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CÓD: SL-085AB-22

7908433220190

PRAIA GRANDE
CÂMARA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA
DE PRAIA GRANDE DO ESTADO DE SÃO PAULO - SP

Oficial Legislativo
EDITAL Nº 01/2022
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Interpretação de texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Significação das palavras: sinônimos, antônimos, sentido próprio e figurado das palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5. Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
6. Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção (classificação e
sentido que imprime às relações entre as orações) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9. Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
10. Colocação pronominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Raciocínio Lógico
1. Raciocínio lógico. Raciocínio sequencial. Orientações espacial e temporal. Formação de conceitos. Discriminação de elementos. Com-
preensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclusões determinadas . . 01

Noções de Informática
1. MS-Windows 10 ou superior: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação
de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. MS-Office 2016 ou superior . MSWord 2016 ou superior: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçal-
hos, parágrafos, fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de pági-
nas, legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. MS-Excel 2016 ou superior: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de
tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e
numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4. MS-PowerPoint 2016 ou superior : estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação, animação e
transição entre slides. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
6. Internet: Navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
7. Noções Básicas sobre o Linux. (*) – Em sua instalação padrão, no idioma PortuguêsBrasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Legislação Municipal
1. Lei Orgânica do Município (atualizada e/ou alterada); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Regimento Interno da Câmara Municipal de Estância Balneária de Praia Grande (atualizada e/ou alterada). . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3. Lei Complementar nº 15/92 (Estatuto dos Funcionários Públicos de Praia Grande) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
ÍNDICE

Conhecimentos Específicos
Oficial Legislativo
1. Comportamento Organizacional: motivação, comunicação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, poder e autori-
dade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Protocolo: finalidade, objetivos e atividades gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3. Comunicação oficial: características (formalidade, uniformidade, clareza, precisão, concisão e harmonia). Elaboração de documentos
oficiais (relatório, ofício, memorando, carta, ata, despachos, portaria, ordem de serviço, requerimento). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4. Atribuições do cargo público. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5. Atendimento telefônico: voz, interesse, calma e sigilo. Atendimento de chamadas: fraseologias adequadas. Definição de termos
telefônicos. Noções do Sistema Central do PABX. Conhecimentos em PABX digital e DDR. Operações por meio de aparelhos telefôni-
cos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6. Normas de qualidade no atendimento ao público interno e externo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
7. Lei de Acesso à Informação n.º 12.527/2011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Interpretação de texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Significação das palavras: sinônimos, antônimos, sentido próprio e figurado das palavras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4. Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5. Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
6. Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção (classificação e
sentido que imprime às relações entre as orações) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
9. Crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
10. Colocação pronominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
LÍNGUA PORTUGUESA

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências. Além de saber desses conceitos, é importante sabermos
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas damos a este processo é intertextualidade.
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença? Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
Tipos de Linguagem a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
facilite a interpretação de textos. de um texto.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
pode ser escrita ou oral. prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica
e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade,
estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, ortográficas, gramaticais e interpretativas;
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais
polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem principal e das ideias secundárias do texto.
verbal com a não-verbal. – Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e
mutável).

1
LÍNGUA PORTUGUESA

– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
tópicos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
são uma distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além As informações que se relacionam com o tema chamamos de
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se capaz de identificar o tema do texto!
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações,
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
apresentadas na prova. cundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com TEXTOS VARIADOS
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e
nunca extrapole a visão dele. Ironia
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, novo sentido, gerando um efeito de humor.
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo Exemplo:
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma


espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-

2
LÍNGUA PORTUGUESA

Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em


quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes. ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
Ironia de situação de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da principal. Compreender relações semânticas é uma competência
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
morte. fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

Ironia dramática (ou satírica) Busca de sentidos


A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- apreensão do conteúdo exposto.
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- citadas ou apresentando novos conceitos.
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
da narrativa. espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao Importância da interpretação
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
Humor específicos, aprimora a escrita.
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
rer algo fora do esperado numa situação. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
acessadas como forma de gerar o riso. são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-

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tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você berdade para quem recebe a informação.
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. Fato
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
Diferença entre compreensão e interpretação do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Exemplo de fato:
leitor tira conclusões subjetivas do texto. A mãe foi viajar.

Gêneros Discursivos Interpretação


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma sas, previmos suas consequências.
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
dárias. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ças sejam detectáveis.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Exemplos de interpretação:
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações tro país.
encaminham-se diretamente para um desfecho. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
Opinião
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
que fazemos do fato.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
curto.
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não anteriores:
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
como horas ou mesmo minutos. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- do que com a filha. Ela foi egoísta.
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
imagens. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto mos expressando nosso julgamento.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
vencer o leitor a concordar com ele. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Exemplo:
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
de destaque sobre algum assunto de interesse. com o sofrimento da filha.

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ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
e o do leitor. social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e caem em desuso.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é Língua escrita e língua falada
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
sentada na introdução. mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Linguagem popular e linguagem culta
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria o diálogo é usado para representar a língua falada.
prova.
Linguagem Popular ou Coloquial
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- expressão dos esta dos emocionais etc.
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
A Linguagem Culta ou Padrão
Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto- É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ríodo, e o tópico que o antecede. escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
para a clareza do texto. cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
Gíria
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
sem coerência.
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
mais direto. novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
NÍVEIS DE LINGUAGEM de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
Definição de linguagem “mina”, “tipo assim”.
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo

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Linguagem vulgar • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª


Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na Exemplo:
comida”. Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
Linguagem regional na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. perior para formação de oficiais.

Tipos e genêros textuais Tipo textual expositivo


Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma pode ser expositiva ou argumentativa.
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
exemplos e as principais características de cada um deles.
Características principais:
Tipo textual descritivo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma mar.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
um movimento etc. • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
Características principais: de ponto de vista.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
caracterizadora. Exemplo:
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
meração. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• A noção temporal é normalmente estática. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- terminado tema.
ção. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.

Exemplo: Tipo textual dissertativo-argumentativo


Era uma casa muito engraçada Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concursos —
Não tinha teto, não tinha nada apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias apresentadas
Ninguém podia entrar nela, não de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, clareza, respeito
Porque na casa não tinha chão pelo registro formal da língua e coerência, seu intuito é a defesa de um
Ninguém podia dormir na rede ponto de vista que convença o interlocutor (leitor ou ouvinte).
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi Características principais:
Porque penico não tinha ali • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Mas era feita com muito esmero e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
Na rua dos bobos, número zero gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
(Vinícius de Moraes) de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO gestão/solução).
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, • Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
comportamentos, nas leis jurídicas. um caráter de verdade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
Características principais: zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver- probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro • Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o
do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas). desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se ro-
deios.

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Exemplo: Injuntivo Receita culinária


A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Bula de remédio
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Manual de instruções
administração política (tese), porque a força governamental certa- Regulamento
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Textos prescritivos
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Expositivo Seminários
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Palestras
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Conferências
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Entrevistas
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Trabalhos acadêmicos
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Enciclopédia
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Verbetes de dicionários
cobrança efetiva (conclusão). Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Tipo textual narrativo Resenha
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Artigo
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Ensaio
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Monografia, dissertação de
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). mestrado e tese de doutorado

Características principais: Narrativo Romance


• O tempo verbal predominante é o passado. Novela
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- Crônica
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Contos de Fada
onisciente). Fábula
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em Lendas
prosa, não em verso.
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
Exemplo: ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
Solidão nitos e mudam de acordo com a demanda social.
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- INTERTEXTUALIDADE
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
Nelson S. Oliveira de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur- existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
reais/4835684 ambos: forma e conteúdo.
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
GÊNEROS TEXTUAIS forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música,
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos,
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem provérbios, charges, dentre outros.
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser- Tipos de Intertextualidade
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela • Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen-
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (paro-
textuais que neles predominam. dès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante)
e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante a outro”. Esse
recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais • Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a
Descritivo Diário mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização
Relatos (viagens, históricos, etc.) de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis),
Biografia e autobiografia significa a “repetição de uma sentença”.
Notícia • Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí-
Currículo ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha
Lista de compras alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter-
Cardápio mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
Anúncios de classificados e “graphé” (escrita).
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.

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Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- A vaca é um ruminante.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Logo, a vaca é um mamífero.
“citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois também será verdadeira.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
ARGUMENTAÇÃO se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
texto diz e faça o que ele propõe. mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo entender bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
de linguagem. Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e Tipos de Argumento
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse argumento. Exemplo:
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Argumento de Autoridade
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
enunciador está propondo. texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. verdadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas conhecimento. Nunca o inverso.
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. Alex José Periscinoto.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a B.
A é igual a C. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
Então: C é igual a B. importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
que C é igual a A. acreditar que é verdade.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Argumento de Quantidade Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz da celebridade.
largo uso do argumento de quantidade. Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
competência linguística. A utilização da variante culta e formal
Argumento do Consenso da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. médico:
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
frases carentes de qualquer base científica. por bem determinar o internamento do governador pelo período
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
Argumento de Existência - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas hospital por três dias.
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na Como dissemos antes, todo texto tem uma função
mão do que dois voando”. argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
navios, etc., ganhava credibilidade. dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
Argumento quase lógico não outras, etc. Veja:
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios trocavam abraços afetuosos.”
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
provável. tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
indevidas. meio ambiente, injustiça, corrupção).
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
Argumento do Atributo um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais o argumento.
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
que é mais grosseiro, etc. contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite

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LÍNGUA PORTUGUESA

que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir oposta.
outros à sua dependência política e econômica”.
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
assunto, etc). Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas sociedade.
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. dedução.
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
pensamento e seu comportamento. da verdade:
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão - evidência;
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia - divisão ou análise;
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo - ordem ou dedução;
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - enumeração.
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares,
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
inflexão de voz, a mímica e até o choro. e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor A forma de argumentação mais empregada na redação
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, alguns não caracteriza a universalidade.
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
vista. à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. para o efeito. Exemplo:
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes, Fulano é homem (premissa menor = particular)
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase
desenvolver as seguintes habilidades: em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso,
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O
totalmente contrária; percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O calor dilata o ferro (particular)
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria O calor dilata o bronze (particular)
contra a argumentação proposta; O calor dilata o cobre (particular)

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LÍNGUA PORTUGUESA

O ferro, o bronze, o cobre são metais Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma ser assim relacionadas:
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: dos elementos que farão parte do texto.
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Lógico, concordo. informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
- Claro que não! experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Exemplos de sofismas: fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Dedução as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Todo professor tem um diploma (geral, universal) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Fulano tem um diploma (particular) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
Indução por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
(particular) menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) são empregados de modo mais ou menos convencional. A
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
– conclusão falsa) características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode artificial.
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores;
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
“simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial sabiá, torradeira.
dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
sentimentos não ditados pela razão. Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que Os elementos desta lista foram classificados por ordem
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
sistematizar a pesquisa. decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
relógio estaria reconstruído. os pontos de vista sobre ele.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento fundamentação coerente e adequada.
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
- o termo a ser definido; se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
- o gênero ou espécie; se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
- a diferença específica. adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
O que distingue o termo definido de outros elementos da indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
mesma espécie. Exemplo: o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
Elemento especiediferença maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
a ser definidoespecífica acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
ou instalação”; interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os assim, desse ponto de vista.
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
expandida;d Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
diferenças). mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio menos que, melhor que, pior que.
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
palavra e seus significados. Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos

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LÍNGUA PORTUGUESA

na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. resposta, justificar, criando um argumento básico;
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
Nesse caso, incluem-se (rever tipos de argumentação);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
mortal, aspira à imortalidade); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
postulados e axiomas); consequência);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria argumento básico;
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
que parece absurdo). em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
argumento básico;
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
concretos, estatísticos ou documentais. às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação menos a seguinte:
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. Introdução
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - função social da ciência e da tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões - definições de ciência e tecnologia;
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Desenvolvimento
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - apresentação de aspectos positivos e negativos do
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- desenvolvimento tecnológico;
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
argumentação: condições de vida no mundo atual;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade
demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o países subdesenvolvidos;
cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga passado; apontar semelhanças e diferenças;
verdadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento urbanos;
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
universalidade da afirmação; mais a sociedade.
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de Conclusão
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em consequências maléficas;
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou apresentados.
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois redação: é um dos possíveis.
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados que ela é inserida.
para a elaboração de um Plano de Redação. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tecnológica

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume Coesão


a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
textos caracterizada por um citar o outro. fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando tem-se a coesão lexical.
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos nentes do texto.
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com A coesão:
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum componentes do texto;
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece entre
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los dois textos, quando um texto já criado exerce influência na criação de
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade como sendo
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou a criação de um texto a partir de outro texto já existente. Dependendo
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem
ou lido. muito dos textos/contextos em que ela é inserida.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a com- a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
preensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coeren- escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
te, além de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada. textos caracterizada por um citar o outro.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
Coerência texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
outra”). pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- mencionar um provérbio conhecido.
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
elementos formativos de um texto. tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos zá-lo ou ao compará-lo com outros.
elementos textuais. Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
imediato a coerência de um discurso. tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
A coerência: alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei- Tipos de Intertextualidade
tual; A intertextualidade acontece quando há uma referência
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
o aspecto global do texto; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
intertextualidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – não exige que haja dedução por parte do leitor;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um – apenas apela à compreensão do conteúdos.
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. A intertextualidade implícita:
– não é facilmente identificada pelos leitores;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
com outras palavras o que já foi dito. parte dos leitores;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso a compreensão do conteúdo.
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original PONTO DE VISTA
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. narrador-observador e o narrador-personagem.
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que Primeira pessoa
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”. vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
só descobrimos ao decorrer da história.
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem Segunda pessoa
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o sinta quase como outro personagem que participa da história.
termo “citação” (citare) significa convocar.
Terceira pessoa
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
Pastiche é uma recorrência a um gênero. disse.

A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será
a recriação de um texto. transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, acompanhando a leitura não fique confuso.
comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS: SINÔNIMOS, ANTÔNI-
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função MOS, SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS
daquela citação ou alusão em questão.

Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita Significação de palavras


A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
A intertextualidade explícita: que compõem este estudo.
– é facilmente identificada pelos leitores;
– estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– apresenta elementos que identificam o texto fonte;

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Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.

O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

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Outros casos
ORTOGRAFIA OFICIAL 1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
ORTOGRAFIA OFICIAL – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- semicírculo.
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
troduzidas as letras k, w e y.
mo, antissocial, ultrassom.
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
PQRSTUVWXYZ
das.
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, 2. Prefixo terminado em consoante:
gui, que, qui. – Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário.
Regras de acentuação – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das persônico.
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
sílaba)
Observações:
Como era Como fica • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
alcatéia alcateia essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
apóia apoia • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
apóio apoio • O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas rar, cooperação, cooptar, coocupante.
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. • Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
mirante.
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
pontapé, paraquedas, paraquedista.
Como era Como fica • Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
baiúca baiuca recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
bocaiúva bocaiuva
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: vamos passar para mais um ponto importante.
tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem PONTUAÇÃO


e ôo(s).
Pontuação
Como era Como fica Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
abençôo abençoo de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
crêem creem pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE-
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ CHARA, 2009, p. 514)
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
Atenção: sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
palavras forma/fôrma. Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
Uso de hífen sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
Regra básica: reticências.
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho- Estaremos presentes na festa.
mem.

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Ponto de interrogação ( ? ) 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- mos” o momento certo de fazer uso dela.
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Você vai à festa? alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
Ponto de exclamação ( ! ) cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tiva. tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Ex: Que bela festa! menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
Reticências ( ... ) dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com Maria foi à padaria ontem.
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor Sujeito Verbo Objeto Adjunto
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu. Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
re por alguns motivos:
Dois-pontos ( : ) 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, verbo e o adjunto.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
Ponto e vírgula ( ; )
é necessária:
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
Ontem, Maria foi à padaria.
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
Maria, ontem, foi à padaria.
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume-
À padaria, Maria foi ontem.
ração (frequente em leis), etc.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam-
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
bém uma linda decoração e bebidas caras.
sário:
Travessão ( — ) • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com ção.
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir serem observadas na redação oficial.
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- • Separa aposto.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
um diálogo, com ou sem aspas. • Separa vocativo.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. Brasileiros, é chegada a hora de votar.
• Separa termos repetidos.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] Aquele aluno era esforçado, esforçado.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- efeito, digo.
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
rem uma nova inserção. ou seja, de fácil compreensão.
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
vernador) • Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
tos).
Aspas ( “ ” ) O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para • Separa orações coordenadas assindéticas.
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. ideias na cabeça...
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
• Isola o nome do lugar nas datas.
Vírgula Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula:

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa Classificação dos substantivos
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor- SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
mações comprovam, etc. apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- sua estrutura. macaco/João/sabão
nizar o problema.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/
são formados por mais de um porta-voz/
ACENTUAÇÃO radical em sua estrutura. pé-de-moleque
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons são os que dão origem a mundo/
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para outras palavras, ou seja, ela é população
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. a primeira. /formiga
Vejamos um por um: SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
são formados por outros populacional/formigueiro
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre radicais da língua.
aberto.
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
Já cursei a Faculdade de História.
designa determinado ser /Brasil
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da
fechado.
espécie. São sempre iniciados Liberdade
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
por letra maiúscula.
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
caso afundo mais à frente). SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
Sou leal à mulher da minha vida. referem-se qualquer ser de cachorro/prima
uma mesma espécie.
As palavras podem ser: SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
-já, ra-paz, u-ru-bu...) própria. Esses seres podem /lobisomem
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
sa-bo-ne-te, ré-gua...) reais ou imaginários.
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
nomeiam ações, estados, bondade/
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: qualidades e sentimentos que confiança/
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, não tem existência própria, ou lembrança/
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) seja, só existem em função de amor/
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, um ser. alegria
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, mesmo quando empregado
dói, coronéis...) no singular e constituem um
substantivo comum.
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras. Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
uniformes
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, – Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTI- presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
DO QUE IMPRIME ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES) – Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
CLASSES DE PALAVRAS epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
Substantivo veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- macho/palmeira fêmea.
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.  que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, o/a
estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.

• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.


– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 

Adjetivo
É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão compos-
ta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe
de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário,
Variáveis
vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu-
utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas. ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.
Classificação Pronomes Interrogativos
Advérbio
qual, quais, quanto, quantos, quan- É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad-
Variáveis
ta, quantas. vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
Invariáveis quem, que. tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama-
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anterior- nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
mente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
variáveis e invariáveis. -dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém,
Classificação Pronomes Relativos perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
Variáveis cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quan- – Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi-
tas. damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
Invariáveis quem, que, onde. – Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente,
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
Verbos – Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al-
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos mete- gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
orológicos, sempre em relação ao um determinado tempo. – Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as-
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco,
• Flexão verbal de todo, etc.
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas. – Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na ventura, etc.
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, Preposição
subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex- plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
pio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal Conjunção


É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva. oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li-
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é
sujeito. Veja: determinante e o outro é determinado).
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas • Conjunções Coordenativas
recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) Tipos Conjunções Coordenativas
+  verbo principal da ação conjugado no particípio  + preposição Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
por/pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes contudo, entretanto, mas, não obstante, no
Adversativas
entanto, porém, todavia...
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono- já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…,
Alternativas
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por: quer…

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LÍNGUA PORTUGUESA

assim, então, logo, pois (depois do verbo), por • Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
Conclusivas acordo com o substantivo a que se referem:
conseguinte, por isso, portanto...
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
pois (antes do verbo), porquanto, porque,
Explicativas
que... • Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
• Conjunções Subordinativas do advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou
Tipos Conjunções Subordinativas meia dúzia de ovos.
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc. • Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Embora, conquanto, ainda que, mes- Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Concessivas
mo que, posto que, etc.
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
Se, caso, quando, conquanto que,
Condicionais substantivo estiver determinado por artigo:
salvo se, sem que, etc.
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Conforme, como (no sentido de con-
Conformativas
forme), segundo, consoante, etc. Concordância Verbal
Para que, a fim de que, porque (no O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
Finais O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
sentido de que), que, etc.
mes.
À medida que, ao passo que, à
Proporcionais
proporção que, etc. Concordância ideológica ou silepse
Quando, antes que, depois que, até • Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
Temporais ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
que, logo que, etc.
contexto.
Que, do que (usado depois de mais, Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Comparativas
menos, maior, menor, melhor, etc. Blumenau estava repleta de turistas.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de • Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
Consecutivas mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
modo que, De maneira que, etc.
texto.
Integrantes Que, se.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
sos.
Interjeição
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções,
soa gramatical que está subentendida no contexto.
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
das pessoas.
líticos.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas


é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten-
der o estudo da Sintaxe. • Regência Nominal 
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL mento é estabelecida por uma preposição.

• Regência Verbal
Concordância Nominal A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se Isto pertence a todos.
referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- Regência de algumas palavras
sa.

Casos Especiais de Concordância Nominal Esta palavra combina com Esta preposição
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio: Acessível a
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
Apto a, para
alerta.
Atencioso com, para com
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Coerente com
ção de palavras compostas:
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Conforme a, com

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dúvida acerca de, de, em, sobre à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
Empenho de, em, por pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
Fácil a, de, para, direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
didas, à medida que, à proporção que.
Junto a, de • NUNCA devemos usar crase:
Pendente de – Antes de substantivos masculinos:
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
Preferível a pé.
Próximo a, de
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
Respeito a, com, de, para com, por
plural) usado em sentido generalizador:
Situado a, em, entre Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho-
Ajudar (a fazer algo) a
mem.
Aludir (referir-se) a
Aspirar (desejar, pretender) a – Antes de artigo indefinido “uma”
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Assistir (dar assistência) Não usa preposição
Deparar (encontrar) com – Antes de pronomes
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
Implicar (consequência) Não usa preposição
Lembrar Não usa preposição Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
Pagar (pagar a alguém) a A quem vocês se reportaram no Plenário?
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
Precisar (necessitar) de
Proceder (realizar) a – Antes de verbos no infinitivo
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
Responder a
Visar ( ter como objetivo a
pretender) COLOCAÇÃO PRONOMINAL
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI! A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
CRASE culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
demonstrativo. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
• Devemos usar crase: as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
– Antes palavras femininas: não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Iremos à festa amanhã dique a eufonia da frase.
Mediante à situação.
O Governo visa à resolução do problema. Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. cientemente.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase. Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Mas... há crase, sim! Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir- Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
– Expressões fixas posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
crase: Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-


tentos são para nos prejudicarem. EXERCÍCIOS

Ênclise 1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é


Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
se fundamenta em intertextualidade é:
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
indicativo: Trago-te flores. há muito tempo.”
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- mete onde não é chamada.”
posição em: Saí, deixando-a aflita. (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com mesmo!”
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
Apressei-me a convidá-los. tudo bem.”
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Leia o texto abaixo para responder a questão.
A lama que ainda suja o Brasil
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade. A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
Far-me-ias um favor? dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
Eu lhe direi toda a verdade. peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
Tu me farias um favor? pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
Colocação do pronome átono nas locuções verbais ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
Exemplos: sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
Devo-lhe dizer a verdade. se tornou uma bomba relógio na região.”
Devo dizer-lhe a verdade. Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos
de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun-
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16
do auxiliar ou depois do principal. barragens de mineração em todo o País apresentam condições de
Exemplos: insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór-
Não lhe devo dizer a verdade. gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
Não devo dizer-lhe a verdade. Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar-
o pronome átono ficará depois do auxiliar. co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori-
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos
judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
auxiliar. o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
do infinitivo. 2. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
Exemplos: I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
Hei de dizer-lhe a verdade. fato.
Tenho de dizer-lhe a verdade. II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
gênero textual editorial.
Observação III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: que se trata de uma reportagem.
Devo-lhe dizer tudo. IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
Estava-lhe dizendo tudo. se trata de um editorial.
Havia-lhe dito tudo.
Analise as assertivas e responda:
(A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Somente a III é correta 8. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alterna-
(D) A III e IV são corretas. tiva em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain- (B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
da suja o Brasil”: (C) “sérios”, “potência”, “após”.
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas (D) “Goiás”, “já”, “vários”.
no desenvolvimento do assunto. (E) “solidária”, “área”, “após”.
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
blemas no uso de conjunções e preposições. 9. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
de palavras e da ordem sintática. lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão nhados classificam-se, respectivamente, em
temática e bom uso dos recursos coesivos. (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
Analise as assertivas e responda: (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(A) Somente a I é correta. (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(B) Somente a II é incorreta. (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
(C) Somente a III é correta.
(D) Somente a IV é correta. 10. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda-
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a
4. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente acima, na ordem dada, as expressões:
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre- (A) a que – de que;
sente no texto: (B) de que – com que;
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação (C) a cujas – de cujos;
equânime em ambientes coletivos de trabalho; (D) à que – em que;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação (E) em que – aos quais.
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, 11. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
cada sujeito possui atribuições próprias. – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole- te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do (A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
sujeito. (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, (C) Pretendo viajar a Paraíba.
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais. (D) Ele gosta de bife à cavalo.

5. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS – 12. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
o seguinte par de palavras: que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
(A) estrondo – ruído; a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
(B) pescador – trabalhador; locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
(C) pista – aeroporto; marcada com o acento, EXCETO em:
(D) piloto – comissário; (A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
(E) aeronave – jatinho. (B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
eleitorado pelo resultado final.
6. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema.
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: (D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- vel.
-vermelho. (E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis-
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- tema.
fra-assinado.
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra.
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-
-mencionado.

7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser


retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa-
drão na seguinte sentença:
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.

26
LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO ANOTAÇÕES

1 E ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 E
6 D ______________________________________________________
7 B ______________________________________________________
8 A
______________________________________________________
9 B
10 A ______________________________________________________
11 A ______________________________________________________
12 D
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________

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27
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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RACIOCÍNIO LÓGICO
1. Raciocínio lógico. Raciocínio sequencial. Orientações espacial e temporal. Formação de conceitos. Discriminação de elementos. Com-
preensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclusões determinadas . . 01
RACIOCÍNIO LÓGICO

RACIOCÍNIO LÓGICO. RACIOCÍNIO SEQUENCIAL. ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL. FORMAÇÃO DE CONCEITOS.


DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO QUE, A PARTIR DE UM CONJUNTO DE HI-
PÓTESES, CONDUZ, DE FORMA VÁLIDA, A CONCLUSÕES DETERMINADAS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO

Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
consiste nos seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO

Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL

O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL

Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.


Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portan-
to, não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.

1
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma.
As proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que
podemos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

2
RACIOCÍNIO LÓGICO

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F
correspondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V

3
RACIOCÍNIO LÓGICO

V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUN-
CA existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portan-
to, não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma.
As proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicio-
nais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

4
RACIOCÍNIO LÓGICO
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quan-
tidade certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

5
RACIOCÍNIO LÓGICO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos
(da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é re-
presentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação
é uma proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que
a compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples
componentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo
seguinte teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da
proposição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

6
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer
que sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma propo-
sição composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda,
na qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças
(proposições). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

7
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conec-
tivo por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO transforma: CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade
(F) quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou ar-
gumentos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

8
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se
fizer sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à
praia). Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

9
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p
é condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver
qualquer questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternati-
va que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é re-
presentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação
é uma proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

10
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Propriedades
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a pro- • Reflexiva:
posição ~P ∧ P é: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(A) uma tautologia. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição. • Transitiva:
(D) uma contingência. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(E) uma disjunção. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Resolução: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
Montando a tabela teremos que:
Regras de Inferência
P ~p ~p ^p • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógi-
cas de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras.
V F F Em outras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir
V F F de proposições verdadeiras já existentes.
F V F
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos dian-


te de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição


Q(p,q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verda-
deira. Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbo- • Silogismo Disjuntivo
licamente temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente dis-


tintos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um
conectivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação
lógica que pode ou não existir entre duas proposições.
• Modus Ponens
Exemplo:

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia: • Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

11
RACIOCÍNIO LÓGICO
Tautologias e Implicação Lógica – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
• Teorema uma proposição categórica em universal ou particular. A classifi-
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,- cação dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualida-


de e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados
pelas letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P
→ Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético
Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido
no conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A”
é também elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é dife-
rente de “Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Princípio da inconsistência Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o
lógica p ^ ~p ⇒ q mesmo que dizer “nenhum B é A”.
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer pro- Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte
posição q. diagrama (A ∩ B = ø):

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam propo-
sições com quantificadores. Numa proposição categórica, é im-
portante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma
coerente e que a proposição faça sentido, não importando se é • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
verdadeira ou falsa. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta
proposição:
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características des-
sas proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo


com o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios
fundamentais: qualidade e extensão ou quantidade.

– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposi-


ção categórica em afirmativa ou negativa.

12
RACIOCÍNIO LÓGICO
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são
“A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto pardos.
“B”. Contudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
que nem todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são par-
“Algum B é A”. dos não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três é pardo.
representações possíveis:
Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposi-
ção do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, se-
guindo o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou
nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjun-
ção, em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”.
Descartamos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por:
Todo A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que são pardos NÃO miam alto.
o conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence Resposta: C
ao conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o
mesmo que Algum B não é A. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer
que a afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do
• Negação das Proposições Categóricas ponto de vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar é verdadeira
as seguintes convenções de equivalência: (A) Todos os não psicólogos são professores.
– Ao negarmos uma proposição categórica universal gera- (B) Nenhum professor é psicólogo.
mos uma proposição categórica particular. (C) Nenhum psicólogo é professor.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma propo- (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
sição categórica particular geramos uma proposição categórica (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, Resolução:
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a ne-
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sem- gação de um quantificador universal categórico afirmativo se faz
pre, uma proposição de natureza afirmativa. através de um quantificador existencial negativo. Logo teremos:
Em síntese: Pelo menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo
na resolução de questões.

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto. Exemplo:
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da (PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a nega-
afirmação anterior é: ção lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou
igual a cinco”?

13
RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
NENHUM
E
AéB
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pe-
Existe pelo menos um elemento que
de-se a sua negação.
pertence a A, então não pertence a B, e
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo
vice-versa.
o esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um,
existe ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal
com Todos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as al-
ternativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
problemas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que
envolvam argumentos dedutivos, as quais as premissas deste ar-
gumento podem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos


para conseguir resolver questões que envolvam os diagramas
lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS ALGUM


O
A NÃO é B

TODO
A
AéB Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
Se um elemento pertence ao conjunto A, não são B (enquanto que, no “Algum A é
então pertence também a B. B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

14
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRA- Segundo as afirmativas temos:
ÇÃO – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o úl-
casa de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “al- timo diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que
gum teatro é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que existe pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo
mesmo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Erra-
do, a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
nos afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justi-


ficativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. –
Correta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez
que todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de
cultura também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de pro-
posições iniciais redunda em outra proposição final, que será
consequência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que
associa um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas pre-
missas do argumento, a uma proposição Q, chamada de conclu-
são do argumento.

15
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista. Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-
mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior
O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumen- (dos pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da
to formado por duas premissas e a conclusão). frase “Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados círculo menor a representar o grupo de quem se segue à palavra
em verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a TODO.
entender o que significa um argumento válido e um argumento Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a
inválido. palavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela expri-
me é de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou
bem construído), quando a sua conclusão é uma consequência
obrigatória do seu conjunto de premissas.

Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
da conclusão sejam totalmente questionáveis. “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto
em comum.
ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON- Tomemos agora as representações gráficas das duas premis-
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é sas vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
válido, independentemente do conteúdo das premissas ou da
conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo vá-


lido?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizan-
do diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um
método muito útil e que será usado com frequência em questões
que pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos
como funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na
premissa P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos
representar essa frase da seguinte maneira:

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:


NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequên-
cia necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o
conjunto dos homens está totalmente separado (total dissocia-
ção!) do conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento
válido!

16
RACIOCÍNIO LÓGICO
Argumentos Inválidos - É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de
Dizemos que um argumento é inválido – também denomi- chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que
nado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a não! Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora
verdade das premissas não é suficiente para garantir a verdade do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro
da conclusão. do círculo)! Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não
garantiram a veracidade da conclusão!
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Métodos para validação de um argumento
P2: Patrícia não é criança. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indica-
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, da quando nas premissas do argumento aparecem as palavras
pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da con- TODO, ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe
clusão. Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja um etc.
criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
crianças gostam de chocolate. quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade ocorre quando nas premissas não aparecem as palavras todo,
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo ar- algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”.
tifício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela Baseia-se na construção da tabela-verdade, destacando-se uma
primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este méto-
do tem a desvantagem de ser mais trabalhoso, principalmente
quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e con-
siderando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a va-
lidade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impos-
sibilidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, desco-
briremos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar tam-
bém em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, con-


Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia siderando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação
acima (da primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor ló-
localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda gico da conclusão de maneira direta, mas somente por meio de
premissa. Vemos facilmente que a Patrícia só não poderá estar análises mais complicadas.
dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a se-
gunda premissa! Isto posto, concluímos que Patrícia poderá es-
tar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este
argumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse re-
sultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!

17
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?


A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!

18
RACIOCÍNIO LÓGICO
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando falsa, utilizando isso temos:
uma conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fer-
ou ambas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os nando estava estudando. // B → ~E
valores lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se Iniciando temos:
mostrar adequado, por meio do mesmo, não poderemos deter- 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A →
minar se o argumento é ou NÃO VÁLIDO. ~B = V – para que o argumento seja válido temos que Quando
chove tem que ser F.
Resolução pelo 4º Método 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Te- (V). // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que
remos: Maria vai ao cinema tem que ser V.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é ver- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C →
dadeiro! ~D = V - para que o argumento seja válido temos que Quando
Agora, passamos a testar as premissas, que são considera- Cláudio sai de casa tem que ser F.
das verdadeiras! Teremos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são (V). // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando
verdadeiros, então a primeira parte da condicional acima tam- pode ser V ou F.
bém é verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
falsa. Logo: r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! ao cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois
temos dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Resposta: Errado
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência
simultânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
que o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma
fada, então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então
Exemplos: Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tris-
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que teza é uma bruxa.
as seguintes proposições sejam verdadeiras. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centau-
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. ro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Durante a noite, faz frio. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue
o item subsecutivo. Resolução:
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza
( ) Certo não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como
( ) Errado conclusão o valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo
Resolução: (F) → V
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
A = Chove (F) → V
B = Maria vai ao cinema (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bru-
C = Cláudio fica em casa xa(F) → V
D = Faz frio (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
E = Fernando está estudando
F = É noite Logo:
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Temos que:
Lembramos a tabela verdade da condicional: Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será ver-


dadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a
única que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

19
RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA
Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Veja-
mos o passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles
trabalham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente
descobrir o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas
no enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que
ficam meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões
acerca dos grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a
nenhuma dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas de-
mais células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruza-
mento de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o
advogado (logo colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

20
RACIOCÍNIO LÓGICO

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preen-
chemos sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas
conclusões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não
vamos fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples.
Vamos continuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como
Paulo é o advogado, podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e
Maria é casada com o médico (que é Luís).

21
RACIOCÍNIO LÓGICO
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está − Luiz não viajou para Fortaleza.
resolvido:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS Luiz N N N
Carlos Engenheiro Patrícia Arnaldo N N
Luís Médico Maria Mariana N N S N
Paulo Advogado Lúcia Paulo N N

Exemplo: Agora, completando o restante:


(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou.
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em ja- Então, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
neiro, todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiâ-
nia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles
viajaram, sabe-se que: Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Luiz N S N N
− Mariana viajou para Curitiba; Arnaldo S N N N
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza. Mariana N N S N
Paulo N N N S
É correto concluir que, em janeiro,
(A) Paulo viajou para Fortaleza. Resposta: B
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia. Quantificador
(D) Mariana viajou para Salvador. É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os
(E) Luiz viajou para Curitiba. quantificadores são utilizados para transformar uma sentença
aberta ou proposição aberta em uma proposição lógica.
Resolução:
Vamos preencher a tabela: QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
Tipos de quantificadores
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N • Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Exemplo:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Todo homem é mortal.
Luiz N N A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
Arnaldo N N mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é
Mariana N N S N homem.
A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclu-
Paulo N N sões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
2ª) Se José é homem, então José é mortal.

22
RACIOCÍNIO LÓGICO
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B. Exemplos:
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão Todo cavalo é um animal. Logo,
(∀ (x) (A (x) → B). (A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
Observe que a palavra todo representa uma relação de in- (B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
clusão de conjuntos, por isso está associada ao operador da con- (C) Todo animal é cavalo.
dicional. (D) Nenhum animal é cavalo.

Aplicando temos: Resolução:


x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes con-
forma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N clusões:
temos x + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
verdadeira? – Se é cavalo, então é um animal.
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantifica- Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
dor, a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e pode- de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda
mos julgar, logo, é uma proposição lógica. forma de conclusão).
Resposta: B
• Quantificador existencial (∃)
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: (CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a propo-
sição (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números
reais (R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos
reais (R) tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
Exemplo: X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa fra- os valores de x devem satisfazer a propriedade.
se é: Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elemen-
tos x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
O quantificador existencial tem a função de elemento co- X + 0 = X.
mum. A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa ter- Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
mos comuns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está
simbólica: (∃ (x)) (A (x) ∧ B). correto.
Resposta: CERTO
Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) As sequências podem ser formadas por números, letras,
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer
tal que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de uma sequência, o importante é que existem pelo menos três
x, a sentença será verdadeira? elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos lógica1. Um bom conhecimento em Progressões Algébricas (PA)
julgar, logo, é uma proposição lógica. e Geométricas (PG), fazem com que deduzir as sequências se
tornem simples e sem complicações. E o mais importante é estar
ATENÇÃO: atento a vários detalhes que elas possam oferecer. Exemplos:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A
é B” é diferente de “Todo B é A”. Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mes-
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A mo número.
é B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). 1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-nu-
meros-com-figuras-de-palavras/

23
RACIOCÍNIO LÓGICO
Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente
sofrer rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a
277ª posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277
ocupa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura,
que é representada pela letra “B”.
Resposta: B

(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa
as posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

24
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ______________________________________________________
ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos ______________________________________________________
qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para se-
gundos: ______________________________________________________
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548 _____________________________________________________
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou
para roda voltar à posição inicial)
_____________________________________________________
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na
______________________________________________________
posição dos 12 segundos.
Resposta: B
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ANOTAÇÕES
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25
RACIOCÍNIO LÓGICO

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1. MS-Windows 10 ou superior: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação
de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. MS-Office 2016 ou superior . MSWord 2016 ou superior: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabe-
çalhos, parágrafos, fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de
páginas, legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. MS-Excel 2016 ou superior: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de
tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e
numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4. MS-PowerPoint 2016 ou superior : estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação, animação e
transição entre slides. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
6. Internet: Navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
7. Noções Básicas sobre o Linux. (*) – Em sua instalação padrão, no idioma PortuguêsBrasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-WINDOWS 10 OU SUPERIOR: CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA DE TRABALHO,


ÁREA DE TRANSFERÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS,
INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens1.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.2

1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
2 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.3

Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

3 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.4


4 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.5

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

5 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.6

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

6 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.7


7 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.8

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

8 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.9

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
9 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades). MS-OFFICE 2016 OU SUPERIOR. MSWORD 2016 OU
SUPERIOR: ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS,
Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS, CABEÇALHOS,
área de trabalho do Windows 10. PARÁGRAFOS, FONTES, COLUNAS, MARCADORES
SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS, TABELAS, IMPRESSÃO,
Outros Acessórios do Windows 10 CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS,
LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS
Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO
mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida. Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e
– Bloco de Notas. novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
– Calculadora. mentos de maneira fácil e prática10.
– Calendário. O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
– Clima. tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
– E-mail. cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí- um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
sicos). quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
– Ferramenta de Captura. permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
– Gravador de passos. gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
– Internet Explorer. Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.
– Mapas.
– Mapa de Caracteres. Novidades no Word 2016
– Paint. – Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
– Windows Explorer. realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui
– WordPad. a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter-
– Xbox. mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.
Principais teclas de atalho
CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas.
WIN + R: executar.
WIN + S: pesquisar.
WIN + “,”: aero peek.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas. – Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários
WIN + X: menu de acesso rápido. usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.
F1: ajuda.

10 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou Word
On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, clique em Com-
partilhar para gerar um link ou enviar um convite por e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em compartilhar
automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre qualquer
palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela do programa
e lista todas as entradas na internet relacionadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout11.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.12

11 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


12 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201613.

Área de trabalho do Word 2016.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.
13 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

MS-EXCEL 2016 OU SUPERIOR: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS,
PASTAS E GRÁFICOS, ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO,
INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO
DE DADOS EXTERNOS, CLASSIFICAÇÃO DE DADOS

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como14:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

Tela Inicial do Excel 2016.


14 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas15.

As cinco principais funções do Excel são16:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

15 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
16 http://www.prolinfo.com.br

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Criando uma fórmula
Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde contar a quantidade de homens e mulheres.
que atenda a uma condição especificada: Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai MS-POWERPOINT 2016 OU SUPERIOR: ESTRUTURA
analisar o critério. BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS DE SLIDES,
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- ANOTAÇÕES, RÉGUA, GUIAS, CABEÇALHOS E RODA-
valo a ser analisado. PÉS, NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRE-
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido SENTAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS, NUMERAÇÃO DE
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO, ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO
texto neste intervalo. ENTRE SLIDES

O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresenta-


ções eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos
de formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou
apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos
ainda, desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em
transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações
para palestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utili-
zando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides,
porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tare-
fas17:
Exemplo: – Edita imagens de forma bem simples;
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne- – Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função slide;
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores. – Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
Função CONT.SE – Grava Macros.
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici-
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
e o critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
valo a ser analisado.

17 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de


Slides.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.

Novos Recursos do MS PowerPoint


Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar18.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido19


Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de
comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra
de um dos dois locais possíveis.

Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

Botões de Comando da Janela

18 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
19 http://www.professorcarlosmuniz.com.br

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organiza-
dos em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição de uma página.
Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem
somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos20.

Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O PowerPoint
2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

20 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde


você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 englo- Então basta começar a digitar.
ba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo;
escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando Formatar texto
o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para
e criar efeitos, como transições de slides animados. selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão
é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o bo-
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada tão esquerdo.
sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste
preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
outra apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e Fonte: altera o tipo de fonte.
em seguida Novo Slide. Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecio-
nado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre
caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para
MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também
pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+E.
Layout Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode
O layout é o formato que o slide terá na apresentação como ser acionado através do comando Ctrl+G.
títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode esco- Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicio-
lher entre os vários tipos de layout. nando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, pro-
Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte proce- movendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita
dimento: da página.
1. Clique em Página Inicial; Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.
2. Após clique em Layout;
3. Em seguida, escolha a opção.

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELETRÔNI- o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
CO, PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS, ANEXAÇÃO dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
DE ARQUIVOS SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
E-mail ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- e-mail do destinatário.
sagem atualmente21. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha Ações no correio eletrônico
e-mail, não importando a distância ou a localização. Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
O resultado é algo como: – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
maria@apostilassolucao.com.br Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
to de regras para o uso desses serviços. existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
Correio Eletrônico gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio de destino separados por ponto-e-vírgula.
e recebimento de mensagens22. Estas mensagens são armazenadas – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
e extração de cópias das mensagens. – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
Funcionamento básico de correio eletrônico tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro- foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
gramas funcionando em uma máquina servidora: – Assunto: título da mensagem.
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men- da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
sagens. ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa- recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
gens. veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus
e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails an-
tes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por
exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo
contém arquivos com malware.

21 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
22 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

23

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

23 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

24

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

INTERNET: NAVEGAÇÃO NA INTERNET, CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos
submarinos, canais de satélite, etc25. Ela nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se cha-
mava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o número de
adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas instituições
possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a partici-
par da rede. O grande atrativo da internet era a possibilidade de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com outras pessoas
que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de acesso
à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computador à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio de um con-
junto como modem, roteadores e redes de acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).

World Wide Web


A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma linguagem
que serviria para interligar computadores do laboratório e outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de forma sim-
ples e fácil de acessar.
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interligados por
meio de palavras-chave, tornando a navegação simples e agradável.

Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de protocolos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma rede
possam trocar informações entre si é necessário que todos os computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebimento de
informações. Este conjunto de regras é conhecido como Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão definidas todas
as regras necessárias para que o computador de destino, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo computador de
origem.
24 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
25 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das Além de também serem conhecidos como browser ou web
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
Internet. vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive tados à internet.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
externo. internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
TCP / IP jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). página ou site na rede.
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
nas literaturas como sendo: servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
- O protocolo principal da Internet; tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
- O protocolo padrão da Internet; transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte gador e os servidores.
ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Funcionalidades de um Navegador de Internet
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon- usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans- Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
porte dos pacotes). códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
Domínio através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- site na internet.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
– 74.125.234.180. pretado pelos navegadores.
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos- Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
sível associar um endereço de um site a um número IP na rede. imagens e outros tipos de dados.
O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
http://www.empresa.com.br, em que: meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende- parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
reço pertence à web. página.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser- Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
viço. – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
com: indica que é comercial. do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
br: indica que o endereço é no Brasil. a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
página na web.
URL – Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali- que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui- navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do
ou uma rede corporativa, uma intranet. usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca- dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
minho/recurso. de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
HTTP – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). para mostrar as atualizações.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
Hipertexto usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. apagado, caso o usuário queira.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
Navegadores ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
ções da internet na tela do computador do usuário. navegador de internet.

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
no navegador.
Outras características do Edge são:
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Experiência de navegação com alto desempenho.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na- quer lugar conectado à internet.
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
virtual da Internet. – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
Internet Explorer
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo Firefox
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
atualizadas no Edge. mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per- mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox. talado no PC, ele poderá ser instalado.

Principais recursos do Internet Explorer:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, Algumas características de destaque do Firefox são:
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Não exige um hardware poderoso para rodar.
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
através de ícones. sos.
– Gerenciador de downloads integrado. – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Mais estabilidade e segurança. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma vacidade.
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos – Disponível em desktop e mobile.
implementados nos sites mais modernos.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- Google Chorme
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
oferecem funcionalidades adicionais. O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala- convidativo à navegação simplificada.
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer26.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.

Principais recursos do Google Chrome:


– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
26 https://bit.ly/2WITu4N

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas Intranet
funcionalidades. A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
údos otimizados. um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
TPS). internos27.
– Disponível em desktop e mobile. Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
Opera tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
luindo como um dos melhores navegadores de internet.
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida- alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
de da experiência do usuário. podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
Outros pontos de destaques do Opera são: jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener- a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
gia. significativo em termos de segurança.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O LINUX– EM SUA INSTALA-
(3G ou 4G). ÇÃO PADRÃO, NO IDIOMA PORTUGUÊSBRASIL
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line. O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX,
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas desenvolvido nos anos 60.
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado. Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com
– Disponível em desktop e mobile. um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre
Safari sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desen-
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela volvido na linguagem de programação, C28.
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sis-
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e tema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
confiáveis para usar. semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux29.
LINUS + UNIX = LINUX.

Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de ge-
renciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes com-
ponentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as
interações entre o hardware e outros programas da máquina. O ker-
nel traduz as informações que recebe ao processador e aos demais
O Safari também se destaca em: elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- arquivos escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo
tivo Apple (iOS). responsável por todas as atividades executadas pelo sistema ope-
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio- racional. No caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é
namento de anúncios com base no comportamento do usuário. aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas modificá-lo.
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
27 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
pos de informação.
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja
te-2/
da Apple (Windows e Linux).
28 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.
– Disponível em desktops e mobile.
29 https://bit.ly/32DRvTm

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como o
intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de comando,
interpretar seu significado, executar o comando e devolver o resultado pelas saídas.
• Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário interagir com o Kernel por meio do Shell.

Prompt de comando.30

• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuário
interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O Linux
possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

Ubuntu com a interface Unity.31

Principais Características do Linux


• Software livre: é considerado livre qualquer programa que pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com as
necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades defi-
nidas pela fundação.
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simultaneamente.
30 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
31 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de co-
acesso ao código-fonte (receita) do programa. mandos executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- conhecidos o bash e o sh.
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
plano) e você nem percebe. légios de administrador.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
ras de 32 bits. mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
no mesmo computador. crição.
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
(TCP/IP). cal: exibe um calendário.
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
de arquivo1ºdt. utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
para arquivo oculto. cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
Linux é a barra normal “/”. quer outro, digite apenas cd.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que função “desfazer”).
está executando para dar prioridade a outro. Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que usuário.
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- Cd..: “volta uma pasta”.
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado retórios.
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou gru-
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é po.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de # chown usuário arquivo
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal # chown usuário diretório
(RAM). Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- da pasta, basta dar o comando:
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de # ls -l /
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). quivos.
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de co-
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que mando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #. concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições concurso 2.txt.
a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau- cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode
sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de ca-
pelo símbolo: $. racteres ou por posição de campo.
Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
Distribuições do Linux date: mostra a data e a hora atual.
As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu, df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa- diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arqui-
che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro- vos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo- dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls”
sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.). é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do
Windows.
Os Comandos Básicos do Linux du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas emacs: abre o editor de textos emacs.
também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer distri- file arquivo: mostra informações de um arquivo.
buição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativado,
será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.

38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.

Observe:

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.

• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):


r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)

39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod

Estrutura de Diretórios e Arquivos


O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribuição. Os
mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.32

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os arquivos
do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode ficar ar-
mazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e todos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos:
/ – diretório raiz, armazena todos os outros.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sistema.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicialização) do sistema.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sistema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está dentro
do diretório /media.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/dev/hda,
/dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de hardware.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como se fossem o arquivo de registro do Windows.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas
próprias pastas.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório System32 do Windows.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits.

32 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html

40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os Atalhos de Terminal
dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon- Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive comandos usados.
em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução.
dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD Ctrl + U: excluir a linha atual.
dentro desse diretório.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que
estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem- EXERCÍCIOS
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, 1. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - ASSISTENTE SOCIAL - OBJETI-
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc. VA/2019) Em relação ao sistema operacional Windows 10, analisar
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação os itens abaixo:
padrão do GNU/Linux. I. Possibilita o gerenciamento do tempo de tela.
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em II. Disponibiliza somente uma atualização de segurança por
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos ano.
ativos. III. Possibilita a conexão de contas da Microsoft entre usuários.
/root – diretório local do superusuário (root). IV. Possui recursos de segurança integrados, incluindo firewall
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos e proteção de internet para ajudar a proteger contra vírus, malware
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, e ransomware.
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não Estão CORRETOS:
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em (A) Somente os itens I, II e III.
/tmp podem ser apagados. (B) Somente os itens I, III e IV.
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu- (C) Somente os itens II, III e IV
tenção de hardware e software. (D) Todos os itens.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia-
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical 2. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFER-
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap MAGEM - FUNDATEC/2018) A tecla de atalho Ctrl+A, no sistema
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- operacional Microsoft Windows 10, possui a função de:
sos para o Linux. (A) Selecionar tudo.
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados (B) Imprimir.
pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel- (C) Renomear uma pasta.
mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro (D) Finalizar o programa.
do /srv. (E) Colocar em negrito.
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
ída ao diretório proc. 3. (PREFEITURA DE RIO DAS ANTAS/SC - AUXILIAR EDUCACIO-
/tmp – arquivos temporários. NAL - FEPESE/2018) Sobre o MS PowerPoint para Office 365 em
/usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo português, considere as seguintes afirmativas.
bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra- 1. Uma apresentação pode conter somente um único slide
mas. mestre, que pode ser personalizado de modo individual para cada
/usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas. slide da apresentação.
/usr/man – manuais on-line. 2. Para padronizar as fontes e imagens de fundo, por exemplo,
/var – arquivos variáveis, que mudam com frequência. de modo que os slides da apresentação contenham a mesma for-
matação, pode-se editar o slide mestre da apresentação.
Teclas de Atalhos 3. O PowerPoint permite alternar entre slides em formato Pai-
Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo. sagem e Retrato de forma nativa, em uma mesma apresentação.
Ctrl + A: selecionar tudo. Basta configurar a página de cada slide individualmente.
Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Ctrl + P: imprimir o documento. (A) É correta apenas a afirmativa 2.
Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado. (B) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência. (C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado. (D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
(E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.
Atalhos de Teclado com o Gnome
Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”.
Alt + F4: fechar a janela atual.
Alt + Tab: alternar entre janelas.
Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem
modo gráfico).
Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4. (CIS - AMOSC/SC - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - FEPESE/2018) Alguns projetores são considerados wide-screen, ou formato 16:9.
Assinale a alternativa que permite ao usuário alterar o tamanho do slide para widescreen utilizando o MS PowerPoint para Office 365
em português.
(A) Através da guia Design, selecionar o Tamanho do Slide, e clicar em Widescreen (16:9).
(B) Através da guia Inserir, selecionar a opção Inserir Slide Widescreen (16:9).
(C) Através da guia Transições, selecionar a opção de alterar o formato do slide para Widescreen (16:9).
(D) Através da guia Apresentação de Slides, selecionar a opção Apresentar em Formato Widescreen (16:9).
(E) Através da guia Exibir, selecionar o tamanho do slide e clicar em Exibir no formato Widescreen (16:9).

5. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020) Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Microsoft
Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores diferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme imagem
abaixo.

Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos valores de todos os equipamentos do departamento de informática,
seria necessário utilizar a fórmula:
(A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
(B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
(C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
(D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)

6. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO EXCELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na sua
configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual operador aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma potenciação?
(A) !
(B) $
(C) *
(D) @
(E) ^

7. (PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - AUDITOR PLENO - INSTITUTO EXCELÊNCIA/2019) Utilizando o Microsoft Word 2016 para formatar
o texto em um documento como colunas. Qual das alternativas contém o caminho certo para realizar essa ação?
(A) Selecione o texto - Guia Inserir - Opção Colunas.
(B) Selecionar o texto - Guia Layout - Opção Colunas.
(C) Selecione o texto - Guia Página Inicial - Opção Colunas.
(D) Nenhuma das alternativas.

8. (PREFEITURA DE TIBAGI/PR - AGENTE DE DEFESA CIVIL - FAFIPA/2019) O Microsoft Word Pt-Br versão 2016 possui guias que fa-
cilitam e organizam a utilização do Software. Por padrão, as guias que vêm disponíveis no programa são exatamente essas apresentadas
abaixo, com exceção da:
(A) Exibir.
(B) Layout.
(C) Design.
(D) Corrigir.

9. (CÂMARA DE SÃO JOÃO DE MERITI/RJ - ANALISTA LEGISLATIVO - FUNRIO/2018) No sistema operacional Linux, o diretório onde se
encontram os arquivos de configuração e aplicativos do sistema tais como Apache é conhecido como:
(A) /etc
(B) /lib
(C) /Bin
(D) /sys
(E) /cfg

42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
10. (PREFEITURA DE SOLÂNEA/PB - TÉCNICO EM ENFERMA- 15. (PREFEITURA DE SOBRAL/CE - ANALISTA DE INFRAESTRU-
GEM - CPCON/2019) O comando Linux, que mostra os arquivos que TURA - UECE-CEV/2018) Angélica enviou um e-mail para três cola-
estão na pasta em que o usuário está naquele momento, está repre- boradoras, Luíza, Rafaela e Tatiana, tendo preenchido os campos do
sentado na alternativa: destinatário da seguinte forma:
(A) list Para: luiza@email.com.br
(B) mv Cc: rafaela@email.com.br
(C) cat Cco: tatiana@email.com.br
(D) file Assunto: reunião importante
(E) ls Todas as três colaboradoras receberam o e-mail de Angélica e
o responderam através do comando “Responder a todos”. Conside-
11. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - rando a situação ilustrada, é correto afirmar que:
GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet: (A) somente Angélica recebeu todas as respostas.
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). (B) Tatiana não recebeu nenhuma das respostas.
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras. (C) somente Luíza e Rafaela receberam todas as respostas.
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. (D) todas receberam as respostas umas das outras.
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.

12. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE AD-


MINISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide GABARITO
Web (WWW) são frequentemente usados como sinônimos na lin-
guagem corrente, e não são porque
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pá- 1 B
ginas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço
de acesso a um computador. 2 A
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co- 3 A
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço
4 A
especial de acesso ao Google.
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial, 5 B
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun- 6 E
cionam dentro da internet.
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários 7 B
computadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço 8 D
eletrônico. 9 A
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, en-
quanto a WWW é uma rede mundial de computadores com 10 E
acesso especial ao Google. 11 B
12 C
13. (FITO - TÉCNICO EM GESTÃO - VUNESP/2020) Um usuário,
ao preparar um e-mail e não enviá-lo imediatamente, pode, para 13 D
não perder o trabalho feito, salvar o e-mail para envio posterior- 14 D
mente.
O recurso que permite salvar um e-mail ainda não enviado é 15 B
(A) Favorito.
(B) Lembrete.
(C) Acompanhamento.
(D) Rascunho.
(E) Marcas.

14. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2018) Podem ser consideradas


algumas atividades do correio eletrônico:
I - Solicitar informações.
II - Fazer download de arquivos.
III - Mandar mensagens.
Estão CORRETOS:
(A) Somente os itens I e II.
(B) Somente os itens I e III.
(C) Somente os itens II e III.
(D) Todos os itens.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
1. Lei Orgânica do Município (atualizada e/ou alterada); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Regimento Interno da Câmara Municipal de Estância Balneária de Praia Grande (atualizada e/ou alterada). . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3. Lei Complementar nº 15/92 (Estatuto dos Funcionários Públicos de Praia Grande) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 6º - É vedado ao Município:
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO (ATUALIZADA E/OU I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las, em-
ALTERADA) baraçar-lhes o funcionamento ou manter com elas ou seus repre-
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada na forma
LEI Nº 681/90 DE 06 DE ABRIL DE 1.990 da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
“Institui a Lei Orgânica da Estância Balneária de Praia Grande” III - criar distinção entre brasileiros ou preferência entre si.

A Câmara Municipal da Estância Balneária de Praia Grande, no SEÇÃO III


uso de suas atribuições constitucionais e legais, em Sessão Solene DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL
de 06 de Abril de 1.990, promulga a presente Lei Orgânica, com as
seguintes disposições: ARTIGO 7º - Compete ao Município:
I - elaborar o orçamento anual, o plano plurianual e as diretri-
TITULO I zes orçamentárias com base em planejamento adequado;
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL II - legislar sobre assuntos de interesse social;
CAPÍTULO I III - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
DO MUNLCÍPIO ber;
SEÇÃO I IV - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, fixar
DOS PRINCÍPIOS GERAIS e cobrar tarifas, bem como aplicar as suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos
ARTIGO lº - O Município da Estância Balneária de Praia Grande, fixados em lei;
pessoa jurídica de direito público interno, no pleno uso de sua au- V - criar, organizar e suprimir distritos, observado o disposto
tonomia política, administrativa e financeira, objetiva em sua área nesta Lei Orgânica e na legislação estadual pertinente;
territorial, no gozo de pleno Estado democrático de Direito, o seu VI - instituir a guarda municipal destinada a proteção de seus
desenvolvimento com a criação de uma comunidade livre, justa, so- bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei;
lidária e no pluralismo político, exercer o seu poder na força cívica VII - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
dos Municípios, reger-se-á por esta Lei Orgânica, votada e aprovada são ou permissão, entre outros, os seguintes serviços;
por sua Câmara Municipal de Vereadores. a) - transporte coletivo urbano e intramunicipal, que terá cará-
PARÁGRAFO ÚNICO - A ação municipal desenvolve-se em todo ter essencial;
o seu território, sem privilégios de distritos e bairros, reduzindo as b) - abastecimento de água e esgotos sanitários;
desigualdades regionais e sociais, promovendo o bem-estar de to- c) - mercados, feiras e matadouros locais,-
dos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer ou- d) - cemitérios e serviços funerários;
tras formas de discriminação. e) - iluminação pública;
ARTIGO 2º - São Poderes do Município, independentes e har- f) - limpeza pública, coleta domiciliar e destinação final do lixo;
mônicos entre si, o Legislativo e o Executivo. VIII - manter, com a cooperação técnica e financeira da União
PARÁGRAFO ÚNICO - São símbolos do Município, a Bandeira, o e do Estado, programas de educação pré-escolar e ensino funda-
Brasão e o Hino da Estância Balneária de Praia Grande. (ALTERADO mental;
PELA EMENDA Nº 55/2015) IX - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
ARTIGO 3º - O Município de Praia Grande, objetivando integrar do Estado, serviços de atendimento à saúde da população, inclusive
a organização, planejamento e a execução de funções públicas de aos deficientes;
interesse regional comum, pode associar-se aos demais municípios X - promovera proteção do patrimônio histórico-cultural, artís-
limítrofes e ao Estado. tico, turístico e paisagístico local, observada a legislação e a ação
PARÁGRAFO ÚNICO - A defesa dos interesses municipalistas fiscalizadora federal e estadual;
fica assegurada por meio de associação ou convênio com outros XI - promover a cultura e a recreação;
Municípios ou entidades localistas. XII - fomentar as atividades econômicas, inclusive a artesanal;
XIII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
ARTIGO 4º - A sede do Município dá-lhe o nome e tem catego-
XIV - realizar serviços de assistência social, diretamente ou por
ria de cidade.
meio de instituições privadas, conforme critérios e condições fixa-
das em lei municipal;
SEÇÃO II
XV - realizar programas de apoio às práticas desportivas;
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO MUNICÍ-
XVI - realizar programas de alfabetização;
PIO
XVII - realizar atividades de defesa civil, inclusive a de comba-
te a incêndios e prevenção de acidentes naturais em coordenação
ARTIGO 5º - O Município de Praia Grande divide-se em distritos
com a União e o Estado;
organizados, suprimidos ou fundidos por Lei Municipal, após con-
XVIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
sulta plebiscitária à população diretamente interessada, observada torial, mediante planejamento e controle do solo, do parcelamento
a legislação estadual. e da ocupação do solo urbano;
PARÁGRAFO ÚNICO - Qualquer alteração territorial do Municí- XIX - elaborar e executar o plano diretor;
pio poderá efetuar-se na forma da lei complementar estadual, pre- XX - executar obras de:
servando a continuidade e a unidade históricocultural do ambiente a) abertura, pavimentação e conservação de vias;
urbano, mediante prévia consulta plebiscitária à população direta- b) drenagem pluvial;
mente interessada. c) construção e conservação de estradas, parques, jardins e
hortos florestais;

1
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
d) construção e conservação de estradas vicinais; TITULO II
e) edificação e conservação de prédios públicos municipais; DOS PODERES MUNICIPAIS
XXI - fixar:
a) tarifas dos serviços públicos, inclusive dos serviços de táxi; ARTIGO 10 - O Governo Municipal é constituído pelos Poderes
b) - horário de funcionamento dos estabelecimentos indus- Legislativo e Executivo, independentes e harmônicos entre si.
triais, comerciais e de serviços; PARÁGRAFO ÚNICO - É vedada aos Poderes Municipais a dele-
XXII - sinalizar as vias públicas; gação recíproca de atribuições, salvo nos casos previstos nesta Lei
XXIII - regulamentar a utilização de vias e logradouros públicos; Orgânica.
XXIV - conceder licença, permissão ou autorização para, entre
outros fins: CAPITULO I
a) localização, instalação e funcionamento de estabelecimen- DO PODER LEGISLATIVO
tos industriais, comerciais e de serviços; SEÇÃO I
b) afixação de cartazes, letreiros, anúncios, faixas, emblemas DA CÂMARA MUNICIPAL
e utilização de alto-falantes para fins de publicidade e propaganda;
c) exercício de comércio eventual ou ambulante; ARTIGO 11 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Muni-
d) realização de jogos, espetáculos e divertimentos públicos, cipal, composta de Vereadores, eleitos para cada legislatura entre
observadas as prescrições legais; cidadãos maiores de dezoito anos, no exercício dos direitos políti-
e) prestação dos serviços de táxis. cos’, pelo voto direto e secreto.
XXV - aplicar suas rendas, prestando contas e publicando balan- PARÁGRAFO ÚNICO - Cada Legislatura terá duração de 4 (qua-
cetes, nos prazos fixados em lei; tro) anos, compreendendo cada ano uma sessão legislativa.
XXVI - dispor sobre administração, utilização e alienação dos ARTIGO 12 – A Câmara Municipal da Estância Balneária de Praia
bens públicos; Grande, a partir da Legislatura a iniciar-se em 1º de janeiro de 2013,
XXVII - organizar o quadro e estabelecera regime jurídico dos terá sua composição constituída de 17 (Dezessete) Vereadores (NR
servidores públicos; - Emenda 54/10)
XXVIII - exigir, nos termos da lei federal e mediante lei específi- PARÁGRAFO ÚNICO – Para cada Legislatura seguinte, a compo-
ca, para área incluída no Plano Diretor, de proprietário do solo urba- sição da Câmara Municipal será acrescida de mais 2 (dois) Verea-
no não edificado, sub-utilizado ou não utilizado, que promova seu dores até o limite máximo permitido pela Constituição Federal em
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: parce- função do número de habitantes do Município (§ único acrescenta-
lamento ou edificação compulsórios, imposto sobre a propriedade do pela Emenda 54/10)
urbana progressivo no tempo; e desapropriação com pagamentos ARTIGO 13 - Salvo disposição em contrário desta lei, as deli-
mediante títulos da dívida pública, de emissão previamente apro- berações da Câmara Municipal, são tomadas por maioria de votos,
vada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 (dez) presente a maioria absoluta de seus membros.
anos, com parcelas iguais e sucessivas, assegurado o valor real da
indenização e dos juros legais;
SEÇÃO II
XXIX - legislar sobre a licitação e contratação em todas as mo-
DA POSSE
dalidades, para administração pública municipal, direta e indireta-
mente;
ARTIGO 14 - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessão prepa-
XXX - planejar o uso e a ocupação do solo em seu território,
ratória, a partir de 1º de janeiro do primeiro ano da legislatura, para
especialmente na zona urbana;
a posse de seus membros.
XXXI - adquirir bens, até por desapropriação;
§ 1º, - Sob a presidência do Vereador mais votado entre os
XXXII - fixar e disciplinar as zonas de silêncio, de trânsito e trá-
presentes, os demais Vereadores prestarão compromisso e toma-
fego, os serviços de carga e descarga, fixando a tonelagem máxima
permitida a veículos que circulem nas vias públicas do município; rão posse, cabendo ao Presidente prestar o seguinte compromisso:
XXXIII - organizar e manter os serviços de fiscalização necessá- “Prometo cumprir a Constituição Federal, a Constituição Estadual e
rios ao exercício de seu poder de polícia administrativa; a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, desempenhar o manda-
XXXIV - fiscalizar, nos locais de vendas, peso, medidas e condi- to que me foi confiado e trabalhar pelo progresso do Município e
ções sanitárias dos gêneros alimentícios; bem-estar de seu povo”.
ARTIGO 8º - Além das competências previstas no artigo ante- § 2º - Prestado o compromisso pelo Presidente, o Secretário
rior o Município atuará em cooperação com a União e o Estado para que for designado para esse fim fará a chamada nominal de cada
o exercício das competências enumeradas no artigo 23 da Consti- Vereador, que declarará: “Assim o prometo”.
tuição Federal, desde que as condições sejam de interesse do Mu- § 3º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste
nicípio. artigo deverá fazê-lo no prazo de l5 (quinze) dias, salvo motivo justo
aceito pela Câmara Municipal.
SEÇÃO IV § 4º- No ato da posse, os vereadores deverão desincompatibili-
DA COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR zar-se e fazer declaração de seus bens, repetida quando do término
do mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas
ARTIGO 9º - Ao Município compete suplementar a legislação em ata e divulgadas para o conhecimento público.
federal e a estadual no que couber e naquilo que disser respeito ao
seu peculiar interesse. SEÇÃO III
PARÁGRAFO ÚNICO - A competência prevista neste artigo será DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL
exercida em relação às legislações federal e estadual no que digam
respeito ao peculiar interesse municipal, visando a adaptá-las à re- ARTIGO 15 - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefei-
alidade local. to, legislar sobre as matérias de competência do Município, espe-
cialmente no que se refere ao seguinte:

2
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
I - assuntos de interesse local, inclusive suplementando a legis- ARTIGO 16 - Compete à Câmara Municipal, privativamente, en-
lação federal e a estadual, notadamente no que diz respeito: tre outras, as seguintes atribuições;
a ) - à saúde, à assistência pública e à proteção e garantia das I - eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma
pessoas portadoras de deficiência; desta Lei Orgânica e do Regimento Interno;
b) - à proteção de documentos, obras e outros bens de valor II - elaborar o seu Regimento Interno;
histórico, artístico e cultural, como os monumentos, as paisagens III - fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
naturais notáveis e os sítios arqueológicos do Município; Vereadores, observando-se o disposto nó inciso V do artigo 29 da
c) - a impedir a evasão, destruição e descaracterização de obras Constituição Federal e o estabelecido nesta Lei Orgânica;
de artes e outros bens de valor histórico, artístico e cultural do Mu- IV - exercer, com auxílio do Tribunal de Contas ou órgão estadu-
nicípio; al competente, a fiscalização financeira, orçamentária, operacional
d) - à abertura de meios de acesso à cultura, à educação e à e patrimonial do Município;
ciência; V - julgar as contas anuais do Município e apreciar os relatórios
e) - à proteção ao meio ambiente e ao combate à poluição; sobre a execução dos planos de Governo;
f) - ao incentivo à indústria e ao comércio; VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi-
g) - à criação de distritos industriais; tem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa:
h) - fomento à organização do abastecimento alimentar;
VII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
i) - à promoção de programas de construção de moradias, me-
ção, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de
lhorando as condições habitacionais e de saneamento básico;
seus serviços e fixar a respectiva remuneração;
j) - ao combate às causas da pobreza e aos fatores de marginali-
VIII - autorizar o Prefeito a se ausentar do Município, quando a
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
l) - ao registro, ao acompanhamento e à fiscalização das con- ausência exceder a 15 (quinze) dias;
cessões de pesquisas e exploração dos recursos hídricos e minerais IX mudar temporariamente a sua sede;
em seu território; X fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executi-
m) - ao estabelecimento e à implantação da política de educa- vo, incluídos os da Administração indireta e fundacional;
ção para o trânsito; XI - tomar e julgar anualmente as contas prestadas pela Mesa
n) - à cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o da Câmara Municipal e pelo Prefeito;
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar, atendidas as normas XII - processar e julgar os Vereadores, na forma desta Lei Or-
fixadas em lei complementar federal; gânica;
o) - ao uso e ao armazenamento dos agrotóxicos, seus compo- XIII - representar ao Procurador Geral da Justiça, mediante
nentes e afins; aprovação de dois terços dos seus membros, contra o Prefeito, o
II - tributos municipais, bem como autorizar isenções e anistias Vice-Prefeito e Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da
fiscais e a remissão de dívidas; mesma natureza, pela prática de crime contra a Administração Pú-
III - orçamento anual, plano plurianual e diretrizes orçamentá- blica que tiver conhecimento;
rias, bem como autorizar a abertura de créditos suplementares e XIV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua
especiais; renúncia e afastá-lo definitivamente do cargo, nos termos previstos
IV - obtenção e concessão de empréstimos e operações de cré- em lei;
dito, bem como sobre a forma e os meios de pagamento; XV - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Verea-
V - concessão de auxílio e subvenções; dores para afastamento do cargo;
VI - concessão de serviços públicos; XVI - criar comissões especiais de inquéritos sobre fato deter-
VII - concessão de direito real de uso de bens municipais; minado que se inclua na competência da Câmara Municipal, sem-
VIII - alienação e concessão de bens imóveis; pre que o requerer pelo menos um terço dos membros da Câmara;
IX - aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doa- XVII - solicitar informações ao Prefeito Municipal sobre assun-
ção sem encargo; tos referentes à Administração;
X - criação, organização e supressão de distritos, observada a XVIII - autorizar referendo e convocar plebiscito;
legislação estadual;
XIX - decidir sobre a perda de mandato de Vereador, por voto
XI - criação, alteração e extinção de cargos, empregos e funções
secreto e maioria absoluta, nas hipóteses previstas nesta Lei Orgâ-
públicas e fixação da respectiva remuneração (EMENDA Nº 008/92).
nica;
XII - plano diretor;
XX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi-
XIII - alteração da denominação de próprios, vias e logradouros
públicos; tem o poder regulamentar ou os limites da delegação legislativa;
XIV - guarda municipal destinada a proteger bens, serviços e XXI apreciar os atos de concessão e os de renovação de conces-
instalações do Município; são ou permissão de serviços de transportes coletivos;
XV - ordenamento, parcelamento, uso e ocupação do solo ur- XXII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de imó-
bano; veis municipais;
XVI - organização e prestação de serviços públicos; XXIII - conceder título honorífico a pessoas que tenham reco-
XVII - planos e programas municipais de desenvolvimento; nhecidamente prestados serviços ao Município, mediante decreto
XVIII - transferência temporária da sede do governo municipal; legislativo aprovado pela maioria de dois terços de seus membros;
XIX - manifestação da iniciativa popular de projetos de lei de XXIV - deverá divulgar através da imprensa, em órgão de maior
interesse específico do Município, da cidade, de vilas ou de bairros, circulação no Município, os trabalhos legislativos dos Vereadores,
através de manifestação de pelo menos 5% (cinco por cento) do prevendo para isso, verbas próprias no orçamento;
eleitorado; XXV - se fazer representar em todos os congressos oficiais bem
XX - criação, transformação, extinção e estruturação de empre- como, nos indicados ou promovidos pela UVESP;
sas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e funda-
ções públicas municipais

3
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
XXVI - firmar convênio médico-hospitalar para os Vereadores, SEÇÃO VI
funcionários e seus dependentes, abrangendo consulta, tratamen- DAS ATRIBUIÇÕES DA MESA
to, internação, intervenção cirúrgica e outras; devendo os referidos
benefícios serem aplicados, improrrogavelmente, até 60 (sessenta) ARTIGO 25 - Compete à Mesa da Câmara Municipal, além de
dias após a promulgação desta lei. outras atribuições estipuladas no Regimento Interno:
ARTIGO 17 - A Câmara Municipal, pelo seu Presidente, bem I - enviar ao Prefeito Municipal, até o primeiro dia de março, as
como, qualquer de suas comissões, pode convocar Secretário Mu- contas do exercício anterior;
nicipal para pessoalmente prestar informações sobre assunto pre- II - propor ao Plenário projetos de lei que criem, transformem
viamente determinado e relacionado com a sua Secretaria. e extingam, empregos ou funções da Câmara Municipal, bem como
a fixação da respectiva remuneração, observadas as determinações
SEÇÃO IV legais; (EMENDA Nº 009/92)
DOS SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS III - declarar a perda de mandato de Vereador, de ofício ou por
provocação de qualquer dos membros da Câmara, nos casos previs-
ARTIGO 18 - Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos tos nos incisos I a VIII do artigo 43 desta Lei Orgânica, assegurada
Secretários Municipais serão fixados pôr lei de iniciativa da Câmara ampla defesa, nos termos do Regimento Interno.
Municipal, na forma do disposto no artigo 29, V , da Constituição IV - elaborar e encaminhar ao Prefeito, até o dia 31 de agosto,
Federal.
após parecer da Comissão de Finanças e Orçamento e aprovação
ARTIGO 19 - O subsídio dos Vereadores será fixado pela Câma-
pelo Plenário, a proposta parcial do orçamento da Câmara;
ra Municipal em cada legislatura para a subsequente, na forma do
V - autorização para abertura de créditos suplementares ou
disposto no artigo 29, VI, da Constituição Federal.
especiais, através do aproveitamento total ou parcial das consigna-
ARTIGO 20 - Os subsídios de que tratam os artigos anteriores
serão fixados e alterados na forma do disposto no artigo 37, X, da ções orçamentárias da Câmara;
Constituição Federal. VI - nos projetos de competência exclusiva da Mesa da Câmara,
ARTIGO 21 - Os subsídios serão fixados em parcela única, veda- não serão admitidas emendas que aumentem a despesa prevista,
do o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, ressalvado o disposto na parte final do inciso li deste artigo, se assi-
verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedeci- nada pela metade dos Vereadores.
do, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, XI, da Constituição VII - designar comissões para representar a Câmara em con-
Federal. gressos ou conclaves de interesse do Legislativo e autorizar as res-
ARTIGO 22 - Nas Sessões Legislativas Extraordinárias, a Câmara pectivas despesas.
Municipal somente deliberará sobre a matéria para a qual foi con- VIII - solicitar por ofício, até o dia 15 de cada mês, o duodécimo
vocada. das despesas efetuadas e suplementação, se for necessário, a esta
ARTIGO 23 - Nos períodos de recesso legislativo, o subsídio dos mesma finalidade.
Vereadores corresponderá ao do mês anterior. (EMENDA Nº 38/00). IX - após parecer da Comissão de Finanças e Orçamento, apre-
ciar e aprovar as despesas do Legislativo.
SEÇÃO V
DA ELEIÇÃO DA MESA SEÇÃO VII
DAS SESSÕES
ARTIGO 24 - Imediatamente após a posse, os Vereadores
reunir-se-ão sob a presidência do vereador mais votado entre os ARTIGO 26 - A sessão legislativa anual desenvolve-se de 1º de
presentes e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro, inde-
elegerão os componentes da Mesa, assegurando a representação pendentemente de convocação.(EMENDA Nº 020/92)
proporcional de cada sexo dos integrantes, garantindo, ao menos § 1º - As reuniões marcadas para as datas estabelecidas no
uma vaga para cada sexo, que ficarão automaticamente empossa- caput serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente quan-
dos. (Alterado pela Emenda nº 62/2021) do recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 1º - O mandato da Mesa será de 2 (dois) anos, permitida a § 2º - A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias,
reeleição de qualquer de seus Membros (Alterado pela Emenda n.º
extraordinárias, solenes e secretas, conforme dispuser o seu Regi-
57/2017)
mento Interno, e as remunerará de acordo com o estabelecido nes-
§ 2º - Na hipótese de não haver número suficiente para a elei-
ta Lei Orgânica e na legislação específica.
ção da Mesa, o Vereador mais votado entre os presentes permane-
ARTIGO 27 - As sessões da Câmara Municipal deverão ser rea-
cerá na Presidência e convocará sessões diárias, até que seja eleita
a Mesa. lizadas em recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-
§ 3º - A eleição para renovação da Mesa Diretora realizar-se-á -se nulas as que se realizarem fora dele.
na última sessão ordinária do mês de Setembro, considerando-se § 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto
os eleitos automaticamente empossados no primeiro dia de janeiro ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas
subsequente. (Alterado pela EMENDA Nº 59/2018) sessões em outro local, por decisão do Presidente da Câmara.
§ 4º - Caberá ao Regimento Interno da Câmara Municipal dis- § 2º - As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto
por sobre a composição da Mesa Diretora e, subsidiariamente, so- da Câmara.
bre a sua eleição. ARTIGO 28 - As Sessões da Câmara serão públicas, salvo deli-
§ 5º - Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, beração em contrário, tomada pela maioria absoluta de seus mem-
pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal, bros, quando ocorrer motivo relevante de preservação do decoro
quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atri- parlamentar.
buições, devendo o Regimento Interno da Câmara Municipal dispor ARTIGO 29 - As Sessões somente poderão ser abertas pelo Pre-
sobre o processo de destituição e sobre a substituição do membro sidente da Câmara ou por membro da Mesa com a presença míni-
destituído. ma da maioria absoluta dos seus membros.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 1º - Na ausência dos membros da Mesa assumirá a Presidên- VI - destituição de componentes da Mesa.
cia o Vereador mais votado entre os presentes, observado o núme- § 4º - O Presidente da Câmara ou seu substituto só terá voto:
ro legal, podendo convocar um Vereador, dentre os presentes, para I - na eleição da Mesa Diretora;
assumir a Secretaria. II - quando a matéria exigir, para sua aprovação, o voto favorá-
§ 2º - Considerar-se-á presente à Sessão o Vereador que assi- vel de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara;
nar o livro ou as folhas de presença até o início da ordem do dia e III - quando ocorrer empate em qualquer votação;
participar das votações. IV - na eleição das comissões permanentes.
ARTIGO 30 - A convocação extraordinária da Câmara dar-se-á: V- nas votações secretas. ( inserido pela EMENDA Nº 004/91)
I - pelo Prefeito Municipal, quando este a entender necessária; Parágrafo 5º - O veto somente será rejeitado pela maioria abso-
II - pelo Presidente da Câmara; e luta dos Vereadores (Emenda 046/06).
III - a requerimento da maioria absoluta dos membros da Câ- Parágrafo 6º - O voto será sempre público nas deliberações da
mara. Câmara, salvo no caso de votação de decreto legislativo a que se
PARÁGRAFO ÚNICO- Na sessão legislativa extraordinária, Câ- refere o inciso IV do parágrafo 3º deste artigo. (EMENDA 046/06)
mara Municipal deliberará somente sobre a matéria para a qual foi
convocada. SEÇÃO IX
ARTIGO 31 - A sessão legislativa ordinária não será interrompi- DAS COMISSÕES
da sem a deliberação sobre o projeto de lei orçamentária.
ARTIGO 33 - A Câmara Municipal terá comissões permanentes
SEÇÃO VIII e especiais, constituídas na forma e com as atribuições definidas no
DAS VOTAÇÕES Regimento Interno ou no ato de que resultar a sua criação.
§ 1º - Em cada comissão será assegurada, tanto quanto possí-
ARTIGO 32 - A discussão e a votação da matéria constante da vel, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parla-
Ordem do Dia só poderão ser efetuadas com a presença da maioria mentares que participam da Câmara.
absoluta dos membros da Câmara. § 2º - As comissões, em razão da matéria de sua competência,
§ 1º- A aprovação da matéria em discussão, salvo as exceções cabe:
previstas nos parágrafos seguintes, dependerá do voto favorável da I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci-
maioria dos vereadores presentes à sessão. vil;
§ 2º - Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos II - convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da
membros da Câmara a aprovação e as alterações das seguintes ma- mesma natureza para prestar informações sobre assuntos inerentes
térias: às suas atribuições;
I - Código Tributário Municipal; III - receber petições, reclamações, representações ou queixas
II - Código de Obras; de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
III - Lei de Zoneamento Urbano; entidades públicas;
IV - Código de Posturas; IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
V - Código de Parcelamento do Solo; V - apreciar programas de obras e planos e sobre eles emitir
VI - Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado; parecer;
VII - Estatuto dos Servidores Municipais; VI - acompanhar junto à Prefeitura Municipal a elaboração da
VIII - Plano Plurianual; proposta orçamentária, bem como a sua posterior execução,
IX - Lei de Diretrizes Orçamentárias; VII - acompanhar e fiscalizar os serviços e obras do Poder Exe-
X - Criação, estruturação e atribuições de órgãos da administra- cutivo, na área de sua competência;
ção municipal, direta ou indireta; ARTIGO 34 - As comissões especiais de inquérito, que terão po-
XI - Julgamento de vereadores nos termos do artigo 43, § 2º; deres de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
XII - Regimento Interno da Câmara Municipal; outros previstos no Regimento Interno, serão criadas pela Câmara
XIII - Rejeição de veto (EMENDA 46/06); mediante requerimento de um terço de seus membros, para apura-
XIV - Autorização para elaboração de Lei Delegada. ção de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
§ 3º - Dependerão do voto favorável de 2/3 (dois terços) dos se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para que este
membros da Câmara: promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
I - Leis concernentes a:
a) - concessão de serviços públicos; SEÇÃO X
b) - concessão de direito real de uso; DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL
c) - alienação de bens imóveis;
d) - aquisição de bens imóveis por doação com encargo; ARTIGO 35 - Compete ao Presidente da Câmara, além de outras
e) - alteração de denominação de próprios vias e logradouros atribuições estipuladas no Regimento Interno:
públicos, sendo que a proposta de alteração de denominação de I - representar a Câmara Municipal;
vias públicas deverá vir, obrigatoriamente, instruída com documen- II -- dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e ad-
to que comprove a concordância expressa de 51% dos moradores ministrativos da Câmara;
de imóveis no local. (EMENDA N.º 036/99) III - promulgar as resoluções e os decretos legislativos, bem
f)- obtenção de empréstimos de particular. como as leis que receberam sanção tácita e as cujo veto tenha sido
II- Realização de sessão secreta; rejeitado pelo Plenário e não tenham sido promulgadas pelo Pre-
III - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas; feito Municipal;
IV- concessão de título de cidadão honorário ou qualquer outra IV - fazer publicar os atos da Mesa, bem como as resoluções, os
honraria ou homenagem; decretos legislativos e as leis por ele promulgadas;
V - aprovação da representação solicitando a alteração do V - declarar extinto o mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e
nome do Município; dos Vereadores, nos casos previstos em lei;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
VI - prestar contas ao Plenário, até o dia 20 (vinte) de cada mês, SUBSEÇÃO II
o balanço relativo aos recursos recebidos e às despesas individuais, DAS INCOMPATIBILIDADES
com o saldo disponível do mês anterior;
VII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara e ARTIGO 41 - Os Vereadores não poderão:
aplicar as disponibilidades financeiras no mercado de capitais; I - desde a expedição do diploma:
VIII - exercer, em substituição, a chefia do Executivo Municipal a)- firmar ou manter contrato com o Município, suas autar-
nos casos previstos em lei; quias, empresas públicas, sociedades de economia mista, funda-
IX - designar comissões especiais nos termos regimentais, ob- ções ou empresas concessionárias de serviços públicos municipais,
servadas as indicações partidárias; salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
X - mandar prestar informações por escrito e expedir certidões b)- aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
requeridas para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações; inclusive de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades cons-
XI - administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo la- tantes da alínea anterior.
vrar os atos pertinentes a essa área de gestão. II - desde a posse:
XII - cumprir e fazer cumprir as leis federais, estaduais e em a) - ser proprietários, controladores ou diretores da empresa
especial, as leis municipais, decretos legislativos e resoluções, sob que goze de favor decorrente de contrato celebrado com o Municí-
pena de destituição do cargo. pio ou nela exercer função remunerada;
b) - ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-
SEÇÃO XI tum” nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I, salvo o cargo
DO VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL de Secretário Municipal ou equivalente;
c) - patrocinar causas em que seja interessada qualquer das en-
ARTIGO 36 - Ao Vice-Presidente compete, além das atribuições tidades a que se refere a alínea “a” do inciso I;
contidas no Regimento Interno, as seguintes: d) - ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele-
I - substituir o Presidente da Câmara em suas faltas, ausências, tivo.
impedimentos ou licenças; ARTIGO 42 - Perderá o mandato o Vereador:
II - promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as resoluções I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
e os decretos legislativos sempre que o Presidente, ainda que se anterior;
ache em exercício, deixar de fazê-lo no prazo estabelecido; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
III - promulgar e fazer publicar, obrigatoriamente, as leis quan- parlamentar;
do o Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara, sucessivamen- III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à ter-
te, tenham deixado de fazê-lo, sob pena de perda do mandato de ça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo em caso de licença
membro da mesa. ou de missão oficial autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
SEÇÃO XII V - quando decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na
DOS VEREADORES Constituição Federal;
SUBSEÇÃO I VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
DISPOSIÇÕES GERAIS julgado;
VII - que deixar de residir no Município;
VIII - que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, dentro
ARTIGO 37 - Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas
do prazo estabelecido nesta Lei Orgânica.
opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscri-
§ 1º - Extingue-se o mandato, e assim será declarado pelo Pre-
ção do Município.
sidente da Câmara, quandoocorrer falecimento ou renúncia por es-
§ 1.º - No exercício de seu mandato, o Vereador terá livre aces-
crito do Vereador.
so ás repartições públicas municipais e a áreas sob jurisdição muni-
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II, VI e VII deste artigo, decidida
cipal, onde julgar que exista o interesse público. (Inclusão feita pela
pela Câmara, por voto escrito e de 2/3 (dois terços) dos integrantes,
Emenda 64/2022)
mediante provocação da Mesa ou de partido político representado
§ 2.º - O Vereador poderá diligenciar, inclusive com acesso a na Câmara, assegurada ampla defesa.
documentos, junto a órgãos da administração pública direta, indi- § 3º - Nos casos dos incisos III, IV, V e VIII, a perda do mandato
reta e fundacional, devendo ser atendido pelos respectivos respon- será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou mediante provo-
sáveis, na forma da legislação vigente. (Inclusão feita pela Emenda cação de qualquer vereador ou de partido político representado na
64/2022) Câmara, assegurada ampla defesa.
ARTIGO 38 - Os Vereadores não serão obrigados a testemu-
nhar, perante a Câmara, sobre informações recebidas ou prestadas SUBSEÇÃO III
em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes DO VEREADOR SERVIDOR PÚBLICO
confiaram ou deles receberam informações.
ARTIGO 39 - É incompatível com o decoro parlamentar, além ARTIGO 43 - O exercício de vereança por servidor público se
dos casos definidos no Regimento Interno, o abuso das prerrogati- dará de acordo com as determinações da Constituição Federal.
vas asseguradas aos Vereadores ou a percepção, por estes, de van- PARÁGRAFO ÚNICO - O Vereador ocupante de cargo, emprego
tagens indevidas. ou função pública municipal é inamovível de ofício pelo tempo de
ARTIGO 4O - Através de requerimento aprovado por maioria duração de seu mandato, gozando de estabilidade no emprego ou
absoluta de Vereadores, poderá ser convocado Prefeito, Vice-Pre- função.
feito, Secretários e demais responsáveis por empresas prestadoras
de serviços no Município, para prestarem esclarecimento sobre as-
sunto específico contido na referida propositura.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SUBSEÇÃO IV III - de iniciativa popular, exigindo-se neste caso, 5% (cinco por
DAS LICENÇAS cento) de eleitores do Município.
§ 1º - A proposta de emenda à Lei Orgânica Municipal será dis-
ARTIGO 44 - O Vereador poderá licenciar-se: cutida e votada em dois turnos de discussão e votação, consideran-
I - por motivos de saúde, devidamente comprovados; do-se aprovada quando obtiver, em ambos, dois terços dos votos
II - para tratar de interesse particular por prazo não superior a dos membros da Câmara.
vinte e quatro meses, renováveis por igual período; (EMENDA Nº § 2º - A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela
51/08) Mesa da Câmara com o respectivo número de ordem.
III - para desempenhar missões temporárias, de caráter cultural § 3º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
ou de interesse municipal. havida por prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na
§ 1º - Nos casos dos incisos I e II, não poderá o Vereador reassu- mesma sessão legislativa.
mir antes que se tenha escoado o prazo de sua licença.
§ 2º - Para fins de remuneração, considerar-se-á como em exer- SEÇÃO III
cício o Vereador licenciado nos termos do inciso I e 111. DAS LEIS
§ 3º - O Vereador investido no cargo de Secretário Municipal ou
equivalente seráconsiderado automaticamente licenciado, poden- ARTIGO 48 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias
do optar pela remuneração da vereança. cabe a qualquer Vereador ou comissão da Câmara, ao Prefeito Mu-
§ 4º - O afastamento para o desempenho de missões temporá- nicipal e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Lei Or-
rias de interesse do Município não será considerado como de licen- gânica.
ça, fazendo o Vereador jus à remuneração estabelecida. PARÁGRAFO ÚNICO - As votações de projetos de lei, indepen-
§ 5º - REVOGADO PELA EMENDA Nº 015/92. dentemente de autoria, serão realizadas nominalmente.
§ 6º - Independentemente de requerimento, considerar-se-á ARTIGO 49 - Compete privativamente ao Prefeito Municipal a
como licença o não comparecimento às reuniões de Vereador pri- iniciativa das leis que versem sobre:
vado, temporariamente, de sua liberdade, em virtude de processo I - regime jurídico dos servidores;
criminal em curso. II - criação de cargos, empregos e funções na Administração
direta e autárquica do Município, ou aumento de sua remuneração;
SUBSEÇÃO V III - matéria tributária e orçamentária;
DA CONVOCAÇÃO DOS SUPLENTES IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da Adminis-
tração direta do Município.
ARTIGO 45 - No caso de vaga, licença ou investidura no cargo de ARTIGO 50 - A iniciativa popular será exercida pela apresen-
Secretário Municipal equivalente, far-se-á convocação do suplente tação, na Câmara Municipal, de projeto de lei subscrito por, no
pelo Presidente da Câmara. mínimo, 5% (cinco por cento) dos eleitores inscritos no Município,
§ 1º - O suplente convocado deverá tomar posse dentro do pra- contendo assunto de interesse específico do Município, da cidade
zo de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara, sob ou de bairros.
pena de ser considerado renunciante. § 1º - A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se,
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da para o seu recebimento pela Câmara, a identificação dos assinan-
Câmara comunicará o fato, dentro de 48 (quarenta e oito) horas ao tes, mediante indicação do número do respectivo título eleitoral,
Tribunal Regional Eleitoral. bem como a certidão expedida pelo órgão eleitoral competente,
§ 3º - Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior não contendo a informação do número total de eleitores de Praia Gran-
for preenchida, calcularse-á o quorum em função dos vereadores de.
remanescentes. § 2º - A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular obe-
decerá às normas relativas ao processo legislativo.
CAPITULO II ARTIGO 51 - São objetos de leis complementares as seguintes
DO PROCESSO LEGISLATIVO matérias:
SEÇÃO I I - Código Tributário Municipal;
DISPOSIÇÃO GERAL II - Código de Obras ou de Edificações;
III - Código de Posturas;
ARTIGO 46 - 0 Processo legislativo municipal compreende a ela- IV - Código de Zoneamento;
boração de: V - Código de Parcelamento do Solo;
I - emendas à Lei Orgânica Municipal; VI - Plano Diretor;
II - leis complementares; VII - Estatuto dos Servidores Municipais:
III - leis ordinárias; VIII - Plano Plurianual;
IV - leis delegadas; IX - Diretrizes orçamentárias;
V - decretos legislativos; e X - Criação, estruturação e atribuições de órgãos da Administra-
VI - resoluções. ção Municipal, direta ou indireta.
PARÁGRAFO ÚNICO - As leis complementares exigem para a
SEÇÃO II sua aprovação o voto favorável da maioria absoluta dos membros
DAS ALTERAÇÕES A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL da Câmara.
ARTIGO 52 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito
ARTIGO 47 - A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada Municipal, que deverá solicitar a delegação à Câmara Municipal.
mediante proposta: § lº - Não serão objeto de delegação os atos de competência
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal; privativa da Câmara Municipal e a legislação sobre planos plurianu-
II - do Prefeito Municipal; ais, orçamentos e diretrizes orçamentárias.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 2º - A delegação ao Prefeito Municipal terá a forma de decre- ARTIGO 58 - O decreto legislativo destina-se a regular matéria
to legislativo da Câmara Municipal, que especificará seu conteúdo e de competência exclusiva da Câmara que produza efeitos externos,
os termos de seu exercício. não dependendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.
§ 3º - Se o decreto legislativo determinar a apreciação da lei ARTIGO 59 - O processo legislativo das resoluções e dos de-
delegada pela Câmara, esta o fará em votação única, vedada qual- cretos legislativos se dará conforme determinado no Regimento
quer emenda. Interno da Câmara, observado, no que couber, o disposto nesta Lei
ARTIGO 53 - O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para Orgânica.
apreciação de projetos de sua iniciativa, considerados relevantes, ARTIGO 60 - O projeto de lei que receber parecer contrário,
os quais deverão ser apreciados no prazo de 40 (quarenta) dias. quanto ao mérito, de todas as comissões, será tido como rejeitado.
§ lº - Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no “caput” ARTIGO 61 - Os projetos de lei orçamentária, diretrizes orça-
deste artigo, o projeto será obrigatoriamente incluído na ordem do mentárias e do plurianual obedecerão ao interstício de 10 (dez)
dia, para que se ultime sua votação, sobrestandose a deliberação dias, entre uma votação e outra. (EMENDA Nº 019/92)
sobre qualquer outra matéria exceto, veto e leis orçamentárias.
§ 2º - O prazo referido neste artigo não corre no período de CAPITULO III
recesso da Câmara e nem se aplica aos projetos de codificação. DO PODER EXECUTIVO
ARTIGO 54 - O projeto de lei aprovado pela Câmara será, no SEÇÃO I
prazo de 10 (dez) dias úteis, enviado pelo seu Presidente ao Prefeito DO PREFEITO MUNICIPAL
Municipal que, concordando, o sancionará no prazo de 15 (quinze)
dias úteis. ARTIGO 62 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, com
§ 1º - Decorrido o prazo de l5 (quinze) dias úteis, o silêncio do funções políticas, executivas e administrativas.
Prefeito Municipal importará em sanção. ARTIGO 63 - O Prefeito e o Vice-Prefeito serão eleitos simul-
§ 2º - Se o Prefeito Municipal considerar o projeto, no todo taneamente, para cada legislatura, por eleição direta, em sufrágio
ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, ve- universal e secreto.
tá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, ARTIGO 64 - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 48 (qua- 1º de janeiro do ano subseqüente à eleição, em sessão solene da
renta e oito) horas, ao Presidente da Câmara, os motivos do veto. Câmara Municipal, ocasião em que prestarão o seguinte compro-
misso: “Prometo cumprir a Constituição Federal, a Constituição Es-
§ 3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
tadual e a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, promover o bem
de parágrafo, de inciso ou de alínea.
geral dos munícipes e exercer o cargo sob inspiração da democra-
§ 4º - O veto será apreciado no prazo de 15 (quinze) dias úteis,
cia, da legitimidade e da legalidade”.
contados do seu recebimento, com parecer ou sem ele, em uma
§ 1º - Se até o dia 10 (dez) de janeiro o Prefeito ou o Vice-
única discussão e votação. (Alterado pela Emenda n.º 58/17).
-Prefeito, salvo motivo de força maior devidamente comprovado e
§ 5º - O veto somente será rejeitado pela maioria absoluta dos
aceito pela Câmara Municipal, não tiver assumido o cargo, este será
Vereadores (Emenda 46/06).
declarado vago.
§ 6º - Esgotado sem deliberação o prazo previsto no § 4º deste
§ 2º - Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o car-
artigo, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, go o Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento deste, o Presidente
sobrestadas as demais proposições até sua votação final. da Câmara Municipal.
§ 7º - Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito § 3º - No ato de posse e ao término do mandato, o Prefeito e
Municipal, em 48 (quarenta e oito) horas, para promulgação. o Vice-Prefeito farão declaração pública de seus bens, a qual será
§ 8º - Se o Prefeito Municipal não promulgar a lei nos prazos transcrita em livro próprio, resumidas em atas e divulgadas para o
previstos, e ainda no caso de sanção tácita, o Presidente da Câma- conhecimento público e arquivadas na Câmara Municipal.
ra a promulgará, e, se este não o fizer no prazo de 48 (quarenta § 4º - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem
e oito) horas, caberá ao Vice-Presidente obrigatoriamente fazê-lo, conferidas pela legislação local, auxiliará o Prefeito sempre que por
sob pena de perda de mandato. ele convocado para missões especiais, o substituirá nos casos de
§ 9º - A manutenção do veto não restaura matéria suprimida licença e o sucederá no caso de vacância do cargo.
ou modificada pela Câmara. ARTIGO 65 - Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-
§ 10 - A não promulgação da lei no prazo de 48 (quarenta e -Prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, será chamado ao
oito) horas pelo Prefeito, nos casos dos parágrafos 1º e 7º criará exercício do cargo de Prefeito o Presidente da Câmara Municipal.
para o Presidente da Câmara a obrigação de fazê-la em igual prazo. PARÁGRAFO ÚNICO - A recusa do Presidente em assumir a Pre-
ARTIGO 55 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito, feitura implicará em perda do mandato que ocupa na Mesa Dire-
que deverá solicitar adelegação à Câmara Municipal. tora.
§ lº - Os atos de competência privativa da Câmara, a matéria re-
servada à lei complementar e os planos plurianuais e orçamentários SEÇÃO II
não serão objetos de delegação. DAS PROIBIÇÕES
§ 2º - A delegação do Prefeito será efetuada sob a forma de
Decreto Legislativo, que especificará o seu conteúdo e os termos ARTIGO 66 - O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, desde a
do seu exercício. posse, sob pena de perda de mandato:
ARTIGO 56 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado so- I - firmar ou manter contrato com o Município ou com suas
mente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fun-
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da dações ou empresas concessionárias de serviço público municipal,
Câmara, ressalvadas as proposições de iniciativa do Prefeito. salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
ARTIGO 57 - A resolução destina-se a regular matéria político-
-administrativa da Câmara, de sua competência exclusiva, não de-
pendendo de sanção ou veto do Prefeito Municipal.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
II - aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, X - prover e extinguir os cargos, os empregos e as funções pú-
inclusive os de que seja demissível “ad nutum”, na Administração blicas municipais, na forma da lei;
Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concur- XI - decretar, nos termos da Lei Federal, desapropriação por ne-
so público, aplicando-se, nesta hipótese, o disposto no artigo 38 da cessidade ou utilidade pública ou por interesse social;
Constituição Federal; XII - celebrar convênios com entidades públicas ou privadas
III - ser titular de mais de um mandato eletivo; para realização de objetivos de interesse do Município;
IV - patrocinar causas em que seja interessada qualquer das XIII - publicar, até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada
entidades mencionadas no inciso I deste artigo; bimestre, relatório resumido da execução orçamentária;
V - ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que XIV - entregar à Câmara Municipal, no prazo legal, os recursos
goze de favor decorrente de contrato celebrado com o Município correspondentes às suas dotações orçamentárias;
ou nela exercer função remunerada; XV - solicitar o auxílio das forças policiais para garantir o cum-
VI - fixar residência fora do Município. primento de seus atos, bem como fazer uso da guarda municipal,
na forma da lei;
SEÇÃO III XVI - decretar calamidade pública quando ocorrerem fatos que
DAS LICENÇAS a justifiquem;
XVII - convocar extraordinariamente a Câmara;
ARTIGO 67 - O Prefeito não poderá ausentar-se do Município XVIII - requerer à autoridade competente a prisão administra-
ou afastar-se do cargo por mais de 15 (quinze) dias, sem licença da tiva de servidor público municipal omisso ou remisso na prestação
Câmara Municipal, sob pena de extinção do mandato. de contas dos dinheiros públicos;
PARÁGRAFO ÚNICO - O Vice-Prefeito substitui o Prefeito, em XIX - dar denominação a próprios municipais e logradouros pú-
caso de licença ou impedimento. Na falta ou impedimento do Vi- blicos;
ce-Prefeito, assumirá o cargo o Presidente da Câmara. Enquanto o XX - superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem
substituto legal não assumir, responderá pelo expediente da Prefei- como a guarda e a aplicação da receita, autorizando as despesas e
tura o Secretário Municipal dos Negócios Jurídicos e Internos. os pagamentos, dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos
ARTIGO 68 - O Prefeito poderá licenciar-se quando impossi- créditos autorizados pela Câmara;
bilitado de exercer o cargo, por motivo de doença devidamente XXI - aplicar as multas previstas na legislação e nos contratos ou
comprovada ou ainda, a serviço ou em missão de representação convênios, bem como relevá-las quando for o caso;
do Município. XXII - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
PARÁGRAFO ÚNICO - No caso deste artigo e de ausência em civil e com membros da comunidade;
missão oficial, o Prefeito licenciado fará jus à sua remuneração in- XXIII – responder sobre requerimentos aprovados pela Câmara
tegral. Municipal em até 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de respon-
sabilidade, bem como sobre as reclamações ou representações que
SEÇÃO IV
lhes forem dirigidas; (ALTERADO PELA EMENDA Nº 56/2017)
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
XXIV - encaminhar ao Poder Legislativo, mensalmente, cópias
das leis e decretos até o dia 15 (quinze) do mês subseqüente à edi-
ARTIGO 69 - Compete privativamente ao Prefeito:
ção dos atos;
I - representar o Município em juizo e fora dele;
XXV - expedir decretos e regulamentos para fiel execução das
II - exercer a direção superior da Administração Pública Muni-
leis; (EMENDA N.º 42/03) – Alterou a Emenda 39/00.
cipal;
XXVI - fixar ou alterar os quadros, vencimentos e vantagens do
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica; pessoal das fundações instituídas ou mantidas pelo município, nos
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela termos da lei;
Câmara; (EMENDA N.º 39/00) XXVII - prover os cargos públicos e expedir os demais atos refe-
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; rentes à situação funcional dos servidores;
VI - enviar à Câmara Municipal: XXVIII - praticar os demais atos da administração nos limites da
a) - Plano Plurianual; competência do Executivo;
b) - Diretrizes Orçamentárias; XXIX - comparecer ou remeter mensagem e plano de governo
c) - Orçamento anual do Município; à Câmara Municipal por ocasião da abertura da sessão legislativa,
d) - Plano Diretor,- expondo a situação do Município e solicitando as providências que
e) - Código Tributário; julgar necessárias;
f)- Estatuto dos Servidores Municipais; XXX - colocar à disposição da Câmara, dentro de 10 (dez) dias
g) - criação e extinção de cargos, funções e empregos na ad- de sua requisição, as quantias que devam ser despendidas de uma
ministração direta e autárquica, bem como a fixação da respectiva só vez e até o dia 20 (vinte) de cada mês, os recursos corresponden-
remuneração; tes às suas dotações orçamentárias, compreendendo os créditos
h) - criação, estrutura e atribuições de órgãos da administração suplementares e especiais;
pública municipal, direta ou indireta. XXXI - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como
VII - dispor sobre a organização e o funcionamento da Adminis- revê-las quando importar irregularidades;
tração municipal, na forma da lei; XXXII - aprovar projetos de edificação e planos de arruamento
VIII - remeter mensagem e plano de governo à Câmara Mu- e zoneamento urbano, apresentando, anualmente, à Câmara Muni-
nicipal por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a cipal, relatório circunstanciado sobre o estadodas obras e dos ser-
situação do Município e solicitando as providências que julgar ne- viços municipais;
cessárias; XXXIII - contrair empréstimos e realizar operações de crédito,
IX - prestar, anualmente, à Câmara Municipal, dentro do prazo mediante autorização da Câmara;
legal, as contas do Município referentes ao exercício anterior; XXXIV - providenciar sobre o incremento do ensino;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
XXXV - estabelecer a divisão administrativa do município, de VI - transferências a serem recebidas da União e do Estado por
acordo com a lei; força de mandamento constitucional ou de convênios;
XXXVI - solicitar o auxílio dás autoridades policiais do Estado VII - projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso
para garantia do cumprimento dos seus atos; na Câmara Municipal, para permitir que a nova Administração deci-
XXXVII - adotar providências para a conservação e salvaguarda da quanto à conveniência de lhes dar prosseguimento, acelerar seu
do patrimônio municipal; andamento ou retirá-los;
XXXVIII - desenvolver o sistema viário do município; VIII - situação dos servidores do Município, seu custo, quanti-
XXXIX - conceder auxílios, prêmios e subvenções nos limites dade e órgãos em que estão lotados e em exercício.
das respectivas dotações orçamentárias, mediante autorização da ARTIGO 73 - É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por qual-
Câmara. quer forma, compromissos financeiros para execução de programas
§ lº - O Prefeito Municipal poderá delegar as atribuições previs- ou projetos após o término do seu mandato, não previstos na legis-
tas nos incisos XXI a XXIV, lação orçamentária.
XXVII, XXXI e XXII deste artigo, ficando confirmados os atos § lº - O disposto neste artigo não se aplica nos casos comprova-
eventualmente praticados com base nestes dispositivos, pelos seus dos de calamidade pública.
auxiliares diretos, até a data de vigência deste parágrafo. (EMENDA § 2º - Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empe-
N.º 42/03) Alterou a Emenda 39/00. nhos e atos praticados em desacordo neste artigo, sem prejuízo da
§ 2º - O Prefeito Municipal poderá, a qualquer momento, se- responsabilidade do Prefeito Municipal.
gundo seu único critério, avocar a si a competência delegada.
SEÇÃO VII
SEÇÃO V
DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO MUNICIPAL
DA PERDA E EXTINÇÃO DO MANDATO
ARTIGO 74 - O Prefeito Municipal, por intermédio de ato admi-
ARTIGO 70 - É vedado ao Prefeito assumir outro cargo ou fun-
nistrativo, estabelecerá as atribuições dos seus auxiliares diretos,
ção na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse
em virtude de concurso público. definindo-lhes competências, deveres e responsabilidades.
ARTIGO 71 - O Prefeito será julgado, pela prática de crime de ARTIGO 75 - Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal são so-
responsabilidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado. lidariamente responsáveis, junto com este, pelos atos que assina-
§ 1º - A Câmara Municipal, tomando conhecimento de qual- rem, ordenarem ou praticarem.
quer ato do Prefeito que possa configurar infração penal comum ou ARTIGO 76 - Os auxiliares diretos do Prefeito Municipal deve-
crime de responsabilidade, nomeará comissão processante, para rão fazer declaração de bens no ato de sua posse em cargo ou fun-
apurar os fatos que, no prazo de 30 (trinta) dias deverão ser apre- ção pública municipal e quando de sua exoneração.
ciados pelo Plenário. ARTIGO 77 - Os Secretários Municipais, como agentes públicos,
§ 2º - Se o Plenário entender procedentes as acusações, de- serão escolhidos dentre brasileiros maiores de 21 (vinte e hum)
terminará o envio do apurado à Procuradoria Geral da Justiça para anos e no exercício dos direitos políticos.
as providências, se não, determinará o arquivamento do processo. PARÁGRAFO ÚNICO - Os cargos são de livre nomeação e demis-
§ 3º- Recebida a denúncia contra o Prefeito, pelo Tribunal de são do Prefeito.
Justiça, a Câmara decidirá sobre a designação de Procurador para ARTIGO 78 - Lei Municipal estabelecerá as atribuições dos au-
Assistente da acusação. xiliares diretos do Prefeito, definindo-lhes competência, deveres e
§ 4º - Decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, se o jul- responsabilidades.
gamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, PARÁGRAFO ÚNICO - O Gabinete do Prefeito terá estrutura de
sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. Secretaria Municipal.
ARTIGO 79 - Os Secretários Municipais, auxiliares diretos e da
SEÇÃO VI confiança do Prefeito, serão responsáveis pelos atos que praticarem
DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA ou referendarem no exercício do cargo.

ARTIGO 72 - Até 30 (trinta) dias antes das eleições, o Prefeito TITULO III
Municipal deverá preparar, para entrega ao sucessor e para publica- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ção imediata, relatório da situação da Administração municipal que CAPÍTULO I
conterá, entre outras, informações atualizadas sobre:
DISPOSIÇÕES GERAIS
I - dívidas do Município, por credor, com as datas dos respec-
tivos vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e encargos
ARTIGO 80 - A administração pública direta, indireta ou fun-
decorrentes de operações de crédito, informando sobre a capaci-
dacional, de qualquer dos Poderes do Município, obedecerá aos
dade da Administração municipal, realizar operações de crédito de
qualquer natureza; princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
II - medidas necessárias à regularização das contas municipais finalidade, motivação e interesse público.
perante o Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se for o caso; ARTIGO 81 - A lei deverá fixar prazos para a prática dos atos
III - prestações de contas de convênios celebrados com organis- administrativos e estabelecer recursos adequados a sua revisão, in-
mos da União e do Estado, bem como do recebimento de subven- dicando seus efeitos e forma de processamento.
ções ou auxílios; ARTIGO 82 - Para a organização da administração pública direta
IV - situação dos contratos com concessionárias e permissioná- ou indireta, inclusive as fundações instituídas ou mantidas pelo Po-
rias de serviços públicos; der Público Municipal, é obrigatório o cumprimento das seguintes
V - estado dos contratos de obras e serviços em execução ou normas.
apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago e I - Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
o que há por executar e pagar, com os prazos respectivos; brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de XXIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
aprovação prévia, em concurso público de provas e títulos, ressal- exceto, quando houver compatibilidade de horários:
vadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei, de a) - de dois cargos de professor;
livre nomeação e exoneração; b) - de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
III - o prazo de validade do concurso público será de até 2 (dois) c) - de dois cargos privativos de médico.
anos, prorrogável uma vez por igual período. A nomeação do candi- XXIV - a proibição de acumular, a que se refere o inciso anterior,
dato aprovado obedecerá a ordem de classificação; estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con- públicas, sociedades de economia mista e fundações instituídas ou
vocação, o aprovado em concurso público de provas ou de provas mantidas pelo Poder Público Municipal;
e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados xxv - a criação, transformação, fusão, cisão, incorporação, pri-
para assumir cargos ou emprego, na carreira; vatização ou extinção das sociedades de economia mista, autar-
V - os cargos em comissão e as funções de confiança serão exer- quias, fundações e empresas públicas depende de prévia aprovação
cido, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de car- da Câmara Municipal;
reira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei; XXVI - a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
VI - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites campanhas da administração pública direta, indireta, fundações e
definidos em lei complementar federal; órgãos controlados pelo Poder Público Municipal deverá ter caráter
VII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos educacional, informativo e de orientação social, dela não podendo
para os portadores de deficiências, garantindo a adaptações neces- constar nomes, símbolos e imagens que caracterizem promoção
sárias para a sua participação nos concursos públicos e definirá os pessoal de autoridades ou servidores públicos;
critérios de sua admissão; XXVII - as pessoas jurídicas de direito público e as de direito
VIII - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos
terminado, para atendera necessidade temporária de excepcional que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
interesse público; rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
IX - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- ou culpa;
ciação sindical, obedecido o disposto no artigo 8º da Constituição XXVIII - é assegurado ao servidor público civil, por associação
Federal; ou sindicato de classe, a participação em planejamento municipal
X - a revisão geral da remuneração dos servidores públicos far- em que seus interesses profissionais e estatutários sejam objeto de
-se-á sempre na mesma data; discussão e deliberação.
XI - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre o XXIX – É assegurada a participação da Ordem dos Advogados
maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observado
do Brasil, em todas as suasfases, nos concursos públicos de provas
como limite máximo os valores percebidos como remuneração, em
e títulos para o provimento dos cargos de Procurador Municipal.
espécie, a qualquer título, pelo Prefeito Municipal;
(NR - Emenda 050/08
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo, não pode-
Art. 82-A - REVOGADO PELA EMENDA A LEI ORGÂNICA 52/09.
rão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos,
para efeito de remuneração de pessoal do serviço público, ressalva- CAPÍTULO II
do o disposto no inciso anterior e no artigo 39 § lº, da Constituição DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS
Federal;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público ARTIGO 83 - Os servidores da administração pública direta, das
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de autarquias e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Pú-
acréscimos anteriores sob o mesmo título ou idêntico fundamento; blico Municipal terão regime jurídico único e planos de carreira.
XV - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, § lº - A lei assegurará aos servidores da administração direta,
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência so- isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou asse-
bre os demais setores administrativos, na forma da lei; melhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Legis-
XVI - somente por lei específica poderão ser criadas empresa lativo e Executivo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pú- as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
blica; § 2º- No caso do parágrafo anterior, não haverá alteração nos
XVII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- vencimentos dos demais cargos da carreira a que pertence aqueles
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no item anterior, cujos vencimentos foram alterados por força de isonomia.
assim como a participação de qualquer delas em empresas privada; § 3º - Aplica-se aos servidores a que se refere o caput deste
XVIII - é vedada a estipulação de limite de idade para ingresso artigo o disposto no artigo 70, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI,
por concurso público na administração direta, autarquias, economia XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da Constituição Federal, sem prejuízo
mista, empresas públicas, cooperativa habitacional e fundações; dos direitos assegurados por leis anteriores e ainda aos seguintes:
XIX - a publicação dos atos, programas, obras, serviços e cam- I - gozo de férias anuais e remuneradas com 50% (cinqüenta
panha da administração direta, deverá ter caráter educacional; por cento) a mais que o salário normal;
XX - nenhum servidor será designado para função que não II - ao servidor público municipal é assegurado o percebimento
conste da atribuída ao cargo que ocupa; do adicional por tempo de serviço concedido, no máximo, por qüi-
XXI - as pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- nqüênio, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais, con-
vado, prestadoras de serviço público, responderão pelos danos que
cedidas aos 20 (vinte) anos de efetivo exercício que se incorporarão
seus agentes causarem a terceiros;
aos vencimentos para todos os efeitos, além de outras gratificações
XXII - os vencimentos, remuneração ou salário dos servidores
ou vantagens já asseguradas por leis anteriores;
públicos municipais, são irredutíveis e a retribuição mensal obser-
III – REVOGADO PELA EMENDA Nº 018/92.
vará o que dispõem o inciso X deste artigo, bem como os artigos
150, I, 153, III e 153 § 2º, I, da Constituição Federal; § 4º- REVOGADO PELA EMENDA Nº 024/94.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 84 - O exercício do mandato eletivo por servidor públi- § 3º - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servi-
co far-se-á com observância do artigo 38 da Constituição Federal. dor estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequa-
PARÁGRAFO ÚNICO - O tempo de mandato eletivo será compu- do aproveitamento em outro cargo.
tado para fins de aposentadoria especial. § 4º- 0 servidor público municipal demitido por ato adminis-
ARTIGO 85 - A lei assegurará à servidora gestante, mudança de trativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato que deu
função, nos casos em que for recomendado, sem prejuízos de seus causa à demissão, será reintegrado ao serviço público com todos os
vencimentos ou demais vantagens do cargo. direitos adquiridos.
ARTIGO 86 - O Regime Próprio de Previdência Social - RPPS dos ARTIGO 89 - A lei disporá sobre a instituição de indenização
servidores municipais titulares de cargos efetivos terá caráter con- compensatória a ser paga, em caso de exoneração ou dispensa, aos
tributivo e solidário, mediante contribuição dos poderes Executivo servidores públicos ocupantes de cargo ou função de confiança ou
e Legislativo, assim como das autarquias e fundações públicas do cargo em comissão, bem como aos que a lei declarar de livre exo-
Município, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, neração.
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua- PARÁGRAFO ÚNICO - A indenização referida no “caput” não se
rial. (ALTERADO PELA EMENDA Nº 63/2021) aplica ao servidor público que retorne à sua função ou cargo efeti-
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de vo.
que trata este artigo serão aposentados: ARTIGO 90 - Fica assegurado ao servidor municipal estatutário,
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em o direito de contagem em dobro para todos os efeitos legais, as fé-
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese rias não gozadas devido à necessidade de permanência em função.
§ 1º- Caso não utilizado o direito assegurado pelo “caput” des-
em que será obrigatório realizar avaliações periódicas para verificar
te artigo, poderá a Administração Municipal pagar em dinheiro, aos
a continuidade das condições que ensejaram a concessão da apo-
servidores estatutários que o requererem, os períodos de férias
sentadoria, na forma da lei;
acumuladas, a partir do segundo exercício, permitida neste caso,
II - compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade;
a conversão em pecúnia de apenas quinze dias anuais. (EMENDA
III - voluntariamente, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, Nº 012/92)
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, § 2º - Para efeito de pagamento a que se refere o § 1º, será
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabe- considerado o valor correspondente ao vencimento do servidor na
lecidos em lei complementar. data da solicitação do benefício.
§ 2º Os ocupantes do cargo de professor terão a idade mínima ARTIGO 91 – REVOGADO PELA EMENDA Nº 027/96)
reduzida em 05 (cinco anos) em relação àquelas previstas no inciso ARTIGO 92 - Para todos os efeitos de direito, considera-se de
III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das efetivo exercício, o tempo de serviço prestado pelo servidor munici-
funções de magistério na educação infantil, no ensino fundamental pal, às empresas em que o Município seja acionista majoritário, ou
ou médio, nos termos fixados em lei. as Fundações mantidas pelo Poder Público Municipal.
§ 3º As regras para concessão de benefícios previdenciários, ARTIGO 93 - Os vencimentos, vantagens, complementação
suas formas de cálculo e reajustes, bem como as contribuições e pecuniária dos inativos, ou qualquer parcela remuneratória, pagos
demais elementos para custeio do RPPS, serão disciplinados por lei com atraso ao servidor público municipal, ou seus beneficiários, se-
complementar. rão corrigidos monetariamente de acordo com os índices oficiais
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- adotados pelo Governo Federal.
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios PARÁGRAFO ÚNICO - Considerar-se-ão em atraso o não recebi-
estabelecidos em lei. mento pelo servidor público municipal ou pelos seus beneficiários,
§ 5º É vedada qualquer forma de contagem de tempo de con- de quaisquer valores perceptíveis na data correspondente ao paga-
tribuição fictício. mento da folha, para os em atividade, ou na data do pagamento do
§ 6º O rol de benefícios do Regime Próprio de Previdência So- carne pela Previdência Social, para os inativos, em ambos os casos,
cial fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte, concedi- no mês de referência.
das conforme regras e critérios estabelecidos em lei complementar, ARTIGO 94 - A lei indicará os cargos de Secretário Municipal
observado o disposto nesta Lei Orgânica. que deverão ser ocupados por possuidores de título superior.
§ 7º O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal ARTIGO 95 - Fica assegurado aos servidores municipais, tanto
será computado para os efeitos de aposentadoria e disponibilida- do Poder Executivo como do Poder Legislativo, a incidência da po-
lítica nacional de salários, emanada pelo Governo Federal nos ter-
de.”
mos da legislação municipal vigente, assegurado o dissídio no mês
ARTIGO 87 - Fica assegurado para efeito de aposentadoria, a
de janeiro de cada exercício, pelo menos.
contagem recíproca do tempo de serviço nas atividades públicas
PARÁGRAFO ÚNICO - Fica estabelecido que aos servidores do
ou privadas, rural e urbana, inclusive do tempo de trabalho com-
Poder Legislativo, está assegurada a atualização de seus vencimen-
provadamente exercido pelo servidor, na qualidade de autônomo, tos, mês a mês, de acordo com os índices oficiais.
fazendo-se a compensação financeira, segundo critérios estabele- ARTIGO 96 - REVOGADO PELA EMENDA N.º 017/92
cidos em lei. PARÁGRAFO ÚNICO - As horas extraordinárias prestadas por
ARTIGO 88 - São estáveis, após 2 (dois) anos de efetivo exercí- servidores municipais serão pagas em dinheiro, vedada a compen-
cio, os servidores nomeados em virtude de concurso público. sação com horas de descanso.
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude
de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo CAPÍTULO III
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. DA SEGURANÇA PÚBLICA
§ 2º- lnvalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga recon- ARTIGO 97-A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
duzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado ponsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pú-
em outro cargo ou posto em disponibilidade. blica e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.

12
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 1º - A atual Guarda Municipal, nos termos constitucionais, PARÁGRAFO ÚNICO – O Executivo, mediante Lei, definirá o ser-
fica criada para proteção dos bens, serviços e instalações, com re- viço público a ser delegado, a área de atuação, o prazo e as diretri-
gulamento próprio ao seu funcionamento. zes que deverão ser observados no edital de licitação e no contrato.
§ 2º - A instituição concorrerá com os demais órgãos públicos, (NR – Emenda 43/03)
na preservação da incolumidade pública do patrimônio na forma ARTIGO 102 – O prazo de contrato de concessão ou permissão
prevista em regulamento, além de atividades outras de peculiar de serviços públicos não poderá exceder a 20 (vinte) anos, permiti-
interesse dos munícipes, auxiliando as autoridades policiais do Es- da a prorrogação, por uma única vez, e, no máximo, por igual perí-
tado. odo, desde que comprovada a prestação adequada do serviço. (NR
§ 3º - A Prefeitura Municipal fica autorizada a celebrar convê- – Emenda 43/03).
nios. § 1º – Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre su-
§ 4º - A Guarda Municipal poderá manter, em seus quadros, jeitos à regulamentação do Poder Público Municipal, assim como
corpo feminino e mirim, recebendo dotação orçamentária própria, sua fiscalização, e poderão ser retomados quando não atendam
sendo a direção do órgão de livre indicação e nomeação pelo Pre- satisfatoriamente aos seus fins ou as condições legais, regulamen-
feito Municipal. tares ou contratuais . (NR – Emenda 43/03)
§ 5º - Lei ordinária disporá, no âmbito municipal, as exigências § 2º – Os serviços públicos não serão subsidiados pelo Poder
para o funcionamento de guardas e serviços de vigilância particular, Público, em qualquer percentual, quando prestados por particula-
respeitada as leis federais e estaduais concernentes. res. (NR – Emenda 43/03)
§ 6º - O Conselho Comunitário de Segurança, criado por reso- ARTIGO 103 - A Prefeitura poderá autorizar a exploração dos
lução da Secretaria de Estado da Segurança Pública, será instituído serviços de guincho no Município por terceiros, observadas as for-
e reconhecido como elo de ligação entre a população e as autori- malidades legais pertinentes. (EMENDA N.º 030/97).
dades públicas e, alem de seus membros natos e dos vários repre- PARÁGRAFO ÚNICO - Os preços à serem cobrados pelo serviço
sentantes dos segmentos da sociedade, terá a participação de um à que se refere o caput deste artigo serão fixados por Decreto do
membro indicado pelo Poder Legislativo e outro pelo Poder Execu- Executivo e da mesma forma reajustados. (EMENDA N.º 005/91).
tivo.
ARTIGO 98 - A Guarda Municipal deverá efetuar policiamento CAPÍTULO V
na porta dos estabelecimentos de ensino públicos, nos períodos de DOS ATOS MUNICIPAIS
aulas, para proteção dos escolares. SEÇÃO I
DA FORMA
CAPÍTULO IV
DAS OBRAS, SERVIÇOS PÚBLICOS, COMPRAS E ALIENAÇÕES ARTIGO 104 - Os atos administrativos de competência do Pre-
feito devem ser expedidos com observância das seguintes formas:
ARTIGO 99 - Ressalvados os casos especificados na legislação, I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes
as obras, serviços, compras e alienações serão contratados me- casos:
diante processo de licitação pública que assegurará igualdade de a) - regulamentação de lei;
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam b) - instituição, modificação e extinção de atribuições não pri-
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- vadas de lei;
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de c) - abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite
qualificação técnica e econômica indispensável à garantia do cum- autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários;
primento das obrigações. d) - declaração de utilidade ou necessidade públicas, ou de in-
§ 1º - É vedada à administração pública direta e indireta, inclusi- teresse social, para efeito de desapropriação ou de servidão admi-
ve fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal, nistrativa;
a contratação de servi-os e obras de empresas que não atendam às e) - aprovação de regulamento ou de regimento;
normas relativas a saúde e segurança no trabalho. f)- permissão de uso de bens e serviços municipais;
§ 2º - As licitações e suas dispensas no âmbito municipal, serão g) - medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimento
regidas pela legislação federal pertinente à matéria. Integrado do Município;
§ 3º - Nas licitações deverá o Poder Público Municipal proce- h) - criação, extinção, declaração ou modificação de direitos
der às aquisições de compras, efetivação de obras e prestação de dos administrados não privativos de lei;
serviços obedecendo ao seguinte critério de ordem na classificação i)- normas de efeitos externos, não privativos de lei;
de propostas: j)- fixação e alteração de preços;
I - menor preço; II- portaria, nos seguintes casos:
II - menor prazo de entrega; a) - provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos
III - maior número de vendas, obras e serviços junto ao Muni- de efeitos individuais;
cípio; b) - lotação e relotação nos quadros do pessoal;
IV - firma estabelecida no Município; c) - autorização para contrato e dispensa de servidores sob o
V - firma estabelecida na Baixada Santista. regime da legislação trabalhista;
ARTIGO 100 - As licitações de obras e serviços públicos deverão d) - abertura de sindicâncias e processos administrativos, apli-
ser precedidas da indicação do local onde serão executados e do cação de penalidades e de mais atos individuais de efeitos internos;
respectivo projeto técnico completo, que permita a definição preci- e) - outros casos determinados em lei ou decreto.
sa de seu objeto e previsão de recursos orçamentários, sob pena de PARÁGRAFO ÚNICO - Os atos constantes do inciso II deste arti-
invalidade da licitação. go poderão ser delegados.
ARTIGO 101 – A concessão e a permissão de serviços públicos
reger-se-ão pela Lei Federal n.º 8.987, de 13 de fevereiro de 1.995,
e pelo disposto nos regulamentos municipais, editais de licitação e
respectivos contratos. (NR – Emenda 43/03).

13
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO II PARÁGRAFO ÚNICO - O Município tem direito à participação
DO REGISTRO DOS ATOS MUNICIPAIS no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
hídricos para fins de geração e energia e de outros recursos naturais
ARTIGO 105 - Os Municípios terão livros que forem necessários de seu território.
aos seus serviços, e, obrigatoriamente os de: ARTIGO 109 - Pertencem ao patrimônio municipal ás terras
I - termo de compromisso e posse; devolutas que se localizem dentro do raio de 8 (oito) quilômetros,
II - declaração de bens; contados do ponto central da sede do Município.
III - atas das sessões da Câmara; PARÁGRAFO ÚNICO - Integram, igualmente, o patrimônio mu-
IV - registros de leis, decretos, resoluções, regulamentos, ins- nicipal, as terras devolutas localizadas dentro do raio de 6 (seis) qui-
truções e portarias; lômetros, contados do ponto central dos seus Distritos.
V - cópia de correspondência oficial; ARTIGO 110 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens muni-
VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados; cipais, respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utiliza-
VII - licitações e contratos para obras e serviços; dos em seus serviços.
VIII - contrato de servidores; ARTIGO 111 - Todos os bens municipais deverão ser cadastra-
IX - contratos em geral; dos, com a identificação respectiva, numerando-se os móveis, se-
X - contabilidade e finanças; gundo o que for estabelecido em regulamento.
XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços; ARTIGO 112 - A alienação de bens municipais, subordinada à
XII - tombamento de bens imóveis; existência de interesse público devidamente justificado, será sem-
XIII - registro de loteamentos aprovados. pre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
§ lº- Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Pre- I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e con-
feito e pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por funcio- corrência, dispensada esta nos seguintes casos:
nário designado para tal fim. a) - doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato os
§ 2º - Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos encargos do donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de
por fichas ou outro sistema, convenientemente autenticados. retrocessão, sob pena de nulidade do ato;
b) - permuta.
SEÇÃO III II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos
DA PUBLICAÇÃO seguintes casos:
a) - doação, que será permitida exclusivamente para fins de in-
Artigo 106 - A publicação das leis e atos administrativos far-se-á teresse social;
em órgão da imprensa local ou regional, ou por afixação na sede da b) - permuta;
Prefeitura ou da Câmara Municipal, conforme o caso. c) - ações, que serão vendidas em Bolsa.
§ 1º - A escolha do órgão da imprensa para a divulgação das leis § 1º - O Município, preferentemente à venda ou doação de seus
e atos administrativos far-se-á através de licitação, em que se leva- bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, mediante
rão em conta não só as condições de preço, como as circunstâncias prévia autorização legislativa e concorrência. A concorrência pode-
de frequência, horário, tiragem e distribuição. rá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a concessionária
§ 2º - Nenhum ato produzirá efeito antes de sua publicação.
de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver re-
§ 3º - A publicação dos atos não normativos, pela imprensa,
levante interesse público, devidamente justificado.
poderá ser resumido.
§ 2º - A venda dos proprietários de imóveis lindeiros de áre-
§ 4.º - Além das publicações referidas neste artigo, os atos ofi-
as urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificação, re-
ciais relativos às nomeações de aprovados em concursos públicos
sultantes de obra pública, dependerá apenas de prévia avaliação
promovidos pelo Poder Executivo e Legislativo deverão ser também
e autorização legislativa. As áreas resultantes de modificação de
obrigatoriamente comunicados aos interessados através de corres-
alinhamento serão alienados nas mesmas condições, quer sejam
pondências a serem remetidas aos endereços apontados pelos can-
aproveitáveis ou não.
didatos na ficha de inscrições. (EMENDA N.º 037/00).
ARTIGO 113 - A aquisição de bens imóveis, por compra ou per-
SEÇÃO IV muta, dependerá de prévia avaliação legislativa.
DAS CERTLDÕES ARTIGO 114 - O uso de bens municipais por terceiros poderá
ser feito mediante concessão, servidão, permissão ou autorização,
ARTIGO 107 - Os Poderes Executivo e Legislativo são obrigados conforme o caso, e o interesse público exigir.
a fornecer, a qualquer interessado, no prazo máximo de l5 (quin- § lº - A concessão administrativa dos bens públicos de uso espe-
ze) dias úteis, certidões de atos, contratos e decisões, sob pena de cial e dominiais dependerá de lei e concorrência, e far-se-á median-
responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar te contrato, sob pena de nulidade do ato. A concorrência poderá ser
a sua expedição. No mesmo prazo deverão atender às requisições dispensada, mediante lei, quando o uso se destinar a concessioná-
judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz. ria de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver
PARÁGRAFO ÚNICO- A certidão relativa ao exercício do cargo interesse público relevante, devidamente justificado.
de Prefeito será fornecida por Secretário da Prefeitura. § 2º - A concessão administrativa de bens públicos de uso co-
mum somente poderá ser outorgada para finalidades escolares, de
CAPÍTULO VI assistência social ou turísticas, mediante autorização legislativa.
DOS BENS MUNICIPAIS § 3º - A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
blico, sempre a título precário, e a servidão em casos de relevante
ARTIGO 108 - Constituem bens municipais todas as coisas mó- interesse público, desde que contenha expressamente a cláusula de
veis e imóveis, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam extinção, em caso de cessar o exercício de uso, serão outorgadas
ao Município. por Decreto.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 4º - A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem § 6º- Estende-se aos deficientes, impossibilitados de atividades
público, será feita por portaria, para atividades ou usos específicos profissionais e que sejam responsáveis pela manutenção própria e
e transitórios, pelo prazo máximo de 60 (sessenta) dias. de familiares, os benefícios constantes no parágrafo anterior.
ARTIGO 115 - Poderão ser cedidos a particulares, para servi-
ços transitórios, máquinas e operadores da Prefeitura, desde que SEÇÃO II
não haja prejuízo para os trabalhos do Município, e o interessado DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
recolha previamente a remuneração arbitrada e assine termo de
responsabilidade pela conservação e devolução dos bens cedidos. ARTIGO 119 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
ARTIGO 116 - Os bens patrimoniais do município deverão ser contribuinte, é vedado ao Município:
classificados: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
I - pela sua natureza; e II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en-
II - em relação a cada serviço. contrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
PARÁGRAFO ÚNICO - Deverá ser feita, anualmente, a conferên- razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
cia da escrituração patrimonial com os bens existentes e na presta- pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
ção de contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos ou direitos;
os bens municipais. III - cobrar tributos:
a) - em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
TITULO IV vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; -
DA TRIBUTAÇÃO, DAS FINANÇAS E DO ORÇAMENTO b) - no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
CAPITULO I a lei que os instituiu ou aumentou;
DA TRIBUTAÇÃO IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
SEÇÃO I V - estabelecer I imitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
DOS PRINCÍPIOS GERAIS meio de tributos intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
ARTIGO 117 - A receita pública será constituída por tributos, VI - instituir imposto sobre:
preços públicos, transferências de verbas tributárias da União e do a) - patrimônio, renda ou serviços da União, dos Estados, do
Estado. Distrito Federal e dos outros Municípios;
b) - templos de qualquer culto;
PARÁGRAFO ÚNICO - Os preços públicos serão fixados pelo Exe-
c) - patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,inclu-
cutivo, observadas as normas gerais de Direito Financeiro e as leis
sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
atinentes à espécie.
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos,
ARTIGO 118 - Compete ao Município instituir:
atendidos os requisitos da lei;
I - os impostos previsto nesta Lei Orgânica e outros que venham
d) - livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impres-
a ser de sua competência;
são.
II - taxas em razão do exercício do poder de polícia, ou pela uti-
VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
lização, efetiva ou potencial, de serviços públicos de sua atribuição,
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua § 1º - A proibição do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e
disposição; às fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, no que se
III - contribuição de melhoria decorrente de obras públicas. refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados aos seus
§ lº - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e fins essenciais ou deles decorrentes.
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, § 2º - As proibições do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior
facultado à administração tributária, especialmente para conferir não se aplicam ao patrimônio, à renda aos serviços, relacionados
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos in- com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
dividuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contra-
atividades econômicas do contribuinte. prestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im- exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
postos. relativamente ao bem imóvel.
§ 3º - Haverá redução de imposto predial urbano incidente so- § 3º - As proibições expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”,
bre os imóveis localizados na Zona de uso Diversificado (ZUD-2) e na compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, rela-
Zona Predominantemente Residencial (ZPR-1). cionados com as finalidades da entidade essenciais das entidades
I - de 60% (sessenta por cento) do valor do imposto, para imó- nelas mencionadas.
veis com área construída de até 80 (oitenta metros quadrados so- § 4º - Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tri-
bre o terreno de até 300 (trezentos) metros quadrados, butária só poderá ser concedida mediante lei específica municipal.
II - de 40% (quarenta por cento) do valor do imposto, para imó- § 5º - é vedada cobrança de taxas:
veis com área construída de até 150 (cento e cinquenta) metros a) - pelo exercício do direito de petição ao Poder Público em
quadrados sobre o terreno de até 300 (trezentos) metros quadra- defesa de direitos ou contra abuso de poder;
dos. (EMENDA 35/99) b) - para obtenção de certidões em repartições públicas, para
§ 4º-Aos aposentados proprietários, titulares do domínio útil, defesa de direitos e esclarecimentos de interesse pessoal.
ou possuidores de um único imóvel, domiciliados somente no Mu- c) - em razão de publicidade no espaço dos muros das unidades
nicípio de Praia Grande, gozarão de isenção parcial de 60% (ses- escolares estaduais localizadas no Município.
senta pôr cento) do valor do imposto predial urbano, atendidas as
condições estabelecidas pôr lei. (EMENDA 35/99).
§ 5º - Os heróis da Revolução de 1932 são isentos de impostos
municipais.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 120 - Serão isentos dos impostos municipais, os clubes IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do im-
esportivos e sociais, declarados de utilidade pública municipal, des- posto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
de que mantenham equipes esportivas de pelo menos duas moda- prestações de serviços de transportes interestadual e intermunici-
lidades consideradas olímpicas e disputem campeonatos e torneios pal e de comunicação;
oficiais. ARTIGO 125 - E vedada a retenção ou qualquer restrição à
ARTIGO 121 - Para efeito do cálculo do valor venal do imóvel, entrega e ao emprego dos recursos atribuídos ao Município nesta
deverá ser usado o critério de idade da edificação, aplicando-se ín- Seção, neles compreendidos os adicionais e acréscimos relativos a
dice de redução ou desconto, de acordo com a idade do mesmo. impostos.

SEÇÃO III CAPÍTULO II


DOS IMPOSTOS DO MUNICÍPIO DAS FINANÇAS

ARTIGO 122 - Compete ao Município instituir impostos sobre: ARTIGO 126 - A despesa de pessoal ativo e inativo ficará sujeita
I - propriedade predial e territorial urbana; aos limites estabelecidos na lei complementar a que se refere o ar-
II - transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso, tigo 169 da Constituição Federal.
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais PARÁGRAFO ÚNICO - A concessão de qualquer vantagem ou
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos aumento de remuneração, a criação de cargos ou a alteração de es-
a sua aquisição; trutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer
III - vendas a varejo de combustíveis líqüidos e gasosos, exceto título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,
óleo diesel; inclusive as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público,
IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no ar- só poderão ser feitas:
tigo 155, I, b, da Constituição Federal, definidos em lei complemen- I - se houver prévia dotação orçamentária, suficiente para aten-
tar. der às projeções de despesas de pessoal e aos acréscimos dela de-
§ lº - O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos corrente;
termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça-
função social da propriedade. mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: economia mista.
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorpo- ARTIGO 127 - O Poder Executivo publicará e enviará ao Legisla-
rados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, tivo, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relató-
nem sobre transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, rio resumido da execução orçamentária.
ARTIGO 128 - O numerário correspondente às dotações orça-
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nes-
mentárias do Poder Legislativo, compreendidos os créditos suple-
ses casos, a atividade preponderante do adquirente foi a compra e
mentares e especiais, sem vinculação a qualquer tipo de despesa,
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arren-
será entregue em duodécimos, até o dia vinte de cada mês, em
damento mercantil;
cotas estabelecidas na programação financeira, com participação
II - compete ao município da situação do bem.
percentual nunca inferior à estabelecida pelo Poder Executivo para
§ 3º - O imposto previsto no inciso III não exclui a incidência do
seus próprios órgãos.
imposto estadual previsto no artigo 155, I, b, da Constituição Fede-
ral, sobre a mesma operação.
CAPÍTULO III
§ 4º - Cabe a lei complementar: DOS ORÇAMENTOS
I - fixar as alíquotas máximas dos impostos previstos nos incisos SEÇÃO I
III e IV; DISPOSIÇÕES GERAIS
II - excluir da incidência do imposto previsto no inciso IV expor-
tações de serviços para o exterior. ARTIGO 129 - As leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
lecerão:
SEÇÃO IV I - O plano plurianual;
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS II - As diretrizes orçamentárias; e
III - Os orçamentos anuais.
ARTIGO 123 - A receita tributária constituir-se-á da arrecada- § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as di-
ção dos tributos municipais, de participação em tributos da União e retrizes, objetivos e metas da administração pública municipal para
do Estado, dos recursos resultantes do Fundo de as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
Participação dos Municípios e da utilização dos seus bens, ser- aos programas de duração continuada.
viços, atividades e de outros ingressos. § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas
ARTIGO 124 - Pertence ao Município: e prioridades da administração pública municipal, incluindo as des-
I - O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda pesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará
e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendi- a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
mentos pagos, a qualquer título por eles, suas autarquias e pelas na legislação tributária.
fundações que instituírem e mantiverem; § 3º - Os planos e programas municipais previstos nesta lei,
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apre-
da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos ciados pela Câmara Municipal na forma de seu regimento interno.
imóveis neles situados; § 4º - A lei orçamentária anual compreenderá:
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto I - O orçamento fiscal referente aos Poderes do Município, seus
do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclu-
em seus territórios; sive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

16
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
II - O orçamento de investimentos das empresas em que o Mu- § 6º - Aplicam-se aos projetos referidos neste artigo, no que
nicípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas
com direito a voto; ao processo legislativo.
III - O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as § 7º - Os recursos, que em decorrência de veto, emenda ou
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem despesas
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos correspondentes, poderão ser utilizados conforme o caso, median-
pelo Poder Público. te abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais com
§ 5º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de de- prévia e específica autorização legislativa.
monstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, § 8º - Dez (lO) dias antes do prazo de remessa dos autógrafos
decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de lei ao Executivo, o Presidente da Câmara interromperá a tramita-
de natureza financeira, tributária e creditícia. ção dos projetos no estado em que estiverem e, convocará sessões
§ 6º - A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho diárias para apreciação dos projetos tratados no artigo 136, incisos
à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na I, II e III.
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e Art. 130-A - A partir do exercício financeiro de 2022, torna-se
contratações de operações de crédito, ainda que por antecipação obrigatória a execução orçamentária e financeira, de forma equi-
de receita nos termos da lei. tativa e observados os limites constitucionais, das programações
§ 7º - Cabe à lei complementar: incluídas por emendas individuais do Legislativo Municipal em Lei
I - Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a Orçamentária Anual em montante correspondente a 0,8% (oito dé-
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes cimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
orçamentárias e da lei orçamentária anual. anterior, conforme os critérios definidos na lei de diretrizes orça-
II - Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da mentárias. (ACRESCIDO PELA EMENDA N.º 60/2020)
administração direta e indireta, bem como sugestões para a insti- § 1º - As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária
tuição e funcionamento de fundos. serão aprovadas no limite de 0,8% (oito décimos por cento) da re-
ceita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
SEÇÃO II Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a
DAS EMENDAS AOS PROJETOS ORÇAMENTÁRIOS ações e serviços públicos de saúde.
§ 2º - A execução do montante destinado a ações e serviços
ARTIGO 130 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianu- públicos de saúde previsto no § 1° deste artigo, inclusive custeio,
al, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos será computada para fins do cumprimento dos incisos II e III do § 2°
adicionais suplementares e especiais serão apreciados pela Câmara do art.198 da Constituição Federal, vedada a destinação para paga-
Municipal na forma de seu Regimento Interno. mento de pessoal ou encargos sociais.
§ lº - Caberá à Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara § 3º - As programações orçamentárias previstas no caput deste
Municipal: artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimen-
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos de plano pluria- tos estritamente de ordem técnica, nestes casos, serão adotadas as
nual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual e sobre as contas seguintes medidas:
apresentadas anualmente pelo Prefeito; I – Até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orça-
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas mu- mentária, o Poder executivo enviará ao Poder legislativo as justifica-
tivas do impedimento;
nicipais, acompanhar e fiscalizar as operações resultantes ou não da
II – Até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no
execução do orçamento, sem prejuízo das demais comissões cria-
inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remaneja-
das pela Câmara Municipal.
mento da programação cujo impedimento seja insuperável;
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão de Finanças
III – Até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o
e Orçamento, que sobre elas emitirá parecer e apreciadas, na forma
Poder Executivo encaminhará projeto de lei ao Poder Legislativo
do Regimento Interno, pelo Plenário da Câmara Municipal.
Municipal sobre o remanejamento da programação prevista inicial-
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou
mente cujo impedimento seja insuperável; e
projetos que o modifiquem somente poderão ser aprovados caso:
IV – Se até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de no inciso III, o Legislativo Municipal não deliberar sobre o projeto,
diretrizes orçamentárias; o remanejamento será implementado por ato do Poder Executivo,
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- nos termos previstos na Lei Orçamentária Anual.
venientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam sobre: V – No caso de descumprimento do prazo imposto no inciso IV
a) dotações para pessoal e seus encargos; do § 3.º, programações orçamentárias previstas no caput deste ar-
b) serviço da dívida; tigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos
c) transferências tributárias para autarquias e fundações insti- justificados na notificação prevista no inciso I do § 3.º deste artigo.
tuídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. (vide § 15 do artigo 166 da Constituição Federal)
III - sejam relacionadas: § 4.º - Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de
a) com a correção de erros e omissões; cumprimento da execução prevista no § 1.º deste artigo, até o limi-
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. te de 0,4% (quatro décimos por cento) da receita corrente líquida
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentá- realizada no exercício anterior.
rias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano § 5.º - Se for verificado que a reestimativa da receita e da des-
plurianual. pesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado
§ 5º - O Prefeito Municipal poderá enviar Mensagem à Câma- fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante
ra Municipal para propor modificação nos projetos a que se refere previsto no § 1.º deste artigo poderá ser reduzido em até mesma
este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão de Finan- proporção da limntação incidente sobre o conjunto das despesas
ças e Orçamento da Câmara, da parte cuja alteração é proposta. discricionárias.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 6.º - Considera-se equitativa a execução das programações de TITULO V
caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL, POLÍTICA URBANA E ME-
emendas apresentadas, independentemente de autoria. (vide § 18 TROPOLIZAÇÃO
do artigo 166 da Constituição Federal). CAPITULO I
§ 7.º - Para fins do disposto no caput deste artigo, a execução DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL
da programação orçamentária será:
I – demonstrada em dotações orçamentárias específicas da Lei ARTIGO 132 - O Município deverá organizar a sua administração
Orçamentária Anual, preferencialmente em nível de fonte de recur- e exercer suas atividades mediante um planejamento, resultante de
so, conforme Tabela de Escrituração Contábil divulgada periodica- estudos e levantamento sócio-econômicos atendendo a realidade
mente pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, correspon- e às suas peculiaridades locais, bem como princípios técnicos atua-
dente à despesa, para fins de apuração de seus respectivos custos e lizados, oportunos e convenientes ao desenvolvimento harmônico
prestações de contas. (§ § ACRESCIDOS PELA EMENDA N.º 60/2020) da comunidade.
ARTIGO 133 - Decorrerá do planejamento municipal, o Plano
SEÇÃO III Diretor Integrado, com todo programa ou projeto voltado ao desen-
DAS VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS volvimento sócio-econômico, com definição de objetivos, determi-
nados em função da realidade local e que contenham a viabilização
ARTIGO 131 - São vedados: dos meios para atingi-los e perfeito controle direto ou indireto de
I - A inclusão de dispositivos estranhos à previsão da receita e à sua aplicação e avaliação de resultados.
fixação das despesas, excluindo-se as autorizações para abertura de
ARTIGO 134 - O Executivo Municipal elaborará seu Plano Dire-
créditos adicionais suplementares e contratações de operações de
tor de Desenvolvimento Integrado após diagnósticos dos aspectos
crédito de qualquer natureza e objetivo;
físicos e sócio-econômicos locais, que será submetido a aprovação
II - O início de programas ou projetos não incluídos no orça-
da Câmara Municipal.
mento anual;
III - A realização de despesas ou assunção de obrigações diretas PARÁGRAFO ÚNICO - O Plano Diretor de Desenvolvimento In-
que excedam os créditos orçamentários originários ou adicionais; tegrado deverá conter dentre outras a política de desenvolvimento
IV - A realização de operações de crédito que excedam o mon- urbano o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante garantir o bem estar de seus habitantes.
créditos suplementares ou especiais, aprovados pela Câmara Muni- ARTIGO 135 - O Plano Diretor que alude o artigo anterior de-
cipal por maioria absoluta; verá considerar e prever, em especial, projeto relativo ao desenvol-
V - A vinculação de receita de impostos a órgãos ou fundos es- vimento da indústria, comércio e da habitação, como programas
peciais, ressalvada a que se destine à prestação de garantia às ope- fundamentais ao desenvolvimento sócio-econômico e integrado da
rações de crédito por antecipação de receita; comunidade, ao seu bem-estar e a melhoria da qualidade de vida
VI - A abertura de créditos adicionais suplementares ou espe- do povo.
ciais sem prévia autorização legislativa e sem a indicação dos recur- ARTIGO 136 - Para viabilizar projetos ou programas de interesse
sos correspondentes; do desenvolvimento sócio-econômico, atendidas as formalidades
VII - A concessão ou utilização de créditos ilimitados; legais pertinentes, o Executivo Municipal poderá firmar convênios,
VIII - A utilização, sem autorização legislativa específica, de re- com entidades públicas ou privadas e editar decretos de utilidade
cursos do orçamento fiscal e da seguridade social para suprir ne- pública, promover desapropriações, conceder o uso ou alienar aos
cessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos mu- interessados lotes ou frações ideais de terrenos, destinados ao pro-
nicipais; jeto, desde que vinculada a aplicação dos recursos oriundos das
IX - a instituição de fundos especiais de qualquer natureza, sem alienações supra, em benefício do projeto ou programa respectivo.
prévia autorização legislativa. ARTIGO 137 - É vedada a concessão de licenças para funciona-
§ lº - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer- mento de barracas destinadas ao comércio de comestíveis na orla
cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano da praia a pessoas que não residam em Praia Grande.
plurianual, ou sem lei que autoriza a inclusão sob pena de crime de PARÁGRAFO ÚNICO - A renovação de licenças já concedidas
responsabilidade. dar-se-á tão somente a pessoas que residam em Praia Grande.
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no Artigo 138 – A construção ou a regularização de edifício de
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se ou auto
apartamentos do tipo kitchenette, ou conjugado, no território do
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
Município, será objeto de Lei Complementar especifica proposta
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
pelo Poder Executivo. (Emenda n.º 047/06.)
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
ARTIGO 139 - É obrigatório a construção de no mínimo’ uma
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será ad-
mitida para atender a despesas imprevisíveis, como as decorrentes garagem por cada unidade de apartamento nos edifícios construí-
de calamidade pública, observadas as disposições pertinentes nesta dos no território do Município.
Lei. § lº - O sistema de tratamento de esgotos domésticos, nos lo-
cais desprovidos de rede pública em funcionamento, deverá ter seu
projeto aprovado pela Engenharia Sanitária, comprovando-se a não
poluição ambienta, devendo satisfazer as exigências da legislação
estadual específica sobre a matéria.
§ 2º - As fossas deverão possuir dispositivos que facilitem a lim-
peza por sucção, sem que haja necessidade do operador adentrar
na propriedade particular.
§ 3º - Caberá as autoridades sanitárias proceder a interdição
das edificações que não atenderem as disposições legais.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 140 - É vedado a aprovação de loteamento não benefi- ARTIGO 156 - Para vinculação ao processo de desenvolvimento
ciado com infra-estrutura exigida por Lei, em especial, a lei Federal integrado o Município destinará recursos específicos, nos respecti-
nº 6766, de 19/12/79. vos plano plurianuais e orçamentos, para desempenho das funções
ARTIGO 141 - A construção de edifícios destinados a garagem, públicas de interesse comum.
que possua toda infraestrutura exigida por lei, provido de eleva- ARTIGO 157 - Dentro dos princípios de integração desenvolvi-
dores para transporte dos veículos e que tenha acima de 7 (sete) mentista, o Município atuará no conselho de caráter normativo e
pavimentos, como incentivo terá isenção nos impostos durante 20 deliberativo, a ser criado pelo Estado, mediante lei complementar,
(vinte) anos, a contar da data de aprovação do projeto. na forma do artigo 154, § 19 da Constituição Estadual.
ARTIGO 142 - E vedado jogar ou depositar quaisquer tipos de PARÁGRAFO ÚNICO - Em obediência à legislação estadual, o
resíduos, tanto atômico quanto hospitalar, no território do Muni- Município assegurará a participação da população no processo de
cípio. planejamento e tomada de decisões, bem como na fiscalização da
§ lº - Apurada as responsabilidades, os infratores responderão realização de serviços ou funções públicas em nível regional, dentro
na forma da lei. de orientações específicas no seu âmbito.
§ 2º - 0 Executivo Municipal deverá firmar convênio, através de ARTIGO 158 - O Município poderá buscar o desenvolvimento
lei específica, disciplinando o “caput” deste artigo. integrado com outros municípios por meio de formação de consór-
ARTIGO 143 - É vedada qualquer tipo de construção às margens cios, convênios e associações criados com o objetivo de interesse
de rio que corta o Município. comum, mediante lei específica.
ARTIGO 144 - Na Avenida Presidente Kennedy deverá ser im-
plantado o projeto original, ou seja, possuir as duas pistas com fai- TÍTULO VI
xas de pedestres entre ambas. DA ORDEM SOCIAL
ARTIGO 145 - O Executivo deverá providenciar a arborização da CAPÍTULO I
orla da praia, jardins, praças e logradouros públicos do Município. DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II ARTIGO 159 - Ao Município cumpre assegurar o bem-estar so-
POLÍTICA URBANA cial, garantindo o pleno acesso aos bens e serviços essenciais ao
desenvolvimento individual e coletivo.
ARTIGO 146 - A política urbana a ser executada pelo Poder Pú- ARTIGO 160 - O Município assegurará, em seus orçamentos
blico Municipal, estará contida no Plano Diretor e deverá atender a anuais, a sua parcela de contribuição para financiar programas que
diretrizes gerais fixadas em lei e terá por objetivo ordenar o pleno tenham como objetivo o bem-estar social da população e justiça
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-es-
social, conforme artigo 204 da Constituição Federal.
tar de seus habitantes.
ARTIGO 161 - O Município, dentro de sua competência, organi-
ARTIGO 147 - A lei de zoneamento deverá respeitar as restri-
zará a ordem econômica e social, conciliando a liberdade de inicia-
ções de uso e ocupação do solo estabelecidas pelo loteador em pla-
tiva com os superiores interesses da coletividade.
nos de parcelamento registrados.
PARÁGRAFO ÚNICO - Garantirá a todos o bem-estar social e o
ARTIGO 148 - O Plano Diretor obrigatório, será aprovado pela
pleno acesso aos bens e serviços essenciais ao desenvolvimento so-
Câmara Municipal e é instrumento básico da política de desenvolvi-
cial e coletivo, mediante justa remuneração que proporcione exis-
mento e expansão urbana.
tência digna na família e na sociedade.
ARTIGO 149 - A propriedade urbana deverá cumprir a sua fun-
ção social. ARTIGO 162 - A intervenção do Município, no domínio econô-
ARTIGO 150 - A propriedade urbana cumpre a sua função so- mico, terá por objetivo estimular e orientar a produção, defender
cial, quando atender às exigências fundamentais de ordenação da os interesses do povo e promover a justiça e solidariedade social.
cidade expressas no Plano Diretor. ARTIGO 163 - O Município considerará o capital não apenas
ARTIGO 151 - As desapropriações de imóveis urbanos serão fei- como instrumento produtor do lucro, mas também como meio de
tas com prévia e justa indenização em dinheiro. expansão econômica e de bem-estar coletivo.
ARTIGO 152 - O Poder Executivo criará o Conselho Municipal de ARTIGO 164 - O Município manterá órgãos especializadas, in-
Desenvolvimento Urbano, através de lei específica. cumbidos de exercer ampla fiscalização dos serviços públicos por
ARTIGO 153 - O direito à propriedade é inerente à natureza ele concedidos e de revisão das suas tarifas.
humana, dependendo seus limites e seu uso da convivência social. PARÁGRAFO ÚNICO - A fiscalização de que trata este artigo,
compreende o exame contábil e as perícias necessárias à apuração
CAPITULO III das inversões de capital e dos lucros auferidos pelas empresas con-
DA METROPOLIZAÇÃO cessionárias.
ARTIGO 165 - O município dispensará à microempresa e a em-
ARTIGO 154 - Região metropolitana, nos termos estabelecidos presa de pequeno porte, assim definidos em lei federal, tratamento
pela Constituição Estadual, é o agrupamento de Municípios limítro- jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela simplificação de
fes que assuma destacada expressão nacional, em razão de elevada suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e credi-
densidade demográfica, significativa conturbação e funções urba- tícias ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
nas e regionais com alto grau de densidade, especialização e inte- ARTIGO 166 - O Município dará tratamento diferenciado, atra-
gração sócio-econômica, exigindo planejamento integrado e ação vés de lei complementar, ao comércio ambulante, resguardados os
conjunta permanente dos entes públicos nela atuantes. direitos dos comerciantes legalmente estabelecidos.
ARTIGO l 55 - A compatibilização prevista no artigo anterior, no ARTIGO 167 - O Município criará, mediante lei complementar,
que couber, inclui a ordenação de planos, programas, orçamentos, um Conselho de Desenvolvimento Econômico, integrado por em-
investimentos e ações às metas, diretrizes e objetivos estabelecidos presários, técnicos e representantes dos diferentes setores de ativi-
nos planos e programas estaduais, regionais e setoriais de desen- dade, o qual terá como objetivo apresentar subsídios para o plane-
volvimento econômico-social e de ordenação territorial. jamento do desenvolvimento econômico na sua jurisdição.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 168 - A exploração direta da atividade econômica, pelo I - no âmbito municipal ficará a direção do programa a cargo de
Município, só será permitida em caso de relevante interesse coleti- um profissional de saúde;
vo, na forma de lei complementar. II - repasse de verbas, com base nos critérios estabelecidos em
ARTIGO 169 - O município criará lei específica referente aos tra- lei, para a implantação de serviços e ações de saúde, tanto da esfera
balhadores portadores dedeficiência física e às comunidades perifé- estadual como federal;
ricas, visando proporcionar-lhes meios de produção e de trabalho. III - integração das ações e serviços com base na regionalização
e hierarquização do atendimento individual e coletivo, adequando
CAPÍTULO II às diversas realidades epidemiológicas;
DA SEGURIDADE SOCIAL IV - universalização da assistência de igual qualidade com insta-
SEÇÃO I lação e acesso a todos os níveis, dos serviços de saúde à população
DISPOSIÇÃO GERAL urbana e rural;
V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança de
ARTIGO 170 - O Município garantirá em seu território, o plane- despesas e taxas, sob qualquer título.
jamento e desenvolvimento de ações que viabilizem, no âmbito de ARTIGO 175 - Compete ao sistema único de saúde, nos termos
sua competência, os princípios de seguridade social previstos nos da lei, além de outras atribuições;
artigos 194 e 195 da Constituição Federal. I - a assistência integral à saúde, respeitadas as necessidades
específicas de todos os segmentos da população;
SEÇÃO II II - a identificação e o controle dos fatores determinantes e con-
DA SAÚDE dicionantes da saúde individual e coletiva, mediante, especialmen-
te, ações referentes à:
ARTIGO 171 - O Poder Público Municipal garantirá direito à saú- a) - vigilância sanitária;
de mediante: b) - vigilância epidemiológica;
I - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao c) - saúde do trabalhador;
bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade e à d) - saúde do idoso;
redução do risco de doenças e outros agravos; e) - saúde da mulher;
II - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, f)- saúde da criança e do adolescente;
em todos os níveis; g) - saúde dos portadores de deficiência.
III - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de III - a implementação dos planos municipais de saúde e de ali-
interesse da saúde individual e coletiva, assim como as atividades mentação e nutrição, em termos de prioridades e estratégias regio-
desenvolvidas pelo sistema; nais, em consonância com os Planos Nacionais;
IV - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promo- IV - a participação na formulação da política e na execução das
ção, preservação e recuperação de sua saúde. ações de saneamento básico;
ARTIGO 172 - As ações e serviços de saúde são de relevância V - a colaboração na proteção do meio ambiente, incluindo do
pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre trabalho, atuando em relação ao processo produtivo para garantir:
sua regulamentação, fiscalização e controle. a) - o acesso dos trabalhadores às informações referentes a ati-
§ lº - As ações e serviços de preservação da saúde abrangem o vidades que comportem riscos à saúde e a métodos de controle,
ambiente natural, os locais públicos e de trabalho. bem como aos resultados das avaliações realizadas;
§ 2º - As ações e serviços de saúde serão realizados, preferen- b) - a adoção de medidas preventivas de acidentes e de doen-
cialmente, de forma direta, pelo Poder Público ou através de tercei- ças do trabalho;
ros, pela iniciativa privada. VI - a participação no controle e fiscalização da produção, ar-
§ 3º - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. mazenamento, transporte, guarda e utilização de substâncias de
§ 4º - A participação do setor privado no sistema único de saú- produtos psicoativos, tóxicos e teratogênicos;
de efetivar-se-á segundo as diretrizes, mediante convênio ou con- VII - a adoção de política de recursos humanos em saúde e na
trato de direito público, tendo preferência as entidades filantrópi- capacitação, formação e valorização de profissionais da área, no
cas e as sem fins lucrativos. sentido de propiciar melhor adequação às necessidades específicas
§ 5º - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito priva- do Município e ainda àqueles segmentos da população cujas par-
do, quando participarem do sistema único de saúde, ficam sujeitas ticularidades requerem atenção especial, de forma a aprimorar a
às suas diretrizes e às normas administrativas incidentes sobre o prestação de assistência integral;
objeto de convênio ou de contrato. VIII - a implantação de atendimento integral aos portadores
§ 6º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio de deficiências, de caráter regionalizado, descentralizado e hierar-
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. quizado em níveis de complexidade crescente, abrangendo desde
ARTIGO 173 - O Executivo Municipal consignará no orçamento
a atenção primária, secundária e terciária de saúde, até o forne-
anual, 10% (dez por cento) da receita prevista para atender os Pro-
cimento de todos os equipamentos necessários à sua integração
gramas Municipais de Saúde.
social;
PARÁGRAFO ÚNICO - A Concessão de subvenções à entidades
IX - a fiscalização e controle do equipamento e aparelhagem
assistenciais no Município fica condicionada à existência de recur-
utilizados no sistema de saúde, na forma da lei.
sos orçamentários específicos e à prévia autorização do Legislativo.
ARTIGO 176 - É vedada a nomeação ou designação, para car-
ARTIGO 174 - As ações e o serviços de saúde executados e de-
go ou função de chefia ou assessoramento na área de Saúde, em
senvolvidos pelos órgãos e instituições públicas estaduais e munici-
qualquer nível, de pessoa que participe de direção, gerência ou ad-
pais, da administração direta, indireta e fundacional, constituem o
ministração de entidades que mantenham contratos ou convênios
sistema único de saúde, nos termos da Constituição Federal, que sé
organizará ao nível do Estado, de acordo com as seguintes diretrizes com o sistema único de saúde, a nível estadual, ou sejam por ele
e bases; credenciadas.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 177 - A Fundação São Francisco de Assis, respeitadas as SEÇÃO IV
disposições orçamentárias, fornecerá medicamento gratuitamente DA EDUCAÇÃO
à pessoas carentes, devidamente cadastradas, que tenham sido
atendidas pela rede municipal de saúde, mediante apresentação do ARTIGO 188 - A Educação, direito de todos e dever do Poder
receituário competente. Público e da família, promovida e incentivada com a colaboração da
ARTIGO 178 - O direito à saúde implica nos seguintes requisitos sociedade, deve ser ministrada com base nos artigos 205 e seguin-
fundamentais: tes da Constituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade,
I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimen- solidariedade e respeito aos direitos humanos, visando ao pleno
tação, educação, transporte e jazer; desenvolvimento de pessoas e à formação do cidadão.
II - respeito ao meio ambiente e controle do meio ambiental; PARÁGRAFO ÚNICO - O Conselho de Educação do Município
III - acesso igualitário às ações e aos serviços de promoção, pro- será criado por Lei específica que lhe atribuirá competências, com-
teção e recuperação da saúde, sem nenhuma discriminação; posição, duração de mandato e autonomia de decisões.(EMENDA
IV - proibição de cobrança ao usuário pela proteção de serviços N.º 021/92).
de assistência à saúde públicos e contratados. ARTIGO 189 - O ensino ministrado nas escolas municipais será
ARTIGO 179 - É da competência exclusiva do Município, nos gratuito.
termos da Constituição Federal e Estadual, a direção do Sistema ARTIGO 190 - O Município manterá:
único de Saúde, em seu território. I - atendimento em creche e pré-escola, CIEL e escola de 1.ª à
ARTIGO 180 - A inspeção médica e dentária, nos estabeleci- 4.ª séries do primeiro Grau às crianças de zero a doze anos de idade;
mentos de ensino municipal terá caráter obrigatório. (EMENDA N.º 031/97).
PARÁGRAFO ÚNICO- Constituirá exigência indispensável, a II - atendimento educacional especializado aos portadores de
apresentação, no ato da matrícula, de atestado de vacina contra deficiência física, sensorial, mental ou múltipla deficiência;
moléstias infecto-contagiosas, nos estabelecimentos de ensino mu- III - ensino noturno adequado às condições do educando;
nicipal e estadual. IV - atendimento ao educando, das creches e pré-escolas, por
meio de programas suplementares de fornecimento de material di-
SEÇÃO III dático, transporte escolar, alimentação e assistência à saúde.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ARTIGO 191 - O Município promoverá, anualmente, o recense-
amento da população escolar e fará a chamada dos educandos ao
ARTIGO 181 - O Poder Público Municipal garantirá o direito de início do ano letivo, na Unidade Escolar respectiva de cada bairro.
acesso da população na área da assistência social a quem dela ne- ARTIGO 192 - O Município zelará, por todos os meios ao seu
cessitar. alcance, pela permanência do educando na escola.
ARTIGO 182 - Caberá ao Município nos limites de sua compe- ARTIGO 193 - Os currículos escolares serão adequados às pe-
tência, promover, executar e regular ações na área de assistência culiaridades do Município e valorização, sua cultura e patrimônio
social, mediante políticas sociais e econômicas, consoante previsto
histórico, artístico, cultural e ambienta.
no artigo 203 da Constituição Federal.
ARTIGO 194 - Revogado pela Emenda n.º 044/03
ARTIGO 183 - O Município executará em sua circunscrição terri-
ARTIGO 195 - O Poder Público Municipal assegurará a valori-
torial, com recursos da seguridade social e outras fontes, os progra-
zação dos profissionais de ensino, fixando plano de carreira para o
mas de ação governamental e de assistência social.
magistério público municipal, com piso salarial profissional e jorna-
ARTIGO 184 - O Município destinará dotação no orçamento
da de trabalho diária compatível com os exercícios das funções e
anual para a execução do plano de assistência social, tendo como
ingressos exclusivamente por concurso público de provas e títulos.
prioridade:
§ lº - O Poder Executivo promoverá, anualmente cursos para os
I - atenção à criança, adolescente e família na comunidade, vi-
sando minimizar as desigualdades sociais; docentes e especialistas em educação na Coordenadoria de Estu-
II - atendimento ao migrante e homem de rua; dos e Normas Pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação em
III - prevenção do abandono do idoso; São Paulo, objetivando a atualização de novas técnicas de ensino,
IV - profissionalização do adolescente; aperfeiçoamento e reciclagem dos servidores do Magistério Público
V - apoio e fortalecimento à programas que sejam necessários Municipal.
em função da demanda social. § 2º - Se necessário for a sua realização fora do Município, o
ARTIGO 185 - O Plano de Assistência Social do Município, será Poder Executivo deverá promover o custeio de transporte, refei-
viabilizado de forma integrada com os órgãos Federal e Estadual, ções, estadias, se inevitáveis, materiais e livros aos servidores da
Entidades Beneficentes de Assistência Social, sem fins lucrativos educação, além de considerar como de efetivo exercício, o período
compatibilizando programas e evitando a duplicidade de atendi- de duração dos referidos cursos.
mento. ARTIGO 196 - O Município deverá manter cursos profissionali-
ARTIGO 186 - Caberá ao Poder Público Municipal conceder al- zantes, para jovens com idade superior a 14 (catorze) anos, de for-
vará de funcionamento as Entidades Sociais privadas, sem fins lu- ma direta ou através de convênios com órgãos e entidades que os
crativos, segundo critérios estabelecidos pelo órgão que operacio- ministrem.
naliza a política municipal em consonância com as esferas Estadual ARTIGO 197 - O Poder Público Municipal organizará seu siste-
e Federal, na área de assistência e promoção social. ma de ensino consoante a administração Federal e Estadual, sendo
ARTIGO 187 - O Município incentivará a criação de hortas co- vedada a descentralização normativa Estadual para o ensino públi-
munitárias, com a produção de horti-fruti-granjeiros. co municipal.
PARÁGRAFO ÚNICO - O Município manterá programa de educa-
ção pré-escolar e de ensino fundamental com a cooperação técnica
e financeira da União e do Estado.
ARTIGO 198 - O sistema de ensino municipal assegurará aos
alunos necessitados, condições de eficiência escolar.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 199 - O Município orientará e estimulará, em todos os III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra, atividade ou
níveis, a educação física, que será obrigatória nos estabelecimen- parcelamento do solo potencialmente causadores de significativa
tos municipais de ensino e nos particulares que recebam auxílio do degradação do meio ambiente, relatório de impacto ambiental, a
Município. que se dará publicidade e se discutirá em audiência pública, após
ARTIGO 200 - O Município aplicará, anualmente, nunca menos análise do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente;
de 25% (vinte e cinco por cento), da receita resultante de impostos, IV - controlar a produção, a comercialização e o emprego de
compreendida a proveniente de transferência, de manutenção e técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida,
desenvolvimento do ensino. a qualidade de vida e o meio ambiente, fiscalizando-os na forma
ARTIGO 201 - Anualmente, o Município através de seus órgãos da lei;
competentes, vistoriará as condições de higiene, segurança e ma- V - tornar obrigatória a educação ambiental em sua rede de en-
nutenção dos prédios que abrigam estabelecimentos de ensino e, sino, bem como promover a conscientização da comunidade para a
emitirá laudo indicando as necessárias providências. preservação do meio ambiente;
ARTIGO 202 - É obrigatório a manutenção pela municipalidade VI - proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as prá-
de classe de educação compensatória de nível dois, denominada ticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
classe de estimulação. extinção de espécies ou submetam animais a crueldade;
ARTIGO 203 - O Município zelará através da adequação da sis- VII - proteger a comunidade contra a poluição sonora visual,
temática escolar, pelo pleno aproveitamento educacional de sua causadas por atividadesindustriais, comerciais, de lazer e outras;
clientela. VIII - dar destinação final adequada aos resíduos urbanos e
hospitalares;
SEÇÃO V IX - disciplinar, em lei, o horário e o itinerário a ser percorrido,
DOS TRANSPORTES nas vias do Município, por veículos transportadores de cargas peri-
gosas de qualquer natureza ou potencialmente nocivas à população
ARTIGO 204 - É da competência do Município organizar e pres- e ao meio ambiente;
tar, diretamente ou através de concessão ou permissão, o serviço, X - proibir o transporte de resíduos tóxicos nas vias públicas do
de transporte coletivo urbano, com caráter eminentemente essen- Município;
XI - disciplinar, na forma da lei, a implantação de áreas verdes
cial.
nas construções em geral.
ARTIGO 205 - A fixação da tarifa do transporte coletivo deverá
ARTIGO 212 - O Município providenciará, com a participação
atender a rentabilidade do capital empregado observando, o poder
da coletividade, a preservação, conservação, defesa, recuperação
aquisitivo da população usuária.
e melhoria do meio ambiente natural, artificial e melhoria do meio
ARTIGO 206 - A lei fixará as condições, requisitos e incentivos ambiente natural, artificial e do trabalho, atendidas as peculiarida-
que facilitem a prestação do serviço de táxis, transporte coletivo des locais e em harmonia com o desenvolvimento social e econômi-
de escolares e demais meios de transporte coletivo alternativo no co, ecologicamente sustentado.
Município. ARTIGO 213 - O Poder Público manterá o Conselho Municipal
ARTIGO 207 - É Facultado ao Poder Público a fiscalização con- de Defesa do Meio Ambiente, órgão autônomo e deliberativo, com-
tábil e estatística das empresas concessionárias ou permissionárias posto por representantes da comunidade em geral, com atribuições
de modo a atender a fixação da tarifa. definidas em lei.
ARTIGO 208 - Compete ao Poder Público observar a boa qua- ARTIGO 214 - O Município, ao promover a ordenação de seu
lidade do serviço de transporte, seja ele prestado diretamente ou território, definirá zoneamento e diretrizes gerais de ocupação que
por empresa concessionária ou permissionária. assegurem a proteção dos recursos naturais, em consonância com
o disposto na legislação estadual pertinente.
SEÇÃO VI ARTIGO 215 - A política urbana do Município e o Plano Dire-
DO MEIO AMBIENTE tor, deverá contribuir para proteção do meio ambiente, através da
adoção de medidas adequadas de uso e ocupação do solo urbano.
ARTIGO 209 - O município, no que tange ao desenvolvimento ARTIGO 216 - Nas licenças de parcelamento, loteamento e lo-
urbano e econômico, atenderá aos princípios de preservação do calização o Município exigirá o cumprimento da legislação de prote-
meio ambiente local e dos municípios limítrofes. ção ambiental emanadas da União e do Estado.
ARTIGO 210- O Município valorizará e preservará o patrimônio ARTIGO 217 - As empresas concessionárias ou permissionárias
cultural e natural, cuidando para que sejam respeitadas suas pecu- de serviços públicos deverão atender rigorosamente os dispositivos
liaridades locais, assegurando o respeito ao meio ambiente. de proteção ambientar em vigor, sob pena de não ser renovada a
ARTIGO 211 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologica- concessão ou permissão pelo Município.
mente equilibrado, bem de uso comum do povo essencial à sadia ARTIGO 218 – As áreas definidas em projeto de loteamento
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à comunidade o como áreas verdes ou institucionais não poderão, em qualquer hi-
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras ge- pótese, ter sua destinação, fim e objetivos originariamente estabe-
lecidos alterados. (EMENDA N.º 041/01)
rações.
Parágrafo 1.º – A Lei Municipal disciplinará a utilização de áre-
PARÁGRAFO ÚNICO - Para assegurar a efetividade desse direi-
as verdes e projetadas, praças públicas ainda não implantadas, por
to, incumbe ao Município:
entidades ou associações declaradas de utilidade pública federal,
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
estadual e municipal e também visando destinação, em determina-
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; do percentual para áreas de lazer voltadas à prática de atividades
II - definir, em lei complementar, os espaços territoriais do Mu- esportivas. (EMENDA N.º 041/01).
nicípio a serem especialmente protegidos, bem como seus compo-
nentes, vedada qualquer utilização que comprometa a sua integri-
dade;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo 2.º - Excetua-se da vedação prevista no caput, as SEÇÃO VIII
áreas verdes institucionais objeto de implantação de programas DA CULTURA
habitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou en-
tidades da Administração Pública, mormente aquelas áreas que ARTIGO 230 - É da competência comum da União, do Estado e
estejam total ou parcialmente ocupadas por núcleos habitacionais do Município proporcionar os meios de acesso à cultura, com base
de interesse social destinados à população de baixa renda, e cuja nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal e artigo 262, da Cons-
situação esteja consolidada ou seja de difícil reversão. (Acrescido tituição Estadual.
pela Emenda n.º 61/2020). ARTIGO 231 - O Município assegurará a todos do exercício de
ARTIGO 219 - Aquele que explorar recursos minerais fica obri- direitos culturais e acesso às fontes de cultura, apoiando e incenti-
gado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solu- vando a valorização e a difusão de suas manifestações, com prio-
ção técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. ridade para as diretamente ligadas à história de Praia Grande, da
ARTIGO 220 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao comunidade e de seus bens.
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, ARTIGO 232 - O Poder Público Municipal incentivará a livre ma-
a sanções penais e administrativas, independentemente de obriga- nifestação cultural mediante:
ções de reparar os danos causados. I - criação e manutenção de espaços públicos para garantir a
ARTIGO 221 - As encostas dos morros só poderão receber produção, divulgação eapresentação das manifestações culturais e
construções até 20% (vinte por cento) do total de sua área, ficando artísticas;
obrigado o replantio de toda e qualquer vegetação que por ventura II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico, integra-
venha a ser destruída. ção de programas culturais e apoio à instalação de casas de cultura
e de bibliotecas públicas;
SEÇÃO VII
III - cumprimento de política cultural não intervencionista, vi-
DO ESPORTE E LAZER
sando à participação de todos na vida cultural;
IV - preservação dos documentos, das obras e demais registros
ARTIGO 222- É dever do Município o incentivo e o estímulo às
práticas desportivas prioritariamente aos alunos da rede escolar e de valor histórico e científico;
estimulando a promoção desportiva de associações locais. V - incentivo à formação e aperfeiçoamento dos profissionais
ARTIGO 223 - A atuação do Poder Público e destinação de re- da cultura;
cursos orçamentários para o setor serão prioritariamente: VI - compromisso de resguardar e defender em seu território a
I - ao esporte educacional, esporte comunitário e ao esporte integridade, pluralidade, independência e autenticidade das cultu-
olímpico; ras brasileiras.
II - a iniciação esportiva de crianças e adolescentes; PARÁGRAFO ÚNICO - As bibliotecas públicas terão livros em
III - ao jazer popular; leitura braille, com sala especialmente destinada aos deficientes
IV - a construção e manutenção de espaços devidamente equi- visuais ou cegos.
pados para práticas esportivas e ao lazer; ARTIGO 233 - Constituem patrimônio cultural do Município e
V - a promoção, orientação e ao estímulo da prática de Educa- deverão ser protegidos pelo Poder Público os documentos, as obras
ção Física; e outros bens materiais e artísticos de valor histórico e cultural, os
VI - proporcionar acesso a todos interessados em práticas des- monumentos, as paisagens naturais notáveis, os conjuntos e sítios
portivas e ao jazer. arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e científicos tombados
PARÁGRAFO ÚNICO - O Município estimulará e apoiará as en- pelo Poder Público Municipal, com tratamento idêntico para os
tidades e associações da comunidade delicadas às práticas esporti- bens tombados pela União e pelo Estado através de convênio.
vas, dando prioridade às beneficentes, amadoristas e colegiais na ARTIGO 234 - A Lei disporá sobre a fixação de datas comemora-
utilização de praças desportivas. tivas de alto significado para o Município.
ARTIGO 224 - Fica expressamente proibida em todo território ARTIGO 235 - O Município promoverá, mediante mecanismo
de Praia Grande a caça de qualquer natureza, ficando os infratores específico, os empreendimentos privados que se voltem à preserva-
sujeitos a perda de suas armas, sem prejuízo do procedimento ju- ção e restauração do patrimônio cultural do município, bem como
dicial cabível. incentivará os proprietários de bens culturais tombados que aten-
ARTIGO 225 - Anualmente o Executivo Municipal consignará no dam às recomendações de preservação.
orçamento , verba destinada às entidades oficiais declaradas de uti- ARTIGO 236 - O Município promoverá o levantamento e a divul-
lidade pública que representem clubes amadores, a fim de realizar
gação das manifestações culturais da memória da cidade e realizará
competições oficiais e periódicas. (EMENDA N.º 033/99).
concursos, exposições e publicações para sua divulgação.
ARTIGO 226 - O Município incrementará a prática esportiva às
ARTIGO 237 - O Poder Público Municipal criará o Conselho Mu-
crianças, aos idosos e aos portadores de deficiência.
nicipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Geográfico, Arqueológi-
ARTIGO 227 - O Município incentivará a implantação do pro-
grama Adote Um Atleta Municipal, oferecendo incentivos fiscais às co, Artístico e Turístico de Praia Grande.
empresas participantes. § lº- O respectivo Conselho constituir-se-á de 5 (cinco) mem-
ARTIGO 228 - Para o fomento das atividades esportivas do Mu- bros, representantes dos segmentos da sociedade, nomeados anu-
nicípio, a Prefeitura através da Secretaria Municipal de Esportes, almente pelo Poder Público Municipal, não percebendo seus inte-
organizará torneio e competições das variadas modalidades espor- grantes qualquer espécie de remuneração pelo exercício da função.
tivas em diversas categorias. § 2º - Os membros deste Conselho deverão ser pessoas de no-
ARTIGO 229 - Anualmente, a Prefeitura Municipal, através de tório saber histórico, geográfico, arqueológico, artístico e turístico.
sua Secretaria de Esportes, deverá organizar as Olimpíadas Muni- § 3º - O Conselho enviará à Câmara Municipal relatório semes-
cipais Escolares, abrangendo todas as modalidades esportivas em tral das atividades que vem desenvolvendo.
diversas categorias.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO IX ARTIGO 244 - O Município deverá incentivar o desenvolvimen-
DO TURISMO to tecnológico aplicado à pesquisa à exploração racional e ao bene-
ficiamento de recursos minerais.
ARTIGO 238 - O Município promoverá e incentivará o turismo ARTIGO 245 - A proteção da quantidade e da qualidade das
como atividade prioritária, fator de desenvolvimento econômico e águas será obrigatoriamente levada em conta quanto da elabora-
social. ção de normas legais relativas a florestas, caça, pesca, fauna, con-
PARÁGRAFO ÚNICO - O Poder Público Municipal estimulará os servação da natureza, defesa do solo e demais recursos naturais e
diversos segmentos ligados, direta e indiretamente, ao turismo e ao meio ambiente.
aos projetos que visem ao desenvolvimento do setor, através de in-
centivos fiscais e concessões, a serem definidas no Plano Diretor de SEÇÃO XI
Turismo. DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

SEÇÃO X ARTIGO 246 - A ação do Município, no campo da comunicação,


DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS fundar-se-á sobre os seguintes princípios:
I - democratização do acesso às informações;
ARTIGO 239 - O Município participará de sistema integrado de II - pluralismo e multiplicidade das fontes de informação; 111 -
gerenciamento dos recursos hídricos, através do qual se assegurará visão pedagógica da comunicação dos órgãos e entidades públicas.
meios financeiros e institucionais para em conjunto com o Estado; ARTIGO 247 Os órgãos de comunicação social pertencentes ao
I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas e Município, as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público
sua prioridade para abastecimento da população; ou a quaisquer entidades sujeitas, direta ou indiretamente, ao seu
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio controle econômico, serão utilizados de modo a assegurar a possibi-
dos custos das respectivas obras, na forma da lei; lidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião.
III - a proteção das águas contra ações que possam comprome-
ter seu uso atual e futuro; SEÇÃO XII
IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saú- DO SANEAMENTO
de e segurança pública e prejuízos econômicos ou sociais;
V - a gestão das águas de interesse exclusivamente local, atra- ARTIGO 248 - As ações do saneamento executadas em conso-
vés de convênios a serem celebrados com o Estado; nância com o Estado, devem prever a utilização racional da água, do
VI - a gestão descentralizada, participativa e integrada em rela- solo e do ar, de modo compatível com a preservação e melhoria da
ção aos demais recursos naturais e às peculiaridades da respectiva qualidade da saúde e do meio ambiente.
bacia hidrográfica; ARTIGO 249 - O Município poderá solicitar, para o desenvol-
VII - o desenvolvimento da piscicultura e seu aproveitamento vimento dos serviços de sua competência, a assistência técnica e
econômico. financeira do Estado.
ARTIGO 24O - As águas subterrâneas, reservas estratégicas ARTIGO 25O - A lei estabelecerá política de ações, visando a
para o desenvolvimento econômico-social e valiosas para o supri- impedir que loteamentos e conjuntos habitacionais sejam construí-
mento de água às populações, deverão ter na forma da lei, plano de dos e ocupados sem o funcionamento adequado das redes de água
conservação e proteção contra poluição e exploração inadequada. potável e dos sistemas coletores de esgotos, com seus respectivos
ARTIGO 241 - É vedado o lançamento de efluentes e esgoto tratamentos e drenagem.
urbanos e industriais, sem o devido tratamento, a qualquer corpo ARTIGO 251 - Os loteamentos de caráter comercial pela im-
de água. portância que tem no desenvolvimento urbano e pelo potencial do
ARTIGO 242 - Para proteger e conservar as águas e prevenir impacto ambientar, deverão conter obras que evitem a erosão do
seus efeitos adversos, o Município adotará: solo, bem como, sistemas de coletas, afastamento e tratamento dos
I - da instituição de áreas de preservação das águas utilizáveis esgotos, que serão obrigatoriamente custeados pelo empreende-
para abastecimento às populações e da implantação, conservação e dor.
recuperação de matas ciliares; ARTIGO 252 - O Plano de Saneamento Básico, deverá integrar o
II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a uso Plano de Desenvolvimento do Município.
incompatíveis nas sujeitas a inundações freqüentes, e da manuten- ARTIGO 253 - O Poder Público Municipal assegurará a feitura
ção da capacidade de infiltração do solo; e implantação do Plano Municipal de Drenagem Urbana e Rural, o
III - da implantação de sistemas de alerta e defesa civil, para qual integrará o Plano Diretor da Cidade.
garantir a segurança e a saúde pública, quando de eventos hidroló- ARTIGO 254 - Fica concedido prazo improrrogável de 10 (dez)
gicos indesejáveis; - anos, para que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de
IV - da instituição de programas permanentes de racionalização São Paulo implante o sistema de esgoto em todo o território do
das águas destinadas a abastecimento público e industrial e à irriga- Município, sob pena de denúncia e rompimento do convênio pelo
ção, assim como de combate às inundações e à erosão; Município.
V - do condicionamento, à aprovação prévia por organismos
estaduais de controle ambientar e de gestão de recursos hídricos, SEÇÃO XIII
na forma da lei, dos atos de outorga de direitos que possam influir DA HABITAÇÃO
na qualidade ou quantidade das águas superficiais e subterrâneas.
ARTIGO 243 - O Município deverá elaborar e propor planeja- ARTIGO 255 - A habitação é função social do Município e será
mento estratégico do conhecimento geológico de seu território, exercida mediante política de ações que visem a assegurar a todos
executando em conjunto com o Estado, programa permanente de o direito à moradia.
levantamentos geológicos, para aplicação às questões ambientais, ARTIGO 256 - As ações do Poder Público para o setor serão
de erosão do solo, de estabilidade de encostas e construção de desenvolvidas mediante levantamento periódico das necessidades
obras civis. habitacionais do município e prioritariamente objetivarão:

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
I - o planejamento e a execução de programas de construção de ARTIGO 266 - A família será sempre o espaço preferencial para
moradias populares, definidas em lei; o atendimento da criança, do adolescente e do idoso.
II - a garantia de condições habitacionais e de infra-estrutura, ARTIGO 267 - Os programas de atendimento à família, à criança
em especial as de saneamento básico, escola pública, posto de saú- e ao adolescente serão viabilizados, de forma integral, com órgãos
de, transporte, luz, água e outros; federais, estaduais e entidades beneficentes, sem fins lucrativos,
III - a recuperação de regiões deterioradas, transformando-se que atuem na área, evitando a duplicidade de atendimento e ga-
em centros habitacionais para famílias de baixa renda; rantindo a qualidade dos serviços prestados.
IV - o acesso da população aos vazios urbanos com vocação ARTIGO 268 - O Poder Público Municipal deverá garantir à pes-
habitacional, através da adoção de mecanismos intervencionistas soa idosa condições de vida apropriada, direito à saúde, frequência
ou outros que não causem ônus ao Município, preferencialmente; e participação nos serviços, programas culturais, educacionais, es-
V - a adoção de política de produção em alta escala, de compo- portivos, recreativos e de lazer defendendo sua dignidade e visando
nentes básicos para construção de moradias, os quais possam a ser sua integração à sociedade.
repassados aos interessados a preço de custo. ARTIGO 269 - Fica assegurada a gratuidade da tarifa do trans-
ARTIGO 257 - As terras públicas municipais serão prioritaria- porte coletivo municipal às pessoas com idade igual ou superior a
mente destinadas ao assentamento da população de baixa renda e 65 (sessenta e cinco) anos, na forma que vier a ser regulamentada
à instalação de equipamentos coletivos, na forma da lei. por lei.
ARTIGO 258 - Mediante autorização legislativa, o Poder Execu- ARTIGO 270 - O Município deverá:
tivo criará benefícios fiscais incentivando e estimulando as coope- I - criar programas de reabilitação, integração e atendimento
rativas habitacionais, associações profissionais e empresas privadas pedagógico especializado para os portadores de deficiência física,
a construir e vender moradias populares para seus funcionários e sensorial, mental e múltipla deficiência, incluindo o fornecimento
servidores públicos municipais. de material e equipamento necessários;
ARTIGO 259 - O Poder Público estimulará a criação de coope- II - celebrar convênios com entidades filantrópicas e comunitá-
rativas habitacionais de moradias, destinadas à construção de casa rias, para a cessão de profissionais e preparação do trabalho;
própria, e apoiará o esforço das populações de baixa renda na edifi- III - estabelecer convênios com entidades especializadas no
cação de suas habitações. treinamento, na habitação e reabilitação de portadores de deficiên-
ARTIGO 260 - o Município estimulará, na forma da lei, a cons- cias, no sentido de dar a estes formação profissional e preparação
trução, pelos empresários, de moradias populares destinadas aos para o trabalho.
seus empregados. IV - conceder incentivos, na forma da lei, às empresas que
adaptarem seus equipamentos para o trabalho de portadores de
TITULO VII deficiências;
DEFESA DOS INTERESSES DO MUNLCÍPIO E DA COMUNIDADE V - conceder gratuidade no transporte coletivo municipal às
CAPITULO I pessoas portadoras de deficiências, na forma que a lei vier esta-
DEFESA DO CONSUMIDOR belecer;
VI - conceder incentivo especial, na forma da lei, às Unidades
ARTIGO 261 - O Poder Público deverá criar cooperativas e bol- Escolares particulares que visem o atendimento dos portadores de
sões de consumo, para pessoas comprovadamente de baixa renda. deficiências.
ARTIGO 262 - Através da entidade autárquica Progresso e De- PARÁGRAFO ÚNICO - O atendimento ocorrerá também dentro
senvolvimento de Praia Grande, instituída pela Lei Municipal nº da Unidade Escolar Municipal em classes específicas à deficiência,
961, de 18 de dezembro de 1.996, o Município elaborará estudos de acordo com avaliação técnica.
sócio-econômicos de mercado, com a criação de sistemas de pla- ARTIGO 271 - O Município assegurará condições de prevenção
nejamento, acompanhamento e orientação de consumo, com a das deficiências, com prioridade para a assistência pré-natal e à in-
finalidade de corrigir distorções e promoção de seu crescimento. fância estabelecendo obrigatoriedade de exames que visem detec-
(EMENDA N.º 032/98). tar precocemente qualquer tipo de deficiência.
ARTIGO 272 - Através da Secretaria Municipal de Saúde, o Mu-
CAPITULO II nicípio oferecerá serviço especializado, dotado de equipamento es-
DA PROTEÇÃO ESPECIAL pecífico para correção, diminuição e superação das limitações dos
portadores de deficiência.
ARTIGO 263 - Fica assegurada a participação popular em ques- ARTIGO 273 - O Poder Público reservará o mínimo de 5% (cinco
tões da vida do Município, através a existência e funcionamento de pôr cento) dos cargos, dentro das empresas de sua competência e
setores da comunidade não institucionalmente organizados, tais nos seus quadros funcionais, para treinamento e posterior ocupa-
como: ção pôr portadores de deficiência, conforme a lei.
I - Conselhos Populares de Saúde, Educação, Habitação e ou- PARÁGRAFO ÚNICO - O Poder Público garantirá prioridade aos
tros; portadores de deficiências residentes no Município na distribuição
II - movimentos sociais espontâneos; de bolsas de estudos, na concessão de licenças para o comércio
III - associações não formais. ambulante e na atribuição de unidade nos conjuntos habitacionais
ARTIGO 264 - Para garantir a plena participação dessas repre- construídos em Praia Grande. (EMENDA N.º 028/96).
sentações populares, caberá ao Poder Público considerar os enca- ARTIGO 274 - A lei disporá sobre adaptação de edifícios de uso
minhamentos solicitados ou dados por esses segmentos. público, cinemas, teatros e demais casas de espetáculos, cotando-
ARTIGO 265 - O Poder Público Municipal promoverá e incen- -se de banheiros, rampas e outros mecanismos que permitam o
tivará o desenvolvimento da entidade familiar, assegurando-lhe, acesso e utilização por portadores de deficiência.
dentro do que couber, o direito à saúde, à cultura, à alimentação, ARTIGO 275 - Cabe ao Município garantir aos portadores de de-
ao respeito ao lazer, à assistência social, à liberdade e à convivência ficiência condições ideais para o convívio social, estudo e trabalho,
comunitária. reservando inclusive, vagas nos estacionamentos públicos.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 276 - Caberá ao Poder Público Municipal, executar pro- § 2º - O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de
gramas para atendimento integral à criança e ao adolescente, prio- cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos
rizando aqueles que visem: que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não
I - atendimento à criança na faixa etária de zero a quatorze anos será computado para fins do caput deste artigo, exceto se se tratar
em regime de semiinternato; de servidor.
II - profissionalização através de recursos ou convênios com ARTIGO 5º - O Município editará leis a fim de compatibilizar seu
empresas e ou órgãos estaduais e federais; quadro de pessoal ao disposto no artigo 39 da Constituição Federal
III - prevenção à isenção das crianças e adolescentes da vida e à reforma administrativa dela decorrente, no prazo previsto na
infracional, da perambulação e do uso de drogas; Constituição Federal.
IV - programa educativo sobre a sexualidade na fase de puber- ARTIGO 6º - As sociedades de economia mista, autarquias e
dade e adolescência; fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal,
V - prevenção a violência através de serviços para recebimento incorporarão aos seus estatutos as normas desta Lei Orgânica que
de denúncias e encaminhamentos e adequado tratamento; digam respeito a suas atividades e serviços.
VI - atendimento em regime de triagem e internato através da ARTIGO 7º - Os benefícios que tratam os artigos 49, 59 e seu
criação e ou integração com entidades filantrópicas sem fins lucra- parágrafo único, 6ç, e seu parágrafo único e 79 da Lei Municipal nº
tivos; 673, de 04 de novembro de 1989, será extendido a todos servido-
VII - o atendimento de outros programas sociais que sejam ne- res municipais, que atendam os requisitos do mencionado diploma
cessários, em função da demanda social. legal.
PARÁGRAFO ÚNICO - Os benefícios de que trata o “caput” são
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS extensivos aos servidores do Poder Legislativo.
ARTIGO 1º - Os recursos correspondentes às dotações orça- ARTIGO 8º - O Município deverá regularizar os loteamentos
mentárias destinadas à Câmara Municipal, inclusive os créditos su- ilegais e irregulares que tenham sido aprovados anteriormente a
plementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o dia 20 (vinte) entrada em vigência da Lei no 6.766 de 19 de dezembro de 1979
de cada mês, na forma que dispuser a lei complementar a que se que, não foram devidamente regularizados perante o Cartório de
refere o artigo 165, § 9º da Constituição Federal. Registros de Imóveis de Praia Grande.
ARTIGO 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar refe- ARTIGO 9º - Fica autorizado o Poder Executivo a desdobrar e
rida no artigo 165, § 90, I e 11 da Constituição Federal, serão obser- aprovar loteamentos com lotes com as dimensões mínimas fixadas
vados os seguintes prazos normais: na lei nº 6.766 de 19 de dezembro de 1979 desde que, situados na
I - o projeto do plano plurianual será encaminhado pelo Exe- Terceira Zona Residencial.
ARTIGO 10 - Incumbe ao Município:
cutivo até 30 de setembro de cada exercício financeiro e devolvido
I - adotar medidas para assegurar a celeridade na tramitação e
pelo Legislativo para sanção até o dia 30 de novembro do mesmo
solução dos expedientes administrativos, punindo disciplinarmen-
exercício;
te, nos termos da lei, os servidores faltosos;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminha-
II - facilitar no interesse educacional do povo, a difusão de jor-
do pelo Executivo Municipal até o dia 30 de abril de cada exercício
nais e outras publicações periódicas, assim como das transmissões
financeiro e devolvido para sanção pelo Legislativo até o dia 30 de
pelo rádio e pela televisão.
junho do mesmo exercício; (EMENDA Nº 23/94).
ARTIGO 11 - Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear
III - o projeto de lei orçamentário, será remetido pelo Executivo
a declaração de nulidade, ou anulação dos atos lesivos ao patrimô-
até o dia 30 de setembro e devolvido para sanção pelo Legislativo
nio municipal.
até o dia 30 de novembro do mesmo exercício. ARTIGO 12 - O Município não poderá dar nome de pessoas vi-
ARTIGO 3.º - Os servidores municipais da administração direta, vas a bens e serviços públicos de qualquer natureza, exceto em se
autarquias e fundações, que não tenham sido admitidos na forma tratando de personalidades com nítida e indiscutível projeção in-
regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal são considerados ternacional e desde que os bens ou serviços a serem denominados
estáveis no serviço público desde que contenham 5 (cinco) anos estejam relacionados com as atividades que as consagraram. (NR
continuados e estejam em exercício na promulgação desta Lei Or- - Emenda 048/07)
gânica. ARTIGO 13- Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter
§ lº - O tempo dos servidores referidos neste artigo será con- secular e serão administrados pela autoridade municipal, sendo li-
tado como títuo quando se submeterem a concurso para fins de vre a prática de confissões religiosas.
efetivação na forma da lei. PARÁGRAFO ÚNICO - As associações religiosas e os particulares
§ 2º - Não se aplica o disposto neste artigo aos ocupantes de poderão, na forma da lei, manter cemitérios próprios fiscalizados
cargos, funções ou empregos de confiança ou em comissão e ainda, pelo Município.
aos ocupantes de cargos que a lei declare de livre exoneração, exce- ARTIGO 14 - As praias e seus jardins do Município de Praia
to aqueles que forem servidores. Grande, são considerados patrimônios da coletividade.
ARTIGO 4º - Os servidores da administração direta, autárqui- ARTIGO l5 - O Prefeito Municipal e o Presidente da Câmara Mu-
ca e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, em nicipal, no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data da publi-
exercício na data da promulgação desta Lei Orgânica, que não te- cação desta lei, encaminharão à apreciação do Poder Legislativo os
nham sido admitidos na forma do artigo 37 da Constituição Federal, projetos de lei necessários ao cumprimento desta lei Orgânica.
são considerados estáveis no serviço público, desde que contassem § lº - O prazo a que se refere o “caput” deste artigo só se aplica
5 (cinco) anos continuados em serviço a 5 de outubro de 1988. a projetos que não tenham outro prazo estipulado.
§ lº - O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo § 2º - O Presidente da Câmara Municipal deverá submeter à
será contado como título, quando se submeterem a concurso para apreciação do Poder Legislativo, no prazo indicado no “caput” deste
fins de efetivação, na forma da lei. artigo, também os projetos de resoluções e projetos de decretos
legislativos.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 16 - As entidades declaradas de utilidade pública mu-
nicipal, ficam obrigadas a remeterão Executivo e Legislativo, até o REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA MUNICIPAL DE
dia 19 de março do ano subsequente, relatório anual das atividades ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE PRAIA GRANDE (ATUALIZA-
sociais, culturais e esportivas, sob pena de perda dos direitos de DA E/OU ALTERADA)
isenção.
ARTIGO 17 - Fica concedido às viúvas dos que ocuparam cargos REGIMENTO INTERNO
de Prefeito, Vice-Prefeito e de Vereador, e que faleceram no exercí- RESOLUÇÃO Nº 01/91
cio do mandato, benefício fixado em valor mensal correspondente
a quatro, três e dois salários mínimos respectivamente, arcado pelo TÍTULO I
Poder a que tenham pertencido sendo devido, a partir da data do DA CÂMARA
requerimento. CAPÍTULO I
ARTIGO 18 - A Procuradoria Jurídica do Município de Praia DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Grande propugnará pela transferência da propriedade sobre a qual
se ergue a favela de Vila Mirim, do Estado para o Município: ARTIGO 1º - A Câmara Municipal é o órgão legislativo do Muni-
I - O mesmo órgão se encarregará de cadastrar todos os possui- cípio que se compõe de vereadores eleitos de acordo com a legis-
dores de edificações de qualquer natureza na referida área; lação vigente.
II - Após transferida a propriedade da área da favela de Vila ARTIGO 2º - A Câmara tem funções legislativas, atribuições
Mirim para o Município, será providenciada, no prazo de 120 (cento para fiscalizar e assessorar o Executivo e competência para organi-
e vinte dias), a regularização da área com a transferência da pro- zar e dirigir os seus serviços internos.
priedade dos lotes do Município para os legítimos possuidores, Parágrafo 1º - A função legislativa consiste em elaborar leis so-
comprovada a ocupação pacífica do imóvel nos últimos 12 (doze) bre todas as matérias de competência do Município, respeitadas as
meses, anteriores à promulgação desta Lei Orgânica; reservas constitucionais da União e do Estado.
III - Deverá ser aplicado o “caput” e incisos deste artigo nas Parágrafo 2º - A função de fiscalização e controle é de caráter
demais áreas que se enquadrem em condições idênticas. político-administrativo e se exerce apenas sobre o prefeito e vere-
ARTIGO 19 - Após a promulgação desta Lei Orgânica, formar-se- adores.
-á uma Comissão Especial de Vereadores para elaborar o Regimento Parágrafo 3º - A função de assessoramento consiste em sugerir
Interno da Câmara Municipal, efetuando as revisões e adaptações medidas de interesse público do Executivo, mediante indicações.
que se fizerem necessárias, para que no prazo improrrogável de 120 Parágrafo 4º - A função administrativa é restrita a sua organiza-
(cento e vinte) dias, o mesmo seja submetido a apreciação do Ple- ção interna, a regulamentação de seu funcionalismo e a estrutura-
nário. ção e direção de seus serviços auxiliares.
PARÁGRAFO ÚNICO - A Comissão de que trata o “caput” deste Parágrafo 5º - A Câmara exercerá suas funções com indepen-
artigo, deverá ser formada por um representante de cada partido dência e harmonia em relação ao Executivo, deliberando sobre to-
com assento à Câmara Municipal, devendo ser indicado pelo líder das as matérias de sua competência, na forma dos parágrafos 1º e
da bancada. 2º do artigo 73 deste Regimento.
ARTIGO 2O - Tanto o Executivo como o Legislativo deverão fa- Parágrafo 6º - Na constituição das comissões assegurar-se-á,
zer junto a seguradoras oficiais, anualmente, seguro de vida de seus tanto quanto possível a representação proporcional dos partidos
titulares arcando com as despesas cada um dos poderes relativa- políticos que participem da respectiva Câmara.
mente a seus integrantes. Parágrafo 7º - Não será autorizado a publicação de pronuncia-
ARTIGO 21 - Institui nas disposições incentivo às micro e pe- mentos que envolverem as Instituições Nacionais, propaganda de
quenas empresas. guerra, de subversão da ordem pública ou social, de preconceito de
ARTIGO 22 - O escritório de, corretagem terá como responsável raça, de religião ou de classe, configurarem crimes contra a honra
técnico um só corretor, vedada sociedade em mais de um escritó- ou contiverem incitamento à prática de crimes de qualquer natu-
rio, cuja presença é obrigatória no ato da assinatura de qualquer reza.
transação. Parágrafo 8º - Não será de qualquer modo subvencionada via-
PARÁGRAFO ÚNICO - As intimações do Poder Público, o res- gem de vereador ao exterior, salvo no desempenho de missão tem-
ponsável terá de atender no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) porária, de caráter estritamente funcional, mediante prévia desig-
horas. nação do Prefeito e concessão de licença da Câmara.
ARTIGO 23 Os novos benefícios e vantagens funcionais criados ARTIGO 3º - A Câmara Municipal tem sua sede no Palácio Pe-
por esta Lei, por não estarem previstos na programação orçamen- trônio Portela, sito à Praça Vereador Vital Muniz, 01 - Praia Grande.
tária do presente exercício, serão devidos somente a partir de lº de Parágrafo 1º - Reputam-se nulas as sessões da Câmara realiza-
janeiro de 1991. das fora de sua sede, com exceção das sessões solenes ou come-
ARTIGO 24 - Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos Ve- morativas.
readores à Câmara Municipal, bem como suas Disposições Gerais, Parágrafo 2º - Comprovada a impossibilidade de acesso àque-
entram em vigor na data da Promulgação, revogadas as disposições le recinto ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser
em contrário. realizadas as sessões em outro local, por decisão do Presidente da
Câmara.
Parágrafo 3º - Na sede da Câmara não se realizarão atos estra-
nhos às funções sem prévia autorização da Mesa. (Alterado pela
Resolução nº 01/07)
Parágrafo 4º - Fica permitida a realização de sessões virtuais e
trabalho home office em casos de restrições decorrentes do enfren-
tamento de pandemias ou calamidades públicas, devendo os pro-
cedimentos serem definidos através do competente Ato da Mesa.
(Incluído pela Resolução 03/2021)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 4º - Qualquer cidadão poderá assistir às sessões da Câ- III – determinação para retirar-se do Plenário;
mara, na parte do recinto que lhe é reservada, desde que: IV – suspensão da sessão para entendimento na Sala da Presi-
I - esteja decentemente trajado; dência;
II - não porte armas; V – convocação da sessão secreta para a Câmara deliberar a
III - conserve-se em silêncio durante os trabalhos; respeito;
IV - não manifeste apoio ou desaprovação ao que se passa em VI – proposta da cassação de mandato, por infração ao disposto
Plenário; no artigo 7º, III, do Decreto-Lei Federal nº 201, de 27 de fevereiro
V - respeite os vereadores; de 1967.
VI – atenda às determinações da Mesa; ARTIGO 11 – O Vereador que seja servidor público da União, do
VII – não interpele os vereadores. Estado ou do Município, de suas autarquias entidades para-estatais
Parágrafo único – Pela inobservância desses deveres, poderá só poderá exercer o mandato observadas as normas da legislação
a Mesa determinar a retirada, do recinto, de todos ou de qualquer pertinente.
assistente, sem prejuízo de outras medidas. ARTIGO 12 – Os Vereadores tomarão posse nos termos do arti-
ARTIGO 5º - O policiamento do recinto da Câmara compete go 113, Parágrafo Primeiro deste Regimento.
privativamente à Presidência e será feito normalmente pelos seus Parágrafo 1º - Os Vereadores e os suplentes convocados que
funcionários, podendo o Presidente requisitar os elementos de cor- não comparecerem ao ato da instalação serão empossados pelo
poração civil ou militares para manter a ordem interna. Presidente da Câmara, no expediente da primeira sessão a que
ARTIGO 6º - Se no recinto da Câmara for cometida qualquer comparecerem, após a apresentação do respectivo diploma, obser-
infração penal, o Presidente fará a prisão em flagrante, apresentan- vado o disposto no artigo 14, Parágrafo 3º da LOM.
do o infrator a autoridade policial competente, para a lavratura do Parágrafo 2º - A recusa do Vereador ou do suplente em tomar
auto e instauração do processo crime correspondente; se não hou- posse importa em renúncia tácita do mandato, devendo o Presi-
ver flagrante, o Presidente deverá comunicar o fato à autoridade dente, após o decurso do prazo legal, declarar extinto o mandato e
policial competente para instauração do inquérito. convocar o suplente.
Parágrafo 3º - Verificadas as condições de existência de vaga do
CAPÍTULO II Vereador, a apresentação do diploma e a demonstração de identi-
DOS VEREADORES dade, cumpridas as exigências do inciso I do artigo 9º do presente
SEÇÃO I Regimento, não poderá o Presidente negar posse ao suplente, sob
DO EXERCÍCIO DO MANDATO nenhuma alegação, salvo os casos de vedação legal.
----------------------------------------------------------------------------------
ARTIGO 7º - Os Vereadores são agentes políticos investidos do ---------------------------------- (NR DADA PELA RESOLUÇÃO N.º 02/03)
mandato legislativo municipal, para uma Legislatura, pelo sistema ARTIGO 13 – Será atribuída falta ao Vereador que não compa-
partidário e de representação proporcional, por voto secreto e di- recer às sessões plenárias, salvo motivo justo aceito pela Câmara.
reto. § 1.º - Para efeito de justificação das faltas, consideram-se mo-
ARTIGO 8º - Compete ao Vereador: tivos justos:
I – Participar de todas as discussões e deliberações do Plenário; I – doença;
II – votar na eleição da Mesa e das Comissões Permanentes; II – nojo ou gala.
III – apresentar proposições que visem ao interesse coletivo; III – comparecimento em reunião de interesse geral do Muni-
IV – concorrer aos cargos da Mesa e das Comissões; cípio, previamente autorizado pela Mesa Diretora, em horário que
V – usar da palavra em defesa ou em oposição as proposições inviabilize o retorno do parlamentar até o início da sessão;
apresentadas à deliberação do Plenário. IV – missão de representação oficial do Legislativo em localida-
ARTIGO 9º - São obrigações e deveres do Vereador: de diversa, desde que previamente autorizado pela Mesa Diretora.
I – Desincompatibilizar-se e fazer declarações públicas de bens, (Alterado pela Resolução nº 05/2013)
no ato da posse; V – Licença paternidade de 07 dias; VI – Licença maternidade,
II – exercer as atribuições enumeradas no artigo anterior; limitado ao prazo máximo aplicável aos servidores municipais, caso
III – comparecer decentemente trajado às sessões, na hora pré- em que o suplente só deverá ser convocado se a Vereadora reque-
-fixada; rer prazo de licença maternidade superior a 30 dias. (Alterado pela
IV – cumprir os deveres dos cargos para os quais for eleito ou Resolução nº 03/2015)
designado; § 2.º - A justificativa das faltas far-se-á por requerimento fun-
V – votar as proposições submetidas a deliberação da Câmara damentado dirigido ao Presidente da casa. O abono será concedido
salvo quando ele próprio ou parente afim ou consangüíneo, até ter- pelo Presidente, no caso de doença, mediante a apresentação de
ceiro grau inclusive, tiver interesse manifesto na deliberação, sob atestado médico e nos casos de nojo ou gala, mediante apresenta-
pena de nulidade da votação quando seu voto for decisivo; ção da documentação pertinente.
VI – comportar-se em Plenário com respeito, não conversando § 3.º - A aprovação dos pedidos de licenças previstos no artigo
em tom que perturbe os trabalhos; 44 da Lei Orgânica Municipal se dará no expediente das sessões,
VII – obedecer às normas regimentais quanto ao uso da pala- sem discussão, terá preferência sobre qualquer outra matéria, de-
vra. pendendo do voto favorável da maioria dos Vereadores presentes à
Parágrafo único – A declaração pública de bens será arquivada sessão. No caso de licença médica, a decisão do Plenário será me-
constando da Ata o seu resumo. ramente homologatória.
ARTIGO 10º - Se qualquer Vereador cometer, dentro do recinto § 4.º - Se a licença for por prazo superior a 30 (trinta) dias por
da Câmara excesso que deva ser reprimido, o Presidente conhecerá sessão legislativa, o Presidente convocará imediatamente o respec-
do fato e tomará as seguintes providências, conforme sua gravida- tivo suplente.
de: § 5.º - O suplente de Vereador para licenciar-se precisa antes
I – advertência em Plenário; assumir e estar no exercício do mandato.” (NR DADA PELA RESOLU-
II – cassação da palavra; ÇÃO N.º 02/03)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
---------------------------------------------------------------------------------- ARTIGO 21 – A renúncia do Vereador far-se-á por ofício dirigi-
---------------------------------- do à Câmara, reputando-se aceita, independentemente de votação,
ARTIGO 14 - O Vereador investido nas funções de Ministro de desde que seja lido em sessão pública e conste em Ata.
Estado, Secretário de Estado, Secretário de Município ou Prefeito da ARTIGO 22 – Os Vereadores gozam de inviolabilidade por suas
Capital, não perderá o mandato, considerando-se licenciado. opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscri-
ARTIGO 15 – A suspensão dos direitos políticos de vereador, ção do Município.
enquanto perdurar, acarretará a suspensão do exercício do man- ARTIGO 23 – Os Vereadores não serão obrigados a testemu-
dato. nhar, perante a Câmara, sobre informações recebidas ou prestadas
ARTIGO 16 – As vagas na Câmara dar-se-ão por extinção ou per- em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
da de mandato. confiaram ou deles receberam informações.
Parágrafo 1º - Extingue-se o mandato de vereador e assim será ARTIGO 24 – Os Vereadores não poderão:
declarado pelo Presidente da Câmara quando ocorrer falecimento I – desde a expedição do diploma:
ou renúncia do Vereador. a – firmar ou manter contrato com o Município, suas autar-
Parágrafo 2º - Perderá o mandato o Vereador: quias, empresas públicas, sociedades de economia mista, funda-
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo ções ou empresas concessionárias de serviços públicos municipais,
42 da LOM; salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o deco- b – aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
ro parlamentar; inclusive de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades cons-
III – que deixar de comparecer, em cada Sessão Legislativa, à tantes da alínea anterior.
terça parte das Sessões Ordinárias da Câmara, salvo em caso de li- II – desde a posse:
cença, de faltas justificadas a que se refere o artigo 13, § 1º deste a – ser proprietários, controladores ou diretores da empresa
Regimento, ou de missão oficial autorizada . (N.R. Res. Nº 02/05) que goze de favor decorrente de contrato celebrado com o Municí-
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; pio ou nela exercer função remunerada;
V – quando declarar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na b – ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-
Constituição Federal; tum” nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I, salvo o cargo
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada de Secretário Municipal ou equivalente;
em julgado; c – patrocinar causa em que seja interessada qualquer das en-
tidades a que se refere a alínea “a” do inciso I;
VII – que deixar de residir no Município;
d – ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele-
VIII – que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, den-
tivo.
tro do prazo estabelecido neste Regimento.
Parágrafo 3º - Nos casos dos incisos I, II, VI e VII deste artigo,
CAPÍTULO III
a perda do mandato será decidida pela Câmara, por voto escrito e DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS DA CÂMARA
de 2/3 (dois terços) dos integrantes, mediante provocação da Mesa
ou de partido político representado na Câmara, assegurada ampla ARTIGO 25 – Os serviços administrativos da Câmara serão exe-
defesa. cutados sob orientação da Mesa, pela Secretaria da Câmara, que se
Parágrafo 4º - Nos casos dos incisos III, IV, V e VIII do parágrafo regerá por um Regulamento próprio.
2º deste artigo, a perda do mandato será declarado pela Mesa da ARTIGO 26 – A exoneração e demais atos de administração do
Câmara, de ofício ou mediante provocação de qualquer Vereador funcionalismo da Câmara competem a Presidência, de conformida-
ou de partido político representado na Câmara, assegurada ampla de e com a legislação vigente e o Estatuto dos Servidores Públicos
defesa. Municipais.
ARTIGO 17 – O processo de cassação de mandato de vereador, Parágrafo 1º - A Câmara somente poderá admitir servidores
assim como de Prefeito e de Vice-Prefeito, nos casos de infração mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, após
político-administrativas definidas na lei federal, obedecerá o rito a criação dos cargos respectivos através de resolução aprovada por
previsto naquela legislação (Decreto-lei Federal nº 201/67). maioria de votos, presente a maioria absoluta dos seus Membros,
ARTIGO 18 – Consideram-se sessões ordinárias as que deve- ressalvando o disposto no art. 37, nº II e IX da Constituição Federal.
riam ser realizadas nos termos deste Regimento, computando-se a Parágrafo 2º - Somente serão admitidas, emendas que aumen-
ausência dos Vereadores, mesmo que por falta de número as ses- tem de qualquer forma as despesas ou o número de cargos previs-
sões não se realizem. tos em projetos de resolução, que obtenham a assinatura de meta-
ARTIGO 19 – Para os efeitos do artigo 18 deste Regimento, en- de, no mínimo, dos membros da Câmara.
tendese que o Vereador compareceu às sessões se registrou sua ARTIGO 27 – Poderão os Vereadores interpelar a Mesa sobre os
presença no sistema eletrônico de votação até o início da Ordem serviços da Secretaria ou sobre a situação do respectivo pessoal ou
do Dia. apresentar sugestões sobre os mesmos, em proposição encaminha-
Parágrafo único – Na eventual impossibilidade de registro ele- da à Mesa, que deliberará sobre o assunto.
trônico das presenças dos Senhores Vereadores, a presença será ARTIGO 28 – A correspondência oficial da Câmara será feita por
comprovada mediante assinatura de livro próprio. (Alterado pela sua Secretaria, sob a responsabilidade da Mesa.
Parágrafo único – Nas comunicações sobre deliberações da
Resolução nº 03/2014)
Câmara indicar-se-á se a medida foi tomada por unanimidade ou
ARTIGO 20 – A extinção do mandato se torna efetiva pela só de-
maioria, não sendo permitido à Mesa e a nenhum Vereador decla-
claração do ato ou fato extintivo pela Presidência, inserida em Ata.
rar-se voto vencido.
Parágrafo único – O Presidente que deixar de declarar a extin-
ção ficará sujeito às sanções de perda da Presidência e proibição
de nova eleição para o cargo da Mesa durante a Legislatura, nos
termos da Legislação Federal pertinente.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
TÍTULO II ARTIGO 34 – Vagando-se qualquer cargo da Mesa, será reali-
DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA zada eleição para o seu preenchimento, no expediente da primeira
CAPÍTULO I sessão seguinte à verificação da vaga.
DA MESA Parágrafo único – Em caso de renúncia total da Mesa, proce-
SEÇÃO I der-se-á nova eleição na sessão imediata àquela em que se deu a
COMPOSIÇÕES E ATRIBUIÇÕES renúncia, sob a Presidência do Vereador mais votado dentre os pre-
sentes.
ARTIGO 29 – A Mesa se compõe do Presidente e do Primeiro ARTIGO 35 – Não poderão integrar as Comissões Permanentes
Secretário e tem competência para dirigir, executar e disciplinar to- tratada no artigo 47 deste Regimento Interno, os Vereadores inte-
dos os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara. grantes da Mesa e seus substitutos. (N.R.) Resolução Nº 13/21
Parágrafo 1º - A Câmara elegerá, juntamente com os membros ARTIGO 36 – Além das atribuições consignadas neste Regimen-
da Mesa o vice-Presidente, 2º vice-Presidente e 3° secretario, que to ou de implicitante resultantes, compete à Mesa a direção dos
substituirão, respectivamente, o Presidente da Mesa, nas faltas e trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Câmara es-
impedimentos; na ausência do Presidente e dos VicePresidentes, os pecialmente:
Secretários os substituem. (N.R.) Resolução Nº 13/21). I – propor projetos de resolução que criem ou extingam cargos
Parágrafo 2º - Ausentes os Secretários, o Presidente convidará dos serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
qualquer Vereador para assumir os encargos da Secretaria da Mesa. II – elaborar e expedir, mediante Ato, a descriminação analítica
Parágrafo 3º - Na hora determinada para o início da sessão, ve- das dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-las, quan-
rificada a ausência dos membros da Mesa e seus substitutos legais, do necessários;
assumirá a Presidência o Vereador mais votado dentre os presen- III – apresentar projetos de leis dispondo sobre abertura de
tes, que escolherá entre os seus pares um Secretário. crédito suplementares ou especiais, através de anulação parcial ou
Parágrafo 4º - A Mesa assim composta dirigirá normalmente os total da dotação da Câmara;
trabalhos até o comparecimento de algum Membro da Mesa ou de IV – suplementar, mediante Ato, as dotações do orçamento da
Câmara, observando o limite da autorização constante da Lei Orça-
seus substitutos legais.
mentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam prove-
ARTIGO 30 - As funções dos Membros da Mesa cessarão:
nientes de anulação total ou parcial de suas dotações orçamentá-
I – Pela posse da Mesa eleita para o período legislativo seguin-
rias;
te;
V - devolver a Tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa existen-
II – pelo término do mandato;
te da Câmara ao final do exercício;
III – pela renúncia apresentada por escrito;
VI – enviar ao Prefeito, até o dia 1º de março as contas do exer-
IV – pela destituição;
cício anterior;
V – pela morte;
VII – tomar providências necessárias à regularidade dos traba-
VI – pelos demais casos de extinção ou perda do mandato.
lhos legislativos;
ARTIGO 31 – Os Membros da Mesa podem ser destituídos e VIII – propor alterações no Regimento Interno da Câmara;
afastados dos cargos por irregularidades apuradas pelas Comissões IX – orientar os serviços da Secretaria da Câmara e elaborar o
a que se refere o art. 65 deste Regimento Interno. seu Regimento;
Parágrafo único – A destituição de Membros da Mesa, isola- X – elaborar e encaminhar ao Prefeito, até o dia 31 de agosto,
damente ou em conjunto, dependerá de resolução aprovada pelo após parecer da Comissão de Finanças e Orçamento e aprovação
voto de 2/3 (dois terços) dos Membros da Câmara, assegurado o pelo Plenário, a proposta parcial do orçamento da Câmara.
direito de defesa e observado, no que couber, o disposto no artigo
17 deste Regimento, devendo a representação ser subscrita obriga- SEÇÃO II
toriamente por Vereador. DO PRESIDENTE
ARTIGO 32 – A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á
obrigatoriamente na última sessão ordinária da sessão legislativa, ARTIGO 37 – O Presidente é o responsável legal da Câmara nas
empossando-se os eleitos no primeiro dia útil após o dia 1º de ja- suas relações externas, cabendo-lhe as funções administrativas e
neiro, em Sessão a realizar-se às 15 (quinze) horas. diretiva de todas as atividades internas, competindo-lhe privativa-
Parágrafo 1º - O mandato da Mesa será de dois anos, permitida mente:
a reeleição de qualquer de seus Membros. (NR Resolução nº 02/17) I – quanto às atividades legislativas:
Parágrafo 2º - Na hipótese de não se realizar a sessão ou a elei- a – comunicar aos vereadores, com antecedência, a convoca-
ção, a Mesa convocará, obrigatoriamente, tantas sessões extraordi- ção de sessões extraordinárias, sob pena de responsabilidade;
nárias diárias até a eleição e posse da nova Mesa. b – determinar, por requerimento do autor, a retirada de pro-
ARTIGO 33 – A eleição da Mesa será feita por maioria simples, posição que ainda não tenha parecer da Comissão ou, em havendo,
presente pelo menos a maioria absoluta dos Membros da Câmara. lhe for contrário;
Parágrafo 1º - A votação será secreta, mediante cédulas im- c – não aceitar substitutivo ou emenda que não sejam perti-
pressas, mimeografadas, manuscritas ou datilografadas, com a indi- nentes à proposição inicial;
cação dos nomes dos candidatos e respectivos cargos, depositadas d – declarar prejudicada a proposição, em face da rejeição ou
em urna própria. (MODIFICADO PELA EMENDA LOM 14/92). aprovação da outra com o mesmo objetivo;
Parágrafo 2º - O Presidente em exercício tem direito a voto. e – autorizar o desarquivamento de proposições;
Parágrafo 3º - O Presidente em exercício fará a leitura dos vo- f – expedir projetos às Comissões e incluí-los na pauta;
tos, determinando a sua contagem, proclamará os eleitos e em se- g – zelar pelos prazos do processo legislativo, bem como dos
guida dará posse à Mesa. concedidos ás comissões e ao Prefeito;
Parágrafo 4º - Se ocorrer empate, considerar-se-á eleito o mais h – nomear os membros das Comissões especiais criadas por
votado dos concorrentes. deliberação da Câmara e designar-lhes substitutivos;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
i – declarar a perda de lugar do membro das Comissões quando i – requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara e
incidirem no número de faltas previsto no artigo 49, parágrafo 2º aplicar as disponibilidades financeiras no mercado de capitais.
deste Regimento. IV – quanto às relações externas da Câmara:
II – quanto ás Sessões: a – dar audiências públicas na Câmara em dias e horas préfi-
a – convocar, presidir, encerrar, suspender, prorrogar as ses- xados;
sões, observando e fazendo observar as normas legais vigentes e as b – superintender e censurar a publicação dos trabalhos da Câ-
determinações do presente Regimento; mara, não permitindo expressões vedadas pelo Regimento;
b – determinar ao Secretário a leitura da Ata e das comunica- c – manter, em nome da Câmara, todos os contactos de direito
ções que entender convenientes; com o Prefeito e demais autoridades;
c – determinar de ofício ou a Requerimento de qualquer Ve- d – agir judicialmente em nome da Câmara, ad referendum ou
reador, em qualquer fase dos trabalhos, a verificação de presença; por deliberação do Plenário;
d – declarar a hora destinada ao Expediente ou a Ordem do Dia e – encaminhar ao Prefeito os pedidos de informações formu-
e os prazos facultados aos Oradores; lados pela Câmara, na forma do artigo 2º, parágrafo 2º deste Regi-
e – anunciar a Ordem do Dia e submeter a discussão e votação mento;
à matéria dela constante; f – encaminhar ao Prefeito o pedido de convocação para pres-
f – conceder ou negar a palavra aos Vereadores nos termos do tar informações;
Regimento Interno e não permitir divagações ou apartes estranhos g – dar ciência, ao Prefeito, em 48 horas, sob pena de respon-
ao assunto em discussão; sabilidade, sempre que as tenha esgotados os prazos previstos para
g – interromper o orador que se desviar da questão em deba- apreciação de Projetos do Executivo, sem deliberação da Câmara ou
te ou falar sem o respeito devido à Câmara ou a qualquer de seus rejeitados os mesmos na forma regimental;
membros, advertindo-o, chamando-o à ordem, e, em caso de insis- h – promulgar as resoluções e os decretos legislativos, bem
tência, cassando-lhe a palavra, podendo, ainda, suspender a sessão, como as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado
quando não atendido e as circunstâncias o exigirem; pelo Plenário.
h – chamar a atenção do Orador, quando se esgotar o tempo a ARTIGO 38 – Compete, ainda, ao Presidente:
que tem direito; I – executar as deliberações do plenário;
i – estabelecer o ponto da questão sobre o qual devam ser fei- II – assinar a Ata das Sessões, os editais, as Portarias e o expe-
tas as votações; diente da Câmara;
j – anunciar o que se tenha de discutir ou votar e dar o resulta- III – dar andamento legal aos recursos interpostos contra atos
do das votações; seus, da Mesa ou da Câmara;
k – anotar em cada documento a decisão do Plenário; IV – licenciar-se da Presidência quando precisar ausentar-se do
l – resolver sobre os Requerimentos que por este Regimento Município por mais de 15 (quinze) dias;
forem de sua alçada; V – dar posse aos Vereadores que não foram empossados no
primeiro dia da legislatura e aos seus suplentes de Vereadores, pre-
m – resolver, soberanamente, qualquer questão de ordem ou
sidir a Sessão de eleição da Mesa do período legislativo seguinte e
submetê-lo ao Plenário, quando omisso o Regimento;
dar lhe posse;
n – mandar anotar em livros próprios os precedentes regimen-
VI – declarar extinto o mandato de Prefeito, Vice-Prefeito e Ve-
tais, para solução de casos análogos;
readores nos casos previstos em lei;
o – manter a ordem no recinto da Câmara, advertir os assisten-
VII – substituir o Prefeito e o Vice-Prefeito, na falta de ambos,
tes, mandar evacuar o recinto, podendo solicitar força necessária
completando o seu mandato ou até que se realizem novas eleições,
para esses fins;
nos termos da legislação pertinente.
p – anunciar o término das Sessões, convocando, antes, a Ses-
ARTIGO 39 – O Presidente só poderá votar na eleição da Mesa,
são seguinte; quando a matéria exigir quorum de 2/3 (dois terços) , quando hou-
q – organizar a Ordem do Dia da Sessão subsequente. ver empate e na eleição das Comissões Permanentes.
III – quanto a administração da Câmara Municipal: ARTIGO 40 – Ao Presidente é facultado o direito de apresen-
a – nomear, exonerar, promover, suspender e demitir funcio- tar proposições à consideração do Plenário, mas discuti-los deverá
nários da Câmara, conceder-lhes férias, licenças, abonos de faltas, afastar-se da Presidência, enquanto se tratar de assunto proposto.
aposentadoria e acréscimo de vencimentos determinados por lei ARTIGO 41 – Quando o Presidente se omitir ou exorbitar das
e promover-lhes a responsabilidade administrativa, civil e criminal; funções que lhe são atribuídas neste Regimento, qualquer Verea-
b – superintender o serviço da secretaria da Câmara, autorizar, dor poderá reclamar sobre o fato, cabendo lhe recurso do ato ao
nos limites do orçamento, as suas despesas e requisitar o numerá- Plenário.
rio do Executivo; Parágrafo 1º - O Presidente deverá cumprir a decisão soberana
c – apresentar ao Plenário, até o dia 20 de cada mês, o balance- do Plenário sob pena de destituição.
te relativo às verbas recebidas e as despesas do mês anterior; Parágrafo 2º - O recurso seguirá a tramitação indicada no art.
d – proceder as licitações para compras, obras e serviços da 201 deste Regimento.
Câmara, de acordo com a legislação federal pertinente; ARTIGO 42 – O Vereador no exercício da Presidência, estando
e – determinar a abertura de sindicância e inquéritos adminis- com a palavra, não poderá ser interrompido ou aparteado.
trativos; ARTIGO 43 – Nos casos de licença, impedimento ou ausência
f – rubricar os livros destinados aos serviços da Câmara e de do Município por mais de 15 (quinze) dias, o Vice-Presidente ficará
sua Secretaria; investido na plenitude das funções da Presidência.
g – providenciar, nos termos da Constituição do Brasil, a expe-
dição de certidões que lhe forem solicitadas, relativas a despachos, SECÇÃO III
atos, ou informações a que os mesmos expressamente se refiram; DO SECRETÁRIO
h – fazer, ao fim de sua gestão, relatórios dos trabalhos da Câ-
mara; ARTIGO 44 – Compete ao Primeiro Secretário:

31
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
I – fazer a chamada dos Vereadores ao abrir-se a Sessão, con- Art. 2º - da Resolução 01/22 - Compete à Comissão Permanen-
frontá-la com o Livro de Presença, anotando os que comparecerem te de Ética e Decoro Parlamentar, dentre outras, as seguintes:
e os que faltarem, sem causa justificada ou não, outras ocorrências a) Preservar a dignidade do mandato legislativo e para zelar
sobre o assunto, assim como encerrar o Livro de Presença no final pela observância dos preceitos Constitucionais e do Regimento In-
da Sessão; terno da Câmara Municipal;
II – fazer a chamada dos Vereadores nas outras ocasiões deter- b) Instaurar e controlar os prazos do processo disciplinar por
minadas pelo Presidente; conduta atentatória à ética e ao decoro parlamentar;
III – Ler a Ata quando a leitura for requerida e aprovada, de c) Decidir recursos de sua competência;
acordo com o art. 99, IV deste Regimento, ler o expediente do Pre- Parágrafo único. Não poderá ser membro da Comissão de Ética
feito e de Diversos, bem como os demais papeis que devam ser de e do Decoro Parlamentar o vereador que tenha sido ou esteja sendo
conhecimento da Câmara; submetido a processo disciplinar em curso por ato atentatório ou
IV – superintender a redação da Ata e assiná-la juntamente incompatível com a ética e o decoro parlamentar na mesma legisla-
com o Presidente; tura. (Inclusão feita p/resolução nº 01/22)
V – redigir e transcrever as Atas das sessões Secretas; ARTIGO 48 – A eleição das Comissões Permanentes será feira
VI – assinar com o Presidente os atos da Mesa e as Resoluções por maioria simples, em escrutínio público, considerando-se eleito,
da Câmara; em caso de empate, o mais votado para Vereador.
VII – inspecionar os serviços da Secretaria e fazer observar o Parágrafo 1º - Far-se-á a votação para as Comissões mediante
Regimento. cédulas impressas, mimeografadas, manuscritas ou datilografadas,
ARTIGO 45 – Compete ao 2º secretário substituir o 1º secretá- assinadas pelos votantes, indicandose os nomes dos Vereadores, a
rio nas suas licenças, impedimentos e ausências. legenda ou sublegenda partidária e as respectivas Comissões.
Parágrafo 2º - Não podem ser votados os Vereadores licencia-
CAPÍTULO II dos e os suplentes.
DAS COMISSÕES Parágrafo 3º - A eleição das Comissões Permanentes serão rea-
lizadas: (Parágrafo alterado pela Resolução Nº 03/92)
ARTIGO 46 – As Comissões são Órgãos técnicos constituídos a) no primeiro período legislativo de cada legislatura, no dia 1º
pelos próprios membros da Câmara, destinados, em caráter perma- de janeiro, imediatamente após a eleição da Mesa Diretora. (Incluí-
nente ou transitório, a proceder estudos, emitir pareceres, especia- do pela Resolução Nº 03/92)
lizados, realizar investigações e representar o Legislativo. b) nos demais períodos legislativos, na última sessão ordinária,
Parágrafo Único – As Comissões da Câmara são de três espé- sendo os eleitos empossados a partir do primeiro dia útil após 1º
cies: Permanente, Especiais e de Representação. de janeiro do ano subsequente. (Incluído pela Resolução Nº 03/92)
ARTIGO 47 – As Comissões Permanentes tem por objetivo es- ARTIGO 49 – As Comissões, logo que constituídas, reunir-se-
tudar os assuntos submetidos ao seu exame, manifestar sobre eles -ão para eleger os respectivos Presidentes e Secretários e deliberar
a sua opinião e preparar, por iniciativa própria ou indicação do Ple- sobre os dias de reunião e ordem dos trabalhos, deliberação essas
nário, projetos de lei atinentes a sua especialidade. que serão consignadas em livro próprio.
Parágrafo único – As Comissões Permanentes são 09 (NOVE), Parágrafo 1º - Ao Presidente da Comissão substitui o Secretário
sendo compostas por no mínimo 03 (três), e no máximo 05 (cin- e a este o terceiro membro da Comissão.
co) vereadores, assim denominadas: (Alterado pela Resolução nº Parágrafo 2º - Os membros das Comissões serão destituídos se
10/21) não comparecerem a 5 (cinco) reuniões ordinárias consecutivas.
I – Justiça e Redação ARTIGO 50 – Nos casos de vaga, licença ou impedimento dos
II- Finanças e Orçamento; Membros da Comissão caberá ao Presidente da Câmara a designa-
III- Obras e Serviços Públicos ção de substituto, escolhido, sempre que possível, dentro da mes-
IV- Educação, Cultura, Esporte e, Turismo; ma legenda partidária.
V- Saúde e Assistência Social; ARTIGO 51 – Compete aos Presidentes das Comissões:
VI- Metropolização e Meio Ambiente; (inclusão feita p/resolu- I – determinar o dia de reunião da Comissão, dando disso ci-
ção nº 02/04) ência à Mesa;
VII- Legislação Participativa; (inclusão feita p/resolução nº II – convocar reuniões extraordinárias da Comissão;
01/18) III – presidir as reuniões e zelar pela ordem dos trabalhos;
Artigo 2.º da Resolução 01/18 – Compete à Comissão de Legis- IV – receber a matéria destinada a Comissão e designar-lhe re-
lação Participativa: lator, que poderá ser o próprio Presidente;
I – Opinar e/ou emitir parecer sobre: V – zelar pela observância dos prazos concedidos à Comissão;
a) Projetos de iniciativa popular; VI – representar a Comissão nas relações com a Mesa e o Ple-
b) Sugestões de iniciativa legislativa apresentadas por associa- nário.
ções e órgãos de classe, e de entidades organizadas do Município Parágrafo 1º - O Presidente, poderá funcionar como relator e
de Praia Grande/SP; terá sempre direito a voto.
c) Pareceres técnicos, exposições e propostas oriundas de enti- Parágrafo 2º - Dos atos do Presidente cabe a qualquer Membro
dades científicas e culturais, entre outras. da Comissão o recurso ao Plenário.
II – adequar tecnicamente a sugestão legislativa aprovada por ARTIGO 52 – Mediante comum acordo de seus Presidentes, po-
votação no âmbito da Comissão e remetê-la à Mesa Diretora para derão as Comissões Permanentes realizar reuniões conjuntas para
tramitação normal, arquivando-a caso não seja aprovada. exame de proposições ou qualquer matéria a elas submetidas, fa-
VIII - Segurança Pública; (inclusão feita p/resolução nº 10/21) cultando-se, nesse caso, a apresentação de parecer conjunto.
IX - Proteção e bem-estar da vida animal; (Inclusão feita p/re-
solução nº 10/21)
X - Ética e Decoro Parlamentar. (Inclusão feita p/resolução nº
01/22)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo único – Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, Parágrafo único- À Comissão de Metropolização e Meio Am-
colhidos os pronunciamentos de todas as Comissões reunidas, ca- biente cumpre manifestar-se nos projetos relativos a assuntos me-
berá ao Presidente da Comissão de mérito indicar, o Relator do pa- tropolitanos e os de natureza eminentemente ambiental. (ALTERA-
recer conjunto, cabendo a presidência dos trabalhos ao mais idoso ÇÃO FEITA P/ RESOLUÇÃO Nº 01/05)
Presidente de Comissão dentre os presentes. ARTIGO 57 – Ao Presidente da Câmara incube, dentro do prazo
ARTIGO 53 – Compete à Comissão de Justiça e Redação mani- improrrogável de 3 (três) dias, a contar da data da apresentação das
festarse sobre todos os assuntos entregues à sua apreciação, quan- proposições em Plenário, encaminhá-las à Comissão competente
to ao seu aspecto constitucional, legal ou jurídico e quanto ao seu para exarar parecer.
aspecto gramatical e lógico, quando solicitado o seu parecer por ARTIGO 58 – O prazo para a Comissão exarar parecer será de
imposição regimental e lógico, quando solicitado o seu parecer por 15 (quinze) dias, a contar da data do recebimento da matéria pelo
imposição regimental ou por deliberação do Plenário. Presidente da Comissão, salvo decisão em contrário do Plenário.
Parágrafo 1º - É obrigatório a audiência da Comissão de Justi- Parágrafo 1º - O Presidente da Comissão terá o prazo impror-
ça e Redação sobre todos os Processos que tramitam pela Câmara, rogável de 03 (três) dias para designar relator, a contar da data do
ressalvados os que explicitamente tiverem outro destino por este despacho do Presidente da Câmara.
Regimento. Parágrafo 2º - O relator designado terá o prazo de 7 (sete) dias
Parágrafo 2º - Concluindo a Comissão de Justiça e Redação pela para apresentação do parecer.
ilegalidade ou inconstitucionalidade de um projeto, deve o parecer Parágrafo 3º - Findo o prazo, sem que o parecer seja apresen-
vir a Plenário para ser discutido e somente quando rejeitado pros- tado, o Presidente da Comissão avocará o processo e emitirá o pa-
seguirá o processo. recer.
ARTIGO 54 – Compete à Comissão de Finanças e Orçamento
Parágrafo 4º - Findo o prazo, sem que a Comissão designada te-
emitir parecer sobre todos os assuntos de caráter financeiro e es-
nha emitido o seu parecer, o Presidente da Câmara designará uma
pecialmente sobre:
Comissão Especial de 3 (três) Membros para exarar parecer dentro
I – A proposta orçamentária;
do prazo improrrogável de 6 (seis) dias.
II – a prestação de contas do Prefeito e da Mesa da Câmara;
III – as proposições referentes a matéria tributária, abertura de Parágrafo 5º - Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, a
créditos, empréstimos públicos e as que direta ou indiretamente matéria será incluída na Ordem do Dia, para deliberação.
alterarem a despesa ou a receita do Município, acarretem respon- Parágrafo 6º - Não se aplica os dispositivos deste artigo à Co-
sabilidade ao erário municipal ou interessem ao credito público; missão de Justiça e Redação, para a redação final (art.176 do Regi-
IV – os balancetes e balanços da Prefeitura e da Mesa, para mento).
acompanhar o andamento das despesas públicas; Parágrafo 7º - Tratando-se de projeto de comissão, serão tripli-
V – as proposições que fixem os vencimentos do funcionalismo cados os prazos constantes deste artigo e seus parágrafos 1º a 6º.
e os subsídios e a verba de representação do Prefeito; ARTIGO 59 – O parecer da Comissão a que for submetida a
VI – as emendas apresentadas aos projetos previstos no art. proposição concluirá, sugerindo a sua adoção ou a sua rejeição, as
130, I, II, III, no prazo de 02 (dois) dias a contar do recebimento pelo emendas ou substitutivos que julgar necessários.
seu Presidente. Parágrafo único – Sempre que o parecer da Comissão concluir
Parágrafo 1º - Compete ainda a Comissão de Finanças e Orça- pela rejeição da proposição, deverá o Plenário deliberar primeiro
mento: sobre o parecer, antes de entrar na consideração do projeto.
I – apresentar, no 2º trimestre do último ano de cada legisla- ARTIGO 60 – O parecer da Comissão deverá obrigatoriamente,
tura, projeto de decreto legislativo fixando os subsídios e a verba ser assinado por todos os seus membros ou, ao menos pela maio-
de representação do Prefeito, para vigorar na legislatura seguinte; ria, devendo o voto vencido ser apresentado em separado, indican-
II – zelar para que em nenhuma lei emanada da Câmara seja do a restrição feita, não podendo os membros da Comissão, sob
criado encargo ao erário público, sem que se especifiquem os recur- pena de responsabilidade, deixar de subscrever os pareceres.
sos necessários à sua execução; ARTIGO 61 – No exercício de suas atribuições, as Comissões po-
III – emitir parecer na proposta parcial do orçamento da Câma- derão convocar pessoas interessadas, tomar depoimentos, solicitar
ra, para posterior apreciação do Plenário. informações e documentos e proceder a todas as diligências que
Parágrafo 2º - É obrigatório o parecer da Comissão de Finanças julgarem necessárias ao esclarecimento do assunto.
e Orçamento sobre matérias citadas neste artigo em seus incisos I ARTIGO 62 – Poderão as Comissões requisitar do Prefeito por
a V, não podendo ser submetido à discussão e votação do Plenário intermédio do Presidente da Câmara e independentemente de dis-
sem o parecer da Comissão, ressalvado o disposto no parágrafo 4º
cussão e votação, todas as informações que julgarem necessárias,
do art. 58.
ainda que não se refiram às preposições entregues à sua aprecia-
ARTIGO 55 – Compete à Comissão de Obras e Serviços Públi-
ção, desde que o assunto seja de especialidade da Comissão.
cos emitir parecer sobre todos os projetos atinentes à realização
Parágrafo 1º - Sempre que a Comissão solicitar informações do
de obras e serviços pelo Município, autarquias, entidades paraesta-
tais e concessionárias de serviços públicos de âmbito municipal, e Prefeito, fica interrompido o prazo a que se refere o art. 58, até o
à Comissão Saúde Pública e Assistência Social emitir parecer sobre máximo de 30 (trinta) dias, findo o qual deverá a Comissão exarar
todos os projetos referentes a matéria que envolva assunto sobre o seu parecer.
higiene, saúde e obras sociais . Parágrafo 2º - O prazo não será interrompido quando se tratar
Parágrafo único – À Comissão de Obras e Serviços Públicos de projeto de iniciativa do Prefeito, em que foi solicitada urgência,
compete, também, fiscalizar a execução do Plano Municipal de neste caso, a Comissão que solicitou informações poderá completar
Desenvolvimento Integrado. (ALTERAÇÃO FEITA P/ RESOLUÇÃO Nº seu parecer até 48 horas após as respostas do Executivo, desde que
02/04) o processo ainda se encontre em tramitação no Plenário. Cabe ao
ARTIGO 56 – Compete à Comissão de Cultura, Esportes e Turis- Presidente da Câmara diligenciar junto ao Prefeito para que as in-
mo emitir parecer sobre os projetos referentes a educação, ensino, formações solicitadas sejam atendidas no menor espaço de tempo
artes, ao patrimônio histórico, esportes e turismo. possível.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 63 - As Comissões da Câmara têm livre acesso às de- § 5.º - Caberá ao Presidente da Comissão designar local, horá-
pendências, arquivos, livros e papéis das repartições municipais, rio e data das reuniões e requisitar funcionário, se for o caso, para
solicitado, pelo Presidente da Câmara, ao Prefeito, que não poderá secretariar os trabalhos da Comissão. A Comissão poderá reunir-se
obstar. em qualquer lugar.
ARTIGO 64 - O projeto de lei que receber parecer contrário, § 6.º - As reuniões da Comissão Especial de Inquérito somente
quanto ao mérito, de todas as comissões, será tido como rejeitado. serão realizadas com a presença da maioria de seus membros.
ARTIGO 65 - As Comissões Especiais serão constituídas a reque- § 7.º - Todos os atos e diligências da Comissão serão transcritos
rimento escrito e apresentado por qualquer Vereador durante o ex- e autuados em processo próprio, em folhas numeradas, datadas e
pediente e terão suas finalidades especificadas no Requerimento rubricadas pelo presidente, contendo também assinatura dos de-
que as constituírem, cessando suas funções quando finalizadas as poentes, quando se tratar de depoimentos tomados de autoridades
deliberações sobre o objeto proposto. ou de testemunhas.
Parágrafo 1º - As Comissões Especiais serão compostas de 3 § 8.º Os membros da Comissão Especial de Inquérito, no inte-
(três) Membros, salvo expressa deliberação em contrário da Câma- resse da investigação, poderão, em conjunto ou isoladamente:
ra. I – proceder a vistorias e levantamentos nas repartições pú-
Parágrafo 2º - Cabe ao Presidente da Câmara designar os verea- blicas municipais e entidades descentralizadas, onde terão livre in-
dores que devam constituir as Comissões, observada a composição gresso e permanência;
partidária. II – requisitar de seus responsáveis a exibição de documentos e
Parágrafo 3º - Será Presidente da Comissão Especial o primeiro a prestação de esclarecimentos necessários;
signatário do requerimento que a propôs. III – transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua pre-
Parágrafo 4º - As Comissões Especiais têm prazo determinado sença, ali realizando os atos que lhes competirem.
para apresentar relatório de seus trabalhos, marcado pelo próprio § 9.º - É de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, desde
requerimento de constituição ou pelo Presidente. que solicitado e devidamente justificado, o prazo para que os res-
Parágrafo 5º - Concluídos seus trabalhos, a Comissão Especial ponsáveis pelos órgãos da Administração direta e indireta prestem
elaborará parecer sobre a matéria, encaminhando-a à Mesa da Câ- as informações e encaminhem os documentos requisitados pelas
mara para publicação. Comissões Especiais de Inquérito.
§ 10 – No exercício de suas atribuições, poderão, ainda, as Co-
Parágrafo 6º - Se a Comissão Especial deixar de concluir seus
missões Especiais de Inquérito, através de seu Presidente:
trabalhos dentro do prazo estabelecido, ficará automaticamente ex-
I – determinar as diligências que reputarem necessárias;
tinta, salvo se o Plenário houver aprovado, em tempo hábil, prorro-
II – requerer a convocação de secretário municipal;
gação de seu prazo de funcionamento, a requerimento do Membro
III – tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar
da Comissão.
testemunhas e inquiri-las sob compromisso;
Parágrafo 7º -- Sempre que a Comissão julgar necessário con-
IV – proceder a verificações contábeis em livros, papéis e docu-
substanciar o resultado do seu trabalho numa proposição, apresen-
mentos dos órgãos da Administração direta e indireta.
tá-la-á em separado, constituindo seu parecer a respectiva justifi-
§ 11 – O não atendimento às determinações contidas nos pa-
cação. rágrafos anteriores, no prazo estipulado, faculta ao presidente da
Parágrafo 8º - Não será criada Comissão Especial enquanto es- Comissão solicitar, na conformidade da legislação federal, a inter-
tiverem funcionando concomitantemente pelo menos duas, salvo venção do Poder Judiciário.
deliberação por parte da maioria absoluta dos Membros da Câma- § 12 – As testemunhas serão intimadas e deporão sob as penas
ra. de falso testemunho previstas na legislação penal, e em caso de
---------------------------------------------------------------------------------- não comparecimento, sem motivo justificado, a intimação será soli-
---------------------------------- (NR DADA PELA RESOLUÇÃO N.º 02/03) citada ao juiz criminal da localidade onde reside ou se encontra, na
“Artigo 66 – As Comissões Especiais de Inquérito destinar-se-ão forma do artigo 218 do Código de Processo Penal.
a apurar irregularidades sobre fato determinado que se inclua na § 13 – Se não concluir seus trabalhos no prazo que lhe tiver sido
competência municipal. estipulado, a Comissão ficará extinta, salvo se, antes do término do
§ 1.º - As Comissões Especiais de Inquérito serão constituídas prazo, seu presidente requerer a prorrogação por menor ou igual
mediante Requerimento subscrito por, no mínimo, um terço dos prazo e o requerimento for aprovado pelo Plenário, em sessão ordi-
membros da Câmara. O Requerimento de constituição deverá con- nária ou extraordinária. Esse Requerimento considerar-se-á aprova-
ter: do se obtiver o voto favorável de um terço dos membros da Câmara.
I – a especificação do fato ou dos fatos a serem apurados; § 14 – A Comissão concluirá seus trabalhos por relatório final,
II – o número de membros que integrarão a Comissão, não po- que deverá conter:
dendo ser inferior a três; I – a exposição dos fatos submetidos à apuração;
III – o prazo de seu funcionamento, que não poderá ser supe- II – a exposição e análise das provas colhidas;
rior a noventa dias; III – a conclusão sobre a comprovação ou não da existência dos
IV – a indicação, se for o caso, dos vereadores que servirão fatos;
como testemunhas. IV – a conclusão sobre a autoria dos fatos apurados como exis-
§ 2.º - Apresentado o Requerimento, o Presidente da Câmara tentes;
nomeará, de imediato, os membros da Comissão Especial de Inqué- V – a sugestão das medidas a serem tomadas, com sua fun-
rito, mediante sorteio dentre os Vereadores desimpedidos. damentação legal, e a indicação das autoridades ou pessoas que
§ 3.º - Consideram-se impedidos os Vereadores que estiverem tiverem competência para a adoção das providências reclamadas.
envolvidos no fato a ser apurado, aqueles que tiverem interesse § 15 – Considera-se relatório final o elaborado pelo relator elei-
pessoal na apuração e os que forem indicados para servir como tes- to, desde que aprovado pela maioria dos membros da Comissão.
temunha. § 16 – Rejeitado o relatório a que se refere o parágrafo anterior,
§ 4.º - Composta a Comissão Especial de Inquérito, seus mem- considera-se relatório final o elaborado por um dos membros com
bros elegerão, desde logo, o presidente e o relator. voto vencedor, designado pelo Presidente da Comissão.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 17 – O relatório será assinado primeiramente por quem o ARTIGO 72 - Líderes são os Vereadores escolhidos pelas repre-
redigiu e, em seguida, pelos demais membros da Comissão. Poderá sentações partidárias para expressar em Plenário, em nome delas,
o membro da Comissão exarar voto em separado. o seu ponto de vista sobre os assuntos em debate.
§ 18 – Elaborado e assinado o relatório final, será protocolado Parágrafo 1º - Na ausência dos líderes ou por determinação
na Secretaria da Câmara, para ser lido em Plenário, na fase do Expe- destes, falarão os vice-líderes.
diente da primeira sessão ordinária subseqüente. Parágrafo 2º - Os partidos comunicarão à Mesa os nomes de
§ 19 – A Secretaria da Câmara deverá fornecer cópia do relató- seus lideres e vice-líderes.
rio final da Comissão Especial de Inquérito ao vereador que a solici- ARTIGO 73 - Ao Plenário cabe deliberar sobre todas as matérias
tar, independentemente de Requerimento. de competência da Câmara Municipal.
§ 20 – O relatório final independerá de apreciação do Plená- Parágrafo 1º - Compete à Câmara Municipal legislar, com san-
rio, devendo o Presidente da Câmara dar-lhe encaminhamento de ção do Prefeito e respeitadas as normas quanto a iniciativa, sobre
acordo com as recomendações nele propostas. (NR DADA PELA RE- todas as matérias de peculiar interesse do Município e especial-
SOLUÇÃO N.º 02/03) mente compete:
---------------------------------------------------------------------------------- I - assuntos de interesse local, inclusive suplementando a legis-
---------------------------------- lação federal e a estadual, notadamente no que diz respeito:
ARTIGO 67 - As Comissões de Representação serão constituí- a - à saúde, à assistência pública e à proteção e garantia das
das para representar a Câmara em atos externos de caráter social, pessoas portadoras de deficiência;
por designação da Mesa ou a Requerimento de qualquer Vereador, b - à proteção de documentos, obras e outros bens de valor
aprovado pelo Plenário. histórico, artístico e cultural, como os monumentos, as paisagens
ARTIGO 68 - O Presidente designará uma Comissão de Verea- naturais notáveis e os sítios arqueológicos do Município;
dores para receber e introduzir no Plenário, nos dias de sessão, os c - à impedir a evasão, destruição e descaracterização de obras
visitantes oficiais. de artes e outros bens de valor histórico, artístico e cultural do Mu-
Parágrafo único - Um Vereador, especialmente designado pelo nicípio;
Presidente, fará a saudação oficial do visitante, que poderá discur- d - à abertura de meios de acesso à cultura, à educação e à
sar para respondê-la. ciência
ARTIGO 69 - As Comissões, em razão da matéria de sua com- e - à proteção ao meio ambiente e ao combate à poluição;
f - ao incentivo à indústria e ao comércio;
petência, cabe:
g - à criação de distritos industriais;
I – Realizar audiências públicas com entidades da sociedade
h - fomento à organização do abastecimento alimentar;
civil
i - à promoção de programas de construção de moradias, me-
II - convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da
lhorando as condições habitacionais e de saneamento básico;
mesma natureza para prestar informações sobre assuntos inerentes
j - ao combate às causas da pobreza e aos fatores de marginali-
às suas atribuições;
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
III - receber petições, reclamações, representações ou queixas
l - ao registro, ao acompanhamento e à fiscalização das conces-
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
sões de pesquisas e exploração dos recursos hídricos e minerais em
entidades públicas;
seu território;
IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; m - ao estabelecimento e à implantação da política de educa-
V - apreciar programas de obras e planos e sobre eles emitir ção para o trânsito;
parecer; n - à cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o
VI - acompanhar junto à Prefeitura Municipal a elaboração da equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar, atendidas as normas
proposta orçamentária, bem como a sua posterior execução; fixadas em lei complementar federal;
VII - acompanhar e fiscalizar os serviços e obras do Poder Exe- o - ao uso e ao armazenamento dos agrotóxicos, seus compo-
cutivo, na área de sua competência. nentes e afins;
II - tributos municipais, bem como autorizar isenções e anistias
CAPÍTULO III fiscais e a Remissão de dívidas;
DO PLENÁRIO III - orçamento anual, plano plurianual e diretrizes orçamentá-
rias, bem corno autorizar a abertura de créditos suplementares e
ARTIGO 70 - O Plenário é o órgão deliberativo da Câmara e é especiais;
constituído pela reunião dos Vereadores em exercício, em local, for- IV - obtenção e concessão de empréstimos e operações bem
ma e número legal para deliberar. como sobre a forma e os meios de pagamento;
Parágrafo 1º - O local é o recinto da sede da Câmara. V - concessão de auxílio e subvenções;
Parágrafo 2º - A forma legal para deliberar é a sessão regida VI - concessão de serviços públicos;
pelos capítulos referentes a matéria, neste Regimento. VII - concessão de direito real de uso de bens municipais;
Parágrafo 3º - O número é o quorum determinado em lei ou VIII - alienação e concessão de bens imóveis;
no Regimento para a realização das sessões e para as deliberações IX - aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doa-
ordinárias e especiais. ção sem encargo;
ARTIGO 71 - As deliberações do Plenário serão tomadas por X - criação, organização e supressão de distritos, observada a
maioria simples, por maioria absoluta ou por maioria de 2/3 (dois legislação estadual;
terços), conforme as determinações legais e regimentais, expressas XI - criação, alteração e extinção de cargos, empregos e funções
em cada caso. públicas e fixação da respectiva remuneração;
Parágrafo único - Sempre que não houver determinação ex- XII - plano diretor;
pressa, as deliberações serão por maioria simples, presente a maio- XIII – alteração da denominação de próprios, vias e logradouros
ria absoluta dos Membros da Câmara. públicos;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
XIV – guarda municipal destinada a proteger bens, serviços e XX – representar ao Procurador Geral da Justiça, mediante au-
instalações do Município; torização de dois terços de seus membros, contra o Prefeito, Vice-
XV – ordenamento, parcelamento, uso e ocupação do solo ur- -Prefeito e Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mes-
bano; ma natureza, pela prática de crime contra a Administração Pública
XVI – organização e prestação de serviços públicos; que tiver conhecimento;
XVII – planos e programas municipais de desenvolvimento; XXI – decidir sobre a perda de mandato de Vereador, por maio-
XVIII – transferência temporária da sede do governo municipal; ria absoluta , nas hipóteses previstas neste Regimento Interno; (Re-
XIX – manifestação da iniciativa popular de projetos de lei de solução nº 01/06)
interesse específico do Município, da cidade, de vilas ou de bairros, XXII – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exor-
através de manifestação de pelo menos 5% (cinco por cento) do bitem o poder regulamentar ou os limites da delegação legislativa;
eleitorado. XXIII – apreciar os atos de concessão e os de renovação de con-
XX – criação, transformação, extinção e estruturação de em- cessão ou de permissão de serviços de transportes coletivos;
presas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e funda- XXIV – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de imó-
ções públicas municipais. veis municipais;
Parágrafo 2º - Compete privativamente à Câmara, entre outras, XXV – deverá divulgar através da imprensa, em órgão de maior
as seguintes atribuições: circulação do Município, os trabalhos legislativos dos Vereadores,
I – eleger sua Mesa, bem como destituí-la, na forma regimen- prevendo para isso, verbas próprias no orçamento;
tal; XXVI – se fazer representar em todos os congressos oficiais
II – elaborar o Regimento Interno; bem como, nos indicados e promovidos pela UVESP;
III – organizar os seus serviços administrativos; XXVII – firmar convênio médico-hospitalar para os Vereadores,
IV – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito quando eleitos, funcionários e seus dependentes, abrangendo consulta, tratamen-
conhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do exercício to, internação, intervenção cirúrgica e outras.
do cargo;
V – conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Verea- CAPÍTULO III-A (INSERIDO PELA RESOLUÇÃO Nº 02/2013)
dores para afastamento do cargo; DA PROCURADORIA ESPECIAL DA MULHER
VI – autorizar o Prefeito, por necessidade de serviço, a ausen-
tar-se do Município por mais de quinze dias; Artigo 73A - Fica criada, no âmbito do Legislativo de Praia Gran-
VII – fixar os subsídios e a verba de representação do Prefeito; de, a Procuradoria Especial da Mulher, formada por Procuradoras
VIII – fixar a verba de representação do Vice-Prefeito, quando Vereadoras.
§ 1° - A Procuradoria Especial da Mulher será órgão indepen-
for o caso;
dente, não possuindo vinculação com a Procuradoria Jurídica.
IX – criar comissões especiais de inquérito, sobre fato determi-
§ 2° - A Procuradoria Especial da Mulher contará com o suporte
nado que se inclua na competência municipal sempre que o requei-
técnico de toda a estrutura da Câmara Municipal da Estância Balne-
ra, pelo menos, 1/3 (um terço) de seus Membros;
ária de Praia Grande.
X – solicitar informações do Prefeito sobre assuntos referentes
Artigo 73B - A Procuradoria Especial da Mulher será constituída
à administração;
de 1 (uma) Procuradora Especial da Mulher e de 2 (duas) Procura-
XI – deliberar, mediante resolução, sobre assuntos de sua eco-
doras Adjuntas, designadas pelo Presidente da Câmara Municipal,
nomia interna e nos demais casos de sua competência privativa, por
no início da correspondente sessão legislativa.
meio de decreto legislativo; § 1.º - Havendo vaga ou renúncia, a Câmara solicitará à sub-
XII – conceder título de cidadão honorário ou qualquer outra seção municipal da Ordem dos Advogados do Brasil a indicação de
honraria ou homenagem a pessoas que reconhecidamente tenham profissional do direito regularmente inscrita, para exercer as fun-
prestado serviços ao Município, mediante decreto legislativo, apro- ções de Procuradora Especial da Mulher.
vado pelo voto de, no mínimo, 2/3 (dois terços) de seus Membros; § 2° - As Procuradoras Adjuntas terão a designação de Primeira
XIII – processar e julgar os Vereadores, na forma da Lei; e Segunda, e nessa ordem substituirão a Procuradora Especial da
XIV – tomar e julgar as contas do Prefeito e da Mesa, no prazo Mulher em seus impedimentos e colaborarão no cumprimento das
de 90 (noventa) dias após o recebimento do parecer prévio do Tri- atribuições da Procuradoria Especial.
bunal de Contas, observados os seguintes preceitos: § 3° - Os mandatos acompanharão a periodicidade da eleição
a – o parecer somente poderá ser rejeitado por decisão de 2/3 da Mesa Diretora.
(dois terços) dos Membros da Câmara; Artigo 73C - Compete à Procuradoria Especial da Mulher zelar
b – decorrido o prazo de 90 (noventa) dias sem deliberação as pela participação mais efetiva das Vereadoras nos órgãos e nas ati-
contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas, de acordo com vidades da Câmara e ainda:
a conclusão do parecer do Tribunal de Contas; I - receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes de-
c – rejeitadas as contas, serão imediatamente remetidas ao Mi- núncias de violência e discriminação contra a mulher;
nistério Público para os devidos fins. II - fiscalizar e acompanhar a execução de programas do gover-
XV – apreciar os vetos do Prefeito, observado o disposto na lei no municipal que visem à promoção da igualdade de gênero, assim
estadual; como a implementação de campanhas educativas e antidiscrimina-
XVI – sugerir ao Prefeito e aos Governos do Estado e da União tórias de âmbito municipal;
medidas convenientes aos interesses do Município; III - cooperar com organismos nacionais e internacionais, pú-
XVII – julgar os recursos administrativos de atos do Presidente; blicos e privados, voltados à implementação de políticas públicas
XVIII – exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas ou órgão para as mulheres;
estadual competente, a fiscalização financeira, orçamentária, ope- IV - promover pesquisas, seminários, palestras e estudos sobre
racional e patrimonial do Município; violência e discriminação contra a mulher, bem como acerca de sua
XIX – julgar as contas anuais do Município e apreciar os relató- representação na política, inclusive para fins de divulgação pública
rios sobre a execução dos planos de Governo; e fornecimento de subsídios ao Poder Público.

36
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Artigo 73D - Toda iniciativa provocada ou implementada pela VIII – tenha sido rejeitada e novamente apresentada antes do
Procuradoria Especial da Mulher terá ampla divulgação pela im- prazo regimental disposto no art. 81.
prensa da Câmara, inclusive através do endereço eletrônico oficial Parágrafo único – Da decisão da mesa caberá recurso ao Plená-
do Legislativo. rio, que deverá ser apresentado pelo autor e encaminhado à Comis-
Artigo 73E - A suplente de Vereadora que assumir o cargo de são de Justiça e Redação, cujo parecer será incluído na Ordem do
Vereadora, em caráter provisório, não poderá ser escolhida para Dia e apreciado pelo Plenário.
Procuradora Especial da Mulher ou Procuradora Adjunta. ARTIGO 76 – Considerar-se-á autor da proposição, para efeito
regimental, o seu primeiro signatário.
CAPÍTULO ILI-B Parágrafo 1º - As assinaturas que se seguirem à do autor serão
DAS FRENTES PARLAMENTARES consideradas de apoiamento, implicando na concordância dos sig-
natários com o mérito da proposição subscrita.
Artigo 73-F - Mediante Requerimento aprovado pelo Plenário, Parágrafo 2º - As assinaturas de apoiamento não poderão ser
poderão ser criadas Frentes Parlamentares com objetivo de contri- retiradas após a entrega da proposição à Mesa.
buir, difundir, trabalhar pela formulação de leis e projetos, fiscalizar, ARTIGO 77 – Os processos serão organizados pela Secretaria da
acompanhar e promover ações públicas, e produzir e orientar rela- Câmara, conforme o Regulamento baixado pela Presidência.
tórios periódicos sobre tema de interesse público ou coletivo. ARTIGO 78 – Quando por extravio ou retenção indevida não for
§ 1° - A adesão às Frentes Parlamentares fica facultada a todos possível o andamento de qualquer proposição, a Mesa fará recons-
os Vereadores da Câmara Municipal de Praia Grande. tituir o respectivo processo, pelos meios a seu alcance e providen-
§ 2° - Além da participação dos parlamentares, como membros ciará a sua tramitação.
efetivos, também será permitida a participação, na condição de ARTIGO 79 – O autor poderá solicitar, em qualquer fase da ela-
membros colaboradores, de representantes de entidades, públicas boração legislativa, a retirada de sua proposição.
ou privadas, envolvidas com os objetivos da Frente Parlamentar. Parágrafo 1º - Se a matéria ainda não recebeu parecer favorável
§ 3° - A nomeação dos membros da Frente Parlamentar será de Comissão, nem foi submetida à deliberação do Plenário, compe-
feita por Ato do Presidente observado o Termo de Adesão. te ao Presidente deferir o pedido.
§ 4° - A coordenação da Frente será exercida pelo signatário Parágrafo 2º - Se a matéria já recebeu parecer favorável de Co-
autor do Requerimento, a quem caberá a convocação das reuniões missão ou já tiver sido submetida ao Plenário, a este compete a
da Frente Parlamentar. decisão.
§ 5° - Na primeira reunião será aprovado o Regimento Interno ARTIGO 80 – No início de cada legislatura a Mesa ordenará o
da Frente Parlamentar, em que deve constará: arquivamento de todas as proposições apresentadas na Legislatura
I - prazo de funcionamento, que não poderá ser superior ao anterior, que estejam sem parecer ou com parecer contrário das
período da legislatura em que criada a Frente Parlamentar; Comissões competentes.
II - objetivos; Parágrafo 1º - O disposto neste artigo não se aplica os projetos
III - relação dos membros efetivos. de lei ou de resolução oriundos do Executivo, da Mesa ou de Comis-
§ 6° - A Frente Parlamentar encaminhará anualmente à Mesa são da Câmara, que deverão ser consultadas a respeito.
da Câmara, através de seu coordenador, relatório de atividades. Parágrafo 2º - Cabe a qualquer Vereador, mediante requeri-
§ 7° - As reuniões da Frente Parlamentar serão sempre públicas, mento dirigido ao Presidente, solicitar o desarquivamento do Proje-
na sede da Câmara Municipal de Praia Grande ou em outro local. to e o reinicio da tramitação regimental.
§ 8º - A Câmara Municipal de Praia Grande disponibilizará os ARTIGO 81 – As proposições de iniciativa da Câmara, rejeita-
meios adequados para o funcionamento e para a divulgação das das ou não sancionadas, só poderão ser renovadas em outra ses-
atividades desenvolvidas pela Frente Parlamentar. (Resolução nº são legislativa, salvo se reapresentadas pela maioria absoluta dos
06/2021) Vereadores.

TÍTULO III CAPÍTULO II


DAS PROPOSIÇÕES DOS PROJETOS EM GERAL
CAPITULO I
DAS PROPOSIÇÕES EM GERAL ARTIGO 82 – Toda a matéria legislativa de competência da Câ-
mara será objeto de Projeto de Lei; toda a matéria administrativa ou
ARTIGO 74 – Proposição é toda matéria sujeita à deliberação político-administrativa sujeita à deliberação da Câmara será objeto
do Plenário, devendo ser redigida com clareza e em termos explíci- de projeto de resolução ou decreto legislativo.
tos e sintéticos, podendo consistir em projetos de resolução, de lei Parágrafo 1º - Constitui matéria de projeto de resolução:
e de decreto legislativo, indicações, moções, requerimentos, substi- I – destituição de Membros da Mesa;
tutivos, emendas, subemendas, pareceres e recursos. II – julgamento dos recursos de sua competência;
ARTIGO 75 – A Mesa deixará de aceitar qualquer proposição III – assuntos de economia interna da Câmara;
que: IV – criação, transformação, extinção de cargos, empregos ou
I – versar sobre assuntos alheios à competência da Câmara; funções da Câmara, bem como a fixação da respectiva remunera-
II – delegar a outro Poder atribuições privativas do Legislativo; ção.
III – faça referência a Lei, Decreto, Regulamento ou qualquer Parágrafo 2º - constitui matéria de projeto de decreto legisla-
outro dispositivo legal, sem se fazer acompanhar de sua transcrição; tivo:
IV – faça menção a cláusula de contratos ou de concessões, I – fixação dos subsídios e verba de representação do Prefeito;
sem a sua transcrição por extenso; II – aprovação ou rejeição das contas do Prefeito e da Mesa;
V- seja redigida de modo que não se saiba, a simples leitura, III – demais atos que independe de sanção do Prefeito.
qual a providência objetivada; ARTIGO 83 – A iniciativa dos projetos de lei cabe a qualquer
VI – seja antirregimental; Vereador e ao Prefeito, sendo privativa deste:
VII – seja apresentada por Vereador ausente à Sessão; I – regime jurídico dos servidores;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
II – criação de cargos, empregos e funções na Administração CAPÍTULO III
direta e autárquica do Município, ou aumento de sua remuneração; DOS PROJETOS DE CODIFICAÇÃO
III – matéria tributária e orçamentária;
IV – criação, estruturação e atribuições dos órgãos da Adminis- ARTIGO 90 – Código é a reunião de disposição legal sobre a
tração direta do Município. mesma matéria, de modo orgânico e sistemático, visando estabele-
Parágrafo único – Nos projetos referidos neste artigo não serão cer os princípios gerais do sistema adotado e a promover completa-
admitidos emendas que aumentem a despesa prevista ressalvado o mente a matéria tratada.
disposto no art. 130, parágrafos 3º e 4º da LOM. ARTIGO 91 – Consolidação é a reunião das diversas leis em vi-
ARTIGO 84 – O Prefeito poderá enviar à Câmara projetos de gor sobre o mesmo assunto, para sistematizá-las.
lei sobre qualquer matéria, os quais, se assim o solicitar, deverão ARTIGO 92 – Estatuto ou Regimento é o conjunto de normas
ser apreciados dentro de noventa dias, a contar do recebimento do disciplinares fundamentais que regem a atividade de um órgão ou
projeto. Se o Prefeito julgar urgente a medida poderá solicitar que entidade.
a apreciação do projeto seja feita em 40 (quarenta) dias. Esgotados ARTIGO 93 – Os projetos de Códigos, Consolidações e Estatutos
esses prazos, sem deliberação, o projeto será obrigatoriamente in- depois de apresentados em Plenário, serão publicados à Comissão
cluído na ordem do dia, para que se ultime sua votação, sobrestan- de Justiça e Redação.
do-se a deliberação sobre qualquer outra matéria, exceto, veto e Parágrafo 1º - durante o prazo de 30 (trinta) dias poderão os
leis orçamentárias. vereadores encaminhar à Comissão emendas e sugestões que jul-
Parágrafo 1º - A fixação de prazo deverá ser sempre expressa gar conveniente.
e poderá ser feita depois da remessa do projeto, em qualquer fase Parágrafo 2º - A Comissão terá mais 30 (trinta) dias para exarar
de seu andamento, considerando-se a data do recebimento desse parecer, incorporando as emendas e sugestões que julgar conve-
pedido como seu termo inicial. niente.
Parágrafo 2º - Os prazos previstos neste artigo obedecerão as Parágrafo 3º - Decorrido o prazo, antes, se a Comissão anteci-
seguintes regras: par o seu parecer, entrará o processo para a pauta da Ordem do Dia.
I – aplicam-se a todos os projetos de lei, qualquer que seja o ARTIGO 94 – Na primeira discussão, o projeto será discutido e
quorum para a sua aprovação, ressalvado o disposto nos itens se- votado, salvo requerimento de destaque aprovado pelo Plenário.
guintes; Parágrafo 1º - Aprovado em primeira discussão, voltará o pro-
II – não se aplicam aos projetos de codificação; cesso a Comissão por mais 15 (quinze) dias, para incorporação das
III – não correm nos períodos de recesso da Câmara. emendas aprovadas.
Parágrafo 3º - Decorridos os prazos previstos neste artigo, sem Parágrafo 2º - Ao atingir este estágio de discussão, seguir-se-á a
deliberação da Câmara ou rejeitado o Projeto na forma regimental, tramitação normal dos demais projetos.
o Presidente comunicará o fato ao Prefeito, em 48 (quarenta e oito)
horas, sob pena de destituição. CAPÍTULO IV
ARTIGO 85 – Os projetos de lei, de decreto legislativo ou de DAS INDICAÇÕES
resolução deverão ser:
I – precedidos de título enunciativo de seu projeto; ARTIGO 95 – Indicação é a proposição em que o Vereador suge-
II – escritos em dispositivos numerados, concisos, claros e con- re medidas de interesse público aos Poderes competentes.
cebidos nos mesmos termos em que tenham de ficar como lei, de- Parágrafo único – Não é permitido dar a forma de indicação a
creto legislativo ou resolução; assuntos reservados por este Regimento para constituir objeto de
III – assinados pelo autor. requerimento.
Parágrafo 1º - Nenhum dispositivo do projeto poderá conter ARTIGO 96 – As indicações serão lidas no Expediente e enca-
matéria estranha ao objeto da proposição. minhadas a quem de direito, independentemente de deliberação
Parágrafo 2º - Os projetos deverão vir acompanhados de mo- do Plenário.
tivação escrita. Parágrafo 1º - No caso de entender o Presidente que a Indica-
ARTIGO 86 – Lidos os projetos pelo Secretário, no Expediente, ção não deve ser encaminhada, dará conhecimento da decisão ao
serão encaminhados às Comissões, que, por sua natureza, devam autor e solicitará o pronunciamento da Comissão competente, cujo
opinar sobre o assunto. parecer será discutido e votado na pauta da Ordem do Dia.
Parágrafo único – Em caso de dúvida, consultará o Presidente Parágrafo 2º - Para emitir parecer, a Comissão terá prazo im-
sobre quais as Comissões devam ser ouvidas, podendo qualquer prorrogável de 6 (seis) dias.
medida ser solicitadas pelos Vereadores.
ARTIGO 87 – Os projetos elaborados pelas Comissões Perma- CAPÍTULO V
nentes ou Especiais, em assuntos de sua competência, serão da- DAS MOÇÕES
dos à Ordem do Dia da Sessão seguinte, independentemente de
parecer, salvo requerimento para que seja ouvida outra comissão, ARTIGO 97 – Moção é a preposição em que é sugerida a ma-
discutido e aprovado pelo Plenário. nifestação da Câmara sobre determinado assunto, aplaudindo, hi-
ARTIGO 88 – Os projetos de resolução de iniciativa da Mesa potecando solidariedade ou apoio, apelando, protestando ou repu-
independem de parecer, entrando para Ordem do Dia da Sessão de diando.
sua apresentação. Parágrafo 1º - subscrita por 1/3 (um terço) dos Vereadores, a
ARTIGO 89 – Os projetos de lei orçamentárias, diretrizes orça- Moção será lida e votada durante o Expediente, em discussão úni-
mentárias e plano plurianual deverão obedecer o interstício de 10 ca, independente de parecer, salvo pedido de vista ou discussão,
(dez) dias, entre uma votação e outra. caso em que será pautada na Ordem do Dia da sessão seguinte.
(Alteração feita pela Resolução 04/2022)
Parágrafo 2º - Sempre que requerido por qualquer Vereador e
aprovado pelo Plenário, a Moção será previamente apreciada pela
Comissão.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO VI Parágrafo 1º - Estes requerimentos devem ser apresentados no
DOS REQUERIMENTOS Expediente da Sessão, lidos e encaminhados para as providências
solicitadas se nenhum Vereador manifestar intenção de discuti-los;
ARTIGO 98 – Requerimento é todo pedido verbal ou escrito fei- manifestando qualquer vereador intenção de discutir, serão os re-
to ao Presidente da Câmara ou por seu intermédio, sobre qualquer querimentos encaminhados à Ordem do Dia da Sessão seguinte,
assunto, por Vereador ou Comissão. salvo se tratar de requerimento em regime de urgência, que terá
Parágrafo único – Quanto à competência para decidi-los, os re- esta discutida e votada imediatamente.
querimentos são de duas espécies: Parágrafo 2º - Aprovada a urgência, a discussão e votação serão
I – sujeito apenas a soberana decisão do Presidente; realizadas na Ordem do Dia da mesma Sessão.
II – sujeitos à deliberação do Plenário. Parágrafo 3º - Denegada a urgência, passará o requerimento
ARTIGO 99 – Serão de alçada do Presidente e verbais os reque- para a Ordem do Dia da Sessão seguinte, juntamente com os reque-
rimentos que solicitem: rimentos comuns
I – a palavra ou a desistência dela; Parágrafo 4º - Os requerimentos de que tratam os incisos II,
II – permissão para falar sentado; IV e V deste artigo, serão tornados sem efeito pelo propositor ou
III – posse do Vereador ou suplente; pelo Presidente, sempre que tenham perdido a oportunidade, não
IV – leitura de qualquer matéria para conhecimento do Plená- se considerando rejeitados.
rio; Parágrafo 5º - O requerimento que solicitar inserção em Ata
V – observação de disposição regimental; de documentos não oficiais somente será aprovado, sem discussão,
VI – retirada pelo autor de requerimento verbal ou escrito, ain- por 2/3 (dois terços) dos vereadores presentes.
da não submetido a deliberação do Plenário; ARTIGO 104 – Durante a discussão da pauta da Ordem do Dia,
VIII – verificação de votação ou de presença; poderão ser apresentados requerimentos que se refiram estrita-
IX – informação sobre os trabalhos ou a pauta da Ordem do mente ao assunto discutido e que estarão sujeitos à deliberação do
Dia; Plenário, sem preceder discussão, admitindo-se entretanto, enca-
X – requisição de documentos, processos, livros ou publicações minhamento de votação pelo proponente e pelos líderes de repre-
existentes na Câmara sobre proposição em discussão; sentação partidárias.
XI – preenchimento de lugar em Comissão; ARTIGO 105 – Os requerimentos ou petições de interessados
XII – justificativa de voto. não vereadores, desde que não se refiram a assuntos estranhos às
ARTIGO 100 – serão da alçada do Presidente e escritos os re- atribuições da Câmara e que estejam redigidos em termos adequa-
querimentos que solicitem: dos, serão lidos no Expediente e encaminhados pelo Presidente ao
I – renúncia de membro da Mesa; Prefeito ou às Comissões, caso contrário cabe ao Presidente man-
II – audiência de Comissão, quando apresentado por outra; dar arquivá-los.
III – designação de Comissão Especial para relatar parecer no ARTIGO 106 – As representações de outras Edilidades, solici-
caso previsto no art. 58, parágrafo 4º;
tando a manifestação da Câmara sobre qualquer assunto, serão
IV – juntada ou desentranhamento de documentos;
lidas no Expediente e encaminhadas às Comissões competentes,
V – informações em caráter oficial sobre atos da Mesa ou da
salvo requerimento de urgência apresentado na forma regimental,
Câmara;
cuja deliberação se fará na Ordem do Dia da mesma Sessão, na for-
VI – votos de pesar por falecimento.
ma determinada no art. 103 parágrafo 2º.
ARTIGO 101 – Informando a secretaria haver pedido anterior,
Parágrafo único – O parecer da comissão será votada na Ordem
formulado pelo mesmo vereador, sobre o mesmo assunto e já res-
do dia da Sessão em cuja pauta for incluído o processo.
pondido, fica a Presidência desobrigada de fornecer novamente a
providência solicitada.
CAPÍTULO VII
ARTIGO 102 – Serão da alçada do Plenário, verbais e votados
sem preceder discussão e sem encaminhamento de votação, os re- DOS SUBSTITUTIVOS E DAS EMENDAS
querimentos que solicitem:
I – prorrogação da sessão, de acordo com o art. 123; ARTIGO 107 – Substitutivo é o projeto apresentado por um Ve-
II – destaque de matéria para votação; reador ou Comissão para substituir outro já apresentado sobre o
III – votação por determinado processo; mesmo assunto.
IV – encerramento de discussão nos termos do art. 160. Parágrafo único – Não é permitido ao Vereador apresentar
ARTIGO 103 – Serão de alçada do Plenário, escritos, discutidos substitutivo parcial ou mais de um substitutivo ao mesmo projeto.
e votados os requerimentos que solicitem: ARTIGO 108 – Emenda é a correção apresentada a um disposi-
I – votos de louvor ou congratulações; tivo de projeto de lei ou de resolução.
II – audiência de Comissão sobre assunto em pauta; ARTIGO 109 – As emendas podem ser supressivas, substituti-
III – inserção de documento em Ata; vas, aditivas e modificativas.
IV – preferência para discussão de matéria ou redução de in- Parágrafo 1º - Emenda supressiva é a que manda suprimir, em
terstício regimental para discussão; parte ou no todo, o artigo do projeto.
V – retirada de proposição já submetida a discussão pelo Ple- Parágrafo 2º - Emenda substitutiva é a que deve ser colocada
nário; em lugar do artigo.
VI – informações solicitadas ao Prefeito ou por seu intermédio; Parágrafo 3º - Emenda aditiva é a que deve ser apresentada aos
VII – informações solicitadas a outras entidades públicas ou termos do artigo.
particulares; Parágrafo 4º - Emenda modificativa é a que se refere apenas à
VIII – convocação do Prefeito para prestar informações em Ple- redação do artigo, sem alterar sua substância.
nário; ARTIGO 110 – A Emenda apresentada a outra emenda denomi-
IX – constituição de Comissões Especiais ou de Representação. na-se subemenda.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 111 – Não serão aceitos substitutivos, emendas ou su- Parágrafo 8º - Dez (10) dias antes do prazo de remessa dos au-
bemendas que não tenham relação direta ou imediata com a maté- tógrafos de lei ao Executivo, o Presidente da Câmara interromperá
ria da proposição principal. a tramitação dos projetos no estado em que estiverem e, convocará
Parágrafo 1º - O autor do projeto que receber substitutivo ou sessões diárias para apreciação dos projetos tratados no artigo 136,
emenda estranhos ao seu objeto terá o direito de reclamar contra incisos I, II e III da LOM.
a sua admissão, competindo ao Presidente decidir sobre a recla- ARTIGO 113 – No primeiro ano de cada legislatura, no dia pri-
mação. meiro de janeiro, em Sessão Solene de Instalação, independente
Parágrafo 2º - Da decisão do Presidente caberá recurso ao Ple- de número, sob a Presidência do Vereador mais votado dentre os
nário, a ser proposto pelo autor do projeto ou do substitutivo ou presentes, os vereadores prestarão compromisso e tomarão posse.
emenda. (Alterado pela Resolução nº 02/00)
Parágrafo 3º - As emendas que não se referirem diretamente Parágrafo 1º - Os vereadores presentes, legalmente diploma-
à matéria do projeto serão destacadas para constituírem projetos dos, serão empossados após a leitura do compromisso, feita pelo
autônomos, sujeitos à tramitação regimental. Presidente, nos seguintes termos: “ Prometo cumprir a Constituição
ARTIGO 112 – Os projetos de lei relativos ao plano plurianu- Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica Municipal, obser-
al, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos var as leis, desempenhar o mandato que me foi confiado e trabalhar
adicionais suplementares e especiais serão apreciados pela Câmara pelo progresso do Município e bem-estar de seu povo.”
Municipal na forma de seu Regimento Interno. Parágrafo 2º - No ato da posse os vereadores deverão desin-
Parágrafo 1º - Caberá à Comissão de Finanças e Orçamento da compatibilizar-se. Na mesma ocasião e ao término do mandato de-
Câmara Municipal: verão fazer declaração de seus bens, a qual será transcrita em livro
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos de plano pluria- próprio, constando da Ata o seu resumo.
nual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual e sobre as contas Parágrafo 3º - Na hipótese de não se verificar no dia previsto
apresentadas anualmente pelo Prefeito; neste artigo deverá ela ocorrer dentro do prazo de 15 dias. Enquan-
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas mu- to não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o cargo o Vice-Prefeito
nicipais, acompanhar e fiscalizar as operações resultantes ou não da e na falta ou impedimento deste, o Presidente da Câmara.
execução do orçamento, sem prejuízo das demais comissões cria-
das pela Câmara Municipal. TÍTULO IV
DAS SESSÕES
Parágrafo 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão de
CAPÍTULO I
Finanças e Orçamento, que sobre elas emitirá parecer e apreciadas,
DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO
na forma do Regimento Interno, pelo Plenário da Câmara Munici-
pal.
ARTIGO 114 – Imediatamente depois da posse, os vereadores
Parágrafo 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anu-
reunirse-ão sob a Presidência do mais votado dentre os presentes
al ou projetos que o modifiquem somente poderão ser aprovados
para o fim especial de eleger os membros da Mesa desde que, pre-
caso:
sentes a maioria absoluta dos Membros da Câmara.
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
Parágrafo único – Não havendo número legal, o Vereador mais
diretrizes orçamentárias;
votado dentre os presentes permanecerá na Presidência e convoca-
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- rá sessões diárias até que seja eleita a Mesa.
venientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam sobre:
a – dotações para pessoal e seus encargos; CAPÍTULO II
b – serviço da dívida; DAS SESSÕES EM GERAL
c – transferências tributárias para autarquias e fundações insti-
tuídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. ARTIGO 115 – Independentemente de convocação, a Sessão
III – sejam relacionadas: Legislativa iniciar-se-á em 1º (primeiro) de fevereiro, encerrando-se
a – com a correção de erros ou omissões; a 15 (quinze) de dezembro de cada ano, sendo considerado recesso
b – com os dispositivos do texto do projeto de lei legislativo os períodos de 1º (primeiro) a 31 (trinta e um) de julho e
Parágrafo 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orça- de 16 (dezesseis) de dezembro a 31 (trinta e um) de janeiro.
mentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o ARTIGO 116 – as Sessões da Câmara deverão ser realizadas em
plano plurianual. recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-se nulas as
Parágrafo 5º - O Prefeito Municipal poderá enviar Mensagem que se realizarem fora dele.
à Câmara Municipal para propor modificação nos projetos a que Parágrafo 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso àque-
se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comis- le recinto ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser
são de Finanças e Orçamento da Câmara, da parte cuja alteração realizadas sessões em outro local, por decisão do Presidente da Câ-
é proposta. mara.
Parágrafo 6º - Aplicam-se aos projetos referidos neste artigo, Parágrafo 2º - As Sessões solenes poderão ser realizadas fora
no que não contrariar o disposto nesta seção as demais normas re- do recinto da Câmara.
lativas ao processo legislativo. ARTIGO 117 – As Sessões da Câmara serão ordinárias, extraor-
Parágrafo 7º - Os recursos, que em decorrência de veto, emen- dinárias e solenes ou comemorativas e serão públicas, salvo deli-
da ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual ficarem sem beração em contrário tomada pela maioria de 2/3 (dois terços) de
despesas correspondentes, poderão ser utilizados conforme o caso, seus membros, quando ocorrer motivo relevante de preservação
mediante abertura de créditos adicionais suplementares ou espe- do decoro parlamentar.
ciais com prévia e específica autorização legislativa. ARTIGO 118 – As Sessões Ordinárias serão realizadas semanal-
mente, às terças-feiras, com início às 14:00 (quatorze) horas. (NR
Resolução nº 05/2021)

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Parágrafo único – Considerar-se-á presente à Sessão o Verea- Parágrafo 3º - Havendo dois ou mais pedidos simultâneos de
dor que assinar o livro de presença até o início da Ordem do Dia, prorrogação dos trabalhos, será votado o que determinar menor
participar dos trabalhos do Plenário e das votações. prazo. Quando os pedidos simultâneos de prorrogação forem para
ARTIGO 119 – As sessões só poderão ser abertas com a presen- prazos determinados e para terminar a discussão, serão votados os
ça mínima da maioria absoluta dos seus membros. de prazo determinados.
Parágrafo único – Considerar-se-á presente à Sessão o Verea- Parágrafo 4º - Poderão ser solicitados outras prorrogações, mas
dor que assinar o livro de presença até o início da Ordem do Dia, sempre por prazo igual ou menor ao que já foi concedido.
participar dos trabalhos do Plenário e das votações. Parágrafo 5º - Os requerimentos de prorrogação somente po-
ARTIGO 120 – A convocação extraordinária da Câmara dar-se-á: derão ser apresentados a partir de 10 (dez) minutos antes do térmi-
I – pelo Prefeito Municipal, quando este a entender necessária; no da Ordem do Dia e, nas prorrogações concedidas, a partir de 5
II – pelo Presidente da Câmara; e (cinco) minutos antes de esgotar-se o prazo prorrogado, alertado o
III – a requerimento da maioria absoluta dos Membros da Câ- Plenário pelo Presidente.
mara. ARTIGO 124 – As Sessões compõem-se das seguintes partes:
Parágrafo 1º - As Sessões Extraordinárias serão convocadas Expediente e Ordem do Dia, Tribuna livre e explicação pessoal. (al-
com antecedência mínima de 2 (dois) dias e nelas não se poderá terada pela resolução 02/01).
tratar de assuntos estranho a convocação. Parágrafo único – Não havendo mais matéria sujeita à delibera-
Parágrafo 2º - A convocação será levada ao conhecimento dos ção do Plenário na Ordem do Dia, poderão os vereadores falar em
vereadores pelo Presidente da Câmara, através de comunicação Explicação Pessoal.
pessoal e escrita. Sempre que possível, a convocação far-se-á em ARTIGO 125 – À hora de início dos trabalhos, o Presidente só
sessão, caso em que será comunicada, por escrito, apenas aos au- declarará aberta a Sessão, se o painel eletrônico de votação regis-
sentes. trar a presença da maioria absoluta dos membros do Legislativo.
Parágrafo 3º - As Sessões Extraordinárias realizar-se-ão em Parágrafo 1.º – O Presidente deverá aguardar por vinte minutos
qualquer dia da semana e a qualquer hora, podendo ser realizadas
a formação do quórum necessário para abertura da sessão. Persis-
também nos domingos e feriados.
tindo a falta de “quorum”, a Sessão não será aberta, determinando-
Parágrafo 4º - O tempo do Expediente será reservado exclusiva-
-se o registro dessa ocorrência na Ata.
mente à discussão e votação da ata, da matéria recebida do Prefeito
Parágrafo 2.º – Não havendo número para discussão e votação
e de diversos. Na ordem do dia daSessão tratar-se-á apenas de as-
da matéria constante da Ordem do Dia, o Presidente declarará en-
suntos pré-determinados no ato de convocação.
cerrados os trabalhos, determinando o registro dessa ocorrência na
Parágrafo 5º - O Prefeito poderá convocar diretamente os vere-
Ata.(alterações feitas pela Resolução nº 03/2014)
adorespara Sessões Extraordinárias de sua iniciativa, quando nessa
ARTIGO 126 - Durante as Sessões somente os vereadores pode-
providência for omissa a Mesa daCâmara.
rão permanecer no recinto do Plenário.
Parágrafo 6º - A Câmara poderá ser convocada extraordinaria-
mente por maioria absoluta dos seus membros quando nessa pro- Parágrafo 1º - A critério do Presidente, serão convocados os
vidência for omissa a Mesa Diretora. funcionários da Secretaria necessários ao andamento dos traba-
ARTIGO 121 – As Sessões Solenes ou comemorativas serão con- lhos.
vocadas pelo Presidente ou por deliberação da Câmara, para o fim Parágrafo 2º - A convite do Presidente, por iniciativa própria
específico que lhes for determinado. ou sugestão de qualquer vereador, poderão assistir aos trabalhos,
Parágrafo único – Nestas Sessões não haverá Expediente, sen- no recinto do Plenário, autoridades públicas federais, estaduais ou
do dispensadas a leitura da Ata e a verificação de presença, não municipais, personalidades que se resolva homenagear e represen-
havendo tempo determinado para encerramento. tantes credenciados da Imprensa e do Rádio, que terão lugar reser-
ARTIGO 122 – Sem prejuízo da publicação dos atos oficiais no vado para esse fim.
jornal determinado para tal fim, será editado, satisfeitas as forma-
lidades legais, sob a responsabilidade profissional da assessoria de CAPÍTULO III
imprensa do Poder Legislativo, o Jornal da Câmara, como órgão de DAS SESSÕES SECRETAS
divulgação de suas atividades legislativas e fiscalizadoras, periódico
de caráter informativo e distribuição gratuita à população. ARTIGO 127 - A Câmara realizará Sessões Secretas por delibera-
Parágrafo 1º - Do referido periódico, formato tablóide, não ção tornada de 2/3 (dois terços) de seus membros, quando ocorrer
constarão matéria de caráter publicitário e comercial. motivo relevante.
Parágrafo 2º - O Jornal da Câmara contará com a responsabili- Parágrafo 1º - Deliberada a Sessão Secreta, ainda que para
dade profissional de jornalista integrante da assessoria de imprensa realizá-la se deva interromper a Sessão Pública, o Presidente de-
do Poder Legislativo. (Art. e parágrafos alterado pela Resolução nº terminará a retirada do recinto a todos os assistentes, assim como
03/99) aos funcionários da Câmara e aos representantes da Imprensa e do
ARTIGO 123 – Excetuadas as solenes, as Sessões terão a dura- Rádio; determinará, também, que se interrompa transmissão ou
ção máxima de 5 (cinco) horas, podendo ocorrer interrupção de 15 gravação dos trabalhos.
(quinze) minutos entre o final do Expediente e o início da Ordem Parágrafo 2º - Iniciada a Sessão Secreta, a Câmara deliberará,
do Dia, bem como a prorrogação da Sessão, ambas, por iniciativa preliminarmente, se o objeto proposto deva continuar a ser tratado
do Presidente ou a pedido verbal de qualquer Vereador e aprovado secretamente, caso contrário a Sessão tornar-se-á pública.
pelo Plenário. (Nova redação dada pela Resolução nº 01/2013) Parágrafo 3º - A Ata será lavrada pelo Secretário e, lida e apro-
Parágrafo 1º - O pedido de prorrogação será para tempo deter- vada na mesma Sessão, será lacrada e arquivada, com rótulo datado
minado ou para terminar a discussão de proposição em debate, não e rubricado pela Mesa,
podendo ser discutido o pedido ou encaminhado à votação. Parágrafo 4º - As Atas assim lacradas só poderão ser reabertas
Parágrafo 2º - O prazo mínimo de pedido de prorrogação é de para exame em Sessão Secreta, sob pena de responsabilidade civil
10 (dez) minutos. e criminal.

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Parágrafo 5º - Será permitido ao Vereador que houver partici- Parágrafo 1º - Será realizada a verificação de presença e a ses-
pado dos debates reduzir seu discurso a escrito, para ser arquivado são somente prosseguirá se estiver presente a maioria absoluta dos
com a ata e os documentos referentes à Sessão. vereadores.
Parágrafo 6º - Antes de encerrar a Sessão, a Câmara resolverá, Parágrafo 2º - Não se verificando o quorum regimental, o Pre-
após discussão, se a matéria debatida deverá ser publicada, no todo sidente aguardará 5 (cinco) minutos, antes de declarar encerrada a
ou em parte. sessão.
ARTIGO 132 - Nenhuma proposição poderá ser posta em dis-
CAPITULO IV cussão sem que tenha sido incluída na Ordem do Dia, com antece-
DO EXPEDIENTE dência de 24 (vinte e quatro) horas do início da Sessão.
Parágrafo 1º - A Secretaria fornecerá aos vereadores cópias das
ARTIGO 128 - O Expediente terá a duração improrrogável de proposições e pareceres dentro do interstício estabelecido neste
03 (três) horas, a partir da hora fixada para o início da Sessão e se artigo.
destina à aprovação da Ata da Sessão anterior, à leitura de maté- Parágrafo 2º - Não se aplica as disposições deste artigo e do
parágrafo anterior, às sessões extraordinárias convocadas em regi-
ria oriunda do Executivo ou de outras origens e a apresentação de
me de extrema urgência e os requerimentos a que refere a ressalva
proposição pelos vereadores. (Nova redação dada pela Resolução
contida no parágrafo 1º do art. 103 deste Regimento.
nº 01/2013)
ARTIGO 133 - O Secretário lerá a matéria que se houver de
ARTIGO 129 - Aprovada a Ata, o Presidente determinará ao Se-
discutir e votar, podendo a leitura ser dispensada a requerimento
cretário a leitura da matéria do Expediente, obedecendo à seguinte aprovado pelo Plenário.
ordem: ARTIGO 134 - A votação da matéria proposta será feita na for-
I - expediente recebido do Prefeito; ma determinada no capítulo deste Regimento referente ao assunto.
II - expediente recebido de diversos. ARTIGO 135 - A organização da pauta da Ordem do Dia obede-
ARTIGO 130 - Terminada a leitura da matéria em pauta, o Pre- cerá a seguinte classificação:
sidente verificará o tempo restante do Expediente, dando a palavra I - Projeto de lei de iniciativa do Prefeito, para os quais tenha
aos Senhores Vereadores pelo prazo máximo de 10 (dez) minutos sido solicitada urgência;
para apresentação de seus trabalhos. II - requerimentos apresentados nas sessões anteriores ou na
Parágrafo 1º - A chamada dos oradores será feita em ordem própria sessão em regime de urgência;
alfabética, invertendo-se sucessivamente a lista de chamada, nas III - projetos de lei de iniciativa do Prefeito, sem a solicitação
sessões subsequentes. (Resolução nº 02/2021) de urgência;
Parágrafo 2º - Durante o Expediente, enquanto o orador estiver IV - projetos de resolução, de decreto legislativo e de lei;
na Tribuna nenhum vereador poderá pedir a palavra “Pela Ordem”, V – recursos;
a não ser para comunicar ao Presidente que o orador ultrapassou o VI - moções apresentadas pelos vereadores na sessão anterior;
prazo regimental que lhe foi concedido. VII - pareceres das comissões sobre indicações;
Parágrafo 3º - A chamada de oradores terá início pelo nome do VIII - moções de outras Edilidades.
vereador subsequente ao último chamado na sessão anterior. Parágrafo único - Na inclusão de projetos na Ordem do Dia,
Parágrafo 4º - Ao orador que for interrompido pelo encerra- observarse-á a ordem de estágio da discussão: Segunda e Primeira
mento da hora do Expediente, será assegurado o direito do uso da Discussão.
palavra em primeiro lugar na Sessão seguinte, para completar o ARTIGO 136 - A disposição da matéria da Ordem do dia só po-
tempo concedido na sessão anterior. derá ser interrompida ou alterada por motivo de urgência, prefe-
Parágrafo 5º - Não se admite cessão de tempo de Expediente. rência, adiamento ou vistas, solicitadas por requerimento apresen-
Parágrafo 6º - A utilização dos recursos tecnológicos disponí- tado no inicio da Ordem do Dia e aprovado pelo Plenário.
veis no Plenário para exibição de vídeos, imagens ou arquivos de ARTIGO 137 - Esgotada a Ordem do dia, passa-se à Tribuna Li-
vre e terminada esta o Presidente concederá a palavra em Explica-
áudio, fica condicionada à prévia apresentação ao Centro de Infor-
ção Pessoal.
mática, Processamento de Dados e Arquivo da Câmara Municipal
§ 1º - Poderão inscrever-se para falar na Tribuna Livre as So-
de Praia Grande, até duas horas antes do início da Sessão em que
ciedades Amigos de Bairro, movimentos populares, Associações de
for utilizado.
moradores e demais entidades municipais que tenham comprova-
Parágrafo 7º - O Presidente poderá vetar ou suspender a exi- damente desenvolvido trabalho de caráter social/comunitário na ci-
bição dos arquivos, no Plenário, se entender que o conteúdo não dade e que sejam juridicamente reconhecidas cabendo à entidade
tenha a finalidade de instruir os trabalhos do Vereador, ou que pos- escrita a designação de orador que a representará na Tribuna Livre.
sa ofender a dignidade e o decoro da Câmara ou de algum de seus § 2º - Farão uso da palavra duas entidades por sessão, tendo o
membros, bem como possa causar danos ao sistema de informática tempo improrrogável de cinco minutos cada entidade.
ou equipamentos e programas mantidos pela Edilidade. § 3º - A entidade deverá proceder sua inscrição na Secretaria
Parágrafo 8º - Da decisão do Presidente cabe recurso verbal da Câmara, em livro próprio no prazo mínimo de sete dias antes de
ao Plenário, mediante deliberação e votação imediata”.(alterações cada sessão ordinária consignado em ofício o assunto a ser abor-
feitas através da Resolução nº 04/2015) dado.
§ 4º – Tribuna livre somente poderá ser usada para exposição
CAPITULO V de matéria de caráter local, isto é, que direta ou indiretamente diga
DA ORDEM DO DIA, DA TRIBUNA LIVRE E DA EXPLICAÇÃO respeito ao Município de Praia Grande, não sendo admitida expo-
PESSOAL sições que versarem sobre assuntos de caráter político – ideológico
ou pertinentes à questões essencialmente pessoais.
ARTIGO 131 - Findo o Expediente, por se ter esgotado o tempo § 5º - As entidades serão informadas pela Secretaria da Câmara
ou por falta de oradores e decorrido o intervalo regimental, tratar- da data da sessão em que poderão ocupar a Tribuna de acordo com
-se-á de matéria destinada à Ordem do Dia. a ordem de inscrição.

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§ 6º - A Presidência cassará imediatamente a palavra do ora- II - dirigir-se sempre ao Presidente ou a Câmara, voltado para a
dor que se expressar com linguagem imprópria, cometendo abuso, Mesa, salvo quando responder o aparte;
desrespeito ao Regimento Interno ou às autoridades constituídas, III - não usar da palavra sem a solicitar e sem receber consenti-
respondendo a entidade pelos conceitos que o orador emitiu. mento do Presidente;
§ 7º - O orador não poderá ser aparteado durante o período IV - referir-se ou dirigir-se a outro vereador pelo tratamento de
que estiver fazendo uso da palavra na Tribuna Livre, salvo conces- Senhor ou Vossa Excelência.
são do orador. ARTIGO 144 - O Vereador só poderá falar:
§ 8º - O orador somente poderá voltar a usar novamente a tri- I - para apresentar retificação ou impugnação da Ata;
buna, mediante nova inscrição, transcorrido o prazo mínimo de dois II –no Expediente, na forma do parágrafo 2º do artigo 129;
meses. mediante nova inscrição, transcorrido o prazo mínimo de III - para discutir matéria em debate;
dois meses. IV - para apartear, na forma regimental;
§ 9º - Tendo o orador sua palavra cassada por falta de decoro, a V – para levantar questão de ordem;
entidade não mais poderá se inscrever para ocupar a Tribuna Livre. VI – para encaminhar votação;
§ 10 – A palavra dos oradores será incluída, à parte, nas notas VII – para justificar a urgência de requerimento;
taquigráficas e nos respectivos resumos para fins de publicação à VIII – para justificar o seu voto;
critério das Presidência ou encaminhamento a quem de direito. IX – para explicação pessoal;
§ 11 – Nos períodos compreendidos de noventa dias anteriores X – para apresentar requerimento.
e noventa posteriores às eleições municipais e estaduais, fica sus- ARTIGO 145 - O Vereador que solicitar a palavra deverá, inicial-
penso o funcionamento da Tribuna Livre, encerrando-se as sessões mente, declarar a que título do artigo anterior pede a palavra e não
ordinárias com a parte Explicação Pessoal. (Alterado pelo Resolução poderá:
02/01) I - usar da palavra com finalidade diferente da alegada para so-
ARTIGO 138 - A Explicação Pessoal é destinada à manifestação licitar;
de Vereadores sobre atitudes pessoais assumidas durante a Sessão II – desviar-se da matéria em debate;
ou no exercício do mandato. III - falar sobre a matéria vencida;
Parágrafo único - Não pode o orador desviar-se da finalidade da IV - usar de linguagem imprópria;
Explicação Pessoal, nem ser aparteado: em caso de infração, será o V - ultrapassar o tempo que lhe competir;
infrator advertido pelo Presidente e terá a palavra cassada. VI - deixar de atender às advertências do Presidente.
ARTIGO 139 - Não havendo mais oradores para falar em Expli- ARTIGO 146 - O presidente solicitará ao orador, por iniciativa
cação Pessoal, o Presidente declarará encerrada a Sessão. própria ou a pedido de qualquer vereador, que interrompa o seu
discurso nos seguintes casos:
CAPÍTULO VI I – para leitura de requerimento de urgência;
DAS ATAS II - para comunicação importante à Câmara,
III - para recepção de visitantes;
ARTIGO 140 - De cada Sessão da Câmara lavrar-se-á Ata dos IV – para votação de requerimento de prorrogação da Sessão;
trabalhos, contendo sucintamente os assuntos tratados, a fim de V - para atender a pedido de palavra “pela ordem”, para propor
ser submetida ao Plenário. questão de ordem regimental.
ARTIGO 141 - A Ata da Sessão anterior ficará à disposição dos ARTIGO 147 - Quando mais de um vereador solicitar a pala-
vereadores para verificação 8 (oito) horas antes do início da Sessão vra, simultaneamente, o Presidente concederá a seguinte ordem de
com número regimental, o Presidente submeterá a Ata à discussão preferência:
e votação. I - do autor;
Parágrafo 1º - Qualquer vereador poderá requerer a leitura da II - do relator;
Ata no todo ou em parte; a aprovação do requerimento só poderá III - ao autor da emenda.
ser feita por 2/3 (dois terços) dos vereadores presentes. Parágrafo único - Cumpre ao Presidente dar a palavra alterna-
Parágrafo 2º - Cada vereador poderá falar uma vez sobre a Ata damente a quem seja pró ou contra a matéria em debate, quando
para pedir a sua retificação ou impugná-la. não prevalecer a ordem determinada no artigo.
Parágrafo 3º - Feita a impugnarão ou solicitada a retificação da ARTIGO 148 - Aparte é a interrupção do orador para indagação
Ata, o Plenário deliberará a respeito; aceita a impugnação, será a ou esclarecimento relativo à matéria em debate.
mesma retificada ou lavrada urna nova ata, quando for o caso. Parágrafo 1º - O aparte deve ser expresso em termos corteses
Parágrafo 4º - Aprovada a Ata, será assinada pelo Presidente, e e não pode exceder de 01 (um) minuto.
pelo Secretário. Parágrafo 2º - Não são permitidos apartes paralelos, sucessivos
ARTIGO 142 - A Ata da última Sessão de cada legislatura será sem licença expressa do orador.
redigida e submetida a aprovação, com qualquer número, antes de Parágrafo 3º - Não é permitido apartear ao Presidente nem ao
encerrar a Sessão. orador que fala “pela ordem”, em Explicação Pessoal, para encami-
nhamento de votação ou declaração de voto.
TÍTULO V Parágrafo 4º - O aparteante deve permanecer em pé enquanto
DOS DEBATES E DELIBERAÇÕES aparteia e ouve a resposta do aparteado.
CAPÍTULO 1 Parágrafo 5º - Quando o orador nega o direito de apartear, não
DO USO DA PALAVRA lhe é permitido dirigir-se diretamente aos vereadores presentes.
ARTIGO 149 - O Regimento estabelece os seguintes prazos aos
ARTIGO 143 - Os debates deverão realizar-se com dignidade e oradores para uso da palavra:
ordem, cumprindo aos vereadores atender as seguintes determina- I – 05 (cinco) minutos para apresentar retificação ou impugna-
ções regimentais quanto ao uso da palavra: ção da Ata;
I - exceto o Presidente, deverão falar em pé, salvo quando en- II – 10 (dez) minutos para falar no Expediente dos Srs. Verea-
fermo solicitar autorização para falar sentado; dores;

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III - 05 (cinco) minutos para a exposição de urgência Especial ARTIGO 154 - Na primeira discussão, debater-se-á o projeto en-
de Requerimento; globadamente.
IV - 15 (quinze) minutos para debate de projeto a ser votado Parágrafo 1º - Qualquer vereador poderá requerer que o pro-
englobadamente, em primeira discussão; 10 (dez) minutos no má- jeto seja debatido artigo por artigo, a aprovação do requerimento
ximo, para cada dispositivo para debate de projeto a ser votado ar- só poderá ser feita por 2/3 (dois terços) dos vereadores presentes.
tigo por artigo; Parágrafo 2º - Nesta fase da discussão é permitida a apresenta-
V - 15 (quinze) minutos para a discussão do projeto englobado ção de substitutivos, emendas e submendas.
em segunda discussão; Parágrafo 3º - Apresentado o substitutivo pela Comissão com-
VI - 20 (vinte) minutos para a discussão única dos projetos de petente ou pelo próprio autor, será discutido preferencialmente em
iniciativa do Prefeito, para os quais tenha sido solicitado urgência; lugar do projeto; sendo o substitutivo apresentado por outro ve-
VII - 20 (vinte) minutos para a discussão única de veto oposto reador, o Plenário deliberará sobre a suspensão da discussão para
pelo Prefeito; envio à Comissão competente.
VIII - 05 (cinco) minutos para a discussão de Redação Final; Parágrafo 4º - Deliberando o Plenário o prosseguimento da dis-
IX – 10 (dez) minutos para a discussão de requerimento, moção cussão, ficará prejudicada o substitutivo.
ou indicação sujeitos à debate; Parágrafo 5º - As emendas e submendas serão aceitas, discu-
X - 03 (três) minutos para falar “pela ordem”; tidas e, se aprovadas, o projeto, com as emendas, serão encami-
XI - 01 (hum) minuto para apartear; nhadas à Comissão de Justiça e Redação, para ser de novo redigido
XII - 05 (cinco) minutos para encaminhamento de votação; conforme o aprovado.
XIII – 02 (dois) minutos para justificação de voto; Parágrafo 6º - A emenda rejeitada em primeira discussão não
XIV – 05 (cinco) minutos para falar em Explicação Pessoal. poderá ser renovada na segunda.
Parágrafo primeiro - Não prevalecem os prazos estabelecidos ARTIGO 155 – Na segunda discussão, debater-se-á o projeto
neste artigo, quando o Regimento explicitamente assim o determi- globalmente.
nar. Parágrafo 1º - Nesta fase de discussão é permitida a apresen-
Parágrafo segundo – O uso da palavra para discussão das pro- tação de emendas ou submendas, não podendo ser apresentado
posituras pautadas na ordem do dia dependerá de prévia inscrição substitutivos.
do orador, que deverão fazer uso da palavra na exata ordem crono- Parágrafo 2º - Se houver emendas aprovadas, a projeto, com as
lógica dos pedidos de inscrição, até que se atinja o prazo total de 20
emendas será encaminhado à Comissão de Justiça e Redação para
(vinte minutos), ocasião em que o Presidente declarará encerrada a
redigi-los na devida forma.
discussão.(Alterações feitas através da Resolução nº 02/2015)
Parágrafo 3º - Não é permitida a realização de segunda discus-
ARTIGO 150 - Questão de ordem é toda dúvida levantada em
são de um projeto na mesma sessão em que se realizou a primeira.
Plenário quanto à interpretação do Regimento, sua aplicação ou sua
legalidade. ARTIGO 156 - A urgência dispensa as exigências regimentais,
Parágrafo 1º - As questões de ordem devem ser formuladas salvo a de número legal e a de parecer, para determinada proposi-
com clareza e com a indicação precisa das disposições regimentais ção seja apreciada.
que se pretende elucidar. Parágrafo 1º - O parecer poderá ser dispensado no caso de Ses-
Parágrafo 2º - Não observando o proponente o disposto neste são Extraordinária convocada por motivo de extrema urgência.
artigo, poderá o Presidente cassar-lhe a palavra e não tomar em Parágrafo 2º - A concessão da urgência dependerá de apre-
consideração a questão levantada. sentação de requerimento escrito, que somente será submetido à
ARTIGO 151 - Cabe ao Presidente resolver soberanamente as apreciação do Plenário se for apresentado com a necessária justi-
questões de ordem, não sendo lícito a qualquer vereador opor-se à ficativa.
decisão ou criticá-la na Sessão em que for requerida. ARTIGO 157 - Preferência é a primazia na discussão de uma
Parágrafo único - Cabe ao Vereador recurso da decisão, que proposição sobre outro, requerida por escrito e aprovada pelo Ple-
será encaminhada à Comissão de Justiça, cujo parecer será subme- nário.
tido ao Plenário. ARTIGO 158 - O adiamento da discussão de qualquer propo-
ARTIGO 152 - Em qualquer fase da Sessão poderá o vereador sição será sujeito à deliberação do Plenário e somente poderá ser
pedir a palavra “pela ordem”, para fazer reclamações quanto à apli- proposto durante a discussão da mesma.
cação do Regimento. Parágrafo 1º - A apresentação do requerimento não pode inter-
romper o orador que estiver com a palavra e deve ser proposta para
CAPÍTULO II tempo determinado, não podendo ser aceita se a proposição tiver
DAS DISCUSSÕES sido declarada em regime de urgência.
Parágrafo 2º - Apresentados dois ou mais requerimentos de
ARTIGO 153 - Discussão é à fase dos trabalhos destinados aos adiamento, será votado de preferência o que marcar menor prazo.
debates em Plenário. ARTIGO 159 - O pedido de vistas para estudo será requerido
Parágrafo 1º - Os projetos de lei e de resolução deverão ser por qualquer vereador e deliberado pelo Plenário apenas com en-
submetidos obrigatoriamente, a duas discussões. caminhamento de votação, desde que a proposição não tenha sido
Parágrafo 2º - Terão apenas uma discussão:
declarada em regime de urgência.
I - os projetos de decreto legislativo;
Parágrafo único - O prazo máximo de vista é de 10 (dez) dias.
II - a apreciação de veto pelo Plenário;
ARTIGO 160 - O encerramento da discussão de qualquer propo-
III - os recursos contra atos do Presidente;
sição dar-se-á pela ausência de oradores, pelo decurso dos prazos
IV - os requerimentos, moções e indicações sujeitas a debate,
de acordo com os artigos deste Regimento. regimentais ou por requerimento aprovado pelo Plenário.
Parágrafo 3º - Havendo mais de uma proposição sobre o mes- Parágrafo 1º - Somente será permitido requerer o encerramen-
mo assunto, a discussão obedecerá à ordem cronológica de apre- to da discussão, após terem falado dois vereadores favoráveis e dois
sentação. contrários entre os quais o autor, salvo desistência expressa.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo 2º - A proposta deverá partir do orador que estiver III - na votação de decreto legislativo que se refere o item IV do
com a palavra, perdendo ele a vez de falar se o encerramento for parágrafo 3º do artigo 32 da LOM;
recusado. IV – apreciação de veto.
Parágrafo 3º - O pedido de encerramento não é sujeito a dis- ARTIGO 167 - Os processos de votação são 2 (dois) simbólicos
cussão, devendo ser votado pelo Plenário. e nominal.
ARTIGO 168 - O processo simbólico praticar-se-á conservando-
CAPÍTULO III -se sentados os vereadores que aprovam e levantando-se os que
DAS VOTAÇÕES desaprovam a proposição.
Parágrafo 1º - Ao anunciar o resultado da votação o Presidente
ARTIGO 161 - As deliberações, excetuados os casos previstos declarará quantos vereadores votaram favoravelmente e em con-
na Constituição do Brasil e na legislação federal e estadual compe- trário.
tente, serão tomadas por maioria simples de votos, presente, pelo Parágrafo 2º - Havendo dúvida sobre o resultado, o Presidente
menos, a maioria absoluta dos membros da Câmara. pode pedir aos Vereadores que se manifestem novamente.
ARTIGO 162 - Dependerão de voto favorável da maioria abso- Parágrafo 3º - O processo simbólico será a regra geral para to-
luta dos membros da Câmara, a aprovação e as alterações das se- das as votações, exceto para as matérias pautadas na ordem do dia,
guintes matérias: que serão votadas através do sistema eletrônico, no qual cada Vere-
I - Código Tributário do Município; ador, independentemente de chamada, digitará o seu voto. (altera-
II – Código de Obras ou de Edificações; do pela Resolução nº 03/2014)
III - Estatuto dos Servidores Municipais; Parágrafo 4º - Do resultado de votação simbólica qualquer ve-
IV - Regimento Interno da Câmara; reador poderá requerer verificação mediante votação nominal.
V - Lei de Zoneamento Urbano; Parágrafo 5º - A votação dos pareceres exarados pelas Comis-
VI - Código de Posturas; sões Permanentes será realizada pelo processo simbólico. (alterado
VII - Código de Parcelamento do Solo; pela Resolução nº 03/2014)
VIII - Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado; ARTIGO 169 - A votação será feita pela chamada dos presen-
IX - Plano Plurianual; tes pelo Secretário, devendo os vereadores responder SIM ou NÃO,
X - Lei de Diretrizes Orçamentárias; conforme forem favoráveis ou contrários à proposição.
XI - Criação, estruturação e atribuições de órgãos da adminis- Parágrafo único - O Presidente proclamará o resultado, man-
tração municipal, direta ou indireta; dando ler os nomes dos vereadores que tenham votado SIM e dos
XII - Julgamento de vereadores nos termos do artigo 42, pará- que tenham votado NÃO.
grafo 2º da Lei Orgânica Municipal; ARTIGO 170 - Havendo empate nas votações simbólicas ou no-
XIII - Rejeição de veto. (Resolução nº 01/06) minais, serão elas desempatadas pelo Presidente.
ARTIGO 163 - Dependerão do voto favorável de 2/3 (dois ter- ARTIGO 171 - As votações devem ser feitas logo após o encer-
ços) dos membros da Câmara: ramento da discussão, só interrompendo-se por falta de número.
I - As leis concernentes a: Parágrafo único - Quando esgotar-se o tempo regimental da
a - concessão de serviços públicos; Sessão e a discussão de uma proposição já estiver encerrada, consi-
b - concessão de direito real de uso; derar-se-á a Sessão prorrogada até ser concluída a votação da ma-
c - alienação de bens imóveis; téria.
d – aquisição de bens imóveis por doação com encargos; ARTIGO 172 - Na primeira discussão a votação do projeto será
feita englobadamente.
e - alteração de denominação de próprios, vias e logradouros;
Parágrafo único - Qualquer vereador poderá requerer que a
f - obtenção de empréstimo de particulares;
votação do projeto seja feita artigo por artigo; a aprovação do re-
II - realização de Sessão Secreta;
querimento só poderá ser feita por 2/3 (dois terços) dos vereadores
III - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas;
presentes. Neste caso a votação será feita após o encerramento da
IV – concessão de título de cidadão honorário ou qualquer ou-
discussão de cada artigo.
tra honraria ou homenagem;
ARTIGO 173 - Na segunda discussão, a votação será feita sem-
V - aprovação da representação solicitando a alteração do
pre englobadamente, salvo quanto às emendas que serão votadas
nome do Município;
uma a uma.
VI - destituição de componentes da Mesa. ARTIGO 174 - Terão preferência para votação as emendas su-
ARTIGO 164 - O Presidente da Câmara ou seu substituto, só pressivas e as emendas e substitutivos oriundos das Comissões.
terá voto: Parágrafo único - Apresentadas duas ou mais emendas sobre
I – na eleição da Mesa; o mesmo artigo ou parágrafo, será admissível requerimento de
II - quando a matéria exigir para sua aprovação o voto favorável preferência para a votação da emenda que melhor adaptar-se ao
de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara; projeto, sendo o requerimento votado pelo Plenário, sem preceder
III – quando houver empate em qualquer votação no Plenário; discussão.
IV – na eleição das Comissões Permanentes. ARTIGO 175 - Anunciada uma votação, poderá o vereador pe-
ARTIGO 165 - O Vereador que tiver interesse pessoal na delibe- dir a palavra para encaminha-la, ainda que se trate de matéria não
ração não poderá votar, sob pena de nulidade da votação, se o seu sujeita a discussão, a menos que o Regimento explicitamente o pro-
voto for decisivo. íba.
ARTIGO 166 - O voto será público nas deliberações da Câmara,
exceto na votação do decreto legislativo a que se refere o inciso IV
do § 3º do art. 32 da Lei Orgânica Municipal. (Resolução nº 01/06)
I – no julgamento de seus pares, Prefeito e Vice-Prefeito;
II – na eleição dos membros da Mesa e dos substitutos, bem
como no preenchimento de qualquer vaga;

45
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO IV Parágrafo 7º - O veto total ou parcial ao projeto de lei orça-
DA REDAÇÃO FINAL mentária deverá ser apreciado dentro de 15 (quinze) dias úteis. (NR
Resolução nº 04/17)
ARTIGO 176 - Terminada a fase de votação, será o projeto, com Parágrafo 8º - Nos casos dos parágrafos 2º e 3º, o Presidente da
as emendas aprovadas, enviado à Comissão de Justiça e Redação Câmara promulgará a lei dentro de quarenta e oito horas, entrando
para elaborar a redação final, de acordo com o deliberado, dentro em vigência na data em que for publicada. Quando se tratar de veto
do prazo de 03 (três) dias. parcial, a lei terá o mesmo número da anterior a que pertence.
Parágrafo único - Independe de parecer da Comissão de Justiça Parágrafo 9º - O prazo previsto no parágrafo 3º não corre nos
e Redação os projetos: períodos de recesso da Câmara.
I - da Lei Orçamentária; Parágrafo 10º - A manutenção do veto não restaura matéria
II - de Decreto Legislativo; suprimida ou modificada pela Câmara.
III - da Resolução reformando o Regimento Interno. ARTIGO 181 - Os originais das leis, antes de serem remetidos
ARTIGO 177 - O projeto com o parecer da Comissão ficará pelo ao Prefeito serão registrados em livro próprio ou através de outro
prazo de 03 (três) dias na Secretaria da Câmara, para exame dos sistema, convenientemente autenticado, arquivados na Secretaria
vereadores. da Câmara.
ARTIGO 178 - Assinalada incoerência ou contradição na reda- ARTIGO 182 - As Resoluções e os Decretos Legislativos serão
ção, poderá ser apresentada na Sessão imediata, por 1/3 (um terço) promulgados pelo Presidente da Câmara.
dos vereadores no mínimo, emenda modificativa, que não altere a ARTIGO 183 - A fórmula para a promulgação de lei, resolução
substância do aprovado. ou decreto legislativo pelo Presidente da Câmara, é a seguinte: “O
Parágrafo único - A emenda será votada na mesma Sessão e, se Presidente da Câmara Municipal de Praia Grande” Faço saber que
aprovada, será imediatamente retificada a redação final pela Mesa. a Câmara Municipal aprovou e eu promulgo a (o) seguinte ... (Lei,
ARTIGO 179 - Terminada a fase de votação, estando para esgo- Resolução ou Decreto Legislativo).
tar-se os prazos previstos por este Regimento e pela legislação com- ‘
petente para a tramitação dos projetos na Câmara, a redação final TÍTULO VI
será feita na mesma Sessão pela Comissão, com a maioria de seus DO CONTROLE FINANCEIRO
CAPÍTULO I
membros, devendo o Presidente designar outros membros para a
DO ORÇAMENTO
Comissão, quando ausentes do Plenário os titulares. Caberá, neste
caso, somente à Mesa, a retificação da redação se for assinalada
ARTIGO 184 - Recebido do Prefeito o projeto de Lei Orçamen-
incoerência ou contradição.
tária, dentro do prazo legal, o Presidente mandará distribuir cópias
aos vereadores, enviando-as à Comissão de Finanças e Orçamento.
CAPÍTULO V
Parágrafo único - A Comissão de Finanças e Orçamento tem o
DA SANÇÃO, DO VETO E DA PROMULGAÇÃO
prazo de 10 (dez) dias para exarar parecer.
ARTIGO 185 - Na primeira discussão serão apresentadas emen-
ARTIGO 180 - Aprovado um projeto de lei na forma regimental,
das pelos vereadores presentes à Sessão, observado o disposto no
será ele, no prazo de 10 (dez) dias úteis enviado ao Prefeito, que, artigo165, parágrafo 1º da Constituição do Brasil.
concordando, o sancionará e o promulgará. Parágrafo 1º - Na primeira discussão os autores de emendas
Parágrafo 1º - Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em podem falar 10 (dez) minutos sobre cada emenda para justificá-la,
partes inconstitucional, ilegal ou contrário ao interesse público, ve- nunca superando o prazo total de 60 (sessenta minutos).
ta-lo-á total ou parcialmente, dentro de quinze dias úteis, contados Parágrafo 2º - A Comissão tem o prazo de 10 (dez) dias para
daquele em que o receber e comunicará dentro de quarenta e oito exarar seu parecer sobre as emendas.
horas ao Presidente da Câmara os motivos do veto. O veto, obriga- Parágrafo 3º - Oferecido o parecer, será publicado e distribuído
toriamente justificado, poderá ser total ou parcial, devendo neste por cópia aos vereadores, entrando o projeto para a Ordem do Dia
último caso abranger o texto do artigo, parágrafo, inciso, item ou da Sessão imediatamente seguinte.
alínea. ARTIGO 186 - Na segunda discussão que realizar-se-á 10 (dez)
Parágrafo 2º - Decorrido o prazo, o silêncio do Prefeito impor- dias após a primeira, serão votadas, após o encerramento da dis-
tará sanção. cussão, primeiramente as emendas, uma a uma, e depois o projeto.
Parágrafo 3º - Comunicado o veto ao Presidente, este convoca- (art.61 LOM).
rá a Câmara a apreciá-lo dentro de 15 (quinze) dias úteis contados Parágrafo 1º - Poderá cada vereador falar nesta fase de dis-
do seu recebimento em uma só discussão, considerando-se manti- cussão 60 (sessenta) minutos sobre o projeto em globo e 10 (dez)
do o veto que não obtiver o voto contrário da maioria absoluta dos minutos sobre cada emenda, nunca superando o prazo total de 60
membros da Câmara. Esgotado, sem deliberação o prazo previsto (sessenta) minutos.
neste parágrafo, o veto será colocado na Ordem do Dia da Sessão Parágrafo 2º - Terão preferência na discussão o autor da emen-
imediata, sobrestadas as demais proposituras até sua votação final. da e o relator.
(NR Resolução nº 04/17) ARTIGO 187 - Aprovado o projeto com as emendas, voltará a
Parágrafo 4º - Recebido o veto pela Câmara, será encaminhado Comissão de Finanças e Orçamento, que terá o prazo de 05 (cinco)
a Comissão de Justiça e Redação, que poderá solicitar a audiência dias para colocá-las na devida forma.
de outras Comissões. ARTIGO 188 - As Sessões em que se discute o orçamento terão
Parágrafo 5º - As Comissões tem o prazo conjunto e improrro- a Ordem do Dia reservada a esta matéria, sem realização do Expe-
gável de 10 (dez) dias para a manifestação. diente dos Senhores Vereadores.
Parágrafo 6º - Se a Comissão de Justiça e Redação não se pro- Parágrafo 1º - Tanto em primeira como em segunda discussão,
nunciar no prazo indicado, a Mesa incluirá a proposição na pauta da o Presidente, de ofício, prorrogará as Sessões até a discussão e vo-
Ordem do Dia da Sessão imediata, independente de parecer. tação da matéria.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo 2º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anu- ARTIGO 196 - Para emitir o seu parecer a Comissão de Finanças
al ou projetos que o modifiquem somente poderão ser aprovados e Orçamento poderá vistoriar as obras e serviços, examinar pro-
caso: cessos, documentos e papéis nas repartições da Prefeitura, pode-
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de rá também, solicitar esclarecimentos complementares ao Prefeito,
diretrizes orçamentárias; para aclarar partes obscuras.
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- ARTIGO 197 - Cabe a qualquer vereador o direito de acompa-
venientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam sobre: nhar os estudos da Comissão de Finanças e Orçamento, no período
a - dotações para pessoal e seus encargos; em que o processo estiver entregue à mesma.
b - serviço da dívida; ARTIGO 198 - As contas serão submetidas a uma única discus-
c - transferências tributárias para autarquias e fundações insti- são, após a qual se procederá imediatamente, a votação.
tuídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. ARTIGO 199 - A Câmara tomará e julgará as contas do Prefei-
III – sejam relacionadas: to e da Mesa, no prazo de 90 (noventa) dias após o recebimento
a – com a correção de erros e omissões; do parecer prévio do Tribunal de Contas, observados os seguintes
b – com os dispositivos do texto do projeto de lei. preceitos:
ARTIGO 189 - Dez (10) dias antes do prazo de remessa dos au- I - o parecer somente poderá ser rejeitado por decisão de 2/3
tógrafos de lei ao Executivo, o Presidente da Câmara interromperá (dois terços) dos membros da Câmara;
a tramitação dos projetos no estado em que estiverem e, convocará II - decorrido o prazo de 90 (noventa) dias sem deliberação, as
sessões diárias para apreciação dos projetos tratados no artigo 129, contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas, de acordo com
incisos I, II e III da Lei nº 681, de 06 de abril de 1.990. a conclusão do parecer do Tribunal de Contas;
ARTIGO 190 - Aplicam-se aos projetos referidos neste artigo, III - rejeitadas as contas, serão imediatamente remetidas ao Mi-
no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas nistério Público para os devidos fins.
relativas ao processo legislativo. ARTIGO 200 - A Câmara funcionará, se necessário, em sessões
ARTIGO 191 - As emendas serão apresentadas na Comissão de extraordinárias, de modo que as contas possam ser tomadas e jul-
Finanças e Orçamento, que sobre elas emitirá parecer apreciadas, gadas dentro do prazo legal.
na forma do Regimento Interno, pelo Plenário da Câmara Munici-
pal. TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II CAPÍTULO I
DA TOMADA DE CONTAS DO PREFEITO E DA MESA DOS RECURSOS

ARTIGO 192 - O controle financeiro externo será exercido pela ARTIGO 201 - Os recursos contra atos do Presidente, serão in-
Câmara Municipal, com auxílio do Tribunal de Contas competente terpostos dentro de prazo improrrogável de 10 (dez) dias, contados
ou órgão estadual a que for atribuída essa incumbência, compreen- da data da ocorrência, por simples petição a ele dirigida.
dendo o acompanhamento e a fiscalização da execução orçamentá- Parágrafo 1º - 0 recurso será encaminhado à Comissão de Justi-
ria e a apreciação e julgamento das contas do exercício financeiro ça e Redação para opinar e elaborar Projeto de Resolução.
apresentadas pelo Prefeito e pela Mesa da Câmara. Parágrafo 2º - Apresentado o parecer com o Projeto de Resolu-
ARTIGO 193 - A Mesa da Câmara enviará ao Prefeito até o dia ção, acolhendo ou denegando o recurso, será o mesmo submetido
primeiro de março as contas do exercício anterior, que remeterá, a uma única discussão e votação na Ordem do Dia da primeira Ses-
até o dia 31 de março do exercício seguinte ao Tribunal de Contas são, ordinária ou extraordinária, a realizar-se.
competente.
Parágrafo único - O Tribunal de Contas dará o parecer prévio, CAPÍTULO II
devendo concluir pela aprovação ou rejeição. DAS INFORMAÇÕES E DA CONVOCAÇÃO DO PREFEITO
ARTIGO 194 - Recebidos os processos do Tribunal de contas, a
Mesa independente de leitura dos pareceres em Plenário, os man- ARTIGO 202 - Compete a Câmara solicitar ao Prefeito quaisquer
dará publicar, distribuindo cópia aos vereadores e enviando os pro- informações sobre assuntos referentes à administração municipal.
cessos à Comissão de Finanças e Orçamento. Parágrafo único - As informações serão solicitadas por requeri-
Parágrafo 1º - A Comissão de Finanças e Orçamento, no prazo mento proposto por qualquer vereador e sujeito as normas expos-
improrrogável de 12 (doze) dias, apreciará os pareceres do Tribunal tas em Capitulo próprio.
de Contas, através de projeto de Decreto Legislativo, dispondo so- ARTIGO 203 - Aprovado o pedido de informação pela Câmara,
bre sua aprovação ou rejeição. será encaminhada ao Prefeito, que tem o prazo de 30 (trinta) dias
Parágrafo 2º - Se a Comissão não exarar os pareceres no prazo da data do recebimento, para prestar as informações.
indicado, os processos serão encaminhados à pauta da Ordem do ARTIGO 204 - Os pedidos de informações podem ser reitera-
Dia, somente com os pareceres do Tribunal de Contas. dos, se não satisfizerem ao autor, mediante novo requerimento,
ARTIGO 195 - Exarados os pareceres pela Comissão ou após a que deverá seguir a tramitação regimental.
decorrência do prazo do artigo anterior, a matéria será distribuída ARTIGO 205 - Compete, ainda, à Câmara, convocar o Prefeito,
aos vereadores e os processos serão incluídos na pauta da Ordem para prestar informações sobre assuntos de sua competência ad-
do Dia da Sessão imediata. ministrativa, mediante oficio enviado pelo Presidente, em nome da
Parágrafo único - As Sessões em que se discutem as contas, te- Câmara.
rão somente esta matéria na Ordem do Dia que iniciar-se-ão, logo ARTIGO 206 - A convocação deverá ser requerida, por escrito,
após a leitura dos papéis do Expediente da Mesa. por qualquer vereador ou Comissão, devendo ser discutida e apro-
vada pelo Plenário.
Parágrafo 1º - O requerimento deverá indicar explicitamente o
motivo da convocação e as questões que serão propostas ao Pre-
feito.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo 2º - Aprovada a convocação, o Presidente entender-
-se-á com o Prefeito, a fim de fixar dia e hora para o seu compa- LEI COMPLEMENTAR Nº 15/92 (ESTATUTO DOS FUN-
recimento, dando-lhe ciência da matéria sobre a qual servirá de CIONÁRIOS PÚBLICOS DE PRAIA GRANDE)
interpelação.
ARTIGO 207 - O Prefeito poderá, espontaneamente, compa- LEI COMPLEMENTAR N° 015 DE 28 DE MAIO DE 1.992
recer à Câmara para prestar esclarecimentos, após entendimentos
com o Presidente, que designará dia e hora para a recepção. “DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
ARTIGO 208 - Na Sessão a que comparecer, o Prefeito terá lugar MUNICIPAIS DE PRAIA GRANDE E ADOTA PROVIDÊNCIAS CORRE-
a direita do Presidente e fará, inicialmente, uma exposição sobre as LATAS”.
questões que lhe foram propostas, apresentando, a seguir, escla-
recimentos complementares solicitados por qualquer vereador, na DORIVALDO LORIA JÚNIOR, Prefeito da Estância Balneária de
forma regimental. Praia Grande, usando das atribuições que lhe são conferidas por
Parágrafo 1º - Não é permitido aos vereadores apartear a ex- Lei;
posição do Prefeito, nem levantar questões estranhas ao assunto Faço saber que a Câmara Municipal em sua Décima Terceira
da convocação. Sessão Ordinária, realizada em 13 de maio de 1.992, aprovou e Eu
Parágrafo 2º - O Prefeito poderá fazer-se acompanhar de fun- Sanciono e Promulgo a seguinte Lei Complementar,
cionário municipal, que o assessorem nas informações; o Prefeito e
seus assessores estarão sujeitos, durante a sessão, as normas deste TÍTULO I
Regimento. CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO III
DA INTERPRETAÇÃO E DA REFORMA DO REGIMENTO ARTIGO 1º - Esta Lei Complementar institui o regime jurídico
único – estatutário – dos servidores públicos municipais de Praia
ARTIGO 209 - Qualquer Projeto de Resolução modificando o Grande.
Regimento Interno, depois de lido em Plenário, será encaminhado Parágrafo Único – As disposições desta Lei Complementar apli-
à Mesa para opinar. cam-se, no que couber, aos servidores da Câmara Municipal de
Parágrafo 1º - A Mesa tem o prazo de 10 (dez) dias para exarar Praia Grande.
parecer.
ARTIGO 2° - Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor é
Parágrafo 2º - Dispensam-se desta tramitação os projetos
a pessoa legalmente investida em cargo público.
oriundos da própria mesa.
ARTIGO 3° - Cargo público é o criado por Lei, em número certo,
Parágrafo 3º - Após esta medida preliminar, seguirá o projeto
com denominação própria, remunerado pelos cofres públicos, ao
de Resolução a tramitação normal dos demais processos.
qual corresponde um conjunto de atribuições e responsabilidades
ARTIGO 210 - Os casos não previstos neste Regimento, serão
cometidas a servidor público.
resolvidos soberanamente pelo Plenário e as soluções constituirão
Parágrafo 1° - Os cargos são acessíveis a todos os brasileiros,
precedentes regimental.
observadas as condições de capacidade prescritas em leis, regula-
ARTIGO 211 - As interpretações do Regimento, feitas pelo Pre-
sidente, em assunto controverso, também constituirão precedente, mentos e instruções baixadas pelos órgãos competentes.
desde que a Presidência assim o declare, por iniciativa própria ou a Parágrafo 2° - Os vencimentos dos cargos públicos correspon-
requerimento de qualquer vereador. dem a referências ou símbolos, fixados em Lei.
ARTIGO 212 - Os precedentes regimentais serão anotados em ARTIGO 4° - Os cargos públicos são de carreira ou isolados.
livro próprio, para orientação na solução de casos análogos. Parágrafo 1° - São de carreira os que se integram em classes e
Parágrafo único - Ao final de cada ano legislativo, a Mesa fará correspondem à mesma natureza de trabalho; isolados são os que
a consolidação de todas as modificações feitas no Regimento, bem não podem integrar em classes e correspondem a certa e determi-
como dos precedentes adotados, publicando-os em separata. nada função.
Parágrafo 2° - Os cargos de carreira são de provimento efetivo
TÍTULO VIII e os isolados são de provimento efetivo ou em comissão, segundo
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS as leis que os criarem.
ARTIGO 5° - Classe é o agrupamento de cargos da mesma deno-
ARTIGO 213 - Nos dias de Sessão, deverão estar hasteadas no minação e de igual referência de vencimentos
Edifício e na Sala das Sessões, as Bandeiras do Brasil, do Estado e ARTIGO 6° - Carreira é o conjunto de classes da mesma natu-
do Município. reza de trabalho, escalonadas segundo a responsabilidade e a com-
ARTIGO 214 - Os prazos previstos neste Regimento quando não plexidade das atribuições.
se mencionar expressamente dias úteis, serão contados em dias ARTIGO 7° - Quadro é o conjunto de carreiras e de cargos iso-
corridos e não correrão durante os períodos de recesso da Câmara. lados.
Parágrafo único - Na contagem dos prazos regimentais, obser- ARTIGO 8° - É vedada a prestação de serviços gratuitos, salvo os
var-se-á no que for aplicável, a legislação processual civil. casos previstos em Lei.
ARTIGO 215 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente
a Resolução nº 02, de 16 de Dezembro de 1970.

48
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
TÍTULO II SEÇÃO IV
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DE CARGOS DA POSSE
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO ARTIGO 17 - Posse é o ato pelo qual a pessoa é investida em
SEÇÃO I cargo público.
DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo Único – Não haverá posse nos casos de enquadra-
mento funcional determinado por lei, de promoção ou de reinte-
ARTIGO 9° - Os cargos públicos são providos por: gração.
I – Nomeação; ARTIGO 18° - A posse verificar-se-á mediante a assinatura, pela
II – Promoção; autoridade competente e pelo servidor, do termo pelo qual este
III – Acesso; se compromete a observar fielmente os deveres e atribuições do
IV – Transferência; cargo, bem como as exigências deste Estatuto.
V – Reintegração; Parágrafo 1° - Na ocasião da posse, o servidor declarará que
VI - Reversão; exerce ou não outro cargo, função ou emprego público remunera-
VII – Aproveitamento; do, inclusive empregos e funções em autarquia, empresa pública,
VIII – Readaptação. sociedade de economia mista, ou fundação pública;
ARTIGO 10 - São requisitos básicos para investidura em cargo Parágrafo 2° - A posse poderá dar-se por procuração específica.
público: Parágrafo 3° - A Lei especificará os casos em que, no ato da
I – a nacionalidade brasileira; posse, será exigida também declaração de bens.
II – o gozo dos direitos políticos; ARTIGO 19 - São competentes para dar posse o Prefeito, os Se-
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; cretários Municipais e autoridades a estes equiparadas.
IV – o nível de escolaridade exigido para exercício do cargo; Parágrafo Único – A autoridade que der posse deverá verificar,
V – a idade mínima de dezoito anos; sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições le-
VI – aptidão física e mental. gais para a investidura no cargo.
Parágrafo 1° - As atribuições do cargo podem justificar a exigên- ARTIGO 20 - A posse em cargo público dependerá prévia inspe-
cia de outros requisitos estabelecidos em Lei. ção médica oficial.
Parágrafo 2° - As pessoas portadoras de deficiência é assegura- Parágrafo Único – Só poderá ser empossado aquele que for jul-
do o direito de se inscrever em concurso públicos para provimen- gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
to de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência ARTIGO 21 - A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias con-
de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 10% tados da publicação do ato de provimento, prorrogável por mais de
(dez por cento) das vagas oferecidas no concurso. trinta dias, a requerimento do interessado.
Parágrafo Único – O termo inicial do prazo para posse de ser-
SEÇÃO II vidor em férias ou licença, exceto no caso de licença para tratar de
DA NOMEAÇÃO interesses particulares, será o da data em que voltar ao serviço.
ARTIGO 22 - Se a posse não se der dentro do prazo legal, o ato
ARTIGO 11 - A nomeação far-se-á: de provimento será tornado sem efeito.
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de pro-
vimento efetivo ou de carreira; SEÇÃO V
II - em comissão, para cargos de confiança, de livre exoneração. DA ESTABILIDADE
Parágrafo Único - A designação para função de direção, chefia e
assessoramento recairá preferencialmente em servidor de carreira. ARTIGO 23 – O servidor habilitado em concurso público e em-
ARTIGO 12 - A nomeação para cargo de carreira ou cargo iso- possado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no
lado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em con- serviço público ao completar dois anos de efetivo exercício.
curso público de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem ARTIGO 24 - O servidor estável só perderá o cargo em virtude
de classificação. de sentença judicial transitada em julgado ou de processo adminis-
trativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
SEÇÃO III
ARTIGO 25 - Enquanto não adquirir estabilidade, poderá o ser-
DO CONCURSO PÚBLICO
vidor ser exonerado no interesse do serviço público nos seguintes
casos:
ARTIGO 13 – A investidura em cargo público depende de apro-
I – inassiduidade;
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.
II – ineficiência;
Parágrafo Único – Prescindirá de concurso a nomeação para
III – indisciplina;
cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exone-
IV – insubordinação;
ração.
ARTIGO 14 - O concurso público terá validade de até 02 (dois) V – falta de dedicação ao serviço; e
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. VI – má conduta.
ARTIGO 15 - As condições de realização de cada concurso serão Parágrafo 1° - Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o
fixadas em editais, publicado na imprensa local. Chefe imediato do servidor representará à autoridade competente,
ARTIGO 16 - Não será aberto novo concurso enquanto houver a qual deverá dar vistas ao servidor, a fim de que o mesmo possa
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade apresentar sua defesa, no prazo de 10 (dez) dias.
não expirado. Parágrafo 2° - A representação prevista neste artigo deverá ser
formalizada pelo menos 6 (seis) meses antes do término do período
fixado no artigo 23.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO VI SEÇÃO IX
DA TRANSFERÊNCIA DO APROVEITAMENTO

ARTIGO 26 - O servidor poderá ser transferido de um para ou- ARTIGO 35 - Aproveitamento é a volta do servidor em disponi-
tro cargo de provimento efetivo. bilidade ao exercício de cargo público.
ARTIGO 27 - As transferências, de qualquer natureza, serão fei- ARTIGO 36 - O servidor em disponibilidade será obrigatoria-
tas a pedido do servidor ou “ex-offício”, atendida sempre a conve- mente aproveitado no preenchimento de vaga existente ou que se
niência do serviço e os requisitos necessários ao aproveitamento verificar nos quadros do funcionalismo.
do cargo. Parágrafo 1° - O aproveitamento far-se-á a pedido ou “ex-offí-
ARTIGO 28 - A transferência só poderá ser feita para cargo da cio”, respeitada sempre a habilitação profissional.
mesma referência de vencimento. Parágrafo 2° - O aproveitamento dar-se-á em cargo equivalen-
ARTIGO 29 - A transferência por permuta será procedida a pe- te, por sua natureza e vencimento, ao que o servidor ocupava quan-
dido escrito dos interessados e de acordo com o disposto nesta Se- do posto em disponibilidade.
ção. Parágrafo 3° - Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveita-
mento sem que, mediante inspeção médica, fique comprovada a
SEÇÃO VII capacidade para o exercício do cargo.
DA REINTEGRAÇÃO Parágrafo 4° - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas-
sada a disponibilidade do servidor que, aproveitado não tomar pos-
ARTIGO 30 - A reintegração, que decorrerá sempre de decisão se ou não entrar em exercício dentro dos prazos legais.
administrativa ou judiciária, é o reingresso no serviço público de
servidor demitido, com o ressarcimento dos prejuízos decorrentes SEÇÃO X
do afastamento. DA READAPTAÇÃO
ARTIGO 31 - A reintegração será feita no cargo anteriormente
ocupado. ARTIGO 37 - Readaptação é o aproveitamento do servidor em
Parágrafo 1° - Se o cargo anteriormente ocupado houver sido cargo mais compatível com sua capacidade física ou intelectual.
transformado, a reintegração se dará no cargo resultante; se hou- ARTIGO 38 - A readaptação, que dependerá sempre de inspe-
ver sido extinto, em cargo de vencimento e habilitação profissional ção médica, far-se-á;
equivalente. I – quando se verificarem modificações no estado físico ou psí-
Parágrafo 2° - Não sendo possível a reintegração na forma quico, ou nas condições de saúde do servidor, que lhe diminuam a
prescrita neste artigo, será o servidor posto em disponibilidade, no eficiência para o exercício do cargo; e
cargo que exercia, com provimento igual ao vencimento ou remu- II – quando se comprovar, em processo administrativo, que a
neração que percebia na data do afastamento. capacidade intelectual do servidor não corresponde às exigências
Parágrafo 3° - O servidor reintegrado será submetido à inspe- do exercício do cargo.
ção médica. Verificada a incapacidade para o exercício do cargo,
será aposentado no cargo em que houver sido reintegrado. CAPÍTULO II
ARTIGO 32 - Reintegrado o servidor, quem lhe houver ocupado DO EXERCÍCIO
o lugar será exonerado ou reconduzido ao cargo anterior, mas sem SEÇÃO I
direito à indenização. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

SEÇÃO VIII ARTIGO 39 - Exercício é o desempenho das atribuições e res-


DA REVERSÃO ponsabilidades do cargo.
Parágrafo 1° - O início, a interrupção, o reinício e a cessação do
ARTIGO 33 - Reversão é o ato pelo qual o servidor aposentado exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.
reingressa no serviço público, a seu pedido ou “ex-offício”. Parágrafo 2° - O início do exercício e as alterações que nele
Parágrafo 1° - A reversão “ex-offício” será feita quando insubsis- ocorrerem serão comunicados ao órgão de pessoal pelo chefe ime-
tentes as razões que determinaram a aposentadoria. diato do servidor.
Parágrafo 2° - A reversão a pedido, que será feita a critério da ARTIGO 40 - O chefe imediato do servidor é a autoridade com-
Administração, dependerá da existência de cargo vago, bem como petente para dar-lhe exercício.
da comprovação de capacidade para o exercício do cargo mediante ARTIGO 41 - O exercício do cargo terá início dentro do prazo de
inspeção médica. 30 (trinta) dias, contado da posse.
Parágrafo 3° - Não poderá reverter à atividade, a pedido, o apo- Parágrafo 1° - O prazo referido neste artigo poderá ser prorro-
sentado que tiver mais de 58 (cinqüenta e oito) anos de idade. gado, por solicitação do interessado, desde que a prorrogação não
ARTIGO 34 - A reversão far-se-á em cargo de idêntica deno- exceda a mais de 30 (trinta) dias.
minação à daquele ocupado por ocasião da aposentadoria ou, se Parágrafo 2° - O servidor transferido ou removido, quando afas-
transformando, no cargo resultante da transformação. tado, em virtude de férias, casamento ou luto, ou quando licencia-
Parágrafo Único – Em casos especiais, a juízo da Administração, do, exceto no caso de licença para tratar de interesses particulares,
poderá o aposentado reverter ao serviço em outro cargo, de igual terá 30 (trinta) dias, a contar do término do impedimento para en-
nível de vencimentos, respeitados os requisitos para provimento do trar em exercício.
cargo. Parágrafo 3° - O servidor que não entrar em exercício dentro do
prazo será exonerado do cargo.
ARTIGO 42 - Nenhum servidor poderá ter exercício em unidade
diferente daquele em que for designado, salvo nos casos previstos
neste Estatuto ou mediante prévia autorização do Prefeito.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 43 - Será concedido horário especial ao servidor es- ARTIGO 52 - A substituição remunerada depende da expedição
tudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário de ato da autoridade competente para nomear ou designar e só
escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. se efetuará quando imprescindível, em face das necessidades do
Parágrafo Único – Para o efeito do disposto neste artigo, será serviço.
exigida a compensação de horário na repartição, respeitada a dura- Parágrafo Único – O substituto, durante o tempo que exercer o
ção semanal do trabalho. cargo ou função gratificada, terá direito a perceber o vencimento ou
ARTIGO 44 - O afastamento do servidor para participação em a gratificação respectiva.
congressos, certames desportivos, culturais ou científicos depende- ARTIGO 53 - Quando o ocupante de cargo em comissão ou de
rá de prévia autorização da Administração. função gratificada estiver afastado por medida disciplinar ou inqué-
ARTIGO 45 - O servidor preso em flagrante ou preventivamen- rito administrativo, será substituído por servidor nomeado ou de-
te, ou recolhido à prisão em decorrência de pronúncia ou condena- signado para prover o cargo ou a função.
ção por crime inafiançável, será considerado afastado do exercício Parágrafo Único – O substituto receberá o vencimento do cargo
do cargo, até decisão final transitada em julgado. ou a gratificação de função na forma do Parágrafo Único do artigo
Parágrafo 1° - Durante o afastamento, o servidor perderá um anterior.
terço do vencimento ou remuneração, tendo direito à diferença, se
for no final absolvido. SEÇÃO IV
Parágrafo 2° - No caso de condenação, e se esta não for de na- DA FIANÇA
tureza que determine a demissão do servidor, continuará o mesmo
afastado, na forma deste artigo, até o cumprimento total da pena, ARTIGO 54 - O servidor investido em cargo cujo provimento,
com direito, apenas, a um terço do vencimento ou remuneração. por disposição legal ou regulamentar, dependa de fiança, não po-
ARTIGO 46 - O servidor investido em mandato eletivo federal derá entrar em exercício sem cumprir essa exigência.
ou estadual ficará afastado de seu cargo. Parágrafo 1° - A fiança poderá ser prestada:
Parágrafo 1° - O servidor investido no mandato de Prefeito Mu- 1 – em dinheiro;
nicipal será afastado de seu cargo, por todo o período do mandato, 2 – em títulos de dívida pública; e
sendo – lhe facultado optar pelo vencimento. 3 – em apólice de seguro de fidelidade funcional, emitidas por
Parágrafo 2° - O servidor investido no mandato de Vereador, instituições oficiais ou empresas legalmente autorizadas.
havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de Parágrafo 2° - Não poderá ser autorizado o levantamento da
seu cargo, sem prejuízo dos subsídios a que fizer jus. Havendo in- fiança antes de tomadas as contas do servidor.
compatibilidade, dar-se-á o afastamento do cargo. Parágrafo 3° - O responsável por alcance e desvio de material
Parágrafo 3° - O período de afastamento, para exercício do não ficará isento do procedimento administrativo e criminal que
mandato, será considerado como tempo de serviço para todos os couber, ainda que o valor da fiança seja superior ao do prejuízo ve-
efeitos legais. rificado.

SEÇÃO II SEÇÃO V
DA REMOÇÃO DA ACUMULAÇÃO

ARTIGO 46A - O servidor poderá ser cedido, para ter exercício ARTIGO 55 - É vedada a acumulação remunerada de cargos pú-
em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, blicos, exceto:
ou do Distrito Federal e dos Municípios, em havendo interesse da I – A de dois cargos de professor;
Administração, com ou sem prejuízo de sua remuneração, e com as II – A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
demais condições estabelecidas no ato de afastamento. (Esse artigo III – A de dois cargos privativos de médico.
foi inserido pela Lei Complementar nº 461, de 11 de setembro de Parágrafo 1° - Em qualquer dos casos previstos neste artigo, a
2006) acumulação somente será permitida se houver compatibilidade de
ARTIGO 47 - Remoção é o deslocamento do servidor de uma horários.
unidade para outra. Parágrafo 2° - A proibição de acumular estende-se a empregos
ARTIGO 48 - A remoção, que se processará a pedido do servidor e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades mis-
ou “ex-offício”, mediante ato da autoridade competente, poderá ser tas e fundações mantidas pelo Poder Público.
feita: ARTIGO 56 - O servidor ocupante de cargo efetivo ou em dispo-
I – De uma para outra Secretaria; e nibilidade poderá ser nomeado para cargo em comissão perdendo,
II – De uma para outra unidade, dentro da mesma Secretaria. durante o exercício desse cargo, o vencimento ou e remuneração
ARTIGO 49 - A remoção por permuta será processada a pedido do cargo efetivo ou o provento da disponibilidade, salvo se optar
dos interessados, com a concordância das respectivas chefias, fican- pelo mesmo.
do o atendimento à critério da Administração.
ARTIGO 50 - O servidor removido deverá assumir de imediato o CAPÍTULO III
exercício na unidade para a qual foi deslocado, salvo quando em fé- DA VACÂNCIA DOS CARGOS
rias ou licença, hipótese em que deverá apresentar-se no primeiro
dia útil após o término do impedimento. ARTIGO 57 - A vacância de cargos decorrerá de:
a) exoneração;
SEÇÃO III b) demissão;
DA SUBSTITUIÇÃO c) promoção;
d) acesso;
ARTIGO 51 - Só haverá substituição remunerada no impedi- e) transferência;
mento legal e temporário do ocupante de cargo em comissão ou de f) disponibilidade;
função gratificada. g) aposentadoria;

51
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
h) nomeação para outro cargo; e b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, nas
i) falecimento. Forças Aéreas e nas auxiliares;
Parágrafo 1° - Dar-se-á a exoneração: c) o período em que o servidor tiver desempenhado, me-
a) a pedido do servidor diante autorização da Administração, cargos e funções federais, es-
b) à critério do Prefeito, ou autoridade competente, quando taduais ou municipais.
se tratar de ocupante de cargo em comissão; Parágrafo Único – (Esse parágrafo foi revogado pelo art. 50, da
c) quando o servidor não satisfazer as condições exigíveis Lei Complementar nº 267, de 1º de Janeiro de 2001)
para adquirir estabilidade; e ARTIGO 61 - O tempo de serviço público não prestado ao Muni-
d) quando o servidor não entrar em exercício dentro do pra- cípio somente será computado à vista de certidão ou comunicação
zo legal. de freqüência passada pela autoridade competente.
Parágrafo 2° - A demissão será aplicada como penalidade. ARTIGO 62 - O tempo de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal será contado para todos os efeitos legais.
TÍTULO III ARTIGO 63 - É vedada a cumulação de tempo de serviço simul-
DO TEMPO DE SERVIÇO E DA PROGRESSÃO FUNCIONAL taneamente prestado, em dois ou mais cargos ou funções, à União,
CAPÍTULO I Estados ou Municípios.
DO TEMPO DE SERVIÇO Parágrafo Único – Em regime de acumulação de cargos é veda-
do contar tempo de um dos cargos para reconhecimento de direitos
ARTIGO 58 - A apuração do tempo de serviço do servidor será ou vantagens de outro.
feita em dias para todos os efeitos legais.
Parágrafo 1° - Serão computados os dias de efetivo exercício, à CAPÍTULO II
vista do registro de freqüência ou da folha de pagamento. DA PROMOÇÃO
Parágrafo 2° - O número de dias será convertidos em anos, con- SEÇÃO I
siderados sempre estes como de 365 dias. DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo 3° - Feita a conversão de que trata o parágrafo ante-
rior, os dias restantes, até 182 (cento e oitenta e dois), não serão ARTIGO 64 - Promoção é a elevação do servidor efetivo à classe
computados, arredondando-se para um ano, na promoção e na imediatamente superior, dentro da mesma série de classes.
aposentadoria por invalidez ou com proventos proporcionais quan- Parágrafo Único – A promoção será feita pelos critérios de me-
do excederem esse número. recimento e antiguidade, á razão de 2/3 e 1/3, respectivamente.
ARTIGO 59 - Serão considerados de efetivo exercício os dias em ARTIGO 65 - Não poderá ser promovido o servidor que não te-
que o servidor estiver afastado do serviço em virtude de: nha, na conformidade do que a lei dispuser, completado o interstí-
I – férias; cio na classe.
II – casamento, até 8 (oito) dias; ARTIGO 66 - Não poderá ser promovido por merecimento o
III – luto por falecimento do cônjuge, filhos, pais, irmãos, avós, servidor que estiver respondendo a processo administrativo, sus-
netos e sogros, até 8 (oito) dias; penso ou não preventivamente.
IV – exercício de outro cargo no Município de provimento em ARTIGO 67 - Não poderá, também, ser promovido por mereci-
comissão; mento o servidor que tenha sido suspenso no período em que se
V – convocação para o serviço militar, júri e outros serviços apurou o seu grau de merecimento.
obrigatórios por lei; ARTIGO 68 - As promoções serão realizadas anualmente, de
VI – exercício de funções de governo ou administração, em ór- preferência no mês de janeiro, desde que haja cargo que por essa
gão da União, dos Estados, dos Municípios, inclusive de suas autar- forma deva ser provido e obedecerão, rigorosamente, a ordem de
quias, sociedades de economia mista, empresas públicas e funda- classificação, por merecimento ou antiguidade, constante de ser-
ções; vidores habilitados, lista que, para esse fim, será organizada pelo
VII – desempenho de mandato legislativo ou Chefia do Poder órgão competente.
Executivo; Parágrafo Único – As vagas aludidas neste artigo serão aquelas
VIII – licença à gestante, à adotante e licença para tratamento que ocorrerem no exercício anterior.
de saúde, limitado o cômputo, com relação a esta última, de apenas ARTIGO 69 - O servidor que não estiver em exercício, ressalva-
quinze dias por ano como de efetivo exercício; das tão somente as hipóteses por lei consideradas como de efetivo
IX – licença-prêmio; exercício, não poderá concorrer à promoção.
X – missão ou estudos noutros pontos do território nacional
ou estrangeiro, quando o afastamento houver sido expressamente SEÇÃO II
autorizado pela Administração; DA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO
XI – doação de sangue, devidamente comprovada, no dia de
contribuição; ARTIGO 70 - Para concorrer à promoção por merecimento, de-
XII – afastamento por processo administrativo, se o servidor for verá o servidor comprovar capacidade funcional para o exercício
declarado inocente ou se a pena imposta for de repreensão ou mul- das atribuições da classe a que concorra.
ta; e, ainda, os dias que excederem o total da pena de suspensão Parágrafo 1° - A comprovação da capacidade funcional se fará
efetivamente aplicada. através de provas de conhecimento.
Parágrafo Único – (Esse parágrafo foi revogado pelo art. 50 da Parágrafo 2° - Não será classificado para promoção por mereci-
Lei Complementar nº 267, de 1º de Janeiro de 2001) mento o servidor que não obtiver nas provas de conhecimento pelo
ARTIGO 60 - Na contagem do tempo, para todos os efeitos des- menos 40% do seu valor total.
ta Lei, computar-se-á integralmente: ARTIGO 71 - Ocorrendo empate na classificação por mereci-
a) o tempo de serviço anteriormente prestado a qualquer mento, terá preferência o servidor que sucessivamente:
título ao Município pelo servidor; I – tiver mais tempo de serviço prestado ao Município;

52
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
II – tiver residência no Município, comprovada por apresenta- CAPÍTULO II
ção de título de eleitor; DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO, DO HORÁRIO E DO
III – for mais idoso; PONTO
IV – tiver maior número de filho.
ARTIGO 79 - Vencimento é a retribuição mensal paga ao ser-
SEÇÃO III vidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondendo à referência
DA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE fixada em lei.
ARTIGO 80 - Remuneração é a soma do vencimento e demais
ARTIGO 72 - A antiguidade, para efeito de promoção, será de- vantagens pagas ao servidor pelo efetivo exercício do cargo.
terminada pelo tempo de efetivo exercício na classe. ARTIGO 81 - O servidor perderá:
Parágrafo Único – O tempo de serviço para verificação de anti- I – o vencimento ou remuneração do dia, quando não compa-
guidade na classe será apurado em dais. recer ao serviço, salvo motivo legal, ou quando o fizer apo a hora
ARTIGO 73 - Para efeito de apuração da antiguidade na classe, seguinte à marcada para o início dos trabalhos ou se retirar antes
serão considerados de efetivo exercício: da última hora;
I – os afastamentos estatutários considerados como de efe- II – o vencimento ou remuneração correspondente a uma hora
tivo exercício; e diária de trabalho quando comparecer ao serviço dentro da hora
II – o tempo de efetivo exercício na classe anterior, quando seguinte à marcada para o início dos trabalhos, ou quando se retirar
ocorrer fusão de classes. até uma hora antes de findar o período de trabalho;
ARTIGO 74 - A antiguidade na classe, no caso de transferência, III – um terço do vencimento ou da remuneração diária, du-
a pedido, será contada da data em que o servidor entrar em exercí- rante o afastamento por motivo de suspensão preventiva, prisão
cio na nova classe. preventiva, prisão administrativa. Pronúncia por crime comum ou
Parágrafo Único – Se a transferência ocorrer “ex-officio”, no in- denúncia por crime funcional, ou, ainda, condenação por crime ina-
teresse exclusive da Administração, será levado em conta o tempo fiançável em processo no qual não haja pronúncia, com direito à
de efetivo exercício na classe a que pertencia. diferença, se absolvido;
ARTIGO 75 - Ocorre empate na classificação por antiguidade, IV – dois terços do vencimento ou da remuneração, durante o
terá preferência o servidor que sucessivamente: período de afastamento, em virtude de condenação por sentença
I - tiver mais tempo de serviços prestado ao município; definitiva, quando a pena não determine demissão;e
II – tiver residência no município, comprovada por apresenta- V – os vencimentos totais durante o afastamento por motivo de
ção de títulos de eleitor; suspensão preventiva ou prisão administrativa decretadas em caso
III - for o mais idoso; de alcance ou malversação de dinheiro público.
IV - tiver maior numero de filhos. Parágrafo Único – No caso de faltas sucessivas, serão computa-
dos, para efeito de descontos, os dias intercalados, domingos, feria-
CAPÍTULO III dos e aqueles que não haja expediente.
DO ACESSO ARTIGO 82 - As reposições devidas pelos servidores e as inde-
nizações por prejuízos causados à Fazenda Pública Municipal serão
ARTIGO 76 - Acesso é a passagem, pelo critério de merecimen- descontadas em parcelas mensais não excedentes da décima parte
to, do servidor de classe singular ou final de série de classes para do vencimento ou remuneração, ressalvados os casos especiais pre-
classe de nível mais elevado. vistos neste Estatuto.
ARTIGO 77 - Aplicam-se, no que couber, ao provimento por Parágrafo Único - Não caberá o desconto parcelado quando o
acesso, as regras e os dispositivos constantes desta Lei e referentes servidor solicitar exoneração, for demitido ou abandonar o cargo.
às disposições gerais de promoções e as disposições referentes a ARTIGO 83 - O vencimento, a remuneração ou o provento do
promoção por merecimento. servidor não poderão sofrer outros descontos que não forem obri-
gatórios e os autorizados por lei.
TÍTULO IV ARTIGO 84 - Nos dias úteis, só por determinação do Prefeito
DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA poderão deixar de funcionar as repartições públicas ou ser suspen-
CAPÍTULO I so o expediente.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ARTIGO 85 - A freqüência dos servidores será apurada:
I – pelo ponto; e
ARTIGO 78 - Além do vencimento do cargo, o servidor poderá II – pela forma determinada em regulamento, quanto aos servi-
ter direito ainda às seguintes vantagens: dores não sujeitos ao ponto.
I – diárias; ARTIGO 86 - Ponto é o registro que assinala o comparecimento
II – salário-família; do servidor ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a sua
III – gratificações entrada e saída.
IV - adicional por tempo de serviço; Parágrafo único. O ponto poderá ser aferido via leitor biomé-
V – sexta parte; trico (eletrônico), ou através de atestado de freqüência com a assi-
VI – outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas em natura do Secretário da Pasta.”( NR). (Parágrafo incluído pelo artigo
leis especiais ou neste Estatuto. 1º, da Lei Complementar n.º 588, de 27 de maio de 2011).

CAPÍTULO III
DAS DIÁRIAS

ARTIGO 87 - (REVOGADO)
ARTIGO 88 - (REVOGADO)
ARTIGO 89-(REVOGADO)

53
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 90 - (Esses artigos foram revogados pelo art. 50 da Lei “Art. 104. A gratificação por serviços extraordinários será paga
Complementar nº 267, de 1º Janeiro de 2001) por hora de trabalho prorrogado ou antecipado, na mesma razão
ARTIGO 91 - É vedado conceder diárias com o objetivo de re- percebida pelo servidor em cada hora ou período normal de traba-
munerar outros encargos ou serviços. lho a que estiver sujeito, acrescida de cinqüenta por cento.
§ 1º. A prestação de serviços extraordinário não poderá exce-
CAPÍTULO IV der:
DO SALÁRIO-FAMÍLIA E DO SALÁRIO-ESPOSA I – 04 (quatro) horas de trabalho diárias, de segunda a sexta
feira;
ARTIGO 92 - O salário-família, calculado no valor de 3% (três II – 08 (oito) horas diárias de trabalho, aos sábados;
por cento) da referência I inicial, será concedido a todo servidor: III – 08 (oito) horas diárias de trabalho, aos domingos, feriados
I – por filho menor de 21 anos; e pontos facultativos;
II - por filho inválido de qualquer idade. IV – A prestação de serviços extraordinários não poderá ultra-
Parágrafo Único – Compreende-se neste artigo os filhos de passar o teto de 80 (oitenta) horas mensais.
qualquer condição, os enteados, os adotivos e o menor que, me- § 2º. Fica autorizada a prestação de serviços extraordinários
diante autorização judicial, viver sob a guarda e sustento do servi- efetuados por servidores do quadro junto às Unidades de Urgência
dor. e Emergência (Pronto Socorros) não podendo exceder a 12 (doze)
horas diárias de segunda a sexta-feira, aos sábados, aos domingos,
ARTIGO 93 - A invalidez que caracteriza a dependência é a inca-
feriados e pontos facultativos, até o limite máximo de 80 (oiten-
pacidade total e permanente para o trabalho.
ta) horas mensais.” (NR). (Nova redação dada pelo artigo 2º, da Lei
ARTIGO 94 - Quando ambos os genitores tiverem a condição
Complementar n.º 588, de 27 de maio de 2011).
de servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será
ARTIGO 105 - É vedado conceder gratificação por serviço extra-
concedido ao cabeça do casal. ordinário, com objetivo de remunerar outros serviços ou encargos.
Parágrafo 1° - Se não viverem em comum, será concedido ao Parágrafo Único – O servidor que receber importância relativa
que tiver os dependentes sob sua guarda. a prestação de serviço extraordinário que não prestou ficará obriga-
Parágrafo 2° - Se ambos o tiverem, será concedido ao pai e à do a restituí-la de uma só vez, ficando sujeito à punição disciplinar.
mãe, de acordo com a distribuição dos dependentes. ARTIGO 106 - Será punido com pena de suspensão e, na reinci-
ARTIGO 95 - Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a ma- dência, com a demissão a bem do serviço público, o servidor que:
drasta e, na ausência destes, os representantes legais dos incapa- I – atestar falsamente a prestação de serviço extraordinário;
zes. II – que se recusar sem justo motivo a prestação de serviço ex-
ARTIGO 96 - O salário-esposa ou companheira calculado na traordinário;
mesma forma do salário-família será concedido ao servidor desde ARTIGO 107 - As gratificações previstas nos incisos III, IV, V e
que a mulher não exerça atividade remunerada. VI do artigo 99 serão arbitradas pelo Prefeito ou autoridade com-
ARTIGO 97 - A concessão do benefício a que se refere este capí- petente.
tulo será processado na forma prevista em regulamento. § 1º. Os servidores que percebem as gratificações previstas no
ARTIGO 98 - O pagamento do salário-família e do salário-espo- artigo 99, em seus incisos III, IV, V e VI terão os seguintes descontos
sa ou companheira será feito a partir da data em que for requerido. em folha de pagamento, nos casos de faltas mensais:
I - até 03(três) faltas: desconto de 50% (cinqüenta por cento)
CAPÍTULO V da gratificação;
DAS GRATIFICAÇÕES II - acima de 03(três) faltas: desconto de 100% (cem por cento)
da gratificação.
ARTIGO 99 - Será concedida a gratificação ao servidor: § 2º. As faltas justificadas através de ponto eletrônico, para fins
I – pelo exercício de função; dos descontos previstos no parágrafo anterior, serão consideradas
II – pela prestação de serviço extraordinário; somente até 05(cinco).
III – a título de representação; § 3º. Quando ultrapassarem o número de 05(cinco), somente
IV – pela elaboração de serviço técnico ou científico, ou de uti- serão consideradas, para fins de descontos, as justificativas deferi-
das pelo Secretário da pasta.” (NR) (Nova redação dada pelo artigo
lidade para o serviço público;
3º, da Lei Complementar n.º 588, de 27 de maio de 2011).
V – pela participação em órgão de deliberação coletiva;
ARTIGO 108 - Ao servidor que, no desempenho das atribuições
VI – pelo exercício do encargo de auxiliar ou membro de bancas
normais de seu cargo, pagar ou receber em moeda corrente, será
e comissões de concursos;
concedida uma gratificação para cobrir as diferenças de caixa, na
VII – para cobertura de diferença de caixa; e forma que for estabelecido em regulamento.
VIII – por outros encargos previstos em lei. Parágrafo Único - A gratificação a que alude este artigo só po-
ARTIGO 100 - Função gratificada é a instituída em lei para aten- derá ser deferida ao servidor que se encontre no exercício do cargo
der a encargos de chefia e outros que não justifiquem a criação de e mantenha contato com o público, pagando ou recebendo em mo-
cargo. eda corrente.
ARTIGO 101 - O desempenho da função gratificada será atribu- CAPÍTULO VI
ída ao servidor mediante ato expresso. DOS ADICIONAIS POR TEMPO DE SERVIÇO E DA SEXTA PARTE
ARTIGO 102 - A gratificação de função será percebida cumulati- DO VENCIMENTO
vamente com os vencimentos ou remuneração do cargo.
ARTIGO 103 - Não perderá a gratificação de função o servidor ARTIGO 109 - O servidor terá direito, após cada período de
que se ausentar em virtude de férias, luto, casamento, licença-prê- cinco anos, contínuos ou não, à percepção de adicional por tem-
mio e nos afastamentos remunerados previstos neste Estatuto, ou po de serviço, calculado à razão de 5% (cinco por cento) sobre o
quando em serviço obrigatórios por lei ou de atribuições decorren- vencimento ou remuneração, aos quais se incorpora para todos os
tes de sua função. efeitos legais.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 110 - O adicional por tempo de serviço será devido a Parágrafo 6º - Fica assegurado ao servidor exonerado a percep-
partir do dia imediato àquele em que o servidor tiver completado o ção em pecúnia, de períodos de férias não gozadas, proporcional
período aquisitivo. ao efetivo exercício juntos ao Município. (Esse parágrafo foi acres-
ARTIGO 111 - (Esse artigo foi revogado pelo artigo 50, da Lei centado pelo art.1º da Lei Complementar nº 071, de 14 de Abril de
Complementar n.º 267, de 1º de janeiro de 2001). 1994)
ARTIGO 112 - O servidor que completar 20 (vinte) anos de efe- ARTIGO 117 - Anualmente, a chefia de cada unidade organi-
tivo exercício perceberá importância equivalente à sexta-parte de zará, no mês de dezembro, a escala de férias para o ano seguinte,
seu vencimento ou remuneração. alterável de acordo com a conveniência dos serviços.
ARTIGO 113 - A sexta-parte incorpora-se ao vencimento ou re- Parágrafo 1° - O Chefe da unidade, embora incluído na escala
muneração para todos os efeitos legais. de férias, não poderá goza-la sem prévia autorização superior.
Parágrafo 2° - Organizada a escala, deverá ser dada ciência da
CAPÍTULO VII mesma aos servidores.
DAS OUTRAS CONCESSÕES PECUNIÁRIAS ARTIGO 118 - O servidor promovido, transferido ou removido,
quando em gozo de férias, não está obrigado a apresentar-se antes
ARTIGO 114 - A família do servidor falecido será concedido, a de terminá-las.
título de auxílio funeral, importância correspondente a um mês de ARTIGO 119 - Fica assegurado ao servidor o direito de conta-
vencimento ou remuneração. gem em dobro, para todos os efeitos legais, de período de férias
Parágrafo 1° - Na falta de pessoa da família, quem provar ter
não gozadas nem recebidas em pecúnia.
custeado o sepultamento do servidor será reembolsado das respec-
ARTIGO 120 - Sempre que houver necessidade de serviço, de-
tivas despesas até o limite do vencimento ou remuneração.
vidamente justificada, a autoridade administrativa poderá determi-
Parágrafo 2° - Para efeito de pagamento, deverá ser apresenta-
nar a interrupção das férias e o retorno do servidor ao serviço, res-
do requerimento instruído com atestado de óbito e comprovantes
das despesas com o funeral. guardado o direito a este gozo oportuno do período interrompido.
ARTIGO 115 - É assegurado a todo servidor que contar com
um ou mais anos de efetivo exercício, um abono de Natal, corres- CAPÍTULO II
pondendo à referência ou símbolo do cargo que estiver exercendo, DAS LICENÇA
acrescido das gratificações, vantagens incorporadas e verba de re- SEÇÃO I
presentação. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Parágrafo 1° - O servidor com menos de um ano de efetivo
exercício receberá tantos duodécimos quantos forem os meses de ARTIGO 121 - Conceder-se-á licença ao servidor:
serviços prestados, desprezando-se as frações inferiores à 15 (quin- I – Para tratamento de saúde;
ze) dias. II – Quando acidentado no exercício de suas atribuições ou ata-
Parágrafo 2° - O pagamento do abono de que trata este artigo cado de doença profissional;
será feito da seguinte forma: 50% (cinqüenta por cento) no mês de III – Por motivo de doença em pessoa da família;
novembro; 50% (cinqüenta por cento) até o dia 24 de dezembro. IV – Para repouso à gestante e à adotante;
Parágrafo 3º - A requerimento da servidora gestante, o paga- V – Para cumprir serviços obrigatórios por lei;
mento de abono de natal poderá ser antecipado para quando atin- VI – Para tratar de interesses particulares;
gir o sétimo mês de gestação. (Esse parágrafo foi incluído pelo art 1º VII – Por motivo de afastamento do cônjuge, servidor civil ou
da Lei Complementar nº 287, de 07 de novembro de 2001) militar; e
VIII – Licença-prêmio.
TÍTULO V
DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM GERAL SEÇÃO II
CAPÍTULO I DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
DAS FÉRIAS
“Art. 122. O servidor público não perderá o vencimento ou a
ARTIGO 116 - O servidor gozará, obrigatoriamente, férias anu- remuneração do dia, nem sofrerá desconto, em virtude de consulta,
ais de 30 (trinta) dias corridos.
exame ou sessão de tratamento de saúde referente à sua própria
Parágrafo 1° - É proibido levar em conta de férias, para com-
pessoa, desde que o comprove por meio de atestado ou documen-
pensação, qualquer falta ao trabalho.
to idôneo equivalente, expedido por órgãos públicos e serviços de
Parágrafo 2° - O servidor adquirirá o direito à férias após o de-
saúde contratados ou conveniados integrantes da rede do Sistema
curso do primeiro ano de exercício.
Parágrafo 3° - É proibida a acumulação de férias, salvo por ab- Único de Saúde - SUS, quando:
soluta necessária de serviço e pelo máximo de dois anos consecu- I - deixar de comparecer ao serviço, até o limite de 05 (cinco)
tivos. ausências ao ano, independente da jornada a que estiver sujeito,
Parágrafo 4° - Não se estende a proibição do parágrafo anterior ainda que sob o regime de plantão, não podendo exceder 01 (uma)
aos ocupantes de cargos em comissão. ao mês;
Parágrafo 5° - Tendo em vista a proibição de acumulação de II - entrar após o início do expediente, retirar-se antes de seu
férias, incorrerão em pena de responsabilidade os Chefes que impe- término ou dele ausentar-se temporariamente, até o limite de 03
direm o gozo de férias aos servidores em relação aos quais já tenha (três) horas diárias, desde que sujeito à jornada de 40 (quarenta)
sido permitida a acumulação máxima prevista no parágrafo 3°. horas semanais.
§ 1º. A comprovação de que trata o “caput” deste artigo será
feita no mesmo dia ou no dia útil imediato ao da ausência, median-
te apresentação do documento hábil junto ao Serviço de Medicina
do Trabalho da Administração Municipal.

55
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 2º. Nas hipóteses dos incisos I e II do “caput” deste artigo, o Art. 122-D. Esta Lei Complementar não se aplica ao servidor
atestado ou o documento idôneo equivalente deverá comprovar o regido pela Consolidação das Leis do Trabalho.” (NR) (Nova redação
período de permanência do servidor em consulta, exame ou sessão dada pelo artigo 5º, da Lei Complementar n.º 588, de 27 de maio
de tratamento, sob pena de perda, total ou parcial, do vencimento de 2011).
ou da remuneração do dia. ARTIGO 123 - O servidor licenciado para tratamento de saúde
§ 3º. Na hipótese do inciso II do “caput” deste artigo, o servidor é obrigado a reassumir o exercício, se for considerado apto em ins-
deverá comunicar previamente seu superior imediato, ficando obri- peção médica realizada.
gado a compensar o período em que esteve ausente.
§ 4º. O disposto no inciso II do “caput” deste artigo: SEÇÃO III
I - aplica-se ao servidor em situação de acumulação remunera- DA LICENÇA AO SERVIDOR ACIDENTADO NO EXERCÍCIO DE
da de cargos, desde que o somatório das jornadas às quais esteja SUAS ATRIBUIÇÕES OU ATACADO DE DOENÇA PROFISSIONAL
sujeito perfaça no mínimo 40 (quarenta) horas semanais .
II - não se aplica ao servidor cuja jornada de trabalho seja di- ARTIGO 124 - O servidor acidentado no exercício de suas atri-
versa das especificadas no inciso II do “caput” deste artigo ou não buições, ou que tenha adquirido doença profissional, terá direito à
se enquadre na situação prevista no inciso I deste parágrafo.” (NR) licença.
(Nova redação dada pelo artigo 4º, da Lei Complementar n.º 588, Parágrafo 1° - Entende-se por doença profissional a que se deve
de 27 de maio de 2011). atribuir, como relação de efeito e causa, às condições inerentes ao
“Art. 122-A. O disposto no artigo 122 desta Lei Complementar serviço ou a fatos nele ocorridos.
aplica-se ao servidor que, nos mesmos termos e condições, acom- Parágrafo 2° - Acidente é o evento danoso que tenha como cau-
panhar consulta, exame ou sessão de tratamento de saúde: sa, mediata ou imediata, o exercício das atribuições inerentes ao
I - de filhos menores, menores sob sua guarda legal ou com cargo.
deficiência, devidamente comprovados; Parágrafo 3° - Considera-se também acidente, agressão sofrida
II - do cônjuge, companheiro ou companheira; e não provocada pelo servidor no exercício de suas atribuições.
III - dos pais, madrasta, padrasto ou curatelados. Parágrafo 4° - A comprovação do acidente, indispensável para a
concessão da licença, deverá ser feita em processo regular, no prazo
§ 1º. Do atestado ou documento idôneo equivalente deverá
máximo de 8 (oito) dias.
constar, obrigatoriamente, a necessidade do acompanhamento de
que trata este artigo.
SEÇÃO IV
§ 2º. O não comparecimento ao serviço decorrente da aplica-
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ-
ção do disposto no “caput” deste artigo será considerado no limite
LIA
de que trata o inciso I do “caput” do artigo 122 desta Lei Comple-
mentar. (NR)
ARTIGO 125 - O servidor poderá obter licença por motivo de
Artigo 122-B. Deverá ser requerida Licença para tratamento
doença do cônjuge e de parentes até segundo grau, quando veri-
de Saúde ou Licença por motivo de doença em pessoa da família, ficada, em inspeção médica, ser indispensável sua assistência pes-
nos termos da lei, se o não comparecimento do servidor exceder 01 soal, impossível de ser prestada simultaneamente com o exercício
(um) dia, ou tratar-se de sessões de tratamento de doenças crôni- do cargo.
cas em dias alternados ou periódicos, analisados a critério da Medi- ARTIGO 126 - A licença será concedida com vencimento ou re-
cina do Trabalho do órgão responsável. muneração integral durante o primeiro mês e com desconto de me-
§ 1º. As licenças médicas superiores a 15 (quinze) até o limite tade do vencimento ou remuneração quando exceder de um mês
de 60 (sessenta) dias, o servidor deverá ser examinado pela junta até três meses. A partir do terceiro mês a licença será concedida
médica (composta por 02 médicos), a qual decidirá quantos dias sem vencimento ou remuneração.
serão deferidos e dará Alta programada, de acordo com a patologia.
§ 2º. Se após o término da Alta Programada, o servidor con- SEÇÃO V
tinuar incapacitado para retornar ao trabalho, deverá apresentar DA LICENÇA À GESTANTE E À ADOTANTE
requerimento junto a Divisão de Protocolo Geral, solicitando a Rea-
bertura da Licença Continuada, observando-se a seguinte conduta: ARTIGO 127 - A servidora gestante será concedida, mediante
I - O requerimento supracitado deverá ser apresentado, 10 inspeção médica, licença de 120 (cento e vinte) dias, com venci-
(dez) dias antes do término da Alta Programada, e será analisado mento ou remuneração integral.
pela Medicina do Trabalho, que convocará o servidor para uma Parágrafo 1° - Salvo prescrição contrária, a licença será concedi-
nova Perícia Médica, a ser realizada pela Junta Médica, com base da a partir do início do oitavo mês de gestação.
em exames laboratoriais, ou de imagens. Parágrafo 2° - No caso de nascimento prematuro, a licença terá
II - Ficará suspensa a remuneração do servidor, até a data do início a partir do dia do parto.
laudo final emitido pela Perícia Médica, a que se refere o item an- Parágrafo 3° - No caso de natimorto, decorrido 30 (trinta) dias
terior. do evento, a servidora será submetida a exame médico e, se julgada
III - Os requisitos a que se refere o Item II, deverão obedecer os apta, reassumirá o exercício.
mesmos critérios, na hipótese do servidor retornar ao trabalho, e Parágrafo 4° - No caso de aborto atestado por médico oficial,
dentro de 90 (noventa) dias, apresentar outro atestado com a mes- a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
ma patologia. ARTIGO 128 - A servidora que adotar ou obtiver guarda judicial
§ 3º. O disposto no “caput” deste artigo suspende a avaliação de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa)
de estágio probatório, voltando a fruir o prazo no dia útil seguinte dias de licença remunerada.
ao término da licença concedida. (NR) Parágrafo Único – No caso de adoção ou guarda judicial de
Art. 122-C. As ausências do servidor fundamentadas no inciso criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
I do artigo 122-A, desta Lei Complementar, serão computadas so- artigo será de 30 (trinta) dias.
mente para fins de aposentadoria e disponibilidade. (NR)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO VI SEÇÃO IX
DA LICENÇA PARA CUMPRIR SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS POR DA LICENÇA-PRÊMIO
LEI
ARTIGO 134 - Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, ao
ARTIGO 129 - Ao servidor que for convocado para o serviço mi- servidor que requerer conceder-se-á licença-prêmio de noventa
litar ou estágios militares obrigatórios, bem como para o cumpri- dias, com todos os direitos e vantagens do cargo que estiver ocu-
mento de outros serviços públicos obrigatórios por lei, será conce- pando.
dida licença sem prejuízo de direitos e vantagens de seu cargo, com Parágrafo 1° - Essa licença poderá ser concedida em parcelas
vencimento ou remuneração integral. não inferiores a 15 (quinze) dias.
ARTIGO 130 - O servidor desincorporado reassumirá o exercício Parágrafo 2° - O servidor deverá aguardar em exercício a con-
do cargo dentro de 30 (trinta) dias, contados da data de desincor- cessão da licença.
poração. Parágrafo 3° - Não prescreve o direito ao goza de licença-prê-
ARTIGO 131 - Ao servidor que houver feito curso para ser ad- mio.
mitido como oficial da reserva das Forças Armadas será também ARTIGO 135 - Não se concederá licença-prêmio se o servidor,
concedida licença sem vencimentos durante os estágios prescritos em cada qüinqüênio:
pelos regulamentos militares. I – sofrido pena de suspensão;
II – faltando ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias, consecuti-
SEÇÃO VII vos ou não, injustificadamente;
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES III – gozado licença:
a) Para tratamento de saúde por prazo superior a 90 (noven-
ARTIGO 132 - Depois de 1 (um) ano de exercício, o servidor ta) dias, consecutivos ou não;
poderá obter licença sem vencimentos ou remuneração para tratar b) Por motivo de doença em pessoa da família por mais de
de interesses particulares, pelo prazo máximo de 6 (seis) meses, re- 90 (noventa) dias, consecutivos ou não;
nováveis por mais 6 (seis) meses. c) Para tratar de interesses particulares, por qualquer perío-
Parágrafo 1° - Poderá ser negada a licença quando o afastamen- do; e
to do servidor for inconveniente ao interesse do serviço. d) Por motivo de afastamento do cônjuge, servidor civil ou
Parágrafo 2° - O servidor deverá aguardar em exercício a con- militar, por qualquer período.
cessão da licença. ARTIGO 136 - Os períodos de gozo de licença-prêmio são consi-
Parágrafo 3° - O servidor poderá desistir da licença a qualquer derados de efetivo exercício para todos os efeitos legais.
tempo, reassumindo o exercício. ARTIGO 137 - Fica assegurado ao servidor o direito de conta-
Parágrafo 4° - Os ocupantes de cargos de professor somente gem em dobro, para todos os efeitos legais, de períodos de licença-
poderão reassumir o exercício, desistindo da licença, desde que o -prêmio não gozadas em pecúnia.
façam pelo menos com 30 (trinta) dias de antecedência do início
dos períodos de férias ou recessos escolares. CAPÍTULO III
Parágrafo 5° - Reassumindo o exercício, após obter a licença DA DISPONIBILIDADE
pelo prazo máximo previsto no “caput” deste artigo ou nas hipóte-
ses previstas no §§ 3° e 4°, nova licença somente poderá ser conce- ARTIGO 138 - O servidor estável poderá ser posto em disponi-
dida após decorrido outro período de 1 (um) ano de exercício. bilidade:
Parágrafo 6° - O tempo de licença para tratar de interesses par- I – Remunerada, quando o cargo for extinto por lei e não for
ticulares não será computado para qualquer efeito legal, inclusive possível o seu aproveitamento em outro cargo equivalente; e
para efeito de concessão de férias, que somente será assegurada II – Sem remuneração, no caso do parágrafo 2° do artigo 133.
após doze meses do retorno do servidor. Parágrafo Único – No caso do inciso I, restabelecido o cargo,
ainda que modificada a sua denominação, será obrigatoriamente
SEÇÃO VIII aproveitado nele o servidor posto em disponibilidade quando da
DA LICENÇA À SERVIDORA CASADA COM SERVIDOR PÚBLICO sua extinção.
CIVIL OU COM MILITAR
CAPÍTULO IV
ARTIGO 133 - A servidora casada com servidor público civil ou DA APOSENTADORIA
com militar terá direito à licença, sem vencimento ou remuneração,
quando o marido for mandado servir, independentemente de soli- ARTIGO 139 - O servidor será aposentado:
citação, em outro ponto do território nacional ou no estrangeiro. I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais pro-
Parágrafo 1° - A licença será concedida mediante pedido, devi- fissionais ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas
damente instruído com documento oficial que prove a transferên- em lei, e proporcionais nos demais casos;
cia e vigorará pelo prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses. II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
Parágrafo 2° - Finda o prazo a que se refere o parágrafo ante- tos proporcionais ao tempo de serviço;
rior, a servidora será posta em disponibilidade, sem vencimento ou III – voluntariamente:
remuneração, na forma do Capítulo III. a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
(trinta) anos, se mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 (trinta) anos de serviço em funções de magistério,
docentes e especialistas de educação, se homem, e aos 25 (vinte e
cinco) anos se mulher, com proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte
e cinco) anos, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos TÍTULO VI
60 (sessenta) anos, se mulher, com proventos proporcionais ao DOS DEVERES E DA AÇÃO DISCIPLINAR
tempo de serviço. CAPÍTULO I
Parágrafo 1° - O tempo de serviço público federal, estadual DOS DEVERES
prestado a outro Município ou ainda a qualquer autarquia ou en-
tidade paraestadual será computado integralmente para os efeitos ARTIGO 142 - São deveres do servidor:
de aposentadorias e disponibilidade. I – ser assíduo e pontual;
Parágrafo 2° - Os proventos da aposentadoria serão revistos, II – cumprir as ordens superiores, representando quando fo-
na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a rem manifestamente ilegais;
remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendi- III – desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for
dos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriores con- incumbido;
cedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes IV – guardar sigilo sobre os assuntos da Administração;
de reenquadramento, transformação ou reclassificação do cargo ou V – tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o pú-
função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. blico em geral;
Parágrafo 3° - Fica assegurada, para efeito de aposentadoria, VI – manter sempre atualizada sua declaração de família, de
a contagem recíproca do tempo de serviço nas atividades públicas residência e de domicílio;
ou privadas, rural e urbana, inclusive do tempo de serviço exercido VII – zelar pela economia do material do Município e pela con-
pelo servidor, na qualidade de autônomo, fazendo-se a compensa- servação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
ção financeira, seguindo critérios estabelecidos em lei, observado
VIII – apresentar-se convenientemente trajado ao serviço, ou
o disposto no artigo 26, parágrafo único, da Lei n° 757, de 30 de
com o uniforme determinado, quando for o caso;
setembro de 1.991, com a redação dada pelo artigo 7° da Lei n° 760,
IX – cooperar e manter espírito de solidariedade com os com-
de 24 de janeiro de 1.992.
panheiros de trabalho;
Parágrafo 4° - O servidor, após decorridos 90 (noventa) dias da
apresentação do pedido de aposentadoria voluntária que preencha X – estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instru-
as condições legais exigíveis, poderá se afastar do exercício do car- ções e ordens de serviço que digam respeito às funções; e
go, sem sofrer por isso qualquer penalidade. XI – proceder pública e particularmente, de forma que dignifi-
que a função pública.
CAPÍTULO V
DO DIREITO DE PETIÇÃO CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
ARTIGO 140 - É assegurado ao servidor o direito de requerer ou
apresentar, pedir reconsideração e recorrer, desde que faça dentro ARTIGO 143 - É proibida ao servidor toda ação ou omissão ca-
das normas de urbanidade, observadas as seguintes regras: paz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir
I – Nenhuma solicitação, qualquer que seja a sua forma, poderá a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou cau-
ser encaminhada sem conhecimento da autoridade a que o servi- sar dano à Administração Pública, especialmente:
dor estiver direta e indiretamente subordinado; I – Referir-se depreciativamente em informação, parecer ou
II – O pedido de reconsideração deverá ser dirigido à autori- despacho, ou pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação,
dade que houver expedido o ato ou proferido a decisão e somente às autoridades constituídas e aos atos da Administração;
será cabível quando contiver novos argumentos; II – retirar, sem prévia permissão da autoridade competente,
III – Nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado; qualquer documento ou objeto existente na unidade de trabalho;
IV – Somente caberá recursos quando houver pedido de recon- III – valer-se da sua qualidade de servidor para obter proveito
sideração desatendido; pessoal;
V – O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe- IV – coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza
rior a que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, em última político partidária;
instância, ao Prefeito; e V – exercer comércio entre companheiros de serviço, no local
VI – Nenhum recurso poderá ser encaminhado mais de uma de trabalho;
vez à mesma autoridade. VI – constituir-se procurador de partes, ou servir de intermedi-
Parágrafo 1° - O pedido de reconsideração e o recurso não têm
ário perante qualquer Repartição Pública, exceto quando se tratar
efeito suspensivo, salvo nos casos previstos em lei. Os que forem
de interesse do cônjuge ou de parente até segundo grau;
providos, porém, darão lugar às retificações necessárias, retroagin-
VII – cometer a pessoa estranha, fora dos casos previstos em
do os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que a autoridade
lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou que competir a
competente não determine outras providências quanto aos efeitos
relativos ao passado. seus subordinados;
Parágrafo 2° - As decisões do Prefeito, proferidas em grau de VIII – entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras,
recurso ou em pedido de reconsideração de despacho, encerra, a leituras ou atividades estranhas ao serviço;
instância administrativa. IX – empregar material do serviço público para fins particula-
ARTIGO 141 - Salvo disposição expressa em contrário, é de 60 res;
(sessenta) dias o prazo para interposição de pedidos de reconside- X – fazer circular ou subscrever rifas ou listas de donativos no
ração ou recurso. local de trabalho;
XI – receber estipêndios de fornecedores ou de entidades fis-
calizadoras;
XII – designar, para trabalhar sob suas ordens imediatas, paren-
tes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de confiança
e livre escolha;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
XIII – fazer, com a Administração Direta ou Indireta, contratos IV – demissão;
de natureza comercial, industrial ou de prestação de serviços com V – demissão a bem do serviço público.
fins lucrativos, por si ou como representante de outrem; ARTIGO 149 - Na aplicação das penas disciplinares serão con-
XIV – participar da gerência ou administração de empresas ban- sideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela
cárias ou industriais ou de sociedades comerciais, que mantenham provierem para o serviço público.
relações comerciais ou administrativas com o Município, sejam por ARTIGO 150 - A pena de repreensão será aplicada por escrito,
estas subvencionadas, ou estejam diretamente relacionadas com a nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres fun-
finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado; cionais.
XV – exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou Parágrafo Único – havendo dolo ou má fé, a falta de cumpri-
função em empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham mento dos deveres funcionais será punida com a pena de suspen-
relações com o Município, em matéria que se relacione com a fina- são.
lidade da unidade ou serviço em que esteja lotado; ARTIGO 151 - A pena de suspensão, que não excederá a 90
XVI – comerciar ou ter parte em sociedade comerciais nas con- (noventa) dias, será aplicada, igualmente, à violação das proibições
dições mencionadas no inciso XV deste artigo, podendo, em qual- consignadas neste Estatuto, bem como a reincidência em falta já
quer caso, ser acionista, quotista ou comandatário; punida com a repreensão.
XVII – requerer ou promover a concessão de privilégio, garan- ARTIGO 152 - O servidor suspenso perderá, durante o período
tias de juros ou outros favores semelhantes, estaduais, municipais, de cumprimento da suspensão, todos os direitos e vantagens de-
exceto privilégio de invenção própria; e correntes do exercício do cargo.
XVIII – trabalhar sob as ordens diretas do cônjuge ou de paren- ARTIGO 153 - Será aplicada ao servidor a pena de demissão nos
tes até segundo grau, salvo quando se tratar de função imediata casos de :
confiança e de livre escolha. I – Abandono de cargo;
II – faltas ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 (sessenta)
CAPÍTULO III dias interpolados durante o ano;
DA RESPONSABILIDADE III – procedimento irregular de natureza grave;
IV – acumulação proibida de cargos públicos, se provada a má
ARTIGO 144 - o servidor reponde civil, penal e administrativa- fé;
mente pelo exercício irregular de suas atribuições, sendo responsá- V – ofensas físicas, em serviço ou em razão dele, a servidores
vel por todos os prejuízos que, nesta qualidade, causar à Fazenda ou particulares, salvo se em legítima defesa;
Municipal, por dolo ou culpa, devidamente apurados. VI – transgressão dos incisos XII, XIV, XV, XVI e XVII do artigo
Parágrafo Único – Caracteriza-se especialmente a responsabi- 143; e
lidade: VII – ineficiência no serviço.
I – Pela sonegação de valores ou objetos confiados à sua guarda Parágrafo 1° - Dar-se-á por configurado o abandono do cargo,
ou responsabilidade; quando o servidor faltar ao serviço por mais de 30 (trinta) dias con-
II – por não prestar contas ou por não as tomar, na forma e nos secutivos.
prazos estabelecidos em leis, regulamentos, regimentos, instruções Parágrafo 2° - A pena de demissão por ineficiência no serviço só
e ordens de serviço; será aplicada quando verificada a impossibilidade de readaptação.
III – pelas faltas, danos, avarias, e quais quer outros prejuízos ARTIGO 154 - Será aplicada a pena de demissão a bem do ser-
que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda ou sujeitos a viço público ao servidor que:
seu exame e fiscalização; I – praticar ato de incontinência pública e escandalosa, ou dar-
IV – pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas -se a vícios de jogos proibidos;
notas de despacho, guias e outros documentos da receita ou que II – praticar crime contra a boa ordem e a administração públi-
tenham com eles relação; e ca, a fé pública, e a Fazenda Municipal, ou crime previsto nas leis
V – por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda relativas à Segurança e à Defesa Nacional;
Municipal. III – revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do
ARTIGO 145 - Nos casos de indenização à Fazenda Municipal, cargo ou função, desde que o faça dolosamente, com prejuízo para
o servidor será obrigado a repor, de uma só vez e com acréscimos o Município ou para qualquer particular;
de lei e correção monetária, a importância do prejuízo causado em IV – praticar insubordinação grave;
virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar re- V – lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
colhimentos ou entradas nos prazos legais. VI – receber ou solicitar propinas, comissões ou vantagens de
ARTIGO 146 - Excetuados os casos previstos no artigo anterior, qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda
será admitido o pagamento singelo e parcelado, na forma do artigo que fora de suas funções, mas em razão delas;
85. VII – pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a
ARTIGO 147 - A responsabilidade administrativa não exime o pessoas que tratem de interesse, ou o tenham na unidade de traba-
servidor da responsabilidade civil ou criminal que no caso couber, lho, os estejam sujeitas à sua fiscalização.
nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado o exime da VIII – conceder vantagens ilícitas, valendo-se da função pública;
pena disciplinar em que incorrer. e
IX – exercer a advocacia administrativa.
CAPÍTULO IV ARTIGO 155 - O ato de demitir o servidor mencionará sempre a
DAS PENALIDADES disposição legal em que se fundamente.
ARTIGO 156 - As penalidades poderá ser abrandadas pela auto-
ARTIGO 148 - São penas disciplinares: ridade que as tiver de aplicar, levadas em conta as circunstâncias da
I – repreensão; falta disciplinar e o anterior comportamento do servidor.
II – suspensão; ARTIGO 157 - Deverão constar do assentamento individual do
III – multa; servidor todas as penas que lhe forem impostas.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ARTIGO 158 - Uma vez submetido a inquérito administrativo, Parágrafo 1° - As providências de apuração terão início logo em
o servidor só poderá ser exonerado a pedido, depois de ocorrida a seguida do conhecimento dos fatos e serão tomadas na unidade
absolvição ou após o cumprimento da penalidade que lhe houver onde estes ocorrerem, devendo consistir, no mínimo, em relatório
sido imposta. circunstanciado sobre o que se verificou.
ARTIGO 159 - A primeira infração e de acordo com a sua natu- Parágrafo 2° - A averiguação preliminar de que trata o parágra-
reza, poderá ser aplicada qualquer das penalidades do artigo 148. fo anterior será cometida à Comissão Permanente de Procedimen-
ARTIGO 160 - Para a aplicação das penalidades previstas no ar- tos Disciplinares.
tigo 148, são competentes:
I – O Prefeito, nos casos de demissão, multa, suspensão supe- SEÇÃO II
rior a 30 (trinta) dias; DO PROCESSO SUMÁRIO
II – os Secretários Municipais ou autoridades equiparadas, até
a de suspensão, limitada até 30 (trinta) dias; ARTIGO 168 - Instaura-se o processo sumário quando a falta
III – os Chefes de Departamento, até a de suspensão limitada disciplinar, pelas proporções ou pela natureza, não comportar de-
até 15 (quinze) dias; e missão, ressalvado o disposto no artigo 150.
IV – as demais Chefias a que estiver subordinado o servidor, nas Parágrafo Único – No processo sumário, após a instrução, dar-
hipóteses de repreensão e suspensão até 5 (cinco) dias. -se-á vista ao servidor para apresentação de defesa em 5 (cinco)
ARTIGO 161 - O servidor que, sem justa causa, deixar de aten- dias, seguindo-se a decisão.
der a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado pra-
zo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remu- SEÇÃO III
neração, até que satisfaça essa exigência. DA SINDICÂNCIA
ARTIGO 162 - Prescreverá:
I – Em 2 (dois) anos, a falta que sujeita às penas de repreensão, ARTIGO 169 - A sindicância é peça preliminar e informativa do
inquérito administrativo, devendo ser promovida quando os fatos
multa ou suspensão; e
não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da au-
II – em 5 (cinco) anos as demais faltas.
toria.
ARTIGO 163 - A prescrição começa a correr da data em que a
ARTIGO 170 - A sindicância não comporta o contraditório e tem
autoridade tomar conhecimento da existência da falta.
caráter sigiloso, devendo ser ouvidos, no entanto, os envolvidos nos
Parágrafo 1° - O curso da prescrição interrompe-se pela abertu- fatos.
ra do competente procedimento administrativo. ARTIGO 171 - O relatório da sindicância conterá a descrição
Parágrafo 2° - Na hipótese do parágrafo anterior, todo o prazo articulada dos fatos e proposta objetiva ante o que se apurou, re-
começa a correr novamente, do dia da interrupção. comendando o arquivamento do feito ou a abertura do inquérito
administrativo.
CAPÍTULO V Parágrafo Único – Quando recomendar abertura de inquérito
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA administrativo, o relatório deverá apontar os dispositivos legais in-
fringidos e a autoria apurada.
ARTIGO 164 - O Prefeito ou autoridade competente poderá ARTIGO 172 - A sindicância deverá estar concluída no prazo de
suspender preventivamente o servidor, até 90 (noventa) dias, desde 30 (trinta) dias, que só poderá ser prorrogado mediante justificação
que o seu afastamento seja necessário para averiguação de faltas fundamentada.
cometidas, findos os quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda
que o processo administrativo não esteja concluído. SEÇÃO IV
ARTIGO 165 - Durante o período da suspensão preventiva, o DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
servidor perderá 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração.
ARTIGO 166 - O servidor terá direito: ARTIGO 173 - Instaura-se inquérito administrativo quando a
I - A diferença de vencimento ou remuneração e a contagem falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar a aplicação das
do tempo de serviço relativo ao período da suspensão, quando do penas de suspensão por mais de 30 (trinta) dias e demissão.
processo não resultar punição, ou esta se limitar às penas de multa ARTIGO 174 - A determinação de instauração de inquérito ad-
ou repreensão.; ministrativo e sua decisão competem ao Prefeito, ou autoridade
II – a diferença de vencimento ou remuneração e a contagem competente.
de tempo de serviço correspondente ao período de afastamento Parágrafo Único – O inquérito administrativo será conduzido
excedente ao prazo da suspensão efetivamente aplicada; e pela Comissão Permanente de Procedimentos Disciplinares.
III – à contagem do período de suspensão preventiva e ao paga- ARTIGO 175 - O inquérito administrativo será iniciado no prazo
de 5 (cinco) dias, contados do recebimento dos autos pela Comis-
mento do vencimento ou remuneração e de todas as vantagens do
são Permanente de Procedimentos Disciplinares e concluídos no
exercício do cargo, desde que preenchida a sua inocência.
prazo de 90 (noventa) dias, contados do seu início.
Parágrafo Único – O prazo para conclusão do inquérito poderá
CAPÍTULO VI
ser prorrogado, a juízo da autoridade que determinou sua instaura-
DOS PROCEDIMENTOS DE NATUREZA DISCIPLINAR ção, mediante justificação fundamentada.
SEÇÃO I ARTIGO 176 - Recebidos os autos, a Comissão promoverá o in-
DISPOSIÇÕES GERAIS diciamento do servidor apontando o dispositivo legal infringido.
ARTIGO 177- O indiciado será citado para participar do proces-
ARTIGO 167 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade so e se defender.
no serviço público é obrigada a tomar providência objetivando a Parágrafo 1° - A citação será pessoal e deverá conter a transcri-
apuração dos fatos e responsabilidades. ção do indiciamento, bem como a data, hora e local, marcados para
o interrogatório.

60
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo 2° - Não sendo encontrado o indiciado, ou ignoran- Disposições Finais e Transitórias
do-se o seu paradeiro, a citação será feita por editais publicados ARTIGO 191 - O dia 28 de outubro será consagrado ao “Servi-
durante 3 (três) dias consecutivos. dor Público Municipal”.
Parágrafo 3° - Se o indiciado não comparecer, será decretada a ARTIGO 192 - Salvo disposição expressa em contrário, a con-
sua revelia e designado um Procurador Municipal para se incumbir tagem de tempo e de prazos previstos neste Estatuto será feita em
da defesa. dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do seu
ARTIGO 178 - Nenhum servidor será processado sem assistên- término.
cia de defensor habilitado. Parágrafo Único – Considera-se prorrogado o prazo até o pri-
Parágrafo Único – Se o servidor não constituir advogado, ser- meiro dia útil se o término cair em sábado, domingo e feriado ou
-lhe-á dado defensor na pessoa de Procurador Municipal. em dia que:
ARTIGO 179 - O indiciado poderá estar presente a todos os atos I – Não houver expediente; e
do processo e intervir, por seu defensor, nas provas e diligências II – o expediente for encerrado antes da hora normal.
que se realizarem. ARTIGO 193 - As disposições deste Estatuto aplicam-se aos in-
ARTIGO 180 - De todas as provas e diligências será intimada a tegrantes da carreira do Magistério Público Municipal.
defesa, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas. ARTIGO 194 - Fica assegurada ao servidor municipal a conta-
ARTIGO 181 - Realizadas as provas da Comissão, a defesa será gem do tempo de serviço prestado a atividade privada, nos termos
intimada para indicar, em 3 (três) dias, as provas que pretende pro- do artigo 87 da Lei n° 681, de 06 de abril de 1.990.
duzir. ARTIGO 195 - O Poder Executivo Municipal expedirá a regula-
ARTIGO 182 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor mentação necessária à perfeita execução deste Estatuto, observa-
para apresentação, por escrito e no prazo de 10 (dez) dias, das ra- dos os princípios gerais nele consignados e de conformidade com as
zões de defesa do indiciado. exigências, possibilidades e recursos do Município.
ARTIGO 183 - Produzida a defesa escrita, a Comissão apresen- ARTIGO 196 - Os servidores públicos municipais, no exercício
tará o relatório, no prazo de 10 (dez) dias. de suas atribuições, não estão sujeitos à ação penal por ofensa ir-
ARTIGO 184 - No relatório da Comissão serão apreciadas, em rogada em informações, pareceres ou quaisquer outros escritos de
relação a cada indiciado, as irregularidades imputadas, as provas natureza administrativa que, para esse fim, são equiparados às ale-
colhidas e as razões da defesa, propondo-se justificadamente a ab- gações produzidas em juízo.
solvição ou punição, indicando-se, neste caso, a pena cabível e sua Parágrafo Único – Ao Chefe imediato do servidor cabe mandar
fundamentação legal. riscar, a requerimento do interessado, as injúrias ou calúnias por-
Parágrafo Único – A comissão deverá sugerir outras medidas ventura encontradas.
que se fizerem necessárias ou forem de interesse público. ARTIGO 197 - As despesas decorrentes com a execução desta
ARTIGO 185 - Recebido o processo com o relatório, a autori- Lei Complementar correrão por conta das dotações orçamentárias
dade competente proferirá a decisão por despacho fundamentado. próprias, suplementadas, se necessário. (Esse artigo foi renumera-
Parágrafo Único – O julgamento poderá ser convertido em di- do pelo art. 2º da Lei Complementar nº 021, de 1º de setembro
ligência. de 1992, como artigo 198). (Lei Complementar n.º 021, de 1º de
setembro de 1992, revogada pelo artigo 50 da Lei Complementar
CAPÍTULO VII n.º 267, de 1º de janeiro de 2001)
DA REVISÃO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO “Art. 197-A. Fica assegurado ao servidor aposentado, exonera-
do e ao beneficiário do servidor falecido o direito de receber em
ARTIGO 186 - A revisão será recebida e processada mediante pecúnia, mediante requerimento, os períodos de férias e de licença
requerimento quando: prêmio que, não gozadas, e que também não tenham sido utilizadas
I – A decisão for manifestamente contrária a dispositivo legal, para qualquer outra finalidade legal.” (Esse artigo foi alterado pelo
ou à evidência dos autos; art. 6º da Lei Complementar nº 588, de 27 de maio de 2011)
II – a decisão de fundar em depoimentos, exames periciais, ARTIGO 198 - Esta Lei Complementar entrará em vigor noventa
vistorias ou documentos comprovadamente falsos ou eivados de dias da data da publicação, revogadas as disposições em contrário,
erros; especialmente o Decreto-Lei n° 91, de 12 de dezembro de 1.968.
III – surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido. (Esse artigo foi renumerado pelo art. 2º da Lei Complementar nº
Parágrafo 1° - Não constitui fundamento para a revisão a sim- 021, de 1º de setembro de 1992, como artigo 199). (Lei Comple-
ples alegação de injustiça da penalidade. mentar n.º 021, de 1º de setembro de 1992, revogada pelo artigo
Parágrafo 2° - A revisão, que poderá verificar-se a qualquer 50 da Lei Complementar n.º 267, de 1º de janeiro de 2001)
tempo, não autoriza o agravamento da pena.
Parágrafo 3° - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de
revisão poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até segundo
grau.
ARTIGO 187 - O pedido de revisão será sempre dirigido ao Pre-
feito, ou autoridade competente, que decidirá sobre o seu proces-
samento.
ARTIGO 188 - Estará impedida de funcionar no processo revi-
sional a Comissão que participou do processo disciplinar primitivo.
ARTIGO 189 - Julgada procedente a revisão a autoridade com-
petente determinará a redução, o cancelamento ou anulação da
pena.
Parágrafo Único – A decisão deverá ser sempre fundamentada.
ARTIGO 190 - Aplica-se ao processo de revisão, no que couber,
o previsto neste Estatuto para o processo disciplinar.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

1. Comportamento Organizacional: motivação, comunicação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, poder e autorida-
de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Protocolo: finalidade, objetivos e atividades gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3. Comunicação oficial: características (formalidade, uniformidade, clareza, precisão, concisão e harmonia). Elaboração de documentos
oficiais (relatório, ofício, memorando, carta, ata, despachos, portaria, ordem de serviço, requerimento). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4. Atribuições do cargo público. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5. Atendimento telefônico: voz, interesse, calma e sigilo. Atendimento de chamadas: fraseologias adequadas. Definição de termos
telefônicos. Noções do Sistema Central do PABX. Conhecimentos em PABX digital e DDR. Operações por meio de aparelhos telefô-
nicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6. Normas de qualidade no atendimento ao público interno e externo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
7. Lei de Acesso à Informação n.º 12.527/2011. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO, Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


COMUNICAÇÃO, TRABALHO EM EQUIPE, RELACIONA- Horário rigidamente Colaboradores agrupados em
MENTO INTERPESSOAL, PODER E AUTORIDADE estabelecido equipes
Preocupação com normas e Metas negociadas e
regras compartilhadas
Essa evolução natural percebida pelas organizações trouxe Subordinação ao chefe Preocupação com resultados
mudanças também na denominação e na forma como se enxerga Fidelidade à organização Satisfação do cliente
essa área. Dependência da chefia Vinculação à missão e à visão
Enquanto por muito tempo as organizações consideravam a Alienação em relação à Interdependência entre colegas
pessoas como um dos recursos necessários para a existência da or- organização Participação e
ganização, hoje essa compreensão envolve um conceito diferencia- Ênfase na especialização comprometimento
do, onde as pessoas não são vistas como um recurso e, sim, como Executoras de tarefas Ênfase na ética e
parceiro e colaborador na busca pelos resultados desejados. Ênfase nas destrezas manuais responsabilidade
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na Valorização da mão de obra Fornecedores de atividade
organização também o subsistema técnico. A interação da gestão Ênfase no conhecimento
de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, en- Inteligência e talento
volve alinhar objetivos organizacionais e individuais. Valorização do intelecto
A seguir, temos três aspectos que dão sustentação à essa co-
locação do papel das pessoas hoje nas organizações: Uma característica essencial das organizações é que elas são
sistemas sociais, com divisão de tarefas, sendo que nesse contexto,
As pessoas como seres humanos a Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social.
- O indivíduo é visto como um ser dotados de personalidade Dentre os demais sistemas organizacionais, destacamos o sub-
própria , diferentes uns dos outros, possuidores de conhecimentos, sistema técnico e, é essa interação entre Gestão de pessoas com
habilidades, e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos outros subsistemas, especialmente o técnico, que trabalho para o
recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros alinhamento entre os objetivos organizacionais e os objetivos indi-
recursos da organização viduais.
As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organiza- Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação,
cionais mais especialmente sobre as analises de comportamento que pro-
- O indivíduo passa a colaborar como elemento impulsionador duzem a cooperação por parte dos indivíduos.
e da organização, que aplica à esta sua inteligência, talento e co- Essa teoria resume a relação entre pessoas e organização
nhecimento , garantindo a renovação e competitividade no mer- como sendo um sistema onde a organização recebe cooperação
cado. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em
organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos troca oferece vantagens e incentivos, dentre os quais podemos ci-
tar os salários, prêmios de produção, gratificações, elogios, oportu-
As pessoas como parceiras da organização nidades, etc.
- Nesse ponto, o índivíduo é visto como o responsável e capaz Essa troca mútua cria uma harmonia no ambiente organizacio-
de conduzir a organização à um nível de excelência e, alcançando nal, permitindo assim que se alcance o equilíbrio organizacional.
assim o sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimen-
tos na organização — como esforço, dedicação, responsabilidade, Já há algum tempo, a sociedade tem vivido uma transição de-
comprometimento, riscos etc. — na expectativa de colher retornos nominada “Era da Informação e Conhecimento”, no qual as pessoas
desses investimentos — como salários, incentivos financeiros, cres- precisam ser consideradas parte essencial desse processo para que
cimento profissional, carreira etc. Daí o caráter de reciprocidade as organizações obtenham êxito em suas operações. No âmbito
na interação entre pessoas e organizações, que provoca na prática empresarial são fundamentais que todos os colaboradores enga-
uma postura de atividade e autonomia e não mais de passividade e jados nos processos assimilem a missão e os objetivos da organiza-
inércia das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da organização ção, como elementos norteadores na formulação e planejamento
e não como meros sujeitos passivos. de estratégias. Por outro lado, os gerentes devem desenvolver uma
atuação que possibilite a ênfase nos focos de aprendizagem da or-
Como vimos acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável ganização.
pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte de Nessa 3ª fase da globalização em que vivemos, é viável que as
capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância organizações que almejam crescimento e melhoria contínua invis-
do fator humano em plena Era da Informação e do Conhecimento. tam em treinamento e qualificação e requalificação de seu pessoal
gerando assim uma significativa vantagem competitiva num merca-
Como pudemos perceber, existe um processo evolutivo na for- do aonde as inovações tecnológicas chegam já com data prevista de
ma como se trata as pessoas dentro da organização, saindo de um saída para novos critérios. Todavia, as empresas que entenderem
conceito onde pessoas eram consideradas recursos até chegar no essa interdependência alcançarão gradualmente soluções compen-
conceito de pessoas como parceiros, sendo nessa transição, as mu- satórias em seus trâmites e processos.
danças práticas são bem claras, conforme vemos a seguir;
Conduzir pessoas numa organização significa disponibilizar o
capital (materiais, equipamentos, fatores de produção, treinamen-
to), para que todos os envolvidos no processo (funcionários e par-
ceiros) sintam sua importância para a organização e se renovem dia
após dia no alcance de suas competências profissionais e pessoais
em busca de suas eficiências e eficácias.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

O desempenho das pessoas no processo de tomada de decisão 14. Agregar Pessoas (Valorizar o Capital Intelectual);
nas instituições quando entendido o que é eficiência (defeito zero 15. Desenvolver Pessoas (Integrar e Motivar os Colaborado-
e qualidade total) e eficácia (alcance das metas empresariais) faz res);
com que as empresas entrem no eixo da maturidade mercadológi- 16. Adotar Administração Horizontal (Faz com que as lideran-
ca (posição no qual o produto ou serviço da empresa já é conhecido ças estejam em maior proximidade dos liderados, privilegiando o
pelos clientes, mas que pode trazer eventuais problemas caso não acesso a informação e reduzindo os níveis organizacionais);
se identifique a necessidade de constantes melhorias nos proces- 17. Aplicar Benchmarking para obtenção de vantagem compe-
sos que serão sentidos pela clientela). titiva;
Justifica-se assim a importância da gestão de pessoas, a espi- 18. Desenvolver políticas de parcerias;
nha dorsal, a viga, a estrutura desse todo. 19. Manter e Recompensar pessoas;
Segundo Davel e Vergara (2001, p.31), 20.Monitorar as atividades realizadas diariamente;
As pessoas não fazem somente parte da vida produtiva das or- 21. Criar um Canal de Reclamações e Sugestões visando atra-
ganizações. Elas constituem o princípio essencial de sua dinâmica, vés de críticas construtivas agregarem valores à organização;
conferem vitalidade às atividades e processos, inovam, criam, re- 22. Divulgar na Intranet da empresa ou divulgar internamente
criam contextos e situações que podem levar a organização a po- o desempenho mensal das equipes de trabalho em comparação a
sicionarem-se de maneira competitiva, cooperativa e diferenciada evolução alcançada com relação às metas estipuladas pela organi-
com os clientes, outras organizações e no ambiente de negócios em zação.
geral.
Segundo Barçante e Castro (1995, p. 20), Planejamento de Recursos Humanos
Ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos funcionários, a É o processo de decidir sobre os recursos humanos que serão
empresa estará tratando-o como um aliado e não só como um mero necessários para atingir os objetivos empresariais, dentro de um
cumpridor de ordens, estará vendo que dele dependem os seus re- determinado período de tempo. Trata-se de antecipar quais forças
sultados. de trabalho e talentos humanos serão necessários para a realização
Mas para obter bons resultados, a empresa precisa abrir mão de uma ação organizacional futura.
de alguns paradigmas e criar um cenário onde o colaborador possa A tarefa de contratar pessoal começa com uma previsão sobre
por em prática toda uma experiência profissional já vivenciada ou quantas pessoas – e de que tipo – serão necessárias para realizar
praticada em outras ocasiões. O que nem sempre se sucede tornan-
o trabalho na empresa. Essa atividade é conhecida como “Plane-
do um profissional “cumpridor de tarefas” ao invés de um profis-
jamento de Recursos Humanos” e alguns autores o definem como
sional “construtor de cenários e estratégias de desenvolvimento”.
o processo de prever e promover o movimento de pessoas para
As virtudes e os infortúnios das empresas estão relacionados
dentro – internamente – ou para fora de uma organização, com o
diretamente a maneira como as lideranças atuam no sentido de
objetivo de apoiar a estratégia de negócios da organização.
capacitar, estimular e principalmente motivar as pessoas a adquiri-
rem cada vez mais habilidades e atitudes vencedoras para que toda
Esse planejamento consiste de quatro fases:
a proposta de negócios atinja grandes resultados e com isso tudo
- Planejamento para as necessidades futuras: um profissional
que ficou determinado pelas organizações sejam cumpridos.
A Gestão Estratégica de Pessoas nas organizações é um elo en- de RH estima de quantas pessoas – e com que habilidades – a orga-
tre metas organizacionais e individuais permitindo a colaboração nização irá necessitar para operar num futuro previsível
e participação eficaz de todas as pessoas envolvidas. Para isso as - Planejamento para a rotatividade futura: o profissional prevê
etapas Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar deve ser bem traba- quantos funcionários atuais permanecerão na empresa e, a dife-
lhado pelas lideranças e gerencias da empresa conduzindo todos rença entre este número e o número de empregados necessários,
num único objetivo. o levará à próxima etapa.
Nessa abordagem, faz-se necessário a compreensão e o en- - Planejamento para recrutamento, seleção e demissões: a
tendimento sobre Planejamento Estratégico e conseguintemente o organização precisa se envolver em atividades de recrutamento,
papel potencial das pessoas. seleção e demissões a fim de alcançar o número necessário de em-
É primordial nas organizações estabelecerem alguns critérios pregados.
para que a gestão de pessoas tenha importância significativa, tais - Planejamento para treinamento e desenvolvimento: uma em-
como: presa sempre precisa de trabalhadores experientes e competentes
1. Motivar e Reconhecer os esforços de todos os envolvidos; e, esta etapa, envolve o planejamento e as providências para pro-
2. As lideranças precisam transmitir suas ideias e saber exercer gramas de treinamento e de desenvolvimento que assegurem o su-
suas influências; primento contínuo de pessoas com habilidades adequadas.
3. Transformar Grupos em Equipes;
4. Pensar, Agir e Solucionar problemas; Controle de Recursos Humanos
5. Gerar Ambiente Sinérgico; Controle é a ação que ajusta as operações aos padrões pré-de-
6. Ter nos conflitos gerados uma oportunidade de fonte de finidos e sua base de ação é a informação de retorno.
aprendizagem; Pode ser:
7. Saber gerenciar o estresse;
8. Saber delegar; Como função administrativa
9. Desenvolver Culturas; - fazendo parte do processo de planejar, organizar e controlar;
10. Preparar as Pessoas para a Avaliação de Desempenho;
11. Elaborar Planos Individuais de Capacitação por Competên- Como meio de regulação para manter o funcionamento den-
cias; tro de padrões desejados
12. Fornecer Opinião sobre as competências individuais; - funcionando como um detector de desvios para agir correc-
13. Identificar segundo o perfil traçado pela empresa, as pesso- tivamente
as que estão acima, na média ou aquém das expectativas;

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Como função restritiva e limitadora de um sistema


- mantendo os colaboradores dentro de padrões desejados de conduta

Etapas do processo de controle

Estabe lecimento de
padrõe s desejados, que
e stabelece qual é o
re sultado que a empresa
e spe ra obter.

Comparação do
de sempenho com os Monitoramento do
padrõe s desejados e se de sempenho, onde é
ne cessário é realizada a obse rvado o desempenho
ação corretiva.

Podemos citar como exemplo de meios de controle:


- Níveis hierárquicos: pressupõe uma relação de obediência;
- Regras e procedimentos: meio de controle impessoal que guiam o comportamento humano organizacional;
- Estabelecimento de objetivos: Servem como guias para a ação das pessoas;
- Sistemas de informações verticais: a comunicação chefia-subordinado proporciona a disseminação das informações no sentido des-
cendente (controle do desempenho do subordinado através de comandos, normas, decisões, orientações) e ascendente (retroacção do
subordinado para os níveis mais altos).
A característica principal do sistema de monitoramento é o controle, que tem como objetivo assegurar o bom andamento das ativi-
dades. Tudo deve estar como foi planejado, os objetivos preestabelecidos devem ser executados sem falhas ou erros. Qualquer distorção
no processo tem que ser identificado. Quando há pequenas variações podem ser aceitas como normais.
Caso haja variações muito grande devem ser tratadas com cuidado para serem devidamente corrigidas. Os gerentes nesses casos
devem voltar sua atenção para as áreas mais críticas, e que necessitam de apoio para a solução dos problemas (custo - benefício).

O processo de controle funciona da seguinte maneira:

Estabelecimento
Monitoramento e
de padrões
desejados desempenho

Comparação de
Ação correctiva desempenho com
padrões

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Os critérios para um controle ser eficaz: Uma tendência muito forte da gestão contemporânea é a de
- Processo deve controlar as atividades apropriadas; buscar o alinhamento de todos os setores com a estratégia orga-
- Processo dever ser oportuno; nizacional. Em outras palavras, isso significa que as ações desen-
- Processo de controle deve possuir relação favorável de custo/ volvidas por cada setor precisam ser coerentes e contribuir para os
benefício; objetivos mais amplos do negócio.
- Controlo dever ser exato; E o RH não escapa dessa tendência: também precisa trabalhar
- Controlo deve ser aceito. a favor da estratégia organizacional e das metas da empresa. Por-
tanto, neste artigo completo vamos destacar dicas e métodos para
RH e linhas de orientação você garantir esse alinhamento. Confira!
Empresas com gestão de recursos humanos eficientes, cons- A importância de uma gestão de pessoas eficiente
tantemente reavaliam os seus processos, para conseguirem atingir Como já dissemos, todos os setores precisam estar alinhados
um equilíbrio na optimização, da eficiência, dos custos e serviços, com a estratégia organizacional. Produção, logística, financeiro, co-
num meio em constante mudança. mercial, compras, supply chain e, é claro, também o setor de Re-
Para alcançar elevados níveis de performance, as organizações cursos Humanos. Mas, afinal, qual é o papel e a importância do RH?
com melhores resultados na gestão de recursos humanos, seguem Basicamente, o setor de RH promove a gestão de pessoas. E
3 linhas orientadoras: — principalmente no atual cenário econômico —, as pessoas são o
centro da organização.
1ª Alinhar a politica de recursos humanos com a política de Afinal, as suas habilidades, competências e conhecimentos são
negócio a fonte da inovação e das vantagens competitivas de uma empresa.
Este “acertar de agulhas”, têm de acontecer a vários níveis. A E um exemplo claro disso é o uso do termo “talentos” para se refe-
centralização de processos transacionais e processos que requei- rir aos colaboradores.
ram alguma capacidade técnica e talento, num centro de excelên- Logo, uma gestão de pessoas eficiente é essencial para promo-
cia, permite a prestação de serviços de qualidade ás várias áreas de ver captação, desenvolvimento e retenção de talentos. Ela permite
negocio da empresa. Algumas grandes organizações têm centros recrutar profissionais de excelência, ajudá-los a atingir seu pleno
de apoio aos funcionários, para tratar de benefícios, pensões, pa- potencial e mantê-los comprometidos e engajados com a empresa
gamentos, processamento de acontecimentos da vida, dar entrada e seu trabalho.
de dados do funcionário, questionários e processamento de dados,
aumentado a eficiência e satisfação dos mesmos. Atividades relacionadas à gestão de pessoas
Diante disso, o setor de RH se envolve em uma grande diversi-
Os parceiros das empresas na gestão de recursos humanos, são dade de atividades. E você provavelmente já pensou nas mais em-
responsáveis por desenvolver as relações entre funcionários, lide- blemáticas: recrutamento e desligamento de funcionários. Porém,
rar o planeamento da força de trabalho, e prestar apoio a todas as a lista é muito maior!
pessoas envolvidas diretamente ou indiretamente com a empresa. Entre as atividades específicas da gestão de pessoas, podemos
destacar:
2ª Fazer o outsourcing com precauções, assegurando sempre - definição de planos de cargos e carreiras;
o controlo efetivo das operações - criação de programas de capacitação, treinamento e educa-
As melhores praticas dizem que deve dedicar-se tempo para ção corporativa;
decidir o que centralizar internamente, o que será para outsourcing - definição de métodos para a avaliação do desempenho dos
e o que descentralizar. A pratica demonstra que as melhores pra- colaboradores;
ticas podem não ser usadas em operações subcontratadas, muitas - fortalecimento da plano de benefícios oferecido pela empre-
vezes são utilizadas internamente pelas empresas, que utilizem por sa;
exemplo operações centralizadas, num ambiente de serviços par- - criação de políticas de feedback;
tilhados. - auxílio e aconselhamento aos gestores de equipe;
Deve ser feita, por isso, uma analise custo-beneficio, para ava- - mediação entre colaboradores e gestores;
liar potenciais alternativas. - representação das demandas e solicitações dos colaborado-
res.
3ª Rentabilizar as tecnologias de informação
Empresas que utilizem um único sistema informático de gestão Vale a pena lembrar que, neste artigo, estamos focando ape-
de Recursos Humanos, são mais eficientes e efetivas, e mais foca- nas no setor de RH (Recursos Humanos), que é o responsável pela
das estrategicamente, do que empresas com sistemas fragmenta- gestão estratégica de pessoas. A maioria das empresas tem tam-
dos. bém um setor (ou uma subdivisão) chamado de DP — Departamen-
Alguns pontos-chave, partilhados por empresas bem geridas to de Pessoal.
do ponto de vista dos Recursos Humanos; Esse se ocupa de atividades mais burocráticas, como o fecha-
- Otimizar processos e apoio transacional; mento de folha de pagamento, por exemplo. Assim, ele também
- Fazer o Benchmarking de processos e performance; tem uma contribuição importante na gestão de pessoas, porém,
- Consolidar sistemas; sua relação com a estratégia organizacional é mais distante.
- Adoptar serviços partilhados;
- Investir nas pessoas e no talento; Os impactos da gestão de pessoas nos resultados do negócio
- Alinhar politica e estratégia de Recursos Humanos com a po- Nós já vimos que as pessoas são o centro da empresa, e que a
lítica e estratégia do negócio; gestão de pessoas é responsável por garantir o melhor “aproveita-
- Focar atenção no valor e não no esforço. mento” dos recursos humanos. Agora, vamos entender como isso
impacta os resultados do negócio.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Aqui, a palavra-chave é produtividade. E você, com certeza, já - se a meta do negócio é aumentar a produtividade, a gestão de
a viu em muitos contextos. Grosso modo, ela se refere à relação pessoas pode levantar objetivos como automatização do trabalho
entre eficácia e eficiência — ou, em outros termos, à capacidade de administrativo;
um colaborador de trabalhar mais e melhor. - se a meta do negócio é sustentabilidade, a gestão de pessoas
Assim, quando a gestão de pessoas é bem executada, ela pro- pode levantar objetivos como a criação de programas de volunta-
move mais satisfação e motivação aos colaboradores. Afinal, co- riado.
laboradores que estão felizes e animados com seu emprego são
naturalmente mais produtivos. Perceba que todos são objetivos ligados diretamente ao traba-
E ainda há vários benefícios que vêm junto com a produtivida- lho do setor de RH. Porém, eles vão colaborar — direta ou indireta-
de: os projetos são concluídos mais rapidamente, a qualidade do mente — para a estratégia organizacional da empresa.
atendimento ao cliente é melhor, e até a lucratividade aumenta.
3. Formule ações específicas
Produtividade e Gestão do Desempenho Você já levantou os objetivos do RH, agora, é hora de criar um
Justamente para garantir essa produtividade foi desenvolvida a plano de ação. E esse, quanto mais específico e detalhado, melhor.
Gestão do Desempenho, uma metodologia interna à gestão de pes- Então, determine os passos que serão necessários para concreti-
soas que permite, basicamente, acompanhar, analisar e melhorar a zar cada objetivo, defina prazos e delegue tarefas a pessoas da sua
performance dos colaboradores. equipe.
Diferente de uma análise de desempenho anual dos funcioná- Vale ressaltar que esse plano não é útil apenas para a organi-
rios, a gestão do desempenho é um processo contínuo e proativo. zação do trabalho, mas também para a comunicação com a equipe
Ela permite identificar e suprir possíveis falhas de performance ao de gestão de pessoas.
invés de simplesmente apontar os problemas depois que eles já Um objetivo muito grande ou amplo pode ser confuso, ou até
aconteceram. intimidador. Por isso, apresentá-lo junto com um plano de ação é
Logo, para que seja possível fazer a gestão do desempenho, é uma boa maneira de conquistar o engajamento da equipe.
necessário que cada colaborador tenha suas próprias metas. Dessa
forma, é feita uma comparação entre os resultados desejados e os 4. Verifique com a diretoria
resultados reais, para analisar o progresso obtido. Antes de colocar o plano de ação em prática, reúna os direto-
E a gestão do desempenho conta ainda com um instrumento res da empresa. Verifique como eles se sentem em relação à sua
importante, o Painel de Desempenho do Colaborador (ou PDC). Ele proposta. Será que eles concordam que existe alinhamento com a
é composto por uma série de indicadores relevantes, os chamados estratégia organizacional?
KPIs. Se a resposta for negativa, é preciso retornar ao primeiro pas-
Assim, ele favorece uma visão geral (ou “visão macro”) do tra- so. É provável que você não tenha entendido completamente a es-
balho que vem sendo realizado pelos colaboradores. tratégia do negócio.
E o seu uso ainda permite a identificação dos fatores que afe-
tam o trabalho dos colaboradores. Por meio dessa informação, é 5. Monitore os resultados
possível adotar ações para eliminar obstáculos e aproveitar oportu- Este passo é essencial para que, no futuro, você possa compro-
nidades para a maior produtividade, impulsionando o negócio para var que a gestão de pessoas está apoiando os resultados do negó-
atingir suas metas. cio. Afinal, é preciso ter dados relevantes.
Como fazer o alinhamento à estratégia organizacional Portanto, determine algumas métricas de RH e crie maneiras
Chegamos à pergunta principal deste artigo. Sabemos que é de coletar os dados — como pesquisas junto aos funcionários ou
importante alinhar a gestão de pessoas à estratégia organizacional. relatórios obtidos com um software de gestão de pessoas.
Mas como fazer isso na prática? Você pode encontrar a resposta A identificação de um propósito realista
seguindo estes cinco passos: Agora, vamos retomar um pouco do que vimos no item ante-
rior: o passo dois, focado em identificar metas e direcionamento
1. Entenda as metas e o direcionamento do negócio para o setor de RH. Por quê? Bem, porque não basta criar qualquer
Muitas empresas falham em divulgar adequadamente sua meta.
estratégia organizacional aos gestores de equipes. Portanto, não Na verdade, o propósito de trabalho desse setor — assim como
podem esperar um alinhamento dos setores com essa estratégia. o de qualquer outro dentro de uma empresa — deve ser realista.
Então, para que a gestão de pessoas possa fazer parte da toma- E essa afirmação parte de uma técnica usada na definição de
da de decisões e colaborar com os projetos da empresa, é preciso boas metas. Trata-se da técnica SMART — palavra em inglês para
entender para onde o negócio está caminhando. “inteligente”. Segundo essa técnica, uma boa meta precisa ser:
Em outras palavras, é preciso responder à pergunta: quais são - specific — específica, respondendo a seis perguntas: quem, o
as metas de curto, médio e longo prazo? Sem esse entendimento, é que, onde, quando, como e por que;
inviável apoiar a estratégia organizacional. Logo, é essencial que o - measurable — mensuráveis, ou seja, podem ser acompanha-
gestor de RH tenha um estreito contato com a alta diretoria. das por meio de KPIs;
- attainable — realizáveis por meio de ações concretas;
2. Entenda as metas e direcionamento do próprio RH - realistic — realistas;
O segundo passo é levantar também os objetivos do RH. Mas, - timely — com prazo definido.
atenção: esses objetivos precisam ser condizentes com as respos-
tas obtidas no primeiro passo. Por exemplo: Além disso, um propósito, ou meta, realista precisa atender
- se a meta do negócio é reduzir custos, a gestão de pessoas dois critérios. Em primeiro lugar, é preciso que haja vontade de tra-
pode levantar objetivos como reduzir o turnover ou controlar as balhar por ele; em segundo lugar, é preciso que haja condições de
despesas trabalhistas; concretizá-lo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Por isso, mesmo uma meta ambiciosa pode ser realista. Aliás, Por sua própria natureza, o setor de Recursos Humanos é o
ela exerce mais força motivacional do que uma meta simples, ou mais indicado para informar como seria a cultura ideal e como ela
seja, atende ao primeiro critério. Então, basta ter em mente que é pode ser desenvolvida. Alguns elementos que podem formar a cul-
preciso representar um progresso para o negócio. tura organizacional são:
- a criação de um ambiente de trabalho agradável e feliz;
A busca por aprimoramento dos processos - a qualidade de vida no ambiente de trabalho;
É positivo perseguir metas revolucionárias e criativas de gestão - a integração de pessoas diferentes, promovendo a diversida-
de pessoas. No entanto, essa não é a única forma pela qual o RH de;
pode colaborar para o cumprimento da estratégia organizacional. - o incentivo à capacitação da equipe;
O simples aprimoramento dos processos existentes já pode re- - o desenvolvimento de um senso de propósito que motive os
presentar um importante benefício para o negócio. De fato, para colaboradores;
gerar mais valor, o setor de RH precisa acelerar o aprimoramento - a colaboração e a troca de ideias e experiências;
operacional, gastando menos tempo em atividades administrati- - a transparência nas relações internas e externas.
vas. Assim, pode focar no que é realmente importante.
Além do tempo, também se pode obter uma importante eco- Vê como tudo se encaixa? Quando a gestão de pessoas inter-
nomia financeira, o que auxilia na realização de metas de lucrativi- vém para a formação de uma cultura organizacional saudável, isso
dade da empresa. E, na busca por aprimoramento dos processos, é leva à uma maior satisfação dos colaboradores. Eles ficam mais mo-
importante também trazer profissionais de gestão de pessoas que tivados e produtivos.
tenham ampla experiência. E, como já vimos, a produtividade da equipe impacta os resul-
Eles terão a credibilidade necessária para desafiar a equipe tados da empresa, permitindo a concretização das metas estabele-
a pensar em maneiras mais eficientes de realizar suas atividades. cidas na estratégia do negócio.
Além disso, também vão ter um olhar analítico e crítico, capaz de
Atenção às regras da empresa
identificar as oportunidades de aprimoramento.
Outro elemento de uma empresa que está intrinsecamente re-
Ainda, outra recomendação é buscar alternativas de apoio tec-
lacionado à estratégia do negócio são suas regras.
nológico que sejam, ao mesmo tempo, confiáveis e acessíveis. E
Muitos colaboradores não entendem por que a empresa exige
alternativas versáteis, de preferência, para que não seja necessário
certos comportamentos, e podem ter a impressão de que é uma
utilizar vários softwares específicos diferentes.
maneira de exercer poder e controle. Por isso, é importante que o
E não se esqueça de que o objetivo da automatização é simpli-
setor de RH deixe claro o verdadeiro papel das regras: elas ajudam
ficar um processo. Portanto, se a tecnologia estiver criando novos
a empresa a atingir suas metas.
empecilhos, é um sinal de que sua escolha ou implementação não
Você pode demonstrar essa afirmação na prática, a partir de
foi adequada. exemplos simples. Considere, por exemplo, o uso obrigatório de
Finalmente, também é possível criar, dentro da equipe de ges- uniforme; ele visa melhorar a experiência do cliente, criando uma
tão de pessoas, uma pequena subdivisão dedicada especificamente imagem mais organizada e profissional. Assim, garante metas de
a detectar e aproveitar oportunidades para o aprimoramento de excelência no atendimento.
processos. Outro exemplo é o uso de equipamentos de segurança, que
Tenha em mente que, se essa função for distribuída entre toda visa assegurar que a empresa seja um local de trabalho seguro para
a equipe, provavelmente será deixada em segundo plano na lista seus colaboradores. Assim, garante metas de responsabilidade so-
de prioridades. cial.
Quando todos os colaboradores trabalham obedecendo às
Identificação da cultura empresarial normas, é mais fácil concretizar suas metas. Nesse sentido, a gestão
Existe uma importante relação entre a cultura empresarial e a de pessoas tem um papel importante.
estratégia organizacional. Se a estratégia organizacional não atribui
nenhuma importância ao desenvolvimento de uma cultura empre- Seja reforçando as regras junto aos colaboradores ou con-
sarial saudável, essa cultura não vai surgir por sorte. trolando o seu cumprimento adequado, ela está efetivamente
E, mesmo que uma boa cultura se desenvolva pelo esforço úni- ajudando a empresa a atingir suas metas. Logo, está ajudando a
co dos colaboradores, ela vai ser abalada sempre que houver um concretizar a estratégia organizacional. E esse papel não precisa ser
desligamento. desempenhado de maneira agressiva.
Também chamada de cultura organizacional, a cultura empre- Em vez disso, o setor de RH pode criar programas para recom-
sarial está relacionada ao comportamento das pessoas dentro de pensar o cumprimento adequado das normas. Além disso, docu-
uma empresa. E esse comportamento é norteado pela sua visão, mentar formalmente as regras e educar os colaboradores sobre as
valores e missão, além de suas normas, crenças e sistemas. motivações por trás de cada uma também são estratégias inteligen-
Portanto, a cultura empresarial é algo definido no DNA da em- tes para conseguir maior adesão.
presa, desde a sua fundação, mas também desenvolvido ao longo Aliás, a criação de documentos como um guia ou manual do co-
do tempo. laborador pode se tornar uma ferramenta importante para a inte-
Assim, sem uma estratégia organizacional que valorize a cultu- gração de novos funcionários. Usando esses documentos, a equipe
ra empresarial, é muito provável que o ambiente da empresa acabe de RH poderá economizar tempo e, ainda, garantir que os funcioná-
se tornando tóxico. Nesse tipo de situação, seus colaboradores não rios terão plena ciência das regras da empresa.
poderão apresentar o melhor desempenho.
Percebemos, então, que a estratégia organizacional é essencial
para garantir uma boa cultura empresarial — e a cultura, por sua
vez, define como seus colaboradores vão agir e interagir. Logo, pre-
cisamos entender qual é o peso da gestão de pessoas nessa ques-
tão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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O acompanhamento do gestor Assim, ele vai comunicar a estratégia organizacional de manei-


Neste artigo, estamos desenvolvendo a relação entre gestão ra que ela possa ser entendida por todos. E o setor de RH pode
de pessoas e estratégia organizacional sob várias perspectivas. assumir o papel de transformar essas metas em ações mais especí-
Mas, independentemente da perspectiva, há uma figura que é es- ficas — exatamente como nós descrevemos no item 3 desse artigo.
sencial para que essa relação seja bem-sucedida: o gestor de RH. Ele pode criar, ou colaborar para a criação de um documento
simples, que comunique a estratégia organizacional aos colabora-
Ponto de convergência dores em termos mais fáceis e ações mais “executáveis”.
O gestor de RH é o ponto de convergência entre a equipe de E como esse trabalho envolve todos os setores, é importan-
gestão de pessoas e o restante da diretoria da empresa. E só é pos- te que o RH dialogue com os gestores de cada equipe. De acordo
sível manter esse alinhamento por meio com uma comunicação com a dinâmica da empresa, seu envolvimento com as equipes de
eficiente, garantindo que o trabalho do setor de RH está coerente trabalho pode ser direto ou indireto, mediado pelo gestor corres-
com os objetivos mais amplos do negócio. pondente.
Mas como o gestor de RH pode desenvolver a comunicação? Enfim, neste artigo você viu qual é a importância da gestão de
Em primeiro lugar, é importante reforçar que estamos falando pessoas e o impacto que ela pode ter nos resultados de um negó-
sobre comunicação interna— que é muito diferente da comunica- cio. Também entendeu melhor a relação entre gestão de pessoas e
ção estabelecida com clientes ou parceiros externos. estratégia organizacional, descobrindo formas de garantir o alinha-
Em segundo lugar, também tenha em mente que, ao mesmo mento entre elas.
tempo que o setor de RH precisa usar os recursos e estrutura da Alguns pontos-chave da nossa discussão foram:
comunicação interna, ele também é parcialmente responsável por - o plano de ação, que transforma metas abstratas em passos
desenvolver essa comunicação, em benefício de toda a empresa. mais simples, específicos
Portanto, para manter uma comunicação interna eficaz, é pre- - a cultura e as regras da empresa, que influenciam as relações
ciso planejamento e sistematização. Defina os veículos que serão e o ambiente de trabalho, garantindo as condições para maior pro-
utilizados, bem como os conteúdos e a periodicidade. dutividade (e, portanto, para concretização das metas)
E, se a comunicação interna será usada para fazer o alinhamen- - a comunicação interna, que permite informar aos colabora-
to do trabalho com a estratégia do negócio, é importante que ela dores qual é a estratégia do negócio
traga informações sobre as metas da empresae os principais avan-
ços realizados. E, como vimos, o RH influencia todos estes pontos de alguma
forma. Ou seja, ele está profundamente interligado à questão da
Motivador e facilitador estratégia organizacional.1
Também é bom lembrar que, enquanto o gestor de RH é res-
ponsável pela gestão de pessoas dentro da empresa, é a sua equi- GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO
pe que vai fazer a maior parte da execução. Por esse motivo, além Historicamente, as políticas de gestão de pessoas na Adminis-
de fazer a ligação entre a equipe de RH e a direção da empresa, o tração Pública no Brasil são caracterizadas por dificuldades signifi-
gestor ainda precisa atuar como agregador, motivador e facilitador cativas no que se referem à estruturação dos seus principais siste-
para o trabalho da equipe. mas.
Existem muitas recomendações que podemos fazer sobre o Na década de 1930, com a criação do Conselho Federal do Ser-
papel do gestor como líder — de fato, esse seria um tema muito viço Público e do Departamento do Serviço Público – DASP, houve
amplo para abordarmos aqui. a primeira tentativa efetiva para construção de um serviço públi-
Porém, vale a pena reforçar a importância de quatro elemen- co profissional no Brasil. Para Pires et al. (2009), instituir um órgão
tos para a liderança eficaz: central para política de recursos humanos, a criação de novas siste-
1. uso de transparência; máticas de classificação de cargos e a estruturação de quadros de
2.aplicação de uma política de feedbacks; pessoal, o estabelecimento de regras para profissionalização dos
3. envolvimento da equipe na gestão (a chamada “liderança servidores e a constituição de um sistema de carreiras baseado no
participativa”); mérito são as medidas mais significativas desse período.
4. tratamento dos colaboradores como clientes. Segundo Pires et al. (2009), a edição do Decreto-Lei 1713 de 28
de outubro de 1939, substituído em 1952 pelo Estatuto dos Funcio-
Auxílio aos outros setores nários Públicos Civis da União foi a primeira grande tentativa de re-
Agora, vamos discutir como o setor de RH pode ajudar outros gulamentação das relações entre Estado e Servidores. Com amplo
setores da empresa a concretizar as metas definidas pela estratégia debate no Congresso Nacional, houve a adoção do Regime Jurídico
organizacional. Afinal, é na comunicação da estratégia que o pró- Único para toda a Administração direta, autárquica e fundacional,
prio RH possui um papel estratégico. Mas o que isso quer dizer? ou seja, a criação da Lei nº. 8112/90.
Quando a alta direção de uma empresa desenvolve a estraté- Para Chiavenato (2008), a Legislação que regula as relações de
gia organizacional, ela trabalha com metas amplas e repletas de ge- trabalho no setor público é inadequada, notadamente pelo caráter
neralismos — como “agregar valor para os stakeholders” ou “atin- protecionista e inibidor do espírito empreendedor. Para ele, a apli-
gir crescimento sustentável”. Para os colaboradores, isso é como cação indiscriminada do instituto da estabilidade para o conjunto
uma língua estrangeira. de servidores públicos civis submetidos a regime de cargos públicos
Lembra como o gestor de RH faz a ponte entre a alta direção e de critérios rígidos de seleção e contratação de pessoal, impede
e sua equipe, para garantir o alinhamento entre gestão de pessoas o recrutamento direto no mercado, em detrimento do estímulo à
e estratégia organizacional? Da mesma forma, o setor de RH tam- competência.
bém deve fazer a ponte entre a alta direção e os colaboradores da Este mesmo autor explica que a Constituição Federal de 1988
empresa. ao institucionalizar o Regime Jurídico Único, iniciou o processo de
uniformização do tratamento de todos os servidores da Adminis-
tração direta e indireta.
1 Fonte: www.blog.gympass.com/www.fia.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Para compreender sua posição em relação à adoção desse Re- No que se refere à questão do mantimento do cargo, o autor
gime Jurídico, observa-se o seguinte: abordado, explana que Lei 8.112/90 estabelece um prazo de 36 me-
Limitou-se o ingresso ao concurso público, sendo que pode- ses, prazo este chamado de estágio probatório, em que, depois de
riam ser também utilizadas outras formas de seleção que, torna- decorrido este prazo, o servidor ganha a estabilidade e efetivida-
riam mais flexível o recrutamento de pessoal sem permitir a volta de do cargo. Nesse estágio, são avaliados alguns fatores como, por
do clientelismo patrimonialista (por exemplo, o processo seletivo exemplo, a assiduidade do servidor, a responsabilidade, a disciplina
público para funcionários celetistas, que não façam parte das car- e a capacidade de iniciativa.
reiras exclusivas do Estado. (CHIAVENATO, 2008) Observam-se nesse estágio os elementos de suma importância
Ao adotar essa posição, o autor questiona o fato dos concursos para a avaliação por competências. Essa ideia está inserida, como
públicos serem realizados sem uma prévia avaliação da necessida- se percebe, no ato de se ter a capacidade de atitude que, por sua
de de quadros. Assim, há a admissão de um contingente excessivo vez, faz parte do conceito de competência.
de candidatos a um só tempo, seguidos de longos períodos sem Quanto à questão da vacância, o autor estabelece, segundo a
uma nova seleção, inviabilizando, desse modo, verdadeiras carrei- Lei 8.112/90, que esta ocorrerá das seguintes maneiras: através de
ras. exoneração (a pedido do servidor ou de ofício), demissão e promo-
Analisando a dinâmica do processo de gerir pessoas na Admi- ção. Para compreender essas formas de vacância de cargo público,
nistração Pública, é de suma importância que se conheça o concei- analisa-se a seguinte citação:
to de alguns fatores predominantes que fazem parte desse proces- A desinvestidura do cargo pode ocorrer por demissão, exone-
so. Esses fatores são o que venha a ser Servidores Públicos, Cargos ração ou dispensa. Demissão é punição por falta grave. Exoneração
e Funções, Carreiras e as possíveis formas de provimento de um é a desinvestidura: a) a pedido do interessado – neste caso, desde
cargo público, seu mantimento e sua vacância. que não esteja sendo processado judicial ou administrativamente;
Segundo Meirelles (2008), Servidores Públicos são todos os b) de ofício, livremente (ad nutum), nos cargos em comissão. (MEI-
agentes públicos que se vinculam à Administração Pública, direta e RELLES, 2008, p. 446)
indireta, do Estado sob regime jurídico estatutário regular, geral ou Analisando os motivos para ocorrência da vacância de um car-
peculiar, ou administrativo especial, ou celetista que tenha nature- go público, observa-se que esta decorre de maneira sempre em
za profissional e empregatícia. que o servidor não atenda aos conceitos preestabelecidos para o
Observam-se, nesse conceito alguns elementos que podem in- cargo ou a função. Tem-se que, se o servidor durante o estágio pro-
fluenciar na forma de atuação desses servidores, como, por exem- batório não tenha obtido ótimo desempenho, este desocupará o
plo, a forma estatutária, na qual os servidores são amparados e é a cargo, ocorrendo a vacância. Caso o servidor já seja estável, este
que estabelece as políticas de recursos humanos. O mesmo autor poderá ser exonerado caso tenha se comprovado insuficiência de
também conceitua muito bem o que vem a ser cargos e funções. É desempenho ou ainda se tenha praticado algum ato ilícito ou de
importante que se saiba distinguir esses dois elementos para que improbidade administrativa, sendo assegurados por lei a livre de-
se compreenda o processo decisório, por parte dos gestores de re- fesa e o contraditório.
cursos humanos, no sentido de estabelecer políticas voltadas para
o desempenho das pessoas que compõe, gerir a competência e os Gestão por Competências na Administração Pública
talentos corretos para determinados cargos e o exercício das tare- As organizações, públicas ou privadas, antes de recrutarem e
fas ideais inerentes às funções de cada cargo. selecionarem as pessoas que ocuparão os cargos propostos, já têm
Para ele, Cargo Público significa o lugar instituído na organi- definido o perfil dos candidatos desejados. No que se refere à ges-
zação do serviço público, com denominação própria, atribuições e tão por competências nas organizações públicas, Pires et. al. (2009)
responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para preceitua que a formação do quadro de servidores deve estar em-
ser provido por um titular, na forma estabelecida em lei. basada na contratação de pessoal que não apenas demonstrem
Já função, para ele, é a atribuição ou conjunto de atribuições o domínio de conhecimentos técnicos sobre matérias específicas,
que a Administração confere a cada categoria profissional ou co- mas que também tenham um conjunto de habilidades e atitudes
mete individualmente a determinados servidores para a execução compatíveis com suas futuras atribuições.
de serviços eventuais, sendo comumente remunerada através de Para ele, há uma grande dificuldade de implantação na admi-
pro labore. nistração pública do modelo de gestão por competências, uma vez
Assim, observa-se que todo cargo tem função, no entanto, que, há várias restrições quanto a realização de processos seletivos,
nem toda função possui cargo. As funções do cargo são definitivas, pois tais processos seletivos não avaliam determinados comporta-
mas as funções autônomas são provisórias, dada a transitoriedade mentos e atitudes.
do serviço que visa a atender em caráter eventual. Contudo, para a adoção do modelo de gestão por competên-
Analisando as formas de provimento de um cargo, Meirelles cias, o referido autor, propõe que algumas questões relativas às
(2008) preceitua alguns conceitos sobre provimento. Ele explica principais fases dos concursos sejam levadas em conta. Essas eta-
que há diversas formas de provimento, a maioria delas através de pas são compostas, principalmente, por recrutamento e seleção
concursos públicos. Entretanto, só há provimento, através da no- externa, lotação e movimentação, e seleção interna. Para o autor,
meação do servidor. Esta se caracteriza pela ideia de provimento devem-se analisar as lacunas de competências existentes em cada
inicial, na qual se pressupõe a inexistência de vinculação entre a equipe de trabalho, para que, desse modo, o recrutamento atraia
situação de serviço anterior do nomeado e o preenchimento do candidatos com os principais requisitos desejados, através de publi-
cargo. cações voltadas para grupos específicos. Observe o entendimento
Além do provimento inicial, há também o provimento deriva- de Pires et al. (2009, p. 24) “Os concursos devem ter como objetivo
do que, de acordo com o autor em destaque, caracteriza-se pela a seleção de indivíduos que apresentem as competências requeri-
transferência, promoção, remoção, acesso, reintegração, readmis- das pelas equipes e/ou áreas a serem supridas e estejam alinhados
são, enquadramento, aproveitamento ou reversão. Assim sendo, com as competências estratégicas definidas pela organização.
pressupõe que a Administração Pública está equipada quanto às
políticas de recursos humanos. Políticas estas regidas pelo Regime
Jurídico Único dos servidores, enquadrado na Lei nº. 8.112/90.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Nesse contexto, é proposto ainda, pelo autor supracitado, que res. No que se refere ao processo seletivo externo, o qual acontece
os concursos públicos, além de serem aplicadas provas e compro- durante o estágio probatório, o autor coloca que, apesar de não
vação de títulos, devem possuir outras formas de avaliação. Alguns estar adequadamente regulado ou, de não ser corretamente apli-
concursos já possuem, por exemplo, uma etapa chamada de curso cado, pressupõe-se, muitas vezes, na nomeação de servidores cujas
de formação, no qual são verificadas as competências interpesso- atitudes e comportamentos ficam a desejar.
ais, estratégicas e gerenciais, cujas observações feitas não são pos- Pires et al. (2009), preceitua que as atividades de recrutamen-
síveis através, unicamente, de provas escritas. to e seleção são de suma relevância para a construção e implanta-
Para Pires et al. (2009), a preocupação em provimento de car- ção do modelo de gestão por competências. Para ele, caso essas
go público de pessoas com as características inerentes ao cargo atividades sejam bem conduzidas, as instituições terão maior pro-
e às atividades que irão ser desempenhadas, dar-se por conta do babilidade de recrutar profissionais que estejam alinhados com as
objetivo de se contar com servidores aptos a realizar com êxito e estratégias e objetivos organizacionais. Uma seleção em que não
motivação suas futuras funções e progredir de forma satisfeita em priorize os aspectos relacionados a competência, pode gerar custos
suas carreiras. que durarão até 30 ou 40 anos para a organização, sendo sanada a
O autor supracitado alerta sobre a necessidade de se mudar situação apenas com a aposentadoria do servidor.
a filosofia predominante nas organizações públicas, segundo a É proposto pelo autor, no que se refere às práticas de gestão
qual os postos de trabalho são ocupados por pessoas com maior por competências, que as instituições comparem os perfis elabo-
qualificação técnica, mas que não há uma avaliação de sua plena rados pelos setores solicitantes com os perfis dos candidatos, bus-
adequação ao cargo ou à função. Na gestão por competência, as cando, assim, localizá-los nos espaços organizacionais (carreiras,
organizações do setor público, o perfil do candidato para o posto de setores, cargos e funções) apropriados.
Com o objetivo de oferecer uma alternativa eficaz para o pre-
trabalho e a carreira passa a ser uma variável-chave, muito embora
enchimento de cargos e funções, o enfoque das competências tam-
a qualificação técnica ainda conta pontos positivos.
bém tem sido apresentado como instrumento auxiliar para os atos
de nomeação de servidores. O autor coloca que esse auxilio se dá,
Caracterizando os processos seletivos externos, nos quais en-
por exemplo, porque as funções de confiança são de livre nome-
globam os concursos públicos para o preenchimento de cargos, Pi- ação e exoneração. No entanto, o processo de preenchimento e
res et al. (2009), coloca que é de suma importância, uma vez que, as ocupação dessas funções pode ser aperfeiçoado através do uso de
provas exigem conteúdos amplos e profundos, exigindo do candi- bancos de talentos, além do trabalho de orientação dos gestores
dato alto nível de conhecimentos. As provas de títulos, prevista na de recursos humanos. Esse banco de talentos versa dados dos ser-
legislação, visam a dimensão acadêmica e cognitiva dos processos vidores sobre sua formação, especialização, atividades acadêmicas,
de seleção. No entanto, tais aspectos priorizam somente os conhe- experiência profissional, realizações, atividades de entretenimento
cimentos e habilidades, não considerando tão importante os as- artísticas, desportivas, dentre outras. Segundo Pires et al. (2009),
pectos relacionados às atitudes, deixando, desse modo, de se estar serve para auxiliar na identificação do perfil geral dos colaborado-
gerindo as pessoas por competências. res, incluindo informações curriculares e também comportamen-
Para o autor em destaque, há a argumentação por parte da ad- tais.
ministração pública que existem grandes dificuldades quanto a de- Diante do exposto, percebe-se a linha em que o autor ressalta
finição de critérios para se avaliar os aspectos relacionados à con- a relevância da gestão por competências em organizações de go-
duta pessoal e interpessoal do futuro servidor, ou seja, as atitudes verno. Há, sem dúvida, grandes entraves para a adoção do modelo,
e valores, posturas, a imagem que projetam ou a percepção que mas já se compreende o conceito, já se tem a ideia da dimensão
têm de si mesmos, sua motivação e outros traços de personalidade. que se quer conseguir com tal forma de gerir as pessoas, de modo
O mesmo autor diz que a consequência imediata de tal forma a gerar melhores resultados. Tem-se que, segundo as ideias pro-
de seleção pública, como está sendo realizada atualmente, é a es- postas pelo autor supracitado, a gestão por competências requer
colha de candidatos bastante capazes intelectualmente, mas, por uma análise desde o recrutamento e seleção, para cargos públicos,
vezes, sem o perfil adequado para um bom desempenho num de- através da identificação do perfil adequado dos futuros servidores,
terminado cargo ou função. Outra análise feita pelo autor é que, a sugerindo uma nova fase de avaliação (curso de formação) para
fase de recrutamento, na qual deveria ter como foco a identificação viabilizar e conhecer algumas atitudes e comportamentos dos ser-
do perfil desejado dos futuros servidores, representa apenas uma vidores, passando pelo estágio probatório, fazendo-se, nessa fase,
exigência formal. Assim, é comum se ver, nesse tipo de processo uma avaliação mais eficiente quanto a que já é estabelecida pela le-
seletivo, problemas de adaptação de trabalho, baixa produtividade gislação, criando-se um banco de talentos, no qual facilite a identi-
ficação de características e determinadas competências para alocar
e altos índices de doenças profissionais.
e prover as pessoas (seleção interna), além de redirecionar essas
Para superar a dificuldade de se gerir pessoas por competên-
pessoas profissionalmente, permitindo a elas criarem verdadeiras
cias, algumas organizações públicas têm implementado mais uma
carreiras.2
etapa em seu processo seletivo: o curso de formação. Segundo o
autor, esse curso visa preparar os novos servidores de acordo com Desenvolvimento das Pessoas na Administração Pública:
o que a lei estabelece, sem, contudo, deixar de avaliar certas habili- Uma Nova Perspectiva
dades e atitudes que só serão possíveis após um período de contato Estamos, vivendo um momento de transformações políticas,
que permita o reconhecimento das potencialidades, qualificações e econômicas, sociais que estão norteando a nossa necessidade de
outros aspectos relacionados ao comportamento dos candidatos. repensar todos os caminhos e atitudes que ficaram muitos anos
Tendo como embasamento essas questões relativas ao curso enraizados. Estas transformações nos levam à adoção de um novo
de formação, esse mesmo autor ainda propõe que seja avaliado o modelo institucional, em que vemos as organizações como um con-
perfil em cursos de ambientação não mais como etapa de concurso, junto político de ações integradas, movimentadas por pessoas que
mas já como fase de socialização na instituição. A ideia é que essa exigem participação, democracia e liberdade. Quando falamos em
fase de observação, avaliação e desenvolvimento comportamental
2 Fonte: www.rhportal.com.br – Texto adaptado de Ildevania Felix de Lima/Ân-
possa servir como base de orientação para a lotação dos servido-
gela Patrícia Linard Carneiro

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Política de RH na Administração Pública, usamos o passado como qualitativa, que estamos vivendo ao nível social e que vem exigindo
um paralelo para nos mostrar o polo oposto ao que devemos nos respostas rápidas e criativas da administração pública em todos os
posicionar, nesta verdadeira luta de adaptação do homem às novas seu níveis e áreas de atuação.
exigências do mercado globalizado e competitivo. Desenvolver pessoas significa não domesticar, amestrar ou
No universo da Administração pública, a abordagem demo- treinar indivíduos para o melhor desempenho em seu posto de
crática e a dimensão estratégica do Desenvolvimento de Recursos trabalho, mas possibilitar a mais plena manifestação do potencial
Humanos (DRH) se relacionam de imediato com as questões da re- de crescimento e realização que uma pessoa seja capaz no de-
presentatividade e da legitimidade da ação governamental, quando sempenho de seu papel profissional, social e pessoal. A busca do
são considerados aspectos como a decisão sobre a coisa pública desenvolvimento humano como uma atividade legítima a ser em-
ou a consequência social do desempenho organizacional. Seja pela preendida no seio das organizações, principalmente as de caráter
natureza das suas funções, seja pela sua própria dimensão, o ser- público, deve ser estimulada a cada momento. Esta proposta não é
viço público pode ser, no Brasil, um estimulador da democracia na romantismo ou idealismo ingênuo.
sociedade, a depender da perspectiva que oriente o seu desempe- Representa, simplesmente, a constatação da falência da orien-
nho. tação econômica do desenvolvimento humano e a percepção de
A busca de aperfeiçoamento da organização pública através da novas premissas políticas e sociais que as organizações brasilei-
reforma administrativa não deve ser orientada apenas pelos valo- ras precisam levar em conta. Adotar uma orientação democráti-
res sociais, que devem definir o comportamento da organização no ca para o DRH significa, também acreditar que esta atividade seja
seu ambiente. A reforma administrativa não deve se limitar a mu- fundamentalmente uma responsabilidade da função gerencial nos
dança nos padrões de racionalidade interna da organização, mas diversos níveis da organização, e não um centro de treinamento,
sim estabelecer as condições organizacionais mais adequadas ao como ocorre usualmente. Esta mudança traz, em sim uma série
entendimento das demandas do ambiente sobre a Administração de repercussões sobre as diversas etapas do DRH. O diagnóstico
Pública. transformar-se numa atividade contínua e descentralizada, isto é,
A ação gerencial deve ser comprometida com valores, uma executada nas diversas unidades organizacionais, através de seus
respectivos dirigentes em conjunto com seus funcionários. Estes
vez que a “a competência gerencialista neutra pode conter valores
são incentivados a explicitarem as necessidades materiais, orga-
sociais que nem sempre garantem o caráter de representativida-
nizacionais, psicossociais e cognitivas indispensáveis ao pleno de-
de e de equidade de articulação e processamento de interesses da
senvolvimento de suas possibilidades de crescimento e realização,
clientela, que se espera da organização pública” (Motta, 1974, p.13,
como profissionais e como pessoas.
citado por Mendonça)
Além disso, a determinação das necessidades de desenvolvi-
Os valores básicos que orientam o modelo de aprendizagem
mento deve respaldar-se no próprio nível de desempenho da uni-
para uma condução democrática da ação governamental são a
dade organizacional considerada. Assim, se a qualidade e presteza
dignidade indivíduos não devem ser meros objetos de programas
das decisões e os resultados obtidos por uma determinada unidade
sociais, preparados por especialistas para atender às necessidades
têm estado aquém das expectativas ou das metas estabelecidas, o
por estes identificadas por meio de exercícios intelectuais; significa, diagnóstico deve considerar, também, as condições estruturais e
ao contrário, imprimir aos indivíduos a condição de atores - parti- funcionais da referida unidade e da própria organização. É impor-
cipantes na identificação da situação e nas decisões que provocam tante ressaltar que sem o envolvimento dos gerentes será impossí-
impacto sobre seus interesses. vel sabermos se os programas estão ou não alcançando os objeti-
Orientado por valores democráticos, o DRH exercido na Admi- vos propostos. Neste ponto, fica nítida a função de feedback que o
nistração Pública deverá contribuir para a ampliação dos pontos sistema gerencial desempenha em relação à atividade de DRH. En-
de identidade entre esta e a sociedade brasileira, posicionando a quanto este mecanismo não for estabelecido e fortalecido, o DRH
estrutura administrativa governamental na sua adequada condição continuará cego e sob suspeitas quanto à sua real eficácia.3
de serviço público.
A consciência das inúmeras dificuldades inerentes à atuação Processos da Moderna Gestão de Pessoas (Agregar, Aplicar,
na Administração Pública Brasileira é algo, em princípio, desmoti- Recompensar, Desenvolver, Manter E Monitorar Pessoas)
vador. O imobilismo, entretanto, não é nada condizente com uma Perspectivas da Moderna Gestão de Pessoas A expressão Ges-
concepção estratégica e democrática sobre o DRH. Aos impasses e tão de Pessoas aparece no final do século XX e guarda similaridade
injunções, sobrepõe-se a crença de que as pessoas devem estabele- com outras que também vêm popularizando-se como Gestão de
cer estratégias sobre todos os assuntos, especialmente sobre aque- Talentos, Gestão de Parceiros e Gestão do Capital Humano. Gestão
les que lhes afetam. E esta, talvez, seja uma chave para a criação de de Pessoas é a função gerencial que visa a cooperação das pesso-
uma ampla e vigorosa força de aperfeiçoamento da Administração as que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto
Pública Brasileira. organizacionais quanto individuais. Diante desse contexto não po-
A orientação clássica do DRH na administração pública o tem demos conceber ações da área de gestão de pessoas que se dis-
caracterizado como uma atividade suplementar da administração tanciem da realidade e que, portanto causem transtornos muitas
de pessoal, desde a criação das primeiras seções e serviços de vezes drásticos para o futuro das organizações, é preciso refletir
treinamento. Isto restringiu a ideia de desenvolvimento de recur- seriamente sobre o futuro da gestão de pessoas. Para possibilitar
sos humanos a treinamento, criando problemas que ainda hoje a mudança organizacional e permitir o gradativo deslocamento da
os profissionais da área enfrentam na execução de seu trabalho. administração tradicional para uma administração eminentemente
Propõe-se uma mudança radical nos pressupostos que sustentam participativa existe um aspecto determinante e crucial: o geren-
o exercício da atividade, desde o seu planejamento, até a sua exe- ciamento das pessoas que trabalham nas empresas. A gestão de
cução e avaliação. O DRH deve constituir um suporte para o plane- pessoas integra processos como: agregar, aplicar, recompensar,
jamento estratégico da organização e sua contínua modernização remunerar, manter e monitorar o capital humano. Neste sentido,
institucional. É preciso reavaliar as premissas do setor e as práticas nos sentimos seguros em afirmar que esta é uma das áreas mais
para assumir a posição de facilitadores do processo de mudança 3 Fonte: www.portal.estacio.br – Texto adaptado de Patrícia Nassif da Cruz

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

importantes da Administração, pois permeia todos os degraus por Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas são os seguin-
que passa aquelas que hoje são consideradas o maior ativo das or- tes:
ganizações modernas – as pessoas. 1. Processos de Agregar Pessoas: são os processos utilizados
Desde o momento em que se detecta a necessidade de pes- para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados
soas para as organizações até o momento contrário onde se é for- processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recru-
çado a “enxugar” a estrutura organizacional, a gestão de pessoas tamento e seleção de pessoas.
está presente, atuando de forma a minimizar os riscos advindos de 2. Processos de Aplicar Pessoas: são os processos utilizados
percepções distorcidas tanto por parte dos que estão na empre- para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na em-
sa quanto pelos que se relacionam direta ou indiretamente com a presa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho
mesma. Neste contexto e diante dos novos e constantes desafios organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos,
que são impostos pelos rumos globais que tendem a descaracteri- orientação das pessoas e avaliação do desempenho.
zar as formas de gerir as organizações, entendemos que é condição 3. Processos de Recompensar Pessoas: são os processos uti-
sine qua non para a área de gestão de pessoas o repensar de sua lizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades
atuação, seja no que diz respeito às práticas e ações implementa- individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e
das até então ou com relação aos resultados alcançados ou almeja- benefícios e serviços sociais.
dos. É preciso entender o papel fundamental desta área e o quan- 4. Processos de Desenvolver Pessoas: são os processos utiliza-
to sua contribuição impulsionou ou pode alavancar o alcance dos dos para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e
objetivos organizacionais. O fato de que as pessoas no contexto pessoal. Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, pro-
atual, mais do que nunca, devem ser vistas como parceiros da orga- gramas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas
nização precisa, urgentemente, ser disseminado entre gerentes de de comunicação e consonância.
linha e supervisores, é necessário que se quebre o velho paradigma 5. Processos de Manter Pessoas: são os processos utilizados
de que as pessoas são agentes passivos do processo produtivo. Ao para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as
entender o poder das pessoas como agentes ativos do processo or- atividades das pessoas. Incluem administração da disciplina, higie-
ganizacional, os gestores passam a vê-las como parceiras dotadas
ne, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sin-
de inteligência e criatividade, que podem levar as organizações a
dicais.
alcançar patamares jamais imagináveis sem a participação e o com-
prometimento das mesmas. Diante do exposto, deve-se refletir
6. Processos de Monitorar Pessoas: são os processos utilizados
quanto aos ativos intangíveis das organizações modernas, grande
diferencial competitivo em tempo de grandes mudanças. Chiavena- para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar
to (2000) cita seus três componentes: competência do funcionário resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações ge-
(capacidade de agir em situações distintas criando e agregando va- renciais.
lor à organização), estrutura interna da organização (marca, mode-
los e sistemas administrativos, cultura organizacional) e estrutura Todos esses processos estão intimamente relacionados entre
externa (relações com os clientes, fornecedores, organizações e so- si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciproca-
ciedade) é possível observar a ligação direta destes componentes mente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais,
com a capacidade humana, ou seja, o homem é protagonista de to- quando bem ou mal utilizados. Um processo de agregar pessoas
dos eles, o que exige da gestão de pessoas, especial atenção. Sendo malfeito passa a exigir um processo de desenvolver pessoas mais
assim, surge algumas questões polêmicas, dentre as quais a mais intenso para compensar as suas falhas. Se o processo de recom-
desafiadora constitui-se em indicar o futuro dos órgãos de gestão pensar pessoas é falho, ele exige um processo de manter pessoas
de pessoas bem como o caminho dos seus gestores na atualidade. mais intenso. Além do mais, todos esses processos são desenhados
Parece difícil arriscar resposta a questões tão complexas sem um de acordo com as exigências das influências ambientais externas e
estudo aprofundado das causas e consequências que envolvem um das influências organizacionais internas para obter a melhor com-
processo de crescimento ou queda de um organismo tão essencial patibilização entre si. Trata-se, pois, de um modelo de diagnóstico
ao crescimento organizacional. de RH.5
O enfoque no propósito maior da organização, leva ao desen-
volvimento do planejamento de recursos humanos em consonância GESTÃO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
com o planejamento estratégico da empresa; a ênfase na cultura A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos
participante e democrática, leva a atentar para fatores relaciona- resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando
dos à qualidade de vida dentro e fora das organizações; a utilização de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz
de mecanismos de motivação e realização pessoal; a adequação de demonstrar este acompanhamento é através da Avaliação de
das práticas e políticas de recursos humanos as diferenças indivi- Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma
duais; a completa reestruturação e adoção de novas estratégias de ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho
gestão que visam encantar o cliente interno e externo; a preocu-
individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada
pação com a criação de valor para o negócio através do emergente
empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do
sistêmico; a preocupação em preparar-se para o futuro e a utiliza-
comportamento de um colaborador durante um intervalo de tem-
ção do benchmarking como estratégia de melhoria contínua, tanto
po, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico,
dos processos, quanto dos serviços e produtos, gera o que se pode
chamar de visão estratégica do negócio, estas são as empresas vi- sua relação com os parceiros de trabalho etc.
sionárias, ou melhor, estas são as organizações que oportunizam a Este método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos
maximização o lucro e a geração de ganhos mútuos promovendo funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pesso-
o que é a priori a grande missão de toda e qualquer organização a al, visando um melhor desempenho de suas funções no ambiente
satisfação dos envolvidos no processo e a geração de alternativas de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio
para o crescimento.4 à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a

4 Fonte: www.administradores.com.br – Por Roseane de Queiroz Santos 5 Fonte: www.gestaodepessoasmba.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas - Auto-avaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado com
de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja utilizado
treinamento etc. conjuntamente a outros sistemas para minimizar o forte viés e falta
Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desem- de sinceridade que podem ocorrer.
penho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas de- - Relatório de performance: também chamada de avaliação por
sejadas e os resultados reais. Sendo divida em algumas etapas: escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descrição mais
- Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus livre acerca das características do avaliado, seus pontos fortes, fra-
progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento per- cos, potencialidades e dimensões de comportamento, entre outros
manente de feedback instantâneo; aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se combinar ou
- Identificação e equacionamento imediato dos problemas comparar as classificações atribuídas e por isso exige a suplemen-
emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão tação de um outro método, mais formal.
de motivação e de obtenção de resultados; - Avaliação por resultados: é um método de avaliação basea-
- Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho, do na comparação entre os resultados previstos e realizados. É um
em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no pe- método prático, mas que depende somente do ponto de vista do
ríodo considerado e redefinem novas orientações, compromissos supervisor a respeito do desempenho avaliado.
recíprocos e ações corretivas, se for o caso. - Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcan-
ce de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos
Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limita- organizacionais e negociados previamente entre cada colaborador
ções dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria, e seu superior. É importante ressaltar que durante a avaliação não
necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento do in- devem ser levados em consideração aspectos que não estavam
divíduo para outras funções em que poderia render melhor. previstos nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao cola-
Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identi- borador. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoavalia-
ficar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho ção para discussão com seu gestor.
entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como - Padrões de desempenho: também chamada de padrões de
base a interação constante entre avaliador e avaliado. trabalho é quando há estabelecimento de metas somente por par-
te da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas que
Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo os mé- serão avaliadas.
todos mais tradicionais de avaliação: - Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de com-
portamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-se
- Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado
“sim” quando o comportamento do colaborador corresponde ao
nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores defi-
comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É di-
nidos, graduados através da descrição de desempenho numa varia-
ferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido da
ção de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver exem-
não obrigatoriedade na escolha das frases.
plos de comportamentos esperados para facilitar a observação da
existência ou não do indicador. Permite a elaboração de gráficos
- Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe fee-
que facilitarão a avaliação e acompanhamento do desempenho his-
dbacks (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem relação,
tórico do avaliado.
também chamados de stakeholders, como pares, superior imedia-
- Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos in- to, subordinados, clientes, entre outros.
divíduos através de frases descritivas de determinado tipo de de- - Avaliação de competências: trata-se da identificação de com-
sempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre petências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habilida-
as quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para des) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado
descrever os comportamentos do avaliado. Este método busca mi- desempenho seja obtido.
nimizar a subjetividade do processo de avaliação de desempenho. - Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das
- Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões entre avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verificação da
um especialista em avaliação de desempenho da área de Recursos existência ou não das competências necessárias de acordo com o
Humanos com cada líder, para avaliação do desempenho de cada desempenho apresentado.
um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal desempe- - Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro,
nho por meio de análise de fatos e situações. Este método permite identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvol-
um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizando a sub- vimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita
jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, conjun- a identificação de talentos que estejam trabalhando aquém de suas
tamente com o líder, do desenvolvimento profissional de cada um. capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas.
- Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam de- - Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S.
sempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser realça- Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempenho
dos e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que devem sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos in-
ser corrigidos através de orientação constante. O método não se ternos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos
preocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para haver estratégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o aten-
sucesso na utilização desse método, é necessário o registro cons- dimento da meta em cada objetivo estratégico.
tante dos fatos para que estes não passem despercebidos.
- Comparação de pares: também conhecida como comparação
binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois colabo-
radores ou entre o desempenho de um colaborador e sua equipe,
podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo muito sim-
ples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de ser realiza-
do quanto maior for o número de pessoas avaliadas.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Vantagens da Avaliação de desempenho Como resultados complementares da contínua utilização da


Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar avaliação de desempenho podemos citar o estímulo ao diálogo
novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise entre chefias e subordinados e o aperfeiçoamento dos canais de
do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando, comunicação entre os níveis hierárquicos.
assim, novas possibilidades para remanejamento interno de cola-
boradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações aos Modelo de Avaliação de Desempenho
funcionários que mais se destacarem na avaliação. Para garantir a eficiência e a eficácia da avaliação, a construção
Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais de um modelo da avaliação de desempenho deve obedecer a de-
fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem como terminados requisitos. Vejamos:
resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para um re- • Garantir que a avaliação seja comparativa entre os indivídu-
sultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados queiram os e que ela seja feita tanto pelos chefes, subordinados, bem como
investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu de- por seus pares.
sempenho e trazendo vantagens para a empresa. • Realizar análises comparativas de resultados entre os mem-
Este método é importante, também, para eliminar “achismos” bros de uma mesma carreira ou cargos.
e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de • Divulgar com a máxima transparência os critérios de avalia-
obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma ção.
• Informar os resultados da avaliação feita para cada indiví-
possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.
duo, por seus chefes, subordinados e pares, sem, entretanto, iden-
Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos be-
tificar os autores.
nefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organi-
• Incluir, no cômputo da avaliação individual, o resultado da
zação, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar
avaliação institucional.
melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho, investir
• Utilizar os resultados das avaliações como insumo para a
no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade, desenvol- definição das políticas e prioridades de capacitação.
ver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais
eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada de for- Para a realização da avaliação de desempenho, devem ser con-
ma satisfatória pelos gerentes. sideradas a avaliação individual e também a avaliação institucio-
nal.8
Aplicações A título ilustrativo apresentaremos a seguir um modelo de ava-
A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de dife- liação de desempenho e a forma como são realizadas as avaliações
rentes funções administrativas, motivacionais e de comunicação, institucional e individual no setor privado.
como citados a seguir:
- Identificação de pontos fortes e fracos dos colaboradores e, Avaliação institucional
consequentemente, da organização; Esta é a avaliação de cada uma das equipes que compõem a
- Identificação de diferenças individuais; estrutura organizacional da instituição, distribuídas por suas diver-
- Estímulo à comunicação interpessoal; sas áreas. Chamamos por equipe um grupo de pessoas com uma
- Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, formada por chefia.
chefe e subordinado; Na maior parte dos órgãos e entidades do setor público, dife-
- Informação ao colaborador de como o seu desempenho é rentemente do setor privado, a avaliação de desempenho se baseia
percebido; no estabelecimento de metas definidas pela alta gestão e são con-
- Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e do sideradas para a organização, como um todo, e não para as equipes
avaliado; de trabalho.
- Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito; As equipes são avaliadas pela instância imediatamente supe-
- Indicações de necessidade de treinamento; rior, assim como por áreas internas ou externas à organização que
- Gestão de crises nas equipes e nos processos operacionais sejam clientes da equipe que está sendo avaliada ou que com ela
(sistemas técnicos e sociais); se relacionam.
- Auxílio na verificação de aprendizagens;
- Identificação de problemas de trabalho em geral, no relacio- No início de cada ano, cada equipe estabelece as próprias me-
namento individual, intraequipe ou interequipes; tas a atingir neste período, com base naquelas definidas pela orga-
- Registro histórico suplementar para ações administrativas de nização como um todo. Cada equipe indicará os recursos materiais
gestão; e humanos necessários para o alcance dessas metas e definirá tam-
- Apoio às pesquisas de clima organizacional. bém os indicadores que serão utilizados para medi-los.
No final do ano, a instância imediatamente superior verifica
Objetivos da avaliação de desempenho em que grau as metas de cada equipe foram atingidas, e com base
Além de possibilitar a tomada de decisão quanto à progressão nesses resultados irá atribuir notas para as equipes.
e promoção dos servidores, a avaliação de desempenho tem outros Os critérios para a atribuição das notas serão estabelecidos
objetivos de igual importância: em conjunto com todos os envolvidos. Essas notas serão um dos
• Identificar necessidades de capacitação. componentes que participarão da fórmula para cálculo do valor da
• Corrigir desempenhos inadequados. avaliação de desempenho.
• Identificar possibilidades de futuras mobilidades funcionais
(processo de movimentação que configura a evolução do funcioná- Avaliação individual
rio na carreira). A avaliação individual é composta por elementos cujas notas
• Possibilitar o planejamento funcional do avaliado. farão parte do cálculo da Avaliação de Desempenho. São eles:
1. Avaliação pelos membros da equipe

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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2. Avaliação do alcance das metas • Implantação de um sistema informatizado para que as ava-
3. Avaliação do desenvolvimento profissional liações possam ser feitas on-line e o sigilo das informações possa
ser preservado.
1) Avaliação pelos membros da equipe • Estabelecimento de metas claras, com indicadores objetivos,
O primeiro elemento constitui-se na avaliação conjunta dos para cada equipe e área da instituição.
servidores da mesma equipe. Os servidores são avaliados por seus • Criação de um plano de carreira e remuneração que incentive
pares, por seus chefes e subordinados. os servidores a perseguir um desempenho satisfatório.
Os itens a serem medidos e os critérios adotados serão estabe- • Fornecimento de condições técnicas e materiais para que os
lecidos pelas equipes, devendo ser validados pela instituição como servidores possam desempenhar suas funções adequadamente.
um todo, para garantir sua homogeneidade na avaliação.
Os servidores atribuem notas para cada um dos seus colegas Desempenho: indo além da simples avaliação
de equipe, para a chefia e para seus subordinados. O resultado des- A abordagem ao desempenho deve contemplar a comparação
sas avaliações será uma nota cujo valor entrará na composição final dos resultados esperados com os efetivamente alcançados. Isso
da fórmula avaliação de desempenho. implica seu constante acompanhamento para identificação de des-
vios e execução das devidas correções ao longo da realização das
2) Avaliação do alcance das metas atividades.
O segundo elemento diz respeito ao alcance das metas esta- Assim, a denominação mais adequada para esse processo de
belecidas. planejamento, de acompanhamento e de avaliação é o de Gestão
Com base nas metas institucionais definidas para cada equipe, de Desempenho.
cada servidor define suas próprias metas, que devem ser as mais Por meio do processo de Gestão de Desempenho (processo in-
quantificáveis possíveis. Cada servidor deve também informar o serido na Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas e apoiado
que precisa para poder desempenhar as tarefas. na Gestão por Competências) é possível corrigir desvios e garantir a
A chefia juntamente com cada servidor verifica, ao final do sustentabilidade da organização por meio da revisão de objetivos,
ano, se as metas foram atingidas e em que grau. Com base nessa estratégias, processos de trabalho e políticas de recursos humanos.
verificação, é atribuída uma nota cujo valor entrará na composição
final da fórmula avaliação de desempenho. Avaliação
A Avaliação de Desempenho é uma das ferramentas mais im-
3) Avaliação do desenvolvimento profissional portantes em gestão de pessoas, já que objetiva analisar o desem-
Esta avaliação leva em conta: penho individual ou de um grupo de funcionários. Por meio desse
• O aperfeiçoamento ou aquisição de competências. processo, o empreendedor pode diagnosticar e analisar o compor-
• A ampliação do grau de responsabilidade. tamento de um colaborador durante um período de tempo deter-
• O aumento na abrangência das atribuições. minado.
• A aquisição de novos conhecimentos relevantes para o de- Com o resultado de uma Avaliação de Desempenho, é possí-
sempenho de suas atribuições. vel constatar se a postura individual e coletiva do avaliado condiz
com a cultura da empresa. Caso o resultado seja satisfatório, é ideal
Para que seja possível fazer este tipo de avaliação, é necessá- analisar o que fazer para que sigam o exemplo do funcionário em
rio, em primeiro lugar, definir, na descrição dos cargos, os requisi- questão. Sendo insatisfatório, é preciso compreender até onde a
tos mínimos exigidos relativos às competências e ao seu grau de empresa colaborou para permear aquele comportamento e como
proficiência, ao grau de responsabilidade e às atribuições. ajudar no desenvolvimento desse colaborador.
Este é o ponto de partida para cada cargo e perfil profissional,
com base no qual é realizada a avaliação do crescimento e desen- Como um líder avalia seu funcionário
volvimento profissional. Avaliar o desempenho do colaborador pode ser dividido em
Para essa avaliação, é necessário criar ferramentas que per- três etapas básicas, sendo a primeira delas a apreciação diária do
mitam objetivá-la, uma vez que nem sempre os indicadores são comportamento do funcionário. Por meio dessa sondagem, podem
altamente quantificáveis, como é o caso das atitudes e de algumas ser analisados pontos como relacionamento com a equipe, com-
habilidades que compõem as competências. prometimento, postura, progressos e limitações, sempre oferecen-
do um feedback ao funcionário.
Por fim, é necessário estabelecer critérios de pontuação que A segunda parte é saber identificar os problemas, a fim de re-
identifiquem o crescimento, a ampliação ou o aperfeiçoamento solvê-los junto ao avaliado e manter a produtividade da empresa.
profissional de cada servidor. Essa pontuação é traduzida por um Para isso, não cabem broncas ou dispensas, e sim conversa e moti-
valor que entrará na composição final da fórmula avaliação de de- vação em prol de bons resultados.
sempenho. A terceira parte consiste na realização de entrevistas periódi-
cas, que permitem analisar a evolução do funcionário e, se necessá-
Condições para o funcionamento do modelo de avaliação de rio, adotar medidas, que servem como termômetro para entender
desempenho se há condições de evolução ou reversão de alguma situação fora
A fórmula da avaliação de desempenho terá em sua compo- do padrão.
sição as notas da Avaliação Institucional e da Avaliação Individual A avaliação concede um raio X da empresa para os líderes. Vale
desdobrada em: Avaliação pelos membros da equipe, Avaliação do salientar que não é indicado que esses líderes sejam autoritários.
alcance das metas e Avaliação do desenvolvimento profissional. O processo de avaliação não consiste em punir ou demitir um fun-
Para que esse modelo de avaliação de desempenho tenha um cionário que apresente desvios, mas avaliar o que ele tem de bom
funcionamento eficiente e alcance os objetivos pretendidos é ne- e, se for o caso, orientá-lo a mudar de postura quanto ao que pode
cessário garantir a existência de algumas condições: ser melhorado. Dessa forma, será gasto muito menos com troca de
pessoal e os funcionários responderão positivamente ao desafio.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Momento certo para a avaliação de desempenho culdade de comunicar é uma deficiência que prejudica a lideran-
A Avaliação de Desempenho pode ser feita a qualquer mo- ça. O terceiro elemento é a consecução de metas. O líder eficaz
mento e sempre que o empreendedor achar necessário. O ideal é terá de lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é
que seja realizada uma avaliação mensal para melhor análise da geralmente considerada em termos de grau de realização de uma
evolução coletiva da empresa e de seus colaboradores. Apesar de meta ou combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos
ser apenas um item em diversos outros para a formação de um podem considerar o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de
negócio de sucesso, uma avaliação de desempenho efetiva, que satisfação decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a
consegue trazer aprimoramentos, pode se tornar uma ação muito aceitação das diretrizes e comandos de um líder apoia-se muito nas
positiva para o crescimento de todo o corpo profissional.6 expectativas dos liderados de que suas respostas favoráveis os le-
varão a bons resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como
O Processo de Avaliação Institucional apresenta as seguintes um instrumento para ajudar a alcançar objetivos.
diretrizes:
- Consiste em uma atividade intrínseca ao processo de plane- Teorias sobre Liderança
jamento, sendo um processo contínuo, geral, específico, buscando
integrar ações. Teorias de Traços de Personalidade
- Elabora críticas às suas ações e aos resultados obtidos. As mais antigas teorias sobre liderança se preocupavam em
- Busca conhecer e registrar as limitações e possibilidades do identificar os traços de personalidade capazes de caracterizar os
trabalho avaliado. líderes. O pressuposto era que se poderia encontrar um número
- É um processo democrático, apresentando, em princípio, os finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas
aspectos a serem avaliados envolvendo a participação dos sujeitos. que identificassem os líderes de sucesso, como:
- É um processo transparente e ético em relação a seus funda- - Habilidade de interpretar objetivos e missões;
mentos, enfoque e, principalmente, no que se refere à utilização e - Habilidade de estabelecer prioridades;
divulgação dos seus resultados. - Habilidade de planejar e programar atividades da equipe;
- Facilidade em solucionar problemas e conflitos;
LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO - Facilidade em supervisionar e orientar pessoas;
Uma característica essencial das organizações é que elas são - Habilidade de delegar responsabilidades para os outros.
sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o conceito
de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de As críticas à teoria de traços de personalidade residem em dois
como as organizações se relacionam com as pessoas. aspectos principais. O primeiro é que as características de persona-
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na lidade são geralmente medidas de maneira pouco precisa. O segun-
organização também o subsistema técnico. A interação da gestão do é que essa teoria não considera a situação dentro da qual atua a
de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, en- liderança, ou seja, os elementos do ambiente que são importantes
volve alinhar objetivos organizacionais e individuais. para determinar quem será um líder eficaz. Alguns traços de perso-
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mu- nalidade são importantes em certas situações, mas não em outras.
danças e transformações nos últimos anos. Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa. Muitas ve-
Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência zes é a situação que define um líder. Quando a situação se modifica,
sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organizações. É a liderança passa para outras mãos.
uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações en-
tre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa atenção dada Teoria Sobre Estilos de Liderança
aos fundamentos da psicologia. Um dos mais populares expoentes da teoria comportamen-
A liderança não deve ser confundida com direção nem com ge- tal, Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em que procu-
rência. Um bom administrador deve ser necessariamente um bom ra mostrar com simplicidade que cada administrador possui uma
líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administrador. concepção própria a respeito da natureza das pessoas que tende
Na verdade, os líderes devem estar presentes no nível institucional, a moldar o seu comportamento em relação aos subordinados. Ele
intermediário e operacional das organizações. Todas as organiza- chegou à conclusão de que há duas maneiras diferentes e antagô-
ções precisam de líderes em todos os seus níveis e em todas as suas nicas de encarar a natureza humana. Uma delas é antiga e negativa,
áreas de atuação. baseada na desconfiança nas pessoas. A outra é moderna e posi-
A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre ex- tiva, baseada na confiança nas pessoas. McGregor denominou-as,
clusivamente em grupos sociais e nas organizações. Podemos defi- respectivamente, Teoria X e Teoria Y.
nir liderança como uma influência interpessoal exercida numa dada
situação e dirigida através do processo de comunicação humana Teoria X
para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elemen- O administrador que pensa e age de acordo com a Teoria X
tos que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, tende a dirigir e controlar os subordinados de maneira rígida e in-
a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar. tensiva, fiscalizando seu trabalho, pois considera que as pessoas
A liderança envolve o uso da influência e todas as relações in- são passivas, indolentes, relutantes e sem qualquer iniciativa pes-
terpessoais podem envolver liderança. Todas as relações dentro de soal. Nesse estilo de liderança, o administrador pensa que não se
uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões, os deve confiar nas pessoas, porque elas não têm ambição e evitam
grupos de trabalho, as relações entre linha e assessoria, superviso- a responsabilidade. Ele não lhes delega responsabilidades porque
res e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito de acredita que elas são dependentes e preferem ser dirigidas. Com
liderança é a comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação todas essas restrições, o administrador cria um ambiente autocrá-
afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A difi- tico de trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância e controle
coercitivo que não estimula ninguém a trabalhar. Pessoas tratadas
6 Fonte: www.endeavor.org.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

dessa maneira tendem naturalmente a responder com falta de in- var a estabilidade social do grupo. Essa dimensão é algumas vezes
teresse e de estímulo, alienação, desencorajamento, pouco esforço chamada de preocupação com as pessoas, liderança de apoio ou
pessoal e baixa produtividade, situação que vai reforçar o ponto de consideração. Inclui enfoque nos sentimentos e no bem-estar das
vista do administrador, fazendo-o aumentar ainda mais a pressão, a pessoas, apreciação por elas e redução do estresse.
vigilância e a fiscalização. A ação constrangedora do administrador
provoca reação acomodada das pessoas. Quanto mais ele obriga, Líderes positivos e negativos
tanto mais elas tendem a se alienar em relação ao trabalho. Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líderes foca-
lizam a motivação das pessoas. Se o enfoque enfatiza recompensas
Teoria Y – econômicas ou outras – o líder usa a liderança positiva. Quanto
Já o administrador que pensa e age de acordo com a teoria Y, melhor for a educação do empregado, maior é a sua solicitação de
tende a dirigir as pessoas com maior participação, liberdade e res- independência, e outros fatores trabalham a favor da motivação,
ponsabilidade no trabalho, pois considera que elas são aplicadas, mais dependente da liderança positiva. Se a ênfase é colocada em
gostam de trabalhar e têm iniciativa própria. Ele tende a delegar penalidades, o líder está se utilizando da liderança negativa. Este
e a ouvir opiniões, pois acredita que as pessoas sejam criativas e enfoque pode conseguir um desempenho aceitável em suas situ-
habilidosas. Compartilha com elas os desafios do trabalho, porque ações, mas tem custos humanos altos. Líderes de estilo negativo
pensa que elas são capazes de assumir responsabilidades, com au- agem de forma a dominarem e serem superiores às pessoas. Para
tocontrole e autodireção no seu comportamento. Esse estilo de
conseguirem que um trabalho seja feito, eles submetem o seu
administrar tende a criar um ambiente democrático de trabalho e
pessoal a personalidades tais como perda do emprego, reprimen-
oportunidades para que as pessoas possam satisfazer suas neces-
das frente a outros e descontos de dias trabalhados. Exibem sua
sidades pessoais mais elevadas através do alcance dos objetivos
autoridade a partir da falsa crença que podem amedrontar todos
organizacionais. Pessoas que trabalham com respeito, confiança e
para que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que líde-
participação tendem a responder com iniciativa, prazer em traba-
res. Existe um contínuo de estilo de liderança que classifica desde
lhar, dedicação, envolvimento pessoal, entusiasmo e elevada pro-
o fortemente positivo até o fortemente negativo. Quase todos os
dutividade em seu trabalho. A situação impulsionadora do adminis-
gerentes usam ambos os estilos indicados em algum lugar do con-
trador provoca uma reação empreendedora das pessoas. Quanto
tínuo todos os dias, mas o estilo dominante deve afirmar-se com o
mais ele impulsiona, tanto mais elas tendem a tomar iniciativa e
responsabilidade no trabalho. grupo. O estilo está relacionado com o modelo de comportamento
Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar? Essa ques- organizacional da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o
tão é simples. Em um modelo burocrático, provavelmente a teo- estilo chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma forma
ria X seria a mais indicada como estilo de liderança para submeter positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são claramente po-
rigidamente todas as pessoas às regras e regulamentos vigentes. sitivos. A liderança positiva geralmente atinge níveis mais altos de
Porém, na medida em que se adota um modelo adaptativo, a teoria satisfação no trabalho e desempenho.
Y torna-se imprescindível para o sucesso organizacional. Contudo,
independentemente do modelo organizacional, o mundo moder- Líderes autocráticos
no está abandonando a teoria X e trocando-a definitivamente pela O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os
teoria Y. subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder au-
tocrático é dominador, emite ordens e espera obediência plena e
Comportamentos de Liderança cega dos subordinados. Os grupos submetidos à liderança auto-
A abordagem comportamental tenta identificar o que fazem crática apresentaram o maior volume de trabalho produzido, com
os líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer com que as evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é
tarefas sejam cumpridas ou em manter seus seguidores felizes? Na temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A
abordagem comportamental, as características pessoais são con- liderança autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático
sideradas menos importantes que o real comportamento exibido é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e punições:
pelos líderes. mas também podem ser positivos, como foi demonstrado no caso
Três categorias gerais do comportamento de liderança rece- de um autocrata benevolente que faz escolhas para dar algumas
beram atenção particular: comportamentos relacionados ao de- recompensas a seus subordinados.
sempenho de tarefas, à manutenção do grupo e à participação do Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática é que ele
empregado nas tomadas de decisão. geralmente satisfaz como líder, favorece decisões rápidas, utiliza
favoravelmente os subordinados menos competentes, oferecendo
Desempenho de Tarefas segurança e base estruturais para os empregados. A maior desvan-
A liderança exige fazer com que as tarefas sejam desempenha- tagem é que a maioria dos subordinados não gosta desse estilo,
das. Os comportamentos de desempenho de tarefas são os esfor- especialmente se for usado de maneira extrema a ponto de criar
ços do líder para garantir que a unidade de trabalho ou a organi- medo e frustração.
zação atinjam suas metas. Essa dimensão é às vezes mencionada Na liderança autocrática, o líder centraliza o poder e mantém o
como preocupação com produção, liderança diretiva, estrutura controle de tudo e de todos em suas mãos.
iniciadora ou proximidade de supervisão. Inclui o enfoque na velo- Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressivo e
cidade, qualidade e precisão do trabalho, quantidade de produção briguento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia a ser dirigi-
e na obediência às regras. da aos outros membros do grupo e não ao líder. Alguns indivíduos
passaram a depender completamente do líder e só trabalhavam
Manutenção do Grupo quando ele estava presente. Quando o líder se afastava do grupo,
Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo, os líde- o trabalho não progredia com a mesma intensidade. Nas frustra-
res agem para garantir a satisfação dos membros do grupo, para ções, esses grupos tendem a se dissolver, através de recriminações
desenvolver e manter relações harmoniosas de trabalho e preser- e acusações pessoais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Líderes democráticos Como um Líder Deve Agir


Os líderes participativos ou democráticos descentralizam a au- A gestão situacional é a habilidade de mudar a situação, quan-
toridade. As decisões participativas não são unilaterais, como no do for necessário. E para realizar essa mudança, deve o líder ter
caso do estilo autocrata, pois elas saem da consulta aos subordi- uma variedade de comportamentos para adaptar-se à situação.
nados, bem como de sua participação. O líder e seus subordinados Esse fato chama-se residência de estilo, que é a capacidade de
atuam como uma unidade social. Os empregados são informados manter um estilo adequado a cada situação.
sobre as condições que afetam seu trabalho e encorajados a ex- Já o repertório de estilos consiste na habilidade do gerente (ou
pressar suas ideias, bem como a fazer sugestões. A tendência geral líder) em variar seu próprio estilo básico de comportamento.
é no sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois elas
são consistentes com os modelos de apoio colegiado do comporta- Comportamento do líder
mento organizacional. As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a observar
O líder é extremamente comunicativo, encoraja a participação duas estruturas gerais de comportamento do líder. Vejamos:
das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com o gru- - Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa estrutura
po. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo, aju- de comportamento, o líder (gerente) dirige os seus esforços e o de
dando-o na definição dos problemas e nas soluções, coordenando seus subordinados para a tarefa, visando iniciar, organizar e dirigir
atividades e sugerindo ideias. Os grupos submetidos à liderança de- um trabalho.
mocrática apresentaram boa quantidade de trabalho e qualidade - Líder orientado para as relações interpessoais (OR). O geren-
surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de sa- te (líder) voltado para essa orientação tem relações pessoais mais
tisfação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento amplas no trabalho, caracterizado por ouvir, confiar e encorajar.
das pessoas. Na liderança democrática ou participativa, o líder tra-
balha e toma decisões em conjunto com os subordinados, ouvindo, Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro combinações
orientando e impulsionando os membros. de estilos de liderança.
Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem ami- - Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao gerente baixa
gavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às tarefas. As orientação para o trabalho e pouca orientação para as relações hu-
relações com o chefe são mais espontâneas e livres. O trabalho manas.
progredia de maneira suave e espontânea, mesmo quando o chefe - Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para as rela-
está ausente. Sob frustrações, originadas na situação de trabalho, ções humanas.
responde o grupo através de ataques organizados às dificuldades. - Líder integrado: Possui uma elevada orientação para o traba-
lho e também interesses altos; é voltado para as relações humanas.
Líderes liberais - Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para o trabalho.
Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a respon-
sabilidade. Eles dependem muito do grupo, quanto ao estabeleci- MOTIVAÇÃO
mento dos seus próprios objetivos e resolução dos seus próprios Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que a im-
problemas. São os membros do grupo que treinam a si mesmos e pulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual como pelo
promovem suas próprias motivações. O líder tem apenas um pa- contexto em que essa pessoa se encontre. Indivíduos motivados
pel secundário. Na liderança do tipo rédeas soltas a contribuição tendem a ter um melhor desempenho, o que faz com que a organi-
do líder é ignorada aproximadamente da mesma forma que na li- zação invista em estímulos para promover essa motivação.
derança do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa forma de A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem dúvida,
liderança tende a permitir que diferentes unidades da organização a solução inovadora para que se pudesse compreender melhor o
elaborem objetivos cruzados, e que pode degenerar num caos. Por comportamento humano na sua variedade. Um mesmo indivíduo
essa razão normalmente não é usada como um estilo dominante, ora persegue objetivos que atendem a uma necessidade, ora busca
mas mostra-se útil naquelas situações nas quais o líder pode deixar satisfazer outras. Tudo depende da sua carência naquele momen-
as escolhas inteiramente por conta do grupo. to. Duas pessoas não perseguem necessariamente o mesmo obje-
O líder permite total liberdade para a tomada de decisões in- tivo no mesmo momento. O problema das diferenças individuais
dividuais ou grupais, participando delas apenas quando solicitado assume importância preponderante quando falamos de motivação.
pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. Razões da Motivação
Os grupos submetidos à liderança liberal não se saíram bem, nem
quanto à quantidade nem quanto à qualidade do trabalho, com for- Razões empresariais
tes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfação, - concorrência
agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo gru- - produtos e preços
po. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. - fidelização
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação fluir à
vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos acontecimentos. Razões Pessoais
- empregabilidade
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia desorde- - motivos p/ servir
nadamente e pouco. Embora houvesse considerável atividade, a
maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se um tempo considerá- * (ordem material = cliente =lucro)
vel em discussões e conversas sobre assuntos meramente pessoais * (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
entre os componentes do grupo. * (ordem espiritual = crescimento pessoal)
Um líder usa todos três tipos de estilos durante um período
de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Os pesquisadores O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se e
notaram diferença na atmosfera de trabalho, no comportamento alcançar seus objetivos. Podemos identificar os seguintes tipos de
dos elementos do grupo e nas realizações no desempenho dos três motivação:
grupos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

• Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas tarefas


por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determinações para que
essa pessoa cumpra. É a forma mais “primitiva” de motivação, ba-
seada na hierarquia e normalmente utilizando as punições como
fator principal de motivação. Trata-se de “fazer o ordenado para
não ser punido”, “cumprir ordens”.
• Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque ou-
tras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas sim, para
acompanhar um grupo e cumprir as expectativas de outras pesso-
as. Aqui, estamos falando de “fazer o que os outros fazem para ser
aceito, fazer parte do grupo”.
• Automotivação: a pessoa automotivada age por iniciativa
própria, em função de objetivos que escolheu. A automotivação é a
convicção que a pessoa tem de que deseja os frutos das suas ações.
É “fazer o que creio ser adequado aos meus objetivos”.

Não existe motivação “certa”. Em situações de emergência,


por exemplo, provavelmente a simples obediência seja a ação mais
indicada. O sucesso de uma ação coletiva pode depender da con-
formidade das ações individuais à orientação do grupo. Por outro
lado, uma pessoa pode ser fortemente auto motivada a objetivos
destrutivos, como uma ambição excessiva. - Autorrealização
O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação; - Autoestima
pessoas auto motivadas atuando em grupos coesos, com orienta- - Sociais
ção clara, sólida e coerente. - Segurança
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com - Fisiológicas
outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstáculos, é ser
persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicer-
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição ce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades fisiológicas
de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos, conscien- são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo
tes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que deter- pode sentir necessidades acima das que está executando ou abai-
minam um certo tipo de conduta em alguém. Sendo assim Motiva- xo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
ção está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação
é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade. é alcançada através de dois fatores:
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao - Fatores higiênicos que são estímulos externos que melhoram
que você quer da vida , e seus motivos são pessoais , intransferíveis o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não consegue mo-
e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus tivá-los.
motivos são abstratos e só têm significado pra você , por isso moti- - Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são senti-
vação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro. mentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconheci-
A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo- mento e da autorrealização gerada através de seus atos.
mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos Já David McClelland identificou três necessidades que seriam
de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação pontos chave para a motivação: poder, afiliação e realização.
é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são ad-
particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, quiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status e outras
pois ninguém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a sensações que o ser humano gosta de sentir.
automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que
a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas,
desse prefixo deve ser descartado. que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de Processo,
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.
necessidades são todas supridas de forma hierárquica. Maslow or-
ganiza tais necessidades da seguinte forma:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

- Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas:
- necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autor-
realização.

- Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisiológicas e de segu-
rança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima.
(social) e o componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo da
estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

- Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os fatores motivacio-
nais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg, eles podem causar a insatisfação
e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a motivação. Exemplos: segurança, status, relações
de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política e administração da empresa. Os fatores motivadores são os
fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso, res-
ponsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

- Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas (construção con-
junta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

- Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção de igualdade e
justiça existente no ambiente profissional.

- Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um determinado
objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la como a preferência em direção,
ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção, valência zero é indiferente e valência negativa
é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função
da relação entre o esforço que vai ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua
vez, é o grau de energia que o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

- Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresentava uma visão
negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam de trabalhar, precisam ser guia-
dos, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são automotivados,
gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de
participação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto
realização.

Quanto às implicações dessas teorias:

Implicações aos Administradores:


As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
- Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser adequadas aos indi-
víduos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas desejam;
- Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados têm que ter para serem
recompensados;
- Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados acharem que o que foi
determinado é difícil ou impossível;
- Ligar as recompensas ao desempenho;
- Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pequenas significam motivações fracas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Implicações para a Organização para o bom funcionamento da organização (Katz e Kahn, 1974). De
A expectativa da motivação também traz várias implicações forma geral, pode-se dizer que são atos extra-papel, que os traba-
para a organização: lhadores executam espontaneamente e que são benéficos para o
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recom- sistema organizacional. Vários comportamentos deste tipo têm
pensa e não o que desejam - o sistema de recompensas devem ser sido estudados, tais como: cidadania organizacional (Smith, Organ
projetados para motivar os comportamentos desejados; ex.: segu- e Near, 1983), comportamentos extra-papel (Pearce e Gregersen,
rança, aumento de produção. 1991), comportamentos pró-social (George, 1991), espontaneida-
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensa- de organizacional (George e Brief, 1992) e civismo organizacional
dor - se forem projetados para atender as necessidades mais ele- (Porto e Tamayo, 2002; Siqueira, 2002). Estes comportamentos
vadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o apresentam em comum duas caraterísticas: eles são espontâne-
trabalho pode ser motivador por si mesmo. os e benéficos para a organização. Segundo Katz e Kahn (1974), as
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e empresas/organizações que se baseiam exclusivamente no papel
organizações é garantir que os subordinados tenham os recursos prescrito, possuem uma estrutura extremamente frágil. O compor-
necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da tamento espontâneo é necessário para a consecução das funções
organização. organizacionais não estabelecidas formalmente pela organização.
As demandas do empregado no ambiente organizacional re-
Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que ferem-se, fundamentalmente, a ser tratado e respeitado como ser
leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um objetivo, con- humano e a encontrar na organização oportunidades para satisfa-
forme mostra o Ciclo Motivacional. zer as suas necessidades e atingir os seus objetivos e expectativas
por meio da própria atividade do trabalho. Quando o ser humano
Motivação e Satisfação no Trabalho entra numa organização para trabalhar, o seu interesse básico não
A relação da motivação com o comportamento e com o de- é aumentar o lucro dessa organização ou empresa, mas satisfazer
sempenho é estabelecida espontaneamente tanto pelos cientistas necessidades pessoais de ordens diversas. Se ele não encontrar no
como pelas pessoas leigas. O comportamento é percebido como trabalho meios de satisfazer as suas expectativas e de atingir as me-
tas principais da sua existência, ele não se sentirá numa relação
sendo provocado e guiado por metas da pessoa, que realiza um
de troca, mas de exploração. O empregado aporta ao trabalho as
esforço para atingir determinado objetivo. A maioria dos autores
suas habilidades e conhecimentos, a sua experiência e criatividade,
considera a motivação humana como um processo psicológico
o seu entusiasmo, a sua energia e a sua motivação. Na sua bagagem
estreitamente relacionado com o impulso ou com a tendência a
inicial, leva também as suas limitações, particularmente ao nível
realizar com persistência determinados comportamentos. A moti- dos conhecimentos e habilidades necessários para a execução do
vação no trabalho, por exemplo, manifesta-se pela orientação do seu trabalho.
empregado para realizar com presteza e precisão as suas tarefas e Entre a pessoa e a organização onde ela trabalha, existe uma
persistir na sua execução até conseguir o resultado previsto ou es- verdadeira dinâmica que é fundamental para a obtenção dos ob-
perado. Geralmente, salientam-se três componentes na motivação: jetivos tanto da organização como do empregado. Esta dinâmica é
o impulso, a direção e a persistência do comportamento (Mitchell, determinada pelas exigências do próprio trabalho e da organização
1982; Kanfer, 1990, 1992; Katzel e Thompson, 1990; Locke e La- e pelas demandas do empregado (Peiró e Prieto, 1996). O equilíbrio
than, 1990; Vallerand e Thill, 1993). entre as duas fontes desta dinâmica (o trabalho/empresa e a pes-
O estudo da motivação no trabalho recebe interesse conside- soa) tem conseqüências positivas tanto para a organização quanto
rável na literatura internacional devido, provavelmente, à sua es- para o empregado. Os benefícios para a organização manifestam-se
treita relação com a produtividade individual e organizacional. O na qualidade e na quantidade de trabalho executado pelo empre-
problema da motivação no trabalho situa-se, inevitavelmente, no gado. As conseqüências para ele situam-se principalmente no nível
contexto da interação dos interesses da organização com os inte- da realização pessoal, da satisfação, do bem-estar e da auto-esti-
resses do empregado. As duas partes envolvem-se numa parceria, ma. Segundo Erez (1997), empregados insatisfeitos não apresen-
na qual cada uma delas apresenta, explicita e/ou implicitamente, tam disposição para dedicar esforço, conhecimentos e habilidades
as suas exigências e demandas. Da parte da organização, existem pessoais no seu trabalho. Portanto é fundamental que a organiza-
demandas explícitas e bastante precisas relacionadas ao desempe- ção valorize, eficientemente, os seus empregados, se quiser manter
nho do empregado e às normas de comportamento na empresa. um lugar de destaque no mercado altamente competitivo de hoje.
Em relação ao desempenho, a empresa exige que os seus membros
executem tarefas bem delimitadas, em períodos determinados de Teorias Motivacionais e Programas de Motivação
trabalho e com padrões de quantidade e qualidade previamente Numerosas teorias têm sido elaboradas para tentar explicar
estabelecidos. Todas estas atividades fazem parte do papel atribuí- a motivação no trabalho. Inicialmente, as explicações eram relati-
do ao empregado e são, geralmente, regidas pelo próprio contrato vamente simples, baseadas em geral numa única dimensão e não
de trabalho. Para a execução das tarefas, a empresa fornece aos levavam em consideração a dinâmica entre o empregado e o seu
trabalho. Assim, na teoria da administração científica de Taylor,
seus empregados o equipamento e o material necessário, este úl-
por exemplo, considerava-se que o salário era o motivador funda-
timo podendo, muitas vezes, não corresponder às exigências das
mental e que ele era suficiente para obter o desempenho espera-
tarefas e da própria organização.
do do trabalhador. Desta forma, a partir do modelo econômico do
As demandas da organização referem-se também ao cumpri-
homem foi elaborada uma teoria motivacional do trabalho. Poste-
mento de normas de comportamento que regulam o convívio dos riormente, muitas outras foram elaboradas, caracterizadas pela sua
seus membros, à própria execução do trabalho e à tramitação in- maior complexidade e por uma abordagem cada vez mais psico-só-
terna dos processos ou projetos organizacionais. Além disso, exis- cio-cultural. Não é objetivo deste artigo apresentar as diversas te-
tem expectativas ou demandas implícitas da empresa quanto a orias motivacionais. No Quadro 1, apresenta-se uma breve síntese
comportamentos espontâneos do empregado. Trata-se de compor- das principais categorias em que podem ser classificadas as teorias
tamentos altruísticos dos empregados, que são de vital importância motivacionais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Quando se fala de motivação laboral, existem dois grandes conjuntos de teorias motivacionais. O primeiro compreende as teorias
relacionadas com aspectos motivadores do trabalho, denominadas por Katzell e Thompson (1990) como teorias exógenas. Estas teorias
focalizam aspectos do trabalho relevantes para valorizar e estimular a pessoa no trabalho. Geralmente, dois conjuntos de aspectos ou
fatores são utilizados: o conteúdo do trabalho e as características do ambiente laboral. Obviamente, estes fatores podem ser modifica-
dos pela organização por meio das suas estratégias de gestão. O segundo grupo compreende as teorias relacionadas com as motivações
pessoais. São as chamadas teorias endógenas que, segundo Katzell e Thompson (1990), exploram os processos ou variáveis mediadoras
do comportamento motivado. Campbell et al. (1970) propuseram uma classificação das teorias deste grupo, utilizando como critérios o
conteúdo e o processo da motivação. As teorias centradas no conteúdo tratam de identificar construtos fundamentais que motivam a
atividade humana e, em conseqüência, a atividade laboral. As necessidades constituem o construto mais utilizado nestas teorias (Mas-
low, 1954; McClelland, 1985). As teorias centradas no processo tentam compreender e explicar o processo motivacional que determina
a direção e a persistência do comportamento. Os construtos mais utilizados são os valores, as expectativas, as intenções e as atribuições
(Vroom, 1964; Adams, 1965; Locke e Latham, 1990).
Segundo Katzell e Thompson (1990), apesar dos enormes progressos realizados na compreensão da motivação laboral, ainda existe
longo caminho a percorrer neste sentido e, particularmente, na aplicação dos conhecimentos adquiridos. Eles concluem seu artigo sobre
programas de motivação a partir das teorias exógenas, salientando quatro aspectos que merecem especial atenção nas pesquisas futuras
e nas tentativas de aplicação. Um deles refere-se à necessidade de “prestar mais atenção às diferenças individuais”. Segundo os autores,
as teorias têm focalizado principalmente os determinantes ambientais das atitudes e do comportamento e, pouco, as disposições, inte-
resses, valores e metas do indivíduo que podem determinar os níveis de energia que eles investem no trabalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Qual é a relação das teorias referentes aos fatores motivadores Recentemente, Erez, Kleinbeck e Thierry (2001) mostraram
do trabalho com aquelas referentes às motivações pessoais? Pou- que a motivação para o trabalho deve ser analisada nos níveis indi-
cos autores têm tentado uma integração destas duas abordagens. vidual, grupal, organizacional e mesmo cultural. Com a abordagem
Uma tentativa integradora foi realizada por Kanfer (1992). Esta au- multinível, a motivação no trabalho pode ser definida e analisada
tora classificou as teorias a partir da maior ou menor proximidade no nível do indivíduo, das equipes, dos grupos ou setores organi-
dos construtos utilizados por cada uma delas com a ação. Desta zacionais e da organização como um todo, compreendendo assim
forma, criou uma espécie de contínuo, no qual as teorias foram os níveis micro, meso e macro. Cada vez mais nas organizações,
dispostas de forma decrescente em função da proximidade ou dis- executam-se muitas tarefas em equipe. A distribuição das tarefas
tância dos seus construtos em relação à ação. Kanfer (1990), ao em equipes muda a unidade de responsabilidade pela execução
terminar o seu extenso capítulo sobre as teorias motivacionais na do trabalho do indivíduo para a equipe, introduzindo uma série de
psicologia industrial e organizacional, afirma que o progresso nesta processos que não existem no nível individual, tais como coope-
área não será obtido por meio do aprofundamento das teorias tra- ração, coordenação e conflito, mas que são altamente relevantes
dicionais. Novas perspectivas e a sua integração com as abordagens para o desempenho da equipe. Atualmente, mais do que nunca, a
tradicionais são necessárias. Segundo Kanfer (1990, p. 157), “a di- efetividade organizacional depende de pessoas que trabalham em
reção mais promissora para uma síntese implica na reconsideração equipe (Ilgen, 1994; Ilgen e Sheppard, 2001).
do construto de metas, já que este permeia o funcionamento diário Por outra parte, a estrutura organizacional tem sido sempre
e a longo prazo no contexto do trabalho”. composta por setores ou grupos de trabalho. Freqüentemente, es-
Qual é a contribuição das teorias endógenas para a elaboração tes setores apresentam características específicas decorrentes não
de programas motivadores na empresa? Segundo Katzell e Thomp- somente da natureza dos problemas por eles tratados, mas tam-
son (1990), as teorias endógenas explicam a dinâmica da motiva- bém de crenças, valores, interesses e motivações compartilhados
ção, mas são as teorias exógenas que sugerem ações que podem pelosseus membros. É evidente que a efetividade dos grupos ou
ser feitas para mudar a motivação no trabalho. Na prática, as te- setores organizacionais é influenciada por este tipo de fatores, que
orias endógenas, que lidam com as motivações dos empregados, não existe no nível individual (Kleinbeck, Wegge e Schmidt, 2001).
ficam no nível teórico e são as teorias exógenas que fornecem os Contudo, a maioria dos programas motivacionais elaborados e im-
elementos de base para definir os programas de motivação para o plantados nas organizações são genéricos, válidos para todos os
trabalho. Isto porque as últimas lidam com características do tra- seus membros, sem especificidade para equipes ou setores organi-
balho que podem ser modificadas por agentes externos, tais como zacionais. Idealmente, um programa organizacional de motivação
oportunidades de promoção, condições de trabalho e enriqueci- laboral não deveria ser constituído exclusivamente por aspectos
mento da tarefa. Apesar da eficiência dos motivadores deduzidos gerais, válidos para toda a organização; deveria contemplar tam-
a partir das diversas teorias exógenas, pode acontecer que, numa bém aspectos específicos para os diversos setores organizacionais,
situação determinada, eles não respondam às expectativas e às de acordo com o perfil motivacional dos seus membros.
metas dos empregados de uma organização. Qual é a relação das
metas, interesses e motivos do trabalhadorcom as estratégias mo- Estrutura Motivacional e Perfil Motivacional
tivacionais utilizadas na empresa? É relevante encontrar uma for- Quais são os núcleos motivacionais mais relevantes da pessoa?
ma para harmonizar os motivadores organizacionais com as metas Como estes núcleos podem ser identificados? Eles são universais ou
e interesses concretos dos empregados? tributários da cultura de cada sociedade? O que é o perfil motiva-
Como valorizar os empregados no trabalho a partir das suas cional de um indivíduo? Estas interrogações referem-se a duas ca-
disposições, das suas metas e interesses? Como determinar os ní- tegorias de problemas: a primeira relativa à natureza motivacional
veis potenciais de energia que os empregados podem investir no da pessoa e a segunda ao perfil motivacional. A estrutura motiva-
trabalho? Os programas ou estratégias geralmente utilizados nas cional de uma pessoa consiste no conjunto de motivações ou metas
empresas para estimular o empregado têm sido elaborados, e con- que dinamizam o seu comportamento e nas relações existentes en-
tinuam sendo realizados, a partir das diversas teorias científicas, tre essas motivações. O perfil motivacional refere-se à importância
algumas delas verificadas por meio de pesquisa empírica. Isto sig- que têm, para cada pessoa, as diversas motivações que orientam a
nifica que esses programas têm fundamentos sólidos. Contudo, na sua vida. Desta forma, a estrutura motivacional constitui a base ou
elaboração de programas organizacionais de motivação, tem-se a matriz para a elaboração do perfil motivacional.
negligenciado as diferenças individuais, como foi salientado por Um modelo de estrutura motivacional foi elaborado e verifica-
Katzell e Thompson (1990), pois mesmo aquelas teorias que foca- do empiricamente por Schwartz (1992, 2001) por meio de pesquisa
lizam os motivos pessoais, fazem-no no contexto da adaptação da transcultural realizada em mais de 60 países. Os resultados apon-
pessoa ao seu ambiente de trabalho. Desta forma, os programas tam para a universalidade desta estrutura. Nessas pesquisas, foram
motivacionais são elaborados a partir de pressupostos teóricos ge- postuladas diversas motivações, submetidas à verificação empírica.
rais, universais, abstratos, sem levar diretamente em consideração As diversas motivações foram identificadas por meio das priorida-
as motivações pessoais dos membros da empresa. des dadas pelas pessoas aos valores. Qual é a relação dos valores
É possível utilizar como base para a definição e elaboração de com as motivações individuais? O ponto de partida é que os valores
qualquer procedimento de valorização dos empregados o seu perfil são representações cognitivas de necessidades e motivos (Locke,
motivacional? Isto é, há possibilidade de se utilizar as metas e in- 1991). Segundo Rokeach (1973), “o homem é o único animal” capaz
teresses principais relativos ao trabalhoe à vida como um todo? É de realizar esse tipo de representações. Além disso, os valores re-
evidente que se as tentativas da organização para valorizar os seus presentam não somente as necessidades individuais, mas também
empregados são realizadas a partir de informações concretas sobre as exigências e demandas culturais. Na seqüência motivacional, os
o que eles pretendem atingir na vida e no trabalho, elas podem ser valores medeiam a relação das necessidades com as metas do in-
muito mais eficientes do que aquelas baseadas em princípios ge- divíduo.
rais e abstratos. Obviamente, um programa de motivação não pode
atender às metas e aos interesses de cada um dos empregados,
mas pode ser elaborado a partir de metas e interesses comparti-
lhados na organização como um todo ou em seus diversos setores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Segundo Locke (1991), a seqüência motivacional completa compreende as necessidades na origem do processo, representadas cog-
nitivamente pelos valores que, por sua vez, medeiam as metas e intenções. Estas últimas são antecedentes do comportamento, que é
seguido de algum tipo de recompensa, o qual dá origem à satisfação. A função dos valores no processo motivacional é fundamental, pois
eles fornecem significado cognitivo e cultural às necessidades, transformando-as em metas e intenções. Erez (1997, p.205) afirma que
como estas últimas são conscientes, “as necessidades não podem ser transformadas em metas, a menos que elas tenham uma repre-
sentação cognitiva por meio dos valores”. As metas e intenções regulam os três elementos básicos da motivação: intensidade, direção e
persistência do esforço.
Assim, os valores apresentam forte dimensão motivacional. Antes da existência da psicologia como ciência, os filósofos já tinham sa-
lientado a dimensão motivacional dos valores, vinculado-os à vontade (Nietzsche, 1970) e ao desejo (Lavelle, 1951). Na área da psicologia,
os autores falam de necessidades em vez de desejo. Vários deles colocam a fonte dos valores em exigências ou necessidades universais do
ser humano (Rokeach, 1973; Schwartz e Bilsky, 1987). Assim, os valores são considerados como metas motivacionais, que expressam alvos
que a pessoa quer atingir na sua vida. Schwartz e Bilsky (1990), com base nesta perspectiva, postularam várias motivações subjacentes
aos valores das pessoas. Os resultados de pesquisas interculturais realizadas em numerosos países de todos os continentes identificaram
dez motivações, praticamente presentes em todos os países participantes, sugerindo a quase universalidade dessa tipologia motivacional
(Schwartz, 1992, 1994; Tamayo e Schwartz, 1993). O Quadro 2 apresenta as dez motivações, bem como as suas metas específicas. Como
pode ser observado no quadro, as metas dos cinco primeiros tipos motivacionais visam alvos que se relacionam direta e fundamental-
mente com a própria pessoa, tais como o prazer, o sucesso e o prestígio. As metas dos tipos motivacionais tradição, conformidade e be-
nevolência visam a satisfazer interesses mais diretamente relacionados com a família, a organização e a sociedade. Finalmente, as metas
de universalismo e segurança referem-se a interesses tanto da própria pessoa como dos outros.

Esses dez tipos motivacionais expressam a estrutura motivacional do indivíduo. Esta estrutura é composta por conjuntos motivacio-
nais, que parecem estar presentes em indivíduos de todas as culturas. Cada conjunto motivacional tem metas específicas. A estrutura
motivacional não é estática; ela é dinâmica e os seus componentes motivacionais relacionam-se entre si por meio de diversas polaridades.
As tendências motivacionais da pessoa nem sempre são harmoniosas; algumas podem ser conflituosas, dando origem a conflitos internos.
A estrutura motivacional e a dinâmica dos seus componentes foram estudadas empiricamente por meio do método da análise do espaço
menor (smallest space analysis), a qual consiste numa técnica de análise estatística multidimensional indicada para determinar a estrutura
da similaridade de dados. Os resultados desta análise revelam, nas mais diversas culturas, a existência de dez tipos motivacionais e a sua
disposição no espaço multidimensional, que, por sua vez, sugere relações dinâmicas entre eles (vide Figura 1). Os cinco tipos motivacionais
que expressam metas e interesses individuais (autodeterminação, estimulação, hedonismo, realização e poder social) ocupam, no espaço
multidimensional, áreas contíguas opostas àquelas reservadas aos tipos motivacionais que expressam primariamente metas e interesses
coletivos (benevolência, tradição e conformidade). Os tipos motivacionais segurança e universalismo, constituídos por metas e interesses
tanto individuais quanto coletivos, são opostos e situam-se nas fronteiras destas duas áreas. Schwartz (1994) postula compatibilidade
entre os tipos motivacionais que são adjacentes no espaço multidimensional (por exemplo, estimulação e hedonismo, tradição e confor-
midade) e conflito entre as metas motivacionais dos tipos situados em direções opostas (por exemplo, estimulação e conformidade, he-
donismo e tradição). A busca simultânea de alvos pertencentes a áreas adjacentes é compatível porque esses alvos satisfazem interesses
afins, enquanto que a procura de alvos pertencentes a motivações opostas pode ser conflitante, já que estas visam interesses díspares.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

As dimensões são bipolares e os seus pólos expressam um pon-


to extremo de uma determinada motivação. O eixo que sustenta os
dois pólos constitui, então, um contínuo motivacional para repre-
sentar a intensidade concreta que estas duas motivações opostas
apresentam nas pessoas. O eixo da primeira dimensão, procura de
mudança versus estabilidade, expressa um contínuo, que permite
representar a intensidade ou importância dada pelas pessoas a
estes dois conjuntos de motivações. Certos indivíduos podem se
situar no extremo esquerdo deste contínuo, manifestando forte ne-
cessidade de desafios e de mudança. Para outros, esta necessidade
pode ser menos forte, situando-se assim mais à direita do contínuo.
No extremo oposto, encontram-se aqueles que sentem grande ne-
cessidade de estabilidade, tanto no contexto físico como social. A
dimensão altruísmo versus prestígio representa também um contí-
nuo, o qual organiza os indivíduos em função das suas motivações
procurar o sucesso do grupo, da organização como um todo ou o
seu sucesso pessoal, construído sem grande preocupação pelos in-
teresses organizacionais, colocando os interesses da organização
em segundo plano e aproveitando o nome e a estrutura dela para
se projetar em primeiro plano.
Esta abordagem oferece um leque motivacional bastante va-
riado, com metas referentes a praticamente todos os aspectos
mais significativos da vida quotidiana e da atividade laboral. Esta
característica é bastante útil para a compreensão epredição do
comportamento. É uma abordagem que permite uma avaliação
bastante diferenciada por meio de dez motivações, cada uma delas
com metas específicas. Além disso, estas motivações apresentam
uma organização dinâmica, determinada pela natureza dos inte-
resses visados, que facilita a predição do comportamento a partir
As pesquisas têm mostrado que os dez tipos motivacionais da estrutura motivacional da pessoa. Por exemplo, as pessoas que
sintetizam-se em duas dimensões bipolares (vide Figura 1). Esta apresentam forte motivação hedonística, geralmente, são menos
estruturação da motivação tem sido verificada repetidas vezes propensas ao controle de impulsos pessoais que destoam das nor-
em numerosas culturas de todos os continentes e, atualmente, é mas do grupo. Estudos empíricos realizados por meio de regressão
considerada como sendo universal (Schwartz, 1992, 1994, 2001). múltipla têm mostrado a relação consistente da dinâmica motiva-
No Brasil, vários estudos têm mostrado a sua validade (Tamayo e cional com a predição do comportamento no trabalho e na vida
Schwartz, 1993; Tamayo, 1994). A primeira dimensão, procura de em geral (Tamayo 2000, 2001, 2002; Tamayo et al., 2001; Porto e
mudança versus estabilidade, expressa a motivação da pessoa para Tamayo, 2002).
seguir os seus próprios interesses intelectuais e afetivos por meio A estrutura motivacional serve de base para a elaboração do
de caminhos incertos e ambíguos, em oposição à tendência a pro- perfil motivacional, que consiste na importância relativa que cada
curar a estabilidade e a preservar o status quo e a segurança que uma das motivações tem para cada pessoa. O perfil implica, por-
ele gera no relacionamento com os outros e com as instituições. Te- tanto, numa hierarquia de importância entre as diversas motiva-
oricamente, situam-se, num dos pólos deste eixo, os tipos motiva- ções do trabalhador. Desta forma, pode-se determinar quais são as
cionais estimulação e autodeterminação e, no outro, os referentes motivações e metas mais importantes para ele, bem como aquelas
aos tipos segurança, conformidade e tradição. Assim, num extremo que ocupam um segundo ou terceiro plano. Além disso, a análi-
desta dimensão encontra-se a motivação para inovar, criar, desco- se detalhada da motivação pessoal pode ser completada por meio
brir, se autodeterminar, ter autonomia e ter desafios na vida e no da integração das dez motivações na estrutura bidimensional, que
trabalho. No extremo oposto, encontram-se as forças motivacio- permite uma visão mais global, e talvez mais consistente, da organi-
nais que levam a pessoa à procura de segurança, de ordem social, zação e direção das forças motivacionais do empregado.
de autocontrole, de moderação, de estabilidade e de respeito pela
tradição. A segunda dimensão, autotranscendência versus auto- Motivação Laboral e Perfil Motivacional
promoção, apresenta, num dos extremos, os tipos motivacionais Uma organização, segundo Schein (1978), é a coordenação ra-
universalismo e benevolência e, no outro, poder, realização e hedo- cional das atividades de determinado número de pessoas, que per-
nismo. Este eixo expressa a motivação da pessoa para transcender seguem uma finalidade e um objetivo comum e explícito mediante
as suas preocupações egoístas e promover o bem-estar dos outros a divisão de funções e do trabalho. Dois elementos são fundamen-
e da natureza, em oposição a promover os seus próprios interes- tais nesta descrição: as organizações estão compostas por pessoas
ses mesmo às custas dos outros. Um dos pólos está marcado pela e grupos de pessoas e as organizações existem para obter fins espe-
motivação do empregado com os resultados do grupo, da sua área, cíficos, tais como a eficiência econômica e a produtividade. Tanto
da organização como um todo. No outro pólo, a ênfase é com os o indivíduo quanto a organização apresentam as suas condições,
seus próprios resultados, sem preocupação com os resultados cole- exigências e demandas para interação mútua, mas também ambos
tivos, numa luta para ser melhor que os outros, para ter prestígio, aportam recursos específicos, essenciais para o bom funcionamen-
influência e poder. Esta dimensão também pode ser denominada to da empresa. A complexa relação das pessoas que compõem a
altruísmo versus prestígio. organização com a obtenção dos seus fins específicos passa pela
valorização recíproca.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

A valorização do empregado, por parte da empresa, fundamenta-se no reconhecimento do valor que o trabalho tem em sim mesmo
e no reconhecimento da sua relevância no contexto da obtenção dos fins específicos da organização. A melhor forma de valorizar o em-
pregado parece consistir em lhe oferecer oportunidades para que, por meio do seu trabalho, ele possa atingir as suas metas pessoais. Por
natureza, o trabalho é uma estratégia de realização pessoal.
O Quadro 3 oferece algumas perspectivas de valorização do empregado que correspondem às suas metas e interesses. Assim, por
exemplo, a motivação de autodeterminação, que visa a poder definir por si mesmo o seu caminho na vida e no trabalho, corresponde à
autonomia, que consiste na possibilidade outorgada ao empregado de agir de forma relativamente independente na execução do seu
trabalho, abrindo perspectivas para inovar, criar e aprimorar rotinas de execução do trabalho. Geralmente, a motivação para a autodeter-
minação é fonte de grandes frustrações do trabalhador, algumas delas inevitáveis, por causa de restrições impostas pela própria natureza
de certos trabalhos e pelo convívio com outras pessoas. Ela é também fonte de profunda satisfação quando a organização, como forma
de valorizar o empregado, lhe oferece o máximo de autonomia possível na execução do seu trabalho. A autonomia, junto com o caráter
desafiador e interessante do trabalho, é um elemento fundamental também para que o trabalhador encontre prazer no trabalho, satisfa-
zendo assim a sua motivação hedonística. O Quadro 3 apresenta perspectivas específicas para cada uma das motivações do empregado.
Compõe este quadro a maioria dos motivadores que têm sido utilizados nas organizações no decorrer do tempo.

Como foi mencionado anteriormente, as dez motivações do empregado apresentam uma estrutura bidimensional. Os quatro pólos
que constituem estas duas dimensões representam motivações da pessoa e definem quatro conjuntos motivacionais fundamentais que
podem ser utilizados para a gestão da motivação no trabalho. A Figura 2 ilustra esta relação. O pólo da procura de mudança expressa
expectativas e metas que podem muito bem ser atingidas por meio da autonomia dada ao trabalhador para executar o seu trabalho,
oferecendo-lhe assim oportunidades para criar e inovar. Neste contexto, incluem-se também o horário flexível e a responsabilidade pelos
resultados esperados. O trabalho enriquecido, atraente, variado, interessante e desafiador constitui também uma forma excelente de
atender às exigências desta motivação. A participação nas decisões organizacionais abre igualmente um espaço para que o empregado
possa atingir suas metas de autodeterminação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

No pólo oposto, situam-se interesses e expectativas da pessoa relativos à estabilidade da organização. A segurança do trabalho e no
trabalho, salário, normas e objetivos claros e precisos, círculos de qualidade, espaço físico adequado, horário regular e condições favorá-
veis para a execução do trabalho, constituem ações organizacionais adequadas para atender às expectativas e metas relacionadas com
este pólo motivacional.
O pólo que expressa a motivação altruística focaliza fundamentalmente os resultados coletivos e o bem-estar de todos na organiza-
ção. As metas referentes a esta motivação podem ser atingidas por meio de um ambiente social agradável, sem conflitos, com oportuni-
dades para interagir com colegas e clientes. As ações concretas da empresa para manter um clima organizacional saudável, de tolerância e
de colaboração também atendem às expectativas que têm fonte nesta motivação. As preocupações organizacionais com a imagem social
da empresa e com o respeito à natureza constituem igualmente motivadores voltados para os empregados que possuem forte motivação
altruística.
Finalmente, o pólo do prestígio, que expressa principalmente metas relacionadas com resultados pessoais, exige ações organizacio-
nais tais como as relacionadas com incentivos financeiros, benefícios, oportunidades de promoção e reconhecimento do mérito. Trei-
namento e oportunidades para utilizar conhecimentos e habilidades também constituem uma forma de atender a expectativas e metas
deste pólo motivacional.
Como se pode observar na Figura 2, os programas ou estratégias utilizados nas organizações para valorizar os empregados (Katzell e
Thompson, 1990) relacionam-se, especificamente, com uma ou outra das motivações de ordem superior representadas nos quatro pólos
motivacionais. Esta relação da estrutura motivacional do empregado com as estratégias de motivação abre uma perspectiva interessante,
no sentido de poder adequar as ações organizacionais ao perfil motivacional dos trabalhadores, respeitando não somente o conteúdo
das suas motivações, mas também a sua intensidade. Por exemplo, se na organização ou num setor determinado dela predomina entre
os empregados a motivação para procura de mudança e de variedade, as formas de valorização mais adequadas são aquelas que melhor
atendem às metas dessa motivação, isto é, aquelas relacionadas com características internas do próprio trabalho, tais como a autonomia
para a sua execução e as características da própria tarefa. Pelo contrário, se a motivação mais acentuada entre os empregados de um ou-
tro setor for a procura de resultados coletivos, as estratégias de valorização mais apropriadas são aquelas relacionadas com um clima de
tolerância às idéias e opiniões dos outros, clima organizacional harmônico, preocupação com a qualidade de vida no trabalho e aspectos
sociais do trabalho.
Para viabilizar a adequação entre o perfil motivacional do trabalhador e ações concretas de motivação é necessário, porém, poder de-
terminar com precisão o perfil motivacional dos empregados para, a partir daí, identificar as motivações predominantes e compartilhadas
na empresa ou em setores dela. Atualmente existem dois instrumentos apropriados para este tipo de avaliação: o Inventário de Valores
de Schwartz (IVS) e o Questionário de Perfis de Valores (QPV). Os dois foram psicometricamente validados em numerosos países, até mes-
mo no Brasil. O primeiro é um instrumento composto por 61 itens, adequado para ser utilizado com sujeitos com nível de escolaridade a
partir do segundo grau. O QPV é muito mais simples, composto por 40 itens. Ele pode ser aplicado em sujeitos com nível de escolaridade
mais baixo. Os dois instrumentos são auto-administrados e a sua correção é simples. Desta forma, a elaboração do perfil motivacional do
trabalhador pode ser realizada com precisão e, a partir daí, podem-se elaborar estratégias de motivação para o trabalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Na prática, quais são os passos principais na elaboração de um Gestão de Desempenho


programa motivacional para uma empresa ou para um setor deter- A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos
minado dela, levando em consideração o perfil motivacional dos resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando
empregados? O primeiro passo é identificar o perfil motivacional de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz
dos empregados da empresa utilizando algum dos instrumentos de demonstrar este acompanhamento é através da Avaliação de
atualmente disponíveis. Como este perfil difere entre os membros Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma
da organização, é preciso verificar os interesses e metas que são ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho
compartilhados. Para tanto, utilizam-se os escores médios obtidos individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada
pelos empregados da empresa nos diversos tipos motivacionais, de empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do
forma a determinar as motivações ou metas que são prioritárias comportamento de um colaborador durante um intervalo de tem-
para os empregados. Esta análise pode ser realizada no nível glo- po, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico,
bal, no nível de cada um dos setores da empresa e, até mesmo, sua relação com os parceiros de trabalho etc.
no nível das equipes. Para determinar as estratégias motivadoras Este método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos
mais apropriadas para cada setor e/ou equipe, dois procedimen- funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pesso-
tos podem ser sugeridos. O primeiro, o mais simples, consiste em al, visando um melhor desempenho de suas funções no ambiente
escolher, entre os motivadores apresentados no Quadro 3 e na Fi-
de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio
gura 2, o(s) mais adequado(s) para cada setor em função do perfil
à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a
motivacional dos seus participantes. Esta abordagem está baseada
com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas
na correspondência entre as metas prioritárias dos trabalhadores
de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de
e uma ou mais estratégias de motivação já utilizadas no ambiente
empresarial. O segundo método é mais dinâmico e consiste em dis- treinamento etc.
cutir com uma amostra de trabalhadores do setor alvo estratégias Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desem-
de motivação que eles gostariam que fossem implantadas no am- penho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas de-
biente de trabalho. Este método tem a vantagem de contar com a sejadas e os resultados reais. Sendo divida em algumas etapas:
participação dos trabalhadores, além do menu de motivadores do - Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus
Quadro 3. Esta abordagem é potencialmente inovadora, na medida progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento per-
em que pode levar à definição de estratégias específicas para uma manente de feedback instantâneo;
empresa ou setor e de estratégias que não têm sido utilizadas an- - Identificação e equacionamento imediato dos problemas
teriormente, constituindo, neste sentido, uma contribuição para a emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão
gestão motivacional dos trabalhadores. de motivação e de obtenção de resultados;
- Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho,
A desvinculação entre metas do trabalhador e estratégias de em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no pe-
motivação laboral pode ser um fator relevante no insucesso rela- ríodo considerado e redefinem novas orientações, compromissos
tivo de alguns programas de motivação. O conhecimento do perfil recíprocos e ações corretivas, se for o caso.
motivacional do trabalhador possibilita o desenvolvimento de pro-
gramas diferenciados de motivação dentro da organização, visan- Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limita-
do à atender metas de diversos grupos de trabalhadores. Como já ções dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria,
foi salientado, isso não quer dizer que para cada funcionário seria necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento do in-
necessário desenvolver um programa específico, mas que os pro- divíduo para outras funções em que poderia render melhor.
gramas motivacionais passariam a considerar as especificidades Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identi-
de diferentes equipes e/ou setores organizacionais. Desta forma, ficar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho
ao invés de um único programa para toda uma organização, estra- entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como
tégias mais específicas e diretivas seriam desenvolvidas, visando base a interação constante entre avaliador e avaliado.
à atingir os interesses dos grupos alvo. Ainda que a organização
como um todo não esteja interessada em desenvolver diferentes
Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo os mé-
estratégias motivacionais para seus vários setores, esta perspectiva
todos mais tradicionais de avaliação:
permite que cada gestor implante seu próprio programa para seus
- Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado
trabalhadores. Isto é, o gestor que desejar, pode desenvolver um
nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores defi-
programa de motivação que atinja diretamente as metas e valores
dos trabalhadores pelos quais é responsável, sem depender de pro- nidos, graduados através da descrição de desempenho numa varia-
gramas que estejam sendo desenvolvidos por outros departamen- ção de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver exem-
tos e unidades da organização. Para tanto, a aplicação do IVS ou do plos de comportamentos esperados para facilitar a observação da
QPV fornece o perfil motivacional dos indivíduos integrantes de sua existência ou não do indicador. Permite a elaboração de gráficos
equipe ou setor e, a partir das metas representativas deste grupo, que facilitarão a avaliação e acompanhamento do desempenho his-
as estratégias motivacionais podem ser traçadas. tórico do avaliado.
A possibilidade de relacionar motivação no trabalho com o - Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos in-
perfil motivacional dos trabalhadores preenche diversas lacunas divíduos através de frases descritivas de determinado tipo de de-
deixadas pelos programas que se baseiam nas abordagens exóge- sempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre
nas ou endógenas de motivação. Na proposta aqui apresentada, as quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para
as motivações pessoais não ficam exclusivamente no nível teórico; descrever os comportamentos do avaliado. Este método busca mi-
elas passam a fornecer os elementos básicos para a definição dos nimizar a subjetividade do processo de avaliação de desempenho.
programas de motivação laboral. Assim os fatores exógenos da mo- - Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões entre
tivação podem ser utilizados de forma a alcançar motivações pes- um especialista em avaliação de desempenho da área de Recursos
soais dos empregados. Humanos com cada líder, para avaliação do desempenho de cada

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal desempe- - Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro,
nho por meio de análise de fatos e situações. Este método permite identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvol-
um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizando a sub- vimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita
jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, conjun- a identificação de talentos que estejam trabalhando aquém de suas
tamente com o líder, do desenvolvimento profissional de cada um. capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas.
- Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam de- - Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S.
sempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser realça- Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempenho
dos e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que devem sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos in-
ser corrigidos através de orientação constante. O método não se ternos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos
preocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para haver estratégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o aten-
sucesso na utilização desse método, é necessário o registro cons- dimento da meta em cada objetivo estratégico.
tante dos fatos para que estes não passem despercebidos.
- Comparação de pares: também conhecida como comparação Vantagens da Avaliação de desempenho
binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois colabo- Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar
radores ou entre o desempenho de um colaborador e sua equipe, novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise
podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo muito sim- do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando,
ples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de ser realiza- assim, novas possibilidades para remanejamento interno de cola-
do quanto maior for o número de pessoas avaliadas. boradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações aos
- Auto-avaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado com funcionários que mais se destacarem na avaliação.
relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja utilizado Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais
conjuntamente a outros sistemas para minimizar o forte viés e falta fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem como
de sinceridade que podem ocorrer. resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para um re-
- Relatório de performance: também chamada de avaliação por sultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados queiram
escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descrição mais investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu de-
livre acerca das características do avaliado, seus pontos fortes, fra- sempenho e trazendo vantagens para a empresa.
Este método é importante, também, para eliminar “achismos”
cos, potencialidades e dimensões de comportamento, entre outros
e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de
aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se combinar ou
obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma
comparar as classificações atribuídas e por isso exige a suplemen-
possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.
tação de um outro método, mais formal.
Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos be-
- Avaliação por resultados: é um método de avaliação basea-
nefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organi-
do na comparação entre os resultados previstos e realizados. É um
zação, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar
método prático, mas que depende somente do ponto de vista do
melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho, investir
supervisor a respeito do desempenho avaliado.
no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade, desenvol-
- Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcan- ver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais
ce de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada de for-
organizacionais e negociados previamente entre cada colaborador ma satisfatória pelos gerentes.
e seu superior. É importante ressaltar que durante a avaliação não
devem ser levados em consideração aspectos que não estavam Aplicações
previstos nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao cola- A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de dife-
borador. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoavalia- rentes funções administrativas, motivacionais e de comunicação,
ção para discussão com seu gestor. como citados a seguir:
- Padrões de desempenho: também chamada de padrões de - Identificação de pontos fortes e fracos dos colaboradores e,
trabalho é quando há estabelecimento de metas somente por par- consequentemente, da organização;
te da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas que - Identificação de diferenças individuais;
serão avaliadas. - Estímulo à comunicação interpessoal;
- Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de com- - Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, formada por
portamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-se chefe e subordinado;
“sim” quando o comportamento do colaborador corresponde ao - Informação ao colaborador de como o seu desempenho é
comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É di- percebido;
ferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido da - Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e do
não obrigatoriedade na escolha das frases. avaliado;
- Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe feedba- - Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito;
cks (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem relação, tam- - Indicações de necessidade de treinamento;
bém chamados de stakeholders, como pares, superior imediato, - Gestão de crises nas equipes e nos processos operacionais
subordinados, clientes, entre outros. (sistemas técnicos e sociais);
-Avaliação de competências: trata-se da identificação de com- - Auxílio na verificação de aprendizagens;
petências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habilida- - Identificação de problemas de trabalho em geral, no relacio-
des) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado namento individual, intraequipe ou interequipes;
desempenho seja obtido. - Registro histórico suplementar para ações administrativas de
- Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das gestão;
avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verificação da
existência ou não das competências necessárias de acordo com o
desempenho apresentado.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re-


PROTOCOLO: FINALIDADE, OBJETIVOS E gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
ATIVIDADES GERAIS sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa
Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno
O protocolo de um arquivo é um serviço auxiliar responsável ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas
pelo controle tanto das correspondências recebidas por uma insti- por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
tuição tanto pelo trâmite dos documentos produzidos pela mesma. entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento
Não há um padrão para a execução da função exercida pelo diferenciado.
protocolo. No entanto, alguns parâmetros são utilizados para a
gestão desse serviço. No que tange às correspondências temos as A redação oficial é
seguintes atividades: A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi-
Recebimento: receber a correspondência ou outros materiais, ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
separar os particulares dos oficiais, distribuir as correspondências cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
particulares, separar as correspondências oficiais ostensivas das si- formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por-
gilosas. Abrir, ler, verificar a existência de antecedentes, analisar e tuguesa.
classificar as correspondências ostensivas;
Classificação: analisar ou interpretar o conteúdo do documen- SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS
to, determinar o assunto do mesmo e enquadrá-lo no plano de clas-
sificação de documentos adotado pela instituição; • Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou
Registro: colocar o carimbo com a data, número e outras infor- agramatical
mações que o documento deve receber; § Parágrafo
Recibo de entrega: entregar as correspondências ou outros
adj. adv. Adjunto adverbial
materiais mediante recibo;
Expedição: receber a documentação expedida pelos setores da arc. Arcaico
instituição para envio, datar original e cópias, expedir o original e art.; arts. Artigo; artigos
devolver a cópia ao setor responsável;
Atendimento: prestar informações de sua área de competên- cf. Confronte
cia, bem como realizar empréstimos. CN Congresso Nacional
Cp. Compare
No que se refere aos documentos produzidos e recebidos pela
instituição em decorrência de suas atividades, são atribuições do EM Exposição de Motivos
protocolo: f.v. Forma verbal
Análise do conteúdo: verificar a existência de despachos em
fem. Feminino
todos os documentos que chegar ao setor;
Conservação para preservação: retirar o excesso de objetos ind. Indicativo
metálicos (grampos, clips) e se for imprescindível o uso dos mes- ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
mos, tentar, dentro do possível substituir todos os objetos metáli-
cos por objetos de plásticos; masc. Masculino
Análise da classificação: avaliar se a classificação atribuída está obj. dir. Objeto direto
correta (principalmente em caso de pedido de arquivamento defi- obj. ind. Objeto indireto
nitivo) retificando-a, se for o caso;
Arquivamento: arquivar o documento de acordo com os crité- p. Página
rios adotados; p. us. Pouco usado
Empréstimo: talvez a mais “especial” das atividades arquivísti-
pess. Pessoa
cas, afinal, essa é uma das essências da criação dos arquivos.
Controle de empréstimo: controlar através de ficha manual ou pl. Plural
sistema. pref. Prefixo
pres. Presente
COMUNICAÇÃO OFICIAL: CARACTERÍSTICAS (FORMA- Res. Resolução do Congresso Nacional
LIDADE, UNIFORMIDADE, CLAREZA, PRECISÃO, CONCI-
SÃO E HARMONIA). ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
OFICIAIS (RELATÓRIO, OFÍCIO, MEMORANDO, CARTA, RISF Regimento Interno do Senado Federal
ATA, DESPACHOS, PORTARIA, ORDEM DE SERVIÇO, s. Substantivo
REQUERIMENTO)
s.f. Substantivo feminino
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re- s.m. Substantivo masculino
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças SEI! Sistema Eletrônico de Informações
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos sing. Singular
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando tb. Também
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas. v. Ver ou verbo
v.g. verbi gratia

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

var. pop. Variante popular Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor-
mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de
escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras
a) alguém que comunique: o serviço público.
inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já
b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
foi dito.
órgão que comunica.
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atri-
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
butos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elemen-
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
tivo ou dos outros Poderes. tos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência
quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina- parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um
comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele- texto são:
cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento • Referência (termos que se relacionam a outros necessários à
dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em sua interpretação);
sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O • Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro
mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua ou no lugar de uma oração);
é a de informar com clareza e objetividade. • Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío-
Atributos da redação oficial: dos ou parágrafos).
• clareza e precisão; A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço pú-
• objetividade; blico e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos.
• concisão; Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não de-
• coesão e coerência; vem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
• impessoalidade; As comunicações administrativas devem ser sempre formais,
• formalidade e padronização; e isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
• uso da norma padrão da língua portuguesa. comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais
documentos impressos. Recomendações:
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra
CLAREZA PRECISÃO
a sua simplicidade;
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão • O uso do padrão culto não significa empregar a língua de
a) utilizar palavras e expressões simples, complementa a clareza modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo
em seu sentido comum, salvo quando o e caracteriza-se por: literário;
texto versar sobre assunto técnico, hipóte- a) articulação da lin- • A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na reda-
se em que se utilizará nomenclatura pró- guagem comum ou ção de um bom texto.
pria da área; técnica para a perfeita
b) usar frases curtas, bem estruturadas; compreensão da ideia O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com
apresentar as orações na ordem direta e veiculada no texto; agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível
evitar intercalações excessivas. Em certas b) manifestação do hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere- pensamento ou da
-se a adoção da ordem inversa da oração; ideia com as mesmas Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino
c) buscar a uniformidade do tempo ver- palavras, evitando o e para o plural.
bal em todo o texto; emprego de sinonímia
d) não utilizar regionalismos e neologismos; com propósito mera- São formas de tratamento vedadas:
e) pontuar adequadamente o texto; mente estilístico; e I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
f) explicitar o significado da sigla na pri- c) escolha de expres- II - Vossa Senhoria;
meira referência a ela; e são ou palavra que não III - Vossa Magnificência;
g) utilizar palavras e expressões em outro confira duplo sentido IV - doutor;
idioma apenas quando indispensáveis, em ao texto.
V - ilustre ou ilustríssimo;
razão de serem designações ou expressões
VI - digno ou digníssimo; e
de uso já consagrado ou de não terem exata
VII - respeitável.
tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico.
Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono-
Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe-
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso,
rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo
é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia prin-
modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo
cipal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro
contato mais direto com o assunto e com as informações, sem sub-
na forma de tratamento empregada.
terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú-
a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto
rude e grosseiro. blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome
do agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o
nome do destinatário nas hipóteses de:

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad- a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o
ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
específico. documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili-
zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe- c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu-
dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for- lo, deve ser destacado em negrito;
ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá- d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam e) alinhamento: à margem esquerda da página.
o que chamamos de padrão ofício.
Consistem em partes do documento no padrão ofício: • Texto:

• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS
do documento, centralizado na área determinada pela formatação. NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A
da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá- DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA:
rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa- EXPEDIENTE DEVE CONTER
çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como A SEGUINTE ESTRUTURA:
endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio
eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com
do documento, centralizados. apresentado o objetivo da referência ao expediente que
comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento.
• Identificação do expediente: formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
todas as letras maiúsculas; informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que
padronizada como Nº; Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a
c) informações do documento: número, ano (com quatro dí- b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos
gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado
para a maior hierarquia, separados por barra (/); contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou
d) alinhamento: à margem esquerda da página. sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
• Local e data: distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
a) composição: local e data do documento; clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer
documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni- afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito
dade da federação depois do nome da cidade; assunto. do documento que encaminha,
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do poderá acrescentar parágrafos
mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se de desenvolvimento. Caso
deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês; contrário, não há parágrafos
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; de desenvolvimento em
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; expediente usado para
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem encaminhamento de
direita da página. documentos.

• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento
que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar : deve ser formatado da seguinte maneira:
a) vocativo; a) alinhamento: justificado;
b) nome: nome do destinatário do expediente; b) espaçamento entre linhas: simples;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente; c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/ esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento
logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede- numeram o vocativo e o fecho;
ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos;
unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga- 10 pontos.
tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas,
cidade/unidade da federação; pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi-
• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar
o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte o destinatário.
maneira:

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,


b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,

• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações ofi-
ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do signa-
tário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi-
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Quanto a formatação e apresentação, os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para gráfi-
cos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padronização do do-
cumento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta pos-
terior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e
editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento
+ número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
algumas possíveis variações: te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na concessão de emissoras de rádio e TV.
epígrafe será apenas do órgão remetente. f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- i) Comunicação de veto.
grafe. j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando de intervenção federal.
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para As mensagens contêm:
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- a) brasão: timbre em relevo branco;
tarão na epígrafe. b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
margem esquerda, no início do texto;
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
órgãos que receberão o expediente. parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
Exposição de motivos (EM) e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
Presidente para: pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
a) propor alguma medida; tário.
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou
c) informa-lo de determinado assunto. A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
dentro de um mesmo ano civil. ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- recebimento de documentos na administração pública.
nal ou ao Poder Judiciário. Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá- O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; con-
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí- tudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta. ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico re-
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os conhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar os parâmetros da ICP-Brasil.
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensa-
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de gem comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico pos-
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata;
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na cai-
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi- xa do correio eletrônico.
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma sau-
Nacional têm as seguintes finalidades: dação. Quando endereçado para outras instituições, para recepto-
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, res desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Se-
que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or- nhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada
çamentos anuais e créditos adicionais. Senhora”.
b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um texto, Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos normativos,
explicações, indicações, comentários, observações, como por serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de Elaboração
exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma de Textos da Consultoria Legislativa do Senado Federal (1999), em
sigla. que:
O travessão, que é representado graficamente por um hífen a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. título; e
b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas sílabas
ou partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.
Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos
verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal.

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
sujeito em pessoa e número. pronomes), artigos e numerais ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
concordam em gênero e sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
número com os substantivos vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
de que dependem. Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes em deixar o texto como está.
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
lhes completam o sentido. política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se- palavras e de formas de dizer.
guintes finalidades: A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei- nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
tura; res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
tor, devem merecer destaque; e uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- da Língua Portuguesa.
sumo ou uma consequência do que se afirmou. O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, corporação acrítica do estrangeirismo.
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente • A homonímia é a designação geral para os casos em que pa-
restrito aos discursos e às peças de retórica. lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir- homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
cunstâncias: • Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta)
próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige. e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver (pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do
próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re- verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do
dige. sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente.
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es- Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem. em que são empregados.
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente; • Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado; palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro-
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa- núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de
do mais longínquo, ou histórico. descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri-
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, gir) e ratificar (confirmar).
ainda será mencionado;
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto; No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio- de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de
nada no texto. justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases objetivos da norma jurídica são expressos nas funções:
e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com-
são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa- pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da
lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi- vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais);
xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização,
que se apresenta. de definição e de distribuição de competências;
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí-
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado;

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
condutas por meio de modelos; -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
rídica e no plano social. lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
Requisitos da elaboração normativa: De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
• Clareza e determinação da norma; de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Princípio da reserva legal; mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada efeitos colaterais negativos.
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en-
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor-
nistrativo; mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração
• Princípio da proporcionalidade; normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- produzidas pelo novo ato normativo.
na suficientemente concreta); É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
sa julgada; interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se- no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre- uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
tomada da decisão legislativa. Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- em um mesmo contexto ou agrupamento;
nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem
especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de cronológica, se possível;
controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa. c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
A análise da situação questionada deve contemplar as causas que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter • O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen- ao ato normativo que está sendo alterado.
tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter- • Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que
nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti-
leis antigas, mudanças de concepção etc. lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não
Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve- alteração do trecho do artigo.
-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere, O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi-
fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte- pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina-
riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo
efetivamente pretende. de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou,
A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade.
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos
por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re-
escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos
contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado
as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá
vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e ser considerado inválido com efeitos retroativos.
simplesmente, a preservação do status quo. Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha
imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati- lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que
existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas a mera alteração da norma.
para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador, A correção de erro material que não afete a substância do ato
como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis- singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de-
lativa. nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui- confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição vas.
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
entrada em vigor de seu decreto. também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis- Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, e que tenha estrita pertinência temática.
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con- jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati- o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
vo de efeitos concretos). indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri- provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re- situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas
determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas, do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje-
sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi- to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo
cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
de cada uma das Casas do Congresso Nacional. lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von-
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre- tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a
sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le- formação da lei.
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san-
dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei.
com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção:
em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
a) inconstitucionalidade; ou
de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
b) contrariedade ao interesse público.
ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
modo expresso ou implícito, na lei.
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15
• Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica-
dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi-
referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser
nacionalidade, etc.). superado por deliberação do Congresso Nacional.
• Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da
atos normativos subordinados ou secundários. eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da
• Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
e funcionamento da administração pública federal, quando não im- rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o
plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú- Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre-
blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas
Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori- para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do
dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento Senado Federal, em prazo idêntico.
de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe- O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é
tência. chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de- lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais, gatoriedade (45 dias).
das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções. Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati- a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das
va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer mentares.
das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons- b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias, dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli-
privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões
reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu- Permanentes.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas equipamentos de informática e outros, como os de comunicação
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir áudio visual, permitindo a qualidade dos mesmos e a adequação de
urgência a certas proposições. transporte, instalação e configuração. Além disso trabalha com os
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca- pedidos de manutenção, instalação e configuração de equipamen-
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação tos obedecendo programação e avaliação dos serviços.
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação. A Seção de Suporte tem como objetivo gerenciar, administrar
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le- e operar os equipamentos de uso comum aos usuários, bem como
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação prestar suporte aos usuários nos serviços oferecidos e auxiliar na
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. implantação e execução da política de operação e zelo.
para leis financeiras e delegadas.
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, Manutenção:
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um A Função de Manutenção tem por objetivo prover a manuten-
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có- ção e assistência técnica dos equipamentos
digos. Esta função ainda tem como objetivo a manutenção preventiva
e corretiva dos equipamentos, promovendo uma vida útil por mais
tempo aos mesmos através das aplicações devidas conforme carac-
ATRIBUIÇÕES DO CARGO PÚBLICO terísticas de cada equipamento
Os equipamentos têm sofrido ao longo dos tempos evoluções
importantes:
OFICIAL LEGISLATIVO - ATRIBUIÇÕES DO CARGO: - Os equipamentos são cada vez mais automatizados. Tornam-
-se mais compactos, mais complexos e são utilizados de forma mais
Redigir informações, relatórios, submetendo-os ao superior intensa.
imediato; - Os equipamentos são mais “caros” (investimentos mais eleva-
Executar tarefas de administração de pessoal, material, orça- dos) com períodos de amortização mais pequenos.
mento e financeiro; - A exigência imposta por novos métodos de gestão da pro-
Executar trabalhos de digitação relativos a expedientes diver- dução, o “Just-in-Time” exige a eliminação total dos problemas e
sos; avarias das máquinas.
Elaborar exposições de motivos, informações e outros expe-
dientes decorrentes do desenvolvimento dos trabalhos; A tendência do mundo atual é das pessoas passarem mais tem-
Preencher requisições e outros formulários, modelos e impres- po em seu ambiente de trabalho do que no aconchego do seu lar.
sos; Por mais que o ambiente de trabalho se torne quase como uma se-
Classificar, protocolar e arquivar papéis e outros documentos gunda “casa”, o funcionário não deve confundir como deve se com-
em ordem alfabética, numérica ou cronológica; portar ou utilizar os equipamentos da empresa, tudo deve seguir
Manter em ordem arquivos e fichários; uma linha profissional. O computador utilizado no serviço deve ser
Encarregar-se do registro de leis, resoluções, decretos, porta- usado exclusivamente para o auxílio e para o desempenho de suas
rias, etc. bem como sua publicação;
tarefas durante a carga horária de trabalho. Portanto, a empresa
Fazer e conferir cálculos e colaborar no levantamento de qua-
pode monitorar os passos do funcionário, desde que o mesmo es-
dros, tabelas e mapas estatísticos referentes às atividades da Câ-
teja ciente disso. A ocorrência mais comum é o monitoramento do
mara;
histórico de navegação, tendo unicamente o objetivo de garantir a
Orientar o trabalho de funcionários de nível inferior;
produtividade e impedir a contaminação por vírus ou o extravio de
Conferir e visar documentos preparados por outros funcioná-
documentação e informações confidenciais. Com a crescente utili-
rios;
zação da internet em práticas ilícitas, as empresas estão dispensan-
Minutar cartas, ofícios, memorandos, comunicações internas
do um cuidado maior para que esse tipo de prática não ocorra em
sobre assuntos variados de competência da Câmara;
Fornecer informações variadas ao público sobre assuntos pró- suas dependências.
prios do setor; Utilizar os equipamentos da empresa para fins pessoais como
Digitar documentos e tabelas e operar programas de compu- gravar músicas, filmes, fotos pessoais, etc., podem ser visto com
tador; desconfiança pelas empresas, pois podem contaminar o equipa-
Participar de comissões internas; mento com qualquer tipo de vírus ou fazer com que a máquina se
Realizar outras tarefas afins, de acordo com as atribuições pró- torne mais lenta por causa do excesso de arquivos.
prias da natureza do trabalho e do setor onde estiver lotado.
Vale lembrar que, em caso de mau uso dos equipamentos, a
empresa está amparada pela lei (artigo 462, parágrafo 1º da CLT)
ATENDIMENTO TELEFÔNICO: VOZ, INTERESSE, para efetuar descontos nos salários “em caso de dano causado
CALMA E SIGILO. ATENDIMENTO DE CHAMADAS: pelo empregado, desde que esta possibilidade tenha sido acordada
FRASEOLOGIAS ADEQUADAS. DEFINIÇÃO DE TERMOS (termo de responsabilidade pela integridade dos bens da empresa
TELEFÔNICOS. NOÇÕES DO SISTEMA CENTRAL DO assinado no ato da contratação) ou na ocorrência de dolo de sua
PABX. CONHECIMENTOS EM PABX DIGITAL E DDR. parte”.7
OPERAÇÕES POR MEIO DE APARELHOS TELEFÔNICOS
Os principais materiais existentes num escritório
Diante da necessidade de organizar, gerenciar, os recursos de • Computadores: são utilizados para finalidades diversas, sen-
suporte e manutenção utilizados pelos usuários, surgiu o Departa- do estas, por exemplo, contabilidade, envio de e-mails, apresenta-
mento de Suporte e Manutenção, que tem como objetivo atender ções e outras.
às necessidades no que diz respeito ao correto uso e manuseiode
7 Fonte: www.brasilescola.uol.com.br

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Atualmente, tamanhos e modelos são vários, o que deverá ser Alguns objetos como canetas, blocos de anotações, furadores,
dimensionado de acordo com o propósito do escritório. grampeadores, carimbos, clips e tesouras são muito úteis e devem
• Impressoras e máquinas de retalhar de papel (fragmenta- estar sempre acessíveis na rotina diária do escritório. São pequenos
doras): impressoras são completamente vitais para a impressão no tamanho, mas tornam-se importantes, principalmente, em tare-
de documentos importantes, e uma máquina retalhamento é um fas simples e que requerem rapidez.
equipamento de destruição de informações classificadas.
• Calculadoras: serve para fazer cálculos mais rápidos. Pen drive
• Máquina de fax: serve para o envio mais rápido e mais fácil O pen drive é um dispositivo portátil que armazena arquivos de
de um documento importante. A realidade da digitalização, vale computador. Com uma quantidade razoável de espaço para guar-
lembrar, ainda não se faz presente em boa parte dos escritórios. dar documentos em formato digital, os pen drives têm se tornado
• Gavetas e mesas: para guardar documentos e relatórios e, essenciais na rotina do profissional da secretaria.
desse modo, auxiliar na organização do escritório. Devem também Com ele, é possível transferir arquivos para outros computa-
ser dimensionadas de acordo com propósito do escritório, sem, dores, além de guardar modelos de cartas e demais documentos
portanto, perturbar seu bom funcionamento.
necessários na rotina secretarial.
• Cadeiras: devem ser confortáveis e resistentes, o que irá as-
segurar um confortável cenário de trabalho e contribuirá para me-
Computador
lhor produtividade.
O computador é uma ferramenta essencial para melhorar o de-
• Telefones: importante para a comunicação dentro e fora do
escritório. sempenho do profissional num escritório. Ligado em rede e conec-
• Material de escrita e papel: o papel físico ainda é uma forma- tado à internet, alcança outros setores do local de trabalho e outras
lidade presente nos escritórios. empresas através de sites e e-mails.
Para usufruir ao máximo dos recursos do computador, é neces-
Telefone sário que a secretária ou secretário tenha, ao menos, conhecimen-
Essencial, é um dos aliados mais importantes da comunicação tos básicos na área de informática
entre o profissional do secretariado e seus contatos para coleta e
envio de informações. Impressoras
Ele deve ficar sobre a mesa, ao alcance fácil. E, no caso de ser São utilizadas em conjunto com o computador e servem para
uma central PABX, o profissional deve ter acesso à lista com os ra- imprimir diversos documentos. O profissional deverá, também, sa-
mais dos outros setores para transmitir e atender várias ligações. ber manusear essa ferramenta.
O profissional deve, portanto, se informar primeiramente so- Geralmente, estão conectadas ao computador e ficam pró-
bre o funcionamento adequado do aparelho para, assim, evitar sua ximas deste. No caso de ser utilizada em rede, é necessário que,
má ou subutilização. imediatamente após enviar a solicitação de impressão pelo compu-
tador, o funcionário vá até o local de saída do documento que foi
Fax impresso. Há opções de impressões em preto e branco e coloridas.
Funciona também como telefone, mas com uma vantagem: re-
cebe e envia dados escritos. Ainda é utilizado em algumas empre- Equipamentos para eventos
sas para recebimento de cópias de diversos documentos, cotações Além de conhecer os equipamentos usados em sua rotina diá-
e comprovantes. ria, o funcionário precisa dominar o funcionamento de alguns equi-
O aparelho deve ser recarregado com bobinas de papel especí- pamentos usados em eventos como congressos, reuniões, apresen-
fico. Para haver a transmissão de documentos via fax, é necessário tações e etc.
que seja liberado, por parte do destinatário, um sinal eletrônico. Tais equipamentos tornam as apresentações e reuniões mais
Portanto, o funcionário deve conhecer também o funcionamento objetivas, atrativas e organizadas. Veja a seguir alguns equipamen-
deste equipamento.
tos usados nestes eventos:
Fotocopiadoras ou xerox
Flip chart
Servem para fazer cópias de documentos. É importante que
O flip chart (ou cavalete) é utilizado em apresentações meno-
o funcionário domine seu funcionamento, sabendo, por exemplo,
como substituir tintas ou tonners e recarregar as folhas de papel. res. Corresponde a um grande bloco de papel, colocado em frente
Alguns modelos de fotocopiadoras possuem portas USB e traba- ao público, onde o apresentador, com um pincel atômico, expõe
lham em rede, funcionando também como impressora. suas ideias.
Deverá estar em local propício, prático e de livre acesso, para
que não atrapalhe a rotina. Notebook
Trata-se de um computador portátil e recarregável por bateria.
Calculadoras Sendo assim, é mais leve e compacto. Pode ser transportado e uti-
São importantes por realizar operações matemáticas de forma lizado em diferentes lugares com facilidade.
rápida. No caso da secretária ou secretário, que fica muitas vezes Geralmente, contém tela de LCD (cristal líquido), acoplando
responsável pelo pagamento e recebimento de contas, é indispen- teclado, mouse (touchpad), unidade de disco rígido, portas para
sável ter uma calculadora sempre àmão. conectividade USB e de rede, saída para VGA, HDMI, portabilidade
para fax/modem e gravadores de CD/DVD. Em várias atividades, é
Agenda utilizado como substituto do computador convencional.
A agenda representa o trabalho da escritório, é a organização
evidenciada em páginas. É responsável por lembrar eventos, provi-
dências, pagamentos e tudo mais que o funcionário não daria conta
de lembrar se não houvesse o registro.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Retroprojetor
É, com certeza, o recurso mais moderno para se utilizar em apresentações. Geralmente, trabalha em conjunto com o notebook ou
computador, refletindo em uma tela o projeto criado pelo usuário. Essa apresentação pode conter vídeos, imagens, sons, textos e tudo o
mais que seja necessário demonstrar no evento.

Aparelho de DVD
Desde seu lançamento, os aparelhos de DVD se aprimoraram em substituir com sucesso os videocassetes. A tecnologia trouxe uma
melhor sincronização entre áudio e vídeo, além de oferecer uma variedade de recursos para atender as mais atuais e diversas necessida-
des, como conexão HDMI, entrada USB, leitura de arquivos de música e imagem.
Portanto, ele pode também ser utilizado numa reunião, ou apresentação para demonstração de arquivos de vídeo, som ou imagem.

Microfones
O uso de microfones é essencial na maioria das apresentações, principalmente se o público for grande. É importante garantir o bom
funcionamento do equipamento, no mínimo, um dia antes da apresentação. Caso haja algum problema, providencie a solução o mais
rápido possível.

Programas e sistemas do computador


Além dos equipamentos, o funcionário muitas vezes precisa utilizar sistemas de computador específicos para seu atendimento e
agendamento. Ele deve, portanto, ser capacitado no programa usado em sua empresa e, sempre que tiver dúvidas, entrar em contato
com o responsável pelo suporte do sistema usado.
Como exemplo, há os programas administrativos de agendamento e controle financeiro, que muitas vezes, o próprio funcionário
precisa utilizar para agendar compromissos, consultas de pacientes, programar pagamentos e recebimentos relacionados à sua atividade
e etc.
Como visto, é importante que o funcionário tenha acesso a diferentes tipos de equipamentos e conheça o funcionamento dos siste-
mas usados em seu computador para otimizar seu trabalho e seu apoio ao executivo da empresa.8

Uma visão geral do software

NOÇÕES DE PABX

O que é um Sistema de Telefonia PABX?


PBX significa Private Branch Exchange ou ainda PABX para Private Automatic Branch Exchange (troca automática de ramais privados).
É uma rede de telefonia privada usada por uma empresa. Os usuários de um sistema de telefonia PBX compartilham um número de linhas
externas para a realização de chamadas externas.

Um PBX conecta os telefones internos de uma empresa e também os conecta à rede pública (PSTN). Uma das tendências mais re-
centes da telefonia PBX é o VoIP PBX, também conhecido como IP PBX que usa o protocolo de Internet para a transmissão de chamadas.

Atualmente os PBX são sistemas manuais obsoletos (necessitam um operador), tendo sido substituídos por sistemas automáticos
conhecidos como PABX ou PPCA.

Uma PABX permite efetuar ligações entre telefones internos sem intervenção manual, ou ainda telefonar e receber telefonemas da
rede externa (geralmente pública). Podem consistir de uma plataforma de hardware ou somente software, este último que pode ser ins-
talado no computador para a interação com a telefonia via Internet.

8 Fonte: www.grancursosonline.com.br

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

PABX é uma central telefônica aonde chegam às linhas da rede Comunicabilidade


pública e saem os ramais para os usuários. Nesta central também Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos
podem ser conectados o interfone para tocar direto no telefone que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos ges-
e muitas outras funções. Geralmente quem utiliza as funções do tos, de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas
PABX no dia a dia são as secretárias, que precisam possuir um apa- e transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é
relho de telefone TI (Terminal Inteligente) para terem acesso a to- algo que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte
das as funções da central telefônica. forma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas,
de expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo trans-
Atualmente, há quatro opções diferentes de telefonia PBX: mite, ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as
- PBX; quais correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preo-
- Hosted/ PBX Virtual; cupação, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o
- IP PBX; tempo todo expressando e comunicando mensagens verbais àque-
- Hosted/ IP PBX Virtual. les com quem convivemos de forma natural e cotidiana.
A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co-
IP PBX é um sistema de telefonia PBX com base em software
municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem
que ajuda na realização de certas tarefas e oferece serviços que
clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi-
podem ser difíceis e caros de implementar usando um sistema PBX
do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem
tradicional.
em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida.
O Sistema de Telefonia 3CX para Windows é um bom exemplo A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
de um sistema de telefonia IP PBX. nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co-
nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma
O que é DDD? mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni-
DDD é um código de um sistema de telefonia que liga diferen- cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um
tes áreas urbanas do país, a sigla DDD significa Discagem Direta a falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à
Distância. um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificul-
O código DDD é composto por 2 dígitos que identificam todas dade de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar
as cidades do país. Apesar das capitais possuírem os códigos mais a língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequa-
utilizados, os agrupamentos de cidades no interior dos Estados cos- damente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
tumam ter seu próprio DDD. Para efetuar uma ligação de longa dis- usado de maneira adequada.
tância, deve-se utilizar a estrutura: 0 + código da operadora + DDD Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
+ telefone). tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
DDI – Discagem Direta Internacional comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
DDI significa Discagem Direta Internacional. É um sistema de co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
ligação telefônica automática entre chamadas internacionais. Cada ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.
país possui um código que deve ser acrescentado à discagem para
que a ligação seja completada. O código do Brasil é 55. Apresentação
Se você for passar o seu telefone para alguém de fora do país, Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
deverá incluir o DDI (55) e o DDD (da sua região). deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
NORMAS DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚ- colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
BLICO INTERNO E EXTERNO sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente alguns
em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
comportamentos e requisitos importantes não apenas para comu-
cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
nicar uma mensagem ao seu público, mas também para mediar,
facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este rece- para causar uma boa primeira impressão.
be a mensagem através de seu emissor. O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
ao ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
de uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, fa- Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
cilitando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreen- uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
dimento. público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
mensagem e a empatia para com o outro. outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
seu público.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape- o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive
nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e com que ele se questione sobre a importância do que fala ou sobre
confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es- descontentamento.
tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas
é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios,
como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações
tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo. são importantes para a evolução da empresa como um todo. De-
monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
Atenção desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte-
abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer resse no que seu público precisa e deseja.
ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian-
te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até Presteza
relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
e os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefo-
interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que nemas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar
uma má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e
ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que
oferecer comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros,
ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu
lavadouros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente
público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se
se sinta à vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta
está comunicando.
à atende-lo.
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da Eficiência
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro-
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran- dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atenden- exceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser
te mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando prático na hora de comunicar e transmitir as informações, mas pa-
necessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessida- ciente o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tran-
des do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucio- quilo, sabendo que está em boas mãos e pode se expressar hones-
nador de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de tamente.
suma importância. A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também
uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta-
Cortesia refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter-
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza- valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es- profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento,
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões, preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um eficiente e ágil são muito maiores.
excelente profissional.
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de Tolerância
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta a respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em função a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras
pessoas, opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais,
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
temperamento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em-
humanos do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês,
se comunicam e expressam suas necessidades. Ter em mente que
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição
as diferenças não são impedimentos para realizar uma comunica-
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger ção efetiva é o primeiro passo para se tornar um ser humano e um
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. profissional tolerante e respeitoso.
Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
Interesse equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciência,
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar ou-
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram tras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas em-
nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar presas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como
uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro, um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não
você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou é possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir
postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de- com tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando
nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando conflitos desnecessários onde eles se veem iminentes.

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Discrição
Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente, LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO N.º 12.527/2011
deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce-
dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado
do público, por sua vez, também existem informações e dados dos Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten- tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
dente o mediador desta relação. revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei
nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências
Conduta
Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
trabalho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empre- CAPÍTULO I
sa. Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e DISPOSIÇÕES GERAIS
o funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta
não está adequada ao que a empresa espera dele. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constitui-
rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim ção Federal.
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único fun- I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos
cionário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
e fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilida- diciário e do Ministério Público;
de, tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
não agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
forma respeitosa. direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios.
Objetividade Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efeti- entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
va é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
a comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
uma característica que deve estar presente durante o atendimento termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo. tos congêneres.
Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-
à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos
um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de con-
expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des- tas a que estejam legalmente obrigadas.
contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro- segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a executados em conformidade com os princípios básicos da admi-
empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação nistração pública e com as seguintes diretrizes:
e seu sucesso. I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade como exceção;
enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo dentemente de solicitações;
que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-
mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido, nologia da informação;
prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência
de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden- na administração pública;
tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência V - desenvolvimento do controle social da administração pú-
não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um blica.
grupo de profissionais. Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utili-
zados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer
que seja o suporte ou formato;
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade
para a segurança da sociedade e do Estado;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural
identificada ou identificável;

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à § 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci-
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- sório respectivo.
ção; § 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
torizados; termos do art. 32 desta Lei.
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido § 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- o interessado requerer à autoridade competente a imediata aber-
divíduo, equipamento ou sistema; tura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- documentação.
clusive quanto à origem, trânsito e destino; § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o res-
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que com-
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor- provem sua alegação.
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com- dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
preensão. acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
CAPÍTULO II § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput,
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO deverão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa- dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: mento ao público;
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
acesso a ela e sua divulgação; sos financeiros;
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, III - registros das despesas;
autenticidade e integridade; e IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios,
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- contratos celebrados;
tual restrição de acesso. V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen- projetos e obras de órgãos e entidades; e
de, entre outros, os direitos de obter: VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti-
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí-
obtida a informação almejada; timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
II - informação contida em registros ou documentos, produzi- oficiais da rede mundial de computadores (internet).
dos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regula-
não a arquivos públicos; mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em
ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; linguagem de fácil compreensão;
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti- eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú- III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis- em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
trativos; e IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutu-
VII - informação relativa: ração da informação;
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro- V - garantir a autenticidade e a integridade das informações
gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem disponíveis para acesso;
como metas e indicadores propostos; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co-
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou enti-
incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. dade detentora do sítio; e
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen- dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art.
to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu- 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da
rança da sociedade e do Estado. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprova-
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação da pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
parte sob sigilo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- § 5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em § 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
Fiscal). a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me- ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
diante: se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e mesmo tais procedimentos.
entidades do poder público, em local com condições apropriadas Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é
para: gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa- órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser
ções; cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res- custo dos serviços e dos materiais utilizados.
pectivas unidades; Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a in- no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa-
formações; e zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
participação popular ou a outras formas de divulgação. Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-
CAPÍTULO III verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO confere com o original.
Seção I Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
Do Pedido de Acesso interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de ponha em risco a conservação do documento original.
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
identificação do requerente e a especificação da informação reque-
rida. Seção II
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi- Dos Recursos
ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
a solicitação. Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re-
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua
seus sítios oficiais na internet.
ciência.
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierar-
determinantes da solicitação de informações de interesse público.
quicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que deve-
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou con-
rá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
ceder o acesso imediato à informação disponível.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
dias se:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
efetuar a reprodução ou obter a certidão; I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne-
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou gado;
parcial, do acesso pretendido; ou II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi-
seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o pedido de acesso ou desclassificação;
interessado da remessa de seu pedido de informação. III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientifi- IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
cado o requerente. mentos previstos nesta Lei.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po- gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
a informação de que necessitar. àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de in- de 5 (cinco) dias.
formação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida- te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
de competente para sua apreciação. nesta Lei.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

§ 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Rea- IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica
valiação de Informações, a que se refere o art. 35. ou monetária do País;
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica- V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
ção de informação protocolado em órgão da administração públi- cos das Forças Armadas;
ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava- volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori-
gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia- dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de
autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a
Armadas, ao respectivo Comando. prevenção ou repressão de infrações.
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
prevista no art. 35. ultrassecreta, secreta ou reservada.
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data
proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
de sua produção e são os seguintes:
ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer III - reservada: 5 (cinco) anos.
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança
Art. 19. (VETADO). do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju-
§ 1º (VETADO). ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si-
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público in- gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato,
formarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional em caso de reeleição.
do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser
de recurso, negarem acesso a informações de interesse público. estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso
9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este do prazo máximo de classificação.
Capítulo. § 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
CAPÍTULO IV tomaticamente, de acesso público.
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO § 5º Para a classificação da informação em determinado grau
Seção I de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
Disposições Gerais utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária Estado; e
à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem defina seu termo final.
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos pra-
ticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas Seção III
não poderão ser objeto de restrição de acesso. Da Proteção E Do Controle De Informações Sigilosas
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
assegurando a sua proteção. (Regulamento)
ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
qualquer vínculo com o poder público.
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
Seção II forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
Da Classificação Da Informação Quanto públicos autorizados por lei.
Ao Grau E Prazos De Sigilo § 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- § 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, trans-
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- missão e divulgação não autorizados.
de do território nacional; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; rança para tratamento de informações sigilosas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em § 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de
de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne- danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação,
observem as medidas e procedimentos de segurança das informa- o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
ções resultantes da aplicação desta Lei. produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publi-
Seção IV cará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
Dos Procedimentos de Classificação veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de
Reclassificação e Desclassificação regulamento:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da últimos 12 (doze) meses;
administração pública federal é de competência: (Regulamento) II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: identificação para referência futura;
a) Presidente da República; III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de
b) Vice-Presidente da República; informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro- ções genéricas sobre os solicitantes.
gativas; § 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de
no exterior; informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos e dos fundamentos da classificação.
titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
des de economia mista; e Seção V
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos Das Informações Pessoais
I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito
Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula- de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
individuais.
posto nesta Lei.
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, rela-
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
tivas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica-
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da
no exterior, vedada a subdelegação.
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e
§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
à pessoa a que elas se referirem; e
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa
previsto em regulamento. a que elas se referirem.
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar in- § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata
formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será
que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. exigido quando as informações forem necessárias:
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si- I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusiva-
seguintes elementos: mente para o tratamento médico;
I - assunto sobre o qual versa a informação; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta- dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
belecidos no art. 24; identificação da pessoa a que as informações se referirem;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou III - ao cumprimento de ordem judicial;
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites IV - à defesa de direitos humanos; ou
previstos no art. 24; e V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
IV - identificação da autoridade que a classificou. § 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
mesmo grau de sigilo da informação classificada. de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à mento de informação pessoal.
redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Re-
gulamento)
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
ridades ou agentes públicos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

CAPÍTULO V § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-


DAS RESPONSABILIDADES cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili- de 10 (dez) dias da abertura de vista.
dade do agente público ou militar: Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des- pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pes-
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; soais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inu- de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
tilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, infor- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi-
mação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na-
conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, em- tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa
prego ou função pública; ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de aces-
so à informação; CAPÍTULO VI
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de Art. 35. (VETADO).
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou § 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
por outrem; ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in- bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo competência para:
de terceiros; e I - requisitar da autoridade que classificar informação como
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou in-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de tegral da informação;
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
agentes do Estado.
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como
consideradas:
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Arma- acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
das, transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º
ou contravenção penal; ou do art. 24.
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro § 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão vação.
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela § 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deve-
estabelecidos. rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
agente público responder, também, por improbidade administrati- ou secretos.
va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, § 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
e 8.429, de 2 de junho de 1992. Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- a desclassificação automática das informações.
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder § 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
seguintes sanções: observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
I - advertência; mais disposições desta Lei. (Regulamento)
II - multa; Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
III - rescisão do vínculo com o poder público; tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- mendações constantes desses instrumentos.
dimento de contratar com a administração pública por prazo não Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
superior a 2 (dois) anos; e tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a denciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento)
administração pública, até que seja promovida a reabilitação pe- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
rante a própria autoridade que aplicou a penalidade.
tratamento de informações sigilosas; e
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somen- acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
te quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção órgãos competentes.
aplicada com base no inciso IV. Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
ganização e funcionamento do NSC.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí- vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover- perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
namentais ou de caráter público. autoridade competente para apuração de informação concernente
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à re- à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
avaliação das informações classificadas como ultrassecretas e se- ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
cretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial ção pública.”
de vigência desta Lei. Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia- em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre- nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis-
vistos nesta Lei. posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
§ 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação Art. 46. Revogam-se:
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comis- I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e
são Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
desta Lei. Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto a data de sua publicação.
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
legislação precedente. 123º da República.
§ 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecre-
tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, EXERCÍCIOS
automaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
1. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – INSTITUTO
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
AOCP – 2016 – HABILIDADES GERENCIAIS) Qual é a habilidade
nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
requerida de administradores e assistentes de administração que
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo
é definida pela atuação de forma interativa em prol de objetivos
órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições: comuns e compreensão da importância da complementaridade às
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a ações coletivas?
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; (A) Visão sistêmica e estratégica.
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- (B) Iniciativa e soluções de problemas.
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; (C) Tomada de decisão.
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação (D) Trabalho em equipe.
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao (E) Liderança.
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum- 2. (CESPE/2015 – FUB) Considerando a gestão do clima e da
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. cultura organizacional como estratégia necessária à gestão de pes-
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis- soas, julgue o item seguinte.
tração pública federal responsável: O nível de favorabilidade do clima organizacional pode ser ava-
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo- liado com base em taxa de turnover e de absenteísmo, em resulta-
mento à cultura da transparência na administração pública e cons- dos de avaliações de desempenho e em tipos de queixas no serviço
cientização do direito fundamental de acesso à informação; médico.
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao ( ) CERTO
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi- ( ) ERRADO
nistração pública;
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da admi- 3. (CESPE – TJ/AL) No que concerne aos princípios da adminis-
nistração pública federal, concentrando e consolidando a publica- tração pública, assinale a opção correta.
ção de informações estatísticas relacionadas no art. 30; (A) Em razão do princípio da continuidade, os serviços públicos
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório não podem ser interrompidos, visto que se destinam a atender
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. os interesses da coletividade. Por isso, é vedado àquele que
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei contrata com a administração pública valer-se da exceção de
contrato não cumprido quando a administração, sem ter cum-
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu-
prido sua obrigação, exige a satisfação de obrigação de quem
blicação.
com ela contratou.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
(B) A administração pública está obrigada a controlar os atos
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
administrativos em relação ao mérito e à legalidade. Nesse
“Art. 116. ................................................................... sentido, os atos inconvenientes ou inoportunos devem ser re-
............................................................................................ tirados do ordenamento jurídico por meio da anulação, e os
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do ilegítimos, por meio da revogação.
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver (C) Dado o principio da publicidade, é imprescindível a divulga-
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- ção dos atos, contratos e outros instrumentos celebrados pela
dade competente para apuração; administração pública, de modo que os órgãos e as entidades
.................................................................................” (NR) públicas são obrigados a divulgar informações relativas à exe-
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, cução orçamentária e financeira, mas não as referentes a des-
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: pesas e receita.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

(D) O princípio da moralidade apenas adquiriu conotação e 8. (CESPE/2018 – EBSERH – Psicólogo Organizacional) Em rela-
significação jurídica para a administração pública a partir da ção à satisfação, à motivação e ao envolvimento no trabalho, julgue
edição da Lei de Improbidade Administrativa, que dispõe sobre o seguinte item.
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enri- O gestor que pretenda usar a teoria da hierarquia das neces-
quecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou sidades de Maslow para diagnosticar o nível atual de necessidades
função na administração pública. dos seus empregados a fim de determinar iniciativas com vistas a
(E) A administração pública direta, as autarquias e as fundações satisfazê-las deve ter cautela, pois não há respaldo científico para
de direito público submetem-se aos princípios administrativos as cinco categorias da teoria, tampouco para a ideia de preponde-
constantes do texto constitucional; já as empresas públicas e rância.
as sociedades de economia mista, por exercerem atividades de ( ) Certo
natureza econômica, não se sujeitam a tais princípios, mas ao ( ) Errado
sistema normativo aplicável às empresas privadas.
9. Sobre a Administração de Materiais, considere as seguintes
4.(FGV/2018 - Câmara de Salvador/BA) Um sistema de classi- afirmativas:
ficação eficaz deve abordar as seguintes etapas: I. Controle de produção, compras, controle de estoque, movi-
(A) identificação – simplificação – codificação – normalização – mentação de materiais, tráfego, recebimento, embarque e armaze-
padronização – catalogação; nagem são funções relacionadas a ela.
(B) catalogação – simplificação – especificação – normatização II. Seu enfoque fundamental é determinar o que, quanto e
– aglutinação – codificação; como adquirir ao menor custo - desde o momento de sua concep-
(C) catalogação – complementação – identificação – normati- ção até seu consumo final - para repor o estoque.
zação – padronização – codificação; III. Atingir o equilíbrio Ideal entre estoque e consumo é meta
(D) sintetização – simplificação – normatização – padronização primordial; portanto, deve existir uma integração das atividades,
– codificação – identificação; como Compras, Recepção e Estocagem desses materiais, com o
(E) catalogação – simplificação – flexibilização – normalização – Sistema de Abastecimento, que, juntamente com outros compo-
padronização – codificação. nentes do Sistema, necessitam de uma coordenação específica de
forma a permitir a racionalização de sua manipulação.
5. Os materiais que devem permanecer em estoque, o volume IV. Tem como finalidade gerir e coordenar esse aglomerado de
de estoque que será necessário para um determinado período e atividades, insumos materiais e estabelecer normas, critérios e roti-
quando os estoques devem ser reabastecidos são pressupostos que nas operacionais de modo que tudo funcione regularmente.
fundamentam:
(A) o sistema de produção contínua. São verdadeiras:
(B) o dimensionamento de estoques. (A) I, II, III e IV.
(C) a classificação de materiais. (B) Somente a I.
(D) o arranjo físico. (C) Somente a I e a II.
(E) o sistema de produção em lotes. (D) Somente a I, a II e a III.

6. (TRF 2ª 2012 - FCC - Analista Judiciário - Área Administrati- 10. (FCC – AL/SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento
va) Numa visão estratégica de recursos humanos, a soma dos co- ao público é a empatia. Empatia é
nhecimentos, informações e experiência de todos em uma empre- (A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e con-
sa, que podem ser administrados a fim de gerar riqueza e vantagem fiança ao público.
competitiva, é: (B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que
(A) inteligência emocional. foi prometido ao público
(B) empowerment. (C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de-
(C) downsizing. monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para
(D) capital intelectual. um melhor entendimento do problema.
(E) capital social. (D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta-
mente o cidadão
7. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são (E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo
apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam- atendimento
bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre-
mamente necessárias na vida de um administrador, em função de 11. (TRE/PE – 2017 - CESPE) O edital de licitação terá de conter,
proporcionar obrigatoriamente,
(A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção (A) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.
dos objetivos estabelecidos. (B) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente do
(B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes- objeto da licitação.
soas. (C) a indicação de que os critérios para julgamento serão infor-
(C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência. mados após a fase de habilitação.
(D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de téc- (D) condições de pagamento que estabeleçam preferência
nicas específicas. para empresas brasileiras.
(E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na direção (E) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comissão de
dos objetivos estabelecidos. licitação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

12. (PRF – Policial Rodoviário Federal – CESPE - 2013) A respei- 16. (FCC/TRT 8ª) Os contratos administrativos típicos diferen-
to da ética no serviço público, julgue os itens subsequentes. ciam-se dos contratos privados, dentre outras características, pela
O elemento ético deve estar presente na conduta de todo ser- (A) finalidade pública como seu pressuposto.
vidor público, que deve ser capaz de discernir o que é honesto e (B) presença de pessoas jurídicas como contratantes.
desonesto no exercício de sua função. (C) natureza do objeto.
( ) CERTO (D) imposição de cláusulas exorbitantes.
( ) ERRADO (E) presença do Poder Público como parte contratante.

13. (IADES - 2014 - UFBA - Assistente Administrativo) Conside- 17. (AFPR/COPS-UEL) - Sobre sistemas de arquivos e protoco-
rando a gestão da qualidade, assinale a alternativa que apresenta los, considere as afirmativas a seguir.
uma vantagem que pode decorrer da implementação do gerencia- I. O método de arquivamento por assunto ou específico recu-
mento da qualidade nas organizações. pera arquivos através de seu conteúdo.
(A) Os produtos da organização tornam-se menos vendáveis. II. Os documentos públicos são identificados como ofício, re-
(B) O aumento da insatisfação dos clientes. correntes e fixos.
(C) A redução da competitividade empresarial. III. Os documentos de valor corrente são inalienáveis e impres-
(D) Os resultados operacionais ficam abaixo das expectativas. critíveis.
(E) A eliminação de defeitos e desperdícios. IV. Arquivos Públicos são arquivos de instituições governamen-
tais de âmbito federal ou estadual ou municipal.
14. (TRT 10ª 2013 - CESPE - Analista Judiciário – Administrati-
va) Julgue os itens a seguir, referentes a atos administrativos. Assinale a alternativa correta.
A administração está obrigada a divulgar informações a res- (A) Somente as afirmativas I e II são corretas
peito dos seus atos administrativos, ressalvadas aquelas cujo sigilo (B) Somente as afirmativas I e IV são corretas
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado e à pro- (C) Somente as afirmativas III e IV são corretas
teção da intimidade das pessoas. (D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas
( ) Certo (E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas
( ) Errado
18. (CESPE/ANTAQ) Julgue o item que se segue, a respeito de
15. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Técnico Judiciário - Conhecimentos arquivologia.
Básicos) No que concerne aos princípios da administração pública, Ainda que tenham surgido novos suportes documentais, prin-
assinale a opção correta. cipalmente os documentos natodigitais, o conceito de arquivo
(A) Em razão do princípio da continuidade, os serviços públicos mantém-se inalterado.
não podem ser interrompidos, visto que se destinam a atender ( ) Certo
os interesses da coletividade. Por isso, é vedado àquele que ( ) Errado
contrata com a administração pública valer-se da exceção de
contrato não cumprido quando a administração, sem ter cum- 19. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas organi-
prido sua obrigação, exige a satisfação de obrigação de quem zações, analise.
com ela contratou. I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que
(B) A administração pública está obrigada a controlar os atos todos os envolvidos mantêm uma ética relacional.
administrativos em relação ao mérito e à legalidade. Nesse II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamento
sentido, os atos inconvenientes ou inoportunos devem ser re- e desenvolvimento de pessoal.
tirados do ordenamento jurídico por meio da anulação, e os III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca
ilegítimos, por meio da revogação. de qualidade nas organizações.
(C) Dado o principio da publicidade, é imprescindível a divulga-
ção dos atos, contratos e outros instrumentos celebrados pela Assinale
administração pública, de modo que os órgãos e as entidades a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
públicas são obrigados a divulgar informações relativas à exe- b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
cução orçamentária e financeira, mas não as referentes a des- c) se apenas a afirmativa II estiver correta.
pesas e receita. d) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(D) O princípio da moralidade apenas adquiriu conotação e
significação jurídica para a administração pública a partir da
edição da Lei de Improbidade Administrativa, que dispõe sobre
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enri-
quecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública.
(E) A administração pública direta, as autarquias e as fundações
de direito público submetem-se aos princípios administrativos
constantes do texto constitucional; já as empresas públicas e
as sociedades de economia mista, por exercerem atividades de
natureza econômica, não se sujeitam a tais princípios, mas ao
sis

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OFICIAL LEGISLATIVO

20. (UFES/2015 – UFES) O objetivo principal de um fluxograma é descrever a sequência (fluxo) de um processo, seja manual ou
mecanizado, especificando os recursos (documento, papel, disco, formulário ou qualquer outro) usados como fonte para os dados e as
informações. Em sua confecção, são usados símbolos convencionados, que permitem poucas variações.
Considerando os símbolos convencionados para os fluxogramas e os sentidos a eles atribuídos, numere a segunda coluna de acordo
com a primeira.

A alternativa que representa a sequência CORRETA de numeração da segunda coluna, de cima para baixo, é
(A) III – V – IV – I – II
(B) II – V – IV – I – III
(C) II – IV – I – III – V
(D) V – II – IV – I - III
(E) IV – I – III – V – II

GABARITO

1 D
2 CERTO
3 A
4 A
5 B
6 D
7 A
8 CERTO
9 A
10 C
11 A
12 CERTO
13 E
14 CERTO
15 A
16 D
17 B
18 CERTO
19 B
20 B

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