=7
Portanto, serão 11 pedaços.
M=66,67
5. Resposta: E Apenas 3 funcionários estão acima da média.
2k+5k+8k=240
15k=240 11. Resposta: B.
K=16 2x²+3=7x
Alfredo: 2⋅16=32 2x²-7x+3=0
Bernardo: 5⋅16=80 ∆=49-24=25
Caetano: 8⋅16=128

6. Resposta: E
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 caixa,
faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q, então vamos
ver o equivalente de 12 caixas K

Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém.

12. Resposta: C.
Q=30 caixas Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida e volta
demorou 1 hora.
7. Resposta: B
13. Resposta: A.
OPERÁRIOS dias 4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
12 ----- 90 1500000/300=5000 caixinhas por dia
X ----- 60 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcio- 14. Resposta: A.


nal) 14400litros=14400000 ml

60x=1080
X=18 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

8. Resposta: B 15. Resposta: B.


V=1,5.1,2.0,7=1,26m³=1260 litros 5⋅45=225 minutos de aula
50 litros-----3 min 225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
1260--------x tervalo=4horas
X=3780/50=75,6min 18:40+4h=22h:40
0,6min=36s

53
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
16. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

17. Resposta: A

Y²=16²+12²
Y²=256+144=400
Y=20

5y=320 Perímetro: 16+12+20=48


Y=64

ANOTAÇÕES

5x=400 ______________________________________________________
X=80
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
18. Resposta: B.
108/4=27m² ______________________________________________________
6x=27
X=27/6 ______________________________________________________

O perímetro seria ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
19. Resposta: C ______________________________________________________
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contando duas ve- ______________________________________________________
zes o canto
6x=30 ______________________________________________________
X=5
______________________________________________________
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas a cada 3m
______________________________________________________
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas ______________________________________________________
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m² ______________________________________________________

20. Resposta: B ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
9x=108
X=12 ______________________________________________________
Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
______________________________________________________

______________________________________________________

54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1. MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação de arquivos e
pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. MS-Office 2016, MS-Word 2016: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas, legendas, índices,
inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
3. MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas e gráficos,
uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e numeração de pági-
nas, obtenção de dados externos, classificação de dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. MS-PowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e rodapés, noções
de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação, animação e transição entre
slides. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6. Internet: navegação internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-WINDOWS 7: CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE TRANS-
FERÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO
COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS

O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft1.


Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do
Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.2

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows
7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de
trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.

1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf
2 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ati-
vo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas
ou entre programas.

Alternar entre janelas.3

– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acumulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de ta-
refas.

Pré-visualização de janela.4

Botão Iniciar

Botão Iniciar5

3 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
4 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-windows-7.
html
5 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que,
por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Menu Iniciar.6

Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir.
Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows
e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organiza-
da do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e tam-
bém renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados gravados.

6 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos
e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que
você organize da forma como desejar.

Bibliotecas no Windows 7.8

Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramen-
tas para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no
submenu, que aparece, escolha Acessórios.

7 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-clover-2.html
8 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bloco de Notas
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado
normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos
com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto).

Bloco de Notas.

WordPad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado
com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF. Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a exten-
são DOC entre outras.

WordPad.9

9 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-life

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.10

• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

10 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Painel de Controle
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para confi-
gurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas comuns
(por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário também podem
inserir ícones no Painel de controle.

Painel de Controle.11

Novidades do Windows 7

Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas
pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas que
ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item minimizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação de
ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário
redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do suporte a
TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas locais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações.
Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque na
tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos.
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

11 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha-
MS-OFFICE 2016, MS-WORD 2016: ESTRUTURA BÁSICA rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou
DOS DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEX- Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no
TOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS, FONTES, COLUNAS, documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli-
MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS, TABELAS, que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
DE PÁGINAS, LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJE- compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
TOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO em tempo real.

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e


novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
mentos de maneira fácil e prática12.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter-
mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da


Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função
Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela
do programa e lista todas as entradas na internet relacionadas com
a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível
ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o
dedo ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhe-
cer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários


usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.
– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico
para conferir uma lista completa de alterações feitas a um docu-
mento e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar
para compartilhar seu documento com outras pessoas no Share-
Point, no OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um
PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

12 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout13.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.14

Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201615.

Área de trabalho do Word 2016.


13 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.
14 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
15 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido
Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-EXCEL 2010: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁ-
FICOS, ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO
DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO DE DADOS
EXTERNOS, CLASSIFICAÇÃO DE DADOS

O Microsoft Excel 2010 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos quadra-
dos chamadas de células.
É um programa voltado para construção de tabelas simples até as mais complexas. Ao abrir o aplicativo, o que se visualiza é uma folha
composta de colunas e linhas formando células.

Tela inicial do Excel 2010.

Nessa versão temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo especificamente, 1.048.576 linhas e 16.384 colunas.

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
As cinco principais funções do Excel são16:

– Planilhas: você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical.


– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 2 e a coluna B, então a célula será chamada B2, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

16 http://www.prolinfo.com.br

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Células.
Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)
A “faixa de opções introduzida pela primeira vez no Excel 2007, foi aprimorada na versão 2010 e possui algumas diferenças que estão
listadas:

A volta do “Arquivo”: o botão “Arquivo”, que ficou amplamente divulgado nas versões anteriores à versão 2007 retorna na versão
2010. Na versão 2007 este botão havia sido substituído pelo “Botão do Office”, mas na versão 2010, ele voltou a ser chamado de “Arquivo”,
que ao receber o clique, ingressará no “modo de exibição do Microsoft Office Backstage”.
A faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era co-
nhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO
> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Copiar Fórmula para células adjacentes


Copiar uma fórmula para células vizinhas representa ganho de tempo ao trabalhar com planilhas.
Para isso, podemos usar a alça de preenchimento. Sua manipulação permite copiar rapidamente conteúdo de uma célula para outra,
inclusive fórmulas.

Alça de Preenchimento.

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-POWERPOINT 2010: ESTRUTURA BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS DE SLIDES, ANOTAÇÕES, RÉGUA,
GUIAS, CABEÇALHOS E RODAPÉS, NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS,
NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO, ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES

O PowerPoint 2010 é um aplicativo visual e gráfico, integrante do pacote Office, usado principalmente para criar apresentações. Com
ele, você pode criar visualizar e mostrar apresentações de slides que combinam texto, formas, imagens, gráficos, animações, tabelas,
vídeos e muito mais.
Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Ele permite um acesso prático, fácil e criativo para todas as necessidades
de apresentações, além de dispor de diversos recursos novos e aprimorados que as tornarão dinâmicas e atraentes, como as novas capa-
cidades para os gráficos, temas do PowerPoint e ferramentas de formatação aprimoradas para tipografia17.
É importante ressaltar que a página do Office 2010 não é muito diferente do PowerPoint 2007. O que muda na verdade são algumas
teclas de comando e a distribuição dos recursos.

Tela inicial do PowerPoint 2010.

1. Guia Arquivo: ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar,
Enviar, Publicar e Fechar.

2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido : localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Micro-
soft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos independentes da guia exibida no momento. É possível
adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
3. Barra de Título: exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.
4. Botões de Comando da Janela: acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa Power-
Point.

17 https://www2.unifap.br/unifapdigital/files/2017/01/M%C3%B3dulo-5.pdf

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5. Faixa de Opções: a Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os
comandos são organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou
disposição de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia
Ferramentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos18.

6. Painel de Anotações: nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.
7. Barra de Status: exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

8. Nível de Zoom: clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O PowerPoint
2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2010 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; es-
colher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura e criar
efeitos, como transições de slides animados.
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo.
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento
existente ou Modelos do Microsoft Office On-line).
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

18 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tema
No PowerPoint, você verá alguns modelos e temas internos. Um tema é um design de slide que contém correspondências de cores,
fontes e efeitos especiais como sombras, reflexos, dentre outros recursos.
1. Clique na guia Design.

2. Clique no tema com as cores, as fontes e os efeitos desejados.


3. Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado clicando
sobre ele.

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Então basta começar a digitar.

Formatar texto
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão
esquerdo.

Fonte: altera o tipo de fonte.


Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, promoven-
do uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no botão , localizado na guia Início.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2010 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS,


ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS

E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem mensagem atualmente19. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode man-
dar uma mensagem para outra pessoa que também tenha e-mail, não importando a distância ou a localização.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estrutura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido do
usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. O resultado é algo como:

maria@apostilassolucao.com.br

Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjunto de
regras para o uso desses serviços.

Correio Eletrônico
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de correio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio e recebimento de mensagens20. Estas mensagens são armazenadas no
que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos e
extração de cópias das mensagens.

Funcionamento básico de correio eletrônico


Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois programas funcionando em uma máquina servidora:
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de transferência de correio simples, responsável pelo envio de mensa-
gens.
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de cor-
reio internet), ambos protocolos para recebimento de mensagens.

Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber e-mails
conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicialmente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever sua mensagem
de forma textual no editor oferecido pelo cliente de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui o formato “nome@
dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar, nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comunicando-se com o pro-
grama SMTP, entregando a mensagem a ser enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do destinatário (nome antes do @)
e o domínio, i.e., a máquina servidora de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio, o servidor SMTP resolve o DNS,
obtendo o endereço IP do servidor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, perguntando se o
nome do destinatário existe naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena
a mensagem na caixa de e-mail do destinatário.

19 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf
20 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-webmail-e-mozilla-thunderbird/

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ações no correio eletrônico
Independente da tecnologia e recursos empregados no correio eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
– Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

21

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).
21 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

22

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

INTERNET: NAVEGAÇÃO INTERNET, CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos
submarinos, canais de satélite, etc23. Ela nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se cha-
mava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o número de
adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas instituições
possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a partici-
par da rede. O grande atrativo da internet era a possibilidade de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com outras pessoas
que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de acesso
à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computador à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio de um con-
junto como modem, roteadores e redes de acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).

22 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
23 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
World Wide Web URL
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de ou uma rede corporativa, uma intranet.
forma simples e fácil de acessar. Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da minho/recurso.
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples HTTP
e agradável. É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
Protocolo de comunicação web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os Hipertexto
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- Navegadores
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
computador de origem. ções da internet na tela do computador do usuário.
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das Além de também serem conhecidos como browser ou web
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
Internet. vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive tados à internet.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
externo. internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
TCP / IP jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). página ou site na rede.
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
nas literaturas como sendo: servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
- O protocolo principal da Internet; tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
- O protocolo padrão da Internet; transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte gador e os servidores.
ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Funcionalidades de um Navegador de Internet
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon- usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans- Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
porte dos pacotes). códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
Domínio através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- site na internet.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
– 74.125.234.180. pretado pelos navegadores.
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos- Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
sível associar um endereço de um site a um número IP na rede. imagens e outros tipos de dados.
O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
http://www.empresa.com.br, em que: meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende- parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
reço pertence à web. página.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser- Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
viço. – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
com: indica que é comercial. do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
br: indica que o endereço é no Brasil. a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
página na web.
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais oferecem funcionalidades adicionais.
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura vra-chave digitando-a na barra de endereços.
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
para mostrar as atualizações. Microsoft Edge
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer24.
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe- O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
apagado, caso o usuário queira. Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo- vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis- Outras características do Edge são:
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas – Experiência de navegação com alto desempenho.
no navegador. – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
quer lugar conectado à internet.
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na- – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
virtual da Internet. Firefox
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
Internet Explorer conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram talado no PC, ele poderá ser instalado.
atualizadas no Edge.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Algumas características de destaque do Firefox são:


– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
Principais recursos do Internet Explorer: – Não exige um hardware poderoso para rodar.
– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos sos.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
através de ícones. vacidade.
– Gerenciador de downloads integrado. – Disponível em desktop e mobile.
– Mais estabilidade e segurança.
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
implementados nos sites mais modernos.

24 https://bit.ly/2WITu4N

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Google Chorme Safari
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo. é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior confiáveis para usar.
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada.

Principais recursos do Google Chrome: O Safari também se destaca em:


– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- – Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
sos RAM suficientes. tivo Apple (iOS).
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
funcionalidades. namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- – Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
údos otimizados. visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- pos de informação.
TPS). – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
– Disponível em desktop e mobile. da Apple (Windows e Linux).
– Disponível em desktops e mobile.
Opera
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- Intranet
luindo como um dos melhores navegadores de internet. A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida- um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
de da experiência do usuário. que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
internos25.
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.

Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem


alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Outros pontos de destaques do Opera são: Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener- A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
gia. porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
velocidade de conexões de baixo desempenho. reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis de informações.
(3G ou 4G). Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
páginas bancárias e de vendas on-line. nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado. a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
– Disponível em desktop e mobile. significativo em termos de segurança.

25 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
te-2/

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
( ) Escolher o slide no qual se deseja adicionar uma transição.
EXERCÍCIOS ( ) Selecionar a Visualização para ver como a transição é exi-
bida.
1. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - ORIENTADOR SOCIAL - VU-
NESP/2020) Em um computador com Microsoft Windows 7 insta- A sequência está correta em(A) 3, 2, 1, 4.
lado, em sua configuração original, um usuário clicou com o botão (B) 1, 2, 3 ,4.
invertido do mouse sobre um ponto vazio da Área de Trabalho e (C) 3, 4, 1, 2.
obteve o seguinte menu de contexto, exibido parcialmente na ima- (D) 1, 4, 2, 3.
gem a seguir.
6. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBADE/2020)
O programa utilizado para criação/edição e exibição de slides é:
(A) Excel.
(B) Word.
(C) Photoshop.
(D) Power Point.
(E) Media Player.

7. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020)


Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Micro-
soft Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores di-
ferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme
A opção Novo permite que se crie um(a) novo(a) imagem abaixo.
(A) Usuário
(B) Atalho
(C) Papel de parede
(D) Barra de ferramentas
(E) Pesquisa por arquivos

2. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - MÉDICO 20H - VU-


NESP/2020) Assinale a alternativa que apresenta apenas extensões
de arquivos reconhecidas por padrão, no MS-Windows 7, em sua
configuração padrão, como arquivos de imagens.
(A) bmp e pptx.
(B) xlsx e docx.
(C) txt e jpg.
(D) jpg e png.
(E) png e doc. Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos
valores de todos os equipamentos do departamento de informáti-
3. (PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - AUDITOR PLENO - INSTITU- ca, seria necessário utilizar a fórmula:
TO EXCELÊNCIA/2019) Utilizando o Microsoft Word 2016 para for- (A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
matar o texto em um documento como colunas. Qual das alternati- (B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
vas contém o caminho certo para realizar essa ação? (C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
(A) Selecione o texto - Guia Inserir - Opção Colunas. (D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)
(B) Selecionar o texto - Guia Layout - Opção Colunas.
(C) Selecione o texto - Guia Página Inicial - Opção Colunas. 8. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO EX-
(D) Nenhuma das alternativas. CELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na sua
configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual opera-
4. (PREFEITURA DE TIBAGI/PR - AGENTE DE DEFESA CIVIL - FA- dor aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma potencia-
FIPA/2019) O Microsoft Word Pt-Br versão 2016 possui guias que ção?
facilitam e organizam a utilização do Software. Por padrão, as guias (A) !
que vêm disponíveis no programa são exatamente essas apresenta- (B) $
das abaixo, com exceção da: (C) *
(A) Exibir. (D) @
(B) Layout. (E) ^
(C) Design.
(D) Corrigir.

5. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) O PowerPoint permite, ao


preparar uma apresentação, inserir efeitos de transições entre os
slides. Analise os passos para adicionar a transição de slides.
( ) Selecionar Opções de Efeito para escolher a direção e a na-
tureza da transição
( ) Selecionar a guia Transições e escolher uma transição; sele-
cionar uma transição para ver uma visualização.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
9. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI-
NISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web
ANOTAÇÕES
(WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem
corrente, e não são porque ______________________________________________________
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági-
nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de ______________________________________________________
acesso a um computador.
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co- ______________________________________________________
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço
especial de acesso ao Google. ______________________________________________________
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial,
______________________________________________________
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun-
cionam dentro da internet. ______________________________________________________
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários compu-
tadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico. ______________________________________________________
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan-
to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso ______________________________________________________
especial ao Google.
______________________________________________________
10. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE AD-
______________________________________________________
MINISTRATIVO - COTEC/2020) Em observação aos conceitos e com-
ponentes de e-mail, faça a relação da denominação de item, pre- ______________________________________________________
sente na 1.ª coluna, com a sua definição, na 2.ª coluna.
Item ______________________________________________________
1- Spam
2- IMAP ______________________________________________________
3- Cabeçalho
4- Gmail ______________________________________________________

Definição ______________________________________________________
( ) Protocolo de gerenciamento de correio eletrônico.
______________________________________________________
( ) Um serviço gratuito de webmail.
( ) Mensagens de e-mail não desejadas e enviadas em massa ______________________________________________________
para múltiplas pessoas.
( ) Uma das duas seções principais das mensagens de e-mail. ______________________________________________________

A alternativa CORRETA para a correspondência entre colunas é: ______________________________________________________


(A) 1, 2, 3, 4.
(B) 3, 1, 2, 4. ______________________________________________________
(C) 2, 1, 4, 3.
______________________________________________________
(D) 2, 4, 1, 3.
(E) 1, 3, 4, 2. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________

_____________________________________________________
1 B
2 D ______________________________________________________
3 B ______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 A
6 D ______________________________________________________
7 B ______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 C
10 D ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

1. Noções de Direito Administrativo: Servidores públicos: Conceito e classificação. Deveres e proibições dos servidores públicos. Regime
disciplinar dos servidores públicos. Sanções disciplinares. Processo administrativo disciplinar: apuração preliminar e sindicância. Res-
ponsabilidade civil dos servidores públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Bens Públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3. Atos administrativos. Ato administrativo e fato administrativo. Conceito, classificação, espécies de ato administrativo. Existência, vali-
dade e eficácia do ato administrativo. Elementos e pressupostos. Atributos. Extinção e modificação do ato administrativo. Revogação.
Retificação e invalidação. Convalidação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. Processo administrativo: conceito, requisitos, objetivos, fases, espécies, princípios do processo administrativo. . . . . . . . . . . . . . . 25
5. Licitações públicas. Lei Federal nº 8.666/93. Dever de licitar, Princípios da licitação. Modalidades licitatórias. Pregão, Lei Federal
10.520/02. Processo licitatório. Registros cadastrais. Registro de preços. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
6. Contratos administrativos. Conceito, natureza jurídica. Peculiaridade e características dos contratos administrativos. Prazo e prorroga-
ção do contrato. Formalidades, instrumento contratual. Eficácia. Extinção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
7. Processo legislativo constitucional; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
8. Lei Federal Complementar nº 95, de 1998; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
9. Decreto Federal nº 9.191, de 2017. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Servidores temporários: são os contratados por determinado


NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: SERVIDORES período de tempo com o objetivo de atender à necessidade tempo-
PÚBLICOS: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO. DEVERES E rária de excepcional interesse público. Exercem funções públicas,
PROIBIÇÕES DOS SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME mas não ocupam cargo ou emprego público. São regidos por regime
DISCIPLINAR DOS SERVIDORES PÚBLICOS. SANÇÕES jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade federativa.
DISCIPLINARES. PROCESSO ADMINISTRATIVO DIS-
CIPLINAR: APURAÇÃO PRELIMINAR E SINDICÂNCIA. Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os mi-
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SERVIDORES PÚBLICOS litares eram tratados como “servidores militares”. Militares são
aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha,
Conceito o Exército e a Aeronáutica, às Polícias Militares ou aos Corpos de
A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo, Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios,
várias regras de organização do Estado brasileiro, dentre elas, as que estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pe-
concernentes à Administração Pública e seus agentes como um los cofres públicos. Por estarem submetidos a um regime jurídico
todo. estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submeti-
A designação “agente público” tem sentido amplo e serve para dos à regras jurídicas diferentes das aplicadas aos servidores civis
conceituar qualquer pessoa física exercente de função pública, de estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma
forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou administra- categoria propícia de agentes públicos.
tiva, com investidura definitiva ou transitória.
Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares
Espécies (classificação) alguns direitos sociais conferidos aos trabalhadores de forma geral,
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as ca- são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas
tegorias de agentes públicos: agentes políticos, servidores públicos com acréscimo ao menos um terço da remuneração normal; licença
civis, militares e particulares em colaboração com o serviço público. à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade e assis-
tência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o nascimen-
Vejamos cada classificação detalhadamente: to até cinco anos de idade em creches e pré-escolas.
Ademais, os servidores militares estão submetidos por força da
Agentes políticos Constituição Federal a determinadas regras próprias dos servidores
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbên- públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório, irredutibili-
cia de propor ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos. dade de vencimentos, dentre outras peculiaridades.
Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal, Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas algu-
estadual e municipal e de seus auxiliares diretos, quais sejam, os mas vedações que constituem direito dos demais agentes públicos,
Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder Legisla- como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como da greve
tivo como Senadores, Deputados e Vereadores. e, quando estiverem em serviço ativo, da filiação a partidos políti-
De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo, cos.
com exceção dos Ministros e Secretários que são ocupantes de car-
gos comissionados, de livre nomeação e exoneração. Cargo, Emprego e Função Pública
Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar de Para que haja melhor organização na Administração Pública, os
forma ampla a categoria de agentes políticos, de forma a transpare- servidores públicos são amparados e organizados a partir de qua-
cer que os demais agentes que exercem, com alto grau de autono- dros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, empre-
mia, categorias da soberania do Estado em decorrência de previsão gos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma pessoa
constitucional, como é o caso dos membros do Ministério Público, jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos internos.
da Magistratura e dos Tribunais de Contas.
Cargo
Servidores Públicos Civis O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei
De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas 8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribui-
que prestadoras de serviços às entidades federativas ou as pessoas ções e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
jurídicas da Administração Indireta em função da relação de traba- devem ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos consi-
lho que ocupam e com remuneração ou subsídio pagos pelos co- derar o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional
fres públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas da Administração Pública a ser preenchido por um servidor público.
jurídicas. Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, trans-
Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públi- formados e extinguidos por força de lei.
cos em civis e militares. Pelo fato de termos adotado a classificação Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do Po-
aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores der Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção de
militares como sendo uma categoria à parte, designando-os apenas cargos, empregos e funções públicas.
de militares, e, por conseguinte, usando a expressão servidores pú- Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não
blicos para se referir somente aos servidores públicos civis. depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que mes-
De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos, os mo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou veto do
servidores públicos civis podem ser subdivididos da seguinte ma- chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que são leis
neira: sem sanção.

Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos


pelo regime estatutário.
Servidores ou empregados públicos: são os servidores contra-
tados sob o regime da CLT e ocupantes de empregos públicos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

A despeito da criação de cargos, vejamos: Função Pública


a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe Função pública também é uma espécie de ocupação de agen-
desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). te público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos
b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do existem determinadas atribuições que também são exercidas por
Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respec- servidores públicos, mas no entanto, essas funções não compõem
tivos Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego público,
de cargos para o Ministério Público. como por exemplo, das funções exercidas por servidores contrata-
c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou dos temporariamente, em razão de excepcional interesse público,
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder com base no art. 37, IX, da CFB/88.
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora. Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias, desempe-
nhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego público.
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se Além disso, existem funções de chefia, direção e assessoramento
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por para as quais o legislador não cria o cargo respectivo, já que serão
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver exercidas com exclusividade por ocupantes de cargos efetivos, nos
ocupado, só poderá ser extinto por lei. termos do art. 37, V, da CFB/88.

Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve- Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da
jamos: CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão,
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de dire-
podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em ção, chefia e assessoramento.
razão do regime de progressão do servidor na carreira.
Regimente Jurídico
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus
Provimento
titulares.
Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo ser-
vidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do qual
Em relação às garantias e características especiais que lhe são
ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo as
conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos; funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa.
e comissionados. Vejamos: Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de
cargos públicos em dois grupos. São eles:
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per-
manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es- Provimento originário: é ato administrativo que designa um
ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público. cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública.
37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri- O provimento originário é a única forma de nomeação reco-
buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma- nhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, ressal-
neira temporária, em função da confiança depositada pela autori- te-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público de
dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei, a or-
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu dem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque-se que o
ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade momento da nomeação configura discricionariedade do adminis-
nomeante. trador, na qual devem ser respeitados os prazos do concurso públi-
co, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90, devendo, por
Emprego conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito dos requisitos
Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito para a ocupação do cargo.
de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este
também chamados de celetistas ou empregados públicos. ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas a
A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne servidor
que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do público, o particular deverá assinar o termo de posse, se submeten-
empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do ser- do a todas as normas estatuárias da instituição.
vidor titular de cargo público é de natureza estatutária. O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a inves-
No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os tidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da Lei
8.112/90.
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas au-
De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse é
tarquias e fundações públicas de direito público, levando em conta
de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de pro-
a restauração da redação originária do caput do art. 39 da CF/1988
vimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a devi-
(ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado é o esta-
da comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por meio
tutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência entre o re- de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° da lei
gime estatutário e o celetista relativo aos entes que, anteriormente 8.112/90.
à concessão da medida cautelar mencionada, tenham realizado Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o ser-
contratações e admissões no regime de emprego público. No to- vidor público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para
cante às pessoas de Direito Privado da Administração Indireta como iniciar a exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1°
as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações do Estatuto dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das
públicas de direito privado, infere-se que somente é possível a exis- Fundações Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo
tência de empregados públicos, nos termos legais. respeitado este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será tor- Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de ven-
nado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, cimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido pelo
se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, ob- servidor em virtude da readaptação.
servado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de
10.12.97). Observação importante: esta modalidade de provimento deri-
vado independe da existência de cargo vago na carreira, porque ain-
Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para da que este não exista, o servidor sempre terá direito de ser readap-
posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração, tado e poderá exercer suas funções no novo cargo como excedente.
tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de ser- Caso não haja nenhum cargo na carreira, com funções compatíveis,
vidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo o servidor poderá ser aposentado por invalidez. Para que haja rea-
a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação. daptação, não há necessidade de a limitação ter ocorrido por causa
Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a do exercício do labor ou da função. A princípio, independentemen-
um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administra- te de culpa, o servidor tem direito a ser readaptado.
ção Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em
que pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento de- Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servi-
rivado somente será possível de ser concretizado, se o agente pro- dor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções de cargo
vier de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento específico e retorna às suas atividades. Esse provimento pode ocor-
originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra rer de quatro formas. São elas:
carreira.
Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retor-
de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento no do servidor público aposentado ao exercício do cargo público.
originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira A reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez,
por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de
e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que
defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula vincu- os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram
lante nº 43 do Supremo Tribunal Federal insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do ser-
vidor ao cargo.
Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade de pro-
vimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado de
em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos dispostos
não integra a carreira na qual anteriormente investido.
em lei, a legislação ordena que havendo interesse da Administração
Pública, que o servidor tenha requerido a reversão, que a aposenta-
Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado
doria tenha sido de forma voluntária, que o agente público já tives-
permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas característi-
se, antes, adquirido estabilidade quando no exercício da atividade,
cas específicas. Vejamos:
que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos anteriores à so-
licitação e também que haja cargo vago, no momento da petição
Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira ense-
de reversão.
jando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais altos, na
carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade e mereci-
mento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha ingressado, b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer o
mediante aprovação em concurso público no serviço público, bem retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava anterior-
como mediante assunção de cargo escalonado em carreira. mente, em decorrência da anulação do ato de demissão.
Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a demis-
deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de são do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, pon-
forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento. derando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por tudo
Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal.
assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por exem-
plo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o cargo c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, tra-
de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que tal ta-se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente
situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem a ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses:
realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi • Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro car-
abolida pela Constituição Federal de 1988. go: quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual
já havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do
Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação dis- serviço público.
posta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor • Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação ex-
em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por posta, na situação prática apresentada anteriormente, através da
este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese, qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é poste-
o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo, riormente reintegrado.
no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que sofreu
em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta limita- Observação importante: A recondução não gera direito à per-
ção mediante a apresentação de laudo laboral expedido por junta cepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim, o
médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente a impos- servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a remu-
sibilidade de o agente se manter no exercício de suas atividades de neração deste cargo.
trabalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se en- A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo
contra em disponibilidade, para assumir cargo com funções com- disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla
patíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto o defesa.
cargo que antes ocupava.
Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a ex- c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de
tinção ou declaração de desnecessidade de determinado cargo pú- atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
blico, o servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada em
demitido ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilida- inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do ór-
de. Nesses casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma gão competente.
temporária, mantendo o vínculo com a administração pública. O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde
Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilida- que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá
de, porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação
cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância
será obrigatório. de outro, acopladas num só ato.

Observação importante: o aproveitamento é obrigatório tan- d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público,
to para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre porque por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir
a Administração Pública não pode deixar de executar o aproveita- cargo mais elevado na carreira de ingresso.
mento para nomear novos candidatos, da mesma forma que o ser-
vidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo a recu- e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servi-
sar o aproveitamento. dor tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova,
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas
Vacância e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o
As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do primeiro.
cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo pú- Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida pela
blico vago. É um fato administrativo que informa que o cargo públi- Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, será
co não está provido e poderá preenchido por novo agente. necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não fazen-
A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas: do o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, por
conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da lei,
a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da penali-
pela Administração Pública, o servidor público passa para a inati- dade de demissão do servidor.
vidade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a
aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente ou Efetividade
por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas para A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo
que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas seguintes que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14,
maneiras: que garante a permanência no serviço público outorgada ao servi-
dor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo de
• Falecimento provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio proba-
Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse do tório e aprovado numa avaliação específica e especial de desempe-
servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente inviá- nho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor que ocupa
vel a ocupação do cargo. cargo de provimento efetivo.
Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser
• Exoneração titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende
Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder explicitamente da aprovação em concurso público.
público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dan- Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo de
do fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse. provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo. Entretan-
to, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua permanên-
cia no serviço público, a estabilidade, depois de três anos de exercí-
Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do servi-
cio, desde que seja aprovado no estágio probatório.
dor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo se
restará desfeito e o cargo vago.
Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun-
ções
b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor co-
Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados,
meter infração funcional, prevista em lei e será punível com a perda
transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder
do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90 em for-
Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, dis-
ma de sanção aplicada ao servidor que cometer.
por sobre a criação, transformação e extinção de cargos, empregos
Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que são configu- e funções públicas.
radas como condutas consideradas graves. Em determinados casos, Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, o processo de
definidos pelo legislador, a demissão proporá de forma automática criação não depende apenas de lei, mas sim de uma norma que
a indisponibilidade dos bens do servidor até que esse faça os de- mesmo apesar de possuir a mesma hierarquia de lei, não está na
vidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando de situações mais dependência de deliberação executiva com sanção ou veto do chefe
extremas, o legislador vedará por completo a o retorno do servidor do Executivo. Referidas normas, em geral, são chamadas de Reso-
ao serviço público. luções.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções pú-
denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos blicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei
cargos públicos, nos termos da lei. ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo
Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria, estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos, ve- não se admite a edição de decreto com essa finalidade.
jamos:
Remuneração
Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art.
desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). 37, a seguinte redação:

Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do Minis- X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
tério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respectivos trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação de por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, as-
cargos para o Ministério Público. segurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distin-
ção de índices;
Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse dispo-
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora. sitivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica para
que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em sentido
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que cada alte-
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por ração de remuneração de cargo público deverá ser feita através da
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver edição de lei ordinária específica para tratar desse assunto.
ocupado, só poderá ser extinto por lei.
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve- O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 7 men-
jamos: ciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso ordenamento
jurídico através da EC 19/1998, que é de medida obrigatória para
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes alguns cargos e facultativa para outros.
podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal,
razão do regime de progressão do servidor na carreira.
o subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acrésci-
mo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus
representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse
titulares.
paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie remu-
neração em sentido amplo.
Em relação às garantias e características especiais que lhe são
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha usado
conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com frequ-
e comissionados. Vejamos:
ência para indicar a remuneração dos servidores estatutários que
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per- não percebem subsídio.
manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es- Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados
ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público. um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens pecu-
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art. niárias estabelecidas em lei.
37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri- Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao deter-
buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma- minar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”, está,
neira temporária, em função da confiança depositada pela autori- em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, vencimen-
dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende tos e subsídios que os servidores públicos estatutários podem re-
de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu ceber.
ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo cita-
nomeante. do dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para o pa-
gamento ou quitação de serviços profissionais prestados em uma
Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime traba-
públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretan- lhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das Leis
to, a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art. do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados públicos
84, VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da recebem salário.
República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege,
decreto, quando estes se encontrarem vagos. para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as re-
O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria, a munerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com a
consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver seme- Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis
lhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou Leis Or- que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, pode-
gânicas, também podem extinguir por decreto funções ou cargos mos resumir das seguintes formas:
públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

A iniciativa é privativa do com a perda de valor relativo da moeda nacional. Já a revisão geral,
CARGO DO PODER de forma adversa das reestruturações de carreiras, tem o condão
Presidente da República
EXECUTIVO FEDERAL de alcançar todos os servidores públicos estatutários de todos os
(CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”);
Poderes da Federação em que esteja efetuando e deve ocorrer a
CARGOS DA CÂMARA a iniciativa é privativa dessa Casa cada ano.
DOS DEPUTADOS (CFB, art. 51, IV);
CARGOS DO SENADO a iniciativa é privativa dessa Casa (CF, Registre-se que a remuneração do servidor público é submeti-
FEDERAL art. 52, XIII); da aos valores mínimo e máximo.
Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos ser-
Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos vidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores
Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Le- em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser
gislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total
dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base.
de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores, Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante
onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ). 16.
Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais, Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo não
dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o STF,
dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao forne-
Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presiden- cimento das condições materiais para a correta prestação do ser-
te da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão viço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, denota-se
constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é reali- que os militares são enquadrados em um sistema que não se con-
zada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto Legislativo funde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez que estes
do Congresso Nacional. têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios (RE
Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribu- 570177/MG).
nal Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema Cor-
anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve te editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que “não
ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao
Executivo de cada Federação. salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”.
O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final,
garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto remune-
“servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de ratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC 41/2003.
índices. Vejamos:
A Constituição da República em seu texto original, usava os ter-
mos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No entanto, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões deixaram ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
de existir e o texto constitucional passou a se referir aos servidores fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores militares, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
apenas como “militares. mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
Também em seu texto original e primitivo, a Constituição Fe- pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
deral de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices de
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis e
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”, o
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser apli-
âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
cado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais como
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
espécie do gênero “servidores públicos”.
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
19/1998. aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o nal nº 41, 19.12.2003).
fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor, O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto ao
devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o subsídio
de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis-
um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
“aumento impróprio”. dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pesso-
mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as re- ais ou de qualquer outra natureza. Referente às parcelas de caráter
estruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais, indenizatório, estas não serão computadas para efeito de cálculo do
pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação teto remuneratório.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Perceba que a regra do teto remuneratório também e plena- a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de
mente aplicável às empresas públicas e às sociedades de economia instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do ser-
mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da União, dos viço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança de
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de domicílio em caráter permanente.
despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF).No A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não
entanto, se essas entidades não vierem a receber recursos públicos sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão,
para a quitação de despesas de custeio e de pessoal, seus empre- com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida
gados não estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se
art. 37, XI, da CF. afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo.
Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se existen- O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a remune-
te um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a todos os Po- ração do servidor, e não pode exceder a importância corresponden-
deres da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo este, te a três meses de remuneração.
o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado
referente a esse teto geral, existem tetos específicos aplicáveis aos pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo,
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companhei-
Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que a ro, não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma
remuneração dos servidores públicos não podem exceder o subsí- segunda ajuda de custo.
dio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode ultra- Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as
passar os limites a seguir: despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser
Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador; arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem,
Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Es- bagagem e bens pessoais.
taduais e Distritais; Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família,
Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargado- por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte
res do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do subsídio dos para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado
Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é nos termos da do óbito.
Lei, aplicável aos membros do Ministério Público, aos Procuradores Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina
e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não integrem o Poder que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando,
Judiciário. sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30
Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna, no dias.
art. 37, § 12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a cada
um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório local Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo
único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do res- somente é devida aos servidores que, no interesse da Administra-
pectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio dos ção, forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, pará-
Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem ado- grafo único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção
tar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de emenda ocorrer em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda
às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei Orgânica do de custo não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público
Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a Constituição Fe-
passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em
deral, o limite local único não deve ser aplicado aos subsídios dos
caráter permanente, por meio de processo seletivo de remoção,
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
não terá direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no
Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração dos
REsp 1.531.494/SC).
agentes públicos não poder exceder o teto geral e também não
pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto mu-
Diárias
nicipal.
São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em
Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em seu
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacio-
bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder Legislati-
vo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo nal ou para o Exterior, que também fará jus a passagens destinadas
Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta norma tem a indenizar as despesas extraordinárias com pousada, alimentação
sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo genérico, ao e locomoção urbana.
contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88, que explici- As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos
tamente estabelece limites precisos para os tetos remuneratórios. eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se
o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo
Direitos e deveres (art. 58, § 2º).
Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes pú- Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da
blicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
e das fundações públicas federais, é importante explanar que além ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
do vencimento - base, a lei prevê que o servidor federal poderá re- cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
ceber vantagens pecuniárias, sendo elas: brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
Indenizações para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de despe- A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
sas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. São pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
previstos por determinação legal, os seguintes tipos de indeniza- sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
ções a serem pagas ao servidor federal: extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, § 1º).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se
se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas
prazo de cinco dias. aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações
Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do pre- e adicionais:
visto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas em a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
excesso no prazo de cinco dias. sessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
exercício de serviço de interesse público realizar despesas com a exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição será fixado por lei es-
utilização de meio próprio de locomoção para a execução de servi- pecífica.
ços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art. 60 da b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador
Lei 8.112/90). da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 da
remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por
b) Auxílio - moradia: é o ressarcimento das despesas devida- mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento da
mente comprovadas e realizadas pelo servidor público com aluguel gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de exercí-
de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem devidamen- cio será considerada como mês integral.
te administrado por empresa hoteleira, no decurso do prazo de um c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
mês após a comprovação da despesa pelo servidor. ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo-
Para fazer jus ao recebimento do auxílio - moradia, o servidor cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe-
deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art. riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
60-B). Vejamos: habitualmente colocam em risco a sua vida.
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio - moradia ao servidor se aten- d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel trabalho.
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). (art. 73). No entanto, somente será permitido serviço extraor-
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te- dinário para atender a situações excepcionais e temporárias, res-
nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi- peitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74).
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en-
tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno,
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra-
Lei nº 11.355, de 2006).
balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e
auxílio - moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
trinta segundos (art. 75).
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocu-
f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e
par cargo em comissão ou função de confiança do Grupo - Direção
disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente
e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Es-
de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias,
pecial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das
11.355, de 2006). férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em re- gem será considerada no cálculo do adicional de férias.
lação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito
Lei nº 11.355, de 2006). assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in- instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
ferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
11.355, de 2006). curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº candidatos; participar da logística de preparação e de realização de
11.355, de 2006). concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde-
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. nação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições permanentes
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame ves-
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o tibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contem-
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). plava o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto,
o dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
Gratificações Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos servido-
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de esti- res que à época da revogação restavam munidos de direito adquiri-
pêndio, que acopladas ao vencimento constituem a remuneração do à sua percepção.
do servidor público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Adicionais É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de


Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à saúde férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º); a partir
dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar a exposi- daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício.
ção aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público, podemos Infere-se que o gozo do período de férias é decisão exclusiva-
resumi-los da seguinte forma: mente discricionária da administração, que só o fará se compreen-
a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas der que o pedido atende ao interesse público.
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores No condizente à remuneração das férias, depreende-se que
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo- esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente
cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe- sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de
riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois
habitualmente colocam em risco a sua vida. dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78).
b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor
exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor. receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será período (art. 78, § 5º).
remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em comis-
trabalho. são, terá o direito de receber indenização relativa ao período das
No entanto, somente será permitido serviço extraordinário férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata pro-
para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o porção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda de
limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74. fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso, a
c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en- indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês
tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, § 4º).
exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno,
cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra-
Observação importante: o STJ vem aplicando de forma pacífica
balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma
o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse em outro
hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e
cargo inacumulável, sem solução de continuidade no tempo de
trinta segundos (art. 75).
serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem indenizadas
d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e dis-
ciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente de transfere-se para o novo cargo, ainda que este último tenha remu-
solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, um neração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/DF, Rel. Min.
adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe 20.10.2008).
férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta- Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser goza-
gem será considerada no cálculo do adicional de férias. das sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como exceção,
e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores a lei estabelece dispositivo que determina que as férias somente
que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80 da Lei
em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, 8112/90:
condições e limites fixados em regulamento (art. 71). a) calamidade pública;
b) comoção interna;
Observação importante: O direito ao adicional de insalubrida- c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
de ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-
riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, § 2º). ma do órgão ou entidade.
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não Licenças
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º). São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
Férias com o tipo de licença.
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias. I - por motivo de doença em pessoa da família;
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários III - para o serviço militar;
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990.
IV - para atividade política;
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de dois
10.12.97)
períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, com
VI - para tratar de interesses particulares;
exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. 77).
Entretanto, o servidor que opera direta em permanência constante VII - para desempenho de mandato classista.
com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, terá direi- § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem
to ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais de atividade como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a acumulação por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta
desses períodos (art. 79). Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º). período da licença prevista no inciso I deste artigo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte expla- vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
nação: Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras- cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas para participar de curso de capacitação profissional.
e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
por perícia médica oficial. servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamen- prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
te com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
na forma do disposto no inciso II do art. 44. tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
condições: deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
remuneração do servidor; ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi-
neração. ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser-
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. vados os seguintes limites:
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois)
servidores;
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no §
mil) associados, 4 (quatro) servidores;
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
II do § 2º.
8 (oito) servidores.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des-
condições: de que cadastradas no órgão competente.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a § 2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
remuneração do servidor; renovada, no caso de reeleição.
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
neração. de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a prejuízo da remuneração a que fizer jus.
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em § 1º . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
II do § 2º. partir do parto.
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Po- to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, reassumirá o exercício.
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis- § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
exercício de atividade compatível com o seu cargo. Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con- direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
cífica. meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
períodos de meia hora.
30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car-
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
go.
criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. artigo será de 30 (trinta) dias.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, acidentado em serviço.
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia se-
guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Observação importante: a licença-prêmio não faz mais parte De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá re-
do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida pela Lei curso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de re-
9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor, encerrado consideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse gozar, como prê- terpostos.
mio pela assiduidade de três meses de licença, com a remuneração Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade
do cargo efetivo. A legislação vigente à época facultava ao servidor imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
gozar a licença ou contar em dobro o período da licença para efeito decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais auto-
de aposentadoria (o que atualmente não é mais possível, já que ridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade a que
a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo de contribuição fictí- estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando continui-
cio para aposentadoria). Entretanto, em análise ao caso específico dade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo
daqueles que adquiriram legitimamente o direito antes da supres- da autoridade competente e em caso de provimento do pedido de
são legal, o STJ entende pacificamente que “o servidor aposentado reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à
tem direito à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109, parágrafo úni-
e contada em dobro, sob pena de enriquecimento sem causa da co da Lei 8112/90.
Administração Pública” (AgRg no AREsp 270.708/RN). O prazo para interposição de recurso ou de pedido de recon-
sideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
Concessões interessado, da decisão recorrida (art. 108).
Três são as espécies de concessão: Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110, em
a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se au- cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposen-
sentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas tadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e
créditos resultantes das relações de trabalho; em 120 dias, nos de-
seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue;
mais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei.
por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecuti-
vos em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companhei-
Em relação à prescrição, merece também destaque:
ro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda
Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser re-
ou tutela e irmãos. levada pela administração; o pedido de reconsideração e o recurso,
b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão de quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111); o prazo de
horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor estu- prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado
dante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário es- ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publi-
colar e o da repartição, sendo exigida a compensação de horário; ao cado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessida-
de por junta médica oficial, independentemente de compensação RESPONSABILIDADE
de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com Ao exercer funções públicas, os servidores públicos não estão
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos públi-
oficial, independentemente da compensação de horário; ao servi- cos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependen-
dor que atue como instrutor em curso instituído no âmbito da ad- do de sua função, cargo ou emprego.
ministração pública federal ou que participe de banca examinadora Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade admi-
de concursos, vinculado à compensação de horário a ser efetivada nistrativa, ou seja, enquanto houver exercício irregular de direito ou
no prazo de até um ano. de poder a responsabilidade deve estar presente.
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados Quanto o Estado repara o dano, em homenagem à responsa-
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servi- bilidade objetiva do Estado, fica com direito de regresso contra o
dor estudante que mudar de sede no interesse da administração é responsável que efetivamente causou o dano, isto é, com o direito
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causador
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, do dano.
independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse benefí-
cio se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilida-
enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos de estatal, configura-se na pretensão do Estado em buscar do seu
menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art. 99, pará- agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez
grafo único). desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização
à vítima.
Nesse aspecto, o direito de regresso é o direito assegurado ao
Direito de petição
Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do servi-
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa
dor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de direi-
ou dolo.
to ou interesse legítimo. Neste contexto, o agente público poderá ser responsabilizado
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de nos âmbitos civil, penal e administrativo.
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso.
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido à auto- a) Responsabilidade Civil: A responsabilidade civil decorre de
ridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre-
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente juízo ao erário ou a terceiros.
(art. 105). Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de reconsi- patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a
deração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou profe- regra geral da responsabilidade civil, que é de reparar o dano cau-
rido a primeira decisão, não podendo ser renovado. sado a outrem.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

A Administração Pública, confirmada a responsabilidade de Hely Lopes Meirelles, na segunda corrente doutrinária, defen-
seus agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto de que bens públicos são todos aqueles que pertencem às pessoas
Maior, é “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos jurídicas de Direito Público Interno e às pessoas jurídicas de Direito
casos de dolo ou culpa”, descontará nos vencimentos do servidor Privado da Administração Indireta, o que acaba por incluir na cate-
público, respeitando os limites mensais, a quantia exata para o res- goria de bens públicos, todos aqueles que forem de propriedade
sarcimento do dano. das empresas públicas e sociedades de economia mista, indepen-
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade admi- dentemente de estas atuarem ou não na prestação de serviço pú-
nistrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se blico ou na exploração de atividade econômica.
ao servidor o contraditório e a ampla defesa. A terceira corrente, defendida por Celso Antônio Bandeira de
Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará Mello, sustenta que bens públicos são todos aqueles pertencentes
o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que às pessoas jurídicas de Direito Público como a União, os Estados,
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposen- o Distrito Federal, os Municípios, e suas respectivas autarquias e
tadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou fundações de direito público, e, ainda aqueles que, embora não
destituição de função comissionada. pertencendo a tais pessoas, encontram-se afetados à prestação de
A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade com- um serviço público.
petente para sua aplicação, sob pena de nulidade. Com o intuito de tentar diminuir as dúvidas relativas à abran-
Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a gência do conceito de bens públicos, o art. 98 do Código Civil, Lei
autoridade competente verificar que o ilícito administrativo tam- 10.406, de 10.01.2002 predispôs que:
bém está capitulado como ilícito penal, deve encaminhar cópia do Art. 98 - são públicos os bens do domínio nacional pertencen-
processo administrativo ao Ministério Público, que irá mover ação tes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros
penal contra o servidor são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servi- Registra-se que a classificação que possui mais relevo para pro-
dor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração vas de certames em geral, é aquela que divide os bens com base
penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções no seu uso. Tal classificação possui fundamento legal no art. 99 do
imputadas ao servidor, nessa qualidade. Código Civil. Vejamos:
Os crimes funcionais estão definidos no Código Penal, artigos Art. 99. São bens públicos:
312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
prevaricação etc. Outros estão previstos em leis especiais federais. ruas e praças;
A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Cri- II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destina-
minal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma dos a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadu-
sanção penal, que pode ser privativa de liberdade (reclusão ou de- al, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
tenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas
e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi- jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,
cas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana) de cada uma dessas entidades.
ou multa (Código Penal, art. 32). Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa -se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
da responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na responsa- público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
bilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo
patrimonial (ilícito civil). Espécies
Vejamos a especificação de alguns tipos de bens:
Nos termos do que estabelece o artigo 125 da Lei 8.112/90, as Bens de uso comum do povo - são aqueles bens que a Adminis-
sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo tração Pública os mantém para o uso comum da população, sendo
independentes entre si. de uso livre, gratuito ou mediante a cobrança de taxas, no caso de
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada uso anormal ou privativo. Existem doutrinadores que conceituam
se, no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido de- esse tipo de bens como bens do domínio público.
clarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu, Bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo Indispo-
não tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o nível: são bens que destinados à execução dos serviços administra-
servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a respon- tivos e serviços públicos em geral.
sabilidade administrativa não será afastada. Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível: são bens que,
embora sejam constituídos para o patrimônio público, acabam por
não possuir uma destinação pública determinada ou um fim admi-
nistrativo específico.
BENS PÚBLICOS
Os bens de uso especial podem ser diretos ou indiretos. Veja-
Noções Gerais mos:
A princípio, denota-se que existem controvérsias doutrinárias A) Bens de uso especial direto: são os bens que compõem a
a respeito do conceito de bem público, vindo, com isso, a existir máquina estatal. Exemplos: escolas públicas, logradouros onde se
basicamente três posições distintas. localizam as repartições públicas, automóvel oficial, etc.
A primeira corrente doutrinária, defendida por José dos Santos B) Bens de uso especial indireto: são aqueles por meio dos
Carvalho Filho, entende que são bens públicos apenas aqueles que quais o ente público não usa os bens diretamente, porém, conserva
pertencem às pessoas jurídicas de direito público. os mesmos com o intento de garantir proteção a determinado bem
jurídico de interesse geral da coletividade. Exemplo: as terras tradi-
cionalmente ocupadas pelos índios.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Bens Dominicais MELLO, 2006, aduz que “a desafetação dos bens de uso co-
São os bens desincumbidos de qualquer destinação e prontos mum, isto é, seu trespasse para o uso especial ou sua conversão em
para serem utilizados ou alienados ou, também, ter seu uso tres- bens meramente dominicais, depende de lei ou de ato do Executivo
passado àqueles que por eles se interesse. Infere-se que pertencem praticado na conformidade dela. É que, possuindo originariamen-
à União, aos Estados-Membros, aos Municípios, ao Distrito Federal, te destinação natural para o uso comum ou tendo-a adquirido em
às autarquias e fundações públicas. Estas entidades exercem sobre consequência de ato administrativo que os tenha preposto neste
os bens dominicais poderes de supremacia. Mesmo assim, ponde- destino, haverão, de toda sorte, neste caso, terminado por assu-
ra-se que a alienação e o trespasse do uso podem exigir o cumpri- mir uma destinação natural para tal fim. Só um ato de hierarquia
mento, previamente, de determinados requisitos, como avaliação, jurídica superior, como o é a lei, poderia ulteriormente contrariar
concorrência e licitação. o destino natural que adquiriram ou habilitar o Executivo a fazê-lo
São exemplos de bens dominicais os terrenos desprovidos de (MELLO, 2006, p. 868).
qualquer afetação de propriedade das mencionadas pessoas públi- A desafetação de bem de uso especial, trespassando-o para a
cas, podendo ser utilizados por seus proprietários para todos os fins classe dos dominicais, é dependente de lei ou de ato do próprio
de direito, observadas, especificamente, as legislações dos demais executivo. Vejamos como, por exemplo, o fato da transferência de
entes federados. Desta forma, a União, por exemplo, não pode dar serviço que se realizava em determinado prédio para outro prédio,
a bem dominial de sua propriedade utilização que venha a contra- restando o primeiro imóvel desligado de qualquer destinação. Infe-
riar a lei municipal de uso e ocupação do solo. re-se que o que este não pode fazer sem autorização legislativa, é
promover a desativação do próprio serviço instituído por legislação
Quanto à Disponibilidade
e que nele se prestava. Denota-se também, que um fato da natu-
Em relação à disponibilidade, os bens públicos classificam-se
reza pode ensejar a passagem de um bem do uso especial para a
em: bens indisponíveis por natureza; bens patrimoniais indisponí-
categoria dominical. Exemplo: um prédio público que desaba em
veis e bens patrimoniais disponíveis. Vejamos os conceitos de cada
local onde funcionava uma repartição pública.
um deles:
Bens indisponíveis por natureza: são bens que devido à sua
natureza não patrimonial, não podem ser alienados ou onerados Atributos
pelas entidades a que pertencem. São considerados de natureza Os bens públicos são possuidores de um regime jurídico espe-
não patrimonial e são insuscetíveis de alienação pelo poder pú- cial que os distingue dos bens particulares. As principais caracterís-
blico. São bens de uso comum do povo, sendo bens considerados ticas normativas desse regime diferenciado podem ser resumidas a
absolutamente indisponíveis, como os mares, os rios, as estradas, quatro atributos considerados fundamentais aos bens públicos. São
dentre outros. elas: inalienabilidade, impenhorabilidade, prescritibilidade e não
Bens patrimoniais indisponíveis: deles, o poder público não onerabilidade.
pode dispor, possuem natureza patrimonial, devido ao fato de esta- A inalienabilidade aduz que os bens públicos não podem ser
rem afetados a uma destinação pública específica. São bens possui- vendidos de forma livre. Isso ocorre porque a legislação estabelece
dores de valor patrimonial, mas que não podem ser alienados pelo condições e procedimentos especiais para a venda de tais bens, o
fato de serem utilizados efetivamente pelo Estado para finalidade que incorre em alienabilidade condicionada ao cumprimento das
pública de ordem específica. exigências impostas por lei. Advém da inalienabilidade o entendi-
Bens patrimoniais disponíveis: são bens que possuidores de mento de que os bens públicos não podem ser embargados, hipote-
natureza patrimonial e, pelo fato de não estarem afetados a deter- cados, desapropriados, penhorados, reivindicados, usufruídos, nem
minada finalidade pública, são passíveis de alienação, na forma e objeto de servidão.
nas condições que a lei estabelecer. Esse tipo de bens, correspon- O atributo da impenhorabilidade advém do fato de que os bens
dem aos bens dominicais, pelo motivo de serem exatamente aque- públicos podem ser objeto de constrição judicial. A impenhorabili-
les que nem se destinam ao público em geral e nem são utilizados dade é uma decorrência da inalienabilidade na medida em que, por
para a prestação de serviços públicos em sentido amplo, não sendo não ser suscetível a alienação ou penhora sobre bem público cons-
bens de uso especial. titui medida sem utilidade. É importante ressaltar, também, que a
impenhorabilidade dos bens públicos é o que justifica a existência
Observação importante: Pondera-se que os bens patrimoniais da execução especial contra a Fazenda Pública e da ordem dos pre-
indisponíveis, os de uso especial e os bens de uso comum estão catórios, nos termos do art., 100 da CFB/88. Pelo fato de os bens
sujeitos à avaliação patrimonial, sejam eles móveis ou imóveis.
do Estado não serem passíveis de penhora, não é possível aplicar à
Exemplos: os veículos oficiais, as escolas públicas, as universidades
cobrança de créditos contra a Fazenda Pública o sistema tradicional
públicas, os hospitais públicos, dentre outros. O Código Civil clara-
de execução objetivado na constrição judicial de bens do devedor.
mente determina que “os bens públicos de uso comum do povo e
Infere-se que a impenhorabilidade também se estende aos
os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua
qualificação, na forma que a lei determinar. bens de empresas públicas, sociedades de economia mista e con-
cessionários afetados à prestação de serviços públicos. Em relação à
Afetação e Desafetação imprescritibilidade, entende-se que os bens públicos não estão sub-
Trata-se a afetação de preposição de um bem a um determina- metidos à possibilidade de prescrição aquisitiva, ou seja, os bens
do destino categorial de uso comum ou especial. Já a desafetação, públicos não estão sujeitos sujeitam à usucapião nos ditames dos
é sua retirada do mencionado destino. Nesse sentido, registra-se arts. 183 e 102 do Código Civil. De acordo com a corrente majori-
que os bens dominicais são bens não afetados a qualquer destino tária, a imprescritibilidade é atributo de todas as espécies de bens
público. A afetação ao uso comum pode provir do destino natural públicos, inclusive dos dominicais. Entretanto, existe uma exceção a
do bem, como acontece com os mares, rios, ruas, quanto por de- essa regra que se encontra prevista no art. 2° da Lei n6.969/81, que
terminação de lei ou por ato administrativo que ordene a aplicação admite a possibilidade de usucapião especial sobre terras devolutas
de um bem dominical ou de uso especial à utilização pública como localizadas na área rural.
um todo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Requisitos para a alienação de bens públicos a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes-
A alienação de bens públicos é dependente do cumprimento se social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socio-
de determinadas condições elencadas pelo art. 17 da Lei 8.666/93, econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
que variam conforme o tipo de bem e a pessoa a quem pertençam. b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida-
Vejamos: des da Administração Pública;
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordi- c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob-
nada à existência de interesse público devidamente justificado, será servada a legislação específica;
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio- entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por
dispensada está nos seguintes casos: quem deles dispõe.
a) dação em pagamento; § 1o Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en- artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão
tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação
ressalvado o disposto nas alíneas f e h; (Redação dada pela Lei nº pelo beneficiário.
11.481, de 2007) § 2º A Administração também poderá conceder título de pro-
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en- priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação,
tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, quando o uso se destinar: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de
ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “h” e “i”; (Redação dada pela 2005)
Medida Provisória nº 458, de 2009) I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual-
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en- quer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196,
tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, de 2005);
ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato
11.952, de 2009) normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-
sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) mó-
tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
dulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não
d) investidura;
exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública,
nº 11.952, de 2009)
de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
ou de ato normativo do órgão competente, haja implementado os
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e explora-
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
ção direta sobre área rural limitada a quinze módulos fiscais, desde
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da admi- dada pela Medida Provisória nº 759, de 2016)
nistração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta
e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja com- sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. 6o
petência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela Lei
de 2005) nº 13.465, 2017)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi-
uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por ór- vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante
gãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
11.481, de 2007) II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, vedada a
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one- dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; e (Redação
rosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde dada pela Medida Provisória nº 422, de 2008).
incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde
1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fun- que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de
diária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei
de 2009) nº 11.763, de 2008)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde
onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde inci- que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de
dam ocupações até o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei
no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fun- nº 11.763, de 2008)
diária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Lei nº III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente
13.465, 2017) da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita- o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
ção, dispensada esta nos seguintes casos: 11.196, de 2005)

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for-
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos-
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por
remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar exemplo, bem como os atos abstratos.
inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avalia- Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da
ção e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei-
valor constante da alínea a do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda-
pela Lei nº 9.648, de 1998) mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta De antemão, é importante observar que, embora o exercício
destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais constru- da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe-
ídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos.
não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no-
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios
§4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em
constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri- todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci-
mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função
dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente exclusiva do Poder Executivo.
justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne- da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú-
cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado,
de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico
segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a
1994) emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi-
dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou global-
privado e não público.
mente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser
II, alínea b desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (In-
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser-
viços públicos.
ATOS ADMINISTRATIVOS. ATO ADMINISTRATIVO E Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre-
FATO ADMINISTRATIVO. CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO. EXISTÊNCIA, jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos
VALIDADE E EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO. ELE- que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro-
MENTOS E PRESSUPOSTOS. ATRIBUTOS. EXTINÇÃO E veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara-
MODIFICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. REVOGA- das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi-
ÇÃO. RETIFICAÇÃO E INVALIDAÇÃO. CONVALIDAÇÃO co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle
judicial específico.
Conceito
Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo Em suma, temos:
“toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res- proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am-
guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito
obrigações aos administrados ou a si própria”. público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con-
Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a trole judicial específico.
declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
Atos de Direito Privado
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas: Atos materiais
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
Atos políticos
regulamentos.
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato Contratos
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do Atos normativos
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen-
tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de
legitimidade por órgão jurisdicional”.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Requisitos A competência possui como características:


A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência, vez que se trata de um poder-dever de ambos.
finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta-
falta ou o defeito desses elementos pode resultar. de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo:
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan- diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e
do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente. da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está a crimes considerados menos graves.
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo
pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa.
fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in- Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe-
competente em termos jurídicos para executar tal tarefa. rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter-
Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú- minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que
blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a
Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e delegação.
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente,
liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente
controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da
estas normas poderão alterá-la.
Polícia Federal.
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que
Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
não tenha sido utilizada por muito tempo.
o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo
o desempenho de suas atividades. mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a
A competência possui como fundamento do seu instituto a di- tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua
visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con- prática.
junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
buição de competências possibilita a organização administrativa Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a
do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa avocação, que podem ser definidas da seguinte forma:
política, órgão ou agente. a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in-
Relativo à competência com aplicação de multa por infração à termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público
legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar
é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam- parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação
bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior.
relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi-
é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie-
da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na- rárquica.
cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri-
penalidades. buição da autoridade delegante, que continua competente para o
exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi
Em relação às fontes, temos as competências primária e secun- delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de
dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo: atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre
a) Competência primária: quando a competência é estabeleci- em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos.
da pela lei ou pela Constituição Federal. Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
b) Competência Secundária: a competência vem expressa em cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode-
rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen-
normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri-
te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de
mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer
agente que possui competência primária.
impedimentos legais vigentes.
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma É importante conhecer a respeito da delegação de competên-
aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan- cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo
do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal,
hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis-
matéria, é a criação do Ministério da Saúde. pondo em seus arts. 11 a 14:
Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia, Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re- delegação e avocação legalmente admitidos.
ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver-
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos
Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta
na combinação dos critérios da matéria e do tempo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não • Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên-
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou- cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. cunho de mão própria.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer-
presidentes. cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez
I - a edição de atos de caráter normativo; que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan-
II - a decisão de recursos administrativos; to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori- avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de
dade. competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi- ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es-
cados no meio oficial. tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva competência é exclusiva dos titulares desses cargos.
de exercício da atribuição delegada. Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei-
autoridade delegante. tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar com a competência do agente que o pratica que se subdivide em:
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de- a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o
legado. ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra-
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so- ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po-
cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso.
delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce
publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse
poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega- atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa-
do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação. mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz.
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato
Importante ressaltar: está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública
Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí- ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo
cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu- de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento.
rança ou a medida judicial. Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem
Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen- toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da
to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta
poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada. deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada, válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve- Em suma, temos:
rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
Seguindo temos:
Em determinadas situações
EXCESSO DE PODER
a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e é possível a convalidação
se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si USURPAÇÃO DE FUNÇÃO Ato inexistente
de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
Ato válido, se houver boa-fé
te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio- FUNÇÃO DE FATO
do administrado
res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
gação:

• Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e


temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
autoridade avocante.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

ABUSO DE AUTORIDADE B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no


conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
EXCESSO DE PODER Vício de competência como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa-
DESVIO DE PODER Desvio de finalidade das no seu curso de formação.
Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão, que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for-
prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor- mação do ato administrativo.
tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi-
co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
de ato administrativo. de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves-
de finalidade pública. São elas: tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja
a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi- escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista
co considerado de forma geral. que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi-
b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre- lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens
visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou,
ato. ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien-
Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos.
lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato. Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício
de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e
Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali- sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra,
dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis-
de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação
pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado. não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é
A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra- requisito primordial à validade do ato.
fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri- Devemos explanar também que a motivação declarada e escri-
fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira,
Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for-
estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser ma, mas não vício de motivo.
seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au-
praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no
de finalidade.
elemento motivo.
O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve-
rifica em duas hipóteses. São elas:
Motivo
a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que
prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo.
de punição.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para de-
b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a
cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato
finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte-
resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse- administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao
guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade
público. administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá-
tica do ato.
Em resumo, temos:
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
Específica ou Imediata e verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática
FINALIDADE PÚBLICA
Geral ou Mediata do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo
Ato praticado com finalidade empírico da situação prevista em lei.
diversa da prevista em Lei. Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis-
e trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi-
DESVIO DE FINALIDADE
Ato praticado formalmente to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de
OU DESVIO DE PODER
com finalidade prevista em Lei, po- previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que
rém, visando a atender a fins pes- se integre à tal previsão.
soais de autoridade. De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor-
rer nas seguintes situações:
Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis- a) quando o motivo é inexistente.
tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas: b) quando o motivo é falso.
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o c) quando o motivo é inadequado.
modo de exteriorização do ato administrativo.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e — Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real
motivação. Vejamos: que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca-
• Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do racterizando o motivo de direito.
ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati-
vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti- VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO
mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
• Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen- Inexistente
do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo- Falso
tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos,
Inadequado
via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
• Teoria dos motivos determinantes
de forma, e não de motivo.
— O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti-
Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação.
processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se-
— Só é aplicada apenas se o ato conter motivação.
guinte:
— STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
está adequado à realidade fática”.
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
Objeto
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como
pública;
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala-
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se
tatório;
da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe
V - decidam recursos administrativos;
a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o
VI - decorram de reexame de ofício;
objeto é a punição do transgressor.
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa-
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
drões aceitos como éticos e justos.
ção de ato administrativo.
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir
Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen-
ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor-
seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos:
mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte-
grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva-
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen-
ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
sendo admitida no direito brasileiro.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo.
A motivação dos atos administrativos
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de
É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res-
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas
peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au-
determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi-
toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro.
gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes-
validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho
de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto
Exemplo
é tido como imoral.
A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser-
vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
Atributos do Ato Administrativo
ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito
venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida-
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos
de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri-
a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o
vados.
interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua-
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente
lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
ser anulada.
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado
pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos
Em suma, temos:
atos administrativos são:
• Motivo do ato administrativo
— Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
edição do ato administrativo.
— Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs-
trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

• Presunção de legitimidade No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autoexecuto-


Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos riedade somente é possível quando estiver expressamente previs-
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos ta em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que não sendo
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo maior ao
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a interesse público.
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade, EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
com a lei, até que se prove o contrário. Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e Demolição de edifício em situação de risco
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
Internação de pessoa com doença contagiosa
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da Dissolução de reunião que ameace a segurança
presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida-
de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi- Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres-
das pela administração são verdadeiras. tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa
dos seus direitos.
entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
Tipicidade
contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita
algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub-
a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo
metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis-
pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de
está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas, que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos
poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos. atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de-
Denota-se que a principal consequência da presunção de vera- veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos
cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca-
que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra-
é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu- ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada.
lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl-
do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi-
maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela
ser punido. lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim sendo,
em consonância com esse atributo, para cada finalidade que a Ad-
• Imperatividade ministração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato pre-
Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são viamente definido na lei.
impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio
concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien- da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar
te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o
editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da
para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda-
em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos
possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua inominados.
expressa concordância. Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida- que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran-
do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a
obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato
firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu-
administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem-
lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender
plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan-
tanto ao interesse público como ao interesse particular.
do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado
ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade. Classificação dos Atos Administrativos
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
• Autoexecutoriedade à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe- motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica-
cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
prévia do Poder Judiciário. abordagem nas provas de concursos públicos.
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte-
resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que
acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à
rapidez e eficiência.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os • O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas
atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter- um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór-
minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um
uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada
correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula- como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo
mento do Imposto de Renda. administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole-
giado.
• Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários • O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo
plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter- Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
minados em si. É importante não confundir ato complexo com procedimento
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com-
Exemplo: plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de
O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra-
outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção
de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti- de um ato final e principal”.
natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que
b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem este também decorre do resultado da manifestação de vontade de
ser atos vinculados e discricionários. dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de
• Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem
Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com- para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos,
provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória, um principal e outro acessório.
nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção
de imóvel. Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei-
• Já os discricionários são aqueles em que a Administração relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da
Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte
com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de- de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em-
cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa-
conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática. minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú-
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico
c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi- do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto
nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente. o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de
• Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili-
ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato
usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
administrativo composto”.
ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
mentos comerciais.
Espécies
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos
d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos
a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove-
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e
nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi-
atos punitivos.
nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os
particulares.
Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam • Atos normativos
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos. Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es-
miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução
Exemplo: da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for- não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
• Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im- Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po-
pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e dem ser:
sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos. chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
Exemplo: forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as Casas Legislativas.
devidas análises”. O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti-
vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
simples, complexos e compostos.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras • Atos negociais


gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli- Também chamados de atos receptícios, são atos administrati-
cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com
Imposto de Renda”. o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi- utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração
ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte
produz de imediato, efeitos concretos. desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão.
Vejamos:
Exemplo: a) Licença: possui algumas características. São elas:
Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem — Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos
para fim de desapropriação. legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li-
Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re- cença;
gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina — Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi-
o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada
permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da- como um todo;
queles do que é permitido por Lei. — Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do
Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício.
matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon-
dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do-
admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas
Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001, pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú-
que predispõe a competência privativa do Presidente da República blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico.
para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen- A permissão é dotada de características essenciais. São elas:
to da administração federal, quando não incorrer em aumento de — Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad-
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada,
bem como da utilização de bem público por particulares;
• Atos ordinatórios — Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade
Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve-
ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis- niência e à oportunidade do ato administrativo;
ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare- — Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui
mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape-
circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e nas de direito subjetivo ao ato.
os despachos.
Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela c) Autorização: é detentora de características iguais às da per-
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis-
atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru- sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou,
ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per-
na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni- missão, a autorização possui como características: o ato de consen-
camente por particular. timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo.
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan-
to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência. d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre- específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
latos aos respectivos Ministérios. o particular preencha devidamente os requisitos legais
Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do • Atos enunciativos
Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de- São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain-
terminando a instauração de processo disciplinar específico. da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou-
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena- trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres,
dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais. as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi- a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
ca. a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res- ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé-
entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de cies de pareceres. São eles:
informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio 1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú- para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
de. vincula a autoridade competente;
Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó- 2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria-
rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi- mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar, opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu- responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa-
nhas. recer de forma motivada;

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a
forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis- autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à
trativa com o dever de acatá-lo. coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si-
tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo-
b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi-
o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita
administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po- de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé-
rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas. dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior.
*Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio-
consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais, nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos
no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen- e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a
dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi-
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha
situações de interesse pessoal”.
cometido falta grave.
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos
c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as
certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei-
de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da
tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados.
ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior
públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis-
tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as
Administração Pública.
denominadas sanções internas.
d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
Extinção do ato administrativo
o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção
pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de
o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá
contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos,
de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,
da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be-
• Atos punitivos
neficiário.
Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in-
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi-
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
situações:
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te-
nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
Cassação
da legalidade.
É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
Podemos dividir as sanções em dois grupos:
condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe-
continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu-
do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
lares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em-
execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais
de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti-
pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra-
tuição.
ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa
contratada pela Administração.
Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as
um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada
Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-
espécie:
monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas
a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
aos administrados.
fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen-
em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
sivos do exercício de atividades diversas.
extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções
a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a
trativo.
população em risco.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal-
proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen- mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída
tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên- de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada
cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria, uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio
acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para
dados públicas. o exercício da autotutela.
Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad- Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no
vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os
para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos,
ocorreu na formação do ato. contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a
Anulação estipulação de prazos diferentes em outras esferas.
É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei Revogação
e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró-
de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade,
legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de
ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento
ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse- do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per-
guinte, revogá-lo, e não o anular. feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração
Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen- pública poderá suprimi-lo por meio da revogação.
te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu-
discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra-
de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legalida- ção que o editou.
de. É fundamental compreender que a revogação somente pode
Em relação à competência, a anulação do ato administrativo atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá-
Poder Judiciário. tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au- conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma-
totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF: neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição
do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des-
feito pela revogação.
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública pode declarar Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin-
SÚMULA 346
a nulidade dos seus próprios atos. cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual-
A Administração pode anular seus pró- quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos
prios atos, quando eivados de vícios limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di
que os tornam ilegais, porque deles Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
não se originam direitos; ou revogá- a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná-
SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou lise de conveniência e oportunidade;
oportunidade, respeitados os direitos b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
adquiridos, e ressalvada, em todos os retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
casos, a apreciação judicial. próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in- c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o
vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade, praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori-
bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni- dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou
dade. deixou de ser competente para revogá-lo;
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
provocação do interessado. votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer- lei;
cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi- e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
nistrativo havendo pedido do interessado. novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Convalidação Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do


É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento
por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu- sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora. “No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante
Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
os efeitos. tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não
Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que
razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca-
efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez, dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do
passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos. Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da
Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático
sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético,
anuláveis. social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive,
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável
incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o o fato de que o Poder Público não se submente também a essa
art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi- consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de-
lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis,
curso do tempo.”
levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes-
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe
se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux
à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e
aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de
dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a
usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis-
esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná-
trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes-
ria vigente.
sadas.
Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru-
Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota-
dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina-
das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo,
princípio da segurança jurídica. propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta-
gem do prazo decadencial.
Decadência Administrativa
O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi- PROCESSO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISI-
to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter- TOS, OBJETIVOS, FASES, ESPÉCIES, PRINCÍPIOS DO
minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda PROCESSO ADMINISTRATIVO
no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como Processo administrativo
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a O Processo Administrativo Disciplinar tem como objetivo apu-
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com rar possíveis infrações disciplinares e, conforme o caso, aplicar a
o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con- penalidade cabível.
funde com o exercício da ação para manifestá-lo”. As regras disciplinares são de competência de cada ente fede-
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis- rativo, que irão regular os devidos procedimentos disciplinares de
posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú- seus respectivos servidores públicos.
blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses Na esfera federal, temos o nosso estudo baseado na Lei
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos: 8.112/90, sendo o estatuto dos servidores públicos. Vale destacar,
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi- que as regras estatutárias não podem desrespeitar os princípios e
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários as regras constitucionais.
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, Dentro da Lei 8.112/90 existem três modalidades de Processo
salvo comprovada má-fé. Administrativo Disciplinar, logo nas três hipóteses, por se tratar de
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de processo administrativo disciplinar é possível à existência de uma
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. penalidade ao final. São modalidades do PAD:
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- I. Processo Administrativo Disciplinar Simplificado/ Sindicância
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali- (Art. 145 da Lei 8.112/90): possui como objetivo a apuração das
dade do ato.” condutas que em tese são de menor potencial ofensivo, pressupõe
O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai então que os tipos de penalidade a serem aplicadas aqui possuem
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati- natureza leve.
cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per- Caso ao dar início a esta modalidade de PAD e, verifica-se a não
manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo existência do fato, o PAD é arquivado, uma vez que está ausente de
que o beneficia. provas/ elementos probatórios.
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad- Por outro lado, caso o PAD simplificado seja confirmado, apli-
ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida- ca-se uma advertência, ou então, uma suspensão de até 30 dias ao
das contando com a proteção da segurança jurídica. servidor público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Assim, a punição para condutas do servidor público de natu- Um dos elementos da Portaria que instaura o PAD é o afasta-
reza leve é de advertência ou suspensão de até 30 dias. Nota-se mento preventivo da servidor público (Ato Administrativo – Porta-
que caso conclua-se, diante da apuração do PAD simplificado, que a ria). Esse afastamento ocorre, pois muitas vezes, os demais servi-
infração é gravíssima, finaliza-se o PAD simplificado e instaura-se o dores não se sentem confortáveis em testemunharem algo com o
PAD propriamente dito. acusado ainda ocupando o cargo, pois ele poderia utilizar sua in-
Ex. Ocorre uma denuncia de um servidor, que está vendendo fluência – por exemplo, se vocês testemunharem acontecerá algo.
pão de mel dentro da administração pública, as pessoas sabem que Assim, o afastamento é utilizado como um acautelamento do Admi-
este servidor não sabe cozinhar. A autoridade recebe a informação. nistrador Público em relação ao processo administrativo disciplinar.
Sabe-se que essa conduta não é gravíssima, assim abre-se um PAD Vale ressaltar que o afastamento temporário não é uma puni-
simplificado para apurar a situação, mas com a informação de que ção, tendo em vista que ainda não houve PAD. Sendo assim, neste
a pessoa não sabe cozinhar, ao abrir o PAD simplificado ele não se afastamento é razoável que o servidor público continue recebendo
confirma, assim arquiva-se. No caso de confirmação, por exemplo, a sua remuneração. O prazo de afastamento temporário do servidor
não era pão de mel, mas cocada, aqui não se arquiva o processo, público é de no máximo 60 dias, prorrogáveis, desde que justificá-
mas aplica-se uma advertência. vel, por mais 60 dias (Art. 147 da Lei 8.112/90).
Obs. Cuidado com o termo sindicância, na doutrina do Direito Caso passe o período total de 120 dias (60 + 60 prorrogáveis), e
Administrativo em Geral (Processo Administrativo – Lei 9.784/99), a Autoridade necessite de mais tempo para a investigação, não tem
existe o termo sindicância, no sentido investigativo-inquisitório e como aumentar o prazo e o servidor continuar afastado, assim o
acusatória- punitivo. Assim, dentro do Processo Administrativo Ge- servidor retorna para o seu cargo e o PAD continua.
ral, existem duas modalidades de sindicância. O Ato Administrativo que instaura o PAD indica o nome de três
O PAD simplificado possui uma sindicância punitiva/acusatória, servidores públicos para compor uma Comissão Processante. Ou
uma vez que ao final ela apresenta uma penalidade. Esta distinção seja, uma autoridade instaura o PAD, sendo somente os Ministros
ocorre, pois, caso esteja-se diante de uma sindicância investigati- que possuem competência para tanto, entretanto não são os Minis-
va/ inquisitória, não é necessário fornecer a ninguém o direito de tros que tocam o Processo Administrativo Disciplinar, mas sim uma
ampla defesa e contraditório, uma vez que não se está acusando Comissão Processante.
ninguém, mas apenas investigando. Dentro do ato de instauração o Ministro já indica os servido-
Não existe muitas regras sobre o processo administrativo dis- res públicos, sendo a regra geral que a Comissão Processante seja
ciplinar simplificado, de modo que, de maneira geral, utiliza-se o composta por três Servidores Estáveis (estabilidade é um requisito
procedimento do propriamente dito como margem. – Artigo 149 da Lei 8.112/90). Um desses três Servidores será Presi-
O prazo para a conclusão de um PAD simplificado é de 30 dias, dente da Comissão, este tem que ter o cargo superior ou similar ao
ou seja, após o início da sindicância tem-se 30 dias para encerrar, do servidor púbico acusado.
podendo ser prorrogados por mais 30 dias. A regra geral prevê a estabilidade, pois esta funciona como
uma garantia do servidor público que compõe a comissão, de modo
II. Processo Administrativo Disciplinar Propriamente Dito: utili- a garantir que este não pode ser retirado/ perder o cargo a não ser
zado nos casos de infrações gravíssimas. Este processo administra- nas hipóteses do artigo 41 da CF, ou seja, não sofro o risco de ser
tivo disciplinar possui três fases, sendo elas: ameaça a ser mandada embora. (Obs. Não pode estar este Servidor
* Primeira Fase: Compreende a instauração do processo. Para a Público somente no cargo de comissão, uma vez que cargos em co-
instauração do processo é necessário que o Administrador Público missão não possuem a estabilidade).
tome conhecimento de uma conduta indisciplinar, assim, é preciso Obs. É muito comum na jurisprudência quando se anula um
conhecer a conduta, para depois instaurar um PAD. processo administrativo, anula-se a comissão processante em um
*Diante de uma denuncia anônima é preciso instaurar o PAD? A sentido geral. Assim qual é o ato que a autoridade competente tem
Lei 8.112/90 de a entender que a denuncia anônima está vedada de que fazer? Instaurar um novo PAD, com a nomeação de novas pes-
maneira geral para evitar o chamado denuncismo. Uma vez que, a soas para compor a comissão processante, uma vez que a anterior
Lei fala que a denúncia deve ser clara, demonstrando seu endereço, foi desfeita, pois não garantiu a ampla defesa e o contraditório.
nome, ou seja, você tem que ser responsável pela sua denúncia – Caso anteriormente tenha ocorrido alguma nulidade que tenha ge-
assumir a responsabilidade. Ocorre que, nessa situação, ao exigir rado o desfazimento da comissão processante, pode esta mesma
que a denúncia seja sempre clara, pode estar evitando que certas comissão ser escolhida novamente. Assim, a Comissão Processante
denúncias cheguem à Administração Pública. Assim, conclui-se que só não pode ser a mesma caso esta não garanta o contraditório e a
a denúncia anônima não deve ser desconsiderada de fato, sendo ampla defesa.
necessário analisar a presença de elementos concretos na denúncia A Suspensão e Advertência podem ser aplicadas no PAD, no
anônima. momento em que o Servidor Público é suspenso ou advertido,
De modo que, ao receber a denúncia anônima a Autoridade começa a correr um prazo para o cancelamento desse registro de
competente não pode abrir um PAD de prontidão. Mas, caso a Au- penalidades na sua ficha de servidor público. De modo que, após
toridade verifique elementos concretos nesta denúncia anônima, 3 (para o caso de advertência) ou 5 (para a suspensão) anos o servi-
instaura-se um PAD de sindicância investigatório, se neste proces- dor cometa outro ilícito/ não sofra nenhuma outra sanção, ele não
so for confirmado os elementos instaura-se um PAD propriamente será considerado como reincidente. Assim, aqui não se cancela os
dito, para apurar a fundo as infrações e aplicar as penalidades ne- efeitos da suspensão e da advertência, mas o Registro de Penalida-
cessárias. des em sua ficha.
O PAD Propriamente Dito pode ser instaurado de prontidão Prazo de Prescrição do PAD: o Servidor Público no exercício da
caso verifique-se uma conduta gravíssima, de uma denúncia clara sua atividade, pratica uma conduta em que a penalidade típica é
(pessoa assumi a responsabilidade), desta forma percebe-se que a demissão, assim, o poder público / administração pública, tem o
sindicância não é pré-requisito para a instauração do PAD, desde prazo de 5 anos, a partir do conhecimento do fato da conduta pela
que a denúncia seja clara. autoridade competente para abrir um PAD, sob pena de prescrição.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Caso a conduta leve a suspensão do servidor, a Administração * Terceira Fase: Julgamento


Pública tem dois anos, a partir do conhecimento da conduta, para
abrir o PAD sob pena de prescrição. LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
Por outro lado, caso a conduta leve a advertência ao servidor,
a Administração Pública tem 180 dias, a partir do conhecimento da Regula o processo administrativo no âmbito da Administração
conduta, para abrir o PAD, sob pena de prescrição. Pública Federal.
Vale ressaltar, que nos três casos acima (demissão, suspen-
são e advertência), caso a Autoridade competente, tome conheci- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
mento da conduta e não instaure o PAD ela sofre as sanções da Lei cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
8.112/90, ou seja, assume a responsabilidade. CAPÍTULO I
Ademais, importante ressaltar que no momento em que o PAD DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
é aberto, o prazo prescricional do mesmo se interrompe até a de-
cisão da autoridade competente (Art. 142, § 3º da Lei 8.112/90). Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad-
Entretanto existem discussões acerca da razoabilidade desse tempo ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta,
de decisão da autoridade competente, de modo que a previsão le- visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
gal diverge da jurisprudencial. ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
A lei entende que a Autoridade tem o tempo necessário para § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
se chegar a uma decisão, já a jurisprudência, entende que, uma vez Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
interrompido o prazo prescricional do PAD, após 140 dias, diante de função administrativa.
da ausência de uma decisão pela autoridade competente, o pra- § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
zo prescricional volta a correr. Isto é, uma vez instaurado o PAD, a I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
autoridade competente tem 140 dias para concluí-lo, uma vez que ministração direta e da estrutura da Administração indireta;
o PAD normalmente deve durar 60 dias, prorrogáveis por mais 60, II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
após isso a autoridade competente tem 20 dias para julgá-lo – to- jurídica;
talizando 140 dias. III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
* Segunda Fase: esta se subdivide em: de decisão.
- Inquérito Administrativo: é tocado pela Comissão Processan- Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
te, composta por três servidores públicos que possuem estabilida- princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro-
de. porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran-
- Instrução do Processo: nesta fase mantem-se a regra funda- ça jurídica, interesse público e eficiência.
mental inserida no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal. Em Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa-
que, toda fase de Processo Administrativo Disciplinar será acom- dos, entre outros, os critérios de:
panhada pelo Servidor acusado, uma vez que, caso não tenha este I - atuação conforme a lei e o Direito;
acompanhamento não existirá a possibilidade do contraditório e II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to-
nem da ampla defesa. tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
Outro princípio que rege esta fase é o Princípio da Oficialidade, III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada
no sentido de que a Comissão Processante ao tocar o inquérito ad- a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
ministrativo age de ofício, não sendo necessário que a Autoridade IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
Administrativa de comandos para a Comissão Processante. boa-fé;
Nesta fase também é necessário buscar a verdade material/ V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
real, ou seja, a verdade mais próxima do que realmente aconteceu, hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
nesse sentido, pode se falar que o PAD é muito parecido com o pro- VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri-
cesso penal. gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-
Durante a Instrução do Processo serão tomadas todas as me- mente necessárias ao atendimento do interesse público;
didas necessárias como, por exemplo: oitiva de testemunhas, pe- VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter-
rícias, acareações, sempre com a possibilidade de o servidor pú- minarem a decisão;
blico causado intervir no procedimento, ou seja, apresentar seus VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
próprios laudos, testemunhas. direitos dos administrados;
Nota-se que caso ocorra à violação ao contraditório e a ampla IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
defesa, o PAD deverá ser arquivado. quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi-
Obs. É possível emprestar provas produzidas em processos ju- nistrados;
dicias em andamento? Sim, desde que esta prova emprestada seja X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale-
lícita. gações finais, à produção de provas e à interposição de recursos,
Obs. É necessário que se dê a possibilidade de participação de nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
advogado, não podendo ser vedada a sua participação no PAD. litígio;
Esta situação do Advogado gerou a Súmula Vinculante nº 5 do XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas
STF, que prevê que a falta de defesa técnica, ou seja, de advoga- as previstas em lei;
do em um PAD não ofende a Constituição Federal. Entretanto o STJ XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem preju-
acredita que é necessária a presença do advogado no PAD. O que ízo da atuação dos interessados;
vale, neste caso, é a posição do STF na Súmula Vinculante nº 5. XIII - interpretação da norma administrativa da forma que me-
- Defesa lhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
- Relatório aplicação retroativa de nova interpretação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

CAPÍTULO II III - as organizações e associações representativas, no tocante a


DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad- to a direitos ou interesses difusos.
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor-
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de mativo próprio.
suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em CAPÍTULO VI
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter có- DA COMPETÊNCIA
pias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe-
ridas; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci- administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; delegação e avocação legalmente admitidos.
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
quando obrigatória a representação, por força de lei. houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
CAPÍTULO III mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: presidentes.
I - expor os fatos conforme a verdade; Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; I - a edição de atos de caráter normativo;
III - não agir de modo temerário; II - a decisão de recursos administrativos;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
rar para o esclarecimento dos fatos. dade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
CAPÍTULO IV cados no meio oficial.
DO INÍCIO DO PROCESSO § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
pedido de interessado. de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au-
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
toridade delegante.
que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex-
conter os seguintes dados:
plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo dele-
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
gado.
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co-
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
municações;
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
fundamentos; camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo
de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o in- administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
teressado quanto ao suprimento de eventuais falhas. grau hierárquico para decidir.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem CAPÍTULO VII
pretensões equivalentes. DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula- Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o ser-
dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. vidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
CAPÍTULO V II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste-
DOS INTERESSADOS munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi- III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte-
nistrativo: ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re- to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se
presentação; de atuar.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi-
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco-
que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos inte- nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
ressados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes administrado.
e afins até o terceiro grau. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garanti-
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser do direito de ampla defesa ao interessado.
objeto de recurso, sem efeito suspensivo. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus,
CAPÍTULO VIII sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO de outra natureza, de seu interesse.

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de CAPÍTULO X


forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. DA INSTRUÇÃO
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
autoridade responsável. comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces-
será exigido quando houver dúvida de autenticidade. so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá probatórias.
ser feita pelo órgão administrativo. § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au-
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial- tos os dados necessários à decisão do processo.
mente e rubricadas. § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas
o processo. obtidas por meios ilícitos.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro- interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
cedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele a parte interessada.
participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo mo- § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
tivo de força maior. pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale-
até o dobro, mediante comprovada justificação. gações escritas.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial- § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si,
mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for a condição de interessado do processo, mas confere o direito de
o local de realização. obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
CAPÍTULO IX Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-
blica para debates sobre a matéria do processo.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de
de decisão ou a efetivação de diligências. administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa-
§ 1o A intimação deverá conter: ções legalmente reconhecidas.
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade ad- Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de ou-
ministrativa; tros meios de participação de administrados deverão ser apresen-
II - finalidade da intimação; tados com a indicação do procedimento adotado.
III - data, hora e local em que deve comparecer; Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiên-
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser reali-
representar; zada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre-
V - informação da continuidade do processo independente- sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a
mente do seu comparecimento; ser juntada aos autos.
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
úteis quanto à data de comparecimento. instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio registrados em documentos existentes na própria Administração
que assegure a certeza da ciência do interessado. responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór-
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por documentos ou das respectivas cópias.
meio de publicação oficial. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su- gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
pre sua falta ou irregularidade. objeto do processo.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na CAPÍTULO XI-A


motivação do relatório e da decisão. DA DECISÃO COORDENADA
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun- (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as de-
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou cisões administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais
a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante deci-
expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, são coordenada, sempre que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
forma e condições de atendimento. I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o ór- nº 14.210, de 2021)
gão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a II - houver discordância que prejudique a celeridade do proces-
omissão, não se eximindo de proferir a decisão. so administrativo decisório. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao § 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada
interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o a instância de natureza interinstitucional ou intersetorial que atua
não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec- de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o proces-
tiva apresentação implicará arquivamento do processo. so administrativo mediante participação concomitante de todas as
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência autoridades e agentes decisórios e dos responsáveis pela instrução
ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionan- técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilida-
do-se data, hora e local de realização. de do procedimento e de sua formalização com a legislação perti-
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão nente. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quin- § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
ze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
prazo. § 4º A decisão coordenada não exclui a responsabilidade origi-
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti- nária de cada órgão ou autoridade envolvida. (Incluído pela Lei nº
do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva 14.210, de 2021)
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. § 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legali-
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser dade, da eficiência e da transparência, com utilização, sempre que
emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e necessário, da simplificação do procedimento e da concentração
ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade das instâncias decisórias. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
de quem se omitiu no atendimento. § 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos admi-
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser nistrativos: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res- II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluído pela Lei nº
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór- 14.210, de 2021)
gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distin-
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de tos. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coorde-
legalmente fixado. nada, na qualidade de ouvintes, os interessados de que trata o art.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir
prévia manifestação do interessado. direito a voz, será deferida por decisão irrecorrível da autoridade
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob- responsável pela convocação da decisão coordenada. (Incluído pela
ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que Lei nº 14.210, de 2021)
o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote- Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emi- intimados na forma do art. 26 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210,
tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o de 2021)
conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci- Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável
são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori- pela elaboração de documento específico sobre o tema atinente à
dade competente. respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar
o processo da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de
CAPÍTULO XI 2021)
DO DEVER DE DECIDIR Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo
abordará a questão objeto da decisão coordenada e eventuais pre-
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir cedentes. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla- Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão
mações, em matéria de sua competência. coordenada deverá ser manifestado durante as reuniões, de forma
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad- fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alte-
ministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorro- ração necessárias para a resolução da questão. (Incluído pela Lei nº
gação por igual período expressamente motivada. 14.210, de 2021)
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao
objeto da convocação. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada CAPÍTULO XIII


será consolidada em ata, que conterá as seguintes informações: (In- DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021) DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei nº 14.210,
de 2021) Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei nº desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
14.210, de 2021) nunciar a direitos disponíveis.
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (In- § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021) atinge somente quem a tenha formulado.
IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
propostas de atos governamentais relativos ao objeto da convoca- não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
ção; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) considerar que o interesse público assim o exige.
V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atu- Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
ação governamental em matéria idêntica ou similar; e (Incluído pela so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
Lei nº 14.210, de 2021) impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujei-
ta à sua competência. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) CAPÍTULO XIV
§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fun- DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
damentação da decisão da autoridade ou do agente a respeito de
matéria de competência do órgão ou da entidade representada. (In- Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021) do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis-
do qual deverão constar, além do registro referido no inciso IV do trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
e o órgão e o local em que se encontra a ata em seu inteiro teor, salvo comprovada má-fé.
para conhecimento dos interessados. (Incluído pela Lei nº 14.210, § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de-
de 2021) cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
CAPÍTULO XII dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
DA MOTIVAÇÃO dade do ato.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresen-
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; tarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Ad-
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; ministração.
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública; CAPÍTULO XV
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici- DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
tatório;
V - decidam recursos administrativos; Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
VI - decorram de reexame de ofício; razões de legalidade e de mérito.
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão,
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida- à autoridade superior.
ção de ato administrativo. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra-
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po- tivo independe de caução.
dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos § 3oSe o recorrente alegar que a decisão administrativa contra-
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora
neste caso, serão parte integrante do ato. da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili-
ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte- Lei nº 11.417, de 2006).Vigência
ressados. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis- instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
escrito. I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
cesso;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
difusos.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ci- § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
ência ou divulgação oficial da decisão recorrida. data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque-
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
do recebimento dos autos pelo órgão competente. os prazos processuais não se suspendem.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. CAPÍTULO XVII
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no DAS SANÇÕES
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree-
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe-
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fa-
efeito suspensivo. zer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida CAPÍTULO XVIII
ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente
de cinco dias úteis, apresentem alegações. os preceitos desta Lei.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: Art. 69-A.Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão
I - fora do prazo; ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como
II - perante órgão incompetente; parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
III - por quem não seja legitimado; I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In-
IV - após exaurida a esfera administrativa. cluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto- II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído
ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administra- III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
administrativa.
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui-
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá con-
losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci-
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação,
são recorrida, se a matéria for de sua competência.
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave,
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi-
doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído
cado para que formule suas alegações antes da decisão.
pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 64-A.Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú- § 1oA pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando
mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici- prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, con- tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri-
forme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência das. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 64-B.Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação § 2oDeferida a prioridade, os autos receberão identificação pró-
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á pria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela
ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julga- Lei nº 12.008, de 2009).
mento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões admi- § 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
nistrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização § 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, LICITAÇÕES PÚBLICAS. LEI FEDERAL Nº 8.666/93.
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí- DEVER DE LICITAR, PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO. MO-
veis de justificar a inadequação da sanção aplicada. DALIDADES LICITATÓRIAS. PREGÃO, LEI FEDERAL
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar 10.520/02. PROCESSO LICITATÓRIO. REGISTROS CA-
agravamento da sanção. DASTRAIS. REGISTRO DE PREÇOS

CAPÍTULO XVI Princípios


DOS PRAZOS Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas
mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti- de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei-
ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin- ros anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na
do-se o do vencimento. aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se- continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que
guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos
ou este for encerrado antes da hora normal. com a aplicação da nova Lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº. administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob-
14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital
que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº. do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art. apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto
5º, da seguinte forma: do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi-
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa,
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da Princípios da moralidade e da probidade administrativa
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi- distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética,
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942, (Lei isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside-
O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos
que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis-
à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses
que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina- dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com
da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu- o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar
cional da isonomia. os conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é
Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade
é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou- administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa
tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992.
expressa no texto legal.
Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do Princípio da Publicidade
art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu-
desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa, blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento
apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no do que os administradores estão realizando, e também de manei-
qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se
de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da
serviços nacionais. Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.
Princípio da legalidade
Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito
A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de
de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in-
juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade
terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos
de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório.
(Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine).
A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici-
público, representando, desta forma, uma garantia aos administra-
dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela
dos contra as condutas abusivas do Estado.
modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên-
No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega- cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior
lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o
licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se valor do contrato dispensa maior divulgação. “
que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú- Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for-
blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver-
na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por
venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de obediência ao princípio da publicidade.
alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa
ou judicial. Princípio da eficiência do interesse público
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual- Trata-se de um dos princípios norteadores da administração
quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de- pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili-
corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con- da segurança jurídica e do interesse público.
trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da
termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993. legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que
Princípio da impessoalidade haja melhor organização e estruturação advinda da administração
Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da pública.
impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra- Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme-
ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a
estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento
quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios
princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões devem atuar de forma acoplada e não sobreposta.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta- Princípio da transparência
josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da
cuidar da Administração Pública. aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade,
imparcialidade, eficiência, dentre outros.
Princípio da Probidade Administrativa Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é
A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro- um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici-
bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções
princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans-
pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio
Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um da transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida-
comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja de pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever
em conformidade com a ética e os bons costumes. das entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus
Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí- atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita
pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo de forma transparente.
significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos. O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor-
O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição
Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da
vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida-
Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei
jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085,
8.429/1992.
Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009).
Princípio da igualdade Princípio da eficácia
Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for-
a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan- ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por
tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual- parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação, dentro da legalidade.
todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe, Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido
ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação
propostas. administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien-
Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de
8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir, maneira conjunta e não sobrepostas.
prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital
ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem Princípio da segregação de funções
o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades co- Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar
operativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên- falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o
cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de poder e criando independência para as funções de execução opera-
“qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o cional, custódia física, bem como de contabilização
específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina-
12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991. da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun-
Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa
restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e
relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru- controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização
mento de convocação do certame. de uma verificação cruzada.
O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua- O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da
litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi- moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput,
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item
guais, na medida de suas desigualdades.
3, inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle
Interno do Ministério da Fazenda.
Princípio do Planejamento
A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en-
Princípio da motivação
contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o O princípio da motivação predispõe que a administração no
dever legal do planejamento como um todo. processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo
Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreen- a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com
der que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que
licitação e também toda a contratação pública de forma adequada haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham
e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que
forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros levaram o agente público a proceder daquele modo.
princípios previstos na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um
todo. Princípio da vinculação ao edital
Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla- Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi-
nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a dade das determinações de habilidades, que possui o condão de
ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res- impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de
ponsabilidade do agente público. que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem Princípio da proporcionalidade


estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio
que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades
entidades. Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administra- exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão
ção e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será no âmbito dos direitos fundamentais.
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios bá-
sicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualda- Princípio da celeridade
de, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside-
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o
são correlatos. O princípio da vinculação ao instrumento convoca- princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro-
tório princípio se destaca por impor à Administração a não acatar cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi-
qualquer proposta que não se encaixe nas exigências do ato convo- gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for
catório, sendo que tais exigências deverão possuir total relação com possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão.
o objeto da licitação, com a lei e com a Constituição Federal.
Princípio da economicidade
Princípio do julgamento objetivo Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais
O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces-
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató- sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar
rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório, coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona-
para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de do ao princípio da moralidade e da eficiência.
forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas. Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade,
Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre- entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida-
tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e, de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco-
por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros. nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente
sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho,
Princípio da razoabilidade 1998, p.66).
Trata-se de um princípio de grande importância para o contro-
le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto Princípio da licitação sustentável
que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten-
requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de
trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí- que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a
nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im- preservação do meio ambiente”.
portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido
determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei
razão administrativa como um todo. 12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção
Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco- do desenvolvimento nacional sustentável.
plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime
com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi-
a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida. mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser-
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal.
Princípio da competitividade Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com
O princípio da competição se encontra relacionado à competiti- fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de-
vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º:
de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do lidos gerados pelas obras contratadas;
inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei- B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental,
ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova-
pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi- damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais;
dade na licitação. D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin- urbanística;
gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro- imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
cesso licitatório. reto causado pelas obras contratadas;
Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com
aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con- mobilidade reduzida.
tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si-
tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada Princípios correlatos
a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a Além dos princípios anteriores determinados pela Lei
Administração Pública, como também a observância do princípio 8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que
constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumá- também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os
rio). quais se destacamos:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Princípio da obrigatoriedade Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas


Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen-
no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá,
as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es-
locações da Administração Pública, quando forem contratadas por teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub-
terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório, sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas
com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente. ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da
Lei 8.666/1993.
Princípio do formalismo
Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo Competência Legislativa
com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o A União é munida de competência privativa para legislar sobre
art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro- normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi-
cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati- nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII,
Pública”. da CFB/1988.
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita-
Princípio do sigilo das propostas das pela União são de observância obrigatória por todos os entes
Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante- federados, competindo a estes, editar normas específicas que são
cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple-
pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43, mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la.
§ 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro- Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar
postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li-
a terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de- citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta-
mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das
Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2 propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos.
(dois) a 3 (três) anos, e multa; É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art.
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada
Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú-
Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi- blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá
nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior. dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com-
Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga- pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis-
rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con- tração pública.
trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto. A mencionada modificação constitucional, teve como objeti-
Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é vo possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e
possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica
licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in- das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba-
teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula- lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado.
ridade Insanável. O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam
Princípio da competitividade ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi-
É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha- cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti-
vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi- cos da administração direta, autárquica e fundacional.
nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio Em observância e cumprimento à determinação da Constitui-
da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que
competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú- criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi-
blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde-
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope- ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei
rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu- nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I.
ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em-
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen-
do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga-
no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” . ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados
Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten- a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por
de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias.
manifestação do princípio da indistinção. Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de
nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser-
va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais
naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme-
ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
nº. 14.133/2.021: de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula- publicidade e divulgação.
da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32,
IV, da Lei nº 13.303/16; Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de
2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a
seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá
ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e ser adotado.
3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao
nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de de- inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe-
sempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que
encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza
vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações. singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O
serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade,
Dispensa e inexigibilidade relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin-
Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver do demandar a contratação de prestador com a devida e notória
inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei especialização.
de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória
especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no
as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por-
âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante-
tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:
riormente como estudos, experiências, publicações, organização,
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu
em especial nos casos de: trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou do contrato.
contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de
empresa ou representante comercial exclusivos; serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata-
ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela ção de serviços de advocacia e também de contabilidade.
crítica especializada ou pela opinião pública; Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de
de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife-
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque
serviços de publicidade e divulgação: nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje- procedimento.
tos executivos; A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens
ou tributárias; de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce-
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em
viços; razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen-
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en- Administração já determinou previamente para qual órgão ou en-
saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de
de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais realização do certame licitatório.
serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
Critérios de Julgamento
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências
credenciamento;
que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Regis-
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
tra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de carac-
talações e de localização tornem necessária sua escolha. terísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação
Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu- tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos espe-
sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu- cíficos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em
sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do seu art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados para
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o a compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior des-
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, conto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior
ainda, pelas entidades equivalentes. lance (leilão), maior retorno econômico.
Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis-
pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis-
sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Vejamos: Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações:


Menor preço LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação
Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento
o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási- de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante,
co e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra-
pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor tado com base em percentual da economia gerada;
entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração
atenda a todos os requisitos estipulados no edital. não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente
Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens
comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape- advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de
nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma-
por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas quina pública.
a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um
trabalho de qualidade. Modalidades

Maior desconto De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Lici-
Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de tações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da
maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá- Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de
vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo
nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: con-
Administração Pública é extremamente essencial para que os pro- corrência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo.
ponentes venham a oferecer seus descontos. Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo,
Denota-se que o texto de lei determina que a administração li- pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de
citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos
orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação
para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar
grande importância para a administração Pública, tendo em vista a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem
que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica-
instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen- ção da nova Lei.
do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar
mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que Concorrência
a Administração admite. Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência
é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na
Melhor técnica ou conteúdo artístico fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi-
Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de
em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques- seu objeto.
tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es- Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade
pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso
de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie
exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi- de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon-
vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou- tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores
tros pertinentes à matéria. forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de
publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do
Técnica e preço procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da
Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga- modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida-
tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica de, jamais o contrário.
como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con-
concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe- corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada
cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu- a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in-
mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para
para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge-
o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais
ordem. simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a
prazos mais extensos de publicidade do certame.
Maior lance (leilão)
Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon- Concurso
tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade
próximos tópicos. de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita-
Maior retorno econômico ções:
Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida- Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser em edital, que indicará:
um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam I - a qualificação exigida dos participantes;
uma espécie de contrato de eficiência. II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser A classificação a respeito das formas de pregão está também
concedida ao vencedor. eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o prego-
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de eiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter- da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo
mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão
projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas.
oportunidade das autoridades competentes. Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em
conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de
Leilão participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema,
Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou
ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto- carta convite.
ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da
deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais. licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse-
Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor.
oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia- É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são
mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul- lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer-
gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por
utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste-
que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a ma, até que esta fase venha a se encerrar.
serem leiloados Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de-
O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em
habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre-
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo denciamento.
licitante vencedor, na forma definida no edital. No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação,
o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes
Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se participantes, para evitar conluio.
que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ-
lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final
de avaliação do bem. da Sessão.
A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá
por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis-
os ditames da legislação pertinente. trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá
conter as exposições com a motivação da interposição.
Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi-
nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos Diálogo competitivo
por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali-
for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve- dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi-
rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações. nistração:
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata-
Pregão ções em que a Administração:
Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata- I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
-se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço, a) inovação tecnológica ou técnica;
designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns. b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
formas eletrônica e presencial. c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas
Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei com precisão suficiente pela Administração;
10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as
fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta-
eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05. que para os seguintes aspectos:
Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de a) a solução técnica mais adequada;
processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi-
diferentes que serão adotadas pelo Poder Público. nida;
Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.
contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto
5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe- Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis-
rencial. tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos
Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici- autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con-
quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia- tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades
mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta
como os documentos pertinentes. mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis,
Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste
cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin- parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele-
do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta. mentos necessários para a realização do projeto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Habilitação, Julgamento e recursos 4. Técnica e preço;


Habilitação 5. Maior lance, no caso de leilão;
Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici- 6. Maior retorno econômico.
tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do
da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente
e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci- nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade,
dade do licitante de realizar o objeto da licitação. trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie
Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato
renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de de eficiência de forma geral.
aceitação de balanço de abertura. Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico
No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe- que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço
dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que
para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade trouxer um maior retorno econômico.
para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a
mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi- Recursos
cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor-
e devidamente justificados no processo de licitação. rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em
De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha- face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta-
bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex- dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato
pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se deverá acontecer em apenas uma etapa.
o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul-
empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos. gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se
Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita- manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi-
ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer no de cada sessão, sob pena de preclusão
direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre-
por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e, cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento,
quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in-
contratada. tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento
Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação das propostas.
exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio-
nal. Vejamos: Adjudicação e homologação
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis- O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo
sional e técnico-operacional será restrita a:
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade
I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua
conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira
atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide
viço de características semelhantes, para fins de contratação;
a execução.
II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm
lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson
capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi-
plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório,
como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
art. 88 desta Lei; embora não seja livre.
III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare- Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho-
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes.
cial, quando for o caso; Considera-se que a homologação do processo de licitação re-
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues
quando for o caso; (1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor-
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas dante e envolve adesão integral à proposta recebida.”
as informações e das condições locais para o cumprimento das obri- Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi-
gações objeto da licitação. nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con-
trato.
Julgamento
Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações Registro de preços
trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco-
os seguintes critérios: mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento
1. Menor preço; de licitação de forma específica para cada uma destas contratações.
2. Maior desconto; Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico; mais órgãos pertencentes à Administração.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor- I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como gulamento;
quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela- III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma IV - atualização periódica dos preços registrados;
vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de V - definição do período de validade do registro de preços;
tais bens vir a perecer ou deteriorar. VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei-
Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence-
Lictações que regem o sistema de registro de preços: dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante
Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará que mantiver sua proposta original.
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre: § 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu-
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen-
quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida; sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, serviços por mais de um órgão ou entidade.
no caso de serviços, de unidades de medida; Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro-
III - a possibilidade de prever preços diferentes: misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri-
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife- gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita-
rentes; ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente
b) em razão da forma e do local de acondicionamento; motivada.
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de
lote; 1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
d) por outros motivos justificados no processo; comprovado o preço vantajoso.
IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis-
nos limites dela; posições nela contidas.
V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no Revogação e anulação da licitação
mercado; De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce-
VI - as condições para alteração de preços registrados; dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso
VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi- tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a
ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se
a ordem de classificação; impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer-
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de
de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de interesse público, impõe-se a aplicação da revogação.
validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a
no edital; anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo
e suas consequências ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó-
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de rio e à ampla defesa”.
itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia- Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou
bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des-
sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório
preços unitários máximos deverá ser indicado no edital. e a ampla defesa.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da
os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di-
a contratação posterior de item específico constante de grupo de reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato
itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
vantagem para o órgão ou entidade. nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido, julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
apenas nas seguintes situações: 8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o
entidade não tiver registro de demandas anteriores; contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o
II - no caso de alimento perecível; procedimento de licitação tiver sido concluído.
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é
de bens. considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con-
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se
de outro órgão ou entidade na ata. ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram
a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como
engenharia, observadas as seguintes condições: os motivos de não prosseguir com o processo licitatório.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro- Contratos de Direito Privado firmados pela Administração:
cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021 são aqueles comandados por normas de Direito Privado.
• Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17,
será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação Princípios
para todos os procedimentos licitatórios. Princípio da legalidade
• Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como
seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade
e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser
obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo. bipartida em importantes desdobramentos:
• O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste- 1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os
ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade, atos da Administração;
segurança e isonomia para as licitações de forma geral. 2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for-
• A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter
Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório. normativo.
• Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações, Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o
sejam eles federais, estaduais ou municipais. principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis-
• Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de- trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só
mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de
poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos,
qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali-
agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o
dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen-
• Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com
tos legais é ilícito.
a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Princípio da impessoalidade
• São atos da Administração Pública antes de formalizar ou Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal duas interpretações possíveis:
do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Públi-
e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP). ca deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico
• A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe- aos particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas
nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có- a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da
digo Penal de 1.940: CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata-
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu- portadores de deficiência.
ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
Perturbação de processo licitatório toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
• Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua- 37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos
lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs- ou servidores públicos”.
tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no
PNCP. Princípio da moralidade
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua-
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. CONCEITO, NATU- ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia-
REZA JURÍDICA. PECULIARIDADE E CARACTERÍSTICAS pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. PRAZO E PROR- administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação
ROGAÇÃO DO CONTRATO. FORMALIDADES, INSTRU- segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo:
MENTO CONTRATUAL. EFICÁCIA. EXTINÇÃO a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13
do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada
No desempenho da função administrativa, o Poder Público súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não
empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas, parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é
públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo
constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
das partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Adminis-
tração. Princípio da publicidade
Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
formas: do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas 2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
normas de Direito Público. transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin- lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos excessos cometidos pelo Poder Público.
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di- O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, subprincípios:
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ- adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo- pretendido.
tivação dos atos administrativos. b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
Princípio da eficiência çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela mentais.
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio- c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo: atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita- a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004), da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art. que será efetivado.
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998).
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes-
garantem sua eficiência: se privado (princípio da finalidade pública)
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio- tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
rar a situação de outrem. categorias:
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados
dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma
exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação
outros.
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do
b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró-
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as-
prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se
pectos.
ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple-
mentado através de atividades administrativas instrumentais que
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di- Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial público e ao patrimônio público.
da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará- Princípio da continuidade
ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra- Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para, tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
abusos do Estado). Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú-
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o
constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons- serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen-
trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito
direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te- pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que
orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular.
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho- Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não
mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber, e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em prestado sempre na medida em que a necessidade da população
que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor- vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne-
cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
de Direito. sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne-
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di- cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem-
ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro- plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou-
porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi- tros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Princípio da autotutela a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em


Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela-
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal particulares;
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteri-
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante zação da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
culares de modo geral. atuação do Estado.
Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
Princípios da consensualidade e da participação ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato nam por surpreender os seus receptores.
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden-
a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
tutela da Administração Pública.
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida-
confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
de e da participação, a administração termina por voltar-se para a
ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
que as suas expectativas são razoáveis;
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o tam o cidadão a adotar determinada conduta;
ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in- c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola- ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável;
consenso e da participação. d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con-
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma- fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to-
da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos lerância da Administração); e
jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con- e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga-
selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa ções no caso.
ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o Elementos
mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respei-
interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação to, porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns
dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu- paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato
ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é:
interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA 1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e
NETO, 2006, p. 337-338). determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas
Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio- e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de rece-
neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico- berem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar ime-
-políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos diatamente, verificando previamente essa equivalência. Ressalta-se
seus institutos participativos e consensuais. que o contrato comutativo se encontra em discordância do contrato
aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as partes se ar-
Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da riscam a uma contraprestação que por ora se encontra desconheci-
boa-fé da ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. Exemplo:
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da contrato de seguro, posto que uma das partes não sabe se terá que
boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si. cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe qual poderá ser.
O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti- Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do Decre-
dos: to-Lei n.7.568/2011:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse com precedido de licitação, a doutrina aduz que é sempre a adminis-
entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de chama- tração quem estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar
mento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente, vinculada às normas e também ao princípio da indisponibilidade do
visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz interesse público;
o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto n. 7.568, de 2011) L) Caráter intuitu personae – por que os contratos administrati-
2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens vos são firmados tomando em conta as características pessoais do
para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida a subcontra-
sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe tação total ou parcial do objeto contratado, a associação do contra-
um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio tado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma como a fusão, cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo
contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei 8.666/1993). Entretanto, a
uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra, regra anterior é amparada pelo art. 72 da mesma lei, que determina
não tem. a possibilidade de subcontratação de partes de obra, serviço ou for-
3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na legis- necimento, até o limite admitido pela Administração. Aduz-se que a
lação para que tenha validade. A formalização do contrato encon- possibilidade de subcontratação é abominada pela doutrina, tendo
tra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, por opor- em vista vez que permite que uma empresa que não participou por
tuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita, meios legais da licitação de forma indireta, acabe contratando com
nos ditames art. 60, parágrafo único. o Poder Público, o que ofende o princípio da licitação previsto no
art. 37, XXI, da Constituição Federal.
Características
A doutrina não é unânime quanto às características dos contra- Formalização
tos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos aduzir Em regra, os contratos administrativos são precedidos da reali-
zação de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais a lei
que são as seguintes:
estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento. Além
A) Presença da Administração Pública – nos contratos admi-
disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela Administração
nistrativos, a Administração Pública atua na relação contratual na
com o licitante vencedor, constitui anexo do edital de licitação, dele
posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de
sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III).
prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos.
diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam Registre-se que o instrumento de contrato, á ato obrigatório
nas cláusulas exorbitantes; nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços,
B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de
direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos
presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob limites daquelas duas modalidades licitatórias.
pena de incorrer em desvio de poder; Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será facul-
C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de lei pro- tativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento con-
cedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contratos tratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro instrumento
administrativos, que contém, dentre outras medidas, autorização hábil a documentar a avença, conforme quadro a seguir (art. 62, §
legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela auto- 2º):
ridade competente, indicação de recursos orçamentários e licita- Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de ade-
ção; são, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela Adminis-
D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito tração. Contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas são
privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administra-
manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante tivo, a Administração.
e do particular contratado;
E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vonta- Prazo
des plenas e livres, e não de ato impositivo; Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter
F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos
que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os con-
cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993; tratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é o
H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico conven- prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados aos
cionado; órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito
orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano
I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das presta-
civil.
ções do contratante e do contratado, sendo que estas devem ser
Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras situa-
previamente definidas e conhecidas;
ções que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos:
J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas
• Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me-
tanto para a Administração contratante como para o contratado; tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro-
K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela Admi- sido previsto no ato convocatório;
nistração. • À prestação de serviços a serem executados de forma contí-
Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta nua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-
do contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
fazerem suas propostas, estão acatando os termos contratuais es- vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda-
tabelecidos pela Administração. Ainda que o contrato não esteja ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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• Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de terações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentu-
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. ais fixados pela legislação.
De acordo com a Carta Magna, toda programação de longo pra-
zo do Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. Revisão
Desta maneira, estando o contrato contemplado nessa programa- A princípio, denota-se que as causas que justificam a inexecu-
ção a longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto ção contratual possuem o condão de gerar apenas a interrupção
existir a previsão nessa lei específica. momentânea da execução contratual, bem como a total impos-
Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública, sibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. Em tais
denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do servi- situações, pelo ato de as situações não decorrem de culpa do con-
ço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter por tratado, este poderá vir a paralisar a execução de forma que não
um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos os seja considerado descumpridor. Assegurado pela CFB/1988, em seu
anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual
mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter dura- consiste na manutenção das condições de pagamento estabeleci-
ção superior a um ano, que é a regra geral das quando do início do contrato, de forma que a relação se mante-
nha estável entre as obrigações do contratado e haja correta e justa
Alteração retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução
Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de Lici- de obra ou prestação de serviço.
tações, a Administração Pública possui o poder de fazer alterações Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem
durante a execução de seus contratos de maneira unilateral, inde- que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida.
pendentemente da vontade do ente contratado. Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse sen-
Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão tido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos posteriores
de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além dis- à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o equilíbrio econô-
so, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem mico-financeiro inicial deverá, nos termos legais que lhe assiste, ser
qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do restabelecido por intermédio da recomposição contratual. Desta
assunto: maneira, a inexecução sem culpa do contratado virá a acarretar a
revisão contratual, caso tenha havido alteração do equilíbrio eco-
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-
nômico-financeiro
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
Prorrogação
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
essa regra nas seguintes situações:
nos limites permitidos por esta Lei;
a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos
II - por acordo das partes:
produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse
b) quando necessária a modificação do regime de execução da da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato con-
obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de vocatório (art. 57, I);
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori- b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a se-
ginários; rem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- a 60 meses (art. 57, II);
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de pro-
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art. 57, IV);
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, seguintes motivos:
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional;
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou II) para as compras de material de uso das forças armadas,
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- apoio logístico naval, aéreo e terrestre;
mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres-
8.883, de 1994) tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo per- tecnológica e defesa nacional;
mite de forma regulamentada, que haja alteração em suas cláu- IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e de-
sulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um senvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º e
documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode 20 da Lei 10.973/2004.
sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120 me-
forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa ses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo incluído
percentuais por meio dos quais a Administração pode promover al- pela Lei 12.349, de 2010).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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É importante registrar que em se tratando de casos de contra- Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova lici-
tos celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergên- tação, com a devida observância de todas as formalidades legais.
cia ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se esten- Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital
der apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência, de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em preju-
tendo prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emer- ízo dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua
gência ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV). indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados
Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato pelo futuro contratado.
com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou cala-
midade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar entendi- Reajuste contratual
mento de que pode haver exceções a essa regra em algumas hipó- Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio econô-
teses restritas, advindas de fato superveniente, e também, desde mico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte de
que a duração do contrato se estenda por período de tempo razo- uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger os
ável e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC- 1941- contratados dos efeitos inflacionários.
39/07-P). Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajus-
Em análise ao art. 57, § 3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se que te como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que
este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo de estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada ao -base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
contrato de concessão de direito real de uso de terrenos públicos atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-
ções e a do efetivo pagamento.
para finalidades específicas de regularização fundiária de interes-
se social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra,
Execução e inexecução
aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comuni-
Por determinação legal a execução do contrato será acompa-
dades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modali-
nhada e também fiscalizada por um representante advindo da Ad-
dades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser firmado ministração designado, sendo permitida a contratação de terceiros
por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967, art. 7º, para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa atribui-
com redação dada pela Lei 11.481/2007). ção.
Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências
cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto, exis- pertinentes à execução do contrato, determinando o que for pre-
tem situações nas quais não é possível o cumprimento da avença no ciso à regularização das faltas bem como dos defeitos observados.
prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei admite a prorro- Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que ultra-
gação dos prazos contratuais, desde que tal fato seja justificado e passarem a competência do representante deverão ser requeridas
autorizado de forma antecedente pela autoridade competente para a seus superiores em tempo suficiente para a adoção das medidas
celebrar o contrato, o que é aceito pela norma nos casos em que que se mostrarem pertinentes.
houver (art. 57, § 1º): Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido
A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração; pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo
B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra- na execução contratual. O contratado possui como obrigação o de-
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi- ver de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
ções de execução do contrato; custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem
C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução
de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento ou de materiais empregados.
das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites per- Além do exposto a respeito do contratado, este também é res-
mitidos por essa Lei; ponsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a
D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual,
terceiro reconhecido pela Administração em documento contem- não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou
porâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências a car- o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado
go da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na exe- denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
cução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos
Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que a
responsáveis.
mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93. Veja-
mos:
Renovação
Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou
parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade regulamento.
da renovação contratual é a manutenção da continuidade do servi-
ço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta do Observação importante: Cumpre Ressaltar que a Administra-
atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem e ção Pública responde solidariamente com o contratado pelos encar-
permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas por gos previdenciários resultantes da execução do contrato
lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece por
exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar ínfima Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial ou
parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou quando total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das partes,
durante a execução, surge a necessidade de reparação ou amplia- não é observado um prazo disposto em cláusula específica em ha-
ção não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e equipamen- vendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar o ob-
tos que já se encontram em atividade. jeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações são passí-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

veis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, resultando Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado
em sanções contratuais e legais proporcionais à falta cometida pela que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração
parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde as multas, a do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito
revisão ou a rescisão do contrato. até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados
Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resulta- comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover
do de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agi- a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo,
do com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que
acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratan- já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen-
te tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratu- to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado
ais, vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento mesmo direito.
ocorreu de forma alheia à vontade da parte.
Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do contra- Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, ou
to enseja à Administração Pública o poder de aplicar as sanções de seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a lei
natureza administrativa dispostas no art. 87: dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e im-
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Adminis- pede que se produzam novos efeitos.
tração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
Revogação
seguintes sanções:
A questão da possibilidade de desfazimento do processo de
I – advertência;
licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis-
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e
no contrato;
jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra-
III – suspensão temporária de participação em licitação e impe- tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata
dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior do poder - dever da Administração Pública de revogar e anular seus
a 2 (dois) anos; próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi-
a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi- do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá-
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos:
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
no inciso anterior. ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
Cláusulas exorbitantes Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93,
De todas as características, essa é a mais importante. As Cláu- assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios:
sulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a Adminis-
tração em detrimento do contratado. Mesmo que de forma implíci- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedi-
ta, se encontram presentes em todos os contratos administrativos. mento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse
São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
esses poderes para a Administração Pública, consideradas como vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
a conferir poderes apenas a uma das partes. mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo,
leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegali- por motivos de interesse público, a discricionariedade administra-
dade de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada
disso, as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obriga- em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples
alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação
ções. Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado que
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân-
atribua direito somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil
e leonina.
reparação.
São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de alte-
ração unilateral do contrato por intermédio da Administração, sua Extinção e Consequências
rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término
aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese da obrigação vinculada existente entre a Administração e o contra-
de rescisão contratual. tado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas:
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: na
Anulação finalização da construção de instituição pública) ou pelo aconteci-
Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a mento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data final de um
anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro contrato de fornecimento de forma contínua);
interessado desejem fazer a anulação contratual, terão que recorrer B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão
às esferas judiciais para conseguir a anulação. A anulação do contra- contratual.
to é advinda de ilegalidade constatada na sua execução ou, ainda,
na fase de licitação, posto que os vícios gerados no procedimento
licitatório causam a anulação do contrato.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não com- Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e
porta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir suas 10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam
obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do víncu- em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade,
lo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação por via existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes
administrativa ou judicial. públicos. Vejamos:
Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação, Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à quanto aos relativos:
rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do § 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV): de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; -financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida-
2) ocupação e utilização provisória do local, instalações, equi- mente autuados em processo:
pamentos, material e pessoal empregados na execução do contra- I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
to, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida de II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secre- à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
tário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º); de execução do contrato;
3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da Ad- III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit-
ministração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra-
dos prejuízos causados à Administração. to, nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
Em síntese, temos: terceiro reconhecido pela Administração em documento contempo-
râneo à sua ocorrência;
EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administra-
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, dire-
ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA tamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato,
I –Pelo cumprimento do objeto; sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
I – Pela anulação; Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93,
II – Pelo advento do termo final do
II – Pela rescisão. art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado
contrato.
sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma
Equilíbrio Econômico-financeiro que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o
Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico - contratual, equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao
a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos
seguinte: específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen-
Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo
dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos:
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
eficiência e também, ao seguinte: tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, prerrogativa de:
serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces- I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra-
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa- tado;
gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in-
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc- ciso I do art. 79 desta Lei;
nica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das III – fiscalizar-lhes a execução;
obrigações. IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial
Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que do ajuste;
as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le- bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
galidade da modificação do valor contratual original, com o obje- contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-
tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó-
momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a tese de rescisão do contrato Administrativo.
contratante ao contratado. § 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con-
Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con-
adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também cordância do contratado.
pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade- § 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi-
quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante-
acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou nha o equilíbrio contratual.
queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po-
der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs,
nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver
equilíbrio em relação aos pactos contratuais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi- Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na
to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú-
manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan-
respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual,
administração, desde que seja motivos de interesse público se ne- principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que
gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação
contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o
hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de
pode ser executada, não é passível de equilíbrio. execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta
Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca mais adequada para proporcionar essa condição.
o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos:
Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, Convênios e terceirização
com as devidas justificativas, nos seguintes casos: Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
I - unilateralmente pela Administração: Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de reali-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; zação de objetivos de interesse comum.
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde.
Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são
nos limites permitidos por esta Lei;
comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e
II - por acordo das partes:
contraditórios.
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se alude
b) quando necessária a modificação do regime de execução da
que nos contratos existem partes e nos convênios existem partíci-
obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de pes.
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
ginários; De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração de
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades da
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor Administração Pública depende de antecedente aprovação de com-
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- petente plano de trabalho a ser proposto pela organização interes-
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- sada, que deverá conter as seguintes informações:
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; A) identificação do objeto a ser executado;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- B) metas a serem atingidas;
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis- C) etapas ou fases de execução;
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, D) plano de aplicação dos recursos financeiros;
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- E) cronograma de desembolso;
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou F) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim,
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou da conclusão das etapas ou fases programadas;
impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública,
mica extraordinária e extracontratual. depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto
Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a dívi-
o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado, da trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair sobre
devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri- o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos de respon-
buição da administração para que haja justa remuneração, sendo sabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador público deverá
mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan- exigir garantias, bem como passar a acompanhar o cumprimento
do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95 das obrigações trabalhistas advindos da empresa prestadora de ser-
dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio viços, com fito especial quando do encerramento do contrato.
Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora
financeiro. Vejamos:
dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no
Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do Traba-
preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas re-
lho – TST, que aduz:
gras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º.
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressal- serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da
vados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das
de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que
proposta, quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da haja participado da relação processual e constem também do título
tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em haven- executivo judicial.”
do alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que incon-
econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, táveis são as decisões condenatórias à Administração Pública, em
concomitantemente à alteração. relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de for-
Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra- ma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário,
to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução
de custos à Administração Pública.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Ainda segundo Lenza (2019), terminada a fase de discussão


PROCESSO LEGISLATIVO CONSTITUCIONAL e votação, aprovado o projeto de lei, deverá ele ser encaminhado
para a apreciação do Chefe do Executivo para sanção, concordân-
— Processo legislativo cia, ou veto, discordância total ou parcial. A sanção poderá ser ex-
O processo legislativo é o conjunto de regras constitucional- pressa ou tácita e representa o momento em que o projeto de lei
mente previstas para elaboração das normas e leis previstas no art. se transforma em lei, para promulgação. Em caso de discordância,
59, CF, pelo Poder Legislativo. poderá o Presidente da República vetar o projeto de lei, total ou
parcialmente, no prazo de 15 dias úteis, contados da data do rece-
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: bimento. O veto deverá ser sempre expresso e justificado, podendo
I - emendas à Constituição; ser considerado inconstitucional (veto jurídico), ou contrário ao in-
II - leis complementares; teresse público (veto político). O veto é irretratável, porém, relativo,
III - leis ordinárias; podendo ser derrubado em sessão conjunta da Câmara e do Sena-
IV - leis delegadas; do, dentro de 30 dias a contar de seu recebimento, pelo voto da
V - medidas provisórias; maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
VI - decretos legislativos; A fase final ou complementar do processo legislativo compre-
VII - resoluções. ende a promulgação e a publicação. A promulgação é o ato de vali-
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, dade da lei, ainda não eficaz. E a publicação é o ato de se dar publi-
redação, alteração e consolidação das leis. cidade a nova lei, inserindo o conteúdo do texto no Diário Oficial.
Com a publicação se estabelece o momento da obrigatoriedade
do cumprimento da lei. Em regra, a lei começa a vigorar em todo
O processo legislativo brasileiro é o indireto ou representativo,
o país, 45 dias depois de sua publicação, nos termos da Lei de In-
pelo qual o povo escolhe seus mandatários (parlamentares), que
trodução às Normas do Direito Brasileiro. Excepcionalmente, a Lei
receberão de forma autônoma poderes para decidir sobre os as-
também pode entrar em vigor na data de sua publicação.
suntos de sua competência constitucional. Há quatro espécies de
processos ou procedimentos legislativos, o comum ou ordinário, o
sumário, os especiais e os especialíssimos.
O processo legislativo ordinário se destina à elaboração das leis LEI FEDERAL COMPLEMENTAR Nº 95, DE 1998
ordinárias, caracterizando-se pela sua maior extensão. O processo
legislativo sumário, difere-se do ordinário apenas pela existência de LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998
prazo para que o Congresso Nacional delibere sobre determinado
assunto. Os processos legislativos especiais são estabelecidos para Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a conso-
a elaboração das emendas à Constituição, leis complementares, leis lidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59
delegadas, medidas provisórias, decretos-legislativos e resoluções. da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação
E, o especialíssimo é previsto para leis financeiras e orçamentárias. dos atos normativos que menciona.
São basicamente três as etapas ou fases do processo legislativo
brasileiro, havendo divergências doutrinárias: a iniciativa, a consti- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
tutiva, que compreende a deliberação parlamentar, com a discus- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
são e votação, e a deliberação executiva, através da sanção ou veto,
e a complementar, que compreende a promulgação e a publicação. CAPÍTULO I
As hipóteses da iniciativa são: geral, concorrente, privativa, po- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
pular, conjunta, do art. 67 e a parlamentar ou extraparlamentar. De
maneira ampla, a CF atribui competência às seguintes pessoas e aos Art. 1o A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação
órgãos, conforme prevê o art. 61, caput (iniciativa geral): qualquer das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar.
Deputado Federal ou Senador da República; Comissão da Câmara Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar apli-
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Pre- cam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos normativos re-
sidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superio- feridos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que cou-
res; Procurador-Geral da República e cidadãos (LENZA, 2019). ber, aos decretos e aos demais atos de regulamentação expedidos
A fase constitutiva expressa a conjugação de vontades do legis- por órgãos do Poder Executivo.
Art. 2o (VETADO)
lativo (deliberação parlamentar - discussão e votação) e do executi-
§ 1o (VETADO)
vo (deliberação executiva - sanção ou veto). A discussão e votação
§ 2o Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguin-
dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Su-
tes critérios:
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, bem como os
I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração ini-
projetos de iniciativa concorrente dos Deputados ou de Comissões ciada a partir da promulgação da Constituição;
da Câmara, os de iniciativa do Procurador-Geral da República e, na- II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas
turalmente, os de iniciativa popular terão início na Câmara dos De- terão numeração seqüencial em continuidade às séries iniciadas
putados, sendo esta, portanto, a casa iniciadora e o Senado Federal, em 1946.
em todas essas hipóteses lembradas, a casa revisora. Perante o Se-
nado Federal são propostos somente os projetos de lei de iniciativa
dos Senadores ou de Comissões do Senado, funcionando, nesses
casos, a Câmara dos Deputados como casa revisora (LENZA, 2019).

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

CAPÍTULO II II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os


DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens;
LEIS III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico “§”,
SEÇÃO I seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste,
DA ESTRUTURAÇÃO DAS LEIS utilizando-se, quando existente apenas um, a expressão “parágrafo
único” por extenso;
Art. 3o A lei será estruturada em três partes básicas: IV - os incisos serão representados por algarismos romanos, as
I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o alíneas por letras minúsculas e os itens por algarismos arábicos;
preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de apli- V - o agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o
cação das disposições normativas; de Subseções, a Seção; o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o
II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte;
conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada; VI - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em le-
III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às tras maiúsculas e identificados por algarismos romanos, podendo
medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo estas últimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser
substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de subdivididas em partes expressas em numeral ordinal, por extenso;
vigência e a cláusula de revogação, quando couber. VII - as Subseções e Seções serão identificadas em algarismos
Art. 4o A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, propicia- romanos, grafadas em letras minúsculas e postas em negrito ou ca-
rá identificação numérica singular à lei e será formada pelo título racteres que as coloquem em realce;
designativo da espécie normativa, pelo número respectivo e pelo VIII - a composição prevista no inciso V poderá também com-
ano de promulgação. preender agrupamentos em Disposições Preliminares, Gerais, Fi-
Art. 5o A ementa será grafada por meio de caracteres que a nais ou Transitórias, conforme necessário.
realcem e explicitará, de modo conciso e sob a forma de título, o Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza,
objeto da lei. precisão e ordem lógica, observadas, para esse propósito, as se-
Art. 6o O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competen- guintes normas:
te para a prática do ato e sua base legal. I - para a obtenção de clareza:
Art. 7o O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum,
respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes princípios: salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em
I - excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único ob- que se empregará a nomenclatura própria da área em que se esteja
jeto; legislando;
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este b) usar frases curtas e concisas;
não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão; c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo,
III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão neologismo e adjetivações dispensáveis;
específica quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das
da área respectiva; normas legais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro
IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de simples do presente;
uma lei, exceto quando a subseqüente se destine a complementar e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando
lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa. os abusos de caráter estilístico;
Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de II - para a obtenção de precisão:
modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar
conhecimento, reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir que seu texto
publicação” para as leis de pequena repercussão. evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pre-
§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que tende dar à norma;
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das
da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito
subseqüente à sua consumação integral. (Incluído pela Lei Comple- meramente estilístico;
mentar nº 107, de 26.4.2001) c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo
§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão uti- sentido ao texto;
lizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado
de) dias de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei Complementar na maior parte do território nacional, evitando o uso de expressões
nº 107, de 26.4.2001) locais ou regionais;
Art. 9o A cláusula de revogação deverá enumerar, expressa- e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o prin-
mente, as leis ou disposições legais revogadas. (Redação dada pela cípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de
Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001) explicitação de seu significado;
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei Complementar nº f) grafar por extenso quaisquer referências a números e per-
107, de 26.4.2001) centuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver
prejuízo para a compreensão do texto; (Redação dada pela Lei Com-
SEÇÃO II plementar nº 107, de 26.4.2001)
DA ARTICULAÇÃO E DA REDAÇÃO DAS LEIS g) indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em
vez de usar as expressões ‘anterior’, ‘seguinte’ ou equivalentes; (In-
Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos cluída pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
seguintes princípios: III - para a obtenção de ordem lógica:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela a) reunir sob as categorias de agregação - subseção, seção,
abreviatura “Art.”, seguida de numeração ordinal até o nono e car- capítulo, título e livro - apenas as disposições relacionadas com o
dinal a partir deste; objeto da lei;

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assun- § 2o Preservando-se o conteúdo normativo original dos dispo-
to ou princípio; sitivos consolidados, poderão ser feitas as seguintes alterações nos
c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complemen- projetos de lei de consolidação: (Inciso incluído pela Lei Comple-
tares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra mentar nº 107, de 26.4.2001)
por este estabelecida; I – introdução de novas divisões do texto legal base; (Inciso in-
d) promover as discriminações e enumerações por meio dos cluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
incisos, alíneas e itens. II – diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;
(Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
SEÇÃO III III – fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo idên-
DA ALTERAÇÃO DAS LEIS tico; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
IV – atualização da denominação de órgãos e entidades da ad-
Art. 12. A alteração da lei será feita: ministração pública; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107,
I - mediante reprodução integral em novo texto, quando se tra- de 26.4.2001)
tar de alteração considerável; V – atualização de termos antiquados e modos de escrita ul-
II – mediante revogação parcial; (Redação dada pela Lei Com- trapassados; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de
plementar nº 107, de 26.4.2001) 26.4.2001)
III - nos demais casos, por meio de substituição, no próprio tex- VI – atualização do valor de penas pecuniárias, com base em
to, do dispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, obser- indexação padrão; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107,
vadas as seguintes regras: de 26.4.2001)
a) revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de VII – eliminação de ambigüidades decorrentes do mau uso
26.4.2001) do vernáculo; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de
b) é vedada, mesmo quando recomendável, qualquer renume- 26.4.2001)
ração de artigos e de unidades superiores ao artigo, referidas no in- VIII – homogeneização terminológica do texto; (Inciso incluído
ciso V do art. 10, devendo ser utilizado o mesmo número do artigo pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
ou unidade imediatamente anterior, seguido de letras maiúsculas, IX – supressão de dispositivos declarados inconstitucionais pelo
em ordem alfabética, tantas quantas forem suficientes para identi- Supremo Tribunal Federal, observada, no que couber, a suspensão
ficar os acréscimos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, pelo Senado Federal de execução de dispositivos, na forma do art.
de 26.4.2001) 52, X, da Constituição Federal; (Inciso incluído pela Lei Complemen-
c) é vedado o aproveitamento do número de dispositivo re- tar nº 107, de 26.4.2001)
vogado, vetado, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal X – indicação de dispositivos não recepcionados pela Consti-
Federal ou de execução suspensa pelo Senado Federal em face de tuição Federal; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de
decisão do Supremo Tribunal Federal, devendo a lei alterada man- 26.4.2001)
ter essa indicação, seguida da expressão ‘revogado’, ‘vetado’, ‘de- XI – declaração expressa de revogação de dispositivos impli-
clarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo citamente revogados por leis posteriores. (Inciso incluído pela Lei
Tribunal Federal’, ou ‘execução suspensa pelo Senado Federal, na Complementar nº 107, de 26.4.2001)
forma do art. 52, X, da Constituição Federal; (Redação dada pela Lei § 3o As providências a que se referem os incisos IX, X e XI do
Complementar nº 107, de 26.4.2001) § 2o deverão ser expressa e fundadamente justificadas, com indi-
d) é admissível a reordenação interna das unidades em que se cação precisa das fontes de informação que lhes serviram de base.
(Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
desdobra o artigo, identificando-se o artigo assim modificado por
Art. 14. Para a consolidação de que trata o art. 13 serão obser-
alteração de redação, supressão ou acréscimo com as letras ‘NR’
vados os seguintes procedimentos: (Redação dada pela Lei Comple-
maiúsculas, entre parênteses, uma única vez ao seu final, obedeci-
mentar nº 107, de 26.4.2001)
das, quando for o caso, as prescrições da alínea “c”. (Redação dada
I – O Poder Executivo ou o Poder Legislativo procederá ao le-
pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
vantamento da legislação federal em vigor e formulará projeto de
Parágrafo único. O termo ‘dispositivo’ mencionado nesta Lei
lei de consolidação de normas que tratem da mesma matéria ou
refere-se a artigos, parágrafos, incisos, alíneas ou itens. (Inciso in-
de assuntos a ela vinculados, com a indicação precisa dos diplomas
cluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
legais expressa ou implicitamente revogados; (Redação dada pela
Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)
CAPÍTULO III II – a apreciação dos projetos de lei de consolidação pelo Poder
DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS E OUTROS ATOS NORMATIVOS Legislativo será feita na forma do Regimento Interno de cada uma
SEÇÃO I de suas Casas, em procedimento simplificado, visando a dar celeri-
DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS dade aos trabalhos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107,
de 26.4.2001)
Art. 13. As leis federais serão reunidas em codificações e con- III – revogado. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107,
solidações, integradas por volumes contendo matérias conexas ou de 26.4.2001)
afins, constituindo em seu todo a Consolidação da Legislação Fede- § 1o Não serão objeto de consolidação as medidas provisórias
ral. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001) ainda não convertidas em lei. (Inciso incluído pela Lei Complemen-
§ 1o A consolidação consistirá na integração de todas as leis tar nº 107, de 26.4.2001)
pertinentes a determinada matéria num único diploma legal, re- § 2o A Mesa Diretora do Congresso Nacional, de qualquer de
vogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem suas Casas e qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Depu-
modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos tados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional poderá formu-
dispositivos consolidados. (Inciso incluído pela Lei Complementar lar projeto de lei de consolidação. (Inciso incluído pela Lei Comple-
nº 107, de 26.4.2001) mentar nº 107, de 26.4.2001)

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

§ 3o Observado o disposto no inciso II do caput, será também DECRETA:


admitido projeto de lei de consolidação destinado exclusivamente
à: (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001) CAPÍTULO I
I – declaração de revogação de leis e dispositivos implicitamen- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
te revogados ou cuja eficácia ou validade encontre-se completa-
mente prejudicada; (Inciso incluído pela Lei Complementar nº 107, Objeto e âmbito de aplicação
de 26.4.2001) Art. 1º Este Decreto estabelece as normas e as diretrizes para
II – inclusão de dispositivos ou diplomas esparsos em leis pree- elaboração, redação, alteração, consolidação e encaminhamento
xistentes, revogando-se as disposições assim consolidadas nos mes- de propostas de atos normativos ao Presidente da República pelos
mos termos do § 1o do art. 13. (Inciso incluído pela Lei Complemen- Ministros de Estado.
tar nº 107, de 26.4.2001)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei Complementar nº 107, de CAPÍTULO II
26.4.2001) NUMERAÇÃO DE ATOS NORMATIVOS
Art. 15. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a
Mesa do Congresso Nacional promoverá a atualização da Consoli- Leis
dação das Leis Federais Brasileiras, incorporando às coletâneas que Art. 2º As leis complementares, ordinárias e delegadas terão
a integram as emendas constitucionais, leis, decretos legislativos e numeração sequencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.
resoluções promulgadas durante a legislatura imediatamente ante-
rior, ordenados e indexados sistematicamente. Medidas provisórias
Art. 3º As medidas provisórias terão numeração sequencial,
SEÇÃO II iniciada a partir da data de entrada em vigor da Emenda Constitu-
DA CONSOLIDAÇÃO DE OUTROS ATOS NORMATIVOS cional nº 32, de 11 de setembro de 2001 .

Art. 16. Os órgãos diretamente subordinados à Presidência da Decretos


República e os Ministérios, assim como as entidades da administra- Art. 4º Os decretos terão numeração sequencial em continui-
ção indireta, adotarão, em prazo estabelecido em decreto, as pro- dade à série iniciada em 1991.
vidências necessárias para, observado, no que couber, o procedi- Parágrafo único. Os decretos pessoais não serão numerados e
mento a que se refere o art. 14, ser efetuada a triagem, o exame e a não conterão ementa.
consolidação dos decretos de conteúdo normativo e geral e demais
atos normativos inferiores em vigor, vinculados às respectivas áreas CAPÍTULO III
de competência, remetendo os textos consolidados à Presidência ELABORAÇÃO, REDAÇÃO, ARTICULAÇÃO E ALTERAÇÃO DE
da República, que os examinará e reunirá em coletâneas, para pos- ATOS NORMATIVOS
terior publicação.
Art. 17. O Poder Executivo, até cento e oitenta dias do início Estrutura dos atos normativos
do primeiro ano do mandato presidencial, promoverá a atualização Art. 5º O ato normativo será estruturado em três partes bási-
das coletâneas a que se refere o artigo anterior, incorporando aos cas:
textos que as integram os decretos e atos de conteúdo normativo e I - parte preliminar, com:
geral editados no último quadriênio. a) a ementa; e
b) o preâmbulo, com:
CAPÍTULO IV 1. a autoria;
DISPOSIÇÕES FINAIS 2. o fundamento de validade; e
3. quando couber, a ordem de execução, o enunciado do objeto
Art. 18. Eventual inexatidão formal de norma elaborada me- e a indicação do âmbito de aplicação da norma;
diante processo legislativo regular não constitui escusa válida para II - parte normativa, que conterá as normas que regulam o ob-
o seu descumprimento. jeto; e
Art. 18-A (VETADO) (Incluído pela Lei Complementar nº 107, III - parte final, com:
de 26.4.2001) a) as disposições sobre medidas necessárias à implementação
Art. 19. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de no- das normas constantes da parte normativa;
venta dias, a partir da data de sua publicação. b) as disposições transitórias;
c) a cláusula de revogação, quando couber; e
d) a cláusula de vigência.
DECRETO FEDERAL Nº 9.191, DE 2017
Ementa
DECRETO Nº 9.191, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2017 Art. 6º A ementa explicitará, de modo conciso, o objeto do ato
normativo.
Estabelece as normas e as diretrizes para elaboração, redação, Parágrafo único. A expressão “e dá outras providências” poderá
alteração, consolidação e encaminhamento de propostas de atos ser utilizada para substituir a menção expressa a temas do ato nor-
normativos ao Presidente da República pelos Ministros de Estado. mativo apenas:
I - em atos normativos de excepcional extensão e com multipli-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe cidade de temas; e
confere o art. 84, caput , incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, II - se a questão não expressa for pouco relevante e estiver rela-
e tendo em vista o disposto na Lei Complementar nº 95, de 26 de cionada com os demais temas explícitos na ementa.
fevereiro de 1998,

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Objeto e assunto b) expressar a ideia, quando repetida ao longo do texto, por


Art. 7º O primeiro artigo do texto do ato normativo indicará, meio das mesmas palavras, e evitar o emprego de sinonímia;
quando necessário, o seu objeto e o seu âmbito de aplicação. c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo
§ 1º O âmbito de aplicação do ato normativo delimitará as hi- sentido ao texto;
póteses abrangidas e as relações jurídicas às quais o ato se aplica. d) escolher termos que tenham o mesmo significado na maior
§ 2º O ato normativo não conterá matéria: parte do território nacional, de modo a evitar o uso de expressões
I - estranha ao objeto ao qual visa disciplinar; e locais ou regionais;
II - não vinculada a ele por afinidade, pertinência ou conexão. e) quanto ao uso de sigla ou acrônimo:
Art. 8º Matérias idênticas não serão disciplinadas por mais de 1. não utilizar para designar órgãos da administração pública
um ato normativo da mesma espécie, exceto quando um se desti- direta;
nar, por remissão expressa, a complementar o outro, considerado 2. para entidades da administração pública indireta, utilizar
básico. apenas se previsto em lei;
Art. 9º Ato normativo de caráter independente será evitado 3. não utilizar para designar ato normativo;
quando existir ato normativo em vigor que trate da mesma matéria 4. usar apenas se consagrado pelo uso geral e não apenas no
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o caput , os novos âmbito de setor da administração pública ou de grupo social espe-
dispositivos serão incluídos no texto do ato normativo em vigor. cífico; e
5. na primeira menção, utilizar acompanhado da explicitação
Lei penal de seu significado;
Art. 10. O projeto de lei penal manterá a harmonia da legisla- f) indicar, expressamente, o dispositivo objeto de remissão, por
ção em vigor sobre a matéria, mediante: meio do emprego da abreviatura “art.”, seguida do número corres-
I - a compatibilização das novas penas com aquelas já existen- pondente, ordinal ou cardinal;
tes, tendo em vista os bens jurídicos protegidos e a semelhança dos g) utilizar as conjunções “e” ou “ou” no penúltimo inciso, alínea
tipos penais descritos; e ou item, conforme a sequência de dispositivos seja, respectivamen-
II - a definição clara e objetiva dos crimes. te, cumulativa ou disjuntiva;
Parágrafo único. A formulação de normas penais em branco h) grafar por extenso as referências a números e percentuais,
deverá ser evitada. exceto data, número de ato normativo e nos casos em que houver
prejuízo para a compreensão do texto;
Lei tributária i) expressar valores monetários em algarismos arábicos, segui-
Art. 11. No projeto de lei ou de medida provisória que institua dos de sua indicação por extenso entre parênteses;
ou majore tributo, serão observados os princípios da irretroativi- j) grafar as datas das seguintes formas:
dade e da anterioridade tributárias, estabelecidos no inciso III do 1. “4 de março de 1998”; e
caput do art. 150 e no § 6º do art. 195 da Constituição , ressalvado
2. “1º de maio de 1998”;
o disposto no § 1º do art. 150 da Constituição .
k) grafar a remissão aos atos normativos das seguintes formas:
1. “Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”, na ementa, no
Decreto autônomo
preâmbulo e na primeira remissão no corpo da norma; e
Art. 12. Serão disciplinadas por decreto:
2. “Lei nº 8.112, de 1990”, nos demais casos;
I - a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; e
l) grafar a indicação do ano sem o ponto entre as casas do mi-
II - a organização e o funcionamento da administração pública
lhar e da centena; e
federal, quando não implicar aumento de despesa nem a criação ou
III - para a obtenção da ordem lógica:
a extinção de órgãos públicos.
Parágrafo único. O decreto que dispuser sobre a extinção de a) reunir sob as categorias de agregação – livro, título, capítulo,
função ou cargo público, quando vago, não disciplinará nenhuma seção e subseção – apenas as disposições relacionadas com a ma-
outra matéria. téria nelas especificada;
b) restringir o conteúdo de cada artigo a um único assunto ou
Redação dos atos normativos princípio;
Art. 13. A elaboração de atos normativos observará o disposto c) expressar, por meio dos parágrafos, os aspectos complemen-
no Anexo. tares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra
Art. 14. As disposições normativas serão redigidas com clareza, por esse estabelecida; e
precisão e ordem lógica, e observarão o seguinte: d) promover as discriminações e as enumerações por meio dos
I - para obtenção da clareza: incisos, das alíneas e dos itens.
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, ex-
ceto quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em Articulação e formatação
que se pode empregar a nomenclatura própria da área sobre a qual Art. 15. O texto da proposta de ato normativo observará as se-
se está legislando; guintes regras:
b) usar frases curtas e concisas; I - a unidade básica de articulação é o artigo, indicado pela
c) construir as orações na ordem direta; abreviatura “Art.”, seguida de numeração ordinal até o nono e car-
d) evitar preciosismo, neologismo e adjetivação; e dinal, acompanhada de ponto, a partir do décimo;
e) buscar a uniformidade do tempo verbal no texto da norma II - a numeração do artigo é separada do texto por dois espaços
legal e usar, preferencialmente, o presente ou o futuro simples do em branco, sem traços ou outros sinais;
presente do modo indicativo; III - o texto do artigo inicia-se com letra maiúscula e termina
II - para obtenção da precisão: com ponto ou, nos casos em que se desdobrar em incisos, com dois-
a) articular a linguagem, comum ou técnica, mais adequada à -pontos;
compreensão do objetivo, do conteúdo e do alcance do ato nor- IV - o artigo desdobra-se em parágrafos ou em incisos e o pa-
mativo; rágrafo, em incisos;

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

V - o parágrafo único é indicado pela expressão “Parágrafo úni- XXVI - a epígrafe, formada pelo título designativo da espécie
co”, seguida de ponto e separada do texto normativo por dois es- normativa e pela data de promulgação, é grafada em letras maiús-
paços em branco; culas, sem negrito, de forma centralizada; e
VI - os parágrafos são indicados pelo símbolo “§”, seguido de XXVII - a ementa é alinhada à direita da página, com nove cen-
numeração ordinal até o nono e cardinal, acompanhada de ponto, tímetros de largura.
a partir do décimo; Parágrafo único. Poderá ser adotada a especificação temática
VII - a numeração do parágrafo é separada do texto por dois do conteúdo de grupo de artigos ou de um artigo mediante deno-
espaços em branco, sem traços ou outros sinais; minação que preceda o dispositivo, grafada em letras minúsculas
VIII - o texto do parágrafo único e dos parágrafos inicia-se com em negrito, alinhada à esquerda, sem numeração.
letra maiúscula e termina com ponto ou, nos casos em que se des-
dobrar em incisos, com dois-pontos; Alteração de atos normativos
IX - os incisos são indicados por algarismos romanos seguidos Art. 16. A alteração de ato normativo será realizada por meio:
de hífen, separado do algarismo e do texto por um espaço em bran- I - de reprodução integral em um só texto, quando se tratar de
co; alteração considerável;
X - o texto do inciso inicia-se com letra minúscula, exceto quan- II - de revogação parcial; ou
do se tratar de nome próprio, e termina com: III - de substituição, supressão ou acréscimo de dispositivo.
a) ponto-e-vírgula; § 1º A Alteração de dispositivo de medida provisória editada
b) dois pontos, quando se desdobrar em alíneas; ou anteriormente à Emenda Constitucional nº 32, de 11 de setembro
c) ponto, caso seja o último; de 2001 , será realizada por meio da edição de novo ato e da revo-
XI - o inciso desdobra-se em alíneas, indicadas com letra minús- gação dos dispositivos relacionados ao tema que constem da refe-
cula na sequência do alfabeto e acompanhada de parêntese, sepa- rida medida provisória.
rado do texto por um espaço em branco; § 2º Não será realizada alteração de dispositivo de medida pro-
XII - o texto da alínea inicia-se com letra minúscula, exceto visória editada posteriormente à Emenda Constitucional nº 32, de
quando se tratar de nome próprio, e termina com: 2001.
a) ponto-e-vírgula; Art. 17. Na alteração de ato normativo, as seguintes regras se-
b) dois-pontos, quando se desdobrar em itens; ou rão observadas:
c) ponto, caso seja a última e anteceda artigo ou parágrafo; I - o texto de cada artigo acrescido ou alterado será transcrito
XIII - a alínea desdobra-se em itens, indicados por algarismos entre aspas, seguido da indicação de nova redação, representada
arábicos, seguidos de ponto e separados do texto por um espaço pela expressão “(NR)”;
em branco; II - a expressão “revogado”, ou outra equivalente, não será in-
cluída no corpo da nova redação;
XIV - o texto do item inicia-se com letra minúscula, exceto
III - a renumeração de parágrafo ou de unidades superiores a
quando se tratar de nome próprio, e termina com:
parágrafo é vedada;
a) ponto-e-vírgula; ou
IV - a renumeração de incisos e de unidades inferiores a incisos
b) ponto, caso seja o último e anteceda artigo ou parágrafo;
é permitida se for inconveniente o acréscimo da nova unidade ao
XV - os artigos podem ser agrupados em capítulos;
final da sequência;
XVI - os capítulos podem ser subdivididos em seções, e as se-
V - o aproveitamento de número ou de letra de dispositivo re-
ções em subseções;
vogado, vetado, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
XVII - no caso de códigos, os capítulos podem ser agrupados em
Federal ou cuja execução tenha sido suspensa pelo Senado Federal,
títulos, os títulos em livros, e os livros em partes; nos termos do art. 52, caput , inciso X, da Constituição , é vedado; e
XVIII - os capítulos, os títulos, os livros e as partes são grafados VI - nas hipóteses previstas no inciso III do caput do art. 16:
em letras maiúsculas e identificados por algarismos romanos; a) o ato normativo a ser alterado deverá ser mencionado pelo
XIX - a parte pode ser subdividida em parte geral e em parte título designativo da espécie normativa e pela sua data de promul-
especial, ou em partes expressas em numeral ordinal, por extenso; gação, seguidos da expressão “passa a vigorar com as seguintes al-
XX - as subseções e as seções são indicadas por algarismos ro- terações”, sem especificação dos artigos ou subdivisões de artigo a
manos, grafadas em letras minúsculas e em negrito; serem acrescidos ou alterados;
XXI - os agrupamentos a que se refere o inciso XV podem ser b) na alteração parcial de artigo, os dispositivos que não terão o
subdivididos em “Disposições Preliminares”, “Disposições Gerais”, seu texto alterado serão substituídos por linha pontilhada; e
“Disposições Finais” e “Disposições Transitórias”; c) a utilização de linha pontilhada será obrigatória para indicar
XXII - na formatação do texto do ato normativo, utiliza-se: a manutenção de dispositivo em vigor e observará o seguinte:
a) fonte Calibri, corpo 12; 1. no caso de manutenção do texto do caput , a linha ponti-
b) margem lateral esquerda de dois centímetros de largura; lhada empregada será precedida da indicação do artigo a que se
c) margem lateral direita de um centímetro de largura; e refere;
d) espaçamento simples entre linhas e de seis pontos após 2. no caso de manutenção do texto do caput e do dispositivo
cada parágrafo, com uma linha em branco acrescida antes de cada subsequente, duas linhas pontilhadas serão empregadas e a primei-
parte, livro, título ou capítulo; ra linha será precedida da indicação do artigo a que se refere;
XXIII - na formatação do texto do ato normativo não se utiliza 3. no caso de alteração do texto de unidade inferior dentro de
texto em itálico, sublinhado, tachado ou qualquer forma de carac- unidade superior do artigo, a linha pontilhada empregada será pre-
teres ou símbolos não imprimíveis; cedida da indicação do dispositivo a que se refere; e
XXIV - os arquivos eletrônicos dos atos normativos são configu- 4. a inexistência de linha pontilhada não dispensará a revoga-
rados para o tamanho A4 (duzentos e noventa e sete milímetros de ção expressa de parágrafo.
altura por duzentos e dez milímetros de largura);
XXV - as palavras e as expressões em latim ou em língua estran-
geira são grafadas em negrito;

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos III e IV do caput , Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência da República
caso seja necessária a inserção de novos dispositivos no ato nor- Art. 23-A. Compete à Casa Civil e à Secretaria-Geral da Presi-
mativo, será utilizado, separados por hífen, o número ou a letra do dência da República: (Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020)
dispositivo imediatamente anterior acrescido de letras maiúsculas, (Vigência)
em ordem alfabética, tantas quantas forem necessárias para iden- I - verificar se os Ministros de Estado aos quais está afeta a ma-
tificar os acréscimos. téria da proposta de ato normativo referendaram ou, conforme o
caso, foram ouvidos sobre o ato submetido ao Presidente da Repú-
Cláusula de revogação blica; e (Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020) (Vigência)
Art. 18. A cláusula de revogação relacionará, de forma expres- II - zelar pela observância ao disposto neste Decreto, admitida
sa, todas as disposições que serão revogadas. a devolução das propostas de ato normativo em desacordo com as
§ 1º A expressão “revogam-se as disposições em contrário” não normas nele previstas aos órgãos de origem. (Incluído pelo Decreto
será utilizada. nº 10.420, de 2020 (Vigência)
§ 2º No caso de normas anteriormente alteradas, a revogação
expressa incluirá os dispositivos modificados e os dispositivos da Casa Civil da Presidência da República e solução de impasses
norma alteradora. (Incluído pelo Decreto nº 10.967, de 2022) (Vigência)
§ 3º A cláusula de revogação será subdividida em incisos quan-
Art. 23-B. Compete à Casa Civil da Presidência da República co-
do se tratar:
ordenar as discussões para resolver impasses entre órgãos quanto
I - de mais de um ato normativo; ou
ao mérito de propostas de atos normativos. (Incluído pelo Decreto
II - de dispositivos não sucessivos de um mesmo ato normativo.
nº 10.967, de 2022) (Vigência)
Vigência e vacatio legis Parágrafo único. Caso não seja possível solucionar o impasse, a
Art. 19. O texto da proposta indicará, de forma expressa, a vi- Casa Civil da Presidência da República poderá formular e propor ao
gência do ato normativo. Presidente da República alternativa de ato normativo, observado o
Art. 20. A vacatio legis ou a postergação da produção de efeitos disposto neste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 10.967, de 2022)
será prevista nos atos normativos: (Vigência)
I - de maior repercussão;
II - que demandem tempo para esclarecimentos ou exijam me- Análise de mérito
didas de adaptação pela população; Art. 24. Compete à Subchefia de Análise Governamental da
III - que exijam medidas administrativas prévias para a aplica- Casa Civil da Presidência da República: (Redação dada pelo Decreto
ção de modo ordenado; ou nº 10.967, de 2022) (Vigência)
IV - em que não convenha a produção de efeitos antes da edi- I - examinar as propostas de ato normativo quanto ao mérito, à
ção de ato normativo inferior ainda não publicado. oportunidade, à conveniência e à compatibilização da matéria neles
Art. 21. Na hipótese de vacatio legis , a cláusula de vigência terá tratada com as políticas e as diretrizes do Governo;
a seguinte redação: II - articular-se com os órgãos interessados para efetuar os ajus-
I - “Esta Lei entra em vigor [número cardinal por extenso] dias tes necessários nas propostas de atos normativos;
após a data de sua publicação”; III - quando julgar conveniente: (Redação dada pelo Decreto nº
II - “Esta Lei entra em vigor no [número ordinal por extenso] 10.420, de 2020 (Vigência)
dia do [número ordinal por extenso] mês após a data de sua publi- a) solicitar aos órgãos da administração pública federal e ao
cação”; ou Banco Central do Brasil informações para instruir o exame dos atos
III - “Este Decreto entra em vigor em [data por extenso]”. normativos sujeitos à apreciação do Presidente da República; (Re-
§ 1º Para estabelecer a vacatio legis , serão considerados: dação dada pelo Decreto nº 10.737, de 2021)
I - o prazo necessário para amplo conhecimento pelos desti- b) requerer ao órgão proponente a análise prévia de impacto
natários; da proposta de ato normativo; e (Incluído pelo Decreto nº 10.420,
II - o tempo necessário à adaptação da administração pública de 2020 (Vigência)
e dos particulares aos novos procedimentos, regras e exigências; e
c) estabelecer a metodologia a ser utilizada para a análise pré-
III - o período do mês, do ano ou da semana mais adequado
via de impacto da proposta de ato normativo de que trata a alínea
para a adaptação às novas regras.
“b”; e (Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência)
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do caput , o pri-
IV - disponibilizar orientações de apoio à elaboração dos pare-
meiro dia do mês será utilizado, preferencialmente, como data de
entrada em vigor de atos normativos. ceres de mérito.
§ 3º Para a data de entrada em vigor de atos normativos que Parágrafo único. Na hipótese prevista no inciso III do caput, os
tratem de organização administrativa, serão priorizados os dias órgãos da administração pública federal que não participaram da
úteis. elaboração da proposta de ato normativo deverão examinar a ma-
téria objeto da consulta no prazo estabelecido pela Subchefia de
CAPÍTULO IV Análise Governamental da Casa Civil da Presidência da República,
COMPETÊNCIA PARA PROPOR E EXAMINAR PROPOSTAS DE sob pena de se presumir concordância com a proposta de ato nor-
ATOS NORMATIVOS mativo. (Redação dada pelo Decreto nº 10.967, de 2022) (Vigência)

Competência para propor Análise jurídica


Art. 22. Incumbe aos Ministros de Estado a proposição de atos Art. 25. Compete à Subchefia para Assuntos Jurídicos da Secre-
normativos, conforme as áreas de competências dos órgãos. taria-Geral da Presidência da República: (Redação dada pelo Decre-
to nº 10.420, de 2020 (Vigência)
Casa Civil da Presidência da República
Art. 23. (Revogado pelo Decreto nº 10.420, de 2020)

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

I - proceder à revisão final da redação e da técnica legislativa IV - ser assinada pelo Ministro de Estado proponente.
da proposta de ato normativo, inclusive para retificar incorreções
de técnica legislativa, inadequações de linguagem, imprecisões e Referenda ministerial
lapsos manifestos; (Redação dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 Art. 28. Compete aos Ministros de Estado, na sua área de sua
(Vigência) competência, referendar os atos assinados pelo Presidente da Re-
II - coordenar as atividades de elaboração, de redação e de tra- pública.
mitação de atos normativos a serem encaminhados ao Presidente § 1º Compete ao Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Pre-
da República; sidência da República a referenda dos atos: (Redação dada pelo De-
III - articular-se com os órgãos proponentes, e com suas uni- creto nº 10.967, de 2022) (Vigência)
dades jurídicas, sobre assuntos de natureza jurídica que envolvam I - propostos por órgão subordinado diretamente ao Presidente
atos presidenciais; da República cujo titular não seja Ministro de Estado; e (Incluído
III-A - solicitar aos órgãos da administração pública federal e pelo Decreto nº 10.967, de 2022) (Vigência)
ao Banco Central do Brasil as informações que julgar convenientes II - formulados e propostos na forma prevista no parágrafo úni-
para instruir o exame de projeto de lei enviado pelo Congresso Na- co do art. 23-B. (Incluído pelo Decreto nº 10.967, de 2022) (Vigên-
cional ao Presidente da República para sanção; (Redação dada pelo cia)
Decreto nº 10.737, de 2021) § 2º A referenda ministerial das propostas de atos normativos
IV - emitir parecer final sobre a constitucionalidade, a legalida- de matérias não afetas a nenhum outro órgão é do Ministro de Es-
de, a compatibilidade com o ordenamento jurídico e a boa técnica tado da Justiça e Segurança Pública.
legislativa das propostas de ato normativo, observadas as atribui-
ções do Advogado-Geral da União previstas no art. 4º da Lei Com- Exposição de motivos interministerial
plementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 ; e Art. 29. A proposta de ato normativo que tratar de matéria rela-
V - preparar o despacho presidencial e submetê-lo ao Presiden- cionada a dois ou mais órgãos será elaborada conjuntamente.
te da República. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput , os Ministros
Parágrafo único. Exceto quando houver determinação em de Estado titulares dos órgãos envolvidos assinarão conjuntamen-
contrário, os órgãos da administração pública federal enviarão as te a exposição de motivos, à qual serão anexados os pareceres de
informações solicitadas na forma prevista no inciso III-A do caput mérito e jurídicos do Ministério autor e dos Ministérios coautores.
no prazo de dez dias, contado da data da solicitação. (Incluído pelo
Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) Propostas do Banco Central do Brasil
(Incluído pelo Decreto nº 10.737, de 2021)
CAPÍTULO V Art. 29-A. O Presidente do Banco Central do Brasil poderá en-
ENCAMINHAMENTO E EXAME DE PROPOSTAS DE ATOS NOR- caminhar ao Presidente da República propostas de atos normativos
MATIVOS relacionadas às matérias de sua competência. (Incluído pelo Decre-
to nº 10.737, de 2021)
Encaminhamento de propostas de ato normativo § 1º As propostas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil:
Art. 26. As propostas de ato normativo serão encaminhadas à (Incluído pelo Decreto nº 10.737, de 2021)
Casa Civil da Presidência da República e à Secretaria-Geral da Presi- I - obedecerão aos procedimentos estabelecidos neste Decre-
dência da República por meio eletrônico, atendidos os requisitos de to; e (Incluído pelo Decreto nº 10.737, de 2021)
autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade II - somente serão válidas se encaminhadas em conjunto com
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, por meio um ou mais órgãos cujo titular seja Ministro de Estado. (Incluído
de exposição de motivos do titular do órgão proponente. (Redação pelo Decreto nº 10.737, de 2021)
dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) § 2º A assinatura de propostas de atos normativos pelo Presi-
Parágrafo único. Excepcionalmente, o Subchefe para Assuntos dente do Banco Central do Brasil não será caracterizada como refe-
Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência da República poderá renda ministerial. (Incluído pelo Decreto nº 10.737, de 2021)
autorizar a remessa da proposta de ato normativo e dos documen-
tos que a acompanham em papel, assinada em meio físico. (Incluí- Documentos que acompanham a exposição de motivos
do pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) Art. 30. Serão enviados juntamente à exposição de motivos,
além de outros documentos necessários à sua análise:
Exposição de motivos I - a proposta do ato normativo;
Art. 27. A exposição de motivos deverá: II - o parecer jurídico;
I - justificar e fundamentar, de forma clara e objetiva, a edição III - o parecer de mérito; e
do ato normativo, com: (Redação dada pelo Decreto nº 10.420, de IV - os pareceres e as manifestações aos quais os documentos
2020 (Vigência) de que tratam os incisos II e III façam remissão. (Redação dada pelo
a) a síntese do problema cuja proposição do ato normativo visa Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência)
a solucionar;
b) a justificativa para a edição do ato normativo na forma pro- Parecer jurídico
posta; e Art. 31. A análise contida no parecer jurídico abrangerá:
c) a identificação dos atingidos pela norma; I - os dispositivos constitucionais ou legais nos quais está fun-
II - na hipótese de a proposta de ato normativo gerar despesas, dada a validade do ato normativo proposto;
diretas ou indiretas, ou gerar diminuição de receita para o ente pú- II - as consequências jurídicas dos principais pontos da propos-
blico, demonstrar o atendimento ao disposto nos art. 14 , art. 16 e ta de ato normativo;
art. 17 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 , e no art. III - as controvérsias jurídicas que envolvam a matéria; e
107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ; IV - a conclusão a respeito da constitucionalidade, da legalida-
III - no caso de proposta de medida provisória, demonstrar, ob- de e do atendimento à técnica legislativa.
jetivamente, a relevância e a urgência; e

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Parecer de mérito Vedação ao uso de Medida Provisória


Art. 32. O parecer de mérito conterá: Art. 35. Não será disciplinada por medida provisória matéria:
I - a análise do problema que o ato normativo visa a solucionar; I - relativa a:
II - os objetivos que se pretende alcançar; a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políti-
III - a identificação dos atingidos pelo ato normativo; cos e direito eleitoral;
IV - quando couber, a estratégia e o prazo para implementação; b) direito penal, processual penal e processual civil;
V - na hipótese de a proposta implicar renúncia de receita, cria- c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
ção, aperfeiçoamento ou expansão da ação governamental, ou au- carreira e a garantia de seus membros;
mento de despesas: d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
a) a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercí- créditos adicionais, ressalvada a hipótese de abertura de crédito
cio em que entrar em vigor e nos dois subsequentes, da qual deverá extraordinário prevista no art. 167, § 3º, da Constituição ; e
constar, de forma clara e detalhada, as premissas e as metodologias e) regulamentação de artigo da Constituição cuja redação te-
de cálculo utilizadas, e indicará: nha sido alterada por meio de emenda promulgada de 1º de janeiro
1. se a medida proposta foi considerada nas metas de resulta- de 1995 a 11 de setembro de 2001;
dos fiscais previstas na lei de diretrizes orçamentárias; e II - que vise à detenção ou ao sequestro de bens, de poupança
2. a simulação que demonstre o impacto da despesa com a me- popular ou de qualquer outro ativo financeiro;
dida proposta; e III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso
b) a declaração de que a medida apresenta:
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República;
1. adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária
e
anual; e
V - que possa ser aprovada sem dano para o interesse público
2. compatibilidade com o plano plurianual, com a lei de diretri-
nos prazos estabelecidos pelo procedimento legislativo de urgência
zes orçamentárias e com o art. 107 do Ato das Disposições Consti- previsto na Constituição.
tucionais Transitórias ; e (Redação dada pelo Decreto nº 9.588, de
2018) Criação de colegiados
c) a criação ou a prorrogação de benefícios de natureza tribu- Art. 36. O ato normativo que criar comissão, comitê, grupo de
tária, da qual decorra renúncia de receita, deverá conter exposição trabalho ou outra forma de colegiado indicará:
justificada sobre o atendimento às condições previstas no art. 14 I - as competências do colegiado;
da Lei Complementar nº 101, de 2000 ; (Incluído pelo Decreto nº II - a composição do colegiado e a autoridade encarregada de
9.588, de 2018) presidir ou coordenar os trabalhos;
VI - quando couber, a análise do impacto da medida: III - o quórum de reunião e de votação;
a) sobre o meio ambiente; e IV - a periodicidade das reuniões ordinárias e a forma de con-
b) sobre outras políticas públicas, inclusive quanto à interação vocação das reuniões extraordinárias; (Redação dada pelo Decreto
ou à sobreposição; (Redação dada pelo Decreto nº 9.588, de 2018) nº 10.420, de 2020 (Vigência)
VII - na hipótese de medida provisória ou de projeto de lei em V - o órgão encarregado de prestar apoio administrativo; (Re-
regime de urgência, a análise das consequências do uso do proces- dação dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência)
so legislativo regular; e (Redação dada pelo Decreto nº 9.588, de VI - quando necessário, a forma de elaboração e aprovação do
2018) regimento interno; (Redação dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020
VIII - na hipótese de políticas públicas financiadas por benefí- (Vigência)
cios de natureza tributária, financeira e creditícia previstos no § 6º VII - quando os membros não forem natos, a forma de indica-
do art. 165 da Constituição , as proposições deverão conter: (Inclu- ção dos membros e a autoridade responsável pelos atos de desig-
ído pelo Decreto nº 9.588, de 2018) nação; (Redação dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência)
a) objetivos, metas e indicadores para acompanhamento e ava- VIII - quando o colegiado for temporário, o termo de conclusão
liação dos resultados alcançados; e (Incluído pelo Decreto nº 9.588, dos trabalhos; (Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência)
de 2018) IX - quando for o caso, a necessidade de relatórios periódicos e
b) indicação do órgão responsável e do eventual corresponsá- de relatório final e a autoridade a quem serão encaminhados. (In-
cluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência)
vel pela gestão da política. (Incluído pelo Decreto nº 9.588, de 2018)
§ 1º É vedada a divulgação de discussões em curso sem a prévia
anuência do titular do órgão ao qual o colegiado esteja vinculado.
Propostas legislativas urgentes
§ 2º É obrigatória a participação da Advocacia-Geral da União
Art. 33. As propostas de projeto de lei com adoção do proce-
nos colegiados criados com a finalidade de elaborar sugestões ou
dimento legislativo de urgência previsto no art. 64, § 1º, da Consti- propostas de atos normativos de competência ou iniciativa do Pre-
tuição poderão ser encaminhadas à Presidência da República com sidente da República.
pedido de exame da possibilidade de serem transformadas em me- § 3º A participação na elaboração de propostas de atos nor-
dida provisória. mativos terminará com a apresentação dos trabalhos à autoridade
Parágrafo único. Caso se verifique demora na apreciação de responsável, os quais serão recebidos como sugestões e poderão
projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo federal, o órgão pro- ser aceitos, no todo ou em parte, alterados ou não considerados
ponente poderá, configuradas a relevância e a urgência, propor a pela autoridade ou pelos seus superiores, independentemente de
edição de medida provisória. notificação ou consulta aos seus autores.
Art. 34. As propostas de medida provisória serão convertidas § 4º A participação dos membros dos colegiados referidos nes-
pela Presidência da República em propostas de projeto de lei quan- te artigo será considerada prestação de serviço público relevante,
do não demonstrada a relevância, a urgência e a impossibilidade de não remunerada.
aprovação por meio de procedimento legislativo de urgência. Art. 37. É vedada a criação de colegiados por meio de portaria
interministerial.

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 38. A proposta de criação ou ampliação de colegiados in- CAPÍTULO VIII


terministeriais será acompanhada, além dos documentos previstos CONSOLIDAÇÃO DE ATOS NORMATIVOS
no art. 30, de:
I - esclarecimento sobre a necessidade de o colegiado ser per- Definição de consolidação da legislação federal
manente, caso não haja indicação de termo final para as atividades; Art. 45. As leis federais serão reunidas em codificações e conso-
II - estimativa dos custos com: lidações, compostas por volumes com as matérias conexas ou afins,
a) deslocamentos dos membros do colegiado; e de maneira a constituir a Consolidação da Legislação Federal.
b) custo homem/hora dos agentes públicos membros do cole- Parágrafo único. A Consolidação a que se refere o caput consis-
giado. tirá na reunião das leis pertinentes a determinada matéria em um
único diploma legal, com a revogação formal das leis incorporadas
Rejeição de proposta de atos normativos à consolidação e sem modificação do alcance nem interrupção da
Art. 39. A proposta de ato normativo objeto de manifestação força normativa dos dispositivos consolidados.
contrária da Casa Civil da Presidência da República ou da Secreta-
ria-Geral da Presidência da República poderá ser devolvida ao ór- Alterações admitidas
gão de origem com a justificativa para o não seguimento. (Redação Art. 46. Preservado o conteúdo normativo original dos dispo-
dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) sitivos consolidados, os projetos de lei de consolidação conterão
apenas as seguintes alterações:
CAPÍTULO VI I - introdução de novas divisões do texto legal básico;
CONSULTA PÚBLICA
II - diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;
III - fusão de dispositivos repetitivos ou de valor normativo
Competência para aprovar a consulta pública
idêntico;
Art. 40. A proposta de ato normativo a ser submetida a con-
IV - atualização da denominação de órgãos e de entidades da
sulta pública será encaminhada pelo titular do órgão ao qual está
afeta a matéria, por meio de aviso dirigido ao Ministro de Estado administração pública federal;
Chefe da Casa Civil da Presidência da República, acompanhada da V - atualização de termos e de linguagem antiquados;
documentação referida no art. 30. VI - atualização do valor de multas e de penas pecuniárias, com
base em indexador padrão;
Procedimento da consulta pública VII - eliminação de ambiguidades decorrentes do mau uso do
Art. 41. Na hipótese de a Casa Civil da Presidência da República vernáculo;
concluir pela adequação, conveniência e oportunidade da proposta VIII - homogeneização terminológica do texto;
de ato normativo: IX - supressão de dispositivos declarados inconstitucionais pelo
I - a íntegra da proposta e os termos da consulta serão publi- Supremo Tribunal Federal, observada, no que couber, a suspensão
cados no Diário Oficial da União pela Casa Civil da Presidência da pelo Senado Federal de execução de dispositivos, na forma estabe-
República; e lecida pelo art. 52, caput , inciso X, da Constituição ;
II - a consulta pública será disponibilizada no sítio eletrônico da X - supressão de dispositivos não recepcionados pela Consti-
Presidência da República e, caso se entenda conveniente, adicional- tuição em vigor;
mente, no sítio eletrônico do órgão proponente. XI - declaração expressa de revogação de dispositivos implicita-
mente revogados por leis posteriores; e
Processamento das sugestões XII - declaração expressa de revogação de dispositivos de leis
Art. 42. As sugestões à consulta pública serão recebidas pela temporárias cuja vigência tenha expirado ou cujos efeitos tenham
Casa Civil da Presidência da República e analisadas em conjunto se exaurido no tempo.
com o órgão proponente. § 1º As providências a que se referem os incisos IX, X, XI e XII do
caput serão expressamente fundamentadas, com a indicação pre-
Resultado da consulta pública cisa das fontes de informação que lhes serviram de embasamento.
Art. 43. No prazo de três meses após o término do recebimento § 2º Os dispositivos de leis temporárias vigentes à época da
das sugestões, o órgão proponente deverá encaminhar à Casa Civil consolidação serão incluídos na parte das disposições transitórias.
da Presidência da República: Art. 47. Será admitido projeto de lei de consolidação destinado
I - exposição de motivos com a proposta final de ato normativo;
exclusivamente à:
ou
I - declaração de revogação de leis e de dispositivos implicita-
II - justificativa da desistência da proposta.
mente revogados ou cuja eficácia ou validade encontre-se comple-
tamente prejudicada; ou
CAPÍTULO VII
SANÇÃO E VETO DE PROJETO DE LEI II - inclusão de dispositivos ou diplomas esparsos em leis pree-
(Revogado pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) xistentes, hipótese em que as disposições consolidadas nos termos
do parágrafo único do art. 45 serão revogadas.
Consulta pela Subchefia de Assuntos Parlamentares
Art. 44. (Revogado pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) Matriz de consolidação
Art. 48. Considera-se matriz de consolidação a lei geral básica,
à qual se integrarão os demais atos normativos de caráter extrava-
gante que disponham sobre matérias conexas ou afins àquela dis-
ciplinada na matriz.
Art. 49. Leis complementares e leis ordinárias não poderão ser
consolidadas em uma mesma matriz.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Medidas provisórias Manual de Redação da Presidência da República


Art. 50. As medidas provisórias não convertidas em lei não se- Art. 58. As regras do Manual de Redação da Presidência da Re-
rão objeto de consolidação. pública, aprovado pelo Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República, aplicam-se à elaboração dos atos norma-
Decretos tivos de que trata este Decreto.
Art. 51. O disposto nos art. 46 e art. 47 se aplica à consolidação
de decretos. Revogação
Art. 59. Fica revogado o Decreto nº 4.176, de 28 de março de
CAPÍTULO IX 2002 .
DISPOSIÇÕES FINAIS
Vigência
Base de legislação Art. 60. Este Decreto entra em vigor em 1º de fevereiro de
Art. 52. Compete à Subchefia para Assuntos Jurídicos da Secre- 2018.
taria-Geral da Presidência da República manter na internet: (Reda-
ção dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) ANEXO
I - os textos da Constituição, das emendas à Constituição, das QUESTÕES A SEREM ANALISADAS QUANDO DA ELABORAÇÃO
leis, dos atos normativos subscritos pelo Presidente da República, DE ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO DO PODER EXECUTIVO
com as alterações posteriores incorporadas ao texto, e dos decretos FEDERAL
legislativos de que trata o inciso I do caput do art. 49 da Constitui-
ção; (Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) Diagnóstico
II - as propostas de emendas à Constituição e de projetos de lei 1. Alguma providência deve ser tomada?
submetidas ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo federal; e 1.1. Qual é o objetivo pretendido?
(Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) 1.2. Quais foram as razões que determinaram a iniciativa?
III - as propostas de decretos legislativos submetidas ao Con- 1.3. Neste momento, como se apresenta a situação no plano
gresso Nacional para os fins do disposto no inciso VIII do caput do fático e no plano jurídico?
art. 84 da Constituição. (Incluído pelo Decreto nº 10.420, de 2020 1.4. Que falhas ou distorções foram identificadas?
(Vigência) 1.5. Que repercussões tem o problema que se apresenta no
âmbito da economia, da ciência, da técnica e da jurisprudência?
Base de propostas encaminhadas pelo Poder Executivo fede- 1.6. Qual é o conjunto de destinatários alcançados pelo proble-
ral ma e qual é o número de casos a resolver?
Art. 53. (Revogado pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) 1.7. O que poderá acontecer se nada for feito? (Exemplo: o
problema se agravará? Permanecerá estável? Poderá ser superado
Republicação pela própria dinâmica social, sem a intervenção do Estado? Com
Art. 54. O ato publicado no Diário Oficial da União com incorre- que consequências?)
ção em relação ao original será objeto de republicação.
Parágrafo único. A republicação poderá abranger somente o Alternativas
trecho do ato que contenha a incorreção. 2. Quais são as alternativas disponíveis?
2.1. Qual foi o resultado da análise do problema? Onde se situ-
Retificação am as causas do problema? Sobre quais causas pode incidir a ação
Art. 55. O ato publicado no Diário Oficial da União com lapso que se pretende executar?
manifesto será objeto de retificação. 2.2. Quais são os instrumentos da ação que parecem adequa-
§ 1º A retificação abrangerá apenas o trecho que contenha o dos para alcançar os objetivos pretendidos, no todo ou em parte?
lapso manifesto. (Exemplo: medidas destinadas à aplicação e à execução de disposi-
§ 2º A retificação será assinada pelos Ministros de Estado que tivos já existentes; trabalhos junto à opinião pública; amplo enten-
referendaram o ato originário e pelo Presidente da República. dimento; acordos; investimentos; programas de incentivo; auxílio
para que os próprios destinatários alcançados pelo problema envi-
Apostila dem esforços que contribuam para sua resolução; instauração de
Art. 56. A correção de erro material que não afete a substância processo judicial com vistas à resolução do problema.)
do ato singular de caráter pessoal e os atos relativos à vacância ou 2.3. Quais instrumentos de ação parecem adequados, conside-
ao provimento, quando decorrentes de alteração de estrutura de rando-se os seguintes aspectos:
órgão, autarquia ou fundação, será realizada por meio de apostila. 2.3.1. desgastes e encargos para os cidadãos e a economia;
Parágrafo único. A apostila é da competência do setor de re- 2.3.2. eficácia (precisão, grau de probabilidade de consecução
cursos humanos do órgão, da autarquia ou da fundação. (Redação do objetivo pretendido);
dada pelo Decreto nº 10.420, de 2020 (Vigência) 2.3.3. custos e despesas para o orçamento público;
2.3.4. efeitos sobre o ordenamento jurídico e sobre as metas
Elaboração dos demais atos normativos do Poder Executivo já estabelecidas;
federal 2.3.5. efeitos colaterais e outras consequências;
Art. 57. As disposições deste Decreto aplicam-se subsidiaria- 2.3.6. entendimento e aceitação por parte dos interessados e
mente à elaboração dos demais atos normativos de competência dos responsáveis pela execução; e
dos órgãos do Poder Executivo federal. 2.3.7. possibilidade de impugnação no Poder Judiciário.

Competência legislativa
3. A União deve tomar alguma providência? A União dispõe de
competência constitucional ou legal para fazê-lo?

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

3.1. Trata-se de competência privativa? 9.2. É possível e conveniente que a densidade da norma (dife-
3.2. Trata-se de caso de competência concorrente? renciação e detalhamento) seja flexibilizada por fórmulas genéricas
3.3. Na hipótese de competência concorrente, a proposta está (tipificação e utilização de conceitos jurídicos indeterminados ou
formulada de modo que assegure a competência substancial do Es- atribuição de competência discricionária)?
tado-membro? 9.3. Os detalhes ou eventuais alterações podem ser confiados
3.4. A proposta não apresenta formulação extremamente deta- ao poder regulamentar da União ou de outros entes federativos?
lhada que acaba por exaurir a competência estadual? 9.4. A matéria já não teria sido regulada em outras disposições
3.5. A matéria é de fato de iniciativa do Poder Executivo fede- de hierarquia superior (regras redundantes que poderiam ser evita-
ral? Ou estaria ela afeta à iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal das)? Por exemplo, em:
Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da Repúbli- 9.4.1. tratado aprovado pelo Congresso Nacional;
ca ou do Defensor-Geral da União? 9.4.2. lei federal, em relação a regulamento; ou
9.4.3. regulamento, em relação a portaria.
Necessidade de lei 9.5. Quais são as regras já existentes que serão afetadas pela
4. Deve ser proposta edição de lei? disposição pretendida? São regras dispensáveis?
4.1. A matéria a ser regulada está submetida ao princípio da
reserva legal? Direitos fundamentais
4.2. Por que a matéria deve ser submetida ao Congresso Na- 10. As regras propostas afetam direitos fundamentais? As re-
cional? gras propostas afetam garantias constitucionais?
4.3. Se não for o caso de se propor edição de lei, a matéria deve 10.1. Os direitos de liberdade podem ser afetados?
ser disciplinada por decreto? Por que não seria suficiente portaria? 10.1.1. Direitos fundamentais especiais podem ser afetados?
4.4. Existe fundamento legal suficiente para a edição de ato 10.1.2. Qual é o âmbito de proteção do direito fundamental
normativo secundário? Qual? afetado?
10.1.3. O âmbito de proteção sofre restrição?
Reserva legal 10.1.4. A proposta preserva o núcleo essencial dos direitos fun-
5. Estão sendo utilizadas fórmulas legais excessivamente gené- damentais afetados?
ricas? 10.1.5. Cuida-se de direito individual submetido a simples re-
5.1. Configura-se violação ao princípio da legalidade? serva legal?
5.2. Há conteúdo abdicatório ou demissionário na norma pro- 10.1.6. Cuida-se de direito individual submetido a reserva legal
posta? qualificada?
5.3. Configura-se violação ao princípio da legalidade? 10.1.7. Qual seria o outro fundamento constitucional para a
aprovação da lei? (Exemplo: regulação de colisão de direitos.)
5.4. Está havendo indevida delegação legislativa?
10.1.8. A proposta não abusa de formulações genéricas?
(Exemplo: conceitos jurídicos indeterminados.)
Norma temporária
10.1.9. A fórmula proposta não se afigura extremamente ca-
6. A norma deve ter prazo de vigência limitado?
suística?
6.1. Seria o caso de editar norma temporária?
10.1.10. Observou-se o princípio da proporcionalidade ou do
devido processo legal substantivo?
Medida provisória
10.1.11. Pode o cidadão prever e aferir as limitações ou os en-
7. Deve ser proposta a edição de medida provisória?
cargos que lhe poderão advir?
7.1. O que acontecerá se nada for feito de imediato? 10.1.12. As normas previstas preservam o direito aos princípios
7.2. A proposta pode ser submetida ao Congresso Nacional sob do contraditório e da ampla defesa no processo judicial e adminis-
a forma de projeto de lei em regime de urgência ( art. 64, § 1º, da trativo?
Constituição )? 10.2. Os direitos de igualdade foram afetados?
7.3. Trata-se de matéria que pode ser objeto de medida provi- 10.2.1. Observaram-se os direitos de igualdade especiais?
sória, tendo em vista as vedações estabelecidas no § 1º do art. 62 e (Exemplo: proibição absoluta de diferenciação)
no art. 246 da Constituição ? 10.2.2. O princípio geral de igualdade foi observado?
7.4. Estão caracterizadas a relevância e a urgência necessárias? 10.2.3. Quais são os pares de comparação?
7.5. Em se tratando da abertura de crédito extraordinário, está 10.2.4. Os iguais foram tratados de forma igual e os desiguais
atendido o requisito da imprevisibilidade? de forma desigual?
10.2.5. Existem razões que justifiquem as diferenças decorren-
Oportunidade do ato normativo tes ou da natureza das coisas ou de outros fundamentos de índole
8. O momento é oportuno? objetiva?
8.1. Quais são as situações-problema e os outros contextos cor- 10.2.6. As diferenças existentes justificam o tratamento dife-
relatos que devem ainda ser considerados e pesquisados? Por que, renciado? Os pontos em comum legitimam o tratamento igualitá-
então, deve ser tomada alguma providência neste momento? rio?
8.2. Por que não podem ser aguardadas outras alterações ne- 10.3. A proposta pode afetar situações consolidadas? Há ame-
cessárias, que se possam prever, para que sejam contempladas em aça de ruptura ao princípio de segurança jurídica?
um mesmo ato normativo? 10.3.1. Observou-se o princípio que determina a preservação
de direito adquirido?
Densidade do ato normativo 10.3.2. A proposta pode afetar ato jurídico perfeito?
9. A densidade que se pretende conferir ao ato normativo é a 10.3.3. A proposta contém possível afronta à coisa julgada?
apropriada? 10.3.4. Trata-se de situação jurídica suscetível de mudança?
9.1. A proposta de ato normativo está isenta de disposições (Exemplos: institutos jurídicos, situações estatutárias, garantias ins-
programáticas, simbólicas, discursivas ou expletivas? titucionais.)

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

10.3.5. Seria recomendável a adoção de cláusula de transição 13.4.2. O conselho profissional exercerá efetiva fiscalização do
entre o regime vigente e o regime proposto? trabalho prestado pelos inscritos ou se limitará ao controle formal
do registro?
Norma penal 13.5. Há clareza na delimitação da área de atuação privativa
11.1. Trata-se de norma de caráter penal? da profissão regulamentada? Não se está incluindo atividades que
11.1.1. O tipo penal está definido de forma clara e objetiva? podem ser exercidas por outras profissões regulamentadas ou por
11.1.2. A norma penal é necessária? Não seria mais adequado qualquer pessoa?
e eficaz a previsão da conduta apenas como ilícito administrativo? 13.6. Com quais outras profissões, regulamentadas ou não, há
11.1.3. A proposta respeita a irretroatividade? possibilidade de conflito de área de atuação? Esse conflito poderá
11.1.4. A pena proposta é compatível com outras figuras penais causar dano ao restante da sociedade?
existentes no ordenamento jurídico?
11.1.5. Tem-se agravamento ou melhoria da situação do desti- Compreensão do ato normativo
natário da norma? 14. O ato normativo corresponde às expectativas dos cidadãos
11.1.6. Trata-se de pena mais grave? e é inteligível para todos?
11.1.7. Trata-se de norma que gera a despenalização da con- 14.1. O ato normativo proposto será entendido e aceito pelos
duta? cidadãos?
11.1.8. Eleva-se ou reduz-se o prazo de prescrição do crime? 14.2. Os destinatários da norma podem entender o vocabulário
utilizado, a organização e a extensão das frases e das disposições, a
Norma tributária sistemática, a lógica e a abstração?
12. Pretende-se instituir ou aumentar tributo? Qual é o funda-
mento constitucional? Exequibilidade
12.1. Está sendo respeitado a estrita legalidade tributária de 15. O ato normativo é exequível?
que trata o art. 150, caput , inciso I, da Constituição ? 15.1. Por que não se renuncia a novo sistema de controle por
12.2. Há definição clara de todos os elementos da obrigação parte da administração pública federal?
tributária? Qual a hipótese de incidência, a base de cálculo, o su- 15.2. As disposições podem ser aplicadas diretamente?
jeito passivo e as consequências no caso de não pagamento ou de 15.3. As disposições administrativas que estabelecem normas
pagamento em atraso? de conduta ou proíbem determinadas práticas podem ser aplicadas
12.3. A lei afeta fatos geradores ocorridos antes de sua vigência com os meios existentes?
(lei retroativa)? 15.4. É necessário incluir disposições sobre proteção jurídica?
12.4. A cobrança de tributos será realizada no mesmo exercício Por que as disposições gerais não são suficientes?
financeiro da publicação da lei? 15.5. Por que não podem ser dispensadas:
12.5. O princípio da imunidade recíproca está sendo observa- 15.5.1. as regras sobre competência e organização;
do? 15.5.2. a criação de novos órgãos e comissões consultivas;
12.6. As demais imunidades tributárias foram observadas? 15.5.3. a intervenção da autoridade;
12.7. Há disposição que assegure o princípio da anterioridade 15.5.4. as exigências relativas à elaboração de relatórios; ou
(cobrança somente a partir do exercício financeiro seguinte ao da 15.5.5. outras exigências burocráticas?
publicação) e o princípio da anterioridade especial (cobrança ape- 15.6. Quais órgãos ou instituições devem assumir a responsabi-
nas após noventa dias, contados da data da publicação)? lidade pela execução das medidas?
12.8. No caso de imposto instituído ou majorado por medida
15.7. Quais conflitos de interesse o executor da medida terá de
provisória, foi observado que o ato só produzirá efeitos no exercício
administrar?
financeiro seguinte se aprovada a medida provisória até o último
15.8. O executor das medidas dispõe da necessária discricio-
dia daquele exercício em que foi editada?
nariedade?
12.9. O tributo que se pretende instituir tem caráter confisca-
15.9. Qual é a opinião das autoridades incumbidas de executar
tório?
as medidas quanto à clareza dos objetivos pretendidos e à possibi-
12.10. No caso de taxa, cuida-se de exação a ser cobrada em
lidade de sua execução?
razão do exercício de poder de polícia ou da prestação de serviço
15.10. A regra pretendida foi submetida a testes sobre a pos-
público específico e divisível prestados ou postos à disposição do
sibilidade de sua execução com a participação das autoridades en-
contribuinte? Há equivalência razoável entre o custo da atividade
estatal e a prestação cobrada? carregadas de aplicá-la? Por que não? A que conclusão se chegou?

Norma de regulação profissional Análise de custos envolvidos


13. Existe necessidade social da regulação profissional? 16. Existe relação equilibrada entre custos e benefícios? Proce-
13.1. Quais danos concretos para a vida, a saúde ou a ordem deu-se a análise?
social podem advir da ausência de regulação profissional? 16.1. Qual o ônus a ser imposto aos destinatários da norma?
13.2. A limitação para o “livre exercício de qualquer trabalho, 16.1.1. Que gastos diretos terão os destinatários?
ofício ou profissão” ( art. 5º, inciso XIII, da Constituição ), é realmen- 16.1.2. Que gastos com procedimentos burocráticos serão
te necessária? acrescidos? (Exemplo: calcular, ou, ao menos, avaliar os gastos dire-
13.3. As exigências de qualificação profissional ou de registro tos e os gastos com procedimentos burocráticos, incluindo verifica-
em conselho profissional decorrem de necessidade da sociedade ção do tempo despendido pelo destinatário com atendimento das
ou são tentativa de fechar o mercado? exigências formais)
13.4. É necessária a inscrição em conselho profissional? 16.2. Os destinatários da norma, em particular as pessoas na-
13.4.1. Precisa-se criar novo conselho profissional? Não basta- turais, as microempresas e as empresas de pequeno porte, podem
ria aproveitar a estrutura de conselho profissional já existente? suportar esses custos adicionais?

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

16.3. As medidas pretendidas impõem despesas adicionais ao 18.1.3. a administração pública adaptar-se às medidas?
orçamento da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- 18.1.4. a adequação das estruturas econômicas de produção
pios? Quais são as possibilidades existentes para enfrentarem esses ou de fornecimento dos produtos ou serviços que serão atingidos?
custos adicionais? 18.1.5. a adaptação dos sistemas de informática utilizados pela
16.4. Quais são as despesas indiretas dos entes públicos com administração pública ou por particulares?
a medida? Quantos servidores públicos terão de ser alocados para 18.2. Qual a redução de custos possível para a administração
atender as novas exigências e qual é o custo estimado com eles? pública e para os particulares se os prazos de adaptação forem am-
Qual o acréscimo previsto para a despesa de custeio? pliados?
16.5. Os gastos previstos podem ser aumentados por força de 18.3. Qual é o período do mês, do ano ou da semana mais ade-
controvérsias judiciais ou administrativas? Qual é o custo potencial quado para o início da aplicação das novas regras?
com condenações judiciais e com a estrutura administrativa neces- 18.4. Para o cumprimento da nova obrigação, foi especificado
sária para fazer face ao contencioso judicial e ao contencioso admi- tratamento diferenciado, simplificado e favorecido ou prazo espe-
nistrativo? cial para as microempresas e empresas de pequeno porte, obser-
16.6. Há previsão orçamentária suficiente e específica para a vado o disposto nos § 3º ao § 6º do art. 1º da Lei Complementar nº
despesa? É necessária a alteração prévia da legislação orçamentá- 123, de 14 de dezembro de 2006 ?
ria?
16.7. Há compatibilidade entre a proposta e os limites individu- Avaliação de resultados
alizados para as despesas primárias de que trata o art. 107 do Ato 19. Como serão avaliados os efeitos do ato normativo?
das Disposições Constitucionais Transitórias ? 19.1. Qual a periodicidade da avaliação de resultados do ato
normativo?
Simplificação administrativa 19.2. Como ocorrerá a reversão das medidas em caso de resul-
17. O ato normativo implicará redução ou ampliação das exi- tados negativos ou insuficientes?
gências procedimentais?
17.1. Em que medida os requisitos necessários à formulação de
pedidos perante autoridades podem ser simplificados?
17.2. Qual a necessidade das exigências formuladas? Qual o EXERCÍCIOS
dano concreto no caso da dispensa?
17.3. Quais os custos que os atingidos pelo ato normativo terão
com as exigências formuladas? 1. (ESAF- 2012-CGU -ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE-
17.4. Qual será o tempo despendido pelos particulares com as PROVA 3 -ADMINISTRATIVA)
exigências formuladas? O que pode ser feito para reduzir o tempo Quanto ao regime jurídico dos servidores públicos da União, é
despendido? correto afirmar que:
17.5. As exigências formuladas são facilmente compreensíveis (A) consumado o suporte fático previsto na lei e preenchidos
pelos atingidos? os requisitos para o seu exercício, o servidor passa a ter direito
17.6. Foram observadas as garantias legais de: adquirido ao benefício ou à vantagem que o favorece.
17.6.1. não reconhecer firma e não autenticar documentos em (B) além do estatuto legal específico, no tocante aos direitos e
cartório ( art. 22 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 )? deveres dos servidores, deve ser observado também o dispos-
17.6.2. não apresentar prova de vida, residência, pobreza, de- to na Consolidação das Leis do Trabalho CLT.
pendência econômica, homonímia ou bons antecedentes ( Lei nº (C) os benefícios e as vantagens previstos na legislação no mo-
7.115, de 29 de agosto de 1983 )? mento da posse do servidor público passam a ser direitos ad-
17.6.3. não apresentar documentos já existentes no âmbito da quiridos.
administração pública federal ou apresentar nova prova sobre fato (D) o cargo público é o conjunto de atribuições e responsabi-
já comprovado perante o ente público ( art. 37 da Lei nº 9.784, de lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
1999 , e inciso XV do caput do art. 5º da Lei nº 13.460, de 26 de acometidas a um servidor e podem ser criados por lei ou por
junho de 2017 )? decreto do Presidente da República.
17.7. obter decisão final a respeito do requerimento no prazo (E) a investidura em cargo público pode ocorrer com a posse ou
de trinta dias ( art. 49 da Lei nº 9.784, de 1999 )? com a reintegração.
17.8. O interessado poderá cumprir as exigências por meio ele-
trônico? 2. (CESPE- 2012-TJ-RR- TÉCNICO JUDICIÁRIO) No que se refe-
17.8.1. Os sistemas eletrônicos utilizados atendem os requisi- re à classificação e às espécies de agentes públicos, julgue os itens
tos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabi- seguintes.
lidade da ICP-Brasil? Os empregados públicos, embora sujeitos à legislação traba-
17.8.2. Na hipótese de dificuldade no uso ou de os meios ele- lhista, submetem-se às normas constitucionais referentes a concur-
trônicos não atenderem os requisitos da ICP-Brasil, está garantida a so público e à acumulação remunerada de cargos públicos.
possibilidade de realização das formalidades por meio físico? ( ) CERTO
( ) ERRADO.
Prazo de vigência e de adaptação
18. Há necessidade de vacatio legis ou de prazo para adaptação 3. Bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo Indis-
da administração e dos particulares? ponível, são bens que destinados à execução dos serviços adminis-
18.1. Qual o prazo necessário para: trativos e serviços públicos em geral.
18.1.1. os destinatários tomarem conhecimento da norma e ( ) CERTO
analisarem os seus efeitos? ( ) ERRADO.
18.1.2. a edição dos atos normativos complementares essen-
ciais para a aplicação da norma?

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

4. Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível, são bens que, 10. O instrumento de contrato, não é ato obrigatório nas situa-
embora sejam constituídos para o patrimônio público, acabam por ções de concorrência ou de tomadas tomada de preços, bem como
não possuir uma destinação pública determinada ou um fim admi- ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação, nas
nistrativo específico. quais os valores contratados estejam elencados nos limites daque-
( ) CERTO las duas modalidades licitatórias.
( ) ERRADO. ( ) CERTO
( ) ERRADO.
5. (CESPE- 2013-SEGER/ES -ANALISTA DO EXECUTIVO-TODAS
AS ÁREAS) No que concerne a atos administrativos, assinale a op- 11. Determinado vereador, ao elaborar um projeto de lei, so-
ção correta. licitou esclarecimentos à sua assessoria a respeito da denominada
(A) Atos declaratórios são aqueles que criam, modificam ou ex- “cláusula de revogação”, mais especificamente sobre a necessidade
tinguem direitos. de sua inserção, caso exista lei anterior em sentido contrário, e do
(B) Um ato administrativo com vício de finalidade poderá ser teor que lhe deve ser atribuído.
convalidado pela mesma autoridade de que emanou ou pelo A assessoria respondeu corretamente, com base na Lei Com-
seu superior hierárquico. plementar nº 95/98, que a referida cláusula, na situação descrita
(C) Mesmo em casos de ilegalidade, os atos administrativos na narrativa:
não podem ser invalidados pelo Poder judiciário, como postu- (A) está implícita na proposição, não necessitando de previsão
lado no princípio da separação dos poderes. expressa;
(D) São requisitos do ato administrativo: competência, objeto, (B) não pode ser inserida na proposição, pois a revogação da lei
forma, validade e finalidade. · anterior é matéria estranha à lei nova;
(E) Um ato emanado do administrador goza d presunção de le- (C) deve ser inserida na proposição e indicará apenas que “fi-
gitimidade, independentemente de lei que expresse atributo. cam revogadas as disposições em contrário”;
(D) é de inserção facultativa, não existindo qualquer previsão a
6. (CESPE- 2013-TJMA- JUIZ) Acerca dos atos administrativos, seu respeito no âmbito da técnica legislativa;
assinale a opção correta. (E) deve ser inserida na proposição e deve enumerar expressa-
(A) A administração pública pode revogar os atos por ela prati- mente as leis ou disposições legais revogadas.
cados por motivo de conveniência e oportunidade. ·
(B) Os atos praticados por concessionários de serviço público, 12. Assinale o elemento que não integra a parte preliminar da
no exercício da concessão, não podem ser considerados atos lei.
administrativos, dado que foram produzidos por entes que não (A) Epígrafe.
integram a estrutura da administração pública. (B) Indicação do âmbito de aplicação das disposições norma-
(C) O silêncio da administração pública importa consentimento tivas.
tácito. (C) Enunciado do objeto.
(D) É vedado o controle da legalidade dos atos administrativos (D) Cláusula de vigência.
pelo Poder Judiciário.
13. De acordo com Art. 10 da Lei Complementar Nº 95, de 26
7. Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata- de fevereiro de 1998, que dispõe sobre a elaboração, a redação, a
-se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço, alteração e a consolidação das leis, os textos legais serão articula-
designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns. O dos com observância a alguns princípios. Um desses princípios se
pregão pode ocorrer somente de forma presencial. refere ao desdobramento dos artigos. Escolha a alternativa correta:
A assertiva se encontra: (A) Os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos;
( ) CERTO os incisos em parágrafos, os parágrafos em itens e os itens em
( ) ERRADO. alíneas.
(B) Os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos;
8. De acordo com a Nova lei de Licitações, os documentos exi- os parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em
gidos para a habilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito itens.
de falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por (C) Os artigos desdobrar-se-ão em itens; os itens em incisos, os
último, exige-se o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios incisos em alíneas e as alíneas em parágrafos.
sociais, salvo das empresas que foram constituídas no lapso de me- (D) Os artigos desdobrar-se-ão em alíneas; as alíneas em inci-
nos de três anos. sos, os incisos em itens e os itens em parágrafos.
A assertiva se encontra:
( ) CERTO 14. Escolha dentre as alternativas, aquela que não condiz com
( ) ERRADO. a Lei Complementar nº 95, de 1998 e suas alterações, referente às
consolidações da legislação.
9. O procedimento legal é uma das características do contrato (A) A consolidação consistirá na integração de todas as leis per-
administrativo, através do qual são estabelecidos por meio de lei, tinentes a determinada matéria num único diploma legal, re-
procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contra- vogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação,
tos administrativos, que contém, dentre outras medidas, autoriza- sem modificação do alcance nem interrupção da força norma-
ção legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela tiva dos dispositivos consolidados.
autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e li- (B) O projeto de lei de consolidação terá de manter o conteúdo
citação. normativo original dos dispositivos consolidados, e não é meio
( ) CERTO hábil para alterar opções políticas anteriormente tomadas.
( ) ERRADO. (C) A iniciativa do projeto de consolidação deve ser do Poder
Judiciário.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

(D) A Consolidação não pode abranger medidas provisórias não ______________________________________________________


convertidas em lei, e nem podem ser combinadas na mesma
matriz de consolidação leis ordinárias e leis complementares. ______________________________________________________

15. De acordo com a Lei Complementar no 95/1998, para a ob- ______________________________________________________


tenção de clareza, as disposições normativas devem
______________________________________________________
(A) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único as-
sunto ou princípio. ______________________________________________________
(B) promover as discriminações e enumerações por meio dos
incisos, alíneas e itens. ______________________________________________________
(C) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo
sentido ao texto. ______________________________________________________
(D) escolher termos que tenham o mesmo sentido na maior
parte do território nacional. ______________________________________________________
(E) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo,
______________________________________________________
neologismo e adjetivações dispensáveis.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 CERTO
______________________________________________________
3 CERTO
4 CERTO ______________________________________________________
5 E ______________________________________________________
6 A
______________________________________________________
7 ERRADO
8 ERRADO ______________________________________________________
9 CERTO ______________________________________________________
10 ERRADO
______________________________________________________
11 E
12 D ______________________________________________________
13 B ______________________________________________________
14 C
______________________________________________________
15 E
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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